UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Transcrição

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
EXATAS E DA TERRA
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
RELATÓRIO DE GRADUAÇÃO
MAPEAMENTO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DOS DUTOS DE GÁS E ÓLEO DO
PÓLO DE GUAMARÉ (RN)
Relatório de Graduação do Curso
de Geologia, financiado por
projetos do FINEP/CT-PETRO e
pelo PRH-ANP 22.
Autora: Ingred Maria Guimarães Guedes
Comissão Examinadora:
Orientadora: Profa. Dra. Helenice
Helenice Vital
(Supervisora
(Supervisora, DG/UFRN)
Prof. Dr. Venerando Eustáquio Amaro
(Co(Co-Orientador, DG/UFRN)
Profa. Iracema Miranda da Silveira
( MCC/ UFRN)
Resumo
O presente relatório compreende os resultados obtidos no mapeamento faciológico
realizado na plataforma adjacente ao município de Guamaré, na micro-região salineira do
Rio Grande do Norte, nas coordenadas UTM 0788000 a 0792000E e 9436000 a 9448000N.
A metodologia adotada neste estudo envolveu: etapa preliminar (pesquisa bibliográfica
e confecção de base cartográfica), etapa de campo, etapa de laboratório (envolvendo estudos
sedimentológicos), etapa de processamento de dados e etapa final onde realizou-se a
integração dos dados.
A etapa de campo baseou-se na aplicação de métodos geofísicos indiretos tais como
a batimetria e sonografia utilizando o sistema Hydrotrac da Odom Hydrographic e
amostragem realizada com draga tipo van-veen.
Os estudos sedimentológicos envolveram análises composicional e textural dos
sedimentos de fundo, permitindo definir sete fácies distintas na área: Areias litoclástica
(AL1b), Cascalho Litoclástico (SL1), Areia Lito-bioclástica com grânulos e cascalho
(AL2a), Cascalho Lito-bioclástico (SL2), Areia Bio-litoclástica com grânulo e cascalho
(AB1a), Areia Bioclástica com grânulos e cascalho (AB2a) e Cascalho Bioclástico (CB2).
A confecção do modelo digital do fundo submarino a partir do processamento de
dados batimétricos permitiu a caracterização da morfologia da área, que apresenta-se plana
com inclinação suave, alcançando cotas mais negativas a medida que se distancia da costa.
As formas de leito subaquosas mais comuns foram classificadas como sandwaves,
apresentando-se simétricas e assimétricas.
Os registros permitiram o reconhecimento de sand waves de menor escala
sobreposta em sand waves de maior escala, contribuiram no mapeamento faciológico e
ainda auxiliaram na interpretação hidrodinâmica da área pois a identificação de sand waves
assimétricas bem definidas indicaram a direção do transporte de sedimento de Este para
Oeste; o qual confirma dados já conhecidos na literatura desta região. Além disto, pode-se
ainda identificar nos registros batimétricos, os locais onde os dutos encontram-se cobertos e
descobertos por sedimentos, tornando, deste modo, esta ferramenta bastante importante
para o monitoramento da área de influência dos dutos.
Os dutos de óleo e gás do Pólo de Guamaré encontram-se descobertos na praia do
Minhoto, isto pode ser observado na maré baixa, entretanto na porção submersa é difícil ter
conhecimento de outros pontos sem o monitoramento com ecobatímetro desta região.
Desta forma foi possível, por meio da análise de perfis batimétricos e sonográficos, locar os
dutos e ainda constatar a ocorrência de deposição e erosão correlacionadas a estes, o que
torna os dutos vulneráveis à descalçamento.
Abstract
The present report shows the mapping of surface sediment obtained in the adjacent
continental shelf to the city of Guamaré, in the State of Rio Grande do Norte, coordinates
UTM 0788000, 0792000E and 9436000, 9448000N.
The methodology adopted in this study involved: preliminary stage (bibliographical
research and confection of cartographic base), field stage, laboratory stage (involving
sedimentology studies), data processing stage and final stage (integration of the data).
The field stage was based in the application of indirect geophysical methods
(echosound, side scan sonar) using the system Hydrotac of Odom Hydrographic and surface
sediment sampling with drags type van-veen.
In the sedimentology studies were apply analysis of composition and texture and
showing the presence of seven different sedimentary facies: lithoclastic sand (AL1b),
Lithoclastic coarse (SL1), litho-bioclastic sand with coarse (AL2a), litho-bioclastic coarse
(SL1), bio-lithoclastic sand with coarse (AB1a), bioclastic sand with coarse (AB2a) and
bioclastic coarse (CB2), which can be compared with nearby areas.
Whit the bathymetric data processing was confectioned a contour map. It sample
that the morphology of the area is flat with soft inclination, reaching minus level the
measure that if distance of the coast. The more common subaqueous forms of streambed
had been classified as sandwaves, and presenting itself symmetrical and anti-symmetrical.
The pipelines are discovered in the beach of the Minhoto, region of Guamaré and is
possible observed in the low tide. In the submerged portion is difficult to know if other
points were discovered without the monitoring with echosound. In this form was possible,
by means of the bathymetric analysis and side scan sonar profiles, to lease the pipelines and
still to evidence the occurrence of correlated deposition and erosion to these, what it
becomes the vulnerable pipelines.
Agradecimentos
À Agência Nacional do Petróleo pela concessão de bolsa de iniciação científica, à
FINEP/CTPETRO/PETROBRAS pelo suporte financeiro através do projeto MARPETRO.
Ao professor Jorge
Lins (Departamento de Oceanografia e Limnologia) por
permitir a utilização de equipamento necessário para adquirir imagens dos minerais
pesados.
À ECOPLAM, em especial a Iracema Miranda por ceder vários dados de processos
costeiros e fisiografia da região de Guamaré (RN).
Ao laboratório de geoprocessamento pela impressão dos mapas.
À professora Helenice Vital por ter me orientado até o presente momento.
À equipe de mar (Meio Kilo, Eugênio Frazão, Marcelo Chaves e Werner Tabosa)
pelo apoio nas viagens de campo.
À Yoe Alain pelo apoio técnico na impressão do presente relatório.
À Zuleide Lima pela atenção e discussões a respeito da região estudada, William
pelo apoio na utilização do programa suffer e Magno pela ajuda nos anexos.
Índice
Resumo................................................................................................................ ii
Abstract............................................................................................................... iii
Agradecimentos.................................................................................................. iv
1.0 – Introdução...........................................................................................................01
1.1 - Apresentação e Objetivos..................................................................................... 01
1.2 - Localização e Vias de Acesso.............................................................................. 01
1.3 - Justificativa.......................................................................................................... 03
2.0 – Aspectos Fisiográficos....................................................................................... 04
2.1.0 - Clima................................................................................................................. 04
2.1.1 - Precipitação....................................................................................................... 04
2.1.2 - Temperatura do Ar............................................................................................ 05
2.1.3 - Evaporação........................................................................................................ 06
2.1.4 - Insolação............................................................................................................06
2.1.5 - Umidade relativa do ar.......................................................................................06
2.2.0 - Vegetação...........................................................................................................07
3.0 – Metodologia de Trabalho.................................................................................. 10
3.1.0 - Metodologia.......................................................................................................10
3.2.0 - Etapa Preliminar
....................................................................................... 10
3.3.0 - Etapa de Campo................................................................................................ 10
3.3.1 - Métodos Sísmicos e Amostragem..................................................................... 12
3.4.0 - Etapa de Laboratório......................................................................................... 15
3.4.1 - Análise Sedimentológica (granulométrica e textural) ...................................... 15
3.4.2 - Separação de minerais pesados......................................................................... 15
3.5.0 - Etapa de Processamento de dados..................................................................... 17
3.6.0 - Etapa Final.........................................................................................................17
4.0 – Geologia Regional...............................................................................................18
4.1 – Introdução............................................................................................................ 18
4.2 - Litoestratigrafia da Bacia Potiguar....................................................................... 18
4.3 - Evolução Tectono-sedimentar Mesozóica............................................................ 21
4.4 - Evolução Cenozóica............................................................................................. 26
4.5 – Geologia da porção submersa da Bacia Potiguar................................................ 29
5.0 – Processos Costeiros............................................................................................. 36
5.1 - Correntes.............................................................................................................. 36
5.2 - Marés e Ondas...................................................................................................... 38
5.3 - Regime de Ventos................................................................................................ 42
6.0 – Sistema Plataformal........................................................................................... 45
6.1.0 - Introdução..........................................................................................................45
6.2.0 - Classificação de plataformas............................................................................. 46
6.3.0 - Sedimentos de Plataforma Clástica................................................................... 47
6.3.1 - Plataforma dominada por maré......................................................................... 48
6.3.2 - Plataforma dominada por ondas e tempestades................................................ 49
6.3.3 - Plataforma dominada por corrente.................................................................
51
7.0 – Análise de Perfis Batimétricos.......................................................................... 52
8.0 – Mapeamento Faciológico da Área.................................................................... 59
8.1 - Mapeamento Faciológico..................................................................................... 59
8.1.1 - Areia Litoclástica (AL1b) ................................................................................ 59
8.1.2 - Cascalho Litoclástico (SL1) ............................................................................. 60
8.1.3 - Areia Lito-bioclástica com grânulos e cascalho (AL2a) .................................. 60
8.1.4 - Cascalho Lito-bioclástico (SL2) ...................................................................... 60
8.1.5 - Areia Bio-litoclástica com grânulos e cascalho (AB1a)................................... 61
8.1.6 - Areia Bioclástica com grânulos e cascalho (AB2a).......................................... 61
8.1.7 - Cascalho Bioclástico (CB2) ............................................................................. 61
8.2.0 - Análise de Minerais Pesados............................................................................. 64
9.0 – Conclusões e Recomendações........................................................................... 69
9.1 - Conclusões e Recomendações............................................................................ 69
9.2 – Implicações do monitoramento ambiental para a Indústria do Petróleo............. 70
10.0 – Referências Bibliográficas............................................................................. 73
Anexos......................................................................................................................... 79
Mapa de Contorno, Modelo Digital do Terreno e Mapa Faciológico
Anexos.........................................................................................................................
Fichas de Amostras e Dados Batimétricos da Área
Índice
Resumo................................................................................................................ ii
Abstract............................................................................................................... iii
Agradecimentos.................................................................................................. iv
1.0 – Introdução...........................................................................................................01
1.1 - Apresentação e Objetivos..................................................................................... 01
1.2 - Localização e Vias de Acesso.............................................................................. 01
1.3 - Justificativa.......................................................................................................... 03
2.0 – Aspectos Fisiográficos....................................................................................... 04
2.1.0 - Clima................................................................................................................. 04
2.1.1 - Precipitação....................................................................................................... 04
2.1.2 - Temperatura do Ar............................................................................................ 05
2.1.3 - Evaporação........................................................................................................ 06
2.1.4 - Insolação............................................................................................................06
2.1.5 - Umidade relativa do ar.......................................................................................06
2.2.0 - Vegetação...........................................................................................................07
3.0 – Metodologia de Trabalho.................................................................................. 10
3.1.0 - Metodologia.......................................................................................................10
3.2.0 - Etapa Preliminar
....................................................................................... 10
3.3.0 - Etapa de Campo................................................................................................ 10
3.3.1 - Métodos Sísmicos e Amostragem..................................................................... 12
3.4.0 - Etapa de Laboratório......................................................................................... 15
3.4.1 - Análise Sedimentológica (granulométrica e textural) ...................................... 15
3.4.2 - Separação de minerais pesados......................................................................... 15
3.5.0 - Etapa de Processamento de dados..................................................................... 17
3.6.0 - Etapa Final.........................................................................................................17
4.0 – Geologia Regional...............................................................................................18
4.1 – Introdução............................................................................................................ 18
4.2 - Litoestratigrafia da Bacia Potiguar....................................................................... 18
4.3 - Evolução Tectono-sedimentar Mesozóica............................................................ 21
4.4 - Evolução Cenozóica............................................................................................. 26
4.5 – Geologia da porção submersa da Bacia Potiguar................................................ 29
5.0 – Processos Costeiros............................................................................................. 36
5.1 - Correntes.............................................................................................................. 36
5.2 - Marés e Ondas...................................................................................................... 38
5.3 - Regime de Ventos................................................................................................ 42
6.0 – Sistema Plataformal........................................................................................... 45
6.1.0 - Introdução..........................................................................................................45
6.2.0 - Classificação de plataformas............................................................................. 46
6.3.0 - Sedimentos de Plataforma Clástica................................................................... 47
6.3.1 - Plataforma dominada por maré......................................................................... 48
6.3.2 - Plataforma dominada por ondas e tempestades................................................ 49
6.3.3 - Plataforma dominada por corrente.................................................................
51
7.0 – Análise de Perfis Batimétricos.......................................................................... 52
8.0 – Mapeamento Faciológico da Área.................................................................... 59
8.1 - Mapeamento Faciológico..................................................................................... 59
8.1.1 - Areia Litoclástica (AL1b) ................................................................................ 59
8.1.2 - Cascalho Litoclástico (SL1) ............................................................................. 60
8.1.3 - Areia Lito-bioclástica com grânulos e cascalho (AL2a) .................................. 60
8.1.4 - Cascalho Lito-bioclástico (SL2) ...................................................................... 60
8.1.5 - Areia Bio-litoclástica com grânulos e cascalho (AB1a)................................... 61
8.1.6 - Areia Bioclástica com grânulos e cascalho (AB2a).......................................... 61
8.1.7 - Cascalho Bioclástico (CB2) ............................................................................. 61
8.2.0 - Análise de Minerais Pesados............................................................................. 64
9.0 – Conclusões e Recomendações........................................................................... 69
9.1 - Conclusões e Recomendações............................................................................ 69
9.2 – Implicações do monitoramento ambiental para a Indústria do Petróleo............. 70
10.0 – Referências Bibliográficas............................................................................. 73
Anexos......................................................................................................................... 79
Mapa de Contorno, Modelo Digital do Terreno e Mapa Faciológico
Anexos.........................................................................................................................
Fichas de Amostras e Dados Batimétricos da Área
Capítulo 1
Introdução
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Introdução
1.1 - Apresentação e Objetivos:
Neste relatório são apresentados resultados das atividades desenvolvidas e
conclusões obtidas através da integração de dados adquiridos em um trecho da
plataforma continental setentrional do Estado do Rio Grande do Norte, localizado no
município de Guamaré, durante o período de junho/2001 a fevereiro 2002. O principal
objetivo desta pesquisa é a caracterização da dinâmica sedimentar na área costeira de
influência dos dutos emissário do Pólo Petrolífero de Guamaré, com base em dados de
processos costeiros (ventos, correntes, ondas e maré) e mapeamento da área submersa
utilizando-se métodos sísmicos (ecobatimetria e sonografia) associados à amostragem
de sedimento do fundo marinho.
Espera-se que as informações aqui reunidas sirvam de subsídio tanto ao
monitoramento ambiental permanente da área de localização dos dutos e emissários do
Pólo de Guamaré, quanto aos futuros trabalhos em outras áreas da plataforma
continental do Rio Grande do Norte, uma das menos conhecidas no Brasil.
Estas atividades foram realizadas com o apoio financeiro dos projetos
MARPETRO (FINEP/PETROBRAS/CTPETRO) e PROBAL (CAPES/DAAD). Para o
tratamento dos dados foram utilizados laboratórios do departamento de geologia e
Program de Pós Graduação em Geodinâmica e Geofísica da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN). As informações reunidas neste relatório fazem parte da
disciplina obrigatória Relatório de Graduação (GEO–345), do curso de Geologia da
UFRN, requisito final para obtenção do grau de bacharel em geologia.
1.2 - Localização e Vias de Acesso:
A área em estudo está inserida no município de Guamaré na micro-região
salineira do Rio Grande do Norte estando localizada entre as coordenadas UTM
0788000 a 0792000 E e 9436000 a 9448000 N. Esta área localiza-se na plataforma
interna de Guamaré apresentando-se totalmente submersa (Figura 1.1 e Figura 1.2). O
acesso pode ser realizado pela rodovia federal BR – 406 até o trevo que permite o
acesso a cidade de Guamaré, a qual dista 190 km da cidade de Natal, capital do estado
do Rio Grande do Norte) na rodovia estadual RN – 401.
Capítulo I
Introdução
1
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
38º W
37º W
36º W
35º W
LEGENDA
ARACATI
Capitais estaduais
Municípios
BR
Rodovias federais
230
5º S
Rodovia estadual
401
UPANEMA
304
R io
APODI
6º S
as
nh
ira
P
o
Ri 427
0
45 km
406
ASSU
CEARÁ
Área estudada
Guamaré
401
A çu
MOSSORÓ
Macau
LAJES
RIO GRANDE
DO NORTE
CURRAIS
NOVOS
NATAL
226
TANGARÁ
SÃO JOSÉ DE
CAMPESTRE
CAICÓ
JARDIM
DO SERIDÓ
101
SOUZA
BR
230
7º S
PARAÍBA
230
PATOS
JOÃO
PESSOA
Figura 1.1 – Mapa de Localização e vias de acesso da área estudada.
Área estudada
Figura 1.2 – Detalhe da área de trabalho: região de influência
dos dutos de óleo e gás do pólo de Guamaré (RN), Carta
Náutica DHN-700.
Capítulo I
Introdução
2
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
1.3 - Justificativa
A região costeira próxima ao Pólo Petrolífero de Guamaré-RN, localizado no
nordeste do Brasil, apresenta uma faixa onde algumas instalações costeiras foram
construídas desde o início dos anos oitenta, para atender a exploração de óleo e gás
como: o canal de acesso ao porto de Guamaré, seis oleodutos e gasodutos ligando as
instalações em terras aos campos de Agulha e Ubarana e um emissário. Estes dutos e
emissário do pólo Guamaré estão sujeitos a processos erosionais e progradacionais
contínuos, influenciados por agentes hidrodinâmicos como as ondas originárias
predominantemente do quadrante NE, correntes ao largo da zona de arrebentação
alcançando velocidades de até 0.5 m/s, marés semi-diurnas com amplitudes variando de
1.0 a 3.1 m e ventos soprando de N a SE. Estudos anteriores na região dos dutos
mostraram que os processos de erosão ocorridos nesta área tiveram origem no
crescimento das restingas para W, devido ao transporte litorâneo e eólico, que criou
áreas de armazenagem do prisma de maré favorecendo a ação erosiva das correntes de
maré, além da ação das ondas nas imediações das áreas de locação dos dutos e
emissários (Bandeira e Salim, 1999). Entretanto, estudos morfológicos do fundo
marinho não foram suficientemente desenvolvidos.
Desta forma, este trabalho tem como proposta caracterizar a composição e
morfologia do fundo oceânico na plataforma interna da região de Guamaré (RN), por
meio de análises de sedimentos de fundo e auxílio de métodos geofísicos indiretos.
Capítulo I
Introdução
3
Capítulo 2
Aspectos Fisiográficos
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Aspectos Fisiográficos
2.1 – Clima
2.1.1 - Precipitação
Segundo Nimer (1971) a presença de chuvas e do tempo estável deve-se à imposição
do Anticiclone Sul, centro de alta pressão localizado no centro do Oceano Atlântico, que no
final do verão e no outono diminui no Norte e Nordeste do Brasil passando a atuar os ventos
alísios do hemisfério Norte da Zona de Convergência Intertropical (Figura 2.1).
De acordo com dados da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil
(DHN), correspondente ao ano de 1993, Estação Meteorológica de Macau e do Departamento
Nacional de Meteorologia – DNMT, a região em estudo apresenta temperaturas elevadas
associados a um curto período chuvoso (Figura 2.2), podendo ser caracterizado equatorial
quente, semi-árido, com 7 a 8 meses secos, segundo a classificação de Nimer (1989); ou ainda
como clima seco, muito quente e semi-árido de estepe do tipo BSw’h, na classificação de
Köppen (1948) apud Vianello & Alves (1991), com temperatura média anual acima de 18 º C
e bioclima tropical quente de seda acentuada, do tipo 4ath, na classificação de Graussen
(1955), com 7 a 8 meses secos.
