Boletim n.º 93 - 3º Trimestre 2011 (formato PDF)
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Nº 93 • JULHO/AGOSTO/SETEMBRO • Preço de Capa: 1€ Inovámos na sensibilização para a Esclerose Múltipla O sucesso da campanha digital “A dor mente” 14 Julho 2011: Cerimónia de entrega do donativo Rodrigo Leão solidário na causa EM InstItuIção PartIcular de solIdarIedade socIal com o apoio do 2 Boletim Esclerose Múltipla E ditorial M ais um triénio quase cumprido. o tempo passa mesmo a correr e os três anos, desde a tomada de posse da direcção e restantes órgãos da sPeM, estão a chegar ao fim. têm sido tempos complicados, com as dificuldades inerentes à acção da instituição muito mais avolumadas pela crise e pelas novas regras que, segundo nos dizem, é imperioso cumprir. como já referimos noutras ocasiões, aumentam as exigências e as solicitações e diminuem os meios. Por tudo isto, todos reconhecemos os tempos difíceis. Mas, por tudo isto e também pelo que 2 editorial DESTAQUE 3 assembleias-Gerais em 2011 Índice EVENTOS 3 agenda dos eMcontros DIREITOS 4 a troika e nós DOSSIER TÉCNICO 8 Incontinência e esclerose Múltipla 11 saúde Web 2.0 14 esclerose Múltipla e exercício físico em ginásio A NOSSA GENTE 16 assistentes sociais NOTÍCIAS 20 o sucesso da campanha digital “a dor mente” NOTÍCIAS DE FARO 22 4º torneio de Golfe algarve – sPeM 2011 no campo do Gramacho – Pestana Golf & resorts (carvoeiro, lagoa, algarve) 23 a delegação distrital de Faro da sPeM continua a realizar Vendas de solidariedade NOTÍCIAS DE LEIRIA 24 a delegação de leiria esteve na Feira tradicional 24 a nova sede 26 Porco no espeto 26 colónia de Férias – Praia do Pedrogão NOTÍCIAS DE LISBOA 27 Visita ao Pavilhão do conhecimento 28 renovar a nossa saúde NOTÍCIAS DE SETÚBAL 28 Hospital Garcia de orta realiza reunião para doentes com eM NOTÍCIAS DO PORTO 30 Porque estar eMXadrez 31 ESTATÍSTICAS mais interessa, têm sido também tempos de realização. Pelo esforço de todos, desde as pessoas que integram os órgãos da sPeM até aos funcionários e passando pelos voluntários, a missão de dotar a vida dos portadores de esclerose de maior qualidade, vai prosseguindo. o caminho faz-se a passo e a pulso, mas caminha-se. sempre de olhos postos nas grandes lacunas ao acompanhamento dos nossos doentes, prosseguimos até onde conseguimos chegar. não “damos passos maiores do que a perna” mas lutamos para alcançar mais e melhores resultados. assim se passou nos últimos três anos, como nos últimos vinte e sete. chegou agora o tempo para a assembleia Geral decidir quem vai ficar ao “leme”! estamos em tempo de eleições para os cargos sociais da instituição e é muito importante que todos os associados estejam presentes para votar. É em sede de assembleia Geral que se decide o futuro desta casa e onde se traçam as linhas mestras do que será a actuação da sPeM juntos dos utentes, associados e sociedade civil. Por isso, tem a maior relevância que se vote massivamente e que se entregue aos associados o poder de decisão, desde logo na escolha dos titulares dos Órgãos sociais. esta casa é de todos nós para os portadores e cuidadores. nesta edição fornecemos a informação completa acerca das assembleias-Gerais agendadas e pedimos a todos que não faltem! além do mais, sempre é possível votar por correspondência. damos ainda conta de alguma actividade desenvolvida durante os últimos três meses e da actuação da sPeM junto de instâncias decisórias. damos também atenção, como não poderia deixar de ser, ás medidas da troIKa que mais nos afectam. como sempre, passamos em revistas todas as delegações e fazemos a apresentação de mais alguns “tropas” deste “exército”. A DIRECÇÃO Boletim Esclerose Múltipla D estaque Assembleias-Gerais em 2011 as reuniões de sócios, em assembleia-Geral devidamente convocada pela respectiva Mesa, são os fóruns privilegiados para debater a vida das instituições. Muito embora haja ordens de trabalho pré-definidas, e cujos pontos são de carácter deliberativo, são também abertos espaços para trocar opiniões e ideias que podem ser úteis e proveitosas na gestão corrente das associações. este ano, na sPeM, e tal como acontece a cada triénio, há duas assembleias-Gerais perto do final do ano civil. a primeira, que acontece, em condições normais, de 3 em 3 anos, é eleitoral. É hora de eleger os corpos sociais que terão a responsabilidade e o trabalho (voluntário, é bom não esquecer) de gerir a Instituição desde Janeiro de 2012 a dezembro de 2014. oportunamente se enviarão aos associados as listas concorrentes aos cargos, e a votação poderá ser feita tanto presencialmente como por correspondência. a outra assembleia-Geral será a que todos os anos se faz por esta altura e destina-se a discutir e, eventualmente, aprovar, o Plano de acção e o orçamento para 2012. É aqui que os associados poderão manifestar a sua opinião sobre estes documentos, que estarão à discussão durante a assembleia. Vote. Participe. A SPEM é de todos os associados. Participar é dinamizar a Instituição. Fique atento às convocatórias. No caso da Assembleia-Geral eleitoral, e se desejar votar por correspondência, siga correctamente as instruções de voto. E ventos Agenda dos EMcontros Sede da SPEM, Lisboa 2 Novembro 2011, 18h O que é a Esclerose Múltipla? Enf. ISABEL FÉLIX – Enfermeira no Hospital de Dia de Especialidades Médicas – Hospital de Egas Moniz 16 Novembro 2011, 18h Gravidez e a Esclerose Múltipla Dr. JOÃO MAIROS – Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia – Hospital da Força Aérea 18 JaNeiro 2012, 18h Gravidez e a Esclerose Múltipla Dr. JOSÉ VALE – Director de Serviço de Neurologia – Hospital Beatriz Ângelo (Loures) 3 4 Boletim Esclerose Múltipla D ireitos A TROIKA e NÓS Em plena crise económica aquilo que mais ouvimos são palavras como crise, recessão, endividamento, pobreza. Infelizmente não nos ficamos pelas palavras e um número muito considerável de portugueses, de que destacamos portadores de esclerose múltipla, sentem na pele o significado do léxico próprio dos tempos difíceis que vivemos. A ajuda financeira a Portugal obriga a um apertar de cinto que pensávamos já não poder aguentar. Enfim, é a “Troika” que nos “troca as voltas”! Para um maior esclarecimento da situação e para sabermos, realmente, “as linhas com que nos cosemos”, fizemos um exercício de apuramento das principais medidas que podem afectar os portadores de esclerose múltipla. as alterações mais relevantes prendem-se com o regime aplicável às taxas moderadoras do sistema nacional de saúde, o preço dos medicamentos e as regras sobre despedimento de trabalhadores. Isenção das taxas moderadoras Quem vai a um hospital ou a um centro de saúde poderá ter uma surpresa, muito brevemente. o novo regime pode implicar que muitos isentos passem a pagar e que muitos não isentos passem a beneficiar da isenção. este é o resultado das medidas já aprovadas e que dizem respeito à fórmula de cálculo dos rendimentos que dão direito a isenção. Passam a estar isentos de pagar taxas moderadoras os agregados que tenham rendimentos totais, por pessoa, inferiores a 1,5 vezes o valor do Indexante dos apoios sociais (Ias). estando actualmente fixado o Ias em €419,22, a isenção vai cobrir os rendimentos inferiores a €628,00. até agora, o valor de referência para o não-pagamento de taxas moderadoras na saúde, no caso de pensionistas, trabalhadores por conta de outrem e desempregados, era o do salário mínimo nacional, que actualmente se situa nos €485,00. no caso dos casais também o regime mudou, pois agora somam-se os rendimentos de ambos os cônjuges e dividem-se por dois. caso não ultrapassem aquele valor de €628,00 estão os dois isentos e, caso ultrapassem estão ambos obrigados a pagar a taxa moderadora. deixa, assim, de haver situações no casal em que apenas um dos cônjuges está isento. Para que o casal tenha direito à isenção, no seu conjunto, os dois cônjuges não podem auferir mais de €1.240,00. assim, e no que toca à isenção em razão do rendimento económico, o tecto até é mais alto que o anterior, já que, até aqui, estavam isentos os utentes com rendimentos até ao salário mínimo nacional, ou seja €485,00, com pensões mais baixas ou rendimentos sociais. outra novidade é que no cálculo do rendimento, para efeito de isenção, entram em linha de conta todos os rendimentos que sejam do conhecimento da direcção-Geral dos Impostos e não apenas os rendimentos de trabalho. Isenção para os portadores de esclerose múltipla como é sabido, até agora os nossos doentes têm estado totalmente isentos do pagamento de taxas moderadoras. esta situação vai sofrer algumas alte- Boletim