De Kyoto a Montreal, via Cancun

Transcrição

De Kyoto a Montreal, via Cancun
Edição 36 Ano III Novembro 2010
Distribuição Gratuita
Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê
Cidadania
Resolvemos publicar este artigo, como
reflexão para nossos ouvintes nos programas
Raízes & Matrizes e EDUCAR que foram ao ar
nos últimos dias do mês de Outubro deste
ano, pela rádio web
e
Meio
Ambiente
Formiguinhas do Vale
< www.terapeutasvirtuais.com.br >
Por vezes ignoramos...
Leia na página 13
www.fomiguinhasdovale.org
A Associação
RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site
Praia Tambada - No estado da Paraíba.
Do Tupi-Guarani, o nome Tambaba tem 2
significados: "o conteúdo das conchas" e
"monte de Vênus".
História da Educação - Grécia
Leia mais Página 11
Período Grego
Página 10
A sala de estar como sala de aula
Projeto
“Viveiro Escola Planta Brasil”
•
Educação domiciliar é admitida em alguns
países, mas no Brasil a discussão está apenas
começando.
Você educaria seu filho em casa?
De Kyoto a
Montreal,
via Cancun...
Projetos integrados:
•
Projeto
“Inicialização Musical”
Este projeto tem por finalidade levar o
conhecimento musical, a crianças e adultos
com o fim de formar grupos multiplicadores,
sempre incentivando a musica de raiz de
cada região, ao mesmo tempo em que se
evidenciam as culturas e tradições populares de cada região. Inicialmente iremos formar turmas que terão a finalidade de multiplicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respectivas
comunidades.
É o berço da civilização, tendo como seus
principais representantes: Sócrates,
Aristóteles e Platão;
Leia mais página 12
tem como principal objetivo interferir nas mudanças comportamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambiental,
sustentabilidade e paz social, reflorestamento, incentivo á agricultura orgânica, hortas
comunitárias e familiares, preservação dos
ecossistemas, reciclagem e compostagem
do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela
para o Mundo’ e multiplicado e divulgado
através deste veículo de interação.
O Amazonas é uma das 27 unidades federativas do Brasil, sendo a mais extensa delas,
com uma área de 1.570.745,680 km², se constitui na 9ª maior subdivisão mundial - é maior
que as áreas somadas de França (547.030,0
km²), Espanha (504.782,0 km²), Suécia
(357.021,0 km²) e Grécia (131.940,0 km²); seria
o 18º maior país do mundo...
Leia mais na página 4
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EDUCAÇÃO — CULTURAS E TRADIÇÕES BRASILEIRAS — MEIO AMBIENTE
Este veículo. transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem
bre temas dos projetos desenvolvidos pela OSCIP“Formiguinhas do Vale”,organização sem fins
lucrativos e, com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental.
Filipe de Sousa
so-
Este projeto visa a implantação de um
Viveiro Escola, especializado em árvores
nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele
nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas,
técnicas de plantio e cuidados; técnicas de
compostagem e reciclagem de lixo doméstico, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico á
prática, através de demonstrações de como
plantar e cuidar, incentivando e destacando
também, a importância da agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares. Serão
formadas turmas que terão a finalidade de
se tornarem multiplicadoras do conhecimento adquirido em cada comunidade.
•
Projeto “Arte&Sobra”
•
Projeto “SaciArte”
Neste Projeto Social iremos evidenciar
a necessidade da reciclagem, com a finalidade de preservação dos espaços urbanos
e, como fator de geração de renda. Também
serão formadas turmas multiplicadoras de
conhecimento, que terão como função a formação de cooperativas ou grupos preservacionistas em suas comunidades.
Este projeto é um formador de grupos
musicais onde as culturas regionais e a música de raiz sejam o seu tema. Primeiramente será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com responsabilidade de participação voluntária, no
grupo da comunidade da Região Cajuru na
Zona Leste de São José dos Campos.
# SEJA UM VOLUNTÁRIO.
Fale conosco
0xx12 - 9114.3431
Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org
Gazeta Valeparaibana
Novembro 2010
Crônica do mês
Por: Marina Colasanti
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se
acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas,
logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na
hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar
no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter
vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a
guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando
os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números,
da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não
posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser
ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que
precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e
ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e
engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na
infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e
cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos
levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da
água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho,
a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher
fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira
fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se
consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito
o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e
baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si
mesma.
Marina Colasanti nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e
desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não
devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar
em Amor; Contos de Amor Rasgados; Aqui entre nós, Intimidade Pública,
Eu Sozinha, Zoológico, A Morada do Ser, A nova Mulher, Mulher daqui pra
Frente e O leopardo é um animal delicado. Escreve, também, para revistas
femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo
o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.
O texto acima foi extraído do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09
AJUDENOS A MANTER ESTA PUBLICAÇÃO E NOSSOS
PROJETOS DE EDUCAÇÃO, CULTURA E
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
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Melhor idade
AS AMIGAS CURAM
Um estudo publicado pela universidade de Los Angeles,
Califórnia, indica que a amizade entre mulheres é verdadeiramente especial. Descobriu-se que as amigas contribuem para o fortalecimento da identidade e da proteção
de nosso futuro. Constituem um remanso no meio do
mundo real cheio de tempestades e de obstáculos.
As amigas ajudam encher os vazios emocionais de nossas relações com os homens e ajudam-nos recordar
quem nós somos realmente. Após 50 anos das investigações, identificou-se que existem substâncias químicas
produzidas pelo cérebro que ajudam a criar e manter os
laços de amizades entre as mulheres.
Os pesquisadores, homens em sua maioria, foram surpreendidos com os resultados dos estudos. Quando o
hormônio OXITOCINA é liberado como a parte da reação
das mulheres ao stress , elas sentem a necessidade de
proteger suas crianças e de agrupar-se com outras mulheres; quando acontece isso, uma quantidade ainda
maior é produzida de oxitocina que reduz o stress agudo
e causa um efeito tranqüilizante.
Estas reações não aparecem entre os membros do sexo
masculino porque a testosterona que os homens produzem em quantidades elevadas, tende a neutralizar os efeitos da oxitocina; visto que os estrógenos femininos
aumentam a produção deste hormônio.
Depois de estudos repetidos, demonstrou-se que os laços emocionais existentes entre as mulheres que são
amigas verdadeiras e leais, contribuem para uma redução dos riscos das doenças relacionadas à pressão arterial e ao colesterol. Acredita-se que esta pode ser uma
das razões por que geralmente as mulheres vivem mais
do que os homens.
As mulheres que não estabelecem relações da amizade
com outras mulheres, não mostram os mesmos resultados em sua saúde.
Assim, ter amigas ajuda-nos não só a viver mais, como
também a viver melhor. O estudo sobre a saúde indica
que quanto mais amigas têm uma mulher, maior é a probabilidade de que chegue à velhice sem problemas físicos e levando uma vida plena e saudável.
Neste mesmo estudo observou-se como as mulheres superam os momentos críticos (como a morte do esposo
ou dos pais) e percebeu-se também que as mulheres que
podem confiar em suas amigas reagem às doenças sérias e recuperam-se em um lapso de tempo menor do
que aquelas que não têm em quem confiar.
O estudo concluiu que a amizade entre as mulheres
constitui uma fonte de força, bem estar, alegria e saúde.
Filipe de Sousa
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Gazeta Valeparaibana é um jornal gratuito distribuído mensalmente em mais de 80 cidades, do
Cone Leste Paulista, que é composto pelas seguintes regiões:
Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista,
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Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J
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cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de
Ensino Fundamental e Médio.
“Formiguinhas do Vale”
Uma OSCIP - Sem fins lucrativos
Novembro 2010
Gazeta Valeparaibana
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Utilidade pública
Entrevistas de emprego
Como fazer um bom currículo
Quando fazer perguntas em
uma entrevista?
Questionar demonstra interesse,
mas é preciso saber o momento
certo de interagir
da empresa, questionando sobre o
crescimento, perspectivas, participação de mercado. Isso ajuda a identificar o que a companhia espera dele e ter uma idéia do ritmo de
trabalho", comenta Mendes.
Engana-se quem pensa que em uma
entrevista de emprego o recrutador
pergunta e o candidato deve se concentrar apenas em responder. Especialistas afirmam que o profissional não
só pode como deve questionar o entrevistador durante o processo, entretanto é importante ficar atento aos sinais e à hora certa de falar.
“Inicialmente, o candidato precisa
se dedicar a mostrar suas habilidades e os resultados que já alcançou
na carreira, ou seja, primeiro deve
expor seu valor", afirma Daniela Ribeiro, da consultoria Robert Half.
Questionar o que a empresa espera
da pessoa que ocupará a vaga também é positivo, além de demonstrar
interesse por feedback, incentivando o
entrevistador a falar se algo da experiência do profissional não corresponde
à oportunidade.
O que deve impressionar é o conteúdo. A forma precisa
ser simples, clara e muito bem organizada
O currículo é sua primeira apresentação em uma empresa. Você
deve causar uma boa impressão e alguns cuidados na formatação, organização e no envio do currículo podem ser fundamentais na seleção para passar para a próxima fase no recrutamento.
O principal é saber o que e como destacar entre as informações
sobre suas habilidades e qualificações. “O currículo vende a imagem da pessoa e ajuda a mostrar seus pontos fortes”.
Atividades ou prestação de serviços voluntários junto a Associações, OSCIP’s, ou Comunidades agregam um valor inestimável
ao currículo.
Dez dicas para fazer um currículo bem apresentado
1)Tipos e fontes
Siga uma linha tradicional, use fontes Courier, Arial ou Times New
Roman. Recursos de itálicos, negritos e sublinhados podem ser usados para destacar e organizar as informações.
2) Número de folhas
No máximo duas, de preferência brancas e grampeadas.
3) Ordem das informações
Priorize as mais importantes, com destaque para seus dados com endereço, telefone e e-mail, seguidos pelo interesse ou objetivo com a
vaga, sua formação e experiências profissionais.
4) Foto somente se for solicitada
Use plano americano (retrato).
5) Corpo do e-mail ou em anexo
Sempre envie um anexo, mas faça uma apresentação com seus contatos no corpo do e-email.
6) Pretensão salarial
Vai atrapalhar se ficar muito distante do que a empresa oferece; pesquise antes o quanto costuma ser oferecido ou evite colocar.
Depois disso, cabe fazer perguntas
para entender melhor a situação da
empresa e as demandas da oportunidade. "Se o candidato fica quieto,
perde pontos, pois não se expõe.
Em cargos de liderança o profissional precisa se expor", diz Paulo Mendes, sócio da consultoria 2Get. Daniela concorda. "Não interagir pode evidenciar falta de interesse pela vaga.
As perguntas ajudam a demonstrar
motivação", destaca.
Algumas perguntas contam pontos a
favor do profissional e são bem vindas. Questões que ajudam a conhecer
melhor a empresa, por exemplo, caem
bem, mas é preciso atenção. "O candidato deve buscar informações sobre a companhia antes da entrevista, assim as indagações serão apenas para obter dados complementares", afirma Daniela.
Segundo ela, é preciso ficar atento
para não perguntar sobre coisas que a
empresa esperava que o profissional
soubesse. "É importante que o profissional tente entender o momento
Mendes aposta na transparência. "Se
o salário é o que mais interessa, o
candidato pode mostrar isso. Algumas vagas exigem profissionais
ambiciosos", diz.
EDUCAR - Uma janela para o mundo
8) Uso de modelos prontos
Sem problemas, mas é preferível utilizá-los como parâmetro, personalize.
10) Assinatura
Necessário só se solicitado.
Importante: Não falte com a verdade nem acrescente algo inverídico, isso pode derrubar sua carreira. Hoje as empresas têm meios de como verificar verdades e mentiras.
Da redação
Assuntos como remuneração e qualidade de vida exigem cuidados especiais. Na opinião de Daniela, com jeito,
é possível entender se a carga de trabalho é muito pesada. "Se o candidato quer fazer perguntas sobre qualidade de vida deve dar um tom de
curiosidade, não colocar a questão
como impeditivo", diz. Já Mendes
acredita que o melhor é não abordar o
assunto. "Qualidade de vida todos
querem e perguntar sobre isso pode dar a impressão de que a pessoa
quer trabalhar menos", afirma. "Ao
entender o momento da empresa, o
profissional consegue ter sinais
que remetem à qualidade de vida",
explica Mendes.
Quando o tema é remuneração, Daniela acredita que isso não deve questionado no início da conversa. "Falar de
dinheiro nos primeiros momentos
pode mostrar que o profissional só
está interessado no salário", diz. "Já
vi pessoas sendo descartadas porque
a empresa entendeu que estavam
muito focadas em remuneração e que
poderiam partir para outra oportunidade com salário maior a qualquer momento", explica Daniela.
Questões positivas
7) Informações sobre redes sociais
Lembre que os perfis podem ser visitados pelo selecionador; prefira
divulgar perfis profissionais.
9) Escrito à mão
Está fora de uso; envie sempre digitados.
Pontos de atenção
Todos sabemos que programas
sobre educação onde se abordem verdades e se discuta o assunto de forma imparcial, suprapartidariamente e com ética são
raros na mídia convencional.
São raros porque infelizmente
não dá IBOPE e a mídia convencional busca imagem e IBOPE,
pois somente assim conseguirá
patrocinadores e valorizará seus
espaços publicitários.
Foi-nos aberto um espaço de
duas horas na Rádio Web Terapeutas Virtuais, o qual agradecemos, já que educação não costumar ter espaço.
Aceitamos já que até o nome
combina com a necessidade de
terapia em que se encontra a Educação no Brasil.
Nosso programa irá ao ar
tod0s os Sábados, das
18;00 ás 20;00 horas e, o
ouvinte poderá interagir
com suas sugestões,
criticas ou
questionamentos.