Figura 2.1 - Mapa mostrando o centro de alta pressão localizado no centro do
oceano Atlântico, que influencia a presença de muita ou pouca chuva no Norte e
Nordeste do Brasil
Capítulo II
Aspectos Fisiográficos
4
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
29
28
27
26
100
25
24
jan
0
mar
jul
mai
set
nov
TEMPERATURA (ºC )
PRECIPITAÇAÕ (mm)
200
23
LEGENDA
Normais em precipitação total (mm)
Temp. média compensada (ºC)
Figura 2.2 – Relação da precipitação total em milímetros e da temperatura média em ºC,
da área em estudo. Dados coletados na estação meteorológica de Macau ( período de
1961 a 2000, dados do DNMT)
2.1.2 - Temperatura do Ar
Na região de Macau a temperatura apresenta-se elevada o ano todo apresentando
média anual de 26º C (Figura 2.3).
Temp. Média
C o m p e nsa d a
(graus C )
40
temperatura (graus C)
35
T e m p . Máxima
(graus C )
30
T e m p . Mínim a
(graus C )
25
T e m p . Máxima
A b s o luta (graus C )
20
nov
set
jul
mai
mar
jan
15
T e m p . Mínim a
A b s o luta (graus C )
Figura 2.3 - Apresentação da relação das diversas normais das temperaturas médias,
máximas absolutas, mínimas absolutas, em º C, coletadas na estação meteorológica de
Macau (período de 1961 a 2000, dados do DNMT).
Capítulo II
Aspectos Fisiográficos
5
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
2.1.3 - Evaporação
Com base em dados da estação hidro-meteorológica de Guamaré (3807238) obtidos do
Programa de Monitoramento do Clima na Região Nordeste SUDENE/CPTEC/INPE, as
precipitações no ano de 1999 foram concentradas entre fevereiro e junho. No ano de 2000,
ocorreu uma repetição deste período chuvoso mas com chuvas esparsas de julho a setembro.
Os dados estimados de evapo-transpiração potencial e armazenamento de água no solo para o
biênio 1999-2000, apresentam flutuações subordinadas ao período chuvoso.
2.1.4 - Insolação
A insolação em Macau é bastante elevada, principalmente nos meses de agosto a
300
250
200
150
100
50
0
novembro
setembro
julho
maio
março
janeiro
total de horas mensal
janeiro chegando a 8,3 horas/dia nos meses de outubro e novembro (Figura 2.4).
N o rm a is d e In s o l a ç ã o T o t a l ( h o r a s e d é c im o s )
Figura 2.4 - Distribuição da insolação em horas na área em estudo. Dados coletados na estação
meteorológica de Macau (período de 1961 a 2000, dados do DNMT).
2.1.5 - Umidade relativa do ar
A umidade relativa do ar normal, anual, é de 70,8%, onde é menor nos meses de
junho a novembro (mínima em novembro - 66,0%), coincidindo com a estação seca de baixa
pluviosidade (Figura 2.5).
Capítulo II
Aspectos Fisiográficos
6
Relatório de Graduação
80
75
70
65
no
v
t
se
ju
l
m
ai
m
ar
60
ja
n
umidade relativa%
GUEDES, I.M.G.
U m i d a d e R e l a t i va %
Figura 2.5 - Gráfico das normais da umidade relativa do ar. Dados
coletados na estação meteorológica de Macau (período de 1961 a 2000,
dados do DNMT).
2.2 - Vegetação
As dunas cobrem quase 80% do litoral brasileiro, o que representa cerca de 5000 Km,
dos quais 390, aproximadamente, pertencem ao litoral do Rio Grande do Norte, tendo sofrido
grande ação antrópica ao longo de sua história.
Estudos botânicos recentes mostram que as dunas e restingas recebem influência
florística da Mata Atlântica ao longo de praticamente toda a costa e das caatingas no interior
do estado, a partir do complexo vegetacional litorâneo.
A flora se distribui em zonas bem definidas, conforme os vários fatores ambientais do
lugar, como as condições do solo, a distância do mar, a profundidade do lençol freático e
outros.
Na zona da praia, habitam plantas herbáceas halófitas, isto é, adaptadas ao elevado
teor salino e também à mobilidade do solo, como o feijão-de-praia e a salsa de praia. A
vegetação pode apresentar-se baixa e densa, com espécies de galhos rígidos, entrelaçados e
copa “penteada” pelo vento, além de bromélias espinhentas. A vegetação também pode
apresentar porte elevado, com árvores que atingem até 10 metros nos locais mais preservados,
sendo frequentes a maçaranduba, o murici, a sucupira-rasteira, a copaíba, a faveira, o xiquexique, as palmas-de-espinhos, entre outras.
Nos locais onde o lençol freático é pouco profundo, formam-se regiões úmidas ou
alagadas, originando os brejos ou lagoas. Dominam, aí, as plantas hidrófilas principalmente
gramíneas e ciperáceos.
Na caatinga há grande diversidade florística, sendo possível encontrar: as imburanas,
os juazeiros e as quixabeiras das caatingas; as lixeiras, os timbós e as carobas dos cerrados; os
Capítulo II
Aspectos Fisiográficos
7
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
cruilis, as jenipaparanas e os piri-piris das margens das lagoas; as aingas, os mangues e as
taboas dos ambientes fluvio-marinhos; os bredos, as salsas e os guajirus das faixas arenosas
costeiras.
A vegetação na região de restinga e praia é representada por arbustos, com predomínio
da flor-de-ceda (Calotropis procera) com ramos sempre verdes, pinhão branco (jatropha
urens Muelli), salsa roxa, salsa-de-praia (Ipomea pescaprae), capim praturá (Paspalum
vaginatum) e ainda plantas com habitat de terras e águas salobaras, tais como a Rchardia
grandflora, Fimbristyles glometara, Sporobolus virginicus, Blutaporon portulacoides e a
Romiria maritima.
No interior das salinas ou em áreas onde o lençol freático aflora há grande diversidade
de espécies vegetais com portes variados. Observa-se indivíduos da caatinga, como
mandacaru (Cereua jamacaru) com porte arbáreo, tronco grosso e ramificado; a algarobeira
(Prosopis juliflora), Stylosonthes viscosa, Iresine portulacoides,Richardia grandiflora,
Blutaporon portulacoides, Remiria maritima e algumas espécies de Cyperaceae, Poaceae e a
Catotropis procera.
O ambiente de manguezal é composto de plantas resistentes à variação de salinidade, a
grande amplitude de marés, com ampla flutuação do nível de maré e, um declive reduzido. A
ampla faixa de terrenos afetados pela intrusão salina pode ser colonizada pelos mangues.
Quando estas condições ambientais não são preenchidas, os mangues não alcançam um
desenvolvimento estrutural de porte e densidade.
No sistema estuarino (manguezal) de Macau, Barreiras, Diogo Lopes e Porto do
Mangue, o manguezal vem já a longos períodos sofrendo forte agressão, tanto do ponto de
vista econômico, social, como ambiental apresentando em determinados pontos uma forte
indicação da ação antrópica, tais como exploração de salinas, atividades petrolíferas e
atualmente de aquicultura (ECOPLAM, 2000).
Este ambiente é representado por espécies como: Rhizophora mangle, Avicennia
germinans, Laguncularia racemosa e Conocarpus erectus. Em relação as macro algas ocorre
a predominância de Rhodophyta que caracterizam-se pela ocorrência em regiões onde a
concentração de salinidade é bastante importante (Brasil,1981).
No ambiente marinho foram destacadas os fitoplâncton que é definida como plâncton
de natureza vegetal, ou seja, o plânton capaz de sintetizar sua propria substância pelo processo
de fotossíntese, a partir da água, do gás carbônico e da energia luminosa. Fora algumas
exceções, o fitoplâncaton é constituído por algas microscópicas, células isoladas reunidas em
colônias, medindo de algumas micra a centenas de micra. Entre as algas unicelulares do
Capítulo II
Aspectos Fisiográficos
8
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
fitoplâncton marinho podem ser citadas em primeiro lugar as diatomáceas, com numerosas
espécies e geralmente algumas são abundantes. Pode-se citar, também, as algas flageladas do
grupo dos diniflagelados, como um grupo muito importante na composição do fitoplâncton.
Outros grupos de algas flageladas como os Cocolitoforídeos e Silicoflagelados são, também,
abundantes.
Os grupos da comunidade fitoplânctônicas analisadas em monitoramento realizado
pela PETROBRAS na plataforma de Macau-RN estão representadas pelos grupos:
Diatomáceas, Cianofíceas, Dinoflagelados e Clorofíceas. Nas amostras de superfície as
espécies de diatomáceas que se apresentam mais frequentes foram: Bacillaria paradoxa com
23,81%, na estação 1 e a espécie Rhizosolenia styliformis com 65,54%, na estação 3. No
grupo das cianofíceas a espécie Oscilatória erytraeum mostrou-se pouco frequente com
apenas 12,31% na estação 3 e a espécie Bellerechea malleus com 17,78% na estação 2. No
grupo das cianofíceas a espécie Oscillatoria erytraeum apresentou percentual de 25% na
estação 1.
2.3 – Relevo e Hidrografia
A praia do Minhoto está inserida em região com cota altimétrica de 4 m acima do
nível do mar, desenvolvida em extensa planície costeira. A hidrografia da região de Guamaré
é caracterizada predominantemente pelos rios Porto do Capim e Camurupim os quais formam
região de águas estuarinas, que têm fluxo e refluxo em diversos braços e planície estuarina
(intermaré e supramaré).
Capítulo II
Aspectos Fisiográficos
9
Capítulo 3
Metodologia
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Metodologia
3.1 - Metodologia
A metodologia adotada neste estudo envolveu 5 etapas distintas: 1ª - etapa
preliminar onde realizou-se uma extensa pesquisa bibliográfica , confecção de base
cartográfica preliminar com auxílio de carta topográfica, carta náutica e imagens de
satélite, 2ª - etapa de campo onde utilizou-se métodos específicos para mapeamento em
áreas submersas, 3ª - etapa de laboratório, envolvendo estudos sedimentológicos, 4ª - etapa
de processamento de dados o qual constituiu a fase de tratamento e tabulação dos dados
coletados com o objetivo de obter o modelo digital do terreno e a classificação de fácies e
5ª - etapa final onde realizou-se a integração dos dados para construção do mapa
faciológico da área e redação da monografia de conclusão do curso (Figura 3.1).
3.2 - Etapa Preliminar
Realizou-se uma revisão bibliográfica relacionada a área de Guamaré, seja
específicas sobre a área, seja de enfoque generalizado sobre ambientes costeiros, geologia
marinha e metódos sísmicos. Utilizou-se a carta topográfica SB.24-X-D-III-1 MI-899-1
Folha Guamaré, em escala de 1:50.000 (SUDENE 1990), carta náutica DHN-700 em
escala 1:316.220 (MINISTÉRIO DA MARINHA 1967/1972) e imagem Landsat 7–ETM+
para confecção do mapa base da área usado nos trabalhos de campo.
3.3 -Etapa de Campo
Para aquisição de dados no mar utilizou-se como meio flutuante uma
embarcação de pequeno porte alugada de pescadores locais (Figura 3.2). Os perfis tanto
batimétricos como sonográficos foram adquiridos por meio do Sistema Hidrotac da
Odom Hydrografic. Estes perfis seguiram uma malha de linhas Norte-Sul e Leste-Oeste
espaçadas de 1 Km, mais detalhada próximo a costa, com espaçamento de 0.5 Km. O
posicionamento foi controlado por meio do sistema GPS (Global Positioning System),
utilizando um modelo Garmin 12, tendo como referência o datum Córrego Alegre. A
velocidade de embarcação foi de aproximadamente 3 nós/hora.
Capítulo III
Metodologia 10
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
METODOLOGIA DE TRABALHO EMPREGADA NA ÁREA
1- Revisão bibliográfica
Carta Topográfica
Imagem de Satélite
Carta Náutica
Base Cartográfica Preliminar
2 - Campo - mar
Métodos Sísmicos
Side Scan
Amostragem
Ecobatímetro
Draga Van-veen
3 - Laboratório
4 - Processamento de dados
Mapa de Contorno
Modelo Digital do Terreno
Peneiramento à úmido
Peneiramento à seco
Morfoscopia
Separação de Minerais Pesados
5 - Integração dos Dados
Classificação de Fácies
Mapa Faciológico
Relatório de Graduação
Figura 3.1 – Fluxograma da metodologia empregada no estudo da plataforma interna na região de
Guamaré –RN
Capítulo III
Metodologia 11
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Figura 3.2– Embarcação de pequeno porte utilizada na aquisção de dados no mar
3.3.1 - Métodos Sísmicos e Amostragem
Como a área em estudo posiciona-se em uma porção submersa (plataforma
continental) fez-se necessário uma caracterização geral dos aspectos morfológicos e
litológicos da região por meio da sonografia e ecobatimetria.
A sonografia baseia-se nos princípios da reflexão do sinal acústico usando
espectros de frequência normalmente entre 100 e 500 kHz. Este método tem por
objetivo o mapeamento da superfície de fundo e é feito com a emissão de um sinal
acústico de alta frequência, em intervalos de tempo regulares, por dois transdutores
submersos (sonar) que apontam para ambos ou apenas um dos lados da superfície de
fundo, dependendo do modelo utilizado, em relação ao rumo da navegação (Figura
3.3C).
Os mesmos transdutores de emissão do sinal acústico são responsáveis pela
recepção do sinal, oriundos da reflexão na superfície de fundo. A obtenção de
informações detalhadas da superfície de fundo é possível devido a alta frequência
emitida pelo sonar que não penetra nos estratos sedimentares. A interpretação dos dados
de sonografia basea-se na análise visual dos contrastes entre os padrões texturais
apresentados pelos registros de campo.
A ecobatimetria consiste na emissão de sinais acústicos de alta frequência
(normalmente da ordem de dezenas de milhões de hertz), por meio de transdutores
posicionados verticalmente para a superfície de fundo. O objetivo principal deste
método é obter informações detalhadas da topografia de fundo, identificando com
precisão a espessura da coluna d’água. A penetração do sinal emitido não ocorre devido
a emissão de altas frequências (figura 3.3B).
Capítulo III
Metodologia 12
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
O equipamento utilizado na aquisição de dados foi o sistema Hydrotac da Odom
Hydrographic , que possui resolução de 0,01m e frequência de 200kHz, constituído por
um ecobatímetro (Figura 3.4A), porta para Side Scan Hydrotac (Figura 3.4B) e GPS
acoplado. O gerador utilizado para o funcionamento do Hydrotac foi o ABACUS H65
MH (1 fase e 6,0 kVa). Os dados batimétricos podem ser tanto analógicos quanto
digitais enquanto os dados sonográficos são apenas analógicos. Neste sonar o “peixe” é
fixo na porção lateral da embarcação, com emissão de ondas em apenas um dos lados e
varredura máxima de 80m.
B
b
sensor
a
c
a+b=c
a = altura da lâmina d'agua
captada pelo sensor
b = altura do sensor
c = altura da lâmina d'agua real
A
C
linha de navegação
va
rred
ur a
late
ra
l
sensor
Figura 3.3 – A: ecobatímetro Hydrotac da Odom Hydrographic, com resolução de 0,01m e
frequência de 200kHz, constituído por um ecobatímetro, porta para Side Scan Hydrotac e GPS
acoplado B: aquisição de dados com ecobatímetro e C: aquisição de dados com side scan sonar.
A coleta de amostras superficiais foi realizada em uma malha com espaçamento
de amostragem de 1 km, porém próximo a linha de costa, onde observa-se os dutos
descobertos, este espaçamento foi reduzido para 0.5 km. Nesta amostragem utilizou-se
uma draga pontual tipo van-veen para coleta de amostras superficiais (Figura 3.5 e 3.6),
à profundidades que variaram de 1.5 m a 8.0 m.
Capítulo III
Metodologia 13
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Figura 3.4 – Sensor ecobatímetro (A) e side scan (B)
Figura 3.5 e 3.6 – Coleta de amostras superficiais utilizando draga pontual tipo van-veen
Capítulo III
Metodologia 14
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
3.4 - Etapa de Laboratório
3.4.1 - Análise Sedimentológica (granulométrica e textural)
Em laboratório, as amostras foram inicialmente secas, quarteadas e lavadas.
Posteriormente pesou-se 100g de cada amostra para a separação granulométrica,
tituladas como amostra A, 10g para ataque de HCl (ácido clorídrico) tituladas de
amostra B e 10g para ataque de H2O2 (peróxido de hidrogênio) tituladas de amostra C.
As amostras A foram submetidas ao peneiramento úmido, no qual foram
utilizadas as peneiras 0,062 mm e 2,00 mm com o objetivo de lavar a amostra e separar
a fração silte-argila da fração areia. Posteriormente a amostra foi seca, pesada e
finalmente submetida ao peneiramento à seco, no qual foram utilizadas 2 baterias de
peneiras com as seguintes especificações: 1.400mm, 1.00mm, 0.710mm, 0.500mm,
0.350mm para a primeira bateria e 0.250mm, 0.177mm, 0.125mm, 0.088mm e
0.064mm para a segunda bateria. A duração de vibração para cada bateria foi de 20
minutos e posteriormente todo o material das referidas frações foram pesados.
As amostras B foram atacadas com ácido clorídrico (HCl) à 10%, em
quantidades sempre inferiores a 20 ml, obtendo a eliminação do carbonato presente na
amostra. Estas amostras foram devidamente lavadas com auxílio de um funil, água
destilada e permanganato de potássio para constatar a ausência de HCl na amostra. Após
a secagem pesou-se para obter a porcentagem de carbonato.
As amostras C foram atacadas com aproximadamente 20 ml de peróxido de
hidrogênio (H2O2) para eliminar a matéria orgânica. Posteriormente estas amostras
foram lavadas, secas e pesadas para obter a porcentagem de matéria orgânica.
Posteriormente, os sedimentos foram classificados texturalmente segundo os
parâmetros de Folk e Ward (1957) por meio do programa desenvolvido no LAGEMARUFF (Universidade Federal Fluminense) denominado GRANULO e submetidos a
morfoscopia.
3.4.2 - Separação de minerais pesados
Devido a presença de vários trabalhos de caracterização de minerais pesados
realizados nas áreas adjacentes achou-se conveniente, para comparação, a escolha da
mesma fração utilizada nestes trabalhos, ou seja, areia muito fina (0.062mm) para a
separação de minerais pesados. A técnica aplicada foi a separação por gravidade, onde o
Capítulo III
Metodologia 15
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
líquido utilizado foi o metatungstato de sódio. Este líquido possui densidade de
2,97g/cm3 , é renovável e possui a vantagem de não ser tóxico (Figura 3.7 ).
Figura 3.7 – Separação de minerais pesados por gravidade utilizando o produto não
tóxico metatungstato de sódio
Para a separação foram utilizados os seguintes materiais: suporte para funil, funil
de torneira, filtro grande, filtro pequeno, funil separador, bastão de vidro, becker de
50ml e de 30ml e água destilada. Esta separação foi feita de acordo com o procedimento
abaixo:
Enche-se o funil de torneira com o metatungstato de sódio, adiciona-se
aproximadamente 8g da amostra e agitou-se com um bastão de vidro para misturar e
umedecer todos os grãos. Este procedimento foi repetido por 3vezes a cada 40 minutos.
Deixa-se o material em repouso até que todos os minerais pesados estejam no
fundo do funil de torneira (aproximadamente 8 horas). O funil de torneira foi aberto
lentamente, permitindo a passagem da fração pesada para o filtro pequeno com a
identificação (número da amostra, fração e indicação de minerais pesados). Fecha-se o
funil contendo, ainda, uma parte do líquido e a fração dos minerais leves; desloca-se o
funil de torneira para o filtro grande com identificação (número da amostra, fração e
identificação de minerais leves); abriu-se a torneira permitindo a passagem do mineral
leve e líquido separador que foi filtrado e armazenado para reutilização.
Quando restar, em cada filtro, somente os minerais pesados e leves deve-se
adicionar bastante água destilada para limpar as amostras. Posteriormente colocou-se as
duas frações para secar, pesou-as e calculou-se as porcentagens para ambas.
Capítulo III
Metodologia 16
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Com a fração de minerais pesados foram confeccionadas lâminas as quais foram
submetidas à contagem com identificação, no mínimo 300 grãos transparentes por
lâmina, através do método de contagem por linhas (“Line counting”), onde cada grão
mineral é identificado e contado ao interceptar os fios do retículo microcópico em linhas
sequenciadas da lâmina. Utilizou-se 12 canais do contador os quais foram representados
respectivamente pelos seguintes minerais: opacos, hornblenda, epídoto, turmalina,
zircão, rutilo, sillimanita, estaurolita, andaluzita, cianita e outros.
Esta identificação dos minerais pesados foi realizada com auxílio do atlas Heavy
Minerals de Mange & Maurer (1992) e do guia de identificação Minerais Pesados (Uma
ferramenta para prospecção, proveniência, paleogeografia e análise ambiental) de João
E. Addad (2001).
3.5 - Etapa de Processamento de dados
Em seguida, efetuou-se a redução dos efeitos da maré com relação ao nível
médio do mar por meio das tábuas de maré da DHN para todos os perfis levantados,
confeccionou-se o modelo digital do terreno e mapa de contorno utilizando ferramentas
do programa surfer 7 e reproduziu-se alguns dos perfis batimétricos no programa
grapher 3.
3.6 – Etapa Final
Com a integração dos dados coletados pode-se confeccionar o mapa faciológico
da área, redigir a presente monografia de conclusão de curso e publicações em
periódicos especializados.
Capítulo III
Metodologia 17
Capítulo 4
Geologia Regional
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Geologia Regional
4.1 - Introdução
A Bacia Potiguar localiza-se na porção extremo nordeste da região NE do Brasil,
englobando as margens costeiras norte do Estado do Rio Grande do Norte e nordeste do
Estado do Ceará. Esta Bacia possui área de aproximadamente 48.000 km2 onde cerca de
26.500 km2 encontram-se em áreas submersas e está implantada na Província
Borborema de Almeida et al. (1977). Os limites da Bacia são definidos da seguinte
forma: a oeste, pelo Alto de Fortaleza; a sul, pelo embasamento cristalino da Faixa
Seridó e a norte, nordeste e leste pela cota batimétrica de – 2000 m (Figura 4.1).
GRABENS
1 - Apodi
2 - Umbuzeiro
3 - Guamaré
4 - Boa Vista Altos Int.
5 - Quixaba
6 - Serra do Carmo
7 - Macau
11
Oceano Atlântico
+
FALHAS
8 - Apodi
9 - Carnaubais
10 - Ubarana
11 - Pescada
12 - Linha de Charneira
de Areia Branca
+
+
+
+
+
10
+
+
+
+
+
+
2
+
+
+
+
+
3
Bacia Potiguar
8
+
7
9
5
1
6
4
12
+
+
+
+
+
+
+
+
Embasamento
+
+
+
Figura 4.1 – Arcabouço tectônico da Bacia Potiguar. Extraído de Souza (1998)
4.2 - Litoestratigrafia da Bacia Potiguar
A Bacia Potiguar é descrita por Matos (1992) como pertencente ao modelo
Sistema de Riftes do NE brasileiro. Este modelo é equivalente aos que formam as
Bacias do Recôncavo, Tucano, Jatobá, Araripe, Rio do Peixe e Sergipe-Alagoas,
entretanto apresenta particularidades bem definidas (Neves 1987), as quais caracterizam
um modelo tipo pull-apart para a porção submersa, enquanto que na porção emersa
tem-se evidenciado um sistema de riftes tipo intracontinental.
Araripe e Feijó (1994) atualizaram e organizaram a coluna proposta por Souza
(1982) e a de Lima Neto (1989 apud Araripe e Feijó 1994), segundo três unidades
Capítulo IV
Geologia Regional 18
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
litoestratigráficas: Grupo Areia Branca, basal; Grupo Apodi, intermediária, e Grupo
Agulha , topo (Figura 4.2).
Figura 4.2 – Carta estratigráfica da Bacia Potiguar, Araripe e Feijo (1994)
Capítulo IV
Geologia Regional 19
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
O Grupo Areia Branca reúne as formações Pendência, Pescada e Alagamar,
separadas por discordâncias, sobrepostas ao embasamento cristalino de forma
discordante. Segundo Souza (1982), a Formação Pendência é de idade Neo-Rio da Serra
a Jiquiá sendo constuída por arenitos médios a grossos, com intercalações de folhelhos e
siltitos. A Formação Pescada é composta por arenitos médios a finos, com intercalações
de folhelhos e siltitos. A Formação Alagamar, foi proposta por Souza (1982) para
designar uma seção areno-carbonática de idade neoalagoas, constituída por dois
membros, Upanema e Galinhos, separados por uma seção pelítica denominada de
Camadas Ponta do Tubarão.
O Grupo Apodi reúne as rochas siliciclásticas da Formação Açu de idade albiano
a cenomaniana e rochas carbonáticas da Formação Jandaíra de idade turoniano a meso
campaniana, além das Formações Ponta do Mel e Quebradas. A Formação Açu é
composta por arenitos médios a muito grossos, intercalados com folhelhos, argilitos e
siltitos. Estes sedimentos ocorrem de forma discordante e erosiva (na base) com o
embasamento ou com a Formação Alagamar e raramente com a Formação Pendências.
Já na porção superior, o seu contato ocorre com a seqüência carbonática da Formação
Jandaíra, a qual constitui uma plataforma cabornática. Monteiro e Faria (1990) propõem
uma rampa carbonática, com fácies de águas rasas, passando à fácies de águas
profundas sem definição de borda de plataforma ou uma plataforma carbonática com
bordas formadas por bancos bioclásticos, os quais restringem uma plataforma rasa e
ampla. As rochas desta formação interdigitam-se com os litotipos basais da Formação
Ubarana em direção a parte submersa da bacia.
O Grupo Agulha, segundo Araripe e Feijó (1994), é constituído pelas formações
Ubarana, Guamaré e Tibau, formadas por clásticos e carbonatos de alta e baixa energia.
A Formação Ubarana é constituída de folhelhos e argilitos, entremeados por camadas de
arenitos grossos a muito finos, siltitos e calcarenitos datados desde o Albiano até o
Holoceno. A Formação Guamaré é caracterizada por calcarenitos bioclásticos e
calcilutitos. A Formação Tibau possui idade do neocampaniano ao Holoceno e é
composta por arenitos grossos típicos de um sistema de leques costeiros, interdigitados
lateralmente com as formações Guamaré e Barreiras.
Capítulo IV
Geologia Regional 20
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
4.3 - Evolução Tectono-sedimentar Mesozóica
A origem da Bacia Potiguar tem sido correlacionada ao Mesozóico, onde é
explicada por Matos (1987) e Matos (1992) como uma evolução decorrente de um
processo de rifteamento, em resposta a um afinamento crustal atuante na Província
Borborema, durante o fraturamento do Gondwana e formação do Oceano Atlântico.
Nesse período, o extremo nordeste brasileiro foi submetido a uma variação de esforços
com movimentos divergentes E-W (Françolim & Szatimari, 1987) iniciado no Jurássico.
Tais esforços se inverteriam, no Neocomiano, para movimentos compressivos na
margem equatorial. Esses esforços resultaram na formação e reativação de falhas
normais de direção E-W, originando os grabens da atual porção submersa da Bacia
Potiguar.
Françolin e Szatmari (1987) afirmaram que a separação dos continentes teria
sido
decorrente
de
uma
movimentação
de
caráter
divergente,
orientada
predominantemente de leste para oeste. Esta movimentação se daria durante o Jurássico
Superior onde as primeiras evidências estariam condicionadas à separação do
Continente Gondwana em dois fragmentos, causada por uma extensa fratura, originada
na porção sul do Supercontinente Gondwana, e teria se propagado para o norte,
acompanhando as linhas de fraquezas dos substratos (Figura 4.3A). No início dessa
separação, neocomiano, a intensidade dos movimentos ocorreu de forma diferenciada,
propiciando uma rotação horária da placa sul-americana em relação à africana, rotação
esta que envolveu esforços compressivos e distensivos, o que propiciaria a formação do
pólo de rotação no nordeste brasileiro (Figura 4.3B). Durante o Aptiano, a rotação
horária do continente sul-americano continuou em relação ao africano; entretanto,
apenas os movimentos de caráter distensivos, de direção norte-sul, continuariam
atuantes no nordeste brasileiro (Figura 4.3C), provocando a paralização da
sedimentação na porção emersa da bacia. Contudo, durante o Albiano a sequência de
rifteamento continuou presente, e seria evidenciada por falhas de direção leste-oeste,
causando um cisalhamento lateral dextralna margem equatorial brasileira, que estariam
associadas a uma sequência de deposição pró-oceânica, na porção submersa da
província (Figura 4.3D). No Maastrichiano teve-se a presença de movimentos
compressivos N-S, reconhecido na literatura (Cremonini 1993) como compressão póscampaniana (Figura 4.3E). Estes eventos estão associados ao soerguimento da
plataforma carbonática e reativação de inúmeras falhas.
Capítulo IV
Geologia Regional 21
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
O arcabouço estrutural dessa bacia, formado ao longo do rifteamento, suportam
seqüências sedimentares neocomianas a terciárias sendo constituídas por grabens
assimétricos com duas direções preferências, uma NE-SW (grabens de Umbuzeiro,
Guamaré e Boa Vista) e outra SE-NW (graben de Apodi). Esses grabens ocorrem
separados por “altos” pertencentes ao embasamento cristalino, denominados de
Quixaba, Serra do Carmo e Macau. Este modelo estrutural é controlado por um sistema
de falhas lístricas normais que poderiam caracterizar antigas zonas de cisalhamento
dúcteis brasilianas (Matos, 1992).
Diversos
pulsos
magmáticos
intrusivos
e
extrusivos,
precederam
e
acompanharam a instalação da Bacia Potiguar, como por exemplo: diques de basaltos e
diabásio toleíticos (vulcanismo Rio Ceará-Mirim de idade K-Ar entre 175-160 Ma e
145-125 Ma (Oliveira e Martins 1992).
Figura 4.3 – Evolução e separação dos continentes Sul Americano e Africano
(Françolin e Szatmari, 1987)
Bertani et al. (1990) apresentam uma evolução tectono-sedimentar para a Bacia
Potiguar na qual são individualizados três estágios tectônicos principais: rifte,
transicional e drifte.
Capítulo IV
Geologia Regional 22
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Rifte
Durante este estágio, desenvolveram-se as grandes falhas normais e de
transferência ativas desde o Neocomiano, na porção emersa da bacia, até o Eoaptiano,
na porção submersa. A sedimentação resultante dessa fase repousa discordantemente
sobre o embasamento pré-cambriano e corresponde a um sistema deposicional flúviolacustre (Bertani et al. 1990), caracterizado por progradações de arenitos finos, siltitos e
folhelhos ricos em matéria orgânica. Esta seqüência que ocorre restrita aos grabens da
bacia é representada pelas formações Pendências e Pescada. No final deste estágio,
ocorreu um soerguimento generalizado, acompanhado de basculamento de blocos com o
desenvolvimento de altos internos, originando uma discordância regional de caráter
erosional e angular.
Matos (1992) identificou três fases de rifteamento no nordeste brasileiro, que são
associadas com a evolução da ramificação e são responsáveis pela diferenciação
espacial e temporal dessa bacia: Sin-rifte I, Sin-rifte II e Sin-rifte III (Figura 4.4A).
Dentre as três fases, as duas últimas são consideradas as principais fases de rifteamento,
apresentando diferenças importantes no registro litoestratigráfico e no estilo estrutural.
A fase Sin-rifte II, desenvolveu-se entre o Eo-Neocomiano e o Barremiano, gerando a
maioria dos riftes associados a um amplo fraturamento crustal, com grandes falhas e
mega zonas de cisalhamento transversais. A deformação extensional nessa fase,
distribuiu-se em três eixos principais de rifteamento: (a) Gabão-Sergipe/Alagoas; (b)
Recôncavo-Tucano-Jatobá e (c) Cariri-Potiguar e deslocou-se das bacias mais orientais
(trends Recôncavo-Tucano-Jatobá e Gabão-Sergipe/Alagoas) para noroeste, formando
uma série de bacias intracratônicas alongadas no sentido NE-SW das quais, a Bacia
Potiguar faz parte (Figura 4.4B), propiciando a abertura do Graben Pendência, e uma
tectônica de fragmentação controlada principalmente pelas falhas de Carnaubais, Areia
Branca e Apodi, da mesma forma que os grabens Boa Vista e Umbuzeiro (Matos 1992).
O soerguimento do Alto de Macau separou duas bacias estruturais, onshore e offshore,
no interior de uma grande depressão continental sem geração, no entanto, de crosta
oceânica (Matos 1992). Um baixo estrutural NE-SW (Graben de Touros) também foi
formado, com o soerguimento do Alto de Touros. Este processo de rifteamento foi
fortemente influenciado pelas estruturas preexistentes associadas à Província
Borborema (Matos 1987b, apud Matos 1992). A última fase de rifteamento, Sin-rifte
III, ocorreu no Neo-Barremiano e caracterizou-se por uma principal mudança na
cinemática do rifte, quando a sedimentação do rifte Cariri Valley e Bacia Potiguar
Capítulo IV
Geologia Regional 23
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
onshore foram abortados e a principal deformação iniciada no ramo equatorial (Figura
4.4C). A sedimentação instalada na Bacia Potiguar, tanto na fase Sin-rifte II, como na
fase Sin-rifte III, foi tipicamente continental, caracterizado por sedimentos de um
sistema deposicional flúvio-lacustre, que compõem a Formação Pendência.
Figura 4.4 – Cenário tectônico em que foi gerada a Bacia Potiguar, com individualização dos
estágios sin rifte I, sin rifte II e sin rifte III (modificado de Matos 1992)
Transicional
Os depósitos da seqüência rifte foram sobrepostos, de maneira discordante, pelos
litotipos de uma seqüência transicional, que se caracterizou por uma subsidência térmica
contínua, com sedimentação ocorrendo em ambiente tectônico relativamente calmo.
Durante esse estágio, foi depositada a Formação Alagamar, de idade neoaptiano,
composta de folhelhos e carbonatos lagunares restritos, com influência marinha
(Camadas Ponta do Tubarão), intercalados com arenitos deltaicos que gradam para
fácies mais grossas nas áreas mais proximais (Costa et al. 1983, apud Bertani et al.
1990). Os folhelhos desta formação também são ricos em matéria orgânica, porém com
maturação térmica suficiente para geração de hidrocarbonetos apenas na área submersa
Capítulo IV
Geologia Regional 24
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
e pequena porção emersa da bacia (Rodrigues et al. 1983, apud Bertani et al. 1990). As
condições entre o estágio de ruptura e o de deriva afetaram essa seqüência,
principalmente por falhas normais e transcorrentes reativadas.
Drifte
A seqüência transicional foi coberta pelos sedimentos da fase drifte de maneira
discordante, sob condições de mar aberto em ambiente de deriva continental, a partir de
transgressões e regressões marinhas (Bertani et al. 1990). A subsidência foi controlada
principalmente por mecanismos termais e isostáticos, e como conseqüência, as
modificações
estruturais
consistiram
essencialmente
de
falhamentos
normais,
principalmente, ao longo de lineamentos mais antigos. Durante esse estágio foram
depositadas duas unidades distintas: uma unidade Flúvio-Marinha Transgressiva e uma
Unidade Flúvio-Marinha Regressiva.
A unidade Flúvio-Marinha Transgressiva, de idade albiana-turoniana, é
composta de arenitos fluviais grossos a médios, deltaicos, estuarinos e litorâneos
englobados na Formação Açu. A Formação Açu é caracterizada por camadas de arenitos
grossos a muito fino, conglomerados, siltitos, argilitos e folhelhos. Esta formação foi
dividida por Vasconcelos et al. (1990) em quatro unidades de correlação, denominadas,
da base para o topo, de Açu-1, Açu-2, Açu-3 e Açu-4. A unidade Açu-1, basal,
constitui-se de arenitos grossos e argilosos. A unidade Açu-2 é constituída de arenitos
grossos a finos, siltitos e folhelhos, além de calcarenitos e calcilutitos da Formação
Ponta do Mel intercalados nesta unidade. A unidade Açu-3 é constituída de arenitos
grossos a finos, siltitos e folhelhos. Por último, a unidade Açu-4, membro superior da
Formação Açu, é constituída de argilitos, folhelhos, siltitos, arenitos muito fino a
médios, eventualmente calcilutitos e margas dolomitizadas. O contato superior da
unidade Açu-3 com a Açu-4 é caracterizado pelo MARCO I, a nível regional, que
registra um importante evento transgressivo (Vasconcelos et al. 1990). Esta unidade
gradou lateralmente em direção à porção offshore da bacia, durante o Neo-Albiano, para
depósitos carbonáticos plataformais da Formação Ponta do Mel. No final da seqüência,
ocorrem rochas carbonáticas da Formação Jandaíra (Turoniano a Eo-Campaniano),
sobrepostas aos arenitos da Formação Açu na maior parte da porção emersa da bacia,
como também aos arenitos e folhelhos do Membro Quebradas da Formação Ubarana de
idade cenomaniana, nas porções mais a offshore da bacia. O Membro Quebradas ocorre
restrito à faixa submersa da bacia, tendo sido depositado entre o Albiano e o Holoceno
(Souza 1982). Estes sedimentos foram depositados em ambiente continental
Capítulo IV
Geologia Regional 25
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
compreendendo fácies aluviais, fluviais (entrelaçado e meandrante) e estuarinas,
gradando a ambiente marinho raso com fácies de plataforma carbonática ou terrígena
(formações Ponta do Mel e Ubarana-Membro Quebradas) (Vasconcelos et al. 1990).
O Magmatismo Serra do Cuó de idade 83 ± 6Ma (Mizusaki 1993 apud Araripe e
Feijó 1994), são diques intercalados a sedimentos da Formação Açu, restrito a porção
centro sul da Bacia Potiguar. Esse magmatismo antecede a fase de soerguimento,
caracterizada na porção offshore da bacia, que resultou na discordância erosiva PréUbarana de Cremonini e Karner (1995). Essa discordância está associada ao
soerguimento termal da crosta causado pelo fluxo de calor anormalmente elevado,
proveniente de um centro de espalhamento oceânico que se deslocava em frente à bacia
ao longo da margem equatorial brasileira. A reativação de falhas, como a de Afonso
Bezerra, seria conseqüência desse evento.
A Unidade Flúvio-Marinha Regressiva é composta por arenitos costeiros
(Formação Tibau), grainstones bioclásticos, wackstones, folhelhos e arenitos da
Formação Guamaré (Neo-Campaniano a Holoceno), intercalados pelos basaltos da
Formação Macau de idade neo-eocênica a miocênica. Todos encontram-se
interdigitados com folhelhos marinhos profundos e depósitos turbidíticos da Formação
Ubarana, de idade neo-campaniana a cenozóica. Está incluso nesta seqüência, arenitos e
conglomerados da Formação Barreiras, de idade cenozóica e depósitos aluvionares
recentes.
4.4 - Evolução Cenozóica
Ainda existe muitas controvérsias sobre o início dessa evolução. Na Bacia
Potiguar esse limite é marcado pela superfície de erosão denominada de Discordância
Pré-Ubarana, que antecede uma litologia predominantemente Terciária, como a
seqüência regressiva, o magmatismo Macau, sedimentos clásticos das formações Serra
do Martins e Barreiras (Grupo Barreiras), associados a soerguimentos e erosões na
Província Borborema (Feio 1954), além de depósitos fluviais, deltaicos, praiais e
eólicos. No tocante ao arcabouço estrutural, a maioria das feições estão associadas a
modelamento do relevo condicionado por uma tectônica pós-cretácea e/ou são oriundas
da reativação de estruturas herdadas da evolução pré-cambriana e mesozóica, retomadas
por um campo de tensões neotectônico.
Capítulo IV
Geologia Regional 26
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
O magmatismo Macau, é representado por derrames de olivina-basalto afanítico,
diabásio, e vulcânicas associadas, de idade entre 45 e 29Ma (Mizusaki 1987 apud
Araripe e Feijó 1994), intercalados com rochas sedimentares das formações Ubarana,
Guamaré e Tibau.
A partir do Mioceno, os sedimentos clásticos do Grupo Barreiras foram
depositados ainda em caráter regressivo, não só na Bacia Potiguar, assim como na maior
parte das bacias do litoral sudeste e norte-nordeste brasileiro.
O Grupo Barreiras vem sendo alvo de estudos desde o começo do século.
Branner (1902, apud Campos e Silva 1973), foi o primeiro autor a utilizar o termo
“Barreiras” para definir uma faixa contínua de sedimentos que ocorrem na região
litorânea desde o Rio de Janeiro até o Pará, com características próprias de feições
geomorfológicas descritas como tabuleiros que, em vários trechos do litoral nordestino
suportam falésias (vivas ou recuadas). Tabosa (2000) constatou a presença deste grupo
na plataforma interna do Rio Grande do Norte próximo a cidade de Caiçara onde podese supor que este Grupo possa ocorrer em outras porções da plataforma interna deste
Estado. Moraes (1924) englobou na “série Barreiras” o capeamento sedimentar que
ocorreu sobre várias serras interioranas no Nordeste, como as Serras do Martins e de
Santana. Após várias décadas de estudos, Mabesoone (1994) admitiu a denominação
original de Grupo Barreiras e subdividiu-o em três unidades lito-estratigráficas
intercaladas por unidades edafo-estratigráficas (Tabela 4.1).
Idade
Unidade Lito-estratigráfica
Holoceno
Areias brancas
Pleistoceno
Formação Macaíba
Unidade Edafo-estratigráfica
Intemperismo Potengi
(retrabalhamento eólico)
Plioceno
Formação Guararapes
Intemperismo Riacho Morno
Mioceno
Formação Serra do Martins
Intemperismo Laterítico
Oligoceno
Intemperismo Caulinítico
Tabela 4.1 : Proposta de divisão para o “Grupo Barreiras” ( Mabesoone et al. 1972)
Esse grupo compreende sedimentos arenosos, rochas conglomeráticas com
matriz argilosa e argilitos, maciços ou exibindo estratificações plano-paralelas e
Capítulo IV
Geologia Regional 27
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
cruzadas. Predominam cores avermelhadas, indicando cimentação por óxidos de ferro.
No conjunto, são interpretados como depósitos ligados ao sistema fluvial meandrante. O
relevo associado corresponde predominantemente a interflúvios tabulares com graus de
dissecação variáveis, às vezes recortados como falésias no litoral.
A Formação Serra do Martins, compreende a sedimentação mais interiorana,
correspondendo ao capeamento de serras com altitudes superiores a 600m. A Formação
Guararapes é representada por sedimentos arenosos a argilosos, em camadas horizontais
ou lentes, de maneira irregular; a fração areia é quartzosa a quartzo-feldspática, com
cores vivas e variadas. A Formação Macaíba compreende sedimentos na fração areia
fina a argila, correspondendo a depósitos fluviais de baixa energia, gradando a planície
costeira.
Acima do Barreiras e margeando os principais rios da região (e.g. Piranhas-Açu,
Ceará-Mirim) ocorrem depósitos de cascalheiras, constituídos por conglomerados
clasto-suportados polimíticos de coloração dominantemente avermelhada. Entre os
clastos, predominam seixos de quartzo policristalino com tamanho variando de 1 a 20
cm (Silva, 1997).
Subordinadamente, encontram-se seixos de sílex, do calcário
jandaíra, feldspatos, quartzitos, basaltos e gnaisses, com diferentes graus de
arredondamento e esfericidade indicando fontes distintas do material. Em termos de
estruturas primárias apresenta-se predominantemente maciço; subordinadamente,
aparecem estratificações cruzadas planares de baixo ângulo. Estruturas hidroplásticas
indicativas de deformação neotectônica são características destes depósitos (Silva,
1997).
Estratigraficamente também acima do Barreiras e aparentemente abaixo dos
sedimentos dunares, são encontrados os sedimentos areno-quartzosos com pouca argila
e grânulos de quartzo e limonita, de coloração amarelo avermelhada, apresentando por
vezes estratificação plano paralela. Estes depósitos são diferenciados por alguns autores
(citados por Nogueira et al. 1990 b) e são geralmente relacionados ao intemperismo
Potengi de Mabesoone et al. (1972), tendo sido denominados de Formação Potengi por
Vilaça et al.(1986).
Os depósitos eólicos (dunas de areias quartzosas) são classificadas basicamente
em paleodunas e dunas móveis. As paleodunas são sedimentos eólicos quaternários,
atualmente fixados pela vegetação, constituídas predominantemente por quartzo em
forma de areias quartzosas, bem selecionadas e com grãos arredondados (Gomes et al.
Capítulo IV
Geologia Regional 28
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
1981). As dunas móveis referem-se às que se formam atualmente. Estão associadas ao
desenvolvimento do litoral atual, e formam extensos cordões paralelos à praia.
Recobrem tanto o Grupo Barreiras como depósitos fluviais recentes. São compostas
predominantemente de quartzo, em grãos arredondados do tamanho areia, bem
selecionados e de coloração clara.
Os depósitos flúvio-lacustrinos encontram-se distribuídos em todo o continente e
estão associados aos leitos dos rios principais. Podem ser encontrados nas
desembocaduras
dos
rios
que
atingem
o
litoral,
sendo
nestes
setores,
predominantemente argilosos. Estes depósitos são mais importantes no litoral norte do
Estado.
Os beach-rocks, ou arenitos de praia, são rochas sedimentares usualmente
formadas na zona intermáre, embora possa desenvolver-se também em zona
sublitorânea. A mineralogia dos beach-rocks pode variar de areias silícicas puras a
areias carbonáticas biogênicas, enquanto que o cimento pode variar de aragonita a
calcita magnesiana (Stoddart e Cann 1965; Alexanderson 1972). Bezerra et al. (1998),
em seu estudo de análise de variações do nível do mar em registros sedimentares
holocênicos do nordeste do Brasil, concluíram que os beach-rocks são úteis como
indicadores do nível do mar em regime mesomaré.
4.5 - Geologia da porção submersa da Bacia Potiguar
A plataforma continental norte do Estado do Rio Grande do Norte, está inserida
na plataforma continental da Bacia Potiguar, apresentando largura média de 30-40 km e
definindo sua quebra entre 50-60 m de profundidade. Apresenta morfologia irregular,
com gradiente médio em torno de 1:1.000
Estudos mais detalhados na plataforma interna são pouco desenvolvidos,
destacando-se os de Gorini et al. (1982), Costa Neto (1997), Solewicz (1989), e mais
recentemente Guedes & Vital (1999), Tabosa e Vital (2001), Röber (2001) e Vital et al
(2002).
Morfologicamente as principais feições que ocorrem na plataforma continental
são paleocanais, bioconstruções de algas e corais calcáreos, recifes de arenito
descontínuos de extensão variável, paralelos a costa (risca do Liso, risca da Gameleira,
Capítulo IV
Geologia Regional 29
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
urca da Conceição, Urca do Minhoto e urca do Tubarão), campos de dunas subaquosas e
bancos arenosos.
A orientação E-W dos grabens da porção submersa, delineada desde a abertura
dos continentes, definiu o padrão de isóbatas paralelo aos mesmos, e também
condicionou a morfologia da linha de costa atual (Costa Neto, 1997).
As formas de fundo na plataforma adjacente ao rio Açu foram classificadas
morfologicamente por Costa Neto (1997) em:
Paleocanais (Pc)
Situado ao largo da foz do rio Açu, com direção NE, largura média de 4Km, se
estendendo até a isóbata de 24m (aproximadamente 23Km da linha de costa), apresenta
fundo plano com gradiente de 1:700.
Dentro do paleocanal ocorrem principalmente as fácies de lama bioclástica e
biolitoclástica arenosa, enquanto na porção mais costeiras, predominam principalmente
lama litobioclástica e terrígena arenosa, secundariamente areia litobioclástica e
litoclástica fina a muito fina.
Bancos arenosos longitudinais (Bal)
São feições topograficamente elevadas em relação ao fundo da plataforma, de
caráter contínuo e com orientação preferencial paralela à linha de costa, entre as
profundidades de 2 a 5m. Ocorrem principalmente no extremo Este (Diogo Lopes).
Bancos arenosos longitudinais, seccionados, ocorrem ao largo de Galinhos (E de
Diogo Lopes), mostrando um ângulo de aproximadamente 30o em relação à linha de
costa, apresentando características genéticas distintas dos bancos ao largo da ponta do
Tubarão, estes paralelos a linha de costa.
Bancos de algas calcáreas (Bca)
Estas feições estão associadas a bancos de algas coralinas, onde predominam
cascalhos e areias bioclásticas com rodolitos.
Recifes
Morfologicamente constituem estruturas que se elevam do fundo submarino,
distribuídos na porção E e extremo NW de Diogo Lopes, sendo classificados em
lineares ou isolados.
Os recifes lineares ocorrem ao largo da ponta de Tubarão, em profundidades que
variam de 12 a 18m, os quais podem ser representados pela urca do Tubarão e cabeço
da Barra Velha, ambos definindo uma direção NW-SE.
Capítulo IV
Geologia Regional 30
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Relatório de Graduação
A urca do Tubarão mostra-se morfologicamente dividida em uma porção inferior
(basal) e outra superior (topo). A porção inferior com relevo relativo de cerca de 6m
trata-se de um arenito carbonático enquanto que a porção superior apresenta dois altos
submersos alongados e paralelos às isóbatas, constituídos totalmente por algas coralinas
e vermetídeos. Apresentam entre 100 e 65m de largura e altura média de 5m, cujos
topos estão respectivamente a 8 e 9m de profundidade.
Já os isolados ocorrem principalmente ao largo de Barreiros, Macau e no
extremo NW de Diogo Lopes. Morfologicamente mostram topo pontiagudo e convexo,
variando de 2 a 10m e extensão de 100 a 500m, com gradiente de 1:60. São total ou
parcialmente cobertos por algas calcáreas/vermetídeos e sedimentos bioclásticos
circundantes. Ocorrem em profundidades que variam de 1 a 11m.
Fundo plano (FP)
Feições com relevo plano a suavemente ondulado, com gradiente variando de
1:1.700 a 1:2.800. Desenvolve-se principalmente na porção W de Diogo Lopes e ao
longo do eixo do paleocanal. Este fundo plano apresenta formas de leito tipo marcas de
ondas e megamarcas de ondas. Este tipo de fundo ocorre predominantemente em
regiões de fácies areia bioclástica e biolitoclástica muito grossa e lama terrígena
arenosa.
Viana e Solewicz (1988) utilizando imagens de satélite TM-Landsat,
identificaram antigas faces de praia e um campo de dunas transversais à 20m de
profundidade na plataforma continental ao largo da cidade de Touros-RN. Ainda
utilizando imagens TM-Landsat, Solewicz (1989) evidenciou na plataforma norte um
conjunto de feições submersas: paleocanais dos rios Mossoró e Açu; lineamento EW ao
largo de Morrinhos e bancos arenosos submersos aproximadamente paralelos à linha de
costa.
Aparentemente formas de fundo são orientadas paralelo a costa, portanto com
orientação aparentemente influenciada pelos processos hidrodinâmicos prevalecentes.
Campos de cordões de areias (sand ridges) são encontrados entre 1.5 e 12 km offshore.
Os dois primeiros cordões localizados próximo a costa são mais ou menos linearmente
orientados na direção ENE-WSW (250o) com cerca de 12 km de comprimento. Os
cordões em direção offshore apresentam extensão de mais de 20 km, estando separados
um do outro por uma distância mais ou menos uniforme de 1 a 1.5 km e com 300 a 500
m de largura (Röber, 2001).
Capítulo IV
Geologia Regional 31
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Lima et al (2001) em trabalhos realizados na plataforma adjacente a Galinhos
com base em imagem de satélite descrevem que os cordões identificados por Röber
(2001), na realidade são uma série de estruturas sigmóides ligadas umas as outras.
Testa et al. (1994) estudando a plataforma continental ao largo de Touros-RN,
utilizando
imagens
Landsat
TM
e
amostragem,
definiram
quatro
zonas
sedimentológicas, as quais ocorrem paralelas à linha de costa atual:
Zona Túrbida Sublitorânea (Sublittoral Turbid Zone) – Nas porções mais
externas é caracterizada por areia média carbonática, muito bem selecionada, enquanto
nas porções mais internas predominam sedimentos lamosos, com Halimeda e Penicillus
dispersos.
Zona de faixas arenosas (Sand Ribbon Zone) – Caracteriza-se por extensas
faixas arenosas sobrepostas por pequenas dunas com duas direções de cristas,
produzidas por movimentos oscilatórios da água sobre um fundo inconsolidado,
constituídas principalmente por areias e cascalhos de algas coralinas e placas de
Halimeda. As áreas interdunares são ricas em rodolitos.
Zona de dunas subaquosa (Subaqueous Dune Zone) – Apresenta um campo
de extensas dunas transversais (4 km de comprimento e 3-7 de altura) com pequenas
dunas sobrepostas. Os sedimentos são predominantemente siliciclásticos, com grãos de
Halimeda nas cristas das dunas e cascalho de algas coralinas nas cavas interdunares.
Rodolitos são também encontrados.
Zona litificada (Lithificaded Zone) – Apresenta um relevo relativo de 0.5-4.0
m, constituído de um arenito bem selecionado com menos de 2 % de bioclastos com um
cimento de calcita magnesiana (20 – 35 %) do tipo isópaco e menisco. Esta zona é
considerada um representante de um arenito de praia submerso que se formou em um
nível de mar mais baixo que o atual.
Gorini et al. (1982) estudando uma área na plataforma continental interna entre
Guamaré e Macau, no litoral norte do Rio Grande do Norte caracterizaram
morfologicamente o fundo submarino como uma alternância de bancos e depressões
alinhados E-W. Sedimentos do fundo submarino em profundidades superiores a 10m
ocorrem como elevações isoladas e semicirculares que possivelmente tratam-se de
arenitos de praia ou corais com relevo de 4 a 5m, além de sedimentos carbonáticos
constituídos por algas calcáreas, variando de areia a cascalho e quantidades variáveis de
areia quartzosa. Já os sedimentos em profundidades inferiores a 10m são
predominantemente areias quartzosas grossas a finas, com porcentagens variáveis de
Capítulo IV
Geologia Regional 32
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
fração carbonática: fragmentos de nódulos ou nódulos de algas calcáreas e biodetritos
em geral (conchas etc.).
Segundo Francisconi et al. (1974) em um mapeamento regional (1:1.000.000),
na plataforma continental norte do Rio Grande do Norte, entre Ponta do Mel e Galinhos,
ocorre uma faixa contínua de areias subarcosianas encaixada entre a linha de praia e
construções calcáreas externas. Entre estas areias subarcosianas e os calcáreos externos
ocorre uma faixa de areias ortoquartzíticas-biodetríticas, que distribuí-se a partir da
região limite entre os Estados do Ceará e Rio Grande do Norte até a região de Natal.
Costa Neto (1997) identificou, ainda na plataforma adjacente à foz do rio Açu 13
fácies sedimentares segundo Dias (1996), constituídos principalmente por sedimentos
terrígenos e bioclásticos:
Arenito Carbonático: formado por arenito fino carbonático quartzosos bem
selecionados,
subanguloso
e
subarredondado
apresentando
minerais
pesados,
foraminíferos, algas coralinas, melobésias e tubos de vermes que recobrem totalmente o
arenito.
Cascalho Bioclástico e Areia Bioclástica MG-G: constituído por cascalho de
algas coralinas, muito a pobremente selecionado, anguloso com esfericidade de média a
baixa, foraminíferos bentônicos, quartzo e fragmentos de arenitos ferruginosos podem
ocorrer mais raramente, além de rodolitos maciços e ramificados.
Areia Bioclástica MG-G e Areia Biolitoclástica F-MF: compostos por algas
coralinas e foraminíferos bentônicos, grãos de quartzo, arenito carbonático, minerais
pesados e rodolitos maciços com 2.0 a 6.5 cm de diâmetro. Apresentam-se
moderadamente a pobremente selecionados, grãos angulosos a subarredondados e
esfericidade baixa a média.
Areia Litobioclástica MG-G e Areia Litobioclástica F-MF: compostos por
sedimentos terrígenos (quartzo, minerais pesados), algas coralinas, foraminíferos
bentônicos e fragmentos de conchas. Os grãos variam de moderada a pobremente
selecionada, subangulosos a subarredondados, esfericidade baixa a média. Raramente
são observados rodolitos.
Areia
Litoclástica
MG-G
e
Areia
Litoclástica
F-MF:
compostos
essencialmente por grãos de quartzo, secundariamente minerais pesados, micas e
fragmentos de arenitos ferruginosos, moderadamente a bem selecionados, grãos
angulosos a subarredondados e esfericidade baixa a média.
Capítulo IV
Geologia Regional 33
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Lama Bioclástica Arenosa: constituído por grãos de quartzo, algas coralinas e
foraminíferos bentônicos pobremente selecionados, apresentando-se angulosos a
arredondados.
Lama Biolitoclástica Arenosa: constituído por cerca de 50-70 % de CaCO3
(algas coralinas, foraminíferos bentônicos e fragmentos de conchas) e grãos de quartzo
moderadamente a pobremente selecionados, angulosos a subarredondados e esfericidade
baixa.
Lama Litobioclástica Arenosa: constituído por uma mistura de grãos de
quartzo moderadamente a pobremente selecionados, angulosos a subarredondados e
esfericidade baixa, foraminíferos bentônicos e alga coralina.
Lama Terrígena Arenosa: composto basicamente por quartzo, mica, minerais
pesados e foraminíferos bentônicos. Apresentam-se moderadamente a pobremente
selecionados, grãos angulosos a subangulosos e esfericidade baixa.
Tanto a plataforma quanto a zona costeira foram modeladas pelas oscilações
relativas do nível do mar durante o Quaternário. Os processos hidrodinâmicos que
atualmente modelam a plataforma interna nesta região, bem como toda a região costeira
onde está instalado o pólo petrolífero de Guamaré, são diretamente influenciados pela
configuração morfológica da plataforma interna adjacente à região de São Bento –
Caiçara do Norte (Vital et al. 2001). Submetidos a um sistema de alta energia, os
sedimentos retrabalhados são responsáveis pela formação recente de muitas formas de
fundo.
Tabosa (2000) identificou 3 fácies sedimentares na plataforma adjacente a São
Bento do Norte e Caiçara do Norte segundo a classificação de Dias (1996):
Areias Litoclásticas: os sedimentos são constituídos essencialmente por
quartzo, com minerais pesados e fragmentos de conchas como acessórios. Apresentam
granulometria variando de areia média a fina, e mais raramente areia grossa; grãos
subangulosos a subarredondados, bem selecionados, esfericidade média a baixa.
Areias Litobioclásticas: apresentam granulometria variando de areia média a
fina, podendo variar de arredondado a subanguloso, moderadamente a mal selecionado
e esfericidade baixa a média. É composta por grãos de quartzo, fragmentos de conchas e
rodolitos de algas coralinas (apresentam forma maciça, levemente esférica com
diâmetro não superior a 1.5 cm) e minerais pesados.
Cascalho Bioclástico e Areia Bioclástica: a granulometria varia de seixos a
grânulos e mais raramente areias. Estes sedimentos são compostos essencialmente por
Capítulo IV
Geologia Regional 34
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
algas coralinas pobremente selecionadas, fragmentos de conchas, bivalves, matéria
orgânica e em menor proporção grãos de quartzo moderadamente a pobremente
selecionados, com grãos predominantemente subangulçosos a subarredondados e
esfericidade baixa a média. O componente de maior importância nesta fácie foram os
rodolitos ramificados de algas coralinas que podem ter diâmetro variando de 1.0 a 2.5
cm.
Capítulo IV
Geologia Regional 35
Capítulo 5
Processos Costeiros
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Processos Costeiros
5.1 – Correntes
Apesar de submetidas a refração, as ondas na área em estudo atingem a costa
obliquamente, propiciando a formação das correntes litorâneas (longshore currents), que
se deslocam paralelamente à costa. De modo geral, as correntes na área em estudo estão
associadas à orientação E-W da linha de costa e à direção preferencial E-SE dos ventos,
que desenvolve uma importante corrente de deriva (longshore), que flui para NW. A
direção predominante desta corrente é observada na orientação E-W e migração para W
dos pontais arenosos (spits) costeiros e canais de maré (inlets). Segundo Gorini et al.
(1982) a construção e migração de E para W de bancos submarinos no assoalho da
plataforma continental da costa NE do Estado é função da corrente Norte do Brasil e das
correntes litorâneas que sãodecorrentes da refração das ondas ENE, em um litoral
essencialmente EW.
Na região de Guamaré-RN as correntes superficiais apresentam velocidades
médias de 0.51 a 0.77 m/s para W (setor de navegação – Petrobras, comunicação
verbal). Em estudo realizado na regiaõ de Galinhos, Santos et al (2001) observaram que
os principais fatores que afetam o fluxo e a mistura das águas no sistema de GalinhosGuamaré são as marés e gradientes de densidade, já que este sistema recebe uma
descarga mínima de águas doces, tempestades não são comuns, e o clima e temperatura
são constantes durante todo o ano. Deste modo chegou-se aos seguintes resultados:
•
A direção média das correntes está de acordo com o padrão de ventos para a região,
e a maior intensidade na baixa mar, mostra que o fluxo predominante é o da maré
vazante, favorecendo a construção de deltas e pequenos spits de maré vazante,
principalmente na desembocadura do sistema (Figura 5.1).
•
A temperatura diminui com a profundidade, em todos os perfis. Entretanto, as
temperaturas médias de 28°C eram menores durante o fluxo de maré enchente 27°C
e os maiores durante o fluxo de maré vazante 29°C . Em mar aberto a maior
temperatura registrada foi de 28°C (Figura 5.2).
•
Os canais são caracterizados por alta salinidade (38.2‰) comparando ao mar aberto
(37.2 ‰) devido a maior evaporação. A salinidade aumenta com o aumento da
distância do canal em torno do spit de Galinhos (Figura 5.3).
Capílulo V
Processos Costeiros 36
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Na plataforma externa do Rio Grande do Norte, a corrente Norte do Brasil (CNB),
um ramo da Corrente Equatorial Sul (CES), alcança velocidade acima de 2.3 m/s
fluindo para W (Silva,1991).
31
N
- 5º 5’
37
14
Cm/s
Maré Enchente
Cm/s
Maré Vazante
9
24
13
55
65
31
37
55
28
- 5º 6’
24
24
27
11
14
- 36º 18’
- 36º 17’
51
26
- 36º 16’
- 36º 15’
Figura 5.1 – Comportamento da direção (seta) e intensidade
(números no interior das setas) das correntes (Santos et al,2001)
- 5º 5’
Maré Enchente
N
Maré Vazante
27.4 ºC
27.7 ºC
28.4ºC
28.1 ºC
28.2ºC
27.6ºC
27.3ºC
27.6ºC
27.7ºC
27.8ºC
- 5º 6’
27.8ºC
27.7ºC
27.9ºC
27.9ºC
28.7ºC
1
0.5
0
1.5
27.2ºC
27.7ºC
Km
- 36º 18’
27.7ºC
- 36º 17
- 36º 16’
- 36º 15’
Figura 5.2 – Comportamento da temperatura (Santos et al, 2001)
Maré Enchente
N
- 5º 5’
Maré Vazante
37.5
37.3
37.1
38.2
37.0
37.6
38.5
37.6
38.1
38.9
- 5º 6’
38.9
38.1
38.9
38.7
38.0
0
0.5
- 36º 18’
1
38.9
38.8
39.4
1.5 Km
- 36º 17
-’36º 16’
- 36º 15’
Figura 5.3 – Comportamento da salinidade (Santos et al, 2001)
Capílulo V
Processos Costeiros 37
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
ECOPLAM (2001) realizou ensaios recentes de monitoramento na área, para a
Petrobras, com o objetivo de identificar o padrão de geração e distribuição das correntes
para estabelecer a influência de fatores oceanográficos no tansporte dos efluentes
lançados, sedimentos e materias em suspensão.
No primeiro ensaio, o flutuador teve deslocamento inicial no sentido 294Az
diminuindo, ao longo do trajeto, para 291Az. A velocidade média de deslocamento foi
de 0.48 m/s.
No segundo ensaio, os resultados foram bastante semelhantes, onde o flutuador
teve deslocamento inicial no sentido 306Az passando para 293Az, a medida que
converge para W, até atingir 288Az. A velocidade média atingida foi de 0.52 m/s
(Figura 6.4).
Neste estudo foi utilizado um correntômetro do tipo 2DACM9 Acoustic Current
Meter da Falmouth Scientific, INC (FSI).
788000
788200
788600
788800
789000
789000
789200
789400
789600
789800
790000
9439200
9439000
GL1.3
GL2.4
9438800
GL1.2
GL2.3
9438600
9438400
GL2.2
GL1.1
9438200
LEGENDA
GL2.1
corrente langrangiana (GL1)
9438000
corrente langrangiana (GL2)
ponto de lançamento/observação
9437800
700
0
700 METROS
Figura 5.4 – Flutuadores com trajetórias de configuração parabólica resultantes de experimentos
direcionados à caracterização das correntes langrangianas (ECOPLAM, 2001).
5.2 - Marés e Ondas
As marés são fenômenos de subida e descida periódica dos níveis marinhos e de
outros corpos de água ligados aos oceanos (mares e lagunas), causadas principalmente
pela atração gravitacional que o sol e a lua exercem nestes corpos, sendo que a lua
Capílulo V
Processos Costeiros 38
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
exerce duas vezes o efeito do sol. Duas vezes por mês, quando o sol e a lua estão
alinhados, isto é na lua nova e na lua cheia, ocorrem as marés mais altas, de sizígia, que
são cerca de 20% mais altas que as normais. Quando o sol e a lua estão formando um
ângulo de 90º com a Terra, ou seja quarto crescente e quarto minguante, então ocorrem
as marés de quadratura.
As ondas originam-se do atrito do vento com a superfície do mar. As chamadas
ondas de oscilação (oscillatory waves) propagam-se através do movimento oscilatório
das partículas de água sem que estas sofram, entretanto, um deslocamento apreciável.
Essas partículas descrevem círculos dispostos segundo planos verticais paralelos à
direção de propagação da órbitas, de onde se deslocam no sentido horário, coincidente,
nesse trecho, com o de propagação de onda; na depressão as partículas situam-se na
base das órbitas, de onde se movem em sentido horário. A uma dada profundidade o
movimento circular se desfaz, mas já se torna negligível sob uma lâmina de água pouco
superior à metade do comprimento de onda. Dá-se o nome de base de onda (wave base)
à profundidade de água equivalente à metade do comprimento de onda (C/2). Marca o
início da interação entre o fundo e as ondas que se dirigem ao litoral. Desta forma, áreas
submersas cobertas por uma espessura de água maior que a base de onda não são
afetados pelas ondas de superfície (Mendes, 1984).
Em levantamentos realizados na área para a PETROBRAS foi utilizado, pela
ECOPLAM (2001), ondógrafo “SEAGAUGE WAVE AND TIDE RECORDER” do
tipo SBE 26, da SEABEARD ELETRONICS, INC. Este equipamento combina “SeaBird’s semicondutor-memory” eletrônico de precisão com a base estável, termômetro de
precisão, sensor opcional SBE 4 de condutividade e um sensor de pressão Paroscientific
Digiquartz para fornecer registros de onda e maré de resolução e acuracidade sem
precedentes.
Analisando conjuntamente os dados de ondas e marés, observa-se uma forte
relação entre o nível das marés e a altura das ondas significativas, sendo as ondas mais
elevadas nos períodos de maré enchente (Figura 5.5).
Capílulo V
Processos Costeiros 39
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
2.0
2.2
Hs (m)
1.2
1.2
0.8
0.8
Maré
0.4
Maré (m)
1.6
1.0
0.4
Ondas
0.0
0.0
Figura 5.5– Relação entre a altura das ondas e do nível de maré
Como a costa brasileira não é afetada por nenhum sistema climático capaz de
gerar tempestades de grande magnitude, o regime de ondas é considerado calmo. O
maior sistema meteorológico do Brasil é o anticiclônico do Atlântico Sul, com
características estacionárias. Em geral, se observa uma redução da frequência e energia
das tempestades desde a costa sul para a região nordeste.
O caráter sazonal das ondas na região corrobora para a simplificação dos valores
representativos do seu comportamento segundo dois períodos específicos: inverno e
verão (Tabela 5.1).
Estação
Hs (m)
Período (s)
Hmax (m)
Direção º
Verão
0.8
5
1.2
89
Inverno
0.5
6.5
0.7
52
Tabela 5.1 – Caracterização das ondas de saída do emissário. Fonte:Silveira (2001)
A distribuição das alturas significativas das ondas apresenta uma série de
variações anuais e direcionais, que caracterizam uma flutuação total entre 0.2 e 2.1
metros. Observa-se a presença de alternância nas condições energéticas ao longo do
ano:
Dezembro a maio – menor energia com alturas entre 0.2 e 1.8 metros.
Junho a novembro – maior energia com alturas entre 0.2 e 2.1 metros.
Com relação a distribuição direcional, se observa que as ondas de maior energia
estão relacionadas principalmente com as direções E e ESE, cuja direção média de
aproximação é de 89°. No inverno, sob influência do campo de ventos de nordeste, as
ondas apresentam uma direção média de aproximadamente 52°. O período médio
Capílulo V
Processos Costeiros 40
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
também apresenta variações anuais e direcionais, com limites anuais entre 1.8 e 10.3
segundos, com maiores valores associados a direção nordeste.
A comparação entre alturas significativas médias observadas visualmente em
Fortaleza-CE (Sentinelas do Mar – UFSC) e Guamaré (Petrobras-RN) guardam uma
correlação significativa do padrão de ocorrência ao longo do ano. Entretanto,
apresentam diferença relativa média de altura significativa em torno de 0.4 metros.
Dados dos Sentinelas do Mar, durante dois anos de observação, apontam as
ondas de E geradas localmente, como o principal estado de mar nesta região as quais
mostram alturas significativas de 0.5 a 1.0 metros e período variando de 5 a 8 segundos.
Menores valores de períodos de picos são observados nos meses de agosto e setembro
(6 – 6.5 segundos).
Os maiores períodos de picos (8 a 18 segundos) de ondas são observados no mês
de janeiro, com ondulações (swell), direção dominante N e NE e alturas significativas
de 0.5 a 2.0 metros, geradas por tempestades que ocorrem em áreas longínquas (entre 30
e 70 de latitude Norte), Canadá e Groenlândia e nas proximidades do Arquipélago dos
Açores. Um terceiro estado de mar, de caráter menos persistente, pode ser observado ao
largo de Fortaleza-CE, provocado por tempestades locais com direção dominante E,
gerando ondas com alturas significativas de 1.0 a 1.5 metros e períodos de 8 a 10
segundos.
Alguns dados de ondas de Guamaré consistiram em observações visuais
realizadas por navios em rota ao longo do litoral e que foram agrupadas e sumarizadas
no Ocean Wave Statistics editado pelo Laboratório Nacional de Física do Ministério de
Tecnologia da Inglaterra.
Chaves & Vital (2001) estudando uma área em Macau observou que o maior
período das ondas foi constatado no mês de abril de 2000 (1´20,07”) e o menor no mês
de maio de 2001 (33,36”); a maior altura das ondas foi observado no mês de novembro
de 2000 (0,722m) e a menor no mês de maio de 2001 (0,125m). A velocidade da
corrente de deriva litorânea nesta área variou de 1,103m/s (em novembro de 2000) a
0,171m/s (em maio de 2001), variando com um ângulo de incidência do “trend” de
ondas, em relação a linha de costa, numa média de 0,637m/s. A média do ângulo de
incidência das ondas neste período foi de 305º, e a média da direção dos ventos foi de
257ºAz (SW). A declividade da berma, declividade do estirâncio e a média do sentido
da corrente litorânea não apresentam mudanças significativas no período estudado, com
uma média de 36º para a declividade da berma, 15º para a declividade do estirâncio e
Capílulo V
Processos Costeiros 41
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
15º para o sentido da corrente litorânea. Deste modo, Chaves & Vital (2001) constatou
que os meses que antecedem o inverno (novembro/2000 a abril/2001) são aqueles que
apresentam os maiores parâmetros de onda observados na região, sendo portanto, os
meses de maior erosão costeira.
Mais recentemente, em estudos nesta área de influência dos dutos, Silveira et al
(2001) constata que 52 % da distribuição das ondas apresentam uma direção de
aproximação leste, seguido de 20 % de ondas de ESSE e o restante de ondas com
componentes norte (18 % de ENE). A altura da onda varia entre 0.25 e 2.5 metros para
todas as direções. Com relação aos períodos, observa-se que as ondas de ENE e NE
apresentam maiores valores da ordem de 11 segundos, características de ondas do tipo
Swell, e as ondas de leste e ESE, períodos próximos de 5 segundos, caracterizando estas
ondas como do tipo Sea.
5.3 - Regime de Ventos
No litoral setentrional do Rio Grande do Norte os ventos sopram de E e NE, o
que fica claramente evidenciado pela origem das dunas costeiras. A distribuição sazonal
das direções dos ventos não apresentam grandes variações, ocorrendo apenas mudanças
na freqüência em função de grandes perturbações atmosféricas, cuja intensidade respeita
o ciclo climatológico dos ventos na região equatorial.
Durante os meses de novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, março e abril,
predominam 48% de ventos de direção E, tendo como segunda direção ventos SW
(26,5%) e a direção NE a terceira direção predominante. Nos outros seis meses (maio,
junho, julho, agosto, setembro e outubro), a primeira direção predominante dos ventos é
SW com 51,3%, a segunda é E com 35% e a terceira S com 13,7% (Figura 5.6).
Segundo a escala Beaufort, predominam os ventos fracos de novembro a abril,
enquanto os de maio a outubro são moderados, caracterizando a região como a de forte
potencial para o acionamento de cata-ventos e turbinas.
A predominância dos ventos de direção E e SW está relacionado à ação do
Anticlone Sul que diminui no Norte e Nordeste do Brasil passando para a atuação da
Zona de Convergência Intertropical – ZCT, Nimer (1971).
Os ventos fracos são caracterizados pelas velocidades de 07 a 10 nós (13 a 15
km/h, aproximadamente), e sua presença no mar acarreta ondas de grandes ondulações
(60 centímetros), com princípio de arrebentação e alguns carneiros. Os moderados
Capílulo V
Processos Costeiros 42
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
possuem velocidade de 11 a 16 nós (aproximadamente 20,0 a 30 Km/h), apresentando
no mar pequenas vagas de aproximadamente 1,50 metros com freqüentes carneiros. No
mês de setembro os ventos podem chegar a 5 na escala de Beaufort, onde é observado
ondas de forma longa, de 2,40 metros de altura, muitos carneiros e possibilidade de
alguns borrifos.
A Figura 6.7 apresenta uma compilação das informações sobre a direção
predominante dos ventos no litoral Norte do Estado do Rio Grande do Norte com base
nas medições efetuadas pela estações meteorológicas (Macau, Natal, etc), como também
pelas inferências a partir das direções de deslocamento de dunas (Fortes, 1987).
N
NW
NE
50%
E
W
SW
SE
S
Ventos que
Ventos
que ocorrem
ocorrem durante
durante os
os meses :
nov.,jan.,
dez,.
meses
nov.,
dez.,
fev.jan.,fev.,
e abril.
de :
mar.,
Abr..
Ventos
que ocorrem
ocorrem durante
duranteosos meses:
Ventos que
maio.,
jun.,jun.,
jul., Jul.,
ago.,ago.,
set. e set.e
out.
mesesmai.,
de:
Figura 5.6 - Observa-se maior intensidade dos ventos nos meses de novembro a abril com direção
predominante SW e direção SW-E nos meses de maio a outubro (ECOPLAM, 2001).
Capílulo V
Processos Costeiros 43
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
OCEANO ATLÂNTICO
5º
CABO CALCANHAR
MACAU
BACIA POTIGUAR
Sentido predominante do vento
segundo a morfologia das dunas
Direção geral dos ventos
38º
37º
36º
Figura 5.7: Direção predominante do vento na região do litoral Norte do Estado do Rio Grande do
Norte com base em medições efetuadas em estações meteorológicas e direções de dunas
(modificado de Fortes, 1987)
Capílulo V
Processos Costeiros 44
Capítulo 6
Sistema Plataformal
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Sistema Plataformal
6.1 – Introdução
Apesar da importância das plataformas no registro estratigráfico, estas ainda não
foram bem estudadas devido a dificuldade existente em coletar sedimentos em áreas
submersas de grande profundidade. Apenas recentemente foram desenvolvidas técnicas
adequadas para realizar este tipo de investigação.
A Plataforma continental é definida por Suguio (1998) como a zona marginal
dos continentes caracterizada por suave declividade (1-0.1º) que se estende da praia até
a profundidade máxima de aproximadamente 180m, a largura é variável podendo
ultrapassar 300km. Topograficamente é dividida em plataforma interna – região entre
2 e 50 m de profundidade e plataforma externa – região entre 50 e 200 m de
profundidade segundo Mendes (1984) (Figura 6.1a e 6.1b).
plataforma continental
largura 75 km
mergulho 1.7 m/km (0.1)
Plataforma
Interna
Plataforma
Externa
sopé continental
largura 0 - 600 km
mergulho
1 - 10 m/km
(0.05 -0.6)
talude
continental
largura
10 - 100 km
mergulho
70 m/km (4)
planície
abissal
mergulho
1 m/km
(0.05)
nível do mar
200 m
50 m
1500 - 4000 m
4000 m
exagero vertical:20X
continente
rio
shoreline
corrente de
turbidez
corrente offshore
canyon
submarino
leque
submarino
plataforma
continental
quebra da plataforma
talude
continental
sopé continental
Figura 6.1a – Divisão topográfica da margem continental apresentando a
disposição da plataforma continental e Figura 7.1b – Esquema mostrando a
relação da plataforma com o transporte sedimentar.
Capítulo VI
Sistema Deposicional Plataformal 45
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Os sedimentos da plataforma continental são economicamente importantes
porque apresentam características de trapas estratigráficas, como alta porosidade,
permeabilidade
e
ocorrência
de
coberturas
de
folhelho
predominantemente
impermeáveis.
Em regiões tropicais, as plataformas são os locais ideais para sedimentação
carbonática. Em locais onde as condições das águas não são propícias para a
sedimentação carbonática ou onde a ocorrência de siliciclásticos superam os
carbonáticos, as plataformas são cobertas por partículas detríticas provinientes do
continente, em geral na granulometria areia fina, silte e argila.
Os mares plataformais apresentam um perfil distintivo, representado por uma
superfície de equilíbrio relacionada a base de ondas e caracterizado por um balanço
entre erosão e deposição. Estes mares ocorrem sob várias formas e tamanhos,
principalmente como resultado de sua localização geográfica e tectônica, mas dois tipos
morfológicos principais são reconhecidos: (i) mares pericontinentais, que ocorrem nas
margens continentais e são caracterizados pelo perfil clássico de linha de costa –
plataforma – talude, vistos como clinoformas em margens continentais agradacionais,
(ii) mares epiricos ou epicontinentais que formam mares parcialmente fechados no
interior de áreas continentais, onde as águas são rasas e em geral apresentam perfis em
forma de rampa, apesar do perfil plataforma – talude também ocorrer em bacias
interiores mais profundas.
6.2 - Classificação de plataformas
Reading (1996) classificou as plataformas segundo o tipo de sedimento e
arcabouço tectônico. De acordo com o tipo de sedimento as plataformas podem ser
subdivididas em autóctones e alóctones:
(a) Plataformas autóctones: recebem sedimentos quase que exclusivamente do
retrabalhamento in situ de depósitos pretéricos. O fundo é composto de
sedimentos intrabasinais ou sedimentos extrabasinais reliquiares.
(b) Plataformas alóctones: são parcialmente supridas por sedimentos
modernos. Recebem grandes quantidades de sedimentos extrabasinais do
continente adjacente.
De acordo com o arcabouço tectônico podem ser classificadas em passiva, ativa
e antepaís:
Capítulo VI
Sistema Deposicional Plataformal 46
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
(a) Margem Passiva: bordejando os continentes e desenvolvendo prismas
plataformais apresentando maior espessura em direção ao mar. O sedimento
é fornecido por sistemas de drenagem continentais e amplas áreas de
plataforma agradacionais podem ser desenvolvidas.
(b) Margem Ativa: ocorrem em áreas de subducção. As áreas plataformais são
representadas por plataformas estreitas, cotadas por ondas, entretanto, em
áreas com alta sedimentação primas acrescionários agradacionais podem ser
formados.
(c) Bacias Antepaís (foreland basins): subsidência máxima e sedimentação
ocorrem no lado do continente adjacente a zona orogênica. Agradação e
perfis plataforma-talude com afinamento em direção a bacia ocorre onde a
taxa de sedimentação é alta podendo ser desenvolvidas extensas áreas
plataformais.
6.3 - Sedimentos de Plataforma Clástica
Os controles dominantes nos padrões de sedimentação e fácies características em
mares clásticos rasos são:(i) transporte sedimentar (regime hidráulico), (ii) suprimento
sedimentar; e (iii) mudanças relativas no nível do mar. Sucessões marinhas rasas antigas
também são influenciadas por: (iv) história geológica/evolução da bacia, incluindo
controle tectônico e sedimentação e (v) natureza do registro sedimentar preservado.
