A newsletter do INDICANG n° 2 - Junho 2005

Transcrição

A newsletter do INDICANG n° 2 - Junho 2005
Com a participação
da União Europeia
Projecto co-financiado pelo FEDER
n°2
A newsletter do
Indicang
Junho 2005
Foto : Benoît LAFOSSE
Comparação das bacias hidrográficas :
Estado inicial
Editorial
Foto : (CEMAGREF)
Sumário
• O Comité de Gestão define o estado inicial
nas várias bacias hidrográficas .................. Página 2
• Primeiras reflexões do Comité Científico
e Técnico sobre os indicadores .................. Página 3
• Qual a informação disponível sobre as
bacias hidrográficas ? .................................. Página 4-5
• Resumo comparativo
de duas bacias hidrográficas ...................... Página 6-7
A 7 e 8 de de Outubro de 2004 realizou-se em San Sebastian, País Basco e a convite
da Diputación Foral de Gipuzkoa a primeira reunião importante do Comité de Gestão
do projecto INDICANG.
Nessa ocasião, cerca de 45 representantes de quase todos os parceiros do projecto
trocaram informações e ideias acerca dos indicadores disponíveis e de potencial utilização
na descrição do estado da espécie, da qualidade dos seus habitats e dos principais problemas que a ameaçam.
Esta primeira avaliação revelou uma grande diversidade de situações relativamente a :
legislação e exercício da pesca, artes de pesca utilizadas, qualidade dos habitats, obstáculos à colonização, presença e dispersão desta espécie nas águas continentais. Ficou
assim confirmada a complexidade da recuperação desta espécie e a necessidade de adaptar diversas soluções à variedade de situações eocontrada.
As exposições feitas revelaram também que esta espécie, a sua exploração e os seus habitats não são monitorizados da mesma forma nas diferentes bacias hidrográficas. No debate que se seguiu foram feitas propostas para uma homogenização dos métodos a utilizar.
Adicionalmente, os Comités Científicos e Técnico iniciaram os trabalhos de definição dos
indicadores a utilizar, numa reunião que decorreu entre 30 de Novembro e 1 de Dezembro
de 2004 e após um convite de Universidade de La Rochelle. As conclusões alcançadas
durante os vários workshops realizados nessa reunião estão já a servir de base aos trabalhos desenvolvidos pelas equipas locais nas várias bacias hidrográficas.
O resumo do trabalho desenvolvido durante o primeiro ano deste projecto bem como
as mais recentes evoluções foram apresentadas no Seminário realizado em Rochefort
a 18 e 19 de Maio de 2005.
Iñigo Mendiola Gomez
Responsãvel do Meio Natural
• Informações recentes................................... Página 8
• Na próxima newsletter................................ Página 8
Diputación Foral de Gipuzkoa
ESPANHA
O Comité de Gestão define o estado inicial
nas várias bacias hidrográficas
Nesta reunião organizada no País Basco, verdadeiro início operacional do projecto INDICANG, procurou-se fazer um primeiro retrato do estado da espécie enguia em cada uma
das bacias hidrográficas. Dada a diversidade de situações encontradas, o principal
objectivo desta reunião foi definir uma estratégia de acção comum em todas as bacias
hidrográficas.
A primeira reunião do Comité de Gestão
do projecto INDICANG teve lugar
em San Sebastian (Espanha) a 7 e 8
de Outubro de 2004, tendo estado presentes mais de 45 parceiros englobando: organismos de investigação, estruturas técnicas, administrações locais,
administrações envolvidas na gestão
das pescas e do ambiente, estruturas
institucionais, pescadores profissionais
e amadores.
Após as boas-vindas proferidas por
Iñigo Mendiola e em nome da
Diputación Foral de Gipuzkoa, o coordenador do projecto INDICANG (Patrick
Prouzet) apresentou o programa de trabalhos para esta reunião.
