Abril - Gazeta Valeparaibana

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Abril - Gazeta Valeparaibana
Ano I
educação, cultura e meio ambiente
Edição 04
ABRIL 2008
1985
2008
Página 4
- DIA DA MENTIRA
- DIA MUNDIAL DA SAÚDE
- DIA DO BEIJO
- DIA DO HINO NACIONAL BRASILEIRO
- DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL
- DIA DO INDIO
- DIA DE TIRADENTES
- DIA FUNDAÇÃO DE BRASÍLIA
- DIA DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL
- DIA DE SÃO JORGE
01 ABRIL
07 ABRIL
13 ABRIL
13 ABRIL
18 ABRIL
19 ABRIL
21 ABRIL
21 ABRIL
22 ABRIL
23 ABRIL
Página 5
Página 12
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VEJA PÁGINA 15 - Budismo—Dalai-Lama—China—Tibet
ABRIL 2008
Gazeta Valeparaibana
Página 2
RESERVADO
www.gazetavaleparaibana.com
Editor Responsável:
João Filipe Frade de Sousa
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Dept°.Jurídico
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Redação e Edição
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As matérias e artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, não expressando necessariamente a opinião deste Jornal, que tem por lema informar, educar e transmitir opiniões; Bem como os anúncios e patrocínios, em seus conteúdos e fins, são de
inteira responsabilidade das Empresas Anunciantes.
Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos
muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos
nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade
em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o
espaço sideral mas não o nosso próprio espaço. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais,
mas aprendemos menos; planejamos mais mas realizamos
menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos maiores computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca,
mas nos comunicamos menos.
Estamos na era do “fast-food” e da digestão
lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Esta é a era dos dois empregos, vários divórcios, casa chiques e lares despedaçados.
Esta é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas “mágicas”.
Um momento de muita coisa na vitrine e muito
pouco na dispensa.
Lembre-se de passar mais tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre.
Por isso, valorize o que você tem e as pessoas
que estão ao seu lado.
George Carlin
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Internacional Raio de Sol
Amor, Amizade, Companhia.
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Numa visita a um hospital psiquiátrico, um dos visitantes perguntou
ao Diretor:
- Qual o critério vocês usam para
saber quem precisa ser internado?
- Nós enchemos uma banheira
com água e damos ao paciente,
uma colher, um copo e um balde e pedimos que
ele esvazie a banheira. De acordo com a forma como ele decida realizar a missão nós decidimos se
o hospitalizamos ou não.
- Entendi, uma pessoa normal usaria o balde, que é
maior que o copo e a colher.
- NÃO, - respondeu o Diretor - uma pessoa normal
tiraria a tampa do ralo...
O que o Senhor prefere? - Quarto Particular ou Enfermaria?... Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
A “JUCESP”, Junta Comercial do Estado
de São Paulo, é uma instituição subordinada à Secretaria da Fazenda, órgão do Governo do Estado de São
Paulo e suas atividades de registro das Empresas Mercantis e Atividades Afins são reguladas, pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC) pertencente ao Ministério do Desenvolvimento, Industria e
Comercio Exterior.
Compete ainda à JUCESP, a expedição de certidões,
Ofícios Judiciais, cópias reprográficas de documentos,
Fichas Cadastrais e atividades referentes aos Armazéns
Gerais, Leiloeiros, Tradutores Públicos e Intérpretes
Comerciais, Autenticação e Registro de Livros Mercantis. A JUCESP é um órgão de registro, ou seja, exerce
função de cartório, dando fé pública e publicidade aos
documentos nela registrados. Cabe á JUCESP fazer o
exame das formalidades, com base na Lei nº 8.934, de
18 de Novembro de 1994 e Decreto nº 1.800, de 30 de
Janeiro de 1996. Porém, nos casos de tradutores públicos e intérpretes comerciais, leiloeiros oficiais e armazéns gerais a junta exerce efetiva função de fiscalização.
A competência da JUCESP estadual, subordinado
administrativamente à Secretaria da Fazenda, ao Governo do Estado de São Paulo e, tecnicamente, ao Departamento Nacional do Registro do Comércio - DNRC, do
Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio
Exterior.
Conforme E-mail recebido, a JUCESP está disponibilizando o “Manual de Procedimentos”, com o qual é possível sanear possíveis dúvidas dos procedimentos dos
atos da Junta.
Acesse: www.jucesp.sp.gov.br e as informações disponíveis possuem link direto, apresentando modelos que
irão ajudar no entendimento.
PROXIMA EDIÇÃO
“A descentralização da JUCESP”
Matéria cedida pelo Dr. Cláudio Henrique Mendonça da
JUCESP - São José dos Campos - SP
Cultura - Conhecimento - Educação - Cidadania
Brasil! - Como vamos e para onde vamos.
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ABRIL 2008
Gazeta Valeparaibana
Página 3
As Energias do Ano de 2008
ENERGIAS PARA 2008
Por: Maria Silvia Oriovas
[email protected]
Todo o ano, faço um mergulho para entender
as energias que irão nos reger no ano, porque gosto
de me preparar para as novidades. Claro que essas
questões devem ser abordadas com muito respeito e
atenção porque para cada um de nós as afirmações
generalizadas podem fazer maior ou menor sentido
dependendo da fase da vida que cada um está atravessando. Assim quando os estudiosos da Cabala e
da Astrologia definem que MARTE será o regente de
2008, dirigem o pensamento global para um arquétipo
do guerreiro, o que pode assustar muita gente num
tempo em que a violência perturba a harmonia geral.
Mas, frente a essa questão não podemos deixar de
pensar que desde que o mundo é mundo enfrentamos esse tipo de energia. Conquistas, expansão de
uma nação, expansão de um conhecimento naturalmente engloba o declínio do antigo poder. Acredito,
porém que caminhando junto com os valores espirituais da nova era devemos nos fixar no lado luz de
tudo isso. Sim, porque Marte também é luz, ainda que
este planeta bem semelhante á Terra já tenha suscitado estudos de que um dia acolheu vida inteligente
igual á nossa e que hoje ofereça apenas seu solo árido e sua atmosfera não respirável a nós humanos,
arque tipicamente Marte é a força, o impulso, a energia de iniciar projetos.
Uma vez, uma antiga astróloga me ensinou
que devemos sempre pensar em como usar nossos
potenciais e não apenas acreditar nas profecias. Se
tenho uma influência positiva de Marte, por exemplo,
2008 pode ser um ano de abrir espaço na vida para
novas oportunidades e ter coragem de ousar ser melhor, diferente do que já fiz no passado. Ela dizia que
um açougueiro e um cirurgião podem ter um mesmo
aspecto no mapa natal dizendo de sua habilidade em
mexer com a vida. Um salva e outro faz dela alimento.
Será que está errada a profissão escolhida por esses
homens? Não, apenas cada um escolheu como usar
sua energia. Tudo isso dentro de sua criação e de
suas possibilidades. Neste ano que se passou fazendo um estudo comparativo das religiões percebi o
quanto somos preconceituosos com coisas que não
conhecemos. A ignorância gera preconceito. Para
entender Marte como um regente positivo desta energia de guerra que é articular, pensar positivamente e
com disciplina para aproveitar sua força e implementar nossos projetos já que, na vida, não basta sonhar
é preciso agir. E esta ação depende de você e de escolhas luminosas que você deve fazer. Neste caso,
Marte oferece a coragem do guerreiro, o impulso do
lutador, a vontade de conquistar algo mais e isso é
positivo se bem usado. Equilíbrio para lidar com este
impulso é o que nos pede o ano de 2008 de acordo
com as cartas do TAROT e a Numerologia. A Roda
Arcano de numero 10 nos remete a um futuro incerto.
Veja que incerteza não quer dizer negatividade, pois
aprendemos que naturalmente colhemos o que plantamos. Mas, a carta da roda, diz que tudo está acontecendo ainda sem raízes ou sedimentos mais profundos, por isso a incerteza. Seguindo os preceitos bási-
cos da Numerologia, nesta leitura do Tarot veremos
que o 2 traz a energia da sacerdotisa; portanto, continuaremos sendo influenciados pelo feminino, sensibilidade, vontade de crescer, mas ainda com muita
reflexão e mergulho interno. Já o 8 é simbolizado pela
carta justiça que pede equilíbrio e discernimento nas
palavras, atos e pensamentos. A soma 2 e do 8 leva
ao 10 que é a roda da Fortuna. Assim, podemos compreender que mergulhados na reflexão, buscando
equilíbrio interior e ouvindo a voz da consciência,
enfrentaremos com luz o impulso da vida.
Como o aprendizado sempre continua e querendo ou
não nos confrontamos com o próximo ano, podemos
usar esses códigos para entender melhor o que o
destino nos oferecerá. Como sempre explico para
meus alunos podemos estar nesse barco fazendo a
travessia nesta jornada na Terra. O que vai definir
nossa felicidade ou sucesso não é exatamente a colheita, mas a forma que nos comportaremos frente
aos frutos.
Se um dia semeamos amarguras pela pouca luz da
nossa consciência, hoje podemos, tendo em mãos
novos instrumentos usar aquilo que conquistamos
com a sabedoria de um guerreiro que não apenas olha com admiração suas armas, mas sabe utilizá-las
com maestria. Façamos uso da influência Marciana
para fazer o nosso melhor e deixar para provar os
frutos da ação com sabedoria e tranqüilidade.
Houveram épocas em que ser culto, mestre ou mesmo nobre, não era, na verdade objetivos com os quais os
homens de negócios se relacionavam ou mantinham afinidades. Hoje, por interesse ou necessidade de atender aos
clamores da sociedade para o assunto, sociedade essa
que são seus clientes, cada vez um maior numero de Empresários está associando a sua marca ou o seu negócio a
slogans dirigidos aos temas mais divulgados pela mídia
escrita e falada.
Assim, associando a sua marca a Educação, Ecologia,
Cidadania e ás Artes, o consumidor, lhes traz a resposta
imediata ás suas necessidades mercadológicas. Regionalmente é positivo e comprovado o efeito positivo da divulgação de atos e eventos, do patrocínio de ações culturais,
conquistando com isso a simpatia e a admiração de seus
clientes.
Não estamos mais no século XIX ou mesmo no século
XX.
Estamos numa época em que a necessidade de preservar o meio ambiente e as tradições são um clamor da sociedade mundial ao qual a brasileira não é exceção.
Por isso adicione cultura, educação e meio ambiente á
sua marca patrocine.
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A “Gazeta Valeparaibana” coloca as suas
páginas a disposição de todos os interessados
na divulgação de trabalhos sobre todas as formas de cultura e arte do nosso Vale do Paraíba,
Litoral Norte e Região Serrana.
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SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Polícia Militar
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(12) 3931.0999
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Direitos Humanos
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Sabesp
195
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0800 55 08 00
Poupa Tempo SJC
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0800 13 05 22
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(12) 3921-7543
Prefeitura S.J.C.
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Hospital Municipal
(12) 3901.3400
CTA
(12) 3947.5700
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(12) 3945.6034
Conselho tutelar
(12) 3921.8705
Delegacia da Inf. e Juv.
(12) 3921.2693
Vigilância Sanitária
(12) 3913.4898
Delegacia da Mulher
(12) 3921.2372
Câmara Municipal
(12) 3625.6566
CVV (Centro Valoriz.Vida)
(12) 3921.4111
AA (Alcoólicos Anônimos)
(12) 3921.3611
NA (Narcóticos Anônimos)
(12) 9775.6779
POLICIA
RODOVIÁRIA
FEDERAL
São José dos Campos
(12) 3931-7088
Cachoeira Paulista
(12) 3101.1966
Roseira
(12) 3646.1200
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(12) 3921.5011
POLICIA RODOVIÁRIA ESTADUAL
São José dos Campos
(12) 3944.4442
Taubaté
(12) 3633.3888
Caraguatatuba
(12) 3883.1044
POLICIA CIVIL (Plantões)
São José dos Campos
(12) 3921.2693
Jacareí
(12) 3953.2277
Taubaté
(12) 3633.4544
Guaratinguetá
(12) 3132.6247
Caraguatatuba
(12) 3883-5277
DEFESA CIVIL
São José dos Campos
(12) 3945.9600
Jacareí
(12) 3953.3871
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(12) 3625.5000
Guaratinguetá
(12) 3122.2728
Caraguatatuba
(12) 3882-6841
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São José dos Campos
(12) 3946.3000
Taubaté
(12) 3621.2277
Guaratinguetá
(12) 3122.2500
Guarulhos
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Vira Copos (Campinas)
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RODOVIÁRIAS
São José dos Campos
(12) 3921.9122
Jacareí
(12) 3961.6640
Taubaté
(12) 3655.2818
Guaratinguetá
(12) 3132.1380
Caraguatatuba
(12) 3882.1669
Tietê (São Paulo)
(11) 3135.0322
PRONTO-SOCORRO
São José dos Campos
(12) 3901.3400
Jacareí
(12) 3953.2322
Taubaté
(12) 3921.6036
Guaratinguetá
(12) 3125.3131
Caraguatatuba
(12) 3882.1362
DIVERSOS
Balsa (S.Sebastião)
0800 704 55 10
DPDC
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IDEC
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PROTESTE
(12) 3906.3800
SITES DE CONSULTA E ACESSO
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Ministério da Justiça
www.mj.gov.br/dpde
Tribunal Justiça
www.tj.sp.gov.br
Justiça Federal
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Minist. da Fazenda
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Previd. Social
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Narcóticos Anônimos
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ABRIL 2008
Gazeta Valeparaibana
Luís Vaz de Camões
MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS
Página 4
( Final )
Depois de aperfeiçoar OS LUSIADAS,
Camões, tirou uma cópia especial para
os dedicar ao Rei D. Sebastião. O portador do poema — ao que parece, Camões
já não tinha acesso à corte — foi seu amigo de infância D. Manuel de Portugal.
O soberano recebeu com agrado a oferta.
Talvez por isso o frade dominicano Bartolomeu Ferreira, encarregado pelo Santo
Ofício da censura eclesiástica, não levantou dificuldades à publicação, embora
em Os Lusíadas sobejem as divindades
pagãs, misturadas com o maravilhoso
cristão.
Sobre esse assunto delicado, Frei Bartolomeu comentou no seu despacho favorável: “Como isto é poesia e fingimento,
e o autor, como poeta, não pretende mais
que ornar o estilo poético, não tivemos
por inconveniente ir esta fábula na Obra.
E por isso me parece o livro digno de se
imprimir, e o autor mostra nele muito
engenho e muita erudição nas ciências
humanas.”.
Um alvará régio de Setembro de 1571
concedeu a licença de impressão e garantiu a Camões direitos de autor por dez
anos. Em 1572 o poema foi publicado e o
rei decidiu conceder uma tença (pensão)
ao seu autor, no montante de quinze mil
réis por ano — quantia aliás pequena em
relação a outras pensões atribuídas naquela época. Mesmo assim, numa prova
evidente de que o valor de Os Lusíadas
ainda não fora compreendido, o decreto
real que concedeu a referida tença
(pensão) salientava como motivos justificativos os serviços prestados por Camões na Índia — a par das informações
que D. Sebastião tinha sobre “o seu engenho e habilidade” e “a suficiência que
mostrou no livro que fez das coisas da
Índia”.
