AKAIAKÁ - Luminária Urbana Ecoeficiente

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AKAIAKÁ - Luminária Urbana Ecoeficiente
AKAIAKÁ - Luminária Urbana Ecoeficiente
julho de 2013
AKAIAKÁ - Luminária Urbana Ecoeficiente
Alex Marcos Bedin - [email protected]
Master em Arquitetura
Instituto de Pós Graduação - IPOG
Florianópolis, SC, 09 de agosto de 2012
Resumo
O objetivo deste estudo é formatar uma proposta de luminária pública autônoma, que atenda o
nível de iluminação necessário para a via pública de automóveis e/ou pedestres, utilizando a
geração de energia renovável como fonte, agregando um desenho integrado a paisagem, pensando
a iluminação para as nossas cidades atuais a partir de produtos e idéias inovadoras. Buscando um
modelo luminária pública mais eficiente, foram pesquisados diferentes modelos de postes de
iluminação, lâmpadas e alternativas para autonomia de energia, dados revelados no decorrer deste
estudo mostram a capacidade de obter uma boa qualidade de iluminação com a utilização de
lâmpadas de LED de alto brilho, mantidas por um sistema de produção de energia renovável.
Através da captação da energia solar, eólica e energia cinética, esta última, produzida pela
intensidade de fluxo dos automóveis, os estudos mostraram resultados positivos, onde na atual
posição de países emergentes, como o Brasil, as iniciativas preocupadas com a economia de
recursos, principalmente energia, conferem maior interesse a um desenvolvimento promissor, isto
é, a preocupação com alternativas de menor custo operacional e de manutenção, que ofereçam
vida útil longa e baixo consumo de energia podem colaborar muito para a evolução de uma
população e sua cidade.
Palavras-chave: Luminária. Energia renovável. Urbano.
1. Introdução
O grande crescimento das cidades, atualmente é a causa de diversos problemas e contrastes
nas diferentes camadas sociais. As desigualdades ficam evidentes ao comparar as cidades
desenvolvidas das cidades com problemas urbanos resultantes da falta de planejamento, embora
haja esforço pela parte do poder público, algumas ações paliativas tornam o processo repetitivo e
acomodado. Serviços e os equipamentos urbanos que atendem a necessidade de uma grande parcela
da população interferem diretamente na vida destas pessoas, por isso, a importância de implantar
soluções criativas e eficientes, que resolvam os problemas da sociedade urbana atual. Desta forma,
a iluminação pública fica indispensável para o desenvolvimento e convívio da população, trazendo
conforto visual, demarcado e diferenciando os trajetos, organizando o trânsito de pessoas e veículos,
sendo indispensável para a segurança e o convívio das pessoas, principalmente a noite.
Na maioria dos modelos de postes de iluminação pública no Brasil, salvo algumas exceções,
possuem alto custo de instalação e manutenção e consomem muita energia, não tem um partido ou
forma integrada a paisagem e com parte de seus componentes elétricos e estruturais aparentes, e
ainda estão deteriorados pelo vandalismo ou pela ação do tempo. Ao propor um modelo de poste
para iluminação pública, o estudo tem o objetivo principal de oferecer uma opção mais racional
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013
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para a iluminação pública, pensando a qualidade de iluminação e atendendo a demanda crescente
urbana nos moldes atuais.
1.1 Iluminação Pública
Os centros urbanos dependem cada vez mais de uma boa iluminação publica para garantir a
qualidade dos espaços, contribuindo muito para que as pessoas possam desfrutar da cidade
principalmente nos horários noturnos, atua no controle da criminalidade, auxilia no tráfego veicular
e de pedestres, embeleza as áreas urbanas, valoriza monumentos e as edificações. Existe uma
relação proporcional na qualidade destes espaços e o do uso do espaço correspondente a proposta,
por exemplo, uma praça pública mal planejada, provavelmente será reduto de marginais e
atividades ilícitas, quando a proposta sugere a utilização do espaço para práticas esportivas de
crianças, jovens e adultas. Outras situações que ocorrem nos grandes centros urbanos podem ser
citadas, como os assaltos a veículos em semáforos mal sinalizados, o tráfico de drogas em ruas e
becos pouco iluminados, acidentes de trânsito que poderiam ser evitados se houvessem melhores
condições de visibilidade local, salvando a vida de muitas pessoas. São situações comumente
compartilhadas em noticiários nacionais e que mostram o interesse que é tratado algo muito
importante para a qualidade de vida da população.
