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UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL
FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO
PLANALTO CENTRAL – FACIPLAC
Curso de Administração
ANÁLISE DA SEGURANÇA DO TRABALHO RELACIONADA AO USO
DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E
RESISTÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS NA EMPRESA MRV
ENGENHARIA
JOSIANE JOSÉ GOMES
GAMA - DF
FEVEREIRO/2012
UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL
FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO
PLANALTO CENTRAL – FACIPLAC
JOSIANE JOSÉ GOMES
ANÁLISE DA SEGURANÇA DO TRABALHO RELACIONADA AO USO
DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E
RESISTÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS NA EMPRESA MRV
ENGENHARIA
Monografia apresentada no curso de Graduação em
Administração das Faculdades Integradas da União
Educacional do Planalto Central como parte dos requisitos
para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Orientadora: Msc. Maria Leila Rezende do Vale
Gama - DF
FEVEREIRO/2012
Ficha catalográfica
Gomes, Josiane José
Análise da Segurança do trabalho relacionada ao uso dos Equipamentos
de Proteção Individual (EPI) e a resistência dos funcionários na empresa
MRV Engenharia.
Josiane José Gomes. Gama - DF, Faciplac – Faculdades Integradas da
União Educacional do Planalto Central (FACIPLAC), 2011.
89f
Orientador: Msc. Maria Leila Rezende do Vale
Monografia – Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto
Central, Graduação em Administração de Empresas.
CDU: xxxxxxxxxxxx
iv
ANÁLISE DA SEGURANÇA DO TRABALHO RELACIONADA AO USO
DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E
RESISTÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS NA EMPRESA MRV
ENGENHARIA
Monografia, aprovada como requisito parcial
para obtenção do grau Bacharel em
Administração no curso Administração de
Empresas da União Educacional do Planalto
Central.
Data de Aprovação:
_____/_____/_____
Banca Examinadora:
______________________________________
Profª . Maria Leila Rezende do vale
Orientadora
Faculdades Integradas da União Educacional do
Planalto Central
______________________________________
Prof. Geraldo Cardoso Moitinho
______________________________________
Profª. Mariela Amaral Guruceaga
v
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a minha família, principalmente a minha irmã Luciene, o meu
cunhado Alcir e meu esposo Joabe, pois sem o apoio deles eu não teria alcançado o
êxito de concluir esse trabalho. Dedico também aos meus amigos: Cândida Tavares,
Fabiana Nunes e Késsio Gonçalves, pois foram mais que amigos durante essa
jornada de 4 anos de estudo, mas sim verdadeiros irmãos. E por fim ofereço esse
trabalho a minha querida mãe e ao meu amado pai que já partiram, mas que sempre
sonharam em me ver formada e pelos ensinamentos que me destes desde a minha
infância, os quais apliquei em minha jornada.
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela força e oportunidade que me deste para fazer esse curso,
agradeço pelas lutas, pois foram através delas que vieram as vitórias. Sou grata aos
meus irmãos que me proporcionaram essa oportunidade de fazer essa faculdade e
aos meus pais que já partiram, mas que de certa forma seus desejos sempre
estiveram presentes em minha vida me impulsionando a buscar algo sempre melhor.
Agradeço a Maria Leila Rezende, que com paciência me orientou da melhor forma
possível, me passou confiança me dando a certeza de tudo daria certo.
vii
“Não há pessoas desinteligentes, mas pessoas
que não sabem ser um aprendiz”.
(Augusto Cury)
viii
LISTA DE SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
CA – Certificado de Aprovação
Cd – Custos diretos
CF – Constituição Federal
Ci – Custos indiretos
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
Ct – Custos totais
EPI – Equipamento de Proteção Individual
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
OIT – Organização Internacional do Trabalho
ONU – Organização das Nações Unidas
PIB – Produto Interno Bruto
QVT – Qualidade de Vida no Trabalho
TRT – Tribunal Regional do Trabalho
TST – Tribunal Superior do Trabalho
VT – Varas do Trabalho
ix
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 – Segurança
Gráfico 02 – Fornecimento de EPI
Gráfico 03 – Responsabilidade de uso dos EPIs
Gráfico 04 – Desenvolvimento da atividade laboral com uso dos EPIs
Gráfico 05 – Qualidade dos EPIs
Gráfico 06 – Fiscalização
Gráfico 07 – Influência dos colegas de trabalho
Gráfico 08 – Exigência no uso dos EPIs
Gráfico 06 – Consciência dos riscos
Gráfico 10 – Informações
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Membros do Conselho de Administração da MRV
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Pirâmide das Necessidades Pessoais (Maslow)
Figura 02 – Classificação de Acidentes de Trabalho
Figura 03 – Equipamentos de Proteção Individual para a cabeça
Figura 04 – Equipamentos de Proteção Individual para os membros superiores e
inferiores
Figura 05 – Equipamentos de Proteção Individual para o tronco
Figura 06 – Equipamentos de Proteção Individual para as vias respiratórias
xii
LISTA DE ANEXOS
Anexo A – Condições e meio ambiente de trabalho
Anexo B – Questionário aplicado aos funcionários da MRV Engenharia
xiii
RESUMO
O presente trabalho apresenta uma Análise da Segurança do trabalho relacionada ao uso dos
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e a resistência dos funcionários na empresa MRV
Engenharia cujo objetivo geral é descobrir se há carência de informação a cerca do uso dos EPIs e
desvendar os motivos da resistência dos funcionários em utilizá-los. Como embasamento teórico este
estudo utilizou tópicos relacionados a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), Segurança do trabalho,
Acidentes de trabalho, Setor da construção civil, Equipamentos de Proteção Individual, Leis e Normas
Regulamentadoras, onde autores como Chiavenato, Barbosa Filho, Ana Paula Steffen, Armando
Campos e Marcos Garcia Hoeppner foram citados no decorrer de todo o referencial. A metodologia
aplicada foi qualitativa e descritiva baseada em estudo de caso, em um universo de 115 funcionários
dos quais teve como amostra 22 pessoas que desempenhavam suas funções em um canteiro de
obras localizado na cidade do Valparaíso-GO e foi aplicado um questionário estruturado, formado por
10 questões de múltiplas escolhas onde abordava o uso dos Equipamentos de Proteção Individual
por parte dos funcionários.Foi constatado que grande parte dos funcionários se sentem inseguros em
seu ambiente de trabalho, pois nem todos os EPIs são fornecidos pela empresa e nem todas as
informações sobre o uso adequado são repassadas, deixando-os a mercê de acidentes enquanto
desenvolvem suas funções. É de suma importância que haja uma fiscalização rigorosa e periódica,
com a aplicação de multas em organizações voltadas à construção civil para que a mesma invista
mais na segurança do trabalho. É também de grande relevância que os próprios empregados se
conscientizem da importância do uso dos EPIs para a preservação da própria vida.
Palavras - chave: Segurança. Proteção. Funcionário
xiv
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO........................................................................................................16
1.1 Tema....................................................................................................................17
1.2 Justificativa...........................................................................................................17
1.3 Problema de pesquisa..........................................................................................19
1.4 Hipótese...............................................................................................................19
1.5 Objetivos...............................................................................................................19
1.5.1 Objetivo Geral....................................................................................................19
1.5.2 Objetivos Específicos........................................................................................19
2. PERFIL DA EMPRESA..........................................................................................20
2.1 Histórico................................................................................................................20
2.2 Perfil estratégico...................................................................................................21
2.3 Estrutura organizacional.......................................................................................22
3. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................24
3.1 Qualidade de vida no trabalho..............................................................................24
3.2 Segurança do trabalho.........................................................................................26
3.3 Acidente de trabalho.............................................................................................28
3.3.1 Causas dos Acidentes de trabalho....................................................................30
3.3.2 Custos dos Acidentes de trabalho.....................................................................31
3.3.3 Como prevenir os Acidentes de trabalho..........................................................32
3.4 Setor da construção civil......................................................................................34
3.5 Equipamentos de Proteção Individual..................................................................35
3.5.1 Tipos de Equipamentos de Proteção Individual................................................37
3.6 Leis e Normas Regulamentadoras.......................................................................39
4. METODOLOGIA DA PESQUISA...........................................................................42
4.1 Tipo de Pesquisa..................................................................................................42
4.2 Universo e Amostra..............................................................................................42
4.2.1 Universo............................................................................................................42
4.2.2 Amostra.............................................................................................................43
4.3 Instrumento de pesquisa......................................................................................43
4.4 Procedimento metodológico.................................................................................43
4.4.1 Coleta de dados................................................................................................43
4.4.2 Tratamento de dados........................................................................................43
5. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS......................................................44
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES................................................................58
6.1 Conclusões...........................................................................................................58
6.2 Recomendações...................................................................................................59
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................60
xv
ANEXOS....................................................................................................................63
A – Condições e meio ambiente de trabalho............................................................63
B – Questionário aplicado..........................................................................................87
16
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa uma análise da Segurança do Trabalho relacionada
ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e resistência dos funcionários
na empresa MRV Engenharia, com intuito de descobrir se há carência de
informações a cerca do uso dos EPIs desvendando o motivo da resistência dos
funcionários em utilizá-los.
A Segurança do Trabalho é caracterizada por medidas adotadas pela
organização para minimizar os riscos de acidentes de trabalho. É considerada de
extrema importância às empresas e funcionários, visto que, auxilia na prevenção e
melhoria da qualidade de vida dos empregados, pois o trabalho além de ser a fonte
de renda para os seres humanos também coopera na auto-estima das pessoas, mas
dificilmente o profissional consegue atingir esses dois patamares em seu ambiente
de trabalho: fonte de renda e qualidade de vida, pois muitas organizações deixam a
desejar no tocante a segurança e qualidade de vida no trabalho.
É notório que ao longo dos anos muitas leis foram inseridas na sociedade
visando à proteção do trabalhador, equipamentos de proteção foram criados e
mesmo assim não raramente profissionais se encontram paralisados fisicamente
e/ou mentalmente por um acidente de trabalho. É vergonhoso que com tantas leis e
inúmeros equipamentos de proteção ainda exista organizações preocupadas apenas
com a sua posição no mercado financeiro.
É importante salientar que assim como existem empresas desse porte
(preocupadas com sua posição financeira), existem muitos funcionários incautos,
imprudentes, que não fazem uso adequado dos Equipamentos de Proteção
Individual (EPI) deixando a sua vida exposta ao perigo e a morte.
Atualmente
as
informações
são
repassadas
com
uma
velocidade
impressionante. O advento da era digital trouxe consigo veículos que transmitem
informações em tempo real, independente do lugar, mas quando o assunto
abordado é segurança, equipamentos de proteção, acidentes de trabalho não
poucos desconhecem as verdadeiras causas e efeitos, talvez pela falta de interesse
das pessoas, talvez porque nenhum familiar ou mesmo a própria pessoa foi
acometida por um acidente de trabalho.
Portanto, fica evidenciada a importância de que estudos sobre as causas,
conseqüências, meios de prevenção sejam difundidos na sociedade para que a
17
população se conscientize de que acidente de trabalho também leva a morte da
mesma forma que uma doença incurável.
