Uso de amilases em rações extrusadas para cães.

Transcrição

Uso de amilases em rações extrusadas para cães.
Revista
Pet Food Brasil
Ano 3 / Edição 14 / Mai - Jun 2011 / www.editorastilo.com.br
Xeque Mate às Micotoxinas
As soluções que têm a finalidade de tornar a
nutrição animal cada vez mais saudável
Editorial
2
Prezado Leitor
O assunto micotoxinas volta a ser tema em nossa revista. Estima-se que existam
mais de 500 tipos delas e alguns cientistas acreditam que as alterações climáticas
levarão a mutações fúngicas e que, por isso, um número maior ainda surgirá.
Produzidas por certos fungos, estão presentes em produtos e subprodutos agrícolas,
especialmente nos cereais. Abundantes no solo, estes fungos podem surgir também
durante o armazenamento, bem como, nos processamentos das rações.
A contaminação nos alimentos destinados aos animais representa um sério
problema de saúde - causando diminuição da produtividade, interfere na reprodução
e aumenta a taxa de mortalidade -, além de constituir um considerável obstáculo
à economia, por afetar o agronegócio. Trata-se de uma questão mundial, por este
motivo, investe-se cada vez mais em estudos e pesquisas para o desenvolvimento
de novas e mais eficazes soluções em adsorventes, para combater tais micotoxinas.
Apresentamos nesta edição alguns destes produtos desenvolvidos pelos principais
players do mercado.
Mas, o desafio não está apenas em elaborar adsorventes melhores e cada vez
mais eficientes. Ainda que haja as melhores soluções, elas são “anuladas” caso não
sejam adotadas por parte dos produtores práticas de manejo, visando o controle de
fungos durante o desenvolvimento das culturas e do armazenamento dos grãos.
Outro grande problema está na falta de fiscalização. É vital que o produtor rural e
a indústria de rações sejam treinados quanto às técnicas de controle das matériasprimas. Ou seja, há um longo caminho a percorrer e muito trabalho para ser
realizado.
CAPA ed 14 D.pdf
Também para falar sobre micotoxinas e micotoxicoses entrevistamos a
1
15/06/11
11:29
Revista
Pet Food Brasil
Professora Doutora e Chefe do Departamento de Medicina Veterinária da UFPR,
Ano 3 / Edição 14 / Mai - Jun 2011 / www.editorastilo.com.br
de Curitiba, Elizabeth Santin, que tem a sua linha de pesquisa baseada nas
interferências nutricionais sobre a saúde animal.
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M
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K
Boa Leitura!
Daniel Geraldes
Mate às Micotoxinas
Edição 14 Xeque
As soluções que têm a finalidade de tornar a
nutrição animal cada vez mais saudável
Maio/Junho 2011
3
4
Sumário
5
Diretor
Daniel Geraldes
Editor Chefe
Daniel Geraldes – MTB 41.523
[email protected]
6
Jornalista Colaboradora
Lia Freire - MTB 30222
Notícias
Publicidade
Luiz Carlos Nogueira Lubos
[email protected]
20
Caderno Científico
24
Capa
34
Entrevista
38
Informe Técnico
40
Em Foco
1
42
Em Foco
2
44
Em Foco
3
46
Segurança Alimentar
50
Pet Food Online
52
Pet Market
54
Caderno Técnico 1
60
64
Caderno Técnico 2
Caderno Técnico 3
Direção de Arte e Produção
Leonardo Piva
[email protected]
Conselho Editorial
Aulus Carciofi
Claudio Mathias
Daniel Geraldes
Everton Krabbe
Flavia Saad
José Roberto Sartori
Vildes M. Scussel
Fontes Seção “Notícias”
Anfal Pet, Pet Food Industry, Sindirações, Valor
Econômico, Gazeta Mercantil, Agência Estadão,
Cepea/Esalq, Engormix, CBNA
Impressão
Intergraf Ind.Gráfica Ltda
Distribuição
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São Paulo (SP) - Cep: 04004-000
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A Revista Pet Food Brasil é uma publicação bimestral
da Editora Stilo que tem como público-alvo empresas
dos seguintes mercados: Indústrias de Pet Food,
Fábricas de Ração Animal, Fornecedores de Máquinas
e Equipamentos, Fornecedores de Insumos e Matérias
Primas, Frigoríficos, Graxarias, Palatabilizantes, Aditivos,
Anti-Oxidante, Embalagens, Vitaminas, Minerais,
Corantes, Veterinários e Zootecnistas, Farmacologia,
Pet Shops, Distribuidores, Informática/Automação
Industrial, Prestadores de Serviços, Equipamentos de
Segurança, Entidades da cadeia produtiva, Câmaras de
Comércio, Centros de Pesquisas e Universidades, Escolas
Técnicas, com tiragem de 10.400 exemplares.
Distribuída entre as empresas nos setores de
engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria,
gerentes. É enviada aos executivos e especificadores
destes segmentos.
Os artigos assinados são de responsabilidade de seus
autores e não necessariamente refletem as opiniões da
revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial
das matérias sem expressa autorização da Editora.
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Notícias
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Escassez de milho pode levar indústria de SC a
reduzir produção de aves
A escalada de encarecimento do milho
– principal insumo das cadeias produtivas
de aves e suínos – está alarmando as
agroindústrias do setor e alimentando
previsões negativas: se o quadro não mudar,
haverá redução de produção e demissão de
pessoal no segundo semestre deste ano.
O presidente da Associação Catarinense
de Avicultura (Acav), Clever Pirola Ávila,
assinalou que o problema se agrava no sul
do país, onde o milho chega a um custo
ainda
maior.
Somente
Santa
Catarina
produz 4 milhões de toneladas e importa
anualmente de 1,5 milhão a 2 milhões de
toneladas para suprir o déficit do cereal.
A redução da produção – se confirmada – ficará entre 5% a 8% do volume total de abates e implicará na
demissão de trabalhadores em nível ainda não avaliado.
Ávila mostra que as commodities em geral estão com patamar muito elevado de preços de mercado – especialmente
milho e soja – principais ingredientes na composição da ração animal. Para agravar a situação, a valorização da
moeda Real faz o setor exportador perder a competitividade no mercado internacional.
O presidente da Acav reclama que o Governo, “já com atraso”, precisa atuar com medidas efetivas na busca de
equilíbrio cambial para a relação dólar-real.
“O Governo precisa implantar uma política compensadora para o consumo do milho no Rio Grande do Sul e em
Santa Catarina similar ao que existe para o Nordeste, sobretaxar a exportação de milho e promover leilões do
estoque da Conab especificamente para a região sul”, reivindica.
A situação do mercado do milho é atípica e a tendência é de alta na maioria dos Estados produtores, de acordo
com levantamento da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária.
O cenário para essa elevação nos preços decorreu da retração da oferta do milho da safrinha. Os produtores
esperaram a definição sobre a produção da segunda safra, que, de acordo com levantamento da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), deve ser de 23,5 milhões de toneladas. Entretanto, o risco climático na maioria
dos estados produtores, em função do atraso no plantio das lavouras, poderá comprometer o resultado final.
Clever Pirola realça que o milho é considerado uma referência entre os cereais porque, além de servir para a
alimentação humana, é base para a produção de proteína animal, compondo as rações de frangos, suínos e bovinos.
De todos os cereais em alta de preços no Brasil e no mundo, o milho é o que mais preocupa.
O presidente da Acavobservou que, na condição de mercado globalizado, a situação somente se normalizará se a
safra de milho dos Estados Unidos tiver rendimentos recordes, mas, naquele país, o plantio está consideravelmente
atrasado devido às condições de frio e umidade. Com uma demanda que continua elevada, as perspectivas para uma
volta a preços normais dependem, em grande parte, do aumento da produção em 2011 e das reservas de cereais
repostas na nova temporada.
Fonte: MB Comunicação
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Notícias
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Kátia Abreu critica alta carga tributária que
incide sobre alimentos
A
presidente
da
Confederação
da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA),
senadora Kátia Abreu, afirmou que a
carga
tributária
que
incide
sobre
os
alimentos no Brasil é muito alta. “A carga
tributária dos alimentos é de 19%. Não se
tributa alimentos; se desonera para que a
população possa pagar mais barato pela
comida”, afirmou ao participar do seminário
“Reforma
Tributária:
essencial
para
o
desenvolvimento sustentável do Brasil”.
Durante a apresentação no seminário
promovido pelo Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB), a senadora
Kátia Abreu lembrou que a carga tributária
que incide sobre os alimentos é de 0,7% nos
Estados Unidos. Em 34 estados americanos,
acrescentou, os alimentos são livres de
impostos. Na Europa, a carga tributária que
incidente sobre os alimentos é de 5%.
Outro dado apresentado foi sobre a arrecadação de tributos no Brasil nos quatro primeiros meses deste ano.
Segundo a presidente da CNA, a arrecadação somou US$ 325 bilhões. Para dar uma ideia do que significa essa cifra, a
senadora Kátia Abreu lembrou que o montante de US$ 325 bilhões é o Produto Interno Bruto (PIB) do Irã, da Grécia,
da Venezuela, da Dinamarca e da Argentina, sendo que o PIB desse último país é de US$ 308 bilhões.
O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo e os serviços públicos não condizem com a carga
que é paga, acrescentou a senadora Kátia Abreu, citando as carências nas áreas de saúde, educação e segurança
pública. Apontou, também, as deficiências em logística de transporte. A presidente da CNA mencionou estudo da
Confederação Nacional dos Transportes (CNT) que aponta que 70% das estradas brasileiras estão em estado ruim ou
péssimo.
Lembrou, ainda, que a situação nos portos não é diferente e citou que o Tribunal de Contas da União (TCU)
alertou, em 2006, que o País passará por um “apagão portuário”. “As exportações brasileiras se multiplicaram nos
últimos 10 anos e os investimentos nos portos decaíram”, afirmou a senadora Kátia Abreu ao criticar os empecilhos
que impedem que a iniciativa privada invista nos portos.
Outra deficiência é a falta de investimentos em hidrovias como forma de reduzir os custos de transporte. De
acordo com dados apresentados pela presidente da CNA no evento da OAB, transportar uma tonelada por mil
quilômetros numa hidrovia custa até US$ 18. O transporte por ferrovia é de US$ 28 e por rodovias é de US$ 42.
“Nós temos dezenas de Mississipis espalhados pelo Brasil todo e estamos matando esses Mississipis ao construir as
hidrelétricas sem a possibilidade das exclusas para permitir a passagem das barcaças transportando a produção de
alimentos”, completou. Ainda sobre a questão tributária, a senadora Kátia Abreu apresentou dados que comprovam
os impactos do sistema tributário nacional no judiciário.
Fonte: Assessoria de Comunicação da CNA.
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Notícias
Anfalpet lançou Programa de Sustentabilidade PIQ PET
Desde maio passado o antigo Programa Integrado de qualidade, PIQ PET, da Anfalpet passou a ser chamado de Programa de Sustentabilidade PIQ PET. O principal
objetivo dessa mudança é ampliar o programa que apenas focava a segurança e qualidade dos produtos, para certificar a empresa como um todo, garantindo produtos
seguros, de qualidade e empresas sustentáveis e responsáveis.
O Programa de Sustentabilidade PIQ PET é voltado para indústrias de alimentos e produtos mastigáveis para cães e gatos de todo o país. O Programa vai avaliar o
Desempenho Social (Trabalho Infantil, trabalho forçado e compulsório, saúde e segurança, liberdade de associação e direito à negociação coletiva, discriminação, práticas
disciplinares, remuneração e tratamento das preocupações e tomadas de ações corretivas), Econômico (Conduta ética, cumprimento legal, defesa da concorrência, auditoria
e fiscalização, Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) e Ambiental (Aspectos e impactos ambientais, água, requisitos
legais, objetivos, metas e programas ambientais, competência, treinamento e conscientização, verificação, controle de resíduos) de todas as empresas que queiram adquirir
o selo de reconhecimento.
A nova versão do Programa permanece com as exigências nutricionais e classificação dos produtos (Básico, Standar, Premium e Super Premium), porém o selo será
único para as empresas participantes atestando a sustentabilidade da empresa, obrigatoriedade do uso do selo nas embalagens, adesão de todos os produtos e unidades
de cada empresa. A mudança favorece a credibilidade da indústria de alimentos para animais de estimação e produtos fabricados no Brasil, conquistando confiança dos
consumidores.
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China pretende limitar o uso de grãos à indústria
de alimentação animal
Preço da carne está aquém do de grãos e oleaginosas
Nos 24 meses decorridos entre maio de 2009 - época em que o mundo enfrentava o pior momento da primeira grande crise econômica deste
século - e abril passado, o preço das carnes no mercado internacional apresentou valorização de 30%.
O dado, do órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), foi divulgado recentemente e mostra, ainda, que neste período, o
preço dos grãos (trigo, arroz e milho) – produtos que há um ano chegaram a apresentar evolução de preços semelhante à das carnes – acumula
nesses 24 meses valorização de 43%.
Bem mais significativa, porém, vem sendo a evolução de preços das oleaginosas (óleos e gorduras, também matéria-prima das rações animais):
aumento de 55% em 24 meses.
Fonte: AviSite
MEGAZOO Lança Primeira Ração 100%
Natural para Peixes
Linha Megazoo Peixes Ornamentais é composta por alimentos nobres específicos para peixes de
lagos, tropicais, Bettas e Goldfish, além de produtos usados na manutenção de aquários e lagos
Pioneira na produção de alimentos super premium para aves e primatas, a MEGAZOO agora inova
ao trazer ao mercado pet sua linha 100% natural exclusiva para peixes. Com uma proposta diferenciada
e atenta às reais necessidades dos animais, a fabricante traz alimentos muito mais saborosos, compostos
por até 50 ingredientes nobres, como vegetais, fígado desidratado e camarão sem casca desidratado.
Todos os alimentos também contêm alho, um importante agente imunizante e que promove mais sabor.
“É uma linha de produtos super premium desenvolvida com base nos mais modernos estudos
sobre nutrição de peixes”, explica o biólogo Paulo Machado, diretor técnico da MEGAZOO. Segundo
o especialista a empresa traz com exclusividade alimentos sem corantes, aromatizantes e antioxidantes artificiais,
utilizando a própria coloração natural de seus ingredientes, como cenoura, espinafre e urucum.
Livre de trigo e seus subprodutos, possíveis causadores de alergias nos peixes, o alimento também é composto por aveia, que auxilia a manter o nível
adequado de fibras. A presença de nutracêuticos e níveis mais elevados de algumas vitaminas e minerais também colaboram para diminuir o estresse e
fortalecer a imunidade. “Nosso objetivo é a produção de produtos de qualidade superior aos importados, adaptados às condições brasileiras e com preço mais
competitivo”, justifica o diretor técnico.
Atenta às necessidades de variados tipos de peixes, a MEGAZOO oferece a ração extrusada (bits), e em breve, a floculada (flakes). Além de ambas as versões
garantirem fácil digestão, a fabricante pioneiramente investe no conceito de proteína ideal, ou seja, produz uma ração com níveis de proteínas adequados
através do balanceamento de seus aminoácidos para que haja o melhor aproveitamento do alimento e, por consequência, menor quantidade de fezes,
resultando em uma água mais limpa.
A linha MEGAZOO Peixes Ornamentais é o resultado de 24 meses de pesquisas intensas da fabricante, que em parceria com a Universidade de Lavras,
Minas Gerais, chegou a alimentos super premium para peixes tropicais, de lagos, Bettas e Goldfish. A linha ainda inclui produtos de manutenção e tratamento
da água de aquários e lagos, como reguladores de pH,clarificantes, entre outros.
Fonte: Central de Fontes Comunicação
Conforme divulgou a imprensa asiática, autoridades chinesas entendem que os chamados “grãos forrageiros” devem ser
utilizados exclusivamente como alimento animal. Por isso, o governo planeja impedir a implantação de novos projetos industriais
em que esses grãos não sejam a matéria-prima de carnes, leite e ovos. A adoção da medida deve limitar, por exemplo, os crescentes
investimentos em biocombustíveis.
O milho parece ser o melhor exemplo. Estima-se que atualmente a produção de etanol e de adoçantes artificiais consuma
um terço do grão produzido na China. Como as indústrias remuneram melhor que a agropecuária, as indústrias de ração do país
mais populoso do mundo acabam enfrentando dificuldades para acessar o grão. Isso sem contar que aumentam cada vez mais as
perspectivas de escassez do produto, já que a demanda cresce muito mais rápido que a produção.
Com essa finalidade, adianta-se que o governo deve, também, limitar a implantação de projetos de fabricação de amido de
milho cuja capacidade de produção seja inferior a 300 mil toneladas anuais e proibir de vez as indústrias com capacidade inferior
a 100 mil toneladas, devido à sua menor eficiência na utilização do grão.
Na opinião de técnicos da área processadora de grãos, os negócios no setor vêm sendo tão estimulantes que o governo de
Pequim não conseguiu impedir que a indústria tivesse uma expansão caracterizada como “sem precedentes”. Como resultado, a
capacidade instalada atual, ainda parcialmente ociosa, subiu para 70 milhões de toneladas/ano.
O que se prevê, no corrente exercício, é que essas indústrias estarão consumindo cerca de 50 milhões de toneladas de milho,
volume correspondente a quase 30% da produção esperada pela China para 2010. Aqui, numa rara concordância entre as duas
partes, chineses e norte-americanos (USDA) projetam para a China produção da ordem de 170 milhões de toneladas de milho.
No momento, não há como reduzir ou impedir o consumo previsto. Mas para evitar que ele continue em expansão, já foi
determinado ao sistema bancário chinês a suspensão de financiamentos a comerciantes de milho. Paralelamente, foram reduzidos os
subsídios e incentivos oferecidos às indústrias processadoras de milho. Outro procedimento cujos resultados devem ser significativos
é a limitação da produção de etanol a partir do milho.
Fonte: AviSite
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Notícias
A ascensão no mercado de nutrição vegetal
para agricultura
O segmento de nutrição vegetal para a agricultura, negócio que movimenta mais de R$ 3 bilhões
por ano, deve crescer acima de 10% em 2011, mantendo a média histórica de evolução na última
década. A previsão é da Abisolo - Associação das Indústrias de Fertilizantes Orgânicos, Organominerais,
Biofertilizantes, Adubos Foliares, Substratos e Condicionadores de Solos.
“Essa projeção é respaldada por uma série de fatores internos e externos”, explica Guilherme Romanini,
presidente da Abisolo. “Internamente, acompanhamos a evolução das pesquisas com a nutrição vegetal,
processo essencial para a produção de alimentos. Além disso, intensifica-se a busca por insumos mais
eficientes que não agridem o meio ambiente”, ressalta Romanini. Em termos externos e com repercussão
direta no mercado brasileiro, destacam-se a elevação dos preços das commodities e dos fertilizantes minerais.
Rodrigo Rehder, diretor técnico de Substratos da Abisolo, destaca também que há maior disponibilidade
de matérias-primas – especialmente de substratos – como a casca de pínus, o que permite esperar consistente crescimento do segmento no ano. “O mercado
busca novas tecnologias para maior produtividade, menores custos e mais qualidade”, ressalta Rehder.
“Indiscutivelmente, o preço elevado dos fertilizantes minerais joga os holofotes para a nutrição vegetal e isso favorece o nosso segmento”, concorda
Roberto Levrero, diretor técnico de Fertilizantes Orgânicos da Abisolo.
Exportação brasileira de agronegócios
comemora resultados
Nos 24 meses decorridos ente maio de 2009 - época em que o mundo enfrentava o pior momento da primeira grande crise econômica deste século
- e abril passado, o preço das carnes no mercado internacional apresentou valorização de 30%.
O dado, do órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), foi divulgado recentemente e mostra, ainda, que neste período, o preço
dos grãos (trigo, arroz e milho) – produtos que há um ano chegaram a apresentar evolução de preços semelhante à das carnes – acumula nesses 24
meses valorização de 43%.
Bem mais significativa, porém, vem sendo a evolução de preços das oleaginosas (óleos e gorduras, também matéria-prima das rações animais):
aumento de 55% em 24 meses.
