Abril - Gazeta Valeparaibana
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Ano I educação, cultura e meio ambiente Edição 04 ABRIL 2008 1985 2008 Página 4 - DIA DA MENTIRA - DIA MUNDIAL DA SAÚDE - DIA DO BEIJO - DIA DO HINO NACIONAL BRASILEIRO - DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL - DIA DO INDIO - DIA DE TIRADENTES - DIA FUNDAÇÃO DE BRASÍLIA - DIA DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL - DIA DE SÃO JORGE 01 ABRIL 07 ABRIL 13 ABRIL 13 ABRIL 18 ABRIL 19 ABRIL 21 ABRIL 21 ABRIL 22 ABRIL 23 ABRIL Página 5 Página 12 INSCREVA SUA ESCOLA. PARTICIPE! < [email protected] “ Uma Janela Para o Mundo “ www.gazetavaleparaibana.com > Conheça o projeto EDUCAR (normas, objetivos, carta de orientação, etc.) . No site www.gazetavaleparaibana.com acesse < Projeto Educar >. DIVULGUE - PARTICIPE - PATROCÍNE - INSENTIVE VEJA PÁGINA 15 - Budismo—Dalai-Lama—China—Tibet ABRIL 2008 Gazeta Valeparaibana Página 2 RESERVADO www.gazetavaleparaibana.com Editor Responsável: João Filipe Frade de Sousa [email protected] Dept°.Jurídico [email protected] Redação e Edição [email protected] Dept°.Social e de Educação [email protected] Marketing e Merchandising [email protected] Para anunciar [email protected] SAC.: 0xx12 - 3902.4434 - 9114.3431 Diagramação e Artes Gráficas: www.redevalecomunicacoes.com Web Designer www.jandradeconsultoria.com.br Impressão Artes Gráficas Guaru, Ltda. contatos: [email protected] Fone: (11) 6431.6658 ou 9326.7922 As matérias e artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, não expressando necessariamente a opinião deste Jornal, que tem por lema informar, educar e transmitir opiniões; Bem como os anúncios e patrocínios, em seus conteúdos e fins, são de inteira responsabilidade das Empresas Anunciantes. Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço sideral mas não o nosso próprio espaço. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar. Construímos maiores computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos. Estamos na era do “fast-food” e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias. Esta é a era dos dois empregos, vários divórcios, casa chiques e lares despedaçados. Esta é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas “mágicas”. Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa. Lembre-se de passar mais tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado. George Carlin www.redevalecomunicacoes.com Internacional Raio de Sol Amor, Amizade, Companhia. www.internacionalraiodesol.com Numa visita a um hospital psiquiátrico, um dos visitantes perguntou ao Diretor: - Qual o critério vocês usam para saber quem precisa ser internado? - Nós enchemos uma banheira com água e damos ao paciente, uma colher, um copo e um balde e pedimos que ele esvazie a banheira. De acordo com a forma como ele decida realizar a missão nós decidimos se o hospitalizamos ou não. - Entendi, uma pessoa normal usaria o balde, que é maior que o copo e a colher. - NÃO, - respondeu o Diretor - uma pessoa normal tiraria a tampa do ralo... O que o Senhor prefere? - Quarto Particular ou Enfermaria?... Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk A “JUCESP”, Junta Comercial do Estado de São Paulo, é uma instituição subordinada à Secretaria da Fazenda, órgão do Governo do Estado de São Paulo e suas atividades de registro das Empresas Mercantis e Atividades Afins são reguladas, pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC) pertencente ao Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior. Compete ainda à JUCESP, a expedição de certidões, Ofícios Judiciais, cópias reprográficas de documentos, Fichas Cadastrais e atividades referentes aos Armazéns Gerais, Leiloeiros, Tradutores Públicos e Intérpretes Comerciais, Autenticação e Registro de Livros Mercantis. A JUCESP é um órgão de registro, ou seja, exerce função de cartório, dando fé pública e publicidade aos documentos nela registrados. Cabe á JUCESP fazer o exame das formalidades, com base na Lei nº 8.934, de 18 de Novembro de 1994 e Decreto nº 1.800, de 30 de Janeiro de 1996. Porém, nos casos de tradutores públicos e intérpretes comerciais, leiloeiros oficiais e armazéns gerais a junta exerce efetiva função de fiscalização. A competência da JUCESP estadual, subordinado administrativamente à Secretaria da Fazenda, ao Governo do Estado de São Paulo e, tecnicamente, ao Departamento Nacional do Registro do Comércio - DNRC, do Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior. Conforme E-mail recebido, a JUCESP está disponibilizando o “Manual de Procedimentos”, com o qual é possível sanear possíveis dúvidas dos procedimentos dos atos da Junta. Acesse: www.jucesp.sp.gov.br e as informações disponíveis possuem link direto, apresentando modelos que irão ajudar no entendimento. PROXIMA EDIÇÃO “A descentralização da JUCESP” Matéria cedida pelo Dr. Cláudio Henrique Mendonça da JUCESP - São José dos Campos - SP Cultura - Conhecimento - Educação - Cidadania Brasil! - Como vamos e para onde vamos. Tribuna Popular Tire suas dúvidas, conheça seus direitos, denuncie, use nosso serviço gratuito. “Tribuna Popular” [email protected] QUERO A NA MINHA CASA! A campanha de assinaturas se torna necessária para que este projeto chegue aos mais necessitados. Adote uma Escola Pública, fazendo a sua assinatura. Apenas R$.: 48,00 Assinatura Anual LIGUE 0xx12 - 3902.7629 ou 9114.3431 Também pode enviar sua solicitação pelo site e pelo E-mail: [email protected] informando seu nome completo, endereço e telefone. Uma Escola a mais terá acesso a este jornal Amigo Leitor, Divulgue para seus amigos e colegas. CONSEGUINDO dez assinaturas da Gazeta Valeparaibana, você leitor recebe o jornal gratuitamente em sua casa durante 1 (hum)ano D’Ávila & Boechat Advogados 0xx12 - 3942.1201 Rua 1º de Maio, nº. 31 Cep.: 12215-230 São José dos Campos -SP ABRIL 2008 Gazeta Valeparaibana Página 3 As Energias do Ano de 2008 ENERGIAS PARA 2008 Por: Maria Silvia Oriovas [email protected] Todo o ano, faço um mergulho para entender as energias que irão nos reger no ano, porque gosto de me preparar para as novidades. Claro que essas questões devem ser abordadas com muito respeito e atenção porque para cada um de nós as afirmações generalizadas podem fazer maior ou menor sentido dependendo da fase da vida que cada um está atravessando. Assim quando os estudiosos da Cabala e da Astrologia definem que MARTE será o regente de 2008, dirigem o pensamento global para um arquétipo do guerreiro, o que pode assustar muita gente num tempo em que a violência perturba a harmonia geral. Mas, frente a essa questão não podemos deixar de pensar que desde que o mundo é mundo enfrentamos esse tipo de energia. Conquistas, expansão de uma nação, expansão de um conhecimento naturalmente engloba o declínio do antigo poder. Acredito, porém que caminhando junto com os valores espirituais da nova era devemos nos fixar no lado luz de tudo isso. Sim, porque Marte também é luz, ainda que este planeta bem semelhante á Terra já tenha suscitado estudos de que um dia acolheu vida inteligente igual á nossa e que hoje ofereça apenas seu solo árido e sua atmosfera não respirável a nós humanos, arque tipicamente Marte é a força, o impulso, a energia de iniciar projetos. Uma vez, uma antiga astróloga me ensinou que devemos sempre pensar em como usar nossos potenciais e não apenas acreditar nas profecias. Se tenho uma influência positiva de Marte, por exemplo, 2008 pode ser um ano de abrir espaço na vida para novas oportunidades e ter coragem de ousar ser melhor, diferente do que já fiz no passado. Ela dizia que um açougueiro e um cirurgião podem ter um mesmo aspecto no mapa natal dizendo de sua habilidade em mexer com a vida. Um salva e outro faz dela alimento. Será que está errada a profissão escolhida por esses homens? Não, apenas cada um escolheu como usar sua energia. Tudo isso dentro de sua criação e de suas possibilidades. Neste ano que se passou fazendo um estudo comparativo das religiões percebi o quanto somos preconceituosos com coisas que não conhecemos. A ignorância gera preconceito. Para entender Marte como um regente positivo desta energia de guerra que é articular, pensar positivamente e com disciplina para aproveitar sua força e implementar nossos projetos já que, na vida, não basta sonhar é preciso agir. E esta ação depende de você e de escolhas luminosas que você deve fazer. Neste caso, Marte oferece a coragem do guerreiro, o impulso do lutador, a vontade de conquistar algo mais e isso é positivo se bem usado. Equilíbrio para lidar com este impulso é o que nos pede o ano de 2008 de acordo com as cartas do TAROT e a Numerologia. A Roda Arcano de numero 10 nos remete a um futuro incerto. Veja que incerteza não quer dizer negatividade, pois aprendemos que naturalmente colhemos o que plantamos. Mas, a carta da roda, diz que tudo está acontecendo ainda sem raízes ou sedimentos mais profundos, por isso a incerteza. Seguindo os preceitos bási- cos da Numerologia, nesta leitura do Tarot veremos que o 2 traz a energia da sacerdotisa; portanto, continuaremos sendo influenciados pelo feminino, sensibilidade, vontade de crescer, mas ainda com muita reflexão e mergulho interno. Já o 8 é simbolizado pela carta justiça que pede equilíbrio e discernimento nas palavras, atos e pensamentos. A soma 2 e do 8 leva ao 10 que é a roda da Fortuna. Assim, podemos compreender que mergulhados na reflexão, buscando equilíbrio interior e ouvindo a voz da consciência, enfrentaremos com luz o impulso da vida. Como o aprendizado sempre continua e querendo ou não nos confrontamos com o próximo ano, podemos usar esses códigos para entender melhor o que o destino nos oferecerá. Como sempre explico para meus alunos podemos estar nesse barco fazendo a travessia nesta jornada na Terra. O que vai definir nossa felicidade ou sucesso não é exatamente a colheita, mas a forma que nos comportaremos frente aos frutos. Se um dia semeamos amarguras pela pouca luz da nossa consciência, hoje podemos, tendo em mãos novos instrumentos usar aquilo que conquistamos com a sabedoria de um guerreiro que não apenas olha com admiração suas armas, mas sabe utilizá-las com maestria. Façamos uso da influência Marciana para fazer o nosso melhor e deixar para provar os frutos da ação com sabedoria e tranqüilidade. Houveram épocas em que ser culto, mestre ou mesmo nobre, não era, na verdade objetivos com os quais os homens de negócios se relacionavam ou mantinham afinidades. Hoje, por interesse ou necessidade de atender aos clamores da sociedade para o assunto, sociedade essa que são seus clientes, cada vez um maior numero de Empresários está associando a sua marca ou o seu negócio a slogans dirigidos aos temas mais divulgados pela mídia escrita e falada. Assim, associando a sua marca a Educação, Ecologia, Cidadania e ás Artes, o consumidor, lhes traz a resposta imediata ás suas necessidades mercadológicas. Regionalmente é positivo e comprovado o efeito positivo da divulgação de atos e eventos, do patrocínio de ações culturais, conquistando com isso a simpatia e a admiração de seus clientes. Não estamos mais no século XIX ou mesmo no século XX. Estamos numa época em que a necessidade de preservar o meio ambiente e as tradições são um clamor da sociedade mundial ao qual a brasileira não é exceção. Por isso adicione cultura, educação e meio ambiente á sua marca patrocine. [email protected] A “Gazeta Valeparaibana” coloca as suas páginas a disposição de todos os interessados na divulgação de trabalhos sobre todas as formas de cultura e arte do nosso Vale do Paraíba, Litoral Norte e Região Serrana. Conheça... www.gazetavaleparaibana.com Quer Editar seu livro!!! Quer Colaborar!!! Venha trabalhar conosco. Junte-se a nós. [email protected] SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Polícia Militar 190 Polícia Federal (12) 3931.0999 Disk-Denúncia 181 Direitos Humanos 100 Corpo de Bombeiros 193 Sabesp 195 Procon 151 Bandeirantes Energia 0800 55 08 00 Poupa Tempo SJC 080077 23633 IPEM 0800 13 05 22 SOS Samaritanos 080077 00641 Contur s.j.c (Turismo) (12) 3921-7543 Prefeitura S.J.C. (12) 3947.8000 Fundação Cultural s.j.c (12) 3924.7300 Hospital Municipal (12) 3901.3400 CTA (12) 3947.5700 IMPE (12) 3945.6034 Conselho tutelar (12) 3921.8705 Delegacia da Inf. e Juv. (12) 3921.2693 Vigilância Sanitária (12) 3913.4898 Delegacia da Mulher (12) 3921.2372 Câmara Municipal (12) 3625.6566 CVV (Centro Valoriz.Vida) (12) 3921.4111 AA (Alcoólicos Anônimos) (12) 3921.3611 NA (Narcóticos Anônimos) (12) 9775.6779 POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL São José dos Campos (12) 3931-7088 Cachoeira Paulista (12) 3101.1966 Roseira (12) 3646.1200 Taubaté (12) 3921.5011 POLICIA RODOVIÁRIA ESTADUAL São José dos Campos (12) 3944.4442 Taubaté (12) 3633.3888 Caraguatatuba (12) 3883.1044 POLICIA CIVIL (Plantões) São José dos Campos (12) 3921.2693 Jacareí (12) 3953.2277 Taubaté (12) 3633.4544 Guaratinguetá (12) 3132.6247 Caraguatatuba (12) 3883-5277 DEFESA CIVIL São José dos Campos (12) 3945.9600 Jacareí (12) 3953.3871 Taubaté (12) 3625.5000 Guaratinguetá (12) 3122.2728 Caraguatatuba (12) 3882-6841 AEROPORTOS São José dos Campos (12) 3946.3000 Taubaté (12) 3621.2277 Guaratinguetá (12) 3122.2500 Guarulhos (11) 5095.9195 Vira Copos (Campinas) (19) 3725.5000 RODOVIÁRIAS São José dos Campos (12) 3921.9122 Jacareí (12) 3961.6640 Taubaté (12) 3655.2818 Guaratinguetá (12) 3132.1380 Caraguatatuba (12) 3882.1669 Tietê (São Paulo) (11) 3135.0322 PRONTO-SOCORRO São José dos Campos (12) 3901.3400 Jacareí (12) 3953.2322 Taubaté (12) 3921.6036 Guaratinguetá (12) 3125.3131 Caraguatatuba (12) 3882.1362 DIVERSOS Balsa (S.Sebastião) 0800 704 55 10 DPDC (61) 3429.3636 IDEC (12) 3874.2150 PROTESTE (12) 3906.3800 SITES DE CONSULTA E ACESSO Procon www.procon.gov.br Ministério da Justiça www.mj.gov.br/dpde Tribunal Justiça www.tj.sp.gov.br Justiça Federal www.trf3.gov.br Minist. da Fazenda www.fazenda.gov.br Previd. Social www.previdencia.gov.br Narcóticos Anônimos www.na.org.br MASTERCARD (CEF) 0800 78 44 38 CREDICARD 0800 78 44 11 DINER’S 0800 78 44 44 UNIBANCO (Visa) 0800 11 84 22 BRADESCO (Visa) 0800 56 65 66 OUROCARD 0800 16 11 11 CREDIREAL 0800 12 21 20 AMERICAN EXPRESS 0800 78 50 75 B.F.R.B. (Pers) 0800 11 80 40 FININVEST 0800727 3003 ABRIL 2008 Gazeta Valeparaibana Luís Vaz de Camões MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS Página 4 ( Final ) Depois de aperfeiçoar OS LUSIADAS, Camões, tirou uma cópia especial para os dedicar ao Rei D. Sebastião. O portador do poema — ao que parece, Camões já não tinha acesso à corte — foi seu amigo de infância D. Manuel de Portugal. O soberano recebeu com agrado a oferta. Talvez por isso o frade dominicano Bartolomeu Ferreira, encarregado pelo Santo Ofício da censura eclesiástica, não levantou dificuldades à publicação, embora em Os Lusíadas sobejem as divindades pagãs, misturadas com o maravilhoso cristão. Sobre esse assunto delicado, Frei Bartolomeu comentou no seu despacho favorável: “Como isto é poesia e fingimento, e o autor, como poeta, não pretende mais que ornar o estilo poético, não tivemos por inconveniente ir esta fábula na Obra. E por isso me parece o livro digno de se imprimir, e o autor mostra nele muito engenho e muita erudição nas ciências humanas.”