1.1 Tema
Análise da Segurança do Trabalho relacionada ao uso dos Equipamentos de
Proteção Individual (EPI) e resistência dos funcionários na empresa MRV
Engenharia.
1.2 Justificativa
Houve tempo em que o homem era visto apenas como mero objeto de
produção. Trabalhava em condições desumanas, exposto ao perigo para enriquecer
os seus senhores. Enquanto eles desfrutavam das fortunas obtidas por meio do suor
e até mesmo do sangue de funcionários, estes às vezes nem tinham como
assegurar o sustento da própria família, devido os míseros salários pago pelos
patrões.
A partir de 1956 esse quadro começou a ser transformado, o homem
começou a ser visto como parte integrante das organizações, onde a sua
participação passou a ser a chave do sucesso de muitas empresas, e com isso
devendo ser protegido por equipamentos quando o serviço apresentasse risco a sua
vida.
Desde então uma luta constante vem sendo travada na tentativa de melhorar
a cada dia a qualidade de vida do trabalho. Leis foram inseridas na sociedade, com
objetivo de assegurar proteção ao trabalhador, imunizando-o de todo e qualquer
risco a sua vida. Algumas organizações tratam a segurança do trabalho como uma
prioridade fundamental, quando na verdade deveria ser um tema de preocupação de
todos os profissionais, independente de sua área de atuação.
É de extrema importância que os riscos de acidentes sejam constantemente
avaliados, e divulgados a sociedade, bem como sejam adotadas medidas que
minimizem esses riscos.
De todas as áreas cuja atividade laboral representa risco a saúde e
segurança do funcionário, a mais acometida por acidentes é a construção civil.
Constantemente é noticiada a morte de pessoas que trabalhavam nesta área, área
em que o crescimento econômico tem sido significante, o que para a maioria dos
18
administradores é fator primordial, pois assim asseguram sua sustentabilidade e
mantém a lucratividade em alta, quando na realidade esta se encontra seriamente
comprometida pela presença de defeitos, incidente e acidentes, colocando em risco
a vida de pessoas que se doam em troca de um salário e uma vida decente.
Assim como existem empresas que deixam a desejar no tocante a segurança
no trabalho, existem funcionários que se abdicam do uso dos equipamentos de
proteção disponibilizados pela organização, expondo-se ao risco de forma
assustadora, desafiando a própria morte e lançando por terra anos de luta, onde
muitos se doaram para que essa vitória fosse conquistada.
Os índices de acidentes de trabalhos ocorridos a cada ano revelam que as
tentativas passadas através de leis, decretos, normas e procedimentos ainda estão
longe de alcançar seu objetivo final e que a segurança do trabalho continuará
suscetível a mudanças. Enquanto empresas, governos e funcionários não entrarem
num senso comum, de que para a efetividade de qualquer sistema de gestão de
segurança é essencial o comprometimento de todos, o país continuará perdendo
financeiramente e principalmente vidas serão aniquiladas,
famílias mutiladas e
marcadas pela dor e sofrimento que nem dinheiro e nem mesmo o tempo poderá
apagar.
Não basta somente o primeiro passo, sair além dos muros das fábricas, é
preciso caminhar em conjunto para o desenvolvimento e implementação de um
sistema de gestão de segurança do trabalho realmente efetivo, é necessário a
sensibilização desde a alta administração à classe operária e o foco na prevenção.
Este trabalho tem o intuito de descobrir qual o motivo da resistência ao uso
dos Equipamentos de Proteção Individual por parte dos funcionários, assim como
alertar a sociedade para a importância desses para a prevenção de acidentes,
auxiliando na melhoria da qualidade de vida e construindo formas de prevenção em
que empregados e empregador possam usufruir melhor seu trabalho.
1.3 Problema de Pesquisa
Qual o motivo da resistência dos funcionários quanto a servir-se dos
Equipamentos de Proteção Individual (EPI), fornecidos pela MRV Engenharia?
19
1.4 Hipótese
1. Os
Equipamentos
de
Proteção
Individual
(EPI)
impedem
o
desenvolvimento adequado das atividades laborais.
2. Existe carência de informação sobre o devido uso dos EPI por parte da
empresa para o empregado.
3. Falta o fornecimento de todos os EPIs necessários.
4. Os Equipamentos de Proteção apresentam baixa qualidade de
fabricação.
1.5 Objetivos
1.5.1 Objetivo geral
Analisar a segurança do trabalho a cerca do uso dos Equipamentos de
Proteção Individual (EPI) na empresa MRV Engenharia.
1.5.2 Objetivos específicos
1. Verificar a qualidade dos Equipamentos de Proteção Individual
fornecidos pela organização;
2. Certificar se as informações a cerca da importância do uso dos EPI
estão sendo repassadas adequadamente;
3. Descrever os motivos de resistência dos funcionários quanto ao uso
dos EPIs.
4. Identificar exigências e riscos pela falta do uso dos EPI por parte dos
funcionários;
20
2. PERFIL DA EMPRESA
Segue abaixo a história da empresa MRV Engenharia.
2.1 Histórico 1
O Grupo MRV foi fundado em 1979 pelos sócios Rubens Menin Teixeira de
Souza, Mário Lúcio Pinheiro Menin e Vega Engenharia Ltda., com a constituição da
MRV Serviços de Engenharia, na cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais,
com o objetivo de construir e incorporar empreendimentos residenciais na capital
mineira. Dois anos após sua constituição, a Vega Engenharia Ltda se retirou da
MRV Serviços de Engenharia. Em 1981, a Companhia entregou as primeiras casas
construídas em Belo Horizonte e os primeiros prédios na mesma cidade. Também
neste ano, a MRV Engenharia começou a atuar em Contagem na Grande BH. A
empresa tem seu foco na redução de custos, inovação e ética, e investe em projetos
sociais, ações ambientais e de incentivo ao esporte.
A MRV Engenharia comercializa imóveis para brasileiros espalhados por todo
o mundo e, diariamente, mais de 135 imóveis são vendidos.
A empresa iniciou sua expansão em 1981 em Contagem-BH, em 1995
chegou a Uberaba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, além de expandir sua
atuação para o estado de São Paulo, na cidade de Americana. De 1996 a 1998, a
MRV Engenharia passou a construir em mais de 8 cidades paulistas, em 1999 a
companhia chegou ao sul do Brasil pelo estado do Paraná nas cidades de Curitiba e
Londrina. Em 2000, a empresa chegou à Santa Catarina, na cidade de Florianópolis,
além de mais cinco cidades dos estados paulista e paranaense. Em 2001, expandiu
seus recursos à Brasília (DF), à capital Rio de Janeiro (RJ) e a São Bernardo (SP).
Em 2003 e 2004, mais três cidades paulistas foram incluídas pelo processo de
expansão da MRV Engenharia. Em 2006, Goiás passou a fazer parte da lista de
estados com atuação da Empresa.
Em 2007, com a abertura de capital, 28 cidades brasileiras passaram a
receber os recursos da Construtora, inclusive, em estados que antes a Companhia
não atuava. São eles: Bahia, Espírito Santo, Ceará, Rio Grande do Norte e Rio
Grande do Sul. No ano de 2008, a Empresa já alcançou três novas cidades nos
Estados do Rio de Janeiro, Bahia e Paraná, São Paulo, Mato Grosso e também no
Distrito Federal.
1
Dados disponíveis no site www.mrv.com.br
21
Em novembro de 2001, a empresa conseguiu a certificação no nível A do
Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade na Habitação - PBQP-H, este
programa busca proporcionar a melhoria da qualidade e produtividade do setor da
construção civil, com o objetivo de elevar a competitividade de bens e serviços por
ele produzidos.
A companhia possui também a certificação ISO 9001. Este selo é uma norma
que visa estabelecer critérios para um adequado gerenciamento do negócio tendo
como foco principal a satisfação do cliente, executando algumas ações como:
comprometimento da empresa com a qualidade em todos os níveis de hierarquia;
gerenciamento adequado dos recursos humanos e materiais necessários para as
operações do negócio, dentre outras. Em 2010 a construtora ficou entre as quatro
maiores empresas ligadas ao setor de construção das Américas em valor de
mercado, segundo o Ranking das Américas. Além disso, foi eleita a empresa que
mais respeita o consumidor no Brasil, na categoria Construção e incorporação, pela
Revista Consumidor Moderno.
2.2 Perfil Estratégico
MISSÃO
Diminuir o déficit habitacional oferecendo imóveis com a melhor relação
custo/benefício do mercado. Gerar resultados crescentes e sólidos para os
acionistas. Promover o desenvolvimento constante dos colaboradores e das
comunidades, contribuindo para a preservação do meio ambiente.
VISÃO
Manter-se como a maior empresa de incorporação, construção e vendas de
empreendimentos econômicos do Brasil, com a maior rentabilidade do mercado.
VALORES
 Foco na redução de custos
 Comprometimento
 Ética
 Empreendedorismo
 Inovação.
22
2.3 Estrutura Organizacional
Conselho administrativo
O conselho administrativo da MRV é responsável pela definição das políticas
estratégicas da Companhia gerais e, entre outras atribuições, pelo estabelecimento
de suas políticas comerciais gerais, por eleger seus diretores e fiscalizar a sua
gestão. O Conselho de Administração da Companhia reúne-se, ordinariamente, a
cada três meses e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu Presidente
ou por qualquer de seus membros.
De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, cada conselheiro é eleito em
Assembléia Geral e deve ser proprietário de, no mínimo, uma ação de emissão da
MRV, podendo residir fora do Brasil. O Estatuto Social da Companhia não contém
restrições à possibilidade de os membros do seu Conselho de Administração
obterem empréstimos junto a MRV. Contudo, de acordo com a Lei das Sociedades
por Ações, um membro do Conselho de Administração é proibido (i) de votar em
qualquer assunto que envolva conflito de seus interesses com os interesses da
Companhia; e (ii) de tomar por empréstimo recursos ou bens da MRV, sem prévia
autorização da Assembléia Geral ou do Conselho de Administração. Ainda de
acordo com a Lei das Sociedades por Ações, os acionistas não-controladores da
MRV, com ações que representem, no mínimo, 10% do seu capital social, por no
mínimo três meses, têm o direito de eleger um membro do Conselho de
Administração da Companhia.
Tabela 01: Membros do Conselho de Administração da MRV Engenharia
Membros do Conselho de
Administração
Cargo
Data de
eleição
Término do
mandato
Presidente
30/04/11
30/04/13
Vice-Presidente
30/04/11
30/04/13
Levi Henrique
Conselheiro Independente
30/04/11
30/04/13
Marco Aurélio de Vasconcelos Cançado
Conselheiro Independente
30/04/11
30/04/13
Fernando Henrique da Fonseca
Conselheiro Independente
30/04/11
30/04/13
João Batista de Abreu
Conselheiro Independente
30/04/11
30/04/13
Eduardo Luiz de Mascarenhas Picchioni
Conselheiro Independente
30/04/11
30/04/13
Rubens Menin Teixeira de Souza
Marcos Alberto Cabaleiro Fernandez
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Diretoria Executiva
Os diretores da MRV são responsáveis por sua administração executiva
diária. Os diretores têm responsabilidades individuais estabelecidas pelo Estatuto
Social da Companhia e pelo seu Conselho de Administração. De acordo com o
Estatuto Social da MRV, a diretoria pode ter até treze diretores, eleitos pelo
Conselho de Administração, para um prazo unificado de dois anos, sendo permitida
a reeleição. O Estatuto Social da Companhia não determina idade para
aposentadoria compulsória dos seus diretores. Qualquer diretor pode ser destituído
pelo Conselho de Administração, a qualquer tempo, antes do término de seu prazo
de gestão.
