Detectando um surto
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Detectando um surto
Metodologia de investigação de surtos Jeremy Sobel, MD, MPH GSS Nivel I Rio de Janeiro, Brasil 2005 1 Objetivos Identificar os complicados fatores que aparecem nas investigações de surtos e utilizar metodologias apropriadas Aprofundar o conhecimento dos passos na invesigação de um surto 2 Detectando um surto Cenário Tradicional Casos agrupados em tempo e espaço Alimento ou evento comum Resulta de um erro na manipulação do alimento Cenário novo Parecem ser casos isolados, dispersos Alimentos largamente distribuídos Alimentos de longa vida ou prontos para consumo, que requerem pouca ou nenhuma manipulação do consumidor 3 Detectando um surto Cenário Tradicional Detectados localmente por Médico Saúde pública local Própria comunidade Depende da vigilância sindromica e de comunicação local Cenário novo Detectados pelo laboratório Sorotipo raro Sub-tipificação (fago tipagem, PFGE) Resistência Antimicrobiana Depende de vigilância baseada no laboratório e comunicação entre epidemiologista e laboratório 4 Detectando um surto Cenário Tradicional Jantar na igreja – S. aureus Pastel feito em casaSalmonella Restaurante: C. perfringens Cenário novo S. Enteritidis em ameixas no Canadá, USA S. Oranienburg em chocolates na Europa S. Montevideo em tahini na Austrália, Nova Zelândia 5 Confirmando a existência de um surto Surto: incremento na incidência de uma doença Precaução com incrementos artificiais (falsos) Aumento no conhecimento Aumento no diagnóstico Novos médicos Novas provas de laboratório Aumento na notificação Mudança na demografia populacional 6 Confirmando a existência de um surto O que acontece se não há informação em taxas anteriores ou o aumento não é claro? Nova doença: definir o síndrome Não há dados disponíveis: usar uma definição padronizada de surto, ex. >2 casos Use juízo e experiência: uma função da invesigação – desmentir a existência de surto 7 Confirmando a existência de um surto Usar outras fontes de dados Escola/trabalho (ausência) Institutos de cuidado dos idosos Creches Visitas nas salas de emergências Uso de ambulâncias Visitas aos médicos: dados de contas Dados de vendas nas farmácias 8 Surto na comunidade de E.coli O157:H7, Canadá, Maio 2000 Identificado pelo médico que atendeu duas crianças com diarréia sanguinolenta Notificados a saúde pública local A saúde pública local contatou… 9 Surtos na comunidade de E.coli O157:H7, Canadá, Maio 2000 Escolas 25 estudantes ausentes 8 foram enviados para casa com diarréia Creches 2 notificações de surtos de diarréia Salas de Emergência (SE) 120 visitas em 3 dias Transferências de Emergências 2 crianças foram enviadas ao hospital em Toronto 10 ec 28 -J a Ja n 3 n 4 J a -1 0 n 11 Ja 17 n 18 Ja -24 n 25 -3 Fe 1 b Fe 1-7 b Fe 8-1 4 b 1 Fe 5 - 2 1 b 22 -2 M 8 ar M 1-7 ar 8M 14 ar 15 M a 21 M r 22 ar 29 28 -A p Ap r 4 r5 Ap -11 r1 2 Ap -18 Ap r 1 r 2 9-2 6- 5 M ay 2 M ay M 3ay 9 1 M 0-1 ay 6 1 M 7-2 ay 3 24 -3 0 D Number of Units Sold Vendas de Remédio Anti-Diarréico, 2000, 2001 surto de Cryptosporidium relacionado a água da rede municipal, Battlefords, Canadá, 2001 140 120 100 2000 2001 80 60 40 20 0 Sales Week (2001) 11 Confirmando o diagnóstico Não e necessário confirmar no laboratório todos os casos Quais devem ser confirmados ? Casos inicias “Outliers” Casos pouco usuais (ex. diferente apresentação clínica…) Casos sem vínculo epidemiológico ao surto Quantos? Depende parcialmente da capacidade do laboratório Ajudar ao laboratório a priorizar 12 Desenvolvendo uma definição de caso Melhor usar múltiplas definições de caso Definição de caso sensível para capturar os casos (maximiza os casos verdadeiros identificados) Definição de caso específica para estudos epidemiológicos (minimiza os casos falsamente positivos) Uma definição de caso pode ser mudada? Nova doença ou uma doença com apresentação não usual na clínica Dificulta a comparação retroativa com outras definições 13 Exemplos de definições de casos para Ciclosporidiose Caso Suspeito: Desde 1 de abril de 2004, em Varsóvia, toda pessoa com fezes aquosas Caso Provável: Desde 1 de abril de 2004, em Varsóvia, toda pessoa com três ou mais episódios de fezes aquosas por dia e dor abdominal ou náusea ou febre Caso Confirmado: Desde 1 de abril de 2004, em Varsóvia, toda pessoa com confirmação laboratorial de infecção por isolamento de Cyclospora nas fezes ou por PCR nas fezes 14 Análise de dados em termos de tempo/pessoa /lugar Organizar os dados de modo que apareçam em diferentes formas, oferecendo diferentes pistas ao investigador, e iluminando diferentes aspeitos 15 Enumerar os casos Casos associados com um surto de E. coli O157:H7 numa creche Sintomas ID Nome 1 SN 2 YH 3 MB 4 KQ 5 TF 6 SJ 7 JB 8 OM 9 LM 10 BK TOTAL End. Id 4 3 5 2 1 1 6 4 2 0 Sx F F F M M M M F F F Dt Inic 14-Jun 17-Jun 16-Jun 21-Jun 17-Jun 12-Jun 21-Jun 19-Jun 23-Jun 18-Jun Tipo de caso Alguma Diarreia >2 evac diarreia sang. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 1 1 1 1 1 8 5 Crecha E.coli Suspeito 1 1 1 1 1 1 1 7 + + + + + + - Vinculo Epi Conf. Lab. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 6 16 Tempo/pessoa/lugar Pessoa Identificar padrões nas características das pessoas Idade, sexo Cultura, religião Atividades Quais estão relacionados com fatores de risco, comportamentos ou alimentos preferidos 17 Pessoa S. Paratyphi B var. Java: surto em Canadá, 1999 78% adultos 66% mulheres 18 Tempo Use curvas epidemiológicas para determinar Exposição Incubação Padrões de transmissão Para convencer! 19 Surto de Cryptosporidium associado com água da rede publica no Canadá, 2001 F ig u r e 1 8 . 6 0 5 0 C o m p a r is o n o f w a te r q u a lity d a ta w ith d is e a s e b u r d e n d a ta D a te o f o n s e t o f d ia r r h e a l illn e s s w ith in t h e B a t t le fo r d s H e a lt h S e r v ic e A r e a c o n f ir m e d c a s e s ( n = 1 1 0 ) e p id e m io lo g ic a lly lin k e d c a s e s ( n = 9 2 9 ) n o n - o u t b r e a k illn e s s e s ( n = 1 1 9 ) 4 0 Count Diarréia P D W A * S u rfa c e W a te r T r e a tm e n t P la n t M a in te n a n c e 3 0 2 0 1 0 Number of Units Sold 5/21 5/14 5/7 4/30 4/23 4/9 4/2 3/5 2/5 4/16 0 3/26 0 1 3/19 0 2 3/12 3 2/26 0 2/19 0 4 2/12 0 5 1/29 6 1/22 0 1/15 Venda de produto antidiarreicos 0 7 1/8 1/1 0 8 A n t id ia r r h e a l d r u g s a le s ( P h a r m a c y A ) 0 1 5 1 4 S C U – P e r c e n t S e t t lin g 1 3 1 2 1 1 % Settling Água: Precipitação 1 0 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1 .2 4/23 4/16 4/9 4/2 3/26 3/19 3/12 3/5 2/26 2/19 1 .1 2/12 2/5 1/29 1/22 1/15 1/8 1/1 0 1 0 .9 M a x im u m T u r b id it y A v e r a g e T u r b id ity Água: S u r fa ce W a te r T r e a t m e n t P la n t F in is h e d W a t e r T u r b id ity Turbidez Turbidity (NTU) 0 .8 0 .7 0 .6 0 .5 0 .4 0 .3 0 .2 0 .1 4/26 4/19 4/12 4/5 3/29 3/22 3/15 3/8 3/1 2/22 2/15 2/8 2/1 0 * P r e c a u tio n a r y D r in k in g W a te r A d v is o r y Health Canada 2001 D a te 20 Lugar Uso criativo de mapas: Mostrar informação Gerar hipóteses Convencer 21 Ellis and Beller 1995 22 Gerar Hipóteses As hipóteses devem ligar: fonte, agente etiológico e forma de transmissão Ex: surto causado por ameixas cruas contaminadas por Salmonella Enteritidis vendidas em lojas na região leste do Canadá • As hipóteses enfocam a investigação, poupam tempo e recursos • Devem ser específicos Devem ser testados por um estudo epidemiológico 23 Gerar Hipóteses Seja observador e persistente 24 Gerar Hipóteses Fique aberto as novas possibilidades S. Oranienburg e S. Poona em melão S. Muenchen em maconha S. Stanley em alfalfa 25 Gerar Hipóteses Cyclospora em framboesas S. Montevideo em produtos tahini E. coli O157:H7 em leite “pasteurizado” S. Agalactica de répteis 26 Desenho do questionário 1. O questionário é usado na procura de casos, na coleta de informação inicial dos casos e para gerar hipóteses 2. O questionário (ou um segundo, questionário mais amplo) é usado em estudos epidemiológicos para testar hipóteses 27 Desenho do questionário 1. Questionário usado para gerar hipóteses Pré – feito (padronizado) Lista longa e padronizada de alimentos Prático, conveniente para epidemiologistas com menos experiencia Pouco enfocado – trabalhoso, menos eficiente Não identifica o pouco usual Feito na hora, conforme realidade do surto Capaz de implicar um modo de transmissão mais rapidamente Capaz de capturar exposições raras Epidemiologistas com mais experiencia 28 Desenho do questionário 2. Questionário usado para testar hipóteses em estudos epidemiológicos Específico, a fim de avaliar hipóteses e descartar fatores de confusão Surto de S. Paratyphi B Java: Que idade você tem? Qual é teu sexo? Você comeu alfafa ? 29 Teste de hipóteses Não faça um estudo até que se tenha uma hipótese especifica para testar Diferenciar entre casos primários e secundários Precaução com viés de memória e confusão Alimentos feitos com diferentes ingredientes 30 Rastreabilidade caso Loja “A,” Canada Fazenda na California “A” Fazenda na California Canada Processamento, EUA Fazenda na California Fazenda na California caso Armazém Armazém “B” Canada caso Loja “B,” Canada caso caso caso Armazém “B” Canada Loja “C,” Canada caso caso 31 Disseminação dos resultados Se não existe um informe ou artigo publicado -- nunca aconteceu! A disseminação formal: 1. Estimula medidas de controle imediatas 2. Facilita desenvolvimento de medidas de controle ao longo prazo 3. Serve como referencia em investigações - futuro 4. Serve como material de treinamento 32 Perguntas? 33
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