O primeiro ponto a ser apresentado
foram os procedimentos administrativos no âmbito deste projecto INDICANG
É necessário harmonizar
as apresentações
Os parceiros apresentaram o estado
actual do recurso enguia, do seu habitat
e da sua exploração nas várias bacias
hidrográficas englobadas neste projecto :
• A bacia hidrográfica do Minho
(C. Antunes) ;
• As bacias hidrográficas do les Nalon e
do Esva (J Lobbon
Cervia) ;
• A bacia hidrográfica do Oria (I.
Urrizalqui Oroz) ;
• A bacia hidrográfica do Adour (F.-X.
Cuende e S. Marty) ;
• A bacia hidrográfica Gironde-GaronneDordogne
(N.
Susperreguy e V.
Lauronce) ;
▲ Estuário de Nalon - Javier LOBON
• A bacia hidrográfiComité de Gestão foi dedicada à organica
do
Loire
zação do Comité Científico e Técnico do
(A. Baisez) ;
Projecto INDICANG, o qual irá coordenar
• As bacias hidrográficas do Fowey e
os grupos temáticos: meixão, enguia
Slapton Ley (P. Bown, apresentada por
amarela, enguia prateada e ambiente.
E. Feunteun).
Esta estrutura deverá elaborar um “guia
do utilizador” para a recolha e estabeleApós cada uma das intervenções
cimento de indicadores sobre o recurso
seguiu-se uma discussão para harmonie o seu ambiente, permitindo a sua
zar as apresentações e completá-las
comparação entre vários locais. O modo
segundo um denominador comum aprode funcionamento e os objectivos
vado pelo Comité de Publicação, por
específicos deste Comité foram apreforma a ter uma visão sucinta da situasentados pelo seu responsável, E.
ção inicial dos conhecimentos em cada
Feuteun.
bacia hidrográfica. Informações compleUm caderno de encargos para o grupo
mentares para as bacias hidrográficas
temático “Ambiente” foi apresentado a
do Nalon e do Esva (L. Garcia–Florez)
título de exemplo por S. Muchiut. Os
serão fornecidas pelo Ministério para o
restantes cadernos de encargos para os
Meio Rural e Pescas da província das
outros grupos temáticos serão apresenAstúrias. Após terem
tados na próxima reunião de Comité
sido alteradas e comCientífico e Técnico (ver pág. 3).
pletadas, as apresentações estarão disponíveis no website
do
Projecto
INDICANG.
É necessário um
quadro
de
actuação comum
para uma melhor coordenação
A segunda parte
desta reunião do
2
▲ Estuário Adour - CCI de Bayonne
O Indicang torna-se público
Finalmente, os responsáveis do Comité
de Publicação e Comunicação (G. Adam,
O. Audy e M. Rousseau) apresentaram o
modelo da primeira newsletter
INDICANG. Após algumas correcções
parciais, esta foi distribuída ainda
durante a reunião. Esta reunião terminou com uma apresentação do website
INDICANG, o qual estará completamente operacional no início do mês de Abril
de 2005.
Primeiras reflexões do Comité Científico e Técnico
sobre os indicadores
Na sua primeira reunião em La Rochelle, o Comité Científico e Técnico do projecto Indicang
dirigiu os seus trabalhos para a definição dos indicadores que caracterizem a abundância
e a qualidade dos habitats em cada fase biológica da enguia. Com estes trabalhos pretendeu-se permitir a descrição da situação existente em cada local e ao mesmo tempo a comparação entre as várias bacias hidrográficas no Espaço Atlãntico
A primeira reunião do Comité Científico
e Técnico do INDICANG teve lugar na
Universidade de La Rochelle a 30 de
Novembro e 1 de Dezembro de 2004.
Cerca de 30 pessoas de 3 países representaram vários organismos de investigação e estruturas técnicas envolvidas
na monitorização da espécie, dos seus
habitats e da sua exploração em 7
bacias hidrográficas.
das iniciativas desenvolvidas, quer a
nível local quer a um nível europeu.
