Zon e PT alvo de críticas dos operadores de televisão

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Zon e PT alvo de críticas dos operadores de televisão
ID: 44864461
22-11-2012
Tiragem: 18100
Pág: 28
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 26,80 x 31,04 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 1
Paulo Alexandre Coelho
Zon e PT alvo
de críticas
dos operadores
de televisão
Solução encontrada para a TDT considerada “má”
pela Impresa. Media Capital pede regulação.
Rebeca Venâncio
[email protected]
A relação entre os operadores e
os distribuidores de conteúdos
já conheceu melhores dias, com
a posição dominante dos dois
maiores distribuidores de conteúdos, a Zon e o Meo (PT), a ser
ontem fortemente criticada.
O director-geral do grupo,
Luís Marques, assumiu que a
empresa está “completamente
dependente de dois operadores,
uma realidade que não existe
em mais nenhum país europeu”. Pais do Amaral, ‘chairman’ da Media Capital, sugeriu
uma “desintermediação da relação entre operadores e espectadores” e recomendou que a
Zon e a PT sejam reguladas
neste campo.
“Quando me referi a regulação de plataformas de ‘pay tv’
foi no sentido de incorporem
mais produção nacional. Como
pertencem a empresas com um
balanço tão forte poderiam investir mais em canais nacio-
nais. Obviamente, os candidatos preferenciais para a produção destes canais temáticos seriam os três operadores em
‘free to air’”, sugeriu. Pais do
Amaral reforçou que esta seria
uma forma de ajudar o mercado, na medida em que a maioria dos canais que integram as
grelhas da Zon e Meo não são
em português.
A Televisão Digital Terrestre
(TDT ) foi outro tema de conversa. Os privados consideram
“má” a solução encontrada,
tendo sido “uma oportunidade
perdida”. Pais do Amaral acusou a Portugal Telecom, vencedora do concurso para implementação do sistema, de
“não estar interessada em potenciar a TDT”.
Para Luís Marques, o futuro
do sector depende de decisões
políticas, considerando que o
sector da comunicação social
tem sido tratado “de uma forma
muito pouco responsável”, em
particular nos últimos dois
anos. “Se não houver bom senso
político na forma como o sector
vai ser enquadrado nos próximos anos, vamos ter problemas
graves”, assegurou.
Sector depende da RTP, cujo
futuro é uma interrogação
O MOMENTO
É o momento alto do
congresso da APDC. O
Estado da Nação reúne
hoje os principais
‘players’ do sector: Zeinal
Bava, presidente da PT,
Rodrigo Costa,
presidente da Zon, Mário
Vaz, presidente da
Vodafone, Miguel
Almeida, presidente da
Optimus, e Francisco
Lacerda, presidente dos
CTT, vão debater o futuro
do sector.
António Beato Teixeira, administrador da RTP, ocupou a cadeira onde deveria ter estado
Alberto da Ponte, presidente da
estação pública. No painel sobre
o “Estado da Nação das Televisões em Sinal Aberto”, garantiu
que a decisão final sobre o futuro da RTP está “nas mãos da tutela”. Em cima da mesa estão
três cenários.
O responsável admitiu que a
RTP deixará de ter indemnização compensatória em 2014 - o
que irá poupar 42 milhões ao
Orçamento do Estado de 2014.
Do lado dos operadores privados, o discurso foi o habitual:
deve manter-se o modelo actual de serviço público de televisão e rádio. ■
O 22º Congresso da Associação
Portuguesa para o Desenvolvimento das
Comunicações (APDC) termina hoje.
CTT defende que liberalização e privatização traz benefícios
A privatização dos CTT, que arranca no início de 2013, vai ser
positiva para o mercado e para o
País, especialmente em conjunto
com a liberalização do sector, defendeu ontem o vice-presidente
dos Correios, Manuel Castelo
Branco, na intervenção no congresso da APDC.
O gestor revelou que a empresa
está a estudar a entrada no
mercado brasileiro, continua
atenta em Angola, enquanto a
operação em Moçambique
e em Espanha apresentam
“resultados positivos”.
A abertura do sector aos privados,
contudo, levanta algumas preocupações junto dos operadores alternativos. Olivier Establet, administrador-delegado da Chronopost, refere que “ninguém faz um
‘business plan’ sem saber as regras do jogo”. Já José Reis, da
DHL Portugal, assume que a liberalização no correio expresso traz
oportunidades. Já Eduardo Rangel, presidente do grupo Rangel,
embora admita que a empresa vai
candidatar-se a uma licença de
operador postal, só o fará em nichos como o comércio electrónico, onde prevê “algum aumento
de volume”. João Carriço, da Adicional, refere que o ‘e-commerce’
já vale 30% da actividade. Para a
DHL, esta é uma área estratégica,
onde admitem entrar “através de
parcerias”. C.S.

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