Destaca-se a importância do Parque Nacional da Lagoa do Peixe
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Destaca-se a importância do Parque Nacional da Lagoa do Peixe
Nota de Imprensa COM A APLICAÇÃO DA FERRAMENTA DA REDE HEMISFÉRICA DE RESERVAS PARA AVES LIMÍCOLAS Destaca-se a importância do Parque Nacional da Lagoa do Peixe como área-chave para as aves limícolas nas Américas Mais de uma dezena de especialistas e pesquisadores brasileiros se reuniram na cidade de Mostardas (Rio Grande do Sul, Brasil) para participar do workshop “Aplicando a Ferramenta de Avaliação ao sítio RHRAP – Parque Nacional da Lagoa do Peixe”. Através desse workshop – que durou dois dias – realizou-se uma avaliação completa do estado de conservação do Parque e determinou-se o grau de ameaça a que estão sujeitos vários habitats utlizados por grandes números de aves limícolas, residentes e migratórias. Como resultados, foram estabelecidas prioridades e identificadas respostas necessárias ao controle de diversas ameaças e pressões a que a área está submetida, com o fim de assegurar a conservação efetiva dos habitats-chaves para as aves limícolas. Maria Tereza Queiroz de Melo, Chefe do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, concluiu que “a aplicação desta vailosa ferramenta da RHRAP nos permitiu atualizar as informações que subsidiarão o planejamento futuro das ações de conservação no parque, e nos permitirá avaliar a efetividade dessas ações ao longo do tempo. Esse exercício indicou a necessidade premente de desenvolver um programa de conservação voltado para as aves limícolas do Parque”. O Parque Nacional da Lagoa do Peixe foi criado em 1986 com a finalidade de proteger um dos sítios mais importantes da América do Sul para as aves migratórias. Trata-se de uma área com mais de 34.400ha, na planície costeira do Rio Grande do Sul, composta por ambientes lagunares, matas, banhados, marismas, campos úmidos, praias e a Lagoa do Peixe, o principal corpo hídrico do parque, cujas características peculiares permitem o desenvolvimento da grande biomassa utilizada como alimento pelas aves migratórias. Esse sítio é reconhecido mundialmente por abrigar grandes concentrações de espécies de aves limícolas. Seis espécies são encontradas em concentrações que excedem 1% de suas populações biogeográficas. Destacam-se entre elas duas espécies em estado de conservação preocupante, o Calidris canutus (maçarico-de-papo-vermelho) e o Tryngites subruficollis (maçarico-acanelado). O maçarico-de-papo-vermelho (mais especificamente a sub-espécie C. c. rufa) sofreu uma diminuição populacional de aproximadamente 75% nos últimos 20 anos. Duas vezes por ano, essa espécie migra 15.000km entre o ártico Canadense, onde se reproduz, e a Patagônia, onde passa o inverno boreal. Durante essa longa migração, aproximadamente 11.000 indivíduos (1% da população mundial) utilizam o Parque Nacional da Lagoa do Peixe regularmente como um ponto essencial para repouso e alimentação. O maçarico-acanelado, que também sofreu um drástico declínio populacional (de centenas de milhares para aproximadamente 30.000 indivíduos), é classificado mundialmente como quase ameaçado de extinção. Essa espécie também se reproduz no ártico e migra para a América do Sul durante o inverno boreal. No entanto, sua migração termina no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, que é utilizado pelo maçarico-acanelado como um dos principais sítios de invernada. Todos os anos, durante os meses de outubro a março, o Parque abriga de 3.000 a 5.000 indivíduos, no mínimo, o que equivale a algo entre 1% e 3% da sua população mundial. O Parque Nacional da Lagoa do Peixe abriga, ainda, três espécies ameaçadas de extinção: Phoenicoparrus andinus (flamingo-grande-dos-andes), Porzana spiloptera (sanã-cinza) e Larus atlanticus (gaivota-de-rabo-preto); e outras duas espécies quase ameaçadas de extinção: Phoenicopterus chilensis (flamingo-chileno) e Sterna hirundo (trinta-reis-boreal). Em 1990, o Parque foi oficialmente nomeado pela Rede Hemisférica de Reservas para Aves Limícolas (RHRAP) como um sítio de importância internacional. A RHRAP é uma estratégia internacional de conservação que tem como missão proteger espécies de aves limícolas e seus habitats, através do estabelecimento de uma rede de sítios em todo o continente americano. Atualmente a rede conta com 77 sítios em 12 países, além de consorciados que conservam e manejam mais de 12 milhões de hectares vitais para essas aves. RHRAP en internet / www.rhrap.org