Fonte: AviSite
Premier Pet promove ação nos pontos de venda
A PremieR pet lança ação com a finalidade de incrementar os negócios nos pontos de venda
Para prestigiar seus parceiros lojistas, bem como se aproximar do consumidor final, a
PremieR pet vem realizando uma grande ação Brasil afora, denominada “Blitz PremieR pet”.
Idealizada pela equipe de trade marketing da empresa, a blitz contempla uma centena de
pontos de venda nos Estados de SP, MG, RJ, SC e PR, além do Distrito Federal. Em parceria
com o lojista, a PremieR pet se responsabiliza por melhorias no local, incluindo arrumação,
limpeza, treinamento da equipe de vendas, sinalização com materiais exclusivos (banners,
faixas, infláveis, balcões de apoio, balões etc.), além de distribuição de amostras e sorteio de
brindes para os clientes. Tudo acontece num período previamente agendado, durante quatro
dias em cada loja.
“O objetivo é contribuir para o incremento no movimento e nos bons negócios nos
pontos de venda, apoiar os lojistas com a realização de melhorias em seus estabelecimentos e
com o treinamento de suas equipes, bem como disseminar o conhecimento dos produtos da
PremieR pet, prestando consultoria in loco aos compradores”, esclarece Fernando Suzuki, gerente de marketing, produtos e trade marketing da PremieR pet.
Segundo ele, a ação vem surtindo efeito, com um acréscimo estimado em 30% nas vendas nesses locais, bem como a satisfação dos lojistas.
A Blitz da PremieR pet segue ao longo de todo 2011. Os lojistas interessados podem entrar em contato por meio do Pet Fone 0800 55 6666 e a empresa
avaliará a viabilidade de incluir a loja entre as participantes.
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Produção brasileira de milho: o “x” da questão
Como faz há alguns anos, nestes próximos meses a Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do Ministério da
Agricultura deve divulgar uma nova edição das “Projeções do Agronegócio” para os próximos 10 anos ( 2011-2021).
E o que se pergunta desde já é: será que as novas projeções mostrarão, em relação à produção brasileira de milho,
tendências tão preocupantes quanto as reveladas por projeções anteriores?
Nas projeções do ano passado, a AGE do MAPA apontou, por exemplo, que no final desta década as exportações
brasileiras de carne de frango estarão suprindo cerca de 48% do mercado mundial, o que significa crescimento de
4,16% ao ano (base: exportações de 2009). O consumo interno total, por sua vez, deve aumentar cerca de 43%,
expandindo-se a uma média de 3,23% ao ano. E tudo, em resumo, implica em que a produção cresça pelo menos
3,64% ao ano.
E o que se projetou, então, em relação ao principal insumo do frango, o milho, sem o qual não há produção avícola? A produção – apontou a AGE do MAPA – tende
a aumentar 37% - média de 2,67% ao ano; a exportação, 80% - média de 5,12% ao ano; e o consumo, perto de 23% - média de 1,97%.
Ou seja: se somente a produção de carne de frango – principal consumidora do grão no País – vai se expandir à razão de 3,64% ao ano, o consumo previsto não pode
evoluir a 1,97% ao ano, ainda que o frango não seja o único consumidor do grão. A conclusão, pois, é a de que pode faltar produto. Ou, então, se tornar escasso. Será
possível, dessa forma, abastecer 48% do comércio mundial?
Mas não é só: a exemplo do que já ocorreu com as carnes, o Brasil firma-se cada vez mais como grande exportador mundial de grãos. Quer dizer: não só de soja, mas
também de milho. Assim, o incremento das vendas externas desse cereal tende a ir muito além dos 5,12% ao ano, média aproximada se consideradas as exportações de
2000 e 2010. E, neste caso, basta observar que na segunda metade da década passada as vendas externas de milho cresceram a mais de 20% ao ano. Ou seja: mais um
fator de escassez.
Para completar está claro que as carnes de frango e suína se tornarão, cada vez mais, o prato de sustentação do consumidor brasileiro, porque, ao atingir valores reais, a
carne bovina vai se tornando proibitiva para parte dos consumidores. E as duas carnes dependem estritamente de milho, o que significa ainda maior demanda do produto.
Em suma: o Brasil precisa – urgentemente – de uma política efetiva para o milho. Sem isso, corre-se o risco de não ver concretizada a maior parte das tendências
apontadas para o final desta década.
Fonte: AviSite
Notícias
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Guia de Trânsito Animal (GTA) na versão eletrônica
se expande pelo País
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi,
assinou no mês de maio a Instrução Normativa, que define os critérios
da Guia de Trânsito Animal (GTA) em formato eletrônico. O modelo
e-GTA será adotado para movimentação de animais vivos, ovos férteis e
outros materiais de multiplicação animal em todo o território nacional.
“Já estamos com um núcleo experimental em Alagoas e agora
vamos estender para todo o país. Queremos ter as informações da
movimentação de gado no Brasil inteiro”, disse Wagner Rossi. A e-GTA
será expedida por sistema informatizado, utilizado pelo Ministério da
Agricultura. As informações serão transmitidas à Base de Dados Única,
em até 24 horas após a sua emissão, onde poderão ser consultadas e
atestadas a autenticidade do documento.
“Com a criação da Base de Dados Única poderemos saber, antes
da emissão, se o produtor e o estabelecimento de destino realmente
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Kemin e a sua importante atuação no mercado
asiático
A empresa concluiu a expansão da sua planta em Gummidipoondi, na Índia, o que permitirá dobrar a sua capacidade de
produção e implementar novas tecnologias de fabricação. A nova planta produzirá os minerais orgânicos KemTRACE® para
aves, vacas leiteiras e aquicultura, além de oferecer capacidade adicional de mistura e contar com novas instalações de pesquisa
e garantia de qualidade. No total, a nova planta terá a capacidade de produzir 25 mil toneladas de ingredientes nutricionais,
atendendo à crescente demanda da indústria de produção animal.
“O compromisso da Kemin de oferecer soluções moleculares aos clientes foi ratificado pela expansão desta planta. A fábrica
ampliada produzirá uma série de produtos e os minerais orgânicos, permitindo atender à crescente demanda de nossos clientes,”
afirmou K.P. Philip, presidente da Kemin AgriFoods Índia.
A Kemin tem atendido a Índia com produtos de alta qualidade e excelência em serviços técnicos há mais de uma década. A
empresa começou a comercializar ingredientes em 1997 e em 2000, construiu um moderno centro de pesquisas e uma planta em
Gumiidipoondi, na região de Chennai. A Kemin introduziu conceitos inéditos no setor de produção animal do sudeste asiático,
tais como: antioxidantes, bio-surfactantes, inibidores fúngicos, probióticos inovadores e enzimas.
Hoje, a Kemin atende as necessidades da avicultura de produção e postura, setor leiteiro e aquicultura do Sul da Ásia,
sempre com o foco em segurança, sanidade e desempenho animal. Contando com equipes dedicadas de vendas, serviços técnicos
e marketing nas principais regiões, a Kemin está comprometida em crescer e continuar a atender as necessidades do setor de
produção animal em expansão na Ásia.
existem e, após a movimentação, se a carga foi recebida no local previsto.
Também vai permitir mais agilidade na fiscalização, pela facilidade de consultar os dados de trânsito dos animais”, afirma o coordenador de
Trânsito e Quarentena Animal (CTQA) do Ministério da Agricultura, Bruno Cotta.
O documento eletrônico vai conter informações referentes à carga a ser movimentada, como espécie; origem; destino; quantidade por
sexo e faixa etária; finalidade do trânsito e identificação do emitente e do local de emissão e as datas de emissão e validade.
O procedimento de emissão via sistema informatizado já era realizado em alguns Estados do Brasil, mas não existia um sistema
central que reunisse os dados nacionalmente. O modelo de GTA em papel continuará sendo utilizado onde não for possível a adoção do
formato eletrônico. Nesses casos, as informações referentes à movimentação deverão ser inseridas na base de dados do Estado e enviadas
posteriormente à Base de Dados Única.
A emissão e impressão da e-GTA deverá ser autorizada com base nos registros sobre o estabelecimento de procedência da carga e no
cumprimento das exigências de ordem sanitária definidas para cada espécie.
A e-GTA deverá ser baixada pelo Serviço Oficial do Estado de destino após a comunicação de chegada da carga pelo destinatário e,
quando necessário, o seu cancelamento será feito pelo Serviço Oficial responsável pela emissão. A guia poderá ser baixada, também, pelos
estabelecimentos de abate ou pelo produtor de destino mediante permissão do Serviço Estadual de Sanidade Animal.
Fonte: Assessoria MAPA
Empresas brasileiras do setor Pet participam
da feira Zoomark na Itália
Cinco empresas brasileiras do setor Pet buscam novas oportunidades
para exportar que há de mais inovador no setor de alimentos, higiene e
embelezamento para animais de estimação.
O Projeto Pet & Horse Brasil - desenvolvido em parceria pela Anfalpet
- Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de
Estimação, e pela Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos, organiza mais uma participação à feira de
Ômega 3 em cápsulas gelatinosas
O Ômega 3 Dog, apresentado em capsulas gelatinosas, é produzido a partir de óleo de peixes de águas marinhas.
Um número crescente de investigações científicas tem demonstrado os efeitos benéficos de alguns ácidos graxos
na alimentação dos animais, como é o caso do ômega 3, encontrado no peixe, que estimula as funções cerebrais e a
capacidade de aprendizagem dos cães. A partir desta demanda, a Organnact Nutracêuticos lançou o Ômega 3 Dog, uma
fonte pura de ômega 3, produzido a partir de óleo de peixes de águas marinhas. A apresentação em cápsulas gelatinosas
facilitam a administração, além disso, não possui odor nem sabor forte de peixe.
“Por muito tempo a suplementação com ômega 3 era indicada apenas para melhorar a qualidade da pele e da
pelagem dos cães, mas após muitas pesquisas descobriu-se que os benefícios dessa suplementação iam muito além, sendo utilizado
para a recuperação de alergias, controle da inflamação, saúde das articulações e função de outros órgãos dos cães, melhorando a
qualidade de vida e a longevidade do animal”, explica Adriana Meyer, Coordenadora Técnica do Grupo Organnact.
negócios Zoomark que foi realizada entre os dias 12 e 15 de maio, em Bologna, na Itália.
Para este evento, empresas como Alcon, Brazilian Pet Foods, Guabi, Nutrire e Pet Society aderiram ao Projeto
Pet & Horse Brasil e estarão no estande fomentando novas parcerias, além de apresentarem o que o Brasil possui de
mais moderno e inovador no setor de alimentação, higiene e embelezamento para animais de estimação.
O objetivo destas empresas que aderiram a esta ação do Projeto é buscar oportunidades de mercado para o setor
Pet e realizar reuniões com interlocutores estratégicos para ampliar cada vez mais os canais de distribuição não só
na Itália, mas nos diversos continentes, uma vez que o evento recebe visitantes do mundo todo.
Entre as novidades a serem expostas estão os alimentos secos de diversos sabores como frango e arroz, carne
e cereais, carne de ovelha com arroz, além de snacks e uma linha de shampoo e condicionador, desenvolvidos com
extratos amazônicos 100% naturais.
A Zoomark é uma das principais feiras mundiais do setor pet e acontece a cada dois anos. Além de empresas
italianas, a feira conta com expositores internacionais dos seguintes países confirmados: Estados Unidos, Inglaterra,
China, Brasil e Canadá. Nesta edição, o evento terá cerca de 600 expositores em uma área de 44 mil m².
16
17
Celta Brasil – Especialista em tecnologia de Zeolitas
naturais.
Desde o ano de 2003, as Indústrias Celta Brasil vem investindo fortemente em tecnologias baseadas no uso do mineral natural zeolita.
Com objetivo de garantir a melhor matéria-prima e informação técnica consistentes aos seus clientes, foi construído pela Celta Brasil
em Cotia/SP, o Centro de Referência Latino Americano de Zeolitas, espaço que possui grande acervo bibliográfico sobre o mineral Zeolita.
Esta estratégia, aliada ao seu pioneirismo no mercado Petfood e a sólidas parcerias com Universidades Federais, colocou a Celta Brasil como
líder nacional no fornecimento de Zeolitas ao mercado Petfood, com dois importantes produtos: CELPEC® – Agente redutor de odores e
melhorador de escore fecal e o AWCEL® – aditivo anti-umectante para snacks.
Focada na tecnologia e sustentada pela qualidade e exclusividade de seus produtos, a Celta Brasil agora parte para romper as fronteiras
no mercado mundial, através de seus escritórios recentemente inaugurados na Argentina e Portugal.
Treinamento sobre Análise de Certificados de
Calibração para Laboratórios
Análise de Certificado de Calibração, em geral, é uma importante ferramenta
Bird: declínio da atividade agrícola gera crise
dos preços de alimentos
O diretor-geral e vice-presidente Sênior do Banco Mundial, Vinod Thomas afirmou
que o principal causador da pressão de preços nos alimentos no mundo é o declínio
do ritmo de crescimento da produtividade agrícola. “Pela primeira vez nos últimos
10 anos o crescimento da produtividade agrícola foi mais lento que o crescimento
populacional”, declarou Thomas em evento sobre os Brics promovido pela PUC-Rio e
pela prefeitura do Rio de Janeiro.
Segundo ele, as regiões mais afetadas são África e Ásia, mas o Brasil também
sofre do problema - embora esteja em situação melhor do que a destes dois
continentes. “O problema do aumento da produtividade é global, não apenas da
África e da Ásia mas também da América Latina. Isso porque os investimentos
das últimas décadas foram direcionados para a área urbana e para a indústria”,
afirmou.De acordo com Thomas, também houve algum investimento na área
agrícola, porém menos em alimentação e mais no setor de commodities.
Na avaliação dele, os principais inibidores de um maior avanço da
produtividade agrícola são os subsídios dados por países europeus e os
Estados Unidos à produção de alimentos. “Os subsídios de US$ 150 bilhões
para alimentos, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, prejudicam os
investimentos para melhorar a produtividade na África e na América Latina”, disse. Ele avalia que é preciso uma coordenação internacional para
resolver o problema.
O diretor-geral afirmou que, embora o Brasil não tenha melhorado o suficiente a produção agrícola nas últimas décadas, agora tem uma
boa oportunidade para fazê-lo. “O Brasil é um dos países em melhor situação para enfrentar este problema, porque assim como a Rússia, tem
uma grande área cultivável e, além disso, os investimentos em pesquisa têm sido direcionados para aumentar a produtividade”, disse.
Fonte: Agência Estado, adaptada pela Equipe AgriPoint.
ligada à indústria de alimentos para animais de estimação. Esta atividade, atualmente,
figura entre as mais importantes dentro do segmento, sendo de suma importância
decisões tomadas em bases científicas sólidas e confiáveis.
A Análise de Certificado de Calibração permite aos laboratórios e setor de controle
de qualidade da empresa a diminuição da incerteza e dos erros nas análises efetuadas,
bem como laudos e relatórios mais seguros aos clientes.
Em maio passado foi realizado, através de organização da ANFALPET (Associação
Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação), o treinamento
sobre Análise de Certificado de Calibração para Laboratórios de Empresas Associadas
à entidade e Laboratórios Credenciados ao Programa de Sustentabilidade PIQ PET.
O treinamento foi ministrado pelo engenheiro Edson Carlos Stavale, diretor
da Stavale e Setting Metrological Solutions.
O treinamento teve carga horária de 8 horas de aula e exercícios individuais abordando alguns tópicos, tais como: Definições básicas em
Metrologia, O Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM 2009- Portaria Inmetro 319), o Quadro geral de unidades de medida (SI-Resolução
CONMETRO 12/88). Além de tópicos de Estatística Básica, Cálculo de Incerteza de Medição, com aplicações da incerteza e principais origens, além
da análise de certificados de calibração específicos da indústria, fornecidos pelo Grupo de Laboratórios para a análise.
Através destes treinamentos a ANFALPET busca sempre manter a Qualidade dos Laboratórios de Empresas Associadas ou Laboratórios
Credenciados ao Programa PIQ PET, buscar aproximações de seus associados e credenciados a técnicas mais avançadas de análises e componentes
incluídos em análise, como a Análise dos Certificados de Calibração, importante ferramenta para diminuir possíveis erros no processo de medição,
apresentando relatórios e laudos mais seguros para os clientes.
Diego Henrique S. Bonilha
Coordenador Técnico da ANFALPET.
GRANVITA ADQUIRE EXTRUSORA
MANZONI MEX-3000
A Granvita, com sede em Pará de Minas - MG, presente no segmento de saúde e
nutrição animal desde 1992 e com uma planta fabril com tecnologia de ponta, utilizando
o que há de mais moderno na produção de alimentos para animais de estimação,
adquiriu uma extrusora Manzoni da linha MEX-3000.
Com o objetivo de se manter atualizada e em perfeita sintonia com as exigências dos
clientes, a Granvita optou pela Manzoni devido à qualidade de extrusão, a estabilidade
do processo e um suporte técnico presente e disponível.
A Manzoni consolida mais uma parceria e se fortalece como uma das principais
fabricantes de extrusoras do mercado brasileiro. Além de fornecer a linha completa de
extrusão a Manzoni também fornece peças para todos os tipos de equipamentos para fábricas de ração com a qualidade e compromisso já
reconhecido pelo mercado.
Para contatar a Granvita, acesse o site www.granvitapet.com.br
18
19
Semana do Meio Ambiente
Qual é o papel do médico veterinário
e do zootecnista nessa questão?
Dia 5 de junho se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente e, durante esta semana, várias instituições de Pesquisa e
Universidades aproveitaram para comemorar esta data realizando eventos na Semana do Meio Ambiente
E o que é o Meio Ambiente? É tudo que
nos rodeia. É a nossa casa, o nosso escritório,
o nosso planeta. Tudo o que acontece no
meio ambiente tem repercussão direta em
nossas vidas.
O Dia Mundial do Meio Ambiente é
um evento anual que teve seu início no
ano de 1972 criado pela ONU que desde
então estimula a população mundial a olhar
pelo meio ambiente incentivando ações
e atenções políticas. Esta data tem como
objetivo ser o maior e mais comemorado
dia de ações positivas pelo meio ambiente.
O importante é que possamos perceber
não somente a nossa responsabilidade
mas entender que podemos ser agentes
de mudança apoiando o desenvolvimento
sustentável. O país sede do Dia Mundial
do Meio Ambiente neste ano de 2011 é a
República da India e o tema é: “Florestas: Natureza a seu serviço”. Hoje 1,6 bilhão de pessoas dependem das florestas para subsistência,
mas com a destruição da biodiversidade estas pessoas enfrentam dificuldades para sobreviver. O desmatamento global continua em um
ritmo alarmante – a cada ano, 13 milhões de hectares de florestas são destruídos, o que equivale ao tamanho de Portugal.
E o Papel do Médico Veterinário e do Zootecnista com relação ao Meio Ambiente? Somos conscientes de nossas responsabilidade?
Somos poluidores? Sabemos realizar o gerenciamento de resíduos de nossas clínicas, laboratórios ou como responsáveis técnicos de
matadouros e frigoríficos? Sabemos organizar e elaborar projetos para produção animal levando em consideração o destino dos dejetos e
a utilização equilibrada dos recursos naturais?
É essencial que nos dias de hoje o Médico Veterinário e o Zootecnista conheçam seus papéis dentro do contexto ambiental. Procurar
enteder os Aspectos Ambientais, conhecer os Impactos Ambientais e principalmente ter a consciência que a Prevenção e a Educação
Ambiental são um importante campo de atuação do profissional de Medicina Veterinária e Zootecnia é o primeiro passo. Foi com este
intuito que o Conselho Federal de Medicina Veterinária – CFMV nomeou no dia 31 de maio de 2010 a Comissão Nacional de Saúde
Ambiental – CNSA composta por cinco Médicos Veterinários com diferentes experiências na área ambiental. São eles: Claudia Scholten
(presidente), Maria Izabel Merino de Medeiros, Maria do Rosário Lira e Castro, Luciano Ferreira Menezes e Maria Auxiliadora Gorga Luna.
