APOSTILA DE ANATOMIA APLICADA A EDUCAÇÃO FÍSICA I

Transcrição

APOSTILA DE ANATOMIA APLICADA A EDUCAÇÃO FÍSICA I
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO BRASIL – IESB
FACULDADE MONTENEGRO – FAM
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ANATOMIA I
APOSTILA DE
ANATOMIA APLICADA A
EDUCAÇÃO FÍSICA I
Leonardo Delgado
Barra do Corda/MA
2010
APRESENTAÇÃO
Prezado Aluno.
Fruto de um trabalho de anos de pesquisa e da evolução tecnológica e que
atualmente, poderemos usufruir das novas formas de aprendizado, um
exemplo disso é a nossa disciplina Anatomia Aplicada a Educação Física I, que
tem a função de acompanhar a evolução do mundo virtual.
A disciplina terá um momento presencial, e o segundo momento será virtual
através da utilização da ferramenta moodle, onde o aluno irá realizar seus
estudo e enviará as atividades propostas pelo professor. Além disso, para ler e
compreender a forma e a estrutura do corpo humano é de fundamental
importância acompanhar a leitura em Atlas de Anatomia, que permite a
visualização de todas as partes do corpo que foram objetos do estudo. Para
isso utilizaremos o Atlas Interativo de Anatomia Humana, de Frank H. Netter,
que traz imagens com detalhes de ossos, músculos e outras estruturas com a
nova nomenclatura anatômica, anexo em forma de CD na apostila.
A disciplina será concluída com exame presencial aonde o aluno irá comprovar
seus conhecimentos. Para tanto, é importante saber o que é necessário para
que você alcance o êxito em todas as etapas que serão apresentadas durante
o período de vigência do curso.
Não esqueça que este apostila, apesar de todo o nosso esforço é um caminho
de estudo a ser percorrido e que se completa com as aulas práticas e com a
sua dedicação em pesquisar e estudar as referências citadas.
Esperamos que você o leia com cuidado e atenção, uma vez que este
conteúdo será vivenciado na prática! Afirmo que se você tiver alguma dúvida,
não hesite em entrar em contato com o seu tutor para saná-la. Além disso,
procure discutir as temáticas apresentadas neste material com os seus colegas
de curso, seja no ambiente de aprendizagem, seja no pólo de sua cidade.
Essa prática certamente lhe trará ganhos, pois você poderá ter acesso a
diferentes pontos de vista.
Leonardo Delgado
[email protected]
Índice
Unidade I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA
Quando começou o estudo da Anatomia?
Conceitos
Divisão da anatomia
Normal e Variação Anatômica
Anomalias X Monstruosidade
Fatores Gerais das Variações Anatômicas
Divisão do Corpo Humano
Nomenclatura Anatômica
Estudos dos Planos Anatômicos – Planimetria
Unidade II: OSTEOLOGIA
Conceito Etimólogo
Conceito Anatômico
Ossos
Número de Ossos no Corpo Humano
Esqueleto
As Funções do Esqueleto são
Classificação dos Ossos
Estrutura dos Ossos
Descrição das Superfícies Ósseas
Ossos da Cabeça
Ossos do Crânio Neural
Frontal
Etmóide
Occipital
Temporal
Parietal
Ossos da Face ou Viscerocrânio
Mandíbula ou Osso Maxilar Inferior
Vômer
Maxila
Conchas Nasais Inferiores
Zigomáticos
Palatinos
Nasais
Lacrimais
Suturas do Crânio
O Osso Hióide
Coluna Vertebral
Constituição da Coluna Vertebral
Curvaturas da Coluna Vertebral
Funções da Coluna Vertebral
Características dos Ossos da Coluna Vertebral
Características Gerais
Vértebras Cervicais
Atlas
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44
44
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45
Áxis
Vértebras Torácicas
Vértebras Lombares
Vértebras Sacrais
Vértebras Coccígeas
Esterno
Costela
Esqueleto Apendicular
Esqueleto dos Membros Superiores
Cintura Escapular
Clavícula
Escápula
Braço
Úmero
Antebraço
Rádio
Ulna
Mão
Ossos do Carpo
Ossos do Metacarpo
Ossos dos Dedos da Mão
Esqueleto dos Membros Inferiores
Cintura Pélvica (ou Quadril)
Funções do Osso do Quadril
Coxa (Fêmur)
Joelho (Patela)
Tíbia
Fíbula
Ossos do pé
Metatarso
Dedos do Pé
Unidade III: INTRODUÇÃO A ARTROLOGIA OU
SINDESMOLOGIA
Conceitos
Ponto de Contato
Artrologia
Articulações ou Junturas
Funções das Articulações
Classificações
Junturas Fibrosas (Sinartroses ou art. Imóveis)
Suturas
Sindesmoses
Gonfose
Junturas Cartilaginosas
Sincondroses
Fontanelas
Sínfises
Junturas Sinoviais
Componentes Essenciais
Componentes Acessórios
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Classificação das Junturas Sinoviais
Algumas entidades patológicas do sistema articular
Unidade IV: MIOLOGIA
Definições de Músculos
Funções dos Músculos
Propriedades dos Músculos
Variedades do Tecido Muscular
Músculos Esqueléticos
Composição Química dos Músculos Esqueléticos
Componentes Anatômicos
Classificação
Fáscia Muscular
Noções Histológicas dos Músculos Esqueléticos
Contração Muscular
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90
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UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO
ESTUDO DE ANATOMIA
Você, caro aluno, nesta unidade, ira realizar uma breve introdução ao estudo
da anatomia. Serão apresentados os conceitos de Anatomia Humana e seu
histórico. Fatores de variação. Biótipo. Termos de posição para se proceder à
localização das partes do corpo humano. Planos de secção e delimitação do
corpo humano. Designações genéricas básicas em Anatomia.
Competência
- Conhecimento introdutório de Anatomia Humana, suas divisões, posições e
partes do corpo humano.
Objetivo
- Conceituar Anatomia, normal e variação anatômica;
- Descrever a “posição de descrição anatômica”, os planos de delimitação e
secção, bem como ser capaz de definir os termos de posição e direção.
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Quando começou o estudo da
Anatomia?
Começou nos primórdios da
história humana. O homem pré-histórico já
observava à sua volta a existência de
seres diferentes de seu corpo, os animais.
Com isso, passou a gravar nas paredes
das cavernas e fazer esculturas das
formas que via. Com isso passou a notar
detalhes, que hoje nos permite identificar
as espécies animais descritas.
A história da anatomia inicia-se
na Mesopotâmia e Egito. Mesopotâmia
era o nome dado a uma longa faixa de
terra localizada entre os rios Tigre e
Eufrates, atualmente parte do Iraque. Cerca de 4.000 anos atrás, povos dessa
região, conhecida como Berço da Civilização, faziam investigações voltadas
em tentativas de descrever as forças básicas da vida, por exemplo, as pessoas
desejavam descobrir em qual órgão se alojava a alma humana. O fígado era
considerado o “guardião da alma e dos sentimentos que nos fazem homens”,
uma suposição lógica visto o seu tamanho e pela íntima associação com o
sangue, considerado essencial para a vida.
Algum tempo depois, Menes, sobre o qual paira uma antiga
discussão: seria ele o lendário primeiro faraó (chamado de Narmer) ou médico
do rei da primeira dinastia egípcia cerca de 3.400 a.C., foi fundador de Mênfis
como capital egípcia. Escreveu o que é considerado o primeiro manual em
anatomia.
Porém, foi na Grécia antiga que a anatomia, inicialmente, ganhou
maior aceitação como ciência. As escritas de vários filósofos gregos tiveram
um forte impacto no pensamento científico futuro. Homero, em Ilíada,
descreveu com precisão a anatomia das feridas ocorridas em batalhas,
aproximadamente 800 a.C.
Aristóteles (384-322 a.C) é considerado o criador do termo
“Anatome”, uma palavra grega significando “cortar em pedaços, separa”. A
palavra latina “Dissecare” tem um significado idêntico. Hipócrates, o mais
famoso médico grego e considerado o “pai da medicina” por seus princípios
éticos pregados em seus ensinamentos, teve seu nome imortalizado no
juramento Hipocrático que muitos estudantes, ao se formarem em medicina,
repetem como compromisso de exercício profissional e dever perante a
sociedade. Seguia a doutrina dos quatro humores, cada um associado a um
órgão em particular: sangue com o fígado; cólera, ou bile amarela, com a
vesícula biliar; fleuma com os pulmões; e melancolia, ou bile preta, com o baço.
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Imaginava-se que uma pessoa teria saúde com o equilíbrio desses quatro
humores, princípio esse seguido por mais de 2.000 anos.
Aristóteles, discípulo de Platão, contratado pelo Rei Filipe da
Macedônia para ensinar seu filho, Alexandre, conhecido como Alexandre, o
Grande. Apesar de suas extraordinárias realizações, cultuava teorias errôneas
como a sede da inteligência no coração e citava que a função do cérebro,
banhado em líquido, era esfriar o sanguebombeado pelo coração para
manutenção da temperatura corporal. Foi o fundador da Anatomia Comparada,
384 a 322 a.C.
Vieram os períodos Alexandrino e Romano, com os pensadores
Herófilo e Erasistrato, Celsus e Galeno, este último cujas escritas
perduraram cerca de 1.500 anos, foi um dos escritores médicos mais influentes
de todos os tempos.
O Renascimento, período
posterior à Idade Média, é
marcado como o período do
renascimento da ciência, visto
que durante a Idade Média a
forte pressão da Igreja Cristã
estagnou
as
atividades
médicas, cultuando a “fé” como
centro
das
respostas.
Introduzido
nas
grandes
universidades
européias,
reativou
a
busca
pelo
conhecimento e engrenou os
estudos da anatomia humana,
centralizando o interesse nos métodos e técnicas de dessecação em lugar de
avançar no conhecimento do corpo humano.
Surgiram grandes personagens daquele tempo, Leonardo da Vinci
e Andréas Vesalius, cada qual com estudos monumentais da forma humana.
O primeiro produziu desenhos anatômicos de qualidade sem precedente
baseado em dessecações de cadáveres humanos. O segundo refutou os falsos
conceitos do passado sobre estrutura e função do corpo por observação direta
e experiências; é chamado o “pai da anatomia moderna”. Durante os séculos
XVII e XVIII, a anatomia atingiu uma aceitação inigualável.
Duas das contribuições mais importantes foram a explicação da
circulação sanguínea e o desenvolvimento do microscópio. Harvey, em 1628,
com a obra “Sobre o Movimento do Coração e do Sangue nos Animais”,
provando a circulação contínua do sangue no interior dos vasos, e
Leeuwenhoek, aperfeiçoando o microscópio, desenvolvendo técnicas para
examinar tecidos e descrição de células sanguíneas, músculo esquelético e a
lente do olho. Malpighi, lembrado como “pai da histologia”, primeiro a confirmar
a existência dos capilares.
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A principal contribuição científica do século XIX foi a formulação da
teoria celular. Princípio creditado a dois cientistas alemães, Matthias Schleiden
e Theodor Schwann.
O objetivo desse tópico é definir, conceituar e abordar aspectos
históricos da Anatomia. A Posição, planos e termos anatômicos.
CONCEITOS
Segundo DANGELO & FATTINI
(1984, p.1) no seu conceito mais amplo
anatomia (ana = em partes; tomein = cortar) é
a
ciência
que
estuda
macro
e
microscopicamente, a constituição e o
desenvolvimento dos seres organizados.
Anatomia é a ciência da estrutura e
função do corpo. Um excelente e amplo
conceito de Anatomia foi proposto em 1981,
pela American Association of Anatomists:
anatomia é a análise da estrutura biológica,
sua correlação com a função e com as
modulações de estrutura em resposta a fatores
temporais, genéticos e ambientais.
Tem como metas principais à compreensão dos princípios
arquitetônicos da construção dos organismos vivos, a descoberta da base
estrutural do funcionamento das várias partes e a compreensão dos
mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A amplitude da
anatomia compreende, em termos temporais, desde o estudo das mudanças
em longo prazo da estrutura, no curso de evolução, passando pelas das
mudanças de duração intermediária em desenvolvimento, crescimento e
envelhecimento; até as mudanças de curto prazo, associadas com fases
diferentes de atividade funcional normal. Em termos do tamanho da estrutura
estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por organismos
inteiros e/ou seus órgãos até as organelas celulares e macromoléculas.
Agora que você conhece o conceito de Anatomia, antes de
aprofundar seus estudos, é conveniente também conhecer os conceitos
básicos de biologia e fisiologia. O termo biologia é conceituado como o
conjunto de leis que regulam os fenômenos relacionados aos seres vivos, ao
passo que a fisiologia é a ciência que estuda as funções dos organismos vivos.
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DIVISÃO DA ANATOMIA
A anatomia pode ser dividida em:
Segundo o Método de Observação:
Anatomia Microscópica (Histologia):
Necessita para o seu estudo a utilização de um aparelho que
aumente as dimensões das estruturas para uma melhor observação
(microscópio). Com a descoberta do microscópio desenvolveram-se ciências
que, embora constituam especializações, são ramos da anatomia:
-
Citologia: estudo das células;
Histologia: estudo dos tecidos e como estes se organizam para
a formação de órgãos;
Embriologia: estudo do crescimento e desenvolvimento do ser
humano.
Anatomia Macroscópica:
Não necessita para o seu estudo o uso de aparelhos especiais. As
estruturas são observadas a olho nu, pela dissecação de peças previamente
fixadas por soluções apropriadas. A onde se pode observar os seguintes tipos
de anatomia macroscópica:
-
Anatomia antropológica: que estuda os tipos raciais;
Anatomia biotipológica: que se ocupa dos tipos morfológicos
constitucionais;
Anatomia comparativa: que se refere ao estudo comparado dos
órgãos de indivíduos de espécies diferentes;
Anatomia superficial: estudo dos relevos morfológicos na
superfície do corpo humano.
O estudo do corpo humano macroscopicamente ainda pode ser
dividido com relação a região estudada e quanto ao tipo de sistema.
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Quanto a Região Estudada
Porção Axial: cabeça; tronco. Na cabeça, são estudados o crânio e a face. No
tronco, são estudados o pescoço, o tórax e o abdome.
Porção Apendicular: membros superiores; membros inferiores. Nos membros
superiores: cintura escapular ou ombro, braço, antebraço, mão; e nos membros
inferiores: cintura pélvica ou quadril, coxa, perna e pé.
Quanto ao Tipo de Sistema:
-
-
-
Osteologia: parte da anatomia que estuda os ossos.
Sindesmologia ou Artrologia: parte da anatomia que estuda as
articulações.
Miologia: parte da anatomia que estuda os músculos.
Angiologia: parte da anatomia que estuda o coração e os
grandes vasos.
Neuroanatomia: parte da anatomia que estuda o sistema
nervoso central e o periférico.
Estesiologia: parte da anatomia que estuda os órgãos que se
destinam à captação das sensações.
Esplancnologia: parte da anatomia que estuda as vísceras que
se agrupam para o desempenho de uma determinada função
como: fonação, digestão, respiração, reprodução e urinária.
Endocrinologia: parte da anatomia que estuda as glândulas sem
ducto, que segregam hormônios, os quais são drenados
diretamente na corrente sanguínea.
Tegumento comum: parte da anatomia que estuda a pele e os
seus anexos.
Anatomia Mesoscópica:
Necessita para o seu estudo do uso de um aparelho que aumente as
dimensões das estruturas, para uma melhor observação de forma
tridimensional.
Segundo o Método de Estudo:
Anatomia Sistemática ou Descritiva:
Estuda o corpo mediante uma divisão por sistemas orgânicos
isoladamente.
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Anatomia Topográfica ou Regional:
Estuda o corpo mediante uma divisão por segmentos ou regiões.
Anatomia por Rádio-imagem:
Estuda o corpo mediante o uso de imagens (Raios X) , tomografias,
ressonâncias magnéticas.
Anatomia de Superfície:
Estuda o corpo mediante os relevos e as depressões existentes em
sua superfície.
Anatomia em Cortes Segmentados:
Estuda o corpo mediante o uso de cortes seriados para ser
associado aos estudos de tomografias e ressonâncias magnéticas.
Segundo a Aplicação Prática
-
-
Anatomia orientada para clínica: da ênfase a estruturas e
funções relacionadas à prática médica e a outras ciências da
saúde.
Anatomia patológica: estuda as mudanças estruturais causadas
por doenças.
Anatomia do desenvolvimento: estuda o desenvolvimento do
indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela
engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até o
nascimento.
Você imagina como o corpo humano é organizado e como ele funciona?
Ao estudar os sistemas do corpo, você notará, por exemplo, que as células do
corpo humano se reúnem formando os tecidos que, por sua vez, constituem os
órgãos; os órgãos formam os sistemas que são reunidos nos diversos aparelhos.
Para exemplificar, citamos o aparelho locomotor que é formado pelos sistemas
ósseos, articular e muscular.
Você consegue perceber a função de cada parte específica do corpo e sua relação com as
estruturas?
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Normal e Variação Anatômica
De acordo com DANGELO & FATTINI (op.cit) variações anatômicas
são as diferenças morfológicas, externas ou internas, entre os elementos que
compõe um grupo, ou no mesmo indivíduo onde se comparam dois lados, que
se apresentam sem prejuízo funcional para o indivíduo.
Segundo esses autores, o conceito de normal para o anatomista é o
que ocorre com mais freqüência e para o médico é o que é sadio, ou não
doente. Assim, a artéria braquial mais comumente divide-se na fossa cubital.
Este é o padrão. Entretanto, em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao nível
da axila. Como não existe perda funcional esta é uma variação.
Anomalias X Monstruosidade
Anomalias são variações morfológicas que determinam
perturbações funcionais. Por exemplo, um indivíduo pode nascer com um dedo
a menos na mão direita.
