folder - Isso É Arte
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convivendo com sala de arte o cotidiano na arte o cotidiano na arte As exposições da Sala de Arte da Torre Santander trazem o que há de mais inovador e pulsante na arte contemporânea brasileira. Por trás dessa iniciativa está nossa convicção de que a arte estimula as pessoas a inovar, a reinventar atitudes e novos modos de ver. O objetivo da exposição O cotidiano na arte é mostrar como a arte faz parte da nossa vida. Há arte no modo como nos vestimos, arrumamos a casa para morar ou cozinhamos um jantar para receber os amigos, pois fazemos essas escolhas baseadas em nosso olhar, nossos interesses e nossa sensibilidade. Os artistas também se inspiram nas situações corriqueiras e se apropriam das coisas que os circundam para criar suas obras, apresentando-as com um novo significado. Estamos cercados de objetos: eles atendem a nossas necessidades, cumprem inúmeras funções práticas, despertam desejos e alimentam nosso impulso de consumo, mas também guardam saberes, carregam afetos e lembranças. Quando os artistas retiram as coisas de seu contexto habitual, propõem relações imprevistas e novas interpretações, ressaltando a qualidade estética daquilo que a princípio seria banal. Os trabalhos reunidos nesta exposição utilizam objetos do cotidiano de uma forma surpreendente, irônica e poética, e mostram como a arte multiplica as perspectivas e pode mudar nossa percepção do mundo. Podemos perceber a arte em tudo o que nos rodeia se nos propusermos a ver de uma nova maneira. Que tal você também exercitar seu olhar? As obras aqui expostas estão à venda. Que tal investir em arte? ADRIANA VAREJÃO ALEXANDRE PAIVA Foto: Vicente De Mello quem é quem é Uma das mais conceituadas artistas brasileiras no cenário internacional, Adriana Varejão vive e trabalha no Rio de Janeiro, onde nasceu em 1964. Participou de aproximadamente uma centena de exposições e possui obras em acervos de renomadas instituições e coleções particulares estrangeiras. No Brasil, seus trabalhos podem ser vistos em um dos pavilhões do Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Minas Gerais. Nascido em Joinville, em 1972, Alexandre Paiva formou-se em Comunicação Social pela PUC de São Paulo, cidade onde vive e trabalha. Integra o grupo de pesquisa e produção artística Ateliê Fidalga, com o qual já expôs trabalhos na Funarte, no Paço das Artes e na Torre Santander. o que vemos dele aqui o que vemos dela aqui Em nosso sonhos, os objetos comuns podem se transformar e ganhar feições atemorizantes. Há um aspecto surrealista nestas três cadeiras feitas de carne de charque. Como é frequente em sua produção, Adriana se apropria de ícones da civilização europeia, neste caso o mobiliário barroco, e os subverte, evidenciando a violência da colonização. A este trabalho a artista dá o título de “elegia”, que é um poema com tom triste e melancólico. Elegia mineira, 2011 (3 obras) fotografia 25 x 16,6 cm (cada) (ed. 1/10) Galeria Fortes Vilaça foto: Vicente de Mello Neste trabalho, vemos o desenho simples de nuvens no céu, que muitas vezes encontramos nas revistas em quadrinhos e ilustrações. Mas, em vez de lápis, o artista usou o luminoso de neon, o que torna essas nuvens tipicamente urbanas. Brilhantes, leves e delicadas, elas ofuscam e falam sobre tudo aquilo que é livre e impalpável. Clouded “Hoje eu queria estar entre as nuvens, na velocidade das nuvens, na sua fragilidade, na sua docilidade de ser e deixar de ser. Livremente.” Compensação, de Cecília Meireles, 2011 luminosos de neon dimensões variáveis coleção do artista foto: Ding Musa BARTOLOMEO GELPI EDER SANTOS Foto: Leandro Aragão quem é quem é Bartolomeo Gelpi nasceu em 1975 em São Paulo, cidade onde vive e trabalha. Formou-se em artes pela FAAP em 1997 e desde 2007 vem participando de exposições coletivas e individuais. Várias de suas pinturas usam como suporte pedaços de madeira reaproveitados. O artista as realiza diretamente nos locais de exposição e transpõe para a obra os tons e cores presentes na paisagem ao redor. Eder Santos (Belo Horizonte, 1960) é um precursor da videoarte e um dos mais reconhecidos artistas nessa linguagem. Além da extensa participação em bienais e festivais no Brasil e no exterior, atua como diretor de filmes de curta e longa metragens. Possui trabalhos nos acervos de museus como o MoMA, em Nova York, e o Centre Georges Pompidou, em Paris. o que vemos dele aqui o que vemos dele aqui Listras estão por toda a parte: de bandeiras nacionais a camisas de futebol, de roupas a papéis de parede. Mas as faixas das pinturas de Bartolomeo Gelpi não são como as industriais. São regulares, mas não homogêneas, pois revelam a marca do pincel e diferentes espessuras das camadas de tinta sobre a superfície. Além disso, note que por baixo das listras há uma pintura prévia, feita com gestos soltos. Nesta videoinstalação com gaiolas que prendem imagens de passarinhos, Eder Santos cria um jogo entre o que é palpável e o que é projeção, e constrói um objeto feito de imagem. É uma singela instalação portátil, de grande força poética, que oferece um descanso para nossos olhos saturados pelo excesso de imagens pasteurizadas. Sem título, 2012 (4 obras) óleo sobre tela 50 x 50 cm (cada) Central Galeria de Arte Call waiting RGB, 2007 videoinstalação (gaiola, vídeo e tela de acrílico) 120 x 100 x 30 cm (ed. 3/3) Luciana Brito Galeria foto: Andrés Martin EDUARDO SRUR FLÁVIA JUNQUEIRA quem é quem é Eduardo Srur nasceu em São Paulo, em 1974, e é da configuração e dos impasses desta metrópole que ele tira boa parte dos subsídios para suas intervenções urbanas, ações estéticas e políticas marcantes pela escala, pelos materiais inusitados e pelas mensagens diretas e engajadas. Cursou comunicação e propaganda antes de migrar para as artes plásticas, formando-se pela FAAP em 1997. Flávia Junqueira nasceu em São Paulo em 1985 e formou-se em artes plásticas pela FAAP em 2009. Sua carreira já conta com premiações, residências artísticas e diversas exposições. Da experiência como assistente de cenografia, Flávia levou para seus trabalhos a encenação e a preparação minuciosa dos ambientes. o que vemos dela aqui o que vemos dele aqui As intervenções de Srur com frequência alertam para problemas ambientais, como o acúmulo de lixo e a poluição. Mas foi para falar sobre um outro tipo de risco de sobrevivência, a corrupção política, que boias salva-vidas como essas foram lançadas por dezenas de participantes no espelho d’água do Congresso Nacional em dezembro de 2011. A frase é um bem-humorado resgate de consciência para o potencial da arte. Nestes autorretratos singulares a artista se fotografa numa pose introspectiva em meio ao acúmulo de uma incrível diversidade de objetos. Suas cenas, que trazem constantes referências ao espaço doméstico e à infância, evocam ao mesmo tempo familiaridade e estranheza, fantasia e solidão, e questionam a importância excessiva que damos para as coisas, sua mesmice e banalidade. Na companhia dos objetos #3, 2009 ampliação fotográfica 118 x 150 cm coleção da artista A arte salva, 2011 boias salva-vidas de plástico e adesivo vinílico dimensões variáveis Galeria Baró A casa em festa # 4, 2010 ampliação fotográfica 120 x 150 cm coleção da artista GUTO LACAZ JAC LEIRNER quem é quem é Artista e designer paulistano, desde os anos 1970 realiza objetos, instalações, desenhos, gravuras, performances e intervenções urbanas, participando de inúmeras exposições e eventos nacionais e internacionais. Atua também como cenógrafo, ilustrador e professor de arte, comunicação e design. Uma das artistas de grande evidência internacional, Jac Leiner (São Paulo, 1961) é autora de uma produção se que desdobra de múltiplas e surpreendentes maneiras a partir de um mesmo foco de interesse: a coleta sistemática de objetos comuns, ligados ao universo do consumo ou à sua vida pessoal, como maços de cigarro, passagens aéreas, sacolas