MONOPERF - FAO - Faculdade de Odontologia
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MONOPERF - FAO - Faculdade de Odontologia
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA TRATAMENTO DE PERFURAÇÕES RADICULARES THATIANA LIMA DOS SANTOS MANAUS 2009 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA THATIANA LIMA DOS SANTOS TRATAMENTO DE PERFURAÇÕES RADICULARES Monografia apresentada à disciplina de TCC II da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas, como requisito parcial para obtenção do título de Cirurgiã-Dentista. Orientadora: Profª Aida Renée Assayag Hanan MANAUS 2009 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA THATIANA LIMA DOS SANTOS TRATAMENTO DE PERFURAÇÕES RADICULARES Monografia apresentada à disciplina de TCC II da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas, como requisito parcial para obtenção do título de Cirurgiã-Dentista. Aprovado em 06 de novembro de 2009 BANCA EXAMINADORA Profª. Aida Renée Assayag Hanan – UFAM - Presidente Prof. Dr. André Augusto Franco Marques – UFAM - Membro Profª. Rejane Peres Simões – UFAM - Membro DEDICATÓRIA Aos meus pais, Alcirema Nazaré Lima dos Santos e Ruy Alves dos Santos, que sempre apostaram em mim e com seu amor incondicional, compreensão e apoio tornaram possível a realização não só deste trabalho, mas também de um sonho. AGRADECIMENTOS A Deus, por ter me concedido o dom da vida e me ajudar a superar com força, coragem e sabedoria cada dificuldade imposta no caminho. À minha mãe, Alcirema Nazaré Lima dos Santos, pelo apoio, amor e incentivo ao longo de toda esta jornada. Por estar sempre pronta a me ouvir, consolar, aconselhar. Ao meu pai, Ruy Alves dos Santos, pela paciência, dedicação e esforço destinados a minha formação. À minha irmã, Ana Carolina, por ser minha confidente, conselheira e por toda admiração e compreensão comigo, meus papéis e materiais espalhados pelo quarto. Ao meu irmão, Paulo César, por dividir comigo a experiência diária de um curso de saúde e pela vibração a cada conquista. À minha avó, Raimunda de Souza Passos, pelo apoio financeiro e por ter sempre acreditado e me incentivado a ser o que eu desejasse. À minha querida orientadora, Aida Hanan, pela acolhida imediata, solicitude e paciência em sanar minhas dúvidas e dar sugestões ao longo deste projeto. Responsável pela organização dos meus pensamentos confusos, desconexos e que me deu a direção exata para realização deste trabalho. Ao professor Emílio Carlos Sponchiado Junior, pelo encorajamento contínuo na pesquisa, pelos conhecimentos transmitidos e por toda ajuda dispensada ao aprimoramento deste trabalho. Um estímulo para ver na academia e tentar seguir o mesmo caminho na vida. Aos meus amigos, por terem tornado esses cinco anos de convívio tão prazerosos e agradáveis, além da contribuição para meu crescimento e amadurecimento diários. EPÍGRAFE Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o seu desejo. Paulo Coelho RESUMO O presente trabalho tem como objetivo, revisar a literatura sobre a perfuração radicular e ampliar a base de conhecimentos teóricos sobre os diferentes materiais que podem ser empregados no reparo das perfurações de furca. As perfurações radiculares, aberturas artificiais que resultam na comunicação entre a cavidade pulpar e os tecidos periodontais, representam um dos mais desagradáveis acidentes que podem ocorrer durante o tratamento endodôntico. Podem ser induzidas iatrogenicamente, por processo de reabsorção ou cárie. O êxito do tratamento vai depender da localização, do tamanho da perfuração, do tempo de ocorrência, das características físicas e químicas do material selador e da presença ou não de infecção. O assoalho da câmara pulpar é a área onde ocorre o maior número de perfurações. Dentre os materiais pesquisados, o Agregado de Trióxido Mineral (MTA) é o produto mais utilizado, mostrando superioridade em relação aos demais. Isso se deve a características apreciáveis que o material apresenta como, biocompatibilidade, baixa solubilidade, ser hidrofílico e auxiliar na deposição de cemento. Portanto, quanto mais rápido for feito o diagnóstico e reparo das perfurações, mais favorável será o prognóstico do dente. Não sendo o MTA indicado em todas as situações clínicas, materiais como hidróxido de cálcio, sulfato de cálcio, Super EBA, ZOE, IRM, amálgama, cimento ionômero de vidro podem ser empregados de maneira diferente. PALAVRAS-CHAVE: Perfurações de furca, MTA, acidentes endodônticos SUMMARY The aim of this study was to carry out a literature review on root perforation and broaden theoretical knowledge about different materials that may be used in repairing perforations of the furcation. Root perforations, artificial openings that result in communication between the pulp cavity and the periodontal tissues, are one of the most unpleasant accidents that may occur during endodontic treatment. Iatrogenic root perforations may be induced by a reabsorption process or by caries. The success of treatment will depend on the location, size of perforation, time of occurrence, physical or chemical characteristics of the sealing material and the presence or absence of infection. The pulp chamber floor is the area in which the largest number of perforations occur. Among the materials researched, the mineral trioxide aggregate (MTA) is the most used product, and has been shown to be superior in comparison with other materials. This is due to its appreciable characteristics such as biocompatibility, low solubility, being hydrophilic and helping in the deposition of cement. However, the faster the diagnosis is made and perforations repaired, the more favorable will be the prognosis of the tooth. MTA is not indicated for all the clinical situations, and other materials such as calcium hydroxide, calcium sulphate, Super EBA, ZOE, IRM, amalgam, glass ionomer cement may be used in a different manner. KEY WORDS: Perforations of the furcation, MTA, endodontic accidents. SUMÁRIO RESUMO 05 SUMMARY 06 1. INTRODUÇÃO 08 2. REVISÃO DE LITERATURA 11 3. DISCUSSÃO 27 4. CONCLUSÃO 35 5. REFERÊNCIAS 36 1. INTRODUÇÃO 8 O tratamento endodôntico consiste em manobras que objetivam restabelecer a normalidade dos tecidos dentais, sendo na maioria das vezes a última opção de tratamento para manter o dente íntegro e saudável (ALHADAINY, 1994). A possibilidade de insucesso existe quando não se tem um conhecimento correto da anatomia dental interna e suas variações, das técnicas operatórias, dos instrumentos e materiais utilizados, e não se realiza um diagnóstico exato (FUKUNAGA et al., 2007). Caso contrário, podem ocorrer erros ou acidentes iatrogênicos, levando o tratamento ao insucesso. Os acidentes são considerados acontecimentos imprevistos, causais, dos quais resulta dano que dificulta ou mesmo impede o tratamento endodôntico, sendo considerados os mais comuns: formação de degraus, perfurações endodônticas, fraturas de instrumentos e desvios durante o preparo (LOPES; SIQUEIRA JÚNIOR, 2004). Uma das maiores complicações indesejáveis do tratamento endodôntico são as perfurações radiculares (AYALA et al., 2008), que ocupam o segundo lugar nas causas mais comuns dos insucessos do tratamento e são responsáveis por 9,6% dos casos de falhas (RUIZ, 2003; JENG; TSAI; LAN, 2006; GONDIM JÚNIOR et al., 1999). Na prática clínica, esses acidentes durante o procedimento podem ocorrer e comprometer o prognóstico do tratamento do sistema de canais radiculares (ARENS; TORABINEJAD, 1996). As perfurações radiculares são iatrogenias ocorridas na raiz criadas por perfuração, corte, penetração ou reabsorção que resulta na comunicação da cavidade pulpar com os tecidos periodontais (ALHADAINY, 1994). Esse tipo de complicação pode resultar em destruição dos tecidos periodontais adjacentes devido à reação inflamatória (TANOMARU FILHO; FALEIROS; TANOMARU, 2002; RUIZ, 2003; FUKUNAGA et al., 2007), perda de integridade da raiz e eventual perda do dente (YILDIRIM; DALCI, 2006). Podem ser 9 decorrentes de processos patológicos (lesões cariosas extensas e reabsorção) ou mecanismos iatrogênicos (ALHADAINY, 1994; FUKUNAGA et al., 2007). O assoalho da câmara pulpar é a área onde ocorre o maior número de perfurações (RUIZ, 2003), talvez por ter menos estrutura de dente quando comparada com a parede externa do canal (ALHADAINY, 1994). O reparo desse tipo de perfuração fica prejudicado pois, além da inevitável contaminação, o epitélio juncional pode migrar para apical (MORAES, 2002). A proposta de tratar perfuração de furca é selar a comunicação artificial entre o espaço endodôntico e o tecido perirradicular para prevenir reabsorção de osso alveolar e dano ao ligamento periodontal (PACE; GIULIANI; PAGAVINO, 2008). Por isso, o material de escolha para reparo deve ser não tóxico, reparador, selador, inerte, biocompatível, radiopaco, não absorvível, bactericida ou bacteriostático, ser de fácil uso e obtenção, ter boa aderência à dentina, induzir osteogênese e cementogênese e ter bom selamento marginal (RUIZ, 2003; FUKUNAGA et al., 2007; AYALA et al., 2008; PACE; GIULIANI; PAGAVINO, 2008). Diversos materiais têm sido utilizados para tratar perfurações radiculares, incluindo amálgama, resina composta, IRM (ionômero de vidro modificado por resina), Super EBA, Cavit, ionômero de vidro, compômeros, Sealer 26, óxido de zinco e eugenol, hidróxido de cálcio, guta percha, hidroxiapatita, fosfato tricálcio, cimento Portland, gesso de Paris, hidróxido de cálcio + iodofórmio e, mais recentemente, o MTA (ARENS; TORABINEJAD, 1996; BOGAERTS, 1997; GONDIM JÚNIOR et al., 1999; TANOMARU FILHO; FALEIROS; TANOMARU, 2002; RUIZ, 2003; YILDIRIM; DALCI, 2006; FUKUNAGA et al., 2007; AYALA et al., 2008). O êxito do tratamento vai depender da localização e tamanho da perfuração, do tempo de ocorrência, se houve ou não contaminação, da habilidade do operador, das características físicas e químicas do material selador (GONDIM JÚNIOR et al., 1999) e, principalmente, da 10 eliminação das bactérias do sistema de canais radiculares e do fechamento da continuação entre o canal radicular e o periodonto. Apesar de tantos materiais disponíveis no mercado, ainda há dificuldade para o cirurgião-dentista escolher o melhor material para cada caso. Portanto, é preciso ampliar a base de conhecimentos teóricos sobre os diferentes materiais que possam ser empregados, bem como avaliar quais apresentam melhores resultados clínicos. 2. REVISÃO DE LITERATURA 11 Alhadainy (1994) apresenta uma revisão de literatura abordando causas, diagnóstico, prognóstico e controle de perfurações radiculares, fornecendo informação para evitar e tratar tal iatrogenia. O autor enfatiza que conservar a integridade da dentição natural é essencial para condições funcionais e estéticas completas, sendo a terapia endodôntica a última tentativa para conseguir esse objetivo. Perfurações radiculares, que resultam na comunicação do espaço radicular com os tecidos periodontais, ocorrem ocasionalmente durante os procedimentos endodônticos e podem ser induzidas por causas iatrogênicas, processos de reabsorção, cáries, descuido no preparo do canal ou uso indevido de instrumentos rotatórios. O diagnóstico de perfurações radiculares requer a combinação de achados sintomáticos e observações clínicas, incluindo observação direta de sangramento, controle indireto do sangramento com cones de papel absorvente, radiografias e uso de um localizador apical. O prognóstico de um dente com perfuração radicular depende do tempo decorrido da perfuração, localização, tamanho, selamento adequado e escolha correta do material de reparo. O plano de tratamento depende de diversos fatores, entre eles, acessibilidade, visibilidade na área da perfuração, tamanho da lesão, condições periodontais, podendo ser reparada por técnicas cirúrgicas e não cirúrgicas. Reparo não cirúrgico pode ser por selamento convencional, técnica endodôntica-ortodôntica (como um canal adicional), ou por estímulo de calcificação na direção do ápice. Em casos de perfurações largas na área de furca, elas podem ser tratadas por bicuspidação, hemissecção ou amputação da raiz. Pitt Ford et al. (1995) examinaram histologicamente a resposta tecidual induzida experimentalmente para perfurações de furca, reparadas com amálgama ou MTA imediatamente ou após contaminação salivar. Trinta perfurações de furca foram feitas em prémolares inferiores em sete cachorros adultos beagle. Após anestesia geral, os canais foram obturados com guta percha e cimento. Em metade dos dentes, as perfurações foram seladas imediatamente com amálgama ou MTA. Nos demais, as perfurações foram abertas para 12 contaminação salivar por 6 semanas, a fim de permitir contaminação bacteriana e formação de lesões inflamatórias na furca. Todas as perfurações reparadas foram abertas após 4 meses, antes do exame histológico do local. Nos dentes reparados imediatamente com MTA, a resposta foi caracterizada por falta de inflamação e formação de cemento em cinco dos seis dentes, enquanto as espécies de amálgama estiveram sempre associadas à inflamação moderada ou severa. Nas espécies em que o reparo foi adiado, três dos sete dentes selados com MTA ficaram livres de inflamação, e todos os dentes reparados com amálgama tiveram inflamação severa e mais extensa. A evidência histológica demonstra que o MTA tem potencial como material para reparo imediato de perfurações de furca, apresentando neste estudo uma resposta consideravelmente mais favorável que o amálgama. Arens; Torabinejad (1996) relataram neste artigo dois casos comprovando que o MTA é um material adequado para reparar perfuração de furca nos pacientes. Um homem de 64 anos de idade apresentava dor e edema associado ao 1° molar inferior direito. O exame radiográfico mostrou o tratamento endodôntico e retentor intra-radicular neste dente e lesão radiolúcida extensa entre as raízes. O retentor tinha perfurado a furca e a parede mesial da raiz distal. O paciente aceitou reparar a perfuração com MTA e dentro de 24 horas os sinais e sintomas haviam regredido. No segundo caso, uma garota de 13 anos foi consultada