revista 02-2003.indd - Sociedade Brasileira de Anestesiologia

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Expediente
Indice
Anestesia em revista é uma publicação da Sociedade Brasileira de Anestesiologia Departamento de Anestesiologia da Associação Médica Brasileira.
Rua Professor Alfredo Gomes, 36
Botafogo - Rio de Janeiro - RJ
CEP: 22251-080
Tel.: (21) 2537-8100
Fax.: (21) 2537-8188
Conselho Editorial:
Dr. Esaú Barbosa Magalhães Filho
Dr. Pedro Thadeu Galvão Vianna
Dra. Consuelo Plemont Maia
Dr. Luiz Carlos Bastos Salles
Dr. James Toniolo Manica
Dr. Ismar Lima Cavalcanti
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Diretor Responsável:
James Toniolo Manica
Programação Visual e Revisão
Profile Design
Impressão e Acabamento:
Mosaico Artes Gráficas
Capa:
Máscara de Ombrédanne
Tiragem:
8.000
Distribuição Gratuita
IMPORTANTE:
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www.sba.com.br
Editorial ...............................................................................5
Cartas ..................................................................................6
Perguntas e Respostas......................................................10
Matéria da Capa ................................................................19
Dicas
Médico - sugestões para o seu dia-a-dia....................................................18
Artigos
Carlos Alberto Pereira de Moura é o
atual presidente do Conselho Superior da SBA...........................................21
A SBA colabora na Rename ......................................................................... 23
A SBA e a situação econômica no país........................................................23
O ato médico ................................................................................................ 24
Divulgação
Programa científico da SADIF...................................................................... 26
Programa da SAEB....................................................................................... 26
Programa científico XIV J NRG e VII J Mossoró...........................................26
Nova diretoria SAETO................................................................................... 26
Nova diretoria SPA ....................................................................................... 26
Site da SBA - www.sba.com.br
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 3
Editorial
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Iniciamos 2003 com novos governantes a administrarem o país e, independentemente da visão ideológica ou preferência político-partidário que cada um
possa ter há que desejar sucesso a esses gestores,
com o conseqüente benefício que representaria para
a nação. Os desafios que se apresentam são inúmeros e dentre eles a continuada crise financeira que
agora recrudesce, evidenciada pela crise cambial e
pelo retorno de um nível inflacionário indesejável.
Os anestesiologistas, como toda classe médica,
têm assistido a uma estabilização ou mesmo decréscimo nos seus rendimentos, por outro lado, as
demandas financeiras não param de crescer. Com a
SBA tem ocorrido uma situação semelhante, já que
as anuidades não vinham recebendo reajustes comDr. James Manica
patíveis com a desvalorização monetária. Para este
ano, a Assembléia de Representantes reunida durante o
Congresso Brasileiro de Anestesiologia em Joinville, aprovou um valor de anuidade que permite à entidade continuar mantendo os mesmos serviços a seus associados. Com relação a
esse tema, publicamos A SBA e a situação econômica do país, um artigo esclarecedor do
Presidente do Conselho Superior da SBA Dr. Carlos Alberto Pereira de Moura.
A cada dia se atualizam e aprimoram as informações disponibilizadas no portal da SBA.
No momento, é possível acessar além da Medline e da Ovid, os textos na íntegra do Barash
e do Massachusetts, assim como de onze dos principais periódicos da anestesiologia mundial. O Ensino à Distância traz novos temas e nova formulação, com testes para memorizar
o conteúdo. Os eventos científicos mais importantes da anestesiologia estão divulgados e é
possível escolher com bastante antecedência os que iremos participar. Encontramos, também, os endereços de todos colegas associados e outros endereços úteis, regionais da SBA,
secretarias estaduais de saúde, sociedades médicas. Para quem deseja conhecer um pouco mais da história da anestesiologia brasileira há o Museu Virtual com imagens de algumas
peças significativas do seu desenvolvimento. Não deixe de freqüentar nosso site, é um dos
bons motivos de ser sócio da SBA.
No âmbito da defesa profissional, outro foco de luta que está sendo desenvolvida é a
aprovação no Congresso Nacional da Lei do Ato Médico, tão importante para médicos e segurança da população. Sobre o tema, o colega Dr. José Luiz Gomes do Amaral traz um texto para reflexão, que deveria ser amplamente divulgado entre o público leigo e outros profissionais da saúde.
Vale a pena conferir as Perguntas e Respostas, que sempre têm questões atuais e de utilidade prática. Uma das Perguntas vem da Associação Médica Brasileira e registra a preocupação dessa entidade com a natalidade descontrolada de especialistas. Confira!
Vamos encontrar nesse número a última parte das Sugestões para o seu dia-a-dia, do
conselheiro paranaense Dr. João Manuel C. Martins, bem como diversas outras matérias
que completam essa edição.
A todos uma leitura proveitosa.
Dr. James Manica
Diretor do Departamento Administrativo da SBA
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Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 5
Cartas
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Revista Virtual Latinoamericana
de Anestesiología
De nuestra mayor consideración: Por la presente comunicamos
a Vd. que ha quedado habilitada la Revista Virtual Latinoamericana
de Anestesiología. De acuerdo a lo convenido oportunamente se
halla en Internet el número 0 del Volumen 1, como número de
prueba.
El acceso a la RVLA se puede hacer a través de www.clasaanestesia.org/rvla/ y a través de las páginas web de otras sociedades
(actualmente la Sociedad Mexicana y la Federación Argentina).
Sería conveniente que el CE de CLASA invite a todas las filiales
Latinoamericanas a linquear la RVLA a sus páginas oficiales a
los fines de tener mayor difusión e invitar a las filiales de CLASA
que no tengan revistas propias a publicar los artículos que puedan
producir sus afiliados en la RVLA.
Dr. José Jaramillo-Magaña
Editor
Educação Continuada em Anestesia
La Confederación Latinoamericana de Sociedades de Anestesiología
y la Federación Mexicana de Anestesiología, han iniciado un
programa de Educación Continua en Anestesiología, con el objetivo
de llevar a todos sus agremiados de manera gratuita y online el
contenido del PAC Anestesia 2 (y subsecuentes).
Le invitamos a visitar dicho espacio así como a difundirlo
entre sus conocidos.
Cualquier sugerencia o comentario serán bien recibidos.
Educación Continua en Anestesiología:
http://www.educafma.org/
Dr. José J. Jaramillo-Magaña
Honrado pelo encaminhamento do convite para a posse dos
novos diretores da SBA, no dia 11 de janeiro, quero registrar o
agradecimento pela deferência e lamentar que compromissos
inadiáveis, naquela data, impedem meu comparecimento.
Sinto-me envaidecido de ter podido participar, por algum momento, em cargos tão importantes da nossa SBA até galgar,
em 1986, o topo máximo da sua diretoria como presidente.
Sinto-me também, emocionado ao perceber a evolução e o
sucesso de meu amigo Esaú, frutos de sua determinação desde os primeiros passos na sua regional.
É desta forma, e através deste processo evolutivo, que se
constituem os grandes líderes de uma nação.
A nossa sociedade é um exemplo nacional.
Ao meu amigo fraterno Roberto Freire, que, estou certo também, estará no topo dessa diretoria, sendo apenas uma questão de tempo, meu sincero abraço.
A todos, pleno sucesso na gestão que se inicia.
Dr. Manoel Almeida Neto
Superintendente
Coord. ISO 9001/2000
O Serviço de Anestesiologia de Joinville (SAJ), vem por meio
deste parabenizar toda a nova diretoria pela posse em 11 de
janeiro de 2003.
Temos certeza do seu sucesso e de toda a sua diretoria.
Desejamos um ano pleno de realizações em favor de nossa Sociedade.
Parabéns Esaú, Pedro, Consuelo, Luis Carlos, Serra Freire,
Mânica e Ismar.
Dr. Jurandir Coan Turazzi
Coord. Do SAJ 2003/2004
Auguro pleno êxito na missão da diretoria, na condução dos
destinos da nossa entidade materna.
É com grande satisfação, que a Sociedade de Anestesiologia
do Estado de Goiás – SAEGO, vem parabenizar, aos colegas
eleitos, à nova diretoria da SBA-2003.
Na certeza que esta diretoria trará grandes conquistas à nossa especialidade, a diretoria da SAEGO aproveita o ensejo
para reiterar os préstimos e parceria a essa gestão, desejando-lhes os mais sinceros votos de sucesso e realizações.
Dr. Paulo Pereira
Ex-presidente
Dr. Dário Humberto de Paiva
Presidente da SAEGO
Congratulações à nova diretoria da SBA
Em nome do quadro associativo da COPAN, parabenizamos
a nova diretoria da SBA desejando sucesso.
Dr. Octaviano Baptistini Junior
Diretor Presidente da COPAN
Impossibilitado de comparecer na posse da nova diretoria, desejamos uma profícua gestão em nome de todos os membros
do CET/SBA da Santa Casa de Marília/SP
Dr. Nelson Unjer dos Santos Filho
Res. pelo CET/SBA da Santa Casa de Marília
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 6
nidade e conseguir estar trabalhando, não é de todo lamentável. O comigo não pode ser visto de outra forma, especialmente pela crise que vem
se abatendo sobre o hospital que presto serviço há quase 15 anos.
Apesar da distância, compreenda que estou torcendo para que, ao final do seu mandato, todos possam reconhecê-lo como um presidente que honrou os votos recebidos, e a confiança dos que acreditam
em você e nos seus propósitos. A coincidência do inicio de um novo
governo federal, com uma visão mais social e voltada para a resolução de importantes problemas que afligem as camadas excluídas da
sociedade, pode contribuir para o sucesso do seu mandato. É preciso sabedoria e competência para conviver com este novo tempo e a
sua equipe obviamente está preparada para isto. Que Deus o acompanhe neste novo desafio.
Dr. Abelardo Menezes
Desejo, sinceramente, a todos uma gestão de muitas realizações,
muita confiança daqueles que os elegeram, muita paz, e peço ao Senhor do Bonfim que os ilumine nesta tarefa, que tenho certeza vocês são capazes.
Parabéns a todos, Esaú, Pedro Thadeu, Consuelo, Roberto, Mânica,
Luiz Carlos, Ismar e, o conselheiro Mourão.
Dr. Renato Castro
Tenho certeza da capacidade e dedicação dessa diretoria. A SBA não
só é a diretoria, mas sim, todos os seus membros. Espero que estes
façam a sua parte.
Desejo a todos os integrantes dessa diretoria uma ótima gestão, podendo sempre contar comigo quando houver necessidade.
Dr. Raimundo Rebuglio.
Recebemos com satisfação o comunicado de vossa eleição para a presidência da Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Fazemos votos de
gestão plena de realizações e colocamo-nos à disposição para futuras atividades comuns.
Prof. Dr. José Roberto de Souza Baratella
Presidente da CIPESP
Acusamos o recebimento da carta SBA 05718/2002 datada de 09
de dezembro de 2002, a qual nos informa a composição da diretoria
eleita para o período de 01/01/2003 a 31/12/2003.
Na oportunidade, parabenizamos a todos os membros da diretoria da
referida entidade, ao tempo em que desejamos successo.
Dr. Esaú,
É com grande alegria e emoção que sentimo-nos honrados e envaidecidos com sua belíssima conquista.
Dr. José Madson
Presidente da COOPANEST/RN
Cumprimentamos os diretores da nossa Sociedade, desejando-lhes sucesso na jornada que iniciara. São os votos dos anestesiologistas do
Hospital São Rafael.
Dr. Valdir Cavalcanti Medrado
We appreciated very much the letter you sent us about the new Directory of the Brazilian Society of Anaesthesiology.
I take the chance to wish you, on the behalf of the Society I represent,
a year of profitable work.
The SIAARTI President
Prof. Salvatore Montanini
Cumprimentamos os membros da nova diretoria da SBA, e desejamos
uma gestão profícua.
Dr. Alberto Affonso Ferreira
Desejo feliz e profícua gestão, juntamente com seus companheiros.
Dr. Alcides Carlos Pinto Correa
Amazonas
A Sociedade de Anestesiologia do Estado do Amazonas – SAEAM, sociedade civil com sede e foro na cidade de Manaus - com objetivo de
fomentar o progresso, aperfeiçoamento, e a difusão da Anestesiologia,
da Terapia Intensiva, do Tratamento da Dor e da Reanimação, além da
defesa e da fiscalização dos interesses profissionais de seus membros
- vem informar, por meio de seu presidente, infra-assinado, a situação de “litígio econômico” da COOPANEST/AM com o Hospital Dona
Francisca Mendes, administrado pela Fundação Pró-Saúde.
Desta forma, solicitamos que Vossa Senhoria se digne a divulgar esta
situação de litígio entre seus associados, para que estes se tornem
cientes das dificuldades enfrentadas pela COOPANEST/AM.
Dra. Cremilda Pinheiro Dias
Diretora Presidente do SAEAM
Impossibilitado de comparecer na cerimônia de posse da
nova diretoria, congratulamos e desejamos êxito em todas
as realizações.
Dr. Roberto Queiroz Gurgel
Presidente da SOMESE
Dr. Raimundo Saturnino Pereira
Presidente SAESE/COOPANEST-SE
Impossibilitado de cumprimentá-lo pessoalmente, e aos demais colegas que compõem sua equipe, durante a cerimônia de posse da diretoria 2003 de nossa entidade maior, quero deixar minha certeza de
um total sucesso no período administrativo sob sua tutela.
Um forte abraço a V.S.a, ao Thadeu, ao Roberto e a todos os demais
colegas que se disponibilizaram a continuar a trajetória de realizações
de nossa SBA.
É com grande satisfação, que comunicamos o cancelamento pela justiça, do concurso público para médicos do Instituto Estadual de Saúde
Pública do Estado do Espírito Santo, o qual incluía vagas para anestesiologistas.
Nossa mobilização e esforço foram muito importantes para tal conquista.
Dr. Antonio L. Oliva Filho
Diretoria da COOPANEST/ES
Não poderei comparecer à solenidade de transmissão de cargos
da Diretoria da SBA. Motivos profissionais que não consegui transpor impediram-me de viajar ao Rio e abraçá-lo pessoalmente.
No atual momento que vive o povo brasileiro, com esta onda
de desemprego e falta de trabalho, não viajar para uma sole-
Cancelamento de Concurso Público
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Comissão de Saúde Ocupacional
O Conselho Superior da SBA indicou o nome dos colegas Cristina Roichmann (Pe), Gastão Duval Neto (RS) e Maria Anita Batti (SC) para comporem a Comissão de Saúde Ocupacional durante o ano de 2003.
Comemoração ao 30o aniversário
CET Hospital Pedro Ernesto
No dia 20/06/2003, será realizado um coquetel, jantar e baile em comemoração ao 30º aniversário do CET do Hospital Universitário Pedro Ernesto - Uerj (HUPE-Uerj).
Se, no período de 1973 a 2003, você foi staff ou residente / médico
em especialização do hupe - uerj, me informe (por e-mail, telefone ou
fax) seu nome completo e endereço atualizado para que eu possa enviar-lhe o convite.
Alfredo Portella
Responsável pelo CET HUPE-Uerj.
Falecimentos
A SAESP – Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo vem,
por meio desta, comunicar o falecimento do Dr. Gilberto Soares Pinho, matrícula SBA 1429.
Sem mais para o momento, reiteramos nossos protestos de estima e
consideração.
Comunicamos o falecimento do Dr. Jurandir Blanco Rossint
Eduardo Amorim - Secretário de Saúde
No dia 03 de janeiro de 2003, tomou posse como Secretário de Estado da Saúde de Sergipe o nosso colega e ex-presidente do SAESE/
COOPANEST-SE, Dr. Eduardo Alves do Amorim.
Dr. Raimundo S. Pereira
Presidente do SAESE/COOPANEST-SE
Paulo César Medauar dos Reis - Docente
Tenho a grata satisfação de comunicar a aprovação do Dr.
Paulo César Medauar Reis como docente da disciplina de
Anestesiologia do Colegiado de Medicina da Universidade
Estadual de Santa Cruz (UESC).
José Abelardo Garcia de Meneses
Atraso no pagamento de honorários
Os Anestesiologistas que prestam serviços ao Hospital Regional Alarico Nunes Pacheco (Timon-Maranhão) comunicam à Sociedade os
atrasos sucessivos de seus honorários. O último pagamento realizado
refere-se a outubro de 2002.
Não podemos aceitar tal situação, pois nada mais justo do que o pagamento de honorários dignos e em dia. Estamos nos organizando
para iniciar um litígio junto ao Hospital, à partir do dia 17 de fevereiro de 2003.
Gostaríamos de contar com o apoio da Sociedade, no sentido de que
os colegas Anestesiologistas (em especial os do Piauí e do Maranhão) fossem alertados sobre o problema, para evitar que sejam iludidos pela diretoria do Hospital, prejudicando, assim, os profissionais
que lá trabalham.
Dr João José Bastos Lapa Júnior
Jornal de Brasília 24/02/03
“Anestesistas vão pagar salário à Renata”
O Dr Oswaldo Freire, assessor parlamentar da SBA, nos enviou
uma notícia publicada no Jornal de Brasília, no dia 24/02/2003,
que diz o seguinte:
“ANESTESISTAS VÃO PAGAR SALÁRIO À RENATA VIEIRA.
Os dois anestesistas acusados de negligência médica no caso da
funcionária pública Renata Vieira, 33 anos, aceitaram o acordo
proposto no último dia 13, em audiência com a família da vítima e com o juiz da 3ª Vara Criminal, Pedro Araújo Yung-Tay Neto.
Eles terão que pagar, por mês, 40% de seus salários, até o fim
da vida de Renata. Por terem aceito o acordo, eles terão o benefício previsto na Lei número 9.099 de ter o processo suspenso por
três anos.
Há um ano, Renata foi realizar um exame de videolaparoscopia.
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 8
Durante a troca de anestesistas, a paciente permaneceu durante
15 minutos sozinha na sala de cirurgia e sofreu uma parada cardiorespiratória.
Depois de ter sido internada no Hospital Barra D´or, no Rio de Janeiro, e no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, Renata está
em casa, com a família. O pai diz que as despesas para cuidar de
Renata se aproximam de R$ 12 mil por mês. São cinco médicos
(clínico-geral, fisiatra, ortopedista, neurologista e geriatra) e cinco
técnicos em enfermagem.
O terceiro acusado, o médico dono da clínica, se recusou a aceitar o acordo.
Uma nova audiência foi marcada para o dia 17 de março, às 14h.
Caso o acordo não seja firmado novamente, o processo continuará correndo normalmente.”
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 9
Perguntas e Respostas
Anestesia Pediátrica
Pergunta
É
lícita a realização de anestesia pediátrica (ORL) em hospital que não
dispõe de pediatria? Quero dizer, não
existe pediatra no hospital.
Resposta
Para a realização de cirurgias o hospital deve estar regularmente inscrito no
Conselho Regional de Medicina. A decisão da realização do ato cirúrgico e a
responsabilidade por todos os cuidados
ao doente está a cargo do médico responsável. O mesmo se aplica ao anestesiologista, no que concerne ao ato
anestésico, ressaltando o previsto na
resolução 1363/93 do Conselho Federal de Medicina.
Dr. Ismar Lima Cavalcanti
Diretor do Depto. Científico da SBA
Anestesia em otorrinolaringologia em crianças
Pergunta
G
ostaria de saber se existe alguma infração em fazer anestesia para otorrinolaringologia em crianças num hospital publico que não dispõe de um
serviço de pediatria? Ou seja, em que
não exista um pediatra de plantão para
qualquer intercorrência (pós-parada
cardiorespiratória ou bronco-espasmo
severo, por exemplo). Sei da responsabilidade intransferível do anestesista em
relação ao ato anestésico, mas a minha
dúvida é sobre o que fazer quando, depois de resolvido o problema imediato,
é necessário um acompanhamento no
pós-operatório (como nos casos acima). É
lícito exigir do hospital uma estrutura em
pediatria para realizar o ato anestésico?
Resposta
Como para qualquer procedimento
anestésico, há de se dispor das condições mínimas para sua prática, atendendo o disposto nas Resoluções
1363/93 e 1409/94.
Como bem dito, a responsabilidade de
nosso ato é intransferível. Acrescento que
as intercorrências que porventura ocorram também devam ser tratadas por nós.
A questão é: depois do atendimento inicial, caso haja necessidade de seguimen-
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 10
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
to, qual o procedimento adequado?
Caso o hospital não disponha de pediatra em seu corpo clínico ou até mesmo de UTI, necessário se faz que haja
a possibilidade do concurso desse especialista e de remoção desse paciente
para unidade de resolutividade.
É bom salientar, no entanto, que até
o momento da transferência do caso
para outro médico ou unidade hospitalar, o anestesiologista responsável deve
atender o paciente e, na falta de local
melhor equipado, que se eleja a própria
sala cirúrgica para tal.
Quanto à residência médica em anestesiologia, desde que seja essa a sua escolha, nossa Sociedade está ao seu inteiro
dispor para sanar as eventuais dúvidas.
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
M
Especialização
em Anestesiologia
Pergunta
S
ou estudante de medicina do 5º ano
e estou pensando em fazer residência em Cardiologia ou Anestesiologia.
Gostaria que vocês me esclarecessem
algumas dúvidas: é verdade que os anestesiologistas vivem sendo processados?
O anestesiologista pode realizar duas
ou mais anestesias ao mesmo tempo?
Hoje, anestesiologia é uma especialidade segura?
Resposta
Em atenção aos seus questionamentos a
esta Sociedade, temos a informar que:
A prática da Anestesiologia no Brasil está
calcada no Código de Ética Médica, Resoluções e Pareceres oriundos dos Conselhos Regionais e Federal de Medicina.
A Resolução CFM 1363/93, que é a
grande balizadora da nossa especialidade e pode ser acessada através do
portal www.cfm.org.br, proíbe a prática
de atos anestésicos simultâneos.
Quanto à segurança da anestesia, podemos afirmar que, nos tempos atuais, com a melhora dos equipamentos,
drogas mais seguras e preparo dos profissionais, a morbi-mortalidade dessa
prática é mínima. O último volume de
2002 do Anesthesiology traz interessante matéria sobre o assunto.
Quanto a demandas judiciais ou administrativas, a anestesiologia não está
entre as especialidades de maior freqüencia. Obstetrícia e ginecologia, cirurgia plástica, ortopedia e traumatologia ocupam essa posição.
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
Normas de conduta
do anestesiologista
Pergunta
inha dúvida é: posso determinar
que circulantes de sala cirúrgica,
durante anestesias, tomem condutas
frente a pacientes hipotensos, bradicárdicos e vômitos fazendo uso de drogas como efedrina, araminol e plasil,
regulando vaporizadores e extubando
pacientes enquanto tomo meu café na
sala dos médicos?
Essas funcionárias dizem que o COREN
as proíbe, principalmente aquelas que
não tem experiência alguma em centro
cirúrgico.
Gostaria de um parecer a respeito.
Resposta
Formação de especialistas
na área de atuação em dor
Uso da Ropivacaína
como anestésico
Pergunta
Pergunta
G
ual(is) a(s) entidade/sociedade(s) que
encontra(m)-se formalmente capacitada(s) e credenciada(s) para a formação de
especialistas na área de atuação em dor em
nosso território? A SBED está habilitada a
emitir certificados de “Especialista em Dor”
ou “Área de Atuação em Dor”?
ostaria de saber sobre o uso da ropivacaína como anestésico local: seu uso, seus
efeitos colaterais e suas contra-indicações.
Sou pediatra (Crm 14 24 Al) e analiso atualmente projeto de pesquisa em odontologia
utilizando esse medicamento.
Resposta
Temos o prazer de poder colaborar com os colegas médicos de outras especialidades.
Evidentemente, por ser o tema muito vasto,
há o impedimento para tratá-lo por esta via.
A literatura nacional e internacional é rica em
informações. Pensamos que a melhor maneira de tratar a questão é a realização de um
levantamento bibliográfico por meio das bibliotecas oficiais.
No entanto, com o objetivo de contribuir com
V.Sa., encaminhamos a relação de alguns
artigos que podem, inicialmente, lhe ajudar
nesta tarefa.
TI: Ropivacaine for dental anesthesia: a
dose-finding study.
AU: Ernberg,-Malin; Kopp,-Sigvard
SO: J-Oral-Maxillofac-Surg. 2002
60(9): 1004-10; discussion 1010-11
Sep;
A prática da anestesiologia, como qualquer outra atividade médica, está regrada pelo que dispõe o Código de Ética
Médica, Resoluções e Pareceres emanado dos Conselhos Regionais de Medicina e do Federal.
O aludido diploma legal, em seu Artigo
30, diz que é vedado ao médico “delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivos da profissão médica”.
A Resolução 1363/93 do Conselho Federal de Medicina, que baliza o exercício de nossa especialidade, diz em
seu Artigo Segundo: “Para conduzir as
anestesias gerais ou regionais com segurança, assim como manter a vigilância permanente ao paciente anestesiado durante o ato operatório, o médico
anestesista deve estar sempre junto a
este paciente”.
Isto posto, não vemos como lícito o
comportamento questionado em sua
correspondência, ou seja, pessoal de
enfermagem administrando drogas, extubando paciente e etc. na ausência do
anestesiologista.
