Rendas aumentam 0,5% no próximo ano

Transcrição

Rendas aumentam 0,5% no próximo ano
#OS MAIS PODEROSOS 2016
#21
#22
Um poder mediático
e político que chega à
mesa do Bilderberg.
Uma influência perene que
toca a política, a economia
e até a cultura.
PRIMEIRA LINHA 4 a 11
Quinta-feira, 11 de Agosto de 2016 | Diário | Ano XV | N.º 3312 | € 1.90
Director Raul Vaz | Subdirectores André Veríssimo | Celso Filipe | Tiago Freire
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Rendas aumentam
0,5% no próximo ano
Os números da inflação ditam maior subida em três anos.
ECONOMIA 19
CGD
perdeu
1,4 mil
milhões
em
depósitos
Arranque da Liga
Sporting
tem o plantel
mais valioso
ENTREVISTA
ARTUR SOARES DIAS
Acumulação
de cargos
de Domingues
revista em 2017
Jornal A Bola à venda
PRIMEIRA LINHA 12 a 15 e ÚLTIMA
Filipe Farinha/Correio da Manhã
“Os árbitros são
mais competentes
que os jogadores”
António
Domingues vai
pegar no banco
com 205 milhões
de prejuízos no
primeiro semestre.
EMPRESAS 22 e 23
2 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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EDITORIAL
ACÇÃO DO DIA
SDC afunda após protecção contra
credores da Soares da Costa
TIAGO FREIRE
Subdirector
[email protected]
ACÇÕES CHEGAM A CAIR 14%
Evolução das acções em euros
A culpa
é nossa
O
s últimos dias têm sido particularmente violentosnoquetocaaonossoritualanualdeincêndios
florestais. Àcomoção natural da população juntam-sepromessasde“agoraéqueé”dopoderpolítico e a tentativa de perceber se isto é mesmo
inevitável(saliente-seobomtrabalhoanalíticofeitopelacomunicação social). Para, quando as condições atmosféricas voltaremaprepararo seucocktail mortífero, voltartudo ao início.
O problema dos incêndios está estudado, cá como em muitos outros países, pelo que é difícil aceitar asuainevitabilidade.
Averdadeéque,tendonóscondiçõesnaturaispropensasaestas
calamidades,asautoridadestêmaobrigaçãodefazermuitomais
emelhordoqueatéaqui.Hálegislaçãoquenãoéaplicada;háuma
desproporçãodosmeiosatribuídosàrespostaaosfogosfaceaos
meios de prevenção; há planos de acção feitos sem uma avaliaçãoactualizadaepublicitada;háumPortugalquearde,homens
emulheresnoterrenoarriscandoeperdendoasuavidapelosoutros e pelasuapropriedade.
Nãovouengrossarasfileirasdaquelesque,derepente,setornaramespecialistasemfogos.Mashácoisasquesãodomaiselementarbomsenso.Emprimeirolugar,estãototalmenteidentificadasaszonasmaispropensasagrandesfogos;aomesmotempo,aprevisãometeorológicaajuda-nosaprever,comantecedência suficiente, os períodos mais perigosos em termos de condiçõesdevento,humidade,etc.Nãoseriademobilizar,nessascircunstâncias, meios de patrulha substancialmente reforçados,
papel que os militares já chegaram a desempenhar, aparentemente comsucesso?
Depoisháavelhaquestãodalimpezadasmatas.Éóbvioque
o Estado não tem moral para mandar ninguém fazer o que ele
também devia fazer e não faz. Mas isto resolve-se com uma fiscalizaçãoimplacáveleindependente,quepresenteietambémas
entidades públicas com a coima devida. Passado pouco tempo,
creio que veríamos diferenças.
Porúltimo,éprecisocruzaroplanodedefesadaflorestacom
umaverdadeirapolíticade gestão territorial, tirando partido da
atençãoqueoGovernoanunciouqueiriadaràquestãodadesertificação do interior.
E, acima de tudo, é preciso nós, os cidadãos, sermos consequentes com o estado de comoção em que, nestes dias, nos encontramos.Porquenós,tambémnós,passamos10mesesdoano
sem pensar nos incêndios, sem procurar ou sem exigir saber o
que está a ser feito. Basta pensar: quando foi a última vez que,
numa campanha eleitoral, vimos algum partido avançar medidasconcretassobreestaquestão?Quandoéqueumcompromisso político nestamatériapesou no sentido de voto? Idas as chamas, esfriadaaemoção, esquecemos. O que é humano, mas tem
custos. O Estado tem responsabilidades, sim. Mas a exigência,
consequente, temde sernossa. Ouentão aceitemos aculpa. I
Fonte: Bloomberg.
As acções da SDC Investimentos, dona
de 33,3% da Soares da Costa, completaram a segunda sessão de fortes quedas. Fecharam a descer 10,71% para os
0,025 euros, depois de terem chegado
a afundar 14,29%. A queda das acções
da SDC surge depois de ter sido revelado que a Soares da Costa apresentou, na terça-feira, um pedido para entrar em Processo Especial de Revitalização (PER). I
-10,7%
Variação este ano: -21,88%
Valor em bolsa: Quatro
milhões de euros
LINHAS CRUZADAS
Donald Trump brinca com o fogo.
Ou com as armas
“As pessoas estão a brincar
com o fogo e não há maior
lança-chamas do que
Donald Trump. Esqueçam
a política; ele é um ser
humano nojento.”
“Trump disse que procura
pagar o mínimo de impostos
possíveis dentro da lei. É o
seu direito, claro.”
JEFFREY TOOBIN
THOMAS L. FRIEDMAN
D
onaldTrumpgostadechocar.Porquefrasesincendiáriasdãominutosnastelevisõesejornais.
EeleprecisadissoparaseafirmarfaceaHillary
Clinton. Asuaúltimadeclaração pirómanafoi
dizer que Hillary quer acabar com a Segunda
Emenda(quepermiteousodearmasnosEUA)
e nadase pode fazer contraisso, porque os juízesestarãocomela.Mas,depois,deixouasugestão sibilina: “Mas talvez as pessoas daSegunda
Emendapossamfazer.”Nasentrelinhasmuitos
leram uma sugestão para que os apoiantes do
uso de armas as usassem. Os apoiantes de
Trump negam. Mas Thomas L. Friedman, no
NewYorkTimes,nãocontémaindignação:“E,
senhoras e senhores, foi assim que o primeiroministro israelitaYitzakRabinfoiassassinado.
Os seus opositores de extrema-direitadeslegitimaram-no como ‘traidor’ e ‘nazi’ por querer
fazerapazcomospalestinianosedar-lhespartedaterradeIsrael.Claro,valetudonapolítica,
certo?(…)Aspessoasestãoabrincarcomofogo
“Os principais partidos da
esquerda e da direita
falharam a forma de dizer
a verdade sobre o que
podem fazer, o que querem
fazer e o que devem fazer.”
STEVE RICHARDS
e não há maior lança-chamas do que Donald
Trump.Esqueçamapolítica;eleéumserhumano nojento.”
NaNewYorker,JeffreyToobinfaladeoutra
coisa:Trumpcontinuasemdeclararosseusrendimentos. E escreve: “Trump disse que procura
pagaro mínimo de impostos possível dentro da
lei.Éoseudireito,claro.(…)Aquestãonãoéoque
oquealeirequer,masoqueapolíticaexige.Nesteenoutroscampos,Trumptemdesafiadoatradição eleitoral paraPresidente guardando o valordosseusrendimentosparaele.”Acríticanão
poderiasermais clara. Isso atira-nos parauma
outrareflexão,comofazSteveRichards,noGuardian:quepolíticaéestaemquevivemos?Eleresponde:“Nonovoetraumatizadoeconstritocontexto daeconomiaglobal, os principais partidos
daesquerdaedadireitafalharamcalamitosamenteaformadedizeraverdadesobreoquepodem
fazer,oquequeremfazereoquedevemfazer.” I
FERNANDO SOBRAL
QUINTA-FEIRA
G
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3
André Veríssimo
[email protected]
“Different Levels”
osto de voltar a falar da União Europeia
(UE) quando atravessa uma crise que é
conhecidade todos. Sabemos que hárazões próprias ligadas com a história dos
conflitos nos Balcãs e comahistóriados
diferentes povos que estão na base de
cadaumdosEstadosparajustificardiferenças. Mas, quem circule pela Bósnia-Herzegovina,pelaEslovénia,pelaCroácia e pelo Montenegro distingue logo
quais são os países que pertencem à
União Europeia. Para já, os que pertencem à UE ostentam, por vários lados e
logonassuasfronteiras,abandeiradoseu
paíseadaprópriaUnião.Eaquiloquese
senteàpartidaémuitomaiorsegurança,
o sentimento de fazerparte de umespaçocomum,protegidoaomaisaltonívele
que se preocupa com os direitos fundamentais. Todo o ambiente que se respira é muito diferente. E é logo diferente
nesse pequeno grande pormenor das
fronteiras. Estar parado horas em fron-
11 AGO 2016
ELEVADOR
RATING DA REPÚBLICA
PEDRO
SANTANA LOPES
Advogado
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teiras,paranós,cidadãosdaUniãoEuropeia, é algo que pertence a outro tempo
de memórias jámuito distantes. Repito:
éumpequenograndedetalhe,maséuma
sensação muito forte daperdade umdireito e de umaliberdade.
Mas, alémdas fronteiras, como aqui
existem para a Bósnia-Herzegovina ou
para o Montenegro, salta à vista de todos, principalmente, a questão do desenvolvimento.Porqueopontoémuito
simples:sítioscominteresseturísticohá
muitos e variados, o Montenegro tem-nos e aBósniatambémos tem, só que a
diferença é que não têm dinheiro que
chegueparafazerasinfraestruturaseos
equipamentosquepotenciemascaraterísticas naturais de cadaregião.
Podemosfazermuitascríticasaoque
se tem passado nos últimos anos com o
projeto político da UE e até às consequências das orientações económicas e
financeiras vigentes naZonaEuro. Não
falo aqui na questão económica, embora ela seja muito importante, mas pertenceràUEédefactoumluxofaceaoutras regiões do mundo e até a algumas
regiões daprópriaEuropa.
Nestesmilharesdequilómetrosque
tenho feito, nestas semanas, tenho encontrado gente de todo o lado, de todas
as idades e principalmente juventude,
parasaberemexatamenteemquemundovivem.Conhecerestasdiferenças,podercomparar, é muito importante para
decidirbem.
Só um aspeto concreto para exemplificaraquilo que pode sercomparado.
ACroácia tem cidades com magníficos
centros históricos e comforte apelo turístico, mas o modo como estão organizados esses mesmos centros e o respetivo aproveitamento paraos tempos de
hoje,comparadocomoquesepassanos
centros oubairros históricos das nossas
cidades, merece análise e ponderação.
É porisso também, só atítulo de exemplo, que as opções que foram feitas em
2002,2003e2004defecharbairroshistóricosdeLisboaaotrânsitonãopodem
serafrouxadascomo,porvezes,vejonas
minhas caminhadas. Porque só assim
esses mesmos centros e bairros podem
serverdadeiramentepotenciadosaonível das expetativas de quemnos visitae
detodosnós,portugueses.Eistofez-me
lembrar um quadro que tenho em minha casa, que comprei precisamente
nessa altura durante uma viagem à Estónia. É de um pintor chamado Navitrolla e o quadro chama-se “Different
Levels”, que retrata girafas de diferentes alturas acomerem as suas refeições
nas folhas das árvores. Avida é mesmo
assim, porque como o povo costumadizer, colhe-se aquilo que se semeia. I
CRISTINA CASALINHO
São 3,8 mil milhões até Agosto. Nunca os portugueses tinhamconfiadotantaspoupanças ao Estado em apenas oito
meses.MéritodoTesouroeda
AgênciadeGestãodaTesourariae daDívidaPública, lideradaporCristinaCasalinho,que
têmsabidoaproveitarosjuros
muito baixos dos depósitos
parareforçaropesodosinvestidoresdomésticos,oqueésalutar. O maiorcontributo tem
sido dado pelas OTRV, uma
ideia lançada ainda no tempo
do anteriorGoverno. I
Coluna semanal à quinta-feira
Este artigo está em conformidade
com o novo Acordo Ortográfico
SA LUÍS AFONSO
CONSTANÇA URBANO
DE SOUSA
A ministra da Administração
Interna continua a desafinar.
Jáopaísardiadelésalésquando decidiu interromper as férias e aparecer. E quando o fez
ficou, em silêncio, ao lado do
primeiro-ministro.Constança
UrbanodeSousajátinhafalhadoanotanocasodosargelinos
que invadiram apistado aeroporto de Lisboa, ao negar uma
falhadesegurançaflagrante.As
relaçõescomasforçaspoliciais
têm sido pautadas por várias
polémicas.Jáétempodeacertaro passo. I
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#OS MAIS PODEROSOS 2016
PORQUE SOBE
Artur Santos Silva continua a ter poder. É ouvido ao mais alto nível,
em particular em São Bento, sobre todo o sistema financeiro. O BPI
é apenas um dos temas, ainda que também no caso do banco a que
preside seja uma pedra fundamental no desenho futuro accionista
da instituição. O seu poder é vasto, acumulando também com o papel na Fundação Calouste Gulbenkian. A sua rede empresarial e política é grande.
#22
Artur
Santos Silva
Artur Santos Silva, como presidente da Gulbenkian, trabalha num mundo onde a contemplação,
a reflexão e a interrogação são a essência da vida. Como presidente do conselho de administração do BPI
tem de concentrar-se em equações mais materiais como a relação de forças entre os accionistas e o destino
da grande fonte de rendimentos, Angola. E, nesse aspecto, o último ano não foi fácil. E, por isso,
Artur Santos Silva foi ficando.
TABELA DE CRITÉRIOS
Poder da fortuna
Rede empresarial
Influência política
Influência mediática
Perenidade
BILHETE DE IDENTIDADE
Cargo: Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian e
presidente do conselho de administração do BPI G Naturalidade:
Nasceu no Porto em 1941 G Formação: Licenciatura em Direito
pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
G
FERNANDO SOBRAL [email protected]
RAUL VAZ [email protected]
rturSantosSilvadesdobra-seentredoismundosque
se cruzam, mas que parecemestranhamente paralelos. A Fundação Gulbenkiané umoásis culturalque temde
preocupar-secomoseufinanciamento.
JáoBPIéumterritóriodeescaramuças
edeconflitosporsanar.
No BPI, a guerrilha entre o CaixaBank(apostado em controlarde vez o
banco português) e Isabel dos Santos
(detentora de um poder vasto de bloqueioaessainiciativa)aindanãoterminou, apesarde muitas reuniões parase
fumaro cachimbo onde surgisse apaz.
ArturSantos Silvateve de intervir, face
àcadavez maiorcisão entre Fernando
Ulrich e Isabel dos Santos. E porque, a
meninados olhos de ouro do banco (a
operação emAngola) estáemrisco devido às pressões das autoridades europeiasquedesejamqueosbancosportuguesesabdiquemdelas.Angola,nofundo,éofactordedivisãoenemareconhecidacapacidade diplomáticade Santos
A
Silvatemsido capaz de dirimiros interesses dos contendores de formaaque
se chegue aumacordo. EmMarço desteanoatéafirmou,sobreaquestãodareduçãodaexposiçãoaAngola,anecessidadede“umamelhorclarificação”daposiçãodasautoridadeseuropeias.Porque,
acrescentava,“obalançoeadimensão”
do CaixaBank, no caso de sucesso da
OPA(ofertapúblicade aquisição), permitiriamacomodarosriscosdeAngola.
SantosSilvajádissequepretendeficarnoBPIaté“passaromautempo”.De
restoasuaopiniãosobreosreguladores
nãoéamaispositiva,passadosestesanos
apósacriseiniciadaem2008.AoNegócioschegouadizerque“osproblemasvisíveis apartirdacrise do ‘subprime’ de
2007sãooresultadodaincapacidadedo
reguladordeidentificarmágestãoegestãodolosa”,referindo-se,éclaro,aoBanco de Portugal. Sobre o Banifchegou a
dizerque:“Quandohábancosemsituação muito difícil, nacionalizam-se, fazem-seaumentosdecapital,limpa-seo
bancoe,logoqueéoportuno,vende-se.”
JásobreoNovoBanco,SantosSilvasempresemostroumaisreservado.