. Um alvará régio de Setembro de 1571 concedeu a licença de impressão e garantiu a Camões direitos de autor por dez anos. Em 1572 o poema foi publicado e o rei decidiu conceder uma tença (pensão) ao seu autor, no montante de quinze mil réis por ano — quantia aliás pequena em relação a outras pensões atribuídas naquela época. Mesmo assim, numa prova evidente de que o valor de Os Lusíadas ainda não fora compreendido, o decreto real que concedeu a referida tença (pensão) salientava como motivos justificativos os serviços prestados por Camões na Índia — a par das informações que D. Sebastião tinha sobre “o seu engenho e habilidade” e “a suficiência que mostrou no livro que fez das coisas da Índia”. Os últimos anos da vida do poeta são reconstituídos, praticamente, à base de conjecturas. As tenças (pensões) concedidas pelo rei eram pagas com atraso, e isto, tendo em conta a sua exigüidade, devia causar ainda maiores dificuldades a Camões. O historiador Diogo do Couto, nas Décadas, sobre o assunto diz apenas: “Em Portugal morreu este excelente poeta, em pura pobreza”. Camões expirou no dia 10 de Junho de 1580. De 1579 a 1581 grassou a Lisboa nova e violenta peste. A morte sobrevinha em quatro ou cinco dias. No meio do caos reinante, com a acumulação de cadáveres para serem inumados, o seu corpo foi apenas envolvido numa mortalha e lançado com os de numerosas vítimas da epidemia, na cripta da Igreja de Santa Ana. O terremoto de 1755 destruiu o templo e misturou ainda mais as ossadas que sob ele jaziam. Em 18880 todos os despojos mortais que ali se encontravam foram levados para o Panteão dos Jerônimos, onde ficaram sepultados, na esperança de que entre eles estivessem os restos mortais do maior poeta português. O destino de Os Lusíadas e das demais Obras de Camões foi mais feliz do que o do seu autor. Do nosso grande poema épico, além de uma versão latina, fizeram-se traduções em quase todas as línguas do mundo, nomeadamente em Inglês, francês, Espanhol, polaco, dinamarquês, sueco, húngaro, russo, italiano (e também no dialeto siciliano), grego, ára- be, arménio e hebraico. Nas escolas de todo o território português e também nas do Brasil o texto de Os Lusíadas é usado para o aperfeiçoamento do estilo literário. Entre os grandes admiradores de Camões contam-se célebres figuras da literatura e da cultura universais, tais como Elizabeth Barrett, que dedicou uma tradução dos seus versos a Robert Browning; Byron, que o chamou “Gênio Peregrino”; Voltaire e Humboldt. Até Cervantes, seu contemporâneo, se referiu a Os Lusíadas como o “Tesouro do Luso”. A Obra de Camões venceu os séculos. Gerações de poetas e prosadores foram influenciados por seu estilo. Ele foi o grande estruturador da língua portuguesa, na medida em que soube pôr em evidência, de forma exuberante, a sua extraordinária capacidade descritiva. Os Lusíadas têm hoje um lugar de relevo na literatura universal. O seu valor maior foi, porém, o de incorporar na própria vida dos Portugueses o relato dos feitos heróicos dos navegadores da pequena nação ibérica, que escrevia então, sozinha, as primeiras páginas da História do Mundo Moderno. Mais tarde, este relato viria a servir para consolidar o espírito nacional em diversas ocasiões de crise. Os Lusíadas levam a todos uma mensagem de esperança na história de um povo — a universalidade de sua cultura. Domingos Mascarenhas Por: André Maurois Vitória foi, simultaneamente, Rainha de Inglaterra, Imperatriz das Índias e uma avó simples e cuidadosa, que se preocupava com as doenças dos vivos e recordava os aniversários dos mortos. Aos seus olhos, os Reinos da Europa eram meras propriedades de seus familiares. rodapé/pag4 - 650,00 em negocição O Projeto Educar destina-se a desenvolver no aluno o gosto pela pesquisa e a interação com a mídea www.gazetavaleparaibana.com ABRIL 2008 Gazeta Valeparaibana Grandes Vidas Grandes Obras Página 5 Mestre Athayde MANUEL DA COSTA ATAÍDE, mais conhecido como Mestre Ataíde foi um pintor dourador, encarnador, entalhador e professor brasileiro (Mariana, 18 de Outubro de 1762 - Mariana, 2 de Fevereiro de 1830). Foi um importante artista do rococó mineiro e teve grande influência sobre os pintores de sua região, através de numerosos alunos e seguidores. Sua obra foi tão assimilada que seus discípulos, alunos e seguidores que até meados do século XIX, continuaram a fazer uso do seu método de composição, particularmente em trabalhos de perspectiva na cúpula de igrejas. Documentos da época fazem freqüentes referências a Mestre Ataíde como professor de pintura. Em 1818, Mestre Ataíde, tentou, sem sucesso, fundar em sua cidade natal, Mariana, uma Escola de Arte. No inventário de suas posses relacionam-se manuais e tratados técnicos, tais como o de Andrea Pozzo “Prespectivae rum”. Assim, pode-se Pictorum Architectonotar que além do talento natural, procurou na literatura disponível da época informações e conhecimentos para a realização de sua obra. Uma das características de sua arte era a aplicação de cores vivas, sendo que se denota uma certa preferência pelo “Azul”. Também em sua arte, em seus desenhos, os anjos e madonas retratados apresentam uma preferência por traços africanos. Mestre Ataíde foi contemporâneo e parceiro de António Francisco Lisboa “O Aleijadinho” e no período de 1781 a 1818, encarnou e dourou imagens esculpidas por Aleijadinho, entre outras, para o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo também Minas Gerais. A contribuição de “Mestre Ataíde”, de “Aleijadinho” para a “Arte Barroca Mineira” e, para a história da Arte do Brasil foi um marco e até hoje é admirada por turistas do Mundo inteiro. Suas obras têm sido fotografadas, impressas e inúmeros livros publicados. Entre as Obras mais importantes, destacam-se: Pintura da Capela de Nossa Senhora da Glória por volta do ano de 1742, igreja esta localizada na comunidade da Ressaca, pertencente á cidade de Carandaí (MG); Pinturas na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, na cidade de Ouro Preto (MG), realizadas no período 1801 e 1812, sendo a “Glorificação da Virgem , pintada sobre madeira na cúpula da nave principal, o seu trabalho mais conhecido; Pinturas no forro da capelamor da Igreja Matriz de Santo António, na cidade de Santa Bárbara, no ano de 1806; Painel, “A ultima Ceia”, única obra de cavalete de Mestre Ataíde, que se encontra exposta no Colégio do Caraça, obra esta concluída no ano de 1828; Pintura da cúpula da Capela Mor da Igreja Matriz de Santo António, na cidade de Itaverava (MG), realizada no ano de 1811; e a pintura da cúpula da capela-mor da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Mariana (MG), realizada no ano de 1823. Estas algumas de suas obras de pintura individuais, no entanto, não poderemos deixar de relevar sua obra ao dar vida e cor ás esculturas e aos entalhes de António Francisco Lisboa “O Aleijadinho”. Pode-se afirmar sem margem de erro que, Mestre Ataíde complementou a arte de “O Aleijadinho” e vice-versa pois, tanto um como o outro abraçaram com amor sua arte e deixaram nas páginas da história do Brasil, uma marca inigualável da Arte Barroca Mineira. O SENAI está disponibilizando 2.739 vagas gratuitas para cursos técnicos. As aulas acontecem a partir de Julho em 36 escolas de 22 municípios paulistas. As inscrições vão até 04 de Abril de 2008. Os cursos formam profissionais para a área industrial e têm duração mínima de dois anos, com estágio supervisionado obrigatório. Para se candidatar ás vagas precisa apresentar cédula de identidade original e comprovante de conclusão do ensino médio. O custo da inscrição é de R$.: 32,50 e deve ser feita na unidade em que o candidato vai cursar. A prova de seleção será realizada em 27 de Abril e será composta de 20 questões de língua portuguesa, 20 de matemática e 20 de ciências da natureza (física, química e biologia). O gabarito será divulgado no dia seguinte á prova e a lista de aprovados sairá dia 26 de Maio. Mais informações: www.sp.senai.br A ESMERALDA pertence ao grupo do “berilo” e se apresenta em diversas tonalidades de verde. verde esmeralda, verde-claro, verde-amarelada e verde-escura. O nome ESMERALDA provém do grego”smaragdos”, mas provavelmente sua origem é persa ou do hindu, e significa “pedra verde”. Na Antiguidade eram assim denominadas não somente a esmeralda, mas também outras gemas, provavelmente todas as gemas verdes conhecidas. A esmeralda, juntamente com a água marinha e o berilo, pertencem ao grupo do berilo, sendo considerada a mais nobre dentro deste grupo. Seu verde é tão incomparável que esta cor passou a ser denominada “verde esmeralda” (inclusive fora dos limites da mineralogia). A substância corante é o cromo e às vezes o vanádio. A cor é muito resistente à luz e ao calor, não apresentando alterações a temperaturas de 700 e até 800 graus centígrados. Somente as qualidades mais finas, apreciadas e por isso mais caras, apresentam transparência. Freqüentemente a esmeralda, aparece turvada por inclusões (fluidos, bolhas de ar, “fissuras cicatrizadas” entre outros cristais). Estas inclusões não são consideradas como defeito, desde que não sejam excessivamente importantes, mas sim são interpretadas como prova de autenticidade da pedra, com relação ás sintéticas ou imitações. Os especialistas costumam denominálas de “Jardim” quando apresentam essas características. Uma pedra de um verde profundo, com inclusões, é mais valiosa que uma de cor pálida e quase pura à lupa. As jazidas mais importantes de esmeralda se encontram na Colômbia. A melhor é a mina de “MUZO”, 100 Km a noroeste de Bogotá; ela foi explorada pelos Incas e posteriormente abandonada. Depois, no século XVII, voltou novamente a ser explorada. No místico, a esmeralda trabalha o “chakra cardíaco” e nos corpos elétrico, astral, emocional e espiritual. Ajuda a meditação, eleva a consciência e as habilidades psíquicas. Aumenta o psiquismo e a faculdade da clarividência. Uma ótima pedra utilizada na cura em geral. Usada para alinhar o corpo etéreo, astral e emocional. Equilibra as emoções fortes. Senhores Empresários patrocinar cultura é patrocinar desenvolvimento/cidadania. Este País e o seu futuro agradecem 0xx12 - 3902.7629 ABRIL 2008 Gazeta Valeparaibana COMPORTAMENTO Uma senhora branca, loira, bem produzida fisicamente, aparentando cerca de 50 anos, viúva, resolveu viajar. Merecia se divertir um pouco, conhecer o Mundo e assim fez. Procurou uma agência de viagens, foi informada das facilidades do programa do governo para o Turismo na Terceira Idade e contratou seu plano em 12 vezes. No dia marcado, dirigiu-se ao aeroporto, passou pela burocracia de praxe e adentrou na aeronave. Procurou sua cadeira, na “classe econômica” e reparou que a seu lado estava um passageiro nego... Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo. - Qual o problema senhora?, pergunta a comissária. - Não está vendo? - respondeu a senhora. - Vocês me colocaram ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. - Você precisa me dar outra cadeira. - Por favor acalme-se - retrucou a aeromoça. - Infelizmente todos os lugares da classe “Racismo” econômica estão ocupados. Porém vou ver se ainda temos algum disponível. A comissária se afasta e volta alguns minutos depois. Senhora como lhe falei, não há nenhum outro assento livre na classe econômica. Falei com o Comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar nesta classe. Temos apenas um lugar vago na Dia Mundial da Água No dia 22 de Março se comemora o dia Mundial da Água. Por merecimento e respeito achamos que o dia da água é todo o dia. Todo o dia devemos nos conscientizar que o planeta não vive sem água doce. Que a água doce, para consumo humano e animal é um bem cada vez mais raro. O Brasil é o país do mundo mais rico em água doce (potável) do planeta. Detém cerca de 8 de toda a quantidade existente na Terra. A maior bacia fluvial do Mundo também é Brasileira, a amazônica; só o Rio Amazonas deságua no Mar 1/5 de toda a água a água doce despejada nos Oceanos, do Mundo. O Planeta e seus recursos naturais, dispensam modismos ou datas comemorativas. Cuidar do planeta e de suas re- primeira classe e, antes que a senhora fizesse algum comentário, a comissária continua: - Veja, é incomum que a nossa companhia permita a um passageiro da classe econômica se assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o Comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável. Assim, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu: Portanto senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservamos para o senhor um lugar na primeira classe... Graças ao bom senso e em prol da civilidade o racismo não é uma prática generalizada de uma boa parte da sociedade brasileira, que, assistindo ao fato inusitado, aplaudiu de pé, a forma como o incidente foi resolvido. “O que me preocupa não é o grito dos maus mas sim o silêncio dos bons. Página 6 Em negociação Livre para Anunciar 22 de Março nadando livre, uma bromélia no campo... Crianças vamos dar o exemplo para estes adultos que já tanto mal fizeram para nosso planeta. Veja nossas dicas para que você economize e faça sua família economizar, água. - Não demore muito no seu banho diário. Sabia que, um banho de 5 minutos consome 70 litros de água ou seja 25.550 litros em um ano! Economize Água - Não lave e não deixe lavar calçadas ou o seu quintal com a mangueira. Use a vassoura! Você sabia que ao escovar os dentes você poderá economizar anualmente 16.425 litros de água, seguindo um método simples de escovação? - Fácil. Molhe a escova, feche a torneira, coloque a pasta e escove os dentes. Somente quando terminar abra de novo pára enxaguar. Vai passear, Papai vai lavar o carro, nada de esguicho ou mangueira, use o balde. Para lavar o carro com esguicho seu pai gastará cerca de 600 litros de água, enquanto que com o balde gastará no máximo 60 litros. Sua mãe ou irmã vão lavar a louça. Nada de torneira aberta direto. Esfregue toda a louça primeiro, para depois sim enxaguar ela toda de uma única vez. Não jogue nem deixe jogar lixo nos servas naturais deve ser um problema de córregos, na rua. Ajude, oriente a coleta consciência de sobrevivência encarado seletiva, o Planeta lhe agradecerá. diariamente em todas as nossas atitudes. - Que reciclar nunca seja modismo ou manchete do momento; - Que não desmatar, não seja apenas um slogan de campanha; A “ONU” redigiu um documento - Que saneamento não seja paliativo mas, intitulado “Declaração Universal dos Diconstante e total; reitos da Água”. Vamos conhecer. - Que o consumismo não tome conta do 1 - A água faz parte do patrimônio do plaser humano e o ser seja mais valorizado neta. Cada continente, cada povo, cada socialmente que o ter. nação, cada região, cada cidade, cada - Que nossos filhos tenham a oportunida- cidadã é plenamente responsável pela de de conhecer uma lagoa azul, um peixe água da terra. Os Direitos da Água 2 - A água é a seiva do planeta. Ela é condição essencial de vida de todo o vegetal, animal ou ser humano. Dela dependem a atmosfera, o clima, a vegetação e a agricultura. 3 - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade e precaução. 4 - O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam. 5 - A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo a nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras. 6 - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: é rara e dispendiosa e pode escassear em qualquer região do Mundo. 7 - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis. 8 - A utilização da água implica respeito à Lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo o homem ou grupo social que a utiliza. 9 - A gestão da água impõe um equilíbrio entre a sua proteção e as necessidades econômica, sanitária e social. 10 - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra. Em negociação (Veja também pág. 98 Bacias Hidrográficas) PRESEVAR É UM DEVER DE TODOS. Filipe de Sousa Livre para anunciar em negociação “Gazeta Valeparaibana” presente em mais de 80 cidades do CONE LESTE PAULISTA , sendo 3.000 exemplares gratuitamente ABRIL 2008 Gazeta Valeparaibana Página 7 Curiosidades “ Casa Imperial Brasileira” D. Pedro I D. Pedro II D. Luis de Orleans e Bragança Ordem da Torre e Espada O Império no Brasil terminou com o exílio imposto ao Imperador D. Pedro II, através da “Lei do Banimento”, pelos Republicanos, quando assumiram ao poder no ano de l889. Sua Alteza Imperial e família - a imperatriz Tereza Cristina, a princesa Isabel e o conde d’Eu - foram forçados a deixar o Brasil, rumando para a nova moradia em Paris (França). No entanto, a Imperatriz não chegou à Capital Francesa, pois não agüentando a dor emocional que o golpe de 15 de Novembro lhe causou, faleceu apenas duas semanas depois de aportar em Portugal. Apesar de o marechal Deodoro da Fonseca, primeiro Presidente da República Brasileira, ter oferecido a Sua Majestade algum dinheiro para a viagem, D. Pedro II partiu rumo ao exílio, no dia 18, apenas com as roupas do corpo. Triste e decepcionado com a ingratidão dos novos políticos, republicanos, uma vez que nunca fora um anti-republicano, mas, paradoxalmente, apoiara o movimento, o Imperador nunca mais ouviria “as aves que aqui gorjeiam...” nas palavras de Gonçalves Dias em “Canção do Exílio”. Anos depois, o então Presidente da República do Brasil, Epitácio Pessoa (1919-1922), anistiou a família real, permitindo assim a sua volta ao Brasil. O primeiro a aqui chegar foi Pedro de Alcântara que, anteriormente havia abdi- Família Imperial Brasileira cado ao direito de sucessão (este documento está registrado em microfilme, no 1º Registro de Títulos e Documentos da Comarca da Cidade de São Paulo) para si e para seus herdeiros, em favor de seu irmão mais novo, D. Luiz, por meio de carta escrita de próprio punho. Após sua chegada, Pedro logo tomou posse do Palácio Grão-Pará em Petrópolis, outrora residência de verão de seu avô, D. Pedro II. Como esta cidade Serrana, do Estado do Rio de Janeiro, que leva o nome Imperial ( a outra é Teresópolis, em homenagem à Imperatriz Tereza Cristina), cresceu em terras particulares da família, o poder público instituiu a esse ramo de herdeiros a anfiteuse, o privilégio de receber 1 da remuneração sobre qualquer transação imobiliária realizada no Município. Anos depois chegou D. Luiz, então herdeiro legítimo do trono, favorecido pela abdicação do irmão. Este se instalou em Vassouras, outra cidade Fluminense, perto da divisa com São Paulo. As raízes da Família Real Brasileira estão fincadas na remotíssima história da Coroa Francesa. O Rei Roberto II (972-1031) foi pai do célebre duque de Borgonha (1010-1076), cuja descendência abriga a não menos lendária figura de D. Afonso Henriques (11091185), primeiro Rei de Portugal. Ele fundou a CASA DOS BORGONHA, que por sua vez veio a originar a CASA DE AVIZ, criada por Dom João I (1356-1433). Os Aviz sobreviveriam até ao ano de 1580, ano em que Portugal passou ao domínio da Espanha por injunções sucessórias ligadas ao en- trelaçamento de ambas as casas reais, após o trágico reinado de São Sebastião, que morreu sem deixar herdeiro e cujo o corpo nunca foi encontrado. O Trono voltaria a mãos Portuguesas com a ascensão de D. João (16041656), fundador da “Dinastia dos Bragança” . Ele descendia do primeiro Duque de Bragança, D. Afonso (1377-1461), filho natural de D. João I. D. João VI (1767-1826), monarca da linhagem de Bragança, foi pai do nosso D. Pedro I D. Pedro I, Imperador do Brasil, era também D. Pedro IV de Portugal. A dinastia da família Orleans de Bragança começa entre 940 e 946, ainda sem esse nome, com o famoso Hugo Capeto, rei carolíngia. Passa por nomes como Luiz IX, rei da França (12141270), que mais tarde a igreja católica santificou como São Luiz. Ordem Aviz Ordem de Cristo Ordem Cruzeiro do Sul D. João VI A FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA, tem como atual chefe Dom Luiz de Orleans e Bragança, é primogênito e herdeiro dinástico do falecido Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança ( 1909-1981), neto de Dom Luiz de Orleans e Bragança (1878-1921), cognominado o Príncipe Perfeito, bisneto da princesa Isabel, a redentora e, trineto do Imperador D. Pedro II. Os Imperadores do Brasil, bem como os Reis de Portugal desde o século XVII, pertencem à Dinastia de Bragança, a qual teve sua origem nos fins do século XIV, na figura heróica do Santo Condestável, de Portugal, Dom Nun’Álvares Pereira. Ordem D. Pedro I D. Pedro II, o velho Rei Filósofo, amante das artes e que foi o primeiro homem a falar ao telefone, com o inventor Alexander Graham Bell, foi também o primeiro fotógrafo Brasileiro. Humanista, que numa viagem á Itália se deparou com uma manifestação dos “Sem Terra” e como muito dela havia aqui no Brasil, imediatamente os convidou a imigrar. O Imperador também criou: O “Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro”; O “Instituto Brasileiro de Estatísticas e Geografia”, hoje “IBGE”; e o “Instituto Genealógico Brasileiro”, entre outros. Velhinho simpático, de barba branca e olhos azuis, efígie da antiga nota de 100 cruzeiros, faleceu triste e Ordem de S. Tiago esquecido no ano de 1891. Ordem da Rosa Instituto Brasileiro de Estatísticas e Geografia Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro 3.000 Exemplares distribuídos gratuitamente para 2.490 Escolas do Cone Leste Paulista acesse: Instituto Genealógico Brasileiro www.gazetavaleparaibana.com ABRIL 2008 Gazeta Valeparaibana Página 8 Os idosos são parte integrante da sociedade... Cabe a nós cidadãos fazer cumprir nossos direitos adquiridos... Idoso PRIORIDADE NO ATENDIMENTO: A Lei: n.º 10.048/2000 estabelece prioridade ao atendimento para aqueles com idade igual ou superior a sessenta e cinco anos. isando um atendimento mais rápido para as pessoas de maior idade, a lei acima referida, estabeleceu prioridade ao atendimento para aqueles com idade superior a sessenta e cinco anos, em todos os órgãos públicos, bancos e concessionárias do serviço público e, no campo processual, a Lei n.º 10.173/2001, alterou o Código Civil Brasileiro, estabelecendo prioridade de tramitação nos processos judiciais dos idosos. Somente em 2003 foi alcançada a redução de idade para o idoso, através do “Estatuto do Idoso”, aprovado em 1º de Outubro de 2003 pela Lei n.º 10.741 que norteou que a idade preferencial seria baixada para sessenta anos. Amparando os mais diferentes aspectos da vida cotidiana, a referida Lei destaca o papel da família, reforçando e enfatizando a obrigação da mesma, bem como de que a sociedade e o Poder Público assegurem o direito à Saúde, alimentação, cultura, esporte, trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, respeito e convivência familiar. A função Principal do Estatuto é funcionar como uma carta de direitos, fortalecendo o controle do Poder Público em relação ao tratamento das pessoas com idade avançada, respeitando a sua dignidade, galgando-o a um lugar de respeito, transformando-o num verdadeiro instrumento de educação para o cidadão. Desta forma o idoso deve exigir o respeito que lhe é merecido e exigir em todas as estâncias os direitos que adquiriu pois, melhor seria que a sociedade que a ele deve as obras de que hoje se beneficia, não necessitasse de Leis que os obrigassem a tal. Respeito e gratidão para com os idosos não deveria ser imposta por Leis mas isso sim pela consciência e formação do cidadão. Mas enquanto isso... Vamos fazer com que as Leis sejam cumpridas. Cabe a nós exigir, denunciar e lutar por nossos direitos. todas as Leis que regem a sociedade só funcionam se forem fiscalizadas e exigidas pela sociedade. No caso dos idosos cabe a nós lutar, exigir e denunciar abusos e falta de cumprimento das mesmas. Portanto caro, amigo, não tenha medo, ponha a boca no trombone, mande um E-mail para nós que nós gritamos juntos. Seja feliz e exija respeito!. A percepção que o “Planeta Terra”, com a idade de 5 bilhões de anos é um ser vivo, pode ser um instrumento importante para a materialização da relação organismo/meio ambiente da terapia “Gestalt”, que é um termo intraduzível alemão utilizado para abarcar a teoria da percepção visual baseado na psicologia da forma. A teoria “Gaia”, do cientista Inglês James Lovelock, afirma que “a Vida e a Terra evoluem juntas, excluindo o paradigma da visão científica convencional, onde reina o apartheid entre os vários campos das disciplinas ambientais”. A proposta desta nova - antiga visão é fazer uma síntese das contribuições da geologia, geoquímica, biologia evolutiva e climatologia, transformando a concepção grega da Terra, enquanto Deusa Viva, numa teoria fundamentada cientificamente. Assim, entre outros aspectos e trazendo essa filosofia para o campo dos mortais de hoje, podemos afirmar com a experiência de cinco bilhões de anos, que a atual geração deve toda a sua comodidade, toda a sua atual estrutura a nós idosos, por isso exigiremos respeito. Você sabia que a melhor maneira de enfrentar um desafio é começar enfrentando-o? Quantas vezes você se deteve a pensar nos problemas do mundo e os considerou insolúveis? Uma negra americana, de nome Mary Jane Mac Leod Bethune, começou a educar crianças em um depósito de lixo. A Lei da segregação racial nos Estados Unidos era muito severa com os negros. Ela era negra. Ganhara uma bolssa de estudos de uma costurei- CONSELHO NACIONAL DO IDOSO Brasilia - DF Fone: 0xx61 - 3429.3598 O artigo oitavo da Lei 1.714/2003 menciona que o envelhecimento é um direito personalíssimo e sua proteção, por conseguinte, constitui um direito social. Prosseguindo, o artigo nono atribui ao Estado a obrigação de garantir ao idoso; a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. Mas, o que significa ter condições de dignidade? - A dignidade é um grau de responsabilidade que um ser humano merece, o que difere da caridade, solidariedade e assistência, que trazem em si um conteúdo pejorativo de hipossuficiê ncia. O “Estatuto do Idoso” e todas as Leis de proteção com o mesmo fim de proteção, só funcionam, assim como Livre para anunciar Em negociação ra e, após se formar, não tinha alunos. Quando foi nomeada não tinha escola. Sem pestanejar, ela conseguiu três caixotes de cebola, colocou-os debaixo de uma arvore em um depósito de lixo. Chamou três crianças, descendentes de escravos, e começou a ensiná-las a ler e a escrever. Quando “Henry Ford” foi a OSMOND, uma praia da Califórnia, ela foi visitá-lo... À porta foi barrada pelo mordomo, também negro, que lhe perguntou como ela ousava procurar Mr. Ford, sendo negra. Sem titubear, ela falou bem alto: Tenho uma entrevista marcada com Mr. Ford. Marquei por telefone.—Ouvindo-a, Henry Ford pediu-0lhe que entrasse. Ao vê-la, exclamou: Eu não sabia que a senhora era negra ! Não totalmente, respondeu Mary Jane. Duvido que o senhor conheça dentes mais alvos e olhos mais brancos do que os meus. Continuando ela lhe disse que precisava da ajuda dele para construir a sua escola, ampliá-la. Queria que ele fosse com ela conhecer o terreno e com ela construísse a escola dos seus sonhos. Convencido por aquela mulher de caráter espontâneo e firme, desceu com ela pelo elevador, e mandou que seu motorista os conduzisse até ao local. Quando chegaram ao depósito de lixo, Mary Jane falou: “É aqui , senhor, que eu desejo construir a minha escola”. - Mas é um depósito de lixo, exclamou o Presidente. - Ora disse Mary Jane, sempre esqueço dos detalhes. A minha escola de verdade está em minha cabeça. Eu preciso do seu dinheiro para tirá-la da minha mente e colocá-la ali.