Untitled - Jerónimo Martins
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Índice 3 Mensagem do Presidente I. Introdução 6 1. Perfil Estratégico do Grupo 13 2. Indicadores Financeiros e Operacionais do Grupo 17 3. Órgãos Sociais 19 4. Estrutura de Negócios e Estrutura Societária 21 5. Estrutura de Gestão 23 6. Glossário Financeiro 25 7. Contactos II. Governo da Sociedade 27 Introdução 28 1. Declaração de Cumprimento 29 2. Divulgação de Informação 58 3. Exercício de Direito de Voto e Representação de Accionistas 60 4. Regras Societárias 61 5. Órgão de Administração III. Relatório Consolidado de Gestão 70 1. Factos Relevantes do Ano 72 2. Enquadramento Macro-Económico Internacional 74 3. Enquadramento Sectorial Internacional 77 4. Portugal 79 5. Polónia 81 6. Síntese da Actividade Consolidada do Ano 91 7. Distribuição Alimentar - Portugal 106 8. Distribuição Alimentar - Polónia 109 9. Indústria 113 10. Jerónimo Martins Distribuição 116 11. Simplificação de Processos de Gestão Interna 118 12. Programa de Investimentos do Grupo 121 13. Perspectivas para 2008 133 14. Factos Subsequentes 134 15. Proposta de Aplicação de Resultados 135 16. Anexo ao Relatório Consolidado de Gestão IV. Responsabilidade Social 138 1. Factos Relevantes do Ano 141 2. Jerónimo Martins e o Desenvolvimento Sustentável 143 3. Ética Empresarial 145 4. Recursos Humanos 155 5. Qualidade e Segurança Alimentar 164 6. Gestão Ambiental 178 7. Mecenato 185 8. Perguntas mais Frequentes V. Demonstrações Financeiras Consolidadas 194 1. Demonstrações Financeiras Consolidadas 239 2. Declaração de Conformidade 240 3. Certificação Legal de Contas e Relatório de Auditoria 242 4. Parecer do Órgão de Fiscalização VI. Relatório e Contas Individual 245 1. Relatório de Gestão 253 2. Demonstrações Financeiras Individuais 288 3. Certificação Legal de Contas e Relatório de Auditoria 290 4. Parecer do Órgão de Fiscalização 292 Extracto da Acta da Assembleia Geral Anual R&C’07 – Mensagem do Presidente MENSAGEM DO PRESIDENTE Aos nossos Accionistas Para Jerónimo Martins, o ano de 2007 foi marcado por um notável crescimento das suas operações, em particular na área da Distribuição, o qual foi atingido graças ao acerto das estratégias definidas, à forma rigorosa como foram implementadas e à gestão equilibrada dos recursos disponíveis. As vendas consolidadas atingiram os 5.350 milhões de euros, correspondendo a um crescimento de 21,4% face ao ano anterior, e os resultados líquidos atribuíveis a Jerónimo Martins cifraram-se em 131 milhões de euros, mais 13,0% do que em 2006. Como principais motores deste crescimento identifico a cadeia Pingo Doce, que registou um aumento de vendas de 17,5%, ultrapassando o patamar dos 1.000 milhões de euros, e de 8,7% em LFL relativamente ao ano anterior, e a cadeia Biedronka, com o excelente incremento de vendas de 35,0% e de 21,1% em LFL. Com estes crescimentos, ambas as Companhias fortaleceram as respectivas quotas de mercado. Nesta estratégia de consolidação de lideranças, assinalo com entusiasmo a inauguração, no mês de Setembro de 2007, da 1.000ª loja Biedronka na Polónia, em Varsóvia, simbolizando a forte aposta do Grupo no mercado polaco. Quero igualmente realçar a aposta continuada de Jerónimo Martins na oferta de uma Marca Própria de alta qualidade, pilar importantíssimo na estratégia de diferenciação das Companhias, a qual cresceu 41,0% no retalho em Portugal e 31,8% na Biedronka. Como evidência do cumprimento das mais altas e rigorosas exigências de qualidade da Marca Própria, é com muito agrado que constato, que as Companhias Pingo Doce e Recheio foram as primeiras, a nível mundial, a certificar a actividade de desenvolvimento e de acompanhamento após lançamento dos produtos de marca própria e respectivo fornecedor, segundo o referencial NP EN ISO 9001:2000. Destaco, igualmente, as operações de concentração do mercado do retalho em Portugal e na Polónia, movimentos em que o Grupo foi parte activa ao proceder à aquisição ao Grupo Tengelmann, já no final do ano, das operações da insígnia Plus em Portugal e na Polónia, envolvendo respectivamente 75 e 210 lojas e um volume de negócios global de cerca de 500 milhões de euros. Muito embora o desempenho no ano de 2007 seja um marco importante na história do Grupo, a responsabilidade que daí advém, resultante também da criação de mais de 2.700 postos de trabalho efectivos em Portugal e cerca de 3.700 na Polónia (+19% face a igual período do ano anterior na área da Distribuição) é o elemento motivador da nossa ambição para o novo ciclo que vamos iniciar. Ciclo de crescimento forte, equilibrado e sustentável em todas as áreas de negócio e de permanente criação de valor. Para Jerónimo Martins, 2008 já nasce marcado por novos desafios. No curto prazo, e assim que esteja aprovada a aquisição das operações da Plus, impõe-se todo um processo de remodelação das respectivas lojas e integração dos novos colaboradores na cultura do Grupo. Integração que terá sempre como princípio basilar, não só a transmissão do conhecimento de Jerónimo Martins, como a valorização e integração das boas práticas e conhecimentos provenientes da experiência dos colaboradores da insígnia adquirida. 3 R&C’07 – Mensagem do Presidente Uma vez consolidadas as necessárias integrações, o Grupo retomará o processo de crescimento orgânico, sem excluir o estudo de novas oportunidades de crescimento, seja por expansão para novas geografias, ou novas áreas de negócio. Certo é, que o Grupo estará atento às oportunidades que possam surgir no sector da indústria dos produtos alimentares, em Portugal e na Polónia, tendo sempre em consideração a solidez do seu balanço. Costumo dizer que somos um “Negócio de Pessoas, feito por Pessoas” e é nesta perspectiva que valorizo uma política sustentada de formação. Porque acredito que vivemos, actualmente, na Era do Talento, o desenvolvimento pessoal e profissional dos Colaboradores de Jerónimo Martins assume cada vez maior relevo como vantagem competitiva neste mercado global. Neste âmbito, tanto Portugal como a Polónia proporcionam aos seus Quadros Médios e Superiores formações específicas em Instituições Académicas nacionais e internacionais de renome, com as quais o Grupo tem estabelecido protocolos e relações de longa duração, como a Universidade Católica Portuguesa, a Universidade Nova, o INSEAD, a Harvard University, a Kellog’s University, entre outras. Sem nunca descurar o negócio e tendo em consideração a importância que a área de Perecíveis assume na estratégia do Grupo, assinalo ainda a criação em 2007 da Escola de Frescos Jerónimo Martins, vocacionada para uma formação rigorosa e profissional, no sentido do desenvolvimento das competências técnicas dos Colaboradores das áreas especializadas de talho, peixaria, padaria e pastelaria, frutas e vegetais. É com grato prazer que realço ainda, uma iniciativa da Escola de Formação de Jerónimo Martins, que em 2007 se associou ao Programa “Novas Oportunidades”, desenvolvendo, em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional e o Instituto para a Qualidade na Formação, o projecto denominado “Aprender e Evoluir”. Este projecto, que visa dar oportunidade aos colaboradores com escolaridade inferior ao 9º e ao 12º anos, de, em regime laboral, obterem a respectiva habilitação, contava, no final do mês de Dezembro de 2007, com mais de 3.000 inscrições. Por outro lado, conscientes da responsabilidade que assumimos com a comunidade onde nos integramos, e da importância da integração de pessoas com necessidades especiais - mas com capacidade para participar activamente na sociedade e nas empresas - , foi reforçada a parceria com a ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, visando a integração de mais 39 colaboradores em Jerónimo Martins. Igualmente pensando nas pessoas com capacidades visuais reduzidas, foi introduzida uma nova funcionalidade no site institucional do Grupo www.jeronimomartins.com -, que agora permite a audição dos conteúdos escritos, em português e inglês, introdução pioneira em termos das empresas do PSI-20. A fechar este ano de 2007, com os olhos postos nos desafios e oportunidades que agora se nos deparam, quero deixar uma mais do que merecida palavra de apreço a todos os Colaboradores, pelo valor inestimável do seu profissionalismo e dedicação. Colaboradores que, uma vez mais, quisemos homenagear, tornando-os os rostos protagonistas deste Relatório, na certeza do seu decisivo contributo para o notável desempenho do Grupo. Por fim, quero ainda expressar a minha gratidão a cada um dos nossos Accionistas, certo de que continuarão a apoiar o nosso projecto, permitindo-nos levar Jerónimo Martins cada vez mais longe. 4 I. Introdução 6 1. Perfil Estratégico do Grupo 13 2. Indicadores Financeiros e Operacionais do Grupo 17 3. Órgãos Sociais 19 4. Estrutura de Negócios e Estrutura Societária 19 4.1. Estrutura de Negócio 20 4.2. Síntese da Estrutura Societária do Grupo 21 5. Estrutura de Gestão 23 6. Glossário Financeiro 25 7. Contactos R&C’07 – Introdução 1. PERFIL ESTRATÉGICO DO GRUPO Carteira de Activos Jerónimo Martins é um Grupo português de dimensão relevante, que registou, em 2007, uma facturação de 5.350 mil milhões de euros, empregando 41.300 colaboradores e no qual a área internacional representa cerca de 44,7% das vendas e 46,8% dos colaboradores. O Grupo detém um portefólio de negócios equilibrado, que conjuga a força das posições de mercado das operações de Retalho e Grosso, em Portugal, com o potencial de crescimento da operação da Biedronka, no mercado polaco, e com a maturidade e capacidade de libertação de cash flow proporcionadas pelos activos industriais da parceria com a Unilever em Portugal. Na Distribuição Alimentar em Portugal, o Grupo ocupava, no final de 2007 e em termos agregados, a posição de liderança, operando com as insígnias Pingo Doce (210 supermercados em Portugal Continental e 13 supermercados na Madeira), Feira Nova (9 hipermercados e 37 mini-hipermercados) e Recheio (31 Cash & Carries e 2 plataformas de Food Service em Portugal Continental e 1 loja mais 1 plataforma de Food Service na Madeira), sendo o operador líder de mercado nos segmentos de supermercados e de Cash&Carries. Na Polónia, a Biedronka, cadeia de lojas com um sortido de bens alimentares que conjuga qualidade e uma prática constante de preços baixos, é líder destacada no seu formato, com vantagem clara sobre os seus concorrentes em número de lojas e notoriedade de marca. A insígnia detinha 1.045 lojas na Polónia no final de 2007, tendo ultrapassado os 494 milhões de actos de compra e os 2.392 mil milhões de euros de facturação no ano em análise. Ainda na Polónia, e na sequência da parceria celebrada em Fevereiro de 2006 com a Associação Nacional de Farmácias em Portugal, com o objectivo de estudar a viabilidade do desenvolvimento de um negócio de retalho no ramo das farmácias, foram abertas, em 2007, 4 lojas-piloto sob a insígnia "Apteka Na Zdrowie", que se juntaram à primeira loja aberta no final 2006. Jerónimo Martins é também o maior Grupo industrial de bens de grande consumo em Portugal, através da sua parceria com a Unilever nas áreas Alimentar, de Cuidado Pessoal e Higiene Doméstica, e de Consumo Fora de Casa, reforçada, em 2007, com a fusão da FimaVG, Bestfoods, LeverElida e IgloOlá numa organização única - a Unilever Jerónimo Martins. A nova Companhia mantém as posições de liderança nos mercados de azeite, margarinas, chá frio, gelados e detergentes para roupa, entre outros. O portefólio do Grupo inclui, ainda, uma área de negócio vocacionada para Serviços de Marketing, Representações e Restauração, em que se incluem: Jerónimo Martins Distribuição de Produtos de Consumo, que representa em Portugal marcas internacionais, algumas ocupando posições de liderança na área alimentar de grande consumo e de Food Service, neste caso através da Caterplus, na de cosmética selectiva, e na de cosmética de grande consumo, resultado de uma parceria com o Grupo Puig; A cadeia de Retalho Especializado Hussel, com 21 lojas para comercialização de chocolates e confeitaria; 6 R&C’07 – Introdução Jerónimo Martins Restauração e Serviços, que se dedica ao desenvolvimento de projectos no sector da Restauração e que inclui a cadeia de quiosques de café Jeronymo, as geladarias Ben & Jerry’s e Olá, e as lojas Subway. Grandes Etapas Históricas 1792 – Abertura, por Jerónimo Martins, de uma mercearia de qualidade no Chiado. 1944 – Inauguração da Fábrica Fima (indústria dedicada à produção de margarinas). 1949 - 1970 – Estabelecimento de uma parceria com a Unilever, em Portugal, para o desenvolvimento de know-how na área industrial e no mercado de bens de grande consumo, iniciando-se na Fima e alargando-se, posteriormente, à Lever (Sabão e Detergentes), à Olá (Gelados) e à Iglo (Congelados). 1980 - 1995 – Desenvolvimento da área de negócio da Distribuição Alimentar, através dos supermercados Pingo Doce, dos hipermercados Feira Nova, da expansão do Pingo Doce para a Madeira, com a Lidosol, dos Cash & Carries Recheio, dos Serviços de Marketing e Representações, com a JMD, do Retalho Especializado, com a Hussel; Expansão através de crescimento orgânico e operações de aquisição bem como no desenvolvimento de parcerias estratégicas, primeiro com a Delhaize no Pingo Doce e depois com a Ahold no Pingo Doce e Feira Nova, com a Booker no Recheio, e com a Douglas na Hussel. 1989 – Entrada em Bolsa, apresentando, de forma consistente e durante uma década, significativos aumentos da capitalização bolsista. 1995 – 2000 - Internacionalização para a Polónia (cash&carries Eurocash, lojas Biedronka e hipermercados Jumbo), Brasil (supermercados Sé) e Inglaterra (cadeia de artigos de desporto Lillywhites). Diversificação do portefólio de negócios, com entrada na Banca de Retalho, em parceria com o BCP (Expresso Atlântico), e participação no sector das Telecomunicações (Oniway). Entrada no negócio das Águas e Turismo com a aquisição da VMPS. 2001-2005 - Reestruturação da carteira de activos, com alienação dos negócios fora do âmbito da actividade central, retoma do equilíbrio de balanço e minimização da exposição ao risco financeiro. Reestruturação operacional, com refocagem das unidades operacionais na dinâmica comercial dos seus segmentos, optimização da escala, exploração das sinergias, simplificação de processos e redução de custos; criação de equipas multi-disciplinares, agilização da Organização e criação da Escola de Formação Jerónimo Martins. 2006-2007 - Nova etapa do plano estratégico de crescimento, com regresso à expansão em Portugal e manutenção do ritmo de expansão na Polónia; forte investimento na actualização tecnológica, na renovação do parque de lojas das várias insígnias e em programas de formação para Quadros e Não-Quadros; estudo de novas oportunidades de negócio. 7 R&C’07 – Introdução Continuidade na Cultura de Pioneirismo O Grupo Jerónimo Martins, pioneiro na vida empresarial portuguesa em vários campos, destaca-se ainda, entre outros aspectos, por ter sido a primeira empresa de Distribuição Alimentar em Portugal a implementar novas práticas de gestão, nomeadamente: Adoptando os International Accounting Standards/International Financial Reporting Standards (IAS/IFRS), em 2000; Arrancando com uma plataforma de Food Service no Porto, em 2002; Implementando uma plataforma business-to-business (B2B) no relacionamento com os fornecedores, em 2004; Obtendo, no final de 2005, da Associação Portuguesa de Certificação (APCER), a Certificação do Sistema de Gestão de Segurança Alimentar HACCP - Hazard Analysis Critical Control Point (DS 3027E: 2002) e do Sistema de Gestão Ambiental (NP EN ISO 14001: 2004), posicionando os armazéns do Retalho como os primeiros em Portugal, no sector da Distribuição Alimentar, a conseguir este duplo reconhecimento; Obtendo, no final de 2006, a certificação em Segurança Alimentar de 19 lojas Recheio e as suas duas plataformas de Food Service - certificação do sistema HACCP, segundo o Codex Alimentarius CAC/RCP-1-1969, Rev.4 (2003) -, passando a ser a primeira cadeia de Distribuição grossista em Portugal a obter uma certificação multisite em HACCP; Obtendo, em 2007, a certificação da actividade de Marca Própria do Pingo Doce e do Recheio segundo o referencial NP EN ISO 9001:2000 – certificação dos processos internos e do fornecedor no desenvolvimento dos produtos e no acompanhamento após lançamento -, sendo os primeiros operadores a nível mundial a obter este tipo de certificação. Jerónimo Martins regista, ainda, várias iniciativas inovadoras junto do consumidor. A gama de produtos desenvolvida pelas insígnias de retalho alimentar do Grupo, em Portugal, tem vindo a consolidar a imagem de qualidade e inovação através de: • Desenvolvimento de marcas por grandes áreas de especialização, para gamas transversais às duas insígnias, permitindo alargar a oferta, optimizar a escala e reforçar a imagem de especialista; • Lançamento de uma gama alargada de produtos frescos controlados na origem e identificados com o selo das insígnias enquanto garantia de Qualidade e Segurança Alimentar; • Lançamento em 2006, de uma gama de substitutos dos lácteos para clientes intolerantes à proteína do leite com a sua marca Pingo Doce – tornando-se a primeira empresa de distribuição alimentar em Portugal a fazê-lo; • Lançamento, em 2007, de uma gama de produtos biológicos certificados com a marca Pingo Doce – sendo a primeira empresa de distribuição alimentar em Portugal a fazê-lo; Em 2005, o Grupo deu mais um passo verdadeiramente inovador no universo da Distribuição Portuguesa, ao instituir a figura do Provedor do Cliente Jerónimo Martins. Em 2006, a Biedronka estabeleceu uma parceria inédita com a Danone, a Lubella e o Instituto Polaco da Mãe e da Criança para combater o problema da má nutrição infantil e juvenil na Polónia, tendo lançado o Milk Start, um produto desenvolvido com base num exigente perfil nutricional e sob supervisão de um instituto independente. 8 R&C’07 – Introdução Por fim, em Julho de 2007, Jerónimo Martins lançou o projecto “Aprender e Evoluir”, no âmbito do programa nacional “Novas Oportunidades” desenvolvido pelo Ministério da Educação, tendo sido a primeira Companhia do sector a celebrar um protocolo de cooperação visando formar e certificar colaboradores num total de 11.500. Ainda em 2007, foi introduzida uma nova funcionalidade no site institucional do Grupo que permite o acesso a invisuais, sendo esta uma iniciativa pioneira no universo de empresas do PSI-20. Missão Jerónimo Martins é um Grupo com projecção internacional que actua no ramo alimentar, nos sectores da Distribuição e da Indústria, visando satisfazer os legítimos interesses dos seus Accionistas e contribuindo para o crescimento económico e para o desenvolvimento sustentado das regiões onde opera. No quadro da sua missão, são objectivos do Grupo: Promover a máxima eficiência operacional em todas as áreas de negócio, no sentido de optimizar os resultados gerados pelos seus recursos financeiros, materiais e humanos; Assegurar a lealdade e a máxima satisfação dos seus clientes, melhorando a sua qualidade de vida através de um firme compromisso em matéria de inovação e pela oferta da melhor proposta de valor em termos de qualidade-preço dos produtos e serviços disponibilizados; Pautar a actuação de toda a Organização pelos mais elevados padrões de comportamento e de Responsabilidade Social, construindo relações de confiança com todos os seus stakeholders; Conduzir os negócios através de Organizações dinâmicas e flexíveis, dotadas de capital humano que saibam aliar a experiência e o conhecimento acumulados à necessidade permanente de mudança, apostando na formação contínua e em práticas de gestão actuais, que garantam o alinhamento da Organização em torno dos desafios estratégicos e das actividades verdadeiramente geradoras de valor. Uma Identidade de Referência Sendo há muito uma referência no seu sector de actividade e no mercado em geral, Jerónimo Martins tem uma história de 215 anos, construída sobre uma enorme diversidade de acontecimentos, experiências e aprendizagens, que confere ao Grupo a solidez e a capacidade de renovação, espelhadas na força e vitalidade por que é reconhecido. A renovação da identidade visual de Jerónimo Martins, concretizada em 2004, traduz e simboliza a profunda mudança que se tem vindo a operar no Grupo. Esta identidade visual renovada consubstancia a nova realidade de Jerónimo Martins e os três valores centrais à sua cultura e forma de estar no mercado: O Rigor da Gestão, que garante... A análise adequada das tendências macro-económicas, sectoriais e de mercado; 9 R&C’07 – Introdução A definição das prioridades estratégicas; O estabelecimento e a comunicação de objectivos claros e exigentes; O adequado controlo e a correcta avaliação crítica dos resultados. A Inovação Permanente, que incentiva... O pioneirismo em processos e práticas de gestão; O dinamismo e a liderança no mercado. A Transparência das Políticas, que promove... A defesa prioritária dos interesses dos Accionistas; A conduta ética da Organização em relação a todos os seus stakeholders; A avaliação objectiva dos colaboradores quanto aos respectivos desempenho e desenvolvimento profissionais; A Responsabilidade Social como opção estratégica; A aposta em parcerias estratégicas nos mercados e regiões onde opera. Jerónimo Martins é, hoje, um Grupo sólido e coeso, com uma visão clara e uma Organização orientada para a excelência profissional, preparado para construir mais uma etapa da sua já longa história, rumo a um futuro estável e duradouro. Uma Estratégia de Desenvolvimento Sustentável O Grupo Jerónimo Martins actua num sector que se caracteriza por elevada sensibilidade à conjuntura macro-económica global e dos países em particular, e pela grande diversidade e dinamismo, tanto do lado da oferta como da procura. É sabido que as conjunturas macro-económicas geram riscos e oportunidades e estão cada vez mais interligadas pelo efeito da globalização Os cenários traçados pelos especialistas económicos apresentam níveis significativos de incerteza e volatilidade. Os mercados financeiros exigem prémios de risco tendencialmente superiores e uma maior transparência e selectividade, cabendo às empresas aprender a lidar adequadamente com esta nova realidade. O mundo alimentar apresenta ciclos progressivamente mais rápidos de desenvolvimento dos mercados e consumidores cada vez mais exigentes, os quais preferem marcas de confiança e preços competitivos. De facto, os consumidores têm dado provas de grande racionalidade na despesa alimentar, ao acederem a muita informação e a várias alternativas. A sensibilidade ao preço, a preocupação com a qualidade, a segurança e a saúde ou a procura de soluções de conveniência são tendências globais, não obstante graus distintos de desenvolvimento dos mercados. Os consumidores caracterizam-se, ainda, por grandes tendências socio-demográficas como envelhecimento da população, pluralidade racial e cultural, concentração populacional em “mega” zonas urbanas, falta de tempo, agregados familiares mais pequenos, entre outras. Do lado da oferta, a generalidade dos operadores do sector alimentar enfrentou processos de reestruturação muito recentemente. Aqueles que visam consolidar posições de mercado em ambientes de elevada agressividade concorrencial continuam a apostar em acréscimos de competitividade e na diferenciação das suas ofertas de valor. 10 R&C’07 – Introdução Num outro plano e, em função da posição local, regional, ou mesmo global, que cada operador ambiciona ter, também as operações de fusão e aquisição e a expansão internacional continuam a ser tema central nas estratégias de crescimento. Acresce ainda que os cidadãos se mostram cada vez mais atentos às problemáticas ambientais e sociais da actualidade. Os media, os especialistas, as ONG’s e os governantes em geral têm vindo a focar o debate público nas questões de sustentabilidade. Por sua vez, os operadores do retalho alimentar começam a demonstrar consciência do papel relevante que podem desempenhar nas problemáticas ambientais e sociais da actualidade. Enquanto agentes no interface com o cliente final, sabem que o goodwill das iniciativas ambientais e sociais pode alavancar o valor das respectivas marcas e insígnias e reforçar a confiança junto dos clientes. Numa outra perspectiva, as suas opções vão influenciar uma extensa cadeia de valor que abarca uma multiplicidade de agentes a montante. Consciente de toda esta realidade, Jerónimo Martins assume, no desenvolvimento da sua estratégia, um compromisso económico centrado no crescimento saudável e rentável. Focando a sua actividade de gestão na criação de valor no curto, médio e longo-prazo, o Grupo assume duas grandes prioridades. Antes de mais, o Grupo visa assegurar o fortalecimento contínuo das posições de liderança que detém sendo as prioridades de investimento determinadas em consonância. Simultaneamente, o Grupo visa preparar a expansão da carteira de activos, dentro do quadro da sua missão, através do estudo rigoroso de novas oportunidades de negócio. Nesse sentido, Jerónimo Martins pretende continuar a: • Deter sólidos recursos financeiros, dando particular atenção à estrutura de capital, à solidez de balanço e à cobertura de risco, ao mesmo tempo que garante o equilíbrio do portefólio e a avaliação ponderada de novos investimentos; • Promover programas que gerem um forte crescimento de cash flow e de resultados para a carteira de activos, incluindo operações de expansão e consolidação; • Garantir o reforço continuado dos formatos, promovendo organizações focadas, ágeis, criativas e dinâmicas, capitalizando a escala, as sinergias e a partilha de conhecimento e premiando a criação de valor. O investimento contínuo na formação de Quadros e Não-Quadros é um factor chave no desempenho de excelência da Organização; • Implementar os mecanismos adequados de avaliação e gestão de risco, aos mais diversos níveis da cadeia de valor, para sustentar, de forma sólida, o negócio no presente e os planos de crescimento no futuro; • Diferenciar-se por um perfil de inovação e pioneirismo ajustado às grandes preocupações dos clientes e às tendências de consumo. O investimento em parcerias estratégicas vai continuar a ter uma importância determinante na cultura de inovação e pioneirismo que se pretende promover; • Proceder ao ajustamento contínuo e proactivo do plano estratégico em articulação com a definição de objectivos anuais que devem ser ambiciosos, exequíveis, sendo esta a chave para a contínua criação de valor para os Accionistas de Jerónimo Martins e para os stakeholders em geral. 11 R&C’07 – Introdução O compromisso económico de Jerónimo Martins para com os seus Accionistas tem sido, e vai continuar a ser, balizado pelo estrito cumprimento das regras económicas, ambientais e sociais. Contudo, importa salientar que ao longo da sua história o Grupo tem demonstrado a vontade de querer contribuir para além do que lhe é exigido. No quadro de valores que formam a sua identidade, Jerónimo Martins tem implementado políticas, práticas e iniciativas no âmbito da Responsabilidade Social que são exemplos dessa vontade. Em capítulo próprio do presente Relatório e Contas encontra-se disponível um conjunto vasto de informação organizado por grandes temas, nomeadamente, Ética Empresarial, Recursos Humanos, Qualidade e Segurança Alimentar, Gestão Ambiental e Mecenato. Existe, também, a convicção de que as políticas e as práticas que pautam a conduta de mercado do Grupo devem acompanhar proactivamente a evolução da sociedade em geral e reflectir o grau de amadurecimento interno sobre as questões em causa. É esta actuação consistente ao longo do tempo que sustenta e reforça identidade de Jerónimo Martins junto dos seus accionistas, colaboradores e stakeholders em geral. Numa outra perspectiva, Jerónimo Martins pretende continuar a integrar o pilar da sustentabilidade na estratégia de cada negócio do Grupo, acreditando que os clientes vão valorizar e confiar, cada vez mais, nas marcas e nas insígnias que melhor incorporam os valores económicos, ambientais e sociais relevantes e que apresentam condutas de mercado consistentes ao longo do tempo. Em suma, a estratégia de desenvolvimento sustentável do Grupo Jerónimo Martins visa satisfazer, de forma continuada, os legítimos interesses dos seus Accionistas e contribuir para o crescimento económico e desenvolvimento sustentado das regiões onde opera, continuando a ser uma entidade institucional de referência e a deter marcas e insígnias de confiança. 12 R&C’07 – Introdução 2. INDICADORES FINANCEIROS E OPERACIONAIS DO GRUPO 13 R&C’07 – Introdução 14 R&C’07 – Introdução 15 D I S T R I B U I Ç Ã O A L I M E N T A I N D Ú S T R I A ns oli da çã o Pa rtic ipa çã o R&C’07 – Introdução Vendas (Mil. Euros) Margem EBITDA ⎝% 51% I 1.136,8 967,6 17,5% Hipermercados (3º operador) 51% I 800,9 739,7 8,3% Cash & Carry (Líder) 100% I 626,1 602,2 4,0% 6,0% 75,5% I 123,3 111,1 10,9% 4,6% Co 06 Supermercados (Líder) 07 07 7,0% Portugal Continental Portugal Madeira Nº lojas 07 07 Vendas/ m2 * 07 210 183.770 6,7 8,7% 46 172.039 5,0 -2,0% 6,0% 33 109.634 5,7 3,6% 9,0 12,7% 5,5% 15 14.626 8,5 -0,9% 18,6 21,1% 06 Área vendas (m2) (Lidosol) Supermercados Lojas alimentares (Líder) 100% I 45% P 07/06 8,2% (J.G.Camacho) Cash & Carry Polónia LFL °% 2.392,3 1.715,5 39,5% 5,9% 5,3% 322,3 327,7 -1,7% 11,3% 14,2% 5.349,7 4.407,2 21,4% 6,6% 7,2% 1.045 536.729 Margarina, Azeite, Óleos alimetares, Chá gelado e Caldos Knorr Higiene Doméstica e Higiene Pessoal Portugal Gelados Serviços de Marketing, Representação e 100% I 51% I Restauração Chocolates e Confeitaria CONSOLIDADO * em milhares (moeda local) I - Integral P - Proporcional 16 R&C’07 – Introdução 3. ÓRGÃOS SOCIAIS Data de eleição: 30 de Março de 2007 Composição do Conselho de Administração eleito para o triénio 2007-2009 Presidente do Conselho de Administração Elísio Alexandre Soares dos Santos 73 anos; Presidente do Grupo, desde Fevereiro de 1996. Administradores Executivos: CEO e Responsável pela Área Financeira (CFO) Luís Maria Viana Palha da Silva 52 anos; Presidente da Comissão Executiva, desde 2004; Administrador Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2001. Responsável pelas Operações de Distribuição Alimentar Pedro Manuel de Castro Soares dos Santos 48 anos; Membro da Comissão Executiva; Administrador Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 1995. Responsável pelas Operações da Indústria e Serviços de Marketing, Representações e Restauração José Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos 45 anos; Membro da Comissão Executiva; Administrador Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2004. Administradores Não-Executivos: António Mendo Castel-Branco Borges 59 anos; Administrador Não-Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2001. Hans Eggerstedt 69 anos; Administrador Não-Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2001. Rui de Medeiros d’Espiney Patrício 75 anos; Administrador Não-Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2001. 17 R&C’07 – Introdução Artur Eduardo Brochado dos Santos Silva 66 anos; Administrador Não-Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2004. Nicolaas Pronk 45 anos; Administrador Não-Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2007. Fiscal Único e Auditor Externo: PricewaterhouseCoopers & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. Palácio Sottomayor, Rua Sousa Martins, 1 – 3º, 1050-217 Lisboa Representada por: Jorge Manuel Santos Costa, R.O.C. Suplente: José Manuel Henriques Bernardo Secretário da Sociedade: Henrique Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos Suplente: António Neto Alves Presidente da Assembleia Geral: João Vieira de Castro Secretário da Assembleia Geral: Tiago Ferreira de Lemos 18 R&C’07 – Introdução 4. ESTRUTURA DE NEGÓCIOS E ESTRUTURA SOCIETÁRIA 4.1. Estrutura de Negócios PINGO DOCE - Supermercados DISTRIBUIÇÃO PORTUGAL FEIRA NOVA - Hipermercados / Mini-hipermercados RECHEIO - Cash & Carry POLÓNIA BIEDRONKA - Lojas Alimentares INDÚSTRIA BLISKA (Apteca Na Zdrowie) – Farmácias PORTUGAL UNILEVER JERÓNIMO MARTINS - Margarinas, Azeite, Óleo, Chá Gelado, Sopas, Caldos, Higiene Doméstica e Pessoal e Gelados SERVIÇOS JMD - Representação e Serviços – Alimentar e Cosmética PORTUGAL JM RESTAURAÇÃO – Retalho Especializado – Quiosques de Café, Geladarias e Lojas de Sanduíches HUSSEL - Retalho Especializado – Confeitaria e Chocolates 19 R&C’07 – Introdução 4.2. Síntese da Estrutura Societária do Grupo 20 R&C’07 – Introdução 5. ESTRUTURA DE GESTÃO Jerónimo Martins, SGPS, S.A. é a Holding do Grupo, que integra três áreas de negócio distintas: (1) Distribuição Alimentar, (2) Indústria e (3) Serviços de Marketing, Representações e Restauração. A Distribuição Alimentar encontra-se dividida por áreas geográficas de actuação em Portugal e na Polónia. Em Portugal, as Companhias Operacionais – Pingo Doce e Feira Nova - integram na sua estrutura organizativa as Direcções de Operações, Gestão de Categorias, Marketing, Técnica e Controller. Em relação à Companhia Recheio, para além das anteriores, existem também uma Direcção de Food Service, uma Direcção de Sistemas de Informação e uma Direcção de Recursos Humanos. Considerando a operação existente na Madeira, destaca-se a necessidade de as áreas da Logística, Controlo de Qualidade e Recursos Humanos também estarem representadas na estrutura, se bem que numa escala mais reduzida. Em qualquer um dos casos, as áreas acima mencionadas reportam, em linha, ao Director-Geral da Companhia. É de salientar ainda, a existência de Direcções Funcionais na estrutura organizacional do Retalho em Portugal, que prestam serviços, de forma transversal, às Companhias Operacionais nas respectivas áreas de actuação, nomeadamente, Recursos Humanos, Sourcing, Perecíveis, Logística, Controlo de Qualidade, Financeira, Sistemas de Informação, Provedoria do Cliente, Estudos de Mercado, Expansão, e Serviços Jurídicos. Procura-se, deste modo, maximizar as sinergias de Grupo em termos de escala, recursos e know-how, bem como garantir o enfoque necessário nos formatos de negócio e no consumidor. As Companhias Operacionais e as Direcções Funcionais da Distribuição estão representadas na Direcção Executiva da Distribuição Portugal, Órgão que preside à coordenação e concertação das decisões estratégicas relativas ao negócio. Por sua vez, a Polónia adopta um modelo de gestão, segundo o qual, a Direcção-Geral é directamente responsável pelas áreas de Gestão de Categorias, Marketing, Operações, Técnica, Recursos Humanos, Logística, Financeira, Controlo da Qualidade, e Sistemas de Informação. A estrutura de gestão da Indústria, na sequência da fusão das antigas Companhias FimaVG, Bestfoods, LeverElida e IgloOlá na Companhia Unilever Jerónimo Martins, baseia-se num Conselho de Gerência, composto por membros nomeados pelos parceiros Jerónimo Martins SGPS, S.A. e Unilever. A este Órgão reporta uma Direcção Executiva, composta pelas Direcções das Unidades de Negócio de Alimentação, de Cuidado Pessoal e Higiene Doméstica e de Consumo Fora de Casa, bem como pelas Direcções Funcionais de Vendas, Recursos Humanos, Supply Chain (que integra Compras, Planeamento, Logística, Serviço ao Cliente, Controlo de Qualidade e Unidades Produtivas), Financeira, Jurídica, Comunicação, e Sistemas de Informação. 21 R&C’07 – Introdução A Jerónimo Martins Distribuição tem sob a sua responsabilidade a Jerónimo Martins Distribuição de Produtos de Consumo, a Jerónimo Martins Restauração e Serviços e as joint ventures PGJM, Caterplus e Hussel. As várias Companhias são responsáveis por toda a vertente operacional e gestão do negócio, sendo que a Jerónimo Martins Distribuição presta serviços às suas congéneres nas áreas Financeira, de Sistemas de Informação, e Logística. De Jerónimo Martins, SGPS, S.A. faz ainda parte um conjunto de Direcções Funcionais responsáveis por dar apoio e aconselhamento à Comissão Executiva, ao Conselho de Administração e a todas as Companhias do Grupo, nas matérias específicas de cada área: Recursos Humanos, Desenvolvimento e Estratégia, Planeamento e Controlo, Consolidação e Contabilidade, Auditoria Interna, Operações Financeiras e Gestão de Risco, Projectos Especiais, Relações com os Investidores, Fiscalidade, Assuntos Jurídicos, Comunicação, e Segurança. Cada uma destas Direcções Funcionais da Holding do Grupo é responsável por assegurar a consistência entre os diferentes objectivos definidos, encontrando-se as suas actividades desenvolvidas, no âmbito da abordagem ao Governo da Sociedade. 22 R&C’07 – Introdução 6. GLOSSÁRIO FINANCEIRO Margem EBITDA = (+ Resultados Operacionais + Depreciações + Amortizações de Goodwill (diferenças de consolidação) - Resultados Operacionais Não Recorrentes) / Vendas e Prestações de Serviços Margem EBITA = (+ Resultados Operacionais + Amortizações - Resultados Operacionais Não Recorrentes) / Vendas e Prestações de Serviços COI (Capital Operacional Investido) = + Goodwill Bruto + Activos Fixos Líquidos (Imobilizado Corpóreo e Incorpóreo) + Capital Circulante CNOI (Capital Não Operacional Investido) = + Amortização Acumulada de Goodwill + Investimentos Financeiros Líquidos + Provisão para Impostos Diferidos + Provisão para Imposto sobre o Rendimento ROIC antes de Imposto (Retorno ao Capital Investido antes de Imposto) = [Vendas e Prestações de Serviços / (COI + CNOI – Provisão Impostos Diferidos Amortização Acumulada Goodwill) médio] x Margem EBITA Cash Flow = + Resultado Líquido + Amortizações, Depreciações e Provisões - Impostos Diferidos - Itens Não Recorrentes (operacionais, alienações e financeiros) Dívida Líquida = + Empréstimos por Obrigações + Dívidas a Instituições de Crédito + Outros Empréstimos Obtidos - Títulos Negociáveis e Depósitos Bancários + Leasings + Juros em Balanço Gearing = + Dívida Líquida / + Fundos Próprios 23 R&C’07 – Introdução Cobertura de Encargos Financeiros (Interest Cover Ratio) + EBITA / [+ Resultados Financeiros (excluindo itens não recorrentes) - Juros de Empréstimos Accionistas] Vendas like-for-like Vendas das lojas que operaram sob as mesmas condições nos dois períodos em análise. Excluem-se as lojas que abriram, encerraram ou sofreram remodelações profundas num dos dois períodos * A base deste glossário é a Demonstração de Resultados por Funções. 24 R&C’07 – Introdução 7. CONTACTOS Com o objectivo de aproximar Jerónimo Martins dos seus públicos e facilitar o acesso directo destes às mais importantes entidades corporativas, divulgam-se abaixo os respectivos endereços electrónicos: Elísio Alexandre Soares dos Santos (Presidente do Conselho de Administração) [email protected] Luís Palha (Presidente da Comissão Executiva) [email protected] Pedro Soares dos Santos (Membro da Comissão Executiva - Responsável pelas Operações de Distribuição Alimentar) [email protected] José Soares dos Santos (Membro da Comissão Executiva - Responsável pelas Operações de Indústria e Serviços de Marketing e Representações) [email protected] Henrique Soares dos Santos (Secretário da Sociedade) [email protected] Cláudia Falcão (Representante para as Relações com o Mercado e Responsável pelo Gabinete de Apoio ao Investidor) [email protected] Comissão de Ética [email protected] Departamento de Comunicação [email protected] Departamento de Recursos Humanos [email protected] Provedor do Cliente [email protected] 25 II. Governo da Sociedade Introdução 28 1. Declaração de Cumprimento 29 2. Divulgação de Informação 29 2.1. Estrutura Organizativa e Repartição de Competências 35 2.2. Comissões Específicas 37 2.3. Sistema de Controlo de Risco 48 2.4. Evolução da Cotação das Acções 52 2.5. Política de Distribuição de Dividendos 53 2.6. Plano de Opções de Aquisição de Acções 53 53 2.7. Negócios entre a Sociedade e Membros do Órgão de Administração, Titulares de Participações Qualificadas e Sociedades em Relação de Domínio ou de Grupo 2.8. Gabinete de Relações com Investidores 56 2.9. Comissão de Vencimentos 56 2.10. Montante de Remuneração Anual Paga ao Auditor Externo 58 3. Exercício de Direito de Voto e Representação de Accionistas 58 3.1. Regras Estatutárias sobre o Exercício de Direito de Voto 58 3.2. Antecedência Exigida para Depósito ou Bloqueio de Acções 59 3.3. Prazo para Recepção da Declaração de Voto por Correspondência 59 60 3.4. Número de Acções a que Corresponde Um Voto 4. Regras Societárias 60 4.1. Código de Conduta e Regulamentos Internos 60 4.2. Procedimentos Internos para Controlo do Risco na Actividade da Sociedade 60 4.3. Medidas Susceptíveis de Interferir com Ofertas Públicas de Aquisição 61 5. Órgão de Administração 61 5.1. Caracterização do Órgão de Administração 65 5.2. Comissão Executiva 65 5.3. Estrutura e Funcionamento do Órgão de Administração 66 5.4. Política de Remuneração do Órgão de Administração 67 5.5. Remuneração dos Membros do Órgão de Administração 68 5.6. Política de Comunicações de Irregularidades Alegadamente Ocorridas no Seio da Sociedade R&C’07 – Governo da Sociedade INTRODUÇÃO A revisão do Código das Sociedades Comerciais, através da entrada em vigor do Decreto-lei 76-A/2006 de 29 de Março, traduziu-se numa profunda modificação das regras respeitantes ao governo das sociedades comerciais em Portugal, em particular na reformulação da fiscalização de sociedades, através da separação das funções de fiscalização e de revisão de contas, reforçando assim, a independência e a competência técnica dos membros dos órgãos de fiscalização. Em consequência, foi deliberada na Assembleia Geral Anual do ano transacto a revisão dos Estatutos que contemplou as alterações impostas por aquele diploma nesta importante matéria. Deste modo, a Sociedade adoptou o chamado modelo de governo “anglo-saxónico”, passando os seus órgãos sociais a ser: a Assembleia Geral, o Conselho de Administração, a Comissão de Auditoria e o Revisor Oficial de Contas, no que se entendeu ser uma evolução coerente do anterior modelo monista. No sentido de modernizar os Estatutos e corresponder às mais avançadas práticas no âmbito do governo societário, procurou-se ainda, fazer os ajustes considerados necessários em matérias conexas, como sejam: a regulação do voto por correspondência, a possibilidade de realizar as reuniões do Conselho de Administração por via telemática, bem como a fixação do número de faltas a reuniões (sem justificação aceite pelo órgão de administração), que conduzam a uma falta definitiva do Administrador. Em matéria de remunerações, fixou-se estatutariamente a percentagem máxima dos lucros de exercício que poderá ser entregue aos administradores como compensação variável. Em 2008 e face à entrada em vigor do chamado novo pacote de Governo das Sociedades, a Jerónimo Martins não deixará de prestar atenção ao disposto nas respectivas recomendações, procurando, sempre seguindo o critério do interesse accionista e do mercado, ajustar as suas práticas, se necessário, com o intuito de prosseguir um maior rigor e transparência. Refira-se no entanto que, à presente data, a Sociedade já adopta (ou prevê adoptar ainda este ano) as medidas que lhe permitirão cumprir as recomendações contidas no novo Código de Governo das Sociedades. Uma vez que a apreciação deste pacote recomendatório, tal como divisado para 2008, só ocorrerá em 2009, o presente relatório cumpre o disposto no Regulamento da CMVM nº 7/2001, de acordo com as instruções expressas pela própria Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). 27 R&C’07 – Governo da Sociedade 1. DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO A Sociedade cumpre cabalmente as Recomendações da CMVM sobre o Governo das Sociedades Cotadas. Admite-se, porém, ser possível a interpretação de que, à luz do texto em causa, a recomendação sobre a discriminação individualizada da remuneração auferida pelos Membros do Órgão de Administração não é integralmente cumprida. A este respeito, a Sociedade continua a considerar que existem outras opções no sentido de verificar a repartição interna das remunerações e avaliar a relação entre o desempenho de cada sector da Sociedade e o nível da remuneração dos Membros do Órgão de Administração responsáveis pelo respectivo acompanhamento, desiderato que se atinge com a indicação da remuneração global auferida pelos Administradores Executivos, por um lado, e Não-Executivos, por outro. Acresce que o melindre interno e externo que tal divulgação possa suscitar, não contribui, na opinião do Conselho de Administração, para a melhoria de desempenho dos seus membros, pelo que a Recomendação é adoptada no que diz respeito às remunerações em termos colectivos, e com discriminação dos montantes atribuídos aos Administradores Executivos (referenciando igualmente as partes fixa e variável) e Não-Executivos. Por outro lado, à semelhança do ano anterior, foi cumprida a recomendação relativa à apreciação, pela Assembleia Geral, de uma declaração sobre a política de remunerações dos Órgãos Sociais, tendo em conta que é entendimento da Sociedade que a finalidade desta recomendação fica integralmente preenchida pelo facto do Relatório e Contas submetido à apreciação dos Accionistas conter a informação relevante quanto à remuneração paga no ano antecedente, bem como, as principais orientações definidas pela Comissão de Vencimentos quanto à matéria em questão. Uma vez que se admite, que outra interpretação da implementação dessa recomendação é possível, e que a CMVM não tem reconhecido a bondade da posição da Sociedade, optar-se-á, em 2008, por submeter autonomamente aos Accionistas a referida declaração. 28 R&C’07 – Governo da Sociedade 2. DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO JERÓNIMO MARTINS, SGPS, SA Assessoria à Administração Direcções Funcionais Centro Corporativo Distribuição Alimentar Indústria Serviços Unilever JM Polónia Portugal JMD Apteka Na Zdrowie Farmácias Direcções Funcionais Apoio Operacional Madeira Supermercados Cash & Carry Fima Biedronka Lojas Alimentares Pingo Doce Supermercados Lever Olá Victor Guedes PGJM Feira Nova Hipermercados Hussel Caterplus Jerónimo Martins Restauração e Serviços Recheio Cash & Carry 2.1. Estrutura Organizativa e Repartição de Competências Jerónimo Martins SGPS, S.A. é a Holding do Grupo e, como tal, é responsável pelas grandes linhas orientadoras dos vários negócios, bem como, por assegurar a coerência entre os objectivos definidos e os recursos disponíveis. A Holding é composta por um conjunto de Direcções Funcionais que constituem, simultaneamente, áreas de apoio ao Centro Corporativo e de prestação de serviços às Direcções Funcionais e Divisões Operacionais das Companhias do Grupo. Em termos operacionais, Jerónimo Martins encontra-se organizada em três áreas de negócio: (i) Distribuição Alimentar, (ii) Indústria e (iii) Serviços de Marketing, Representações e Restauração, estando a primeira, por sua vez, organizada por Áreas Geográficas e Divisões Operacionais. 2.1.1. Direcções Funcionais da Holding À Holding cabe: (i) a definição e a implementação da estratégia de desenvolvimento do portefólio do Grupo; (ii) o planeamento e controlo estratégico dos vários negócios e a manutenção da sua consistência com os objectivos globais; (iii) a definição de políticas financeiras e o respectivo controlo; e (iv) a definição de políticas de recursos humanos, assumindo directamente a implementação da Política de Desenvolvimento de Quadros (Management Development). 29 R&C’07 – Governo da Sociedade As Direcções Funcionais da Holding estão organizadas da seguinte forma: GRUPO JERÓNIMO MARTINS Direcções Funcionais do Centro Corporativo Auditoria Interna Nuno Sereno Fiscalidade Rita Marques Comunicação Ana Vidal Operações Financeiras Conceição Tavares Assuntos Jurídicos António Neto Alves Planeamento e Controlo Ana Luísa Virginia Consolidação e Contabilidade António Pereira Projectos Especiais Francisco Martins Desenvolvimento e Estratégia Margarida Martins Ramalho Recursos Humanos Inês Cavalleri Relações com Investidores Cláudia Falcão Segurança Eduardo Dias Costa Auditoria Interna – Avalia a qualidade e eficácia dos sistemas (operacionais e não operacionais) de controlo interno e de controlo de risco estabelecidos pelo Conselho de Administração, assegurando a sua conformidade com o Manual de Procedimentos do Grupo; garante, ainda, o cumprimento integral dos procedimentos consignados no Manual de Operações de cada unidade de negócio e zela pelo cumprimento da legislação e da regulamentação aplicáveis às respectivas operações. As actividades desenvolvidas por esta Direcção Funcional encontram-se detalhadas mais adiante neste capítulo. Comunicação – Propõe e implementa as estratégias de comunicação, externa e interna. Encontram-se sob a sua alçada as áreas de assessoria mediática da Sociedade e das suas subsidiárias, comunicação interna, mecenato, comunicação em matéria de Responsabilidade Social, bem como toda a gestão da marca e da imagem institucional de Jerónimo Martins. 2007 ficou marcado pelo desenvolvimento de soluções de comunicação inovadoras, reconhecidas pelo mercado. Assim, o Relatório e Contas de 2006, em formato digital obtém, pela segunda vez, o prémio de “Melhor Relatório e Contas do Sector Não Financeiro” (Investor Relations and Governance Awards de 2007). Já o sítio de Jerónimo Martins na Internet, através da funcionalidade de audição dos conteúdos online (em português e inglês) garante uma acessibilidade plena a pessoas com visão diminuída. Na área da assessoria mediática, para além dos esclarecimentos diários e da realização de diversos comunicados à imprensa, realça-se a realização de cinco eventos com a Comunicação Social e membros do Conselho de Administração do Grupo. Destes, importa destacar a inauguração da 1.000ª loja Biedronka, evento que levou à Polónia uma significativa representação dos diferentes media e que incluiu diversas visitas a lojas e a um centro de distribuição desta Companhia. 30 R&C’07 – Governo da Sociedade Na área de Comunicação Interna, investiu-se na reformulação profunda do Portal My.JM, por forma a garantir a oferta de um canal de comunicação cada vez mais eficiente e completo. Assuntos Jurídicos – Responsável pelo acompanhamento dos assuntos societários do Grupo e pelo estrito cumprimento das obrigações legais por parte das suas Sociedades. Apoia o Conselho de Administração na preparação e negociação de contratos em que Jerónimo Martins seja parte, e lidera o desenvolvimento e implementação de estratégias para a protecção dos interesses do Grupo em caso de litígio, gerindo o aconselhamento externo. Em 2007, a Direcção centrou a sua actividade na supervisão do cumprimento das obrigações societárias e especialmente no acompanhamento das operações de reorganização e de expansão do Grupo, em particular a aquisição, ao Grupo Tenglemann, das sociedades Plus em Portugal e na Polónia, bem como outras de menor dimensão. Consolidação e Contabilidade – Prepara a informação financeira consolidada de base ao cumprimento das obrigações legais e apoia o Conselho de Administração, implementando e monitorizando as políticas e os princípios contabilísticos adoptados por este órgão e comuns a todas as Companhias do Grupo. Verifica, ainda, a observância das respectivas obrigações estatutárias. Em 2007, centrou a sua actividade na supervisão da conformidade com os normativos contabilísticos seguidos pelo Grupo, apoiando as Companhias na avaliação contabilística de todas as transacções não usuais, assim como nas operações de reestruturação e expansão do Grupo. Desenvolvimento e Estratégia – Garante a avaliação contínua dos mercados, a identificação dos riscos, oportunidades e contingências com maior relevância para a actividade do Grupo, no curto, médio e longo prazos, bem como a análise crítica dos planos de desenvolvimento das diversas áreas de negócio. Disponibiliza perspectivas para o debate estratégico que conduzam a projectos de crescimento, seja no actual portefólio ou em novas áreas de negócio, e a iniciativas de optimização da criação de valor. Assegura, ainda, mecanismos de articulação em torno das prioridades que decorrem do debate estratégico e o entendimento comum e generalizado sobre os principais desafios que se colocam à Organização, fomentando uma comunicação simples e objectiva. Em 2007, a Direcção concentrou esforços na disponibilização de estudos tendo em linha de conta a consolidação do debate sobre os fundamentos do plano estratégico. Nesse sentido, avaliou a posição competitiva do Grupo, evidenciando as vantagens competitivas dos negócios, as áreas de potencial crescimento e diferenciação e eventuais factores de contingência. Por sua vez, a análise financeira, sustentada em séries históricas articuladas com projecções a três anos, permitiu evidenciar o grau de consonância com os objectivos de médio-longo prazo do Grupo. Foi, ainda, apresentado um sistema de avaliação estratégica de tendências de modo a permitir uma leitura simples do sector e dos mercados em articulação com os projectos em desenvolvimento no Grupo. Neste âmbito, o estudo de novas oportunidades de negócio continuou a ser um tema central do debate estratégico e, nesse sentido, a Direcção contribuiu com estudos específicos para o conjunto vasto de iniciativas que o Grupo tem vindo a desenvolver neste âmbito. 31 R&C’07 – Governo da Sociedade Relações com os Investidores – Constitui o interlocutor privilegiado de todos os investidores - institucionais e privados, nacionais e estrangeiros -, bem como dos analistas que elaboram pareceres e formulam recomendações relativas ao título Jerónimo Martins. Para além de nomeadamente, informação que esclarecimentos carácter geral. garantir a disponibilização - através dos canais institucionais, do sítio da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários - de toda a possa influenciar a cotação dos títulos, é responsável por prestar sobre as diferentes áreas de negócio e por fornecer informação de As actividades desenvolvidas por esta Direcção Funcional encontram-se detalhadas no presente capítulo. Fiscalidade – Presta assessoria em matéria tributária a todas as Sociedades do Grupo, assegurando o cumprimento da legislação em vigor e a optimização, do ponto de vista fiscal, das acções de gestão das unidades de negócio. Procede, igualmente, à gestão do contencioso fiscal do Grupo e do relacionamento do mesmo com consultores externos e autoridades fiscais. No âmbito da sua actividade, o Departamento Fiscal prestou, no ano de 2007, assessoria nas operações societárias de aquisição e reestruturação. Adicionalmente, foram efectuados trabalhos especiais, no que concerne a diversos impostos, tendo em vista uniformizar as políticas adoptadas pelas diversas Companhias do Grupo. Por fim, no decurso do ano, o Departamento Fiscal procedeu à elaboração de diversas peças processuais tendentes à defesa dos melhores interesses do Grupo junto da Administração Tributária. Operações Financeiras – Integra duas áreas distintas: a Gestão de Risco e a Gestão de Tesouraria. A actividade da área de Gestão de Risco, é objecto de uma descrição detalhada mais à frente neste capítulo. A Gestão de Tesouraria tem como responsabilidade gerir a relação com as instituições financeiras que desenvolvem ou pretendem vir a desenvolver algum tipo de actividade com Jerónimo Martins, estabelecendo os critérios que essas entidades terão que cumprir. É também função do planeamento de tesouraria, seleccionar, para todas as Companhias do Grupo, as fontes de financiamento mais indicadas a cada tipo de necessidade. O tipo de financiamento, os respectivos prazos, o custo e a documentação de suporte deverão cumprir os critérios estabelecidos pela Administração. De igual modo, cabe à tesouraria conduzir a negociação com as entidades financeiras, optimizando todos estes factores, com vista a obter as melhores condições possíveis a cada momento. Grande parte das actividades de tesouraria de Jerónimo Martins estão centralizadas na Holding, sendo esta a estrutura que presta serviços às restantes sociedades do Grupo. As Companhias de Distribuição Nacionais estão totalmente centralizadas, enquanto as áreas da Distribuição Polónia e Representações e Restauração trabalham de forma autónoma no que respeita ao processamento de pagamentos a terceiros. É ainda responsabilidade desta área elaborar e cumprir o orçamento de tesouraria que resulta dos planos de actividade das sociedades do Grupo. 32 R&C’07 – Governo da Sociedade Dando cumprimento às actividades atrás descritas, nomeadamente no que respeita à adaptação da maturidade da dívida e aos investimentos do Grupo, a Jerónimo Martins SGPS, S.A. reembolsou antecipadamente dois Empréstimos Obrigacionistas no montante de 25 milhões de euros cada e procedeu, na mesma data, à emissão de dois novos no montante total de 70 milhões de euros, aumentando assim, a maturidade da dívida. Já a subsidiária JMR-Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A. exerceu a call option do Empréstimo Obrigacionista emitido em Junho de 2003, reembolsando o montante de 115 milhões de euros. Em sua substituição emitiu um novo, no montante de 200 milhões de euros, que visou igualmente reestruturar dívida de curto prazo. Para além de aumentar a maturidade da dívida, esta reestruturação permitiu igualmente reduzir o custo médio da mesma. Planeamento e Controlo – Assegura a definição e implementação dos processos, políticas e procedimentos na área de planeamento e controlo (planos, orçamentos e investimentos), assim como a coordenação e o apoio às actividades de aquisição e alienação de sociedades ou negócios e as operações de reestruturação societária. No ano de 2007, deu-se início ao processo de reorganização dos activos do Grupo Jerónimo Martins, com vista a simplificar a gestão e maximizar a eficiência operacional das suas diferentes áreas de competência. Nesse sentido, foi prestado apoio aos vários projectos em curso, incluindo a centralização da gestão das insígnias e marcas do Grupo num único centro de competência e a análise de diferentes cenários para o parque imobiliário. Coordenou-se, igualmente, a operação de aquisição, ao Grupo Tenglemann, das sociedades Plus em Portugal e na Polónia, estando previsto acompanhar o seu processo de integração até este estar formalmente concluído, o que se prevê venha a acontecer até ao final do primeiro trimestre de 2008. Coordenaram-se e apoiaram-se ainda diferentes operações de aquisição, de menor dimensão, pelas diferentes áreas de negócio do Grupo, em Portugal e na Polónia, algumas delas entretanto concluídas. Quanto ao processo de Planeamento, foram efectuados alguns ajustes, em conjunto com as Direcções de Estratégia e Desenvolvimento e de Consolidação e Contabilidade, de modo a torná-lo mais simples e expedito, sem perder eficácia. Finalmente, no que respeita a investimentos, tendo em conta a actual fase de expansão orgânica do Grupo, foram analisadas inúmeras propostas, de cuja dimensão se dá conta em capítulo próprio, no Relatório de Gestão. Projectos Especiais – Em colaboração com as diversas Divisões Operacionais da Distribuição Alimentar em Portugal, tem como principais objectivos: (i) identificar, estabelecer prioridades e optimizar os processos existentes nas Companhias; (ii) reconhecer novas oportunidades que possam acrescentar valor aos seus clientes; (iii) aumentar a rentabilidade dos negócios; (iv) incrementar a produtividade e melhorar a competitividade nos mercados em que actuam; e (v) potenciar os processos de inovação, a responsabilização dos intervenientes e a integração do negócio com novas tecnologias de informação. As actividades desenvolvidas por esta Direcção Funcional encontram-se detalhadas no capítulo relativo ao Relatório Consolidado de Gestão. 33 R&C’07 – Governo da Sociedade Recursos Humanos - Assegura a definição e implementação de estratégias e políticas globais de Recursos Humanos a aplicar a todo o Grupo, em particular aos seus Quadros. Assim, é da sua responsabilidade a elaboração de estratégias, políticas, normas e procedimentos de Recursos Humanos, nomeadamente nas áreas de recrutamento, formação, gestão do desempenho, gestão de carreiras, remuneração e benefícios. Cabe-lhe, igualmente, o papel de coordenação de novos projectos, zelando, ainda, pelo cumprimento das boas práticas de Recursos Humanos. As actividades desenvolvidas por esta Direcção Funcional em 2007 encontram-se detalhadas no capítulo dedicado à Responsabilidade Social. Segurança – Define e controla os procedimentos em termos de prevenção da segurança de pessoas e património do Grupo e faz o acompanhamento de matérias envolvendo autoridades policiais ou judiciárias, quando justificado. É responsável, ainda, pelo apoio à auditoria a sistemas de segurança e prevenção de risco. As actividades desenvolvidas por esta Direcção Funcional encontram-se detalhadas no presente capítulo no ponto relativo ao Sistema de Controlo de Risco. 2.1.2. Divisões Operacionais O modelo de Organização de Jerónimo Martins tem como principal objectivo assegurar a especialização nos vários negócios do Grupo, com a criação de áreas geográficas e Divisões Operacionais, garantindo, assim, a proximidade necessária aos diversos mercados. Como referido, o negócio de Distribuição Alimentar está dividido por Áreas Geográficas, tendo presentemente quatro Divisões Operacionais em Portugal - Pingo Doce (supermercados), Feira Nova (hipermercados), Recheio (cash&carries) e Madeira (supermercados e cash&carries) - e uma Divisão Operacional na Polónia que inclui as lojas alimentares Biedronka e as farmácias “Apteka Na zdrowie” em parceria com a Associação Nacional de Farmácias. A Indústria opera, através da parceria com a Unilever, na sociedade Unilever Jerónimo Martins, Lda., que opera os negócios de produtos alimentares, higiene pessoal e doméstica e gelados. No portefólio do Grupo, encontra-se ainda uma área de negócio dedicada a Serviços de Marketing, Representações e Restauração, que inclui: (i) a Jerónimo Martins Distribuição, vocacionada para a representação em Portugal de grandes marcas internacionais de produtos alimentares de grande consumo, de cosmética premium e mass market, e que integra a Caterplus, especializada no comércio e distribuição de produtos alimentares específicos para Food Service; (ii) a Hussel, cadeia de Retalho Especializado em comercialização de chocolates e confeitaria; e (iii) a Jerónimo Martins Restauração e Serviços, com a cadeia de quiosques de café Jeronymo, as geladarias Ben & Jerry’s e Olá e as lojas Subway. 2.1.3. Direcções Funcionais de Apoio Operacional As Direcções Funcionais ao nível da operação garantem a maximização das sinergias de Grupo, através da utilização partilhada de recursos e de funcionalidades nos principais mercados, por forma a optimizar a eficiência da Organização e a partilha de capacidades e de know-how em matérias relevantes. 34 R&C’07 – Governo da Sociedade Constituem Direcções Funcionais de Apoio Operacional, a saber: o Sourcing, a Logística, o Controlo da Qualidade e Ambiente, a Financeira, e os Sistemas de Informação. As Direcções Funcionais são responsáveis pela prestação de serviços às várias Divisões Operacionais da Distribuição em Portugal, de acordo com as orientações da Holding do Grupo e observando a uniformidade de políticas e de procedimentos internos. 2.1.4. Pelouros dos Membros da Comissão Executiva Embora exercendo colegialmente as suas funções, cada um dos Membros da Comissão Executiva tem responsabilidades de supervisão sobre determinadas áreas específicas, estando os seus pelouros distribuídos da seguinte forma: Luís Palha da Silva (Presidente): Desenvolvimento e Estratégia, Área Financeira, Reporting e Controlo Operacional, Relações com Investidores, Assuntos Jurídicos, Fiscalidade, Recursos Humanos, e Comunicação. Pedro Soares dos Santos: Operações da área de Distribuição Alimentar, incluindo Sourcing, Logística, Controlo da Qualidade, Recursos Humanos, Segurança, e Sistemas de Informação. José Soares dos Santos: Operações da área da Indústria e Serviços de Marketing, Representações e Restauração. 2.2. Comissões Específicas 2.2.1. Comissão de Auditoria Desde a alteração de Estatutos aprovada na Assembleia Geral Anual de 2007 que a Comissão de Auditoria tem consagração estatutária, decorrência das alterações ao Código das Sociedades Comerciais impostas pelo Decreto-lei 76-A/2006 de 29 de Março. Assim, eleita na referida Assembleia Geral e emergente do Conselho de Administração, a Comissão de Auditoria tem como competências a fiscalização da administração da Sociedade e a avaliação da estrutura e governo societários. Para além das competências que lhe sejam atribuídas por lei, compete à Comissão de Auditoria no desempenho das suas atribuições, em particular: avaliar a estrutura e governo da Sociedade, fiscalizar o processo de preparação e de divulgação de informação financeira, a eficácia dos sistemas de controlo interno, de auditoria interna e de gestão de riscos, bem como aprovar os planos de actividade no âmbito da gestão de risco e acompanhar a sua execução, procedendo designadamente, à avaliação das recomendações resultantes das acções de auditoria e das revisões de procedimentos efectuadas. A Comissão de Auditoria, que conta como membros três Administradores NãoExecutivos - Dr. Hans Eggerstedt (Presidente), Prof. Doutor António Borges e Dr. Rui Patrício, todos eles independentes à luz dos critérios legais, reuniu quatro vezes durante o ano de 2007, tendo prestado particular atenção aos sistemas de controlo interno e gestão de risco. 35 R&C’07 – Governo da Sociedade 2.2.2. Comissão de Ética A Comissão de Ética do Grupo Jerónimo Martins é constituída pela Dra. Ana Vidal (Directora de Comunicação), que preside, pelo Dr. Hugo Cunha (Director de Recursos Humanos do Recheio), pelo Dr. António Neto Alves (Director do Departamento Jurídico da Sociedade), pelo Professor Leslaw Kanski (Director do Departamento Jurídico da Jerónimo Martins Dystrybucja) e pela Dra. Ewa Micinska (Directora de Relações Laborais da Jerónimo Martins Dystrybucja). Reportando ao Presidente do Conselho de Administração da Sociedade, tem como missão acompanhar, com isenção e independência, a divulgação e o cumprimento do Código de Conduta do Grupo em todas as Sociedades que o integram. No desempenho das suas atribuições, compete à Comissão de Ética: (i) estabelecer os canais de comunicação com os destinatários do Código de Conduta do Grupo e recolher as informações que lhe sejam dirigidas a este propósito; (ii) zelar pela existência de um sistema adequado de controlo interno do cumprimento do Código de Conduta, procedendo à avaliação das recomendações resultantes destas acções de controlo; (iii) apreciar as questões que, igualmente no âmbito do cumprimento deste Código de Conduta, lhe sejam submetidas pelo Conselho de Administração de Jerónimo Martins e pela Comissão de Auditoria, e, ainda, analisar, em abstracto, aquelas que sejam levantadas por qualquer colaborador, cliente ou parceiro de negócio através do sistema de comunicação de irregularidades implementado; e, por fim, (iv) submeter ao Conselho de Administração da Sociedade a adopção de quaisquer medidas que considere convenientes neste sentido, incluindo a revisão de procedimentos internos, bem como propostas de alteração do próprio Código de Conduta. Durante 2007, a Comissão de Ética reuniu doze vezes, tendo examinado as diversas questões que lhe foram sendo colocadas, quer pela Comissão Executiva, quer pelos colaboradores do Grupo, quer por terceiros. No ano em questão, foi dado especial destaque ao sistema de comunicação bottom-up, que garante a possibilidade de todos os colaboradores, a todos os níveis, comunicarem eventuais irregularidades, procurando potenciar a sua eficácia nos dois países onde o Grupo está presente. 2.2.3. Comissão de Controlo Interno A Comissão de Controlo Interno, nomeada pelo Conselho de Administração e reportando à Comissão de Auditoria, tem como competências específicas a avaliação da qualidade e fiabilidade do sistema de controlo interno e do processo de preparação das demonstrações financeiras, bem como a avaliação da qualidade do processo de monitorização em vigor nas Companhias de Jerónimo Martins, visando assegurar o cumprimento das leis e regulamentos a que estas estão sujeitas. No desempenho desta última atribuição, compete à Comissão de Controlo Interno obter informações regulares sobre as contingências, de natureza legal ou fiscal, que afectam as Companhias do Grupo. A Comissão de Controlo Interno reúne mensalmente e é composta por um Presidente (Dr. David Duarte) e três Vogais (Dr. José Gomes Miguel, Dr. Nuno Sereno e Dr. Henrique Santos), não sendo qualquer dos elementos Administrador da Sociedade. Durante o ano de 2007, a Comissão de Controlo Interno realizou dez reuniões, prosseguindo as suas actividades de supervisão e avaliação dos riscos e processos críticos e tendo apreciado os relatórios preparados pelo Departamento de Auditoria Interna. Uma vez que nestas reuniões é convidado a participar um representante da 36 R&C’07 – Governo da Sociedade equipa de Auditoria Externa, são também dadas a conhecer a esta Comissão as conclusões dos trabalhos de auditoria externa que têm lugar ao longo do ano. 2.3. Sistema de Controlo de Risco 2.3.1. Gestão de Risco A Sociedade, e em particular o seu Conselho de Administração, dedicam grande atenção aos riscos subjacentes ao seu negócio. A continuidade dos negócios depende, de forma crítica, da eliminação ou controlo dos riscos que podem materialmente afectar os seus activos (pessoas, informação, equipamentos e instalações), comprometendo, assim, os objectivos estratégicos delineados. A Política de Gestão de Risco do Grupo formaliza esta preocupação. Pela dimensão e dispersão geográfica das actividades de Jerónimo Martins, o sucesso na gestão de riscos depende da participação de todos os colaboradores, que devem assumir essa preocupação como parte integrante das suas funções, nomeadamente, através da identificação e reporte de riscos, associados à sua área. Todas as actividades têm de ser desenvolvidas com a compreensão do que é o risco e a consciência do potencial impacto de eventos inesperados sobre a Sociedade e a sua reputação. Objectivos da Gestão de Risco No Grupo, a Gestão de Risco visa cumprir os seguintes objectivos: Promover a identificação, avaliação, tratamento e monitorização de riscos, de acordo com uma metodologia comum a todo o Grupo; Aferir regularmente os pontos fortes e fracos dos vectores-chave de criação de valor (key value drivers); Desenvolver e implementar programas de cobertura e prevenção de riscos; Integrar a Gestão de Risco no planeamento dos negócios; Promover a consciencialização dos colaboradores em matéria de riscos, e dos efeitos positivos e negativos de todos os processos que influenciam as operações e que constituem fontes de criação de valor; Melhorar os processos de tomada de decisão e de definição de prioridades, pela compreensão estruturada dos processos de negócio do Grupo, da sua volatilidade e das suas oportunidades e ameaças. O Processo da Gestão de Risco (PGR) A avaliação de riscos visa, em primeira instância, distinguir o que é irrelevante do que é material e requer uma gestão activa, envolvendo a consideração das fontes de risco, da probabilidade de ocorrência e das consequências da sua manifestação no contexto do ambiente de controlo. Os controlos incidem, quer sobre a probabilidade de ocorrência de um evento, quer sobre a extensão das suas consequências. O PGR possui uma natureza cíclica, que contempla: (i) a identificação e avaliação de riscos; (ii) a definição de estratégias de gestão; (iii) a implementação dos processos de controlo; e (iv) a monitorização do processo. 37 R&C’07 – Governo da Sociedade O PGR implementado no Grupo está alinhado com a norma da Federation of European Risk Management Associations (FERMA), por se entender que constitui um modelo de boas práticas. Os objectivos definidos durante o processo de planeamento estratégico e operacional são o ponto de partida do PGR, sendo, nesse momento, identificados e avaliados factores internos e externos que possam comprometer o cumprimento das metas fixadas. Esta abordagem centra-se no conceito de Economic Value Added (EVA) e parte de uma análise aos key value drivers que estão na base, quer do resultado operacional, quer do custo de capital, procurando identificar os factores de incerteza que pesam sobre o processo de geração de valor. Desenvolve-se, assim, uma perspectiva sistematizada e interligada de riscos inerentes a processos, funções e Direcções organizacionais. 2.3.2. Organização da Gestão de Risco As áreas de risco cuja gestão determinou a sua alocação a departamentos específicos são as seguintes: Qualidade, Segurança Alimentar e Ambiente A gestão desta área de risco, que na Distribuição em Portugal é coordenada pela Direcção da Qualidade e Ambiente, assenta na prevenção, monitorização e formação, fomentando a minimização de riscos alimentares (com impacto na saúde do consumidor) e a redução progressiva dos impactos ambientais associados a produtos e serviços. Constituem ferramentas importantes de gestão desta área de risco: • • • • • • A realização periódica de simulacros que recriem um cenário de crise e que permitam avaliar a adequabilidade dos procedimentos existentes; Auditorias de selecção, avaliação e acompanhamento das propostas de melhoria, por parte dos fornecedores; Auditorias internas regulares visando a avaliação do cumprimento de boas práticas (ambientais, de higiene e laboração) e cumprimento de requisitos de sistemas (Sistemas de Segurança Alimentar HACCP, Sistema de Gestão Ambiental, Sistema de Gestão da Qualidade), bem como o acompanhamento do produto ao longo de todo o circuito logístico; Implementação e gestão de planos de controlo analítico, seja numa óptica interna, dirigidos a superfícies de trabalho, produto manipulado/transformado nas lojas, águas, efluentes líquidos e emissões para a atmosfera, ou numa óptica externa, dirigidos ao controlo periódico dos produtos Marcas Próprias ou a pesquisa de substâncias regulamentadas/proibidas em Perecíveis; Formação a colaboradores e subcontratados nas vertentes de boas práticas ambientais, de laboração, de produção, exposição ou higiene; Realização de projectos com carácter inovador para as actividades do Grupo (por exemplo, promoção de tecnologias que recorram a fontes renováveis de energia), visando a prevenção da poluição e a redução de custos; 38 R&C’07 – Governo da Sociedade • Revisão periódica dos Sistemas de Segurança Alimentar HACCP existentes, adaptando-os a novas áreas de negócio emergentes em 2007, tais como os Restaurantes e Cozinhas Centrais Pingo Doce. As actividades desenvolvidas pela Direcção da Qualidade e Ambiente em 2007 encontram-se detalhadas no capítulo dedicado à Responsabilidade Social. Plano de contingência para a Pandemia da Gripe das Aves A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para o facto de a epizootia da gripe das aves (vírus influenza A H5N1) apresentar um elevado risco de se tornar na próxima pandemia. Pandemias anteriores tiveram grande impacto sobre a vida das pessoas e sobre a economia a nível global. Mantendo-se, à presente data, na Fase 3 da OMS, a transmissão entre humanos já ocorreu em mais do que uma região geográfica. Contudo, o vírus ainda não adquiriu capacidade de transmissão efectiva, pelo que a OMS ainda não decretou a passagem à fase seguinte. Para além de um problema de saúde pública, um cenário de gripe pandémica constituirá um risco social e económico, com impacto na cadeia de abastecimento ao nível de rupturas em áreas tão importantes da economia como a produção e distribuição de combustíveis, energia, água e produtos alimentares. No sentido de minimizar o impacto de uma eventual pandemia, considerou-se como necessária a preparação e implementação de planos de contingência, com o objectivo de reduzir a propagação da doença e encontrar fórmulas para manter em funcionamento as actividades que garantam a continuidade dos negócios. Assim, a Sociedade dispõe de um plano operacional de contingência, que estabelece quais as actividades de gestão e procedimentos a desenvolver, de forma a minimizar o impacto de uma pandemia na Organização e garantir a continuidade do negócio. Durante o ano de 2007, foi desencadeado um processo de divulgação do plano operacional de contingência junto dos colaboradores das sociedades do Grupo. Segurança e Higiene no Trabalho (SHT) Nesta área, a acção continua a centrar-se na implantação progressiva de uma cultura de segurança, com a consequente melhoria das condições de trabalho e da redução da sinistralidade. Prosseguiram não só as auditorias de segurança e higiene de trabalho, com particular incidência nos factores de risco profissional, como também a realização de avaliações contra agentes físicos, químicos e biológicos. Também a prevenção de possíveis situações de emergência tem constituído prioridade no programa de acção desta área, existindo vários Planos de Emergência Internos, incluindo o dos escritórios centrais. Na Distribuição em Portugal, a coordenação do processo de gestão desta área de risco está a cargo do Director de Segurança e Higiene no Trabalho. Na Polónia, esta responsabilidade encontra-se descentralizada pelas várias regiões de implementação da operação Biedronka. Já na Indústria, esta área de risco é gerida de forma centralizada, cobrindo todas as Sociedades envolvidas. 39 R&C’07 – Governo da Sociedade Segurança de Pessoas e Património A Direcção de Segurança tem a responsabilidade de assegurar a existência de condições que garantam a integridade física das pessoas e das instalações, intervindo sempre que estão em causa furtos e roubos, bem como fraudes e outras actividades ilícitas e/ou violentas perpetradas nas instalações ou contra colaboradores do Grupo. Entre as responsabilidades da Direcção de Segurança, contam-se: (i) a definição e o controlo de procedimentos em termos de prevenção da segurança de pessoas e de património do Grupo, incluindo a supervisão das estratégias e do desempenho das empresas de segurança/vigilância contratadas; (ii) o acompanhamento de assuntos envolvendo autoridades policiais ou judiciárias, quando justificado e (iii) o apoio à auditoria a sistemas de segurança e de prevenção de risco. A Direcção de Segurança faz parte das Direcções Funcionais que compõem o Centro Corporativo da Sociedade e reporta directamente a um Membro da respectiva Comissão Executiva. No âmbito da sua actividade, mantém um contacto próximo com as Direcções de Operações, de Assuntos Jurídicos, de Auditoria Interna, e de Gestão de Risco. Instalações e Equipamentos As Direcções Técnicas das Companhias em colaboração com as respectivas Direcções de Operações, têm a responsabilidade de: (i) garantir a definição e execução de programas que visem a manutenção regular das instalações, por forma a dar cumprimento aos requisitos operacionais e (ii) gerir o processo que visa assegurar o mais baixo nível de impactos negativos sobre as operações, eventualmente decorrentes da manutenção e reparação de equipamentos. Na actuação das Direcções Técnicas destacam-se como tópicos, nesta área de risco, a supervisão do estado dos equipamentos eléctricos, a gestão dos meios de protecção e detecção de incêndios e o armazenamento de materiais inflamáveis. Riscos Financeiros Factores de Risco Jerónimo Martins encontra-se exposta a diversos riscos financeiros, nomeadamente: risco de mercado (que inclui os riscos cambiais, de taxa de juro e risco de preço), risco de liquidez e risco de crédito. A gestão de risco concentra-se na imprevisibilidade dos mercados financeiros e procura minimizar os efeitos adversos dessa imprevisibilidade no desempenho financeiro da Sociedade. Para certas exposições é feita a cobertura de determinados riscos com recurso a instrumentos financeiros derivados. A gestão de riscos financeiros é conduzida pela Direcção de Operações Financeiras sob supervisão da Comissão Executiva. O Departamento de Gestão de Risco é o responsável pela identificação, avaliação e cobertura de riscos financeiros, seguindo para o efeito, as linhas de orientação definidas pela Administração. 