Prezados irmãos, acolhemos com alegria a iniciativa de nosso Pe

Transcrição

Prezados irmãos, acolhemos com alegria a iniciativa de nosso Pe
Orden de Agustinos Recoletos
Provincia Santo Tomás de Villanueva
Prot. Nº 283 /2007
(In responsione hic numerus referatur)
DE: P. PRIOR PROVINCIAL DE SÃO TOMÁS DE VILA NOVA
PARA: TODOS OS RELIGIOSOS
ASSUNTO: ANO VOCACIONAL 2008 (AVAR 2008)
DATA: 29 DE NOVEMBRO DE 2007
Prezados irmãos, acolhemos com alegria a iniciativa de nosso Pe. Geral e do
seu Conselho de convocar um ano vocacional na Ordem para o ano 2008 e
queremos animar toda Província de Sto. Tomás de Vilanova a seguir esta iniciativa
que, por outro lado, responde a uma das ordenações do último Capítulo Geral.
Na carta que o Pe. Geral dirige-nos, diz que o objetivo fundamental deste ano
é “promover em todos uma cultura vocacional”.
O tema da carência de vocações é o assunto que mais preocupa e ocupa a
maioria das ordens e congregações religiosas, que estão utilizando muitos recursos,
energias e, sobretudo, muito material humano para tentar vislumbrar soluções para
o futuro, apostando fortemente na pastoral vocacional, pois que está em jogo a
própria sobrevivência. Multiplicaram-se os foros de reflexão sobre este assunto por
toda a nossa Igreja, principalmente, na Europa, e podemos dizer que há um grande
consenso e unanimidade entre os expertos do tema, que afirmam que a escassez de
vocações específicas é, sobretudo, conseqüência da carência de cultura vocacional.
A cultura vocacional é o conjunto coerente de maneiras de pensar, sentir, agir
e celebrar que criam o ambiente necessário para que as pessoas descubram sua
vocação cristã. Se a vocação é a proposta de Deus a viver de uma determinada
maneira o seguimento de Jesus, a cultura vocacional será o ambiente onde esta
vocação poderá ser vivida e interpretada. Dito de uma outra forma: esta cultura é a
terra boa onde surge a planta da vocação.
Para que a cultura vocacional seja efetiva, tem que se encarnar em pessoas e
comunidades concretas — e é aqui que entramos você e eu. É aqui onde todos os
educadores dos nossos colégios, paróquias e de todos os nossos ministérios são
chamados a criar a cultura vocacional, a partir da vivência pessoal do seu batismo,
que deverá cristalizar-se no surgimento das diferentes vocações com as quais se
constrói a Igreja e se difunde o Reino de Deus.
Todos e cada um dos religiosos da Província somos responsáveis por semear e
descobrir a semente da vocação no coração dos homens — não pelo fato de sermos
nomeados promotores vocacionais ou responsáveis locais da animação vocacional,
mas porque, um dia, decidimos assumir nosso batismo e viver de acordo com o
evangelho.
Se, como conseqüência desta etapa de penúria vocacional e como fruto deste
Ano Vocacional Agostiniano Recoleto (AVAR), conseguíssemos que cada religioso da
Província assumisse sua parcela de responsabilidade na animação vocacional e a
integração dos leigos na nossa organização provincial em todos os níveis: de
secretariado, de comunidades locais, de equipes paroquiais e dos colégios, creio que
o Ano Vocacional teria alcançado amplamente seus objetivos e expectativas.
Neste ano vocacional queremos contar com todos:
•
Com os religiosos idosos, que viram diminuída sua atividade
pastoral, mas intensificaram sua vida de oração. Contamos com a
oração desprendida de vocês, assim como contamos com o incalculável
trabalho que, na intimidade dos confessionários e na direção espiritual,
realizam com grande acerto e sabedoria, ajudando a uma infinidade de
pessoas e a muitos jovens, em particular, a discernirem o rumo e
caminho de suas vidas.
•
Contamos com os religiosos enfermos, que de seu leito de dor ou
das suas limitações físicas, identificam-se com o Cristo sofredor e
associam-se à sua paixão. Muitos já o fazem, mas convidamos a todos
a oferecer suas dores e sofrimentos pelas vocações religiosas e
sacerdotais.
•
Contamos com os religiosos irmãos, para que dando testemunho
do seu trabalho humilde e com sua simplicidade de vida, suscitem no
coração dos jovens anseios e nostalgia do Absoluto.
