Documento de Referência Inovação e Tecnologia em

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Documento de Referência Inovação e Tecnologia em
Documento de Referência
Inovação e Tecnologia em Cosméticos
Novembro de 2012
Documento de Referência “Inovação e Tecnologia em Cosméticos”
Documento de Referência
Inovação e Tecnologia em Cosméticos
Novembro de 2012
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Documento de Referência “Inovação e Tecnologia em Cosméticos”
Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
Av. Paulista, 1313 – 10º andar – CJ 1080
01311-923 | São Paulo | SP | Brasil
www.itehpec.org.br
Conselho Gestor
Presidente: João Carlos Basilio da Silva
Vice-Presidente: Manoel Teixeira Simões
Tesoureiro: Romeu Affonso
Conselho Científico-Tecnológico
Presidente: Flávia Alvim Sant'Anna Addor
Conselheira: Silvia Berlanga de Moraes Barros
Conselheira: Silvia Stanisçuaski Guterres
Conselheiro: Carlos Eduardo de Oliveira Praes
Conselheira: Assunta Napolitano Camilo
Conselheiro: Elcio Garcia Alvares
Encontro Internacional de Inovação e Tecnologia “Desafios e Oportunidades em um Mercado Crescente de
Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos” (VII Rodada Tecnológica Internacional)
Coordenação Executiva: Marina Kobayashi
Coordenação Técnica: Flávia Alvim Sant'Anna Addor e Silvia Berlanga de Moraes Barros
Documento de Referência “Inovação e Tecnologia em Cosméticos”
Relator: Pedro Amores da Silva
Contribuições: Flávia Alvim Sant'Anna Addor e Marina Kobayashi
Novembro 2012.
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Documento de Referência “Inovação e Tecnologia em Cosméticos”
Apresentação
O Documento de Referência “Desafios e Oportunidades em um Mercado
Crescente de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos” apresenta a síntese de
todos os aspectos discutidos no Encontro Internacional de Inovação e Tecnologia
(VII Rodada Tecnológica Internacional) que aconteceu nos dias 6 e 7 de
Novembro de 2012 em São Paulo, SP, Brasil.
O documento contendo os apontamentos do setor tem como objetivo subsidiar a
construção de políticas adequadas para o desenvolvimento da politica de
inovação no Brasil.
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Documento de Referência “Inovação e Tecnologia em Cosméticos”
Do Itehpec
O ITEHPEC - Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos – foi criado em 2006 como o braço tecnológico da ABIHPEC –
Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.
O ITEHPEC tem como missão atender a demanda do setor nas questões de
inovação e tecnologia; estimulando, fomentando e promovendo atividades de
inovação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico para os produtos do setor, em
qualquer região do território nacional e internacional.
O ITEHPEC tem um papel fundamental no estabelecimento de diretrizes para o
desenvolvimento tecnológico desta cadeia produtiva, constituindo-se, a partir das
decisões de seu Conselho Gestor, um Programa de Inovação e Desenvolvimento
Tecnológico da Indústria Cosmética.
O Itehpec tem como objetivos:
a) Ser o facilitador no desenvolvimento tecnológico, um instrumento para a
capacitação tecnológica das empresas, tendo como papel fundamental a
busca da competitividade do setor, gerando informações para o balizamento
das políticas tecnológicas e para a gestão do processo de mudanças e
inovações no setor;
b) Gerar oportunidades de negócios em inovação e capacitação tecnológica
para as empresas do setor;
c) Estabelecer e consolidar a interação das universidades e centros de pesquisa
com as empresas;
d) Estimular o aproveitamento dos mecanismos de subvenção e incentivos fiscais
para a inovação nas empresas; e
e) Estimular a participação de instituições de Ciência & Tecnologia no processo
de inovação tecnológica.
Programa de Inovação
Sob a missão de atender a demanda do setor nas questões de inovação e
tecnologia, o ITEHPEC vem estimulando, fomentando e promovendo atividades de
inovação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico do setor.
O ITEHPEC desenvolveu um Programa de Inovação e Desenvolvimento
Tecnológico para a Indústria Cosmética apoiado em quatro pilares fundamentais:
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Documento de Referência “Inovação e Tecnologia em Cosméticos”
a produção de conhecimento estratégico, a sua disseminação e aplicação; a
capacitação de empresas; a criação de ambiente propício para a inovação; e a
inserção das empresas na gestão da inovação.
Esses pilares estão baseados em ações estratégicas que levam em consideração
os desafios e oportunidades para alcançar a liderança mundial na produção de
produtos para cabelo e pele, que atendam aos requisitos do mercado global,
quanto à segurança, eficácia e inovação até 2023.
A seguir, destacamos uma das iniciativas do ITEHPEC que deu origem a esse
Documento de Referência, o Encontro Internacional de Inovação e Tecnologia
“Desafios e Oportunidades em um Mercado Crescente de Higiene Pessoal,
Perfumaria e Cosméticos” (VII Rodada Tecnológica Internacional).
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Documento de Referência “Inovação e Tecnologia em Cosméticos”
ENCONTRO INTERNACIONAL DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
Desafios e Oportunidades em um Mercado Crescente de HPPC
(VII Rodada Tecnológica Internacional)
6 e 7 de Novembro de 2012 | São Paulo
O ITEHPEC promoveu nos dias 6 e 7 de
Novembro de 2012 o Encontro Internacional
de Inovação e Tecnologia “Desafios e
Oportunidades em um Mercado Crescente
de HPPC” (VII Rodada Tecnológica
Internacional).
O Encontro reuniu renomados especialistas do Brasil e do exterior para discutir
sobre os diversos aspectos de inovação e aplicação de novas tecnologias às
diversas atividades do setor que já fazem sentir a sua importância na atualidade
em todo o mundo. As discussões abordaram diferentes aspectos desde a análise
de mercado até às metodologias de estudo do comportamento do consumidor
passando pelas estratégias de posicionamento de indústrias.
O público foi constituído por empresários, executivos e profissionais de pesquisa e
desenvolvimento, marketing, qualidade, área técnica, meio ambiente, dentre
outras áreas; além de autoridades; técnicos do governo e pesquisadores da
academia.
O Encontro contou com a co-organização da ABIHPEC (Associação Brasileira da
Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), além das parcerias da
ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), APEX (Agência Brasileira
de Promoção de Exportação e Investimentos) e SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas).
Segue adiante a programação do Encontro.
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ENCONTRO INTERNACIONAL DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
Desafios e Oportunidades em um Mercado Crescente de HPPC
(VII Rodada Tecnológica Internacional)
6 e 7 de Novembro de 2012 | São Paulo
PROGRAMAÇÃO
6 DE NOVEMBRO DE 2012
Abertura Solene

João Carlos Basilio da Silva, Presidente do ITEHPEC e da ABIHPEC;

Maria Luisa Campos Machado Leal, Diretora da ABDI; e

Hulda Oliveira Giesbrecht, Analista Técnica da Unidade de Acesso à Inovação e
Tecnologia do SEBRAE Nacional
CONFERÊNCIA: Desafios e Oportunidades Globais no Mercado de Higiene Pessoal, Perfumaria
e Cosméticos

Claire Moulin, Research Analyst do EUROMONITOR, Estados Unidos
BLOCO 1 INOVAÇÃO: O QUE ESPERAR, O QUE DEMANDAR
Erros e dificuldades mais comuns dos proponentes dos projetos de inovação para obtenção
de financiamento junto à FAPESP

João Furtado, Diretoria Científica da FAPESP
O que é considerado inovador pelas instituições de financiamento? Na prática, o que uma
empresa deve ter ou praticar para inovar, pela ótica dessas instituições?

Andrea Bentes Leal, Chefe do Departamento de Acompanhamento da FINEP e

Ana Cristina Rodrigues da Costa, BNDES, Chefe do Depto de Bens de Consumo, Comércio
e Serviços da área industrial
A inovação para o SEBRAE e como ela pode ser fomentada nas empresas

Hulda Oliveira Giesbrecht, Analista Técnica da Unidade de Acesso à Inovação e
Tecnologia do SEBRAE
Patentes: desenvolvimento e busca de patentes liberadas

Henry Suzuki, Diretor da AXONAL
Como instituições como ANVISA e INMETRO podem ajudar o setor a inovar com qualidade e
segurança e como o setor poderia contribuir com essas instituições para compreender as
inovações?

Josineire Melo Costa Sallum, Gerente-Geral de Cosméticos da ANVISA e

Prof. Hans Peter Henrik Grieneisen, Diretor de Inovação e Tecnologia do INMETRO
Mesa Redonda
mediação de Maria Luisa Campos Machado Leal, Diretora da ABDI
BLOCO 2 IMPLEMENTANDO A INOVAÇÃO: DAS TECNOLOGIAS E NOVOS RECURSOS
Inovação. O que o consumidor espera?