40 R&C’07 – Governo da Sociedade a) Risco de Mercado a.1.) Risco Cambial A principal fonte de exposição a risco cambial advém das operações que Jerónimo Martins desenvolve na Polónia. A gestão deste risco é norteada por princípios definidos ao nível da Comissão Executiva, constando do Scorecard Estratégico do Grupo a cobertura de 100% do valor do investimento líquido na Polónia. A 31 de Dezembro de 2007, e ignorando as operações de cobertura contratadas, o impacto negativo sobre o investimento líquido duma variação adversa do câmbio EUR/PLN na ordem dos 10% seria, mantendo tudo o resto constante, de 28 milhões de euros negativos (2006: 17 milhões de euros negativos). Incorporando o efeito das operações de cobertura contratadas, o impacto seria de 18 milhões de euros negativos (2006: 8 milhões de euros negativos). Estes impactos estariam reflectidos em capitais próprios. A sensibilidade de Jerónimo Martins a este risco aumentou durante o ano de 2007 por via do aumento do valor do investimento líquido na Polónia. A outra fonte de exposição relevante a risco cambial advém dos financiamentos em dólares norte-americanos contratados em 2004, com as seguintes características: Financiamento Montante Maturidade Private Placement #1 $84.000.000,00 23-Jun-11 Private Placement #2 $96.000.000,00 23-Jun-14 Para cobrir este risco foram contratados dois swaps cambiais que replicam de forma perfeita os termos dos financiamentos: Financiamento Montante Contra-valor Maturidade Swap #1 $84.000.000,00 70.469.798,66 € 23-Jun-11 Swap #2 $96.000.000,00 80.536.912,75 € 23-Jun-14 Desta forma, a exposição líquida a risco cambial, resultante destas transacções, é nula, não tendo sofrido quaisquer alterações de 2006 para 2007. Além dessas exposições, Jerónimo Martins adquire, no âmbito das actividades comerciais das suas subsidiárias, mercadorias designadas em moeda estrangeira, primordialmente dólares norte-americanos. Regra geral, são transacções de montante reduzido e com exposição temporal muito curta. A gestão do risco cambial dos respectivos fluxos futuros é analisada em cada caso, não existindo uma regra fixa que se aplique em todas as ocasiões. A gestão de risco cambial das Companhias operacionais está centralizada na Direcção de Operações Financeiras da Holding. Sempre que possível, Jerónimo Martins procura gerir as exposições através de operações de cobertura natural, nomeadamente, através da contratação de dívida financeira em moeda local. Quando tal não se revela possível, são contratadas operações, mais ou menos estruturadas, a custo zero, tais como: swaps, forwards ou opções. A exposição do Grupo ao risco de taxa de câmbio em instrumentos financeiros reconhecidos dentro e fora de balanço a 31 de Dezembro de 2007 era a seguinte: 41 R&C’07 – Governo da Sociedade (€‘000) A 31 de Dezembro de 2007 Euro Zloty Total Dólar Activos Caixa e equivalentes de caixa 98.772 169.867 0 268.639 Investimentos financeiros disponíveis para venda 10.289 0 0 10.289 115.846 28.381 0 144.227 1.193 0 0 1.193 226.100 198.248 0 424.348 499.313 166.949 125.894 792.156 7.965 17.862 25.113 50.940 707.775 534.268 0 1.242.043 1.215.053 719.079 151.007 2.085.139 -988.953 -520.831 -151.007 -1.660.791 Devedores e acréscimos e diferimentos Instrumentos financeiros derivados Total de activos financeiros Passivos Empréstimos obtidos Instrumentos financeiros derivados Credores e acréscimos e diferimentos Total de passivos financeiros Posição financeira líquida em balanço A 31 de Dezembro de 2006 Total de activos financeiros Total de passivos financeiros Posição financeira líquida em balanço 233.387 120.535 0 353.922 1.122.894 405.362 151.007 1.679.263 -889.507 -284.827 -151.007 -1.325.341 a.2.) Risco de Preço Jerónimo Martins, fruto do seu investimento no Banco Comercial Português, tem exposição ao risco de flutuação do preço de acções. A 31 de Dezembro de 2007, uma variação negativa de 10% na cotação das acções do BCP teria um impacto de 438 mil euros negativos. Já a 31 de Dezembro de 2006, uma variação da mesma magnitude, teria um impacto de 2.956 mil euros negativos. A significativa redução de sensibilidade a este risco advém da alienação de 9 milhões de acções do BCP durante o ano de 2007. a.3.) Risco de Taxa de Juro (Fluxos de Caixa e Justo Valor) Uma vez que Jerónimo Martins não tem no seu balanço activos remunerados com dimensão significativa a principal fonte de exposição a risco de taxa de juro advém do lado do passivo. Todos os passivos financeiros estão, de forma directa ou indirecta, indexados a uma taxa de juro de referência, o que expõe Jerónimo Martins a risco de cash flow. Parte desses riscos são geridos com recurso à fixação de taxa de juro, o que expõe Jerónimo Martins a risco de justo valor. A exposição a risco de taxa de juro é analisada de forma dinâmica. Para além da avaliação dos encargos futuros, com base nas taxas forward, realizam-se testes de sensibilidade a variações no nível de taxas de juro. Jerónimo Martins está exposta fundamentalmente, à curva de taxa de juro do Euro e do Zloty, mas recorre à contratação de instrumentos derivados para diversificar essa exposição, e assim, reduzir o risco. Para efeitos de análise de sensibilidade, os benefícios de diversificação são ignorados, assumindo-se uma correlação perfeita entre as curvas de taxa de juro. Esta análise é apenas para fins ilustrativos, já que na prática as taxas de mercado raramente se alteram isoladamente. A análise de sensibilidade é baseada nos seguintes pressupostos: Alterações nas taxas de juro do mercado afectam proveitos ou custos de juros de instrumentos financeiros variáveis; 42 R&C’07 – Governo da Sociedade Alterações nas taxas de juro de mercado apenas afectam os proveitos ou custos de juros em relação a instrumentos financeiros com taxas de juro fixas se estes estiverem reconhecidos a justo valor; Alterações nas taxas de juro de mercado afectam o justo valor de instrumentos financeiros derivados e outros activos e passivos financeiros; Alterações no justo valor de instrumentos financeiros derivados e outros activos e passivos financeiros são estimados descontando os fluxos de caixa futuros de valores actuais líquidos, utilizando taxas de mercado do final do ano. Para cada análise, qualquer que seja a moeda, são utilizadas as mesmas alterações às curvas de taxa de juro. As análises são efectuadas para a dívida líquida, ou seja, são deduzidos os depósitos e aplicações em instituições financeiras e instrumentos financeiros derivados. As simulações são efectuadas tendo por base os valores líquidos de dívida e o justo valor dos instrumentos financeiros derivados às datas de referência e a respectiva alteração nas curvas de taxa de juro. Baseado nas simulações realizadas a 31 de Dezembro de 2007, e ignorando o efeito dos derivados de taxa de juro, uma subida de 50 pontos base nas taxas de juro teria um impacto negativo, mantendo tudo o resto constante, de 3 milhões de euros. Incorporando o efeito dos derivados de taxa de juro, o impacto líquido seria positivo em 3 milhões de euros, dos quais 2 milhões dizem respeito a derivados de taxa de juro associados ao swap cambial EURPLN. Estes efeitos estariam reflectidos em resultados do exercício. Estas simulações são realizadas no mínimo uma vez por trimestre, mas são revistas sempre que ocorrem alterações relevantes, tais como: emissão, resgate ou reestruturação de dívida, variações significativas nas taxas directoras e na inclinação das curvas de juros. O risco de taxa de juro é gerido com recurso a operações envolvendo derivados financeiros, mais ou menos estruturadas, contratadas a custo zero. b) Risco de Crédito O risco de crédito é gerido de forma centralizada. As principais fontes de risco de crédito são: i) depósitos bancários, aplicações financeiras e derivados contratados junto de instituições financeiras; e ii) clientes. Relativamente às instituições financeiras, Jerónimo Martins selecciona as contrapartes com que faz negócio, com base nas notações de ratings atribuídas por uma das entidades independentes de referência. O rating mínimo aceite é de “A”. Em relação a clientes, o risco está essencialmente circunscrito aos negócios de Recheio cash & carry e Indústria e Serviços, já que os demais negócios operam numa base de venda a dinheiro ou com recurso a cartões bancários (débito e crédito). É gerido com base na experiência e conhecimento individual do cliente, bem como através de seguros de crédito e imposição de limites de crédito, cuja monitorização é feita mensalmente e revista anualmente pela Auditoria Interna. A seguinte tabela apresenta um resumo, a 31 de Dezembro de 2007 e 2006, da qualidade de crédito dos depósitos, aplicações e instrumentos financeiros derivados com justo valor positivo: 43 R&C’07 – Governo da Sociedade (€‘000) Rating A-1 A-1+ F2 Instituições Financeiras 31 Dez 2007 31 Dez 2006 Saldo Saldo 112.019 84.524 68.963 81.689 16.941 76.667 Os ratings apresentados correspondem às notações atribuídas pela Standard and Poor’s (“A-1” e “A-1+”). Nos casos em que as mesmas não estão disponíveis recorrese às notações da Fitch (“F2”). A seguinte tabela apresenta uma análise da qualidade de crédito dos saldos a receber de clientes sem incumprimento, nem imparidade. (€‘000) Qualidade de crédito dos activos financeiros 31 Dez 2007 Saldos Saldos Saldos Saldos Saldos de de de de de novos clientes (menos de 6 meses) clientes sem histórico de incumprimento clientes com histórico de incumprimento outros devedores com garantias prestadas outros devedores sem garantias prestadas 31 Dez 2006 Saldo 788 76.786 12.575 1.180 56.963 148.292 Saldo 675 90.722 12.484 401 49.216 153.498 A seguinte tabela apresenta uma análise da concentração de risco de crédito de valores a receber de clientes tendo em conta a sua exposição para com o Grupo: (€‘000) Concentração de risco de crédito dos activos financeiros 31 Dez 2007 Nº Clientes com saldo superior a 1,000,000 euros Clientes com saldo entre 250,000 e 1,000,000 euros Clientes com saldo inferior a 250,000 euros Outros Devedores com saldo superior a 250,000 euros Outros Devedores com saldo inferior a 250,000 euros Saldo 31 Dez 2006 Nº Saldo 19 31.151 22 29.210 110 15.009 105 15.320 7.153 34.333 7.484 38.314 59 28.446 24 13.001 1.983 9.324 39.353 148.292 2.288 9.923 57.653 153.498 Durante o período de reporte, não foram excedidos quaisquer limites de crédito e não são expectáveis prejuízos por incumprimento das contrapartes identificadas. A exposição máxima ao risco de crédito, às datas de 31 de Dezembro de 2007 e 2006, é o respectivo valor de balanço dos activos financeiros. c) Risco de Liquidez A gestão do risco de liquidez passa pela manutenção dum adequado nível de disponibilidades, assim como, pela negociação de limites de crédito que permitam, 44 R&C’07 – Governo da Sociedade não apenas assegurar o desenvolvimento normal das actividades de Jerónimo Martins, mas também, assegurar alguma flexibilidade para absorção de choques exógenos à actividade. Na gestão deste risco, Jerónimo Martins recorre, por exemplo, a derivados de crédito, com o intuito de minimizar o impacto do alargamento de spreads de crédito, resultantes de efeitos exógenos a Jerónimo Martins. A gestão das necessidades de tesouraria é feita com base no planeamento de curto prazo (realizado diariamente), tendo subjacente os planos anuais, que são revistos pelo menos duas vezes ao ano. A tabela abaixo apresenta as responsabilidades de Jerónimo Martins por intervalos de maturidade residual contratual. Os montantes apresentados na tabela são os fluxos de caixa contratuais não descontados. Adicionalmente é de realçar que todos os instrumentos financeiros derivados que Jerónimo Martins contrata são liquidados pelo seu valor líquido. (€‘000) Exposição ao risco de liquidez 2007 Menos 1 ano 1 a 5 anos + 5 anos Empréstimos Obtidos Leasing Financeiros 27.903 Empréstimos Instrumentos Financeiros Derivados Credores Responsabilidades com Locações Operacionais 97.794 1.518 1.148.179 86.134 58.467 680.789 5.476 0 251.988 490 89.432 1.236 0 209.615 16.883 71.976 206 922.850 65.956 32.250 469.564 1.629 0 184.839 931 95.451 752 0 133.121 2006 Empréstimos Obtidos Leasing Financeiros Empréstimos Instrumentos Financeiros Derivados Credores Responsabilidades com Locações Operacionais Gestão de risco de Capital Jerónimo Martins procura manter um nível de capitais próprios adequado que lhe permita não só assegurar a sua continuidade e desenvolvimento, como também proporcionar uma adequada remuneração para os seus Accionistas e a optimização do custo capital. O equilíbrio da estrutura de capital é monitorizado com base no rácio de alavancagem financeira (gearing), calculado de acordo com a seguinte formula: Dívida Líquida / Fundos de Accionistas. A Comissão Executiva estabeleceu como alvo, um nível de gearing entre 60-120%, consistente com uma notação de rating de investimento (investment grade). Os rácios de gearing a 31 de Dezembro de 2006 e 2007 eram os seguintes: (€‘000) 2007 2006 Capital Investido 1.443.471 1.273.499 Dívida Líquida 579.266 506.218 Fundos de Accionistas 864.205 767.281 Gearing 67,0% 66,0% 45 R&C’07 – Governo da Sociedade Segurança da Informação A missão do Departamento de Segurança da Informação consiste na implantação e manutenção de um sistema de gestão de segurança da informação, que garanta a confidencialidade, integridade e disponibilidade da informação crítica para o negócio e assegure a recuperação dos sistemas em caso de interrupção das operações. A acção do Information Security Officer (ISO) assenta na Política de Segurança da Informação (PSI), a qual define as regras de utilização e manutenção dos activos de informação de Jerónimo Martins. Em 2007, foi dada continuidade ao desenvolvimento do plano de recuperação dos sistemas de informação (Disaster Recovery), mediante a implementação dos ambientes de recuperação de sistemas alternativos e a definição das estratégias de recuperação perante cenários de desastre identificados. Foi realizada uma auditoria à rede de comunicações e uma auditoria global ao sistema de segurança de informação, incluindo testes às vulnerabilidades dos sistemas mais críticos, aproveitando a renovação dos sistemas de Frente de Loja, Comunicações e rádio frequência. Como resultado destas auditorias, foram introduzidas normas e procedimentos que visam o reforço do ambiente de segurança na informação, designadamente: • • • • • • • Procedimentos de gestão de utilizadores e do acesso à Internet; Procedimentos de aquisição e utilização de computadores; Política de acesso remoto por VPN; Política de licenciamento e utilização de software; Procedimentos de protecção contra vírus e programas malignos; Procedimentos de salvaguarda da informação nos computadores; Política de filtragem de conteúdos no correio electrónico e no acesso à Internet. Em 2008, irá ser finalizado o plano de recuperação de sistemas articulado com o Plano de Continuidade do negócio (Business Continuity) em curso, estando igualmente previstos outros projectos que visam minimizar os riscos de segurança de informação, nomeadamente: • Implementação de um plano de gestão de vulnerabilidades dos sistemas e da rede; • Avaliação de segurança do sistema SAP Retail; • Revisão das normas de segurança de informação para terceiros; • Optimização do processo de gestão de utilizadores; • Acções de formação sobre boas práticas de segurança da informação. Cumprimento da Legislação O cumprimento das obrigações de natureza legal é assegurado por Departamentos Jurídicos ao nível das Companhias do Grupo. Ao nível da sua Holding, o Departamento de Assuntos Jurídicos garante, igualmente, a coordenação e a implementação de estratégias para a protecção dos interesses do Grupo em caso de litígio, gerindo também o aconselhamento externo. No sentido de assegurar o cumprimento das obrigações de natureza fiscal e também de mitigar os riscos com origem em procedimentos e controlos inadequados, o 46 R&C’07 – Governo da Sociedade Departamento de Fiscalidade da Holding presta assessoria a todas as Sociedades do Grupo, gerindo também o seu contencioso fiscal. Riscos de Processo O modelo utilizado na gestão dos Riscos de Processo inclui as classes de Riscos Operacionais, de Recursos Humanos, de Sistemas de Informação e de Informação para a Tomada de Decisão. Dada a natureza transversal de alguns dos riscos considerados em cada uma destas classes, a sua gestão é partilhada por diferentes áreas funcionais das Companhias do Grupo. A classe de Riscos Operacionais que integra o modelo de gestão de risco considera os riscos relacionados com o sourcing, supply chain, transportes, quebras de existências, obsolescência, rupturas, níveis de serviço dos fornecedores e dos centros de distribuição às lojas, satisfação dos clientes, manutenção de preços, recolha de fundos, investimentos, salvaguarda de activos, eficiência na utilização de recursos, interrupção do negócio e fraude. Entre os riscos relativos a Recursos Humanos, encontram-se os riscos associados ao processamento de salários, níveis de autorização e comportamento ético. Nos Riscos de Informação para a Tomada de Decisão, são considerados os riscos de natureza contabilística e de reporte financeiro. Na classe de Riscos de Sistemas de Informação integram-se os riscos de acessos ao sistema, comunicações, infra-estrutura e de disaster recovery. Nesta classe, incluemse ainda os riscos relacionados com a Segurança da Informação, cuja monitorização é assegurada, desde o ano de 2005, pelo Departamento de Segurança da Informação. 2.3.3. Comunicação, Reporte e Monitorização do Processo de Gestão de Risco Na monitorização do processo de Gestão de Risco, intervêm o Conselho de Administração da Sociedade, as Divisões Operacionais, as Direcções Funcionais da Operação, a Comissão de Auditoria e os responsáveis de Gestão de Risco e de Auditoria Interna. Em particular, o Conselho de Administração, enquanto órgão responsável pela estratégia de Jerónimo Martins, tem o seguinte quadro de objectivos e responsabilidades: Conhecer os riscos mais significativos que afectam o Grupo; Assegurar a existência, no interior do Grupo, de níveis apropriados de conhecimento dos riscos que afectam as operações e forma de os gerir; Assegurar a divulgação da estratégia de Gestão de Risco do Grupo a todos os níveis hierárquicos; Assegurar que o Grupo tem capacidade de minimizar a probabilidade de ocorrência e o impacto dos riscos no negócio; Assegurar que o Grupo sabe como reagir a situações de crise; Assegurar que o processo de Gestão de Risco é adequado e que se mantém uma monitorização rigorosa dos riscos com maior probabilidade de ocorrência e impacto nas operações do Grupo. Os responsáveis dos processos críticos do negócio têm a seu cargo, conjuntamente com os responsáveis do Departamento de Gestão de Risco, o desenho e a implementação de mecanismos de controlo de risco. A eficiência destes mecanismos é, por sua vez, avaliada pela Auditoria Interna do Grupo. 47 R&C’07 – Governo da Sociedade A Avaliação do Sistema de Controlo Interno A Comissão de Controlo Interno aprova anualmente o plano de actividades do Departamento de Auditoria Interna, no qual é definido o âmbito das auditorias a realizar, por forma a avaliar a qualidade dos processos de controlo que zelam pelo cumprimento dos objectivos do Sistema de Controlo Interno, designadamente os que passam por assegurar a eficiência das operações, a fiabilidade dos relatórios financeiros e operacionais, e o respeito pelas leis e regulamentos. Para este efeito, foram conduzidas auditorias de processo e de conformidade, auditorias financeiras e, ainda, auditorias aos sistemas de informação, cujos riscos associados apresentavam uma probabilidade de ocorrência e/ou um potencial impacto maiores para as operações. Esta abordagem permite tornar mais eficiente o processo de auditoria interna no Grupo e contribui para comprometer os responsáveis com a implementação das recomendações devidamente calendarizadas. Os resultados destas consultas e a avaliação dos Riscos Operacionais são disponibilizados pelo Departamento de Auditoria Interna à Comissão de Auditoria, à Comissão de Controlo Interno e à Comissão Executiva do Grupo, através de uma audit letter trimestral. A actividade do Departamento de Auditoria Interna visou, em 2007, avaliar em medida o Sistema de Controlo Interno das Companhias de Jerónimo Martins Portugal e na Polónia mitiga o efeito dos riscos identificados. Esta avaliação processos de controlo permitiu a actualização de uma base de dados de riscos afectam, ou poderão afectar, as Companhias referidas. que em dos que De acordo com o estabelecido no plano de actividades, e também à luz da actualização dos modelos de Riscos Operacionais e de processos críticos de negócio aplicáveis a cada sociedade do Grupo, realizaram-se auditorias a processos relacionados com os riscos de quebras e obsolescência de stocks, manutenção de preços de venda, recolha de fundos, operações logísticas, transportes, investimentos, salvaguarda de activos e controlo de contas a pagar. Na área de Sistemas de Informação foi assegurado o acompanhamento dos projectos de upgrade de sistemas críticos na operação do Grupo e realizaram-se auditorias de avaliação dos riscos de acesso aos sistemas, ao mesmo tempo que se promoveu a actualização das conclusões apuradas no ano anterior, quanto aos controlos gerais de sistemas de informação. 2.4. Evolução da Cotação das Acções Durante o ano de 2007, o principal índice bolsista português - PSI-20 – apresentou uma valorização de 16,3%, a quinta apreciação de dois dígitos consecutiva e a quarta melhor a nível das principais praças europeias. Apesar da forte subida do índice nacional, durante o ano em análise, os mercados de acções foram influenciados por alguns factores de instabilidade, onde se destaca a crise do mercado de crédito de alto risco - subprime -, que afectou os mercados, particularmente durante o terceiro trimestre do ano. Outros factores, de certa forma, condicionaram a evolução dos mercados ao longo do ano, como: o término sem sucesso das Ofertas Públicas de Aquisição (OPA da Sonaecom/Sonae sobre a Portugal 48 R&C’07 – Governo da Sociedade Telecom e do BCP sobre o BPI), a forte valorização do Euro face ao Dólar, a subida das taxas de juro directoras de algumas das principais economias mundiais e da contínua subida do preço do petróleo. Por outro lado, o crescimento registado nos resultados das empresas, o aumento dos dividendos e as perspectivas de melhores resultados futuros, aliados ao dinamismo na área de Fusões & Aquisições na Europa e nos Estados Unidos, permitiram aos mercados manter crescimentos interessantes. Em particular, a bolsa portuguesa foi marcada por subidas, algumas das quais significativas, de que são exemplos os casos da Soares da Costa e da Galp e, são também de referir, os bons desempenhos das acções de Jerónimo Martins com uma subida superior a 58% face ao ano anterior. Por outro lado, nove das empresas cotadas do PSI-20 tiveram um ano negativo. O índice PSI-20 atingiu em meados de Julho o seu máximo, com uma valorização superior a 22%, atingindo o máximo de sete anos acima dos 13,700 pontos. Durante o ano 2007, a crise do subprime penalizou mais as praças europeias do que as americanas e acabou por ter um impacto de 14% na bolsa de Lisboa face ao seu máximo. O ano em Portugal fica ainda marcado pela entrada em bolsa de duas empresas: a Martifer e a REN. 2.4.1. Comportamento da Acção Jerónimo Martins Desde os primeiros meses de 2007, a cotação da acção Jerónimo Martins manteve uma tendência ascendente, acompanhando a valorização verificada no Índice PSI-20. O mínimo do ano foi atingido no dia 2 de Janeiro (3,4 euros) e o máximo no dia 28 de Novembro (5,59 euros). 49 R&C’07 – Governo da Sociedade As maiores subidas do título coincidiram com as semanas de divulgação dos resultados do ano de 2006, no final de Fevereiro, a concretização da renominalização do capital social no final de Maio e a realização do Investor’s Day em Poznan na Polónia, na última semana de Novembro. Em termos de liquidez, importa destacar o regresso acentuado dos investidores à praça portuguesa, com todos os recordes de liquidez a serem batidos. O título Jerónimo Martins registou, durante o ano, um volume de negócios médio diário de 1.080.000 acções, cerca de 46% superior ao obtido em 2006, o que revela igualmente o interesse dos investidores pela acção do Grupo. Dia do Investido r 170 6,000,000 Resultado s 3T07 160 5,000,000 4,000,000 150 Resultado s 1S07 Vendas P reliminares 2006 Resultado s 1T07 Resultado s 2006 140 130 3,000,000 120 110 2,000,000 100 1,000,000 90 80 Volume JM 31-12-2007 14-12-2007 30-11-2007 15-11-2007 31-10-2007 15-10-2007 28-09-2007 14-09-2007 31-08-2007 15-08-2007 31-07-2007 16-07-2007 29-06-2007 15-06-2007 31-05-2007 15-05-2007 30-04-2007 16-04-2007 30-03-2007 15-03-2007 28-02-2007 15-02-2007 31-01-2007 15-01-2007 29-12-2006 0 PSI 20 50 R&C’07 – Governo da Sociedade 2.4.2. Publicação de Resultados no Mercado O Gabinete de Relações com Investidores assegurou, durante o ano, a publicação dos resultados trimestrais do Grupo, bem como a divulgação de toda a informação relevante sobre o desempenho das áreas de negócio do Grupo, com o objectivo de manter informados os analistas e investidores relativamente, ao desenvolvimento da actividade operacional e financeira de Jerónimo Martins. Para além dos documentos publicados, foram prestados esclarecimentos a todos os analistas financeiros e investidores que entraram em contacto com o Gabinete de Relações com Investidores. A publicação de resultados, através de comunicados divulgados ao mercado, foi efectuada nas seguintes datas: 51 R&C’07 – Governo da Sociedade 2.4.3. Estrutura Accionista Resumo da Estrutura Accionista Soc. Francisco Manuel dos Santos 28,9% Asteck, S.A. Julius Baer Investment Management LLC * 55,9% 3,0% Ameriprise Financial Inc. 2,2% Capital Disperso e Acções Próprias 10,0% * Informação reportada a 6 Dezembro 2006 As Sociedades cujos direitos de voto, nos termos do nº1 do Artigo 20º do Código de Valores Mobiliários, devem ser imputados à Ameriprise Financial Inc, são identificadas na nota da Lista de Titulares de Participações Qualificadas a 31 de dezembro de 2007, incluída no Anexo Relatório Consolidado de Gestão do presente Relatório. São ainda titulares de participações qualificadas, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos SGPS, S.A., a Julius Baer Investment Management LLC and Asteck, S.A.. Todas as acções emitidas são ordinárias, não existindo qualquer restrição à sua transmissibilidade. 2.4.4. Plano de Aquisição de Acções Próprias Durante o ano de 2007, não ocorreram movimentações de acções próprias, mantendo a Sociedade em carteira 859.000 acções próprias (que correspondem a 171.800 acções antes da renominalização do capital social realizada em Maio de 2007), adquiridas em 1999 ao preço médio de 7,06 euros por acção (preço ajustado pela renominalização do capital social) e representativas de 0,14% do seu capital social. 2.5. Política de Distribuição de Dividendos O Conselho de Administração da Sociedade tem mantido uma política de distribuição de dividendos baseada nas seguintes regras: Valor do dividendo entre 40 a 50% dos resultados consolidados ordinários; Se da aplicação do critério acima resultar uma diminuição do dividendo de determinado ano, face ao atribuído no ano precedente, o Conselho de Administração, se considerar que tal diminuição decorre de situações anormais e meramente conjunturais, poderá propor que o anterior valor seja mantido e até mesmo utilizar para o efeito reservas livres existentes, quando tal 52 R&C’07 – Governo da Sociedade utilização não ponha em causa os princípios adoptados em matéria de gestão de balanço. Relativamente ao exercício de 2004, o dividendo bruto entregue aos Accionistas foi de 0,36 euros por acção, relativamente a 2005 foi de 0,42 euros por acção e relativamente a 2006 foi de 0,44 euros por acção (correspondendo a 0,088 euros após renominalização do capital), sempre de acordo com as directrizes acima referidas. Atendendo aos resultados líquidos apresentados no exercício de 2007 e à política definida, o Conselho de Administração irá propor, em Assembleia Geral de Accionistas, a distribuição de um dividendo bruto de 0,096 euros por acção, que não abrange as 859.000 acções próprias que se encontram em carteira. Esta proposta traduz-se num aumento de 9,1% face ao dividendo atribuído no ano anterior, com o correspondente dividend yield a atingir 2,2% face à cotação média do ano de 2007, que foi de 4,37 euros. 2.6. Plano de Opções de Aquisição de Acções A sociedade não tem em vigor qualquer tipo de plano de atribuição de acções, ou de opções de aquisição de acções. Embora não afaste a possibilidade de vir a estudar a adopção de um plano deste tipo, o Conselho de Administração acredita ter encontrado instrumentos que permitem, de forma justa e eficaz, configurar um sistema de gestão por objectivos, regido por indicadores de análise de rendibilidade, de crescimento dos negócios e de geração de valor para os Accionistas. 2.7. Negócios entre a Sociedade e Membros do Órgão de Administração, Titulares de Participações Qualificadas e Sociedades em Relação de Domínio ou de Grupo Durante o ano de 2007, não se realizaram quaisquer negócios ou operações significativos em termos económicos entre a Sociedade e os Membros dos seus Órgãos de Administração e de Fiscalização ou os titulares de Participações Qualificadas. No que diz respeito a Sociedades que se encontrem em relação de domínio ou de Grupo, os negócios efectuados com a Sociedade tiveram lugar no âmbito da sua actividade corrente e em condições normais de mercado. 2.8. Gabinete de Relações com Investidores O Gabinete de Relações com Investidores de Jerónimo Martins constitui o interlocutor privilegiado de todos os investidores - institucionais e privados, nacionais e estrangeiros -, bem como dos analistas que elaboram pareceres e formulam recomendações relativas ao título. Com o objectivo de transmitir ao mercado uma visão actualizada e clara das estratégias das diferentes Áreas de Negócio do Grupo, em termos de desempenho operacional e de perspectivas, o Gabinete elabora anualmente um Plano de Comunicação com o Mercado Financeiro. Este Plano, devidamente enquadrado na estratégia global de comunicação de Jerónimo Martins, contempla uma série de eventos organizados para dar a conhecer 53 R&C’07 – Governo da Sociedade os vários negócios do Grupo, as suas estratégias e perspectivas futuras e, em simultâneo, acompanhar o desenvolvimento das actividades do ano, esclarecendo eventuais dúvidas existentes. O Gabinete promoveu ao longo do ano eventos que permitiram ao mercado financeiro contactar com a Gestão do Grupo, destacando-se as seguintes iniciativas: • • • • • Reuniões com analistas financeiros e investidores; Respostas às questões dirigidas ao Gabinete, colocadas via correio electrónico (e-mail) para endereço próprio; Atendimento telefónico; Divulgação de comunicados ao mercado através da extranet da CMVM, do sítio de Jerónimo Martins na Internet, da Euronext Lisbon e de mailing dirigido a todos os investidores e analistas financeiros que constam da base de dados criada e actualizada pelo Gabinete; Apresentações realizadas à comunidade financeira: apresentação de resultados, roadshows, Assembleia Geral e conferências. No âmbito da informação veiculada para o mercado foram publicados, ao longo do ano de 2007, os seguintes comunicados: 54 R&C’07 – Governo da Sociedade O contacto com o Gabinete é possível através da Representante para as Relações com o Mercado e Responsável pelo Gabinete de Relações com Investidores - Dra. Cláudia Falcão - e do endereço de e-mail [email protected]. As comunicações regularmente efectuadas pelo Gabinete são integralmente disponibilizadas no sítio institucional de Jerónimo Martins em www.jeronimomartins.com, com o objectivo de tornar a informação facilmente acessível a todos os interessados. O sítio disponibiliza não só a informação obrigatória prevista no Artigo 4º do Regulamento da CMVM n.º 1/2007, como também informação genérica sobre o Grupo e as Companhias que o integram, bem como outros dados considerados relevantes, designadamente: • • Comunicados ao mercado relativos a factos relevantes; Contas anuais, semestrais e trimestrais do Grupo; 55 R&C’07 – Governo da Sociedade • • • • • • • • • • • Indicadores económico-financeiros e dados estatísticos, actualizados semestral ou anualmente consoante a Companhia ou área de negócio; Relatórios e Contas das Sociedades do Grupo com títulos cotados em bolsa; A mais recente apresentação do Grupo realizada à comunidade financeira; Informações sobre o desempenho do título em bolsa; Calendário anual de eventos societários, divulgado no início de cada ano, incluindo, entre outros, as reuniões da Assembleia Geral de Accionistas e a divulgação de contas anuais, semestrais e, se aplicável, trimestrais; Informações relativas à Assembleia Geral de Accionistas; Informação sobre o Governo da Sociedade; Código de Conduta de Jerónimo Martins; Estatutos da Sociedade; Regulamentos Internos em vigor; Provedoria do Cliente. O sítio disponibiliza, ainda, um formulário de contacto para pedido de informação, o qual permite uma rápida interacção, via correio electrónico, com a Sociedade e a integração na mailing list dos destinatários da informação periodicamente enviada. As principais coordenadas de acesso ao Gabinete são as seguintes: Morada: Rua Actor António Silva, n.º 7, 14.º andar, 1600-404, Lisboa Telefone: +351 21 752 61 05 Fax: +351 21 752 61 65 E-mail: [email protected] É também da responsabilidade do Gabinete, a coordenação da elaboração do Relatório e Contas, que se reconhece como um documento fundamental de comunicação com o mercado financeiro. Nele, o Gabinete zela pela transparência e abrangência da informação publicada em relação às várias áreas de negócio de Jerónimo Martins, procurando transmitir, de forma clara, completa e consistente, a evolução da realidade das diversas actividades ao longo do ano. O esforço de toda a equipa de Jerónimo Martins na elaboração deste documento valeu ao Grupo, pela segunda vez, o prémio de melhor Relatório e Contas, na categoria de Sociedades Não Financeiras, atribuído na cerimónia de Investor Relations Awards ’07, organizada pela Deloitte em parceria com os jornais Semanário Económico e Diário Económico. 2.9. Comissão de Vencimentos A Assembleia Geral Anual de 2007 elegeu uma Comissão de Vencimentos, constituída pelos Accionistas Eng. António Sousa Gomes, Dr. José Queirós Lopes Raimundo e Dr. Arlindo do Amaral, nenhum dos quais sendo Membro do Órgão de Administração da Sociedade ou tendo cônjuge, parentes ou afins nessas circunstâncias. Foi delegada nesta Comissão, de acordo com o legalmente disposto, a determinação da retribuição dos Membros do Conselho de Administração. Durante o ano de 2007, a Comissão de Vencimentos reuniu uma vez. 2.10. Montante de Remuneração Anual Paga ao Auditor Externo Relativamente a 2007, o total de remunerações pagas ao Auditor Externo foi de 936.690 euros, excluindo as despesas referentes a deslocações e outros custos suportados directamente pelas Companhias do Grupo. 56 R&C’07 – Governo da Sociedade Em termos percentuais, o valor referido divide-se da seguinte forma: Serviços de revisão legal de contas: 70%; Outros serviços que não de revisão legal de contas e auditoria externa: 30%. Os serviços que não de revisão legal de contas, no montante total de 276.786 euros, dizem respeito ao acesso a uma base de dados fiscais, apoio a processos de reorganização interna e aquisições de negócios, assessoria técnica em projecto de conversão de normativo contabilístico e à certificação de contas de subsidiárias no âmbito de relações comerciais com terceiros. Todos estes serviços são completamente laterais ao trabalho dos auditores e foram prestados por funcionários que não participaram em qualquer trabalho de auditoria no Grupo. 57 R&C’07 – Governo da Sociedade 3. EXERCÍCIO DE DIREITO DE VOTO E REPRESENTAÇÃO DE ACCIONISTAS 3.1. Regras Estatutárias sobre o Exercício de Direito de Voto O direito de voto por representação e a forma como tal direito deve ser exercido encontram-se plenamente assegurados, de acordo com a lei e os estatutos, nos termos constantes das respectivas convocatórias, estando a Sociedade activamente empenhada em fomentar o exercício do direito de voto dos Accionistas, designadamente através do voto por correspondência. A Sociedade disponibiliza a informação adequada para que o Accionista Representado possa dar instruções de sentido de voto, nomeadamente, facultando as propostas que serão presentes à Assembleia Geral, dentro dos prazos legais. Desde 2003 que a informação preparatória das Assembleias Gerais é igualmente disponibilizada no sítio institucional do Grupo. Os Accionistas podem, ainda, fazer-se representar nas reuniões da Assembleia Geral por um membro do Conselho de Administração da Sociedade ou outro Accionista. Tratando-se de pessoa singular, pode fazer-se representar por cônjuge, ascendente ou descendente, ou, tratando-se de pessoa colectiva, por quem para o efeito for designado. Os instrumentos de representação de Accionistas deverão ser dirigidos ao Presidente da Mesa - indicando nome, domicílio do representante e data da reunião - e entregues até ao início dos trabalhos. 3.1.1. Voto por Correspondência A Sociedade tem instituído o exercício do direito de voto por correspondência, de acordo com o modelo expresso nas últimas convocatórias, o qual visa, simultaneamente, assegurar a facilidade do voto e a segurança no procedimento. Desde 2004, a Sociedade disponibiliza aos Accionistas boletins de voto, por forma a facilitar o exercício deste direito. 3.1.2. Voto por Meios Electrónicos A Sociedade, reconhecendo que a utilização das novas tecnologias potencia o exercício dos direitos dos Accionistas, adopta, desde 2006, os mecanismos adequados para que os mesmos possam votar por meios electrónicos nas Assembleias Gerais. 3.2. Antecedência Exigida para Depósito ou Bloqueio de Acções De acordo com o disposto nos estatutos da Sociedade, podem participar na reunião da Assembleia Geral os Accionistas com direito a voto que, até cinco dias úteis antes da realização da reunião, tenham as respectivas acções inscritas em seu nome em conta de valores mobiliários ou depositadas nos cofres da Sociedade ou de instituições de crédito, comprovando o depósito, neste último caso, por carta emitida pela instituição depositária que dê entrada na sede da Sociedade no mesmo prazo de cinco dias úteis. A presença na Assembleia Geral não se encontra condicionada à detenção de um número mínimo de acções. 58 R&C’07 – Governo da Sociedade 3.3. Prazo para Correspondência Recepção da Declaração de Voto por Sendo os seus estatutos omissos nesta matéria, a Sociedade fixou em 48 horas antes da realização da Assembleia Geral, o prazo para a recepção do voto por correspondência, acolhendo e, de certa forma, indo mais longe do que o disposto na Recomendação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários sobre esta matéria. 3.4. Número de Acções a que Corresponde Um Voto De acordo com os estatutos da Sociedade, alterados em 2007, a cada acção corresponde um voto. 59 R&C’07 – Governo da Sociedade 4. REGRAS SOCIETÁRIAS 4.1. Código de Conduta e Regulamentos Internos A Sociedade rege-se pelo cumprimento da legislação em vigor e das regras de comportamento próprias da sua actividade, adoptando códigos de conduta e regulamentos internos sempre que as matérias em causa o justifiquem. Jerónimo Martins sempre se pautou por uma cultura de absoluto respeito pelas regras de boa conduta na gestão de conflitos de interesses, incompatibilidades, confidencialidade, e pela garantia de não utilização de informação privilegiada por parte dos Membros do Órgão de Administração e restantes quadros. Neste sentido, a Sociedade mantém uma lista dos colaboradores com acesso a este tipo de informação, a qual é actualizada de acordo com as circunstâncias. Ainda que os instrumentos existentes e a prática se tenham mostrado adequados para regulamentar estas matérias, entendeu-se ser necessário codificar as regras existentes relativas às matérias supra enunciadas, bem como a outras que, pela sua natureza, dizem particularmente respeito às actividades das Sociedades do Grupo, com o objectivo de formalizar compromissos que exijam de todos os membros do Grupo um elevado padrão de conduta e constituam uma ferramenta de optimização da gestão. Neste sentido, e para além do Código de Conduta vigente, encontram-se actualmente em vigor, Regulamentos para o Conselho de Administração, Comissão Executiva, Comissão de Auditoria, Comissão de Ética e Comissão de Controlo Interno, os quais regulam as competências e o funcionamento dos referidos órgãos, bem como um Regulamento sobre Transacção de Títulos da Sociedade, aplicável aos Administradores e quadros do Grupo. Estes Códigos e Regulamentos podem ser consultados no sítio institucional do Grupo, em www.jeronimomartins.com, ou solicitados ao Gabinete de Relações com Investidores. 4.2. Procedimentos Internos Actividade da Sociedade para Controlo do Risco na Esta matéria encontra-se desenvolvida em ponto anterior deste capítulo. 4.3. Medidas Susceptíveis de Interferir com Ofertas Públicas de Aquisição Não estão estatutariamente atribuídos direitos especiais a Accionistas ou previstos limites ao exercício do direito de voto. O Conselho de Administração desconhece a existência de acordos parassociais. Não existem acordos entre a Sociedade e os titulares dos órgãos de administração ou trabalhadores que prevejam indemnizações em sequência de Oferta Pública de Aquisição. Na medida em que lidera um grupo que integra diversas parcerias com grupos nacionais e internacionais, admite-se ser possível entender que certas disposições dos contrato de joint venture celebrados neste âmbito possam incorporar disposições de mudança de controlo societário, entendendo o Conselho de Administração que a sua divulgação seria prejudicial ao interesse da Sociedade e dos Accionistas. 60 R&C’07 – Governo da Sociedade 5. ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO 5.1. Caracterização do Órgão de Administração O Conselho de Administração da Sociedade é composto, desde a sua eleição na Assembleia Geral de 30 de Março de 2007, por nove Membros, dos quais três são Administradores Executivos – Dr. Luís Palha da Silva, Sr. Pedro Soares dos Santos e Dr. José Soares dos Santos – e seis são Administradores Não-Executivos – Sr. Elísio Alexandre Soares dos Santos (Presidente do Conselho de Administração), Prof. António Borges, Dr. Rui Patrício, Dr. Hans Eggerstedt, Dr. Artur Santos Silva e o Dr. Nicolaas Pronk. O número de acções da Sociedade de que são titulares encontra-se referido no ponto relativo ao Anexo ao Relatório Consolidado de Gestão. Embora, de acordo com os princípios pelos quais a Sociedade se rege, todos os Administradores respondam perante todos os Accionistas por igual, a independência da actuação do Conselho de Administração face a estes é ainda reforçada pela existência de Administradores Independentes. São considerados Administradores Independentes, de acordo com o disposto na Lei, os Administradores António Borges, Rui Patrício, Artur Santos Silva e Hans Eggerstedt. Os Membros do Órgão de Administração desempenham também funções em outras Sociedades, a saber: Elísio Alexandre Soares dos Santos Membro do Conselho Superior do Banco Comercial Português, S.A. Administrador da Sindcom – Sociedade de Investimento na Indústria e Comércio, SGPS, S.A. Administrador da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, SGPS, S.A. Luís Palha da Silva Administrador da Jerónimo Martins Serviços, S.A.* Administrador da JMR - Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A.* Administrador da Lidosol II - Distribuição de Produtos Alimentares, S.A.* Administrador da Funchalgest - Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A.* Administrador da Lidinvest - Gestão de Imóveis, S.A.* Administrador da João Gomes Camacho, S.A.* Gerente da Desimo - Desenvolvimento e Gestão Imobiliária, Lda.* Gerente da EVA - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda.* Gerente da Friedman - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda.* Gerente da Hermes - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda.* Gerente da Idole - Utilidades, Equipamentos e Investimentos Imobiliários, Lda.* Gerente da PSQ - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. * Administrador da Fima - Produtos Alimentares, S.A.* Administrador da Victor Guedes Indústria e Comércio, S.A.* Administrador da Indústrias Lever Portuguesa, S.A.* Administrador da Olá – Produção de Gelados e Outros Produtos Alimentares, S.A. * Gerente da Unilever Jerónimo Martins, Lda. * Pedro Soares dos Santos Administrador Administrador Administrador Administrador Administrador S.A. Administrador Administrador da da da da da Jerónimo Martins Serviços, S.A.* Imocash - Imobiliário de Distribuição, S.A.* Recheio Cash & Carry, S.A.* Recheio, SGPS, S.A.* Sindcom - Sociedade de Investimento na Indústria e Comércio, SGPS, da Lidosol II - Distribuição de Produtos Alimentares, S.A.* da Funchalgest - Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A.* 61 R&C’07 – Governo da Sociedade Administrador da Lidinvest - Gestão de Imóveis, S.A.* Administrador da Larantigo - Sociedade de Construções, S.A.* Administrador da João Gomes Camacho, S.A.* Administrador da JMR - Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A.* Administrador da Feira Nova - Hipermercados, S.A.* Administrador da Comespa - Gestão de Espaços Comerciais, S.A.* Administrador da Gestiretalho - Gestão e Consultoria para a Distribuição a Retalho, S.A.* Administrador da Supertur - Imobiliária, Comércio e Turismo, S.A.* Administrador da Imoretalho - Gestão de Imóveis, S.A.* Administrador da Cunha & Branco - Distribuição Alimentar, S.A.* Administrador da Dantas & Vale, S.A.* Administrador da Pingo Doce - Distribuição Alimentar, S.A.* Administrador da Casal de S. Pedro - Administração de Bens, S.A.* Administrador da Masterchef, S.A. * Administrador da Escola de Formação Jerónimo Martins, S.A.* Gerente da Idole - Utilidades, Equipamentos e Investimentos Imobiliários, Lda.* Gerente da Friedman - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. * Gerente da Hermes - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda.* Gerente da Servicompra - Consultores de Aprovisionamento, Lda.* Gerente da Simões e Freitas, Lda.* José Soares dos Santos Administrador da Fima - Produtos Alimentares, S.A. * Administrador da Victor Guedes Indústria e Comércio, S.A.* Administrador da Indústrias Lever Portuguesa, S.A. * Administrador da Olá – Produção de Gelados e Outros Produtos Alimentares, S.A.* Administrador da Sindcom - Sociedade de Investimento na Indústria e Comércio, SGPS, S.A. Administrador da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, SGPS, S.A. Gerente da Unilever Jerónimo Martins, Lda.* Gerente da Transportadora Central do Infante, Lda. António Borges Presidente do Conselho Fiscal do Banco Santander de Negócios Portugal Membro do Conselho de Administração da Heidrick & Struggles (EUA) Membro do Conselho de Administração da CNP Assurances (França) Membro do Conselho de Administração da SCOR (França) Membro do Conselho de Administração de Caixa Seguros (Brasil) Rui Patrício Membro do Membro do Membro do Membro do Membro do Membro do Presidente Portuguesa Conselho de Administração da Monteiro Aranha, S.A. (Brasil) Conselho de Administração da Monteiro Aranha Participações, S.A. (Brasil) Conselho de Administração da Owens-Illinois do Brasil Conselho de Administração da Klablin S.A. (Brasil) Conselho de Administração da Espírito Santo International Holding Conselho de Administração da Vivo Participações (Brasil) do Conselho de Administração da Sociedade de Electricidade Industrial S.A. Hans Eggerstedt Membro do Supervisory Board da Unilever Deutschland Gmbh (Alemanha) Administrador Não-Executivo da Colt Telecom Group, Plc. (Reino Unido) Membro do Advisory Board da Amsterdam Institute of Finance (Holanda) Artur Santos Silva Presidente do Conselho de Administração do Banco BPI, S.A. Presidente do Conselho de Administração do Banco Português de Investimento, S.A. Membro do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian * Sociedades que integram o Grupo Jerónimo Martins. 62 R&C’07 – Governo da Sociedade Membro do Conselho de Administração da Sindcom - Sociedade de Investimento na Indústria e Comércio, SGPS, S.A. Presidente da Direcção da Cotec Portugal - Associação Empresarial para a Inovação Nicolaas Pronk Membro do Conselho de Administração da Heerema Holding Construction, Inc. Membro do Conselho de Administração da Heerema Offshore Construction Group, Inc. Membro do Conselho de Administração da Heerema Fabrication Group, Inc. Membro do Conselho de Administração da Heavy Transport Group, Inc. Membro do Conselho de Administração da Heerema Engineering & Project Services, Inc. Membro do Conselho de Administração da 360 Family Equity Services S.A. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys, Inc. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment I, Inc. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment II, Inc. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment III, Inc. Membro do Conselho de Administração da Heerema Infrastructure, Inc. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment I Ltd. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment II Ltd. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment III Ltd. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment IV Ltd. Membro do Conselho de Administração da Heerema Holding Services (Antilles) N.V. Membro do Conselho de Administração da Antillian Holding Company N.V. Membro do Conselho de Administração da Heerema Bouw- & Infrastructure N.V. Membro do Conselho de Administração da Aquamondo Insurance N.V. Membro do Conselho de Administração da HMC Holding Denmark ApS Membro do Conselho de Administração da Heavy Transport Holding Denmark ApS Membro do Conselho de Administração da HEPS US, Inc. Membro do Conselho de Administração da Heerema EPS1, LLC Membro do Conselho de Administração da Heerema EPS2, LLC Membro do Conselho de Administração da Aquamondo Insurance Company Ltd Membro do Conselho de Administração da RegEnersys (Bermuda) Ltd Membro do Conselho de Administração da Heerema Fabrication Finance (Luxembourg) S.A. Membro do Conselho de Administração da Heavy Transport Finance (Luxembourg) S.A. Membro do Conselho de Administração da Heerema Transport Finance (Luxembourg) S.A. Membro do Conselho de Administração da Heerema Marine Contractors Finance (Luxembourg) S.A. Membro do Conselho de Administração da Heerema Group Services S.A. Membro do Conselho de Administração da Asteck S.A. Membro do Conselho de Administração da Heerema Engineering and Project Services (Luxembourg) S.A. Membro do Conselho de Administração da 360 Family Equity S.A. O actual Presidente do Conselho de Administração, Elísio Alexandre Soares dos Santos, começou a sua carreira profissional em 1957, ingressando na Unilever. De 1964 a 1967, assumiu funções de Director de Marketing da Unilever Brasil. Em 1968, entra para o Conselho de Administração de Jerónimo Martins como AdministradorDelegado, cargo que acumulou com o de Representante de Jerónimo Martins na jointventure com a Unilever. É Presidente do Grupo desde Fevereiro de 1996 e o seu actual mandato termina em 2009. Luís Palha da Silva, Presidente da Comissão Executiva, é licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa e em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão. Foi Assistente na Universidade Católica, entre 1985 e 1992. De 1987 em diante, assume funções de administração em diversas Sociedades, entre as quais a Covina, SEFIS, EGF, CELBI, SOGEFI e IPE. Foi Secretário de Estado do Comércio, entre 1992 e 1995, e Administrador da Cimpor, entre 1998 e 2001. É 63 R&C’07 – Governo da Sociedade Administrador Executivo da Sociedade desde 29 de Junho de 2001 e Presidente da Comissão Executiva desde 2004. O seu actual mandato termina em 2009. O Administrador Executivo Pedro Soares dos Santos ingressou, em 1983, na Direcção de Operações do Pingo Doce. Em 1985, integrou o Departamento de Vendas e Marketing da Iglo/Unilever e, cinco anos mais tarde, assume funções como Director Adjunto das Operações Recheio. Em 1995, é nomeado Director-Geral desta Companhia. Entre 1999 e 2000, assume a responsabilidade pelas operações na Polónia e Brasil. Em 2001, passa também a ser responsável pelas operações da área de Distribuição em Portugal. É Administrador Executivo da Jerónimo Martins SGPS, S.A. desde 31 de Março de 1995. O seu actual mandato termina em 2009. O Administrador Executivo José Soares dos Santos, licenciado em Biologia pela Universidade Clássica de Lisboa, ingressou em 1985 no Svea Lab AB, na Suécia, passando, em Março de 1987, a trabalhar para o Laboratório Url Colwort. Em 1988, integra o Departamento de Recursos Humanos da FimaVG – Distribuição de Produtos Alimentares, Lda. e, em 1990, é nomeado Chefe de Produto. Entre 1992 e 1995, trabalha para a Broke Bond Foods. É Administrador Executivo da Jerónimo Martins, SGPS, S.A. entre 31 de Março de 1995 e 29 de Junho de 2001 e, actualmente, desde 15 de Abril de 2004. O seu presente mandato termina em 2009. António Borges é licenciado em Economia pela Universidade Técnica de Lisboa e doutorado em Economia pela Stanford University, tendo ingressado no INSEAD em 1980. Em 1990, foi nomeado Vice-Governador do Banco de Portugal e, em 1995, Dean do INSEAD, sendo igualmente Professor na Universidade Católica, na Standford University e Consultor do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos, da OCDE e do Governo Português. Assumiu diversos cargos de administração, entre os quais no Citibank Portugal, Petrogal, Vista Alegre, Paribas e Sonae. É Vice-Presidente da Goldman Sachs desde 2000. É Administrador Não-Executivo da Sociedade desde 29 de Junho de 2001 e o seu actual mandato termina em 2009. Hans Eggerstedt é licenciado em Economia pela Universidade de Hamburgo e ingressou, em 1964, na Unilever, onde desenvolveu toda a sua carreira. Entre outros cargos, foi Director de Operações de Retalho e de Gelados e Congelados na Alemanha, Presidente e CEO da Unilever Turquia, Director Regional para a Europa Central e de Leste, Director Financeiro e de Informação e Tecnologia da Unilever. É nomeado para o Conselho de Administração da Unilever N.V. e Unilever PLC em 1985, cargo que manteve até 1999. É Administrador Não-Executivo de Jerónimo Martins SGPS, S.A. desde 29 de Junho de 2001 e o seu actual mandato termina em 2009. Rui Patrício é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde foi Assistente entre 1958 e 1963. Em 1970, foi nomeado Sub-Secretário de Estado do Fomento Ultramarino. Foi Vice-Presidente do Grupo Monteiro Aranha, entre 1976 e 1991, assumindo, a partir daí, funções de administração em diversas empresas brasileiras, entre as quais a Monteiro Aranha, a Masa-Alsthom, a Hochtief, a Ericsson, a Telesp Celular, a Axa Seguros. Foi também Consultor do Grupo Espírito Santo. É Administrador Não-Executivo da Sociedade desde 29 de Junho de 2001 e o seu actual mandato termina em 2009. Artur Santos Silva é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. Foi Director do Banco Português do Atlântico, entre 1968 e 1975, e Secretário de Estado do Tesouro, entre 1975 e 1976. Entre 1977 e 1978, desempenha funções de ViceGovernador do Banco de Portugal. É Presidente do Grupo BPI desde 1981, Membro do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian desde 2002, Membro do Conselho Consultivo do Plano Tecnológico Nacional, Membro do Conselho Consultivo 64 R&C’07 – Governo da Sociedade da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e Administrador Não-Executivo da Sociedade desde 15 de Abril de 2004, terminando o seu actual mandato em 2009. Nicolaas Pronk é de nacionalidade holandesa e tem formação superior em Finanças, Auditoria, e Tecnologia de Informação. Entre 1981 e 1989, trabalhou para a KPMG na área de Auditoria Financeira em Sociedades holandesas e estrangeiras. Em 1989, integra o Grupo Heerema, fundando o Departamento de Auditoria Interna e, desde então, desempenhado diversas funções no Grupo, tendo sido responsável por várias aquisições e desinvestimentos, definido o Governo da Sociedade e implementado o EVA. Desde 1999 que é o Administrador Financeiro do Grupo Heerema, com os pelouros Financeiro, Tesouraria, Governo da Sociedade, Seguros e Fiscal, reportando ao respectivo Presidente. Cumpre o seu primeiro mandato como Administrador NãoExecutivo da Sociedade, o qual terminará em 2009. 5.2. Comissão Executiva A Comissão Executiva da Sociedade tem como objectivo fundamental coadjuvar o Conselho de Administração no exercício das suas funções de gestão. Enquanto órgão delegado do Conselho de Administração, cabe à Comissão Executiva, de acordo com o respectivo regulamento, o exercício das seguintes funções: Controlo da implementação, pelas Companhias do Grupo, da orientação estratégica e das políticas definidas pelo Conselho de Administração; Controlo financeiro e contabilístico do Grupo e das Companhias que o integram; Coordenação superior das actividades operacionais a cargo das diversas Companhias do Grupo, integradas ou não em áreas de negócio; Acompanhamento de novos negócios, durante a sua fase de lançamento e enquanto as respectivas Companhias não são integradas numa área de negócio; Implementação da política de gestão de pessoal definida para os Quadros superiores de todo o Grupo. A Comissão Executiva reúne na sede da Sociedade, ou em qualquer outro local, cabendo ao seu Presidente convocar e dirigir as reuniões, fixando os respectivos dia, hora e ordem de trabalhos. Durante o ano de 2007, a Comissão Executiva reuniu trinta e uma vezes. 5.3. Estrutura e Funcionamento do Órgão de Administração Nos termos dos estatutos, o Conselho de Administração é composto por um mínimo de sete e um máximo de onze membros. Actualmente, o Conselho é composto por nove Membros, dos quais três são Executivos e seis são Não-Executivos. A existência de Administradores Independentes e de Administradores Não-Executivos no Conselho de Administração permite a integração de competências diversificadas e o enriquecimento da gestão da Sociedade, reflectindo a preocupação e o interesse de reunir um vasto conjunto de competências técnicas, redes de contactos e ligações com entidades nacionais e internacionais, que permitam optimizar a gestão do Grupo, numa óptica de criação de valor para os seus Accionistas. A opção por este modelo representa um esforço adicional, com vista a assegurar uma adequada defesa dos interesses de todos estes Accionistas. Ainda neste sentido, e 65 R&C’07 – Governo da Sociedade desde a eleição do Conselho de Administração para o triénio precedente, verificou-se um reforço do número de Administradores Independentes, que, presentemente, totalizam quatro dos nove Administradores. Também no âmbito do aprofundamento das práticas de Governo da Sociedade, mantém-se a separação entre a Presidência do Conselho de Administração (a cargo do Sr. Elísio Alexandre Soares dos Santos) e a Presidência da Comissão Executiva (a cargo do Dr. Luís Palha da Silva). O Conselho de Administração reúne, pelo menos, quatro vezes por ano, podendo qualquer Administrador fazer-se representar nas reuniões de Conselho por outro Administrador, mediante carta dirigida ao Presidente. Fora dos casos em que se disponha de outro modo, as deliberações serão tomadas por maioria de votos dos administradores presentes ou representados e dos que votem por correspondência, tendo o Presidente, em caso de empate, voto de qualidade. As competências do Conselho de Administração encontram-se descritas no artigo 13º do Pacto Social. Encontram-se vedadas à Comissão Executiva as matérias a que se refere o n.º 4 do artigo 407º do Código das Sociedades Comerciais. Qualquer aumento de capital carece de deliberação prévia da Assembleia Geral. O Conselho de Administração, através de regulamento próprio, delegou na Comissão Executiva diversas competências, tais como, a gestão dos negócios sociais no âmbito da gestão corrente da Sociedade, incluindo a aprovação dos planos de expansão, a representação da Sociedade e a gestão financeira do Grupo, entre outras. Contudo, o Conselho de Administração exerce um controlo efectivo na orientação da vida societária, procurando sempre informar-se devidamente e assegurando a supervisão da gestão da Sociedade. Para este efeito, reúne regularmente, tendo realizado sete reuniões em 2007. Neste contexto, encontram-se à disposição do Conselho de Administração as actas das reuniões da Comissão Executiva, nas quais estão registadas as matérias aí discutidas e as decisões tomadas. Em cada reunião do Conselho de Administração, a Comissão Executiva apresenta informação relativa à actividade desenvolvida pela Sociedade desde a última reunião, disponibilizando-se para prestar os esclarecimentos complementares que os Administradores Não-Executivos entendam necessários. 5.4. Política de Remuneração do Órgão de Administração Nos termos das suas competências, a Comissão de Vencimentos estabeleceu os parâmetros de remuneração da Comissão Executiva com base numa componente fixa e outra variável, com o objectivo de a tornar competitiva em termos de mercado e de servir de elemento motivador de um elevado desempenho individual e colectivo, que permita estabelecer e atingir objectivos ambiciosos de acelerado crescimento e adequada remuneração do Accionista. A componente variável é aprovada anualmente pela Comissão de Vencimentos que terá em conta o contributo da Comissão Executiva para a evolução dos negócios (EVA) e da cotação das acções da Sociedade no exercício do ano anterior. A Comissão de Vencimentos, dentro destas linhas de orientação, define as normas para a atribuição de prémios de desempenho aos Administradores Executivos, a fixar sob proposta do Presidente do Conselho de Administração, atendendo ao grau de realização de objectivos individuais e de negócio. 66 R&C’07 – Governo da Sociedade Não existe qualquer tipo de acordo ou política definida quanto aos termos de eventuais compensações a pagar a Administradores da Sociedade em caso de destituição ou cessão do contrato, situação que nunca ocorreu. 5.5. Remuneração dos Membros do Órgão de Administração A remuneração auferida pelos Membros do Órgão de Administração durante o exercício de 2007 totalizou 2.703.862,12 euros, tendo os Administradores Executivos auferido 1.833.604,92 euros (1.324.728,12 euros relativos à parte fixa e 508.876,80 euros relativos à parte variável) e os Administradores Não-Executivos 870.257,20 euros (como remuneração fixa). Os critérios que presidiram à atribuição da remuneração variável aos titulares do órgão de Administração foram os enunciados no ponto anterior do presente capítulo. Em termos concretos, a Comissão de Vencimentos deliberou a atribuição dos prémios supra referidos, invocando os resultados obtidos, a evolução da cotação das acções, o trabalho desenvolvido durante o exercício, o sucesso dos projectos desenvolvidos atendendo a objectivos previamente definidos, e os critérios aplicados na atribuição de remuneração variável aos restantes Quadros. Não existe qualquer tipo de plano de atribuição de acções ou opções de aquisição de acções aos Administradores. Da mesma forma, não houve qualquer remuneração paga sob forma de participação nos lucros, nem tão-pouco qualquer indemnização paga a ex-administradores, executivos ou não, relativamente à cessação das suas funções, não existindo nenhuma dívida relacionada com esta matéria. Os Administradores do Grupo não receberam de qualquer outra Sociedade em relação de domínio ou de Grupo quaisquer outros montantes, seja a que título for, para além dos referidos neste capítulo. Quanto a regimes complementares de pensões ou de reforma, nos termos do Regulamento em vigor, têm direito a Complemento de Reforma os Administradores que, à data da reforma, cumulativamente: (i) tenham mais de 60 anos, (ii) exerçam funções executivas, e (iii) desempenhem cargos de Administrador há mais de dez anos. Na Assembleia Geral Anual de 2005 foi aprovado um Plano de Pensão de Reforma. Trata-se de um Plano de Pensões do tipo Contribuição Definida, em que é fixado previamente o valor da contribuição, variando o valor dos benefícios em função dos rendimentos obtidos. Cabe à Comissão de Vencimentos a definição da taxa de contribuição da empresa e da contribuição inicial. São considerados Participantes do Plano os Administradores Executivos da Sociedade, sendo que, aqueles que optarem pelo presente Plano de Pensões, deixarão de estar em condições de elegibilidade relativamente ao Plano de Complemento de Reforma, renunciando expressa e irrevogavelmente a este. A data de reforma é definida como o próprio dia ou o dia 1 (um) do mês seguinte àquele em que o Participante complete a idade normal de reforma, conforme estabelecido no Regime Geral da Segurança Social (actualmente, 65 anos de idade). Um Participante será considerado em estado de invalidez total e permanente, se for reconhecido como tal pela Segurança Social Portuguesa. O salário pensionável é o salário base ilíquido mensal multiplicado por 14 e dividido por 12. A este valor mensal fixo acresce, no final de cada ano civil, um valor variável constituído por todos os valores auferidos a título de remuneração variável. O referido 67 R&C’07 – Governo da Sociedade montante anual deste valor variável é, para este efeito, no máximo, 20% do salário base ilíquido mensal relativo ao último mês desse ano, multiplicado por 14. 5.6. Política de Comunicações de Irregularidades Alegadamente Ocorridas no Seio da Sociedade Desde 2004 que a Comissão de Ética de Jerónimo Martins fez implementar um sistema de comunicação bottom-up, que garante a possibilidade de todos os colaboradores, a todos os níveis, acederem aos canais que permitem fazer chegar, aos destinatários reconhecidos pelo Grupo, informação sobre eventuais irregularidades ocorridas no seio do mesmo, bem como quaisquer outros comentários ou sugestões que entendam fazer, em particular no que diz respeito ao cumprimento dos manuais de procedimento instituídos, especialmente do Código de Ética. Com este instrumento ficaram clarificadas as linhas de orientação sobre temáticas tão diversas como o cumprimento da legislação vigente, o respeito pelos princípios da não discriminação e da igualdade de oportunidades, as preocupações ambientais, a transparência nas negociações e a integridade nas relações com fornecedores, clientes e entidades oficiais, entre outras. A Comissão de Ética fez divulgar, junto de todos os colaboradores do Grupo, os meios ao dispor destes para que, se necessário, comuniquem com a Comissão, dado que tal é facilitado através: (i) do envio de carta de remessa livre ou (ii) da utilização de correio electrónico interno ou externo com endereço dedicado. Os interessados poderão ainda solicitar, ao respectivo Director-Geral ou ao Director Funcional, os esclarecimentos necessários sobre as normas em vigor e a sua aplicação ou daremlhes conhecimento de qualquer situação que as possa pôr em causa. Independentemente do canal de comunicação escolhido, será assegurado o anonimato de todos os que o pretendam. 68 III. Relatório Consolidado de Gestão 70 72 74 77 79 1. 2. 3. 4. 5. 81 6. Síntese da Actividade Consolidada do Ano 6.1. 6.2. 6.3. 6.4. 6.5. 6.6. 81 84 86 87 88 90 91 7. 8. 106 108 109 109 113 114 114 114 114 Vendas Consolidadas Resultados Operacionais Resultado Líquido Balanço Jerónimo Martins no Mercado de Acções Desempenho Financeiro 2003-2007 Distribuição Alimentar - Portugal 7.1. Pingo Doce 7.2. Feira Nova 7.3. Recheio 7.4. Madeira 7.5. Direcções Funcionais da Distribuição Alimentar em Portugal 91 93 96 99 101 106 Factos Relevantes do Ano Enquadramento Macro-económico Internacional Enquadramento Sectorial Internacional Portugal Polónia Distribuição Alimentar – Polónia 8.1. 8.2. 9. Biedronka Apteka Na Zdrowie Indústria 9.1. Unilever Jerónimo Martins 10. Jerónimo Martins Distribuição 10.1. 10.2. 10.3. 10.4. PGJM Hussel Caterplus Jerónimo Martins Restauração & Serviços 116 116 116 117 11. Simplificação de Processos de Gestão Interna 11.1. Distribuição Portugal 11.2. Distribuição Polónia 11.3. Indústria 118 118 119 12. Programa de Investimentos do Grupo 12.1. Investimentos 12.2. Desinvestimentos 121 121 125 127 129 13. Perspectivas para 2008 13.1. Perspectivas Internacionais 13.2. Perspectivas para o Mercado Português 13.3. Perspectivas para o Mercado Polaco 13.4. Perspectivas para o Negócio do Grupo 133 14. Factos Subsequentes 134 15. Proposta de Aplicação de Resultados 135 16. Anexo ao Relatório Consolidado de Gestão R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 1. FACTOS RELEVANTES DO ANO Actividade Operacional Janeiro Fusão das Companhias FimaVG - Distribuição de Produtos Alimentares, Lda., LeverElida - Distribuição de Produtos de Limpeza e Higiene Pessoal, Lda., IgloOlá Distribuição de Gelados e Ultracongelados, Lda. e Unilever Bestfoods Portugal Produtos Alimentares, Sociedade Unipessoal, Lda., passando a nova empresa, Unilever Jerónimo Martins, Lda., a ser detida em 45% por Jerónimo Martins. Fevereiro Abertura de lojas Pingo Doce em Canidelo e Évora; Abertura do posto de combustível na loja Feira Nova de Penafiel; Atribuição do prémio de Empresa de Retalho do ano 2006 na Polónia à JM Dystrybucja, pela Gazeta Finansowa. Março Abertura Abertura Abertura Abertura de de do de lojas Pingo Doce em S. Gens, Prior Velho, Tágide Park e Guimarães; lojas Feira Nova em Fafe e Monção; posto de combustível na loja Feira Nova de Aveiro; um novo centro de distribuição na Azambuja. Abril Abertura de loja Pingo Doce em Castelo da Maia. Maio Renominalização (stock split) do capital social de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., através da divisão de cada uma das acções com o valor nominal de cinco euros, em cinco novas acções com o valor nominal de um euro, representativas do capital social existente; Abertura de lojas Pingo Doce em S. João da Madeira e Estarreja; Abertura de loja Feira Nova em Almeirim. Junho Cessação da representação da Calvin Klein pela Jerónimo Martins Distribuição de Produtos de Consumo; Acordo de princípio para colaboração com o Grupo Martifer na prestação de serviços de gestão e fornecimento dos postos de abastecimento de combustível; Abertura de lojas Pingo Doce em Benavente e Oliveira de Frades; Abertura do posto de combustível na loja Feira Nova de Mirandela. Julho Atribuição, pela segunda vez, no Investor Relations Awards promovido pela Deloitte, Diário Económico e Semanário Económico, do prémio de Melhor Relatório e Contas de 2006 na categoria de Empresas não financeiras; Certificação do Pingo Doce no "Desenvolvimento de Marcas Próprias e Acompanhamento de Produto/Fornecedor" no âmbito da ISO 9001/2000, concedida às marcas "Pingo Doce, UltraPro, ActivPet, B.Sensy, Skino e Essentya"; Certificação do Recheio no "Desenvolvimento de Marcas Próprias e Acompanhamento de Produto/Fornecedor" no âmbito da ISO 9001/2000, concedida à marca "MasterChef"; Abertura de lojas Pingo Doce em S. Pedro de Cova, Soure e Almodovar; Abertura de loja Feira Nova na Trofa. 70 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão Agosto Jerónimo Martins Restauração & Serviços adquiriu seis cafetarias “Storia del Café”; Abertura de lojas Pingo Doce em Castelo de Vide e Batalha; Abertura de loja Feira Nova em Tondela. Setembro Inauguração da milésima loja Biedronka na Polónia; Abertura de lojas Pingo Doce em Forte da Casa, Canidelo e Oliveira do Douro; Reembolso antecipado de dois Empréstimos Obrigacionistas, no montante de 25 milhões de euros cada, por parte de Jerónimo Martins, SGPS, S.A.; Emissão de dois novos Empréstimos Obrigacionistas, no montante total de 70 milhões de euros, por parte de Jerónimo Martins, SGPS, S.A. Outubro Abertura de loja Pingo Doce no Funchal Centrum (Madeira); Abertura de lojas Feira Nova em Vizela e Castelo Branco. Novembro Abertura de lojas Pingo Doce em Santa Marta de Corroios e Sever do Vouga. Dezembro Vendas consolidadas de Jerónimo Martins atingem os cinco mil milhões de euros; Celebração do acordo de aquisição das operações da Plus em Portugal e na Polónia; Abertura de lojas Pingo Doce em Vale de Cambra, Borba e Arcozelo; Abertura de loja Feira Nova na Quinta do Conde; Abertura do posto de combustível na loja Feira Nova de Torres Novas; Accionamento da call option do Empréstimo Obrigacionista emitido em Junho de 2003, tendo sido reembolsado o montante de 115 milhões de euros, por parte de JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A. Emissão de um Empréstimo Obrigacionista no montante de 200 milhões de euros por parte de JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A.; Contratação de empréstimo bancário sindicado, a cinco anos, no montante de 83 milhões de euros, por parte da Sociedade Optimum Mark, no âmbito do processo de concentração das marcas do Grupo em um único centro de competência. 71 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 2. ENQUADRAMENTO MACRO-ECONÓMICO INTERNACIONAL De acordo com as projecções do Fundo Monetário Internacional (FMI) disponíveis no final do ano, em 2007, a economia mundial cresceu cerca de 5%. O abrandamento económico registado traduziu-se numa menor taxa de crescimento da actividade de comércio internacional em volume, tendo esta passado de 9,2%, em 2006, para 6,6%, no ano que findou. Se o conjunto das economias emergentes manteve um forte crescimento, na ordem dos 8% e em linha com o ano anterior, já o conjunto das economias desenvolvidas passou de uma taxa de crescimento económico de 2,9% para 2,5%, no período em análise. A economia norte-americana foi a principal responsável pelo abrandamento económico mundial, tendo registado um crescimento bastante modesto em comparação com anos anteriores. A deterioração do mercado habitacional e as dificuldades sentidas no mercado hipotecário ao longo de todo o ano, e sobretudo a partir de Agosto, foram as principais causas deste arrefecimento económico. A crise de crédito hipotecário sub prime não só afectou a economia deste país, como alterou a percepção de risco e as condições de acesso a financiamento à escala global. Apesar de tudo, o crescimento desta economia manteve-se próximo de 2%, sustentado no bom desempenho das exportações, alavancadas pela depreciação do dólar e pela manutenção dos níveis de investimento empresarial. Já a Zona Euro registou um crescimento de 2,5%, acima da economia norteamericana, mas os sinais de abrandamento económico fizeram-se sentir na generalidade das economias de referência desta região. As exportações foram pressionadas pela forte valorização do Euro mas não deixaram de se registar sinais de aceleração do investimento, sobretudo na Alemanha, onde o investimento cresceu mais de 2,5%. Por sua vez, as reformas estruturais visando a desregulamentação do mercado de trabalho e o aumento da imigração contribuíram para uma evolução favorável da taxa de desemprego na Zona Euro, de 7,9% para 6,8%. No conjunto das economias emergentes, a China, Índia e Rússia continuaram a destacar-se. A economia chinesa atingiu uma taxa de crescimento na ordem dos 11,5% e, segundo o FMI, foi a economia que mais contribuiu para o crescimento mundial, o que ocorreu pela primeira vez. Também a Rússia reforçou o seu crescimento económico para perto dos 7%. Já a Índia apresentou alguns sinais de abrandamento, embora tivesse registado um crescimento de cerca de 9%. A Europa Central e de Leste continuou a apresentar forte dinamismo económico mas não deixou de seguir a tendência de abrandamento. A taxa de crescimento da região situou-se próximo dos 6%. A procura doméstica ressentiu-se com as políticas fiscais e monetárias mais restritivas e as exportações foram penalizadas pela conjuntura económica internacional. O barril de Brent bateu um novo máximo histórico no final do ano, a negociar a um valor de 96,53 dólares/barril em consequência da crescente procura mundial e da instabilidade política sentida em várias regiões do Globo. As commodities, sobretudo, bens agrícolas que afectam directa e indirectamente os preços de bens essenciais como o pão, a carne e o leite, sofreram, mais uma vez, aumentos de preço de cerca de 30%. Tal ficou a dever-se ao efeito conjugado de factores como o aumento continuado da procura mundial, induzido pelo forte crescimento económico dos países emergentes; as condições climatéricas adversas em países como os Estados Unidos e 72 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão o Canadá, que são grandes produtores mundiais de cereais e outros bens agrícolas; e a produção crescente de bio-combustíveis. Ainda assim, e segundo as projecções do FMI, a inflação anual para o conjunto das economias avançadas permaneceu contida em 2,1% e abaixo dos valores registados em 2006. Para o conjunto das economias emergentes, o Índice de Inflação aumentou para valores próximos dos 6%. As políticas monetárias registadas em 2007 reflectiram o clima económico vivido ao longo do ano. A FED reduziu as taxas de referência para 4,25% com o objectivo de conter as fortes tendências de abrandamento económico. Por sua vez, o BCE aumentou progressivamente as taxas de referência até 4%, em Junho, conforme previsto. A partir de Agosto, foi obrigado a enfrentar a turbulência dos mercados financeiros e, apesar de continuarem a existir pressões inflacionistas, decidiu manter as taxas de juro oficiais inalteradas até ao final do ano. Também para acalmar a volatilidade registada nos mercados financeiros, os bancos centrais optaram por injectar liquidez no mercado em vários momentos do ano. O Dólar sofreu desvalorizações sucessivas e a taxa EUR/USD atingiu o nível máximo de 1,4967, o valor mais alto de sempre, sendo que o Euro encerrou o ano de 2007 com uma valorização de 11% face à moeda norte-americana. Já no início de 2008, ocorreu mais uma desvalorização acentuada do dólar, a antecipar novos receios dos investidores de descidas mais acentuadas na taxa de juro da FED em reacção à escalada dos preços do petróleo e com nova queda no índice de actividade industrial dos Estados Unidos. Os investidores começaram a vender o Dólar, de forma agressiva, originando uma desvalorização da divisa. A turbulência nos mercados de crédito e, consequentemente, o clima de incerteza e volatilidade que o mercado financeiro passou a enfrentar tiveram um impacto significativo nos mercados bolsistas de acções, tendo-se assistido à transferência do investimento em sectores sensíveis ao consumo privado e ao crescimento económico, para sectores mais defensivos. Ainda assim, as bolsas europeias e norte-americana conseguiram registar valorizações interessantes, ainda que bastante mais moderadas que no ano anterior, sustentadas no desempenho favorável das empresas. No mercado accionista o DAX, o PSI 20, o IBEX 35 e o S&P500 registaram valorizações de 15%, 17%, 8% e 3,5%, respectivamente. Já os restantes mercados accionistas mundiais registaram desvalorizações que, na generalidade dos casos, devem ser interpretadas como ajustamentos ao clima de abrandamento económico uma vez que continuam a ter a sua sustentabilidade suportada no crescimento económico mundial e na robustez das empresas que apresentam balanços sólidos e são cada vez mais globais. 73 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 3. ENQUADRAMENTO SECTORIAL INTERNACIONAL Em termos globais, o sector de Retalho continua a registar um crescimento muito atractivo e a rentabilidade continua a aumentar, ultrapassado que está o período de dificuldades que a maioria dos operadores enfrentou no final da última década e apesar da competição internacional ser cada vez mais intensa. O sector continua a dar sinais de muita vitalidade e de concentração crescente, não se tendo registado alterações significativas no ranking dos maiores operadores mundiais, a não ser o facto de a Tesco ter substituído a Metro no quarto lugar do ranking mundial e a Ahold já não estar presente entre as vinte maiores Companhias, na sequência do profundo processo de reestruturação de portefólio que tem vindo a implementar nos últimos anos. Por sua vez, a dinâmica de crescimento em mercados como a Rússia e a China faz com que vários operadores locais apareçam no ranking mundial dos 250 maiores retalhistas a nível mundial, com destaque para o operador russo X5 Retail e para o operador chinês Bailian. Internacionalização A internacionalização continua a captar o interesse dos operadores e o elevado dinamismo económico dos mercados emergentes, nomeadamente da Europa de Leste, China, Rússia e Índia, faz com que estas geografias continuem a ser destinos preferenciais nos planos de expansão a nível internacional. Em 2007, os vários operadores presentes na Europa de Leste continuaram a reforçar a sua posição de mercado naquela região. A Tesco avançou na Eslováquia e a Lidl entrou na Eslovénia e na Croácia. Na Roménia e na Bulgária, dois países que aderiram recentemente à União Europeia, os operadores continuaram a reforçar a sua presença no mercado. O Carrefour acrescentou ao seu negócio na Roménia o formato de supermercados e anunciou a entrada na Bulgária em 2008. A Auchan continuou a reforçar a sua presença na Roménia, bem como a Schwarz que está presente nas duas geografias com o formato Kaufland. Na Rússia, o Carrefour anunciou que vai abrir em breve a primeira loja e a Wal-Mart revelou igualmente a intenção de entrada no mercado, mas ainda sem data agendada. Já o Grupo Schwarz anunciou que está a estudar o mercado e poderá avançar com a insígnia Kaufland. Na Ucrânia, registou-se a entrada do primeiro operador internacional - a Auchan - e surgiram notícias acerca do interesse de outros operadores internacionais, incluindo russos, em entrar neste mercado. Com uma presença ainda algo incipiente na Europa Central e de Leste, a Aldi avançou, em 2007, na Croácia, criou uma empresa na República Checa e agendou o seu plano de entrada na Polónia, Hungria e Grécia para 2008. Nos mercados asiáticos, observa-se que os maiores operadores mundiais de retalho estão a tomar posições. Em 2007, a Wal Mart entrou no mercado indiano através de uma joint venture e anunciou que planeia entrar no mercado chinês através da aquisição de uma participação numa cadeia local. O Carrefour revelou a intenção de entrar no mercado chinês, tendo igualmente informado sobre as suas perspectivas para o mercado indiano. Também a Tesco anunciou que pode vir a entrar, em 2008, 74 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão no mercado indiano, com o formato cash & carry em regime de franchise, com uma cadeia local. Em 2007, registaram-se também alguns movimentos de internacionalização em mercados desenvolvidos. A norte-americana Whole Foods abriu a primeira loja em Inglaterra, enquanto que a inglesa Tesco entrou nos Estados Unidos com um novo conceito de loja sob a insígnia Fresh & Easy. Consolidação de Mercados O ano de 2007 foi, ainda, muito rico em operações de fusão e aquisição. A notícia mais relevante veio da Alemanha, com a Tengelmann a decidir vender todos os seus activos de retalho alimentar. Foi na sequência desta decisão que, no final do ano, vendeu o negócio em Portugal e na Polónia ao Grupo Jerónimo Martins. Em Espanha o negócio foi vendido ao Grupo Carrefour, na Grécia à Delhaize e na Alemanha a Tengelmann acordou uma joint venture 70/30 com a Edeka. No ínicio de 2008, estava ainda em curso a operação de venda na Áustria, na República Checa, Hungria e Roménia. Paralelamente, a Migros Turk colocou à venda o seu negócio na Rússia e na Turquia, tendo apenas concretizado, durante o ano de 2007, a venda de 14 hipermercados ao Grupo Auchan, na Rússia. Vários operadores continuam, ainda, a reformular a sua presença geográfica. O Carrefour concretizou a saída da Eslováquia e da República Checa e vendeu os hipermercados em Portugal. Já a Ahold concretizou a saída da Polónia com a venda dos seus activos ao Carrefour e vendeu parte do seu negócio nos Estados Unidos, através da alienação dos hipermercados Tops Market à Morgan Stanley Private Equity. O Casino abandonou o mercado polaco com a venda do Leader Price à Tesco e da cadeia de hipermercados Geant à Metro, tendo igualmente vendido a cadeia Smart & Final nos Estados Unidos. Também em 2007, várias geografias sofreram processos de consolidação entre operadores locais. Na Rússia, o crescimento das maiores cadeias domésticas de retalho tem sido feito através da expansão orgânica, a par de operações de aquisição de pequenos operadores locais. São disso exemplo a aquisição das cadeia Korzinka (22 lojas) e Strana Gerkulesia (29 lojas) pela X5 Retail. Em Espanha, a cadeia de supermercados Caprabo vendeu 75% do seu capital à Eroski e, na Alemanha, a Rewe adquiriu 133 lojas da cadeia Edeka. Novos Conceitos O mercado espanhol foi ainda palco de novos conceitos de proximidade desenvolvidos pelos operadores de hipermercados. O Carrefour lançou o Carrefour City e o Dia Market, enquanto que o Auchan lançou o Simply Market. Também a Lidl abriu, em Espanha, a sua primeira loja com 3.000 metros quadrados. Já a Aldi inaugurou em Manchester uma loja que apresenta uma evolução clara do conceito - com um enfoque nos frescos, e a Tesco levou para os Estados Unidos a Fresh & Easy - apostando em frescos e alimentação saudável a preços baixos. Depois de, em 2006, ter iniciado a venda de produtos alimentares, é de referir a decisão da Amazon em avançar com a venda de Frescos, no ano que findou. Já a 75 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão Tesco, anunciou, no início de 2008, o lançamento de serviços médicos básicos na sua oferta - como check-ups para controlo de tensão arterial, peso, colesterol e risco de diabetes - depois de vários operadores de relevo nos Estados Unidos terem tomado esta iniciativa. Por fim, em 2007, surgiram algumas iniciativas inovadoras no sector para rentabilizar os activos imobiliários do retalho. O Carrefour anunciou a intenção de colocar na Bolsa de Paris uma parte das suas participações nesta área, e a Tesco estabeleceu uma joint venture com uma empresa britânica do sector imobiliário, para rentabilizar estes seus activos. Por fim, a Tengelmann colocou à venda o negócio de retalho nos vários países, pretendendo manter o do imobiliário na sua posse. 76 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 4. PORTUGAL Enquadramento Macroeconómico O ano foi positivamente marcado pelo anúncio do cumprimento do défice orçamental de 3%, depois de dois anos a aplicar uma política orçamental restritiva, que não deixou de limitar o crescimento económico nacional. O consumo privado continuou a estar pressionado pelo elevado endividamento das famílias, que viram os juros subir, os salários a evoluir muito modestamente e os impostos a aumentar. A taxa de desemprego atingiu os 8%, embora o investimento tenha registado uma evolução bastante positiva, ao contrário do que se observou em anos anteriores. De acordo com o Boletim de Inverno do Banco de Portugal, em 2007, a economia portuguesa cresceu 1,9%, valor mais próximo da taxa da Zona Euro, mas, ainda assim, não chegando para recuperar o atraso económico registado nos anos anteriores. O crescimento continuou a ser sustentado pelas exportações (+7%), apesar de o clima económico internacional ter desacelerado. A taxa de inflação registou um valor de 2,4%, inferior a 2006, ajudada pelo abrandamento na inflação dos preços dos bens energéticos, pelo crescimento contido dos salários na produção, e pelos preços mais competitivos das importações em resultado da globalização dos mercados. A bolsa nacional teve um ano agitado pelo insucesso das ofertas públicas de aquisição sobre a PT e o BPI e pela não concretização da fusão BPI/BCP. Contudo, segundo a imprensa especializada, o índice PSI 20 apresentou o terceiro melhor desempenho a nível Europeu, acumulando ganhos de 17%, atrás da Alemanha (+22,25%) e da Finlândia (+21,63%). O PSI-20 foi, também, entre 21 índices mundiais, aquele que apresentou a volatilidade mais baixa a 200 dias, sendo que para prazos mais curtos, apenas o espanhol IBEX registou níveis inferiores de volatilidade. Mercado Retalho Alimentar em Portugal Em 2007, o mercado de retalho alimentar continuou a registar um crescimento muito modesto quando retirado o efeito da inflação. Já o retalho moderno organizado continuou a apresentar elevado dinamismo e o seu crescimento manteve-se claramente acima da inflação, tendo o ano sido caracterizado por elevado número de aberturas e relevantes processos de consolidação nos formatos hipermercado e discount. O formato hipermercado continuou a perder quota de mercado no retalho organizado, condicionado que está pelo crescimento dos formatos de proximidade e pela ausência de oportunidades para expansão orgânica de grandes superfícies. Nesse sentido, os operadores continuaram a optar pela abertura de lojas de menor dimensão, tendo aberto 6 lojas entre os 4.000 e os 6.500 metros quadrados sob insígnias de hipermercados. Em 2007, o formato registou um movimento significativo de consolidação, com a aquisição do Carrefour pelo Grupo Sonae. Já os vários operadores de discount continuaram a registar forte dinâmica de expansão através da abertura de 91 lojas. O crescimento das vendas deste formato continua sustentado pelos agressivos planos de expansão, mas vários estudos de mercado independentes revelaram que, em 2007, os discounts moderaram o seu ritmo de crescimento. Tal deve-se a uma maior agressividade comercial por parte dos 77 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão restantes operadores, tendo-se verificado vários ajustamentos nas quotas de mercado like-for-like. O ano de 2007 fechou com o anúncio de uma operação de aquisição de relevo no formato discount, com Jerónimo Martins a comprar as 75 lojas Plus da Tengelmann, podendo, com esta operação, vir a aumentar em mais de 15% a sua área total de venda no retalho alimentar, consolidando, assim, a sua posição de liderança no sector. Os operadores que entraram no mercado em 2006 continuam a ter um parque de lojas relativamente pequeno. De acordo com os analistas, os discounts Aldi e Netto (Grupo ITM) tinham sete e quatro lojas abertas, respectivamente, no final do ano, enquanto que a Schleker, primeiro operador europeu de retalho especializado a entrar no mercado português, fechou o ano com cerca de 30 lojas. Os formatos até 2.000 metros quadrados registaram 63 aberturas com a principal insígnia de supermercados, o Pingo Doce, a apresentar o maior dinamismo nesta matéria. No total, o número de aberturas, em 2007, foi superior ao registado no ano anterior, originando um crescimento de 12% tanto em área de venda, como em número de lojas. Segundo a informação disponibilizada pela Direcção Geral de Actividade Económica (DGAE), foram concedidas, em 2007, cerca de 130 licenças para novas lojas de retalho alimentar, um valor ainda elevado mas que já reflecte sinais de algum abrandamento. O formato discount continuou a liderar a dinâmica de licenciamento contabilizando 51% das licenças -, os operadores com formatos até 2.000 metros quadrados absorveram 45% das mesmas, enquanto que as restantes cinco foram atribuídas a insígnias de hipermercados para áreas de venda entre 2.000 e 5.000 metros quadrados. Mercado Grossista Alimentar em Portugal De acordo com estimativas internas, 2007 foi o quinto ano consecutivo em que se registou uma diminuição significativa do volume total de negócios do mercado grossista alimentar e, à excepção do Recheio, nenhum operador registou crescimentos significativos, sendo que um elevado número de operadores de pequena e média dimensão apurou perdas superiores a 10%. A evolução do mercado grossista continuou a ser explicada pelo decréscimo bastante acentuado nas vendas dos pequenos retalhistas independentes, enquanto o canal HoReCa cresceu confortavelmente acima da taxa de inflação, o que tem vindo a determinar, cada vez mais, o enfoque da estratégia dos principais operadores grossistas neste segmento. Efectivamente, os principais operadores têm vindo a adaptar o seu modelo de negócio às necessidades da restauração e hotelaria, explorando, em simultâneo, as dimensões “serviço de entrega” e “produtos frescos”. Ainda, com o objectivo de responder o mais adequadamente possível às necessidades da restauração e hotelaria, observa-se que a generalidade dos operadores, ao remodelarem lojas, têm a preocupação de garantir o cumprimento das melhores práticas de higiene e segurança alimentar. 78 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 5. POLÓNIA Enquadramento Macroeconómico Em 2007, a economia polaca voltou a ultrapassar as expectativas dos especialistas tendo registado um crescimento de 6,5%, sustentado, sobretudo, no dinamismo do investimento, das exportações e do consumo privado. O défice da balança de transacções continua a aumentar, registando um valor de 4,5% do PIB, em 2007, em função do crescimento da procura interna, a qual originou um crescimento das importações superior ao crescimento das exportações. As pressões inflacionistas aumentaram no segundo semestre de 2007 e a taxa de inflação acabou por registar um valor superior a 3%. O aumento das pressões inflacionistas levou o Banco Central Polaco a subir as taxas de juro em três fases distintas, a mais recente em Agosto, em 75 pontos base, para 4,75%. A situação fiscal do Governo Central melhorou consideravelmente, sendo que o défice ficou próximo de 2,4%, claramente abaixo do limite de 3% estabelecido pela União Europeia. No âmbito da integração da Polónia na Zona Euro, prevista para 2012, o Governo Polaco aprovou a actualização do Pacto de Convergência que estabelece limites para o défice orçamental até 2010. Segundo o Banco Nacional da Polónia, o valor médio do zloty, em 2007, foi de 0,2775 euros. As remessas dos imigrantes, os fluxos de investimento directo na Polónia e a melhoria da produtividade laboral foram factores determinantes na valorização de 5,8% da moeda polaca. Em Outubro, houve eleições legislativas, ganhas pelo partido Platforma Obywatelska (PO), mais orientado para a abertura do mercado polaco ao exterior que o Governo anterior. Esta alteração na conjuntura política da Polónia veio reforçar as expectativas dos investidores e baixou os prémios de risco do país. Mercado Retalho Alimentar na Polónia Segundo estimativas internas, em 2007, o retalho alimentar polaco cresceu a dois dígitos, excedendo os 220 mil milhões de zloties, sustentado pelo clima de forte crescimento económico. Embora ainda se registe um elevado peso dos retalhistas independentes, o retalho moderno organizado continuou a ganhar quota de mercado e a investir na expansão do seu parque de lojas - só os discounts contabilizaram mais de 200 aberturas. O regime de licenciamento foi revisto em Setembro, e as lojas com mais de 400 metros quadrados de área de venda passaram a estar abrangidas por um processo de licenciamento mais complexo e que requer aprovações adicionais, o que está a levantar dúvidas e a gerar contestação por parte dos operadores de mercado. À semelhança de anos anteriores, os processos de consolidação intensificaram-se em 2007, em resultado do ambiente de grande agressividade concorrencial que se vive no mercado polaco. As pequenas cadeias domésticas de retalho registaram vários movimentos de consolidação, tendo o Grupo Emperia adquirido várias cadeias regionais: Euro sklepy, Polka, Zatoka e Pss Tychy. 79 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão Já a Bomi fundiu-se com a Rabat Pomorze e Rust, e a Zabka, cadeia de lojas de conveniência, foi vendida ao fundo de investimento checo Penta. No final do ano, registou-se uma saída de relevo do mercado polaco por mais um operador internacional. Neste caso, a Tengelmann vendeu 210 lojas Plus à Jerónimo Martins, podendo a insígnia Biedronka aumentar em mais de 20% a sua área total de venda a retalho, apenas com esta operação. A Aldi, que tinha calendarizado a sua entrada no mercado polaco para 2007 acabou por adiá-la para 2008. Fontes Consultadas: World Economic Outlook do FMI, Outubro 2007; Economic Outlook nº 80 OCDE, Novembro 2007; Previsões de Outono da Comissão Europeia; Reuteurs; Economist Intelligence Unit; UBS, HSBC, Credit Suisse, Estudos Económicos e Financeiros BPI, Dezembro 2007; Boletins Económicos do Banco de Portugal, Outono e Inverno 2007; Ministério das Finanças de Portugal; Relatórios Temáticos da Universidade Católica Portuguesa – NECEP/CEA FCEE; Instituto Nacional de Estatística; Direcção Geral de Actividade Económica; Boletins Económicos do Banco Nacional da Polónia; Ministério das Finanças Polaco; Central Statistical Office (GUS); Citigroup; Citibank Handlowy; BRE Bank; Planet Retail; Deloitte; TNS; Nielsen; Girasic; Datamonitor; Accenture; Ernst & Young; AT Kearney, Business Monitor International Ltd; APED; Uniarme; AREST; CIES; AMS, WBCSD. 80 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 6. SÍNTESE DA ACTIVIDADE CONSOLIDADA DO ANO 6.1. Vendas Consolidadas As vendas líquidas consolidadas de Jerónimo Martins atingiram, no ano em análise, 5.350 milhões de euros, um crescimento de 21,4% (+19,6% excluindo o efeito cambial) em relação a 2006. Este desempenho é o resultado da execução do plano de crescimento orgânico do Retalho em Portugal e na Polónia e do forte crescimento, numa base like-for-like, registado pelo Pingo Doce e pela Biedronka, ao longo de todo o ano de 2007. Vendas Consolidadas (Mil.Euros) 5.350 4.407 Biedronka 38,9% +39,5% 44,7% Pingo Doce 21,9% +17,5% 21,2% +8,3% 15,0% Feira Nova 16,8% Recheio 13,7% +4,0% 11,7% Indústria 5,7% -2,6% 4,6% 2006 2007 81 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão Pingo Doce - Núm ero Lojas 215 210 205 200 195 190 185 180 175 Pingo Doce - Crescim ento das Vendas Like for Like 210 12,0% 205 10,7% 9,0% 8,9% 10,0% 199 8,0% 194 9,0% 7,6% 8,0% 8,7% 6,0% 189 4,0% 2,0% 0,0% 2006 1T 07 1S 07 9M 07 2007 1T07 2T07 1S07 3T07 9M07 4T07 07 FY O Pingo Doce, em 2007, registou um aumento de 8,7% das vendas like-for-like, como resultado da forte tendência de crescimento verificada desde o início do ano e que, em conjunto com a abertura de 24 novas lojas (+13,9% de área de venda), levou a um crescimento das vendas totais de 17,5% no ano em análise. Este desempenho, ao longo de 2007, traduz o sucesso do modelo de negócio no mercado português, com uma proposta de valor assente em fortes características diferenciadoras: Proximidade/Preços Competitivos/Marca Própria/Frescos, permitiu ao Pingo Doce fortalecer a sua posição de mercado através do crescimento em 1,4 pontos percentuais da sua quota de mercado no universo APED1. Feira Nova - Número Lojas 40 35 30 25 20 15 10 5 0 37 34 32 31 29 Feira Nova - Crescim ento das Vendas Like for Like 4,0% 3,2% 1,7% 2,0% 0,7% 0,4% 0,8% 0,7% 0,0% 9 9 9 9 9 -2,0% 1T07 2T07 1S07 3T07 9M07 -0,9% -4,0% -6,0% -4,5% 2006 1T 07 1S 07 9M 07 Hipers 2007 -4,1% -4,3% 07 FY -4,3% -6,7% -8,0% Mini-hipers -5,2% 4T07 -2,2% Hipers Mini-hipers O Feira Nova acelerou, durante 2007, o reposicionamento do modelo de negócio com impactos visíveis no crescimento de 14% nas vendas de Perecíveis e 56% nas vendas de produtos de Marca Própria. O decréscimo de 4,3% das vendas like-for-like dos hipermercados reflecte as campanhas agressivas, especialmente na época do Verão, de todos os operadores no formato, enquanto o desempenho dos compactos (+0,7% de crescimento like-for-like no ano) mostra sinais positivos da estratégia em implementação, embora ainda seja demasiado cedo para se verem reflectidos os efeitos das alterações recentes de sortido, onde se destaca o forte aumento da penetração da Marca Própria. 1 APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição 82 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão Biedronka - Núm ero Lojas 1.100 1045 1.050 950 30,0% 26,1% 25,0% 1004 1.000 Biedronka - Crescim ento das Vendas Like for Like 962 20,0% 18,9% 19,4% 19,2% 19,3% 19,2% 21,1% 934 15,0% 905 900 10,0% 850 5,0% 800 2006 1T 07 1S 07 9M 07 2007 0,0% 1T07 2T07 1S07 3T07 9M07 4T07 07 FY No ano de 2007, a Biedronka registou um acelerar do crescimento like-for-like das vendas que culminou, no quarto trimestre do ano, com um aumento de 26,1% das vendas numa base comparável. Assim, a Companhia termina o ano com as vendas like-for-like a crescer 21,1% em relação a 2006. As vendas totais da insígnia aumentaram, em 2007, 35,0% em moeda local (+39,5% em euros), reflectindo o crescimento numa base de lojas comparável, mas também a concretização do plano de expansão com a abertura de 156 lojas (+18,5% de área de vendas). Este desempenho superou o do sector na Polónia e confirma a proposta de valor da Biedronka como sendo de sucesso no mercado local, o que permite à Companhia consolidar, ano após ano, a sua posição de liderança naquela geografia. Recheio - Número Lojas 35 33 33 33 33 Recheio - Crescimento das Vendas Like for Like 33 30 25 20 15 10 5 0 2006 1T 07 1S 07 9M 07 2007 5,0% 4,5% 4,0% 3,5% 3,0% 2,5% 2,0% 1,5% 1,0% 0,5% 0,0% 4,7% 4,6% 3,6% 3,2% 3,2% 3,2% 1,9% 1T07 2T07 1S07 3T07 9M07 4T07 07 FY No Recheio, o ano de 2007 foi o primeiro em que o canal HoReCa teve o maior peso nas vendas da Companhia, sendo responsável por 43,3% das vendas totais. O crescimento de 7,6% das vendas a este segmento, obtido em 2007, em relação ao mesmo período do ano anterior, reflecte o sucesso do reposicionamento da Companhia ao definir uma estratégia de negócio especialmente orientada para este cliente. Embora o canal de Retalho Tradicional como um todo esteja a apresentar um decréscimo significativo, o Recheio conseguiu aumentar a sua quota de mercado neste segmento, tendo conseguido manter uma estabilidade em termos de vendas. As 83 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão vendas líquidas totais do Recheio cresceram 4,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na Indústria, excluindo a alienação do negócio de ultracongelados em Novembro de 2006, as vendas atribuíveis a Jerónimo Martins registaram um crescimento de 0,7%, em relação a período homólogo de 2006, fruto de um desempenho diferenciado das categorias e das marcas. As marcas líderes de mercado do Portefólio da Companhia registaram um desempenho positivo, aumentando as suas quotas de mercado, embora algumas categorias tivessem tido o seu desempenho condicionado por vários factores onde se destacam, a saber: i) a queda do preço do azeite que não permitiu que o crescimento a dois dígitos registado nos volumes se reflectisse em crescimento de vendas da categoria e ii) a maior agressividade competitiva no segmento de higiene pessoal. Nos Serviços de Marketing e Representação, Restauração e Serviços, as vendas cresceram 3,0%, em relação ao mesmo período do ano anterior, reflectindo principalmente o aumento das vendas da área da restauração, fruto da expansão do número de lojas. 6.2. Resultados Operacionais O cash flow operacional consolidado (EBITDA) atingiu 351,4 milhões de euros, um crescimento de 10,2% em relação ao ano anterior, atingindo 6,6% das vendas consolidadas (7,2% no mesmo período de 2006). 84 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão EBITDA Consolidado (Mil. Euros) 351 319 Biedronka 28,3% Retalho Portugal 44,1% +55,9% 40,0% -4,0% 38,4% Recheio 11,3% +4,5% 10,8% Indústria 14,0% -22,4% 9,9% 2006 2007 Margem EBITDA 17,8% 18,0% 16,0% 14,1% 14,0% 12,0% 10,0% 8,0% 7,6% 6,6% 5,3% 7,2% 6,6% 5,9% 6,0% 4,0% 2,1% 2,4% 2,0% 0,0% Distribuição Portugal Biedronka Indústria 2006 Serviços Consolidado 2007 A evolução da margem EBITDA do Grupo reflecte vários factores, entre os quais se destacam: - No Retalho em Portugal: - A execução do plano de expansão – abertura, em 2007, de 24 supermercados Pingo Doce e de 8 mini-hipermercados Feira Nova – com custos de préabertura relativos a rendas, pessoal e formação, e 52 lojas abertas nos últimos 24 meses ainda a operar com a margem abaixo do nível normal na maturidade; - A remodelação de 28 lojas Pingo Doce, que levaram ao encerramento das mesmas durante um período de 45 dias, implicando uma contribuição para custos sem as respectivas vendas; 85 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão - O desempenho de vendas dos grandes hipermercados Feira Nova, que com uma evolução negativa numa base comparável, não permitiram a diluição dos custos fixos da insígnia; - A decisão de acelerar o reposicionamento da cadeia Feira Nova, com o aumento significativo e num curto espaço de tempo da penetração da Marca Própria, levou a uma pressão sobre a margem devido à rápida alteração no mix de vendas: das marcas da indústria para Marca Própria; - Na Biedronka, o forte desempenho de vendas, numa base comparável, com o likefor-like para o ano a atingir 21,1%, potenciou o aumento de 60 pontos base registado na margem EBITDA da Companhia, que passou de 5,3%, em 2006, para 5,9% em 2007. Assim, a Biedronka registou, no ano de 2007, um crescimento, em euros, de 39,5% das vendas totais (+35,0% em moeda local) em conjunto com um aumento de 55,9% do cash flow operacional gerado (+50,9% em moeda local). O aumento da contribuição da Biedronka para o EBITDA consolidado passou de 28,3% em 2006, para 40,0% em 2007. - Na área do cash&carry, o Recheio, beneficiando de uma estrutura de negócio eficiente, conseguiu manter a sua competitividade de preço no mercado e uma oferta especializada para o canal HoReCa, mantendo a margem EBITDA da Companhia em 6,0%. - Na Indústria, o aumento do preço das matérias primas, que se sentiu principalmente a partir do terceiro trimestre do ano, teve impacto significativo na margem de algumas categorias como margarinas e cremes de barrar, sopas e condimentos e gelados. Também o reposicionamento de preço de algumas marcas, em virtude da entrada das marcas de concorrentes e das marcas próprias da distribuição em novas categorias, acabou por ter impacto na evolução da margem EBITDA. 6.3. Resultado Líquido O resultado líquido atribuível a Jerónimo Martins atingiu 131,3 milhões de euros, um crescimento de 13,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. 86 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão O cash flow por acção foi de 0,43 euros, um crescimento de 4,8% em relação ao ano de 2006. Os resultados financeiros consolidados atingiram 59,2 milhões de euros no ano de 2007, reflectindo: i) o programa de investimento do Grupo, que no período atingiu 468,5 milhões de euros, ii) o aumento do custo médio da dívida, resultante do aumento das taxas directoras e iii) o impacto dos custos das operações de hedging de taxa de juro. Os resultados não recorrentes incluem, entre outros, a mais valia na alienação de acções do BCP e a venda de terrenos não alocados às operações. 6.4. Balanço 6.4.1. Investimento A evolução do capital investido reflecte a execução do plano de expansão do Grupo tanto em Portugal como na Polónia, mas também o investimento realizado no parque de lojas existentes, por forma a manter a qualidade do mesmo. O valor total investido em 2007 cifrou-se em 468,5 milhões de euros, dos quais 57,3% em Portugal e 42,7% na Polónia. Investimento 2007 Outro s 1,6% B iedro nka 42,7% Retalho P o rtugal 51,1% M adeira 1,9% Cash & Carry 2,7% 87 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão O plano de expansão das operações do retalho em Portugal e na Polónia continuou a ser a prioridade do Grupo, que dedicou 69,1% do seu investimento total à execução do plano de aberturas em 2007. O gearing manteve-se ao mesmo nível do ano anterior, claramente abaixo dos 100%. 6.4.2. Dívida A evolução da dívida reflecte, por um lado, o plano de investimento do Grupo mas, por outro, um saldo de fornecedores que, no final do ano, reflecte o maior peso da época de Natal nas vendas de 2007, comparativamente ao impacto das mesmas no ano transacto. Ao longo de 2007 desenvolveu-se um trabalho importante a nível da maturidade da dívida, que passou de 3,3 anos em 2006 para 3,7 anos em 2007. Os juros suportados evoluíram de acordo com o crescimento da dívida e com um custo médio da mesma, que passou de 3,8% em 2006 para 4,8% em 2007, reflectindo o aumento das taxas de juro de referência. Os custos financeiros incluem os custos com as operações de hedging de taxa de juro que, em termos de cash outflow, estão a proporcionar protecção em relação à subida das taxas de juro nos mercados. 6.5. Jerónimo Martins no Mercado de Acções Durante o ano de 2007, mais duas casas de research iniciaram a cobertura do título de Jerónimo Martins, a juntar às 12 que no ano anterior já acompanhavam a evolução do mesmo, apresentando no seu conjunto, e no final de 2007, as seguintes posições: 88 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão Numero de Recomendações 16 14 12 10 8 6 4 2 0 2004 2005 Underperform/Reduce 2006 Hold/Neutral 2007 Buy/Accumulate/Add No que respeita ao desempenho do título no mercado de capitais, é notória a evolução acima do mercado e do sector, bem como um aumento dos volumes transaccionados ao longo de 2007, comparativamente a 2006. Para o aumento dos volumes transaccionados terá contribuído, para além da realização da renominalização do capital social, em Maio de 2007 (passando cada acção a representar 5 acções), o aumento do free float da Companhia de 23,5% em 2006 para 28,9% em 2007. 89 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 6.6. Desempenho Financeiro 2003-2007 90 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 7. DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR – PORTUGAL 7.1. Pingo Doce Mensagem do Director Geral - Eduardo Cid Correia “No ano de 2007 prosseguimos com a implementação do plano de aberturas e remodelações de lojas, o qual permitirá ao Pingo Doce consolidar a sua posição no mercado. Efectivamente, no ano que findou, teve lugar a abertura de lojas cujas licenças foram concedidas ao abrigo da Lei de licenciamentos Nº12/ 2004 de 30 de Março, tendo sido inauguradas 24 lojas e remodeladas um total de 28. O ano de 2007 foi ainda marcado por projectos inovadores que diferenciam as lojas Pingo Doce, como a introdução dos negócios de flores, restaurantes e viveiros de marisco. Investimos mais na marca através de publicidade e chegamos ao fim do ano com uma posição mais forte nos mercados onde estamos presentes.” Missão Ser a melhor cadeia de supermercados a operar Perecíveis em Portugal, com capacidade para manter uma relação de confiança a longo prazo com os consumidores, proporcionado-lhes uma solução alimentar de qualidade, para toda a família, a preços estáveis e competitivos. Em 2007, o Pingo Doce prosseguiu o rumo estratégico definido em 2002: ser a melhor cadeia de supermercados a operar Perecíveis em Portugal, aumentando a sua quota de mercado em produtos não frescos, através da conversão dos seus clientes regulares periféricos (clientes que frequentam as lojas, mas apenas aí realizam menos de metade das suas compras) em clientes nucleares (clientes que realizam na cadeia a maioria das suas compras mensais). Passados cinco anos, o balanço revela-se muito positivo, com o índice de fidelidade à cadeia (traduzido pelo ratio de clientes nucleares sobre periféricos) a aumentar em 50% ao longo deste período. Marca Própria 50% 35,9% 1,25 40% 0,75 30% 20% 0,25 10% 0% -0,25 2006 2007 Quota de marca própria nas vendas totais excluindo perecíveis Crescimento de vendas de marca própria 91 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão No ano em análise, o sucesso do posicionamento da cadeia revelou-se num crescimento like-for-like das vendas de 8,7%. O volume total de negócios atingiu o valor de 1.136,8 milhões de euros, mais 17,5% do que no ano transacto, em grande parte devido ao aumento de 13,5% do número de transacções de clientes. Estes resultados foram alcançados num ambiente macro-económico difícil, onde se registou um aumento da taxa de desemprego e uma diminuição do poder de compra dos consumidores. Para tal contribuiu o cabaz de produtos que o Pingo Doce hoje disponibiliza ao consumidor, que valoriza a qualidade e a diversidade, apostando fortemente nos Perecíveis e na Marca Própria, vectores de diferenciação da insígnia no mercado e áreas que apresentaram crescimentos de vendas superiores ao crescimento das vendas da cadeia. Já os preços praticados pela Companhia registaram uma inflação de apenas 0,2% face a 2006, o que compara com uma variação média de 2,4% do Índice de Preços no Consumidor em Portugal nos últimos doze meses. A este nível, o forte investimento em comunicação no início do ano pretendeu transmitir ao consumidor a descida dos preços dos produtos de Marca Própria para níveis idênticos aos dos praticados pelas cadeias discount. Por fim, procurou-se tornar o ambiente de loja cada vez mais agradável e acolhedor, com um layout que valorize a qualidade dos produtos frescos e a facilidade de compra em geral. Em 2008, o Pingo Doce continuará a desenvolver a sua actividade em linha com a estratégia definida em 2002, procurando reforçar o número de clientes nucleares, nomeadamente em categorias de menor penetração da insígnia, bem como os vectores de diferenciação da Marca. Também no ano 2008, a Companhia aguarda a aprovação da operação de aquisição das lojas Plus em Portugal, cuja integração se espera que venha a ocorrer ao longo do ano. 92 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 7.2. Feira Nova Mensagem do Director Geral - João Queimado “Em 1993 foram adquiridas as primeiras lojas Feira Nova. Desde então, em 14 anos, muito mudou. A distribuição moderna, e especificamente o Retalho Alimentar, têm conhecido, ano após ano, um fortíssimo dinamismo, ao mesmo tempo que o mercado se torna mais competitivo e as decisões de compra dos consumidores mais selectivas. Esta constatação deve ser, acima de tudo, o ponto de partida para a definição de estratégias e tácticas, que somadas à paixão da Companhia por este negócio, permitam continuar a construir uma Marca forte e vencedora.” Missão Ser a Marca de confiança dos consumidores portugueses, que lhes oferece sempre o melhor preço nos produtos alimentares, uma elevada qualidade nos produtos frescos e um sortido adequado para realizar as suas compras diárias e de abastecimento one stop shopping. O Feira Nova está fortemente envolvido com a comunidade local. Marcado por movimentos de consolidação no mercado do Retalho Nacional, 2007 assistiu igualmente à expansão de praticamente todos os formatos de distribuição existentes. Com efeito, hipermercados, supermercados, hard discounts, juntos, abriram 148 novas lojas ao longo do ano, colocando à disposição dos Portugueses, conjuntamente, um total de 173 mil metros quadrados de superfície comercial. Em consonância com o seu plano de expansão, o Feira Nova inaugurou mais oito novas superfícies, fazendo crescer para 46 o parque de lojas da Companhia (nove hipermercados e 37 mini-hipermercados). Vendas de Hipermercados vs. Mini-hipermercados 2007 2006 MiniHipers 46% Hipers 54% MiniHipers 53% Hipers 47% O reposicionamento da insígnia, iniciado em 2006, prosseguiu ao longo de 2007, com o aumento da competitividade da sua política de preços, o reforço do investimento na área de Perecíveis e a aceleração da penetração da Marca Própria. 93 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão Marca Própria* 20% 18% 16% 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% 1,6 56,1% 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 2006 2007 Quota de marca própria nas vendas totais excluindo perecíveis Crescimento de vendas de marca própria O ano de 2007, mesmo considerando a existência de conjuntura complexa, trouxe sinais positivos à Companhia como consequência da implementação da estratégia definida, onde se destaca: A contínua aposta num trabalho comercial agressivo, que valeu ao Feira Nova o título de “hipermercado mais barato do país” atribuído pela Deco Pro-Teste; O consistente investimento no desenvolvimento da área de Perecíveis, que introduziu nas lojas um factor de diferenciação extremamente valorizado pelos clientes, e que se traduziu no crescimento numa base comparável de 3,0% das vendas desta categoria de produtos em relação ao ano anterior; O investimento realizado no fortalecimento da presença da Marca Própria - cuja qualidade é hoje altamente reconhecida pelo mercado nacional - nas lojas Feira Nova, o que resultou num crescimento, numa base comparável, de 37,6% das vendas destes produtos nas lojas da insígnia. O sucesso desta estratégia de diferenciação está patente no aumento do índice de fidelização dos clientes, comprovado por estudo de monitorização realizado em 2007. Todos estes esforços culminaram ainda no aumento de quota de mercado da insígnia, num tempo e espaço de grande competitividade comercial. Pode assim afirmar-se que as lojas Feira Nova, em especial os mini-hipermercados, estão hoje mais preparadas para competir de forma diferenciada, num mercado onde são poucas as Marcas que conseguem apresentar uma proposta verdadeiramente inovadora. O ano de 2007 foi ainda marcado pela expansão de novos negócios, como as Parafarmácias “Bem Estar” e Gasolineiras, e pelo lançamento de um novo conceito de negócio, sob a marca “GET”, na área do entretenimento e tecnologia. O primeiro espaço “Bem Estar” abriu na loja de Sintra, no mês de Julho, com o formato store-in-store, um espaço de cerca de 200 m2 dentro da própria placa de vendas, com uma imagem e ambiente próprios, sendo este o formato adoptado em hipermercados. 94 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão No caso dos mini-hipermercados, adoptou-se o formato de loja de galeria, com 60 a 70 m2, abrangendo desde o sortido especifico de medicamentos não sujeitos a receita médica, até todos a artigos relacionados, como artigos para bebé, para pré-mamã, de dermocosmética e de higiene oral. Já o negócio de gasolineiras foi impulsionado pela parceria com a Martifer, tendo-se desenvolvido, em 2007, todo o modelo de negócio e respectiva imagem, bem como planeada a expansão do mesmo. Ao longo do ano, abriram quatro gasolineiras. Por fim, o ElectricCo repensou o seu posicionamento, tendo sido testado, neste ano de 2007, um novo conceito: o GET – Gadgets, Entretenimento e Tecnologia. Este novo conceito de negócio está já em teste em três lojas. Para 2008, sustentado em bases sólidas e num plano de desenvolvimento consistente, vai-se apostar na diferenciação dos grandes hipermercados. Como uma antevisão dos novos projectos, pode-se afirmar a aposta da marca Feira Nova no modelo Hipermercado, não tal como se conhece hoje, mas com um novo conceito que irá renovar o fôlego deste formato. Em simultâneo, e a fim de potenciar o poder de atracção das grandes superfícies Feira Nova, prevê-se o estabelecimento de parcerias para a construção de centros comerciais, junto das suas lojas. 95 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 7.3. Recheio Mensagem do Director Geral - Jorge Santos Dias “O ano de 2007 fica na história do Recheio como aquele em que a Companhia completou o seu processo de transformação em empresa vocacionada para o canal HoReCa. Volvidos 10 anos após o início deste processo, podemos dizer, com muito orgulho, que o Recheio é hoje reconhecido pela maioria dos profissionais de Restauração e Hotelaria como a principal referência no abastecimento de produtos alimentares a este sector de actividade. Mas este reconhecimento, juntamente com o facto de a Companhia ser líder de mercado, traz, também, responsabilidades acrescidas e grandes desafios para o futuro. Com o objectivo de continuar a satisfazer, cada vez mais e melhor, as necessidades dos profissionais da Restauração e Hotelaria, reafirma-se o compromisso de continuar a estabelecer relações duradouras, de verdadeira parceria, com os fornecedores da Companhia, de apostar na formação, desenvolvimento e motivação dos colaboradores, visando proporcionar aos nossos clientes os mais elevados padrões de atendimento e serviço e de modernizar as nossas lojas, dotando-as dos mais recentes equipamentos, capazes de garantir condições ímpares em termos de Higiene e Segurança Alimentar, sendo outro dos desígnios a que a Companhia se propõe em 2008.” Missão Responder a todas as necessidades dos clientes de Retalho Tradicional e do canal HoReCa. Dar aos clientes Recheio value for money e, para isso, acreditar em relações de longo prazo, oferecendo a cada segmento o valor mais adequado às suas necessidades. Os colaboradores do Recheio, com a sua motivação, competência e dedicação, são o melhor instrumento de construção dessas relações, seja com clientes, seja com fornecedores. O foco de todos no cliente e na eficiência da Companhia são a melhor garantia de rentabilidade e de retorno do investimento dos Accionistas. O ano de 2007 foi marcado pela consolidação do canal HoReCa como principal segmento de negócio da Companhia, representando 43,3% das vendas totais (41,9% em 2006). Vendas por canal 2007 2006 HoReCa 42% Retalho 43% Outros 15% HoReCa 43% Retalho 41% Outros 16% 96 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão Foi também o ano em que o Recheio registou o seu melhor valor de vendas, tendo atingido 626 milhões de euros, o que se traduziu num crescimento de 4,0% face a 2006. Numa base like for like, o crescimento foi igualmente de assinalar, ascendendo a 3,6%. De notar que este desempenho foi alcançado apesar de terem decorrido obras de remodelação em duas lojas da Companhia: Aeroporto (Lisboa) e Viseu. Efectivamente, em Novembro, após obras profundas, foram reinauguradas as lojas do Aeroporto e Viseu, totalmente remodeladas e com um novo conceito, quer do ponto de vista de desenho, imagem e decoração, quer do ponto de vista da funcionalidade. Nestas “novas” lojas, o Recheio apostou claramente na renovação das áreas de frescos, que passaram a ser climatizadas com o equipamento mais avançado, por forma a garantir condições de higiene e segurança alimentar irrepreensíveis, tudo com o objectivo de melhor servir os clientes da Companhia. As lojas do Algarve também contribuíram significativamente para este desempenho, tendo crescido no seu conjunto 9,3% face ao ano anterior. Uma breve análise do desempenho dos dois principais canais de negócio demonstra que: O Retalho, apesar do ambiente económico menos favorável, fortemente condicionado pela abertura de mais de 320 lojas de Retalho Moderno desde o início do novo regime de licenciamentos (incluindo lojas novas e aquisições de operadores locais), registou vendas em linha com o ano transacto. Em 2007, o canal HoReCa tornou-se definitivamente no segmento mais importante da Companhia, tendo apresentado um crescimento de 7,6% face a 2006. Esta evolução resultou da estratégia da Companhia, que assumiu claramente a sua vocação para servir os profissionais da indústria hoteleira, sendo reconhecida por estes como a fonte de abastecimento capaz de lhes garantir os níveis adequados de serviço, qualidade, higiene e segurança alimentar. Neste âmbito, o Recheio continua a ser a única empresa grossista certificada em HACCP. As vendas da Marca Própria MasterChef registaram igualmente um excelente comportamento, com um crescimento de 13,3% face ao ano anterior e representando já 12,1% das vendas das secções onde a marca está presente. Este crescimento traduz igualmente a aceitação cada vez maior da gama de produtos MasterChef por parte dos profissionais da restauração e hotelaria, enquanto produtos de qualidade e especialmente desenvolvidos para servir as necessidades específicas dos seus negócios. Marca Própria Perecíveis 16% 1,4 16% 14% 1,2 14% 1 12% 1 0,8 10% 0,8 13,3% 12% 10% 8% 0,6 6% 8% 4% 2% 0,2 2% 0 0% 2006 2007 Quota de marca própria nas vendas totais excluindo perecíveis Crescimento de vendas de marca própria 0,6 6% 0,4 0% 1,2 11,8% 0,4 4% 0,2 0 2006 2007 Quota de perecíveis nas vendas totais Crescimento de vendas de perecíveis 97 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão O cash flow operacional do Recheio ascendeu, em 2007, a 38 milhões de euros, correspondentes a 6,0% das vendas, continuando a Companhia a apresentar consistentemente níveis de rentabilidade bastante superiores aos da média do sector. Sem descurar o importante papel de apoio a todos os comerciantes de Retalho Tradicional, em 2008, manter-se-á a aposta no canal HoReCa, visto como motor de crescimento do Recheio. 98 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 7.4. Madeira Mensagem do Director Geral - Pedro Sá “A nossa prioridade na Madeira tem sido a conquista de quota de mercado através de uma política de preços agressiva, da qualidade dos Perecíveis e de uma forte aposta na Marca Própria e em produtos e serviços inovadores. A atenção às necessidades regionais específicas, aliada à elevada motivação da nossa equipa, são essenciais para, cada vez mais, conquistar a preferência dos consumidores madeirenses, utilizando as melhores práticas e experiências disponíveis no Grupo.” Missão Proporcionar às famílias madeirenses as melhores soluções no consumo alimentar, dentro e fora de casa. Disponibilizar, através da cadeia Pingo Doce, produtos de elevada qualidade aos melhores preços da Região, bem como atender às necessidades do canal HoReCa e do Retalho Tradicional através do Recheio, oferecendo a ambos qualidade, serviço e preços competitivos. O ano de 2007 foi marcado pelo forte investimento do Grupo na Região da Madeira, concretizado nas remodelações da loja do Recheio e de duas lojas Pingo Doce e na abertura, no final de Outubro, de uma nova loja Pingo Doce no centro do Funchal. O Pingo Doce registou um forte desempenho de vendas, com um crescimento de 15,1% em relação ao ano de 2006, atingindo 94,5 milhões de euros. Os resultados obtidos são consequência do reposicionamento estratégico da insígnia na Região. Com efeito, em 2007, o Pingo Doce na Madeira apresentou, pelo terceiro ano consecutivo, uma tendência deflacionária da sua política de preços, que este ano originou uma descida de 4,5% dos preços médios da cadeia. Os Perecíveis, identificados estrategicamente como categorias chave para a diferenciação da insígnia, e em que o Pingo Doce tem uma imagem reconhecida - de elevada qualidade - junto dos seus clientes, aumentaram em 1,9 pontos percentuais, para 32,7%, o seu peso nas vendas da Companhia em 2007. A Marca Própria, outro vector estratégico na diferenciação da cadeia Pingo Doce, registou um aumento de peso nas vendas da Companhia de 21,8% em 2006 para 28,7% em 2007, o que representou um crescimento de 48,6% das vendas da categoria face ao registado em 2006. 99 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão Marca Própria 40% 1,5 1,3 48,6% 30% 1,1 0,9 20% 10% 0,7 0,5 0,3 0% 0,1 -0,1 2006 2007 Quota de marca própria nas vendas totais excluindo perecíveis Crescimento de vendas de marca própria Apesar de penalizado pelas obras de remodelação, que afectaram todo o primeiro trimestre de 2007, o Recheio da Madeira apresentou, em 2007, um volume de vendas de 28,8 milhões de euros, com a recuperação nos últimos três trimestres a permitir um atenuar do decréscimo das vendas, o qual se situou em -0,9% face a 2006. Este ano, um marco importante para o Recheio foi a obtenção da Certificação em Qualidade, que traduz o reconhecimento, por uma entidade externa, da excelência da sua operação. A Companhia manteve, em 2007, a liderança no seu segmento, que se apresenta actualmente mais concentrado, dada a saída de um dos principais operadores regionais. Face a um mercado em forte transformação dada a pressão do retalho moderno, o Recheio obteve a liderança destacada, não só no mercado tradicional, mas também no canal HoReCa. A remodelação e certificação recentes da loja na Madeira estabeleceram as bases do negócio para os anos vindouros, as quais passarão, necessariamente, por uma forte componente de serviço à hotelaria e restauração. Na conjugação das duas insígnias de Jerónimo Martins a operar na Madeira, as vendas cresceram 10,9%, atingindo 123,3 milhões de euros. Para 2008, o Pingo Doce na Madeira tem como principais desafios a manutenção de um crescimento sustentado das vendas, mesmo considerando o plano de expansão anunciado pelos seus principais concorrentes, e a remodelação da sua principal loja na Madeira. O Recheio, em 2008, deve reflectir o impacto da reorganização das suas operações, que se pretendem cada vez mais focadas no mercado HoReCa, oferecendo serviços e soluções adequadas a este sector. 100 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 7.5. Direcções Funcionais da Distribuição Alimentar em Portugal Em Portugal, as operações de Distribuição Alimentar do Grupo, com o objectivo de maximizar escala, sinergias e partilha de know-how, partilham um conjunto fundamental de serviços prestados pelas Direcções de Sourcing e Marca Própria, Logística, Controlo de Qualidade e Ambiente, Serviços Financeiros, Sistemas de Informação e Estudos de Mercado. 7.5.1. Sourcing e Marca Própria O objectivo desta Direcção é gerar valor para o Grupo e para as suas Divisões Operacionais através: (i) da criação de know-how nas áreas-chave de diferenciação competitiva – Frescos e Marcas Próprias -, (ii) alavancagem da capacidade negocial, pelo estabelecimento de acordos com os principais fabricantes e (iii) desenvolvimento de um programa de sinergias comerciais com parceiros seleccionados. O Programa de Marcas Próprias de Jerónimo Martins, em Portugal, é um programa horizontal que envolve todos os departamentos das Companhias e que persegue, não só a conquista e fidelização dos consumidores, como também as eficiências logísticas operacionais e geradoras de produtividade, objectivos comuns a todo o Grupo. O ano de 2007 foi, precisamente, o mais relevante período de afirmação das Marcas do Grupo junto do mercado e dos consumidores. Pelos dados analisados, é possível afirmar que o número de produtos lançados e o crescimento das vendas contribuíram para que este Programa assumisse a liderança entre todos aqueles que existem no mercado português. Ao definir como princípio a qualidade máxima ao preço mais competitivo do mercado, foi possível garantir crescimentos de 41,0% no segmento de Retalho e de 13,3% no segmento da Indústria Hoteleira, permitindo que todas as insígnias do Grupo atingissem valores nunca antes alcançados em termos de vendas e de quota de mercado das suas Marcas. Na área de Frescos, 2007 foi um ano que se destacou pelos crescimentos alcançados, sendo a contínua aposta e preocupação com a qualidade, aliada a uma forte competitividade, os factores de sucesso reconhecidos pelos consumidores. Com mais de 500 produtos lançados - à média de 1,5 produtos por dia - Jerónimo Martins viu também reconhecida a sua metodologia de desenvolvimento de Produtos e de Marcas, tendo sido a primeira empresa, no mundo, a receber o Certificado ISO 9001 para o Processo de Desenvolvimento de Marcas Próprias. Entre outros pontos importantes, esta certificação garante, com grande rigor, que todos os produtos lançados e a lançar seguem regras estritas de controlo de qualidade, bem como de avaliação por parte dos consumidores finais. Como resultado desta nova metodologia, nos primeiros seis meses do ano, 83% dos produtos de Marca Própria testados pelos consumidores foram classificados como iguais ou superiores à marca líder da Indústria. A sustentar estes resultados está uma parceria de longo prazo desenvolvida com todos os fornecedores de Marca Própria do Grupo e com a Companhia Daymon, líder mundial no desenvolvimento de Marcas Próprias. A Inovação é um dos principiais métodos de desenvolvimento deste Programa, tendo sido Jerónimo Martins, neste âmbito, o primeiro Grupo da distribuição em Portugal a lançar Baby-Food, com resultados muito encorajadores. Esta preocupação com a Inovação estendeu-se à Nutrição, com a introdução de um conjunto de produtos 101 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão adaptados à Intolerância à Lactose e ao Colesterol, os quais vão ao encontro da satisfação das necessidades de grupos de risco específicos. 7.5.2. Logística O objectivo desta Direcção é suportar as actividades de compra, transporte e armazenamento das insígnias do Grupo em Portugal, respeitando cada formato de negócio e as suas decisões comerciais. Como empresa logística, opera com baixos custos, segundo o padrão e o nível de serviço exigidos, observando os princípios de disciplina operacional, de eficiência e de respeito pela pessoa humana, e maximizando a satisfação total dos seus Clientes. Com o objectivo de sustentar o forte programa de crescimento traçado pelo Grupo para Portugal, teve início, no ano de 2007, o redimensionamento da estrutura física da área logística. Neste âmbito, a Logística do Grupo em Portugal passou a ser responsável pela totalidade do processo de gestão das áreas de bazar ligeiro e bazar pesado, cujo armazenamento e transporte eram, até então, geridos por um fornecedor externo de serviços logísticos. A implementação desta decisão permitiu reduzir os custos por unidade movimentada em cerca de 60%, bem como beneficiar da elevada eficiência e qualidade da operação interna, tendo um reflexo positivo nos níveis de serviço às lojas e no relacionamento com os parceiros de negócio da cadeia de abastecimento. Destaque ainda para a abertura, em Março de 2007, de um novo centro de distribuição, com uma área de 10.000 m², implantado na zona da Azambuja, beneficiando da qualidade da acessibilidade, da frota e dos recursos humanos presentes nos armazéns já existentes no local. O constante objectivo do Supply-Chain – de gerar mais valor por menos custo concretizou-se, em 2007, através de um aumento da importância das operações em fluxo de cross-docking, essencialmente na área de bazar ligeiro. De igual modo, deuse início à execução de um piloto em RFID (Identificação por Rádio Frequência) e ênfase à recepção de mercadoria, com base na norma standard EAN UCC128, garantindo a correcta aplicabilidade de normas relativas à legislação alimentar e, em particular, à rastreabilidade dos produtos. Por fim, estreitou-se a comunicação e integração com os fornecedores, via plataforma JM Direct (projecto business to business com fornecedores), a qual contém toda a informação relevante para satisfazer rápida e eficientemente as necessidades e desejos dos clientes. Precisamente, em 2007, registou-se um aumento de adesão de fornecedores ao portal JM Direct/B2B, o que conduziu a uma redução de 55% das facturas em papel. Os ganhos de eficiência reflectiram-se igualmente na eficácia de processos e redução de custos: 80% na centralização da facturação e Factura desmaterializada, 38% em custos de arquivo comparativamente ao papel, 50% em custos de comunicação via fax e 62% em custos de cartas para avisos de pagamento. A criação desta rede de colaboração, cada vez mais estreita, com os fornecedores trouxe benefícios a todos os intervenientes da cadeia de abastecimento. Estas vantagens derivam não apenas da simplificação de processos logísticos, da recepção de mercadorias e controlo de devoluções, mas também da redução das roturas nas lojas, com consequente impacto no crescimento de vendas. 102 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão O facto de todos os intervenientes no processo poderem ter acesso à informação em tempo real, traduziu-se num aumento de capacidade de reacção e resposta, permitindo assim controlar processos e gerir impactos, sendo que esta expressividade se faz notar nos 90% de adesões ao JM Direct, nos 72% que representam actualmente o volume de negócio com Factura Desmaterializada ou nos 60% dos fornecedores já em produção com factura desmaterializada. A Direcção de Logística suporta as suas actividades nas seguintes plataformas físicas: Área (m2) Centro de Distribuição da Azambuja Centro de Distribuição de Guardeiras Centro de Distribuição de Modivas - Vila do Conde Centro de Distribuição Vila Nova da Rainha 48.000 12.500 24.900 10.000 Descrição Produtos Não Perecíveis, Bazar Pesado e Ligeiro, Frutas e Vegetais, Carne, Produtos Lácteos, Charcutaria e Peixe Produtos Não Perecíveis e Just-In-Time (JIT), Bazar Ligeiro e Pesado Frutas e Vegetais, Carne, Produtos Lácteos, Charcutaria, Peixe e Congelados, Produtos Não Perecíveis Produtos Não Perecíveis JIT, Bazar Pesado e Ligeiro JIT Determinado pela expansão das insígnias de retalho do Grupo em Portugal, no ano de 2008, a logística estará orientada para prosseguir com o redimensionamento da estrutura física, através da abertura de um centro de operação de congelados Sul, com cerca de 3.500 m², bem como de um novo armazém Norte, de aproximadamente 12.000 m², para suporte ao crescimento da operação de não Perecíveis. O reforço da estrutura física da operação logística será acompanhado pela implementação de um programa de optimização e redução de custos, aplicado à frota de transportes, cujo estudo e desenho foi efectuado em 2007. 7.5.3. Controlo da Qualidade e Ambiente O objectivo desta Direcção é promover a Qualidade e Segurança Alimentar dos produtos comercializados nas lojas das Companhias de Jerónimo Martins, reduzindo progressivamente os impactes ambientais associados a produtos e serviços disponibilizados, por forma a satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes. Em 2007, a Direcção de Qualidade e Ambiente aumentou o acompanhamento feito aos fornecedores de Perecíveis, destacando-se neste particular a área do pescado fresco e produtos de pesca. Neste contexto, e dando continuidade à verificação aleatória do cumprimento de boas práticas agrícolas por parte dos produtores, foi reforçado o controlo de substâncias proibidas iniciado em 2006 em produtos hortofrutícolas, e realizada verificação análoga em carnes refrigeradas, nacionais e de importação. Ainda num contexto de validação daqueles que são pré-requisitos de segurança alimentar, foram optimizadas as verificações de produtos de take away e pastelaria de produção própria. Estes desenvolvimentos foram fundamentais para a melhoria dos sistemas de segurança alimentar das Companhias do Grupo em Portugal. Paralelamente, ocorreu o reforço da monitorização das lojas, orientado por região, saindo deste modo reforçada a dinâmica no acompanhamento da cadeia de 103 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão abastecimento, numa óptica de garante da qualidade e segurança alimentar. O ano de 2008 será de optimização e eficiência dos processos, diminuindo tempos de espera, apoiando as necessidades de crescimento das Companhias e das novas áreas de negócio. No capítulo relativo à Responsabilidade Social encontra-se informação detalhada sobre a actividade desta direcção funcional. 7.5.4. Área Financeira A Direcção Financeira é constituída pelas áreas de Contabilidade de Vendas, Contabilidade Geral, Consolidação & Reporting, Controlling e Gestão do Património e presta serviços à área do retalho alimentar em Portugal. Esta Direcção controla e monitoriza, diariamente, todas as transacções e operações ao nível de margem total, receitas das lojas versus vendas, margem bruta, quebra e stocks, serviços e operações imobiliárias. A Direcção Financeira apoia a Gestão no estabelecimento e manutenção da estrutura adequada e dos procedimentos necessários para o controlo interno sobre o relato financeiro. A Direcção Financeira é responsável pela produção de todos os documentos de prestação de contas das Companhias operacionais de JMR, reportados numa base mensal - individual e consolidada - para ambos os accionistas – Jerónimo Martins e Ahold. A informação financeira de gestão produzida pela Direcção serve de suporte às divisões operacionais, constituindo a principal fonte de informação para a tomada de decisões pelos responsáveis das respectivas insígnias. 7.5.5. Sistemas de Informação A missão desta Direcção é, utilizando a tecnologia mais segura e eficiente, desenvolver e prestar serviços de processamento de informação destinada às Divisões Operacionais, de acordo com os objectivos de negócio destas, contribuindo assim para a sua melhoria operacional. O ano de 2007 foi marcado pela conclusão do projecto de actualização do sistema SAP. Este foi executado por uma equipa formada por elementos das Companhias Operacionais, da Direcção de Sistemas de Informação e de outras Direcções Funcionais, com a participação pontual de consultores das empresas fornecedoras de tecnologia. No âmbito deste projecto, foi ainda instalada uma nova infra-estrutura tecnológica com maior capacidade, preparada para acompanhar o crescimento orgânico do Grupo, e ministrada formação a mais de 1.800 colaboradores sobre as funcionalidades da nova versão do software SAP. Tal como planeado, procedeu-se à instalação da nova solução de Frente de Loja em todas as lojas Pingo Doce e Feira Nova, abrangendo um total de 2.500 POS (points of sale). Para além de proporcionar uma melhor experiência de compra aos clientes e de suportar o sistema de pagamentos EMV (chip card), devido à sua interface gráfica intuitiva, a nova Frente de Loja contribui, também, para o aumento de produtividade dos operadores de caixa. No Feira Nova de Odivelas, foi ainda instalado o projecto piloto de caixas em regime Self Service - as Caixas Self Express - cuja expansão às restantes lojas será executada com base na receptividade deste projecto. 104 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão Em 2007, foi realizada a migração da rede de comunicações de Jerónimo Martins para a tecnologia VPN.IP. Esta operação, que foi realizada em mais de 300 locais, possibilitou um incremento significativo da largura de banda disponível, que será fundamental para a entrada em produção de novas aplicações. Foi igualmente implementada uma nova infra-estrutura telefónica, baseada na tecnologia VoIP, abrangendo todos os Centros de Distribuição e Escritórios Centrais do Grupo. Estes projectos foram realizados num cenário de forte expansão e remodelação de lojas, conseguindo-se, com uma gestão flexível dos recursos, concluir os mesmos sem provocar qualquer atraso no plano de expansão de Jerónimo Martins. Para o ano de 2008, a Direcção de Sistemas de Informação terá como prioridades continuar a suportar o plano de expansão do Grupo e desenvolver os projectos que contribuam para o aumento da eficiência das suas operações. 7.5.6. Estudos de Mercado O objectivo desta Direcção é ser o melhor parceiro de Feira Nova, Pingo Doce, Recheio e Lidosol no fornecimento de informação relativa ao Mercado e ao Consumidor, para sua posterior incorporação nos negócios destas Companhias. Tendo em conta o ambiente dinâmico que caracteriza actualmente o sector do retalho alimentar, o Departamento de Estudos de Mercado teve, em 2007, um papel fundamental no apoio à decisão nas diversas Companhias de Jerónimo Martins. O ano transacto, com objectivos ambiciosos, foi marcado pela existência de uma diversidade de projectos, abrangendo várias áreas de negócio em cada uma das Companhias citadas. São eles, a saber: Evolução de Mercado. Para além da monitorização de aberturas e licenciamentos de loja, o departamento teve um papel activo na determinação do potencial de possíveis locais de implementação de novas lojas e na aferição dos comportamentos de compra específicos dos consumidores nas áreas de presença das mesmas. Neste âmbito, os projectos desenvolvidos abrangeram o retalho (Alimentar, Electrónica e Tecnologia, Têxtil e Farmácia) e o canal grossista. Marcas Próprias. O Departamento esteve envolvido em dois projectos que são parte integrante do Processo de Desenvolvimento de Produtos de Marca Própria e que contribuem para a identificação de oportunidades de melhoria em: Testes ao consumidor - entre novos lançamentos de produtos e testes de rotina realizados ao consumidor, foram realizados, em 2007, mais de 300 testes, permitindo estes determinar o desempenho dos produtos e sua competitividade face aos concorrentes, bem como os índices de satisfação dos consumidores em relação ao mesmos; Private Labels Brand Equity Index - Estudos de avaliação de todas as Marcas Próprias das Companhias Pingo Doce, Feira Nova e Recheio. Gestão de Informação. Dando continuidade ao projecto de normalização de informação, iniciado em 2006, e à consequente maior eficácia na divulgação da mesma, foram implementados alguns projectos de divulgação pró-activa da informação a diversos níveis e áreas de negócio das Companhias. 105 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 8. DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR - POLÓNIA 8.1. Biedronka Mensagem do Director Geral - Pedro Silva “No ano 2007, assistiu-se à intensificação da consolidação do Mercado de Retalho Alimentar na Polónia, com as cadeias mais competitivas a assegurarem a sua posição através de crescimento orgânico complementado com aquisições, tentando assegurar massa crítica que visa a sobrevivência no longo prazo. A Biedronka deu passos importantes no reforço da sua posição de liderança neste mercado competitivo, merecendo a maior preferência dos consumidores. A estratégia da Biedronka voltou a dar os seus frutos, reforçando as suas sólidas vantagens competitivas e a sua forte posição no mercado, permitindo um reforço acentuado do seu crescimento de vendas. Atendendo aos projectos em curso, complementados com a operação de aquisição das lojas Plus na Polónia, a Companhia encara o futuro de uma forma positiva, contando para tal com o espírito de missão dos seus colaboradores e a colaboração dos seus parceiros de negócio.” Missão Oferecer um sortido limitado de produtos cuidadosamente seleccionados, de grande qualidade, satisfazendo as necessidades diárias dos seus clientes, a um preço baixo todos os dias. Todos os colaboradores devem garantir que a Companhia opera com grande eficiência e custos baixos. Durante o ano de 2007, o Mercado de Retalho na Polónia beneficiou de uma conjuntura económica favorável, em virtude da evolução positiva do consumo privado e da taxa de desemprego. Simultaneamente, assistiu-se a uma intensificação da consolidação do sector do Retalho Alimentar, após os movimentos do ano anterior, tendo algumas insígnias de Retalho continuado a ser alvo de aquisições por parte das cadeias mais competitivas, abandonando desta forma o mercado. Neste contexto, a estratégia da Biedronka, focada em i) “Qualidade a preços baixos todos os dias”, ii) eficiência operacional e iii) proximidade do consumidor, através de uma forte expansão orgânica, provou, mais uma vez, ser a mais ajustada à realidade do mercado polaco. Os objectivos de criação de valor da Companhia foram, mais uma vez, atingidos. O reforço do posicionamento estratégico da Biedronka permitiu um crescimento de vendas like-for-like de 21,1%, o que associado a uma expansão orgânica que acrescentou 140 novas lojas à cadeia, resultou num crescimento das vendas totais de 35,0% face ao ano anterior. A política comercial da Biedronka contribuiu decisivamente para o atingir destes objectivos, ao assegurar a inovação e diferenciação do sortido. 106 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão Detalhe das Vendas da Biedronka 2006 Marcas Exclusivas 60% 2007 Não Alim entar 9% Outras 31% Marcas Exclusivas 58% Não Alim entar 10% Outras 32% O enfoque colocado na qualidade e inovação do sortido de marcas exclusivas continuou a afirmar-se como uma prioridade estratégica, consistente com as acções iniciadas em anos anteriores. Efectivamente, o lançamento, com sucesso, de novas categorias de produtos com formatos exclusivos e o reforço da venda de produtos alimentares in&out, associado a uma permanente inovação ao nível do packaging, mereceram a adesão imediata dos clientes da insígnia. De igual modo, a relação de confiança resultante do estabelecimento de sólidas parcerias comerciais de médio e longo prazo com fornecedores, permitiu reforçar a competitividade de preços do sortido, assegurando o crescimento de quota de mercado na maioria das categorias em que a Biedronka opera. Neste sentido, continuou igualmente a dar-se preferência a fornecedores locais, que cumprindo os mais exigentes padrões de qualidade, forneceram 95% do sortido alimentar da insígnia. Ao nível da comunicação de loja, esta foi optimizada através de folders, posters de merchandising e preçários, sendo complementada por uma permanente optimização dos layouts. Os investimentos e melhoramentos no espaço de exposição de produtos de charcutaria em livre serviço, carne fresca, frutas & vegetais, padaria e uma área inovadora de venda de produtos de cosmética e higiene pessoal foram também factores importantes de promoção de vendas. A comunicação externa continuou a privilegiar os anúncios televisivos, aproveitando a total cobertura geográfica disponibilizada pelas 1.045 lojas Biedronka. A continuidade do carácter lúdico e inovador dos anúncios publicitários reforçou a notoriedade já atingida pela insígnia, confirmada através de duas nomeações para o prestigiado prémio Golden Eagle (distingue as melhores campanhas publicitárias). No que respeita à expansão da cadeia, a criação de uma equipa profissional em anos anteriores, permitiu a abertura de 156 novas lojas em 2007, sendo que 16 lojas foram encerradas ou substituídas. No total, a área de vendas aumentou 83.777 m2 no ano transacto. A este propósito, a abertura da milésima loja Biedronka, em Setembro de 2007, representou um marco importante no desenvolvimento gradual e sustentado da cadeia na Polónia. 107 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão No parque de lojas existentes, 71 foram beneficiadas com remodelações, permitindo assegurar aos consumidores espaços comerciais mais agradáveis e eficientes que optimizam a sua experiência de compra e asseguram a sua preferência de escolha. Para sustentar o novo parque de lojas, em 2007, foram alargados os centros de Distribuição de Grudziadz e Kosztrzyn em 6,640 m2 e 1,199 m2 respectivamente. Adicionalmente, por forma a padronizar e optimizar a qualidade de transporte e preservação de produtos alimentares, bem como a eficiência e capacidade das operações logísticas, a frota da Companhia foi reforçada com mais 165 modernos trailers. O desenvolvimento dos Recursos Humanos continuou a estar entre a mais alta das prioridades da Companhia, por forma a sustentar o crescimento numa equipa de colaboradores motivada e detentora das mais elevadas competências e know-how. Em 2008, a Biedronka espera continuar a intensificar a cobertura geográfica do país através das suas lojas, tentando abranger o maior número possível de consumidores. No ano que se inicia, para além do crescimento orgânico, aguarda-se a aprovação da operação de aquisição das lojas Plus, que se espera venham a ser integradas ao longo do ano na Companhia. Para suportar este ritmo acelerado de crescimento, para além do reforço da operação logística (já realizado em 2007), iniciou-se também a construção do novo centro de Distribuição em Lubin - uma infra-estrutura totalmente customizada para a operação logística, com uma área coberta de 24.200 m2 - que irá assegurar o compromisso da Biedronka com os mais elevados padrões de segurança alimentar e que se espera que entre em funcionamento durante o segundo trimestre de 2008. 8.2. Apteka Na Zdrowie Na sequência da parceria celebrada em Fevereiro de 2006 com a Associação Nacional de Farmácias em Portugal, com o objectivo de estudar a viabilidade do desenvolvimento de um negócio de retalho no ramo das farmácias, foram abertas, em 2007, quatro lojas-piloto na Polónia, sob a denominação “Apteka Na Zdrowie”, as quais se juntaram à primeira loja, inaugurada no final de 2006. Os sinais positivos obtidos com os testes-piloto levado a cabo, podem conduzir a um aumento da dimensão desta rede de lojas, em 2008, para confirmar os factores críticos para o sucesso do negócio e definir as características exactas do modelo a expandir, embora ainda sem expressão no portefólio de negócios do Grupo. 108 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 9. INDÚSTRIA 9.1. Unilever Jerónimo Martins Mensagem do CEO - Luís Mesquita Dias “O ano de 2007 ficou marcado pela fusão das Companhias FimaVG, Bestfoods LeverElida e IgloOlá. Deste processo de integração resultou, a partir de 1 de Janeiro de 2007, uma organização única - a Companhia Unilever Jerónimo Martins, participada em 55% pela Unilever e em 45% pela Jerónimo Martins. Em 2007, o negócio conheceu uma envolvente externa complexa em que se conjugaram fenómenos estruturais de transformação do tecido comercial e condições climatéricas adversas o que, conjuntamente com a redução do preço do azeite, teve impacto no crescimento das vendas da área de negócio. Apesar disso, a grande maioria das marcas manteve as posições de liderança, reforçando mesmo, algumas delas, as suas quotas de mercado. A Companhia continuou a implementar projectos de melhoria de eficiência e de redução de custos que parcialmente compensaram a redução de facturação e as fábricas do Grupo melhoraram ainda mais a sua prestação com produtividade crescente e volumes acrescidos. Criaram-se condições para que ao longo do ano de 2008, e particularmente no 2º semestre, se retome o crescimento de forma sustentada.” Missão DAR MAIS VITALIDADE À VIDA. Todos os dias satisfazemos as necessidades dos consumidores com marcas que os ajudam a sentirem-se bem, bonitos e a aproveitar o máximo da vida. Unidade Alimentar A Unidade de Negócio Alimentar apresentou um decréscimo de 3,4% de vendas totais face a 2006. Estes resultados foram influenciados pelo fraco desempenho nas categorias de Bebidas e de Sopas e Condimentos. Já o negócio do Azeite teve uma prestação muito positiva em volume de vendas (+24% em relação ao ano anterior), mas que não foi correspondida em valor, devido à baixa dos preços deste produto. Ao invés, há que destacar o reforço da posição de mercado da marca Vaqueiro após o seu relançamento. Do ponto de vista financeiro, a forte subida do preço das matériasprimas, em particular dos óleos vegetais, não pôde ser completamente reflectida no mercado, o que teve impacto directo nas margens comerciais. Lipton, líder de mercado de Chá Frio, viu o seu desempenho afectado, por um lado, pelo lançamento de fortes Marcas Próprias dos retalhistas, por outro, por condições atmosféricas pouco favoráveis ao consumo deste tipo de produtos. A capacidade de inovação da Companhia permitiu o lançamento de "Lipton Linea" no segmento das "bebidas adelgaçantes", cujos resultados foram francamente positivos, fornecendo dados encorajadores em relação à atractividade do conceito. Na categoria de Chá Quente atingiu-se, pela primeira vez, a liderança no segmento de chá verde (com grande ajuda de Lipton Linea acima mencionado). 109 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão No mercado de Molhos, Calvé acabou o ano com uma ligeira redução de quota de mercado, particularmente em Ketchup e Mostarda. Na categoria de Sopas e Condimentos, a forte quota de mercado de Knorr manteve-se estável, fruto da forte inovação existente neste segmento (e.g. caldo para bifes, caldo para bacalhau e caldo económico). Relativamente ao Azeite, o crescimento de 24% das vendas em volume levou a um reforço de 2 pontos de quota de mercado em Portugal e de 4 pontos no Brasil. No entanto, a redução do preço de venda, em consequência da diminuição do preço da matéria prima, anulou o crescimento em volume registado. A Unidade Produtiva de Margarinas e Caldos em Santa Iria de Azóia, manteve a sua estratégia de obtenção de ganhos de produtividade e de melhoria do nível de serviço prestado ao cliente, tendo sido reforçada, em 2007, a produção de Caldos para toda a Europa. A Unidade Alimentar continuará, em 2008, a lutar pela liderança nas categorias em que está presente, através de um crescimento sustentado. Para tal, será determinante a excelência da sua operação no mercado e a implementação indispensável de aumentos de preços, para fazer face ao aumento dos custos das matérias-primas. Unidade de Cuidado Pessoal e Higiene Doméstica O ano de 2007 foi marcado por diversos factores que tiveram impacto na prestação das marcas desta Unidade de Negócio, a saber: i) deterioração do canal grossista, no qual historicamente as marcas da Companhia registaram níveis de quota de mercado acima da média nacional, ii) deflação de preços nos mercados de Cuidado Pessoal, explicada pelo crescente peso relativo das Marcas Próprias dos retalhistas nas categorias de Gel de Banho e Sabonetes e pelo crescimento do Canal de Discounters e iii) entrada de concorrentes em novas categorias. A área de Cuidado Pessoal, criou os pilares que sustentarão o seu crescimento no futuro, destacando-se nesse sentido: O lançamento de Dove Pro-Age, fundamental no fortalecimento do capital da marca Dove; O arranque de um programa de relações públicas dirigido a profissionais de saúde com vista a reforçar a dimensão saudável da marca Vasenol; O relançamento de Linic e o lançamento de Linic Mulher, que potenciarão a inversão do desempenho da categoria de cabelos, a qual registou um crescimento negativo em 2007 com impacto em toda a área de cuidado pessoal. De salientar que apesar da entrada de novos concorrentes na categoria de Desodorizantes, as quotas de mercado nesta categoria mantiveram-se protegidas. A Unidade de Negócio de Higiene Doméstica conseguiu defender as suas posições de liderança, não só através da sua mega-marca Skip, mas igualmente pelo reforço das suas posições em outras categorias e segmentos (concentrados, líquidos e aerossóis). Deve ser igualmente salientado o reforço da liderança da marca Comfort na categoria de amaciadores de roupa, de Skip no segmento de detergentes líquidos, e de Cif na 110 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão categoria de limpeza doméstica, com o lançamento de produtos inovadores em 2007: Comfort Essência, Skip Pequeno e Poderoso e CIF Inox. Por último, é de destacar as iniciativas implementadas ou em curso, visando a melhoria substancial da exposição e visibilidade das marcas de Cuidado Pessoal e Higiene Doméstica nos principais pontos de venda. O ano de 2008 caracterizar-se-á por aumentos significativos dos preços das matérias primas. Consequentemente, o equilíbrio das variáveis preço e volume será determinante de modo a assegurar um crescimento dos negócios sem deterioração das margens. No que respeita ao nível de suporte às marcas, o mesmo será superior ao de 2007, privilegiando-se as categorias prioritárias. Unidade de Consumo Fora de Casa Em resultado do processo de fusão das diversas áreas na Companhia Unilever Jerónimo Martins, a gestão do negócio dos gelados passou a ser conduzida pela Unidade de Consumo Fora de Casa, que também inclui os negócios de Lipton Pronto a Beber (na vertente do consumo fora de casa) e Food Solutions (a área de negócio especialmente vocacionada para os profissionais de Restauração). No ano de 2007, o negócio dos gelados em Portugal foi condicionado pela falta de um Verão quente. Contudo, a Olá não deixou de manter o foco no mercado, com o lançamento de novos produtos para crianças e jovens, como o Discbee, Calippo ananás/laranja e Simpsons, bem como novidades para adultos nas marcas Magnum, Solero e Cornetto. Procurando reverter o impacto das más condições climatéricas nas vendas, a Unidade de Consumo Fora de Casa lançou um conjunto de inovações para o Inverno, composto pelos gelados Magnum Temptation e Feast Krisspi, pelos novos bolos sobremesa congelados e pelos chocolates Magnum. No segmento de gelados para consumo em casa, o desempenho das vendas reflectiu o impacto do reforço das Marcas Próprias dos retalhistas neste segmento de produtos, embora a Olá tenha mantido a sua posição de líder no mercado de consumo de gelados em casa. As vendas da Unidade, impulsionadas pelo crescimento das exportações registaram um aumento de 4,8%. No mercado nacional, embora as vendas tenham registado uma redução, o negócio de gelados assegurou, uma vez mais, bons níveis de rentabilidade, através de uma gestão eficiente dos investimentos de vendas e marketing e da permanente optimização de custos fixos, nomeadamente através da exploração de sinergias operacionais com outros negócios da Companhia. No negócio de Lipton Pronto a Beber, na vertente do consumo fora de casa, também o ano de 2007 se mostrou particularmente difícil, fundamentalmente devido às já referidas condições climatéricas. Apesar disso, Lipton Pronto a Beber reforçou em quase 3 pontos percentuais a sua posição de liderança nos chás prontos a beber no canal de consumo fora de casa. Relativamente ao negócio de Food Solutions, o ano de 2007 confirmou a consistência de desempenho de anos anteriores, com um crescimento de 4% face a 2006. A unidade produtiva de Gelados em Santa Iria de Azóia manteve os seus níveis elevados de excelência operacional, tendo excedido os resultados esperados para 111 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 2007 e aumentando o número de produtos exportados. A implementação de uma cultura de melhoria operacional permanente continua a ser o segredo da capacidade competitiva desta fábrica no contexto Europeu. Para 2008, a Unidade de Negócios de Consumo Fora de Casa continuará a apostar na inovação, na qualidade dos produtos e na excelência da sua operação no mercado e de serviço ao consumidor no ponto de venda, procurando a complementaridade de portefólio com outros produtos da Companhia e a exploração de novas oportunidades de negócio. 112 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 10. JERÓNIMO MARTINS DISTRIBUIÇÃO Mensagem do Director Geral – Pedro Veloso “No ano 2007, Jerónimo Martins Distribuição lançou as bases para uma nova era na esfera das representações, tendo implementado uma profunda remodelação da sua estrutura comercial. Esta medida irá dotar a Companhia dos recursos necessários para, não só acolher mais representações, como garantir aos actuais parceiros uma maior focagem e especialização nos respectivos mercados. Como resultado do trabalho de pesquisa e selecção efectuado em 2007, o ano de 2008 perfila-se como sendo o ano do lançamento de novas, e marcantes, parcerias comercias.” Missão Construir posições de liderança no mercado português para as marcas representadas, sustentadas por uma prestação de serviços de excelência a um preço muito competitivo. Identificar, desenvolver e implementar conceitos de restauração e retalho especializado cujas propostas de valor cumpram os critérios de rentabilidade do Grupo. O ano 2007 foi marcado pela manutenção do crescimento das Marcas Próprias e pelo aumento significativo dos custos das matérias primas, o que colocou sob pressão as margens comerciais e originou um ciclo de aumento de preços. Divisão Alimentar As vendas mantiveram-se ao nível do registado no ano anterior, sendo este um resultado positivo face ao desempenho da grande maioria dos restantes operadores. Analisando em detalhe as parcerias alimentares, registaram-se desempenhos positivos nas marcas Guloso, Heinz, Merci, Lindt, Buitoni, Werthers, Bahlsen e Jerónimos. Para 2008, torna-se prioritário retomar o crescimento da Kellogg´s, por forma a assegurar a expansão do negócio alimentar, bem como continuar a pesquisa selectiva de parceiros de negócio. Divisão de Cosmética O ano 2007 fica marcado pelo final da relação comercial com a marca Calvin Klein, resultado da sua aquisição pela Coty e consequente transferência para a estrutura comercial que esta empresa tem em Portugal. A saída desta representação, em Junho de 2007, teve um impacto considerável, não só para a divisão de cosmética, que se vê forçada a encontrar um novo modelo de negócio que assegure a sua continuidade, como para a Companhia, já que a Calvin Klein era uma representada relevante. Na segunda metade do ano, a Divisão focou a sua actividade nas actuais marcas Better Elite e Adolfo Dominguez - e na preparação da sua estratégia futura. 113 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 10.1. PGJM No seu terceiro ano de actividade, a parceria com a Puig continua a revelar um saudável dinamismo nas suas principais marcas. O resultado do ano foi novamente alicerçado em duas marcas estrela – António Banderas e o rejuvenescido Denim. O grande desafio para 2008 será a capacidade de adaptação às mudanças que estão a ocorrer nas grandes superfícies comerciais. 10.2. Hussel A cadeia de Chocolates Hussel tem sido sinónimo de inovação e qualidade no mercado de confeitaria. O ano 2007 voltou a ser positivo para a Companhia, verificando-se um crescimento do negócio em todos os vectores relevantes, nomeadamente volume de vendas, número de consumidores e valor médio de compra. Ao nível do plano de expansão, abriram-se duas lojas, nos centros comerciais de Gaia e Chiado, e encerraram-se duas unidades existentes, em Loures e Odivelas. No seguimento de um estudo de mercado realizado, remodelou-se ainda a loja do Centro Comercial Colombo. A Hussel encerrou o ano com 21 lojas, o mesmo número do ano anterior. Para 2008, perspectiva-se a abertura de mais uma nova unidade. 10.3. Caterplus De destacar o regresso aos resultados positivos, depois do ano 2006 ter sido caracterizado pela restruturação da estrutura comercial e logística da Companhia. Em 2007, ocorreu a venda da participação que a Heinz detinha na Caterplus, tendo esta alienação surgido na sequência da venda global da operação portuguesa da Heinz à empresa nacional SugalIdal. 10.4. Jerónimo Martins Restauração & Serviços Mensagem do Director Geral – Francisco Soares dos Santos “No ano 2007, Jerónimo Martins Restauração e Serviços lançou os alicerces para um novo ciclo do seu percurso de crescimento, tendo implementado um ambicioso programa de expansão e inovação dos seus actuais conceitos de restauração. Neste sentido, 2008 será o ano de lançamento de novos conceitos, e, consequentemente, de entrada em novos segmentos de mercado, de acordo com o plano estratégico de longo prazo aprovado para está área de negócio.” Nesta Companhia estão sediados os novos negócios de restauração de Jerónimo Martins. A restauração é uma área nova no Grupo, pelo que a preocupação tem sido centrada no processo de aprendizagem desta nova actividade e no cumprimento do plano de lançamento delineado. 114 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão No sentido de acelerar este plano de expansão, a Companhia está atenta a movimentos de consolidação. Neste âmbito, adquiriu, em 2007, seis lojas da cadeia “Storia del Café“, cujas lojas pretende remodelar e operar como Jeronymo. O ano 2007 encerrou com 60 lojas, de diferentes conceitos. Jeronymo Esta insígnia foi uma das mais dinâmicas em 2007, traduzindo-se este dinamismo, quer na abertura de novas lojas, quer no lançamento de novos conceitos. Na versão original de quiosques de café, registou-se a abertura de três unidades. Com a aquisição das seis lojas da cadeia “Storia del Café”, lançou-se a primeira cafetaria com insígnia Jeronymo fora das unidades de retalho Pingo Doce e Feira Nova. Olá A Olá é a cadeia com maior número de lojas neste segmento, pretendendo manter e consolidar a actual liderança. Abriram-se 10 unidades em 2007 e encerrou-se uma das lojas existentes. Actualmente, a insígnia possui 32 lojas próprias e cinco franchisadas, num total de 37 unidades. Ben & Jerry Este conceito tem tido um arranque mais lento que o inicialmente esperado e, nesse sentido, enquanto não for indiscutível a sua aceitação pelo consumidor português, manter-se-á o teste-piloto, com uma única loja, em Lisboa. Em conjunto com os detentores da marca, estão a ser analisadas alternativas que viabilizem uma melhor adequação do conceito à realidade portuguesa. Subway Neste conceito ainda não se alcançou o patamar que assegure a sua validação junto do consumidor português e que permita a consequente expansão do mesmo. Desta forma, pretende-se primeiro efectuar uma expansão selectiva, construindo sustentadamente os níveis de notoriedade e experimentação necessários para a expansão mais generalizada do conceito no futuro. 115 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 11. SIMPLIFICAÇÃO INTERNA DE PROCESSOS DE GESTÃO O projecto de Simplificação de Processos de Gestão Interna, iniciado em 2003, prossegue em diversas áreas da organização, redesenhando processos existentes com o objectivo de aumentar a eficiência e a competitividade dos negócios do Grupo. 11.1. Distribuição Portugal O ano de 2007 foi marcado pela implementação, por uma equipa multidisciplinar, da actualização do sistema SAP, que tinha sido preparada, em 2006, através da simplificação de diversos processos. Durante o ano, foi ainda concluído o levantamento dos objectivos, custos e resultados esperados dos projectos de Simplificação dos Processos de Gestão Interna. Com base neste levantamento, foram identificados cinco projectos prioritários envolvendo: i) a desmaterialização de documentos, ii) uma maior automatização de processos e iii) a implementação de funcionalidades self-service nas áreas de reaprovisionamento, iv) a gestão dos recursos humanos e v) a aquisição de serviços. 11.2. Distribuição Polónia A cadeia de Supply Chain da Biedronka foi confrontada com diversos desafios de eficiência logística, a que deu resposta através de projectos, como sejam, a total sincronização de cargas e descargas nos seus Centros de Distribuição (o que permitiu uma melhor utilização do espaço de Armazém), a redução do Lead Time - tempo decorrido entre a encomenda e a entrega dos fornecedores - de 48 horas para 24 horas e, ainda, a optimização do tempo de descarga por parte desses mesmos fornecedores, acompanhada por uma melhoria do seu nível de serviço, quantificada em mais 3% face ao ano anterior. Em simultâneo, novos desenvolvimentos de sistemas logísticos e optimização de processos de planeamento e expedição permitiram melhorar substancialmente a pontualidade de entregas a lojas. Com efeito, tal resultou na redução da cobertura de stocks na Companhia em mais um dia. Contudo, a eficiência e excelência operacionais não foram exclusivamente focadas na área Logística. Nas lojas, foram efectuadas melhorias significativas nos seus sistemas de frente de loja e back-office que, enquadradas por uma total reengenharia de processos administrativos e operacionais, permitiram um aumento da produtividade e uma optimização da eficiência operacional. Nas áreas administrativas, foi dada preferência ao desenvolvimento de fluxos electrónicos de suporte a processos administrativos, bem como à automatização de sistemas de reporte, assegurando igualmente melhorias de produtividade e de controlo operacional. A minimização de fluxos de papel foi reforçada com a concretização do sistema de facturação electrónica com parceiros de negócio. Apesar da transferência electrónica de facturas já ser uma realidade na Biedronka desde 2003, nova regulamentação, 116 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão aprovada em 2006, permitiu a eliminação definitiva de facturas físicas, tendo este processo de adesão pelos parceiros de negócio sido reforçado durante 2007. 11.3. Indústria Em resultado do processo de fusão das diversas áreas de negócio numa única Companhia, foram desenvolvidos no ano de 2007, um conjunto de projectos com dois grandes objectivos: a criação de sinergias e aumento de eficiência a nível de custos, bem como a optimização de processos e introdução de novas ferramentas de gestão. Destacam-se dois exemplos: Projecto de Fusão Esta fusão exigiu uma preparação do sistema SAP num espaço de tempo muito curto, tendo todas as operações da Unilever Jerónimo Martins sido iniciadas com sucesso em Janeiro de 2007. Para o concretizar deste projecto foi fulcral o enorme esforço, dedicação e espírito de colaboração de todos os elementos das equipas Financeira, de Supply Chain e de Sistemas de Informação das Companhias. Unificação das Forças de Vendas de Consumo em Casa e Consumo Fora de Casa Em 2007, com a constituição da sociedade Unilever Jerónimo Martins, iniciou-se um novo modelo organizacional ao nível da força de vendas da Companhia. A totalidade do negócio de Consumo em Casa foi incorporado em duas Unidades de Negócio: i) Alimentar e ii) Cuidado Pessoal e Higiene Doméstica, bem como numa Direcção Comercial. Neste contexto, o ano caracterizou-se por uma reengenharia de processos, de alinhamento de conceitos e pela redefinição dos sistemas de informação. Em 2007, a gestão do negócio dos gelados passou a ser conduzida pela Unidade de Consumo Fora de Casa, à qual se juntaram também os negócios de Lipton RTD (igualmente consumo fora de casa) e Food Solutions (área vocacionada para o canal HoReCa). Desta forma, a Sociedade Unilever Jerónimo Martins promoveu a criação de uma equipa de gestão e vendas especializada neste segmento, tirando partido de sinergias operacionais e da complementaridade do seu portefólio de produtos alimentares, o que lhe permitiu reforçar a sua posição no mercado. 117 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 12. PROGRAMA DE INVESTIMENTOS DO GRUPO 12.1 Investimentos Determinado em manter posições de liderança nos negócios e mercados onde opera, o Grupo Jerónimo Martins encara a área de investimentos e a excelência nas operações de loja como pilares que garantem o seu crescimento e permitem, simultaneamente, a maximização do valor investido pelos Accionistas. Foi neste sentido que Jerónimo Martins inaugurou, em 2007, um total de 243 novas lojas, e igualmente comemorou, no mês de Setembro, a abertura da milésima loja Biedronka, um marco nos negócios do Grupo na Polónia. Esta insígnia fechou o ano com 1.045 lojas, tendo aberto 156 novos pontos de venda na Polónia. Já em Portugal, o ritmo de aberturas no Retalho Alimentar foi também significativo: 25 lojas Pingo Doce e 8 lojas Feira Nova. A aposta no desenvolvimento de novas áreas de negócio traduziu-se, ainda, na abertura de 54 novos estabelecimentos em áreas como a restauração, as farmácias e o abastecimento de combustíveis. Rem odelações 1 2007 2006 2005 Lojas Novas 2007 2006 2005 2 Lojas Fechadas 2007 2006 2005 25 11 5 30 26 14 4 1 3 Feira Nova 8 9 2 0 2 6 0 0 1 Recheio 3 0 1 0 3 1 5 0 0 0 Biedronka 156 116 84 71 57 64 16 16 4 Outros Negócios 54 33 20 3 2 10 7 1 0 Pingo Doce 1 2 3 Exceptuando o Recheio, consideram-se apenas as lojas cuja remodelação implicou o encerramento da área de venda alimentar. Inclui as lojas Pingo Doce na Madeira Inclui a loja Recheio na Madeira Aberturas -2007 Distribuição Portugal Remodelações - 2007 Distribuição Portugal Fafe Monção São Gens Prior Velho Tágides Park Guimarães 6 7 Trofa S.P. da Cova Almodovar Soure 5 4 2 Tondela Forte da Casa Vizela C. de Vide Canidelo C. de Branco D.V. - Funchal Batalha O. do Douro Almeirim S.J. Madeira Estarreja 3 6 5 4 3 S. do Vouga S.M. Corroios Benavente O. de Frades Évora Canidelo Q. do Conde V. de Cambra Arcozelo Borba 2 C. da Maia 1 1 0 0 FEV MAR ABR MAI JUN JUL Pingo Doce AGO SET Feira Nova OUT NOV DEZ FEV MAR ABR MAI JUN Pingo Doce JUL AGO SET NOV Recheio É intenção de Jerónimo Martins prosseguir com um plano de expansão exigente. Para além da aquisição, em Dezembro de 2007, das operações da Plus em Portugal (75 lojas) e na Polónia (210 lojas), operação para a qual se aguarda aprovação das autoridades competentes, o Grupo conta ainda com um conjunto de licenças 118 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão aprovadas, para abertura de lojas em Portugal, que lhe permitirá reforçar a sua posição no mercado. Paralelamente, consciente da importância de assegurar as melhores condições aos clientes que escolhem as insígnias do Grupo, Jerónimo Martins tem reforçado, nos últimos anos, o investimento em manutenção e remodelação do seu parque de lojas. Sendo indispensáveis para proporcionar aos clientes ambientes de compra com qualidade, estes investimentos têm um papel fundamental no crescimento like-for-like das vendas, embora no ano em que ocorrem tenham um impacto significativo nas vendas, já que implicam o encerramento das lojas por um período de 30 a 45 dias. Para tal, investiram-se, em 2007, 145 milhões de euros (cerca de 40% do resultado operacional EBITDA). A aposta simultânea no crescimento e na melhoria da qualidade do parque de lojas representou, no ano em análise, um investimento de 468,5 milhões de euros. 12.2. Desinvestimentos À semelhança do ocorrido em anos anteriores, continuou-se a acompanhar a contribuição de cada uma das lojas, tendo-se decidido pelo encerramento sempre que se afigurou impossível inverter a tendência de perda de valor ou quando a loja não se enquadrou no posicionamento da respectiva insígnia ou quando se optou por substituição da loja existente. Desta forma, foram encerradas 16 lojas Biedronka, 4 lojas Pingo Doce e 7 lojas na área da restauração. A racionalização do capital investido no negócio merece também uma atenção especial por parte da Gestão do Grupo. Neste contexto, foram já assinados acordos de parceria para o desenvolvimento dos espaços comerciais anexos às lojas, e outros há que 119 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão estão a ser analisados. No mesmo sentido, existem trabalhos a decorrer para determinar quais as melhores soluções para rentabilizar o valor do parque imobiliário do Grupo. 