História da Arte Denise Dalle Vedove

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História da Arte Denise Dalle Vedove
GRÉCIA
História da Arte
Denise Dalle Vedove
O EGEU
Se navegarmos o delta do Nilo e cruzarmos o
Mediterrâneo em direção noroeste, nosso
primeiro relance da Europa será a extremidade
oriental de Creta. Mais além, encontramos um
pequeno grupo de ilhas dispersas, as Cidades, e,
um pouco mais adiante, o continente grego
voltado para a costa da Ásia Menor, localizado do
outro lado do mar Egeu. Para os arqueólogos,
“Egeu” não é apenas um termo geográfico;
adotaram-no para designar as civilizações que
floresceram nessa área durante o terceiro e
segundos milênios a.C., antes do
desenvolvimento da civilização grega
propriamente dita. Existem três, intimamente
Relacionadas, embora distintas entre si: a de
Creta , chamada minóica devido ao lendário
rei cretense Minos; a das pequenas ilhas ao
norte de Creta (Cicladense), e a do continente
grego (heládica). Cada uma delas foi, por sua
vez, dividida em três fases: Antiga, Média e
Recente, que correspondem, de forma muito
aproximada, ao Antigo, Médio e Novo
Impérios do Egito. Os remanescentes mais
importantes e as maiores realizações artísticas
datam da última parte da Fase Média e da
Fase Recente.
Arte Cicladense
O povo que habitava as Ilhas Cíclades entre cerca
de 2600 e 1100 a.C. quase não deixou vestígios,
além de seus modestos túmulos de pedra. As
coisas que enterravam junto com os seus mortos
são admiráveis em apenas um aspecto: incluem
um grande número de ídolos de mármore, de um
tipo particularmente interessante. Quase todos
representam a figura de um nu feminino em pé,
com os braços cruzados à altura do tórax,
supostamente a deusa-mãe da fertilidade, que já
conhecemos na Ásia Menor e do antigo Oriente
Próximo, cuja linhagem remonta ao Paleolítico.
Também compartilham uma forma característica
que, à primeira vista, faz lembrar as
qualidades angulosas e abstratas de escultura
primitiva: o formato sem relevos e cuneiforme
do corpo, o pescoço e em forma de coluna e o
escudo oval e inclinado do rosto, onde o único
traço marcante é o nariz alongado e em forma
de crista.
Ídolo cicládico, de Amorgos
Arte Minóica
A arte minóica é sem dúvida a mais rica, bem como a
mais estranha, do mundo egeu. O caráter da arte
minóica, que é alegre, até mesmo brincalhão, e cheio
de movimento rítmico apareceu e desapareceu tão
abruptamente que seu destino deve ter sido
determinado por forças externas sobre as quais, pouco
ou nada sabemos.
A primeira dessas mudanças inesperadas ocorreu por
volta de 2000 a.C., quando os cretenses criaram não
apenas o seu próprio sistema de escrita, mas também
uma civilização urbana, centrada em vários grandes
palácios. Pelo menos três deles, Cnosso (Palácio de
Minos), Festo e Mália.
* As paredes de seus palácios eram decoradas com pinturas, onde constava guerreiros,
cenas de caça e desfiles de carros.
Além das cores aplicadas sobre
elementos arquitetônicos, as
colunas possuem uma forma
peculiar de fuste, pois iniciam
estreitos junto à base e vão se
alargando à medida que atingem
o capitel.
Muito da decoração seguia cenas da
natureza que mostravam animais e
pássaros em meio a uma vegetação
luxuriante. A vida marinha (como
pode ser visto no afresco com o
peixe e o golfinho) era também um
dos temas favoritos da pintura
minóica.
O Afresco do toureiro, o maior e mais
dinâmico dos murais minóicos até hoje
recuperados. O que vemos não é uma
tourada, mas um jogo ritual em que os
participantes saltam sobre as costas do
animal. Dois dos atletas de cintura
esbelta são mulheres, diferenciadas pela
cor da pele mais clara. O touro era um
animal sagrado. Cenas como essa ainda
ecoam na lenda grega dos jovens e
virgens sacrificados ao Minotauro.
A técnica na pintura mostra uma
influência egípcia, decorrente das
relações comerciais. As convenções
estilísticas têm certa similitude: olhos
de frente em uma cabeça de perfil,
ancas ainda mais estreitas e ombros
ainda mais largos. As cores possuem
convenções simples: o homem é
vermelho e a mulher branca.
Arte Micênica
O período da arte micênica inicia-se por volta de
1400 a.C., época em que se acredita ter sido
destruído o palácio de Cnossos, chegando ao fim
por volta de 1100 a.C., quando da invasão dórica
da Grécia.
( Dórica relativo ao Dórios, povos provenientes
da região danubiana, que se instalaram na
Grécia, na região do Peloponeso, fundando a
cidade de Esparta).
Máscara do
guerreiro
barbado,
conhecida
como
"máscara de
Agamemnon
", ouro,
1.580-1.500
a.C.
Entretanto, começaram
subitamente a enterrar seus
mortos em túmulos em forma
de túneis profundos e, um
pouco mais tarde, em câmaras
cônicas de pedra, conhecida
como túmulos em forma de
colméia.
• Arquitetura
• A arquitetura demonstra as maiores
características dos micênicos, um povo
de guerreiros. Suas principais
construções são as muralhas e o tholos.
Os aqueus eram povos guerreiros e
agressivos. Sua realidade era muito
diferente da cretense. Seus palácios, ao
contrário dos cretenses, eram fortalezas
construídas verticalmente.
O tholos é uma tumba dedicada às sepulturas
reais. O tholos é construído escavando-se
uma colina e dispondo grandes pedras em
círculos concêntricos e sobrepostos formando
um ambiente em forma de cone que é
totalmente fechado e coberto de terra,
reconstruindo a colina originária.
Um corredor, entre duas paredes de pedra,
conduz à tumba. No interior, num pequeno
cômodo escavado junto ao grande vão com a
cúpula, era colocado o sarcófago real.
• As muralhas das cidades pertencem à última
fase de sua história, quando aumentaram as
ameaças externas. As muralhas de Tirinto e
Micenas tinham uma espessura entre seis e
oito metros. Em Micenas o ingresso era feito
através da Porta dos Leões.
• A Porta dos Leões é um bastião construído
com quatro rochas maciças que formam uma
soleira, umbrais e arquitrave. Da porta parte
uma escadaria que alcança o palácio real,
construído em terraços escavados na rocha.
Uma dessas fortalezas foi
considerada pelos gregos
como obra dos Cíclopes e
possuia dois leões esculpidos
na entrada.
A monumentalidade dessa
entrada, chamada "PORTA
DOS LEÕES", sugere os
valores principais desta
civilização:
* A Força e a Agressividade.
Escultura
A escultura não se desenvolveu muito,
e a grande estatuária foi totalmente
ausente. O marfim era muito usado.
Algumas estatuetas de marfim, entre as
quais o famoso grupo com duas
mulheres e um menino encontrado em
Micenas são os exemplos mais
importantes.
A civilização micênica imitou muito de
longe a arte cretense, mas a sua
arquitetura apresentou traços próprios:
* Construções longas e retangulares;
* Caráter de monumentalidade com tom
militar nas suas construções com cidades
amuralhadas.
Pintura
Os afrescos micênicos, embora tenham
um estilo bastante semelhante ao dos
cretenses mostram algumas diferenças
como a presença da figura de guerreiros
e heróis e cenas de caça, além das
figuras femininas.
Espadas e vasos micênicos
Acrópole de Atenas.
• A Grécia antiga foi uma civilização que se
desenvolveu na região da atual Grécia, na
península Balcânica e nas ilhas vizinhas. O
florescimento dessa civilização manifestou-se na
expansão de suas cidades, e na exuberância e
força de sua cultura. Terra onde nasceu a Filosofia
e a democracia, podemos nos reportar à Grécia
não apenas por sua circunscrição geográfica, mas
também por sua maneira específica de pensar a
beleza e a ética. O ideário artístico grego é de
imprescindível compreensão, pois parece
proporcionar um padrão estético ou gosto grego
sobre o que é belo, que nos influencia até hoje.
A Grécia Antiga alcançou um notável
desenvolvimento artístico e cultural. A arte grega
é uma arte antropocêntrica ( que considera o
homem como o centro ou a medida do universo,
sendo-lhe por isso destinadas todas as coisas),
exprimindo valores de equilíbrio, harmonia,
ordem, proporção e medida, sendo empenhada
em exaltar a beleza e o calor da vida humana,
não o mundo além-túmulo.
Nessa arte, é condenado o mistério. Os artistas
gregos não estavam sujeitos às limitações
impostas pelos sacerdotes e reis, como na
maioria das civilizações orientais, e tiraram
suas idéias da filosofia racionalista
(referente a racionalismo; método de
observar as coisas baseado exclusivamente
na razão, considerada como única
autoridade quanto à maneiraded pensar
e/ou de agir.) e humanista ( partidário do
humanismo; doutrina ou atitude que se
situa expressamente numa perspectiva
antropocêntrica.) dominante.
Santuário de Delfos
A arte grega não estava voltada somente
para a estética ( beleza física ou plástica; na
filosofia, o estudo racional do belo.), pois
tinha como meta prioritária o orgulho do
povo por sua cidade. Desta forma, a arte
era também uma expressão da vida política
dos cidadãos.
A busca do equilíbrio , a forma de pensar e
filosofar e a valorização do humanismo
foram, de certa forma, a fonte de toda
cultura ocidental.
A arte grega deve seus procedimentos iniciais à
influência egípcia, estando essas duas
expressões artísticas ligadas também pela arte
minóica ou cretense. No breve período de
reinado de Aknaton, ou Amenófis IV, da 18ª
dinastia houve um hiato em que rígidos cânones
foram rompidos e a cultura egípcia abriu-se para
a influência externa. Parte dessa influência foi
advinda da elegante arte minóica, que também
compõe as bases da arte grega.
Para estudar essa arte, à qual devemos toda a
história da arte ocidental subsequente,
Costumamos dividi-la em sete fases. Dessas, as
mais importantes são a Geométrica, a Arcaica, a
Clássica e a Helênica.
Nas descrições abaixo, estão destacadas:
- Proto história. É quando a arte grega sofre
influência clara da arte Cicládica (das ilhas
Ciclades), de 2800-2000 a.C; da arte cretense,
cerca de 2100-1450 a.C, e da micênica, entre
1700-1220 a.C.
- Medievo helênico, (1200-900 a.C.) Nele, a
produção artística, empobrecida pelo
desaparecimento dos palácios-cidades, conduziu
a uma nova maneira de pensar a cerâmica e a
modelagem, no que foi impulsionada pelo
surgimento dos núcleos urbanos e do comércio.
- Geométrica ( cerca de 900-700 a.C.). Primeira
fase marcante da arte grega, quando se pensa e
ressurgimento da escultura e sua variação de
suportes. Tanto essa nova escultura quanto a
arquitetura eram marcadas pelo rigor
geométrico. A esse período corresponde um
sistema de ornamentação pictórica presente
sobretudo em utilitários, como vasos e ânforas,
que tinham motivos abstratos.
- Orientalizante ( 700-610 a.C.). Uma extensão da
arte geométrica dada pelo contato com as
culturas do Oriente mediterrâneo, Anatólio e
Mesopotâmico. Dá início ao que conhece por
Magna Grécia, com o despertar de um
pensamento estético helênico ( referente a
Heleno, nome atribuído aos gregos na
Antiguidade Clássica).
- Arcaica (cerca de 610-490 a.C.) é fortemente
marcado pelos modelos da escultura egípcia e
da pintura ornamental minóica.
Desse momento, provém os exemplos dos
Kouros ( figuras masculinas nuas feitas em
pedra) estatuas celebrativas de atletas
vencedores de jogos ou de guerreiros mortos.
As figuras eram totalmente simétricas e
retratadas em posição estática frontal.
Apresentavam os cabelos geometrizados, os
braços estendidos ao lado do corpo, as mãos
fechadas, um pé à frente do outro e o abdome
definido; os lábios esboçam um leve sorriso, que
é denominado sorriso arcaico.
A escultura feminina era chamada Korí
e quando tinha a função de coluna na
arquitetura recebia o nome de
cariátide.
As cariátides no
pórtico do templo
em homenagem a
Atena e Poseidon.
- Período Severo – Em linhas gerais esta fase se
caracteriza por u m progressivo incremento no
dinamismo das figuras, os braços ganham em
liberdade, o torso se flexibiliza e há maior
detalhamento e suavização da anatomia. O
modelado da cabeça se harmoniza com o do
corpo, os detalhes são reduzidos a um mínimo
com ênfase nos traços anatômicos principais,
o sorriso arcaico tende a ser substituído por
uma expressão séria e distante, e aparecem
representações mais verossímeis da velhice.
Nesta fase é formulado o chamado perfil grego,
unindo a testa e o nariz em uma linha retilínea, e
o bronze começa a se tornar um material de uso
frequente.
Indicativo dos progressos do período é o Efeso
de Kritios, dos primeiros exemplos a mostrar
uma sugestão de contraposto, um movimento
nas ancas que surge quando a figura se apóia em
uma das pernas enquanto a outra se encontra
em repouso.
Jovem de Krítios, estátua encontrada entre os
escombros persas na Acrópole, que deve ter
sido feita pouco antes de 480ª.C. Esta figura,
“o primeiro belo nu na arte”, pertence a um
um do mundo quadrangular e frontal, com o
peso do corpo distribuído de forma desigual
sobre as pernas rígidas. O jovem parece dar
novos rumos à escultura grega, que parte em
busca de um ideal de beleza humana e divina,
baseada na natureza mas disciplinada pela
perfeição da simetria, proporções e equilíbrio.
Efeso,
Kritios
Poseidon ( Zeus ?)
Bronze de
Artemizion
A estabilidade em meio à
ação é magnificamente
obtida no bronze Poseidon
ou Zeus, uma estátua em
tamanho maior que o
natural, a postura é a de um
atleta, é um gesto que
impõe respeito e revela o
poder do deus. Aqui, o
arremesso de uma arma é
um atributo divino e não um
gesto de guerra.
Versões
diferentes
do
Doríforo
Bronzes
de Riaci
Apolo
de
Olímpia
- Período Clássico ( 490- 323 a.C.) Iniciada e
encerrada com grandes acontecimentos para a
história da cultura grega, a guerra do Poleponeso
e a morte de Alexandre, o grande, eese
momento da história grega traz os exemplos
máximos da arte e da arquitetura.
Além do Parthenon, a sedimentação do período
clássico traz os corpos humanos representados
de forma a revelar os contornos da estrutura
interna ( a visão dos ossos da costela sob a pela,
por exemplo), a delicadeza do caimento dos
panos (chamados panejament) sobre a pele, e
Também a expressão contida e elegante com a qual nos
acostumamos a categorizar a beleza clássica.
Uma obra do período clássico grego dificilmente
mostrará rostos e corpos com defeito, distorcidos ou
pouco proporcionais. Ao contrário, a preocupação era
atingir a perfeição e o equilíbrio, ou seja, é uma arte
idealista.
Os artistas conseguiram retratar o corpo humano em
posições variadas, superando totalmente a imobilidade
do período arcaico e exibindo o corpo humano em
proporções perfeitas e movimentos inéditos na arte.
Leocarés
Apolo de
Belvedere
Fídias- Dionísio
Pintura e Cerâmica
A pintura era muito utilizada em cerâmica, com
uma forte decoração linear ou de figuras
geometrizadas, notando-se a ausência de
paisagens. Seus temas eram os feitos dos deuses
e semideuses e amores olímpicos. Encontram-se
também jogos atléticos, de funerais e de carros
de corrida, destacando-se pela liberdade de
inspiração, observações anatômicas,
combinando de uma forma engenhosa as quatro
cores clássicas: preto, amarelo, branco e
vermelho.
Dentre os maiores representantes da pintura
grega destacam-se Zeuxis e Apeles.
A indústria de cerâmica, que teve seus principais
centros em Atenas e Corinto, funcionou sob a
pressão das exigências dos mercados internos e
externos comportando uma grande variedade
de objetos utilizados como recipientes de vinho,
azeite, mel e perfumes. As proporções dos vasos
eram calculadas com o mesmo requinte que as
do Parthenon, não sendo sua qualidade artística
a técnica, mas sim a forma, perfil puro e
elegante dado a um material maleável.
Arquitetura
Dos edifícios da arquitetura grega, os Templos
foram os mais importantes. Apesar de toda a sua
excelência artística, são uma das formas
estruturais mais simples, não concebidos para
receber multidões. Os cultos eram realizados na
parte externa, muito mais importante do que o
interior, cujo acesso era exclusivo aos sacerdotes
e onde era colocada a estátua do deus protetor
da cidade.
Os templos eram construídos sobre uma
plataforma de dois ou três degraus, denominada
estereóbato, que junto às colunas formam a
parte sustentadora , determinando a ordem
arquitetônica. Apesar da ordem dórica ser a
mais popular, fazendo uso de uma coluna mais
pesada e fortemente estriada, destaca-se
também a ordem jônica, que possui colunas mais
delgadas, com ligeiro estriamento. No séc. V a.C.
surgiu o estilo corintio, mais ornamentado, na
procura de enriquecer a ordem jônica.
O ápice da arquitetura grega, deu-se após as
guerras Médicas, quando Péricles convocou o
escultor Fídias para a reconstrução de Atenas,
destruída pelos Persas. Um dos mais belos
monumentos construídos foi a Acrópole ,
destacando-se o Parthenon; o Erectheion,
dedicado a Erecteus, rei mítico de Atenas que,
possuia o pórtico das Cariátides, com o teto
sustentado por seis estátuas de jovens, em vez
de colunas; e o Templo de Atena Nikê, deusa
alada da vitória que representava a guerra dos
gregos contra os persas.
- Período Helenístico ( 323-31 a.C.). O período
conhecido como Helênico é aquele de difusão
do gosto dos gregos por todo o mundo
dominado, primeiro pelos macedônios e depois
pelos romanos.
No Helenístico vemos uma tendência à
teatralidade exacerbada na escultura grega
representativa. A dramaticidade se manifesta
por todo o corpo ( nas faces, nas mãos), como se
devesse nos convencer de suas ações e de seus
pensamentos.
Laocoonte
e seus
filhos
Esse período finda-se ao tempo da ascenção
do imperador Augusto em Roma e da
miscigenação das linguagens. Pensa-se numa
extinção da grande arte grega, mas essa já se
encontrava há muito dispersa pelo mundo,
desde que a própria elite ateniense fora
deslocada para o Egito ptolomaico, sobretudo
para Alexandria.
Míron. O
discóbolo
, 450 a.c
As figuras apresentavam além do movimento,
emoção. É desse período a obra Lacoonte e seus
filhos (Antiphantes e Thymbraeus), a escultura
representa uma cena dramática baseada na
história mitológica da Guerra de Tróia, que relata
a luta entre gregos e troianos, na qual gregos
presenteiam os troianos com um enorme cavalo
como reconhecimento de sua vitória. Porém,
dentro do cavalo há um exército de gregos que
invadem e dominam a cidade, vencendo
finalmente o duradouro combate. Lacoonte, que
era um sacerdote troiano, avisou seu povo para
não aceitar o cavalo oferecido pelos gregos,
porém, os deuses que desejavam a destruição
de Tróia, ao perceberem que Lacoonte
poderia atrapalhar o plano, enviaram duas
serpentes para matar o sacerdote e seus dois
filhos.
Entre as esculturas mais famosas estão: A
Vênus de Milo, Vitória de Samotrácia e Apolo
de Belvedere.
Vênus de Milo
séc. II a.c. Museu do Louvre
Cópia romana da
Afrodite de
Cápua, de Lisipo.
O original grego
data do século IV
a.c. Altura: 2,10m.
