Oliveira, Mailton Neves – Placas de Hawley com Tornos Expansores
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Oliveira, Mailton Neves – Placas de Hawley com Tornos Expansores
ETE Philadelpho Gouvêa Netto Placas de Hawley com tornos expansores. São José do Rio Preto 2009 1 ETE Philadelpho Gouvêa Netto Placas de Hawley com tornos expansores Trabalho de conclusão de curso apresentado pelo aluno Mailton Neves de Oliveira ao curso técnico em prótese dentária na ETE Philadelpho Gouvêa Netto com requisito para conclusão de curso. Professor Nogueira Gustavo São José do Rio Preto 2009 2 Resumo Esse trabalho tem a finalidade em mostrar alguns tipos de tornos expansores simples e especiais, procurando mostrar suas funções, características e em quais casos eles devem ser usados. Dedicatória 3 Dedico este trabalho a Deus e a todos meus amigos e professores que me ajudaram. Sem eles nada teria acontecido. 4 Tratar de corrigir um problema de má posição dentária, seqüela de outro problema maior, sem corrigir a causa, é como desejar tirar água de um buraco na orla do mar sem impedir que as ondas o encham de novo. Oscar Queirós A. 5 Sumário Introdução....................................................................01 Torno e suas funções...................................................02 Indicações e contra indicações......................................03 Características...............................................................03 Planejamento.................................................................09 Função do torno de distalização.....................................11 Confeccionando uma placa com torno de distalização..12 Passo a passo..................................................................13 Conclusão.......................................................................19 Bibliografia....................................................................20 Lista de figuras...............................................................21 6 Introdução Em 1848 logo depois da vulcanização da borracha Linderen descreveu os primeiros sistemas de placas ativas que logo depois foram aperfeiçoados por Coffin e Kingsley. No final da década de 20 do século xx, Nord revolucionou o chamado torno de Nord de uma só rosca, atuando somente em uma direção. Logo depois Schawarz criou o grampo em forma de ponta de flecha solucionando a dependência dos dentes, garantindo a estabilidade da placa base na boca. Além disso, modificou o sistema de tornos, desenhando um torno de dupla rosca, que atua de maneira bidirecional. Através dele a placa ativa teve um grande desenvolvimento nos países europeus dando um melhor resultado nos trabalhos. 7 Parafusos (torno expansor) O senhor dos aparelhos com parafusos (torno) era o Badcokc o qual era um parafuso rosqueado em uma caixa tubular. O parafuso na sua extremidade livre tinha um colarinho que girava na sua cabeça quando ele era girado por meio de uma chave, as duas partes do aparelho nas quais o parafuso era encaixado separavam e pressionavam contra os dentes nos quais o aparelho estava grampeado. Um parafuso deste tipo é rígido de forma que, quando as duas partes do aparelho são separadas, a única via na qual o aparelho pode ser colocado no arco dental é pressionando-se os dentes ligeiramente e separadamente, devido ao fato de que o suporte periodontal permite que isto ocorra. Os parafusos são algumas vezes usados como meio de expandir o arco dental total. É, contudo, possível por meio de planejamento adequado da placa de base, mover grupos de dentes mais ou menos pequenos quando desejado. Este desenvolvimento ocorreu devido principalmente à fabricação de tamanhos menores de parafusos. Um refinamento adicional é que os parafusos modernos são de extremidade dupla com rosqueamento para direita e para a esquerda nas extremidades opostas. Hoje há muitos tipos de parafusos sendo fabricados e isto oferece várias possibilidades para a movimentação recíproca de segmentos dos aparelhos com placa de base. Alguns aparelhos têm molas espirais dentro deles de forma que o parafuso se torna um meio de ajustar a tensão na mola espiral, a qual exerce então a pressão desejada. 8 Indicações Em primeiro lugar, a placa ativa com torno expansor está indicada para a expansão sagital e transversal dos arcos dentais, isto é, para o aumento da longitude do arco, e para o aumento da arcada, a saber: • Aumento transversal da arcada dental • Protrusão dos incisivos • Correção das mordidas cruzadas anterior e posterior As placas ativas removíveis são indicadas no caso de movimentos dentais menores, de inclinação, que possam ser controlados. Como regra geral, com o uso diário de 14 -16 horas, resultados satisfatórios são obtidos com essas placas ativas. O tempo de uso depende do diagnóstico inicial. A indicação do grau de ativação dos tornos expansores é variável, podendo ser de 0,25 – 0,5 mm/semana, o que corresponde a uma ou duas voltas de 90° cada um. Contra indicações Não há contra indicações neste procedimento com exceção nos casos em que os tecidos dento alveolares não estejam em bom estado de saúde, e nos casos em que a dimensão transversal da maxila esteja satisfatória. Tornos e suas características Nem sempre podemos usar tornos expansores, porque em alguns casos, a ação de alavanca pode levar a imposição de forças de curvatura tendo um risco de chegar a uma suposta fratura. Tendo isso como um problema Walter H. Coffin em 1881 realizou vários estudos até então criar uma mola, dando a ela o nome de mola de coffin. 9 O arco dessa mola é construído com fio de 0,9mm de espessura e é formado com uma alça no centro; essa mola fica a 1,0mm do tecido mole do palato. O arco é normalmente feito primeiro e as pontas dos grampos alçadas sobre ele antes de construir a base. Quatro pequenas depressões devem ser furadas com uma broca rosa fina em cada extremidade da base, e estas são usadas como ponto de registro para Registrar por meio de divisões, a quantidade de expansão ou atividade dada para o aparelho antes de ser inserido. Fig. 1.1mola de coffin Fig. 1.2 parte de um SN Diferentes tipos de tornos expansores 10 Essa mola coffin é mais usada em aparelhos que requer movimentos menos agressivos. Ex: aparelho ortopédico de bimler. (fig.1.1) Fig. 1.1 mola de Coffin. Fig. 1.3- Fios com 0,9mm de espessura, usados para a confecção da mola. 11 Esse tipo de expansor é o mais tradicional usado à maioria das vezes em placas de hawley. Às vezes se encontra mais de um em determinadas placas. (Fig.1.3) Fig.1.4- Forno expansor convencional posicionado na linha média do palato. Fig.1.5- Desenho téc. Mecânico mostrando suas partes internas. 12 Esse torno expansor se chama torno de Bertoni, ele tem eixos independentes, para a expansão sagital e transversal simultâneo ou individual. Fig. 1.6 torno de Bertoni posicionado e acrilizado. Fig. 1.7- Desenho téc. Mecânico mostrando melhor as suas partes internas. 13 Esse torno se chama disjuntor de Hirax, possui apenas bandas e parafuso e parafuso expansor, portanto é mais higiênico e o mais no período de contenção e nos casos cirúrgicos, pela facilidade do cirurgião testar o aparelho. Na fase ativa temos liberação de forças entre 1000gr a 3500gr em uma única ativação. Fig. 1.8 Disjuntor Tipo Hirax. Fig. 1.9 desenho téc. Mecânico mostrando seu tamanho. 14 Planejamento do torno expansor Agora vamos conhecer passo a passo de como um torno expansor dever ser posicionado, desde o modelo ate a acrilização. Mas antes vamos conhecer um pouco melhor seu desenho técnico, conhecendo um pouco melhor sua função fica mais fácil trabalhar com ele. Fig. 1.10 desenho técnico ilustrando melhor o interior do expansor. Fig. 1.11 torno expansor com todo o seu corpo desmontado. 15 Aplicação dos expansores Expansão das arcadas, recuperação de espaços dentários. 1. O posicionamento incorreto no plano horizontal e transversal do parafuso expansor acarreta discrepâncias importantes na arcada. Fig. 2.1 torno totalmente posicionado incorretamente. 2. O posicionamento da seta de direção de abertura do torno expansor deve ser de mesial para a distal da rafe palatina ou para o lado que for necessário quando se tratar de uma expansão lateral ou correção de espaço. Fig. 1.4 torno expansor posicionado na linha média do palato. 16 3. Nunca deve ser inserido na resina tocando no modelo, pois quando da ativação os canais da guias ficam expostas aos resíduos. Fig. 1.12 torno posicionado através da vista horizontal Planejamento e construção de uma Placa de hawley com torno expansor Torno de distalização Os tornos de distalização alongam o arco dental na dimensão sagital. Poderão ser distalizados dentes laterais individuais ou todo o seu grupo. Esse procedimento de distalização está indicado nos casos de perda de espaço. Desta maneira, consegue-se recuperar espaço na área dental posterior, de maneira unilateral ou bilateral. Exemplo: na página 12 em diante conheceremos um caso em que o paciente teve a perda do dente 45, e com o passar do tempo os dentes 44 e 46 vieram a se inclinar fechando o espaço provocando uma má oclusão e impossibilitando que esse espaço possa ser preenchido com uma prótese dentária. Para isso foi feita uma placa distalizadora com um torno expansor entre o os dentes 44 e 46, para que com a 17 Ativação desse torno os dentes possam retornar a seus lugares como era antes trazendo devolta o espaço desejado para que a prótese possa entrar nesse espaço e o mais importante, devolvendo também uma boa oclusão. Passo a passo: 1. Este é o modelo de trabalho ao qual será montada a placa distalizadora. Obs. Devemos sempre verificar a situação do modelo antes de começar um trabalho. 