ORGANOGRAMA DA EMPRESA MRV ENGENHARIA
Fonte: Adaptado por Josiane Gomes.
24
3. REFERENCIAL TEÓRICO
O presente trabalho apresenta como embasamento teórico os seguintes
assuntos: Qualidade de vida no Trabalho, Segurança do Trabalho, Acidentes de
Trabalho, Setor da Construção Civil, Equipamentos de Proteção Individual e Leis e
Normas Regulamentadoras.
Os principais autores abordados foram: Chiavenato (2010), Barbosa Filho
(2010), Steffen (2008), Assunção e Lima (2003), Campos (1999) e Garcia Hoeppner
(2010).
3.1 Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)
Até meados do século XVII o homem era visto apenas como mero objeto de
produção, trabalhava para enriquecer os seus senhores em troca de uma escassa
retribuição. Com o passar dos anos esse quadro começou a ser transformado e a
medida que o mundo foi se desenvolvendo as preocupações com a saúde e bemestar do trabalhador foram surgindo e aumentando a cada decorrer de ano.
Essa preocupação com o trabalhador passou a ser designada pelo termo
“Qualidade de Vida no Trabalho cunhado por Louis Davis na década de 1970.
Segundo ele, Qualidade de Vida no Trabalho refere-se à preocupação com o bemestar geral e a saúde dos colaboradores no desempenho de suas atividades”.
(CHIAVENATO, 2010, p.486)
Barbosa Filho define Qualidade de Vida como:
Posicionamento do indivíduo, em resposta física ou mental, diante
dos estímulos construídos a partir de suas percepções em confronto
com as expectativas elaboradas para determinadas condições reais
ou aparentes. Qualidade de Vida é um fenômeno social e, como tal,
sua análise deve ser centrada no contexto histórico, espacial e
econômico no qual está inserido. É uma forma simbólica da
expressão da percepção do conjunto das condições de trabalho.
(BARBOSA FILHO, 2010, p. 209)
Muitas empresas têm quebrado paradigmas advindos desde o feudalismo ao
ingressar nesse mundo da QVT, mas infelizmente ainda há aquelas que se fecham,
que enxergam o funcionário como objeto de status e poder. A verdade é que se toda
organização soubesse que investindo no bem-estar do funcionário indiretamente ela
estará investindo no consumidor, pois um funcionário feliz produz mais e com melhor
25
qualidade, muitas empresas ingressariam nesse universo onde todos saem
ganhando.
Chiavenato lista alguns fatores que compõem a Qualidade de Vida no
Trabalho, entre os quais estão:
1. A satisfação com o trabalho executado.
2. As possibilidades de futuro na organização.
3. O reconhecimento pelos resultados alcançados.
4. O salário percebido.
5. Os benefícios auferidos.
6. O relacionamento humano dentro da equipe e da organização.
7. O ambiente psicológico e físico de trabalho.
8. A liberdade de atuar e responsabilidade de tomar decisões.
9. As possibilidades de estar engajado e de participar ativamente.
(CHIAVENATO, 2010, p. 487)
De acordo com esses fatores levantados pode-se concluir que para uma
empresa conseguir assegurar sua sobrevivência e eficiência no mercado econômico
é essencial que o equilíbrio organizacional seja alcançado, para tal a empresa deve
remunerar, incentivar e amparar adequadamente seus servidores a fim de que os
mesmos se sintam motivados a contribuir, fazendo com que a organização obtenha
um retorno equivalente ou superior ao que foi investido, e assim alcance o equilíbrio
funcionário/empresa conquistando a satisfação de ambos.
É bem verdade que não é fácil a convivência entre funcionários, pois são
pessoas complexas, munidas de desejos e sentimentos diversificados, onde a busca
pela satisfação é constante, sendo esta alcançada de acordo com as motivações
que o impulsiona a ambicionar sempre um objetivo maior que o já conquistado.
Maslow em sua teoria das necessidades deixa bem claro que o comportamento
humano é influenciado pela necessidade mais premente ou imediata. Quando as
necessidades de um indivíduo em qualquer nível são atendidas ele fica livre para
avançar ao próximo nível e começar a procurar maneiras de atender as
necessidades daquele nível e assim sucessivamente, como mostra a figura a seguir:
26
Figura 01: Pirâmide das Necessidades Pessoais (Maslow)
Fonte: http://pt.wikipedia.org
De todas as necessidade apontadas por Maslow existe uma que se destaca
por sua importância na vida do trabalhador e que na maioria das vezes essa mesma
importância é deixada a parte tanto pela organização quanto pelo trabalhador: a
Segurança.
3.2 Segurança do Trabalho
Segundo Chiavenato Segurança do Trabalho se define como:
Conjunto de medidas de ordem técnica, educacional, médica e
psicológica utilizadas para prevenir acidentes, quer eliminando as
condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou convencendo
as pessoas da implantação de práticas preventivas. (CHIAVENATO,
2010, p. 477)
Segurança segundo Barbosa Filho (2010) deve ser uma característica a ser
buscada constantemente nas pessoas, nos meios ou elementos de um processo
produtivo do qual resultará uma produção por meio de trabalho.
Houve época em que o trabalhador não possuía nenhum direito, trabalhava
em regime de escravidão, em condições subumanas, exposto ao risco de acidentes,
doenças e até mesmo morte. No decorrer dos anos, movimentos sociais, lutas
sindicais contribuíram para o surgimento de leis que foram modelando as relações
trabalhistas. Rossit afirma:
27
Em verdade não se questionava o problema do trabalho e de suas
condições como fatores de agravo à saúde dos trabalhadores. O
enfoque existente à época relacionava-se ao aspecto do local de
trabalho favorecendo a doença e desta prejudicando o trabalho,
numa clara preocupação quanto à produtividade e não,
propriamente, quanto ao aspecto humanitário. (ROSSIT, 2001,
p.112)
Hoje em dia a preocupação com saúde, segurança e integridade física dos
trabalhadores é considerada assunto de extrema importância em todas as esferas
econômicas, inclusive tem merecido destaque na Organização Internacional do
Trabalho (OIT), como deixa claro a Convenção nº 155, que em seu artigo 4º dispõe:
Todo membro deverá, em consulta com as organizações mais
representativas de empregadores e empregados interessados e
considerando as condições e hábitos nacionais, formular e pôr em
prática, reexaminado periodicamente, uma política nacional coerente
em matérias de seguridade e saúde dos trabalhadores, e meio
ambiente de trabalho. Esta política terá por objetivo prevenir os
acidentes e os danos para a saúde conseqüentes do trabalho, e que
guardem relação com a atividade laboral ou sobrevenham durante o
trabalho, reduzindo ao mínimo, na medida da razoabilidade, as
causas dos riscos inerentes ao meio ambiente de trabalho.
O quadro de Segurança do Trabalho de uma organização é formado por
Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico
e Enfermeiro do Trabalho, ambos com intuito de amenizar os riscos a saúde e
segurança do funcionário e também com objetivo de prevenir qualquer espécie de
acidente no meio ambiente de trabalho.
Chiavenato lista as etapas que um programa de Segurança do Trabalho
requer:
1. Estabelecimento de um sistema de indicadores e estatísticas de
acidentes.
2. Desenvolvimento de sistemas de relatórios de providências.
3. Desenvolvimento de regras e procedimentos de segurança.
4. Recompensas aos gerentes e supervisores pela administração
eficaz da função de segurança. (CHIAVENATO, 2010, p. 476)
É preciso que empregado e empregador lutem juntos nessa batalha contra
doenças ocupacionais, acidentes de trabalhos, ambos fazendo com que o meio
ambiente de trabalho seja um lugar seguro, onde a vida esteja acima de qualquer
28
poder aquisitivo. Não adianta apenas ter normas e leis, se os maiores interessados
não zelarem pela própria segurança.
Muitas lutas foram travadas para que o trabalhador tivesse direito a leis que o
amparassem em seu ambiente de trabalho, e hoje muitos esquecem que não basta
apenas a organização fornecer um meio seguro, é preciso caminhar junto com a
empresa, ambos fazendo a sua parte, conscientizando-se de que a vida é a maior
riqueza que um ser humano possui e como tal é necessário valorizá-la como bem
mais precioso.
3.3 Acidentes de Trabalho
De acordo com o Artigo 19 da Lei 8.213 de 24 de julho de 1991 acidente de
Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o
“segurado empregado, trabalhador avulso, no exercício de suas atividades,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou
redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho”.
Dela Coleta conceitua acidente de trabalho como:
Acidente de trabalho é todo aquele que se verifica pelo exercício do
trabalho, provocando, direta ou indiretamente, lesão corporal,
perturbação funcional ou doença que determine a morte, a perda
total ou parcial, permanentemente ou temporária da capacidade de
trabalho. (DELA COLETA, 1989, p. 18)
Barbosa Filho define:
O acidente do trabalho, ao menos em princípio, pode ser
considerado um infortúnio. Assim, partindo-se dessa premissa, sua
conceituação legal assenta-se em três requisitos, a saber:
1. Casualidade – o acidente de trabalho é um evento inesperado, não
provocado, cujo acontecimento se dá ao acaso, não havendo, desta
forma, dolo;
2. Prejudicialidade – a sua ocorrência causa, minimamente, lesões
menores ou a redução temporária da capacidade para o trabalho e,
em extremo, a morte do acidentado;
3. Nexo etiológico ou causal – é o nexo que caracteriza a relação de
causa e efeito entre a atividade realizada e o acidente típico (ou a
doença a este equiparada). (BARBOSA FILHO, 2010, p. 27)
Os acidentes de trabalho são classificados em: Acidente sem afastamento,
Acidente com afastamento sendo este segmentado em: Incapacidade temporária,
29
Incapacidade parcial permanente, Incapacidade permanente total e Morte.
Chiavenato explica cada um da seguinte maneira:
1. Acidente sem afastamento: após o acidente, a pessoa continua
trabalhando e sem qualquer seqüela ou prejuízo considerável. Esse
tipo de acidente não provoca o afastamento do trabalho, embora
deva ser investigado e anotado em relatórios, além de expostos nas
estatísticas mensais.
