SERRA DE S. MACÁRIO A Serra de S. Macário, parte integrante do
Transcrição
SERRA DE S. MACÁRIO A Serra de S. Macário, parte integrante do
SERRA DE S. MACÁRIO A Serra de S. Macário, parte integrante do Maciço da Gralheira, é constituída por vários montes, entre eles o que dá nome a toda a serra e seu ponto mais elevado, o Monte de S. Macário, situado nos confins das freguesias de Sul e S. Martinho das Moitas, no Concelho de S. Pedro do Sul. A tradição antiga liga este monte ao culto de S. Macário. A romaria a São Macário é a romaria mais típica da região. A capela ou Ermida de S. Macário de Baixo foi mandada edificar em 1769 pelo Abade Dr. João de Melo Abreu Falcão que paroquiou a freguesia de Sul durante mais de 40 anos e faleceu em S. Pedro do Sul a 6 de Janeiro de 1795. A capela foi construída junto a uma gruta onde, segundo a tradição, teria vivido o penitente e glorioso São Macário. A licença para benzer a Capela foi dada pelo Provisor Doutor Agostinho Nunes de Sousa, sede vacante, ao Reverendo Doutor Francisco Martins de Figueiredo, natural de Nodar, freguesia de S. Martinho das Moitas e residente em Aldeia freguesia de Sul. Tanto a Ermida como Casa do Ermitão foram construídas em terreno que a Câmara do concelho de Sul aflorou ao Abade Doutor João de Melo. Em 1894 o Abade Agostinho Rocha, de Adopisco, registou a capela e terreno anexo na Conservatória do Registo Predial de S. P. do Sul em nome de Abadia de Sul. O terreno registado mede de Norte a Sul 97.80 metros e de Nascente a Poente, 74.80 metros. Da capela passa-se através de uma galeria natural para a gruta a que dão o nome de Nicho e onde se venera a imagem de S. Macário em atitude penitente. Os romeiros para atravessarem essa galeria têm de ir de gatas. O alto de S. Macário fica a 1053 metros de altitude. É um miradouro de onde se descortinam largos horizontes, surpreendentes panoramas, belas paisagens, principalmente no Vale de Sul e do Vouga. Dali se pode avistar, em dias claros a Torre dos Clérigos do Porto. Vê - se bem a Serra da Estrela, do Montemuro, do Caramulo, das Talhadas, a Serra da Mó de Arouca, a Senhora da Ouvida para lá de Castro Daire, parte da cidade de Viseu, etc. Há lá agora uma torre de vigia feita pelos Serviços Florestais, que diga-se de passagem, muito tem contribuído para que a Serra de São Macário se torne mais conhecida pelas vias de acesso já feitas e em construção. O Nascer do sol é um espectáculo deslumbrante, muitos romeiros querem chegar ao cimo do alto, ainda de madrugada, para poderem contemplar este espectáculo. O jornalista e escritor Guerra Maio que frequentou as termas de S. Pedro do Sul, conta no seu livro “ Portugal Desconhecido” no capítulo “ Serra de São Macário” que se deslocou uma vez lá ao alto da serra, a convite de velho Pombal, de Sul, para contemplar este espectáculo. Vale a pena experimentar. À romaria de São Macário iam as ladainhas de Sul, Covas do Rio, Gafanhão e S. Martinho das Moitas. A de Sul saía, pela manhã, da igreja paroquial, no fim da Missa. Nela se incorporavam até ao cimo da povoação de Sul os que não tinham ido de madrugada com o Rancho, mas tencionavam ir ainda agora à romaria e também os que se limitavam a tomar parte naquele acto religioso apenas parcialmente. De Sul até ao S. Macário iam à vontade, levando o Juiz da Igreja a Cruz coberta com a capa. Só depois de chegarem à Capela de Baixo e sendo cerca de 10 horas é que a Ladainha tornava a formar e dava 3 voltas à Capela, seguindo-se a Missa. O Rancho de S. Macário, era constituído pela mocidade das povoações de Oliveira e Aveloso que, pelas três horas da madrugada se juntava no Largo do Espírito Santo, congregados pelo toque do sino da capela e com alegres cantares ao som da viola ou da harmónica, lá se dirigiam eufóricos para a romaria de São Macário, não se esquecendo de, à passagem pela fraga casamenteira, lá arremessaram uma pedra, no meio da hilaridade de todos. No regresso vinham novamente todos juntos até Oliveira. Os que ficavam em casa e não iam à romaria, iam ao menos ao São Macário de Baixo. Ir ao S. Macário de Baixo queria dizer, ir dar um passeio até ao Largo do Espírito Santo, ver passar os romeiros ou tomar lá um capilé. A garotada, impaciente, porque tardava os doces que lhes haviam de trazer os que iam à romaria.