•
Contamos com os párocos, com os vigários paroquiais, e com
todos os religiosos que desenvolvem sua missão pastoral nas nossas
igrejas. Nas mãos de vocês está a oportunidade de dar toda
importância e valor que merece à dimensão vocacional dentro de uma
pastoral de conjunto. Nas mãos de vocês está o criar na comunidade
paroquial essa cultura vocacional de que estamos falando, envolvendo
os leigos, principalmente, os catequistas, neste desafio, conscientizando
a todos da responsabilidade que, como cristãos, devemos assumir na
promoção de todo tipo de vocação.
•
Contamos com os religiosos educadores de nossas entidades de
ensino. Os colégios são um excelente meio para promover a cultura
vocacional — terra boa e fértil onde pode germinar a semente das
diferentes vocações cristas, quando são lançadas com generosidade,
carinho e dedicação pelos nossos religiosos. Animamos-lhes a não
delegar esta responsabilidade prioritária, mas a assumi-la e a contar
com a colaboração de tantos leigos, principalmente, os professores
comprometidos e identificados com o nosso carisma.
•
Contamos com os missionários de Marajó. São Paulo, nas suas
viagens apostólicas, foi encontrando colaboradores que lhe ajudavam a
estender o Reino. O zelo missionário do apóstolo dos gentis suscitava
novos discípulos. Que a nossa entrega generosa aos mais necessitados
e o nosso ardor missionário suscitem muitas vocações que nos ajudem
a propagar o evangelho.
•
Contamos com os formadores, com os promotores vocacionais,
com os orientadores vocacionais locais, com os responsáveis
da Pastoral jovem, com os que mais diretamente trabalham com os
jovens e com as próprias lideranças e coordenadores da JAR
(Juventude Agostiniana Recoleta). Queremos continuar contando com
vocês, mas queremos dividir responsabilidades e fardos; não queremos
nos afastar do nosso compromisso, porque juntos somos mais fortes;
porque unidos vemos melhor o rosto de Cristo em nós; e porque a
pastoral vocacional é responsabilidade de todos, não só de vocês. O
Papa João Paulo II dizia: “Será preciso que a pastoral jovem seja
explicitamente vocacional, e trate de suscitar nos jovens a consciência
do chamado divino, para que experimentem e gostem da grandeza da
entrega como projeto permanente de vida”.
•
Contamos com nossos professos, noviços, postulantes e
seminaristas menores. Contamos com a alegria de vocês, que é a
melhor maneira de convencer aos que nos observam e rodeiam, de que
vale a pena optar por Cristo e que se pode ser feliz em seu seguimento.
•
Contamos com as nossas irmãs agostinianas recoletas
contemplativas. Elas são as que “escolheram a melhor parte”, e isso
nos permite ocupar-nos de outras coisas, também necessárias, para o
serviço do Senhor.
•
Contamos com todos os irmãos e irmãs da Fraternidade
Secular Agostiniana Recoleta. Vocês devem ser nossos principais e
mais eficazes colaboradores na animação vocacional da Província e da
Ordem. A vocês, que se propuseram contagiar com a própria vida,
animamos a viver com fidelidade e em plenitude o carisma da nossa
Ordem na vida leiga, lembrando-lhes de umas palavras do nosso
saudoso João Paulo II: “Todo cristão dará provas de que colabora na
promoção de uma cultura vocacional, quando se esforça na sua mente
e no seu coração por discernir o que é bom para o homem, quer dizer,
se sabe discernir com espírito crítico as ambigüidades do progresso, os
pseudo-valores, as ameaças das coisas enganosas que algumas
civilizações fazem brilhar diante dos nossos olhos, assim como as
tentações dos materialismos ou das ideologias passageiras”.
Nossa vida de agostinianos recoletos neste ano vocacional, mais do que
prudência, conformidade ou resignação, requer audácia, entusiasmo e capacidade
para contagiar o encanto da nossa entrega e da nossa vocação. Temos que aprender
a ter o encanto da aurora; o encanto das brasas que estavam soterradas e que se
mantiveram acesas. Se acertarmos expô-las ao Vento do Espírito, poderão
transformar-se em fogo.
O dia 5 de dezembro, aniversário da Recoleção agostiniana, é a data escolhida
para abrir o Ano Vocacional em nossas comunidades e ministérios.
A todos uma feliz festa da Recoleção e que vivamos este Ano Vocacional em
constante ação de graças pela vocação recebida. A resposta alegre de quem se sabe
chamado por Deus, no cumprimento fiel de sua missão, é o melhor anúncio
vocacional que podemos lançar ao mundo.
Madri, 29 de Novembro de 2007
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Fr. Miguel Ángel Hernández OAR
Prior Provincial