MasofocodasuapresençanoBPIé
hoje a resolução do diferendo CaixaBank/Isabel dos Santos. Enquanto vai
dirigindoaGulbenkian,umdoscentros
nevrálgicosdaofertaculturalemPortugal.QuandochegouàpresidênciadaGulbenkianmuitosconsideraramqueerao
homem certo no lugar certo. Porque,
apesardaligaçãodeoutroraaosectorfinanceiro, sempre revelaraumapaixão
profunda pela cultura. Percebendo e
mostrando que elas são compatíveis.
Tudotemquevercomamemória:Artur
SantosSilvaéoactualherdeirodavisão
deumhomemdenegóciosarménioque
seapaixonouporPortugal,CalousteGulbenkian.Esucedeaoutronomequecruzouintermitentementeosuniversosda
finançaedacultura,RuiVilar.
Ao mesmo tempo não renegoualigaçãopreferencialaouniversofinanceiro:continuaaseropresidentedoconselhodeadministraçãodoBPI,bancoque,
depois dareformulação accionistae do
Continua na página 6
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PRIMEIRA LINHA
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Miguel Baltazar
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Miguel Baltazar
#OS MAIS PODEROSOS 2016
#22
Artur
Santos Silva
Continuação da página 4
ajustamento económico e financeiro,
poderáestarmotivadoparaoutrosvoos.
NatomadadepossecomopresidentedaGulbenkianjátinhasidomuitoclaro:“Devidoaoperíododifícilparaosistemafinanceiro e parao país”, amanutenção do seu cargo no BPI tinhasido
umacondição essencial paraaceitaro
convite paradirigiraGulbenkian que,
duranteanos,foioverdadeiroMinistériodaCulturaemPortugal.Edepoisporqueétotalmenteprivada,comumorçamento anualque rondaos 100 milhões
de euros. O que mostrao seupoderem
Portugaleaimportânciaqueoseupresidentetem.Especialmenteseestátambém ligado a um dos maiores bancos
portugueses e aumaempresacom conhecidosactivosnaáreadopetróleo.Por
isso ArturSantos Silvanão deixa, ciclicamente,dedarasuaopiniãosobreasociedade,omundopolíticoeeconómico.
Artur Santos Silva sempre esteve
com um pé na política. Homem livre,
preferiuosbastidores,depoisdetersaído do PPD, que ajudou a fundar. Um
pouco desiludido com apolítica, dedicou-seaomundodabanca.Noiníciodos
anos80,quandoapoeirarevolucionária
aindanãocaíracompletamente,eraimpossívelfazerumbancoprivadoemPortugal.Sóhaviaumahipótese:criaruma
sociedadedeinvestimentos.Foiissoque,
aos 40 anos, Santos Silvaconcretizou:
em1981torna-sepresidentedaSociedade Portuguesade Investimentos. QuatroanosdepoisaSPItransforma-seem
BPI,oprimeirobancoprivadoasercriado depois do 25 de Abril. Torna-se um
pilardo novo sistemafinanceiro e económico português. O desafio da Gulbenkiansurgiuquando aestabilização
pareciagarantida.Masagoraháumfogo
queénecessáriocombater.ESantosSilvaláestá,nalinhadafrente,paraajudar
oseuamigoFernandoUlrich. I
INIMIGOS
Isabel dos Santos
A OPA do CaixaBank
afastou-os. E o chumbo
da continuidade
de Ulrich à frente do BPI
colocou-os em campos
opostos.
Mário Leite da Silva
O braço-direito
de Isabel dos Santos
em Portugal tem-se
revelado um adversário
muito difícil e assertivo.
Edgar Alves Ferreira
O presidente do BPI não
gostou da divulgação do
que considera ser informação privilegiada do conselho para fora do órgão.
“Os administradores
devem guardar sigilo”,
declarou Santos Silva.
Ricardo Salgado
A queda do antigo
presidente do BES
não os voltou
a aproximar.
Francisco Sá Carneiro
O advogado
é outro dos que
sempre esteve
ligado às actividades
profissionais
de Santos Silva.
António Costa
Ao contrário de
Passos Coelho,
o primeiro-ministro
é alguém com quem
tem fácil trato. Viu-se
na felicitação de Costa
a Santos Silva por causa
da OPA.
Marcelo Rebelo de Sousa
É também um interlocutor
para Santos Silva.
Embora mais distante
que Cavaco Silva.
Diogo Lacerda Machado
O amigo de António Costa
foi chamado para
ajudar na intermediação
entre accionistas do BPI.
Francisco
Pinto Balsemão
Uma amizade que cresceu
no mundo da política
e que se transferiu
também para os negócios.
Rui Vilar
Substituiu-o à frente
da Gulbenkian, mas
a sua relação de amizade
já vinha de antes.
João Vieira de Castro
O advogado portuense
é um dos leais
conselheiros
de Santos Silva.
Carlos
da Câmara Pestana
O líder do Itaú, hoje
afastado do BPI, foi
uma amizade que ficou
para sempre.
ALIADOS
António Lobo Xavier
A ligação do advogado
a Santos Silva vem
de há muitos anos.
Teresa Patrício Gouveia
Administradora
da Gulbenkian sempre
teve uma ligação
muito forte
ao banqueiro.
AMIGOS
Fernando Ulrich
A lealdade entre ele
e Santos Silva é total.
Como se viu na guerra
à volta da OPA
do CaixaBank.
Mário Soares
Uma das ligações
mais fortes e antigas
de Santos Silva no mundo
da política e da cultura.
Belmiro de Azevedo
Outra das grandes
ligações
empresariais
que evoluíram
para uma amizade
pessoal.
QUINTA-FEIRA
“ #
É bastante
inadequado
que o banco
seja forçado,
pelas
condições
em que o é,
a alienar ou
a reduzir esta
participação
de forma
significativa
num banco
que é exemplar
em Angola
e que é o
Banco Fomento
de Angola.
ARTUR SANTOS SILVA
Em Março de 2016
Eu sou
um grande
defensor
do fim
dos ‘offshore’,
porque
escondem
muita coisa
que não deve
ser escondida.
Em Abril de 2016
Era preferível
que o
problema
do Banif
tivesse sido
resolvido
com tempo.
“
Em Março de 2016
O Negócios faz todos os anos, desde 2010,
o retrato do poder económico em Portugal.
Em 2016, será já a sétima edição.
A lista elaborada pelo Negócios obedece
a cinco critérios que são contabilizados
todos os anos.
CRITÉRIOS
São cinco os critérios usados para ir do menos
para o mais poderoso.
O “poder da fortuna” avalia a riqueza levando
em conta também as dívidas.
“O poder financeiro e empresarial” olha para a
força que tem nas empresas como accionista
ou como gestor.
“A influência política” mede o poder de
construir ou destruir negócios ou influenciar
políticas.
“A influência mediática” que olha para o poder
de condicionar a agenda mediática. Finalmente
o quinto critério, “perenidade” pondera a
estabilidade desse poder, se é conjuntural ou
não.
Para cada um dos critérios é atribuída uma
classificação de 1 a 5, apurando-se pela sua
soma ponderada o lugar no “ranking”.
CALENDÁRIO
O Negócios tem estado a revelar a lista dos
Poderosos 2016 por ordem decrescente.
Começou a contagem no passado
dia 22 de Julho.
E vai revelando até ao “top 10” os nomes
dos poderosos da lista do Negócios.
Serão conhecidos dois poderosos por dia.
Quando chegarmos ao “top 10”,
os poderosos serão conhecidos um a um
até chegarmos ao mais poderoso no início
de Setembro.
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PRIMEIRA LINHA
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O ELEVADOR DO PODER
A banca continua a ser lugar de poderes e ex-poderes. É também em
alguns casos lugar de falsos poderosos. Muitos dos falsos poderosos que passaram ao longo dos anos neste elevador tinham um elo
comum – estavam de alguma forma ligados à Caixa Geral de Depósitos.
PRÓXIMO PODEROSO
TEIXEIRA DOS SANTOS
Já foi poderoso, quando ocupava o gabinete das Finanças. Deixou a lista,
mas poderá voltar a ela, em função do papel que desempenhe no sistema
financeiro. Fernando Teixeira dos Santos é o novo presidente do Banco
BIC, sucedendo a Mira Amaral, um banco com ligações angolanas. Através dele pode garantir um lugar neste “ranking”.
EX-PODEROSO
MIRA AMARAL
Nunca esteve, verdadeiramente, na lista dos Mais Poderosos. Mas acaba
por espalhar, parcialmente, o seu poder enquanto presidente do BIC, com
ligações ao poder angolano. O facto de não se calar e dizer o que pensa
qualquer que seja o governo em funções dá-lhe o poder mediático, mas
perdeu influência política e até rede empresarial.
FALSO PODEROSO
LEONOR BELEZA
É a presidente da Fundação Champalimaud e vai ser administradora não
executiva da Caixa Geral de Depósitos. Mas o seu poder é limitado, apesar de parecer maior do que na realidade é, não obstante o peso que a
Fundação que resultou da herança do empresário Champalimaud ganhou
nos últimos anos.
8 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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#OS MAIS PODEROSOS 2016
PORQUE DESCE
É umadescidaligeira, motivadapelasubidade outros Poderosos. Francisco Pinto Balsemão deixou há alguns anos de terfunções executivas
na sua Impresa, mas agora é o filho Francisco Pedro que garante a liderança. Este ano, Pinto Balsemão, essencialmente, manteve o seu
poder, quer de influência política, quer de influência mediática. É ouvido em todos os meandros, e isso mostra poder. Mas este ano optou
por ceder a representação nacional no elitista clube Bilderberg.
#21
Francisco
Pinto Balsemão
Em 2012 anunciou que iria meter os papéis para receber a reforma da Segurança Social. Mas não ia “desistir”
da Impresa. “Não pensem que deixarei de exercer, diariamente e com a mesma paixão, as minhas funções
de presidente do Grupo Impresa.” Disse-o em 2012. E até hoje mantém o cargo e a paixão diária. Todos os dias
vai trabalhar, ou na sede, ou em Carnaxide, onde está a SIC, ou mesmo em Oeiras, onde está o resto do grupo.
Mas foi ao filho Francisco Pedro que entregou, este ano, a gestão corrente.
TABELA DE CRITÉRIOS
Poder da fortuna
Rede empresarial
Influência política
Influência mediática
Perenidade
BILHETE DE IDENTIDADE
Cargo: Presidente do conselho de administração da Impresa
Naturalidade: Nasceu em Lisboa em 1937 G Formação:
Licenciatura em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade
de Lisboa
G
G
ALEXANDRA MACHADO [email protected]
RAUL VAZ [email protected]
ãotemperdidomuitasbatalhas.Emesmosemfunções executivas de qualquer ordem continua a
ser um poderoso deste
país. Até agora conseguiu que o sinal
abertodetelevisãonãotivessemaiscanais. Mais recentemente, e perante a
inevitabilidade e apressão políticade
haver mais ofertanatelevisão digital
terrestre,garantiuqueoscanaisdaRTP
quevãoparaaplataformagratuitanão
tenhampublicidade.
Mesmosemsernotado,Francisco
Pinto Balsemão aindavai fazendo valerasuaposiçãoeoseupoder.
Eé,porisso,umavozouvidasobre
acomunicação social. Não olhando a
meios na defesa da liberdade de imprensa. Não se coibiu, este ano, de escrevernumarevistadaconcorrência–
Sábado – sobre adeterminação de um
tribunaldeimpedirosórgãosdecomunicação social daCofina(que detém o
Correio daManhã, aSábado, o Jornal
de Negócios) de escreverem sobre a
N
OperaçãoMarquês,quetemnocentro
dainvestigação o ex-primeiro-ministroJoséSócrates.
“Uma democracia não sobrevive
semliberdadedeexpressãoesemliberdade de imprensa”, escreveu narevistaSábado,numtextonoqualcitaThomas Jefferson: “Se tivesse de escolher
entreumGovernosemimprensaeimprensasemGoverno,nãohesitariaem
escolheroúltimo.”
Balsemãojáestevenosdois.Foiprimeiro-ministro e fundador do PPD e
fundouo Expresso e aSIC, órgãos que
integram a Impresa, a “holding” que
tem defendido com unhas e dentes e
onde, este ano, optou por colocar aliderá-laofilhoFranciscoPedro,substituindo Pedro Norton, que não é dafamília.Foi,aliás,essasucessãoquelevou
um antigo aliado – João Rendeiro – a
voltaràcríticaaBalsemão.Nãofoiaprimeiravez, desde que o BPP – no qual
Balsemão chegou asersócio – se desfez e o ex-banqueiro foi acusado. RendeirofalaemmonarquianaImpresa.
JáFrancisco Pedro, um dos filhos
de Balsemão, que estavajánaáreade
recursoshumanosdaImpresa,falou–
quandoassumiualiderança–dodesafio, dizendo que “esta nova etapa basear-se-ánocódigogenéticoquesempreguiouaImpresa:liberdade,liderançaeautonomia”.
São os predicados que Francisco
PintoBalsemãogostadedizerquepautaramasuavida.Primeironalutapolíticapelaliberdade,lutandoantesdo25
deAbrilcontraacensura.“Nalgunsaspectos fulcrais da minha vida, tenho
conseguidoumapercentagemelevada
decoerência.Umdeleséodadefesada
liberdadeemtodasassuasvertentese,
emespecial,adaliberdadedeinformar
e de ser informado.” É essaliberdade
queolevouaescrevernaSábado.Éessa
liberdadequeotemlevado,nosúltimos
tempos, a criticar os agregadores de
conteúdos que, diz, aproveitam-se do
queoutrosproduzemparafazeremdinheiro.ÉnestalutaqueBalsemãotem
depositadoumapartedoseutempode
Continua na página 10
QUINTA-FEIRA
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11 AGO 2016
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PRIMEIRA LINHA
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9
Pedro Elias
10 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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Bruno Simão
#OS MAIS PODEROSOS 2016
#21
Francisco
Pinto
Balsemão
Continuação da página 8
“reformado”. Uma luta contra alguns novos poderes de comunicação, com quem, no entanto, não se
coíbe de fazeracordos comerciais.
Dissoexemploéoacordofeitopela
SIC como Netflix.
Balsemão é, ele próprio, um
adeptodasnovastecnologias.Continuaaleros jornais empapel, mas
também consome informação no
tabletepartilha-aquandoconsiderarelevante.Continuaatentoàstendênciasdojornalismoevai-seinformando, sempre, do que se passalá
porfora. Aestratégiadigital daImpresateve o seu empenho. Mas é a
televisão e o papel que lhe dão poder. E às quais é associado. “Continuo, aliás, aos sábados, prudentemente, atentarnão atendero telefone…”,confessounumdiscursono
qualfaloudeliberdade.
Francisco Pinto Balsemão fará
a1 de Setembro 79 anos. Tem sido
um lutador. Também com luta
manteveoseugruponafamília,derrotandoatentativade“golpedeEstado” porparte daOngoing. Os resultados são outralutapelaqual a
Impresatempassado.Noprimeiro
semestre apresentou um lucro de
1,2milhões...masomercado,vai-se
alertando, não estáfácil. Balsemão
chegou asinalizar umasanhapersecutóriasobre os meios de comunicação. E lutacontraela. Afinal, a
independênciaeconómicagarante
independênciajornalística. “Para
sobreviver e se revigorar, ademocracianecessitademeiosdecomunicaçãosocialforteselivres,comredacções profissionalizadas. Daminha parte não sei estar de outro
modonacomunicaçãosocialelutarei até ao fim pelaliberdade de informareserinformado.” I
INIMIGOS
Rafael Mora
Um dos rostos da Ongoing
que não é indiferente a
Balsemão. O presidente
da Impresa lutou contra a
tentativa da Ongoing
de tomar o poder
na Impresa.
Nuno Vasconcellos
Afilhado de Balsemão,
o “patrão” da Impresa não
lhe perdoa o que
considerou ser uma
traição, quando tentou
tomar o controlo da
Impresa.
Jorge Silva Carvalho
O processo em tribunal
está perto do fim.
Balsemão espera uma
condenação do ex-espião
que, quando esteve em
funções no serviço de
informações nacional, fez
um relatório secreto sobre
a sua vida privada.