Segundo dados da Eletrobras, companhia brasileira de energia, a iluminação pública no Brasil
corresponde a aproximadamente 4,5% da demanda nacional e a 3,4% do consumo total de energia
elétrica do país, sendo equivalente a uma demanda crescente de 2,2 GW e a um consumo de 10,3
bilhões de kWh/ano. Atualmente há aproximadamente 15,0 milhões de pontos de iluminação
pública instalados,segundo o último levantamento cadastral realizado pelo
PROCEL/ELETROBRAS junto às distribuidoras de energia elétrica em 2008, distribuídos da
seguinte forma:
Figura 1: gráfico demonstrativo da porcentagem de pontos de iluminação para cada região do país.
Fonte: site da Eletrobrás (www.eletrobras.com.br)
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Algumas cidades brasileiras, já possuem programas de implantação e manutenção da iluminação
pública, financiados por setores específicos da administração pública, é o caso da cidade de São
Paulo, em 2001 foi criada a Ilume (Departamento de Iluminação Pública da Prefeitura de São
Paulo), com o objetivo de estudar, planejar e fiscalizar a ampliação e remodelação da rede de
iluminação pública. Em âmbito nacional, contamos com o Programa Nacional de Iluminação
Pública Eficiente, o Reluz, implantado no início do ano 2000, durante o governo de Fernando
Henrique Cardoso, que teve como principal objetivo substituir as antigas lâmpadas incandescentes
ou de vapor de mercúrio por lâmpadas de vapor de sódio, com a cor mais amarelada e mais
econômica.
Historicamente, tivemos um longo período dominado pelo uso das lâmpadas incandescentes,
algumas exceções com lâmpadas florescentes, partindo para lâmpadas de vapor de mercúrio
(brancas). A partir dos anos 90, houve a introdução das lâmpadas de sódio (amarelas), e
recentemente as de vapor metálico (brancas), basicamente eram estes modelos oferecidos no
mercado. Lâmpadas com baixo fluxo luminoso ou depreciadas pela ação do tempo, devem ser
substituídas, pois consomem a mesma energia de uma lâmpada nova com reduzidos níveis de
iluminação para os locais desejados, prejudicando o sistema e a segurança noturna dos cidadãos.
Em relação aos tipos e quantidades de lâmpadas instaladas no Brasil, temos a seguinte distribuição:
Figura 2: relação do tipo de lâmpada e sua eficiência
Fonte: site da Pini Web (www.infraestruturaurbana.com.br)
Pensando em longo prazo, podemos melhorar muito a relação de consumo de energia em função da
eficiência da iluminação para espaços públicos, se agregarmos um desenho agradável a uma forma
de produção independente de energia, podemos pensar um sistema auto-suficiente que contribua
para o progresso da cidade, dispensando uma série de elementos e fatores que trazem despesas e
desperdícios a administração pública.
Observando a situação na cidade de Florianópolis, a capital do Estado de Santa Catarina, uma ilha
ao sul do Brasil, fica evidente o potencial para aproveitamento dos recursos naturais possíveis a
geração de energia renovável, com a utilização da energia solar e energia eólica, podemos iluminar
a avenida Beira Mar por exemplo, onde também dispõe de praças, playground e ciclovia para os
moradores. Ainda se pensarmos em seu relevo, a ilha possui outros vários pontos passíveis do
aproveitamento da energia renovável, como o alto dos morros e praias principalmente ao mar
aberto, que apresenta uma constante direção e força dos ventos, também podemos atuar com a
produção de energia cinética, através da movimentação dos automóveis que circulam nas ruas e
espaços privados.
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1.2 Conceitos básicos de iluminação
Para esclarecer melhor a relação entre a eficiência e o consumo de energia, vamos apresentar a
descrição das características técnicas encontradas em cada lâmpada disponível, segundo Costa
(2000).
1.2.1 - Fluxo luminoso
O fluxo luminoso é definido como a quantidade de luz emitida por uma fonte, medida em lumens,
na tensão nominal de funcionamento de uma fonte luminosa. O conceito de fluxo luminoso é de
grande importância para os estudos de iluminação, é uma grandeza fotométrica derivada da
intensidade luminosa, o fluxo luminoso está ligado a capacidade do homem de ver.
1.2.2 - Intensidade luminosa
A intensidade luminosa é definida como a medida da percepção da potência emitida por uma fonte
luminosa em uma dada direção, sua unidade se da em candela, abreviada como cd.
1.2.3 - Iluminância
A iluminância é uma grandeza de luminosidade, fazendo a relação entre o fluxo luminoso que
incide na direção perpendicular a uma superfície e sua área, genericamente é a quantidade de luz
dentro do ambiente, não distribuído uniformemente para medição da sua intensidade, sua unidade é
o lux (lx), através de um equipamento conhecido como luxímetro.
1.2.4 – Luminância
A luminância é um dos conceitos mais abstratos da luminotécnica, é através da luminância
que o homem enxerga, não é a mesma que mede a intensidade luminosa, mas uma grandeza
relacionada a densidade da intensidade luminosa.
1.3 Tipos de lâmpadas
Segue as características dos principais tipos de lâmpadas utilizadas na iluminação pública:
COMPARATIVO DE TECNOLOGIAS
TEMPERATURADE
TECNOLOGIA
COR (K)
IRC
(%)
EFICIÊNCIA
VIDA MEDIANA
LUMINOSA
(HORAS)
(LM/W)
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Incandescente
2700
100
10-20
Vapor de
mercúrio
3 mil a 4 mil
40-55 45-58
9 mil a 15 mil
Vapor de sódio
2 mil
22
18 mil a 32 mil
Vapor metálico
3 mil a 6 mil
65-85 65-90
8 mil a 12 mil
Indução
4 mil
80-90 80-110
60 mil
Led
variárel
70-80 80
50 mil
80-150
1 mil
Figura 3: relação do tipo de lâmpada e sua eficiência
Fonte: site da Pini Web (www.infraestruturaurbana.com.br)
Com a atual exploração do LED (Light Emitting Diode), um diodo emissor de luz, vieram novas
possibilidades de produtos e aplicações, principalmente na iluminação pública, onde o consumo de
energia e a estrutura necessária para o bom funcionamento do sistema gera uma grande custo de
operação e manutenção, já existem experiências testadas na cidade de São Paulo, por exemplo,
onde são usadas as lâmpadas de LED para iluminação em de túneis, praças, ruas e estradas,
atendendo a necessidade de cada espaço.
Embora as luminárias a Led tenham um custo inicial maior do que as lâmpadas atualmente
utilizadas, algumas vantagens consideradas para indicação do LED são:
- Economiza até 80% de energia
- Expectativa de vida útil de até 50.000 horas
- Excelente definição de cor
- A queima de uma unidade Led não inutiliza a luminária
- Não sofre danos com a vibração
- Reduzida emissão de carbono
- Não produz raio ultravioleta e infravermelho
- Economia na infraestrutura
- Não necessita de reator e ignitor
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Figura 4: relação do tipo de lâmpada e sua eficiência
Fonte: site da Pini Web (www.infraestruturaurbana.com.br)
A alta durabilidade reduz custos com manutenção, diminuindo a freqüência da necessidade de
substituição, assim como a quantidade de resíduos gerados. A vida útil de um LED é
aproximadamente onze anos, com doze horas de iluminação diária, na a lâmpada de mercúrio tem
expectativa de pouco mais de três anos.
Diante deste quadro, este artigo se propõe a discutir a questão da eficiência energética no setor
público tendo como foco evidenciar alguns desafios que precisam ser superados, pensando a
iluminação de forma a planejar a melhoria do desempenho energético das luminárias públicas.