Monstruosidade é uma anomalia acentuada de modo a deformar
profundamente a conformação corporal do indivíduo, sendo, em geral,
incompatível com a vida: por exemplo, a agenesia (não formação) do encéfalo.
Fatores Gerais das Variações Anatômicas
- Idade: é o tempo decorrido ou a duração da vida. Notáveis modificações
anatômicas ocorrem nas fases da vida intra e extra -uterina do mamífero, bem
como nos principais períodos em que cada fase, se subdividem em:
Fase intra-uterina (ou embrionária)
Célula ovo ou zigoto: quinze primeiros dias.
Embrião: até o 2º ano, Feto : até o 9º mês.
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Fase extra-uterina
Recém-nascido: até 1 mês após o nascimento.
Infante: até o fim do 2º ano.
Menino: até o fim do 10° ano.
Pré-púbere: até a puberdade,
Púbere: dos 12 anos aos 14 anos, corresponde à maturidade sexual que
é variável nos limites da fase e nos sexos.
Jovem: até os 21 anos no sexo feminino e 25 anos no sexo masculino.
Adulto: até a menopausa feminina ( cerca de 50 anos ) e ao processo
correspondente no homem (cerca do 60 anos).
Velho: além dos 60 anos .
- Sexo: é o caráter de masculinidade ou feminilidade. É possível reconhecer
órgãos de um e de outro sexo, graças a características especiais, mesmo fora
da esfera genital.
- Raça: é a denominação a cada agrupamento humano que possui caracteres
físicos comuns, externa e internamente, pelos quais se distinguem
dos
demais.
Conhecem-se,
por exemplo, representantes das raças branca,
negra e amarela e seus mestiços, ou seja, "o produto do seu entrecruzamento".
- Biótipo: é a resultante da soma dos caracteres herdados e dos caracteres
adquiridos por influência do meio e da sua inter-relação. Os biótipos
constitucionais existem em cada grupo racial. São três tipos principais
reconhecidos:
ƒ
ƒ
ƒ
Brevilíneo: é o indivíduo baixo e forte, com o tronco prevalecendo sobre
os membros. É o tipo pícnico com seus contornos externos bem
arredondados e grandes cavidades corporais. Apresenta o ângulo de
encontro entre costelas e apêndice xifóide maior que 90º.
Longilíneo: é o indivíduo alto e magro, com os membros prevalecendo
sobre o tronco. É o tipo leptossômico. Apresenta o ângulo de encontro
entre costelas e apêndice xifóide menor que 90º.
Normilíneo: é o indivíduo atlético que mostra proporções intermediárias
entre os dois tipos referidos. Apresenta o ângulo de encontro entre
costelas e apêndice xifóide igual a 90º.
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DIVISÃO DO CORPO HUMANO
Por segmentos:
-
-
-
Cabeça.
Pescoço.
Tronco:
o Tórax.
o Abdome.
o Pelve.
Membros Superiores:
o Raiz (ombro).
o Parte livre:
a. braço.
b. cotovelo.
c. antebraço.
d. punho.
e. mão.
Membros Inferiores:
o Raiz (quadril).
o Parte livre:
a. coxa.
b. joelho.
c. perna.
d. tornozelo.
e. pé.
Por Sistemas:
De acordo com a anatomia macroscópica os sistemas que, em
conjunto formam o organismo são:
-
-
Sistema tegumentar: estuda o tegumento e suas estruturas derivadas
(pelas unhas e glândulas sudoríparas e sebáceas). Sua função é
proteger o corpo, regular sua temperatura, eliminar resíduos e receber
certos estímulos (tátil, calor, dor etc.);
Aparelho Locomotor:
o Sistema Ósseo ou esquelético: composto de ossos e partes
cartilaginosas, cuja sua função é fornecer suporte e proteção ao
corpo, permitir movimento, produzir células sanguíneas
(hemopiese) e armazenar minerais;.
o Sistema Articular: composto de articulações, seus ossos e
ligamentos associados. Sua função é unir qualquer parte rígida do
esqueleto proporcionar ou não movimento entre eles.
o Sistema Muscular: constituído de músculos e seus ligamentos.
Sua função é efetuar movimentos, manter a postura e produzir
calor.
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-
Sistema Circulatório: compreendendo o coração e os vasos
sanguíneos (artérias, veias e capilares), inclui o “sistema linfático”,
composto por linfonodos e vasos. O sistema cardiovascular refere-se ao
coração e vasos sanguíneos.
o Sistema Sangüíneo.
o Sistema Linfático.
o Órgãos Hematopoiéticos.
-
Sistema Digestório: composto pela cavidade da boca, faringe e
intestinos, estende-se da boca ao ânus. Associados a ele estão
glândulas (fígado e pâncreas). O sistema está relacionado à assimilação
de alimento..
Sistema Respiratório: compreende os pulmões e o sistema de tubos
pelo qual o ar os atinge e se relaciona com a troca de oxigênio e dióxido
de carbono..
-
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-
-
-
Aparelhos Urogenitais: compreende vários órgãos que estão
relacionados com a reprodução. Por causa de sua íntima associação,
especialmente no homem adulto, os sistemas urinário e genital são
freqüentemente referidos como sistema urogenital.
o Sistema Urinário.
o Sistema Genital Masculino.
o Sistema Genital Feminino.
Sistema Endócrino: consistem em glândulas sem ducto produtoras de
secreções chamadas hormônios que são levadas pelo sistema
circulatório para todas as partes do corpo.
Sistema nervoso: é o grande sistema que controla e coordena as
atividades de todos os outros sistemas. É formando pelo cérebro,
medula espinhal (sistema nervoso e periférico) e órgãos dos sentidos,
como os olhos e os ouvidos (sistema nervoso autônomo). Tem como
função detectar e responder às mudanças do meio interno e externo,
capacitar o raciocínio e a memória e regular as atividades do corpo.
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NOMENCLATURA ANATÔMICA
Como toda ciência, a anatomia tem sua
linguagem própria. Ao conjunto de termos empregados
para designar e descrever o organismo ou suas partes
dar-se o nome de nomenclatura anatômica.
Embora você esteja familiarizado com os
nomes comuns de muitas partes e regiões do corpo,
deve aprender a utilizar a nomenclatura anatômica
adotada internacionalmente: por exemplo, use a
palavra axila ao invés de “sovaco” e clavícula ao invés
de osso do “colarinho”. Contudo, trate de aprender as
palavras que os alunos podem usar na descrição de
suas queixas. Além disto, você deve usar nomes que
eles possam entender quando recebem explicações sobre seus problemas.
Com o extraordinário acúmulo de conhecimento, foi estimado que,
em fins do século XIX, aproximadamente 50.000 nomes anatômicos estavam
em uso para cerca de 5.000 formações do corpo humano. A primeira tentativa
de uniformizar e criar uma nomenclatura anatômica internacional ocorreu em
1895, contudo, uma lista de cerca de 4.500 termos foi preparada e aceita em
Brasiléia. Este sistema de nomenclatura é conhecido como Basle Nomina
Anatômica (ABN) e é em latim.
Em sucessivos congressos de anatomia em 1933, 1936 e 1950
foram feitas revisões e finalmente em 1955, em Paris, foi aprovada oficialmente
a nomenclatura anatômica, conhecida sob a sigla de PNA (Paris Momina
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Anatômica). Revisões subseqüentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto
que a nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico, podendo ser sempre
criticada e modificada, desde que haja razões suficientes para as modificações
e que estas sejam aprovadas em Congressos Internacionais de Anatomia,
realizados de cinco em cinco anos.
A língua oficialmente adotada é o latim (por ser “língua morta”),
porém cada país pode traduzi-la para seu próprio vernáculo. Ao designar uma
estrutura do organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não sejam
apenas sinais para a memória, mas tragam também alguma informação ou
descrição sobre a referida estrutura. Dentro deste princípio, foram abolidos os
epônimos (nome de pessoas para designar coisas) e os termos indicam: a
forma (músculo trapézio); a sua posição ou situação (nervo mediano); o seu
trajeto (artéria circunflexa da escápula); as suas conexões ou inter-relações
(ligamento sacroilíaco); a sua relação com o esqueleto (artéria radial); sua
função (m. levantador da escápula); critério misto (m. flexor superficial dos
dedos – função e situação). Entretanto, há nomes impróprios ou não muito
lógicos que foram conservados, porque estão consagrados pelo uso.
1. Conceituar anatomia em sentido amplo e em sentido restrito;
2. Citar os sistemas e os aparelhos do organismo;
3. Conceituar normal em Anatomia, variação anatômica, anomalia e
monstruosidade;
4. Citar os fatores gerais de variação anatômica:
5. Definir Biótipo:
6. Definir longilínio, brevelínio e mediolínio e citar suas características
morfológicas:
7. Definir nomenclatura Anatômica:
8. Citar os princípios fundamentais da nomenclatura Anatômica usado para
designar estruturas do corpo humano, exemplificando:
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ESTUDOS
DOS
PLANOS
ANATÔMICOS – PLANIMETRIA
A necessidade de se colocar o corpo humano em uma posição
padrão existiu e, a partir daí, com o auxílio de planos geométricos foi elaborado
um estudo que ficou conhecido como Planimetria
Todos os termos apreendidos nesta aula serão utilizados durante
todo o curso de Anatomia.
Para entender os Estudos dos Planos Anatômicos é importante
conhecermos alguns conceitos, termos e divisões. Assim temos:
Planimetria
É um método convencional aplicado em Anatomia, visando o estudo
do indivíduo como um todo ou por meio de peças anatômicas isoladas.
Posição Anatômica
A posição anatômica é uma posição de referência, que dá
significado aos termos direcionais utilizados na descrição nas partes e regiões
do corpo. As discussões sobre o corpo, o modo como se movimenta, sua
postura ou a relação entre uma e outra área assumem que o corpo como um
todo está numa posição específica chamada POSIÇÃO ANATÔMICA. Deste
modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao objeto de
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descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição
padronizada.
A posição anatômica pode ser descrita da seguinte forma, com o
indivíduo em posição ereta (de pé, posição ortostática ou bípede), com a face
voltada para frente, o olhar dirigido para o horizonte, membros superiores
estendidos, aplicados ao tronco e com palmas voltadas para frente, membros
inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente.
Posição SUPINA e PRONA são expressões utilizadas na descrição
da posição do corpo, quando este não se encontra na posição anatômica.
Posição Supina ou Decúbito Dorsal
O corpo está deitado com a face voltada para cima.
Posição Prona ou Decúbito Ventral
O corpo está deitado com a face voltada para baixo.
Decúbito Lateral
O corpo está deitado de lado.
Posição de Litotomia
O corpo está deitado com a face voltada para cima, com flexão de
90° de quadril e joelho, expondo o períneo.
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Posição de Trendelemburg
O corpo está deitado com a face voltada para cima, com a cabeça
sobre a maca inclinada para baixo cerca de 40°.
Pontos de Referência
São estruturas do corpo humano que servem como base para
estudo dos planos anatômicos. São referenciados: osso frontal, osso occipital,
suturas sagital e coronal, ventre, dorso, coluna vertebral, apêndice caudal e
superfície plantar.
Eixos do Corpo Humano
São linhas imaginárias que se projetam no corpo, indo do centro de
um pólo anatômico a outro.
-
-
-
Eixo longitudinal, crânio-caudal ou céfalopodálico: é um eixo heteropolar que vai do
centro do pólo cefálico ao centro do podálico.
Eixo sagital ou antero-posterior: é um eixo
heteropolar que vai do centro do plano anterior
ou ventral ao centro do plano posterior ou
dorsal.
Eixo transversal ou latero-lateral: é um eixo
homopolar que vai do centro do pólo lateral
direito ao centro do pólo lateral esquerdo.
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Os deslocamentos destes eixos nos permitem realizar os cortes que
vão dar origem aos planos de divisão que nos levam as secções básicas do
corpo humano:
-
Corte sagital mediano, obtido pelo deslocamento do eixo céfalopodálico ao longo do plano mediano (no sentido antero-posterior),
divide o indivíduo em metade direita e esquerda.
-
Corte transversal, se consegue ao deslocar o eixo antero-posterior
em 180 graus, tendo como resultado uma metade superior e outra
inferior.
Corte coronal, se consegue com o deslocamento do eixo laterolateral no sentido céfalo-podálico, divide o indivíduo em metade
anterior e posterior.
-
Planos Anatômicos
São planos imaginários que tangenciam ou seccionam a superfície
corporal do indivíduo. Têm o objetivo de separar o corpo em partes para
facilitar o estudo e nomear as estruturas anatômicas com relação espacial. Ou
seja, através dos planos anatômicos podemos dividir o corpo humano em 3
dimensões e assim podemos localizar e posicionar todas as estruturas.
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Planos
Fundamentais,
Enquadramento
Tangenciais
ou
de
Tangenciam a superfície corporal. Pela interseção dos planos
obtemos a formação de um sólido geométrico –
paralelepípedo –, dentro do qual estaria o
indivíduo. Podem ser horizontais e verticais.
-
-
Verticais:
o Dorsal ou posterior.
o Ventral ou anterior.
o Laterais.
Horizontais:
o Cefálico, cranial ou superior.
o Podálico ou inferior.
Planos Seccionais ou de Divisão
Neste estudo quatro planos são fundamentais:
a. Plano Mediano:
Plano vertical que passa longitudinalmente através
do corpo, dividindo-o em metades direita e esquerda.
Parassagital, usado pelos neuroanatomistas e neurologistas
é desnecessário porque qualquer plano paralelo ao plano
mediano é sagital por definição. Um plano próximo do
mediano é um Plano Paramediano.
b. Planos Sagitais:
São planos verticais que passam através do corpo,
paralelos ao plano mediano.
c. Planos Frontais (Coronais):
São plano verticais que passam através do corpo
em ângulos retos com o plano mediano, dividindo-o em partes
anterior (frente) e posterior (de trás).
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d. Planos Transversos (Horizontais):
São planos que passam através do corpo
em ângulos retos com os planos coronais e mediano.
Divide o corpo em partes superior e inferior.
TERMOS DE RELAÇÃO
Vários adjetivos são usados para descrever a relação de partes do
corpo na posição anatômica.
Anterior:
Significa “próximo da frente” do corpo.
Ventral é um substituto de anterior comumente
empregado em neuroanatomia, onde é vantajoso
porque igualmente aplicável a seres humanos e
animais, que são com freqüência usados em
pesquisa.
Posterior:
Significa “próximo ao dorso” do corpo, por
exemplo, a região glútea (nádegas) está na
superfície posterior. Dorsal é um substituto de
posterior. Quando se descreve a face posterior ou
dorsal da mão ou do pé.
Superior:
Significa “próximo a cabeça”. Cranial e
cefálico são adjetivos correspondentes. Costal é
amiúde usado ao invés de anterior quando se
descreve partes do encéfalo, e significa “mais
próximo da extremidade da frente”, por exemplo, o
lobo frontal é costal ao cerebelo.
Inferior:
Significa “em direção ao pé” ou parte mais
baixa do corpo; um exemplo: o diafragma é inferior
ao coração. O termo caudal, uma palavra latina, adjetiva “cauda”. Corresponde
a inferior, mas é mais comumente usada em descrições de embriões.
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Medial:
Significa
“em
direção ao plano mediano”
do corpo; as narinas, por
exemplo:, são mediais aos
olhos. Em odontologia o
termo mesial (g. mesos,
meio) é equivalente a
medial e significa “me
direção a linha média do
arco dental”.
Lateral:
Significa “mais distante do plano mediano” do corpo. Os ligamentos
colaterais do joelho. O ligamento colateral fibular está localizado lateralmente
enquanto que o ligamento colateral tibial está
localizado medialmente, ou seja, mais próximo
à linha sagital mediana.
Intermédio:
Significa “entre duas estruturas”,
uma das quais é medial e a outra lateral, por
exemplo: o quarto dedo da mão (anular) é
intermédio ao quinto (dedo mínimo) e terceiro
(dedo médio).
Mediano:
Estrutura situada
exatamente sobre o eixo
sagital mediano.
Médio:
Estrutura ou órgão interposto entre outro
superior e inferior ou entre anterior e
posterior.
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Termos de Comparação
Estes termos comparam as posições relativas de duas estruturas
entre si.
- Proximal: significa “mais próximo ao tronco”.
- Distal: significa “mais distante do tronco”.
- Superficial: significa “mais próximo da” ou “na superfície”.
- Profundo: significa “mais distante da superfície”.
- Interno: significa “em direção ou no interior de um órgão ou cavidade”.
- Externo: significa “em direção” ou “no exterior de um órgão ou
cavidade”.
- Ipsilateral: significa “no mesmo lado do corpo”.
- Contralateral: significa “no lado oposto do corpo”.
Termos de Movimento:
Flexão:
Curvatura ou diminuição do
ângulo entre os ossos ou partes do
corpo.
Extensão:
Endireitar ou aumentar o
ângulo entre os ossos ou partes do
corpo.
Adução:
Movimento na direção
mediano em um plano coronal.
do
plano
Abdução:
Afastar-se do plano mediano no plano
coronal.
Rotação Medial:
Traz
a face anterior de um membro para mais perto do plano
mediano.
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Rotação Lateral:
Leva a face anterior para longe do plano mediano.
Retrusão:
Movimento de retração (para trás) como
ocorre na retrusão da mandíbula e no ombro.
Protrusão:
Movimento dianteiro (para frente)
ocorre na protrusão da mandíbula e no ombro.
como
Oclusão:
Movimento em que ocorre o contato da arcada dentário superior com
a arcada dentária inferior.
Abertura:
Movimento em que ocorre o afastamento dos dentes no sentido
súpero-inferior.
Rotação Inferior da Escápula:
Movimento em torno de um eixo sagital no qual o ângulo inferior da
escápula move-se medialmente e a cavidade glenóide move-se caudalmente.