Profissionais que vem realizando um trabalho de conscientização dos papéis do Médico Veterinário e do Zootecnista na Saúde Ambiental
em quase todos os Estados Brasileiros. Um trabalho de avaliação de demandas regionais na área de Meio Ambiente e e repasse e troca de
conhecimentos. O caminho para a Sustentabilidade está em saber equilibrar o Desenvolvimento, a Saúde e o Meio Ambiente.
Para finalizar citamos o Artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em cinco de outubro de 1988:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Faça a diferença,
faça a sua parte!
Fonte: Maria Izabel Merino de Medeiros - CNSA/ CFMV
20
Caderno Científico
21
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E DIGESTIBILIDADE DE PARTES E SUBPRODUTOS DE
AVES NAS FORMAS CRUA E COZIDA PARA CÃES.
Autores: G.C.M.B. Tavares; A.H.B. Araújo; G.L. Colnago; C.A.R. Lima; W.L. Lima.
Resumo: Determinou-se a composição das partes da carcaça – pescoço, dorso e pés de aves -, e sua digestibilidade,
usada para cães nas formas crua e cozida. Os animais, pesados antes e depois do período experimental, foram
alimentados uma vez ao dia, com livre acesso ao alimento por uma hora. Cada animal recebeu aproximadamente
50g de alimento/kg de peso. As fezes, coletadas diariamente, foram pesadas e congeladas até a realização das
análises bromatológicas. Os pés apresentaram maiores valores de proteína bruta (PB) e matéria mineral (MM), o
pescoço maior valor de energia bruta (EB), e o dorso, os de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO) e extrato
etéreo (EE). O cozimento não alterou a composição dos alimentos. Os coeficientes de digestibilidade da MO e da PB
do pescoço aumentaram significativamente quando este foi cozido, e os valores da energia metabolizável (EM) e da
energia digestível (ED) diminuíram. O cozimento do dorso resultou em diminuição da EM e ED. Os coeficientes de
digestibilidade da MS, MO e PB e a ED e EM do pé foram significativamente maiores para o pé cozido.
Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.62 (2): 453-459, 2010
http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v62n2/27.pdf
Digestibilidade de ingredientes
empregados em alimentos úmidos
O
Neste artigo os autores não mencionam no resumo os coeficientes de digestibilidade obtidos. Por este motivo,
abaixo estes são apresentados, extraídos do corpo do texto do artigo científico.
Focam.pdf
1
06/02/11
16:13
Para a sua ração ser a preferida do
mercado ela precisa ser a melhor.
Por: Ricardo Souza Vasconcellos
conhecimento
ingredientes
usados
na
da
composição
alimentação
química
animal
e
dos
o consumo humano. Apesar disto, o intuito deste artigo é
Com hidrolisados Hidrofoc seus produtos ficam super
seu
mostrar que mesmo sendo considerados subprodutos, muitas
aproveitamento são fundamentais para atender de maneira
destas matérias-primas apresentam alto valor biológico e
satisfatória as exigências nutricionais dos animais. Alimentos
biodisponibilidade, enquanto outras, devido ao seu baixo
secos e úmidos para cães e gatos apresentam em suas
aproveitamento, devem ter seu uso mais restrito.
formulações uma ampla variedade de ingredientes, sendo as
Considerando o pequeno número de informações científicas
fontes protéicas constituídas principalmente por subprodutos
nesta área, nesta edição iremos apresentar dois estudos
M
e co-produtos do processo de fabricação de alimentos
nos quais foram avaliadas as composições nutricionais e
Y
humanos. Apesar disto, pouco se conhece sobre os coeficientes
coeficientes de digestibilidade de ingredientes comumente
de digestibilidade de ingredientes para estas espécies.
empregados na formulação de alimentos úmidos para cães.
Os alimentos úmidos para cães e gatos apresentam entre 68-
No primeiro artigo, além da avaliação da digestibilidade
78% de umidade e empregam nas formulações subprodutos
dos ingredientes, os autores determinaram ainda o efeito do
e partes frescas ou congeladas, provenientes do abate de
tratamento térmico dos alimentos sobre os coeficientes de
CMY
suínos, aves, peixes e bovinos, principalmente, bem como
digestibilidade dos ingredientes, ao compararem os mesmos
K
ingredientes de origem vegetal e algumas proteínas animais
nos ingredientes antes e após o cozimento. No segundo
processadas por spray-dried. Existem basicamente dois tipos
artigo selecionado, os autores verificaram os coeficientes
principais comercialmente disponíveis, que são aqueles na
de digestibilidade de subprodutos de origem animal cru (na
forma de patê ou pasta e aqueles apresentados na forma de
forma desidratada) e processado (farinhas de origem animal),
pedaços ao molho. De uma maneira geral, as matérias-primas
empregando aves como modelo de avaliação, uma vez que
empregadas são provenientes das partes menos utilizadas
ensaios para avaliar o valor biológico das fintes protéicas
destes animais nas linhas de produção de alimentos para
também foram realizados.
E a melhor ração para cães e gatos
é a ração que utiliza os produtos da
linha Hidrofoc, que são desenvolvidos
nos mais altos padrões de qualidade
para agregar valor ao seu produto.
C
CM
MY
CY
Focam Ind. e Com. de Aditivos Ltda.
Estrada Municipal para Tainhas, Km o1
Carambeí - (PR)
www.hidrofoc.com.br
www.focam.com.br
E-mail: [email protected]
Fone: (42) 3231-9400 / (42) 9973-3812
22
Caderno Científico
23
Tabela resumo dos coeficientes de digestibilidade de
havendo elevação nos coeficientes de digestibilidade após
ingredientes empregados em formulações de alimentos
o tratamento térmico, de uma maneira geral. Todos eles
úmidos, nas formas crua ou cozida.
apresentaram excelentes coeficientes de digestibilidade
ingredientes
PescoçoCru
Cozido
DorsoCru
Cozido
Pés
Cru
Cozido
MS
87,4
89,7
89,75
91,07
64,7
78,7
PB
90,0
93,5
90,0
92,2
74,8
93,7
MO
93,8
95,3
94,7
95,6
81,7
92,8
EE
98,9
99,3
99,3
99,5
96,8
98,8
ED
7019
6764
6719
6493
4994
5434
da matéria orgânica, proteína bruta e extrato etéreo. Com
relação a redução na ED relatadas no resumo, esta pode ser
possivelmente devido a problemas analíticos, uma vez que a
composição nutricional dos alimentos foi mantida antes e após
o tratamento térmico e, embora não esteja mostrado aqui,
pode ser calculado o coeficiente de digestibilidade da energia
Pode-se verificar que, de uma maneira geral, os
bruta a partir dos dados do artigo, que apresentou valores
ingredientes foram beneficiados pelo tratamento térmico,
mais elevados em todos os ingredientes após o cozimento.
QUALIDADE PROTÉICA DE VÁRIOS SUBPRODUTOS CRUS E PROCESSADOS
COMUMENTE INCORPORADOS EM ALIMENTOS PARA ANIMAIS DE COMPANHIA.
Autores: K.R. Cramer; M.W. Greenwood; J.S. Moritz; R.S. Beyer; C.M. Parsons
Resumo: experimentos foram conduzidos para avaliar a qualidade protéica de vários subprodutos crus e processados
comumente usados em dietas para animais de companhia. Seis ingredientes animais crus liofilizados (pulmão bovino,
pulmão suíno, pulmão ovino, fígado suíno, peixes marinhos e pescoço de frango) e três farinhas animais processadas
(farinha de ovino, farinha de subprodutos de aves convencional e farinha de subprodutos de aves baixa matéria mineral)
foram usadas em ensaios com frangos para determinar a biodisponibilidade da lisina e aminoácidos sulfurados totais
(AAST), taxa de eficiência protéica (TEP) e taxa de utilização protéica líquida (TUPL). Cada dieta experimental foi
oferecida a 4 replicatas com 5 aves por gaiola. Posteriormente, cada ingrediente animal foi oferecido a galos Leghorn
brancos adultos para a determinação da digestibilidade verdadeira dos aminoácidos. A maior parte dos ingredientes
animais crus apresentou moderada a elevada qualidade protéica. A biodisponibilidade da lisina variou de 86 a 107% e 70
a 99% para os subprodutos crus e processados, respectivamente. Biodisponibilidade de AAST variou de 64 a 99% e 61
a 78% para as farinhas de subprodutos crus e processados, respectivamente. A TEP variou de 2,83 a 4,03 e 2,01 e 3,34
para as farinhas de subprodutos crus e processados, respectivamente. A farinha de ovinos teve o mais baixo valor de
TEP e TUPL, enquanto o pulmão suíno teve os valores mais elevados. Digestibilidade de aminoácidos essenciais e de
aminoácidos totais variou, respectivamente, de 93,0 a 96,7% e 90,3 a 95,5% para os subprodutos crus e de 84 a 87,7% e
79,2 a 84,8% para as farinhas de subprodutos processados. As farinhas de origem animal processadas em geral tiveram
qualidade protéica inferior às farinhas de subprodutos animais crus, com a farinha de ovinos apresentando o menor valor
nutricional e o pulmão suíno apresentando o maior valor nutricional.
J. Anim. Sci. 85:3285-3293, 2007
http://jas.fas.org/cgi/content/full/85/12/3285
Neste estudo, os autores utilizaram fontes protéicas
animais, o que torna os alimentos úmidos, produtos de
comuns em formulações de alimentos úmidos (pulmão de
elevado valor nutricional.
bovinos, ovinos e suínos, fígado suíno, peixes marinhos
e pescoço de frango) e secos (farinhas de subprodutos
além de melhorias na legislação e no processo de fiscalização
de ovinos e frangos). Embora as matérias-primas cruas
dos estabelecimentos produtores destes alimentos, pois a
tenham sido liofilizadas e não tenham sido cozidas, foi
disponibilidade de ingredientes in natura é muito grande,
possível verificar que estes ingredientes apresentam
havendo desta forma ingredientes de elevado valor
valor biológico e digestibilidade superiores às farinhas
nutricional e, por outro lado, muitos ingredientes compostos
comumente empregadas nas formulações de alimentos
basicamente por resíduos de baixo valor nutricional, tais
secos. Desta forma, de uma maneira geral, os ingredientes
como ossos, tecido conjuntivo, entre outros.
atualmente empregados em alimentos úmidos, embora
sejam considerados subprodutos, conforme verificado
e utilização de aditivos pode afetar a digestibilidade de
nos dois estudos apresentados, desde que devidamente
alimentos úmidos. Na próxima edição serão apresentados
processados, apresentam aproveitamento excelente pelos
dois artigos em que estes fatores foram avaliados.
Apesar disto, muitos estudos ainda são necessários,
Além dos ingredientes, a temperatura de cozimento
24
Capa
25
A
contaminação nos alimentos destinados aos
terceira geração dos adsorventes, obrigatoriamente será
animais por micotoxinas representa um sério problema de
formulada com ingredientes que facilitem a regeneração
saúde - causando diminuição da produtividade, interfere
dos órgãos afetados pelas micotoxinas”, analisa Márcia
na reprodução e aumenta a taxa de mortalidade -, além de
Villaça, gerente de vendas Pet & Acqua da ICC Ind. Com.
constituir um considerável obstáculo à economia, por afetar
Exp. E Imp. Ltda.
o agronegócio. Trata-se de uma questão mundial, já que os
fungos, que produzem as micotoxinas, estão amplamente
disseminados na natureza, desenvolvendo-se onde houver
matéria orgânica. Nos países em desenvolvimento, o
imbróglio está nos programas de controle de micotoxinas,
enquanto que nos países desenvolvidos, embora haja
legislações mais restritas, muitos dependem de importação
de grãos. Acredita-se que aproximadamente 25% a
50% de todas as commodities produzidas no mundo,
especialmente os alimentos básicos, estejam de alguma
forma contaminados por micotoxinas.
Para o controle da contaminação nos alimentos, o
melhor método é prevenir o crescimento dos fungos,
exigindo-se maior controle na qualidade da matériaprima. Métodos alternativos, utilizando-se antifúngicos
ou adsorventes nas rações devem ser usados. Porém,
além dos adsorventes serem limitados para determinadas
micotoxinas, também adsorvem nutrientes dos alimentos.
E xiste
o adsorvente ideal ?
Atualmente, tem-se conhecimento de mais de 500
tipos de micotoxinas, sendo que existe um grande número
de variáveis quanto ao acometimento, como matériaprima, espécie animal, clima e área demográfica. Alguns
cientistas acreditam que as alterações climáticas levarão
Sem trégua às
micotoxinas
Por: Lia Freire
O contínuo trabalho da indústria para desenvolver soluções cada vez
mais eficazes no combate às micotoxinas
“Não há um adsorvente 100% eficaz. Acredito na terceira
geração, formulada com ingredientes que facilitem a
regeneração dos órgãos afetados pelas micotoxinas”,
Márcia Villaça, da ICC.
a mutações fúngicas e que por isso, um maior número de
De acordo com o gerente da Alltech, Camilo
micotoxinas novas e diferentes ainda surgirão.
Beck, duas características são fundamentais em um
Quanto aos adsorventes, pode-se classificá-los pelo
adsorvente: a capacidade de adsorver um amplo espectro
tipo de ligação: orgânica (por exemplo, parede celular de
de micotoxinas, assim como, a estimulação ao sistema
levedura) e inorgânica (aluminosilicatos), com atuações
imunológico dos animais. “No campo, os animais
distintas. No caso da parede celular da levedura, a
estão expostos a grãos naturalmente contaminados
ação adsorvente ocorre através das beta glucanas, em
por múltiplas micotoxinas e não apenas por uma,
especial, as glucanas com ligação 1,3 e 1,6, que agem
portanto, o adsorvente ideal é aquele produto com
intensificando a ação de células fagocíticas que agirão
maior espectro de ação. Com capacidade de se ligar a
sobre as micotoxinas. Já no caso dos aluminosilicatos,
um grande número de grupos químicos de micotoxinas
a ação ocorre através de uma troca catiônica, sendo
e com o máximo de estabilidade de adsorção ao longo
que a capacidade desta troca, chamada (CTC), varia de
do trato gastrointestinal. A segunda característica está
acordo com o tipo e origem dos diversos aluminosilicatos
relacionada à capacidade do produto de estimular o
presentes no mercado. “Não há um adsorvente 100%
sistema imunológico, justamente porque as micotoxinas
eficaz na adsorção das mais de 500 micotoxinas
atuam deprimindo este sistema. Acredito que a Alltech
presentes em todo o mundo, então acreditamos que a
está conseguindo chegar perto de um produto ideal,
26
Capa
27
aprimorando cada vez mais as características do
de Nutrigenômica, nos EUA, para estudar a composição
técnica é oferecida aos clientes como um serviço
Mycosorb”, destaca Camilo.
química das diferentes cepas de levedura, além de
complementar ao uso do adsorvente, sem custo adicional,
Para a empresa Biomin, o desenvolvimento de um
determinar como a inclusão de Mycosorb na alimentação
com o objetivo de ampliar o controle de micotoxinas. Para
adsorvente de grande espectro não é a solução ideal,
pode alterar a expressão dos genes dos animais. A Alltech
implantá-lo, estabelecemos parcerias com laboratórios de
já que as micotoxinas possuem diferentes estruturas e
conta ainda com uma equipe de gerentes mundiais, todos
pesquisas das universidades e consultores especializados
polaridades. “A partir de estudos científicos tornou-
especialistas em micotoxinas, responsáveis por coordenar
em armazenamento e programas como BPF e HACCP”,
se claro que a eficácia da adsorção destes produtos
novos estudos nas universidades locais, acompanhar os
explica Camilo.
é duvidosa. Além disso, a adsorção não específica de
resultados do produto a campo e implementar programas
minerais, vitaminas e outros componentes das rações
de controle de micotoxinas.
animais deve ser levada em consideração. Infelizmente,
mesmo que grandes avanços tenham sido conseguidos
adsorventes de origem microbiológica e, hoje, oferecemos
possam ser amplamente empregadas pela indústria
em relação às micotoxinas existentes, novas emergem
um produto com maior espectro de ação, maior percentual
de nutrição animal, a ICC Ind. Com.Exp. e Imp. Ltda
a cada dia o que requer uma grande persistência e
de adsorção e maior capacidade de estimular o sistema
desenvolve os seus produtos, que são levados a campo
investigação científica contínua para combatê-las”,
imunológico dos animais”, afirma Camilo.
antes de serem apresentados ao mercado.
“Estamos avançando rapidamente na eficácia dos
Em busca de um adsorvente ideal, a Nutriad trabalha
e desenvolve as suas soluções a partir do conceito de
multifuncionalidade. “O nosso adsorvente não apenas
adsorve as micotoxinas, como também age de forma
multifuncional. Adsorver as micotoxinas é apenas uma
parte do processo. As micotoxinas apolares precisam
ser biotransformadas; os radicais livres, resultantes do
processo de estresse oxidativo, anulados e os órgãos que
sofreram danos, como o fígado, por exemplo, reparados.
Baseado nisso desenvolvemos nossos produtos, com
complexidade, para agir de maneira multifuncional,”
explica Diogo Menezes Villaça, gerente da Nutriad.
Mycosorb ,
desde
1993
no mercado
Lançado pela Alltech há 18 anos, Mycosorb é um
aditivo natural para utilização na ração de aves e animais
de produção, oferecendo adsorção das micotoxinas:
af latoxinas,
zearalenona,
DON
-
deoxinivalenol,
ocratoxina A, toxina T2 e fumonisina. A sua formulação
“Avançamos rapidamente na eficácia dos adsorventes
de origem microbiológica. Oferecemos um produto com
maior espectro de ação, maior percentual de adsorção e
maior capacidade de estimular o sistema imunológico dos
animais”, Camilo Beck, da Alltech.
presentes na ração e, isso também já foi comprovado
cientificamente. Não há risco de contaminação por
metais pesados e dioxinas e seu processo de fabricação
é padronizado e patenteado, sem variações ao longo do
ano”, destaca o gerente, Camilo.
Com uma equipe de pesquisadores, que atua
globalmente, incluindo especialistas em toxicologia e
químicos que trabalham em cooperação com as principais
universidades do mundo, a Alltech realiza parcerias para
avaliar as possibilidades de evolução do seu produto, assim
como sua eficácia, sempre por meio de ensaios in vitro e in
vivo. Também como parte de sua estrutura, há um Centro
é composta por glucanos extraídos da porção interna
da parede celular de cepas específicas da levedura
Saccharomyces cerevisiae. O fabricante destaca que
não é um subproduto da indústria de cana-de-açúcar,
cervejaria ou panificação, sendo desenvolvido para
uso exclusivo na nutrição animal, com a finalidade
de adsorver as micotoxinas e estimular o sistema
imunológico dos animais. “Estudos in vivo demonstram
que o Mycosorb não apresenta efeito tóxico aos animais
e sua eficácia foi comprovada em 60 experimentos,
conduzidos em diferentes universidades do mundo,
sendo que 6 destes foram realizados no Brasil. A
solução não interage com os nutrientes e outros aditivos
A partir da filosofia de disponibilizar soluções que
A empresa
possui estrutura própria para a realização de testes in
opina Inês Rodrigues, gerente técnica da Biomin.
Starfix® e o seu duplo efeito
Aditivo natural, o Mycosorb, da Alltech, vem da levedura
e oferece adsorção das micotoxinas aflatoxinas,
zearalenona, DON - deoxinivalenol, ocratoxina A, toxina
T2 e fumonisina.
