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Veterinarian Docs www.veterinariandocs.com.br Inspeção e Tecnologia de Produtos de Origem Animal I Abate de Bovinos Fluxograma do abate *Existem 2 inspeções ante-mortem. *A chegada, seleção e matança fica no mesmo curral. *As carcaças ficam 24 horas nas câmaras frias a cerca de 2 a 4 ºC. *Subprodutos não comestíveis para o ser humano são identificados com a cor vermelha. Podem aparecer em qualquer etapa sendo encaminhado à graxaria (local onde é feita 1 www.veterinariandocs.com.br farinha de ossos, carne e sangue, sendo que o médico veterinário não atua muito nessa área). Transporte -Rodoviário: “caminhões boiadeiros” -Não precisa ter equipamentos de metal, mas é recomendado que não sejam de madeira; -Cobertura: apenas em suínos é obrigatório devido ao estresse que causa. A mortalidade em bovinos é baixa comparativamente com suínos e frangos; -Ventilação; -Tempo: a legislação brasileira recomenda que não ultrapasse 12 horas de transporte, na Europa é recomendado 8 horas, sendo que a cada 2-3 horas o motorista deve parar o caminhão e inspecionar os animais; Descanso -Densidade no Brasil: 400Kg/m2 é aceitável. Se a densidade é muito alta, o animal pode cair e ser pisoteado. Cabem cerca de 16-20 animais em um caminhão boiadeiro, variando de acordo com idade, raça e sexo; -Repartições; -Deve ser feita a lavagem e desinfecção dos caminhões obrigatoriamente; Recebimento dos Animais -Descarregamento deve ser feito em uma rampa com no máximo 25º, sendo o ideal 15º, para que os animais não caiam e se lesionem; -Guia de Trânsito Animal (GTA): Idade dos animais, quantidade, espécie, sexo, procedência, destino, vacinação (febre aftosa), carimbo e assinatura do médico veterinário e Certificado Sanitário. Caso tenham menos animais do que o GTA tenha registrado isso será anotado em um relatório de não conformidade (RNC), a empresa se desmoraliza com fatos como esse; -É ilegal ter animais não “brincados” na propriedade. O SISBOV e a infra estrutura da propriedade podem ser empecilhos para a exportação à União Européia (UE), bem como resíduos de fármacos, vermífugos. Em 2011 resíduos de Ivermectina causaram embargo por parte dos EUA; -Carta de Garantia do Fornecedor (CGF) ou Boletim Sanitário (BS); -Nota Fiscal do Produto (NFP); 2 www.veterinariandocs.com.br -Documento de Identificação Animal (DIA): dados do SISBOV (União Européia); -Certificado de lavagem e desinfecção do caminhão; -Lotes; Inspeção -Ante-mortem: Condições sanitárias dos animais e condições dos currais (Médico Veterinário FFA – Fiscal Federal Agropecuário); -Currais: há um curral de observação privativo da Inspeção Federal (IF), ambiente fechado; -Piso; -Cercas: devem ser de metal ou cano galvanizado, não sendo mais aceitas cercas de madeira. Recomenda-se 2 cercas entre os currais; -Muretas separatórias ou “cordão sanitário”; -Plataformas elevadas para inspeção dos animais -Bebedouros devem comportar 20 animais bebendo simultaneamente ou 150L/dia/animal; -Água: consumo e para limpeza deve possuir cerca de 100L/m²; -Brete de contenção; Critérios de Julgamento -Evitar abate de: -Fêmeas: -Gestação adiantada (no terço final); -10 dias pós parto ou aborto; -Condenação: -Paresia pós parto; -Doença dos transportes; -Anasarca (edema generalizado de subcutâneo); -Hipertermia; -Caquéticos; 3 www.veterinariandocs.com.br -Com menos de 30 dias de vida; -Qualquer enfermidade que torne a carne imprópria; -Há um controle rigoroso com doenças nervosas devido a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB); -Matança de emergência: -Doentes, agonizantes, com fraturas, contusão generalizada, hemorragia, hipo ou hipertermia, decúbito forçado, sintomas nervosos, entre outros; -Matança de emergência imediata: acidentados, fraturados e em estado agônico; -Matança de emergência mediata: pode aguardar até 3 dias em caso de suspeita de doenças, hipo ou hipertermia (40,5ºC), tuberculose ou brucelose; *Essa carcaça sempre terá destino condicional para graxaria ou conserva (produtos esterilizados). Currais de Matança -Realiza-se inspeção ante-mortem; -Jejum e dieta hídrica: esfola e evisceração; -“cmmd”: capacidade máxima de matança diária, calculado de acordo com a capacidade dos currais e estrutura de abate, capacidade de manter os animais nas câmaras frias, além de tamanho de portões, corredores, etc. Densidade de 2,5animais/m2; Anexos dos Currais -Depósito de chegada; -Matadouro sanitário: quando se sabe que vai resultar em condenação total do animal; -Departamento de necropsia que possui sala de necropsia, forno crematório ou auto-clave e carrinho metálico; Condução para o Abate -Banheiro de aspersão: pode ser transversal, longitudinal ou lateral. Presentes dos currais até a sala de matança. Promove tranquilização, causa vasoconstrição auxiliando na remoção do couro e limpeza. O animal deve ficar cerca de 1 minuto escorrendo a água após o banho para não entrar escorrendo na sala de matança; -Rampa de acesso deve ter cerca de 2-3% de inclinação para escorrer a água; 4 www.veterinariandocs.com.br -Corredores; -Seringa e chuveiro por canos ou borrifadores; *Animal líder: mais calmo e sociável. *Animal dominate: mais forte, reprodutor. Box de Atordoamento Medidas: -Comprimento: 2,40m a 2,70m; -Largura: 0,80m a 0,95m (máximo); -Altura: 3,40m; -No Brasil se utiliza box de insensibilização, pode-se utilizar Restrainer, que é uma esteira condutora pelo peito do animal, pouco comum no Brasil; -Mesmo com o animal bem insensibilizado pode haver pedalagem na fase tônica; Sala de Matança -Piso: deve ser de material resistente, impermeável e com declive; -Paredes, portas e janelas; -Iluminação: 200W/30m2; -Área de sangria: deve ser separada da sala de matança; -Canaleta de sangria; -Faca vampiro: para aproveitamento de sangue, que pode ser destinado ao consumo humano; 5 www.veterinariandocs.com.br Fluxograma da sala de Matança Sala de Matança -Barreira sanitária; -Possui avisos de controle de pragas, avisos para realizar a higiene de botas e mãos, sobre a iluminação, etc.; -A lavagem deve ser feita com água hiperclorada (3-5ppm), já a água para outros fins pode possui 0,8 a1,5ppm de cloro; -Instalações da sala de matança: -Pias e esterilizadores de preferência de inox, todo funcionário deve ter sua pia e esterilizador, que não seja por acionamento manual. Água a 85ºC no esterilizador, sendo que o SIF monitora e pode parar o abate caso não esteja na temperatura apropriada; -Chutes; -Óculo (comunicação entre ambientes distintos); -Plataformas; -Mesas para inspecionar os cortes (fixas e rolantes); -Canaletas para escoar a água do ambiente; -Ganchos com roldana: podem prender pelas patas ou pelos tendões; -Equipamentos da sala de matança: 6 www.veterinariandocs.com.br -Equipamentos de proteção individual (EPI’s). Luva de aço pode ser utilizada, protetores auditivos, cintos de segurança para evitar quedas, é permitido mangas curtas, homens não podem utilizar barba, porém bigode é permitido pela legislação; -Facas, chairas e serras (para serrar a carcaça ao meio); -Bandejas (suportes); -CIPA (Controle Interno de Proteção e Ambiência): órgão responsável pela fiscalização da segurança dos funcionários, como se os funcionários estão ou não utilizando os EPI’s Estimulação Elétrica -Deve ser realizada logo após a sangria ou no máximo até 1 hora depois; -400 a 500 Volts -Acelera o rigor mortis, não a ponto de formar carne PSE (pálida, mole e exsudativa), permitindo o resfriamento mais precoce da carcaça; -É mais interessante para animais mais jovens que possuem menor cobertura de gordura; Sala de Matança I) Serragem de Chifres e Esfola Alta -A esfola pode ser manual ou mecânica; -Patas dianteiras e desarticulação dos mocotós (não remove, só desarticula as patas), abertura da barbela e esfola da cabeça; -Pata e quarto traseiro esquerdo, desarticulação