Baixar trabalho - Painel PEMM
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Baixar trabalho - Painel PEMM
Preparação de Eletrólito por Colagem de Fita para Aplicação em Pilha a Combustível de Óxido Sólido Nicole Villalva Vilardo*, Cristiane Abrantes da Silva, Paulo Emílio Valadão de Miranda *[email protected], bolsista de IC do Projeto PEMM 14733 Laboratório de Hidrogênio – LabH2, PEMM-COPPE-UFRJ CP 68505, 21941-972, Rio de Janeiro, RJ Resumo A colagem de fitas é um dos meios mais baratos, simples e eficientes para conformar suspensões cerâmicas em lâminas finas, sendo a técnica dominante na produção de eletrólito, utilizada pelas principais companhias envolvidas no desenvolvimento de pilha a combustível de óxido sólido. A etapa mais crítica deste processo de conformação é a preparação de barbotinas com elevado teor de sólidos e elevado teor de aditivos orgânicos, tais como ligante e plastificante. Este trabalho tem como principal objetivo produzir fitas de zircônia estabilizada com 8% molar de ítria com diferentes formulações a fim de estabelecer o efeito do processamento sobre as propriedades microestruturais e, desta forma, adquirir condições necessárias para a obtenção de placas cerâmicas para atuar como suporte das pilhas. Palavras-chave: eletrólito, zircônia estabilizada com ítria, colagem de fita. Introdução Materiais e métodos A produção de placas cerâmicas densas de zircônia estabilizada com 8% molar de ítria (ZEI) com espessura variando de 10 µm a 1 mm pode ser feita por colagem de fita, que consiste numa técnica de conformação cerâmica de custo relativamente baixo [1]. O processamento de colagem de fita envolve a dispersão de um pó cerâmico em um veículo basicamente constituído de solvente, ligante e plastificante para atingir determinadas características reológicas. A seleção e o controle desses aditivos são fundamentais para um processamento bem sucedido, e conseqüentemente, a obtenção do produto final com as propriedades requeridas [2]. Neste trabalho, foram preparadas suspensões aquosas de ZEI com concentrações variadas de aditivos. As fitas obtidas foram analisadas quanto ao seu comportamento térmico (secagem e sinterização) e a relação da altura da lâmina niveladora em função da espessura da fita. A microestrutura das placas foi analisada por microscopia eletrônica de varredura (MEV) de seção transversal e de superfície. A análise de fases foi realizada por difração de raios X (DRX). As suspensões foram preparadas em duas etapas. Na primeira, o pó cerâmico de zircônia estabilizada com ítria (Fuel Cell Materials) foi cominuído por 24 horas em um moinho de bolas planetário com água desionizada e ligante (WB 4101 - Polymer Innovations, Inc.). Na segunda etapa, foi adicionado plastificante (PL005 Polymer Innovations, Inc.) e a barbotina foi homogeneizada em moinho por mais 24 horas. Em seguida, a mistura foi transferida para um béquer, adicionado anti-espumante e mantida sob agitação magnética em um dessecador à vácuo por 12 horas para a desaeração. Para a conformação das fitas foi utilizado o equipamento Tape Casting Machine TTC1200 (Mistler, Inc.), onde a barbotina foi depositada em uma esteira coletora (Mylar) aquecida em diferentes condições (Figura 1). Após a evaporação do solvente, tem-se como produto um filme flexível, que foi retirado do substrato e cortado. Posteriormente, o material cerâmico foi présinterizado a 1300°C por 6h. A Figura 2 apresenta o fluxograma das etapas fundamentais do processo. Painel PEMM 2011 – 10 e 11 de novembro de 2011 – PEMM/COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil Resultados e discussão A Tabela 1 apresenta as condições de secagem das fitas. O processo de secagem consiste na remoção dos solventes e aditivos orgânicos por meio de transporte e evaporação. Desta forma, esta etapa deve ser cuidadosamente controlada de forma a evitar a introdução de defeitos na microestrutura da placa cerâmica [3]. A partir da análise dos resultados da Tabela 1 pode-se concluir que a 1° etapa de secagem deve ser realizada a baixa temperatura e maior tempo de permanência para evitar o aparecimento de trincas e heterogeneidade microestrutural. difratogramas evidenciaram a presença da estrutura cúbica tipo fluorita como fase majoritária. A fase cúbica é desejada, pois possui maior condutividade iônica, se comparada com as com as demais formas cristalinas. Figura 3 – Difratogramas do pó cerâmico de ZEI e da fita sinterizada. Figura 1 – Foto de uma fita após deposição. Na Figura 4 tem-se a micrografia da superfície da fita sinterizada, onde é possível constatar elevado grau de densificação. Evidenciam-se também poros nas regiões inter e intragranulares. Cabe ressaltar, que maiores temperaturas de sinterização são necessárias para promover maior densificação e conseqüentemente o fechamento dos poros remanescentes. Figura 4 – Imagem de MEV da superfície da fita sinterizada. Conclusões Figura 2 – Fluxograma das etapas do processo de colagem de fita. Tabela 1: Condições de secagem Secagem Amostra Comentários 1° etapa 2° etapa 40°C 70°C Tp1 Poros 48h 24h 80°C 55°C Tp2 Trincas 24h 48h 40°C 70°C Tp3 Heterogêneo 24h 48h A Figura 3 apresenta os difratogramas de raios X do pó cerâmico de ZEI e da fita sinterizada. Os Considerando os dados obtidos, pode-se concluir que é possível conformar cerâmicas densas utilizando a técnica de colagem de fitas. Este estudo preliminar evidenciou que as condições de tratamento térmico estão diretamente relacionadas à microestrutura da placa cerâmica. Portanto, o estudo revelou a necessidade de um maior tempo tanto na etapa de deaeração quanto de secagem. Referências [1] T. Dias, D.P.F. Souza, Revista Matéria, 13 (2008) 448. [2] D. Hotza, Cerâmica, 43 (1997) 283. [3] R.E. Mistler, E.R. Twiname, The American Ceramic Society, 2000. Painel PEMM 2011 – 10 e 11 de novembro de 2011 – PEMM/COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil