Serviços de valor acrescentado `a chave para o crescimento do setor`
Transcrição
TM EPF Newsletter European Pharmacists Forum Newsletter – Edição portuguesa Dezembro 2014 Número 37 Serviços de valor acrescentado ‘a chave para o crescimento do setor’ O Vice-presidente do EPF Marco Nocentini Mungai partilha as suas opiniões sobre o EPF, as farmácias italianas e o futuro para os farmacêuticos independentes... Como vê o papel do EPF na atividade farmacêutica na Europa de hoje? O EPF permite-nos olhar para a atividade farmacêutica europeia como um todo e comparar os modelos dos diferentes países. Isto ajuda a desenvolver ideias novas e a discutir as perspetivas futuras. Ouvir os oradores externos, tais como os fabricantes e outras figuras da comunidade farmacêutica, nos seminários do EPF, ajuda a realizar um debate mais significativo. Quais são as características próprias do mercado farmacêutico de Itália? O mercado é bastante tradicional. A farmácia está profundamente enraizada nas pessoas como o principal ponto de referência para os cuidados de saúde e faz parte do tecido social. Isto não significa que as farmácias italianas não sejam inovadoras; têm sido modernizadas e atualizadas para se manterem a par dos tempos. Em particular, o desenvolvimento do modelo de “farmácia de serviços” - oferecendo outros serviços profissionais, bem como farmacêuticos – está a ganhar popularidade, apesar dos desafios e das diferenças regionais. Como vê a tecnologia na mudança do setor farmacêutico? As farmácias têm de desempenhar um papel ativo na utilização das novas tecnologias, prestando especial atenção a novas aplicações. Com tantas inovações tecnológicas nas farmácias, é importante garantir que o acesso às mesmas seja realizado através de canais adequados para evitar informações incorretas e uma potencial utilização inadequada dos medicamentos. De que forma o EPF pode apoiar a mudança? Acerca de Marco Nocentini Mungai O EPF pode ser a “Os farmacêuticos têm de desempenhar um papel ativo na utilização das novas tecnologias...” Marco nasceu em Florença, a 30 de janeiro de 1956, e licenciouse em Estudos Farmacêuticos na Universidade de Florença, em 1979. Desde 1982, é o proprietário da ‘Farmacia Mungai’, em Florença. Marco participa há vários anos nas atividades da associação profissional de farmácias: a nível nacional, como VicePresidente da Federfarma e, a nível local, é atualmente Presidente da Federfarma Toscana e da Federfarma Firenze. Desde 1990, Marco colabora com a associação cooperativa de empresas farmacêuticas pré-grossistas Aziende Cooperative di farmacisti di Distribuzione Intermedia. É atualmente Presidente do Conselho Fiscal da Co.Fardis s.p.a. plataforma ideal para estudar, desenvolver e propor novos modelos nas farmácias a nível europeu. A sua composição e inclusão de partes interessadas permitem o desenvolvimento de modelos partilhados para o futuro. recursos públicos e privados em Itália, com a conjuntura atual, é importante utilizar outros serviços profissionais centrados nos doentes (por exemplo, adesão à terapêutica, cuidados aosdoentes, efeitosadversos, rastreio em massa) para desenvolver ainda mais o papel das farmácias. De que forma podem os serviços de valor acrescentado apoiar o desenvolvimento do setor? O desenvolvimento de novos serviços profissionais e métodos de integração com outros negócios da saúde pode oferecer um valor acrescentado significativo ao setor farmacêutico. Dado o número reduzido de O que reserva o futuro mais globalizado para os farmacêuticos independentes? Unindo-se, os farmacêuticos independentes podem tirar partido das economias de escala necessárias num ambiente cada vez mais competitivo e podem alcançar uma gama mais ampla de novos serviços profissionais. n Patrocinado por Eventos internacionais Excelência Farmacêutica CEM Cuidados de saúde na Ásia-Pacífi- 5.ª Reunião Anual de Biop- América Latina e Caraíbas 4-5 de dezembro, Londres, co Cimeira de Políticas 2014 harma 5-6 de Fevereiro de 2015, Cimeira de Cuidados de Saúde 2015 Reino Unido 4-5 de dezembro, Singapura Munique, Alemanha 19-20 de fevereiro de 2015, México www.europeanpharmacistsforum.com www.allianceboots.com NA EUROPA Reino Unido Diretor doTMServiço Nacional de Saúde em Inglaterra promete um papel mais proeminente para os farmacêuticos comunitários Fazer um “uso bastante maior dos farmacêuticos” e promover o papel das farmácias comunitárias no tratamento de problemas menores são algumas das ações estabelecidas pelo Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde em Inglaterra, Simon Stevens (à direita), numa Perspetiva para o Quinquénio 2015-2020. O Serviço Nacional de Saúde em Inglaterra lançou uma campanha denominada “Under the Weather” (Em baixo de forma) para incentivar as pessoas idosas e os seus cuidadores a visitarem as farmácias comunitárias para obterem aconselhamento numa fase precoce. O objetivo é evitar doenças que possam necessitar de uma visita ao médico ou internamento hospitalar. Este tema da prevenção precoce para reduzir a procura e os custos no Serviço Nacional de Saúde é transversal a todo o plano quinquenal. Também propõe que os hospitais bem-sucedidos possam começar a gerir as suas consultas de clínica geral, caso seja necessário. Alternativamente, os grupos bem-sucedidos de clínicos gerais e outros profissionais de saúde poderão assumir mais responsabilidades, incluindo a gestão de hospitais locais. (Fonte: Website do Sistema Nacional de Saúde em Inglaterra) Diretor de Publicação: Ornella Barra Diretor Editorial: Yves Romestan Editor: Matt Evans Editores Assistentes: John Martin Jess Arthur Natasha Ebdon Design: John Martin Produção: Debbie Perucca Contribuição: Tricia Kennerley Direitos de autor e marcas comerciais Este boletim é publicado em nome do Fórum de Farmacêuticos Europeus por: Alliance Boots 2 The Heights Brooklands, Weybridge KT13 0NY RU Tel: +44 (0)1932 870550 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida sem a permissão da Alliance Boots Communications. Todos os direitos reservados. © Copyright 2014. As “setas” do EPF são uma marca registada e pertencem a Alliance UniChem IP Limitada. Marca detida por AllianceUniChem IP Limitada. 02 EPF, dezembro de 2014 República Checa Previsão de redução das vendas de produtos farmacêuticos após a reestruturação do sistema de saúde Prevê-se uma redução ainda maior dos resultados das vendas de produtos farmacêuticos no final de 2014. Os preços diminuíram em toda a Europa e a reestruturação do sistema de saúde irá continuar a ter um impacto na procura na República Checa. De acordo com dados oficiais do Instituto Estatal de Controlo de Medicamentos (SUKL), o total de vendas de produtos farmacêuticos no sistema de saúde diminuiu 5,3% para CZK13,99 mil milhões e o volume de medicamentos diminuiu 8,8% no primeiro trimestre de 2014. Isto deve-se à redução drástica da procura dentro do sistema de saúde. O catalisador para a queda das vendas de produtos farmacêuticos em termos de volume tem origem nos hospitais, que enfrentam encerramentos e problemas administrativos. As seguradoras de saúde checas têm vindo a reduzir efetivos e o número de instalações devido a uma sobrecapacidade no número de camas e ao aumento exponencial dos custos da gestão de doentes hospitalizados. (Fonte: Business Monitor International 2014) França Turquia Proposta a liberalização das farmácias para aumentar a concorrência do setor Governo revela planos para incentivar o crescimento do fabrico interno O orçamento do Governo para 2015 inclui medidas para aumentar a concorrência no setor farmacêutico. Estas medidas envolvem a eliminação de algumas restrições que se aplicam atualmente à propriedade das farmácias e à venda de determinados produtos farmacêuticos. Foi noticiado que o Governo pretende permitir que as farmácias estejam abertas durante períodos mais longos, incluindo aos domingos, flexibilizar as regras de propriedade das farmácias, que atualmente limitam a propriedade a farmacêuticos qualificados (que só podem ser proprietários de duas farmácias, no máximo) e permitir a venda de determinados produtos de venda livre em supermercados. Embora o orçamento tenha sido entregue para análise em outubro de 2014, as propostas já tinham sido anunciadas este ano e os farmacêuticos já criticaram os planos, com 90% das farmácias a nível nacional encerradas para uma greve de um dia, em setembro, em protesto contra as propostas (acima). (Fonte: IMS Health) O Governo Turco pretende atrair empresas farmacêuticas multinacionais e incentivar as locais a expandirem a sua capacidade de fabrico de forma a reduzir a sua dependência de produtos farmacêuticos e dispositivos médicos importados. Nos próximos cinco anos, os ministérios da saúde e do desenvolvimento económico do país esperam desenvolver uma indústria interna bem-sucedida nos setores farmacêutico, da saúde e dos dispositivos médicos. O objetivo é influenciar o mercado de forma a que a produção interna de produtos farmacêuticos e dispositivos médicos represente 60% e 20% da procura interna total, em termos de volume. Os ministérios da saúde e da economia também deverão promover políticas favoráveis de aquisição e pagamentos a produtos fabricados no