VI Encontro Nacional - MGM - Misnistérios Cristãos Grão de Mostrada

Transcrição

VI Encontro Nacional - MGM - Misnistérios Cristãos Grão de Mostrada
VI ENCONTRO NACIONAL - 1999
Ministério Grão de Mostarda
A IGREJA BASEADA EM CÉLULAS - BASE BÍBLICA
Por Pr. Iran Bernardes da Costa e Neuza Costa
Sistema Bíblico da Igreja e Ministério
Já temos lido inúmeras vezes no Novo Testamento acerca da intenção de Deus em
projetar, fundar e equipar a Igreja para o desempenho do seu serviço. Mesmo assim nós não
entendemos claramente o que a Palavra diz sobre o assunto e pensamos que a tarefa do
ministério está reservada a uns poucos superdotados membros da Igreja, chamados
genericamente de pastores. Esquecemos que todo o povo de Deus está incluído na grande
missão de fazer discípulos de todas as nações. Todos os que já receberam algum dos
ministérios específicos, como apóstolos, profetas, evangelistas, pastores ou mestres; bem
como aqueles que ainda estão iniciando a sua carreira no serviço do Senhor, os Santos,
todos os membros da Igreja estão comissionados ao serviço da Casa de Deus.
E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos Santos
para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos
cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita
varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Efésios 4:11-13).
A intenção de Deus é o equipamento de todos os Santos para o desempenho dos
serviços do Corpo, sua Igreja.
O Ministério da Igreja Primitiva
Bem no início, mesmo antes do Pentecostes, Jesus comissionou seus onze
discípulos e os enviou a proclamar as boas-novas a todo o mundo e a fazer discípulos de
todas as nações (Mateus 28: 16 – 20).
Em Atos 1:8 temos a promessa do derramamento do Espírito Santo, “Mas recebereis
poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em
Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. Quando essa
promessa se cumpriu, no dia de Pentecostes, todos os 120 discípulos que ali estavam
receberam o poder do Espírito Santo e se puseram no serviço do Senhor Jesus.
Em Atos 2:46 temos o relato que mostra os discípulos testemunhando do Senhor, no
templo e de casa em casa. Quando lemos a história da Igreja Primitiva em Atos, nós temos
de concluir que os resultados tão satisfatórios da proclamação dos discípulos eram frutos de
um sistema de valor, conforme o Novo Testamento. O sistema de valor determina os
resultados.
Quais são os objetivos da Célula?
1
a) Produtividade: Deus nos criou com uma identidade e um destino. A identidade
fala sobre quem somos – seus filhos em Cristo. O destino fala do propósito da nossa vida –
prosperar em nossa missão com Cristo, e isto é frutificação e reprodução de nós mesmos
nas outras pessoas. Para maior clareza de nossa identidade e melhor cumprimento do nosso
destino é importante que descubramos o nosso dom do Espírito. Precisamos exercer
aquelas virtudes do Espírito Santo que Deus concedeu a cada um de nós. No ministério
onde temos uma forte convicção do sacerdócio Universal, em que todos são ministros, os
dons são exercidos no ambiente familiar, sendo a graça da hospitalidade e do servir dons
dos mais importantes. Outros dons sejam eles mais ou menos carismáticos, são muito
importantes para que a célula alcance seus alvos.
b) Oração: Além de resultados numéricos e de transformação de vidas, a célula tem
como propósito auxiliar seus membros a desenvolverem uma vida de oração. Oração é o
meio de fazer a aproximação com Deus. A vida de oração de uma célula deve incluir ação de
graça pelas vitórias alcançadas, tais como curas, anulação de sofismas e destruição de
fortalezas; intercessões uns pelos outros; batalha espiritual; adoração e louvor; intercessão
pelo oikós de cada um e pelas células novas e seus líderes, intercessão pelas lideranças do
M. G. M. em nível nacional; busca do batismo com o Espírito Santo até que todos o tenham
recebido.
c) Companheirismo: A célula tem o propósito de funcionar em companheirismo e
exercer o poder do acordo e do sinergismo. Trabalhar em grupo, como um corpo, libera um
tremendo poder que é capaz de realizar obras extraordinárias para Deus.
d) Influência: Qual tem sido a nossa influência na nossa vizinhança, no nosso Oikós?
“Nossa vocação é nossa locação”. Somos comissionados a atuar onde estamos; agora se
aproxime de seus amigos e colegas; entre no seu “barco”; descubra e satisfaça as
necessidades deles; evangelize-os; faça deles discípulos; traga-os para seu convívio e sua
célula; batize-os; discipule-os pelo resto de sua vida.
COMO LIDAR COM OS PROBLEMAS EMERGENTES
NO MINISTÉRIO DE CÉLULAS
Por Pr. Iran Bernardes da Costa
Diagnóstico de uma célula em estado terminal
Como podemos identificar uma célula que está morrendo? Algumas evidências
podem ser notadas, como por exemplo:
a) Falta de crescimento. A célula é um organismo vivo e sua característica vital é o
crescimento natural. Se a célula pára de crescer, logo começa a diminuir. O crescimento
numérico da célula é imprescindível, até que ela atinja seu tamanho ideal e máximo. A partir
desse ponto, seu crescimento será sempre qualitativo e reprodutivo, através do processo de
multiplicação. Excepcionalmente, em caso de desfalques acentuados da célula, ela poderá
recompor seu tamanho numérico, adicionando novos membros. O crescimento da célula é
vital. É como andar de bicicleta: ou anda, ou cai. Ficar equilibrando indefinidamente não é
possível.
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b) Desânimo da liderança. Outra evidência de uma célula morrendo é quando seu
líder está desanimado e quer desistir. Uma célula enferma assim é muito desgastante e não
há líder que suporte. Quando há vitalidade na célula o seu líder, por mais que trabalhe, não
se sente cansado, pois ninguém se cansa de ter vitórias. Nunca vi um líder reclamar por
estar batizando gente demais. Quando a célula mostra sinais de necrose geral, providências
urgentes e radicais serão tomadas.
c) Falta de visão de crescimento. Outra evidência de uma célula morta é a falta de
visão de crescimento dos membros. Ninguém faz nada para trazer novos membros; ninguém
cogita do seu Oikós; ninguém leva em conta a célula ágape. Falta motivação e visão.
d) Falta de vida e entusiasmo. Falta de vida e entusiasmo no grupo é outra marca
de uma célula que está se acabando. Não há interesse por atividades extra-células; seus
membros vão à celebração arrastados; tudo é pesado. A ceia do Senhor é negligenciada na
célula e no lar dos membros; não há oração, tudo é árido e desértico.
e) A inconsistência. A inconsistência é outro sinal de morte na célula. Inconstância,
irregularidade, mobilidade e flexibilidade excessivas são expedientes mortíferos para a
célula.
f) Desânimo dos membros. Lentidão, demora, procrastinação nas respostas aos
pedidos, sugestões e solicitações são evidências de uma célula que está morrendo.
Inscrições de última hora para eventos, como seminários, encontros; preenchimento e
devolução de cadastro de membros, por exemplo.
g) Reclamações e Murmurações. A célula onde há reclamações e murmurações
está dando sinais de morte. Ciúmes, invejas, disputas por outras obras da carne que trazem
destruição à célula. Espíritos de rebelião, insubmissão e questionamentos são setas
malignas com o fim de matar a célula. É bom que o supervisor conheça o estado de suas
células e tome as providências cabíveis em tempo.
Avaliação de uma célula
A seguir apresentamos alguns itens importantes para o supervisor e o líder fazerem
uma avaliação do aproveitamento da célula.
Novos membros e batismos
Crescimento espiritual e ministerial dos membros;
Membros de destaque – aqueles “Pedro, Tiago e João”;
Membros cuidadosos e diligentes;
Visitantes regulares; pré cristãos na célula;
Saúde espiritual e desempenho ministerial do líder;
Cuidados especiais na vida emocional do líder
Ressentimento, falta de perdão, amargura. O líder, de todo e qualquer nível,
precisa guardar-se e proteger-se do veneno do ressentimento, da falta de perdão e da
amargura. Perdoar-se a si mesmo é o primeiro passo para perdoar aos outros. Declarar o
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perdão aos outros independentemente do desejo de fazê-lo é obediência; após isto, vem o
conforto. Amargura é uma antiga falta de perdão. Precisamos pedir ao Espírito Santo que
nos sonde.
Auto-piedade. Às vezes o cansaço, a sobrecarga, as falhas, a pouca recompensa e
a falta de reconhecimento pode nos trazer um sentimento de “tadinho-de-mim”. Como
líderes maduros devemos lembrar que somos servos do Senhor Jesus, e é para o seu reino
que estamos trabalhando. Mais cedo ou mais tarde a recompensa virá e o reconhecimento
será notório... “e não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não
desfalecemos” (Gálatas 6:9).
Rejeição. Você já se sentiu, ou já foi realmente rejeitado? Descaso, desprezo,
oposição, resistência, preterimento e atalhos são formas de rejeição. Nós, como líderes,
certamente já passamos por isso. É muito desagradável, mas o Senhor nos assiste e nos
sustenta, de tal modo que possamos, não só suportar, mas também superar tudo sem reagir
com o mesmo espírito. Rejeição pode gerar rejeição. (Veja Números 12: 1-16; 14: 1-19).
Insegurança. A insegurança pode produzir no líder um sentimento de ameaça. Teme
que sua autoridade e prestígio sejam violados. Teme que sua posição venha a ser
suplantada. Teme que os líderes sob seus cuidados “cheguem primeiro”, “Eu que vou
contar!” Teme que os outros cresçam demais. Fica abatido quando é resistido. Teme quando
os seus liderados trazem alguma coisa nova. Como verdadeiros líderes, precisamos dominar
esses sentimentos. Precisamos estar seguros. Procurar crescer; não dar lugar a nenhuma
ameaça justa; reconhecer o crescimento de alguns; estimular o crescimento de outros,
profetizar o crescimento ilimitado das nossas ovelhas; ter como alvo que eles nos superem
em tudo. Nossa maior alegria é produzir pessoas melhores e mais capazes do que nós
mesmos. Exemplos maravilhosos podem ser vistos na vida de Moisés (Números 11:25-29) e
na vida de João Batista (João 3:30).
Correção. Você já teve uma reação negativa ao ser corrigido? Todos somos
passíveis de correção, pois todos estamos em progresso na formação de nossas habilidades
e de nosso caráter. Uma das mais importantes características de um líder é ser tratável e
corrigível. Ele não questiona. Ele pondera; e, se a correção foi indevida, inadequada ou
injusta, ele saberá absorver o impacto. Depois, com espírito doce, poderá conferir com quem
o corrigiu.
Culpa. Pode ser um sentimento apenas ou mesmo a culpa por alguma falta. Tanto
um como o outro precisa ser resolvido imediatamente. A culpa real tem como remédio o
arrependimento e o perdão: “se confessarmos os nossos pecados ele nos purificará de toda
injustiça” (1 João 1:8-9). A pseudoculpa que resulta de causas emocionais desconhecidas,
como, por exemplo, história da infância, também é resolvida pela fé no sacrifício de Jesus
Cristo.
Confusão. Confusão é uma desordem mental que conduz à perda do propósito. Às
vezes, a pessoa confusa ainda conserva noção do foco central, mas este é prejudicado pela
agregação de idéias estranhas ao seu objetivo. A confusão rouba a visão, obscurecendo-a;
apaga a consciência de tempo, distância, responsabilidade e destino.
Distração. O interesse pela vida material, prazer e conforto aumentam, desviandonos do propósito central de nossa vida. O trabalho, os estudos, os concursos e as viagens,
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embora lícitos e necessários, às vezes operam de forma a nos trazer distração no ministério.
Willian Carey disse: “Meu ofício é proclamar o Evangelho, mas para minha sobrevivência eu
conserto e fabrico sapatos”. Paulo testificou: “Porém em nada considero a vida preciosa para
mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor
Jesus para testemunhar o Evangelho da graça de Deus” (Atos 20:24).
Recomendações importantes para todos os líderes
Como líderes, em todo e qualquer nível, nossa atuação deve manifestar o propósito,
a visão e os princípios do Ministério. Para isso cada um de nós deve observar as seguintes
recomendações:
a) Exercer o ministério em equipe, e não como um controlador e centralizador.
Delegue, supervisione, peça retorno.
b) É muito importante conter o problema da célula dentro da célula. Não permita que
as reclamações, amarguras e descontentamentos passem para outras células.
Esse cuidado ajuda a manter a saúde do corpo.
c) O líder desenvolverá na célula um ambiente de confiança e privacidade para que
todos se sintam seguros no compartilhamento de suas necessidades e limitações.
d) Nunca ministre, aconselhe, visite, ou conduza no carro, estando só, pessoa do
sexo oposto. Esta é uma regra do M.G.M. que deve ser rigorosamente observada.
Este princípio não é uma antecipação de suspeita, mas uma prevenção às
tentações e evita acusações.
e) Mantenha a visão de fé e confiança, Deus é que opera seu querer, e não nós
mesmos.
f) Aplique os princípios de desarmamento dos espíritos de conflitos:
- Sendo honesto e transparente;
- Sendo imparcial;
- Servindo, ao invés de ser servido;
- Respondendo com doçura e não reagindo às resistências ou ataques;
- Reconhecendo diante de todos que você não atingiu o alvo em tudo, mas que
está em progresso. Todos nós temos nossas limitações e fraquezas.