João Rendeiro
Desde o fim do BPP, no
qual Balsemão foi accionista, o ex-banqueiro não
tem poupado a Impresa. E
recentemente disse que a
Impresa é uma monarquia,
criticando a escolha de
Francisco Pedro para líder.
Álvaro Sobrinho
O empresário angolano foi
para tribunal pedir uma
indemnização à Impresa
por considerar que o
Expresso o tinha
difamado. Pediu 500 mil
euros. Sobrinho perdeu o
caso.
Luís Nazaré
É o presidente da
plataforma dos media que
faz a defesa da
comunicação social
a uma só voz, como Pinto
Balsemão defendeu.
António Parente
Através da sociedade
Madre tem quase 5% da
Impresa. Está ligado ao
grupo há muitos anos.
Além de ser detentor da SP
Televisão, produtora que
tem garantido audiência à
SIC com as suas novelas.
Ricardo Costa
Já este ano, e depois de
o filho de Balsemão ter
ascendido à liderança da
Impresa, Ricardo Costa
assumiu o cargo de
director-geral de
informação da Impresa,
uma função de peso.
Joaquim Emídio
O jornal ribatejano O Mirante escolheu Balsemão
para a primeira atribuição
de Personalidade do Ano.
Balsemão elogia este
órgão regional, O Mirante,
fundado em 1987.
Pedro Passos Coelho
Foi ao “patrão” da Impresa
que cedeu o lugar (a que
tinha direito como líder da
oposição) no Conselho de
Estado de Marcelo Rebelo
de Sousa, um Presidente
que se tem aproximado de
Balsemão.
Miguel Veiga
Partilham na história
a fundação do PPD.
Nem sempre estiveram
de acordo, mas estiveram
sempre ligados. Miguel
Veiga faz parte do júri do
Prémio Pessoa, atribuído
pelo Expresso.
Artur Santos Silva
É uma ligação de anos de
Pinto Balsemão. O BPI
apoiou muito a Impresa e
os negócios de Balsemão.
E a Impresa até lhe deu
o actual presidente
executivo. Ulrich foi
jornalista do Expresso.
Vasco de Mello
São amigos. Até escreveu o
editorial da revista da José
de Mello Saúde, em 2015,
quando fez 70 anos da CUF.
E disse de Vasco de Mello
que “soube dar continuidade em tempos muito
difíceis à obra do seu pai”.
Mário Soares
“Um grande e bom amigo”
Foi assim que Balsemão se
dirigiu a Mário Soares na
recente homenagem feita
ao ex-Presidente. Nem
sempre concordando
politicamente, mantêm
encontros frequentes.
Miguel Albuquerque
O presidente do Governo
regional da Madeira,
do PSD, é amigo
de Balsemão, partilham
até acontecimentos
sociais e são visita
de casa.
ALIADOS
Durão Barroso
Passou ao ex-primeiro-ministro e ex-presidente
da Comissão Europeia
a representação nacional
de Bilderberg.
Luís Filipe Castro Mendes
O ministro da Cultura, que
tem a tutela dos media,
já garantiu que os dois
canais da RTP que vão
entrar na televisão digital
terrestre não terão
publicidade. Música para
os ouvidos de Balsemão.
AMIGOS
José Manuel
Galvão Teles
Já é um habitual na
galeria de amigos de
Balsemão. É também
neste advogado que
confia os casos jurídicos
que se vê envolvido, como
o que o opôs à Ongoing.
André Gonçalves Pereira
Balsemão continua a ser
um grande amigo daquele
que foi seu ministro dos
Negócios Estrangeiros.
“Foi sempre uma relação
entre iguais”, disse
em tempos. Moram perto
na Quinta da Marinha.
QUINTA-FEIRA
“
São também
tempos de
grande ruído
e confusão,
na net e nas
redes sociais,
que não pode,
nunca, deixar-se
confundir com
a informação
propriamente
dita, produzida
por jornalistas.
CLASSIFICAÇÃO
2015
1.º
2.º Mário Draghi
2.º
3.º
4.º Alex. Soares dos Santos
5.º Pedro Queiroz Pereira
4.º
5.º
6.º Maria Luís Albuquerque
6.º
7.º José Eduardo dos Santos
7.º
8.º
8.º António Horta Osório
9.º Isabel dos Santos
10.º Patrick Drahi
9.º
10.º
11.º José Luís Arnaut
11.º
12.º António Vitorino
12.º
13º
13.º Carlos Alexandre
14.º Xi Jinping
15.º Américo Amorim
16.º Armando Pereira
As empresas
ditas clássicas
ou tradicionais
de comunicação
social estão
enfraquecidas
(...) pela queda
abissal do
investimento
publicitário (...)
e pelo uso e
abuso que os
agregadores fazem dos nossos
conteúdos.
16.º
17.º
18.º António Lobo Xavier
18.º
19.º Pinto Balsemão
19.º
20.º
20.º Paulo Fernandes
21.º Luís Marques Mendes
DESCE 2 POSIÇÕES
22.º Miguel Relvas
21.º Francisco Pinto Balsemão
22.º Artur Santos Silva
23.º Artur Santos Silva
23.º António Lobo Xavier
DESCE 5 POSIÇÕES
24.º Proença de Carvalho
24.º Daniel Proença de Carvalho
25.º José Eduardo dos Santos
25.º Carlos Costa
26.º Jorge Rosário Teixeira
27.º João Vieira de Almeida
28.º José Miguel Júdice
26.º Paulo Portas
27.º Lu Chun
SOBE 1 POSIÇÃO
MANTÉM
DESCE 18 POSIÇÕES
DESCE 9 POSIÇÕES
NOVA ENTRADA
29.º Nuno Amado
28.º Diogo Lacerda Machado
29.º Carlos Costa
30.º Guo Guangchang
30.º Pedro Passos Coelho
31.º Manuel Vicente
31.º João Vieira de Almeida
32.º José Miguel Júdice
DESCE 4 POSIÇÕES
SOBE 14 POSIÇÕES
DESCE 5 POSIÇÕES
32.º António Mexia
33.º Cavaco Silva
NOVA ENTRADA
DESCE 4 POSIÇÕES
DESCE 27 POSIÇÕES
DESCE 4 POSIÇÕES
Dificultar
ou enfraquecer
as empresas
é abrir caminho
à perda da
liberdade de
imprensa. Mais
do que isso: é
um rude golpe
na democracia.
34.ºVasco de Mello
33.º Fernando Ulrich
34.º Nuno Amado
35.º António Costa
35.º Paulo Azevedo
SOBE 10 POSIÇÕES
36.º Carlos Silva
36.º Pedro Soares dos Santos
37.º António Vieira Monteiro
SOBE 10 POSIÇÕES
38.º Carlos Silva
39.º Catarina Martins
DESCE 2 POSIÇÕES
FRANCISCO PINTO BALSEMÃO
Presidente não executivo
da Impresa
45.º Paulo Azevedo
37.º Álvaro Sobrinho
38.º Dionísio Pestana
39.º António Pires de Lima
40.º Humberto Pedrosa
SOBE 7 POSIÇÕES
NOVA ENTRADA
40.º António Domingues
41.º Francisco Louçã
NOVA ENTRADA
41.º Sérgio Monteiro
42.º Belmiro de Azevedo
42.º Jerónimo de Sousa
NOVA ENTRADA
43.º Luís Filipe Vieira
43.º António Mota
44.º Vasco de Mello
44.º António Vieira Monteiro
46.º Pedro Soares dos Santos
47.º Fernando Ulrich
48.º Isabel Vaz
45.º Dionísio Pestana
46.º Octávio Ribeiro
47.º
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PRIMEIRA LINHA
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11
VEJA
AMANHÃ
14.º
15.º
17.º Paulo Portas
11 AGO 2016
#
CLASSIFICAÇÃO
2016
1.º Angela Merkel
3.º Pedro Passos Coelho
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Jorge Mendes
49.º
António Melo Pires
48.º Ricardo Costa
49.º Luís Filipe Vieira
50.º
Miguel Almeida
50.º Joana Marques Vidal
REENTRADA
REENTRADA
DESCE 10 POSIÇÕES
DESCE 7 POSIÇÕES
NOVA ENTRADA
NOVA ENTRADA
NOVA ENTRADA
DESCE 6 POSIÇÕES
NOVA ENTRADA
A lista dos Poderosos
segue amanhã com
dois empresários.
Um estrangeiro,
outro português.
Em comum pouco têm
e até pouco se têm
cruzado nas suas vidas
empresariais.
Um é um poderoso
industrial e empresário
dos media. O outro
poderoso tem também
interesse no sector das
telecomunicações e na
banca. Mas a sua
principal atenção,
agora, são os
petróleos.
Serão amanhã
conhecidos os 20.º e o
19.º Mais Poderosos,
depois de Artur Santos
Silva e Francisco Pinto
Balsemão terem
assumido,
respectivamente,
a 22.ª e a 21.ª posições.
“
12 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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PRIMEIRA LINHA ARRANQUE DA LIGA DE FUTEBOL
FUTEBOL
Sporting
tem o plantel
mais valioso
da liga
O 11 mais valioso
da liga portuguesa
O Sporting é o clube que coloca mais elementos no 11 mais valioso da liga portuguesa, segundo os dados do site especializado Transfermarkt. Tem cinco jogadores. Benfica e FC Porto
têm três futebolistas representados nesta selecção.
A valorização de jogadores que conquistaram o Euro ajuda
o Sporting a ter o plantel com maior valor de mercado em
Portugal. A liga nacional é a sexta mais valiosa da Europa.
RUI BARROSO
[email protected]
Slimani(22milhões),eoextremo
portistaBrahimi(20milhões).
Benfica e Porto
longe de máximos
liga está perto do
apito inicial. E
em valor de mercado do plantel o
Sporting leva
vantagemparaestatemporada.
Vale 209,65 milhões de euros,
segundo dados do Transfermarkt, que divulga estimativas
sobre os valores dos jogadores.
Desdefinalde2010,dataemque
ositeespecializadodisponibiliza os primeiros dados, que o
plantel do Sporting não tinha
umaavaliação tão elevada.
Uma das explicações para a
liderançado Sportingnestalista é a valorização de alguns dos
jogadores que conquistaram o
Euro 2016. O trio do meio campodaequipadeJorgeJesus,está
na lista dos cinco mais valiosos
daligaportuguesa.
WilliamCarvalhoeJoãoMário,quetêmsido cobiçadosneste
defeso, são os que têm umamelhoravaliação, de 30 milhões de
euros. JáAdrienSilvatemumvalordemercadode20milhões.No
top cinco aindaestáoutro atleta
daformaçãoverdeebranca,Islam
A
Aformação verde e brancaé
aúnicadaligaemque o valorde
mercado estimado supera actualmente afasquiade 200 milhões de euros. Os plantéis do
Benficae do Porto estão equilibradosemtermosdevalor,com
uma ligeira vantagem para a
equipa da Luz. Os encarnados
valem 193,15 milhões e os azuis
ebrancos191,9milhõesdeeuros.
O plantel do Benfica já chegou a estar avaliado em mais de
230milhõesdeeurosnoinícioda
temporadade2013/2014,segundoosdadoshistóricosdoTransfermarkt,alturaemqueaindatinha craques como Nico Gaitán,
Rodrigo, Garaye Markovic. Actualmenteajóiadacoroadaequi-
O Benfica
e o FC Porto
têm plantéis
avaliados
em cerca
de 190 milhões
de euros.
pa é Salvio, avaliado em 15 milhõesdeeuros.Mastemdesvalorizado,jáquechegouaseravaliado em22 milhões de euros.
Jáoplanteldosazuisebrancos chegou a estar avaliado em
maisde250milhõesdeeurosno
início da temporada de
2012/2013, altura em que tinha
nas suas fileiras estrelas como
JamesRodríguez,JacksonMartínez e Fernando.
Foradostrêsgrandesoplantel mais valioso é o do Sporting
de Braga: 62,65 milhões de euros. Grande parte desse montante é alcançado à custa de
apenas um jogador. Rafa Silva,extremoquetemsidodisputado por Benfica e Porto,
estáavaliado em 15 milhões
de euros.
De referirque estes valores são apenas estimativas, sendo que o realvalor
dos jogadores é feito pelo
mercado. Algumas das
estimativasdaTransfermarkt podem diferir do
valorpeloqualospasses
dos jogadores são vendidos. As estimativas
sãofeitascombaseem
dados sobre o desempenho , a
experiência internacional e o
potencial dos futebolistas e em
opiniões de especialistas do
mundo do futebol. I
Sport Lisboa e Benfica
Sporting Clube de Portugal
Futebol Clube do Porto
QUINTA-FEIRA
Liga portuguesa é a
sexta mais valiosa
A liga portuguesa tem sido ao longo dos últimos anos um mercado
abastecedorde talentos dos maiores campeonatos do Velho Continente. Apesar da ausência de
músculo financeiro dos clubes
portugueses e das sucessivas saídas de jogadores de qualidade, o
valor de mercado da liga portuguesa é o sexto mais elevado da
Europa. No total, os futebolistas
dos 18 clubes da competição estão avaliados em 897,55 milhões
de euros. Sem grande surpresa os
mais valiosos estão em Inglaterra, com os plantéis que integram
a Premier League a estarem avaliados num total de 4,84 mil milhões de euros, segundo o Transfermarkt. Segue-se Espanha (3,5
mil milhões de euros), Itália (2,62
mil milhões), Alemanha (2,43 mil
milhões) e França (1,54 mil milhões). Portugal vem logo a seguir,
tendo como principal concorrente a liga turca, em que os plantéis
estão avaliados em 842,23 milhões de euros. Seguem-se Rússia,
Holanda e Bélgica.
As pérolas fora
dos três grandes
Os plantéis dos três grandes têm
as maiores jóias da coroa da liga
portuguesa e há apenas um
“outsider” no top dez dos mais
valiosos. Rafa, o extremo do
Sporting de Braga, é o nono mais
valioso do futebol português,
com uma estimativa de 15 milhões de euros, segundo os dados
do TransferMarkt. Além deste internacional português, há apenas
mais um jogador fora dos três
grandes a integrar o lote dos 50
mais valiosos. Trata-se de Hassan, o artilheiro dos bracarenses,
que tem um valor de mercado de
4,5 milhões de euros, o 49º mais
valioso do campeonato português. Excluindo futebolistas de
Sporting, Benfica, FC Porto e
Sporting de Braga, os mais valiosos são Salvador Agra, do Nacional da Madeira e que está actualmente a representar a selecção
olímpica, e Miguel Rosa, do Belenenses. Estão avaliados, respectivamente, em três milhões e 2,75
milhões de euros.
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11 AGO 2016
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PRIMEIRA LINHA
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13
Altice “exporta”
jogos das equipas
portuguesas
A dona da Meo comprou os direitos de transmissão do campeonato
português para vários mercados. E vai ser a distribuidora exclusiva dos
jogos do Benfica em França, Bélgica, Suíça, Luxemburgo e África Subsariana.
A Alticecomprouosdireitosde
transmissão dos jogos da liga
portuguesa de futebol para alguns dos mercados onde está
presente. Incluindo os jogos do
Benficaem casa.
AdonadaMeovaiemitirem
directo entre duas a seis partidas porjornadadaLigaNos em
directo nos canais franceses de
desporto SFR Sport1 e SFR
Sport2, estações que estão incluídasnospacotesdaoperadoraem França.
EsteacordocomaSportTV,
que detém os direitos de transmissão da Liga Nos à excepção
dosjogosemcasadoBenfica,garante àAltice atransmissão exclusivados jogos do campeonato português em França, Bélgica, Suíçae Luxemburgo.
O primeiro jogo que a dona
daMeovai“exportar”seráoRio
Ave-FCPorto,jánasexta-feira,
data do pontapé de saída da
nova época. O jogo Sporting –
Marítimo, no sábado, também
terátransmissão em directo na
SFRSport2, canal que também
vaitransmitirosjogosdaligainglesaem França.
Mas as compras da Altice
nestecamponãoficamporaqui.
O grupo fundado por Patrick
Drahi vai ser o distribuidor exclusivo da BTV em vários mercados onde está presente, nomeadamenteemFrança,Bélgica, Suíça, Luxemburgo e também naÁfricaSubsariana.
Naprática, este acordo com
a BTV, que agora é distribuída
pelaNos,vaipermitirqueogrupotransmitaosjogosemcasado
Benfica nos canais de desporto
SFRnos referidos mercados.