Museu
Arqueológico
Nacional, Nápoles
Vênus para os romanos, e Afrodite para os
gregos, são os nomes atribuídos à deusa do
amor. A Vênus de Milo foi encontrada em 1820
na ilha de Melos na Grécia. Diferentemente das
cariátides – que serviam como colunas, tinham
uma postura rígida e trajavam vestidos – essa
escultura apresenta um movimento suave
conferido pela sua postura, em que o peso do
corpo está apoiado na perna direita, a cintura
torcida e o ombro esquerdo levantado. Seu
corpo é coberto por um tecido do quadril para
baixo, exibindo metade do corpo em uma pose
sensual.
A escultura Vitória de Samotrácia foi
encontrada em 1863 na ilha de mesmo
nome e acredita-se que era a decoração
da proa de uma embarcação.Ela
representa Atena Nike, que é a deusa da
vitória. Mesmo sem a cabeça, a obra
surpreende pela beleza das formas, pelo
drapeado da roupa e a leveza das asas.
A deusa da vitória que acabou de pousar na
proa de um navio de guerra; suas grandes asas
têm uma grande abertura, e ela ainda se
mantém parcialmente no ar graças ao forte
vento contrário. Não se trata simplesmente
uma relação entre a estátua e o espaço que o
escultor imaginou-a ocupando, mas sim de uma
interdependência mais ativa do que tudo o que
já vimos antes. A Vitória faz jus à sua fama de
obra máxima da escultura helenística.
Leocarés
Apolo de
Belvedere
Apolo é uma escultura de mármore de 2,5 m
de altura e representa o deus da beleza e
juventude no momento em que lança uma
flecha para matar a serpente Píton. A obra foi
encontrada faltando parte dos dois braços,
mas foi restaurada durante o Renascimento.
O cuidado com as proporções humanas em
todas as esculturas revela o ideal grego de
perfeição e beleza.
A maioria das obras gregas foi perdida, as que
chegaram até nós são cópias romanas feitas a
partir dor originais.
Gaulês moribundo
Uma antiga cópia em mármore de uma das várias
estátuas de bronze destinadas por Àtalo I, de Pérgamo,
pouco antes de 200 a.c., à comemoração de sua vitória
sobre os invasores gauleses. O colar de ouro no pescoço
é outro traço característico celta. Po r outro lado
entretanto, o gaulês compartilha a nudez heróica dos
guerreiros gregos, e se sua agonia parece infinitamente
mais realista, tem também uma dignidade considerável.
“Eles sabiam morrer, por mais bárbaros que fossem”, é
o pensamento que a estátua nos passa.
Incapaz de mover as pernas, o gaulês coloca toda a sua
força debilitada nos braços, como se tenteasse evitar
que algum peso extraordinário e invisível o esmagasse
contra o solo.
Relevo Funerário
Mercúrio
Augusto Pio
Clementino
Kratera
Derveni
Velha bêbada,
190 a.c.
Diana
caçadora
Escravo afiando faca
Fauno
Barberini
O rapto Gianbologna
Afrodite dormindo
Com as conquistas de Alexandre Magno, houve grandes
transformações no mundo grego. A arquitetura, pintura
e escultura gregas nada ganharam, uma vez que os
artistas helenísticos desprezaram a noção de equilíbrio
e harmonia, traços marcantes da arte helênica,
preocupando-se em dominar um realismo exagerado e
sensacionalista.
Na arquitetura, a suavidade dos templos gregos cedeu
lugar à construção de suntuosos palácios e casas
espaçosas e confortáveis, bem como edifícios
burocráticos que simbolizavam a riqueza e o poder,
refletindo o sentimento individualista do período. Um
exemplo desse exagero é o farol de alexandria com
120 metros de altura, tendo no topo oito colunas para
sustentar a luz.
Resquícios
do farol de
Alexandria
Os escultores da época helenística julgavam-se
na obrigação de exprimir a ação e o movimento,
forçando dessa forma a atenção do expectador,
em um caráter quase teatral, mostrando-se
estravagante, sentimental e algumas vezes até
grotesca.
A pintura conheceu durante a fase helenística
um período de grande prosperidade. Os
pintores dessa época deram preferência a temas
trágicos e emocionantes: descreveram uma
tensão chegada ao espírito de morbidez. Seu
maior nome foi Apeles.

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