Max Wendell Batista dos Anjos IGOT-UL, CEG/CliMA
Transcrição
Max Wendell Batista dos Anjos IGOT-UL, CEG/CliMA
A INFLUÊNCIA DA MORFOLOGIA URBANA NOS CONTRASTES TOPOCLIMÁTICOS E MICROCLIMÁTICOS. CONTRIBUTO PARA A CRIAÇÃO DE ORIENTAÇÕES CLIMÁTICAS PARA O ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DE ARACAJU-SE, BRASIL. Max Wendell Batista dos Anjos IGOT-UL, CEG/CliMA - Clima e Mudanças Ambientais, Estudante de Doutoramento em Geografia, Portugal; DAGEO - Dinâmica Ambiental e Geomorfologia/UFS, Brasil António Lopes IGOT-UL, CEG/CliMA - Clima e Mudanças Ambientais, Portugal Hélio Mário de Araújo DAGEO - Dinâmica Ambiental e Geomorfologia/UFS, Brasil A forma da cidade exerce um papel relevante nas modificações locais dos climas urbanos e, consequentemente, no conforto humano. A morfologia urbana, refletida na densidade de construção, na geometria e no uso dos materiais de construção com suas propriedades emissivas e condutivas, produzem trocas energéticas que, ao conjugar-se com a alteração no campo aerodinâmico, podem comprometer o conforto bioclimático. Este trabalho tem como principal objectivo, estudar a relação entre a morfologia urbana e os contrastes térmicos e higrométricos espaciais em Aracaju-Sergipe (Brasil) nas escalas de análise topoclimática e microclimática. O estudo foi realizado em duas fases: a primeira de natureza topoclimática, foi baseada num transepto móvel, definindo-se, criteriosamente, 39 pontos de observação distribuídos sobre a malha urbana de Aracaju, fazendo-se observações de valores de temperatura e umidade relativa; na segunda fase, fizeram-se simulações microclimáticas de uma parte da cidade (junto ao litoral), com o modelo tridimensional de microescala Envimet (Bruse, 1999). Os resultados obtidos indicam contrastes térmicos significativos de 7.5ºC e higrométricos de 20%, decorrentes de morfologia distintas, demonstrando a influência da urbanização no armazenamento da radiação solar e potencializando a temperatura do ar ao nível local. Em termos microclimáticos, as simulações mostraram vários contrastes com diferenças de temperatura do ar e umidade relativa na ordem dos 2,6ºC e 18% respectivamente, nos vários bairros analisados. Perante a relação evidente entre os elementos morfológicos urbanos e o comportamento das variáveis climáticas envolvidas nas duas escalas de análise, propõem-se várias recomendações/orientações climáticas, que incluem: i) o plantio de árvores ao nível das calçadas existentes; ii) a manutenção de boas condições de ventilação natural nos novos bairros, em fase de implantação, de modo a amenizar o stress térmico humano nesta cidade tropical. Palavras-chave: Morfologia urbana, clima urbano, topoclima, microclima, Aracaju, Brasil.