2. Acidente com afastamento: é o acidente que provoca o
afastamento da pessoa do trabalho.
a) Incapacidade Temporária: provoca a perda temporária da
capacidade para o trabalho e cujas seqüelas se prolongam por um
período menor do que um ano. No retorno ao trabalho, a pessoa
assume sua função sem qualquer redução da sua capacidade de
trabalho;
b) Incapacidade Parcial Permanente: provoca a redução parcial e
permanente para o trabalho e cujas seqüelas se prolongam por
período maior do que um ano;
c) Incapacidade Permanente Total: provoca a perda total em caráter
permanente da capacidade de trabalho;
d) Morte: o acidente provoca a morte da pessoa. (CHIAVENATO,
2010, p. 477-78)
A figura a seguir mostra de forma gráfica a classificação de acidentes no
trabalho e quando devem ser registrados:
Figura 02: Classificação de Acidentes de Trabalho
Fonte: Gestão de Pessoas, Chiavenato (2010, p. 478).
30
Os acidentes de trabalho segundo Steffen (2008) geram grandes impactos a
vida social, aliados ao risco e transmissão de doenças, tanto nos funcionários
quanto no empregador. Steffen afirma:
É preciso conhecer o significado do acidente para o trabalhador, pois
este é o primeiro passo para entender as repercussões deste
acidente e pensar as estratégias para minimizar o desgaste sofrido
por este trabalhador durante a vivência deste processo. (STEFFEN,
2008, p. 43)
O acidente de trabalho para Barbosa Filho (2010) tem como resultado uma
resposta inesperada, em curto prazo, e, quase sempre, ocasiona danos pessoais e
perdas materiais. Para evitar esses danos e perdas é fundamental que empregado
empregador se unam na tentativa de minimizar os riscos a segurança do trabalho,
ambos são responsáveis por tornar o meio ambiente de trabalho um lugar seguro.
3.3.1 Causas dos Acidentes de Trabalho
Existem inúmero fatores envolvidos em um acidente de trabalho. Chiavenato
lista alguns elementos principais:
1.
Agente: é o objeto ou substância diretamente relacionados com
a lesão, como prensa, mesa, martelo, escada, parede etc.
2.
A parte do agente: é a parte do agente que está diretamente
associada ou relacionada com a lesão, como volante, pé da mesa,
cabo do martelo, piso da escada, acesso à parede etc.
3.
A condição insegura: é a condição física ou mecânica existente
no local, na máquina, equipamento ou na instalação e que leva à
ocorrência do acidente, como piso escorregadio, oleoso, molhado,
com saliência ou buraco, máquina desprovida de proteção ou com
polias ou partes móveis desprotegidas, instalação elétrica com fios
desconectados, motores sem fio-terra, iluminação deficiente.
4.
O tipo de acidente: é a forma ou modo de contato entre o
agente do acidente e o acidentado.
5.
O ato inseguro: é a violação de procedimento aceito como
seguro, ou seja, deixar de usar equipamento de proteção individual,
distrair-se ou conversar durante o serviço.
6.
O fator pessoal de insegurança: é qualquer característica,
deficiência ou alteração mental, psíquica ou física. São problemas
como visão defeituosa, audição deficiente, fadiga ou intoxicação,
descuido, desatenção, desconhecimento das normas de segurança.
(CHIAVENATO, 2010, p. 480-81)
31
Muitos acidentes são causados por falta de informação correta, fiscalização
periódica, equipamentos de qualidade e conscientização tanto do funcionário quanto
do empregador.
Há um ditado que diz que a pessoa só fecha a porta depois que o ladrão
entra, a recíproca é verdadeira no tocante a segurança do trabalho, pois o interesse
na preservação da vida do trabalhador só surge depois que algum tipo de acidente
acontece, ou mesmo quando a vida de algum trabalhador for extirpada do meio
ambiente de trabalho.
3.3.2 Custos dos Acidentes
A vida é o bem mais precioso que se pode ter, mas é impossível falar em
acidentes de trabalho sem mencionar os custos que os mesmo causam as
organizações, aos cofres públicos e principalmente a sociedade.
Nos últimos anos o número de acidentes tem crescido significativamente. Em
2001 foram pouco mais de 340 mil, enquanto em 2007 esse número elevou-se para
653 mil ocorrências, ou seja, 92% a mais que no ano de 2001. Foram registrados
também 2,8 mil mortes por acidentes de trabalho em todo o Brasil no ano de 2007,
quase 8 mortes diárias. Isso tem causado um grande rombo para os cofres da
Previdência,
através
do
pagamento
do
auxílio-doença,
auxílio-acidente
e
aposentadorias. (Ministério da Previdência, 2011).
Barbosa Filho descreve:
Os primeiros estudos sobre os aspectos econômicos da Segurança
do Trabalho datam do final da década de 1920. H. W. Heinrich
definiu os custos dos acidentes como formados por custos diretos
(Cd), também designados como custos segurados (assistência
médica, indenizações e encargos acessórios de gestão) – cobertos
pelo prêmio do seguro -, e indiretos (Ci) ou não segurados. Esses
últimos representariam o tempo perdido pelo acidentado e pelos
demais trabalhadores, bem como os recursos demandados para a
adequada investigação do sinistro, o tempo despendido na seleção e
formação de um substituto, decréscimos no volume e na qualidade
da produção pela queda moral dos companheiros do acidentado que
resultariam perdas comerciais, atingindo, inclusive, a imagem da
empresa. Dessa forma, para Heinrich, os custos totais
relacionados ao evento poderiam ser expressos como: Ct = Cd +
Ci. (BARBOSA FILHO, 2010, p. 53-4 grifo nosso)
32
Além dos gastos financeiros, existem aqueles gastos que dinheiro nenhum
jamais poderá pagar: as seqüelas emocionais que ficam tanto no acidentado quanto
em suas famílias. Chiavenato afirma:
Se as organizações buscam eficiência, eficácia e lucros, elas
precisam estar dispostas a investir dinheiro para criar condições que
excedem as condições exigidas pela lei, exatamente para se manter
eficientes, eficazes e lucrativas. A falta de investimento em
segurança custa muito mais caro. (CHIAVENATO, 2010, p. 485)
Para evitar gastos financeiros e emocionais é preciso que as organizações
invistam na prevenção e os funcionários se conscientizem que a vida é uma dádiva,
mais preciosa que qualquer dinheiro.
A redução do número de acidentes segundo Brandão (2006) pode contribuir
para a diminuição do preço final ao consumidor ou até mesmo o aumento dos lucros,
pois à medida que os riscos de acidentes são minimizados há um aumento
significativo na produção, portanto empregado e empregador só tende a ganhar com
a aplicação e utilização de métodos de prevenção.
3.3.3 Como prevenir os Acidentes
Como se diz o ditado: é melhor prevenir do que remediar. Esse ditado é de
grande valia quando o assunto é acidente de trabalho. Como exposto no item 3.3.2,
os custos ocasionados por esses acidentes são de grande relevância, acarretando
um grande desfalque financeiro e emocional na vida das pessoas, governo e
sociedade, quando na verdade tudo isso poderá ser evitado adotando medidas
eficazes de prevenção. Barbosa Filho afirma:
Prevenir significa preparar-se por meio da previsão, para as
prováveis perspectivas de um futuro incerto. Agir, antecipadamente,
no sentido de que as ocorrências desse futuro se alinhem ou, se
possível, coincidam com os interesses estabelecidos. (BARBOSA
FILHO, 2010, p. 7)
Há diversas formas de minimizar os riscos de acidentes através da
prevenção, entre elas estão duas atividades básicas: eliminar as condições
inseguras e reduzir os atos inseguros. Chiavenato descreve essas duas atividades
da seguinte maneira:
33
1.
Eliminação das condições inseguras: é o papel dos
colaboradores da primeira linha de defesa. Engenheiros de
segurança desenham cargos para remover ou reduzir riscos físicos
dos ocupantes. Supervisores e gerentes assumem importante papel
na redução das condições inseguras.
Mapeamento de áreas de risco: trata-se de uma avaliação
constante e permanente das condições ambientais que podem
provocar acidentes na empresa.
Análise profunda dos acidentes: todo relatório de acidente, com
e sem afastamento do trabalho, deve ser submetido a uma profunda
análise para descobrir possíveis causas, como condições ou atos
inseguros.
Apoio irrestrito da alta administração: todo programa bem
sucedido de prevenção de acidentes repousa no compromisso da
alta direção.
2.
Redução dos atos inseguros: os acidentes são similares a
outros tipos de desempenho pobre. Estudos psicológicos sugerem
que não se deve selecionar as pessoas que apresentam tendências
para acidentar-se em cargos específicos.
Processos de seleção de pessoal: as técnicas de seleção
visam identificar certos traços relacionados com acidentes em certos
cargos.
Comunicação interna: propaganda e cartazes sobre segurança
no trabalho ajudam a reduzir atos inseguros.
Treinamento: o treinamento de segurança reduz acidentes
quando prepara novos colaboradores no sentido de instruí-los em
práticas e procedimentos para evitar potenciais riscos e trabalhar
desenvolvendo suas predisposições em relação à segurança no
trabalho.
Reforço positivo: um programa de segurança baseado no
reforço positivo melhora a segurança no trabalho. (CHIAVENATO,
2010, p. 483-84)
Os administradores de acordo com Barbosa Filho (2010) podem contribuir
grandemente para desenvolver o hábito da segurança do trabalho em suas
organizações, hábitos como criatividade, sensibilidade e um pouco de conhecimento
do comportamento humano podem significar importantes contribuições para este
fim.
Zangrando (2003) acredita que o Brasil é um país sem históricos positivos de
prevenção, deixando a desejar no tocante a segurança do trabalho.
O Brasil é um país sem tradição na prevenção de acidentes do
trabalho, fato revelado pelo elevado índice de acidentes, os quais
decorrem, muitas vezes, do não fornecimento pelo empregador dos
meios necessários à segurança do trabalhador. (ZANGRANDO,
2003, p. 659)
34
É preciso agir de maneira adequada e em conformidade com a Lei, pois
assim, tanto empregado como empregador vivenciarão dias melhores no ambiente
de trabalho, os altos índices de acidentes diminuirão e automaticamente os custos
com os mesmos serão atenuados e o dinheiro usado pelos cofres públicos para
amparar o acidentado poderá ser investido em melhores condições de vida da
sociedade.
3.4 Setor da Construção Civil
A maioria dos ambientes de trabalho expõe risco ao trabalhador, sejam eles
físicos ou mentais, mas existe um que se destaca dos demais por ser um ambiente
onde o risco com acidentes é constante: o setor da construção civil.
Nesse setor enquadram-se os riscos físicos, químicos e biológicos,
abrangendo ainda os riscos ergonômicos e de acidentes. O SEBRAE classifica
esses riscos da seguinte maneira:
Riscos Físicos – consideram-se agentes de risco físico as diversas
formas de energia, a que possam estar expostos aos trabalhadores,
tais como: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e
não-ionizantes, vibração e etc.
Riscos Químicos – consideram-se agentes de risco químico os
compostos, as substâncias ou produtos que possam penetrar no
organismo do trabalhador pelas vias respiratórias, pele ou ingestão
nas formas de poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores.
Riscos Biológicos – consideram-se como agentes de risco biológico
as bactérias, vírus, fungos, parasitos, entre outros.
Riscos Ergonômicos – qualquer fator que possa interferir nas
características físicas e mentais do trabalhador, causando
desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco
ergonômico: levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho,
monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc.