Os últimos anos da vida do poeta são
reconstituídos, praticamente, à base de
conjecturas. As tenças (pensões) concedidas pelo rei eram pagas com atraso, e
isto, tendo em conta a sua exigüidade,
devia causar ainda maiores dificuldades
a Camões. O historiador Diogo do Couto,
nas Décadas, sobre o assunto diz apenas: “Em Portugal morreu este excelente
poeta, em pura pobreza”.
Camões expirou no dia 10 de Junho de
1580. De 1579 a 1581 grassou a Lisboa
nova e violenta peste. A morte sobrevinha em quatro ou cinco dias. No meio do
caos reinante, com a acumulação de cadáveres para serem inumados, o seu corpo foi apenas envolvido numa mortalha e
lançado com os de numerosas vítimas da
epidemia, na cripta da Igreja de Santa
Ana. O terremoto de 1755 destruiu o templo e misturou ainda mais as ossadas
que sob ele jaziam. Em 18880 todos os
despojos mortais que ali se encontravam
foram levados para o Panteão dos Jerônimos, onde ficaram sepultados, na esperança de que entre eles estivessem os
restos mortais do maior poeta português.
O destino de Os Lusíadas e das demais
Obras de Camões foi mais feliz do que o
do seu autor. Do nosso grande poema
épico, além de uma versão latina, fizeram-se traduções em quase todas as línguas do mundo, nomeadamente em Inglês, francês, Espanhol, polaco, dinamarquês, sueco, húngaro, russo, italiano (e
também no dialeto siciliano), grego, ára-
be, arménio e hebraico.
Nas escolas de todo o território português e também nas do Brasil o texto de
Os Lusíadas é usado para o aperfeiçoamento do estilo literário.
Entre os grandes admiradores de Camões contam-se célebres figuras da literatura e da cultura universais, tais como
Elizabeth Barrett, que dedicou uma tradução dos seus versos a Robert Browning;
Byron, que o chamou “Gênio Peregrino”;
Voltaire e Humboldt. Até Cervantes, seu
contemporâneo, se referiu a Os Lusíadas
como o “Tesouro do Luso”.
A Obra de Camões venceu os séculos.
Gerações de poetas e prosadores foram
influenciados por seu estilo. Ele foi o
grande estruturador da língua portuguesa, na medida em que soube pôr em evidência, de forma exuberante, a sua extraordinária capacidade descritiva.
Os Lusíadas têm hoje um lugar de relevo
na literatura universal. O seu valor maior
foi, porém, o de incorporar na própria
vida dos Portugueses o relato dos feitos
heróicos dos navegadores da pequena
nação ibérica, que escrevia então, sozinha, as primeiras páginas da História do
Mundo Moderno.
Mais tarde, este relato viria a servir para
consolidar o espírito nacional em diversas ocasiões de crise. Os Lusíadas levam a todos uma mensagem de esperança na história de um povo — a universalidade de sua cultura.
Domingos Mascarenhas
Por: André Maurois
Vitória foi, simultaneamente, Rainha de Inglaterra, Imperatriz das Índias e uma avó simples e cuidadosa, que se preocupava com as doenças dos vivos e recordava os aniversários dos mortos. Aos seus olhos, os Reinos da
Europa eram meras propriedades
de seus familiares.
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em negocição
O Projeto Educar destina-se a desenvolver no aluno o gosto pela pesquisa e a interação com a mídea www.gazetavaleparaibana.com
ABRIL 2008
Gazeta Valeparaibana
Grandes Vidas Grandes Obras
Página 5
Mestre Athayde
MANUEL DA COSTA ATAÍDE, mais conhecido como Mestre Ataíde foi um pintor dourador, encarnador, entalhador e professor brasileiro (Mariana, 18 de Outubro de 1762 - Mariana, 2 de Fevereiro de
1830). Foi um importante artista do rococó mineiro e teve grande influência sobre os pintores de
sua região, através de numerosos alunos e seguidores.
Sua obra foi tão assimilada que seus discípulos, alunos e seguidores que até meados do
século XIX, continuaram a fazer uso do seu método de composição, particularmente em trabalhos
de perspectiva na cúpula de igrejas.
Documentos da época fazem freqüentes referências a Mestre Ataíde como professor de pintura. Em 1818, Mestre Ataíde, tentou, sem sucesso, fundar em sua cidade natal, Mariana, uma Escola de Arte.
No
inventário
de suas posses relacionam-se manuais e
tratados
técnicos,
tais como o de Andrea
Pozzo “Prespectivae
rum”. Assim, pode-se
Pictorum
Architectonotar que além do talento natural, procurou na literatura disponível da época informações e conhecimentos para a realização
de sua obra. Uma das
características
de
sua arte era a aplicação de cores vivas,
sendo que se denota
uma certa preferência
pelo “Azul”. Também
em sua arte, em seus
desenhos, os anjos e
madonas retratados
apresentam uma preferência por traços africanos.
Mestre Ataíde
foi contemporâneo e
parceiro de António
Francisco Lisboa “O
Aleijadinho” e no período de 1781 a 1818, encarnou e dourou imagens esculpidas por Aleijadinho,
entre outras, para o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo também
Minas Gerais.
A contribuição de “Mestre Ataíde”, de “Aleijadinho” para a “Arte
Barroca Mineira” e, para a história da Arte do Brasil foi um marco e até hoje é admirada por turistas
do Mundo inteiro. Suas obras têm sido fotografadas, impressas e inúmeros livros publicados. Entre as Obras mais importantes, destacam-se: Pintura da Capela de Nossa Senhora da Glória por
volta do ano de 1742, igreja esta localizada na comunidade da Ressaca, pertencente á cidade de
Carandaí (MG); Pinturas na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, na cidade de Ouro
Preto (MG), realizadas no período 1801 e 1812, sendo a “Glorificação da Virgem , pintada sobre
madeira na cúpula da nave principal, o seu trabalho mais conhecido; Pinturas no forro da capelamor da Igreja Matriz de Santo António, na cidade de Santa Bárbara, no ano de 1806; Painel, “A ultima Ceia”, única obra de cavalete de Mestre Ataíde, que se encontra exposta no Colégio do Caraça,
obra esta concluída no ano de 1828; Pintura da cúpula da Capela Mor da Igreja Matriz de Santo António, na cidade de Itaverava (MG), realizada no ano de 1811; e a pintura da cúpula da capela-mor
da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Mariana (MG), realizada no ano de 1823. Estas algumas
de suas obras de pintura individuais, no entanto, não poderemos deixar de relevar sua obra ao dar
vida e cor ás esculturas e aos entalhes de António Francisco Lisboa “O Aleijadinho”.
Pode-se afirmar sem margem de erro que, Mestre Ataíde complementou a arte de “O Aleijadinho” e vice-versa pois, tanto um como o outro abraçaram com amor
sua arte e deixaram nas páginas da história do Brasil, uma marca inigualável da Arte Barroca Mineira.
O SENAI está disponibilizando 2.739 vagas gratuitas para cursos técnicos. As aulas acontecem a partir de Julho em 36 escolas de 22 municípios paulistas. As inscrições vão até 04 de Abril de 2008. Os cursos formam profissionais para a área industrial e têm duração mínima de dois anos, com estágio supervisionado obrigatório.
Para se candidatar ás vagas precisa apresentar cédula de identidade original e comprovante de conclusão do
ensino médio. O custo da inscrição é de R$.: 32,50 e deve ser feita na unidade em que o candidato vai cursar. A
prova de seleção será realizada em 27 de Abril e será composta de 20 questões de língua portuguesa, 20 de matemática e 20 de ciências da natureza (física, química e biologia). O gabarito será divulgado no dia seguinte á
prova e a lista de aprovados sairá dia 26 de Maio.
Mais informações: www.sp.senai.br
A ESMERALDA pertence ao grupo
do “berilo” e se apresenta em diversas tonalidades de verde. verde esmeralda, verde-claro,
verde-amarelada e verde-escura.
O nome ESMERALDA provém do
grego”smaragdos”, mas provavelmente sua
origem é persa ou do hindu, e significa “pedra
verde”. Na Antiguidade eram assim denominadas não somente a esmeralda, mas também
outras gemas, provavelmente todas as gemas
verdes conhecidas.
A esmeralda, juntamente com a água marinha e o berilo, pertencem ao grupo do
berilo, sendo considerada a mais nobre dentro
deste grupo. Seu verde é tão incomparável que
esta cor passou a ser denominada “verde esmeralda” (inclusive fora
dos limites da mineralogia). A substância corante é
o cromo e às vezes o vanádio. A cor é muito resistente à luz e ao calor, não
apresentando alterações a
temperaturas de 700 e até
800 graus centígrados.
Somente as qualidades
mais finas, apreciadas e por isso mais caras,
apresentam transparência. Freqüentemente a
esmeralda, aparece turvada por inclusões
(fluidos, bolhas de ar, “fissuras cicatrizadas”
entre outros cristais). Estas inclusões não são
consideradas como defeito, desde que não
sejam excessivamente importantes, mas sim
são interpretadas como prova de autenticidade
da pedra, com relação ás sintéticas ou imitações. Os especialistas costumam denominálas de “Jardim” quando apresentam essas características. Uma pedra de um verde profundo, com inclusões, é mais valiosa que uma de
cor pálida e quase pura à
lupa.
As jazidas mais importantes de esmeralda se encontram na Colômbia. A melhor é a mina de “MUZO”,
100 Km a noroeste de Bogotá; ela foi explorada pelos
Incas e posteriormente abandonada. Depois, no século XVII, voltou novamente a ser explorada.
No místico, a esmeralda trabalha o
“chakra cardíaco” e nos corpos elétrico, astral,
emocional e espiritual.
Ajuda a meditação, eleva a consciência e
as habilidades psíquicas. Aumenta o psiquismo e a faculdade da clarividência. Uma ótima
pedra utilizada na cura em geral.
Usada para alinhar o corpo etéreo, astral
e emocional. Equilibra as emoções fortes.
Senhores Empresários patrocinar cultura é patrocinar desenvolvimento/cidadania. Este País e o seu futuro agradecem 0xx12 - 3902.7629
ABRIL 2008
Gazeta Valeparaibana
COMPORTAMENTO
Uma senhora branca, loira, bem produzida fisicamente, aparentando cerca de
50 anos, viúva, resolveu viajar. Merecia se
divertir um pouco, conhecer o Mundo e
assim fez. Procurou uma agência de viagens, foi informada das facilidades do
programa do governo para o Turismo na
Terceira Idade e contratou seu plano em
12 vezes. No dia marcado, dirigiu-se ao
aeroporto, passou pela burocracia de praxe e adentrou na aeronave. Procurou sua
cadeira, na “classe econômica” e reparou
que a seu lado estava um passageiro nego...
Visivelmente perturbada, chamou a
comissária de bordo.
- Qual o problema senhora?, pergunta a
comissária.
- Não está vendo? - respondeu a senhora.
- Vocês me colocaram ao lado de um negro. Não posso ficar aqui.
- Você precisa me dar outra cadeira.
- Por favor acalme-se - retrucou a aeromoça.
- Infelizmente todos os lugares da classe
“Racismo”
econômica estão ocupados. Porém vou
ver se ainda temos algum disponível.
A comissária se afasta e volta alguns minutos depois.
Senhora como lhe falei, não há nenhum outro assento livre na classe econômica. Falei com o Comandante e ele
confirmou que não temos mais nenhum
lugar nesta classe.
Temos apenas um lugar vago na
Dia Mundial da Água
No dia 22 de Março se comemora o
dia Mundial da Água. Por merecimento e
respeito achamos que o dia da água é
todo o dia. Todo o dia devemos nos conscientizar que o planeta não vive sem água
doce. Que a água doce, para consumo
humano e animal é um bem cada vez
mais raro. O Brasil é o país do mundo
mais rico em água doce (potável) do planeta. Detém cerca de 8 de toda a quantidade existente na Terra. A maior bacia
fluvial do Mundo também é Brasileira, a
amazônica; só o Rio Amazonas deságua
no Mar 1/5 de toda a água a água doce
despejada nos Oceanos, do Mundo.
O Planeta e seus recursos naturais,
dispensam modismos ou datas comemorativas. Cuidar do planeta e de suas re-
primeira classe e, antes que a senhora
fizesse algum comentário, a comissária
continua:
- Veja, é incomum que a nossa companhia permita a um passageiro da classe
econômica se assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o Comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar
ao lado de uma pessoa desagradável.
Assim, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu: Portanto
senhor, caso queira, por favor, pegue a
sua bagagem de mão, pois reservamos
para o senhor um lugar na primeira classe...
Graças ao bom senso e em prol da
civilidade o racismo não é uma prática
generalizada de uma boa parte da sociedade brasileira, que, assistindo ao fato
inusitado, aplaudiu de pé, a forma como o
incidente foi resolvido.
“O que me preocupa não é o grito
dos maus mas sim o silêncio dos bons.
Página 6
Em negociação
Livre
para
Anunciar
22 de Março
nadando livre, uma bromélia no campo...
Crianças vamos dar o exemplo para
estes adultos que já tanto mal fizeram
para nosso planeta. Veja nossas dicas
para que você economize e faça sua família economizar, água.
- Não demore muito no seu banho
diário. Sabia que, um banho de 5 minutos
consome 70 litros de água ou seja 25.550
litros em um ano!
Economize Água
- Não lave e não deixe lavar calçadas ou o seu quintal com a mangueira.
Use a vassoura!
Você sabia que ao escovar os
dentes você poderá economizar anualmente 16.425 litros de água, seguindo um
método simples de escovação? - Fácil. Molhe a escova, feche a torneira, coloque a pasta e escove os dentes. Somente
quando terminar abra de novo pára enxaguar.
Vai passear, Papai vai lavar o
carro, nada de esguicho ou mangueira,
use o balde. Para lavar o carro com esguicho seu pai gastará cerca de 600 litros
de água, enquanto que com o balde gastará no máximo 60 litros.
Sua mãe ou irmã vão lavar a louça.
Nada de torneira aberta direto. Esfregue
toda a louça primeiro, para depois sim
enxaguar ela toda de uma única vez.
Não jogue nem deixe jogar lixo nos
servas naturais deve ser um problema de córregos, na rua. Ajude, oriente a coleta
consciência de sobrevivência encarado seletiva, o Planeta lhe agradecerá.
diariamente em todas as nossas atitudes.
- Que reciclar nunca seja modismo ou
manchete do momento;
- Que não desmatar, não seja apenas um
slogan de campanha;
A “ONU” redigiu um documento
- Que saneamento não seja paliativo mas, intitulado “Declaração Universal dos Diconstante e total;
reitos da Água”. Vamos conhecer.
- Que o consumismo não tome conta do 1 - A água faz parte do patrimônio do plaser humano e o ser seja mais valorizado neta. Cada continente, cada povo, cada
socialmente que o ter.
nação, cada região, cada cidade, cada
- Que nossos filhos tenham a oportunida- cidadã é plenamente responsável pela
de de conhecer uma lagoa azul, um peixe água da terra.
Os Direitos da Água
2 - A água é a seiva do planeta. Ela é
condição essencial de vida de todo o vegetal, animal ou ser humano. Dela dependem a atmosfera, o clima, a vegetação e a
agricultura.
3 - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos,
frágeis e muito limitados. Assim sendo, a
água deve ser manipulada com racionalidade e precaução.
4 - O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e
de seus ciclos. Estes devem permanecer
intactos e funcionando normalmente para
garantir a continuidade da vida sobre a
Terra. Este equilíbrio depende da preservação dos mares e oceanos, por onde os
ciclos começam.
5 - A água não é somente herança de
nossos predecessores; ela é, sobretudo,
um empréstimo a nossos sucessores.
Sua proteção constitui uma necessidade
vital, assim como a obrigação moral do
homem para com as gerações presentes
e futuras.
6 - A água não é uma doação gratuita da
natureza; ela tem um valor econômico: é
rara e dispendiosa e pode escassear em
qualquer região do Mundo.
7 - A água não deve ser desperdiçada,
nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com
consciência para que não se chegue a
uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
8 - A utilização da água implica respeito
à Lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo o homem ou grupo
social que a utiliza.
9 - A gestão da água impõe um equilíbrio
entre a sua proteção e as necessidades
econômica, sanitária e social.
10 - O planejamento da gestão da água
deve levar em conta a solidariedade e o
consenso em razão de sua distribuição
desigual sobre a Terra.
Em negociação
(Veja também pág. 98 Bacias Hidrográficas)
PRESEVAR É UM DEVER DE TODOS.
Filipe de Sousa
Livre para anunciar
em negociação
“Gazeta Valeparaibana” presente em mais de 80 cidades do CONE LESTE PAULISTA , sendo 3.000 exemplares gratuitamente
ABRIL 2008
Gazeta Valeparaibana
Página 7
Curiosidades “ Casa Imperial Brasileira”
D. Pedro I
D. Pedro II
D. Luis de Orleans
e Bragança
Ordem da Torre e Espada
O Império no Brasil terminou
com o exílio imposto ao Imperador D. Pedro II, através da “Lei do
Banimento”, pelos Republicanos,
quando assumiram ao poder no
ano de l889. Sua Alteza Imperial e
família - a imperatriz Tereza Cristina, a princesa Isabel e o conde
d’Eu - foram forçados a deixar o
Brasil, rumando para a nova moradia em Paris (França). No entanto, a Imperatriz não chegou à Capital Francesa, pois não agüentando a dor emocional que o golpe de 15 de Novembro lhe causou, faleceu apenas duas semanas depois de aportar em Portugal. Apesar de o marechal Deodoro da Fonseca, primeiro Presidente da República Brasileira, ter oferecido a Sua Majestade algum dinheiro para a viagem, D. Pedro II
partiu rumo ao exílio, no dia 18,
apenas com as roupas do corpo.
Triste e decepcionado com a
ingratidão dos novos políticos,
republicanos, uma vez que nunca
fora um anti-republicano, mas,
paradoxalmente, apoiara o movimento, o Imperador nunca mais
ouviria “as aves que aqui gorjeiam...” nas palavras de Gonçalves
Dias em “Canção do Exílio”.
Anos depois, o então Presidente da República do Brasil, Epitácio Pessoa (1919-1922), anistiou
a família real, permitindo assim a
sua volta ao Brasil. O primeiro a
aqui chegar foi Pedro de Alcântara que, anteriormente havia abdi-
Família Imperial Brasileira
cado ao direito de sucessão (este
documento está registrado em
microfilme, no 1º Registro de Títulos e Documentos da Comarca da
Cidade de São Paulo) para si e
para seus herdeiros, em favor de
seu irmão mais novo, D. Luiz, por
meio de carta escrita de próprio
punho. Após sua chegada, Pedro
logo tomou posse do Palácio
Grão-Pará em Petrópolis, outrora
residência de verão de seu avô, D.
Pedro II. Como esta cidade Serrana, do Estado do Rio de Janeiro,
que leva o nome Imperial ( a outra
é Teresópolis, em homenagem à
Imperatriz Tereza Cristina), cresceu em terras particulares da família, o poder público instituiu a
esse ramo de herdeiros a anfiteuse, o privilégio de receber 1 da
remuneração sobre qualquer transação imobiliária realizada no Município. Anos depois chegou D.
Luiz, então herdeiro legítimo do
trono, favorecido pela abdicação
do irmão. Este se instalou em
Vassouras, outra cidade Fluminense, perto da divisa com São
Paulo.
As raízes da Família Real Brasileira estão fincadas na remotíssima história da Coroa Francesa.
O Rei Roberto II (972-1031) foi pai
do célebre duque de Borgonha
(1010-1076), cuja descendência
abriga a não menos lendária figura de D. Afonso Henriques (11091185), primeiro Rei de Portugal.
Ele fundou a CASA DOS BORGONHA, que por sua vez veio a originar a CASA DE AVIZ, criada por
Dom João I (1356-1433). Os Aviz
sobreviveriam até ao ano de 1580,
ano em que Portugal passou ao
domínio da Espanha por injunções sucessórias ligadas ao en-
trelaçamento de ambas as casas
reais, após o trágico reinado de
São Sebastião, que morreu sem
deixar herdeiro e cujo o corpo
nunca foi encontrado.
O Trono
voltaria
a mãos
Portuguesas
com
a
ascensão de
D. João
(16041656),
fundador
da “Dinastia dos Bragança” . Ele
descendia do primeiro Duque de
Bragança, D. Afonso (1377-1461),
filho natural de D. João I. D. João
VI (1767-1826), monarca da linhagem de Bragança, foi pai do nosso D. Pedro I
D. Pedro I, Imperador do
Brasil, era também D. Pedro IV de
Portugal. A dinastia da família
Orleans de Bragança começa entre 940 e 946, ainda sem esse nome, com o famoso Hugo Capeto,
rei carolíngia. Passa por nomes
como Luiz IX, rei da França (12141270), que mais tarde a igreja católica santificou como São Luiz.
Ordem Aviz
Ordem de Cristo
Ordem Cruzeiro do Sul
D. João VI
A FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA, tem como atual chefe Dom
Luiz de Orleans e Bragança, é primogênito e herdeiro dinástico do
falecido Dom Pedro Henrique de
Orleans e Bragança ( 1909-1981),
neto de Dom Luiz de Orleans e
Bragança (1878-1921), cognominado o Príncipe Perfeito, bisneto
da princesa Isabel, a redentora e,
trineto do Imperador D. Pedro II.
Os Imperadores do Brasil, bem
como os Reis de Portugal desde o
século XVII, pertencem à Dinastia
de Bragança, a qual teve sua origem nos fins do século XIV, na
figura heróica do Santo Condestável, de Portugal, Dom Nun’Álvares
Pereira.
Ordem D. Pedro I
D. Pedro II, o velho Rei
Filósofo, amante das artes e que
foi o primeiro homem a falar ao
telefone, com o inventor Alexander Graham Bell, foi também o
primeiro fotógrafo Brasileiro. Humanista, que numa viagem á Itália
se deparou com uma manifestação dos “Sem Terra” e como muito dela havia aqui no Brasil, imediatamente os convidou a imigrar.
O Imperador também criou: O
“Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro”; O “Instituto Brasileiro
de Estatísticas e Geografia”, hoje
“IBGE”; e o “Instituto Genealógico Brasileiro”, entre outros. Velhinho simpático, de barba branca e
olhos azuis, efígie da antiga nota
de 100 cruzeiros, faleceu triste e
Ordem de S. Tiago
esquecido no ano de 1891.
Ordem da Rosa
Instituto Brasileiro de Estatísticas e Geografia
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
3.000 Exemplares distribuídos gratuitamente para 2.490 Escolas do Cone Leste Paulista acesse:
Instituto Genealógico Brasileiro
www.gazetavaleparaibana.com
ABRIL 2008
Gazeta Valeparaibana
Página 8
Os idosos são parte integrante da sociedade...
Cabe a nós cidadãos fazer cumprir
nossos direitos adquiridos...
Idoso
PRIORIDADE NO ATENDIMENTO:
A Lei: n.º 10.048/2000 estabelece prioridade ao atendimento
para aqueles com idade igual ou
superior a sessenta e cinco anos.
isando um atendimento mais rápido para as pessoas de maior idade,
a lei acima referida, estabeleceu prioridade ao atendimento para aqueles
com idade superior a sessenta e cinco
anos, em todos os órgãos públicos, bancos e concessionárias do serviço público e, no campo processual, a Lei n.º
10.173/2001, alterou o Código Civil Brasileiro, estabelecendo prioridade de tramitação nos processos judiciais dos idosos. Somente em 2003 foi alcançada a
redução de idade para o idoso, através
do “Estatuto do Idoso”, aprovado em 1º
de Outubro de 2003 pela Lei n.º 10.741
que norteou que a idade preferencial
seria baixada para sessenta anos.
Amparando os mais diferentes aspectos da vida cotidiana, a referida Lei
destaca o papel da família, reforçando e
enfatizando a obrigação da mesma, bem
como de que a sociedade e o Poder Público assegurem o direito à Saúde, alimentação, cultura, esporte, trabalho,
cidadania, liberdade, dignidade, respeito
e convivência familiar.
A função Principal do Estatuto é
funcionar como uma carta de direitos,
fortalecendo o controle do Poder Público
em relação ao tratamento das pessoas
com idade avançada, respeitando a sua
dignidade, galgando-o a um lugar de
respeito, transformando-o num verdadeiro instrumento de educação para o cidadão. Desta forma o idoso deve exigir o
respeito que lhe é merecido e exigir em
todas as estâncias os direitos que adquiriu pois, melhor seria que a sociedade
que a ele deve as obras de que hoje se
beneficia, não necessitasse de Leis que
os obrigassem a tal. Respeito e gratidão
para com os idosos não deveria ser imposta por Leis mas isso sim pela consciência e formação do cidadão.
Mas enquanto isso... Vamos fazer com
que as Leis sejam cumpridas. Cabe a
nós exigir, denunciar e lutar por nossos
direitos.
todas as Leis que regem a sociedade só
funcionam se forem fiscalizadas e exigidas pela sociedade. No caso dos idosos
cabe a nós lutar, exigir e denunciar abusos e falta de cumprimento das mesmas.
Portanto caro, amigo, não tenha medo,
ponha a boca no trombone, mande um
E-mail para nós que nós gritamos juntos.
Seja feliz e exija respeito!.
A percepção que o “Planeta Terra”, com
a idade de 5 bilhões de anos é um ser
vivo, pode ser um instrumento importante para a materialização da relação
organismo/meio ambiente da terapia
“Gestalt”, que é um termo intraduzível
alemão utilizado para abarcar a teoria da
percepção visual baseado na psicologia
da forma. A teoria “Gaia”, do cientista
Inglês James Lovelock, afirma que “a
Vida e a Terra evoluem juntas, excluindo
o paradigma da visão científica convencional, onde reina o apartheid entre os
vários campos das disciplinas ambientais”. A proposta desta nova - antiga
visão é fazer uma síntese das contribuições da geologia, geoquímica, biologia
evolutiva e climatologia, transformando
a concepção grega da Terra, enquanto
Deusa Viva, numa teoria fundamentada
cientificamente.
Assim, entre outros aspectos e trazendo essa filosofia para o campo dos
mortais de hoje, podemos afirmar com a
experiência de cinco bilhões de anos,
que a atual geração deve toda a sua comodidade, toda a sua atual estrutura a
nós idosos, por isso exigiremos respeito.
Você sabia que a melhor maneira de enfrentar
um desafio é começar enfrentando-o?
Quantas vezes você se deteve a pensar
nos problemas do mundo e os considerou insolúveis? Uma negra americana,
de nome Mary Jane Mac Leod Bethune,
começou a educar crianças em um depósito de lixo. A Lei da segregação racial
nos Estados Unidos era muito severa
com os negros. Ela era negra. Ganhara
uma bolssa de estudos de uma costurei-
CONSELHO NACIONAL DO IDOSO
Brasilia - DF
Fone: 0xx61 - 3429.3598
O artigo oitavo da Lei 1.714/2003 menciona que o envelhecimento é um direito
personalíssimo e sua proteção, por conseguinte, constitui um direito social.
Prosseguindo, o artigo nono atribui ao
Estado a obrigação de garantir ao idoso;
a proteção à vida e à saúde, mediante
efetivação de políticas sociais públicas
que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
Mas, o que significa ter condições de
dignidade? - A dignidade é um grau de
responsabilidade que um ser humano
merece, o que difere da caridade, solidariedade e assistência, que trazem em si
um conteúdo pejorativo de hipossuficiê
ncia. O “Estatuto do Idoso” e todas as
Leis de proteção com o mesmo fim de
proteção, só funcionam, assim como
Livre para anunciar
Em negociação
ra e, após se formar, não tinha alunos.
Quando foi nomeada não tinha escola.
Sem pestanejar, ela conseguiu três
caixotes de cebola, colocou-os debaixo
de uma arvore em um depósito de lixo.
Chamou três crianças, descendentes de
escravos, e começou a ensiná-las a ler e
a escrever.
Quando “Henry Ford” foi a OSMOND, uma praia da Califórnia, ela foi
visitá-lo... À porta foi barrada pelo mordomo, também negro, que lhe perguntou
como ela ousava procurar Mr. Ford, sendo negra.
Sem titubear, ela falou bem alto: Tenho uma entrevista marcada com Mr.
Ford. Marquei por telefone.—Ouvindo-a,
Henry Ford pediu-0lhe que entrasse. Ao
vê-la, exclamou: Eu não sabia que a senhora era negra !
Não totalmente, respondeu Mary
Jane. Duvido que o senhor conheça dentes mais alvos e olhos mais brancos do
que os meus.
Continuando ela lhe disse que precisava da ajuda dele para construir a sua
escola, ampliá-la. Queria que ele fosse
com ela conhecer o terreno e com ela
construísse a escola dos seus sonhos.
Convencido por aquela mulher de
caráter espontâneo e firme, desceu com
ela pelo elevador, e mandou que seu
motorista os conduzisse até ao local.
Quando chegaram ao depósito de
lixo, Mary Jane falou: “É aqui , senhor,
que eu desejo construir a minha escola”.
- Mas é um depósito de lixo, exclamou o Presidente.
- Ora disse Mary Jane, sempre esqueço dos detalhes. A minha escola de
verdade está em minha cabeça. Eu preciso do seu dinheiro para tirá-la da minha
mente e colocá-la ali.—Ele lhe deu 20 Mil
Dólares.
Essa mulher tornou-se o símbolo
da educação Mundial. Até ao ano de
1969 havia educado milhares de negros
norte americanos.
A célebre “Universidade Mackenzie”, em São Paulo, começou quando uma
educadora americana notou, em São
Paulo, na rua em que morava, um grupo
de crianças vadias.