Renata Ortolani, sócia diretora da INNOVERSO
Trend analysis: a ferramenta para traçar estratégias inovadoras

Samanta Nunes,Diretora da SKINTELLIGENCE
Criatividade e gestão de inovação

Kleber Luís Celadon, KLOCK Management.
Antioxidantes: novos benefícios e associações

Cristina Dislich Ropke, PHYTOBIOS
Mesa Redonda
mediação de Silvia Berlanga, Pesquisadora da USP e conselheira do ITEHPEC
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ENCONTRO INTERNACIONAL DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
Desafios e Oportunidades em um Mercado Crescente de HPPC
(VII Rodada Tecnológica Internacional)
6 e 7 de Novembro de 2012 | São Paulo
PROGRAMAÇÃO
7 DE NOVEMBRO DE 2012
BLOCO 3 AVALIANDO A INOVAÇÃO
Novas formas de avaliar proteção solar

Dr. Sergio Schalka, diretor da MEDCIN INSTITUTO DA PELE
Neurociência e a construção de experiências sensório-emocionais em produtos

Billy Nascimento, sócio-diretor da FOREBRAIN NEUROTECNOLOGIA
Como utilizar Nanotecnologia e Nanomateriais com segurança

Prof. Dr. Pedro Amores da Silva, INFARMED - Portugal
Avaliação de penetração cutânea por RAMAN: práticas e possibilidades

Camila KappKe M. Cesar, pesquisadora da CHEMYUNION
Mesa Redonda
mediação de Dra. Flávia Alvim Sant’anna Addor, Diretora da MEDCIN e Presidente do
Conselho Científico-Tecnológico do ITEHPEC
BLOCO 4 PRATICANDO INOVAÇÃO: CASES BRASILEIROS
Case NATURA

Alessandro Mendes, Diretor de Desenvolvimento de Produto da NATURA
Case brasileiro de empresa inovadora

Vanessa Vilela, fundadora e CEO da KAPEH COSMÉTICOS
Mesa Redonda
mediação de Marina Kobayashi, Coordenação de Inovação na ABIHPEC e ITEHPEC
BLOCO 5 O QUE HÁ DE NOVO
Fototoxicidade da luz visível em células da pele. Mecanismos e estratégias para a proteção
da pele

Prof. Dr. Mauricio da Silva Baptista, Pesquisador da USP
Tecnologia de micronização aplicadas em maquiagem

Fabricio A. Souza, POLYTECHNO INDÚSTRIAS QUÍMICAS
Novas Formulações em maquiagem

Simone França, Coordenadora Técnica da PIC QUÍMICA
Novos parâmetros decisórios para a seleção de uma fragrância

Tania Fazzi, responsável pelo Departamento de Tecnologia e Inovação da MANE DO
BRASIL
Mesa Redonda
mediação de Dra. Flávia Alvim Sant’anna Addor, Diretora da MEDCIN e Presidente do
Conselho Científico-Tecnológico do ITEHPEC
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Documento de Referência “Inovação e Tecnologia em Cosméticos”
Principais Abordagens do Encontro
Desafios e Oportunidades Globais em um Mercado crescente de Higiene
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
Do Mercado global até o Consumidor individual
Qualquer aplicação da inovação deve ter em consideração o estado de
maturidade e desenvolvimento do mercado que pretende conquistar. Só desta
forma podemos entender melhor os desafios e oportunidades que se nos
apresentam. A análise do mercado deve ser estratificada por países, categorias
de produtos e canais de distribuição, identificando as tendências atuais e futuras.
O crescimento que se verifica na América Latina, alicerçado no Brasil, possibilita
antever um crescimento continuado dos produtos de massa mas também um
desejo crescente do consumidor por produtos cada vez mais diferenciados e
inovadores.
Exemplo disso são os produtos capilares, os esmaltes ou os aerossóis enquanto
categorias e os canais de venda que usam estratégias inovadoras como as
vendas pela internet ou que usem abordagens multicategoria interagindo com o
consumidor e integrando igualmente produtos teste e para avaliação que
fidelizem o consumidor. Novos produtos e novas estratégias de distribuição e
marketing possuem espaço de crescimento.
O estudo do comportamento do consumidor pode recorrer a técnicas de
observação no ato de compra (shopper behaviour) ou, mais modernamente, a
técnicas de neurociência, ambas destinadas ao estudo do consumo. Entre os
métodos neurocientíficos que vem sendo utilizados, há a Eletroencefalografia, o
Eye-tracking, Eletromiografia facial e a Psicofisiologia do Sistema nervoso
autônomo, dentre outras.
Todos estes dados permitem estudar o impacto das experiências sensoriais na rede
neuronal, além de auxiliar a P&D na concepção de produtos e o Marketing no
design de novas campanhas.
As expetativas crescentes do consumidor e o desenvolvimento de novos produtos
As recentes alterações de consumo e a evolução dos padrões de beleza o
consumidor espera produtos inovadores mas também é motivado por estratégias
de comunicação, conceitos e posicionamento diferenciadores das empresas.
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Documento de Referência “Inovação e Tecnologia em Cosméticos”
Verifica-se, nos últimos anos, que a exigência dos consumidores deslocou-se do
produto e das suas características para a vivência de experiencias rápidas mas
transformadoras, inéditas e personalizadas.
Além de seguros e agradáveis, exige-se dos cosméticos cada vez mais eficácia e
desenvolvimento personalizado. Os produtos skincare - especialmente os antiageing, produtos de clareamento, hidratantes e cosméticos que reforçam a
função barreira - estão nesse foco, recorrendo-se a várias medidas de
comprovação, desde estudos clínicos com medidas instrumentais até a técnicas
de biologia molecular como a dosagem de RNAm (1) ou outros biomarcadores
para desenvolver e personalizar os novos produtos para o consumidor individual.
A investigação leva ao aparecimento de uma grande variedade de moléculas
com efeito semelhante, e quando estas ficam disponíveis no mercado permitem
às empresas desenvolverem estratégias de formulação e marketing que estejam
de acordo com a sua própria identidade. Um dos exemplos focado no encontro
foi o estudo detalhado sobre novos agentes antioxidantes que chegaram ao
mercado. Esta variedade permite uma escolha em função do modo de ação mas
também em função da sua origem podendo a empresa integrar a escolha na sua
filosofia e tendência ou mesmo da linha de produtos onde o ativo será integrado.
As novas tendências também se manifestam na formulação. O uso de
nanotecnologias permite a alteração do aspecto do produto final mas também a
vetorização de alguns compostos e a protecção de alguns compostos. A
incorporação de novas tecnologias no produto conduz frequentemente a novas
exigências de segurança e, consequentemente a novas metodologias de
avaliação. A segurança na utilização dos nanomateriais em cosméticos é uma
das vertente que mais tem sido debatida a nível mundial. A análise de segurança
de cosméticos que incorporam nanotecnologias deve ser desenvolvida no
produto final se as tecnologias aplicadas forem solúveis e lábeis ou então,
diretamente nos nanoingredientes, se estes forem insolúveis e persistentes. Estas
normas encontram-se em debate nas principais regiões econômicas e o Brasil é
parte integrante dos fóruns de discussão participando na ISO (International
Organization for Standardization) e no ICCR (International Cooperationon
Cosmetic Regulation).
RNAm
(1): do
acrônimo inglês RNA que designa Acido Ribo Nucleico mensageiro (ARNm) cuja função
é servir de mensageiro entre os ácidos nucleicos e o ribossoma onde se processa a síntese proteica
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Outra área de inovação, fundamental para o desenvolvimento de produtos, é a
avaliação da sua eficácia. Na proteção solar, os testes de referência usados no
Brasil e no exterior acompanharam as crescentes preocupações de segurança e
as exigências do consumidor. Nos últimos anos, o Brasil tem participado no
desenvolvimento de metodologias in-vivo e in-vitro que são aceitos
internacionalmente.
Mesmo o conceito de proteção solar evoluiu de uma proteção contra os UVB
para incluir os UVA e a tendência futura é de incluir também alguns comprimentos
de onda da luz visível. Acompanhando estas tendências, os filtros evoluíram de
uma proteção física e química para uma proteção biológica e, atualmente, é
importante garantir a proteção molecular do DNA e de outros materiais
genômicos.
A espectroscopia confocal Raman foi abordada como uma metodologia de
eleição para estudo de absorção de moléculas já que esta tecnologia permite
seguir a molécula na formulação e em modelos de permeação visando
monitoramento de substâncias específicas através de seu espectro Raman.
Inovação: da estratégia empresarial ao financiamento e registro da patente
Um profundo conhecimento do mercado e das tendências atuais permite que a
pesquisa e desenvolvimento antecipem as tendências futuras assegurando à
empresa, através de um setor de P&D e de um patenteamento estratégico, uma
posição segura no mercado.
A inovação, que consiste no ato de inventar e aplicar, faz com que empresas
pequenas possam ser muito inovadoras em nichos de mercado se ligarem a
tecnologia ao mercado desenvolvendo estratégias de marketing integradas com
o comercial. Para isso as empresas devem desenvolver uma cultura de
criatividade e mentalidade de inovação transversal a todos os setores da
empresa. Esta participação deve ponderar os valores da empresa, da
comunidade e da sociedade.
A estratégia de Inovação implica igualmente em um investimento a médio e a
longo prazos; e o empreendedor ou a empresa podem recorrer a linhas de apoio
e crédito. As entidades que financiam os projetos de inovação - FAPESP, BNDES,
FINEP e SEBRAE - marcaram presença neste encontro. Estas entidades possuem
recursos e critérios para financiamento de iniciativas de caráter acadêmico e
empresarial que se destinem à investigação, pesquisa, aquisição de novos
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Documento de Referência “Inovação e Tecnologia em Cosméticos”
conhecimentos no domínio cientifico literário ou artístico (FAPESP), produção e
estratégias de mercado (BNDES).
A FINEP foca a sua atividade nas empresas inovadoras e atua em toda a cadeia
de inovação com foco em ações estratégicas estruturantes e de impacto para o
desenvolvimento no Brasil visando transformar o Brasil por meio da inovação.
O SEBRAE visa promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável das
micro e pequenas empresas nos mercados internacionais. No setor existe um
exemplo de projeto de desenvolvimento que visa a elaboração de normas
técnicas para os salões de beleza e sua capacitação que é coordenado pela
ABIHPEC.
As autoridades como a ANVISA e o INMETRO asseguram, através de uma
constante atualização científica e legislativa, que os produtos inovadores que são
desenvolvidos no Brasil são seguros e eficazes e, quandos estes são aprovados
para uso no Brasil cumprem também as exigências técnicas e regulatórias do
Mercosul mas também todos os requisitos exigidos emnível global.
Quando se obtém um processo inovador é importante pensar na sua proteção
através do registro de marcas e patentes no Brasil e no mundo por meio de
escritórios de patetes (no Brasil, contamos com o Instituto Nacional da Propriedade
Industrial - INPI). O setor de higiene pessoal perfumaria e cosméticos caracteriza-se
pela rápida integração da inovação e na adoção de novas tecnologias. Apesar
desse fenômeno, algumas empresas globais não protegem as suas patentes em
todo o mundo, em função das dificuldades no processo de obtenção da
propriedade industrial, ou ainda, por subestimarem alguns dos mercados, agora
emergentes. Alguns empresários percebem aqui uma oportunidade para as
empresas no Brasil, pois algumas das inovações patenteadas em outros mercados
não estão aqui protegidas e, consequentemente, são utilizáveis no país.
Finalmente, a concretização de toda estratégia de inovação pode estar
alicerçada numa estrutura de P&D ou numa estrutura reduzida que se destina a
um nicho de mercado. Foram apresentados exemplos de empresas inovadoras
nos dois modelos. Em ambos os casos, a inovação extrapola em muito a
composição ou apresentação dos produtos e pretende criar um fluxo de
experiências de bem estar bem que ultrapassem as expectativas da nossa rede de
relações.
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Conclusões e Recomendações
A inovação e tecnologia em cosméticos é um assunto amplo, com muitas
vertentes de discussão e linhas de pesquisa; entretanto, a VII rodada tecnológica
alcançou o objetivo de reunir especialistas para expor e discutir as principais
tendências e desafios em nossa realidade, para busca contínua de
competitividade e qualidade no mercado global.
Nossa realidade demonstra a necessidade da discussão continuada e, em alguns
momentos, aprofundada dos assuntos apresentados, no sentido de ampliar nas
empresas uma massa crítica em inovação e tecnologia, para aquisição de
conceitos e tecnologias consistentes e consoantes com sua realidade.
As empresas deverão criar, proporcionalmente à sua escala, um setor de P&D
mesmo que busquem o desenvolvimento e inovação por meio de parceiros
externos. Esses profissionais motivados devem articular as linhas de
desenvolvimento com outras áreas da empresa, como marketing e vendas.
As Entidades Tecnológicas Setoriais (ETS), como é o caso do ITEHPEC, assumem um
papel preponderante no desenvolvimento de projetos integradores que
possibilitem articular os esforços especialmente das PMEs do setor. Projetos setoriais
bem estruturados em inovação e tecnologia podem ser considerados como um
grande diferencial para a competitividade da indústria brasileira. Em vista disso,
recursos orçamentários deveriam ser alocados diretamente para tais entidades,
capazes de agregar as empresas do complexo produtivo, desempenhando mais
do que um papel de facilitador do processo, mas participando diretamente do
seu desenvolvimento. Essas entidades irão possibilitar incrível capilaridade ao
sistema para a celeridade do processo inovativo do país.
Estas discussões devem ser perenes e estimuladas por meio de iniciativas que
permitam a interface entre academia, setor produtivo e autoridades, que devem
acompanhar de perto as mudanças evolutivas
tão necessárias ao
desenvolvimento sustentável por meio da inovação.
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Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
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