MC6 - Cromatografia e os jogos olímpicos de 2016
Transcrição
MC6 - Cromatografia e os jogos olímpicos de 2016
CROMATOGRAFIA LIQUIDA NO CONTROLE ANTI DOPING PROF. RICARDO MATHIAS ORLANDO [email protected] Ricardo Mathias Orlando BELO HORIZONTE 1 A summary of the history of drug abuse in sports is found in the following timeline: 1950s: Drug use seen in competitions: drug controls begin. 1960: Danish cyclist dies at Rome Olympic Games: amphetamine use. 1967: British cyclist dies at Tour de France: amphetamine use. 1967: IOC Medical Commission formed: sub-commission on doping control. 1968: Mexico City Olympic Games: first preliminary drug tests; only nonsteroidal drugs. 1972: Munich Olympic Games: first formal drug control program; preliminary steroid tests. 1976: Montreal Olympic Games: first formal steroid control. 1980: Moscow Olympic Games: no positive drug cases reported. 1984: Los Angeles Olympic Games. 1988: Seoul Olympic Games: stanozolol positive; unreported positives. 1992: Barcelona Olympic Games: clenbuterol positives. 1994: Chinese swimmers found positive for dihydrotestosterone. 1995: Dope testing pioneer Manfred Donike dies. 1996: Atlanta Olympic Games: Bromantan positives using high resolution mass spectrometry (HRMS) results not reported. Ganhou 7 vezes consecutivas o Tour de France e foi banido do ciclismo em 2012 pelo uso de eritropotina (EPO), testosterona e transfusão Lance Armstrong net worth is 125 million of dollars and he is a professional American cyclist ENTREVISTA DO PRESIDENTE DA WADA CRAIG REEDIE À REDE DE TELEVISÃO CNN "If somebody produces a completely new substance that should be banned, it will take us some time to firstly identify it and then create a test (for it).” “One test can cost as much as $1,500, which means that anti-doping agencies prefer to test an individual they suspect of doping rather than blanket test across the board” "People who wish to cheat have different and more opportunities to cheat than we have to resolve it in conventional ways" POR QUÊ SEPARAR? TIRAR OU REDUZIR INTERFERÊNCIAS; REDUZIR O RUÍDO e ELEVAR O SINAL DO ANALITO; COMPATIBILIZAR A AMOSTRA; OBTER DADOS QUALITATIVOS ADICIONAIS (tempo de retenção); COMO SEPARAR? CROMATOGRAFIA A GÁS; CROMATOGRAFIA A LÍQUIDO; ELETROFORESE; 21:22 9 GC-MS/MS Trailer-borne laboratory supervised by Dr. Manfred Donike screened athletes for drug usage during the XXth Olympic games in Munich using eight HP 7600A Gas Chromatographs. LC-MS/MS DETECÇÃO POR ESPECTROMETRIA DE MASSAS GAS CHROMATOGRAPHY (CROMATOGRAFIA A GÁS) Primeira escolha Grande velocidade e eficiência de separação, baixo consumo de solventes, menor custo dos equipamentos Bibliotecas de massas Sensibilidade geralmente superior LIQUID CHROMATOGRAPHY (CROMATOGRAFIA A LÍQUIDO) Para compostos não voláteis e termo instáveis Atualmente as velocidade e eficiência de separação são mais próximos do GC Preparo de amostras menos intensivo e não precisa de derivatização MASS SPECTROMETRY (ESPECTRÔMETRO DE MASSAS) Sistema de detecção “inequívoco”, universal e seletivo LIQUID CHROMATOGRAPHY GAS CHROMATOGRAPHY MASS SPECTROMETRY Mikhail Semyonovich Tsvet, (Tsvett, Tswett, Tswet, Zwet ou Cvet em outros idiomas) , em russo ‘’’Михаил Семенович Цвет’’’ (1872 - 1919) foi um botânico “russo” que inventou a cromatografia por adsorção. Foi durante estudos sobre a clorofila das plantas que utilizou a cromatografia. Separou clorofila de uma mistura de pigmentos de plantas, através de uma coluna recheada de carbonato de cálcio em pó, fazendo a eluição com éter de petróleo. Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE, HPLC) Cromatografia líquida de ultra eficiência (CLUE, UHPLC) UPLCTM COLUNAS E FASES ESTACIONÁRIAS DE HPLC E UHPLC (CLAE E CLUE) 21:22 18 Nicoli et al 2016. ESTUDO DE CASO A UHPLC–HRMS method for the screening of a large number of analytes including anabolic agents, 2-agonists, hormone antagonists and modulators, diuretics, stimulants, narcotics, glucocorticoids and –blockers ( 180 compounds!). The method presented has been used for the analysis of over 5000 samples in about one month and proved to be reliable. CONDIÇÕES CROMATOGRÁFICAS A Waters Acquity UPLC® system equipped with a 2777 open architecture autosampler (Waters, Milford, MA, USA) was used. Separation was carried out on an Acquity UPLC® BEH C18 column (2.1 mm × 50 mm, 1.7 m). Mobile phase A consisted of 0.3% aqueous formic acid and mobile and phase B was 0.3% formic acid in acetonitrile. UHPLC versus HPLC Cromatografia é um MÉTODO DE SEPARAÇÃO que depende fundamentalmente da diferença de interação/distribuição dos analitos entre uma fase que permanece móvel (FM) e outra fase que permanece estacionária (FE), ambas em contato íntimo. A alta ou ultra eficiência da separação está relacionada à menor dispersão das moléculas durante sua passagem pelo sistema cromatográfico (coluna e tubulações) 23 DISTRIBUIÇÃO NORMAL (CURVA DE GAUSS): Distribuição hipotética das espécies químicas em um volume de injeção Vinj chegando ao detector caso não houvesse nenhum fenômeno de dispersão Distribuição hipotética das espécies químicas chegando ao detector m função dos diferentes fenômenos de dispersão ao passar pelas tubulações e pela coluna cromatográfica O QUE É O ALARGAMENTO (DISPERSÃO) DA BANDA Durante o movimento dentro da tubulação (antes, durante e após a coluna) as espécies químicas se dispersam em um plug (volume) de amostra maior do que o original em que foram injetadas. Neste exemplo apesar da diferença de cores todas as espécies químicas são Algumas chegam na frente iguais. Uma parte chega em um tempo médio (tempo de retenção tR) Algumas chegam “atrasadas” 27 EFEITO DO ALARGAMENTO (DISPERSÃO) DA BANDA NA CONCENTRAÇÃO Concentração de dois compostos em função da distância percorrida na coluna cromatográfica 21:22 28 CONSEQUÊNCIAS DE UMA MAIOR DISPERSÃO DA BANDA CROMATOGRÁFICA ■ Maior dificuldade na determinação das áreas verdadeiras dos picos cromatografados (maior erro e a incerteza de quantificação). Incerteza e erros maiores Incerteza e erros menores 29 CONSEQUÊNCIAS DE UMA MAIOR DISPERSÃO DA BANDA CROMATOGRÁFICA ■ Diminui a concentração do analito que atinge o detector e reduz a detectabilidade do método. DETECTORES – PARÂMETRO BÁSICO DE DESEMPENHO Quantidade Mínima Detectável Massa de um analito que gera um pico com altura igual a três vezes o nível do ruído SINAL (S) S N =3 Qualquer componente do sinal gerado pelo detector que não se origina da amostra/analito TEORIA DO ALARGAMENTO DA BANDA H é chamado de altura do prato: representa o grau de dispersão da banda (largura do pico w) em função do caminho percorrido (L, comprimento da coluna). Depende de três parâmetros físicos principais (descritos pelos termos A, B e C) além da vazão. CAMINHOS MÚLTIPLOS OU CAMINHOS PREFERENCIAIS (TERMO A) TAXA DE DIFUSÃO LONGITUDINAL (TERMO B) TEMPO DE EQUILÍBRIO FINITO OU TAXA DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA (TERMO C) wt1 wt2 > wt1 CURVA DE VAN DEEMTER Nesse gráfico são constantes: o comprimento e