Acesse e prestigiem-nos
www.terapeutasvirtuais.com.br
ESTADOS BRASILEIROS - Todo o mês, tudo sobre cada Estado da Federação - DEZEMBRO será a vez da Bahia (BA)
Novembro 2010
Gazeta Valeparaibana
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Amazonas
SÍNTESE
História amazonense começa antes
do descobrimento do Brasil, quando o atual território do estado era
povoado por índios das nações Jê
e Aruaque, entre outros.
Etimologia e história
Icamiabas é uma palavra tupi que
designa o nome dado às mulheres
sem homens, ou ainda mulheres
que ignoram a lei. Antes de ser batizado de rio Amazonas, o mesmo
era chamado de rio das Icamiabas.
O Amazonas é uma das 27 unidades federativas do Brasil, sendo a
mais extensa delas[5], com uma
área de 1.570.745,680 km², se constitui na 9ª maior subdivisão mundial - é maior que as áreas somadas
de França (547.030,0 km²), Espanha
(504.782,0 km²), Suécia (357.021,0
km²) e Grécia (131.940,0 km²); seria
o 18º maior país do mundo em área
territorial, pouco maior que a Mongólia, com seus 1,564,116 km²; é
maior que a área da Região Nordeste brasileira, com seus nove
estados; e equivale a 2,25 vezes a
área do Texas (696.200,0 km²), segundo maior estado americano.
O Amazonas é a segunda unidade
federativa mais populosa da região
Norte, com seus 3,4 milhões de habitantes, sendo superado pelo Pará.[6] No entanto, apenas duas de
suas cidades possuem acima de
100 mil habitantes: Manaus, a capital, e Parintins.
O estado é oficialmente subdividido ainda em 13 microrregiões, além de 4 mesorregiões.
Faz fronteiras com o Pará (Leste);
Rondônia e Mato Grosso (Sul); Acre (Sudoeste); Roraima (Norte);
além da Venezuela, Colômbia e Peru.
A área média dos 62 municípios do
estado do Amazonas é de 25.335
km², superior à área do estado de
Sergipe. O maior deles é Barcelos,
com 122.476 km² e o menor é Iranduba, com 2.215 km² e não estão
às margens de rios como alguns
afirmam, mas, isto sim, são cortados por grandes rios amazônicos,
em cujas margens estão as localidades, as propriedades rurais e as
habitações dos ribeirinhos.
O Amazonas é também o 2º estado
mais rico da região Norte, responsável por 32% do PIB da região.Possui o maior Índice de Desenvolvimento Humano (empatado
com o Amapá), o maior PIB per capita, a 4ª menor taxa de mortalidade infantil, além 3ª menor taxa de
analfabetismo entre todos os estados das regiões Norte do Brasil.
As icamiabas eram as índias que
dominavam aquela região, riquíssima em ouro. Quando Orellana desceu o rio em busca de ouro, descendo os Andes (em 1541) ele era
chamado de rio Grande, Mar Dulce
ou rio da Canela, por causa das
grandes árvores de canela que existiam ali.
A belicosa vitória das icamiabas
contra os invasores espanhóis foi
tamanha que o fato foi narrado ao
rei Carlos V, o qual, inspirado nas
guerreiras hititas ou amazonas, batizou o rio de Amazonas. Amazonas é o nome dado pelos gregos às
mulheres guerreiras.
No livro Matriarchat in Südchina:
Eine Forschungsreise zu den Mosuo (Taschenbuch), a autora, Heide
Göttner-Abendroth, revela a raiz
comum da palavra Ama para a sociedade matriarcal ainda existente
na China, no povoado de Moso, cujo significado é mãe, na língua local dos mosos; a palavra ainda encontra a mesma raiz no norte da
África, aonde também o matriarcado existiu e os quais se auto denominavam amazigh.
Por esta razão, a antiga palavra Ama tem o significado de Mãe no
sentido mais estrito; no sentido
figurativo denomina cultura matriarcal.
teria sido o espanhol Francisco de
Orellana, entre 1539 e 1541, desde
a cordilheira dos Andes até ao Oceano Atlântico.
Iniciava-se, à época, a lenda de que
a mítica cidade de El Dorado ficaria
em algum ponto entre o Amazonas
e as Guianas. Orellana afirmou ter
encontrado e combatido uma tribo
de mulheres guerreiras e por isso
batizou aquele curso de "rio das
Amazonas", em referência às personagens da mitologia grega.
Entre 1637 e 1639, uma expedição
comandada por Pedro Teixeira subiu e desceu o curso do rio Amazonas, chegando até Quito, no Equador, fundando a atual cidade de
Franciscana, já em território peruaUm companheiro de Orellana, Gon- no.
zalo Hernández de Oviedo y Valdés, divulgou relatos da expedição, Com a Restauração Portuguesa,
com descrição das riquezas e dos em 1640, o Estado do Maranhão
habitantes da região, que foram voltou à soberania de Lisboa, agora expandido, uma vez que por espublicados em Veneza em 1556.
sa época, os portugueses, a partir
Uma nova expedição em 1561 ten- de Belém do Pará, já promoviam
tou repetir a façanha de Orellana, expedições regulares no Amazomas quase não conseguiu: o co- nas e no baixo rio Madeira.
mandante, Pedro de Ursua, foi assassinado pelo seu sucessor, Lope Os bandeirantes
de Aguirre, que enlouqueceu vítima
de delírio tropical. Cruel em todos Entre 1648 e 1652, o bandeirante
aspectos Aguirre também matou
paulista Antôsua filha de quinze anos e vários
nio Raposo Taíndios.
vares saiu em
seu périplo e,
A primazia da ocupação da foz do
subindo a bacigrande rio (atuais estados do Amaa do rio Parapá e do Pará), em função da sua
guai, atingiu o
exploração econômica, coube a
Guaporé (atual
ingleses e holandeses, que instalaRondônia), perram feitorias nas margens dos maicorreu o Altiores rios da região, para extrair
plano, e de lá
madeira e especiarias, como o craalcançou
e
vo, o urucum, o guaraná, resinas e
desceu o Amaoutros (as chamadas drogas do
zonas até Gusertão), desde 1596.
rupá, no Pará,
junto à foz. Foi
Assim, desde cedo a economia da
a primeira exregião amazônica se baseou no expedição lusotrativismo e não na agromanufatura brasileira de amplo reconhecimenaçucareira, como em outras regi- to.
ões coloniais.
A Dinastia Filipina
As expedições de Orellana e Pedro
Teixeira percorreram todo o rio Amazonas, desde a foz (à direita) até
o Equador (à esquerda).
História do
Amazonas
A conquista do Amazonas, 1907,
Museu Histórico do Estado do
Pará.
Primeiras explorações
Originalmente, a área do atual Estado do Amazonas não integrava
as terras portuguesas, conforme
os termos do Tratado de TordesiA História do Amazonas é o domí- lhas, ficando sob domínio espanio da História concentrado na evo- nhol. O primeiro europeu a percorlução do estado do Amazonas, na rer todo o curso do rio Amazonas
Região Norte do Brasil. A rigor, a
Belém do Pará. O território foi incorporado ao Estado do Maranhão
criado em 1621 por Filipe III de Espanha. Recorde-se que Marañón
era o nome dado pelos espanhóis
ao rio Amazonas, e continua a sê-lo
até hoje, no Peru.
Ocupação portuguesa
Em 1669, foi fundado o Forte de
São José da Barra do Rio Negro,
na área onde hoje fica Manaus, pelo capitão português Francisco da
Mota Falcão.
A fortificação serviu como base
para o (esparso) povoamento da
bacia amazônica, permitindo a subida dos rios Negro e Branco, no
atual Roraima, de onde se chegava
ao Orinoco.
Com a Dinastia Filipina, em 1580, a
linha de Tordesilhas perdeu, na
prática, o seu efeito. Ao mesmo
tempo, os inimigos da Espanha
passaram a sentir-se livres para
incursionar sobre os domínios ultramarinos portugueses.
Também começou a ocupação dos
rios Solimões (Alto Amazonas) e
Em 1612, o rei Jaime I da Inglaterra Madeira.
comissionou Robert Harcourt para Os primeiros colonos enfrentaram
explorar a região. No mesmo ano, hostilidade dos nativos, como as
os franceses fundaram a França tribos dos torás e manaós (que deEquinocial na ilha de São Luís, na ram origem ao nome da capital) do
costa do Maranhão, conquistada cacique Ajuricaba, que investiam
em fins de 1615 por tropas luso- contra os povoamentos e destruíespanholas.
am casas e instalações. dos jesuítas da região.
Após essa conquista, Francisco
Caldeira de Castelo Branco foi de- As campanhas militares contra as
signado para avançar rumo à foz missões ocorreram entre 1691 e
do grande rio, fundando em dezem- 1697 ...
bro desse mesmo ano o Forte do
Presépio, núcleo da atual cidade de CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE
Cuidar de nosso lixo, de nosso quintal e, fiscalizar, é uma obrigação de cada um de nós.
Gazeta Valeparaibana
Novembro 2010
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Amazonas - continuação
As campanhas militares
contra as missões
ocorreram entre1691 e 1697
comandadas por Inácio Correia de
Oliveira, Antônio de Miranda e José
Antunes da Fonseca no Solimões e
Francisco de Melo Palheta no Alto
Madeira. Belchior Mendes de Morais garantiu a posse portuguesa
sobre a bacia do Napo. Os missionários espanhóis foram substituídos por outros, portugueses, principalmente carmelitas e mercedários. Nasceram nessa época as povoações que dariam origem às atuais Barcelos (então chamada Mariuá), Tefé, São Paulo de Olivença, Coari, Borba, Airão e Carvoeiro.
bem diferentes das linhas retas atuais: o Amazonas incluía Roraima,
parte do Acre e se expandia para
sul com parte do que hoje é o Mato
Grosso.
O governo colonial concedeu privilégios e liberdades para quem se
dispusesse a emigrar para a região,
como isenção de impostos por 16
anos seguidos. No mesmo ano, foi
criada a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão
para estimular a economia local.
Em 1757 tomou posse o primeiro
governador da capitania, Joaquim
de Melo e Póvoas, e recebeu do
Marquês de Pombal a determinação
de expulsar à força todos os jesuítas (acusados de voltar os índios
Os franceses e espanhóis voltaram contra a metrópole e não lhes ensia fazer incursões na região, e os nar a língua portuguesa).
portugueses decidiram fechar o rio
Madeira à navegação estrangeira Em 1772, a capitania passou a se
em 1732. Mesmo assim, os bandei- chamar Grão-Pará e Rio Negro e o
rantes José Leme do Prado e Manu- Maranhão foi desmembrado. Com a
el Félix de Lima exploraram a área, mudança da Família Real para o
descendo até Cuiabá no Mato Gros- Brasil, foi permitida a instalação de
so, e criando um eixo de comércio manufaturas e o Amazonas comeamazônico, entre Cuiabá, Manaus e çou a produzir algodão, cordoaBelém.
lhas, manteiga de tartaruga, cerâmica e velas.
Foram erguidas fortificações portuguesas em Tabatinga, São Gabriel
Os governadores que mais trabada Cachoeira, Maribatanas e São
lharam pelo desenvolvimento até
Joaquim, dando início a novos poentão foram Manuel da Gama Lobo
voados.
D'Almada e João Pereira Caldas.
Em 1821, Grão Pará e Rio Negro
Capitania junto com
viraram a província unificada do
Grão-Pará.
Autonomia e Ciclo da
Borracha
outras se desenvolveram como, por
exemplo, Manaus..
O comércio interno aumentou significativamente e a renda dos habiO primeiro presidente (governador) tantes melhorou.
da nova província foi Tenreiro Aranha. Para enfrentar as dificuldades Esta euforia contribuiu para a consfinanceiras da administração, ele trução de casas, prédios públicos,
conseguiu que o governo redirecio- estradas, teatros e escolas.
nasse parte das verbas do Pará e
do Maranhão durante alguns anos, Crise da borracha
para suprir o orçamento amazonenNa década de 1910, empresários
se no início.
holandeses e ingleses entraram no
Com este dinheiro, Aranha fundou lucrativo mercado mundial de boruma tipografia e fez circular o pri- racha.
meiro jornal do Amazonas, o Cinco
de Setembro. O progresso introdu- Passaram a produzir, em larga esziu o comércio fluvial e o "regatão". cala e custos baixos, o produto na
Ásia (Ceilão, Indonésia e Malásia).
A história da Borracha na A concorrência fez com que, no começo da década de 1920, a exportaAmazônia
ção da borracha brasileira caísse
significativamente.
Era o fim do ciclo da borracha no
Brasil. Muitas cidades se esvaziaram, entrando em plena decadência.
No final do século XIX a recém criada indústria de automóveis estava
em plena expansão. As empresas e
a classe média correram para adquirir o meio de transporte do momento.
O Teatro Amazonas foi
construído com dinheiro do
ciclo da borracha.
Com isso, a demanda pela borracha
aumentou significativamente, pois
No ano seguinte, o Brasil procla- este produto era matéria-prima para
a fabricação de pneus.
mou a Independência.
Grão-Pará
A ocupação do Amazonas
se deu em povoamento
esparso, por causa da
floresta densa.
Expansão da produção e
Em meados do século XIX foram
fundados os primeiros núcleos que
suas conseqüências
deram origem às atuais cidades de
Itacoatiara, Parintins, Manacapuru e O Brasil passou a exportar toneladas de borracha, principalmente
Careiro e Moura.
para as fábricas de automóveis norA capital foi situada em Mariuá te-americanas.
