Aceleradoras apoiam o desenvolvimento de

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Aceleradoras apoiam o desenvolvimento de
empreendedor | Agosto 2014
C A PA
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Pé na tábua
Aceleradoras apoiam o desenvolvimento de empresas
de crescimento rápido em busca de capitalização
Semelhante ao processo de incubação, a aceleração de negócios é uma
opção para que empresas dedicadas
a tecnologias de curto ciclo de desenvolvimento encontrem seu lugar no
mercado. Geralmente contando com a
parceria de grandes marcas e grupos investidores, as aceleradoras fornecem às
empresas iniciantes treinamento, networking e aporte financeiro, em contrapartida a uma participação acionária no
negócio. Todo o processo acontece em
ciclos que duram, no máximo, um ano.
Neste período, são trabalhados simultaneamente projetos diversos em busca
da ideia mais promissora, cujo sucesso
deve bancar o capital investido nas demais. O modelo, desenvolvido nos Estados Unidos em 2000, nos últimos três
anos começou a crescer no Brasil, onde
as startups em atividade são estimadas
em 3,5 mil. Pelo menos, 45 aceleradoras
atuam no País que, desde o ano passado, conta também com programas do
governo federal na área.
empreendedor | Agosto 2014
por Mariana Rosa
[email protected]
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O aplicativo venceu também aquela
edição do ciclo de aceleração da Farm e,
em seguida, nas premiações Startup Weekend Rio (2011), TNW Awards Brazil
(2012) e Spark Awards (2013). Segundo Gomes, a participação no programa
também foi essencial para conquistar os
aportes que viabilizaram a operação do
serviço. “A Farm teve papel importante
porque ensinou a prática de negociação, de bill. A ajuda foi primordial para
uma primeira rodada tão bem feita”. O
aplicativo, que já somava R$ 55 milhões
em investimentos, fechou no final do
mês passado sua quarta rodada de R$
90 milhões aplicados pelos fundos Phenomen Ventures e Tengelmann – parceiros do grupo alemão Rocket Internet, o primeiro a investir no negócio,
com R$ 10 milhões. O aporte será utilizado para expandir o serviço na Ásia e
na América Latina.
O foco na educação empreendedora é mantido até hoje pela Farm, que
se diferencia das demais aceleradoras
no mercado por não cobrar participação acionária, nem realizar aportes
financeiros às startups. “Uma vez
que seja um bom negócio, é
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“O que a Farm fez é muito mais
valioso do que dinheiro”, afirma
o CEO do Worldpackers.com,
Ricardo Lima
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natural que o mercado vá atrás”, explica o CEO da aceleradora, Alan Leite. A
condição atraiu os fundadores do world
packers.com, que ficou em primeiro lugar na 10ª edição do programa, realizado em junho deste ano. A plataforma,
lançada em fevereiro deste ano, reúne
vagas de trabalho voluntário em hostels ofertadas em troca de hospedagem
gratuita nos estabelecimentos. Segundo
o CEO, Ricardo Lima, que elaborou a
proposta após três anos viajando pelo
mundo desta forma, a troca é uma oportunidade de viajar de forma econômica
e fazer amizades. Lima e seu sócio procuraram o programa de aceleração para
aprimorar o site que, após uma sobrecarga de acessos, precisou sair do ar. “A
gente entendia de viagem, mas não de
internet. Lá, encontramos um profissional da área”. Para Lima, o trabalho intenso formulando soluções para o negócio
é importante para testar seu produto
antes do mercado, onde correria o risco
de perder tempo e dinheiro. “O que a
Farm fez é muito mais valioso do que
dinheiro”, afirma. O serviço é usado
atualmente em 92 países e conta com 7
mil usuários, número que dobrou após
Mauro Talhaferri
Um dos maiores casos de sucesso
acelerado no Brasil é o Easy Taxi, serviço mobile que permite a localização de
táxis via smartphones, lançado em 2012
e atualmente baixado por 10 milhões
de usuários em 32 países. O aplicativo
foi desenvolvido em 2011 pelo jovem
empreendedor Tallis Gomes durante o
torneio IBM Smartcamp Brazil, fruto de
uma inspiração que surgiu às vésperas
do último dia do evento, quando Gomes teve dificuldade para encontrar um
táxi. A ideia venceu a competição, mas
ainda precisava ser formatada em um
produto rentável, trabalho feito com
auxílio da Startup Farm, aceleradora
itinerante que, na época, atuava como
escola de empreendedorismo. “Ainda
não tinha achado o modelo de negócio.