Pretende-se objetivamente chamar a atenção, principalmente na esfera pública, sobre o impacto
estes produtos podem ter sobre a política energética brasileira.
2
Energia renovável e fontes alternativas
Segundo COSTA (2008), a frase: “Conservar energia é preservar o meio ambiente”, diz tudo, mas
somente ocorrerá quando a humanidade se conscientizar:
pode-se empregar sistemas de iluminação mais eficientes e eficazes, seja nas
instalações existentes, seja nos projetos futuros e far-se-á uma contribuição
para a preservação do meio ambiente (COSTA, 83).
As fontes geradoras de energia que atendem a demanda atual do consumo causam efeitos colaterais
ao meio ambiente, grande impacto ambiental nas hidrelétricas, a poluição causada pela queima de
combustíveis como o gás e o petróleo, usinas nucleares suscetíveis a catástrofes naturais podem
trazer danos irreversíveis ao meio ambiente, visto o caso de Fukushima no Japão (março de 2011),
que contaminou grande parte do território com elementos radioativos. Na concepção de Keeler e
Burke, a quatro razões principais para a preocupação com a energia que consumimos:
Primeiramente, os combustíveis que usamos para gerar energia são, em sua
maioria, não renováveis, e suas reservas não durarão para sempre. Em
segundo lugar, os depósitos de gás natural são limitados e, na maior parte,
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se encontram em áreas de instabilidade geopolítica. Em terceiro lugar, a
demanda por combustível nos mercados globais continua crescendo. Em
quarto lugar, o carvão mineral, cuja a queima emite gases para a atmosfera,
contribuindo para a alteração radical do clima em nosso planeta.(KELLER
E BURKE, 110)
A necessidade de preservar os recursos naturais do planeta exige soluções inovadoras que e
atendam a demanda crescente pela geração de energia, cada vez mais, equipamentos e máquinas
mais sofisticadas que facilitam os meios de produção e o dia a dia das pessoas, precisam de mais
energia para demonstrar sua eficiência. Desta forma, se conseguirmos utilizar de fontes alternativas
de produção de energia, e ainda captar os potencias geradores de energia renovável, estaremos
contribuindo para a redução do aquecimento global e garantindo um mundo melhor para as futuras
gerações.
Listamos diversas formas de obter energia de forma renovável, sendo automaticamente
reabastecida e que não causam maiores danos ao ambiente natural:
Energia solar – captação através de placas solares
Energia Eólica – geração de energia através da força dos ventos
Energia Cinética – geração de energia através da movimentação dos corpos
Energia Hidrelétrica – a partir de uma usina e um grande reservatório
Energia das Mares – gerada a partir da força das ondas
Energia geotérmica – a partir do calor proveniente da terra
Múltiplas fontes de energia renovável, já são possíveis de ser exploradas e aplicadas de
forma sustentável e auto-suficientes. O Brasil, com seu território rico em recursos naturais,
principalmente ao litoral de toda costa brasileira e mais próxima a linha do equador, apresentando
uma imensa capacidade para o aproveitamento da radiação solar e da força dos ventos, em razão da
área do território e a sua posição geográfica, conferindo um grande potencial energético pouco
explorado, se comparado aos países europeus, por exemplo.
Pensando em aperfeiçoar a produção de energia e para obter uma melhor eficiência do
modelo de luminária, focamos o desenvolvimento a partir de três formas de produção de energia
renovável apresentadas a seguir:
2.1 - Energia Cinética
A energia cinética é definida com a energia associada a movimento dos corpos, as diversas
qualificações da energia podem ser reduzidas a duas formas fundamentais de energia: a energia
cinética e energia elétrica. O seu desempenho depende basicamente de dois fatores: da massa e da
velocidade do corpo em movimento, desta forma, qualquer corpo que possuir velocidade terá
energia cinética.
2.2 - Energia Eólica
Uma fonte de energia renovável utilizada há muito tempo através da força dos ventos, transformado
em energia mecânica possibilitou a produção em moinhos e bombeamento de água para regiões
mais elevadas, o vento é uma excelente força da natureza para a geração elétrica, em regiões ricas
em vento, as turbinas eólicas, ou aerogeradores podem produzir continuamente dia e noite, diferente
da energia solar disponível somente de dia.
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Os atuais aerogeradores funcionam a partir do aproveitamento nas regiões com maior incidência de
ventos, geralmente conformando uma fazenda ou parque eólico, podendo suprir a energia de uma
cidade com baixo impacto ambiental. Sendo o Brasil um imenso território com grande extensão
litorânea banhada pelo Oceano Atlântico e o relevo com altos morros, possibilitando ventos com
direção e velocidade constantes.
2.3 - Energia Solar
A posição geográfica do Brasil é privilegiada pela ação do sol, sendo um país que é cruzado pela
linha do equador, tem maior aproveitamento da carga térmica emitida pelo sol. Através da
conversão da carga térmica dos raios solares que atingem células fotovoltaicas e a transforma em
eletricidade, o sistema de energia solar é muito prático eficiente.
3 Luminária Urbana Ecoeficiente
A proposta de trabalhar com uma unidade autônoma de luminária pública, ser originou da premissa
de optar por soluções mais racionais, aonde a relação entre o custo de operação e manutenção deste
tipo de equipamento urbano, venha em longo prazo, permitir um sistema de iluminação urbana mais
eficiente e dinâmica. Ao trabalhar esta unidade de forma independente, contribuímos com uma série
de fatores positivos, eliminando a fiação embutida nos passeios públicos e estradas, problemas com
galhos de árvores, a ação de ventos, chuvas e outros, o modelo também possibilita que quando
danificada ou avariada uma única unidade ou componente pode ser substituído, evitando defeitos no
restante do sistema, podemos trabalhar com materiais mais leves e resistentes a ação do homem e
do tempo.
A luminária também vai prever a modulação das partes integrantes, possibilitando que seja
direcionado o tipo de luminária para cada situação específica, por exemplo, onde não há a
incidência de vento constante e no sentido necessário para aplicação do aerogerador, podemos optar
somente pela geração de energia cinética e captação da energia solar, temos situações onde teremos
somente a iluminação direcionada para os veículos, não sendo necessária a presença da parte que
direciona a luz para o passeio de pedestres, através desta modulação permitimos que a luminária
funcione nas situações mais adversas (ver anexo 3).
3.1 – Desenho da Luminária
O desenho da luminária foi desenvolvido a partir de uma forma orgânica encontrada na natureza,
especificamente de uma árvore nativa do Brasil, o “Acaiacá” ou Akaiaká em tupi, mais conhecido
como Cedro Rosa, uma árvore robusta que pode atingir até 30 metros de altura e é conhecida pela
vasta dispersão das sementes, atualmente ameaçada de extinção pela exploração excessiva, onde sua
madeira é amplamente usada na construção civil e naval, na produção de móveis e esculturas,
instrumentos musicais, entre outros. O Cedro Rosa é uma árvore caducifólia, que perde suas folhas
durante o inverno e possui uma flor com o formato de pêra, de onde foi explorado o desenho da
luminária.
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Pensando em tornar a luminária urbana como um elemento inserido na paisagem, de forma a
contribuir para a conformação da paisagem urbana, o desenho da luminária oferece a vantagem de
ser independente e auto-suficiente, não sendo necessária a conexão com outras unidades para o bom
funcionamento do sistema, a cor sugerida para a estrutura acompanha a cor das lâmpadas, através
da pintura anticorrosiva de poliéster em pó na cor preta, na parte central, a utilização de formas que
remetem a flor do cedro rosa, pintados na cor verde folha, se equilibram com o verde das árvores,
desta forma a luminária não tem grande destaque de contraste de cor na paisagem.
Figura 5: Flor do Cedro Rosa
Figura 6: Luminária em paisagem urbana noturna
Fonte: Alex Marcos Bedin
3.2 – Componentes
A luminária foi pensada de forma independente e modular, possibilitando a diferente montagem ou
formato para determinada condicionante local, podendo ser alimentada por um ou pela combinação
de qualquer um dos sistemas de geração de energia renovável. Esta energia será reservada em
baterias que ao completarem a carga, dispensam o sistema de captação através de outro
equipamento que também controla a potência e a carga da bateria. O funcionamento da lâmpada e
ativado através da fotocélula que aciona a partir de certo nível de escurecimento do dia, mantendo
por ate 12 horas ligadas através de um temporizador automatizado.
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3.2.1 –Lâmpada de Led
A lâmpada sugerida para este conjunto foi a Area Light (EASM) da GE (General Eletrics), por
possuir uma boa eficiência de iluminação com reduzido índice de ofuscamento, também possui o
corpo em alumínio fundido com dissipador de calor integrado, com Pintura anticorrosiva de
poliéster em pó na cor preta, se encaixa na proposta, sendo discreta e integrada a forma da
luminária.
3.2.2- Painéis Solares
A energia do sol é convertida em eletricidade pelos painéis Fotovoltaicos, a partir de inversores que
convertem a energia DC gerada pelos painéis em AC e controlam a operação do sistema, mandando
a energia para o armazenamento nas baterias. Os sistemas de Energia Fotovoltaica para Postes de
Iluminação Pública revelaram-se como uma das grandes aplicações da energia solar, pois sua
posição em função da altura permite que as placas estejam sempre expostas ao sol. No topo
encontra-se a estrutura para um ou dois módulos fotovoltaicos: Painel WSolar 130W Premium,
tendo 148cm de comprimento, 67cm de largura e 3,5cm de espessura, o fornecedor oferece com 25
anos de garantia (site:www.energiapura.com).
3.2.3 – Aerogerador
A potência gerada pelos aerogeradores está ligado ao tamanho das pás do conjunto, Turbina Eólica
com três pás, com 2 metros de diâmetro é capaz de gerar até 200 kw por mês
(site:www.energiapura.com).
3.2.4 – Placas de absorção de energia cinética
Placas embutidas no asfalto, por onde os veículos passam, e estimulam o material a produzir
energia elétrica, que então alimenta as baterias. O sistema inicialmente aplicado em uma rede de
supermercados no Reino Unido, utiliza a energia para alimentar os caixas, produzindo o equivalente
a 30kW por hora, sem interferir na dirigibilidade dos motoristas. No Brasil alguns estudos
avançados mostram que esta tecnologia pode ser aplicada pelo movimento gerado por pedestres
também, segundo pesquisas da Unesp (Universidade estadual Paulista), essa tecnologia poderia ser
usada em shoppings centers para iluminar os corredores e praças de alimentação por exemplo.
3.2.5 – Controladores de Carga e Inversores
O carregamento inteligente da bateria em vários estágios ocupa menos o seu gerador e prolonga a
vida de suas baterias. As comunicações integradas em rede permitem que várias unidades de
baterias sejam alimentadas por diferentes fontes de alimentação, controlando a carga das baterias,
tornando o sistema auto-suficiente e independente. Ao chegar ao máximo de carga suportada pelas
baterias, este sistema se desliga automaticamente, acionando a carga somente quando necessário.
Este dispositivo tem a dimensão de 30cm de comprimento, 21cm de largura e 41cm de altura.
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3.2.5 – Baterias Estacionárias
A idéia é ter dispositivos eficientes que permitam que toda a energia
produzida ou capturada seja armazenada para uso, sem nenhuma perda.
Por exemplo, toda a energia capturada por painéis solares, durante o dia, a
energia gerada pelo aerogerador e pelas placas de energia cinética, seja
armazenada em baterias, possibilitando uma reserva interrupta de energia,
pois sempre haverá alguma forma de produção operando.
Este tipo de bateria é livre de manutenção e não necessita de
reposição de água ou eletrólito durante toda sua vida útil, possui um
indicador de carga e de vida útil. a tensão do das baterias será de 12V e a
sua capacidade em função do cálculo prévio elaborado.A dimensão de cada
unidade é de 21,2cm X 17,5cm X 17,5cm.
3.2.6 – Temporizador e Fotocélula
O sistema de iluminação conta com um equipamento que controla os horários de funcionamento da
luminária, desligando a lâmpada após o horário determinado. O acionamento fica por conta da
fotocélula, que a partir da falta da luz no local, liga automaticamente as lâmpadas.
3.3 – Estrutura
A estrutura principal da luminária será um tubo de ferro galvanizado de 5cm de largura por 10 cm
de altura, sua curvatura é resultado de um processo de calandramento, possibilitando a forma
orgânica assimétrica conforme a figura 7, tendo as partes anexas independentes para facilitar a
manutenção e troca de qualquer componente quando necessário.
Pensando na estética da luminária, foi previsto uma tela e uma chapa perfurada no fechamento
superior, de forma que tenha a função de proteger o funcionamento da parte do aerogerador,
evitando acesso de objetos, pássaros e outros.
3.4 – Custo e Manutenção
A posição das lâmpadas possibilita que a distância entre as unidades da luminária fique entre
15 e 20 metros, contribuindo com a redução no total a ser implantado ao longo das vias, a estrutura
metálica leve permite que o bloco de sustentação do poste, seja de pequeno porte, fazendo uma
estimativa de custos com os equipamentos todos instalados e o poste funcionando temos
aproximadamente um valor de R$ 12.000, podemos comparar com a estrutura dos postes de
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iluminação em concreto com aproximadamente 10 metros de altura e com toda a estrutura aparente,
a ligação entre as unidades do sistema de iluminação, metros de fiação e lâmpadas com alto custo
de instalação, consumo e manutenção. Podemos dizer que o modelo de luminária urbana
ecoeficiente pode mudar a paisagem e também contribuir muito para a economia de energia pelo
setor público.
Figura 6: Luminária em paisagem urbana noturna
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Fonte: Alex Marcos Bedin
4 Conclusão
O planejamento é imprescindível para que sejam traçados novos rumos na evolução das cidades,
trazendo produtos, técnicas e tecnologias inovadoras que venham melhorar a vida da população, se
utilizarmos das alternativas sustentáveis, partindo do uso racional dos recursos naturais e outros
conceitos básicos de consciência ecológica podemos contribuir muito para um mundo melhor. Ao
dispor um estudo direcionado a propor a solução de um problema atual, dados relacionados com a
situação atual de um país emergente, que apresenta diversos contrastes e discussões sobre o futuro
das cidades, que crescem progressivamente e desordenadamente. O uso de fontes alternativas de
energia mostrou-se a melhor opção racional para o desenvolvimento da luminária, já que buscamos
atribuir o conceito eco eficiente a proposta, foram estudadas as características de aplicação de cada
componente da luminária, formando um modelo prático e mutável para cada condicionante, ao final
deste estudo ficou evidenciado a importância de um sistema público de iluminação eficaz e
alternativo. Com o apoio do Ministério de Minas e Energia do Brasil, através do Plano Nacional de
Eficiência no final de 2011, as cidades devem investir na melhoria dos sistema públicos de
iluminação, segundo a expectativa do Ministério é que a cada ano podemos reduzir o consumo de
energia em 9% na iluminação pública, através da troca para os sistemas mais eficientes.
5 Referências
BURATINI, MARIA PAULA T. De CASTRO, Energia, uma abordagem multidisciplinar.
Câmara brasileira do livro, SP, 2008.
COSTA, GILBERTO. J. C.. Iluminação Econômica, Cálculo e Avaliação. São Paulo:
Edipucrs, 2000.
KEELER, MARIAN. BURKE, BILL, Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis.
Porto Alegre, 2010.
GE. Manual Pratico Luminotécnico. Rio de Janeiro: GE Lighting. 1997
Site da Eletrobras <www.eletrobras.com.br>
Site da GE,<www.geiluminacao.com.br>
Site da Osram, <www.osram.com.br>
Site Energia Pura <www.energiapura.com.br>
Site da Pini Web (www.infraestruturaurbana.com.br)
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