(entre 1755-1791 e 1799-1808), e em
São José da Barra do Rio Negro As principais regiões produtoras de
borracha eram os estados do Pará
(1791-1799 e 1808-1821).
e Amazonas, utilizando a extração
Uma revolta em 1832 exigiu a auto- do látex das seringueiras, que havinomia do Amazonas como provín- a em abundância na região da flocia separada do Pará.
resta amazônica.
A rebelião foi sufocada, mas os amazonenses conseguiram enviar
um representante à Corte Imperial,
Frei José dos Santos Inocentes,
que obteve no máximo a criação da
O tratado de Madri de 1750 confir- Comarca do Alto Amazonas.
mou a posse portuguesa sobre a
Com a Cabanagem, em 1835-1840,
área.
o Amazonas manteve-se fiel ao governo imperial e não aderiu à revolPara estudar e demarcar os limites,
ta.
o governador do Estado, Francisco
Xavier de Mendonça Furtado, insti- Como espécie de recompensa, o
tuiu uma comissão com base em Amazonas se tornou uma província
Mariuá em 1754.
autônoma em 1850, separando-se
definitivamente do Pará.
Em 1755 foi criada a Capitania de
São José do Rio Negro, no atual Com a autonomia, a capital voltou
Amazonas, subordinada ao Grão- para esta última, renomeada como
Pará. As fronteiras, então, eram "Manaus" em 1856.
O Estado do Maranhão virou "GrãoPará e Maranhão" em 1737 e sua
sede foi transferida de São Luís para Belém do Pará.
Os coletores de drogas do sertão
se expandiram para o rio Juruá, o
Purus e o Juari, abrindo caminho
para a instalação de seringais
(estações de extração de látex, seiva extraída das árvores seringueiras que serve como matéria-prima
para fabricar borracha).
A nova atividade sustentou a economia do Amazonas a partir da década de 1850.
Em 1853 foi fundada a Companhia
Esta rápida expansão da produção de Navegação e Comércio da Amade borracha atraiu grande quantida- zônia, com investimento do Barão
de de trabalhadores para a região, de Mauá.
principalmente, nordestinos que
fugiam da seca nordestina e estavam em busca de emprego e melhores condições de vida.
Na primeira década do século XX, o
Brasil tornou-se o maior produtor e
exportador mundial de borracha.
Em 1910, por exemplo, chegou a
exportar, aproximadamente, 40 mil
Em 1866, o rio Amazonas foi aberto
toneladas do produto.
à navegação internacional. EmpreEste crescimento econômico da sas estrangeiras, principalmente
região amazônica foi acompanhado inglesas, investiam capital na regide significativo desenvolvimento ão.
urbano. Muitas cidades surgiram e
CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE
Acertar por vezes é um dever mas, saber reconhecer um erro, é sem dúvida o maior dos acertos...
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Novembro 2010
Página 06
Amazonas - continuação
O corrida da borracha também estimulou expedições científicas para catalogar a biodiversidade amazonense.
Em 1883, o professor Barbosa Rodrigues funda o Museu Botânico
de Manaus. Cientistas brasileiros e
estrangeiros como Carl von Martius, William Chandless, Henry Walter Bates e Louis Agassiz exploram
A lucratividade da borracha criou a floresta, quase sempre guiados
fortunas, financiou o crescimento pelo caboclo Manuel Urbano da
de Manaus (que de vila passou a Encarnação.
cidade numa rápida urbanização) e
A província do Amazonas se anteatraiu imigrantes.
cipou em quatro anos à Abolição,
A província começou a receber i- decretando o fim da escravidão em
migração de várias partes do Bra- 10 de julho de 1884 (embora housil (principalmente nordestinos, vesse poucos escravos).
fugindo da seca de 1872) e também
de países vizinhos, como Bolívia e A província do Amazonas tornouse estado com a proclamação da
Peru.
República, em 15 de novembro de
A população se estendia cada vez 1889.
mais para o oeste, levando ao povoamento do Acre, já em território O tenente Ximeno Villerroy foi noboliviano (o que causou o conflito meado interventor do governo federal. A política sofreu sucessivas
que levou à Revolução Acreana).
crises, com disputas patrocinadas
No auge, quase 100% da produção pelos empresários da borracha, e
mundial de borracha saía da Ama- surgiram caudilhos locais, como
Eduardo Ribeiro (modernizador de
zônia.
A capital, Manaus, foi expandida e Manaus) e Guerreiro Antoni.
urbanizada, para ganhar ares de
metrópole européia. Igarapés fo- Em 1910, foi deposto o governador
ram aterrados e abriram-se largas Clemente Ribeiro Bittencourt.
avenidas e boulevards.
O ciclo da borracha durou até
Datam dessa época as construções do Teatro Amazonas, do Palácio Rio Negro, da Alfândega do
Porto e do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, entre outros prédios exemplares.
1913, quando o preço do produto
no mercado internacional sofreu
forte baixa por causa da concorrência da Malásia (para onde foram
contrabandeadas sementes de seringueiras anos antes).
A empresa Hevea, grande exploraA população amazonense quintu- dora do setor, transferiu-se para o
plicou entre 1870 e 1900, passando Sudeste Asiático.
de 50 mil para 250 mil.
O
senvolvimento da Amazônia
(SUDAM), que foi extinta por Fernando Henrique Cardoso em 2001
e recriada por Lula em 2003. O regime militar (1964-1985) também
No mesmo ano, o Acre foi des- decidiu construir a rodovia Transamembrado do Amazonas, tornando mazônica, que no entanto acabou
-se território e depois estado (em abandonada.
1962).
O principal impulso ao crescimento veio em 1967, quando foi criada
Decadência e Retomada
a Zona Franca de Manaus, um pólo
Com o fim do ciclo da borracha, a para indústrias de alta tecnologia
economia amazonense voltou a com isenção fiscal. O pólo começa
decair. O estado entrou em crise, o a crescer cinco anos depois, em
erário perdeu arrecadação e prati- 1972, já no final do Milagre Econôcamente zerou, inclusive chegando mico.
a não pagar os funcionários estaduais durante quatro anos segui- Gilberto Mestrinho foi a principal
liderança política desde os anos
dos.
1960 aos 1990, ocupando três veO Amazonas se juntou a São Paulo zes o cargo de governador, até ser
na revolta de 1924. Um movimento acusado de corrupção nos anos
cívico-regionalista, o glebarismo, 1990.
reivindicou a retomada da liderança política e cultural pelos nativos Em 1987, foi anunciada a descoda região (até então, a elite local berta de petróleo na região de Coafora formada por imigrantes chega- ri.
dos na corrida da borracha).
Na década seguinte, a Petrobrás
Em 1943, como parte da estratégia instalou o campo de Urucu. Tamde defesa na Segunda Guerra Mun- bém foi construída a Refinaria Isadial, os territórios fronteiriços do ac Sabbá, em Manaus. Atualmente,
Rio Branco (atual Roraima) e Gua- a estatal é responsável por grande
poré (atual Rondônia) também fo- parte dos investimentos no estado,
ram desmembrados do Amazonas, inclusive nos projetos PIATAM (de
provocando protestos em Manaus. pesquisa ambiental) e na construção do gasoduto Coari-Manaus.
Como forma de tentar retomar o
crescimento da região, em 1953 o Geografia
governo federal criou a Superintendência do Plano de Valorização O estado do Amazonas caracteriza
Econômica da Amazônia (SPVEA). -se por ser o maior do Brasil, com
uma superfície atual de 1.570.745
Ela servia para liberar verbas de km². Grande parte dele é ocupado
investimento em infraestrutura, por reserva florística e a outra é
como a construção das rodovias representada pela água.
Manaus-Porto Velho e Manaus-Boa
Vista. Em 1966, o órgão foi substi- CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE
tuído pela Superintendência do DeEm 1920, praticamente já não havia
mais extração de látex e o Brasil
contribuía com apenas 2% da produção mundial.
tivos, tais como: Fundações, Associa- dos?
ções, Cooperativas, Escolas, Socieda- Serão priorizados projetos voltados
des Amigos de Bairro, etc.
para o Meio Ambiente, Culturas Populares, Artesanato e Reciclagem, Atendimento a Pessoas Excepcionais, Geração de Renda, Paz e Desenvolvimento Sustentável.
Mais informações e o Formulário de
Programa
Cidade
Educadora
foi criado com o
objetivo de despertar nas
pessoas a e nas
autoridades
a consciência de uma
cidadania
Ampla e ativa.
Conheça mais:
www.formiguinhasdovale.org
O que é?
Trata-se de um movimento com a finalidade de anualmente promover uma
exposição onde fornecedores da C&C
exporão seus produtos e concomitantemente apadrinharão os projetos e
iniciativas de uma comunidade previamente escolhida por cada um deles.
Quem poderá participar?
Projetos Sociais em andamento, vindos de entidades devidamente reconhecidas, registradas e sem fins lucra-
Quais os projetos que podem ser
apresentados?
Projetos já em andamento, que não
tenha qualquer apoio Oficial, tanto monetário como didático; sem patrocínios
ou apoio da iniciativa privada e que
sejam oriundos de Entidades Filantró- apresentação dos projetos, no site:
picas ou Sociedades Amigos de bairro,
www.formiguinhasdovale.org/
sem fins lucrativos.
Quais os projetos a serem priorizacec_comunidades.html
"Existem três Tipos de pessoas no mundo: As que fazem as coisas acontecerem; as que assistem as coisas acontecerem e as que não se dão conta das coisas que acontecem."
Gazeta Valeparaibana
Novembro 2010
Página 07
Amazonas - continuação
gião, distribuem-se com relativa
regularidade pelo ano inteiro mas
podem-se encontrar também características de tropicalidade no Sul
do estado.
O acesso à região é feito principalmente por via fluvial ou aérea. O
clima é equatorial úmido e a temperatura média é de 26,7 °C. O menor
clima já registrado no estado foi de
23,3º C.
enquanto que a valorização do manejo da floresta como fonte de renda contribuiu para que o Amazonas
enfrentasse o desafio de reduzir o
desmatamento em 21% em 2003,
segundo o Instituto Nacional de
Os ventos também afetam as tem- Pesquisas Espaciais - INPE.
peraturas. No verão, sopram os
ventos alísios vindos do Sudeste, Hidrografia
que por serem quentes e úmidos,
provocam altas temperaturas, seguidas de fortes chuvas; no inverno, as frentes frias são geralmente
seguidas de massas de ar vindas
da Linha do Equador e que trazem
um vento quente.
Vegetação
Apenas o inverno e o verão são
bem definidos e a umidade relativa Sobressaem matas de terra firme,
do ar fica em torno de 80%, tendo várzea e igapós.
em vista que a região é cortada peO Amazonas é banhado pela bacia
la linha do equador, ao norte.
hidrográfica Amazônica. Os principais rios são: rio Negro (que banha
Seu fuso horário é de -4 horas em
a cidade de Manaus), rio Amazorelação à hora mundial GMT. No
nas, rio Solimões, rio Madeira, rio
Brasil, o estado faz parte da Região
Juruá, rio Purus, Içá, Uaupés e JaNorte, fazendo fronteira com os espurá todos integrantes da bacia hitados de Mato Grosso, Rondônia e
drográfica.
Acre ao sul, Pará ao leste e Roraima ao norte, além das repúblicas
No estado encontram-se os dois
do Peru, Colômbia e Venezuela ao
maiores arquipélagos fluviais do
sudoeste, oeste e norte, respectivamundo em quantidade de ilhas, Mamente.
riuá, com 1200, e Anavilhanas, com
Toda essa vegetação faz parte da 400, situados no rio Negro.
extensa e maior floresta tropical
Relevo
úmida do mundo: a Hiléia AmazôniApresenta um relevo relativamente ca.
baixo, já que 85% de sua superfície
está abaixo de cem metros de alti- Os solos são de terra firme - do tipo lateríticos: solos vermelhos das
tude.
zonas úmidas e quentes, cujos eleTem ao mesmo tempo as terras mentos químicos principais são
mais altas, como o pico da Neblina, hidróxido de alumínio e ferro, proseu ponto mais alto, com 3.014m, e pícios à formação de bauxita e,
o pico 31 de Março, com 2.992m de portanto, pobres para agricultura.
altitude, e uma grande porcenta- Solos de várzea são os mais férteis A confluência entre o rio Negro, de
gem de terras baixas, comparado da região.
água preta, e o rio Solimões, de áaos outros estados do Brasil. Amagua barrenta, resulta em um fenôzonas, Negro, Solimões, Purus, Ma- São solos jovens, que periodica- meno popularmente conhecido codeira, Juruá, Içá, Uaupés e Japurá mente são enriquecidos de material mo Encontro das Águas, que é uma
orgânico e inorgânico, depositados das principais atrações turísticas
são seus rios principais.
durante a cheia dos rios.
das cidades de Manaus e Parintins.
O estado do Amazonas está situado sobre uma ampla depressão, A flora do estado apresenta uma Há dezenas de agências de turismo
com cerca de 600 km de extensão grande variedade de vegetais medi- que oferecem passeios regionais,
no sentido sudeste-noroeste, orla- cinais, dos quais se destacam andi- em roteiros que costumam incluir
do a leste por uma estreita planície roba, copaíba e aroeira.
uma volta pelos igarapés da região.
litorânea de aproximadamente quaSão inúmeras as frutas regionais e Se o passeio for feito em um barco
renta quilômetros de largura média.
entre as mais consumidas e comer- pequeno, o visitante pode pôr a
mão na água, durante as travessiO planalto desce suavemente para cializadas estão: guaraná, açaí, cu- as, e sentir que, além de cores, os
o interior e se divide em três se- p u a ç u , c a s t a n h a - d o - b r a s i l
rios têm temperaturas diferentes.
ções: o planalto, a depressão interi- (castanha-do-pará), camu-camu,
or e o planalto ocidental, que for- pupunha, tucumã, buriti e taperebá.