Montei a partir do conhecimento adquirido no programa”, conta Gomes.
nononononono
Programação do lançamento
Avaliar como e quando se lançar no
mercado é uma das prioridades da metodologia da Farm, que começa o ciclo
de cinco semanas com um workshop
para identificar a missão e o propósito
dos participantes. Segundo Alan Leite, o
objetivo é fazer com que descubram se
possuem ou não perfil empreendedor
para seguir adiante. A metodologia tem
feito com que alguns participantes desistam em tempo ao perceber que não
estão no lugar certo, e revelado também turmas engajadas. “Das 46 pessoas
que participaram da última edição, pelo
menos 40 traziam questões sobre tornar o mundo
melhor”, avalia Leite. Oferecidos desde 2011, os programas
de aceleração são de participação
gratuita e já passaram por seis cidades
brasileiras, totalizando 131 startups aceleradas. A última edição contou com o
patrocínio da IBM e SendGrid e apoio
da Plug, Imagem Corporativa, Baptista
Luz Advogados Associados, Blanko Digital Makers e Kailo Consultoria. A aceleradora conta também com uma rede de
empreendedores, técnicos, executivos,
investidores e outros especialistas, que
atuam voluntariamente como mentores
dos programas.
Novos modelos de investimento
financeiro nas startups têm sido experimentados pelas aceleradoras que
cobram participação acionária, visando
aumentar o foco na preparação dos empreendedores e, assim, garantir a matu-
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o processo de aceleração. Os empreendedores tiveram contato com investidores durante o demo day do programa,
quando apresentam seus negócios, mas
vão aguardar até que o produto se torne
mais escalável para fechar as primeiras
rodadas de investimento.
“A Farm teve papel importante
porque ensinou a prática de
negociação, de bill. A ajuda
foi primordial”, afirma Tallis
Gomes, da Easy Taxi
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ridade dos negócios acelerados. A aceleradora gaúcha Estarte.Me, por exemplo,
fundada ano passado, com foco em
startups digitais, trabalha com um
dos menores valores de aporAceleradoras e
te inicial na área, R$ 30 mil,
acelerados no Brasil:
que é fornecido apenas
para as startups que
chegam a fase final de
aceleração. Conforme
startups
o feedback do produto é
liberada uma segunda rodada
(estimativa de
de R$ 300 mil a R$ 500 mil, coin3.500 no total)
vestidos em parceria com fundos
e investidores anjos. O formato começou a ser adotado este ano e o objetivo
principal, segundo o fundador, Maurício
Centeno, é diminuir o risco da operação.
O empreendedor avalia que o ambiente para aceleração de negócios no
Brasil tem ótimas condições para se
desenvolver, mas que é necessário estar
atento à questão do risco. “Em minha
opinião, as aceleradoras assumem um
pouco mais de risco do que deveriam
pela ânsia de ter mais projetos”, alerta.
Além desta preocupação, os aportes financeiros diminuídos visam priorizar
empreendedores que estejam de fato
interessados em se dedicar a sua proposta de negócio, independentemente
do retorno financeiro imediato. “Nosso
objetivo em todas as etapas é execução,
trabalho. Focamos em quem está de
fato disposto a trabalhar”, afirma Centeno. A Estarte.Me não trabalha com datas
fixas para os ciclos e aceleração, recebendo startups ao longo de todo o ano.
O ciclo de pré-aceleração tem duração
de dois meses, com atividades semanais
para validação do modelo de negócio.
As startups que passam para a fase de
aceleração, período de 5 a 6 meses para
receber o feedback do mercado e fazer
ajustes no produto, recebem o investimento inicial. Os serviços não são cobrados, em contrapartida, a aceleradora
pede participação acionária de 15% a
25%. Atualmente a Estarte.Me tem três
startups em pré-aceleração e cinco em
fase de aceleração. Uma delas é a CodeFreelas, plataforma de gestão para pro-
ano a Aceleradora Municipal de Campinas,
primeira do tipo no País. O edital de estreia recebeu 56 inscrições para o programa que tem duração de cerca de 11 meses.