da pata traseira esquerda (1º transpasse), a direita ainda está presa; -Pata e quarto traseiro direito, remoção de todas as patas (2º transpasse); II) Linha A: Inspeção de patas (só para matadouros-frigoríficos que realizam exportação devido a febre aftosa); III) Linha A1 e D: Linfonodos retromamários e útero IV) Esfola Baixa V) Ablação e oclusão do reto *Os ossos occipital e carpo são marcados para identificação do animal. VI) Eventração 7 www.veterinariandocs.com.br -Abertura do esterno e da pelve; -Abertura do pescoço, separação da traquéia com “saca-rolha” eoclusão do esôfago com barbante para evitar refluxo; -Tempo: no máximo 30 minutos para a evisceração; -Prenhes: proibido abrir o útero na sala de matança, sendo aberto apenas na graxaria, vai para um chute específico; VII) Desarticulação da cabeça; VIII) Lavador de cabeças: -Linha B: Nórea de cabeça (pendura de cabeça), conjunto cabeça e língua (apenas palpação, avalia-se principalmente cisticercose); -Linha C: cronologia dentária (idade), não sendo obrigatório; IX) Evisceração: -Mesa rolante -Linha D: esôfago (realiza-se nova oclusão na mesa), estômago (oclusão), bexiga (oclusão), intestinos (oclusão), baço e pâncreas; -Linha E: fígado; -Linha F: pulmões e coração; -Linha G: rins; -Vesícula biliar: bile dentro de um funil. Avalia-se a presença de cálculos; X) Bucharia e Triparia -Bucharia suja: rúmen e retículo (são esvaziados, centrifugados e passados pela máquina polidora); -Bucharia limpa: toalete, cozimento e embalagem; -Triparia suja: intestinos (esvaziados, virados, raspados e lavados com água para serem utilizados como envoltórios naturais de produtos); -Triparia limpa: lavagem e classificação; -Moagem; -Salga; -Dessecação; 8 www.veterinariandocs.com.br -É feito tratamento térmico com temperatura entre 95 e 100ºC por 20 minutos para evitar perigo biológico; XI) Miúdos -Cabeça, língua, coração, fígado, rins, aorta, vergalho (pênis) e diafragma; XII) Serragem da carcaça e toalete -Linha H: caudal e Linha I: cranial da carcaça; -Remoção da medula; XIII) DIF: Departamento de Inspeção Federal -Caso tenham irregularidades. A carcaça destinada para esse setor não poderá ser exportada, mas poderá ser destinada ao mercado interno; -Todo matadouro-frigorífico tem seu DIF; *Carimbo N.E. (não exportação) por ter passado pelo setor. Em suínos essa prática está sendo abolida. XIV) Pesagem, tipificação (peso, marmoreio, etc.) e lavagem XV) Carimbagem antes da lavagem (Linha J) -Coxão, lombo, ponta de agulha e paleta; XVI) Estocagem -Resfriamento 24 horas até 7ºC no interior da musculatura; *SNC, tonsilas, olhos, gânglio trigemeo e terço final do intestino são considerados materiais de risco específico (MRE) e são separados. *Garantia da qualidade está sempre presente fiscalizando os funcionários. *Caixas brancas são para destino de produtos comestíveis e vermelhas para produtos não comestíveis. *A presença das chairas dentro dos esterilizadores não é mais obrigada, pois estas enferrujam. *Pode-se ter um aviso sonoro na sala de cortes, significando que todas as facas devem ser trocadas. *Primeiro se carimba e depois lava a peça, logo o carimbo fica um pouco escorrido, caso esteja muito bem acabado, deve-se desconfiar desse carimbo. 9 www.veterinariandocs.com.br Linhas de Inspeção -Todas as linhas de inspeção post-mortem ocorrem na sala de matança; -Se baseiam em visualização, palpação e incisão caso necessário, normalmente feita pelo 102; -Aproveitar ou não a carcaça se dá pelo critério de julgamento do veterinário; Sala e Matança -Inspeção post-mortem: após a sangria; -Exame macroscópico completo da carcaça e vísceras que são próprios para o consumo; -Sangue: avaliado desde o momento que o animal é sangrado até a carimbagem. Não possui uma linha específica. Observam-se características organolépticas do sangue. Se o animal tiver uma doença infecto contagiosa esse sangue não será liberado para consumo. Quando para consumo humano o sangue é armazenado até a liberação da carcaça para que só depois ele seja liberado, caso não seja para consumo humano ele segue para calha mesmo. -Conjunto cabeça-língua, superfícies externas e internas da carcaça, vísceras torácicas e abdominais, nódulos linfáticos (são expostos), arcada dentária* e patas*; *Não obrigatórios, somente para exportação. -O fiscal federal agropecuário geralmente encontra-se no DIF, já nas linhas de inspeção estão os agentes de inspeção (subordinados ao FFA) ou os funcionários 102; Linha A: Exame dos pés -É facultativo, sendo obrigatório apenas para os países que exigem essa inspeção; -Inspeção: visualização do espaço inter-digital e palpação; -Utilizada solução com 5ppm de cloro a 3 atm para facilitar a higienização com acionamento por pedal. Os pés são marcados com o mesmo número encontrado nas carcaças; Linha B: Conjunto cabeça-língua -A cabeça é inspecionada junto com a língua, que é separada e segue para o setor de miúdos; -A cabeça é retirada, segue para a nórea de cabeça, esta é então lavada e realizase o deslocamento da língua e mandíbula. 10 www.veterinariandocs.com.br Objetivo: observar actinobacilose, actinomicose, abcsessos, adenite, cisticercoses, estomatites e tuberculose; -Língua, lábios e gengivas: -Objetivo: encontrar lesões de estomatites, actinomicose, actinobacilose ( palpação e cortes em linfonodos); -Na língua é só feita palpação e visualização da coloração, não é cortada. Cortada apenas se houver alguma alteração; -É feita a palpação e cortes dos linfonodos; -Corte na musculatura: dois cortes no masseter e um no pterigóide (de cada lado da cabeça); -Objetivo: cisticercose (língua, coração, músculo pterigoideo,temporal e masseter). A cabeça é então pendurada com sua numeração para correspondência com demais vísceras. -Linfonodos avaliados: retrofaringeano, sublingual e parotideano; -Objetivo: Inspecionar tuberculose e adenite; Linha C: Cronologia dentária -Não obrigatória e é feita antes da inspeção da cabeça e língua; -Animal apresenta todos os dentes de leite com1 ano; -Acrescenta-se 1 ano e seis meses a cada dentição; Eventração: Abertura na cavidade abdominal para inspecionar uma víscera posteriormente; Evisceração: -As vísceras são soltas em cima da bandeja na mesa rolante; -A velocidade da mesa rolante depende da velocidade do abate, acompanha a velocidade das carcaças, se tiver algum problema coloca-se uma placa vermelha para identificar a lesão para que esta seja desviada para o DIF; -Funcionários da IF dos 2 lados da mesa rolante para ser feito a inspeção das vísceras; -É usada uma faca especial para evisceração, que evita que a ponta da faca entre na cavidade e perfure os intestinos, por exemplo, e corta apenas a pele e músculos; 11 www.veterinariandocs.com.br Linha D: -Trato gastrointestinal, baço, pâncreas, bexiga e útero; -Estômagos e intestinos: com objetivo de observar actinobacilose ou tuberculose; -Retículo: com objetivo de observar algum corpo estanho; -O útero geralmente não permanece na linha de inspeção, é observado e depois mandado para graxaria; -Inspeção: exame visual e por palpação do conjunto de vísceras da linha D; -Cortes da inspeção: -Linfonodos mesentéricos do trato gastrointestinal, linfonodos ruminais e corte longitudinal no baço, caso necessário. Avaliar possível linfadenite; -Estômagos e intestinos: -Objetivos: lesões de tuberculose ou actinobacilose; -Retículo: -Objetivo: corpos estranhos, reticuloperitonite traumática, caso encontrado seguirá ao DIF e o médico veterinário deve avaliar as lesões e dar o destino adequado à carcaça; -Baço: é feito apenas 1 corte, para avaliar cortical e medular; -Bexiga, pâncreas e útero: visualização e palpação; -Esôfago: palpação para conferir a presença de nódulos, também é feita a abertura do esôfago e então é liberado; Linha E: -Fígado: com objetivo de observar abscessos, cirrose ou parasitoses; -Inspeção: palpação, visualização, incisão de linfonodos (hepático portal e pancreático) e incisão de ductos bilíferos. É melhor primeiramente apertar o ducto biliar principal para observar possível presença de Fasciola hepatica; -Objetivos: abscessos, cirrose, parasitose ou alguma lesão que comprometa o fígado; Linha F: -Pulmões: 12 www.veterinariandocs.com.br -Inspeção: exame visual e palpação, pode-se abrir os pulmões (brônquios, bronquíolos e linfonodos); -Objetivos: pleurites, presença de sangue (aspiração de sangue durante a sangria), conteúdo ruminal (regurgitação), pneumonia e tuberculose. Não é interessante que se tenha sangue, pois este é um excelente meio de cultivo para microrganismos; -Coração: -Inspeção: visual e palpação, incisão do ventrículo e abertura do coração; -Objetivos: hemorragias; traumas, tuberculose, calcificações, cisticercose e -Depois segue para o setor de miúdos; Linha G: -Rins: o ideal é que os rins permaneçam na carcaça até a linha G; -Inspeção: verifica-se liberação da gordura perirrenal e da cápsula, realiza-se palpação e exame visual onde são avaliados coloração, aspecto, volume e consistência. Pode-se realizar um corte no parênquima se necessário para observar a cortical e a medular; *Existem países importadores que exigem que os rins estejam presos à carcaça; Linha H: -Faces medial e lateral da parte caudal da carcaça; -Inspeção: verifica-se articulações, massas musculares avaliando-se aspecto e coloração, cavidade abdominal, úbere, testículo e vergalho; -Objetivos: verificar a presença de contaminações por pelos, fezes ou sujidades em geral, presença de abscessos, mastite ou tuberculose; -Realiza-se a toalete da carcaça que visa remover as contaminações, gordura, abscessos, limpeza da carcaça e coloca-se em uma bandeja vermelha seguindo para os chutes; Os linfonodos inspecionados são: pré-crural, retromamário e ciático; Linha I: -Faces medial e lateral da parte cranial da carcaça; -Inspeção: verifica-se rigidez muscular no pescoço, nódulos linfáticos, superfícies ósseas, ligamento cervical e remoção do diafragma; 13 www.veterinariandocs.com.br -Objetiva-se verificar a presença de brucelose ou oncocercose. Coleta-se sangue dos animais com suspeita que é encaminhado aos exames laboratoriais; -Os linfonodos avaliados são os pré-escapular e pré-peitoral; Figura 1. Desenho representativo e vistas lateral e medial de meia carcaça bovina. Linha J: -Carimbagem das meias carcaças; -Feita após toalete, pesagem, tipificação (marmoreio, peso, idade, etc.) e carimbagem utilizando-se tinta a base de álcool, água, glicerina, goma arábica, açúcar e corante violeta de metila; -A carimbagem ocorre após o lote passar pelo setor do D.I.F. (Departamento de Inspeção Final); -Local: o carimbo é feito no coxão, na paleta, no lombo e na ponta de agulha; -A carimbagem deve ser a última etapa, mas costuma-se realizar a lavagem após carimbagem e acaba por borrar o carimbo; Departamento de Inspeção Final (DIF) -Destinos: liberação para o consumo interno, aproveitamento condicional (realizando-se salga, salsicharia, conserva ou tratamento pelo frio como no caso de cisticercose), condenação parcial (parte condenada vai à graxaria e o resto segue para consumo) ou ainda condenação total (toda a carcaça é encaminhada para a graxaria); -Se ocorrer condenação ou rejeição total ou parcial este é encaminhado a graxaria; 14 www.veterinariandocs.com.br -Esse local deveria ser exclusivo do médico veterinário, que possui a chave do local; -Há um desvio para o DIF, as bandejas vão junto com as carcaças correspondentes para serem analisadas juntamente; -Câmara de seqüestro: câmera fria dentro do DIF, para que caso a carcaça tenha que aguardar avaliação final como, por exemplo, um exame laboratorial; Critérios de julgamento -Após avaliação avalia-se o grau de comprometimento da carcaça, se há ou não doença infecciosa, lesões localizadas ou generalizadas, parasitoses, inflamação inespecífica ou septicemia; -Em caso de icterícia de carcaça, órgãos e vísceras há condenação total da carcaça; -Prova de Lerche: 1) Misturar 5 gramas de gordura com 5 mL de NaOH 5% 2) Ferver 3)Resfriar com água corrente 4)Adicionar 5 mL de éter e agitar Interpretação do resultado: -Se houve a formação de uma coloração verde no fundo significa icterícia, devido a presença de bilirrubina; -Se houve a formação de uma coloração amarela na parte superior é por adipoxantose (pigmento carotenóide presente no milho) podendo liberar a carcaça ou condenar total ou parcialmente; Enfermidades (Critérios de Julgamento) 01-Brucelose -Lesão extensa: condenação total; -Lesão localizada: condenação parcial e esterilização; 02-Cisticercose -Infestação intensa: condenação total; 15 www.veterinariandocs.com.br -Infestação localizada ou discreta/moderada: rejeição parcial e aproveitamento condicional após tratamento pelo frio (TF), salmoura (câmara frigorífica) por 10 ou 21 dias e esterilização pelo calor (C). Então é liberada para o consumo; 03-Tuberculose (Mycobacterium bovis) -A maioria das lesões está em sistema respiratório com granulomas ou tubérculos no pulmão; -Condenação total quando o animal na inspeção ante-mortem encontra-se em estado febril (mais do que 40,5ºC deve condenar independentemente da causa), ou com anemia e caquexia concomitante; -Alterações tuberculosas: músculos, tecidos intramusculares, ossos (vértebras) ou linfonodos que drenam anteriores; -Lesões: caseosas nos órgãos torácicos e abdominais, miliares, múltiplas, agudas e progressivas; -Pode ser generalizada quando além de lesões no aparelho respiratório, digestivo e seus linfonodos respectivos há também lesões em outros órgãos e tubérculos numerosos distribuídos em ambos os pulmões; -Rejeição parcial quando parte da carcaça ou órgão apresentar lesões. Quando houver tuberculose localizada em tecidos sob a musculatura (pleura e peritônio parietais) deve-se condenar a parede torácica ou abdominal correspondente; -Carcaça ou órgãos contaminados com material tuberculoso deve-se rejeitar parcialmente; -Também deve-se condenar órgãos que possuam seus respectivos linfonodos que apresentem lesões; -Em intestinos e mesentério que apresentem lesões discretas, confinadas aos linfonodos da região e carcaça sem restrição, condena-se parcialmente apenas a parte afetada; -Lesão localizada/lesão calcificada com aspecto regressivo, discreto e sem reação nos linfonodos satélites. -Destino: condena a região da carcaça drenada pela linfa e o resto é liberado (órgãos e vísceras); -Lesões caseosas circunscrita ao linfonodo, sem reflexo na carcaça e linfonodos satélites: -Destino: condena-se a região atingida, área de drenagem para conserva (esterilização) e demais áreas são liberadas; 16 www.veterinariandocs.com.br -Lesões caseosas ou calcificadas discretas com reação em linfonodo satélite: -Destino: esterilização pelo calor de carcaça e vísceras; -Lesão generalizada calcificada ou caseosa: -Destino: condenação total da carcaça e vísceras; -Linfonodos avaliados: 90 a 95% afetam os mediastínicos, retrofaríngeos, bronquiais, parotídeos, cervicais, inguinais superficiais e mesentéricos. Além de pulmão e fígado que também são avaliados; 04-Febre aftosa -Deve-se notificar assim que a inspeção ante-mortem avaliar; -Animal apresenta sialorréia, lesão de focinho (observadas na linha B), lesão em patas no espaço interdigital (linha A) e vesículas; -O abate deve ser realizado separadamente (abate sanitário); -Destino: todo o abate do dia NE (não exportação), passará por uma maturação sanitária antes da desossa. O Egito exige sempre maturação sanitária antes da exportação; -Deve-se realizar a desinfecção completa com carbonato de cálcio ou iodo; -Caso seja identificado apenas na inspeção Post-mortem deve haver a suspensão dos abates no matadouro-frigorífico, encaminhar a carcaça para a maturação sanitária e