Esses indicadores têm de se basear nos
dados e informações já existentes, mas
é necessário completá-los e mesmo adicionar novos dados. Para além disto,
estão a ser desenvolvidas várias acções
por forma a apresentar e elaborar
outros indicadores pertinentes cuja
monitorização possa ser feita por longos períodos e de forma económica e
tecnicamente viável.
Com vista à obtenção de indicadores informativos e normativos
▲ Comité técnico Indicang
Gilles ADAM
Dos estudos actuais aos
indicadores do futuro
Esta reunião teve como objectivo principal definir os indicadores que permitam
descrever o estado do stock em cada
bacia hidrográfica e a sua evolução temporal em função das acções de gestão e
Estes indicadores deverão ser suficientemente informativos e normativos para
serem úteis a uma gestão operacional e
adaptativa à escala local e regional.
Brevemente irão ser apresentados no
website INDICANG.
• Os indicadores de recrutamento destinam-se a quantificar a evolução da chegada das enguias-de-vidro (meixão) aos
estuários. Permitem estimar a mortalidade devido à pesca e o fluxo do meixão
para as zonas a montante do estuário.
Baseiam-se na monitorização da pesca
profissional e em pescas experimentais.
Na ausência de pesca profissional, o
recrutamento é estimado a partir de
pescas experimentais, passagens
específicas ou através dos indicadores
de população.
• Os indicadores de população e colonização têm como objectivo monitorizar a
evolução da distribuição espacial da
enguia, a estrutura demográfica da
população, a proporção de enguias prateadas e os níveis de abundância de
enguia amarela à escala da bacia hidrográfica. É necessário desenvolver os
métodos que permitam obter índices de
abundância, que poderão ir desde o
simples presença/ausência até à estimativa da densidade ou mesmo da
abundância do stock.
• Os indicadores de fuga analisam a
evolução da biomassa desovante, a proporção dos sexos e a qualidade das
enguias prateadas produzida pelas
bacias hidrográficas. Estes indicadores
baseiam-se nas pescarias profissionais
ou em pescas experimentais quando tal
seja possível. No entanto, na maioria
dos casos, os únicos dados disponíveis
provêm da estimativa da proporção de
enguias prateadas a partir dos indicadores da população sedentária.
• Os indicadores do meio ambiente têm
como objectivo descrever e monitorizar
a evolução da capacidade de acolhimento para a enguia das bacias hidrográficas. Isto significa identificar/quantificar os habitats apropriados e disponíveis com base nas informações
(inventários e cartografia) dos obstáculos à migração das enguias para montante e para juzante. Os critérios para a
avaliação da qualidade das águas
permanecem por definir.
3
▲ Comité técnico Indicang - Gilles ADAM
Qual a informação disponível sobre as bacias hidrográficas ?
descritor conhecido (inserir o valor em branco)
descritor parcialmente conhecido
descritor não conhecido
Esta tabela sintetiza o estado dos conhecimentos sobre a enguia nas bacias hidrográficas englobadas no projecto INDICANG. Não tem como objectivo fornecer os dados disponíveis mas apenas indicar através de um código de cores a sua disponibilidade.
Existem outros dados sobre o ambiente, a exploração devido à pesca e do recurso em si.
No entanto não foram utilizados, pelo menos nesta fase, pois não se apresentam úteis
para a criação dos indicadores a utilizar neste projecto.
Inglaterra
Slapton ley
dado
França
Fowey
Tamar
Camel
2
Área da bacia hidrográfica (km2)
178
975
413
2
Área da superfíce de água (km2)
3
Caudal médio da bacia hidrográfica (m3/s)
Cartografia numérica do sistema hidrográfico
Localização das barragens e das estações hidroeléctricas
Lista (descritiva) dos obstáculos para montante
35
139
108
Loire
Sèvre
niortaise
Espanha
Charente
Gironde
Garonne
Dordogne
Adour
Oria
10 000
80 000
16 900
888
360
3 414
325
75
70
650
360
25,7
Esva
Portugal
Nalon
Minho
500
3 000
17 080
50
100
800
75
100
305
AMBIENTE
ESTADO DO CONHECIMENTO SOBRE AS BACIAS HIDROGRÁFICAS Descritores
117800
22000
Lista (descritiva) dos obstáculos para juzante
Diagnóstico dos equipamentos de transposição para montante
Diagnóstico dos equipamentos de transposição para juzante
Área de colonização perdida (%)
Dados sobre a qualidade das águas
Dados sobre a qualidade dos sedimentos
Meixão
Número de pescadores comerciais
E. amarela
E. prateada
Meixão
Número de pescadores desportivos
E. amarela
EXPLORAÇÃO
E. prateada
Artes de pesca utilizadas
Meixão
Localização das áreas de pesca
E. amarela
E. prateada
Meixão
Estatísticas de pesca (actividade sazonal)
E. amarela
E. prateada
Meixão
Características das capturas
E. amarela
E. prateada
Meixão
Séries históricas de capturas (30 anos)
E. amarela
4
RECURSO
E. prateada
Identificação das áreas colonizadas ou não
E. amarela
Estimativa das densidades
Cartografia da área de colonização (à escala da bacia hidrográfica)
E. amarela
Meixão
Estudo das migrações através das "escadas" para peixe
E. prateada
Meixão
Estudo do fluxo migratório
E. prateada
Medidas biométricas (comprimento, peso)
Idade (otolitometria)
Estado sanitário (parasitismo, contaminação)
5
Resumo comparativo de duas bacias hidrográficas
Embora existam diferenças entre estas duas bacias hidrográficas, nomeadamente em
relação à superfície e ao número de habitantes, encontram-se problemas muito semelhantes em ambas. Alguns destes problemas como o significativo impacto da pesca
a degradação dos habitats e os obstáculos à livre circulação, têm provocado um decréscimo importante na população de enguia na bacia hidrográfica do Gironde-GaronneDordogne e do Oria.
Uma intensa pressão urbana
numa pequena bacia hidrográfica
A bacia hidrográfica do Oria situa-se no
norte da Península Ibérica e as suas
águas são drenadas para o Mar
Cantábrico no golfo da Biscaia. Tem uma
superfície de 882 km2, e a densidade
populacional é de 142 hab / km2. O curso
de água principal tem um comprimento
de 82 km e o estuário tem um superfície
inundável de 2 296 km2.
Embora a qualidade das águas tenha
vindo a melhorar devido ao estabeleci-
mento de um plano para tratamento
das águas residuais, ainda se mantém a
um nível médio/baixo devido às descargas de águas residuais domésticas e
urbanas. Adicionalmente, o habitat
encontrase profundamente alterado
devido aos inúmeros trabalhos de consolidação das margens.
Demasiados obstáculos à livre
circulação
Numerosas barragens representam
sérios obstáculos à livre circulação e
impedem a expansão da enguia pela
bacia hidrográfica. Esta espécie encon-
tra-se confinada às zonas mais baixas da
bacia. Essas barragens impedem também a colonização do maior afluente do
Oria, o Leitzaran, que se situa na parte
inferior da bacia.
Uma pescaria tradicional e
artesanal
A pesca da enguia é uma actividade tradicional e artesanal que aqui se pratica há
mais de um século. Não é considerada
um actividade profissional.
N
Bacia Hidrográfica
do ORIA
Distribuição dos obstáculos
(barragens) na bacia.
Barragens com passagem para peixes
Barragens sem passagem para peixes
Escala : 1/100.000ème
A época de pesca é de 15 de Outubro a 15
de Março. Os dados representam apenas
40.34% das capturas totais. Não existe
um pescaria específica dirigida à enguia
amarela e à enguia prateada.
Um esforço para monitorizar a
fase de meixão
A monitorização da fase de meixão é realizada pela AZTI e faz-se a partir de
várias fontes de informação :
• livros de pesca, obrigatórios com a
aquisição das licenças de pesca, são
preenchidos pelos pescadores em cada
época de pesca e devolvidos ao Governo
Basco.
6
• livros de pesca complementares são
preenchidos e devolvidos ao Governo
Basco pelos pescadores que voluntariamente aderiram a um programa de monitorização mais abrangente.
• Amostragens feitas na entrada do
estuário.
• Um equipamento de captura específico
para esta espécie está instalado a montante da zona de pesca do meixão e é
gerido e mantido pela Diputación Foral
de Gipuzkoa.
A monitorização das populações de
enguia amarela e enguia prateada é feita
a partir da informação recolhida pela
rede de qualidade das águas e dos estudos piscícolas da Diputación Foral de
Gipuzkoa, operada por Ekolur S.L.L. e
pela Rede de Vigilância das Águas
Superficiais do Governo Basco.
reconhecido que existe uma tendência
muito evidente de redução das capturas
nos últimos 20 anos. Amostragens realizados por pesca eléctrica demonstraram
que a população de enguia diminuiu
drasticamente a partir de Andoain (situada a 25 km a montante do estuário). As
barragens e outros obstáculos são a
principal causa para a fraca colonização
da bacia hidrográfica. As densidades da
populaçao de enguia a juzante e a montante de uma das barragens no rio
Leitzaran são, respectivamente, 2 406
indiv./ha e 214 indiv./ha.
Uma população em declínio :
Nº de licenças para a pesca do
meixão a partir
188
de embarações (2003/2004) (125,26 kg)
O sistema de licenças, a principal fonte
dos dados da pesca, teve início apenas
em 2003/2004. Assim, não existem
registos históricos de dados mas é
Nº de licenças para a pesca do
45
meixão a partir
de embarações (2003/2004) (264.86 kg)
O Garonne e o Dordogne juntam-se
para formarem o Gironde, o maior
estuário em superfície da Europa
(625 km2 na maré alta). Estes rios drenam uma bacia hidrográfica de 80
000 km2, e têm um comprimento de
3414 km (incluindo os afluentes principais). A densidade populacional
nesta bacia hidrográfica é de 50
hab./km2. Grandes zona urbanas e
industriais (principalmente as de
Toulouse e Bordéus) provocam uma
degradação pontual da qualidade
das águas. Nesta bacia hidrográfica
existe uma intensa actividade rural e
agrícola, o que agrava os problemas
de poluição difusa e provoca um forte
aumento nos consumos de água destinada à irrigação (principalmente
nos meses de Verão).
Um potencial para recolonização
Actualmente, apenas 40% do total
N° de enguias
Uma grande bacia hidrográfica de vocação rural e agrícola.
Passagens específicas para enguias
ascensor (acompanhamento contínuo ao longo de todo o ano)
ascensor (acompanhamento descontínuo ao longo de todo o ano)
Passagem de enguias pela estação de Tuilières (Dordogne)
(Fonte : MIGADO 2005)
dos cursos de água podem ser colonizados pela enguia devido à existência
de numerosos obstáculos à sua livre
circulação.
Uma pescaria diversificada
de importância socioeconómica
No que diz respeito ao meixão, os
pescadores profissionais utilizam
várias artes (redes) consoante o
local: o “pibalour” na zona marítima,
o “drossage” e o “tamis”. Os pescadores amadores podem apenas utilizar o “tamis”.
Para a enguia amarela, a pesca pratica-se principalmente com nassas, fisgas e à linha. A pesca da enguia prateada está interdita actualmente.
Em 2000, a produção dos pescadores
comerciais ultrapassou 3400 mil
euros relativamente ao meixão e 220
mil euros na pesca de enguia amarela.
Bacia Hidrográfica do
Gironde Garonne - Dordogne
N
Dificuldades de colonização
da enguia :
Zonas colonizáveis pela enguia
Zonas dificilmente acessíveis
Zonas inacessíveis
Principais ordenamentos hydroélectriques
Escala : 1/5.000.000ème
A produção e capturas dos
pescadores à linha não são
conhecidas.
Existem numerosas ferramentas para
a monitorização da população, a
vários níveis e no que diz respeito ao
meixão e à enguia amarela :
- Análise das declarações de captura
que os pescadores comerciais e os
amadores que utilizam embarcações
têm obrigatoriamente de preencher e
enviar anualmente para a autoridade
administrativa da pesca (AADPPEDG).
- Monitorização da produção de
meixão e de enguia amarela feita a
partir de 1978 por uma organização
de pescadores profissionais (CEMAGREF).
- No âmbito de uma rede hidrológica
e piscícola (RHP), e desde 1994, existe a recolha de indicadores de abundância da enguia amarela (CSP).
- A partir de 1989 quantifica-se a passagem de enguias amarelas em
várias estações de monitorização distribuídas pela bacia hidrográfica
(MIGADO), havendo um permanente
aperfeiçoamento nos mecanismos de
transposição e de contagem.
Por outro lado, não existem nenhuns
dados estatíticos sobre a enguia prateada.
Sinais preocupantes
Globalmente, e desde 1980, a pesca
comercial de meixão tem sofrido uma
forte diminuição nas capturas totais
e nas capturas por unidade de esfor-
Meixão Enguia
amarela
Nº de pescadores profissio- 166
83
nais (produção)
(25 t.) (25 t.)
Ano 2000
Nº de pescadores ama73
765 *
dores com embarcação
(0,33 t.) (1,4t)
(produção)
* licenças para pesca artesanal, das quais
264 licenças específicas para a enguia
ço (CPUE). A rede hidrológica e piscícola (RHP) detectou a redução evidente da área colonizada devido, por
um lado à diminuição do número de
enguias que migram para o mar, e por
outro lado aos obstáculos à livre circulação desta espécie pela bacia
hidrográfica. As densidades observadas variam de 500-9500 indiv./ha nas
áreas a juzante dos principais obstáculos a 500 indiv./ha nas aréas
a montante desses mesmos obstáculos. Os estudos levados a cabo
nas estações de monitorização de
Golfech e Tuilières, situadas a 200300 km do oceano, mostram inequivocamente a pouca eficácia dos
mecanismos de transposição para
montante (2 a 5 ind./km2 de bacia
hidrográfica nestes últimos anos).
7
Informações recentes
Bacia hidrográfica do Slapton Ley
Graças à colaboração entre o grupo de investigação sobre a enguia do Kings College of London
e o Field Studies Centre and National Nature Reserve foram obtidos novos dados acerca do
recrutamento do meixão através de amostragens no Slapton Ley. Esta colaboração deverá
continuar e permitir um aporte ao projecto INDICANG de dados adicionais sobre a enguia amarela e prateada.
Bacia hidrográfica do Adour
O Comité de Gestão dos Peixes Migradores da Bacia Hidrográfica do Adour está a analisar as
preocupações acerca da mortalidade nas enguias que migram para juzante ao passarem pelas
turbinas nas barragens hidroeléctricas. Um grupo de estudo foi formado e engloba a administração pública, os produtores de energia eléctrica e especialistas nesta matéria. Para evitar a
morte das enguias tem sido preconizado o uso de grades que impeçam a sua entrada para as
turbinas. Esta parece ser a melhor solução. No entanto, deverão existir simultaneamente passagens para juzante, à superficie ou de fundo. A corrente através das grades de protecção
nunca deverá ultrapassar os 40-50 centímetros por segundo, caso contrário ocorrerão mortalidades elevadas.
Errata (newsletter Indicang nº1 página 7) : Estibaliz DIAZ do AZTI susbstitui Araitz BILBAO
como animador da bacia hidrográfica do Oria ; Gérard CASTELNAU, do CEMAGREF, é o animador do grupo temático recrutamento.
Foto : (CEMAGREF)
Na próxima newsletter
Na newsletter nº3 está previsto abordar :
• Os trabalhos desenvolvidos pelos diferentes grupos temáticos, a saber, meixão, enguia amarela, enguia prateada e meio ambiente.
• Um primeiro resumo sobre a elaboração dos indicadores para a enguia.
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Publicação : Junho 2005

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