Osvaloresdosacordosentre
a SFR, a Sport TV e a BTV não
são conhecidos.
O primeiro jogo dos ‘encarnados’ no estádio da Luz que a
Altice vai transmitir será o embate contra o Setúbal, no dia 21
de Setembro, naSFRSport 1.
Ointeressedogrupofrancês
pelo futebol nacional começou
nofinaldoanopassado,quando
a dona do Meo começou a sondar vários clubes para comprar
os direitos de transmissão dos
jogos.Oprimeiroclubeafechar
acordo com a Altice foi o FC
Porto, seguindo-se depois o
Boavista, Vitóriade Guimarães
e o Rio Ave.
Estes direitos terão de ser
partilhados com as rivais, no
âmbito do acordo assinado entre aMeo, aNos, aVodafone e a
Cabovisão para a partilha de
conteúdos desportivos. I
SARA RIBEIRO
O acordo prevê
a transmissão
de um máximo
de seis jogos
por jornada
em directo.
TOME NOTA
Onde vão ser transmitidos os jogos?
SPORT TV GARANTE
MAIORIA DOS JOGOS
JOGOS EM CASA
DO BENFICA NA BTV
LIGAS INTERNACIONAIS
NA SPORT TV
Apesar da guerra pelos conteúdos
desportivos entre as operadoras de
telecomunicações, este ano a Sport
TV vai continuar a emitir quase a
totalidade dos jogos do campeonato nacional. Como o canal anunciou
recentemente, vai transmitir 289
partidas em directo, mais 84 do
que na época anterior. De fora da
lista da Sport TV ficam os jogos em
casa do Benfica.
A compra dos direitos televisivos
dos jogos em casa do Benfica e da
distribuição da BTV pela Nos gerou
algumas incertezas em relação à
transmissão das partidas na Luz.
Só no final de Maio é que a operadora, que também é accionista da
Sport TV, anunciou que ia manter
a transmissão dos jogos em casa
dos encarnados na BTV durante
esta época.
Ao contrário dos jogos em casa do
Benfica, a Nos optou por encerrar
a BTV2 e passar os jogos das ligas
italianas e francesa para a Sport
TV. Aliás, o canal de desporto “premium” aproveitou para lançar um
novo pacote para a transmissão de
jogos de ligas internacionais que
vai incluir conteúdos das ligas inglesa, espanhola e ainda jogos da
Champions e Liga Europa.
14 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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PRIMEIRA LINHA ARRANQUE DA LIGA DE FUTEBOL
ARTUR SOARES DIAS ÁRBITRO DE FUTEBOL
“Os árbitros são mais
competentes que os jogadores”
O melhor árbitro da época passada encara os erros “com naturalidade”, opõe-se
à divulgação da avaliação de desempenho e avisa que a gestão das carreiras tem
de ser “mais eficaz” para a arbitragem portuguesa voltar aos grandes palcos.
ANTÓNIO LARGUESA
[email protected]
A
rturSoares Dias acabouaLiga2015/2016
no topo daclassificação, após apitar quatro“clássicos”efinaldaTaça.Oexgestor admite que se apercebe de
erros durante o jogo, valorizando
aflexibilidadeparavoltaradecidir
comamesmacapacidadeemocional com que entrou no relvado.
Foi o melhor árbitro na última
época. Onde esteve o segredo?
Em qualquer função, quando
atingimos o topo de uma classificação tem de ser forçosamente
pelo trabalho. E, como é lógico,
[depende] sempre [de] uma boa
oportunidade parao mostrarmos
e termos um bom desempenho.
Antes do último Porto-Sporting avisou: “somos humanos,
vamos errar”. Porque têm de
fazer tanta prova dos erros?
O erro faz parte do homem e
encarocomnaturalidadealgumas
decisõesmenosbemconseguidas.
Os árbitros não têmpossibilidade
de adiar uma decisão e têm de estar constantemente disponíveis
para se adaptarem a circunstânciasdiferentes:sejaàchuva,aorelvado que ficamolhado, aumjogador que entra ou sai. Quando há
umadecisãomenosbemconseguida,temosdenosremontarparatomar outras num curto espaço de
tempoecomamesmacapacidade
emocional com que entrámos no
jogo.Estaflexibilidadeéessencial.
Não há condicionamento para
o resto do jogo?
É um dos aspectos que trabalhamosnaperspectivaemocional.
Osgestorespodemtomarumadecisão e depois fazer o “follow-up”
para ajustá-la às realidades que
surgem. Eunão tenho capacidade
de ajustar nada. Tomo a decisão e
estátomada.Mesmoquemeaperceba que não foi a melhor, tenho
decontinuaraexercerafunçãona
plenitudedasminhascapacidades
epensar:“OK,nãovoufalharmais
nenhuma”.Algumasvezesdápara
nos apercebermos [do erro] pelas
reacções naturais, quesãoas mais
verdadeiras,doselementosdaminhaequipae até dos jogadores.
Como avalia a qualidade dos
árbitros portugueses? Não esteve nenhum no Euro 2016...
Éumfacto,masfoiumconjunto de circunstâncias que não voltarãoaocorrer.Nãotemavercom
a qualidade dos recursos humanos,seguramente.Osnossosárbitros são bons e estarão nas próximas grandes competições, como
[estiveram]PedroProença,Olegário Benquerença, até Vítor PereiraouLucílioBaptista.Somosbons,
já temos escola – embora possamosmaximizá-la–massouambicioso. Hásempre algo amelhorar.
E que papel tem aía avaliação
do desempenho?
É levadaasério, é daí que sai o
ranking dos árbitros. As carreiras
deviam ser trabalhadas de forma
maiseficazparatermosportugueses em todos os Europeus e Mundiais. Aavaliação de desempenho
deviasertratadacommaiorcuidadoedetalheporquevaidarorigem
aumagestãodecarreirase,porsua
vez, o acesso aos grandes palcos.
Não vê vantagens em torná-la
pública, como defende a FPF?
A arbitragem está envolvida
num espectáculo que é público e
envolve milhões de pessoas. Não
obstante, o mais relevante é que a
avaliação de desempenho diz respeito ao avaliador e avaliado. Não
vejorazãoparapublicitar[anota].
Por que carga de água querem saber se fui ou não bem avaliado? O
processo tem o objectivo claro da
melhoriadodesempenhonumfuturoexercício.Orestoécuriosidade mórbidade saber se foi penalizado ou se foi bem analisado.
Mas os clubes também estiverem envolvidos nesse desempenho que está a ser avaliado.
Acomunicação deve ser aberta–envolvendojogadores,treina-
“Erro do árbitro é maximizado.
Esta indústria seria melhor se
cada um se preocupasse em
melhorar a taxa de eficiência.”
“Por que carga de água querem
saber se fui bem avaliado?”
dores, árbitros, comunicação social –, mas até ao ponto em que é
relevanteparaoprocesso.Osjogadores tambémtêmumaavaliação
que não é pública, mas acaba por
sernotadaaoseremounãoconvocados [para o jogo seguinte]. Neste caso, o facto de terapitado quatro clássicos significaque, àpartida, as actuações foram boas porque deram origem às seguintes.
Em 2015, na final da Taça, esteve um árbitro, Marco Ferreira, que desceu de divisão…
Pois. [pausa] Aí é umaquestão
pura e dura de recursos humanos
e umagestão de desempenho que
teráde seravaliada.
A arbitragem não ajuda à turbulência nesta indústria?
É turbulenta por causa de todosos“players”.Étudoumaquestão de mensurar. Há estudos que
comparam a taxa de eficiência de
jogadores e árbitros natomadade
decisão. As pessoas ficariam admiradas por [verem que] os árbitros são mais competentes do que
osprópriosjogadores.Odeixarjogar, assinalar lançamento ou falta, exibircartão amarelo, são tudo
decisões num jogo. Contabilizadasemrelaçãoàsduasoutrêsmenos boas, apercentagem[de erro]
é reduzida. Se uma equipa chuta
seis vezes à baliza e não marca
golo,aeficiêncianãodevesermuito boa. É sempre mais maximizado o erro [do árbitro] para esconder outros.
…
Nãosevêemárbitrosaalimentar polémicas, a apontar defeitos
ouerrosoufalhasdasequipas,mas
o inverso vê-se muito. Se cadaum
sepreocupasseemmelhorarasua
taxa de eficiência, seguramente
iríamosterumaindústriamelhor.
Por que resistem à tecnologia?
Detodo.Osárbitrostêmadoptadoalgumas.Hábandeiras“bip”,
equipamento áudio, agorao sistemaparasaberseabolaentranabaliza, relógios comlocalização GPS
parasaberseéomelhorlocalpara
decidirfaceàsuacapacidadeanaeróbicae aeróbica. Não vejo outros
“players”comtantaaberturapara
melhorar,defacto,adecisão.Ovídeo-árbitro?Podeajudar,masnão
está ali a solução para os problemastodos.Sefalharmosumpénaltiporjogojáémuitíssimo.Maspor
quesefocanesselance,muitasvezesatédiscutível,enãonovolume
degolosfalhadospelasequipas? I
QUINTA-FEIRA
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11 AGO 2016
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PRIMEIRA LINHA
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15
Paulo Duarte
“Dá para nos apercebermos
de erros pelas reacções
naturais dos jogadores, que
são as mais verdadeiras.”
“Sou acompanhado por um
psicólogo para trabalhar
toda a área emocional.”
Liderar e decidir: as
lições da arbitragem
à gestão de empresas
PERFIL
Gestor apaixonou-se na Luz
Artur Soares Dias, 37 anos, é natural de Massarelos, no Porto. Licenciado em Gestão de Recursos Humanos no ISLA e com MBA na Lusíada, iniciou a carreira na fábrica da Faurecia, em São João da Madeira, tendo
depois chefiado os RH da antiga Portucel (actual Europac), em Viana do
Castelo. Antes de se tornar profissional da arbitragem, em 2012, trabalhava na multinacional de telecomunicações Transcom. Filho do antigo
árbitro Manuel Soares Dias, decidiu seguir-lhe as pisadas quando, aos
16 anos, o acompanhou num jogo que apitou naLuz e ficou cativado com
“a moldura humana e emoções que existem num estádio”. No ano seguinte ignorou os conselhos do pai, que se retirou nesse ano (1996), e
começou a arbitrar. Aproveita os tempos livres para estar com a família
– tem dois filhos – e viajar. O último destino de férias foi Tailândia.
Artur Soares Dias considera
que a arbitragem pode “ensinarmuito” àgestão de empresas,apontandoaliderançados
recursos humanos – sobretudo a mediação de conflitos – e
acapacidade de tomadade decisão como as áreas mais relevantesnocampodefutebolou
no gabinete daadministração.
“Emborasejambonstecnicamenteetenhampreparação
académica, alguns gestores
têm uma fraca componente
pessoal,nagestãodaspessoas.
Enós,duranteojogo,temosde
gerir a nossa equipa mas também outros 22, para que cheguem ao final dos 90 minutos
ajogaràbolade formacorrecta– e de preferênciasem [cartões] amarelos e expulsões”,
apontao árbitro portuense.
Acapacidade de decisão (e
o “timing” em que é tomada) é
outro aspecto frisado porSoaresDias,quequestiona“quantasvezesalgumasdecisõespecamportardiasporquenãohá
coragem nem capacidade de
decisão”. E se numa empresa,
por regra, o executivo dispõe
dealgumatranquilidade,num
estádio decide-se quase sempresobpressão.“Fazemostrabalhoespecíficoparaestarmos
concentrados, atentos e nive-
lados paratomaramelhordecisão, independentemente do
ruído àvolta”, acrescenta.
Profissionaldaarbitragem
desde2012,SoaresDiasfezantes carreiranadirecção de Recursos Humanos, com passagenspelaFaurecia,pelaactual
Europac Viana – onde liderou
310 trabalhadores e tinha um
orçamento de 11,6 milhões de
euros – e pelaTranscom. Trocou o fato e agravatapelaroupa mais desportiva, mas mantiveram-se os desafios daliderançadeequipas(sóasuapode
chegar às seis pessoas), da delegaçãoderesponsabilidadese
dagestãodeconflitos,ansiedades, tensões e pressões.
Acomponentefísica,ainstrução técnica e a preparação
mental são “as bases” de um
bomárbitrodefutebol.Etodos
têmváriosprofissionaisqueos
acompanham. Desde o preparadorfísicoetécnico,aonutricionistaeatéaumpsicólogo.O
de Soares Dias segue-o desde
quesubiuàprimeiracategoria
e é com ele que “trabalha toda
a área emocional e comportamental”. “Somos medidos por
detalheseessesdetalheséque
vãofazeradiferençaduranteo
jogo”, adverte. I
ANTÓNIO LARGUESA
ARBITRAGEM
Falta de mística
e prestação
de contas
Emborao respeito sejaigual portodos
os jogadores, os jogos “grandes” exigem preparação distinta. Forade campo, o árbitro aponta o muito caminho
para fazer ao nível da comunicação e
da uniformização dos critérios.
“PREPARAÇÃO DIFERENTE”
NOS GRANDES JOGOS
Embora diga que “os jogos são todos
iguais”, Artur Soares Dias não esconde que “os factores externos que rodeiam um clássico não são os mesmos
de um jogo da segunda liga”. O árbitro que na última época apitou quatros jogos entre os grandes – “quero
o quinto, quero o sexto”, ambiciona
–, diz que estas partidas obrigam a
“uma preparação diferente”, dada a
envolvente mediática e a pressão. E
como é voltar na semana seguinte a
um estádio mais pequeno? “Se tivemos a responsabilidade de actuar
num clássico, a seguir temos a responsabilidade de fazer um trabalho
igual ou melhor, pois esses jogadores
também são importantes para nós”.
COMUNICAÇÃO MAIS
ABERTA E TRANSPARENTE
O melhor árbitro português da actualidade defende que o presidente do
Conselho de Arbitragem da FPF “deve
abrir a arbitragem de modo a que seja
mais transparente”, o que pode significar uma comunicação mais aberta
e periódica sobre a prestação dos árbitros. Soares Dias diz que “é tudo
possível de ser equacionado” e que
José Fontelas Gomes, que sucedeu a
Vítor Pereira, “já mostrou que faz
bons trabalhos nesta matéria”, estando “seguro que vai continuar a fazer”.
MELHORAR A CULTURA
E ESCOLA DE ARBITRAGEM
A cultura corporativa na arbitragem
portuguesa “devia ser mais trabalhada” e a chamada mística, que envolve os comportamentos que identificam determinado grupo, “fica aquém
do que devia”. “Devíamos desenvolveruma escola de arbitragem, no sentido do modo de actuação, para que
não fosse tão díspar. E para que os
adeptos e a própria comunicação social conseguissem saber com o que
podem contar”, acrescentou Artur
Soares Dias.
16 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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ECONOMIA
INCÊNDIOS
Terrenos por limpar
foram fatais no Funchal
Não foram só as altas temperaturas associadas aos ventos fortes as responsáveis pela
chegada das chamas ao centro do Funchal. A existência de muitos terrenos e edifícios
abandonados e por limpar foram o combustível para o fogo que destruiu dezenas de casas.
As chamas da
Madeira vistas
do espaço
As densas colunas de
fumo eram já um bom indicador da dimensão dos
incêndios que assolam a
Madeira. Mas as imagens
captadas pelos satélites
da NASA impressionam.
São visíveis pelo menos
quatro focos de incêndio
diferentes: dois sobre o
Funchal, outros dois na
Calheta e na Ponta do Sol.
As imagens foram captadas esta quarta-feira de
manhã e também mostram a enorme quantidade de fumo que o vento
levou para o oceano.
Fotografia: NASA Worldview
BRUNO SIMÕES
[email protected]
incêndio que destruiu vários imóveis no centro do
Funchal,provocou
trêsmortosedesalojou mais de mil pessoas surpreendeu toda a gente pela sua
magnitude,masnosanosmaisrecentes não é a primeira vez que a
cidade é assolada pelas chamas.
Destavez, houve umaconjugação
de factores climatéricos – temperaturas historicamente altas, bai-
O
xahumidade e ventos fortes – que
provocaramapropagaçãodaschamas. Porém, o fogo só chegou ao
centro do Funchal porque se foi
alimentando de vários terrenos
abandonados e de zonas de mato
junto àcidade.