Riscos de Acidentes – qualquer fator que coloque o trabalhador em
situação de risco e possa afetar sua integridade e seu bem estar
físico e mental. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e
equipamentos em proteção, possibilidade de incêndio e explosão,
falta de organização no ambiente, armazenamento inadequado, etc.
(CARTILHA DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO NA
CONSTRUÇÃO CIVIL, 2008, p. 09 grifo do autor)
A indústria da construção civil é uma das maiores responsáveis pelo
crescimento econômico do Brasil na última década. Dados do Produto Interno Bruto
(PIB) mostram que 18% do PIB brasileiro são resultados do bom desempenho do
setor da construção civil. No primeiro semestre de 2011, o setor foi o segundo que
35
mais gerou empregos formais no país. Foram abertos 186.224 novos postos de
trabalho, perdendo apenas para a agricultura, que absorveu 235.381 trabalhadores
no mesmo período. (Cimento Itambé, 2011).
A construção civil tem se destacado cada vez mais no cenário econômico,
porém à medida que o setor desponta no mercado, as preocupações aumentam
devido os altos índices de acidentes acarretados nessa área. Esse setor é carente
de atenção, pois o contato com os riscos de acidente é constante.
3.5 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
Equipamento de Proteção Individual é todo dispositivo usado para a proteção
do trabalhador e surgiram em meados de 1946 quando a ONU (Organização das
Nações Unidas) reconheceu a Organização Internacional do Trabalho (OIT) como
organismo especializado competente para empreender as ações referentes ao
trabalho no mundo. (Guia Consultoria, 2011).
Eles surgiram com a missão de assegurar proteção ao trabalhador no
desenvolver de suas atividades laborais, desde então o seu uso tem sido obrigatório
em organizações onde há o risco eminente de acidente de trabalho.
Os EPIs devem ser fornecidos de forma gratuita à todos os empregados,
assim como deverá ser fiscalizado o seu uso através de um Técnico de Segurança
do Trabalho e o mesmo deverá ensinar adequadamente a forma correta de
manusear cada equipamento. Barbosa Filho é categórico ao afirmar:
É obrigação das organizações fornecer material de proteção de boa
qualidade e confiabilidade. Por isso, deverão exercer um rigoroso
controle sobre as origens e a guarda e conservação de seus
equipamentos de proteção. Aquela que oferece a seu trabalhador um
equipamento incapaz de satisfatoriamente protegê-lo estará
infringindo o previsto em lei, da mesma forma que aquela que não
oferece a proteção devida. E com agravantes. (BARBOSA FILHO,
2010, p. 203)
“Os engenheiros e técnicos de segurança são treinados para aplicar técnicas,
não para desvendar casos, interpretar e propor novas explicações e evidenciar a
complexa trama casual dos acidentes”. (ASSUNÇÃO E LIMA, 2003, p. 1.776)
Infelizmente muitas organizações estão mais preocupadas em evitar
autuações que de fato prezar pela segurança do funcionário e este muitas vezes não
36
entende que os equipamentos beneficiam a si mesmo, mais do que a empresa.
Barbosa Filho afirma:
O uso e a higiene inadequados dos EPI podem gerar problemas
graves como infecções, reações alérgicas etc. Esses cuidados
devem ser tomados porque ainda é muito comum a resistência por
parte dos trabalhadores em utilizar determinados EPIs, sob
alegações de que, se por um lado protegem, por outro incomodam e
geram desconforto. (BARBOSA FILHO, 2010, p. 200)
Um dos grandes motivos que ocasionam acidentes de trabalho são a
qualidade e durabilidade dos EPIs, pois as organizações os vêem com uma
durabilidade ilimitada, ou seja, uma vez adquiridos duram para sempre e também
adquirem produtos de baixa qualidade, levando em consideração o custo de
aquisição e não a qualidade e conforto que o produto irá proporcionar ao funcionário.
Muitas empresas segundo Barbosa Filho (2010) preferem economizar na qualidade
do material oferecido e não percebem que assim estão reduzindo a capacidade
produtiva de seus trabalhadores.
Visando melhorar a qualidade dos EPI fornecidos pelas organizações e pelos
fabricantes foi instituído pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) o CA
(Certificado de Aprovação). O CA nada mais é que um certificado emitido pelo MTE
que atesta se um produto está ou não em conformidade com a ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) e se o mesmo é considerado apto a ser
comercializado como um EPI. A empresa que se interessar em consultar se o
fornecedor possui o CA, basta entrar no site do Ministério do Trabalho e Emprego e
fazer a pesquisa. (CEST – Consultoria Especializada em Segurança do Trabalho,
2011).
A partir do momento em que empregado e empregador compreenderem que
a vida é mais importante que qualquer status, ambos tornará o meio ambiente de
trabalho um recinto de melhor convivência, pois o trabalho é essencial a vida e a
felicidade do homem, mas é preciso cuidado e zelo, para que este não venha ser
fonte de aborrecimento e amargura, levando o ser humano ao stress, a depressão e
até a morte.
37
3.5.1 Tipos de Equipamentos de Proteção Individual
Os Equipamentos de Proteção Individual são classificado em 4 grupos:
Proteção para a cabeça (para o crânio e para o cabelo), Proteção para os membros
superiores e inferiores, Proteção para o tronco e Proteção das vias respiratórias.
Cada grupo comporta inúmeros produtos que proporcionam a segurança do
trabalhador.
Proteção para a cabeça
Os equipamentos utilizados na cabeça visam a proteção da mesma no
decorrer das atividades laborais, evitando impactos sobre o crânio caso ocorram
quedas de objetos de peso elevado.
Figura 03: Equipamentos de Proteção Individual para a cabeça
Fonte: www.fundacentro.gov.br
Proteção para os membros superiores e inferiores
Os membros superiores e inferiores são os que ficam mais expostos ao risco
durante uma atividade laboral, por isso a importância dos equipamentos de proteção
específicos à essa parte do corpo humano. Eles asseguram a proteção contra
materiais cortantes, abrasivos, corrosivos, impactos, produtos químicos, respingos e
fagulhas de soldas etc.
38
Figura 04: Equipamentos de Proteção Individual para os membros superiores e inferiores
Fonte: www.fundacentro.gov.br
Proteção para o tronco
Os equipamentos voltados à proteção do tronco auxiliam no combate a
acidentes com quedas de ferramentas, detritos e quedas do próprio funcionário.
Figura 05: Equipamentos de Proteção Individual para o tronco
Fonte: www.fundacentro.gov.br
39
Proteção das vias respiratórias
Em canteiros de obras é constante: gases, poeiras excessivas, uso de tintas,
solventes, pó de madeira, podendo ocasionar graves doenças respiratórias aos
funcionários. Assim sendo, visando à proteção contra essas doenças e assegurando
a proteção do trabalhador, surgiram os equipamentos de proteção das vias
respiratórias.
Figura 06: Equipamentos de Proteção Individual para as vias respiratórias
Fonte: www.fundacentro.gov.br
Todos esses equipamentos devem ser testados e possuir o Certificado de
Aprovação fornecido pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Devem ser de alta
qualidade para que a segurança do trabalhador não seja comprometida.
Para que haja um ambiente de trabalho seguro e saudável além do uso
adequado dos EPIs, é de grande importância que o funcionário respeite algumas
condições de limpeza, conforto, e segurança conforme exposto no Anexo A, p. 65
deste TCC.
3.6 Leis e Normas Regulamentadoras
“A primeira Lei de proteção ao trabalhador acidentado no exercício de sua
função surgiu na Inglaterra em 1802. Em 1862, ocorre a regulamentação da
Segurança e Higiene do Trabalho na França; em 1865, na Alemanha e em 1921 nos
Estados unidos”. (CAMPOS, 1999, p. 18)
O art. 1º da Constituição Federal de 1988 destaca os princípios fundamentais
assegurados a nação brasileira:
40
A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentais:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político (grifo do autor).
Diante do exposto pela CF/88 é direito do trabalhador um meio ambiente de
trabalho sociável, digno e seguro, porém submetê-lo a condições de trabalho
inadequadas vai de encontro ao art. 1º ferindo a Constituição, devendo assim serem
autuadas, pois estão contrariando as leis do país.
No Brasil as leis específicas a Segurança no Trabalho demoraram um pouco
a serem inseridas, mas hoje é um dos países com as melhores normas específicas
voltadas à proteção do trabalhador. Entre elas estão:
Decreto Lei 5452, de 01/05/1943 – Aprovação da CLT (Consolidação das Leis
Trabalhistas);
Norma Regulamentadora NR 5 – Criação da CIPA (Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes);
Norma Regulamentadora NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
Norma Regulamentadora NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional;
Convenção nº 155 da Organização Internacional do Trabalho – Segurança e
saúde do trabalhador;
Lei 6.514, de 22/12/1977 – Instalação de Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes
Lei 8.213, de 24/07/1991 – Previdência Social. (Garcia Hoeppner, 2010)
Além das Leis e Normas existentes, o trabalhador ainda encontra amparo na
Justiça do Trabalho, órgão criado por Getúlio Vargas para assegurar os direitos
do trabalhador e empregador. Barbosa Filho afirma:
Para o adequado cumprimento de suas atribuições, a Justiça do
Trabalho é estruturada em três níveis ou graus de jurisdição, cada
qual com um papel específico neste sistema:
a.
1º Grau – Varas do Trabalho (VT): (antigas Juntas de
Conciliação e Julgamento): julgam dissídios individuais e têm
41
jurisdição local, tendo como julgadores monocráticos um juiz titular r
um juiz substituto;
b.
2º Grau – Tribunais Regionais do Trabalho (TRT): julgam
recursos das decisões proferidas nas VT, dissídios coletivos em nível
regional, mandados de segurança, entre outros. Sendo tribunais,
realizam os julgamentos na forma colegiada. Região é a designação
da competência geográfica do Tribunal. Por exemplo: Pernambuco
(TRT – 6º Região) e Paraíba (TRT – 13º Região);
c.
3º Grau – Tribunal Superior do Trabalho (TST): tem como
principal função uniformizar a jurisprudência (decisões reiteradas,
sucessivas e uniformes dos tribunais que servem de orientação para
julgados a cerca de questões ainda não firmadas em lei), além de
julgar recursos oriundos dos TRT e dissídios de categorias em nível
nacional, tais como aeroviários, etc. (BARBOSA FILHO, 2010, p. 423)
Mesmo diante de inúmeras Leis e Regulamentos ainda existe empresas que
deixam de proporcionar a segurança necessária ao empregador, dessa forma
contrariando as leis do país.
42
4. METODOLOGIA
4.1 Tipo de Pesquisa
A metodologia aplicada nesta pesquisa é qualitativa, descritiva baseada em
estudo de caso sobre o uso dos equipamentos de proteção individual na empresa
MRV Engenharia.
Conforme Vieira e Zouain (2006, p. 17) a pesquisa qualitativa pode ser
definida como “a que se fundamenta principalmente em análises qualitativas,
caracterizado-se, em princípio, pela não utilização de instrumental estatístico na
análise de dados”.
Enquanto para Acevedo e Nohara (2006, p. 53) a pesquisa qualitativa “é um
método recomendado quando se deseja conhecer os fatores que afetam o
comportamento humano, tais como: atitudes, crenças, sensações, imagens e
motivos”.
