Ônus e bônus da palha em cana - Marcos G de A Landell
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Ônus e bônus da palha em cana - Marcos G de A Landell
ÔNUS E BÔNUS DA PALHA EM CANA-DE-AÇÚCAR. HISTÓRICO Cadeia de Produção Palha de Cana Aleiramento Estoque Enfardamento Transporte Processo Fabricação Recolhimento Carregamento TRANSIÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO CANA CRUA REPRESENTA + 90% DA ÁREA DO ESTADO DE SÃO PAULO Colchão de Palha Palha + folhas + pontas + raizes + pedaços colmos + rizomas + microrg. Grande quantidade de raízes na superficie Potencial de biomassa – ENERGIA Biomassa total de cana ARARAS (32,3 t/ ha) base seca Biomassa total de cana IRACEMÁPOLIS (34,6 t/ ha) base seca Biomassa total de cana GUAIRA – (49,8 t/ ha) base seca Massa de palha (9,8 t/ha) – 36,1% Massa de colmo (22,5 t /ha) 63,9% Massa de palha (10,9 t/ha) – 31,4% Massa de colmo (23,7 t /ha) 68,6% Massa de palha (14,4 t/ha) – 28,9% Massa de colmo (35,4 t /ha) 71,1% Folha seca (6,5 t/ ha) – 70,9% Ponteiro (3,4 t /ha) – 29,1% Folha seca (7,2 t/ ha) – 66,3% Ponteiro (3,7 t /ha) – 33,7% Folha seca (10,1 t/ ha) – 70,1% Ponteiro (4,3 t /ha) – 29,9% Projeto Embrapa –Slide: Ramos, N.P ,2014 Considerações - Confirmado que palha representa mais de 30% da biomassa total da cana-de-açúcar; - As folhas secas contribuem 21% e o ponteiro com 9% da biomassa total da cana-de-açúcar; - O uso do componente folhas secas tem potencial de incrementos significativos para geração de energia; - O componente ponteiro contribui com menos de 9% do total e ainda carrega elevada umidade na colheita, além de ser fonte mais rica em nutrientes (evitar sua retirada ?) - retirada com colheita integral!!!!! Impactos agrícolas do palhiço IDEA, 2002 • Positivos – Proteção do solo contra erosão – Redução da amplitude térmica nas camadas superficiais do solo – Maior atividade biológica – Aumento das taxas de infiltração de água no solo – Redução da evaporação – Controle parcial de matoespécies Impactos agrícolas do palhiço IDEA, 2002 • Negativos – Riscos de incêndio – Dificuldades para execução de operações de cultivo – Retardamento ou falha na brotação – Aumento de pragas POSITIVOS 1. Aumenta a proteção do solo contra erosão; diminui o impacto direto da gota de chuva sobre a superfície do solo e diminui o escorrimento superficial; 2. Reduz da amplitude térmica nas camadas superficiais do solo 3. Aumenta a atividade biológica 4. Aumenta as taxas de infiltração de água no solo; capacidade de retenção de água; 5. Reduz a evaporação; ROSSETTO, 2015 IMPACTOS DA PALHADA NEGATIVOS 6. Controla parcialmente o mato e redução o consumo de herbicidas; 1. Riscos de incêndio; 7. Reduz a incidência de pragas (ex: elasmo); 2. Dificuldades para execução de operações de cultivo; 8. Aumenta a disponibilidade de nutrientes (K, Ca, Mg, Si, S, N) 3. Retardamento ou falha na brotação principalmente em zonas + frias; 9. Aumenta os teores de M.O. 4. Aumento de algumas pragas (ex: cigarrinha); 10. Melhora o enraizamento, em destaque o superficial. 