Dez startups foram selecionadas para atividades semanais na área de co-working do
Núcleo Softex Campinas e uma banca de
investidores do programa durante o pitch
day, previsto para setembro.
O programa foi viabilizado por um investimento de R$ 400 mil da prefeitura e
pelo fornecimento de estrutura e treinamento por parte da Softex. Por se tratar
de uma iniciativa de caráter público, não
há aporte financeiro direto às startups. “É
uma depuração. A ideia é aprimorar o foco
destas empresas nos negócios e mostrar
aos investidores que elas podem crescer
exponencialmente”, explica o diretor-executivo da Softex Campinas, Edvar Pera Jr.
Um dos negócios acelerados chamou a atenção dos investidores antes
mesmo da apresentação formal e já
recebeu o primeiro investimento, fornecido pelo fundo GAG, especializado
em investimentos em tecnologias de impacto social. Trata-se do software de telemedicina GlicOnline, desenvolvido a
partir do método de controle de diabetes
tipo 1 implementado pela especialista
em endocrinologia Karla Melo no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas(Unicamp). O projeto
vinha sendo desenvolvido pela médica e
os pesquisadores Floro Dória e Ricardo
Pessoa há 10 anos na Quasar Medicina,
empresa incubada pelo Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia
da Universidade de São Paulo (Cietec/
USP). O sistema calcula precisamente
2.728*
45*
aceleradoras
FONTE: ABSTARTUPS
*ABSTARTUPS
Iniciativa
municipal
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Prefeitura de Campinas (SP) em
parceria com a Softex lançaram,
neste ano, uma aceleradora que
já apoia 10 startups da cidade
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Os programas nacionais de aceleração contemplam participantes de todas
as regiões brasileiras, mas não há uma
política específica em âmbito municipal. A fim de atender à demanda de
Campinas (SP), cidade com forte vocação tecnológica, o núcleo Softex local e
a prefeitura fundaram no início deste
Ambiente propício
“A experiência foi importante para percebermos quem era o
nosso cliente e mudarmos de estratégia e posicionamento”,
afirma Thiago Braga, da Screencorp, acelerada pela WOW
Catedral
Metropolitana
de Campinas
com seis meses de trabalho intensivo nas
propostas de negócio e seis meses de
acompanhamento dos resultados com
mentoria. Na fase de pré-aceleração, os
projetos recebem aporte de R$ 50 mil e,
na fase seguinte, de aceleração, o valor
é complementado com investimento de
R$ 150 mil. A participação acionária começa com 20% e pode cair até 10% de
acordo com a performance do negócio.
Das quatro startups selecionadas no primeiro ciclo, duas estão na fase de aceleração atualmente.
Ghignatti destaca que, apesar de
a aceleradora não visar um segmento
específico, tem seguido a tendência de
apoiar os negócios busines to busines. O
executivo avalia que embora não seja ca-
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as doses de insulina necessárias para
cada paciente, melhorando o controle
de açúcar no sangue. O estudo também
apontou um aumento na qualidade de
vida de 96% dos pacientes.
Desde 2009, o serviço está formatado
para uso via internet em smartphones,
mas todas as tentativas de parcerias para
viabilizar o uso em grande escala para os
pacientes do SUS, que são 75% do público dos afetados pela doença, foram
fracassadas. “O processo de aceleração
depende centralmente das pessoas envolvidas. Na Aceleradora de Campinas,
encontramos um ambiente que nunca tivemos antes”, afirma Ricardo Pessoa, que
destaca a dedicação exclusiva da Quasar
a negócios de impacto social positivo.
“Ter um investidor que queira isso é coisa de conto de fada.”
principais vantagens da aceleração foram contar com o auxílio da mentoria
para a gestão do negócio e com o networking da Estarte.Me.
Outra aceleradora gaúcha, a WOW,
mantém desde sua concepção, em 2013,
a divisão entre as funções de aceleração
e investimento. Segundo o cofundador e
CEO, André Ghignatti, a aceleradora não
deve ser um negócio em si, mas um canal para que a startup seja bem-sucedida.
“Nossa única métrica de sucesso é o sucesso da startup”, afirma. Outra razão
para a segmentação é facilitar a transação
entre o processo de aceleração do negócio em si e o ciclo de investimento, que
dura, em média, cinco anos. O programa
da WOW tem duração total de um ano,
Rubens Chiri
fissionais freelancers desenvolvida pelos analistas de sistemas Rosana Waszak
e Relsi Maron. Inicialmente, os empreendedores planejavam focar nos profissionais que buscam oportunidades,
oferecendo a ferramenta por assinatura
SAS (software as service). Após o período de testes, no entanto, perceberam
a necessidade de alterar o foco para os
contratantes de serviços freelancers e,
no momento, negociam parcerias com
sites de divulgação de vagas de emprego. Desde o segundo semestre de 2013
até fevereiro, quando a plataforma entrou no ar, o negócio foi mantido com o
recurso da aceleradora e agora os sócios
tocam com recursos próprios até fecharem com investidores. Para Rosana, as
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paz de gerar casos de sucesso tão massivo como o busines to consumer (caso do
aplicativo Easy Táxi), o B2B é um nicho
com mais espaço a ser explorado. “O B2B
é muito mais horizontal, consegue atender demandas variadas”, afirma. Dois
projetos deste modelo se destacaram no
ciclo de aceleração da WOW e começam
no próximo mês a negociar suas primeiras rodadas de investimento: o software
para gestão de conteúdo em TV Screencorp e o sistema de gestão para pequenos negócios Simbio. “A experiência foi
importante para percebermos quem era
o nosso cliente e mudarmos de estratégia e posicionamento”, afirma Thiago
Braga, CEO da Screencorp, que já tinha o
produto lançado e alguns clientes grandes quando procurou a aceleradora com
o intuito de fortalecer as vendas. Após o
ciclo, decidiu focar na comunicação corporativa e no atendimento dos setores
de varejo e franquia.
A proposta da Simbio, que foi desenvolvida durante o programa da aceleradora carioca Pipa, foi levada a WOW em
busca de mentoria para que a startup se
colocasse melhor no mercado. “Queríamos avaliar como ter acesso ao mercado,
como adquirir dinheiro e saber utilizar”,
afirma o CEO Vinícius Dittge. Além do
controle de fluxo de caixa, o sistema
permite troca de informações entre os
Para Rosana, da CodeFreelas,
as principais vantagens são
o auxílio da mentoria para
a gestão do negócio e o
networking da Estarte.Me
microempreendedores,
facilitando a troca de serviços entre eles.
A grande vantagem da aceleração para as startups é a oportunidade de aprender e ter suporte
para o desenvolvimento do negócio, na
avaliação de Vinicius Machado, community manager da ABStartups (Associação
Brasileira de Startups). Segundo Machado, um dos motivos para o aumento da
oferta de aceleradoras no País hoje é
que não havia antes um lugar de preparação para os empreendedores. “Muitas
vezes, o problema não está na ideia do
negócio, mas na equipe que não está
bem preparada”, aponta. O gerente entende que um dos riscos do processo é
que as aceleradoras não conheçam as
equipes a fundo para fazer uma boa avaliação do projeto.
Ciclo curto
O diretor da Associação Nacional
de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Tony
Chierighini, explica que o ciclo dos
produtos desenvolvidos é a principal
diferença entre incubadoras e aceleradoras, que é mais curto neste caso.
Chierighini explica que a tecnologia
bill, por exemplo, leva cerca de 10 anos
para ser elaborada. Enquanto na área de
games e internet, o desenvolvimento
deve acontecer o mais rápido possível
para acompanhar o ritmo deste mercado cada vez mais aquecido. O diretor,
que atua à frente do Celta (Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias
Avançadas), incubadora administrada
pela Fundação CERTI, não vê nenhuma
desvantagem no processo de aceleração
e ressalta que, em essência, o trabalho
realizado é o mesmo. “Toda incubadora
é aceleradora e vice-versa, só que com
ciclos diferentes”. Representando majoritariamente incubadoras e parques
tecnológicos, a entidade possui atualmente três aceleradoras associadas.
