Estudo das redes Profibus DP e FF
Transcrição
Estudo das redes Profibus DP e FF
Promoção: ESTUDO DA PERFORMANCE DOS PROTOCOLOS PROFIBUS-DP E FOUNDATION FIELDBUS APLICADOS A SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL GRUPO: A B C D E F G TEMA: Instrumentação e Redes de Campo. PALAVRAS CHAVE: Protocolos de Comunicação, Profibus-DP (P-DP), Foundation Fieldbus (FF), Controle de Processo, Sistema Híbrido, Barramento de Campo. RESUMO - O trabalho aborda o estudo da performance dos protocolos de comunicação digital Profibus-DP (P-DP) e o Foundation Fieldbus (FF) bastante usados na automação de processos industriais, passando por algumas características das redes de comunicação, utilizados no controle de processos. Vimos que um sistema de controle pode manipular diversos protocolos industriais e seus meios físicos, tornando possível a criação de um controle híbrido, com os mais diversos tipos de dispositivos de diferentes fabricantes. O trabalho mostra ainda, os resultados obtidos na simulação de um sistema digital de controle, onde foram conectados gradativamente diversos dispositivos de campo aos barramentos P-DP e FF, a fim de avaliar o desempenho destes, quanto ao tempo de resposta ao sinal de controle. ABSTRACT - In this work is presented a study performance of the protocols of digital communication Profibus-DP (P-DP) and Foundation Fieldbus (FF), used in industrial automation process, dealing with some characteristics of the communication networks, used in the control of this process. The controller can manipulate several industrial protocols and its hardware it makes possible a hybrid controlled creation, with several types of devices from different manufacturers. The work also approaches the results obtained by the digital control system simulation, where several field devices were connected gradually to the protocols P-DP and FF slide bars in order to get its performance regarding to the control signal time. INTRODUÇÃO Com o surgimento dos protocolos digitais de comunicação de campo, impulsionados pela Trabalho TT - 001 expansão da informática e a necessidade de mais informações vinda do campo, formaram-se grupos de pesquisa para desenvolver sistemas de controle industriais que, associados aos já existentes (PLC’s), pudessem otimizar o sistema e o rendimento do controle industrial. Figura 1 - Evolução das redes de automação. Existia, porém, uma grande limitação quanto ao uso dos protocolos digitais, devido ao número limitado de dispositivos compatíveis com a rede. A nova fase da automação iniciada com a introdução dos protocolos abertos de controle tornou possível ter dispositivos inteligentes de diversos fabricantes num mesmo segmento. Protocolo de comunicação é basicamente um conjunto de regras e convenções que controla o formato e o significado dos quadros, pacotes ou mensagens trocadas pelas entidades pares em um diálogo entre as camadas. APLICAÇÃO E/OU DESENVOLVIMENTO Existem no mercado vários tipos de protocolos de comunicação abertos ou proprietários que são aplicados ao controle de processos industriais. A escolha depende da aplicação. Apresentamos como tema principal do trabalho, os fieldbuses mais utilizados na indústria: o P-DP e o FF. PROFIBUS-DP – É um protocolo aberto de comunicação, padrão mundial. Por ser um protocolo de transmissão de dados em alta velocidade, é bastante difundido na indústria para o gerenciamento de dispositivos de controle de motores, servomotores, atuadores, E/S’s discretas remotas e outros elementos finais de automação. Características: Topologia: barramento – determinístico; Transmissão assíncrona, padrão físico RS-485 (Par trançado) e Fibra ótica; Velocidade: 9,6 kBps a 12 Mbps – muito rápido, transmite 1 kByte de E/S’s < 2 ms; Acesso: Híbrido (Token Pass + MestreEscravo); Distância: 100 m a 1900 m; Dispositivos: 32 por segmento, até 126 (máximo), com 04 repetidores; Parametrização e diagnóstico remotos; Ampla interoperabilidade. FOUNDATION FIELDBUS – É uma rede serial totalmente digital, que possui comunicação bidirecional determinística e cíclica, do tipo passagem de bastão (Token Ring). É bastante difundida na indústria para o controle de variáveis analógicas do chão-de-fabrica, com tarefas complexas e extensas de comunicação. Características: Topologia: barramento – determinístico; Transmissão síncrona, padrão físico IEC-61158-2 com código Manchester; Velocidade: rede H1: 31,25 kBps; Acesso: (Token Pass + Produtor-Consumidor); Distância: 1900 m/segmento; Dispositivos: 32/segmento, até 126 (máximo), com 04 repetidores; Mestre de tempo para que todos os devices tenham o mesmo relógio; Parametrização e diagnóstico remotos; Ampla interoperabilidade. Trabalho TT - 001 O protocolo P-DP suporta a aplicação de mono-mestres e multi-mestres, ou ambos. Este recurso possibilita uma alta flexibilidade durante a configuração do sistema As simulações foram desenvolvidas num sistema hibrido – Host, configurado com os dois protocolos, com características diferentes como: meio físico, velocidade de transmissão, etc. O comissionamento dos dispositivos de campo foi feito gradativamente seguindo as recomendações normativas para cada protocolo. No caso das bombas com inversores de freqüência, foi preciso recalcular o tempo de resposta da malha para atender as recomendações de cada rede, pois estas funcionam com velocidades diferentes. Figura 2 – Comissionamento dos dispositivos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para os testes efetuados no barramento P-DP, houve a necessidade de alterações das propriedades como as configurações da porta de entrada no Host, endereço do cartão e velocidade do barramento. Foram conectados gradativamente ao barramento os dispositivos de campo. Notou-se que a taxa de transmissão de dados do segmento não pode ser maior que a taxa do dispositivo mais lento (menor taxa de transferência), pois isso poderia gerar alta taxa de erros de transmissão. Foi notória a degradação da velocidade do sistema, a cada adição de um dispositivo ao barramento. Concluído a etapa de inclusão dos dispositivos, observamos o espectro de onda no barramento P-DP, conforme mostra a Figura 3. Note que a freqüência no barramento é de 250 kHz. O espectro apresenta um grande ∆V em torno de 7,327 V, característica do meio físico RS-485, o que melhora a imunidade a ruídos, proporcionando alcance a longas distâncias. No protocolo FF não se pode endereçar os dispositivos. Esta função é executada automaticamente pelo Host (característica do barramento), que com isso pode gerenciar completamente o segmento. CONSIDERAÇÕES GERAIS Com o intuito de observar outras formas de degradação da rede, realizamos os testes: Figura 3 - Forma de onda no barramento P-DP. De forma análoga a rede P-DP, configuramos a rede FF de acordo com as recomendações exigidas pela norma IEC-61158-2. Iniciamos a rede com 10 (dez) dispositivos, com um tempo de varredura em torno de 150 ms. De acordo com a adição de mais dispositivos ao barramento, foi observada a degradação da rede, neste instante aumentamos o ciclo de varredura para 270 ms, a fim de melhorar o tempo de resposta ao sinal de controle. Um dispositivo instalado em um segmento não tem capacidade de formar uma malha de controle com outro instalado em outro segmento, mesmo que seja no mesmo cartão. Num projeto real, isso requer uma atenção maior, visto que pode haver situações onde o elemento final de controle, pode estar muito afastado fisicamente do transmissor que o controla. Após a conectorização dos dispositivos no barramento, identificamos a forma do espectro de onda da rede FF, conforme mostra as Figura 4. Note que a freqüência da velocidade do barramento FF-H1 é de 31.31 kHz e um ∆V de 0,712 V, que representa uma variação muito inferior ao do P-DP. Figura 4 - Forma de onda no barramento FF. Trabalho TT - 001 Eliminação dos terminadores de impedância do barramento; Acréscimo mais que o recomendado de nós no barramento; Aumento considerável de Spurs; Rompimentos de cabos, e/ou instrumentos. Devido a limitações físicas, não foi possível aumentar o comprimento do segmento, acima do recomendado pela norma. CONCLUSÃO Através das simulações feitas nos barramentos P-DP e FF, observamos a degradação da velocidade do sistema e a atenuação da corrente drenada, devido à inclusão dos dispositivos (nós) de campo no barramento. Daí, a recomendação normativa de não adicionarmos mais de 32 nós por segmento. Foi observado também o aumento de ruído no barramento, quando foram retirados os terminadores de impedância. Baseado nos resultados obtidos, concluiu-se que se faz necessário atender as recomendações (normas) de cada protocolo, como: o número de dispositivos (nós) por segmento, o comprimento do barramento, evitar o uso de spurs, a configuração do tempo de varredura, a velocidade de transmissão do barramento, entre outros. O estudo mostrou uma série de vantagens adquiridas com o uso das redes indústrias. A economia em longo prazo vai desde o projeto de instalação, até a manutenção do sistema, além da redução de cabos e acessórios como: calhas, conexões, documentação, etc. Como nos protocolos digitais os instrumentos comunicam-se entre si, as características como exatidão, eficiência, tempo de funcionamento sem recalibração são bem melhores. Certamente irá trazer resultados mais confiáveis à planta, facilitando o serviço da manutenção, que pode trabalhar de uma maneira mais preditiva que corretiva, usando a capacidade de auto diagnóstico. Este último representa a maior vantagem do uso dos sistemas digitais. Analisando deste ponto, podem-se obter economias de grande escala quando se pode evitar a parada não programada de um forno, por exemplo, que ocorreria devido a uma falha na válvula controladora de dosagem de material, ou ainda, em uma situação, em que uma válvula de Emergency Shutdown Device (ESD) não funcionou na hora que deveria operar, por estar travada, ocasionando uma situação de emergência na planta. Todavia, para a ferramenta “gerenciamento de ativos” trazerem bons resultados, precisa de um gestor com autonomia e poder para tomar decisões de impacto como a substituição de um determinado equipamento da planta, sem que este esteja completamente defeituoso. REFERÊNCIAS [1] FUNDAÇÃO PROFIBUS: site internacional da Profibus. Disponível em: <http://www.profibus.org. com>. Acesso em: 01/07/2008. [2] FOUNDATION FIELDBUS: site internacional do Organização Fieldbus. The web´s leading resource for information about fieldbus technology and products. Disponível em: <http://www.fieldbus.org>. Acesso em: 08/07/2008. [3] FOUNDATION Fieldbus: Technical Overview – – Freedom to Choose. Power to Integrate. FD043 Rev. 3.0 – Copyright 1996. Austin, Texas. Revisão: 1998, 2003. 37 p. [4] INTECH, Revista. Publicação nº 49 sobre FDT/DTM. Março, 2003, 6 p. [5] MAMEDE FILHO, João. Instalações Elétricas Industrial, vol. 6, ed. LTC, 2001, ISBN: 8521612869, 753 p. [6] MITCHEL, Ronald W. PROFIBUS – Guia de bolso – USA – 2003, ISBN 1-55617-862-X, ISA – The Instrumentation, Systems and Automation Society. 191 p. [7] PEREIRA, Augusto. “A conversa” no barramento Foundation Fieldbus – Engº de Automação – Gerente de Negócios Plantweb – Trabalho TT - 001 Emerson Process Management – Revista Controle e Instrumentação – Março,2003, 3 p. [8] APOSTILA Protocolos Digitais, CICOP 4, Profº. MSc. Lauro Domingues Neto, UFBA, 2008. [9] SIEMENS: site internacional da SIEMENS, Siemens Automation and Drives. Disponível em: <http://www.ad.siemens.de/meta/index.76.htm>. Acesso em: 01/07/2008. [10] RELCON Inc.: Empresa especializada em instalação elétrica de redes e sistemas de alimentação para o Foudation Fieldbus. Disponível em: <http:// www.relcominc.com/fieldbus/index.htm>. Acesso em: 22/06/2008. [11] BERGE, Jonas -Fieldbusesfor ProcessControl: Engineering, Operation, andMaintenance. ISA. [12] RELCOM Inc.: Fieldbus Wiring Design and Installation Guide –Yew Street–Forest Grove, OR 97116 – USA, 2001. 40 p. [13] RODRIGUES, Leonardo Horta; FRANCO, Lúcia Regina H. M. Publicação sobre a Adaptação de uma planta industrial tradicional para a tecnologia Fieldbus. Departamento de Eletrônica (DON) – Instituto de Engenharia Elétrica. Itajubá, MG, 2000. 8 p. [14] UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÀ/MG. Apresenta trabalhos sobre Protocolos de Comunicação e Redes Fieldbus. Disponível em: <http://www.efei.br/cursos.html>. Acesso em: 15/07/2008. [15] UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – Departamento de Engenharia Eletrônica. Artigo sobre Foundation Fieldbus, autor: FILHO, Constantino Seixas. Dez – 2000, 30p. [16] VERHAPPEN, Ian; PEREIRA, Augusto. Guia de Bolso - Foundation Fieldbus, Brasil 2002 ISA – The Instrumentation, Systems and Automation Society, 137 p.
Documentos relacionados
integração de sinais e dados - Grupo de Controle Automação e
quais diferentes placas de aquisição de dados, entrada e saída digitais ou analógicas, processamento de imagens, entre outras podem ser acopladas. Um exemplo deste tipo de barramento é o VME-Bus (S...
Leia mais