Julho 2012 - Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro
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Julho 2012 - Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro
ÓRGÃO INFORMATIVO DO SINDICATO DOS MÉDICOS DO RIO DE JANEIRO – JULHO 2012 SITE: www.sinmedrj.org.br E-MAIL: [email protected] Manifestação na praia de Copacabana (27/5), contra a MP e em defesa da saúde pública, contou com mais de duas mil pessoas MP 568: Vitória dos médicos O movimento nacional realizado contra a Medida Provisória 568, foi o maior já realizado pelos médicos, em todo o Brasil, desde a década de 1980. Essa intensa e vitoriosa mobilização, certamente, merecerá destaque na história das lutas médicas. Especialmente no Rio de Janeiro, onde está concentrado o maior contingente de médicos federais, os nossos colegas viveram os últimos dois meses em permanente mobilização, que envolveu atos públicos e passeatas, assembleias lotadas e corpo a corpo com parlamentares do Congresso Nacional. Em todas as frentes, eles puderam contar com o SinMed, que formou com outras entidades médicas, uma aliança inédita para combater com mais poderio o inimigo comum: a medida provisória apresentada pelo Poder Executivo, que reduzia 50% dos seus salários, afetando inclusive os aposentados e pensionistas. A MP foi apresentada em substituição ao PL 2203/11, no qual o governo propunha a reestruturação dos cargos e tabelas remuneratórias. Estamos merecidamente orgulhosos porque, mobilizados e organizados, vencemos a primeira etapa dessa batalha, conseguindo aprovar, na Câmara dos Deputados, as emendas que retiram os médicos da MP 568. Mas devemos reconhecer que ela somente pode ser alcançada graças ao importante apoio de diversos parlamentares, que lutaram para barrar a MP. A atuação desses deputados e senadores foi fundamental para mostrar ao governo e aos seus pares que a proposta era inconstitucional, ilegal e injustiça com os médicos, responsáveis pela defesa e manutenção do SUS. Dedicamos o nossos especiais agradecimentos aos deputados federais Chico D'Angelo (PT) e Jandira Feghali (PC do B) e ao Senador Eduardo Braga (PMDB/AM). Mobilização é mantida para garantir a mesma vitória no Senado Vencemos na Câmara dos Deputados. Agora, precisamos vencer também no Senado Federal, além de garantir, junto ao Ministério do Planejamento, o fim da tramitação do PL 2203/11. E para isso, é fundamental que o movimento iniciado pelos médicos do Rio de Janeiro, carro chefe da mobilização nacional, seja mantido e alimentado. Além de evitar perdas e retrocessos, nós queremos ganhos e avanços. Queremos a criação de uma mesa de negociações para que os médicos federais possam defender junto ao governo a elevação da remuneração a um patamar compatível com a importância do trabalho que realizam pela saúde pública, a implantação do plano de cargos e da carreira médica, a realização de concurso público, a garantia de condições dignas de trabalho e o fim da privatização da saúde. O caminho para essas conquistas é a mobilização permanente. O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro faz a sua parte, mas é o médico que faz toda a diferença! Familiares dos médicos, inclusive as crianças, participaram do ato em Copacabana Uma passeata pelas ruas do Rio demonstrou a indignação dos médicos (22/5) Uma das assembleias dos médicos com as entidades médicas, no CBC Diretores do SinMed, Ronaldo da Costa e Júlio Noronha, e o médico João Hélio, no ato público no Hosp. de Bonsucesso (12/6) O passo a passo do movimento médico contra a medida provisória • DIA 17/5: Três dias após a publicação da MP, o Presidente do SinMed, Jorge Darze, foi a Brasília para denunciar aos parlamentares que a proposta do governo provocava enormes danos aos médicos da rede federal. No mesmo dia, ele obteve o apoio