efeitos a montante - cadernos saúde coletiva

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efeitos a montante - cadernos saúde coletiva
cadernos
Saúde Coletiva
NESC • UFRJ
Catalogação na fonte – Biblioteca do CCS / UFRJ
Cadernos Saúde Coletiva / Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva, v.XIV, n.4 (out . dez 2006).
Rio de Janeiro: UFRJ/NESC, 1987-.
Trimestral
ISSN 1414-462X
1.Saúde Pública - Periódicos. I I.Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva/UFRJ.
SUMÁRIO
EDITORIAL
A criação do IESC – Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Direção do IESC – gestão 2006-2008 ......................................................................... 559
ARTIGOS
Conhecimentos e atitudes dos cirurgiões-dentistas do Programa Saúde da Família de
Aracaju-SE em relação aos pacientes com HIV/Aids
Valéria Noia Ribeiro, Allan Ulisses Carvalho de Melo, Liana Nascimento Freire ............ 561
Grandes represas e seu impacto em Saúde Pública I: efeitos a montante
Fabíola A. S. Oliveira, Jörg Heukelbach, Rômulo C. S. Moura, Liana Ariza,
Alberto N. Ramos Jr., Márcia Gomide .......................................................................... 575
Enfrentando as perdas dentárias na terceira idade: um estudo de representações sociais
Grasiela Piuvezam, Aurigena Antunes de Araújo Ferreira, Maria do Socorro
Costa Feitosa Alves ..................................................................................................... 597
Professores afastados da docência por disfonia: o caso de Belo Horizonte
Adriane Mesquita de Medeiros, Sandhi Maria Barreto, Ada Ávila Assunção .................. 615
A “Influenza hespanhola” em Cataguases, Minas Gerais
Alen Batista Henriques ................................................................................................ 625
O risco ocupacional no setor de raio-X diagnóstico de um hospital universitário
Eduardo Borba Neves; Marcia Gomide .......................................................................... 643
Avaliação de sistemas de pontuação para o diagnóstico da tuberculose na infância
Ethel Leonor Noia Maciel, Reynaldo Dietze, Cláudio Struchiner ..................................... 655
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Utilização de informações para controle social: o caso do Conselho do Distrito
Sanitário III do Recife
Luiz Geraldo Santos Wolmer, James Anthony Falk ....................................................... 665
TESES
O beber feminino: a marca social do gênero feminino no alcoolismo em mulheres
Beatriz A. Lenz Cesar .................................................................................................. 683
A transição para a parentalidade e a relação de casal de adolescentes
Daniela Centenaro Levandowski ................................................................................... 685
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GRANDES REPRESAS E SEU IMPACTO EM SAÚDE PÚBLICA I: EFEITOS A MONTANTE
Impact of large dams on Public Health I: upstream effects
Fabíola A. S. Oliveira1, Jörg Heukelbach1, Rômulo C. S. Moura2, Liana Ariza1,
Alberto N. Ramos Jr.1, Márcia Gomide1
RESUMO
Represas desempenham um papel importante no desenvolvimento social e econômico
de muitos países, e quase metade dos rios do mundo possui, pelo menos, uma
grande represa. Somente no Brasil, existem mais de 500 represas hidrelétricas. O
objetivo deste artigo é apresentar uma discussão a respeito do impacto que a construção
de grandes represas hidrelétricas pode causar às comunidades originais das áreas
alagadas pelo reservatório e seu entorno, notadamente sobre a saúde e a qualidade
de vida destas populações. São apresentados casos de surtos epidêmicos causados
por novas patologias e por doenças endêmicas que tiveram sua incidência avolumada,
além de casos de identificação de novos patógenos e de intoxicação biológica que se
refletiram na economia da comunidade. Esses casos foram relatados tanto para
represas de outros países quanto nacionais. Discute-se, assim, a importância do
planejamento prévio à construção do empreendimento, visando amenizar o impacto
sobre a saúde humana.
PALAVAS-CHAVE
Usinas hidrelétricas, saúde pública, saúde ambiental
ABSTRACT
Large dams have an important impact on the social and economic development of
many countries, and almost half of the rivers worldwide are impounded by at least one
large dam. In Brazil, more than 500 hydroelectric dams have been constructed. The
objective of this review is to discuss the impact of large dams on public health,
including outbreaks caused by endemic diseases and by new diseases previously not
reported in the area. The identification of new viral agents and reports of biological
intoxications are presented. These cases were reported from Brazil and other countries.
The importance of careful planning regarding the impact on the health of the populations
affected is emphasized, prior to the construction of large dams.
KEY WORDS
Hydroelectric power plants, public health, environmental health
1
Departamento de Saúde Comunitária, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará - e-mail:
[email protected]
2
Soluções Ambientais Ltda. - Fortaleza - CE.
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FABÍOLA A. S. OLIVEIRA, JÖRG HEUKELBACH, RÔMULO C. S. MOURA, LIANA ARIZA,
ALBERTO N. RAMOS JR., MÁRCIA GOMIDE
1. INTRODUÇÃO
Represas desempenham um papel importante no desenvolvimento social e
econômico de muitos países. Hoje, quase metade dos rios do mundo tem pelo
menos uma grande represa, e um terço dos países depende de usinas hidrelétricas
para produzir mais da metade da sua eletricidade (World Commission on Dams,
2000). Atualmente existem cerca de 45.000 grandes represas em todo o globo,
com os maiores potenciais hidrelétricos situados em grandes bacias como a do
Amazonas, do Congo e do Mekong (Couto, 1996; Zimmerman, 2001). Só no
Brasil existem mais de 500 hidrelétricas e isto representa apenas 24 % de todo o
potencial hidrenergético estimado para o país.
A construção de represas pode facilitar o desenvolvimento e a disseminação
de doenças, até o momento não endêmicas, devido a mudanças bruscas no
ecossistema (Tubaki et al., 2004). Além disso, a fragmentação social resultante de
grandes represas pode acarretar significantes efeitos adversos na saúde de
populações locais. O acesso à água potável, serviços de saúde e a capacidade
de lidar com um novo ambiente social e físico são determinantes das condições
de saúde (World Commission on Dams, 2000).
As manipulações da natureza na forma de construção de represas são a causa
de uma série de epidemias de doenças infecciosas e de alterações na transmissão
de doenças endêmicas (Waddy, 1975; Bunnag et al., 1979; Hunter et al., 1982;
Walsh et al., 1993; World Health Organization, 2000; Patz et al., 2000; Tetteh
et al., 2004; Patz et al., 2004). Os movimentos migratórios, gerados por essas mudanças
no tipo de processo produtivo, contribuem tanto na dispersão de doenças
existentes nas áreas de origem dos migrantes, como aumenta a incidência de
doenças existentes nas áreas receptoras (Langanke, 1986; Walsh et al., 1993; Couto,
1996; Tubaki et al., 2004).
As doenças mais comumente alteradas em decorrência de projetos hidrelétricos
são aquelas transmitidas por vetores que proliferam na água, as de veiculação
hídrica e as predispostas pela migração. As principais doenças de veiculação hídrica
são as decorrentes de saneamento básico deficiente, como as doenças diarréicas
agudas causadas por infecções bacterianas, virais e parasitas intestinais, além das
hepatites A e E, febre tifóide e outras salmoneloses, leptospirose e cólera. Dentre
as doenças predispostas pela migração, assumem importância as leishmanioses
tegumentar e visceral, as doenças sexualmente transmissíveis (DST), inclusive o
HIV/Aids, e as hepatites pelos vírus B e D, além de estresse, violência, acidentes,
abuso de álcool e drogas ilegais (Moura, 2001).
Nesta revisão apresentamos uma abordagem sobre os efeitos em saúde pública
de grandes represas, baseado na literatura existente sobre o assunto. Foram
pesquisados os bancos de dados Medline, Lilacs, Repidisca, ISI Web of Science,
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GRANDES
REPRESAS E SEU IMPACTO EM
SAÚDE PÚBLICA I:
EFEITOS A MONTANTE
WHOLIS, Banco de Teses da CAPES, Scielo, PAHO database, DESASTRES,
World Commission on Dams database, Google, Science Direct, Wiley Interscience,
MEDCARIB, além de páginas específicas na intenet.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os impactos na saúde
associados a represas podem ser representados em seis categorias: doenças
transmissíveis; doenças não transmissíveis; acidentes e violência; má nutrição;
desordens psicossociais e alterações do bem estar social (World Health
Organization, 2000). Os diferentes aspectos aqui apresentados relacionados aos
impactos em saúde das comunidades afetadas foram categorizados tendo como
base a classificação da OMS acima descrita.
2. DOENÇAS E AGRAVOS RELACIONADOS A GRANDES REPRESAS
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
Um aumento do número de casos de doenças transmissíveis é comumente
encontrado após a construção de grandes represas. Por exemplo, nas represas
Diama, no Senegal (Sow et al., 2002) e Ubolratana, no rio Mekong, na Tailândia
(Harinasuta et al., 1970; Sornmani et al., 1973; Bunnag et al., 1979), houve um
aumento na prevalência de doenças endêmicas como verminoses intestinais,
leptospirose, meningites e malária. Na represa Merowe, no Iêmen, foi registrado
um aumento de casos de febre do Vale do Rift, Aids, malária e esquistossomose
(Yamana, 2004). Em Diama, também foi registrada a ocorrência de febre do Vale
do Rift (Sow et al., 2002). Na represa Barekese, em Gana, houve ocorrência de
malária, hepatite infecciosa, esquistossomose urinária, doenças diarréicas e escabiose
(Tetteh et al., 2004).
Um dos efeitos deletérios à saúde mais freqüentemente observados é um
aumento na prevalência da esquistossomose ao redor da área de reservatório de
represas (Malek, 1975; Adekolu-John, 1980; Langanke, 1986; White, 1988; Traore,
1989; N’Goran et al., 1997; Southgate et al., 2001). A construção de represas pode
criar ambiente ecologicamente favorável à introdução do reservatório do
Schistosoma, principalmente o molusco Biomphalaria (Rumi & Hamann, 1990; Lima
et al., 1993; Gazin et al., 2000). Atividades como pescaria e recreação aquática,
além da falta de saneamento, favorecem a infecção humana e mantêm o ciclo de
vida do parasito. Os canais de terra e lagos para diversão são um excelente
criadouro para muitas espécies de vetores (Basahi, 2000).
Um aumento na prevalência de esquistossomose foi observado em muitas
represas, a exemplo de Aswan, no Egito, Selingue, em Mali (Malek, 1975; AbdelWahab, 1979; Traore, 1989), na África Subsaariana (Mott et al., 1995) e na
represa Três Gorges, na China (Xu et al., 2000; Zheng et al., 2002). Na Costa do
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FABÍOLA A. S. OLIVEIRA, JÖRG HEUKELBACH, RÔMULO C. S. MOURA, LIANA ARIZA,
ALBERTO N. RAMOS JR., MÁRCIA GOMIDE
Marfim, com a represa Kossou, houve um aumento na prevalência de S. haematobium
de 14% para 53%, e, na represa Taabo, de 0% para 73% (N’Goran et al., 1997).
A malária humana distribui-se pela África, Ásia e Américas e permanece
como a mais prevalente doença endêmica do mundo (Bruce-Chwatt, 1987; Avila
& Ferreira, 1996; Bértoli & Moitinho, 2001). A malária constitui um dos
principais problemas de saúde pública relacionado à construção de hidrelétricas,
principalmente em áreas endêmicas ao redor do globo (Singh et al., 1999; World
Health Organization, 2000). Na América Latina, a malária tem sido a principal
doença associada à construção de hidrelétricas (Couto, 1996). Mesmo que as
ações de controle tenham sido eficazes em muitas áreas, a periferia dos projetos
hidrelétricos constitui foco de grande incidência e de grande morbidade. A
Amazônia Legal, por exemplo, possui características geográficas e ecológicas
altamente favoráveis à interação do plasmódio e do anofelino, vetor da malária ,
(Marques & Gutierrez, 1994), o que, por sua vez, pode tornar-se um dos
principais obstáculos ao desenvolvimento de comunidades e países (BruceChwatt, 1987; Avila & Ferreira, 1996; Bértoli & Moitinho, 2001).
A dinâmica de transmissão é variável entre os agrupamentos humanos e está
na dependência da conjugação de vários fatores (Marques & Gutierrez, 1994). O
Anopheles darlingi, principal vetor da malária na Amazônia, por exemplo, prefere
para seus criadouros grandes coleções de água neutra e límpida, parcialmente
sombreadas e relativamente paradas, condições favorecidas com a formação de
lagos artificiais com reduzida acidez e maior exposição à luz solar (Couto, 1996).