Esclerose Múltipla rações e os doentes portadores de esclerose múltipla beneficiam da isenção apenas nos actos médicos relativos à doença. assim, por exemplo, um doente de esclerose múltipla que dê entrada numa urgência hospitalar porque teve um acidente não está isento. no entanto, o mesmo doente que vá ao hospital porque está com um surto já está totalmente isento. claro que os doentes de esclerose múltipla, caso não ultrapassem os limites de rendimento que vimos acima, estão isentos para todos os actos médicos e não apenas para os que dizem respeito à patologia. nestes casos estarão fora da obrigação de pagamento por insuficiência económica e não por serem portadores de uma doença crónica. “Passa a haver a isenção, não pelo doente em si mas por tudo o que é relacionado com a doença, ou seja, tudo o que são consulta e sessões de hospital de dia, atos complementares no decurso e no âmbito da doença”, disse Paulo Macedo, “outro tipo de atos que não têm nada a ver com a doença, passarão a estar sujeitos”.1 a sPeM, à partida, não está contra esta medida. no entanto, levantam-se sérias dúvidas sobre a forma como ela vai ser aplicada na prática, já que a esclerose múltipla pode obrigar a tratamentos transversais a várias especialidades. Por outro lado, muitas situações existem em que é difícil o estabelecimento da fronteira entre o sintoma que é causado pela esclerose múltipla e o que não está relacionado com a patologia. Imaginemos uma situação hipotética, de um doente portador de esclerose múltipla que carece de acompanhamento médico na especialidade de urologia. como vai ser avaliado o caso? Quem vai decidir e com base em que critérios se estamos perante necessidades próprias da doença ou não? Outros casos de isenção de acordo com o Ministério da saúde, estão isentos directamente do pagamento de todas as taxas moderadoras: – utentes em situação de comprovada insuficiência económica; – Grávidas e parturientes; – crianças até aos 12 anos, inclusive; – utentes com grau de incapacidade igual ou superior a 60%; – doentes transplantados de órgãos; – deficientes das Forças armadas. nos cuidados primários (centros de saúde) estão ainda isentos: – dadores benévolos de sangue; – dadores de órgãos; – Bombeiros e militares. Valor das taxas moderadoras como tivemos ocasião de verificar, existe um conjunto de factores que se prendem, nomeadamente, com a situação económicas do utente ou com doença crónicas que justificam a isenção de pagamento de taxas moderadoras. e, em termos de benefícios ficamo-nos pela isenção, já que não estão previstas quaisquer graduações, ou seja, não há lugar a variações em função de rendimentos: ou se é isento ou não se é isento. Quanto ao valor concreto ainda não há uma decisão conhecida sobre a matéria. certezas apenas no que toca ao aumento da taxas moderadoras e à futura diferenciação entre cuidados primários e urgências, conforme manda a “troika”. Preços dos medicamentos de uma forma geral, ficarão excluídos da isenção os actos médicos estranhos a neurologia? de acordo com informações obtidas junto do Ministério da saúde e a avaliar por recentes declarações do próprio Ministro da saúde, o preço dos medicamentos vai baixar. em face de todas estas dúvidas a sPeM tomou posição e reagiu juntamente com a teM (todos com a esclerose Múltipla), associação parceira da sPeM, através de uma petição. (ver pág. 7) ao que tudo indica, serão tomadas medidas no sentido da diminuição do preço de referência dos medicamentos, o que os tornará mais acessíveis ao público. 5 6 Boletim Esclerose Múltipla Por outro lado, baixa ainda a margem de lucro das farmácias e dos distribuidores, de acordo com um critério que determina a progressiva diminuição das taxas de lucro na proporção inversa do preço do medicamento. a promessa é mesmo de poupança para os utentes. Veremos o que dita a prática. Quanto à medicação específica para a esclerose múltipla mantém-se, como até aqui, a comparticipação do estado a 100%. Despedimento de Trabalhadores também parece estar em aberto a alteração às leis laborais que permitem o despedimento de trabalhadores por falta de cumprimento de objectivos. em que medida e com que critérios será aferida a nova “justa causa” ainda estamos para ver. Mais uma medida de facilitação do despedimento tem provocado muito polémica nos meios sindicais e patronais. a sPeM não toma parte na contenda mas exige saber, dos poderes público, em que medida as novas regras vão afectar os trabalhadores portadores de esclerose múltipla, já tão desapoiados. Pesquisa taxas Moderadoras: 1. Governo altera aplicação das taxas moderadoras (rtP: 29 set 2011); 2. saiba quem está isento (destak: 29 set 2011); 3. Isenções na saúde com novas regras (agência Financeira: 29 set 2011); 4. taxas moderadoras serão no máximo um terço do custo do serviço de saúde (Jornal de negócios: 30 set 2011). emprego: 5. despedimentos: uso e abuso (Jornal de negócios: 28 set 2011); 6. concertação social: grupos de trabalho reúnem-se hoje (expresso: 29 set 2011); 7. despedimentos: novas regras garantem direitos adquiridos? (agência Financeira: 30 set 2011); 8. Governo recua no despedimento por inadaptação (económico: 30 set 2011); 9. executivo corta um terço nas compensações por despedimento dos actuais trabalhadores (Público: 30 set 2011). a sPeM, por si mesma ou em conjunto com outras associações, vem reagindo às políticas do Governo na área da saúde. exm. senhor director Geral de saúde alameda d. afonso Henriques, 45 1049-005 lisboa n/ refª 243/11/dir lisboa, 2011-09-28 assunto: central de compras de medicamentos – pedido de esclarecimento exmo. senhor director Geral, chegou ao nosso conhecimento que, a partir de Janeiro de 2012, e no âmbito das políticas de boa gestão económica do Governo, a aquisição de medicamentos para as farmácias hospitalares se fará a partir de uma única central de compras. considerando que há no mercado diversas drogas modificadoras do curso da esclerose múltipla, todas elas integralmente comparticipadas pelo sns e todas elas com diferentes custos, receamos que os critérios economicistas que, necessariamente, regerão as ditas aquisições, possam vir a sobrepor-se à livre escolha, pelos neurologistas, de qual o medicamento mais adequado à situação clínica de cada doente. assim, e para que, oportunamente, possamos esclarecer, e eventualmente até sossegar, os nossos utentes, solicitamos a V.exa. que faça o obséquio de nos mandar informar quais os reais critérios que orientarão os procedimentos da mencionada central de compras. aguardando uma resposta, enviamos respeitosos cumprimentos. a direcção Boletim Esclerose Múltipla D ireitos exmos. senhores, Primeiro Ministro, Ministro da saúde, secretário de estado adjunto do Ministro da saúde, secretário de estado da saúde, deputados. Braga, 11 de outubro de 2011 assunto: taxas moderadoras / doentes crónicos e deficientes o senhor Ministro da saúde anunciou, no dia 29 de setembro, que a isenção de pagamento de taxas moderadoras, para os portadores de doenças crónicas, vai deixar de ser total, passando a aplicar-se apenas aos actos relativos à respectiva doença. "Passa a haver a isenção, não pelo doente em si, mas por tudo o que é relacionado com a doença, ou seja, tudo o que são consultas e sessões de hospital de dia, actos complementares no decurso e no âmbito da doença.” "outro tipo de actos que não têm nada a ver com a doença, esses passarão a estar sujeitos", acrescentou o senhor Ministro da saúde, na conferência de imprensa sobre as conclusões do conselho de Ministros, do dia 29 de setembro, que aprovou um decreto-lei que altera as regras de aplicação das taxas moderadoras, de acordo com a taxa da inflação. segundo o Ministério da saúde, cabe ao médico definir se o recurso à urgência ou consulta se deve, ou não, à doença crónica de que o utente padece. e no caso de um diabético, por exemplo, será o médico que o observa a determinar se o que motivou a consulta, urgência ou tratamento é decorrente da doença. as associações abraço (associação de apoio a Pessoas com VIH/sIda), alzheimer Portugal, aneM (associação nacional de esclerose Múltipla), aPaHe (associação Portuguesa de ataxias Hereditárias), aPaMcM (associação Portuguesa de apoio à Mulher com cancro da Mama), aPde (associação Portuguesa de doentes com esclerodermia), aPdI (associação Portuguesa da doença Inflamatória do Intestino), aPPdH (associação Portuguesa de Pais e doentes com Hemoglobinopatias), cercizimbra, SPEM (Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla) e a teM (associação todos com a esclerose Múltipla) consideram que há questões que