diâmetro da coluna, diâmetro da partícula, composição da fase móvel, temperatura, volume e massa de injeção. Combinação dos três parâmetros (A, B e C) e a “vazão” empregada (F ). Existe uma velocidade linear (ou vazão) ótima onde H será mínimo e N máximo para uma dada coluna. ■ Frequentemente emprega materiais particulados (CLAE também emprega monolitos). ■ Partículas esféricas e de tamanho próximos (regulares). ■ Frequentemente partículas porososas ou altamente porosas (área superficial próxima ou superior a 500 m2 g-1). ■ Partículas pequenas (CLAE 10 a 3 m) (CLUE < 2 m). 38 QUANTO MENOR A PARTÍCULA MENOR É A DIFERENÇA DA TAXA DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA (TERMO C) CURVA DE VAN DEEMTER 21:22 Liane Maldaner; Isabel Cristina Sales Fontes Jardim, 2009 40 (A) CLAE: Coluna C18 (150 x 4,6 mm, 5 μm); vazão da FM: 1000 μL/min e volume de injeção: 20 L. GRADIENTE: T(A:B) = T0 (100:0), T30 (40:60), T31 (100:0), T45 (100:0). (B) CLUE: Coluna C18 (50 x 2,1 mm, 1,7 μm); vazão da FM: 610 μL/min, volume de injeção: 1,4 μL . GRADIENTE: T (A:B) = T0 (100:0), T3,4 (40:60), T3,5 (100:0), T5,1 (100:0). FM: A – 0,01% de ácido fórmico em H2O e B – 0,01% de ácido fórmico em acetonitrila:água (50:50 v/v); temperatura: 30 ºC e detecção UV. 21:22 Liane Maldaner; Isabel Cristina Sales Fontes Jardim, 2009 41 Impureza II da primaquina. Condições Cromatográficas: (A) CLAE: FM: acetonitrila:água acidificada com 0,01% de ácido trifluoracético (25:75 v/v), vazão de FM: 1,0 mL/min, volume de injeção: 10 μL, detecção UV a 265 nm e temperatura: 35 ºC. (B) CLUE: as mesmas condições que em (A) com exceção da vazão 21:22 de FM: 0,5 mL/min e volume de injeção: 0,8 μL. Adaptada da ref.42 21 DISPERSÃO DEVIDO AO MOVIMENTO DOS LÍQUIDOS DENTRO DAS TUBULAÇÕES Quer seja em uma coluna ou tubo sem recheio (fase estacionária) ou com recheio (coluna cromatográfica) a dispersão do “plug” de amostra irá ocorrer com esse perfil. DISPERSÃO DEVIDO AO MOVIMENTO DOS LÍQUIDOS DENTRO DAS TUBULAÇÕES Aço inoxidável (poli-éter-éter-cetona) PEEK Quanto menor o comprimento e, especialmente, menor o diâmetro da tubulação menor será a dispersão. A CONTRAPARTIDA DE UM MENOR DIÂMETRO DE PARTÍCULA (ALÉM DO COMPRIMENTO E DIÂMETRO DA COLUNA) É UMA ELEVAÇÃO DA PRESSÃO PELO QUADRADO DA VARIAÇÃO DO DIÂMETRO DA PARTÍCULA: Comprimento da coluna Viscosidade da FM vazão Diâmetro da coluna Diâmetro da partícula Pressão em psi UHPLC 15000 psi HPLC 5000 psi H = 0,5 µm para uma partícula típica de 1.7 µm H = 1,25 µm para uma 1.5 a 2 vezes o preço partícula típica de 5.0 µm de um HPLC SEPARAÇÃO ISOCRÁTICA E GRADIENTE 3 TIPOS DE RESOLUÇÕES INADEQUADAS 1. Falta de resolução em todo o cromatograma 2. Falta de resolução no final do cromatograma 3. Falta de resolução no início do cromatograma O GRADIENTE DE SEPARAÇÃO É UMA MUDANÇA DA COMPOSIÇÃO DA FASE MÓVEL DURANTE A CORRIDA CROMATOGRÁFICA PROMOVIDA OU POR UMA VÁLVULA OU MUDANÇA DE VELOCIDADE DOS PISTÕES EXEMPLO DE GRADIENTE DE SEPARAÇÃO Fig. 1. Gradient profile and distribution of the analytes. Mobile phase A: 0.3% formic acid in water; mobile phase B: 0.3% formic acid in acetonitrile; flow rate: 0.3 mL/min. Nicoli et al 2016. PREPARO DE AMOSTRAS 1) To the urine samples (1 mL of urine sample added of 100 uL of the IS solution and 1 mL of -glucuronidase solution (vortex-mixing, samples were incubated for 1 h at 50 ◦C); 2) 2 mL of the 2% formic acid solution in water was added to the samples with mixing (centrifugation). 