UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA RELATÓRIO DE GRADUAÇÃO MAPEAMENTO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DOS DUTOS DE GÁS E ÓLEO DO PÓLO DE GUAMARÉ (RN) Relatório de Graduação do Curso de Geologia, financiado por projetos do FINEP/CT-PETRO e pelo PRH-ANP 22. Autora: Ingred Maria Guimarães Guedes Comissão Examinadora: Orientadora: Profa. Dra. Helenice Helenice Vital (Supervisora (Supervisora, DG/UFRN) Prof. Dr. Venerando Eustáquio Amaro (Co(Co-Orientador, DG/UFRN) Profa. Iracema Miranda da Silveira ( MCC/ UFRN) Resumo O presente relatório compreende os resultados obtidos no mapeamento faciológico realizado na plataforma adjacente ao município de Guamaré, na micro-região salineira do Rio Grande do Norte, nas coordenadas UTM 0788000 a 0792000E e 9436000 a 9448000N. A metodologia adotada neste estudo envolveu: etapa preliminar (pesquisa bibliográfica e confecção de base cartográfica), etapa de campo, etapa de laboratório (envolvendo estudos sedimentológicos), etapa de processamento de dados e etapa final onde realizou-se a integração dos dados. A etapa de campo baseou-se na aplicação de métodos geofísicos indiretos tais como a batimetria e sonografia utilizando o sistema Hydrotrac da Odom Hydrographic e amostragem realizada com draga tipo van-veen. Os estudos sedimentológicos envolveram análises composicional e textural dos sedimentos de fundo, permitindo definir sete fácies distintas na área: Areias litoclástica (AL1b), Cascalho Litoclástico (SL1), Areia Lito-bioclástica com grânulos e cascalho (AL2a), Cascalho Lito-bioclástico (SL2), Areia Bio-litoclástica com grânulo e cascalho (AB1a), Areia Bioclástica com grânulos e cascalho (AB2a) e Cascalho Bioclástico (CB2). A confecção do modelo digital do fundo submarino a partir do processamento de dados batimétricos permitiu a caracterização da morfologia da área, que apresenta-se plana com inclinação suave, alcançando cotas mais negativas a medida que se distancia da costa. As formas de leito subaquosas mais comuns foram classificadas como sandwaves, apresentando-se simétricas e assimétricas. Os registros permitiram o reconhecimento de sand waves de menor escala sobreposta em sand waves de maior escala, contribuiram no mapeamento faciológico e ainda auxiliaram na interpretação hidrodinâmica da área pois a identificação de sand waves assimétricas bem definidas indicaram a direção do transporte de sedimento de Este para Oeste; o qual confirma dados já conhecidos na literatura desta região. Além disto, pode-se ainda identificar nos registros batimétricos, os locais onde os dutos encontram-se cobertos e descobertos por sedimentos, tornando, deste modo, esta ferramenta bastante importante para o monitoramento da área de influência dos dutos. Os dutos de óleo e gás do Pólo de Guamaré encontram-se descobertos na praia do Minhoto, isto pode ser observado na maré baixa, entretanto na porção submersa é difícil ter conhecimento de outros pontos sem o monitoramento com ecobatímetro desta região. Desta forma foi possível, por meio da análise de perfis batimétricos e sonográficos, locar os dutos e ainda constatar a ocorrência de deposição e erosão correlacionadas a estes, o que torna os dutos vulneráveis à descalçamento. Abstract The present report shows the mapping of surface sediment obtained in the adjacent continental shelf to the city of Guamaré, in the State of Rio Grande do Norte, coordinates UTM 0788000, 0792000E and 9436000, 9448000N. The methodology adopted in this study involved: preliminary stage (bibliographical research and confection of cartographic base), field stage, laboratory stage (involving sedimentology studies), data processing stage and final stage (integration of the data). The field stage was based in the application of indirect geophysical methods (echosound, side scan sonar) using the system Hydrotac of Odom Hydrographic and surface sediment sampling with drags type van-veen. In the sedimentology studies were apply analysis of composition and texture and showing the presence of seven different sedimentary facies: lithoclastic sand (AL1b), Lithoclastic coarse (SL1), litho-bioclastic sand with coarse (AL2a), litho-bioclastic coarse (SL1), bio-lithoclastic sand with coarse (AB1a), bioclastic sand with coarse (AB2a) and bioclastic coarse (CB2), which can be compared with nearby areas. Whit the bathymetric data processing was confectioned a contour map. It sample that the morphology of the area is flat with soft inclination, reaching minus level the measure that if distance of the coast. The more common subaqueous forms of streambed had been classified as sandwaves, and presenting itself symmetrical and anti-symmetrical. The pipelines are discovered in the beach of the Minhoto, region of Guamaré and is possible observed in the low tide. In the submerged portion is difficult to know if other points were discovered without the monitoring with echosound. In this form was possible, by means of the bathymetric analysis and side scan sonar profiles, to lease the pipelines and still to evidence the occurrence of correlated deposition and erosion to these, what it becomes the vulnerable pipelines. Agradecimentos À Agência Nacional do Petróleo pela concessão de bolsa de iniciação científica, à FINEP/CTPETRO/PETROBRAS pelo suporte financeiro através do projeto MARPETRO. Ao professor Jorge Lins (Departamento de Oceanografia e Limnologia) por permitir a utilização de equipamento necessário para adquirir imagens dos minerais pesados. À ECOPLAM, em especial a Iracema Miranda por ceder vários dados de processos costeiros e fisiografia da região de Guamaré (RN). Ao laboratório de geoprocessamento pela impressão dos mapas. À professora Helenice Vital por ter me orientado até o presente momento. À equipe de mar (Meio Kilo, Eugênio Frazão, Marcelo Chaves e Werner Tabosa) pelo apoio nas viagens de campo. À Yoe Alain pelo apoio técnico na impressão do presente relatório. À Zuleide Lima pela atenção e discussões a respeito da região estudada, William pelo apoio na utilização do programa suffer e Magno pela ajuda nos anexos. Índice Resumo................................................................................................................ ii Abstract............................................................................................................... iii Agradecimentos.................................................................................................. iv 1.0 – Introdução...........................................................................................................01 1.1 - Apresentação e Objetivos..................................................................................... 01 1.2 - Localização e Vias de Acesso.............................................................................. 01 1.3 - Justificativa.......................................................................................................... 03 2.0 – Aspectos Fisiográficos....................................................................................... 04 2.1.0 - Clima................................................................................................................. 04 2.1.1 - Precipitação....................................................................................................... 04 2.1.2 - Temperatura do Ar............................................................................................ 05 2.1.3 - Evaporação........................................................................................................ 06 2.1.4 - Insolação............................................................................................................06 2.1.5 - Umidade relativa do ar.......................................................................................06 2.2.0 - Vegetação...........................................................................................................07 3.0 – Metodologia de Trabalho.................................................................................. 10 3.1.0 - Metodologia.......................................................................................................10 3.2.0 - Etapa Preliminar ....................................................................................... 10 3.3.0 - Etapa de Campo................................................................................................ 10 3.3.1 - Métodos Sísmicos e Amostragem..................................................................... 12 3.4.0 - Etapa de Laboratório......................................................................................... 15 3.4.1 - Análise Sedimentológica (granulométrica e textural) ...................................... 15 3.4.2 - Separação de minerais pesados......................................................................... 15 3.5.0 - Etapa de Processamento de dados..................................................................... 17 3.6.0 - Etapa Final.........................................................................................................17 4.0 – Geologia Regional...............................................................................................18 4.1 – Introdução............................................................................................................ 18 4.2 - Litoestratigrafia da Bacia Potiguar....................................................................... 18 4.3 - Evolução Tectono-sedimentar Mesozóica............................................................ 21 4.4 - Evolução Cenozóica............................................................................................. 26 4.5 – Geologia da porção submersa da Bacia Potiguar................................................ 29 5.0 – Processos Costeiros............................................................................................. 36 5.1 - Correntes.............................................................................................................. 36 5.2 - Marés e Ondas...................................................................................................... 38 5.3 - Regime de Ventos................................................................................................ 42 6.0 – Sistema Plataformal........................................................................................... 45 6.1.0 - Introdução..........................................................................................................45 6.2.0 - Classificação de plataformas............................................................................. 46 6.3.0 - Sedimentos de Plataforma Clástica................................................................... 47 6.3.1 - Plataforma dominada por maré......................................................................... 48 6.3.2 - Plataforma dominada por ondas e tempestades................................................ 49 6.3.3 - Plataforma dominada por corrente................................................................. 51 7.0 – Análise de Perfis Batimétricos.......................................................................... 52 8.0 – Mapeamento Faciológico da Área.................................................................... 59 8.1 - Mapeamento Faciológico..................................................................................... 59 8.1.1 - Areia Litoclástica (AL1b) ................................................................................ 59 8.1.2 - Cascalho Litoclástico (SL1) ............................................................................. 60 8.1.3 - Areia Lito-bioclástica com grânulos e cascalho (AL2a) .................................. 60 8.1.4 - Cascalho Lito-bioclástico (SL2) ...................................................................... 60 8.1.5 - Areia Bio-litoclástica com grânulos e cascalho (AB1a)................................... 61 8.1.6 - Areia Bioclástica com grânulos e cascalho (AB2a).......................................... 61 8.1.7 - Cascalho Bioclástico (CB2) ............................................................................. 61 8.2.0 - Análise de Minerais Pesados............................................................................. 64 9.0 – Conclusões e Recomendações........................................................................... 69 9.1 - Conclusões e Recomendações............................................................................ 69 9.2 – Implicações do monitoramento ambiental para a Indústria do Petróleo............. 70 10.0 – Referências Bibliográficas............................................................................. 73 Anexos......................................................................................................................... 79 Mapa de Contorno, Modelo Digital do Terreno e Mapa Faciológico Anexos......................................................................................................................... Fichas de Amostras e Dados Batimétricos da Área Índice Resumo................................................................................................................ ii Abstract............................................................................................................... iii Agradecimentos.................................................................................................. iv 1.0 – Introdução...........................................................................................................01 1.1 - Apresentação e Objetivos..................................................................................... 01 1.2 - Localização e Vias de Acesso.............................................................................. 01 1.3 - Justificativa.......................................................................................................... 03 2.0 – Aspectos Fisiográficos....................................................................................... 04 2.1.0 - Clima................................................................................................................. 04 2.1.1 - Precipitação....................................................................................................... 04 2.1.2 - Temperatura do Ar............................................................................................ 05 2.1.3 - Evaporação........................................................................................................ 06 2.1.4 - Insolação............................................................................................................06 2.1.5 - Umidade relativa do ar.......................................................................................06 2.2.0 - Vegetação...........................................................................................................07 3.0 – Metodologia de Trabalho.................................................................................. 10 3.1.0 - Metodologia.......................................................................................................10 3.2.0 - Etapa Preliminar ....................................................................................... 10 3.3.0 - Etapa de Campo................................................................................................ 10 3.3.1 - Métodos Sísmicos e Amostragem..................................................................... 12 3.4.0 - Etapa de Laboratório......................................................................................... 15 3.4.1 - Análise Sedimentológica (granulométrica e textural) ...................................... 15 3.4.2 - Separação de minerais pesados......................................................................... 15 3.5.0 - Etapa de Processamento de dados..................................................................... 17 3.6.0 - Etapa Final.........................................................................................................17 4.0 – Geologia Regional...............................................................................................18 4.1 – Introdução............................................................................................................ 18 4.2 - Litoestratigrafia da Bacia Potiguar....................................................................... 18 4.3 - Evolução Tectono-sedimentar Mesozóica............................................................ 21 4.4 - Evolução Cenozóica............................................................................................. 26 4.5 – Geologia da porção submersa da Bacia Potiguar................................................ 29 5.0 – Processos Costeiros............................................................................................. 36 5.1 - Correntes.............................................................................................................. 36 5.2 - Marés e Ondas...................................................................................................... 38 5.3 - Regime de Ventos................................................................................................ 42 6.0 – Sistema Plataformal........................................................................................... 45 6.1.0 - Introdução..........................................................................................................45 6.2.0 - Classificação de plataformas............................................................................. 46 6.3.0 - Sedimentos de Plataforma Clástica................................................................... 47 6.3.1 - Plataforma dominada por maré......................................................................... 48 6.3.2 - Plataforma dominada por ondas e tempestades................................................ 49 6.3.3 - Plataforma dominada por corrente................................................................. 51 7.0 – Análise de Perfis Batimétricos.......................................................................... 52 8.0 – Mapeamento Faciológico da Área.................................................................... 59 8.1 - Mapeamento Faciológico..................................................................................... 59 8.1.1 - Areia Litoclástica (AL1b) ................................................................................ 59 8.1.2 - Cascalho Litoclástico (SL1) ............................................................................. 60 8.1.3 - Areia Lito-bioclástica com grânulos e cascalho (AL2a) .................................. 60 8.1.4 - Cascalho Lito-bioclástico (SL2) ...................................................................... 60 8.1.5 - Areia Bio-litoclástica com grânulos e cascalho (AB1a)................................... 61 8.1.6 - Areia Bioclástica com grânulos e cascalho (AB2a).......................................... 61 8.1.7 - Cascalho Bioclástico (CB2) ............................................................................. 61 8.2.0 - Análise de Minerais Pesados............................................................................. 64 9.0 – Conclusões e Recomendações........................................................................... 69 9.1 - Conclusões e Recomendações............................................................................ 69 9.2 – Implicações do monitoramento ambiental para a Indústria do Petróleo............. 70 10.0 – Referências Bibliográficas............................................................................. 73 Anexos......................................................................................................................... 