Ecologia
mam, ao lado da planície, as cinco
O Amazonas tem 98% da sua área
unidades morfológicas do estado.
florestal intacta, pois sua vocação O Amazonas possui uma grande
econômica foi desviada para outras Reserva Biológica inundada, a ReClima
atividades a partir da reorganização serva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
No Brasil, país caracteristicamente e ampliação da Zona Franca de Matropical, o Amazonas é dominado naus em 1967.
A vasta fauna possui felinos, como
pelo clima equatorial, predominanOs governos têm procurado incen- as onças, grandes roedores, como
te na Amazônia.
tivar o chamado desenvolvimento as capivaras, aves, quelônios, répteis e primatas.
As estações do ano apresentam-se sustentável, voltando-se para a prebastante diferenciadas e a amplitu- servação do legado ecológico.
O maior desses animais é a anta e
de térmica anual é relativamente
Existe um esforço para manter os todos constituem fonte de alimento
alta, variando de 28 °C no litoral do
projetos agropecuários dentro dos para as populações rurais. Alguns
Pará até 40 °C no oeste amazonenlimites da preservação ambiental, encontram-se ameaçados de extinse. As chuvas, em quase toda a re-
ção e são protegidos por órgãos
especiais dos governos.
Das milhares de espécies de peixes
da Amazônia, com algumas ainda
desconhecidas ou sob estudo, as
mais exploradas são: tambaqui,
jaraqui, curimatã, pacu, tucunaré,
pescada, dourado, surubim, sardinha e pirarucu (bacalhau da Amazônia).
Demografia
Segundo estimativas do IBGE, em
2008 o estado do Amazonas possuía 3.341.096 habitantes e uma densidade populacional de 2,05 hab./
Km². Essa população representa
1,8% da população brasileira.
As cidades-polo são: Benjamin
Constant, Tefé, Lábrea, Eirunepé,
Manicoré, Barcelos, Manacapuru,
Itacoatiara, e Parintins, além da capital Manaus.
O estado alcançou um grandíssimo
crescimento populacional no início
do século XX, devido ao período da
áurea da borracha, e após a instalação do Pólo Industrial de Manaus,
na década de 1960.
O estado ainda mantém taxas populacionais superiores à média nacional.
Na década de 1950 o estado teve
um crescimento populacional de
3,6% ao ano, enquanto o Brasil
manteve um crescimento de 3,2%.
No período compreendido entre os
anos de 1991 e 2000, o Amazonas
cresceu 2,7% ao ano enquanto a
média nacional manteve-se em
1,6%. Para 2010, a estimativa é de
3.473.856 habitantes.
De acordo com o censo de 2000,
dos 3,3 milhões de habitantes do
estado 78,4% vivem em cidades,
enquanto 17,3% da população vivem no campo.
A composição da população amazonense por sexo mostra que para
cada 100 mulheres residentes no
estado existem 96 homens; esse
pequeno desequilíbrio entre os
dois sexos ocorre porque as mulheres possuem uma expectativa
de vida oito anos mais elevada que
a dos homens. Porém, o fluxo migratório para o estado é de maioria
masculina.
A capital, Manaus, é a maior cidade
da Região Norte, com cerca de 1,7
milhão de habitantes,[20] seguida
por Belém com 1,4 milhão de habitantes.
Manaus, uma das que mais recebem migrantes no Brasil, cresce
desordenadamente com muitas áreas ocupadas de forma ilegal por
invasões.
CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE
Uma das maiores riquezas mundiais, em importância para a sustentabilidade do planeta está na Amazônia
Gazeta Valeparaibana
Novembro 2010
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Amazonas - continuação
Etnias
A forte imigração no final do século XIX e início do século XX trouxe
ao estado pessoas de todas as
partes do mundo. Dos mais de cinco milhões de imigrantes que desembarcaram no Brasil, alguns
milhares se fixaram no estado do
Amazonas.
A população descende principalmente de imigrantes europeus
(sobretudo portugueses, italianos
e espanhóis). Também há comunidades de povos do Oriente Médio
(árabes e judeus) e Ásia Oriental
(japoneses), além de uma pequena
comunidade de Afrodescendentes.
Muitas pessoas de outros estados
brasileiros também migram para o
Amazonas em busca de trabalho
ou melhores condições de vida.
Em sua maior parte são pessoas
oriundas do Nordeste, nas cidades
do interior, e migrantes vindos de
São Paulo e do Sul, na região metropolitana.
Indígenas
Segundo dados apresentados pela
FUNAI o Amazonas possui cerca
de 103.066 indígenas, divididos em
65 etnias, que correspondem a
4,0% da população total do estado.
O município amazonense que possui o maior número de indígenas é
São Gabriel da Cachoeira, onde
existem 23 mil índios, e é onde encontramos o segundo idioma mais
falado no Brasil, o dos Tucanos.
Pardos
No estado do Amazonas os pardos
são numerosos, constituindo 70%
da população.
O mais característico é o caboclo.
Inicialmente nascido da mestiçagem entre indígenas e europeus, a
partir do século XIX, também miscigenou-se com nordestinos.
Os imigrantes sulistas, predominantemente brancos, que chegaram ao estado no final do século
XX, têm sido também mestiçados
com a população cabocla. O Dia
do Mestiço (27 de junho)[25] e o
Dia do Caboclo (24 de junho) são
datas oficiais no estado.
Afrodescendentes
Segundo dados do Censo 2000 do
IBGE,[27] (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), 70,3% dos
amazonenses se declararam pardos, 21% brancos, 4,3% negros e
apenas 4,2% se avaliaram amarelos ou indígenas.
Os Afrodescendentes no estado
vivem em sua maioria em Manaus.
Imigrantes
estudantes de agronomia, provenientes de famílias de classe alta
Portugueses
que imigraram para o Amazonas
Os portugueses e seus descen- no intuito de se fixarem para semdentes formam os principais colo- pre.
nizadores do Amazonas, por serem os únicos que não sofrem res- Estima-se que existam no Amazotrições numéricas de entrada no nas 160.000 descendentes e imiBrasil. Aos portugueses, a popula- grantes japoneses.
ção deve a nossa língua, a religião,
a base de nossa organização polí- Chineses
tica, a cultura e a base de nossas
instituições jurídicas. Estão pre- Os chineses, em menor número,
sentes em todo o Amazonas.
concentraram-se mais nas cidades
e têm chegado principalmente de
Taiwan. Atualmente é difícil enconEspanhóis
trar chineses "puros" no AmazoNo estado do Amazonas, além de nas. A maioria deles já miscigenou
se concentrarem na região de Ma- -se com brancos, negros e indígenaus e de Presidente Figueiredo, nas e tornaram-se mestiços brasidescendentes de espanhóis são leiros.
encontrados na fronteira com a
Colômbia e a Venezuela, principal- Africanos
mente na região de Tabatinga.
A imigração africana na Região
Norte do Brasil foi praticamente
Árabes e judeus
inexistente. Alguns milhares de
A formação da comunidade árabe escravos africanos foram levados
e judaica nesta região começou ao Amazonas, muitos eram mulaimpulsionada pela pobreza e per- tos miscigenados nos diversos
seguição sofrida pelos judeus e estados por onde passavam.
árabes no Marrocos e Oriente Médio. Devido a uma confluência de Migrantes
condições políticas que facilitaram
suas saídas para o Brasil, muitos Nordestinos
imigraram rumo ao Amazonas, em
busca de riquezas e liberdade reli- Os nordestinos têm sido, desde o
giosa. Durante cem anos, de 1810 século XIX, o mais numeroso grua 1910, esses imigrantes espalha- po de migrantes nacionais para o
ram-se por diversas cidades da Amazonas. Foram decisivos na
Amazônia, principalmente Belém e economia (borracha, juta e comérManaus. Ajudaram e participaram cio) e na constituição da identidada construção da história da regi- de amazonense, mestiçando-se
ão, marcada na época pelo ciclo com a população local, além de
da borracha. Cerca de 280 mil pes- fundamentais na participação do
soas possuem origens árabes ou Amazonas na conquista do Acre.
judaicas no estado.
O boi-bumbá é uma marca da influência nordestina no folclore do esJaponeses
tado.
Os japoneses começaram a se instalar no Amazonas a partir de
1923.
Com o fim do ciclo da borracha,
eram necessárias uma nova técnica de cultivo e a introdução de
produtos agrícolas que se estabelecessem como fonte para o desenvolvimento econômico do estado.
Assim, o Governo do Amazonas
na época cedeu 1,030 milhão de
hectares a serem divididas entre
os imigrantes japoneses que desejassem fazer cultivo do solo.
Em 2007, posicionou-se como a
15ª unidade mais rica do Brasil em
PIB, com 42, 023 bilhões de reais.
Atualmente, o Amazonas lidera o
crescimento e a alta industrial no
Brasil
A economia baseia-se na indústria,
no extrativismo, inclusive de petróleo e gás natural, mineração e
pesca. Com relação ao extrativismo, grande impulso na vida econômica e na colonização da região
amazônica foi dado com a exploração do látex, durante o ciclo da
borracha.
Na atualidade, através do calendário de feiras nacionais e internacionais da Amazônia, sob a sigla FIAM - na Suframa, atrai diferentes
investidores, brasileiros e de outras nacionalidades, a investir nos
diferentes pólos tecnológicos existentes na região e, principalmente,
no Pólo Industrial de Manaus
(PIM), em franco desenvolvimento,
e os estrangeiros podem conhecer
grandes oportunidades de negócios que o potencial econômico da
Amazônia proporciona e é capaz
de oferecer, como sua infraestrutura, mão-de-obra qualificada
e várias outras vantagens competitivas.
Pesquisa promovida pela Federação da Indústria de São Paulo
(FIESP) e publicada no jornal Fo-
lha de São Paulo, revela que o AOs maranhenses e paraenses são mazonas é o segundo melhor lua maioria dos migrantes que vão gar do Brasil para a instalação de
para o Amazonas em busca de em- um novo empreendimento.
prego.
De acordo com a pesquisa, o estado só fica atrás do Distrito Federal
Sulistas
no ranking geral de melhor ambiOs sulistas estabeleceram-se prin- ente para negócios e desponta na
cipalmente em Manaus e na região frente de estados como Minas GeSul do estado. Os gaúchos resi- rais (3º), Rio Grande do Sul (6º),
dentes no estado são em sua mai- Rio de Janeiro (8º), Santa Catarina
oria moradores da Região Metro- (9º) e São Paulo (10º) .
politana de Manaus.
No sul do estado, também vive um
grande número de migrantes gaúChegaram ao Amazonas os primei- chos e paranaenses.
ros imigrantes, dirigindo-se a cidades como Maués, Parintins, Itacoa- Em Apuí, encontram-se fortes tratiara, Presidente Figueiredo, Novo ços culturais gaúchos, que para lá
Airão e Manaus. Maués era então a migraram na década de 1990 e aincidade com o maior fluxo de imi- da migram nos dias de hoje.
gração japonesa e onde eles iniciaram o cultivo do guaraná, porém, A ocupação do estado por sulistas
em 1941, houve uma epidemia de foi grande, da mesma forma que a
malária matando várias famílias.
migração para os estados de Mato
Fontes consultadas:
Outras famílias imigraram para Grosso e Rondônia.
Parintins, onde dividiram vários
Wikipédia, Biblioteca da Redação e
hectares de terra com os
Economia
portal do Governo do Amazonas
"koutakusseis", jovens europeus
Queimadas. Destruição. Flora, Fauna e Ar... E o que falar do intencional?
Gazeta Valeparaibana
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Aquecimento Global x Responsabilidade Social
Baixa do Rio Negro em Manaus
tisfatório.
deixa transparecer o descaso com
Seca no Amazonas
o meio ambiente.
bate
marca histórica.
Com o nível de água mais baixo já
registrado no rio Negro, 13,63 m, o
lixo que a água costuma esconder
veio à tona na orla da Ponta Negra,
área nobre de Manaus. De acordo
com a Prefeitura local, o município
monitora constantemente o lixo da
cidade e o problema seria a falta de
conscientização das pessoas.
A Secretaria Municipal de Limpeza
e Serviços Públicos afirmou que
enviou uma equipe para limpar o
local e informou que mensalmente
recolhe cerca de 20 toneladas de
lixo nas praias manauaras. "Esse
número era muito maior, já chegou
a 600 toneladas", afirma Andréa
Vieira, assessora de comunicação
da pasta.
Segundo ela, um projeto para a
conscientização da população foi
responsável pela diminuição de
cerca de 20% do lixo jogado no rio
e nas vias públicas, mas mesmo
assim o resultado ainda não é sa-
SECA
O reflexo da seca atinge cidades
abastecidas pelo Solimões ou afluentes, como Uarini (AM). "O rio secou inteiro diante do município. Do
alto, você consegue ver que ele foi
bem atingido", diz o fotógrafo Rodrigo Baleia, que percorre a região
amazônica em busca de imagens
há cerca de 10 anos.
MANAUS - O nível de água no Rio
Solimões atingiu baixa recorde.
Dados do Serviço Geológico do
Brasil (CPRM) para a estação de
Tabatinga (AM), na entrada do rio
no país, indicam que o Solimões
registrou a marca de 86 centímetros negativos nesta segunda-feira
(11) na régua instalada no local. No fim de setembro, ele sobrevoou
O nível é o menor observado na áreas banhadas pelo Solimões, Juruá, Purus e Negro para fotografar
os efeitos da seca na Amazônia.
"Quero focar mais na vida que existe na floresta depois de passar
anos registrando áreas de destruição no Pará e em Mato Grosso",
diz ele, que clicou um barco encalhado em um grande banco de areia formado pela seca perto da cidade de Tefé (AM).
estação desde 1982, quando começaram as medições. Em setembro,
a taxa também bateu recorde histórico, com nível negativo de 32 cm.
Antes disso, o nível mais baixo havia sido observado em 2005, quando a Amazônia enfrentou uma das
piores secas de sua história.
Margem do rio virou cidade
frentou fuma das piores secas de sua
história.
De acordo com o gerente de hidrologia
do CPRM, Daniel Oliveira, o nível do
Rio Solimões próximo a Tabatinga voltou a subir nesta terça-feira (12) e as
réguas na estação estão em 70 cm negativos nesta quinta-feira (14).
"Os rios na margem direita do Solimões, como o Purus e o Javari, também são influenciados pela seca", diz
ele. Segundo Oliveira, o Purus é o que
apresenta nível mais baixo entre eles o rio registrou a marca de 4,16 m nesta
quinta-feira na estação de Boca do
Acre (AM), 67 cm acima da mínima histórica, observada em 1998.
histórica, de 13,64 cm, observada em
1963.
RIO NEGRO
De acordo com o gerente de hidrologia do CPRM, Daniel Oliveira, o
nível do Rio Solimões próximo a
Tabatinga voltou a subir nesta terça-feira (12) e as réguas na estação
estão em 70 cm negativos.
As réguas do CPRM no Rio Negro
perto de Manaus indicam nível de
MANAUS - O nível de água no Rio Soli- 15,31 cm nesta quinta-feira. A taxa
mões atingiu baixa recorde. Dados do está próxima da mínima histórica,
Serviço Geológico do Brasil (CPRM) de 13,64 cm, observada em 1963.
também são influenciados pela seca", diz ele. Segundo Oliveira, o
Purus é o que apresenta nível mais
baixo entre eles - o rio registrou a
marca de 4,16 m nesta quinta-feira
na estação de Boca do Acre (AM),
67 cm acima da mínima histórica,
observada em 1998.
quando o nível chegou a 14,75
cm", diz Oliveira. De acordo com
ele, a taxa detectada agora para o
Rio Negro representa a 12ª maior
vazante na série histórica da estação de Manaus, feita desde 1902.
para a estação de Tabatinga (AM), na
entrada do rio no país, indicam que o
"O nível de água no Negro continuSolimões registrou a marca de 86 cen"Os rios na margem direita do Soli- tímetros negativos nesta segunda- a baixando. A última vazante granmões, como o Purus e o Javari, feira (11) na régua instalada no local. de assim aconteceu em 2005,
O nível é o menor observado na estação desde 1982, quando começaram
as medições. Em setembro, a taxa
também bateu recorde histórico, com
nível negativo de 32 cm. Antes disso,
o nível mais baixo havia sido observado em 2005, quando a Amazônia en-
Da redação
Utilidade pública
http://www.terapeutasvirtuais.com.br
Idealizamos o projeto Terapeutas Virtuais,
com a intenção de trabalhar única e exclusivamente com “Terapeutas Holísticos”, o que depois de uma analise mais aprofundada, verificou-se que deixar-se-ia um grande numero de
profissionais que trabalham com o objetivo e
intuito de ajudar o próximo.
Pautado nesse pensamento que fora criado o “Terapeutas Virtuais”, onde podemos ter
profissionais de todos os segmentos, de todas
as profissões, tais quais Psicólogos, Consultores, Dentistas, Professores, Terapeutas Holísticos, Advogados, Engenheiros, Nutricionistas,
Biólogos,
Jornalistas,
enfim, toda uma gama
de profissionais que por
ventura, usam suas profissões também para
minimizar o sofrimento
de alguns, com uma palavra amiga, um conselho, um ensinamento,
uma dica.
Faz-se necessário
dizer que o Projeto Terapeutas Virtuais, está
voltado para a ajuda ao próximo. Tantas e
quantas vezes uma única palavra pode mudar
toda uma trajetória, tal qual um vírgula muda
todo um contexto.
guem tenham a atenção devida , o respeito que
lhes é devido e a informação que precisem.
O objetivo específico será atingido de acordo com a procura e interação que cada um
dos nossos profissionais terá em seus programas, pois este será o termômetro de cada um.
Locais de emissão:
O Projeto “Terapeutas Virtuais” tem abrangência ilimitada, pois temos profissionais
de várias partes do Brasil, tais como Rio de Janeiro (RJ), Paraíba (PB), São Paulo (SP), Minas
Gerais (MG), Goiânia (GO), Curitiba (PR), São
Luis (MA), dentre outros mais.
Recentemente, juntou-se a nós o projeto
social “Formiguinhas do Vale” que mantém o
Baseado no potencial de cada profissio- programa EDUCAR, semanalmente, todos os
nal, muitas das coisas aqui abordadas irão de
Sábados das 18;00 ás 20;00 horas.
encontro ao que as pessoas precisam ouvir,
saber, se informar e assim dar um norte às suTambém destacamos em nossa prograas vidas.
mação o programa“Raízes & Matrizes”, apreO Objetivo geral é fazer com que quem sentado ás Sextas Feiras das 18;00 ás 20;00
procure os profissionais, seja atendido dentro horas, também de responsabilidade da OSCIP
do que é permitido. Que todos que aqui che- “Formiguinhas do Vale”.
Gazeta Valeparaibana - O jornal + EDUCAÇÃO + CIDADANIA + MEIO AMBIENTE e muito mais BRASIL
Gazeta Valeparaibana
Novembro 2010
Página 10
História da Educação - Período Grego
Resumo:
É o berço da civilização, tendo
como seus principais representantes: Sócrates, Aristóteles e Platão;
1 - Tem como princípio o desenvolvimento
individual do ser humano;
2 - Preparação para o desenvolvimento intelectual da personalidade e a cidadania;
3 - Ideais pautados na liberdade política e
moral e, no desenvolvimento intelectual.
Neste período as crianças viviam a primeira infância em família, assistidas pelas mulheres e
submetidas à autoridade do pai, que poderia
reconhecê-las ou abandoná-las, que escolhia
seu papel social e era seu tutor legal. A infância
não era valorizada em toda a cultura antiga: era
uma idade de passagem, ameaçada por doenças, incerta nos seus sucessos; sobre ela, portanto, se fazia um mínimo investimento afetivo.
A criança crescia em casa, controlada pelo
“medo do pai”, atemorizada por figuras míticas
semelhantes às bruxas, gratificada com brinquedos (bonecas) e entretida com jogos (bolas,
aros, armas rudimentares), mas sempre era colocada à margem da vida social. Ou então, era
submetida à violência, a estupro, a trabalho, até
a sacrifícios rituais. O menino – em toda a Antigüidade e na Grécia também – era um
“marginal” e como tal era violentado e explorado sob vários aspectos, mesmo se gradualmente – a partir dos sete anos, em geral – era
inserido em instituições públicas e sociais que
lhe concediam uma identidade e lhe indicavam
uma função. A menina não recebia qualquer
educação formal, mas aprendia os ofícios domésticos e os trabalhos manuais com a mãe.
A educação grega era centrada na formação
integral do indivíduo. Quando não existia a escrita, a educação era ministrada pela própria
família, conforme a tradição religiosa. A transmissão da cultura grega se dava também, através das inúmeras atividades coletivas
(festivais, banquetes, reuniões). A escola ainda
permanecia elitizada, atendendo aos jovens de
famílias tradicionais da antiga nobreza ou dos
comerciantes enriquecidos. O ensino das letras
e dos cálculos demorou um pouco mais para
se difundir, já que nas escolas a formação era
mais esportiva que intelectual.
Esparta e Atenas: dois modelos educativos
Esparta e Atenas deram vida a dois ideais de
educação: um baseado no conformismo e no
estatismo, outro na concepção, outro na concepção de Paidéia, de formação humana livre e
Portal: Só Educação
nutrida de experiências diversas, sociais, ali- militar por dois anos.
mentaram durante séculos o debate pedagógiA particularidade da educação ateniense é
co, sublinhando a riqueza e fecundidade ora de indicada pela idéia harmônica de formação que
um, ora de outro modelo.
inspira ao processo educativo e o lugar que
nela ocupa a cultura literária e musical, desproFoi o mítico Licurgo quem ditou as regras vida de valor prático, mas de grande importânpolíticas de Esparta e delineou seu sistema e- cia espiritual, ligada ao crescimento da persoducativo, conforme o testemunho de Plutarco. nalidade e humanidade do jovem.
As crianças do sexo masculino, a partir dos
sete anos, eram retiradas da família e inseridas Paidéia: o seu nascimento
em escolas-ginásios onde recebiam, até os 16
anos, uma formação de tipo militar, que devia A partir do século V a. C., exige-se algo mais da
favorecer a aquisição da força e da coragem. O educação. Para além de formar o homem, a ecidadão-guerreiro é formado pelo adestramento ducação deve ainda formar o cidadão. A antiga
no uso das armas, reunido em equipes sob o educação, baseada na ginástica, na música e
controle de jovens guerreiros e, depois, de um na gramática deixa de ser suficiente.
superintendente geral (paidonomos). Levava-se
Surge então o modelo ideal de educação greuma vida comum, favoreciam-se os vínculos de
amizade, valorizava-se em particular a obediên- ga, que aparece como Paidéia*, que tem como
cia. Quanto à cultura – ler, escrever -, pouco objetivo geral construir o homem como homem
espaço era dado a ela na formação do esparta- e cidadão. Platão define Paidéia da seguinte
no – “o estritamente necessário”, diz Plutarco -, maneira “(...) a essência de toda a verdadeira
embora fizessem aprender de memória Homero educação ou Paidéia é a que dá ao homem o
desejo e a ânsia de se tornar um cidadão pere Hesíodo ou o poeta Tirteo.
feito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a
Já em Atenas, após a adoção do alfabeto iô- justiça como fundamento”.
nico, totalmente fonético, que se tornou coA noção de Paidéia se afirma de modo orgâmum a toda Grécia, teve um esplêndido florescimento em todos os campos: da poesia ao tea- nico e independente na época dos sofistas e de
tro, da história à filosofia. No século V, Atenas Sócrates e assinala a passagem explícita – da
exercia um influxo sobre toda a Grécia: tinha educação para a Pedagogia, de uma dimensão
necessidade de uma burocracia culta, que co- teórica, que se delineia segundo as característinhecesse a escrita. Esta se difundiu a todo o cas universais e necessárias da filosofia. Nasce
povo e os cidadãos livres adquiriram o hábito a Pedagogia como saber autônomo, sistemátide dedicar-se à oratória, à filosofia, à literatura, co, rigoroso; nasce o pensamento da educação
desprezando o trabalho manual e comercial. como episteme*, e não mais como éthos* e coTodo o povo escrevia como atesta a prática do mo práxis* apenas.
ostracismo. Afirmou-se um ideal de formação
mais culto e civil, ligado à eloqüência e à bele- * Paidéia: nas suas origens e na sua acepção comum,
za, desinteressado e universal, capaz de atingir indica o tipo de formação da criança (pais), mais idôos aspectos mais próprios e profundos da hu- neo a fazê-lo crescer e tornar-se homem, assume poumanidade de cada indivíduo e destinado a edu- co a pouco nos filósofos o significado de formação, de
car justamente este aspecto de humanidade, perfeição espiritual, ou seja, de formação do homem
que em particular a filosofia e as letras conse- no seu mais alto valor. Portanto, podemos dizer que
guem nele fazer emergir e amadurecer. Assim, a Paidéia, entendida ao modo grego, é a formação da
a educação assumia em Atenas um papel- perfeição humana.
chave e complexo, tornava-se matéria de debate, tendia a universalizar-se, superando os limi- * Episteme: conhecimento verdadeiro, de natureza
tes da polis. Numa primeira etapa, a educação científica, em oposição à opinião infundada ou irreera dada aos rapazes que freqüentavam a esco- fletida.
la e a palestra, onde eram instruídos através da
leitura, da escrita, da música e da educação fí- * Éthos: conjunto dos costumes e hábitos fundamensica, sob a direção de três instrutores: o gram- tais, no âmbito do comportamento e da cultura, camatistes (mestre), o kitharistes (professor de racterísticos de uma determinada época ou região.
música), o paidotribes (professor de gramática). O rapaz era depois acompanhado por um
TODOS PELA EDUCAÇÃO
escravo que o controlava e guiava: o paidagogos. Depois de aprender o alfabeto e a escrita,
usando tabuinhas de madeira cobertas de cera, A Gazeta Valeparaibana, um veículo da OSCIP
liam-se versos ricos de ensinamentos, narrati- “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins
vas, discursos, elogios de homens famosos, lucrativos, somente publica matérias, relevandepois os poetas líricos”que eram cantados. O tes, com a finalidade de abrir discussões e recuidado com o corpo era muito valorizado, para flexões dentro das salas de aulas, tais como:
torná-lo sadio, forte e belo, realizado no gymna- educação, cultura, tradições, história, meio
sia. Aos 18 anos, o jovem era “efebo” *no auge ambiente e sustentabilidade, responsabilidade
da adolescência), inscrevia-se no próprio demo social e ambiental, além da transmissão de
(ou circunscrição), com uma cerimônia entrava conhecimento.
na vida de cidadão e depois prestava serviço Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que
todo o cidadão deve ser um multiplicador do
conhecimento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de
uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas responsabilidades sociais.
No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudiquem seus nomes nas matérias publicadas.
Caso não queira fazer parte da corrente, favor
entrar em contato.
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Gazeta Valeparaibana
Novembro 2010
Página 11
Turismo - Praia Tambada
Tambaba é um presente divino com suas águas cristalinas e mornas, um convite permanente aos banhos em suas piscinas naturais.Suas areias brancas com trechos polvilhados de conchas marinhas a qual permitem aos
naturistas usufruí-las em longas caminhadas
ou simplesmente deitar-se sobre elas e sentir a
integração total com a natureza.