Ela atraiu os meninos, oferecendolhes broa de milho e lhes falou do Evangelho de Jesus.
Mais tarde, as crianças eram tantas,
que ela abriu uma escola de alfabetização para elas.
A Mackenzie, que tem uma bela e
longa história, foi visitada inclusive pelo
Imperador D. Pedro II, o amante das artes e das letras, que lhe fez uma expressiva doação.
Ante tantos iletrados, podemos começar agora, por exemplo , apoiando um
projeto educacional, uma iniciativa cultural.
Ante tantos sem medicação, podemos ajudar a alcançar o medicamento, a
consulta o exame, que lhe falta.
Perante os que padecem fome, podemos começar por um prato de sopa
quente e nutritiva, o leite para um bebê,
o pão a um velhinho enfermo e só.
CULTURA, INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO, HISTÓRIA E REGRAS DE CIDADANIA NÃO SÃO PATRIMÔNIO DE NINGUÉM
Gazeta Valeparaibana
ABRIL 2008
Poluição das Águas
Textos de: Dra. Sônia Lúcia Modesto Zampierom
Biólogo João Luís de Abreu Vieira
DA REDAÇÃO:
Sobre a contaminação
Deixar de transcrever este belo texto
agrícola temos, no
seria no mínimo abdicarmos de nossa
primeiro caso, os resíluta para a proteção do ecossistema e
duos do uso de agrodo meio ambiente.
tóxicos (comum na
Nesta altura dos acontecimentos em que
agropecuária),
que
se discute o planeta Terra com tanta
provêm de uma prática
constância, nada mais conveniente e
muitas vezes desneoportuno que a transcrição deste texto
cessária ou intensiva
elaborado por estas mentes tão esclarenos campos, enviando
cidas e conscientes.
grandes quantidades de substância tóxicas para os rios através das chuvas, o
mesmo ocorrendo com a eliminação do
Alguém já disse que uma das a- e s t e r c o
venturas mais fascinantes é acompa- de
aninhar o ciclo das águas na Natureza. Su- mais criaas reservas no planeta são constantes, dos
em
mas isso não é motivo para desperdiçá- p a s t a la ou mesmo poluí-la. A água que usa- gens. No
mos para os mais variados fins é sem- s e g u n d o
pre a mesma, ou seja, ela é responsável caso, há
pelo funcionamento da grande máquina o uso de
que é a vida na Terra, sendo tudo isso adubos ,
movido pela energia solar.
muitas
Vista do Espaço, a terra parece o Plane- vezes exagerado, que acabam por ser
ta Água, pois esta cobre 75% da superfí- carregados pelas chuvas aos rios locais,
cie
terrestre, acarretando o aumento de nutrientes
formando
os nestes pontos, isso propícia a ocorrênoceanos,
rios, cia de uma explosão de bactérias delagos, etc. No compositoras que consomem oxigênio,
entanto somente contribuindo ainda para diminuir a conuma
pequena centração do mesmo na água, produzinparte dessa água do sulfeto de hidrogênio, um gás de
- da ordem de cheiro muito forte que, em grandes
113 trilhões de m3 - está á disposição quantidades, é tóxico. Isso também afeda vida na Terra. Apesar de parecer um taria as formas superiores da vida aninúmero muito grande, a Terra corre o mal e vegetal, que utilizam o oxigênio na
risco de não mais dispor de água limpa,
respiração,
o que em ultima análise significa que a
além das bacgrande máquina viva pode parar.
térias aeróbiA água nunca é pura na Natureza, pois
cas, que serinela estão dissolvidos gases, sais sóliam impedidas
dos e íons. Dentro dessa complexa misde decompor a
tura, há uma coleção variada de vida
matéria orgâvegetal e animal, desde o fitoplâncton e
nica sem deio zooplâncton até á baleia azul (maior
xar
odores
mamífero do planeta). Dentro dessa ga- nocivos através do consumo de oxigêma de variadas formas de vida, há orga- nio.
nismos que dependem dela inclusive Os resíduos gerados pelas indústrias,
para completar seu ciclo de vida (como cidades
e
ocorre com os insetos). Enfim, a água é a t i vi d a de s
componente vital do sistema de susten- a g r í c o l a s
tação da vida na Terra e por isso deve são sólidos
ser preservada, mas nem sempre isso ou líquidos,
acontece. A sua poluição impede a so- tendo
um
brevivência daqueles seres, causando potencial de
também graves conseqüências aos se- p o l u i ç ã o
res humanos.
muito granA poluição da água indica que um ou de. Os resímais de seus usos foram prejudicados, duos gerapodendo atingir o homem de forma dire- dos
pelas
ta, pois ela é usada por este para ser cidades, como lixo, entulhos e produtos
bebida, para tomar banho, para lavar tóxicos são carreados para os rios com
roupas e utensílios e, principalmente, a ajuda das chuvas. os resíduos líquidos
para sua alimentação e dos animais do- carregam poluentes orgânicos (que são
mésticos. Além disso, abastece nossas mais fáceis de ser controlados do que
cidades, sendo também utilizada nas os orgânicos, quando em pequena
industrias e na irrigação de plantações. quantidade).
Por isso, a água deve ter aspecto limpo, As indústrias produzem grande quantipureza de gosto e estar isenta de micro- dade de resíduos em seus processos,
organismos patogênicos, o que é conse- sendo uma parte retida pelas instalaguido através do seu tratamento, desde ções de tratamento da própria indústria
a retirada dos rios até à chegada nas (quando os possuí), que retêm tanto
residências urbanas ou rurais. A água resíduos sólidos quanto líquidos, e a
de um rio é considerada de boa qualida- outra parte despejada no ambiente. No
de quando apresenta menos de mil coli- processo de tratamento dos resíduos
formes fecais e menos de dez microor- também é produzido outro resíduo chaganismos patogênicos por litro (como mado “chorume”, líquido que precisa
aqueles causadores de verminoses, có- novamente de tratamento e controle. As
lera, esquistossomose, febre tifóide, cidades podem ainda ser poluídas pelas
hepatite, leptospirose, poliomielite, etc.).
portanto, para a água se manter nessa
condições, deve-se evitar sua contaminação por resíduos, sejam eles agrícolas (de natureza química ou orgânica),
esgotos, resíduos industriais, lixo ou
sedimentos vindos da erosão.
GAZETA ONLINE -
Página 9
enxurradas, pelo lixo e pelo esgoto. Enfim, a poluição das águas pode aparecer
de vários modos, incluindo a poluição
térmica, que é a descarga de efluentes a
altas temperaturas, poluição física, que
é a descarga de material em suspensão,
poluição biológica, que é a descarga de
bactérias patogênicas e vírus, e poluição química, que pode ocorrer por deficiência de oxigênio, toxidez e eutrofização.
A Eutrofrização é causada por processos de erosão e decomposição que fazem aumentar o conteúdo de nutrientes,
aumentado a produtividade biológica,
permitindo periódicas proliferações de
algas, que tornam a água turva e com
isso podem causar deficiência de oxigênio pelo seu apodrecimento, aumentando sua toxidez
para os organismos que nela
vivem (como peixes, que aparecem mortos junto
a espumas tóxicas).
A poluição das águas nos paises ricos é
resultado da maneira como a sociedade
consumista está organizada para produzir e desfrutar de sua riqueza, progresso
material e bem-estar. Já nos países pobres, a poluição é resultado da pobreza
e da ausência de educação de seus habitantes, que, assim, não têm base para
exigir os seus direitos de cidadãos, o
que só tende a prejudicá-los, pois esta
omissão, na reivindicação de seus direitos leva à impunidade das indústrias,
que poluem cada vez mais, e aos governantes, que também se aproveitam da
ausência da educação do povo e, em
geral, fecham os olhos para a questão,
como se tal poluição não atingisse também a eles.
ficas de preocupação de todos os agentes e interesses públicos e privados,
pois elas passam por várias cidades,
propriedades agrícolas e industriais. No
entanto, a presença de alguns produtos
químicos industriais e agrícolas
(agrotóxicos) podem impedir a purificação natural da água (reciclagem) e, nesse caso, só a construção de sofisticados
sistemas de tratamento permitiriam a
retenção de compostos químicos nocivos à saúde humana, aos peixes e à vegetação.
Quanto melhor é a água de um rio, ou
seja, quanto mais esforços forem feitos
no sentido de que ela seja preservada
(tendo como instrumento principal a de
conscientização da população a Educação Ambiental), melhor e mais barato
será o tratamento desta e, com isso, a
população só terá a ganhar. Mas parece
que a preocupação dos técnicos em
geral é sofisticar cada vez mais os tratamentos de água, ao invés de se aterem
mais à preservação dos mananciais, de
onde é retirada a água pura. Este é o
raciocínio - mais irracional - de que a
técnica pode fazer tudo.
Técnicas sofisticadas estão sendo desenvolvidas para permitir a reutilização
da água no abastecimento público, não
percebendo que a ingestão de um liquido tratado com tal grau de sofisticação
pode ser tudo, menos o alimento vital do
qual o ser humano necessita. Ou seja,
de que adianta o progresso se não há
qualidade de vida?
A única medida mitigadora possível para
esse problema, na situação grave em
que o consumo de água se encontra, foi
misturar e fornecer à população uma
água de boa procedência com outra de
procedência pior, cuidadosamente tratada e controlada. Vejam a que ponto tivemos que chegar.
Portanto, a meta imediata é preservar os
poucos mananciais intactos que ainda
resta para que o homem possa dispor
de um reservatório de água potável para
A Educação Ambiental vem justamente que possa sobreviver nos próximos aresgatar a cidadania para que o povo nos.
tome consciência da necessidade da
preservação do meio ambiente, que inConcidadãos, está mais do que
flui diretamente na manutenção da sua na hora de nos conscientizarmos que
qualidade de vida.
não adianta de nada darmos do bom e
Dentro desse contexto, uma grande par- do melhor a nossos filhos.
cela da contenção da “saúde das águas” Boas Escolas, boas roupas, a melhor
cabe a nós, brasileiros, pois se a Terra tecnologia eletrônica à disposição no
parece Planeta Água, o Brasil poderia mercado, lindos passeios e a satisfação
ser considerado sua capital, já que é de todas as suas vontades de consumo,
dotado de uma extensa rede de rios, e se lhes estamos deixando como herança
privilegiado por um clima excepcional, um país deteriorado, rios poluídos, fauque assegura chuvas abundantes e re- na aniquilada e um deserto de sertão.
gulares em quase todo o seu território.
Crianças, na escola, na sua
O Brasil dispõe de 15% de toda a água família, com os seus amigos, nas suas
doce existente no mundo, ou seja dos atitudes faça com que o respeito pela
113 trilhões de m3 disponíveis para a natureza, por nossos rios, por nossas
vida terrestre, 17 trilhões, foram reserva- florestas seja sempre considerado.
dos ao nosso país. No processo de reciCrianças tenham sempre em
clagem, quase a totalidade dessa água é mente que reciclar, já que não se pode
recolhida pelas 9 grandes Bacias Hidro- frear o consumo é a única solução.
gráficas aqui existentes. Como a água é
Exija, gripe, chame a atenção
necessária para dar continuidade ao porque os adultos pelos vistos andam
crescimento econômico, as Bacias Hi- ocupados com outras coisas...
drográficas passam a ser áreas geográTio Filipe
Edições disponíveis para DOWNLOAD- Tribuna Popular - Projeto Educar - Correio Escola < www.gazetavaleparaibana.com >
ABRIL 2008
Gazeta Valeparaibana
Página 10
Educar é uma função da ESCOLA e da FAMÍLIA
Nunca em tempo algum a
Família e a Escola estiveram tão dependentes das características da
sociedade como um todo, como nos
dias de hoje.
Com o vasto volume de informações, conquistado pelo Mundo
moderno, com o consumismo desenfreado e a oferta de novas tecnologias, jogadas no mercado diariamente,
a família e a Escola vêem-se confrontadas com a forma de educar
seus jovens, que não é nem única,
nem estática, nem uniforme.
No Brasil, pela diversidade
de culturas o problema se torna mais
acentuado e por vezes até mais conflituoso, acrescido do fato de que as
famílias, as escolas, os pais, os alunos, os diretores e os professores
não são unos em seus conceitos de
educação, pela influência de sua educação familiar e sectária. Num País continental os problemas regionais passaram a ser nacionais dada
a migração dessas diferentes culturas, aliadas às origens étnicas, portanto as soluções nem sempre agradam a todos; determinado processo
que deu resultado em algumas famílias, não atingiu a mesma expectativa ou os mesmos resultados em outras.
Por conseqüência, aquele
método que foi eficaz em determinada escola, com um determinado corpo docente e um outro determinado
grupo de jovens, pode já não resultar no mesmo sucesso obtido por
aquele outro.
O Mundo atual em que vivemos é muito complexo, rápido e contraditório. Pode-se dizer que estamos vivendo em uma sociedade em
mutação. Apesar das facilidades que
a ciência e a tecnologia nos trouxeram, estamos constatando a nossa
cada vez maior dependência destas.
Hoje, muitos país, ao sentirem que
sua vida em família se tornou frágil e
vulnerável, que hoje têm problemas
que seus pais e avós não tinham delegam na Escola e nos mestres a
função da educação, do crescimento
educacional e até moral dos seus
filhos, esquecendo-se que a base de
formação da personalidade e dos
princípios é a família. Sem dúvida
que a emancipação da mulher, hoje
dividindo com o homem a responsabilidade financeira da família foi um
avanço para ela como Mulher mas,
como família está se observando e
cada dia mais que ficou vago um
espaço essencial da função Mãe e
dona de casa da mulher. Assim, a
sociedade caminha para problemas
cada vez mais graves; drogas, criminalidade, falta de ética profissional,
entre outros.
Aí como fuga de responsabilidades se responsabilizam Governo e Escolas pela falta de programas
de amparo á criança e ao jovem. No
entanto, não esqueçamos que em
hipótese alguma o Governo ou a Escola pode substituir a responsabilidade da família e vice-versa.
Assim como a família, a
Escola também sofre a influência do
meio ambiente e da sociedade que, a
maior parte das vezes, não é favorável á própria Escola. É por isso que,
muito embora, as responsabilidades
de cada um sejam diferentes, a Escola e a Família devem unir esforços
para levarem a cabo esta difícil mas,
fundamental tarefa que constituí a
educação dos atuais jovens e das
futuras gerações.
A função da escola é munir
a criança de conhecimento e de valores sociais e de cidadania. Os valores morais e os princípios éticos de
convivência social o aluno já deve
trazer de casa, agregados á sua personalidade. As responsabilidades
são diferentes; a escola é o prolongamento da família e, por isso, tanto
uma como a outra devem estar em
perfeita sintonia no que se refere às
responsabilidades de cada uma, na
educação dos jovens como alunos e
como filhos.
Porém, motivado pela desagregação da estrutura familiar,
aliada á divergência entre valores,
muitas vezes o que se verifica é que
a família e a escola têm critérios e
normas diferentes, valores morais
contrários na educação e formação
da nova geração e, assim, os filhos e
alunos em vez de ficarem educados
e bem formados, ficam cidadãos desinformados e deseducados, tanto
no aspecto moral, como no aspecto
psicológico e até cívico. Ficam confusos e baralhados e acabam por
fazer as escolhas
que mais lhe agradam, por critérios
de facilidade ou de
modismo ou até
sem critério. Assim, uma saudável
interação
entre
estas duas células
formativas passa obrigatoriamente
por uma constante e eficaz comunicação entre ambas. Neste item é de
suma importância a participação do
Voluntariado em diversas atividades
escolares, no entanto, não se deve
esquecer que a sintonia tem de ser o
mais fina possível. A educação e a
boa aprendizagem bem como a boa
formação social e moral dos filhos é
uma tarefa dos professores e da escola mas, deverá também ser um
objetivo dos país em casa. A Escola
nunca poderá nem sequer deverá
substituir a família, assim como a
família não pode esquivar-se das
suas funções e fazer da escola um
“estacionamento” onde guarda seus
filhos.
É fundamental que haja entre
a Escola e a Família esta colaboração e interação pois somente assim
os filhos e alunos, apercebendo-se
desta convivência, naturalmente se
sentirão mais acompanhados e estimulados a melhorar e a progredir,
sentido-se além do mais, mais seguros e confiantes no futuro. A função
maior da escola é ajudar os jovens a
descobrir o seu caminho, o seu lugar
neste mundo, a sua vocação, para
que se realizem plenamente como
cidadãos e futuros pais de família.
Este método de ensino nasceu
nos Estados Unidos da América do
Norte, na década de trinta, como parte integrante de um programa de educação para estudantes da Zona
Rural. A “Lição de Casa” possui uma função pedagógica importantíssima pois além de ensinar a criança a
construir uma relação de responsabilidade e autonomia, favorece o hábito do estudo e da leitura em sua
residência. No entanto, para que a
lição de casa alcance os seus objetivos é importante que o professor
oriente a criança a cada lição e estabelecer os objetivos dessa mesma
tarefa.
Aqui já se encontra um dos
pontos de conflito que atrás expusemos e que não deverão de forma nenhuma existir. O maior conflito é
quando os Pais acham que os filhos
trazem lições de mais para casa. Aqui, se vêm confrontados com seus
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afazeres profissionais , alegam falta
de tempo que até é compreensível
mas, temos que levar em consideração que a “Lição de Casa” é uma
oportunidade inteligente de interação e co-responsabilidade da família
e o aluno como filho.
Para tanto, existem algumas maneiras que podem favorecer a realização da “Lição de Casa”, como por
exemplo, criar uma rotina de estudo,
disponibilizar um espaço da casa
para esse fim e incentivo. Os pais
podem e devem encorajar seus filhos nessa responsabilidade, ao demonstrar interesse e ao dar autonomia quando oferecem sua ajuda, ao
invés de fazerem a lição pela criança. Uma forma de parcialmente neutralizar a ausência familiar, será esses escassos minutos de convívio e
de co-responsabilidade, ao fazerem
juntos a “Lição de Casa” de seus
filhos.
Ser exemplo é mostrar que se
pode mudar. Falar o que um ou outro
devem fazer é fácil o difícil é nós
mesmo fazermos aquilo que estamos indicando para o outro. Como
se pode educar um filho a ter uma
alimentação saudável e natural se,
no mercado, enchemos nosso carrinho com latarias e desprezamos os
legumes e as verduras. A maioria
das pessoas costuma mostrar sua
autoridade impondo regras e limites
mas, eles mesmas não cumprem
com essas regras nem têm esses
limites para si.
Quem não gosta de receber
um elogia, por exemplo, no que tange a beleza. Mas, para ser bela tem
que haver um cuidado, um esmero
no trato de seu corpo. Assim, para
se ser um exemplo na sociedade e
na família devemos primeiro zelar
por nosso comportamento, na família e na sociedade.
Filipe de Sousa
Fevereiro 2008
Gazeta Valeparaibana
“ Lendas do nosso Litoral “
Lenda “ Os Marinhos”
Barbaridade !
Há mais de três meses não chovia,
numa estiada jamais vista nestas redondezas. Aqui a chuva é uma constante no decorrer do ano e assim, uma seca como aquela exasperava a
população, mormente a gente dos
bairros que, se dependia da pesca,
muito mais dependia da lavoura para
garantir a própria sobrevivência.
Da chuva, nem sinal ! O céu mantinha uma limpidez imaculada, um azul
puríssimo, sem um mínimo resquício
de nuvem que pudesse dar a esperança de um próximo aguaceiro ! O
ar, parado ! Nem uma brisa, nem uma
aragem para refrescar um pouco, fazendo balançar a ressequida galharia
das árvores quase desnudas, murchas, desfolhadas...
Toda a região sofria por igual os efeitos daninhos da seca, mas os moradores da Praia dos Toninhas, inconformados, afirmavam que lá era pior,
que a areia da praia era mais quente
que as outras, chegando a tostar-lhes
as plantas dos pés se não a evitassem, precisando caminhar por cima,
por sobre o emaranhado dos
“juncos”.
Lá, diziam, dava pena olhar as roças,
onde a plantação amarelecia esturricada sob a ação escaldante dos raios
solares ! Até a cachoeirinha que,
sempre farta descia murmurante a
encosta pedregosa, estava agora reduzida a um minguado filete de água,
torturando o mulherio que amanhecia
aglomerado ao pé da bica, na angustiante espera de encher o vasilhame !
Seca tirana aquela !
E a pesca ? Também falhara. Se todo
o Santo dia, logo cedo, os pescadores saiam mar afora em busca do básico alimento para o seu sustento,
retornavam alto dia, desanimados,
com rebotalhos, trazendo aquilo que
até há pouco desprezavam na praia à
acirrada disputa dos famintos urubus. - Ӄ - dizia Tonico Honorato, patriarca das Toninhas, por isso mesmo
acatado e respeitado - , isso é castigo, e pelos pescadores pagam os inocentes... Já não há mais respeito, não
há mais recato! Ninguém mais tem
palavra ! As igrejas vazias... Pra essa
gente parece que Deus já não existe e
seus mandamentos não valem mais
nada... Isso é castigo!”
Na Toninhas o que o Tonico Honorato
dizia era sagrado. Se ele disse que
aquela provação era castigo, outra
coisa não cabia senão rezar.
Enquanto os crédulos rezavam, aguardando o milagre da chuva redentora, Júlio e Camilo, dois insepará-
veis rapazes do bairro passaram a
observar o procedimento estranho do
“Marinho”, também amigo e companheiro, mas agora arredio, evitandoos com desculpas descabidas e alegações inconcebíveis.
A princípio não deram importância,
mas num dado momento, como que
acordando ficaram intrigados com tal
procedimento. Ainda mais porque, se
a pesca fracassava para todos, porque para Marinho era diferente? Ele
não saía com os outros pela madrugada, mar afora, singrando as ondas.
Ficava em casa entretendo-se em pequenos afazeres ou indo á roça em
desnecessária vistoria às ressequidas plantas que teimavam vegetar
nos aceiros. Á tarde, porém, viam-no
caminhar pela costeira com petrechos de pesca, saltando de pedra em
pedra, indo ponta afora, para o costão do Itapecericuçu, onde se demorava até ao fim do dia, quando regressava com o balaio transbordando de
peixes, bastante para o consumo da
família e com sobras até para mimosear generosamente a vizinhança carente.
Para Julio e Camilo - Pensaram - desvendava-se o mistério: o bom pesqueiro estava para o lado do Itapecericuçu, portanto, bastaria ir até lá.
Mas não querendo melindrar o arredio amigo, para lá se dirigiam várias
vezes, cautelosos, a fim de não serem
percebidos: umas, pela manhã bem
cedo, outras, alta noite, bem tarde;
Interessante, se lá permaneciam horas inteiras, o resultado era sempre o
mesmo: apenas dois ou três peixinhos de pouco mais de um palmo,
daqueles sem condições de serem
postejados... Por quê? - indagavamse - por que eles também bons pescadores, pescando no mesmo ponto,
não conseguiam resultado igual ao
de seu esquivo amigo?
Convencidos de que um segredo maior havia e que era preciso desvendar,
certa noite foram mais cedo e ocultaram-se entre moitas de samambaias,
aguardando a chegada do Marinho.
Após longa espera, viram-no chegar e
encaminhar-se ao declive de extensa
laje, quase plana, que descia em rampa suave e aprofundando-se no mar.
Viram-no, depois de acomodar seus
petrechos de pesca, descer vagarosamente o declive e parar, absorto, olhando o mar, cujas ondas subiam
mansamente, uma a uma, beijandolhe os pés, para voltarem depois, borbulhantes e alvacentas, rendilhadas
de espumas.
Num dado momento um farfalhar
mais forte agitou as águas próximas
e dali emergiu uma encantadora mulher, inteiramente nua, que, com desembaraço galgou a penedia, mal disfarçando a total nudez com basta cabeleira entremeada de algas e espumas!
Surpresos, viram Marinho correr ao
seu encontro, enlaçando-a nos braços, e ali permaneceram em doce e
prolongado idílio! Que mulher era aquela - indagavam-se - , jovem, encantadoramente bela, que emergia
das águas, gesticulando como se fosse muda e vinha entregar-se aos arroubos de amor a uma criatura humana ? Não era por certo uma sereia,
misto de peixe e de mulher que, com
o enlevo de seus cânticos, em noites
enluaradas atraía traiçoeiramente incautos navegantes e pélagos profundos, para a satisfação de voluptuosos
desígnios de amor! Não! Aquela era
mulher perfeita, de corpo escultural e
beleza fascinante que ali permaneceu
por longo tempo em arroubos de amor até que, vencendo a relutância
de Marinho, que tentava retê-la junto
a ele, desgarrou-se dele e, rápida,
solerte, atirou-se ao mar, desaparecendo no verde esmeraldino das águas.
Marinho, então, pôs-se a pescar e em
poucos momentos, como fazia todos
os dias, regressou com farta provisão
de peixes de grande porte - garoupas,
sargos e badejos.
Julio e Camilo, atônitos com o que
viram, voltaram outras vezes aquele
pesqueiro, na esperança de desvendar o mistério de que eram testemunhas. Um dia a enamorada tardou a
aparecer. O crepúsculo já se aproximava quando, emergindo airosa e
bela, subiu apressadamente a inclinação da laje para entregar-se aos braços de Marinho. Entretanto, ao contrário das outras vezes, demonstrava
ansiedade em voltar ao mar e fazendo
entender o seu intento, encontrava
oposição de seu amante, que a prendia nos braços sem querer desgarrarse dela. Parecia resolvido a mantê-la
para sempre junto dele.
Compreendendo a situação em que
se achava, a jovem passou a debaterse desesperadamente, querendo gritar mas sem conseguir desprender a
voz, nem emitir um gemido sequer!
Na luta que se desenvolvia Marinho
percebeu-lhe, na boca exageradamente aberta, a garganta obstruída
por enorme guelra vermelha, que nos
peixes funciona como órgão respiratório. Instintivamente, sem vacilar um
instante, introduziu-lhe dois dedos na
boca e num gesto rápido, volteandoos, estripou, esponjosa e sanguinolenta, a guelra que a impedia de falar,
mas que lhe dava condições de viver
mergulhada nas águas do oceano.
Foi então que de seu esconderijo os
dois rapazes ouviram a jovem falar e
perceberam que, trocando juras de
amor, prefeito entendimento se estabeleceu entre eles: ela seria Ondina,
filha das ondas e, casada com Marinho, formariam, os dois, o venturoso
lar dos Marinos. Logo mais, protegidos pela sombra da noite que descia
alcoviteiramente, o jovem par encaminhou-se ás Toninhas, à casinha nova
coberta de sapé com beirais rendilhados de róseas trepadeiras - que Marinho havia construído há pouco - e lá,
como todas as estórias, a família Marinho cresceu, multiplicou-se e viveu
por muitos e muitos anos, alegre e
feliz. Não posso afirmar, mas dizem
que ainda há muito Marinho por aí...
Washington de Oliveira “seo Filhinho”
Livro: “Ubatuba - Lendas & outras histórias”
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ABRIL 2008
Educar para quê?
Continuando, a catadora de latas
Angelina Maria Vieira de Souza, de São
Paulo, intervém. Não concorda com a
idéia de que a escola produza imunidade
ao mundo do crime e das drogas. Para
ela, a educação é fator importante, mas
não garante todas as condições de facilidade, harmonia e inclusão. “Não tem
nada a ver uma coisa com a outra. Já vi
gente muito bem educada cair nesse
mundo, que tem pai dentista, a mãe trabalhadora. Mesmo assim, entrou na droga. Hoje está preso dentro de casa, o pai
tem que dar dinheiro para ele não roubar.
A droga está em todos os lugares, nos
pobres e nos ricos”. E aponta o que considera problemático no sistema de ensino atual. “Ultimamente no ensino que eu
tive, a criança rezava e cantava o Hino
Nacional. Hoje não tem mais nada disso.
Ele precisa de psicólogo porque traz para a escola o problema de casa. Eles chama nossos filhos de favelados, burros,
idiotas. Ora, se o profissional não tem
Uma das características principais do
atual momento é a aceleração do tempo.
O espaço terrestre, praticamente o conquistamos.
Mas o tempo continua sendo o grande
desafio: poderemos dominá-lo?
A
corrida
contra
ele
se dá em
todas
as
esferas,
a
começar
pelo esporte. Em cada
olimpíada
busca-se
superar todos os tempos anteriores, especialmente na clássica corrida dos cem metros. Os carros
devem ser cada vez mais velozes, os
aviões e os foguetes têm que superara a
velocidade da geração anterior. No agro negócio se utilizam promotores químicos
de crescimento para encurtar o tempo de
germinação e lucrar mais. A internet é de
altíssima fluidez e sem cabos, pois, para
ganhar tempo, tudo é feito via satélite. E
a aceleração atingiu especialmente as
bolsas. Quanto mais rapidamente se
transferem capitais de um mercado para
o outro, acompanhando o fuso horário,
mais se pode ganhar. Como nunca antes
Página 12
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capacidade , que vá fazer outra coisa!
Assim a criança não tem vontade de aprender. Em casa, ela encontra uma situação; na escola a professora xinga.
Quando adulto, será recriminado no trabalho. Quem controla isso? Assim ele
vai trabalhar só pelo dinheiro, porque é
sempre humilhado, sem valor”.
O mediador Fernando, avalia que,
embora realmente a escola não assegure
ao jovem todas as condições necessárias para viver dignamente, ele, se instruído, terá menos probabilidades de entrar
na criminalidade. “Mas quem não tem
educação pode não entrar. Angelina nos
traz uma idéia, reforçando o que Marizete
falou, sobre a capacidade destruidora da
escola. Da forma que está, segundo elas
disseram, a escola vai criar multidões de
excluídos, de pessoas tristes”. Mas desafia: “ Quero, porém, retomar o lado
positivo da pergunta: se tanto destrói, o
que a escola pode construir? Se é tão
poderosa para destruir - e todos aqui tem
recordação ruim na vida do educando - o
que ela pode fazer de bom? Falamos só
do lado sombrio da escola. Vamos trazer
à Luz o que ela pode trazer de bom aos
nossos filhos?”.
O lado positivo da Escola demora
a surgir. Quando o técnico autônomo
António Luzia, de São Paulo, toma a palavra. Outro lado sombrio da escola é
levantado: o de local em que se aprende
a competir e se destrói a solidariedade.
“A escola, que deveria educar o jovem
para uma cidadania responsável, na ver-
dade ensina a cidadania competitiva”.
Segundo António Luzia, isto se dá desde
as provas e inclui até a localização do
aluno em sala: o melhor senta na frente,
“o mais feinho atrás”. Para ele, isso estimula a competitividade, enquanto deveria educar para a solidariedade, para a
busca de uma sociedade em que este
valor, junto com a fraternidade, deveria
ser resgatado. “ A escola não é um parâmetro de competência social. Muitos vão
para a escola sem ter tido convivência
social mais regular. Existem crianças
abandonadas nas ruas e crianças que
vivem na rua. Crescem sem ambiente
que lhe dê formação para viver na escola. Vivem sem regras. Chegam à escola e
descobrem que tem hora para o lazer.
tudo tem limites, deve ficar sentada tantas horas, com alguém dizendo que tem
hora para sentar, para se levantar, para
se alimentar. Ele competia na rua, sem
regra; agora vai competir com regra. Os
professores, talvez por essa falta de atenção, são aqueles que inserem a essa
criança uma competitividade que deixa a
escola odiada, triste e longe de qualquer
realidade. O educar para a solidariedade
é o que falta”.
Fernando volta a questionar: “O
que é solidariedade? Ela é diferente dentro da escola, do que a solidariedade da
igreja e do clube de esporte? Qual a solidariedade que é da escola, que não está
no partido político, na igreja ou na família? Isso ainda não foi respondido. Vocês
me trouxeram os baús. Quero abrir isso
“Tempo é dinheiro”.
Logicamente, em todo o processo, há
um elemento libertador, pois o tempo foi,
em grande parte, vivenciado com servidão. Não podemos detê-lo. Por outro
lado, produz um impacto sobre a natureza que possui seus tempos e ciclos. O
impacto não é menor sobre as mentes
das pessoas que se sentem atordoadas,
particularmente as mais idosas, perdendo os parâmetros de orientação e de a-
Todos são obrigados rapidamente a se
modernizar a ser emergentes.
Para onde nos levará essa corrida
contra o tempo? Ele sempre nos ganha,
pois não podemos congelá-lo. Ele simplesmente passa devagar ou acelerado
como nos grandes túneis de aceleração
de partículas.
Mas, importa considerar que á tempos e tempos. O Tempo natural do crescimento de uma árvore gigante pode demorar 50 anos. O tempo tecnológico de
sua derrubada com a moto serra durará
no máximo 5 minutos.
Quanto tempo precisamos para
crescer com maturidade, sabedoria e
conquistar o próprio coração? Às vezes
uma vida inteira de 80 anos é curta demais. O tempo interior não obedece ao
tempo do relógio. Precisamos de tempo
para trabalhar nossos conflitos interiores
que, às vezes, nos obrigam a parar.
Uma reflexão do mestre zen Chunálise daquilo que está ocorrendo no ang-Tzu de 2.500 anos atrás nos parece
Mundo e com elas mesmas. Vale a pena muito inspiradora. Ele conta que havia
essa irrefreável corrida? Para onde estamos fugindo?
Ai daqueles que não se adaptam aos
tempos. Em termos de trabalho são ejetados do mercado, pois suas habilidades
ficaram obsoletas. Os que se resignam,
perdem o ritmo do tempo e são considerados precocemente envelhecidos ou
simplesmente retardatários. Isso pode
ocorrer com países inteiros que não incorporam os avanços da tecno-ciência.
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e ver o que tem dentro”.
Para o trabalhador rural, Adenilson
de Almeida Amaral , de Ribeirão do Lago,
Bahia, a escola deveria ser o lugar onde
se ensina ao aluno como desprender das
formas de dominação da sociedade.: “ A
educação, não é tratada, foi implantada
pela burguesia, para ensinar. Traz metodologia que nos transforma em massa de
manobra. Estimula a competitividade.
Sou pai de um menino de sete meses e
não sei qual a educação quero para ele.
Não que a escola não preste, mas a estrutura pública é dominada. Na particular, é mais complicado ainda. Tenho experiência, no meu Estado, de escolas de
famílias agrícolas, que não é reconhecida pelo MEC porque é do jeito que a gente quer e não do jeito que o Estado quer.
Para mim , educar serve para a libertação
e valorização dos direitos. É para reconhecer a cultura e identidade que nós
temos”.
VÁ NO FORUM E DEIXE SUA OPINIÃO...
um homem que ficava tão perturbado ao
contemplar sua sombra e tão mal humo-
rado com suas próprias pegadas, que
achou melhor livrar-se de ambas. O método foi da fuga, tanto de uma como da
outra. Levantou-se e pôs-se a correr.
Mas sempre que colocava o pé no chão
aparecia a pegada e a sombra o acompanhava sem a maior dificuldade.
Atribui seu erro ao fato de que não
estava correndo como devia. Então, pôsse a correr velozmente sem parar, até
que caiu morto por terra. O erro dele,
comenta o Mestre, foi o de não ter percebido que, se apenas pisasse num lugar
sombrio, a sua sombra desapareceria e,
caso ficasse parado, não apareceriam
mais as suas pegadas.
Não é isso que hoje se impõe fazer?
Dar uma parada? Aqui reside o segredo
da felicidade e da ansiada paz interior.
Por Leonardo Boff
Teólogo
[email protected]
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ABRIL 2008
SAÚDE
Página 13
Saúde & Meio Ambiente
As doenças infecciosas emergentes estão em progressão nas
últimas décadas, e as doenças animais transmissíveis ao homem, nos
países tropicais pobres, representam a maior ameaça à saúde humana, segundo uma equipe internacional de pesquisadores.
As incidências das doenças emergentes, como a Aids, o vírus do Nilo
Ocidental, a pneumonia atípica, o
vírus Ebola ou ainda a gripe aviária,
quase quadruplicaram nestes últimos cinqüenta anos.
Afirmam, Cientistas de quatro instituições - Sociedade Zoológica de Londres, Escola de Ecologia
Odum da Universidade da Geórgia,
Centro para uma rede de informação
Internacional em Ciências da Terra
(ciesin), Consórcio por uma Medicina Ambiental do Wildife Trust.
Eles analisaram 335 doenças emergentes entre 1940 e 2004, estudando
suas relações com a densidade geográfica, a latitude, as chuvas e a biodiversidade. Seus trabalhos, publicados pela revista “Nature”, levaram
á elaboração de mapas de “pontos
quentes”, onde poderiam surgir as
futuras doenças emergentes. Este
mapeamento das zonas de risco “é o
primeiro a prever cientificamente
onde as maiores doenças tais como
a Aids ou a Sras emergirão”, indica
Peter Daszak (Consórcio por Uma
Medicina Ambiental) “a ameaça principal para a saúde pública, vem das
zonas onde a população cresce e
entra em conflito com a diversidade
da fauna”, acrescenta.
De acordo com os pesquisadores,
60% das doenças emergentes provêm das doenças animais, transmissíveis ao homem (zoonoses) e a maioria dentre elas de animais selvagens.
As zonas com maior risco de zoonoses são “o Sudeste Asiático em sua
totalidade, o subcontinente Indiano,
o Delta do Níger e a Região dos
Grandes lagos, na África”, indicou
Marc Levy (Ciesin), durante uma teleconferência.
“Proteger do desenvolvimento as
regiões ricas em biodiversidade pode também ter um efeito em termos
de prevenção da emergência de doenças no futuro”, analise Kate Jones
da Sociedade Zoológica de Londres.
Cerca de 20% das doenças emergentes têm como origem a resistência
aos tratamentos devido à utilização
crescente de antibióticos nos países
ricos. Os pesquisadores citam a tuberculose resistente e a bactéria E.
Coll. “As doenças podem ser o preço do desenvolvimento”, comenta o
Dr. Daezak.
O estudo também mostra que os
anos 80 do século passado registraram um recrudescimento das doenças emergentes, provavelmente devido à pandemia HIV/Aids, que provocou novas afecções. Os anos 80
foram marcados por um pico na incidência de doenças vetoriais, por exemplo trazidas pelos mosquitos,
que podem estar relacionadas com
as mudanças climáticas.
O Problema para o futuro, advertem
os pesquisadores, é que os recursos
essenciais em matéria de controle
das doenças emergentes estão concentrados em países ricos, enquanto
a ameaça se apresenta nos países
em desenvolvimento.
Tisiologia, com o calor externo, o
organismo perde muita água pela
transpiração e o conseqüente ressecamento das mucosas facilita o aparecimento de alergias respiratórias,
como a rinite e a asma. E quando a
temperatura cai, o ar frio favorece a
proliferação de vírus que causam os
resfriados e as gripes.
O Ar Condicionado
Outro fator que pode ser prejudicial à saúde é o ar condicionado. Gripes
e resfriados em geral atacam os organismos mais susceptíveis, especialmente
quando expostos diariamente ao ar condicionado. Isso por que “o ar resseca o
muco protetor que reveste as mucosas
das vias aéreas, tornando-as vulneráveis”, explica o pneumologista Rafael
Stelmach. Além disso, se o aparelho
estiver sujo, vai ajudar na proliferação
de ácaros, fungos, mofo e bactérias. “O
que gera maior sensibilidade e, por conseqüência, o desenvolvimento de sintomas alérgicos”, explica o Dr. Rafael.
Para ajudar a evitar essa doenças, os
dois médicos recomendam uma boa alimentação, com comidas leves, como
frutas e verduras, e a ingestão diária de
aproximadamente três litros de água. E
para aqueles dias que a temperatura caí,
“é importante se agasalhar bem e evitar
aglomerações em lugares fechados, que
facilitam a disseminação de vírus e bactérias, aumentando o risco de infecções”, alertam os pneumologistas.
Algumas dicas de prevenção e saúde:
- Evite locais fechados,
- Trate a alergia tão logo a crise comece,
- Tome banho morno,
- Faça exercícios físicos regularmente,
- Lave bem, diariamente, as narinas,
Caso já tenha alguma doença respiratória, procure o quanto antes um
pneumologista; leve sempre a medicamentação de manutenção e aquela orientada para uso em caso de crises.
Para pessoas portadoras de doenças
respiratórias crônicas, em caso de viagens aéreas, é fundamental a orientação
de um pneumologista, pois, durante o
vôo, pode piorar, devido à baixa temperatura,à umidade relativa do ar e à oxigeEste Verão foi marcado por nação na altitude.
Doenças Respiratórias
oscilações de temperatura muito
grandes e ao que tudo indica devemos continuar convivendo com elas.
Assim, vamos falar sobre algumas
formas de vencer as alterações climáticas e as doenças respiratórias.
Este verão como um todo, foi marcado por mudanças bruscas de temperatura e pelo que tudo indica deveremos encontrar situações atípicas em
todas as estações que virão. Frio,
calor, chuva no mesmo dia. Chuva
intensa depois de um dia de sol
quente, etc... Com estas oscilações
é natural que as pessoas fiquem
com a imunidade baixa e as doenças
respiratórias como resfriado, gripe,
faringite e até pneumonia, encontrem uma situação bastante propícia
para atacar. Segundo José Eduardo
Delfini Cançado, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e
co da infância, deixando seqüelas neurológicas que diminuem a capacidade de
aprendizado.
Os resultados dessa relação entre a pobreza e o aprendizado já são do conhecimento da maioria dos educadores, mas
os cientistas ainda estão longe de explicar como isso ocorre biologicamente.
A capacidade do ser humano de memorizar, lembrar e aprender novas informações depende de uma constante reconfiguração de sinopses - as ligações entre
um neurônio e outro - por meio das
quais são transmitidas e armazenadas
as informações no cérebro. A maior parte dos neurônios é formado no útero,
durante o desenvolvimento embrionário
e fetal, mas a planta básica de conectividade dessas células só é estabelecida
nos primeiros anos de vida, na medida
em que a criança aprende a falar e a
raciocinar.
Numa situação de pobreza, em que há
menos estímulos, piores condições de
saúde, má nutrição, maior exposição a
substâncias tóxicas, abuso entre outras
dificuldades domésticas, aliadas á falta
de tratamento de esgotos e insalubridade, esse desenvolvimento primordial do
cérebro pode ser prejudicado. “Uma vez
que esses circuitos são fechados, não
dá para voltar atrás e reconfigurar o sistema, a criança irá viver com os circuitos
defeituosos para sempre”, diz o pesquisador Jack Shonkoff, diretor-fundador
do Centro sobre Desenvolvimento Infantil de Harvard.
O assunto foi tema de um simpósio da
Associação Americana para o Desenvolvimento da Ciência, em Boston. “Não há
dúvida de que ser pobre é ruim para o
cérebro”, disse a organizadora do debate, Martha Farah, da Universidade da
Pensilvânia. Estudos mostram, por exemplo, que crianças de três anos de
idade, cujos pais têm diploma universitário, têm um vocabulário três vezes maior que aqueles cujos pais não completaram o ensino básico. “Com dois anos
você já pode notar a diferença”, disse
Shonkoff.
A Pobreza e o Cérebro...
Pesquisas comprovam
que pobreza prejudica o
desenvolvimento do cérebro.
Crianças criadas em condições
de pobreza têm mais dificuldade de aprender, não só por questões socioeconômicas, mas também biológicas. Pesquisas realizadas nos últimos anos,
comprovam que a pobreza tem um impacto direto no desenvolvimento do cérebro, justamente no período mais críti-
As seqüelas da pobreza no desenvolvimento cerebral são profundas, mas não
totalmente irreversíveis. Estudos com
animais mostraram que o cérebro tem a
“plasticidade” suficiente para se recuperar, se os estímulos positivos para que
isso ocorra forem também suficientemente fortes e suficientes. No caso de
seres humanos, esses estímulos podem
variar desde um programa de leitura até
à oportunidade de estudar numa boa
escola.
Internacional raio de sol
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ABRIL 2008
Gazeta Valeparaibana
São Paulo - A Fundação de São Paulo
Hoje, a cidade mais importante da
América Latina, festejou neste mês de
Janeiro de 2008, 454 anos de grande história, cuja imponência se deve ao esforço de várias raças. O pequeno vilarejo
fez do Brasil um gigante, com sua força
econômica, sua diversificação cultural e
sua capacidade de superação em todas
as adversidades.
Falar de São Paulo, devemos lembrar do português João Ramalho, que
vivia por estas terras, muitos séculos
atrás mesmo antes da chegada de Martim Afonso de Sousa em São Vicente
(1532), que pode ser considerado, de
fato, o grande pai do Planalto Paulista.
Foi ele quem abriu passagem e
ensinou o caminho aos padres jesuítas
para chegar a uma região de “ares frios e
temperados como os da Espanha”. Foi
João Ramalho quem venceu a resistência indígena e tornou-se senhor dos
Campos de Piratininga, onde, em 25 de
Janeiro de 1554, os padres Manoel da
Nóbrega e José de Anchieta fundaram o
“Real Colégio de São Paulo”. Portanto,
pelas mãos de João Ramalho e do padre
Manoel da Nóbrega, São Paulo nasceu,
numa pequena cabana coberta de sapé.
A escolha do local de uma construção é sempre uma decisão estratégica. A localização de uma escola não pode fugir á regra. Foi assim, na sua decisão, que os Jesuítas implantaram a sua
decisão da construção do Colégio e é
assim até hoje. A escola do local foi estudada, levando em consideração a permanente necessidade de defesa dos catequizadores Europeus, frente aos ataques dos Índios e de outros possíveis
agressores. O colégio foi construído em
uma escarpa que permitia acesso praticamente por apenas um lado. Assim, o
edifício se tornaria também uma fortaleza.
Diretor da Companhia de Jesus
no Brasil, Manoel da Nóbrega foi quem
determinou onde seria construído o colégio e, sendo devoto do Apóstolo Paulo,
também escolheu o dia deste santo para
fundar oficialmente São Paulo de Piratininga. A data foi marcada com a celebração de uma missa ao ar livre, em frente á
cabana, missa esta rezada pelo padre
Manuel de Paiva.
Mas além de João Ramalho e
Nóbrega, outro religioso teve presença
decisiva na história da cidade de São
Paulo. José de Anchieta foi figura mar-
cante na consolidação do novo povoado.
Colaborou na criação da escola dos jesuítas e ali trabalhou por 10 anos como
professor. Juntamente com ele, outros
professores (padres) ensinavam a língua
Portuguesa, Latim, Matemática, Teologia
e História. Logo, a primeira cabana se
tornou pequena frente ao grande numero
de alunos. Assim, os jesuítas reunindo
esforços construíram u novo colégio,
este inaugurado entre os anos de 1556 e
1557. Nesta nova edificação, as paredes
já foram construídas com material mais
robusto (taipa de pilão), uma mistura de
BARRO, AREIA, FIBRAS, SANGUE E ESTRUME DE BOI.
Sabe-se que a convivência entre
João Ramalho e os jesuítas nem sempre
foi suficientemente amistosa. Os padres
condenavam com veemência seu estilo
de vida, seu alto numero de filhos e seu
vasto relacionamento com outras índias,
além de Bartíra, sua mulher, filha do cacique Tibiriçá, homem de respeito entre
a comunidade. Quando os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil, em 1549, junto com Tomé de Sousa e liderados por
Manoel da Nóbrega, João Ramalho sofreu intensas críticas mas, dado o seu
conhecimento da região, os missionários
logo perceberam, que sem sua ajuda e
dado sua influência junto ás tribos indígenas, seria difícil iniciar o trabalho de
catequese.
Por volta do ano de 1553, Tomé de
Sousa, ao escrever ao rei, dizia que João
Ramalho tinha “tantos filhos, netos e
bisnetos que não ouso dizer a Vossa
Alteza, ele tem mais de 70 anos, mas
caminha nove léguas antes de jantar e
não tem um só fio branco na cabeça nem
no rosto”.
Tão bem situado estava o assentamento que, em 1560, o governador-geral
Mem de Sá ordenou a transferência dos
habitantes, de Santo André da Borda do
Campo para a povoação do colégio. No
ano seguinte São Paulo foi elevada á
consideração de Vila.
Depois de instalados, os Jesuítas
começaram imediatamente os trabalhos
de catequizar. Segundo o padre José de
Anchieta, “cerca de 130 Índios de ambos
os sexos foram chamados para o catequísmo e 36 para o batismo, os quais
são todos instruídos na doutrina, repetindo orações em português e em seu
próprio dialeto indígena. As crianças
(curumins) aprendiam a ler, escrever, e
os “bons costumes pertencentes à política cristã”. Os curumins aprendiam depressa e recebiam atenção especial dos
padres, que acreditavam poder, através
deles, alcançar as “almas” adultas.
Apesar de não terem sido os primeiros religiosos a se instalarem na colônia, os jesuítas exerceram enorme influência na vida colonial. Receberam
total apoio da Coroa Portuguesa, não só
Página 14
- Os Jesuítas
veiro.
dali partiam em busca de minerais preO projeto jesuítico constituía na ciosos e outras riquezas, em sertões
formação de aldeamentos que também distantes.
Com a expulsão dos Jesuítas da
América Latina, em 1760, todas as suas
posses foram confiscadas e o colégio,
berço de São Paulo, passou a pertencer
ao governo estabelecido, passando então a ser denominado de Largo do Palácio, abrigando a sede dos capitães generais. A partir daí a área passou por várias
mudanças: em 1770, foi palco da sessão
inaugural da Academia Paulista de Letras, tornando-se um centro cívico e cultural; em 1821, recebeu o Governo Provisório de São Paulo, um primeiro passo
para a ” Independência Nacional “. No
ano seguinte, o Páteo do Colégio
(conforme referências grafadas em placas e documentos) recebeu um ilustre
hóspede. Após declarar a independência
forneciam mão-de-obra livre e assalaria- do Brasil, Dom Pedro I seguiu para lá,
da aos colonos. Inicialmente os aldea- onde ficou por 11 dias e escreveu o Hino
mentos foram aprovados pela Coroa da Independência. (Ver matéria especial
Portuguesa, pelos colonos e pelos jesuí- e a letra no encarte ”Especial Brasil”,
tas. No entanto, a presença cada vez nesta edição.
maior de colonos no planalto fez com Nos tempos da fundação de São Paulo,
que os seus interesses entrassem em os tupiniquins dominavam os campos de
choque com os dos jesuítas.
Piratininga e o
Queixas se tornaram freqüentes. Os coVale do Tietê.
lonos se mostravam insatisfeitos pela
O planalto era
pequena, segundo eles, quantidade de
povoado por
índios postos á sua disposição pelos
várias aldeias
aldeamentos era insuficiente, que muitos
tupis
(Veja
se recusavam a trabalhar para eles, e,
matéria espepor fim, declararam não querer ter os
cial (OS INDIOS
jesuítas como intermediários, mostrando
BRASILE IROS).
preferência pela negociação direta entre Os índios desciam para o litoral na époeles (colonos) e os índios. Assim, pas- ca do frio para pescar e foram responsásaram a escravizar os nativos que cap- veis pela criação de várias trilhas, a maituravam, alheios aos protestos dos jesuí- oria usada por jesuítas e portugueses.
tas e do próprio Rei.
Os tupis eram formados por diversos
Inúmeras vezes os paulistas rebe- grupos indígenas, que, na sua maioria,
laram-se contra a intromissão da Coroa viviam para a guerra. Tinham na sua forna captura dos Índios, e os Jesuítas che- ça e coragem profundo orgulho.
garam a ser expulsos da Vila, só vindo a
Entre as famílias tupis, predoretornar a São Paulo por volta do ano de minavam na Ilha de São Vicente os ta1653. Sem condições financeiras para moios, quando a expedição portuguesa
adquirir o escravo africano, que era mui- aportou em 1532, É importante ressaltar
to caro, precisavam utilizar o trabalho quer o cacique Tibiriçá, chefe de uma
forçado do Índio em sua economia de parte da nação indígena estabelecida
subsistência.
nos campos de Piratininga, com sede na
Em 1570, uma “Carta Régia” tentou aldeia de inhampuambuçu, foi grande
regulamentar os cativeiros feitos nas colaborador dos jesuítas e portugueses.
chamadas “Guerras Justas”, que deveri- Defendeu muitas vezes São Paulo de
am ser autorizadas pelo Rei ou pelo Go- ataques de outras tribos e facilitou o
vernador. Na prática essa carta signifi- trabalho de catequese. Nesta atitude
cou a liberação do tráfico dos índios, também João Ramalho teve sua influênpois tornava-se muito difícil distinguir cia dado que se unia em laços de família
uma “guerra justa” ou de uma outra não ao cacique. Os restos mortais do caciautorizada.
que Tibiriçá se encontram, hoje deposiSão Paulo cresceu ao redor do Pá- tados em uma cripta, na Catedral da Sé,
tio do Colégio. Em 1560, conforme atrás no marco zero da cidade de São Paulo.
mencionamos ganhou o foro de Vila e
Os índios viviam em bandos.
pelourinho, mas a distância do Litoral e Eram nômades, daí a dificuldade em se
o isolamento comercial a mantiveram determinar com exatidão os pontos onde
d u r a n t e se fixavam por algum tempo. Não tinham
muito tem- o costume de escravizar o inimigo mas
p o , n u m a sim de devorá-lo. Nas “caçadas de genc o n d i ç ã o te” que promoviam conforme relato de
sem muita Hans Staden, cabia ás mulheres mais
importância velhas esfolar, cortar e repartir a vítima.
para a Coro- Manoel da Nóbrega escreveu que eles
a.
capturavam o inimigo, para engordá-lo e
posteriormente devorá-lo.
Em 12 de Maio de 1564, a
Somente em 1681, São Paulo, foi consi- Câmara de São Paulo registrava “a Capiderada cabeça da Capitania de São Pau- tania de São Vicente está entre duas gelo e, em 1711, a Vila foi elevada á catego- rações de gentes de várias qualidades e
OS CONFLITOS
ria de Cidade. Dela partiram as forças que há em toda a costa do Brasil,
para converter os gentios à fé católica, “bandeiras”, expedições cujos cabeças como são os tamoios e tupiniquins, inicomo também para protegê-los do cati- foram chamados de Bandeirantes e que migos havia muitos anos”.
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ABRIL 2008
Página 15
TIBET— Uma região com muitois séculos de conflito.
Desde o tempo do primeiro Rei
Tibetano, Nyatri Tsenpo, a religião predominante no Tibet era o Bön. Durante o
reinado de Lha Totori Nyentsen, ocorreram os primeiros contatos com o
“Budhismo”. Seu quinto sucessor foi o
Rei Songtsen Gampo (617-698), que colaborou com o estabelecimento do budhismo no seu Império e introduziu costumes do Dharma, principalmente a cultura moral. Seu quinto sucessor, o rei
Trisong Detsen (790-858) convidou vários mestres e patrocinou a tradução
dos textos budhistas para o Tibetano e,
em 779, fundou o primeiro monastério
tibetano, SAMYE, com base na linhagem
de ordenação Indiana dos Mulasarvastivadins.
Segundo a história tradicional, Padmasambhava, também conhecido como
Guru Rinpoche (Mestre Precioso) subjugou as “divindades e demônios” do Tibet, que se opunham à introdução do
budhismo, Ao invés de abolir as práticas
e crenças da religião Bön tibetana, Padmasambhava utilizou-as para difundir o
budhismo.
A diversidade das influências é bem simbolizada pelas duas esposas de Songtsen Gampo, ambas budhistas e cada
uma acompanhada por missionários da
China e do Nepal. Na época de Trisong
Detsen (século VII), as relações entre os
representantes das duas tradições eram
ásperas, e os argumentos seriam resolvidos por um
debate,
ou
por uma série
de
debates,
no
Samye
(792-794). O
grupo Indiano, com uma
abordagem
gradualista para a iluminação súbita através do corte de todas as diferenças
mentais. Eventualmente, o rei declarou
Kamalashila como vitorioso, e a ártir de
então todos os budhistas tibetanos deveriam ser praticantes da tradição indiana. Ho Shang foi banido.
É provável que a decisão do rei tenha
sido, em parte, pragmática, já que o grupo indiano argumentou que a visão de
uma iluminação súbita minava a moralidade. Se a iluminação ocorresse repentinamente, sem a orientação do caminho
gradual, então a prática da moralidade e
das perfeições não teriam sentido. Talvez aqui tivesse havido uma busca imediata da parte do rei para a moralização
que queria transmitir ao povo Tibetano.
Chamar o budhismo tibetano de islamismo é errado, porque ele não foi inventado pelos lamas tibetanos,
No século IX, o rei Langdarma, adepto
da religião BÖN, perseguiu vigorosamente o budhismo até ser assassinado
por um monge no ano de 842; isto encerra a primeira fase do budhismo no Tibet.
A segunda fase começa depois da estabilização política no século X e do renascimento gradual do budhismo a partir do
oeste do Tibet. Em 1042, o monge Indiano Atisha (980-1055), do minastério Vikramashila, foi convidado a visitar o país. Atisha introduziu grandes mudanças
no budhismo tibetano, tomando como
base as fontes monásticas indianas.
Seus discípulos fundaram a primeira
escola budhista tibetana, chamada de
KADAM (bKa’gdams).
Em um desenvolvimento paralelo, numerosos tibetanos cruzaram os Himalais
em sua busca por ensinamentos e textos
raros, nas mesmas universidades e aos
pés dois mashasiddhas.
Na ausência de qualquer poder político
ou religioso centralizado, comunidades
informais desenvolveram-se ao redor
destes mestres tibetanos, muitas vezes
suportados por famílias abastadas do
Tibet.
Em 1949, começou a ocupação chinesa do TIBET.
Dez anos depois, um levante tibetano
não teve sucesso e o Governo Comunista da China,
consolidou sua invasão. Aproximadamente 1,2 milhão de Tibetanos morreram
e mais de 6.200 monastérios foram destruídos, tendo restado apenas 13. Cerca
de 100.000 Tibetanos, como Dalai Lama
e vários outros mestres, foram obrigados a se exilar.
O Conflito...
Até á invasão Chinesa de 1950
pensava-se no Tibet basicamente como
um Shangri-Lá, a terra mágica de sabedoria milenar e beleza inacessível, onde
os estrangeiros raramente tinham permissão para entrar. Isolado e fechado, o
Tibet não mudava havia séculos, e o
progresso tecnológico e a modernização
enfrentavam sempre forte resistência. O
país nunca passou por uma idade da
razão ou de desenvolvimento científico.
Existe uma tendência compreensível em
romantizar aquele Tibet que existiu antes da violenta invasão chinesa. Entretanto, é um erro pensar que o Tibet era
um Shangri-Lá, onde todos eram iluminados, felizes, vegetarianos e não violentos. Apesar do Tibet provavelmente
dispor da mais sofisticada tecnologia
espiritual e da melhor compreensão das
ciências interiores, não podemos fingir
que era uma sociedade perfeita. Ainda
tinha um longo caminho a percorrer.
Antes da invasão chinesa, uma vida espiritual de devoção e uma vocação monástica eram considerados uma profissão viável. Um terço da população masculino do Tibet habitava os milhares de
mosteiros espalhados pelo país; os
mosteiros femininos, repletos de mulheres, também eram em grande numero.
Hoje, no Tibet, o que importa é extrair o
ouro do minério do Himalaia - encontrar
a essência dos ensinamentos da sabedoria imutável nas encostas pedregosas
da cultura asiática, da teologia e da anacrônica cosmologia.