desossa, todas as carcaças do dia são consideradas NE e deve ser feita a desinfecção do estabelecimento, que fica interditado para exportação; -Miúdos: devem ser cozidos a 75ºC e o rúmen e retículo a 90-100ºC; 05-Encefalopatia espongiforme bovina (EEB): -O objetivo do programa é proibir o uso na fabricação de subprodutos não comestíveis na graxaria, Não pode ser utilizado na fabricação de farinha de carne, ossos e sangue; -Programa Material de Risco Específico (MRE); -Sistema nervoso central, olhos, tonsilas, íleo distal (últimos 70 cm do intestino delgado) e gânglio trigêmeo; 17 www.veterinariandocs.com.br Sala de cortes e Desossa -Há a entrada das carcaças na sala, que possui ambiente climatizado e então são feitos os cortes segundo padrão industrial; Figura 2: Cortes de carne bovina padrão brasileiro. -A temperatura na camada muscular interna deve atingir 7ºC ou menos. O ambiente na sala 10ºC para mercado externo e 12ºC para mercado interno. O serviço de garantia da qualidade e o SIF controlam essa temperatura; -Sistema first-in/first-out onde os primeiros a chegar devem ser os primeiros a sair do matadouro-frigorífico; -Uniformes: -Azul: garantia da qualidade; -Vermelho: higienização; -Branco: manipula alimentos; 18 www.veterinariandocs.com.br Graxaria -Deve ser pavimentado, de preferência com vegetação próxima; -Não há tanta rigidez na graxaria como em outros locais; -Fábrica de subprodutos não comestíveis; -Há o digestor para gordura (tanque percolador), a prensa para resíduos, além do moedor para a fabricação de farinha de osso e carne; -Deve-se realizar esterilização prévia a 133ºC por 20 minutos, para a destruição de príons, sendo esses produtos proibidos na alimentação de ruminantes, sendo obrigatório estar escrito isso na embalagem do produto; -Caldeira: produz água quente e vapor; -Muitas funcionam a lenha; -Temperatura: 82-85ºC; -Também pode produzir energia elétrica; Embalagens -Primária: entra em contato com o alimento; -Secundária: caixas (geralmente de papelão); -São então encaminhadas ao túnel de congelamento, as câmaras de estocagem e então ao mercado consumidor; -São utilizados tanques com água quente para promover melhor encolhimento da embalagem, melhorando a aderência; -O SIF fiscaliza a embalagem, pois a carne não deve ficar exposta a temperatura ambiente da sala de embalagem mesmo sendo 10ºC por muito tempo; 19 www.veterinariandocs.com.br Abate de Suínos Fluxograma do abate Itens gerais -Pias: devem possuir sabonete líquido e sanitizante; -Esterilizadores com água a 82,2ºC e para bovinos 85ºC; -Lavador de botas; -Uniforme, botas, gorro, EPI’s e outros. Sendo um órgão da própria empresa que obriga o uso; -Iluminação e ventilação adequadas; -Ralos com sifão, evitando maus odores e insetos; -Piso com declínio e cantos arredondados para facilitar a higienização; -Tratamento das águas residuais; -Equipamentos e utensílios de aço inoxidável preferencialmente; -Vapor, necessitando de boa ventilação; -Lotação: 0,6m2/100Kg de suínos nas pocilgas; 20 www.veterinariandocs.com.br -Paredes de concreto e alvenaria (fechadas) para não distrair animais com movimentos de outros; -Dispositivos para controle de pragas (físicos e químicos); Recebimento dos Animais -A inspeção ante-mortem é feita geralmente por um agente de inspeção subordinado ao médico veterinário, assim que o desembarque é realizado; -Verifica-se a documentação como GTA (Guia de Trânsito Animal, emitido pelo órgão estadual - CIDASC), BS (Boletim Sanitário) e FAL (Ficha de Acompanhamento do Lote); -GTA: denota a espécie transportada, quantidade, procedência, finalidade, meio de transporte, atestados de exames, etc.; -BS: denota informações sobre o produto como rastreabilidade, ciclo completo, terminador, reprodutores/descarte, quantidade, nº do GTA, drogas administradas, data e hora da retirada da alimentação; -FAL: ficha de acompanhamento do lote, feita também por um médico veterinário. Indica se teve algum problema no lote com alimentação ou qualquer outro fato que ocorreu no decorrer da criação; -A rampa deve ser móvel, metálica e possuir piso antiderrapante. 1 rampa para cada 800 animais; -Sempre evitar o uso de materiais de madeira; -Assim que os animais são recebidos é feita a lavagem e desinfecção dos caminhões com quaternário de amônia; -O transporte deve ser feito nas horas mais frescas do dia; -Jejum entre 6 e 24 horas antes do abate, varia de acordo com a distância da viagem e de acordo com o SIF. O mínimo são 6 horas, sendo 3 horas na propriedade e 3 horas no matadouro; -No caminhão: 0,42m2/100Kg; -O produtor é penalizado caso o estômago seja encontrado no setor de miúdos repleto de alimento; -Pocilgas: podem ser de 3 tipos -Chegada e seleção; 21 www.veterinariandocs.com.br -Seqüestro; -Matança (jejum e dieta hídrica); -As pocilgas devem estar a 15 metros da área de abate; -Há pocilgas que comportam de 25 a 84 animais, por exemplo; -Utilizavam correntes penduradas para distrair os animais, mas isso foi abolido; -Classificação: -Pocilgas de chegada e seleção: local de recebimento, pesagem e classificação dos lotes. A rampa de chegada deve ser móvel, metálica, deve estar em correto posicionamento em relação a carroceria do caminhão e ser anti-derrapante. A condução dos animais deve ser apropriada, sem gerar stress, utilizar o carrinho para transportar os suínos que não estão conseguindo se movimentar, os animais não devem ser puxados pelas orelhas, membros ou cauda, devem ser manejados com calma e em grupos pequenos, os materiais devem ser de cano galvanizado, alvenaria e concreto, podem haver áreas cobertas; -Pocilgas de matança: local onde é feito jejum pré-abate e dieta hídrica; -Matança de emergência: imediata, mediata (animais podem aguardar até o final da matança) ou para animais inteiros; -Deve haver uma comunicação própria e independente entre as pocilgas e a sala de necropsia, que possui forno crematório ou auto-clave, e com o matadouro sanitário; -0,6m2/100Kg, quando se faz jejum na propriedade, quando não se faz utiliza-se 1m2/100Kg; -Pocilga de seqüestro: é um estabelecimento privativo da I.F.; -Deve ter 3% da capacidade de abate; Anexos das pocilgas: -Pocilga de seqüestro, sala de necropsia e rampa de lavagem e desinfecção de veículos; -A sala de necropsia e o matadouro sanitário possuem comunicação e rede de esgoto próprio; -Animal com dispnéia é encaminhado para a pocilga de seqüestro, sendo que deveria ir para o abate de emergência; -Cobertura: obrigatória nas 3 pocilgas devido aos raios solares; 22 www.veterinariandocs.com.br -Local novo para o animal que irá explorar o ambiente com cabeça abaixada, cuidado com reflexos de poças d’água que podem inibir a progressão dos animais; Condições da inspeção ante-mortem: -Higiene, documentação, condições das pocilgas e animais; -Romaneio: sistema de rastreabilidade para identificar o produtor, permanece até a câmara fria; -Condução: -Bastão de eletricidade quando necessário com no máximo 12V; -Tiras de borracha no chão; -Pistola de ar comprimido (condução pelo barulho); Insensibilização -Restrainer: possui insensibilização de emergência; -Box (mesa metálica). Se o objetivo é abater mais de 120 suínos/dia deve-se utilizar restrainer e não box; -Tempo de sangria: pode ficar até 5-7 minutos sangrando. Cuidado para não escaldar o animal vivo, devido à sangria mal feita; -É proibido abater animais inteiros ou recém castrados, por isso realiza-se a medição dos testículos; Sala de matança/Área suja -O animal deve ser eviscerado em até 30 minutos após a sangria; -Túnel de sangria; -Chuveiro; -Tanque de escaldagem de 62-72ºC (em geral a 65ºC) de 2-5 minutos; -Deve haver a renovação desta água; -Aspersão de água a vapor promovendo maior higiene e lucro, pois pode ser reaproveitada; -Objetivo: facilitar a remoção de pelos e cerdas, além de diminuir as sujidades; -Depilação dos pelos e cerdas podendo ser mecânica ou manual; 23 www.veterinariandocs.com.br Figura 3: Depiladeira de suínos. -É feito choque térmico com resfriamento por no mínimo 12 horas para evitar crescimento de microrganismos; -Um tanque com 5 metros permite ao estabelecimento abater cerca de 100 suínos/hora. Para aumentar o potencial utiliza-se 1 metro para cada 20 suínos a mais por hora; -Cuidado para não cozinhar a carcaça na escaldagem; -Chamuscamento pode ser mecânico ou manual para remoção dos pelos. Passa pelo polidor depois do chamuscamento e ainda há um repasso manual com faca; -Última etapa na sala suja: remoção de casco ou “unhas” e exposição do tendão; -Toalete envolvendo a retirada do ouvido médio, pálpebras e “casquinhos”, repasso manual ou acabamento por chamuscamento mecânico ou manual e lavagem em chuveiro posterior; -Medição dos testículos: estes devem ter menos de 11 cm ou serão encaminhados ao DIF; -Trimmer: para retirada de ouvido médio, funciona com ar comprimido e usa-se chaira para afiar; -Limite área suja/área limpa: retirada do ouvido médio, pálpebras e casquinhos. Há uma separação física entre os ambientes; -Desnuca pode ser mecânica ou manual: utiliza-se alicate que é esterilizado a cada animal; 24 www.veterinariandocs.com.br Sala de matança/Área limpa -Abertura da papada e desnuca da cabeça: -Linha A1: inspeção de nódulos linfáticos e músculos mastigadores da cabeça, além da retirada dos testículos; -Oclusão do reto; Evisceração -Tempo: no máximo em 30 minutos, pois pode haver alteração no sabor e contaminação; Linhas de inspeção -Linha A1: inspeção da cabeça e da “papada” (região mediana da mandíbula que vai até o peito); -Linha A: inspeção do útero; -Linha B: inspeção do intestino, estômago, baço, pâncreas e bexiga; -Linha C: inspeção do coração e língua, deve possuir torneira com água a 37ºC para remover sujidades e sangue dos materiais; -Linha D: inspeção do pulmão e fígado; -Linha E: inspeção da carcaça; -Linha F: inspeção dos rins; -Linha G: inspeção do cérebro, quando for para destino comestível; *Não há divisão cranial – caudal como em bovinos. Linha A: útero -Seu conteúdo pode estar muito contaminado, logo não deve ser aberto nas mesas, mas sim encaminhado para um chute específico, apesar da mesa ser higienizada com água a 85ºC após contato com víscera; -Inspeção: visualização e palpação uterina; -Objetivos: metrites, maceração ou mumificação fetal, gestação adiantada entre outras anomalias. Além de observação de parto recente, também observando as glândulas mamárias. Pode comprometer a qualidade e a confiança do produtor, caso haja descórdia no informado e no observado na inspeção; 25 www.veterinariandocs.com.br Linha A1: Cabeça e “papada” -Pode ter processo de desnuca para facilitar a remoção da cabeça posteriormente depois de toda a evisceração; -Inspeção: linfonodos parotídeos, cervicais, retrofaríngeos e mandibulares, músculos masseter e pterigoideo, faringe, laringe e glândulas salivares; -Objetivo: cisticercose, sarcosporidiose, tuberculose entre outros; -Deve ocorrer obrigatoriamente antes da evisceração; -Avalia-se em conjunto a coloração, se há contaminação, mucosas, se há superfície óssea exposta, etc. Além de observar se houve má depilação e se há hemorragia de corrente de algum processo anterior; -Os ganchos e a faca devem ser lavados a cada animal; Linha B: intestino, estômago, baço, pâncreas e bexiga (vísceras brancas) -Inspeção: exame visual, palpação e cortes, quando necessário, incisão em linfonodos mesentéricos; -Objetivos: avaliar o conteúdo gastrointestinal (na verdade feito em todas as linhas), parasitoses (macracantorrincose e/ou esofagostomose), brucelose, peste suína, enterite, linfadenites, abcessos, neoplasias, hemorragias; -Retirada do vergalho e do omento maior (usado para produção de banha); *Normalmente não se abrem essas vísceras. Intestino delgado, intestino grosso, reto e estômago são destinados ao consumo humano. *Não é comum encontrar parasitose, mas quando aparecem os sinais mais comuns são inflamação, problema respiratório no inverno e conteúdo gastro-intestinal com parasitos. *É comum ocorrerem brigas no transporte e caudofagia entre os animais. *Em situações que o estômago é encontrado cheio, o produtor é penalizado. Além de estar ganhando em peso vivo, aumenta o risco de perfuração. A legislação não determina o peso do estômago, ocorre um consenso entre produtor e matadourofrigorífico. -Há uma mesa rolante que transporta as vísceras que recebe água quente e logo depois um resfriamento com água fria para sua higienização; Linha C: coração e língua -Inspeção: exame visual em duas camadas, incisão do coração, pericárdio, corte longitudinal na língua e esôfago. Em bovinos não se incisa a língua; 26 www.veterinariandocs.com.br -Objetivos: contaminações; cisticercose e sarcosporidiose, aderências, pericardites e Linha D: Fígado e pulmões -Pulmões: -Inspeção: incisão de linfonodos apical, brônquicos e esofágicos e de brônquios e bronquíolos; -Objetivo: metastrongilose, pneumonia, broncopneumonia, pleuropnemonia (ocorre mais no inverno), aspiração de sangue ou água (quando o animal é escaldado vivo por exemplo), adenites inespecíficas, enfisemas, congestão, pleurisia (ocorre mais no inverno), tuberculose e linfadenite. -Fígado: -Inspeção: palpação, corte transversal e compressão dos ductos biliares manualmente para observar se há a saída de algum parasita; -Objetivo: congestão, hidatidose, ascaridiose, cisticercose, tuberculose, perihepatite, neoplasias, abscesso e cirrose (pode indicar icterícia na carcaça); Linha E: inspeção de carcaça -Serragem da carcaça -Inspeção: incisão de linfonodos inguinais superior (ou retromamário) e ilíaco anterior e posterior, exame da carcaça interna e externa (aspecto, coloração, nutrição, pele, serosa abdominal, serosa torácica e superfícies ósseas expostas) e glândula mamária (ao desconfiar de metrite ou de parto recente); -Objetivo: contaminação gastro-intestinal ou biliar, contusões, abscessos, hemorragias, edemas, melanose, sarna (pode liberar a carcaça, mas para exportação já não é aceita), fraturas, má sangria, caudofagia, icterícia, odor sexual (quando testículos apresentarem mais de 11 cm, deve ser separado e encaminhado ao DIF e realizado o teste de cocção), artrite (seccionar a articulação representa risco de contaminação desnecessário, não se abre, condena a região apenas), neoplasias, erisipela, pneumonia, peritonite, pleurisia e linfadenite (inflamação inespecífica dos linfonodos); Linha F: inspeção de rins -Inspeção: libera-se da gordura perirrenal sem desprender da carcaça, caso seja para exportação e o país importador assim exigir. Avalia-se coloração, aspecto, volume e consistência por palpação. Pode-se incisar para observar a medular e a cortical; -Objetivos: estefanurose através da incisão da gordura, congestão, cisto urinário, nefrite, infarto, uronefrose, abscessos, cálculos, neoplasias, parasitoses, entre outros; 27 www.veterinariandocs.com.br Linha G: inspeção do cérebro -Inspeção: incisão e observação, quando para fins comestíveis. A cabeça é serrada ao meio com um equipamento semelhante ao que se mede a força de cisalhamento no músculo; -Objetivo: cisticercose; *Utiliza-se a glândula pineal e a hipófise para fins farmacêuticos. A glândula pineal deve ser refrigerada assim que removida do cérebro. DIF: isolado da sala de matança, com entrada privativa do serviço de inspeção federal. “O médico veterinário chefe de inspeção na sala de matança é o executor técnico responsável pelos seus trabalhos.” -Há três trilhos para desvio (trilhos aéreos): doenças parasitárias, contusões e doenças infecciosas; -Um trilho comum, que os produtos convergem depois da inspeção; -Abate de emergência: deve passar pelo DIF; -Como envolve conhecimento sanitário o ideal é que seja um médico veterinário e não um 102 