Sua Topografia é intimista, tal qual seu significado; como concha, abraça, guarda, protege
carinhosamente os naturistas através de suas
falésias multicoloridas e pedras negras imponentes, não dando a cesso a intrusos e a visiConta a lenda que uma bela índia de nome tantes indesejáveis.
Tambaba que morava na região, apaixonou-se
por um guerreiro de outra tribo. O pai de Tam- O céu de um azul infinito, as noites quentes
baba, cacique de sua tribo, não permitiu o ca- estreladas na maior parte do ano, propiciam
samento dos dois. Tambaba desesperada com total aproveitamento do tempo dos que visitam
o seu destino começou a chorar e suas lágri- Tambaba. Suas pedras negras (que emergem
mas inundaram as terras secas e se transfor- das águas instigam cada olhar a descobrir nomaram primeiro num lago e posteriormente u- vas imagens, novas percepções, bem como
ma praia, cujas ondas suaves vinham de seu imaginar como era o lugar há séculos atrás.
soluçar. Enternecida com o milagre que se via,
suplicou ao deus sol e à deusa lua que eterni- Sua vegetação é bem diversificada, incluindo
zassem aquele lugar como templo do amor e resquícios de mata atlântica, vegetação ciliar,
da vida. Suas preces foram prontamente aten- flores tropicais e muitos coqueiros, cujo balançar ao vento de suas palhas, nos transmite
didas.
sossego, paz, poesia pura misturada ao canto
suave dos pássaros.
A topografia do lugar, ímpar, criou mirantes
lindíssimos que nos permitem observar toda
natureza exuberante do lugar, além de permitir
em sua costa, boas caminhadas a beira mar.
Se preferir, há também trilhas ecológicas pela
mata que nos permitem apreciar a vista do alto
das falésias multicoloridas.
Dicas de turismo com saúde.
Da redação
Um jardim em sua casa
Como plantar mudas saudáveis
Cuidados nos primeiros dias
garantem vida longa às
plantas do jardim.
Mudas frágeis podem se tornar árvores de grande porte
se alguns cuidados e orientações forem seguidos na
hora de plantar. Escolher a muda e o torrão certos, por exemplo, pode ser a chave para o sucesso.
Ao comprar a muda, é necessário observar o
aspecto das folhas e a qualidade do torrão.
Segundo a engenheira agrônoma do Ibrap
(Instituto Brasileiro de Paisagismo), Aline Fini,
o primeiro ponto a ser observado na hora da
compra da muda são as folhas, que devem estar saudáveis, sem manchas, pragas ou doenças. “Outro fator importante é a qualidade do
torrão, que deve estar íntegro”, diz a engenheira.
Além de observar o torrão, é preciso conferir o
estado das raízes. “Elas não devem estar enoveladas, ou seja, emaranhadas como em um
novelo de lã”, alerta Vanderlei Rodinsky, do
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio
de Janeiro. O especialista também lembra que
a embalagem que reveste a muda deve estar
em bom estado, indicando que a planta não sofreu choques ou agressões.
Ainda na hora de escolher a muda, é importante ficar atento ao tamanho e idade da planta.
“Quando a muda sai do viveiro ainda muito novinha, sem ter atingido seu tamanho ideal para
plantio, ela pode não resistir”, explica o professor de jardinagem do SENAC-RJ, Cláudio Teixeira. De acordo com ele, espécies arbóreas,
por exemplo, são plantadas com, em média,
1,80 m, mas o tamanho ideal varia de acordo
com a espécie.
Atenção às medidas
tipo de espécie é apenas um dos cuidados nessa etapa.
O professor Cláudio Teixeira recomenda uma
rápida pesquisa sobre o tamanho adulto da espécie em questão. “O mínimo de espaço que
deve ser dado entre uma muda e outra na hora
do plantio é o tamanho da copa da espécie”,
indica o professor. “Isso evita que uma planta
interfira no crescimento da outra”, completa.
Dependendo da espécie, esse espaço poderá
ser de apenas 20 cm - no caso de plantas rasteiras – chegando a metros de distância, quando se pensa em árvores de grande porte.
Garantindo a saúde da muda
O ideal é irrigar a muda todos os dias, por duas
a três semanas.
Com o plantio adequado, as chances da muda
sobreviver são grandes, mas não eliminam os
cuidados posteriores. A rega diária, por exemplo, é fundamental para a adaptação da planta.
“É necessário irrigar todos os dias, por duas a
três semanas, dependendo da espécie e das
condições ambientais. Outro cuidado é monitorar o possível ataque por pragas e formigas”,
recomenda Aline Fini.
Uma dica importante para evitar quebras e machucados no caule da planta é a implantação
de um tutor, ou seja, uma vara de bambu ou
madeira que deve ser fincada ao lado da planta
e amarrada à muda. Ele dará sustentação e não
deixará a muda se partir, no caso de uma ventania, por exemplo. Na hora de amarrar a planta
ao tutor com um barbante ou fita, cuidado para
Cuidados na hora do plantio
Após definir o local ideal para a mudinha, é ne- não apertar demais o caule: não se esqueça
cessário retirar o torrão da embalagem que a que o crescimento do vegetal ocorre também
reveste para dar início ao plantio. Ao abrir a co- na largura.
va, ou seja, o buraco que irá receber a muda, Logo nos primeiros dias de transição, a planta
observe o tamanho ideal para acomodá-la. “O pode dar alguns sinais de que está sentindo a
tamanho da cova deve ser definido em função mudança para o solo. Folhas amareladas ou
do tamanho do torrão. Deve haver uma folga de mesmo a queda de algumas delas é comum
5 cm entre o torrão e a terra lateral, e pelo me- nessa fase. “É um sistema de defesa”, explica
nos uns 10 cm de profundidade além do tama- o professor Cláudio Teixeira. “Ela perde essas
nho do torrão”, ensina Cláudio Teixeira.
folhas para diminuir seu gasto de energia com
É nesse espaço de 10 cm que o adubo, orgâni- a transpiração, pois ela ainda não está absorco ou industrial deve ser colocado. Porém, ele vendo todos os nutrientes e água necessários”,
não deve entrar em contato direto com a raiz da diz. Por isso, Teixeira recomenda que, ao ver
planta, pois pode queimá-la. Para evitar isso, o que uma folha está murcha e prestes a cair, auprofessor de jardinagem ensina um truque: ao xilie a planta, retirando essa folha, para poupar
retirar a terra para abrir a cova, separe a meta- energia, além de garantir a adubação periódica.
Outro dado importante a ser levado em consideração é a distância entre a planta e construções. Para evitar danos futuros às edificações
é aconselhável que as mudas sejam plantadas
com, no mínimo, 5 metros de distância de muros, casas e prédios.
de de cima da terra. Coloque o adubo no fundo
do buraco, seguido por uma camada dessa primeira metade de terra e, depois, coloque o torrão, de forma que ele fique nivelado com o solo.
Caso a muda tenha sido plantada em um
vaso, Vanderlei Rodinsky, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, indica a troca de
vaso a cada dois anos, sempre para um
“A terra de cima é melhor, pois é ela que rece- maior. “Mas, vai chegar a hora em que essa
be todo o material orgânico, além do ar entrar planta deverá ir para um local definitivo ou
com mais facilidade”, explica Teixeira. Além ela vai morrer”, alerta Rodinsky.
Eleita uma muda saudável é hora de prestar disso, Aline Fini, do Ibrap, lembra que a rega
atenção aos detalhes do plantio. Buscar um logo após o plantio é imprescindível.
Fonte: Portal IG
local em que a iluminação seja adequada ao
O mundo está precisando de mais ações concretas e de menos discursos !!! - Façamos mais e falemos menos...
Novembro 2010
Gazeta Valeparaibana
Página 13
Educação
A sala de estar como
sala de aula
das vezes visa preparar os jovens
principalmente para a competição do
vestibular, que determina toda a política do ensino fundamental e médio”,
diz ele.
Educação domiciliar é admitida
em alguns países, mas no Brasil Todos os livros para dentro
a discussão está apenas come- de casa
çando.
Para Luiz Carlos Faria da Silva, proadjunto da Universidade EstaVocê educaria seu filho em fessor
dual de Maringá, os problemas que
casa?
envolvem o ensino escolar não paEm alguns países acima da linha do
Equador, entre as diversas razões
para se tirar o filho da escola estão
convicções religiosas, o temor da violência no ambiente ou até mesmo a
crença de que o professor não está
preparado para educar as crianças
de acordo com o que os pais têm como ideal. Embora não pareçam justificativas palpáveis aos brasileiros, em
países como Canadá e Inglaterra estas razões podem ser consideradas
pela família em conjunto com o Estado e a educação domiciliar – ou
“homeschooling” – se torna uma opção válida. Mas optar por este modelo educacional no Brasil, porém, é
outra história.
Em 2008, a Câmara recebeu um projeto para modificar a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional. A
proposta é que ela passasse a admitir a modalidade de educação domiciliar, em que a educação das crianças
seria ministrada por membros da família ou guardiões legais, e serviços
de uma escola institucional seriam
utilizados como base anual para avaliação do progresso educacional. Ainda em análise, a alternativa não convence a relatora e Deputada Federal
pelo Tocantins, Nilmar Ruiz. “Se a
justificativa para a educação domiciliar é a falta de qualidade do modelo
de educação atual, nós brasileiros
temos que trabalhar e exigir uma educação de qualidade, e não buscar
outra saída para compensar”, acredita a deputada.
Mas para Luiz Algarra, consultor organizacional em processos de aprendizado informal, o buraco é mais embaixo. “Cada vez mais vemos que as
instituições de ensino não preparam
o jovem para a nossa realidade”, afirma. De acordo com ele, incluir a educação domiciliar como um recurso
legalmente válido é uma evolução
dos métodos educacionais. “O aprendizado na convivência é a base de
todo o aprendizado, e não precisa
ocorrer especificamente dentro dos
espaços escolares, que na maioria
ram por aí. Adepto da educação domiciliar, ele já matriculou os filhos,
Lucas e Júlia, hoje com 12 e 10 anos
respectivamente, em duas escolas,
mas nenhuma lhe agradou. Como
havia educado os filhos em casa até
eles completarem sete anos, Faria da
Silva afirma que as instituições de
ensino acabavam por desfazer o que
havia sido feito dentro de casa. “Aqui
no Brasil a escola não ensina mais a
ler, escrever e contar. A ação escolar
se tornou muito ineficaz e a hegemonia da concepção construtivista no
Brasil é em grande parte responsável
por isso”, critica.
Descontente com os modelos educacionais oferecidos atualmente, Faria
da Silva ainda acredita que permitir o
convívio dos filhos na escola torna
muito difícil manter o controle da formação moral que prefere que eles
tenham. “O mundo está girando muito
rápido atualmente e isso cria uma
modificação na estrutura moral que
precipita a infelicidade e torna as pessoas mais insensíveis, dificultando a
auto-reflexão do homem e da família”, afirma.
Católico e devoto da família, Faria da
Silva admite que, se as coisas continuarem como estão, em breve ele e
sua esposa representarão uma parte
muito pequena da sociedade. “Nas
escolas de hoje tudo é permitido. Não
posso deixar que ensinem um minimalismo moral aos meus filhos”, afirma. E realmente ele não o permite.
Após ser intimado pela primeira vez
pelo Conselho Tutelar a colocar os
filhos novamente na escola depois de
tê-los tirado de uma escola particular,
Faria levou-os para uma escola pública. “Mas foi um caos e eles ficaram lá
por apenas duas semanas; aí resolvi
enfrentar o Ministério Público”.
“Hoje o mundo e os costumes se
transformam rapidamente, e as crianças são jogadas num turbilhão de informações em que a referência é não
ter referência. E se os professores da
escola pública não têm força para
agir diante da vontade dos alunos,
então a coisa é muito grave”, declara
o professor. Com sua argumentação,
Faria da Silva conquistou o direito de
educar os filhos em casa com monitoramento e aplicação de provas realizadas por uma autoridade educacional de tempos em tempos. “A educação domiciliar no Brasil não está regulamentada, mas também não está
especificamente proibida, se for comprovada”, diz.
Comprometimento social e familiar
Para o professor Carlos Simões Artexes, diretor de Concepções e Orientações Curriculares para a Educação
Básica do Ministério da Educação, a
iniciativa de apoio à Educação Domiciliar, a princípio, é mais maléfica do
que benéfica: “Em nome da liberdade, o MEC compreende a proposta,
mas dentro da política pública ela traz
consequências secundárias”. De acordo com ele, o Brasil usou a obrigatoriedade de matricular as crianças e
adolescentes no Ensino Básico como
estratégia no direito à escolarização,
o que torna o ensino domiciliar uma
contraposição a essa tendência de
comprometimento social.
“A educação domiciliar não fortalece
a ideia da educação como direito de
todos e configura interesses individuais. O modelo educacional das escolas de hoje é a forma de democratizar
o conhecimento”, diz Artexes. Enquanto as desigualdades educacionais ainda estão sendo revertidas e o
Brasil luta pela valorização da garantia educacional, monitorar a responsabilidade dos pais em relação à educação dos filhos tornaria tudo ainda
mais difícil.
De acordo com Edimara de Lima, diretora pedagógica da Prima Escola
Montessori, de São Paulo, nos países
em que o ensino domiciliar é permitido, há um cuidado muito grande com
a fiscalização e cobrança das famílias
adeptas, independentemente dos motivos daquela família para optar pelo
ensino em casa. “Existem situações
em que a educação domiciliar é recomendada, como, por exemplo, quando a família vai morar em um país
estrangeiro que não atende às necessidades educacionais da criança, ou
quando princípios de uma cidade ou
região não batem com os de nenhuma escola”, explica.