É essa a convicção de Elísio
Sousa, presidente da Associação
Insular de Geografia. “Quase até
ao centro do Funchal existem pequenas bolsas de terreno em que
não existe construção”, explicaao
Negócios. Nessas bolsas existem
“terrenos agrícolas, encostas com
mato, que até aos anos 1970 eram
cultivadas, mas entretanto foram
abandonadas”. Como o vento estava muito forte houve “faúlhas
quecaíramnessazonaeaumenta-
ram de formadramáticaadimensão do incêndio”.
A magnitude do incêndio “é
inédita, mas o fenómeno não é
novo”efoipotenciadoporummodelo de “organização do território
que é bastante disperso”, em que
“terrenos agrícolas, zonas de florestaehabitaçõesexistememconjunto”.
OgeógrafoRaimundoQuintal
também responsabiliza o que designade“zonaspromíscuas”,onde
existe “muitadensidade de populaçãoemuitomatoeárvorescomo
eucaliptos e acácias”, nas zonas
mais altas do Funchal. O incêndio
começou às 15:30 de segunda-feira, na freguesia de São Roque,
numa dessas zonas altas da cida-
de.Naterça-feiraaofinaldodia,as
chamas foram descendo e chegaram àcidade.
“O fogo surgiu à cota de
500/600metrosdealtitude,onde
há imensa vegetação seca e que já
é muito perto dazonaemque vive
imensa gente. Depois desenvolveu-sedevidoaosventosviolentos
e àhumidade baixíssima. Pelo caminho,encontroumato”deterrenosabandonadosquenãosãolimpos pelas mais diversas razões, algumasdelasrisíveis.“Ouporqueo
primo estáemigrado, ouporque o
vizinho não quer limpar”, lamentaRaimundo Quintal.
As faúlhas também encontraram “edifícios devolutos, alguns
delespropriedadedoGovernoRe-
gional, que estavam cheios de
combustível” e que arderam.
Jaime MartaSoares, presidentedaLigadosBombeirosPortugueses,dizquenaMadeira“existeuma
faltadeplaneamentourbanísticoe
de ordenamento florestal”, o que
levaaqueexistam“pequenosespaços de terreno que não são limpos,
que estão cheios de feno e de outra
vegetação”queajudamauma“propagação louca” das chamas.
Ao final do dia, persistiam no
Funchal dois incêndios consideradoscomplicados,naszonasdasCarreiras e do Parque Ecológico, que
mobilizavam170efectivosdediversas corporações. O incêndio naCalhetatambémlavrava,mobilizando
meiacentenadebombeiros. I
QUINTA-FEIRA
Horas tensas
na Ilha
Foram horas aflitivas as que os habitantes do Funchal viveram na noite de
terça e madrugada de quarta-feira.
Segue um curto resumo.
08.08 - 15H30
TUDO COMEÇA
EM SÃO ROQUE
O incêndio deflagra na segunda-feira
na freguesia de São Roque.
09.08 - 19H
COSTA ANUNCIA
FORÇA ESPECIAL
Terça, ao final do dia, o primeiro-ministro anuncia, na sede da Autoridade Nacional da Proteção Civil, o envio
de uma força de especial para combater os fogos na Madeira. A força especial junta bombeiros, GNR e INEM.
09.08 - 21H36
FOGO CHEGA À CIDADE
O vento forte e as elevadas temperaturas fizeram com que o fogo que lavrava nas zonas altas do concelho do
Funchal descesse até ao centro da cidade. Pouco depois há edifícios devolutos a arder.
09.08 - 22H45
PRESIDENTE DA MADEIRA
ADMITE DIFICULDADES
O presidente do Governo Regional da
Madeira, Miguel Albuquerque, admite que a situação é “complicada” devido às “múltiplas e variadas” frentes de fogo, que chegou à baixa da cidade.
09.08 - 23H30
NOVOS REFORÇOS
ENVIADOS PARA FUNCHAL
O gabinete de António Costa anuncia
que mais duas equipas de combate
aos incêndios partirão durante a madrugada para o Funchal, totalizando
110 elementos.
10.08 - 08H30
TRÊS MORTOS
CONFIRMADOS
Governo Regional da Madeira confirma a morte de três pessoas na sequência dos incêndios que deflagraram no concelho do Funchal. Uma
pessoa estava desaparecida.
11 AGO 2016
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ECONOMIA
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17
Uma normalidade
aparente para que
o motor da ilha não pare
Cinco mil
bombeiros
a combater
as chamas
O turismo é o motor económico. É preciso levar ao mundo
a mensagem de que Madeira está a regressar ao habitual. Há
esforço colectivo. Mas também turistas que não querem voltar.
Ao final desta quarta-feira, eram
quase cinco mil os bombeiros que
estavamnoterrenoacombater172
incêndios em território continental, de acordo com dados daAutoridadeNacionaldeProtecçãoCivil
(ANPC). Aestes juntavam-se aindamais de 200 bombeiros acombaterosincêndiosqueaindalavravam na ilha da Madeira, em especialno Funchale naCalheta.
Namesmaaltura, e apenas no
continente, eram 13 os incêndios
queaANPCconsideravamaisgraves(caracterizadosdeocorrências
importantes), que mobilizavam
cerca de dois mil bombeiros, segundo a Lusa, nos distritos de
Aveiro,Porto,Viseu,Leiria,Viana
do Castelo e Braga.
O incêndio no concelho de
Águeda, no distrito de Aveiro, tinhaquatro frentes activas. No local, numazonaflorestal, estavam
332 operacionais, apoiados por
108meiosterrestresetrêsaéreos.
DeacordocomaANPC,ofogo,
que teve início na madrugada de
segunda-feira,jáchegouaserconsiderado dominado.
NoconcelhodeGondomar,no
distrito do Porto, reacendeu-se
um incêndio numa zona de mato
queteveinícionasegunda-feiraàs
14:55. No combate às chamas estavam223elementos,64veículos
e um meio aéreo.
Em Viseu, contabilizava-se a
reactivação de umfogo que deflagrou na segunda-feira, cerca das
11:15, num povoamento florestal,
que tinha já mobilizado 125 operacionais, 33 viaturas e um meio
aéreo.
OincêndioemCastanheirade
Pêra, no distrito de Leiria, contavacom216operacionais,69meios
terrestresedoisaéreosnocombate às chamas, que lavravamnuma
áreaflorestal.
Jáo incêndio ruralque decorrianoconcelhodeArouca,nodistrito de Aveiro, estava a ser combatidopor180elementose57veículos. As chamas consumiam um
povoamento florestal desde segunda-feira. I BS/LUSA
JeanPalkaapanhouestaquarta-feira,10deAgosto,oaviãoda
Transavia das 17:05 no Funchal. Regressou acasa. Menos
de24horasantes,ofrancêsde
27 anos lidavacom as chamas
quedevastaramohoteldecincoestrelasChoupanaHills.
“Sembombeiros,sempolícia, sem ajuda, sem plano de
evacuação. Tivemos de fugir
daschamasporcontaprópria”,
contaao Negócios pelo Twitter. O turistadiz terpassado a
noitenosbancosdoaeroporto
do Funchal e criticaafaltade
meiosaéreosnocombateaoincêndio. “Não vamos voltar à
Madeira.Vimoschamasdotamanho de edifícios. Achávamosqueíamosmorrer,asfixiadospelofumo”,recorda.
É um relato que destoada
posiçãotomadapelosectorturísticomadeirense.“Normalidade”(ouumregressogradual
a isso) é a palavra que todos
usamagora. O Governo regional asseguraque os turistas já
voltaram às unidades de onde
tinhamsido evacuados, sendo
exemplooCastanheiroBoutique Hotel. Foram desaconselhadasasactividadesnaserrae
encerrados, por precaução, o
JardimBotânicoeoteleférico.
“ÉseguroviajarparaaMadeira. Apesardas dificuldades
tende para a normalização”,
apontaBernardoTrindade,administrador do grupo Porto
Bay.Oaindarepresentanteda
AssociaçãodaHotelariaPortuguesanaregião deixaum apelo para que se divulgue uma
imagemdaMadeiraavoltarao
seuhabitual.Trindadelembra
que os hotéis – mesmo com
ocupaçõesacimados90%neste mês – se mostraram disponíveis parareceber hóspedes
de unidades evacuadas e para
“
Estamos a tomar
todas as providências
para garantir
que estes incidentes
não irão afectar
a imagem da Madeira
como destino
turístico.
LUÍS ARAÚJO
“
CRONOLOGIA
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Presidente do Turismo
de Portugal
disponibilizarlençóis,colchões
eatéespaçosàpopulação.“TivemosdealojarpessoasemsalasdereuniõesdoPestanaCasino Park durante a noite de
terça, jáque os hotéis Pestana
estavam cheios e não havia
qualquer outraalternativa. A
situaçãoestánormalizada,porqueoaeroportoreabriuemuitos clientes jásaíram”, exemplificafonteoficialdestegrupo.
A APAVT, que representa
as agências de viagem, deixou
oapeloparaqueosoperadores
continuem “avender o destino” e descarta um cenário de
cancelamento massivo de reservas. “AMadeiracontinuaa
serumdestino que merece vi-
sita”, posiciona a associação.
Tambémo aeroporto do Funchal informou que aoperação
está“normalizada”,depoisdos
ventos fortes. ATAP retomou
o tráfego para a ilha com três
voos adicionais. AEasyjet diz
quenãotersidoafectada.
JuliaMorneweg,violinista,
regressariaaoChoupanaHills
esta quinta-feira. Na semana
passadaesteve láalojada. “Estávamos no porto do Funchal.
Asituaçãopioroudepoisdas18
horas,comumanuvemespessaaenvolveraárea”, contaao
NegóciospeloTwitter,onderelataasua viagem.“Custaacreditarque muitos sítios que fotografei estão reduzidos acinzas”,lamenta.Abritânicaresolveu, porsi, o problemado alojamento.“Estouàesperaderetornoda[plataformadereservas] Expedia”, diz. Agestão do
ChoupanaHillspedeaosclientesparacontactarosseusagentes de viagens, rumo ao reembolsadosdasreservascanceladas.Aindanãofoipossívelcalcularosprejuízos,masossegurosdohoteljáforamactivados.
O Turismo de Portugal
criou uma linha de apoio
(211140200) para“melhorara
informação aos turistas” – em
complementoàajudadadanos
hotéis–eprocurarum“regressoànormalidade”naMadeira.
O presidente Luís Araújo promete que estão aser tomadas
“todasasprovidênciasparagarantirqueestesincidentesnão
irão afectar aimagem daMadeiracomo destino turístico”.
Certoéqueasimagensdantescas correram o mundo, com
destaque na BBC, The GuardianouAljazeera. No Twitter,
o tópico #prayforportugal
(criado devido aos incêndios)
lideraos“tops”. I WILSON LEDO
18 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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ECONOMIA
MERCADO DE TRABALHO
Emprego dispara à boleia
do turismo e da agricultura
O número de postos de trabalho gerados na agricultura e na hotelaria e restauração
representa mais de dois terços da criação de emprego. A taxa de desemprego caiu
para o valor mais baixo desde 2011 e está abaixo da meta anual do Governo.
Bruno Simão
DESEMPREGO
CONTINUA A DESCER
NUNO AGUIAR
[email protected]
Taxa de desemprego trimestral
A taxa de desemprego nacional manteve a trajectória descendente no segundo trimestre do ano, registando
uma quebra de 1,6 pontos percentuais face aos primeiros três meses
do ano.
O
s números do emprego trouxeram
boasnotíciassobrea
economiaportuguesa. Segundo o Instituto Nacional
deEstatística(INE),ataxadedesempregocaiu1,6pontospercentuais entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano – para os
10,8%–,aomesmotempoqueforam criados 89 mil postos de trabalho líquidos. Dois sectores decisivos para esta melhoria foram
o turismo e aagricultura.
Nestestrêsmeses,foramcriadosmaisde33milempregosagrícolas,osegundovalormaiselevado dasérie do INE (que recuaaté
2011).Aomesmotempo,seisolarmos a hotelaria e a restauração
verifica-seumreforçotrimestral
de 29 mil (também o segundo
maiordasérie).Esteimpactopositivo do turismo é também observado na queda abrupta do desemprego no Algarve (vercaixa).
Somadososdoissectores,chegamos a 62 mil postos de trabalho,
um valor que representamais de
doisterçosdacriaçãototaldeemprego no segundo trimestre.
Opesograndedestesdoissectores é um dos motivos para ter
cautela ao analisar estes dados.
Por exemplo, nos últimos anos o
segundo trimestre tem sido praticamente o único em que o empregodaagriculturaaumenta,devido à sua natureza sazonal. Em
relação aos sectores “turísticos”,
também é expectável que alguns
dos empregos de Verão sejam
destruídos ao longo do ano.
O secretário de Estado do
Emprego, Miguel Cabrita, argu-
Há mais 29 mil empregos na hotelaria e na restauração do que havia no primeiro trimestre do ano.
menta que “este ano não é diferente dos outros” no que diz respeitoaoefeitopositivodasazonalidade. “Todos os anos há períodos mais ou menos propícios à
criação de algum emprego”,
acrescentaao Negócios. Se fizer-
“
É muito positivo
o desemprego
descer para este valor.
Estamos confiantes
que será possível
cumprir o cenário.
MIGUEL CABRITA
Secretário de Estado do Emprego
mos umacomparação homóloga
– isto é, com o mesmo trimestre
doanoanterior–esseefeitosazonalpodeserexpurgado.Essaanálisetambémmostraodesempregoadescer(1,1pontos)eoemprego a crescer, embora numa dimensãoinferior:mais22milpostos de trabalho.
Dereferiraindaqueestacriação homóloga de emprego desacelerou nos últimos dois trimestres. Quanto mais o emprego for
crescendo e o desemprego diminuindo, mais difícil será a continuararecuperação.
Desemprego abaixo
da meta do Governo
Apesar da cautela que se exige, os dados publicados pelo INE
sãopositivos,colocandoodesempregoabaixodametadoGoverno
paraatotalidadedoano(10,8%vs.
11,4%). “É naturalmente muito
positivo o desemprego descer
paraestevalor.Estamosconfiantesqueserápossívelcumprirocenário”, refere Miguel Cabrita.
Aindaassim, hápontos amelhorar,comoadmiteoprópriosecretáriodeEstado.“Odesemprego aindaé alto” – em2008 estava
abaixode8%–e“hámuitotrabalho a fazer em relação ao desemprego de longa duração e ao desemprego jovem”.
Por último, o Governo tambémnãoestácontentecomaquilo a que chama a “qualidade do
emprego”. Embora os contratos
semtermotenhamcrescidomais
em termos absolutos do que os
contratos a prazo (23 mil vs. 16
mil), os “outros contratos” tiveram um aumento igual (23 mil),
com um crescimento trimestral
de quase 20%. É nesta categoria
que estão muitos trabalhadores
precários com recibos verdes. I
Fonte: INE
EMPREGO
NO TURISMO
JÁ FOI MAIOR
Emprego total e na hotelaria e restauração
A hotelaria e a restauração são dois
ramos de actividade habitualmente
referidos como “turísticos”. No gráfico em baixo, verificamos que já tiveram mais pessoas empregadas.
Fonte: INE
QUINTA-FEIRA
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11 AGO 2016
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ECONOMIA
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19
HABITAÇÃO
Rendas sobem 0,5%
no próximo ano
Depois de dois anos de quase estagnação, as rendas de habitação
vão ser actualizadas em torno de 0,5% em 2017. Valores definitivos
só são conhecidos no próximo mês.
Quem tenha alugado a sua casa em
2004 viu a renda subir 23% à custa
dos coeficientes de actualização
anual. Isto apesar da quase estagnação da renda registada nos dois últimos anos, que agora 2017 interrompe com uma subida de 0,5%.
3
0,16
0,5*
0,99
2
1
MANUEL ESTEVES
Bruno Simão
3,19
3,36
4
0
0,3
Este será o maior aumento
desde 2014 dado que as rendas
estiveram congeladas em 2015
(porque o IPC registouumavariação negativa) e quase estagnadas em 2016. Mas é também
o quinto aumento mais baixo
desdepelomenos1992,oquese
explica pelo actual contexto de
reduzidavariação dos preços.