A malária foi intensa após a construção, por exemplo, das represas Cabora
em Moçambique, Orange na África do Sul, Volta em Gana, Kainji na Nigéria,
Chiapas no México, Nam Ngum em Laos, Bargi e Sardar Sarovar, ambas na
Índia (Couto, 1996; Singh et al., 1999). Na hidrelétrica de Itaipu, houve surtos de
malária, registrando-se milhares de casos (Couto, 1996). Entre os fatores de risco
responsáveis pelos casos de malária na região de Itaipu está o desenvolvimento de
criadouros de anofelinos, favorecido pela formação do lago, associado aos
intercâmbios intensos que se fazem entre essa região e áreas endêmicas da Amazônia
brasileira e do Paraguai.
Os arbovírus se mantêm em ciclos na natureza e envolvem preferencialmente
vetores artrópodes hematófagos e hospedeiros vertebrados. Esses vírus são
transmitidos biologicamente por seus vetores para hospedeiros vertebrados
suscetíveis. O desmatamento, o uso do subsolo, a colonização humana e a
urbanização favorecem a emergência ou re-emergência de importantes arbovírus
(Degallier et al., 1992; Wilson et al., 1994; Vasconcelos et al., 2001; Schatzmayr, 2001).
Os estudos conduzidos em diversas áreas da Amazônia brasileira desde os
anos 1950 têm identificado pelo menos 187 diferentes tipos de arbovírus
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GRANDES
REPRESAS E SEU IMPACTO EM
SAÚDE PÚBLICA I:
EFEITOS A MONTANTE
(Vasconcelos et al., 2001). Desses, mais de 30 são patogênicos (Vasconcelos et al.,
1992), destacando-se os vírus Oropouche, o da dengue, o Mayaro e o da febre
amarela, os dois últimos mais ativos em áreas rurais (Vasconcelos et al., 2001).
Durante a construção da usina hidrelétrica Tucuruí (Estado do Pará), foram
descobertos três novos tipos de arbovírus ainda desconhecidos no mundo: Tucuruí,
Caraipé e Arumateua (Travassos Da Rosa et al., 1992). Nos anos 90, foram
realizados estudos nas represas de Balbina (Estado do Amazonas) e Samuel
(Estado de Rondônia), aumentando o número de novos vírus conhecidos. Dúzias
de novos vírus foram isolados (Vasconcelos et al., 2001). O impacto no aumento
da população de artrópodes é ilustrado pelo vírus Gamboa, isolado em Tucuruí,
onde a espécie de mosquito ornitofílica Aedeomyia squamipennis não havia sido
observada antes da inundação. Durante e depois da inundação da área da represa,
foi obtido um grande número dessa espécie. É importante ressaltar que esses vírus
jamais haviam sido isolados no Brasil. A intervenção ambiental foi então responsável
pela emergência de novos vírus (Vasconcelos et al., 1992; Vasconcelos et al., 2001).
A febre do Vale do Rift é uma doença viral hemorrágica que pode ocorrer
depois da inundação da área de uma represa (Yamana, 2004). O vírus da doença
foi isolado em 1931 após um foco em uma fazenda do Vale do Rift, no Quênia.
Acredita-se que carrapatos e mosquitos possam transmitir o vírus de ovinos e bovinos para humanos. Normalmente o vírus permanece em animais de criação. Porém,
quando uma nova represa é criada, o aumento súbito do habitat de mosquitos leva
a uma explosão na sua população. Devido à pouca exposição dos humanos ao
vírus, estes não apresentam imunidade e são muito suscetíveis a seus efeitos. Até o
momento, não há registros da presença da febre do Vale do Rift nas Américas, mas
o vírus tem o potencial de ser transmitido de um país para outro através de viajantes.
Ainda não se conhece quais espécies de mosquitos transmitem o vírus.
Na área de influência da represa Yacyretá (Rio Paraná, Argentina-Paraguai)
foram encontradas espécies de Culicoides paraensis, um vetor do arbovírus Oropouche
(Ronderos et al., 2003). A febre do Oropouche, do ponto de vista de saúde
pública, constitui uma das arboviroses de maior importância na Amazônia com
sucessivas epidemias que atingiram inúmeros núcleos urbanos no Estado do Pará
de 1961 a 1980 (Barros, 1990).
Durante a construção da usina hidrelétrica Tucuruí, houve um aumento
acentuado e progressivo da incidência da leishmaniose tegumentar nos nove
municípios da área de influência, e o número de casos continuou subindo, mesmo
muitos anos após a conclusão das obras: de apenas 18 casos em 1983 para quase
mil em 1995, dez anos após a conclusão da represa. Esse aumento foi atribuído
ao processo de migração, aos desmatamentos para ocupação de novas áreas e à
implantação de projetos de assentamento (Moura, 1998).
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FABÍOLA A. S. OLIVEIRA, JÖRG HEUKELBACH, RÔMULO C. S. MOURA, LIANA ARIZA,
ALBERTO N. RAMOS JR., MÁRCIA GOMIDE
Entre as infecções intestinais de etiologia bacteriana, destacam-se a febre
tifóide e outras salmoneloses, as shigeloses e as enfermidades diarréicas agudas
produzidas por cepas enterotoxigênicas de Escherichia coli, por Clostridium jejuni e
Yersinia enterocolitica (Yamana, 2004). Houve um surto epidêmico de salmonelose
em trabalhadores de um canteiro de obras da hidrelétrica de Tucuruí, quando
foram isoladas mais de 100 diferentes cepas de Salmonella, todas identificadas como
S. paratyphi A, configurando-se, assim, o primeiro surto epidêmico de febre
paratifóide A no Brasil (Barros, 1990).
A oncocercose ou cegueira do rio é uma doença causada pelo nematódeo
Onchocerca volvulus, que é transmitido a humanos pela picada de Simulium spp. Esses
insetos necessitam de água corrente bem oxigenada para se reproduzir, um ambiente
que tende a desaparecer à medida que a represa é inundada (Yamana, 2004). A
tendência da oncocercose com a construção de represas é diminuir, já que a
represa diminui a velocidade das águas a montante e na própria represa, além da
vegetação submersa acarretar um menor teor de oxigênio dissolvido na água
devido à decomposição (Goldman, 1976).
No que se refere às DST, geralmente, com a migração de trabalhadores e
empregados da construção e manutenção de represas, suas incidências, incluindo a
infecção pelo HIV, aumentam drasticamente (World Commission on Dams, 2000).
A alta incidência de HIV/Aids em áreas de construção e reassentamento tem
se tornado um importante problema. Durante as obras da segunda etapa da usina
hidrelétrica Tucuruí, houve uma grande proliferação de prostíbulos e de profissionais do sexo. Em 2000, havia mais de 100 prostíbulos e mais de 1000
profissionais do sexo cadastradas no município de Tucuruí. De 1999 para 2000,
houve um incremento na incidência das DST de 130% em Tucuruí e de 1.733%
em Breu Branco (Moura, 2001).
No projeto da hidrelétrica do Baixo Kihansi, na Tanzânia, a implementação de
um componente de saúde pública no plano de desenvolvimento ambiental ajudou
a diminuir a prevalência do HIV em 50% na população-alvo, quando comparado
a outra população, depois de oito anos de implementação (Mercier, 2003).
DOENÇAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS
A presença de vegetação submersa leva à liberação de grande quantidade de
nutrientes através da decomposição da matéria orgânica. Essa decomposição de
matéria orgânica inundada estimula a formação de criadouros de mosquitos e
habitats para moluscos, interferem com a pesca com redes e formam substrato
para o crescimento de plantas aquáticas (Goldman, 1976). Esta modificação da
dinâmica do ecossistema também é influenciada pelo acúmulo de sedimentos e
diminuição da competência da corrente da água, ou mesmo sua quase paralisação,
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GRANDES
REPRESAS E SEU IMPACTO EM
SAÚDE PÚBLICA I:
EFEITOS A MONTANTE
causados pelo represamento do fluxo aquático. Tal mudança incrementa a
possibilidade de intoxicação por minerais ou mesmo toxinas biológicas (World
Health Organization, 2000).
O represamento da água também altera a capacidade do rio de parcialmente
ou temporariamente purificar a água. Quando a água é represada atrás da barragem
e pouca ou nenhuma mistura vertical ocorre, há uma estratificação da água
(Petts, 1990). Se não há uma mistura com a camada superior, a camada inferior se
torna anóxica, além de apresentar temperatura mais baixa do que a camada superior
(Zhong & Power, 1996). A decomposição de vegetação submersa em represas que
não realizaram desmatamento prévio à inundação, leva a uma desoxigenação da
água e à liberação de compostos orgânicos, ambos reduzindo o potencial de oxiredução da água. Este potencial mais baixo e a falta de oxigênio favorecem certas
reações biológicas. As bactérias podem ser responsáveis pelo aumento na concentração do sulfito de hidrogênio da água, com conseqüentes níveis tóxicos para os
peixes e tornando-se desagradável para o uso humano. Além do mais, a grande
quantidade de vegetação submersa forma uma obstrução física que pode interferir
com a circulação da água e prolongar a depleção de oxigênio (Goldman, 1976).
O mercúrio, naturalmente presente no solo em sua forma não-nociva, é
transformado em metilmercúrio por bactérias que se alimentam da biomassa em
degradação presente em represas. O metilmercúrio pode se encontrar em altas
concentrações em peixes de represas (Veiga et al., 1994; Porvari, 1998; Fearnside,
1999; World Commission on Dams, 2000; Fostier et al., 2000). Foi considerado
que, na presença de grande quantidade de vegetação submersa, a metilação do
mercúrio encontra condições ideais, assim aumentando a concentração de
metilmercúrio em peixes (Fearnside, 2001).
Metais pesados podem penetrar em ecossistemas aquáticos através de processos
naturais como lavagem de solo, erosão de rochas e atividade vulcânica. Além
disso, há várias outras fontes originárias de atividades industriais e poluentes
domésticos. Na represa de Pampulha, Minas Gerais, foram encontrados altos
níveis de metais pesados prejudiciais ao ecossistema e conseqüentemente ao
homem (Rietzler et al., 2001). No Canadá, foram detectados altos níveis de
mercúrio na população de peixes e em humanos (Craig, 2000). Foi observada
uma contaminação severa da represa de Muna, na Colômbia, produzida por
matéria orgânica em decomposição e uma contaminação relativamente importante
por substâncias químicas de origem industrial e agrícola, principalmente de metais
pesados (Sarmiento et al., 1999). Situação semelhante ocorreu com o represamento
de águas fluviais no Himalaia e com a construção da represa Tajewale, na Índia,
acarretando uma maior concentração de poluentes tóxicos e microorganismos
patogênicos (World Health Organization, 2000).
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FABÍOLA A. S. OLIVEIRA, JÖRG HEUKELBACH, RÔMULO C. S. MOURA, LIANA ARIZA,
ALBERTO N. RAMOS JR., MÁRCIA GOMIDE
O nível de água do subsolo aumenta após o represamento, levando a uma
mudança nos níveis de cálcio e metais, podendo aumentar a ocorrência de fluorose.
Após a construção da represa Nagar Junasagar, na Índia, houve um aumento na
prevalência da síndrome do genu-valgum entre habitantes de uma comunidade
local (World Health Organization, 2000).
Em novas represas em regiões tropicais, subtropicais e áridas, há uma rápida
eutrofização resultando em problemas de excesso de crescimento de plantas
aquáticas. Cianobactérias são produtoras de toxinas que podem ter seu crescimento estimulado pela degradação da biomassa inundada com conseqüente
aumento de material orgânico em suspensão (World Health Organization,
2000; World Commission on Dams, 2000). Este problema é reforçado pelo
aumento de poluentes orgânicos advindos do crescimento urbano, agricultura e
atividades de mineração.
Na China, uma maior incidência de câncer hepático primário tem sido
associada à presença de toxinas de cianobactérias na água de consumo (World
Commission on Dams, 2000). Uma grave epidemia de gastroenterite na região de
Paulo Afonso, Bahia, esteve relacionada com o alagamento do reservatório da
barragem de Itaparica em 1988 (Teixeira et al., 1993). Em 42 dias registraram-se
cerca de 2000 casos da doença, 88 evoluindo para o óbito. A causa foi provavelmente intoxicação por cianobactérias. Foram encontrados na água bruta do rio
São Francisco dois tipos de cianobactérias, que são tóxicas e capazes de desencadear um quadro de gastroenterite. A proliferação acima do habitual de
cianobactérias pode ter sido causada pelo aumento da quantidade de material
orgânico na água devido à degradação da biomassa na área de influência da
barragem de Itaparica (Teixeira et al., 1993; Kuiper-Goodman et al., 1999). Em
1996 ocorreu um surto de hepatite severa em um centro de hemodiálise em
Caruaru, Pernambuco resultando em 50 óbitos. O principal fator responsável
pelo surto foi atribuído à contaminação da água da represa que abastecia o
centro de diálise por cianobactérias (Kuiper-Goodman et al., 1999; World
Health Organization, 2000).