dos deputados Chico D'Angelo (PT/RJ) e Arlindo Chinaglia (PT/SP), líder do governo na Câmara. Diversas emendas à MP 568 foram apresentadas por deputados da base do governo e da oposição. Já em outubro passado, contra o PL 2203/11, o SinMed entregara aos gabinetes dos deputados texto pedindo a sua não aprovação. • DIA 21/5: A diretoria do SinMed reuniu os médicos em sua sede, pela 2ª vez, numa assembleia que traçou as diretrizes de luta contra a MP, com a presença do senador Eduardo Lopes (PRB/RJ), do deputado Chico D'Angelo e do vereador Paulo Pinheiro (PSOL). O presidente do SinMed denunciou a falta de transparência e de publicidade da negociação com o Ministério do Planejamento, que culminou no fechamento do acordo assinado pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e a CUT em nome de todos os servidores, inclusive os médicos, em agosto de 2011. Esse acordo aprovou o conteúdo do projeto de lei 2203/11. • DIA 22/5: Os diretores do SinMed participaram de ato público com o Cremerj e parla- mentares, em que centenas de médicos sairam em passeata, do prédio do MEC, pelas ruas do Centro do Rio. • MAIO E JUNHO: Com a presença de centenas de médicos das unidades federais e dos hospitais universitários, foram realizadas diversas assembleias gerais no Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), com a participação de dirigentes do SinMed, Cremerj, Sintuff, Sintuferj, da UniRio, Amererj e de outras representações médicas. A união dessas entidades teve o importante papel de transmitir segurança aos médicos frente ao movimento iniciado. • DIA 27/5: Cerca de dois mil médicos e outros profissionais de saúde participaram, na Praia de Copacabana, de nova manifestação contra a MP, convocada pelo SinMed. Eles foram em passeata até o Posto Seis, acompanhados por diversas entidades de saúde e parlamentares. • DIA 29/5: O Rio foi o único estado que conseguiu trazer o deputado Cláudio Puty (PT/PA), presidente da Comissão Mista da Câmara e do Senado criada para analisar a MP. Ele veio a convite do SinMed, mediado por Chico D'Angelo, e realizou audiência pública da comissão, no auditório cedido pelo CBC, com a presença de Chico D'Angelo e Jandira Feghali e do senador Lindberg Farias (PT/RJ). Puty prometeu empenho para excluir os médicos da MP 568. No mesmo dia, os médicos realizaram ato público em frente ao Hospital da Lagoa, que foi prestigiado por Claudio Puty e parlamentares fluminenses, que depois fizeram uma caminhada de protesto, com a apresentação de grupo teatral. • DIA 04/6: O presidente do SinMed foi informado por Cláudio Puty e Chico D'Angelo que a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, iria discutir com o presidente da comissão mista uma nova redação para a MP. • DIA 05/6: A Câmara dos Deputados realizou audiência pública da Comissão Mista, em conjunto com as Comissões de Seguridade Social, de Trabalho e de Direitos Humanos para debater a MP 568. O senador Eduardo Braga (PMDB/AM), líder do governo no Senado e relator da MP, garantiu que o governo rejeitaria prejuízos aos direitos de qualquer categoria. Médicos e entidades médicas foram a Brasília acompanhar a audiência. Pela manhã, diretores do SinMed e médicos do Rio se reuniram com Chico D'Angelo e mais tarde participaram de reunião no gabinete de Eduardo Braga para discutir a MP, com a presença de técnicos do ministério do Planejamento, do líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT/SP), do Cremerj, do presidente eleito da Fenam, Geraldo Ferreira, do presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mário Vianna, e diversos parlamentares. Continua no verso 85 anos Em defesa dos médicos e da saúde pública • DIA 12/6: Médicos dos hospitais federais fizeram nova manifestação contra a MP, em frente ao Hospital Federal de Bonsucesso. No mesmo