A título de exemplo, para
uma renda de 700 euros, uma
variaçãode0,5%correspondea
um aumento de 3,5 euros. I
Taxas de actualização anual das rendas
0
O quinto menor
aumento desde 1992
INFLAÇÃO BAIXA
TRAVA AUMENTOS
3,1
2,5
2,8
Enquanto as chamadas rendas
antigas (que não tenham sido
objectodeactualizaçãoextraordinária)sãoaumentadasapenas
a 1 de Janeiro, as rendas posterioresa1990sãoactualizadasno
mês em que foi assinado o contrato.
2,5
coeficiente de actualização aplicávelàsrendascorrespondeàvariaçãomédiadoIPC,semhabitação, nos últimos 12 meses e para
os quais existam dados disponíveisnofinaldeAgosto.Ossenhorios não são obrigados aaplicar
estaactualização, mas se quiseremaumentararendanãopoderão ir além deste valor. E mais:
têmdenotificaroinquilinoatravés de cartaregistada, comaviso
derecepção,ondeindicamonovo
valordarendadevido.
O coeficiente aplica-se atodas as rendas do país cujos contratosnãotenhamcláusulasem
sentido contrário. Com uma
únicaexcepção:oscontratosanterioresa1990,quetenhamsido
objectodomecanismodeactualização extraordinária previsto
no Novo Regime de Arrendamento Urbano, ficam isentos
desta subida anual. Existe porém uma nuance importante.
2,1
É claramente a região em destaque no Inquérito ao Emprego do
INE: a taxa de desemprego do Algarve afundou 4,1 pontos percentuais entre o primeiro e o segundo trimestre de 2016 e está agora nos 8,1%. Pela primeira vez
desde 1998 – quando o INE começou a compilar estes dados – o Algarve tem a taxa de desemprego
trimestral mais baixa entre todas
as regiões do país. Durante a década passada, esse lugar era ocupado quase sempre pela Madeira ou pelos Açores, com os últimos anos a fazerem do Centro a
região menos afectada pela crise
no mercado de trabalho. Agora, o
Algarve reclama essa posição. A
região acompanha assim a tendência de descida observada no
resto do país, mas a um ritmo
mais forte. O pico do desemprego algarvio foi registado no primeiro trimestre de 2013 nos
20,1%, estando agora em menos
de metade desse valor. Até 2009,
a região sempre teve taxas de desemprego abaixo dos 8%, tendo
iniciado uma escalada depois da
crise financeira do final de 2008.
As rendas vão ser actualizadas
em torno de 0,5% no próximo
ano, naquele que será o maior
aumento desde 2014.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, o Índice de
Preços do Consumidor (IPC),
excluindo habitação, registou,
em Julho, uma variação média
nos últimos 12 meses de 0,53%.
Éesteindicador,masrelativoao
mêsdeAgosto,quedeterminao
coeficiente de actualização automática das rendas em Portugal. A variação entre um mês e
outronãocostumasersuperior
aumadécima, pelo que é possível antecipar, com razoável fiabilidade,oaumentoquepoderá
será cobrado aos arrendatários
em 2017.
Os valores das rendas estão
geralmente sujeitos aactualizaçõesanuaisque,nostermosdalei
geral, se aplicam de formaautomáticaem função dainflação. O
20
0
20 5
06
20
0
20 7
08
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0
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20
17
Algarve com menos
desempregados
Fonte: IHRU; *Dado provisório.
23%
AUMENTO DESDE 2004
Este foi o aumento
acumulado das rendas
desde 2004.
No próximo ano,
a subida não andará
longe de 0,5%.
8,1%
0
ALGARVE
Pela primeira vez, o
Algarve tem a taxa de
desemprego mais baixa
do país, tendo-se fixado
nos 8,1% no segundo
trimestre.
CONGELAMENTO
As rendas sobem de
acordo com a inflação.
Mas se esta for negativa,
as rendas não caem.
Ficam inalteradas. Isso
sucedeu em 2010 e 2015.
Não existem dados sobre o número actual de inquilinos mas este não deverá andar longe de um milhão.
20 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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ECONOMIA
“
Decidi usar a nova
credibilidade de Itália
num esforço para
persuadir a UE
e a Alemanha a não
concederem ajuda
financeira a Itália, algo
que nos teria colocado
numa posição
de inferioridade.
MÁRIO MONTI
Ex-primeiro-ministro italiano
sobre a resistência em 2012
a um resgate europeu ao sistema
financeiro do país.
PP vota condições
de Rivera e eleva
pressão sobre socialistas
A direcção do Partido Popular vai votar as seis condições impostas por
Alberto Rivera para que o Cidadãos apoie a investidura de Mariano Rajoy. Mas apesar de considerar as negociações entre PP e Cidadãos “um
passo em frente”, Rajoy mantém que sem o PSOE não haverá governo. A
principal conclusão do mais recente encontro entre Mariano Rajoy e Albert Rivera é que nesta altura os presidentes do PP e do Cidadãos, respectivamente, colocam o ónus da formação de governo sobre os ombros
de Pedro Sánchez, secretário-geral do PSOE.
Fotografia: Susana Vera/Reuters
negócios digital
negocios.pt
e apps
VIDEO
O que dizem os
serviços públicos
da redução para
as 35 horas?
BREVES
EUA
20% DOS REPUBLICANOS
CONTRA TRUMP
Para19%dosmembrosdoPartido
Republicanoinquiridosnasondagem da Ipsos para a agência Reuters,ocandidatodopartidoàspresidenciais norte-americanas, Donald Trump deveria desistir da
corrida à Casa Branca. Para 70%
dos inquiridos o magnata novaiorquinodoimobiliáriodevelevar
a candidatura até ao fim e 10%
“nãosabem”oqueresponder.Este
estudo,levadoacaboentreosdias
5 e 8 de Agosto, junto de 396 militantes republicanos, parece confirmaratendênciaparaaperdade
ímpeto dacandidaturado controverso multimilionário. Estes números confirmam ainda a divisão
no seio do Partido Republicano,
depoisdeváriasfigurasrelevantes
do partido terem recusado apoiar
Trump. Os números são conhecidos numa altura em que Trump
estáenvolvido em novapolémica,
apósterapeladoaosportadoresde
armas contraClinton. I
PREÇOS
INFLAÇÃO ACELERA
EM JUNHO
Avariação homóloga do índice de
preços ao consumidor (IPC, que
mede a inflação) passou de 0,5%
emJunhopara0,6%emJulho,em
termoshomólogos,avançouoINE
na quarta-feira. Na origem deste
crescimento destacam-se os produtos alimentares e bebidas não
alcoólicas e os restaurantes e hotéis.Apesarnegativamentenoíndice estiveram sobretudo os pre-
ços dos transportes. Já quando
comparado com os preços em Junho, o IPC registou um recuo. SegundooINE,deummêsparaooutroospreçosencolheram0,7%,sobretudo devido aos produtos de
vestuárioecalçado(caíram12,2%)
que entraram em saldos. A pesar
positivamente nos preços, estiveram,porseuturno,ostransportes
(cresceram 1,4%). I
BRASIL
SENADO APROVA
JULGAMENTO DE DILMA
O Senado do Brasil votou favoravelmente para indiciar Dilma
Rousseffpelos crimes de responsabilidadenagestãodascontaspúblicas, seja por acção directa ou
omissão. As irregularidades denunciadassão,emparticular,atra-
sosnastransferênciasdoTesouro
federal para bancos públicos (as
chamadaspedaladasfiscais)eapublicaçãodedecretospelapresidentequeaumentaramadespesasem
a necessária autorização parlamentarequandoametaorçamental já não estava a ser cumprida.
Foram 59 votos a favor contra 21,
depois de 20 horas de sessão no
Parlamento, revelou a Reuters.
Esta votação foi mais pesada esta
terça-feira, face à verificada em
Maio, altura em que houve 55 votos afavore 22 contra. I
CONTAS PÚBLICAS
ANGOLA A CAMINHO DE
DÉFICE DE 6,8% DO PIB
O governo angolano reviu em alta
a previsão de défice orçamental
para este ano de 5,5% do PIB no
Orçamentoemvigorpara6,8%do
PIB. “O novo défice fundamentase pelo impulso de reanimação de
que precisaaeconomia, viainvestimento público, que tem sido o
motordocrescimentopeloladoda
procura”,justificaodocumentodo
Governo, com a revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) de
2016, com votação na generalidade, na Assembleia Nacional, já
agendadapara15deagosto.Aprevisãodedéficepara2016,nestarevisão, é ainda superior aos 6%
avançados a 11 de Julho pelo MinistériodasFinanças,numcomunicado emitido então sobre os novosindicadoresmacroeconómicos
do país, decorrente da execução
orçamentalnoprimeirosemestre,
fortementeinfluenciadapelaquebranas receitas petrolíferas. I
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22 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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EMPRESAS
BANCA
CGD perde 1.393 milhões
de depósitos em três meses
A CGD perdeu 1.393 milhões de euros em depósitos entre o início de Abril e final de Junho,
período em que se soube que o Estado vai capitalizar o banco num máximo de
5.000 milhões. Banco teve prejuízos de 205,2 milhões no primeiro semestre.
MARIA JOÃO GAGO
[email protected]
o segundo trimestre do ano, a Caixa
GeraldeDepósitos
perdeu 1.393 milhões de euros em
depósitos,deacordocomosdados
disponibilizados pela instituição.
Obancopúblicochegouaofinalde
Junho com 72.065 milhões de
poupanças de clientes, contra os
73.458 milhões registados a 31 de
Março.
Esta quebra aconteceu num
períodoemquesesoubequeoEstado estáanegociarcomBruxelas
um plano de capitalização para a
CGD no valorentre 4.000 e 5.000
milhões de euros, operação que
deveráserfeitaemcondiçõesequivalentesàsqueuminvestidorprivado aceitaria para que não seja
consideradaajudapública.
Além disso, foi neste período
que o PSD avançou com a criação
de uma comissão de inquérito à
gestão da Caixa desde o ano 2000
e que aconstituição danovaequipa de gestão, que vai ser liderada
por António Domingues, gerou
polémica.
Apesarde aredução dos depósitosdaCGDseterverificadoapenas entre o início de Abril e o final
de Junho, a evolução é negativa
faceaofinalde2015(menos1,3%),
altura em que o banco ainda liderado por José de Matos acumulava72.996 milhões em poupanças.
JárelativamenteaofinaldeJunho
doanopassado,osdepósitoscresceram3,2%,períodoemqueobanco do Estado beneficiou da desconfiançaresultantedaresolução
do Banif.
Em termos de actividade, o
As últimas
contas de
José de Matos
Os prejuízos da CGD nos
primeiros seis meses do
ano são as últimas contas
da equipa de José de Matos. O banqueiro e os restantes gestores aguardam
apenas que a equipa de
António Domingues receba o aval do BCE para passar o testemunho. A actual administração devia
ter saído no final de Julho,
depois de ter renunciado
a 21 de Junho. Mas perante o pedido formal do ministro das Finanças, aceitou ficar, no máximo, até
final deste mês.
N
Fotografia: Bruno Simão
crédito aclientes recuou1,6%, em
termoshomólogos,fixando-seem
70.674milhões. O ritmo de queda
foi menor face ao final de 2015.
Considerando apenas os últimos
seis meses, a carteira de financiamento recuou 1%.
Prejuízo de 205 milhões
com dívida pública
Aquedadosdepósitosnãoterá
sido alheia à redução das taxas de
juro que a Caixa paga pelas poupanças dos seus clientes, decisão
que permitiu uma redução dos
custos de financiamento e ajudou
ao aumento da margem financeira.Osresultadosdaintermediação
aumentaram 5,5%, totalizando
568,7 milhões, apesar dos custos
com a remuneração dos instrumentos de capital contingente
(“CoCos”)subscritospeloEstado.
Ainda assim, o banco do Estadoteveprejuízosde205,2milhões
nosemestre,umadegradaçãoface
aoslucrosde47milhõesapurados
no final de Junho de 2015. Esta
evolução reflecte, sobretudo, os
custoscomacoberturadoriscode
taxa de juro da carteira de dívida
pública,aocontráriodoqueaconteceu há um ano, altura em que a
CGD teve ganhos extraordinários
de302milhõescomasobrigações
do Tesouro.
Outro dos factores que pesou
negativamentenaevoluçãodosresultadosdaCaixafoiocrescimento das imparidades, desempenho
quecontrariouatendênciadosúltimos trimestres. No primeiro semestre, a CGD fez um esforço de
provisionamento de 328,4 milhões,mais2,1%doquenofinalde
Junho de 2015. I
BARÓMETRO
DÍVIDA PÚBLICA E IMPARIDADES DITAM PERDAS
Resultados da Caixa no primeiro semestre do ano
A CGD registou prejuízos de 205,2 milhões no primeiro semestre, contra lucros
de 47 milhões no final de Junho de 2015, reflectindo os resultados financeiros
negativos e o aumento das imparidades para crédito. Estes efeitos mais do que
anularam a redução dos custos operacionais.
Jun 2015
Jun 2016
Var (%)
Margem financeira
538,9
568,7
5,5
Produto bancário
1.154
754,6
-35,6
Custos operacionais
652,5
639,3
-2
Imparidades do crédito
235,7
302,5
28,3
47
-205,2
-
Resultado líquido
Valores em milhões de euros, excepto indicado.
Fonte: CGD
QUINTA-FEIRA
FORTE | FRACO
Radiografia
das contas
da Caixa
A CGD teve prejuízos de 205,2 milhões nos primeiros seis meses do
ano. Apesar do número negativo,
os resultados apresentam dados
positivos. Mas os factores negativos pesaram mais forte.
CUSTOS EM QUEDA
Os custos operacionais caíram,
graças à diminuição dos gastos
de fornecimentos e com pessoal.
Neste último caso, já se sentiu o
efeito do plano de redução de
quadros.
MARGEM A SUBIR
A margem financeira, principal
fonte de proveitos do banco, subiu 5,5%, para 568,9 milhões,
graças à redução das taxas de
juro pagas pelos depósitos.
MAIS RESULTADOS CORE
A subida da margem financeira e
a redução dos custos operacionais permitiu um aumento dos
resultados “core”. Isto apesar da
queda das comissões líquidas.
PERDAS FINANCEIRAS
O principal motivo para os prejuízos da CGD foram as perdas em
operações financeiras, relacionadas com o aumento dos custos da
cobertura do risco de taxa de juro
da carteira de dívida pública.
MAIS IMPARIDADES
Contrariando a tendência dos últimos trimestres, a CGD aumentou as imparidades para malparado. Este foi outro dos factores
que penalizou os resultados.
MENOS DEPÓSITOS
A CGD terminou o semestre com
menos depósitos do que no final
do primeiro trimestre. Saíram
1.393 milhões de euros.
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11 AGO 2016
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EMPRESAS
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23
Acumulação de
cargos de Domingues
revista em 2017
Imparidades ditam
perdas de 765 milhões
na CGD, BCP e NB
Os bancos que quiserem combinar as funções
de “chairman” e CEO têm de impor medidas
correctivas. E têm limites temporais.
Entre os cinco grandes, só o Santander Totta
e o BPI tiveram lucros. Primeiro ganhou com
Banif, segundo com recuperação doméstica.
A acumulação da presidência
da administração e da comissãoexecutivadaCaixaGeralde
Depósitos,comopretende António Domingues, terá de ser
revistaem2017.E,atélá,obanco tem de aplicar “medidas
correctivas” que garantam o
bom funcionamento de cada
um dos cargos. Estas são duas
novas regras da supervisão
bancária europeia publicadas
estaquarta-feira.
“Aautorizaçãoparacombinar as duas funções deve (...)
serconcedidaapenasemcasos
excepcionais e somente se tiveremsidoadoptadasmedidas
correctivasparagarantirqueo
facto de estarem combinadas
nãocomprometeasresponsabilidades e as obrigações de
prestação de contas de ambas
as funções”, diz a adenda ao
guiadoBCEqueharmonizaregras dasupervisão bancária.
À luz das normas europeias,“devehaverumaseparação clara das funções executivas e não executivas” a ponto
deopresidentedaadministraçãonãoseropresidenteexecutivo. António Domingues foi
proposto tanto para “chairman”,olíderdaadministração,
como para CEO, o executivo.
Até ao final de Agosto, Álvaro
Nascimento é “chairman” enquanto José de Matos ocupa
funções de CEO.