Segundo Gressler (2004, p. 54) uma pesquisa descritiva se define como
“aquela que descreve sistematicamente, fatos e características presentes em uma
determinada população ou área de interesse”.
Em conformidade com Gressler, Vergara (2000, p. 47) afirma que “a pesquisa
descritiva expõe características de determinada população ou de determinado
fenômeno”.
A pesquisa em forma de estudo de caso, conforme Gressler (2004, p. 55) é
aquela que “dedica-se a estudos intensivos do passado, presente e de interações
ambientais de uma unidade: indivíduo, grupo, instituição ou comunidade,
selecionada por sua especificidade”.
Enquanto Vergara (2000, p. 49) afirma que o estudo de caso é o “circunscrito
a uma ou a poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, um
produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país”.
4.2 Universo e Amostra
4.2.1 Universo
A empresa MRV Engenharia possui um universo de 115 funcionários no
canteiro de obras, que estavam desempenhando suas funções em um canteiro
localizado no Valparaíso-GO.
43
4.2.2 Amostra
A população para qual foi aplicada essa pesquisa foram funcionários da MRV
Engenharia, onde o uso dos Equipamentos de Proteção Individual é imprescindível à
todos.
Para efetivação dessa pesquisa foi utilizada uma amostra de 22 pessoas, que
representa 19,13% da população total (universo), sendo estes, funcionários da
empresa que exercem funções diversificadas no canteiro de obras.
4.3 Instrumento de pesquisa
O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário estruturado (fechado)
conforme o Anexo B, p. 92 deste TCC, composto por 10 questões de múltipla
escolha e foi abordado o uso dos Equipamentos de Proteção Individual por parte dos
funcionários.
4.4 Procedimento metodológico
4.4.1 Coleta de dados
A escolha da amostra da pesquisa foi aleatória, com predominância do
gênero masculino. De acordo com a disponibilidade dos funcionários foram sendo
respondidos os questionários, totalizando 22 pessoas.
Todas as questões abordadas foram diretamente a respeito do uso e
resistências dos funcionários com Equipamentos de Proteção Individual.
4.4.2 Tratamento dos dados
Após a aplicação dos questionários, todas as questões identificadas foram
tabuladas, analisadas, interpretadas e apresentadas de forma gráfica para facilitar a
compreensão e melhor visualização dos resultados.
A interpretação dos resultados buscou uma relação com embasamento
teórico feito neste TCC, indicando o item e a página referente ao assunto tratado.
44
5. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Foi realizada uma pesquisa sobre o uso dos Equipamentos de Proteção
Individual e resistência dos funcionários em um dos canteiros de obras da empresa
MRV Engenharia, localizado no Valparaíso-GO, onde 22 pessoas responderam um
questionário estruturado (fechado) conforme o Anexo B.
As análises foram apresentadas de acordo com o número (freqüência) de
entrevistados e percentual representativo dos resultados em forma gráfica para
melhor visualização dos resultados.
O objetivo epecífico número um desse TCC, conforme citado no ítem 1.3.2 p.
18, é verificar a qualidade dos EPIs fornecidos pela MRV Engenharia. É notório que
para proporcionar um ambiente de trabalho seguro aos funcionários o primeiro
passo é fonecer Equipamentos de Proteção Individual (EPI) de qualidade para que
os mesmos possam desempenhar suas funções de maneira eficaz. Assim sendo, a
primeira questão do questionário foi indagar sobre como o funcionário se sente com
relação a segurança enquanto trabalha como mostra o gráfico 01. Das 22 respostas,
a maioria (15 pessoas) representando 68,18% demonstraram sentir segurança,
enquanto 18,18% disseram não se sentir seguros e 13,64% revelaram que em
determinados momentos se sentem seguros enquanto trabalham.
Apesar de o percentual predominante ser positivo, os demais funcionários
representam um percentual significativo, podendo deduzir que nem todos os
equipamentos fornecidos pela organização sejam de boa qualidade.
Gráfico 01: Segurança
45
Conforme citado no ítem 3.2 do referencial teórico, p. 26 deste TCC, a
segurança é característica a ser buscada nas pessoas, nos meios ou elementos de
um processo produtivo do qual resultará uma produção por meio de trabalho. É
dever da empresa fazer com que o empregado se sinta assegurado no meio
ambiente de trabalho.
O fato de alguns funcionários sentirem-se inseguros se dá pela baixa
qualidade, falta de orientação sobre os EPIs e acompanhamento do uso,
influenciando na Qualidade de Vida no Trabalho. Enquanto muitas empresas tem o
empregado como mero objeto de status e poder, o mesmo encontra-se insatisfeito
com a segurança enquanto desenvolve sua função. É preciso que as organizações
invistam na Segurança e no bem estar do funcionário, pois assim estará
indiretamente investindo no consumidor, pois um funcionário feliz produz mais e com
melhor qualidade.
Ainda em conformidade com o objetivo específico número um desse TCC, p.
19, que se trata da qualidade dos EPIs, foi também perguntado aos funcionários se
a empresa fornecia todos os Equipamentos de Proteção Individual necessários à
utilização durante o exercício das atividades laborais, pois além de uma boa
qualidade, é preciso o fornecimento de todos os EPIs, visto que muitas
organizações disponibilizam apenas alguns equipamentos. Como mostra o gráfico
02, dos 22 entrevistados, 17 pessoas, representando um índice de 77,27%
afirmaram que a MRV Engenharia fornece todos os equipamentos necessários, já
22,73% (5 pessoas) responderam que nem sempre todos os EPIs são
proporcionados.
É preciso que fornecimento e qualidade estejam lado a lado compondo o
quadro da segurança do trabalho de uma empresa, pois um complementa o outro.
46
Gráfico 02: Fornecimento de EPI
No ítem 3.3.2 do referencial teórico p. 31 deste TCC, foi afirmado que se as
organizações buscam eficiência, eficácia e lucros elas precisam estar dispostas a
investir dinheiro para criar condições que excedem as condições exigidas pela lei,
exatamente para se manter eficientes, eficazes e lucrativas, pois a falta de
investimento em segurança custa muito mais caro. É melhor investir na prevenção,
fornecendo todos os EPIs, do que um funcionário ser acometido por um acidente,
visto que o seu custo é bem mais elevado, gerando prejuízo à organização.
Embora pequeno o índice contrário ao fornecimento dos EPIs, como mostrou
o gáfico 02, ainda assim não deixa de ser preocupante, pois todas as organizações
cuja atividade laboral representa risco à saúde e segurança do trabalhador são
obrigadas a forncer os equipamentos de proteção. Mesmo com a existência de leis e
regimentos que obrigam as empresas a disponibilizarem todos os EPIs, muitas estão
mais preocupadas em não serem autuadas que de fato prezar pela segurança do
funcionário. Isso faz com que cada vez mais acidentes ocorram e vidas sejam
ceifadas do meio social.
É preciso que a fiscalização em empresas cujo trabalho apresenta risco a vida
do funcionário sejam rigorosos e constantes, incluindo a aplicação de multas de alto
valor, só assim as empresas se despertarão para a segurança do trabalhador, pois
infelizmente o status e o poder fala mais alto que a vida de um empregado.
O objetivo número dois desse TCC, como citado no item 1.3.1, p.19, é
certificar se as informações a cerca da importância do uso dos EPIs estão sendo
47
repassadas adequadamente, assim sendo foi questionado aos funcionários sobre a
responsabilidade individual na utilização adequada dos Equipamentos de Proteção
Individual, pois se um funcionário se sente responsável pelo uso adequado dos
equipamentos, significa que a empresa tem repassado as informações de forma
correta sobre o uso do mesmo. Como mostra o gráfico 03, a maior parte (59,09%)
revelou sentir-se responsável pelo uso dos EPIs; 22,73% revelaram que nem
sempre se sentem responsáveis; 13,64% acreditam não serem responsáveis pelo
uso adequado e 4,54% disse que raramente se sente responsável.
Apesar de 13 pessoas sentirem a responsabilidade no uso adequado dos
equipamentos de proteção, o número de pessoas contrárias a afirmativa pode ser
considerado de grande relevância, mostrando que nem todas as informações têm
sido repassadas da maneira correta, pois se o mesmo estivesse ocorrendo o
número de empregados que se sentem responsáveis seria evidentemente maior.
Gráfico 03: Responsabilidade de uso dos EPIs
Foi descrito no ítem 3.3.3 do referencial teórico, p. 32 deste TCC, que
prevenir significa preparar-se por meio da previsão, para as prováveis perspectivas
de um futuro incerto, agir, antecipadamente, no sentido de que as ocorrências desse
futuro se alinhem ou, se possível, coincidam com os interesses estabelecidos. Isso
só reforça a ideia de que o foco está na prevenção, e uma boa maneira de prevenir
os acidentes é repassar as informações de maneira adequada sendo essa uma
grande arma de prevenção, pois é indispensável o uso adequado de todos os
48
Equipamentos de Proteção Individual antes que algum acidente ocorra e que alguma
pessoa seja extirpada da sociedade.
Muitas lutas foram travadas para que o trabalhador tivesse direito a leis que o
amparassem em seu ambiente de trabalho, mas hoje muitos se esquecem que não
basta apenas as empresas oferecerem meios seguros de trabalho, é preciso que
cada um tenha consciência e faça a sua parte, de um lado a organização
disponibilizando todos os equipamentos de proteção e do outro o funcionário
fazendo uso devido desses equipamentos, mas nem sempre é assim, pois alguns
empregados não dão créditos necessários aos EPIs e deixam muitas vezes de usálos expondo suas vidas até mesmo a morte. É bem verdade que é obrigação das
organizações o fornecimento dos EPIs, mas também é obrigação do funcionário o
uso adequado de cada um deles que para isso depende do acompanhamento e
concientização da empresa.
Em conformidade com os objetivos específicos descritos no item 1.3.1 desse
TCC, p.19, cujo objetivo número um e número três tratam-se da qualidade dos
equipamentos e motivos da resistência dos funcionários na utilização dos EPIs, foi
questionado aos funcionários da MRV Engenharia, como mostra os gráficos 04 e 05
se os equipamentos fornecidos pela empresa impedem o desenvolvimento
adequado de suas funções e se os mesmos apresentam baixa qualidade de
fabricação. De um total de 22 pessoas entrevistadas a grande maioria revelaram que
os EPIs atrapalham o desenvolvimento das atividades laborais, ou seja 50%
aparentaram-se insatisfeitas em trabalhar usando algum tipo de equipamento de
proteção, enquanto 31,82% manifestaram insatisfação em determinados momentos
e apenas 18,18% não se sentem prejudicadas no desenvolvimento de suas funções.
Quanto a qualidade de fabricação, 15 pessoas (68,18%) afirmaram que os
EPI realmente são de baixa qualidade, sendo necessário trocas constantes que nem
sempre são oferecidas pela organização e apenas sete pessoas responderam que
às vezes os equipamentos são de baixa qualidade.