para avaliação e possível tratamento do 1° molar inferior esquerdo. O dente tinha uma fratura coronária com material restaurador temporário, apresentando-se sensível à palpação e percussão, e o tecido mole na superfície vestibular apareceu edemaciado. Radiograficamente o dente apresentava tratamento de canal, perfuração na furca, ampla radiolucidez e lesão perirradicular entre as raízes distal e mesial. O MTA foi colocado dentro do local perfurado e a câmara selada com IRM. Uma semana mais tarde, a paciente foi examinada e relatou não ter sentido dor ou desconforto, e os tecidos moles estavam livres de edema ou inflamação. Os autores acreditam que o uso do MTA pode ser promissor em perfurações “recentes” em seres 13 humanos, mas concluem que são necessários mais casos para confirmar o efeito do MTA no reparo das perfurações radiculares. Fuss; Trope (1996) propõem revisar os fatores que afetam o prognóstico das perfurações radiculares, sugerindo classificação e protocolos de tratamento que resultem em taxa de sucesso mais alta. O prognóstico depende da prevenção ou do tratamento da infecção bacteriana no sítio perfurado, sendo afetado por fatores como tempo entre a ocorrência da perfuração e o tratamento, tamanho e localização da mesma. Quando as perfurações são seladas imediatamente apresentam selamento mais favorável e a probabilidade de infecção é reduzida. Uma perfuração pequena é usualmente associada com menos destruição tecidual e inflamação, além de selamento mais efetivo sem extrusão de material para tecidos circundantes. A proximidade da perfuração com o sulco gengival pode levar a contaminação bacteriana. Quanto mais cervical ou apical a área da crista óssea e epitélio juncional, o prognóstico é melhor, pois o acesso da perfuração é atingível. Perfurações no nível da crista óssea e do epitélio juncional são mais suscetíveis à migração epitelial e rápida formação de bolsa, tendo uma taxa de sucesso de reparo mais baixa. É de grande auxílio no sucesso do tratamento a localização exata da posição da comunicação com o ligamento periodontal. O tratamento não cirúrgico é indicado no controle das perfurações, enquanto a intervenção cirúrgica é reservada para os casos não tratáveis pela terapia conservadora ou quando ela falha. O tratamento conservador consiste na prevenção ou tratamento da inflamação perirradicular, assegurando desinfecção do local perfurado bem como que o material não seja irritante aos tecidos circundantes e proporcione o melhor selamento possível. Os autores tentam classificar perfurações de acordo com fatores prognósticos. Usando esses fatores, eles sugerem tratamentos que resultem em alta taxa de sucesso para casos clínicos difíceis. Bogaerts (1997) apresenta neste relato de caso uma técnica não cirúrgica, baseada no conceito de matriz interna, usando hidróxido de cálcio como matriz e cimento Super EBA 14 como material para reparo da perfuração. Antes de tratar a perfuração, sua posição tem que ser precisamente localizada. Para isso, podemos usar o microscópio operatório, um cone de papel, um localizador apical ou um agente radiopaco. A iatrogenia é então selada com hidróxido de cálcio em forma de pó ou pasta e o cimento Super EBA é misturado até transformar-se numa pasta consistente, podendo ser aplicado além da perfuração em camadas por curto tempo. Clinicamente, a combinação de hidróxido de cálcio aplicado na perfuração e cimento Super EBA pode prevenir perda dental, sendo uma solução em casos de perfurações antigas e contaminadas. Portanto, o autor tem experimentado bons resultados clínicos em dentes com prognóstico desfavorável, e o uso desta técnica parece promissor. Gondim Júnior et al. (1999) abordam neste trabalho o tratamento de perfurações de furca em molares com auxílio da magnificação do microscópio odontológico, no qual foi utilizado fosfato tricálcio, Super EBA e resina composta, empregando conceito da matriz interna de Lemon. Paciente E.C.M, 30 anos, foi encaminhada para avaliação de seu primeiro molar inferior direito, apresentando dor latejante e intermitente após preparo do canal para confecção de retentor intra-radicular. Ao examinar a cavidade com microscópio odontológico constatou-se a presença de perfuração na região de furca próxima ao canal mésio-lingual. Fosfato tricálcio, super EBA e resina foram utilizados para selar a perfuração e o IRM para selar o dente. Após 3 meses paciente retornou sem dor, fístula e testes negativos à percussão e palpação. Conclui-se que o microscópio odontológico é um importante instrumento auxiliar na obtenção de um correto diagnóstico, dá menos trabalho para o profissional e reduz o tempo do procedimento. Kuga et al. (2000) avaliaram a capacidade seladora do Super EBA, Sealer 26, Vidrion Endo e a associação de guta percha com o cimento Sealer 26. Oitenta molares inferiores humanos extraídos tiveram suas aberturas coronárias e preparos biomecânicos executados. Uma perfuração, em angulação de 45°, foi preparada na raiz mesial até atingir sua superfície 15 externa. Após impermeabilização das superfícies externas das raízes, as perfurações foram preenchidas com Super EBA, Vidrion Endo, Sealer 26 ou guta percha associada ao cimento Sealer 26, precedidos ou não da aplicação do EDTA-gel por 3 minutos. Concluídas as reparações, as aberturas coronárias foram seladas com IRM. Na sequência, os dentes foram imersos em solução de azul de metileno a 2% por 48 horas e mantidos em temperatura ambiente. Removidas as impermeabilizações, as raízes foram desgastadas em sentido mésiodistal e os padrões de infiltração marginal entre interface obturação-raiz analisados. Análise estatística pelo método de Kruskal Wallis não demonstrou diferença significativa entre os grupos experimentais, porém quando o EDTA gel é aplicado nas bordas da perfuração da superfície radicular tende a incrementar a infiltração do corante. Com base nos resultados, conclui-se que o uso prévio do EDTA na forma gel não interfere significativamente nos resultados finais da infiltração marginal, sendo desnecessária sua utilização quando se empregar o cimento Super EBA, Sealer 26 e Vidrion Endo. Fuss; Abramovitz; Metzger (2000) avaliaram nesse estudo in vitro a habilidade de selamento do cimento de ionômero de vidro Silver e compararam ao amálgama no tratamento das perfurações de furca em molares humanos. Foi realizado acesso da câmara pulpar de 25 dentes e, após alargar o terço cervical, os canais radiculares foram selados com amálgama e verniz. A infiltração marginal através da câmara pulpar foi determinada quantitativamente para cada dente, usando um sistema modificado de transporte fluido com pressão constante de 1,2 Atm. Os dentes foram divididos aleatoriamente em 2 grupos de 10 dentes cada, as perfurações no assoalho da câmara pulpar realizadas e então seladas com amálgama em um grupo e com ionômero de vidro Chelon Silver em outro. Todos os dentes experimentais foram mantidos por 24 h a 37°C em 100% de umidade, e avaliados após 1, 2, 6, 15 e 24 h. Perfurações reparadas com ionômero