5. Menos opções com variedades adaptadas a colheita mecânica USP/ESALQ – Revista Scientia Agricola 70(5): 2013 Número especial: 2013 Cantarella, Heitor et al. How much sugarcane trash should be left on the soil?. Sci. agric. (Piracicaba, Braz.), Oct 2013, vol.70, no.5 Manter ou remover a palhada do campo ???? SEM PALHADA COM PALHADA MANTER QUANTO ? Erosão Palha – Efeitos benéficos Inquestionáveis Bertoni et al. !986 APTA-Piracicaba Manutenção água SEM PALHA SEM PALHA COM PALHA (conserva a umidade) Fonte: Vazante Agropecuária, 2006 Brotação de soqueira em solo ácrico, sob colheita mecânica, com palha e sem palha. Morro Agudo, 1996 Foto: V. Barbosa, Us. Santa Elisa, SP. UMIDADE 14t/ha = 100% Aumento de água no solo em função do maior aporte de palhada (Guaira,SP), Ramos, N.P. 2014 PRODUTIVIDADE DE CANA (t.ha-1) Palha aumenta eficiência da irrigação (parcial) 80,0 77,5 75,0 72,5 70,0 67,5 65,0 62,5 60,0 57,5 55,0 52,5 50,0 47,5 45,0 + 15 t COM PALHA SEM PALHA 0 20 40 60 80 LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO (mm) Efeito da palha na produtividade de cana-de-açúcar (t ha-1) submetida a laminas crescentes de irrigação de salvamento (adaptado Campos et al. 2012 ). Pirinópolis,GO Biomassa microbiana Influência da Palha na Biomassa microbiana - MS RB 925211, dois anos de colheita crua. C na Biomassa microbiana Atividade microbiana Fonte: Portilho et al. 2010 Maiusculas comparam sistemas, minusculas comparam profundidades Decomposição palha Decomposição da Palhada 16 14 12 t ha-1 10 63% 3 64,3% 47% 55,3% 71% 58,9% 40% 67,3% 63,8% 8 início 6 meio final 4 2 0 Rossetto e Dias, 2009 Quantidades de palhada remanescente após a colheita da cana planta, no início, meio e final da safra da primeira soqueira, em diversas regiões do Estado de São Paulo. Projeto Palhada Embrapa APTA UEL Usinas 26 Estudo de decomposição Antes da instalação Após 281 dias Após 632 dias (2 ciclos) Resultados Decomposição de palhada – Araras-SP – 2 ciclos Hemicelulose>celulose>lignina Yamaguchi et al. – submetido Balanço de massa de palhada após 2 safras 30 Resultados Decomposição de palhada – Guaira-SP Maior decomposição quanto maior o nível de palhada 58 55 60 55 Quantidade de massa seca remanescente de palhada de cana de açúcar ao longo de um ciclo de cultivo da variedade RB 86-7515, em função de diferentes níveis de aporte deste resíduo na colheita mecanizada. Guaira-SP. Moraes et al, 2014 (Pibic) Decomposição Palhada – Piracicaba, 2011-2012, Souza Jr. 2015. Incorporação palha Efeito da Incorporação da Palha Sousa Jr. 2015 Incorporaçao acelera a decomposição Efeito da Incorporação da Palha, Yamaguchi et al., 2015 21 à 28% a mais palha incorporada Carbono SISTEMA DE CANA CRUA - LIMITAÇÕES C – alta quantidade C:N da palha N indisponível Alta atividade MICROBIOLÓGICA Estoque de carbono Carbono no solo x doses de palha. Sousa, 2015. 0,8 ton C em 3 anos mantendo 7 t/ha 2 ton C em 3 anos Mantendo 14 t/ha Ciclagem Pompeo et al. 2013 - Pibic Níveis de palhada Inicial 1º Colheita Colheita ciclo 2011-12 2011-13 Inicial 2º Colheita Total 2 ciclo 2012-13 ciclos Nitrogênio (kg ha-1) 25% 13,12 4,48b 10,79d 14,06 2,32b 13,11d 50% 26,71 7,54ab 17,82c 29,05 3,22b 21,04c 75% 39,83 9,65a 29,90b 44,05 5,62b 35,52b 100% 52,95 10,02a 40,07a 59,98 13,32a 53,39a 21,3 5,7 27,3 6,7 CV(%) Fósforo (kg ha-1) 25% 0,57b 1,38a 1,38 0,55d 1,93d 50% 3,09 1,39a 2,47a 2,86 1,38c 3,85c 75% 4,60 0,51a 4,09a 4,34 1,84b 5,92b 100% 6,12 1,30ab 5,29a 5,90 2,68a 7,97a 28,14 3,24 CV(%) 6,71 Potássio (kg ha-1) 25% 4,62 3,50d 4,45d 11,85 11,58d 16,03d 50% 9,41 7,25c 8,92c 24,48 23,10c 32,02c 75% 14,03 10,47b 13,57b 37,12 35,63b 49,20b 100% 18,65 13,70a 18,01a 50,55 