Os sedimentos das plataformas atuais não são os análogos para mares
epicontinentais. As plataformas continentais eram completamente emergentes durante a
última glaciação há 20.000 anos atrás, e suas camadas de sedimentos foram afetadas
pela linha de costa e processos fluviais. Entre 10.000 e 7.000 anos atrás, o nível do mar
subiu rapidamente, aproximadamente um centímetro por ano, devido o derretimento das
geleiras; a água do mar cobriu outras plataformas externas muito rapidamente. Emery
(1968) sugeriu que a maioria das areias e cascalhos nas outras plataformas externas são
registros do último episódio de nível de mar baixo e tem sido pouco retrabalhado desde
então.
De acordo com Swift, Stanley e Curray (1971) a maior parte dos sedimentos da
plataforma estão em equilíbrio dinâmico com processos marinhos modernos. Na
maioria das vezes, os sedimentos podem ter chegado à plataforma originalmente por
processos fluviais e deltaícos e então serem retrabalhados por processos marinhos.
Capítulo VI
Sistema Deposicional Plataformal 47
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Os processos deposicionais em sistema de plataforma continental interna são
mais intensos devido a plataforma ser rasa e, portanto responder de forma mais efetiva
aos efeitos das correntes eólicas, de tempestade e de maré.
A plataforma externa ocorre abaixo da base de ondas de tempestade ou correntes
de maré, deste modo a circulação oceânica é o principal agente na estratificação por
densidade na coluna de água. Acredita-se que cerca de 2/3 da sedimentação da
plataforma externa é formada por sedimentos antigos porque esta região estava coberta
durante forte subida do nível do mar e teve pouco tempo para atingir o estágio de
equilíbrio. Já a plataforma interna, teve um acúmulo considerável na sua cobertura de
sedimentos durante os últimos 7000 anos.
Os ambientes marinhos correspondem a 75% dos ambientes cobertos por
oceanos, e um fato importante é que estão abaixo do nível de base da erosão
propiciando um alto potencial de preservação Dentro do modelo processo-resposta e
regimes hidráulicos pode-se dizer que as plataformas dominadas por marés somam 17%
dos mares mundiais; plataformas dominadas por ondas e tempestades, são combinadas
por representar um espectro no regime hidráulico e plataformas dominadas por
correntes oceânicas somam 3% das plataformas (Reading,1996).
6.3.1 - Plataforma dominada por maré
Nas plataformas sob regime de mesomaré (4m - 2m) e macromaré (>2m) é
comum correntes de maré de 50 a 100 cm/s que afetam fortemente as (sand ribbons), ou
tidal ridges, que ocorrem paralelo à direção principal do fluxo de maré. Estas feições
são longos cordões de areia de até 40m de altura, mais de 200m de largura, e 15Km de
comprimento. As (sand ribbons) são assimétricas em perfil, com estratificação cruzada
de inclinação suave e foresets estratificados com inclinação mais acentuada.
Correntes de maré em altas velocidades (maior que 125 cm/s) propiciam
escavações com formações de “lag” de cascalho (depósitos residuais de cascalho). Se a
corrente de maré é menor que 100 cm/s, formam-se as ondas de areia de maré (tidal
sand waves). Em corrente de maré abaixo de 50 cm/s, lençois de areia (sand sheet)
desenvolvem-se, e em menor velocidade, formam-se manchas de areia (sand
patches)em fundo lamoso ( Walker e James, 1992) (Figura 7.2).
Ondas de areia de maré (Tidal sand waves) apresentam cristas de 3-15 m e
comprimento de onda de 150-500 m, são compostas de um set de baixo ângulo
Capítulo VI
Sistema Deposicional Plataformal 48
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
(mergulhando entre 5°-6°) com sets menores de estratificação cruzada mergulhando
abaixo das superfícies acamadadas de baixo ângulo, raramente ultrapassam mais de
alguns metros.
Figura 6.2 – Distribuição de zonas com formas de leito ao longo dos cursos de transporte por maré:
a) modelo geral, b) modelo com baixo suprimento de areia, e c) modelo com alto suprimento de
areia. As zonas com formas de leito estão alinhadas paralelamente com os vetores de velocidade da
maré de sizígia (mostrada em números que representam cm.s-1). Compilado de Della Fávera (2001)
segundo Johnson & Baldwin (1986).
6.3.2 - Plataforma dominada por ondas e tempestades
A maioria das plataformas internas rasas, sob atuação de correntes de maré com
velocidade menor que 25 cm/s, são calmas sob condições normais; porém ondas com
base de onda profunda podem ser formadas durante tempestades. Estas ondas produzem
correntes fortes que movem-se obliquamente na plataforma e na linha de costa
acentuando qualquer irregularidade no fundo que foi orientado obliquamente à linha de
praia. Durante a transgressão holocênica, as cristas rasas da face de praia foram
aparentemente submetidas a ação de águas mais profundas e forte corrente de
tempestades, responsáveis pela formação de cristas de areia (sand ridges) lineares de 10
m de altura, com 1 a 2 km de largura e dezenas de quilômetros de comprimento.
Capítulo VI
Sistema Deposicional Plataformal 49
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Períodos de intensa atividade de tempestade produziram estratificações cruzadas
internas, modificando-as. Já em períodos de calmaria, estas barras apresentam cobertura
de marca ondulada (wave ripples), possibilitando a acumulação de sedimentos finos em
suas calhas e o retrabalhamento do topo. Estes processos produzem uma sequência
gradacional inversa. Já os lags de cascalho do fundo parecem ser relíquios de uma
superfície erosional mais antiga que foi formada durante nível de mar baixo no
pleistoceno. Cristas de areia (sand ridges) lineares ocorrem predominantemente em
costas dominadas por tempestade; e em plataformas onde não há evidência de ilhas
barreira, o suprimento de areia para as cristas de areia (sand ridges) podem ser
provenientes de correntes de turbidez.
Outra feição comum em plataformas arenosas dominadas por tempestade são os
hummocky, estruturas formadas à profundidades de 5 a 15 m, onde fortes ondas de
tempestade interagem em águas rasas ou profundas com velocidade de mais de 1 m/s.
Este sedimento é depositado irregularmente como hummochy, que posteriormente são
parcialmente erodidos pelo próximo surto, produzindo uma nova estratificação cruzada,
formada na zona abaixo da base das ondas normais, mas acima do nível das ondas de
tempestade (Figura 6.3).
TEMPESTADE
NÍVEL DO MAR
NÍVEL DE BASE DE ONDAS NORMAIS
NÍVEL DE BASE DE ONDAS DE TEMPESTADE
CORRENTES DE TURBIDEZ
ESTRATIFICAÇÃO
CRUZADA HUMMOCKY
EM ARENITO
Figura 6.3 –Esquema apresentando o local de formação da estratificação cruzada tipo hummocky,
abaixo da base das ondas normais mas acima do nível das ondas de tempestade. Modificado de
Della Fávera (2001).
Marcas onduladas (wave ripples) são feições conhecidas de antigas áreas
marinhas que mostram influência das ondas e tempestades mas sem influência de maré.
Capítulo VI
Sistema Deposicional Plataformal 50
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Diferem de marca da onda (current ripples) por possuirem superfície ondulada mais ou
menos regular , composta de cristas e calhas alternadas e paralelas entre si, transversais
à corrente, que são formadas e mantidas na interface entre fluido em movimento e
sedimentos incoesos, pela interação entre o fluido e o sedimento transportado (Allen,
1968). Estas formas de camadas são pouco usuais porque sofrem os efeitos de rápido
fluxo de onda reverso. São constituídos de areia pobremente selecionada, lama e muitas
vezes apresentam lentes com estratificação flaser. Mesmo que sejam formadas por
ondas de tempestade de alta energia, o material fino pode ser carregado em suspensão e
depositado em bancos de argila quando perdem sua energia.
6.3.3 - Plataformas dominadas por corrente:
Estas plataformas são regularmente regidas por correntes unidirecionais, as quais
são geradas em bacias oceânicas mas ocasionalmente migram adjacentes às plataformas
continentais (Reading, 1996).
Capítulo VI
Sistema Deposicional Plataformal 51
Capítulo 7
Análise de Perfis Batimétricos
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Perfis Batimétricos
7.1 – Análise de Perfis Batimétricos
A área em estudo apresenta uma morfologia plana com inclinação suave,
alcançando cotas mais negativas a medida que se distancia da costa, apresentando
profundidade máxima de 11m quando alcança 12 Km da costa (Anexo I).
Entretanto, em uma pequena região da área o relevo apresenta irregularidades.
Observa-se uma faixa com aproximadamente 2 Km de extensão, paralela à costa, que
atinge profundidades de 4 m em região que deveria predominar profundidades de 2 m e
coincide com a região onde os dutos estão descobertos.
Foram selecionados 4 perfis batimétricos para apresentar as formas de leito e
para analisar a questão dos dutos, ou seja, reconhecimento de locais onde os dutos
estejam descobertos.
Os dutos de óleo e gás do pólo de Guamaré (RN) quando alcançam a praia do
Minhoto ficam descobertos, isto pode ser observado na maré baixa (Figura 7.1),
entretanto na porção submersa é difícil ter conhecimento de outros pontos sem o
monitoramento com ecobatímetro desta região. Desta forma foi possível, por meio dos
perfis batimétricos, locar os dutos e ainda constatar a ocorrência de deposição (a este de
cada duto) e erosão (a oeste de cada duto) de acordo com a deriva litorânea, o que torna
os dutos vulneráveis à descalçamento (Figura 7.4). Este caso também foi confirmado
com a análise de perfil sonográfico, o qual apresentava as mesmas evidências de erosão.
As formas de leito subaquosas mais comuns foram classificadas como
sandwaves, apresentando-se simétricas e assimétricas (Figuras 7.2 e 7.3). As
assimétricas apresentam eixo para oeste, definindo o transporte de sedimento no sentido
da deriva litorânea. Estas apresentam comprimento de onda variando de 63m a 187m e
altura de onda de 0.5m a 1.0m, evidenciando a suave declividade (Figura 7.4). Já as
simétricas variaram o comprimento de onda de 130m a 520m e altura de onda de 1.0m a
2.5m.
Realizando-se tratamento da Banda 2 do satélite Landsat 7, submetendo-a a
filtros direcionais no programa ER Mapper foi possível realçar formas de leito
subaquosas como as sandwaves que ocorrem em toda região de Guamaré. Várias
sandwaves sequenciadas em uma mesma direção (oeste) agrupadas, formam sandwaves
Capítulo VII
Análise de Perfis Batimétricos 52
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
de aproximadamente 10km de extensão (Figura 7.6). Isto também é observado em
menor escala (perfis sonográficos), onde a crista de algumas sandwaves são formadas
por várias ripples (Figura 7.4).
Dutos descobertos
Figura 7.1 – Dutos descobertos na Praia do Minhoto durante a maré vazante
(Silveira, fevereiro 2001)
Capítulo VII
Análise de Perfis Batimétricos 53
Capítulo 8
Mapeamento Faciológico da Área
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Mapeamento Faciológico da área
8.1 - Mapeamento Faciológico
Para padronizar o mapeamento faciológico utilizou-se a nomenclatura proposta
por Freire et al (1997) para o Nordeste do Brasil, adaptada de Dias (1996), tendo em
vista a predominância de depósitos carbonáticos, formados por uma mistura
biogênica/biodetrítica, constituída por fragmentos de algas calcáreas, moluscos,
ostracodes, briozoários e foraminíferos que ocorrem apenas nesta região da costa
Brasileira. É importante salientar que esta classificação foi adotada para efeitos de
comparações com os trabalhos de Costa Neto (1997) e Tabosa (2000) os quais
representam uma grande parcela dos poucos trabalhos realizados na plataforma do Rio
Grande do Norte (Tabela 8.1). Os parâmetros de esfericidade e arredondamento foram
descritos segundo Rittenhouse (1943).
Desta forma os sedimentos da área podem ser classificados em sete fácies
distintas as quais constituem o mapa faciológico da área de influência dos dutos de óleo
e gás da Petrobrás (Anexo III): Areias litoclástica (AL1b), Cascalho Litoclástico
(SL1), Areia Lito-bioclástica com grânulos e cascalho (AL2a), Cascalho Litobioclástico (SL2), Areia Bio-litoclástica com grânulo e cascalho (AB1a), Areia
Bioclástica com grânulos e cascalho (AB2a) e Cascalho Bioclástico (CB2).
8.1.1 - Areia Litoclástica (AL1b):
Os sedimentos classificados como fácie AL1b apresentam carbonato em
porcentagem menor que 30%, lama menor que 15%, mediana menor que 2 mm e
porcentagem dos grãos superiores a 2 mm menor que 15%. Esta fácie cobre cerca de 40
% da plataforma continental estudada, constituindo deste modo a fácie predominante. É
encontrada na porção extremo norte em profundidade de 7 m e na porção sudoeste da
área, próxima à linha de costa, em profundidades de 2.1 a 2.5 m. Os sedimentos
constituintes desta fácie apresentam granulometria variando de areia média a grossa, os
grãos são moderadamente a pobremente selecionados, variando de subangulosos a
arredondados com grau de esfericidade predominando nas classes esférica a muito
esférica. A classificação das curvas segundo os valores de curtose são extremamente a
Capítulo VIII
Mapeamento Faciológico da Área 59
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
muito leptocúrtica e raramente leptocúrtica. Além disto a assimetria oscila de assimetria
muito positiva a assimetria muito negativa, sendo a última com ocorrência próxima a
costa.
8.1.2 - Cascalho Litoclástico (SL1):
Os sedimentos correspondentes a fácie SL1 apresentam porcentagem de
carbonato menor que 30%, porcentagem de lama menor que 15 % e mediana com valor
maior que 2 mm. Esta fácie cobre uma pequena porção da área localizada no extremo
centro-sul podendo ser encontrada entre 1.5 m a 2.5m de profundidade. Os sedimentos
são granulometricamente classificados como predominantemente areia fina, os grãos
são muito a moderadamente selecionados, angulosos a subarredondados e
predominantemente esféricos. A curva segundo os valores de curtose são extremamente
a muito leptocúrtica e raramente mesocúrtica. A assimetria varia de negativa a muito
negativa.
8.1.3 - Areia Lito-bioclástica com grânulos e cascalho (AL2a):
Os sedimentos classificados como fácie AL2a possuem porcentagem de
carbonato entre 30% e 50%, porcentagem de lama menor que 15%, mediana menor que
2 mm e grãos superiores a 2 mm entre 15% e 50. Granulometricamente, os sedimentos
são classificados como areia grossa, os grãos são pobremente selecionados variando de
subangulosos a arredondados
e predominantemente esféricos. A curva padrão é
leptocúrtica e a assimetria é negativa. Esta fácie é pouco representativa na área
8.1.4 - Cascalho Lito-bioclástico (SL2):
Os sedimentos desta fácie possuem porcentagem de carbonato entre 30% e 50%,
porcentagem de lama menor que 15% e mediana menor que 2 mm. Esta fácie é
encontrada na porção central da área, inserida na fácie AB2a e no extremo sudeste,
inserida na fácies SL1. Os sedimentos apresentam granulometria variando de areia fina
a areia média, os grãos são pobremente a bem selecionados, angulosos a
subarredondados e possuem uma esfericidade alta. A curva segundo a curtose é
extremamente a muito leptocúrtica e a assimetria é muito negativa.
Capítulo VIII
Mapeamento Faciológico da Área 60
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
8.1.5 - Areia Bio-litoclástica com grânulos e cascalho (AB1a):
Esta fácie é caracterizada por apresentar porcentagem de carbonato entre 50% e
70%, porcentagem de lama menor que 15%, valores da mediana menores que 2 mm e
grãos superiores a 2 mm com porcentagem de 15% a 50%. Esta fácie está localizada na
porção central da área e representa uma região de transição dos sedimentos litoclásticos
(AL1b) para os sedimentos bioclásticos (CB2). Os sedimentos foram classificados
granulometricamente como areia grossa, os grãos são pobremente selecionados,
subangulosos a arredondados e predominantemente esféricos. Possui curva segundo a
curtose tipo platinocúrtica com assimetria negativa.
8.1.6 - Areia Bioclástica com grânulos e cascalho (AB2a):
Os sedimentos da fácie AB2a possuem porcentagem de carbonato superior a
70%, porcentagem de lama inferior a 15%, valores da mediana menores que 2 mm e
grãos superiores a 2 mm com porcentagem entre 15% e 50%. Esta fácies está localizada
na porção central da área e representa a porção dominantemente bioclástica à
profundidades variando de 6.8 m a 7.5 m. Granulometricamente os sedimentos foram
classificados como areia muito grossa, os grãos são moderadamente selecionado,
subangulosos a arredondados e predominantemente esféricos. A curva segundo a
curtose é do tipo mesocúrtica com assimetria positiva.
8.1.7 - Cascalho Bioclástico (CB2):
Os sedimentos da fácie CB2 caracterizam-se por apresentar porcentagem de
carbonato superior a 70%, porcentagem de lama menor que 15% e mediana superior a 2
mm. Os sedimentos correspondentes a esta fácie estão localizados na porção central da
área
à
de
6.8
m
de
profundidade.
Os
sedimentos
foram
classificados
granulometricamente como cascalho, os grãos são pobremente selecionados, angulosos
a arredondados e predominantemente esféricos. Possuem curva segundo a curtose tipo
platinocúrtica com assimetria positiva. Observou-se bivalves com até 2.5 cm bastante
desgastados e deteriorados, indicando tratar-se de sedimentos mais antigos (relíquios).
Capítulo VIII
Mapeamento Faciológico da Área 61
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
AREIAS
L< 15%; areia+lama> 50%; Md< 2mm
SUBDIVISÕES
PRINCIPAIS
SEDIMENTO
LITOCLÁSTICO
carbonatos <30%
SEIXOS, GRÂNULOS
COQUINAS OU
RODOLITOS
L< 15%; Md >2 mm
SL1
cascalho litoclástico
15%< superior a
2mm< 50%
AL1a
areia litoclástica
com grânulos e
cascalhos
SEDIMENTO
LITO-BIOCLÁSTICO
carbonato = 30 a 50%
AL2a
SL2
cascalho lito-bioclástico areia lito-bioclástica
com grânulos e
cascalhos
SEDIMENTO
BIO-LITOCLÁSTICO
carbonatos = 50 a 70%
CB1
cascalho bio-litoclástico
SEDIMENTO
BIOCLÁSTICO
carbonato > 70%
CB2
cascalho bioclástico
AB1a
areia bio-litoclástica
com grânulos e
cascalhos
AB2a
areia bioclástica com
grânulos e cascalhos
superior a 2 mm<
15%
AL1b
areia litoclástica
AL2b
areia litobioclástica
AB1b
areia biolitoclástica
AB2b
areia bioclástica
SEDIMENTOS
LAMOSOS
L> 15%
LL1
lama terrígena
LL2
marga arenosa
LB1
marga calcárea
LB2
lama calcárea
Tabela 8.1 – Classificação proposta por Freire et al (1997) para o Nordeste do Brasil, adaptada
de Dias (1996)
Capítulo VIII
Mapeamento Faciológico da Área 62
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Foto 1 – Amostra AL1b
Foto 2 – Amostra SL1
Foto 3 – Amostra AL2a
Foto 4 – Amostra SL2
Foto 5 – Amostra AB1a
Foto 6 – Amostra AB2a
Foto 7 – Amostra CB2
Figura 8.1 - Fotos apresentando o aspecto geral da fração predominante de cada fácie da área.
Capítulo VIII
Mapeamento Faciológico da Área 63
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
8.2 - Análise de Minerais Pesados
Os minerais pesados são distinguidos pela densidade elevada, superior a 2,85
g/cm3 podendo representar menos de 1% do peso dos sedimentos ou rochas.
A quantidade dos minerais pesados em um determinado sedimento depende da
abundância de cada um na área fonte e do transporte, que inclui a sua capacidade de
sobrevivência ao intemperismo, à abrasão e a sua segregação devido a diferenças na
densidade e forma. Desta forma estes grãos podem ser agrupados em assembléias
extremamente específicas, de acordo com a composição mineralógica, distribuídas ao
longo do sistema deposicional envolvido. Através da determinação destas assembléias,
podemos tecer hipóteses sobre fontes, caminhos ou mesmo sequências deposicionais
dos sedimentos (Mange & Maurer, 1991; Addad, 2001).