120 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 13. PERSPECTIVAS PARA 2008 13.1 Perspectivas Internacionais Enquadramento Macro-económico Em 2008, o crescimento económico mundial deverá permanecer elevado, na ordem dos 4,0%, de acordo com as projecções de Janeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os especialistas continuam a assumir um cenário de forte dinâmica para as várias economias emergentes, mas não deixam de apresentar uma expectativa de abrandamento global, pelo segundo ano consecutivo. Em Janeiro de 2008, o FMI disponibilizou uma revisão das estimativas, em função de novos cálculos estatísticos, para a paridade do poder de compra entre 2002 e 2007. Neste novo quadro, as projecções para 2008 reflectem expectativas de maior abrandamento económico para a generalidade das economias. O crescimento da economia norte-americana deverá situar-se em 1,5%, denotando uma visão bastante conservadora devido aos efeitos do crédito mais restritivo, do reajustamento ainda em curso no sector imobiliário e da evolução do preço do petróleo. Já o crescimento económico da Zona Euro deverá situar-se em 1,6%, reflectindo uma expectativa de abrandamento de 1 ponto percentual. O consumo privado continua a ser o motor de crescimento em virtude de o mercado de trabalho se apresentar mais forte e o efeito de políticas fiscais mais restritivas se encontrar já diluído. No entanto, o forte abrandamento reflectido nas projecções é explicado por vários factores, nomeadamente, i) a conjuntura da economia norte-americana, ii) o Euro a permanecer forte face ao Dólar e iii) os spreads de crédito a serem alargados em função das expectativas de risco. O investimento deverá abrandar novamente embora continue bem sustentado pela solidez de balanço das empresas europeias. Já o fortalecimento do Euro poderá conduzir a uma perda de competitividade da Europa e à diminuição das exportações. Para 2008, os especialistas assumiram cenários de: Inflação contida, tanto na Europa como nos Estados Unidos, decorrente do cenário de abrandamento económico global e apesar de existirem expectativas muito acentuadas de pressões inflacionistas no preço do petróleo e no preço das matérias-primas não energéticas, sobretudo, nos bens agrícolas que são integrados na produção de bens alimentares essenciais; Manutenção das taxas de juro de referência da Reserva Federal Americana (FED) e do Banco Central Europeu (BCE); Desvalorização continuada do Dólar - com o Euro a testar a barreira do 1,50 dólares logo no início do ano - tendência que se poderá inverter na segunda metade do ano. Diversas casas de investimento esperam que, 2008, seja um ano de ganhos sustentados no crescimento económico e no bom desempenho das empresas que continuam a apresentar evidências de solidez financeira e a ganhar escala em processos de internacionalização. Também as operações de Fusão e Aquisição permanecerão um eixo importante de crescimento económico, podendo ser um factor importante para a valorização de títulos nos mercados de capitais. 121 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão Factores de Incerteza e Volatilidade Macro-económica De momento, o nível de incerteza sobre o comportamento da economia mundial, e, mais especificamente, da economia norte-americana, em 2008, é elevado, não só por pressão de eventual agravamento da crise nos mercados financeiros, com efeitos na concessão de crédito a empresas e particulares, mas também por pressão da evolução dos preços do petróleo. Efectivamente, o preço do crude atingiu novo máximo histórico, no início de 2008, ao ultrapassar a barreira dos 100 dólares por barril no mercado de referência de Nova Iorque. Os focos de tensão na Nigéria, Quénia e Paquistão, a par de uma descida nos stocks de reserva norte-americanos para o nível mais baixo dos últimos três anos, estiveram na origem da subida dos preços, com os especialistas a acreditarem que o petróleo pode vir a atingir os 110 dólares, ainda no primeiro trimestre de 2008, e os 120 dólares também durante este ano, uma vez que a procura mundial continua a crescer e as tensões geo-políticas são um constante factor de instabilidade. As matérias-primas não energéticas podem vir a sofrer efeitos inflacionistas superiores ao esperado, não só devido à procura mundial, que continua a crescer, mas também devido às condições climatéricas, que poderão ser adversas. Adicionalmente, existe uma procura crescente de matérias-primas, como os cereais, para a produção de energias alternativas que poderá ser acelerada por novas subidas do preço do petróleo. Consequentemente, o cenário de manutenção das taxas de juro de referência incorpora um grau elevado de incerteza. A Reserva Federal Americana pode continuar a reduzir as taxas de juro para “aquecer” a economia, embora as expectativas dos especialistas tenham sido ultrapassadas, logo em Janeiro de 2008, com a FED a reduzir a taxa de juro de referência para 3%. Por sua vez, na Europa, o BCE pode querer aumentar a taxa de juro de referência se a inflação não permanecer contida. Mas, à semelhança do que já aconteceu em 2007, o BCE pode ser obrigado a enfrentar os dilemas da sua política monetária, por forma a evitar um cenário de abrandamento económico superior ao esperado. A evolução das moedas, nomeadamente o Dólar e o Euro, é também incerta e estará correlacionada com os efeitos das políticas monetárias que vierem a ser implementadas pelos Bancos Centrais. No entanto, é certo que a valorização do Euro para além do esperado terá efeitos adversos no cenário perspectivado para a economia europeia. Também nos mercados bolsistas, os níveis de incerteza e volatilidade são elevados. As expectativas sobre os resultados das empresas e a confiança dos investidores podem ser afectados pela evolução da economia mundial mas, apesar de tudo, sabe-se que as empresas estão melhor preparadas para enfrentar adversidades na sequência dos processos de restruturação que levaram a cabo nos últimos anos. Ainda assim, a recomendação da maioria das casas de investimento, para 2008, é de prudência na exposição a curto-prazo e de monitorização atenta do quadro macro-económico, de modo a antecipar sinais de: i) abrandamento económico mais acentuado, ii) maior dificuldade no acesso ao crédito, iii) reajustamento do mercado imobiliário de algumas economias Europeias e iv) revisão das estimativas de lucro das empresas que não anteciparam adequadamente o cenário macro-económico. 122 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão Sector da Distribuição Alimentar Para 2008, perspectiva-se que o sector da Distribuição Alimentar continue a apresentar elevado dinamismo e diversidade, embora os factores de incerteza e volatilidade macro-económica não devam ser ignorados aos vários níveis de actuação dos operadores. As tendências de consolidação vão continuar a registar-se nos mercados mais maduros, onde existe pouco espaço para crescimento orgânico rentável. Também os mercados em desenvolvimento vão continuar a oferecer oportunidades de consolidação, sendo de esperar que o retalho tradicional continue a dar espaço ao crescimento da distribuição moderna e que os operadores internacionais, que não estejam a atingir o retorno desejado para os seus investimentos, continuem a optar por sair do mercado e a racionalizar a sua carteira de activos ou a investir em outras localizações. A expansão internacional continua a ser um tema central no sector. O quadro de tendências para os mercados emergentes mantém-se, sendo certo que as geografias onde existe maior potencial de crescimento estão associadas a riscos estruturais relevantes. A pressão sobre os resultados das empresas, associada a uma conjuntura macro-económica global optimista, mas incerta, leva a que os operadores continuem a desenhar planos de internacionalização mais cautelosos do que aqueles que implementaram na última década. Tanto as operações de Fusão e Aquisição como a expansão internacional, exigem uma capacidade de financiamento que deverá ser alavancada no crédito. Neste particular, os operadores vão estar pressionados por uma maior exigência e selectividade do mercado financeiro, não só em termos de custo do capital como de garantias associadas à solidez de balanço e à capacidade de planeamento e antecipação de cenários macro-económicos e de mercado. O elevado nível concorrencial, tanto em mercados maduros como nos mercados em desenvolvimento, vai continuar a colocar pressão no preço e, por sua vez, no retorno do investimento, obrigando os operadores a serem muito racionais na sua oferta e a procurar a captação contínua de eficiências em todos os níveis da cadeia de valor. A optimização de estruturas e processos, o outsourcing de actividades secundárias e os ganhos de produtividade que as novas tecnologias podem oferecer, vão continuar em agenda. Em determinadas geografias, sobretudo naquelas em que o mercado imobiliário está mais valorizado, a gestão deste tipo de activos - imobiliários - começa a ser analisada atentamente pelos operadores de retalho. O quadro de tendências demográficas e de consumo é global e mantém-se, mas os mercados vão continuar a apresentar graus de desenvolvimento distintos, associados aos respectivos índices de poder de compra. Nos bens alimentares, a sensibilidade ao preço vai continuar a ser uma realidade global. O endividamento das famílias, associado a políticas monetárias mais restritivas por parte dos Bancos Centrais, tem efeitos directos no poder de compra dos consumidores. Por sua vez, os padrões de consumo dos mercados mais maduros continuam a sugerir um aumento da despesa em bem-estar, tecnologias de última geração, cuidados com a saúde, viagens, restauração, lazer e entretenimento, em detrimento da despesa para consumo em casa. Já nos mercados emergentes e em desenvolvimento, o poder de compra é, regra geral, muito baixo, mas existe uma apetência por padrões de consumo semelhantes aos dos países desenvolvidos, o que também coloca a despesa alimentar sob grande pressão. 123 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão A evolução tecnológica e o acesso à informação vão continuar a ser determinantes nos padrões de consumo, em geral, e nos hábitos alimentares, em particular, podendo introduzir mudanças acentuadas de forma muito rápida. A preocupação com o equilíbrio alimentar em termos de qualidade e segurança, saúde, bem-estar e diversidade, a par da importância crescente de factores como a conveniência e o consumo imediato (sobretudo nas grandes zonas urbanas), e o envelhecimento e diversidade racial e cultural das populações, vão continuar a orientar a evolução do negócio alimentar em geral. A solidez das posições de mercado dos operadores é, cada vez mais, determinada pela escala, pela competitividade em preço e pela capacidade de adaptação contínua à evolução específica de cada mercado. Nesse sentido, os operadores têm de saber antecipar os aspectos efectivamente valorizados pelo consumidor e oferecer soluções diferenciadas a preços competitivos. Vários operadores internacionais de hipermercados têm vindo a testar novos conceitos de proximidade, no sentido de captar o potencial de crescimento deste segmento e minimizar as pressões que o formato hipermercado está a enfrentar nos mercados mais maduros. Já os operadores de discount continuam a alargar a sua oferta a frescos, a marcas da indústria e a gamas de marca própria de qualidade superior, mas sempre dentro dos parâmetros de eficiência operacional, em que habitualmente operam. Por sua vez, os operadores de supermercados procuram o melhor compromisso de preço/proximidade/variedade, ao mesmo tempo que têm vindo a aproximar-se da eficiência operacional dos discounts. Finalmente, as lojas de conveniência e o retalho especializado deverão continuar a mostrar evidências de crescimento. A aposta em categorias e serviços, que até aqui não eram disponibilizados pelos operadores de retalho alimentar, e o desenvolvimento de canais alternativos de distribuição, como a Internet ou a venda por catálogo, são actividades que têm vindo a ser intensificadas pelos vários operadores internacionais, independentemente do formato em que operam. De igual modo, os operadores de retalho estão a intensificar a aposta no desenvolvimento e divulgação de programas de sustentabilidade relacionados com questões ambientais e sociais da actualidade. As iniciativas de carácter ambiental estão orientadas, prioritariamente, para a redução de consumos: energéticos, com transporte, e com materiais de embalagem e outros consumíveis, ao longo da cadeia de valor, tendo implícito a redução de custos, a defesa dos recursos ambientais e a promoção de maior qualidade de vida ambiental. Paralelamente, os operadores estão a acompanhar a evolução tecnológica e a introduzir novas práticas, equipamentos e produtos mais amigos do ambiente. No entanto, a maioria das novas tecnologias nesta área é ainda muito cara quando comparada com as alternativas usuais. Por sua vez, as iniciativas de carácter social, que pretendem dar um contributo para o desenvolvimento da sociedade em geral, e das comunidades locais em particular, apresentam um âmbito bastante abrangente e podem incluir questões como a promoção de mais qualidade e segurança alimentar, de uma alimentação mais equilibrada e saudável, comércio justo, sourcing local, oportunidades de emprego dirigidas às minorias, apoio aos mais desfavorecidos, entre outras. 124 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 13.2. Perspectivas para o Mercado Português Enquadramento Macro-económico Em 2008, o crescimento económico em Portugal deverá manter-se. As exportações permanecerão o principal motor de crescimento da economia portuguesa, embora o cenário seja de abrandamento para valores perto dos 5%. Por sua vez, a manutenção dos níveis elevados de endividamento das famílias, a par de uma taxa de desemprego a posicionar-se acima dos 7,5%, limitam as expectativas de crescimento do consumo privado. Os especialistas antecipam, ainda, que a inflação se mantenha aos níveis de 2007, em 2,4%, e que o investimento continue a crescer, na ordem dos 3,3%, suportado, sobretudo, pela recuperação do investimento público. Contudo, a exposição da economia portuguesa à conjuntura internacional, definida como incerta e volátil, é elevada. O crescimento das exportações no próximo ano pode estar condicionado pelo facto de 80% das mesmas terem como destino a Europa, estando esta região também muito exposta à conjuntura internacional e, nomeadamente, à economia norte-americana. Por sua vez, o país continua a defrontar-se com a necessidade de continuar a controlar a despesa pública e de proceder a reformas estruturais complexas, o que aumenta o risco num cenário macro-económico que, já de si, comporta incerteza. Apesar do clima económico difícil que se antecipa para Portugal, os analistas têm vindo a adiantar que a bolsa portuguesa poderá valorizar-se entre 10% a 15% em 2008. Mercado de Retalho Alimentar Em 2008, o retalho alimentar Português deverá continuar a apresentar um crescimento bastante modesto se não se considerar o efeito da inflação. Já o retalho alimentar moderno deverá continuar a crescer de forma sustentada, não só por captação de vendas a outros segmentos do alimentar, nomeadamente mercearias, mercados municipais e independentes especializados, como pelo alargamento da sua oferta a novas categorias e serviços que são já comercializados por este tipo de operadores em mercados mais maduros. Prevê-se que a concretização das operações de aquisição, iniciadas em 2007 pelos dois maiores operadores do retalho nacional, Jerónimo Martins e Sonae, venha a consolidar as respectivas posições de mercado, com ambos a reforçarem a sua escala e a sua base de clientes. Alguns analistas adiantam que ainda existe espaço para mais consolidação no mercado Português. O nível concorrencial no retalho alimentar deverá manter-se elevado e pode até aumentar, em função das novas aberturas previstas e da eventual pressão adicional dos discounts na tentativa de reforçarem a sua quota de mercado. O licenciamento deverá continuar a apresentar sinais de abrandamento, estando os formatos de maior dimensão a demonstrar receios de investir num mercado que já apresenta níveis significativos de saturação. Já o ritmo de aberturas deverá permanecer em linha com anos anteriores, dado o número elevado de licenças ainda disponíveis. O regime de licenciamento, 125 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão actualmente em revisão, poderá vir a introduzir novas especificidades e mais clareza de processos, mas não se espera que o mesmo venha alterar substancialmente as perspectivas de mercado. Os operadores que se estão a posicionar para o longo prazo deverão continuar a investir no reforço das respectivas insígnias num mercado que se tem apresentado pouco diferenciado até agora. É possível, ainda, que possam surgir novos conceitos de loja, lançados por operadores presentes no mercado. Mercado Grossista Retalho Independente Em 2008, espera-se que a facturação dos retalhistas independentes, abastecidos por operadores grossistas, continue a diminuir, sendo também de prever uma diminuição do seu número de estabelecimentos por encerramento da actividade. O nível crescente de consolidação do retalho moderno, através de operações de aquisição, por um lado, e o ritmo de abertura de novas lojas na área de influência dos retalhistas independentes, por outro, a par de uma maior pressão competitiva, tanto nos preços como nas margens, são os factores responsáveis pela agudização desta tendência de mercado. Restauração O mercado total da restauração aproxima-se dos cinco mil milhões de euros de facturação mas a oferta é significativamente dispersa, sendo que as cinco maiores Companhias representam apenas 6% do mercado. A restauração tradicional é o segmento mais importante, representando 70% do total deste mercado. O ritmo de crescimento do mercado total (cadeias, restauração colectiva e tradicional) deve acentuar-se nos próximos anos, atingindo os 4% em 2008. A proporção de refeições realizadas fora de casa deverá aumentar nos próximos anos, convergindo para a média da União Europeia. Por sua vez, as refeições realizadas em casa vão, cada vez mais, estar suportadas por soluções de alimentação criadas por empresas e entregues ao domicílio ou adquiridas em balcões de livre serviço. A preocupação com uma alimentação saudável e equilibrada será um factor determinante no desenvolvimento do negócio da restauração fora de casa. A conjuntura macro-económica, seja ela mais favorável ou mais adversa, será sempre, um factor determinante na evolução deste mercado. No entanto, face às perspectivas de crescimento da restauração, é de esperar a expansão dos operadores mais organizados e a entrada de novos concorrentes que vão acelerar o nível concorrencial no sector. Por sua vez, os operadores que abastecem a restauração vão passar a enfrentar uma maior pressão ao nível do preço e da proposta de valor para conseguir ganhar quota neste mercado. Neste grupo, estão incluídos os operadores grossistas que vão continuar a estar pressionados pela diminuição do negócio de retalho independente. Simultaneamente, o crescimento moderado da restauração (canal HoReCa) cria 126 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão perspectivas de crescimento, ainda que moderadas, aos operadores grossistas melhor posicionados para servir este tipo de clientes. Durante o ano de 2008, poderão surgir algumas operações de aquisição por parte dos operadores grossistas que pretendem consolidar a sua posição de mercado e a sua rentabilidade a longo prazo. Espera-se, ainda, que ocorram duas ou três aberturas realizadas pelos maiores operadores do mercado. 13.3. Perspectivas para o Mercado Polaco Enquadramento Macro-económico Os especialistas estimam que, em 2008, a Polónia vai continuar a apresentar um forte crescimento económico, acima dos 5%, embora reflectindo alguns sinais de abrandamento face ao ano anterior. A procura interna continuará a ser o motor do crescimento incentivada por menor pressão fiscal e pela diminuição das contribuições sociais. No mercado de trabalho, prevê-se que a taxa de desemprego continue a cair, embora de forma menos acentuada. Já os salários devem continuar a aumentar de forma significativa, estimando-se, para este ano, aumentos superiores a 10%. Existe, ainda, uma tendência clara de pressão inflacionista, sobretudo no sector alimentar, impulsionada, não só pelo aumento do poder de compra e pelo maior dinamismo do consumo, como também pelo aumento do custo dos factores de produção - salários e energia. A taxa de inflação projectada para 2008 coloca-se acima dos 3%. Em Dezembro de 2007, o Conselho de Políticas Monetárias manteve as taxas de juro inalteradas, mas prevê-se que estas possam vir a atingir 5,5% em Abril de 2008 e 6% a 6,25% no final do ano, dependendo, no entanto, da evolução que o zloty venha a registar. A moeda polaca deverá continuar a valorizar-se, sustentada nas remessas enviadas pelos emigrantes, nos fluxos de investimento directo na Polónia e no aumento da produtividade laboral. A nova conjuntura política, em resultado das eleições, e um prémio de risco inferior, são factores que também vão sustentar a tendência de valorização do zloty. Os analistas acreditam que a falta de reformas estruturais profundas nas finanças públicas irá impedir a Polónia de entrar na Zona Euro antes de 2016, ainda que o Pacto de Covergência assuma 2012 como o ano de adesão. Mercado de Retalho Alimentar O cenário previsto para o retalho alimentar da Polónia é de continuidade face aos anos anteriores. O aumento do poder de compra vai permitir que o perfil do consumidor continue a evoluir de forma bastante dinâmica, procurando e exigindo este cada vez mais qualidade e inovação, mas continuando a ser particularmente sensível ao preço, numa total filosofia value for money. Espera-se, ainda, que a indústria, polaca ou 127 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão estrangeira, continue a aproximar rapidamente os níveis de qualidade e segurança alimentar e a gama de produtos aos padrões disponibilizados na Europa Ocidental. Apesar de existir um clima de crescimento económico que propicia boas perspectivas para o retalho alimentar, o mercado vai continuar muito agressivo em termos concorrenciais, sendo a Polónia uma das geografias com maior presença de operadores internacionais de relevo. A expansão orgânica vai continuar a ser uma realidade em todos os formatos, uma vez que a consolidação do mercado é ainda baixa quando comparada com as médias na Europa Ocidental. A este nível, a par das grandes cidades, que ainda oferecem oportunidades de expansão, estão as cidades de província, que continuam a atrair o investimento do sector. À semelhança do que se registou em 2007, a actividade de Fusões e Aquisições deverá prosseguir, não se excluindo a hipótese de entrada de novos operadores internacionais, em substituição de cadeias actualmente presentes. A concretização da entrada da Aldi no mercado polaco, planeada para a Primavera de 2008, é algo a confirmar. Por sua vez, o retalho tradicional independente está a tentar modernizar-se, a especializar-se e a formar cadeias de comércio integrado, à semelhança do que se regista em mercados mais desenvolvidos. A nova lei do licenciamento comercial veio introduzir dificuldades acrescidas ao ritmo de expansão das cadeias que operam áreas comerciais acima dos 400 metros quadrados, sendo de esperar que venham a ser tomadas algumas medidas correctivas em relação a esta matéria. Por último, a valorização do imobiliário deverá continuar a ser uma tendência relevante no sector do retalho, tanto no arrendamento como na aquisição. Fontes Consultadas: World Economic Outlook do FMI, Outubro 2007, Janeiro 2008; Economic Outlook nº 80 OCDE, Novembro 2007; Previsões de Outono da Comissão Europeia; Reuteurs; Economist Intelligence Unit; UBS, HSBC, Credit Suisse, Estudos Económicos e Financeiros BPI, Dezembro 2007; Boletins Económicos do Banco de Portugal, Outono e Inverno 2007; Ministério das Finanças de Portugal; Relatórios Temáticos da Universidade Católica Portuguesa – NECEP/CEA FCEE; Instituto Nacional de Estatística; Direcção Geral de Actividade Económica; Boletins Económicos do Banco Nacional da Polónia; Ministério das Finanças Polaco; Central Statistical Office (GUS); Citigroup; Citibank Handlowy; BRE Bank; Planet Retail; Deloitte; TNS; Nielsen; Girasic; Datamonitor; Accenture; Ernst & Young; AT Kearney, Business Monitor International Ltd; APED; Uniarme; AREST; CIES; AMS, WBCSD. 128 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 13.4. Perspectivas para o Negócio do Grupo Perante a actual conjuntura económica e sectorial, Jerónimo Martins vai dar continuidade à estratégia que tem vindo a implementar, a qual tem produzido resultados de forma consistente, e que tem recebido o reconhecimento do mercado. Competitividade e crescimento continuam a ser os principais vectores de actuação do Grupo, embora sujeitos a rácios de rentabilidade e solidez financeira em consonância com as metas traçadas. Na condução dos negócios, é fundamental continuar a antecipar adequadamente uma envolvente que comporta incertezas, é volátil e gera contingências. O Grupo Jerónimo Martins continua, assim, empenhado em explorar as oportunidades que se coadunam com a sua visão estratégica e em preparar-se proactivamente para gerir os riscos e contingências de cada negócio do seu portefólio. A primeira prioridade estratégica continua a assentar na sustentabilidade e na criação de valor do portefólio actual. Neste sentido, os investimentos serão prioritariamente canalizados para a manutenção da competitividade das Companhias do Grupo e para a consolidação das suas actuais posições de mercado. Neste âmbito, os diversos formatos de distribuição alimentar do Grupo vão continuar focados no crescimento das vendas e na eficiência do capital, apostando no desenvolvimento contínuo das suas ofertas de valor para responderem cada vez melhor às exigências e preocupações dos consumidores e, simultaneamente, conseguirem competir em mercados cada vez mais saturados e com margens comerciais muito estreitas. Negócio de Retalho Alimentar em Portugal Em 2008, Jerónimo Martins vai continuar a investir fortemente na consolidação de uma posição de liderança no retalho alimentar. Com o acordo para aquisição das 75 lojas da Tengelmann Plus, anunciado ao mercado no final de 2007 e que se espera concluído durante o primeiro semestre do ano, o Grupo espera aumentar a sua área de venda a retalho alimentar em cerca de 15%. Ao longo do ano, Jerónimo Martins vai dar particular atenção ao processo de integração destas lojas na insígnia Pingo Doce, de modo a atingir os rácios desejados e garantir a estabilidade de toda a estrutura operacional o mais rapidamente possível. Por sua vez, o plano de expansão e de remodelação de lojas da insígnia Pingo Doce, assumido até à concretização da operação de aquisição, vai ser revisto, no sentido de garantir o foco financeiro e operacional e evitar eventuais situações de sobreposição nas áreas de influência. Ainda durante o ano de 2008, Jerónimo Martins espera vir a analisar o cenário de integração de médias superfícies Feira Nova na insígnia Pingo Doce em função dos resultados dos testes que se vão realizar durante o ano. Desta forma, o Grupo pode vir a reforçar o parque de lojas Pingo Doce, passando a ser a insígnia nacional com maior área de venda, especializando Pingo Doce e Feira Nova nos formatos até 2.000 metros quadrados e grandes superfícies, respectivamente. 129 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão O Grupo vai, ainda, continuar a proteger a rentabilidade dos seus activos, através da optimização de processos de gestão e das estruturas de custos, e os dois grandes projectos de 2008, acima referidos, não serão alheios a estes princípios. Estudos de mercado continuam a demonstrar que o Grupo tem vindo a reforçar a imagem das suas insígnias junto dos consumidores, fruto das estratégias de marketing que têm vindo a ser implementadas. O Pingo Doce tem, neste momento, uma imagem de qualidade e competitividade, que lhe permite continuar a definir objectivos muito ambiciosos para o crescimento das suas vendas no actual parque de lojas, apostando na consolidação da Marca Própria e dos Perecíveis, enquanto elementos de diferenciação e motores de crescimento. A Companhia perspectiva, ainda, novas oportunidades de crescimento que pretende explorar de forma ponderada. São disso exemplo as categorias relacionadas com saúde e bem-estar, flores naturais, utensílios de cozinha e lar ou o take-away com zona de restauração quando a área de venda da loja o permite. O Feira Nova continua a enfrentar um desafio importante, porquanto o formato hipermercado continua sujeito à pressão crescente do retalho de proximidade e dos discounts, tanto em Portugal como em outros mercados mais maduros. Os estudos de mercado evidenciam uma evolução significativa na imagem da insígnia Feira Nova para a qual contribuíram igualmente factores como a qualidade dos Perecíveis, a Marca Própria e a dinâmica de oferta em geral. Negócio Grossista em Portugal Em 2008, o Recheio pretende continuar a reforçar a sua posição de liderança no mercado grossista, apostando de forma sólida e consistente, no canal HoReCa, sendo certo que o peso deste segmento nas vendas totais já é superior ao peso do retalho tradicional e existem perspectivas para continuar a crescer sustentadamente. Para tal, a Companhia vai continuar a reforçar o seu posicionamento de especialista alimentar através do desenvolvimento da proposta de valor, apostando, ainda, numa forte divulgação junto dos clientes alvo, na modernização das lojas, dotando-as dos melhores equipamentos ao nível da segurança alimentar e de processos de gestão que permitam obter ganhos incrementais de eficiência. A contínua formação, a motivação e o desenvolvimento das equipas operacionais são condições essenciais no plano de crescimento do Recheio de forma a proporcionar elevados níveis de serviço e satisfação, dois factores essenciais na fidelização dos clientes à insígnia. Em função das perspectivas que traçou para o retalho alimentar organizado e, nomeadamente, para o retalho tradicional, a Companhia acredita que, em 2008, o mercado grossista vai continuar a oferecer fortes perspectivas de consolidação e o Recheio pretende estar atento a todas as oportunidades que lhe permitam continuar a reforçar a sua quota de mercado. Negócio de Retalho Alimentar na Polónia Jerónimo Martins vai continuar a investir fortemente no reforço e consolidação da sua posição de liderança no retalho alimentar na Polónia, como tem feito até aqui, sendo disso exemplo o referido acordo para aquisição das 210 lojas da Tengelmann Plus, 130 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão anunciado ao mercado no final de 2007, na sequência do qual o Grupo prevê aumentar a área total de venda a retalho em mais de 20%. Embora se perspective um processo de integração relativamente linear, em virtude de os formatos serem muito similares e o impacto operacional estar diluído pelas seis grandes regiões logísticas, prevê-se um plano de expansão mais moderado durante o processo de integração e a retoma da agressividade anterior assim que seja razoável. A insígnia Biedronka tem provado ser robusta e a Companhia pretende continuar a investir no reforço da sua imagem junto dos consumidores Polacos, através da renovação contínua da proposta de valor em preço, qualidade, proximidade e inovação, de forma a acompanhar o forte desenvolvimento da economia Polaca. Nesse sentido, a Biedronka está determinada em manter o crescimento das vendas a dois dígitos no actual parque de lojas, mesmo sabendo que vai continuar a defrontar-se com um cenário de grande pressão competitiva. A optimização contínua da eficiência operacional, interna e em parceria com os fornecedores, vai continuar a ser um sustentáculo essencial da capacidade competitiva da Companhia. É ainda de esperar que os resultados dos testes piloto na área das farmácias, realizados durante o ano de 2007, possam conduzir ao aumento da rede de lojas, em 2008, de forma a confirmar os factores críticos para o sucesso do negócio e definir as características exactas do modelo a expandir. No entanto, em 2008, este negócio ainda não terá expressão no portefólio de negócios do Grupo. Negócio de Indústria e Serviços em Portugal Na área da Indústria, o investimento nas marcas líderes de mercado, tanto em preço como em inovação, continua a ser a grande prioridade do negócio. O processo de restruturação que conduziu à criação de uma Companhia única e à racionalização do portefólio, com a eliminação de marcas com fraco potencial, deverá permitir continuar a proteger a rentabilidade dos activos e as quotas de mercado das marcas presentes no actual portefólio. A Jerónimo Martins Distribuição e a Jerónimo Martins Restauração e Serviços continuam a procurar dar sustentabilidade ao seu portefólio de representadas, ao mesmo tempo que estudam oportunidades de negócio na Restauração, reforçando o seu plano de crescimento nesta área. Desenvolvimento de Novos Negócios A segunda grande prioridade estratégica de Jerónimo Martins prende-se com o desenvolvimento de novos negócios que permitam ao Grupo reforçar a rentabilidade média dos seus activos e passar a patamares superiores de crescimento, respeitando os seus parâmetros de equilíbrio financeiro e perfil de risco. No quadro da sua missão, o Grupo vai continuar a apostar exclusivamente no sector alimentar, sendo certo que este oferece crescimentos estáveis e moderados na sua globalidade, mas, ainda assim, com diversas e significativas oportunidades de negócio ditadas pela conjuntura macro-económica e pela dinâmica dos mercados. 131 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão A atenção a possíveis novos investimentos será canalizada prioritariamente para a diversificação geográfica na área da distribuição, nomeadamente na Europa Central e de Leste, onde o Grupo possui uma experiência internacional de sucesso com mais de dez anos, mas as oportunidades de crescimento em outras áreas do mundo alimentar não deixarão de ser analisadas. A diversificação geográfica continua a exigir a avaliação ponderada dos riscos de mercado e das necessidades de ajustamento da Organização a uma nova etapa de crescimento, que devem ser devidamente acauteladas e sobre as quais o Grupo vai continuar a debruçar-se em 2008. Também, a recente aquisição da cadeia Plus em Portugal e na Polónia, exige o foco financeiro e operacional para concretizar um processo de integração bem sucedido. Em 2008, os calendários de projectos de expansão geográfica a Leste não podem deixar de ser analisados em função desta realidade. Mais uma vez, Jerónimo Martins antecipa um ano muito exigente, continuando a assumir objectivos ambiciosos, mas exequíveis, os quais reflectem o claro compromisso de toda a Organização com o crescimento saudável e a criação de valor no curto, médio e longo-prazo. O investimento em formação e no desenvolvimento de competências internas vai igualmente continuar a ser uma aposta do Grupo, ao nível da equipa operacional e de gestão. 132 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 14. FACTOS SUBSEQUENTES No dia 2 de Janeiro de 2008, e na sequência do comunicado de 14 de Setembro de 2007 da Unilever PLC, a Jerónimo Martins chegou a acordo com este seu parceiro quanto à alienação, pela Unilever Jerónimo Martins, Lda., de parte do negócio de chá preparado (ready-to-drink tea) da marca Lipton, à Pepsi Lipton International (PLI), sociedade que representa a parceria entre a Unilever PLC e a PepsiCo. Na mesma data, a Unilever Jerónimo Martins, Lda. assinou, com a PLI um contrato para a distribuição dos produtos desta última em Portugal, tendo acordado o recebimento de 38 milhões de euros, como compensação pela redução estimada dos seus cash-flows futuros. Esta compensação deverá ter um impacto de cerca de 12 milhões de euros no resultado líquido do ano de 2008 de Jerónimo Martins. No dia 9 de Janeiro de 2008, o Recheio Cash & Carry, S.A. e a sua participada Imocash – Imobiliário de Distribuição, S.A. assinaram um contrato de promessa de trespasse e de compra e venda de imóvel com a Sociedade Luta – Comércio e Distribuição de Produtos de Consumo, CRL, com vista à aquisição de um estabelecimento comercial de venda por grosso e do imóvel onde este está instalado, detidos por esta última no Concelho de Cascais. A operação, que envolve um montante global (incluindo o valor do imóvel) de 15 milhões de euros, está sujeita, entre outras condições, à não oposição pela Autoridade da Concorrência. 133 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 15. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS No exercício de 2007, Jerónimo Martins, SGPS, S.A. apresentou um lucro consolidado de 131.261.083 euros e um lucro nas contas individuais de 81.613.839,47 euros. O Conselho de Administração propõe que os resultados líquidos do exercício sejam aplicados da seguinte forma: • • • Reserva Legal ........................... 4.080.691,97 euros. Dividendos ............................. 60.329.685,12 euros. Reservas Livres ....................... 17.203.462,38 euros. De acordo com a política de distribuição de dividendos há vários anos anunciada, descrita no Relatório do Governo da Sociedade, a proposta apresentada corresponde a uma distribuição de 46% do resultado líquido consolidado. Esta proposta representa o pagamento de um dividendo bruto de 0,096 euros por acção, excluindo-se as acções próprias em carteira. Lisboa, 27 de Fevereiro de 2008 O Conselho de Administração 134 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão 16. ANEXO AO RELATÓRIO CONSOLIDADO DE GESTÃO INFORMAÇÃO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO NO CAPITAL DA EMPRESA A 31 DE DEZEMBRO DE 2007 (De acordo com a disposição no artigo 447ª do Código das Sociedades Comerciais e nos termos da alínea b) do nº1 do artigo 7º do Regulamento da CMVM nº 24/2000) CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Membros do Conselho de Administração Posição em 31.12.06 Acções Elísio Alexandre Soares dos Santos 1 Acréscimos no exercício Obrigações Acções Obrigações Diminuições no exercício Acções Posição em 31.12.07 Obrigações Acções Obrigações 100.355 - - - - - 100.355 - José Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos - - - - - - - - Luís Maria Viana Palha da Silva - - - - - - - - 118.305 - 80.000 - - - 198.305 - - - - - - - - - 7.680 - - - - - 7.680 - 19.700 - - - - - 19.700 - n.a. n.a. - - - - - - - - - - - - - - Pedro Manuel de Castro Soares dos 2 Santos António Mendo Castel-Branco 3 Borges Artur Eduardo Brochado dos Santos Silva Hans Eggerstedt Nicolaas Pronk 3 4 Rui Manuel de Medeiros d`Espiney Patrício 3 1 o número de acções apresentado a 31.12.06 foi ajustado de acordo com o “stock-split” de 31 de Maio de 2007, no qual cada acção foi convertida em cinco novas acções. 2 as 80.000 acções foram adquiridas e 18/09/2007, pelo preço unitário de 4,00€. 3 pertencem adicionalmente à Comissão de Auditoria. 4 apenas foi nomeado para o cargo na Assembleia Geral em 30 de Março de 2007 FISCAL ÚNICO O Fiscal Único, PricewaterhouseCoopers & Associados, SROC, Lda., não detinha quaisquer acções e obrigações, em 31 de Dezembro de 2007, não tendo realizado transacções com quaisquer títulos de Jerónimo Martins, SGPS, S.A. 135 R&C’07 – Relatório Consolidado de Gestão LISTA DOS TITULARES DE DEZEMBRO DE 2007 PARTICIPAÇÕES QUALIFICADAS A 31 DE (De acordo com a disposição nos artigos 447º e 448º do Código das Sociedades Comerciais, nos termos da alínea e) do nº1 do artigo 6º do regulamento da CMVM nº 11/2000 e nos termos do Código dos Valores Mobiliários) Accionista Nº Acções detidas % Capital % dos Direitos 1 de Voto Sociedade Francisco Manuel dos Santos, SGPS, S.A. Directamente Asteck, S.A. 351.769.925 55,899% 55,976% 62.929.500 10,000% 10,014% 14.747.447 2,343% 2,347% 3.940.910 0,626% 0,627% 39.110 0,006% 0,006% 18.727.467 2,975% 2,980% 13.838.065 2,199% 2,202% 2 Directamente Ameriprise Financial Inc 3 Através da Sociedade Threadneedle Asset Management Limited Através da Sociedade Threadneedle International Limited Através da Sociedade RiverSource Investment LLC Total Imputável Julius Baer Investment Management LLC Directamente 1 4 % Direitos de voto = Nº Acções Detidas / (Nº Total Acções JM - Acções Próprias) 2 Nos termos do artigo 16º e 20º do Código dos Valores Mobiliários (CVM), as participações detidas pela Asteck, S.A. devem ser imputadas à Heerema Holding Company Inc., que detém 100% daquela sociedade. 3 Nos termos do artigo 16º e 20º do Código dos Valores Mobiliários (CVM), informa-se que as sociedades Threadneedle Asset Management Limited e Threadneedle International Limited são detidas pela sociedade Threadneedle Asset Management Holdings Limited. Mais se informa que a sociedade Ameriprise Financial Inc. detém as sociedades Threadneedle Asset Management Holdings Limited e RiverSource Investment LLC. 4 O número de acções indicado reporta-se a 6 de Dezembro de 2006, data da última comunicação desta sociedade à Jerónimo Martins, SGPS, S.A. 136 IV. Responsabilidade Social 138 1. Factos Relevantes do Ano 141 2. Jerónimo Martins e o Desenvolvimento Sustentável 143 3. Ética Empresarial 145 4. Recursos Humanos 145 4.1. Caracterização de Recursos Humanos do Grupo Jerónimo Martins 146 4.2. Recrutamento 147 4.3. Formação e Desenvolvimento Pessoal 150 4.4. Gestão de Carreiras 151 4.5. Política de Remuneração 151 4.6. Condições de Trabalho 152 4.7. Índices de Sinistralidade 152 4.8. Medicina no Trabalho 153 4.9. Parceiros na área de Recursos Humanos 153 4.10. Acordos e Benefícios Sociais 155 5. Qualidade e Segurança Alimentar 155 5.1. Política de Segurança Alimentar 155 156 158 5.2. 5.3. 5.4. Política relativa a Organismos Geneticamente Modificados (OGM’s) Principais Projectos de 2007 Key Figures Trabalho de Rotina 162 5.5. 164 Organizações a que o Grupo pertence 6. Gestão Ambiental 164 6.1. 165 6.2. Principais Impactes Ambientais 165 6.3. Programas de Gestão Ambiental 176 6.4. Parceiros na Área do Ambiente 178 Política Ambiental 7. Mecenato 178 7.1. Mecenato Social 183 7.2. Mecenato Cultural 185 8. Perguntas mais Frequentes R&C’07 – Responsabilidade Social 1. FACTOS RELEVANTES DO ANO Janeiro Fima renova as certificações do Sistema Integrado da Qualidade e Ambiente, segundo as Normas ISO (International Organization for Standardization) 9001:2000 (Qualidade) e ISO 14001:2004 (Ambiente); Produção de Caldos Fima obtém a certificação BRC (British Retail Consorcium); Plataformas de Food Service Recheio MasterChef do Mercado Abastecedor da Região de Lisboa e do Mercado Abastecedor do Porto mantêm a certificação do Sistema de Segurança Alimentar HACCP (Hazard Analysis Critical Control Points), segundo o Codex Alimentarius CAC/RCP-1-1969, Rev.4 (2003); Biedronka lança campanha publicitária informativa “Polaco é saudável”, como incentivo à produção nacional. Os meios utilizados incluem televisão, cartazes e outdoors; Inauguração da Escola de Frescos Pingo Doce, que tem como missão a formação e desenvolvimento das competências técnicas dos profissionais das áreas especializadas de Talho, Peixaria, Padaria e Pastelaria, Frutas e Vegetais; Pingo Doce inicia a cobrança de dois cêntimos de euro pelos sacos de plástico, reduzindo o consumo destes em 40%, face ao ano anterior. Fevereiro Empresas da Indústria, visando a prevenção de acidentes rodoviários, iniciam o programa de treino de Condução Defensiva, com prioridade para o treino de colaboradores com maior quilometragem de condução em serviço, o qual contou com mais de 120 participantes ao longo do ano; Biedronka assinala uma vez mais o Dia do Doente, oferecendo pacotes para jovens doentes de três hospitais polacos. Março Unilever – Jerónimo Martins promove a Semana da Segurança e Ambiente 2007, que se desenrola um dia em cada unidade produtiva; Fábrica Lever obtém 96,7% na auditoria de Enzimas efectuada pela Unilever. Abril Olá mantém as certificações do Sistema Integrado da Qualidade, Ambiente e Segurança, segundo Normas ISO 9001:2000 (Qualidade), ISO 14001:2004 (Ambiente) e OHSAS (Occupational Health and Safety Assessment Series)18001 (Segurança); Biedronka lança nova campanha ambiental sobre boas práticas na utilização de água e de energia; Pingo Doce e Feira Nova implementam aplicação informática para Registo de Não Conformidades. Maio Pingo Doce, Feira Nova e Recheio lançam, em colaboração com a Ecopilhas, a Campanha de distribuição de mini-pilhões junto dos clientes; Instalações Victor Guedes realizam simulacro nas áreas de Ambiente e Segurança, com o apoio dos Bombeiros Municipais de Abrantes; 138 R&C’07 – Responsabilidade Social Victor Guedes mantém certificação do Sistema Integrado da Qualidade e Ambiente, segundo as Normas ISO 9001:2000 (Qualidade) e ISO 14001:2004 (Ambiente); Cornetto produzido pela Fábrica portuguesa Olá é classificado, entre os pares, como “o melhor Cornetto da Europa”; Jerónimo Martins participa novamente na iniciativa “Aprender a Empreender”, tendo 63 voluntários leccionado em 31 escolas diferentes, abrangendo um total de 1.283 alunos; Pingo Doce e Feira Nova acolhem Campanha de Recolha de Alimentos para o Banco Alimentar. Junho Pingo Doce, Feira Nova e Recheio subscrevem protocolo ECO e aderem à Campanha da Autoridade Nacional de Protecção Civil - “Portugal sem fogos depende de todos”; Quatro, dos seis Centros de Distribuição de Biedronka, adquirem Certificação do Sistema de Segurança Alimentar HACCP segundo a Norma DS 3027:2002, abrangendo as actividades de armazenagem e distribuição de produtos alimentares (Fast Moving Consumer Goods); Biedronka promove a sensibilização da população para a necessidade de trocar os antigos bilhetes de identidade, que em Janeiro de 2008 deixaram de ser válidos, lançando uma Campanha de Informação a 11 de Junho, juntamente com o Ministério do Interior e da Administração polaco. Julho Pingo Doce e Recheio são as primeiras Companhias do mundo, na área da Distribuição, a ver certificado o processo de desenvolvimento de produtos de Marca Própria. Este Sistema de Gestão é certificado segundo o referencial NP EN ISO 9001:2000 (Qualidade), relativo às actividades de Desenvolvimento de Marcas Próprias e Acompanhamento do Produto e do Fornecedor após Lançamento; Jerónimo Martins assina protocolo, no âmbito do Programa do Governo Português “Novas Oportunidades”, tendo por objectivo conceder a equivalência a colaboradores Jerónimo Martins dos 9º e 12º anos de escolaridade; Jerónimo Martins facilita o acesso à informação a portadores de deficiências visuais, lançando uma nova funcionalidade no sítio do Grupo na Internet para audição dos conteúdos online; Pingo Doce é a primeira Companhia, da área da Distribuição em Portugal, a lançar produtos de origem biológica de Marca Própria. Setembro Lever renova certificações do Sistema Integrado da Qualidade, Ambiente e Segurança, segundo as Normas ISO 9001:2000 (Qualidade), ISO 14001:2004 (Ambiente) e OHSAS 18001 (Segurança); Biedronka em parceria com a Associação de Protecção dos Animais (instituição polaca) lança a Campanha ambiental - “Ajudar os Animais no Inverno”; Biedronka estabelece protocolos com operadores privados para a recolha e encaminhamento eficientes de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos, bem como de resíduos orgânicos; Biedronka lança a terceira edição dos seus cartazes Selo de Qualidade; Companhias da área da Distribuição em Portugal admitem 20 Recém-Licenciados das áreas de Gestão e Engenharias Alimentares e similares; 139 R&C’07 – Responsabilidade Social Jerónimo Martins participa no evento “MarketPlace – Um Mercado de soluções de RSE” (Responsabilidade Social Empresarial), apresentando dois projectos inovadores no âmbito da Responsabilidade Social: o Provedor do Cliente para as insígnias Pingo Doce e Feira Nova; e a comercialização, pela insígnia Biedronka, do “Milk Start”, o primeiro produto socialmente responsável na Polónia. Outubro O Centro de Distribuição da Azambuja coloca em funcionamento 36 colectores solares para aquecimento de água; Pingo Doce e Feira Nova participam na divulgação da Campanha de Sensibilização da APED (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição) sobre Gestão de Resíduos; As lojas Recheio Cash&Carry e João Gomes Camacho SA mantêm e recebem, respectivamente, a certificação do Sistema de Segurança Alimentar HACCP segundo o Codex Alimentarius CAC/RCP-1-1969, Rev.4 (2003), alargando o âmbito da mesma a um número de 24 lojas; Fábricas Olá e Victor Guedes alcançam a classificação máxima (“A”) em Auditoria da Qualidade efectuada pela Unilever; O Centro de Distribuição da Azambuja inicia a recepção a visitas de Escolas do Ensino Básico nas suas instalações, com oferta de bilhetes para o Oceanário de Lisboa a cada aluno e acompanhante adulto. Novembro Armazéns dos Centros de Distribuição de Gestiretalho na Azambuja, Vila do Conde e Guardeiras, mantêm a certificação das actividades de recepção, armazenagem, execução e expedição de produtos de consumo, em relação à Gestão da Segurança Alimentar e Ambiental, segundo as Normas DS3027:2002 e NP EN ISO 14001:2004; Jerónimo Martins participa nas Feiras de Emprego da Universidade Católica de Lisboa e da Universidade Nova de Lisboa. Dezembro Loja Feira Nova de Quinta do Conde coloca em funcionamento a iluminação de espaços exteriores a partir de painéis fotovoltaicos; Loja Pingo Doce de Borba coloca em funcionamento colectores solares para aquecimento de água; Pingo Doce e Feira Nova lançam Campanha do Calendário de Ambiente 2008 (4ª edição); Pingo Doce e Feira Nova acolhem Campanha de Recolha de Alimentos para o Banco Alimentar, sendo Jerónimo Martins o Grupo que mais contribui para a instituição, no âmbito destas campanhas; Feira Nova lança Campanha de brinquedos, apelando à solidariedade social, no seguimento da qual mais de 3.000 crianças receberam presentes dados pela Companhia e pelos clientes desta; Pingo Doce oferece 400 pinheiros, excedentes das vendas de Natal, às Câmaras Municipais de Óbidos e Vila do Conde. 140 R&C’07 – Responsabilidade Social 2. JERÓNIMO SUSTENTÁVEL MARTINS E O DESENVOLVIMENTO O Desenvolvimento Sustentável como paradigma de actuação. “Uma empresa socialmente responsável avalia os impactos das decisões que toma, não só para o curto prazo, mas também para o médio e longo prazo, sabendo que será avaliada, mais cedo ou mais tarde, pelas boas ou más consequências das suas acções, tanto ao nível do lucro, como também ao nível social e ambiental.” 1 São mais de 215 anos de história, conduzidos por uma gestão profissional e responsável, que define, de forma rigorosa, objectivos de curto, médio e longo prazo. Estes derivam de uma filosofia pioneira, que considera importante os dividendos directos para os Accionistas, os interesses dos restantes stakeholders, e o impacto no meio ambiente das actividades das Companhias do Grupo. A adopção desta visão tem implicações no modo de operar das Companhias, dando origem a uma gestão que assenta no rigor, na inovação, numa atitude de permanente aprendizagem e melhoria, e na concretização de resultados ambiciosos a três níveis distintos: Lucro, Pessoas e Planeta (Triple Bottom Line: Profit, People e Planet). Neste processo de aprendizagem, Jerónimo Martins tornou-se membro de várias Associações vocacionadas para a implementação de práticas socialmente responsáveis, como a BCSD Portugal (Business Council for Sustainable Development Portugal) e a RSE Portugal (Responsabilidade Social das Empresas – Portugal). O Grupo é também Subscritor da Carta de Compromisso dos Objectivos do Milénio e submeteu-se, voluntariamente, aos 10 princípios Universais do Global Compact, iniciativa do ex-Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan. No âmbito da partilha de experiências, destaque para a participação de Jerónimo Martins em vários fóruns e conferências, nomeadamente no Fórum Nacional de Desenvolvimento Sustentável e no Fórum de Responsabilidade Social das Organizações. De referir, ainda, que em 2007 procedeu-se à reformulação do sítio de Jerónimo Martins na Internet, através do lançamento de uma nova funcionalidade que permite a audição de conteúdos online, possibilitando assim o acesso à informação, por parte de pessoas com deficiências visuais. A nível da área de Recursos Humanos, saliente-se a criação do projecto "Aprender e Evoluir", no âmbito do Programa - “Novas Oportunidades”, que consiste num protocolo de cooperação entre Jerónimo Martins e mais dois institutos públicos, que se uniram com o objectivo de formar e certificar 11.500 colaboradores. Por fim, e no que respeita a Gestão Ambiental, Pingo Doce introduziu sacos 100% recicláveis nos seus supermercados. Estes sacos são adquiridos pelo cliente por uma quantia simbólica, visando sensibilizar e alertar os consumidores para o papel 1 Alexandre Soares dos Santos, Presidente do Conselho de Administração de Jerónimo Martins, na revista dirigida aos Quadros do Grupo, “Workout”, N.º 6. 141 R&C’07 – Responsabilidade Social fundamental que cada um pode ter na preservação dos recursos naturais. Com a introdução desta iniciativa, obteve-se uma redução de 40% no número de sacos, face aos consumos de 2006. O Desenvolvimento Sustentável é hoje parte intrínseca da filosofia de gestão de Jerónimo Martins, pautando a condução de uma gestão socialmente responsável do Grupo nas suas diversas vertentes. São precisamente estas vertentes, nas áreas de Ética Empresarial, Recursos Humanos, Qualidade e Segurança Alimentar, Gestão Ambiental, Mecenato, e respectivas actividades em 2007, que são apresentadas no presente capítulo. 142 R&C’07 – Responsabilidade Social 3. ÉTICA EMPRESARIAL Os colaboradores de Jerónimo Martins devem pautar a sua actuação em consonância com os princípios de integridade e lealdade, fundadores da cultura do Grupo, os quais se encontram sistematizados no Código de Conduta actualmente em vigor. Este instrumento, de cumprimento obrigatório por todos os colaboradores, quer em Portugal, quer na Polónia, pode ser consultado no sítio de Internet do Grupo em www.jeronimo-martins.pt. Neste Código estão expressas as linhas orientadoras da implementação da Missão de Jerónimo Martins que, entre outras determinações, enuncia: O cumprimento da legislação vigente; O respeito pelos princípios da não discriminação e da igualdade de oportunidades; As preocupações ambientais; A transparência nas negociações; A integridade nas relações com colaboradores, fornecedores, clientes e entidades oficiais. Paralelamente, desde 2003 que Jerónimo Martins instituiu uma Comissão de Ética, a qual é responsável por acompanhar e garantir, com independência e isenção, a divulgação e o cumprimento do presente Código de Conduta. A Comissão pode ser contactada, por qualquer colaborador, para o esclarecimento de dúvidas relativas ao Código de Conduta, ou para comunicação de eventuais irregularidades ocorridas no interior do Grupo, através dos seguintes meios: Por correio, para: Remessa Livre 52673 – EC Campo Grande – 1721-972 Lisboa; Por correio electrónico interno, para: Comissao Etica JMH/JMH/JMARTINS; Por correio electrónico externo, para: [email protected]. Durante o ano de 2007, a Comissão de Ética reuniu por 12 vezes, quer no sentido de promover acções com potencial de criação de valor acrescentado para o Grupo, quer com o objectivo de elaborar recomendações e solucionar os casos que lhe foram sendo apresentados. Figura central e que corporiza os princípios de ética empresarial atrás referidos, é a da Provedoria do Cliente Jerónimo Martins, criada pelo Grupo no final de 2005 e que representou um marco de pioneirismo na Distribuição Alimentar em Portugal. Uma entidade que defende, de forma isenta e independente, os direitos, garantias e interesses legítimos dos consumidores do Pingo Doce e do Feira Nova, reforçando os Serviços de Atendimento ao cliente, oferecidos por estas companhias. Este segundo ano da Provedoria do Cliente saldou-se por um evoluir muito positivo do número e da qualidade dos contactos recebidos, com a actuação desta entidade a contribuir para uma maior transparência e para o equilíbrio de poder entre as Companhias e o cliente, tal como preconizado na política de responsabilidade social de Jerónimo Martins. Ainda durante este ano, registou-se uma maior sensibilidade em relação às questões de carácter nutricional e de saúde, numa perspectiva de médio e longo prazo, pouco 143 R&C’07 – Responsabilidade Social usual no retalho, assim como um maior empenhamento na transmissão ao cliente, de informação útil e perceptível, muito além da exigível por lei. No entanto, haverá que aperfeiçoar e dinamizar a implementação de medidas que visam proteger os legítimos interesses dos clientes, particularmente em questões promocionais e comerciais e, em simultâneo, facilitar a realização e distribuição dos relatórios de actividade da Provedoria. Estes são exemplos de medidas que, nos últimos anos, têm reforçado o compromisso de Jerónimo Martins para com os seus princípios éticos e os seus vários públicos. Este compromisso continuará a ser trabalhado, numa atitude de permanente aprendizagem e de melhoria contínua. 144 R&C’07 – Responsabilidade Social 4. RECURSOS HUMANOS Para que cada pessoa dê o seu melhor pelo negócio, pela empresa e por si própria. As pessoas, com os seus comportamentos, atitudes, conhecimentos e competências são, sem dúvida, o principal alicerce de Jerónimo Martins. Determinante para a sua estratégia de sucesso, o Grupo valoriza a necessidade de recrutar, formar, desenvolver e reter, de forma adequada, planeada e sustentada, o talento do seu capital humano. Garantir e estimular desempenhos de excelência em consonância com a sua cultura e valores, e de acordo com as exigências do negócio e do mercado onde opera, são, pois, os princípios que orientam a definição e desenvolvimento da Política de Recursos Humanos de Jerónimo Martins. 4.1. Caracterização de Recursos Humanos do Grupo Jerónimo Martins Total de Colaboradores a 31 de Dezembro de 2007 Holding 62 Distribuição Portugal 20.391 Distribuição Polónia 19.349 Indústria e Serviços 1.498 Total 41.300 Caracterização dos Quadros Médios e Superiores a 31 de Dezembro de 2007 Companhia Holding Total Sexo 37 51,4% Homens Distribuição Portugal 413 61,5% Homens Distribuição Polónia 232 66,4% Homens Indústria e Serviços 253 60,5% Homens Idade 73% 30-39 Anos 61,5% 30-44 Anos 76,3% 25-39 Anos 64% 30-44 Anos Hab. Literárias 84% Licenciados 62% Bacharéis/ Licenciados 78% Licenciados 81% Licenciados Antiguidade Efectividade 73% >5 anos 100% 73,4% >5 anos 99,8% 67,7% 2-10 anos 99,1% 84,6% > 5 anos 98% 145 R&C’07 – Responsabilidade Social Caracterização dos Colaboradores Não Quadros a 31 de Dezembro de 2007 Companhia Total Holding Sexo Idade 25 84% Mulheres Distribuição Portugal 19.978 74,1% Mulheres Distribuição Polónia 19.117 77,4% Mulheres 76,8% 18-34 Anos 1.245 53,7% Mulheres 63,6% 50,1% 3.º Ciclo 18-34 Ensino Anos Básico/Sec undário Indústria e Serviços 72% 30-49 Anos Hab. Antiguidade Efectividade Literárias 32% 44% 100% Bacharéis/ 5-10 Anos Licenciados 69% 56,1% 3.º Ciclo < 5 anos 62,9% Ensino Básico/Sec undário 81,3% < 5 94% < anos 32,9% Bacharelato 62,4% 18-34 Anos 54,5% > 5 anos 68,8% 4.2. Recrutamento Distribuição Portugal e Polónia No âmbito da sua política de expansão, 2007 foi mais um ano marcado pelo forte crescimento e reforço da posição de Jerónimo Martins no mercado da Distribuição Alimentar, em Portugal e na Polónia. Neste sentido, as Companhias continuaram a proporcionar aos seus colaboradores oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional, através de promoções e movimentações inter e intra empresas. Sempre que necessário, recorreu-se ao recrutamento externo, colaborando-se com diversos parceiros: meio académico, imprensa escrita, Internet, “sítios de emprego” e outras associações. De acordo com o Plano Estratégico, e considerando as necessidades de Recursos Humanos a médio e longo prazo, em Portugal, destacam-se quatro grandes projectos de recrutamento, a saber: i) os processos decorrentes da abertura de 33 novas lojas (25 lojas Pingo Doce e 8 lojas Feira Nova); ii) o Programa de Estagiários a Gerentes de loja Pingo Doce (abrangendo 87 colaboradores); iii) o Programa de Estagiários a Chefes de Sector Feira Nova (para 12 colaboradores); e iv) o Processo Anual de Recrutamento de Recém-Licenciados (20 colaboradores). Em linha com a política e posicionamento de Jerónimo Martins no mercado académico, o Grupo continua a privilegiar o reforço de parcerias com Universidades e Estabelecimentos de Ensino, como um meio estratégico de divulgação dos sectores onde opera. Procura, deste modo, atrair e recrutar novos talentos; facilitar e proporcionar o primeiro contacto dos estudantes com o mercado de trabalho, através de estágios curriculares e profissionais (com especial ênfase nas áreas operacionais); apoiar a realização de trabalhos académicos; participar em workshops, feiras de emprego, seminários e outros eventos similares. 146 R&C’07 – Responsabilidade Social Já na Polónia, a Biedronka tem divulgado a sua marca de uma forma inovadora no mercado de emprego, sendo exemplo disso os stands de recrutamento nas suas lojas. Realce-se ainda que, neste país, para além do recrutamento operacional diário, foram recrutados 24 recém-licenciados para as áreas funcionais da Logística, Operações, Compras, Recursos Humanos e Financeira. Indústria Em 2007, no âmbito do Programa de Recém-Licenciados, foram admitidos 13 colaboradores. O sítio institucional do Grupo, na Internet, continuou a ser o meio privilegiado de recepção de candidaturas para estágios curriculares e profissionais. Alguns Indicadores de Recrutamento – Jerónimo Martins Distribuição Portugal Movimentações de Quadros Médios e Superiores Colaboradores recrutados para novas lojas Recém-Licenciados Recrutados Estágios Curriculares e Profissionais * Distribuição Polónia Indústria e Serviços 165 88 61 1.731 1.760 95* 20 24 13 333 3 33 Dados relativos à JMRS – Jerónimo Martins Restauração e Serviços 4.3. Formação e Desenvolvimento Pessoal Num mercado cada vez mais global e competitivo, Jerónimo Martins considera a formação e o desenvolvimento dos seus colaboradores, como factores críticos e determinantes para uma organização de sucesso, cada vez mais eficiente e com elevado enfoque na produtividade. Distribuição Portugal Um dos projectos que representa a filosofia e aposta de Jerónimo Martins numa política de formação cada vez mais moderna, ambiciosa e rigorosa é “A Escola de Formação Jerónimo Martins” que, caminhando para uma organização cada vez mais profissional, apresentou um pedido de Acreditação junto do IQF – Instituto para a Qualidade na Formação. Em linha com a estratégia de negócio das diversas Companhias, a Escola de Formação continua a apostar no desenvolvimento de programas integrados de formação, de modo a responder às necessidades operacionais das diferentes Companhias. São de destacar, os cursos de longa-duração, como por exemplo, o Curso Inicial de Direcção de loja Pingo Doce, o Curso de Formação para Chefes de Sector Feira Nova e o Programa de Formação para Recém–Licenciados Jerónimo Martins. O investimento na realização e desenvolvimento de acções de formação internas é, sem dúvida, uma prioridade do Grupo. A título de exemplo, em 2007, a Escola de Formação contou com a colaboração de mais de uma centena de formadores 147 R&C’07 – Responsabilidade Social certificados, para promover e difundir o know-how interno existente nas diferentes áreas funcionais da Organização. Neste âmbito, o Programa de Formação de Formadores Internos - quer ao nível da Formação Inicial, quer ao nível da Formação Contínua - assume um papel fundamental para reforçar e garantir a qualidade das intervenções. A Escola de Formação associou-se ainda ao Programa “Novas Oportunidades”, promovido pelo Governo Português com o objectivo de combater os baixos níveis de qualificação da população portuguesa, e lançou, em Junho de 2007, um projecto interno de 3 anos intitulado “Aprender e Evoluir”. Pretende-se, deste modo, dar a oportunidade a todos os colaboradores, com escolaridade inferior ao 9º ou 12º anos, de, em regime laboral, obterem a respectiva equivalência. Este projecto considerou um universo de 11.500 colaboradores de Jerónimo Martins. Em 2007, contabilizaram-se 3.151 inscrições, 1.952 para o 12º Ano e 1.199 para o 9º. Cerca de 250 colaboradores já iniciaram o seu processo de RVCC – Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências -, estimando-se que, em 2008, será possível envolver neste projecto mais 2.000 colaboradores, aproximadamente. Considerando a importância que a área de Perecíveis assume na estratégia do Grupo foi criada, no início de 2007, a Escola de Frescos Pingo Doce, que tem como missão a formação e desenvolvimento das competências técnicas dos profissionais das áreas especializadas de Talho, Peixaria, Padaria e Pastelaria, Frutas e Vegetais. Alguns Indicadores de Formação Projectos de Formação Formação de Perecíveis Formação Comportamental * Formação Técnica e de Negócio ** Sistemas de Informação e Microinformática Higiene e Segurança no Trabalho Higiene e Segurança Alimentar Gripe Pandémica Inglês Procedimentos Internos Formação Pedagógica de Formadores Auditorias da Qualidade Internas Companhias FN/GST/RCH/PD/ JMRS/JMH/LDS FN/LDS/LOG/PD/GST/ RCH/JMH/DAY FN/PD/RCH/GST/JMRS /LDS/LOG GST/JMD/RCH/JMH/ PD/FN/JMRS/LOG/LDS LOG/FN/PD/ GST/RCH/LDS PD/FN/LDS/RCH /GST/JMRS LDS/PD/FN/RCH/JMRS FN/PD/GST/JMD /JMH/RCH LOG/LDS/FN/PD/ RCH/GST/JMH FN/PD/RCH/ GST/JMD/JMH FN/PD/GST/ JMRS/RCH Total de Participações 11.454 Volume de Horas de Formação 90.102 5.921 82.907 5.540 52.420 2.929 25.352 7.102 23.525 2.390 13.971 9.910 13.722 703 4.147 1.092 2.840 116 2.454 14 448 Compreende maioritariamente acções no âmbito de: * Atendimento ao Cliente; Liderança e Gestão de Equipas; entre outras ** Gestão; Marketing, Mercado e Consumidor; Recursos Humanos; Finanças para não Financeiros e acções relacionadas com a especificidade do negócio 148 R&C’07 – Responsabilidade Social Distribuição Polónia Em 2007, a Biedronka prosseguiu uma política de forte aposta na formação das suas equipas. Foram desenvolvidas 14.859 acções, perfazendo um total de 36.476 participações e 1.396.278 horas de formação em áreas tão diversas como Perecíveis, Higiene e Segurança Alimentar, Higiene e Segurança no Trabalho, Formação Comportamental, Formação Técnica e de Negócio, Sistemas de Informação e Microinformática, e Procedimentos Internos. De igual modo, e na sequência do projecto iniciado sob o conceito das Academias, em 2007 deu-se continuidade aos programas de formação destinados ao universo de colaboradores Não Quadros e Quadros Médios e Superiores. Alguns Indicadores de Formação Academia Duração Gestão 2 anos 1a2 anos Gestão Biedronka Finanças e Contabilidade Módulos – funcionais* 2 anos Áreas Destinatários Quadros Juniores e Médios Gerentes e Adjuntos de loja Colaboradores da Área Financeira Todos os formandos das Academias Colaboradores Envolvidos Volume de Horas de Formação 146 12.444 1.044 13.512 73 876 1.824 54.984 * Serviço ao Cliente, Frutas & Vegetais, Padaria, Carne, Non-Food, Segurança e Higiene, (sistema informático para os Recursos Humanos em loja) e Lotus Notes. HACCP, OHR Nas suas segunda e terceira edições, a Academia de Gestão Biedronka e a Academia de Gestão visam a adopção das melhores práticas e procedimentos de gestão do negócio. Resultantes da parceria estabelecida entre a Biedronka e as Universidades de Economia e de Logística, as Academias mais recentes - Financeira e de Logística têm como objectivo promover a aquisição de competências nas áreas Financeira, Logística e de Supply Chain. Pretende-se, deste modo, que os Programas de Formação conjuguem uma sólida componente técnica, com a aplicação prática à realidade operacional da Biedronka. No sentido de enriquecer os programas de formação, todas as Academias foram, uma vez mais, alvo de valorização, através da introdução de módulos referentes às diversas áreas funcionais da Companhia, ministrados tanto por entidades externas, como por formadores internos (nomeadamente Directores e Quadros Séniores). Tanto na Polónia como em Portugal, Jerónimo Martins proporcionou aos seus Quadros Médios e Superiores a participação em seminários, congressos e acções de formação em Instituições Académicas nacionais e internacionais, nomeadamente: Universidade Católica/Portugal (25), Universidade Nova/Portugal (3), INSEAD/França (10), Harvard University/Estados Unidos (3), Wharton School/Estados Unidos (1), Chicago University/Estados Unidos (1), Kellogs University/Estados Unidos (3), Cranfield University/Reino Unido (3), IMD/Suíça (1), e MCE/Bélgica (2). Paralelamente, o Grupo comparticipou a frequência de MBA’s e pós-graduações em diferentes áreas de especialização. 149 R&C’07 – Responsabilidade Social Indústria No âmbito dos Programas de Formação na Unilever Jerónimo Martins, registaram-se 16 acções internas, 34 acções externas e 8 acções no estrangeiro, sendo contabilizadas um total de 364 participações de colaboradores. O programa de formação incluiu também cursos nacionais e internacionais direccionados para unidades fabris, tendo sido registadas 185 acções internas e 49 acções externas, num total de 1.520 participações. No global, a Indústria registou um volume de 15.549 horas de formação. Nas várias acções de formação realizadas no Centro de Formação – Training Lab -, são de realçar os cursos Sales Academy, que em 2007 continuou a ser um programa integrado de formação dirigido a profissionais de vendas e de marketing; o Mini MBA para Supply Chain; e o Curso de Instrutores TPM (Total Productive Maintenance). À semelhança do que aconteceu na Distribuição, e no âmbito do Programa “Novas Oportunidades”, deu-se igualmente início a um projecto de formação interno, que pretende certificar colaboradores com o 9º ano de escolaridade. Neste momento, já se encontram certificados 15 colaboradores, que aguardam a emissão e a entrega formal dos Certificados do 9º ano pelo Ministério da Educação. Paralelamente, prosseguiu, em 2007, o programa de formação na área da condução defensiva, dirigido a todos aqueles que no exercício da sua actividade utilizam viaturas da empresa. Desde o seu início, este programa já abrangeu mais de 120 colaboradores. Por fim, deu-se continuidade ao programa de acolhimento, integração e desenvolvimento de recém-licenciados, que visa promover o conhecimento do sector de actividade, da realidade operacional das Companhias e do funcionamento das suas diversas áreas. 4.4. Gestão de Carreiras Num mercado cada vez mais global e competitivo, torna-se essencial dotar a Organização com profissionais qualificados e motivados para fazer face aos desafios estratégicos e às necessidades do negócio. Distribuição (Portugal e Polónia) As Companhias continuam a proporcionar aos colaboradores oportunidades de carreira aliciantes, tirando partido de uma das vantagens competitivas do Grupo: a sua presença diversificada em várias áreas de negócio e em diferentes geografias. Para o efeito, são accionados diversos mecanismos de identificação interna de potencial e definidos planos de sucessão para as funções consideradas críticas. Neste âmbito, assistiu-se ao desenvolvimento e implementação de variadas iniciativas, tais como: a elaboração de modelos de competências para os colaboradores Não Quadros, a realização de Assessments Centres, a concepção de Planos de Desenvolvimento e a aplicação a nível nacional de um Questionário de Satisfação Interna aos colaboradores das Companhias do Feira Nova e Pingo Doce. 150 R&C’07 – Responsabilidade Social Indústria À luz do que tem ocorrido em anos anteriores, assistiu-se ao regresso de 4 colaboradores que estavam a trabalhar na Unilever em França, Inglaterra, Irlanda e Moçambique. De realçar ainda, o facto de se contar com dois colaboradores que, embora a trabalhar localmente, desempenham funções internacionais. Merece ainda especial destaque, a concretização de quatro movimentações entre Unilever e Jerónimo Martins Restauração e Serviços (JMRS), no âmbito do desenvolvimento de novos negócios na JMRS. 4.5. Política de Remuneração O Grupo tem procurado apostar na adequação contínua das suas políticas e em sistemas de remuneração justos, adequados e competitivos, que promovam desempenhos de excelência. Assim sendo, em 2007, as Companhias Pingo Doce, Feira Nova, Lidosol e Biedronka continuaram a aumentar o valor do vencimento mínimo de admissão, distanciando-se ainda mais dos valores oficiais de vencimento mínimo, praticados nestes dois países. 4.6. Condições de Trabalho As Companhias do Grupo da área da Distribuição em Portugal e na Polónia assumem a melhoria e adequação das condições de trabalho, às exigências hoje sentidas, como uma quota-parte da sua Responsabilidade Social. De entre elas, tem ganho especial relevo a atenção concedida à área da Segurança e Higiene no Trabalho, procurando combater a sinistralidade mediante acções formativas, convidando as pessoas a pronunciar-se sobre as melhorias desejadas no seu ambiente de trabalho e a contribuir para a adopção de boas práticas neste domínio. Procurou-se também aumentar os meios existentes para este efeito, quer através de recursos humanos disponíveis e melhor preparados, quer através duma pesquisa, actualização e optimização constantes de instrumentos e equipamentos de trabalho. Outro aspecto trabalhado pelas diferentes insígnias em 2007 foi a elaboração de planos de emergência, bem como o consequente equipamento dos meios de socorro e de evacuação necessários. O tema da Segurança e Higiene no Trabalho mereceu também destaque na revista interna “A Nossa Gente”, a qual conta com uma tiragem de 20.000 exemplares. Na Polónia, foram levadas a cabo iniciativas que merecem particular destaque, nomeadamente: a implementação de procedimentos e instruções de Higiene e Segurança nos Centros de Distribuição; a implementação do módulo de SAP nesta área; a organização do concurso “A Loja Biedronka Mais Limpa” e a participação, com outras empresas, num concurso nacional no âmbito do socorrismo médico, em que a Companhia conquistou o quarto lugar. 151 R&C’07 – Responsabilidade Social 4.7. Índices de Sinistralidade Os resultados da Distribuição Portugal revelaram, no ano de 2007, uma melhoria relativamente ao ano anterior, graças a uma maior sensibilização e empenho de todos, em geral, e da equipa de Segurança e Higiene do Trabalho, em particular. De facto, registou-se um decréscimo de 7,5% no índice de frequência e de 1,8% no índice de gravidade. Estes dados indicam uma redução no número de acidentes em serviço, relativamente ao número de horas de trabalho, bem como um ligeiro decréscimo nos dias de incapacidade causados por este tipo de acidentes. É, ainda, de salientar o desempenho evidenciado pelas seguintes insígnias: Pingo Doce - Continua a conseguir uma redução progressiva na sua sinistralidade, tendo obtido um decréscimo de 17,7 % no índice de frequência e de 10,5 % no índice de gravidade. Feira Nova e Recheio – Registaram, respectivamente, uma melhoria de 4,1% e 3,1%, no índice de frequência. No entanto, embora o Feira Nova conte com um agravamento do índice de gravidade, continua a ser a insígnia com melhor desempenho no que concerne às consequências dos acidentes, em termos de dias perdidos para o trabalho. No Grupo de Companhias da Indústria, no ano de 2007, registaram-se um total 1.360.762 horas trabalhadas e 5 LTA’s (Lost Time Accidents). Assim, o índice frequência (por cada 100.000 horas trabalhadas) foi, em 2007, de 0,37% e o índice gravidade de 4,9%. A Indústria continua, deste modo, a trabalhar no sentido atingir o objectivo de zero acidentes. de de de de 4.8. Medicina no Trabalho Tal como em anos anteriores, os Serviços de Medicina no Trabalho proporcionaram aos colaboradores dos escritórios centrais em Portugal a possibilidade de efectuarem rastreios de tensão arterial e colesterol. Outra iniciativa que continuou a merecer especial atenção por parte de Jerónimo Martins foi a disponibilização da vacina da Gripe aos colaboradores na Polónia e nos Entrepostos da Azambuja e de Guardeiras. Alguns Indicadores de Medicina no Trabalho Distribuição Portugal Exames Exames Exames Admissão Periódicos Ocasionais 6.330 6.224 6.662 Distribuição Polónia 10.829 3.789 335 Indústria e Serviços 609 289 2.807 17.768 10.302 9.804 Total 152 R&C’07 – Responsabilidade Social 4.9. Parceiros na Área de Recursos Humanos No âmbito das Relações Laborais, o Grupo orgulha-se do estreito relacionamento com os vários parceiros sócio-laborais, com quem tem colaborado ao longo destes últimos anos. Interlocutores como a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) têm recebido contributos de Jerónimo Martins para a actualização e revisão das Políticas de Contratação Colectiva para o Sector. Para o avançar desta área contribuíram ainda os comentários ao trabalho apresentado pela Comissão do Livro Branco das Relações Laborais. Ao mesmo nível, são de realçar os contactos e sinergias estabelecidos com a actual Autoridade para as Condições do Trabalho e com as Associações Sindicais ou Comissões de Trabalhadores (no caso das Companhias da Indústria), nomeadamente no que se refere a assuntos relativos à Contratação Colectiva, melhoria e adequação das condições de trabalho, face às necessidades e exigências dos diversos sectores de actividade do Grupo. Das parcerias acima mencionadas tem resultado, em termos de políticas laborais, uma melhoria contínua no ambiente de trabalho e uma abertura e confiança cada vez maiores, no relacionamento interpessoal e profissional dos colaboradores do Grupo. Na Polónia, é de realçar a realização de Fóruns de Colaboradores, em que ao abrigo da Lei relativa à “Informação e Consulta aos Colaboradores”, em vigor desde Maio de 2006, se discute a actividade da entidade patronal, a sua situação económica, bem como eventuais mudanças e acções dirigidas à manutenção do nível de empregabilidade da Companhia. Destaque, igualmente para o reforço da parceria com a ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal -, tendo-se dado início, em 2007, a um novo processo de recrutamento, que visa a integração de mais 39 colaboradores para exercerem a função de telefonista nas lojas da insígnia Feira Nova. De igual modo, o Grupo estabeleceu parcerias com diversas Instituições orientadas para a inclusão social e comunitária de pessoas com deficiências e, nesse âmbito, acolheu alguns estágios. Destacam-se, nomeadamente: Cercimb (seis estágios), Ensinus (um estágio) e Rumo (dois estágios). 4.10. Acordos e Benefícios Sociais Em sintonia com a Política de Responsabilidade Social de Jerónimo Martins, as Companhias têm continuado a desenvolver e promover iniciativas nas áreas da saúde e prevenção, na assistência aos mais desfavorecidos e na integração de colaboradores. Em Portugal, o Grupo Jerónimo Martins estabeleceu e renovou parcerias com entidades diversas, no âmbito das telecomunicações, instituições bancárias e seguradoras, serviços de saúde, transportes, desporto e lazer. Procurou-se, deste modo, garantir aos seus colaboradores e, nalguns casos, respectivas famílias, condições privilegiadas de acesso e descontos variados em produtos e serviços. 153 R&C’07 – Responsabilidade Social Volvido um ano da inauguração do Espaço +, enquanto área privilegiada para os colaboradores da Estrutura Central tomarem as suas refeições, foi conduzido um questionário de satisfação interna a pensar na constante melhoria do serviço prestado. O nível de satisfação registado situou-se nos 80% e um conjunto muito significativo das sugestões de melhoria identificadas está já a ser implementado. De igual modo, a Provedora do Cliente tem, continuamente, desenvolvido uma escolha diversificada de ementas adequadas a um regime saudável. Em 2007, a Biedronka deu mais um passo em frente no âmbito dos benefícios sociais, tendo brindado os 813 filhos recém-nascidos dos seus colaboradores, com um cabaz de produtos específicos para bebé. Além disso, a Companhia continuou a proporcionar rastreios preventivos de cancro da mama a cerca de 10.700 mulheres; a patrocinar a inscrição em campos de férias a 420 filhos de colaboradores de rendimentos mais baixos; a atribuir mochilas e material escolar a todos os filhos de colaboradores (800) que ingressaram, pela primeira vez, no 1º ano do 1º ciclo do ensino básico; a promover programas de apoio a filhos de colaboradores com deficiências ou graves problemas de saúde; e a organizar eventos no âmbito da comemoração do Dia da Criança. Por fim, a Indústria mantém a aposta na implementação de acções que promovam o bem-estar dos seus colaboradores e a preferência por uma vida saudável. Assim, enquadradas na missão Vitalidade, são de salientar as seguintes iniciativas: disponibilização, todos os dias, de cestos com fruta na entrada dos escritórios; massagens de cerca de 15 minutos à secretária, durante o horário de trabalho; aulas de flexibilidade (para os administrativos e para os operários dos turnos da noite) e massagens nas unidades fabris de Santa Iria e Sacavém. 154 R&C’07 – Responsabilidade Social 5. QUALIDADE E SEGURANÇA ALIMENTAR A máxima qualidade consumidor. e segurança alimentar desde a origem até ao Uma sólida Política de Qualidade e Segurança Alimentar é um aspecto fundamental na estratégia de Jerónimo Martins e, como tal, um factor crítico de sucesso para as operações das Companhias da Distribuição em Portugal e na Polónia, e da Indústria. Assim, e porque a tecnologia, a ciência e as expectativas dos clientes evoluem, também o Grupo se compromete a uma melhoria contínua do seu desempenho em matéria de Qualidade e Segurança Alimentar, tendo como objectivo satisfazer as necessidades presentes e futuras dos seus clientes. Para a concretização destes objectivos, é fundamental o empenho e contributo de todos os colaboradores de Jerónimo Martins, sendo os mesmos, individual e colectivamente, responsáveis pela Qualidade e Segurança Alimentar dos produtos produzidos e comercializados pelo Grupo. 5.1. Política de Segurança Alimentar A revisão e actualização das Políticas de Qualidade e Segurança Alimentar são um compromisso da Organização, a par da promoção e alteração dos processos implementados, visando a sua maior eficiência. Os princípios de base das Políticas de Qualidade e Segurança Alimentar visam: O conhecimento das necessidades e exigências dos clientes, com o consequente desenvolvimento de mecanismos de informação que respondam atempadamente às preocupações destes; A continuidade da relação de parceria e cooperação com fornecedores, prestadores de serviços, instituições e autoridades, no âmbito da promoção da Qualidade e da Segurança Alimentar; O controlo rigoroso da qualidade dos produtos, desde a sua origem até ao consumidor; A formação contínua dos recursos humanos, fomentando a motivação e o bom desempenho, bem como um comportamento pró-activo na protecção da Segurança Alimentar; O cumprimento de todos os requisitos legais e regulamentares, assim como a observância de outros requisitos relevantes que a organização subscreva. 5.2. Política relativa a Organismos Geneticamente Modificados (OGM’s) Jerónimo Martins tem desenvolvido uma relação de cooperação com os seus fornecedores, promovendo a compreensão dos processos a montante da Distribuição, garantindo, assim, o cumprimento das suas políticas. Neste âmbito, é de extrema importância a política relativa a OGM’s (Organismos Geneticamente Modificados), segundo a qual, e por princípio, os produtos das Marcas Próprias e da Indústria, não contêm ingredientes nem aditivos de origem transgénica. Caso 155 R&C’07 – Responsabilidade Social existam produtos em relação aos quais, não é possível a eliminação de ingredientes e aditivos transgénicos, os consumidores são informados através da rotulagem dos mesmos. 5.3. Principais projectos de 2007 Distribuição Portugal Em conformidade com as políticas delineadas, os projectos assumidos durante 2007 reflectem a implementação e a consolidação de boas práticas na área da Qualidade e Segurança Alimentar. Neste âmbito, foram preparadas, atribuídas ou renovadas certificações aos Sistemas de Segurança Alimentar das Companhias da Distribuição em Portugal. São marcos a destacar: Pingo Doce e Recheio são as primeiras Companhias do mundo, na área da Distribuição, a verem certificado o processo de desenvolvimento de produtos de Marca Própria. Trata-se da certificação dos Sistemas de Gestão da Qualidade pela SGS ICS, segundo o referencial NP EN ISO (International Organization for Standardization) 9001:2000, relativo às actividades de Desenvolvimento de Marcas Próprias e Acompanhamento do Produto e do Fornecedor após Lançamento, nas Companhias Pingo Doce e Recheio Cash&Carry; A manutenção da certificação do Sistema de Gestão Integrado (Ambiente e Segurança Alimentar), segundo a DS3027:2002 (Sistema de Gestão de Segurança Alimentar) e NP EN ISO 14001:2004 (Sistema de Gestão Ambiental), abrangendo as actividades de recepção, armazenagem, execução e expedição de produtos de consumo (perecíveis, não perecíveis e não alimentares), nos Centros de Distribuição de Azambuja, Vila do Conde e Guardeiras; A implementação da aplicação informática para Registo de Não Conformidades (RENCO), diminuindo a utilização de papel e possibilitando o acompanhamento e correcção online de ocorrências, no Pingo Doce e Feira Nova; A extensão da certificação em Segurança Alimentar HACCP - Hazard Analysis Critical Control Points a 5 novas lojas Recheio Cash&Carry, segundo o Codex Alimentarius CAC/RCP-1-1969, Rev.4 (2003), alargando-se assim a abrangência da mesma, a um total de 24 lojas da insígnia. Também a loja Recheio/João Gomes Camacho, obteve a mesma certificação na Madeira; O desenvolvimento de Sistemas de Segurança Alimentar HACCP, aplicáveis: à produção industrial de refeições nas cozinhas centrais de Pingo Doce e restaurantes; e à operação das lojas de conveniência associadas aos postos de combustível do Feira Nova. De referir que não tiveram lugar as auditorias de acompanhamento da certificação do Sistema de Segurança Alimentar HACCP relativas a 2007, nas Plataformas de Food Service do Recheio MasterChef dos Mercados Abastecedores de Lisboa e do Porto, devido à inexistência de datas disponíveis para o efeito, tendo as mesmas sido realizadas em Janeiro de 2008. 156 R&C’07 – Responsabilidade Social Paralelamente às certificações obtidas ou revalidadas, é de destacar o lançamento da gama de Perecíveis biológicos em 2007. No enquadramento deste projecto, efectuouse a realização de testes com etiquetas termo-sensíveis, aplicadas em embalagens de aves e vegetais de quarta gama, estando já em preparação a aplicação desta solução tecnológica, em produtivo, a um produto Marca Própria, prevista para 2008. Além da nova gama de Perecíveis biológicos, é ainda de realçar um outro lançamento nesta área, com a criação da linha de produtos biológicos de Marca Própria. Assim, o Pingo Doce é a primeira Companhia da área da Distribuição em Portugal a lançar uma Marca Própria de produtos de origem biológica. Estes produtos foram certificados pela entidade externa Ecocert, tendo sido lançadas 23 referências de frutas e vegetais, uma referência de pão e 20 referências de carne. Em relação à verificação do cumprimento de boas práticas agrícolas, por parte dos produtores, para além do reforço do controlo de substâncias proibidas em produtos hortofrutícolas, já iniciado em 2006, foi realizado um controlo análogo (igualmente feito por amostragem), em carnes refrigeradas, nacionais e de importação, no ano de 2007. Também a formação é essencial na implementação da política de Segurança Alimentar. Neste sentido, são de relevar todas as acções de sensibilização mencionadas no capítulo de Recursos Humanos, desenvolvidas junto de colaboradores, quer internos, quer subcontratados, nomeadamente motoristas da frota de distribuição. Transversalmente às várias Companhias, sobressai ainda a produção de artigos sobre Qualidade e Segurança Alimentar, na secção permanente dedicada à Responsabilidade Social, da revista interna “A Nossa Gente”. Distribuição Polónia Na Polónia, continua o desenvolvimento do projecto “Biedronka – the retailer”, tendo como objectivos a comercialização de produtos seguros, clientes possam confiar; a satisfação das exigências desses mesmos matéria de Segurança Alimentar; e a conformidade das políticas e Companhia nesta área, com os requisitos da legislação polaca. trustful food nos quais os clientes em práticas da Como factos relevantes de 2007, destacam-se: Obtenção da Certificação do Sistema de Segurança Alimentar HACCP segundo a Norma DS3027:2002, pelos Centros de Distribuição de Ruda Śląska, Wyszków, Kostrzyn e Grudziądz, abrangendo as actividades de gestão de stocks e distribuição de produtos alimentares (Fast Moving Consumer Goods); Auditorias HACCP às lojas, em parceria com a JohnsonDiversey, disponibilizando informação relativa a resultados da mesma, em sítio da Internet, possibilitando deste modo uma rápida análise de tendências, identificação de problemas e acompanhamento das respectivas correcções; Formação específica aos controladores da Qualidade dos Centros de Distribuição, para que se realizem verificações periódicas e aleatórias, que conduzam à diminuição de erros e melhoria da eficácia na recepção de produtos. Esta medida 157 R&C’07 – Responsabilidade Social abrangeu produtos de padaria e hortofrutícolas, por forma a que os mesmos mantenham a sua qualidade e frescura ao longo da cadeia de distribuição. Indústria A Política da Qualidade foi revista a nível global e passou a ser comum a todas as organizações dentro da Unilever. Pretende-se desta forma demonstrar o comprometimento da Companhia com a Qualidade, igual em todos os países, organizações e categorias. Durante o ano em análise, as unidades fabris do Grupo continuaram empenhadas em disponibilizar produtos que, de uma forma consistente, ofereçam mais-valias em termos de qualidade, segurança e preço, mediante: A utilização das tecnologias e equipamentos mais adequados à sua produção; A aposta na formação e sensibilização dos colaboradores, no âmbito da Qualidade e Segurança Alimentares e a realização de análises em regime de auto-controlo pelos próprios colaboradores, sempre que aplicável e tecnicamente possível; A utilização da metodologia HACCP, tendo como objectivo os “zero incidentes” na área Alimentar e na área de Produtos Pessoais; A utilização de ferramentas de TPM (Total Productive Maintenance), como propostas de melhoria, lições ponto a ponto, Matrizes da Qualidade entre outras, que visam a optimização dos processos ao nível da produtividade, da eficiência e da qualidade. Em 2007, são de destacar os seguintes projectos: A harmonização de procedimentos entre fábricas; A consolidação das auditorias a parceiros na área da logística e pontos de venda; A avaliação de produtos nos pontos de venda; A implementação de “Touch screen SAP QM” na produção da Lever e de Warehouse Management, também na Lever; A continuação da vigência da metodologia CRQS (Consumer Relevant Quality Standards) na Olá; A certificação BRC (British Retail Consorcium) na área da Produção de Caldos da Fima. 5.4. Key Figures Trabalho de Rotina Lojas e Centros de Distribuição - Portugal Durante o ano de 2007, em colaboração com as áreas de Recursos Humanos das Companhias e a Escola de Formação Jerónimo Martins, foram ministradas 3.084 horas 158 R&C’07 – Responsabilidade Social de formação em Qualidade e Segurança Alimentar, correspondendo a 7,2% das FTE (Full Time Equivalence) dos Técnicos da Qualidade. Neste contexto, foram ajustados os planos e conteúdos de formação, sendo de destacar a elaboração dos Manuais da Escola de Frescos (Curso de Formação Profissional de Talho, Peixaria e Padaria). Estas formações visam proporcionar aos novos colaboradores, os conhecimentos técnicos necessários ao desempenho das suas funções, bem como o reforço dos conhecimentos já adquiridos pelos restantes colaboradores. No sentido de avaliar a eficácia da formação, a adequabilidade de instalações e equipamentos e assegurar a implementação dos procedimentos definidos, foram realizadas auditorias internas. Neste âmbito foram realizadas, entre Abril e Dezembro de 2007, auditorias HACCP a 188 lojas Pingo Doce e 41 lojas Feira Nova. No Recheio, foram realizadas 158 auditorias internas abrangendo a totalidade das lojas. Além destas auditorias internas a lojas, foram ainda realizadas auditorias aos sistemas certificados de Pingo Doce, Recheio e Gestiretalho, totalizando os valores abaixo indicados. Visando o acompanhamento de reclamações e acções correctivas planeadas, bem como para acompanhamento dos produtos Perecíveis ao longo da cadeia e preparação de vistorias ou alterações de infra-estruturas, foram ainda realizadas auditorias de acompanhamento, apresentadas no quadro que se segue. Ano 2007 Pingo Doce Feira Nova Recheio Auditorias Internas 189 41 161 6 Auditorias Externas 1 - 3 1 881 224 294 - Auditorias de Acompanhamento Gestiretalho Do conjunto das acções desenvolvidas, junto das Companhias, resultaram níveis de desempenho relativos ao indicador ”Implementação HACCP” de 81,2% no Pingo Doce e 81,6% no Feira Nova. No Recheio, e fruto da certificação do sistema de segurança alimentar implementado, o referencial de avaliação é distinto, tendo-se obtido um indicador de desempenho de 75,7%. Prosseguiu-se, ainda, a avaliação da eficácia das boas práticas de higiene e laboração, por recurso a controlo analítico, tendo sido registado comparativamente a 2006, um decréscimo no número de testes realizados, resultante de uma optimização dos planos, permitindo dar continuidade ao processo de monitorização e validação de requisitos de Segurança Alimentar. A conformidade analítica fixou-se nos 89,7% no Pingo Doce, 91,6% em Feira Nova e 95,4% no Recheio. Controlo Analítico (n.º análises) 2007 2006 21.028 23.817 Manipuladores 8.279 10.656 Produtos Alimentares (excluindo Marcas Próprias) 5.501 6.540 Superfícies de trabalho 159 R&C’07 – Responsabilidade Social Lojas e Centros de Distribuição - Polónia Por forma a assegurar o adequado cumprimento dos procedimentos implementados, nomeadamente a nível de boas práticas de higiene e laboração, foram realizadas 192 sessões de formação, num total de 768 horas, envolvendo 14.728 colaboradores em 2007. De Abril a Dezembro foram realizadas auditorias HACCP a 814 lojas na Polónia. No mesmo ano, 4 dos 6 Centros de Distribuição foram sujeitos a uma auditoria interna (realizada por auditores externos), acrescida da auditoria externa, pela SGS ICS, com vista à atribuição da certificação. Fornecedores O processo de auditorias a fornecedores é levado a cabo, em consonância com normas internas baseadas em referenciais normativos internacionais, casos do Codex Alimentarius e outros referenciados por entidades como a International Food Safety Initiative (CIES), o BRC (British Retail Consortium), o EFIS (European Food Safety Inspection Service) e o EUREPGAP (European Good Agricultural Practices), entre outras. Distribuição Portugal Em Portugal, a bolsa interna responsável por estas auditorias é especializada em várias áreas de negócio e avalia não só as componentes de Qualidade e Segurança Alimentar, como também o cumprimento de requisitos mínimos em matéria de Gestão Ambiental. Em 2007, face à maturidade atingida na carteira de fornecedores, as auditorias realizadas focalizaram-se no acompanhamento dos mesmos (62%), tendo como principal objectivo a selecção de produto, o acompanhamento de acções correctivas planeadas e o garante do cumprimento de requisitos de Qualidade e Segurança Alimentar. Os restantes 38% das auditorias, foram realizadas no âmbito da selecção e avaliação de fornecedores. Distribuição Polónia As auditorias realizadas a fornecedores abrangeram, em 2007, 184 fornecedores de produtos marca própria, dos quais 105 de mercearia e 79 de padaria. Estas auditorias visam assegurar que se encontram implementados processos, que ao nível da produção garantam a Segurança Alimentar, a consistência da Qualidade dos produtos e a eficiência logística daquela que é a maior cadeia de retalho na Polónia. Auditorias de Selecção e Acompanhamento Portugal Polónia 2007 2006 1.039 1.196 184 129 160 R&C’07 – Responsabilidade Social Indústria As auditorias internas são efectuadas, sempre que possível, por equipas mistas constituídas por elementos das várias unidades industriais. Estas equipas permitem uma optimização dos recursos e do nível de conhecimento e de interacção entre os intervenientes, contribuindo, desta forma, para uma melhor avaliação das práticas e procedimentos existentes. Auditorias ISO 9001 ISO 14001 OHSAS 18001 Olá 1 1 1 Fima 1 1 Lever 1 1 VG 1 1 BRC Internas 5 2 7 1 4 6 ULJM 2 Com o objectivo de monitorizar o desempenho dos fornecedores e garantir a qualidade dos produtos, ao longo de toda a cadeia de distribuição, a Indústria efectuou, durante 2007, as seguintes auditorias: Auditorias Fornecedores (matérias-primas e material de embalagem) 2007 21 Prestadores de serviços (área ambiental) 2 Operadores logísticos 5 Concessionários Pontos de venda (gelados) 49 214 Foram ainda realizadas 30 visitas a pontos de venda, para avaliação de Caldos Knorr e cremes para barrar, assim como outras 15 para avaliação de produtos da Lever. Marcas Próprias A Qualidade e Segurança Alimentar dos produtos Marca Própria mantém-se como uma prioridade das Companhias em Portugal e na Polónia. Como tal, são realizadas auditorias periódicas, através de testes sensoriais e analíticos, para assegurar que os fornecedores cumprem as políticas e os requisitos subscritos pelas Companhias. Este é um processo dinâmico, tendo início antes do lançamento dos produtos e sendo continuado pela realização de análises a produtos recolhidos nos pontos de venda, seja numa óptica de validação das suas características técnicas e declarações de conformidades dos fornecedores (por exemplo a confirmação da inexistência de OMG nos produtos/grupos de risco), seja para a avaliação da sua aceitação/preferência, por parte dos consumidores ou do seu posicionamento face aos líderes de mercado. No caso das propostas de produtos a desenvolver, estas são analisadas internamente, sujeitas a avaliação sensorial e submetidas a testes específicos de consumidor, recorrendo às várias metodologias disponíveis: testes de aceitação, de preferência, de 161 R&C’07 – Responsabilidade Social comparação e de ordenação. Sempre que necessário, recorre-se a entidades externas para efectuar a avaliação laboratorial e de desempenho, dos produtos não alimentares. No desenvolvimento de novos produtos, é dada especial atenção à embalagem e à rotulagem, tendo em conta a população-alvo, os requisitos legais e comunitários existentes, os modos de utilização e as características nutricionais dos próprios produtos. O controlo analítico, a que periodicamente os produtos Marca Própria são sujeitos, é realizado por laboratórios acreditados, de acordo com um plano anual predefinido, sendo alvo de selecção e avaliação por Técnicos em Qualidade. Desenvolvimento de Marcas Próprias Auditorias a Fornecedores Lançamentos e Relançamentos Controlo de Marcas Próprias Testes Sensoriais – pré e pós-lançamento Testes laboratoriais de rotina Testes laboratoriais de selecção Portugal 2007 Polónia 2006 2007 2006 79 105 184 129 480 622 371 386 Portugal 2007 Polónia 2006 2007 2006 685 1.100 821 937 1.271 988 3.250 2.835 275 314 750 537 Indústria Na Indústria, em 2007, foram efectuadas 29 sessões internas de treino e sensibilização nas áreas da Higiene, HACCP e Segurança Alimentar. Reforçando a sua estreita colaboração com Escolas e Universidades, esta área continuou a conceder, em 2007, visitas de estudo e estágios a diversas escolas 5.5. Organizações a que o Grupo pertence Distribuição Portugal APED – Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição – Comissão de Produtos Alimentares e Segurança Alimentar; AMS – Associated Marketing Service; Associação Portuguesa para a Qualidade; Instituto Português de Acreditação. 162 R&C’07 – Responsabilidade Social Distribuição Polónia Organização de Comércio e Distribuição Polaca – membro da Comissão de Qualidade; Associação de Produtores de Cosmética e Home Care. Indústria A Unilever Jerónimo - Martins faz-se representar, é associada e/ou participa em grupos de trabalho das seguintes organizações: AISDPCL- Associação dos Industriais de Sabões, Detergentes e Produtos de Conservação e Limpeza; ANIGA - Associação Nacional dos Industriais de Gelados Alimentares; ANIRSF - Associação Nacional dos Industriais de Refrigerantes e Sumos de Frutos; APA - Associação Portuguesa de Aerossóis; APLOG- Associação Portuguesa de Logística; APOGOM - Associação Portuguesa de Óleos e Gorduras Vegetais, Margarinas e Derivados; Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal; FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro – Alimentares; IPQ – Instituto Português da Qualidade; SPV - Sociedade Ponto Verde. 163 R&C’07 – Responsabilidade Social 6. GESTÃO AMBIENTAL Assegurar uma correcta gestão ambiental é garantir um futuro sustentável para todos. Jerónimo Martins preocupa-se com a preservação do ambiente, considerando-a fundamental para garantir o sucesso dos seus negócios e para o crescimento das suas Companhias, as quais, desde há largos anos, adoptam comportamentos pró-activos nesta área. Neste contexto, e de acordo com os programas ambientais definidos para 2007, apresentam-se, de seguida, as principais actividades de Gestão Ambiental empreendidas durante o ano. 6.1. Política Ambiental A Política Ambiental de Jerónimo Martins visa melhorar, de forma contínua, o desempenho ambiental das actividades, produtos e serviços das Companhias do Grupo. Ao mesmo tempo, e através dela, Jerónimo Martins procura não só fomentar a adopção de boas práticas ambientais por parte dos seus colaboradores e fornecedores, mas também responder às legítimas preocupações ambientais dos seus consumidores, tudo no rigoroso cumprimento da legislação ambiental em vigor. Esta Política Ambiental é implementada através dos Sistemas de Gestão Ambiental das Companhias da Distribuição e da Indústria, os quais, baseados na norma ISO 14001, asseguram a frequente actualização da legislação ambiental aplicável, a realização de diagnósticos e auditorias ambientais às diversas unidades de negócio e a monitorização dos demais aspectos ambientais. Certificação Ambiental A nível da Distribuição em Portugal, os Centros de Distribuição da Gestiretalho de Azambuja, Vila do Conde e Guardeiras têm implementado um sistema de gestão ambiental certificado segundo a norma NP EN - ISO 14001:2004. Em 2007, as Companhias da área da Indústria mantiveram a sua certificação ambiental de acordo com a Norma NP EN ISO 14001:2004. Biodiversidade Jerónimo Martins reconhece a importância da Biodiversidade, enquanto valor a preservar, para a sustentabilidade da comunidade onde se insere, e mesmo das suas actividades, visando contribuir positivamente para a protecção da mesma a nível local, nacional e global. 164 R&C’07 – Responsabilidade Social 6.2. Principais Impactes Ambientais Distribuição (Portugal e Polónia) Os principais aspectos ambientais na área da Distribuição situam-se ao nível da racionalização do consumo de água; do consumo de energia, despendido na conservação de alimentos, na iluminação, na climatização e no funcionamento de equipamentos; da produção de resíduos sólidos orgânicos e embalagens de papel, cartão e plástico; das emissões para a atmosfera e do consumo de combustíveis fósseis ao nível do transporte de mercadorias. Com vista à minimização dos impactes ambientais, decorrentes dos aspectos enumerados, durante o ano de 2007, foram realizados diversos diagnósticos ambientais a lojas e centros de Distribuição, de modo a garantir a conformidade destes com os requisitos legais e os procedimentos internos de gestão ambiental do Grupo. Indústria Decorrente dos Sistemas de Gestão Ambiental, implementados em conformidade com os requisitos da Norma NP EN – ISO 14001:2004, as Companhias da Indústria procedem à avaliação e revisão anual dos aspectos ambientais que consideram mais significativos. No ano que findou, foram identificadas as seguinte áreas de actuação: o consumo de água utilizada em aquecimentos, arrefecimentos, limpezas, higienização e higiene pessoal; o consumo de energia, principalmente de electricidade, gás natural e GPL; a produção de resíduos sólidos; a produção de outro tipo de resíduos, como reagentes e solventes; os efluentes líquidos, industriais e domésticos; as emissões atmosféricas decorrentes dos processos produtivos; e, por fim, o ruído emitido para a envolvente, como consequência das actividades produtivas. 6.3. Programas de Gestão Ambiental Os Programas de Gestão Ambiental implementados em 2007, nas áreas da Distribuição (Portugal e Polónia) e Indústria, traduziram-se nas diversas acções a seguir apresentadas: Racionalização do Consumo de Água Na Distribuição em Portugal, a gestão do consumo de água reveste-se da máxima importância. Neste sentido, é de destacar, em 2007, o início da implementação do plano integrado da água nos Centros de Distribuição, o qual contempla acções como a substituição de equipamentos, a minimização do fluxo de água nas torneiras, a monitorização trimestral de consumos, entre outras boas práticas a este nível. Os indicadores de consumo de água apresentados abrangem 81% das unidades em Portugal e 83% na Polónia. 165 R&C’07 – Responsabilidade Social Indicadores Ambientais: Lojas – Consumo de água por área de venda (m3 / m2) Distribuição 2007 2006 Δ 07/06 2005 Δ 06/05 Portugal 2,12 2,08 +1,9% 2,03 +2,5% Polónia 0,78 0,75 +4,0% 0,74 +1,4% Centros de Distribuição – Consumo de água por milhares de caixas movimentadas (m3 / UMC'000*) Distribuição 2007 2006 Δ 07/06 2005 Δ 06/05 Portugal 0,59 0,58 +1,6% 0,47 +23,4% Polónia 0,10 0,10 0% 0,10 0% (*) UMC – Unidade de Medida de Compra em milhares Para um eficaz controlo do consumo de água, as Companhias da área da Indústria têm vindo a desenvolver diversas acções, no sentido de racionalizar o seu consumo e de minimizar os seus desperdícios. Para concretizar estes objectivos destacamos durante o ano de 2007 as seguintes acções: A Semana da Segurança e Ambiente, realizada conjuntamente com as diversas unidades da Indústria, elegeu como um dos temas a tratar, a racionalização do consumo de água e de energia; Acompanhamento/monitorização dos consumos, tendo sido realizadas acções de sensibilização para os colaboradores, onde o tema da racionalização da água foi apresentado; Na Olá, procedeu-se à automatização do circuito de água das torres de arrefecimento do sistema de refrigeração, de modo a reduzir a quantidade de purgas efectuadas, diminuindo-se assim o consumo de água; Na Lever, realizou-se uma campanha de sensibilização para a racionalização do consumo de água, inspirada no Dia Mundial da Água, composta por cartazes e um pequeno manual alusivo ao tema, em simultâneo com um concurso de desenhos sobre esta temática, para filhos de colaboradores. Foram ainda realizadas outras acções com vista à redução do consumo, das quais se destacam: a alteração do sistema de lavagem de linhas de produto, com a introdução do sistema a água e ar em substituição do sistema que utilizava apenas água; a desinfecção térmica de equipamentos de produção, em substituição da desinfecção química, com redução de consumos, quer de água, quer de agentes desinfectantes; a reutilização de condensados; a instalação de torneiras misturadoras termostáticas nos chuveiros; e a análise periódica do balanço de consumo de água e de geração de efluentes líquidos, para definição de acções de melhoria; Na Victor Guedes, implementou-se a recirculação da água de captação própria, reduzindo-se, desta forma, o seu consumo global, sendo feita uma sensibilização 166 R&C’07 – Responsabilidade Social ambiental periódica, com carácter semestral, junto dos colaboradores, sobre a correcta utilização da água. Indicadores Ambientais: Indústria Consumo Global de água (mil m3 ) Consumo de água por unidade de produto produzida (m3/t) 2007 2006 Δ 07/06 2005 Δ 06/05 413,1 387,0 +6,7% 434,0 -10,8% 2,47 2,51 -1,6% 2,75 -8,4% Racionalização do Consumo de Energia No âmbito do projecto “Poupança de Energia”, lançado em 2006 para as Companhias da Distribuição em Portugal, e que visa operacionalizar o compromisso de Jerónimo Martins, no combate ao fenómeno das Alterações Climáticas e reforçar a racionalização dos consumos de energia, foram desenvolvidas, em 2007, acções em várias vertentes: Sensibilização: foram distribuídos a todos os funcionários, exemplares de um manual de bolso sobre boas práticas de poupança de energia, a implementar no dia-a-dia; Eco-benchmarking interno: mensalmente, foi efectuado e divulgado um relatório de consumos loja-a-loja, para cada uma das Companhias; Tecnologias mais limpas: foram instalados 72 m2 de colectores solares para aquecimento de água no Centro de Distribuição da Azambuja (poupanças: 5.100 kWh/mês e 31 t CO2/ano); foram também instalados, na loja Feira Nova de Quinta do Conde, 46 postes de iluminação de espaços exteriores alimentados a partir de painéis fotovoltaicos (poupanças: 5.000 kWh/mês e 30 t CO2/ano); por fim, procedeu-se à instalação de 5,4 m2 de colectores solares para aquecimento de água na loja Pingo Doce de Borba; instalação de 76 unidades de sistema tubular de transporte da luz solar, para iluminação de espaços interiores das lojas Pingo Doce de Vila Nova de Gaia e Oliveira do Douro (poupanças: 2.255kWh/mês e 13 t CO2/ano). São ainda de destacar as seguintes actividades, realizadas ao longo deste ano: Implementação de planos de racionalização dos consumos de energia, nos três Centros de Distribuição das operações de retalho em Portugal (dois dos quais são considerados consumidores intensivos de energia); Realização de vários diagnósticos energéticos em lojas Pingo Doce, Feira Nova e Recheio; Redução, nas lojas Recheio, do horário de funcionamento da iluminação de parques de estacionamento e reclames exteriores; Arranque de um sistema de gestão técnica dos consumos de electricidade na loja Recheio de Ramalde, com o objectivo de reduzir estes mesmos consumos em 10%; Início da monitorização mensal dos consumos de combustíveis, pelas lojas e Centros de Distribuição em Portugal; Instalação de lâmpadas fluorescentes de baixo consumo nas lojas Biedronka. 167 R&C’07 – Responsabilidade Social Os indicadores apresentados dizem respeito a 99% das unidades em Portugal e a 92% das unidades na Polónia. O aumento no consumo específico nos Centros de Distribuição deve-se, sobretudo, à entrada em funcionamento de mais um armazém refrigerado no final de 2006. Indicadores Ambientais: Consumo de energia nas lojas: Distribuição 2007 2006 Δ 07/06 2005 Δ 06/05 Portugal Electricidade (kWh/m2) Combustíveis (GJ) Polónia Electricidade (kWh/m2) Combustíveis (GJ) 694,6 727,1 -4,5% 653,9 +11,2% 348,2 -3,8% 361,4 -3,7% 32.901 334,9 104.682 Consumo de energia nos Centros de Distribuição: Distribuição Portugal Electricidade (kWh/UMC’000*) Combustíveis (GJ) Polónia Electricidade (kWh/UMC’000) 2007 132,6 2006 Δ 07/06 2005 Δ 06/05 118,5 +11,9% 125,5 -5,6% 55,8 -6,8% 54,1 +3,1% 2.259 52,0 (*) UMC – Unidade de Medida de Compra em milhares Com vista a racionalizar o consumo de energia e contribuir para a preservação dos recursos energéticos, a área da Indústria tem vindo a implementar medidas decorrentes do plano de racionalização, designadamente: Abordagem do tema na Semana da Segurança e Ambiente, com o objectivo de atingir um maior número de colaboradores; Por unidades produtivas: A Olá prosseguiu a renovação de equipamentos, visando a maior eficiência e o menor consumo energético, ao nível do parque de compressores de ar, do condensador evaporativo no sistema de refrigeração, e dos evaporadores nas câmaras de congelação de produto acabado. Continuou ainda a colocação de detectores de presença, ligados à iluminação das áreas comuns e instalações sanitárias; Na Lever, a instalação de um variador de velocidade na central de ar comprimido e de um compressor de capacidade reduzida para os turnos nocturnos, com baixo consumo, associada a acções de sensibilização dos colaboradores, permitiram 168 R&C’07 – Responsabilidade Social reduzir significativamente o consumo de electricidade. Prosseguiram também os trabalhos de optimização de processos na torre de atomização, no sentido da redução do consumo de gás natural; Na Victor Guedes, à semelhança do que é feito em termos de racionalização do consumo de água, tem lugar, a cada seis meses, uma sensibilização ambiental junto dos colaboradores, sobre a correcta utilização da energia; Na Fima foram implementados diversos projectos, dos quais se destacam as intervenções nas instalações de ar comprimido e iluminação; Na sede da Unilever Jerónimo Martins foram substituídas mais 120 luminárias fluorescentes T8 por T5. Indicadores Ambientais: Indústria Consumo global de Electricidade (MWh) Consumo global de Gás Natural (mil Nm3) Consumo de energia por unidade de produto produzida (GJ/t) Δ 07/06 Δ 06/05 2007 2006 2005 26.989 1.723 27.697 1.940 -2,6% -11,2% 27.102 2.038 +2,2% -4,8% 1,02 1,18 -13,8% 1,16 +1,9% Gestão de Resíduos Na área da Distribuição, destacam-se, em 2007, vários projectos que visam a optimização da gestão de resíduos. São eles: O investimento em equipamento nas lojas Pingo Doce, Feira Nova e Recheio para optimização da separação, acondicionamento e armazenamento dos resíduos de cartão e plástico (prensas, contentores e compactadores), de acordo com as infraestruturas e necessidades de cada loja; No Centro de Distribuição da Gestiretalho de Azambuja foi iniciada a entrega para compostagem, de lamas do tratamento biológico de efluentes líquidos; A recolha selectiva da fracção orgânica em 65 lojas, tendo sido enviadas mais de 2.500 toneladas para compostagem; O início da recolha selectiva de resíduos de embalagem na sede da Distribuição em Portugal, tendo sido instalados para o efeito 18 ecopontos internos; A recolha selectiva de resíduos orgânicos, em 1.045 lojas Biedronka, na Polónia, num total de 1.100 toneladas entregues para compostagem. Indicadores Ambientais: Total de resíduos de embalagem (cartão e plástico) encaminhados para valorização (em toneladas): 2007 2006 Δ 07/06 2005 Δ 06/05 Portugal 18.559 14.889 +24,6% 14.200 +4,9% Polónia 46.616 33.730 +38,2% 21.720 +55,3% Total 64.715 48.619 +35,4% 35.920 +35,4% 169 R&C’07 – Responsabilidade Social O aumento da quantidade de resíduos encaminhados para valorização, deve-se à forte sensibilização e empenho de todos os colaboradores do Grupo, bem como à abertura de novas lojas. Na área da Indústria apostou-se em campanhas de sensibilização dos colaboradores, no sentido de estes respeitarem, sempre que possível, a segregação de resíduos, reconhecendo e utilizando para tal, os locais adequados para o efeito, de forma a garantir o destino adequado para cada resíduo. Foi igualmente privilegiado o encaminhamento de resíduos para valorização. A segregação de resíduos foi igualmente um dos temas abordados na Semana da Segurança e Ambiente, tendo esta contribuído para um conhecimento mais aprofundado dos vários aspectos associados aos resíduos: as diversas fileiras, possíveis destinos, utilizações inovadoras de materiais reciclados, entre outros. Já na sede da Unilever Jerónimo Martins, para além da continuação da recolha de resíduos orgânicos, iniciou-se este ano a recolha de resíduos segregados (embalagens, vidro, cartão), no âmbito do programa da Câmara Municipal Lisboa. Indicadores Ambientais: Quantidade de resíduos por unidade de produto produzida (t/t) Total de resíduos encaminhados para valorização (t) Taxa de valorização de resíduos Δ 07/06 2005 Δ 06/05 2007 2006 0,0299 0,0296 +1,1% 0,0285 +3,7% 4.241 3.810 +11,3% 3.393 +12,3% 84,9% 83,7% +1,2 p.p 75,3% +8,4 p.p Gestão dos Efluentes Líquidos Os efluentes líquidos provenientes do sector da Distribuição, não apresentam uma carga poluente elevada, sendo, na sua grande maioria, descarregados nos colectores municipais. No entanto, de forma a diminuir a carga orgânica dos efluentes, nomeadamente em termos do teor de óleos e gorduras alimentares, i) têm sido instalados sistemas de pré-tratamento, ii) são utilizados produtos de limpeza com elevada biodegradabilidade e iii) são recolhidos selectivamente os óleos alimentares usados. A este nível, o Centro de Distribuição da Azambuja possui uma Estação de Tratamento de Águas Residuais, bem como caixas de retenção de gorduras e hidrocarbonetos, sendo assegurado o cumprimento dos limites de descarga impostos por lei. Em 2007, o plano para monitorização dos efluentes líquidos abrangeu 55 unidades em Portugal, para dar resposta às exigências de regulamentos municipais e outros requisitos legais. Neste domínio, a Fima e a Olá possuem um sistema de pré-tratamento dos efluentes gerados, os quais são posteriormente encaminhados para o colector municipal. O principal objectivo é baixar a carga poluente destes efluentes líquidos. Na Olá, a já referida automatização do circuito de água das torres de arrefecimento teve igualmente como objectivo, a redução do volume dos efluentes. 170 R&C’07 – Responsabilidade Social Na Lever, a par das acções anteriormente mencionadas, referentes à diminuição do consumo de água e consequente diminuição de geração de efluentes líquidos, continuaram os trabalhos de revisão, simplificação e manutenção da rede de efluentes. Os efluentes líquidos industriais (como por exemplo, a água proveniente da lavagem das linhas de embalagem) continuaram a ser reutilizados no processo produtivo. Por último, na Victor Guedes, os efluentes líquidos gerados são equiparados ao efluente doméstico, dado terem uma baixa carga poluente, sendo os mesmos encaminhados para a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) Municipal. Indicadores Ambientais: 2007 Quantidade total de efluentes líquidos industriais por unidade de produto produzida (mil m3 / t) 147,7 2006 155,6 Δ 07/06 -5,51% 2005 138,5 Δ 06/05 +12,3% Gestão de Emissões para a Atmosfera Em termos de emissões de gases para a atmosfera, no sector da distribuição (Portugal e Polónia), a única substância sujeita a regulamentação é o R22 (gás refrigerante), o qual tem vindo a ser substituído de forma sistemática, por outras substâncias com menor impacte ambiental. Na Polónia, existe o objectivo de substituir o R22 em todos os equipamentos até ao final de 2008. Nas unidades da Distribuição em Portugal em que existe essa obrigação, foi iniciada a implementação do Plano de Monitorização da qualidade das emissões para a atmosfera (19 caracterizações), prevendo-se que este esteja concluído no primeiro trimestre de 2008. Nas unidades produtivas da Indústria que possuem fontes fixas de emissões para a atmosfera, procede-se a uma monitorização dos parâmetros relevantes, com o objectivo de garantir o cumprimento da legislação. Controlo do Ruído Na área da Indústria assegura-se o cumprimento dos limites de emissão de ruído para o Ambiente, nomeadamente a Olá, mediante a substituição de compressores de ar. Critérios Ambientais na Construção e Remodelação de Unidades Em todos os projectos de construção ou remodelação de unidades da Distribuição em Portugal são considerados critérios ambientais, nomeadamente a aquisição de equipamento mais eficiente (e.g. torneiras e sistema de iluminação); a instalação de equipamento de monitorização (e.g. sub-contadores de água); a optimização da gestão de resíduos (e.g. prensas e compactadores para cartão e plástico); a melhoria dos sistemas de controlo de emissões (e.g. caixas de retenção de sólidos e gorduras nas redes de drenagem de águas residuais); e a prevenção da poluição (e.g. substituição de gases refrigerantes por monopropilenoglicol). 171 R&C’07 – Responsabilidade Social É de destacar, em 2007, a construção da loja Pingo Doce da Batalha com uma cobertura ajardinada, minimizando o impacte visual na envolvente e promovendo a absorção de dióxido de carbono atmosférico durante os períodos diurnos. Nas remodelações de lojas Biedronka, para além dos requisitos legais, tem sido reforçado o investimento para racionalização dos consumos de energia: iluminação; aquecimento e ventilação e equipamento consumidor de electricidade. Na Indústria, em todas as instalações com gases refrigerantes, são conhecidos os tipos de gases e as quantidades instaladas, incluindo-se estes aspectos na implementação dos projectos de construção e remodelação de unidades. Adopção de Boas Práticas pelos Colaboradores Das acções de sensibilização ambiental, desenvolvidas junto dos colaboradores das Companhias da Distribuição, destacam-se as seguintes, referentes ao ano de 2007: Acções de formação nos Centros de Distribuição da Gestiretalho, sobre os princípios do Sistema de Gestão ambiental, política ambiental e boas práticas (colaboradores internos e subcontratados); Acções de formação a novos colaboradores do Grupo com funções de gestão, visando a divulgação de procedimentos internos e a sensibilização para boas práticas ambientais; Acções de formação a colaboradores de lojas sobre procedimentos internos de separação de resíduos (incluindo resíduos de embalagens e orgânicos); Desenvolvimento de artigos sobre “Ambiente”, na secção permanente dedicada à Responsabilidade Social, na revista interna “A Nossa Gente”. Em 2007, estes foram subordinados aos temas: poupança de energia; campanhas de sensibilização ambiental; protocolo ECO–Empresas; colectores solares (Centro de Distribuição da Azambuja); produtos mais amigos do Ambiente; separação e entrega de resíduos no sector do retalho; Divulgação semanal de boas práticas ambientais e procedimentos de gestão ambiental, aos colaboradores das lojas Pingo Doce. Na formação inicial dada aos novos colaboradores da área da Indústria, inclui-se a temática ambiental, com o objectivo da adopção generalizada de boas práticas nesta matéria. Periodicamente, são também realizadas acções de formação e sensibilização ambiental para todos os colaboradores, das quais se destacam, em 2007: Na Lever, realização de acções gerais de formação aos prestadores de serviços, designadamente em contenção de derrames, segregação de resíduos, efluentes líquidos e boas práticas ambientais; Realização, em todas a unidades produtivas, de acções de sensibilização dos colaboradores, no sentido de melhoria da prática de segregação de resíduos. A Metodologia TPM (Total Productive Maintenance) As Companhias do sector da Indústria têm vindo a implementar a metodologia TPM, na qual Ambiente e Segurança se assumem como eixos fundamentais. No âmbito desta metodologia, na Semana da Segurança e Ambiente 2007, foram abordados temas de boas práticas como manuseamento de substâncias perigosas, 172 R&C’07 – Responsabilidade Social segregação de resíduos, e energia e água, numa acção conjunta que reuniu um total de 80 participantes (20 por unidade produtiva). Critérios Ambientais na Selecção dos Fornecedores Tendo por objectivo a melhoria do desempenho ambiental ao longo da cadeia de fornecimento, em 2007 continuou a ser aplicada a Norma Técnica de Ambiente, nas auditorias a fornecedores de mercadorias do sector da Distribuição em Portugal. A verificação dos requisitos desta Norma tem permitido classificar os fornecedores e prestadores de serviços, segundo o seu desempenho em termos de legislação ambiental aplicável à sua actividade, adopção de boas práticas e implementação de sistemas de gestão ambiental. Efectivamente, na área da Indústria, os critérios de selecção dos fornecedores têm uma forte componente ambiental, sendo estes avaliados pelos mesmos parâmetros rigorosos das fábricas do Grupo e convidados a adoptar programas de gestão ambiental. Logística e Ambiente É objectivo das Companhias do sector da Distribuição, a redução progressiva do peso das embalagens, o que, consequentemente, gera a minimização da produção de resíduos, a optimização da utilização de veículos de transporte, a redução do consumo de combustível e a minimização da emissão de gases poluentes. Assim, em Portugal, a utilização de caixas plásticas reutilizáveis abrange já as áreas de Fruta & Vegetais, Carnes, Lacticínios, Peixe e Padaria. Na Polónia, é adoptado o uso de embalagens reutilizáveis, sempre que estejam reunidas condições logísticas e operacionais para o efeito. O indicador apresentado para o número de caixas reutilizáveis demonstra a evolução que este tema tem tido na actividade logística do Grupo. Indicadores Ambientais: Percentagem de caixas reutilizáveis vs. número total de caixas movimentadas: 2007 Portugal 12,9% 2006 9,2% Δ 07/06 +3,7 p.p. 2005 6,7% Δ 06/05 +2,5 p.p. De referir que as Companhias da área da Indústria cooperam com os seus Fornecedores, sempre que possível, na reutilização das embalagens de transporte. Consumo Sustentável No início de 2007, o Pingo Doce assumiu um importante papel na mudança dos hábitos dos consumidores, ao iniciar a cobrança de dois cêntimos de euro por cada saco plástico, que até então era disponibilizado gratuitamente. Esta medida de 173 R&C’07 – Responsabilidade Social prevenção da poluição permitiu reduzir o consumo de sacos em cerca de 40%, o que se traduz numa redução de: 750 t de petróleo e gás natural utilizados no fabrico de polietileno; 950 t de emissões de dióxido de carbono (decorrentes das fases de fabrico e transporte dos sacos); 400 t de sacos depositados em aterro (após utilização pelos clientes). É ainda de salientar, o reforço da aposta nos produtos de agricultura biológica, através do lançamento deste tipo de artigos com Marca Pingo Doce (cf. subcapítulo ”Qualidade e Segurança Alimentar”). No âmbito do projecto “-100kg”, realizado em parceria com a LIPOR (entidade gestora de resíduos sólidos na zona do Porto), com o objectivo de reduzir a produção de resíduos sólidos por agregado familiar, o Pingo Doce concedeu 4.000 trolleys para serem distribuídos como substitutos dos sacos de plásticos, nos lares abrangidos pela acção. De destacar também o lançamento, pela Unilever Jerónimo Martins, dos novos produtos Skip Líquido Pequeno & Poderoso e Comfort Essência, os quais apresentam diversas vantagens do ponto de vista ambiental, associadas à redução de volume (e.g., para o Comfort Essência regista-se uma redução de 67% de água, 48% de plástico, 43% de cartão, 58% de número de camiões para transporte e de paletes manuseadas e 30% de espaço de armazenagem). Houve, simultaneamente, uma redução na gramagem do Skip em pó, sendo que a nova formulação conduz à utilização de uma menor quantidade de produto para igual fim. Campanhas Ambientais Conscientes de que as empresas devem desempenhar um papel activo na sensibilização da população, em prol de um desenvolvimento sustentável, as Companhias do Grupo da área da Distribuição em Portugal desenvolveram, em 2007, diversas iniciativas ambientais direccionadas para consumidores e colaboradores, das quais se destacam: Divulgação de boas práticas ambientais nos folhetos promocionais do Feira Nova e do Recheio; Lançamento, em colaboração com a Ecopilhas, da Campanha de distribuição de mini-pilhões junto dos clientes, por parte do Pingo Doce, do Feira Nova e do Recheio; Adesão à campanha da Autoridade Nacional de Protecção Civil “Portugal sem fogos depende de todos” (Programa ECO) por parte do Pingo Doce, do Feira Nova e do Recheio; Participação na divulgação da Campanha de Sensibilização da APED sobre Gestão de Resíduos, por parte do Pingo Doce e do Feira Nova; Lançamento da Campanha do Calendário de Ambiente 2008 (4ª edição) nas lojas Pingo Doce e Feira Nova; O Pingo Doce ofereceu 400 pinheiros, excedentes das vendas de Natal, às Câmaras Municipais de Óbidos e Vila do Conde. Na Polónia, sob o lema “Biedronka – parceiro de confiança para o Ambiente”, foram realizadas, em 2007, duas campanhas ambientais para clientes e colaboradores da 174 R&C’07 – Responsabilidade Social Companhia, como forma de reforçar comportamentos ambientalmente adequados na sociedade. Especificamente: Foi lançada uma campanha sobre a utilização racional de água e energia, no seguimento de acções anteriores; Foi igualmente lançada a campanha “Ajudar os animais no Inverno”, em parceria com a Associação de Protecção dos Animais (Instituição Polaca). Na Indústria, a Unilever Jerónimo Martins continuou o apoio, iniciado em 2002, ao Programa Eco-Escolas, uma iniciativa de âmbito europeu, sob a responsabilidade da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE)/Fundação para a Educação Ambiental (FEE), que visa a consciencialização ambiental dos jovens. No ano lectivo 2006/2007, participaram neste Programa 669 escolas, das quais 455 foram galardoadas. A Unilever Jerónimo Martins manteve também a sua iniciativa do Concurso Nacional Brigada Verde, realizado em colaboração com a ABAE. Cada “Brigada Verde” analisou as carências existentes nas respectivas escolas ou no meio envolvente e, posteriormente, criou e apresentou um projecto específico, com soluções para melhorar a situação existente. Em 2007, este concurso, de dimensão nacional, contou com a participação de 55 projectos, abrangendo jardins-de-infância, escolas do 1º, 2º e 3º ciclos e escolas secundárias, e tendo envolvido cerca de 1.200 alunos. É ainda de destacar o lançamento, no ano passado, de uma edição especial de Skip, na qual foi oferecido um ecoponto doméstico e foram disponibilizadas informações sobre separação de resíduos. Adicionalmente, foi desenvolvida uma acção conjunta com a Valorsul, destinada a promover uma correcta separação de resíduos. Alterações Climáticas O Grupo considera o combate ao fenómeno das alterações climáticas, como parte da Responsabilidade Social dos agentes económicos. As Companhias de Jerónimo Martins apostam na adopção de um comportamento responsável e pró-activo, na implementação de acções que contribuam para a minimização da emissão de gases com efeito estufa, sendo uma preocupação subjacente à sua política ambiental. De forma a contribuir para a minimização da emissão destes gases, têm vindo a ser implementadas diversas acções ao nível das várias Companhias do Grupo, visando: A formação de colaboradores; O reforço do investimento em tecnologias mais eficientes; A adopção de tecnologias mais limpas; A optimização de rotas e cargas; A sensibilização da sociedade para a importância da temática. 175 R&C’07 – Responsabilidade Social Indicadores Ambientais: Portugal 2007 Lojas 2006 Δ 07/06 2005 Δ 06/05 0,058 0,058* 0% 0,052* +11,5 % 0,066 0,058* +13,8 % 0,062 -6,5% 0,977 0,929 +5,2% 0,085 0,095 -10,5% 0,091 +4,4% Emissões de CO2 equivalente por volume de vendas (t CO2 eq. / mil €) Centros de Distribuição Emissões de CO2 equivalente por milhares de caixas movimentadas (t CO2 eq / UMC'000*) Transporte por frota exclusiva JM (Centros de Distribuição - lojas) Emissões de CO2 equivalente por quilómetros percorridos (t CO2 eq / mil km) Obs.: Esta frota garantiu, em 2007, 90% das distâncias percorridas. Indústria Emissões de CO2 equivalente por unidade de produto produzida (t CO2 eq / t) Redução das emissões de Carbono devido à utilização de energias renováveis Emissões de CO2 equivalente evitadas 16,7 * Os valores não incluem o consumo de combustíveis. ** UMC – Unidade de Medida de Compra em milhares Polónia Transporte por frota exclusiva JM (Centros de Distribuição – lojas) 2007 0,922 Emissões de CO2 equivalente por quilómetros percorridos (t CO2 eq / mil km) Obs.: Esta frota garantiu, em 2007, 100% das distâncias percorridas. Nota: os valores apresentados tiveram em conta factores de emissão definidos pelo IPCC (combustíveis) e pelo GASA/FCT (relatório “Emissão e Controlo de Gases com Efeito de Estufa em Portugal”, 2000). 6.4. Parceiros na área do Ambiente Distribuição A área da Distribuição de Jerónimo Martins tem-se feito representar nas seguintes organizações: Capítulo Português do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD); Comissão de Ambiente da APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição; 176 R&C’07 – Responsabilidade Social DISPAR – instituição que agrega distribuidores nacionais e representa cerca de 20% do capital da Sociedade Ponto Verde. Indústria A Unilever Jerónimo Martins faz-se representar, é associada e/ou participa em grupos de trabalho das seguintes organizações: AISDPCL- Associação dos Industriais de Sabões, Detergentes e Produtos de Conservação e Limpeza; ANIGA - Associação Nacional dos Industriais de Gelados Alimentares; ANIRSF - Associação Nacional dos Industriais de Refrigerantes e Sumos de Frutos; APA - Associação Portuguesa de Aerossóis; APLOG - Associação Portuguesa de Logística; APOGOM - Associação Portuguesa de Óleos e Gorduras Vegetais, Margarinas e Derivados; Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal; FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro–Alimentares; IPQ – Instituto Português da Qualidade; SPV - Sociedade Ponto Verde. 177 R&C’07 – Responsabilidade Social 7. MECENATO Compromisso com a comunidade. Tanto a nível institucional, como através da contribuição voluntária dos seus colaboradores, Jerónimo Martins tem apoiado, desde sempre, projectos e instituições de solidariedade social. Estas actividades, que se enquadram na política de Mecenato do Grupo e respectivas áreas de actuação - a Social e a Cultural –, seguem o rumo tripartido de orientação definido para essa mesma política, a saber: o Mundo Alimentar, o Carácter Português e a Inovação como postura no negócio, sendo implementadas através de dois programas actualmente existentes: “Jerónimo Martins Alimenta Futuros Risonhos”: programa de carácter social destinado às crianças e aos jovens. “Jerónimo Martins apoia a Cultura Nacional”: programa vocacionado para a cultura, com enfoque na preservação e divulgação do património histórico e cultural português. 7.1. Mecenato Social 7.1.1. Apoio Institucional de Jerónimo Martins No âmbito da colaboração com instituições e projectos que ajudam comunidades e grupos mais carenciados, Jerónimo Martins tem seleccionado as crianças e os jovens como grupos-alvo prioritários, sendo, ao longo do ano, concedidos apoios diversos sob a forma de fundos, géneros e tempo de voluntariado a várias entidades e causas: 178 R&C’07 – Responsabilidade Social APOIOS CONTINUADOS Nome da Instituição Área de Actividade Início do Apoio Jerónimo Martins Tipo de Apoio Aldeia SOS de Bicesse Instituição de acolhimento e protecção de crianças privadas do meio familiar normal. 2002 Apoio à alimentação das crianças e jovens. Obra do Ardina Instituição centenária de apoio a rapazes em situação de risco. 2003 Apoio à alimentação de todas as crianças e jovens que ali residem em regime de internato. Casa da Acreditar Apoio às crianças com cancro e suas famílias. 2003 Patrocínio de 2 quartos da casa de Lisboa. Oferta de produtos de higiene pessoal e alimentos das marcas da área Industrial. 2004 Apoio através de vales de compras mensais para dois dos lares no Porto. 2004 Apoio a grande parte da alimentação. 2005 Apoio na alimentação das crianças do lar através de vales de compras. CrescerSer: apoio ao centro de acolhimento da APDMF Centro Social da Paróquia de Torredeita Casa dos Rapazes Centros de acolhimento para crianças e jovens vítimas de violência ou provenientes de famílias cuja situação exige apoio temporário. Centro direccionado para ajuda a crianças e jovens carenciados da zona de Torredeita (Viseu). Protege, acolhe e educa menores do sexo masculino, em regime de internato e semi-internato. Associação Protectora das Florinhas da Rua IPSS que acolhe crianças em perigo, em regime de internato. 2005 Apoio a grande parte da alimentação das 25 crianças do lar. Diferenças - Centro de Desenvolvimento Infantil Trabalha na avaliação, diagnóstico e intervenção das patologias do desenvolvimento infantil. 2005 Cedência de espaço na Galeria Comercial do Feira Nova da Bela Vista. Apoio à manutenção da imagem e divulgação do centro. APPACJ Associação de Psicólogos e Pais para Apoio à Criança e ao Jovem Apoio a famílias destruturadas de bairros carenciados da zona de Alcabideche. 2006 Apoio a grande parte da alimentação de 30 famílias. Entreajuda Associação para Apoio a Instituições de Solidariedade Social Vários tipos de apoio a Instituições de Solidariedade Social. 2006 Apoio financeiro e logístico. Associação SOL Apoio a crianças seropositivas ou provenientes de famílias afectadas pelo vírus da SIDA. 2007 Apoio a parte da alimentação da Casa SOL através de vales de compras. 179 R&C’07 – Responsabilidade Social Para além dos apoios referidos, o Grupo promove campanhas de sensibilização junto dos seus colaboradores, tendo o envolvimento destes, em acções de solidariedade, resultado na ajuda às seguintes instituições em 2007: Casa de Santo António; Associação de Apoio ao Recém-nascido; Obra do Padre Gregório; Movimento Apostólico de Schonstadt; Vila d’Este; Mosteiro de S. Vicente de Fora; Laço; Associação Física e Desportiva de Torres Vedras; Escola Básica da Buraca; Fundação Eça de Queiroz; Liga Portuguesa Contra o Cancro; Associação Nacional de Bombeiros Profissionais; entre outras. 7.1.2. Mecenato em Portugal – Distribuição O Pingo Doce, o Feira Nova e o Recheio Cash & Carry mantiveram, em 2007, as suas práticas de apoio efectivo às comunidades onde estão inseridos, dirigindo esses mesmos apoios, essencialmente, para crianças e jovens carenciados. Pingo Doce No Pingo Doce, foram concedidas contribuições monetárias e em géneros, a mais de 30 instituições de solidariedade social ou a iniciativas de Autarquias, em localidades onde a cadeia está presente. Paralelamente, ao longo do ano, a Companhia colaborou com a Raríssimas, quer através de acções de angariação de fundos, quer através de donativos directos, destinados à aquisição de aparelhos, como cadeiras de rodas ou equipamentos de cuidados especiais para crianças e jovens portadores de deficiências. Prosseguiu, ainda, a colaboração entre a insígnia e a Associação de Apoio à Investigação e Formação em Gastrenterologia e Hepatologia, mediante acções genéricas de rastreio sobre hábitos alimentares e de saúde, e específicas nos foros gastrenterológico e hepático. Esta investigação, que surge na sequência de estudos realizados no Hospital de Vila Nova de Gaia, tem por objectivo apurar a existência de eventuais correlações entre os hábitos alimentares e a incidência de Cancro no Cólon. Por fim, saliente-se a contribuição dos clientes do Pingo Doce a favor do Banco Alimentar, nas duas acções de recolha de alimentos, realizadas em Maio e Dezembro. Feira Nova Em relação ao Feira Nova, foram promovidas diversas acções a nível nacional, salientando-se: a Campanha a favor da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), na qual foram recolhidos cerca de 17 mil euros em donativos; e a já habitual Campanha do Banco Alimentar. A nível desta última acção, a insígnia cedeu espaço para a recolha de alimentos nas suas lojas, tendo esta operação de recolha angariado largas dezenas de toneladas de produtos alimentares. No total, o Feira Nova apoiou mais de 90 instituições em 2007, contribuindo com géneros e valores. 180 R&C’07 – Responsabilidade Social É ainda de destacar, a inovadora Campanha de brinquedos, lançada este Natal por Feira Nova, a qual, apelando à solidariedade social, conseguiu angariar presentes, oferecidos pelos clientes e pela Companhia, para mais de 3.000 crianças de 45 instituições de solidariedade social. Recheio Cash & Carry O Recheio Cash & Carry aplicou 94% do seu orçamento de mecenato em actividades de ajuda social, não esquecendo, no entanto, outras, como a educação e o desporto, que a Companhia considera fundamentais para o desenvolvimento equilibrado de crianças e jovens. Assim, em 2007, continuou a tendência de crescimento dos investimentos em mecenato social e cultural e manteve-se o apoio que nos últimos anos foi concedido a instituições como: Partilha – Ajuda Solidária do Oeste, Centro Social “Boa Aldeia”, Associação Portuguesa Remar, Centro Social “S. Nicolau”, Verbum Dei, Centro Cristão da Cidade, Lar Santa Teresinha, Banco Alimentar contra a fome, Diocese de Viseu e Associação “Casa do Caminho”. 7.1.3. Mecenato em Portugal - Indústria Também no enquadramento da política de Mecenato do Grupo, a Unilever Jerónimo Martins manteve, em 2007, o seu envolvimento junto das populações mais vulneráveis, orientando as suas actividades para crianças, pessoas com deficiências e idosos, em áreas como a saúde, a educação e o ambiente, que definiu como prioritárias. Várias entidades receberam o apoio da Unilever - Jerónimo Martins, especialmente através da doação de produtos alimentares e não alimentares, adequados às suas realidades e necessidades. Entre as mais de 25 instituições alvo de apoio, destacamse aquelas com as quais existe um protocolo de colaboração: AARN – Associação de Ajuda ao Recém-nascido, Acreditar, Ajuda de Berço, Ajuda de Mãe, Associação CrescerSer, Associação Novo Futuro, Banco Alimentar, Centro Social Paroquial S. Tiago Camarate, Centro Social de Sacavém, Entrajuda e Raríssimas. Em 2007, pela primeira vez, a Unilever Jerónimo Martins participou na Marcha Contra a Fome do Programa Alimentar Mundial, que se realizou em Portugal, a 13 de Maio. A colaboração activa da Companhia passou não só por um donativo monetário e em géneros, mas também pelo voluntariado dos seus colaboradores e respectivas famílias. Na luta contra a fome, destaque ainda para a contribuição da Indústria com 556 toneladas de alimentos para o Banco Alimentar. Saliente-se também o patrocínio da Unilever Jerónimo Martins, através do fornecimento de produtos de limpeza, à iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, para limpeza das zonas históricas da capital. Todavia, o apoio social não se efectuou apenas a nível central, tendo as próprias marcas assumido um envolvimento directo com a comunidade. Neste contexto, a Olá e a Ben&Jerry’s desenvolveram acções específicas junto de instituições sociais, como por exemplo, as Aldeias SOS. 181 R&C’07 – Responsabilidade Social 7.1.4. Mecenato na Polónia - Distribuição A responsabilidade social de Jerónimo Martins não se esgota nas fronteiras nacionais. Efectivamente, enquanto líder no mercado alimentar da Polónia, também a Jerónimo Martins Dystrybucja compreende e assume este tipo de responsabilidade, promovendo acções que beneficiem a sociedade polaca em geral, as comunidades onde actua e os mais jovens em particular, reagindo especialmente a situações de maus tratos e de sofrimento humano. Deste modo, a Companhia promove e está regularmente envolvida em programas de Mecenato, não só através da prestação de uma assistência contínua, como através da divulgação de eventos e projectos especiais. Neste sentido, destaque para a continuação do projecto “Partnership For Health”, através do qual a Biedronka, juntamente com Danone, Lubella e Instituto da Mãe e da Criança Polaco, disponibilizam o produto “Milk Start”, que visa combater o problema da má nutrição infantil e juvenil no país. De referir ainda outros projectos desenvolvidos pela Companhia, em cooperação com a Cáritas, como, por exemplo, a iniciativa do Dia do Doente. Assim, em Fevereiro de 2007, uma vez mais, a Biedronka e a Caritas procederam à oferta de pacotes de lembranças, entregues a jovens doentes de três hospitais: O Hospital das Crianças de Niekłańska Str. em Varsóvia, o Hospital das Crianças de Otwock e o Centro de Saúde Infantil de Międzylesie, numa cerimónia onde o Arcebispo Sławoj Leszek Głódź foi convidado de honra. No mês de Junho, no dia da criança, e no mês de Dezembro, por ocasião do Natal, a Biedronka ofereceu, igualmente, presentes a mais de 16.000 crianças de famílias desfavorecidas. Por fim, o apoio a Orfanatos e Associações de Solidariedade Social tem sido uma constante na ajuda prestada pela Companhia. A este nível, entre os beneficiários encontram-se um orfanato, centros de dia e escolas especiais, nomeadamente, o Orfanato Krasne, o Lar de Acolhimento de Belém, a Fundação Porta Aberta e a Organização Mão Estendida. 182 R&C’07 – Responsabilidade Social 7.2. Mecenato Cultural 7.2.1. Apoios Institucionais de Jerónimo Martins No âmbito do seu programa “Jerónimo Martins apoia a Cultura Nacional”, o Grupo tem auxiliado projectos de interesse cultural e educativo, através das suas Companhias. APOIOS CONTINUADOS Área de Actividade Início do Apoio Jerónimo Martins Tipo de Apoio UCP Universidade Católica Portuguesa. 1999 Apoios diversos a nível educacional. ACEJE Associação Cristã de Empresários e Gestores. 2000 Apoio financeiro. Formação de Jovens Músicos. 2002 Patrocínio do Concerto de Fim de Ano. Centro de Exposições. 2004 Apoio como sócio fundador. Promoção de contacto de educadores de infância, professores e encarregados de educação com obras de literatura para crianças. Formação a docentes. 2005 Apoio financeiro que permite o regular funcionamento do centro. Associação de jovens empreendedores de Portugal, associação portuguesa sem Aprender a fins lucrativos que resulta da iniciativa Empreender da YA-YE Europe junto de algumas empresas a operar em Portugal. 2005 Como Associado Sénior, contribui com apoio anual de verbas. Angariação de 63 voluntários nos quadros da empresa para darem aulas. EISEmpresários para a Inclusão Social 2006 Como sócio fundador, contribui com apoio financeiro anual. Nome da Instituição Apoio à Orquestra Sinfónica Juvenil Fundação de Serralves CIVITAS Centro de Recursos de Literatura e Literacia Combate ao insucesso escolar e promoção do empreendedorismo. Pingo Doce Privilegiando iniciativas orientadas para a preservação e/ou divulgação do património histórico e cultural português e de tradições locais, em 2007, o Pingo Doce dinamizou feiras e apoiou pequenos artesãos, através de acções concretas, contribuindo, desta forma, para a manutenção de actividades com fortes raízes regionais. De igual modo, a Companhia apoia o aprofundamento do conhecimento sobre os mares, a protecção da vida nos oceanos e a sensibilização da comunidade em geral, para o futuro destes e do ambiente. Neste sentido, desde Março de 2003, com a 183 R&C’07 – Responsabilidade Social assinatura “Pingo Doce Pela Preservação dos Oceanos”, a insígnia é o Patrocinador Oficial do Oceanário de Lisboa. Feira Nova No domínio do Mecenato Cultural, também o Feira Nova assume um papel activo, tendo-se destacado neste campo, em 2007, o apoio à peça de teatro infantil “123 – Uma colher de cada vez”, um musical que visa a educação das crianças, em termos de higiene e de hábitos alimentares. Indústria Relativamente à Unilever Jerónimo Martins, as actividades de âmbito cultural são organizadas através de um Clube de Pessoal, uma entidade autónoma, financiada por colaboradores da Companhia, mediante quotizações de associados e actividades diversas. Em 2007, na área cultural, o Clube de Pessoal envolveu 1.311 colaboradores em actividades como peças de teatro (16), visitas culturais (11) e outros espectáculos variados (24). Em termos de actividades desportivas e recreativas - num total de 16 – estiveram envolvidos 3.656 colaboradores, que participaram em viagens, passeios, caminhadas e num rally paper, e praticaram desportos radicais, ténis e futsal. De referir ainda que, ao longo do ano, as instalações das diversas fábricas da área da Indústria foram visitadas por mais de 11.000 alunos de escolas e universidades. 184 R&C’07 – Responsabilidade Social 8. PERGUNTAS MAIS FREQUENTES Para uma informação rápida sobre as práticas de Jerónimo Martins na área da Responsabilidade Social, listam-se neste ponto as perguntas mais frequentemente colocadas ao Grupo e as suas respectivas respostas. Para informações mais detalhadas, poderá consultar-se o presente capítulo relativo a Responsabilidade Social neste Relatório e no sítio institucional de Jerónimo Martins, em www.jeronimomartins.com. Ética Empresarial 1. Jerónimo Martins dispõe de um Código de Conduta? Sim Não Se sim, que áreas abrange e como foi divulgado? Áreas abrangidas: Responsabilidade social Respeito pela Lei Cooperação com entidades oficiais Independência em relação a partidos políticos Integridade Medidas de combate ao suborno Mecenato Protecção Ambiental Informação completa e transparente Qualidade Práticas leais de comércio Selecção de Parceiros/Fornecedores Colaboradores Igualdade de oportunidades Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho Foi realizada divulgação interna, a todos os colaboradores em Portugal e na Polónia, e externa, através do sítio do Grupo na Internet. 2. Existe algum órgão que coordene a aplicação do Código de Conduta e a quem os colaboradores se possam dirigir? Sim, a Comissão de Ética, órgão a quem cabe a divulgação, o esclarecimento de questões e a monitorização do cumprimento do Código. Qualquer colaborador pode aceder a esta Comissão. Todas as chefias estão também preparadas para esclarecer dúvidas e orientar procedimentos, de forma a assegurar o cumprimento integral dos princípios estipulados. É da responsabilidade de todos os colaboradores o estrito cumprimento do Código de Conduta. 185 R&C’07 – Responsabilidade Social Desempenho Social 3. Jerónimo Martins reporta externamente sobre a sua política e desempenho sociais? Sim. Anualmente, é publicado no Relatório e Contas de Jerónimo Martins um capítulo sobre a actuação do Grupo em matéria de Responsabilidade Social. O sítio institucional tem também uma área dedicada a esta temática. 4. O Grupo possui uma política escrita, contendo medidas específicas de defesa e promoção dos direitos humanos? Sim, Jerónimo Martins respeita os Direitos Humanos, no quadro da Declaração Universal dos Direitos do Homem, assumindo a sua responsabilidade nesta área e procurando promover a melhoria da qualidade de vida de todos aqueles com quem se relaciona, entendendo que esta é uma missão que cabe a todos e, em particular, aos agentes económicos. Estes princípios encontram-se enunciados no Código de Conduta e na política de Recursos Humanos do Grupo. 5. Jerónimo Martins estabelece políticas ou toma medidas destinadas a garantir... ...a não discriminação? ...a não existência de práticas de escravatura? ...a liberdade de associação e o direito à negociação colectiva? ... a não utilização de trabalho infantil? ... a saúde e segurança dos trabalhadores? Sim Sim Não Não Sim Sim Sim Não Não Não 6. O Grupo possui um Código de Conduta de Fornecedores? Sim Não Quais os principais temas focados no Código? Jerónimo Martins procura, de forma activa, relacionar-se com entidades que partilhem o mesmo quadro de princípios éticos por si seguidos, designadamente, ao nível laboral, ambiental e da qualidade e segurança dos produtos. A selecção de fornecedores é, assim, realizada de forma imparcial, de acordo com critérios que se baseiam na qualidade e segurança dos produtos fornecidos ou serviços prestados, nas capacidades de inovação, de abastecimento, de desempenho, de confiança, de continuidade e de sustentabilidade ao longo do tempo. 186 R&C’07 – Responsabilidade Social 7. Jerónimo Martins dispõe de uma Política de Recursos Humanos escrita? Sim Não Vide, por favor, referência na área de Recursos Humanos, no capítulo de Responsabilidade Social do presente Relatório. 8. O Grupo possui programas/instrumentos de desenvolvimento profissional (sistemas de promoção interna, discussões de avaliação, rotação de tarefas, planos individuais de carreira, formação)? Sim, existem instrumentos de desenvolvimento profissional e pessoal no Grupo. Para mais informação, vide, por favor, a área de Recursos Humanos, do capítulo de Responsabilidade Social do presente Relatório e o sítio institucional do Grupo, na área de Recursos Humanos. 9. Existe na empresa alguma forma de representação dos colaboradores? Os colaboradores do Grupo são representados pelos sindicatos, com os quais o Grupo mantém uma relação de grande diálogo e abertura visando a manutenção do clima de entendimento e de paz social. 10. Na área de Saúde, Higiene & Segurança no Trabalho, Jerónimo Martins... ...tem uma política formalizada? Sim Não Sim Sim Sim Sim Não Não Não Não Se sim, especifique princípios. Esta política baseia-se no princípio de “Tolerância Zero”. ...tem Técnicos específicos nesta área? ...tem Manuais? ...realiza acções de formação? ...são efectuados auditorias e relatórios de reporte? 11. A empresa está envolvida em programas de desenvolvimento da comunidade local? Jerónimo Martins há muito que apoia projectos com uma forte envolvente comunitária, quer a nível institucional, quer a nível das suas Companhias, contando ainda com a contribuição voluntária dos seus colaboradores. Todas estas actividades estão enquadradas numa política de Mecenato, clara e estruturada. No quadro desta política, foram definidas duas áreas estratégicas de apoio – a social e a cultural -, implementando-se anualmente actividades no âmbito dos dois grandes programas em vigor: 187 R&C’07 – Responsabilidade Social - “Jerónimo Martins Alimenta Futuros Risonhos”: um programa de carácter social, dirigido essencialmente ao apoio a crianças e jovens; - “Jerónimo Martins Apoia a Cultura Nacional”: um programa vocacionado para a área cultural, com enfoque na preservação e divulgação do património histórico e cultural português. 12. O Grupo é membro de alguma Organização neste âmbito? Em matéria de Responsabilidade Social, Jerónimo Martins é membro da RSE Portugal e do capítulo português do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). Subscreveu a Carta de Compromisso das Empresas com os objectivos do Milénio, iniciativa promovida pela Grace (Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial). Jerónimo Martins é participante na iniciativa do Global Compact, proposta pelo ex-Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e submete-se aos 10 Princípios Universais da mesma. 13. Jerónimo Martins subscreve algum protocolo/acordo nacional na área de Recursos Humanos? Jerónimo Martins orgulha-se do relacionamento que estabelece com os seus parceiros sócio-laborais, nomeadamente com as Associações Sindicais. Neste âmbito, o Grupo faz parte da Associação Portuguesa de Empresas da Distribuição, tendo contribuído para a revisão de políticas de Recursos Humanos no sector. Para além deste relacionamento, destaca-se a existência de protocolos que evidenciam um prática de gestão socialmente responsável, como é exemplo o Protocolo com a ACAPO com vista à integração laboral, em Jerónimo Martins, de pessoas com deficiência de visão. Já em 2007, o Grupo assina o protocolo “Novas Oportunidades”, no âmbito do projecto “Aprender e Evoluir”, tendo por objectivo conceder a equivalência do 9º e 12º anos de escolaridade, aos colaboradores que o solicitem, assegurando não apenas formação, como também as condições para que os colaboradores frequentem estes cursos durante o seu horário laboral. 14. Jerónimo Martins tem iniciativas para pessoas com necessidades especiais? O Grupo não esquece a existência de clientes e colaboradores com necessidades especiais, empreendendo medidas com vista a facilitar, não só o acesso destas pessoas a lojas, armazéns e edifícios centrais, como também o acto de compra. Exemplos de medidas implementadas são, entre outros: lugares especiais em parques de estacionamento, rampas de acesso, sinalética em Braille em elevadores, caixas prioritárias nas lojas, e acompanhamento personalizado de pessoas com dificuldades de visão, nas lojas (quando possível). A par destas iniciativas, refira-se ainda que Jerónimo Martins introduziu, durante 2007, uma nova funcionalidade no seu sítio institucional (www.jeronimomartins.com), que possibilita a audição dos conteúdos escritos, facultando o acesso a informação online a portadores de deficiências visuais. 188 R&C’07 – Responsabilidade Social Qualidade e Segurança alimentar 15. Jerónimo Martins dispõe de uma política escrita de Qualidade e Segurança Alimentar? Sim Não Vide, por favor, a área de Qualidade e Segurança Alimentar, no capítulo de Responsabilidade Social do presente Relatório. 16. O Grupo tem implementados sistemas preventivos de Segurança Alimentar? Sim Não Estão implementados sistemas de HACCP e de autocontrolo, em todas as unidades de produção e de comercialização de alimentos. 17. De que forma é garantida a adequação dos sistemas? Permanente avaliação de riscos Manutenção de sistemas de análise dos perigos e controlo dos pontos críticos Instalações e equipamentos adequados Formação e treino dos colaboradores Qualificação de fornecedores Gestão das reclamações dos clientes Utilização de modelos adequados e cientificamente comprovados Informação ao consumidor/cliente Auditorias aos sistemas 18. Como é garantida a Qualidade e Segurança Alimentar dos produtos, ao longo da cadeia de abastecimento? Utilização de Cadernos de encargos e especificações técnicas rigorosas Auditorias a fornecedores Inspecção de produtos na origem/nos fornecedores Inspecção de produtos nos armazéns (*) Existência de Sistema HACCP implementado nos armazéns Inspecção de produtos nas lojas (*) Existência de Sistema HACCP implementado nas lojas (*) Certificação do Sistema de Segurança Alimentar HACCP implementado nas plataformas logísticas e lojas Recheio Cash & Carry Certificação em Gestão da Segurança Alimentar segundo a Norma DS3027:2002, às actividades de recepção, armazenagem, execução e expedição de produtos de consumo nos armazéns dos Centros de Distribuição de Gestiretalho em Azambuja, Guardeiras e Vila do Conde. (*) A estas fases/processos estão associados também controlos laboratoriais. 189 R&C’07 – Responsabilidade Social 19. Que evidência apresenta o Grupo relativamente à Qualidade e Segurança Alimentar dos seus produtos de Marca Própria? A par das várias auditorias a fornecedores que regularmente são efectuadas, Pingo Doce e Recheio certificaram, em 2007, o sistema de gestão da qualidade, segundo o referencial NP EN ISO 9001:2000 (Qualidade), relativo às actividades de Desenvolvimento de Marcas Próprias e Acompanhamento do Produto e do Fornecedor após Lançamento, tornando-se as primeiras empresas do mundo a obterem esta certificação. Acrescenta-se ainda, e numa perspectiva que visa um desenvolvimento sustentável, o lançamento pioneiro do Pingo Doce, também em 2007, de produtos de origem biológica sob a sua Marca Própria. 20.Como são medidos o desempenho e a implementação dos Sistemas de Qualidade e Segurança Alimentar? Realização de auditorias internas aos sistemas Realização de auditorias às lojas em matéria de boas práticas, conservação, infra-estruturas, higiene, entre outras. 21. Jerónimo Martins subscreve algum nacional/internacional de Segurança Alimentar? protocolo/acordo Sim, o Grupo participa activamente na Global Food Safety Initiative, uma iniciativa desenvolvida no seio da CIES (Comité International d’Entreprises a Succursales), que estabeleceu um modelo de benchmarking para avaliação de Normas e Certificação de fornecedores, segundo o princípio de “certificado por um, aceite por todos”. 22. Existe política relativa à venda de produtos contendo Organismos Geneticamente Modificados (OGM’s)? Sim, existe uma política definida. Jerónimo Martins, por princípio, não utiliza OGM’s nos produtos das suas Marcas Próprias, na área da Distribuição, e nos seus produtos da área da Indústria. Quando a substituição não for possível, é compromisso do Grupo informar os consumidores através da rotulagem, de acordo com as regras estabelecidas pela Comunidade Europeia. 23. Existe uma política relativamente à Biodiversidade? Sim Não Vide, por favor, a área de Gestão Ambiental, no capítulo de Responsabilidade Social do presente Relatório. 190 R&C’07 – Responsabilidade Social 24. São realizados testes em animais no desenvolvimento de alguns produtos do Grupo? Jerónimo Martins compreende e partilha a preocupação dos consumidores, relativamente a este importante e complexo assunto. Os consumidores são a primeira prioridade das Companhias do Grupo. Testes em animais, só são permitidos por razões de saúde ou de segurança dos consumidores e apenas se não existir nenhuma outra opção, seja através de testes alternativos, seja pelo recurso a informação disponível sobre segurança. Hoje, a vasta maioria dos produtos chega, e continuará a chegar aos consumidores, sem que tenha sido efectuado qualquer teste em animais. Gestão Ambiental 25. Jerónimo Martins dispõe de uma política ambiental escrita? Sim Não Vide, por favor, a área de Gestão Ambiental, no capítulo de Responsabilidade Social do presente Relatório. 26. O Grupo possui programas destinados a implementar a sua política ambiental? Sim, existem programas de Gestão Ambiental, revistos anualmente, com vista a materializar os princípios da política ambiental corporativa, assegurando a adopção de boas práticas ambientais por parte de fornecedores, colaboradores e mesmo consumidores. 27. Jerónimo Martins assinou algum protocolo ambiental ou é membro de algum protocolo/conselho ambiental e/ou utiliza algum Sistema de Gestão Ambiental? O Grupo é membro do capítulo português do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). No que respeita a sistemas de gestão, a área de Indústria possui as suas unidades certificadas pela norma NO EN ISO 14001:2004, assim como a área da Distribuição, relativa às actividades de recepção, armazenagem, execução e expedição de produtos e consumo, nos armazéns dos Centros de Distribuição de Gestiretalho em Azambuja, Guardeiras e Vila do Conde. 28. Em termos de Gestão Ambiental, o Grupo... ...tem normas no que se refere à escolha de fornecedores? Sim Não 191 R&C’07 – Responsabilidade Social ...efectua avaliação de aspectos ambientais e inclui critérios ambientais em projectos de novas instalações ou remodelações? Sim Não 29. Jerónimo Martins procura sensibilizar o consumidor para a área do Ambiente? Sim, têm vindo a ser desenvolvidas campanhas dirigidas ao consumidor, nomeadamente as subordinadas aos temas: Energia, Água e Resíduos. Mais recentemente, foi lançada a campanha “Calendário de Ambiente para 2008”. Outras informações 30. Está o Grupo envolvido na venda de produtos que estejam abrangidos nas seguintes áreas: Bebidas Alcoólicas Tabaco Peles Jogos de Azar Armas Pornografia Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não Não Não Não Percentagem das Vendas: 7,5% Percentagem das Vendas: 1,6% 192 V. Demonstrações Financeiras Consolidadas JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. DEMONSTRAÇÃO CONSOLIDADA DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES PARA OS ANOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006 Valores expressos em milhares de euros Notas Vendas e prestações de serviços 4.407.175 (4.331.264) (3.534.707) 206.340 170.447 1.224.754 1.042.915 5 Margem 2006 5.349.678 3 Custo das vendas Proveitos e custos suplementares 2007 Custos de distribuição 6 (865.769) (704.226) Custos administrativos 6 (134.277) (126.935) 472 4.043 225.180 215.797 (59.469) (42.551) Resultados operacionais não usuais 11.1 Resultados operacionais Custos financeiros líquidos 8 Ganhos em empresas associadas 16 Ganhos em outros investimentos 11.2 Resultados antes de impostos Imposto sobre o rendimento do exercício 10 Resultados líquidos (antes de interesses minoritários) 231 206 21.824 15.900 187.766 189.352 (36.857) (38.444) 150.909 150.908 Atribuível a: Interesses minoritários Aos Accionistas de Jerónimo Martins Resultado básico e diluído por acção - Euros (*) 24.4 19.648 34.756 131.261 116.152 0,2089 0,1848 (*) O Resultado por acção de Dezembro de 2006 foi ajustado de acordo com o “stock split” de 31 de Maio de 2007 (cada acção foi convertida em cinco novas) Para ser lido em conjunto com as notas às demonstrações financeiras consolidadas em anexo 194 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. BALANÇO CONSOLIDADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006 Valores expressos em milhares de euros Notas 2007 2006 Activo Activos fixos tangíveis 12 1.670.506 1.317.146 Propriedades de investimento 14 49.600 34.876 Activos intangíveis 13 496.293 446.385 Partes de capital em empresas associadas 16 700 621 Investimentos financeiros disponíveis para venda 17 10.289 35.385 Devedores e acréscimos e diferimentos 20 65.667 64.336 Instrumentos financeiros derivados Impostos diferidos activos 585 1.897 73.322 75.165 2.366.962 1.975.811 14 - 21.500 18 308.571 255.941 15 19.1 Total de activos não correntes Propriedades de investimento Existências Impostos a recuperar 19.3 28.657 25.345 153.626 150.360 Devedores e acréscimos e diferimentos 20 Instrumentos financeiros derivados 15 608 - Caixa e equivalentes de caixa 21 268.639 175.764 760.101 628.910 3.127.063 2.604.721 629.293 629.293 22.452 22.452 (6.060) (6.060) 92.814 84.420 (161.620) (238.215) 576.879 491.890 Interesses minoritários 287.326 275.391 Total do capital próprio 864.205 767.281 Total de activos correntes Total do activo Capital próprio e passivo Capital 23.2 Prémios de emissão Acções próprias Reservas de reavaliação e outras reservas 23.1 Resultados retidos Empréstimos obtidos 25 675.441 563.239 Instrumentos financeiros derivados 15 50.832 26.843 Benefícios concedidos a empregados 26 18.685 19.154 Proveitos diferidos – subsídios do Estado Provisões para riscos e encargos Impostos diferidos passivos 1.056 1.344 27 15.433 13.690 19.1 55.697 49.061 817.144 673.331 1.289.562 1.041.840 Total de passivos não correntes Credores e acréscimos e diferimentos 28 Instrumentos financeiros derivados 15 108 317 Empréstimos obtidos 25 116.715 90.067 39.262 31.782 67 103 Total de passivos correntes 1.445.714 1.164.109 Total do capital próprio e passivo 3.127.063 2.604.721 Impostos a pagar 19.3 Proveitos diferidos – subsídios do Estado Para ser lido em conjunto com as notas às demonstrações financeiras consolidadas em anexo 195 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO CONSOLIDADO Valores expressos em milhares de euros Capital próprio atribuível aos accionistas de Jerónimo Martins, SGPS, S.A. Notas Capital 629.293 Balanço em 1 de Janeiro de 2006 Prémios de emissão de acções 22.452 Acções próprias (6.060) Reservas reavaliação e outras reservas 76.078 Resultados retidos Interesses minoritários Total (301.963) 419.800 250.765 Total do Capital próprio 670.565 Variações no Capital Próprio em 2006 Diferença de conversão cambial do exercício de 2006 23.1 Reavaliações de activos fixos: 23.1 1.834 - do exercício de 2006 4.692 - transferência de terrenos para propriedade de investimento (383) 1.834 4.692 383 1.834 3.115 7.807 - - Justo valor de inst. de cobertura de fluxos de caixa 23.1 470 470 470 Justo valor de inst. de cobertura de operações estrangeiras 23.1 (1.849) (1.849) (1.849) Justo valor de inv. financ. disponíveis p/ venda 23.1 3.578 3.578 3.578 Alterações aos resultados retidos em 2005 23.1 Resultados reconhecidos directamente no Capital Próprio 2 2 385 8.727 2 Resultado do exercício de 2006 - - - 8.342 - 116.152 116.152 34.756 150.908 Total de ganhos e perdas reconhecidas no período - - - 8.342 116.537 124.879 37.871 162.750 (6.060) 84.420 (52.789) 491.890 (66.034) 22.452 (52.789) (238.215) (13.245) 629.293 275.391 767.281 Dividendos Balanço em 31 de Dezembro de 2006 3.115 11.842 Variações no Capital Próprio em 2007 Diferença de conversão cambial do exercício de 2007 23.1 Reavaliações de activos fixos: 23.1 15.943 - do exercício de 2007 5.276 - pela aquisição e reestruturação de negócios (636) 15.943 5.276 636 15.943 5.219 10.495 - - Justo valor de inst. de cobertura de fluxos de caixa 23.1 (235) (235) (235) Justo valor de inst. de cobertura de operações estrangeiras 23.1 (4.963) (4.963) (4.963) Justo valor de inv. financ. disponíveis p/ venda 23.1 (6.991) (6.991) Resultados reconhecidos directamente no Capital Próprio Resultado do exercício de 2007 - - - 8.394 - 636 131.261 9.030 131.261 Total de ganhos e perdas reconhecidas no período - - - 8.394 131.897 92.814 (55.302) (161.620) Dividendos Balanço em 31 de Dezembro de 2007 629.293 22.452 (6.060) (6.991) 5.219 19.648 14.249 150.909 140.291 24.867 165.158 (55.302) 576.879 (12.932) 287.326 (68.234) 864.205 Para ser lido em conjunto com as notas às demonstrações financeiras consolidadas em anexo 196 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. DEMONSTRAÇÃO CONSOLIDADA DOS FLUXOS DE CAIXA PARA OS ANOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006 Valores expressos em milhares de euros 2007 2006 5.988.247 (5.478.418) 4.923.719 (4.497.428) 509.829 (56.346) (26.732) 426.291 (44.700) (17.194) 426.751 364.397 7.813 5.988 49.980 2.905 698 (6.821) (438.098) 32.334 2.956 1.432 (284.807) (379) (21.154) (203) (21.461) (405.056) (263.761) 221.115 (91.630) (68.234) (51.124) (66.034) Fluxos de caixa de actividades de financiamento 61.251 (117.158) Variação líquida de caixa e equivalentes de caixa 82.946 (16.522) 175.764 82.946 1.053 8.876 191.392 (16.522) 894 268.639 175.764 Notas Actividades operacionais Recebimentos de clientes Pagamentos aos fornecedores e ao pessoal Caixa gerada pelas operações Juros pagos Imposto sobre o rendimento pago 22 Fluxos de caixa de actividades operacionais Actividades de investimento Alienação de activos fixos tangíveis Alienação de investimentos financeiros disponíveis para venda e de propriedades de investimento Juros recebidos Dividendos recebidos Aquisição de empresas do grupo e associadas Aquisição de activos fixos tangíveis Aquisição de investimentos financeiros disponíveis para venda e de propriedades de investimento Aquisição de activos intangíveis Fluxos de caixa de actividades de investimento Actividades de financiamento Recebimentos relativos a outros empréstimos não correntes Reembolso de empréstimos Pagamento de dividendos 23.4 Movimentos de caixa e equivalentes Caixa e equivalentes de caixa no início do exercício Variação líquida de caixa e equivalentes de caixa Efeito da aquisição de subsidiárias Efeito das variações cambiais Caixa e equivalentes de caixa no final do exercício 21 Para ser lido em conjunto com as notas às demonstrações financeiras consolidadas em anexo 197 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Índice das notas às demonstrações financeiras consolidadas Página 1 Actividade ............................................................................................................................................ 199 2 Políticas contabilísticas........................................................................................................................... 199 3 Reporte por segmentos de actividade ...................................................................................................... 211 4 Aquisições de negócios .......................................................................................................................... 212 5 Proveitos e custos suplementares............................................................................................................ 213 6 Custos de distribuição e administrativos ................................................................................................... 213 7 Custos com o pessoal ............................................................................................................................ 213 8 Custos financeiros líquidos...................................................................................................................... 214 9 Instrumentos financeiros........................................................................................................................ 214 10 Imposto reconhecido na demonstração dos resultados ............................................................................... 215 11 Resultados operacionais não usuais e ganhos em outros investimentos ........................................................ 215 12 Activos fixos tangíveis............................................................................................................................ 216 13 Activos intangíveis................................................................................................................................. 218 14 Propriedades de investimento ................................................................................................................. 219 15 Instrumentos financeiros derivados ......................................................................................................... 220 16 Partes de capital em empresas associadas................................................................................................ 221 17 Investimentos financeiros disponíveis para venda...................................................................................... 221 18 Existências ........................................................................................................................................... 222 19 Impostos.............................................................................................................................................. 222 20 Devedores e acréscimos e diferimentos.................................................................................................... 223 21 Caixa e equivalentes de caixa ................................................................................................................. 224 22 Caixa gerada pelas operações ................................................................................................................. 