Rotação Superior da Escápula:
Movimento em torno de um eixo sagital no qual o ângulo inferior da
escápula move-se lateralmente e a cavidade glenóide move-se cranialmente.
Elevação:
Elevar ou mover uma parte para cima, como elevar os ombros.
Abaixamento:
Abaixar ou mover uma parte para baixo, como baixar os ombros.
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Retroversão:
Posição da pelve na qual o plano vertical através das espinhas
ântero-superiores é posterior ao plano vertical através da sínfise púbica.
Anteroversão:
Posição da pelve na qual o plano vertical
através das espinhas ântero-superiores é anterior ao
plano vertical através da sínfise púbica.
Pronação:
Movimento do antebraço e mão que gira o
rádio medialmente em torno de seu eixo longitudinal de
modo que a palma da mão olha posteriormente. e no
ombro.
Supinação:
Movimento do antebraço e mão que gira o rádio lateralmente em
torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha
anteriormente. e no ombro.
Inversão:
Movimento da sola do pé em direção ao
plano mediano. Quando o pé está totalmente invertido,
ele também está plantifletido.
Eversão:
Movimento da sola do pé para longe do plano
mediano. Quando o pé está totalmente evertido, ele
também está dorsifletido.
Dorsi-flexão (flexão dorsal):
Movimento de flexão na articulação do tornozelo, como acontece
quando se caminha morro acima ou se levantam os dedos do solo.
Planti-flexão (flexão plantar):
Dobra o pé ou dedos em direção à face plantar, quando se fica em
pé na ponta dos dedos.
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1. Citar as abreviaturas utilizadas em Anatomia, para os termos gerais:
2. Citar as partes constituintes do corpo humano:
3. Descrever a "Posição de Designação Anatômica" no homem e nos
mamíferos quadrúpedes:
4. Descrever os "planos de delimitação e secção" do corpo humano e dos
mamíferos quadrúpedes:
5. Citar os eixos do corpo humano descrevendo seu trajeto:
6. Definir os termos de posição e direção: medial, lateral, mediano, superior,
inferior, anterior, posterior, ventral, dorsal, caudal, médio, intermédio, distal,
7. Definir os princípios de construção do corpo humano: estratificação,
antimeria, metameria e paquimeria, e citar exemplos:
8. Demonstrar, com exemplos, que a simetria bilateral é apenas aparente:
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UNIDADE II: OSTEOLOGIA
Com esta unidade você iniciará o estudo da Osteologia que significa,
o estudo dos ossos. Apesar de sua aparência simples, o osso é um tecido vivo,
complexo e dinâmico, formado por um conjunto de tecidos distintos e
especializados que contribuem para o seu arranjo final sendo então,
constituintes da porção ativa do aparelho locomotor.
Competências
-
Conhecimento do esqueleto e suas divisões.
Compreensão da classificação dos ossos.
Descrição dos principais acidentes dos ossos do esqueleto axial e
apendicular
Objetivos
-
Descrever as funções, as formas, os tipos, as estruturas, as
propriedades e os números dos ossos do corpo humano.
Reconhecer e diferenciar os ossos do esqueleto axial e do apendicular,
e das cinturas escapular e pélvica;
Citar e reconhecer os principais acidentes anatômicos dos ossos do
esqueleto.
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Conceito Etimólogo:
Osteologia é derivada das palavras ósteon que significa “osso”, e
logos, que significa um “ramo de conhecimento”.
Conceito Anatômico:
É o estudo das formações intimamente ligadas ou relacionadas com
os ossos, com eles formando um todo (esqueleto).
Ossos:
Ossos são como peças rijas, de número, coloração e
forma variáveis, que quando unidos de forma apropriada formam
o esqueleto, quanto a constituição são formados por vários
tecidos, entre os quais predomina um tecido conectivo
especializado (osteócitos), que em conjunto constituem o
esqueleto.
Os ossos são muito fortes, o que é surpreendente se
levarmos em conta a sua leveza, constituem apenas 14% do peso
total do corpo, relativamente ao próprio peso, são mais fortes do
que o aço ou concreto armado. Um único filamento de colágeno,
com apenas 1mm de espessura, é capaz de suportar um peso de
até 10 kg.
Número de Ossos no Corpo Humano:
No individuo adulto, idade na qual se considera completa o
desenvolvimento orgânico, o número de ossos é de 206, o que pode varia se
levarmos em consideração os seguintes fatores:
-
Idade: o número de ossos diminui do nascimento à senilidade.
Fatores Individuais: persistência da divisão do osso frontal e ossos
extranumerários.
Critério de contagem: varia de autor para autor.
Cabeça = 22
Crânio = 08
Face = 14
Pescoço = 8
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27
Tórax = 37
24 costelas
12 vértebras
1 esterno
Abdômen = 7
5 vértebras lombares
1 sacro
1 cóccix
Membro Superior = 32
Cintura Escapular = 2
Braço = 1
Antebraço = 2
Mão = 27
Membro Inferior = 31
Cintura Pélvica = 1
Coxa = 1
Joelho = 1
Perna = 2
Pé = 26
Ossículos do Ouvido Médio = 3
Esqueleto:
O Sistema esquelético (ou esqueleto) humano consiste em um
conjunto de ossos, cartilagens e ligamentos que se interligam para formar o
arcabouço do corpo.
Pode ser dividido em duas grandes porções: uma mediana,
formando o eixo do corpo, composta pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco,
o esqueleto axial (aproximadamente 80 ossos); outra, composta pelos ossos
das extremidades superior e inferior, e as cinturas que ancoram estas
extremidades
ao
esqueleto
axial,
constituindo
o
esqueleto
apendicular(aproximadamente 126 ossos). A união entre estas duas porções
se faz por meio de cinturas: escapular (ou torácica), constituída pela escápula e
clavícula e pélvica constituída pelos ossos do quadril.
As Funções do Esqueleto são:
-
-
Proteção de órgãos internos de eventuais choques ou lesões: a
caixa craniana protege o encéfalo; a caixa torácica protege o coração e
os pulmões; a espinha dorsal protege o a medula espinhal e etc.
Sustentação e conformação do corpo: servem de apoio aos órgãos.
Suporte flexível de um complexo sistema de alavancas: que
movimentadas pelos músculos permitem os deslocamentos do corpo, no
todo ou em parte.
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-
-
Local de produção de certas células do sangue: no interior dos ossos
são produzidas as células sanguíneas (glóbulos vermelhos e brancos) e
as plaquetas, que são elementos importantes do sangue. Hemoptise é a
produção de todos os três tipos de células sanguíneas, eritrócitos
(glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e trombócitos
(plaquetas). Eritropoiese refere-se especificamente a produção de
eritrócitos.
Armazenamento de minerais: nos ossos são armazenados sais
minerais como cálcio, potássio, magnésio e etc.
CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS
Quanto a sua Posição Topográfica
Há várias maneiras de classificar os ossos. Uma delas é classificálos por sua posição topográfica, reconhecendo-se:
-
Ossos axiais (ou esqueleto axial): são formados pelo crânio, esterno,
costelas, caixa torácica, coluna vertebral e osso hióide.
Ossos apendiculares (ou esqueleto apendicular): são formados por
estruturas ósseas em torno das quais os membros (inclusive mãos e
pés) e suas cinturas são fixadas.
Quanto à Forma dos Ossos
Esta é a classificação mais difundida
leva em consideração a forma dos ossos,
classificando-os segundo a relação entre suas
dimensões lineares (comprimento, largura ou
espessura), em ossos longos, curtos, laminares e
irregulares.
Ossos longos:
Seu comprimento é consideravelmente
maior que a largura e a espessura. Consiste em
um corpo ou diáfise e duas extremidades ou epífises. A
diáfise apresenta, em seu interior, uma cavidade, o canal
medular, que aloja a medula óssea. Exemplos típicos
são os ossos do esqueleto apendicular: fêmur, úmero,
rádio, ulna, tíbia, fíbula, falanges.
Ossos laminares:
Seu comprimento e sua largura são
equivalentes, predominando sobre a espessura. Ossos
do crânio, como o parietal, frontal, occipital e outros
como a escápula e o osso do quadril, são exemplos bem
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demonstrativos. São também chamados (impropriamente) de ossos planos ou
chatos.
Ossos curtos:
Apresenta equivalência das três
dimensões. São encontrados nas mãos e nos pés
em grupos, os ossos do carpo e do tarso são
excelentes exemplos.
Ossos irregulares:
Apresent
a uma morfologia
complexa não encontrando correspondência em
formas geométricas conhecidas. As vértebras e
osso temporal são exemplos marcantes
Estas quatro categorias são as
categorias principais de se classificar um osso
quanto à sua forma. Elas, contudo, podem ser
complementadas por duas outras:
Ossos pneumáticos:
Apresenta uma ou mais cavidades, de
volume variável, revestidas de mucosa e
contendo ar. Estas cavidades recebem o nome
de sinus ou seio. Os ossos pneumáticos estão
situados no crânio: frontal, maxilar, temporal,
etmóide e esfenóide;
Ossos sesamóides:
Que se desenvolve na substância de certos tendões ou da cápsula
fibrosa que envolve certas articulações. os primeiros
são chamados intratendíneos e os segundos
periarticulares. A patela é um exemplo típico de osso
sesamóide intratendíneo.
Ossos Alongados:
São ossos longos, porém achatados e não
apresentam canal central. Exemplo: Costelas.
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Ossos Suturais:
São pequenos ossos localizados
dentro de articulações, chamadas de suturas,
entre alguns ossos do crânio. Seu número varia
muito de pessoa para pessoa.
Assim, estas duas categorias adjetivam as quatro
principais: o osso frontal, por exemplo, é um osso
laminar, mas também pneumático; o maxilar é
irregular, mas também pneumático, a patela é um
osso curto, mas é, também um sesamóide (por
sinal, o maior sesamóide do corpo).
ESTRUTURA DOS OSSOS
Os ossos são formados essencialmente pelo tecido ósseo (tecido
conjuntivo duro, com 1,87% de fosfato e cálcio). O estudo microscópico do
tecido ósseo distingue a substância óssea compacta e a esponjosa. Embora os
elementos constituintes sejam os mesmos nos dois tipos de substância óssea,
eles dispõem-se diferentemente conforme o tipo considerado e seu aspecto
macroscópico também diferem. Na substância óssea compacta, as lamínulas
de tecido ósseo encontram-se fortemente unidas umas às outras pelas suas
faces, sem que haja espaço livre interposto. Por esta razão, este tipo é mais
denso e rijo.
Na substância óssea esponjosa as lamínulas ósseas, mais
irregulares em forma e tamanho, se arranjam de forma a deixar entre si
espaços ou lacunas que se comunicam umas com as outras e que, a
semelhança do canal medular, contém medula.
Gênese Óssea
Os ossos se formam no embrião de um esboço constituído por
tecido cartilaginoso e por tecido membranoso que representam o osso primário
e secundário. Com o tempo, tais esboços começam a se ossificar e o processo
de ossificação inicia-se em pontos particulares, os centros de ossificação.
Desses centros o processo se estende.
Por ocasião do nascimento, os ossos estão quase inteiramente no
estado cartilaginoso. A ossificação se processa durante toda a infância e
adolescência e só está completa depois do 24º ano de idade. Então todo o
esqueleto tornou-se ósseo. Nos ossos longos forma-se um centro de
ossificação na diáfise e um em cada epífise; desses três pontos o tecido ósseo
começa a estender-se até que o tecido proveniente de um centro se funde com
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aquele que provém dos outros centros. Nos ossos chatos, o centro de
ossificação é na parte mediana e daqui o processo se irradia para a periferia.
A ossificação se processa de modo diverso conforme o esboço
originário é de natureza cartilaginosa ou membranosa. Nos ossos de origem
cartilaginosa, o processo se inicia na membrana que reveste a cartilagem e que
se chama pericôndrio.
O pericôndrio se transforma pouco a pouco em periósteo, no qual se
distinguem células particulares, os osteoblastos, que estão encarregadas de
produzir o osso: revestem eles a cartilagem formando um fino estrato ósseo
(lâmina fundamental) e, multiplicando-se, dão origem a uma nova substância
óssea, a qual se acumula primeiramente de modo irregular e depois em
delgadas lâminas ósseas estratificadas de modo bastante regular. Começada
assim a ossificação, ela se estende. Do tecido ósseo apenas formado se
destacam os osteoblastos que emigram para a cartilagem restante; são eles
acompanhados de ramificações de vasos sanguíneos. No território invadido, os
osteoblastos retomam a sua função, formam novo tecido ósseo, até que a
cartilagem esteja inteiramente transformada em osso.
A completa transformação da cartilagem em osso só tem lugar na
idade adulta; até os 20 ou 25 anos ficam sempre, entre a diáfise e as epífises,
uma linha de cartilagem que faz crescer o osso em comprimento. Pode-se
demonstrar que o osso se alonga justamente graças à cartilagem de
conjugação: se inserir uma bolinha de chumbo na epífise (logo além da
cartilagem) e outra na diáfise (apenas um pouco para cá da cartilagem) em um
osso em via de crescimento (por exemplo, em um animal jovem), constatar-seá, radiografando o osso depois de um período de tempo suficiente, que à
distância entre as duas bolinhas aumentou. O mesmo se pode fazer para
demonstrar que o crescimento em espessura é devido ao periósteo. Sempre no
animal jovem, se cerca um osso com um fio metálico, ou então se insere uma
bolinha de chumbo no periósteo. Depois de um certo tempo notar-se-á que o
fio ou a bolinha não estão mais na extrema periferia do osso mas no seu
interior: evidentemente, o periósteo, produzindo novo osso pela sua parte
interna, afastou-se perifericamente, enquanto os corpos estranhos ficaram
onde estavam. Nos ossos secundários, derivados não de uma cartilagem mas
de um esboço de tecido membranoso, a ossificação tem lugar assim: as células
embrionárias se transformam em osteoblastos e estes iniciam a sua
proliferação do centro para a periferia, até que se complete a formação do
tecido ósseo.
Estruturas dos Ossos Longos
A diáfise é formada por tecido ósseo compacto e é percorrido
longitudinalmente por um canal interno, chamado canal medular, ocupado pela
medula. A medula do osso desempenha uma função importantíssima: fabrica
os glóbulos do sangue, sejam os vermelhos ou brancos. As epífises são
formadas por tecido ósseo esponjoso, que, na superfície, é revestido por uma
camada de tecido ósseo compacto. No osso esponjoso, a medula enche as
cavidades formadas pelo interpenetrar-se das trabéculas. Até a idade adulta, a
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diáfise e as epífises são separadas entre si, ou, melhor, estão unidas somente
por um tecido cartilaginoso; é esta a cartilagem de conjugação ou diafisiária
que permite o desenvolvimento do osso em
comprimento, e permanece até que o
indivíduo complete o seu desenvolvimento
esquelético. Depois, constitui a chamada
comissura diafisiária. Os ossos longos estão
presentes, sobretudo nos membros (osso do
braço: úmero; osso da coxa: fêmur).
Periósteo
No vivente e no cadáver o osso se
encontra sempre revestido por delicada
membrana conjuntiva, com exceção das
superfícies articulares. Esta membrana é
denominada periósteo e apresenta dois
folhetos: um superficial e outro profundo, este
em contato direto com a superfície óssea. A
camada profunda é chamada osteogênica pelo
fato de suas células se transformarem em
células ósseas, que são incorporadas à
superfície do osso, promovendo assim o seu
espessamento.
Os ossos são altamente vascularizados. As artérias do periósteo
penetram no osso, irrigando-o e distribuindo-se na medula óssea. Por esta
razão, desprovido do seu periósteo o osso deixa de ser nutrido e morre.
Cartilagem Articular
A cartilagem articular é uma forma de tecido
de suporte firme e resistente, mas não tanto como o
osso. Não tem vasos sangüíneos nem linfáticos e não
recebe nervos. Três tipos são conhecidos - cartilagem
hialina, fibrocartilagem e cartilagem elástica.
A cartilagem hialina:
Tem uma aparência translúcida, brancoazulada. É o tipo de mais larga distribuição e aparece
no modelo cartilagíneo dos ossos em desenvolvimento.
Ela persiste, na vida adulta, como cartilagem articular, nas extremidades dos
ossos; como cartilagens costais, da traquéia, do nariz, septo nasal dos
brônquios e como as maiores cartilagens da laringe. Os representantes nãoarticulares da cartilagem hialina têm tendência a se ossificar mais tarde na
vida.
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A fibrocartilagem:
Consiste em coleções densas de fibras colágenas nas quais está
misturada uma matriz cartilagínea. Ela é menos homogênea que a cartilagem
hialina, porém é mais resistente e mais flexível. Ocorre nos discos
intervertebrais e articulares e nas orlas glenoidais de certas articulações. Está
presente na sínfise púbica e cobre tendões onde estes têm relação com ossos.
A cartilagem elástica:
É atravessada por uma rica rede de fibras elásticas, o que lhe dá,
além de uma aparência amarelada, a capacidade de retornar rapidamente a
sua forma original, quando tracionada ou torcida. A cartilagem elástica ocorre
somente nas partes móveis do ouvido externo, no nariz e na epiglote.
DESCRIÇÃO DAS SUPERFÍCIES
ÓSSEAS
Termos Utilizados
Saliências
Servem para articular os ossos entre si (superfícies articulares) e
para a fixação de músculos, ligamentos, cartilagens e etc. Podemos então
dividi-las em saliências de superfícies de articulação e proeminências não
articulares.
Saliências de superfícies de articulação
Côndilo:
Uma projeção articular grande arredondada. Ex.: Côndilo occipital do
osso occipital.
Cabeça:
Uma extremidade articular proximal proeminente, arredondada. Ex.:
Cabeça do Fêmur.