A presença de minerais pesados foi observada em toda a área, em várias
proporções, porém sem correlação com a distribuição das fácies (Figura 8.2). Na fração
analisada foram encontrados desde quantidades mínimas (0.22%) até quantidades mais
significativas (10.79%).
As assembléias encontradas na área para cada fácie mostraram diversidade de
minerais pesados, sendo formadas tanto por ultra-estáveis e estáveis como por instáveis
(Pranchas I, II e III), sendo distribuídas da seguinte forma:
Fácie SL2 e AB2a: assembléia mineral zircão-turmalina-epídoto.
Fácie CB2: assembléia mineral zircão-turmalina-cianita com carbonato.
Fácie AB1a: assembléia mineral zircão-turmalina-andaluzita com carbonato.
Fácie AL2a, AL1b e SL1: assembéia mineral zircão-turmalina-hornblenda
com carbonato.
Observa-se o enriquecimento nos estáveis cianita e epídoto nas fácies SL2,
AB2a e CB2, e ultra-estáveis (zircão) na fácie AL2a.
A classe de minerais representada pela denominação “outros” apresentada na
Figura 8.2 é constituída predominantemente por carbonatos e bioclastos originários
principalmente de carapaças de organismos marinhos como foraminíferos e ostracodes,
os quais podem ser empregadas em datações, correlações bioestratigraficas e
interpretações paleoambientais (Prancha I, foto 2 ; Prancha II, foto 10 e 11). Esta é a
classe de maior percentual para todas as fácies, com exceção de da fácie AL2a.
A ausência de assembléias minerais bem definidas e distintas deve-se a ausência
de formações rochosas aflorantes ou descarga de sedimento por meio
Capítulo VIII
de um rio
Mapeamento Faciológico da Área 64
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
próximo à área. Apesar disto, pode-se constatar que o transporte de sedimento é
bastante intenso na área, seja pela observação de clastos de organismos seja pelo grau
de alteração e arredondamento dos grãos.
40
35
30
Peso (%)
25
20
15
10
5
0
s
sado
is pe
a
r
e
Min
Fáci
es
rutilo
cianita
turmalina
biotita
epídoto
zircão
estaurolita
andaluzita
outros
silimanita
hornblenda
Figura 8.2 – Distribuição dos minerais pesados encontrados nas sete fácies sedimentares da área.
Capítulo VIII
Mapeamento Faciológico da Área 65
Capítulo 9
Conclusões e Recomendações
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
Conclusões e Recomendações
9.1 – Conclusões e Recomendações
A aplicação da geofísica marinha como técnica auxiliar ao mapeamento faciológico
da área de influência dos dutos de gás e óleo do Pólo de Guamaré atendeu os objetivos da
pesquisa.
Neste mapeamento constatou-se a predominância de Areias litoclástica (AL1b) e
Cascalho Litoclástico (SL1), sendo a primeira correlacionada as areias litoclásticas da
região de Galinhos, a qual também apresenta-se como fácie predominante (Tabosa 2000).
As fácies Areia Lito-bioclástica com grânulos e cascalho (AL2a), Cascalho Bioclástico
(SL2), Areia Bio-litoclástica com grânulo e cascalho (AB1a), Areia Bioclástica com
grânulos e cascalho (AB2a) e Cascalho Lito-bioclástico (CB2) ocorrem apenas localmente.
A análise de minerais pesados encontrados nestes sedimentos, apresentam
assembléias com diversidade, sendo formados tanto por ultra-estavéis e estáveis como
instáveis. Não foi observada uma correlação entre assembléias minerais pesados e a
distribuição fácies, que permitissem estudos conclusivos de proveniência. Isto pode ser
atribuído a ausência de rios de grande porte; que poderiam contribuir com sedimentos,
ausência de formações rochosas aflorantes tanto na região costeira quanto em subsuperfície,
ou ainda devido a homogenização das assembléias de minerais pesados em função da
intensa dinâmica da área (ventos, correntes, ondas e marés).
A área apresenta uma morfologia plana com profundidade máxima de 11m,
observa-se a presença de uma faixa de 2 Km de extensão, paralela à costa, que atinge
profundidades de 4 m, a qual foi definida como a região mais propícia a erosão em função
da deriva litorânea, correspondendo aos locais onde os dutos estão descobertos.
As formas de leito subaquosas mais comuns identificadas nos registros foram
classificadas como sandwaves, apresentando-se simétrica e assimétrica. Esta ultima indica a
direção de transporte dos sedimentos de leste para oeste, confirmando as interpretações
realizadas em trabalhos anteriores de deslocamento da deriva litorânea no litoral
setentrional de Rio Grande do Norte.
Capítulo IX
Conclusões 69
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
O reconhecimento nos registros batimétricos e sonográficos da locação dos dutos,
bem como a determinação dos processos erosivos e deposicionais mostram a utilidade deste
método para o monitoramento ambiental de áreas de instalações de exploração de petróleo.
Em continuidade a este trabalho recomenda-se a continuidade do monitoramento em
escala de maior detalhe (recobrimento completo com sonar de varredura lateral); aquisição
de dados meteorológicos, ADCP e CTD, concomitante aos levantamentos de campo, para
uma melhor compreensão do transporte de sedimentos da área. Além disto, os sedimentos
bioclásticos identificados (foraminífero e ostracodes) podem ser empregados em estudos
bioestratigráficos e de ambientes para comparação com seus similares líticos.
9.2 – Implicações do Monitoramento Ambiental para a Indústria do Petróleo
A demanda por fontes energéticas tem acarretado crescente utilização do petróleo e
do gás. Esta expressiva demanda ocasiona um considerável aumento de riscos de
vazamentos decorrentes das atividades de exploração, produção e transporte de óleo, assim
como das operações de navios-tanques em terminais (lavagem de tanques, carga e descarga
de material, etc.). Segundo a legislação sobre poluição do mar por óleo e esquemas de
indenização de prejuízos (1989), os principais causadores do acentuado risco de derrames
de óleo nas águas são:
Intensificação do tráfego marítimo;
Aumento do número de instalações costeiras, fluviais e de mar aberto para
transferência de óleo e derivados, tasi como terminais, quadros de bóias e monobóias;
Construção e operação de dutos submarinos (terrestres e submarinos)
Aumento do número e do porte de instalações de exploração de petróleo em regiões
offshore e intensificação das operações nessas instalações.
Na região costeira, esses vazamentos merecem destaque especial, uma vez que tratase de uma área com alta densidade demográfica e diversidade de uso do meio físico, o que
faz com que os riscos sejam consideráveis tanto para a população quanto para as atividades
sócio-econômicas.
O monitoramento ambiental de áreas onde existem prospecção, exploração, e
transporte de petróleo com a finalidade de prevenir e minimizar acidentes com óleo e gás é
Capítulo IX
Conclusões 70
GUEDES, I.M.G.
Relatório de Graduação
imperativo. Esta necessidade fica evidente na Portaria do MCT no.552 de 08/12/99, que
define as diretrizes gerais do Plano Nacional de Ciência e Tecnologia do Setor de Petróleo
e Gás Natural –CTPETRO.
Para elaboração de planos de contingência faz-se necessário o mapeamento das
áreas sensíveis ao derrame de óleo. Neste cenário está inserida a área dos dutos e emissário
do pólo de Guamaré (RN).
Comparando-se o modelo digital integrado ao mapa faciológico da área (Figura 9.1A) e modelo digital integrado à Banda 2 do LANSAT 7-ETM+ (Figura 9.1-B) pode-se
constatar que as regiões onde ocorrem fácies com predomínio de areias (AL1b e AB1a),
tanto litoclásticas, quanto bioclásticas apresentaram formas de leito bem desenvolvidas
(sandwaves), enquanto as regiões onde ocorrem fácies com predominância de cascalho
(CB2 e SL2) apresentam morfologia plana. Isto ocorre em função da relação entre
granulometria dos sedimentos, profundidade e velocidade do fluxo, parâmetros principais
que, influenciam no desenvolvimento das formas de fundo.
Na região próxima a costa, na região com predominância de areias (AL1b) e
pequenos bolsões de cascalho (SL1 e SL2) não houve uniformidade das formas de leito
subaquosas, provavelmente devido a deriva litorânea desta região; sendo observado apenas
algumas sandwaves de menor escala.
Este tipo de informação é importante, porque pode ser utilizada em áreas da
plataforma pouco estudadas, para inferir o tipo de sedimento presente (areia, cascalho, etc),
de acordo com as diferentes formas de leito observadas em imagens de satélite, após
tratamento com filtros direcionais na banda 2.
A combinação da sísmica de alta resolução marinha, o geoprocessamento de
imagens de satélite e a coleta de amostras in situ permitiram a correlação da morfologia em
subsuperfície, bem como extensão e diversidade da cobertura sedimentar de forma
integrada. A região norte-nordeste é ainda extremamente carente destes estudos. Este tipo
de informação, associada com outras variáveis ambientais, auxiliará ainda na determinação
dos tipos de comunidades biológicas associadas, bem como na compreensão de ambientes
deposicionais modernos, importantes para estudos comparativos com seus análogos
litificados.
Capítulo IX
Conclusões 71
Capítulo 10
Referências Bibliográficas
GUEDES, I. M. G.
Relatório de Graduação
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Capítulo X
Referências Bibliográficas 73
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Capítulo X
Referências Bibliográficas 78
Anexos
Fichas de Amostras
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG22
Peso inicial
100
D(MM)
PHI
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
791504
9437036
2,50m
32.80%
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
2.0720 PHI16
2.5286
2
-1
0.0500
0.05
0.05
PHI75
2.5239 PHI84
3.0209
1.4142
-0.5
0.0500
0.05
0.10
PHI25
2.5880 PHI50
3.0025
1
0
0.0300
0.03
0.13
PHI95
3.6282
0.7071
0.5
0.1500
0.15
0.28
0.5
1
0.1800
0.18
0.46
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
0.3400
0.34
0.80
Mediana
3.003
0.25
2
1.5000
1.5
2.30
Média
2.848
0.1768
2.5
9.3400
9.36
11.66
Selecionamento
0.359
0.125
3
37.8400
37.9
49.56
Assimetria
-0.561
0.0884
3.5
43.0400
43.11
92.68
Curtose
-9.954
0.0625
4
4.5200
4.53
97.21
Curtose (norm)
1.112
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
0.05%
AREIA FINA
Areia muito grossa
0.08%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
0.33%
AREIA
Areia média
1.84%
BEM SELECIONADA
Areia fina
47.26%
EXTREMAMENTE LEPTOCURTICA
Areia muito fina
47.64%
ASSIMETRIA MUITO NEGATIVA
Silte
1.55%
Classificação Freire (1997)
Arqila
1.24%
SL2
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
50
Frequência acumulada (%)
100
Frequência (%)
40
30
20
10
10
1
0.1
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG21
Peso inicial
100
D(MM)
PHI
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
791132
9436904
2,50m
9.4%
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
0.7275 PHI16
2.0151
2
-1
0.2900
0.29
0.29 PHI75
3.1072 PHI84
3.1730
1.4142
-0.5
0.1200
0.12
0.41 PHI25
2.5031 PHI50
2.6778
1
0
0.3100
0.31
0.72 PHI95
3.5399
0.7071
0.5
1.6400
1.64
2.36
0.5
1
2.9000
2.90
5.26 Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
4.4500
4.45
9.71 Mediana
2.678
0.25
2
5.7400
5.74
15.45 Média
2.619
0.1768
2.5
9.1000
9.10
24.55 Selecionamento
0.716
0.125
3
35.7800
35.78
60.34 Assimetria
-0.266
0.0884
3.5
34.1900
34.19
94.53 Curtose
1.908
0.0625
4
2.9500
2.95
97.48 Curtose (norm)
0.656
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
0.29%
AREIA FINA
Areia muito grossa
0.43%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
4.54%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
10.19%
MODERADAMENTE SELECIONADO
Areia fina
44.88%
MUITO LEPTOCURTICA
Areia muito fina
37.14%
ASSIMETRIA NEGATIVA
Silte
1.40%
Classificação Freire (1997)
Arqila
1.12%
SL1
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
40
30
20
10
10
1
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG20
Peso inicial
100
D(MM)
PHI
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790929
9437016
2,30m
20.6%
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
0.2209 PHI16
2.2220
2
-1
2.3300
2.32
2.32 PHI75
3.1312 PHI84
3.1901
1.4142
-0.5
0.3500
0.35
2.67 PHI25
2.5540 PHI50
2.7177
1
0
0.6300
0.63
3.3 PHI95
3.6182
0.7071
0.5
1.9300
1.92
5.22
0.5
1
1.6400
1.64
6.86 Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
1.4800
1.48
8.33 Mediana
2.718
0.25
2
1.6500
1.65
9.98 Média
2.707
0.1768
2.5
6.8000
6.78
16.76 Selecionamento
0.757
0.125
3
38.2800
38.17
54.93 Assimetria
-0.247
0.0884
3.5
38.3600
38.25
93.17 Curtose
2.412
0.0625
4
3.8800
3.87
97.04 Curtose (norm)
0.707
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
2.32%
AREIA FINA
Areia muito grossa
0.98%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
3.56%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
3.12%
MODERADAMENTE SELECIONADO
Areia fina
44.95%
MUITO LEPTOCURTICA
Areia muito fina
42.11%
ASSIMETRIA NEGATIVA
Silte
1.65%
Classificação Freire (1997)
Arqila
1.32%
SL1
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
40
30
20
10
10
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG19
Peso inicial
100
D(MM)
PHI
Projeto
Data
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790970
9437004
2,40m
5.4%
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
0.1676 PHI16
0.6109
2
-1
0.1800
0.18
0.18
PHI75
2.5570 PHI84
2.7281
1.4142
-0.5
0.0800
0.08
0.26
PHI25
0.7234 PHI50
1.2201
1
0
0.4300
0.43
0.69
PHI95
3.1959
0.7071
0.5
6.4300
6.43
7.12
0.5
1
21.0100
20.01
27.13
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
25.9800
25.98
53.11
Mediana
1.220
0.25
2
11.5900
11.59
64.70
Média
1.518
0.1768
2.5
7.3000
7.30
72.00
Selecionamento
0.988
0.125
3
13.1500
13.15
85.15
Assimetria
0.365
0.0884
3.5
12.5700
12.57
97.72
Curtose
0.677
0.0625
4
1.1100
1.11
98.83
Curtose (norm)
0.404
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
0.18%
AREIA MÉDIA
Areia muito grossa
0.51%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
26.44%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
37.57%
MODERADAMENTE SELECIONADO
Areia fina
20.45%
PLATICURTICA
Areia muito fina
13.68%
ASSIMETRIA MUITO POSITIVA
Silte
0.65%
Classificação Freire (1997)
Arqila
0.52%
AL1b
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
30
20
10
10
1
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG18
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Data
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790546
9437260
1,60m
11.4%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
1.5887 PHI16
2.5179
2
-1
0.6200
0.62
0.62
PHI75
2.4529 PHI84
2.9681
1.4142
-0.5
0.1300
0.13
0.75
PHI25
2.6007 PHI50
3.0421
1
0
0.2000
0.20
0.95
PHI95
3.5977
0.7071
0.5
0.5200
0.52
1.47
0.5
1
0.7000
0.70
2.17
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
1.6800
1.68
3.85
Mediana
3.042
0.25
2
3.2500
3.25
7.10
Média
2.840
0.1768
2.5
6.9600
6.96
14.05
Selecionamento
0.417
0.125
3
27.2000
27.19
41.24
Assimetria
-0.888
0.0884
3.5
52.0800
52.05
93.29
Curtose
-5.573
0.0625
4
4.3700
4.37
97.66
Curtose (norm)
1.219
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
0.62%
AREIA FINA
Areia muito grossa
0.33%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
1.22%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
4.93%
BEM SELECIONADO
Areia fina
34.14%
EXTREMAMENTE LEPTOCURTICA
Areia muito fina
56.42%
ASSIMETRIA MUITO NEGATIVA
Silte
1.30%
Classificação Freire (1997)
Arqila
1.04%
SL1
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
60
40
20
10
1
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG17
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Data
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790330
9437166
1,90m
12.0%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada
PHI5 2.5209 PHI16
2.6351
2
-1
0.0000
0.00
0.00 PHI75 2.8753 PHI84
3.2387
1.4142
-0.5
0.0200
0.02
0.02 PHI25 2.7286 PHI50
3.0904
1
0
0.0300
0.03
0.05 PHI95 3.6828
0.7071
0.5
0.0400
0.04
0.09
0.5
1
0.0500
0.05
0.14 Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
0.0700
0.07
0.21 Mediana
3.090
0.25
2
0.2700
0.27
0.48 Média
2.985
0.1768
2.5
2.5000
2.50
2.99 Selecionamento
0.327
0.125
3
24.0300
24.08
27.06 Assimetria
-0.245
0.0884
3.5
63.2900
63.41
90.47 Curtose
3.246
0.0625
4
6.1800
6.19
96.66 Curtose (norm)
0.764
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
0.00%
AREIA FINA
Areia muito grossa
0.05%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
0.09%
AREIA
Areia média
0.34%
MUITO BEM SELECIONADO
Areia fina
26.58%
EXTREMAMENTE LEPTOCURTICA
Areia muito fina
69.60%
ASSIMETRIA NEGATIVA
Silte
1.85%
Classificação Freire (1997)
Arqila
1.48%
SL1
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
80
60
40
20
0
-1
0
1
2
3
4
Granulometria (Phi)
5
10
1
0.1
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG16
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790295
9437170
2,10m
12.0%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
-0.5650 PHI16
0.1403
2
-1
0.0000
0.00
0.00
PHI75
3.1264 PHI84
3.2098
1.4142
-0.5
2.7200
6.39
6.39
PHI25
0.6881 PHI50
1.7465
1
0
2.2700
5.33
11.72
PHI95
6.0212
0.7071
0.5
3.2500
7.63
19.35
0.5
1
3.2000
7.51
26.86
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
5.3300
12.51
39.38
Mediana
1.746
0.25
2
4.5900
10.78
50.15
Média
1.697
0.1768
2.5
2.4200
5.68
55.83
Selecionamento
1.765
0.125
3
2.3600
5.54
61.38
Assimetria
0.126
0.0884
3.5
11.4800
26.95
88.33
Curtose
1.107
0.0625
4
1.7300
4.06
92.39
Curtose (norm)
0.525
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
0.00%
AREIA MÉDIA
Areia muito grossa
11.72%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
15.14%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
23.29%
MODERADAMENTE SELECIONADO
Areia fina
11.22%
PLATICURTICA
Areia muito fina
31.02%
ASSIMETRIA MUITO POSITIVA
Silte
4.23%
Classificação Freire (1997)
Arqila
3.38%
AL1b
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
30
20
10
10
0
-1
0
1
2
3
4
Granulometria (Phi)
5
-1
0
1
2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG15
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Data
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790207
9437500
2,50m
22.6%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
0.0884 PHI16 0.7049
2
-1
0.9200
0.92
0.92
PHI75
3.2031 PHI84 3.5798
1.4142
-0.5
0.7600
0.76
1.68
PHI25
1.1343 PHI50 2.6672
1
0
1.3900
1.39
3.08
PHI95
6.0994
0.7071
0.5
5.4200
5.44
8.51
0.5
1
9.1100
9.14
17.65
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
13.6400
13.68
31.33
Mediana
2.667
0.25
2
8.4300
8.45
39.78
Média
2.315
0.1768
2.5
5.7100
5.73
45.51
Selecionamento
1.629
0.125
3
6.7000
6.72
52.23
Assimetria
-0.112
0.0884
3.5
27.9600
28.04
80.26
Curtose
1.191
0.0625
4
11.6700
11.70
91.97
Curtose (norm)
0.544
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
0.92%
AREIA FINA
Areia muito grossa
2.16%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
14.57%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
22.13%
MODERADAMENTE SELECIONADO
Areia fina
12.44%
MUITO LEPTOCURTICA
Areia muito fina
39.74%
ASSIMETRIA NEGATIVA
Silte
4.46%
Classificação Freire (1997)
Arqila
3.57%
SL1
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
30
20
10
10
1
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG14
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790001
9437502
2,50m
7.2%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
-5.3315 PHI16
0.0909
2
-1
8.6200
8.65
8.65
PHI75
1.7324 PHI84
2.1348
1.4142
-0.5
0.2100
0.21
8.86
PHI25
0.6279 PHI50
1.2401
1
0
5.0300
5.05
13.91
PHI95
3.2382
0.7071
0.5
5.7200
5.74
19.65
0.5
1
10.4100
10.45
30.1
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
20.6400
20.72
50.82
Mediana
1.240
0.25
2
25.9200
26.02
76.83
Média
1.154
0.1768
2.5
13.2400
13.29
90.12
Selecionamento
1.809
0.125
3
3.2200
3.23
93.08
Assimetria
-0.329
0.0884
3.5
1.7200
1.73
97.49
Curtose
3.180
0.0625
4
2.4000
2.41
98.55
Curtose (norm)
0.761
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
8.65%
AREIA MÉDIA
Areia muito grossa
5.26%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
16.19%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
46.73%
MODERADAMENTE SELECIONADO
Areia fina
16.52%
PLATICURTICA
Areia muito fina
4.14%
ASSIMETRIA MUITO POSITIVA
Silte
1.79%
Classificação Freire (1997)
Arqila
0.72%
AL1b
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
30
20
10
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
10
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG13
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
789000
9437506
2,50m
6.4%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
-0.3955 PHI16
0.2033
2
-1
2.9900
2.98
2.98
PHI75
1.1275 PHI84
1.4579
1.4142
-0.5
0.9900
0.99
3.97
PHI25
0.5550 PHI50
1.0061
1
0
2.4600
2.46
6.43
PHI95
2.5297
0.7071
0.5
11.7900
11.77
18.20
0.5
1
30.9800
30.93
49.13
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
36.0800
36.02
85.15
Mediana
1.006
0.25
2
6.8200
6.81
91.95
Média
0.888
0.1768
2.5
2.8700
2.87
94.82
Selecionamento
0.757
0.125
3
1.5300
1.53
96.35
Assimetria
-0.119
0.0884
3.5
1.6300
1.63
97.97
Curtose
2.094
0.0625
4
0.6800
0.68
98.65
Curtose (norm)
0.677
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
2.98%
AREIA GROSSA
Areia muito grossa
3.44%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
42.70%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
42.83%
MODERADAMENTE SELECIONADO
Areia fina
4.39%
MUITO LEPTOCURTICA
Areia muito fina
2.31%
ASSIMETRIA NEGATIVA
Silte
0.75%
Classificação Freire (1997)
Arqila
0.60%
AL1b
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
40
30
20
10
10
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG12
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
788991
9438000
7.7%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
-1.1570 PHI16
-0.3051
2
-1
6.7600
6.77
6.77
PHI75
1.1822 PHI84
1.6252
1.4142
-0.5
2.8200
2.83
9.6
PHI25
0.0860 PHI50
0.6241
1
0
8.1900
8.21
17.81
PHI95
3.0144
0.7071
0.5
20.8500
20.9
38.71
0.5
1
22.7100
22.76
61.47
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
18.5300
18.57
80.04
Mediana
0.624
0.25
2
7.9000
7.92
87.95
Média
0.647
0.1768
2.5
4.2600
4.27
92.22
Selecionamento
1.115
0.125
3
2.6000
2.61
94.83
Assimetria
0.092
0.0884
3.5
2.9700
2.98
97.81
Curtose
1.559
0.0625
4
0.7500
0.75
98.56
Curtose (norm)
0.609
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
6.77%
AREIA GROSSA
Areia muito grossa
11.03%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
43.66%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
26.49%
POBREMENTE SELECIONADO
Areia fina
6.88%
MUITO LEPTOCURTICA
Areia muito fina
3.73%
APROXIMADAMENTE SIMETRICA
Silte
0.80%
Classificação Freire (1997)
Arqila
0.64%
AL1b
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
25
Frequência (%)
20
15
10
5
10
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG11
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790495
9437248
1,70m
23.4%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
2.0652 PHI16
2.6291
2
-1
1.6400
1.64
1.64
PHI75
2.6749 PHI84
3.1052
1.4142
-0.5
0.2100
0.21
1.85
PHI25
3.0025 PHI50
3.0945
1
0
0.4200
0.42
2.27
PHI95
3.6312
0.7071
0.5
0.6000
0.60
2.86
0.5
1
0.3100
0.31
3.17
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
0.3600
0.36
3.53
Mediana
3.095
0.25
2
0.7200
0.72
4.25
Média
2.940
0.1768
2.5
2.8800
2.87
7.12
Selecionamento
0.356
0.125
3
17.2300
17.19
24.32
Assimetria
-0.635
0.0884
3.5
68.0900
67.94
92.26
Curtose
-1.959
0.0625
4
5.2400
5.23
97.49
Curtose (norm)
2.043
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
1.64%
AREIA FINA
Areia muito grossa
0.63%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
0.91%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
1.08%
BEM SELECIONADO
Areia fina
20.07%
EXTREMAMENTE LEPTOCURTICA
Areia muito fina
73.13%
ASSIMETRIA MUITO NEGATIVA
Silte
1.40%
Classificação Freire (1997)
Arqila
1.12%
SL1
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
80
60
40
20
10
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG10
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790495
9438002
2,90m
38.00%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
-2.7609 PHI16
-1.3622
2
-1
18.7900
18.85
18.85
PHI75
1.5671 PHI84
2.0542
1.4142
-0.5
1.9600
1.97
20.81
PHI25
0.0107 PHI50
0.7266
1
0
3.7000
3.71
24.53
PHI95
3.1890
0.7071
0.5
11.0000
11.03
35.56
0.5
1
15.8800
15.93
51.49
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
20.5100
20.57
72.06
Mediana
0.727
0.25
2
10.9000
10.93
83.00
Média
0.472
0.1768
2.5
4.6100
4.62
87.62
Selecionamento
1.756
0.125
3
3.4700
3.48
91.10
Assimetria
-0.198
0.0884
3.5
5.1400
5.16
96.26
Curtose
1.567
0.0625
4
2.2900
2.30
98.56
Curtose (norm)
0.610
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
18.85%
AREIA GROSSA
Areia muito grossa
5.68%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
26.96%
AREIA COM CASCALHO
Areia média
31.51%
POBREMENTE SELECIONADA
Areia fina
8.11%
MUITO LEPTOCURTICA
Areia muito fina
7.45%
ASSIMETRIA NEGATIVA
Silte
0.80%
Classificação Freire (1997)
Arqila
0.64%
AL2a
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
25
Frequência (%)
20
15
10
5
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1
2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG9
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Data
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790497
9439002
2,50m
12.9%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
0.5132 PHI16
1.2280
2
-1
1.2500
1.25
1.25
PHI75
2.6256 PHI84
3.0075
1.4142
-0.5
0.5500
0.55
1.80
PHI25
1.5721 PHI50
2.0569
1
0
0.8600
0.86
2.66
PHI95
3.1983
0.7071
0.5
2.2000
2.20
4.86
0.5
1
2.5700
2.57
7.44
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
9.3800
9.39
16.83
Mediana
2.057
0.25
2
28.3300
28.36
45.18
Média
2.095
0.1768
2.5
21.1500
21.17
66.35
Selecionamento
0.852
0.125
3
17.2000
17.22
83.57
Assimetria
-0.041
0.0884
3.5
14.4000
14.41
97.98
Curtose
1.044
0.0625
4
0.8500
0.85
98.83
Curtose (norm)
0.511
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
1.25%
AREIA FINA
Areia muito grossa
1.41%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
4.77%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
37.74%
MODERADAMENTE SELECIONADA
Areia fina
38.38%
MESOCURTICA
Areia muito fina
15.26%
APROXIMADAMENTE SIMETRICA
Silte
0.65%
Classificação Freire (1997)
Arqila
0.52%
SL1
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
30
20
10
10
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG8
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790502
943998
4,80m
20.7%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada
PHI5
-0.8123
PHI16
0.0077
2
-1
3.4300
3.43
3.43
PHI75
1.5687
PHI84
1.7332
1.4142
-0.5
2.1000
2.10
5.52
PHI25
0.0956
PHI50
0.6839
1
0
9.7000
9.69
15.21
PHI95
3.1365
0.7071
0.5
25.6500
25.61
40.82
0.5
1
12.4900
12.47
53.30
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
17.9700
17.94
71.24
Mediana
0.684
0.25
2
13.7000
13.68
84.92
Média
0.807
0.1768
2.5
5.0200
5.01
89.93
Selecionamento
1.030
0.125
3
2.4800
2.48
92.41
Assimetria
0.229
0.0884
3.5
4.7500
4.74
97.15
Curtose
1.098
0.0625
4
0.7800
0.78
97.93
Curtose (norm)
0.523
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
3.43%
AREIA GROSSA
Areia muito grossa
11.78%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
38.09%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
31.63%
POBREMENTE SELECIONADA
Areia fina
7.49%
LEPTOCURTICA
Areia muito fina
5.52%
ASSIMETRIA POSITIVA
Silte
1.15%
Classificação Freire (1997)
Arqila
0.92%
AL1b
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
30
20
10
10
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG7
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790495
9441010
6,30m
58.1%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
-2.7550 PHI16
-2.0420
2
-1
32.1000
32.08
32.08
PHI75
1.2292 PHI84
1.6355
1.4142
-0.5
3.8600
3.86
35.93
PHI25 -1.4587 PHI50
0.6746
1
0
3.7500
3.75
39.68
PHI95
2.6631
0.7071
0.5
4.4800
4.48
44.16
0.5
1
8.3700
8.36
52.52
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
24.5300
24.51
77.04
Mediana
0.675
0.25
2
12.8600
12.85
89.89
Média
0.089
0.1768
2.5
3.7400
3.74
93.62
Selecionamento
1.740
0.125
3
2.1100
2.11
95.73
Assimetria
-0.372
0.0884
3.5
2.8700
2.87
98.60
Curtose
0.826
0.0625
4
0.3200
0.32
98.92
Curtose (norm)
0.452
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
32.08%
AREIA GROSSA
Areia muito grossa
7.60%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
12.84%
CASCALHO ARENOSO
Areia média
37.36%
POBREMENTE SELECIONADA
Areia fina
5.85%
PLATICURTICA
Areia muito fina
3.19%
ASSIMETRIA MUITO NEGATIVA
Silte
0.60%
Classificação Freire (1997)
Arqila
0.48%
AB1a
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
40
30
20
10
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG6
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Data
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790505 9442028
6,86m
70.30%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
-5.8706
PHI16
-4.8625
2
-1
58.1900
58.15
58.15
PHI75
1.5045
PHI84
2.7202
1.4142
-0.5
2.7300
2.73
60.88
PHI25
-4.0378
PHI50
-1.7468
1
0
2.2700
2.27
63.15
PHI95
3.2336
0.7071
0.5
3.2500
3.25
66.39
0.5
1
3.2000
3.2
69.59
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
5.3300
5.33
74.92
Mediana
-1.747
0.25
2
4.5900
4.59
79.50
Média
-1.295
0.1768
2.5
2.4200
2.42
81.92
Selecionamento
3.275
0.125
3
2.3600
2.36
84.28
Assimetria
0.136
0.0884
3.5
11.4800
11.47
95.75
Curtose
0.673
0.0625
4
1.7300
1.73
97.48
Curtose (norm)
0.402
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
58.15%
CASCALHO
Areia muito grossa
5.00%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
6.45%
CASCALHO ARENOSO
Areia média
9.91%
MUITO POBREMENTE SELECIONADO
Areia fina
4.78%
PLATICURTICA
Areia muito fina
13.20%
ASSIMETRIA POSITIVA
Silte
1.40%
Classificação Freire (1997)
Arqila
1.12%
CB2
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
60
40
20
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG 5
Peso inicial
100
D(MM)
PHI
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790500
9443002
6.80m
83.3%
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
-1.1837
PHI16
-1.0234
2
-1
17.5900
17.61
17.61
PHI75
0.0029
PHI84
0.1437
1.4142
-0.5
17.1400
17.16
34.76
PHI25
-0.8923
PHI50
-0.4049
1
0
40.0100
40.05
74.81
PHI95
1.1106
0.7071
0.5
15.9600
15.98
90.79
0.5
1
3.1700
3.17
93.96
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
2.3400
2.34
96.31
Mediana
-0.405
0.25
2
1.7400
1.74
98.05
Média
-0.428
0.1768
2.5
0.4200
0.42
98.47
Selecionamento
0.639
0.125
3
0.3300
0.33
98.80
Assimetria
0.131
0.0884
3.5
0.5700
0.57
99.37
Curtose
1.050
0.0625
4
0.0900
0.09
99.46
Curtose (norm)
0.512
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
17.61%
AREIA MUITO GROSSA
Areia muito grossa
57.21%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
19.15%
AREIA COM CASCALHO
Areia média
4.08%
MODERADAMENTE SELECIONADA
Areia fina
0.0075
MESOCURTICA
Areia muito fina
0.0066
ASSIMETRIA POSITIVA
Silte
0.30%
Classificação Freire (1997)
Arqila
0.24%
AB2a
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
50
Frequência acumulada (%)
100
Frequência (%)
40
30
20
10
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG 4
Peso inicial
100
D(MM)
PHI
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790517
9444004
7,40m
35.7%
Peso Frequencia %
Frequencia
Percentis :
Acumulada
PHI5
-0.9127 PHI16
0.7293
2
-1
4.3800
4.38
4.38
PHI75
2.5018 PHI84
2.6279
1.4142 -0.5
1.7800
1.78
6.16
PHI25
1.5275 PHI50
2.0404
1
0
2.3700
2.37
8.53
PHI95
3.0957
0.7071 0.5
4.2100
4.21
12.74
0.5
1
3.5600
3.56
16.29
Parâmetros estatísticos
0.3536 1.5
6.2100
6.21
22.5
Mediana
2.040
0.25
2
22.7100
22.7
45.2
Média
1.797
0.1768 2.5
29.6800
29.67
74.87
Selecionamento
1.082
0.125
3
17.8400
17.83
92.71
Assimetria
-0.427
0.0884 3.5
5.9900
5.99
98.70
Curtose
1.686
0.0625
4
0.0900
0.09
98.79
Curtose (norm)
0.628
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
4.38%
AREIA MÉDIA
Areia muito grossa
4.15%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
7.77%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
28.91%
POBREMENTE SELECIONADA
Areia fina
47.50%
MUITO LEPTOCURTICA
Areia muito fina
6.08%
ASSIMETRIA MUITO NEGATIVA
Silte
0.67%
Classificação Freire (1997)
Arqila
0.54%
SL2
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
30
20
10
10
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG 3
Peso inicial
100
D(MM)
PHI
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790500
9445000
7,50m
87.30%
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
-1.5370 PHI16
-1.3848
2
-1
43.8400
43.81
43.81
PHI75
-0.3090 PHI84
0.0837
1.4142 -0.5
18.0800
18.07
61.88
PHI25
-1.2603 PHI50
-0.9144
1
0
17.1800
17.17
79.05
PHI95
0.6231
0.7071 0.5
14.7900
14.78
93.83
0.5
1
2.3700
2.37
96.20
Parâmetros estatísticos
0.3536 1.5
1.1900
1.19
97.39
Mediana
-0.914
0.25
2
0.4700
0.47
97.86
Média
-0.738
0.1768 2.5
0.3200
0.32
98.18
Selecionamento
0.694
0.125
3
0.4000
0.40
98.58
Assimetria
0.391
0.0884 3.5
0.2200
0.22
98.80
Curtose
0.931
0.0625
4
0.0300
0.03
98.83
Curtose (norm)
0.482
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
43.81%
AREIA MUITO GROSSA
Areia muito grossa
35.24%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
17.15%
CASCALHO ARENOSO
Areia média
1.66%
MODERADAMENTE SELECIONADA
Areia fina
0.72%
MESOCURTICA
Areia muito fina
0.25%
ASSIMETRIA MUITO POSITIVA
Silte
0.65%
Classificação Freire (1997)
Arqila
0.52%
AB2a
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
50
Frequência (%)
40
30
20
10
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG 2
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred
Agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790515
9446046
6,50m
17.8%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
-0.4471 PHI16
1.1131
2
-1
4.1700
4.17
4.17
PHI75
1.9698 PHI84
2.0845
1.4142
-0.5
0.6400
0.64
4.81
PHI25
1.5112 PHI50
1.6252
1
0
0.9200
0.92
5.72
PHI95
2.2247
0.7071
0.5
2.0000
2.00
7.72
0.5
1
2.8700
2.87
10.59
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
11.9700
11.96
22.55
Mediana
1.625
0.25
2
54.8700
54.82
77.37
Média
1.606
0.1768
2.5
19.6300
19.61
96.98
Selecionamento
0.648
0.125
3
1.1300
1.13
98.11
Assimetria
-0.303
0.0884
3.5
0.1200
0.12
98.23
Curtose
2.388
0.0625
4
0.0200
0.02
98.25
Curtose (norm)
0.705
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
4.17%
AREIA MÉDIA
Areia muito grossa
1.56%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
4.87%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
66.78%
MODERADAMENTE SELECIONADA
Areia fina
20.74%
MUITO LEPTOCURTICA
Areia muito fina
0.14%
ASSIMETRIA MUITO NEGATIVA
Silte
1.75%
Classificação Freire (1997)
Arqila
0.00%
AL1b
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
60
40
20
10
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
GRUPO DE PESQUISA EM GEOLOGIA
E GEOFÍSICA MARINHA E MONITORAMENTO AMBIENTAL
Amostra
IG 1
Peso inicial
100
D(MM)
Projeto
Mês
Relatório Graduação Ingred Guedes agosto
Coordenada UTM
Profundidade
Percentual de carbonato :
790457 9447020
7m
14.40%
PHI
Peso
Frequencia % Frequencia Percentis :
Acumulada PHI5
-0.2918 PHI16
0.1659
2
-1
2.3200
2.32
2.32
PHI75
1.2103 PHI84
1.6393
1.4142
-0.5
0.7400
0.74
3.05
PHI25
0.5287 PHI50
0.7270
1
0
2.3400
2.34
5.39
PHI95
2.2170
0.7071
0.5
16.0200
15.99
21.38
0.5
1
31.5700
31.51
52.89
Parâmetros estatísticos
0.3536
1.5
26.3200
26.27
79.17
Mediana
0.727
0.25
2
8.6900
8.67
87.84
Média
0.843
0.1768
2.5
8.2600
8.25
96.09
Selecionamento
0.748
0.125
3
2.1600
2.16
98.24
Assimetria
0.213
0.0884
3.5
0.2400
0.24
98.48
Curtose
1.508
0.0625
4
0.0800
0.08
98.56
Curtose (norm)
0.601
Classificação por frequência simples
Classificação pela média
Cascalho
2.32%
AREIA GROSSA
Areia muito grossa
3.07%
Classificação textural de Folk
Areia grossa
47.50%
AREIA COM CASCALHO ESPARSO
Areia média
34.95%
MODERADAMENTE SELECIONADA
Areia fina
10.40%
MUITO LEPTOCURTICA
Areia muito fina
0.32%
ASSIMETRIA POSITIVA
Silte
0.80%
Classificação Freire (1997)
Arqila
0.64%
AL1b
Histograma de Barras
Curva Cumulativa
100
Frequência acumulada (%)
Frequência (%)
40
30
20
10
10
0
-2
0
2
4
Granulometria (Phi)
6
-1
0
1 2
Phi
3
4
RESUMO
O presente relatório compreende os resultados obtidos no mapeamento faciológico
realizado na região onde estão localizados os dutos de óleo e gás do pólo petrolífero de
Guamaré, Estado do Rio Grande do Norte.
A combinação da sísmica de alta resolução marinha, o geoprocessamento de imagens
de satélite e a coleta de amostras in situ permitiram a correlação da morfologia em
subsuperfície, bem como extensão e diversidade da cobertura sedimentar de forma integrada.
A partir deste estudo foi possível identificar nos registros batimétricos, os locais onde os
dutos encontram-se cobertos e descobertos por sedimentos, tornando, deste modo, esta
ferramenta bastante importante para o monitoramento da área de influência dos dutos.
ABSTRACT
The present report shows the results obtained on the surface sediment mapping
conducted on the continental shelf on the region of oil and gas pipelines influence of the
Guamaré Pole, Rio Grande do Norte State.
The integration of high resolution seismic, satellit image processing and collection of “in
situ” sample sediments allow the correlation between subsurface morfology, as well as extension of
the sedimentary cover.
With this study was possible identify on the side scan sonar and bathymetric records, places
where the pipelines are covered and discovered by sediments, that is, areas of erosion and
deposition. The results show how these tools are important to the monitoring of such areas..

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