estão por esclarecer na medida aprovada pelo Governo, relativamente às taxas moderadoras para o caso dos doentes crónicos, mas deveria ter em conta todas as doenças crónicas. Qualquer pessoa com grau de incapacidade, igual ou superior a 60%, fica directamente isenta do pagamento de todas as taxas moderadoras. os doentes crónicos, que não tenham este grau de incapacidade, ficam só isentos das taxas relativas à sua doença. nem tudo está bem esclarecido. as doenças crónicas normalmente têm um conjunto de problemas de saúde associados que, consequentemente, originam necessidades de cuidados de saúde e administração de terapêuticas complementares. Por isso, não faz qualquer sentido deixarem de ser entendidos e englobados no conceito de “atos médicos/ e ou, cuidados de saúde e terapêutica” relativos à doença. Quais os documentos a apresentar noutras consultas causadas por estas doenças? exemplo: psiquiatria, fisioterapia, urologia, etc. em alguns centros de saúde é norma pagar a consulta antes de ser atendido. como reconhecer antecipadamente se o ato médico é devido à doença? se devido à doença, o médico pedir exames complementares como, por exemplo, uma ressonância magnética, o doente fica isento? achamos que os atos médicos, exames complementares, cuidados de saúde e administração de terapêuticas complementares, que direta e indiretamente estejam relacionados com a doença, devem estar isentos para estes doentes. nota: Quando nos referimos a doenças crónicas, incluímos, também, as doenças que não sendo, ainda, consideradas crónicas, são tratadas como tal, como por exemplo o VIH/sIda. com os nossos prezados cumprimentos, os presidentes de direcção das associações um telefone para contacto: 917505375 7 8 Boletim Esclerose Múltipla D ossier Técnico Incontinência e Esclerose Multipla os sintomas e as limitações num quadro de É a associação deste estigma com a crença de esclerose Múltipla (eM) variam de individuo para que a incontinência é um resultado inevitável da individuo, entre outros, consoante a localização e progressão da eM, que tem evitado que muitos extensão das lesões na mielina. sintomas diver- portadores sos e imprevisíveis, que surgem e alternam as (Goldstein et al, 1992). procurem tratamento precoce suas combinações, em que cada portador de eM experimenta sintomas diferentes e com uma pro- num quadro de eM, a incontinência pode tornar- gressão própria (Falvo,2005). se um factor central na gestão das consequências da sua doença. um factor de ansiedade que neste conjunto, a incontinência urinária (Iu) se torna simultaneamente inconveniente, limitati- continua subdiagnosticada uma vez que o vo, frustrante e humilhante (Koch et al, 2000). estigma associado é percebido com gravidade (Wyman et al, 1990). uma higiene pessoal cui- “Estava na fila do banco para fazer um dada é uma expectativa da nossa sociedade, depósito e senti uma pressão na bexiga, em que os “desperdícios” corporais são enten- mas achei que tinha mais que tempo sufi- didos como “sujos”. e, por esta razão, a incon- ciente. Entretanto o tipo no balcão não se tinência nos adultos é vista como algo inaceitá- despachava e eu já estava a começar a vel (newman, 1989). suar. Não ia aguentar! Mas... se saisse o 10 Boletim Esclerose Múltipla que iriam pensar... que estava maluca?? Fiquei... Assim que dei um passo comecei a sentir-me molhada e quente... Tinha acabado de perder o controlo. Fui para o carro e nem olhei para trás. Chorei tanto... Nunca mais voltei aquele banco com a vergonha. Sujei o carro todo...” aprender a lidar com a incontinência urinária na vida de cada um pode ter um efeito libertador. cada um deve dar a si mesmo a oportunidade de analisar sistematicamente o seu problema, deixando emergir uma mudança positiva (Koch et al, 2000). É a discussão orientada das experiências negativas que, com o Psicólogo clínico, pode levar a uma tomada de acção positiva. Promover o conhecimento de cada um, num ambiente livre de julgamentos e de ameaças, numa atmosfera calma onde o conhecimento trocado é relevante e constructivo para cada um (Koch et al, 2000). a incontinencia urinária pode ser gerida com treino que ajude cada um a estabelecer o controlo sobre a sua dieta alimentar e, um horário regular de evacuação. também são possíveis programas de aumento da percepção e sensibilidade do estímulo que alerta para a necessidade de evacuação (Falvo, 2005). com a monitorização da altura do dia em que acontece a ingestão de liquidos, e assegurando a disponibilidade de sanitários conseguimos minimizar a possibilidade de “acidentes de percurso”. É importante, iniciar em consulta Individual, entre outros, programas de gestão e diminuição do stress associado à eM e aos seus sintomas. aqui, conseguimos evitar que a incontinência “obrigue” o portador de eM a desistir de actividades de exterior. Vários passos podem ser dados para que as limitações sociais sejam diminuídas. uma avaliação ponderada do individuo e do seu ambiente deve ser estabelecida. Poderemos, deste modo, fazer modificações e compensações adequadas (Falvo, 2005). aumentando a capacidade funcional de cada um conseguiremos o potencial para reduzir o impacto social e psicológico da incontinência urinária na esclerose Múltipla. Jorge Ascenção, 2011 Psicólogo clínico da sPeM delegação distrital do Porto Falvo, d. ,2005. Medical and Psychosocial Aspects of Crhonic Illness and Disability, 3º edição, Jones and Bartlett Publishers, eua.koch, t., Kralik, d., Kelly, s. (2000), We just don’t talk about it: Men living with urinary incontinence and Multiple Sclerosis, Int. Journal of nursing Practice. Gray, M., dougherty, M., Green, B. (1987) Urinary incontinence: pathophysiology and treatment, Journal of enterostomal therapy. Wyman, J., Harkins, W., Fantl, a. (1990) Psychosocial impact of urinary incontinence in the community-dwelling population, Journal of the american Geriatric society. newman, K., (1989) The treatment of urinary incontinence in adults, nurse Practitioner. Goldstein, M., et al. (1992), Urinary Incontinence: Why people do not seek help, Journal of Gerontological nursing. Boletim Esclerose Múltipla D ossier Técnico Saúde Web 2.0 O papel das comunidades virtuais de doentes na área da saúde: um estudo de caso para Portugal (*) na sociedade contemporânea as pessoas têm uma propensão natural para criar redes sociais casuais e efémeras, com o objectivo de satisfazerem as suas necessidades sociais. segundo smith e christakis, “People are interconnected, and so their health is interconnected”, facto esse que tem originado uma proliferação de comunidades virtuais de doentes com o objectivo de partilhar experiências entre pares. Porque razões existem as comunidades virtuais de doentes? Vários estudos concluíram que os doentes precisam de esclarecimentos sobre a informação médica que lhes é transmitida e obter respostas às perguntas não esclarecidas durante as consultas médicas. a consulta é vista como um ponto de partida: ocorre naquele momento, naquela altura. depois da consulta, o paciente não encontra nem um apoio afectivo contínuo no seu médico razão pela qual os pacientes recorrem ao apoio das comunidades virtuais porque, na partilha de experiencias entre doentes com a mesma patologia, encontram respostas às suas dúvidas, conforme apresentado na Figura 1: “Empowerment” é a palavra que melhor caracteriza o apoio oferecido nas comunidades virtuais de doentes e que passa por um “empowering process” e “empowering outcomes”: “Empowering process” • Troca de informações • Apoio emocional • Reconhecimento • Partilha de experiências • Ajudar os outros “Empowering outcome” • Doentes mais informados • Promoção da integração social • Maior confiança na relação entre o doente e o seu médico • Melhor aceitação da doença por parte do doente • Doente mais confiante nos tratamentos • Maior optimismo e controlo sobre o futuro • Maior auto-estima relativamente ao “empowering process”, a troca de informação e o reconhecimento são os mais frequentemente referidos pelos doentes. Quanto ao “empowering outcome”, os factores mais importantes são: estar mais bem informados e a integração social por proporcionar um maior número de contactos sociais e reduzir Figura 1 - As fontes de informação dos pacientes Fonte: Johnson e Ambrose (2006) o sentimento de solidão, o que contribui para uma diminuição do nível de stress. 11 12 Boletim Esclerose Múltipla As implicações das comunidades virtuais de doentes na saúde estudos sobre os efeitos das redes sociais na saúde demonstraram que, entre outras origens das causas de morte de doentes, a falta de laços sociais ou redes sociais têm uma interferência na taxa de morbi-mortalidade das populações. Porventura, se é difícil estabelecer uma relação “causa-efeito” entre as comunidades virtuais e os resultados na saúde dos seus participantes verifica-se, na literatura, um consenso relativamente aos seus benefícios nos aspectos afectivos e cognitivos dos doentes e dos seus familiares. em Portugal, se as comunidades virtuais de doentes são ainda insignificantes, a participação da sociedade civil no sector da saúde é cada vez mais visível e “… Os grupos de doentes e as associações são muito importantes para que possam partilhar, não só as dificuldades, mas também a forma como cada um foi capaz de ultrapassar essas mesmas dificuldades e como aprendeu a viver com a doença” (dr.ª ana Jorge, Ministra da saúde – “Move-te pela esclerose Múltipla”, Maio 2010). os representantes de 7 associações de Patologias especificas, 1 comunidade Virtual Portuguesa de doentes e 1 Hospital Privado, que comunicam com o público em geral, doentes, cuidadores e familiares através de, pelo menos, um meio da Web 2.0. responderam a um conjunto de perguntas cujas principais respostas apresentam-se abaixo. “Porquê e para quê as Comunidades Virtuais de Doentes – CVD?” • o apoio médico é por todos referido como insuficiente, os doentes vão para casa com imensas dúvidas por esclarecer. • o isolamento, a solidão e a falta de comunicação com o exterior são os grandes pro- pulsores de adesão às comunidades virtuais, a partilha da vivência de situações idênticas é sinónimo de solidariedade e de compreensão. • o anonimato é um incitamento muito forte à procura do ambiente virtual porque permite a abordagem de temas que presencialmente são dificilmente discutidos. • o estigma e a exclusão social. a figura 2 retrata resumidamente os motivos que explicam “o porquê e a razão” da adesão às cVd. Figura 2 - “Porquê” e para “quê” as CVD “AS CVD podem substituir o apoio presencial?” este apoio será sempre complementar e nunca substituirá a componente presencial. no entanto, a sua disponibilidade 24/24, todos os dias do ano, a partir de qualquer parte do mundo e sendo um serviço gratuito torna-se de uma enorme utilidade e ajuda. “Qual é a influência das CVD na relação entre doente e médico?” a maioria dos participantes concorda que a partilha de conhecimentos e de experiências vividas entre os pares reduz o estado de ansiedade dos doentes, dos seus familiares e cuidadores informais. de um modo geral, os doentes mais esclarecidos sobre a doença, sobre os efeitos dos tratamentos tornam-se mais receptivos e participativos. Boletim Esclerose Múltipla “Qual é o impacto e o papel das CVD na saúde pública?” dários dos tratamentos, são factores que contri- É geral, o sentimento que estas comunidades uma redução dos níveis de ansiedade. doentes são “geradoras de conhecimento”, “um veículo mais e melhor informados tornam-se mais par- importante para a disseminação da informação ticipativos e questionam, com um maior conhe- e do saber”, que “aprendemos uns com os cimento de causa, os profissionais de saúde. outros”, que se trata de uma oportunidade para toda esta dinâmica torna o doente mais activo “informar ao mesmo tempo que socializar” e no processo de decisão sobre a sua doença, o porque, infelizmente, “nos hospitais, continua- que se traduz num maior empowerment. buem para uma melhor aceitação da doença e “Quais são as vantagens, inconvenientes e limitações das CVD?” a ilustração abaixo, apresenta uma síntese geral da opinião dos participantes. Vantagens Quebra do Isolamento Maior Literacia em Saúde Partilha de Experiências Solidariedade e Cidadania Anonimato Disponibilidade 24/24 horas 7/7 dias Apoio Emocional Fluidez e rapidez na divulgação de Informação Maior abrangência/ Chegar a mais pessoas Identificação com pares Inconvenientes e Limitações Adição Informações Incorrectas Despersonalização Digital Divide Moderação Inadequada Fraca Utilidade Percebida se a lidar com camas e não com pessoas”. em suma, é indiscutível a contribuição extremamente positiva que estas comunidades virtuais têm para o incremento do nível de literacia em saúde da sociedade civil. Credibilidade Duvidosa Quem sabe se, para as novas gerações, o futuro da saúde não passa pelo desenvolvimento de um “Healthbook”? Notas Conclusivas as pessoas aderem a estas comunidades virtuais com o principal objectivo de comunicar com outras pessoas que estão a passar pela mesma situação. as pessoas, neste caso, são os próprios doentes, os seus familiares, os seus cuidadores informais e profissionais de saúde. a partilha de sentimentos, de emoções e informações sobre a medicação e os efeitos secun- (*) conclusões retiradas da tese de mestrado defendida por sandra câmara Pestana, Mestre em estatística e Gestão de Informação e licenciada em economia pela unl. os meus sinceros agradecimentos a sPeM e aos restantes participantes, pela sua colaboração neste estudo. 13 14 Boletim Esclerose Múltipla D ossier Técnico Esclerose Múltipla e exercício físico em ginásio A Esclerose Múltipla é compatível com a actividade física em ginásio e, no quadro certo, até desejável. Vamos aprender mais sobre esta relação do ponto de vista de dois intervenientes: Personal Trainer e Atleta antes de mais, muito resumidamente, um Personal trainer é um profissional obrigatoriamente com formação ou especialização em educação Física ou na área da prescrição de exercício, com capacidades e conhecimentos para organizar e construir treinos, tendo em conta um objectivo de quem solicita o serviço do mesmo. o Personal trainer poderá seguir várias áreas da educação Física, tais como a musculação, o fitness, a nutrição, os desportos colectivos, etc., para chegar ao objectivo. a influência do exercício físico nas manifestações clínicas observadas em pessoas com esclerose Múltipla (eM) tem sido objecto de estudo de diversas pesquisas recentes. a diminuição da força muscular é um problema comum em pessoas com eM onde é relevante o problema da simples locomoção e a execução das actividades da vida diária, interferindo na manutenção de um estilo de vida independente. esta situação está ligada tanto a alterações no sistema nervoso central (snc) como também a alterações musculares decorrentes do desuso. no caso da eM, só recentemente se passou a considerar a implementação de programas com exercícios físicos. nas últimas duas décadas diversas pesquisas têm fornecido evidências encorajadoras para que essas pessoas possam envolverse em práticas corporais, de forma segura e alcançando melhorias no condicionamento físico e em alguns sintomas atribuídos à doença. tendo como base a minha experiência de 5 anos na área de Personal trainer e 8 anos de Instrutor de Fitness, o treino em ginásio para uma pessoa com eM é essencial do ponto de vista locomotor e psicológico. apesar de ainda haver aquele pensamento que as pessoas com eM não devem praticar exercício físico devido ao facto de aumentar a fadiga, neste caso eu posso afirmar que não é verdade. aumenta, sim, a resistência muscular, sobretudo ao nível dos membros inferiores, contribui para o equilíbrio e melhora o factor psicológico, o que, por consequência, aumenta também consideravelmente a autonomia e a auto-estima. de qualquer das maneiras existem uns aspectos simples a ter em consideração antes/durante qualquer exercício físico: • consultar o seu médico e saber se há alguma restrição ao nível da prática da actividade física; • Quando fizer a avaliação Física com o Instrutor lembre-se de contar o historial da sua doença, por ex. a que nível a sua Esclerose Múltipla o afecta; • aconselho a treinar sempre ao lado de um profissional de exercício e saúde, ele melhor que Boletim Esclerose Múltipla ninguém saberá dizer o que deve ou não fazer; • lembre-se de levar para o treino ÁGua, é muito importante a hidratação devido ao facto de o corpo aquecer mais que qualquer outro; • Quando tiver que parar, pare para descansar ou para ir à casa de banho, não sinta vergonha disso, indique apenas ao Instrutor que tem que parar e ele saberá que é normal; • certifique-se que o local onde treina tem ar-condicionado ou um sistema de ventilação devido ao aquecimento do corpo. deste modo, considero, aliado ao tratamento que a pessoa estiver a realizar, que a prática regular de exercício físico possa actuar como coadjuvante no tratamento de sintomas específicos da doença, favorecendo uma melhor qualidade de vida do paciente. Pedro Cordeiro Personal trainer • Personal trainer e Instrutor de Fitness na cadeia de Ginásios Kalorias club; • Personal trainer certificado pelo ceFad (centro de estudos Formação e actividades desportivas); • Finalista da licenciatura Motricidade Humana – ramo desporto e educação Física no IseIt. Qualquer questão contacte: [email protected] Bibliografia • colégio americano de Medicina desportiva (acsM)2002 – “Processing models in training for health adults”; • Guthrie tc, nelson da. Influence of temperature changes on multiple sclerosis: criticalreview of mechanisms and research potential J neurol sci 1995; • GarGanta r.- Musculação – “uma abordagem dirigida para as questões da saúde e bemestar”; • rIBeIro B. – “o treino do músculo”; • GarGanta r. – “Guia prático de avaliação física em ginásios, academias e health clubs”; • olsson M, lexell J, soderberg sJ. the meaning of fatigue for women with multiple sclerosis. adv nurs. 2005 Webografia • esclerose Múltipla e exercício Físico (http:// www.actafisiatrica.org.br/v1/frmMostraartigo.as px?artigo=75) 25 agosto de 2011; Ponto de vista da atleta: Contextualizando: Sou uma pessoa do sexo feminino com 33 anos a qual foi diagnosticada esclerose múltipla recidivante remitente (mais conhecida por em Surto/remissão) aos 20 anos. até essa idade sempre tinha sido uma pessoa extremamente activa no âmbito do exercício físico, praticando vários desportos de modo reiterado. antes de iniciar o programa de musculação que abaixo descrevo, os problemas que me incomodavam, perturbavam e preocupavam eram a fraqueza muscular; fadiga; alguma falta de equilíbrio e problemas de retenção urinária. actualmente pratico desporto, nomeadamente musculação, através de um programa de treino, em ginásio, monitorizada por um Personal Trainer (PT), que após uma avaliação adaptou um plano de exercícios à minha situação concreta e específica, tendo em conta os objectivos por mim pretendidos: • aumento de resistência física de modo a combater a fadiga, por vezes, exaustão física; • melhorar o equilíbrio; • Combater a fraqueza muscular dos membros inferiores; • impedir o aparecimento de espasticidade. iniciei um plano de treinos que se realiza de manhã, 2 vezes por semana (Terças e Quintas-feiras), em sessões de 1 hora cada. em cada treino efectuo vários exercícios específicos aos grupos musculares que pretendo melhorar, sempre com pequenos intervalos entre cada exercício evitando atingir um estado de fadiga extrema. Durante todos os exercícios o PT explica o grupo muscular que vai trabalhar e o resultado pretendido. os treinos terminam com uma sessão de alongamentos que relaxa e normaliza os músculos trabalhados. 3 meses depois os resultados são no mínimo excepcionais, tendo atingido a 100% os meus objectivos iniciais, com alguns bónus tão ou mais importantes que os objectivos iniciais pretendidos: • melhorei exponencialmente o problema de retenção urinária, pelo facto de durante os treinos ter de ingerir líquidos abundantemente; • melhorei a resistência física ao calor, pois com a prática reiterada de exercício o meu corpo ganhou mais resistência não aquecendo com a mesma facilidade. Por fim, a melhoria da minha condição física resultou numa melhoria da minha condição psicológica diminuindo a irritabilidade, impaciência e o estado por vezes depressivo resultante da impotência que sentia em relação à minha condição de saúde. assim sendo, os resultados falam por si mesmo, não tenho qualquer razão para não recomendar a prática de desporto a quem sofre desta patologia. Contudo é importante não abandonar os treinos quando se sente melhor porque os resultados são reversíveis. Salientar que o plano de treinos de qualquer actividade desportiva que pretenda realizar deve sempre ser adequado e adaptado à situação específica de cada pessoa, sob pena de poder piorar ao invés de ter resultados favoráveis. Por tal deve sempre informar em concreto e específico o profissional de actividade física da sua verdadeira condição de saúde, nomeadamente os problemas de que padece e o que pretende melhorar, de modo a que este possa assertivamente elaborar um plano de treinos específico ao seu caso. aC.- atleta 15 16 Boletim Esclerose Múltipla A Nossa Gente Assistentes Sociais São apenas quatro mas constituem um grupo de peso na concretização do grande objectivo da SPEM, de melhorar o dia-a-dia dos portadores. São as nossas assistentes sociais, que analisam a realidade de quem nos procura e são a mão amiga que aponta o caminho certo. Cabe-lhes trabalhar na área mais vasta das questões socias e, assim, elas são também um pouco sociólogas, psicólogas, economistas e juristas. Chamam-se Celena Veloso, Filipa Belchior, Sara Nava e Sónia Ruas. “Com mais ou menos dificuldade, temos que continuar a caminhar, pois existem pessoas que necessitam de nós e já é tarde para desistimos”. esta é a feliz expressão da sónia ruas que ilustre aquilo que temos querido dizer quanto ao trabalho desenvolvido pela sPeM. e esta vertente humana, da maior proximidade com os dramas e sucessos de quem se lida, que serve de motor à acção social. comecemos por apresentar Sónia Ruas, a nossa “veterana”. É a mais antiga assistente social da sPeM, em exercício de funções há mais de 10 anos. começou a trabalhar em tempo inteiro em 2001, na sede, em lisboa, e a meio do ano seguinte passou a integrar a delegação de leiria, em regime de tempo parcial. a Sónia Ruas descreve assim a sua actividade. “O meu horário de trabalho na Delegação de Leiria é de seis horas semanais. Assim, as minhas funções resumemse em atendimentos (admissão de novos utentes, sessões de esclarecimento, informações, encaminhamentos); acompanhamentos, visitas domiciliárias, trabalho de equipa com o serviço de psicologia, ajudar a coordenação com a organização de actividade e logística”. Para Celena Veloso, que trabalha na nossa delegação do Porto desde 2004, a rotina diária está muito longe da monotonia. “os meus dias na sPeM nunca são iguais, ou seja, as tarefas desempenhadas são bastante diversificadas. as mesmas são sempre realizadas tendo em conta a prioridade. Para além dos atendimentos que são efectuados, existe contacto directo com os utentes que frequentam as diversas actividades da instituição, prevalecendo sempre um ambiente acolhedor e boa disposição”, conta-nos a assistente social. as realidades do dia-a-dia do trabalho das técnicas são algo diferentes, consoante o local em que é prestado. Por exemplo, para Filipa Belchior, a actividade que desenvolve para a sPeM desde há dois anos, em campo Maior, é complementar. “eu trabalho enquanto assistente social para uma associação de solidariedade social, chamada “coração delta”, ligada à empresa delta-cafés. desde 2009, que o “coração delta” está associado a esta causa e apoia todas as iniciativas desenvolvidas pela delegação de Portalegre da sPeM. desta forma, a minha colaboração com a delegação, 18 Boletim Esclerose Múltipla A Nossa Gente prende-se com apoios pontuais, ao nível de esclarecimento de dúvidas/questões aos portadores e familiares, ao nível administrativo e de apoio à organização de eventos/actividades/iniciativas desenvolvidas, em prol dos utentes do distrito de Portalegre.” Quanto a Sara Nava, que exerce também as funções de directora técnica do serviço de apoio domiciliário da sede, a normal prestação de trabalho decorre como explica: “Enquanto responsável pelo Centro de Atendimento, Acompanhamento e Animação de Pessoas com Deficiência (CAAAPD) realizo o acolhimento social e consequente triagem da problemática em causa, efectuando posteriormente o encaminhamento intra e/ou inter institucional. Inserido nesta resposta, está o Serviço Social da Instituição, que visa apoiar e orientar a nossa população alvo na melhoria da sua qualidade de vida. Sou, igualmente, Directora Técnica do Serviço de Apoio Domiciliário, o que exige um acompanhamento permanente dos processos, com atendimentos sociais, visitas domiciliárias, relatórios e informações sociais, bem como a articulação com outras entidades, quando a situação assim o exija. Estas acções são também realizadas ao nível do Serviço Social. Presto ainda informações aos utentes relativamente aos seus benefícios sociais. Em suma, um dia-a-dia sem monotonia, pois as problemáticas são sempre diferentes, o que dá origem a acções distintas. Cada indivíduo, cada caso é único dado a singularidade do ser humano (ser bio-psico-social)”. no que diz respeito ás questões mais frequentes colocadas pelos utentes e às principais dificulda- des com que se debatem, a resposta é unânime do Porto a campo Maior, passando por leiria e lisboa: a falta de conhecimentos sobre os direitos e benefícios que o portador de esclerose pode usufruir. assim, o esclarecimento e a prestação de informação são actividades primordiais das nossas assistentes sociais que, simultaneamente, as obrigam a constante actualização. na verdade, o trabalho visível junto dos utentes implica um considerável esforço anterior de preparação. uma assistente social da sPeM está “obrigada” a saber um pouco de tudo, no vasto panorama da nossa sociedade. a obtenção de certificado multiusos, o conhecimento sobre condições de prestação de trabalho, reformas e pensões, o acesso a subsídios, a isenção de taxas moderadoras, os direitos relativos a transportes e habitação, são apenas alguns exemplos das áreas que as nossas técnicas dominam. ainda no plano das principais necessidades dos nossos utentes, Sónia Ruas enfatiza também a “preocupação familiar em se adaptar a uma série de alterações e tomada de decisões na estrutura familiar, que é necessário orientar e encaminhar de acordo com o parecer que considero mais pertinente, atendendo à história de vida de cada caso”. e na conjuntura difícil em que vivemos, as assistentes sociais têm uma visão privilegiada da realidade se bem que, infelizmente, nem sempre a visão desejável. a Celena Veloso interpreta assim a actual situação: “Posso dizer que as coisas já estiveram bem mais fáceis. Se em 2010 já senti algumas dificuldades na resolução de algumas situações, devido à situação económica do país, este ano penso que a situação piorou bastante. Infelizmente, para 2012, ainda será pior. Todos temos plena noção que as áreas sociais vão sofrer maiores cortes na despesa do Estado. Para nós, técnicos, que trabalhamos com carência económica e precariedade, é complicado termos o “assunto nas nossas mãos” e nem sempre conseguirmos solucionar os problemas mes- Boletim Esclerose Múltipla A Nossa Gente mo após contactos e encaminhamentos para as entidades competentes. Tenho plena consciência que cada vez mais haverá famílias a viverem com graves dificuldades económicas e as respostas sociais serão cada vez mais escassas, dada a actual conjuntura”. Já Filipa Belchior, afirma: “Enquanto técnica da área social, penso que não só com os portadores de E.M, mas com todos os utentes, a intervenção social por vezes é condicionada pela conjuntura em que o País se encontra. De qualquer forma, penso que perante uma determinada contrariedade, temos de tentar encontrar de forma criativa soluções que permitam criar recursos inexistentes. Para exemplificar, com as verbas de uma “ Noite de Fados”, a Delegação de Portalegre criou um Banco de Ajudas Técnicas, uma das necessidades sentidas pelos utentes”. Por seu turno, Sara Nava, considera que “num momento de crise que o país atravessa serão cada vez mais o número de utentes a recorrer aos nossos serviços por razões básicas – dificuldades económicas e consequente aquisição de produtos necessários ao quotidiano. Preocupam-me, de facto, os cortes que poderão ser realizados indiscriminadamente, terminando assim alguns apoios ou respostas sociais por falta de comparticipação das entidades competentes. A actual conjuntura do país irá ter reflexos em todas as áreas e a social não será excepção”. e no que toca ao cenário de crise, sónia ruas considera que “neste momento, todo o processo para se resolver um problema é mais difícil de percorrer, atendendo a factores económicos, sociais e à própria disponibilidade de cada um e mesmo de cada entidade, perante a capacidade mais exígua em que todos nos encontramos”. Quanto ao futuro da sPeM e das IPss, em geral, também encontrados unanimidade no que diz respeito à preocupação com aumento das dificuldades para o cumprimento da acção social desenvolvida já com tanto esforço. no entanto, deixam uma mensagem final de força e coragem. Celena Veloso: “Penso que o trabalho que a SPEM têm vindo a desenvolver durante estes anos tem sido uma mais-valia para as pessoas com EM, familiares e cuidadores. Espero que, futuramente, a SPEM continue dar o seu melhor, uma vez que todo o trabalho desenvolvido ajuda a aumentar a qualidade de vida do portador, familiares e cuidadores”. Filipa Belchior: “apesar da conjuntura actual não ser propícia ao desenvolvimento das actividades das instituições de solidariedade, acredito que o terceiro sector se irá desenvolver no futuro. Pois apesar das dificuldades económicas sentidas neste momento, deve cada vez mais imperar a consciência social”. Sara Nava: “Espero que com o decorrer dos anos, a SPEM possa estar cada vez mais próxima das pessoas com Esclerose Múltipla e suas famílias, sendo permanentemente uma referência para estas na constante melhoria da sua qualidade de vida”. Sónia Ruas: “Como referi anteriormente, a actual conjuntura dificulta a nossa acção. Contudo, encaro o futuro da SPEM com ânimo, pois acredito no trabalho, na dedicação e na persistência das equipas coordenadoras, das equipas técnicas e de todos as pessoas que se dedicam a esta causa. Independentemente, dos tempos difíceis que passamos e que vamos continuar a passar, não podemos esquecer toda a caminhada já realizada, de todas as pessoas cuja vida melhorou graças à nossa acção, e das pessoas que ainda virão a necessitar da nossa ajuda”. 19 20 Boletim Esclerose Múltipla N otícias O sucesso da campanha digital “A DOR MENTE” PENSADA E EXECUTADA NUM CURTO ESPAÇO DE TEMPO, O RESULTADO FOI SURPREENDENTE tal como anunciado no Boletim anterior, apresentamos aqui os resultados de maior relevância da primeira campanha digital sobre esclerose Múltipla realizada em Portugal: 7.500 “gostos” no vídeo, que reverteram em 15.000€ doados pela Biogen Idec à sPeM. a par da superação do objectivo de angariação de fundos, as nossas redes sociais também espelharam este sucesso: em apenas 2 semanas de campanha, a página de facebook da sPeM passou de 3.000 para 18.000 fãs; e no You tube o vídeo teve 4.500 visualizações e neste momento já ultrapassou as 5.000. o facto do vídeo no You tube ter legendas em Inglês, Francês e espanhol torna o seu conteúdo compreensível a mais pessoas no mundo. no seu conjunto, estes resultados traduzem-se actualmente numa maior motivação nas pessoas, tanto a nível interno na sPeM, como em toda a comunidade para a qual trabalhamos. e isto transparece no aumento de interacções diárias. dada a conjuntura actual, o factor motivação é de extrema relevância, por forma a todos sermos cidadãos mais proactivos e interessados nos temas relativos à saúde e direitos da pessoa com doença crónica. com esta campanha alcançámos também maior notariedade no exterior, através da demonstração das nossas capacidades de inovação, mobilização e empreendedorismo social. o sucesso obtido constitui, igualmente, uma importante valorização da nossa rede de contactos e parcerias. tendo por ponto de partida o presente, também já pensámos o futuro: esta campanha está a servir de alavanca para novos projectos em 2012. no momento em que este Boletim chegar às vossas mãos, luísa Matias, a responsável pela campanha “a dor mente”, terá feito uma apresentação sobre a campanha no cidadania 2.0 (www.cidada- nia20.com), no dia 13 de outubro, revelando os resultados. neste evento, ela irá também lançar as primeiras pistas de um novo projecto da sPeM para 2012, com o objectivo de conseguir parceiros para o colocar em prática. daremos mais notícias sobre este assunto no próximo boletim. Da esquerda para a direita: Rodrigo Leão, Manuela Neves, Fátima Paiva e Sérgio Teixeira. Cerimónia da Entrega do donativo celebrada no dia 14 de Julho de 2011, na sede da sPeM em lisboa, a entrega do donativo referente à campanha do vídeo "a dor mente" correu num ambiente descontraído e de celebração, fechando com chave de ouro a iniciativa. estiveram presentes na mesa rodrigo leão (compositor da música do vídeo), carlos Heleno (actor no vídeo), Manuela neves (directora sPeM) e sérgio teixeira (country Manager, Biogen Idec). Infelizmente, o João negreiros não pôde estar Boletim Esclerose Múltipla presente, por motivos de saúde. no entanto o seu poema esteve na cerimónia, voltando a causar arrepios de cada vez que se visiona o vídeo, e irá perpetuar-se através da internet. na sessão estiveram também os utentes do centro de actividades ocupacionais, outros doentes com eM, luísa amaro, guitarrista, e elementos da GuessWhat, empresa de comunicação que também contribuiu na divulgação da campanha. tânia oliveira e luís ribeiro (som); João negreiros (Poema e direcção de actores); rodrigo leão (Música); anabela areias, elisa antunes, catarina Borges, carlos campos, carlos Heleno, luisa sacchetti Matias (actores do grupo amigos eM aveiro); sara simões (Maquilhagem); antónio Morais (apoio à produção). um agradecimento também à Biogen Idec, pelo investimento na campanha. a todos os que aderiram à nossa causa, a sPeM agradece cada clique e partilha, que transformaram esta campanha digital no maior movimento digital pela esclerose Múltipla em Portugal. Vamos continuar! Sobre o evento Cidadania 2.0 (in www.cidadania20.com) o evento cidadania 2.0 pretende estimular a discussão sobre novas formas de comunicação no seio da sociedade em Portugal, procurando: Rodrigo Leão fala sobre a Campanha à Sapo Saúde a sapo saúde esteve presente e fez a reportagem sobre a cerimónia da entrega do donativo. Podem aceder ao vídeo neste link: www.spem.org/noticias/263-sapo-saude-reportagem-da-entregado-donativo o poema “a dor mente” está disponível aqui: www.spem.org/0_content/noticias/2011/A_dor _mente.pdf Agradecimentos a sPeM agradece a todos os que tornaram possível este vídeo: Joaquim Pavão (realização), Farol (empresa aveirense que produziu o vídeo); • enfatizar a importância do diálogo entre Governo, administração Pública, onGs e os cidadãos em geral • dar a conhecer exemplos concretos do que pode ser feito nesse sentido, alertando para os desafios, mostrando oportunidades, e partilhando resultados • inspirar as organizações portuguesas a experimentar as ferramentas sociais para iniciar o diálogo com aqueles que servem, ou com aqueles de quem precisam para ir ao encontro dos seus propósitos. A SPEM na internet www.spem.org www.facebook.com/SPem.Portugal www.youtube.com/user/msSPem www.twitter.com/SPemportugal @spemportugal 21 22 Boletim Esclerose Múltipla N otícias de Faro 4º Torneio de Golfe Algarve – SPEM 2011 no Campo do Gramacho – Pestana Golf & Resorts (Carvoeiro, Lagoa, Algarve) a Delegação Distrital de Faro da SPem realizou no passado dia 18 de Setembro, em colaboração com o Campo de Golfe do Gramacho – Pestana Golf & resorts, em Carvoeiro (Lagoa, algarve), o 4º Torneio de Golfe algarve – SPem 2011. este evento contou com a colaboração e apoio de inúmeras entidades, tendo como objectivo a angariação de fundos para permitir uma acção mais eficaz da nossa instituição, no apoio prestado aos nossos associados, nomeadamente para a aquisição de algumas ajudas técnicas (cadeiras de rodas, cadeira de banho, cama articulada, andarilhos, canadianas), para a aquisição de algum material necessário para as várias actividades e serviços que disponibiliza- mos (apoio Psicológico; apoio Social; Convivio/actividades Lúdicas; aulas de Pintura e de hidroterapia), bem como para o nosso principal objectivo actual, que é a construção de uma nova Sede Distrital de Faro. Todas estas iniciativas e outras que se seguirão nunca são demais para ajudar na promoção da qualidade de vida dos nossos associados, nunca esquecendo a realidade e necessidades daqueles que justificam a nossa existência. a Delegação Distrital de Faro da SPem agradece a todos os que participaram neste 4º Torneio de Golfe 2011, bem como a todos aqueles que tornaram possível este evento de Solidariedade. N otícias de Faro A Delegação Distrital de Faro da SPEM continua a realizar Vendas de Solidariedade a Delegação Distrital de Faro da SPem continua a fazer, quinzenalmente, Feiras de Solidariedade, que ocorrem às sextas-feiras, no mercado municipal de Faro. Nas mesmas, são vendidas roupas, malas, livros, sapatos, brinquedos, entre outros objectos, doados por particulares. esta acção tem como finalidade a angariação de fundos para atingir o principal objectivo desta Delegação, que é a construção de raiz de novas instalações, no sentido de vir a prestar serviços e actividades de melhor qualidade aos nossos estimados associados, familiares e/ou prestadores de cuidados, que não sabem muitas vezes como lidar com a “invasão” desta patologia nas suas vidas. Deste modo, com os apoios que a SPem de Faro vai tendo, torna-se cada vez mais próxima a concretização do nosso sonho actual, dado que se trata de uma mais-valia para que os nossos associados, possam usufruir de mais serviços e actividades, bem como de melhores condições, sem barreiras para poderem ter um melhor suporte e qualidade de vida. a Delegação Distrital de Faro da SPem agradece a todos os que participam e colaboram nestas acções, bem como a todos aqueles que tornam possível estes gestos de solidariedade. 24 Boletim Esclerose Múltipla N otícias de Leiria A Delegação de Leiria esteve na Feira Tradicional Todos os anos se realiza em Leiria a tradicional Feira de maio, que este ano decorreu de 1 a 5. a Delegação de Leiria esteve presente com uma exposição com o objectivo de sensibilizar a comunidade para o trabalho realizado, sendo igualmente abordados por pessoas que ainda não conheciam a Delegação, e que nos pedi- ram apoio. Simultaneamente, expusemos uma pequena quermesse para angariar fundos. agradecemos a todas as empresas e particulares que contribuíram com doações de materiais para a nossa exposição, mantendo o propósito de voltarmos no próximo ano. A NOVA SEDE o mês de Junho foi um mês muito atarefado para os membros da coordenação de Leiria, pois decidiram melhorar as instalações da sede. assim, existiu todo um esforço que passou por o arrastar de móveis, pintura de todas as divisões da casa, recriação da nova imagem da SPem (atendendo ao novo logótipo), disponibilização de novos materiais (computadores, impressoras, fotocopiadora, internet, sofás; mesas, cadeiras, entre outros). Foi um esforço que partiu dos membros da nossa coordenação e de alguns amigos particulares que se disponibilizaram para ajudar. a todos enviamos o nosso agradecimento e reforçamos que foi um empenho que se traduziu numa nova imagem da sede, que os portadores elogiaram. 26 Boletim Esclerose Múltipla N otícias de Leiria PORCO no ESPETO escola de Dança da Nelly), Yoann Pereira (do concurso “Portugal Tem Talento”), Grupo Coral C e com a presença de Luís ramos. Foi sem dúvida um evento que reflectiu o empenho e a dedicação da coordenação da nossa Delegação para proporcionar aos portadores de em, familiares e amigos uma tarde de convívio e de diversão, que acabou por se prolongar pela noite dentro. em 10 de Julho, a Delegação de Leiria organizou um convívio, cuja ementa principal contou com porco no espeto, caldo verde, filhós, bolos, e doces diversos. a tarde foi repleta de animação com o grupo de Dança Pop, grupo de Dança hip-hop (grupo da Claro que contámos com a ajuda de muitos particulares e de algumas empresas que, com a oferta de produtos diversos, ajudaram a concretizar esta actividade. agradecemos a simpatia e consideração de todas as pessoas e entidades que nos ajudaram. em resposta aos pedidos dos nossos utentes, prometemos continuar a organizar eventos com esta dinâmica. COLÓNIA de FÉRIAS – Praia do Pedrogão ginástica, momentos de reflexão), que proporcionaram momentos de interacção e de partilha, entre todos. o grupo regressou bastante satisfeito e com a expectativa de repetir a experiência. agradecemos à instituição Campos do Lis que disponibilizou uma carrinha para transportar as pessoas com em e às colaboradoras da Caritas que muito bem nos receberam. a Colónia decorreu nos dia 16,17,18 e 19 de Setembro, na casa da Caritas, na praia do Pedrogão. apesar do vento e do mar muito agitado, houve muita diversão e um convívio/ companheirismo entre todos os participantes. em simultâneo, durante o fim-de-semana ocorreu uma quermesse, no parque de Campismo da Praia de vieira de Leiria, para angariar fundos para a nossa Delegação. e esta iniciativa só foi possível através da parceria da direcção do parque de campismo e pela colaboração da Sr.ª esmeralda Pena e da Sr.ª virgínia esteves, que permaneceram na quermesse em representação da nossa Delegação. houve diversas actividades (trabalhos manuais, pinturas, passeios matinais e saídas nocturnas, esperamos repetir a experiência para o próximo ano! este ano a Delegação de Leiria decidiu enveredar por um novo desafio, e organizar uma colónia de férias para os nossos portadores. Boletim Esclerose Múltipla 27 N otícias de Lisboa Chegou o outono e com ele uma temperatura amena… o que nos possibilita fazer mais uma saída e visitar mais um ponto de interesse da nossa cidade. Desta vez tivemos a possibilidade de visitar uma das exposições do Pavilhão do Conhecimento – Ciência viva, uma vez que a Dr.ª Fatima alves, Coordenadora da equipa de acessibilidades, muito gentilmente ofereceu ao Centro de actividades ocupacionais os bilhetes de acesso à exposição. Foi com muito entusiasmo e muita vontade, que depois do almoço nos dirigimos até ao Parque das Nações, para desfrutar de um cafezinho na esplanada do pavilhão até chegar à hora da nossa visita. Às 14h lá fomos todos em direcção à entrada do pavilhão do conhecimento, subimos no elevador até ao primeiro piso, onde se encontra a sala da exposição. Ficámos maravilhados com a ideia de com a ajuda dos nossos acompanhantes podermos tocar e experienciar uma série de equipamentos. Sob o lema da exposição “ experimentar, tocar, mexer, observar e concluir. “, lá percorremos quase todos os cantinhos da sala. Visita ao Pavilhão do Conhecimento 22 de Setembro de 2011 experimentámos, tocámos, mexemos e observámos: a esfera de Plasma a Cama de Faquir atmosfera de Júpiter balão de ar Quente balde rádio bolhas Lentas bolo de anos Corrente de ar eco imagem real ilusão do espiral orbitas Quantos como eu ? Sirva-se da cabeça Sismógrafo vogais vocais vórtice 28 Boletim Esclerose Múltipla N otícias de Lisboa RENOVAR A NOSSA SAÚDE aprender a sentir a nossa Saúde a melhorar. estar com os outros e connosco num ambiente descontraído. São estes alguns dos objectivos da prática do Tai Chi Taoista. esta é uma arte interna com origens milenares orientais, baseada em movimentos suaves mas eficazes, destinados potenciar o equilíbrio do corpo e da mente como um todo. Quietude no Movimento a prática do Tai Chi Taoista é adequada para todas as idades e condições físicas, sendo orientada por instrutores da associação TaiChi Taoista de Portugal (www.taoista.org.pt), acreditados pela Sociedade internacional de Tai Chi Taoísta (www.taoist.org), presente em 26 países por todo o mundo. Uma arte para a Saúde e bem-estar. experimente e pergunte a si próprio “Como me sinto?”, antes e depois de praticar! Tai Chi na SPEM Lisboa estamos a criar condições para proporcionar aulas de Tai Chi aos nossos associados, portadores e não portadores de em. em breve daremos mais notícias, e podemos adiantar que planeamos lançar esta actividade em Janeiro de 2012. N otícias de Setúbal Hospital Garcia de Orta realiza reunião para doentes com EM No dia 24 de Setembro, realizou-se na associa- Superior egas moniz do instituto Piaget e Per- ção de reformados do Fogueteiro (arPiF), no sonal Trainer do holmes Place, que abordou Seixal, uma reunião dedicada a doentes com amplamente a importância do exercício físico esclerose multipla com o tema: “esclerose múl- em doentes com em. antes do almoço, ainda tipla: pequenos grandes desafios”. houve tempo para os mais aventureiros realiza- Uma iniciativa da Dra. irene mendes, Neurolo- rem alguns exercícios indicados pelo Personal gista do hospital Garcia de orta em almada, Trainer e que devem ser repetidos em casa. À responsável pelo hospital de Dia, juntamente tarde cada enfermeira fez a sua respectiva com as enfermeiras ana Silva, Dina Silva, elsa apresentação sobre “mitos na em” e “enferma- Pereira do mesmo serviço hospitalar. o progra- gem de reabilitação”. a Dra. irene mendes fez ma começou pela manhã, quando fizeram as a sua intervenção onde falou sobre calçado e suas apresentações na mesa de abertura, o os diversos problemas que o uso desse calça- Presidente da arPiF Sr. José antónio Silva, do pode trazer se não for o mais adequado. eduardo Carrondo da comissão coordenadora estas iniciativas são de louvar na medida em da Delegação Distrital da SPem e a enfermeira que surgiu de uma Profissional de Saúde que Chefe do Serviço de Neurologia, ana Silva. lida praticamente todos os dias com doentes Seguiu-se a apresentação de ergonomia e com em e teve esta bela iniciativa de fazer esta exercício físico com Duarte Galvão da escola abordagem como forma de esclarecimento. 30 Boletim Esclerose Múltipla N otícias do Porto Porque estar EMXadrez? existe na delegação do Porto uma nova actividade para portadores de esclerose múltipla. em funcionamento, quinzenalmente, às quartas-feiras entre as 15h e as 16h30 é de inscrição livre para todos os portadores sócios da SPem. aos olhos do nosso adversário para tentar prever os seus movimentos. assim, fomentaremos a criatividade liderada pela imaginação. o objectivo é a aprendizagem e práctica do jogo enquanto convívio entre todos. entre várias vantagens, salientamos algumas essenciais neste quadro. Num bom jogo de xadrez nenhum jogador faz um movimento “à sorte”. Cada um tem o seu plano e as suas ideias, e os seus movimentos dão forma às mesmas. É um processo automático e com o tempo este tipo de pensamento torna-se um hábito noutras actividades também. Melhoria da memória a memória, tal como os músculos do corpo, também precisa de exercício para o seu desenvolvimento. Jogar Xadrez promove esta melhoria. Qualquer jogador de Xadrez, tenta, a cada novo jogo, melhorar a sua estratégia, treinar novas combinações de movimentos, entre outras. É este esforço que irá potenciar a sua memória! Melhoria da concentração a própria natureza do Xadrez obriga o jogador a concentrar-se tanto nos seus movimentos como do seu adversário. Com o desenrolar do jogo, a concentração atinge níveis ideais uma vez que teremos que manter a atenção sobre todos os movimentos no tabuleiro, enquanto tentamos não cair em nenhuma armadilha do adversário. esta atenção focada aumenta o limiar de concentração de cada participante. Imaginação e criatividade existem muitos sites e livros acerca das melhores aberturas no Xadrez. e quanto a movimentos durante o jogo? É extremamente dificil prever todas as possibilidades de movimentos durante o jogo. aqui é cada um por si e cada um dos jogadores terá a sua própria visão do jogo. Também tentamos visualizar os movimentos Pensamento lógico Aumento da auto-confiança No Xadrez o jogador é dono e senhor das suas decisões. estas são tomadas tendo em conta a sua análise do jogo de acordo com as suas próprias capacidades. esta atitude fomenta a tomada de decisão em outras situações da vida e afecta positivamente a auto-confiança do jogador. mesmo quando se perdem jogos, a análise final permitirá verificar o que correu mal para melhorar no próximo jogo. Planeamento No Xadrez estamos permanentemente a planear o próximo movimento, e a tentar prever as consequências desses actos. esta competência de planeamento rapidamente abrangerá outras áreas da vida. Aumento geral das capacidades mentais Qualquer jogo de Xadrez vai por à prova a paciência e os nervos de qualquer jogador. vai testar a motivação e vontade sobre o adversário. a mente beneficia destes e vários outros desafios de um bom jogo de Xadrez. Boletim Esclerose Múltipla Serviços prestados pela Sede – 3º Trimestre de 2011 Tipo de Intervenções apoio Jurídico (caaaPd) serviço social (caaaPd) serviço apoio domiciliário serviço de Psicologia (caaaPd) Subtotais JULHO AGOSTO Utentes Atendimentos 7 15 16 7 8 22 17 12 59 Serviços* 188 Utentes Atendimentos 0 19 16 0 0 32 19 0 51 188 SETEMBRO Serviços* Utentes Atendimentos 12 16 16 11 14 18 18 17 67 188 188 TOTAIS Serviços* Utentes Atendimento e Serviços 192 - 22 72 622 29 745 - 18 732 405 208 1363 2108 192 UNIDADE DE NEUROREABILITAÇÃO consultas de MFr Fisioterapia terapia ocupacional terapia da Fala Subtotais Totais 3 40 21 16 3 278 154 89 524 583 4 33 18 11 4 117 69 20 210 261 11 45 26 18 11 337 182 99 629 696 Serviços prestados pela Delegação de Leiria – 3º Trimestre de 2011 Tipo de Intervenções serviço social serviço de Psicologia Totais JULHO AGOSTO Utentes Atendimentos 6 11 7 13 20 Serviços* Utentes Atendimentos 0 0 0 0 0 SETEMBRO Serviços* Utentes Atendimentos 7 10 8 14 22 TOTAIS Serviços* Utentes Atendimento e Serviços - 15 27 42 Serviços prestados pela Delegação do Porto – 3º Trimestre de 2011 Tipo de Intervenções serviço social serviço de Psicologia Totais JULHO AGOSTO Utentes Atendimentos 10 - Serviços* Utentes Atendimentos 11 5 11 - SETEMBRO Serviços* Utentes Atendimentos 5 10 11 5 - 11 TOTAIS Serviços* Utentes Atendimento e Serviços - 27 0 27 * deslocações para higiene pessoal e habitacional, tratamento de roupa e distribuição de refeições Movimento de Sócios – 3º Trimestre 2011 Increveram-se sairam 27 25 Ficha Técnica Propriedade e Edição: sociedade Portuguesa de esclerose Múltipla Contribuinte Nº: 501 789 880 Director: Jorge david r. silva Conselho Editorial: departamento de Informação da sPeM Pré-Impressão: Impacto Gráfico, lda. Impressão: duocor, lda. estrada nacional 10, Km 140.1, armazém F – 1 2695-066 Bobadela Depósito Legal: n.º 89.088/95 ISB: n.º 0873-1500-nrocs – n.º 119275 Tiragem: 3200 exemplares Periocidade: trimestral Preço de Capa: 1€ distribuição gratuita a sócios e técnicos de saúde Número Avulso SOCIEDADE PORTUGUESA DE ESCLEROSE MÚLTIPLA rua Zófimo Pedroso, 66 – 1950-291 lisboa tel.: 21 865 04 80 • Fax: 21 865 04 89 e-mail: [email protected] • www.spem.org 31
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