A lém dos adsorventes
vivo, além de trabalhar em parceria com instituições de
Adotar programas de controle e prevenção às
pesquisas no Brasil e exterior; e contar com a assessoria
micotoxinas é fundamental em seu combate e seguindo
de profissionais especializados em micotoxinas e saúde
este princípio, a Alltech não oferece apenas o adsorvente
animal. “O nosso controle de qualidade é outro importante
Mycosorb, como também desenvolveu para os seus
diferencial, sendo todos os lotes produzidos laudados
clientes, há 7 anos, um programa amplo e preventivo,
quanto aos componentes ativos do produto, por exemplo,
denominado PACPC - Programa Alltech de Controle de
glucanas,
Pontos Críticos. O PACPC está baseado em 7 princípios
maior confiabilidade e segurança em comparação a
do HACCP, em que identifica-se nas fábricas de ração,
concorrência”, destaca Márcia, gerente da ICC.
através de análises microbiológicas e micotoxicológicas,
os locais mais contaminados por fungos, micotoxinas e
aluminosilicato com ação adsorvente e com alta capacidade
bactérias. “Através da educação, estamos implementando
de troca catiônica. A partir do segundo semestre de 2011
em nossos clientes programas preventivos de controle
lançará o Starfix®, que além de adsorver uma ampla gama
de fungos e micotoxinas, que incluem a qualificação
de micotoxinas, apresenta substâncias capazes de realizar
de fornecedores, segregação de grãos, boas práticas de
a regeneração hepática, reduzindo com isto os riscos
armazenamento e produção de ração. Esta ferramenta
de danos à saúde animal. “Ou seja, a solução terá duplo
mananas
e
nucleotídeos,
proporcionando
Atualmente, empresa comercializa o Zenifix, um
28
Capa
29
efeito, o de proteção quanto às micotoxinas e o de suporte
menor da solução por tonelada de ração; o extrato de
regenerativo, por intensificar a multiplicação celular”,
parede de leveduras, responsável pela biotransformação,
enfatiza a profissional.
que consiste na transformação das micotoxinas em
compostos
Investimentos em estudos e pesquisas
químicos
mais
hidrofílicos
através
de
processos microbiológicos como reações de hidroxilação,
No momento, a ICC conduz oito experimentos in
de-epoxilação ou deacetilação; o hepatoprotetor, que
vivo com diversas espécies animais. A empresa tem
reverte os danos causados pelas micotoxinas no fígado;
um comprometimento fixo de investir anualmente em
os antioxidantes, que neutralizam os radicais livres,
pesquisas, que no orçamento de 2011, foi aumentado em
resultando em uma melhora global na saúde dos animais,
50% em comparação ao ano anterior.
reduzindo o estresse metabólico e, por fim, a certificação
de qualidade internacional.
Desde 2009 possui um galpão na USP Campus de
Pirassununga (SP) com capacidade de alojar cerca de 1.680
O
processo de desenvolvimento de soluções
aves. Todos experimentos são desenvolvidos por docentes
inovadoras e aprimoramento de produtos é uma
qualificados e técnicos da ICC, ambos com mestrado e/
constante na Nutriad, que atualmente oferece as
ou doutorado em produção animal. “Além de possuir
seguintes soluções: Toxy-Nil Dry com ação direcionada
estrutura própria para o desenvolvimento de pesquisas,
à adsorção de micotoxinas polares como af latoxina
a ICC também conta com a parceria de diversos centros
(AFLA) e ocratoxina (OCRA); Toxy-Nil Plus Dry,
de pesquisas como Esalq, Universidade Federal de Viçosa,
com amplo espectro, fornecendo substrato para a
UNESP de Jaboticabal, instituições internacionais como
biotransformação de micotoxinas apolares, incluindo
a West Virginia University e Mississippi State University
ação
para a realização de testes experimentais com diversas
zearalenona (ZEA), tricotecenos (T-2,TH-2), nivalenol
espécies animais.
(NIV), diacetoxiscirpenol (DAS) etc; Toxy-Nil Unike™
em
AFLA,
OCRA,
fumonisina
(FUMO),
Dry, um adsorventre multifuncional, com ação de amplo
Formulações aprimoradas
espectro, adsorvendo micotoxinas polares e fornecendo
Visando oferecer diversos tipos de adsorventes com
substrato para a biotransformação de micotoxinas
formulações distintas para atender as necessidades de
apolares. Algumas das micotoxinas neutralizadas
cada produtor e fabricante de ração, a Nutriad apresenta
pela adsorção ou biotransformação são AFLA, OCRA,
a linha Toxy-Nil, que tem entre os seus principais
FUMO, ZEA, T-2,TH-2, NIV, DAS etc, além disso
diferenciais a sepiolita especialmente tratada, que resulta
possui antioxidantes e protetor hepático que agem em
em uma adsorção mais eficiente e permite uma inclusão
sinergia formando um complexo único. E, uma nova
geração do Toxy-Nil™ Unike já está sendo desenvolvida.
“Todos os aditivos oferecidos pela Nutriad, passam por
fase de experimentação, testes in vitro e in vivo, em
universidades e centros de pesquisas que são referências
científicas no mundo. Aliás, possuímos dois centros de
pesquisas aplicadas, um na Andaluzia (Espanha) e outro
em Dendermonde (Bélgica), além de cinco laboratórios
localizados em Chester (Inglaterra), Dendermonde,
Andaluzia e Chicago (EUA).
Contamos ainda com
uma equipe de zootecnistas, veterinários, químicos,
biólogos e engenheiros que trabalham continuamente
no desenvolvimento e aprimoramento de produtos
para atender necessidades específicas de cada espécie
e mercado. Somente após comprovação da eficiência,
um produto é oferecido comercialmente. Além de
“Todos os nossos aditivos passam por fase de
experimentação, testes in vitro e in vivo, em universidades
e centros de pesquisas que são referências científicas no
mundo”, Diogo M. Villaça, da Nutriad.
extensas pesquisas, procuramos disponibilizar serviços
de monitoramento de micotoxinas, visitas técnicas e
30
Capa
31
acompanhamento a campo”, afirma Diogo, gerente da
gerente da Biomin, Inês.
Nutriad.
As Micotoxinas
Até recentemente não existia legislação na União
Europeia que reconhecesse aditivos de rações com
A
biotransformação
propriedades para o combate às micotoxinas, por isso
O interesse da Biomin por micotoxinas começou em
existem mais de 100 produtos no mercado com várias
1985, quando o primeiro adsorvente de micotoxinas foi
denominações para o controle de micotoxinas. No
comercializado. Hoje em dia, e após várias descobertas
entanto, no ano de 2009, o comitê da Standing Committee
e avanços obtidos em seu Centro de Investigação e
on the Food Chain and Animal Health (SCFCAH) -
em cooperação com diversos parceiros externos, a
Cadeia Alimentar e Saúde Animal -, votou positivamente
empresa conta com uma linha modular de produtos,
para a abertura de um novo grupo funcional dentro
a Mycofix®, para o manejo do risco das micotoxinas.
do
“Os produtos Mycofix® não se enquadram no simples
“substâncias para a redução da contaminação dos
conceito de adsorvente. Eles apresentam-se como um
alimentos para animais por micotoxinas: substâncias
produto inativador de micotoxinas. Os componentes
que podem inibir ou reduzir a absorção de micotoxinas,
adsorventes permitem a eliminação da toxina através
favorecer a sua excreção ou modificar o seu modo de
da sequestração de af latoxinas, fumonisinas e alcalóides
ação.” Esta foi uma etapa histórica no longo percurso
do ergot. A biotransformação facilita a eliminação da
de aceitação e aprovação de produtos inativadores de
projetos integrados de pesquisa.
toxicidade de mais de 170 tricotecenos diferentes, da
micotoxinas na União Europeia.
zearalenona e das ocratoxinas, através da alteração das
Safety Authority (EFSA) - Autoridade Europeia para
de produtos localizados, trabalha oferecendo apoio
(matérias-primas e rações), a Portaria MA/SNAD/SFA
suas estruturas tóxicas em metabólitos não tóxicos.
a Segurança Alimentar-, estabeleceu então parâmetros
aos mercados regionais e às equipes de vendas de todo
nº 183, do Ministério da Agricultura (Diário Oficial da
A bioproteção elimina os efeitos tóxicos causados por
rígidos para a avaliação destes produtos, fazendo com
o mundo, fazendo a ligação entre a P&D (Pesquisa
União, de 09/11/1988), estipula, para qualquer matéria-
todas as toxinas, protegendo o fígado e compensando
que muitas empresas de aditivos para rações desistissem
e Desenvolvimento) e o cliente final.
Finalmente,
prima para alimentação direta ou como ingrediente
o efeito imunossupressor das micotoxinas”, detalha a
de ter seus aditivos legalmente registrados, tentando
as equipes de vendas da Biomin são compostas por
para rações, o limite máximo para af latoxinas
aplicá-los simplesmente como componentes de rações,
veterinários ou zootecnistas responsáveis pelo apoio
(B1+B2+G1+G2) de 50 μg/kg. Muito embora, a
denominação que não exige um processo oficial de
técnico nos diferentes países e pelo feedback que é crucial
legislação contemple apenas as af latoxinas, cientistas
avaliação/registro.
para o desenvolvimento continuado dos produtos. “Mais
brasileiros já estão, há bastante tempo, conduzindo
O esforço, a dedicação e o investimento em Pesquisa
do que vender apenas produtos, a Biomin orgulha-
pesquisas com outras importantes micotoxinas, como a
e Desenvolvimento (P&D) permitiu que a Biomin fosse
se em auxiliar os seus clientes, fornecendo soluções
citrinina, as fumonisinas, a ocratoxina A, a patulina, os
a primeira empresa a receber da EFSA o aval para o
credíveis e apoio técnico constante”, afirma Inês. Cerca
tricotecenos e outras menos frequentes.
registro do Mycofix® como aditivo para rações com
de 6% a 8 % dos lucros obtidos com as vendas são
propriedades antimicotoxinas.
reinvestidos em P&D, além disso, a Biomin tem feito
nas
um grande investimento na análise de micotoxinas,
como, a redução dos limites máximos permitidos,
ingredientes e rações. Tais informações são compiladas
especialmente para as af latoxinas. Na América Latina,
O Centro de Investigação da Biomin conta com
periodicamente e publicadas como Biomin’s Mycotoxin
19 países dispõem de legislação para micotoxinas e no
mais de 50 pesquisadores, desde cientistas seniores até
Survey, uma ferramenta de apoio à indústria com
caso das af latoxinas há uma harmonização entre as
estudantes de mestrado e doutorado. A empresa também
informações detalhadas sobre a ocorrência mundial de
leis dos países do Mercosul, englobando a Argentina,
mantém várias parcerias com universidades, centros de
micotoxinas.
Brasil, Paraguai e Uruguai, sendo que este último tem
pesquisas, empresas de renome, inclusive do mesmo
Devido a demanda, os cientistas do Centro de
a legislação mais detalhada da América Latina, com
grupo, e que já resultou no maior estudo em relação
Investigação da Biomin têm focado suas atenções
limites para os alcalóides ergóticos em rações, o que é
à ocorrência mundial de micotoxinas – o Biomin’s
nos alcalóides de ergot e em fungos endofíticos. Os
inédito em qualquer legislação no mundo.
Mycotoxin Survey - uma ferramenta que fornece
ergots afetam principalmente o centeio, o tritical, a
importantes informações sobre a ocorrência mundial
cevada e o trigo, tendo um impacto negativo na saúde
de micotoxinas em componentes individuais e nas
e produtividade dos animais. Já os fungos endofíticos
rações animais. A Biomin ainda participa ativamente
(Neotyphodium
do projecto MycoRed, cujo objetivo é desenvolver
(Lolium perenne) e a festuca (Festuca arundinaceous),
micotoxinas nas rações para animais de companhia
soluções estratégicas para a redução da contaminação
produzindo alcalóides, prejudicando a saúde e o
é mais complicado, uma vez que estes animais não
das cadeias alimentares por micotoxinas, através de
desempenho dos animais.
vivem em grupos confinados. É fato, que os fabricantes
regulamento
(EC)
E studos
“Os produtos Mycofix® não se enquadram no simples
conceito de adsorvente. Eles apresentam-se como um produto
inativador de micotoxinas”, Inês Rodrigues, da Biomin.
1831/2003,
bem como, no processamento das rações. A umidade é fator determinante para a proliferação dos fungos e a
temperatura ideal está situada na faixa de 20-30 ºC.
e pesquisas
Algumas toxinas são carcinogênicas, mutagênicas e teratogênicas e podem atuar de várias formas,
isoladamente ou em conjunto, dependendo dos níveis e combinações delas encontradas nos alimentos.
reconhecendo
A European Food
Produzidas por certos fungos presentes naturalmente em produtos e subprodutos agrícolas, especialmente
nos cereais, as micotoxinas são abundantes no solo. Os fungos também podem surgir durante o armazenamento,
As micotoxinas polares são aquelas que possuem cargas elétricas e se juntam ao agente adsorvente levando
à neutralização da toxina. Já as apolares não apresentam cargas elétricas e, portanto, devem passar por um
processo de biotransformação. Este processo consiste na transformação das micotoxinas em compostos químicos
mais hidrofílicos.
O
Um time técnico formado por 7 pessoas para gestão
coenophialum)
afetam
o
azevém
que diz a legislação
Com relação aos alimentos para consumo animal
Têm-se observado uma tendência à uniformização
legislações
Os
em
todos
os
continentes,
bem
prejuízos causados no mercado
de nutrição animal
Mensurar os prejuízos causados pelos efeitos das
32
33
Os Tipos de Micotoxinas
Principais substratos
Fungos produtores
Principal toxina
Principal toxina
Amendoim, milho.
Aspergillus flavus eAspergillus
parasiticus
Aflatoxina B1
Hepatotóxica, nefrotóxica,
carcinogênica.
Trigo, aveia, cevada,
milho e arroz.
Penicillium citrinum
Citrinina
Nefrotóxica para suínos
Centeio e grãos em geral.
Claviceps purpurea
Ergotamina
Gangrena de extremidades ou
convulsões
práticas de manejo por parte dos produtores, visando
o controle dos fungos durante o desenvolvimento
no fornecimento de soluções inovadoras de acordo com
das culturas e o armazenamento dos grãos; a falta de
os últimos avanços científicos, com produtos de alta
fiscalização, por parte do governo federal, dos fornecedores
qualidade. Especialmente no caso das micotoxinas,
de grãos, estabelecendo níveis máximos de micotoxinas; a
a informação existente e os métodos analíticos
falta de remuneração dos produtores por qualidade; poucas
desenvolvem-se a um ritmo alucinante. ‘Os clientes
empresas para monitorar a ocorrência de micotoxinas antes
estão cada vez mais exigentes e, por isso, só irão
da compra das matérias-primas ou para fazer a segregação
estabelecer parcerias com empresas capazes de superar
por qualidade, entre outros pontos.
tais desafios”, analisa a gerente da Biomin, Inês.
Recentemente, Camilo esteve em um evento em
Do ponto de vista da Biomin, o maior desafio está
Para o gerente da Nutriad, Diogo, um dos principais
Buenos Aires que tratou sobre as pesquisas relacionadas
desafios está em detectar os efeitos das micotoxinas
às micotoxinas e os investimentos em equipamentos
em pets, pois depende da análise dos sinais clínicos,
para colocar em prática um programa de controle
já nos animais de produção os efeitos são bem mais
preventivo (PEA 37046) que englobe toda a cadeia,
conhecidos. “O grande problema é conseguir identificar
Milho
Fusarium verticillioides
Fumonisinas
Câncer de esôfago
Cevada, café, vinho.
Aspergillus ochraceus e
Aspergillus carbonarius
Ocratoxina
Hepatotóxica, nefrotóxica,
carcinogênica.
desde a produção de grãos nas fazendas até o uso de
os sinais subclínicos no animal, que muitas vezes são
adsorventes nas rações. “Este programa argentino está
sutis e vagos, por isso, a abordagem mais promissora
Frutas e sucos de frutas
Penicillium expansum e
Penicillium griseofulvum
Patulina
Toxicidade vagamente estabelecida
servindo de base para o MycoRed, que será adotado nos
e prática tem sido a adição de aditivo adsorvente
países produtores de grãos e carne da União Europeia.
multifuncional em todas as rações, independente
O governo brasileiro poderia pensar em algo similar”,
do nível de contaminação”, opina Diogo, gerente da
alerta o gerente.
Nutriad
Milho, cevada, aveia,
trigo, centeio.
Fusarium sp
Myrothecium sp
Stachybotrys sp
Trichothecium sp
Tricotecenos:
T2, neosolaniol,
fusanona x,
nivalenol,
deoxivalenol.
Hemorragias,
vômitos,
dermatites.
Cereais
Fusarium graminearum
Zearalenona
Baixa toxicidade, síndrome de
masculinização e feminização
em suínos
Fonte: http://www.microbiologia.vet.br/micotoxinas.htm
de rações prezam por sua marca e a qualidade da
uso do adsorvente a empresa deixaria de vender R$ 600
mesma, o que consequentemente leva a fidelização dos
mil/mês ou R$ 7,2 milhões em kg de carne de frango/
consumidores. Sabe-se que cães e gatos dificilmente
ano”, exemplifica o gerente da Alltech, Camilo.
irão morrer intoxicados por micotoxinas, mas poderão
Os
apresentar inúmeros problemas de saúde, em alguns
casos, levando-os a morte. Surgem doenças intestinais,
desafios e o que poderia ser
melhorado no
B rasil
na pelagem, há problemas de imunidade e até mesmo a
ocorrência de câncer. “Em aves, por exemplo, a situação
de grande extensão territorial, clima tropical e de
é diferente. Através de um estudo que realizamos
diferenças sociais como o Brasil, o desafio está em fazer
em cooperação com a EMBRAPA Suínos e Aves, em
com que seja dada a devida importância que o tema
Concórdia (SC), com frangos de corte e utilizando
micotoxina merece. “O maior desafio é o educacional. É
milho contaminado com baixos níveis de af latoxina (5
vital que o produtor rural e a indústria de rações sejam
ppb) e fumonisina (2 ppm), incluindo ou não Mycosorb,
treinados quanto às técnicas de controle das matérias-
conseguimos aumentar significativamente a viabilidade
primas, desde a colheita ao armazenamento dos grãos.”
das aves (de 95% para 99%). Este resultado para uma
empresa que abate 150 mil aves/dia, representa um
difíceis as ações de controle das micotoxinas, segundo
retorno financeiro de R$ 600 mil/mês, ou seja, sem o
o gerente da Alltech, Camilo, estão a falta de adoção das
Segundo a executiva da ICC, Márcia, em um país
Dentre os principais problemas, que tornam mais
34
Entrevista
Elizabeth Santin
Por: Lia Freire
“O mundo inteiro sofre com os problemas relacionados às micotoxinas e micotoxicoses. O
principal desafio é o diagnóstico, infelizmente a simples análise de micotoxinas não garante
que o alimento esteja seguro.”
A Professora Doutora e Chefe do Departamento de Medicina Veterinária da UFPR, de Curitiba, Elizabeth
Santin, tem a sua linha de pesquisa baseada nas interferências nutricionais sobre a saúde animal. Possui publicações
em jornais científicos e eventos sobre a temática de micotoxicoses. Consultora para várias empresas sobre a
implantação do programa prático de controle de micotoxicoses, nos concedeu a seguinte entrevista:
35
Revista Pet Food - Quais as principais micotoxinas
presentes na nutrição animal? Em quais alimentos
são encontradas?
Elizabeth Santin - Depende muito da região onde
é produzido o cereal utilizado como ingrediente
ou condições onde o alimento/ingrediente é
armazenado. Os fungos podem crescer em várias
partes do processo de produção do alimento animal
(lavoura, durante o armazenamento do cereal, na
fábrica de rações, nas casas dos proprietários e
mesmo no comedouro dos animais) e dependendo
das condições ambientais há diferentes espécies
de fungos crescendo e várias possibilidades das
micotoxinas serem produzidas.
Falando somente no que se refere às condições
de lavoura, na região Sul do país existe, por exemplo,
o “ambiente ideal” para o crescimento do fungo do
gênero fusarium, que produz a zearalenona e está
presente no milho e, em níveis relativamente altos.
Já a aflatoxina, nos últimos anos, tem aparecido
muito menos em cereais do Brasil.
Quanto ao tipo de alimento mais predisposto às
micotoxinas, podemos incluir praticamente todos os
cereais utilizados na alimentação animal e também
humana como amendoim, arroz, milho, soja, trigo,
só para citarmos alguns. É importante ainda dizer
que quanto mais orgânicas as condições de produção
do alimento/cereal, mais alta a probabilidade de
crescimento fúngico e da presença das micotoxinas.
Revista Pet Food - Quais os sinais clínicos e efeitos
causados nos animais?
Elizabeth - Os sinais clínicos variam muito,
dependendo do tipo da micotoxina (existem mais
de 300 metabolitos) e da espécie animal. Apesar de
existirem muitos relatos de micotoxicoses agudas em
animais (consumo de altos níveis de micotoxinas no
alimento de uma só vez), causando vômitos, diarréia,
hemorragias e até mesmo levar a morte, na maioria
dos casos, os animais são intoxicados de forma
crônica. Este tipo de intoxicação se refere ao animal
ingerir doses relativamente baixas (muitas vezes não
consideradas como tóxicas pela legislação) de forma
continua ou intermitente, ou seja, por vários dias
consecutivos, ou então, param alguns dias e voltam
a consumir de novo o alimento contaminado. Nestes
casos observa-se mudança de comportamento dos
animais, que ficam apáticos e não comem muito.
Pode-se ainda observar diarréia, intensa ou não,
dependendo dos níveis de toxinas ingeridas. Há
casos em que ocorrem falhas reprodutivas, abortos
e, mais importante, imunossupressão, deixando
esses animais susceptíveis a outras enfermidades.
Ao não desconfiar da presença de micotoxicoses
são tratados os problemas secundários advindos
da imunossupressão. Os sinais podem diminuir à
medida que o animal para de consumir o alimento
contaminado, mas o restabelecimento completo
da saúde requer um tempo maior após a troca do
alimento. Outro problema que chama atenção
nas micotoxicoses crônicas é que algumas delas
como aflatoxinas e ocratoxinas, por exemplo, são
consideradas carcinogênicas e isso pode predispor
o animal ao aparecimento de tumores em diversos
órgãos.
Revista Pet Food - Quais os principais desafios no
combate às micotoxinas? E os principais avanços
obtidos até hoje?
Elizabeth - O principal desafio é o diagnóstico,
infelizmente a simples análise de micotoxinas
não garante que o alimento esteja seguro. As
micotoxinas não estão distribuídas uniformemente
no alimento, assim se não existir uma amostragem
adequada não será possível ter segurança na análise
realizada. A maioria das vezes, quando se desconfia
de micotoxicose em animais pelos sinais clínicos,
o alimento nem está mais disponível e isso impede
que o diagnóstico seja confirmado. Apesar disso,
muitas pesquisas no mundo todo, têm buscado
cada vez mais entender os mecanismos de ação das
micotoxinas e tem ajudado a prevenir este problema.
Os produtores de alimento animal têm buscado
maior controle da matéria-prima utilizada, assim
como dos pontos críticos de controle de crescimento
fúngico ao longo da cadeia de produção do alimento.
Revista Pet Food - Atualmente quais os tipos
de micotoxinas que mais vêm afetando o setor
de nutrição animal? Houve alguma mudança
significativa nos últimos anos?
Elizabeth - Hoje existe uma preocupação grande com
toxinas de fusarium, como zearalenona, fumonisina,
tricotecenos (DON, DAS, T2 etc). Antigamente era
muito mais comum encontrar aflatoxina em cereais
no Brasil.
36
37
Revista Pet Food - Como o Brasil está posicionado
em relação ao resto do mundo, em termos de
desenvolvimento de soluções para combater às
micotoxinas?
Elizabeth - O Brasil tem vários grupos de estudo
que pesquisam e publicam resultados relevantes
sobre micotoxinas e micotoxicoses. O Próprio
Ministério da Agricultura tem desenvolvido grupos
de discussão nesta área e algumas medidas de
controle de qualidade em fábrica de rações (Boas
Práticas de Fabricação, por exemplo), ainda que não
diretamente atuando sobre micotoxinas tem ajudado
muito no controle das micotoxicoses em animais, por
melhorarem as condições de fabricação do alimento.
Pessoalmente, vejo que o Brasil está mais avançado
que a maioria dos países latino-americanos em
relação ao controle de micotoxinas e micotoxicoses.
Já em comparação à Europa e América do Norte,
apesar de existirem legislações mais restritas quanto
“Vejo que o Brasil está mais avançado
que a maioria dos países latinoamericanos em relação ao controle de
micotoxinas e micotoxicoses”.
os níveis de micotoxinas em alimento animal, isso não
os coloca necessariamente em condições melhores
de controle destas enfermidades porque dependem
de cereais de outros países para a produção de
seus alimentos. Acredito que o mundo inteiro sofre
com estes problemas. Claro que não se compara ao
descaso que existem em países da África onde a
falta de alimento é tão grande que as micotoxicoses
acabam sendo um problema secundário.
Revista Pet Food - Teria informações sobre os
prejuízos causados ao mercado de nutrição animal
em virtude da presença das micotoxinas?
Elizabeth – É preciso esclarecer que o crescimento
fúngico em grãos e alimentos não provoca somente a
produção de micotoxinas. Pelo contrário, a primeira
perda está relacionada à questão nutricional.
Particularmente, eu acredito que esta seja uma
questão fundamental que deva ser abordada quando
o assunto for micotoxicoses, pois sabe-se que
animais expostos à matéria-prima de má qualidade
estão predispostos a micotoxicoses em níveis muitas
vezes considerados não tóxicos em condições
experimentais. Em condições reais, os animais
têm sido expostos a grãos de baixa qualidade e
contaminados, modificando a avaliação de perdas
relacionadas às micotoxicoses.
Não tenho conhecimento de dados que envolvam
uma perda real relacionada às micotoxicoses em
nutrição animal, o que existe são dados referentes
a micotoxicoses agudas e que não envolvem todo o
prejuízo já ocasionado nos grãos por crescimento
fúngico. Sabe-se que os fungos retiram boa parte da
energia e de alguns aminoácidos específicos dos grãos
e isso, por si só, já representa um grande prejuízo.
Revista Pet Food - Na sua opinião, o que poderia
ser feito ou quais as medidas tomadas para a
prevenção e a redução do problema na área de
nutrição animal?
Elizabeth – Um controle integrado de qualidade
de matéria-prima e medidas que evitem o
crescimento fúngico ou minimize seus prejuízos.
Todas as metodologias de BPF e HACCP podem
ser empregadas com muito sucesso neste aspecto.
É importante conscientizar todos os elos da cadeia
de produção de alimento animal sobre as medidas
de controle fúngico, incluindo os proprietários de
animais que adquirem o alimento e o armazenam
em casa. Evitar condições de umidade e temperatura
que permitam o crescimento fúngico, em todos os
pontos de armazenamento é fundamental. Quando
for necessário utilizar matéria-prima que não esteja
na melhor qualidade é importante uma criteriosa
análise bromatológica para que se busque através de
correções nutricionais evitar prejuízos. Existe ainda
a possibilidade de suplentação de antioxidantes
naturais na dieta como vitaminas e minerais, pois
sabe-se que micotoxinas como a fumonisina
aumenta a demanda do organismo animal por
antioxidantes e a suplementação com vitamina E
e selênio, por exemplo, pode ser uma boa medida
neste aspecto.Também é possível utilizar adsorventes
de micotoxinas. Há muitos produtos comerciais no
mercado e, por isso, é necessário ser criterioso na
escolha, para que realmente se comprove a eficácia
através de avaliações científicas, se possível com
estudos in vivo, mesmo que sejam em espécies
diferentes das que estamos buscando prevenir as
enfermidades.
Todas estas medidas são preventivas, de maneira
que devem ser empregadas continuamente no dia
a dia das fábricas de alimentação animal e não
como medidas esporádicas quando os animais já
apresentam sinais clínicos.
Informe Técnico
38
39
Hidrolisados Funcionais:
A
Um Concentrado de Desempenho
aquacultura é o setor agropecuário de maior crescimento
Pesquisadores da AQUATIV isolaram e concentraram estes
no mundo, com aproximadamente 8% ao ano nos últimos 20 anos
compostos, basicamente constituídos de peptídeos, aminoácidos e
(fonte: FAO, 2010) e sua contribuição com a disponibilidade de pescado
nucleotídeos ativos. Também demonstraram em nossos centros de testes
como alimento à humanidade alcançou praticamente 50%. No Brasil,
que estes compostos ativos são fundamentais para a atividade fisiológica
a atuação da aquacultura também é crescente, com estimativas de
de peixes e camarões, refletindo no desempenho produtivo dos animais.
crescimento de 14% para 2011 (fonte: Sindirações, 2011).
A AQUATIV demonstrou que a atividade biológica destes
Acompanhando este crescimento, produtores e fabricantes de alimentos
compostos de baixo peso molecular exige a presença de matéria-prima
para aquacultura enfrentam atualmente numerosos desafios, como a
fresca de alta qualidade e de um processo suave que evite a desnaturação
constante evolução dos aspectos regulatórios, o surgimento de restrições
protéica. O bioprocesso de hidrólise AQUATIV proporciona um alto
ambientais e a redução global de matérias-primas essenciais, tornando cada
nível destes compostos de baixo peso molecular preservando sua
vez mais difícil combinar alta produtividade com práticas sustentáveis. Neste
atividade biológica: os “Nutrientes Ativos NaturaisTM” (NAN).
contexto, na última década muito tem se discutido sobre a substituição da
farinha de peixe por fontes alternativas de proteína animal e/ou vegetal.
para os animais, além de promover benefícios funcionais e nutricionais,
Naturalmente palatáveis, os NANTM apresentam alta atratividade
Vários estudos demonstraram que o ganho de desempenho através da
permitindo a otimização dos custos de formulação e a substituição da
nutrição clássica, contendo farinha de peixe, dificilmente pode ser alcançado
farinha de peixe. Os Hidrolisados AQUATIV são promotores naturais
com dietas contendo exatamente o mesmo valor nutricional (proteínas,
de crescimento que melhoram a ingestão de alimentos e aceleram o
aminoácidos, gordura), porém sem a farinha de peixe. A diferença pode
crescimento, reduzindo o tempo de cultivo e os custos de produção.
ser explicada devido à presença de componentes biologicamente ativos de
A missão da AQUATIV, empresa pertencente ao grupo
baixo peso molecular presentes na farinha de peixe, que impulsionam o
internacional Diana Ingredients, é desenvolver hidrolisados funcionais
crescimento do animal. Contudo, devido ao tratamento térmico no qual a
naturais que auxiliem produtores de peixes e camarões e fabricantes de
matéria-prima é submetida durante o processo de produção da farinha, as
alimentos a superar os desafios produtivos.
quantidades destes compostos ativos passam a ser muito baixas.
Juliane Gaiotto, Mestre em produção animal especialista em nutrição de peixes e
camarões, AQUATIV DO BRASIL
40
Em Foco 1
41
Análise global dos canais de
informação mais confiáveis
sobre animais pelos consumidores
“O Mercado Animal” - uma análise do Laboratório Adem da Universidade de Parma, verifica o mercado
global de Pet Food e produtos Pet, assim como o acesso de consumidores por informações relacionadas a
posse e cuidados de animais em diferentes canais
Consumidores recorrem mais a pet shops quando procuram por conselhos sobre cuidado animal
U
m olhar global no mercado Pet mostra que as
tempos, 8,3 milhões - quase tão alta quanto à população de
vendas em Pet Food e Petcare estão surgindo na América
gatos de 8,6 milhões.
Latina liderada pelo mercado brasileiro. De acordo com
Euromonitor Internacional, as vendas de produtos Pet
Italiana de Animais, procurou os lugares de maior
Food e Petcare cresceram de US$ 4.8 bilhões para US$
confiança para consumidores obterem informações em
8.3 bilhões de 2005 a 2010. Atualmente, a América Latina
questões relacionadas à posse de animais. A pesquisa
representa 10,2% do mercado global, um aumento de
concluiu que lojas especializadas são os lugares de maior
7,6% em 2005. O Brasil é o maior mercado da região, com
confiança para conselhos em cuidado animal, higiene,
vendas de Petcare em US$ 5.2 bilhões em 2010, seguido
nutrição e registros. Os criadores foram considerados de
por México (US$ 1 bilhão) e Argentina (US$ 645 milhões).
maior confiança por consumidores para garantias em
A Euromonitor prevê que os valores das vendas de Petcare
origem de animais e assistência relacionada, assim como
na América Latina terão 5,5% de taxa de crescimento anual
saúde animal e criação. A pesquisa concluiu que as lojas
composta sobre o período de 2010-2015.
especializadas são mais confiáveis para compra de animais
O crescimento do mercado Pet na América Latina
confiáveis, porém criadores e proprietários particulares de
acompanha o aumento da população animal ao redor do
animais também foram considerados pontos de referência
mundo, incluindo Reino Unido. Uma pesquisa da Mintel
importantes. Embora haja uma pequena competição em
para a Associação de Fabricantes de Pet Food divulgou
canais de informação que ofereçam interação direta, a Web
que cerca de uma em cada quatro (22.9%) famílias do
é considerada uma importante fonte de informação para
Reino Unido possui ao menos um cão, um aumento de
todos os tópicos relacionados a animais.
Uma pesquisa de 2010 da AISAD, uma Associação
2,1% sobre os últimos cinco anos. A população de cães
no Reino Unido está agora no nível mais alto de todos os
Fonte: Euromonitor International
42
Em Foco 2
43
devido ao alto grau de dependência da estagnada economia dos USA,
categoria de produtos cresceu cerca de 36% no período analisado,
da epidemia de vírus H1N1 (gripe suína) e da instabilidade trazida
para US$ 334 milhões.
pela violência associada às drogas.
Inflação e alta dependência da exportação de
“commodities” representam ameaça
Consumidores de maior poder aquisitivo na América Latina
tem demandado intensa busca a produtos Pet e tem aumentado seus
gastos nos cuidados com a saúde de seus animais. De acordo com
o Dr. Valter Yoshio Hato, sócio de uma clínica veterinária em São
produtos para Pet Care alcançou uma taxa de crescimento de 5,5%
Paulo, “Pessoas que escolheram não ter filhos, frequentemente tem
sobre o período 2005-2010, para US$ 10,9 bilhões, aos preços de 2010.
um pequeno animal para preencher o vazio por não ter uma criança,
Isso representa uma significativa redução no ritmo de expansão e é
e por ser “como” uma criança, as pessoas não poupam despesas e
indicativo de um gradual amadurecimento do mercado da região.
então gastam”. Ele acrescenta que “Cerca de 80% dos animais que nos
recebemos aqui na clínica são cães. Outros 15% (mais ou menos) são
risco ao crescimento, particularmente das economias da região que tem
gatos. Os restantes são animais diversos, como macacos. Nós ainda
alta dependência das exportações de “commodities”, em que os preços
outro dia tivemos aqui uma iguana”.
tendem a ser bastante cíclicos, e o risco apresentado pela inflação. Por
As operações simples custam desde US$ 30 e vão até US$ 1.700
exemplo, os preços na Argentina foram inflacionados de 6,3% a 10,4%
nos casos mais complexos, como procedimentos em coluna e remoção
entre 2009 e 2010, mas alguns economistas independentes acreditam
de cataratas nos olhos. De um modo geral as vendas nos cuidados com
que os preços aos consumidores aumentaram até 30% durante o ano.
a saúde dos Pets na América Latina, excluindo aqui a prescrição de
Enquanto o mercado de alimentos para pets tem demonstrado sua
medicamentos, aumentou de US$ 69,4 milhões para US$ 119,1 milhões
capacidade de lidar com as pressões inflacionárias, como em 2008, um
no período analisado, um aumento de 71,6% segundo os dados da
novo enfrentamento afetaria o crescimento da renda e inevitavelmente
Euromonitor International.
colocaria por terra a estelar performance do recente crescimento.
Recentemente, em São Paulo, foi realizado o Congresso sobre
Produtos para Pets, ilustrando a crescente demanda na região de
Expansão da classe média conduz
a um “boom” de produtos PET
na América Latina
INFLEX 1-2.pdf
16:31
outros produtos1para22/11/10
Pets, como
as roupas. O valor das vendas nesta
Liderado pelo vibrante mercado brasileiro, as vendas de alimentos e de produtos Pet Care
estão surgindo na América Latina na esteira de uma emergente e forte classe-média
C
Expansão da renda familiar
Crescimento das vendas em percentuais de
dois dígitos
O crescimento da renda familiar tem sido o condutor
A América Latina, indubitavelmente, tem sido a
do aumento do valor das vendas. De acordo com os dados
protagonista no mercado global de produtos para o
da Euromonitor International, a proporção de famílias
cuidado animal nos últimos anos. No período em análise,
brasileiras com uma renda anual de no mínimo US$
de 2005 a 2010, o valor das vendas de alimentos e produtos
25,000 na avaliação do poder de compra, saltou de 21,7%
Pet Care cresceu de US$ 4,8 bilhões para US$ 8,3 bilhões,
para 30,1% durante o período analisado, enquanto que
conforme dados da Euromonitor International. Isto
na Argentina a expansão foi de 33,5% para 44,8%. Chile,
representa uma taxa de crescimento anual de 11,9%.
Venezuela e Peru também apresentaram aumento neste
Como consequência a participação no mercado global
tópico. Estes crescimentos são indicativos do surgimento
contabilizada para a América Latina cresceu de 7,6% em
desta vibrante classe média, algo que era previamente
2005 para 10,2% em 2010. O Brasil é de longe o maior
notado como ausente na América Latina.
mercado na região, com um volume de vendas de US$ 5,2
bilhões em 2010, seguido do México com US$ 1 bilhão e
da região, mais notadamente no México e Colômbia,
da Argentina com US$ 645 milhões.
foi muito menos expressivo e isto ocorreu grandemente
Contudo, o crescimento da renda em alguns países
M
Y
CM
MY
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K
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A Euromonitor International divulgou que o valor das vendas de
Esta previsão também leva em conta um número de fatores de
Para melhores esclarecimentos, favor contatar Emily Woon, titular
de pesquisas de cuidados com os pets da Euromonitor International on
[email protected].
44
Em Foco 3
45
ATENDIMENTO
O Cliente é um Rei
N
Saul Jorge Zeuckner
Diretor Comercial
Rações Algomix / Ki-Tal
Alimentos
esses últimos dias, tive novamente uma
oportunidade de aprender mais um pouco sobre o
atendimento e quero dividir com vocês essa experiência,
que sem dúvida nos fortalece como vendedores, como
profissionais de negócios.
A primeira lição foi de um caso onde uma
funcionária da empresa de informática (sistemas),
que atende a Algomix no suporte a nossa equipe do
administrativo, que colocou em seu MSN, uma frase
muito interessante para quem faz atendimento, ou seja,
quem vende. Sim, porque quem dá suporte de sistemas,
também é um vendedor, vocês têm dúvida disso? Todos
somos vendedores e no caso desta funcionária que
presta serviços de suporte, nós necessitamos do serviço
dela, para realizar o nosso trabalho e veja só o que ela
teve coragem de colocar no MSN.
“Não incomodem”.
Acredite, essa é a frase escrita para quem tentasse
chamá-la ao MSN, para resolver algum problema, ou
seja, se alguém precisasse dos serviços ao qual ela está
contratada para fazer.
Chamou-me demais a atenção este fato e nos coloca
mais uma vez na mesa de discussões, para falar de valores,
de princípios, de responsabilidades, coisas que qualquer
colaborador deveria fazer. Ora, se sou um funcionário
de suporte em sistemas tem que estar disponível a
qualquer hora, em qualquer momento. Como posso
fazer um absurdo desses de dizer ao meu cliente que
não me incomode? O cliente incomoda? Se tratarmos
os nossos clientes como essa pessoa despreparada fez
conosco, vamos à falência; vamos quebrar. Precisamos
tratar o cliente com respeito, com admiração, com
responsabilidade. Fazendo ele se sentir um Rei, porque
na verdade o cliente é um Rei, ou pelo menos deve ser
tratado como tal.
O cliente é tudo para a empresa. Imagine sua
empresa, ou seu local de trabalho, sem os clientes.
Tente fazer essa avaliação. Pare um tempo e reflita
sobre isso, sua empresa, a empresa que você trabalha,
sem vendas. Já imaginou como seria a sobrevivência
sua e de sua empresa?