de vidro apresentaram menos extrusão e menos infiltração quando comparadas ao grupo selado com amálgama. Os autores concluem que o 16 cimento de ionômero de vidro é benéfico para selar perfurações de furca em molares após o completo tratamento endodôntico, porém quando a câmara pulpar estiver íntegra para prevenir infiltração. Holland et al. (2001) observaram o processo de cicatrização de perfuração radicular lateral intencional em dentes de cachorros reparados com MTA. Quarenta e oito canais tiveram a polpa removida, foram instrumentados e selados com guta percha e cimento. Após remoção parcial do selamento do canal, uma perfuração intencional foi realizada no limite entre o terço cervical e médio da raiz, reparada imediatamente com MTA ou Sealapex. Análise histológica ocorreu 30 e 180 dias depois do tratamento. Resultados mostraram deposição de cemento sobre o MTA na maioria das espécies, enquanto o grupo controle mostrou reação inflamatória crônica e pequenas áreas de anquilose. No período de 180 dias, Sealapex exibiu reação inflamatória crônica em todas as espécies e delgada deposição de cemento acima do material. Os resultados registrados com MTA são muito interessantes e suportam o uso desse material para casos de reparo de perfuração radicular. Porém, os autores acham que mais estudos são necessários para melhor analisar o comportamento desse material em perfurações contaminadas e não contaminadas. Tanomaru Filho; Faleiros; Tanomaru (2002) fizeram um estudo cujo objetivo foi avaliar a capacidade seladora do Sealapex associado ao óxido de zinco, do cimento ionômero de vidro, do compômero e de dois tipos de materiais a base de agregado de trióxido mineral (MTA), empregado no selamento de perfurações radiculares laterais. Cinquenta dentes humanos anteriores extraídos tiveram seus canais radiculares preparados e obturados. Em seguida, foi confeccionada uma cavidade na face distal da raiz, simulando perfuração radicular, preenchida com: Sealapex + óxido de zinco, Dyract, Vitremer, ProRoot MTA ou MTA Angelus. Após o preenchimento, as raízes foram imersas em solução de azul de metileno a 2% por 48 horas, em ambiente a vácuo, e então a infiltração marginal foi avaliada 17 por meio de escores (0, 1, 2, 3 e 4). Os materiais estudados obtiveram resultados satisfatórios de selamento de perfurações radiculares laterais, não havendo diferença estatística significativa entre os grupos experimentais, apesar dos resultados superiores apresentados pelos materiais a base de Agregado de Trióxido Mineral (MTA), ProRoot MTA e MTA Angelus. O Sealapex acrescido de óxido de zinco apresentou selamento satisfatório, porém inferior ao dos materiais a base de MTA, seguido pelo compômero restaurador Dyract e depois pelo cimento de ionômero de vidro Vitremer. O escore médio obtido próximo a 1 representa infiltração superficial, não atingindo o terço médio. Portanto, é possível concluir que os materiais avaliados apresentaram capacidade seladora satisfatória e semelhante entre si, com infiltração média menor que a porção média da cavidade. Moraes (2002) apresenta neste artigo dois casos clínicos de perfuração de assoalho da câmara pulpar tratados com cimento Portland. A paciente, de 34 anos do sexo feminino, relatou ter tratado os canais do dente 46 e o dentista comentou sobre a perfuração do assoalho da câmara pulpar selada com hidróxido de cálcio, confirmada pelo exame radiográfico. Desde então o dente permaneceu dolorido. O paciente do sexo masculino foi indicado para retratamento endodôntico do dente 47. O exame radiográfico revelou tratamento endodôntico insatisfatório e perfuração do assoalho da câmara. Em ambos os casos foi utilizado cimento Portland + sulfato de bário para selar as perfurações, e a câmara pulpar foi preenchida com cimento de óxido de zinco e eugenol. O acompanhamento clínico-radiográfico, 18 meses após, mostrou reparo das perfurações. Pode-se dizer que o cimento Portland é uma opção de material para tratamento de perfuração de furca. Weldon Júnior et al. (2002) propõem nesse estudo longitudinal in vitro comparar a habilidade do MTA e Super EBA para selar perfurações de furca em molares humanos. As coroas de 51 molares humanos superiores foram removidas 3 mm acima do epitélio juncional e as raízes amputadas 3 mm abaixo da furca. Uma perfuração no centro do assoalho da 18 câmara pulpar foi feita. Os canais foram selados com guta percha, e o ápice das raízes selado com C&B Metabond. Três grupos experimentais de 15 dentes foram restaurados com MTA, Super EBA, ou uma combinação de MTA na perfuração e Super EBA na entrada do assoalho da câmara. Todos os dentes foram colocados em um recipiente fechado a 37°C com 100% de umidade relativa e pressão abaixo de 20 cm H2O. A integridade do selamento da perfuração foi avaliada após 30 minutos para Super EBA e combinação dos grupos, e após 4h para o grupo do MTA. Medições adicionais foram feitas novamente após 24 h, 1 semana e 1 mês. Todos os materiais selaram muito bem as perfurações, mas o Super EBA produziu selamento superior após 24 h. Os autores concluem que Super EBA permite menos microinfiltração e requer tempo menor para obter selamento satisfatório, sendo um material melhor para reparar perfurações de furca. Ruiz (2003) apresenta uma revisão de literatura abordando aspectos relacionados às perfurações endodônticas como etiologia, características clínicas, tratamento, prognóstico e materiais empregados. Perfurações iatrogênicas podem ser resultantes de reabsorções, cáries e iatrogenias, apresentando como causas mais comuns: desconhecimento da anatomia dental, posição do dente na arcada, entre outras. O prognóstico das perfurações está relacionado à localização e tamanho da iatrogenia, ao comprimento da raiz, à facilidade de acesso para reparação, à contaminação da área e ao tempo decorrido entre a perfuração e seu tratamento. Quanto mais precocemente realizar-se o tratamento, melhor será o prognóstico para o dente. O tratamento pode ser cirúrgico ou conservador, através do preenchimento da perfuração com materiais seladores como Cavit, óxido de zinco e eugenol, hidróxido de cálcio, amálgama, guta percha, ionômero de vidro e agregado de trióxido mineral (MTA), tendo este último apresentado excelentes resultados. Desde que as perfurações endodônticas sejam tratadas em tempo hábil, por uma técnica e material adequado, suas complicações podem ser controladas, favorecendo o reparo da região injuriada. 