que exerça a função; -Possui bandejas de alumínio, chute para a graxaria, carrinho para transporte; -O ideal é que o funcionário seja concursado e não contratado pelo estabelecimento; -A remoção da gordura cavitária deve ser feita após passar pelo DIF; -Carimbagem na paleta, pernil, lombo e barriga; Marcações nas carcaças NE -E: destinado para embutidos; -F: destinado para tratamento com frio ou congelamento; -S: salga; -B: banha (em caso de infecção por cisticercose, por exemplo, pode utilizar apenas o tecido adiposo); -C: cozimento, conserva ou destinado a esterilização; 28 www.veterinariandocs.com.br -XXX: graxaria; -O: em observação, no dia seguinte é dado o destino correto; -É feita uma planilha na inspeção post-mortem e no DIF que contém informações como o número de lesões encontradas, total das lesões entregues ao veterinário e ele coloca os dados no site do ministério; Coleta para exame de Trichinella spirallis: Coleta-se um fragmento do diafragma, faz-se uma digestão em pepsina desse tecido e então é observado em um estéro-microscópio. Isso é feito em 100% das carcaças. No Brasil não temos esse problema, mas é uma exigência dos países importadores; Teste da cocção: para sentir odor de hormônios sexuais para animais com testículos maiores do que 11 cm, fica em mercado interno pelo fato de ter ido ao DIF; -Serragem da carcaça manual ou automática (se automática possui sistema cleaning in place): -Toalete: remoção de gordura, coágulos e ossos remanescentes; -Remoção da gordura cavitária: reaproveitada em embutidos. Remoção manual com rolete ou automática; -Remoção de rins, dependendo das recomendações do comprador (mantém mais comumente para exportação); -Remoção da medula; Sala de Matança -Pesagem (avalia-se gordura magra e espessura de toucinho); -Tipificação da carcaça; -Lavagem; -Máquina para carimbar: carimbagem no pernil, lombo, barriga e paleta. Primeiro ventral e depois dorsal; -Também possui o código de rastreabilidade; -Abertura da papada e oclusão do reto feita por um funcionário da empresa na linha A1; -Inspeção post-mortem: “É realizada em todos os suínos abatidos através do exame macrosópico das seguintes partes e órgãos: cabeça, vísceras abdominais, língua, 29 www.veterinariandocs.com.br vísceras torácicas, superfície interna e externa da carcaça, cérebro e linfonodos mais facilmente atingíveis.” (Portaria 711/95). Os linfonodos superficiais são geralmente incisados e caso hajam lesões o funcionário responsável passa para linfonodos mais profundos a procura de alterações; -Vísceras brancas: estômago, intestino, bexiga, baço e pâncreas; -Vísceras vermelhas: coração, língua, pulmões e fígado; -A inspeção se baseia em 3 princípios: “visualização, palpação e incisão” -O número de contaminações e lesões que forem encontrados são marcados em quadros marcadores, onde 10 bolas brancas são substituídas por 1 preta. Ao final do dia é feito um relatório sobre os achados; *Em suínos não ocorre muito problema por encurtamento pelo frio. *Os critérios de julgamento para doenças são os mesmos que em bovinos. *Em suínos não se usa o termo graxaria, mas sim Fábrica de Farinha e Gordura (FFG). *A opção do uso de luvas ou não é do funcionário na sala de matança. *Prende-se uma chapa metálica onde foi encontrada lesão para identificação. *O veterinário utiliza uma cruz verde em seu avental, o funcionário do CIPA também utiliza uma cruz verde, mas esse funcionário é da própria empresa. Anexos da Sala de Matança -Triparia: limpa e suja; -Seção de miúdos: miolos, línguas, coração, fígado, rins, estômago, patas e rabo; -Seção de cabeças; -Seção de pés, rabos e orelhas; -Seção de higienização de roldanas, ganchos, balancins e correntes; -Intestino delgado, intestino grosso, estômago, bexiga, baço e pulmão; -Salga; Sala de cabeças e miúdos -Cabeças, patas e rabo: 30 www.veterinariandocs.com.br -“Fulão”; -Máscara, orelhas e musculatura da cabeça: trimmer; -Sala de preparo de massas; -Miúdos: -Rins, coração e fígado: chiller; Resfriamento -Resfriamento: câmaras de resfriamento, túneis de congelamento e estocagem -Ventilação e temperatura; -Águas residuais; -Boas práticas de fabricação; -Resfriamento: -Câmaras frias: -Choque térmico; -Resfriamento; Sala de cortes, desossa e espotejamento -Sala de cortes: -Meia carcaça: dianteiro, intermediário e traseiro; -Dianteiro: paleta e sobrepaleta; -Intermediário: barriga, costela, carré e lombo; -Traseiro: pernil; Figura 4: meia carcaça suína vista lateral e medial. 31 www.veterinariandocs.com.br Sala de cortes/congelamento -Embalagem primária: nome do produto, data do abate, data de validade, temperatura ideal de conservação, número do registro no MAPA e informações do estabelecimento; -Embalagem secundária: rastreabilidade e exigências dos clientes; -Túnel de congelamento -Estocagem -Expedição: carregamento FFG: Fábrica de Farinha e Gorduras ou Graxaria -Possui digestores; 32 www.veterinariandocs.com.br Abate de Aves Fluxograma do abate Introdução -O abate de aves pode ser realizado assim que os animais chegam ao estabelecimento; -Sangria pode ser manual ou mecânica; -No matadouro-frigorífico de aves em Capinzal/SC são abatidas cerca de 500 mil aves/dia; -A inspeção post-mortem leva em torno de 2 segundo por ave. Feita em 3 linhas de abate A (parte interna da carcaça), B (vísceras) e C (parte externa da carcaça); -Legislação para abate de frangos: Portaria 210/98; Conceitos -Miúdos comestíveis: fígado, coração e moela; -Aves: -Gêneros: 33 www.veterinariandocs.com.br -Gallus domesticus: galetos, frangos, galinhas e galos; -Meleagridis: perus; -Columba: pombos; -Anas: patos; -Anser: gansos; -Perdix: perdiz e codorna; -Phaslanus: faisão; -Numidameleagris: galinha da Angola ou Guiné; Apanha e Embarque -Mecânica ou manual pelas asas: -A apanha mecânica diminui o número de contusões, pois na manual os funcionários não costumam ter muita paciência; -É feito o acondicionamento das aves em caixas; -No Brasil a maior parte da apanha é feita de forma manual e é terceirizada; -Densidade determinada nas caixas: 39-46 Kg/m2; Recepção -Boletim Sanitário (BS): obrigatório, deve ser entregue com 24 horas de antecedência por fax ou email, sendo um boletim por lote/Ficha técnica de campo; -Guia de Trânsito Animal (GTA): descrever a espécie a ser transportada, número de animais, procedência, destino, finalidade, meio de transporte e vacinações, no caso de aves vacina para Marek é obrigatória em pintos de 1 dia; -Nota Fiscal; -Pesagem; -Certificado de higienização do caminhão: para que ele possa descarregar deve ter sido desinfectado; -Pode realizar na plataforma de recepção uma inspeção ante-mortem; Plataforma de Recepção -Área de espera/descanso: 34 www.veterinariandocs.com.br -Ventilador e aspersor: uso questionável, pois uso de aspersor sem ventilador aumenta muito a umidade e leva a dificuldade respiratória para os animais, que ficam com bico aberto e ofegantes; -Exaustor: é o mais recomendado, pois removem o calor dos caminhões; -Controle de chegada e saída; -Jejum: já se inicia na propriedade (6-8 horas); -Abate “just in time”, pois na 1ºª hora os animais sofrem muito stress térmico na plataforma; -Inspeção ante-mortem; -Dentro das caixas a temperatura recomendada deve ser de 22-24ºC, pode chegar a 10ºC acima da plataforma de recepção que deve ter portanto cerca de 12ºC; -Cada caixa deve possuir cerca de 8-12 frangos; 30 cm 50-60 cm Figura 5: Dimensões da caixa de transporte para frangos. -Inspeção ante-mortem: avaliação clínica da saúde do animal, obrigatória em todas os lotes. -Secreção nasal e ocular; -Integridade e coloração da pele; -Bico e palato; -Olhos, crista e barbela; -Pés; -Papo: palpação e visualização se está repleto ou não; -Cloaca; -Fezes, caso presentes; -Comportamento; Descarregamento e Pendura -Esteira de condução das caixas de transporte até a pendura; 35 