224 23 Capital e reservas ................................................................................................................................. 225 24 Resultado por acção .............................................................................................................................. 226 25 Empréstimos obtidos ............................................................................................................................. 226 26 Benefícios dos empregados..................................................................................................................... 228 27 Provisões e ajustamentos para o valor de realização.................................................................................. 231 28 Credores e acréscimos e diferimentos ...................................................................................................... 231 29 Garantias ............................................................................................................................................. 232 30 Locação operacional .............................................................................................................................. 232 31 Compromissos de capital........................................................................................................................ 232 32 Contingências ....................................................................................................................................... 232 33 Partes relacionadas ............................................................................................................................... 234 34 Empresas do Grupo ............................................................................................................................... 236 35 Interesses em empresas controladas conjuntamente e associadas............................................................... 237 36 Eventos subsequentes à data do balanço.................................................................................................. 238 198 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 1 Actividade A Jerónimo Martins, SGPS, S.A. (JMH) é a empresa-mãe do Grupo Jerónimo Martins (Grupo) e está sediada em Lisboa. O Grupo dedica-se fundamentalmente à produção, distribuição e venda de géneros alimentícios e outros produtos de grande consumo. O Grupo opera em Portugal e na Polónia, tendo em 31 de Dezembro 41.300 empregados (em 2006 eram 34.675). Sede Social: Rua Tierno Galvan, Torre 3, 9º, Letra J- 1099-008 Lisboa Capital Social: 629.293.220 euros Número Comum de Matrícula na C.R.C. de Lisboa e de Pessoa Colectiva: 500 100 144 A JMH está cotada na Euronext Lisboa (anterior Bolsa de Valores de Lisboa e Porto) desde 1989. O capital social é composto por 629.293.220 acções ordinárias (2006: 629.293.220 acções, sendo este número ajustado de acordo com o stock split de 31 de Maio de 2007 - cada acção foi convertida em cinco novas), tendo todas as acções um valor nominal de um euro. Estas Demonstrações Financeiras Consolidadas foram aprovadas pelo Conselho de Administração no dia 27 de Fevereiro de 2008. 2 Políticas contabilísticas As políticas contabilísticas mais significativas utilizadas na preparação destas demonstrações financeiras consolidadas encontram-se descritas abaixo: 2.1. Bases de apresentação Os valores apresentados, salvo indicação em contrário, são expressos em milhares de euros (M EUR). As demonstrações financeiras consolidadas da JMH foram preparadas em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) tal como adoptadas na União Europeia. As demonstrações financeiras consolidadas da JMH foram preparadas segundo o princípio do custo histórico excepto no que respeita a terrenos incluídos em activos fixos tangíveis, propriedades de investimento, instrumentos financeiros derivados e investimentos financeiros disponíveis para venda onde se incluem as partes de capital referidas na nota 2.8, os quais se encontram registados ao respectivo justo valor (valor de mercado). A preparação de demonstrações financeiras em conformidade com os princípios contabilísticos geralmente aceites requer o uso de estimativas e assunções que afectam as quantias reportadas de activos e passivos, assim como as quantias reportadas de proveitos e custos durante o período de reporte. Apesar destas estimativas serem baseadas no melhor conhecimento da gestão em relação aos eventos e acções correntes, em última análise, os resultados reais podem diferir dessas estimativas. No entanto, é convicção da gestão que as estimativas e assunções adoptadas não incorporam riscos significativos que possam causar, no decurso do próximo exercício, ajustamentos materiais ao valor dos activos e passivos (nota 2.25). A gestão de riscos financeiros, tal como previsto no IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações, encontra-se detalhada no relatório do Governo da Sociedade. Alteração de Políticas Contabilísticas e Bases de Apresentação A partir de 1 de Janeiro de 2007 adoptou-se a nova norma IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações, assim como as alterações introduzidas ao IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras. Estas introduzem novas divulgações relativas a instrumentos financeiros e não têm qualquer impacto na classificação e mensuração dos instrumentos financeiros detidos pelo Grupo ou nas divulgações relacionadas com impostos, contas a receber ou a pagar. Ainda com efeitos a partir de 2007, entraram em vigor um conjunto de normas, correcções e interpretações de normas, as quais não têm impacto material nas demonstrações financeiras do Grupo, sendo que na sua maioria não têm sequer aplicação às actividades desenvolvidas pelo Grupo. São o caso das alterações introduzidas à norma IFRS 4 – Contratos de Seguro, e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC): IFRIC 7 – Aplicação da Abordagem pela reexpressão segundo a IAS 29, IFRIC 8 – Âmbito da IFRS 2, IFRIC 9 – Reavaliação dos Derivados Embutidos e IFRIC 10 – Relato Financeiro Intercalar e Imparidade. A nova norma IFRS 8 – Segmentos Operacionais assim como as alterações introduzidas ao IAS 23 – Custos dos Empréstimos Obtidos são de aplicação obrigatória em 1 de Janeiro de 2009. Tratando-se de matérias de reduzido impacto nas demonstrações financeiras do Grupo, face à informação actualmente divulgada, optou-se por não antecipar a sua aplicação. Foram ainda emitidas pelo IFRIC um conjunto de interpretações às normas actuais, com entrada em vigor para exercícios económicos posteriores a 1 de Março de 2007, nomeadamente IFRIC 11 – IFRS 2 – Transacções 199 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Intragrupo e de Acções Próprias, IFRIC 12 – Acordo de Concessão de Serviços, IFRIC 13 – Programas de Fidelização de Clientes e IFRIC 14 – IAS 19 – O Limite em Activos por Benefícios Definidos, Requisitos Mínimos de Financiamento e sua Interacção. Estas interpretações não são materialmente relevantes e na maioria dos casos não têm aplicação às actividades desenvolvidas pelo Grupo. 2.2. Bases de consolidação Datas de referência As demonstrações financeiras consolidadas, com referência a 31 de Dezembro de 2007, incluem os activos, os passivos e os resultados das empresas do Grupo, entendido como o conjunto da JMH e das suas filiais e associadas, as quais são apresentadas nas notas 34 e 16, respectivamente. Participações financeiras em empresas do Grupo Empresas do Grupo (subsidiárias) são as empresas controladas por JMH. Existe controlo quando JMH tem, directa ou indirectamente, mais de metade dos direitos de voto, ou, por outro lado, tem o poder para dirigir as políticas financeiras e operacionais da empresa com o objectivo de usufruir dos benefícios resultantes da sua actividade. Presume-se que existe controlo quando a percentagem de participação é superior a 50%. As empresas do Grupo são incluídas na consolidação pelo método da consolidação integral desde a data em que o controlo é adquirido até à data em que o mesmo efectivamente termina. Na contabilização de aquisição de subsidiárias é utilizado o método da compra. O custo da aquisição corresponde ao justo valor dos activos entregues, acções emitidas e passivos assumidos à data da aquisição, acrescido dos custos directamente imputáveis à aquisição. Nos casos em que não é detido 100% do capital das subsidiárias, é reconhecido um interesse minoritário relativo à parcela dos resultados e do valor líquido de activos atribuível a terceiros. As políticas contabilísticas seguidas pelas companhias, no cumprimento das suas obrigações legais e estatutárias, sempre que necessário foram corrigidas no processo de consolidação por forma a assegurar a consistência com as políticas adoptadas pelo Grupo. Participações financeiras em empresas associadas Empresas associadas são as empresas sobre cujas políticas financeiras e operacionais a JMH exerce uma influência significativa. Presume-se que existe influência significativa quando a percentagem de participação é superior a 20%. Estas participações financeiras são consolidadas pelo método da equivalência patrimonial, isto é, as demonstrações financeiras consolidadas incluem o interesse do Grupo no total de ganhos e perdas reconhecidos da associada, desde a data em que a influência significativa começa até à data em que efectivamente termina. Sempre que o total de perdas atribuíveis ao Grupo exceda o valor da participação financeira na associada, o Grupo não reconhece mais perdas, excepto quando tenha incorrido em obrigações ou tenha efectuado pagamentos em nome da associada. Participações financeiras em empresas controladas conjuntamente As empresas controladas conjuntamente são aquelas sobre as quais o Grupo exerce um controlo conjunto estabelecido por acordos parasociais. Estas empresas são incluídas na consolidação pelo método da consolidação proporcional, ou seja, as demonstrações financeiras consolidadas incluem a parcela atribuível ao Grupo dos activos, passivos e resultados acumulados destas empresas, desde a data em que o controlo conjunto se inicia até que ele efectivamente termina. Goodwill Goodwill representa o excesso do custo de aquisição sobre o justo valor dos activos e passivos identificáveis atribuíveis ao Grupo à data da aquisição ou da primeira consolidação. Se o custo de aquisição for inferior ao justo valor dos activos líquidos da subsidiária adquirida, a diferença é reconhecida directamente em resultados do exercício. À data do balanço o Grupo avalia se existe alguma indicação de imparidade. Se existir tal indicação, é efectuada uma avaliação quanto à recuperabilidade do valor líquido do Goodwill, sendo reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor contabilístico do Goodwill excede o seu valor recuperável (nota 2.13). O ganho ou perda na alienação de uma entidade inclui o valor contabilístico do Goodwill relativo a essa entidade, excepto quando o negócio a que esse Goodwill está associado se mantenha a gerar benefícios para o Grupo. Conversão para Euros das demonstrações financeiras em moeda estrangeira As demonstrações financeiras das entidades estrangeiras são convertidas para Euros utilizando o câmbio de fecho para os activos e passivos e os câmbios históricos para o capital próprio. Os custos e proveitos são convertidos ao câmbio médio mensal que é aproximadamente o câmbio da data das respectivas transacções. 200 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 A diferença cambial decorrente é registada directamente nos capitais próprios, líquida do efeito gerado pelo instrumento de cobertura (ver política contabilística descrita na nota 2.5). Sempre que uma entidade estrangeira é alienada, a diferença cambial acumulada é reconhecida na demonstração dos resultados como parte do ganho ou perda na venda. O Goodwill e os ajustamentos ao justo valor, originados na aquisição de uma entidade estrangeira, são tratados como activos e passivos da entidade estrangeira e convertidos ao câmbio de fecho. Saldos e transacções entre empresas do Grupo Os saldos e as transacções, bem como ganhos não realizados, entre empresas do Grupo e entre estas e a empresa-mãe são anulados na consolidação. As perdas não realizadas são também eliminadas, salvo se o custo não puder ser recuperado. Ganhos não realizados decorrentes de transacções com empresas associadas ou empresas conjuntamente controladas são anulados na consolidação na parte atribuível ao Grupo. As perdas não realizadas são da mesma forma eliminadas, salvo se proporcionarem prova de imparidade do activo transferido. 2.3. Transacções em moeda estrangeira As transacções em moeda estrangeira são convertidas para Euros à taxa de câmbio em vigor à data da transacção. À data do balanço, os activos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos à taxa de câmbio em vigor a essa data e as diferenças de câmbio resultantes dessa conversão são reconhecidas como resultados do exercício, excepto quando se tratam de activos e passivos que sejam classificados como cobertura de investimentos em entidades estrangeiras, para os quais, as diferenças de câmbio resultantes são diferidas nos capitais próprios. As principais cotações utilizadas à data do balanço foram as seguintes: Taxa em 31 de Dezembro de 2007 Zloty da Polónia (PLN) Dólar dos Estados Unidos da América (USD) € 0,2783 € 0,6853 Taxa média do ano € 0,2653 - 2.4. Instrumentos financeiros derivados O Grupo utiliza derivados com o único objectivo de gerir os riscos financeiros a que se encontra sujeito. De acordo com as suas políticas financeiras, o Grupo não utiliza derivados para especulação. Apesar de os derivados contratados pelo Grupo corresponderem a instrumentos eficazes na cobertura económica de riscos, nem todos qualificam como instrumentos de cobertura contabilística de acordo com as regras e requisitos do IAS 39. Os instrumentos que não qualifiquem como instrumentos de cobertura contabilística são registados no balanço pelo seu justo valor e as variações no mesmo são reconhecidas em resultados financeiros. Sempre que disponível, o justo valor dos derivados é estimado com base em instrumentos cotados. Na ausência de preços de mercado, o justo valor dos derivados é estimado através do método de fluxos de caixa descontados e modelos de valorização de opções, de acordo com pressupostos geralmente utilizados no mercado. Os instrumentos financeiros derivados são reconhecidos na data da sua negociação (trade date), pelo seu justo valor. Subsequentemente, o justo valor dos instrumentos financeiros derivados é reavaliado numa base regular, sendo os ganhos ou perdas resultantes dessa reavaliação registados directamente em resultados do período, excepto no que se refere aos derivados de cobertura. O reconhecimento das variações de justo valor dos derivados de cobertura depende da natureza do risco coberto e do modelo de cobertura utilizado. 2.5. Contabilidade de cobertura Os instrumentos financeiros derivados utilizados para fins de cobertura podem ser classificados contabilisticamente como de cobertura desde que cumpram, cumulativamente, com as seguintes condições: (i) À data de início da transacção a relação de cobertura encontra-se identificada e formalmente documentada, incluindo a identificação do item coberto, do instrumento de cobertura e a avaliação da efectividade da cobertura; (ii) Existe a expectativa de que a relação de cobertura seja altamente efectiva, à data de início da transacção e ao longo da vida da operação; (iii) A eficácia da cobertura possa ser mensurada com fiabilidade à data de início da transacção e ao longo da vida da operação; (iv) Para operações de cobertura de fluxos de caixa os mesmos devem ser altamente prováveis de virem a ocorrer. 201 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Risco de taxa de juro (cobertura de fluxos de caixa) Sempre que as expectativas de evolução de taxas de juro o justifiquem, o Grupo procura contratar operações de protecção contra movimentos adversos, através de instrumentos derivados, tais como interest rate swaps (IRS), caps e floors, FRA’s, etc. Na selecção de instrumentos são essencialmente valorizados os aspectos económicos dos mesmos. São igualmente tidas em conta as implicações da inclusão de cada instrumento adicional na carteira de derivados existente, nomeadamente os efeitos em termos de volatilidade nos resultados. As operações que qualifiquem como instrumentos de cobertura em relação de cobertura de fluxo de caixa, são registadas no balanço pelo seu justo valor e, na medida em que sejam consideradas coberturas eficazes, as variações no justo valor dos instrumentos são inicialmente registadas por contrapartida de capitais próprios e posteriormente reclassificadas para a rubrica de custos financeiros. Se as operações de cobertura apresentarem ineficácia, esta é registada directamente em resultados. Desta forma e em termos líquidos, os custos associados aos financiamentos cobertos são periodificados à taxa inerente à operação de cobertura contratada. Quando um instrumento de cobertura expira ou é vendido, ou quando a cobertura deixa de cumprir os critérios exigidos para a contabilidade de cobertura, as variações de justo valor do derivado acumuladas em reservas são reconhecidas em resultados quando a operação coberta também afectar resultados. Risco de taxa de juro (cobertura de justo valor) Para operações de financiamento contratadas em moeda estrangeira ou a taxa de juro fixa, que não se tratem de coberturas naturais de investimentos numa operação estrangeira, sempre que se justifique, o Grupo procura contratar operações de cobertura de justo valor como instrumento de neutralização da volatilidade que esses financiamentos podem trazer às demonstrações financeiras do Grupo. Os instrumentos de cobertura que sejam designados e qualifiquem como de cobertura de justo valor, são registados no balanço pelo seu justo valor por contrapartida de resultados. Paralelamente, as alterações ao justo valor dos instrumentos cobertos, na componente que está a ser coberta, é ajustada por contrapartida de resultados. Consequentemente, qualquer ineficácia das coberturas é imediatamente reconhecida em resultados. Se a cobertura deixar de cumprir com os critérios exigidos para a contabilidade de cobertura, o instrumento financeiro derivado é transferido para a carteira de negociação e a contabilidade de cobertura é descontinuada prospectivamente. Caso o activo ou passivo coberto corresponda a um instrumento de rendimento fixo, o ajustamento de revalorização é amortizado até à sua maturidade pelo método da taxa efectiva. Risco de taxa de câmbio No que respeita ao risco cambial, o Grupo prossegue uma política de cobertura natural recorrendo a financiamento em moeda local sempre que as condições de mercado (nomeadamente o nível das taxas de juro) o aconselhem. Investimentos líquidos em entidades estrangeiras A flutuação cambial associada a empréstimos em moeda estrangeira contraídos com o objectivo de cobertura de um investimento numa operação estrangeira é reconhecida directamente em reservas na rubrica de diferenças cambiais (nota 2.2). Os swaps cambiais contratados com vista à cobertura de investimentos em operações estrangeiras que qualifiquem como instrumentos de cobertura são registados no balanço pelo seu justo valor. Na medida em que sejam consideradas coberturas eficazes, as variações no justo valor dos swaps cambiais são reconhecidas directamente em reservas na rubrica de diferenças cambiais (nota 2.2). Os ganhos e perdas acumulados nas reservas são transferidos para resultados do exercício quando as entidades estrangeiras são alienadas. 2.6. Activos fixos tangíveis Os activos fixos que não sejam terrenos são registados ao custo de aquisição líquido das respectivas amortizações acumuladas e de perdas de imparidade (nota 2.13). A classe de activos terrenos encontra-se registada pelo valor reavaliado, determinado com base em avaliações efectuadas por peritos independentes (ver nota 2.9). Os aumentos ao valor contabilístico em resultado de reavaliações de terrenos são creditados em reservas de reavaliação nos capitais próprios do Grupo. As reduções que possam ser compensadas por anteriores reavaliações do mesmo activo são movimentadas contra a respectiva reserva de reavaliação, as restantes reduções são reconhecidas na demonstração dos resultados. Os ganhos ou perdas na alienação são determinados pela comparação da receita obtida com o valor contabilístico e reconhecida a diferença nos resultados operacionais. Quando activos reavaliados são vendidos, o montante que se encontra reconhecido em reservas de reavaliação é transferido para resultados transitados. Os custos com a manutenção e reparação que não aumentam a vida útil destes activos fixos são registados como custos do exercício em que ocorrem. O custo com grandes reparações e remodelações de lojas é incluído no valor contabilístico do activo sempre que se perspective que este origine benefícios económicos adicionais. 202 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Contratos de locação financeira Os bens cuja utilização decorre de contratos de locação financeira relativamente aos quais o Grupo assume substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse do activo locado são classificados como activos fixos tangíveis. Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início como activo e passivo pelo menor do justo valor do bem locado ou do valor actual das rendas de locação vincendas. Os activos adquiridos em locação financeira são amortizados de acordo com a política estabelecida pelo Grupo para os activos fixos tangíveis. As rendas são constituídas pelo encargo financeiro e pela amortização financeira do capital. Os encargos são imputados aos respectivos períodos durante o prazo de locação a fim de produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o investimento líquido remanescente do locador. Amortizações As amortizações são calculadas sobre os valores de aquisição, pelo método das quotas constantes, com imputação duodecimal em função da vida útil estimada para cada tipo de bem. As taxas de amortização anual (em %) mais importantes são as seguintes: % Terrenos Edifícios e outras construções Equipamento básico Equipamento de transporte Equipamento administrativo Não amortizados 2-4 10-20 12,5-25 10-25 2.7. Activos Intangíveis Os activos intangíveis encontram-se registados pelo custo de aquisição deduzido das amortizações acumuladas e de perdas de imparidade (nota 2.13). Os custos com Goodwill gerado internamente e marcas próprias são registados na conta de resultados à medida que são incorridos. Despesas de investigação e desenvolvimento As despesas de investigação, efectuadas na procura de novos conhecimentos técnicos ou científicos ou na busca de soluções alternativas, são reconhecidas em resultados quando incorridas. As despesas de desenvolvimento são capitalizadas quando é demonstrável a executabilidade técnica do produto ou processo em desenvolvimento e o Grupo tem a intenção e a capacidade de completar o seu desenvolvimento e iniciar a sua comercialização ou o seu uso. As despesas de desenvolvimento capitalizadas incluem custos de materiais utilizados, mão de obra directa e uma proporção de gastos gerais. Despesas com programas de computador (software) Os custos associados ao desenvolvimento ou manutenção de Software são reconhecidos como despesas quando incorridos, excepto quando esses custos sejam directamente associados a projectos de desenvolvimento em que seja quantificável a geração de benefícios económicos futuros, sendo reconhecidos como activos intangíveis incluídos no montante capitalizado das despesas de desenvolvimento. Outros activos intangíveis Despesas na aquisição de Trespasses, marcas, patentes e licenças são capitalizadas sempre que seja expectável a sua utilização pelo Grupo. Activos intangíveis de vida útil indefinida As marcas Pingo Doce e Feira Nova, para além do Goodwill, são os únicos activos intangíveis de vida útil indefinida, para os quais não existe um limite temporal a partir do qual se espere que deixem de gerar benefícios económicos para o Grupo. Amortizações As amortizações são reconhecidas na demonstração dos resultados numa base linear durante o período estimado de vida útil dos activos intangíveis, excepto se a sua vida for considerada indefinida. O Goodwill e os activos intangíveis com vida útil indefinida são testados para efeitos de imparidade à data do balanço e sempre que um determinado evento ou circunstância indique que o seu valor contabilístico possa não ser recuperável. As amortizações dos restantes activos intangíveis são calculadas, sobre os valores de aquisição, pelo método das quotas constantes, com imputação duodecimal. As taxas de amortização anual em % mais importantes são as seguintes: 203 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 % Despesas de desenvolvimento Trespasses e marcas comerciais 20-33,33 5-6,66 2.8. Activos financeiros Os activos financeiros são reconhecidos no balanço do Grupo na data de negociação ou contratação, que é a data em que o Grupo se compromete a adquirir ou alienar o activo. No momento inicial, os activos financeiros são reconhecidos pelo justo valor acrescido de custos de transacção directamente atribuíveis, excepto para os activos ao justo valor através de resultados em que os custos de transacção são imediatamente reconhecidos em resultados. Estes activos são desreconhecidos quando (i) expiram os direitos contratuais do Grupo ao recebimento dos seus fluxos de caixa, (ii) o Grupo tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, o Grupo tenha transferido o controlo sobre os activos. Os activos e passivos financeiros são compensados e apresentados pelo valor líquido, quando e só quando, o Grupo tem o direito a compensar os montantes reconhecidos e tem a intenção de liquidar pelo valor líquido. O Grupo classifica os seus activos financeiros nas seguintes categorias: investimentos financeiros detidos para negociação, empréstimos e contas a receber e investimentos financeiros disponíveis para venda. A sua classificação depende do propósito que conduziu à sua aquisição. Investimentos financeiros detidos para negociação (instrumentos financeiros derivados) Um activo é classificado nesta categoria se foi adquirido com a principal intenção de ser vendido no curto prazo. Nesta categoria integram-se também os Derivados que não qualifiquem para efeitos de contabilidade de cobertura. Os ganhos e perdas resultantes da alteração de justo valor de activos mensurados ao justo valor através de resultados, são reconhecidos em resultados do período em que ocorrem na rubrica de custos financeiros líquidos, onde se incluem os montantes de rendimentos de juros e dividendos. Empréstimos e contas a receber Correspondem a activos financeiros não derivados, com pagamentos fixos ou determinados, para os quais não existe um mercado de cotações activo. São originados pelo decurso normal das actividades operacionais do Grupo, no fornecimento de mercadorias ou serviços, e sobre os quais o Grupo não tem intenção de negociar. Os empréstimos e contas a receber são subsequentemente mensurados ao custo amortizado de acordo com o método do juro efectivo. Investimentos financeiros disponíveis para venda Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que: (i) o Grupo tem intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) não se enquadram nas categorias acima referidas. São reconhecidos como activos não correntes excepto se houver intenção de os alienar nos 12 meses seguintes à data de balanço. As partes de capital detidas que não sejam participações em empresas do Grupo, empresas controladas conjuntamente ou associadas, são classificadas como investimentos financeiros disponíveis para venda e reconhecidas no balanço como activos não correntes. Estes investimentos financeiros são contabilizados ao valor de mercado, entendido como o respectivo valor de cotação à data de balanço. Sempre que as expectativas de médio prazo de mercado apontem para valorizações significativamente abaixo da cotação na data de balanço, são registadas provisões para perdas por imparidade reflectindo essas perdas permanentes. Caso não exista um mercado activo, o Grupo utiliza, sempre que possível, técnicas de avaliação para apurar o justo valor das participações. Estas podem incluir transacções recentes entre entidades independentes, comparação com outros instrumentos com características similares ou estimativa do valor actual de recebimentos futuros. Não sendo possível a aplicação de qualquer uma destas técnicas de avaliação, as participações em causa são mantidas ao custo de aquisição, sendo constituídas provisões para imparidade nos casos que se justifiquem. As mais e menos valias potenciais resultantes são registadas directamente em reservas até que o investimento financeiro seja vendido, recebido ou de qualquer forma alienado, momento em que o ganho ou perda acumulado anteriormente reconhecido no capital próprio é incluído no resultado líquido do período. Os dividendos de instrumentos de capital classificados como disponíveis para venda são reconhecidos em resultados do exercício na rubrica de ganhos em outros investimentos, quando o direito de receber o pagamento é estabelecido. 204 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 2.9. Propriedades de investimento As propriedades de investimento são valorizadas ao justo valor determinado por entidades especializadas e independentes, com qualificação profissional reconhecida e com experiência na avaliação deste tipo de activos. O justo valor é baseado em valores de mercado, sendo este o montante pelo qual duas entidades independentes e interessadas, estariam dispostas a transaccionar o activo. A metodologia adoptada na avaliação e determinação dos justos valores consiste na aplicação do método comparativo de mercado, no qual o activo a avaliar é comparado com outros imóveis semelhantes e que exerçam a mesma função, transaccionados há pouco tempo no local ou zonas equiparáveis. Os valores de transacções conhecidas são ajustados para tornar pertinente a comparação sendo consideradas as variáveis de dimensão, localização, infra-estruturas existentes, estado de conservação e outras que possam ser, de alguma forma, relevantes. Complementarmente, e em particular em casos em que seja difícil a comparação com transacções ocorridas, é utilizado o método de rentabilidade, em que se assume que o valor do património imobiliário corresponde ao valor actual de todos os direitos e benefícios futuros decorrentes da sua posse. Para este efeito parte-se de uma estimativa de renda de mercado atendendo a todas as variáveis endógenas e exógenas do imóvel em avaliação, e considera-se uma yield que reflecte o risco de mercado em que o activo se insere, assim como as características do próprio activo objecto de avaliação. Assim, os pressupostos utilizados na avaliação de cada activo variaram de acordo com a sua localização e características técnicas tendo sido utilizada em média uma yield de 8%. Alterações ao justo valor das propriedades de investimento são reconhecidas na demonstração dos resultados de acordo com o IAS 40 e incluídas em custos líquidos de financiamento, na medida em que se trata do retorno esperado de aplicações financeiras em activos detidos para valorização. Sempre que, por alteração do uso esperado dos activos fixos tangíveis, estes sejam transferidos para a rubrica propriedades de investimento, o valor de transferência corresponde ao que estiver registado, que deverá ser o valor de mercado a essa data. Se uma propriedade de investimento passar a ser utilizada nas actividades operacionais do Grupo, a mesma é transferida para activos fixos tangíveis e o justo valor à data da transferência passa a ser o seu custo de aquisição para efeitos contabilísticos. 2.10 Clientes e devedores Os saldos de clientes e devedores são inicialmente registados ao justo valor e subsequentemente são mensurados ao custo amortizado de acordo com o método do juro efectivo, deduzidos de provisões para perdas de imparidade. 2.11 Existências As existências são valorizadas ao menor, entre o custo e o valor realizável líquido. O valor realizável líquido corresponde ao preço de venda no curso normal das actividades, deduzido dos custos directamente associados à venda. A sua valorização segue em geral o último preço de aquisição, o qual, atendendo à elevada rotação das existências, corresponde aproximadamente ao custo real que seria determinado com base no método FIFO. Os produtos acabados e em vias de fabrico incluem na sua valorização as matérias primas, mão-de-obra e gastos gerais de fabrico. 2.12 Caixa e equivalentes de caixa A rubrica caixa e equivalentes de caixa inclui caixa, depósitos à ordem e aplicações de tesouraria com grande liquidez. Os descobertos bancários são apresentados como empréstimos correntes no passivo. 2.13 Imparidade 2.13.1 Imparidade de activos não financeiros Exceptuando propriedades de investimento (nota 2.9), existências (nota 2.11) e impostos diferidos activos (nota 2.22), os activos do Grupo são analisados à data de cada balanço por forma a detectar indicações de eventuais perdas por imparidade. Se essa indicação existir, o valor recuperável do activo é avaliado. Para Goodwill e outros activos intangíveis com vida útil indefinida, o valor recuperável é avaliado anualmente à data do balanço. 205 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Para as unidades geradoras de caixa com actividade iniciada há menos que um certo período de tempo (2 a 3 anos dependendo do segmento de negócio) o Grupo entende não ser relevante efectuar análise da imparidade na medida em que os respectivos negócios não terão atingido ainda maturidade suficiente, que permita efectuar uma reavaliação credível. É determinado o valor recuperável dos activos do Grupo para os quais existem indicações de potenciais perdas por imparidade. Sempre que o valor contabilístico de um activo, ou da unidade geradora de caixa onde o mesmo se encontra inserido, excede a quantia recuperável, é reduzido até ao montante recuperável sendo esta perda por imparidade reconhecida nos resultados do exercício. Determinação da quantia recuperável dos activos A quantia recuperável de contas a receber de médio e longo prazo corresponde ao valor actual dos futuros recebimentos esperados, utilizando como factor de desconto a taxa de juro efectiva implícita na operação original. Para os restantes activos, a quantia recuperável é a mais alta do seu preço de venda líquido e do seu valor de uso. Na determinação do valor de uso de um activo, os fluxos de caixa futuros estimados são descontados utilizando uma taxa de desconto antes de impostos que reflecte as avaliações correntes de mercado do valor temporal do dinheiro e os riscos específicos do activo em questão. A quantia recuperável dos activos que por si só não geram fluxos de caixa independentes é determinada em conjunto com a unidade geradora de caixa onde os mesmos se encontram inseridos. Reversão de perdas por imparidade Uma perda por imparidade reconhecida num valor a receber de médio e longo prazo só é revertida caso a justificação para o aumento da respectiva quantia recuperável assente num acontecimento com ocorrência após a data do reconhecimento da perda por imparidade. Uma perda por imparidade reconhecida relativa a Goodwill não é revertida. As perdas por imparidade relativas a outros activos são revertidas sempre que existam alterações nas estimativas usadas para a determinação da respectiva quantia recuperável. As perdas por imparidade são revertidas até ao valor, líquido de amortizações, que o activo teria caso a perda por imparidade não tivesse sido reconhecida. 2.13.2 Imparidade de activos financeiros O Grupo analisa a cada data de balanço se existe evidência objectiva que um activo financeiro ou um grupo de activos financeiros se encontra em imparidade. Activos financeiros disponíveis para venda No caso de activos financeiros classificados como disponíveis para venda, um declínio prolongado ou significativo no justo valor do instrumento abaixo do seu custo é considerado como um indicador que os instrumentos se encontram em imparidade. Se alguma evidência semelhante existir para activos financeiros classificados como disponíveis para venda, a perda acumulada – mensurada como a diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, menos qualquer perda de imparidade do activo financeiro que já tenha sido reconhecida em resultados – é removida de capitais próprios e reconhecida na demonstração de resultados. Perdas de imparidade de instrumentos de capital reconhecidas em resultados não são revertidas através da demonstração de resultados. Clientes, devedores e outros activos financeiros São registadas provisões para perdas por imparidade quando existem indicadores objectivos que o Grupo não irá receber todos os montantes a que tinha direito de acordo com os termos originais dos contractos estabelecidos. Na identificação de situações de imparidade são utilizados diversos indicadores, tais como: (i) (ii) (iii) (iv) análise de incumprimento; incumprimento há mais de 3 meses; dificuldades financeiras do devedor; probabilidade de falência do devedor. A provisão para perdas de imparidade é determinada pela diferença entre o valor recuperável e o valor de balanço do activo financeiro e é registada por contrapartida de resultados do exercício. O valor de balanço destes activos é reduzido para o valor recuperável através da utilização de uma conta de provisões. Quando um montante a receber de clientes e devedores é considerado irrecuperável é abatido por utilização da conta de provisões para perdas de imparidade. As recuperações subsequentes de montantes que tenham sido abatidos são registados em resultados. Quando valores a receber de clientes ou a outros devedores que se encontrem vencidos, são objecto de renegociação dos seus termos, deixam de ser considerados como vencidos e passam a ser tratados como novos créditos. 206 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 2.14 Capital Os custos com emissão de novas acções são reconhecidos directamente em reservas, líquidos do respectivo imposto. As acções próprias adquiridas são valorizadas pelo seu preço de aquisição e registadas como uma redução ao capital próprio. Quando essas acções são alienadas, o montante recebido, deduzido de eventuais custos directos de transacção e respectivo imposto, é reconhecido directamente em capital próprio. 2.15 Dividendos Os dividendos são reconhecidos como passivo quando declarados. 2.16 Empréstimos Os empréstimos são reconhecidos inicialmente ao justo valor deduzidos de custos de transacção incorridos e subsequentemente são mensurados ao custo amortizado. Qualquer diferença entre o valor de emissão (líquido de custos de transacção incorridos) e o valor nominal é reconhecido em resultados durante o período de existência dos empréstimos de acordo com o método do juro efectivo. 2.17 Benefícios de empregados Benefícios pós-emprego (Reforma) Planos de contribuição definida Os planos de contribuição definida são planos de pensões para os quais o Grupo efectua contribuições definidas a entidades independentes (fundos) e relativamente aos quais não tem obrigação legal ou construtiva de pagar qualquer contribuição adicional no momento em que os empregados usufruam dos referidos benefícios. As contribuições do Grupo para planos de contribuição definida são contabilizadas como custo no período a que respeitam. Planos de benefícios definidos Os planos de benefício definido são planos de pensões nos quais o Grupo garante a atribuição de um determinado benefício aos empregados integrados no plano, no momento em que estes se reformarem. A responsabilidade do Grupo com planos de benefícios definidos é estimada semestralmente, à data de fecho de contas, para cada plano separadamente, por uma entidade especializada e independente. O cálculo actuarial é efectuado utilizando o método de rendas imediatas, atendendo ao facto de se tratarem de planos apenas para ex-colaboradores já reformados. A taxa de desconto aplicada corresponde à taxa de juro das obrigações de médio e longo prazo sem risco, sendo a responsabilidade assim determinada apresentada no balanço deduzida do valor dos activos dos fundos constituídos. O custo normal do ano, o custo dos juros, o retorno dos activos do plano e os ganhos ou perdas actuariais são reconhecidos como custo ou proveito do exercício. 2.18 Provisões São constituídas provisões no balanço sempre que o Grupo tem uma obrigação presente (legal ou implícita) resultante de um acontecimento passado e sempre que é provável que uma diminuição, passível de estimativa razoável, de recursos incorporando benefícios económicos será exigida para liquidar a obrigação. Provisão para custos de reestruturação São constituídas provisões para custos de reestruturação sempre que um plano formal (para reestruturação) tenha sido aprovado pelo Grupo e este tenha sido iniciado ou anunciado publicamente. 2.19 Fornecedores e outros credores Os saldos de fornecedores e outros credores são registados inicialmente ao justo valor e subsequentemente ao custo amortizado de acordo com o método do juro efectivo. 207 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 2.20 Proveitos Vendas e prestações de serviços Os proveitos decorrentes das vendas são reconhecidos na demonstração dos resultados quando os riscos e vantagens significativos, inerentes à posse dos activos vendidos, são transferidos para o comprador. Os proveitos associados com as prestações de serviços são reconhecidos em resultados com referência à fase de acabamento da transacção à data de balanço. Os proveitos relativos a compras de mercadorias são reconhecidos à medida que as mesmas são vendidas. Subsídios Os subsídios do Estado só são reconhecidos após existir segurança de que o Grupo cumprirá as condições a eles associadas e que os subsídios serão recebidos. Os subsídios à exploração, recebidos com o objectivo de compensar o Grupo por custos incorridos, são registados na demonstração dos resultados de forma sistemática durante os períodos em que são reconhecidos os custos que aqueles subsídios visam compensar. Os subsídios ao investimento recebidos com o objectivo de compensar o Grupo por investimentos efectuados em activos fixos são reconhecidos em resultados durante a vida útil estimada do respectivo activo subsidiado, com um máximo de 10 anos. Rendas As rendas recebidas do arrendamento de propriedades de investimento são reconhecidas em resultados como proveitos financeiros no período a que dizem respeito. Dividendos Os dividendos são reconhecidos como proveitos quando declarados. 2.21 Custos Leasings Operacionais Os pagamentos efectuados ao abrigo de contratos de leasing operacional são reconhecidos na demonstração dos resultados numa base linear ao longo do período de duração dos mesmos. Custos financeiros líquidos Os custos financeiros líquidos representam juros de empréstimos obtidos, juros de investimentos efectuados, dividendos, ganhos e perdas cambiais, ganhos e perdas resultantes da alteração de valor de activos mensurados pelo seu justo valor através de resultados, ganhos e perdas na valorização de propriedades de investimento e custos e proveitos com operações de financiamento. Os custos financeiros líquidos são reconhecidos em resultados numa base de acréscimo durante o período a que dizem respeito. 2.22 Impostos sobre os lucros O imposto sobre o rendimento inclui imposto corrente e diferido. O imposto sobre o rendimento é reconhecido na demonstração dos resultados excepto quando se relaciona com ganhos ou perdas directamente relevados em reservas, caso em que é também reconhecido directamente em reservas. O imposto sobre o rendimento corrente é calculado de acordo com os critérios fiscais vigentes à data do balanço. O imposto diferido é calculado, com base no método da responsabilidade de balanço, sobre as diferenças temporárias entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e a respectiva base de tributação. Não é calculado imposto diferido sobre o Goodwill e as diferenças de reconhecimento inicial de um activo e passivo quando não são afectados, nem o resultado contabilístico, nem o fiscal. A base tributável dos activos e passivos é determinada por forma a reflectir as consequências de tributação derivadas da forma pela qual a empresa espera, à data do balanço, recuperar ou liquidar a quantia escriturada dos seus activos e passivos. Para a determinação do imposto diferido é utilizada a taxa que deverá estar em vigor no exercício em que as diferenças temporárias serão revertidas. São reconhecidos impostos diferidos activos sempre que existe razoável segurança de que serão gerados lucros futuros contra os quais os activos poderão ser utilizados. Os impostos diferidos activos são revistos anualmente e reduzidos sempre que deixe de ser provável que possam ser utilizados. 208 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 2.23 Informação por segmentos Segmento de negócio Segmento de negócio é um componente distinguível do Grupo, comprometido em fornecer um produto ou serviço individual, e que está sujeito a riscos e retornos diferentes dos de outros segmentos de negócio. Foram identificados dois segmentos de negócio: a distribuição de produtos de consumo em lojas de auto-serviço; e a indústria de produtos de consumo alimentares, de higiene pessoal e doméstica e serviços de distribuição de produtos através de representações. Segmento geográfico Segmento geográfico é uma área individualizada do Grupo comprometida em fornecer produtos ou serviços dentro de um ambiente económico particular e que está sujeita a riscos e retornos que são diferentes de outras áreas que operam em outros ambientes económicos. Foram identificados como segmentos geográficos Portugal e Polónia. 2.24 Concentração de actividades empresariais Ao registo de transacções de concentração que envolvam entidades que se encontram sob controlo do Grupo, antes e após essa concentração se verificar, é aplicado o método do valor contabilístico. 2.25 Principais estimativas e julgamentos utilizados na elaboração das demonstrações financeiras Activos tangíveis, intangíveis e propriedades de investimento A determinação do justo valor dos activos tangíveis e de propriedades de investimento, assim como as vidas úteis dos activos, é baseada em estimativas da gestão. A determinação da existência de perdas de imparidade destes activos envolve também a utilização de estimativas. O valor recuperável e o justo valor destes activos é normalmente determinado com recurso à utilização de modelos de fluxos de caixa descontados, que incorporam pressupostos de mercado. A identificação de indicadores de imparidade, bem como a estimativa de fluxos de caixa futuros e a determinação do justo valor de activos requerem julgamento significativo por parte da gestão no que diz respeito à validação de indicadores de imparidade, fluxos de caixa esperados, taxas de desconto aplicáveis, vidas úteis estimadas e valores residuais. Se estes pressupostos não se materializarem como a gestão estima, o Grupo poderá ter potenciais impactos ao nível dos resultados operacionais e no consequente registo de imparidades, nomeadamente ao nível do Goodwill. Justo valor de instrumentos financeiros O justo valor de instrumentos financeiros não cotados num mercado activo, é determinado com base em métodos de avaliação e teorias financeiras. A utilização de metodologias de valorização requer a utilização de pressupostos, sendo que alguns deles requerem a utilização de estimativas por parte da gestão. Desta forma, alterações nos referidos pressupostos poderiam resultar numa alteração do justo valor reportado. Imparidade de investimentos em associadas Em regra, o registo de imparidade num investimento de acordo com as IFRS é efectuado quando o valor de balanço do investimento excede o valor actual dos fluxos de caixa futuros. O cálculo do valor actual dos fluxos de caixa estimados e a decisão de considerar a imparidade permanente envolve julgamento e reside substancialmente na análise da gestão em relação ao desenvolvimento futuro das suas associadas. Na mensuração da imparidade, são utilizados preços de mercado, se disponíveis, ou outros parâmetros de avaliação, baseados na informação disponível das associadas. No sentido de determinar se a imparidade é permanente, o Grupo considera a capacidade e a intenção de deter o investimento por um período razoável de tempo que seja suficiente para uma previsão da recuperação do justo valor até (ou acima) do valor de balanço, incluindo uma análise de factores como os resultados esperados da associada, o enquadramento económico regional e o estado do sector. Impostos diferidos O reconhecimento de impostos diferidos pressupõe a existência de resultados e matéria colectável futura. Os impostos diferidos activos e passivos foram determinados com base na legislação fiscal actualmente em vigor para as empresas do Grupo, ou em legislação já publicada para aplicação futura. Alterações na legislação fiscal podem influenciar o valor dos impostos diferidos. Provisões para perdas por imparidade de clientes e devedores A gestão mantém uma provisão para perdas de imparidade de clientes e devedores, de forma a reflectir as perdas estimadas resultantes da incapacidade dos clientes de efectuarem os pagamentos requeridos. Ao avaliar 209 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 a razoabilidade da provisões para as referidas perdas por imparidade, a gestão baseia as suas estimativas numa análise do tempo de incumprimento decorrido dos seus saldos de recebimentos de clientes, a sua experiência histórica de abates, o histórico de crédito do cliente e mudanças nos termos de pagamento do cliente. Se as condições financeiras do cliente se deteriorarem, as provisões para perdas de imparidade e os abates reais poderão ser superiores aos esperados. Pensões e outros benefícios a empregados A determinação das responsabilidades por pagamento de pensões requer a utilização de pressupostos e estimativas, incluindo a utilização de projecções actuariais, rentabilidade estimada dos investimentos e outros factores que podem ter impacto nos custos e nas responsabilidades do plano de pensões. Alterações a estes pressupostos poderiam ter um impacto significativo nos valores determinados. Provisões O Grupo exerce julgamento considerável na mensuração e reconhecimento de provisões e a sua exposição a passivos contingentes relacionados com processos em contencioso. O julgamento é necessário de forma a aferir a probabilidade que um contencioso tem de ser bem sucedido, ou suscitar o registo de um passivo. As provisões são reconhecidas quando o Grupo espera que processos em curso irão originar a saída de fluxos, a perda seja considerada provável e possa ser razoavelmente estimada. Devido às incertezas inerentes ao processo de avaliação, as perdas reais poderão ser diferentes das originalmente estimadas na provisão. Estas estimativas estão sujeitas a alterações à medida que nova informação fica disponível, principalmente com o apoio de especialistas internos, se disponíveis, ou através do apoio de consultores externos, como actuários ou consultores legais. Revisões às estimativas destas perdas de processos em curso podem afectar significativamente os resultados futuros. 2.26 Justo valor de instrumentos financeiros Na determinação do justo valor de um activo ou passivo financeiro, se existir um mercado activo, o preço de mercado é aplicado. No caso de não existir um mercado activo, o que é o caso para alguns dos activos e passivos financeiros, são utilizadas técnicas de valorização geralmente aceites no mercado, baseadas em pressupostos de mercado. O Grupo aplica técnicas de valorização para instrumentos financeiros não cotados, tais como, derivados, instrumentos financeiros ao justo valor através de resultados e para activos disponíveis para venda. Os modelos de valorização que são utilizados mais frequentemente são modelos de fluxos de caixa descontados e modelos de opções, que incorporam por exemplo curvas de taxa de juro e volatilidade de mercado. Caixa e equivalentes de caixa e devedores e acréscimos e diferimentos Estes instrumentos financeiros são compostos maioritariamente por activos financeiros de curto prazo e por essa razão o seu valor de balanço à data de reporte é considerado ser aproximado ao justo valor. Investimentos financeiros disponíveis para venda Os instrumentos financeiros cotados encontram-se reflectidos no balanço ao seu justo valor, os restantes investimentos financeiros disponíveis para venda estão mensurados ao custo deduzidos de imparidade uma vez que o justo valor não é possível determinar com fiabilidade (Nota 17). Empréstimos obtidos O justo valor dos empréstimos é obtido através do valor descontado de todos os fluxos de caixa esperados a serem pagos. Os fluxos de caixa esperados são descontados a taxas de juro actuais de mercado. À data de reporte, o seu valor de balanço é aproximadamente o seu justo valor, excepto o empréstimo obrigacionista Private Placement (USPP), cujo valor de balanço difere do justo valor (ver nota 25.2). Credores e acréscimos e diferimentos Estes instrumentos financeiros são compostos maioritariamente por passivos financeiros de curto prazo e por essa razão o seu valor de balanço à data de reporte é considerado ser aproximado ao justo valor. 210 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 2.27 Instrumentos financeiros por categoria Derivados de Negociação Derivados designados como instrumentos de cobertura Empréstimos e contas a receber Activos fin. disponíveis p/venda Outros passivos financeiros Total activos e passivos financeiros 2007 ACTIVOS Caixa e equivalentes de caixa 268.639 Investimentos financeiros disponíveis para venda 268.639 10.289 Devedores e acréscimos e diferimentos 10.289 144.227 Instrumentos financeiros derivados 1.066 127 TOTAL ACTIVOS FINANCEIROS 1.066 127 13.447 37.493 13.447 37.493 144.227 1.193 412.866 10.289 - 424.348 792.156 792.156 PASSIVOS Empréstimos Obtidos Instrumentos financeiros derivados 50.940 Credores e acréscimos e diferimentos TOTAL PASSIVOS FINANCEIROS - - 1.242.043 1.242.043 2.034.199 2.085.139 2006 ACTIVOS Caixa e equivalentes de caixa 175.764 Investimentos financeiros disponíveis para venda 175.764 35.385 Devedores e acréscimos e diferimentos 35.385 140.876 Instrumentos financeiros derivados 1.710 187 TOTAL ACTIVOS FINANCEIROS 1.710 187 6.158 21.002 140.876 1.897 316.640 35.385 - 353.922 653.306 653.306 998.797 998.797 1.652.103 1.679.263 PASSIVOS Empréstimos Obtidos Instrumentos financeiros derivados 27.160 Credores e acréscimos e diferimentos TOTAL PASSIVOS FINANCEIROS 3 6.158 21.002 - - Reporte por segmentos de actividade A informação por segmentos é apresentada de acordo com os segmentos geográfico e de negócio do Grupo. Os resultados, activos e passivos de cada segmento correspondem àqueles que lhes são directamente atribuíveis assim como os que, numa base razoável, lhes podem ser atribuídos. Os resultados, activos e passivos não directamente imputáveis aos segmentos, consubstanciados na coluna “não alocado”, referem-se essencialmente a operações financeiras e incluem ainda os ajustamentos de consolidação. 211 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Informação detalhada referente aos segmentos DISTRIBUIÇÃO Portugal 2007 INDÚSTRIA E SERVIÇOS Portugal Polónia 2006 2007 2006 2007 NÃO ALOCADO 2006 2007 TOTAL 2006 2007 2006 Proveitos com clientes externos Vendas Prestações de serviços Proveitos inter-segmentos TOTAL DE PROVEITOS RESULTADO DO SEGMENTO 2.685.584 2.419.318 2.379.208 1.704.425 265.437 266.663 480 415 5.330.709 10.780 - - 394 290 18.969 16.354 2.691.598 2.424.602 2.391.769 1.715.205 265.437 266.663 874 705 5.349.678 4.407.175 6.014 5.284 226 266 54.632 58.834 (55.371) (59.756) - - 320.069 325.497 (54.497) (59.051) 5.349.678 4.407.175 31.664 47.226 (2.044) (283) 116.947 513 4.390.821 2.691.824 2.425.258 2.392.282 1.715.471 103.771 656 12.561 91.789 51.907 Custos financeiros líquidos Ganhos/perdas em empresas associadas Ganhos em outros investimentos 225.180 215.797 (59.469) (42.551) 231 206 21.824 15.900 RESULTADOS ANTES DE IMPOSTOS 187.766 189.352 Imposto sobre o rendimento do exercício (36.857) (38.444) Interesses minoritários (19.648) (34.756) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 131.261 116.152 TOTAL DE ACTIVOS 1.942.543 1.712.622 950.215 662.754 310.074 295.742 (75.769) (66.397) 3.127.063 2.604.721 TOTAL DE PASSIVOS 1.296.950 1.134.398 579.179 422.192 222.125 218.280 164.604 62.570 2.262.858 1.837.440 Fluxos de caixa de actividades operacionais Fluxos de caixa de actividades de investimento Amortizações e Depreciações 364.397 (406.500) (263.761) 58.792 (117.158) 256.134 208.100 205.365 135.890 7.520 5.535 336 145 469.355 349.670 72.680 64.276 48.664 38.190 5.275 4.482 102 80 126.721 107.028 Fluxos de caixa de actividades de financiamento Investimento em Activos Fixos Tangíveis e Intangíveis 430.654 Activos financeiros com risco de crédito por segmento O quadro abaixo apresenta a exposição do Grupo de acordo com os valores de balanço dos activos financeiros, caracterizados por sector de actividade. DISTRIBUIÇÃO Portugal INDÚSTRIA E SERVIÇOS Portugal Polónia 2006 2007 2006 NÃO ALOCADO 2007 TOTAL Portugal 2007 2006 2007 2006 2007 2006 61.160 57.438 196.231 94.327 9.023 20.025 2.225 5.882 5.804 - - 20 19 4.387 3.974 268.639 175.764 29.562 10.289 88.911 76.844 28.206 25.927 71.485 72.693 (44.375) (34.588) 35.385 144.227 140.876 Activos Caixa e equivalentes de caixa Investimentos financeiros disponíveis para venda Devedores e acréscimos e diferimentos Instrumentos financeiros derivados Total 4 261 778 - - - - 932 1.119 1.193 1.897 156.214 140.864 224.437 120.254 80.528 92.737 (36.831) 67 424.348 353.922 Aquisições de negócios Na sequência do acordo celebrado com o parceiro Unilever e da fusão das companhias FimaVG – Distribuição de Produtos Alimentares, Lda.; LeverElida – Distribuição de Produtos de Limpeza e Higiene Pessoal, Lda.; IgloOlá – Distribuição de Gelados e Ultracongelados, Lda. e Unilever Bestfoods Portugal – Produtos Alimentares, Sociedade Unipessoal, Lda., com efeitos a 1 de Janeiro de 2007, o Grupo passou a relevar a partir dessa data, nas suas contas consolidadas, 45% das demonstrações financeiras da sociedade resultante da fusão – Unilever Jerónimo Martins, Lda. No dia 1 de Fevereiro de 2007, o Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A. adquiriu a totalidade do capital social da sociedade Simões & Freitas, Lda., detentora de um estabelecimento de retalho alimentar em Évora, após a decisão da Autoridade da Concorrência, de 23 de Janeiro de 2007, de não se opor à operação de concentração. Os impactos resultantes destas operações nas Demonstrações Financeiras Consolidadas foram as que se apresentam de seguida: 212 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Activos Fixos Existências Outras Contas a Receber Caixa e Equivalentes de Caixa Empréstimos Bancários Outras Contas a Pagar Total de Activos Goodwill Valor investido Aumento dívida 5 3.259 1.957 (1.393) 1.053 (18.306) (2.024) (15.454) 22.275 6.821 18.306 Caixa adquirida (1.053) Valor líquido desembolsado 24.074 Proveitos e custos suplementares Ganhos suplementares 2007 2006 193.216 157.893 Descontos pronto pagamento obtidos 34.007 31.254 Descontos pronto pagamento concedidos (3.477) (3.223) (11.592) (11.281) (5.926) (5.380) Comissões sobre meios de pagamento electrónicos Outros custos suplementares Provisões para saldos devedores de fornecedores 112 1.184 206.340 170.447 Os ganhos suplementares respeitam a ganhos obtidos pelo Grupo com a distribuição de produtos de consumo, nomeadamente alugueres de espaço, participações em aniversários, aluguer de topos. Os outros custos suplementares respeitam às mesmas naturezas definidas nos ganhos suplementares, suportados pelas companhias a operar no segmento de indústria e serviços. 6 Custos de distribuição e administrativos 2007 Fornecimentos e serviços externos Publicidade 196.292 53.963 48.602 Rendas e alugueres 96.664 83.654 Custos com pessoal 425.227 345.807 Amortizações e ganhos/perdas com activos tangíveis e intangíveis 125.723 104.895 Custos de transporte Outros ganhos e perdas operacionais 7 2006 225.450 71.735 57.751 1.284 1.000.046 (5.840) 831.161 Custos com o pessoal 2007 Ordenados e salários Segurança social Benefícios de empregados (nota 26) Outros custos com pessoal 2006 340.944 273.524 67.215 54.490 1.288 2.032 26.797 25.229 436.244 355.275 Os outros custos com pessoal englobam, nomeadamente, seguros de acidentes de trabalho, acção social, formação e indemnizações. Do total de custos com pessoal, M EUR 24.996 correspondem aos custos com pessoal das filiais e associadas consolidadas através do método proporcional, cujo custo integral foi de M EUR 55.474. A diferença para o total de custos de pessoal apresentados na nota 6, no montante de M EUR 11.017 (2006: M EUR 9.468), respeita aos custos afectos à actividade de produção, os quais foram imputados ao custo dos produtos vendidos. 213 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 O número médio de empregados do Grupo ao longo do ano foi de 37.960, dos quais: 2007 2006 Portugal 20.756 18.925 Polónia 17.204 14.178 37.960 33.103 Total de empregados Deste total, 1.119 empregados correspondem ao pessoal das filiais e associadas consolidadas através do método proporcional. O número de empregados no final do ano 2007 era de 41.300, em 2006 eram 34.675, dos quais: 2007 2006 Portugal 21.951 Polónia 19.349 15.491 41.300 34.675 Total de empregados 19.184 Do total de empregados, 1.044 correspondiam ao pessoal das filiais e associadas consolidadas através do método proporcional. 8 Custos financeiros líquidos 2007 Juros suportados Juros obtidos 2006 (54.335) (41.386) 2.548 1.726 33 68 239 (107) (18) (18) (1.966) (2.653) (5.970) (59.469) (181) (42.551) Dividendos Diferenças de câmbio Propriedades de investimento: Valorização ao justo valor Outros custos e proveitos financeiros Valorização ao justo valor de instrumentos financeiros derivados (nota 9) Na rubrica de juros suportados estão incluídos os juros relativos aos empréstimos mensurados ao custo amortizado, bem como os juros de derivados de cobertura de justo valor e de cobertura de fluxos de caixa (nota 15). Os outros custos e proveitos financeiros incluem, entre outros, custos com a emissão de dívida do Grupo. A rubrica outros custos e proveitos financeiros incluem um montante de M EUR 260 (2006: M EUR 109) relativos às transferências de reservas no âmbito das coberturas de fluxos de caixa. 9 Instrumentos financeiros Justo valor dos instrumentos financeiros derivados Valor registado em resultados (líquidos de impostos diferidos e interesses minoritários): 2007 Derivados de Negociação Swaps de taxa de câmbio Swaps de taxa de juro Credit default swap Impostos diferidos Interesses minoritários Valor registado em resultados 2006 (3.603) (1.029) (2.909) 542 848 - (5.970) (181) 1.582 461 48 (274) (3.927) (407) 214 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 O valor registado em reservas referente à cobertura do investimento na Polónia é de M EUR 4.963 negativos, líquidos de impostos diferidos. Alteração do justo valor dos instrumentos derivados designados como cobertura de justo valor (nota 15) no montante de M EUR 10.119 (2006: M EUR 18.367) foi compensada por uma variação relativo à actualização do empréstimo de 180 milhões de USD (nota 25.2). 10 Imposto reconhecido na demonstração dos resultados 10.1 Imposto corrente 2007 Imposto corrente Imposto corrente do exercício Excesso/(insuficiência) de exercícios anteriores 2006 (26.148) (46) (20.337) (646) (26.194) (20.983) (12.622) - (18.006) (2.446) 1.959 2.991 (10.663) (17.461) (36.857) (38.444) Imposto diferido (nota 19.1) Diferenças temporárias originadas e revertidas no exercício Redução da taxa de imposto Alteração da base recuperável de prejuízos e diferenças temporárias de exercícios anteriores Total de imposto sobre o rendimento do exercício 10.2 Reconciliação da taxa efectiva de imposto 2007 187.766 Resultados antes de imposto Imposto calculado à taxa de imposto aplicável em Portugal Efeito fiscal gerado por: 26,5% 189.352 (49.758) 27,5% (52.072) Diferença de taxa de imposto aplicável noutros países 3,7% 6.864 5,9% 11.177 Resultados não tributados ou não recuperáveis 1,0% 1.836 0,0% 34 Custos não dedutíveis e benefícios fiscais 1,2% 2.204 0,3% 643 Redução da taxa de imposto 0,0% - -1,3% (2.446) Insuficiências (excesso) estimativa do ano anterior 0,0% (48) -0,3% (646) 1,0% 1.959 1,6% 2.991 0,0% 86 1,0% 1.875 (36.857) 20,3% (38.444) Alteração da base recuperável de prejuízos e diferenças temporárias de exercícios anteriores Resultados sujeitos a tributação autónoma e outras formas de tributação Imposto do exercício 11 2006 19,6% Resultados operacionais não usuais e ganhos em outros investimentos 11.1 Resultados operacionais não usuais 2007 Ganhos/Perdas com alienações de negócios Taxa de cosméticos de exercícios anteriores Outros 2006 (714) 1.186 5.946 (1.105) (798) 472 4.043 11.2 Ganhos em outros investimentos 2007 2006 Ganhos na alienação de investimentos financeiros disponíveis para venda 17.543 3.347 Dividendos recebidos de investimentos financeiros disponíveis para venda Valorização extraordinária de propriedades de investimento com contrato de promessa de venda 514 1.114 3.767 11.439 21.824 15.900 215 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 12 Activos fixos tangíveis 12.1 Movimentos ocorridos no exercício 2007 Terrenos e recursos naturais Edifícios e outras construções Equipamento básico e ferramentas Equipamento transporte e outros Activos fixos tangíveis em curso e adiantamentos Total Custo 329.494 Saldo inicial Diferenças Cambiais 929.799 634.188 132.579 86.414 2.112.474 1.599 20.993 7.891 3.939 3.832 38.254 Aumentos 21.136 134.580 104.292 20.791 167.402 448.201 Reavaliações 13.272 - - - - 13.272 (163) (6.297) (11.287) (2.877) (1.456) (22.080) 38.275 91.009 3.762 2.485 (149.712) (14.181) (167) 417 13.778 963 (98) 14.893 (4.159) (110) - - - (4.269) Alienações Transferências e abates Aquisições e reestruturação de negócios Transferências de/para prop. de investimento Reversão de imparidade 113 410 - - - 523 399.400 1.170.801 752.624 157.880 106.382 2.587.087 Saldo inicial Diferenças cambiais - 253.267 440.275 101.786 - 795.328 - 7.044 4.183 2.667 - 13.894 Aumentos - 48.418 58.961 13.816 - 121.195 Alienações - (1.621) (10.928) (2.815) - (15.364) Transferências e abates - (2.089) (6.954) (1.421) - (10.464) Aquisições e reestruturação de negócios - 389 10.346 894 - 11.629 Reversão de imparidade - 363 - - - 363 Saldo final - 305.771 495.883 114.927 - 916.581 Em 1 de Janeiro de 2007 329.494 676.532 193.913 30.793 86.414 1.317.146 Em 31 de Dezembro de 2007 399.400 865.030 256.741 42.953 106.382 1.670.506 Saldo final Amortizações e perdas por imparidade Valor líquido 2006 Terrenos e recursos naturais Edifícios e outras construções Equipamento básico e ferramentas Equipamento transporte e outros Activos fixos tangíveis em curso e adiantamentos Total Custo Saldo inicial Diferenças Cambiais Aumentos 283.576 797.455 564.243 123.090 43.434 180 2.532 923 423 252 4.310 31.681 75.464 68.841 11.837 140.385 328.208 1.811.798 Reavaliações 8.168 - - - - 8.168 Alienações (818) (3.395) (2.994) (2.559) (1.637) (11.403) Transferências e abates 6.707 57.743 3.175 (212) (96.020) (28.607) 329.494 929.799 634.188 132.579 86.414 2.112.474 Saldo inicial Diferenças cambiais - 216.983 394.969 98.151 - 710.103 - 839 497 269 - 1.605 Aumentos - 39.324 50.415 12.897 - 102.636 Alienações - (1.397) (2.130) (2.444) - (5.971) Transferências e abates - (2.482) (3.476) (7.087) - (13.045) Saldo final - 253.267 440.275 101.786 - 795.328 Em 1 de Janeiro de 2006 283.576 580.472 169.274 24.939 43.434 1.101.695 Em 31 de Dezembro de 2006 329.494 676.532 193.913 30.793 86.414 1.317.146 Saldo final Amortizações e perdas por imparidade Valor líquido No exercício de 2007 foram revertidas perdas por imparidade no montante de M EUR 113, relativas a actualização do valor recuperável de um terreno na Madeira e M EUR 47 que respeitem a um impacto menor que o estimado no encerramento de uma loja. 216 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 12.2 Equipamento em regime de locação financeira O Grupo detém diverso equipamento sob o regime de locação financeira. Os pagamentos de locação financeira não incluem qualquer valor referente a rendas contingentes. As responsabilidades ainda não liquidadas relativas a contratos de locação financeira são referidas na nota 25.4. O valor dos bens em locação financeira é o seguinte: 2007 2006 Terrenos e recursos naturais Activos fixos tangíveis 34 34 34 34 Edifícios e outras construções Activos fixos tangíveis Amortização acumulada Equipamento básico Activos fixos tangíveis Amortização acumulada Equipamento de informática e administrativo e ferramentas e utensílios Activos fixos tangíveis Amortização acumulada Equipamento de transporte Activos fixos tangíveis Amortização acumulada 20.686 (2.625) 18.061 11.381 (1.148) 10.233 76.460 (18.000) 58.460 44.661 (10.320) 34.341 16.489 (14.160) 2.329 15.250 (12.834) 2.416 28.060 (12.005) 16.055 15.988 (7.274) 8.714 12.3 Garantias Não foram dados quaisquer activos tangíveis em garantia de cumprimento de obrigações bancárias ou outras. 12.4 Reavaliações O Grupo regista os terrenos afectos à actividade operacional ao valor de mercado, apurado por entidades especialistas e independentes. Em 2007 foram efectuadas novas avaliações que originaram um aumento do valor de terrenos de M EUR 13.272 (nota 23.1). Os valores de reavaliação constantes dos activos fixos tangíveis são de M EUR 161.020 (M EUR 148.524 em 2006), reflectidos no capital próprio da seguinte forma: 2007 2006 Reavaliação de terrenos 161.020 148.524 Impostos diferidos (34.543) (31.906) Interesses minoritários (50.080) (44.861) 76.397 71.757 Reavaliação líquida (nota 23.1) 217 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 13 Activos intangíveis 13.1 Movimentos ocorridos no exercício 2007 Despesas de I&D Goodwill Software e prop. Ind. out. dir. Activos intangíveis em curso Trespasses Total Custo Saldo inicial Diferenças Cambiais 385.341 27.515 23.390 51.560 5.334 493.140 12.603 8.674 1.410 739 1.513 267 Aumentos - 2.146 2.892 4.843 11.273 21.154 Transferências e abates - (759) 6.769 4.306 (11.476) (1.160) Aquisições e reestruturação de negócios 22.275 - (23) - - 22.252 416.290 30.312 33.767 62.222 5.398 547.989 Saldo inicial - 25.062 2.074 19.619 - 46.755 Diferenças cambiais - 1.378 10 183 - 1.571 Aumentos - 1.310 494 3.724 - 5.528 Transferências e abates - (1.999) (141) - - (2.140) Saldo final Amortizações e perdas por imparidade Aquisições e reestruturação de negócios - - (18) - - (18) Saldo final - 25.751 2.419 23.526 - 51.696 Em 1 de Janeiro de 2007 385.341 2.453 21.316 31.941 5.334 446.385 Em 31 de Dezembro de 2007 416.290 4.561 31.348 38.696 5.398 496.293 Valor líquido 2006 Despesas de I&D Goodwill Software e prop. Ind. out. dir. Activos intangíveis em curso Trespasses Total Custo Saldo inicial Diferenças Cambiais Aumentos Transferências e abates 384.355 27.014 20.629 29.620 7.656 986 162 81 240 31 469.274 1.500 - 323 1.499 6.584 13.056 21.462 - 16 1.181 15.116 (15.409) 904 385.341 27.515 23.390 51.560 5.334 493.140 Saldo inicial - 24.135 4.181 16.946 - 45.262 Diferenças cambiais - 159 - 18 - 177 Aumentos - 1.218 519 2.655 - 4.392 Saldo final Amortizações e perdas por imparidade Transferências e abates - (450) (2.626) - - (3.076) Saldo final - 25.062 2.074 19.619 - 46.755 Em 1 de Janeiro de 2006 384.355 2.879 16.448 12.674 7.656 424.012 Em 31 de Dezembro de 2006 385.341 2.453 21.316 31.941 5.334 446.385 Valor líquido O Grupo identificou como activos intangíveis de vida útil indefinida, para além do Goodwill, as Marcas Pingo Doce e Feira Nova, para as quais não existe um limite temporal a partir do qual se espere que deixem de gerar benefícios económicos para o Grupo. O seu valor líquido é de M EUR 13.717, o qual não está a ser amortizado e é sujeito anualmente a testes de imparidade. 13.2 Garantias Não foram dados quaisquer activos intangíveis em garantia de cumprimento de obrigações bancárias ou outras. 13.3 Activos intangíveis em curso Estão considerados em activos intangíveis em curso valores referentes à implementação de projectos de simplificação de processos, cessão de posição contratual e trespasses. 218 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 13.4 Testes de imparidade do Goodwill O Grupo tem o Goodwill alocado por cada área de negócio, sendo composto da seguinte forma: Áreas de Negócio Retalho Portugal Grosso Portugal Madeira Indústria Polónia 2007 2006 101.610 72.433 97.298 72.433 8.509 8.509 93.809 75.846 139.929 131.255 416.290 385.341 Os acréscimos nesta rubrica referem-se: • aquisição da companhia Simões e Freitas, Lda., conforme referido na nota 4, cujo valor de Goodwill ascendeu a M EUR 4.312; • na sequência do que também foi mencionado na nota 4, face ao processo de fusão das companhias FimaVG, LeverElida e IgloOlá na Unilever Jerónimo Martins e, de o Grupo passar a relevar 45% da nova sociedade nas suas contas consolidadas, resultou num acréscimo ao valor de Goodwill de M EUR 17.963; • como consequência da conversão cambial dos activos do negócio da Polónia, o Goodwill afecto a este negócio, no montante de M PLN 502.818, sofreu uma actualização no valor de M EUR 8.674. Em 2007 foram efectuadas avaliações de acordo com o método de Discounted Cash Flows (DCF), que sustentam a recuperabilidade do valor de Goodwill. Os valores das avaliações são suportados pelas performances passadas e pelas expectativas do desenvolvimento do mercado, tendo sido elaboradas projecções de cash-flows futuros para cada um dos negócios, baseados em planos de médio/longo prazo aprovados pelo Conselho de Administração. Essas estimativas foram elaboradas considerando uma taxa de desconto entre 7,5% e 7,9% para Portugal e de 10,1% na Polónia e uma taxa de crescimento na perpetuidade entre 0% e 1% para os vários negócios. 14 Propriedades de investimento 2007 Saldo inicial Aumentos por aquisições Transferência de activos fixos tangíveis Diferenças cambiais Variações de justo valor Alienações Saldo final 2006 56.376 40.845 11 203 4.269 10.061 - (56) 3.642 11.421 (14.698) (6.098) 49.600 56.376 As propriedades de investimento referem-se a terrenos e edifícios inicialmente adquiridos para uso nas operações do Grupo, e outros que foram efectivamente utilizados nessas operações durante um certo período de tempo, mas que se tornaram redundantes por não ser possível neles construir unidades geradoras de caixa, ou por se tornarem desnecessários para as operações devido a reestruturações das mesmas. Encontram-se ainda nesta categoria terrenos adquiridos recentemente cujo destino ainda não foi definido, sendo que nestes termos se encontram para valorização. Estão considerados como activos não correntes todos os activos para os quais não é expectável a sua alienação no período inferior a 12 meses. 219 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 15 Instrumentos financeiros derivados 2007 Notional Activo Não Corrente Corrente 2006 Passivo Notional Não Corrente Corrente Passivo Activo Não Não Corrente Corrente Corrente Corrente Derivados de Negociação Swap taxa de juro 120 milhões EUR 481 43 108 7.827 130 milhões EUR - 1.455 - 4.002 Swap taxa de câmbio 200 milhões PLN - - - 5.512 305 milhões PLN - 255 317 1.839 Credit default swap 100 milhões EUR - 542 - - - - - - 180 milhões USD - - - 25.143 180 milhões USD - - - 14.980 127 - - - 10 milhões EUR - 187 - - - - - 12.350 400 milhões PLN - - - 6.022 Total de derivados de negociação 481 585 108 13.339 - 1.710 317 5.841 Total de derivados designados como cobertura 127 - - 37.493 - 187 - 21.002 Total de derivados activos/passivos 608 585 108 50.832 - 1.897 317 26.843 Derivados designados como cobertura de justo valor Cobertura do empréstimo em USD Derivados designados como cobertura de fluxos de caixa 10 milhões EUR Swap taxa de juro Derivados designados como cobertura de investimentos em operações estrangeiras Swap taxa de câmbio 400 milhões PLN Em 2007 estão incluídos nos valores apresentados os juros a receber ou a pagar vencidos até à data relativos a estes instrumentos financeiros no montante líquido a pagar de M EUR 253. Instrumentos financeiros derivados de negociação Swaps de taxa de Juro O Grupo procede à contratação de swaps de taxa de juro para cobrir economicamente o risco de taxa de juro inerente aos pagamentos futuros de empréstimos. A 31 de Dezembro de 2007, o montante total de empréstimos era de M EUR 461.007 (2006: M EUR 356.007), e o Grupo tinha contratados instrumentos financeiros derivados com um notional M EUR 120.000 (2006: M EUR 130.000). Swaps de taxa de câmbio O Grupo procede à cobertura económica do risco cambial da sua exposição ao Zloty. Os instrumentos financeiros derivados mais significativos dizem respeito à contratação em 2006 de três swaps de taxa de juro envolvendo um notional de 305 milhões de zlotys. Em 2007, dois destes swaps foram cancelados, encontrando-se ainda activo um dos swaps com um notional de 200 milhões de zlotys. Credit default swap O Grupo contratou este derivado de crédito com o intuito de minimizar o impacto do alargamento de spreads de crédito resultantes de efeitos exógenos a Jerónimo Martins. Cobertura de justo valor O Grupo procede à cobertura da sua exposição ao risco do justo valor dos seus empréstimos no valor total de 180 milhões de USD, decorrentes do risco de taxa de juro e do risco cambial, através de dois cross currency swaps com as mesmas características da dívida emitida. O objectivo desta cobertura é transformar a emissão de taxa fixa em taxa variável e cobrir a sua exposição ao USD, passando a reflectir desta forma as alterações de justo valor da dívida emitida. O risco de crédito não se encontra coberto. O justo valor dos dois cross currency swaps a 31 de Dezembro de 2007 era de M EUR 25.143 negativos (2006: M EUR 14.980 negativos). Cobertura de fluxos de caixa O Grupo procede à cobertura de uma porção de pagamentos futuros de juros de empréstimos, através da designação de swaps de taxa de juro em que paga uma taxa fixa e recebe uma taxa variável, com um notional M EUR 10.000 (2006: M EUR 10.000). Esta é uma cobertura do risco de taxa de juro associado aos pagamentos de juros à taxa variável decorrentes de passivos financeiros reconhecidos. O risco coberto é o indexante da taxa 220 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 variável associada aos empréstimos. O objectivo desta cobertura é transformar os empréstimos de taxa de juro variável em taxa de juro fixa, sendo que o risco de crédito não se encontra a ser coberto. O justo valor do swap de taxa de juro em 31 de Dezembro de 2007 era de M EUR 127 (2006: M EUR 187). Em Agosto 2006 uma das coberturas foi descontinuada, encontrando-se ainda reconhecido em capitais próprios um montante de M EUR 293 (2006: M EUR 553), que se encontra a ser reciclado para resultados do exercício, tendo sido reconhecido em 2007 em resultados M EUR 260 (2006: M EUR 109). Cobertura de investimentos em operações estrangeiras O Grupo cobre parte da sua exposição à variação do zloty decorrente do seu investimento líquido na Polónia através de um swap cambial de 400 milhões de zlotys (2006: 400 milhões de zlotys). Este instrumento qualifica para efeitos de contabilidade de cobertura. O justo valor do derivado a 31 de Dezembro de 2007 era de M EUR 12.350 negativos (2006: M EUR 6.022 negativos). A variação do justo valor do derivado é reconhecida na reserva de conversão cambial em capitais próprios. 16 Partes de capital em empresas associadas A movimentação da rubrica de empresas associadas em 2007 e 2006 foi a seguinte: 2007 Partes de Capital Saldo inicial Aquisições Aplicação do método de equivalência patrimonial Transferências Aquisições e reestruturação de negócios 646 231 (176) (1) 690 206 (250) - 700 646 (25) 25 0 (25) (25) Valor líquido em 1 de Janeiro 621 665 Valor líquido em 31 de Dezembro 700 621 Saldo final Ajustamento para o valor de realização Saldo inicial Transferências Saldo final 17 2006 Investimentos financeiros disponíveis para venda Não Correntes 2007 Acções BCP Adiantamentos por conta de investimentos financeiros Outros 2006 4.380 4.988 921 29.557 4.988 840 10.289 35.385 Os activos financeiros disponíveis para venda incluem instrumentos de capital não cotados cujo justo valor não pode ser mensurado com fiabilidade e que como tal estão reconhecidos ao custo no montante de M EUR 5.909 em 31 de Dezembro de 2007 (2006: M EUR 5.828). À data de preparação das demonstrações financeiras o Grupo não pretende alienar qualquer um dos investimentos. Os principais investimentos financeiros mensurados ao custo estão expostos na tabela em baixo: 2007 Participação na Uniarme Participação no Mercado Abastecedor do Porto Participação na AMS Outras participações 2006 175 646 63 37 150 597 63 30 921 840 Não existindo preços de mercado disponíveis para os investimentos mencionados e não sendo possível determinar o justo valor no período recorrendo a transacções comparáveis, o Grupo não mensurou os instrumentos através de fluxos de caixa esperados descontados uma vez que estes não podem ser determinados com fiabilidade. 221 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 18 Existências 2007 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 4.368 4.700 459 550 Produtos e trabalhos em curso Produtos acabados e intermédios Mercadorias 2006 289 216 314.810 258.625 319.926 264.091 Ajustamento para o valor de realização (nota 27) (11.355) (8.150) Existências líquidas 308.571 255.941 Não foram consignadas existências como garantia no cumprimento de obrigações contratuais. 19 Impostos 19.1 Impostos diferidos activos e passivos Movimentos nas contas de impostos diferidos 2007 2006 Saldo inicial Diferenças de conversão cambial (nota 23.1) 26.104 4.598 43.166 929 Reavaliações e reservas (nota 23.1) (2.692) (530) Aquisição/alienação de negócios Resultado do exercício (nota 10.1) Saldo final 278 - (10.663) (17.461) 17.625 26.104 Os impostos diferidos são apresentados no balanço da seguinte forma: 2007 Impostos diferidos activos Impostos diferidos passivos 2006 73.322 75.165 (55.697) (49.061) 17.625 26.104 Movimentos nos impostos diferidos ocorridos no exercício Saldo inicial Impostos diferidos passivos Reavaliações de activos Proveitos diferidos para efeitos fiscais Diferenças de Políticas contabilísticas em outros países Outras diferenças temporárias (incluindo adopção IAS) Impostos diferidos activos Provisões além dos limites legais Reavaliações de activos Custos com pensões Custos com operações de cobertura de risco cambial Prejuízos a recuperar Lucro em existências Ajustamentos para o valor realizável de existências Outros custos diferidos para efeitos fiscais Diferenças de políticas contabilísticas em outros países Outras diferenças temporárias Variação líquida de imposto diferido Efeito Efeito no em capital resultados próprio Alienações aquisições Diferenças cambiais Saldo final 33.825 1.209 10.767 3.260 129 498 1.123 1.229 2.789 - (48) 45 104 767 - 36.695 1.811 12.657 4.534 49.061 2.979 2.789 (3) 871 55.697 9.071 996 4.543 2.059 28.263 491 1.569 22.882 965 4.326 75.165 1.080 70 (157) 2.207 (17.667) (84) 595 6.311 132 (171) (7.684) 12 85 97 258 2 15 275 492 1.790 1.214 81 1.822 70 5.469 10.901 1.078 4.388 6.141 11.810 407 2.245 31.015 1.167 4.170 73.322 26.104 (10.663) (2.692) 278 4.598 17.625 Os impostos diferidos activos decorrentes de prejuízos a recuperar são detalhados da seguinte forma: 222 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 2007 Grupo Consolidado Fiscal Recheio, SGPS, S.A. Grupo Consolidado Fiscal JMR, SGPS, S.A. Jerónimo Martins Dystrybucja, S.A. Outros 2006 358 2.307 3.778 5.367 11.452 4.540 6.826 5.445 11.810 28.263 O Grupo reconheceu estes valores de impostos diferidos activos sobre prejuízos fiscais com base nas projecções elaboradas para os respectivos negócios, que demonstram que serão realizados lucros fiscais futuros que assegurem a sua recuperabilidade. 19.2 Impostos diferidos não reconhecidos sobre prejuízos fiscais O Grupo não reconheceu impostos diferidos activos sobre prejuízos fiscais de sociedades nas quais não se estima, com razoável segurança, a ocorrência de lucros fiscais suficientes para assegurar a recuperabilidade do referido imposto. O montante de imposto diferido activo que não foi reconhecido é de M EUR 20.844 (em 2006: M EUR 19.825) referente a parte dos prejuízos gerados na Jerónimo Martins, SGPS, S.A., e da totalidade dos prejuízos na Jerónimo Martins - Distribuição de Produtos de Consumo, Lda, na Belegginsmaatschappij Tand B.V., na Servicompra – Consultores de Aprovisionamento, Lda., na Jerónimo Martins- Restauração e Serviços S.A. e na Bliska Sp. Z.o.o. 19.3 Impostos a recuperar e a pagar Impostos a recuperar IRC a receber IVA a recuperar Outros Impostos a pagar IRC a pagar IVA a pagar IRS retido Segurança social Outros impostos 20 2007 2006 6.954 19.770 1.933 28.657 1.814 22.185 1.346 25.345 8.289 12.012 3.567 9.166 6.228 39.262 3.916 13.651 1.974 7.501 4.740 31.782 Devedores e acréscimos e diferimentos Não Correntes Outros devedores Custos diferidos 2007 2006 60.427 59.651 5.240 4.685 65.667 64.336 75.264 78.074 9 7 11.584 13.203 Correntes Clientes comerciais Empresas participadas Fornecedores Pessoal 1.157 1.344 Outros devedores 35.951 33.662 Acréscimos de proveitos 20.262 14.586 Custos diferidos 9.399 9.484 153.626 150.360 Do total da rubrica de outros devedores não correntes, M EUR 59.634, respeitam a liquidações adicionais de imposto, sobre as quais já foi pedido o respectivo reembolso (nota 32). Os acréscimos de proveitos correspondem essencialmente ao reconhecimento de proveitos suplementares contratados com fornecedores, no montante de M EUR 15.174. A rubrica de custos diferidos é composta por M EUR 7.038 de rendas pagas antecipadamente, M EUR 1.913 de custos com emissão de obrigações e aberturas de crédito e M EUR 5.688 de outros custos imputáveis a 223 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 exercícios futuros cujo pagamento foi efectuado ainda no exercício de 2007, ou que, não tendo sido pagos, já foram debitados pelas entidades competentes. O montante de devedores encontra-se registado pelo seu valor recuperável, ou seja, o Grupo constitui provisões para perdas por imparidade sempre que existam indicações de incobrabilidade (nota 27). A rubrica de outros devedores inclui um montante de M EUR 8.104 (2006: M EUR 6.373), que respeita a cauções de arrendamentos de espaços comerciais. Devedores correntes com valores vencidos à menos de 3 meses não são considerados em imparidade. A análise de antiguidade de saldos devedores que já se encontram vencidos é a seguinte: 2007 2006 Saldos devedores não considerados em imparidade Vencidos há menos de 3 meses 18.554 18.666 Vencidos há mais de 3 meses 11.170 9.622 Saldos devedores sem imparidade 29.724 28.288 Saldos devedores considerados em imparidade 565 221 Vencidos há mais de 3 meses Vencidos há menos de 3 meses 19.497 17.237 Saldos devedores com imparidade 20.062 17.458 Dos valores vencidos a receber mencionados acima sem imparidade M EUR 5.035, encontram-se cobertos por seguro de crédito. 21 Caixa e equivalentes de caixa 2007 Depósitos à ordem Aplicações de tesouraria Caixa e equivalentes de caixa 2006 213.507 158.635 50.830 14.790 4.302 2.339 268.639 175.764 Os depósitos à ordem incluem um valor de M EUR 3.390 respeitante a um montante dado como garantia a entidade financeira nos termos do contrato de um instrumento financeiro derivado. As aplicações de tesouraria correspondem a depósitos de curto prazo e a outros títulos negociáveis para os quais existem provisões para o montante realizável (nota 27). 22 Caixa gerada pelas operações 2007 Resultado líquido Ajustamentos para: Minoritários Impostos Amortizações Provisões Custos financeiros líquidos Ganhos/perdas em empresas associadas Ganhos/perdas na alienação investimentos financeiros Ganhos/perdas na alienação e abate de activos fixos tangíveis Variações de working capital: Existências Devedores e acréscimos e diferimentos Credores e acréscimos e diferimentos 2006 131.261 116.152 19.648 36.857 126.721 1.310 59.469 (231) (21.824) 2.876 34.756 38.444 107.028 2.565 42.551 (206) (15.900) 1.021 356.087 326.411 (55.679) 9.077 200.344 (14.835) (12.755) 127.470 509.829 426.291 224 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 23 Capital e reservas 23.1 Reservas de reavaliação e outras reservas Terrenos e edifícios Balanço em 1 de Janeiro de 2006 Terrenos transferidos para prop. de investimento: - Valor bruto - Imposto diferido - Interesses minoritários Reavaliações: - Valor bruto - Imposto diferido - Interesses minoritários 67.448 Inv. Cash Flow Financeiros Hedging disponíveis reserve para venda 73 4.630 8.168 (361) (3.115) 8.168 (361) (3.115) (2.516) 667 639 (169) 3.578 Diferença de conversão cambial: - Do exercício - Imposto diferido Reavaliações: - Valor bruto - Imposto diferido - Interesses minoritários 71.757 543 8.208 (1.877) 498 3.578 1.572 262 1.572 262 3.912 84.420 (776) 140 (776) 140 13.272 (2.777) (5.219) 13.272 (2.777) (5.219) Actualização dos instrumentos financeiros ao justo valor: - Valor bruto - Imposto diferido (320) 85 Actualização do justo valor dos instrumentos financeiros disp. para venda: - Valor bruto (6.752) 1.790 (6.991) Diferença de conversão cambial: - Do exercício - Imposto diferido Balanço em 31 de Dezembro de 2007 76.078 (954) 204 367 Actualização do justo valor dos instrumentos financeiros disp. para venda - Valor bruto Aquisição e reestruturação de negócios: - Valor bruto - Imposto diferido 3.927 Total (954) 204 367 Actualização dos instrumentos financeiros ao justo valor: - Valor bruto - Imposto diferido Balanço em 1 de Janeiro de 2007 Reservas cambiais 76.397 308 1.217 (7.072) 1.875 (6.991) 13.134 2.808 13.134 2.808 14.892 92.814 Salientamos que os valores mencionados em reservas de reavaliação são referentes à aplicação do justo valor dos activos fixos e não são passíveis de distribuição na esfera das contas individuais que as originaram. No relatório e contas individual da sociedade Jerónimo Martins, SGPS, S.A., é dada devida nota de todos os condicionalismos na utilização das reservas a distribuir e que compõem a situação patrimonial da empresa, pelo que recomendamos a leitura expressa dessa informação no relatório e contas individual. 23.2 Capital social e prémio de emissão O capital social autorizado é composto por 629.293.220 acções ordinárias (2006: 125.858.644). Em 31 de Maio de 2007 realizou-se um stock-split sobre as acções da JMH: cada acção detida foi convertida em cinco novas acções, com valor nominal de um euro. Desta forma, foi ajustado o cálculo do resultado por acção a Dezembro de 2006. 225 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Os detentores de acções ordinárias têm direito a receber dividendos conforme deliberação da Assembleia Geral e têm direito a um voto por cada acção detida, não existindo acções preferenciais. Os direitos relativos às acções detidas em carteira pelo Grupo encontram-se suspensos até essas acções serem de novo colocadas no mercado. 23.3 Acções próprias A reserva para acções próprias reflecte o custo de aquisição das acções detidas em carteira pelo Grupo. À data de 31 de Dezembro de 2007 o Grupo detinha 859.000 acções próprias (2006: 171.800, convertidas no stock-split para 859.000). De acordo com a lei as acções próprias em carteira não têm direito a qualquer dividendo. 23.4 Dividendos Atendendo aos resultados líquidos do Grupo em 2007, o Conselho de Administração da JMH, irá propor aos accionistas, em Assembleia Geral, a distribuição de um montante de EUR 60.329.685,12 correspondendo a um dividendo por acção de EUR 0,096. Os montantes distribuídos em 2007, de M EUR 68.234, correspondem a dividendos pagos aos accionistas da JMH no valor de M EUR 55.302 e aos minoritários que participam em empresas do Grupo, no montante de M EUR 12.932. 24 Resultado por acção 24.1 Resultado básico e diluído por acção Em 31 de Maio de 2007 realizou-se um stock-split sobre as acções da JMH: cada acção detida foi convertida em cinco novas acções, com valor nominal de um euro. Desta forma, foi ajustado o cálculo do resultado por acção de 2006. O cálculo do resultado básico por acção baseia-se no lucro líquido atribuível aos accionistas ordinários de M EUR 131.261 (2006: lucro de M EUR 116.152) e no número médio ponderado de acções ordinárias pendentes no período de 628.434.220 (2006 ajustado: 628.434.220). 24.2 Número médio ponderado de acções ordinárias 2007 Acções ordinárias emitidas no início do ano Acções próprias no início do ano 629.293.220 629.293.220 859.000 859.000 Acções emitidas durante o ano N.º Médio ponderado acções ordinárias 2006 - - 628.434.220 628.434.220 24.3 Resultado líquido atribuível aos accionistas detentores de acções ordinárias (diluído) 2007 Res. Líq. do exer. atribuível aos accionistas detentores de acções ordinárias (diluído) 131.261 2006 116.152 24.4 Número médio ponderado de acções ordinárias (diluído) 2007 Número médio ponderado de acções ordinárias (diluído) Resultado básico e diluído por acção – Euros 25 2006 628.434.220 628.434.220 0,2089 0,1848 Empréstimos obtidos A JMH contratou, no primeiro semestre, um novo programa de Papel Comercial, no montante máximo de M EUR 100.000 ou o seu contra-valor em zlotys, com maturidade em Março de 2010. Foram igualmente contratados dois novos programas de papel comercial no Grupo JMR no valor total de M EUR 140.000. Estas linhas de crédito estavam por utilizar à data de Balanço. No decorrer do primeiro semestre foram ainda renegociadas condições de alguns programas de papel comercial existentes e de linhas de financiamento em leasing, tanto ao nível de redução de pricing como em aumento de montantes disponíveis. Foram contratados novos financiamentos em leasing no montante total M EUR 48.000, e por prazos de 48 meses com amortizações mensais, no decorrer do ano foram amortizados M EUR 19.500 de leasings financeiros. Em Dezembro foi emitido um empréstimo bancário pela Optimum Mark no valor total de M EUR 83.000 com maturidade a 5 anos, taxa de juro variável e indexação à euribor trimestral. 226 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 25.1 Empréstimos correntes e não correntes 2007 Empréstimos não correntes Empréstimos bancários Empréstimos por obrigações Outros empréstimos Responsabilidades com locação financeira Empréstimos correntes Descobertos bancários Empréstimos bancários Outros empréstimos Responsabilidades com locação financeira 2006 134.586 485.894 54.961 140.162 391.012 112 31.953 675.441 563.239 17.068 75.154 28 24.465 116.715 1.713 72.803 15.551 90.067 25.2 Termos e prazo de reembolso dos empréstimos Taxa média Total Menos de 1 ano Entre 1 e 5 anos Mais de 5 anos Empréstimos bancários Empréstimos em EUR 4,59% 31.999 31.999 - - Empréstimos em PLN 4,94% 177.769 43.183 134.586 - Empréstimos por obrigações Empréstimos 4,94% Actualização do justo valor 511.007 - 430.470 80.537 (25.113) - (12.084) (13.029) Descobertos bancários 4,93% 17.068 17.068 - - Responsabilidades com locações financeiras 4,62% 79.426 24.465 54.478 483 792.156 116.715 607.450 67.991 O montante de M EUR 25.113 negativo, ajustado ao total de empréstimos por obrigações, diz respeito à actualização do empréstimo obrigacionista de 180 milhões de USD, para o qual o Grupo contratou um instrumento de cobertura, apresentado na nota 15. 25.3 Empréstimos obrigacionistas 2007 Obrigações não convertíveis 511.007 2006 406.007 Os empréstimos obrigacionistas em curso no final de 2007 repartiam-se da seguinte forma: Em Outubro de 2003 foi realizada uma emissão de 8 milhões de obrigações pela JMH, ao valor nominal de 5 euros. A emissão foi efectuada pelo prazo de 5 anos sendo fixado o vencimento destas obrigações em Outubro de 2008. A taxa de juro é variável. Em 2005 foram renegociadas as condições deste empréstimo, tendo por um lado a sua maturidade sido prolongada por mais dois anos, vencendo-se agora em Outubro de 2010, e por outro, reduzido o spread a adicionar à taxa base para cálculo do juro a pagar em cada cupão. Em Fevereiro de 2004 o Recheio, SGPS, S.A. emitiu 1 milhão de obrigações ao valor nominal de 50 euros, totalizando M EUR 50.000. Trata-se de uma emissão a 5 anos, a maturidade da emissão é em Fevereiro de 2009 e a taxa de juro é variável indexada à euribor a 6 meses. Em Junho de 2004, foi colocado pela JMR um Private Placement no mercado dos Estados Unidos no valor total de 180 milhões de USD a taxa fixa. Estas Notes emitidas pela JMR são equiparadas a Empréstimos Obrigacionistas ao abrigo da lei Portuguesa. O montante total foi repartido entre uma emissão a 7 anos no montante de 84 milhões de USD e uma outra a 10 anos no valor de 96 milhões de USD. Imediatamente após a contratação destes montantes foi efectuado um Cross Currency Swap EUR/USD. A 28 de Setembro de 2007 foram emitidos pela JMH, SA dois empréstimos obrigacionistas de 35 milhões de euros cada, com prazos de 4 e 5 anos, e com taxa de juro variável indexada à euribor a 6 meses. Em Dezembro de 2007, foi emitido pela JMR um novo empréstimo obrigacionista no montante de 200.000 e com maturidade a 5 anos. A taxa de juro utilizada é variável e indexada à euribor a 6 meses. M EUR No que respeita a reembolsos, foi exercida em Setembro de 2007, a opção de vencimento antecipado de dois empréstimos obrigacionistas emitidos em Agosto de 2005 no montante de M EUR 25.000 cada. Estes empréstimos tinham vencimento em Agosto de 2009 e Agosto de 2010. 227 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Foi ainda exercida em Dezembro de 2007, a opção de pagamento antecipado da totalidade do empréstimo obrigacionista JMR/2003 que tinha sido emitido em Junho de 2003. Este empréstimo foi inicialmente emitido pelo prazo de 5 anos, tendo o vencimento em 2008. Em 2005, foram renegociadas as condições deste empréstimo, tendo por um lado a sua maturidade sido prolongada por mais dois anos, passando a vencer-se em Junho de 2010, e por outro, reduzindo o spread a adicionar à taxa base para cálculo do juro a pagar em cada cupão. As datas de reembolso dos empréstimos obrigacionistas são as seguintes: 2009 2010 2011 2012 2014 Total 50.000 40.000 105.470 235.000 80.537 511.007 25.4 Responsabilidades com locação financeira 2007 Pagamentos até 1 ano Pagamentos entre 1 e 5 anos Pagamentos a mais de 5 anos Pagamento de juros futuros Valor presente das responsabilidades 2006 16.883 32.250 27.903 58.467 490 931 86.860 (7.434) 79.426 50.064 (2.560) 47.504 25.5 Dívida financeira Tendo o Grupo contratado diversas operações de cobertura cambial e de taxa de juro, bem como efectuado algumas aplicações financeiras de curto prazo, o montante líquido da dívida financeira consolidada à data do balanço é o seguinte: Empréstimos não correntes (nota 25.1) Empréstimos correntes (nota 25.1) Instrumentos Financeiros Derivados (nota 15) Acréscimos e diferimentos de juros Depósitos à ordem (nota 21) Aplicações de tesouraria (nota 21) 26 2007 2006 675.441 116.715 49.747 1.700 (213.507) (50.830) 563.239 90.067 25.263 1.074 (158.635) (14.790) 579.266 506.218 Benefícios dos empregados Valores reflectidos em balanço na rubrica de benefícios concedidos a empregados: 2007 Benefícios de reforma – Plano de benefício definido a cargo do Grupo 2006 18.062 18.284 Benefícios de reforma – Plano de benefício definido com fundo 195 461 Prémios de antiguidade 428 409 18.685 19.154 Total Valores reflectidos na demonstração dos resultados na rubrica de custos com pessoal (nota 7): 2007 2006 Benefícios de reforma – Plano de contribuição definida 692 609 Benefícios de reforma – Plano de benefício definido a cargo do Grupo 707 964 (104) 428 Benefícios de reforma – Plano de benefício definido com fundo Prémios de antiguidade Total (7) 31 1.288 2.032 228 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Apresenta-se, seguidamente, uma breve descrição dos planos em vigor e os impactos associados a cada um deles. 26.1 Planos de contribuição definida para colaboradores, com fundo gerido por uma terceira entidade O Grupo tem em vigor planos de pensões de contribuição definida nas companhias Jerónimo Martins, SGPS, S.A., Jerónimo Martins Serviços, S.A., Jerónimo Martins Distribuição de Produtos de Consumo, Lda. e nas companhias do universo Unilever Jerónimo Martins. Estes planos abrangem a totalidade dos colaboradores daquelas empresas com vínculo permanente e permitem controlar os custos relativos à atribuição de benefícios e simultaneamente incentivar a participação dos colaboradores na sua própria reforma. Movimento ocorrido no exercício: 2007 Valor das responsabilidades não cobertas em 1 de Janeiro Custos do exercício Contribuições do exercício Valor das responsabilidades não cobertas em 31 de Dezembro 2006 - - 692 609 (692) (609) - - 26.2 Planos de benefício definido para ex-colaboradores Planos de benefício definido a cargo do Grupo As responsabilidades decorrentes destes planos são asseguradas directamente pelo Grupo. Estes planos são avaliados semestralmente por actuários independentes. De acordo com o cálculo actuarial reportado a 31 de Dezembro de 2007, as responsabilidades ascendem a M EUR 18.062 e encontram-se totalmente registadas na rubrica de benefícios concedidos e empregados. Movimento ocorrido no exercício: 2007 Saldo em 1 de Janeiro Aquisições e reestruturação de negócio Custos com Juros (Ganhos)/perdas actuariais Reformas pagas 18.284 14 885 (178) (943) Saldo em 31 de Dezembro 18.062 Pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades: Tábua de mortalidade Taxa de desconto Taxa de crescimento das pensões TV – 88/90 5,30% 2,3% - 2,5% Neste exercício, procedeu-se à alteração da tábua de mortalidade da TV 73/77 para a TV 88/90 por se entender que esta melhor representa o perfil actual dos beneficiários. Planos de Benefício definido com fundo gerido por uma entidade externa As companhias do Grupo Unilever Jerónimo Martins têm em vigor um plano de benefício definido limitado a um conjunto de pensionistas. As responsabilidades decorrentes deste plano encontram-se cobertas por um fundo de pensões autónomo gerido por uma entidade independente. Valores reconhecidos em balanço: 2007 2006 Valor actual das responsabilidades 1.908 2.107 Valor de mercado do fundo 1.713 1.646 195 461 Responsabilidade reconhecida na rubrica de benefícios concedido a empregados 229 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Movimento ocorrido no exercício: 2007 Saldo em 1 de Janeiro Custos reconhecidos no resultado Aquisições e reestruturação de negócio Saldo em 31 de Dezembro 461 (104) (162) 195 Os montantes reconhecidos em resultados decompõem-se da seguinte forma: 2007 Custo com juros Retorno esperado dos activos do plano Perdas actuariais reconhecidas Total de custos reconhecidos no resultado 85 (76) (113) (104) Pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades: Tábua de mortalidade Taxa de desconto TV – 88/90 5,30% Taxa de rendimento do fundo 5,20% Taxa de crescimento das pensões 2,50% 26.3 Outros benefícios a longo prazo concedidos a empregados As companhias do grupo Unilever Jerónimo Martins têm em vigor um programa de incentivos que se traduz na atribuição de um prémio de antiguidade aos colaboradores quando atingem 15, 25 e 40 anos de serviço. Este plano está a cargo das companhias e as responsabilidades decorrentes são avaliadas anualmente por um actuário independente. De acordo com o estudo actuarial efectuado em 31 de Dezembro, as responsabilidades ascendem a M EUR 428 e encontram-se totalmente provisionadas no passivo, na rubrica de benefícios concedidos a empregados. Movimento ocorrido no exercício: 2007 Saldo em 1 de Janeiro Custos dos serviços correntes Custos com juros Prémios pagos no exercício Aquisições e reestruturação de negócio 409 (27) 19 (14) 41 Saldo em 31 de Dezembro 428 Pressupostos utilizados no cálculo das responsabilidades: Tábua de mortalidade TV – 88/90 Taxa de desconto 5,30% Taxa de crescimento salarial 3,25% 230 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 27 Provisões e ajustamentos para o valor de realização 2007 Devedores duvidosos (nota 20) Saldo inicial Provisões constituídas Provisões utilizadas Diferença cambial Aquisições e reestruturação de negócio Transfer. Saldo final 28.525 1.760 (5.079) 326 (72) 32 25 - (25) - - - - 8.150 6.127 (3.369) 425 - 22 11.355 Partes de capital em empresas associadas Existências (nota 18) 25.492 57 - - - - - 57 Total de ajustamentos para o valor de realização 36.757 7.887 (8.473) 751 (72) 54 36.904 Benefícios conc. a empregados (nota 26) 19.154 596 (957) - - (108) 18.685 Outros riscos e encargos 13.690 4.361 (3.816) 90 72 1.036 15.433 32.844 4.957 (4.773) 90 72 928 34.118 Aplicações de Tesouraria (nota 21) Total de Provisões 2006 Saldo inicial Provisões constituídas Provisões utilizadas Diferença cambial Aquisições e reestruturação de negócio Transfer. Saldo final 43.030 3.214 (18.095) 26 350 - 25 - - - - - 25 7.660 4.176 (3.730) 44 - - 8.150 57 - - - - - 57 50.772 7.390 (21.825) 70 350 - 36.757 Benefícios conc. a empregados (nota 26) 18.690 1.374 (910) - - - 19.154 Outros riscos e encargos 14.663 2.530 (3.650) 12 135 - 13.690 33.353 3.904 (4.560) 12 135 - 32.844 Devedores duvidosos (nota 20) Partes de capital em empresas associadas Existências (nota 18) Aplicações de Tesouraria (nota 21) Total de ajustamentos para o valor de realização Total de Provisões 28.525 A provisão para riscos e encargos inclui: 28 • Um montante de M EUR 3.062 respeitante a eventuais compensações a pagar pelo Grupo no âmbito de garantias prestadas em acordos de venda de negócios celebrados nos últimos anos. • Processos em contencioso no valor de M EUR 12.371 para os quais não existem perspectivas de resolução no prazo inferior a um ano. Credores e acréscimos e diferimentos 2007 Montantes a liquidar a associadas Outros credores comerciais Outros credores não comerciais Acréscimos de custos Proveitos diferidos 2006 8 8 1.068.461 861.785 79.718 61.065 140.020 117.596 1.355 1.386 1.289.562 1.041.840 A rubrica de acréscimos de custos é composta essencialmente pelo montante de remunerações a liquidar ao pessoal de M EUR 46.164, juros a pagar no valor de M EUR 14.848 e custos suplementares com a distribuição e promoção de produtos de consumo no valor de M EUR 33.068. Os restantes M EUR 45.940 correspondem a diversos custos (utilities, seguros, consultores, rendas, etc.), relativos ao exercício de 2007, e que não foram facturados pelas entidades competentes até ao final do exercício. A rubrica de proveitos diferidos é composta essencialmente por proveitos suplementares de M EUR 349 que são diferidos até ao momento da venda da respectiva mercadoria. 231 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 29 Garantias As garantias bancárias existentes são as seguintes: 2007 Garantias prestadas à EDP Garantias prestadas a fornecedores Garantias a favor da D.G.C.I. Garantias bancárias sobre financiamentos Outras garantias a favor do Estado Outras garantias prestadas Total Garantias 30 2006 121 1.336 19.502 55.656 11.800 1.690 99 1.933 7.638 8.709 4.045 90.105 22.424 Locação operacional O Grupo mantém como responsabilidades de médio e longo prazo alguns contratos, com cláusula de penalização em caso de cancelamento. O total dos pagamentos futuros associados aos contratos são os seguintes: 2007 2006 Pagamentos até 1 ano Pagamentos entre 1 e 5 anos 86.134 251.988 65.956 184.839 Pagamentos a mais de 5 anos 209.615 547.737 133.121 383.916 Estes valores, na sua grande maioria, respeitam a contratos de arrendamento de lojas e armazéns, sendo a durabilidade inicial desses contratos entre os 5 e os 20 anos, com opção de os renegociar após esse período. Os pagamentos são actualizados anualmente, reflectindo valores da inflação e/ou de mercado. Conforme referido, todos estes contratos são canceláveis, mediante o pagamento de uma penalização. As responsabilidades inerentes a estas penalizações ascendiam no final de 2007 a M EUR 21.451. Durante o ano foi reconhecido em custos com rendas e alugueres o valor de M EUR 96.211 (2006: M EUR 82.780), e encontram-se discriminados da seguinte forma: 2007 2006 83.768 3.788 72.551 2.924 Equipamento de transporte 6.276 5.018 Equipamento informático 1.089 831 1.290 96.211 1.456 82.780 Imóveis Equipamento básico Outros A diferença para os custos com rendas e alugueres apresentados na nota 6, respeitam a custos ocasionais com alugueres no montante de M EUR 840 (2006: M EUR 1.162), e ainda à imputação de rendas e alugueres aos custos dos produtos vendidos no valor de M EUR 387 negativos (2006: M EUR 288 negativos). 31 Compromissos de capital Os compromissos relativos a investimentos a realizar eram de M EUR 93.456, e respeitam a obras não concluídas, contratos de empreitada e a contratos-promessa de aquisição de terrenos e edificios celebrados cujas escrituras irão ocorrer oportunamente. 32 Contingências • Do montante em devedores não correntes (nota 20), encontra-se reflectido nas demonstrações financeiras, o montante de M EUR 59.634, relativo a liquidações adicionais de imposto apresentadas pela Administração Tributária. Os valores liquidados estão ao abrigo do processo de regularização excepcional de dívidas fiscais (conforme nota 32 do anexo às contas de 2006). 232 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 A Administração do Grupo, com o apoio dos seus consultores fiscais e conselheiros jurídicos, entende que lhe assiste inteira razão e mantém as reclamações que apresentou contra essas liquidações, não prescindindo do seu legítimo direito de contestação e da expectativa de recuperação integral. Neste contexto, foi solicitado de imediato o reembolso da totalidade das importâncias pagas, bem como dos juros indemnizatórios à taxa legal, pelo período decorrido entre a data do seu pagamento e da sua efectiva restituição. Seguindo o princípio da prudência, o Grupo não está a reconhecer o valor dos juros indemnizatórios sobre este crédito. • Para além de diversas situações litigiosas, próprias dos negócios em que o Grupo opera, estão pendentes de resolução as seguintes questões materialmente relevantes: a) Em 1999, na sequência da aquisição de duas sociedades que detinham estabelecimentos anteriormente propriedade de ex-franquiados da ITMI Norte-Sul Portugal - Sociedade de Desenvolvimento e Investimento, SA, esta sociedade, conjuntamente com a Regional de Mercadorias - Sociedade Central de Aprovisionamento, SA, accionou várias sociedades do Grupo, responsabilizando-as pelo alegado incumprimento daqueles ex-franquiados do contrato que haviam celebrado com ITMI, já resolvido à data das referidas aquisições, reclamando uma indemnização de M EUR 14.600. Este processo encontra-se ainda sem data designada para julgamento. Atendendo à sua complexidade e ao facto de ainda não ter sido efectuada a produção de parte relevante da prova, não é possível, com segurança, determinar o seu resultado. É, no entanto, convicção da Administração que o montante peticionado dificilmente será aceite, pelo que, conforme referido nos relatórios e contas de anos transactos das associadas do Grupo, não foi constituída qualquer provisão para indemnizações. b) A empresa Leirimundo - Construção Civil, Lda. reclama o pagamento de uma indemnização de Gestiretalho, no montante de M EUR 8.196, em resultado da denuncia do contrato de arrendamento celebrado entre as partes. Gestiretalho contrapõe a reclamação apresentada pela Leirimundo e apresentou a sua própria reclamação com um pedido de indemnização de M EUR 31.441 para cobertura de prejuízos e lucros cessantes. A denúncia do contrato pela Gestiretalho é baseada no seu incumprimento, por parte da Leirimundo. Neste momento o processo encontra-se a ser julgada em tribunal arbitral. c) A empresa Proherre Internacional, Lda. reclama o pagamento de uma indemnização ao Pingo Doce – Distribuição de Produtos Alimentares, S.A., no montante de M EUR 2.500, alegando a denúncia do contrato de arrendamento por parte do Pingo Doce, sem que tenha decorrido o período mínimo acordado entre as partes. O Pingo Doce contestou este pedido pelo facto do contrato ter sido cessado por mútuo acordo. O processo encontra-se em fase preliminar, não tendo ainda sido designada data para julgamento. d) A Administração Fiscal reclama do Recheio, SGPS, SA o montante de M EUR 2.503 relativo a liquidações oficiosas de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), que têm como fundamento a utilização do método de dedução do IVA de afectação real. A Administração da Recheio, com o apoio dos seus consultores fiscais, considera que lhe assiste inteira razão nesta matéria, facto reforçado pela jurisprudência emanada pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa sobre a matéria em causa. e) A Administração Fiscal reclama do Recheio Cash & Carry, SA o montante de M EUR 751 relativo a liquidações oficiosas de IVA, por considerar não estarem cumpridos determinados requisitos comprovativos de isenção de IVA em transacções intracomunitárias. A Administração da Recheio, com o apoio dos seus consultores fiscais, já contestou aquelas liquidações e considera que lhe assiste inteira razão nesta matéria. f) A Administração Fiscal informou a Recheio, SGPS, SA, que deveria proceder à requalificação fiscal de dividendos recebidos, no montante total de M EUR 81.952, de uma sua participada na Zona Franca da Madeira, durante os exercícios de 2000 a 2003, que, na opinião daquela entidade, deveriam ser tratados como juros recebidos os que estão sujeitos a tributação em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC), ao contrário dos dividendos, que estão isentos. A Administração da Recheio, com o apoio dos seus consultores fiscais e jurídicos, considera não existir qualquer validade e fundamento no relatório da Administração fiscal, pelo que já accionou os meios de defesa de que dispõe para contrariar as decorrências deste. g) A Administração Tributária reclama do Feira Nova- Hipermercados, S.A. o montante de M EUR 743 relativo a liquidações oficiosas de Contribuição Especial, que têm como fundamento a valorização registada nos lotes de terreno que constituem o complexo da BelaVista. A Administração do Feira Nova, com o apoio dos seus advogados e consultores fiscais, já contestou aquelas liquidações considerando que não assiste razão à Administração Tributária nesta matéria. h) A Administração Tributária reclamou do Feira Nova – Hipermercados, S.A. e do Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A. os montantes de M EUR 851 e M EUR 999. respectivamente, relativamente a IRC, referente aos exercícios de 2001, 2002 e 2003, relativos a pagamentos efectuados a entidades não residentes, para efeitos fiscais, em Portugal, sem que as sociedades dispusessem na data estipulada pela Administração Tributária dos formulários que permitiam a redução/eliminação da retenção na fonte. As Administrações do Feira Nova e do Pingo Doce, com o apoio dos seus advogados e consultores fiscais, já contestaram aquelas liquidações, considerando que não assiste razão à Administração Tributária nesta matéria. 233 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 i) A Administração Tributária liquidou, relativamente aos anos de 2002 e 2003, ao Feira Nova – Hipermercados, S.A. e ao Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A., os montantes de M EUR 2.214 e M EUR 1.357, respectivamente. Estas liquidações são respeitantes a valores registados por estas Companhias como quebras (perdas em existências resultantes de deterioração ou roubo), que não estão a ser aceites como custos fiscais em IRC, assim como ao IVA em falta, resultante na inexistência de evidência que os bens não foram vendidos. As Administrações do Feira Nova e do Pingo Doce, com o apoio dos seus advogados e consultores fiscais, já contestaram aquelas liquidações, considerando que não assiste razão à Administração Tributária nesta matéria. j) A Administração Tributária procedeu a algumas correcções em sede de IRC, em empresas pertencentes ao perímetro do Grupo tributado pelo Regime Especial de Tributação de Grupos de Sociedades (RETGS) liderado pela sociedade JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A. (JMR), as quais originaram liquidações adicionais de imposto, relativamente aos anos de 2002 e de 2003, no montante total de M EUR 10.536. A Administração da JMR, com o apoio dos seus advogados e consultores fiscais, já contestou aquelas liquidações considerando que não assiste razão à Administração Tributária nesta matéria. k) A Administração Fiscal informou a Jerónimo Martins, SGPS, S.A., que deveria proceder à requalificação fiscal de dividendos recebidos, no montante total de M EUR 6.498, de uma sua participada na Zona Franca da Madeira, durante o exercício de 2004, que, na opinião daquela entidade, deveriam ser tratados como juros recebidos os que estão sujeitos a tributação em sede de IRC, ao contrário dos dividendos, que estão isentos. A Administração de JMH, com o apoio dos seus consultores fiscais e jurídicos, considera não existir qualquer validade e fundamento no relatório da Administração fiscal, pelo que já accionou os meios de defesa de que dispõe para contrariar as decorrências deste. l) A Administração Fiscal reclamou da Jerónimo Martins o montante de M Eur. 989, referente a IRC, relativo a uma indemnização paga pela sociedade em virtude de um acordo alcançado em tribunal arbitral e que aquela entidade considerou tratar-se de um pagamento a uma entidade sujeita a regime fiscal mais favorável, e como tal não aceite para efeitos fiscais. A Administração da Jerónimo Martins, com o apoio dos seus consultores fiscais, considera não existir qualquer validade e fundamento no relatório da Administração fiscal, pelo que já accionou os meios de defesa de que dispõe para contrariar as decorrências deste. m) A Administração Fiscal liquidou à JMR, o montante de M Eur. 16.078, relativamente à requalificação fiscal de dividendos recebidos de uma sua participada na Zona Franca da Madeira, durante os exercícios de 2003 e 2004, que, na opinião daquela entidade, deveriam ser tratados como juros recebidos os que estão sujeitos a tributação em sede de IRC, ao contrário dos dividendos, que estão isentos. A Administração da JMR, com o apoio dos seus consultores fiscais e jurídicos, considera não existir qualquer validade e fundamento no relatório da Administração fiscal, pelo que já accionou os meios de defesa de que dispõe para contrariar as decorrências deste. 33 n) A Administração Fiscal reclama da Unilever Bestfoods Portugal – Produtos Alimentares, S.A., o montante de M EUR 4.343 respeitante a não aceitação, da isenção de retenção na fonte feita pela empresa, no pagamento de dividendos no ano de 2002. A Administração da empresa, com o apoio dos seus advogados e consultores fiscais, já contestou aquelas liquidações considerando que não assiste razão à Administração Tributária nesta matéria. o) A Administração Fiscal reclama da LeverElida – Distribuição de Produtos de Limpeza e Higiene Pessoal, Lda., o montante de M EUR 1.448 respeitante a não aceitação de determinados custos fiscais de IRC respeitantes do exercício de 2000. O processo encontra-se em apreciação por parte do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, estando a execução suspensa pela prestação da garantia bancária por parte da companhia. Partes relacionadas 33.1 Saldos e transacções com partes relacionadas O Grupo é participado em 55,899% pela Sociedade Francisco Manuel dos Santos, não tendo existido transacções entre esta e qualquer outra companhia do Grupo no exercício de 2007, nem se encontrando à data de 31 de Dezembro de 2007 qualquer valor a pagar ou a receber entre elas. Os saldos e transacções de empresas do Grupo com partes relacionadas são as seguintes: Vendas e Prestação Serviços 2007 2006 Compras de mercadorias e Fornecimentos de Serviços 2007 Juros Obtidos 2007 2006 2006 Joint Ventures 998 2.037 106.505 119.094 - Partes relacionadas 991 947 1.214 959 - 125.501 - 234 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Devedores e Acréscimos e Deferimentos 31/12/2007 Joint Ventures 31/12/2006 Credores e Acréscimos e Deferimentos 31/12/2007 31/12/2006 1.060 2.644 9.822 11.957 97 342 515 428 Partes relacionadas Os saldos e transacções não anulados no processo de consolidação, relativos a partes relacionadas, são os seguintes: Vendas e Prestação Serviços 2007 2006 Compras de mercadorias e Fornecimentos de Serviços 2007 Juros Obtidos 2007 2006 2006 Joint Ventures 472 746 47.927 51.001 - 33 Partes relacionadas 991 947 1.214 959 - - Devedores e Acréscimos e Deferimentos 31/12/2007 Joint Ventures 31/12/2006 Credores e Acréscimos e Deferimentos 31/12/2007 31/12/2006 499 983 4.420 4.815 97 342 515 428 Partes relacionadas Todas as transacções com as empresas consolidadas pelo método proporcional (joint-ventures) ou pelo método de equivalência patrimonial foram realizadas em condições normais de mercado, ou seja, os valores da transacções correspondem aos que seriam praticados com empresas não relacionadas. No exercício de 2007, uma das subsidiárias alienou um imóvel a um familiar de um dos Administradores da Sociedade, pelo valor de M EUR 310, sendo este valor o mais elevado de duas avaliações efectuadas por avaliadores independentes. Esta transacção foi efectuada cumprindo integralmente os tramites previstos no nº 2 do artº 397º do Código das Sociedades Comerciais. À data das demonstrações financeiras não se encontra qualquer saldo por regularizar. 33.2 Benefícios atribuídos a administradores O Grupo atribui aos Administradores da JMH o direito a vir a auferir um complemento de reforma, desde que tenham exercido funções durante pelo menos 10 anos como Administradores executivos e que se reformem no exercício desse cargo com a idade de 65 anos. Este benefício corresponde a um complemento das pensões de que sejam beneficiários por forma a que recebam um montante equivalente ao último salário líquido de que eram beneficiários à data da reforma. Na Assembleia Geral Anual de 2005 foi aprovado um plano de pensão de reforma alternativo ao anterior. Tratase de um plano de pensões de contribuição definida, onde a taxa de contribuição é definida pela Comissão de Vencimentos. Os Administradores que optarem por este plano deixam de estar em condições de elegibilidade relativamente ao plano de complemento de reforma, renunciando expressa e irrevogavelmente a este. 33.3 Remunerações dos administradores As remunerações fixas, variáveis e contribuições para planos de pensões atribuídas aos administradores foram: 2007 Administradores executivos Administradores não executivos 2006 1.834 1.729 882 1.144 2.716 2.873 O Conselho de Administração é composto por 9 elementos (3 executivos e 6 não executivos), conforme consta do Relatório de Gestão no capítulo relativo ao Governo da Sociedade. O montante considerado como remunerações de Administradores não executivos, em 2007, inclui M EUR 12 relativo à remuneração de Administradores não executivos pela sua participação na Comissão de Auditoria (2006: M EUR 10). 235 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 33.4 Remuneração dos Quadros Superiores 2007 Salários e prémios 2006 17.699 13.777 1.103 1.127 Plano de Pensões 449 256 Outros benefícios 173 166 19.424 15.326 Indemnizações Total O número médio de Quadros Superiores do Grupo foi de 89. Os montantes apresentados reflectem 100% dos custos incorridos com remunerações dos quadros superiores, incluindo as companhias consolidadas através do método proporcional (joint-ventures) 34 Empresas do Grupo O controlo do Grupo é assegurado pela empresa-mãe, Jerónimo Martins, SGPS, S.A.. Nos quadros apresentados a seguir, incluem-se as empresas que fazem parte do Grupo. Estes quadros foram organizados de acordo com o método de consolidação aplicado e, no caso de exclusão, divulgam os motivos que a justificam. a) Método integral Companhia Actividade Sede % Capital detido Jerónimo Martins, SGPS, S.A. Gestão de participações sociais Lisboa Jerónimo Martins – Serviços, S.A. Gestão de recursos humanos de topo do Grupo Lisboa 100,00 JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A. Gestão de participações sociais na área da distribuição retalhista Lisboa 51,00 Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A. Comércio a retalho em supermercados Lisboa 51,00 Supertur – Imobiliária, Comércio e Turismo, S.A. Compra e venda de bens imóveis Lisboa 51,00 Feira Nova – Hipermercados, S.A. Comércio a retalho em hipermercados Lisboa 51,00 Bazar Novo – Distribuição de Produtos Não Alimentares, Lda Comércio a retalho de bens de consumo duradouro Lisboa 51,00 Gestiretalho – Gestão e Consultoria para a Distribuição a Retalho, S.A. Gestão, consultoria e logística de actividades retalhistas Lisboa 51,00 Imoretalho – Gestão de Imóveis, S.A. Gestão e administração de bens imóveis Lisboa 51,00 Casal de São Pedro – Administração de Bens, S.A. Gestão e administração de bens imóveis Lisboa 51,00 Jerónimo Martins Finance Company (2), Limited Sociedade de serviços financeiros EVA – Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda Prestação de serviços nas áreas económica e financeira e gestão de investimentos Funchal Cunha & Branco – Distribuição Alimentar, S.A. Comércio a retalho em supermercados Lisboa 51,00 Electric Co – Distribuição de Produtos não Alimentares, Lda. Distribuição de produtos não alimentares e de consumo Lisboa 51,00 Dublin (Irlanda) 51,00 51,00 Dantas & Vale, S.A. Distribuição de produtos alimentares Lisboa 51,00 Recheio, SGPS, S.A. Gestão de participações financeiras na área da distribuição por grosso e retalho Lisboa 100,00 Recheio-Cash & Carry, S.A. Comércio por grosso de produtos alimentares e de consumo Lisboa 100,00 Imocash – Imobiliário de Distribuição, S.A. Gestão e administração de bens imóveis Lisboa 100,00 Larantigo – Sociedade de Construções, S.A. Compra e venda de bens imóveis Lisboa 100,00 PSQ – Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda Prestação de serviços nas áreas económica e financeira e gestão de investimentos Funchal 100,00 Masterchef, S.A. Comércio a retalho e/ou por grosso de produtos alimentares Lisboa ou não alimentares 100,00 Funchalgest– Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. Gestão de participações sociais Funchal 75,50 João Gomes Camacho, S.A. Comércio por grosso de produtos alimentares e de consumo Funchal 75,50 Lidosol II – Distribuição de Produtos Alimentares, S.A. Comércio a retalho em supermercados Funchal 75,50 Idole–Utilidades, Equipamentos e Investimentos Imobiliários,Lda Compra e venda de bens imóveis Lisboa 75,50 Lidinvest – Gestão de Imóveis, S.A. Gestão e administração de imóveis Funchal Belegginsmaatschappij Tand B.V. Sociedade de serviços financeiros Jerónimo Martins Dystrybucja, S.A. Comércio a retalho de produtos alimentares e de consumo Optimum Mark Sp. Z.o.o. Exploração de marcas comerciais Jerónimo Martins – Distribuição de Produtos de Consumo, Lda Comércio por grosso de produtos alimentares Lisboa 100,00 Caterplus – Comercialização e Distribuição de Produtos de Comércio por grosso de outros produtos alimentares Lisboa 49,00 Roterdão (Holanda) Kostrzyn (Polónia) Varsóvia (Polónia) 75,50 100,00 100,00 100,00 236 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Companhia Actividade Sede % Capital detido Consumo, Lda Jerónimo Martins – Restauração e Serviços, S.A. Restauração Lisboa 100,00 Hermes–Sociedade Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda Prestação de serviços nas áreas económica e financeira e gestão de investimentos Funchal 100,00 Friedman - Sociedade Investimentos Mobiliários e Imobiliários ,Lda Prestação de Serviços de natureza contabilística e económica Funchal 100,00 Servicompra – Consultores de Aprovisionamento, Lda Prestação de serviços nas áreas de prospecção de mercados, aprovisionamento e técnicas de negociação e marketing Lisboa 100,00 Jerónimo Martins Retail Services, S.A. Exploração de marcas comerciais Desimo – Desenvolvimento e Gestão Imobiliária, Lda Gestão e administração de bens imóveis e marcas comerciais Lisboa Comespa - Gestão de Espaços Comerciais, S.A. Gestão e administração de bens imóveis na área retalhista Lisboa 51,00 Hussel Ibéria – Chocolates e Confeitaria, S.A. Venda a retalho de chocolates, confeitaria e afins Lisboa 51,00 Escola de Formação Jerónimo Martins, S.A. Formação profissional Lisboa 51,00 Simões & Freitas, Lda. Comércio a retalho em supermercados e hipermercados Évora 51,00 Klosters (Suíça) 51,00 100,00 b) Método proporcional Companhia Actividade Sede % Capital detido Unilever Jerónimo Martins, Lda. Comércio por grosso de outros produtos alimentares Lisboa 45,00 Indústrias Lever Portuguesa, S.A. Fabricação de detergentes Lisboa 45,00 Olá – Produção de Gelados e Outros Produtos Alimentares, S.A. Fabricação de gelados e sorvetes Lisboa 45,00 Fima - Produtos Alimentares, S.A. Produção de margarinas e afins Lisboa 45,00 Victor Guedes – Indústria e Comércio, S.A. Produção de Azeite Lisboa 45,00 Bliska Sp. Z.o.o. Venda a retalho de produtos farmacêuticos, ortopédicos e de saúde Varsóvia (Polónia) 50,00 c) Método de equivalência patrimonial Companhia PGJM – Importação e Distribuição de Perfumes e Cosméticos, S.A. Actividade Comércio por grosso de perfumes e cosméticos Sede Lisboa % Capital detido 50,00 d) Durante o exercício de 2007: - As empresas JM Holdings UK Limited e TIP Marken-Discount Handelsgesellschaft mbH foram liquidadas; - A empresa Jerónimo Martins Finance Company (1), Limited foi alienada; - O Grupo procedeu à fusão das empresas Unilever Bestfoods Portugal – Produtos Alimentares, S.A., LeverElida - Distribuição de Produtos de Limpeza e Higiene Pessoal, Lda. e IgloOlá – Distribuição de Gelados e Ultracongelados, Lda., na Sociedade Fima/VG – Distribuição de Produtos Alimentares. Lda., a qual passou a ter a denominação de Unilever Jerónimo Martins, Lda. 35 Interesses em empresas controladas conjuntamente e associadas O Grupo detém (directa e indirectamente) interesses nas seguintes empresas controladas conjuntamente (jointventures): ● Na Unilever Jerónimo Martins o Grupo detém uma participação de 45% a qual controla um conjunto de empresas, que se dedicam à fabricação e comercialização de produtos vários, como adiante se discrimina: • • • ● Fima – dedica-se à fabricação e venda de produtos alimentares na área das gorduras alimentares e das bebidas comercializando marcas próprias e marcas do Grupo Unilever; Lever - dedica-se à fabricação e comercialização de produtos de higiene pessoal e doméstica. As marcas comercializadas são propriedade do Grupo Unilever; Olá – dedica-se à fabricação e comercialização de gelados utilizando marcas próprias e marcas do Grupo Unilever. O Grupo detém ainda uma participação de 50% na Bliska, empresa localizada na Polónia, cuja actividade é de venda a retalho de produtos farmacêuticos, ortopédicos e de saúde. O Grupo detém directamente interesses na seguinte empresa associada: ● O Grupo detêm uma participação de 50% na empresa PGJM - Importação e Distribuição de Perfumes e Cosméticos, S.A., a qual se dedica à comercialização de perfumes e de produtos de cosmética. 237 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2007 e 2006 As demonstrações financeiras consolidadas incluem os seguintes montantes relativos aos activos e passivos apropriados como resultado da sua participação nas empresas controladas conjuntamente (joint-ventures) acima referidas, consolidadas pelo método proporcional: 2007 2006 Activos não correntes Activos correntes Passivos não correntes Passivos correntes 162.589 78.021 (193.191) (115.529) 121.302 80.708 (170.987) (97.174) Activos Líquidos (68.110) (66.151) Proveitos e ganhos Custos e perdas 335.109 (321.382) 357.622 (330.209) 13.727 27.413 Resultado Líquido As demonstrações financeiras da associada, integrada no consolidado pelo método da equivalência patrimonial, incluem os seguintes montantes relativos aos activos, passivos e resultados: 2007 Activos não correntes Activos correntes Passivos não correntes Passivos correntes Activos Líquidos Proveitos e ganhos Custos e perdas Resultado Líquido 2006 170 5.251 (419) (3.805) 158 4.941 (317) (3.748) 1.197 1.034 7.278 (6.816) 6.790 (6.378) 462 412 Na aplicação do método da equivalência patrimonial não existiram problemas na harmonização das políticas contabilisticas da sua associada. 36 Eventos subsequentes à data do balanço No dia 2 de Janeiro de 2008, e na sequência do comunicado de 14 de Setembro de 2007 da Unilever PLC, a Jerónimo Martins chegou a acordo com este seu parceiro quanto à alienação, pela Unilever Jerónimo Martins, Lda., de parte do negócio de chá preparado (ready-to-drink tea) da marca Lipton, à Pepsi Lipton International (PLI), sociedade que representa a parceria entre a Unilever PLC e a PepsiCo. Na mesma data, a Unilever Jerónimo Martins, Lda. assinou, com a PLI um contrato para a distribuição dos produtos desta última em Portugal, tendo acordado o recebimento de 38 milhões de euros como compensação pela redução estimada dos seus cash-flows futuros. Esta compensação deverá ter um impacto de cerca de 12 milhões de euros no resultado líquido do ano de 2008 de Jerónimo Martins. No dia 9 de Janeiro de 2008, o Recheio Cash & Carry, S.A. e a sua participada Imocash – Imobiliário de Distribuição, S.A. assinaram um contrato de promessa de trespasse e de compra e venda de imóvel com a sociedade Luta – Comércio e Distribuição de Produtos de Consumo, CRL, com vista à aquisição de um estabelecimento comercial de venda por grosso e do imóvel onde este está instalado, detidos por esta última no Concelho de Cascais. A operação, que envolve um montante global (incluindo o valor do imóvel) de 15 milhões de euros está sujeita, entre outras condições, à não oposição pela Autoridade da Concorrência. Lisboa, 27 de Fevereiro de 2008 O Técnico de Contas O Conselho de Administração 238 Declaração de conformidade Senhores Accionistas, Nos termos previstos na alínea c) do artigo 245º do Código dos Valores Mobiliários, informamos que, tanto quanto é do nosso conhecimento: (i) a informação constante no relatório de gestão expõe fielmente a evolução dos negócios, do desempenho e da posição da Jerónimo Martins, SGPS, S.A. e das empresas incluídas no perímetro da consolidação, contendo uma descrição dos principais riscos e incertezas com que se defrontam; e (ii) a informação constante nas demonstrações financeiras individuais e consolidadas, assim como nos seus anexos, foi elaborada em conformidade com as normas contabilísticas aplicáveis, dando uma imagem verdadeira e apropriada do activo e do passivo, da situação financeira e dos resultados da Jerónimo Martins, SGPS, S.A. e das empresas incluídas no perímetro da consolidação. Lisboa, 27 de Fevereiro de 2008 Elísio Alexandre Soares dos Santos (Presidente do Conselho de Administração) Luís Maria Viana Palha da Silva (Presidente da Comissão Executiva com o pelouro financeiro) Pedro Manuel de Castro Soares dos Santos (Membro da Comissão Executiva - Responsável pelas Operações de Distribuição Alimentar) José Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos (Membro da Comissão Executiva - Responsável pelas Operações da Indústria e Serviços de Marketing, Representações e Restauração) António Mendo Castel-Branco Borges (Administrador Não-Executivo) Hans Eggerstedt (Administrador Não-Executivo) Rui de Medeiros d’Espiney Patrício (Administrador Não-Executivo) Artur Eduardo Brochado dos Santos Silva (Administrador Não-Executivo) Nicolaas Pronk (Administrador Não-Executivo) 239 Relatório e Parecer da Comissão de Auditoria Senhores Accionistas, Nos termos previstos na alínea g) do artigo 423º-F do Código das Sociedades Comerciais, apresentamos o nosso relatório sobre as actividades de fiscalização, o nosso parecer sobre o relatório e contas consolidado da Jerónimo Martins, SGPS, S.A. relativo ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2007 e ainda sobre as propostas apresentadas pelo Conselho de Administração. Esta comissão reuniu por quatro vezes ao longo do ano de 2007, tendo procedido à fiscalização da: i) administração da Sociedade, quer pela observância cumprimento da lei, quer do contrato de sociedade; do ii) eficácia dos sistemas de gestão de riscos, do sistema de controlo interno e do sistema de auditoria interna; e iii) preparação e divulgação de informação financeira, assim como a revisão da exactidão dos documentos de prestação de contas, das políticas contabilísticas e critérios valorimétricos adoptados pela Sociedade, por forma assegurar que os mesmos correspondem a uma correcta avaliação do património e dos seus resultados. No âmbito das competências que nos foram conferidas, verificámos que: i) O relatório consolidado de gestão evidencia de forma correcta, clara e completa os aspectos mais significativos da evolução dos negócios e da situação patrimonial da Sociedade e suas filiais, assim como se encontram devidamente apresentados todos os riscos existentes quer de natureza operacional, quer de natureza financeira; e ii) as demonstrações financeiras consolidadas e respectivo anexo dão uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira da Sociedade e suas filiais. Nestes termos, tendo em consideração as informações recebidas do Conselho de Administração, dos serviços da Sociedade e as conclusões constantes da Certificação Legal das Contas e Relatório de Auditoria sobre a Informação Financeira Consolidada, somos do parecer que: i) Seja aprovado o Relatório Consolidado de Gestão; ii) Sejam aprovadas as Demonstrações Financeiras Consolidadas; e 242 iii) Seja aprovada a proposta de aplicação de resultados apresentada pelo Conselho de Administração. Lisboa, 27 de Fevereiro de 2008 Hans Eggerstedt (Presidente da Comissão de Auditoria) António Mendo Castel-Branco Borges (Vogal) Rui de Medeiros d’Espiney Patrício (Vogal) 243 VI. Relatório e Contas Individual Jerónimo Martins, SGPS, S.A. Sociedade Aberta Número comum de matrícula na C.R.C. de Lisboa e de Pessoa Colectiva: 500 100 144 Capital social EUR 629.293.220 Rua Tierno Galvan, Torre 3, 9º, Letra J 1099 - 008 LISBOA R&C’07 – Relatório de Gestão JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. SOCIEDADE ABERTA RELATÓRIO DE GESTÃO Exercício de 2007 A Jerónimo Martins (adiante designada por JMH) enquanto gestora de participações sociais detém um portfolio de investimentos composto por forte presença na distribuição alimentar em Portugal continental (Pingo Doce, Feira Nova e Recheio), Madeira (Pingo Doce e Recheio) e Polónia (Biedronka), no sector industrial onde mantém à longa data uma parceria com a Unilever (Fima, Bestfoods, Lever e Olá), no retalho especializado (onde se destaca a Hussel, Olá, e Jeronymo) e ainda serviços de marketing e representação (JMD). A JMH enquanto Holding do Grupo, exerce funções de coordenação e assessoria às suas participadas, sendo que as áreas funcionais de apoio ao Grupo vão desde a administração, relações institucionais, desenvolvimento e estratégia, planeamento e controlo, jurídico, gestão de risco, fiscalidade, auditoria interna, recursos humanos, operações financeiras, contabilidade, consolidação, segurança e comunicação. O volume de negócios resultante da prestação destes serviços foi de 11,9 milhões de euros. 1. Síntese da performance operacional do Grupo em Portugal Pingo Doce No ano de 2007, o sucesso do posicionamento do Pingo Doce revelou-se num crescimento like-for-like das vendas de 8,7%. O volume total de negócios atingiu o valor de 1.136,8 milhões de euros, mais 17,5% do que no ano transacto, em grande parte devido ao aumento de 13,5% do número de transacções de clientes. Estes resultados foram alcançados num ambiente macro-económico difícil, onde se registou um aumento da taxa de desemprego e uma diminuição do poder de compra dos consumidores. Feira Nova O Feira Nova acelerou, durante 2007, o reposicionamento do modelo de negócio com impactos visíveis no crescimento de 14% nas vendas de Perecíveis e 56% nas vendas de produtos de Marca Própria. O decréscimo de -4,3% das vendas like-for-like dos hipermercados reflecte as campanhas agressivas, especialmente na época do Verão, de todos os operadores no formato, enquanto o desempenho dos compactos (+0,7% de crescimento like-for-like no ano) mostra sinais positivos da estratégia em implementação, embora ainda seja demasiado cedo para se verem reflectidos os efeitos das alterações recentes de sortido, onde se destaca o forte aumento da penetração da Marca Própria. Recheio No Recheio, o ano de 2007 foi o primeiro em que o canal HoReCa teve o maior peso nas vendas da Companhia, sendo responsável por 43,3% das vendas totais. O crescimento de 7,6% das vendas a este segmento, obtido em 2007, em relação ao mesmo período do ano anterior, reflecte o sucesso do reposicionamento da Companhia ao definir uma estratégia de negócio especialmente orientada para este cliente. 245 R&C’07 – Relatório de Gestão Foi também o ano em que o Recheio registou o seu melhor valor de vendas, tendo atingido 626 milhões de euros, o que se traduziu num crescimento de 4,0% face a 2006. Numa base like for like, o crescimento foi igualmente de assinalar, ascendendo a 3,6%. Madeira O Pingo Doce na Madeira registou um forte desempenho de vendas, com um crescimento de 15,1% em relação ao ano de 2006, atingindo 94,5 milhões de euros. Os resultados obtidos são consequência do reposicionamento estratégico da insígnia na Região. Com efeito, em 2007, o Pingo Doce na Madeira apresentou, pelo terceiro ano consecutivo, uma tendência deflacionária da sua política de preços, que este ano originou uma descida de 4,5% dos preços médios da cadeia. Apesar de penalizado pelas obras de remodelação que afectaram todo o primeiro trimestre de 2007, o Recheio na Madeira apresentou em 2007 um volume de vendas de 28,8 milhões de euros, com a recuperação nos últimos três trimestres a permitir um atenuar do decréscimo das vendas, o qual se situou em -0,9% face a 2006. JMD e retalho especializado Nos Serviços de Marketing e Representação, Restauração e Serviços, as vendas cresceram 3,0%, em relação ao mesmo período do ano anterior, reflectindo principalmente o aumento das vendas da área da restauração, fruto da expansão do número de lojas. Serviços de Marketing e Representações Na divisão alimentar, as vendas mantiveram-se ao nível do registado no ano anterior, sendo este um resultado positivo face ao desempenho da grande maioria dos restantes operadores. Na divisão de cosmética, o ano 2007 fica marcado pelo final da relação comercial com a marca Calvin Klein. A saída desta representação, em Junho de 2007, teve um impacto considerável não só para a divisão de cosmética, que se vê forçada a encontrar um novo modelo de negócio que assegure a sua continuidade, como para a Companhia, já que a Calvin Klein era uma representada relevante. Na segunda metade do ano, a Divisão focou a sua actividade na preparação da sua estratégia futura. Hussel A cadeia de Chocolates Hussel tem sido sinónimo de inovação e qualidade no mercado de confeitaria. O ano 2007 voltou a ser positivo para a Companhia, verificando-se um crescimento do negócio em todos os vectores relevantes, nomeadamente volume de vendas, número de consumidores e valor médio de compra. Restauração e Serviços Na Restauração e Serviços, a Jeronymo foi uma das insignias mais dinâmicas em 2007, traduzindo-se este dinamismo quer na abertura de novas lojas, quer no lançamento de novos conceitos. Na versão original de quiosques de café, registou-se a abertura de três unidades; com a aquisição da cadeia “Storia del Café”, lançou-se a primeira cafetaria com insígnia Jeronymo desta insígnia fora das unidades de retalho Pingo Doce e Feira Nova. A Olá é a cadeia com maior número de lojas neste segmento, pretendendo manter e consolidar a actual liderança. Abriram-se 10 unidades em 2007 e encerrou-se uma das lojas existentes. Actualmente, a insígnia possui 32 lojas próprias e cinco franchisadas, num total de 37 unidades. 246 R&C’07 – Relatório de Gestão Indústria Na Indústria, excluindo a alienação do negócio de ultracongelados em Novembro de 2006, as vendas atribuíveis a Jerónimo Martins registaram um crescimento de 0,7%, em relação a período homólogo de 2006, fruto de um desempenho diferenciado das categorias e das marcas. As marcas líderes de mercado do Portefólio da Companhia registaram um desempenho positivo, aumentando as suas quotas de mercado, embora algumas categorias tivessem tido o seu desempenho condicionado por vários factores onde se destacam, a saber: i) a queda do preço do azeite que não permitiu que o crescimento a dois dígitos registado nos volumes se reflectisse em crescimento de vendas da categoria e ii) a maior agressividade competitiva no segmento de higiene pessoal. 2. Síntese da performance operacional do Grupo na Polónia Os objectivos de criação de valor da Biedronka foram, mais uma vez, atingidos. O reforço do posicionamento estratégico da Biedronka permitiu um crescimento de vendas like-for-like de 21,1%, o que associado a uma expansão orgânica que acrescentou 140 novas lojas à cadeia, resultou num crescimento das vendas totais de 35,0% face ao ano anterior. As vendas totais da insígnia aumentaram, em 2007, 35,0% em moeda local (+39,5% em euros), reflectindo o crescimento numa base de lojas comparável, mas também a concretização do plano de expansão com a abertura de 156 lojas (+18,5% de área de vendas). A abertura da milésima loja Biedronka, em Setembro de 2007, representou um marco importante no desenvolvimento gradual e sustentado da cadeia na Polónia. 3. Perspectivas para 2008 Em 2008, o Pingo Doce continuará a desenvolver a sua actividade em linha com a estratégia definida em 2002, procurando reforçar o número de clientes nucleares, nomeadamente em categorias de menor penetração da insígnia, bem como os vectores de diferenciação da Marca. Também no ano 2008, a Companhia aguarda a aprovação da operação de aquisição as lojas Plus em Portugal, cuja integração se espera que venha a ocorrer ao longo do ano. Para 2008, sustentado em bases sólidas e num plano de desenvolvimento consistente, o Feira Nova vai apostar na diferenciação dos grandes hipermercados. Como uma antevisão dos novos projectos, pode-se afirmar a aposta da marca Feira Nova no modelo Hipermercado, não tal como se conhece hoje, mas com um novo conceito que irá renovar o fôlego deste formato. No Recheio, para 2008, sem descurar o importante papel de apoio a todos os comerciantes de Retalho Tradicional, manter-se-á a aposta no canal HoReCa, visto como o principal motor de crescimento. Para 2008, o Pingo Doce na Madeira tem como principais desafios a manutenção de um crescimento sustentado das vendas, mesmo considerando o plano de expansão anunciado pelos seus principais concorrentes, e a remodelação da sua principal loja na Madeira. O Recheio na Madeira, em 2008, deve reflectir o impacto da reorganização das suas operações, que se pretendem cada vez mais focadas no mercado HoReCa, oferecendo serviços e soluções adequadas a este sector. Na área da Indústria, o investimento nas marcas líderes de mercado, tanto em preço como em inovação, continua a ser a grande prioridade do negócio. O processo de restruturação que conduziu à criação de uma Companhia única e à racionalização do portefólio, com a eliminação de marcas com fraco potencial, deverá permitir continuar a proteger a rentabilidade dos activos e as quotas de mercado das marcas presentes no actual portefólio. 247 R&C’07 – Relatório de Gestão A JMD e a Restauração e Serviços continuam a procurar dar sustentabilidade ao seu portefólio de representadas, ao mesmo tempo que estudam oportunidades de negócio na Restauração, reforçando o seu plano de crescimento nesta área. Em 2008, a Biedronka espera continuar a intensificar a cobertura geográfica do país através as suas lojas, tentando abranger o maior número possível de consumidores. No ano que se inicia, para além do crescimento orgânico, aguarda-se a aprovação da operação de aquisição das lojas Plus, que se espera venham a ser integradas ao longo do ano na Companhia. Mais uma vez, a Jerónimo Martins antecipa um ano muito exigente, continuando a assumir objectivos ambiciosos, mas exequíveis, os quais reflectem o claro compromisso de toda a Organização com o crescimento saudável e a criação de valor no curto, médio e longo-prazo. O investimento em formação e no desenvolvimento de competências internas vai igualmente continuar a ser uma aposta do Grupo, ao nível da equipa operacional e de gestão. A análise das actividade do Grupo encontra-se tratada com mais detalhe no Relatório Consolidado de Gestão que acompanha as Demonstrações Financeiras Consolidadas relativas ao exercício de 2007. 4. A Performance da Holding A empresa enquanto Holding e gestora de participações sociais, apresentou em 2007 resultados operacionais de -0,1 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 2,0 milhões de euros face a 2006. Esta diminuição é explicada pela redução dos serviços prestados a participadas durante o ano de 2007. Os empréstimos a empresas do Grupo e Joint-Ventures diminuiram em termos líquidos 84,4 milhões de euros. Adicionalmente, a alienação de parte substancial das acções do BCP em carteira permitiu um encaixe líquido de 44,3 milhões de euros. Estes factos conduziram a uma redução da dívida financeira em 115,5 milhões de euros, para os 137,5 milhões de euros (em 2006 era de 253,0 milhões de euros). Os custos líquidos de financiamento aumentaram 3,4 milhões de euros face a 2006, atingindo o montante de 15,5 milhões de euros. Este crescimento é justificado essencialmente pelo aumento das taxas de juro ocorrido durante o exercício e pelas variações cambiais sobre a divida em Zloty. Foram reembolsados os diversos empréstimos bancários sob a forma de Programa de Papel Comercial, que atingiam no final de 2006 o montante de 110 milhões de euros. Foi também tomado um novo Programa de Papel Comercial em Zloties (Moeda Polaca), no montante de 100 milhões de zloties. Finalmente, foi reembolsado antecipadamente o empréstimo obrigacionista de 50 milhões de euros tomado em 2005, tendo sido tomado um novo empréstimo obrigacionista de 70 milhões de euros. 5. Gestão de riscos A JMH, e em particular o seu Conselho de Administração, dedicam grande atenção aos riscos subjacentes ao seu negócio. A continuidade dos negócios depende, de forma crítica, da eliminação ou controlo dos riscos que podem materialmente afectar os seus activos (pessoas, informação, equipamentos e instalações), comprometendo, assim, os objectivos estratégicos delineados. A Política de Gestão de Risco do Grupo encontra-se detalhada no Governo da Sociedade. 248 R&C’07 – Relatório de Gestão 5.1 Riscos Financeiros A JMH encontra-se exposta a diversos riscos financeiros, nomeadamente: risco de mercado (que inclui os riscos cambial, de taxa de juro e risco de preço), risco de liquidez e risco de crédito. A gestão de risco concentra-se na imprevisibilidade dos mercados financeiros e procura minimizar os efeitos adversos dessa imprevisibilidade no desempenho financeiro da Sociedade. Para certas exposições é feita a cobertura de determinados riscos com recurso a instrumentos financeiros derivados. A gestão de riscos financeiros é conduzida pela Direcção de Operações Financeiras sob supervisão da Comissão Executiva. O Departamento de Gestão de Risco é o responsável pela identificação, avaliação e cobertura de riscos financeiros, seguindo para o efeito, as linhas de orientação definidas pela Administração. a) Risco de Mercado Risco Cambial A principal exposição a risco cambial por parte da JMH é o empréstimo bancário sob a forma de Papel Comercial em moeda polaca (zloty), no montante de 100 milhões de Zloty (em 2006 era de 200 milhões de Zloty). A 31 de Dezembro de 2007, o impacto nos resultados da JMH, por via da revalorização cambial do empréstimo em Zloty, duma variação adversa do câmbio EUR/PLN na ordem dos 10% seria de 3,1 milhões de euros negativos (2006: 5,8 milhões de euros negativos). Risco de Preço A JMH, fruto do seu investimento no Banco Comercial Português, tem exposição ao risco de flutuação do preço de acções. A 31 de Dezembro de 2007, uma variação negativa de 10% na cotação das acções do BCP teria um impacto de 438 mil euros negativos. Já a 31 de Dezembro de 2006, uma variação da mesma magnitude, teria um impacto de 2.956 mil euros negativos. A significativa redução de sensibilidade a este risco advém da alienação de 9 milhões de acções do BCP durante o ano de 2007. Risco de Taxa de Juro (Fluxos de Caixa) Uma vez que a JMH não tem no seu balanço activos remunerados com dimensão significativa a principal fonte de exposição a risco de taxa de juro advém do lado do passivo. Todos os passivos financeiros estão, de forma directa ou indirecta, indexados a uma taxa de juro de referência, o que expõe a JMH a risco de cash flow. Parte desses riscos são geridos com recurso à fixação de taxa de juro, o que expõe a JMH a risco de justo valor. A exposição a risco de taxa de juro é analisada de forma dinâmica. Para além da avaliação dos encargos futuros, com base nas taxas forward, realizam-se testes de sensibilidade a variações no nível de taxas de juro. O risco de taxa de juro é gerido com recurso a operações envolvendo derivados financeiros, mais ou menos estruturadas, contratadas a custo zero. 249 R&C’07 – Relatório de Gestão b) Risco de Crédito O risco de crédito é gerido de forma centralizada. As principais fontes de risco de crédito são depósitos bancários, aplicações financeiras e derivados contratados junto de instituições financeiras. Relativamente às instituições financeiras, a JMH selecciona as contrapartes com que faz negócio, com base nas notações de ratings atribuídas por uma das entidades independentes de referência. O rating mínimo aceite é de “A”. A seguinte tabela apresenta um resumo, a 31 de Dezembro de 2007 e 2006, da qualidade de crédito dos depósitos, aplicações e instrumentos financeiros derivados com justo valor positivo: (milhares euros) Instituições Financeiras Rating A-1 A-1+ Outros Total 31 Dez 2007 31 Dez 2006 Saldo Saldo 4.472 345 605 875 4 7 5.081 1.227 Os ratings apresentados correspondem às notações atribuídas pela Standard and Poor’s (“A-1” e “A-1+”). Nos casos em que as mesmas não estão disponíveis recorre-se às notações da Fitch (“F2”). A exposição máxima ao risco de crédito, às datas de 31 de Dezembro de 2007 e 2006, é o respectivo valor de balanço dos activos financeiros. c) Risco de Liquidez A gestão do risco de liquidez passa pela manutenção dum adequado nível de disponibilidades, assim como, pela negociação de limites de crédito que permitam, não apenas assegurar o desenvolvimento normal das actividades da JMH, mas também, assegurar alguma flexibilidade para absorção de choques exógenos à actividade. Na gestão deste risco, a JMH recorre, por exemplo, a derivados de crédito, com o intuito de minimizar o impacto do alargamento de spreads de crédito, resultantes de efeitos exógenos a JMH. A gestão das necessidades de tesouraria é feita com base no planeamento de curto prazo (realizado diariamente), tendo subjacente os planos anuais, que são revistos pelo menos duas vezes ao ano. A tabela abaixo apresenta as responsabilidades da JMH por intervalos de maturidade residual contratual. Os montantes apresentados na tabela são os fluxos de caixa contratuais não descontados. Adicionalmente é de realçar que todos os instrumentos financeiros derivados que a JMH contrata são liquidados pelo seu valor líquido. 250 R&C’07 – Relatório de Gestão Exposição ao risco de liquidez 2007 Menos 1 ano (milhares euros) 1 a 5 anos + 5 anos Empréstimos Obtidos Leasing Financeiros 10 8 - 8.026 155.853 - 83 521 - Credores 456 - - Responsabilidades com Locações Operacionais 325 330 - 17 11 - 34.866 246.185 - - 393 - Empréstimos Instrumentos Financeiros Derivados 2006 Empréstimos Obtidos Leasing Financeiros Empréstimos Instrumentos Financeiros Derivados Credores 415 - - Responsabilidades com Locações Operacionais 205 237 - 6. Informação sobre matérias ambientais Não existem matérias ambientais relevantes que possam afectar o desempenho e a posição financeira da companhia, nem o seu futuro desenvolvimento. 7. Proposta de Aplicação de Resultados No exercício de 2007, Jerónimo Martins, SGPS, S.A. apresentou um lucro consolidado de 131.261.083 euros e um lucro nas contas individuais de 81.613.839,47 euros. O Conselho de Administração propõe que os resultados líquidos do exercício sejam aplicados da seguinte forma: • • • Reserva Legal ........................... 4.080.691,97 euros. Dividendos ............................. 60.329.685,12 euros. Reservas livres ....................... 17.203.462,38 euros. De acordo com a política de distribuição de dividendos há vários anos anunciada, descrita no Relatório do Governo da Sociedade, a proposta apresentada corresponde a uma distribuição de 46% do resultado líquido consolidado. Esta proposta representa o pagamento de um dividendo bruto de 0,096 euros por acção, excluindo-se as acções próprias em carteira. 251 R&C’07 – Relatório de Gestão 8. Declarações Legais Nos termos da Lei, cumpre ao Conselho de Administração declarar que: a) Para além dos factos acima referidos, e dos que, em maior detalhe, constam do Relatório que acompanha as Demonstrações Financeiras Individuais relativas ao exercício de 2007, não tem conhecimento da ocorrência, após o termo do exercício, de outras situações que, pela sua especial relevância, mereçam ser destacadas; b) Nos termos do artigo 21º do Decreto Lei nº 411/91, de 17 de Outubro, não existem dívidas em mora à Segurança Social; c) Nos termos do disposto no nº 2 do artigo 324º do Código das Sociedades Comerciais, não houve movimento de compras e vendas de Acções Próprias, pelo que o número de Acções Próprias detidas no final do exercício de 2007 era o mesmo de 31 de Dezembro de 2006: 859.000 Acções Próprias. d) A informação acerca de eventos subsequentes, participações dos membos dos órgãos de Administração e de fiscalização no capital da empresa e a lista dos titulares de participações qualificadas encontra-se no Relatório de Gestão das contas consolidadas. Lisboa, 27 de Fevereiro de 2008 O Conselho de Administração 252 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES PARA OS ANOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006 Valores expressos em milhares de euros Notas 2006 2007 Prestações de serviços 11.900 14.087 Custo das prestações de serviços (8.715) (8.327) 3.185 5.760 132 188 Custos administrativos (2.534) (1.988) Outros custos e perdas operacionais (1.407) (1.990) 623 - (1) 1.970 Resultados brutos Outros proveitos e ganhos operacionais Resultados operacionais não usuais 9 Resultados Operacionais Custos líquidos de financiamento 4 (15.465) (12.087) Ganhos (perdas) em filiais e associadas 7 77.173 42.361 8 18.057 4.461 79.764 36.705 1.850 (405) 81.614 36.300 Ganhos (perdas) em outros investimentos Resultados Correntes Impostos sobre os resultados correntes 6 Resultados líquidos Resultado básico por acção (euros) * 21 0,130 0,058 Resultado básico diluído por acção (euros) * 21 0,130 0,058 (*) O Resultado por acção de Dezembro de 2006 foi ajustado de acordo com o “stock split” de 31 de Maio de 2007, no qual cada acção com valor nominal de 5 euros foi convertida em 5 novas acções, com valor nominal de 1 euro. Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Individuais em anexo 253 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006 Valores expressos em milhares de euros Notas 2007 2006 Activo Activos fixos tangíveis Activos intangíveis 249 10 170 11 18 11 2.470 240.529 12 2.470 Partes de capital em empresas do grupo 13 259.628 Partes de capital em joint-ventures 13 6.349 6.349 Empréstimos a empresas do grupo 14 595.695 719.375 Empréstimos a joint-ventures 14 186.048 164.199 15 4.380 29.557 Propriedades de investimento Investimentos financeiros disponíveis para venda Instrumentos financeiros derivados 27 585 331 Impostos diferidos activos 16 8.570 6.658 1.063.913 1.169.728 16 217 120 Empréstimos a empresas do grupo 14 100.121 82.661 Devedores e acréscimos e diferimentos 17 7.114 15.012 Instrumentos financeiros derivados 27 347 - Caixa e equivalentes de caixa 18 4.156 905 111.955 98.698 1.175.868 1.268.426 629.293 Total de activos não correntes Impostos a recuperar Total de activos correntes Total do activo Capital Próprio e Passivo Capital 20.1 629.293 Prémios de emissão 20.1 22.452 22.452 Acções próprias 20.2 (6.060) (6.060) Reservas 20.3 1.310 8.344 Resultados retidos 20.4 368.870 342.558 1.015.865 996.587 22 137.835 227.216 27 3.561 1.343 Benefícios concedidos a empregados 28 14.342 14.647 Provisões 25 - 14 Impostos diferidos passivos 16 299 305 156.037 243.525 Total do capital próprio Empréstimos obtidos Instrumentos financeiros derivados Total de passivos não correntes Credores e acréscimos e diferimentos 26 3.758 3.097 Empréstimos obtidos 22 37 25.017 Impostos a pagar 16 171 200 3.966 28.314 1.175.868 1.268.426 Total de passivos correntes Total do capital próprio e do passivo Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Individuais em anexo 254 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO Valores expressos em milhares de euros Notas Balanço em 1 de Janeiro de 2006 Prémios de emissão Capital 629.293 Acções próprias 22.452 Reservas (6.060) Justo valor de investimentos financeiros disponíveis para venda 4.646 Resultados retidos Total do capital próprio 359.047 1.009.378 3.578 3.578 163 (43) 163 (43) Justo valor de instrumentos financeiros de cobertura de caixa (IAS 39) - Valor bruto - Imposto diferido 27 Resultados reconhecidos directamente no capital próprio - - - 3.698 Resultados do exercício de 2006 Total de ganhos e perdas reconhecidas no período - - - 3.698 Pagamento de dividendos Balanço em 31 de Dezembro de 2006 Justo valor de investimentos financeiros disponíveis para venda 629.293 22.452 (6.060) 8.344 - 3.698 36.300 36.300 36.300 39.998 (52.789) (52.789) 342.558 996.587 15 (6.991) (6.991) 27 16 (59) 16 (59) 16 Justo valor de instrumentos financeiros de cobertura de caixa (IAS 39) - Valor bruto - Imposto diferido Resultados reconhecidos directamente no capital próprio - - - (7.034) Resultados do exercício de 2007 Total de ganhos e perdas reconhecidas no período - - - (7.034) Pagamento de dividendos Balanço em 31 de Dezembro de 2007 629.293 22.452 (6.060) 1.310 - (7.034) 81.614 81.614 81.614 74.580 (55.302) (55.302) 368.870 1.015.865 Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Individuais em anexo 255 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006 Valores expressos em milhares de euros Notas Actividades operacionais Recebimentos de clientes e outros devedores Pagamentos a fornecedores e ao pessoal Caixa gerado pelas operações Juros e custos similares pagos Imposto sobre o rendimento pago 19 4 Fluxos de caixa de actividades operacionais Actividades de investimento Alienação de activos fixos tangíveis Alienação de investimentos financeiros disponíveis para venda Reembolso de empréstimos e prest. suplem. capital concedidos a participadas Juros recebidos Dividendos recebidos Aquisição e aumentos de capital em joint-ventures Aquisição de investimentos financeiros disponíveis para venda Empréstimos e prestações suplementares de capital concedidos a participadas Aquisição de activos fixos tangíveis Aquisição de activos fixos intangíveis 10 14 7 7e8 14 10 11 Fluxos de caixa de actividades de investimento Actividades de financiamento Recebimentos relativos a empréstimos obtidos Recebimentos de juros e proveitos similares Reembolso de empréstimos obtidos Pagamento de dividendos 22 4 22 Fluxos de caixa de actividades de financiamento Variação líquida de caixa e equivalentes de caixa 2007 2006 14.465 (14.669) 18.907 (14.864) (204) 4.043 (10.471) (179) (11.565) (61) (10.854) (7.583) 25 44.313 4.197 282.685 18.016 40.368 (318) (198.389) (13) (10) 21.517 10.120 26.973 (64) (33.027) (79) (11) 186.677 29.626 70.027 65 (187.362) (55.302) 52.097 93 (22.021) (52.789) (172.572) (22.620) 3.251 (577) 905 3.251 1.482 (577) 4.156 905 Movimento de caixa e outros equivalentes Caixa e equivalentes de caixa no início do exercício Variação líquida de caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa no final do exercício 18 Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Individuais em anexo 256 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Índice das notas às demonstrações financeiras individuais Página 1. Actividade .................................................................................................................................. 258 2. Políticas contabilísticas................................................................................................................. 258 3. Custos com o pessoal .................................................................................................................. 268 4. Custos líquidos de financiamento .................................................................................................. 268 5. Locações operacionais ................................................................................................................. 268 6. Imposto reconhecido na demonstração dos resultados ..................................................................... 269 7. Ganhos (perdas) em filiais e associadas ......................................................................................... 269 8. Ganhos (perdas) em outros investimentos...................................................................................... 270 9. Resultados operacionais não usuais ............................................................................................... 270 10. Activos fixos tangíveis.................................................................................................................. 270 11. Activos intangíveis....................................................................................................................... 271 12. Propriedades de Investimento....................................................................................................... 272 13. Partes de capital ......................................................................................................................... 272 14. Empréstimos concedidos .............................................................................................................. 272 15. Investimentos financeiros disponíveis para venda............................................................................ 273 16. Impostos.................................................................................................................................... 273 17. Devedores e acréscimos e diferimentos .......................................................................................... 274 18. Caixa e equivalentes de caixa ....................................................................................................... 275 19. Fluxo gerado pelas operações ....................................................................................................... 275 20. Capital e reservas ....................................................................................................................... 275 21. Resultado por acção .................................................................................................................... 276 22. Empréstimos obtidos ................................................................................................................... 277 23. Dívida financeira ......................................................................................................................... 278 24. Riscos financeiros........................................................................................................................ 279 25. Provisões e ajustamentos ao valor de realização ............................................................................. 279 26. Credores e acréscimos e diferimentos ............................................................................................ 279 27. Instrumentos financeiros derivados ............................................................................................... 280 28. Benefícios dos empregados........................................................................................................... 281 29. Garantias ................................................................................................................................... 282 30. Contingências ............................................................................................................................. 282 31. Partes relacionadas ..................................................................................................................... 282 32. Empresas do Grupo, Associadas e Outras empresas......................................................................... 283 33. Empresas do Grupo e joint-ventures– Participações directas e indirectas ............................................ 284 34. Transações com partes relacionadas .............................................................................................. 285 35. Interesses em joint-ventures (empreendimentos conjuntos) ............................................................. 287 36. Informação sobre matérias ambientais........................................................................................... 287 37. Eventos subsequentes à data do balanço........................................................................................ 287 257 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 1. Actividade A Jerónimo Martins, SGPS, S.A. (JMH) é a empresa-mãe do Grupo Jerónimo Martins (Grupo) e está sediada em Lisboa, na Rua Tierno Galvan, Torre 3, Piso 9, Letra J, 1099-008 Lisboa. A sua actividade resulta essencialmente na gestão das participações sociais das empresas do Grupo. No final de 2007 tinha 56 empregados ao seu serviço (em 2006 eram 56). O Grupo Jerónimo Martins dedica-se fundamentalmente à produção, distribuição e venda de géneros alimentícios e outros produtos de grande consumo. O Grupo opera em Portugal e na Polónia, tendo cerca de 41.300 empregados (em 2006 eram cerca de 34.675). A JMH está cotada na Euronext Lisboa (anterior Bolsa de Valores de Lisboa e Porto) desde 1989. Estas Demonstrações Financeiras Individuais foram aprovadas pelo Conselho de Administração no dia 27 de Fevereiro de 2008. 