—Ele lhe deu 20 Mil Dólares. Essa mulher tornou-se o símbolo da educação Mundial. Até ao ano de 1969 havia educado milhares de negros norte americanos. A célebre “Universidade Mackenzie”, em São Paulo, começou quando uma educadora americana notou, em São Paulo, na rua em que morava, um grupo de crianças vadias. Ela atraiu os meninos, oferecendolhes broa de milho e lhes falou do Evangelho de Jesus. Mais tarde, as crianças eram tantas, que ela abriu uma escola de alfabetização para elas. A Mackenzie, que tem uma bela e longa história, foi visitada inclusive pelo Imperador D. Pedro II, o amante das artes e das letras, que lhe fez uma expressiva doação. Ante tantos iletrados, podemos começar agora, por exemplo , apoiando um projeto educacional, uma iniciativa cultural. Ante tantos sem medicação, podemos ajudar a alcançar o medicamento, a consulta o exame, que lhe falta. Perante os que padecem fome, podemos começar por um prato de sopa quente e nutritiva, o leite para um bebê, o pão a um velhinho enfermo e só. CULTURA, INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO, HISTÓRIA E REGRAS DE CIDADANIA NÃO SÃO PATRIMÔNIO DE NINGUÉM Gazeta Valeparaibana ABRIL 2008 Poluição das Águas Textos de: Dra. Sônia Lúcia Modesto Zampierom Biólogo João Luís de Abreu Vieira DA REDAÇÃO: Sobre a contaminação Deixar de transcrever este belo texto agrícola temos, no seria no mínimo abdicarmos de nossa primeiro caso, os resíluta para a proteção do ecossistema e duos do uso de agrodo meio ambiente. tóxicos (comum na Nesta altura dos acontecimentos em que agropecuária), que se discute o planeta Terra com tanta provêm de uma prática constância, nada mais conveniente e muitas vezes desneoportuno que a transcrição deste texto cessária ou intensiva elaborado por estas mentes tão esclarenos campos, enviando cidas e conscientes. grandes quantidades de substância tóxicas para os rios através das chuvas, o mesmo ocorrendo com a eliminação do Alguém já disse que uma das a- e s t e r c o venturas mais fascinantes é acompa- de aninhar o ciclo das águas na Natureza. Su- mais criaas reservas no planeta são constantes, dos em mas isso não é motivo para desperdiçá- p a s t a la ou mesmo poluí-la. A água que usa- gens. No mos para os mais variados fins é sem- s e g u n d o pre a mesma, ou seja, ela é responsável caso, há pelo funcionamento da grande máquina o uso de que é a vida na Terra, sendo tudo isso adubos , movido pela energia solar. muitas Vista do Espaço, a terra parece o Plane- vezes exagerado, que acabam por ser ta Água, pois esta cobre 75% da superfí- carregados pelas chuvas aos rios locais, cie terrestre, acarretando o aumento de nutrientes formando os nestes pontos, isso propícia a ocorrênoceanos, rios, cia de uma explosão de bactérias delagos, etc. No compositoras que consomem oxigênio, entanto somente contribuindo ainda para diminuir a conuma pequena centração do mesmo na água, produzinparte dessa água do sulfeto de hidrogênio, um gás de - da ordem de cheiro muito forte que, em grandes 113 trilhões de m3 - está á disposição quantidades, é tóxico. Isso também afeda vida na Terra. Apesar de parecer um taria as formas superiores da vida aninúmero muito grande, a Terra corre o mal e vegetal, que utilizam o oxigênio na risco de não mais dispor de água limpa, respiração, o que em ultima análise significa que a além das bacgrande máquina viva pode parar. térias aeróbiA água nunca é pura na Natureza, pois cas, que serinela estão dissolvidos gases, sais sóliam impedidas dos e íons. Dentro dessa complexa misde decompor a tura, há uma coleção variada de vida matéria orgâvegetal e animal, desde o fitoplâncton e nica sem deio zooplâncton até á baleia azul (maior xar odores mamífero do planeta). Dentro dessa ga- nocivos através do consumo de oxigêma de variadas formas de vida, há orga- nio. nismos que dependem dela inclusive Os resíduos gerados pelas indústrias, para completar seu ciclo de vida (como cidades e ocorre com os insetos). Enfim, a água é a t i vi d a de s componente vital do sistema de susten- a g r í c o l a s tação da vida na Terra e por isso deve são sólidos ser preservada, mas nem sempre isso ou líquidos, acontece. A sua poluição impede a so- tendo um brevivência daqueles seres, causando potencial de também graves conseqüências aos se- p o l u i ç ã o res humanos. muito granA poluição da água indica que um ou de. Os resímais de seus usos foram prejudicados, duos gerapodendo atingir o homem de forma dire- dos pelas ta, pois ela é usada por este para ser cidades, como lixo, entulhos e produtos bebida, para tomar banho, para lavar tóxicos são carreados para os rios com roupas e utensílios e, principalmente, a ajuda das chuvas. os resíduos líquidos para sua alimentação e dos animais do- carregam poluentes orgânicos (que são mésticos. Além disso, abastece nossas mais fáceis de ser controlados do que cidades, sendo também utilizada nas os orgânicos, quando em pequena industrias e na irrigação de plantações. quantidade). Por isso, a água deve ter aspecto limpo, As indústrias produzem grande quantipureza de gosto e estar isenta de micro- dade de resíduos em seus processos, organismos patogênicos, o que é conse- sendo uma parte retida pelas instalaguido através do seu tratamento, desde ções de tratamento da própria indústria a retirada dos rios até à chegada nas (quando os possuí), que retêm tanto residências urbanas ou rurais. A água resíduos sólidos quanto líquidos, e a de um rio é considerada de boa qualida- outra parte despejada no ambiente. No de quando apresenta menos de mil coli- processo de tratamento dos resíduos formes fecais e menos de dez microor- também é produzido outro resíduo chaganismos patogênicos por litro (como mado “chorume”, líquido que precisa aqueles causadores de verminoses, có- novamente de tratamento e controle. As lera, esquistossomose, febre tifóide, cidades podem ainda ser poluídas pelas hepatite, leptospirose, poliomielite, etc.). portanto, para a água se manter nessa condições, deve-se evitar sua contaminação por resíduos, sejam eles agrícolas (de natureza química ou orgânica), esgotos, resíduos industriais, lixo ou sedimentos vindos da erosão. GAZETA ONLINE - Página 9 enxurradas, pelo lixo e pelo esgoto. Enfim, a poluição das águas pode aparecer de vários modos, incluindo a poluição térmica, que é a descarga de efluentes a altas temperaturas, poluição física, que é a descarga de material em suspensão, poluição biológica, que é a descarga de bactérias patogênicas e vírus, e poluição química, que pode ocorrer por deficiência de oxigênio, toxidez e eutrofização. A Eutrofrização é causada por processos de erosão e decomposição que fazem aumentar o conteúdo de nutrientes, aumentado a produtividade biológica, permitindo periódicas proliferações de algas, que tornam a água turva e com isso podem causar deficiência de oxigênio pelo seu apodrecimento, aumentando sua toxidez para os organismos que nela vivem (como peixes, que aparecem mortos junto a espumas tóxicas). A poluição das águas nos paises ricos é resultado da maneira como a sociedade consumista está organizada para produzir e desfrutar de sua riqueza, progresso material e bem-estar. Já nos países pobres, a poluição é resultado da pobreza e da ausência de educação de seus habitantes, que, assim, não têm base para exigir os seus direitos de cidadãos, o que só tende a prejudicá-los, pois esta omissão, na reivindicação de seus direitos leva à impunidade das indústrias, que poluem cada vez mais, e aos governantes, que também se aproveitam da ausência da educação do povo e, em geral, fecham os olhos para a questão, como se tal poluição não atingisse também a eles. ficas de preocupação de todos os agentes e interesses públicos e privados, pois elas passam por várias cidades, propriedades agrícolas e industriais. No entanto, a presença de alguns produtos químicos industriais e agrícolas (agrotóxicos) podem impedir a purificação natural da água (reciclagem) e, nesse caso, só a construção de sofisticados sistemas de tratamento permitiriam a retenção de compostos químicos nocivos à saúde humana, aos peixes e à vegetação. Quanto melhor é a água de um rio, ou seja, quanto mais esforços forem feitos no sentido de que ela seja preservada (tendo como instrumento principal a de conscientização da população a Educação Ambiental), melhor e mais barato será o tratamento desta e, com isso, a população só terá a ganhar. Mas parece que a preocupação dos técnicos em geral é sofisticar cada vez mais os tratamentos de água, ao invés de se aterem mais à preservação dos mananciais, de onde é retirada a água pura. Este é o raciocínio - mais irracional - de que a técnica pode fazer tudo. Técnicas sofisticadas estão sendo desenvolvidas para permitir a reutilização da água no abastecimento público, não percebendo que a ingestão de um liquido tratado com tal grau de sofisticação pode ser tudo, menos o alimento vital do qual o ser humano necessita. Ou seja, de que adianta o progresso se não há qualidade de vida? A única medida mitigadora possível para esse problema, na situação grave em que o consumo de água se encontra, foi misturar e fornecer à população uma água de boa procedência com outra de procedência pior, cuidadosamente tratada e controlada. Vejam a que ponto tivemos que chegar. Portanto, a meta imediata é preservar os poucos mananciais intactos que ainda resta para que o homem possa dispor de um reservatório de água potável para A Educação Ambiental vem justamente que possa sobreviver nos próximos aresgatar a cidadania para que o povo nos. tome consciência da necessidade da preservação do meio ambiente, que inConcidadãos, está mais do que flui diretamente na manutenção da sua na hora de nos conscientizarmos que qualidade de vida. não adianta de nada darmos do bom e Dentro desse contexto, uma grande par- do melhor a nossos filhos. cela da contenção da “saúde das águas” Boas Escolas, boas roupas, a melhor cabe a nós, brasileiros, pois se a Terra tecnologia eletrônica à disposição no parece Planeta Água, o Brasil poderia mercado, lindos passeios e a satisfação ser considerado sua capital, já que é de todas as suas vontades de consumo, dotado de uma extensa rede de rios, e se lhes estamos deixando como herança privilegiado por um clima excepcional, um país deteriorado, rios poluídos, fauque assegura chuvas abundantes e re- na aniquilada e um deserto de sertão. gulares em quase todo o seu território. Crianças, na escola, na sua O Brasil dispõe de 15% de toda a água família, com os seus amigos, nas suas doce existente no mundo, ou seja dos atitudes faça com que o respeito pela 113 trilhões de m3 disponíveis para a natureza, por nossos rios, por nossas vida terrestre, 17 trilhões, foram reserva- florestas seja sempre considerado. dos ao nosso país. No processo de reciCrianças tenham sempre em clagem, quase a totalidade dessa água é mente que reciclar, já que não se pode recolhida pelas 9 grandes Bacias Hidro- frear o consumo é a única solução. gráficas aqui existentes. Como a água é Exija, gripe, chame a atenção necessária para dar continuidade ao porque os adultos pelos vistos andam crescimento econômico, as Bacias Hi- ocupados com outras coisas... drográficas passam a ser áreas geográTio Filipe Edições disponíveis para DOWNLOAD- Tribuna Popular - Projeto Educar - Correio Escola < www.gazetavaleparaibana.com > ABRIL 2008 Gazeta Valeparaibana Página 10 Educar é uma função da ESCOLA e da FAMÍLIA Nunca em tempo algum a Família e a Escola estiveram tão dependentes das características da sociedade como um todo, como nos dias de hoje. Com o vasto volume de informações, conquistado pelo Mundo moderno, com o consumismo desenfreado e a oferta de novas tecnologias, jogadas no mercado diariamente, a família e a Escola vêem-se confrontadas com a forma de educar seus jovens, que não é nem única, nem estática, nem uniforme. No Brasil, pela diversidade de culturas o problema se torna mais acentuado e por vezes até mais conflituoso, acrescido do fato de que as famílias, as escolas, os pais, os alunos, os diretores e os professores não são unos em seus conceitos de educação, pela influência de sua educação familiar e sectária. Num País continental os problemas regionais passaram a ser nacionais dada a migração dessas diferentes culturas, aliadas às origens étnicas, portanto as soluções nem sempre agradam a todos; determinado processo que deu resultado em algumas famílias, não atingiu a mesma expectativa ou os mesmos resultados em outras. Por conseqüência, aquele método que foi eficaz em determinada escola, com um determinado corpo docente e um outro determinado grupo de jovens, pode já não resultar no mesmo sucesso obtido por aquele outro. O Mundo atual em que vivemos é muito complexo, rápido e contraditório. Pode-se dizer que estamos vivendo em uma sociedade em mutação. Apesar das facilidades que a ciência e a tecnologia nos trouxeram, estamos constatando a nossa cada vez maior dependência destas. Hoje, muitos país, ao sentirem que sua vida em família se tornou frágil e vulnerável, que hoje têm problemas que seus pais e avós não tinham delegam na Escola e nos mestres a função da educação, do crescimento educacional e até moral dos seus filhos, esquecendo-se que a base de formação da personalidade e dos princípios é a família. Sem dúvida que a emancipação da mulher, hoje dividindo com o homem a responsabilidade financeira da família foi um avanço para ela como Mulher mas, como família está se observando e cada dia mais que ficou vago um espaço essencial da função Mãe e dona de casa da mulher. Assim, a sociedade caminha para problemas cada vez mais graves; drogas, criminalidade, falta de ética profissional, entre outros. Aí como fuga de responsabilidades se responsabilizam Governo e Escolas pela falta de programas de amparo á criança e ao jovem. No entanto, não esqueçamos que em hipótese alguma o Governo ou a Escola pode substituir a responsabilidade da família e vice-versa. Assim como a família, a Escola também sofre a influência do meio ambiente e da sociedade que, a maior parte das vezes, não é favorável á própria Escola. É por isso que, muito embora, as responsabilidades de cada um sejam diferentes, a Escola e a Família devem unir esforços para levarem a cabo esta difícil mas, fundamental tarefa que constituí a educação dos atuais jovens e das futuras gerações. A função da escola é munir a criança de conhecimento e de valores sociais e de cidadania. Os valores morais e os princípios éticos de convivência social o aluno já deve trazer de casa, agregados á sua personalidade. As responsabilidades são diferentes; a escola é o prolongamento da família e, por isso, tanto uma como a outra devem estar em perfeita sintonia no que se refere às responsabilidades de cada uma, na educação dos jovens como alunos e como filhos. Porém, motivado pela desagregação da estrutura familiar, aliada á divergência entre valores, muitas vezes o que se verifica é que a família e a escola têm critérios e normas diferentes, valores morais contrários na educação e formação da nova geração e, assim, os filhos e alunos em vez de ficarem educados e bem formados, ficam cidadãos desinformados e deseducados, tanto no aspecto moral, como no aspecto psicológico e até cívico. Ficam confusos e baralhados e acabam por fazer as escolhas que mais lhe agradam, por critérios de facilidade ou de modismo ou até sem critério. Assim, uma saudável interação entre estas duas células formativas passa obrigatoriamente por uma constante e eficaz comunicação entre ambas. Neste item é de suma importância a participação do Voluntariado em diversas atividades escolares, no entanto, não se deve esquecer que a sintonia tem de ser o mais fina possível. A educação e a boa aprendizagem bem como a boa formação social e moral dos filhos é uma tarefa dos professores e da escola mas, deverá também ser um objetivo dos país em casa. A Escola nunca poderá nem sequer deverá substituir a família, assim como a família não pode esquivar-se das suas funções e fazer da escola um “estacionamento” onde guarda seus filhos. É fundamental que haja entre a Escola e a Família esta colaboração e interação pois somente assim os filhos e alunos, apercebendo-se desta convivência, naturalmente se sentirão mais acompanhados e estimulados a melhorar e a progredir, sentido-se além do mais, mais seguros e confiantes no futuro. A função maior da escola é ajudar os jovens a descobrir o seu caminho, o seu lugar neste mundo, a sua vocação, para que se realizem plenamente como cidadãos e futuros pais de família. Este método de ensino nasceu nos Estados Unidos da América do Norte, na década de trinta, como parte integrante de um programa de educação para estudantes da Zona Rural. A “Lição de Casa” possui uma função pedagógica importantíssima pois além de ensinar a criança a construir uma relação de responsabilidade e autonomia, favorece o hábito do estudo e da leitura em sua residência. No entanto, para que a lição de casa alcance os seus objetivos é importante que o professor oriente a criança a cada lição e estabelecer os objetivos dessa mesma tarefa. Aqui já se encontra um dos pontos de conflito que atrás expusemos e que não deverão de forma nenhuma existir. O maior conflito é quando os Pais acham que os filhos trazem lições de mais para casa. Aqui, se vêm confrontados com seus LIVRE PARA SEU ANUNCIO www.gazetavaleparaibana.com afazeres profissionais , alegam falta de tempo que até é compreensível mas, temos que levar em consideração que a “Lição de Casa” é uma oportunidade inteligente de interação e co-responsabilidade da família e o aluno como filho. Para tanto, existem algumas maneiras que podem favorecer a realização da “Lição de Casa”, como por exemplo, criar uma rotina de estudo, disponibilizar um espaço da casa para esse fim e incentivo. Os pais podem e devem encorajar seus filhos nessa responsabilidade, ao demonstrar interesse e ao dar autonomia quando oferecem sua ajuda, ao invés de fazerem a lição pela criança. Uma forma de parcialmente neutralizar a ausência familiar, será esses escassos minutos de convívio e de co-responsabilidade, ao fazerem juntos a “Lição de Casa” de seus filhos. Ser exemplo é mostrar que se pode mudar. Falar o que um ou outro devem fazer é fácil o difícil é nós mesmo fazermos aquilo que estamos indicando para o outro. Como se pode educar um filho a ter uma alimentação saudável e natural se, no mercado, enchemos nosso carrinho com latarias e desprezamos os legumes e as verduras. A maioria das pessoas costuma mostrar sua autoridade impondo regras e limites mas, eles mesmas não cumprem com essas regras nem têm esses limites para si. Quem não gosta de receber um elogia, por exemplo, no que tange a beleza. Mas, para ser bela tem que haver um cuidado, um esmero no trato de seu corpo. Assim, para se ser um exemplo na sociedade e na família devemos primeiro zelar por nosso comportamento, na família e na sociedade. Filipe de Sousa Fevereiro 2008 Gazeta Valeparaibana “ Lendas do nosso Litoral “ Lenda “ Os Marinhos” Barbaridade ! Há mais de três meses não chovia, numa estiada jamais vista nestas redondezas. Aqui a chuva é uma constante no decorrer do ano e assim, uma seca como aquela exasperava a população, mormente a gente dos bairros que, se dependia da pesca, muito mais dependia da lavoura para garantir a própria sobrevivência. Da chuva, nem sinal ! O céu mantinha uma limpidez imaculada, um azul puríssimo, sem um mínimo resquício de nuvem que pudesse dar a esperança de um próximo aguaceiro ! O ar, parado ! Nem uma brisa, nem uma aragem para refrescar um pouco, fazendo balançar a ressequida galharia das árvores quase desnudas, murchas, desfolhadas... Toda a região sofria por igual os efeitos daninhos da seca, mas os moradores da Praia dos Toninhas, inconformados, afirmavam que lá era pior, que a areia da praia era mais quente que as outras, chegando a tostar-lhes as plantas dos pés se não a evitassem, precisando caminhar por cima, por sobre o emaranhado dos “juncos”. Lá, diziam, dava pena olhar as roças, onde a plantação amarelecia esturricada sob a ação escaldante dos raios solares ! Até a cachoeirinha que, sempre farta descia murmurante a encosta pedregosa, estava agora reduzida a um minguado filete de água, torturando o mulherio que amanhecia aglomerado ao pé da bica, na angustiante espera de encher o vasilhame ! Seca tirana aquela ! E a pesca ? Também falhara. Se todo o Santo dia, logo cedo, os pescadores saiam mar afora em busca do básico alimento para o seu sustento, retornavam alto dia, desanimados, com rebotalhos, trazendo aquilo que até há pouco desprezavam na praia à acirrada disputa dos famintos urubus. - ”É - dizia Tonico Honorato, patriarca das Toninhas, por isso mesmo acatado e respeitado - , isso é castigo, e pelos pescadores pagam os inocentes... Já não há mais respeito, não há mais recato! Ninguém mais tem palavra ! As igrejas vazias... Pra essa gente parece que Deus já não existe e seus mandamentos não valem mais nada... Isso é castigo!” Na Toninhas o que o Tonico Honorato dizia era sagrado. Se ele disse que aquela provação era castigo, outra coisa não cabia senão rezar. Enquanto os crédulos rezavam, aguardando o milagre da chuva redentora, Júlio e Camilo, dois insepará- veis rapazes do bairro passaram a observar o procedimento estranho do “Marinho”, também amigo e companheiro, mas agora arredio, evitandoos com desculpas descabidas e alegações inconcebíveis. A princípio não deram importância, mas num dado momento, como que acordando ficaram intrigados com tal procedimento. Ainda mais porque, se a pesca fracassava para todos, porque para Marinho era diferente? Ele não saía com os outros pela madrugada, mar afora, singrando as ondas. Ficava em casa entretendo-se em pequenos afazeres ou indo á roça em desnecessária vistoria às ressequidas plantas que teimavam vegetar nos aceiros. Á tarde, porém, viam-no caminhar pela costeira com petrechos de pesca, saltando de pedra em pedra, indo ponta afora, para o costão do Itapecericuçu, onde se demorava até ao fim do dia, quando regressava com o balaio transbordando de peixes, bastante para o consumo da família e com sobras até para mimosear generosamente a vizinhança carente. Para Julio e Camilo - Pensaram - desvendava-se o mistério: o bom pesqueiro estava para o lado do Itapecericuçu, portanto, bastaria ir até lá. Mas não querendo melindrar o arredio amigo, para lá se dirigiam várias vezes, cautelosos, a fim de não serem percebidos: umas, pela manhã bem cedo, outras, alta noite, bem tarde; Interessante, se lá permaneciam horas inteiras, o resultado era sempre o mesmo: apenas dois ou três peixinhos de pouco mais de um palmo, daqueles sem condições de serem postejados... Por quê? - indagavamse - por que eles também bons pescadores, pescando no mesmo ponto, não conseguiam resultado igual ao de seu esquivo amigo? Convencidos de que um segredo maior havia e que era preciso desvendar, certa noite foram mais cedo e ocultaram-se entre moitas de samambaias, aguardando a chegada do Marinho. Após longa espera, viram-no chegar e encaminhar-se ao declive de extensa laje, quase plana, que descia em rampa suave e aprofundando-se no mar. Viram-no, depois de acomodar seus petrechos de pesca, descer vagarosamente o declive e parar, absorto, olhando o mar, cujas ondas subiam mansamente, uma a uma, beijandolhe os pés, para voltarem depois, borbulhantes e alvacentas, rendilhadas de espumas. Num dado momento um farfalhar mais forte agitou as águas próximas e dali emergiu uma encantadora mulher, inteiramente nua, que, com desembaraço galgou a penedia, mal disfarçando a total nudez com basta cabeleira entremeada de algas e espumas! Surpresos, viram Marinho correr ao seu encontro, enlaçando-a nos braços, e ali permaneceram em doce e prolongado idílio! Que mulher era aquela - indagavam-se - , jovem, encantadoramente bela, que emergia das águas, gesticulando como se fosse muda e vinha entregar-se aos arroubos de amor a uma criatura humana ? Não era por certo uma sereia, misto de peixe e de mulher que, com o enlevo de seus cânticos, em noites enluaradas atraía traiçoeiramente incautos navegantes e pélagos profundos, para a satisfação de voluptuosos desígnios de amor! Não! Aquela era mulher perfeita, de corpo escultural e beleza fascinante que ali permaneceu por longo tempo em arroubos de amor até que, vencendo a relutância de Marinho, que tentava retê-la junto a ele, desgarrou-se dele e, rápida, solerte, atirou-se ao mar, desaparecendo no verde esmeraldino das águas. Marinho, então, pôs-se a pescar e em poucos momentos, como fazia todos os dias, regressou com farta provisão de peixes de grande porte - garoupas, sargos e badejos. Julio e Camilo, atônitos com o que viram, voltaram outras vezes aquele pesqueiro, na esperança de desvendar o mistério de que eram testemunhas. Um dia a enamorada tardou a aparecer. O crepúsculo já se aproximava quando, emergindo airosa e bela, subiu apressadamente a inclinação da laje para entregar-se aos braços de Marinho. Entretanto, ao contrário das outras vezes, demonstrava ansiedade em voltar ao mar e fazendo entender o seu intento, encontrava oposição de seu amante, que a prendia nos braços sem querer desgarrarse dela. Parecia resolvido a mantê-la para sempre junto dele. Compreendendo a situação em que se achava, a jovem passou a debaterse desesperadamente, querendo gritar mas sem conseguir desprender a voz, nem emitir um gemido sequer! Na luta que se desenvolvia Marinho percebeu-lhe, na boca exageradamente aberta, a garganta obstruída por enorme guelra vermelha, que nos peixes funciona como órgão respiratório. Instintivamente, sem vacilar um instante, introduziu-lhe dois dedos na boca e num gesto rápido, volteandoos, estripou, esponjosa e sanguinolenta, a guelra que a impedia de falar, mas que lhe dava condições de viver mergulhada nas águas do oceano. Foi então que de seu esconderijo os dois rapazes ouviram a jovem falar e perceberam que, trocando juras de amor, prefeito entendimento se estabeleceu entre eles: ela seria Ondina, filha das ondas e, casada com Marinho, formariam, os dois, o venturoso lar dos Marinos. Logo mais, protegidos pela sombra da noite que descia alcoviteiramente, o jovem par encaminhou-se ás Toninhas, à casinha nova coberta de sapé com beirais rendilhados de róseas trepadeiras - que Marinho havia construído há pouco - e lá, como todas as estórias, a família Marinho cresceu, multiplicou-se e viveu por muitos e muitos anos, alegre e feliz. Não posso afirmar, mas dizem que ainda há muito Marinho por aí... Washington de Oliveira “seo Filhinho” Livro: “Ubatuba - Lendas & outras histórias” www.gazetavaleparaibana.com Página 11 Livre para Anunciar www.gazetavaleparaibana.com Gazeta Valeparaibana ABRIL 2008 Educar para quê? Continuando, a catadora de latas Angelina Maria Vieira de Souza, de São Paulo, intervém. Não concorda com a idéia de que a escola produza imunidade ao mundo do crime e das drogas. Para ela, a educação é fator importante, mas não garante todas as condições de facilidade, harmonia e inclusão. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Já vi gente muito bem educada cair nesse mundo, que tem pai dentista, a mãe trabalhadora. Mesmo assim, entrou na droga. Hoje está preso dentro de casa, o pai tem que dar dinheiro para ele não roubar. A droga está em todos os lugares, nos pobres e nos ricos”. E aponta o que considera problemático no sistema de ensino atual. “Ultimamente no ensino que eu tive, a criança rezava e cantava o Hino Nacional. Hoje não tem mais nada disso. Ele precisa de psicólogo porque traz para a escola o problema de casa. Eles chama nossos filhos de favelados, burros, idiotas. Ora, se o profissional não tem Uma das características principais do atual momento é a aceleração do tempo. O espaço terrestre, praticamente o conquistamos. Mas o tempo continua sendo o grande desafio: poderemos dominá-lo? A corrida contra ele se dá em todas as esferas, a começar pelo esporte. Em cada olimpíada busca-se superar todos os tempos anteriores, especialmente na clássica corrida dos cem metros. Os carros devem ser cada vez mais velozes, os aviões e os foguetes têm que superara a velocidade da geração anterior. No agro negócio se utilizam promotores químicos de crescimento para encurtar o tempo de germinação e lucrar mais. A internet é de altíssima fluidez e sem cabos, pois, para ganhar tempo, tudo é feito via satélite. E a aceleração atingiu especialmente as bolsas. Quanto mais rapidamente se transferem capitais de um mercado para o outro, acompanhando o fuso horário, mais se pode ganhar. Como nunca antes Página 12 Forum: http://educargazetavalparaibana.blogspots.com capacidade , que vá fazer outra coisa! Assim a criança não tem vontade de aprender. Em casa, ela encontra uma situação; na escola a professora xinga. Quando adulto, será recriminado no trabalho. Quem controla isso? Assim ele vai trabalhar só pelo dinheiro, porque é sempre humilhado, sem valor”. O mediador Fernando, avalia que, embora realmente a escola não assegure ao jovem todas as condições necessárias para viver dignamente, ele, se instruído, terá menos probabilidades de entrar na criminalidade. “Mas quem não tem educação pode não entrar. Angelina nos traz uma idéia, reforçando o que Marizete falou, sobre a capacidade destruidora da escola. Da forma que está, segundo elas disseram, a escola vai criar multidões de excluídos, de pessoas tristes”. Mas desafia: “ Quero, porém, retomar o lado positivo da pergunta: se tanto destrói, o que a escola pode construir? Se é tão poderosa para destruir - e todos aqui tem recordação ruim na vida do educando - o que ela pode fazer de bom? Falamos só do lado sombrio da escola. Vamos trazer à Luz o que ela pode trazer de bom aos nossos filhos?”. O lado positivo da Escola demora a surgir. Quando o técnico autônomo António Luzia, de São Paulo, toma a palavra. Outro lado sombrio da escola é levantado: o de local em que se aprende a competir e se destrói a solidariedade. “A escola, que deveria educar o jovem para uma cidadania responsável, na ver- dade ensina a cidadania competitiva”. Segundo António Luzia, isto se dá desde as provas e inclui até a localização do aluno em sala: o melhor senta na frente, “o mais feinho atrás”. Para ele, isso estimula a competitividade, enquanto deveria educar para a solidariedade, para a busca de uma sociedade em que este valor, junto com a fraternidade, deveria ser resgatado. “ A escola não é um parâmetro de competência social. Muitos vão para a escola sem ter tido convivência social mais regular. Existem crianças abandonadas nas ruas e crianças que vivem na rua. Crescem sem ambiente que lhe dê formação para viver na escola. Vivem sem regras. Chegam à escola e descobrem que tem hora para o lazer. tudo tem limites, deve ficar sentada tantas horas, com alguém dizendo que tem hora para sentar, para se levantar, para se alimentar. Ele competia na rua, sem regra; agora vai competir com regra. Os professores, talvez por essa falta de atenção, são aqueles que inserem a essa criança uma competitividade que deixa a escola odiada, triste e longe de qualquer realidade. O educar para a solidariedade é o que falta”. Fernando volta a questionar: “O que é solidariedade? Ela é diferente dentro da escola, do que a solidariedade da igreja e do clube de esporte? Qual a solidariedade que é da escola, que não está no partido político, na igreja ou na família? Isso ainda não foi respondido. Vocês me trouxeram os baús. Quero abrir isso “Tempo é dinheiro”. Logicamente, em todo o processo, há um elemento libertador, pois o tempo foi, em grande parte, vivenciado com servidão. Não podemos detê-lo. Por outro lado, produz um impacto sobre a natureza que possui seus tempos e ciclos. O impacto não é menor sobre as mentes das pessoas que se sentem atordoadas, particularmente as mais idosas, perdendo os parâmetros de orientação e de a- Todos são obrigados rapidamente a se modernizar a ser emergentes. Para onde nos levará essa corrida contra o tempo? Ele sempre nos ganha, pois não podemos congelá-lo. Ele simplesmente passa devagar ou acelerado como nos grandes túneis de aceleração de partículas. Mas, importa considerar que á tempos e tempos. O Tempo natural do crescimento de uma árvore gigante pode demorar 50 anos. O tempo tecnológico de sua derrubada com a moto serra durará no máximo 5 minutos. Quanto tempo precisamos para crescer com maturidade, sabedoria e conquistar o próprio coração? Às vezes uma vida inteira de 80 anos é curta demais. O tempo interior não obedece ao tempo do relógio. Precisamos de tempo para trabalhar nossos conflitos interiores que, às vezes, nos obrigam a parar. Uma reflexão do mestre zen Chunálise daquilo que está ocorrendo no ang-Tzu de 2.500 anos atrás nos parece Mundo e com elas mesmas. Vale a pena muito inspiradora. Ele conta que havia essa irrefreável corrida? Para onde estamos fugindo? Ai daqueles que não se adaptam aos tempos. Em termos de trabalho são ejetados do mercado, pois suas habilidades ficaram obsoletas. Os que se resignam, perdem o ritmo do tempo e são considerados precocemente envelhecidos ou simplesmente retardatários. Isso pode ocorrer com países inteiros que não incorporam os avanços da tecno-ciência. Livre para Anunciar www.gazetavaleparaibana.com e ver o que tem dentro”. Para o trabalhador rural, Adenilson de Almeida Amaral , de Ribeirão do Lago, Bahia, a escola deveria ser o lugar onde se ensina ao aluno como desprender das formas de dominação da sociedade.: “ A educação, não é tratada, foi implantada pela burguesia, para ensinar. Traz metodologia que nos transforma em massa de manobra. Estimula a competitividade. Sou pai de um menino de sete meses e não sei qual a educação quero para ele. Não que a escola não preste, mas a estrutura pública é dominada. Na particular, é mais complicado ainda. Tenho experiência, no meu Estado, de escolas de famílias agrícolas, que não é reconhecida pelo MEC porque é do jeito que a gente quer e não do jeito que o Estado quer. Para mim , educar serve para a libertação e valorização dos direitos. É para reconhecer a cultura e identidade que nós temos”. VÁ NO FORUM E DEIXE SUA OPINIÃO... um homem que ficava tão perturbado ao contemplar sua sombra e tão mal humo- rado com suas próprias pegadas, que achou melhor livrar-se de ambas. O método foi da fuga, tanto de uma como da outra. Levantou-se e pôs-se a correr. Mas sempre que colocava o pé no chão aparecia a pegada e a sombra o acompanhava sem a maior dificuldade. Atribui seu erro ao fato de que não estava correndo como devia. Então, pôsse a correr velozmente sem parar, até que caiu morto por terra. O erro dele, comenta o Mestre, foi o de não ter percebido que, se apenas pisasse num lugar sombrio, a sua sombra desapareceria e, caso ficasse parado, não apareceriam mais as suas pegadas. Não é isso que hoje se impõe fazer? Dar uma parada? Aqui reside o segredo da felicidade e da ansiada paz interior. Por Leonardo Boff Teólogo [email protected] Gazeta Valeparaibana ABRIL 2008 SAÚDE Página 13 Saúde & Meio Ambiente As doenças infecciosas emergentes estão em progressão nas últimas décadas, e as doenças animais transmissíveis ao homem, nos países tropicais pobres, representam a maior ameaça à saúde humana, segundo uma equipe internacional de pesquisadores. As incidências das doenças emergentes, como a Aids, o vírus do Nilo Ocidental, a pneumonia atípica, o vírus Ebola ou ainda a gripe aviária, quase quadruplicaram nestes últimos cinqüenta anos. Afirmam, Cientistas de quatro instituições - Sociedade Zoológica de Londres, Escola de Ecologia Odum da Universidade da Geórgia, Centro para uma rede de informação Internacional em Ciências da Terra (ciesin), Consórcio por uma Medicina Ambiental do Wildife Trust. Eles analisaram 335 doenças emergentes entre 1940 e 2004, estudando suas relações com a densidade geográfica, a latitude, as chuvas e a biodiversidade. Seus trabalhos, publicados pela revista “Nature”, levaram á elaboração de mapas de “pontos quentes”, onde poderiam surgir as futuras doenças emergentes. Este mapeamento das zonas de risco “é o primeiro a prever cientificamente onde as maiores doenças tais como a Aids ou a Sras emergirão”, indica Peter Daszak (Consórcio por Uma Medicina Ambiental) “a ameaça principal para a saúde pública, vem das zonas onde a população cresce e entra em conflito com a diversidade da fauna”, acrescenta. De acordo com os pesquisadores, 60% das doenças emergentes provêm das doenças animais, transmissíveis ao homem (zoonoses) e a maioria dentre elas de animais selvagens. As zonas com maior risco de zoonoses são “o Sudeste Asiático em sua totalidade, o subcontinente Indiano, o Delta do Níger e a Região dos Grandes lagos, na África”, indicou Marc Levy (Ciesin), durante uma teleconferência. “Proteger do desenvolvimento as regiões ricas em biodiversidade pode também ter um efeito em termos de prevenção da emergência de doenças no futuro”, analise Kate Jones da Sociedade Zoológica de Londres. Cerca de 20% das doenças emergentes têm como origem a resistência aos tratamentos devido à utilização crescente de antibióticos nos países ricos. Os pesquisadores citam a tuberculose resistente e a bactéria E. Coll. “As doenças podem ser o preço do desenvolvimento”, comenta o Dr. Daezak. O estudo também mostra que os anos 80 do século passado registraram um recrudescimento das doenças emergentes, provavelmente devido à pandemia HIV/Aids, que provocou novas afecções. Os anos 80 foram marcados por um pico na incidência de doenças vetoriais, por exemplo trazidas pelos mosquitos, que podem estar relacionadas com as mudanças climáticas. O Problema para o futuro, advertem os pesquisadores, é que os recursos essenciais em matéria de controle das doenças emergentes estão concentrados em países ricos, enquanto a ameaça se apresenta nos países em desenvolvimento. Tisiologia, com o calor externo, o organismo perde muita água pela transpiração e o conseqüente ressecamento das mucosas facilita o aparecimento de alergias respiratórias, como a rinite e a asma. E quando a temperatura cai, o ar frio favorece a proliferação de vírus que causam os resfriados e as gripes. O Ar Condicionado Outro fator que pode ser prejudicial à saúde é o ar condicionado. Gripes e resfriados em geral atacam os organismos mais susceptíveis, especialmente quando expostos diariamente ao ar condicionado. Isso por que “o ar resseca o muco protetor que reveste as mucosas das vias aéreas, tornando-as vulneráveis”, explica o pneumologista Rafael Stelmach. Além disso, se o aparelho estiver sujo, vai ajudar na proliferação de ácaros, fungos, mofo e bactérias. “O que gera maior sensibilidade e, por conseqüência, o desenvolvimento de sintomas alérgicos”, explica o Dr. Rafael. Para ajudar a evitar essa doenças, os dois médicos recomendam uma boa alimentação, com comidas leves, como frutas e verduras, e a ingestão diária de aproximadamente três litros de água. E para aqueles dias que a temperatura caí, “é importante se agasalhar bem e evitar aglomerações em lugares fechados, que facilitam a disseminação de vírus e bactérias, aumentando o risco de infecções”, alertam os pneumologistas. Algumas dicas de prevenção e saúde: - Evite locais fechados, - Trate a alergia tão logo a crise comece, - Tome banho morno, - Faça exercícios físicos regularmente, - Lave bem, diariamente, as narinas, Caso já tenha alguma doença respiratória, procure o quanto antes um pneumologista; leve sempre a medicamentação de manutenção e aquela orientada para uso em caso de crises. Para pessoas portadoras de doenças respiratórias crônicas, em caso de viagens aéreas, é fundamental a orientação de um pneumologista, pois, durante o vôo, pode piorar, devido à baixa temperatura,à umidade relativa do ar e à oxigeEste Verão foi marcado por nação na altitude. Doenças Respiratórias oscilações de temperatura muito grandes e ao que tudo indica devemos continuar convivendo com elas. Assim, vamos falar sobre algumas formas de vencer as alterações climáticas e as doenças respiratórias. Este verão como um todo, foi marcado por mudanças bruscas de temperatura e pelo que tudo indica deveremos encontrar situações atípicas em todas as estações que virão. Frio, calor, chuva no mesmo dia. Chuva intensa depois de um dia de sol quente, etc... Com estas oscilações é natural que as pessoas fiquem com a imunidade baixa e as doenças respiratórias como resfriado, gripe, faringite e até pneumonia, encontrem uma situação bastante propícia para atacar. Segundo José Eduardo Delfini Cançado, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e co da infância, deixando seqüelas neurológicas que diminuem a capacidade de aprendizado. Os resultados dessa relação entre a pobreza e o aprendizado já são do conhecimento da maioria dos educadores, mas os cientistas ainda estão longe de explicar como isso ocorre biologicamente. A capacidade do ser humano de memorizar, lembrar e aprender novas informações depende de uma constante reconfiguração de sinopses - as ligações entre um neurônio e outro - por meio das quais são transmitidas e armazenadas as informações no cérebro. A maior parte dos neurônios é formado no útero, durante o desenvolvimento embrionário e fetal, mas a planta básica de conectividade dessas células só é estabelecida nos primeiros anos de vida, na medida em que a criança aprende a falar e a raciocinar. Numa situação de pobreza, em que há menos estímulos, piores condições de saúde, má nutrição, maior exposição a substâncias tóxicas, abuso entre outras dificuldades domésticas, aliadas á falta de tratamento de esgotos e insalubridade, esse desenvolvimento primordial do cérebro pode ser prejudicado. “Uma vez que esses circuitos são fechados, não dá para voltar atrás e reconfigurar o sistema, a criança irá viver com os circuitos defeituosos para sempre”, diz o pesquisador Jack Shonkoff, diretor-fundador do Centro sobre Desenvolvimento Infantil de Harvard. O assunto foi tema de um simpósio da Associação Americana para o Desenvolvimento da Ciência, em Boston. “Não há dúvida de que ser pobre é ruim para o cérebro”, disse a organizadora do debate, Martha Farah, da Universidade da Pensilvânia. Estudos mostram, por exemplo, que crianças de três anos de idade, cujos pais têm diploma universitário, têm um vocabulário três vezes maior que aqueles cujos pais não completaram o ensino básico. “Com dois anos você já pode notar a diferença”, disse Shonkoff. A Pobreza e o Cérebro... Pesquisas comprovam que pobreza prejudica o desenvolvimento do cérebro. Crianças criadas em condições de pobreza têm mais dificuldade de aprender, não só por questões socioeconômicas, mas também biológicas. Pesquisas realizadas nos últimos anos, comprovam que a pobreza tem um impacto direto no desenvolvimento do cérebro, justamente no período mais críti- As seqüelas da pobreza no desenvolvimento cerebral são profundas, mas não totalmente irreversíveis. Estudos com animais mostraram que o cérebro tem a “plasticidade” suficiente para se recuperar, se os estímulos positivos para que isso ocorra forem também suficientemente fortes e suficientes. No caso de seres humanos, esses estímulos podem variar desde um programa de leitura até à oportunidade de estudar numa boa escola. Internacional raio de sol Livre para Anunciar www.gazetavaleparaibana.com Não fique só Site seguro e confiável ABRIL 2008 Gazeta Valeparaibana São Paulo - A Fundação de São Paulo Hoje, a cidade mais importante da América Latina, festejou neste mês de Janeiro de 2008, 454 anos de grande história, cuja imponência se deve ao esforço de várias raças. O pequeno vilarejo fez do Brasil um gigante, com sua força econômica, sua diversificação cultural e sua capacidade de superação em todas as adversidades. Falar de São Paulo, devemos lembrar do português João Ramalho, que vivia por estas terras, muitos séculos atrás mesmo antes da chegada de Martim Afonso de Sousa em São Vicente (1532), que pode ser considerado, de fato, o grande pai do Planalto Paulista. Foi ele quem abriu passagem e ensinou o caminho aos padres jesuítas para chegar a uma região de “ares frios e temperados como os da Espanha”. Foi João Ramalho quem venceu a resistência indígena e tornou-se senhor dos Campos de Piratininga, onde, em 25 de Janeiro de 1554, os padres Manoel da Nóbrega e José de Anchieta fundaram o “Real Colégio de São Paulo”. Portanto, pelas mãos de João Ramalho e do padre Manoel da Nóbrega, São Paulo nasceu, numa pequena cabana coberta de sapé. A escolha do local de uma construção é sempre uma decisão estratégica. A localização de uma escola não pode fugir á regra. Foi assim, na sua decisão, que os Jesuítas implantaram a sua decisão da construção do Colégio e é assim até hoje. A escola do local foi estudada, levando em consideração a permanente necessidade de defesa dos catequizadores Europeus, frente aos ataques dos Índios e de outros possíveis agressores. O colégio foi construído em uma escarpa que permitia acesso praticamente por apenas um lado. Assim, o edifício se tornaria também uma fortaleza. Diretor da Companhia de Jesus no Brasil, Manoel da Nóbrega foi quem determinou onde seria construído o colégio e, sendo devoto do Apóstolo Paulo, também escolheu o dia deste santo para fundar oficialmente São Paulo de Piratininga. A data foi marcada com a celebração de uma missa ao ar livre, em frente á cabana, missa esta rezada pelo padre Manuel de Paiva. Mas além de João Ramalho e Nóbrega, outro religioso teve presença decisiva na história da cidade de São Paulo. José de Anchieta foi figura mar- cante na consolidação do novo povoado. Colaborou na criação da escola dos jesuítas e ali trabalhou por 10 anos como professor. Juntamente com ele, outros professores (padres) ensinavam a língua Portuguesa, Latim, Matemática, Teologia e História. Logo, a primeira cabana se tornou pequena frente ao grande numero de alunos. Assim, os jesuítas reunindo esforços construíram u novo colégio, este inaugurado entre os anos de 1556 e 1557. Nesta nova edificação, as paredes já foram construídas com material mais robusto (taipa de pilão), uma mistura de BARRO, AREIA, FIBRAS, SANGUE E ESTRUME DE BOI. Sabe-se que a convivência entre João Ramalho e os jesuítas nem sempre foi suficientemente amistosa. Os padres condenavam com veemência seu estilo de vida, seu alto numero de filhos e seu vasto relacionamento com outras índias, além de Bartíra, sua mulher, filha do cacique Tibiriçá, homem de respeito entre a comunidade. Quando os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil, em 1549, junto com Tomé de Sousa e liderados por Manoel da Nóbrega, João Ramalho sofreu intensas críticas mas, dado o seu conhecimento da região, os missionários logo perceberam, que sem sua ajuda e dado sua influência junto ás tribos indígenas, seria difícil iniciar o trabalho de catequese. Por volta do ano de 1553, Tomé de Sousa, ao escrever ao rei, dizia que João Ramalho tinha “tantos filhos, netos e bisnetos que não ouso dizer a Vossa Alteza, ele tem mais de 70 anos, mas caminha nove léguas antes de jantar e não tem um só fio branco na cabeça nem no rosto”. Tão bem situado estava o assentamento que, em 1560, o governador-geral Mem de Sá ordenou a transferência dos habitantes, de Santo André da Borda do Campo para a povoação do colégio. No ano seguinte São Paulo foi elevada á consideração de Vila. Depois de instalados, os Jesuítas começaram imediatamente os trabalhos de catequizar. Segundo o padre José de Anchieta, “cerca de 130 Índios de ambos os sexos foram chamados para o catequísmo e 36 para o batismo, os quais são todos instruídos na doutrina, repetindo orações em português e em seu próprio dialeto indígena. As crianças (curumins) aprendiam a ler, escrever, e os “bons costumes pertencentes à política cristã”. Os curumins aprendiam depressa e recebiam atenção especial dos padres, que acreditavam poder, através deles, alcançar as “almas” adultas. Apesar de não terem sido os primeiros religiosos a se instalarem na colônia, os jesuítas exerceram enorme influência na vida colonial. Receberam total apoio da Coroa Portuguesa, não só Página 14 - Os Jesuítas veiro. dali partiam em busca de minerais preO projeto jesuítico constituía na ciosos e outras riquezas, em sertões formação de aldeamentos que também distantes. Com a expulsão dos Jesuítas da América Latina, em 1760, todas as suas posses foram confiscadas e o colégio, berço de São Paulo, passou a pertencer ao governo estabelecido, passando então a ser denominado de Largo do Palácio, abrigando a sede dos capitães generais. A partir daí a área passou por várias mudanças: em 1770, foi palco da sessão inaugural da Academia Paulista de Letras, tornando-se um centro cívico e cultural; em 1821, recebeu o Governo Provisório de São Paulo, um primeiro passo para a ” Independência Nacional “. No ano seguinte, o Páteo do Colégio (conforme referências grafadas em placas e documentos) recebeu um ilustre hóspede. Após declarar a independência forneciam mão-de-obra livre e assalaria- do Brasil, Dom Pedro I seguiu para lá, da aos colonos. Inicialmente os aldea- onde ficou por 11 dias e escreveu o Hino mentos foram aprovados pela Coroa da Independência. (Ver matéria especial Portuguesa, pelos colonos e pelos jesuí- e a letra no encarte ”Especial Brasil”, tas. No entanto, a presença cada vez nesta edição. maior de colonos no planalto fez com Nos tempos da fundação de São Paulo, que os seus interesses entrassem em os tupiniquins dominavam os campos de choque com os dos jesuítas. Piratininga e o Queixas se tornaram freqüentes. Os coVale do Tietê. lonos se mostravam insatisfeitos pela O planalto era pequena, segundo eles, quantidade de povoado por índios postos á sua disposição pelos várias aldeias aldeamentos era insuficiente, que muitos tupis (Veja se recusavam a trabalhar para eles, e, matéria espepor fim, declararam não querer ter os cial (OS INDIOS jesuítas como intermediários, mostrando BRASILE IROS). preferência pela negociação direta entre Os índios desciam para o litoral na époeles (colonos) e os índios. Assim, pas- ca do frio para pescar e foram responsásaram a escravizar os nativos que cap- veis pela criação de várias trilhas, a maituravam, alheios aos protestos dos jesuí- oria usada por jesuítas e portugueses. tas e do próprio Rei. Os tupis eram formados por diversos Inúmeras vezes os paulistas rebe- grupos indígenas, que, na sua maioria, laram-se contra a intromissão da Coroa viviam para a guerra. Tinham na sua forna captura dos Índios, e os Jesuítas che- ça e coragem profundo orgulho. garam a ser expulsos da Vila, só vindo a Entre as famílias tupis, predoretornar a São Paulo por volta do ano de minavam na Ilha de São Vicente os ta1653. Sem condições financeiras para moios, quando a expedição portuguesa adquirir o escravo africano, que era mui- aportou em 1532, É importante ressaltar to caro, precisavam utilizar o trabalho quer o cacique Tibiriçá, chefe de uma forçado do Índio em sua economia de parte da nação indígena estabelecida subsistência. nos campos de Piratininga, com sede na Em 1570, uma “Carta Régia” tentou aldeia de inhampuambuçu, foi grande regulamentar os cativeiros feitos nas colaborador dos jesuítas e portugueses. chamadas “Guerras Justas”, que deveri- Defendeu muitas vezes São Paulo de am ser autorizadas pelo Rei ou pelo Go- ataques de outras tribos e facilitou o vernador. Na prática essa carta signifi- trabalho de catequese. Nesta atitude cou a liberação do tráfico dos índios, também João Ramalho teve sua influênpois tornava-se muito difícil distinguir cia dado que se unia em laços de família uma “guerra justa” ou de uma outra não ao cacique. Os restos mortais do caciautorizada. que Tibiriçá se encontram, hoje deposiSão Paulo cresceu ao redor do Pá- tados em uma cripta, na Catedral da Sé, tio do Colégio. Em 1560, conforme atrás no marco zero da cidade de São Paulo. mencionamos ganhou o foro de Vila e Os índios viviam em bandos. pelourinho, mas a distância do Litoral e Eram nômades, daí a dificuldade em se o isolamento comercial a mantiveram determinar com exatidão os pontos onde d u r a n t e se fixavam por algum tempo. Não tinham muito tem- o costume de escravizar o inimigo mas p o , n u m a sim de devorá-lo. Nas “caçadas de genc o n d i ç ã o te” que promoviam conforme relato de sem muita Hans Staden, cabia ás mulheres mais importância velhas esfolar, cortar e repartir a vítima. para a Coro- Manoel da Nóbrega escreveu que eles a. capturavam o inimigo, para engordá-lo e posteriormente devorá-lo. Em 12 de Maio de 1564, a Somente em 1681, São Paulo, foi consi- Câmara de São Paulo registrava “a Capiderada cabeça da Capitania de São Pau- tania de São Vicente está entre duas gelo e, em 1711, a Vila foi elevada á catego- rações de gentes de várias qualidades e OS CONFLITOS ria de Cidade. Dela partiram as forças que há em toda a costa do Brasil, para converter os gentios à fé católica, “bandeiras”, expedições cujos cabeças como são os tamoios e tupiniquins, inicomo também para protegê-los do cati- foram chamados de Bandeirantes e que migos havia muitos anos”. Livre para anunciar www.gazetavaleparaibana.com Gazeta Valeparaibana ABRIL 2008 Página 15 TIBET— Uma região com muitois séculos de conflito. Desde o tempo do primeiro Rei Tibetano, Nyatri Tsenpo, a religião predominante no Tibet era o Bön. Durante o reinado de Lha Totori Nyentsen, ocorreram os primeiros contatos com o “Budhismo”. Seu quinto sucessor foi o Rei Songtsen Gampo (617-698), que colaborou com o estabelecimento do budhismo no seu Império e introduziu costumes do Dharma, principalmente a cultura moral. Seu quinto sucessor, o rei Trisong Detsen (790-858) convidou vários mestres e patrocinou a tradução dos textos budhistas para o Tibetano e, em 779, fundou o primeiro monastério tibetano, SAMYE, com base na linhagem de ordenação Indiana dos Mulasarvastivadins. Segundo a história tradicional, Padmasambhava, também conhecido como Guru Rinpoche (Mestre Precioso) subjugou as “divindades e demônios” do Tibet, que se opunham à introdução do budhismo, Ao invés de abolir as práticas e crenças da religião Bön tibetana, Padmasambhava utilizou-as para difundir o budhismo. A diversidade das influências é bem simbolizada pelas duas esposas de Songtsen Gampo, ambas budhistas e cada uma acompanhada por missionários da China e do Nepal. Na época de Trisong Detsen (século VII), as relações entre os representantes das duas tradições eram ásperas, e os argumentos seriam resolvidos por um debate, ou por uma série de debates, no Samye (792-794). O grupo Indiano, com uma abordagem gradualista para a iluminação súbita através do corte de todas as diferenças mentais. Eventualmente, o rei declarou Kamalashila como vitorioso, e a ártir de então todos os budhistas tibetanos deveriam ser praticantes da tradição indiana. Ho Shang foi banido. É provável que a decisão do rei tenha sido, em parte, pragmática, já que o grupo indiano argumentou que a visão de uma iluminação súbita minava a moralidade. Se a iluminação ocorresse repentinamente, sem a orientação do caminho gradual, então a prática da moralidade e das perfeições não teriam sentido. Talvez aqui tivesse havido uma busca imediata da parte do rei para a moralização que queria transmitir ao povo Tibetano. Chamar o budhismo tibetano de islamismo é errado, porque ele não foi inventado pelos lamas tibetanos, No século IX, o rei Langdarma, adepto da religião BÖN, perseguiu vigorosamente o budhismo até ser assassinado por um monge no ano de 842; isto encerra a primeira fase do budhismo no Tibet. A segunda fase começa depois da estabilização política no século X e do renascimento gradual do budhismo a partir do oeste do Tibet. Em 1042, o monge Indiano Atisha (980-1055), do minastério Vikramashila, foi convidado a visitar o país. Atisha introduziu grandes mudanças no budhismo tibetano, tomando como base as fontes monásticas indianas. Seus discípulos fundaram a primeira escola budhista tibetana, chamada de KADAM (bKa’gdams). Em um desenvolvimento paralelo, numerosos tibetanos cruzaram os Himalais em sua busca por ensinamentos e textos raros, nas mesmas universidades e aos pés dois mashasiddhas. Na ausência de qualquer poder político ou religioso centralizado, comunidades informais desenvolveram-se ao redor destes mestres tibetanos, muitas vezes suportados por famílias abastadas do Tibet. Em 1949, começou a ocupação chinesa do TIBET. Dez anos depois, um levante tibetano não teve sucesso e o Governo Comunista da China, consolidou sua invasão. Aproximadamente 1,2 milhão de Tibetanos morreram e mais de 6.200 monastérios foram destruídos, tendo restado apenas 13. Cerca de 100.000 Tibetanos, como Dalai Lama e vários outros mestres, foram obrigados a se exilar. O Conflito... Até á invasão Chinesa de 1950 pensava-se no Tibet basicamente como um Shangri-Lá, a terra mágica de sabedoria milenar e beleza inacessível, onde os estrangeiros raramente tinham permissão para entrar. Isolado e fechado, o Tibet não mudava havia séculos, e o progresso tecnológico e a modernização enfrentavam sempre forte resistência. O país nunca passou por uma idade da razão ou de desenvolvimento científico. Existe uma tendência compreensível em romantizar aquele Tibet que existiu antes da violenta invasão chinesa. Entretanto, é um erro pensar que o Tibet era um Shangri-Lá, onde todos eram iluminados, felizes, vegetarianos e não violentos. Apesar do Tibet provavelmente dispor da mais sofisticada tecnologia espiritual e da melhor compreensão das ciências interiores, não podemos fingir que era uma sociedade perfeita. Ainda tinha um longo caminho a percorrer. Antes da invasão chinesa, uma vida espiritual de devoção e uma vocação monástica eram considerados uma profissão viável. Um terço da população masculino do Tibet habitava os milhares de mosteiros espalhados pelo país; os mosteiros femininos, repletos de mulheres, também eram em grande numero. Hoje, no Tibet, o que importa é extrair o ouro do minério do Himalaia - encontrar a essência dos ensinamentos da sabedoria imutável nas encostas pedregosas da cultura asiática, da teologia e da anacrônica cosmologia. Por volta do ano de 1920, o predecessor do atual Dalai Lama (o presciente Décimo Terceiro Dalai Lama) fez previsões sinistras sobre os planos chineses para conquistar e invadir o Tibet, com a con- seqüente perseguição ao budhismo. Mas os Tibetanos, mais preocupados em manter as coisas como estavam do que a evoluir para os tempos modernos (conservadorismo), ignoraram as advertências. Quando as Nações Unidas foram formadas, no pós guerra, o Tibet escolheu não fazer parte, e pagou muito caro por essa escolha retrógrada. Em 1950, quando a China invadiu o Tibet, alguns Lamas, monges e leigos tiveram a boa idéia de sair do país. Afortunadamente alguns deles antigos objetos sagrados e escrituras. A maior parte dos tibetanos, entretanto, resolveu ficar. Apesar do jovem Dalai Lama temer o pior, por longos nove anos ele ficou em UNASSA, tentando em vão chegar a algum tipo de acordo com o Governo Chinês. No entanto, dado ao totalitarismo das opções chinesas de revolução proletária até então e até hoje, retrogradas para o Ocidente, o povo Tibetano se acha reprimido de suas vontades. Mas, por razões políticas e pela falta de interesse político para o resto do Mundo da Região Tibet, o lavar das mãos e a vista grossa tem feito com que a China manipule o Tibet e os tibetanos a seu belo prazer. Voltando à história, em 1959, a tensão e a insegurança que pairavam sobre a vida dos tibetanos se acumulou, originando a revolta na província oriental de Kham, que chegou até Unassa. O Dalai Lama foi alertado quando o governo comunista chinês o convidou para assistir a um espetáculo teatral mas não permitiu que levasse seu guarda-costas nem os assistentes. O exílio de Dalai Lama. Preocupados com a segurança de seu líder espiritual, milhares de seguidores, cercaram o palácio. Quando a luta começou, Dalai Lama, vestido como um camponês, saiu do palácio na escuridão e começou a difícil e perigosa jornada, em lombo de burro e a pé, através das montanhas, para fora do Tibet e para o asilo político na Índia. Sem saber que o Dalai Lama havia partido, o exército chinês disparou seus canhões contra o palácio no dia seguinte à sua partida, e milhares de tibetanos civis e desarmados morreram. Antes dos chineses fecharem as fronteiras muitos monges e tibetanos empreenderam fuga de sua terra natal. Consta que cerca de 100.000 tibetanos fieis aos princípios de Dalai-Lama conseguiram fugir do Tibet. Também consta que nem todos conseguiram chegar a salvo a seus destinos e que muitos pereceram na sua viagem através do Himalaia. Também muitos monges, monjas e Lamas foram cruelmente torturados e assassinados. A Anistia Internacional calcula que cerca de hum milhão e duzentos mil tibetanos tenham sido mortos pelo exército Chinês. A Cultura Budhista no Tibet também foi muito sacrificada pois muitos dos templos foram destruídos e hoje apenas restam duas dúzias, deixados de pé pelos Chineses apenas para exibição. Os Lamas e Monges que escaparam precisavam encontrar um lugar seguro e refazer seus lares. Muitos, como Dalai lama, que agora está estabelecido em Dharamsala, na Índia, se estabelecerão em regiões vizinhas ou nos países próximos, como Índia, Nepal, Sikkim, Ladakh e Butão. Outros viajaram para bem longe, terminando na França, na Suíça, na Inglaterra e nos Estados Unidos. Esses mestres também se lembram das instruções do Buddha aos primeiros sessenta discípulos iluminados, para continuar a espalhar os ensinamentos: “Vão para o mundo, oh monges, para o bem de muitos, para a felicidade de muitos, por compaixão do mundo.”. Com a invasão do Tibet, pela china, foi como se uma represa houvesse arrebentado: de repente a sabedoria tibetana começou a fluir para o mundo em direção do Ocidente. Os mestres tibetanos dizem que o único bem trazido para o budhismo pela invasão chinesa, este bem foi a disseminação dos ensinamentos para o resto do Mundo. No entanto, o sofrimento e as provações deste povo místico, amante a seus princípios morais, éticos e civis, luta por sua independência de um regime obsoleto, totalitarista e retrógrado. Muitas vítimas lutam pela sua independência e por serem senhores de suas vidas e de suas tradições. Seguidores e não seguidores em todas as partes do mundo se têm mostrado solidários com o sofrimento imposto pela China a esse povo humilde que mantém acesas a chama das 4 nobres verdades. Apesar de ser rejeitado por muitos chefes de governo ocidentais, preocupados unicamente com valores comerciais e o medo de incompatibilidades com a China, na década de 80 surgiu uma figura mundial de grande talha espiritual e símbolo de luta para muitos dos que lutam em diversas frentes para mudar o estabelecido: direitos humanos, ecologia, etc. S. S., o “DALAI LAMA”, agraciado com o “Prêmio Nobel da Paz”, concedido em 1989, vem representando para o mundo ocidental, com elevada espiritualidade as 4 Grandes Verdades e sobretudo se mostrando um grande exemplo dos ensinamentos de Buddha. CONTINUAÇÃO DA MÁTÉRIA SOBRE BUDHISMO 1 - Escolas (Edição de Fevereiro 08)) 2 - Origens (Edição de Março 08) 3 - Principais Doutrinas 3.1 - As Quatro Nobres Verdades 3.2 - O Nobre Caminho Óctuplo 4 -Cosmologia(Edição:(Mar e Abr 08) 5 - Escrituras 6 - Difusão do Budismo 6.1 - Índia 6.2 - Sri Lanka e Sudeste Asiático 6.3 - China 6.4 - Coréia e Japão 6.5 - Tibet .... O reino seguinte é o dos Asura (termo traduzido como “Titãs” ou antideuses).Os seus habitantes ali nasceram em resultado de ações positivas realizadas com um sentimento de inveja e competição e vivem em guerra constante com os Deuses. Informação, Cultura Nacional,Mundial e Regiliosa ABRIL 2008 Gazeta Valeparaibana Bacias Hidrográficas Brasileiras BACIA DO RIO AMAZONAS A bacia do rio Amazonas envolve todo o conjunto de recursos hídricos que convergem para o Rio Amazonas. Essa bacia hidrográfica faz parte da região hidrográfica do Amazonas, uma das doze regiões hidrográficas do território brasileiro. A bacia amazônica abrange cerca de 7 milhões de Km2, compreendendo terras de vários países da América do Sul, tais como Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Bolívia e Brasil. É a maior bacia fluvial do mundo. De sua área, cerca de 3,8 milhões de Km2 encontram-se no Brasil, abrangendo os Estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amapá. A bacia amazônica é formada pelo rio Amazonas e seus afluentes. Estes estão situados nos dois hemisférios (hemisfério norte e hemisfério sul) o que faz com que o Rio Amazonas tenha dois períodos de chuvas, dado que a época de chuvas é diferente no hemisfério norte e no hemisfério sul. O Rio Amazonas nasce na cordilheira dos Andes, no Peru. Possui 6.868 Km, sendo que 3.165 Km estão no território Brasileiro. Por isso o Amazonas, somente no Brasil ocupa 50% de sua extensão em relação ao resto dos países que percorre na América Latina. Sua vazão média é da ordem de 109.000 m3 por segundo, chegando a alcançar 190.000 m3 por segundo na estação das chuvas. É um rio típico de planície, e ele e muitos dos seus afluentes são navegáveis, o que é muito importante para a população da Amazônia, que se serve do rio como meio de locomoção. O Rio Amazonas é dividido em três partes: - Ainda nos países andinos recebe o nome de rio Maranón, - Ao entrar no Brasil, recebe o nome de rio Solimões, - ao receber as águas do Rio Negro, passa a ser chamado de Rio Amazonas. A largura média do rio Amazonas é de aproximadamente 5 quilômetros. Em alguns lugares, de uma margem é impossível ver a outra margem oposta, por causa da curvatura da superfície terrestre. No ponto onde o rio mais se contrai o chamado - “Estreito de Obidos” - A largura diminui para 1,5 quilômetros e a profundidade chega a 100 metros. As terras amazônicas, como se disse, formam uma planície no sentido atual da palavra, ou seja, um território formado pela sedimentação. A norte e a Sul essa planície é limitada pelos escudas da Guianas e Brasileiro, respectivamente. A HISTÓRIA: A teoria mais aceita pelos geólogos é de que o rio Amazonas formou-se a partir de um grande golfo, que originalmente se abria ao oceano Pacífico. Com a separação do super continente “PANGEA” há 130 Milhões de anos (particularmente a quebra da Gondwana, o continente formado antes do Pangea pela junção da África, América do Sul, Antártica, Arábia e Austrália) o deslocamento da placa americana para oeste gera a formação da cordilheira dos Andes há 65 milhões de Anos, esse golfo fechado a oeste, se abre para leste pela captura de drenagem vinda do Atlântico, tendo o grande rio assim se formado (ver teoria das placas tectônicas). Sua origem explica o fato do rio Amazonas apresentar inclinação muito pequena. Em todo o seu trajeto inclina-se menos que cem metros; num trecho de 3 mil quilômetros em território Brasileiro, a inclinação é de apenas 15 metros. Durante muito tempo, considerou-se a desembocadura do Amazonas na região de Belém. Hoje o rio que banha a capital paraense (o rio Pará) não é considerado como foz do Amazonas, fazendo parte da Bacia Hidrográfica do Tocantins. A foz do rio Amazonas está no lado ocidental da ilha de Marajó. Isso faz com que a cidade de MACAPÁ seja considerada a única capital Brasileira banhada pelo rio. O volume de água despejado pelo rio é tão descomunal que a água do Página 16 “Especial atenção” mar é doce por vários quilômetros além do-as para outros lugares. Esse fato é da desembocadura. conhecido como o fenômeno das “terras caídas”. A POROROCA O encontro de suas águas com as águas ALERTA do oceano provoca a pororoca (uma No ano de 2004 a maior floresgrande onda que percorre o rio por várias horas), que pode ser vista do espaço ta do mundo a Amazonas pere cujo barulho pode ser ouvido a grande deu cerca de 9.000 quilôme- tros quadrados de sua mata natural. Coincidentemente ou não, o ano de 2005 foi o mais seco dos últimos 35 anos, segundo informações da NASA, que segue a sua evolução pelos satélites. Devido à falta de chuva, rios e lagos secaram ou estiveram próximos de secarem, e as perdas na agricultura foram de milhões de dólares. Muitos povos ribeirinhos ou não ficaram incomunicáveis (mais de 40.000 pessoas), devido ao fato de sua única via de comunicação serem os rios distância. O fenômeno da pororoca que da Bacia Amazônica. ocorre na região do Amazônica, principalmente na foz do seu grandioso e mais BACIA DO TOCANTINS imponente rio, o Amazonas, é formado A Bacia Tocantins/Araguaia é outra das pela elevação súbita das águas junto à doze regiões hidrográficas do território foz, provocada pelo encontro das marés brasileiro. ou das correntes contrárias, como se Possui uma área de 967.059 Km2, abranestas encontrassem um obstáculo que gendo os Estados de Goiás, Mato Grosimpedisse seu percurso natural. Quando so, Tocantins, Maranhão, Pará e também ultrapassa esse obstáculo, as águas cor- o Distrito Federal. Os principais rios da rem rio a dentro com uma velocidade de bacia são o Tocantins e o seu afluente 10 a 15 milhas por hora, subindo uma altura de 3 a 6 metros. No estado do Amapá, ela ocorre na Ilha de Bailique, na “Boca” do Araguari, no canal do inferno da Ilha de Maracá em diversas partes insulares e com maior intensidade nos meses de Janeiro a Maio. É sem dúvida, um dos atrativos turísticos mais atrativos e expressivos, que embora temível, torna-se um espetáculo admirável para todos. Consta que Vicente Yañez Pinzon e a sua tripulação presenciaram a pororoca quando desceram Araguaia. A vazão média conjunta da a foz do Rio Amazonas e ficaram surpre- bacia é de 15.432 m3 por segundo. sos com a grandeza e a beleza impar do Os principais biomas da região são a fenômeno. É sabido que em Janeiro de Amazônia ao Norte e o Cerrado ao Sul. 1500 ela quase destruiu as suas embar- Apesar da região possuir pequena densidade populacional, alguns fatores contricações. A pororoca pronuncia a enchente. Al- buíram para a devastação destes bioguns minutos antes de chegar, há uma mas, como a construção da rodovia Becalmaria, um momento de silêncio. As lém - Brasília, a Usina Hidroelétrica de aves se aquietam e até o vento parece Tucuruí e a expansão das atividades aparar de “soprar”. É ela que se aproxima. gropecuárias e de mineração sem qualOs caboclos já sabem e rapidamente quer controle ou ação preservacionÍsta. procuram um lugar seguro como ensea- BACIA DO ATLÂNTICO NORDESdas ou mesmo os pontos mais profun- TE OCIDENTAL dos dos rios para aportar suas embarca- A Bacia do Atlântico Nordeste Ocidental ções seguras de qualquer dano, pois a é outra das doze regiões hidrográficas canoa que estiver na “baixa-mar”, onde do território brasileiro. ela bate furiosa e barulhenta, levando Possui uma área de 254.100 Km2, que árvores das margens, abrindo furos, ar- engloba grande parte do Estado do Mararanca, vira e leva consigo. Existem vá- nhão e uma pequena região a Leste do rias explicações da causa da Pororoca, Estado do Pará, abrangendo 223 municíporém a principal consiste na mudança pios. das fases da lua, principalmente nos e- Em seu território estão contidas as baciquinócios com maior propensão da mas- as dos Rios Gurupi, Turiaçu, Pericumã, sa liquida dos oceanos, força que na Mearim, Itapecuru, Munim e a do Litoral Amazônia é percebida calculadamente a do maranhão, apresentando uma vasão mais de mil quilômetros, e o barulho en- média conjunta de 2.514 m3 por segunsurdecedor ouve-se até com duas horas do. de antecedência à vinda da “cabeceira” A região é caracterizada por ser uma da Pororoca. Quando ela passa formam transição entre os biomas da Amazônia e ondas menores, os “banzeiros”, que vio- do Cerrado, apresentando também forlentamente morrem nas praias. mações litorâneas. O principal centro Também, com o movimento das águas urbano inserido na bacia é a capital mado rio Amazonas, provoca-se o despren- ranhense São Luís. dimento das terras das margens, levan- Todos pela Educação no “Cone Leste Paulista” Ajude: Fazendo uma assinatura ou patrocinando esta iniciativa de cunho absolutamente Educacional e Cultural, na divulgação da História, Cultura, Turismo e Artesanato de nossa região. acesse: www.gazetavaleparaibana.com Escreva: Gazeta Valeparaibana “Eu quero colaborar” Rua Jurubeba, 56 - Cep.: 12226-734 - São José dos Campos - SP Projeto EDUCAR - Participe, divulgue, colabore, as nossas crianças agradecem “ www.gazetavaleparaibana.com “