Introdução: - Revistas da Universidade Braz Cubas

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Introdução: - Revistas da Universidade Braz Cubas
Pesquisa e Ação 1 (1): 99-104, junho de 2015
Confecção de órtese articulada para tornozelo e pé de uso infantil com Policloreto
de Vinila (PVC)1
Isis Valéria de Souza Manoel
Graziele Caroline Severo dos Santos
Paloma de Oliveira da Silva2
Introdução:
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), existem no
Brasil aproximadamente um milhão e meio de pessoas com deficiências físicas que
necessitam de algum tipo de órtese (HOHMANN; CASSAPIAN, 2011).
Órteses é qualquer dispositivo aplicado externamente ao corpo que auxilia a função
ajudando na reabilitação (LIANZA, 1995).
As órteses são dispositivos utilizados para a contenção, auxílio ou facilitador das
funções das atividades da vida diária (TROMBLY, 1989).
As órteses previnem futuras deformidades nos pés e tornozelos, ajudam a corrigir ou
minimizar encurtamentos, deformidades e dificuldades na marcha. Facilita o desempenho
motor, a distribuição do peso em posição de apoio e posicionamento do pé, auxiliando
assim, a mobilidade (CURY et al., 2006).
Na fabricação de órtese são utilizados termoplásticos que facilitam a modelagem, mas
o custo desse material é elevado. No processo de construção são utilizados polímeros
apresentam o estado vítreo com temperaturas mais elevadas nesse caso o material
utilizado é o Polipropileno (PP), Policloreto de Vinila (PVC) e outros polímeros (TEIXEIRA,
2003).
O uso de matérias que facilitam a mobilidade e as atividades da vida diária é muito
utilizado em reabilitação e na construção de órteses de posicionamento (CURY et al.,
2006).
1
2
Dr. Núcio Elvino Mateus Theodório (Orientador), Ms. Adriana Lyvio Rotta (Co-orientação).
Professores do Curso Técnico em Órteses e Próteses da Universidade Braz Cubas.
Discentes do Curso Técnico em Órteses e Próteses da Universidade Braz Cubas.
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A utilização de órteses para crianças com patologias que necessitam de
uma construção de forma que os movimentos não sejam limitados e auxilie a
reabilitação (CIPRIANO; QUEIROZ, 2012).
Pesquisas mostram que o PVC traz grandes benefícios, tanto pela
versatilidade, quanto pelo baixo custo. Apresentando um ótimo resultado por
conta do custo benefício, assim como, uma nova opção de matéria prima
(CURY et al., 2006).
O PVC traz grandes benefícios como a versatilidade, baixo custo além de
ser uma nova opção de matéria prima (VILAR et al., 2013).
O PVC apresenta mais eficácia na confecção de órteses devido a
versatilidade, resistência, impermeabilidade e durabilidade, baixo custo, leve,
higiênico e maleável, e pode ser amolecido com aquecimento em água em
temperatura entre 60°C e 77° C (VILAR et al., 2013).
O processo de desenvolvimento de uma adaptação envolve alguns
aspectos, sendo eles: análise da atividade, assimilação do problema,
conhecimento dos princípios, sugestões, treino da adaptação das atividades
cotidianas com o uso da alta tecnologia ou baixo custo (HOHMANN;
CASSAPIAN, 2011).
Materiais alternativos e produtos de baixo custo vêm sendo pesquisado
desde
1970.
Os
materiais
alternativos
de
baixo
custo
usados
por
pesquisadores brasileiros eram couro, madeira, alumínio e o velcro. A partir da
década de 1990 iniciaram pesquisas do policarbonato PC e o Politereftalato de
etileno PET materiais pesquisados com intensidade até os dias atuais. Por
tanto, não houve no Brasil, a introdução de adaptações confeccionadas com
novos materiais de custo acessível. Os materiais alternativos utilizados
possivelmente apresentam qualidades e propriedades que sustentam o uso ao
longo dos anos (HOHMANN; CASSAPIAN, 2011).
O custo das órteses é fator determinante na reabilitação. Para pacientes
com pouca renda a falta desse equipamento impossibilita a evolução no
tratamento ortopédico.
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Objetivo:
Desenvolver uma órtese infantil de membro inferior de confeccionada em PVC
de cano de água.
Método:
Foi utilizado um conformador, molde positivo em gesso. Os materiais
utilizados foram fixos com velcro que foram utilizados no acabamento para o
fecho.
Com a utilização de cano de PVC foi modificado a estrutura com uso de
soprador térmico e com técnicas desenvolvidas em sala de aula foi moldada
em um molde positivo em gesso. O acabamento foi confeccionado em EVA e
com estampa de motivos infantis para ficar mais agradável.
Figura 1 – Modificação do cano em lâmina
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Figura 2- Corte do cano PVC de acordo com as medidas
Figura 3 – parte superior da órtese, revestimento interno em EVA.
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Figura 4 – Detalhe interno da órtese revestida em EVA.
Figura 5- Órtese finalizada com revestimento cosmético.
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Conclusão:
A construção da órtese articulada confeccionada em PVC mostra-se viável
para uso infantil, mas há necessidade de mais pesquisas a respeito da
resistência do material e uso em humanos.
Referências:
CURY, V. C. R; ST; FONSECA, TIRADO, M. G. A. Efeitos do uso de órtese na
mobilidade funcional de crianças com paralisia cerebral. Rev. bras. fisioter, v.
10, n. 1, p. 67-74, 2006.
CIPRIANO, M. A. B.; QUEIROZ, M. V. O. Cuidado com a criança portadora de
mielomeningocele: vivência da família. Revista da Rede de Enfermagem do
Nordeste-Rev Rene, v. 9, n. 4, 2012.
LIANZA, S. Medicina de reabilitação. Guanabara Koogan, 1995.
TROMBLY, C. A. Terapia. Terapia ocupacional para a disfunção física. 2 ed São
Paulo: Santos, 1989.
TEIXEIRA, E; S.; FRANÇOISE, N.; SANTOS, L. S. B.; SANTOS, O.; CRISTINA
M. Terapia ocupacional na reabilitação física. Editora Roca, 2003.
VILAR, K., MARTINS, E., MOREIRA, L., MILHOMEM, L., LEITE, A., OLIVEIRA,
C. A utilização de material de baixo custo para a confecção de órteses: PVC
tublar. Revista Formadores, Edição Especial. Anais Congresso Científico
2013. 6. 2013.
HOHMANN, P., CASSAPIAN, M. R. Adaptações de baixo custo: uma revisão de
literatura da utilização por terapeutas ocupacionais brasileiros. Revista de
Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, v. 22, n. 1, p. 10-18,
2011.
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