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O PRINCÍPIO DO DISCIPULADO EM GRUPO
C – 12 (CÉLULA DE DOZE)
Por Pr. Iran Bernardes da Costa
Introdução
Baseado na tradição judaica de ter sempre em mente o número doze, Jesus escolheu
e liderou, como mentor, doze discípulos. Além desse aspecto de tradição, a escolha dos
doze levou em consideração o lado prático no relacionamento entre eles e seu mestre.
Estudos sociológicos e psicológicos têm indicado que quanto menor o grupo, mais
intensa é a interação entre os participantes; quanto maior o grupo, mais frágil e rara é a
troca de informação e mais pobre a comunhão.
Isto pode ser demonstrado através de uma simples fórmula matemática que
determina as linhas de comunicação entre os participantes de grupos. Por exemplo, se o
grupo é composto de duas pessoas, haverá entre eles duas linhas de comunicação: Eu falo
com você; você fala comigo. Se o grupo tiver quatro participantes, quantas serão as linhas
de comunicação? Serão 12.
Vejamos:
LC = Linhas de Comunicação
Fórmula:
LC = 4 X 4 – 4 => 4 X 4 = 16 – 4 = 12
Então, entre as quatro pessoas, haverão 12 L.C.
Entre oito pessoas:
LC = 8 X 8 = 64 – 8 = 56
Entre 12 pessoas:
L.C. =12 X 12 = 144 – 12 = 132
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O Princípio dos 12 nas Escrituras
•
•
O número 12, na Bíblia, sempre está ligado à multiplicação e frutificação. Exemplos:
Gênesis 17:20, 35:22, Josué 3:10-13.
Jesus multiplicou seu ministério através de seus 12 discípulos (Mateus 10:1).
Como Proceder à Multiplicação
1. Palavra Profética de encorajamento será ministrada sobre o líder, preparando-o para fazer
o mesmo com os membros de sua célula, que estarão saindo para sua nova célula, como
líder desta.
1. A palavra Profética conterá os fundamentos bíblicos do ministério e dos princípios de
submissão, comissão e reprodução (multiplicação); identidade e destino.
Preparar uma palavra profética tendo estes textos como fundamento, palavra a ser
ministrada sobre os líderes.
3. Deus criou os seres vivos com o potencial de reprodução e multiplicação.
- Gênesis 1:2b
- Gênesis 1: 28
- Jo 2:21, 23-32
- Jeremias 1:5,10
- Atos 20:20
- João 15:1 – 27 (ver versos 8:16)
- I Samuel 22:1,2; 23:15-18
- Mateus 6:32-36
- Marcos 6:7-13
- Lucas 6:37-38
- Isaías. 54:1-4
- Joel 1:3; 2:7-9, 26,27; 3:10
Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre os
espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades.
4. O nosso ministério não deve ser de consumo, mas de investimento. Através do
discipulado nós nos reproduzimos e nos multiplicamos na vida de outros. Cada um de nós é
um facilitador e equipador. Nossa visão ministerial deve ser geracional.
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Indo... Fazei Discípulos de Todas as Nações
Líder da Célula
Líder Assistente
Célula Original
Membros da Célula (Celulares)
Novas Células
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O PERFIL DO LÍDER I (Mateus 25:14-30)
Por Pr. Iran Bernardes da Costa e Neuza Costa
1. Ocupado (vs. 14 )
“...um homem que, ausentando-se do país...”
Tinha outras coisas a fazer
Pretendia continuar aumentando o seu patrimônio e sua herança.
O verdadeiro líder é alguém que tenha algo importante para fazer além do seu
ministério específico.
Achei maravilhoso o reconhecimento que Rick Warren faz dos líderes mais ocupados
do mundo. Na dedicatória do seu livro Uma Igreja Com Propósito ele diz:
“Eu dedico este livro aos pastores bivocacionais de todo o mundo; pastores que fiel e
amavelmente são ainda capazes de sustentá-los com um salário satisfatório. Vocês são os
verdadeiros heróis da fé em minha opinião. Que este livro possa encorajá-los.”
Um dos maiores líderes que tenho conhecido é um homem de ocupação. Diretor de
um grupo empresarial no ramo de produtos agrícolas; com mais de 1.000 empregados sob
suas ordens, tem atividades em diversos países. Na relação de líder e liderados, de forma
direta e indireta, são 26 mil famílias sob sua benéfica influência. É fundador e líder da
Universidade da Família.
Também aqui, no M. G. M., há daqueles que, além de trabalharem 10 horas por dia
em seus empregos, pagam para trabalhar como servos de muitos no ministério. Estes são
os nossos líderes de aço.
2. Conhece aqueles que lidera
O líder, antes de tudo, é aquele que conhece seus liderados; tem consciência muito
nítida de sua posição e exerce sua liderança com a autoridade que lhe foi concedida e com
a humildade de um servo.
3. O líder é detentor de valores e riquezas
O que cada líder aqui possui que lhe tenha sido confiado por Deus?
Família;
Trabalho;
Responsabilidade diante de Deus;
Sua identidade;
Seu destino;
Amigos;
Igreja.
4. Delega e confia
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Delegar e confiar significa encarregar, comissionar, entregar algo aos cuidados, etc.
Ao delegar e confiar seus “bens” a seus liderados, o líder reconhece que está assumindo
algum risco. Os “bens” e “valores” do líder não lhe constituem um deus; ele os possui, e não
é possuído por eles.
Alguns líderes, às vezes, são dominados pelos valores com os quais lida. São como
um menino de quatro anos que tenta conduzir, por uma corda, um enorme cachorro. O líder
não é dominado pelos valores e bens; estes são por ele dominados e confiados a outrem.
O líder, ao confiar recursos a seus liderados, espera que seus valores sejam não só
conservados ou protegidos, mas que sejam expandidos ou multiplicados.
5. Aloca recursos livremente em diferentes níveis.
Consciente de sua liderança e conhecendo seus liderados e a capacidade de cada
um, o líder aloca seus recursos em níveis desiguais e em diferentes graus de
responsabilidades.
O líder não precisa sentir-se compelido a dar a todos o mesmo tratamento. Ele
delega responsabilidades a cada um individualmente de acordo com seus padrões, levandose em conta a maturidade e a capacidade de cada um. Seu tratamento para com os
liderados é individual e personalizado.
Um bom exemplo de um líder que não cedeu à pressão é Jesus no tratamento
oferecido a Pedro e a João, na praia do lago: “Pedro perguntou a Jesus: e quanto a este?
Respondeu-lhe Jesus: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?
Quanto a ti, segue-me” (João 21:22).
6. O líder sabe o que é talento
Tradicionalmente, talento significa “habilidade natural”. Esse falso conceito tem-nos
conduzido a atitudes passivas no ministério. Muitos ficam esperanto que as habilidades
naturais se manifestem e produzam os resultados desejados. Isso não funciona. Temos que
reformular o conceito e assumir posições positivas na liderança.
Talentos são bens e valores que alguém confia à administração e cuidados de outrem
com o fim de obter lucros e aumento do seu patrimônio. Talento não é o que “o servo” já
possui, mas o que lhe é depositado em confiança.
O líder, ao delegar responsabilidade, ou ao confiar os talentos a seus liderados, será
bem claro e específico ao determinar os valores, a quantidade, os limites, o tempo, a
expectativa, etc. Não deixará em aberto as questões para não induzir seus liderados à
confusão, à obscuridade, à ambigüidade, etc. Seja claro e preciso.
7. O Líder Constrói Fidelidade
A progressão na delegação de responsabilidades é o princípio de Deus na
construção de fidelidade. O que é fidelidade? É a exata conformidade com a visão e
interesse do líder. O que recebe os talentos age em nome e pelos interesses de quem o
constituiu seu mandatário. A partir do ato de entrega o liderado, ou mandatário, passa a ser
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um depositário e administrador. Isto é uma relação de total confiança e se espera fidelidade.
À medida que o desempenho é demonstrado, cresce a confiança do líder, pois já percebeu
que a fidelidade foi demonstrada e está crescendo.
O líder delega à mesma pessoa, em escala sempre crescente, as responsabilidades.
Da primeira vez delega “dois talentos” a um servo; da Segunda vez, pode delegar muito
mais, pelo princípio da semeadura e da multiplicação.
(Vejamos o exemplo do ministério de células):
8. O líder tem visão de fé e confiança
A fidelidade do “servo” inspira o “Senhor” a fazer visão de fé e confiança para a
próxima etapa. O líder declara com segurança: “Sobre o muito te colocarei”. Isto é a
expressão de fé e confiança, pois sabe que “aquele que é fiel no pouco também será fiel no
muito”.
9. Delega conforme as habilidades individuais
O que é habilidade? Habilidade é a combinação de fidelidade e fé.
Na primeira vez o líder delega com base no conhecimento prévio que tem do seu
liderado; na segunda, com base na fidelidade.
Quanto à fé, esta é de ambos, líder e liderado.
10. Delega e sai
A razão por que o líder delega é para a maximização da sua administração, do seu
ministério. Como vimos, o líder é alguém com muita ocupação e por isso não pode fazer
tudo o que seu empreendimento demanda. O líder não pode nem precisa ser um superhomem. Ele delega e vai à luta, correndo atrás de outras responsabilidades. Ele não fica
como o jacaré vigiando os ovos.
O líder delega; logo, confia.
Seu pessoal é bem treinado, bem discipulado.
O líder não exita em comissionar e liberar seus liderados. Enquanto libera, confia.
Faz de seus liderados Filhos da Bênção. Por isso a liberação de novos líderes pode ser
comparada a um BAR BARAKAH.
O líder libera para prosperar.
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O PERFIL DO DISCÍPULO
Por Pr. Iran Bernardes da Costa
1. Tem senso de urgência
Embora sabendo que a viagem do “Senhor era longa e demorada, eles “saíram
imediatamente a negociar” (vs. 16,17). Foram à luta, pronta e imediatamente. Não ficaram
esperando até que “sentissem o mover do Espírito”. Esse tem sido o problema de muitos
chamados “crentes” - tudo o que aprenderam até agora é esperar no Espírito. “eu não estou
sentindo”, “eu não sou vocacionado”; “eu não sou pastor”; “esse não é meu talento”; “eu não
tenho esse dom”.
Indolência e procrastinação têm sido duas grandes maldições no meio do povo de
Deus.
O discípulo é aquele que “sai imediatamente a negociar”. Uma vez liberado para abrir
sua própria célula, inicia imediatamente. Começa os contatos; tem em mãos sua lista do seu
oikós; já está intercedendo; já começa ligando. Já tem uma enorme expectativa.
2. Trabalha
“Saiu imediatamente a negociar”. Entrou na bolsa de negócios; tomou conhecimento
da variação cambial; ficou sabendo qual o melhor investimento financeiro; comprou, vendeu;
comprou, vendeu; comprou, vendeu! Lucrou! Expandiu o capital! Aplicou novamente; lucrou
mais ainda!
Trabalho! Trabalho é gasto de energia, dedicação do tempo; desgaste físico e mental;
sacrifício de outras atividades; renúncia da família e de si mesmo.
Trabalho é a atividade física, mental e/ ou emocional (espiritual, inclusive) empregada
visando alcançar algum propósito proveitoso para si ou para outrem.
3. Arrisca
O mundo dos negócios é caracterizado pelas incertezas. Não há previsões
absolutamente seguras. Isto implica um grande risco para os investidores, empresários e
industriais
O líder “homem de negócios” lida com a possibilidade de perdas. Tanto pode ganhar
como pode perder. Isso requer coragem. O líder já lidou com riscos, agora requer que o
discípulo também aprenda a lidar com os riscos.
4. Opera através de princípios
“Regras, não; princípios, sim!” Regras são particulares; princípios são universais;
regras são temporárias, princípios são permanentes! Regras são culturais, princípios são
divinos!”
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Sob que princípio operaram os servos que receberam 5 e 2 talentos? Eles operaram
sob o mesmo princípio. “Do mesmo modo o que recebera dois” (vs. 17).
Em diferentes níveis de responsabilidade, mas sob o mesmo princípio – aplicação, ou
seja o princípio da semeadura. Diferentes graus de responsabilidades, mas a mesma
expectativa de lucro (colheita).
O Ministério Grão de Mostarda é a conspiração da semeadura e da colheita.
Semeamos hoje e colhemos amanhã. Plantamos uma semente e ceifamos uma enorme
colheita.
5. Alegra-se pelos frutos
Podemos imaginar o regozijo dos que multiplicaram seus talentos! Mestre! Confiasteme cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei.” Isto é expressão de alegria.
Você já tem experimentado esse tipo de alegria? A alegria da reprodução é
contagiante. A alegria do nosso líder é a nossa força. O MGM. é movido a ALEGRIA.
Neuza e eu temos experimentado esse tipo de alegria. Tanto no MGM como no MMI.