ACIDENTES E VIOLÊNCIA
Durante a construção de represas, há uma grande oferta de empregos. Estradas,
energia elétrica, oferta de serviços diversos devido à construção da represa
podem permitir o acesso a áreas antes inacessíveis, facilitando o intercâmbio
entre economias locais e até mesmo nacionais. Por outro lado, os impactos negativos
refletem-se no fato de que populações indígenas e grupos vulneráveis têm sua
terra e seu modo de vida ameaçados por forças que estão além da sua experiência
e controle. Acampamentos na área de construção também são vítimas de maiores
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GRANDES
REPRESAS E SEU IMPACTO EM
SAÚDE PÚBLICA I:
EFEITOS A MONTANTE
agravos à saúde e de uma perda de identificação social devido ao grande influxo
de migrantes. Em áreas de represa há registros de um aumento no número de
acidentes de trânsito e acidentes de trabalho (Vázquez, 1985; World Commission
on Dams, 2000; Gorodner et al., 2004). Condições precárias de segurança no
trabalho na construção de represas podem causar doenças ocupacionais como
perda de audição e pneumoconiose (Colvin et al., 1998). Após a construção, os
problemas de trabalho continuam, como se verificou, por exemplo, na represa
Yacyretá, cujo número de politraumatismos atendidos no hospital local dobrou
em relação ao ano anterior à construção (Gorodner et al., 2004).
Mortes acidentais por afogamento, principalmente de pescadores, têm sido
relatadas após a construção de represas (Sornmani et al., 1973; World Commission
on Dams, 2000).
Em assentamentos da represa Sardar Sarovar, na Índia, da represa Kariba
em Zâmbia e no Zimbábue e da represa Nangberto em Togo e Benin, houve um
aumento na taxa de alcoolismo com conseqüente aumento da violência doméstica
(World Commission on Dams, 2000). Mulheres e crianças tornam-se válvula de
escape para a frustração masculina decorrente do desemprego que segue à
conclusão das obras (World Commission on Dams, 2000).
Além desses problemas, reduzidas oportunidades de pesca nas áreas costeiras
e de mangue a jusante, a exemplo da represa Tarbela no Paquistão, leva à
desestruturação de famílias tradicionalmente organizadas ao redor dessa atividade
e acelera a emigração masculina. Em Tarbela, as mulheres passaram a ter maiores
responsabilidades como chefes de família, enquanto a renda familiar foi severamente
afetada (World Commission on Dams, 2000).
A migração de trabalhadores para a área de construção pode aumentar o
vandalismo, a criminalidade, a violência e o alcoolismo. Um aumento na violência
é decorrente tanto do aumento no número de migrantes para a região, como
também do processo de reassentamento (World Commission on Dams, 2000;
Sow et al., 2002).
DESORDENS PSICOSSOCIAIS E ALTERAÇÕES DO BEM-ESTAR SOCIAL
As mudanças ambientais originárias da construção de represas podem resultar
em estresse, abuso de substâncias e fragmentação social devido às alterações
demográficas, sociais e econômicas das populações afetadas, o que se reflete no
bem-estar social, comprometendo a qualidade de vida, a coesão das estruturas
sociais, de direitos humanos e de eqüidade (Alvarez Edo & Sanchez Compadre,
1995; Ferradas, 2000; World Commission on Dams, 2000). Tais desordens,
agravadas pelo contexto econômico estagnado (World Commission on Dams,
2000) em que a comunidade possa estar se deparando, podem levar à má
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alimentação, resultando em deficiência de proteínas, carboidratos e elementos
essenciais (World Health Organization, 2000).
As pessoas residentes em áreas a serem inundadas podem ser acometidas por
estresse decorrente do receio de inundações acidentais durante a construção, da
necessidade de lidar com a burocracia das indenizações e da insegurança acerca
do futuro em um novo lugar. A população afetada pela construção da represa de
Itajaí, em Santa Catarina, mostrou maior grau de estresse do que outra população
fora da área de construção da represa, em grande parte relacionados à demora
no pagamento de indenizações (Werner, 1985).
Na África, foi observado que o estresse associado ao reassentamento das
populações habitantes em área de represa aumenta significativamente a morbimortalidade, principalmente em crianças e em idosos (Goldman, 1976). O
reassentamento também pode levar a perdas de laços sociais e padrões culturais.
A inundação da terra e a modificação dos ecossistemas também afetam a
disponibilidade dos recursos para as atividades produtivas locais. Como conseqüência, há a perda dos meios tradicionais de subsistência, incluindo a produção
agrícola, a pesca, o pastoreio e a coleta. Em comunidades reassentadas, o acesso
a serviços de saúde e água potável, tanto quanto a habilidade de lidar com o
ambiente social e físico novo, determinam a condição de saúde (World Commission
on Dams, 2000).
Na Amazônia brasileira, um grande exemplo da influência das modificações
sobre o ambiente natural e o antrópico é o da hidrelétrica de Tucuruí. Depois da
construção da represa de Tucuruí, concluída em 1984, formou-se um imenso
lago com 2.430 km² de extensão. Os habitantes locais foram reassentados na
margem do lago da represa; cerca de mil famílias foram transferidas para as áreas
de assentamento Glebas Parakanã, Pucuruí e Tucuruí. Em 1985, a proliferação
de mosquitos atingiu grandes proporções e disseminou-se por extensa região,
principalmente, na margem esquerda (Tadei & Moura, 2003). Houve surgimento
de alta densidade de mosquitos do gênero Mansonia, resultado da inundação da
floresta, degradação da biomassa inundada, aumento da concentração de
nutrientes na água e crescimento da vegetação flutuante. Isto dificultou a
permanência da população humana nestes assentamentos (Couto, 1996; Tadei et
al., 1998; Fearnside, 1999). A densidade de mosquitos chegou a atingir 600 picadas/
pessoa/hora em algumas localidades, com predomínio do gênero Mansonia, um
mosquito altamente voraz e incômodo, com grande raio de dispersão (Tadei
et al., 1991). Em 1991, foi decretado estado de emergência e insalubridade das
áreas de assentamento.
Esta situação persistiu por mais de uma década e teve regressão espontânea,
com o amadurecimento do lago, redução dos nutrientes dissolvidos na água e da
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EFEITOS A MONTANTE
população de macrófitas. Em fevereiro de 2002, a densidade média de mosquitos
havia caído para apenas 6 mosquitos/ homem/ hora, um terço dos quais eram
mansônia. Nesta ocasião, o nível máximo do reservatório foi elevado em mais 2
metros, da cota 72m para a cota 74m. Surpreendentemente, a densidade de
mosquitos caiu 42%. Este fenômeno foi atribuído ao fato de as margens do
reservatório já estarem ocupadas há mais de 15 anos, e a maioria da floresta ter
sido transformada em pasto ou lavoura. Deduziu-se desta experiência que é
altamente recomendável a retirada da vegetação na área de formação do reservatório, principalmente, em regiões de floresta tropical (Tadei & Moura, 2004).
3. CONSIDERAÇÕES
SOBRE O
“CUSTO/BENEFÍCIO”
DE HIDRELÉTRICAS PARA AS
COMUNIDADES LOCAIS
Nas últimas décadas ficou claro que as grandes represas exercem um
importante impacto na área social, cultural, no ecossistema e na saúde. Dezenas
de milhões de pessoas no mundo têm sido reassentadas como conseqüência da
construção de represas (World Health Organization, 2000). Outros aspectos com
potencial de influenciar a saúde de populações na área de influência das represas
são a destruição de florestas, o desaparecimento de peixes a jusante e a degradação
das áreas de captação a montante devido à inundação do reservatório. Além
disso, observam-se, comumente, a redução da biodiversidade aquática, a diminuição
das áreas de desova de peixes, a montante e a jusante, e o declínio dos serviços
ambientais prestados pelas planícies aluviais na vazante, brejos, ecossistemas de rios,
estuários e mangues adjacentes (World Health Organization, 2000; Craig, 2000).
A represa aumenta a superfície da área do rio, a água reflui a montante e há
uma mudança em potencial no fluxo hídrico e na estrutura do leito do rio a
jusante. Além do mais, se a água ainda é canalizada para a agricultura, pode
existir um tremendo impacto em seu fluxo para os estuários na desembocadura
do rio. Todos esses fatores podem alterar as interações ecológicas originais. Por
exemplo, pouca liberação de água pode fazer com que o estuário se torne inviável
como criadouro para peixes marinhos e crustáceos, o que pode afetar a região
como fonte de renda e de alimentos (Zimmerman, 2001).
É importante ressaltar que a saúde depende de um cenário ecológico, ou
seja, da relação sociedade-natureza, da base tecnológica dos processos de trabalho
e das condições materiais de vida. Como exemplo, as taxas de infecção por
esquistossomose geralmente mudam rapidamente após a inundação do reservatório,
e não surpreendentemente, a esquistossomose intestinal e a urinária se tornam um
importante problema de saúde pública (Khalil Bey, 1949; Farid, 1972; Malek,
1975; Langanke, 1986; White, 1988; Traore, 1989; Talla et al., 1990; Huang &
Manderson, 1992; Talla et al., 1992; Stelma et al., 1993; Verlé et al., 1994; Gryseels
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ALBERTO N. RAMOS JR., MÁRCIA GOMIDE
et al., 1994; N’Goran et al., 1997; Tsai et al., 1997; World Health Organization,
2000; Basahi, 2000; Gazin et al., 2000; Southgate et al., 2001; Zheng et al., 2002;
Sow et al., 2002; Araoye, 2002).
A construção de grandes represas, pelo fato de favorecerem a introdução de
uma enorme população receptiva e também por modificarem as condições naturais,
têm um impacto indubitável sobre a ecologia dos arbovírus e, por conseguinte,
sobre as condições de transmissão e os processos de favorecimento de epidemias
por esses vírus (Schatzmayr, 2001).
Mudanças ambientais podem envolver modificações climáticas cíclicas ou ser
o resultado de intervenções humanas como desmatamento, construção de represas
ou rodovias e mineração. Na Amazônia brasileira, de acordo com estudos
comparativos conduzidos nos anos 1970 e 1980 em Altamira e Tucuruí, antes,
durante e depois da construção da represa de Tucuruí (Pinheiro et al., 1977;
Degallier et al., 1992), o manejo ambiental inadequado pode ter levado ao
desequilíbrio da floresta, causando uma série de fenômenos, incluindo o aumento
da incidência de vírus conhecidos e a emergência de novos.
As condições de saúde e doença presentes em uma dada sociedade são
conseqüência de uma complexa rede de relações em que as populações e meio
ambiente estão inseridos. São, portanto, relevantes para a determinação de saúde
e doença, das condições de vida, ambiente e trabalho a que estão submetidos
pessoas e grupos sociais (Couto, 1996). São complexas as relações entre hidrelétricas
e saúde. Os múltiplos processos produzem riscos de graus diferenciados que
vão determinar as condições do processo saúde-doença da população local,
configurando-se um novo perfil epidemiológico.
4. CONCLUSÕES
A OMS, considerando que saúde não é somente ausência de doença, mas um
“estado de completo bem-estar físico, mental e social” (World Health Organization,
2006) sugeriu que, pelo potencial de aliviar pobreza, as represas podem
significantemente contribuir para a melhoria da saúde de populações humanas
(World Health Organization, 2000). Contudo, o desenvolvimento e os objetivos
econômicos de represas muitas vezes não são completamente compatíveis com
uma distribuição eqüitária dos benefícios entre as comunidades afetadas e os
grupos de interesse. No caso de represas hidrelétricas, os beneficiários podem
estar a centenas ou milhares de quilômetros distantes nos grandes centros urbanos,
enquanto as comunidades acima e abaixo da represa sofrem os efeitos nocivos à
saúde causados pelas mudanças ambientais e sociais.
Os benefícios de grandes represas para a humanidade em geral são
inquestionáveis. É notório que o aproveitamento dos recursos fluviais constitui
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um meio importante de obtenção de energia para a humanidade. Porém, as
alterações do ecossistema e do sistema sócio-cultural podem ocasionar aumento
de prevalência e incidência de várias doenças e agravos e a introdução de novas
doenças. Além disso, o risco para a saúde, como resultado de ineqüidade, precisa
ser identificado precocemente.
As comunidades que se deparam com a construção de grandes hidrelétricas
em seu ambiente acabam por enfrentar desafios de diversas ordens e magnitudes,
os quais não faziam parte de suas vidas e crenças, que lhes transformaram os
sonhos e lhes hipnotizaram com promessas de um futuro melhor, lhes honraram
com novas epidemias. Antes de empreender a construção de uma represa deve-se
considerar a magnitude dos impactos sobre a saúde e a qualidade de vida, com o
objetivo de minimizar os possíveis danos e para tal, os estudos de impacto ambiental,
elaborados anteriormente à construção das mesmas, são importantíssimos e
fundamentais se considerados como instrumentos sérios capazes de fornecer
subsídios preciosos para as ações que venham a prevenir o dramático cenário a
que estas populações se vêem entregues. Todos os grupos de interesse envolvidos
devem, ou deveriam, ser identificados e incluídos de forma participativa no
processo de negociação do desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, as medidas
preventivas precisam ser instaladas já durante a construção de represas. Isso inclui
não somente o controle de doenças transmitidas por vetores, como a malária e a
esquistossomose, mas também de outras doenças e agravos, como doenças
sexualmente transmissíveis, acidentes, violência e abuso de álcool.
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– CADERNOS SAÚDE COLETIVA, RIO
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GRANDES
REPRESAS E SEU IMPACTO EM
SAÚDE PÚBLICA I:
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J A N E I R O , 14 (4): 575 - 596, 2006 –
593
FABÍOLA A. S. OLIVEIRA, JÖRG HEUKELBACH, RÔMULO C. S. MOURA, LIANA ARIZA,
ALBERTO N. RAMOS JR., MÁRCIA GOMIDE
VERLÉ, P.; STELMA, F.; DESREUMAUX, P.; DIENG, A.; DIAW, O.; KONGS, A..; NIANG,
M.; SOW, S.; TALLA, I.; STURROCK, R. F.; GRYSEELS, B.; CAPRON, A. Preliminary
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– CADERNOS SAÚDE COLETIVA, RIO
DE
J A N E I R O , 14 (4): 575 - 596, 2006
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REPRESAS E SEU IMPACTO EM
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CADERNOS SAÚDE COLETIVA, RIO
DE
J A N E I R O , 14 (4): 575 - 596, 2006 –
595
DANIELA CENTENARO LEVANDOWSKI
itself in adolescent parenthood and marital relationship. Three adolescent couples,
aged 14 to 18 at the beginning of data collection, two of low and one of middle
socioeconomic background, living in Porto Alegre, participated in the study. The study
consisted of a collective case study design, in which each case was seen in four moments:
third trimester of pregnancy, baby’s third month, first and second year of life. The
participant’s answers were analyzed through content analysis, which generated several
thematic categories, grouped together around three main thematic axes: marital
relationship, becoming a father and becoming a mother. The results showed that
adolescent mothers and fathers positively evaluated the transition to parenthood
experience, even facing some difficulties, especially at the beginning (pregnancy and
baby’s third month of life). As far as the separation-individuation process is concerned,
participants revealed features of both the third individuation, especially in the child’s
second year of life, and of the second individuation. Manifestations of the separationindividuation process were also observed in marital relationship. Conjugality was
incremented during pregnancy, was reduced after the baby’s birth and increased in the
child’s second year of life. An evolution of the participants along the two years could
be detected, enabling to think that even though adolescent parenthood makes the
phase-specific tasks, such as experimentation, friendship and autonomy in relation to
parents, more difficult to experience, it does not have only negative repercussions in
the young people’s lives but also gains in terms of emotional development.
KEY WORDS
Adolescence, parent-child relations, spouses, individuation
686
– CADERNOS SAÚDE COLETIVA, RIO
DE
J A N E I R O , 14 (4): 685 - 686, 2006
AGRADECIMENTOS
AOS PARECERISTAS AD HOC DO V.14
Ana Beatriz Azevedo Queiroz – EEAN/UFRJ
Maria Helena Ruzany – NESA/UERJ
Clemax do Couto Santanna HUCFF/UFRJ
Pauline Lorena Kale – NESC/UFRJ
Márcia Gomide – FM/UFC
Elaine Reis Brandão – NESC/UFRJ
Kátia Vergetti Bloch – NESC/UFRJ
Marisa Palácios – NESC/UFRJ
Carlos Eduardo Aguilera – NESC/UFRJ
Mônica Maria Ferreira Magnanini – NESC/UFRJ
Claudia Medina Coeli – UERJ
Mônica Silva Monteiro de Castro – SMS - Belo Horizonte
Saint Clair dos Santos Gomes Junior – COPPE/UFRJ
Maria Inez Pourdeus Gadelha - INCA
Kenneth Rochel de Camargo Jr. – UERJ
Fátima Palha de Oliveira – UFRJ
Maria Lucia Bosi – NESC/UFRJ
Mônica Loureiro dos Santos – NESC/UFRJ
Heloisa Pacheco-Ferreira – NESC/UFRJ
Armando Meyer – NESC/UFRJ
Hermano Castro – ENSP/FIOCRUZ
Dilene Raymundo do Nascimento – Casa de Oswaldo Cruz/FIOCRUZ
Ângela Porto – ENSP/FIOCRUZ
Márcia de Assunção Ferreira – EEAN/UFRJ
Adriano da Rocha Ramos – NESC/UFRJ
Angela Albuquerque Garcia – FM/UFRJ
Marco Antonio Ratzsch de Andreazzi - IBGE
Silvia Helena Menezes Pires – CENPEL/PETROBRAS
Ivani Brusztyn – NESC/UFRJ
Maria de Lourdes Tavares Cavalcante – NESC/UFRJ
Roberto Macoto Ichinose – COPPE/UFRJ
Fatima Sueli Neto Ribeiro – INCA
CADERNOS SAÚDE COLETIVA, RIO
DE
J A N E I R O , 14 (4): 687 - 688, 2006 –
687
I NSTRUÇÕES PARA OS COLABORADORES
Os Cadernos Saúde Coletiva publicam trabalhos inéditos considerados
relevantes para a área de Saúde Coletiva.
SERÃO
ACEITOS TRABALHOS PARA AS SEGUINTES SEÇÕES:
Artigos (resultantes de pesquisa de natureza empírica, experimental ou conceitual,
ou ensaios teóricos e/ou de revisão bibliográfica crítica sobre um tema específico; máximo
de 25 páginas); Debate (a partir de apresentações orais em eventos científicos, transcritos e
sintetizados; máximo de 20 páginas); Notas (relatando resultados preliminares ou parciais
de pesquisas em andamento; máximo de 5 páginas); Opiniões (opiniões sobre temas
ligados à área da Saúde Coletiva, de responsabilidade dos autores, não necessariamente
refletindo a opinião dos editores; máximo 5 páginas); Cartas (curtas, com críticas a artigos
publicados em números anteriores; máximo de 2 páginas); Resenhas (resenhas críticas de
livros ligados à Saúde Coletiva; máximo de 5 páginas); Teses (resumo de trabalho final
de Mestrado, Doutorado ou Livre-Docência, defendidos nos últimos dois anos; com nome
do orientador, instituição, ano de conclusão, palavras-chave, título em inglês, abstract e
key words; máximo 2 páginas).
APRESENTAÇÃO
DOS MANUSCRITOS:
Serão aceitos trabalhos em português, espanhol, inglês ou francês. Os originais
devem ser submetidos em três vias em papel, juntamente com o respectivo disquete
(formato .doc ou .rtf), com as páginas numeradas. Em uma folha de rosto deve constar:
Título em português e em inglês, nome(s) do(s) autor(es) e respectiva qualificação
(vinculação institucional e título mais recente), endereço completo do primeiro autor
(com CEP, telefone e e-mail) e data do encaminhamento. O artigo deve conter título do
trabalho em português, título em inglês, resumo e abstract, com palavras-chave e key
words. As informações constantes na folha de rosto não devem aparecer no artigo.
Sugere-se que o artigo seja dividido em sub-itens. Os artigos serão submetidos a no
mínimo dois pareceristas, membros do Conselho Científico dos Cadernos ou eventualmente ad hoc. O Conselho Editorial dos Cadernos Saúde Coletiva enviará carta resposta
informando da aceitação ou não do trabalho.
A aprovação dos textos implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos autorais de
publicação nesta revista, a qual terá exclusividade de publicá-los em primeira mão. O
autor continuará a deter os direitos autorais para publicações posteriores.
Caso a pesquisa que der origem ao artigo encaminhado aos Cadernos tenha sido
realizada em seres humanos, será exigido que esta tenha obtido parecer favorável de um
Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, devendo o artigo conter a referência a
este consentimento, estando citado qual CEP o concedeu, e cabendo a responsabilidade
pela veracidade desta informação exclusivamente ao autor do artigo.
• Formatação: Os trabalhos devem estar formatados em folha A4, espaço duplo,
fonte Arial 12, com margens: esq. 3,0 cm, dir. 2,0 cm, sup. e inf. 2,5 cm. Apenas a
primeira página interna deverá conter o título do trabalho; o título deve vir em negrito e
os subtítulos em versalete (PEQUENAS CAPITAIS) e numerados; palavras estrangeiras e o que
se quiser destacar devem vir em itálico; notas explicativas, caso existam, deverão vir no pé
de página; as citações literais com menos de 3 linhas deverão vir entre aspas dentro do
corpo do texto; as citações literais mais longas deverão vir em outro parágrafo, com recuo
de margem de 3 cm à esquerda e espaço simples. Todas as citações deverão vir seguidas
das respectivas referências.
• Ilustrações: o número de quadros e/ou figuras (gráficos, mapas etc.) deverá ser
mínimo (máximo de 5 por artigo, salvo exceções, que deverão ser justificadas por escrito
em anexo à folha de rosto). As figuras poderão ser apresentadas em nanquim ou produzidas em impressão de alta qualidade, e devem ser enviadas em folhas separadas e em
formato .tif. As legendas deverão vir em separado, obedecendo à numeração das ilustrações. Os gráficos devem ser acompanhados dos parâmetros quantitativos utilizados em
sua elaboração, na forma de tabela. As equações deverão vir centralizadas e numeradas
seqüencialmente, com os números entre parênteses, alinhados à direita.
• Resumo: todos os artigos submetidos em português ou espanhol deverão ter resumo na língua principal (Resumo ou Resumen, de 100 a 200 palavras) e sua tradução em
inglês (Abstract); os artigos em francês deverão ter resumo na língua principal (Résumé) e
em português e inglês. Deverão também trazer um mínimo de 3 e um máximo de 5
palavras-chave, traduzidas em cada língua (key words, palabras clave, mots clés), dando-se
preferência aos Descritores para as Ciências da Saúde, DeCS (a serem obtidos na
página http://decs.bvs.br/).
• Referências: deverão seguir a Norma NBR 6023 AGO 2000 da ABNT. No corpo
do texto, citar apenas o sobrenome do autor e o ano de publicação, seguido da página
no caso de citações (Sobrenome, ano: página). No caso de mais de dois autores, somente
o sobrenome do primeiro deverá aparecer, seguido da expressão latina ‘et al.’. Todas as
referências citadas no texto deverão constar nas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ao final do
artigo, em ordem alfabética, alinhadas somente à esquerda, pulando-se uma linha de
uma referência para outra, constando-se o nome de todos os autores. No caso de mais
de uma obra do mesmo autor, este deve ser substituído nas referências seguintes à
primeira por um traço e ponto. Não devem ser abreviados títulos de periódicos, livros,
locais, editoras e instituições.
Seguem exemplos de, respectivamente, artigo de revista científica impressa e veiculado via internet, livro, tese, capítulo de livro e trabalho publicado em anais de congresso
(em casos omissos ou dúvidas, referir-se ao documento original da Norma adotada):
ESCOSTEGUY, C. C.; MEDRONHO, R. A.; PORTELA, M. C. Avaliação da letalidade hospitalar do
infarto agudo de miocárdio do Estado do Rio de Janeiro através do uso do Sistema de Informações Hospitalares/SUS. Cadernos Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v.7, n.1, p. 39-59, jan./jul. 1999.
PINHEIRO, R.; TRAVASSOS, C. Estudo da desigualdade na utilização de serviços de saúde por
idosos em três regiões da cidade do Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro,
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Acesso em: 2 jan. 2005.
ROSEN, G. Uma história da Saúde Pública. Rio de Janeiro: Abrasco. 1994. 400p.
TURA, L. F. R. Os jovens e a prevenção da AIDS no Rio de Janeiro. 1997. 183p. Tese (Doutorado
em Medicina) - Faculdade de Medicina. UFRJ, Rio de Janeiro.
BASTOS, F. I. P.; CASTIEL, L. D. Epidemiologia e saúde mental no campo científico contemporâneo: labirintos que se entrecruzam? In: AMARANTE, P. (Org.) Psiquiatria social e
reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1994. p. 97-112.
GARRAFA, V.; OSELKA, G.; DINIZ, D. Saúde Pública, bioética e equidade. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE SAÚDE COLETIVA, 5., 1997, Águas de Lindóia. Anais. Rio de Janeiro:
Abrasco, 1997. p. 59-67.
cadernos
Saúde Coletiva
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