TI: Anesthetic efficacy of ropivacaine in maxillary anterior infiltration.
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
Dr. Ismar Lima Cavalcanti
Diretor do Depto. Científico da SBA
AU: Kennedy,-M; Reader,-A; Beck,-M; Weaver,-J
SO:Oral-Surg-Oral-Med-Oral-Pathol-Oral-Radiol-Endod. 2001 Apr; 91(4): 406-12
TI: Update on ropivacaine.
AU: Wang,-R-D; Dangler,-L-A; Greengrass,-R-A
SO: Expert-Opin-Pharmacother. 2001 Dec;
2(12): 2051-63
TI: Ropivacaine still has CNS toxicity: should
local anesthetics be reevaluated?
AU: Wang,-Jhi-Joung
SO: Acta-Anaesthesiol-Sin.
40(1): 1
2002
Mar;
TI: Ropivacaine.
AU: Owen,-M-D; Dean,-L-S
SO: Expert-Opin-Pharmacother. 2000 Jan;
1(2): 325-36
TI: CNS toxicity of ropivacaine.
AU: Selander,-D; Sjovall,-J; Tucker,-G
SO: Anaesth-Intensive-Care. 1999 Jun; 27(3):
320-2
Q
Resposta
Em atenção à vossa consulta, temos a informar:
1- Que, de acordo com a Resolução CFM
1634, que dispõe sobre o convênio de reconhecimento de especialidades médicas firmado entre CFM/AMB/CNRM, o tratamento
da dor é área de atuação das seguintes especialidades: Anestesiologia e Neurologia.
2- Que, para a obtenção do Certificado de
Área de Atuação em Dor, se faz necessário
que o postulante seja médico com título de
especialista em uma das duas especialidades acima referidas.
3- Que, por não fazer parte da AMB, e, portanto, não estar inserida no convênio supracitado, a SBED, não está, do ponto de vista
legal, habilitada a emitir “Certificados de Especialistas em Dor” ou de “Área de Atuação
em Dor” aos seus associados médicos.
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
Pagamento de honorários
Pergunta
É
lícita e legal a suspensão do pagamento
pelo código sete ? Atualmente, o SUS local, sob gestão plena, decidiu repassar nossos honorários através do hospital.
Em termos de Brasil, qual a extensão da medida adotada pelos municípios brasileiros?
A SBA tem condições pra envidar esforços com
o objetivo de anular decisões locais?
Caso seja lícita e legal a suspensão do pagamento pelo código sete, qual a orientação que
a SBA poderia nos oferecer para interromper o
pagamento através do hospital?
Queremos esclarecer que, até a presente data,
a maioria dos nossos recebimentos são diretos
dos convênios que recebem nossos serviços.
Todos os recebimentos através do hospital não
nos são repassados. É inadimplência mesmo.
Como o SUS representa 90% dos nossos vencimentos, a situação vai ficar muito complicada. Temos conhecimento de que o SUS local,
no fim do ano passado, já repassou ao hospital os honorários do mês de outubro e até agora nem satisfação recebemos do hospital.
Resposta
Antes de avaliar se é lícito ou legal o SUS local repassar os honorários diretamente ao hospital, diferentemente do que rotineiramente era
feito, necessário se faz analisar as repercussões desse ato, para daí em diante traçar o caminho da reversão.
Além do já citado prejuízo oriundo da retenção
de honorários por parte da direção, que por si
só já fere nosso diploma legal (Código de Ética
Médica - Art. 92 - É vedado ao médico - “Reter
a qualquer pretexto remuneração de médicos e
outros profissionais”), outros prejuízos poderão
advir desse agir, tais como o desconto de impostos e taxas (ISS, etc), que diminuirão ainda
mais o montante a ser percebido.
Tal decisão de nível local não segue orientação
do Ministério da Saúde, que não interfere em
municípios com gestão plena. Não temos conhecimento de que semelhantes ações tenham
sido empreendidas em outros locais.
Vale salientar, inclusive, que para hospitais de
caridade e filantrópicos, onde os honorários
eram diretamente repassados ao hospital, foi
redigida portaria do MS autorizando aos profissionais que desejassem a receber seus honorários através do Código 7.
Segundo nosso entendimento, o caminho mais
adequado para o retorno ao padrão habitual de
recebimento seria via SAESP, para onde, inclusive, estamos encaminhando cópias de sua e de
nossa correspondência. Aquela Regional, através da Comissão de Defesa de Classe e em conjunto com a Delegacia do CREMESP, tem melhores possibilidades de resolver a questão .
No entanto, se essa empreitada não obtiver o
resultado almejado, poderemos contatar a Secretaria de Assistência à Saúde, em Brasília,
para a solução do impasse.
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
DATAS das PROVAS SBA 2003
Prova oral para
TÍTULO SUPERIOR EM ANESTESIOLOGIA
14 de junho de 2003*
* Data da prova sujeita a alteração de acordo com o
número de inscritos
Prova escrita e oral para
TÍTULO SUPERIOR EM ANESTESIOLOGIA
ADMISSÃO COMO MEMBRO ATIVO DA SBA
Data prevista: novembro de 2003
Prova escrita para
TÍTULO DE ESPECIALISTA
EM ANESTESIOLOGIA
Data prevista: novembro de 2003
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 11
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Seguro profissional
para erros médicos
Serviço de Anestesilogia
“fechado”
Pergunta
Pergunta
O
N
Serviço de anestesiologia sempre foi “aberto” a todos os anestesiologistas. Agora, o
novo grupo de anestesiologistas que assumiu o
serviço comunicou que o referido serviço seria
“fechado” aos anestesiologistas de “fora”.
Eu trabalho com alguns cirurgiões, para os
quais faço anestesia há 20 anos. Os nossos
pacientes são particulares, portanto não utilizam qualquer tipo de convênio médico e
usam o hospital para realizar suas cirurgias.
Como os senhores podem imaginar, isso
criou um certo constrangimento, pois fui
obrigado a comunicar o problema aos cirurgiões, no sentido de mudarmos de hospital.
O comunicado foi feito verbalmente a mim,
e não aos cirurgiões.
Gostaria que me enviassem parecer sobre o
assunto.
Resposta
A Resolução CFM 1481/97, que pode ser
acessada na íntegra no portal daquela instituição - www.cfm.org.br - , determina diretrizes relativas à redação e adoção do Regimento Interno do Corpo Clínico.
A aludida resolução, entre outras prerrogativas, disciplina a admissão e demissão de
membros do corpo clínico, item esse ao qual
se refere seu questionamento.
Desta forma, entendemos que o assunto deva
ser diretamente discutido com o Diretor Clínico e com a Comissão de Ética, já que em
hospital de corpo clínico aberto, como o seu
deve ser, não nos parece que o comunicado,
ainda que verbal, tenha respaldo ético.
Na insistência desse procedimento, cabe consulta ao CREMESP, que possui Câmara Técnica em Anestesiologia e certamente analisará e tomará as medidas cabíveis.
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
os dias atuais, onde processos médicos
são tão freqüentes, temos que nos prevenir. Sei que existe no mercado um tipo de
seguro profissional que ampara o médico
tanto juridicamente quanto em relação à cobertura no caso da necessidade do pagamento de uma indenização.
Venho então, por meio deste, solicitar de
Vsa a indicação de algumas empresas que
oferecem este tipo de cobertura.
Resposta
O Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira têm freqüentemente
abordado o tema em tela, o seguro de responsabilidade médica em caso de erro médico.
Essas instituições, preocupadas com o apoio
a essa prática, o que poderia levar a um incremento da “indústria das indenizações”, têm
posição contrária a essa contratação, inclusive solicitando aos médicos que não a façam.
Esta Sociedade tem conhecimento de várias seguradoras, porém não tem como indicá-las, já
que não mantemos relação com nenhuma delas. Sugerimos que, caso realmente deseje concretizar seu intento, converse com colegas que
já o fizeram e analise as diversas propostas,
para que sua decisão seja a mais acertada.
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
Plantão de sobreaviso
Pergunta
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 12
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
S
endo o único anestesiologista do município, é possível ausentar-me para viagens
pessoais ou para participar de congressos,
já que sou profissional autônomo, sem vínculo empregatício, e não sou remunerado pelos sobreavisos? O hospital tem alguma obrigação legal de remunerar o anestesiologista
pelo plantão de sobreaviso?
Resposta
Tela do Site CFM - www.cfm.org.br
nia com o corpo clínico, para que sua ausência não traga problemas ao atendimento dos
que necessitam de seus préstimos.
Várias são as maneiras de contornar a programação cirúrgica eletiva, da saída de férias em
período de baixa demanda a férias coletivas
da equipe anestésico-cirúrgica. Não nos parece difícil tornar isso viável. No entanto, restam as cirurgias de urgência e emergência,
que, com certeza, merecem um envolvimento maior da coletividade médica, no sentido
de não causar dano ao paciente.
Talvez o menos complicado seja solicitar a
anestesiologistas de cidades vizinhas que se
disponham a dar essa cobertura, já que certamente padecem do mesmo problema e um
pode ajudar o outro. Outra maneira possível é
fazer um comunicado, com a devida antecedência, a todos os que encaminham pacientes ao seu hospital, de que no determinado
período não haverá anestesiologista e os casos de urgência e emergência devem ser encaminhados para onde o grupo decidiu. Desnecessário dizer que essa instituição hospitalar
para onde serão encaminhados os pacientes
nesse período terá que ser avisada, pois sua
demanda aumentará nesse período.
Isto tudo deve ser devidamente acordado entre todos os interessados, com trocas de correspondências onde tudo esteja documentado. Entenda-se como interessados cirurgiões,
administradores hospitalares, secretário municipal de saúde, Presidente do Conselho Municipal de Saúde e o próprio anestesiologista
que lhe dará cobertura.
Esse modus operandi aparentemente complexo lhe dará a salvaguarda de não estar incorrendo em ilícito ético.
O plantão em regime de sobreaviso já tem,
através de pareceres dos diversos Conselhos
Regionais de Medicina e do próprio Federal,
consenso de que deve ser remunerado. É só
questão de negociar junto à administração do
hospital essa justa remuneração.
Quanto à questão de ser a única especialista
da cidade e a dificuldade em se ausentar para
o gozo de férias ou participações científicas,
necessário se faz que haja uma plena harmo-
Credenciamento do CET
Pergunta
N
ecessito de algumas informações com relação à pontuação para credenciamento
do CET.
1. Quando nos referimos à especialidade
(estágios em anestesiologia), podemos contar com o tempo da residencia em anestesiologia? R3 em anestesiologia pediátrica
pode ser computado? O curso SAVA tem valor na pontuação?
2. Os pontos ligados aos temas livres são
destinados aos autores, co-autores e participantes?
3. Trabalhos publicados que ganha os pontos? (essa pergunta não dá pra entender)
Resposta
Em atenção aos questionamentos referentes
às Normas para Concessão de Credencial de
Responsável, Instrutor Co-Responsável e Instrutor de CET de V.Sa., temos a lhe informar:
1. O tempo de residência, inclusive R3 pode
ser computado no item II - Bloco 2, no limite de 2 pontos;
2. Os autores e co-autores de temas livres podem ser pontuados de acordo com o item VII
- Bloco 7;
3. O SAVA está previsto no item V - Bloco 5;
4. Trabalhos publicados são computados no
item III - Bloco 3.
Dr. Ismar Lima Cavalcanti
Diretor do Depto. Científico da SBA
medicina há no mínimo cinco anos, ou;
III – Apresente certificado de conclusão de
curso de especialização realizado no exterior
assinado pelo Responsável e acompanhado
de histórico detalhado do mesmo;
a) esta documentação deverá ser encaminhada
à secretaria da SBA, com 180 (cento e oitenta)
dias de antecedência, para que seja apreciada
pela Comissão de Ensino e Treinamento;
Informamos que, no Brasil, não há bolsa de
empregos para Anestesiologista.
Dr. Ismar Lima Cavalcanti
Diretor do Depto. Científico da SBA
Direitos éticos e profissionais
Pergunta
Validação de diplomas
obtidos no exterior
Pergunta
E
u moro em Munique, Alemanha. Fiz
as formações em Medicina Interna e Intensiva no Brasil. Na Alemanha, fiz formação em anestesia. Atualmente, trabalho no
Hospital Universitário de Munique. Tenho
planos de retornar ao Brasil e gostaria, se
possível, de receber informações quanto à
validação da formação alemã, bem como sobre a existência de uma bolsa de empregos
para anestesistas.
Resposta
No Brasil, a revalidação de diplomas obtidos
no exterior é de competência das universidades públicas.
No entanto, com seu Título de Especialista
obtido no exterior, você pode ingressar na Sociedade Brasileira de Anestesiologia na qualidade de membro ativo, desde que cumpra o
previsto no Art.110 do Estatuto da SBA.