Por volta do ano de 1920, o predecessor
do atual Dalai Lama (o presciente Décimo Terceiro Dalai Lama) fez previsões
sinistras sobre os planos chineses para
conquistar e invadir o Tibet, com a con-
seqüente perseguição ao budhismo. Mas
os Tibetanos, mais preocupados em
manter as coisas como estavam do que
a evoluir para os tempos modernos
(conservadorismo), ignoraram as advertências. Quando as Nações Unidas foram formadas, no pós guerra, o Tibet
escolheu não fazer parte, e pagou muito
caro por essa escolha retrógrada.
Em 1950, quando a China invadiu o Tibet, alguns Lamas, monges e leigos tiveram a boa idéia de sair do país. Afortunadamente alguns deles antigos objetos
sagrados e escrituras. A maior parte dos
tibetanos, entretanto, resolveu ficar. Apesar do jovem Dalai Lama temer o pior,
por longos nove anos ele ficou em UNASSA, tentando em vão chegar a algum tipo de acordo com o Governo Chinês.
No entanto, dado ao totalitarismo das
opções chinesas de revolução proletária
até então e até hoje, retrogradas para o
Ocidente, o povo Tibetano se acha reprimido de suas vontades. Mas, por razões
políticas e pela falta de interesse político
para o resto do Mundo da Região Tibet,
o lavar das mãos e a vista grossa tem
feito com que a China manipule o Tibet e
os tibetanos a seu belo prazer.
Voltando à história, em 1959, a tensão e
a insegurança que pairavam sobre a vida
dos tibetanos se acumulou, originando a
revolta na província oriental de Kham,
que chegou até Unassa. O Dalai Lama foi
alertado quando o governo comunista
chinês o convidou para assistir a um
espetáculo teatral mas não permitiu que
levasse seu guarda-costas nem os assistentes.
O exílio de Dalai Lama.
Preocupados com a segurança
de seu líder espiritual, milhares de seguidores, cercaram o palácio. Quando a
luta começou, Dalai Lama, vestido como
um camponês, saiu do palácio na escuridão e começou a difícil e perigosa jornada, em lombo de burro e a pé, através
das montanhas, para fora do Tibet e para
o asilo político na Índia.
Sem saber que o Dalai Lama havia partido, o exército chinês disparou seus canhões contra o palácio no dia seguinte à
sua partida, e milhares de tibetanos civis
e desarmados morreram.
Antes dos chineses fecharem as fronteiras muitos monges e tibetanos empreenderam fuga de sua terra natal. Consta
que cerca de 100.000 tibetanos fieis aos
princípios de Dalai-Lama conseguiram
fugir do Tibet. Também consta que nem
todos conseguiram chegar a salvo a
seus destinos e que muitos pereceram
na sua viagem através do Himalaia.
Também muitos monges, monjas e Lamas foram cruelmente torturados e assassinados. A Anistia Internacional calcula que cerca de hum milhão e duzentos mil tibetanos tenham sido mortos
pelo exército Chinês. A Cultura Budhista
no Tibet também foi muito sacrificada
pois muitos dos templos foram destruídos e hoje apenas restam duas dúzias,
deixados de pé pelos Chineses apenas
para exibição.
Os Lamas e Monges que escaparam precisavam encontrar um lugar seguro e
refazer seus lares. Muitos, como Dalai
lama, que agora está estabelecido em
Dharamsala, na Índia, se estabelecerão
em regiões vizinhas ou nos países próximos, como Índia, Nepal, Sikkim, Ladakh
e Butão. Outros viajaram para bem longe, terminando na França, na Suíça, na
Inglaterra e nos Estados Unidos. Esses
mestres também se lembram das instruções do Buddha aos primeiros sessenta
discípulos iluminados, para continuar a
espalhar os ensinamentos:
“Vão para o mundo, oh monges, para o
bem de muitos, para a felicidade de muitos, por compaixão do mundo.”.
Com a invasão do Tibet, pela china, foi
como se uma represa houvesse arrebentado: de repente a sabedoria tibetana
começou a fluir para o mundo em direção do Ocidente.
Os mestres tibetanos dizem que o único
bem trazido para o budhismo pela invasão chinesa, este bem foi a disseminação dos ensinamentos para o resto do
Mundo.
No entanto, o sofrimento e as provações
deste povo místico, amante a seus princípios morais, éticos e civis, luta por sua
independência de um regime obsoleto,
totalitarista e retrógrado. Muitas vítimas
lutam pela sua independência e por serem senhores de suas vidas e de suas
tradições.
Seguidores e não seguidores em todas
as partes do mundo se têm mostrado
solidários com o sofrimento imposto
pela China a esse povo humilde que
mantém acesas a chama das 4 nobres
verdades.
Apesar de ser rejeitado por muitos chefes de governo ocidentais, preocupados
unicamente com valores comerciais e o
medo de incompatibilidades com a China, na década de 80 surgiu uma figura
mundial de grande talha espiritual e símbolo de luta para muitos dos que lutam
em diversas frentes para mudar o estabelecido: direitos humanos, ecologia,
etc. S. S., o “DALAI LAMA”, agraciado
com o “Prêmio Nobel da Paz”, concedido em 1989, vem representando para o
mundo ocidental, com elevada espiritualidade as 4 Grandes Verdades e sobretudo se mostrando um grande exemplo
dos ensinamentos de Buddha.
CONTINUAÇÃO DA MÁTÉRIA SOBRE
BUDHISMO
1 - Escolas (Edição de Fevereiro 08))
2 - Origens (Edição de Março 08)
3 - Principais Doutrinas
3.1 - As Quatro Nobres Verdades
3.2 - O Nobre Caminho Óctuplo
4 -Cosmologia(Edição:(Mar e Abr 08)
5 - Escrituras
6 - Difusão do Budismo
6.1 - Índia
6.2 - Sri Lanka e Sudeste Asiático
6.3 - China
6.4 - Coréia e Japão
6.5 - Tibet
.... O reino seguinte é o dos Asura
(termo traduzido como “Titãs” ou
antideuses).Os seus habitantes ali
nasceram em resultado de ações
positivas realizadas com um sentimento de inveja e competição e vivem em guerra constante com os
Deuses.
Informação, Cultura Nacional,Mundial e Regiliosa
ABRIL 2008
Gazeta Valeparaibana
Bacias Hidrográficas Brasileiras
BACIA DO RIO AMAZONAS
A bacia do rio Amazonas envolve todo o conjunto de recursos hídricos que convergem para o Rio Amazonas. Essa bacia hidrográfica faz parte da
região hidrográfica do Amazonas, uma
das doze regiões hidrográficas do território brasileiro. A bacia amazônica abrange
cerca de 7 milhões de Km2, compreendendo terras de vários países da América do Sul, tais como Peru, Colômbia,
Equador, Venezuela, Guiana, Bolívia e
Brasil. É a maior bacia fluvial do mundo.
De sua área, cerca de 3,8 milhões de
Km2 encontram-se no Brasil, abrangendo os Estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará e
Amapá. A bacia amazônica é formada
pelo rio Amazonas e seus afluentes. Estes estão situados nos dois hemisférios
(hemisfério norte e hemisfério sul) o que
faz com que o Rio Amazonas tenha dois
períodos de chuvas, dado que a época
de chuvas é diferente no hemisfério norte e no hemisfério sul.
O Rio Amazonas nasce na cordilheira
dos Andes, no Peru. Possui 6.868 Km,
sendo que 3.165 Km estão no território
Brasileiro. Por isso o Amazonas, somente no Brasil ocupa 50% de sua extensão
em relação ao resto dos países que percorre na América Latina. Sua vazão média é da ordem de 109.000 m3 por segundo, chegando a alcançar 190.000 m3 por
segundo na estação das chuvas. É um
rio típico de planície, e ele e muitos dos
seus afluentes são navegáveis, o que é
muito importante para a população da
Amazônia, que se serve do rio como meio de locomoção.
O Rio Amazonas é dividido em três partes:
- Ainda nos países andinos recebe o nome de rio Maranón,
- Ao entrar no Brasil, recebe o nome de
rio Solimões,
- ao receber as águas do Rio Negro, passa a ser chamado de Rio Amazonas.
A largura média do rio Amazonas é de
aproximadamente 5 quilômetros. Em
alguns lugares, de uma margem é impossível ver a outra margem oposta, por
causa da curvatura da superfície terrestre. No ponto onde o rio mais se contrai o chamado - “Estreito de Obidos” - A
largura diminui para 1,5 quilômetros e a
profundidade chega a 100 metros.
As terras amazônicas, como se disse,
formam uma planície no sentido atual da
palavra, ou seja, um território formado
pela sedimentação. A norte e a Sul essa
planície é limitada pelos escudas da Guianas e Brasileiro, respectivamente.
A HISTÓRIA:
A teoria mais aceita pelos geólogos é de
que o rio Amazonas formou-se a partir
de um grande golfo, que originalmente
se abria ao oceano Pacífico. Com a separação do super continente “PANGEA” há
130 Milhões de anos (particularmente a
quebra da Gondwana, o continente formado antes do Pangea pela junção da
África, América do Sul, Antártica, Arábia
e Austrália) o deslocamento da placa
americana para oeste gera a formação da
cordilheira dos Andes há 65 milhões de
Anos, esse golfo fechado a oeste, se
abre para leste pela captura de drenagem
vinda do Atlântico, tendo o grande rio
assim se formado (ver teoria das placas
tectônicas).
Sua origem explica o fato do rio Amazonas apresentar inclinação muito pequena. Em todo o seu trajeto inclina-se menos que cem metros; num trecho de 3
mil quilômetros em território Brasileiro, a
inclinação é de apenas 15 metros.
Durante muito tempo, considerou-se a
desembocadura do Amazonas na região
de Belém. Hoje o rio que banha a capital
paraense (o rio Pará) não é considerado
como foz do Amazonas, fazendo parte da
Bacia Hidrográfica do Tocantins.
A foz do rio Amazonas está no lado ocidental da ilha de Marajó. Isso faz com
que a cidade de MACAPÁ seja considerada a única capital Brasileira banhada
pelo rio. O volume de água despejado
pelo rio é tão descomunal que a água do
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“Especial atenção”
mar é doce por vários quilômetros além do-as para outros lugares. Esse fato é
da desembocadura.
conhecido como o fenômeno das “terras
caídas”.
A POROROCA
O encontro de suas águas com as águas ALERTA
do oceano provoca a pororoca (uma No ano de 2004 a maior floresgrande onda que percorre o rio por várias horas), que pode ser vista do espaço ta do mundo a Amazonas pere cujo barulho pode ser ouvido a grande deu cerca de 9.000 quilôme-
tros quadrados de sua mata
natural.
Coincidentemente ou não, o ano de 2005
foi o mais seco dos últimos 35 anos, segundo informações da NASA, que segue
a sua evolução pelos satélites. Devido à
falta de chuva, rios e lagos secaram ou
estiveram próximos de secarem, e as
perdas na agricultura foram de milhões
de dólares. Muitos povos ribeirinhos ou
não ficaram incomunicáveis (mais de
40.000 pessoas), devido ao fato de sua
única via de comunicação serem os rios
distância. O fenômeno da pororoca que
da Bacia Amazônica.
ocorre na região do Amazônica, principalmente na foz do seu grandioso e mais BACIA DO TOCANTINS
imponente rio, o Amazonas, é formado A Bacia Tocantins/Araguaia é outra das
pela elevação súbita das águas junto à doze regiões hidrográficas do território
foz, provocada pelo encontro das marés brasileiro.
ou das correntes contrárias, como se Possui uma área de 967.059 Km2, abranestas encontrassem um obstáculo que gendo os Estados de Goiás, Mato Grosimpedisse seu percurso natural. Quando so, Tocantins, Maranhão, Pará e também
ultrapassa esse obstáculo, as águas cor- o Distrito Federal. Os principais rios da
rem rio a dentro com uma velocidade de bacia são o Tocantins e o seu afluente
10 a 15 milhas por hora, subindo uma
altura de 3 a 6 metros.
No estado do Amapá, ela ocorre na Ilha
de Bailique, na “Boca” do Araguari, no
canal do inferno da Ilha de Maracá em
diversas partes insulares e com maior
intensidade nos meses de Janeiro a Maio. É sem dúvida, um dos atrativos turísticos mais atrativos e expressivos, que
embora temível, torna-se um espetáculo
admirável para todos. Consta que Vicente Yañez Pinzon e a sua tripulação presenciaram a pororoca quando desceram Araguaia. A vazão média conjunta da
a foz do Rio Amazonas e ficaram surpre- bacia é de 15.432 m3 por segundo.
sos com a grandeza e a beleza impar do Os principais biomas da região são a
fenômeno. É sabido que em Janeiro de Amazônia ao Norte e o Cerrado ao Sul.
1500 ela quase destruiu as suas embar- Apesar da região possuir pequena densidade populacional, alguns fatores contricações.
A pororoca pronuncia a enchente. Al- buíram para a devastação destes bioguns minutos antes de chegar, há uma mas, como a construção da rodovia Becalmaria, um momento de silêncio. As lém - Brasília, a Usina Hidroelétrica de
aves se aquietam e até o vento parece Tucuruí e a expansão das atividades aparar de “soprar”. É ela que se aproxima. gropecuárias e de mineração sem qualOs caboclos já sabem e rapidamente quer controle ou ação preservacionÍsta.
procuram um lugar seguro como ensea- BACIA DO ATLÂNTICO NORDESdas ou mesmo os pontos mais profun- TE OCIDENTAL
dos dos rios para aportar suas embarca- A Bacia do Atlântico Nordeste Ocidental
ções seguras de qualquer dano, pois a é outra das doze regiões hidrográficas
canoa que estiver na “baixa-mar”, onde do território brasileiro.
ela bate furiosa e barulhenta, levando Possui uma área de 254.100 Km2, que
árvores das margens, abrindo furos, ar- engloba grande parte do Estado do Mararanca, vira e leva consigo. Existem vá- nhão e uma pequena região a Leste do
rias explicações da causa da Pororoca, Estado do Pará, abrangendo 223 municíporém a principal consiste na mudança pios.
das fases da lua, principalmente nos e- Em seu território estão contidas as baciquinócios com maior propensão da mas- as dos Rios Gurupi, Turiaçu, Pericumã,
sa liquida dos oceanos, força que na Mearim, Itapecuru, Munim e a do Litoral
Amazônia é percebida calculadamente a do maranhão, apresentando uma vasão
mais de mil quilômetros, e o barulho en- média conjunta de 2.514 m3 por segunsurdecedor ouve-se até com duas horas do.
de antecedência à vinda da “cabeceira” A região é caracterizada por ser uma
da Pororoca. Quando ela passa formam transição entre os biomas da Amazônia e
ondas menores, os “banzeiros”, que vio- do Cerrado, apresentando também forlentamente morrem nas praias.
mações litorâneas. O principal centro
Também, com o movimento das águas urbano inserido na bacia é a capital mado rio Amazonas, provoca-se o despren- ranhense São Luís.
dimento das terras das margens, levan-
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