Começamos o Grão em Maio de 94; éramos uns dez “gatos pingados”; arredios, tímidos e
machucados”. Deus nos assistiu; fez sua herança se multiplicar. Em 1994 fomos nomeados
diretores do MMI para o DF; aqui não havia nada desse ministério ainda. Logo depois, com o
crescimento fomos nomeados Diretores Regionais, incluindo MG, DF, e TO. Logo depois
nomeamos os irmãos Wilson e Maria do Carmo como Diretores do DF e José Maria e Léia
para MG e ES. O que temos hoje, cinco anos depois? Mais de dois mil casais alcançados só
no DF. Alegria!
O discípulo é aquele que tem prazer em trabalhar para o seu líder.
O discípulo é aquele que se apresenta em nome do seu líder. “Eu estou aqui por ele”.
“Eu tenho prazer em estar sob a autoridade dele” “Que ele cresça e que eu diminua”.
Alegria em servir; alegria nas vitórias. Alegria pelos frutos.
Muitos aqui já ouviram a expressão: “A glória é só de Deus, mas a alegria é nossa
também.”
“Eu notei os seus excelentes resultados”.
“Você foi acima da expectativa”.
“Sua liderança tem sido um modelo para muitos”.
“Tenho aprendido muito com você; especialmente na perseverança”.
“Este casal é “cariogênico”; é açucarado”.
“Fiquei emocionado ao saber que você ia serrar a estante da sua sala, ao meio, para
dar mais espaço à célula.”
“Levar sua célula consigo para sua cidade, nas férias, foi algo impressionante”.
“Ninguém é mais fiel e obediente do que o nosso povo”.
“Não posso mais viver sem o nosso povo”.
“Você `arrebentou´ com o seu testemunho”.
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O PERFIL DO LÍDER II (Mateus 25:14-30)
Por Pr. Iran Bernardes da Costa e Neuza Costa
1. Afirma
Creio que das cinco linguagens do amor, uma é comum a todos, PALAVRA DE
AFIRMAÇÃO. O verdadeiro líder é aquele que não só vê os valores dos seus discípulos,
como também os afirma com palavras. Não basta ao líder reconhecer os valores, as
virtudes, o sucesso dos seus discípulos; o líder precisa dizê-los com todas as letras.
“Palavras de afirmação carregam o poder da vida”. Com as palavras de afirmação o líder
constrói vidas; cura feridas; restaura o ânimo; mobiliza um exército para Deus; com as
palavras o líder contagia todo o seu povo.
Você, como líder, não precisa ser “sincero” nem “franco” demais. Isso pode matar
pessoas. Não precisa se preocupar muito com as coisas que não deram tão certinho;
focalize suas vistas nas coisas boas. “Olhe os dentes do cachorro”. Fale dos dentes dele.
Vejamos:
“Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no
gozo do teu senhor”(Vs. 21 e 23).
“Fui grandemente enriquecido com sua Palavra hoje na Celebração. Você foi muito
feliz nas colocações. Excelente!”
“Você já tem 18 pessoas comprometidas na sua célula! Puxa! Que maravilha!
Aleluia!”
2. Dá perspectiva
O líder não só tem perspectiva para sua vida, como também dá perspectiva para
seus liderados. O líder projeta aos olhos dos discípulos as imagens da realidade futura em
contraste com a realidade do momento. No texto de Mateus 25 temos o exemplo:
“Foste fiel no pouco” => realidade do momento = pouco
“Sobre o muito te colocarei” = realidade futura = muito
A função mais importante de um líder é “revelar” a seus discípulos a grandeza do
futuro deles, projetando-lhes imagens das “coisas que esperam”.
“Você foi maravilhosamente bem sucedido na liderança da sua célula nos primeiros
oito meses. Agora você já está sendo sub-utilizado. Multiplique sua célula. Deus é contigo!
Você tem onze membros na célula, agora você vai liderar estes onze para que cada um
tenha sua própria célula. E, então, dentro de mais uns 8 a 10 meses serão onze células mais
a sua, doze. Ai, você estará liderando aproximadamente 122 discípulos”. Lembre-se, o
Senhor tem prazer em dizer: “Sobre o muito te colocarei”.
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3. Reafirma a identidade e o destino
Outra característica tremenda de um líder é sua ministração em favor da identidade e
do destino dos seus discípulos.
“Muito bem ,servo bom e fiel”. “Outros poderão pensar diferente, mas você é muito
importante para mim. Você foi criado exatamente para ser o que é. Deus foi muito sábio ao
tê-lo projetado e colocado em nosso empreendimento. Existem outros semelhantes, mas
você é peculiar para Deus e para nós”.
“Servo bom e fiel”. “Você realmente foi criado com uma missão e um propósito muito
especial. Há pouco tempo atrás você estava apenas iniciando uma pequena célula, olhe
hoje o que tem conseguido!” “Que bom que nós podemos contar com pessoas como você!”
Agora, uma coisa, “entra no gozo do teu Senhor”. “Querido(a), você é muito valioso(a) para
nós! Lembre-se, nós não estamos numa corrida de 100m, mas numa maratona para a vida!
Você e sua esposa, por favor, tirem uns dias para relaxar um pouquinho. Vão por aí,
descansem, divirtam-se e depois retornem. Eu amo vocês!”
4. Passa a visão do princípio da multiplicação
Deus é Deus de multiplicação; não adição. O líder que tem essa convivência com
Deus passará a mesma visão para seus discípulos. A visão de “POUCO => MUITO”.
O líder não estará contente em passar a visão de 5=>10 ou de 2=>4, mas de 30, 60,
100 por um.
5. Expectativa de multiplicação
A expressão do servo mau “Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde
não semeaste e ajuntas onde não espalhaste”... nos sugere algo interessante:
A impressão que muitos têm do líder é que ele faz muito pouco ou quase nada. Que
não plantou e quer colher; que não espalhou e quer ajuntar. Em outras
palavras, o líder parece ser alguém que quer fazer grandes realizações pelo trabalho
de outros.
O raciocínio acima está certo. É o princípio da multiplicação e maximização de
recursos. É verdade que em muitos casos o líder não “semeou” nem “espalhou” e está
colhendo. Não semeou nem espalhou pessoalmente, mas através de alguém discipulado por
ele, direta ou indiretamente.
O ministério, de acordo com Paulo aos Efésios, existe exatamente para isso, para
treinar os discípulos para que façam os serviços do ministério.
6. Requer crescimento
Crescimento não acontece sem que seja cogitado, planejado e requerido. Nesta
parábola vemos que o Senhor queria e requeria crescimento do seu patrimônio. Isso nós
concluímos da expressão:
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“Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância”.