Art. 110 – O médico não membro da SBA que
esteja em situação regular no Conselho Regional de Medicina, poderá solicitar sua admissão na SBA, na categoria de Membro Ativo, desde que seja aprovado em concurso de
Provas Escrita e Oral, realizadas anualmente
por ocasião do CBA, de acordo com regulamento próprio, e desde que satisfaça as seguintes exigências:
I – Seja indicado por dois membros ativos da
SBA quando da inscrição para a prova escrita.
II – Apresente Certificado de Conclusão de
Residência Médica em Anestesiologia reconhecido pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e que o mesmo tenha
sido expedido por uma instituição credenciada pela CNRM para desenvolver programa
de Residência ou comprove ser graduado em
V
imos, por meio deste ofício e demais documentos apresentados, solicitar apoio
desta digníssima entidade, no sentido de
que os direitos éticos e profissionais representados pelo nosso trabalho sejam garantidos pelos demais profissionais da nossa especialidade.
Nossa reivindicação pela remuneração dos
plantões à distância é justa e vem se arrastando por quase um ano, culminando com
uma paralisação das atividades eletivas desde 15 de dezembro de 2003.
Após chegarmos a esse desgaste extremo,
houve, por iniciativa da prefeitura, demissão do anestesiologista que também tinha
um emprego na rede pública, e também
ameaça de demição dois outros anestesiologistas. Ainda há a pior ameaça, trazer para
a Santa Casa outros anestesistas para nos
substituir caso não retomemos de imediato
nossas atividades de forma gratuita (ou seja,
recebendo só o procedimento, que, na nossa
cidade, 90% é via SUS). Cada um de nós recebia, até o mês passado, aproximadamente R$ 600,00/mês no que se refere a esses
procedimentos.
Solicitamos, como já relatamos acima, amparo da Sociedade Brasileira de Anestesiologia e nos colocamos à disposição para possíveis esclarecimentos, caso seja necessário.
Resposta
A remuneração do “plantão à distância”,
melhor entendida como sobreaviso, já que se
reconhece como plantão a atividade exercida
in loco, tem sido objeto de muita discussão
por todo o Brasil. Na realidade, esse pleito
é comum em situações onde a remuneração
por produção é baseada em procedimentos
através do SUS e/ou em locais onde a demanda é baixa.
Ao rigor da lei trabalhista o sobreaviso deve
ser remunerado, mas isso implica em deman-
da jurídica, já que, pelo visto, as negociações
não chegaram a bom termo.
Acreditamos que a SAESP, através de sua assessoria jurídica, a Comissão de Defesa de
Classe e o próprio CREMESP, através da Câmara Técnica de Anestesia, podem, em conjunto, intermediar a negociação de forma
mais ágil, já que possuem delegacias distribuídas pelo estado.
Quanto à demissão do colega, não vemos
outra alternativa que não a demanda jurídica para reintegração do posto que ocupava.
Quanto à possibilidade de outros anestesiologistas ocuparem o lugar dos senhores, encaminhamos cópia de circular que foi enviada
a todos os anestesiologistas do Brasil e está
disponível em nosso portal, para seu conhecimento e fundamentação.
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
Cobrança de taxa
de equipamento
Pergunta
G
ostaria de saber dos senhores quando,
na cobrança da diária de um hospital ou
de uma clínica, não se cobra uma taxa de
anestesia onde já esta implícito o dinheiro
para pagamento de consertos em equipamentos utilizados por nós. Explico-me melhor: houve um dano em um aparelho de
anestesia que tinha sido consertado pela clinica e o custo ficou em R$ 150,00. A administração dessa clínica pediu que eu pagasse o referido conserto.
Realmente o dinheiro não é muito, mas
pode-se abrir uma janela para que tudo o
que for consertado seja cobrado de mim.
Trabalho lá desde 1986 e nunca fui cobrado
em nada. Se por ventura houver tal tabela,
gostaria de saber onde devo procurá-la.
Resposta
A cobrança de taxas de equipamentos tais
como oxímetro de pulso, capnógrafo, respirador e etc., normalmente é feita pelos hospitais
junto às operadoras de saúde (convênios).
Na sua situação, necessário se faz saber se a
administração da clínica vem praticando essa
cobrança, cujo provento pode ser revertido
tanto para manutenção quanto para aquisição de novos monitores.
As taxas são variáveis de acordo com o contrato. O ideal seria que consultasse a UNIMED local para ter uma idéia de como isso se
processa em sua cidade. De posse da tabela,
resta negociar o destino dessa receita .
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 13
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Respeito entre
colegas anestesistas
Pergunta
U
m grupo de 20 colegas anestesiologistas assumiu o serviço de um hospital
estadual, através de uma cooperativa que
emprega profissionais na área de saúde. Os
20 colegas estavam em negociação com a
direção do hospital para montarem a própria
cooperativa (abrindo firma no nome dos 20
integrantes), a fim de obter melhorias para
todos. Para surpresa, 10 colegas do grupo
se adiantaram, abriram a firma e assumiram
o serviço (“panelinha”) às escondidas, deixando os outros de fora da firma. Foi mantido
o plantão, mas reduziram o valor pago por plantão. Gostaria de saber se temos que aceitar calados ou se a SBA tem como interferir nesse
caso. Devemos recorrer à Justiça comum?
Resposta
A Sociedade Brasileira de Anestesiologia manifesta sua satisfação em poder contribuir com
colegas de outras especialidades médicas.
A classificação da American Society of Anesthesiologists (ASA) não é uma classificação
de risco cirúrgico e sim de estado físico. Por
conseguinte, qualquer comparação com escalas
de risco cirúrgico pode originar controvérsias.
Pensamos que o estudo de controvérsias
deve ser realizado através de debates para a
discussão dos dissensos entre os especialistas e que este instrumento de comunicação
(e-mail) não permite tal processo. Sugerimos
que uma reunião do corpo clínico do seu hospital possa ser o fórum ideal para este fim.
Dr. Ismar Lima Cavalcanti
Diretor do Depto. Científico da SBA
Programa teórico
oficial da SBA
Resposta
O Código de Ética Médica, em seu Artigo 78,
diz ser vedado ao médico “posicionar-se contrariamente a movimentos legítimos da categoria médica, com a finalidade de obter vantagens”. No mesmo diploma legal, em seu Artigo
15, lê-se: “deve o médico ser solidário com os
movimentos de defesa da dignidade profissional, seja por remuneração condigna, seja por
condições de trabalho compatíveis com o exercício ético profissional da medicina e seu aprimoramento técnico.” O Artigo 19 diz que “o
médico deve ter, para com os seus colegas,
respeito, consideração e solidariedade,...”
Isto posto, cabe, no nosso entendimento, o encaminhamento da questão à SAESP, que deve
intermediar e esgotar todos os meios para solver o litígio. Cabe também, caso seja do seu interesse, um pedido de consulta ao CREMESP
e, finalmente, demanda junto à justiça comum
para reparo dos eventuais prejuízos.
Finalizando, sugerimos que, em quaisquer das
instâncias que venha a demandar, importante se faz estar munido de toda a documentação que respalde os fatos a serem apurados,
para que o sucesso almejado seja alcançado.
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
Classificação de
risco cirúrgico
Pergunta
E
m relação à CET_R15.DOC, faço o seguinte questionamento: “Este é o programa
teórico oficial da SBA para os três anos de
treinamento? A prova nacional para médicos
em especialização segue este programa?”
Resposta
Com relação ao seu questionamento, esclarecemos que o formulário R-15 mudou de numeração. Atualmente existem dois formulários: R-12A - programa teórico de três anos e
R-12B - programa teórico de dois anos.
O R-12A deverá ser seguido para os ME admitidos para Curso de Especialização com
duração de três anos. Para os ME admitidos
para programa de dois anos deverá ser seguido o programa teórico R-12B. Anexamos
os dois formulários.
Caso o seu CET tenha adotado o programa
de três anos a partir de 2003, os ME1 admitidos neste ano deverão obedecer o programa para três anos, e os ME2, o programa para 2 anos
olicito um parecer em relação a controvérsias sobre a classificação de risco cirúrgico ASA e GG de um paciente portador de insuficiência renal crônica compensada em
programação para confecção de fistula artério-venosa periférica no membro superior.
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 14
Resposta
Não constam na tabela SUS os códigos referentes à punção de veia profunda ou artéria,
assim como os procedimentos de analgesia
pós-operatória.
Quanto aos atos relativos à hemodinâmica,
sugerimos que consulte a aludida tabela, à
disposição em nosso site.
A maneira mais eficaz de conferir é anotar
o número da AIH para posterior conferência
junto ao extrato de pagamento.
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
Mestrado em Anestesiologia
Pergunta
G
ostaria de receber informações referentes à disponibilidade de cursos a nível
de Mestrado em Anestesiologia ou relacionados ao tratamento da dor.
Resposta
A CAPES do Ministério da Educação divulga
a relação de programas de Mestrado e Doutorado reconhecidos oficialmente em todas
as áreas de conhecimento por meio do site:
www.capes.gov.br.
Pergunta
A
Cooperativa dos Anestesiologistas, está
iniciando um movimento para obter melhor
remuneração frente aos tomadores de serviço,
(abrange: CIEFAS, ASASP, etc), que atualmente
nos pagam tabela AMB 92 com CH de 0,24.
Gostaríamos de obter algumas informações
nesse sentido, como subsídios para iniciar
negociação com os referidos convênios.
Há alguma cooperativa que já tenha feito
este movimento?
Quem conseguiu alguma melhoria?
Quais os convênios que cederam?
Qual CH que obtiveram?
Foi envolvida a Sociedade Brasileira de
Anestesiologia – SBA ou regionais?
Foi válido o movimento?
Quanto tempo durou?
Qual é a orientação da SBA para as cooperativas?
Resposta
Pelo que temos conhecimento, a Regional da
Bahia deflagrou movimento em moldes que essa
Cooperativa pretende seguir. Em reuniões entre a
Diretoria da SBA e os Presidentes das Regionais
no ano passado, foram passadas algumas informações da evolução da empreitada.
Acreditamos que o ideal seria consultá-los,
para conhecer os detalhes. A Febracan também é entidade apta a assessorá-los.
Lembramos, no entanto, que qualquer que
seja a tática empregada, as situações de urgência e emergência devem ser atendidas. A
população de usuários pode ser uma grande
aliada nessas situações, desde que não seja
negligenciada. Ademais, o movimento deve
estar totalmente embasado nos princípios éticos que norteiam nossa profissão.
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
Avaliação de médicos
especialistas no Brasil
Pergunta
E
Dúvidas na tabela do SUS
Pergunta
S
ou anestesiologista credenciado ao SUS
e gostaria de saber se existe na tabela de
honorários médicos do SUS algum código
para analgesia pós-operatória com opióides
Movimento para obter
melhor remuneração
Dr. Ismar Lima Cavalcanti
Diretor do Depto. Científico da SBA
Dr. Ismar Lima Cavalcanti
Diretor do Depto. Científico da SBA
Pergunta
S
espinhais, punção arterial para pressão arterial invasiva e punção venosa profunda,
como existe na Tabela da AMB.
Outra dúvida é sobre os valores do SUS para
procedimentos hemodinâmicos: esses valores são desvinculados dos hemodinamicistas? Se não, como fazer para cobrá-los, uma
vez que realizo muitos procedimentos nesta
área e não estou tendo certeza de que estou
recebendo o pagamento correto.
Tela do site da capes
m reunião conjunta das diretorias da
AMB e CFM, realizada em 09/01/2003,
na sede da AMB em São Paulo, foi definido
que as duas entidades irão promover uma
avaliação sobre a necessidade de médicos
especialistas no Brasil.
Solicitamos, portanto, a colaboração de sua Sociedade no fornecimento dos seguintes dados:
a) Número de médicos certificados como especialistas pela Sociedade, por estado e região;
b) Número estimado de médicos que atuam
na especialidade;
c) Relação ideal de especialistas/habitante;
d) Relação ideal de especialistas por região;
e) Sistemas formadores de especialistas reconhecidos pela sua Sociedade.
Resposta
Em atenção ao seu ofício supra mencionado,
temos a lhe informar:
a) O número de médicos certificados como especialistas pela SBA, por estado e região é:
Membros ATV quites
aptos a requerer o TEA
Estado
Acre:
Alagoas:
Amazonas:
Amapá:
Bahia:
Ceará:
Distrito Federal:
Espírito Santo:
Góias:
Maranhão:
Minas Gerais:
Mato Grosso do Sul:
Mato Grosso:
Pará:
Paraíba:
Pernambuco:
Paraná:
Rio de Janeiro:
Rondônia:
Roraima:
Rio Grande do Norte:
Rio Grande do Sul:
Santa Catarina:
Sergipe:
São Paulo:
Tocantins:
Total:
32
40
76
21
265
243
181
111
233
45
471
72
36
133
96
302
350
771
37
30
65
312
147
69
1566
36
5772
Região
Região
Região
Região
Região
365
1157
522
2919
809
Norte:
Nordeste:
Centro-Oeste:
Sudeste:
Sul:
Continuação C.SBA - 00883/2003
b) O número estimado de médicos que atuam
na especialidade é da ordem de:
14.000 (quatorze mil).
c) Relação ideal de especialistas/habitante.
Na realidade, não há um número ideal recomendado para a relação nº de habitantes/
nº de anestesiologistas, pelo menos no âmbito da Federação Mundial de Sociedades de
Anestesiologia. Mas há valores de referência importantes. Nos países desenvolvidos,
esta relação varia entre 1:11.700 (USA) e 1:
20.000 (Japão), ficando a maioria deles com
valores dentro desta faixa (Reino Unido, Fran-
ça, Canadá, Alemanha, Espanha, Itália, Dinamarca, Suécia, Noruega e Austrália). No
outro extremo, situam-se os países em vias
de desenvolvimento, onde a relação é bastante precária: Bangladesh 1:650.000; Indonésia 1:591.000; Cambodia 1:500.000;
Paquistão 1:340.000; Vietinam 1:197.000.
Assim, creio que a relação nº de habitantes
/ nº de anestesiologistas “recomendada” deveria ser igual ou superior a 1:20.000.
Atualmente, a relação no Brasil está em torno de 1:12:500 (14.000:75.000.000), índice de primeiro mundo.
d) Relação ideal de especialistas por região.
Idem ao item C.
e) Sistemas formadores de especialistas reconhecidos pela sua Sociedade.
A Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA),
reconhece como sistema formador de anestesiologistas o curso de especialização oferecido pelos Centros de Ensino e Treinamento da
SBA, cujo título de especialista é emitido pela
Associação Médica Brasileira. Os Centros de
Ensino e Treinamento vinculados à SBA são
em número de 75 em todo Brasil, formando
anualmente cerca de 410 novos anestesiologistas. Além desses, alguns Centros vinculados unicamente à Comissão Nacional de Residência Médica formam um número adicional
de anestesiologistas, anualmente.
Não obstante, podem ingressar como membros ativos da SBA, por meio de aprovação em
prova escrita e oral, os médicos portadores do
título de especialista emitido pela Comissão
Nacional de Residência Médica do Ministério
da Educação ou por curso de especialização
realizado no exterior em instituição oficial.
Dr. Ismar Lima Cavalcanti
Diretor do Depto. Científico da SBA
Prova Nacional de ME1 e ME2
Pergunta
D
urante os próximos dois anos, existirão na
SBA centros de ensino e treinamento com
programas de dois e de três anos, o que causará problemas quanto à pontuação destes
centros, no que se refere à sua classificação.
Diante deste fato, sugerimos e solicitamos
aprovação da diretoria do seguinte:
1) A partir de 2003, serão concedidas premiações diferentes para as melhores notas
na Prova Nacional de ME1 e de ME2 realizadas em 2002, para os programas de dois
e de três anos, inclusive com direito a prêmios distintos. Ambos os programas receberão, no Relatório Anual, a pontuação referente a estas notas.
2) A partir de 2004, será concedida premiação para a melhor nota na prova nacional de
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 15
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
ME3, realizada em 2003. Entretanto, só haverá pontuação no relatório para a melhor
nota de ME3 a partir de 2007, quando todos os Centros de Ensino terão ME3.
3) Todo CET, no ano que não tiver concluíntes, poderá encaminhar parte dos trabalhos
de conclusão dos ME2 que só concluirão no
ano seguinte e concorrer à premiação e à
pontuação referentes a este item. No ano
seguinte, não poderão encaminhar mais os
trabalhos previamente enviados.
Resposta
Em atenção ao expediente de V.Sa , datado
de 07 de fevereiro de 2003, temos a informar
que a Diretoria da SBA, reunida em 07 de fevereiro de 2003, deliberou favoravelmente os
itens abaixo:
1. A partir de 2003, serão concedidas premiações diferentes para as melhores notas
na Prova Nacional de ME1 e de ME2 realizadas em 2002 para os programas de 2 e de 3
anos, com direito a prêmios distintos. Ambos
os programas receberão no relatório anual a
pontuação referente a estas notas.
2. A partir de 2004 será concedida premiação para a melhor nota na Prova Nacional
de ME3 realizada em 2003. Entretanto, só
haverá pontuação no relatório para a melhor
nota de ME3 a partir de 2007, quando todos
os Centros de Ensino terão ME3.
Quanto à pontuação, no relatório anual, referente ao melhor trabalho, todos os CET devem
receber pontos enquanto persistir a transição.
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
estimada para 13/02/03. Porém, estou
apresentando necessidade de repouso e,
portanto, afastamento imediato do serviço
de anestesiologia.
Gostaria de me informar da necessidade de
colocar algum profissional me substituindo
na escala de plantão, já que não existe um
grupo formado. Somos três anestesistas
que trabalhamos separadamente, seguindo
uma escala de rotina e plantão.
Também gostaria de saber se a partir do
nascimento eu tenho direito de ficar afastada e por quando tempo posso tirar licença
maternidade, mesmo que eu não tenha nenhum vínculo empregatício com a instituição, apesar de ser efetiva do corpo clínico.
Resposta
Que seja juntado atestado médico de seu
obstetra ao pleito de afastamento temporário
de suas atividades, o que deve ser apresentado ao corpo clínico do hospital. Fica a seu
critério a indicação de colega para a vaga ou
a cargo dos remanescentes a distribuição da
nova escala em dois ou com mais um colega
no período em que estiver afastada.
Quanto à licença pós-parto, o tempo deve ficar a critério das necessidades do RN e suas,
também devidamente embasadas por atestado médico do pediatra e/ou obstetra.
Para evitar transtornos futuros, é conveniente reunir os dois outros anestesiologistas e o
diretor clínico, explicar a situação e enfatizar
que é temporário.
Dr. Roberto Bastos da Serra Freire
Dir. do Depto. de Defesa Profis. da SBA
Especialização em anestesia
para enfermeiros
Pergunta
Q
uero saber se existe algum um curso de especialização em anestesia para enfermeiros.
Resposta
No Brasil, o ato anestésico é praticado exclusivamente por médicos. Para a matrícula
em curso de especialização em anestesiologia é necessário inscrição no Conselho Regional de Medicina.
Dr. Ismar Lima Cavalcanti
Diretor do Depto. Científico da SBA
Licença maternidade
Avaliação pré-anestésica
Pergunta
P
reciso, com certa urgência, saber se há
um protocolo de avaliação pré-anestésica ou algum tipo de normatização elaborada
pela SBA que elucide a verdadeira importância da APA e da segurança proporcionada por
ela não só para nós anestesistas como também para o próprio paciente e até mesmo
para o cirurgião.
Aqui em nossa cidade existe uma grande resistência por parte dos cirurgiões para encaminhar seus pacientes à APA. Precisamos
de um embasamento consistente, convincente e por escrito para convencê-los, e até
mesmo obrigá-los, a encaminhar seus pacientes até nós antes do ato cirúrgico.
Pergunta
Resposta
S
A avaliação pré-anestésica é direito do paciente e dever do médico anestesiologista.
As consultas anestesiológicas realizadas em
ou anestesiologista da Santa Casa de Misericórdia de Miranda/SP. Estou no oitavo mês de gestação, data provável do parto
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 16
consultórios e/ou ambulatórios devem ser remuneradas, mantendo tratamento isonômico
com os demais médicos.
Designado pelo conselheiro responsável pelo setor, dr. Júlio Cézar Meirelles Gomes, através do
ofício CFM N° 2662/98, a emitir parecer, passo
à análise dos fatos.
EXPOSIÇÃO
Consulta-nos a UNIMED de Varginha (MG)
objetivamente sobre: “Quando deve ser paga
a consulta pré-anestésica? ”
PARECER
As circunstâncias em que é aplicada a anestesia e sua importância no contexto da assistência médica nos dias atuais não está
circunscrita apenas à sala de cirurgia. O profissional qualificado atua como consultor e,
na prática diária, têm sido solicitado a atender um número crescente de áreas afins: terapia intensiva, reanimação, atendimento ao
politraumatizado, tratamento de síndromes
dolorosas, acompanhamento clínico de pacientes submetidos a exames endoscópicos
e de imagem, etc. Por isto mesmo, a Anestesiologia tem sido considerada uma ciência,
como nos ensina o prof. Genival Veloso de
França, in verbis:
“Cada dia que passa, tantos são os avanços
e as conquistas das especialidades médicas
que algumas já se apresentam como se fossem verdadeiras ciências – sistematizadas e
independentes, pelo seu elevado estágio de
progresso e desempenho. A Anestesiologia
é uma delas.”
A Anestesiologia é uma especialidade considerada de alto risco. Neste ponto, os Conselhos de Medicina devem atuar pedagogicamente, prevenindo as ocorrências de
demandas sob alegação de erro médico,
orientando os médicos no estrito cumprimento às normas vigentes e estimulando a
educação médica continuada através da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.
Preocupado em oferecer à sociedade uma assistência especializada em Anestesiologia de
qualidade, o plenário do Conselho Federal de
Medicina, reunido em 12 de março de 1993,
aprovou a Resolução n° 1.363, que normaliza as condições mínimas de segurança para
a prática da anestesia.
Especificamente quanto à consulta formulada, o diploma ético determina em seu artigo
1°, inciso I, in verbis:
“Antes da realização de qualquer anestesia
é indispensável conhecer, com a devida antecedência, as condições clínicas do paciente a ser submetido à mesma, cabendo ao
anestesista decidir da conveniência ou não
da prática do ato anestésico, de modo soberano e intransferível;”
Por outro lado, o Código de Ética Médica trata
da matéria do consentimento informado nos
seus artigos 46 e 59, in verbis:
“É vedado ao médico:
Art. 46 - Efetuar qualquer procedimento médico sem o esclarecimento e o consentimento prévios do paciente ou de seu responsável
legal, salvo em iminente perigo de vida.
É vedado ao médico:
Art. 59 – Deixar de informar ao paciente o
diagnóstico, o prognóstico, os riscos e objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta ao mesmo possa provocar-lhe
dano, devendo, nesse caso, a comunicação
ser feita ao seu responsável legal.”
E como o anestesiologista cumpre estas normas?
Num passado ainda recente, o paciente com
cirurgia programada, de hábito, internava-se
no dia anterior à cirurgia, para os devidos preparos. Desta forma, tricotomia, lavagem intestinal, jejum, retirada de próteses, orientações de enfermagem e nutrição, avaliações
com outros médicos especializados em determinadas áreas (como por exemplo, cardiologia, pneumologia e endocrinologia) eram solicitadas pelo cirurgião, e até mesmo alguns
exames subsidiários eram realizados. Nesta
oportunidade, o médico anestesiologista, durante a visita pré-anestésica, tomava conhecimento das condições clínicas do paciente
através de interrogatório sistematizado para
a história dos antecedentes médicos, visando, sobretudo, a obter alguma informação útil
(como, apenas para citar alguns exemplos, a
presença de alterações anatômicas que dificultassem as manobras de intubação traqueal, reações alérgicas, doenças sistêmicas que
pudessem comprometer a homeostase), informações essas que deveriam cercar o ato
anestésico de cuidados redobrados.
Com o advento da anestesia ambulatorial
houve a necessidade de nova intervenção do
Conselho Federal de Medicina, que aprovou,
em Plenário, a Resolução n° 1.409/94, versando sobre a matéria. Nela, há citação explícita da Resolução CFM n° 1.363/93, concluindo ab initio que o conceito anterior no
que concerne ao artigo 1°, inciso I, é útil, legal, valioso e não deve ser negligenciado.
O internamento de um dia é prática contumaz no Brasil, e no resto no mundo. Os argumentos de controle de infecção hospitalar
e de apoio social e familiar são tecnicamente
bem aceitos. Entretanto, o que está movendo
o crescimento, às vezes desordenado, é a redução no custo para o aparelho assistencial,
seja do Sistema Único de Saúde, seja dos
mantenedores da assistência privada. E isto
especialmente nos preocupa, uma vez que a
mercancia pode superar a prática ética, os
conhecimentos científicos e o bom senso.
E o que mudou com a prática da anestesia
ambulatorial?
O paciente, que outrora internava-se previamente, por motivos diversos tem sido internado momentos antes do horário previsto para a cirurgia. De repente, surge à sua
frente um cidadão dizendo-se anestesiologista, que mal dispõe de poucos minutos para
a troca de duas palavras e o considera apto
para o ato, sem esclarecimento, sem consentimento (ainda que tácito), sem o devido respeito ao ser humano que está ali, prestes a
lhe confiar o seu bem inalienável.
Vejamos o que José de Aguiar Dias nos ensina sobre o tema:
“Não se deve praticar a anestesia sem consentimento do paciente; esse pode ser dado
diretamente pelo enfermo ou, em caso de impedimento, pelos que o tiveram a seu cargo.
...
O anestesista deve sempre proceder a exame prévio das condições fisiopsíquicas do
paciente, inclusive exames de laboratório e
das peças dentárias.”
Na mesma linha de raciocínio, Miguel Kfouri
Neto na obra Responsabilidade, Civil do Médico comenta:
“Incumbe-lhe (ao anestesiologista), especialmente: a) preparar o paciente, no campo médico e psicológico: prever possíveis dificuldades, acalmar o doente, conquistar-lhe
a colaboração e confiança, preparar-lhe o organismo para o ato cirúrgico, (...)”.
Por conseguinte, a violação destas regras
pressupõe ato omissivo, que na hipótese de
mau resultado certamente será aduzido por
negligência e imprudência.
CONCLUSÃO
A avaliação pré-anestésica é direito do paciente e dever do médico anestesiologista.
Considerando o crescente número de pacientes internados em regime ambulatorial
e a defesa doutrinária do Conselho Federal
de Medicina na questão da manutenção de
uma saudável relação dos médicos com os
pacientes, e considerando também as vantagens socio-econômicas da consulta anestesiológica realizada em consultório ou ambulatório, tais como redução do período de
internamento, maior equilíbrio emocional do
paciente, inclusive com possibilidade de redução no uso de agentes ansiolíticos, melhora no dimensionamento dos exames pré-operatórios e do fluxo de cirurgias nos centros
cirúrgicos, entendo que as consultas anestesiológicas realizadas em consultórios e/ou
ambulatórios devem ser remuneradas, mantendo tratamento isonômico com os demais
médicos, o que não elide a avaliação feita
imediatamente antes do ato (visita pré-anes-
tésica), esta já remunerada como parte integrante do procedimento.
Por fim, a consulta anestesiológica resgata
a saudável relação médico-paciente, devendo ser colocada à disposição da sociedade
de forma usual.
É o relatório, SMJ.
José Abelardo Garcia De Meneses
Conselheiro Relator
Visite no portal
da SBA:
Ensino à
distância
AULAS COM ANIMAÇÃO
Transmissão
Neuromuscular - Anatomia,
Fisiologia e Bloqueio
Dra. Maria Angela Tardelli/TSA
Questões comentadas das
provas para ME/2002
TESTES COM
TEXTOS CIENTÍFICOS
Fevereiro:
Analgesia do Trabalho
de Parto
Comitê de Anestesia
em Obstetrícia
Março:
Fisiologia da Junção
Neuromuscular
Dra. Maria Angela Tardelli/TSA
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 17
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Caderno de Conselhos do Conselho Regional de Medicina do Paraná
Médico - sugestões
para o seu dia-a-dia
17
A humildade intelectual ajuda o homem de
ciência em todas as
ocasiões
A distância entre ignorância e arrogância é quase imperceptível. Para evitar tanto uma, quanto outra, é bom aprender com
os equívocos/erros. Eles geralmente são freqüentes, por isso podem estar a serviço do
aprendizado e da expansão.
18
Cultive o respeito e a
boa relação com seus
pacientes...
Eles podem ser muitos eficazes, quando aliados à ética e à simpatia. A convivência amistosa e os procedimentos corretos e eficientes auxiliam na profilaxia de problemas e/ou
eventuais transtornos via processos.
19
Diagnósticos não realizado pode indicar algumas irregularidades
e problemas...
O médico bem formado pode diagnosticar
cerca de 300 doenças catalogadas. É um
número pequeno dentro de um universo de
possibilidades múltiplas, mas é um número possível. É claro que não se pode conhecer e dominar tudo (principalmente do ponto de vista da teoria). No entanto, é razoável
que se tente.
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 18
20
Errar é humano...
Diferente do que se acredita por aí, o médico também comete erros e equívocos. Então,
procure desenvolver a autoconfiança sem
perder de vista a possibilidade do engano. A
medicina é uma ciência. E as ciências lidam
com leis e probabilidades.
21
Cuidado com os voluntariosos, disponíveis...
A prudência deve vir aliada à seriedade e ao
compromisso de bem servir, dentro dos padrões e conquistas da ciência. Aquele que
despreza esses “elementos” vitais está longe
do perfil ideal de um profissional de ciência.
22
Opte pelo conhecido
As drogas conhecidas, assim como todos os
procedimentos médicos, devem estar validados e experimentados o suficiente para serem
praticados com segurança. Isso garante uma
margem de erro menor. Remédios recentes e
outras novidades devem ter o seu tempo certo de marcação.
23
Termos e palavras claros e concisos...
Em comunicação, sempre que se leva em
conta o padrão cultural dos envolvidos e a
adequação da mensagem desejada, o sucesso é maior. Procure evitar os jargões médicos (só entre colegas de área) e mantenha
com o paciente o maior grau possível de clareza e concisão. Tornar fácil o que é difícil,
eis a questão.
24
Parentes e familiares,
também são pacientes...
Trate os familiares dos pacientes com respeito, lembrando que eles podem estabelecer a
ponte entre as “várias” partes/fases do tratamento, dando apoio incondicional. Só não esqueça de que todo aquele que apoia e ajuda
todo o tempo, pode também mudar de lado e
tornar-se um problema, principalmente através de cobranças.
25
O Museu da SBA está localizado na sede da SBA, na ante-sala da Biblioteca Bento Villamil Gonçalves. Atualmente, possui um acervo de aproximadamente 340 peças, incluindo aparelhos e medicamentos usados há
50 anos ou mais. Encontra-se em bom estado de conservação o respirador Pulmoventilador desenvolvido no Brasil, em 1952, por J. J. Cabral de
Almeida, que foi utilizado com sucesso durante anos, especialmente em
cirurgias de tórax. Também, o aparelho Tiegel-Drägger, usado nas décadas de 30 a 50, que permitia ventilação em circuito fechado com aquecimento da mistura anestésica. Cada peça conta um pouco da história da
anestesia, e podemos constatar como deve ter sido difícil para os pioneiros e como eram escassos os meios de que dispunham para realizar as
tarefas do cotidiano.
Há também belos presentes recebidos pela SBA por ocasião de congressos, diversos deles dos colegas portugueses.
Os álbuns fotográficos contêm registros de momentos importantes da
SBA, dos diversos congressos, dos visitantes ilustres, e permitem observar o clima de amizade que havia entre os colegas das mais diferentes regiões do país.
O museu tem recebido a atenção espontânea de dois colegas, que dessa forma prestam um serviço inestimável à Sociedade: Dr. José Carlos
F. Maia e Dr. Walter S. Machado.
Algumas fotos de peças do acervo encontram-se no museu virtual da SBA. Acesse-o em nosso portal e enriqueça sua visão histórica de nossa
especialidade, ou então, na próxima passagem pelo Rio de Janeiro faça uma visita à sede e confira pessoalmente.
Seja discreto
Doação ao museu da SBA
Já dizia minha avó que prudência e canja de
galinha não fazem mal a ninguém. É verdade. A discrição e o controle da vaidade estão
incluídos aqui. Seu sucesso, ao logo do tempo, depende disso.
26
O Museu da SBA
Excelência X experiência ...
E vice-versa. Uma pode e deve estar aliada a
outra, sempre.
Este Caderno de Conselhos é de autoria do
Dr. João Manuel C. Martins do CRM-PR. É
composto de 26 ítens que foram transcritos
em três edições de Anestesia em revista.
Em mais de 10 anos que tenho trabalhado e vivido junto com
a Anestesiologia Brasileira, pude presenciar inúmeras mudanças ocorridas nesta Sociedade, paralelamente ao significativo desenvolvimento desta especialidade médica.
Parte desse desenvolvimento deveu-se à chegada de novas
drogas e equipamentos, que permitiram que os procedimentos anestésicos/cirúrgicos fossem gradativamente se tornando mais eficazes e seguros.
Ainda durante este período, tive a grata oportunidade de estar
junto com seus integrantes, seja em momentos difíceis, onde
juntamos esforços para superá-los, seja em momentos agradáveis, em que pudemos nos divertir e festejar lado a lado.
Após tanto tempo de trabalho em conjunto, foi inevitável que
criássemos sólidas raízes junto aos anestesistas e passássemos a admirar e a dar valor à complexidade e á delicadeza
desta especialidade. Além disso, admirador da história que
sou, não pude permitir que alguns objetos empregados para a
realização de procedimentos anestésicos no passado fossem
descartados como sucata nas empresas em que trabalhei.
Foi, portanto, com um misto de surpresa e satisfação que,
após uma visita ao Museu da SBA, montado durante o 49º
CBA em Joinville, e uma animada conversa com os Drs. José
Carlos Maia e Walter Silva Machado, constatei que alguns dos
itens que possuo são únicos, ou pelo menos que não há similares no acervo da SBA.
Dei-me conta, então, de que seria egoísmo preservá-los co-
migo e não dividi-los com os demais. Portanto, gostaria de
oferecer minha humilde contribuição para esta Sociedade, doando ao Museu da SBA alguns itens que fazem parte da história da anestesia brasileira:
Vaporizador K. Takaoka para enflurano – Enflovapor Mod.: 1.203
Vaporizador K. Takaoka para enflurano – Enflovapor Mod. 1.223
Vaporizador K. Takaoka Universal – “Takaoquinha”
Vaporizador Oftec para metoxiflurano – Pentranec Mod. 2
Vaporizados para enflurano – Vaporane (Dragger ou Oftec)
Frasco de Metoxiflurano Abbott – Lote 62244QP – Fab.: Jul/82
Caixa de Citanest Astra – Lote 354.804 – Val.: Abr/80 (provavelmente amostra grátis)
Finalmente, depois de acompanhar durante anos o processo de
desenvolvimento da anestesia no Brasil, consigo entender claramente porque o anestesiologista está continuamente inserido num processo de
aprendizagem e aperfeiçoamento profissional.
Esperando que estes itens venham enriquecer o precioso
acervo já existente
no Museu da SBA,
aproveito para reiterar
meus votos de amiVeja as peças no museu on-line da SBA
zade, estima e consiwwww.sba.com.br
deração.
Dr. Marcelus Luiz Siqueira
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 19
Julho de 1950
Leia o editorial da primeira
edição do Anestesia
O Conselho Superior é constituído pelos
três últimos presidentes da SBA e pelos presidentes das regionais. Entre as funções do
Conselho Superior, podemos ressaltar: exame das contas da Sociedade, indicação de
substitutos para os cargos vagos, recomendação de uma chapa para disputar a eleição anual, opinar sobre assuntos de interesse e apreciar denúncias no âmbito da
Sociedade.
O presidente do Conselho Superior participa das reuniões de Diretoria, embora sem
direito a voto. Tradicionalmente, seu presidente é o último presidente da SBA, de forma
que sua experiência e recente participação
na Diretoria contribuem de forma substancial para que se dê continuidade às diretrizes
políticas que têm sido adotadas pelas Diretorias anteriores.
O atual presidente do Conselho Superior
da SBA é Carlos Alberto Pereira de Moura,
que passou o cargo de presidente da SBA a
Esaú Barbosa Magalhães Filho em 11 de janeiro, em cerimônia no Clube Caiçaras, no
Rio de Janeiro. A seguir transcrevemos seu
discurso por ocasião do evento.
“Para mim, hoje é um dia destinado aos
agradecimentos, a prestação de contas e a
elogios.
Em primeiro lugar quero agradecer a Deus
por ter permitindo que eu passe a constar da
galeria dos Presidentes da Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Sem dúvida alguma
este é o meu maior troféu dentro de minha
atividade como médico anestesiologista, privilégio de menos de um por cento dos anestesiologistas brasileiros.
Quero também deixar marcado meu
agradecimento a minha família, em especial,
meus pais por terem permitido que eu me tornasse médico e, melhor ainda, médico anes-
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 20
tesiologista. A minha esposa Neide, minha
filha Mariana e meu filho Bernardo informo
que voltei para casa. Este ano e os próximos
anos serão diferentes em relação a 2002,
pois as ausências do lar ocorrerão em muito
menor escala. Vocês sempre me entenderam
e agora é o momento em que eu devo retribuir todo esse entendimento, compreensão e
a paz que sempre me dedicaram.
A estrutura da SBA é bastante sólida,
funciona quase que automaticamente em
suas diferentes atividades, entretanto precisamos, e precisamos muito, daqueles que
nos propiciam o suporte necessário para a
manutenção de nossa Sociedade. Estou falando de nossos funcionários, pessoas simples e que dedicam toda sua capacidade laborativa para que possamos levar a cabo
todas as nossas atividades. Esse grupo de
funcionários liderados pela Sra. Mercedes
Azevedo constitui o que de melhor podemos
ter para garantir o perfeito funcionamento da
SBA. A todos vocês o meu muito obrigado.
Meus colegas de Diretoria, Comissões e
Comitês, além do meu reconhecimento por
tudo que fizeram para que a gestão 2002 obtivesse o êxito que alcançou deixo também
uma mensagem, “que vocês sempre pensem na SBA como sendo a união de todos
os anestesiologistas brasileiros e que tenham
o apoio e o incentivo que tive por parte de todos que aqui já citei e, assim sendo, tenho a
certeza de que alcançaram seus objetivos e o
bem maior para nossa especialidade”.
Nossos agradecimentos são destinados
também a todos que representam a Indústria Farmacêutica e a de Equipamentos nossos grandes parceiros em todas as ocasiões.
Estamos certos de que essa parceria estará sempre presente e procuraremos, constantemente, mantê-la da melhor maneira
possível.
Meus amigos e colegas de trabalho, Márcio e Alfredo, vocês merecem meu sincero
agradecimento. A atitude que vocês tomaram, espontaneamente, com relação a nossa carga horária e ao nosso faturamento, fazme lembrar a retribuição dos filhos ao pai no
momento em que ele precisa. Espero poder
contar sempre com a amizade e a sinceridade de vocês e, a partir de agora, volto a ser o
Pai pronto a auxiliar seus filhos.
Prestando contas, de forma sumária, devemos destacar alguns itens dentro das duas
principais áreas de atuação de nossa Sociedade que aconteceram ou deixaram de acontecer durante o ano de 2002.
Na Defesa Profissional conseguimos reverter uma portaria do Ministério da Saúde que mudava a forma de remuneração de
nossa atividade médica quando prestada aos
pacientes do Sistema Único de Saúde. Esta
portaria, publicada de maneira intempestiva,
sem que tivéssemos participado de discussões a respeito do assunto, fez-nos mostrar
mais uma vez a força da SBA em defesa de
seus membros. Após reunião em Brasília com
o Secretario de Assistência a Saúde, foi publicada uma nova portaria, alterando os valores dos atos anestésicos e revogando a anterior, inclusive com efeito retroativo a data de
vigência da primeira portaria. Essa batalha
ainda não está ganha. Precisamos ainda lutar muito. Estamos diante de um novo Governo Federal teoricamente de características totalmente diferentes dos que o antecederam.
Devemos de imediato estabelecer contatos
para continuarmos apresentando nossas reivindicações e torná-las efetivas do ponto de
vista prático.
Ainda na área da Defesa Profissional participamos de todas as reuniões referentes ao
novo Rol de Procedimentos Médicos Hierarquizados que está sendo elaborado pela As-
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 21
sociação Médica Brasileira através das Sociedades de Especialidades, com o suporte
técnico financeiro feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e, o mais importante, com o total apoio do Conselho Federal de Medicina. A participação da SBA na
definição dos portes anestésicos neste Rol de
Procedimentos foi feita através da Diretoria,
Comissão de Honorários Médicos, Secretário
do Conselho de Defesa Profissional e Presidência da Federação Brasileira de Cooperativas de Anestesiologia. Também aqui é necessário mantermo-nos atentos e fazer com que
nossas propostas tornem-se realidade dentro
do novo rol que está sendo proposto.
No Departamento Científico conseguimos
concretizar nossa proposta para que a especialização em anestesiologia passasse a ter
a duração de três anos. O trabalho desenvolvido ao longo de quatro diretorias chegou
ao final com um resultado bastante positivo.
A Comissão Nacional de Residência Médica
acatou quase que totalmente todas as nossas
colocações a respeito desse assunto e homologou o programa de residência médica em
três anos, sem pré-requisitos, ou seja, com
acesso direto. O diálogo com a CNRM também passou a ser mais aberto com todas as
especialidades desde a realização do fórum
que aconteceu em Brasília há dois anos objetivando a melhoria da qualidade da formação dos especialistas em nosso País. Lembro
ainda que esse trabalho deve ser continuado
principalmente no sentido de que alguns serviços credenciados somente pela CNRM, que
não possuem os requisitos mínimos que exigimos para tal, possam vir a ser desativados,
através de uma ação conjunta entre a SBA e
a CNRM.
Mas nem tudo são flores. Não conseguimos a indexação da Revista Brasileira
de Anestesiologia no Index Medicus. Envidamos todos os recursos e esforços necessários para tal. Nosso colega Gastão Fernandes
Duval Neto, presidente na gestão 2000, e o
Dr. Luiz Marciano Cangiani, Editor Chefe da
RBA, com o total apoio da diretoria tudo fizeram para que conseguíssemos está indexação. Entretanto, não conseguimos. Cabe agora uma reflexão. Será que nossa Revista, hoje
editada em Inglês e Português, com artigos
de alto padrão científicos e educativos, enviados para 1000 destinatários em todo o mundo, onde se incluem Sociedades de Anestesiologia, Universidades e Hospitais, só será
reconhecida se for indexada no Index Medicus? Acreditamos que devemos manter a prática atual, expandi-la tanto quanto possível e
procurar outros indexadores que possam am-
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 22
pliar a divulgação da RBA. Em contra partida salientamos que obtivemos a indexação
da RBA no sistema SCIELO que já nos garante uma divulgação internacional de nossa revista.
O Curso de Suporte Avançado de Vida
em Anestesia (SAVA) foi mantido durante
todo o ano nos mesmos moldes de 2001. É
preciso agora definir novas etapas para sua
continuidade de forma que possa ser oferecido ao maior número possível de membros
da SBA.
Agora, chegamos ao momento dos elogios. Por força da liturgia do cargo, o Presidente da SBA é obrigado a proferir vários
discursos ao longo de sua gestão e, conseqüentemente, algumas falas tornam-se repetitivas e muitos dos que aqui se encontraram
já ouviram eu falar sobre determinados assuntos pelo menos mais de uma vez. Entre-
Nosso elogio maior destinase a nossa própria SBA que
com sua estrutura, amplamente democrática permite que todos os seus membros possam ocupar cargos
de destaque tanto na SBA como nas demais entidades da
área médica de nosso País
tanto, é sempre bom para a Diretoria da SBA
e para todo o seu quadro associativo lembrar
que o Dr. Luiz Marciano Cangiani e o Dr. David Ferez possuem um espírito associativo
que, em nossa opinião, os colocam em uma
posição onde não podemos deixar de citálos, e agradecer por todo o trabalho desenvolvido na RBA e no SAVA respectivamente.
Nosso elogio maior destina-se a nossa própria SBA que com sua estrutura, amplamente democrática permite que todos os
seus membros possam ocupar cargos de
destaque tanto na SBA como nas demais
entidades da área médica de nosso País e,
permite também, que todos possamos colher
de igual forma os benefícios obtidos.
Mas, hoje quero dedicar o maior elogio ao nosso colega Dr. Esaú Barbosa Magalhães Filho, Presidente eleito para a gestão 2003. Esaú, pretendo não fazê-lo chorar
pois sei que você é uma pessoa sensível e
emotiva, ou seja, você é normal. Aqueles que
choram podem extravasar todos os seus sentimentos sejam eles de alegria ou de tristeza,
e com isso podem encarar todas as situações
colocadas pela vida de forma séria, podendo
tomar a melhor decisão diante do maior problema que estiver a sua frente.
Você chegou na SBA por uma via que,
na época, não era a melhor escolha. Ser admitido na SBA na categoria de membro adjunto significava que o interessado não tinha
feito formação em um de nossos centros de
ensino e treinamento. Os CET não aprovavam a categoria de membro adjunto, tanto
que esse tipo de acesso perdurou por poucos anos. Mas, você entrou por essa porta.
Nossa SBA, apesar das contestações, acolheu-o de braços abertos e você soube retribuir essa acolhida. Foi adiante, realizou a
prova escrita e oral para mudança de categoria para membro ativo tendo sido aprovado. Em seguida buscou obter o Título Superior em Anestesiologia (TSA), título esse que
muitos dos que entraram pela porta melhor,
os CET, até hoje ainda não o possuem, mas
você conseguiu obtê-lo. Seguiu em frente, organizou um Congresso Brasileiro de Anestesiologia, em 1990, na cidade de Natal tendo
encarado de frente todas as responsabilidades inerentes a um evento desse porte bem
como as duas situações extraordinárias que
aconteceram no ano de 1990 referentes à retenção de depósitos bancários, Plano Collor,
e a falência do Banco onde estavam depositados os recursos financeiros destinados ao
Congresso. Você superou tudo isso e nos
proporcionou um CBA digno dos membros
da SBA. Por conta de tudo isso sua participação em cargos da Diretoria e Comissões
da SBA tornaram-se inevitáveis. Assim é que
você foi membro da Comissão Examinadora
do Título Superior em Anestesiologia, Diretor
de Defesa Profissional, Diretor Administrativo, Vice-Presidente e agora, merecidamente, Presidente da SBA. Meu caro amigo essa
é a maneira mais correta que encontrei para
homenageá-lo. Você bem o merece. Desejo
que, junto aos demais colegas da Diretoria
e de toda a SBA, você tenha uma gestão de
muita paz, alegria e felicidade.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram e continuarão contribuindo para o
bem da SBA e da anestesiologia brasileira recebam os sinceros agradecimentos da diretoria da gestão 2002.
Dr. Carlos Alberto Pereira de Moura
Presidente do Conselho Superior da SBA
Prof. Dr. Pedro Thadeu Galvão Vianna
A Política Nacional de Medicamentos, instituída pela Portaria n0
3916 de 30 de outubro de 1998, no processo de implementação do
Sistema Único de Saúde – SUS, tem, como uma de suas diretrizes, a
adoção da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – Rename
e, como uma de suas prioridades, a revisão periódica desta Relação.
Desse modo, no ano de 2001, todas as Entidades Médicas e mais
representantes de cinco universidades brasileiras foram solicitados a
colaborar na revisão do que seria a Rename 2002.
A Sociedade Brasileira de Anestesiologia como Entidade Médica –
através da Associação Médica Brasileira – foi incluída como colaboradora na atualização desta lista de medicamentos essenciais.
Acreditando que expressivo número de Anestesiologistas esteja ligado ao SUS, a SBA incumbiu a Diretoria Científica do árduo mister
de justificar a inclusão e a exclusão de fármacos utilizados na prática da Anestesiologia. Para atingir este objetivo, a Diretoria Científica realizou extensas revisões bibliográficas e analisou inúmeros
trabalhos de pesquisas que viessem a dar suporte às justificativas de exclusão ou de inclusão do medicamento no Rename 2002.
O resultado deste trabalho foi a sugestão da SBA
para a inclusão de bezilato de atracúrio, pancurônio,
midazolam solução oral, midazolam solução injetável,
maleato de midazolam comprimido, e propofol. Todos
estes fármacos e suas respectivas apresentações foram
aceitos pela responsável pela elaboração da lista, com exceção do propofol.
A responsável pela Rename 2002 foi a Comissão Técnica e Multidisciplinar de Atualização da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - Comare - célula do Ministério da Saúde. A Comare aprovou
a inclusão de 50 novos fármacos nessa lista. A SBA também sugeriu a exclusão do bloqueador neuromuscular alcurônio e do sedativo/
hipnótico hidrato de cloral. Ambos os fármacos e mais 17 outros medicamentos - totalizando 19 agentes - foram excluídos da lista 2002,
pelo Comare.