A excepção a esta separação temde serautorizadapelo
BCE, que pretende cumprir
orientações da Autoridade
Bancária Europeia que “recomendaque, no caso de combinação das duas funções, a instituição tomará medidas para
minimizar eventuais efeitos
negativos sobre os seus mecanismos de controlo e equilíbrio”, apontao documento.
Os primeiros seis meses do ano
voltaram a marcar uma linha
que separa os três maiores bancosportugueses,todoscomprejuízos,dasrestantesgrandesinstituições financeiras. Se a CGD,
o BCPe o Novo Banco acumularam perdas de 765 milhões de
euros,oSantanderTottaeoBPI
somaram 302,1 milhões de lucros.
Osmaioresdosgrandesbancos foram penalizados por um
aumentodasimparidadesdestinadas a reconhecer perdas com
créditomalparadoouadesvalorizaçãodeoutrosactivosemcarteira,deimóveisaparticipações
emempresasoufundosdereestruturação.O aumentodoesforço de provisionamento foi comum àCaixa, ao BCP e ao Novo
Banco. Se nas duas primeiras
instituições surpreendeu por
contrariar a tendência dos últimos trimestres, no caso do banco de transição resultou dacontinuação dalimpezadaherança
do BES, processo que ainda deverá continuar a penalizar as
contas.NaCGDenoBCPnotou-se ainda a falta dos ganhos extraordinárioscomavendadedívida pública que inflacionou as
contas de Junho de 2015.
Nestes três bancos houve
ainda uma redução de custos
operacionais, o que não foi suficiente paratravaros prejuízos.
Jáo SantanderTottae o BPI
aumentaramlucros,emresultado do aumento dos proveitos e
da redução do esforço de provisionamento – que mais do que
compensouasubidados custos.
No banco liderado por Vieira
Monteiro, acomprado Baniffoi
aprincipalalavancaparao crescimento de 89% dos resultados.
Já no BPI, a recuperação da actividadedomésticaajudouaoaumento dos lucros. I MJG
ANTÓNIO DOMINGUES
Futuro presidente da CGD
Na concessão da autorização, o BCE olha para aspectos
comoadiversidadeaccionista:
“Um controlo a 100% da entidadeporumainstituição-mãe
que cumpra integralmente a
separação de funções entre o
presidente e o administrador
executivo, e monitorize atentamenteafilial,podefavorecer
aconcessão daautorização.”
Dequalquerforma,havendo autorização, terá de haver
uma revisão semestral. “Decorridoumperíododeseismeses acontar daadopção dadecisão do BCE que autoriza a
combinaçãodasduasfunções,
a instituição de crédito deve
avaliarseascircunstânciasjustificativas efectivamente subsistem e informar o BCE em
conformidade.”Aautorização
só se mantém “unicamente
para o período em que persistamascircunstânciasjustificativas”. Entrando em Agosto, a
revisão acontece já em Fevereiro de 2017.
O Negócios questionou o
BCE se as normas se aplicam
jáàCGD,masnãorecebeuresposta. I DIOGO CAVALEIRO
Na CGD e no
BCP, o reforço
de imparidades
contrariou
a evolução
do trimestre
anterior. No NB,
continuou
a limpeza
da herança
BES.
1.296
IMPARIDADES
Os cinco maiores
bancos portugueses
registaram 1.296
milhões de euros de
imparidades no
primeiro semestre.
765
PERDA DE 3 GRANDES
Os três maiores bancos
portugueses tiveram
prejuízos de 765
milhões nos primeiros
seis meses do ano. Já o
Totta e o BPI lucraram
302 milhões.
24 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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EMPRESAS
Miguel Baltazar
Finanças estendem
prazo para empresa
reembolsar o Estado
Moratória concedida à Infraestruturas de
Portugal até Novembro visa encontrar
solução que permita o eventual reembolso
antecipado dos empréstimos do Estado.
A IP, que em Maio ainda era liderada por António Ramalho, registava um desvio de 13% nas receitas “core” face ao orçamentado.
ESTRADAS
Restrições orçamentais
travam investimento da IP
A Infraestruturas de Portugal investiu menos 37 milhões de euros na rede
própria do que tinha orçamentado nos primeiros cinco meses do ano.
A empresa só conta receber indemnizações compensatórias em Setembro.
MARIA JOÃO BABO
[email protected]
A
Infraestruturas de Portugal (IP) reduziu os investimentosnaredeprópria,designadamenteosprevistos
nosplanosdeproximidade(rodoviaeferrovia), em37,2milhõesde
euros até Maio. Ao Negócios, fonteoficialdaempresa,quepassoua
serlideradaeste mês porAntónio
Laranjo,justificaaexecuçãoabaixo do previsto com“restrições orçamentais”.
De acordo com o relatório de
controlo de performance da IP, a
redução dos investimentos, a par
da diminuição dos pagamentos
operacionaisedosencargosfinanceiros,influencioupositivamente
o“cashflow”totaldaempresanos
primeiroscincomeses. Nomêsde
Maio, o “cash flow” total daIP foi
positivoem33,8milhõesdeeuros.
Emtermosacumulados,éde438,9
milhõesdeeurosnegativos,“oque
corresponde aum desvio positivo
de 174,1 milhões de euros face à
meta prevista para o período, de
613 milhões de euros negativos”,
diz aempresa.
Poroutrolado,refereomesmo
documento que analisao cumprimento de objectivos de gestão até
Maio, verificou-se nesse mês um
desviode17,2milhõesdeeurosnas
parcerias rodoviárias (mais 2,7%)
e uma diminuição de rendimentos. Segundo explicaaIP, o desvio
nas PPP ficou adever-se “àretençãode21,6milhõesdeeurosdereceitas de portagem no mês de
Maio”,oqueseriaacertadoemJunho.Aempresaviuaindadiminuir
os recebimentos operacionais em
64,1 milhões de euros, os fundos
comunitários em 6,6 milhões de
euroseoutrosrendimentos,como
aalienação de activos, emseis milhões.
O documento revela também
queototaldereceitas“core”daIP
até Maio atingiu os 384,3 milhões
de euros, ou seja, menos 57,5 milhões (13%) do que o objectivo de
gestão para este período, de 441,8
milhões.Aempresajustificaodesvionegativopeloatrasodeummês
emreceberaContribuiçãodoServiçoRodoviário(CSR),novalorde
58,2 milhões, e pelo facto de não
terem sido entregues quaisquer
montantes relativosaindemnizações compensatórias, de 15 milhões neste período.
AoNegóciosfonteoficialdaIP
garantiuque“oatrasojáseencontrarecuperado e teve que vercom
procedimentos administrativos”.
Quanto às indemnizações compensatórias,adiantouqueoseurecebimento deverá ocorrer até ao
finaldeSetembro.Amesmafonte
garantiu ainda que “o não recebimento destas receitas não comprometeu a actividade da empresa”. As receitas de portagem estavam em Maio 11,3 milhões acima
do previsto em orçamento. I
AInfraestruturas de Portugal
(IP)nãopagouemMaio,como
estava previsto no seu orçamento, 151,8 milhões de euros
de juros de empréstimos do
Estado, tendo-lhe sido concedidaumamoratóriaatéaopróximo mês de Novembro.
Ao Negócios, fonte oficial
da empresa explicou que “a
moratória concedida pela tutela financeira pretende que,
em conjunto com a IP, possa
ser encontrada uma solução
que permita o eventual reembolso antecipado dos empréstimosdoEstado,reduzindosignificativamenteostockdedívidadaempresa”.
Aconcessãodestamoratória, referida no relatório de
controlodeperformance,permitiuàempresaquegereasinfra-estruturasrodoeferroviáriasumareduçãodosencargos
financeirosnosprimeiroscinco meses do ano em 152,9 milhões de euros.
De acordo com o relatório
e contas de 2015, o stockde dívida do grupo sofreu no ano
passado um desagravamento
de 715 milhões de euros, diminuindo, em termos nominais,
de8.981,6milhõesdeeurosem
2014 para 8.266,3 milhões de
eurosem2015,representando
os empréstimos do Estado à
empresa4,7milmilhões (57%
do total).
Paraareduçãodadívidano
anopassadocontribuíram,essencialmente,asoperaçõesde
aumento de capital realizadas
pelo Estado, que totalizaram
1,6 mil milhões de euros.
No relatório e contas de
2015aIPassinalaque,“apesar
de estar prevista a conversão
de créditos em capital relativa
aoserviçodadívidadoanodos
empréstimos contraídos junto do Estado português no
montante de 1.725 milhões de
euros, a mesma não se veio a
concretizar”. O vencimento
daquele serviço da dívida foi
então diferido até 31 de Maio
de2016.Esteanoenopróximo
há empréstimos concedidos
pelo Estado desde 2011 à empresaque se vencem. I MJB
15
152,9
MILHÕES DE EUROS
Valor, em milhões de
euros, que a IP devia
ter recebido de
indemnizações
compensatórias até
Maio.
MILHÕES DE EUROS
Montante, em milhões
de euros, da redução
de custos financeiros
por não ter pago juros
de empréstimos do
Estado em Maio.
QUINTA-FEIRA
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11 AGO 2016
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EMPRESAS
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25
“
Mais de 500 empresas
portuguesas já
exportam para a
Colômbia, o terceiro
país mais populoso e
com a maior subida de
posição no “ranking”
Doing Business de
2007-2016.
ROSÁRIO MARQUES
Presidente da Câmara de Comércio
e Indústria Luso-Colombiana
negócios digital
Lloyd’s garante que
Horta Osório pagou
despesas privadas
do seu bolso
O banco liderado por António Horta Osório reagiu esta quarta-feira às notícias sobre a viagem que o CEO fezaSingapura, garantindo que todasasdespesaspessoaisincorridasno hotel foram pagas do seu bolso. Areacção oficial do Lloyd’s surge nasequênciade umahistória
veiculada pelo The Sun, que sugeriu que o português pagou despesas de natureza pessoal
com dinheiro dos contribuintes durante uma viagem de negócios há dois meses. Através de
um comunicado, citado pela Bloomberg, o banco garante: “Não houve qualquer violação da
nossa política e as despesas pessoais são pagas pelo António.”
negocios.pt
e apps
ESPECIAL
Incêndios levam
Governo a accionar
mecanismo de
protecção civil.
Fotografia: Luke MacGregor/Bloomberg
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BREVES
TURISMO
CRUZEIROS EM LISBOA
CRESCEM 60% EM JULHO
O porto de Lisboarecebeuno passado mês de Julho um total de 24
escalas de navios de cruzeiros, o
quecorrespondeaumcrescimentode60%faceàs15doperíodohomólogo de 2015. De acordo com o
porto de Lisboa, o número de passageiros ultrapassou no mesmo
mês os 45.800, mais 5.500 (14%)
do que em Julho do ano passado.
Desta forma, foi possível ao porto
da capital inverter a tendência de
quebra no acumulado do ano, registando-se, no conjunto dos sete
meses, um acréscimo de 2% nas
escalaseaproximando-seonúmero de passageiros dos que se registavam háum ano. I
17a20milhõesdeeuros.Oespaço
foiadquiridoestaquarta-feirapela
Mystic,empresadouniversoDouro Azul, e de acordo com o vice-presidente do grupo, Manuel
Marques, será construído um hotelde“quatroacincoestrelas”com
110e120quartos,salasdereuniões
erestaurantes.Oprojectotambém
inclui um parque de estacionamentoparamaisde200carrosque
deveráabriratéOutubro,enquanto a unidade hoteleira e parte comercial deverão estar concluídas
em2017. O preço base de licitação
paraoimóvelerade3,6milhõesde
euros e a empresa arrematou-o
oferecendocincomileurosacima,
tendo sido a única proposta apresentadaparao espaço. I
BANCA
TURISMO
DOURO AZUL COMPRA
ESPAÇO DA REAL
COMPANHIA VELHA
A antiga Real Companhia Velha,
em Gaia, vai acolher um hotel de
“gamaalta”,numinvestimentode
BTG DESISTE DE
COMPRAR BANIF BRASIL
O BTG Pactual jánão vaicomprar
o BanifBrasil e outros activos da
Oitante,entidadequeficoucomalguns activos do banco que foi alvo
de uma resolução no final do ano
passado. O anúncio foi efectuado
pelo banco brasileiro, que citou a
não verificação de diversas condiçõesqueestavamprevistasnaproposta não vinculativa. De acordo
com um comunicado do banco
brasileiro,citadopelaBloomberg,
adecisãofoitomada“diantedanão
verificação de condições precedentes contidas naproposta”. I
ENERGIA
LUCROS DA GAZPROM
CAEM 5% NO TRIMESTRE
O grupo russo de gás Gazprom
anunciou esta quarta-feira uma
quedade5%noslucrosregistados
no primeiro trimestre em relação
aigual período de 2015. De Janeiro aMarço, o grupo público registou um lucro de 362 mil milhões
de rublos (cerca de 5 mil milhões
de euros). Amaiorempresade gás
do mundo, que cobre cercade um
terço do consumo na Europa, foi
afectada pela queda do preço do
gás, num contexto de descida do
preço do petróleo e de aumento
dos custos operacionais. I
AVISO
1. Nos termos e para os efeitos previstos no n.º 2 do artigo 47.º da Lei n.º 19/2012, de
8 de maio, torna-se público que a Autoridade da Concorrência recebeu, em 05.08.2016,
abrigo do disposto no artigo 37.º do referido diploma.
2.
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– sociedade holding de um grupo de empresas que se dedica,
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grupo a que pertence.
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Autoridade da Concorrência
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1050-037 Lisboa
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26 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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MERCADOS
SESSÃO
DE ABERTURA
A parede
que trava
o Banco de
Inglaterra
O Brexit saiu vitorioso do
referendo e, desde então,
domina as atenções.
Principalmente dos
investidores que, do outro
lado do Canal da Mancha,
assistem às reacções
internas. O grande foco recai
no Banco de Inglaterra e nas
soluções para travar o efeito
do Brexit na economia. Por
isso, quando Mark Carney
anunciou um corte na taxa
de juro de referência para
0,25%, acompanhado do
relançamento das compras
de dívida, a reacção
imediata foi de ânimo. E não
é para menos. O objectivo
da liquidez extra que já
começou a inundar os
mercados é impulsionar os
activos e fomentar a maior
concessão de crédito às
empresas e famílias. No
entanto, há uma parede que
está a travar o Banco de
Inglaterra: a falta de
vontade das instituições em
vender os activos. Logo ao
segundo dia do programa,
o banco central apenas
recebeu propostas para
comprar 1,12 mil milhões de
libras em activos, abaixo da
meta de 1,17 mil milhões.
Isto apesar de estar disposto
a comprar a um preço
superior ao do mercado. O
problema? Os fundos de
pensões e as seguradoras,
um dos principais grupos de
investidores em dívida
soberana. É que, num
mundo dominado por taxas
de juro baixas, escasseiam
os activos seguros e com
retorno. Essenciais para as
instituições cumprirem as
suas obrigações para com os
reformados, por exemplo.
Por outras palavras, a
pressão nos juros causada
pelo próprio Banco de
Inglaterra está a ser a
parede que o impede de
impulsionar a economia. I
ANDRÉ TANQUE JESUS
OBRIGAÇÕES
OTRV seduzem mais
26 mil investidores
As Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável aparentam ser um investimento
cada vez mais popular. Na segunda emissão deste tipo de instrumentos, o número de
investidores aumentou de 38.630 para 65.179.
RUI BARROSO
[email protected]
á cada vez mais
i n ve s t i d o r e s
atraídos
pelo
maisrecenteinstrumento de financiamento do Estado. Na segundavez que aagênciaque gere
o crédito público avançou para
umaofertade Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável
(OTRV), a procura disparou e
permitiu ao Estado financiar-se
em1,2milmilhõesdeeurosacinco anos.
Senaprimeiraoperação,realizada em Maio, estes títulos
atraíram38.630 investidores, na
ofertadestemêsessenúmerosubiu para 65.179, segundo dados
divulgadosestaquarta-feirapela
Euronext. Também os valores
dasordensdesubscriçãosuperaram os registados em Maio. Passaram de 1,22 mil milhões para
1,86 mil milhões de euros. Apesar de o número de subscritores
ter aumentado, o valor médio
subscrito porcadaumdos investidoresdiminuiu,emAgosto.Foi
de 28,2 mil euros, abaixo da médiade 31,5 mil euros, em Maio.