Tal falha de atendimento tem levado inúmeras
empresas a enfrentar dificuldades, pois o mercado
não admite mais essas pessoas despreparadas. Temos
que ser bons naquilo que fazemos independente de
qualquer função que exerçamos na empresa, para que
a companhia como um todo, possa progredir e cumprir
com sua missão.
Estive lendo uma reportagem que fala de Tiger
Woods, simplesmente o maior jogador de golfe de todos
os tempos. Você não precisa saber jogar Golfe, para saber
quem é Tiger Woods, ele é o Jogador de golfe mais bem
sucedido de toda a história e ainda está em atividade. Ele
está descontente com sua tacada e contratou um novo
técnico para poder modificar seu jeito de bater na bola.
Acreditem, apesar de possuir a melhor tacada do mundo
ele ainda está insatisfeito. Esse descontentamento
dele é com ele mesmo. Na entrevista, ele diz que não
dorme porque acha que pode melhorar as tacadas e está
treinando muito para melhorar nesse aspecto. Este é o
espírito dos vencedores; não se contentar nunca, buscar
melhorias sempre, ir ao seu limite, ser a cada dia melhor.
Para vendedores, supervisores, gerentes e mesmo a
diretoria das empresas, tem que possuir esse espírito, da
melhoria contínua. Se tiverem oportunidade de assistir
ao documentário de Airton Senna, que foi um vencedor
incontestável, verão que ele também fazia de tudo para
ser o melhor. Aquelas corridas debaixo de chuva, que
ninguém conseguia acompanhar o Senna Foram muitos
anos de treino. Ele queria ser sempre o melhor, buscava
seu limite, mas sempre foi um vencedor.
Não tem como sermos vencedores, sem dedicação,
sem planejamento, sem organização, portanto, para que
nosso atendimento seja o melhor, necessitamos treinar,
aprender a cada dia e acima de tudo nos dedicar a essa
profissão maravilhosa de vendas.
46
Segurança Alimentar
47
Contaminantes Químicos de Rações
NH
N
HN
5
parte 12
6
7
NH
Histamina
2
HO
Tiramina
NH
4
β
3
2
NH
2
2
Feniletilamina
N
2
1
H
Triptamina
H N
NH
2
2
Cadaverina
Figura 2. Estruturas químicas de algumas aminas biogênicas.
2. Toxicidade
Os níveis de aminas biogênicas produzidas e detectadas em
vários alimentos têm sido constantemente avaliados devido à
sua elevada toxicidade, a qual aumenta com o aumento do PM
e concentração de aminas presentes. A Tabela 1 apresenta as
principais aminas biogênicas, seus efeitos toxicológicos e
sintomas em casos de ingestão de alimentos com teores elevados.
Aminas biogênicas versus produtos derivados de pescado –
Escombrotoxicose: a Escombrotoxicose é causada pela ingestão
de peixes com altos níveis de histamina e suas variantes
produzidas pelas bactérias Morganella morganii, Proteus
vulgaris, Citrobacter feudii e o Photobacterium phosphoreum.
Estas
bactérias
decompõem
a
carne
do
pescado
pela
descarboxilação da histidina transformando-a em histamina e
desencadeando um quadro alérgico.
A escombrotoxicose foi historicamente designada de
“envenenamento por escombróides”, pois era frequentemente
associada a peixes como atum e cavala, pertencentes à família
A minas Biogênicas
Aminas biogênicas são formadas como conseqüência do
1. Classif icação e formação de
dos Scombridae.
As aminas biogênicas são classificadas de acordo
processo metabólico natural de animais, plantas e microrganismos.
com sua estrutura em: heterocíclicas (histamina e
Em alimentos frescos (animal ou vegetal) elas são
triptamina), aromáticas (tiramina e feniletilamina)
geralmente encontradas em concentrações muito baixas
e alifáticas (putrescina, cadaverina, espermina e
(<10 ppm). Contudo, em alimentos in natura (não frescos)
espermidina).
e/ou processados à partir de matérias primas (pescado,
carnes, ovos e leite) não conservadas ou apresentando início
formadas através da descarboxilação de aminoácidos
de deterioração, esses compostos podem estar presentes em
livres por enzimas da microbiota ou pela aminação
concentrações elevadas (>50 ppm) causando intoxicação
de aldeídos e decomposição de fosfolipídios. Como a
quando ingeridas.
contaminação microbiana é acompanhada de aumento
São bases orgânicas de baixo PM e podem ser
na produção das enzimas de descarboxilação, a presença
de aminas biogênicas pode ser um bom indicador da
qualidade do alimento.
Microrganismos, tais como os dos gêneros
Enterobacteriacae,
Morganella,
Clostridium,
Proteus,
Hafnia,
Lactobacillus,
K lebsiella,
Citrobacter e Photobacterium podem ser produtores
desses compostos quando se desenvolvem nos
Figura 1. Pescado fresco, quando não refrigerado, logo
após sua captura e utilizado na alimentação para pets
pode favorecer a contaminação por aminas biogênicas.
alimentos.
Figura 3. Captura de atum - pescado da família Scombridae
-que deu origem a denominação - Escombrotoxicose.
48
49
tanto úmidos quanto secos, a possibilidade de contaminação
Tabela 1: Efeitos tóxicos e sintomas causados pela ingestão de alimentos com teores elevados de aminas biogênicas
é uma realidade. Alguns trabalhos têm sido desenvolvidos
Aminas Biogênicas
HISTAMINA
quanto à presença de aminas biogênicas em alimentos
destinados a esses animais.
Glória e colaboradores (2010) analisando 10 amostras
de ração destinadas a cães adultos e filhotes, o nível total de
aminas foi significativamente alto em rações para adultos se
comparado com rações para filhotes (18,2 e 10,5 mg/100g
respectivamente). A cadaverina foi a amina mais encontrada
Efeitos tóxicos
Vaso dilatação
Libertação de adrenalina e noradrenalina
Excitação da musculatura lisa do útero, intestino e respiratório
Estimulação dos neurônios sensoriais e motores
Controle da secreção ácida gástrica
Mediador primário da resposta alérgica imediata
Cutâneos: erupção, urticária, edema
e inflamação localizada
Gastrointestinais: náuseas/diarréia/contracções abdominais
Outros: hipotensão, dor de cabeça, palpitação, formigueiro
(casos severos: sensação de queimadura, broncoespasmos
e dificuldade respiratória)
Vaso constrição
Aumento da pressão sanguínea
Hipertensão
Vaso constrição, Aumento do débito cardíaco, da pressão
sanguínea, da taxa respiratória e da glicose no sangue
Libertação da noradrenalina a partir do SN parassimpático
Aumento das pupilas, lacrimação e salivação
Dor de cabeça e enxaqueca
Hipertensão
Vaso constrição
Libertação da noradrenalina a partir do SN parassimpático
Aumento da pressão sanguínea
Dor de cabeça e enxaqueca
Hipertensão
Diminuição da pressão sanguínea
Bradicardia
Pontencia a toxicidade das outras aminas
Paresia das extremidades
TRIPTAMINA
em ambas as rações (26,3 e 24,3 respectivamente). Em
adultos, a cadaverina foi seguida pela tiramina (24,9%),
putrescina (19,7%) e espermidina (12,3%), enquanto em
TIRAMINA
rações para filhotes, foi seguida pela espermidina (22,6%),
tiramina (16,8%) e putrescina (16,5%). Importante observar
as alergias desenvolvidas em pequenos animais quando os
FENILETILAMINA
mesmo são alimentados com rações derivadas de pescado.
5. Métodos de análise e legislação
Alguns métodos descritos para análise de aminas
Figura 4. Alimentos para gatos, úmidos e/ou secos,
contendo pescado ou seus resíduos podem ser fonte de
aminas biogênicas.
biogênicas são os baseados na cromatografia (em camada
Os animais são sensíveis à escombrotoxina (histamina),
Os limites máximos de histamina e tiramina permitidos
porém os em idade avançada bem como os enfermos,
em alimentos são claros na legislação de muitos paises. No
estão sujeitos aos sinais mais graves com insuficiência
Brasil, o Ministério da Agricultura, através da Portaria
respiratória e choque anafilático.
185, 13/05/1997 (BRASIL, 1997), estabelece o limite
eletroforese capilar.
3. Fatores que influenciam a ocorrência
desses compostos
músculo de peixes das espécies pertencentes as famílias
Os fatores predominantes na produção de aminas
e Pomatomidae.
Scombridae, Scomberesocidae, Clupeidae, Coryphaenidae
processamento, são o TEMPO e a TEMPERATURA
6. Conclusão
em que o produto é exposto após a captura e durante o
A presença de aminas biogênicas em alimentos
armazenamento.
destinados a pets pode ser um indicativo da qualidade e das
Nos ambientes tropicais, onde o pescado é capturado em
condições higiênico-sanitárias nos quais os mesmos são
águas com temperatura que excedem em muito os 20ºC,
processados e/ou armazenados. Pela sua elevada toxicidade
as condições tornam-se favoráveis à produção de aminas
é importante o seu controle para evitar intoxicações
biogênicas
positivas,
alimentares. O Grupo do Labmico – Laboratório de
havendo assim uma necessidade evidente de, no mínimo,
Contaminantes alimentares da UFSC está desenvolvendo
manter o pescado refrigerado após a sua captura. Embora o
um projeto de avaliação de aminas biogênicas em alimentos
crescimento bacteriano seja inibido à temperaturas de zero
para gatos e cães à base de pescado.
bactérias
descarboxilase
a 5ºC, a atividade enzimática não cessa, continuando assim
7. Recomendação de leitura
a formação de aminas.
Outro fator importante para a produção de aminas é o pH.
BRASIL. Portaria No 185 de 13 de maio de 1997.
Existem trabalhos que encontraram níveis elevados de
Regulamento técnico de identidade e qualidade de peixe
tiramina nas sardinhas a pHs baixos, sendo a atividade da
fresco (inteiro e eviscerado);considerando a necessidade
descarboxilase favorecida quando em ambientes ácidos (pH
de padronizar os processos de elaboração dos produtos
de 4,0 a 5,5).
de origem animal. Ministerio da Agricultura. Brasília,
DF. MA, 1997. Disponível em: <http://extranet.
4. Aminas biogênicas em alimentos para pets
Considerando que derivados e resíduos de fábrica de
pescado são utilizados na fabricação de alimentos para pets,
(Önal, 2007)
the determination of biogenic amines in foods. Food
patogênicas
Chemistry 103:1475-1486, 2007.
encontradas e/ou se desenvolver nos ingredientes
Gloria, E.M.A.; Goes, F.C.S.; Silva, T.M. Profile and
utilizados no processamento de alimentos para pets
levels of bioactive amines in adult and puppy dog food.
bem como nos produtos finais.
agricultura. gov.br/sislegis-consulta>. Acesso em: 18
nov. 2010.
Önal A. A review: current analytical methods for
e
enterotoxigênicas
que
podem
ser
In: Scussel, V.M.; Nones, J.; De Souza Koerich, K.;
Santana, F.C. de O.; Beber, M.; Neves, L.S.D’e.; Manfio,
D. International Conference on Pet Food Quality &
biogênicas, após a captura, preparo do pescado e/ou seu
pelas
CADAVERINA e PUTRECINA
delgada, liquida e gasosa) além de ensaios bioquímicos e
de 100 ppm (100 mg / kg de músculo) de histamina no
Sintomas
Safety & 14th National Mycotoxin Meeting Abstract
Book, 180pp, Florianópolis, SC, Brazil, p.52, 2010.
No próximo exemplar serão abordadas as bactérias
Profa. PhD Vildes M Scussel, MSc Karina Koerich de Souza,
Janaina Nones, Daniel Manfio.
Laboratório de Micotoxicologia e Contaminantes
Alimentares - LABMICO, www.labmico.ufsc.br Depto de
Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências
Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, SC – Brasil.
50
Pet Food Online
51
Efeito dos níveis de gordura interna total na densidade do produto:
Gordura total na receita(%)
2.0
7.0
12.0
17.0
Processo de Extrusão
LIPIDS
soxhlet. No entanto, as ligações lipídicas que ocorrem
Lipídios pertecem a família de produtos que
durante o processo extrusão não afeta a digestão quando
incluem todas as gorduras e óleos. O valor nutricional
o alimento extrusado é consumido. Se o processo de
dos lipídios podem ser afetadas pelo processo de
extrusão é realizado com umidades baixas (<20%) e
extrusão através de diferentes mecanismos, tais como
altas temperaturas (> 150 ° C / °> 302 ° F), é bastante
isomerização, oxidação ou hidrogenação.
provável que haverá a formação de complexos lipídio /
amilose e lipídio / proteína. Os ácidos graxos livres e
Sabe se que a recuperação de gordura usando o
metodo de extrato etéreo é menor após o processo de
lipídios polares são os mais reativas nessas situações.
extrusão, em contra partida a quantidade de gorduras
ou lipídios é muito semelhante antes e após a extrusão,
a impactar no processo de extrusão. O torque é reduzido
quando se utiliza o método de extração por hidrólise
porque as gorduras e óleos diminuem o atrito no canhão
ácida antes da extração com éter. Considerando este
da extrusora e a expansão do produto é reduzida por
aspecto a
causa da pressão insuficiente desenvolvidos durante a
análise gordura dos produtos extrusados
deve incluir a hidrólise ácida, e não apenas o método de
Teores lipídicos acima de 7% na receita pode começar
extrusão. (veja abaixo).
aumenta os valores de peróxidos e outros produtos de
oxidação (Rao e Artz, 1989).
A adição de antioxidantes tais como BHA, BHT,
etoxiquim, misturas de tocoferóis e/ ou acetato de ferro
reduz a oxidação lipídica em produtos extrusados. Os
Lipídios são muito estáveis durante o tratamento
níveis típicos de antioxidantes são 0,2% do nível total
térmico, e por causa do conteúdo lipídico relativamente
de gordura na receita. Ácidos cítrico e ascórbico são
baixo em grãos de cereais, a sua transformação durante
frequentemente adicionados a nível de 0,01% como
a extrusão não tem sido fortemente investigada. Como
sequestradores de oxigênio e atuam sinergisticamente
a maioria dos outros componentes, existem possíveis
com os antioxidantes ,, diminuindo a disponibilidade de
interações entre lipídios e proteínas, e as interações
oxigênio.
definitivas entre lipídios e amidos.
Os produtos extrusados têm sido geralmente
utilizados no processo de extrusão
estáveis e livres de rancidez enzimática. A rancidez pode
suficientemente altos para a destruição térmica de
ser causada por alterações hidrolíticas e oxidativas. Os
lipídios. Pesquisadores observaram a formação de
ácidos graxos livres são prejudiciais aos alimentos,
complexos lipídios / amilose durante a extrusão.
porque eles são mais suscetíveis à oxidação do que os
Lipídios polares e de ácidos graxos livres, tendem a
triglicerídeos. Os ácidos graxos livres são também
formar laços mais fortes nestes complexos do que os
responsáveis por alguns sabores desagradáveis que
lipídios não polares.
pode afetar a palatabilidade. A hidrólise de triglicérides
a ácidos graxos livres e glicerol não parece ocorrer, de
em alimentos para animais de estimação e aquáticos
forma significativa, durante o processo de extrusão.
uma vez que são uma excelente fonte de energia. Os
Na verdade, a extrusão pode impedir esta hidrólise
níveis de gordura de produtos extrusados podem
pela desnaturação de enzimas hidrolíticas. Devido ao
exceder 30%, mas geralmente são inferiores a 22% do
fato de que as lipases e as peroxidases são geralmente
alimento. Qualquer requerimento adicional de nível
inativadas durante condições normais de extrusão,
de gordura é normalmente aplicado como cobertura
a estabilidade do produto é melhorada. A rancidez
externa.
CLAUDIO MATHIAS
ANDRITZ FEED & BIOFUEL
EXTRUSION DIVISION
[email protected]
[email protected]
densidade do produto (g / l)
256
309
408
533
As altas temperaturas e o curto tempo de retenção
são raramente
Lipídios ou gorduras são componentes importantes
oxidativa pode ser um problema quando temperaturas
extremamente altas e umidades baixas são empregadas
durante a extrusão. Temperatura excessiva de extrusão
Continuação na próxima edição
52
Pet Market
53
A minha vida no campo
Limma Júnior
Diretor da Nutridani
Alimentos
S
empre fui um grande fã dos animais. Quando
bezerro, era mais que uma vitória. Por sorte não tentei a
eu morava no sítio com meus pais, em Registro (SP),
carreira de ‘peão de boiadeiro’. Por sorte mesmo porque
acordava com o barulho das criações. Era mugido de
com a mira que eu tinha, passaria fome.
vaca no curral, grunhido de porco no chiqueiro, latidos
Sem dizer os outros bichos. Não me lembro bem a época
de cachorros e miados de gatos embaixo da janela do
e nem o ano, mas cheguei a ter 21 gatos espalhados pelo
meu quarto. Basicamente era uma sinfonia. Não era a
sítio. Eles não eram exatamente meus. Eram gatos sem
de Beethoven, mas para quem sente apreço pela vida no
donos, gatos andarilhos e tinha até os gatos dos vizinhos,
campo, esses barulhos são tão bons quanto às musicas do
que também apareciam e por ali ficavam. Era gato em
nosso criativo compositor alemão. Da minha infância até
cima do trator, gato na árvore, gato embaixo do tanque
a adolescência, cresci nesse meio nostálgico. Da minha
e da máquina de lavar. Eles se tornaram tantos que, às
casa, na época, até a cidade, eram pouco mais de 18 km.
vezes, os miados coletivos incomodavam.
Seis deles de moto até a rodovia e os restantes de ônibus
até Registro. Eu e minhas duas irmãs fizemos isso por
engraçadas. Ainda lembro-me da primeira vez em que fui
anos, até cada um passar em uma universidade diferente.
caçar passarinho de estilingue. Naquela época, com 10
Foram bons anos.
anos, ainda não tinha consciência do errado. E nem tinha
Ao escrever esse artigo apareceram mais situações
Talvez eu tenha tirado dessa vida roceira, da qual
como ter porque isto era normal no ambiente roceiro em
eu me orgulho, o gosto apurado pelos animais. Ainda
que eu vivia. Na primeira ‘pelotada’ do então caçador, a
lembro-me do meu bezerro, o Bastião, que andava
minha primeira janela quebrada. A janela da casa do meu
devagar e era carinhoso como um cão ou mesmo um
avô. Como meus pais não me deixavam sair para muito
gato. Devido a problemas de gestação, ele nasceu doente.
longe, era obrigado a caçar no quintal de casa, o qual
Viveu uns quatro anos e tinha o tamanho de um pônei.
era cheio de arvores, mas também tinha a casa dos meus
Tinha cara de dó, assim como a minha cocker, a Malu.
avôs. Do mesmo jeito que ganhei o estilingue eu o perdi:
Mas era uma figura.
ainda me recordo do olhar de reprovação da minha mãe.
O Bastião era vermelho. Tinha o pescoço curto e as
Dois dias depois lá estava eu com o estilingue em
orelhas grandes. Para falar a verdade, aquelas orelhas
uma mão e uma pedra na outra. Pronto. Derrubei o meu
eram grandes demais para o tamanho da cabeça. Ficavam
primeiro passarinho. Não me lembro mais qual era a
desproporcionais. Mas o malandro sabia que era especial.
espécie, mas lembro que senti um remorso tão grande
Tanto que, em todas as vezes em que ele fugiu dos pastos
por aquela ação que larguei a arma no crime do chão e
onde ficava, não recebeu nenhuma repreensão, comuns
fui para casa. O passarinho virou alimento para alguns
em sítios pequenos como o nosso em Registro. Até a
amigos que estavam comigo.
mãe dele, uma vaca que não tinha raça, mas parecia um
nelore de tão brava e arisca, cuidava dele mesmo depois
hoje paro para pensar o quanto ela se tornou importante
do tempo da desmama. Era um sarro.
para mim. Dessa forma, trato os cães e gatos não apenas
Assim foi minha vida na infância. Nada demais. Mas
Com meus oito anos, brincava de laçar o Bastião.
como um negócio, mas como seres merecedores de
Quase nunca acertava. Eu era ruim que doía. Mas nas
respeito. Essa deve ser a filosofia de vida para quem
vezes na qual o laço alcançava o pescoço curto daquele
trabalha no meio petfood.
54
Caderno Técnico 1
55
legumes, leguminosas, cereais e produtos de origem animal
de rações cada vez mais complexas tanto para cães quanto
e isto faz com que o aproveitamento destes nutrientes seja
para gatos, tornam necessário um maior conhecimento das
maximizado. Já os alimentos comerciais de animais de
necessidades nutricionais de minerais por estes animais.
companhia são submetidos a processamentos mais danosos
Os microelementos minerais (ou oligoelementos)
a determinados nutrientes presentes naturalmente nos
estão presentes em quantidades muito pequenas nos
ingredientes, como a extrusão e a pasteurização, por exemplo.
tecidos (ppm) e atuam em doses ínfimas. Ao contrário dos
Somado ao processamento principal, é conveniente lembrar
macroelementos, não entram na estrutura dos tecidos,
que muitas das matérias primas, como as farinhas de origem
salvo em raras exceções (iodo da tiroxina, ferro da
animal e mesmo os subprodutos vegetais foram submetidos
hemoglobina). As carências agudas com sintomas graves
anteriormente ao processo de extrusão, à autoclavagem,
são raras na prática, mas podem existir subcarências com
secagem e prensagem. Todos estes processamentos
repercussão sobre o desempenho e a saúde dos cães e gatos.
levam a perdas nutricionais importantes, perdas que
As carências podem ser induzidas também por excesso de
exigem que formulações de alimentos comerciais atentem
outros fatores alimentícios, produzindo-se as interações
cuidadosamente para o fornecimento correto de micro
já descritas. Os métodos de estimação das necessidades
nutriente, evitando assim os riscos inerentes à deficiência ou
dos microelementos são geralmente muito globais e
excesso dos mesmos.
as variações das concentrações nas rações são difíceis
Assim esta revisão objetiva a discutir sobre os
de apreciar, de maneira que os aportes recomendados
microelementos minerais e vitamínicos e a importância
comportam inevitavelmente uma certa imprecisão.
de escolher as mesclas corretas para a incorporação em
alimentos comerciais.
como necessidades “mínimas”, entretanto é importante
As recomendações do NRC 2006 são consideradas
considerar, ademais das necessidades mínimas, as possíveis
2 – ELEMENTOS MICRO MINERAIS
inter-relações que possam vir a ocorrer entre os próprios
As características genéticas, principalmente dos cães
minerais e entre os minerais e outros componentes da dieta.
de raças grandes, o surgimento de várias modalidades
Na prática, não basta apenas realizar um aporte
esportivas para cães, a interação saúde-nutrição e a utilização
de minerais sem considerar os distintos fatores que
Premix Mineral e Vitamínico em
alimentos comerciais de cães e gatos
Parte 01
1 - INTRODUÇÃO
mínimas diárias e, tão pouco, com os excessos.
Em humanos, as necessidades dos ditos micro
nutrientes, aqueles exigidos em concentrações mínimas
com deficiências ou excessos determinados nutrientes, a
(determinadas em ppm e ppb), é bastante semelhante,
variabilidade alimentar corrige certas distorções que por
quando comparadas em peso metabólico, às necessidades
ventura venham a ocorrer, o que não é verdadeiro quando
destes mesmos nutrientes nos animais, incluindo os animais
animais de companhia recebem rações comerciais, onde caso
de companhia, entretanto, salvo em situações específicas,
ocorra possíveis erros nas quantidades destes nutrientes,
como atletas e patologias,
sejam por falta ou por excesso, estes erros se maximizam
o suprimento destes micro
Se, por um lado, humanos podem ingerir alimentos
nutrientes se faz na maioria das vezes, pela dieta de rotina
devido á repetição da mesma dieta, por anos a fio.
dos indivíduos. Embora muitos alimentos humanos sejam
enriquecidos com minerais e vitaminas, não existe uma
consistem em alimentos crus ou submetidos á processamentos
grande preocupação de suprir exatamente as quantidades
mínimos, como a cocção. Incluem-se nestas dietas frutas,
Além disto, dietas humanas, como são multivariadas,
56
Caderno Técnico 1
57
vão influenciar sua absorção e, portanto, utilização no
Isto se complica mais se considerarmos as interações entre
organismo. Existem diversas circunstâncias que vão influir
vitaminas (p. ex., um excesso de niacina pode deprimir a
na eficiência com a qual um mineral é absorvido:
vitamina D e interferir, portanto, na assimilação e uso do Ca).
2.1. Interações entre minerais
2.3. Interações entre Minerais e Gorduras
a) Formação de precipitados insolúveis quando dois ou mais
cátions competem pelo mesmo ânion. Este é o caso do ácido
deste mineral no organismo. Um exemplo é a inter-relação
fítico, pois quando um sal solúvel é ionizado no intestino, o
existente entre os microminerais e os ácidos graxos,
cátion pode ser seqüestrado por ele, formando fitatos, que
formando sabões insolúveis no trato digestivo. Além disso,
são sais estáveis e insolúveis, o que os torna não absorvíveis.
há interações entre a síntese de ácidos graxos essenciais e
Esta reação ocorre, sobretudo, com Ca, Zn e Fe.
minerais. Neste caso, em dietas para cães e gatos, que contem
Por outro lado, pode ocorrer que quando a molécula
normalmente altos níveis de lipídios, esta interação deve ser
ligante não esteja presente em excesso, a suplementação de
levada em consideração para uma formulação exata da dieta.
Estas interações podem influir na biodisponibilidade
um elemento pode aumentar a disponibilidade de outro ao
reduzir-se suas possibilidades para formar complexos (p.ex.,
2.4. Interações Fibra-Minerais
quando se adiciona Cu à dieta a concentrações relativamente
altas aumenta-se a disponibilidade de elementos traços
fibra não digestível interfere e diminui a absorção de grande
como o Zn, diminuindo a incidência de dermatoses).
parte dos minerais. Estes estudos têm se concentrado,
Também pode ser citado o exemplo dos fitatos
sobretudo na diminuição da absorção de Ca, P, Mg e Zn.
Diversos estudos têm demonstrado que a presença de
(hexafosfato de inositol) que ao ser analisado no laboratório é
considerado como P total, mas os cães e gatos não são capazes
2.5. Interferência pH-Minerais
de romper esta molécula por não existir suficiente fitase no
intestino, tornando o P não assimilável. Estes fenômenos de
mineral já que, em geral, pHs alcalinos diminuem a
precipitação podem ocorrer também com fosfatos e oxalatos.
absorção (exceto dos metais alcalinos) e os cátions tendem a
b) Competição entre cátions pela mesma proteína de
formar precipitados insolúveis quando o pH é elevado.
transporte, para passar a parede intestinal. Um exemplo
O pH intestinal tem grande influência sobre a absorção
TABELA 1 - Microelementos minerais funcionais na nutrição animal.
deste fenômeno ocorre entre o Fe e Cu, que são antagonistas,
Microelementos
Cobalto
Cobre
Cromo
Estanho
Flúor
Iodo
Manganês
Molibdênio
Níquel
Selênio
Silício
Ferro
Vanádio
Zinco
competindo pela transferrina (o Cu tem preferência de
união, o que pode diminuir a absorção de Fe).
c) Os processos enzimáticos essenciais podem ser
bloqueados pela troca de um cofator metálico por um metal
inativo. Um exemplo é o que ocorre com uma das enzimas
essenciais à síntese de porfirina (fração da hemoglobina)
que é ativada pelo Zn mas inibida pelo chumbo (Pb).
d) Quando um metal que forma parte de uma metaloenzima
é substituído por outro, a atividade enzimática pode bloquear,
acelerar ou não variar. É o caso da carboxipeptidase (uma
metaloenzima de Zn). Quando Zn é substituído pelo Co há
uma diminuição de atividade enzimática.
Adaptado de Nunes (1998).
e) Quando há um aporte excessivo de um metal, não somente
2.6. Minerais quelatados
há uma menor absorção intestinal sendo que também há uma
reexcreção no lúmen intestinal do excesso de metal, o que
controle homeostático de minerais no organismo animal
pode acarretar excreção de outros metais durante o processo.
não estejam ainda bem estabelecidos, sabe-se que um dos
f) Mesmo que tenhamos considerado estas interações
fatores que mais influenciam na absorção dos minerais
de forma isolada, geralmente se produzem simultânea ou
é a sua forma química. Também já se sabe que os micro
consecutivamente mais de um processo.
elementos fornecidos sob a forma inorgânica podem ter sua
Embora detalhes bioquímicos sobre o mecanismo de
biodisponibilidade influenciada por fatores como outros
2.2. Interações Vitamina-Minerais
nutrientes da dieta (minerais, proteínas e carboidratos),
bem como condições fisiológicas do próprio animal.
As vitaminas também podem interferir na absorção
intestinal de minerais, tal como o caso do aumento na
absorção de Fe causado pela vitamina C, ou a necessidade
para desenvolver micro elementos mais estáveis e
de vitamina D para absorção do Ca através do intestino.
biodisponíveis, sob a forma de quelatos, justamente para
Este fato levou à busca, nos anos recentes, de técnicas
58
Caderno Técnico 1
59
favorecer determinados processos metabólicos e fisiológicos
dietas submetidas a altas temperaturas, os quelatos
quantificados. A competição é especialmente acirrada
que normalmente não são realizados com capacidade plena,
podem ser obtidos por exposição de elementos minerais
entre os íons minerais Cu, Zn, e Fe, que disputam a mesma
fato de existir uma necessidade específica de certos tecidos
quando os micro elementos são fornecidos da maneira
e aminoácidos a temperatura e vapor adequados.
via de absorção. Deste modo, uma dieta com altos níveis
e sistemas enzimáticos do organismo por determinados
convencional.
O uso de minerais ligados a aminoácidos decorre do
Outra forma de quelatação possível seria através de
de cobre pode bloquear a absorção do Zn e do Fe, levando
tipos de aminoácidos. Como sabemos, os aminoácidos são
anéis
microrganismos, mais comumente fungos e leveduras.
a deficiências destes últimos.
os compostos primários das proteínas. Assim, quando
heterocíclicos de coordenação, constituídos por um átomo
Segundo Lyons (1993) alguns microrganismos podem
Outros fatores interferem na absorção dos sais
eles são transportados pelo organismo para o seu tecido
metabólico central, que coordena duas ou mais espécies
acumular minerais, tornando-os mais disponíveis. Este
minerais, como por exemplo o álcool, a gordura e a fibra,
específico, carregam juntamente o mineral que a ele estiver
iônicas ou moléculas, ligadas às posições ativas do mesmo.
autor cita que o selênio encontrado em algumas leveduras
o que acarretaria no transporte do mineral para fora do
ligado, garantindo a absorção e deposição do mineral no
As propriedades dos íons metálicos quelatados diferem
se apresenta sob a forma de selênio - cisteína ou selênio
organismo junto com as fezes.
tecido que dele necessita.
daquelas dos íons livres ou simplesmente hidratados
- metionina, com alto grau de biodisponibilidade. Os
porque sua presença nas estruturas quelatadas modifica
principais minerais quelatados são: zinco, ferro, cobre,
características químicas e físicas dos grupos coordenados,
magnésio, manganês, cromo, selênio e cobalto
TABELA 2 - Tecidos do Organismo Atendidos por Minerais Queletados Específicos
protegendo-os da influência dos agentes externos,
tornando-os resistentes à dissociação dos componentes e
podem favorecer alguns processos metabólicos, uma vez
dando-lhes estabilidade química.
que a relação mineral - aminoácido pode indicar o tipo de
Segundo Vandergrift (1993) uma definição técnica de
tecido no qual o mineral será introduzido. O aminoácido
quelatos seria um mineral da primeira série de transição
determinará o tecido específico ou processo metabólico
da cadeia periódica (Cr, Mn, Co, Ni, Cu, Zn) que se liga
no qual o mineral tomará parte, favorecendo, desta forma,
a aminoácidos via ligação coordenada covalente, formando
alguns processos produtivos.
Mineral
Zinco
Cobalto
Cobalto
Cobre
Cobre
Cobre
Manganês
Ferro, Cobre, Zinco, Manganês
uma substância estável e eletricamente neutra. Neste
estado, quelato, o metal é quimicamente inerte, não sofrendo
na nutrição animal no mundo inteiro e de acordo com
influências de outros componentes das dietas, como
Maletto (1988), num futuro próximo serão as fontes de
fibra e gorduras. As vitaminas, componentes essenciais
microminerais de eleição, em função de diversos fatores,
para os transportadores do cátion, não são necessárias
dos quais ressalta :
A
quelatação
consiste
na
formação
de
Mais além que o processo de absorção, os quelatos
no transporte de quelatos, uma vez que a absorção dos
mesmos é feita por um sistema de absorção intestinal
• Absorção próxima a 100%;
diferente daqueles dos cátions metabólicos ordinários. De
• Alta estabilidade;
acordo com Manspeaker et al. (1987), os minerais quelatos
• Alta disponibilidade biológica;
seriam absorvidos intactos pela mucosa intestinal, através
• Maior tolerância do organismo animal (menos tóxico);
de transporte ativo.
• Ausência de problemas de interações com outros
macro e microminerais da dieta, o que pode acarretar na
As substâncias capazes de exercer ação quelatante são
Fonte: V.I. Georgievskii
O uso dos minerais quelatados vem sendo destaque
numerosas, sendo representadas por ácidos inorgânicos
insolubilização de parte dos minerais;
bifásicos, ácidos orgânicos dicarboxílicos, diaminas,
• Ausência de problemas de interações com outros nutrientes
aminoácidos e peptídeos, etc. Do ponto de vista nutricional,
da dieta, como gordura e fibra, que podem formar ligações
apenas quelatos formados com aminoácidos ou dipeptídeos
indesejáveis com os metais, insolubilizando-os.
são interessantes. Não obstante, apenas quelatos com peso
molecular total abaixo de 1500 são capazes de penetrar
a membrana intestinal sem exigir hidrólise adicional no
os vários elementos minerais pode ser tanto sinérgica
lume. Este aspecto é interessante pois, se estes quelatos
quanto antagônica. Os íons minerais podem interferir
não são hidrolisados, são capazes de contrabandear um
entre eles entrando em competição seletiva a respeito
mineral através do intestino, como parte de uma molécula
dos sítios de absorção. Sabe-se hoje que existem íons
de dipeptídeo.
minerais capazes de reduzir a biodisponibilidade de um
O processo de quelatação envolve a ligação da
ou mais íons de outra natureza; para alguns íons esta
porção amino livre do aminoácido com o elemento
interferência e recíproca. Com relação a este complexo
mineral di ou trivalente. Assim como ocorrem ligações
fenômeno, a grande parte dos casos relacionados com a
entre as proteínas e outros nutrientes em algumas
capacidade de inibição dos microelementos minerais foram
No trato digestivo do animal, a inter-relação entre
A maioria dos alimentos para cães e gatos fornece os
Tecido Atendido
Pêlos
Coração, Rins
Baço, Coração, Pulmão
Músculos
Ossos
Fígado
Fígado, Músculo, Útero
Oxigenação celular
Adaptado de PREMIERPET (2003)
Aminoácido
Metionina
Triptofano
Metionina
Triptofano
Lisina
Histidina
Não específico
Não específico
Essa associação entre o mineral e o aminoácido,
antes
de
entrarem
no
organismo,
aumenta
a
minerais em sua forma simples (não quelatada). Contudo,
“biodisponibilidade” do mineral. Esse termo denota
a maioria dos elementos minerais, para serem absorvido,
quanto do mineral absorvido encontra-se disponível
devem fazer uma ligação iônica com os aminoácidos que
para ser utilizado pelo organismo.
se encontram livres no estômago e intestino, ou aqueles
presentes na membrana das células do trato intestinal.
desenvolvidos por vários pesquisadores (Lowe et al.,
Vários fatores podem interferir nesse processo quando
1994; Kuhlman et al., 1997; Lowe e Wiseman, 1997).
ele ocorre dentro do organismo. O mais freqüente é a
Usando-se parâmetros como velocidade de crescimento
competição de diferentes minerais para se ligarem
dos pêlos, presença de zinco no sangue e pelagem,
aos mesmos aminoácidos. Isso ocorre somente com os
estes pesquisadores chegaram à conclusão da maior
minerais na forma simples, impedindo que alguns deles
absorção dos minerais quelatados em comparação aos
sejam absorvidos. Esse é o caso do zinco e o cobalto que
simples. O zinco associado a metionina foi achado em
precisam da metionina para serem absorvidos. O zinco
uma concentração duas vezes maior em relação ao zinco
quelatado não sofre a inf luência de minerais antagonistas
simples em um desses estudos (Lowe et al., 1994). O
(cobalto) na sua absorção, esse fato é constatado pela
mesmo autor detectou uma concentração 3,5 vezes
maior taxa de absorção, menor excreção urinária e por
maior do zinco quelatado na pelagem, em experimento
sua maior distribuição nos tecidos.
com cães em 1997. Logo, fica claro que o zinco quelatado
Os minerais quelatados diminuem os riscos da não
tem absorção e metabolismo diferentes do zinco na
absorção, pois entram no trato intestinal já ligados
forma simples. Essas evidências levam a considerar o
ao aminoácido. O mineral quelatado é absorvido pelo
zinco quelatado melhor em relação ao zinco simples na
organismo e nele se mantém intacto, ou seja, a sua
qualidade da pelagem dos cães e gatos.
Experimentos de minerais quelatados tem sido
ligação com o aminoácido permanece inalterada. Essa
Flávia Maria de Oliveira Borges Saad
absorção é feita por um mecanismo de transporte
Médica Veterinária, MSc., DSc Nutrição Animal
passivo (Wapnir e Stiel, 1986).
Professora Associada da UFLA – Departamento de Zootecnia
e-mail: borgesvet@uf la.br
60
Caderno Técnico 2
61
patologia. Também há o propósito da utilização de cães
complexos mediados pelo sistema nervoso central,
como modelo experimental para humanos, uma vez que as
envolvendo
células cancerígenas possuem características semelhantes
gastrointestinal, função hepática e níveis circulantes de
em ambas as espécies (Paoloni, 2007).
nutrientes.
Fatores genéticos e do meio ambiente, como idade,
paladar,
olfato,
capacidade
do
trato
Anorexia é a perda espontânea de apetite que ocorre
nutrição, sexo, estado reprodutivo, levam á alterações em
comumente em pacientes oncológicos, devido às alterações
genes, promovendo o crescimento descontrolado de células
presentes em olfato e paladar ou alterações nervosas
anormais (Parreira, 2007).
(Argilés, 2003). Sua causa é incerta, envolvendo substâncias
produzidas pelo próprio tumor ou pelo paciente, em resposta
A caquexia associada ao quadro neoplásico caracteriza-
se pela perda progressiva de peso devido á fatores como a
á neoplasia (Inui, 2009, Martín, 1999 in Silva, 2006).
desnutrição, anorexia por inabilidade de ingestão ou por
Na caquexia ocorre a mobilização igualitária de
inapetência. Além disso, as células tumorais competem pelos
gorduras e tecido muscular, produção de citocinas e
nutrientes adquiridos para a sua manutenção e proliferação,
alterações metabólicas (Inui, 2009), diferente da desnutrição,
acelerando o processo de caquexia, os distúrbios metabólicos
na qual há a mobilização predominante de tecido adiposo.
e atuação dos fatores mediadores (Argilés, 2005).
No caso, o animal caquéxico apresenta uma perda de peso
O manejo nutricional possui como objetivo auxiliar
progressiva por diversos mecanismos patológicos, frente
na redução da massa tumoral, na redução sinais clínicos
ao aparente consumo ideal de energia (Wakshlag, 2008).
secundários ás terapias convencionais,
na melhoria da
Devido à estreita relação entre a anorexia e caquexia, o
qualidade de vida do animal e na ampliação sua expectativa
termo mais utilizado é o da síndrome anorexia-caquexia
de vida (Wakshlag, 2008).
(SAC) (Silva, 2006). Em humanos, mais 50% dos pacientes
neoplásicos desenvolvem a SAC e pacientes que apresentam
2. Síndrome da anorexia-caquexia
Suporte nutricional em cães com câncer
Parte 01
Resumo
A caquexia é uma síndrome bastante prevalente em
a arginina e glutamina, também são utilizados com o objetivo
de promover a saúde do paciente com neoplasia.
pacientes com câncer, sendo caracterizada pela acentuada
1. Introdução
perda de peso, anorexia e distúrbios metabólicos. A instalação
da síndrome anorexia-caquexia (SAC) é dependente de
Com os avanços na pesquisa sobre a saúde de animais
muitos fatores: tipo de tumor, resposta do hospedeiro ao
de companhia e os avanços na nutrição dos mesmos, a
tumo e mecanismos de regulação da homeostase que, no
expectativa de vida de cães e gatos tende a se prolongar,
quadro de neoplasia, podem se apresentar alterados. O
tornando crescente a população de animais senis e,
manejo nutricional tem como objetivo aumentar a sobrevida
consequentemente, a incidência de casos clínicos que
e a qualidade de vida do paciente. Carboidratos devem ser
acometem animais nesta faixa etária.
reduzidos, por representarem a principal fonte energética
Atualmente sabe-se que um a seis milhões casos
para as células tumorais, e deve-se elevar a inclusão de
de neoplasia por ano são diagnosticados
lipídeos pela sua difícil utilização por células neoplásicas e por
companhia e o aumento dos diagnósticos relaciona-se não
reduzir os efeitos colaterais aos tratamentos. Altos níveis de
apenas à maior longevidade dos animais, mas também ao
proteína podem ser incluídos para a manutenção da massa
maior interesse da comunidade científica e até mesmo de
magra. Nutracêuticos, como o ômega-3, e aminoácidos como
proprietários em obter maiores conhecimentos sobre esta
em cães de
O apetite de um animal é controlado por mecanismos
tumor maligno em trato digestório e pulmão são os mais
acometidos (Shils, 1979).
62
Caderno Técnico 2
63
Produzida e secretada pelo tecido adiposo, a leptina
decorrentes da radioterapia, afetam o olfato e paladar dos animais, podendo reduzir
aos tratamentos antineoplásicos, sendo mais suscetíveis
promove a regulação da gordura corporal através da sua
o consumo alimentar e ocasionando ou agravando um quadro de desnutrição. A
aos efeitos colaterais (Campos, 2004; Martín, 1999 in
concentração sérica. Na caquexia, os níveis de leptina,
radioterapia em tórax pode levar ao comprometimento do esôfago e causar disfagia, e
Silva 2006) e apresentam menor expectativa de vida
assim como os de insulina, estão reduzidos, estimulando
em abdomem ou pelve poderá ocasionar lesões intestinais levando a náuseas, vômitos e
quando comparados àqueles que não perderam peso (J. J.
o centro nervoso com sinais orexígenos hipotalâmicos,
diarréia pela má absorção dos nutrientes (Olgivie, 2000).
Wakshlag, 2008, Olgivie, 2000, Silva 2006).
que exercem a estimulação do apetite, reduz a atividade
O quadro de neoplasia pode ser dividido em quatro
e o gasto energético. Na caquexia cancerosa, as
neoplásico ou uma alternativa para a redução dos sinais clínicos decorrentes do
fases: a primeira, silenciosa, sem sinais clínicos; segunda
citocinas produzidas atuam estimulando a produção e
câncer. Alterações alimentares são necessárias dependendo do local onde se realizará a
fase, sinais clínicos leves, onde o paciente encontra-
secreção da leptina, ativando, assim, os sinais nervosos
intervenção cirúrgica. A gravidade do déficit nutricional será diretamente relacionada ao
se mais suscetível aos efeitos colaterais de terapias
anorexígenos.
local e extensão do segmento retirado do trato digestório do paciente (Olgivie, 2000).
convencionais; terceira fase, sinais clínicos graves,
sendo os animais em caquexia enquadrados nesta fase;
estimulado pela redução da leptina, possuindo o efeito
e quarta fase, recuperação do quadro neoplásico,onde
orexígeno. Porém seu manejo em pacientes com câncer
os
mostrou-se ineficaz (Inadera, 2002).
Pacientes caquéticos apresentam maior intolerância
animais podem apresentar alterações metabólicas
persistentes (Olgivie, 2000).
Além disto a neoplasia
O neuropeptídeo Y está difundido no cérebro, é
A remoção cirúrgica do tumor estabelecido é uma forma de tratamento do quadro
Diferente do que era preconizada, a remoção cirúrgica do tumor não altera a taxa
de necessidades metabólicas do animal (Wakshlag, 2008).
4. Energia
A grelina é secretada pelas células do fundo gástrico
A elevada exigência energética no quadro de neoplasia é o responsável pela
é classificada em primária, tumores levam á alterações
do estômago, é uma estimulante do apetite, e no paciente
perda de peso. Pacientes com câncer podem apresentar metabolismo hipermetabólico,
metabólicas, e secundária, com deficiência na absorção
com SAC pode apresentar-se em níveis reduzidos, porém
normometabólico ou hipometabólico dependendo do tipo de tumor, estágio da doença
e/ou inabilidade de ingestão de nutrientes, mas sua
estudos são controversos sobre a real interferência da
ou forma de tratamento (Tisdale, 2002). O estado hipermetabólico é mais freqüente
origem é multifatorial (Silva, 2006).
grelina na redução de apetite do hospedeiro.
em pacientes em estágios mais avançados da doença devido à maior avidez das células
A Melanocortina (MC) atua juntamente com
neoplásicas por glicose (Guppy, 2002 in Silva, 2006).
As citocinas são glicoproteínas solúveis produzidas
por macrófagos e linfócitos em resposta ao tecido
a
tumoral e
estimulante (MSH) e são responsáveis pela regulação da
são fatores chave no desenvolvimento do
adrenocorticotrofina
(ACTH)
e
o
melanócito
5. Carboidratos
quadro de caquexia(Argilés, 2003) podendo, com a
temperatura corporal e apetite dos animais.
progressão da doença, atuar como fatores endócrinos.
O histórico clínico, o exame físico, com determinação
torno de 50 a 60% a mais que células normais (Guppy, 2002 in Silva, 2006). A glicose
(Inadera, 2002).
de escore corporal e acompanhamento da evolução do
é utilizada pelas células neoplásicas através da glicólise anaeróbia com formação de
quadro clínico são essenciais para a avaliação de perda
lactato, o qual é reconvertido em glicose pelas células hepáticas, em detrimento de
de peso do paciente (Wakshlag, 2008).
seis moléculas de adenosina trifosfato (ATP). Esse mecanismo é denominado ciclo de
O fator de necrose tumoral (TNFa) está associada a
inibição da lipase lipoprotéica estimulando o aumento da
lipólise e proteólise. É responsável pela diminuição da
Cori (Olgivie, 2000; Silva, 2006).
3. Relação
ingestão de alimentos e balanço nitrogenado negativo
(Tisdale, 2002; Inadera, 2002).
Esse requerimento energético é responsável pela
perda de peso e massa corporal do animal. Em humanos, estima-se que o ciclo de cori é
entre tratamentos
responsável pelo gasto de 300 kcal por dia (Tisdale, 2002).
convencionais e nutrição
Já o interferon g (IFNg), produzido a partir de células
Células cancerosas utilizam, preferencialmente, a glicose como fonte de energia, em
A adequada nutrição do paciente com câncer é
Deve-se evitar a administração de fluidos contendo lactato ou alimentos contendo
T e natural killer (NK), atua potencializando a ação
de grande importância na promoção da qualidade de
elevados níveis de carboidratos, pois isso estimularia a conversão do lactato em glicose,
exercida pelo TNF, reduzindo o apetite e estimulando a
vida e na longevidade do animal. A redução de sinais
exacerbando a demanda energética para tal processo (Olgivie, 2000).
lipólise e proteólise (Carvalho, 1992 in Silva, 2006). A
decorrentes de tratamentos convencionais, como a
interleucina 1 (IL-1) pode ser produzida por diversos
quimioterapia e radioterapia, podem ser minimizados ao
dietas contendo altos teores de carboidratos (58% na MS) e baixo lipídeo (9% na MS),
tipos celulares, dentre eles macrófagos, monócitos,
se realizar um adequado suporte nutricional.
apresentaram níveis séricos de glicose, insulina e lactato mais elevados, quando e
células endoteliais, fibroblastos, epitélio intestinal,
Pacientes
eosinófilos, mastócitos e neutrófilos. Atua da mesma
quimioterapias que podem contribuir com o quadro
alto lipídeo (37% na MS).
forma que o TNF, porém é menos eficiente na função de
de desnutrição ocasionado pelos efeitos colaterais da
inibição da ingestão. Altera a síntese protéica hepática e
medicação, como náuseas, vômitos, aversão alimentar,
observadas a ocorrência de resistência insulínica, pela diminuição da sensibilidade de
induz febre (Nutritotal, 2004). Outra citocina que atua
anorexia,
tecidos periféricos, e intolerância a glicose, pela redução de sensibilidade em receptores
de maneira semelhante a IL-1, é a IL-6. Esta, produzida
Os danos em mucosa intestinal, com a lesão em
das células beta.
por macrófagos, queratinócitos, monócitos, fibroblastos
microvilosidades intestinais, reduzem a capacidade
e células endoteliais, não possui relação direta com o
absortiva dos nutrientes ingeridos.
proliferação das células cancerosas, a glicemia se mantém devido á utilização de
desenvolvimento da SAC em animais (Tisdale, 2002).
aminoácidos e lactato na gliconeogênese hepática (Silva, 2006).
Hormônios
também
estão
relacionados
com
mucosites
neoplasia
e
são
toxicoses
submetidos
(Olgivie,
às
2000).
A radioterapia é um tratamento pouco utilizado na
Segundo Olgivie (1992), cães que apresentavam linfoma foram alimentados com
comparação a animais que receberam dietas contendo baixo carboidrato (14% na MS) e
Segundo Cabral e Correa (2004) citado por Silva (2005), em humanos, foram
Mesmo com a mobilização de glicose para a produção de energia e consequente
ao
clínica de cães e gatos, e sua influência sobre a ingestão
desenvolvimento do quadro de caquexia, a regulação
de alimentos depende da região corporal irradiada, o
da ingestão de alimentos sofre interferência de
fracionamento e a dose utilizada. Quando em região
neuropeptídeos como a leptina, grelina, neuropeptídeo
cefálica, pode levar à diminuição na produção de saliva,
Flávia Maria de Oliveira Borges Saad
Y, melanocortina, insulina, endorfinas, colecistoquininas
dificultando o processo de deglutição, além de alterar
Médica Veterinária, MSc., DSc Nutrição Animal
e galamina (Inui, 2009).
a microbiota oral. Além disto, lesões na mucosa oral,
Fernanda S Ebina
Médica Veterinária, Mestranda UFLA Nutrição de Cães e Gatos
Professora Associada da UFLA – Departamento de Zootecnia
e-mail: borgesvet@uf la.br
64
Caderno Técnico 3
65
Na extrusão, processo envolvido na fabricação
gelatinização do amido (> 89%) e a digestibilidade dos
de alimentos para cães e gatos, os materiais úmidos,
alimentos não se alterou com a adição de enzimas.
amiláceos e protéicos são cozidos, expandidos pela
A utilização de enzimas de processo na extrusão
gelatinização do amido e plasticizados por calor, pressão
pode ser rentável, pois reduz da viscosidade do material
e cisalhamento mecânico. Este processamento é bastante
dentro da extrusora, aumentando a produtividade
agressivo para as enzimas, devendo-se avaliar seu
com economia de energia elétrica e de mão de obra na
impacto sobre a retenção da atividade destas proteínas,
produção de rações para cães.
que via de regra e zero. No entanto, algumas enzimas
Uso de amilases em rações
extrusadas para cães
A
biotecnologia moderna desenvolveu enzimas
produtos finais pequenos. Esquema para identificar e
para diferentes processos e produtos da industria, como
classificar as amilases encontra-se na Figura 1. A α-amilase
para produção de iogurtes, embutidos, queijos, cerveja,
é um exemplo de endoamilase, enquanto a glicoamilase é
vinho, etanol, biogás, tratamento de águas residuais,
exemplo de exoamilase. A adição conjunta de ∝-amilase
aditivos zootécnicos, dentre outros. Além destes processos,
e glicoamilase promove hidrólise e quebra das cadeias
já bem conhecidos, enzimas podem ser empregadas como
polissacarídicas da amilose e amilopectina, o que reduz
aditivos de processamento de rações, aplicáveis no processo
a viscosidade e aumenta a fluidez da massa de ração nos
de extrusão. Técnicas de recombinação gênica e mutações
processos térmicos com umidade, como na extrusão.
possibilitam a produção de enzimas específicas para certas
áreas da nutrição animal, produção esta que já atingiu
diversos fungos e bactérias. Recentemente amilases
escala comercial desde a década de 1980. Grande variedade
bacterianas têm sido produzidas por microrganismos
de fungos, bactérias e leveduras podem ser empregadas
geneticamente modificados (diversas linhagens de Bacillus
para esta finalidade.
spp). A produção de amilases fúngicas empregam culturas
Amilases são enzimas que catalisam a hidrólise de
dos gêneros Trichoderma spp e Aspergillus awamori.
ligações α-1-4 glicosídicas de polissacarídeos, como
Como regra geral, amilases bacterianas são mais estáveis
glicogênio, amido ou seus produtos de degradação.
em relação à temperatura do que amilases provenientes de
Atuam liberando diversos produtos, incluindo dextrinas
culturas de fungos.
Comercialmente a produção de amilases é feita por
e progressivamente pequenos polímeros compostos de
Endo -a-1,4-Glucanase
unidades de glicose. As amilases são divididas em duas
a-1,4Glucanase
categorias: endoamilases e exoamilases. As endoamilases
catalisam as hidrólises de forma aleatória no interior
Exo -a-1,4-Glucanase
AMILASES
comprimentos. As exoamilases hidrolisam a partir das
extremidades não-redutoras da cadeia resultando em
Exomaltohexahidrolase
Exomaltopentahidrolase
Exomaltotetrahidrolase
β -amilase
Glicoamilase (amiloglicosidade)
Isopululanase
da molécula de amido. Esta ação causa formação de
ramos lineares de oligossacarídeos com cadeias de vários
a-A milase
a-1,6Glucanase
Endo -a-1,6-Glucanase
Exo -a-1,6-Glucanase
Pululanase
Isoamilase
desenvolvidas para emprego durante o processamento
L iteratura C onsultada
termoresistentes, sendo possível sua utilização no pré-
BURHAN A.; NISA, U.; GOKHAN, C.; OMER,
condicionador da extrusora onde não há pressão e as
C.;ASHABIL, A.; OSMAN, G. Enzymatic properties
temperaturas são inferiores a 100º C.
of a novel thermostable, thermophilic, alkaline and
Uso de amilases no processo de extrusão pode ser
chelator resistant amylase from an alkaliphilic Bacillus
ferramenta para produção mais econômica, com redução
sp. isolate ANT-6. Process Biochemistry, London, v. 38
dos custos de energia elétrica e aumento da produção
, p. 1397-1403, 2003.
de equipamentos. Estudos com alimentos para cães na
CAMPESTRINI, E.; SILVA, V. T. M.; APPELT, M. D.
Universidade do Kansas - EUA e na Universidade do
Utilização de enzimas na alimentação animal. Revista
Texas A&M – EUA, verificaram aumentos da produção
Eletrônica Nutritime, v. 2, n. 6, p. 254-267, 2005.
de ração da extrusora de 20% a 30%, sem contudo
FROETSCHNER, J.;PANZER, D. D.; WILSON, J.
ocorrer aumento do consumo de energia elétrica
W.; WILLIANS, S. N. Enzyme lowers energy imput in
gerando economia de 5% a 10% dos custos de extrusão.
extruded dog food, 2006. Disponível em: <http://www.
Características como forma da ração, textura, dureza e
a llaboutfeed.net/a rticle - database/enzy me -lowers -
densidade dos kibbles não se alteraram.
energy-input-in- extruded- dog-food-id1092.html>.
Acesso em: 01 fev. 2011.
Em dois experimentos realizados na UNESP de
Jaboticabal-SP, avaliou-se o uso de duas α-amilase. Em
GUPTA,
cada um dos experimentos existia um tratamento sem
GOSWAMI,
enzimas (CO1, controle 1; CO2, controle 2) e outros com
α-amylases: a biotechnological perspective. Process
adição de enzimas: experimento 1 - 120KNU de α-amilase
Biochemistry, London, v. 38, n. 11, p. 1599-1616, 2003.
/ g (a partir de Bacillus licheniformis) no estado líquido
HAUCK,
adicionado diretamente no condicionador; experimento
McELLHINEY, R. R. Feed manufacturing technology
2 - 63KNU de α-amilase / g (a partir de Aspergillus
IV. Arlington, 1994. p. 131-140.
oryzae) em forma de pó, misturado com os ingredientes.
HUBER, G. R. Carbohydrates in extrusion processing.
A digestibilidade dos alimentos foi testado em 6 cães
Food Technology, Chicago, v. 43, n. 3, p. 160-161, 1991.
por tratamento, por coleta total de fezes. A adição de
NIGAM, P.; SINGH, D. Processes for fermentative
enzima resultou em um aumento de 28% (experimento
production of xylitol – a sugar substitute. Process
1) e 43% (experimento 2) na produtividade de alimentos,
Biochemistry, New York, v. 30, n. 2, p. 117-124, 1995.
com redução de 27% e 37% no custo de energia elétrica
SÁ,
para a produção de alimentos. A qualidade do Kibble,
sobre o processamento e digestibilidade de dietas
K.;
Extrusion
Efeito
da
P.;
MOHAPATRA,
CHAUHAN,
cooking
suplementação
B.
system
de
H.;
Microbial
In:
enzimas
Experimento 2
45f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária)
Parâmetros de
Produção
CO1
Enzyme
CO2
Enzyme
– Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,
Temperatura do
92.2±2.06
92.0±1.43
95.0±2.00
95±3.0
Jaboticabal, 2011.
condicionador (°C)
Densidade do Kibble (g/L)
404±5.3
410±6.0
340±14.1
340±14.1
Produtvidade (kg MS/h)
84.1±1.3
108.3±8.2*
97.5±6.6
139.9±5.4*
Fabiano Cesar Sá, aluno de doutorado, FCAV/Unesp – Campus
5.5±1.05
5.7±0.16*
de Jaboticabal
1.14±0.10
0.81±0.02
Aulus Cavalieri Carciofi, Professor dos departamentos de
Consumo de Energia (kW/h) 15.2±0.46 12.7±0.28*
Custo da eletricidade
2,9±0.05
2.3±0.13*
(R$/100 kg MS)1
Exopululanase
Figura 1. Classificação das enzimas amilases. Fonte: NIGAM; SINGH (1995)
B.
GIGRAS,
V.
extrusadas para cães contendo farelo de trigo. 2011.
TABELA 1 - Parâmetros da extrusão das rações experimentais
Experimento 1
F.C.
R.;
1 calculado considerando R$ 0.194 por KW/h
* Diferença estatistica entre os tratamentos (P<0.05)
Clínica e Cirurgia Veterinária, FCAV/Unesp – Campus de
Jaboticabal
Rodolfo Agustin Pereyra, DSM Produtos Nutricionais
66
Serviços
67
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Pet Food Brasil
3ª capa
Aboissa
Informe Agro Business
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(11) 3353-3000
(11) 3853-4288
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Algomix
5
Manzoni Industrial
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Consulpet 61
45
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(49) 3312-8650
Nutriad
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Fone: ( )
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Nutridani 53
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Eurotec Nutrition
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(48) 3279-4000
[email protected]
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39
(16) 3615-0055
Cargo:
www.nutridani.com.br
63
(85) 3215-1107
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27
(19) 3456-1726
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Rothoplás Embalagens
7
(11) 4199-2555
[email protected]
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SES Surface
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(16) 3368-3118
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Focam
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9
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Geelen Counterflow 23
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( ) Vitaminas e Minerais
( ) Aditivos e Anti-Oxidantes
( ) Veterinários
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( ) Universidades / Escolas
( ) Outros
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