Mesmo com estas justificativas, Lima
afirma que o primeiro grande drama
deste estilo educacional é a questão
da socialização. “A criança perde a
vivência da vida escolar, que é rica e
interessante”, afirma a educadora.
Com regras distintas das existentes
no ambiente familiar e autoridades
diferentes das dos pais, a convivência com pessoas diferentes no ambiente escolar é algo que a educação
domiciliar não irá suprir. “Discutir com
o colega que tem uma opinião diferente da sua, por exemplo, é um tipo
de situação que só ocorrerá dentro
da escola”, exemplifica Lima.
Me empresta o lápis?
Para a também diretora pedagógica
Anete Hecht, do Colégio I. L. Peretz,
em São Paulo, a escola permite um
convívio com colegas de classe que é
diferente do convívio com os vizinhos, por exemplo – argumento usado pelos adeptos da educação domiciliar como suficiente para a socialização dos filhos. “Na escola, por exemplo, existem trabalhos em grupos, o
aprendizado de respeitar as regras
de convivência, viver em um mundo
que não é isolado aprendendo com o
modelo do outro, do par. Mas isso se
manifesta na hora de aprender. Na
hora de brincar, é diferente”, explica a
especialista.
Em sala de aula as crianças e adolescentes tiram dúvidas uns dos outros e cada um acrescenta um conhecimento a mais para o outro, coisa
que, para Hecht, dificilmente aconteceria na educação domiciliar: conhecer o mundo em par com o outro,
com o grupo que está no mesmo momento de desenvolvimento que a criança. Já para Lima, esta questão vai
mais além: “Uma criança educada em
casa pode ter todo o conteúdo para
passar no vestibular, se este for o
objetivo dos pais ao optar pela educação domiciliar. Mas existe a possibilidade do jovem que foi educado
assim ter dificuldades para conviver
na universidade, onde ele viverá em
um espaço em que ele não é o centro, por exemplo”.
Para Luiz Algarra, é muito difícil comparar o modelo de Educação Domiciliar com o modelo formal e os benefícios ou malefícios de cada uma dependem da meta a que se propõem.
“Na educação domiciliar, se a meta
é fazer com que a criança passe no
vestibular, este será o resultado.
Se a meta é a criança ter condições de viver bem em sociedade e
desempenhar uma profissão, este
também será o resultado”, acredita
o especialista. Defensores da educação domiciliar apontam que, no caso
do modelo formal, na maioria das vezes a meta é a competição – e é aí
que mora a contrapartida da socialização.
CONTINUA NA PÁGINA 15
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Na Edição de Novembro abordaremos detalhadamente o Estado Brasileiro da BAHIA
Novembro 2010
O Social e nós
Gazeta Valeparaibana
Página 12
“ À medida que a expectativa de vida do Brasileiro cresce, especialistas debatem se as metrópoles brasileiras estão
preparadas para o desafio de acolher de forma autônoma e sustentável os cidadãos da terceira idade”
Fernando Braga da Costa - Meu orientador desde a graduação, o professor José Moura Gonçalves Filho, sugeriu aos alunos, como uma
das provas de avaliação, que a
gente se engajasse numa tarefa
proletária. Uma forma de atividade
profissional que não exigisse qualificação técnica nem acadêmica.
< www.terapeutasvirtuais.com.br > Então, basicamente, profissões
---------------------------------das classes pobres.
Nos dias de hoje, muito se fala em
sustentabilidade Social em violên- Com que objetivo?
cia e se procuram soluções com A função do meu mestrado era
vista a uma sociedade mais justa e compreender e analisar a condição
de paz.
de trabalho deles (os garis), e a
No entanto, geralmente vimos o maneira como eles estão inseridos
social nos outros e raramente nos na cena pública. Ou seja, estudar a
perguntamos ou questionamos so- condição moral e psicológica a
bre a nossa função social.
qual eles estão sujeitos dentro da
"Fingi ser gari por 8 anos e sociedade. Outro nível de investigação, que vai ser priorizado agora
vivi como um ser invisível" no doutorado, é analisar e verificar
as barreiras e as aberturas que
Psicólogo varreu as ruas da USP
se operam no encontro do psicólopara concluir sua tese de mestrado go social com os garis.
da"invisibilidade pública". Ele com- Que barreiras são essas, que aberprovou que, em geral, as pessoas turas são essas, e como se dá a
enxergam apenas a função social
aproximação?
do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira me- Quando você começou a trabalhar,
ra sombra social.
os garis notaram que se tratava de
O psicólogo social Fernando Braga um estudante fazendo pesquisa?
da Costa vestiu uniforme e trabaEu vesti um uniforme que era todo
lhou oito anos como gari, varrendo vermelho, boné, camisa e tal. Cheruas da Universidade de São Paulo. gando lá eu tinha a expectativa de
Ali, constatou que, ao olhar da mai- me apresentar como novo funciooria, os trabalhadores braçais são nário, recém-contratado pela USP
"seres invisíveis,sem nome".
pra varrer rua com eles. Mas, os
Resolvemos publicar este artigo, como reflexão para nossos
ouvintes, sob os textos elaborados, nos programas Raízes &
Matrizes e EDUCAR que foram
ao ar nos últimos dias do mês
de Outubro deste ano, pela
rádio web
garis sacaram logo, entretanto nada me disseram. Existe uma coisa
típica dos garis: são pessoas vindas do Nordeste, negros ou mulatos em geral. Eu sou “branquelo”,
mas isso talvez não seja o diferencial, porque muitos garis ali são
brancos também. Você tem uma
série de fatores que são ainda mais
determinantes, como a maneira de
Braga trabalhava apenas meio perí- falarmos, o modo de a gente olhar
odo como gari, não recebia o salá- ou de posicionar o nosso corpo, a
rio de R$ 400 como os colegas de maneira como gesticulamos. Os
vassoura, mas garante que teve a
garis conseguem definir essa
maior lição de sua vida: "Descobri diferenças com algumas frases que
que um simples bom dia, que nun- são simplesmente formidáveis.
ca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da Dê um exemplo?
própria existência", explica o pes- Nós estávamos varrendo e, em dequisador.
terminado momento, comecei a paEm sua tese de mestrado, pela
USP, conseguiu comprovar a existência da "invisibilidade pública",
ou seja, uma percepção humana
totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho,
onde enxerga-se somente a função
e não a pessoa.
pear com um dos garis. De repente,
O psicólogo sentiu na pele o que é ele viu um sujeito de 35 ou 40 anos
ser tratado como um objeto e não de idade, subindo a rua a pé, muito
como um ser humano.
bem arrumado com uma pastinha
de couro na mão. O sujeito passou
“Professores que me abraçavam
pela gente e não nos cumprimennos corredores da USP passavam tou, o que é comum nessas
por mim, não me reconheciam por situações. O gari, sem se referir
causa do uniforme. Às vezes, esclaramente ao homem que acabara
barravam no meu ombro e, sem ao de passar, virou-se pra mim e comenos pedir desculpas, seguiam
meçou a falar: "É Fernando, quanme ignorando, como se tivessem
do o sujeito vem andando você loencostado em um poste, ou em um go sabe se o cabra é do dinheiro
orelhão", diz.
ou não. Porque peão anda macio,
quase não faz barulho. Já o pessoApesar do castigo do sol forte, do al da outra classe você só ouve o
trabalho pesado e das humilhações toc-toc dos passos. E quando a
diárias, segundo o psicólogo, são gente está esperando o trem logo
acolhedores com quem os enxerpercebe também: o peão fica todo
ga.. E encontram no silêncio a de- encolhidinho olhando pra baixo.
fesa contra quem os ignora.
Eles não.
Ficam com olhar só por cima de
Como é que você teve essa idéia?
tral. Aí eu
entrei no Instituto de Psicologia
para pegar dinheiro, passei pelo
Quanto tempo depois eles falaram andar térreo, subi escada, passei
sobre essa percepção de que você pelo segundo andar, passei na biera diferente?
blioteca, desci a escada, passei em
Isso não precisou nem ser comen- frente ao centro acadêmico, passei
tado, porque os fatos no primeiro
em frente a lanchonete, tinha muita
dia de trabalho já deixaram muito
gente conhecida. Eu fiz todo esse
claro que eles sabiam que eu não
trajeto e ninguém em absoluto me
era um gari.
viu. Eu tive uma sensação muito
Fui tratado de uma forma comple- ruim. O meu corpo tremia como se
tamente diferente. Os garis são
eu não o dominasse, uma angustia,
carregados na caçamba da camie a tampa da cabeça era como se
nhonete junto com as ferramentas. ardesse, como se eu tivesse sido
É como se eles fossem ferramensugado. Fui almoçar não senti o
tas também. Eles não deixaram eu gosto da comida voltei para o traviajar na caçamba, quiseram que
balho atordoado.
eu fosse na cabine. Tive de insistir
muito para poder viajar com eles
E depois de oito anos trabalhando
na caçamba. Chegando no lugar de como gari? Isso mudou?
trabalho, continuaram me tratando Fui me habituando a isso, assim
diferente. As vassouras eram todas como eles vão se habituando tammuito velhas. A única vassoura no- bém a situações pouco saudáveis.
va já estava reservada para mim.
Então, quando eu via um professor
Não me deixaram usar a pá e a en- se aproximando - professor meu xada, porque era um serviço mais até parava de varrer, porque ele ia
pesado. Eles fizeram questão de
passar por mim, podia trocar uma
que eu trabalhasse só com a vasidéia, mas o pessoal passava como
soura e, mesmo assim, num lugar se tivesse passando por um poste,
mais limpinho, e isso tudo foi dan- uma árvore, um orelhão.
do a dimensão de que os garis sabiam que eu não tinha a mesma
E quando você volta para casa, paorigem socioeconômica deles.
ra seu mundo real?
Eu choro. É muito triste, porque, a
Quer dizer que eles se diminuíram partir do instante em que você está
inserido nessa condição psicossocom a sua presença?
Não foi uma questão de se menos- cial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deiprezar, mas sim de me proteger.
xou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são
Eles testaram você?
meus amigos. Conheço a família
No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma deles, freqüento a casa deles nas
garrafa térmica sobre uma platafor- periferias. Mudei. Nunca deixo de
cumprimentar um trabalhador. Fama de concreto. Só que não tinha
ço questão de o trabalhador saber
caneca.. Havia um clima estranho
que eu sei que ele existe.
no ar, eu era um sujeito vindo de
outra classe, varrendo rua com eEles são tratados pior do que um
les. Os garis mal conversavam co- animal doméstico, que sempre é
migo, alguns se aproximavam para chamado pelo nome.
ensinar o serviço. Um deles foi até São tratados como se fossem uma
o latão de lixo pegou duas latinhas coisa.
de refrigerante cortou as latinhas
pela metade e serviu o café ali, na
TODOS PELA EDUCAÇÃO
latinha suja e grudenta. E como a
---------------------------gente estava num grupo grande,
A Gazeta Valeparaibana, um veículo
esperei que eles se servissem prida OSCIP “Formiguinhas do Vale”,
meiro. Eu nunca apreciei o sabor
organização sem fins lucrativos, sodo café. Mas, intuitivamente, senti
mente publica matérias, relevantes,
que deveria tomá-lo, e claro, não
com a finalidade de abrir discussões
livre de sensações ruins. Afinal, o
e reflexões dentro das salas de aulas,
cara tirou as latinhas de refrigeran- tais como: educação, cultura, tradições, história, meio ambiente e suste de dentro de uma lixeira, que
tem sujeira, tem formiga, tem bara- tentabilidade, responsabilidade social
e ambiental, além da transmissão de
ta, tem de tudo. No momento
em que empunhei a caneca impro- conhecimento. Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e
visada, parece que todo mundo pa- blogs da web, por acreditar que todo
rou para assistir à cena, como se
o cidadão deve ser um multiplicador
perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai do conhecimento adquirido e, que
se sujeitar a beber nessa caneca?' nessa multiplicação, no que tange a
E eu bebi. Imediatamente a ansieCultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sodade parece que evaporou. Eles
ciedade mais justa, solidária e conhepassaram a conversar comigo, a
cedora de suas responsabilidades
contar piada, brincar.
"Essa experiência me deixou cura- sociais.
No entanto, todas as matérias e imado da minha doença burguesa"
toda a “peãozada”, segurando a
pastinha na mão."
O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão cen-
gens serão creditadas a seus editores, desde que adjudiquem seus nomes nas matérias publicadas. Caso
não queira fazer parte da corrente,
favor entrar em contato.
[email protected]
NA PRÓXIMA EDIÇÃO IREMOS ABORDAR em História da Educação“O Período Romano “ - EDUCAÇÃO
Gazeta Valeparaibana
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Juntos e na mesma direção
EDUCAR * Uma Janela para o mundo - SaciArte - Arte&Sobra - Reciclagem - Teatro - Viveiro Escola Planta Brasil
Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Culturas e Tradições Populares
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“Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, isso é realidade.”
SOU UM PROFESSOR QUE
PENSA...
gue fazer o próprio papel que é o de ensinar.
SOU UM PROFESSOR que tem esperança,
E espera que a qualquer momento chegue um "estranho" que nunca
entrou em uma sala de aula, impondo o modo de ensinar e avaliar.
Pensa em sair correndo toda vez
que é convocado para uma reunião, que certamente o responsabiliSOU UM PROFESSOR QUE SONHA...
zará mais uma vez, pelo insucesso
SONHA COM UM ALUNO INTERESSADO,
do aluno.
SONHA COM PAIS RESPONSÁVEIS,
SONHA COM UM SALÁRIO MELHOR, UM MUNDO MELHOR.
SOU UM PROFESSOR QUE LUTA...
Luta dentro da sala de aula, com
os alunos, para que eles não se
matem uns aos outros.
Que luta contra seus próprios princípios de educação, ética e moral.
SOU UM PROFESSOR QUE COMPREENDE...
Compreende que não vale a pena lutar contra as regras do sistema,
ele é sempre o lado mais forte.
SOU UM PROFESSOR QUE CRITICA...
Critica a si mesmo por estar fazendo o papel de vários outros profissionais como: psicólogo, médico, assistente social, mas não conse-
ENFIM, SOU UM PROFESSOR QUE REPRESENTA...
Representa a classe mais desprestigiada e discriminada, e que é incentivada a trabalhar só pelo amor à profissão.
Representa um palhaço para os alunos.
Representa o fantoche nas mãos do sistema concordando com as
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representa tão bem, que só não trabalha como ator, porque já é PROFESSOR e não dá para conciliar as duas coisas.
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Gazeta Valeparaibana
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Educação
Página 15
( continuação )
De acordo com Faria da Silva, interação social não é problema para seus
filhos enquanto existe espaço de
brincadeiras no prédio, convivência
social na igreja e até mesmo na rua,
com monitoramento dos pais. “Por
volta dos 15 anos, quando eles terão
vínculos sociais sem uma supervisão
tão intensa pela parte do pai e da
mãe, é que pretendo colocá-los no
ensino formal. A partir deste momento, ele ganha outra dimensão”, diz o
professor. À medida em que seus
filhos forem se tornando mais autônomos, Faria da Silva planeja inseri-los
em uma convivência social maior,
sem a supervisão parental. “Além do
mais, eles precisarão se preparar pa-
ra o nível superior num patamar de
especialização que nós, eu e minha
mulher, não podemos oferecer”, observa.
Meus receios quanto em relação à
educação domiciliar, além da questão
social, seria de que isso poderia satisfazer necessidades não-saudáveis
de algumas famílias, como aquelas
De olho na fechadura
que são essencialmente discriminatóDe acordo com a deputada Nilmar rias”, revela.
Ruiz, o modelo adotado pelo Estado Segundo ela, há um risco que se coré a educação como obrigação do Es- re no caso da educação domiciliar
tado e participação da família, já que ser devidamente admitida e legalizaa escola não trata somente da educa- da no Brasil: famílias que se isolarão
ção cognitiva, mas também social e e exercerão demasiado controle soemocional. Para a diretora pedagógi- bre os filhos.
ca Edimara de Lima, no entanto, a lei
não deveria fechar as portas para a Enquanto nas cidades pequenas há
educação domiciliar, nem tampouco uma vida comunitária muito forte, nos
escancará-las. “Não acredito que so- grandes centros esta vida social é
mente pedagogos podem dar aulas. menos densa, e o perigo moraria
principalmente aí – na falta de convívio com aquilo que é diferente, o que
forma e estimula o conceito da tolerância. Já para Algarra, a união dos
Ministérios do Trabalho e da Educação para certificar o trabalhador sem
diploma que já exerce uma função
específica já é um passo a mais para
a valorização do aprendizado informal. “Nossos jovens já estão se tornando aprendizes em espaços que
hoje não são vistos pelo Estado.
Fechar os olhos para isso significaria
abandonar conteúdos importantes
para capacitá-los”, afirma.
Da redação
Comunicando-se
Comunicação é uma arte que
precisa de atenção.
Comunicação é uma arte e, como
toda arte, possui segredos e técnicas. Estudando o poder da linguagem, a gente sabe que existem técnicas que podem ser facilitadoras para
uma boa narrativa. É preciso convidar o ouvinte para ouvir.
O narrador precisa conhecer o público que vai ouvir sua narrativa ou sua
conversa para oferecer uma mensagem que faça sentido para o ouvinte.
Não é fácil, pois para ouvir uma boa
narrativa é preciso concentração e o
narrador precisa ter propriedade do
que está falando, conhecer as informações que estão nas entrelinhas do
assunto narrado.
A narrativa deve fazer parte do narrador até o momento em que ele
não fala mais, mas canta.
A mensagem flui de uma forma cantada, harmonizada, tocando o coração da sua audiência. É nesse momento que percebemos a sabedoria
do contador, ao definir qual a mensagem que ele deseja transmitir para
um público específico, naquele moÉ preciso instigar a imaginação do mento da narração.
ouvinte, tentando despertar o interesse dele pelo conteúdo da mensagem. Na comunicação a interação entre o
locutor e o público tem que ser estreita e colaborativa. Não se pode deixar
que o programa caminhe para o monólogo. O monólogo cansa, o monólogo afasta.
Na web, o sonho de muitos tem feito
prosperar as chamadas rádios web,
ou seja, a web rádio. No entanto,
muito poucas têm tido uma vida longa, precisamente porque não têm
Editores ou não dispõem de profissioComo em comunicação o que conta nais habilitados ou suficientemente
é o numero e a qualidade dos ouvin- profissionais para ocupar o seu espates, na rádio não é diferente; um bom ço livre nas 24 horas do dia.
programa atrai bons patrocinadores,
enquanto que um mau programa ten- Rádio não pode ficar ociosa. Rádio
ociosa cede gratuitamente o espaço
de a acabar onde começou.
para outras rádios e, cada vez que o
Para uma emissora, não é interes- ouvinte acessa a radio e ela está insante a ocupação de espaços so- disponível (fora do ar) ele sente a framente para ocupar intervalos de pro- gilidade e, geralmente deixa de programação. Neste caso, o Editor deve curar esse link. O que se vê muito
optar por programas musicais e com são rádiosweb tipo familiares, ou
pouco papo. Usualmente costuma-se seja, onde um determinado grupo
construir este tipo de programa. No se reúne para brincar de rádio.
entanto, não aconselhamos esta forma de apresentação já que o ouvinte Comunicação é muito mais
não é identificado em rádio o que ique isso.
dentifica ouvinte é a voz e não o noFilipe de Sousa
me.
Comunicando-se
Desigualdade
diminui no País,
mas em ritmo lento,
mostra IBGE
Entre 1996 e 2006 PIB per capita cresceu 11,2% enquanto o indicador que mede as diferenças
sociais recuou 7,1%
A recuperação do mercado de trabalho aliada ao crescimento do rendimento médio da população contribuíram para reduzir, ainda que de forma
lenta, as desigualdades na distribuição de renda no País, segundo dados compilados pelo Instituto Brasilei-
ro de Geografia e Estatística (IBGE)
para a elaboração do relatório Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) divulgado nesta quartafeira.
Segundo o IBGE, a taxa de desigualdade social apresentou nos últimos
anos uma tendência de redução, apesar de ainda ser considerada elevada. Um dos indicadores utilizados
pelo instituto para medir as diferenças sociais é o Índice de Gini, que
varia de 0, situação de perfeita igualdade a 1, situação de desigualdade
máxima. No Brasil, o indicador foi de
0,531 em 2008, apesar do crescimento da economia. No ano anterior,
o índice foi de 0,535.
Entre 1995 e 2008, segundo o IBGE,
a queda da desigualdade foi de
0,97% ao ano em média, inferior ao
incremento médio anual do Produto
Interno Bruto (PIB) per capita, sendo
que no intervalo de dez anos, entre
1996 e 2006, o PIB per capita aumentou 11,2%, enquanto o índice de
Gini recuou 7,1% no País.
No âmbito regional, o Centro-Oeste,
com 0,558 no índice de Gini em
2008, apresentou a maior taxa de
desigualdade na distribuição de renda, sendo o Distrito Federal a unidade da Federação com o maior valor
(0,618). A região Sul apresentou o
menor nível de desigualdade (0,498).
Os estados com as menores desigualdades em 2008 foram o Amapá,
Santa Catarina e Rondônia (0,442,
0,475 e 0,484, respectivamente).
Essa evolução do mercado de trabalho, também contribui de forma positiva para a evolução da renda da população brasileira. A proporção de
famílias com rendimento per capita
de até meio salário mínimo apresentou uma queda, passando de 31,6%
em 2004, para 22,8% em 2008, segundo o IBGE.
As regiões Nordeste e Norte apresentavam em 2008 os maiores percentuais de famílias com rendimento
per capita de até meio salário mínimo
(41,5% e 32,6%, respectivamente),
enquanto as regiões do centro-sul do
País possuíam menores proporções.
Nos Estados, Alagoas e Maranhão
possuíam as maiores proporções
A taxa média anual de desocupação
apresentou um recuo significativo nas
seis principais regiões metropolitanas
do País entre 2003, quando estava
em 12,3%, e 2009, quando o indicador ficou em 3,5%, segundo o IBGE.
(47,6% e 45,8%, respectivamente), embora menores do que em
2006, quando mais de 50% das
famílias nessas localidades se encontravam nesta faixa de rendimentos.
As menores proporções foram registradas em Santa Catarina
(9,6%), São Paulo (10,6%) e Rio
de Janeiro (13,4%).
Da redação
Educar: propiciando oportunidades e orientando novos cidadãos
Responsabilidade Social - Educar também pode ser via jornal.
Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável
Novembro 2010
EDIÇÃO Nº. 36 Ano III
Mudanças Climáticas
De Kyoto a Montreal,
via Cancún
ções Unidas, e que aos poucos
foi sendo aprofundado e implementado nacionalmente para reduzir localmente o consumo e
produção de CFCs.
Nos países em desenvolvimento,
as obrigações introduzidas pelo
Protocolo de Montreal foram acompanhadas de financiamentos
e outros mecanismos de apoio
financeiros bancados pelos países ricos.
Fez 23 anos, na semana passada, o Protocolo de Montreal. Hoje, talvez pouca gente se lembre
dele, mas na década de 80, falava-se do buraco na camada de
ozônio sobre o Pólo Sul como
hoje se fala de mudanças climáticas.
Lembra Kyoto, não?
Bem, as semelhanças com as
mudança climáticas acabam por
aí.
Processo lento e gradual
O resultado, segundo a ONU, é
Era um desafio imenso. E uma uma redução de 97 % no potencial de destruição do ozônio.
ameaça.
Pouco mais de duas décadas
mais tarde, cientistas constatam
a recuperação lenta e gradual da
camada de ozônio.
No caso do protocolo de Kyoto,
um punhado dos países signatários atingiu as metas obrigatórias.
Existem mil respostas. Para ficar
nas mais tangíveis, um protocolo
sobre o clima envolve muito
mais setores do que um sobre
CFCs. Envolve também mudanças profundas na cadeia de produção: CO2 é produzido por virtualmente toda a indústria. E envolve muito, mas muito dinheiro.
Principais economias em reunião
A Declaração de Ban veio uma
semana antes do início de uma
cimeira em Nova Iorque, os objetivos de desenvolvimento da ONU.
O encontro visa estimular os esforços para alcançar as oito metas estabelecidas pela Cúpula do
Líderes dos 17 países responsá- Milênio em 2000, para serem
veis por 80% da poluição do pla- cumpridas até 2015.
neta, o chamado grupo das grandes economias, concluem em
Nova York mais uma reunião de
cúpula para tentar aparar arestas
e chegar a um consenso para
liberar verbas já prometidas aos
países mais pobres e preparar
novas propostas que possibilitem um acordo em Cancun.
Ninguém espera grandes avanços. A crise ainda ronda os países mais ricos, o ceticismo - que
contraria a grande maioria dos
estudos científicos - parece ter
ganhado força e um dos principais atores do processo, os Estados Unidos, continuam atolados no meio do caminho que poderia levar a um futuro com baiComo no caso do clima, o pro- xas emissões de carbono.
cesso é muito lento: cientistas
calculam que a camada de ozô- Outras reuniões preparatórias
nio só deve voltar aos níveis ori- estão marcadas para antes de
ginais por volta do ano 2500, em- Cancun. A esta altura do ano
bora ele possa começar a dimi- passado, vésperas de Copenhanuir em 10 a 15 anos. E o aqueci- gue, a pressão da opinião públimento global é um fator que atra- ca era enorme, mas já havia indípalha a regeneração.
cios do naufrágio adiante.
Praticamente todos os aerossóis
e vários produtos usavam os
chamados
gases
CFCs
(clorofluorcarbonos), que destroem o ozônio na atmosfera. Como
resultado, cientistas descobriram que esse filtro fundamental
para a saúde do planeta - particularmente a nossa - estava deO que nos traz de volta ao desa- Neste ano, a situação se inversaparecendo.
fio atual: um tratado sobre muteu: ninguém espera avanços e a
danças climáticas.
Entre 29 de novembro e 10 de
dezembro, acontece mais uma
rodada de negociações sobre o
clima, dessa vez em Cancun, no
México - a primeira após o alardeado fracasso de Copenhague,
em 2009.
Mas, se as mudanças climáticas
são uma ameaça muito mais dramática que o buraco da camada
O primeiro passo foi um tratado de ozônio, por que Montreal deu
multinacional, que abrange to- certo e Copenhague (alguns didos os países-membros das Na- zem Kyoto) afundou?
Objetivos do Milênio em termos
de redução da pobreza e da fome no mundo.
Os objetivos são:
1 - erradicar a extrema pobreza e
a fome;
2 - alcançar a educação primária
universal;
3 - promover a igualdade entre
os sexos e a autonomia das mulheres;
4 - reduzir a mortalidade infantil,
melhorar a saúde materna;
combater o HIV / SIDA, a malária
e outras doenças;
5 - garantir a sustentabilidade
ambiental e desenvolver uma
parceria global para o desenvolvimento.
pressão é bem menor. Será que Segundo Ban Ki-moon, são presó a publicação do novo relató- cisos mais de EUA $ 100.000 milhões para atender as
rio do Painel Intergovernamenmetas do milênio.
tal para Mudanças Climáticas
(IPCC), previsto para 2013-14,
Da redação
vai dar fôlego às
negociações?
Metas do milênio
O secretário-geral das Nações
Unidas, Ban Ki-moon, alertou
que mais de EUA $ 100.000 milhões para atender os chamados