Muitos no corpo de Cristo pensam que crescimento, desenvolvimento e progresso
são coisas pouco importantes e opcionais. Nunca! Somos requeridos, exigidos a crescer.
Muitos só cresceram até certo nível, até atingirem uma zona de conforto. Quando começam
a tocar a zona de “crise”, se retraem e param o processo de crescimento.
AS MARCAS DE UM LÍDER
Por Pr. Iran Bernardes da Costa
1. Iniciativa
O que é iniciativa? É a habilidade de descobrir o que deve ser feito e fazê-lo antes
que seja solicitado que o faça.
O líder é aquele que coloca as idéias em ação, transformando-as em realidades.
Realizar tarefas extracurriculares é um exemplo de realizações de um líder. Como exemplo,
posso lembrar um líder chamado Elton. Ele me procurou e consultou sobre a conveniência
de os líderes de células fazerem uma lista de nomes de pré-cristãos que conhecem e que
moram em outra cidade, e que essas listas de nomes fossem trocadas entre os líderes.
Esta é uma tarefa extra, e a atitude do Elton o denuncia como verdadeiro líder.
Iniciativa implica riscos. O líder está sempre arriscando. Sabendo disso, o líder é
também cauteloso e vigilante. O líder, mesmo sabendo dos riscos, toma decisões.
Aos pioneiros pertence o mérito, mesmo que seus sucessores os superem.
Entretanto, o mais importante quanto à iniciativa do líder é que ele comece bem e termine
bem.
Ficar “desligado” é o oposto de iniciativa. Os desligados se justificam dizendo: “esta
não é minha área de atuação! Isto não é minha responsabilidade!” O líder que tem o senso
da iniciativa é aquele que está de pé, quando todo mundo está sentado. O líder com
iniciativa é aquele que está de olhos abertos, enquanto todo mundo está dormindo. Exemplo
de Neemias:
Cheguei a Jerusalém, onde estive três dias. Então à noite me levantei, e uns poucos
homens comigo; não declarei a ninguém o que o meu Deus me pusera no coração para eu
fazer em Jerusalém. Não havia comigo animal algum, senão o que eu montava. De noite saí
pela porta do vale... (Neemias 2:11-20).
Tomar iniciativa é, portanto, ver as necessidades, tomar para si a responsabilidade;
escolher a melhor forma de supri-la; supri-la a tempo e hora; obter o sucesso; transferir, na
hora, a glória para o dono dela; a glória é pesada demais para nós, não podemos suportá-la;
é quente demais, e certamente nos queimará. “O orgulho sempre vem antes da queda”.
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“Põe a mão na massa” no mesmo dia que toma conhecimento do problema”.
“Começa para terminar, termina para vencer”.
2. Entusiasmo
O que é entusiasmo? Esta palavra vem de duas palavras gregas (En e θeos), En =>
in (dentro) e Theos => Deus.
Significa literalmente “Deus está dentro” e tem o sentido de ser cheio de Deus; cheio
da força e da vibração de Deus. O entusiasmo é uma tremenda força divina capaz de
conduzir a pessoa a utilizar o máximo de seu potencial. O entusiasmo depende de dois
fatores importantes, a saber a atuação de Deus na vida da pessoa e a disposição desta. É
uma decisão, é tomada de posição para alcançar o máximo para Deus. O líder cheio de
Deus – entusiasmado – vê todas as situações com visão de fé e confiança ao invés de
desconfiança. O entusiasmo é a combinação da “alavanca” e do “ponto de apoio” - é capaz
de mover o mundo para Deus. Toda a grandeza dos gênios vê pelo entusiasmo. O líder
entusiasmado é aquele que fornece energia e não apenas consome.
3. Transparência
Transparência é a propriedade de se permitir que a luz atravesse nossa vida como se
fosse um vidro claro e limpo. É abertura sincera (sem cera); genuinidade; aquilo que parece
ser e é aquilo mesmo; a aparência conforma-se com a realidade. Erasmo disse: “Não aja
como um sírio, a menos que seja um sírio”.
A transparência não “representa”, como ator; mas apresenta como a própria pessoa.
4. Flexibilidade
Flexibilidade não é complacência. Complacência é conformar-se ao inconveniente;
flexibilidade é adaptação, às situações imprevisíveis e inevitáveis, com a habilidade de tirar o
máximo proveito.
Ser flexível é ser obediente às novas instruções, ainda que as formas antigas nos
pareçam melhores e mais favoráveis. Flexível é aquele que pode se dobrar sem se quebrar;
aceita mudanças quando essas aparecem. Não oferece resistência. O espírito do líder
flexível é um espírito doce.
Flexibilidade é a capacidade de se ajustar às novas situações. Isto, às vezes, implica
mudanças profundas. Flexibilidade está diretamente ligada a mudança.
Vejamos algumas características de mudanças:
Mudança implica reavaliar o passado e redefinir o futuro;
Mudança pode trazer medo, preocupação e insegurança;
Mudança requer espírito ensinável;
Mudança ocorre quando temos um espírito criativo;
Mudança traz crescimento e crescimento exige mudança;
Mudança é exigida por novas oportunidades;
Mudança e progresso são inseparáveis, uma causa o outro.
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Cuidado com a Inflexibilidade!
Resistência é uma característica do líder inflexível;
Reclamações estão sempre presentes nas atitudes, nas palavras e ações do líder
inflexível;
Inflexibilidade conduz ao desperdício de energia por causa da preocupação
excessiva;
Inflexibilidade é a marca do perfeccionista.
Inflexibilidade pode “fechar a porta” para muitas pessoas que estão, no momento,
com outra compreensão que não é a do líder.
Os medrosos e inseguros sempre são inflexíveis e recusam as mudanças. (Ilustração
da “Maria Fumaça” do Presidente);
O inflexível torna-se “calejado” e resistente a todo tipo de mudança; perde a
sensibilidade às necessidades próprias e às dos outros, de mudar e progredir.
PRINCÍPIOS DE LIDERANÇA
Por Pr. Iran Bernardes da Costa
1. Habilidade
Sucesso pessoal e eficácia nas atividades humanas são dois conceitos que nem
sempre se harmonizam e se completam. Um não é sinônimo do outro. Sucesso sem
habilidade de liderança é como uma casa construída sobre a areia. Sua duração é
passageira e seus frutos duvidosos. Não há como garantir uma continuidade dos resultados.
Sucesso não garante que há liderança; liderança com habilidade traz sucesso.
Temos visto através dos anos, na própria experiência, e na de muitos outros, que
talentos, esperteza, inteligência, estratégias e métodos só podem atingir até certo ponto.
Depois, vem a frustração. Isso acontece por causa da limitação da habilidade de liderança.