Dependendo do estágio em que o
negócio se encontra, no entanto, a aceleração pode não ser a opção mais vantajosa. O gerente do Sebrae Santa Catarina,
Alexandre Souza, pondera que se a startup já está madura, com modelo de negócio e clientes estabelecidos, pode ser
mais vantajoso esperar pelo contato di-
Ghignatti, CEO da WOW, a participação
no Startup Brasil, além do financiamento
de R$ 200 mil, é importante para dar um
selo de qualidade à startup. André considera que o programa é uma boa oportunidade, apesar de precisar melhorar
em alguns pontos. “A seleção das
startups pelo governo, por
exemplo, não é tão refinada.
A iniciativa é bem intencionada mas pode ser melhorada,
como todo programa”, avalia.
Outra iniciativa para obter auxílio
do governo para o crescimento de negócios, articulada pelas lideranças empresariais do País, é o programa Brasil Mais
Competitivo. A proposta é contemplada
pelo projeto de lei 6558/2013, que obteve relatório favorável da comissão de
comércio do Senado e é agora avaliado
pela comissão de justiça. O objetivo é
destravar o mercado de ações, facilitando o acesso de empreendedores ao
capital de crescimento via bolsa de valores. Para isso, o projeto pleiteia junto
isenção fiscal para investidores e empresários que adotarem a modalidade.
“Isso não acontece hoje no Brasil porque o perfil do investidor é buscar alta
liquidez e o empresário, por outro lado,
também não tem a cultura de captar recursos desta forma”, afirma o coordenador do programa, Rodolfo Zabisky. Até
que o projeto passe pela votação final,
as ações estão voltadas à realização de
eventos e educação empreendedora
através da plataforma Brasil Mais Competitivo, onde estão disponíveis materiais com orientações para como acessar
fundos de investimento.
Programa
Startup Brasil*:
1,6mil
startups inscritas
87
startups
apoiadas
9
aceleradoras
selecionadas
FONTE: ABSTARTUPS
*1ª EDIÇÃO
“Nosso objetivo em todas as etapas é execução, trabalho.
Focamos em quem está de fato disposto a trabalhar”,
afirma Maurício Centeno, fundador da Estarte.Me
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reto com um investidor anjo. Neste caso,
o empreendedor abre mão de recursos
próprios por um tempo para não ter que
perder uma fatia da empresa para a aceleradora. Souza reforça que o percentual
acionário cobrado no Brasil, de até 25%,
é alto em relação aos Estados Unidos,
país onde o modelo de aceleração de negócios se popularizou e é seguida a média de 10%. Fora isso, Souza também vê
como vantagens o rápido ciclo de validação do produto e o networking com investidores. “O principal é a rede de contatos. É interessante, antes de ingressar
em um programa, pesquisar quem são os
sócios da aceleradora”, sugere.
Vinicius Machado, da ABStartups,
avalia que o ambiente para aceleração
no País é bom, embora ainda falte aos
empreendedores brasileiros experiência
prática. O gerente destaca que o lançamento do programa Startup Brasil pelo
governo federal, no ano passado, aqueceu este mercado fazendo inclusive com
que algumas aceleradoras mudem seu
foco de atuação. A edição piloto do programa recebeu inscrições de 1,6 mil startups, 87 delas foram apoiadas pelas nove
aceleradoras selecionadas pelo edital –
21212, Acelera MGTI, Acelera Partners,
Aceleratech, Outsource, Papaya, Pipa,
Start You Up e Wayra. O investimento do
governo e das aceleradoras somaram R$
19,6 milhões.
As aceleradoras gaúchas WOW e
Ventiur, por exemplo, mudaram recentemente as datas dos seus ciclos para se
alinhar ao calendário da próxima edição
do programa. A Estarte.Me planeja fazer
o mesmo a partir de 2015. Para André
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SUDESTE
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Wplanet Aceleração & Desenvolvimento
www.wplanet.com.br
Geral - SP
Nelson Araujo de Melo
Alimento - SP
Instituto Quintessa
www.quintessa.org.br
Negócios sociais - SP
Aceleratech
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Digital, B2B, saúde, educação, finanças,
automação de processos - SP
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TIC - SP
Planet Startup
http://www.planetstartup.com.br
Geral - SP
Germinadora
http://www.germinadora.com
Pré-Ideia, B2B, B2Pro, SAAS, Mobile
& Web Apps, Corporate VC - SP
Criabiz Aceleradora de Inovação
http://www.criabiz.com.br
Saúde, educação, ambiental e techMobile - SP
Viking Aceleradora
http://www.viking.ac
TIC, software, digital - SP
Aceleradora d.E.