47,03a 65,03a Quantidades mineralizadas (kg ha-1) de macronutrientes disponíveis a partir da decomposição da palhada, no momento da colheita da 3ª e 4ª socas da variedade RB845210. Ensaio conduzido sob diferentes aportes de palhada no município de Araras-SP, nas safras 2011-2012 e 2012-2013. Níveis N (kg ha-1) 3ª soca 25% 50% 75% 100% CV 4ª soca P (kg ha-1) 3ª soca 4ª soca K (kg ha-1) 3ª soca 4ª soca Ca (kg ha-1) 3ª soca 4ª soca Mg (kg ha-1) 3ª soca 4ª soca S (kg ha-1) 3ª soca 4ª soca 4,48b* 2,32b 0,57b 0,55d 3,50d 11,58d 6,17c 4,74d 1,91d 2,80d 1,10c 2,06d 7,54ab 3,22b 1,39a 1,38c 7,25c 23,10c 13,07b 9,11c 3,80c 5,44c 2,55b 3,94c 9,65a 5,62b 0,51a 1,84b 10,47b 35,63b 16,83b 13,03b 4,78b 8,07b 2,66ab 5,54b 10,02a 13,32a 1,30ab 2,68a 13,70a 47,03a 22,25a 20,56a 7,08a 11,73a 3,93a 8,02a 21,3 27,3 28,1 6,7 3,96 1,60 12,16 7,71 9,12 7,68 22,86 4,79 * valores seguidos de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade; CV = coeficiente de variação; 42 Mineralização da Palha Reciclagem de Nutrientes N P K 54,7 4,4 76 Taxa anual mineralização (%) 20 60 85 Total por ano (kg ha-1 ano-1) 10,9 2,6 Palha (kg ha-1 ano-1) Ca Mg S 54,9 25,5 15 50 50 64,6 27,5 12,8 60 9 Fonte: Trivelin, 2007 Alto retorno de K anualmente PODE DESCONTAR DA RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO Resultados (agronômicos da ciclagem da palhada) - Há imobilização do nitrogênio em quantidades superiores a 10 t ha-1 palhada, até 200 dias do ciclo da cana-de-açúcar; - A ciclagem de nutrientes na palhada chega a : 34-82% para o N, 45-90% para o P, 76-97% para o K, 71-93% para após 280 e 632 dias de ciclo de cultivo da canade-açúcar, respectivamente, variando com a quantidade de palhada mantida no solo; - (simulações indicam que maiores níveis de palhada tendem a disponibilizar mais N em longo prazo) Aproveitamento N-resíduo, kg/ha/ano 60,0 55,0 50,0 45,0 Total = 254 kg N / ha /ciclo 40,0 35,0 CP C Planta: 54kg/ha de N 30,0 PS 1ª Soca: 55 kg/ha de N 25,0 SS 2ª Soca: 50 kg/ha de N 20,0 TS 3ª Soca: 49 kg/ha de N 15,0 QS 4ª Soca: 47 kg/ha de N 10,0 0 10 20 30 40 50 Tempo, anos 60 70 80 90 Média : 50 kg N / ha / ano APROVEITAMENTO DO N-MINERALIZADO DO RESÍDUO CULTURAL PELA CANA PLANTA E QUATRO SOCAS (CICLO DE REFORMA COM 5 CORTES): M ANUTENÇÃO DE 100% DA PALHA NO CANAVIAL Fonte: Trivelin et al. DNP Balanço do N da adubação com N-nitrato de amônio em canasoca (dados não publicados Vitti & Trivelin, 2008) Dose de N N - total FS+PT Colmo _________________________________________ 0 35 70 105 140 175 29 37 34 36 40 49 31 41 40 43 50 56 PA Balanço do N (SQ) Balanço do N (CQ) kg ha-1 ______________________________________________ 60 -31 -60 78 -6 -43 74 30 - 4 79 62 26 84 90 56 105 119 70 Significando: N-total = N na parte aérea da cana-de-açúcar PA = parte aérea (folhas secas: FS, colmo: C e ponteiro: PT) Balanço de N = (Dose de N) - (N exportado) SQ significa , sem queima dos resíduos culturais 46 Balanço do N da adubação com N-nitrato de amônio em canasoca (dados não publicados Vitti & Trivelin, 2008) Dose de N N - total FS+PT Colmo _________________________________________ 0 35 70 105 140 175 29 37 34 36 40 49 31 41 40 43 50 56 PA Balanço do N (CP) Balanço do N (SP) kg ha-1 ______________________________________________ 60 -31 -60 78 -6 -43 74 30 - 4 79 62 26 84 90 56 105 119 70 Significando: N-total = N na parte aérea da cana-de-açúcar PA = parte aérea (folhas secas: FS, colmo: C e ponteiro: PT) Balanço de N = (Dose de N) - (N exportado) CP e SP significam , respectivamente, sem e com retirada da palha 47 Produtividade Produtividade agrícola Efeito sobre o perfilhamento de diferentes variedades Terceira soca Segunda soca 35 30 30 25 20 Manual Queimada 15 10 Mecânica Crua número de perfilhos/m número de perfilhos/m Segunda soca 35 25 20 10 5 0 0 jan/01 nov/00 set/00 jul/00 mai/00 mar/00 jan/00 nov/99 set/99 jul/99 mai/99 mar/99 Fonte: Vasconcelos, 2002 jan/99 janeiro/01. nov/98 por metro linear da variedade SP80-1842, no período de setembro/98 a Mecânica Crua set/98 jan/01 nov/00 set/00 jul/00 mai/00 mar/00 jan/00 nov/99 set/99 jul/99 mai/99 mar/99 jan/99 nov/98 set/98 Figura 47 – Representação gráfica dos valores médios do número de perfilhos Manual Queimada 15 5 época Terceira soca época Figura 46 – Representação gráfica dos valores médios do número de perfilhos por metro linear da variedade RB72454, no período de novembro/98 a janeiro/01. Produtividade da cana sob diferentes quantidades de palha Araras, SP 2012 e 2013. TCH (t ha-1) Controle 25 50 75 100 2011/12 2012/13 97,4 96,6 101,8 97,1 98,2 106,9 127,1 118,6 131,8 118,1 n.s. n.s 13,1 14,8 2011-12 0, 4, 8, 12, 16 2012-13 0, 2,8, 5,7 8,5 11. 3 50 Produtividade da cana-de-açúcar, (t colmos ha-1), na colheita da primeira soca. Iracemapólis, SP. 2013. Produtividade colmos t ha-1 (massa verde) Controle 95,53 25% 94,94 50% 85,08 75% 83,12 100% 91,25 F CV% 0, 3 , 6, 9, 12 n.s. 11,76 Longevidade Efeito cumulativo sobre o rendimento ( t ha-1) 350 300 TCH 250 99 107 127 119 132 115 97 97 102 97 84 84 81 84 72 0 25 50 75 Níveis de palhada (%) 100 200 150 100 50 0 colheita 2 soca colheita 3 soca colheita 4 soca Tendência de aumento na produtividade com maior nível de palhada e tempo de ciclo Costa et al, 2014 Resultados Longevidade (produtividade) • A produtividade de colmos em curto prazo não se altera com a retirada de parte da palhada durante a colheita; entretanto, em médio prazo esse resíduo tende a manter a produtividade da cana; • (As simulações indicam aumento de produtividade com a manutenção da palhada sobre o solo) Efeito Manejo Mudanças na adubação e corretivos Corretivos e Torta sobre a palha Sem incorporação ??? Dificuldades para o Manejo da adubação APTA-Piracicaba A COBERTURA DA PALHA MUDA O MANEJO DO N PARA A CANA-DE-AÇÚCAR? A PALHADA DIFICULTA A INCORPORAÇÃO DOS FERTILIZANTES NITROGENADOS APLICAÇÃO DE ADUBOS NITROGENADOS NA SUPERFÍCIE MUDANÇAS NA DOSE DE K NA ADUBAÇÃO DE SOQUEIRAS Dose: 1,0 kg N/t Dose: 1,3 kg N/t cana crua cana queimada N/K2O = 1,0/1,3 a 1,0/1,5 N/K2O = 1,0/0,8 a 1,0/1,0 ATENÇÃO: Verificar o teor de K do solo. Se for baixo ou muito baixo, não reduzir a dose por conta do K da palhada. Queimada acidental da palha Mecanização PRODUCÃO COM MÁQUINAS e IMPLEMENTOS PESADOS COMPACTAÇÃO PALHA - ALTERA CAPACIDADE DO SOLO DE SUPORTAR PESO – Não reduz comp. UMIDADE DO SOLO A mecanizacão pode compactar a linha de cana Pisoteio da linha de cana fotos: Alencar Magro Linha de cana não compactada linha compactada Mecanização + Compactação + Presença de palhada Conceitos de Controle de tráfego, Canteirização e Agricultura de precisão Tráfego controlado e sistematização Entrelinhas - Tráfego Linha de cana
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