Face:
Uma superfície articular achatada ou pouco profunda. Ex.: Face
costal de uma vértebra.
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Saliências de proeminências não articulares
Processo:
Qualquer proeminência
mastóideo do osso temporal.
acentuada
do
osso.
Ex.:
Processo
Tubérculo:
Um pequeno processo arredondado. Ex. : Tubérculo maior do úmero
.
Tuberosidade:
Um grande processo áspero. Ex. : Tuberosidade da ulna .
Trocanter:
Processo maciço encontrado apenas no fêmur. Ex.: Trocanter maior
do fêmur.
Espinha:
Processo agudo, fino. Ex. : Espinha da escápula .
Crista:
Projeção em aresta estreita. Ex. : Crista ilíaca do osso do quadril.
Epicôndilo:
Projeção acima do côndilo. Ex. : Epicôndilo medial do fêmur .
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35
Depressões
As depressões podem ser articulares ou não e as aberturas, em
geral servem para a passagem de nervos ou vasos.
Fossa:
Uma vala rasa. Ex.: Fossa mandibular do osso temporal.
Sulco:
Goteira que acomoda um vaso, nervo ou tendão. Ex.: Sulco
intertubercular do úmero.
Fissura:
Abertura em fenda estreita. Ex.: Meato acústico do osso temporal.
Alvéolo:
Soquete ou escavação profunda. Ex.: Alvéolos dentários da maxila.
Aberturas
Forame:
Abertura circular que atravessa o osso. Ex.: Forame magno do
occipital.
Seio:
Cavidade ou espaço oco. Ex.: Seio frontal do osso frontal.
Fóvea:
Pequena cavidade ou depressão. Ex.: Fóvea da cabeça do fêmur.
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36
Veja a seguir a localização, segmento, região e o total de ossos do esqueleto.
SEGMENTO
CABEÇA
PESCOÇO
e
REGIÃO
CRÂNIO
FACE
ORELHA
CERVICAL
TRONCO
TORÁCICA
ABDOMINAL
SEGMENTO
MEMBRO
SUPERIOR
MEMBRO
INFERIOR
ESQUELETO AXIAL
OSSO
Frontal
Occipital
Etmóide
Esfenóide
Temporais
Parietais
Vômer
Mandíbula
Conchas
nasais
inferior
Lacrimais
Palatinos
Maxilares
Zigomáticos
Nasais
Martelo
Estribo
Bigorna
Hióide
Vértebras
Esterno
Vértebras
Costelas
Vértebras
Sacro
Cóccix
NÚMERO
01
01
01
01
02
02
01
01
08
02
02
02
02
02
02
02
02
02
01
07
01
12
24
05
01
01
ESQUELETO APENDICULAR
OSSO
Clavícula
Escápula
Úmero
Rádio
Ulna
Mão
Escafóide, Semilunar, Piramidal e
Pisciforme
Trapézio Trapezóide Capitato
Hamato
Metacarpianos
Falange proximal, média e distal
Cintura pélvica
Ilíacos
Coxa
Fêmur
Patela
Perna
Tíbia
Fíbula
Pé
Calcâneo,
Talus,
Navicular,
Cubóide,
Cuneiformes
Metatarsianos
Falanges proximal, média e distal
REGIÃO
Cintura
escapular
Braço
Antebraço
TOTAL
14
06
08
37
07
Número
02
02
02
02
02
08
TOTAL
54
08
10
28
02
02
02
02
02
02 de
cada(10)
10
02
04
04
52
28
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37
OSSOS DA CABEÇA
Na realidade o termo crânio propriamente dito, é comumente
utilizado para identificar a parte que contém o encéfalo (crânio neural), o
restante do crânio (os ossos maxilares, orbitais e as cavidades nasais) forma o
esqueleto facial (crânio visceral).
O crânio ou esqueleto da cabeça é considerado a estrutura mais
complexa do corpo, pois:
-
Abriga e protege o encéfalo (cujo formato é irregular);
Abrigam os órgãos dos sentidos especiais para a visão, audição,
gustação e olfato;
Envolve as aberturas dos tractos digestório e respiratório;
Abriga órgãos responsáveis pela mastigação.
A caixa craniana está constituída por 22 ossos dos quais apenas
um, a mandíbula, é móvel, concentrando-se como o restante do crânio através
da articulação tempero mandibular (ATM), os outros ossos articulam-se entre si
através de junturas praticamente imóveis (suturas).
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38
Ossos do Crânio Neural (8)
-
É o revestimento ósseo do encéfalo e dos seus revestimentos
membranáceos: as meninges cranianas;
Contém partes proximais dos nervos cranianos e a rede vascular do
encéfalo;
Tem um tecto em forma de cúpula, a calvária ou calota craniana e um
assoalho ou base do crânio.
Nos adultos, é formado por uma série de 8 ossos:
o 4 ossos ímpares centralizados na linha mediana: frontal,
etmóide, esfenóide e occipital;
o 2 conjuntos de ossos pares e bilaterais: temporal e parietal.
Frontal:
O osso frontal é um osso
largo ou chato, situado para frente e
para cima e apresenta duas porções:
uma vertical, a escama, e uma
horizontal, os tectos das cavidades
orbitais e nasais.
O frontal articula-se com
doze ossos: esfenóide, etmóide,
parietais (2), nasais (2), maxilares (2),
lacrimais (2) e zigomáticos (2).
Etmóide:
É o osso mais leve do crânio
e consiste predominantemente de
tecido esponjoso. O etmóide é um osso
irregular e é a principal estrutura de
suporte da cavidade nasal e contribui
para a formação das órbitas.
Esfenoide
É um osso irregular, forma a
porção anterior da base do crânio,
articula-se
anteriormente
com
o
etmóide e o frontal, e posteriormente com o
occipital.
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39
Occipital:
É um osso plano que forma a
base
do
crânio,
articula-se
anteriormente com os ossos parietais
formando a sutura lambdóide. A porção
inferior possui uma grande abertura, o
forame magno, por onde passa a
medula espinhal.
Temporal:
Os dois ossos temporais são
irregulares, auxiliam na formação dos
lados e da base do crânio. Cada um
inclui a orelha e forma a fossa para a
articulação da mandíbula.
Parietal:
Os dois ossos parietais
formam os lados e o tecto do crânio e
articulam-se
na
linha
mediana
formando a sutura sagital.
Ossos da Face ou Viscerocrânio (14)
-
É o esqueleto facial formado pelos ossos da face;
É formado por ossos irregulares:
3 ossos ímpares centralizados na linha mediana: mandíbula, etmóide e
vômer;
6 ossos pares e bilaterais: maxilas, conchas nasais inferiores,
zigomáticos, palatinos, ossos nasais e lacrimais.
As maxilas e mandíbula, são ossos que circundam a boca e abrigam os
dentes.
Mandíbula ou Osso Maxilar Inferior:
É um osso ímpar que contém
a arcada dentária inferior. Consiste de
uma porção horizontal, o corpo, e duas
porções perpendiculares, os ramos,
que se unem ao corpo em um ângulo
quase reto.
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40
Vômer:
É um osso ímpar. Forma
as porções posteriores e inferiores do
septo nasal. O osso vômer articula-se
com 6 ossos: esfenóide, etmóide,
maxilares (2) e palatinos (2).
Maxila:
É um osso plano e irregular.
Forma quatro cavidades: o tecto da cavidade bucal, o soalho e a parede lateral
do nariz, o soalho da órbita e o seio maxilar, Cada osso apresenta um corpo e
quatro processos.
Conchas Nasais Inferiores:
As duas conchas nasais inferiores, são ossos independentes que se
localizam, um em cada cavidade nasal, na porção lateral.
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41
Zigomáticos:
Estes dois ossos formam a
proeminência das maças do rosto,
localizam-se
sobre
as
maxilas,
articulando-se com os seus processos
zigomáticos.
Palatinos:
Os ossos palatinos formam o
tecto da boca, o palato duro. Parte dos
ossos palatinos estende-se para cima e
auxilia na formação da parede externa
da cavidade nasal.
Nasais:
Os dois ossos nasais
articulam-se para formar a ponte do
nariz. Superiormente, esses ossos
achatados articulam-se com o osso
frontal e constituem uma pequena
porção do tecto da cavidade nasal.
Lacrimais:
Os dois ossos lacrimais compõem
parte da órbita no ângulo interno do olho.
Esses ossos dispõem-se imediatamente atrás
do processo frontal da maxila.
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42
Suturas do Crânio
A região superior do crânio é
designada por cúpula do crânio e é
atravessada por três suturas (ligações que
não permitem mobilidade):
1 – Sutura Coronal – separa o osso frontal
dos parietais.
2 – Sutura Sagital – separa os dois ossos
parietais (linha sagital mediana).
3 – Sutura Lambdóide – separa os ossos
parietais do osso occipital.
O ponto de encontro das suturas coronal e
sagital é designado de Bregma.
O ponto de encontro das suturas sagital e
lambdóide é chamado de Lambda.
O Osso Hióide
-
-
-
-
Este osso não possui
articulação;
É suspenso a partir do
processo estilóide do osso
temporal
por
dois
ligamentos estilóideos;
Externamente,
a
sua
posição, é observada no
pescoço, entre a mandíbula
e a laringe;
Tem
uma
forma
semelhante a ferradura
com
duas
projecções
laterais;
O osso hióide funciona
como suporte para a língua.
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43
COLUNA VERTEBRAL
Constituição da Coluna Vertebral
A coluna vertebral,
também chamada de espinha
dorsal, estende-se do crânio
até a pelve. Ela é responsável
por dois quintos do peso
corporal total e é composta
por tecido conjuntivo e por
uma
série
de
ossos,
chamados vértebras, as quais
estão sobrepostas em forma
de uma coluna, daí o termo
coluna vertebral. A coluna
vertebral é constituída por 24
vértebras + sacro + cóccix e
constitui, junto com a cabeça,
esterno
e
costelas,
o
esqueleto axial.
Superiormente, se articula com o osso
inferiormente, articula-se com o osso do quadril ( Ilíaco ).
occipital
(crânio);
A coluna vertebral é dividida em quatro regiões: Cervical, Torácica,
Lombar e Sacro-Coccígea.
São 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e
cerca de 4 coccígeas.
Curvaturas da Coluna Vertebral
Numa vista lateral, a
coluna apresenta várias curvaturas
consideradas fisiológicas.
São
elas:
cervical
(convexa ventralmente - LORDOSE),
torácica (côncava ventralmente CIFOSE),
lombar
(convexa
ventralmente - LORDOSE) e pélvica
(côncava ventralmente - CIFOSE).
Quando uma destas curvaturas está
aumentada,
chamamos
de
HIPERCIFOSE (Região dorsal e
pélvica)
ou
HIPERLORDOSE
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44
(Região cervical e lombar).
Numa vista anterior ou posterior, a coluna vertebral não apresenta
nenhuma curvatura. Quando ocorre alguma curvatura neste plano chamamos
de ESCOLIOSE.
Funções da Coluna Vertebral
-
Protege a medula espinhal e os nervos espinhais;
Suporta o peso do corpo;
Fornece um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e um pivô
para a cabeça;
Exerce um papel importante na postura e locomoção;
Serve de ponto de fixação para as costelas, a cintura pélvica e os
músculos do dorso;
Proporciona flexibilidade para o corpo, podendo fletir-se para frente,
para trás e para os lados e ainda girar sobre seu eixo maior.
Características dos Ossos da Coluna Vertebral
As vértebras podem ser estudadas
características gerais, regionais e individuais.
sobre
três
aspectos:
Características Gerais
São encontradas em quase todas as vértebras (com excessão da 1ª
e da 2ª vértebras cervicais) e servem como meio de diferenciação destas com
os demais ossos do esqueleto.
Todas as vértebras apresentam 7 elementos básicos:
1. Corpo: É a maior parte da vértebra.
É único e mediano e está voltado para
frente é representado por um segmento
cilindro, apresentando uma face
superior e outra inferior. FUNÇÃO:
Sustentação.
2. Processo Espinhoso: É a parte do
arco ósseo que se situa medialmente e
posteriormente.
FUNÇÃO:
Movimentação.
3. Processo Transverso: São 2 prolongamento laterais, direito e esquerdo,
que se projetam transversalmente de cada lado do ponto de união do pedículo
com a lâmina. FUNÇÃO: Movimentação.
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45
4.
Processos
Articulares: São em
número de quatro,
dois superiores e dois
inferiores.
São
saliências que se
destinam
à
articulação
das
vértebras entre si.
FUNÇÃO: Obstrução.
5. Lâminas: São
duas lâminas, uma
direita e outra esquerda, que ligam o processo espinhoso ao processo
transverso. FUNÇÃO: Proteção.
6. Pedículos: São partes mais estreitadas, que ligam o processo transverso ao
corpo vertebral. FUNÇÃO: Proteção.
7. Forame Vertebral: Situado posteriormente ao corpo e limitado lateral e
posteriormente pelo arco ósseo. FUNÇÃO: Proteção
Vértebras Cervicais
Possuem um
corpo pequeno exceto a
primeira e a segunda
vértebra.
Em
geral
apresentam
processo
espinhal
bífido
e
horizontalizado e seus
processo
transversos
possuem
forames
transversos (passagem
de artérias e veias
vertebrais).
Atlas:
A principal diferenciação desta para as outras vértebras é de não
possuir corpo.
Além disso, esta vértebra apresenta outras estruturas:
-
Arco Anterior - forma cerca de 1/5 do anel.
Tubérculo Anterior
Fóvea Dental - articula-se com o Dente do áxis (processo odontóide)
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46
-
Arco Posterior - forma cerca de 2/5 do anel.
Tubérculo Posterior
Massas Laterais - partes mais volumosas e sólidas do atlas e suportam
o peso da cabeça.
Face Articular Superior - articula-se com os condilos do occipital.
Face Articular Inferior - articula-se com os processos articulares
superiores da 2ª vértebra cervical (Áxis).
Processos Transversos - encontram-se os forames transversos.
Áxis:
É a segunda vértebra cervical. Apresenta um processo ósseo forte
denominado Dente (Processo Odontóide)que localiza-se superiormente e
articula-se com o arco anterior do Atlas.
Vértebras Torácicas
As vértebras torácicas localizam-se inferiormente às vértebras
cervicais e superiormente às vértebras lombares. São em número de doze,
uma para cada uma das doze costelas.
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47
O
que
mais
evidentemente
diferencia
estas vértebras das outras
são as fóveas costais, que
são locais de articulações
sinoviais entre as costelas e
as vértebras. Normalmente
há seis fóveas para cada
vértebra, quatro no corpo
vertebral e duas no processo
transverso. As do processo
transverso articulam-se com
os
tubérculos
costais,
enquanto as do corpo vertebral articulam-se com as cabeças das costelas.
O corpo vertebral dessas
vértebras é maior que o das cervicais,
pois precisa sustentar mais peso,
enquanto o forame vertebral é menor e
mais
arredondado.
O
processo
transverso é mais desenvolvido também,
mas não possui o forame transverso. O
processo espinhoso costuma ser longo,
apontando quase que inferiormente.
Vértebras Lombares
As vértebras lombares são os maiores segmentos da porção móvel
da coluna vertebral, e pode ser diferenciadas pela ausência do forame (orifício)
nos processos transversos, e pela ausência das facetas nas laterais do corpo
da vértebra.
Particularidades: processos mamilares, corpo em forma de rim, forame
vertebral triangular e processo espinhoso quadrangular.
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48
Vértebras Sacrais
São 5, com tamanho decrescente. Durante a infância, são
independentes, mas na idade adulta apresentam-se fundidas, formando o Osso
Sacro.
Entre as vértebras fundidas não existem Discos Intervertebrais (o
último disco fica entre o Sacro e o Cóccix). Tem formato triangular de ápice
inferior
Face pélvica: linhas transversas, forames sacrais ventrais e promontório.
Face dorsal: cristas sacrais mediana, intermédias e laterais, forames sacrais
dorsais, hiato sacral, cornos sacrais, tuberosidade sacral e superfícies
auriculares.
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49
Vértebras Coccígeas
O cóccix (pronuncia-se "có-kcis") é um pequeno osso da parte
inferior da coluna vertebral. É constituído por quatro ou cinco vértebras
coccígeas, soldadas entre si, sendo as inferiores progressivamente menores. A
vértebra superior apresenta uma faceta elíptica que se articula com o sacro.
Atrás desta localizam-se duas saliências verticais denominadas pequenos
cornos do cóccix. De cada lado encontram-se dois prolongamentos
transversais denominados grandes cornos do cóccix.
ESTERNO
O osso esterno, nos seres humanos, é um osso chato, localizado na
parte anterior do tórax, composto de três partes: o manúbrio, o corpo e a
apófise xifóide, ou o processo xifóide.
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50
O esterno serve para sustentação das costelas e da clavícula,
formando a caixa torácica onde ficam protegidos os pulmões, coração e os
grandes vasos (aorta, veia cava, artérias e veias pulmonares). As sete
primeiras costelas, também chamadas de costelas verdadeiras, se unem ao
esterno, as três seguintes, conhecidas como costelas falsas, se juntam para
depois se unirem ao esterno, e as duas últimas costelas, chamadas de
flutuantes, não se unem ao esterno. As costelas na parte posterior do tórax se
prendem as vértebras torácicas. O esterno, bem como toda a caixa torácica e a
musculatura, tem papel fundamental no processo respiratório, através dos
movimentos de inspiração e expiração.
O esterno tem superiormente as incisuras claviculares; onde articula
com as claviculas; e a incisura jugular,e nas bordas laterais incisuras costais,
onde estão fixados as cartilagens costais. É formado superiormente pelo
manubrio, ao centro tem se o corpo do esterno e inferiormente o processo
xifóide, onde se liga o diafragma dentre outros músculos importantes.