Quando isso ocorre, o líder começa a operar no vermelho. O líder fica “queimado”; e para
encobrir o desastre, começa a criar formas artificiais de manutenção do “sucesso” até então
alcançado. Quando uma forma se desgasta pela falta de eficácia, cria-se outra; e assim se
perpetua uma ilusória realidade. O ministério passa a viver de fantasia.
A verdadeira liderança é testificada por seus efeitos multiplicadores, e não pelo
esforço de se adicionar mais uma atividade ou mais uma novidade ou nova atração.
A habilidade de liderança determina o nível de efetividade da pessoa que lidera.
2. Influência
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Em nossa experiência no ministério convencional, tudo que tentávamos realizar era
baseado nos chamados “cargos” , ou posições. Presbíteros, Diáconos, Superintendentes
disso e daquilo, Presidente, etc. Eram cargos eletivos mediante voto democrático. Como é
óbvio, não funcionava. Só tragédia, frustração e desgaste. “O rabo queria balançar o
cachorro”. Tudo ficou claro para nós agora. Não é o cargo que faz o líder; o líder faz o cargo.
Tanto a liderança como o cargo vem de uma virtude ou dom que a pessoa está pondo em
prática. Em termos genéricos, essa virtude pode ser definida como influência. Influência não
pode ser artificial, imposta, votada, democratizada; influência é a manifestação da vida do
Espírito no ministério da pessoa.
A verdadeira dimensão da liderança é a influência que tem a pessoa – nem mais nem
menos – (Mike e Marilyn).
3. Processo
Habilidade de liderança não vem de um dia para outro. É um processo. Liderança é
uma capacidade adquirida e construída sobre um fundamento psicológico preexistente,
estabelecido por Deus na vida da pessoa. Uma das condições essenciais para se tornar um
líder hábil e eficaz é ser tratável e ensinável. Todo aquele que se disponibiliza como pessoa
ensinável, não importa seu nível acadêmico ou status social, sempre aprimorará sua
habilidade de liderança. Disciplina, consistência e constância formam uma base muito
importante no aperfeiçoamento da habilidade de liderança.
A doutrina da “vocação sacerdotal” diz que alguns são chamados para serem líderes;
mas nós temos uma notícia melhor: se você deseja ser um líder eficaz, você pode. Basta
aceitar o mandamento do Senhor, ser disciplinado, consistente e constante e ensinável, e
você será um excelente líder.
4. Navegação
“Qualquer pessoa pode navegar um navio, mas é necessário um líder que lhe indique
a rota”. Um líder é aquele que vê mais do que as outras pessoas; vê além do que os outros
vêem; e vê antes que os outros vejam.
O líder faz, da própria experiência, um livro. Tira lições dos sucessos e dos fracassos.
O líder tem visão de fé e confiança; sabe que pode, pela graça de Deus, conduzir seu
povo até o seu destino.
5. Terra Firme
A verdade é o fundamento de qualquer liderança. Mesmo quando custar caro, a
verdade deve estar sempre sustentando nossa liderança. De fato a verdade, em certos
momentos, pode implicar sacrifício, mas depois vem o seu fruto de justiça e paz. Contudo,
não podemos nos valer da verdade para manifestar justiça própria e rigorismos.
Três valores andam sempre juntos: caráter, credibilidade e liderança. O caráter
produz credibilidade; a credibilidade produz liderança; liderança produz ministério bem
sucedido.
A confiança no líder é a chave.
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6. Respeitabilidade
“Respeito é uma estima especial ou consideração que uma pessoa tem por outra; é o
estado ou qualidade de ser amado em alta apreciação.” As pessoas são atraídas por
aqueles que são melhores líderes do que eles mesmos. Quanto mais habilidade de liderança
tiver o líder, tanto mais prontamente e nitidamente ele reconhecerá a liderança dos outros
líderes (ou a falta de liderança).
Será que as pessoas gostam de seguir líderes mais fracos do que elas mesmas?
7. Intuição
As pessoas lideradas precisam de propósitos e alvos bem definidos, e
suficientemente grandes para que possam se sentir desafiadas. Assim, o líder precisa de
intuição para conceber tais propósitos e alvos e, adequadamente, colocá-los diante do povo.
O líder que almeja ser bem sucedido precisa aprender a maximizar todos os recursos
disponíveis - sejam humanos, físicos, financeiros, tecnológicos ou espirituais - para o
benefício do ministério, e avanço do Reino de Deus.
A intuição do líder também é necessária no reconhecimento de que os princípios de
liderança são constantes, mas a sua aplicação varia de líder para líder e de situação para
situação.
8. Magnetismo
Aqueles que você pretende liderar não serão o que você deseja, mas o que você é.
O povo é formado por uma variedade imensa de personalidades, hábitos, gostos,
culturas em geral. Entretanto, todos buscam o ponto comum na vida de seu líder. Há um
magnetismo que atrai as pessoas para serem não o que o líder gostaria que fossem, mas
para serem como ele é.
O líder, por si mesmo, não pode levar as pessoas acima do que ele mesmo já
conquistou. Contudo, há daqueles liderados que têm a graça de superar seus próprios
líderes. Isto não deve constituir uma ameaça para o líder, mas uma imensa alegria por ver
seus filhos crescendo até além de si mesmos. O alvo do líder é que seus liderados o
superem. O próprio Senhor Jesus direcionou sua liderança para que seus discípulos o
superassem. “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também
as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai” (João 14: 12).
Quanto melhor o líder, tanto melhores serão os líderes que ele atrairá. Aquilo que
você é você atrairá.
9. Contato
“O líder primeiro ganha o coração; depois as mãos”.
O que importa para as pessoas não é tanto o grau de conhecimento do líder, mas o
quanto ele se preocupa com elas. Não é o saber, mas o sentir; não é informação, mas
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comunhão. As maiores indagações das pessoas estão na alma, não no intelecto. Responda
a essas perguntas e elas estarão satisfeitas.
As pessoas não se importam com o que o líder sabe até que saibam o quanto ele se
importa com elas.
O Ministério Grão de Mostarda tem a seguinte visão: “Construir relacionamentos com
Jesus, uns com os outros, de casa em casa, de cidade em cidade, de nação em nação”.
Nunca podemos subestimar o valor da construção de relacionamentos com as
pessoas antes que lhes solicitemos coisa alguma.
Sempre cumpre ao líder iniciar o processo da construção de relacionamento.
10. Pedro, Tiago e João
O maior testemunho da eficácia de um líder é a presença dos íntimos “Pedro, Tiago e
João”, no seu ministério.
Este princípio é chamado de “circulo íntimo” e é uma tremenda fonte de valor para
benefício do ministério. Do círculo íntimo, fluem valores tais como:
Valor Potencial – Os íntimos do líder sempre são aqueles que “têm cuidado de si
mesmos”. Passam para a “terceira estação” rapidamente.