Desta maneira, a SBA colaborou para elevar o padrão de atendimento dos pacientes do SUS e cumpriu o art. 20 do seu Estatuto
Prof. Dr. Pedro Thadeu Galvão Vianna
Diretor Científico/SBA 2001-2002 e atual Vice-Presidente da SBA
A SBA e a Situação Econômica do País
Em 1994 o Brasil viveu alguns momentos de euforia com a imNossa receita depende basicamente das anuidades dos memplantação do Plano Real. De repente nossa moeda ganhou um novo
bros ativos, adjuntos, aspirantes e dos Centros de Ensino e Treinanome, o REAL, e a realidade da época afirmava que R$ 1,00 era
mento, bem como das inscrições para as provas do TSA, de mudanigual a US$ 1,00. Bons tempos. Como tudo que é bom dura pouça de categoria de adjunto para ativo e de ingresso como membro
co, ao final do primeiro mandato do Goativo (90% da receita). Os anunciantes da
verno Fernando Henrique Cardoso já poPrecisamos estar alertas e atuan- RBA, do Anestesia em revista, do Portal e
díamos verificar uma desvalorização do
aqueles que vem a patrocinar algum projeto
tes para que não sejamos esque- isolado referente a outras publicações (EnsiREAL em relação ao DÓLAR na ordem de
20%, ou seja, precisávamos de R$ 1,20
cidos nesse processo de reforma no a Distância, Manual de Drogadição, Prêpara podermos adquirir US$ 1,00. Naquesocial e tributáira e, para tal, pre- mios, etc) compõe uma pequena parte de
le momento já podíamos constatar que alnossa receita orçamentária. Devemos destacisamos mais uma vez solidificar a car que a indústria farmacêutica e de equipaguns itens essenciais ao funcionamento
presença da SBA em todos os seto- mentos, anualmente, atende nossas solicitada SBA aumentaram em 20% pois eram
e continuam sendo dependentes do DÓres que nos dizem respeito com o ções e procura sempre destinar alguma verba
LAR. Como exemplos principais podemos
de publicidade e patrocínio para a SBA.
objetivo de melhorar nosso ganho e
citar o papel e os insumos de informátiTomando-se como base o período de
diminuir nossas despesas.
ca. Além disso, nossas reservas financei1997 a 2002 podemos verificar os seguinras foram depreciadas nos mesmos 20%.
tes índices oficiais destinados a medir o proMas, a vida da SBA não parou. Nossa Sociedade com seu dinamiscesso inflacionário:
mo adaptou-se a nova realidade e continuou mantendo todas as
IGPM ( FGV ) 100,28 %
suas atividades e também investiu em novos projetos objetivando
ICV ( DIEESE ) 54,78 %
oferecer mais serviços à disposição de seus membros (Biblioteca
IPC ( FGV ) 52,95 %
Virtual, Ensino a Distância, Curso de Suporte Avançado de Vida
INPC ( IBGE ) 53,27 %
em Anestesia – SAVA, Revista Brasileira de Anestesiologia BilínIPCA ( IBGE ) 49,32 %
güe, Indexação da RBA, Homepage – Portal, etc).
No mesmo período (1997 a 2002) a ANUIDADE da SBA foi
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 23
aumentada em 20,83% o que correspondeu a um aumento na receita realizada de 21%. Tal fato ratifica que nossa receita depende
basicamente do pagamento da anuidade. A despesa realizada em
função da variação inflacionária foi aumentada em 46,10%, neste
mesmo período, demonstrando que foi necessário utilizar parte de
nossas reservas e, assim sendo, evitou-se elevar o valor da anuidade baseado nos índices oficiais de medida da inflação.
O dólar, também no período de 1997 a 2002, sofreu uma variação assustadora de cerca de 315%, considerando-se o seu valor em R$ 1,12 no final do ano de 1997 e, em 31 de dezembro de
2002, o mesmo dólar apresentava o valor de R$ 3,53.
Nossos honorários também se encontram defasados em relação ao início do Plano Real. Praticamente os salários e os indexadores de nossa remuneração (ponto e CH) encontram-se estagnados desde 1994. As pequenas variações que ocorreram não foram
suficientes para acompanhar o processo inflacionário conforme demonstramos, principalmente se tomarmos como base o aumento
do dólar. Apesar de tudo precisamos manter nossa Sociedade viva
Prof. Dr. José Luiz
Gomes do Amaral
Encontra-se em discussão no Congresso o Projeto de Lei no 25/
2002, que regulamenta o ato médico. Mas, porque legislar sobre um
assunto tão simples? Quando alguém fica doente vai ao médico. O
médico pergunta, ouve, examina, solicita exames, faz o diagnóstico e
prescreve o tratamento. Não é assim? Haverá quem discorde?
Pois acreditem, há.
Foi quando, na cabina de passageiros do avião, ouvimos a voz do
comandante Menezes:
“Senhores passageiros, estamos voando a 11 mil metros de altura, nossa velocidade é de 945 km/h, a temperatura externa é -45
o
C e em duas horas estaremos em nosso destino. Obrigado por voarem conosco.”
Pensei nos recursos técnicos que nos cercam e nas centenas de
profissionais que tornam possível uma viagem destas. No gênio dos
cientistas que desenvolveram os aviões. Na competência dos enge-
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 24
e com boa vitalidade. Os momentos de crise servem para mantermo-nos mais unidos e mostrarmos que temos força suficiente para
superar as adversidades que nos são impostas. Vale lembrar o Plano Collor onde tivemos toda a receita da SBA confiscada da noite
para o dia. Conseguimos superar. Pagamos naquele ano uma nova
anuidade e mantivemos nossa SBA viva e atuante. Estamos diante de um novo governo que veio com o estigma da esperança baseada em uma ampla reforma social e tributária. Precisamos estar
alertas e atuantes para que não sejamos esquecidos nesse processo e, para tal, precisamos mais uma vez solidificar a presença da
SBA em todos os setores que nos dizem respeito com o objetivo de
melhorar nosso ganho e diminuir nossas despesas. No momento,
mais do que nunca, devemos nos valer da afirmação de que A SBA
SOMOS TODOS NÓS.
Dr. Carlos Alberto Pereira de Moura
Presidente do Conselho Superior da SBA
nheiros responsáveis pela sua contínua manutenção. No preparo dos
controladores de vôo nos aeroportos. A organização do embarque e desembarque, e o trabalho complexo do pessoal administrativo de terra.
Na qualificação do comandante, do co-piloto, dos comissários. Há tantos outros ainda que não vemos... Nas próximas duas horas, graças a
todos eles, poderei continuar confortavelmente sentado em minha poltrona e terminar a leitura do jornal que me ofereceram quando entrei
no avião.
Foi quando nos veio uma nova mensagem:
“Senhores passageiros, aqui quem vos fala é o novo “comandante”. Meu nome é Fábio Silveira, comissário de bordo. A partir de
agora, a pilotagem desta aeronave passa “democraticamente” para
os demais membros que compõe a coletividade dos profissionais da
aviação. Designamos a Srta. Hilda Gonçalves, uma das melhores integrantes da nossa equipe de comissários, muito bem treinada no protocolo da aterrissagem básica, para co-pilotar comigo este MD-11 até
o nosso destino. Por sinal, comunico ainda aos senhores passageiros,
que haverá um pequeno atraso, ocasionado por problemas surgidos
no aeroporto: os controladores de vôo de nosso aeroporto de destino acabam de embarcar como pilotos no avião que nos precedia e os
engenheiros da equipe de manutenção ainda não chegaram para assumir o setor de controle de vôo.”
Olho interrogativo o passageiro ao meu lado e percebo também
nele um certo ar de perplexidade e apreensão. Volto ao jornal. Abro
casualmente a página das notícias do Congresso Nacional e leio:
“Manifestantes questionam a Lei do Ato Médico e afirmam que
definir a atuação do médico é atender ignóbeis interesses corporativos, desrespeitando a autonomia de outros profissionais da saúde.”
Pergunto ao ex-comandante, o piloto Menezes, que agora serve
um copo d’água à assustada senhora sentada a minha frente:
“O senhor acha que o nosso vôo vai chegar muito atrasado?”
Prof. Dr. José Luiz Gomes do Amaral
Presidente da Associação Paulista de Medicina
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 25
Divulgacao
Programa científico da Sadif
MARÇO
12/03 Quarta-feira - In¡cio às 20 horas - Auditório Maior da AMBr
Bem-vindos, Residentes
Abertura:
- A SBA e suas regionais
Dr. Edisio Pereira - Presidente da SADIF
Conferência:
- Os Centros de Ensino e Treinamento da SBA
Dr. Ruy Leite de Melo Lins Filho - Presidente da CET/SBA
Mesa de debates:
Coordenador: Dr. Ruy Leite de Melo Lins Filho
Participantes:
- Dr. Edno Magalhães - CET/HUB
- Dr. Jos‚ Henrique Leal Araújo - CET/HRAN
- Dr. Jos‚ Tadeu dos Santos Palmieri - CET/HBDF
ABRIL
16/04 Quarta-feira - Início às 20 horas - Auditório Maior da AMBr
Simpósio - Responsabilidade legal do anestesiologista
Coordenação: Dr. Eduardo Pinheiro Guerra, TSA (DF)
Secret rio CRM-DF
Responsabilidade penal do anestesiologista
Des. Edson Alfredo Martins Smianiotto - Desembargador do TJDF
Responsabilidade civil do anestesiologista
Prof. Artur Udelsman, TSA (SP)
Situações de risco no cotidiano da anestesia
Dr. Eduardo Pinheiro Guerra, TSA (DF)
MAIO
14/05 Quarta-feira - In¡cio às 20 horas - Auditório Maior da AMBr
Anestesia em Obstetrícia
Conferência:
- Analgesia do parto
Dr. Amaury Sanchez Oliveira, TSA (SP)
Mesa Redonda:
Situações especiais em anestesia obstétrica
Coordenador: Dr. Amaury Sanchez Oliveira, TSA (SP)
- Urgências obstétricas
Dra. Cátia Sousa Goveia, TSA (DF)
- Complicações maternas pós-operatórias: prevenção e tratamento
Dr. Joaquim Lucas de Castro, TSA (DF)
JUNHO
17/06 Terça-feira - Início às 20 horas - Auditório Maior da AMBr
Discussão de Casos Clínicos
Caso 1: Anestesia pediátrica
“A criança com infecção das vias aéreas superiores - não cancela o meu caso”
Moderador: Dra. Miriam Nóbrega Rodrigues Pereira , TSA (DF)
Debatedores: Dr. Dário Humberto de Paiva, TSA (GO)
Dr. Leonardo Teixeira Domingues Duarte, TSA (DF)
Caso 2: Anestesia ambulatorial
“Pneumonia de aspiração após endoscopia digestiva”
Moderador: Dra. Ana Maria Vilela Bastos Ferreira, TSA (MG)
Debatedores: Dr. Paulo César de Andrade, TSA (DF)
Dr. José Tadeu dos Santos Palmieri, TSA (DF)
AGOSTO
01 a 03/08 - XXXV Curso Fundamentos Científicos da Anestesiologia
Anestesia Pediátrica
Anestesia em revista - março/abril, 2003 - 26
Programa da SAEB
A SAEB – Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia vem, nesta oportunidade, informar-lhes a programação científica para o ano
de 2003, na qual muito nos honraria a vossa participação:
EVENTO
DATA
LOCAL
Abertura da Programação Científica do XI Curso Integrado de
Especialização em Anestesiologia e XII Curso de Atualização
em Anestesiologia
07 de fevereiro
Sede da SAEB
8º ENAI-BA – Encontro de
Anest. do Interior da Bahia
31 de maio
Porto Seguro
- BA
IV Curso Preparatório para o
TSA Norte/Nordeste
23 a 27
de agosto
Sede da SAEB
17º JORBA – Jornada Baiana
de Anestesiologia
19 e 20
de Setembro
Salvador - BA
Cel. ao dia do Anestesiologia
Outubro
Sede da SAEB
Encerramento do Prog. Cien.
Dezembro
Sede da SAEB
Programa Científico XIV J NRG e VIII J Mossoró
A SAERN, junto com o seu Departamento Regional do Oeste, promove nos dias 1 e 2 de agosto A XIV JORNADA NORTERIOGRANDENSE DE ANESTESIOLOGIA E A VIII JORNADA DE ANESTESIOLOGIA DE MOSSORÓ.
Nova diretoria SAETO
A Sociedade de Anestesiologia do Estado do Tocantins tem a satisfação
de informar-lhe a composição da diretoria do biênio 2003/2004:
Presidente:
Vice Presidente:
Primeira Tesoureira:
Segunda Tesoureira:
Primeiro Secretário:
Segundo Secretário:
Diretora Científica:
Dr. José Celso Rodrigues Cintra
Dr. Antenor de Muzzio Gripp
Dra. Patrícia Crisanto Guedes da Silva
Dra. Valdilei Barbosa Aguiar
Dr. Jacob Kicheze
Dr. Roberto Correa
Dra. Welma Rezende Fuso de Assis
Nova diretoria SPA
A Sociedade Paranaense de Anestesiologia comunica que foi eleita e
empossada a nova diretoria para o biênio 2003/2004:
Presidente:
Dra. Maria Aparecida Tanaka
Vice Presidente:
Dr. Pedro Paulo Tanaka
Primeira Secretária:
Dra. Débora de Oliveira Cumino
Segundo Secretário:
Dr. Mohamad Sharif Mohamad Youssef
Primeiro Tesoureiro:
Dr. Cláudio José Caminada Miranda
Segundo Tesoureiro:
Dr. Ricardo Sakata
Diretor Científico:
Dr. Paulo armando Ribas Júnior
Vice Diretor Científico: Dr. Fábio Maurício Topolski
Conselheiro Consultivo e Fiscal:
Dr. Carlos Henrique Jorge Jacob
Dra. Mara Ovande Amaral E. de Carvalho
Dr. Osny Cesar Kluppel de Miranda

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