COSTELAS
As costelas são ossos
alongados, comparáveis a arcos,
que se estendem da coluna vertebral
até o esterno, ao qual se unem
através das cartilagens costais. No
Homem, há doze de cada lado
(sendo que o número é variável com
a espécie animal). As sete primeiras
articulam-se na frente com o esterno
por meio de uma cartilagem, que
lhes é própria (costelas verdadeiras).
Da oitava à décima costela elas se
unem através de suas cartilagens a
uma cartilagem comum, que se articula com o esterno (costelas falsas). A
décima-primeira e a décima-segunda costela não se articulam com o esterno
(costelas flutuantes).
São formadas por cabeças com duas faces articulares para o
processo transverso, colo, tubérculo, ângulo costal, sulco da costela, face
interna, face externa, margem superior, margem inferior, cartilagens costais.
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51
ESQUELETO APENDICULAR
O esqueleto dos membros superiores e o dos inferiores apresentam
características análogas. Em ambos podemos distinguir três segmentos: o
primeiro formado por um osso único; o segundo, por dois ossos, e o terceiro
por uma série de pequenos ossos; vêm depois os ossos das falanges.
O membro superior é dotado de maior amplitude de movimentos; de
outro lado, os ossos do membro inferior são mais fortes. Isto é evidente
levando em consideração as funções: o membro superior desenvolve
determinadas atividades de trabalho, enquanto o membro inferior tem de
sustentar o peso do corpo. Os membros estão unidos ao corpo mediante um
sistema ósseo que toma o nome de cintura ou de cinta. A cintura superior se
chama cintura torácica ou escapular; a inferior se chama cintura Pélvica. A
primeira sustenta o úmero e com ele todo o braço; a segunda dá apoio ao
fêmur e a toda a perna.
Esqueleto dos Membros Superiores
Os ossos dos membros superiores podem ser divididos em quatro
segmentos:
-
Cintura Escapular - Clavícula e Escápula
Braço - Úmero
Antebraço - Rádio e Ulna
Mão - Ossos da Mão
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52
Cintura Escapular
A cintura torácica ou escapular é formada de dois ossos: a clavícula
e a escápula. Este complexo está unido ao tórax somente mediante a
articulação que a clavícula tem com o esterno. A escápula, por sua vez, está
unida somente com a clavícula e uma vez que o osso do braço (úmero) se une
à omoplata, e somente a esta, entende-se como a espádua e o braço sejam
dotados de movimentos muito amplos.
Clavícula
A clavícula forma a porção ventral da cintura escapular. É um osso
longo curvado como um “S” itálico, situado quase que horizontalmente logo
acima da primeira costela. Articula-se medialmente com o manúbrio do esterno
e lateralmente com o acrômio da escápula. Tem duas extremidades, duas
faces e duas bordas.
A clavícula articula-se com dois ossos: escápula e esterno.
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53
Os principais acidentes ósseos deste osso são os seguintes:
-
Impressão do ligamento costoclavicular (onde a primeira
costela passa pela clavícula. Mais medial)
Sulco do músculo subclávio (mais inferior)
Tubérculo conóide (mais lateral)
Face articular acromial (onde a clavícula articula com o acrômio
da escápula)
Face articular esternal (onde a clavícula articula com o manúbrio
do esterno)
Os principais músculos que se fixam (tanto proximalmente quando
distalmente) na clavícula são:
Originados:
- Músculo peitoral maior
- Músculo esternocleidomastóideo
- Músculo deltóide
Inseridos:
- Músculo subclávio
- Músculo trapézio
A clavícula, junto com o músculo deltóide e o músculo peitoral maior,
dá forma ao trígono clavipeitoral, onde pode ser apalpado o processo coracóide
da escápula.
Escápula
É um osso par, chato bem
fino podendo ser translúcido em certos
pontos. Forma a parte dorsal da cintura
escapular. Tem a forma triangular
apresentando duas faces, três bordas e
três ângulos.
No plano coronal ou frontal,
tem formato triangular, e possui três
ângulos(ângulo inferior, ângulo lateral e
ângulo superior), duas faces (anterior e
posterior) e três bordos (superior,
interno e externo).
Na sua face posterior, encontra-se a espinha da escápula, que pode
ser facilmente apalpada, e que termina numa apófise volumosa, o acrômio, em
cujo bordo interno apresenta uma faceta articular para a clavícula. Possui
também um processo coracóide, que tem o formato de um dedo fletido, e
localiza-se inferior ao acrômio, e que serve para inserção muscular; o processo
coracóide pode ser apalpado no trígono clavipeitoral.
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54
O ângulo externo da escápula
apresenta a cavidade glenoideia, localizada
póstero-lateralmente, que se articula com a
cabeça do úmero. Há também uma incisura
escapular e três fossas: subescapular (localiza-se
em
posição
inferior
nos
quadrúpedes),
infraespinhal e supraespinhal.
Os principais músculos que inserem
(distal ou proximalmente) na escápula são:
-
Músculo peitoral menor (processo
coracóide)
Músculo subescapular (fossa supescapular)
Músculo infraespinhal e músculo supraespinhal
Músculo rombóide maior e músculo rombóide menor (borda
medial posterior)
Músculo serrátil anterior (borda lateral anterior)
Músculo redondo maior e músculo redondo menor (borda lateral
posterior)
Músculo levantador da escápula (borda superior posterior)
Músculo bíceps braquial
Músculo coracobraquial
Espinha da Escápula:
A espinha escapular em sua face dorsal termina no achatado
acrômio. Acima da espinha fica a fossa supraespinhal, e abaixo, a fossa
infraespinhal. O processo coracóide da escápula assemelha-se, na forma, a um
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55
dedo curvado; projeta-se para a frente, por baixo da clavícula e na direção da
cabeça do úmero.
A superfície articular do acrômio recebe a clavícula, e a do ângulo
lateral (a glenóide), recebe a cabeça do úmero.
Braço
É o primeiro segmento livre do membro superior, estende-se do
ombro ao cotovelo, é formado por apenas um osso, o úmero.
Úmero
Forma a parte superior do braço, é um osso longo e o maior do
membro superior, constituído por um corpo e extremidades proximal e distal,
que se articula superiormente com a cavidade glenóidea da escápula, e
inferiormente com os ossos do antebraço, rádio e ulna, no cotovelo.
O lado ao qual o úmero pertence pode ser determinado colocandose o osso com sua extremidade arredondada para cima e os tubérculos,
separados por um sulco, olhado anteriormente. A cabeça está dirigida, então,
medialmente.
Características Anatômicas
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56
Epífises
Como em todo osso longo as epífises são extremidades dilatadas e
arredondadas do osso, uma superior ou proximal e outra inferior ou distal.
Extremidade Proximal
E constituída pela cabeça, colo anatômico, tubérculos maior e
menor, que estão separados um do outro pelo sulco intertubercular.
-
-
-
-
Cabeça do úmero: é a superfície articular lisa e arredondada,
pouco menor do que meia esfera, que se articula com a cavidade
glenóidea da escápula. Está voltada superior, medial e
posteriormente, ou seja, se orienta medialmente, para cima e para
trás.
Colo anatômico: é um sulco anular localizado na porção
superior, medial e posterior a cabeça do úmero, cuja função e
separa a cabeça do restante da extremidade proximal.
Tubérculo
maior
(Anterolateral):
projeta-se
lateralmente, além do acrômio, está coberto pelo músculo
deltóide, responsável pelo contorno arredondado, normal do
ombro.
Tubérculo menor (Antero- medial): forma a parte mais
anterior da extremidade proximal do úmero.
Sulco intertubercular ou bicipital: separa os tubérculos
maior e menor é cilindroide, achatando-se no sentido ântero posterior, à medida que se aproxima da extremidade distai
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57
Extremidade Distal
Curva-se anteriormente é constituído por epicôndilos e côndilos.
Epicôndilos:
São pequenas saliências desprovidas de cartilagem, uma medial e
outra lateral.
-
-
Epicôndilo medial: aponta, mais ou menos, para a
mesma direção da cabeça do úmero. É rugoso na frente e dá
origem aos músculos flexores do antebraço, o sulco para o nervo
ulnar na fase posterior do epicôndilo medial, é muito vulnerável a
choque.
Epicôndilo lateral: dá origem aos músculos supinador,
extensores do antebraço e ancôneo.
Côndilos:
São as saliências revestidas de cartilagem, que inclui a tróclea, o
capítulo, anteriormente as fossa coronóide e radial e posteriormente do
epicôndilo.
-
-
Tróclea: é um relevo de superfície articular da porção
medial, em forma de polia ou carretel, que se articula com a ulna.
Tem direção espiral da face anterior para a posterior. Sua borda
medial projeta-se mais que a lateral de modo que seu eixo maior
é obliquo em relação ao do corpo, mais medial (se articula com a
ulna).
Capítulo: é o relevo da superfície articular da porção
lateral, que se articula com a cabeça do rádio .
Fossa coronoídea: localiza-se anteriormente, superior a
tróclea.
Fossa radial: é a mais rasa, está situada anteriormente
acima do capítulo.
Anatomia Aplicada a Educação Física I
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58
-
Fossa do olécrano: posteriormente, superior a tróclea e
a mais larga e profunda.
Diáfise ou Corpo do Úmero
É a região central, compreendida entre as extremidades proximal e
distai do úmero, seu aspecto é cilíndrico em cima e prismático em baixo, é
retorcido, longo e com linhas que dão inserção aos músculos do braço e do
tórax.
Bordas:
-
-
Anterior: é continuada para cima pela crista do tubérculo
maior e para baixo, pela crista que separa a tróclea do capítulo.
Medial: é continuada, em cima, pela crista do tubérculo
menor e, embaixo, pela crista supracondilar medial, um ou mais
forames nutridos, localizados próximo ou nesta borda, prolongase em canais dirigidos distalmente.
Lateral: apagada superiormente, continua-se para baixo
com a crista supracondilar lateral.
Faces:
-
-
Ântero - lateral: apresenta próximo ao seu meio, uma
grande área áspera, a tuberosidade deltóidea, destinada à
inserção do m. deltóide.
Ântero - medial: é a parte mais superior e forma o
assoalho rugoso do sulco intertubercular; o resto da face é lisa.
Face posterior: com direção oblíqua, descendente e
lateral, observamos o sulco para o nervo radial, largo e mal
definido.
Antebraço
Em anatomia, chama-se antebraço à parte da extremidade superior
ou membro superior do homem situada entre o cotovelo e o carpo (ou punho).
O antebraço é formado
pelos ossos ulna e rádio, ligados por
uma membrana interóssea. Para além
de se articular com o cotovelo, o
antebraço tem dois movimentos
próprios, a pronação e a supinação e,
por essa razão, tem músculos
específicos para esses movimentos,
para além de albergar os músculos
flexores e extensores dos dedos. O
movimento em relação ao cotovelo é
realizado pelo músculo braquiorradial.
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59
Rádio
É o osso lateral do antebraço. É o mais curto dos dois ossos do
antebraço. Articula-se proximalmente com o úmero e a ulna e distalmente com
os ossos do carpo e a ulna. Apresenta duas epífises e uma diáfise.
Corpo:
Possui bordas anterior, posterior e interóssea (será inserido a
membrana interóssea) que irão delimitar as faces (anterior,posterior e lateral)
do corpo do rádio.È muito extenso e muito duro.
Extremidade Distal:
-
Na sua face lateral se localiza o processo estilóide que é palpável
in vivo.
No término da borda interóssea aparece a incisura ulnar.
Na parte lateral do processo estilóide há a face articular carpal.
Extremidade Proximal:
-
Possui cabeça, colo e tuberosidade..
A sua cabeça articula-se com o capítulo do úmero.
A tuberosidade do rádio se localiza na superfície anterior abaixo
do colo.
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60
Ulna
É o osso medial do antebraço. Articula-se proximalmente com o
úmero e o rádio e distalmente apenas com o rádio. É um osso longo que
apresenta duas epífises e uma diáfise.
Seus principais acidentes ósseos são:
Parte Proximal:
-
Olécrano (onde o tríceps insere, vulgo "cotovelo")
Incisura troclear
Processo coronóide
Incisura radial (lateral ao processo coronóide, onde a cabeça do
rádio articula-se)
Tuberosidade ulnar (imediatamente inferior ao processo
coronóide)
Parte Distal:
-
Cabeça (a bolinha que é facilmente visível quando o antebraço
está pronado)
Processo estilóide (menor que o do rádio, porém ainda visível
quando há supinação)
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61
Mão
A mão se divide em: carpo, metacarpo e falanges.
Ossos do Carpo
São oito ossos distribuídos em duas fileiras: proximal e distal.
-
Fileira Proximal: Escáfoide, Semilunar, Piramidal e Pisiforme
Fileira Distal: Trapézio, Trapezóide, Capitato e Hamato
Ossos do Metacarpo
É constituído por 5 ossos metacarpianos que são numerados no
sentido látero-medial em I, II, III, IV e V e correspondem aos dedos da mão.
Considerados ossos longos, apresentam uma epífise proximal que é a base,
uma diáfise (corpo) e uma epífise distal que é a cabeça.
Ossos dos Dedos da Mão
Apresentam 14 falanges:
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62
Do 2º ao 5º dedos:
-
1ª falange (Proximal)
2ª falange (Média)
3ª falange (Distal)
Polegar:
-
1ª falange (Proximal)
2ª falange (Distal)
Esqueleto dos Membros Inferiores
O membro inferior, no homem, é
o órgão especializado para a locomoção,
sustentação de peso e manutenção do
equilíbrio, ao estudo do esqueleto do
membro inferior incluímos, os ossos da
cintura pélvica, pois estas servem de
inserção para vários músculos da coxa.
A base do esqueleto do membro
inferior é formado pelos dois ossos do
quadril, que são unidos pela sínfise púbica e
pelo sacro. O cíngulo do membro inferior e
o sacro juntos formam a PELVE ÓSSEA.
Os ossos dos membros inferiores
podem ser divididos em quatro segmentos:
-
Cintura Pélvica - Ilíaco (Osso do Quadril)
Coxa - Fêmur e Patela
Perna - Tíbia e Fíbula
Pé - Ossos do Pé
Cintura Pélvica (ou Quadril)
Tem uma estrutura complexa e sua formação envolve três ossos
Ilíaco (parte postero-superior), Isquio (parte posterior) e Púbis (parte ânteroinferior), que se unem na região onde mais se faz sentir o peso suportado pelo
osso do quadril (centro do acetábulo), o qual liga o membro inferior a cintura
pélvica. Anteriormente o osso do quadril se une através da sinfise púbica e
posteriormente com o sacro.
Obs.: Pelve e o termo geral dado pata o conjunto de ossos formados pelos dois
ossos do quadril e pelo sacro.
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63
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64
Funções do Osso do Quadril
-
Movimento: participa das articulações com o sacro e o fêmur;
Defesa: protege os órgãos pélvicos;
Sustentação: transmite aos membros inferiores o peso de todos
os segmentos do corpo situados acima dele.
Coxa (Fêmur)
Estende-se do quadril ao joelho, é formada pelo fêmur. O Fêmur é o
maior osso do corpo humano, e classificado como osso longo, apresentando,
portanto duas epífises, proximal e distal, e um corpo, ou diáfise.
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65
Características Anatômicas do Fêmur
Extremidade Proximal:
-
-
Corpo:
-
Cabeça: é esferóide e de superfície lisa e encaixa-se
perfeitamente no acetábulo.
Fóvea: pequena depressão ovóide, próximo ao centro da cabeça
pata a inserção do ligamento da cabeça do fémur .
Colo: processo piramidal de osso que liga a cabeça ao corpo e
situado quase em ângulo reto com a diáfise. O colo possui bordas
superior e inferior e faces anterior e posterior
Trocânter maior: eminência cônica que se projeta
posteriormente da base do colo em direção medial.
Trocânter menor: eminência cônica que se projeta
posteriormente da base de colo em direção medial.
Fossa trocantérica: depressão profunda na fase proeminente
que liga o trocânter maior.
Crista intertrocantérica: crista óssea proeminente que liga o
trocânter maior ao trocânter menor na face posterior do fêmur.
Linha intertrocantérica: linha saliente que liga o trocânter maior
ao trocânter menor pela face anterior.
Linha áspera:
Face anterior:
Face lateral:
Face medial:
Extremidade Distal:
-
Côndilos medial e lateral:
Face patelar:
Fossa intercondílar:
Tubérculo adutor:
Epicôndilos medial e lateral :
Joelho (Patela)
A patela é um osso pequeno e triangular, localizado anteriormente à
articulação do joelho. É um osso sesamóide. É dividida em: base (larga e
superior) e ápice (pontiaguda e inferior). Articula-se somente com o fêmur.
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66
-
Face Anterior: É convexa
Face Posterior: Apresenta uma área articular lisa e oval
Borda Proximal: é espessa e pode ser chamada de BASE
Borda Medial: é fina e converge distalmente
Borda Lateral: é fina e converge distalmente
A patela articula-se com o fêmur.
Tíbia
Exceto pelo fêmur, a tíbia é o maior osso no corpo que suporta peso.
Está localizada no lado ântero-medial da perna. Apresenta duas epífises e uma
diáfise. Articula-se proximalmente com o fêmur e a fíbula e distalmente com o
tálus e a fíbula.
Epífise Proximal:
-
Côndilo Lateral - eminência que articula com o côndilo lateral do
fêmur
Côndilo Medial - eminência que articula com o côndilo medial do
fêmur
Eminência Intercondilar - localiza-se entre os dois côndilos
Tuberosidade da Tíbia - grande elevação oblonga que se insere o
ligamento patelar
Fóvea Fibular - local da tíbia que articula com a fíbula (lateral à
tuberosidade da tíbia)
Epífise Distal:
-
Maléolo Medial - processo piramidal
Fossa para o Tálus - articula-se com o tálus
Incisura Fibular - local de articulação com a fíbula
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67
Corpo:
-
Borda Anterior - crista (mais proeminente)
Borda Medial - lisa e arredondada
Borda Lateral - crista interóssea (fina e proeminente)
Face Posterior - apresenta a linha do músculo sóleo
Face Lateral - mais estreita que a medial
Face Medial - lisa, convexa e larga
A tíbia articula-se com três ossos: fêmur, fíbula e tálus.