www.veterinariandocs.com.br -É importante que se tenha uniformidade no lote para uma pendura mais eficaz; -Deve-se separar animais mortos, moribundos/doentes, fraturados ou muito pequenos, sendo sacrificadas e realizada necropsia caso necessite; -Na área de pendura é utilizada baixa luminosidade na coloração azul para tranqüilizar as aves; Higienização das Gaiolas -Feita assim que as aves são descarregadas, passando por um arco de desinfecção antes de irem ao caminhão; Insensibilização -Por dardo cativo seria inviável, muito demorado e pouco prático, mas existe esse método também para aves; -Utiliza-se então eletronarcose ou eletrocussão, caso o matadouro peça autorização para o ministério; -Deve-se aguardar 12 segundos entre a pendura e a insensibilização para que dê tempo das aves se tranqüilizarem e pararem de se debater; -3 segundos na cuba de insensibilização; Área de Sangria -Canos de metal desviam o pescoço da ave para que seja sangrada, sendo também importante uma uniformidade no lote; -Há um funcionário monitorando se a sangria mecânica foi corretamente efetuada, caso não tenha sido é feita a sangria manual; -Tempo: 10-12 segundos para sangrar e sangrando de 4-5 minutos (3 minutos no mínimo); -Sangria mal realizada: -Retenção de sangue e rompimento dos vasos levando a manchas de coloração avermelhada na carcaça; -Animal ainda vivo no tanque de escaldagem: -Aspiração de água, levando ao rompimento de alvéolos pulmonares; -Escaldagem prolongada: -Retenção de penas; Escaldagem 36 www.veterinariandocs.com.br -Objetivo: facilitar a remoção das penas devido à dilatação dos poros que ocorre, além da eliminação de microrganismos patogênicos; -Imersão em tanque ou pulverização com vapor; -Temperatura/Tempo: -58ºC por 1,5 - 2,5 minutos (escaldagem branda); -80-90ºC por 10 - 15 segundos (escaldagem rigorosa); -Qualidade da carcaça: caso ultrapasse o tempo adequado a carcaça ficará branca e rígida; -Pés e cabeças são encaminhados para tanques específicos após a depenadeira; -Carne kasher não passa por esse processo de escaldagem; -Temperatura inadequada: provoca rompimento da pele na depenagem pela ação dos dedos de borracha e queimaduras (carne branca e rígida); -Depois de feita a escaldagem a carcaça sai com cerca de 45ºC; *É importante ter esse tipo de conhecimento para saber em qual etapa do processo ocorreu o erro caso seja identificada uma carcaça com alterações. Depenagem -Depenagem mecânica: deve remover as penas grossas (firmes e curtas) e as penas finas e penugens (longas e flexíveis); -Depenagem pode ser a seco ou úmida. Uso de chuveiro na depenagem auxilia a remoção de penas com água a temperatura ambiente ou mesmo fria para haver choque térmico contra microrganismos; -Acabamento manual ou por chamuscamento; -Patos e gansos: possuem cera e parafina que auxiliam na penugem; -Cuidado com contaminação cruzada entre as carcaças: utilizar água com 3-5 ppm na depenadeira; -Lavagem da carcaça é feita ainda com pernas e cabeça; -Repasse manual para remoção de algumas penas persistentes; -Limite área suja/área limpa: assim que as penas são removidas; Pré Inspeção -Pré inspeção post mortem: 37 www.veterinariandocs.com.br -Abscessos; -Caquexia; -Dermatose; -Escaldagem excessiva; -Sangria inadequada; -Síndrome hemorrágica; -Aspecto repugnante da carcaça; -Destino: condenação total; Área suja/Área limpa -Há uma separação física entre os ambientes; -Transpasse: nórea de sangria e depenagem (área suja) para nórea de evisceração (área limpa); -Podem estar penduradas pela cabeça, no Brasil normalmente pelas patas; -Setor de evisceração: começa realizando o corte da pele do pescoço e vai até a toalete final; -Transpasse: nórea de sangria e depenagem (área suja) para nórea de evisceração (área limpa); Evisceração -Remoção da cabeça Estabelecimento de grande porte (mecanizado) -Extração da cloaca -Corte do abdômen -Eventração (corte ventral) -Outros: pré resfriamento, gotejamento, embalagem primária e classificação Inspeção post-mortem -Linhas de inspeção: -Linha A: interior da carcaça; -Linha B: vísceras são retiradas e separados os miúdos comestíveis; -Linha C: exterior da carcaça; 38 www.veterinariandocs.com.br -Também há a nórea que vai para o DIF; Evisceração -Extração mecânica; -Coração, fígado e moela; -Papo; -Esôfago; Toalete -Traquéia; -Pescoço; -Pulmões (pistola a vácuo); -Avaliação visual com retirada de contaminação ou partes de vísceras; -Lavagem com água hiperclorada; Pré-Resfriamento -Vísceras comestíveis, pés, pescoço e carcaça: imersão em água, aspersão com água ou circulação de ar; -Resfriadores contínuos com imersão em água (sistema de rosca sem fim) são denominados Chillers, com renovação de água constante e sistema de contra-corrente; -Pré-chiller: o pré-resfriamento consiste na imersão em tanques de inox a uma temperatura de 10 a 18ºC, durante 12 minutos, com 2 litros de água por ave. O préchiller serve para dar início ao resfriamento, limpeza e reidratação da carcaça. O chiller finaliza este processo. -Chiller: ocorre com temperatura de 2ºC durante 17 minutos sendo necessário 1,5 litros de água por ave e para aumentar o resfriamento pode-se acrescentar 2 a 5 ppm de propilenoglicol na água. *Refrigeração e manutenção da temperatura padrão (legislação ou exigência de país importador); -Resfriadores contínuos (rosca sem fim): -Temperatura; -Tempo de permanência das carcaças; -Borbulhamento; -Cloro na água; 39 www.veterinariandocs.com.br -Consumo; -Absorção de água (método de controle interno e gotejamento); Pré-chiller e chiller -Absorção de água: -Perdas: por estocagem, transporte e comercialização; -Excesso: fraudes e perdas na qualidade (estocagem); -Controle de absorção de água: -Método de controle interno; -Gotejamento; Absorção de Água -Índice de absorção: percentual de água adquirida pelas carcaças durante a matança e demais operações; -Método de controle interno: -Fatores que interferem: temperatura da água, tempo de permanência da carcaça, tipo de corte abdominal e injeção de ar (borbulhamento); -Limite máximo: 8% de água; -Técnica: -Pesagem da carcaça antes e depois da imersão (pré resfriamento); -Número de carcaças: mínimo 10 por teste; -Ínicio: após o último chuveiro de evisceração; -Aguardar; -Fórmula: Pi (peso inicial), Pf (peso final), D (diferença entre Pf e Pi) e A (percentual de água absorvida); A = (D x 100)/Pi -Freqüência: 1 teste por turno, ou seja, a cada 4 horas; -Gotejamento (Drip Test): quantidade de água resultante do descongelamento de carcaças; -Limite: 6% de água; 40 www.veterinariandocs.com.br -Técnica: -Imergir a carcaça embalada em água a 42ºC; -Retirar a carcaça (temperatura interna 4ºC); - Manter a carcaça 1 hora em temperatura ambiente; -Calcular; -Limite: 6 carcaças; Pré Resfriamento -Câmaras de circulação de ar; -Aspersão com água (em câmaras de circulação de água); -“Aspersão a seco”; Espotejamento e Desossa -Após pré resfriamento: rigor-mortis; -Ambiente climatizado; -Espotejamento: peito, coxa, sobrecoxa, dorso, ponta da asa, pés, etc.; -Temperatura na sala de cortes: 10 – 12ºC; -Depois da sala de cortes no Brasil passa-se por um detector de metais para avaliar possível presença de materiais e equipamentos; -Desossa: -CMS: Carne Mecanicamente Separada; -Carne: produtos industrializados cominuídos; -Ossos; -RTIQ CMS: -“Carne obtida por processo mecânico de moagem e separação de ossos de animais de açougue, destinada à elaboração de produtos cárneos específicos.” -Não podem ser utilizadas cabeças, pés e patas; -Resfriamento e congelamento: imediato; -Túnel de congelamento: - 35 a - 40ºC por 24 horas; -Qualidade: 41 www.veterinariandocs.com.br -Rendimento (50 – 70 %) e qualidade: inversamente proporcional; -Cálcio, gordura e proteína; Estocagem e Expedição -Temperatura de comercialização: -Resfriados; -Congelados; Inspeção post-mortem -Inspeção: exame visual macroscópico individual de carcaças e vísceras, conforme o caso pode ser feita a palpação e corte; -Linhas de inspeção: locais da matança onde se realiza a inspeção; -São 3 Linhas: -Linha A: cavidade torácica, cavidade abdominal (pulmões, sacos aéreos, rins e órgãos sexuais); -Linha B: vísceras comestíveis e não comestíveis. Coração, fígado, moela, baço, intestinos, ovário e oviduto (poedeiras). Em alguns casos verifica-se odor; -Linha C: superfície externa (pele e articulações) e remoção de pequenas contusões, membros fraturados, pequenos abscessos superficiais e localizados, calosidades, etc. que não podem chegar à mesa do consumidor, evita a condenação total ou parcial da carcaça. Dependendo do caso pode ser encaminhado ao DIF; -Localização: ao longo da calha de evisceração; -Tempo: cerca de 2 segundos para cada linha de inspeção; -Apresentação à inspeção: responsabilidade da empresa; -Geralmente se tem a distância de 1 metro entre funcionários nas linhas de inspeção; -Caso surja algum problema o funcionário sinaliza e encaminha ao DIF; -A nórea mecânica é quem determina a velocidade do abate; -Funcionário 102 está presente nas linhas de inspeção: é concursado, mas não é um médico veterinário. Possui uma cruz azul em seu capacete de proteção; -Quando alguma carcaça for encaminhada ao DIF, retira-se um dos membros de pendura da nórea para identificar o animal; 42 www.veterinariandocs.com.br -A última palavra deve sempre ser do médico veterinário, mas ele nem sempre está presente no setor e o 102 acaba exercendo seu papel muitas vezes; -Ao longo das linhas de inspeção estão dispostos alguns botões para parar o abate caso seja necessário; -A eventração é o momento que mais atrasa o abate, sendo mais demorado que a depuração ou a escaldagem, possuindo 2 ou 3 linhas normalmente. Pode ser mecânica ou manual, sendo que a manual se tem maior cuidado, o risco seria romper a vesícula biliar. Antes de realizar a eventração a cloaca deve ser exposta; -Os funcionários intercalam as linhas de inspeção entre si de tempo em tempo, para não se tornar algo repetitivo demais; Evisceração -Separa-se as vísceras da carcaça; -As vísceras não comestíveis são encaminhadas para a graxaria e as comestíveis são lavadas em chuveiro; Critérios de Julgamento -Abscesso e lesão supurada (sem comprometimento da carcaça): rejeita a parte alterada; -Exemplo: caso de canibalismo que tenha levado a formação de um abscesso pequeno e localizado, que não provocou perda de peso ao animal, pode-se liberar a carcaça; -Aerossaculite: avaliar o comprometimento dos sacos aéreos, vísceras são sempre condenadas. Sacos aéreos vão ficando opacos, sendo que são transparentes normalmente; -Processos inflamatórios (artrite, celulite, dermatite, salpingite e colibacilose): condena o órgão ou a parte afetada, caso seja de caráter sistêmico deve-se ter a condenação total; *A legislação não especifica o que deve ser feito. *Colibacilose normalmente a condenação é total. -Tumores, dermatose e coccidiose (eimeriose é a cocciodiose mais comum em frangos): condena o órgão ou a parte afetada, caso seja de caráter sistêmico deve-se ter a condenação total; -Aspecto repugnante: coloração, odor e outros. Devido a sangria mal efetuada a carcaça pode ficar avermelhada, por exemplo; -Condenação total: mesmo que não provoque risco à saúde; 43 www.veterinariandocs.com.br -Qualquer inflamação sistêmica: condenação total; -Caquexia: condenação total, independente da causa; -Magreza: aproveitamento condicional; *Funcionários são bem treinados para diferenciar bem caquexia de magreza. -Contaminação: um dos acontecimentos mais comuns. Devido a fezes, bile ou piso. Pode-se remover a parte que teve contato, se não ocorrerá à condenação total; -Para frangos o ministério permite a lavagem das fezes, mesmo havendo grande contaminação com isso; -Contusões e fraturas: localizada (condenação parcial) e generalizada (condenação total). Sendo que normalmente em situações de fraturas o animal será encaminhado para o abate de emergência, nesse caso na linha de inspeção somente quando não foi visto na inspeção ante-mortem, a não ser que tenha sido causada na depenadeira, mas é possível diferenciar quando ocorreu ante-mortem ou post-mortem; -Escaldagem excessiva e/ou lesão mecânica extensa: condenação total ou parcial. No mínimo utiliza-se 50 – 56ºC, mas até 90ºC, deve-se tomar cuidado; -Evisceração retardada: -30 a 45 minutos: avaliação; -45 a 60 minutos: avaliação se teve alteração na cor, odor, etc. Atraso pode ter ocorrido por algum problema na nórea; -Vísceras: condenação; -Carcaça: avaliação; -Acima de 60 minutos: -Vísceras: condenação; -Carcaça: aproveitamento condicional ou condenação. Uso em produtos cozidos; *A partir da sangria tem-se 30 minutos para a evisceração completa. -Sangria inadequada: condenação total. Pode ter ocorrido por desuniformidade. A presença de sangue diminui a vida útil do produto na prateleira, serve de meio de cultivo para microrganismos e possui aspecto repugnante; -Ascite: 44 www.veterinariandocs.com.br -Liberação da carcaça e condenação de vísceras: apenas hidropericárdio, com pequena quantidade de líquido abdominal na cor clara, sem aderências e comprometimento; -Aproveitamento parcial dos membros (asas, coxas, sobrecoxas e pés), pescoço e peito sem osso: líquido ascítico aderente na cavidade abdominal e/ou vísceras, sem comprometimento da carcaça (cortes e desossa em local próprio após passar pelo DIF); -Condenação total: distensão abdominal e/ou outras alterações; -Bouba (varíola aviária segundo o RIISPOA): -Diftérica: condenação total; -Cutânea: libera carcaça (sem reflexos). Placas crostosas na pele onde não há penas; -Perose (edema na articulação tibiotarsal). Por deficiência de minerais como Magnésio (Mg) e Manganês (Mn): -Libera carcaça (sem reflexos): cortes; -Condena articulação; *Para exportação um simples calo na pata já não é mais aceito, mesmo que não apresente risco nenhum. -Em casos de suspeita de: Tuberculose (Mycobacterium avium), difteria, cólera, varíola, tifose aviária (Salmonella gallinarum), diarréia branca/pulorose (Salmonella pullorum), paratifose, leucose, peste, septicemia em geral, psitacose, infecções estafilocócicas, Marek (em jovens), aspergilose, gumboro, Newcastle ou colibacilose; CONDENAÇÃO TOTAL -Colibacilose: inflamação, condenação total. Fígado e coração afetados; -Doença de Newcastle: gripe aviária. Edema periocular, hemorragia no tecido adiposo pericárdico e pontos hemorrágicos no intestino. Condenação total; -Doença de Gumboro: hemorragia no peito, Bursa de Fabricius aumentada ou não, realiza-se corte para observação. Condenação total; -Doença de Marek: tumores, difícil diferenciar de leucose linfoide pelo fígado e Bursa de Fabricius aumentada. Condenação total; 45 www.veterinariandocs.com.br *Estas doenças causam conseqüências graves para o produtor e para o frigorífico caso apareçam. Não fazem parte da rotina. *Análise microbiológica não é muito comum ser feita, só em caso de doença de notificação obrigatória. -SIGSIF: Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal; -Objetivo: Sistema de controle de todos os estabelecimentos que recebem o número do SIF e exportadores para o Brasil. Geração de relatórios estatísticos a respeito da comercialização, produção, importação, exportação, abates, condenações referentes aos produtos/matérias primas destes estabelecimentos. 46 www.veterinariandocs.com.br Referências Bibliográficas Aulas de Inspeção e Tecnologia de Produtos de Origem Animal: CAV/UDESC. Professor Márcio Vargas Ramella. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS RELACIONADOS COM A TÉCNICA DA INSPEÇÃO “ANTE-MORTEM” E “POST-MORTEM”. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Aniamal/Qualidade%20dos%20ali mentos/instalacoes%20pos%20ante%20e%20pos%20mortem.pdf 47 www.veterinariandocs.com.br