3) The SPE procedure employed Bond-Elut Plexa PCX (60 mg, 3 mL) SPE cartridges from Agilent Technologies (Lake Forest, CA). EXTRAÇÃO EM FASE SÓLIDA PREPARO DE AMOSTRAS 3) The SPE procedure employed Bond-Elut Plexa PCX (60 mg, 3 mL) SPE cartridges from Agilent Technologies (Lake Forest, CA). 3.1) Samples were loaded onto pre-conditioned using 0.5 mL of methanol, followed by 0.5 mL of formic acid 2% solution) SPE cartridges. 3.2) Sample loading. 3.3) Three washing steps were applied in the following order: 1 mL of 2% formic acid in water, 1 mL of water and 1 mL of (20%, v/v) methanol in water. Washing solvents were then removed from the cartridges by applying vacuum. 3.4) Elution of analytes was performed using 3 mL of 3% ammonium hydroxide in methanol:acetonitrile (50:50, v/v). PREPARO DE AMOSTRAS 4) Samples were evaporated under a nitrogen flow for 20 min at 60 ◦C and then re-dissolved into 100 µL of a solution composed of acetonitrile (5%, v/v) in water containing formic acid (0.3%, v/v). Samples were processed in batches of 20 and the total sample preparation time for a single batch was 2 h. 1 mL amostra inicial e no final 100 µl 5000 amostras ÷ 20 = 250 batches 250 batches 2 horas cada = 500 horas 500 horas ÷ 30 dias = 16,7 horas por dia extraindo e preparando as amostras para realizar o trabalho ESPECTROMETRIA DE MASSAS SEQÜENCIAL DETECÇÃO POR ESPECTROMETRIA DE MASSAS Bomba Turbo Molecular Sistema de alto vácuo Introdução da amostra Fonte de ionização Onde a cromatografia faz sua maior diferença Analisador de massas Detector Detetor Aquisição de dados INCOMPATIBILIDADE DA FASE MÓVEL COM SISTEMAS DE DETECÇÃO ■ Espectrômetro de massas: A fonte de ionização ■ ELETRONEBULIZAÇÃO (ESI, ELECTROSPRAY IONIZATION). Processo no qual espécies ionizadas na fase gasosa são produzidas a partir de uma solução pela formação e dessolvatação de minúsculas gotas altamente carregadas, que são resultantes da aplicação de uma diferença de potencial da ordem de kV entre um capilar e um contraeletrodo, sob pressão atmosférica. EFEITO DE MATRIZ EM ESPECTROMETRIA DE MASSAS CAUSAS DO EFEITO DE MATRIZ EM ESPECTROMETRIA DE MASSAS RESOLUÇÃO E EXATIDÃO NA ESPECTROMETRIA DE MASSAS PARA ANÁLISES CONFIÁVEIS Figure 1. Mass resolution of R = 25,000 at m/z 200 masks the pesticide isopyrine due to a non-resolved matrix interference (red); whereas, resolution setting of R = 100,000 at m/z 200 resolves the analyte molecule from the matrix background. 500 ppm Fig. 2. Extracted ion chromatograms of a urine sample containing 30 ng/mL of formoterol (m/z 345.1809) obtained with different mass range windows. RT: retention time (min); AA: peak area; BP: base peak (m/z). 5 ppm ESPECTROMETRIA DE MASSAS SEQÜENCIAL Cela de colisão MS2 Gaiola de íons para acumular íons Filtro de massas octapolar Resolução de 140.000 em m/z 200 Velocidade de aquisição de 12 Hz para uma resolução de 17500 Exatidão de massa: erro menor 3 ppm Fig. 4. Use of CID fragmentation to increase selectivity for the detection of acebutolol: (A) urine sample spiked with acebutolol at 100 ng/mL; (B and C) blank urine samples from different volunteers; (D) proposed fragmentation pattern. RELATÓRIO, REDIGIDO PELO PROFESSOR CANADENSE DE DIREITO ESPORTIVO RICHARD MCLAREN: "O ministro de Esportes russo comandou, controlou e supervisionou a manipulação dos resultados dos atletas, ou as trocas de amostras, com a ativa participação da FSB (serviço secreto russo), CSP (Centro de Preparação Esportiva para atletas russos) e os laboratórios de Moscou e Sochi". AGRADECIMENTOS [email protected]