79 Mapa de Contorno, Modelo Digital do Terreno e Mapa Faciológico Anexos......................................................................................................................... Fichas de Amostras e Dados Batimétricos da Área Capítulo 1 Introdução GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Introdução 1.1 - Apresentação e Objetivos: Neste relatório são apresentados resultados das atividades desenvolvidas e conclusões obtidas através da integração de dados adquiridos em um trecho da plataforma continental setentrional do Estado do Rio Grande do Norte, localizado no município de Guamaré, durante o período de junho/2001 a fevereiro 2002. O principal objetivo desta pesquisa é a caracterização da dinâmica sedimentar na área costeira de influência dos dutos emissário do Pólo Petrolífero de Guamaré, com base em dados de processos costeiros (ventos, correntes, ondas e maré) e mapeamento da área submersa utilizando-se métodos sísmicos (ecobatimetria e sonografia) associados à amostragem de sedimento do fundo marinho. Espera-se que as informações aqui reunidas sirvam de subsídio tanto ao monitoramento ambiental permanente da área de localização dos dutos e emissários do Pólo de Guamaré, quanto aos futuros trabalhos em outras áreas da plataforma continental do Rio Grande do Norte, uma das menos conhecidas no Brasil. Estas atividades foram realizadas com o apoio financeiro dos projetos MARPETRO (FINEP/PETROBRAS/CTPETRO) e PROBAL (CAPES/DAAD). Para o tratamento dos dados foram utilizados laboratórios do departamento de geologia e Program de Pós Graduação em Geodinâmica e Geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). As informações reunidas neste relatório fazem parte da disciplina obrigatória Relatório de Graduação (GEO–345), do curso de Geologia da UFRN, requisito final para obtenção do grau de bacharel em geologia. 1.2 - Localização e Vias de Acesso: A área em estudo está inserida no município de Guamaré na micro-região salineira do Rio Grande do Norte estando localizada entre as coordenadas UTM 0788000 a 0792000 E e 9436000 a 9448000 N. Esta área localiza-se na plataforma interna de Guamaré apresentando-se totalmente submersa (Figura 1.1 e Figura 1.2). O acesso pode ser realizado pela rodovia federal BR – 406 até o trevo que permite o acesso a cidade de Guamaré, a qual dista 190 km da cidade de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte) na rodovia estadual RN – 401. Capítulo I Introdução 1 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação 38º W 37º W 36º W 35º W LEGENDA ARACATI Capitais estaduais Municípios BR Rodovias federais 230 5º S Rodovia estadual 401 UPANEMA 304 R io APODI 6º S as nh ira P o Ri 427 0 45 km 406 ASSU CEARÁ Área estudada Guamaré 401 A çu MOSSORÓ Macau LAJES RIO GRANDE DO NORTE CURRAIS NOVOS NATAL 226 TANGARÁ SÃO JOSÉ DE CAMPESTRE CAICÓ JARDIM DO SERIDÓ 101 SOUZA BR 230 7º S PARAÍBA 230 PATOS JOÃO PESSOA Figura 1.1 – Mapa de Localização e vias de acesso da área estudada. Área estudada Figura 1.2 – Detalhe da área de trabalho: região de influência dos dutos de óleo e gás do pólo de Guamaré (RN), Carta Náutica DHN-700. Capítulo I Introdução 2 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação 1.3 - Justificativa A região costeira próxima ao Pólo Petrolífero de Guamaré-RN, localizado no nordeste do Brasil, apresenta uma faixa onde algumas instalações costeiras foram construídas desde o início dos anos oitenta, para atender a exploração de óleo e gás como: o canal de acesso ao porto de Guamaré, seis oleodutos e gasodutos ligando as instalações em terras aos campos de Agulha e Ubarana e um emissário. Estes dutos e emissário do pólo Guamaré estão sujeitos a processos erosionais e progradacionais contínuos, influenciados por agentes hidrodinâmicos como as ondas originárias predominantemente do quadrante NE, correntes ao largo da zona de arrebentação alcançando velocidades de até 0.5 m/s, marés semi-diurnas com amplitudes variando de 1.0 a 3.1 m e ventos soprando de N a SE. Estudos anteriores na região dos dutos mostraram que os processos de erosão ocorridos nesta área tiveram origem no crescimento das restingas para W, devido ao transporte litorâneo e eólico, que criou áreas de armazenagem do prisma de maré favorecendo a ação erosiva das correntes de maré, além da ação das ondas nas imediações das áreas de locação dos dutos e emissários (Bandeira e Salim, 1999). Entretanto, estudos morfológicos do fundo marinho não foram suficientemente desenvolvidos. Desta forma, este trabalho tem como proposta caracterizar a composição e morfologia do fundo oceânico na plataforma interna da região de Guamaré (RN), por meio de análises de sedimentos de fundo e auxílio de métodos geofísicos indiretos. Capítulo I Introdução 3 Capítulo 2 Aspectos Fisiográficos GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Aspectos Fisiográficos 2.1 – Clima 2.1.1 - Precipitação Segundo Nimer (1971) a presença de chuvas e do tempo estável deve-se à imposição do Anticiclone Sul, centro de alta pressão localizado no centro do Oceano Atlântico, que no final do verão e no outono diminui no Norte e Nordeste do Brasil passando a atuar os ventos alísios do hemisfério Norte da Zona de Convergência Intertropical (Figura 2.1). De acordo com dados da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil (DHN), correspondente ao ano de 1993, Estação Meteorológica de Macau e do Departamento Nacional de Meteorologia – DNMT, a região em estudo apresenta temperaturas elevadas associados a um curto período chuvoso (Figura 2.2), podendo ser caracterizado equatorial quente, semi-árido, com 7 a 8 meses secos, segundo a classificação de Nimer (1989); ou ainda como clima seco, muito quente e semi-árido de estepe do tipo BSw’h, na classificação de Köppen (1948) apud Vianello & Alves (1991), com temperatura média anual acima de 18 º C e bioclima tropical quente de seda acentuada, do tipo 4ath, na classificação de Graussen (1955), com 7 a 8 meses secos. Figura 2.1 - Mapa mostrando o centro de alta pressão localizado no centro do oceano Atlântico, que influencia a presença de muita ou pouca chuva no Norte e Nordeste do Brasil Capítulo II Aspectos Fisiográficos 4 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação 29 28 27 26 100 25 24 jan 0 mar jul mai set nov TEMPERATURA (ºC ) PRECIPITAÇAÕ (mm) 200 23 LEGENDA Normais em precipitação total (mm) Temp. média compensada (ºC) Figura 2.2 – Relação da precipitação total em milímetros e da temperatura média em ºC, da área em estudo. Dados coletados na estação meteorológica de Macau ( período de 1961 a 2000, dados do DNMT) 2.1.2 - Temperatura do Ar Na região de Macau a temperatura apresenta-se elevada o ano todo apresentando média anual de 26º C (Figura 2.3). Temp. Média C o m p e nsa d a (graus C ) 40 temperatura (graus C) 35 T e m p . Máxima (graus C ) 30 T e m p . Mínim a (graus C ) 25 T e m p . Máxima A b s o luta (graus C ) 20 nov set jul mai mar jan 15 T e m p . Mínim a A b s o luta (graus C ) Figura 2.3 - Apresentação da relação das diversas normais das temperaturas médias, máximas absolutas, mínimas absolutas, em º C, coletadas na estação meteorológica de Macau (período de 1961 a 2000, dados do DNMT). Capítulo II Aspectos Fisiográficos 5 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação 2.1.3 - Evaporação Com base em dados da estação hidro-meteorológica de Guamaré (3807238) obtidos do Programa de Monitoramento do Clima na Região Nordeste SUDENE/CPTEC/INPE, as precipitações no ano de 1999 foram concentradas entre fevereiro e junho. No ano de 2000, ocorreu uma repetição deste período chuvoso mas com chuvas esparsas de julho a setembro. Os dados estimados de evapo-transpiração potencial e armazenamento de água no solo para o biênio 1999-2000, apresentam flutuações subordinadas ao período chuvoso. 2.1.4 - Insolação A insolação em Macau é bastante elevada, principalmente nos meses de agosto a 300 250 200 150 100 50 0 novembro setembro julho maio março janeiro total de horas mensal janeiro chegando a 8,3 horas/dia nos meses de outubro e novembro (Figura 2.4). N o rm a is d e In s o l a ç ã o T o t a l ( h o r a s e d é c im o s ) Figura 2.4 - Distribuição da insolação em horas na área em estudo. Dados coletados na estação meteorológica de Macau (período de 1961 a 2000, dados do DNMT). 2.1.5 - Umidade relativa do ar A umidade relativa do ar normal, anual, é de 70,8%, onde é menor nos meses de junho a novembro (mínima em novembro - 66,0%), coincidindo com a estação seca de baixa pluviosidade (Figura 2.5). Capítulo II Aspectos Fisiográficos 6 Relatório de Graduação 80 75 70 65 no v t se ju l m ai m ar 60 ja n umidade relativa% GUEDES, I.M.G. U m i d a d e R e l a t i va % Figura 2.5 - Gráfico das normais da umidade relativa do ar. Dados coletados na estação meteorológica de Macau (período de 1961 a 2000, dados do DNMT). 2.2 - Vegetação As dunas cobrem quase 80% do litoral brasileiro, o que representa cerca de 5000 Km, dos quais 390, aproximadamente, pertencem ao litoral do Rio Grande do Norte, tendo sofrido grande ação antrópica ao longo de sua história. Estudos botânicos recentes mostram que as dunas e restingas recebem influência florística da Mata Atlântica ao longo de praticamente toda a costa e das caatingas no interior do estado, a partir do complexo vegetacional litorâneo. A flora se distribui em zonas bem definidas, conforme os vários fatores ambientais do lugar, como as condições do solo, a distância do mar, a profundidade do lençol freático e outros. Na zona da praia, habitam plantas herbáceas halófitas, isto é, adaptadas ao elevado teor salino e também à mobilidade do solo, como o feijão-de-praia e a salsa de praia. A vegetação pode apresentar-se baixa e densa, com espécies de galhos rígidos, entrelaçados e copa “penteada” pelo vento, além de bromélias espinhentas. A vegetação também pode apresentar porte elevado, com árvores que atingem até 10 metros nos locais mais preservados, sendo frequentes a maçaranduba, o murici, a sucupira-rasteira, a copaíba, a faveira, o xiquexique, as palmas-de-espinhos, entre outras. Nos locais onde o lençol freático é pouco profundo, formam-se regiões úmidas ou alagadas, originando os brejos ou lagoas. Dominam, aí, as plantas hidrófilas principalmente gramíneas e ciperáceos. Na caatinga há grande diversidade florística, sendo possível encontrar: as imburanas, os juazeiros e as quixabeiras das caatingas; as lixeiras, os timbós e as carobas dos cerrados; os Capítulo II Aspectos Fisiográficos 7 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação cruilis, as jenipaparanas e os piri-piris das margens das lagoas; as aingas, os mangues e as taboas dos ambientes fluvio-marinhos; os bredos, as salsas e os guajirus das faixas arenosas costeiras. A vegetação na região de restinga e praia é representada por arbustos, com predomínio da flor-de-ceda (Calotropis procera) com ramos sempre verdes, pinhão branco (jatropha urens Muelli), salsa roxa, salsa-de-praia (Ipomea pescaprae), capim praturá (Paspalum vaginatum) e ainda plantas com habitat de terras e águas salobaras, tais como a Rchardia grandflora, Fimbristyles glometara, Sporobolus virginicus, Blutaporon portulacoides e a Romiria maritima. No interior das salinas ou em áreas onde o lençol freático aflora há grande diversidade de espécies vegetais com portes variados. Observa-se indivíduos da caatinga, como mandacaru (Cereua jamacaru) com porte arbáreo, tronco grosso e ramificado; a algarobeira (Prosopis juliflora), Stylosonthes viscosa, Iresine portulacoides,Richardia grandiflora, Blutaporon portulacoides, Remiria maritima e algumas espécies de Cyperaceae, Poaceae e a Catotropis procera. O ambiente de manguezal é composto de plantas resistentes à variação de salinidade, a grande amplitude de marés, com ampla flutuação do nível de maré e, um declive reduzido. A ampla faixa de terrenos afetados pela intrusão salina pode ser colonizada pelos mangues. Quando estas condições ambientais não são preenchidas, os mangues não alcançam um desenvolvimento estrutural de porte e densidade. No sistema estuarino (manguezal) de Macau, Barreiras, Diogo Lopes e Porto do Mangue, o manguezal vem já a longos períodos sofrendo forte agressão, tanto do ponto de vista econômico, social, como ambiental apresentando em determinados pontos uma forte indicação da ação antrópica, tais como exploração de salinas, atividades petrolíferas e atualmente de aquicultura (ECOPLAM, 2000). Este ambiente é representado por espécies como: Rhizophora mangle, Avicennia germinans, Laguncularia racemosa e Conocarpus erectus. Em relação as macro algas ocorre a predominância de Rhodophyta que caracterizam-se pela ocorrência em regiões onde a concentração de salinidade é bastante importante (Brasil,1981). No ambiente marinho foram destacadas os fitoplâncton que é definida como plâncton de natureza vegetal, ou seja, o plânton capaz de sintetizar sua propria substância pelo processo de fotossíntese, a partir da água, do gás carbônico e da energia luminosa. Fora algumas exceções, o fitoplâncaton é constituído por algas microscópicas, células isoladas reunidas em colônias, medindo de algumas micra a centenas de micra. Entre as algas unicelulares do Capítulo II Aspectos Fisiográficos 8 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação fitoplâncton marinho podem ser citadas em primeiro lugar as diatomáceas, com numerosas espécies e geralmente algumas são abundantes. Pode-se citar, também, as algas flageladas do grupo dos diniflagelados, como um grupo muito importante na composição do fitoplâncton. Outros grupos de algas flageladas como os Cocolitoforídeos e Silicoflagelados são, também, abundantes. Os grupos da comunidade fitoplânctônicas analisadas em monitoramento realizado pela PETROBRAS na plataforma de Macau-RN estão representadas pelos grupos: Diatomáceas, Cianofíceas, Dinoflagelados e Clorofíceas. Nas amostras de superfície as espécies de diatomáceas que se apresentam mais frequentes foram: Bacillaria paradoxa com 23,81%, na estação 1 e a espécie Rhizosolenia styliformis com 65,54%, na estação 3. No grupo das cianofíceas a espécie Oscilatória erytraeum mostrou-se pouco frequente com apenas 12,31% na estação 3 e a espécie Bellerechea malleus com 17,78% na estação 2. No grupo das cianofíceas a espécie Oscillatoria erytraeum apresentou percentual de 25% na estação 1. 2.3 – Relevo e Hidrografia A praia do Minhoto está inserida em região com cota altimétrica de 4 m acima do nível do mar, desenvolvida em extensa planície costeira. A hidrografia da região de Guamaré é caracterizada predominantemente pelos rios Porto do Capim e Camurupim os quais formam região de águas estuarinas, que têm fluxo e refluxo em diversos braços e planície estuarina (intermaré e supramaré). Capítulo II Aspectos Fisiográficos 9 Capítulo 3 Metodologia GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Metodologia 3.1 - Metodologia A metodologia adotada neste estudo envolveu 5 etapas distintas: 1ª - etapa preliminar onde realizou-se uma extensa pesquisa bibliográfica , confecção de base cartográfica preliminar com auxílio de carta topográfica, carta náutica e imagens de satélite, 2ª - etapa de campo onde utilizou-se métodos específicos para mapeamento em áreas submersas, 3ª - etapa de laboratório, envolvendo estudos sedimentológicos, 4ª - etapa de processamento de dados o qual constituiu a fase de tratamento e tabulação dos dados coletados com o objetivo de obter o modelo digital do terreno e a classificação de fácies e 5ª - etapa final onde realizou-se a integração dos dados para construção do mapa faciológico da área e redação da monografia de conclusão do curso (Figura 3.1). 3.2 - Etapa Preliminar Realizou-se uma revisão bibliográfica relacionada a área de Guamaré, seja específicas sobre a área, seja de enfoque generalizado sobre ambientes costeiros, geologia marinha e metódos sísmicos. Utilizou-se a carta topográfica SB.24-X-D-III-1 MI-899-1 Folha Guamaré, em escala de 1:50.000 (SUDENE 1990), carta náutica DHN-700 em escala 1:316.220 (MINISTÉRIO DA MARINHA 1967/1972) e imagem Landsat 7–ETM+ para confecção do mapa base da área usado nos trabalhos de campo. 3.3 -Etapa de Campo Para aquisição de dados no mar utilizou-se como meio flutuante uma embarcação de pequeno porte alugada de pescadores locais (Figura 3.2). Os perfis tanto batimétricos como sonográficos foram adquiridos por meio do Sistema Hidrotac da Odom Hydrografic. Estes perfis seguiram uma malha de linhas Norte-Sul e Leste-Oeste espaçadas de 1 Km, mais detalhada próximo a costa, com espaçamento de 0.5 Km. O posicionamento foi controlado por meio do sistema GPS (Global Positioning System), utilizando um modelo Garmin 12, tendo como referência o datum Córrego Alegre. A velocidade de embarcação foi de aproximadamente 3 nós/hora. Capítulo III Metodologia 10 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação METODOLOGIA DE TRABALHO EMPREGADA NA ÁREA 1- Revisão bibliográfica Carta Topográfica Imagem de Satélite Carta Náutica Base Cartográfica Preliminar 2 - Campo - mar Métodos Sísmicos Side Scan Amostragem Ecobatímetro Draga Van-veen 3 - Laboratório 4 - Processamento de dados Mapa de Contorno Modelo Digital do Terreno Peneiramento à úmido Peneiramento à seco Morfoscopia Separação de Minerais Pesados 5 - Integração dos Dados Classificação de Fácies Mapa Faciológico Relatório de Graduação Figura 3.1 – Fluxograma da metodologia empregada no estudo da plataforma interna na região de Guamaré –RN Capítulo III Metodologia 11 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Figura 3.2– Embarcação de pequeno porte utilizada na aquisção de dados no mar 3.3.1 - Métodos Sísmicos e Amostragem Como a área em estudo posiciona-se em uma porção submersa (plataforma continental) fez-se necessário uma caracterização geral dos aspectos morfológicos e litológicos da região por meio da sonografia e ecobatimetria. A sonografia baseia-se nos princípios da reflexão do sinal acústico usando espectros de frequência normalmente entre 100 e 500 kHz. Este método tem por objetivo o mapeamento da superfície de fundo e é feito com a emissão de um sinal acústico de alta frequência, em intervalos de tempo regulares, por dois transdutores submersos (sonar) que apontam para ambos ou apenas um dos lados da superfície de fundo, dependendo do modelo utilizado, em relação ao rumo da navegação (Figura 3.3C). Os mesmos transdutores de emissão do sinal acústico são responsáveis pela recepção do sinal, oriundos da reflexão na superfície de fundo. A obtenção de informações detalhadas da superfície de fundo é possível devido a alta frequência emitida pelo sonar que não penetra nos estratos sedimentares. A interpretação dos dados de sonografia basea-se na análise visual dos contrastes entre os padrões texturais apresentados pelos registros de campo. A ecobatimetria consiste na emissão de sinais acústicos de alta frequência (normalmente da ordem de dezenas de milhões de hertz), por meio de transdutores posicionados verticalmente para a superfície de fundo. O objetivo principal deste método é obter informações detalhadas da topografia de fundo, identificando com precisão a espessura da coluna d’água. A penetração do sinal emitido não ocorre devido a emissão de altas frequências (figura 3.3B). Capítulo III Metodologia 12 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação O equipamento utilizado na aquisição de dados foi o sistema Hydrotac da Odom Hydrographic , que possui resolução de 0,01m e frequência de 200kHz, constituído por um ecobatímetro (Figura 3.4A), porta para Side Scan Hydrotac (Figura 3.4B) e GPS acoplado. O gerador utilizado para o funcionamento do Hydrotac foi o ABACUS H65 MH (1 fase e 6,0 kVa). Os dados batimétricos podem ser tanto analógicos quanto digitais enquanto os dados sonográficos são apenas analógicos. Neste sonar o “peixe” é fixo na porção lateral da embarcação, com emissão de ondas em apenas um dos lados e varredura máxima de 80m. B b sensor a c a+b=c a = altura da lâmina d'agua captada pelo sensor b = altura do sensor c = altura da lâmina d'agua real A C linha de navegação va rred ur a late ra l sensor Figura 3.3 – A: ecobatímetro Hydrotac da Odom Hydrographic, com resolução de 0,01m e frequência de 200kHz, constituído por um ecobatímetro, porta para Side Scan Hydrotac e GPS acoplado B: aquisição de dados com ecobatímetro e C: aquisição de dados com side scan sonar. A coleta de amostras superficiais foi realizada em uma malha com espaçamento de amostragem de 1 km, porém próximo a linha de costa, onde observa-se os dutos descobertos, este espaçamento foi reduzido para 0.5 km. Nesta amostragem utilizou-se uma draga pontual tipo van-veen para coleta de amostras superficiais (Figura 3.5 e 3.6), à profundidades que variaram de 1.5 m a 8.0 m. Capítulo III Metodologia 13 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Figura 3.4 – Sensor ecobatímetro (A) e side scan (B) Figura 3.5 e 3.6 – Coleta de amostras superficiais utilizando draga pontual tipo van-veen Capítulo III Metodologia 14 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação 3.4 - Etapa de Laboratório 3.4.1 - Análise Sedimentológica (granulométrica e textural) Em laboratório, as amostras foram inicialmente secas, quarteadas e lavadas. Posteriormente pesou-se 100g de cada amostra para a separação granulométrica, tituladas como amostra A, 10g para ataque de HCl (ácido clorídrico) tituladas de amostra B e 10g para ataque de H2O2 (peróxido de hidrogênio) tituladas de amostra C. As amostras A foram submetidas ao peneiramento úmido, no qual foram utilizadas as peneiras 0,062 mm e 2,00 mm com o objetivo de lavar a amostra e separar a fração silte-argila da fração areia. Posteriormente a amostra foi seca, pesada e finalmente submetida ao peneiramento à seco, no qual foram utilizadas 2 baterias de peneiras com as seguintes especificações: 1.400mm, 1.00mm, 0.710mm, 0.500mm, 0.350mm para a primeira bateria e 0.250mm, 0.177mm, 0.125mm, 0.088mm e 0.064mm para a segunda bateria. A duração de vibração para cada bateria foi de 20 minutos e posteriormente todo o material das referidas frações foram pesados. As amostras B foram atacadas com ácido clorídrico (HCl) à 10%, em quantidades sempre inferiores a 20 ml, obtendo a eliminação do carbonato presente na amostra. Estas amostras foram devidamente lavadas com auxílio de um funil, água destilada e permanganato de potássio para constatar a ausência de HCl na amostra. Após a secagem pesou-se para obter a porcentagem de carbonato. As amostras C foram atacadas com aproximadamente 20 ml de peróxido de hidrogênio (H2O2) para eliminar a matéria orgânica. Posteriormente estas amostras foram lavadas, secas e pesadas para obter a porcentagem de matéria orgânica. Posteriormente, os sedimentos foram classificados texturalmente segundo os parâmetros de Folk e Ward (1957) por meio do programa desenvolvido no LAGEMARUFF (Universidade Federal Fluminense) denominado GRANULO e submetidos a morfoscopia. 3.4.2 - Separação de minerais pesados Devido a presença de vários trabalhos de caracterização de minerais pesados realizados nas áreas adjacentes achou-se conveniente, para comparação, a escolha da mesma fração utilizada nestes trabalhos, ou seja, areia muito fina (0.062mm) para a separação de minerais pesados. A técnica aplicada foi a separação por gravidade, onde o Capítulo III Metodologia 15 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação líquido utilizado foi o metatungstato de sódio. Este líquido possui densidade de 2,97g/cm3 , é renovável e possui a vantagem de não ser tóxico (Figura 3.7 ). Figura 3.7 – Separação de minerais pesados por gravidade utilizando o produto não tóxico metatungstato de sódio Para a separação foram utilizados os seguintes materiais: suporte para funil, funil de torneira, filtro grande, filtro pequeno, funil separador, bastão de vidro, becker de 50ml e de 30ml e água destilada. Esta separação foi feita de acordo com o procedimento abaixo: Enche-se o funil de torneira com o metatungstato de sódio, adiciona-se aproximadamente 8g da amostra e agitou-se com um bastão de vidro para misturar e umedecer todos os grãos. Este procedimento foi repetido por 3vezes a cada 40 minutos. Deixa-se o material em repouso até que todos os minerais pesados estejam no fundo do funil de torneira (aproximadamente 8 horas). O funil de torneira foi aberto lentamente, permitindo a passagem da fração pesada para o filtro pequeno com a identificação (número da amostra, fração e indicação de minerais pesados). Fecha-se o funil contendo, ainda, uma parte do líquido e a fração dos minerais leves; desloca-se o funil de torneira para o filtro grande com identificação (número da amostra, fração e identificação de minerais leves); abriu-se a torneira permitindo a passagem do mineral leve e líquido separador que foi filtrado e armazenado para reutilização. Quando restar, em cada filtro, somente os minerais pesados e leves deve-se adicionar bastante água destilada para limpar as amostras. Posteriormente colocou-se as duas frações para secar, pesou-as e calculou-se as porcentagens para ambas. Capítulo III Metodologia 16 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Com a fração de minerais pesados foram confeccionadas lâminas as quais foram submetidas à contagem com identificação, no mínimo 300 grãos transparentes por lâmina, através do método de contagem por linhas (“Line counting”), onde cada grão mineral é identificado e contado ao interceptar os fios do retículo microcópico em linhas sequenciadas da lâmina. Utilizou-se 12 canais do contador os quais foram representados respectivamente pelos seguintes minerais: opacos, hornblenda, epídoto, turmalina, zircão, rutilo, sillimanita, estaurolita, andaluzita, cianita e outros. Esta identificação dos minerais pesados foi realizada com auxílio do atlas Heavy Minerals de Mange & Maurer (1992) e do guia de identificação Minerais Pesados (Uma ferramenta para prospecção, proveniência, paleogeografia e análise ambiental) de João E. Addad (2001). 3.5 - Etapa de Processamento de dados Em seguida, efetuou-se a redução dos efeitos da maré com relação ao nível médio do mar por meio das tábuas de maré da DHN para todos os perfis levantados, confeccionou-se o modelo digital do terreno e mapa de contorno utilizando ferramentas do programa surfer 7 e reproduziu-se alguns dos perfis batimétricos no programa grapher 3. 3.6 – Etapa Final Com a integração dos dados coletados pode-se confeccionar o mapa faciológico da área, redigir a presente monografia de conclusão de curso e publicações em periódicos especializados. Capítulo III Metodologia 17 Capítulo 4 Geologia Regional GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Geologia Regional 4.1 - Introdução A Bacia Potiguar localiza-se na porção extremo nordeste da região NE do Brasil, englobando as margens costeiras norte do Estado do Rio Grande do Norte e nordeste do Estado do Ceará. Esta Bacia possui área de aproximadamente 48.000 km2 onde cerca de 26.500 km2 encontram-se em áreas submersas e está implantada na Província Borborema de Almeida et al. (1977). Os limites da Bacia são definidos da seguinte forma: a oeste, pelo Alto de Fortaleza; a sul, pelo embasamento cristalino da Faixa Seridó e a norte, nordeste e leste pela cota batimétrica de – 2000 m (Figura 4.1). GRABENS 1 - Apodi 2 - Umbuzeiro 3 - Guamaré 4 - Boa Vista Altos Int. 5 - Quixaba 6 - Serra do Carmo 7 - Macau 11 Oceano Atlântico + FALHAS 8 - Apodi 9 - Carnaubais 10 - Ubarana 11 - Pescada 12 - Linha de Charneira de Areia Branca + + + + + 10 + + + + + + 2 + + + + + 3 Bacia Potiguar 8 + 7 9 5 1 6 4 12 + + + + + + + + Embasamento + + + Figura 4.1 – Arcabouço tectônico da Bacia Potiguar. Extraído de Souza (1998) 4.2 - Litoestratigrafia da Bacia Potiguar A Bacia Potiguar é descrita por Matos (1992) como pertencente ao modelo Sistema de Riftes do NE brasileiro. Este modelo é equivalente aos que formam as Bacias do Recôncavo, Tucano, Jatobá, Araripe, Rio do Peixe e Sergipe-Alagoas, entretanto apresenta particularidades bem definidas (Neves 1987), as quais caracterizam um modelo tipo pull-apart para a porção submersa, enquanto que na porção emersa tem-se evidenciado um sistema de riftes tipo intracontinental. Araripe e Feijó (1994) atualizaram e organizaram a coluna proposta por Souza (1982) e a de Lima Neto (1989 apud Araripe e Feijó 1994), segundo três unidades Capítulo IV Geologia Regional 18 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação litoestratigráficas: Grupo Areia Branca, basal; Grupo Apodi, intermediária, e Grupo Agulha , topo (Figura 4.2). Figura 4.2 – Carta estratigráfica da Bacia Potiguar, Araripe e Feijo (1994) Capítulo IV Geologia Regional 19 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação O Grupo Areia Branca reúne as formações Pendência, Pescada e Alagamar, separadas por discordâncias, sobrepostas ao embasamento cristalino de forma discordante. Segundo Souza (1982), a Formação Pendência é de idade Neo-Rio da Serra a Jiquiá sendo constuída por arenitos médios a grossos, com intercalações de folhelhos e siltitos. A Formação Pescada é composta por arenitos médios a finos, com intercalações de folhelhos e siltitos. A Formação Alagamar, foi proposta por Souza (1982) para designar uma seção areno-carbonática de idade neoalagoas, constituída por dois membros, Upanema e Galinhos, separados por uma seção pelítica denominada de Camadas Ponta do Tubarão. O Grupo Apodi reúne as rochas siliciclásticas da Formação Açu de idade albiano a cenomaniana e rochas carbonáticas da Formação Jandaíra de idade turoniano a meso campaniana, além das Formações Ponta do Mel e Quebradas. A Formação Açu é composta por arenitos médios a muito grossos, intercalados com folhelhos, argilitos e siltitos. Estes sedimentos ocorrem de forma discordante e erosiva (na base) com o embasamento ou com a Formação Alagamar e raramente com a Formação Pendências. Já na porção superior, o seu contato ocorre com a seqüência carbonática da Formação Jandaíra, a qual constitui uma plataforma cabornática. Monteiro e Faria (1990) propõem uma rampa carbonática, com fácies de águas rasas, passando à fácies de águas profundas sem definição de borda de plataforma ou uma plataforma carbonática com bordas formadas por bancos bioclásticos, os quais restringem uma plataforma rasa e ampla. As rochas desta formação interdigitam-se com os litotipos basais da Formação Ubarana em direção a parte submersa da bacia. O Grupo Agulha, segundo Araripe e Feijó (1994), é constituído pelas formações Ubarana, Guamaré e Tibau, formadas por clásticos e carbonatos de alta e baixa energia. A Formação Ubarana é constituída de folhelhos e argilitos, entremeados por camadas de arenitos grossos a muito finos, siltitos e calcarenitos datados desde o Albiano até o Holoceno. A Formação Guamaré é caracterizada por calcarenitos bioclásticos e calcilutitos. A Formação Tibau possui idade do neocampaniano ao Holoceno e é composta por arenitos grossos típicos de um sistema de leques costeiros, interdigitados lateralmente com as formações Guamaré e Barreiras. Capítulo IV Geologia Regional 20 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação 4.3 - Evolução Tectono-sedimentar Mesozóica A origem da Bacia Potiguar tem sido correlacionada ao Mesozóico, onde é explicada por Matos (1987) e Matos (1992) como uma evolução decorrente de um processo de rifteamento, em resposta a um afinamento crustal atuante na Província Borborema, durante o fraturamento do Gondwana e formação do Oceano Atlântico. Nesse período, o extremo nordeste brasileiro foi submetido a uma variação de esforços com movimentos divergentes E-W (Françolim & Szatimari, 1987) iniciado no Jurássico. Tais esforços se inverteriam, no Neocomiano, para movimentos compressivos na margem equatorial. Esses esforços resultaram na formação e reativação de falhas normais de direção E-W, originando os grabens da atual porção submersa da Bacia Potiguar. Françolin e Szatmari (1987) afirmaram que a separação dos continentes teria sido decorrente de uma movimentação de caráter divergente, orientada predominantemente de leste para oeste. Esta movimentação se daria durante o Jurássico Superior onde as primeiras evidências estariam condicionadas à separação do Continente Gondwana em dois fragmentos, causada por uma extensa fratura, originada na porção sul do Supercontinente Gondwana, e teria se propagado para o norte, acompanhando as linhas de fraquezas dos substratos (Figura 4.3A). No início dessa separação, neocomiano, a intensidade dos movimentos ocorreu de forma diferenciada, propiciando uma rotação horária da placa sul-americana em relação à africana, rotação esta que envolveu esforços compressivos e distensivos, o que propiciaria a formação do pólo de rotação no nordeste brasileiro (Figura 4.3B). Durante o Aptiano, a rotação horária do continente sul-americano continuou em relação ao africano; entretanto, apenas os movimentos de caráter distensivos, de direção norte-sul, continuariam atuantes no nordeste brasileiro (Figura 4.3C), provocando a paralização da sedimentação na porção emersa da bacia. Contudo, durante o Albiano a sequência de rifteamento continuou presente, e seria evidenciada por falhas de direção leste-oeste, causando um cisalhamento lateral dextralna margem equatorial brasileira, que estariam associadas a uma sequência de deposição pró-oceânica, na porção submersa da província (Figura 4.3D). No Maastrichiano teve-se a presença de movimentos compressivos N-S, reconhecido na literatura (Cremonini 1993) como compressão póscampaniana (Figura 4.3E). Estes eventos estão associados ao soerguimento da plataforma carbonática e reativação de inúmeras falhas. Capítulo IV Geologia Regional 21 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação O arcabouço estrutural dessa bacia, formado ao longo do rifteamento, suportam seqüências sedimentares neocomianas a terciárias sendo constituídas por grabens assimétricos com duas direções preferências, uma NE-SW (grabens de Umbuzeiro, Guamaré e Boa Vista) e outra SE-NW (graben de Apodi). Esses grabens ocorrem separados por “altos” pertencentes ao embasamento cristalino, denominados de Quixaba, Serra do Carmo e Macau. Este modelo estrutural é controlado por um sistema de falhas lístricas normais que poderiam caracterizar antigas zonas de cisalhamento dúcteis brasilianas (Matos, 1992). Diversos pulsos magmáticos intrusivos e extrusivos, precederam e acompanharam a instalação da Bacia Potiguar, como por exemplo: diques de basaltos e diabásio toleíticos (vulcanismo Rio Ceará-Mirim de idade K-Ar entre 175-160 Ma e 145-125 Ma (Oliveira e Martins 1992). Figura 4.3 – Evolução e separação dos continentes Sul Americano e Africano (Françolin e Szatmari, 1987) Bertani et al. (1990) apresentam uma evolução tectono-sedimentar para a Bacia Potiguar na qual são individualizados três estágios tectônicos principais: rifte, transicional e drifte. Capítulo IV Geologia Regional 22 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Rifte Durante este estágio, desenvolveram-se as grandes falhas normais e de transferência ativas desde o Neocomiano, na porção emersa da bacia, até o Eoaptiano, na porção submersa. A sedimentação resultante dessa fase repousa discordantemente sobre o embasamento pré-cambriano e corresponde a um sistema deposicional flúviolacustre (Bertani et al. 1990), caracterizado por progradações de arenitos finos, siltitos e folhelhos ricos em matéria orgânica. Esta seqüência que ocorre restrita aos grabens da bacia é representada pelas formações Pendências e Pescada. No final deste estágio, ocorreu um soerguimento generalizado, acompanhado de basculamento de blocos com o desenvolvimento de altos internos, originando uma discordância regional de caráter erosional e angular. Matos (1992) identificou três fases de rifteamento no nordeste brasileiro, que são associadas com a evolução da ramificação e são responsáveis pela diferenciação espacial e temporal dessa bacia: Sin-rifte I, Sin-rifte II e Sin-rifte III (Figura 4.4A). Dentre as três fases, as duas últimas são consideradas as principais fases de rifteamento, apresentando diferenças importantes no registro litoestratigráfico e no estilo estrutural. A fase Sin-rifte II, desenvolveu-se entre o Eo-Neocomiano e o Barremiano, gerando a maioria dos riftes associados a um amplo fraturamento crustal, com grandes falhas e mega zonas de cisalhamento transversais. A deformação extensional nessa fase, distribuiu-se em três eixos principais de rifteamento: (a) Gabão-Sergipe/Alagoas; (b) Recôncavo-Tucano-Jatobá e (c) Cariri-Potiguar e deslocou-se das bacias mais orientais (trends Recôncavo-Tucano-Jatobá e Gabão-Sergipe/Alagoas) para noroeste, formando uma série de bacias intracratônicas alongadas no sentido NE-SW das quais, a Bacia Potiguar faz parte (Figura 4.4B), propiciando a abertura do Graben Pendência, e uma tectônica de fragmentação controlada principalmente pelas falhas de Carnaubais, Areia Branca e Apodi, da mesma forma que os grabens Boa Vista e Umbuzeiro (Matos 1992). O soerguimento do Alto de Macau separou duas bacias estruturais, onshore e offshore, no interior de uma grande depressão continental sem geração, no entanto, de crosta oceânica (Matos 1992). Um baixo estrutural NE-SW (Graben de Touros) também foi formado, com o soerguimento do Alto de Touros. Este processo de rifteamento foi fortemente influenciado pelas estruturas preexistentes associadas à Província Borborema (Matos 1987b, apud Matos 1992). A última fase de rifteamento, Sin-rifte III, ocorreu no Neo-Barremiano e caracterizou-se por uma principal mudança na cinemática do rifte, quando a sedimentação do rifte Cariri Valley e Bacia Potiguar Capítulo IV Geologia Regional 23 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação onshore foram abortados e a principal deformação iniciada no ramo equatorial (Figura 4.4C). A sedimentação instalada na Bacia Potiguar, tanto na fase Sin-rifte II, como na fase Sin-rifte III, foi tipicamente continental, caracterizado por sedimentos de um sistema deposicional flúvio-lacustre, que compõem a Formação Pendência. Figura 4.4 – Cenário tectônico em que foi gerada a Bacia Potiguar, com individualização dos estágios sin rifte I, sin rifte II e sin rifte III (modificado de Matos 1992) Transicional Os depósitos da seqüência rifte foram sobrepostos, de maneira discordante, pelos litotipos de uma seqüência transicional, que se caracterizou por uma subsidência térmica contínua, com sedimentação ocorrendo em ambiente tectônico relativamente calmo. Durante esse estágio, foi depositada a Formação Alagamar, de idade neoaptiano, composta de folhelhos e carbonatos lagunares restritos, com influência marinha (Camadas Ponta do Tubarão), intercalados com arenitos deltaicos que gradam para fácies mais grossas nas áreas mais proximais (Costa et al. 1983, apud Bertani et al. 1990). Os folhelhos desta formação também são ricos em matéria orgânica, porém com maturação térmica suficiente para geração de hidrocarbonetos apenas na área submersa Capítulo IV Geologia Regional 24 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação e pequena porção emersa da bacia (Rodrigues et al. 1983, apud Bertani et al. 1990). As condições entre o estágio de ruptura e o de deriva afetaram essa seqüência, principalmente por falhas normais e transcorrentes reativadas. Drifte A seqüência transicional foi coberta pelos sedimentos da fase drifte de maneira discordante, sob condições de mar aberto em ambiente de deriva continental, a partir de transgressões e regressões marinhas (Bertani et al. 1990). A subsidência foi controlada principalmente por mecanismos termais e isostáticos, e como conseqüência, as modificações estruturais consistiram essencialmente de falhamentos normais, principalmente, ao longo de lineamentos mais antigos. Durante esse estágio foram depositadas duas unidades distintas: uma unidade Flúvio-Marinha Transgressiva e uma Unidade Flúvio-Marinha Regressiva. A unidade Flúvio-Marinha Transgressiva, de idade albiana-turoniana, é composta de arenitos fluviais grossos a médios, deltaicos, estuarinos e litorâneos englobados na Formação Açu. A Formação Açu é caracterizada por camadas de arenitos grossos a muito fino, conglomerados, siltitos, argilitos e folhelhos. Esta formação foi dividida por Vasconcelos et al. (1990) em quatro unidades de correlação, denominadas, da base para o topo, de Açu-1, Açu-2, Açu-3 e Açu-4. A unidade Açu-1, basal, constitui-se de arenitos grossos e argilosos. A unidade Açu-2 é constituída de arenitos grossos a finos, siltitos e folhelhos, além de calcarenitos e calcilutitos da Formação Ponta do Mel intercalados nesta unidade. A unidade Açu-3 é constituída de arenitos grossos a finos, siltitos e folhelhos. Por último, a unidade Açu-4, membro superior da Formação Açu, é constituída de argilitos, folhelhos, siltitos, arenitos muito fino a médios, eventualmente calcilutitos e margas dolomitizadas. O contato superior da unidade Açu-3 com a Açu-4 é caracterizado pelo MARCO I, a nível regional, que registra um importante evento transgressivo (Vasconcelos et al. 1990). Esta unidade gradou lateralmente em direção à porção offshore da bacia, durante o Neo-Albiano, para depósitos carbonáticos plataformais da Formação Ponta do Mel. No final da seqüência, ocorrem rochas carbonáticas da Formação Jandaíra (Turoniano a Eo-Campaniano), sobrepostas aos arenitos da Formação Açu na maior parte da porção emersa da bacia, como também aos arenitos e folhelhos do Membro Quebradas da Formação Ubarana de idade cenomaniana, nas porções mais a offshore da bacia. O Membro Quebradas ocorre restrito à faixa submersa da bacia, tendo sido depositado entre o Albiano e o Holoceno (Souza 1982). Estes sedimentos foram depositados em ambiente continental Capítulo IV Geologia Regional 25 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação compreendendo fácies aluviais, fluviais (entrelaçado e meandrante) e estuarinas, gradando a ambiente marinho raso com fácies de plataforma carbonática ou terrígena (formações Ponta do Mel e Ubarana-Membro Quebradas) (Vasconcelos et al. 1990). O Magmatismo Serra do Cuó de idade 83 ± 6Ma (Mizusaki 1993 apud Araripe e Feijó 1994), são diques intercalados a sedimentos da Formação Açu, restrito a porção centro sul da Bacia Potiguar. Esse magmatismo antecede a fase de soerguimento, caracterizada na porção offshore da bacia, que resultou na discordância erosiva PréUbarana de Cremonini e Karner (1995). Essa discordância está associada ao soerguimento termal da crosta causado pelo fluxo de calor anormalmente elevado, proveniente de um centro de espalhamento oceânico que se deslocava em frente à bacia ao longo da margem equatorial brasileira. A reativação de falhas, como a de Afonso Bezerra, seria conseqüência desse evento. A Unidade Flúvio-Marinha Regressiva é composta por arenitos costeiros (Formação Tibau), grainstones bioclásticos, wackstones, folhelhos e arenitos da Formação Guamaré (Neo-Campaniano a Holoceno), intercalados pelos basaltos da Formação Macau de idade neo-eocênica a miocênica. Todos encontram-se interdigitados com folhelhos marinhos profundos e depósitos turbidíticos da Formação Ubarana, de idade neo-campaniana a cenozóica. Está incluso nesta seqüência, arenitos e conglomerados da Formação Barreiras, de idade cenozóica e depósitos aluvionares recentes. 4.4 - Evolução Cenozóica Ainda existe muitas controvérsias sobre o início dessa evolução. Na Bacia Potiguar esse limite é marcado pela superfície de erosão denominada de Discordância Pré-Ubarana, que antecede uma litologia predominantemente Terciária, como a seqüência regressiva, o magmatismo Macau, sedimentos clásticos das formações Serra do Martins e Barreiras (Grupo Barreiras), associados a soerguimentos e erosões na Província Borborema (Feio 1954), além de depósitos fluviais, deltaicos, praiais e eólicos. No tocante ao arcabouço estrutural, a maioria das feições estão associadas a modelamento do relevo condicionado por uma tectônica pós-cretácea e/ou são oriundas da reativação de estruturas herdadas da evolução pré-cambriana e mesozóica, retomadas por um campo de tensões neotectônico. Capítulo IV Geologia Regional 26 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação O magmatismo Macau, é representado por derrames de olivina-basalto afanítico, diabásio, e vulcânicas associadas, de idade entre 45 e 29Ma (Mizusaki 1987 apud Araripe e Feijó 1994), intercalados com rochas sedimentares das formações Ubarana, Guamaré e Tibau. A partir do Mioceno, os sedimentos clásticos do Grupo Barreiras foram depositados ainda em caráter regressivo, não só na Bacia Potiguar, assim como na maior parte das bacias do litoral sudeste e norte-nordeste brasileiro. O Grupo Barreiras vem sendo alvo de estudos desde o começo do século. Branner (1902, apud Campos e Silva 1973), foi o primeiro autor a utilizar o termo “Barreiras” para definir uma faixa contínua de sedimentos que ocorrem na região litorânea desde o Rio de Janeiro até o Pará, com características próprias de feições geomorfológicas descritas como tabuleiros que, em vários trechos do litoral nordestino suportam falésias (vivas ou recuadas). Tabosa (2000) constatou a presença deste grupo na plataforma interna do Rio Grande do Norte próximo a cidade de Caiçara onde podese supor que este Grupo possa ocorrer em outras porções da plataforma interna deste Estado. Moraes (1924) englobou na “série Barreiras” o capeamento sedimentar que ocorreu sobre várias serras interioranas no Nordeste, como as Serras do Martins e de Santana. Após várias décadas de estudos, Mabesoone (1994) admitiu a denominação original de Grupo Barreiras e subdividiu-o em três unidades lito-estratigráficas intercaladas por unidades edafo-estratigráficas (Tabela 4.1). Idade Unidade Lito-estratigráfica Holoceno Areias brancas Pleistoceno Formação Macaíba Unidade Edafo-estratigráfica Intemperismo Potengi (retrabalhamento eólico) Plioceno Formação Guararapes Intemperismo Riacho Morno Mioceno Formação Serra do Martins Intemperismo Laterítico Oligoceno Intemperismo Caulinítico Tabela 4.1 : Proposta de divisão para o “Grupo Barreiras” ( Mabesoone et al. 1972) Esse grupo compreende sedimentos arenosos, rochas conglomeráticas com matriz argilosa e argilitos, maciços ou exibindo estratificações plano-paralelas e Capítulo IV Geologia Regional 27 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação cruzadas. Predominam cores avermelhadas, indicando cimentação por óxidos de ferro. No conjunto, são interpretados como depósitos ligados ao sistema fluvial meandrante. O relevo associado corresponde predominantemente a interflúvios tabulares com graus de dissecação variáveis, às vezes recortados como falésias no litoral. A Formação Serra do Martins, compreende a sedimentação mais interiorana, correspondendo ao capeamento de serras com altitudes superiores a 600m. A Formação Guararapes é representada por sedimentos arenosos a argilosos, em camadas horizontais ou lentes, de maneira irregular; a fração areia é quartzosa a quartzo-feldspática, com cores vivas e variadas. A Formação Macaíba compreende sedimentos na fração areia fina a argila, correspondendo a depósitos fluviais de baixa energia, gradando a planície costeira. Acima do Barreiras e margeando os principais rios da região (e.g. Piranhas-Açu, Ceará-Mirim) ocorrem depósitos de cascalheiras, constituídos por conglomerados clasto-suportados polimíticos de coloração dominantemente avermelhada. Entre os clastos, predominam seixos de quartzo policristalino com tamanho variando de 1 a 20 cm (Silva, 1997). Subordinadamente, encontram-se seixos de sílex, do calcário jandaíra, feldspatos, quartzitos, basaltos e gnaisses, com diferentes graus de arredondamento e esfericidade indicando fontes distintas do material. Em termos de estruturas primárias apresenta-se predominantemente maciço; subordinadamente, aparecem estratificações cruzadas planares de baixo ângulo. Estruturas hidroplásticas indicativas de deformação neotectônica são características destes depósitos (Silva, 1997). Estratigraficamente também acima do Barreiras e aparentemente abaixo dos sedimentos dunares, são encontrados os sedimentos areno-quartzosos com pouca argila e grânulos de quartzo e limonita, de coloração amarelo avermelhada, apresentando por vezes estratificação plano paralela. Estes depósitos são diferenciados por alguns autores (citados por Nogueira et al. 1990 b) e são geralmente relacionados ao intemperismo Potengi de Mabesoone et al. (1972), tendo sido denominados de Formação Potengi por Vilaça et al.(1986). Os depósitos eólicos (dunas de areias quartzosas) são classificadas basicamente em paleodunas e dunas móveis. As paleodunas são sedimentos eólicos quaternários, atualmente fixados pela vegetação, constituídas predominantemente por quartzo em forma de areias quartzosas, bem selecionadas e com grãos arredondados (Gomes et al. Capítulo IV Geologia Regional 28 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação 1981). As dunas móveis referem-se às que se formam atualmente. Estão associadas ao desenvolvimento do litoral atual, e formam extensos cordões paralelos à praia. Recobrem tanto o Grupo Barreiras como depósitos fluviais recentes. São compostas predominantemente de quartzo, em grãos arredondados do tamanho areia, bem selecionados e de coloração clara. Os depósitos flúvio-lacustrinos encontram-se distribuídos em todo o continente e estão associados aos leitos dos rios principais. Podem ser encontrados nas desembocaduras dos rios que atingem o litoral, sendo nestes setores, predominantemente argilosos. Estes depósitos são mais importantes no litoral norte do Estado. Os beach-rocks, ou arenitos de praia, são rochas sedimentares usualmente formadas na zona intermáre, embora possa desenvolver-se também em zona sublitorânea. A mineralogia dos beach-rocks pode variar de areias silícicas puras a areias carbonáticas biogênicas, enquanto que o cimento pode variar de aragonita a calcita magnesiana (Stoddart e Cann 1965; Alexanderson 1972). Bezerra et al. (1998), em seu estudo de análise de variações do nível do mar em registros sedimentares holocênicos do nordeste do Brasil, concluíram que os beach-rocks são úteis como indicadores do nível do mar em regime mesomaré. 4.5 - Geologia da porção submersa da Bacia Potiguar A plataforma continental norte do Estado do Rio Grande do Norte, está inserida na plataforma continental da Bacia Potiguar, apresentando largura média de 30-40 km e definindo sua quebra entre 50-60 m de profundidade. Apresenta morfologia irregular, com gradiente médio em torno de 1:1.000 Estudos mais detalhados na plataforma interna são pouco desenvolvidos, destacando-se os de Gorini et al. (1982), Costa Neto (1997), Solewicz (1989), e mais recentemente Guedes & Vital (1999), Tabosa e Vital (2001), Röber (2001) e Vital et al (2002). Morfologicamente as principais feições que ocorrem na plataforma continental são paleocanais, bioconstruções de algas e corais calcáreos, recifes de arenito descontínuos de extensão variável, paralelos a costa (risca do Liso, risca da Gameleira, Capítulo IV Geologia Regional 29 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação urca da Conceição, Urca do Minhoto e urca do Tubarão), campos de dunas subaquosas e bancos arenosos. A orientação E-W dos grabens da porção submersa, delineada desde a abertura dos continentes, definiu o padrão de isóbatas paralelo aos mesmos, e também condicionou a morfologia da linha de costa atual (Costa Neto, 1997). As formas de fundo na plataforma adjacente ao rio Açu foram classificadas morfologicamente por Costa Neto (1997) em: Paleocanais (Pc) Situado ao largo da foz do rio Açu, com direção NE, largura média de 4Km, se estendendo até a isóbata de 24m (aproximadamente 23Km da linha de costa), apresenta fundo plano com gradiente de 1:700. Dentro do paleocanal ocorrem principalmente as fácies de lama bioclástica e biolitoclástica arenosa, enquanto na porção mais costeiras, predominam principalmente lama litobioclástica e terrígena arenosa, secundariamente areia litobioclástica e litoclástica fina a muito fina. Bancos arenosos longitudinais (Bal) São feições topograficamente elevadas em relação ao fundo da plataforma, de caráter contínuo e com orientação preferencial paralela à linha de costa, entre as profundidades de 2 a 5m. Ocorrem principalmente no extremo Este (Diogo Lopes). Bancos arenosos longitudinais, seccionados, ocorrem ao largo de Galinhos (E de Diogo Lopes), mostrando um ângulo de aproximadamente 30o em relação à linha de costa, apresentando características genéticas distintas dos bancos ao largo da ponta do Tubarão, estes paralelos a linha de costa. Bancos de algas calcáreas (Bca) Estas feições estão associadas a bancos de algas coralinas, onde predominam cascalhos e areias bioclásticas com rodolitos. Recifes Morfologicamente constituem estruturas que se elevam do fundo submarino, distribuídos na porção E e extremo NW de Diogo Lopes, sendo classificados em lineares ou isolados. Os recifes lineares ocorrem ao largo da ponta de Tubarão, em profundidades que variam de 12 a 18m, os quais podem ser representados pela urca do Tubarão e cabeço da Barra Velha, ambos definindo uma direção NW-SE. Capítulo IV Geologia Regional 30 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação A urca do Tubarão mostra-se morfologicamente dividida em uma porção inferior (basal) e outra superior (topo). A porção inferior com relevo relativo de cerca de 6m trata-se de um arenito carbonático enquanto que a porção superior apresenta dois altos submersos alongados e paralelos às isóbatas, constituídos totalmente por algas coralinas e vermetídeos. Apresentam entre 100 e 65m de largura e altura média de 5m, cujos topos estão respectivamente a 8 e 9m de profundidade. Já os isolados ocorrem principalmente ao largo de Barreiros, Macau e no extremo NW de Diogo Lopes. Morfologicamente mostram topo pontiagudo e convexo, variando de 2 a 10m e extensão de 100 a 500m, com gradiente de 1:60. São total ou parcialmente cobertos por algas calcáreas/vermetídeos e sedimentos bioclásticos circundantes. Ocorrem em profundidades que variam de 1 a 11m. Fundo plano (FP) Feições com relevo plano a suavemente ondulado, com gradiente variando de 1:1.700 a 1:2.800. Desenvolve-se principalmente na porção W de Diogo Lopes e ao longo do eixo do paleocanal. Este fundo plano apresenta formas de leito tipo marcas de ondas e megamarcas de ondas. Este tipo de fundo ocorre predominantemente em regiões de fácies areia bioclástica e biolitoclástica muito grossa e lama terrígena arenosa. Viana e Solewicz (1988) utilizando imagens de satélite TM-Landsat, identificaram antigas faces de praia e um campo de dunas transversais à 20m de profundidade na plataforma continental ao largo da cidade de Touros-RN. Ainda utilizando imagens TM-Landsat, Solewicz (1989) evidenciou na plataforma norte um conjunto de feições submersas: paleocanais dos rios Mossoró e Açu; lineamento EW ao largo de Morrinhos e bancos arenosos submersos aproximadamente paralelos à linha de costa. Aparentemente formas de fundo são orientadas paralelo a costa, portanto com orientação aparentemente influenciada pelos processos hidrodinâmicos prevalecentes. Campos de cordões de areias (sand ridges) são encontrados entre 1.5 e 12 km offshore. Os dois primeiros cordões localizados próximo a costa são mais ou menos linearmente orientados na direção ENE-WSW (250o) com cerca de 12 km de comprimento. Os cordões em direção offshore apresentam extensão de mais de 20 km, estando separados um do outro por uma distância mais ou menos uniforme de 1 a 1.5 km e com 300 a 500 m de largura (Röber, 2001). Capítulo IV Geologia Regional 31 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Lima et al (2001) em trabalhos realizados na plataforma adjacente a Galinhos com base em imagem de satélite descrevem que os cordões identificados por Röber (2001), na realidade são uma série de estruturas sigmóides ligadas umas as outras. Testa et al. (1994) estudando a plataforma continental ao largo de Touros-RN, utilizando imagens Landsat TM e amostragem, definiram quatro zonas sedimentológicas, as quais ocorrem paralelas à linha de costa atual: Zona Túrbida Sublitorânea (Sublittoral Turbid Zone) – Nas porções mais externas é caracterizada por areia média carbonática, muito bem selecionada, enquanto nas porções mais internas predominam sedimentos lamosos, com Halimeda e Penicillus dispersos. Zona de faixas arenosas (Sand Ribbon Zone) – Caracteriza-se por extensas faixas arenosas sobrepostas por pequenas dunas com duas direções de cristas, produzidas por movimentos oscilatórios da água sobre um fundo inconsolidado, constituídas principalmente por areias e cascalhos de algas coralinas e placas de Halimeda. As áreas interdunares são ricas em rodolitos. Zona de dunas subaquosa (Subaqueous Dune Zone) – Apresenta um campo de extensas dunas transversais (4 km de comprimento e 3-7 de altura) com pequenas dunas sobrepostas. Os sedimentos são predominantemente siliciclásticos, com grãos de Halimeda nas cristas das dunas e cascalho de algas coralinas nas cavas interdunares. Rodolitos são também encontrados. Zona litificada (Lithificaded Zone) – Apresenta um relevo relativo de 0.5-4.0 m, constituído de um arenito bem selecionado com menos de 2 % de bioclastos com um cimento de calcita magnesiana (20 – 35 %) do tipo isópaco e menisco. Esta zona é considerada um representante de um arenito de praia submerso que se formou em um nível de mar mais baixo que o atual. Gorini et al. (1982) estudando uma área na plataforma continental interna entre Guamaré e Macau, no litoral norte do Rio Grande do Norte caracterizaram morfologicamente o fundo submarino como uma alternância de bancos e depressões alinhados E-W. Sedimentos do fundo submarino em profundidades superiores a 10m ocorrem como elevações isoladas e semicirculares que possivelmente tratam-se de arenitos de praia ou corais com relevo de 4 a 5m, além de sedimentos carbonáticos constituídos por algas calcáreas, variando de areia a cascalho e quantidades variáveis de areia quartzosa. Já os sedimentos em profundidades inferiores a 10m são predominantemente areias quartzosas grossas a finas, com porcentagens variáveis de Capítulo IV Geologia Regional 32 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação fração carbonática: fragmentos de nódulos ou nódulos de algas calcáreas e biodetritos em geral (conchas etc.). Segundo Francisconi et al. (1974) em um mapeamento regional (1:1.000.000), na plataforma continental norte do Rio Grande do Norte, entre Ponta do Mel e Galinhos, ocorre uma faixa contínua de areias subarcosianas encaixada entre a linha de praia e construções calcáreas externas. Entre estas areias subarcosianas e os calcáreos externos ocorre uma faixa de areias ortoquartzíticas-biodetríticas, que distribuí-se a partir da região limite entre os Estados do Ceará e Rio Grande do Norte até a região de Natal. Costa Neto (1997) identificou, ainda na plataforma adjacente à foz do rio Açu 13 fácies sedimentares segundo Dias (1996), constituídos principalmente por sedimentos terrígenos e bioclásticos: Arenito Carbonático: formado por arenito fino carbonático quartzosos bem selecionados, subanguloso e subarredondado apresentando minerais pesados, foraminíferos, algas coralinas, melobésias e tubos de vermes que recobrem totalmente o arenito. Cascalho Bioclástico e Areia Bioclástica MG-G: constituído por cascalho de algas coralinas, muito a pobremente selecionado, anguloso com esfericidade de média a baixa, foraminíferos bentônicos, quartzo e fragmentos de arenitos ferruginosos podem ocorrer mais raramente, além de rodolitos maciços e ramificados. Areia Bioclástica MG-G e Areia Biolitoclástica F-MF: compostos por algas coralinas e foraminíferos bentônicos, grãos de quartzo, arenito carbonático, minerais pesados e rodolitos maciços com 2.0 a 6.5 cm de diâmetro. Apresentam-se moderadamente a pobremente selecionados, grãos angulosos a subarredondados e esfericidade baixa a média. Areia Litobioclástica MG-G e Areia Litobioclástica F-MF: compostos por sedimentos terrígenos (quartzo, minerais pesados), algas coralinas, foraminíferos bentônicos e fragmentos de conchas. Os grãos variam de moderada a pobremente selecionada, subangulosos a subarredondados, esfericidade baixa a média. Raramente são observados rodolitos. Areia Litoclástica MG-G e Areia Litoclástica F-MF: compostos essencialmente por grãos de quartzo, secundariamente minerais pesados, micas e fragmentos de arenitos ferruginosos, moderadamente a bem selecionados, grãos angulosos a subarredondados e esfericidade baixa a média. Capítulo IV Geologia Regional 33 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Lama Bioclástica Arenosa: constituído por grãos de quartzo, algas coralinas e foraminíferos bentônicos pobremente selecionados, apresentando-se angulosos a arredondados. Lama Biolitoclástica Arenosa: constituído por cerca de 50-70 % de CaCO3 (algas coralinas, foraminíferos bentônicos e fragmentos de conchas) e grãos de quartzo moderadamente a pobremente selecionados, angulosos a subarredondados e esfericidade baixa. Lama Litobioclástica Arenosa: constituído por uma mistura de grãos de quartzo moderadamente a pobremente selecionados, angulosos a subarredondados e esfericidade baixa, foraminíferos bentônicos e alga coralina. Lama Terrígena Arenosa: composto basicamente por quartzo, mica, minerais pesados e foraminíferos bentônicos. Apresentam-se moderadamente a pobremente selecionados, grãos angulosos a subangulosos e esfericidade baixa. Tanto a plataforma quanto a zona costeira foram modeladas pelas oscilações relativas do nível do mar durante o Quaternário. Os processos hidrodinâmicos que atualmente modelam a plataforma interna nesta região, bem como toda a região costeira onde está instalado o pólo petrolífero de Guamaré, são diretamente influenciados pela configuração morfológica da plataforma interna adjacente à região de São Bento – Caiçara do Norte (Vital et al. 2001). Submetidos a um sistema de alta energia, os sedimentos retrabalhados são responsáveis pela formação recente de muitas formas de fundo. Tabosa (2000) identificou 3 fácies sedimentares na plataforma adjacente a São Bento do Norte e Caiçara do Norte segundo a classificação de Dias (1996): Areias Litoclásticas: os sedimentos são constituídos essencialmente por quartzo, com minerais pesados e fragmentos de conchas como acessórios. Apresentam granulometria variando de areia média a fina, e mais raramente areia grossa; grãos subangulosos a subarredondados, bem selecionados, esfericidade média a baixa. Areias Litobioclásticas: apresentam granulometria variando de areia média a fina, podendo variar de arredondado a subanguloso, moderadamente a mal selecionado e esfericidade baixa a média. É composta por grãos de quartzo, fragmentos de conchas e rodolitos de algas coralinas (apresentam forma maciça, levemente esférica com diâmetro não superior a 1.5 cm) e minerais pesados. Cascalho Bioclástico e Areia Bioclástica: a granulometria varia de seixos a grânulos e mais raramente areias. Estes sedimentos são compostos essencialmente por Capítulo IV Geologia Regional 34 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação algas coralinas pobremente selecionadas, fragmentos de conchas, bivalves, matéria orgânica e em menor proporção grãos de quartzo moderadamente a pobremente selecionados, com grãos predominantemente subangulçosos a subarredondados e esfericidade baixa a média. O componente de maior importância nesta fácie foram os rodolitos ramificados de algas coralinas que podem ter diâmetro variando de 1.0 a 2.5 cm. Capítulo IV Geologia Regional 35 Capítulo 5 Processos Costeiros GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Processos Costeiros 5.1 – Correntes Apesar de submetidas a refração, as ondas na área em estudo atingem a costa obliquamente, propiciando a formação das correntes litorâneas (longshore currents), que se deslocam paralelamente à costa. De modo geral, as correntes na área em estudo estão associadas à orientação E-W da linha de costa e à direção preferencial E-SE dos ventos, que desenvolve uma importante corrente de deriva (longshore), que flui para NW. A direção predominante desta corrente é observada na orientação E-W e migração para W dos pontais arenosos (spits) costeiros e canais de maré (inlets). Segundo Gorini et al. (1982) a construção e migração de E para W de bancos submarinos no assoalho da plataforma continental da costa NE do Estado é função da corrente Norte do Brasil e das correntes litorâneas que sãodecorrentes da refração das ondas ENE, em um litoral essencialmente EW. Na região de Guamaré-RN as correntes superficiais apresentam velocidades médias de 0.51 a 0.77 m/s para W (setor de navegação – Petrobras, comunicação verbal). Em estudo realizado na regiaõ de Galinhos, Santos et al (2001) observaram que os principais fatores que afetam o fluxo e a mistura das águas no sistema de GalinhosGuamaré são as marés e gradientes de densidade, já que este sistema recebe uma descarga mínima de águas doces, tempestades não são comuns, e o clima e temperatura são constantes durante todo o ano. Deste modo chegou-se aos seguintes resultados: • A direção média das correntes está de acordo com o padrão de ventos para a região, e a maior intensidade na baixa mar, mostra que o fluxo predominante é o da maré vazante, favorecendo a construção de deltas e pequenos spits de maré vazante, principalmente na desembocadura do sistema (Figura 5.1). • A temperatura diminui com a profundidade, em todos os perfis. Entretanto, as temperaturas médias de 28°C eram menores durante o fluxo de maré enchente 27°C e os maiores durante o fluxo de maré vazante 29°C . Em mar aberto a maior temperatura registrada foi de 28°C (Figura 5.2). • Os canais são caracterizados por alta salinidade (38.2‰) comparando ao mar aberto (37.2 ‰) devido a maior evaporação. A salinidade aumenta com o aumento da distância do canal em torno do spit de Galinhos (Figura 5.3). Capílulo V Processos Costeiros 36 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Na plataforma externa do Rio Grande do Norte, a corrente Norte do Brasil (CNB), um ramo da Corrente Equatorial Sul (CES), alcança velocidade acima de 2.3 m/s fluindo para W (Silva,1991). 31 N - 5º 5’ 37 14 Cm/s Maré Enchente Cm/s Maré Vazante 9 24 13 55 65 31 37 55 28 - 5º 6’ 24 24 27 11 14 - 36º 18’ - 36º 17’ 51 26 - 36º 16’ - 36º 15’ Figura 5.1 – Comportamento da direção (seta) e intensidade (números no interior das setas) das correntes (Santos et al,2001) - 5º 5’ Maré Enchente N Maré Vazante 27.4 ºC 27.7 ºC 28.4ºC 28.1 ºC 28.2ºC 27.6ºC 27.3ºC 27.6ºC 27.7ºC 27.8ºC - 5º 6’ 27.8ºC 27.7ºC 27.9ºC 27.9ºC 28.7ºC 1 0.5 0 1.5 27.2ºC 27.7ºC Km - 36º 18’ 27.7ºC - 36º 17 - 36º 16’ - 36º 15’ Figura 5.2 – Comportamento da temperatura (Santos et al, 2001) Maré Enchente N - 5º 5’ Maré Vazante 37.5 37.3 37.1 38.2 37.0 37.6 38.5 37.6 38.1 38.9 - 5º 6’ 38.9 38.1 38.9 38.7 38.0 0 0.5 - 36º 18’ 1 38.9 38.8 39.4 1.5 Km - 36º 17 -’36º 16’ - 36º 15’ Figura 5.3 – Comportamento da salinidade (Santos et al, 2001) Capílulo V Processos Costeiros 37 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação ECOPLAM (2001) realizou ensaios recentes de monitoramento na área, para a Petrobras, com o objetivo de identificar o padrão de geração e distribuição das correntes para estabelecer a influência de fatores oceanográficos no tansporte dos efluentes lançados, sedimentos e materias em suspensão. No primeiro ensaio, o flutuador teve deslocamento inicial no sentido 294Az diminuindo, ao longo do trajeto, para 291Az. A velocidade média de deslocamento foi de 0.48 m/s. No segundo ensaio, os resultados foram bastante semelhantes, onde o flutuador teve deslocamento inicial no sentido 306Az passando para 293Az, a medida que converge para W, até atingir 288Az. A velocidade média atingida foi de 0.52 m/s (Figura 6.4). Neste estudo foi utilizado um correntômetro do tipo 2DACM9 Acoustic Current Meter da Falmouth Scientific, INC (FSI). 788000 788200 788600 788800 789000 789000 789200 789400 789600 789800 790000 9439200 9439000 GL1.3 GL2.4 9438800 GL1.2 GL2.3 9438600 9438400 GL2.2 GL1.1 9438200 LEGENDA GL2.1 corrente langrangiana (GL1) 9438000 corrente langrangiana (GL2) ponto de lançamento/observação 9437800 700 0 700 METROS Figura 5.4 – Flutuadores com trajetórias de configuração parabólica resultantes de experimentos direcionados à caracterização das correntes langrangianas (ECOPLAM, 2001). 5.2 - Marés e Ondas As marés são fenômenos de subida e descida periódica dos níveis marinhos e de outros corpos de água ligados aos oceanos (mares e lagunas), causadas principalmente pela atração gravitacional que o sol e a lua exercem nestes corpos, sendo que a lua Capílulo V Processos Costeiros 38 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação exerce duas vezes o efeito do sol. Duas vezes por mês, quando o sol e a lua estão alinhados, isto é na lua nova e na lua cheia, ocorrem as marés mais altas, de sizígia, que são cerca de 20% mais altas que as normais. Quando o sol e a lua estão formando um ângulo de 90º com a Terra, ou seja quarto crescente e quarto minguante, então ocorrem as marés de quadratura. As ondas originam-se do atrito do vento com a superfície do mar. As chamadas ondas de oscilação (oscillatory waves) propagam-se através do movimento oscilatório das partículas de água sem que estas sofram, entretanto, um deslocamento apreciável. Essas partículas descrevem círculos dispostos segundo planos verticais paralelos à direção de propagação da órbitas, de onde se deslocam no sentido horário, coincidente, nesse trecho, com o de propagação de onda; na depressão as partículas situam-se na base das órbitas, de onde se movem em sentido horário. A uma dada profundidade o movimento circular se desfaz, mas já se torna negligível sob uma lâmina de água pouco superior à metade do comprimento de onda. Dá-se o nome de base de onda (wave base) à profundidade de água equivalente à metade do comprimento de onda (C/2). Marca o início da interação entre o fundo e as ondas que se dirigem ao litoral. Desta forma, áreas submersas cobertas por uma espessura de água maior que a base de onda não são afetados pelas ondas de superfície (Mendes, 1984). Em levantamentos realizados na área para a PETROBRAS foi utilizado, pela ECOPLAM (2001), ondógrafo “SEAGAUGE WAVE AND TIDE RECORDER” do tipo SBE 26, da SEABEARD ELETRONICS, INC. Este equipamento combina “SeaBird’s semicondutor-memory” eletrônico de precisão com a base estável, termômetro de precisão, sensor opcional SBE 4 de condutividade e um sensor de pressão Paroscientific Digiquartz para fornecer registros de onda e maré de resolução e acuracidade sem precedentes. Analisando conjuntamente os dados de ondas e marés, observa-se uma forte relação entre o nível das marés e a altura das ondas significativas, sendo as ondas mais elevadas nos períodos de maré enchente (Figura 5.5). Capílulo V Processos Costeiros 39 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação 2.0 2.2 Hs (m) 1.2 1.2 0.8 0.8 Maré 0.4 Maré (m) 1.6 1.0 0.4 Ondas 0.0 0.0 Figura 5.5– Relação entre a altura das ondas e do nível de maré Como a costa brasileira não é afetada por nenhum sistema climático capaz de gerar tempestades de grande magnitude, o regime de ondas é considerado calmo. O maior sistema meteorológico do Brasil é o anticiclônico do Atlântico Sul, com características estacionárias. Em geral, se observa uma redução da frequência e energia das tempestades desde a costa sul para a região nordeste. O caráter sazonal das ondas na região corrobora para a simplificação dos valores representativos do seu comportamento segundo dois períodos específicos: inverno e verão (Tabela 5.1). Estação Hs (m) Período (s) Hmax (m) Direção º Verão 0.8 5 1.2 89 Inverno 0.5 6.5 0.7 52 Tabela 5.1 – Caracterização das ondas de saída do emissário. Fonte:Silveira (2001) A distribuição das alturas significativas das ondas apresenta uma série de variações anuais e direcionais, que caracterizam uma flutuação total entre 0.2 e 2.1 metros. Observa-se a presença de alternância nas condições energéticas ao longo do ano: Dezembro a maio – menor energia com alturas entre 0.2 e 1.8 metros. Junho a novembro – maior energia com alturas entre 0.2 e 2.1 metros. Com relação a distribuição direcional, se observa que as ondas de maior energia estão relacionadas principalmente com as direções E e ESE, cuja direção média de aproximação é de 89°. No inverno, sob influência do campo de ventos de nordeste, as ondas apresentam uma direção média de aproximadamente 52°. O período médio Capílulo V Processos Costeiros 40 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação também apresenta variações anuais e direcionais, com limites anuais entre 1.8 e 10.3 segundos, com maiores valores associados a direção nordeste. A comparação entre alturas significativas médias observadas visualmente em Fortaleza-CE (Sentinelas do Mar – UFSC) e Guamaré (Petrobras-RN) guardam uma correlação significativa do padrão de ocorrência ao longo do ano. Entretanto, apresentam diferença relativa média de altura significativa em torno de 0.4 metros. Dados dos Sentinelas do Mar, durante dois anos de observação, apontam as ondas de E geradas localmente, como o principal estado de mar nesta região as quais mostram alturas significativas de 0.5 a 1.0 metros e período variando de 5 a 8 segundos. Menores valores de períodos de picos são observados nos meses de agosto e setembro (6 – 6.5 segundos). Os maiores períodos de picos (8 a 18 segundos) de ondas são observados no mês de janeiro, com ondulações (swell), direção dominante N e NE e alturas significativas de 0.5 a 2.0 metros, geradas por tempestades que ocorrem em áreas longínquas (entre 30 e 70 de latitude Norte), Canadá e Groenlândia e nas proximidades do Arquipélago dos Açores. Um terceiro estado de mar, de caráter menos persistente, pode ser observado ao largo de Fortaleza-CE, provocado por tempestades locais com direção dominante E, gerando ondas com alturas significativas de 1.0 a 1.5 metros e períodos de 8 a 10 segundos. Alguns dados de ondas de Guamaré consistiram em observações visuais realizadas por navios em rota ao longo do litoral e que foram agrupadas e sumarizadas no Ocean Wave Statistics editado pelo Laboratório Nacional de Física do Ministério de Tecnologia da Inglaterra. Chaves & Vital (2001) estudando uma área em Macau observou que o maior período das ondas foi constatado no mês de abril de 2000 (1´20,07”) e o menor no mês de maio de 2001 (33,36”); a maior altura das ondas foi observado no mês de novembro de 2000 (0,722m) e a menor no mês de maio de 2001 (0,125m). A velocidade da corrente de deriva litorânea nesta área variou de 1,103m/s (em novembro de 2000) a 0,171m/s (em maio de 2001), variando com um ângulo de incidência do “trend” de ondas, em relação a linha de costa, numa média de 0,637m/s. A média do ângulo de incidência das ondas neste período foi de 305º, e a média da direção dos ventos foi de 257ºAz (SW). A declividade da berma, declividade do estirâncio e a média do sentido da corrente litorânea não apresentam mudanças significativas no período estudado, com uma média de 36º para a declividade da berma, 15º para a declividade do estirâncio e Capílulo V Processos Costeiros 41 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação 15º para o sentido da corrente litorânea. Deste modo, Chaves & Vital (2001) constatou que os meses que antecedem o inverno (novembro/2000 a abril/2001) são aqueles que apresentam os maiores parâmetros de onda observados na região, sendo portanto, os meses de maior erosão costeira. Mais recentemente, em estudos nesta área de influência dos dutos, Silveira et al (2001) constata que 52 % da distribuição das ondas apresentam uma direção de aproximação leste, seguido de 20 % de ondas de ESSE e o restante de ondas com componentes norte (18 % de ENE). A altura da onda varia entre 0.25 e 2.5 metros para todas as direções. Com relação aos períodos, observa-se que as ondas de ENE e NE apresentam maiores valores da ordem de 11 segundos, características de ondas do tipo Swell, e as ondas de leste e ESE, períodos próximos de 5 segundos, caracterizando estas ondas como do tipo Sea. 5.3 - Regime de Ventos No litoral setentrional do Rio Grande do Norte os ventos sopram de E e NE, o que fica claramente evidenciado pela origem das dunas costeiras. A distribuição sazonal das direções dos ventos não apresentam grandes variações, ocorrendo apenas mudanças na freqüência em função de grandes perturbações atmosféricas, cuja intensidade respeita o ciclo climatológico dos ventos na região equatorial. Durante os meses de novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, março e abril, predominam 48% de ventos de direção E, tendo como segunda direção ventos SW (26,5%) e a direção NE a terceira direção predominante. Nos outros seis meses (maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro), a primeira direção predominante dos ventos é SW com 51,3%, a segunda é E com 35% e a terceira S com 13,7% (Figura 5.6). Segundo a escala Beaufort, predominam os ventos fracos de novembro a abril, enquanto os de maio a outubro são moderados, caracterizando a região como a de forte potencial para o acionamento de cata-ventos e turbinas. A predominância dos ventos de direção E e SW está relacionado à ação do Anticlone Sul que diminui no Norte e Nordeste do Brasil passando para a atuação da Zona de Convergência Intertropical – ZCT, Nimer (1971). Os ventos fracos são caracterizados pelas velocidades de 07 a 10 nós (13 a 15 km/h, aproximadamente), e sua presença no mar acarreta ondas de grandes ondulações (60 centímetros), com princípio de arrebentação e alguns carneiros. Os moderados Capílulo V Processos Costeiros 42 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação possuem velocidade de 11 a 16 nós (aproximadamente 20,0 a 30 Km/h), apresentando no mar pequenas vagas de aproximadamente 1,50 metros com freqüentes carneiros. No mês de setembro os ventos podem chegar a 5 na escala de Beaufort, onde é observado ondas de forma longa, de 2,40 metros de altura, muitos carneiros e possibilidade de alguns borrifos. A Figura 6.7 apresenta uma compilação das informações sobre a direção predominante dos ventos no litoral Norte do Estado do Rio Grande do Norte com base nas medições efetuadas pela estações meteorológicas (Macau, Natal, etc), como também pelas inferências a partir das direções de deslocamento de dunas (Fortes, 1987). N NW NE 50% E W SW SE S Ventos que Ventos que ocorrem ocorrem durante durante os os meses : nov.,jan., dez,. meses nov., dez., fev.jan.,fev., e abril. de : mar., Abr.. Ventos que ocorrem ocorrem durante duranteosos meses: Ventos que maio., jun.,jun., jul., Jul., ago.,ago., set. e set.e out. mesesmai., de: Figura 5.6 - Observa-se maior intensidade dos ventos nos meses de novembro a abril com direção predominante SW e direção SW-E nos meses de maio a outubro (ECOPLAM, 2001). Capílulo V Processos Costeiros 43 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação OCEANO ATLÂNTICO 5º CABO CALCANHAR MACAU BACIA POTIGUAR Sentido predominante do vento segundo a morfologia das dunas Direção geral dos ventos 38º 37º 36º Figura 5.7: Direção predominante do vento na região do litoral Norte do Estado do Rio Grande do Norte com base em medições efetuadas em estações meteorológicas e direções de dunas (modificado de Fortes, 1987) Capílulo V Processos Costeiros 44 Capítulo 6 Sistema Plataformal GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Sistema Plataformal 6.1 – Introdução Apesar da importância das plataformas no registro estratigráfico, estas ainda não foram bem estudadas devido a dificuldade existente em coletar sedimentos em áreas submersas de grande profundidade. Apenas recentemente foram desenvolvidas técnicas adequadas para realizar este tipo de investigação. A Plataforma continental é definida por Suguio (1998) como a zona marginal dos continentes caracterizada por suave declividade (1-0.1º) que se estende da praia até a profundidade máxima de aproximadamente 180m, a largura é variável podendo ultrapassar 300km. Topograficamente é dividida em plataforma interna – região entre 2 e 50 m de profundidade e plataforma externa – região entre 50 e 200 m de profundidade segundo Mendes (1984) (Figura 6.1a e 6.1b). plataforma continental largura 75 km mergulho 1.7 m/km (0.1) Plataforma Interna Plataforma Externa sopé continental largura 0 - 600 km mergulho 1 - 10 m/km (0.05 -0.6) talude continental largura 10 - 100 km mergulho 70 m/km (4) planície abissal mergulho 1 m/km (0.05) nível do mar 200 m 50 m 1500 - 4000 m 4000 m exagero vertical:20X continente rio shoreline corrente de turbidez corrente offshore canyon submarino leque submarino plataforma continental quebra da plataforma talude continental sopé continental Figura 6.1a – Divisão topográfica da margem continental apresentando a disposição da plataforma continental e Figura 7.1b – Esquema mostrando a relação da plataforma com o transporte sedimentar. Capítulo VI Sistema Deposicional Plataformal 45 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Os sedimentos da plataforma continental são economicamente importantes porque apresentam características de trapas estratigráficas, como alta porosidade, permeabilidade e ocorrência de coberturas de folhelho predominantemente impermeáveis. Em regiões tropicais, as plataformas são os locais ideais para sedimentação carbonática. Em locais onde as condições das águas não são propícias para a sedimentação carbonática ou onde a ocorrência de siliciclásticos superam os carbonáticos, as plataformas são cobertas por partículas detríticas provinientes do continente, em geral na granulometria areia fina, silte e argila. Os mares plataformais apresentam um perfil distintivo, representado por uma superfície de equilíbrio relacionada a base de ondas e caracterizado por um balanço entre erosão e deposição. Estes mares ocorrem sob várias formas e tamanhos, principalmente como resultado de sua localização geográfica e tectônica, mas dois tipos morfológicos principais são reconhecidos: (i) mares pericontinentais, que ocorrem nas margens continentais e são caracterizados pelo perfil clássico de linha de costa – plataforma – talude, vistos como clinoformas em margens continentais agradacionais, (ii) mares epiricos ou epicontinentais que formam mares parcialmente fechados no interior de áreas continentais, onde as águas são rasas e em geral apresentam perfis em forma de rampa, apesar do perfil plataforma – talude também ocorrer em bacias interiores mais profundas. 