19 Hsien et al. (2003) relatam um caso sobre o reparo cirúrgico de perfuração por reabsorção interna com MTA. Uma mulher de 39 anos queixava-se de edema na região anterior superior por algumas semanas. O edema estava localizado na gengiva do dente 21, que apresentava dor à mastigação e percussão, sensibilidade à palpação e leve mobilidade. Uma restauração distopalatina de resina com cárie secundária extensiva foi notada, e o exame radiográfico mostrou lesão radiolúcida oval, confirmada mais tarde como reabsorção interna no terço médio do canal. Retalho foi elevado e o sítio perfurado exposto, o canal radicular foi instrumentado e selado. O MTA foi aplicado e compactado dentro da perfuração, retalho suturado e o canal preenchido com bolinha de algodão úmida em contato com MTA antes do selamento temporário. Uma semana depois, a paciente não apresentava mais sinais e sintomas. O acompanhamento de um ano demonstrou reparo bem sucedido da perfuração por reabsorção interna. Portanto, pode-se concluir que a intervenção cirúrgica da perfuração e reparo com MTA pode ser estimulador na conduta de tais casos. Silva Neto; Moraes (2003) avaliaram em estudo in vitro a capacidade seladora do MTA Angelus, ProRoot MTA, Super EBA e MBP-c (cimento à base de resina epóxica e hidróxido de cálcio) quando utilizados em perfurações de furca, aplicados isoladamente ou em associação com matriz de gesso Paris, quanto à infiltração marginal e prevenção de extravasamento dos materiais. Oitenta e oito molares humanos superiores ou inferiores foram seccionados transversalmente, tendo suas coroas removidas acima do assoalho da câmara pulpar e as raízes, abaixo da região de furca. Após impermeabilização, uma perfuração foi realizada no centro do assoalho da câmara pulpar. Metade das espécies de cada grupo (apresentando assoalho da câmara pulpar mais espesso) recebeu aplicação da matriz de gesso no fundo do trajeto da perfuração, e todas elas foram imersas em solução aquosa a 37°C por um período de 48 horas. Removida a impermeabilização, os dentes foram seccionados longitudinalmente ao nível da perfuração no sentido mésio-distal, expondo-se o material 20 selador e a possível marca da infiltração. Para analisar a capacidade seladora dos materiais restauradores, utilizaram escores 0 (nenhuma infiltração), 1 (infiltração até o primeiro terço do trajeto da perfuração), 2 (infiltração até o segundo terço do trajeto da perfuração) e 3 (infiltração em todo o trajeto). O cimento MBP-c apresentou os menores índices de infiltração marginal, quando utilizado isoladamente ou na presença da matriz de gesso. O cimento Super EBA teve o segundo menor índice de infiltração quando utilizado isoladamente, mas tanto este quanto o MBP-c tiveram selamento marginal influenciado negativamente pelo emprego da matriz de gesso Paris. Pode-se concluir que os cimentos MTA apresentaram maior infiltração marginal pelo corante, o que não é suficiente para condenar seu uso; e o emprego da matriz de gesso Paris é efetivo em evitar o extravasamento desses materiais. Yaltirik et al. (2004) propõem neste estudo examinar histopatologicamente a biocompatibilidade do MTA e do amálgama, implantados em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos por 7, 15, 30, 60 e 90 dias. Esses materiais foram colocados em tubos de polietileno estéreis e implantados no tecido conjuntivo no dorso de ratos albinos Wistar, a biópsia do tecido foi coletada e examinada histologicamente após 7, 15, 30, 60 e 90 dias da implantação. As espécies foram mantidas em solução de formol 10% por 2 semanas. Presença de inflamação, tipo de célula predominante, calcificação e espessura do tecido conjuntivo fibroso foram registrados. As reações teciduais foram marcadas e avaliadas como: 0, nenhuma ou poucas células inflamatórias e sem reação; 1, <25 células e reação leve; 2, entre 25 e 125 células e reação moderada; 3, ≥125 células e reação severa. A cápsula fibrosa foi considerada fina se <150 µm e grossa se fosse >150 µm. Necrose e formação de calcificação foram anotadas se sim ou não. Ambos os materiais foram bem tolerados pelos tecidos em período de 90 dias. Nos primeiros 60 dias os grupos MTA e amálgama apresentaram média maior de células inflamatórias que o grupo controle, porém não há diferença estatística entre os 3 grupos no 90° dia. Um achado notável foi a presença de calcificação distrófica no tecido 21 conjuntivo adjacente ao MTA, o que coincide com a hipótese de indutor de tecido duro desse material. Porém, os autores acreditam que experimentos adicionais são necessários para confirmar os dados observados. Menezes et al. (2005) descrevem um caso clínico onde uma perfuração iatrogênica acima da crista foi reparada com MTA de forma bem sucedida. Um homem saudável de 32 anos chegou à clínica queixando-se de dor e edema persistente na região do segundo molar inferior esquerdo. O dente respondeu com uma leve dor à percussão e mobilidade normal. Radiograficamente radiolucidez apical foi observada, sugerindo necrose pulpar. A abertura de acesso foi feita e notou-se larga perfuração na área distal da raiz com intensa hemorragia. O canal foi limpo, modelado e obturado com guta percha e Sealer 26. No retorno, um mês depois, o paciente não relatou sintomatologia, o edema e sensibilidade à percussão tinham desaparecido. Quinze meses depois, as radiografias mostraram adequado selamento da perfuração e reparação da área periapical radiolúcida, além de tecidos moles normais. Os autores acreditam que a introdução de novas tecnologias (microscópico, novos instrumentos e materiais, como MTA) associada a excelente exame radiográfico, consideração cuidadosa da anatomia e posição do dente, são fatores a serem considerados antes do tratamento para evitar acidentes no procedimento. Islam; Chng; Yap (2006) compararam pH, radiopacidade, tempo de endurecimento, solubilidade, mudança dimensional e força compressiva de ProRoot MTA e Cimento Portland. O pH dos materiais quando eles endurecem foi medido com um eletrodo. O registro de densidade desses materiais foi utilizado para calcular a radiopacidade através de gráficos. Tempo de endurecimento, solubilidade e mudança dimensional foram analisados estatisticamente usando ANOVA. A força dos materiais foi determinada 3 dias e 28 dias após mistura usando máquina de teste universal calculada em megapascal. O pH do cimento Portland é mais alto que do MTA, porém a radiopacidade é muito menor. O tempo de 22 endurecimento do MTA e do cimento Portland (cor branca) é mais rápido. O MTA apresenta menor transformação dimensional, porém com valor de força compressiva melhor que do cimento Portland após 28 dias. Com base nos resultados desse estudo, os autores sugerem que cimento Portland tem potencial para ser desenvolvido como material selador do ápice radicular. Porém, algumas modificações do material e testes extensivos são necessários até que ele possa apresentar as características requeridas pelo FDA. Vajrabhaya et al. (2006) avaliaram neste estudo a toxicidade do cimento de ionômero de vidro (Ketac Molar) e do ProRoot MTA como materiais de reparo das perfurações de furca usando uma técnica de cultura celular. As células PDL foram cultivadas de vários terceiros molares extraídos de pacientes saudáveis. Após a extração, os dentes foram colocados em tubos de cultura tecidual e depois no gelo para preservar as células. A cultura foi examinada diariamente com microscópio. As amostras dos materiais do reparo de perfuração ProRoot MTA e Ketac Molar foram inseridas em tubos separados. Cada espécie foi inserida em um frasco individual com 4 ml de DMEM e incubada por 