Fíbula
A fina fíbula situa-se póstero-lateralmente à tíbia e serve
principalmente para fixação de músculos. Não possui função de sustentação de
peso. Articula-se com a tíbia (proximalmente e distalmente) e o tálus
distalmente.
Epífise Proximal:
-
Cabeça da Fíbula - forma irregular
Face Articular para a Tíbia - face plana que articula-se com o
côndilo lateral da tíbia
Epífise Distal:
-
Maléolo Lateralexpanção distal da fíbula
Face Articular para o Tálus
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68
Corpo (Diáfise):
-
Borda Anterior - espessa e áspera
Borda Interóssea - crista interóssea
Borda Posterior - inicia no ápice e termina na borda posterior do
maléolo lateral
Face Medial - estreita e plana. Constitui o intervalo entre as
bordas anterior e interóssea
Face Lateral - é convexa e localiza-se entre as bordas anterior e
posterior
Face Posterior - entre as bordas posterior e interóssea
A fíbula articula-se com dois ossos: tíbia e tálus.
Ossos do Pé
O pé se divide em: tarso, metatarso e falanges.
Ossos do Tarso
São em número de 7 divididos em duas fileiras: proximal e distal.
-
Fileira Proximal: Calcâneo (túber do calcâneo) e Tálus (tróclea)
Fileira Distal: Navicular, Cubóide, Cuneiforme Medial,
Cuneiforme Intermédio (Médio) e Cuneiforme Lateral
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69
Metatarso
É contituído por 5 ossos metatarsianos que são numerados no
sentido medial para lateral em I, II, III, IV e V e correspondem aos dedos do pé,
sendo o I denominado hálux e o V mínimo. Considerados ossos longos.
Apresentam uma epífise proximal que é a base e uma epífise distal que é a
cabeça.
Dedos do Pé
Apresentam 14 falanges:
Do 2º ao 5º dedos:
- 1ª falange (Proximal)
- 2ª falange (Média)
- 3ª falange (Distal)
Hálux:
- 1ª falange (Proximal)
- 2ª falange (Distal)
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70
UNIDADE III: INTRODUÇÃO A
ARTROLOGIA OU
SINDESMOLOGIA
Com esta unidade pretende-se descrever, classificar e exemplificar
as articulações do corpo humano, bem como elucidar com desenhos e
gravuras todos os tipos de articulações encontradas no corpo humano, de uma
forma simples e que possa ser aplicada aos professores de Educação Física.
Competências
-
Compreensão da classificação das articulações, eixos, movimentos e a
importância clínica.
Descrição dos principais acidentes dos ossos do esqueleto axial e
apendicular
Objetivos
-
Descrever as funções, as formas, os tipos, as estruturas, as
propriedades e os números dos ossos do corpo humano.
Reconhecer e diferenciar os ossos do esqueleto axial e do apendicular,
e das cinturas escapular e pélvica;
Citar e reconhecer os principais acidentes anatômicos dos ossos do
esqueleto.
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71
CONCEITOS
Ponto de Contato:
Para designar a conexão existente entre quaisquer
partes rígidas do esqueleto, quer sejam ossos, quer
cartilagem, empregamos os termos juntura ou articulação.
Artrologia:
Grego: Arthron = juntura + logus = estudo.
É a parte da Anatomia que estuda as articulações
ou junturas.
Articulações ou Junturas:
As articulações ou junturas
constituem o veículo de união entre
qualquer parte rígida do esqueleto, quer
seja osso quer seja cartilagem, cuja sua
finalidade além do contato é a possibilidade
de movimento.
De maneira simples podemos
dizer que articulação é a reunião de dois ou
mais
ossos,
que
permite
realizar
movimentos, sustentar ou proteger os
órgãos, ou que, são uniões funcionais entre
os diferentes tipos de ossos do esqueleto.
FUNÇÕES DAS ARTICULAÇÕES
-
-
Movimentos: as articulações permitem a livre movimentação do
corpo.
Plasticidade: acomoda o corpo a determinados tipos de postura,
como o aperto de mãos e decúbitos.
Manutenção da postura corpórea;
Proteção dos órgãos;
Crescimentos em comprimento dos ossos longos: se faz
através dos discos epifisários presente nas epífises dos ossos
longos. (ex: disco epifisário);
Amortecimentos contra choques (ex: meniscos).
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72
CLASSIFICAÇÕES
Quanto à duração
-
Temporárias: a cartilagem é substituída por osso com o passar
do tempo (Ex. Linha epifisiária)
Permanentes: a estrutura articular não é substituída por osso.
(Ex. Articulação do ombro)
Quanto a maneira de fixação aos ossos
-
Continuas: com as peças ósseas intimamente ligadas entre si.
(Ex. Disco intervertebral)
Contiguas: onde existe a presença de uma cavidade articular.
(Ex. Articulação do cotovelo)
Quanto ao número de peças ósseas ou cartilaginosas:
-
Simples: entre duas peças. Ex: Art. Interfalângicas.
Compostas: entre três ou mais peças. Ex: Art. do ombro.
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73
Quanto ao grau de movimento:
-
-
-
Articulações imóveis (Sinartrose): o movimento é praticamente
nulo. A ligação entre os ossos estabelece-se através de bordas e
não por superfícies ósseas. Ex. Ossos do crânio
Articulações semi-móveis(Anfiartroses): são articulação capaz
apenas de movimentação reduzida, e que não dispõe de
cavidade articular nem de membrana sinovial. Ex. Sínfise púbica.
Articulações móveis (Diartroses): são articulações que permite
movimentos extensos, com uma cavidade articular limitada por
extremidades ósseas revestidas por uma cartilagem lisa e pela
membrana sinovial. A união das peças ósseas é assegurada por
uma cápsula articular, por ligamentos capsulares e
extracapsulares.
Quanto a presença da membrana sinovial:
-
Sinoviais: há entre as peças um tecido fibroso ou cartilaginoso
interposto pelo líquido sinovial ou sinóvia. Ex.: Ombro
Adiartroses ou assinoviais: Não possui liquido ou membrana
sinovial. Ex.: às articulações dos ossos do crânio e da face.
Quanto aos elementos que se interpõe entre as peças:
-
Fibrosas: há entre as peças tecido conjuntivo fibroso. Ex.:
Articulações do Crânio
Cartilaginosas: há cartilagem entre as peças (tecido fibro
cartilaginoso do tipo hialina). Ex.: Sínfise Púbica
Sinoviais: há entre as peças um tecido fibroso ou cartilaginoso
interposto pelo líquido sinovial ou sinóvia. Ex.: Ombro
Correspondência:
Fibrosa
Cartilaginosa
Sinovial
Sinartrose
Anfiartrose
Diartrose
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74
JUNTURAS FIBROSAS (SINARTROSES ou ART.
IMÓVEIS)
Sinartrose (do grego syn, junto, unido e artron, articulação) são
articulações fixas sem mobilidade, nas quais os elementos que se interpõe às
peças que se articulam, é o tecido conjuntivo fibroso. Nesse tipo de juntura as
superfícies tornam-se quase contínuas. No caso dos ossos do crânio esse
tecido é calcificado.
Tipos
São três os tipos de articulações fibrosas:
-
Suturas;
Sindesmoses;
Gonfoses.
Suturas
Nas suturas as extremidades dos ossos têm interdigitações ou
sulcos, que os mantêm íntima e firmemente unidos. Conseqüentemente, as
fibras de conexão são muito curtas preenchendo uma pequena fenda entre os
ossos. Este tipo de articulação é encontrado somente entre os ossos planos do
crânio. Na maturidade, as fibras da sutura começam a ser substituídas
completamente, os de ambos os lados da sutura tornam-se firmemente
unidos/fundidos. Esta condição é chamada de sinostose.
As suturas podem ser classificadas em verdadeiras ou falsas.
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75
As suturas verdadeiras (ou sutura vera) ocorrem quando as
margens dos ossos são unidas por uma série de saliências e reentrâncias
encaixadas em conjunto. Entre elas temos:
-
Denteada: forma de dente. Sutura entre os parientais e o
occiptal.
-
Serratil: são serrilhas. Ex: art. fronto-pariental.
-
Limbosa: engrenamento e biselamento. Lâminas encostadas na
parte interna do crânio.
As suturas falsas (ou sutura notha) ocorrem quando a articulação é
formada por uma superfície áspera colocada em oposição com outra. Entre
elas temos:
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76
-
Escamosa: formada pela sobreposição de amplas margens
biseladas de ossos contíguos. Ex: Art. Temporopariental.
-
Plana: onde há simples aposição de superfícies rugosas
continuas. Ex: juntura dos ossos nasais.
-
Esquindilese: nota-se na articulação da crista do esfenóide
com o vômer.
Sindesmoses
É a formação de articulação na qual dois ossos estão unidos por
ligamentos interósseos, não há movimento, é encontrada na Art. Tíbio-fibular
distal e na Art. Costo-esternal.
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77
Gonfose
Também chamada de articulação em
cavilha, é uma articulação fibrosa especializada
restrita à fixação dos dentes nas cavidades
alveolares na mandíbula e maxilas. O colágeno do
periodonto une o cemento dentário com o osso
alveolar. A gonfose é a articulação por inserção de
um processo cônico em uma cavidade. Ex: art. Das
raízes dos dentes com os alvéolos da mandíbula e
da maxila.
JUNTURAS CARTILAGINOSAS
São articulações que apresentam uma relativa mobilidade, sendo
consideradas semimóveis, o tecido que une os dois ou mais ossos é
fibrocartilaginoso, elas também são chamadas de anfiartroses.
Tipos
Sincondroses
Os ossos de uma articulação do tipo sincondrose estão unidos por
uma cartilagem hialina. Muitas sincondroses são articulações temporárias, com
a cartilagem sendo substituída por osso com o passar do tempo (isso ocorre
em ossos longos e entre alguns ossos do crânio). As articulações entre as dez
primeiras costelas e as cartilagens costais são sincondroses permanentes.
Sincondroses Cranianas:
-
Esfeno-etmoidal
Esfeno-petrosa
Intra-occipital anterior
Intra-occipital posterior
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78
Sincondroses Pós-cranianas:
-
Epifisiodiafisárias
Epifisiocorporal
Intra-epifisária
Esternais
Manúbrio-esternal
Xifoesternal
Sacrais
Fontanelas
Vulgarmente chamada de muleira. São solturas fibrosas, com
grande quantidade de tecido conjuntivo fibrosos, encontradas nos ossos do
crânio, que permitem a mudança da forma do crânio durante o parto.
Sínfises
É encontrada entre os ossos
púbicos (sínfise púbica) e entre as
vértebras (disco vertebral). A chamada
sínfise pubiana, de particular importância
no esqueleto feminino, onde durante a
gestação mediante a secreção de um
hormônio (relaxina), ocorre a diminuição
da consistência do tecido fibroso, que
então se relaxa, e os ossos da bacia
ficam mais móveis, e é por isso que a
gestante apresenta um certo desequilíbrio na locomoção e maior facilidade
para quedas.
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79
O relaxamento da articulação pubiana, que separa um pouco os dois
ossos púbis, é participante essencial do trabalho de parto: graças a ele, alargase a fenda para a passagem do feto.
JUNTURAS SINOVIAIS
Permitem a realização de
movimentos amplos, pois os pontos
móveis dos ossos são revestidos pela
cápsula articular, cuja lubrificação se
faz através do líquido sinovial, que se
coloca entre a cápsula articular e a
cavidade articular. As superfícies
ósseas que articulam são recobertas
por uma camada de cartilagem hialina,
que recebe o nome de cartilagem
articular, esta camada tem a função de
diminuir o atrito pelo movimento de um osso sobre o outro, onde esta união,
pode ser dividida completa ou incompletamente por discos ou meniscos.
Componentes Essenciais:
-
-
-
Cápsula Articular: é uma membrana conjuntiva que envolve a
juntura sinovial como um manguito, apresentando duas porções
uma externa formada por uma membrana fibrosa, rica em
colageno e reforçada pelos ligamentos capsulares e outra interna
formada pela membrana sinovial que é abundantemente
vascularizada e inervada, sendo encarregada da produção do
líquido sinovial ou sinovia.
Cavidade Articular (espaço): de acordo com WEINECK (1990,
45), na realidade, não existe esta "cavidade" senão apenas uma
fenda capilar, ou um espaço compreendido entre duas superfícies
articulares, onde se encontra o líquido sinovial, aonde em virtude
da pressão negativa existente entre as extremidades articulares,
respectivamente, da tração exercida pelos músculos que passam
por cima da articulação.
Líquido Sinovial: é produzido pela membrana sinovial, cuja
finalidade e lubrificar as articulações moveis, praticamente
eliminando o atrito resultante da movimentação entre os ossos.
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80
-
-
Através deste líquido se dá nutrição da superfície articular. É rica
em ácido hialurônico.
Superfície Articular: revestida pela cartilagem ou tecido
cartilaginoso (hialina), a qual assegura uma superfície de contato
lisa, e, portanto, um mínimo de fricção. Avascular e não inervada.
As superfícies articulares podem ser convexas (os elementos
articulares que apresentam esta forma são chamados de cabeça)
ou côncavas neste caso, falamos em cavidade glenóidea. Esta
pode ter a sua superfície articular aumentada pela presença de
um lábio ao longo da circunferência (lábio glenóideo): a
articulação do ombro e a articulação coxofemoral são exemplos
deste tipo.
Cartilagem Articular: composta pela cartilagem articular hialina
reveste toda a superfície articular dando o aspecto liso, polido e
de cor esbranquiçada é avascular e não possui inervação, tem
como principal função evitar o desgaste do osso na superfície
articular.
Componentes Acessórios:
-
-
-
-
Ligamentos Capsulares: são ligamentos ou feixes fibrosos
destinados a aumentar a resistência da membrana fibrosa da
cápsula articular.
Ligamentos Extra-Capsulares (ou Acessórios): são ligamentos
independentes da cápsula articular que tem importância nos
movimentos de rotação das articulações.
Ligamentos Intra-Capsulares: são ligamentos encontrados
dentro da cápsula articular.
Meniscos: são infiltrações parciais na articulação provocadas
pelo deposito de substâncias fibrocartiiaginosas, cuja finalidade
são alem de ajustar irregularidades ósseas, ajuda como
amortecedor de tensões.
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81
-
Discos:
também
são
depósitos
de
substâncias
fibrocartilaginosas, porem dividem totalmente a articulação. Ex:
Entre as vértebras da coluna vertebral, entre a clavícula e o
esterno e entre a articulação temporomandibular.
ATENÇÃO: a cápsula articular e os ligamentos têm por finalidade manter a
união entre os ossos e impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam
a amplitude dos movimentos considerados normais.
Classificação das Junturas Sinoviais
Quanto aos eixos de movimento ou classificação
funcional:
-
Anaxiais ou Não axiais: deslizamento;
Monoaxiais: em um eixo;
Biaxiais: em dois eixos;
Triaxiais: em três eixos;
Quanto ao funcionamento:
-
Dependentes: dependem da integridade de outra articulação
para se movimentar.
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82
a. unilaterais.
b. bilaterais.
-
Independentes: independem da integridade de outra articulação
para se movimentar.
Quanto à disposição das superfícies articulares:
-
Concordantes: superfícies ósseas encaixam perfeitamente.
Discordantes: superfícies ósseas não encaixam perfeitamente.
Quanto à forma das superfícies articulares ou
morfologia:
Anaxiais (ou planas)
Sem eixo de movimento, é a que permite menor liberdade de
movimento, restrito apenas ao escorregamento de uma superfície sobre a
outra. Ex: intertársica e processos articulares das vértebras cervicais.
Monoaxiais
Realizam movimentos em torno de um eixo (possui um só grau de
liberdade). Podem ser de dois tipos glinglimo e trocóide.
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83
Gínglimo ou Dobradiça
As articulações ginglimo (ou dobradiça) são junturas, que realizam
apenas os movimentos articulares de flexão e extensão.
Ex: Art. Úmero-UInar e Art. Interfalângica e do tornozelo.
Trocóidea, Cilindroide ou Pivô
As articulações Trocóidea (Cilindroide ou Pivô) são junturas
monoaxiais, que permitem realizar movimentos de rotação medial (Pronação) e
rotação lateral (Supinação) ao redor do eixo vertical.
Ex: Art. Rádio Ulnar Proximal e Atlantoaxial.
Biaxiais
Realiza em torno de dois eixos (dois graus de liberdade) são aqueles
que realizam extensão, flexão, abdução e adução. Podem condilar ou selar.
Condilar ou Elipsóde
As articulações condilares são junturas biaxias, que devido ao
arredondamento das superfícies articulares permitem realizar movimentos de
flexão, extensão, abdução e adução, mas não a rotação.
Ex: Rádio Cárpica Distal Joelho e Art. Temporomandibular.
Selar ou Selartroses
As selartrose são junturas biaxiais, que suas superfícies articulares
se assemelham a uma sela com concavidade num sentido e convexidade em
outro,
permite
flexão,
extensão,
abdução,
adução
e
rotação
(conseqúentemente circunduçáo)
Ex: Art. Carpo Metacarpica e do Polegar.
Triaxiais
Possuem três graus de liberdade. Além de flexão, extensão,
abdução e adução permitem também a rotação.
Esferóide
São junturas triaxiais, que apresentam superfícies articulares de
formato esférico que se encaixam em receptáculos ocos e realizam todos os
movimentos.