Geral - MG
Outsource Brazil
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Soluções educacionais e soluções corporativas
(enterprise software e mobile) - RJ
Fumsoft
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Tecnologia da informação - MG
Pense Startup
http://pensestartup.com.br
Internet
Startup Farm
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Startups digitais - RJ, SP e MG
Experimental Adventure
http://www.experimental.cc
Economia criativa - RJ
Pipa Accelerator
http://www.pipa.vc
Negócios com impacto social e ambiental - RJ
Papaya Ventures
http://www.papayaventures.com
TIC, web, user experience - RJ
Tree Labs
http://www.treelabs.com.br
Web e mobile - SP
FONTE: ABSTARTUPS, JULHO DE 2014.
*ASSOCIADAS À ABSTARTUPS
Wayra
http://br.wayra.org
Startups digitais, inovação - SP
Aceleradora de Impacto
Saúde, educação, serviços
financeiros, habitação e tecnologia - SP
Project-A
http://project-1.net
E-commerce, TIC, mobile - SP
21212
http://www.amazonstartups.com
TI, internet, e-commerce, entertainment,
e-payment, social - RJ
Intentio SA
http://www.intentio.com.br
Social commerce, marketing - SP
Aceleradora
http://aceleradora.net
Tecnologia, e-commerce, mobile, web - MG
NIDUS Business Accelerator
http://www.startupnasajon.com
TIC- RJ
NORDESTE
85 Labs
www.85labs.com
Empresas B2B - CE
PolivalenTi - Acelera Startups
http://www.polivalenti.com.br
TIC - CE
Aceleradora de Impacto
http://artemisia.org.br/
Saúde, educação, serviços financeiros,
habitação e tecnologia - SP e PE
Oxy Aceleradora
http://oxy.vc/pt/
E-commerce, fidelidade & recorrência, mobilidade
urbana, entretenimento, educação, saúde,
aplicativos, pet shop, varejo, mídia on e off-line - BA
Start You Up Accelerator
http://www.startyouup.com.br
Mobile, web, games, e-commerce - ES
APStartups
http://www.apstartups.com.br
Empreendedorismo tecnológico - PB
Cesar.Labs
http://www.cesar.org.br/site
TIC- PE
NORTE
FabriQ Aceleradora
http://fabriq.com.br
TIC - AM
Startup RN
http://www.startuprn.com.br
TIC - RN
Lista de
Aceleradoras*
Confira abaixo as áreas de
atuação e locais de sede dos
principais programas de
aceleração de
negócios
Amazon Startups
http://www.amazonstartups.com
TIC - AM
SUL
Devellop Web Solutions
www.devellop.com.br
Geral - SC
Estarte.Me
http://www.estarte.me
Digital (web, apps, games) - RS
Redlandtech
http://www.redlandtech.com.br
E-commerce, games, saúde, mobilidade,
mobile, cloud, SAAS, mídias sociais,
agregadores - PR
Hatch Startups
http://hatchstartups.com.br/
TI, e-commerce, entretenimento, mobile - PR
Ideias Inovadoras
http://www.ideiasinovadoras.com.br
Startups digitais de internet - RS
Novos Negócios
http://www.novosnegocios.com.br
TIC, web, serviços tradicionais - SC
Supernova Aceleradora de Startups
http://www.supernovabr.com
E-commerce, mídias sociais, tecnologia,
B2B, B2C, mobile, web - PR
CENTRO-OESTE
Ninho Desenvolvimento Empresarial
http://ninho.biz
Startups, MPE, inovação - GO
INTERNACIONAL
500Startups
http://500.co
Geral - Estados Unidos
J&P Emerging Enterprises
http://www.jpemergingenterprises.com.br
Tecnologia, serviços - Brasil e Estados Unidos

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