72 horas. Cada depósito foi lavado, 50% de MTT adicionado e as placas foram colocadas em incubadora a 37°C por 4 horas. O crescimento das células fibroblásticas periodontais humanas foi suprimido por ambos os materiais. A viabilidade celular no Ketac Molar é menor que no grupo do ProRoot MTA. Os autores concluíram que o MTA é um material de escolha para reparar perfurações de furca, não só pela capacidade de aderir à dentina, mas também por sua biocompatibilidade com os tecidos subjacentes. Jeng; Tsai; Lan (2006) relataram dois casos de perfurações dentais bem sucedidas quando reparadas com MTA. O primeiro paciente era um homem de 78 anos de idade apresentando dor persistente no dente 24 após tratamento endodôntico. Depois do acesso, o local perfurado foi diagnosticado com uso de localizador apical, e canal palatino calcificado foi identificado com lima. Dois meses mais tarde, os sintomas desapareceram e os canais 23 foram obturados com guta percha, enquanto a perfuração foi reparada com MTA. Não houve sinais e sintomas clínicos durante o acompanhamento radiográfico 18 meses depois. No segundo caso, uma mulher de 51 anos foi encaminhada para tratamento do segundo molar inferior direito com polpa necrótica e suave dor à mastigação. O exame radiográfico revelou perda óssea na região apical e de furca, e a necrose pulpar com periodontite apical foi diagnosticada. Após remoção do amálgama coronário e do pino com instrumentos em alta rotação, a perfuração “em faixa” no canal com “forma de C” foi detectada. O tratamento do sistema de canais foi realizado e o MTA foi utilizado para selar a entrada dos canais e reparar a perfuração, já o IRM foi usado para selamento coronário. Nenhum sinal ou sintoma foi reportado pela paciente 4 meses após o reparo e a radiografia revelou a cicatrização óssea na região apical. O sucesso do tratamento com MTA nesses dois casos ressalta o possível uso do produto como material de selamento do sistema de canais em casos de perfuração “em faixa” ou no assoalho da câmara pulpar. Porém, os autores afirmam que mais estudos clínicos são necessários para avaliar o selamento periodontal e o prognóstico dessas perfurações em longo prazo tratadas por diferentes métodos. Yildirim; Dalci (2006) relatam um caso de reparo cirúrgico em incisivo superior com perfuração lateral no terço coronal da raiz com MTA. Garoto de 13 anos foi consultado na clínica Odontológica Pediátrica com queixa de dor e edema na região anterior superior. Havia uma história de trauma dental com fratura coronária do dente 11, ocorrida um ano antes. Ao exame clínico o paciente apresentou sensibilidade à percussão e leve mobilidade com profundidade normal. O diagnóstico radiográfico revelou uma perfuração no terço coronal da raiz. O canal foi instrumentado, irrigado com hipoclorito de sódio 2,5% e selado com pasta de hidróxido de cálcio para reduzir o risco de reabsorção e controlar a hemorragia. Um mês depois a hemorragia reduziu, mas o canal não foi completamente seco e o local da perfuração não pôde ser alcançado pela cavidade de acesso, por isso a intervenção cirúrgica foi 24 necessária. Retalho mucoperiosteal vestibular foi rebatido estendendo do dente 12 ao dente 21, e o sítio da perfuração exposto com uma janela óssea. O canal radicular foi irrigado e selado com guta percha e AH Plus e a perfuração selada com MTA. O retalho foi suturado e a cavidade de acesso selada temporariamente. O dente esteve clínica e radiograficamente livre de sintomas. Com base no resultado do caso apresentado, pode-se concluir que o MTA é um bom material para reparo da perfuração e tem se mostrado efetivo para largas perfurações e no fechamento do terço coronal da raiz. Fukunaga et al. (2007) apresentam uma revisão de literatura sobre o MTA, abordando suas propriedades físicas, químicas e biológicas, além de apresentar um caso clínico demonstrando uma de suas indicações, selamento de perfuração radicular, no intuito de informar aos cirurgiões-dentistas a aplicabilidade clínica desse material. Paciente do sexo feminino chegou à clínica da UNICID queixando-se de “dor de dente e presença de uma bolinha na gengiva” na região do dente 22. No exame clínico, observou-se presença de fístula nesta área com um provisório de acrílico colocado há 7 anos. Uma perfuração radicular lateral na mesial do elemento foi observada no exame radiográfico, indicando retratamento endodôntico e posteriormente selamento cirúrgico da perfuração com MTA. Os dados clínicos e radiográficos apresentaram-se satisfatórios, ocorrendo reparação da perfuração sem presença de sinais e sintomas relatados pelo paciente. Após revisão de literatura e aplicação clínica do material no caso apresentado, foi possível concluir que o MTA apresenta características apreciáveis, por ser um material biocompatível, proporcionar selamento “hermético” das perfurações, prevenir infiltrações, ter efeito antimicrobiano e possuir bom tempo de trabalho e manuseio. Ibarrola; Biggs; Beeson (2008) relatam neste artigo o caso de uma perfuração larga na área da furca em primeiro molar superior e seu subsequente reparo, com acompanhamento de 55 meses. Homem de 66 anos de idade chegou à Clínica Odontológica da Universidade de 25 Creighton para terapia endodôntica em dente assintomático (primeiro molar). No acesso endodôntico foi encontrado sangramento excessivo e notou-se a presença de larga perfuração na área da trifurcação. A maior parte do assoalho da câmara pulpar foi destruída e a raiz mésio-vestibular foi danificada. Uma tentativa para reparar a iatrogenia foi colocar uma matriz de esponja gelatinosa reabsorvível no local perfurado e agregado de trióxido mineral ProRoot cinza. O tratamento endodôntico foi realizado na sequência e o dente restaurado. Após 55 meses a radiografia mostrou completo reparo ósseo, a área de furca permaneceu intacta sem sinais radiográficos ou clínicos de patologia, e o dente assintomático. Pace; Giuliani; Pagavino (2008) propõem neste artigo apresentar os resultados do acompanhamento de 5 anos de dez casos de dentes com perfuração de furca reparados com MTA sem matrizes internas biocompatíveis. O estudo experimental foi realizado em 10 pacientes adultos com idade entre 25 e 35 anos, consultados na Universidade Odontológica de Florença, Itália, de fevereiro de 2001 a maio de 2002 para tratamento de perfurações na área da furca sem profundidade periodontal patológica. Após a realização dos exames clínicos e radiográficos foi confirmado o diagnóstico de perfuração. Todas as perfurações foram limpas com hipoclorito de sódio, EDTA, pontas ultrasônicas e seladas com MTA sem matriz interna. Depois disso, os dentes foram tratados endodonticamente e restaurados coronariamente. O acompanhamento clínico e radiográfico foi feito em 6 meses, 1 ano, 2 anos e 5 anos. No fim do período de 5 anos, 9 dos 10 casos foram clinicamente curados, sem episódios de edema ou dor, ausência de lesões radiolúcidas perirradiculares e com a profundidade de bolsa periodontal menor que 4 mm em todos os dentes. Um paciente foi desligado do estudo após 1 ano de acompanhamento e não pôde ser contatado novamente. Os resultados confirmam que o MTA sem matriz proporciona um efetivo selamento de perfurações radiculares e cura clínica do tecido periodontal circundante. Portanto, pode-se concluir que o emprego do MTA em 26 perfurações radiculares novas e pequenas na furca está associado com bom resultado clínico em curto prazo. Ayala et al. (2008) descrevem neste artigo dois casos em que MTA foi usado para reparar perfuração de furca, ilustrando os benefícios do MTA e a facilidade de uso para controlar a perfuração em locais de fácil acesso. Uma mulher de 27 anos de idade apresentouse com cárie radicular vestibular, trajeto fistuloso, supuração, dor à palpação e destruição periodontal na região da furca do dente 36. O diagnóstico foi necrose pulpar com periodontite perirradicular aguda e perfuração de furca devido à cárie dentária. O MTA cinza selou a perfuração e por cima foi coberto com bolinha de algodão umedecida com água destilada e material restaurador temporário Cavit. Uma mulher de 30 anos apareceu com perfuração de furca acidental, ocorrida durante tratamento endodôntico do dente 46, mas neste caso foi usado MTA-Angelus branco. Uma radiografia obtida 5 anos após o tratamento mostrou persistência do reparo ósseo. No caso 1, a lesão era mais larga, abrangendo toda região da furca, com limites irregulares, mas sem afetar as paredes internas da raiz. No caso 2, a lesão foi mais circunscrita e tinha uma entrada vertical, característica de perfuração acidental com broca diamantada. O uso do MTA branco teve resultados similares ao do MTA cinza. Pode-se concluir que o prognóstico é melhor para lesões menores de furca e mais reservado quando as perfurações localizam-se no nível de epitélio juncional e crista óssea, além do sucesso do MTA em casos avaliados por longo período. 3. DISCUSSÃO 27 Com os recursos de que a Odontologia moderna dispõe, o índice de sucesso do tratamento endodôntico é satisfatório em torno de 90% (FUKUNAGA et al., 2007). Nos últimos anos, podemos dizer que houve uma verdadeira revolução em relação ao tratamento endodôntico, com a introdução de novas tecnologias e mudanças nos conceitos biológicos (ZAIA, 2008). Contudo, o tratamento do sistema de canais radiculares está sujeito a falhas, acidentes e vários tipos de complicações em sua execução clínica, associados principalmente à dificuldade com a anatomia interna do dente, o que pode afetar o prognóstico (RUIZ, 2003). As perfurações radiculares podem ocorrer durante as etapas do tratamento endodôntico (incorreta direção de trepanação, desgaste dentinário excessivo, uso inadvertido de instrumentos rotatórios) ou também nos procedimentos restauradores pós-endodontia, como a confecção de retentores intra-radiculares (FUKUNAGA et al., 2007). Essas aberturas artificiais criadas nas paredes da raiz (ALHADAINY, 1994) resultam em comunicação entre o sistema de canais radiculares e os tecidos de suporte do dente, ameaçando o prognóstico do tratamento endodôntico (FUSS; TROPE, 1996). A reação inflamatória crônica do periodonto pode causar perda irreversível de ligamento ou perda do dente (AYALA et al., 2008). As perfurações radiculares representam uma das principais causas de fracassos endodônticos, devido a suas repercussões nas estruturas dentárias e nas estruturas de suporte (FUKUNAGA et al., 2007). Os sinais que denunciam sua presença são: a sensibilidade do paciente à introdução da lima e o sangramento persistente observado na área (RUIZ, 2003). O diagnóstico é possível através de tomada radiográfica, uso de um localizador apical (ALHADAINY, 1994) e também pela utilização do microscópio operatório (Figuras 1 e 2), por proporcionar melhor iluminação, visualização da área perfurada e diminuição do tempo de trabalho (GONDIM JÚNIOR et al., 1999). 28 Figura 1: A) Perfuração na região de furca vista por B) Perfuração selada com MTA Angelus branco. meio do microscópio operatório com um aumento de 16X; FONTE: Imagens cedidas pelo Grupo de Endodontia de Manaus – GEM® 2009 Figura 2 – Imagem microscópica de reparo de perfuração com ProRoot MTA FONTE: Retirada do artigo Mineral Trioxide Aggregate as Repair Material for Furcal Perforation: Case Series (Pace; Giuliani; Pagavino, 2008) As perfurações dentais podem ser induzidas por processos patológicos, como cárie, traumatismo e reabsorção interna (Figura 3) ou externa da raiz (ALHADAINY, 1994), além de iatrogenias (Figura 4) durante o acesso ou instrumentação dos canais radiculares (FUSS; TROPE, 1996). Entre as causas mais comuns desse acidente destacam-se: desconhecimento da anatomia dental, posição do dente na arcada, presença de coroas protéticas, câmara pulpar atrésica ou calcificada e uso inadequado dos instrumentos endodônticos (RUIZ, 2003). 29 Figura 3 – A) Reabsorção interna no terço médio do canal (21) B) Reabsorção interna extensa nos incisivos centrais FONTE: Retiradas do artigo Treatment of inflammatory internal root resorption with mineral trioxide aggregate: a case report (Lima; Jacobovitz, 2008). Figura 4 – Perfuração na raiz mesial após remoção do pino e presença de pus (dente 46). FONTE: Retirado do artigo Clinical Applications of Mineral Trioxide Aggregate (Torabinejad; Chivian, 1999). Quanto à localização, as raízes dentárias podem ser perfuradas no terço cervical, médio ou apical (Figura 5) em níveis diferentes durante a instrumentação (MACIEL et al., 1999). O assoalho da câmara pulpar é a área onde ocorre o maior número de perfurações (RUIZ, 2003), e apresenta prognóstico desfavorável por estar numa zona crítica entre o epitélio juncional e a crista óssea, e permitir o acesso de bactérias para os tecidos adjacentes 30 através da câmara pulpar, resultando em infecção (FUSS; TROPE, 1996; PITT FORD et al., 1995). As perfurações de furca geralmente ocorrem durante a localização dos orifícios de entrada dos canais radiculares ou por alargamento excessivo com limas ou brocas GatesGlidden no preparo do terço cervical do canal (ARENS; TORABINEJAD, 1996; MACIEL et al., 1999; RUIZ, 2003). Além da localização, fatores como tempo entre a ocorrência da perfuração e seu selamento, tamanho da perfuração, selamento adequado e habilidade do operador, afetam o prognóstico do tratamento (ALHADAINY, 1994; BOGAERTS, 1997; GONDIM JÚNIOR et al., 1999; IBARROLA; BIGGS; BEESON, 2008; YILDIRIM; DALCI, 2006). Figura 5 – A) Radiografia de perfuração de furca B) Lima no local da perfuração (preparo núcleo) FONTE: Retirada do artigo Tratamento de Perfuração em Furca De Molar Inferior com o uso de Microscópio Odontológico: Apresentação de um caso clínico (Gondim Júnior et al., 1999). FONTE: Imagem cedida pelo Grupo de Endodontia de Manaus - GEM® 2009. O plano de tratamento baseia-se na acessibilidade e visibilidade da área de perfuração, condições periodontais, importância estratégica do dente, higiene oral do paciente, qualidade do tratamento endodôntico, tamanho da perfuração e experiência do operador (ALHADAINY, 1994). Todavia, o sucesso de procedimentos não cirúrgicos está diretamente relacionado com a severidade do dano inicial causado no tecido periodontal, do tamanho e 31 localização da perfuração, adequado selamento apical proporcionado pelo material de preenchimento, prevenção e eliminação da infecção bacteriana no local perfurado (FUSS; TROPE, 1996; TANOMARU FILHO; FALEIROS; TANOMARU, 2002; VAJRABHAYA et al., 2006; FUKUNAGA et al., 2007). Quanto mais precocemente for realizado o tratamento da perfuração, melhor será o prognóstico para o dente. Lantz; Person (1976) produziram experimentalmente perfurações radiculares em dentes de cachorros e trataram algumas imediatamente e outras dias depois, obtendo selamento mais favorável quando realizado de imediato. Para esses autores essa conduta também reduz a possibilidade de contaminação. Beavers et al. (1986) reportou uma alta taxa de sucesso de selamento periodontal, atribuído principalmente à obturação imediata e técnica asséptica. Se uma perfuração é grande e não tratada imediatamente, a proximidade do epitélio juncional é crítica e a migração do epitélio para o local perfurado cria um defeito periodontal (FUSS; TROPE, 1996). O tratamento da perfuração radicular pode ser conservador ou cirúrgico. O tratamento conservador consiste no tamponamento da perfuração através da cavidade de acesso (reparação intracanal) com material biológico ou através de procedimentos cirúrgicos exteriores à raiz dental, como: amputação da raiz, hemisecção, bicuspidação e extração, com ou sem transplante dentário (ALHADAINY, 1994; PITT FORD et al., 1995; BOGAERTS, 1997; TORABINEJAD; CHIVIAN, 1999; GONDIM JÚNIOR et al., 1999; RUIZ, 2003). A intervenção cirúrgica está reservada para casos de falha do tratamento não cirúrgico, para perfurações largas e causadas por processos reabsortivos e em casos de inacessibilidade da perfuração (ALHADAINY, 1994; FUSS; TROPE, 1996). O fundamento do tratamento conservador é prevenir ou tratar a inflamação dos tecidos perirradiculares (FUSS; TROPE, 1996), mantendo os tecidos acometidos saudáveis, livres de inflamação e evitar a perda de inserção periodontal (PITT FORD et al., 1995). Por essa razão, o material de escolha para reparo das perfurações deve ser biocompatível, radiopaco, não ser irritante, não ser tóxico 32 nem reabsorvível, indutor da osteogênese e cementogênese, insolúvel na presença de umidade, bacteriostático e capaz de proporcionar adequado selamento (ALHADAINY, 1994; RUIZ, 2003; PACE; GIULIANI; PAGAVINO, 2008; AYALA et al., 2008). Uma variedade de materiais vêm sendo usados para selar as perfurações, incluindo amálgama, cimento Super EBA, Cavit, ionômero de vidro, guta percha, hidróxido de cálcio, fosfato tricálcio, ZOE, IRM, gesso de paris, resina composta, Sealer 26, compômeros, hidróxido + iodofórmio e o MTA (PITT FORD et al., 1995; ARENS; TORABINEJAD, 1996; KUGA et al., 2000; MORAES, 2002; TANOMARU FILHO; FALEIROS; TANOMARU, 2002; FUKUNAGA et al., 2007; AYALA et al., 2008; IBARROLA; BIGGS; BEESON, 2008). Hidróxido de cálcio, sulfato de cálcio e o osso liofilizado são materiais utilizados como barreira para evitar o extravasamento e melhorar a adaptação do material, além de controlar a hemorragia e favorecer o processo de reparo (ALHADAINY, 1994; BOGAERTS, 1997). Silva Neto; Moraes (2003) mostraram que a matriz de gesso Paris (sulfato de cálcio) influenciou negativamente o selamento marginal dos cimentos MBP-c e Super EBA, porém, foi efetiva em evitar o extravasamento dos materiais seladores. Fuss; Trope (1996) atentam para as perfurações em comunicação com a crista alveolar seladas com hidróxido de cálcio, pois o material em contato com o epitélio pode acarretar zonas de necrose e comprometimento do prognóstico. Cimento Portland, ZOE, IRM e MTA são materiais seladores provisórios usados nas perfurações. O MTA (Figura 6 e 7) e cimento Portland têm propriedades físico-químicas semelhantes, sendo que o cimento não tem radiopacidade. O sulfato de bário e óxido de bismuto são adicionados ao cimento como agente radiopaco, este último encontrado no comércio como MTA – Angelus (MORAES, 2002). A aplicação do cimento Portland sobre as células pulpares produz efeitos similares ao MTA, além de possuírem boa atividade antimicrobiana (ISLAM; CHNG; YAP, 2006). Quando comparado a materiais como ZOE, 33 IRM, amálgama, Super EBA, o MTA apresenta menos infiltração, alto grau de biocompatibilidade, é capaz de regenerar o ligamento periodontal, radiopacidade, induz cementogênese e osteogênese, tem superior habilidade de selamento, é menos citotóxico, induz calcificação distrófica no tecido conjuntivo adjacente, resistência à umidade, deposição de cemento, além de promover o selamento do tecido perirradicular (HOLLAND et al., 2001; YILDIRIM; DALCI, 2006; VAJRABHAYA et al., 2006; YALTIRIK et al., 2004; HSIEN et al., 2003; PACE; GIULIANI; PAGAVINO, 2008). Figura 6 – A) ProRoot MTA B) MTA Angelus FONTE: Retirada do site <www.google.com> Acesso em: 18/09/2009 Figura 7 – A) Perfuração selada com MTA B) Colocação do WMTA na furca de segundo molar inferior FONTE: Imagem cedida pelo Grupo de Endodontia de Manaus – GEM® 2009. FONTE: Retirada do artigo Mineral Trioxide Aggregate material use in endodontic treatment: A review of the literature (Roberts, 2008) 34 Materiais restauradores definitivos, como amálgama, ionômero de vidro, resinas compostas e o cimento Super EBA (KUGA et al., 2000; WELDON JÚNIOR et al., 2002; YALTIRIK et al., 2004), são empregados nas perfurações com diferentes graus de sucesso. O cimento de ionômero de vidro proporciona selamento melhor nas perfurações de furca do que o amálgama, não é necessária nenhuma matriz para evitar irritação, e ainda é um material de mais fácil aplicação (FUSS; TROPE, 1996; FUSS; ABRAMOVITZ; METZGER, 2000). 4. CONCLUSÃO 35 É imprescindível que o profissional tenha conhecimento das opções de procedimentos técnicos e materiais disponíveis, além de estar apto para realizar tais procedimentos, a fim de minimizar as consequências dos erros ou acidentes iatrogênicos. O prognóstico de perfurações que acometem o terço cervical da raiz e o assoalho da câmara pulpar é desfavorável, porém torna-se bom quando a perfuração na área da furca for selada imediatamente após ser encontrada. Desde que as perfurações sejam tratadas em tempo hábil por técnica e material adequados, suas complicações podem ser controladas, favorecendo o reparo da região injuriada. O MTA é o material que tem apresentado melhores resultados clínicos, por suas características apreciáveis, além de demonstrar eficiência no tratamento de perfurações largas e também para fechar o terço cervical da raiz, promovendo regeneração dos tecidos endo-periodontais. 5. REFERÊNCIAS 36 ALHADAINY, H.A. Root Perforations: a review of literature. Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology, v. 78, n. 3, p. 368-374, september 1994. ARENS, D.E.; TORABINEJAD, M. Repair of furcal perforations with mineral trioxide aggregate: two case reports. 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