mercado interno, de forma a estimular o crescimento da produção. (Fonte: Business Monitor International 2014) Itália Suíça Despesa farmacêutica nas farmácias diminui 3,2% Esquema de seguro de saúde público nacional único rejeitado A associação das farmácias italiana, a Federfarma, publicou dados sobre a despesa farmacêutica reembolsada pelo Serviço Nacional de Saúde (SSN) nas farmácias, durante o primeiro semestre de 2014. Os dados mostram que, em comparação com o mesmo período de 2013, a despesa diminuiu 3,2%, enquanto o número de receitas aumentou 0,2%. De acordo com o relatório, esta tendência é afetada por uma diminuição significativa no valor médio de receitas, que teve uma queda de 3,4%. Os dados confirmam os números publicados recentemente pela Agência de Medicamentos Italiana (AIFA) que mostravam que a despesa com doentes em ambulatório permaneceu dentro do limiar estabelecido de 11,35% de despesa total do fundo nacional de saúde, nos primeiros seis meses do ano. (Fonte: IHS Global Insight - Life Sciences) Num referendo realizado no dia 28 de setembro de 2014, os eleitores suíços rejeitaram as propostas de criação de um seguro de saúde público nacional único para substituir o sistema existente de 61 prestadores de seguros de saúde privados concorrentes. Os apoiantes do esquema defendem que é a única forma de controlar os prémios que aumentam constantemente e garantir a eficácia e a transparência. Apenas quatro dos 26 cantões do país votaram a favor da introdução do novo esquema, todos eles na parte ocidental da Suíça: Genebra, Jura, Neuchâtel e Vaud. (Fonte: IMS Health) Espanha Países Baixos Aumento da despesa farmacêutica apesar da queda de receitas O Governo vai transferir 33 medicamentos do orçamento das comunidades para o hospitalar O aumento da despesa farmacêutica foi de 0,32%, em agosto de 2014, em comparação com o mês homólogo do ano passado, atingindo €715 milhões, apesar da queda do número de receitas passadas de 1,40% para 65 milhões e do aumento do custo médio de uma receita de mais de 10,7%. Em termos regionais, Melilla registou o maior aumento na despesa (+22,25%), seguida de Ceuta (+5,36%) e Madrid (+3,36%). No entanto, Valência (-4,16%), Galiza (-2,90%) e Aragão (-0,52%) registaram quedas da despesa farmacêutica. (Fonte: IMS Healthcare) A Real Sociedade Holandesa para o Progresso da Farmácia (KNMP) anunciou que, a partir de 1 de janeiro de 2015, 33 agentes antineoplásicos serão transferidos do orçamento farmacêutico para o orçamento hospitalar. Após a transferência, o reembolso dos anticancerígenos incluídos na lista só estarão disponíveis através do acesso aos cuidados médicos de doentes hospitalizados; desta forma, as companhias de seguros de saúde dos Países Baixos deixarão de cobrir os custos destes medicamentos, quando fornecidos ao nível da farmácia comunitária. Em 2012, as autoridades holandesas transferiram diversos medicamentos oncológicos do orçamento comunitário para o hospitalar com o objetivo de conter a despesa farmacêutica ao nível dos doentes em ambulatório e o reembolso dos inibidores do TNF-alfa foi transferido para o orçamento hospitalar, em 2011. (Fonte: IHS Global Insight - Life Portugal Governo planeia imposto direto sobre as vendas para os fabricantes de medicamentos Foi anunciado que o Governo planeia substituir o acordo de reembolso do setor existente por um imposto direto sobre as vendas. Atualmente, o acordo existente envolve a contribuição coletiva dos fabricantes de medicamentos com um total de €160 milhões para ajudar a reduzir a despesa do governo em produtos farmacêuticos, em 2014. Com as novas propostas, o imposto seria cobrado nas vendas ao preço de venda ao público (excluindo imposto de venda) em: medicamentos comparticipados, medicamentos sujeitos a receita médica, medicamentos utilizados para tratamentos eletivos, medicamentos hospitalares, medicamentos órfãos, gases medicinais e medicamentos derivados do sangue e plasma humano. Nestes planos, a taxa do imposto poderia variar entre 0,5% e 15%, dependendo do produto. (Fonte: IMS Healthcare) Alemanha Os descontos permitem poupanças para o sistema de seguros de saúde Os dados publicados pelo Sindicato Federal das Associações Alemãs de Farmacêuticos (ABDA) destacam o êxito do Governo na contenção da despesa pública com produtos farmacêuticos. Em 2013, os descontos pagos pelas farmácias atingiram um valor de €1,09 mil milhões, um aumento de 6% em relação aos descontos de €1,03 mil milhões, em 2009. Os descontos pagos pelos fabricantes atingiram um valor de €2,37 mil milhões, um aumento de 180% em relação aos descontos de €844 milhões, em 2009. Os descontos regulamentares e negociados com as empresas farmacêuticas e as farmácias e as comparticipações dos doentes entre 2010 e 2013 resultaram numa poupança de cerca de €50 mil milhões para o sistema de seguros de saúde regulamentares Gesetzliche Krankenversicherung (GKV), €5 mil milhões dos quais foram gerados em 2013. O sistema de preços dos medicamentos da Alemanha vai continuar a restringir os fluxos de rendimentos das empresas farmacêuticas como resultado dos congelamentos dos preços, das reduções e dos descontos, que pressionaram ainda mais as empresas farmacêuticas que procuram comercializar os seus produtos noutros mercados europeus. (Fonte: Business Monitor International 2014) EPF, dezembro de 2014 03 EM FOCO Destaques do terceiro Seminário do EPF de 2014 O terceiro Seminário do EPF do ano decorreu em Lisboa, Portugal, nos dias 2 e 3 de outubro, e reuniu os principais intervenientes da indústria farmacêutica da Europa para discutir os temas atuais do setor farmacêutico, bem como os desenvolvimentos significativos na indústria, do país. Paulo Duarte (Presidente, ANF, Associação Nacional de Farmácias) começou por fazer um resumo do mercado farmacêutico português que, desde 2010, sofreu uma redução de quase 25% em termos de valor. A despesa pública na saúde diminuiu 33% e as farmácias sofreram uma perda marginal de €313 milhões. Em seguida, discutiu as medidas que a ANF e as farmácias estão a tomar para contrariar o aumento dos genéricos e a quebra nas margens das farmácias. Seguiu-se João Pedro Almeida Lopes (Presidente, APIFARMA – Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica), que discutiu como combater as dificuldades que as farmácias enfrentam no país. Referiu que é a favor da criação de uma verdadeira cadeia de valor farmacêutica, com base nas seguintes medidas: uma garantia estatal de acesso a produtos farmacêuticos inovadores, liberalização dos preços de venda ao público de medicamentos não compaticipados, aumento da lista de indicações terapêuticas para os medicamentos de venda livre e a transferência de alguns medicamentos do hospital para a farmácia. Os delegados também ouviram Eurico Castro Alves (Presidente, INFARMED Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), que destacou que a diminuição do volume de medicamentos vendidos levou o governo português a adotar medidas para proteger os lucros das farmácias, ao mesmo tempo que leva os farmacêuticos a venderem mais genéricos. Na sua atualização aos delegados, Ornella Barra discutiu a criação da Walgreens Boots Alliance, que será a primeira empresa global de saúde e bem-estar dirigida por farmácias quando a fusão ficar concluída, no início do próximo ano. Ornella também referiu que o Grupo adquiriu recentemente 100% do UniDrug Distribution Group (UDG) e que a Alliance Boots mantém a sua parceria com a EORTC, tendo já sido reunidos €2 mil milhões para a implementação do SPECTAcolor Biobank para a investigação e o tratamento do cancro colorretal. O discurso Paulo Macedo final foi de Paulo Macedo (Ministro da Saúde Português - acima), que referiu a sua intenção de fortalecer o papel da farmácia, por exemplo, implementando farmácias móveis e um sistema de gestão integrado que envolva todas as partes interessadas, com o objetivo global de estabelecer um sistema de saúde sustentável para o futuro n TM Siga-nos no Twitter: @EPF_pharmacists Adicione-nos no LinkedIn. Pesquise por... The European Pharmacists Forum * Contactos... Se pretende obter mais informações sobre as atividades do EPF ou enviar comentários e sugestões sobre a nossa newsletter, contacte-nos através do endereço: [email protected] EPF, dezembro de 2014 04
Documentos relacionados
Os serviços são a chave do sucesso da farmácia! - EPF
Grupo de consumidores lança campanha contra prescrição excessiva A Aliança Suíça de Organizações de Consumidores planeia o lançamento de uma campanha de educação para reduzir a prescrição excessiva...
Leia maisapoiando a próxima geração de farmacêuticos
que poderá optar por não participar nas negociações sobre os objectivos de substituição por genéricos para 2011 a nível nacional, caso as discussões sobre as margens actuais com as entidades releva...
Leia maisSucesso num ambiente difícil - EPF
Uma importante comissão parlamentar avisou que as reformas do Sistema Nacional de Saúde (SNS) em Inglaterra estão a desviar as organizações dos objetivos de poupança estabelecidos pelo Governo. O S...
Leia maisGerar novas ideias é essencial para o EPF - EPF
o que foi reportado anteriormente no país. (Fonte: IHS, janeiro de 2016)
Leia mais