plásticas de museus, adesivos. Possui obras nos acervos dos principais museus do mundo. o que vemos dele aqui Várias criações de Guto Lacaz usam objetos do cotidiano, exploram a tecnologia com humor e questionam ironicamente a atitude de reverência em relação à arte. Nesta série de serigrafias de traço limpo, o artista se apropria de desenhos de manuais de instruções, tirando partido de sua impessoalidade e seu caráter demonstrativo. Ao ampliar as imagens, ele dá novo interesse àquilo que era banal. Apontador, Fita cassete, CD player, Giroscópio, Ink jet, Caixa de fósforos, Lanterna card, Polaroide, Nível, Papel filme, Cola tudo, da série Pequenas grandes ações, 2003 (12 obras) serigrafia sobre papel 70 x 100 (cada) coleção do artista foto: Thomas Kolisch Jr Foto: Romulo Fialdini o que vemos dela aqui A repetição em sequência e a organização precisa dos objetos que notamos aqui são frequentes nos trabalhos de Jac Leiner. O potencial estético das coisas banais, como níveis de precisão, passaria desapercebido, mas o olhar da artista ressalta suas características, formas e cores. Promovendo esse encontro inusitado com objetos, ela lança um comentário irônico sobre a vida e a arte. Seis níveis, 2012 níveis de precisão dimensões variáveis Galeria Fortes Vilaça foto: Eduardo Ortega JARDINEIRO (ANDRÉ FELICIANO) LEDA CATUNDA quem é quem é André Feliciano nasceu em São Paulo em 1984, onde vive e trabalha. Formado em artes plásticas pela FAAP, atualmente realiza mestrado na ECA-USP. Suas instalações de flores fotográficas já foram apresentadas em prestigiosos museus no Brasil e vêm ganhando espaço pelo mundo todo. Leda Catunda (São Paulo, 1961) é um dos principais nomes que despontaram na arte em meados dos anos 1980. Sua produção, que explora os limites entre a pintura e o objeto, é amplamente reconhecida no circuito artístico no Brasil e no exterior. Formou-se em artes plásticas pela FAAP, onde depois foi professora até meados dos anos 1990. Lecionou também na Faculdade Santa Marcelina entre 1998 e 2005. o que vemos dele aqui Jardineiro cultiva uma natureza fotográfica e faz brotar suas flores moldando e colorindo pequenas câmeras produzidas em material sintético. As plantas que vemos neste vaso não têm vida, não vão crescer nem murchar, mas mobilizam nossa imaginação. Enquanto nós as observamos, elas também miram sua lente para nós. o que vemos dela aqui A apropriação de imagens prontas é um traço marcante desta artista que tem um interesse especial pelos tecidos estampados com motivos populares, como personagens da Disney, animais e paisagens. Jandaia faz parte de uma série de trabalhos feitos com camisetas de times de futebol, que exploram as cores, listras e os logotipos dos patrocinadores desse grande negócio. Leda chama a atenção para o peso da propaganda e do consumo ligados ao esporte. Vaso de flores fotográficas para ArtRio, 2012 vaso de metal e materiais sintéticos variados 65 x 65 x 65 cm Zipper Galeria Jandaia, 2012 colagem 70 x 100 cm Galeria Fortes Vilaça foto: Lucas Cimino foto: Eduardo Ortega LUCAS BAMBOZZI LÚCIA KOCH quem é quem é Nascido em Matão (SP, 1965), criado em Belo Horizonte e radicado em São Paulo, Lucas Bambozzi possui trabalhos em diferentes formatos, do cinema e vídeo a instalações e projetos interativos. Já expôs em mais de quarenta países e atua também como curador, participando da criação e organização de importantes festivais de novas mídias. Em 2012, foi contemplado com o prêmio Sergio Motta de arte e tecnologia. Nascida em Porto Alegre em 1966, desde o final dos anos 1980 Lúcia Koch produz trabalhos em múltiplos suportes – esculturas, vídeo, fotografia, instalação. Ao longo de sua carreira, alterna residência entre a capital gaúcha e São Paulo, especializando-se na UFRGS e na ECA-USP. Desde 2005 é professora no curso de artes da FAAP. Já realizou intervenções na arquitetura em vários lugares no Brasil, Alemanha, França, Portugal e Turquia. o que vemos dele aqui Garrafas de vinho sobre a mesa remetem a um momento de reunião entre amigos ou a um encontro romântico. Mas a conversa que ouvimos aqui é outra: um casal em crise discute a relação, e seus rostos são projetados sobre os rótulos das garrafas. Um dos interesses do artista é apreender no vídeo todas as alterações das expressões faciais, com suas sutilezas e ambiguidades. o que vemos dela aqui Bottled chat DR - um casal perfeito, 2009-2013 projeção de vídeo em duas garrafas de vinho 70 x 60 x 38 cm vídeo: de-erre, casal em crise, 3 minutos atores: Thaís e Almeida Prado e Marcus Bastos Luciana Brito Galeria Mostruário – fachada (Vila Medeiros), 2012 fotografia sobre madeira deslizando sobre trilhos fixos à parede 4 partes de 210 x 92 cm (ed. 1/3) Galeria Nara Roesler Estes trabalhos são fotografias de azulejos e pastilhas, imagens que a artista coleciona há um bom tempo. Deslocando esses materiais de revestimento de seu contexto original, Lúcia Koch evidencia a singularidade de cada elemento. Neste caso, a artista optou por montá-los em suportes semelhantes aos que encontramos nos mostruários das lojas de materiais de construção, ressaltando sua qualidade de objeto. foto: Everton Ballardin LUIZ HERMANO LUIZ ZERBINI quem é quem é Luiz Hermano nasceu em Preaoca, no Ceará, em 1954. Cursou filosofia em Fortaleza e se iniciou nas artes de maneira autodidata. Desde 1979 vive em São Paulo. Produz pinturas, desenhos e gravuras, mas dedicase sobretudo aos trabalhos tridimensionais, em que utiliza materiais diversos, como madeira, arames de cobre, alumínio, ferro e pequenos brinquedos de plástico. Artista que trabalha em diferentes mídias, como pintura, desenho, colagem e instalação, Zerbini (São Paulo, 1959) vive e trabalha no Rio de Janeiro, para onde se mudou no início da carreira, nos anos 1980. Faz parte do grupo Chelpa Ferro, que realiza performances e instalações visuais e sonoras. o que vemos dele aqui o que vemos dele aqui Capacitores servem para armazenar energia num circuito eletrônico e fazem parte de inúmeros aparelhos que usamos todos os dias. Mas aqui eles se tornaram componentes destes singulares trançados que Luiz Hermano constrói artesanal e pacientemente. As linhas emaranhadas formam estruturas orgânicas, leves e vazadas, que parecem colônias de algum microrganismo ou, ainda, mandalas, que, afinal, são círculos mágicos de energia. Nestas colagens, o olhar construtivo de Zerbini tira partido das cores, dos elementos gráficos e do quadriculado das molduras de slides para compor diferentes padrões geométricos. Estas sobras de uma tecnologia ultrapassada ganham um novo interesse, pelos efeitos óticos criados e pelas informações escritas, relacionadas às imagens que havia nos slides, quer sejam monumentos de antigas civilizações ou álbuns de família. Geo vazado amarelo, 2010 Holyland, 2011 Civilizações, 2011 molduras de slides e fita adesiva 40 x 30 cm (cada) Galeria Fortes Vilaça Microcosmo, 2011 capacitor, resina e arame dimensões variáveis coleção do artista foto: Photographic Services, Miami Arte Basel 2011 MARCELO MOSCHETA REGINA SILVEIRA quem é quem é Marcelo Moscheta (São Paulo, 1977) vive e trabalha em Campinas, onde realizou graduação e mestrado em artes pela Unicamp. Além das exposições no Brasil e no exterior, seu currículo conta com várias premiações e residências artísticas no deserto do Atacama e na região do Ártico. Possui trabalhos em importantes coleções e museus. A trajetória de Regina Silveira (Porto Alegre, 1939) é marcada pela experimentação e pesquisa incessante, do que resulta uma produção que abarca múltiplas linguagens: obras gráficas, trabalhos precursores em vídeo, instalações, intervenções urbanas. Vivendo em São Paulo desde 1973, também foi por muitos anos professora universitária, contribuindo para a formação de vários artistas paulistas. o que vemos dele aqui Esta série tem como ponto de partida fotografias tiradas em viagens. Moscheta escolhe aquelas paisagens “monótonas” que vemos nas estradas e às quais nem damos atenção. Usando o Photoshop, ele apaga a árvore que havia na foto e, depois, a coloca de volta, desenhando no papel carbono azul. Carimbados com números e o nome do país onde foi feita a imagem, os trabalhos formam um catálogo afetivo dos lugares visitados. o que vemos dela aqui Estas marcas de derrapagem de pneu soam como metáforas de nossos repetidos percursos pela cidade, num permanente vaivém em um labirinto sem saída. Mas os rastros partem de carrinhos de brinquedo, o que nos dá a impressão de termos penetrado num mundo imaginário em miniatura. Olho, da série Derrapagem, 2005 impressão sobre papel fotográfico 121 x 242 cm (ed. 2/3) Luciana Brito Galeria da série Carbon Heritage 12.073, 2012 da série Carbon Heritage 12.074, 2012 monotipia com papel carbono sobre impressão em papel fotográfico de algodão 52 x 50 cm (cada) Galeria Leme Costura 1, 2010 adesivo 190 x 530 cm (ed. 1/3) Luciana Brito Galeria Este trabalho parte da fotografia de uma simples agulha. Ampliando-a em tamanho gigante e traçando graficamente um bordado em ponto de cruz, a artista transforma a percepção usual das coisas e lança luz sobre a relação entre os objetos materiais e sua representação visual. A referência à costura, essa atividade marcadamente feminina, surge em diversas obras da artista. ROCHELLE COSTI Foto: Joakim Blockstrom quem é Rochelle Costi (Caxias do Sul, RS, 1961) formou-se em Comunicação Social pela PUC do Rio Grande do Sul e estudou artes e fotografia em Belo Horizonte e Londres. Seus trabalhos usam como suporte a fotografia, mas extrapolam os limites dessa linguagem, dialogando com outros meios de expressão artística. Vive e trabalha em São Paulo. o que vemos dela aqui O ato de colecionar objetos está na base do trabalho desta artista. Para compor estas obras, ela recolheu copos de papel numa fábrica desativada e com eles criou uma instalação que gira como um móbile. Como uma arquivista, Rochelle agrupou os copos iguais e os enfileirou em prateleiras, tratando como exemplar raro o que tinha sido feito para consumo descartável. Assim, deu nova vida a objetos que estavam esquecidos. Stand – copos 1, 2, 3, 2011 fotografia digital em duratrans, alumínio e leds 110 x 80 x 5 cm (cada) Luciana Brito Galeria foto: Caio Caruso Quartos - São Paulo (3), 1998 c-print 177,5 x 229,5 x 5,3 cm (ed. 2/3) Luciana Brito Galeria Stand – móbile copos, 2012 papel e alumínio anodizado 200 x 50 cm (diâmetro) Luciana Brito Galeria foto: Caio Caruso A lente de Rochelle capta a intimidade do ambiente doméstico. Esta imagem faz parte de uma série de fotografias de quartos que a artista realizou na casa de paulistanos de diferentes regiões da cidade. A arrumação do quarto, os móveis, utensílios e objetos de recordação guardados nestes cômodos revelam os costumes, interesses e gostos de seus moradores, que nunca aparecem nas fotos. 1967 Linha do tempo anos 1960 1919 1914 o construtivismo explora novos materiais Os artistas vanguardistas russos defendem que a arte deve incorporar o espírito da era tecnológica moderna e utilizar os materiais usados na produção de objetos industriais, como metal, vidro e plástico. Para eles, o trabalho do artista não é mais pintar telas, mas “construir” obras no espaço real. a Bauhaus propõe a aproximação entre arte e indústria O programa desta escola de arquitetura e design, que funcionou na Alemanha de 1919 a 1933, rompe a divisão e a hierarquia entre as ditas “belas-artes” e as artes industriais. Seus alunos produzem móveis, objetos utilitários, tecidos e cartazes com formas simples e poucos elementos, que fazem com que a arte alcance um número maior de pessoas. a arte pop ironiza a sociedade de consumo Artistas como Andy Warhol se apropriam de objetos, embalagens de produtos e imagens dos meios de comunicação de massa em trabalhos que contestam as convenções da arte e exploram a linguagem visual da propaganda moderna, usando cores fortes, formas simplificadas e repetições. Várias obras incorporam os objetos da vida cotidiana em colagens e instalações. 1970 1973 a ousadia das colagens cubistas Picasso e George Braque usam recortes de jornal, papel de parede, pedaços de madeira, corda e outros objetos em suas pinturas, criando a técnica que ficou conhecida como papier collé (em francês, “papel colado”), logo adotada também pelos futuristas e surrealistas. 1984 Marcel Duchamp faz o primeiro ready-made Num gesto revolucionário e provocador, o artista francês transforma em obra de arte uma roda de bicicleta montada em cima de um banquinho de cozinha. Para Duchamp, uma das figuras mais influentes da arte do século XX, qualquer objeto do cotidiano pode ganhar o status de arte. Basta o artista retirá-lo de seu lugar de origem e declará-lo como tal. anos 1980 – hoje 1913 Um pouco de história sobre os objetos cotidianos na arte moderna e contemporânea Hélio Oiticica mostra Tropicália na exposição Nova Objetividade Brasileira, no MAM do Rio de Janeiro As experimentações artísticas do período extrapolam os suportes tradicionais (como pintura e escultura), criando ambientes e objetos. Tropicália é uma espécie de labirinto que faz referência à arquitetura das favelas cariocas e mistura diferentes sons e materiais, como plantas, areia, araras e um aparelho de TV. Cildo Meireles põe em circulação suas Inserções em circuitos ideológicos O artista, que é um dos principais nomes da arte brasileira hoje, constantemente utiliza ou interfere em objetos comuns, gerando obras que trazem questionamentos políticos e filosóficos. Muitas vezes ele usa uma grande quantidade de um mesmo material: relógios, réguas, metros, talco, cacos de vidro, rádios, etc. Em algumas séries de trabalhos, Meireles imprimiu frases de protesto político em notas de dinheiro e garrafas de Coca-Cola e as colocou de volta para circular. Donald Judd começa a instalar suas obras na pequena cidade de Mafra, Texas Edifícios que tinham sido bancos, hotéis e até uma base militar americana aos poucos convertem-se em estúdio do artista e espaços de exposição para os trabalhos dele e de outros minimalistas, como Dan Flavin e Carl Andre. Desde os anos 1960 esses artistas usavam processos e materiais industriais, como ferro, aço, alumínio, tijolos, laminado de madeira, lâmpadas fluorescentes, buscando envolver o espectador com um objeto real. O grande desfile, de Nelson Leirner, é exposto no Rio e em São Paulo A instalação é composta por uma infinidade de objetos ordenados em fila: esculturas populares de sereias, São Jorge, frades, elefantes, zebras, sacis-pererês, Brancas de Neve, anõezinhos, carros de combate, lagartixas, sapos e muitos outros seres. Desde a década de 1960, Leirner faz uma arte que retira do cotidiano objetos fabricados industrialmente, deslocando-os de sua função e atribuindo-lhes novo significado. apropriações e instalações constituem uma das principais vertentes da arte contemporânea Inúmeros artistas recolhem, colecionam, justapõem, interferem e montam objetos prosaicos e imagens extraídas do cotidiano para formar outros objetos ou instalações, em trabalhos que exploram da sensualidade à morbidez, da intimidade ao consumo de massa, da banalidade a inquietações existenciais, da delicadeza à ironia. Presidente Marcial Portela Diretor Executivo de Comunicação Corporativa, Relações Institucionais e Sustentabilidade Marcos Madureira Superintendente de Eventos, Patrocínios e Iniciativas Culturais Marisa Monteiro Coordenadora do Acervo Cultural Elly de Vries o cotidiano na arte de 06 de março a 28 de julho de 2013 Sala de Arte Santander Av. Juscelino Kubitschek, 2235 – Térreo Vila Olímpia – São Paulo Horário de visitação de segunda à sexta, das 8h às 19h Curadoria Rejane Cintrão Textos Joana Tuttoilmondo Projeto Expográfico Felipe Tassara Conheça também a Coleção Santander visitando a reserva técnica à Rua Álvares Penteado, 160 – Centro – São Paulo Agende sua visita: [email protected] telefone: 11 2196.3750