2. Antes confeccionamos os grampos que deverão ir à placa. Obs. Devemos sempre verificar se os grampos estão bem ajustados e também retentivos. 18 1. Depois que os grampos estiverem prontos os posicionamos no modelo com cera. Obs. Devemos posicionar eles e depois verificar se as partes aonde irão resina não estão tocando no modelo. 4. Depois que os grampos já estiverem posicionados partimos para o posicionamento do torno expansor.Obs. O torno expansor deve ser posicionado com cera no centro no local onde será realizado a distalização. 19 5. Na figura a baixo temos outra vista de como o torno deve ficar antes da peça ser acrilizada, ele não deve tocar em nenhuma das partes do modelo e sempre a seta tem que estar apontada para baixo, nunca para cima. 6. Antes de o modelo ser acrilizado ele deve ser isolado com isolante líquido para que não atrapalhe na remoção da peça depois de ter ido para a panela. Obs. Quando o modelo for colocado na panela de polimerização à pressão da panela deve ficar entre 20 a 40 libras de pressão entre 5 e 10 minutos. 20 7. Na figura a baixo temos a peça acrilizada sem nenhum acabamento, ela esta com resina e a partir daí será feito o acabamento na resina. 8. Na página16 temos a forma de como deve ser feito o acabamento.O acabamento é feito normalmente com um motor de bancada e uma broca maxcut e outra broca de fissura usada mais nas partes que contêm fios onde possa ter riscos desses fios serem cortados. 21 9. Depois que a parte mais grossa da resina ser retirada, retiramos o plástico branco do torno expansor e abrimos um corte no meio do local onde será realizada a força do expansor. 10. Depois que a peça estiver com o corte no meio abriremos todo o expansor para que seja feito melhor o acabamento perto do torno expansor. 22 11. Depois que a placa estiver com um acabamento bem feito. Obs. A resina deve ficar bem lisa para que não acabe incomodando o paciente e por final prejudicando seu trabalho. A partir daí será feito o polimento da peça, no polimento será realizado com um torno de polimento, pedra pomes, escovas de flanela e pasta de polimento em resina. 12. Na página 18 a peça já esta pronta e adaptada no modelo pronto para ser mandada para o dentista. 23 Materiais básicos usados na confecção da placa Cera Lamparina Espátula 07 Fio ortodôntico Alicate de corte Torno expansor Alicate 139 Monômero autopolimerizavel Líquido auto polimerizavel 24 Conclusão As causas prováveis das mordidas cruzadas podem ser devidas a inclinações anormais dos dentes e desvios de crescimento, com conseqüente desarmonia nas relações maxila/mandíbula. Freqüentemente, as mordidas cruzadas de origens dentárias ou esqueléticas podem apresentar uma correlação funcional/muscular que ajusta a oclusão dos arcos dentários (abertura e fechamento) e avaliação cefalométrica frontal (póstero-anterior) que permitem um seguro diagnóstico do problema a ser tratado: dentário, esquelético e funcional. É muito importante que se faça um correto diagnóstico e que se saiba quais são as causas que estão levando à mordida cruzada. Antes de se tratar o problema (mordida cruzada) deve-se tratar a causa. 25 Bibliografia Aparelhos ortodônticos removíveis Autor: C. Philip Adams Aparatologia em ortodontia, Ortopedia dentofacial e Ortopedia funcional Autor: Ulrike Grohmann Aparelhos ortodônticos removíveis e Ortopédicos funcionais Demonstrações de confecção AUTORES: JANISSE SILVA DE FARIA, VALERIA GASPAROTO F. DE FARIA Bases biomecânicas e aplicações clinicas em ortodontia Interceptativa Autor: Oscar J. Quirós Cohen, M. M. Ortodontia pediátrica preventiva. Rio de Janeiro, Interamericana. Galvão, C. A.A. Ortodontia: noções fundamentais. 2ª ed. São Paulo. WWW.ORTOML.COM/AULAS1.HTML 26 Lista de figuras Figuras 1.1 ao 1.12 Fonte: Laboratório Art Fix TPD. José Carlos Bonifácio Figuras 2.1 ao 2.14 exclusivas do próprio autor 27