Anatomia Aplicada a Educação Física I
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Algumas entidades patológicas do sistema articular
-
-
-
-
-
Entorses: torção ou alongamento exagerado. Podem romper o
ligamento ou se separar da fixação óssea. Severo acúmulo de
líquido e causa inchaço.
Luxação: as superfícies articulares são violentamente
deslocadas. Ossos, tendões e ligamentos podem ser danificados;
as mais comuns são ombro, polegar, dedos.
Bursite: inflamação das bolsas sinoviais, por lesão, peso
excessivo e fixação.
Tendinite: inflamação da bainha dos tendões com sensibilidade
local nos pontos de inflamação e dor severa no movimento.
Hérnia de disco: na coluna vertebral, uma das causas mais
comuns de dor nas costas, mais comum em sua porção inferior.
O núcleo pulposo é pressionado para um dos lados do disco.
Pode resultar num peso impropriamente distribuído ao longo da
coluna. Se o disco sobressai na medula pressiona as raízes dos
músculos resultando em dor ou adormecimento da região
inervada.
Artrite: inflamação. Diferentes tipos: osteoartrite, artrite
reumatóide.
Gota: severa dor aguda e inchaço. O acúmulo de ácido úrico
resulta na formação de cristais nas articulações.
Lesões nos meniscos: não são fortemente fixados, por isso
durante mudanças súbitas de direção podem ser rompidos,
resultando em dor intensa e inchaço nas articulações.
Desgastes com perda progressiva das superfícies cartilaginosas
devido ao envelhecimento.
1. Conceitue juntura ou articulação.
2. Conceitue as junturas fibrosas, cartilagíneas e sinoviais.
3. Quais os tipos de junturas fibrosas? Exemplifique.
4. Quais os tipos de junturas cartilagíneas ? Exemplifique.
5. Cite os elementos constantes e incon stantes das junturas sinoviais.
6. Cite e conceitue os movimentos das junturas sinoviais.
7. Classifique as junturas sinoviais sob os diversos critérios.
Anatomia Aplicada a Educação Física I
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85
BIBLIOGRAFIAS
CARNAVAL, Paulo E. Musculação Aplicada. Rio de Janeiro: ed. Sprint, 1995.
CAILLIET, René. O ombro na hemiplegia. 2 ed. São Paulo: Manole, 1981.
DÂNGELO, José Geraldo & FATTINI, Carlos Américo. Anatomia humana
sistêmica e segmentada. São Paulo: Livraria Atheneu, 1988.
HENRY GRAY, F.R.S. Anatomia. 29 ed. R. de Janeiro: Guanabara, 1977.
MOFFAT, Marilyn. Manual de manutenção e reeducação postural da amercan
physical therapy association. Porto Alegre: Artme Editora, 2002.
RODRIGUES, Tânia Lúcia.
Janeiro: Sprint, 1998.
Flexibilidade & alongamento. 20 ed. Rio de
WEINECK, Anatomia aplicada ao esporte. 3 ed. São Paulo: Manole, 1990.
WIRHED, Rolf. Atlas de anatomia do movimento. São Paulo: Manole, 1986.
http://www.auladeanatomia.com/artrologia/geral.htm
http://arquivos.unama.br/nead/graduacao/ccbs/pec/anatomia_humana/unidade
2/aula4/aula4_page1.html
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86
UNIDADE IV: MIOLOGIA
O músculo esquelético constitui, aproximadamente,
45% do peso corporal e é o maior sistema orgânico do ser
humano, sendo um importante tecido na homeostasia
bioenergética, tanto em repouso como em exercício. Representa
o principal local de transformação e de armazenamento de
energia, sendo o destino final dos sistemas de suporte primários
envolvidos no exercício, como o cardiovascular e o pulmonar.
O estudo da fisiologia muscular está estruturado em
três partes. Uma primeira, onde são dadas as noções histológicas
fundamentais da fibra esquelética e onde é mencionada a organização
hierárquica da fibra em termos estruturais. Uma segunda, acerca do
mecanismo molecular da contração muscular, onde são referidas as diferentes
características dos miofilamentos e descrito o processo de interação entre a
actina e miosina, com destaque para o mecanismo de deslize dos
miofilamentos e o papel desempenhado pelo cálcio durante a contração e o
relaxamento. Finalmente, uma terceira parte, centrada no estudo da mecânica
da contração muscular, onde são explicado conceitos fundamentais como, por
exemplo, o significado de unidade motora, a forma como são recrutadas e o
efeito de somatório de contrações musculares. Neste capítulo são ainda
referidos, embora de forma sucinta, os principais tipos de contração muscular,
bem como as idéias chave em torno dos conceitos de hipertrofia e hiperplasia.
Nunca será demais salientar que o estudo da fisiologia do músculo
esquelético é de uma importância fulcral para os profissionais de desporto,
dado que a principal função do músculo é a de desenvolver tensão e executar
trabalho mecânico, ou seja, promover o movimento, e um dos grandes
objetivos desta licenciatura é, precisamente, estimular no aluno uma visão
integrada do movimento humano.
DEFINIÇÕES DE MÚSCULOS
"São os elementos ativos do movimento, formados por estruturas
que movem os segmentos do corpo por encurtamento da
distância que existe entre duas extremidades fixas (contração),
assegurando a dinâmica e estática do corpo, mantendo unidas as
peças ósseas, determinado a posição e postura do esqueleto”.
(Dângelo e Fattini, 1988, p.43)
"É uma máquina capaz de converter a energia química em energia
mecânica e calorífica, através da ação contra uma resistência
produzida por estímulos nervosos de origem elétrica.” (Gaya,
Lucena & Reeberg, 1979)
"Órgão que tem a propriedade de se contrair, isto é, diminuir o seu
comprimento, sob a influência de um estímulo.” (Caldas & Rocha
1983)
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87
FUNÇÕES DOS MÚSCULOS
-
-
-
-
Movimento: a contração da musculatura esquelética
produz os movimentos do corpo como andar, escrever e mastigar.
Os movimentos associados com a respiração, digestão, fluxo
sanguíneo e linfático são também produzidos por músculos (lisos
ou cardíacos).
Postura e sustentação do corpo: o sistema muscular
confere a forma e o apoio para o corpo e mantém sua postura em
oposição à gravidade
Produção de calor: todas as células liberam calor como
produto final do metabolismo e uma considerável quantidade de
células são musculares.
Fluxos: os músculos são fartamente providos com vasos
sanguíneos, a cada fibra é assegurado um adequado suprimento
de sangue recentemente oxigenado pelo sistema arterial que
visam oxigenar o músculo e a remoção de metabólicos como
dióxido de carbono pelo sistema venoso, provenientes do trabalho
muscular.
PROPRIEDADES DOS MÚSCULOS
-
-
-
Contractilidade: é a propriedade que o músculo tem de
se contrair, ou seja, de ficar mais curto e mais grosso, ocorre em
função do arranjo alternado de filamentos de actina e miosina,
cujas extremidades superpostas deslizam umas sobre as outras.
Quando ocorre a contração há consumo de ATP, que deve ser
continuamente fornecida ao processo;
Condutividade: é a propriedade que têm os músculos de
ser condutores de calor, impulsos elétricos e etc..
Tonicidade: é o estado em que os tecidos musculares
mesmo totalmente relaxados mostram um grau de contração
residual ou sensação de firmeza.
Irritabilidade (ou excitabilidade): é a capacidade que
tem o músculo de reagir a certos agentes químicos e físicos.
Elasticidade: é a propriedade que o músculo tem de se
alongar, ou de se estender, vencendo sua própria resistência
como conseqüência da contração de seu antagonista.
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88
VARIEDADES DO TECIDO MUSCULAR
As variedades de tecido muscular são classificadas da seguinte
forma:
QUANTO AOS ESTÍMULOS NERVOSOS QUE
DETERMINAM A CONTRAÇÃO MUSCULAR
-
-
Voluntários: se o impulso parte de uma porção do
sistema nervoso que o indivíduo tenha controle (sistema nervoso
somático - SNS).
Seus movimentos rápidos e vigorosos
dependem de nossa vontade (movimentos voluntários).
Involuntário: se o impulso parte de uma porção do
sistema nervoso sobre o qual o indivíduo não tem controle
consciente (sistema nervoso autônomo – SNA), ou seja, não
podem ser controlados por nossa vontade.
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89
QUANTO AO CARÁTER ESTRIADO
-
-
Estriados: cada fibra é
formada pela fusão de várias células
embrionárias, o que resulta, por
definição, num sincício. Apresentamse como listas transversais, são
vasculares, formados por células
alongadas,
cilíndricas
e
polinucleadas, os núcleos ficam na
periferia da fibra, e seu interior e quase
plenamente preenchido por estrias
transversais, formados pela disposição
paralela e regular das mio-fibrilas no
citoplasma. Contraem-se ao receber
uma mensagem do sistema nervoso na forma de um impulso
elétrico.
Lisos: são constituídas por células alongadas, achatadas,
sem estrias e mono-nucleadas.
Seu citoplasma contém miofibrilas delgadas, não apresentando estrias transversais.
QUANTO À LOCALIZAÇÃO
-
-
-
Esqueléticos: geralmente ficam presos aos ossos do
esqueleto por meio de tendões e aponeurose. São responsáveis
por cerca de 40 % do peso corpo. Quando este músculo se
contrai, ele encurta, tracionando a extremidade em que está
aderido, a inserção, na direção da outra, a origem. Os músculos
parecem contrair-se totalmente, embora o encurtamento
realmente ocorra em apenas uma parte das fibras de cada
músculo;
Viscerais: são
encontradas no tracto
digestivo, nas vísceras,
traquéia, brônquios e
vasos
sanguíneos.
Caracterizam-se
por
sua ação involuntária e
por sua capacidade de
forma um número maior
de
excitações,
não
podendo
ser
controlados por nossa vontade e, na maioria das partes do corpo,
sua atividade está sob o controle do sistema nervoso autônomo
ou involuntário;
Cardíaco: é encontrado somente no coração, ocupa uma
posição intermediária entre os músculos esqueléticos e os lisos.
Suas células, alongadas com um ou mais núcleos, embora de
caráter estriado, não obedecem a nossa vontade, são menores do
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90
que as do músculo esquelético e são ramificadas. Estas se unem
com as demais para formar uma cadeia com as fibras adjacentes.
A ação das contrações cardíacas é rítmica, mas a freqüência do
pulso varia através de sinais enviados pelos nervos vago e
simpático. Ramificações desses nervos são alimentadas pelo
nodo sino-atrial (o marcapasso), que está situado no átrio direito.
O pulso da contração propaga-se por todo miocárdio, devido a
interstícios ou conexões entre as fibras cardíacas.
MÚSCULOS ESQUELÉTICOS
A maioria dos músculos esqueléticos, como o
nome diz, estão fixados aos ossos. São responsáveis por
cerca de 40 % do peso corpo. Quando este músculo se
contrai, ele encurta tracionando a extremidade em que
está aderido, a inserção, na direção da outra, a origem. A
contração do músculo esquelético é controlada pelo
sistema nervoso somático e está sobre o controle
voluntário. Os músculos parecem contrair-se totalmente,
embora o encurtamento realmente ocorra em apenas
uma parte das fibras de cada músculo.
COMPOSIÇÃO
QUÍMICA
ESQUELÉTICOS
-
DOS
MÚSCULOS
75 % água
20 % proteínas (miosina, actina, tropo-miosina e etc.)
Os 5 % restantes são constituídos por sais inorgânicos e
outras substâncias, incluindo os fosfatos de alta energia (ATP),
uréia, ácido láctico, os minerais Ca, Mg e P, várias enzimas e
pigmentos, íons de Na, K e Cl, e aminoácidos, gorduras e
carboidratos .
COMPONENTES ANATÔMICOS
Os músculos estriados são compostos de três
porções: uma média e duas extremidades.
-
Ventre muscular ou corpo do
músculo (porção média): é carnosa,
vermelha no vivente (vulgarmente chamada
"carne"), corresponde a parte ativa do músculo
(parte contrátil);
-
Extremidades: são esbranquiçadas e
brilhantes, muito resistentes e praticamente
inextensíveis,
constituídos
por
tecido
conjuntivo denso, rico em fibras colagenas,
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91
servem para prender o músculo ao esqueleto. Quando as
extremidades são cilindróides ou tem forma de fita, chamam-se
tendões, quando são laminares, recebem a denominação de
aponeurose.
De acordo com a localização podem ser:
ƒ
ƒ
Extremidade proximal ou origem: é a extremidade do
músculo presa à peça óssea que não se desloca;
Extremidade distal ou inserção: é a extremidade do
músculo presa, à peça óssea que se desloca.
Obs.: os tendões ou aponeuroses nem sempre se prendem ao esqueleto, podendo fazê-lo em
outros elementos: cartilagem, cápsulas articulares, septos intermusculares, derme, tendões de
outros músculos, etc. Em um grande número de músculos, as fibras dos tendões têm
dimensões tão reduzidas que se tem a impressão de que o ventre muscular se prende
diretamente ao osso. Em uns poucos músculos, aparecem tendões interpostos a ventres de um
mesmo músculo, e esses tendões não servem para fixação no esqueleto.
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS MÚSCULOS
ESQUELÉTICOS
Longos:
Quando predomina o comprimento. É muito comum notar-se uma
convergência das fibras musculares em direção aos tendões de origem e
inserção, de tal modo que na parte média o músculo tem maior diâmetro nas
extremidades e por seu aspecto característico é denominado fusiforme. Ex.:
Esternocleidomastoideo e Bíceps Braquial;
Largos:
Quando o comprimento predomina sobre a largura, as fibras podem
convergir para um tendão em uma das extremidades, tomando o aspecto de
leque. Ex.: Glúteo Máximo e Peitoral Maior;
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Curtos:
Quando a largura e o comprimento são
aproximadamente iguais. Ex.: m. vertebrais;
Fusiforme:
É um músculo
longo em que as fibras
musculares convergem em
direção aos tendões. São
freqüentes nos membros. Ex: Sartório, bíceps braquial.
Leque:
É um músculo largo em que as fibras
musculares convergem para apenas uma das
extremidades. Ex.: Temporal, peitoral maior.
Mistos:
Quando possuem características das classificações
acima citadas. Ex.: Reto Abdominal.
CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A DISPOSIÇÃO
OBLIQUA DAS FIBRAS (PENIFORMES)
São músculos cujas fibras são oblíquas em relação aos tendões.
Tem extensão curta e são fortes, mas não tem boa resistência. Podem ser:
-
Unipenados: se os feixes musculares se prendem numa só
borda do tendão. Ex. : m. Extensor longo dos dedos do pé;
Bipenados: se os feixes prendem nas duas bordas do
tendão. Ex: M. Reto da Coxa.
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93
De acordo com a origem por mais de um tendão
-
Bíceps: duas cabeças de origem. Ex : Bíceps Braquial, Bíceps da
Coxa .
Tríceps: três cabeças de origem. Ex : M. Tríceps Braquial
Quadríceps: quatro cabeças de origem. Ex : M. Quadríceps da
Coxa .
De acordo com a inserção por mais de um tendão
-
Bicaudados: dois tendões de inserção.
Policaudados: três ou mias tendões de inserção. Ex: M. Flexor
Longo dos Dedos do Pé.
De acordo com o ventre muscular
-
Digástricos: são os músculos que apresentam dois ventres. Ex :
M.Digástrico
Poligástricos: os músculos que apresentam número maior de
ventres. Ex : M. Reto do Abdome.
De acordo com a ação
-
Flexor Ex : Deltóide, Bíceps Braquial, Reto Femoral.
Extensor Ex : Tríceps Braquial,Glúteo Máximo .
Adutor Ex : Trapézio, Pectíneo .
Abdutor Ex : Peitoral Menor, Glúteo médio .
Pronador Ex : Pronador Quadrado e Pronador Redondo .
Supinador Ex : M. Supinador .
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Quanto à função dos músculos
Motor ou Agonista
É o músculo responsável pelo movimento de um segmento do corpo.
Os músculos motores ou agonistas, em função de sua importância maior ou
menor para o movimento, subdividem-se em:
-
Motor primário: é o principal músculo responsável pelo
movimento realizado; Ex : Bíceps braquial na flexão do cotovelo.
Motor secundário ou acessório: são os músculos que auxiliam
o motor primário na execução do movimento.
Antagonista
É o músculo que produz uma ação contrária ao movimento realizada
pela ação do agonista. Ex : Tríceps braquial produz ação contrária ao
movimento de flexão do cotovelo .
Sinergista
São músculos que realizam contração com o objetivo de eliminar
algum movimento indesejado que poderia ser produzido pelo agonista. Ex:
Bíceps braquial, Braquial, braquiorradial na flexão do cotovelo.
Fixador ou Estabilizador
São músculos que fixam um determinado osso ou parte do osso
para que outro músculo tenha um ponto de apoio para exercer tensão,
movimentando assim outros músculos. Ex: A contração abdominal durante o
exercício apoio de frente sobre o solo.
Neutralizador
É o músculo que se contrai para neutralizar a ação indesejada de
um músculo que não pode participar do movimento. Ex: Oblíquo maior direto e
Oblíquo maior esquerdo se neutralizam na flexão do tronco.
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FÁSCIA MUSCULAR
É uma lâmina de tecido conjuntivo
que envolve cada músculo. A espessura da
fáscia muscular varia de músculo para
músculo, dependendo de sua função. Às
vezes a fáscia muscular é muito espessada e
pode contribuir para prender o músculo ao
esqueleto.
Para que os músculos possam
exercer eficientemente um trabalho de tração
ao se contrair, é necessário que eles estejam
dentro de uma bainha elástica de contenção,
papel executado pela fáscia muscular. Outra
função desempenhada pelas fáscias é
permitir o fácil deslizamento aos músculos
entre si. Em certos locais, a fáscia muscular
pode apresentar-se espessada e dela partem
prolongamentos que vão terminar se fixando
no osso, sendo denominados septos
intermusculares. Estes separam grupos musculares em lojas ou
compartimentos e ocorrem freqüentemente nos membros.
NOÇÕES
HISTOLÓGICAS
ESQUELÉTICOS
DOS
MÚSCULOS
O músculo esquelético é formado por
feixes de células muito longas, cilíndricas,
multinucleadas e contendo muitos filamentos, as
miofibrilas, nas fibras musculares esqueléticas os
numerosos núcleos se localizam na periferia das
fibras, nas proximidades do sarcolema.
As células musculares são tão
diferenciadas e têm características tão peculiares
que seus componentes receberam nomes
especiais: a membrana é chamada de
sarcolema; o citoplasma de sarcoplasma; o
retículo
endoplasmático
de
retículo
sarcoplasmático; e as mitocôndrias de sarcossomos.
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Organização do Músculo Esquelético
A unidade funcional do tecido muscular
estriado esquelético é a fibra muscular, que é na
realidade
uma
unidade
celular
também
denominada como miócito. Cada fibra muscular
é composta por milhares de miofibrilas, estas,
apresentam em sua composição filamentos de
miosina (cerca de 1500) e filamentos de actina
(3000) dispostos lado a lado, responsáveis pela
contração muscular.
Fibra Muscular
As fibras musculares estão arranjadas
em camadas, geralmente rodeadas por tecido
conjuntivo constituindo os músculos.
Cada músculo possui, geralmente,
dois tendões (ou aponeuroses) de inserção,
que correspondem às extremidades que se fixam
aos ossos ou a outros órgãos, no entanto, músculos nos quais uma das
extremidades se apresenta constituída por duas, três ou mais porções, cada
uma delas com seu tendão próprio, inserido, às vezes, em diferentes
formações ósseas. Os tendões de inserção, de cor branca brilhante, são
constituídos essencialmente por tecido conjuntivo denso, são muito resistentes
e praticamente inextensíveis.
As fibras agrupam-se para constituir os feixes musculares. Também
são envolvidas por um tecido conjuntivo denominado perimísio, o músculo,
constituído por agrupamento de feixes, é envolvido pelo epimísio, também de
tecido conjuntivo. Portanto, na constituição do músculo, estão intimamente
associadas às fibras musculares e o tecido conjuntivo.
Representação esquemática de músculo esquelético e o revestimento das camadas de tecido
conjuntivo: perimísio, endomísio e epimísio
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Miofibrilas
As
miofibrilas
são
organelas cilíndricas dispostas em
feixes longitudinais que preenchem
quase totalmente o citoplasma das
células musculares, em contato com
as extremidades do sarcolema (a
membrana celular destas células) e
são
responsáveis
pela
sua
contratibilidade.
Cada
fibra
muscular
individual
contém
entre
várias
centenas e vários milhares de miofibrilas. Estas são os elementos contráteis
dos músculos esqueléticos.
As miofibrilas são formadas por feixes de miofilamentos (também
chamados miômeros ou sarcômeros) de dois tipos:
-
Filamentos Finos, constituídos principalmente por actina
enrolada em filamentos de nebulina;
Filamentos Grossos, constituídos principalmente por miosina
ligada a filamentos de titina.
Sarcômero
É um dos componentes básicos do
músculo estriado que permite a contração
muscular. Cada sarcômero é constituído por
um complexo de proteínas, entre as quais
actina e miosina.
As proteínas dos sarcômeros
organizam-se em bandas com características
particulares, que ao microscópio dão um
aspecto estriado ao músculo esquelético e ao
músculo cardíaco.
Bandas e Linhas
A observação de fibras musculares estriadas
ao microscópio eletrônico permitiu identificar
um padrão repetitivo de bandas e linhas.
Estas correspondem a múltiplos sarcômeros, alinhados em série.
A zona em que um sarcômero se liga ao seguinte traduz-se por uma
linha mais escura, designada linha (ou disco) Z (do alemão zwischen - entre
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98
ou no meio). Um sarcômero corresponde ao espaço que separa duas linhas Z
consecutivas.
De cada lado da linha Z
encontra-se uma banda clara,
denominada
banda
I
(de
1
isotrópico , quando observada
sob luz polarizada), composta por
filamentos finos de actina. Entre as
bandas I encontra-se a banda A
(de anisotrópico2), mais escura,
onde ocorre uma sobreposição de
filamentos finos com filamentos
espessos de miosina. No centro da
banda A está a linha M, e a
circundá-la encontra-se uma faixa estreita, mais clara, designada banda H,
constituída exclusivamente por filamentos de miosina.
A titina estende-se da linha Z, onde esta ligada ao filamento fino,
para a linha M, onde acredita-se que haja interação com o filamento grosso.
Quando é feito um corte
transversal na banda A, na região
onde há sobreposição dos filamentos
finos e grossos, observa-se que um
filamento
grosso
encontra-se
envolvido por seis filamentos finos. É
nesta zona que se vai iniciar a
contração muscular, através da
interação entre filamentos finos e
grossos.
O comprimento relativo das bandas varia
consoante o músculo examinado se encontre em
posição de repouso, contração, ou estiramento
passivo. O comprimento da banda A permanece
constante em todas as fases de contração, mas a
banda I é maior no músculo estirado, menor na
posição de repouso e extremamente curta no
músculo contraído.
Filamento Fino:
Este filamento é composto por quatro
proteínas. A actina que é a principal proteína que
interage com a miosina durante a acoplagem
1
Isotrópico é a caracterização de uma substância que possui as mesmas propriedades
físicas, independentemente da direção considerada.
2
Anisotrópico é a característica que uma substância possui em que uma certa
propriedade física varia com a direção.
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99
excitação-contração; a tropomiosina, traduz a mudança na conformação do
complexo troponina para actina; a troponina, que fixa o Ca2+ e afeta a
tropomiosina; representa o “interruptor” que transforma o sinal de Ca2+ em
sinal molecular que induz a ciclagem das pontes cruzadas; e a nebulina,
presente próximo da actina e considera capaz de controlar o número de
monômeros da actina unidos reciprocamente em um filamento fino.
Filamento Grosso:
Tem como principal proteína a miosina que é responsável por
fracionar o ATP pelo “golpe de potência” da cabeça de miosina; a proteínas C,
H e M que mantém os filamentos grossos de miosina em uma organização
regular; miomesina, proporciona um poderoso ponto de acoplagem para a
proteína titina; proteína Creatina cinase M, proporciona o ATP proveniente da
fosfocreatina e está localizado próximo às cabeças de miosina.
CONTRAÇÃO MUSCULAR
A contração muscular refere-se ao deslizamento da actina sobre a
miosina.
Para entender a contração do sarcômero é necessário primeiro
compreender alguns aspectos da estrutura do filamento de actina. A proteína
tropomiosina que está presente do filamento fino cobre o sitio de ligação da
miosina presente na molécula de actina. Para permitir a contração da célula
muscular, a tropomiosina deve ser movida para “descobrir” os sítios de lição
com miosina presentes ao longo do filamento fino. Os íons cálcio ligam-se com
as moléculas de troponinas (que estão espalhadas ao longo da proteína
tropomiosina) que, por conseguinte, altera a "posição" da tropomiosina em
relação a actina, forçando a revelação dos sítios de ligação na mesma.
Portanto o cálcio é fundamental para o inicio de uma contração muscular, sua
concentração no sarcoplasma é controlada pelo retículo sarcoplasmático (uma
forma especializada do reticulo endoplasmático). Conseqüentemente a
contração muscular termina quando o cálcio é bombeado de volta para o
retículo sarcoplamatico.
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100
O músculo estriado só se contrai quando um impulso nervoso é
recebido de um neurônio motor. Durante a estimulação da célula muscular, o
neurônio motor libera um neurotransmissor chamado acetilcolina na junção
neuromuscular (a sinapse entre o botão terminal do neurônio e a célula
muscular). O potencial de ação dissipa-se ao longo do túbulo T (Transverso)
até que alcance o retículo sarcoplasmático; o potencial de ação gerado na
célula muscular muda a permeabilidade do retículo sarcoplasmático, permitindo
o fluxo de íons cálcio para o sarcômero. Como foi abordado no parágrafo
anterior, altas concentrações de cálcio no
sarcômero permite que a cabeça da miosina
tenha acesso ao sitio de ligação correspondente
na actina, desencadeando a contração muscular
que é o deslizamento da actina sobre a miosina
causando encurtamento dos sarcômeros, e
conseqüentemente, o encurtamento do músculo.
É importante ressaltar que no músculo cardíaco
boa parte do cálcio necessário para a contração
provem do liquido extra celular (LEC) enquanto
que no músculo esquelético é quase que
exclusivamente
fornecido
pelo
retículo
sarcoplasmático.
Nível molecular da contração
A banda A, banda I e linha Z são os únicos componentes visíveis ao
microscópio óptico. Na contração muscular, a banda A mantém seu
comprimento (1.6 micrometros no músculo esquelético de mamíferos)
enquanto que a banda I é encurta. O modelo de contração descrito a seguir foi
primeiramente elaborado por Edwin Taylor e modificado por Ivan Rayment,
Hazel Holden e Ronald Milligan.
Deve-se ter em mente que a cabeça da miosina tem dois sítios
principais: um que interage com a actina e outro que se liga com um ATP, este
último é uma ATPase.
Etapa 1) Em repouso, a cabeça da
miosina esta ligada a uma molécula de ATP em
uma configuração de baixa energia e, neste
momento,
possui
baixa afinidade pela
actina;
Etapa 2) Porem, a cabeça da miosina
pode hidrolisar o ATP em ADP e um íon de fosfato
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101
inorgânico. Uma parte da energia liberada nesta reação muda a forma da
cabeça da miosina e promove uma configuração de alta-energia. Neste
momento esta tem alta afinidade pela actina e se houver sítios de actina
disponíveis haverá a formação do complexo actomiosina ou ponte cruzada;
Etapa 3) Por causa do processo de
ligação com a actina, a cabeça da miosina libera o
ADP e o íon de fosfato inorgânico, retornando a
configuração de baixa-energia, isto faz com que a
miosina tracione a actina em direção ao centro do
sarcômero e ao fazer isso a miosina libera o ADP e
o íon fosfato;
Etapa 4) Com a conclusão da etapa anterior, torna-se possível a
ligação de uma nova molécula de ATP em seu respectivo sitio na miosina, isto
faz com que a miosina perca afinidade pela actina desfazendo assim o
complexo actomiosina. A partir desta fase pode haver um novo ciclo ou a
contração pode cessar, como já foi abordado, isto depende da concentração de
cálcio no sarcoplasma.
Cada ciclo causa um encurtamento no sarcômero de
aproximadamente 10 nm que ocorrem em torno de 5 vezes por segundo (se for
uma contração rápida), deve-se ter em mente que este ciclo se refere a apenas
uma cabeça de miosina e o filamento grosso possui algo em torno de 500
cabeças.
O rigor mortis deve-se a perturbação na quarta etapa que é causada
pela falta de ATP, este tem duas implicações: sem ATP não é possível retirar o
cálcio do sarcoplasma, com isso os sítios de ligação da actina vão estar
expostos; e sem ATP o complexo actomiosina não pode ser desfeito. Em
outras palavras o ciclo da contração para na 3º etapa fazendo com que o
músculo fique enrijecido.
MÚSCULOS ESQUELÉTICOS E EXERCÍCIO
Ação mecânica de um músculo que leva
ao deslocamento de um segmento do corpo. O
ventre muscular não se prende ao esqueleto e as
extremidades prendem-se em pelo menos dois
ossos, cruzando uma articulação. Durante a
contração as fibras musculares reduzem-se em 1/3
ou metade de seu tamanho inicial.
O trabalho muscular é diretamente
proporcional ao número de fibras (potência) e o grau
de encurtamento (amplitude).
Anatomia Aplicada a Educação Física I
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102
Fibras musculares de contração lenta e de contração
rápida
Nem todas as fibras
musculares são iguais. Um mesmo
músculo esquelético contém dois
tipos principais de fibras: de
contração lenta, vermelhas ou do tipo
I (ST, do inglês slow-twitch) e de
contração rápida, brancas ou do tipo
II (FT do inglês fast-twitch).
Fibra de contração lenta ou oxidativas
Geram energia para a ressíntese de ATP predominantemente por
meio do sistema de transferência aeróbica de ação relativamente longa. Possui
um baixo nível de fosfocreatinoquinase, baixo nível de miosina ATPase e uma
capacidade glicolítica pouco desenvolvida, implicando em menor velocidade de
contração (10 a 15 vezes por segundo). Contêm mitocôndrias relativamente
volumosas e numerosas, possibilitando maior resistência, devido a sua maior
capacidade para gera energia para ressíntese de ATP e altos níveis de
mioglobina (pigmentação vermelha características).
Possuem mais gordura e alta concentração de enzimas mitocôndrias
(oxidativas) necessárias para sustentar o metabolismo aeróbico, tornando as
fibras resistentes à fadiga e bem apropriadas para os exercícios aeróbicos
prolongados.
Fibras de contração rápida ou glicolíticas
As fibras de contração rápida são brancas (na verdade, cor-de-rosa
claro) porque contêm menos mio-globina e apresentam as seguintes
características:
-
-
-
Alta capacidade para transmissão eletroquímica dos potenciais de
ação, fazendo com que os mesmos contraiam-se mais
rapidamente (30 a 50 vezes por segundo)
Alto nível de atividade fosfocreatinoquinase e de miosina ATPase
Alto nível de liberação e captação do cálcio (que dispara a
contração muscular) pelo retículo sarcoplasmático.
Alto nível de renovação (turnover) das pontes cruzadas, devido a
maior capacidade de tamponamento que agem no sentido de
estabilizar o valor do PH .
Alta capacidade de gerar energia (capacidade glicolítica) para
produzir contrações rápidas e vigorosas, por possui mais PC e
Anatomia Aplicada a Educação Física I
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103
-
mais enzimas anaeróbicas (fosfocreatinoquinase e de miosina
ATPase), possibilitando de
uma
maneira
geral
uma
capacidade muito maior para os metabolismos não-aeróbico
e anaeróbico.
Contêm 12 % mais de proteínas (habitualmente as fibras de CR
são maiores que as de CL).
Em geral, as fibras de contração rápida são ativadas nas atividades
explosivas e rápidas, assim como em outras contrações musculares vigorosas,
que dependem quase que exclusivamente do metabolismo anaeróbico para a
produção de energia.
As fibras de contração rápida nos seres humanos podem ser
subdivididas em:
a) Fibra tipo II A: possui características aeróbicas e anaeróbicas, é
considerada intermediária, pelo fato de sua velocidade de contração
rápida estar combinada com uma moderadamente bem desenvolvida
para a transferência de energia tanto aeróbica (com um alto nível da
enzima anaerobica fosfofrutocinase ou PFK). Logo podem ser
classificadas como rápidas, oxidativas e glicoliticas;
b) Fibra tipo II B: possui maior potencial anaeróbico do que aeróbico e
constitui a verdadeira fibra rápida e glicolítica;
c) Fibra tipo II C: é uma fibra rara e indiferente, um pouco diferente
das outras duas que sofre adaptação de acordo o treinamento
realizado pelo atleta.
Quadro 01:
Nomenclatura variada dos tipos de fibras
Tipo I
Vermelhas
Tônicas
Lentas
Slow twitch fibers (ST)
Tipo II
Brancas
Fásicas
Rápidas
Tipo II A – rápida oxidativa
Tipo IIB – rápida glicolítica
Fast twitch fibers (FT)
Característica
Resistência
Força e velocidade
Quadro 02:
Tipos de fibras musculares
Tipo I (Resistência)
Tipo II (Força e velocidade)
Subtipo
IC
Subtipos
II A*
II B
II C
II AB
II AC
Chiesa;1999,Fleck & Kraemer;1999, Bacurau;2000.
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104
TIPOS DE CONTRAÇÕES MUSCULARES
Os músculos são compostos de elementos elásticos e contráteis.
Dependendo da contração muscular, pode-se contrair ou estirar os elementos
envolvidos.
Os tipos de contração muscular são divididos em:
-
-
-
Contração Isométrica (Estática) - há contração dos elementos
contráteis, mas os elásticos são estirados. Ainda que
exteriormente seja possível constatar um encurtamento do
músculo (Weineck,1989:102).
Contração Isotônica (Dinâmica) - Os elementos contráteis do
músculo são contraídos, mas os elásticos não modificam seu
comprimento. Produzindo um encurtamento dos músculos
Contração Muscular Autotônica - combinação das solicitações
isométricas com a isotônica. É a forma + freqüente no domínio
esportivo.
TIPOS DE TRABALHO MUSCULAR
-
-
-
-
-
-
Concêntrico (Impulsor ou Positivo) - permite, através de um
encurtamento muscular, mover o peso do próprio corpo ou pesos
exteriores, ou superar resistências. Está presente na maioria dos
desenvolvimentos motores esportivos. FM > Resistência.
Excêntrico (Frenador ou Negativo) - é caracterizado por um
aumento longitudinal do músculo, que produz um efeito ativo
contrário. Intervém no amortecimento de saltos e na preparação
de movimentos.
Isométrico (Estático) - é caracterizado por uma contração
muscular, que exclui o encurtamento. Serve para a fixação de
posições determinadas do corpo ou das extremidades.
Combinado (Autotônico ou Auxotônico) - caracteriza-se por
elementos do tipo impulsor, frenador ou estático. É utilizado para
desenvolver a força sem aumentar o corte transversal.
Isocinético
(Acomodativo)
Resistência
diretamente
proporcional ao desenvolvimento da força por espaço de tempo.
Resistência adaptada a força muscular utilizada.
Pliométrico (Reativo) - Passagem do trabalho muscular
excêntrico para o concêntrico. Estimula o reflexo miotático.
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105
BIBLIGRAFIAS
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