6.2 - Classificação de plataformas Reading (1996) classificou as plataformas segundo o tipo de sedimento e arcabouço tectônico. De acordo com o tipo de sedimento as plataformas podem ser subdivididas em autóctones e alóctones: (a) Plataformas autóctones: recebem sedimentos quase que exclusivamente do retrabalhamento in situ de depósitos pretéricos. O fundo é composto de sedimentos intrabasinais ou sedimentos extrabasinais reliquiares. (b) Plataformas alóctones: são parcialmente supridas por sedimentos modernos. Recebem grandes quantidades de sedimentos extrabasinais do continente adjacente. De acordo com o arcabouço tectônico podem ser classificadas em passiva, ativa e antepaís: Capítulo VI Sistema Deposicional Plataformal 46 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação (a) Margem Passiva: bordejando os continentes e desenvolvendo prismas plataformais apresentando maior espessura em direção ao mar. O sedimento é fornecido por sistemas de drenagem continentais e amplas áreas de plataforma agradacionais podem ser desenvolvidas. (b) Margem Ativa: ocorrem em áreas de subducção. As áreas plataformais são representadas por plataformas estreitas, cotadas por ondas, entretanto, em áreas com alta sedimentação primas acrescionários agradacionais podem ser formados. (c) Bacias Antepaís (foreland basins): subsidência máxima e sedimentação ocorrem no lado do continente adjacente a zona orogênica. Agradação e perfis plataforma-talude com afinamento em direção a bacia ocorre onde a taxa de sedimentação é alta podendo ser desenvolvidas extensas áreas plataformais. 6.3 - Sedimentos de Plataforma Clástica Os controles dominantes nos padrões de sedimentação e fácies características em mares clásticos rasos são:(i) transporte sedimentar (regime hidráulico), (ii) suprimento sedimentar; e (iii) mudanças relativas no nível do mar. Sucessões marinhas rasas antigas também são influenciadas por: (iv) história geológica/evolução da bacia, incluindo controle tectônico e sedimentação e (v) natureza do registro sedimentar preservado. Os sedimentos das plataformas atuais não são os análogos para mares epicontinentais. As plataformas continentais eram completamente emergentes durante a última glaciação há 20.000 anos atrás, e suas camadas de sedimentos foram afetadas pela linha de costa e processos fluviais. Entre 10.000 e 7.000 anos atrás, o nível do mar subiu rapidamente, aproximadamente um centímetro por ano, devido o derretimento das geleiras; a água do mar cobriu outras plataformas externas muito rapidamente. Emery (1968) sugeriu que a maioria das areias e cascalhos nas outras plataformas externas são registros do último episódio de nível de mar baixo e tem sido pouco retrabalhado desde então. De acordo com Swift, Stanley e Curray (1971) a maior parte dos sedimentos da plataforma estão em equilíbrio dinâmico com processos marinhos modernos. Na maioria das vezes, os sedimentos podem ter chegado à plataforma originalmente por processos fluviais e deltaícos e então serem retrabalhados por processos marinhos. Capítulo VI Sistema Deposicional Plataformal 47 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Os processos deposicionais em sistema de plataforma continental interna são mais intensos devido a plataforma ser rasa e, portanto responder de forma mais efetiva aos efeitos das correntes eólicas, de tempestade e de maré. A plataforma externa ocorre abaixo da base de ondas de tempestade ou correntes de maré, deste modo a circulação oceânica é o principal agente na estratificação por densidade na coluna de água. Acredita-se que cerca de 2/3 da sedimentação da plataforma externa é formada por sedimentos antigos porque esta região estava coberta durante forte subida do nível do mar e teve pouco tempo para atingir o estágio de equilíbrio. Já a plataforma interna, teve um acúmulo considerável na sua cobertura de sedimentos durante os últimos 7000 anos. Os ambientes marinhos correspondem a 75% dos ambientes cobertos por oceanos, e um fato importante é que estão abaixo do nível de base da erosão propiciando um alto potencial de preservação Dentro do modelo processo-resposta e regimes hidráulicos pode-se dizer que as plataformas dominadas por marés somam 17% dos mares mundiais; plataformas dominadas por ondas e tempestades, são combinadas por representar um espectro no regime hidráulico e plataformas dominadas por correntes oceânicas somam 3% das plataformas (Reading,1996). 6.3.1 - Plataforma dominada por maré Nas plataformas sob regime de mesomaré (4m - 2m) e macromaré (>2m) é comum correntes de maré de 50 a 100 cm/s que afetam fortemente as (sand ribbons), ou tidal ridges, que ocorrem paralelo à direção principal do fluxo de maré. Estas feições são longos cordões de areia de até 40m de altura, mais de 200m de largura, e 15Km de comprimento. As (sand ribbons) são assimétricas em perfil, com estratificação cruzada de inclinação suave e foresets estratificados com inclinação mais acentuada. Correntes de maré em altas velocidades (maior que 125 cm/s) propiciam escavações com formações de “lag” de cascalho (depósitos residuais de cascalho). Se a corrente de maré é menor que 100 cm/s, formam-se as ondas de areia de maré (tidal sand waves). Em corrente de maré abaixo de 50 cm/s, lençois de areia (sand sheet) desenvolvem-se, e em menor velocidade, formam-se manchas de areia (sand patches)em fundo lamoso ( Walker e James, 1992) (Figura 7.2). Ondas de areia de maré (Tidal sand waves) apresentam cristas de 3-15 m e comprimento de onda de 150-500 m, são compostas de um set de baixo ângulo Capítulo VI Sistema Deposicional Plataformal 48 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação (mergulhando entre 5°-6°) com sets menores de estratificação cruzada mergulhando abaixo das superfícies acamadadas de baixo ângulo, raramente ultrapassam mais de alguns metros. Figura 6.2 – Distribuição de zonas com formas de leito ao longo dos cursos de transporte por maré: a) modelo geral, b) modelo com baixo suprimento de areia, e c) modelo com alto suprimento de areia. As zonas com formas de leito estão alinhadas paralelamente com os vetores de velocidade da maré de sizígia (mostrada em números que representam cm.s-1). Compilado de Della Fávera (2001) segundo Johnson & Baldwin (1986). 6.3.2 - Plataforma dominada por ondas e tempestades A maioria das plataformas internas rasas, sob atuação de correntes de maré com velocidade menor que 25 cm/s, são calmas sob condições normais; porém ondas com base de onda profunda podem ser formadas durante tempestades. Estas ondas produzem correntes fortes que movem-se obliquamente na plataforma e na linha de costa acentuando qualquer irregularidade no fundo que foi orientado obliquamente à linha de praia. Durante a transgressão holocênica, as cristas rasas da face de praia foram aparentemente submetidas a ação de águas mais profundas e forte corrente de tempestades, responsáveis pela formação de cristas de areia (sand ridges) lineares de 10 m de altura, com 1 a 2 km de largura e dezenas de quilômetros de comprimento. Capítulo VI Sistema Deposicional Plataformal 49 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Períodos de intensa atividade de tempestade produziram estratificações cruzadas internas, modificando-as. Já em períodos de calmaria, estas barras apresentam cobertura de marca ondulada (wave ripples), possibilitando a acumulação de sedimentos finos em suas calhas e o retrabalhamento do topo. Estes processos produzem uma sequência gradacional inversa. Já os lags de cascalho do fundo parecem ser relíquios de uma superfície erosional mais antiga que foi formada durante nível de mar baixo no pleistoceno. Cristas de areia (sand ridges) lineares ocorrem predominantemente em costas dominadas por tempestade; e em plataformas onde não há evidência de ilhas barreira, o suprimento de areia para as cristas de areia (sand ridges) podem ser provenientes de correntes de turbidez. Outra feição comum em plataformas arenosas dominadas por tempestade são os hummocky, estruturas formadas à profundidades de 5 a 15 m, onde fortes ondas de tempestade interagem em águas rasas ou profundas com velocidade de mais de 1 m/s. Este sedimento é depositado irregularmente como hummochy, que posteriormente são parcialmente erodidos pelo próximo surto, produzindo uma nova estratificação cruzada, formada na zona abaixo da base das ondas normais, mas acima do nível das ondas de tempestade (Figura 6.3). TEMPESTADE NÍVEL DO MAR NÍVEL DE BASE DE ONDAS NORMAIS NÍVEL DE BASE DE ONDAS DE TEMPESTADE CORRENTES DE TURBIDEZ ESTRATIFICAÇÃO CRUZADA HUMMOCKY EM ARENITO Figura 6.3 –Esquema apresentando o local de formação da estratificação cruzada tipo hummocky, abaixo da base das ondas normais mas acima do nível das ondas de tempestade. Modificado de Della Fávera (2001). Marcas onduladas (wave ripples) são feições conhecidas de antigas áreas marinhas que mostram influência das ondas e tempestades mas sem influência de maré. Capítulo VI Sistema Deposicional Plataformal 50 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Diferem de marca da onda (current ripples) por possuirem superfície ondulada mais ou menos regular , composta de cristas e calhas alternadas e paralelas entre si, transversais à corrente, que são formadas e mantidas na interface entre fluido em movimento e sedimentos incoesos, pela interação entre o fluido e o sedimento transportado (Allen, 1968). Estas formas de camadas são pouco usuais porque sofrem os efeitos de rápido fluxo de onda reverso. São constituídos de areia pobremente selecionada, lama e muitas vezes apresentam lentes com estratificação flaser. Mesmo que sejam formadas por ondas de tempestade de alta energia, o material fino pode ser carregado em suspensão e depositado em bancos de argila quando perdem sua energia. 6.3.3 - Plataformas dominadas por corrente: Estas plataformas são regularmente regidas por correntes unidirecionais, as quais são geradas em bacias oceânicas mas ocasionalmente migram adjacentes às plataformas continentais (Reading, 1996). Capítulo VI Sistema Deposicional Plataformal 51 Capítulo 7 Análise de Perfis Batimétricos GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Perfis Batimétricos 7.1 – Análise de Perfis Batimétricos A área em estudo apresenta uma morfologia plana com inclinação suave, alcançando cotas mais negativas a medida que se distancia da costa, apresentando profundidade máxima de 11m quando alcança 12 Km da costa (Anexo I). Entretanto, em uma pequena região da área o relevo apresenta irregularidades. Observa-se uma faixa com aproximadamente 2 Km de extensão, paralela à costa, que atinge profundidades de 4 m em região que deveria predominar profundidades de 2 m e coincide com a região onde os dutos estão descobertos. Foram selecionados 4 perfis batimétricos para apresentar as formas de leito e para analisar a questão dos dutos, ou seja, reconhecimento de locais onde os dutos estejam descobertos. Os dutos de óleo e gás do pólo de Guamaré (RN) quando alcançam a praia do Minhoto ficam descobertos, isto pode ser observado na maré baixa (Figura 7.1), entretanto na porção submersa é difícil ter conhecimento de outros pontos sem o monitoramento com ecobatímetro desta região. Desta forma foi possível, por meio dos perfis batimétricos, locar os dutos e ainda constatar a ocorrência de deposição (a este de cada duto) e erosão (a oeste de cada duto) de acordo com a deriva litorânea, o que torna os dutos vulneráveis à descalçamento (Figura 7.4). Este caso também foi confirmado com a análise de perfil sonográfico, o qual apresentava as mesmas evidências de erosão. As formas de leito subaquosas mais comuns foram classificadas como sandwaves, apresentando-se simétricas e assimétricas (Figuras 7.2 e 7.3). As assimétricas apresentam eixo para oeste, definindo o transporte de sedimento no sentido da deriva litorânea. Estas apresentam comprimento de onda variando de 63m a 187m e altura de onda de 0.5m a 1.0m, evidenciando a suave declividade (Figura 7.4). Já as simétricas variaram o comprimento de onda de 130m a 520m e altura de onda de 1.0m a 2.5m. Realizando-se tratamento da Banda 2 do satélite Landsat 7, submetendo-a a filtros direcionais no programa ER Mapper foi possível realçar formas de leito subaquosas como as sandwaves que ocorrem em toda região de Guamaré. Várias sandwaves sequenciadas em uma mesma direção (oeste) agrupadas, formam sandwaves Capítulo VII Análise de Perfis Batimétricos 52 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação de aproximadamente 10km de extensão (Figura 7.6). Isto também é observado em menor escala (perfis sonográficos), onde a crista de algumas sandwaves são formadas por várias ripples (Figura 7.4). Dutos descobertos Figura 7.1 – Dutos descobertos na Praia do Minhoto durante a maré vazante (Silveira, fevereiro 2001) Capítulo VII Análise de Perfis Batimétricos 53 Capítulo 8 Mapeamento Faciológico da Área GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Mapeamento Faciológico da área 8.1 - Mapeamento Faciológico Para padronizar o mapeamento faciológico utilizou-se a nomenclatura proposta por Freire et al (1997) para o Nordeste do Brasil, adaptada de Dias (1996), tendo em vista a predominância de depósitos carbonáticos, formados por uma mistura biogênica/biodetrítica, constituída por fragmentos de algas calcáreas, moluscos, ostracodes, briozoários e foraminíferos que ocorrem apenas nesta região da costa Brasileira. É importante salientar que esta classificação foi adotada para efeitos de comparações com os trabalhos de Costa Neto (1997) e Tabosa (2000) os quais representam uma grande parcela dos poucos trabalhos realizados na plataforma do Rio Grande do Norte (Tabela 8.1). Os parâmetros de esfericidade e arredondamento foram descritos segundo Rittenhouse (1943). Desta forma os sedimentos da área podem ser classificados em sete fácies distintas as quais constituem o mapa faciológico da área de influência dos dutos de óleo e gás da Petrobrás (Anexo III): Areias litoclástica (AL1b), Cascalho Litoclástico (SL1), Areia Lito-bioclástica com grânulos e cascalho (AL2a), Cascalho Litobioclástico (SL2), Areia Bio-litoclástica com grânulo e cascalho (AB1a), Areia Bioclástica com grânulos e cascalho (AB2a) e Cascalho Bioclástico (CB2). 8.1.1 - Areia Litoclástica (AL1b): Os sedimentos classificados como fácie AL1b apresentam carbonato em porcentagem menor que 30%, lama menor que 15%, mediana menor que 2 mm e porcentagem dos grãos superiores a 2 mm menor que 15%. Esta fácie cobre cerca de 40 % da plataforma continental estudada, constituindo deste modo a fácie predominante. É encontrada na porção extremo norte em profundidade de 7 m e na porção sudoeste da área, próxima à linha de costa, em profundidades de 2.1 a 2.5 m. Os sedimentos constituintes desta fácie apresentam granulometria variando de areia média a grossa, os grãos são moderadamente a pobremente selecionados, variando de subangulosos a arredondados com grau de esfericidade predominando nas classes esférica a muito esférica. A classificação das curvas segundo os valores de curtose são extremamente a Capítulo VIII Mapeamento Faciológico da Área 59 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação muito leptocúrtica e raramente leptocúrtica. Além disto a assimetria oscila de assimetria muito positiva a assimetria muito negativa, sendo a última com ocorrência próxima a costa. 8.1.2 - Cascalho Litoclástico (SL1): Os sedimentos correspondentes a fácie SL1 apresentam porcentagem de carbonato menor que 30%, porcentagem de lama menor que 15 % e mediana com valor maior que 2 mm. Esta fácie cobre uma pequena porção da área localizada no extremo centro-sul podendo ser encontrada entre 1.5 m a 2.5m de profundidade. Os sedimentos são granulometricamente classificados como predominantemente areia fina, os grãos são muito a moderadamente selecionados, angulosos a subarredondados e predominantemente esféricos. A curva segundo os valores de curtose são extremamente a muito leptocúrtica e raramente mesocúrtica. A assimetria varia de negativa a muito negativa. 8.1.3 - Areia Lito-bioclástica com grânulos e cascalho (AL2a): Os sedimentos classificados como fácie AL2a possuem porcentagem de carbonato entre 30% e 50%, porcentagem de lama menor que 15%, mediana menor que 2 mm e grãos superiores a 2 mm entre 15% e 50. Granulometricamente, os sedimentos são classificados como areia grossa, os grãos são pobremente selecionados variando de subangulosos a arredondados e predominantemente esféricos. A curva padrão é leptocúrtica e a assimetria é negativa. Esta fácie é pouco representativa na área 8.1.4 - Cascalho Lito-bioclástico (SL2): Os sedimentos desta fácie possuem porcentagem de carbonato entre 30% e 50%, porcentagem de lama menor que 15% e mediana menor que 2 mm. Esta fácie é encontrada na porção central da área, inserida na fácie AB2a e no extremo sudeste, inserida na fácies SL1. Os sedimentos apresentam granulometria variando de areia fina a areia média, os grãos são pobremente a bem selecionados, angulosos a subarredondados e possuem uma esfericidade alta. A curva segundo a curtose é extremamente a muito leptocúrtica e a assimetria é muito negativa. Capítulo VIII Mapeamento Faciológico da Área 60 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação 8.1.5 - Areia Bio-litoclástica com grânulos e cascalho (AB1a): Esta fácie é caracterizada por apresentar porcentagem de carbonato entre 50% e 70%, porcentagem de lama menor que 15%, valores da mediana menores que 2 mm e grãos superiores a 2 mm com porcentagem de 15% a 50%. Esta fácie está localizada na porção central da área e representa uma região de transição dos sedimentos litoclásticos (AL1b) para os sedimentos bioclásticos (CB2). Os sedimentos foram classificados granulometricamente como areia grossa, os grãos são pobremente selecionados, subangulosos a arredondados e predominantemente esféricos. Possui curva segundo a curtose tipo platinocúrtica com assimetria negativa. 8.1.6 - Areia Bioclástica com grânulos e cascalho (AB2a): Os sedimentos da fácie AB2a possuem porcentagem de carbonato superior a 70%, porcentagem de lama inferior a 15%, valores da mediana menores que 2 mm e grãos superiores a 2 mm com porcentagem entre 15% e 50%. Esta fácies está localizada na porção central da área e representa a porção dominantemente bioclástica à profundidades variando de 6.8 m a 7.5 m. Granulometricamente os sedimentos foram classificados como areia muito grossa, os grãos são moderadamente selecionado, subangulosos a arredondados e predominantemente esféricos. A curva segundo a curtose é do tipo mesocúrtica com assimetria positiva. 8.1.7 - Cascalho Bioclástico (CB2): Os sedimentos da fácie CB2 caracterizam-se por apresentar porcentagem de carbonato superior a 70%, porcentagem de lama menor que 15% e mediana superior a 2 mm. Os sedimentos correspondentes a esta fácie estão localizados na porção central da área à de 6.8 m de profundidade. Os sedimentos foram classificados granulometricamente como cascalho, os grãos são pobremente selecionados, angulosos a arredondados e predominantemente esféricos. Possuem curva segundo a curtose tipo platinocúrtica com assimetria positiva. Observou-se bivalves com até 2.5 cm bastante desgastados e deteriorados, indicando tratar-se de sedimentos mais antigos (relíquios). Capítulo VIII Mapeamento Faciológico da Área 61 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação AREIAS L< 15%; areia+lama> 50%; Md< 2mm SUBDIVISÕES PRINCIPAIS SEDIMENTO LITOCLÁSTICO carbonatos <30% SEIXOS, GRÂNULOS COQUINAS OU RODOLITOS L< 15%; Md >2 mm SL1 cascalho litoclástico 15%< superior a 2mm< 50% AL1a areia litoclástica com grânulos e cascalhos SEDIMENTO LITO-BIOCLÁSTICO carbonato = 30 a 50% AL2a SL2 cascalho lito-bioclástico areia lito-bioclástica com grânulos e cascalhos SEDIMENTO BIO-LITOCLÁSTICO carbonatos = 50 a 70% CB1 cascalho bio-litoclástico SEDIMENTO BIOCLÁSTICO carbonato > 70% CB2 cascalho bioclástico AB1a areia bio-litoclástica com grânulos e cascalhos AB2a areia bioclástica com grânulos e cascalhos superior a 2 mm< 15% AL1b areia litoclástica AL2b areia litobioclástica AB1b areia biolitoclástica AB2b areia bioclástica SEDIMENTOS LAMOSOS L> 15% LL1 lama terrígena LL2 marga arenosa LB1 marga calcárea LB2 lama calcárea Tabela 8.1 – Classificação proposta por Freire et al (1997) para o Nordeste do Brasil, adaptada de Dias (1996) Capítulo VIII Mapeamento Faciológico da Área 62 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Foto 1 – Amostra AL1b Foto 2 – Amostra SL1 Foto 3 – Amostra AL2a Foto 4 – Amostra SL2 Foto 5 – Amostra AB1a Foto 6 – Amostra AB2a Foto 7 – Amostra CB2 Figura 8.1 - Fotos apresentando o aspecto geral da fração predominante de cada fácie da área. Capítulo VIII Mapeamento Faciológico da Área 63 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação 8.2 - Análise de Minerais Pesados Os minerais pesados são distinguidos pela densidade elevada, superior a 2,85 g/cm3 podendo representar menos de 1% do peso dos sedimentos ou rochas. A quantidade dos minerais pesados em um determinado sedimento depende da abundância de cada um na área fonte e do transporte, que inclui a sua capacidade de sobrevivência ao intemperismo, à abrasão e a sua segregação devido a diferenças na densidade e forma. Desta forma estes grãos podem ser agrupados em assembléias extremamente específicas, de acordo com a composição mineralógica, distribuídas ao longo do sistema deposicional envolvido. Através da determinação destas assembléias, podemos tecer hipóteses sobre fontes, caminhos ou mesmo sequências deposicionais dos sedimentos (Mange & Maurer, 1991; Addad, 2001). A presença de minerais pesados foi observada em toda a área, em várias proporções, porém sem correlação com a distribuição das fácies (Figura 8.2). Na fração analisada foram encontrados desde quantidades mínimas (0.22%) até quantidades mais significativas (10.79%). As assembléias encontradas na área para cada fácie mostraram diversidade de minerais pesados, sendo formadas tanto por ultra-estáveis e estáveis como por instáveis (Pranchas I, II e III), sendo distribuídas da seguinte forma: Fácie SL2 e AB2a: assembléia mineral zircão-turmalina-epídoto. Fácie CB2: assembléia mineral zircão-turmalina-cianita com carbonato. Fácie AB1a: assembléia mineral zircão-turmalina-andaluzita com carbonato. Fácie AL2a, AL1b e SL1: assembéia mineral zircão-turmalina-hornblenda com carbonato. Observa-se o enriquecimento nos estáveis cianita e epídoto nas fácies SL2, AB2a e CB2, e ultra-estáveis (zircão) na fácie AL2a. A classe de minerais representada pela denominação “outros” apresentada na Figura 8.2 é constituída predominantemente por carbonatos e bioclastos originários principalmente de carapaças de organismos marinhos como foraminíferos e ostracodes, os quais podem ser empregadas em datações, correlações bioestratigraficas e interpretações paleoambientais (Prancha I, foto 2 ; Prancha II, foto 10 e 11). Esta é a classe de maior percentual para todas as fácies, com exceção de da fácie AL2a. A ausência de assembléias minerais bem definidas e distintas deve-se a ausência de formações rochosas aflorantes ou descarga de sedimento por meio Capítulo VIII de um rio Mapeamento Faciológico da Área 64 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação próximo à área. Apesar disto, pode-se constatar que o transporte de sedimento é bastante intenso na área, seja pela observação de clastos de organismos seja pelo grau de alteração e arredondamento dos grãos. 40 35 30 Peso (%) 25 20 15 10 5 0 s sado is pe a r e Min Fáci es rutilo cianita turmalina biotita epídoto zircão estaurolita andaluzita outros silimanita hornblenda Figura 8.2 – Distribuição dos minerais pesados encontrados nas sete fácies sedimentares da área. Capítulo VIII Mapeamento Faciológico da Área 65 Capítulo 9 Conclusões e Recomendações GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação Conclusões e Recomendações 9.1 – Conclusões e Recomendações A aplicação da geofísica marinha como técnica auxiliar ao mapeamento faciológico da área de influência dos dutos de gás e óleo do Pólo de Guamaré atendeu os objetivos da pesquisa. Neste mapeamento constatou-se a predominância de Areias litoclástica (AL1b) e Cascalho Litoclástico (SL1), sendo a primeira correlacionada as areias litoclásticas da região de Galinhos, a qual também apresenta-se como fácie predominante (Tabosa 2000). As fácies Areia Lito-bioclástica com grânulos e cascalho (AL2a), Cascalho Bioclástico (SL2), Areia Bio-litoclástica com grânulo e cascalho (AB1a), Areia Bioclástica com grânulos e cascalho (AB2a) e Cascalho Lito-bioclástico (CB2) ocorrem apenas localmente. A análise de minerais pesados encontrados nestes sedimentos, apresentam assembléias com diversidade, sendo formados tanto por ultra-estavéis e estáveis como instáveis. Não foi observada uma correlação entre assembléias minerais pesados e a distribuição fácies, que permitissem estudos conclusivos de proveniência. Isto pode ser atribuído a ausência de rios de grande porte; que poderiam contribuir com sedimentos, ausência de formações rochosas aflorantes tanto na região costeira quanto em subsuperfície, ou ainda devido a homogenização das assembléias de minerais pesados em função da intensa dinâmica da área (ventos, correntes, ondas e marés). A área apresenta uma morfologia plana com profundidade máxima de 11m, observa-se a presença de uma faixa de 2 Km de extensão, paralela à costa, que atinge profundidades de 4 m, a qual foi definida como a região mais propícia a erosão em função da deriva litorânea, correspondendo aos locais onde os dutos estão descobertos. As formas de leito subaquosas mais comuns identificadas nos registros foram classificadas como sandwaves, apresentando-se simétrica e assimétrica. Esta ultima indica a direção de transporte dos sedimentos de leste para oeste, confirmando as interpretações realizadas em trabalhos anteriores de deslocamento da deriva litorânea no litoral setentrional de Rio Grande do Norte. Capítulo IX Conclusões 69 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação O reconhecimento nos registros batimétricos e sonográficos da locação dos dutos, bem como a determinação dos processos erosivos e deposicionais mostram a utilidade deste método para o monitoramento ambiental de áreas de instalações de exploração de petróleo. Em continuidade a este trabalho recomenda-se a continuidade do monitoramento em escala de maior detalhe (recobrimento completo com sonar de varredura lateral); aquisição de dados meteorológicos, ADCP e CTD, concomitante aos levantamentos de campo, para uma melhor compreensão do transporte de sedimentos da área. Além disto, os sedimentos bioclásticos identificados (foraminífero e ostracodes) podem ser empregados em estudos bioestratigráficos e de ambientes para comparação com seus similares líticos. 9.2 – Implicações do Monitoramento Ambiental para a Indústria do Petróleo A demanda por fontes energéticas tem acarretado crescente utilização do petróleo e do gás. Esta expressiva demanda ocasiona um considerável aumento de riscos de vazamentos decorrentes das atividades de exploração, produção e transporte de óleo, assim como das operações de navios-tanques em terminais (lavagem de tanques, carga e descarga de material, etc.). Segundo a legislação sobre poluição do mar por óleo e esquemas de indenização de prejuízos (1989), os principais causadores do acentuado risco de derrames de óleo nas águas são: Intensificação do tráfego marítimo; Aumento do número de instalações costeiras, fluviais e de mar aberto para transferência de óleo e derivados, tasi como terminais, quadros de bóias e monobóias; Construção e operação de dutos submarinos (terrestres e submarinos) Aumento do número e do porte de instalações de exploração de petróleo em regiões offshore e intensificação das operações nessas instalações. Na região costeira, esses vazamentos merecem destaque especial, uma vez que tratase de uma área com alta densidade demográfica e diversidade de uso do meio físico, o que faz com que os riscos sejam consideráveis tanto para a população quanto para as atividades sócio-econômicas. O monitoramento ambiental de áreas onde existem prospecção, exploração, e transporte de petróleo com a finalidade de prevenir e minimizar acidentes com óleo e gás é Capítulo IX Conclusões 70 GUEDES, I.M.G. Relatório de Graduação imperativo. Esta necessidade fica evidente na Portaria do MCT no.552 de 08/12/99, que define as diretrizes gerais do Plano Nacional de Ciência e Tecnologia do Setor de Petróleo e Gás Natural –CTPETRO. Para elaboração de planos de contingência faz-se necessário o mapeamento das áreas sensíveis ao derrame de óleo. Neste cenário está inserida a área dos dutos e emissário do pólo de Guamaré (RN). Comparando-se o modelo digital integrado ao mapa faciológico da área (Figura 9.1A) e modelo digital integrado à Banda 2 do LANSAT 7-ETM+ (Figura 9.1-B) pode-se constatar que as regiões onde ocorrem fácies com predomínio de areias (AL1b e AB1a), tanto litoclásticas, quanto bioclásticas apresentaram formas de leito bem desenvolvidas (sandwaves), enquanto as regiões onde ocorrem fácies com predominância de cascalho (CB2 e SL2) apresentam morfologia plana. Isto ocorre em função da relação entre granulometria dos sedimentos, profundidade e velocidade do fluxo, parâmetros principais que, influenciam no desenvolvimento das formas de fundo. Na região próxima a costa, na região com predominância de areias (AL1b) e pequenos bolsões de cascalho (SL1 e SL2) não houve uniformidade das formas de leito subaquosas, provavelmente devido a deriva litorânea desta região; sendo observado apenas algumas sandwaves de menor escala. Este tipo de informação é importante, porque pode ser utilizada em áreas da plataforma pouco estudadas, para inferir o tipo de sedimento presente (areia, cascalho, etc), de acordo com as diferentes formas de leito observadas em imagens de satélite, após tratamento com filtros direcionais na banda 2. A combinação da sísmica de alta resolução marinha, o geoprocessamento de imagens de satélite e a coleta de amostras in situ permitiram a correlação da morfologia em subsuperfície, bem como extensão e diversidade da cobertura sedimentar de forma integrada. A região norte-nordeste é ainda extremamente carente destes estudos. Este tipo de informação, associada com outras variáveis ambientais, auxiliará ainda na determinação dos tipos de comunidades biológicas associadas, bem como na compreensão de ambientes deposicionais modernos, importantes para estudos comparativos com seus análogos litificados. Capítulo IX Conclusões 71 Capítulo 10 Referências Bibliográficas GUEDES, I. M. G. 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Capítulo X Referências Bibliográficas 78 Anexos Fichas de Amostras UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG22 Peso inicial 100 D(MM) PHI Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 791504 9437036 2,50m 32.80% Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 2.0720 PHI16 2.5286 2 -1 0.0500 0.05 0.05 PHI75 2.5239 PHI84 3.0209 1.4142 -0.5 0.0500 0.05 0.10 PHI25 2.5880 PHI50 3.0025 1 0 0.0300 0.03 0.13 PHI95 3.6282 0.7071 0.5 0.1500 0.15 0.28 0.5 1 0.1800 0.18 0.46 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 0.3400 0.34 0.80 Mediana 3.003 0.25 2 1.5000 1.5 2.30 Média 2.848 0.1768 2.5 9.3400 9.36 11.66 Selecionamento 0.359 0.125 3 37.8400 37.9 49.56 Assimetria -0.561 0.0884 3.5 43.0400 43.11 92.68 Curtose -9.954 0.0625 4 4.5200 4.53 97.21 Curtose (norm) 1.112 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 0.05% AREIA FINA Areia muito grossa 0.08% Classificação textural de Folk Areia grossa 0.33% AREIA Areia média 1.84% BEM SELECIONADA Areia fina 47.26% EXTREMAMENTE LEPTOCURTICA Areia muito fina 47.64% ASSIMETRIA MUITO NEGATIVA Silte 1.55% Classificação Freire (1997) Arqila 1.24% SL2 Histograma de Barras Curva Cumulativa 50 Frequência acumulada (%) 100 Frequência (%) 40 30 20 10 10 1 0.1 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG21 Peso inicial 100 D(MM) PHI Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 791132 9436904 2,50m 9.4% Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 0.7275 PHI16 2.0151 2 -1 0.2900 0.29 0.29 PHI75 3.1072 PHI84 3.1730 1.4142 -0.5 0.1200 0.12 0.41 PHI25 2.5031 PHI50 2.6778 1 0 0.3100 0.31 0.72 PHI95 3.5399 0.7071 0.5 1.6400 1.64 2.36 0.5 1 2.9000 2.90 5.26 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 4.4500 4.45 9.71 Mediana 2.678 0.25 2 5.7400 5.74 15.45 Média 2.619 0.1768 2.5 9.1000 9.10 24.55 Selecionamento 0.716 0.125 3 35.7800 35.78 60.34 Assimetria -0.266 0.0884 3.5 34.1900 34.19 94.53 Curtose 1.908 0.0625 4 2.9500 2.95 97.48 Curtose (norm) 0.656 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 0.29% AREIA FINA Areia muito grossa 0.43% Classificação textural de Folk Areia grossa 4.54% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 10.19% MODERADAMENTE SELECIONADO Areia fina 44.88% MUITO LEPTOCURTICA Areia muito fina 37.14% ASSIMETRIA NEGATIVA Silte 1.40% Classificação Freire (1997) Arqila 1.12% SL1 Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 40 30 20 10 10 1 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG20 Peso inicial 100 D(MM) PHI Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790929 9437016 2,30m 20.6% Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 0.2209 PHI16 2.2220 2 -1 2.3300 2.32 2.32 PHI75 3.1312 PHI84 3.1901 1.4142 -0.5 0.3500 0.35 2.67 PHI25 2.5540 PHI50 2.7177 1 0 0.6300 0.63 3.3 PHI95 3.6182 0.7071 0.5 1.9300 1.92 5.22 0.5 1 1.6400 1.64 6.86 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 1.4800 1.48 8.33 Mediana 2.718 0.25 2 1.6500 1.65 9.98 Média 2.707 0.1768 2.5 6.8000 6.78 16.76 Selecionamento 0.757 0.125 3 38.2800 38.17 54.93 Assimetria -0.247 0.0884 3.5 38.3600 38.25 93.17 Curtose 2.412 0.0625 4 3.8800 3.87 97.04 Curtose (norm) 0.707 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 2.32% AREIA FINA Areia muito grossa 0.98% Classificação textural de Folk Areia grossa 3.56% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 3.12% MODERADAMENTE SELECIONADO Areia fina 44.95% MUITO LEPTOCURTICA Areia muito fina 42.11% ASSIMETRIA NEGATIVA Silte 1.65% Classificação Freire (1997) Arqila 1.32% SL1 Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 40 30 20 10 10 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG19 Peso inicial 100 D(MM) PHI Projeto Data Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790970 9437004 2,40m 5.4% Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 0.1676 PHI16 0.6109 2 -1 0.1800 0.18 0.18 PHI75 2.5570 PHI84 2.7281 1.4142 -0.5 0.0800 0.08 0.26 PHI25 0.7234 PHI50 1.2201 1 0 0.4300 0.43 0.69 PHI95 3.1959 0.7071 0.5 6.4300 6.43 7.12 0.5 1 21.0100 20.01 27.13 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 25.9800 25.98 53.11 Mediana 1.220 0.25 2 11.5900 11.59 64.70 Média 1.518 0.1768 2.5 7.3000 7.30 72.00 Selecionamento 0.988 0.125 3 13.1500 13.15 85.15 Assimetria 0.365 0.0884 3.5 12.5700 12.57 97.72 Curtose 0.677 0.0625 4 1.1100 1.11 98.83 Curtose (norm) 0.404 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 0.18% AREIA MÉDIA Areia muito grossa 0.51% Classificação textural de Folk Areia grossa 26.44% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 37.57% MODERADAMENTE SELECIONADO Areia fina 20.45% PLATICURTICA Areia muito fina 13.68% ASSIMETRIA MUITO POSITIVA Silte 0.65% Classificação Freire (1997) Arqila 0.52% AL1b Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 30 20 10 10 1 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG18 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Data Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790546 9437260 1,60m 11.4% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 1.5887 PHI16 2.5179 2 -1 0.6200 0.62 0.62 PHI75 2.4529 PHI84 2.9681 1.4142 -0.5 0.1300 0.13 0.75 PHI25 2.6007 PHI50 3.0421 1 0 0.2000 0.20 0.95 PHI95 3.5977 0.7071 0.5 0.5200 0.52 1.47 0.5 1 0.7000 0.70 2.17 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 1.6800 1.68 3.85 Mediana 3.042 0.25 2 3.2500 3.25 7.10 Média 2.840 0.1768 2.5 6.9600 6.96 14.05 Selecionamento 0.417 0.125 3 27.2000 27.19 41.24 Assimetria -0.888 0.0884 3.5 52.0800 52.05 93.29 Curtose -5.573 0.0625 4 4.3700 4.37 97.66 Curtose (norm) 1.219 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 0.62% AREIA FINA Areia muito grossa 0.33% Classificação textural de Folk Areia grossa 1.22% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 4.93% BEM SELECIONADO Areia fina 34.14% EXTREMAMENTE LEPTOCURTICA Areia muito fina 56.42% ASSIMETRIA MUITO NEGATIVA Silte 1.30% Classificação Freire (1997) Arqila 1.04% SL1 Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 60 40 20 10 1 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG17 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Data Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790330 9437166 1,90m 12.0% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 2.5209 PHI16 2.6351 2 -1 0.0000 0.00 0.00 PHI75 2.8753 PHI84 3.2387 1.4142 -0.5 0.0200 0.02 0.02 PHI25 2.7286 PHI50 3.0904 1 0 0.0300 0.03 0.05 PHI95 3.6828 0.7071 0.5 0.0400 0.04 0.09 0.5 1 0.0500 0.05 0.14 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 0.0700 0.07 0.21 Mediana 3.090 0.25 2 0.2700 0.27 0.48 Média 2.985 0.1768 2.5 2.5000 2.50 2.99 Selecionamento 0.327 0.125 3 24.0300 24.08 27.06 Assimetria -0.245 0.0884 3.5 63.2900 63.41 90.47 Curtose 3.246 0.0625 4 6.1800 6.19 96.66 Curtose (norm) 0.764 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 0.00% AREIA FINA Areia muito grossa 0.05% Classificação textural de Folk Areia grossa 0.09% AREIA Areia média 0.34% MUITO BEM SELECIONADO Areia fina 26.58% EXTREMAMENTE LEPTOCURTICA Areia muito fina 69.60% ASSIMETRIA NEGATIVA Silte 1.85% Classificação Freire (1997) Arqila 1.48% SL1 Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 80 60 40 20 0 -1 0 1 2 3 4 Granulometria (Phi) 5 10 1 0.1 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG16 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790295 9437170 2,10m 12.0% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 -0.5650 PHI16 0.1403 2 -1 0.0000 0.00 0.00 PHI75 3.1264 PHI84 3.2098 1.4142 -0.5 2.7200 6.39 6.39 PHI25 0.6881 PHI50 1.7465 1 0 2.2700 5.33 11.72 PHI95 6.0212 0.7071 0.5 3.2500 7.63 19.35 0.5 1 3.2000 7.51 26.86 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 5.3300 12.51 39.38 Mediana 1.746 0.25 2 4.5900 10.78 50.15 Média 1.697 0.1768 2.5 2.4200 5.68 55.83 Selecionamento 1.765 0.125 3 2.3600 5.54 61.38 Assimetria 0.126 0.0884 3.5 11.4800 26.95 88.33 Curtose 1.107 0.0625 4 1.7300 4.06 92.39 Curtose (norm) 0.525 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 0.00% AREIA MÉDIA Areia muito grossa 11.72% Classificação textural de Folk Areia grossa 15.14% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 23.29% MODERADAMENTE SELECIONADO Areia fina 11.22% PLATICURTICA Areia muito fina 31.02% ASSIMETRIA MUITO POSITIVA Silte 4.23% Classificação Freire (1997) Arqila 3.38% AL1b Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 30 20 10 10 0 -1 0 1 2 3 4 Granulometria (Phi) 5 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG15 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Data Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790207 9437500 2,50m 22.6% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 0.0884 PHI16 0.7049 2 -1 0.9200 0.92 0.92 PHI75 3.2031 PHI84 3.5798 1.4142 -0.5 0.7600 0.76 1.68 PHI25 1.1343 PHI50 2.6672 1 0 1.3900 1.39 3.08 PHI95 6.0994 0.7071 0.5 5.4200 5.44 8.51 0.5 1 9.1100 9.14 17.65 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 13.6400 13.68 31.33 Mediana 2.667 0.25 2 8.4300 8.45 39.78 Média 2.315 0.1768 2.5 5.7100 5.73 45.51 Selecionamento 1.629 0.125 3 6.7000 6.72 52.23 Assimetria -0.112 0.0884 3.5 27.9600 28.04 80.26 Curtose 1.191 0.0625 4 11.6700 11.70 91.97 Curtose (norm) 0.544 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 0.92% AREIA FINA Areia muito grossa 2.16% Classificação textural de Folk Areia grossa 14.57% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 22.13% MODERADAMENTE SELECIONADO Areia fina 12.44% MUITO LEPTOCURTICA Areia muito fina 39.74% ASSIMETRIA NEGATIVA Silte 4.46% Classificação Freire (1997) Arqila 3.57% SL1 Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 30 20 10 10 1 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG14 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790001 9437502 2,50m 7.2% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 -5.3315 PHI16 0.0909 2 -1 8.6200 8.65 8.65 PHI75 1.7324 PHI84 2.1348 1.4142 -0.5 0.2100 0.21 8.86 PHI25 0.6279 PHI50 1.2401 1 0 5.0300 5.05 13.91 PHI95 3.2382 0.7071 0.5 5.7200 5.74 19.65 0.5 1 10.4100 10.45 30.1 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 20.6400 20.72 50.82 Mediana 1.240 0.25 2 25.9200 26.02 76.83 Média 1.154 0.1768 2.5 13.2400 13.29 90.12 Selecionamento 1.809 0.125 3 3.2200 3.23 93.08 Assimetria -0.329 0.0884 3.5 1.7200 1.73 97.49 Curtose 3.180 0.0625 4 2.4000 2.41 98.55 Curtose (norm) 0.761 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 8.65% AREIA MÉDIA Areia muito grossa 5.26% Classificação textural de Folk Areia grossa 16.19% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 46.73% MODERADAMENTE SELECIONADO Areia fina 16.52% PLATICURTICA Areia muito fina 4.14% ASSIMETRIA MUITO POSITIVA Silte 1.79% Classificação Freire (1997) Arqila 0.72% AL1b Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 30 20 10 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 10 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG13 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 789000 9437506 2,50m 6.4% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 -0.3955 PHI16 0.2033 2 -1 2.9900 2.98 2.98 PHI75 1.1275 PHI84 1.4579 1.4142 -0.5 0.9900 0.99 3.97 PHI25 0.5550 PHI50 1.0061 1 0 2.4600 2.46 6.43 PHI95 2.5297 0.7071 0.5 11.7900 11.77 18.20 0.5 1 30.9800 30.93 49.13 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 36.0800 36.02 85.15 Mediana 1.006 0.25 2 6.8200 6.81 91.95 Média 0.888 0.1768 2.5 2.8700 2.87 94.82 Selecionamento 0.757 0.125 3 1.5300 1.53 96.35 Assimetria -0.119 0.0884 3.5 1.6300 1.63 97.97 Curtose 2.094 0.0625 4 0.6800 0.68 98.65 Curtose (norm) 0.677 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 2.98% AREIA GROSSA Areia muito grossa 3.44% Classificação textural de Folk Areia grossa 42.70% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 42.83% MODERADAMENTE SELECIONADO Areia fina 4.39% MUITO LEPTOCURTICA Areia muito fina 2.31% ASSIMETRIA NEGATIVA Silte 0.75% Classificação Freire (1997) Arqila 0.60% AL1b Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 40 30 20 10 10 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG12 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 788991 9438000 7.7% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 -1.1570 PHI16 -0.3051 2 -1 6.7600 6.77 6.77 PHI75 1.1822 PHI84 1.6252 1.4142 -0.5 2.8200 2.83 9.6 PHI25 0.0860 PHI50 0.6241 1 0 8.1900 8.21 17.81 PHI95 3.0144 0.7071 0.5 20.8500 20.9 38.71 0.5 1 22.7100 22.76 61.47 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 18.5300 18.57 80.04 Mediana 0.624 0.25 2 7.9000 7.92 87.95 Média 0.647 0.1768 2.5 4.2600 4.27 92.22 Selecionamento 1.115 0.125 3 2.6000 2.61 94.83 Assimetria 0.092 0.0884 3.5 2.9700 2.98 97.81 Curtose 1.559 0.0625 4 0.7500 0.75 98.56 Curtose (norm) 0.609 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 6.77% AREIA GROSSA Areia muito grossa 11.03% Classificação textural de Folk Areia grossa 43.66% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 26.49% POBREMENTE SELECIONADO Areia fina 6.88% MUITO LEPTOCURTICA Areia muito fina 3.73% APROXIMADAMENTE SIMETRICA Silte 0.80% Classificação Freire (1997) Arqila 0.64% AL1b Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) 25 Frequência (%) 20 15 10 5 10 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG11 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790495 9437248 1,70m 23.4% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 2.0652 PHI16 2.6291 2 -1 1.6400 1.64 1.64 PHI75 2.6749 PHI84 3.1052 1.4142 -0.5 0.2100 0.21 1.85 PHI25 3.0025 PHI50 3.0945 1 0 0.4200 0.42 2.27 PHI95 3.6312 0.7071 0.5 0.6000 0.60 2.86 0.5 1 0.3100 0.31 3.17 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 0.3600 0.36 3.53 Mediana 3.095 0.25 2 0.7200 0.72 4.25 Média 2.940 0.1768 2.5 2.8800 2.87 7.12 Selecionamento 0.356 0.125 3 17.2300 17.19 24.32 Assimetria -0.635 0.0884 3.5 68.0900 67.94 92.26 Curtose -1.959 0.0625 4 5.2400 5.23 97.49 Curtose (norm) 2.043 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 1.64% AREIA FINA Areia muito grossa 0.63% Classificação textural de Folk Areia grossa 0.91% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 1.08% BEM SELECIONADO Areia fina 20.07% EXTREMAMENTE LEPTOCURTICA Areia muito fina 73.13% ASSIMETRIA MUITO NEGATIVA Silte 1.40% Classificação Freire (1997) Arqila 1.12% SL1 Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 80 60 40 20 10 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG10 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790495 9438002 2,90m 38.00% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 -2.7609 PHI16 -1.3622 2 -1 18.7900 18.85 18.85 PHI75 1.5671 PHI84 2.0542 1.4142 -0.5 1.9600 1.97 20.81 PHI25 0.0107 PHI50 0.7266 1 0 3.7000 3.71 24.53 PHI95 3.1890 0.7071 0.5 11.0000 11.03 35.56 0.5 1 15.8800 15.93 51.49 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 20.5100 20.57 72.06 Mediana 0.727 0.25 2 10.9000 10.93 83.00 Média 0.472 0.1768 2.5 4.6100 4.62 87.62 Selecionamento 1.756 0.125 3 3.4700 3.48 91.10 Assimetria -0.198 0.0884 3.5 5.1400 5.16 96.26 Curtose 1.567 0.0625 4 2.2900 2.30 98.56 Curtose (norm) 0.610 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 18.85% AREIA GROSSA Areia muito grossa 5.68% Classificação textural de Folk Areia grossa 26.96% AREIA COM CASCALHO Areia média 31.51% POBREMENTE SELECIONADA Areia fina 8.11% MUITO LEPTOCURTICA Areia muito fina 7.45% ASSIMETRIA NEGATIVA Silte 0.80% Classificação Freire (1997) Arqila 0.64% AL2a Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) 25 Frequência (%) 20 15 10 5 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG9 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Data Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790497 9439002 2,50m 12.9% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 0.5132 PHI16 1.2280 2 -1 1.2500 1.25 1.25 PHI75 2.6256 PHI84 3.0075 1.4142 -0.5 0.5500 0.55 1.80 PHI25 1.5721 PHI50 2.0569 1 0 0.8600 0.86 2.66 PHI95 3.1983 0.7071 0.5 2.2000 2.20 4.86 0.5 1 2.5700 2.57 7.44 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 9.3800 9.39 16.83 Mediana 2.057 0.25 2 28.3300 28.36 45.18 Média 2.095 0.1768 2.5 21.1500 21.17 66.35 Selecionamento 0.852 0.125 3 17.2000 17.22 83.57 Assimetria -0.041 0.0884 3.5 14.4000 14.41 97.98 Curtose 1.044 0.0625 4 0.8500 0.85 98.83 Curtose (norm) 0.511 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 1.25% AREIA FINA Areia muito grossa 1.41% Classificação textural de Folk Areia grossa 4.77% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 37.74% MODERADAMENTE SELECIONADA Areia fina 38.38% MESOCURTICA Areia muito fina 15.26% APROXIMADAMENTE SIMETRICA Silte 0.65% Classificação Freire (1997) Arqila 0.52% SL1 Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 30 20 10 10 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG8 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790502 943998 4,80m 20.7% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 -0.8123 PHI16 0.0077 2 -1 3.4300 3.43 3.43 PHI75 1.5687 PHI84 1.7332 1.4142 -0.5 2.1000 2.10 5.52 PHI25 0.0956 PHI50 0.6839 1 0 9.7000 9.69 15.21 PHI95 3.1365 0.7071 0.5 25.6500 25.61 40.82 0.5 1 12.4900 12.47 53.30 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 17.9700 17.94 71.24 Mediana 0.684 0.25 2 13.7000 13.68 84.92 Média 0.807 0.1768 2.5 5.0200 5.01 89.93 Selecionamento 1.030 0.125 3 2.4800 2.48 92.41 Assimetria 0.229 0.0884 3.5 4.7500 4.74 97.15 Curtose 1.098 0.0625 4 0.7800 0.78 97.93 Curtose (norm) 0.523 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 3.43% AREIA GROSSA Areia muito grossa 11.78% Classificação textural de Folk Areia grossa 38.09% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 31.63% POBREMENTE SELECIONADA Areia fina 7.49% LEPTOCURTICA Areia muito fina 5.52% ASSIMETRIA POSITIVA Silte 1.15% Classificação Freire (1997) Arqila 0.92% AL1b Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 30 20 10 10 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG7 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790495 9441010 6,30m 58.1% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 -2.7550 PHI16 -2.0420 2 -1 32.1000 32.08 32.08 PHI75 1.2292 PHI84 1.6355 1.4142 -0.5 3.8600 3.86 35.93 PHI25 -1.4587 PHI50 0.6746 1 0 3.7500 3.75 39.68 PHI95 2.6631 0.7071 0.5 4.4800 4.48 44.16 0.5 1 8.3700 8.36 52.52 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 24.5300 24.51 77.04 Mediana 0.675 0.25 2 12.8600 12.85 89.89 Média 0.089 0.1768 2.5 3.7400 3.74 93.62 Selecionamento 1.740 0.125 3 2.1100 2.11 95.73 Assimetria -0.372 0.0884 3.5 2.8700 2.87 98.60 Curtose 0.826 0.0625 4 0.3200 0.32 98.92 Curtose (norm) 0.452 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 32.08% AREIA GROSSA Areia muito grossa 7.60% Classificação textural de Folk Areia grossa 12.84% CASCALHO ARENOSO Areia média 37.36% POBREMENTE SELECIONADA Areia fina 5.85% PLATICURTICA Areia muito fina 3.19% ASSIMETRIA MUITO NEGATIVA Silte 0.60% Classificação Freire (1997) Arqila 0.48% AB1a Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 40 30 20 10 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG6 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Data Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790505 9442028 6,86m 70.30% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 -5.8706 PHI16 -4.8625 2 -1 58.1900 58.15 58.15 PHI75 1.5045 PHI84 2.7202 1.4142 -0.5 2.7300 2.73 60.88 PHI25 -4.0378 PHI50 -1.7468 1 0 2.2700 2.27 63.15 PHI95 3.2336 0.7071 0.5 3.2500 3.25 66.39 0.5 1 3.2000 3.2 69.59 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 5.3300 5.33 74.92 Mediana -1.747 0.25 2 4.5900 4.59 79.50 Média -1.295 0.1768 2.5 2.4200 2.42 81.92 Selecionamento 3.275 0.125 3 2.3600 2.36 84.28 Assimetria 0.136 0.0884 3.5 11.4800 11.47 95.75 Curtose 0.673 0.0625 4 1.7300 1.73 97.48 Curtose (norm) 0.402 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 58.15% CASCALHO Areia muito grossa 5.00% Classificação textural de Folk Areia grossa 6.45% CASCALHO ARENOSO Areia média 9.91% MUITO POBREMENTE SELECIONADO Areia fina 4.78% PLATICURTICA Areia muito fina 13.20% ASSIMETRIA POSITIVA Silte 1.40% Classificação Freire (1997) Arqila 1.12% CB2 Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 60 40 20 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG 5 Peso inicial 100 D(MM) PHI Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790500 9443002 6.80m 83.3% Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 -1.1837 PHI16 -1.0234 2 -1 17.5900 17.61 17.61 PHI75 0.0029 PHI84 0.1437 1.4142 -0.5 17.1400 17.16 34.76 PHI25 -0.8923 PHI50 -0.4049 1 0 40.0100 40.05 74.81 PHI95 1.1106 0.7071 0.5 15.9600 15.98 90.79 0.5 1 3.1700 3.17 93.96 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 2.3400 2.34 96.31 Mediana -0.405 0.25 2 1.7400 1.74 98.05 Média -0.428 0.1768 2.5 0.4200 0.42 98.47 Selecionamento 0.639 0.125 3 0.3300 0.33 98.80 Assimetria 0.131 0.0884 3.5 0.5700 0.57 99.37 Curtose 1.050 0.0625 4 0.0900 0.09 99.46 Curtose (norm) 0.512 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 17.61% AREIA MUITO GROSSA Areia muito grossa 57.21% Classificação textural de Folk Areia grossa 19.15% AREIA COM CASCALHO Areia média 4.08% MODERADAMENTE SELECIONADA Areia fina 0.0075 MESOCURTICA Areia muito fina 0.0066 ASSIMETRIA POSITIVA Silte 0.30% Classificação Freire (1997) Arqila 0.24% AB2a Histograma de Barras Curva Cumulativa 50 Frequência acumulada (%) 100 Frequência (%) 40 30 20 10 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG 4 Peso inicial 100 D(MM) PHI Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790517 9444004 7,40m 35.7% Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 -0.9127 PHI16 0.7293 2 -1 4.3800 4.38 4.38 PHI75 2.5018 PHI84 2.6279 1.4142 -0.5 1.7800 1.78 6.16 PHI25 1.5275 PHI50 2.0404 1 0 2.3700 2.37 8.53 PHI95 3.0957 0.7071 0.5 4.2100 4.21 12.74 0.5 1 3.5600 3.56 16.29 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 6.2100 6.21 22.5 Mediana 2.040 0.25 2 22.7100 22.7 45.2 Média 1.797 0.1768 2.5 29.6800 29.67 74.87 Selecionamento 1.082 0.125 3 17.8400 17.83 92.71 Assimetria -0.427 0.0884 3.5 5.9900 5.99 98.70 Curtose 1.686 0.0625 4 0.0900 0.09 98.79 Curtose (norm) 0.628 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 4.38% AREIA MÉDIA Areia muito grossa 4.15% Classificação textural de Folk Areia grossa 7.77% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 28.91% POBREMENTE SELECIONADA Areia fina 47.50% MUITO LEPTOCURTICA Areia muito fina 6.08% ASSIMETRIA MUITO NEGATIVA Silte 0.67% Classificação Freire (1997) Arqila 0.54% SL2 Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 30 20 10 10 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG 3 Peso inicial 100 D(MM) PHI Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790500 9445000 7,50m 87.30% Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 -1.5370 PHI16 -1.3848 2 -1 43.8400 43.81 43.81 PHI75 -0.3090 PHI84 0.0837 1.4142 -0.5 18.0800 18.07 61.88 PHI25 -1.2603 PHI50 -0.9144 1 0 17.1800 17.17 79.05 PHI95 0.6231 0.7071 0.5 14.7900 14.78 93.83 0.5 1 2.3700 2.37 96.20 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 1.1900 1.19 97.39 Mediana -0.914 0.25 2 0.4700 0.47 97.86 Média -0.738 0.1768 2.5 0.3200 0.32 98.18 Selecionamento 0.694 0.125 3 0.4000 0.40 98.58 Assimetria 0.391 0.0884 3.5 0.2200 0.22 98.80 Curtose 0.931 0.0625 4 0.0300 0.03 98.83 Curtose (norm) 0.482 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 43.81% AREIA MUITO GROSSA Areia muito grossa 35.24% Classificação textural de Folk Areia grossa 17.15% CASCALHO ARENOSO Areia média 1.66% MODERADAMENTE SELECIONADA Areia fina 0.72% MESOCURTICA Areia muito fina 0.25% ASSIMETRIA MUITO POSITIVA Silte 0.65% Classificação Freire (1997) Arqila 0.52% AB2a Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) 50 Frequência (%) 40 30 20 10 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG 2 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790515 9446046 6,50m 17.8% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 -0.4471 PHI16 1.1131 2 -1 4.1700 4.17 4.17 PHI75 1.9698 PHI84 2.0845 1.4142 -0.5 0.6400 0.64 4.81 PHI25 1.5112 PHI50 1.6252 1 0 0.9200 0.92 5.72 PHI95 2.2247 0.7071 0.5 2.0000 2.00 7.72 0.5 1 2.8700 2.87 10.59 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 11.9700 11.96 22.55 Mediana 1.625 0.25 2 54.8700 54.82 77.37 Média 1.606 0.1768 2.5 19.6300 19.61 96.98 Selecionamento 0.648 0.125 3 1.1300 1.13 98.11 Assimetria -0.303 0.0884 3.5 0.1200 0.12 98.23 Curtose 2.388 0.0625 4 0.0200 0.02 98.25 Curtose (norm) 0.705 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 4.17% AREIA MÉDIA Areia muito grossa 1.56% Classificação textural de Folk Areia grossa 4.87% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 66.78% MODERADAMENTE SELECIONADA Areia fina 20.74% MUITO LEPTOCURTICA Areia muito fina 0.14% ASSIMETRIA MUITO NEGATIVA Silte 1.75% Classificação Freire (1997) Arqila 0.00% AL1b Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 60 40 20 10 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL Amostra IG 1 Peso inicial 100 D(MM) Projeto Mês Relatório Graduação Ingred Guedes agosto Coordenada UTM Profundidade Percentual de carbonato : 790457 9447020 7m 14.40% PHI Peso Frequencia % Frequencia Percentis : Acumulada PHI5 -0.2918 PHI16 0.1659 2 -1 2.3200 2.32 2.32 PHI75 1.2103 PHI84 1.6393 1.4142 -0.5 0.7400 0.74 3.05 PHI25 0.5287 PHI50 0.7270 1 0 2.3400 2.34 5.39 PHI95 2.2170 0.7071 0.5 16.0200 15.99 21.38 0.5 1 31.5700 31.51 52.89 Parâmetros estatísticos 0.3536 1.5 26.3200 26.27 79.17 Mediana 0.727 0.25 2 8.6900 8.67 87.84 Média 0.843 0.1768 2.5 8.2600 8.25 96.09 Selecionamento 0.748 0.125 3 2.1600 2.16 98.24 Assimetria 0.213 0.0884 3.5 0.2400 0.24 98.48 Curtose 1.508 0.0625 4 0.0800 0.08 98.56 Curtose (norm) 0.601 Classificação por frequência simples Classificação pela média Cascalho 2.32% AREIA GROSSA Areia muito grossa 3.07% Classificação textural de Folk Areia grossa 47.50% AREIA COM CASCALHO ESPARSO Areia média 34.95% MODERADAMENTE SELECIONADA Areia fina 10.40% MUITO LEPTOCURTICA Areia muito fina 0.32% ASSIMETRIA POSITIVA Silte 0.80% Classificação Freire (1997) Arqila 0.64% AL1b Histograma de Barras Curva Cumulativa 100 Frequência acumulada (%) Frequência (%) 40 30 20 10 10 0 -2 0 2 4 Granulometria (Phi) 6 -1 0 1 2 Phi 3 4 RESUMO O presente relatório compreende os resultados obtidos no mapeamento faciológico realizado na região onde estão localizados os dutos de óleo e gás do pólo petrolífero de Guamaré, Estado do Rio Grande do Norte. A combinação da sísmica de alta resolução marinha, o geoprocessamento de imagens de satélite e a coleta de amostras in situ permitiram a correlação da morfologia em subsuperfície, bem como extensão e diversidade da cobertura sedimentar de forma integrada. A partir deste estudo foi possível identificar nos registros batimétricos, os locais onde os dutos encontram-se cobertos e descobertos por sedimentos, tornando, deste modo, esta ferramenta bastante importante para o monitoramento da área de influência dos dutos. ABSTRACT The present report shows the results obtained on the surface sediment mapping conducted on the continental shelf on the region of oil and gas pipelines influence of the Guamaré Pole, Rio Grande do Norte State. The integration of high resolution seismic, satellit image processing and collection of “in situ” sample sediments allow the correlation between subsurface morfology, as well as extension of the sedimentary cover. With this study was possible identify on the side scan sonar and bathymetric records, places where the pipelines are covered and discovered by sediments, that is, areas of erosion and deposition. The results show how these tools are important to the monitoring of such areas..