2. Políticas contabilísticas As políticas contabilísticas mais significativas utilizadas na preparação destas demonstrações financeiras encontram-se descritas abaixo: 2.1 Bases de apresentação Os valores apresentados, salvo indicação em contrário, são expressos em milhares de euros (M EUR). As demonstrações financeiras consolidadas e individuais da JMH foram preparadas em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), tal como adoptadas na União Europeia. As demonstrações financeiras foram preparadas segundo o princípio do custo histórico excepto no que respeita às propriedades de investimento, instrumentos financeiros derivados e aos investimentos financeiros disponíveis para venda onde se incluem as partes de capital referidas na nota 2.8, os quais se encontram registados ao respectivo justo valor (valor de mercado). A preparação de demonstrações financeiras em conformidade com os princípios contabilísticos geralmente aceites requer o uso de estimativas e assunções que afectam as quantias reportadas de activos e passivos, assim como, as quantias reportadas de proveitos e custos durante o período de reporte. Apesar destas estimativas serem baseadas no melhor conhecimento da Gestão em relação aos eventos e acções correntes, em última análise os resultados reais podem diferir dessas estimativas. No entanto, é convicção da Gestão que as estimativas e assunções adoptadas não incorporam riscos significativos que possam causar, no decurso do próximo exercício, ajustamentos materiais ao valor dos activos e passivos (nota 2.23). A gestão de riscos financeiros, tal como previsto no IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações, encontra-se detalhada no Relatório de Gestão. Alteração de Políticas Contabilísticas e Bases de Apresentação A partir de 1 de Janeiro de 2007 adoptou-se a nova norma IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações, assim como as alterações introduzidas ao IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras. Estas introduzem novas divulgações relativas a instrumentos financeiros e não têm qualquer impacto na classificação e mensuração dos instrumentos financeiros detidos pela JMH ou nas divulgações relacionadas com impostos, contas a receber ou a pagar. Ainda com efeitos a partir de 2007, entraram em vigor um conjunto de normas, correcções e interpretações de normas, as quais não têm impacto material nas demonstrações financeiras da JMH, sendo que na sua maioria não têm sequer aplicação às actividades desenvolvidas pela JMH. São o caso das alterações introduzidas à norma IFRS 4 – Contratos de Seguro, e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC): IFRIC 7 – Aplicação da Abordagem pela reexpressão segundo a IAS 29, IFRIC 8 – Âmbito da IFRS 2, IFRIC 9 – Reavaliação dos Derivados Embutidos e IFRIC 10 – Relato Financeiro Intercalar e Imparidade. A nova norma IFRS 8 – Segmentos Operacionais assim como as alterações introduzidas ao IAS 23 – Custos dos Empréstimos Obtidos são de aplicação obrigatória em 1 de Janeiro de 2009. Tratando-se de matérias de reduzido impacto nas demonstrações financeiras da JMH, face à informação actualmente divulgada, optou-se por não antecipar a sua aplicação. Foram ainda emitidas pelo IFRIC um conjunto de interpretações às normas actuais, com entrada em vigor para exercícios económicos posteriores a 1 de Março de 2007, nomeadamente IFRIC 11 – IFRS 2 – Transacções Intragrupo e de Acções Próprias, IFRIC 12 – Acordo de Concessão de Serviços, IFRIC 13 – Programas de Fidelização de Clientes e IFRIC 14 – IAS 19 – O Limite em Activos por Benefícios Definidos, Requisitos Mínimos de 258 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Financiamento e sua Interacção. Estas interpretações não são materialmente relevantes e na maioria dos casos não têm aplicação às actividades desenvolvidas pela JMH. 2.2 Transacções em moeda estrangeira As transacções em moeda estrangeira são convertidas para Euros à taxa de câmbio em vigor à data da transacção. À data do balanço, os activos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos à taxa de câmbio em vigor a essa data e as diferenças de câmbio resultantes dessa conversão são reconhecidas como resultados do exercício. As principais cotações utilizadas à data do balanço foram as seguintes: Taxa em 31/12/2007 Zloty da Polónia (PLN) € 0,27828 2.3 Instrumentos financeiros derivados A JMH utiliza derivados com o único objectivo de gerir os riscos financeiros a que se encontra sujeito. De acordo com as suas políticas financeiras, a JMH não utiliza derivados para especulação. Apesar de os derivados contratados pela JMH corresponderem a instrumentos eficazes na cobertura económica de riscos, nem todos qualificam como instrumentos de cobertura contabilística de acordo com as regras e requisitos do IAS 39. Os instrumentos que não qualifiquem como instrumentos de cobertura contabilística são registados no balanço pelo seu justo valor e as variações no mesmo são reconhecidas em resultados financeiros. Sempre que disponível, o justo valor dos derivados é estimado com base em instrumentos cotados. Na ausência de preços de mercado, o justo valor dos derivados é estimado através do método de fluxos de caixa descontados e modelos de valorização de opções, de acordo com pressupostos geralmente utilizados no mercado. Os instrumentos financeiros derivados são reconhecidos na data da sua negociação (trade date), pelo seu justo valor. Subsequentemente, o justo valor dos instrumentos financeiros derivados é reavaliado numa base regular, sendo os ganhos ou perdas resultantes dessa reavaliação registados directamente em resultados do período, excepto no que se refere aos derivados de cobertura. O reconhecimento das variações de justo valor dos derivados de cobertura depende da natureza do risco coberto e do modelo de cobertura utilizado. 2.4 Contabilidade de cobertura Os instrumentos financeiros derivados utilizados para fins de cobertura podem ser classificados contabilisticamente como de cobertura desde que cumpram, cumulativamente, com as seguintes condições: (i) À data de início da transacção a relação de cobertura encontra-se identificada e formalmente documentada, incluindo a identificação do item coberto, do instrumento de cobertura e a avaliação da efectividade da cobertura; (ii) Existe a expectativa de que a relação de cobertura seja altamente efectiva, à data de início da transacção e ao longo da vida da operação; (iii) A eficácia da cobertura possa ser mensurada com fiabilidade à data de início da transacção e ao longo da vida da operação; (iv) Para operações de cobertura de fluxos de caixa os mesmos devem ser altamente prováveis de virem a ocorrer. Risco de taxa de juro (cobertura de fluxo de caixa) Sempre que as expectativas de evolução de taxas de juro o justifiquem, a JMH procura contratar operações de protecção contra movimentos adversos, através de instrumentos derivados, tais como interest rate swaps (IRS), caps e floors, FRA’s, etc. Na selecção de instrumentos são essencialmente valorizados os aspectos económicos dos mesmos. São igualmente tidas em conta as implicações da inclusão de cada instrumento adicional na carteira de derivados existente, nomeadamente os efeitos em termos de volatilidade nos resultados. As operações que qualifiquem como instrumentos de cobertura em relação de cobertura de fluxo de caixa, são registadas no balanço pelo seu justo valor e, na medida em que sejam consideradas coberturas eficazes, as variações no justo valor dos instrumentos são inicialmente registadas por contrapartida de capitais próprios e posteriormente reclassificadas para a rubrica de custos financeiros. 259 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Se as operações de cobertura apresentarem ineficácia, esta é registada directamente em resultados. Desta forma e em termos líquidos, os custos associados aos financiamentos cobertos são periodificados à taxa inerente à operação de cobertura contratada. Quando um instrumento de cobertura expira ou é vendido, ou quando a cobertura deixa de cumprir os critérios exigidos para a contabilidade de cobertura, as variações de justo valor do derivado acumuladas em reservas são reconhecidas em resultados quando a operação coberta também afectar resultados. 2.5 Activos fixos tangíveis Os activos fixos tangíveis estão relevados pelos valores que resultaram da sua aquisição acrescidos de todos os custos necessários para a sua utilização (colocação no local de uso) líquidos das respectivas amortizações acumuladas e perdas de imparidade. Os ganhos ou perdas na alienação são determinados pela comparação da receita obtida com o valor contabilístico e reconhecida a diferença nos resultados operacionais. Os custos com a manutenção e reparação que não aumentam a vida útil destes activos fixos são registados como custos do exercício em que ocorrem. Contratos de locação financeira Os bens cuja utilização decorre de contratos de locação financeira relativamente aos quais a JMH assume substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse do activo locado são classificados como activos fixos tangíveis. Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início como activo e passivo pelo menor do justo valor do bem locado ou do valor actual das rendas de locação vincendas. Os activos adquiridos em locação financeira são amortizados de acordo com a política estabelecida pela JMH para os activos fixos tangíveis. As rendas são constituídas pelo encargo financeiro e pela amortização financeira do capital. Os encargos são imputados aos respectivos períodos durante o prazo de locação a fim de produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o investimento líquido remanescente do locador. Amortizações As amortizações são calculadas, sobre os valores de aquisição, pelo método das quotas constantes, com imputação duodecimal, em função da vida útil estimada para cada tipo de bem. As taxas de amortização anual (em %) mais importantes são as seguintes: % Edifícios e outras construções Ferramentas e utensílios Equipamento de transporte Equipamento administrativo Outras imobilizações 10 25 25 10-25 10 2.6 Activos intangíveis Os activos intangíveis encontram-se registados pelo custo de aquisição deduzido das amortizações acumuladas e perdas de imparidade. Despesas de investigação e desenvolvimento As despesas de investigação, efectuadas na procura de novos conhecimentos técnicos ou científicos ou na busca de soluções alternativas, são reconhecidas em resultados quando incorridas. As despesas de desenvolvimento são capitalizadas quando é demonstrável a executabilidade técnica do produto ou processo em desenvolvimento e a JMH tem a intenção e a capacidade de completar o seu desenvolvimento e iniciar a sua comercialização ou o seu uso. 260 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Despesas com programas de computador (software) Os custos associados ao desenvolvimento ou manutenção de software são reconhecidos como despesas quando incorridos, excepto quando esses custos sejam directamente associados a projectos de desenvolvimento em que seja quantificável a geração de benefícios económicos futuros, sendo reconhecidos como activos intangíveis incluídos no montante capitalizado das despesas de desenvolvimento. Amortizações As amortizações são reconhecidas na demonstração dos resultados numa base linear durante o período estimado de vida útil dos activos intangíveis, excepto se a sua vida for considerada indefinida. As amortizações são calculadas, sobre os valores de aquisição, pelo método das quotas constantes, com imputação duodecimal. As taxas de amortização anual em % mais importantes são as seguintes: % Despesas de desenvolvimento 20-33,33 2.7 Partes de capital e empréstimos a empresas do Grupo As partes de capital e os empréstimos a empresas do grupo, associadas e joint-ventures são registadas pelo valor de aquisição. São constituídas provisões para redução de valor nos casos em que se justifique. 2.8 Activos financeiros Os activos financeiros são reconhecidos no balanço da JMH na data de negociação ou contratação, que é a data em que a JMH se compromete a adquirir ou alienar o activo. No momento inicial, os activos financeiros são reconhecidos pelo justo valor acrescido de custos de transacção directamente atribuíveis, excepto para os activos ao justo valor através de resultados em que os custos de transacção são imediatamente reconhecidos em resultados. Estes activos são desreconhecidos quando (i) expiram os direitos contratuais da JMH ao recebimento dos seus fluxos de caixa, (ii) a JMH tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, a JMH tenha transferido o controlo sobre os activos. Os activos e passivos financeiros são compensados e apresentados pelo valor líquido, quando e só quando, a JMH tem o direito a compensar os montantes reconhecidos e tem a intenção de liquidar pelo valor líquido. A JMH classifica os seus activos financeiros nas seguintes categorias: investimentos financeiros detidos para negociação, empréstimos e contas a receber e investimentos financeiros disponíveis para venda. A sua classificação depende do propósito que conduziu à sua aquisição. Investimentos financeiros detidos para negociação (instrumentos financeiros derivados) Um activo é classificado nesta categoria se foi adquirido com a principal intenção de ser vendido no curto prazo. Nesta categoria integram-se também os Derivados que não qualifiquem para efeitos de contabilidade de cobertura. Os ganhos e perdas resultantes da alteração de justo valor de activos mensurados ao justo valor através de resultados, são reconhecidos em resultados do período em que ocorrem na rubrica de custos financeiros líquidos, onde se incluem os montantes de rendimentos de juros e dividendos. Empréstimos e contas a receber Correspondem a activos financeiros não derivados, com pagamentos fixos ou determinados, para os quais não existe um mercado de cotações activo. São originados pelo decurso normal das actividades operacionais da JMH, no fornecimento de mercadorias ou serviços, e sobre os quais a JMH não tem intenção de negociar. Os empréstimos e contas a receber são subsequentemente mensurados ao custo amortizado de acordo com o método do juro efectivo. Investimentos financeiros disponíveis para venda Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que: (i) a JMH tem intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) não se enquadram nas categorias acima referidas. São reconhecidos como activos não correntes excepto se houver intenção de os alienar nos 12 meses seguintes à data de balanço. 261 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 As partes de capital detidas que não sejam participações em empresas do Grupo, empresas controladas conjuntamente ou associadas, são classificadas como investimentos financeiros disponíveis para venda e reconhecidas no balanço como activos não correntes. Estes investimentos financeiros são contabilizados ao valor de mercado, entendido como o respectivo valor de cotação à data de balanço. Sempre que as expectativas de médio prazo de mercado apontem para valorizações significativamente abaixo da cotação na data de balanço, são registadas provisões para perdas por imparidade reflectindo essas perdas permanentes. Caso não exista um mercado activo, a JMH utiliza, sempre que possível, técnicas de avaliação para apurar o justo valor das participações. Estas podem incluir transacções recentes entre entidades independentes, comparação com outros instrumentos com características similares ou estimativa do valor actual de recebimentos futuros. Não sendo possível a aplicação de qualquer uma destas técnicas de avaliação, as participações em causa são mantidas ao custo de aquisição, sendo constituídas provisões para imparidade nos casos que se justifiquem. As mais e menos valias potenciais resultantes são registadas directamente em reservas até que o investimento financeiro seja vendido, recebido ou de qualquer forma alienado, momento em que o ganho ou perda acumulado anteriormente reconhecido no capital próprio é incluído no resultado líquido do período. 2.9 Propriedades de investimento As propriedades de investimento são valorizadas ao justo valor determinado por entidades especializadas e independentes, com qualificação profissional reconhecida e com experiência na avaliação deste tipo de activos. O justo valor é baseado em valores de mercado, sendo este o montante pelo qual duas entidades independentes e interessadas, estariam dispostas a transaccionar o activo. A metodologia adoptada na avaliação e determinação dos justos valores consiste na aplicação do método comparativo de mercado, no qual o activo a avaliar é comparado com outros imóveis semelhantes e que exerçam a mesma função, transaccionados há pouco tempo no local ou zonas equiparáveis. Os valores de transacções conhecidas são ajustados para tornar pertinente a comparação sendo consideradas as variáveis de dimensão, localização, infra-estruturas existentes, estado de conservação e outras que possam ser, de alguma forma, relevantes. Complementarmente, e em particular em casos em que seja difícil a comparação com transacções ocorridas, é utilizado o método de rentabilidade, em que se assume que o valor do património imobiliário corresponde ao valor actual de todos os direitos e benefícios futuros decorrentes da sua posse. Para este efeito parte-se de uma estimativa de renda de mercado atendendo a todas as variáveis endógenas e exógenas do imóvel em avaliação, e considera-se uma yield que reflecte o risco de mercado em que o activo se insere, assim como as características do próprio activo objecto de avaliação. Alterações ao justo valor das propriedades de investimento são reconhecidas na demonstração dos resultados de acordo com o IAS 40 e incluídos em custos líquidos de financiamento, na medida em que se trata do retorno esperado de aplicações financeiras em activos detidos para valorização. Sempre que, por alteração do uso esperado dos activos fixos tangíveis, estes sejam transferidos para a rubrica propriedades de investimento, o valor de transferência corresponde ao que estiver registado, que deverá ser o valor de mercado a essa data. Se uma propriedade de investimento passar a ser utilizada nas actividades operacionais, a mesma é transferida para activos fixos tangíveis e o justo valor à data da transferência passa a ser o seu custo de aquisição para efeitos contabilísticos. 2.10 Clientes e devedores Os saldos de clientes e devedores são inicialmente registados ao justo valor e subsequentemente são mensurados ao custo amortizado de acordo com o método do juro efectivo, deduzidos de provisões para perdas de imparidade. 2.11 Caixa e equivalentes de caixa A rubrica caixa e equivalentes de caixa inclui caixa, depósitos à ordem e aplicações de tesouraria com grande liquidez. Os descobertos bancários são apresentados como empréstimos correntes no passivo. 262 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 2.12 Imparidade 2.12.1 Imparidade de activos não financeiros Exceptuando propriedades de investimento (nota 2.9) e impostos diferidos activos (nota 2.21), os activos da JMH são analisados à data de cada balanço por forma a detectar indicações de eventuais perdas por imparidade. Se essa indicação existir, o valor recuperável do activo é avaliado. É determinado o valor recuperável dos activos para os quais existem indicações de potenciais perdas por imparidade. Sempre que o valor contabilístico de um activo excede a sua quantia recuperável, é reduzido até ao montante recuperável sendo esta perda por imparidade reconhecida nos resultados do exercício. Determinação da quantia recuperável dos activos A quantia recuperável de contas a receber de médio e longo prazo corresponde ao valor actual dos futuros recebimentos esperados utilizando como factor de desconto a taxa de juro efectiva implícita na operação original. Para os restantes activos, a quantia recuperável é a mais alta do seu preço de venda líquido e do seu valor de uso. Na determinação do valor de uso de um activo, os fluxos de caixa futuros estimados são descontados utilizando uma taxa de desconto antes de impostos que reflecte as avaliações correntes de mercado do valor temporal do dinheiro e os riscos específicos do activo em questão. A quantia recuperável dos activos que por si só não geram fluxos de caixa independentes é determinada em conjunto com a unidade geradora de caixa onde os mesmos se encontram inseridos. Reversão de perdas por imparidade Uma perda por imparidade reconhecida num valor a receber de médio e longo prazo só é revertida caso a justificação para o aumento da respectiva quantia recuperável assente num acontecimento com ocorrência após a data do reconhecimento da perda por imparidade. As perdas por imparidade relativas a outros activos são revertidas sempre que existam alterações nas estimativas usadas para a determinação da respectiva quantia recuperável. As perdas por imparidade são revertidas até ao valor, líquido de amortizações, que o activo teria caso a perda por imparidade não tivesse sido reconhecida. 2.12.2 Imparidade de activos financeiros A JMH analisa a cada data de balanço se existe evidência objectiva que um activo financeiro ou um grupo de activos financeiros se encontra em imparidade. Activos financeiros disponíveis para venda No caso de activos financeiros classificados como disponíveis para venda, um declínio prolongado ou significativo no justo valor do instrumento abaixo do seu custo é considerado como um indicador que os instrumentos se encontram em imparidade. Se alguma evidência semelhante existir para activos financeiros classificados como disponíveis para venda, a perda acumulada – mensurada como a diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, menos qualquer perda de imparidade do activo financeiro que já tenha sido reconhecida em resultados – é removida de capitais próprios e reconhecida na demonstração de resultados. Clientes, devedores e outros activos financeiros São registadas provisões para perdas por imparidade quando existem indicadores objectivos que a JMH não irá receber todos os montantes a que tinha direito de acordo com os termos originais dos contractos estabelecidos. Na identificação de situações de imparidade são utilizados diversos indicadores, tais como: (i) (ii) (iii) (iv) análise de incumprimento; incumprimento há mais de 3 meses; dificuldades financeiras do devedor; probabilidade de falência do devedor. A provisão para perdas de imparidade é determinada pela diferença entre o valor recuperável e o valor de balanço do activo financeiro e é registada por contrapartida de resultados do exercício. O valor de balanço destes activos é reduzido para o valor recuperável através da utilização de uma conta de provisões. Quando um montante a receber de clientes e devedores é considerado irrecuperável é abatido por utilização da conta de provisões para perdas de imparidade. As recuperações subsequentes de montantes que tenham sido abatidos são registados em resultados. Quando valores a receber de clientes ou a outros devedores que se encontrem vencidos, são objecto de 263 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 renegociação dos seus termos, deixam de ser considerados como vencidos e passam a ser tratados como novos créditos. 2.13 Capital Os custos com emissão de novas acções são reconhecidos directamente em reservas, liquídos do respectivo imposto. As acções próprias adquiridas são valorizadas pelo seu preço de aquisição e registadas como uma redução ao capital próprio. Quando essas acções são alienadas, o montante recebido, deduzido de eventuais custos directos de transacção e respectivo imposto, é reconhecido directamente em capital próprio. 2.14 Dividendos Os dividendos são reconhecidos como passivo quando declarados. 2.15 Empréstimos Os empréstimos são reconhecidos inicialmente ao justo valor deduzidos de custos de transacção incorridos e subsequentemente são mensurados ao custo amortizado. Qualquer diferença entre o valor de emissão (líquido de custos de transacção incorridos) e o valor nominal é reconhecido em resultados durante o período de existência dos empréstimos de acordo com o método do juro efectivo. 2.16 Benefícios dos empregados 2.16.1 Benefícios pós emprego (reforma) Planos de contribuição definida Os planos de contribuição definida são planos de pensões para os quais a JMH efectua contribuições definidas a entidades independentes (fundos), e relativamente aos quais não tem obrigação legal ou construtiva de pagar qualquer contribuição adicional no momento em que os empregados usufruam dos referidos benefícios. As contribuições da JMH para planos de contribuição definida são contabilizadas como custo nos períodos a que respeitam. Planos de benefícios definidos Os planos de benefício definido são planos de pensões nos quais a JMH garante a atribuição de um determinado benefício aos empregados integrados no plano, no momento em que estes se reformarem. A responsabilidade da JMH com planos de benefícios definidos é estimada semestralmente, à data de fecho de contas, para cada plano separadamente, por uma entidade especializada e independente. O cálculo actuarial é efectuado utilizando o método de rendas imediatas, atendendo ao facto de se tratarem de planos apenas para ex-colaboradores já reformados. A taxa de desconto aplicada corresponde à taxa de juro das obrigações de médio e longo prazo sem risco, sendo a responsabilidade assim determinada apresentada no balanço deduzida do valor dos activos dos fundos constituídos. O custo normal do ano, o custo dos juros, o retorno dos activos do plano e os ganhos ou perdas actuariais são reconhecidos como custo ou proveito do exercício. 2.17 Provisões São constituídas provisões no balanço sempre que a JMH tem uma obrigação presente (legal ou implícita) resultante de um acontecimento passado e sempre que é provável que uma diminuição, passível de estimativa razoável, de recursos incorporando benefícios económicos será exigida para liquidar a obrigação. Provisão para custos de reestruturação São constituídas provisões para custos de reestruturação sempre que um plano formal (para reestruturação) tenha sido aprovado pela JMH e este tenha sido iniciado ou anunciado publicamente. 2.18 Fornecedores e outros credores Os saldos de fornecedores e outros credores são registados inicialmente ao justo valor subsequentemente ao custo amortizado de acordo com o método do juro efectivo. 264 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 2.19 Proveitos Prestações de serviços Os proveitos associados com as prestações de serviços são reconhecidos em resultados com referência à fase de acabamento da transacção à data de balanço. Dividendos Os dividendos são reconhecidos como proveitos quando declarados. 2.20 Custos Leasings operacionais Os pagamentos efectuados ao abrigo de contratos de leasing operacional são reconhecidos na demonstração dos resultados numa base linear ao longo do período de duração dos mesmos. Custos líquidos de financiamento Os custos financeiros líquidos representam juros de empréstimos obtidos, juros de investimentos efectuados, dividendos, ganhos e perdas cambiais, ganhos e perdas resultantes da alteração de valor de activos mensurados pelo seu justo valor através de resultados, ganhos e perdas na valorização de propriedades de investimento e custos e proveitos com operações de financiamento. Os custos financeiros líquidos são reconhecidos em resultados numa base de acréscimo durante o período a que dizem respeito. 2.21 Impostos sobre os lucros O imposto sobre o rendimento inclui imposto corrente e diferido. O imposto sobre o rendimento é reconhecido na demonstração dos resultados excepto quando se relaciona com ganhos ou perdas directamente relevados em reservas, caso em que é também reconhecido directamente em reservas. O imposto sobre o rendimento corrente é calculado de acordo com os critérios fiscais vigentes à data do balanço. O imposto diferido é calculado, com base no método da responsabilidade de balanço, sobre as diferenças temporárias entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e a respectiva base de tributação. A base tributável dos activos e passivos é determinada por forma a reflectir as consequências de tributação derivadas da forma pela qual a empresa espera, à data do balanço, recuperar ou liquidar a quantia escriturada dos seus activos e passivos. Para a determinação do imposto diferido é utilizada a taxa que deverá estar em vigor no exercício em que as diferenças temporárias serão revertidas. São reconhecidos impostos diferidos activos sempre que existe razoável segurança de que serão gerados lucros futuros contra os quais os activos poderão ser utilizados. Os impostos diferidos activos são revistos anualmente e reduzidos sempre que deixe de ser provável que possam ser utilizados. 2.22 Informação por segmentos Por não fazer sentido reportar a informação relativa a segmentos de negócio e segmentos geográficos nas contas individuais da JMH, esta informação encontra-se pormenorizada nas Demonstrações financeiras consolidadas do Grupo. 2.23 Principais estimativas e julgamentos utilizados na elaboração das demonstrações financeiras Activos tangíveis, intangíveis e propriedades de investimento A determinação do justo valor dos activos tangíveis e de propriedades de investimento, assim como as vidas úteis dos activos, é baseada em estimativas da gestão. A determinação da existência de perdas de imparidade destes activos envolve também a utilização de estimativas. O valor recuperável e o justo valor destes activos é normalmente determinado com recurso à utilização de modelos de fluxos de caixa descontados, que incorporam pressupostos de mercado. A identificação de indicadores de imparidade, bem como a estimativa de fluxos de caixa futuros e a determinação do justo valor de activos requerem julgamento significativo por parte da Gestão no que diz respeito à validação de indicadores de imparidade, fluxos de caixa esperados, taxas de desconto aplicáveis, vidas úteis estimadas e valores residuais. Se estes pressupostos não se materializarem como a gestão estima, a JMH poderá ter potenciais impactos ao nível dos resultados operacionais e no consequente registo de imparidades. 265 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Justo valor de instrumentos financeiros O justo valor de instrumentos financeiros não cotados num mercado activo, é determinado com base em métodos de avaliação e teorias financeiras. A utilização de metodologias de valorização requer a utilização de pressupostos, sendo que alguns deles requerem a utilização de estimativas por parte da gestão. Desta forma, alterações nos referidos pressupostos poderiam resultar numa alteração do justo valor reportado. Imparidade de investimentos em associadas Em regra, o registo de imparidade num investimento de acordo com as IFRS é efectuado quando o valor de balanço do investimento excede o valor actual dos fluxos de caixa futuros. O cálculo do valor actual dos fluxos de caixa estimados e a decisão de considerar a imparidade permanente envolve julgamento e reside substancialmente na análise da gestão em relação ao desenvolvimento futuro das suas associadas. Na mensuração da imparidade, são utilizados preços de mercado, se disponíveis, ou outros parâmetros de avaliação, baseados na informação disponível das associadas. No sentido de determinar se a imparidade é permanente, a JMH considera a capacidade e a intenção de deter o investimento por um período razoável de tempo que seja suficiente para uma previsão da recuperação do justo valor até (ou acima) do valor de balanço, incluindo uma análise de factores como os resultados esperados da associada, o enquadramento económico regional e o estado do sector. Impostos diferidos O reconhecimento de impostos diferidos pressupõe a existência de resultados e matéria colectável futura. Os impostos diferidos activos e passivos foram determinados com base na legislação fiscal actualmente em vigor, ou em legislação já publicada para aplicação futura. Alterações na legislação fiscal podem influenciar o valor dos impostos diferidos. Provisões para perdas por imparidade de clientes e devedores A gestão mantém uma provisão para perdas de imparidade de clientes e devedores, de forma a reflectir as perdas estimadas resultantes da incapacidade dos clientes de efectuarem os pagamentos requeridos. Ao avaliar a razoabilidade da provisões para as referidas perdas por imparidade, a gestão baseia as suas estimativas numa análise do tempo de incumprimento decorrido dos seus saldos de recebimentos de clientes, a sua experiência histórica de abates, o histórico de crédito do cliente e mudanças nos termos de pagamento do cliente. Se as condições financeiras do cliente se deteriorarem, as provisões para perdas de imparidade e os abates reais poderão ser superiores aos esperados. Pensões e outros benefícios a empregados A determinação das responsabilidades por pagamento de pensões requer a utilização de pressupostos e estimativas, incluindo a utilização de projecções actuariais, rentabilidade estimada dos investimentos e outros factores que podem ter impacto nos custos e nas responsabilidades do plano de pensões. Alterações a estes pressupostos poderiam ter um impacto significativo nos valores determinados. Provisões A JMH exerce julgamento considerável na mensuração e reconhecimento de provisões e a sua exposição a passivos contingentes relacionados com processos em contencioso. O julgamento é necessário de forma a aferir a probabilidade que um contencioso tem de ser bem sucedido, ou suscitar o registo de um passivo. As provisões são reconhecidas quando a JMH espera que processos em curso irão originar a saída de fluxos, a perda seja considerada provável e possa ser razoavelmente estimada. Devido às incertezas inerentes ao processo de avaliação, as perdas reais poderão ser diferentes das originalmente estimadas na provisão. Estas estimativas estão sujeitas a alterações à medida que nova informação fica disponível, principalmente com o apoio de especialistas internos, se disponíveis, ou através do apoio de consultores externos, como actuários ou consultores legais. Revisões às estimativas destas perdas de processos em curso podem afectar significativamente os resultados futuros. 2.24 Justo valor de instrumentos financeiros Na determinação do justo valor de um activo ou passivo financeiro, se existir um mercado activo, o preço de mercado é aplicado. No caso de não existir um mercado activo, o que é o caso para alguns dos activos e passivos financeiros, são utilizadas técnicas de valorização geralmente aceites no mercado, baseadas em pressupostos de mercado. A JMH aplica técnicas de valorização para instrumentos financeiros não cotados, tais como, derivados, instrumentos financeiros ao justo valor através de resultados e para activos disponíveis para venda. Os modelos de valorização que são utilizados mais frequentemente são modelos de fluxos de caixa descontados e modelos de opções, que incorporam por exemplo curvas de taxa de juro e volatilidades de mercado. 266 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Caixa e equivalentes de caixa e devedores e acréscimos e diferimentos Estes instrumentos financeiros são compostos maioritariamente por activos financeiros de curto prazo e por essa razão o seu valor de balanço à data de reporte é considerado ser aproximado ao justo valor. Investimentos financeiros disponíveis para venda Os instrumentos financeiros cotados encontram-se reflectidos no balanço ao seu justo valor. Empréstimos obtidos O justo valor dos empréstimos é obtido através do valor descontado de todos os fluxos de caixa esperados a serem pagos. Os fluxos de caixa esperados são descontados a taxas de juro actuais de mercado. À data de reporte, o seu valor de balanço é aproximadamente o seu justo valor. Credores e acréscimos e diferimentos Estes instrumentos financeiros são compostos maioritariamente por passivos financeiros de curto prazo e por essa razão o seu valor de balanço à data de reporte é considerado ser aproximado ao justo valor. 2.25 Instrumentos financeiros por categoria Derivados de Negociação Derivados designados como instrumentos de cobertura Empréstimos e contas a receber Activos fin. disponíveis p/venda Outros passivos financeiros Total activos e passivos financeiros 2007 ACTIVOS Caixa e equivalentes de caixa - - 4.156 - - Investimentos financeiros disponíveis para venda - - - 4.380 - 4.156 4.380 Empréstimos a participadas - - 881.864 - - 881.864 Devedores e acréscimos e diferimentos - - 7.026 - - 7.026 Instrumentos financeiros derivados 805 127 - - - 932 TOTAL ACTIVOS FINANCEIROS 805 127 893.046 4.380 - 898.358 - - - - 137.872 137.872 3.561 - - - - 3.561 - - - - 2.428 2.428 3.561 - - - 140.300 143.861 Caixa e equivalentes de caixa - - 905 - - 905 Investimentos financeiros disponíveis para venda - - - 29.557 - 29.557 Empréstimos a participadas - - 966.235 - - 966.235 Devedores e acréscimos e diferimentos - - 14.883 - - 14.883 PASSIVOS Empréstimos Obtidos Instrumentos financeiros derivados Credores e acréscimos e diferimentos TOTAL PASSIVOS FINANCEIROS 2006 ACTIVOS Instrumentos financeiros derivados 144 187 - - - 331 TOTAL ACTIVOS FINANCEIROS 144 187 982.023 29.557 - 1.011.911 - - - - 252.233 252.233 1.343 - - - - 1.343 - - - - 1.968 1.968 1.343 - - - 254.201 255.544 PASSIVOS Empréstimos Obtidos Instrumentos financeiros derivados Credores e acréscimos e diferimentos TOTAL PASSIVOS FINANCEIROS 267 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 3. Custos com o pessoal Ordenados e salários 2007 4.439 2006 4.594 Segurança social 419 422 Benefícios dos empregados (nota 28) 539 917 Outros custos com pessoal 434 469 5.831 6.402 Os outros custos com pessoal englobam seguros de acidentes de trabalho, acção social, formação e indemnizações, entre outros. No final do exercício de 2007, o número de empregados ao serviço ascendia a 56 (em 2006 eram 56). O número médio de empregados ao longo do ano foi de 56 (em 2006 eram 59). 4. Custos líquidos de financiamento 2007 Juros suportados 2006 (10.806) (9.860) Justo valor de instrumentos financeiros não qualificados como cobertura (1.344) 117 Diferenças de câmbio (2.984) (1.845) Outros custos e proveitos financeiros (331) (499) Custos líquidos de financiamento (15.465) (12.087) Na rubrica de juros suportados estão incluídos os juros relativos aos empréstimos mensurados ao custo amortizado, bem como os juros de derivados de cobertura de justo valor e de cobertura de fluxos de caixa (nota 27). Os outros custos financeiros incluem, entre outros, imposto de selo por abertura de crédito e encargos de emissão de dívida de médio e longo prazo diferidos pelo prazo do empréstimo. A valorização ao justo valor de instrumentos financeiros não qualificados como cobertura encontra-se explicitada na nota 27. 4.1 Justo valor de instrumentos financeiros derivados não qualificados como cobertura 2007 2006 Derivados de negociação Swap taxa de juro (1.886) 117 542 - (1.344) 117 Credit default swap 5. Locações operacionais Os custos registados no exercício relativos a locações operacionais são como se apresentam: 2007 2006 Imóveis – Terceiros Imóveis - Grupo Equipamento Básico – Terceiros Equipamento Transporte – Terceiros Equipamento Informático – Terceiros Outros – Terceiros 209 297 265 24 - 202 368 1 242 17 1 Total de custos no exercício 795 831 Para além dos custos apresentados, existiram alugueres ocasionais ao longo do ano que ascenderam a M EUR 9 (2006: M EUR 3). Os contratos de aluguer de viaturas e equipamento informático ao serviço da JMH revestem a natureza de locações operacionais. Estes não prevêem renovação, nem opção de compra no final do mesmo, nem qualquer valor 268 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 referente a rendas contingentes. Todos os contratos são canceláveis mediante um pré-aviso e não impõem restrições de qualquer natureza ao nível de dividendos ou dívida. Os pagamentos mínimos associados aos alugueres de viaturas e equipamento informático ascendem a: 2007 2006 Pagamentos até 1 ano 325 205 Pagamentos entre 1 e 5 anos 330 237 - - 655 442 Pagamentos a mais de 5 anos Total pagamentos futuros Conforme referido, todos estes contratos são canceláveis, mediante o pagamento de uma penalização. As responsabilidades inerentes a estas penalizações ascendiam no final de 2007 a M EUR 232 (2006: M EUR 209). 6. Imposto reconhecido na demonstração dos resultados 6.1 Imposto corrente 2007 2006 Imposto corrente Imposto corrente do exercício Excesso/(insuficiência) de exercícios anteriores Imposto diferido Diferenças temporárias originadas ou revertidas no periodo Redução da taxa de imposto (derrama) Alteração da base recuperável de prejuízos e diferenças temporárias de exercícios anteriores Total de imposto sobre o rendimento do exercício 6.2 Reconciliação da taxa efectiva de imposto Resultado antes de imposto (RAI) Imposto à taxa de 26,5% (27,5% em 2006) Resultado não sujeito a imposto e não recuperáveis Custos não dedutíveis (51) (1) (29) (1) (52) (30) 258 - (284) (386) 1.644 295 1.902 (375) 1.850 (405) 2007 2006 79.764 36.705 (21.137) (10.094) 21.620 10.714 (225) (904) - (386) 1.644 295 Redução da taxa de imposto (derrama) Alteração da base recuperável de prejuízos e diferenças temporárias de exercícios anteriores Excesso / (Insuficiência) estimativa do ano anterior Tributações autónomas Imposto do ano Taxa média efectiva de imposto (1) (1) (51) (29) 1.850 (405) (2,32%) 1,10% 7. Ganhos (perdas) em filiais e associadas 2007 2006 Dividendos recebidos 39.854 25.859 Juros de empréstimos concedidos 18.288 10.124 Perdas na liquidação e alienação de sociedades Ajustamentos para correcção do valor de aquisição Aumento/redução de provisões (68) - 19.099 6.379 - (1) 77.173 42.361 269 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Durante o exercício de 2007, procedeu-se ao write-off das participações nas sociedades Empal - Emp. Ind. de Produtos Alimentares, Lda. e Soc. Com. de Representações Socorel Lda, ambas com sede em Angola, por não ter sido possível identificar qualquer registo oficial da sua existência. Também durante o exercício de 2007, a JMH procedeu à liquidação da sociedade Jerónimo Martins Holdings(UK) Ltd, com sede no Reino Unido, bem como alienou a sua participação na sociedade Jerónimo Martins Finance Company (1) Ltd, com sede na Irlanda. O impacto destas operações nos resultados do exercicio traduziu-se num custo de M EUR 68. 8. Ganhos (perdas) em outros investimentos 2007 Alienação acções BCP 2006 17.543 3.347 514 1.114 18.057 4.461 Dividendos BCP 9. Resultados operacionais não usuais 2007 Reembolso de emolumentos pagos em aumentos de capital 2006 623 - 623 - Este reembolso ocorreu como conclusão de um processo judicial ganho pela JMH. Neste momento ainda se encontram a decorrer outros processos de reclamação judicial que poderão resultar num eventual recebimento futuro por JMH de aproximadamente M EUR 1.815. 10. Activos fixos tangíveis 10.1 Movimentos ocorridos no exercício corrente Activo Bruto 01/01/2007 Saldo inicial Edifícios e outras construções Transferências 31/12/2007 e abates Saldo final - - - 130 91 - (30) - 61 2 - - - 2 1.675 3 - (31) 1.647 389 - - - 389 2.287 3 (30) (31) 2.229 Ferramentas e utensílios Outros activos fixos tangíveis Alienações 130 Equipamento de transporte Equipamento administrativo Aumentos Amortizações e perdas por imparidade acumuladas 01/01/2007 Saldo inicial Aumentos Alienações Transferências 31/12/2007 e abates Saldo final Edifícios e outras construções 59 13 - - 72 Equipamento de transporte 62 4 (5) - 61 Ferramentas e utensílios Equipamento administrativo Outros activos fixos tangíveis Valor líquido 2 - - - 2 1.589 40 - (31) 1.598 326 - - - 326 2.038 57 (5) (31) 2.059 249 170 270 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 10.2 Movimentos ocorridos no exercício anterior Activo Bruto 01/01/2006 Saldo inicial Edifícios e outras construções Saldo final - - - 130 61 30 - - 91 2 - - - 2 1.655 20 - - 1.675 Ferramentas e utensílios Outros activos fixos tangíveis 31/12/2006 e abates Alienações 130 Equipamento de transporte Equipamento administrativo Aumentos Transferências 389 - - - 389 2.237 50 - - 2.287 Amortizações e perdas por imparidade acumuladas 01/01/2006 Saldo inicial Aumentos Transferências 31/12/2006 e abates Saldo final Alienações Edifícios e outras construções 46 13 - - 59 Equipamento de transporte 61 1 - - 62 2 - - - 2 1.516 73 - - 1.589 Ferramentas e utensílios Equipamento administrativo Outros activos fixos tangíveis Valor líquido 10.3 293 33 - - 326 1.918 120 - - 2.038 319 249 Equipamento em regime de locação financeira Alguns dos alugueres de equipamento informático ao serviço da JMH revestem a natureza de locação financeira. Estes contratos prevêem opção de compra no final do mesmo e não prevêem qualquer valor referente a rendas contingentes, nem existem restrições de qualquer natureza ao nível de dividendos ou dívida. As responsabilidades ainda não liquidadas relativas a contratos de locação financeira são referidas na nota 22.5. O valor dos bens em locação financeira é o seguinte: 2007 2006 Equipamento de informática e administrativo Activos fixos tangíveis Amortização acumulada Valor líquido 10.4 125 161 (114) (128) 11 33 Garantias Não foram dados quaisquer activos em garantia de cumprimento de obrigações bancárias ou outras. 11. Activos intangíveis Os activos intangíveis são constituídos por despesas de investigação e de desenvolvimento e contém despesas suportadas com a implementação do sistema informático SAP, no valor líquido de M EUR 18 (2006: M EUR 11). 271 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 12. Propriedades de Investimento A JMH detém um imóvel em Vila Franca de Xira (terreno e edifício), o qual não se encontra afecto à sua actividade e cujo destino não foi ainda definido. Este imóvel foi reavaliado para o seu valor de mercado em 2003, a partir de avaliações realizadas por entidade independente, não se tendo verificado no exercício de 2007 alguma alteração no seu estado ou nas circunstâncias actuais de mercado. 2007 Saldo inicial 2006 2.470 2.470 Reavaliação do imóvel - - Amortizações - - 2.470 2.470 Saldo final 13. Partes de capital 13.1 Em empresas do grupo 2007 Valor líquido em 1 de Janeiro 240.529 234.074 - - Aumentos Diminuições (Aumento) / Redução das provisões para perdas por imparidade Valor líquido em 31 de Dezembro 2006 - - 19.099 6.455 259.628 240.529 13.2 Em joint-ventures As partes de capital em joint-ventures ascendiam a M EUR 6.349 (2006: M EUR 6.349). Ver nota 35. 14. Empréstimos concedidos 14.1 Empréstimos a empresas do grupo Empréstimos não correntes Valor líquido em 1 de Janeiro Aumentos Diminuições 2007 719.375 690.601 150.080 29.366 (273.685) (517) (75) (75) 595.695 719.375 (Aumento) / Redução das provisões para perdas por imparidade Valor líquido em 31 de Dezembro Empréstimos correntes Valor líquido em 1 de Janeiro 2006 2007 82.661 2006 100.000 Aumentos 26.460 3.661 Diminuições (9.000) (21.000) 100.121 82.661 Valor líquido em 31 de Dezembro Os empréstimos correntes vencem juros a taxas normais de mercado. Os empréstimos não correntes revestem a natureza de prestações suplementares de capital (como tal, não vencem juros) e suprimentos de médio/longo prazo (remunerados a taxas normais de mercado). 272 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 14.2 Empréstimos a joint-ventures Empréstimos não correntes 2007 Valor líquido em 1 de Janeiro Aumentos 2006 164.199 164.199 21.849 - - - 186.048 164.199 Diminuições Valor líquido em 31 de Dezembro Os empréstimos não correntes revestem a natureza de suprimentos de médio/longo prazo, sendo remunerados a taxas normais de mercado. 15. Investimentos financeiros disponíveis para venda 2007 Acções BCP 2006 4.380 29.557 4.380 29.557 Durante o exercício, foram alienadas 9,1 milhões de acções do BCP, tendo esta operação gerado um proveito de M EUR 17.543. Em 31 de Dezembro de 2007, os títulos do BCP em carteira (1,5 milhões de acções) foram valorizados ao valor de mercado – cotação a 31 de Dezembro de 2007 de 2,92 euros – Euronext Lisboa. As variações ao justo valor destes activos são relevadas directamente no capital próprio, tendo sido reciclado para a demonstração de resultados (nota 8), em resultado da venda, o montante de M EUR 7.113. O justo valor das acções actualmente em carteira foi ajustado no capital próprio pelo montante de M EUR 122. Estas variações deram origem ao longo do ano a uma variação patrimonial negativa acumulada de M EUR 6.991. 16. Impostos 16.1 Impostos diferidos activos e passivos Os impostos diferidos são apresentados no balanço da seguinte forma: 2007 Impostos diferidos activos 2006 6.658 8.570 Impostos diferidos passivos (299) (305) 8.271 6.353 Movimentos nos impostos diferidos ocorridos no exercício: 01/01/2007 Efeito em resultados Efeito no capital próprio 31/12/2007 Impostos diferidos passivos Reavaliações de activos Valorização de instrumentos financeiros derivados ao JV (271) (34) 11 (5) - (260) (39) (305) 6 - (299) 3.881 2.379 314 84 (80) 1.644 416 (84) 16 - 3.801 4.023 746 - 6.658 1.896 16 8.570 6.353 1.902 16 8.271 Impostos diferidos activos Custos com pensões Prejuízos a recuperar Valorização de instrumentos financeiros derivados ao JV Amortizações contabilisticas diferentes das fiscais Variação líquida de imposto diferido 273 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 16.2 Impostos diferidos não reconhecidos sobre prejuízos fiscais A companhia não reconheceu impostos diferidos activos sobre o montante de prejuízos fiscais para os quais não se estima, com razoável segurança, a ocorrência de lucros fiscais futuros suficientes que assegurem a sua recuperabilidade. Os montantes de impostos diferidos não reconhecidos são como se apresenta: 2007 Prejuízos fiscais Taxa de imposto Impostos diferidos activos (não reconhecidos) 2006 61.933 25% 15.483 28.147 25% 7.037 16.3 Impostos a recuperar e a pagar Impostos a recuperar 2007 IRC a recuperar 2006 215 IVA a recuperar – Estrangeiro 117 2 3 217 120 1 9 Impostos a pagar IVA a pagar IRC a pagar - 27 IRS/IRC retido 88 83 Segurança social 44 43 Imp. Municipal sobre Imóveis 38 38 171 200 17. Devedores e acréscimos e diferimentos 2007 Empresas do grupo e associadas Saldos devedores de fornecedores Pessoal Outros devedores Acréscimos de proveitos Custos diferidos 2006 2.864 1.052 3 11 24 15 14 8.280 3.703 4.758 506 896 7.114 15.012 Os valores registados na rubrica de empresas do grupo e associadas respeitam essencialmente a facturas emitidas a empresas subsidiárias, relativas a prestações de serviços de diversas naturezas. Na rubrica de Acréscimos de proveitos destacam-se M EUR 2.887 relativos a prestação de serviços técnicos e administrativos a participadas e M EUR 815 de juros a receber. A rubrica de Custos diferidos é composta por M EUR 418 de custos com emissão de obrigações e papel comercial, e M EUR 88 de outros custos imputáveis a exercícios futuros cujo pagamento foi efectuado ainda no exercício de 2007, ou que, não tendo sido pagos, já foram debitados pelas entidades competentes. 274 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 18. Caixa e equivalentes de caixa 2007 Depósitos à ordem Aplicações de tesouraria Caixa e equivalentes de caixa 2006 49 26 4.100 870 7 9 4.156 905 19. Fluxo gerado pelas operações 2007 Resultado líquido Ajustamentos para: Impostos Amortizações Resultados financeiros Ganhos / perdas em empresas do grupo Ganhos / perdas em invest. finan. disponíveis para venda Ganhos/perdas na alienação e abate de activos fixos tangíveis Variações de working capital: Devedores e acréscimos e diferimentos Credores e acréscimos e diferimentos Provisões e benefícios concedidos a empregados 2006 81.614 36.300 (1.850) 60 (43.179) (19.024) (17.543) - 402 121 (25.013) (6.379) (3.347) - 78 2.084 (567) 603 (318) 2.352 (514) 121 (204) 4.043 20. Capital e reservas 20.1 Capital social e prémio de emissão Em 31 de Maio de 2007 realizou-se um stock-split sobre as acções da Jerónimo Martins SGPS SA: cada acção detida com um valor nominal de cinco euros foi convertida em cinco novas acções, com valor nominal de um euro. Desta forma, o capital social autorizado é composto por 629.293.220 acções ordinárias (2006: 125.858.644), todas com um valor nominal de um euro. Os detentores de acções ordinárias têm direito a receber dividendos conforme deliberação da Assembleia Geral e têm direito a um voto por cada acção detida. Não existem acções preferenciais. Os direitos relativos às acções detidas em carteira pela companhia encontram-se suspensos até essas acções serem de novo colocadas no mercado. No exercício de 2007, não se verificaram movimentos em Prémios de emissão de acções, mantendo-se o valor do exercício de 2006, no montante de M EUR 22.452. 20.2 Acções próprias A reserva para acções próprias reflecte o custo das acções detidas em carteira pela companhia. À data de 31 de Dezembro de 2007 a companhia detinha 859.000 acções próprias (em 2006 eram 171.800, convertidas no stocksplit para 859.000). 275 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 20.3 Reservas Reserva de Intrumentos cobertura de financeiros fluxos de detidos para caixa venda Balanço em 1 de Janeiro de 2006 Justo valor de inst. de cobertura de fluxos de caixa: - Valor bruto - Imposto diferido 17 Balanço em 1 de Janeiro de 2007 137 Justo valor de inst. de cobertura de fluxos de caixa: - Valor bruto - Imposto diferido (59) 16 Justo valor dos instrumentos financeiros disponíveis para venda 94 4.646 163 (43) 163 (43) Justo valor dos instrumentos financeiros disponíveis para venda Balanço em 31 de Dezembro de 2007 4.629 Total 3.578 3.578 8.207 8.344 (59) 16 (6.991) (6.991) 1.216 1.310 Estas reservas não são passíveis de ser distribuidas aos accionistas. 20.4 Resultados retidos Em 31 de Dezembro de 2007, o montante total de Resultados retidos ascende a M EUR 368.870, provenientes de resultados gerados no exercício e em exercícios anteriores. Deste montante não poderão ser distribuídos: M EUR 35.042 correspondentes à reserva legal (arts. 218, 295 e 296 do Código das Sociedades Comerciais) e M EUR 6.060 correspondentes à reserva para acções próprias (art. 324 do Código das Sociedades Comerciais). 20.5 Dividendos De acordo com a política de distribuição de dividendos há vários anos anunciada, descrita no capítulo 2.5 do Governo da Sociedade, que constitui parte integrante do relatório e contas consolidado, o Conselho de Administração propõe aos Senhores Accionistas a distribuição de um montante de 60.329.685,12 euros – correspondendo a um dividendo por acção de EUR 0,096. 21. Resultado por acção 21.1 Resultado básico e diluído por acção Em 31 de Maio de 2007 realizou-se um “stock-split” sobre as acções da Jerónimo Martins, SGPS, SA: cada acção detida com um valor nominal de 5 euros foi convertida em 5 novas acções, com valor nominal de um euro. Desta forma, foi ajustado o cálculo do resultado por acção de 2006. O cálculo do resultado básico por acção baseia-se no lucro líquido atribuível aos accionistas ordinários de M EUR 81.614 (2006: lucro de M EUR 36.300) e no número médio ponderado de acções ordinárias pendentes no período que ascendem a 628.434.220 (2006 ajustado: 628.434.220). Na medida em que não existem títulos diluídores das acções da JMH, o resultado diluido por acção é igual ao resultado básico por acção. 276 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 2007 Acções ordinárias emitidas no início do ano * 2006* 629.293.220 629.293.220 859.000 859.000 Acções próprias no início do ano * Acções próprias adquiridas durante o ano - Acções emitidas durante o ano Número médio ponderado de acções ordinárias (igual ao diluido) 628.434.220 628.434.220 81.614 36.300 81.614 36.300 Resultado por acção – euros 0,130 0,058 Resultado por acção (diluído) - euros 0,130 0,058 Resultado líquido do exercício atribuível a accionistas ordinários Resultado líquido do exercício atribuível aos accionistas ordinários (diluido) * número de acções ajustado conforme “stock split” de 31 de Maio de 2007 22. Empréstimos obtidos Esta nota fornece informação sobre os termos dos contratos de empréstimo e outro tipo de formas de financiamento. A nota 27 proporciona informação adicional sobre a exposição da companhia aos riscos de taxa de juro. 22.1 Empréstimos correntes e não correntes 2007 2006 Empréstimos não correntes Empréstimos bancários – Programas de Papel Comercial Empréstimos bancários – Programas de Papel Comercial (em Zloty - PLN) - 85.000 27.828 52.206 110.000 90.000 7 10 137.835 227.216 - 25.000 Empréstimos por obrigações Responsabilidades com locação financeira Empréstimos correntes Empréstimos bancários – Programas de Papel Comercial Descobertos bancários 27 - Responsabilidades com locação financeira 10 17 37 25.017 22.2 Termos e prazos de reembolso dos empréstimos Taxa média Total Menos de 1 1 a 5 anos ano Empréstimos bancários - Prog. de Papel Comercial (PLN) 4,67% 27.828 - 27.828 Empréstimos por obrigações JMH/03 4,52% 40.000 - 40.000 Empréstimos por obrigações JM2011 e JM2012 5,02% 70.000 - 70.000 Descobertos bancários 4,91% 27 27 - Responsabilidades com locações financeiras 6,10% 17 10 7 137.872 37 137.835 277 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 22.3 Empréstimos obrigacionistas 2007 Obrigações não convertíveis JMH/2003 2006 40.000 40.000 Obrigações não convertíveis JM2009 e JM2010 - 50.000 Obrigações não convertíveis JM2011 e JM2012 70.000 - 110.000 90.000 Obrigações não convertíveis Em Outubro de 2003, foi emitido um empréstimo obrigacionista, no montante de M EUR 40.000, com pagamento de juros a taxa variável, com vencimento em 2010. Em Agosto de 2005, foi emitido um empréstimo obrigacionista, no montante de M EUR 50.000, com pagamento de juros a taxa variável, com vencimento de M EUR 25.000 em 2009 e M EUR 25.000 em 2010. Este empréstimo foi reembolsado na sua totalidade em Setembro de 2007. Também em Setembro de 2007, foi emitido um novo empréstimo obrigacionista, no montante de M EUR 70.000, com pagamento de juros a taxa variável, com vencimento de M EUR 35.000 em 2011 e M EUR 35.000 em 2012. A data de reembolso dos empréstimos obrigacionistas é a seguinte: Maturidade Montante 2010 40.000 2011 35.000 2012 35.000 22.4 Empréstimos bancários: papel comercial Existem vários empréstimos bancários, sob a forma de Programa de Papel Comercial, no montante global de M EUR 220.000, sendo a taxa de juro variável. No final de 2007, nenhum dos programas estava a ser utilizado. Adicionalmente, a sociedade subscreveu um programa de papel comercial no montante de 100 milhões de PLN (moeda polaca) com maturidade em Março de 2010 e taxa de juro variável indexada à WIBOR (taxa de juro polaca). 22.5 Responsabilidades com locações financeiras Em 31 de Dezembro de 2007, as responsabilidades com locações financeiras são como se apresenta: 2007 Pagamentos até 1 ano 2006 10 17 Pagamentos entre 1 e 5 anos 8 11 Total pagamentos futuros 18 28 Pagamento de juros futuros (1) (1) Valor presente das responsabilidades 17 27 23. Dívida financeira 2007 Empréstimos não correntes Empréstimos correntes 2006 137.835 227.216 37 25.017 Instrumentos financeiros derivados 2.629 1.012 Acréscimos e diferimentos (apenas rúbricas financeiras) 1.198 675 Depósitos à ordem Aplicações de tesouraria (49) (26) (4.100) (870) 137.550 253.024 278 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 24. Riscos financeiros A JMH encontra-se exposta a diversos riscos financeiros, nomeadamente: risco de mercado (que inclui os riscos de taxa de juro e risco de preço) risco de liquidez e risco de crédito. A gestão de risco concentra-se na imprevisibilidade dos mercados financeiros e procura minimizar os efeitos adversos dessa imprevisibilidade no desempenho financeiro da Sociedade. A informação relativa à gestão dos riscos financeiros encontra-se detalhada no relatório de gestão. 25. Provisões e ajustamentos ao valor de realização 2007 Partes de capital em empresas do grupo Empréstimos a empresas do grupo Total de ajustamentos para o valor de realização Benefícios a empregados Outras provisões Total de Provisões Saldo inicial Utilização/ Redução Constituição 259.370 - Saldo final (42.261) 217.109 26.267 75 (26.342) - 285.637 75 (68.603) 217.109 14.647 337 (642) 14.342 14 - (14) - 14.661 337 (656) 14.342 Durante o exercício de 2007, procedeu-se ao write-off das participações nas sociedades Empal - Emp. Ind. de Produtos Alimentares, Lda. e Soc. Com. de Representações Socorel Lda, ambas com sede em Angola, por não ter sido possível identificar qualquer registo oficial da sua existência. Também durante o exercício de 2007, a JMH procedeu à liquidação da sociedade Jerónimo Martins Holdings (UK) Ltd, com sede no Reino Unido, bem como alienou a sua participação na sociedade Jerónimo Martins Finance Company (1) Ltd, com sede na Irlanda. Todas estas participações encontravam-se totalmente provisionadas (M EUR 23.162). Em 2007, procedeu-se também ao ajustamento para o valor de realização de uma participada o que conduziu a uma redução da provisão de M EUR 19.099. Em termos agregados, foram reduzidos neste exercicio os ajustamentos para o valor de realização de investimentos financeiros em M EUR 42.261. Adicionalmente, como resultado da alienação da participação na sociedade Jerónimo Martins Finance Company (1) Ltd, com sede na Irlanda, reduziram-se também os empréstimos em M EUR 26.342, totalmente provisionados. 2006 Partes de capital em empresas do grupo Empréstimos a empresas do grupo Total de ajustamentos para o valor de realização Benefícios a empregados Outras provisões Total de Provisões Saldo inicial Constituição Utilização/ Redução Saldo final 265.825 36 (6.491) 26.192 75 - 259.370 26.267 292.017 111 (6.491) 285.637 14.527 758 (638) 14.647 12 2 - 14 14.539 760 (638) 14.661 26. Credores e acréscimos e diferimentos 2007 2006 Montantes a liquidar a empresas do grupo 174 157 Credores comerciais 274 248 8 10 3.302 2.682 3.758 3.097 Credores não comerciais Acréscimos de custos 279 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 A rubrica de Acréscimos de custos é composta pelo montante de M. EUR 1.330 relativo a remunerações a liquidar ao pessoal e juros a pagar no valor de M EUR 1.627. Os restantes M EUR 345 correspondem a diversos custos (utilities, seguros, consultores, rendas, etc.), relativos ao exercício de 2007, e que não foram facturados pelas entidades competentes até ao final do exercício. 27. Instrumentos financeiros derivados 2007 Notional Activo 2006 Passivo Notional Corrente Não Corrente Corrente Não Corrente 220 43 - 3.561 - 542 - - 127 - - - 220 585 - 127 - 347 585 Activo Corrente Passivo Não Corrente Corrente Não Corrente Derivados de Negociação Swap taxa de juro Credit default swap 80 milhões EUR 100 milhões EUR 40 milhões EUR - 144 - 1.343 - - - - - 187 - - 3.561 - 144 - 1.343 - - - 187 - - - 3.561 - 331 - 1.343 Derivados designados como cobertura de fluxos de caixa Swap taxa de juro 10 milhões EUR Total de derivados activos/passivos de negociação Total de derivados activos/passivos designados como cobertura Total de derivados activos/passivos 10 milhões EUR Em 2007 estão incluídos nos valores apresentados os juros a receber ou a pagar vencidos até à data relativos a estes instrumentos financeiros no montante líquido a pagar de M EUR 186 (2006: M EUR 174). Instrumentos financeiros derivados de negociação Swaps de taxa de Juro A JMH procede à contratação de swaps de taxa de juro para cobrir economicamente o risco de taxa de juro inerente aos pagamentos futuros dos empréstimos, cujo montante em 31 de Dezembro de 2007 era de M EUR 110.000 (2006: M EUR 90.000). O notional dos instrumentos financeiros derivados contratados por JMH é de M EUR 80.000 (2006: M EUR 40.000). As variações do Justo Valor destes instrumentos foram reconhecidas na demonstração de resultados, no montante de M EUR -1.344 (2006: M EUR 117). Credit default swap A JMH contratou este derivado de crédito com o intuito de minimizar o impacto do alargamento de spreads de crédito resultantes de efeitos exógenos à Jerónimo Martins. Cobertura de fluxos de caixa A JMH procede à cobertura parcial dos pagamentos futuros de juros de empréstimos, através da designação de swaps de taxa de juro em que paga uma taxa fixa e recebe uma taxa variável, com um notional de M EUR 10.000 (2006: M EUR 10.000). Esta é uma cobertura do risco de taxa de juro associado aos pagamentos de juros à taxa variável decorrentes de passivos financeiros reconhecidos. O risco coberto é o indexante da taxa variável associada aos empréstimos. O objectivo desta cobertura é transformar os empréstimos de taxa de juro variável em taxa de juro fixa, sendo que o risco de crédito não se encontra a ser coberto. O justo valor do swap de taxa de juro em 31 de Dezembro de 2007 era de M EUR 127 (2006: M EUR 187). 280 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 27.1 Reflexos nas demonstrações financeiras 2007 Justo valor dos instrumentos financeiros a 1 de Janeiro (Recebimentos) / Pagamentos efectuados no exercício 2006 (1.012) (1.296) (335) 3 (1.344) 117 Justo valor derivados de cobertura (Reservas) (59) 163 Custo com juros de derivados de cobertura (P&L) 121 1 (2.629) (1.012) Justo valor derivados de negociação (P&L) Justo valor dos instrumentos financeiros a 31 de Dezembro 28. Benefícios dos empregados 28.1 Plano de contribuição definida para colaboradores, com fundo gerido por uma terceira entidade A Jerónimo Martins tem em vigor um plano de complemento de reforma de contribuição definida para os seus colaboradores no activo, com vínculo permanente, assegurado por um fundo de pensões gerido por uma entidade independente. Este tipo de plano permite controlar os custos relativos à atribuição de benefícios e simultaneamente incentivar a participação dos colaboradores na construção da sua própria reforma. Movimento ocorrido no exercício: 2007 Responsabilidades a 1 de Janeiro - - 202 159 (202) (159) - - Custos do exercício Contribuições do exercício 2006 Responsabilidades a 31 de Dezembro 28.2 Plano de benefícios definidos para ex-colaboradores a cargo da empresa Este plano é avaliado semestralmente por uma entidade independente. De acordo com a avaliação actuarial reportada a 31 de Dezembro de 2007, as responsabilidades ascendem a M EUR 14.342, encontram-se totalmente provisionadas e registadas no passivo na rubrica de benefícios concedidos a empregados. Movimento ocorrido no exercício: 2007 Saldo a 1 de Janeiro 2006 14.647 14.527 716 710 (Ganhos)/perdas actuariais (379) 48 Pagamentos de pensões (642) (638) Saldo a 31 de Dezembro 14.342 14.647 Custos com juros Pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades: Rubricas Tábua de mortalidade Valores TV 88/90 Taxa de desconto 5,3% Taxa de crescimento das pensões 2,3% Neste exercicio, procedeu-se à alteração da tábua de mortalidade da TV 73/77 para a TV 88/90 por se entender que esta melhor representa o perfil actual dos beneficiários. 281 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 29. Garantias Existem garantias bancárias prestadas a favor da D.G.C.I. no montante de M EUR 1.335. 30. Contingências ● A Administração Fiscal informou a Jerónimo Martins, SGPS, S.A., que deveria proceder à requalificação fiscal de dividendos recebidos, no montante total de M EUR 6.498, de uma sua participada na Zona Franca da Madeira, durante o exercício de 2004, que, na opinião daquela entidade, deveriam ser tratados como juros recebidos os quais estão sujeitos a tributação em sede de IRC, ao contrário dos dividendos, que estão isentos. A Administração de JMH, com o apoio dos seus consultores fiscais e jurídicos, considera não existir qualquer validade e fundamento no relatório da Administração fiscal, pelo que já accionou os meios de defesa de que dispõe para contrariar as decorrências deste. ● A Administração Fiscal reclamou da Jerónimo Martins o montante de M Eur. 989, referente a IRC, relativo a uma indemnização paga pela sociedade em virtude de um acordo alcançado em tribunal arbitral e que aquela entidade considerou tratar-se de um pagamento a uma entidade sujeita a regime fiscal mais favorável, e como tal não aceite para efeitos fiscais. A Administração da Jerónimo Martins, com o apoio dos seus consultores fiscais, considera não existir qualquer validade e fundamento no relatório da Administração fiscal, pelo que já accionou os meios de defesa de que dispõe para contrariar as decorrências deste. 31. Partes relacionadas 31.1 Benefícios atribuídos a administradores Plano de Complemento de Reforma Quanto a regimes complementares de pensões ou de reforma, nos termos do Regulamento em vigor, têm direito a Complemento de Reforma os Administradores que, à data da reforma, cumulativamente: (i) tenham mais de 60 anos, (ii) exerçam funções executivas, e (iii) desempenhem cargos de Administrador há mais de dez anos. Na Assembleia Geral Anual de 2005 foi aprovado um Plano de Pensão de Reforma. Trata-se de um Plano de Pensões do tipo Contribuição Definida, em que é fixado previamente o valor da contribuição, variando o valor dos benefícios em função dos rendimentos obtidos. Cabe à Comissão de Vencimentos a definição da taxa de contribuição da empresa e da contribuição inicial. São considerados Participantes do Plano os Administradores Executivos da Sociedade, sendo que aqueles que optarem pelo presente Plano de Pensões deixarão de estar em condições de elegibilidade relativamente ao Plano de Complemento de Reforma, renunciando expressa e irrevogavelmente a este. 31.2 Remunerações dos Administradores As remunerações fixas, variáveis e contribuições para planos de pensões foram: 2007 Administradores executivos Administradores não executivos 2006 1.834 1.729 882 1.144 2.716 2.873 O montante considerado como remunerações de Administradores não executivos, em 2007, inclui M EUR 12 relativo à remuneração de Administradores não executivos pela sua participação na Comissão de Auditoria (2006: M EUR 10). Nenhum dos administradores auferiu qualquer remuneração de outra empresa do Grupo. 282 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 32. Empresas do Grupo, Associadas e Outras empresas As participações directas da JMH, a 31 de Dezembro de 2007, são como se apresenta: Designação Social Observ. Sede % Participação Fracção cap. detido Capital Próprio Activo Resultado PARTES DE CAPITAL EM EMPRESAS DO GRUPO Jerónimo Martins – Distrib. de Prod. de Consumo, Lda. a) Lisboa 99,99% 1.746 104.132 12.152 6.060 Recheio, SGPS, S.A. a) Lisboa 15,93% 23.850 742.056 495.953 (1.552) Desimo – Desenvolvimento e Gestão Imobiliária, Lda. a) Lisboa 100,00% 50 575 122 (16) JMR - Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, SA a) Lisboa 51,00% 168.300 1.545.272 1.072.337 59.420 Comespa-Gestão de Espaços Comerciais, S.A. a) Lisboa 51,00% 26 17.132 290 163 Jerónimo Martins Serviços, S.A. a) Lisboa 100,00% 50 2.145 52 2 Servicompra - Consultores de Aprovisionamento, Lda a) Lisboa 96,00% 5 198.867 198.867 (0,9) Imocash – Imobiliário de Distribuição, S.A. a) Lisboa 1,00% 30 63.123 7.978 668 Larantigo – Sociedade de Construções, S.A. a) Lisboa 0,20% 1 5.410 3.323 42 Hermes - Soc. de Invest. Mobiliários e Imobiliários, Lda. a) b) Funchal 99,99% 999 56.725 54.402 53.067 Eva – Soc. de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda a) Funchal 5,60% 28 72.027 72.025 3.031 PSQ – Soc. de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda a) Funchal 11,00% 55 46.477 46.476 (6) Friedman – Soc. de Investim. Mobiliários e Imobiliários, Lda a) Funchal 100,00% 5 28 27 (3) Lisboa 32,50% 12.283 730.738 64.957 28.890 Polónia 50,00% 65 c) c) c) Porto 0,04% 1.500 79.258.746 5.067.940 831.878 PARTES DE CAPITAL EM JOINT-VENTURES Unilever Jerónimo Martins, Lda. Bliska Sp. Z.o.o. INVESTIMENTOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA BCP - Banco Comercial Português, S.A. d) a) Para efeitos número 3 do artigo 486º do Código das Sociedades Comerciais, declaramos que as sociedades indicadas são detidas por maioria de capital. b) Está constituída provisão para ajustamento do valor c) Não disponíveis d) Os valores apresentados dizem respeito às contas de 2006 283 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 33. Empresas do Grupo e joint-ventures– Participações directas e indirectas No quadro abaixo, estão discriminadas as empresas detidas pela Jerónimo Martins, SGPS, S.A., directa e indirectamente a 31 de Dezembro de 2007: Empresas do Grupo Companhia JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A. Lisboa % Capital detido 51,00 Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A. Lisboa 51,00 Supertur – Imobiliária, Comércio e Turismo, S.A. Lisboa 51,00 Feira Nova – Hipermercados, S.A. Lisboa 51,00 Sede Bazar Novo – Distribuição de Produtos Não Alimentares, Lda. Lisboa 51,00 Gestiretalho – Gestão e Consultoria para a Distribuição a Retalho, S.A. Lisboa 51,00 Imoretalho – Gestão de Imóveis, S.A. Lisboa 51,00 Casal de São Pedro – Administração de Bens, S.A. Lisboa 51,00 Jerónimo Martins Finance Company (2), Limited Dublin (Irlanda) 51,00 EVA – Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. Funchal 51,00 Cunha & Branco – Distribuição Alimentar, S.A. Águeda 51,00 Electric Co – Distribuição de Produtos não Alimentares, Lda. Lisboa 51,00 Dantas & Vale, S.A. Lisboa 51,00 Jerónimo Martins Retail Services, S.A. Klosters (Suíça) 51,00 Comespa - Gestão de Espaços Comerciais, S.A. Lisboa 51,00 Simões & Freitas, Lda. Évora 51,00 Escola de Formação Jerónimo Martins, S.A. Lisboa 51,00 Funchalgest– Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. Funchal 75,50 João Gomes Camacho, S.A. Funchal 75,50 Lidosol II – Distribuição de Produtos Alimentares, S.A. Funchal 75,50 Idole–Utilidades, Equipamentos e Investimentos Imobiliários, Lda. Lisboa 75,50 Lidinvest – Gestão de Imóveis, S.A. Funchal Recheio, SGPS, S.A. Lisboa 100,00 75,50 Recheio - Cash & Carry, S.A. Lisboa 100,00 Imocash – Imobiliário de Distribuição, S.A. Lisboa 100,00 Larantigo – Sociedade de Construções, S.A. Lisboa 100,00 Masterchef, S.A. Lisboa 100,00 PSQ – Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. Funchal 100,00 Belegginsmaatschappij Tand B.V. Rotterdam (Holanda) 100,00 Jerónimo Martins Dystrybucja S.A. Kostrzyn (Polónia) 100,00 Optimum Mark Sp. Zo. o. Varsóvia (Polónia) 100,00 Jerónimo Martins – Distribuição de Produtos de Consumo, Lda. Lisboa 100,00 Caterplus – Comercialização e Distribuição Produtos de Consumo, Lda. Lisboa 49,00 Hussel Ibéria – Chocolates e Confeitaria, S.A. Lisboa 51,00 PGJM – Importação e Distribuição de Perfumes e Cosméticos, S.A. Lisboa 50,00 Jerónimo Martins – Restauração e Serviços, S.A. Lisboa 100,00 Hermes–Sociedade Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. Funchal 100,00 Friedman - Sociedade Investimentos Mobiliários e Imobiliários ,Lda. Funchal 100,00 Desimo – Desenvolvimento e Gestão Imobiliária, Lda. Lisboa 100,00 Jerónimo Martins – Serviços, S.A. Lisboa 100,00 Servicompra – Consultores de Aprovisionamento, Lda. Lisboa 100,00 284 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Joint-ventures Companhia Unilever Jerónimo Martins, Lda. Sede Lisboa % Capital detido 45,00 Fima - Produtos Alimentares, S.A. Lisboa 45,00 Victor Guedes – Indústria e Comércio, S.A. Lisboa 45,00 Indústrias Lever Portuguesa, S.A. Lisboa 45,00 Olá – Produção de Gelados e Outros Produtos Alimentares, S.A. Lisboa 45,00 Bliska Sp. Zo.o. Varsóvia (Polónia) 50,00 34. Transações com partes relacionadas Nota prévia: As transacções com partes relacionadas são sempre realizadas a valores de mercado. 34.1 Serviços técnicos e administrativos A JMH enquanto Holding do Grupo, exerce funções de coordenação e assessoria às suas participadas, sendo que as áreas funcionais de apoio ao Grupo vão desde a administração, relações institucionais, desenvolvimento e estratégia, planeamento e controlo, jurídico, gestão de risco, fiscalidade, auditoria interna, recursos humanos, operações financeiras, contabilidade, consolidação, segurança e comunicação. Desta forma, a JMH é remunerada pela prestação destes serviços. Os proveitos com serviços técnicos e administrativos prestados durante o exercício de 2007 ascenderam a M EUR 8.956 (2006: M EUR 12.831), conforme se apresenta: Companhias Joint-ventures Empresas subsidiárias Total 2007 2006 8.956 4.027 8.804 8.956 12.831 34.2 Serviços financeiros Uma parte da gestão financeira das companhias do Grupo Jerónimo Martins é efectuada centralmente na Direcção de Operações Financeiras da JMH. Parte dessa gestão passa pela contratação e negociação, em nome das companhias, junto dos bancos e outras entidades financeiras, condições da dívida financeira ou de aplicação de fundos das companhias. A negociação centralizada permite obter condições bastante mais favoráveis nos financiamentos e aplicações do que através de uma negociação individual das companhias. Esta gestão centralizada é remunerada, tendo ascendido em 2007 a M EUR 2.593 (2006: M EUR 884). Outra parte passa pela centralização das tesourarias, que são responsáveis pelo pagamento aos fornecedores, pessoal e outras entidades, bem como o planeamento e controlo diário de tesouraria. Esta gestão também é remunerada, tendo ascendido em 2007 a M EUR 351 (2006: M EUR 372). 34.3 Arrendamento de imóveis A JMH exerce a sua actividade em instalações arrendadas a uma empresa do grupo, tendo suportado custos no montante de M EUR 297 (2006: M EUR 368). 34.4 Proveitos suplementares A JMH efectua um débito anual a uma empresa em joint-venture, relativo a uma comissão de vendas, que ascendeu em 2007 a M EUR 114 (2006: M EUR 129). 285 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 34.5 Suprimentos (empréstimos correntes e não correntes) A Jerónimo Martins concedeu suprimentos a subsidiárias, tendo esses suprimentos gerado juros no montante de M EUR 18.288 (2006: M EUR 10.124). 2007 Companhias Joint-ventures Empresas subsidiárias Total 2006 9.192 9.096 6.706 3.418 18.288 10.124 34.6 Débitos de pessoal Sendo a Jerónimo Martins um grupo em que é normal o aproveitamento de sinergias entre as várias empresas que o compõem, é frequente a transferência de pessoal entre empresas do grupo, conforme as necessidades dos vários negócios. O valor total suportado durante o ano 2006 com pessoal de outras companhias foi de M EUR 2.320 (2006: M EUR 1.282). 34.7 Saldos em aberto em 31 de Dezembro de 2007 Designação Social Empréstimo s correntes Empréstimo s não correntes Contas a receber Acréscimo s de proveitos - 441 - 5 208 97 2 65 11 875 2 - 28 - - 75.853 24.268 - 386.664 208.590 - 94 12 355 193 4 2 119 401 850 2 19 22 794 72 768 335 - 28 9 4 74 5 2 - 499 - 100.121 595.695 2.409 2.898 169 499 - 186.048 455 794 5 - - 186.048 455 794 5 - 100.121 781.743 2.864 3.692 174 499 Contas a pagar Acréscimo s de custos Empresas do Grupo Casal de São Pedro – Administração Bens, S.A. Desimo – Desenv. Gestão Imobiliária, Lda. Feira Nova – Hipermercados, S.A. Gestiretalho – Gest. Cons. Distrib. Retalho, S.A. Hussel Ibéria – Chocolates e Confeitaria, S.A. Imocash – Imobiliário de Distribuição, S.A. Imoretalho – Gestão de Imóveis, S.A. João Gomes Camacho, S.A. Jerónimo Martins – Dist. Prod. Consumo, Lda. Jerónimo Martins Dystrybucja S.A. JMR – Gestão Empresas Retalho, SGPS, S.A. Jerónimo Martins – Serviços, S.A. Lidosol II – Distrib. Produtos Alimentares, S.A. Lidinvest – Gestão de Imóveis, S.A. Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A. Recheio - Cash & Carry, S.A. Recheio, SGPS, S.A. Servicompra – Cons. Aprovisionamento, Lda. Simões & Freitas, Lda. Subtotal 19 Joint-ventures Unilever Jerónimo Martins, Lda. Subtotal TOTAL 286 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 35. Interesses em joint-ventures (empreendimentos conjuntos) A JMH detém (directa e indirectamente) interesses nas seguintes joint-ventures: ● ● Unilever Jerónimo Martins – A JMH detém uma participação de 45% neste grupo de empresas, que se dedicam à fabricação e comercialização de produtos vários, como adiante se discrimina: ● Fima – Este subgrupo de empresas dedica-se à fabricação e venda de produtos alimentares na área das gorduras alimentares e das bebidas comercializando marcas próprias e marcas do Grupo Unilever; ● Lever - Este subgrupo de empresas dedica-se à fabricação e comercialização de produtos de higiene pessoal, doméstica e industrial do sector hoteleiro e alimentar. As marcas comercializadas são propriedade do Grupo Unilever; ● Olá – Este subgrupo de empresas dedica-se à fabricação e comercialização de gelados utilizando marcas próprias e marcas do Grupo Unilever. Bliska – Empresa localizada na Polónia, tendo como actividade a venda a retalho de produtos farmacêuticos, ortopédicos e de saúde. A JMH detém uma participação de 50% nesta empresa. 36. Informação sobre matérias ambientais Tal como referido no relatório de gestão, não existem matérias ambientais relevantes que possam afectar o desempenho e a posição financeira da companhia, não sendo do conhecimento da empresa a existência de qualquer contingência de natureza ambiental, assim como não foram reconhecidos nas demonstrações financeiras quaisquer custos ou investimentos relevantes de carácter ambiental. 37. Eventos subsequentes à data do balanço No dia 2 de Janeiro de 2008, e na sequência do comunicado de 14 de Setembro de 2007 da Unilever PLC, a Jerónimo Martins chegou a acordo com este seu parceiro quanto à alienação, pela Unilever Jerónimo Martins, Lda., de parte do negócio de chá preparado (ready-to-drink tea) da marca Lipton, à Pepsi Lipton International (PLI), sociedade que representa a parceria entre a Unilever PLC e a PepsiCo. Na mesma data, a Unilever Jerónimo Martins, Lda. assinou, com a PLI um contrato para a distribuição dos produtos desta última em Portugal, tendo acordado o recebimento de 38 milhões de euros como compensação pela redução estimada dos seus cash-flows futuros. Esta compensação deverá ter um impacto de cerca de 12 milhões de euros no resultado líquido do ano de 2008 de Jerónimo Martins. Lisboa, 27 de Fevereiro de 2008 O Técnico de Contas O Conselho de Administração 287 Relatório e Parecer da Comissão de Auditoria Senhores Accionistas, Nos termos previstos na alínea g) do artigo 423º-F do Código das Sociedades Comerciais, apresentamos o nosso relatório sobre as actividades de fiscalização, o nosso parecer sobre o relatório e contas individuais da Jerónimo Martins, SGPS, S.A. relativo ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2007 e ainda sobre as propostas apresentadas pelo Conselho de Administração. Esta comissão reuniu por quatro vezes ao longo do ano de 2007, tendo procedido à fiscalização da: i) administração da Sociedade, quer pela observância cumprimento da lei, quer do contrato de sociedade; do ii) eficácia dos sistemas de gestão de riscos, do sistema de controlo interno e do sistema de auditoria interna; e iii) preparação e divulgação de informação financeira, assim como a revisão da exactidão dos documentos de prestação de contas, das políticas contabilísticas e critérios valorimétricos adoptados pela Sociedade, por forma assegurar que os mesmos correspondem a uma correcta avaliação do património e dos seus resultados. No âmbito das competências que nos foram conferidas, verificámos que: i) O relatório de gestão evidencia de forma correcta, clara e completa os aspectos mais significativos da evolução dos negócios e da situação patrimonial da Sociedade, assim como se encontram devidamente apresentados todos os riscos existentes quer de natureza operacional, quer de natureza financeira; e ii) as demonstrações financeiras e respectivo anexo dão uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira da Sociedade. Nestes termos, tendo em consideração as informações recebidas do Conselho de Administração, dos serviços da Sociedade e as conclusões constantes da Certificação Legal das Contas e Relatório de Auditoria sobre a Informação Financeira Individual, somos do parecer que: i) Seja aprovado o Relatório de Gestão; ii) Sejam aprovadas as Demonstrações Financeiras ; e 290 iii) Seja aprovada a proposta de aplicação de resultados apresentada pelo Conselho de Administração. Lisboa, 27 de Fevereiro de 2008 Hans Eggerstedt (Presidente da Comissão de Auditoria) António Mendo Castel-Branco Borges (Vogal) Rui de Medeiros d’Espiney Patrício (Vogal) 291 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. SOCIEDADE ABERTA Sede Social: Rua Tierno Galvan, Torre 3, Piso 9, Letra J – 1099-008 Lisboa Registado na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa e NIPC: 500 100 144 Capital Social EUR 629.293.220 EXTRACTO DA ACTA DA ASSEMBLEIA GERAL ANUAL Aos catorze dias do mês de Março do ano dois mil e oito, pelas onze horas e vinte e cinco minutos, na Rua Actor António Silva, n.º 7, 15.º andar, em Lisboa, por não haver disponibilidade de espaço na sua sede social, reuniram em Assembleia Geral Anual os accionistas desta sociedade “Jerónimo Martins, SGPS, S.A.”, (...) O Presidente verificou estarem presentes e/ou representados os accionistas constantes da respectiva lista de presenças, mandada elaborar nos termos da lei e por ele assinada e rubricada, titulares de 72,09% do capital social, pelo que declarou a assembleia regularmente constituída e em condições de validamente deliberar sobre a matéria constante da ordem de trabalhos que o Secretário da mesa passou a ler e que é do teor seguinte: (...) Entrando-se na matéria da ordem de trabalhos, o Presidente convidou a Assembleia a tratar em conjunto os pontos números 1 e 3 - deliberar sobre o relatório de gestão e as contas do exercício de 2007 e deliberar sobre o relatório consolidado de gestão e as contas consolidadas respeitantes ao exercício de 2007, sem prejuízo da votação em separado, com respeito a cada um desses dois pontos. (...) o Presidente da Mesa anunciou que se iria submeter à votação o relatório de gestão e as contas individuais do exercício de 2007. Posta à votação, foram os resultados anunciados pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral, verificando-se que estes documentos de prestação de contas foram aprovados por 451.785.674 votos favoráveis, correspondentes a 99,72% do capital social de que são titulares os accionistas presentes ou representados e 168.165 votos contra correspondentes a 0,04% do mesmo universo. Entrando-se de seguida no segundo ponto da ordem de trabalhos – Deliberar sobre a proposta de aplicação de resultados. (…) foi a proposta do Conselho submetida à votação e aprovada por unanimidade dos presentes, pelo que o lucro apurado nas contas individuais, que é de € 81.613.839,47, teve a seguinte aplicação: 292 Reserva legal: € 4.080.691,97; Dividendo aos accionistas: € 60.329.685,12; e Reservas livres: € 17.203.462,38. Concluída a votação do segundo ponto da Ordem de Trabalhos, o Presidente da Mesa anunciou que se iria proceder à votação do ponto três da ordem de trabalhos – deliberar sobre o relatório consolidado de gestão e as contas consolidadas respeitantes ao exercício de 2007. Posta à votação, verificou-se que o relatório consolidado de gestão e as contas consolidadas respeitantes ao exercício de 2007 foram aprovados por 451.785.674 votos favoráveis, correspondentes a 99,72% do capital social de que são titulares os accionistas presentes ou representados e 168.165 votos contra correspondentes a 0,04% do mesmo universo. (…) o Presidente considerou esgotada a ordem de trabalhos e deu por encerrada a assembleia geral às 12:12 horas, passando a lavrar-se a presente acta, a qual depois de lida e considerada conforme, vai ser devidamente assinada pelos membros da Mesa da Assembleia Geral. João Vieira de Castro Tiago Ferreira de Lemos 293