Valor Pessoal – Os íntimos do líder estão sempre lhe suprindo apoio moral;
confortando com palavras de afirmação, e, o sustentam com intercessão; eles sempre
honram seu líder, o ministério em geral e a célula;
Valor da Produção – Os íntimos sempre procuram sustentar, confortar e abençoar
outros, trazendo-os para o relacionamento da célula, aumentando-a em número,
contribuindo para a sua multiplicação;
Valor da Comprovação – Os íntimos do líder são comprovados pelos seus frutos.
Eles fazem discípulos que fazem discípulos...
11. Poder delegado
A maioria dos líderes, especialmente nos ministérios convencionais, não se sente à
vontade para delegar poder e prerrogativas a seus liderados. Somente líderes seguros
delegam. A centralização de poder tem sido uma das principais causas da falta de progresso
da Igreja.
Somente líderes seguros compartilham as prerrogativas e responsabilidades do
ministério.
O líder que for hábil ao delegar poderes a outros, e capaz de ajudá-los a tomar conta
do seu trabalho, se tornará muito valioso ao ministério ao ponto de vir a ser considerado
indispensável.
12. Reprodução
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“Líder gera líder”.
Estudiosos e observadores têm concluído que mais de 75% do líderes chegaram à
liderança através da mentorização de um líder-paradígma.
Líderes gerando líderes é o plano de Deus - é o que Paulo fez e ensinou (2 Timóteo
2:2 ).
Ser um mentor de liderança deve ser a prioridade número um do ministério do líder.
13. Aceitação
As pessoas primeiro aceitam o líder, só então pegam a visão dele. O líder sonha
primeiro; depois, o povo.
É muito importante ter em mente que o povo segue líderes dignos, os quais
promovem causas dignas. O sucesso de um líder é demonstrado por sua habilidade de
conduzir o povo aonde o povo precisa ir; e não aonde o povo quer ir.
14. Vitória
“O líder sempre arranja uma maneira para que seu povo seja vitorioso”.
Líderes vitoriosos compartilham a vitória com seu povo. Quando vem a pressão, os
grandes líderes têm o seu melhor desempenho.
O ministério é como um esporte coletivo (futebol). O “time” só ganha quando os
atletas têm uma visão única; não importa que talento tenha cada um. A vitória é de todos;
nunca de um só. Nosso ministério é solidário.
15. Prioridades
“Ativismo não é sinônimo de realização”.
Quem faz a agenda do líder? Como ela é motivada? A sua elaboração é como o líder
executa? Isto tem tudo a ver com a qualidade do seu ministério e com os resultados obtidos;
e especialmente com o grau de realização.
É preciso discernimento e sensibilidade na hora de fazer nossa agenda. Para uma
Igreja convencional, a motivação da agenda é a sua “programação” semanal e eventual.
Tudo gira em torno da instituição. Já um ministério baseado em células tem sua atenção
voltada para valores - não institucionais, mas, sobretudo, psicológicos -, visando satisfazer
as necessidades das pessoas.
Nossa agenda deve ser feita numa ordem decrescente de prioridades em termos de
valor e importância. Se o líder der a devida atenção aos dois primeiros itens numa lista de
dez, tratando-os com sabedoria, os oito restantes serão também cumpridos, e com muito
maior facilidade e sucesso.
Durante nossos primeiros anos no Ministério Grão de Mostarda descobrimos que o
maior potencial de um ministério está com as pessoas. Esse potencial estará adormecido e
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não poderá ser transformado em força enquanto o líder não o mobilizar. Focalizar nossa
atuação e concentrar nosso esforço nesse potencial é a chave para maximização dos
resultados.
Quando o líder intensifica seu foco nas prioridades, ele pode reduzir o número de
atividades no seu ministério.
16. Sacrifício
“Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete
a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o Evangelho
da graça de Deus” (Atos 20:24).
No momento em que nos tornamos discípulos de Jesus, e conseqüentemente,
líderes, perdemos todos os nossos direitos. Transferimo-los para o Senhor. Não podemos
mais pensar em nós mesmos como um fim. Passamos a pensar em nós como meios, ou
veículos de transmitir a graça de Deus. Isto é sacrifício.
Sacrifício é uma experiência real e contínua em nossa vida. Não é algo que você
“paga à vista”. O sacrifício é “pago em longas e suaves prestações”.
O líder que não conhece sacrifício não conhecerá sucesso.
17. Tempo e ação
Toda ação correta precisa ser praticada no tempo correto. Isso acontecendo, o
sucesso é quase inevitável.
Ação errada em tempo errado resulta em fracasso;
Ação correta em tempo errado é desperdício e cria resistência;
Ação errada em tempo certo é engano;
Ação correta em tempo correto é sucesso.
18. Multiplicação
Se o líder trabalha apenas para adicionar mais um membro à sua célula ou ao
ministério, ele só poderá contar com os “eternos” membros espectadores;
Se o líder desenvolver e capacitar seus membros, ele terá líderes;
Se o líder desenvolver e capacitar seus líderes, ele terá líderes de líderes, e assim
construirá um ministério de níveis em escala ascendente.
Esse processo é a implementação do princípio de multiplicação.
19. Manum Datum
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É um acordo (acordo, de coração) feito entre duas pessoas em que uma, como
mandante, confere poderes a outra (mandatário), para esta atuar em nome e pelos
interesses daquela. É um MANDATO, palavra derivada do latim MANUM DATUM, que
significa de mãos dadas, o que expressa o gesto em que as partes, em aperto de mãos,
selam o acordo.
O líder é um mandatário do Senhor Jesus. Age em nome dEle e busca os interesses
dEle. Esse pacto vai além de um mero contrato; é uma aliança.
O objeto desse mandato é a proclamação e o discipulado, em preparação para a
volta do mandante, o Senhor Jesus.
Exemplo de mandatário fiel é encontrado na vida de João Batista, como registrado
em João 1:19-27.
20. Sucessão
A reprodução de si mesmo em outros que possam fazer o mesmo que ele fez, e,
ainda com mais perfeição e eficácia, é a melhor forma de se avaliar o trabalho de um líder.
Isto inclui a lei da sucessão; ou seja, o verdadeiro líder é aquele que, cedo, já antevê,
prepara e dispõe para que outro líder dê continuidade à sua visão, preservando os padrões
e princípios anteriormente estabelecidos.
O líder vem e passa; suas idéias e valores se perpetuam através da sucessão.
O verdadeiro líder é como “árvore frutífera que dá fruto segundo a sua espécie, cuja
semente esteja nele”.
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