dia, o governo reconheceu o erro e Eduardo Braga definiu as mudanças da MP com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvati. O parecer do senador seria apresentado e votado na Comissão Mista já no dia 12, mas foi adiado a pedido de parlamentares da oposição, que quiseam avaliar as emendas. • DIA 13/6: A Comissão Mista aprovou o parecer do relator, retirando os dispositivos da MP que prejudicavam a categoria. Alterada, a MP 568 foi transformada em Projeto de Lei de Conversão e enviada ao plenário da Câmara para votação. Mas outras medidas provisórias não colocadas em pauta adiaram a sua votação. Os médicos do Rio mantiveram a mobilização, participando das assembleias no CBC e cobrando dos deputados o voto favorável ao PLV. • DIA 04/7: O presidente e o diretor tesoureiro do SinMed, Jorge Darze e Jorge Luiz do Amaral, foram a Brasília defender a votação do PLV, que depois de uma grande expectativa, foi votado e aprovado por unanimidade pelos deputados, em sessão plenária. Foi uma grande vitória dos médicos que, unidos e mobilizados, confiaram na sua força e no trabalho das entidades médicas! Saiu vitorioso todo o movimento médico, que está resgatando o seu passado histórico de lutas! Ato público e passeata realizados em frente ao Hospital da Lagoa (29/5) Dep. Cláudio Puty, na audiência pública da Comissão Mista da MP, no RJ (29/5) Médicos lotam auditório Nereu Ramos durante audiência das comissões (05/6) Diretores do SinMed, Luiz do Amaral e Jorge Darze, com o Dep. Chico D'Angelo, na votação da MP, na Câmara Federal (04/7) Processo eleitoral mobiliza médicos do município José Romano, diretor do Sinmed, em reunião do Movimento dos Médicos e Dentistas Estatutários do Município do Rio de Janeiro O O Movimento dos Médicos e Dentistas Estatutários da Secretaria Municipal de Saúde aprovou, em assembleia (21/6), a manutenção da não feitura da AIHs e realizar debates com os candidatos a prefeito do Rio, em agosto, às quintas feiras, às 19h, no SinMed. “No período eleitoral, vamos incentivar os debates e as denúncias contra a gestão do atual prefeito, que pretende gastar R$ 25 milhões com a candidatura à reeleição”, adiantou José Romano, médico do município e diretor do SinMed. O comando do movimento dedidiu ainda que os médicos lotados nos hospitais devem continuar a NÃO PREENCHER AS AUTORIZAÇÕES DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR (AIHs), e os que, nos centros municipais e postos de saúde, continuem a NÃO PRODUZIR OS MAPAS DE ATENDIMENTO DE CONSULTA. Os anestesistas das maternidades da rede pública municipal discutiram a contratação de profissionais pela Fiotec com salários muito maiores que os dos estatutários, embora exerçam as mesmas funções. Eles reivindicam a gratificação que já é paga pela prefeitura aos colegas dos hospitais de emergência, já que as maternidades são também unidades de emergência. O SinMed já solicitou o agendamento de audiência com o Secretário Municipal de Saúde, a quem encaminhou as reivindicações da especialidade. Parece piada, mas Edu ardo Paes tem envi ado men sa gens da cam pa nha aos médi cos, dis pondo-se a recebê-los em seu gabi nete, embora, há mais de um ano, esteja fugindo do movi mento, que até hoje espera por uma audiên cia. Con tra esses des man dos, o movi mento já rea li zou ato público em Copa ca bana, quando dis tri buiu carta aberta à popu la ção. SOS IASERJ SinMed apoia integralmente a moção de repúdio aos responsáveis pela demolição do Iaserj, aprovada em 19/6 pelas entidades médicas fluminenses e pelos médicos. O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro sempre buscou sensibilizar os governantes sobre a importância do instituto. Mas, lamentavelmente, o projeto de desmonte do serviço público e de desvalorização dos seus servidores tem predominado nas três esferas de poder. “Não vamos aceitar a demolição do Iaserj. Ele é um patrimônio dos servidores públicos”, José Luiz do Amaral (Bigu). “O Iaserj, sempre foi um baluarte no tratamento da saúde dos servidores. A sua demolição só atende aos interesses espúrios daqueles que desejam extinguir também a saúde dos trabalhadores do Rio de Janeiro”, José Teixeira. Essas declarações, de dois diretores do SinMed, médicos do Iaserj, resumem o sentimento de todos os servidores do instituto. Essa luta é de todos! Mariléia Ormond, presidente da Afiaserj, em assembleia de defesa do insti tuto MOÇÃO DE REPÚDIO ÀS AUTORIDADES QUE DESTRUIRAM O IASERJ Os médicos, reunidos em assembleia convocada pelo CREMERJ, SINMED e outras entidades representativas da categoria, no último dia 19/06/2012, no Colégio Brasileiro de Cirurgiões, após tomarem ciência dos fatos recentes envolvendo o Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (IASERJ), vêm a público manifestar seu repúdio aos médicos Sérgio Côrtes (Secretário Estadual de Saúde), Luiz Antonio Santini (Diretor do INCA), Jorge Ronaldo Moll (ex-Presidente interino do IASERJ), Alexandre Padilha e José Gomes Temporão (atual e ex-Ministros da Saúde), autoridades estas envolvidas na idealização e execução do processo de cessão dos prédios do Hospital Central do IASERJ para sua demolição e construção de um Centro de Pesquisas do INCA. Tal repúdio se deve por entenderem os médicos do Rio de Janeiro que este ato é irresponsável com a saúde pública, pois não faltam áreas disponíveis da União para a construção do Centro de Pesquisas do INCA e é insano querer destruir um Hospital, ignorando-se o fato científico elementar de que o melhor tratamento para o câncer é sua prevenção, e o fechamento de hospitais e ambulatórios só faz retardar o diagnóstico e tratamento precoces. O Hospital Central do IASERJ, com cerca de 34.000 metros quadrados de área construída, está em funcionamento, produzindo mensalmente, em média, 8.000 consultas médicas/pro- cedimentos ambulatoriais, 1.000 atendimentos odontológicos, 1.300 atendimentos de fisioterapia, 1.500 exames de imagem (RX, Ultrassonografia e Tomografia Computadorizada), 30.000 exames laboratoriais, 1.500 atendimentos no SPA/Emergência, 70 internações (SPA, CTI adultos e Clínica Médica) e ainda aloja enfermarias, ambulatório e emergência do Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião (IEISS), igualmente em fase de extinção. O Hospital Central do IASERJ, que está com seu Pavilhão Cirúrgico desativado desde 2007, tem um potencial para aproximadamente 400 leitos que poderiam ser distribuídos entre leitos clínicos de retaguarda para as emergências públicas, leitos para CTI, leitos para cirurgias de média complexidade e ainda leitos de infectologia, possibilitando a coexistência do IASERJ e do IEISS no mesmo espaço, mantendo assim os atendimentos de qualidade e a formação de profissionais que sempre marcaram a história destes dois Institutos. Cabe ressaltar que o IASERJ é referência médica natural para o atendimento a cerca de 1.800.000 pessoas (entre servidores públicos estaduais e seus dependes), além de aproximadamente 100.000 pacientes do SUS, cadastrados no Hospital Central, e que fazem uso dos seus serviços. CREMERJ, SINMED, Médicos do Rio de Janeiro CONVITE: O SinMed está lançando o ciclo de debates QUARTAS E QUINTAS LEGAIS, com o objetivo de discutir o trabalho médico, considerando os aspectos da sua legalidade e o exercício ético. Os encontros serão realizados na sede do sindicato. Confira, abaixo, as agendas já confirmadas: DIA 18/7 (4ª), ÀS 19H, DEBATE COM O DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL DR. DANIEL MACEDO SOBRE A EBSERH. DIA 14/9 (4ª), ÀS 17H30, DEBATE COM A JUÍZA SALETE MACCALÓZ SOBRE A PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE.