WDR super summaries pt - Cruz Vermelha Portuguesa
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Super Sumaries Super sumários Enfoque na migração forçada CAPÍTULO 1: Migração forçada: as dinâmicas de deslocamento e resposta A migração é um fenómeno crescente que afecta basicamente todos os países enquanto fonte, ponto de trânsito ou destino dos migrantes. Embora muitos migrantes se movimentem livremente – talvez à procura de oportunidade económicas e diferentes estilos de vida - outros são forçados a fugir das suas casas devido a muitos factores como o conflito, repressão ou perseguição, desastres e pobreza. As suas aflições são o enfoque do Relatório Mundial sobre Desastres 2012. Há mais de 72 milhões de migrantes forçados. Cerca de 15 milhões destes são contabilizados como refugiados pela ONU. Quase mais um milhão são requerentes de asilo. Cerca de 26.4 milhões são deslocados internos por conflito. Mais 15 milhões são forçados a sair das suas casas devido a desastres, e pelo menos 15 milhões mais por projectos de desenvolvimento. O Relatório 2012 considera as muitas e complexas causas da migração forçada. Explora a composição e os impactos muitas vezes agravados que a política tem sobre o vulnerabilidade de pessoas forçadas a deixar suas casas, e oferece recomendações para governos, a comunidade internacional e as organizações humanitárias relativamente a medidas que podem ser tomadas para encontrar soluções de longo prazo e sustentáveis para o que é muitas vezes visto como um problema intratável. CAPÍTULO 2: Vulnerabilidade e protecção: reduzir o risco e promover a segurança para migrantes forçados Quando as pessoas são forçadas a fugir de suas casas, ficam significativamente mais vulneráveis à violência e os seus meios de subsistência são minados. Ao mesmo tempo, devido às limitações dos quadros legais, e porque o “aumento dos regimes restritivos a nível de migração”, os migrantes forçados são normalmente menos protegidos da violência. Embora as guerras tenham decrescido nos últimos 25 anos e as mortes em guerras civis sejam um quarto do que eram nos anos de 1980, violência e o conflito ainda afectam no mundo uma em cada quatro pessoas. Ferramentas ágeis e responsáveis e políticas são necessárias para lidar com a diminuição do espaço de protecção em regiões de conflito e como resultado do restricionismo do mundo industrial. O Relatório sublinha que a as organizações humanitárias já incluem nas suas respostas a componente de protecção à migração forçada e outras emergências humanitárias, com um significativo desenvolvimento com a adopção em 2011 dos princípios de protecção das Normas Esfera. Mas o Relatório sublinha que há que fazer mais. Apela aos actores humanitários para que prestem maior apoio ao que se chama “mecanismos comunitários de auto-protecção”. Em resumo, apela às organizações a compreender e depois apoiar a forma como as comunidades se organizam para a sua própria protecção. CAPÍTULO 3: Saúde em movimento: o impacto da deslocação forçada na saúde Não surpreende que os deslocamentos forçados desencadeiam grandes desafios à saúde pública. Quando as pessoas são forçadas a fugir de suas casas, também ficam desligadas dos elementos necessários a uma boa saúde. Para além disso, as causas da migração podem trazer com elas ameaças imediatas à saúde. Pense-se, por exemplo, nas crises de saúde que normalmente se seguem a um desastre de rápido desenvolvimento. Contudo, é a combinação destas ameaças com questões de saúde crónicas e subjacentes que explica que às vezes haja altos taxas de mortalidade em populações refugiadas e deslocadas. De forma simples, as pessoas deslocadas por desastres ou conflitos são muitas vezes pouco saudáveis, com pouco acesso a cuidados de saúde. A sua migração, e a crise que levou a ela, torna a sua situação de saúde muito pior. Os campos de refugiados podem permitir aos actores humanitários e autoridades lidar com questões de saúde. Contudo, “a vida nos campos é tóxica do ponto de vista da saúde”, trazendo consigo um novo conjunto de preocupações, incluindo o aumento da violência sexual e baseado no género e (muitas vezes como um resultado) aumento das taxas de VIH e SIDA. Responder às diversas necessidades de saúde dos migrantes forçados requer um aumento da qualificação profissional juntamente com a integração dos cuidados de saúde dos refugiados nas avaliações de risco para a saúde e estratégias dos governos que acolhem números significativos de refugiados. A relativa negligência da saúde reprodutiva, maternal e infantil requer que os actores humanitários façam dela uma estratégia e prioridade operacional. Há cada vez mais uma sensibilização para a prevalência de doenças mentais nas vidas das comunidades deslocadas e as suas necessidades de apoio psico-social. O projecto para a saúde mental em situações de emergência complexas defende a integração das actividades pelos profissionais de saúde, trabalhadores humanitários e curandeiros locais Capítulo 4: Migração forçada em contexto urbano: relocação da agenda humanitária Comunidades forçadas a deslocarem-se por factores como desastres e conflito estão a acabar em áreas urbanas, não em campos de refugiados. A migração em direcção às cidades não é uma tendência nova, mas é uma que está a aumentar. Espera-se que a população urbana no mundo aumente 72 por cento entre 2011 e 2050. Sem apoio estas comunidades enfrentam muitas vezes um “desastre secundário” que surge de viverem em assentamentos não-planeados e informais onde faltam os necessários serviços sociais e que muitas vezes são construídos em áreas vulneráveis a cheias ou outros tipos de desastres. Também podem enfrentar a hostilidade dos residentes existentes que sofrem das mesmas vulnerabilidades e podem ver os migrantes como concorrentes na busca por recursos escassos e apoio governamental. Os migrantes urbanos também podem enfrentar hostilidade e mesmo perseguição por parte das autoridades, que já estão sobrecarregadas com o desafio de ir ao encontro das necessidades dos pobres urbanos já existentes. A atitude negativa das autoridades em relação às pessoas deslocadas pode preveni-las de aproveitar os benefícios económicos que a presença dos migrantes pode criar. O Relatório sublinha que os actores humanitários e governos ainda estão a tentar perceber como melhor apoiar as pessoas deslocadas que procuram refúgio nos centros urbanos. As pessoas deslocadas na cidade são, por exemplo, muitas vezes especialmente vulneráveis à violência e crime. Os governos e actores humanitários precisam urgentemente de desenvolver políticas que dêem a estas comunidades melhor protecção. Capítulo 5: Desenvolvimento e deslocamento: derrotados ocultos de uma agenda esquecida Há um bom sistema humanitário internacional bem desenvolvido para responder a pessoas deslocadas por conflito e desastre, mas milhões são deslocados anualmente por outras razões. Estima-se que pelo menos 15 milhões de pessoas sejam deslocadas anualmente devido a projectos de desenvolvimento, como a construção de barragens ou projectos de renovação reabilitação urbana que muitas vezes implicam a limpeza de assentamentos informais. O número de 15 milhões é muito provavelmente subestimado porque os governos normalmente evitam recolher este tipo de dados, e os doadores levam a cabo pouca monitorização. O Relatório foca-se no que significa para o “derrotados ocultos” o deslocamento induzido pelo desenvolvimento. O deslocamento como resultado de um projecto de desenvolvimento é normalmente planeado, como o planeamento a incluir esquemas de reassentamento. Contudo, Sub-grupos de pessoas deslocadas – de classe, casta, género, etnicidade – podem ser marginalizados e lesados nos programas de realojamento e compensação. Mesmo aqueles que são reassentados normalmente sofrem um declínio no seu bem-estar económico e nas suas redes sociais. Enquanto os actores humanitários têm considerável experiência na resposta ao deslocamento, têm pouco conhecimento do deslocamento que resulta de projectos de desenvolvimento. O Relatório apela a que estes actores se aproximem dos seus contra-partes do desenvolvimento e partilhem competências. Contudo, em última análise, os governos são responsáveis por prevenir a arbitrariedade do deslocamento que demasiado frequentemente são o resultado de projectos de desenvolvimento. O Relatório apela aos governos, com o apoio de organizações internacionais, que desenvolvam e implementem legislação e políticas que defendam os direitos das pessoas que estão a deslocar. CAPÍTULO 6: Quem paga? Quem ganha? Os custos e impacto da migração forçada A migração forçada produz significativos impactos económicos e custos para as populações deslocadas, as suas comunidades de origem e para aqueles que os acolhem, e para os actores humanitários e doadores. Em 2010, a assistência humanitária internacional a refugiados e pessoas deslocadas internamente excedeu os mil milhões de dólares. Contudo, este número apenas representa o financiamento dos países da OCDE. Não inclui o dinheiro gasto pelos governos de acolhimento ou financiamento privado a ONGs. Entre 2006 e 2010, cerca de 5 por cento da ajuda pública ao desenvolvimento for para migrantes forçados e comunidades de acolhimento. Mas apesar deste enorme orçamento global, há muito pouca análise aos resultados. O Relatório sublinha que nenhum negócio sobreviveria a este escrutínio. O Relatório apela a melhoramentos no sistema de financiamento humanitário com melhor coordenação dos fluxos de financiamento e pelo reforço das ligações entre financiamento, programação e avaliação das necessidades. O Relatório sublinha que a migração é muitas vezes uma resposta a perturbações ou ameaças aos meios de subsistência. Sublinha ainda que ao se responder à migração como uma crise – focando-se primeiro em ir ao encontro das necessidades mais básicas dos migrantes, para apenas depois se envolver no apoio aos meios de subsistência assim que a situação se tenha “estabilizado” – os actores humanitários e os seus doadores podem muitas vezes interromper os mecanismos das comunidades para lidar com a situação e mesmo perpetuar as suas vulnerabilidades. Deverá haver mais ênfase na mobilização de financiamento para o desenvolvimento a longo-prazo e abordagens integradas de desenvolvimento que vão ao encontro das necessidades das pessoas deslocadas e comunidades locais. Dando um novo enquadramento às crises humanitárias como oportunidades de desenvolvimento, os actores humanitários podem contribuir para a recuperação económica e crescimento que iria beneficiar tanto os deslocados como os que os acolhem. CAPÍTULO 7: Migração forçada e o desafio humanitário: abordar a agenda A natureza complexa dos desastres e conflitos cria o potencial para desenraizar grandes números de pessoas. A migração forçada é agora um fenómeno global, apresentando vastos desafios a governos, doadores, instituições internacionais e actores humanitários. O Relatório sublinha a luta do sistema humanitário para responder adequadamente às necessidades dos migrantes forçados. Foi esta inabilidade no contexto dos desastres que levou a reformas humanitárias em 2005 e à criação de um sistema de “cluster”. Desde então, e apesar do inegável progresso, a resposta internacional ainda não acompanha as alterações da natureza da migração forçada. Com a ONU e outras agências a procurarem agora revigorar o processo de reforma (através de um processo conhecido como “agenda transformadora”), o Relatório apela aos actores humanitários que trabalhem estreitamente com governos (que estão cada vez mais a liderar as suas próprias operações humanitárias), e relacionarem-se melhor com as comunidades afectadas (e focarem-se em apoiar a sua resiliência, em vez de responder de forma prescritiva e potencialmente prejudicial aos esforços de recuperação dos migrantes). A maioria dos refugiados e PDI estão deslocados prolongadamente e o Relatório apela aos governos que facilitem mais soluções para estas condições relaxando as restrições às actividades económicas dos refugiados e ajudando as comunidades migrantes e de acolhimento a se integrarem rapidamente. Finalmente, nota que estes melhoramentos necessários na resposta à migração forçada são mais urgentes devido ao contributo que se espera que as alterações climáticas venham a ter para o aumento dos desastres de lento desenvolvimento e indirectamente para o movimento de grandes números de pessoas.