De acordo com os dados obtidos pode-se afirmar que um dos grandes vilões
que provoca a resistência dos funcionários em utilizar os Equipamentos de Proteção
Individual é o impedimento que esses EPIs traz ao desempenho adequado das
atividades laborais, fato esse causado devido a baixa qualidade de fabricação do
mesmo.
49
Gráfico 04: Desenvolvimento da atividade laboral com uso dos EPIs
Gráfico 05: Qualidade dos EPIs
Além da qualidade inferior dos EPIs existem alguns fatores que aumentam
ainda mais o desconforto e a qualidade: o uso e a higiene inadequados. Conforme
citado no item 3.5 do referencial teórico p. 35 deste TCC, o uso e a higiene
inadequados dos EPIs podem gerar problemas graves como infecções, reações
alérgicas etc, esses cuidados devem ser tomados porque ainda é muito comum a
resistência por parte dos trabalhadores em utilizar determinados EPIs, sob
alegações de que, se por um lado protegem, por outro incomodam e geram
desconforto.
50
Muitas empresas acreditam que adquirindo equipamentos de baixo custo
estarão economizando e assim garantindo um lucro maior no final do mês, porém se
esquecem que agindo dessa forma estarão reduzindo a capacidade produtiva dos
seus trabalhadores, pois como mostrou o gráfico 04 a maioria dos EPIs atrapalham
o desenvolvimento das atividades laborais, sem contar o aumento do risco de
acidentes devido a baixa qualidade. Muitos funcionários ao fazer uso de algum EPI
danificado acabam se lesionando e por isso preferem abrir mão do seu uso.
É imprescindível o investimento das organizações em equipamentos de
qualidade que sejam aprovados pelo Ministério do Trabalho e que apresentem o
Certificado de Aprovação emitido pelo mesmo, pois só assim os funcionários serão
incentivados a usurfruir dos EPIs. É preciso que as empresas tenham em mente que
nenhum equipamento por melhor que seja durará para sempre, sendo portanto
necessário a troca de acordo com a vida útil de cada equipamento.
Assim como descrito no item 1.3.1 p. 19 e no gráfico 03, p. 47, cujo objetivo
específico número dois deste TCC é certificar se as informações a cerca do uso dos
equipamentos estão sendo repassadas adequadamente, a sexta pergunta
complementa este objetivo questionando aos funcionários se nos canteiros de obras
da MRV Engenharia há fiscalização periódica como mostra o gráfico 06. Dos 22
entrevistados apenas 12 pessoas responderam afirmativamente, enquanto 10
pessoas revelaram que a fiscalização é realizada de vez em quando.
Além da transmissão de informações adequadas, é preciso ter fiscalização
periódica nos canteiros de obras, pois mesmo que todos os funcionários saibam da
responsabilidade de uso dos EPIs, sempre haverá àqueles que não levam as
informações repassadas com seriedade deixando assim em dado momento de fazer
uso de algum tipo de equipamento.
51
Gráfico 06: Fiscalização
Os dados comprovam o descaso da organização com seus funcionários, pois
a fiscalização é de extrema importância para garantir uma correta utilização dos
Equipamentos
de
Proteção
Individual,
devendo
ser
feito
um
contínuo
acompanhamento e trabalho de conscientização verificando os problemas surgidos
com o uso dos EPIs.
No item 3.3.3 do referencial teórico, p. 32 deste TCC, tanto Chiavenato
quanto Barbosa Filho afirmam que além da fiscalização é necessário comunicação
interna, como propaganda e cartazes sobre segurança, hábitos como criatividade,
sensibilidade, conhecimento do comportamento humano ajudam a reduzir atos
inseguros.
Conforme citado no item 3.5 do referencial teórico, p. 35 deste TCC, é
extremamente importante que as organizações exerça um rigoroso controle sobre as
origens, a guarda e a conservação de seus equipamentos de proteção, pois aquela
que oferece a seu trabalhador um equipamento incapaz de protegê-lo estará
infringindo o previsto em lei, da mesma forma que aquela que não oferece a
proteção devida.
Não são poucos os acidentes de trabalho causados por falta de fiscalização.
A maioria das organizações acredita que apenas disponibilizando os equipamentos
já é o suficiente e se esquecem que se o uso correto não estiver sendo fiscalizado,
grande parte dos trabalhadores deixarão de usar algum dos EPIs, pois nem todos
52
têm a consciência de que não é somente a empresa que estará em jogo caso ocorra
algum acidente, mas as suas próprias vidas.
Assim, é fundamental que em organizações onde o risco de acidente é
eminente e o uso dos Equipamentos de Proteção Individual é indispensável a
presença de Fiscais e Técnicos de Segurança treinados para aplicar técnicas,
explicar o uso correto de cada equipamento e o mais importante, façam a
fiscalização periódica, para que assim os índices de acidentes de trabalho sejam
minimizados, cada um fazendo a sua parte, empregado e empregador trabalhando
juntos por um meio ambiente de trabalho seguro e saudável.
Ainda em conformidade com o objetivo específico número dois desse TCC,
que se trata das informações repassadas, foi questionado aos funcionários se algum
colega de trabalho já os influenciou a não utilizar algum dos Equipamentos de
Proteção Individual, visto que, muitas pessoas se deixam levar pelas opiniões de
outrem. Como mostra o gráfico 07, dos 22 entrevistados, 16 pessoas responderam
já ter sido influenciado por colegas de trabalho e 6 pessoas responderam que às
vezes são influenciados à não utilizar algum dos EPIs.
Os índices revelam claramente que as pessoas tende a motivar outras quer
sejam para o bem quer sejam para o mal. No gráfico que se segue verifica-se mais
uma vez o quanto as informações transmitas aos funcionários são relevantes, pois
se essas fossem repassadas da maneira adequada, os empregados assim
transmitiriam aos demais, ou seja, os influenciariam a utilizar todos so Equipamentos
de Proteção Individual, ressaltando o elevado grau de importância do seu uso.
53
Gráfico 07: Influência dos colegas de trabalho
Conforme citado no ítem 3.3 do referencial teórico p. 28 deste TCC, Steffen
acredita que o significado do acidente para o trabalhador é o primeiro passo para
entender as repercursões que o mesmo causa na vida de um funcionário, para que
assim possa investir em meios de prevenção.
Os dados mostrados no gráfico 07 revelam que muitos funcionários não se
preocupam com a própria vida, deixando-a a mercê de qualquer acidente de
trabalho, reforçando a falta de informação adequada sobre a segurança do trabalho.
É preocupante ver que as pessoas se deixam levar por más opniões, mesmo
quando a sua própria vida está em jogo.
É preciso que as organizações transmitam aos empregados à importância da
prevenção, através de cartazes, paletras e cursos com amostras de casos reais,
com pessoas que já sofreram algum tipo de acidente, pois assim muitos
profissionais se concientizarão dos riscos que correm ao deixar de fazer uso dos
Equipamentos de Proteção Individual.
O objetivo específico número quatro dese TCC, p.19 propõe-se a identificar
exigências e conciência de riscos por parte dos funcionários quanto ao uso dos
Equipamentos de Proteção Individual, diante disso foi questionado aos funcionários
se a MRV Engenharia exigia a utilização de todos os equipamentos de proteção e se
eles tinham consciência dos riscos que correm ao deixar de utilizar um dos
equipamentos, como mostra os gráficos 08 e 09. Dos 22 entrevistados, apenas
45,45% responderam que a empresa exige a utilização de todos os EPIs; 31,82%
54
revelaram que às vezes a empresa exige; 13,64% raramente e 9,09% responderam
que a MRV não exige a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual. Mesmo
a empresa não exingindo o uso dos EPI nos canteiros de obras, o gráfico 09 mostra
que 95,45% dos funcionários são cientes dos riscos que correm ao deixar de usar
um dos Equipamentos e apenas 4,55% responderam que às vezes tem consciência
desses riscos, dependendo do momento e da situação em que se encontrem.
Os dados revelam o descaso da organização para com seus funcionários,
pois ainda que a maioria seja consciente dos riscos ao deixar de usar um EPI é
obrigação da empresa a fiscalização periódica nos canteiros de obras sendo essa
função delegada ao Fiscal.
Gráfico 08: Exigência no uso dos EPIs
55
Gráfico 09: Consciência dos riscos
Os canteiros de obras das empresas de construção civil são munidos de
ferramentas, máquinas e equipamentos que fomentam o perigo de acidentes.
Conforme citado no item 3.4 do referencial teórico, p. 34 deste TCC, esses ricos são
classificados em riscos Físicos, Químicos, Biológicos, Ergonômicos e riscos de
acidentes. Diante disso, alguns meios de minimizar esses perigos foram
implementados, dentre os quais estão: eliminação das condições inseguras, onde
engenheiros de segurança desenham cargos para remover ou reduzir riscos físicos
dos ocupantes, mapeamento de áreas de risco, análise profunda dos acidentes,
redução dos atos inseguros, treinamento, reforço positivo etc. Portanto para que
qualquer programa de prevenção obtenha sucesso é indispensável a exigência por
parte dos técnicos de trabalho e principalmente a conciência dos funcionários aos
riscos que estão expostos.
É lamentável se deparar com empresas que não exigem a utilização de todos
os equipamentos de proteção, quando vidas estão em jogo. É triste ver que muitas
organizações ainda visam o lucro acima do ser humano, e este fica exposto aos
riscos a saúde e a própria vida. Engana-se a empresa que acredita que apenas
fornecendo todos os Equipamentos de Proteção Individual já é suficiente, já fez a
sua parte. Muitas não querem investir em um Técnico, um Fiscal e mais tarde
acabam tendo que desembolsar um valor muito maior com tratamentos,
indenizações, isso quando a vida de um funcionário não for ceifada do meio de
56
trabalho, deixando cicatrizes eternas na alma dos seus familiares e colegas de
trabalho que dinheiro algum poderá pagar.
É bem verdade que muitos funcionários mesmo tendo consciência dos riscos
a que estão expostos como mostrou o gráfico 08 deixam a desejar no tocante ao uso
dos EPIs, mas a empresa que presa pela qualidade, segurança do funcionário e pela
sua imagem, não apenas disponibiliza Fiscais e Técnicos, mas exige que cada
funcionário utilize adequadamente todos os Equipamentos de Proteção Individual.
É essencial que a organização como um todo, desde a alta administração a
classe operacional trabalhe unidos, para que haja declíneo nos índices de acidentes
de trabalho causados no setor de construção civil.
Como foi sempre mensionado no decorrer dessa pesquisa a importância da
infomação repassada adequadamente aos funcionários (objetivo específico número
dois desse TCC, p. 19), foi questionado aos mesmos se caso eles vissem outro
funcinário deixando de utilizar um dos EPIs, eles falariam a respeito dos riscos que
essa pessoa estaria correndo e a aconselharia a utilização. Como mostra o gráfico
10, dos 22 entrevistados 14 pessoas afirmaram que chamaria a atenção do
funcionário e o informaria sobre o perigo que estaria correndo; 4 pessoas
responderam às vezes e 4 pessoas responderam que raramente o informaria sobre
os riscos.
Gráfico 10: Informações
Conforme citado no item 3.3.3 do referencial teórico, p. 32 deste TCC,
Zangrando (2003) afirma que o Brasil é um país sem tradição na prevenção de
57
acidentes, pois os altos índices assim o revelam. Esse afirmação só remonta a ideia
de que cada vez menos as pessoas se preocupam com a sua segurança enquanto
desenvolvem uma atividade laboral. Ainda no item 3.3.3 deste referencial,
Chiavenato (2010) destaca algo de suma importancia que só ressalta o exposto no
gráfico 10, o reforço positivo, segundo ele um programa de segurança baseado no
reforço positivo melhora a segurança no trabalho.
A verdade é que quando as pessoas se concientizarem que a vida é o bem
mais precioso que se pode ter, os acidentes de trabalho serão minimizados, e
quando algum trabalhador se deparar com alguém exercendo alguma atividade
laboral que represente risco a sua vida, logo o informará e concientizará dos riscos
expostos a sua vida, logo, cada um fazendo a sua parte, o meio ambiente de
trabalho será um local seguro e saudável.
Por isso é importante ressaltar o quanto as informções repassadas de um
funcionário para outro poderão auxiliar na prevenção de acidentes. Experiências
falam mais que normas e exigências discorridas pelos técnicos para um trabalhador.
É preciso união entre funcionários e patrões, ambos com a mesma visão, e
assim lutando para produzir um ambiente melhor.
58
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
6.1 Conclusões
Esse TCC foi realizado com intuito de analisar a Segurança do Trabalho
relacionada ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e resistência dos
funcionários na empresa MRV Engenharia para desvendar quais motivos levam os
funcionários desta empresa resistirem ao uso dos EPIs fornecidos pela mesma.
Com base nos resultados obtidos, verificou-se a grande carência de
informações a cerca do uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual
(EPI) sendo, portanto as próprias organizações os maiores responsáveis por essa
escassez de informações.
Outro dado alarmante se trata da fiscalização nos canteiros de obras, como
mostrou o gráfico 06, onde de um total de 22 funcionários entrevistados, apenas 12
responderam haver fiscalização periódica.
O quadro da Segurança do Trabalho é de responsabilidade tanto das
organizações quanto dos funcionários, pois ambos fazem parte de um mesmo
ambiente e como tal carecem de proteção e conscientização a respeito dos métodos
de prevenção.
6.1.1 Hipóteses
As hipóteses levantadas no início dessa pesquisa foram:
1. Os
Equipamentos
de
Proteção
Individual
(EPI)
impedem
o
desenvolvimento adequado das atividades laborais.
2. Existe carência de informação sobre o devido uso dos EPI por parte da
empresa para o empregado.
3. Falta o fornecimento de todos os EPIs necessários.
4. Os Equipamentos de Proteção apresentam baixa qualidade de
fabricação.
Com base na análise dos dados verificou-se que somente a hipótese de
número três foi negada, visto que, de um total de 22 pessoas, 17 afirmaram que a
MRV Engenharia fornece todos os Equipamentos de Proteção Individual, conforme
ilustrado no gráfico 02, p. 45 desse TCC.
59
A hipótese de número um foi confirmada, pois, o gráfico 04, p. 48 desse TCC,
mostrou que 50% dos funcionários entrevistados afirmaram que de fato os EPIs
impedem o desenvolvimento adequado das atividades laborais. Já a hipótese de
número dois pôde ser confirmada através do gráfico 07, p. 52 desse TCC, onde
aproximadamente 73% dos entrevistados afirmaram já ter sido influenciado à não
utilização de algum equipamento de proteção podendo inferir que as informações
sobre o uso devido e sobre os riscos que o profissional corre ao deixar de fazer uso
de um EPI não estão sendo repassados adequadamente, pois se o mesmo
estivesse ocorrendo o número de pessoas influenciadas seria irrelevante.
A hipótese de número quatro foi confirmada através dos dados mostrados no
gráfico 05, p. 48 desse TCC, onde 68,18% dos entrevistados afirmaram que os
Equipamentos de Proteção Individual realmente apresentam baixa qualidade de
fabricação, deteriorando-se com facilidade comprometendo a segurança dos
funcionários.
6.2 Recomendações
se:
Para formação de um ambiente de trabalho seguro e saudável, recomendaFornecimento de todos os Equipamentos de Proteção Individual;
Investimento em equipamentos de qualidade;
Criação de equipamentos que não atrapalhem o desenvolvimento da atividade
laboral;
Fiscalização periódica nos canteiros de obras;
Respeitar a vida útil de cada equipamento, trocando-o sempre que não estiver
propício ao uso;
Fiscalização periódica do Ministério do Trabalho às empresas de construção
civil;
Curso sobre a importância do uso dos EPIs direcionados aos funcionários, com
depoimentos de pessoas que já sofreram algum acidente de trabalho;
Exposição de cartazes em todos os canteiros de obras destacando o uso e
importância dos EPIs;
Apresentar este TCC para a empresa.
60
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Administração. 2. ed. ampl. rev. São Paulo: Atlas, 2006.
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identificação, redução e eliminação da nocividade do trabalho. 2. ed. atual.
ampl. São Paulo: Atheneu, 2003.
BARBOSA FILHO, Antônio Nunes. Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental.
3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
BRANDÃO, Cláudio. Acidente do trabalho e responsabilidade civil do
empregador. 2. ed. São Paulo: LTR, 2006.
BRASIL. Consolidação das Leis Trabalhistas. Decreto-Lei nº 5452, de 1º de maio
de 1943. Seção IV, Do equipamento de Proteção Individual, art. 166.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Constituição Federal de
1988. Título I Dos Princípios Fundamentais, art. 1º.
BRASIL. Organização Internacional do Trabalho. Convenção, nº 155, de 22 de
junho de 1981. Convênio sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores, art. 4º.
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Trabalho. Disponível em http://www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=423.
Visitada em 04/03/2011.
BRASIL. Ministério da Previdência Social. Planos de benefícios da Previdência
Social, Lei 8.213, de 24 de Julho de 1991. Título I Da finalidade e dos Princípios
Básicos da Previdência Social, Art. 19.
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Elsevier, 2010.
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Aprovação. Disponível em http://www.cestltda.com.br. Visitada em 01/09/2011.
61
DELA COLETA, José Augusto. Acidentes de Trabalho: fator humano,
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http://www.guiaconsultoria.com.br/downloads. Visitada em 01/09/2011.
HOEPPNER, Marcos Garcia. Normas Regulamentadoras relativas à Segurança e
Medicina do Trabalho. 4. ed. rev. atual. São Paulo: Ícone Editora, 2010.
GRESSLER, Lori Alice. Introdução à Pesquisa Projetos e Relatórios. 2. ed. rev.
atual. São Paulo: Loyola, 2004.
MARTINS CAMPOS, Armando Augusto. CIPA – Comissão Internacional de
Prevenção de Acidentes – uma nova abordagem. 8. ed. São Paulo: Senac, 1999.
ROSSIT, Liliana Allodi. O meio ambiente de trabalho no direito ambiental
brasileiro. São Paulo: LTR, 2001.
SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresa. Cartilha de
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Sebrae, 2008.
STEFFENS, Ana Paula. Acidentes de Trabalho com perfuro-cortante
repercussões na vida dos trabalhadores. São Paulo: Andreoli, 2008.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e
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Pesquisa
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VIEIRA, Marcelo Milano Falcão e ZOUAIN, Débora Moraes. Pesquisa Qualitativa
em Administração. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
YOUNG, Leonardo. Empresas ligadas à construção civil são líderes de
crescimento no Brasil. Disponível em http://www.cimentoitambe.com.br/massacinzenta/empresas-ligadas-a-construcao-civil-sao-lideres-de-crescimento-no-brasil.
Visitada em 01/09/2011.
62
ZANGRANDO, Carlos Henrique da Silva. Resumo do direito do trabalho. 6. ed.
Rio de Janeiro: Edições Trabalhistas, 2003.
63
ANEXOS
ANEXO A – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO
Para que haja um ambiente de trabalho seguro é de suma importância aos
funcionários seguir algumas condições necessárias ao conforto e segurança de
todos.
ÁREAS DE VIVÊNCIA
Instalação sanitária
64
Chuveiros
Vestiário
65
SUGESTÕES E BOAS PRÁTICAS
66
Local para refeições
ESCAVAÇÃO, FUNDAÇÃO E DESMONTE DE ROCHAS
67
Martelete pneumático
68
CARPINTARIA
Serra circular de bancada
Serra Circular manual
69
Carpinteiro
ARMAÇÃO DE AÇO
Policorte
70
Dobragem de vergalhões
71
ESTRUTURAS DE CONCRETO
72
ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS
73
Escada manual
74
PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS
75
76
MOVIMENTAÇÃO E TRASPORTE DE MATERIAS E PESSOAS
Torre de elevadores
77
78
Posto do operador
Dispositivos de segurança para elevador de carga e passageiros
79
ANDAIMES
Andaime fechadeiro
80
Andaime suspenso
81
Cadeira suspensa
82
ALVENARIA, REVESTIMENTO E ACABAMENTO
Betoneira
Pedreiro
83
Acabamento com cerâmica
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
84
Eletricista
85
Trabalhos com furadeira manual
86
Almoxarifado
Fonte: Cartilha de segurança e saúde do trabalho na construção civil/ES – NR-18. SEBRAE, 2008.
87
ANEXO B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS FUNCIONÁRIOS DA MRV
ENGENHARIA
Você está convidado a responder este questionário que faz parte da coleta de dados
da pesquisa “Segurança no Trabalho – Uso dos Equipamentos de Proteção
Individual”, sob responsabilidade da pesquisadora Josiane Gomes, estudante do
curso de Administração, da Faculdades Integradas da União Educacional do
Planalto Central – FACIPLAC, localizada no Gama-DF.
NÃO É PRECISO SE IDENTIFICAR
QUESTIONÁRIO
1 – Eu me sinto seguro quando estou trabalhando nessa empresa?
( ) Sim
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Não
2 – A empresa onde eu trabalho fornece todos os Equipamentos de Proteção
Individual (EPI) a ser utilizado nos canteiros de obra?
( ) Sim
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Não
3 – Eu sou ciente da responsabilidade que tenho em utilizar os equipamentos de
proteção individual?
( ) Sim
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Não
4 – Eu não uso os equipamentos de proteção porque eles atrapalham o meu
desenvolvimento no trabalho?
( ) Sim
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Não
88
5 – Os Equipamentos de Proteção Individual apresenta baixa qualidade de
fabricação?
( ) Sim
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Não
6 – Existe fiscalização periodicamente nos canteiros de obras para saber se todos
estão usando os equipamentos?
( ) Sim
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Não
7 – Algum colega de trabalho já me influenciou a não usar algum dos equipamentos
de proteção?
( ) Sim
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Não
8 – A minha empresa exige que eu utilize todos os equipamentos de segurança?
( ) Sim
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Não
9 – Eu sou ciente dos riscos que posso correr ao deixar de usar um dos
equipamentos de proteção?
( ) Sim
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Não
89
10 – Quando vejo um funcionário deixando de usar um dos equipamentos eu falo
com ele sobre as possíveis conseqüências?
( ) Sim
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Não

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