Nas duas emissões de OTRV
que já foram realizadas, o novo
instrumentodefinanciamentojá
obteve1,95milmilhõesdeeuros,
lutando com os certificados de
aforroeosCertificadosdoTesouro Poupança Mais pelo papel de
instrumento preferido pelos
aforradores para financiar o Estado. Estes dois instrumentos
atraíram subscrições líquidas de
1,86 mil milhões de euros até ao
final de Junho, data dos últimos
dados disponíveis.
H
O IGCP, liderado por Cristina Casalinho, concluiu a segunda oferta de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável.
A banca e a
rendibilidade
Mas não foram apenas os investidores a renderem-se às
OTRV. Os próprios bancos mostraram interesse neste tipo de
operação. Numa altura em que
têm a rentabilidade pressionada
pelas baixas taxas de juro, apostamnestetipodeoperaçõespara
aumentarem a receita com comissões bancárias.
Aquando do lançamento da
ofertadesubscrição,CristinaCasalinho, presidente do IGCP, revelou que foram os bancos que
abordaramaentidade que gere o
crédito público para se avançar
com esta nova operação. Em re-
lação à primeira emissão, houve
maisumbancoajuntar-seaogrupodeentidadescoordenadorase
o número de bancos colocadores
subiude seis para12. E os bancos
estiveramactivosno“marketing”
deste produto, colocando-o em
destaque nos seus sites e, em alguns casos, a enviarem e-mails a
clientes a propor esse investimento.
Alémdointeressedosbancos
em colocar este tipo de produto,
as OTRV têm também uma taxa
atractiva relativamente a outras
aplicações.Numcenáriodejuros
baixos,ataxabrutadestesinstrumentos, de 2,05% ao ano a que
pode ser acrescido um prémio
caso a Euribor a seis meses regresse a valores positivos, também contribuiu para o interesse
dos aforradores.
A título de exemplo, porque
setratadeaplicaçõescomprazos
e riscos diferentes, a taxa oferecidanesteprodutocomparacom
a taxa média de 0,41% oferecida
nos novos depósitos, segundo os
dados mais recentes disponibilizados pelo BCE, referentes aJunho.
No entanto, apesar da taxa
atractivadasOTRV,ascomissões
da banca contribuem para diminuiroretorno,sendoquequanto
maiorovalordasubscrição,mais
essescustossãodiluídos.A Deco
QUINTA-FEIRA
TOME NOTA
Os números
da oferta
de OTRV
A procura por OTRV superou os
1,8 mil milhões de euros e foi
superior à da emissão realizada em Maio.
PATAMAR MÍNIMO
Mais de 54 mil
investidores (82,96%
do total) fizeram
subscrições entre mil
e vinte mil euros. Na
oferta de Maio, essa
proporção tinha sido
de 72,2%.
0
PATAMAR MÁXIMO
Na oferta recente,
não houve
investidores que
tenham subscrito
mais de 500 mil
euros. Na operação
de Maio, houve 46
investidores que
subscreveram acima
daquele valor.
Protestereferiu,duranteaoperação, que “os CTPM são mais
apelativosparamontantesmais
reduzidos devido àausênciade
custos” com comissões bancárias. Estes instrumentos têm
uma taxa efectiva ilíquida de
2,23% ao ano para quem os detenhaporcinco anos.
Outradas chaves paraaelevadaprocuraporOTRVfoio“timing”escolhido.Aofertadecorreu num período em que tradicionalmente tende a haver um
aumentodorendimentodisponível,devidoaospagamentosde
subsídios de férias, e a potenciais investimentos por parte
dos emigrantes. I
12
LIQUIDAÇÃO
A liquidação das
OTRV e a admissão à
negociação destes
títulos na Euronext
irá ocorrer esta
sexta-feira, 12 de
Agosto.
11 AGO 2016
|
MERCADOS
|
27
Aposta na dívida
do Estado bate
recordes
Juros da
dívida caem
e recuam
sete meses
O instrumento de poupança do Estado
mais recente ajudou a bater recordes na
colocação de dívida junto do retalho.
Apóstrêsanosdequedas,osjuros dadívidaportuguesaestão
aterum2016turbulento.Aincerteza face ao novo Governo
marcou o arranque do ano e,
depois,asnegociaçõessobreos
Orçamento puseramos investidorescomosnervosemfranja. Mas os bancos centrais
avançaramcommais medidas
deestímuloeosreceiosdesvaneceram-se.Agora,osjurosrecuaram sete meses.
Ataxaadezanosrecuou5,3
pontos base para 2,748%. E
chegouanegociarnos2,735%,
ovalormaisbaixodesdeJaneiro. Este representa um alívio
acentuado,atéporquea“yield”
chegouatocarnos4,5%emFevereiro. Mas a recuperação
chegoutambémaorestodaperiferia. Já a Alemanha, apesar
dosjurosnegativos,continuaa
registar reduções do custo de
financiamento. A taxa a dez
anos estáagoranos -0,109%.
AdescidadosjurosnaZona
Euro está a ser justificada pelosanalistascomaexpectativa
demaisestímulospelosbancos
centrais, através de cortes nas
taxasdereferência,oudemais
compras de activos. Isso mesmoanunciouoBancodeInglaterra na semana passada,
quando cortou a sua taxa para
o mínimo histórico de 0,25%.
Já o BCE manteve a política
inalterada em Julho, mas garantiu que vai seguir o impacto do Brexit naregião. I ATJ
Pedro Elias
82,96
|
O investimento do retalho
nosprodutosdepoupançado
Estado bate recordes em
2016.Ejáultrapassouoinvestimentoobtidoemtodooano
passado. Aaposta da agência
que gere o crédito público
num novo instrumento de
poupança aparenta estar a
darfrutos.
Comos1,2milmilhõesde
euroscolocados,estaquarta-feira, em Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), o valor captado
pelo Estado junto deste segmento é já de 3.809 milhões
de euros, desde o início do
ano. De referir, no entanto,
queestevaloraindanãoinclui
omontantedesubscriçõesde
certificados de aforro e de
CertificadosdoTesouroPoupança Mais (CTPM) em Julho, já que esses dados ainda
não foram divulgados.
O Estado aindanão tinha
conseguidoobter,atéAgosto,
umvalortãoelevadojuntodo
retalhocomoem2016,segundo cálculos do Negócios baseados em dados do IGCP. O
recorde anterior tinha sido
em2014, anoemqueosaforradores aplicaram 2.996 milhões de euros até ao final de
Agosto.Nesseano,seriaminvestidoscincomilmilhõesde
euros pelo retalho.
O montante obtido pelo
Estado junto do retalho, este
ano, bate já o total angariado
emtodooanode2015,queascendeu a3,53 mil milhões de
euros. Além da maior oferta
de produtos por parte do
IGCP,asfamíliastêmaumentado o investimento em produtos do Estado que oferecemrentabilidadesuperiores
àquelasquepodemserconseguidasnostradicionaisdepó-
RETALHO REFORÇA
APOSTA
Aplicações, em milhões de euros
Os investidores de retalho nunca tinham colocado tanto dinheiro em produtos do Estado até
Agosto como em 2016. Entre
OTRV, certificados do Tesouro e
CTPM já investiram 3,8 mil milhões de euros. As OTRV são responsáveis por mais de metade
do investimento.
Fonte: IGCP e Negócios
sitos aprazo, porexemplo.
Esta corrida aos instrumentosdepoupançadoEstado tem permitido que os investidoresderetalhorecuperem peso no financiamento.
Tendo em conta os dados da
dívidadirectadoEstadomais
recentes,referentesaJunho,
eovalorangariadoestaquarta-feira em OTRV, o retalho
ficará a deter mais de 10% da
dívidadirectadoEstado.Essa
proporção atingiu um mínimo de 5,39%, em meados de
2013. E chegou a ser de mais
de 20% no início dos anos
2000. I
RUI BARROSO
4,5%
FINANCIAMENTO
Com as divergências
entre o Governo e
Bruxelas por causa do
Orçamento, a taxa de
Portugal a dez anos
chegou aos 4,5%.
28 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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MERCADOS
Bruno Simão
MATÉRIAS-PRIMAS
OPEP antevê
petróleo em baixa
até ao final do ano
Há 12.610 famílias com mais de 250 mil euros em incumprimento, valores que estarão relacionados com o crédito à habitação.
CRÉDITO
12 mil famílias têm mais
de 250 mil euros por pagar
O número de famílias com prestações em atraso diminuiu no segundo
trimestre, de acordo com os dados da Central de Responsabilidade de
Crédito. A maioria das famílias tem até 25 mil euros em incumprimento.
RAQUEL GODINHO
[email protected]
D
epois do aumento registado no início do ano, o
número de famílias com
prestações em atraso voltou a diminuir no segundo trimestre, segundoosdadosdaCentraldeResponsabilidade de Crédito. Ainda
assim, os dados do Banco de Portugalrevelamtambémquemaisde
12milfamíliastêmmaisde250mil
euros em incumprimento junto
das instituições financeiras.
622 mil famílias tinham pelo
menosumamensalidadeematraso, no final de Junho. Em relação
aoprimeirotrimestre,passarama
estar registados menos nove mil
incumpridores junto do Banco de
Portugal, isto depois de no arranque do ano terem sido interrompidos três trimestres de alívio.
Mais de metade destas famílias
(63,3%) têm até 25 mil euros em
incumprimento,revelamaindaos
dados do regulador. Quase 35%
têm entre 25 mil e 250 mil euros
de crédito vencido.
A menor percentagem de incumpridores situa-se no patamar
acima de 250 mil euros. São pouco mais de 2% nestasituação, mas
ainda assim são 12.610 famílias
com dívidas acima deste valor. E
este número é, contudo, o mais
baixodesdequeoBancodePortu-
12.610
INCUMPRIMENTO
Mais de 12 mil
famílias têm mais
de 250 mil euros em
incumprimento.
galcomeçouarecolherestesdados
no primeiro trimestre de 2009.
Nessa altura, havia mais de 17 mil
famíliascomdívidasacimade250
mil euros.
Estelimiardeincumprimento
estarárelacionadocomocréditoà
habitação, segmento onde o malparado das famílias é mais elevado.NofinaldeJunho,osbancostinham2,63milmilhõesdeeurosde
empréstimos para a compra de
casadadoscomodedifícilrecuperação, o valor mais elevado desde
que o Banco de Portugalcomeçou
arecolherestesdados,emDezembrode1997.Estemontanterepresenta 2,73% do total emprestado
paraeste fim.
Aindade acordo com os dados
do Banco de Portugal no final do
segundotrimestreonúmerodefamílias com prestações em atraso
era de 146.054. Menos 5.066 portuguesesdoquenofinaldoprimeiro trimestre deste ano e que anularam o aumento registado nesse
período. I
Amudança de ano não tirou o
petróleodasquedas.EmJaneiro,oBrent,negociadoemLondres, atingiu o valor mais baixo desde 2004, ao descer até
aos 26 dólares por barril. Depois veio a recuperação, mas
nunca mais o “ouro negro” foi
omesmo.Longevãoos100dólares e, agora, a Organização
dosPaísesExportadoresdePetróleo (OPEP) diz que a tendência deverá continuar fraca
até ao final do ano.
“Comofinaldatemporada
deviagensdecarronoterceiro
trimestre, a procura por gasolinapoderáverumacorrecção
daépoca”,apontouaOPEPno
seu relatório mensal, divulgado esta quarta-feira, 10 de
Agosto. Além disso, explica a
instituição sediada em Viena,
as grandes reservas em todo o
mundo significam que “o lado
da oferta continuará a causar
pressão”nopreçodopetróleo.
Mas a procura actual não
está a ser melhor. A OPEP diz
que “as margens de refinação
têmcaído no último mês devido aos maiores inventários,
quetiveramorigemnoaumento da procura menor do que o
previsto”. Já para o final do
ano, a instituição antevê que
estáguardadaarecuperação,a
beneficiardamaiorprocuratípica do Inverno. Por agora, o
petróleo mantém-se longe da
fasquia dos 100 dólares a que
habitouosinvestidoresdurante vários anos. I
ANDRÉ TANQUE JESUS
BREVES
FUNDOS
CÂMBIOS
BREXIT ACELERA FUGA
DOS INVESTIDORES
DOS ETF EUROPEUS
DÓLAR NAS RUAS DE
LUANDA É O TRIPLO
DA COTAÇÃO OFICIAL
Os ETF europeus têmregistado umaacentuadasaídade dinheiro. Segundo os dados da
S&PGlobalMarketIntelligence,citadospeloTheWallStreet
Journal, saíram 6,4 mil milhões de dólares dos dez maioresETF europeuscotadosnos
EUA. Isto apenas entre Junho
e Julho e, depois disso, os ETF
ficaram reduzidos a 41,9 mil
milhões. “Os receios em relação ao Brexit motivaram uma
continuação de dinheiro asair
da Europa”, disse Todd Rosenbluthaojornalnorte-americano.OdirectordeinvestigaçãodeETFdaS&Pexplicaque
afugaaconteceu, “no início do
ano, com os investidores a favorecerem as acções dos EUA
devido aos receios com a economiaeuropeia,sendoquedepois acelerou”. I
O preço médio de um dólar
norte-americano nas ruas de
Luanda manteve-se praticamenteinalteradonaúltimasemana nos 570 kwanzas (3,10
euros). Este valor é três vezes
maisos166kwanzas(90cêntimos de euro) dataxaoficial de
câmbio. Há alguns meses que
o preço no mercado informal
continuaentre os 570 e os 600
kwanzas, apesar de algumas
pontuaisflutuaçõessemanais.
A Lusa encontrou na quarta-feiraquemvendesseanotade
dólar,nobairrodoSãoPaulo,a
580kwanzas,enquantoas‘kinguilas’ – mulheres que trocam
dinheiro – do bairro dos MártiresdeKifangondocobravam
575 kwanzas. Já no bairro do
Maculusso,nocentrodeLuanda, haviaquem vendesse o dólara550 kwanzas. I
QUINTA-FEIRA
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11 AGO 2016
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MERCADOS
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29
MERCADOS
ACÇÕES
PREÇO-ALVO
PSI-20
Portugal
0,32%
Este ano:
-9,90%
GALP E JERÓNIMO
PUXAM POR LISBOA
Ibex-35
Espanha
-0,08%
Este ano:
-9,28%
Dax
Alemanha
-0,39%
Este ano:
-0,86%
FTSE
R. Unido
0,22%
Este ano:
10,00%
S&P500
EUA
-0,42%
Este ano:
6,29%
COTAÇÃO DO ÍNDICE PSI-20 EM PONTOS
Pela quinta sessão consecutiva, a bolsa de Lisboa fechou em alta. Num
dia misto para as praças europeias, o PSI-20 subiu 0,32% para 4.787,45
pontos. Lisboa foi animada, sobretudo, pela Jerónimo Martins, que somou 1,30% para 15,20 euros. Isto depois de ter tocado nos 15,23 euros,
o valor mais alto desde Dezembro de 2013. Em alta esteve também a
Galp Energia, depois de ter tocado num máximo de Setembro de 2014.
Fechou a ganhar 0,23% para 13,02 euros. Com uma subida superior a
1% estiveram também os CTT, ao valorizar 1,09% para 7,06 euros. I
Fonte: Bloomberg
DIVISAS
MERCADORIAS
Dólar
Índice
-0,46%
Este ano:
-4,52%
DÓLAR CAI PARA
MÍNIMOS DE JUNHO
COTAÇÃO DA DIVISA EM PONTOS
WTI
EUA
-2,49%
Este ano:
17,65%
MAIS RESERVAS LEVAM
PETRÓLEO ÀS QUEDAS
COTAÇÃO EM DÓLARES POR BARRIL
Fonte: Bloomberg
O dólar norte-americano contabilizou a segunda queda consecutiva.
O índice, que mede o desempenho da moeda face às dez principais congéneres, recuou 0,46% para 1.176,84 pontos, o valor mais baixo desde 23 de Junho. A pressionar esteve o aliviar das expectativas de que
a Fed venha a subir a taxa de juro de referência ainda este ano. I
O petróleo desvalorizou, na quarta-feira. O Brent, negociado em Londres, perdeu 2,49% para 43,86 dólares por barril. A pressionar estiveram as reservas da matéria-prima nos EUA, que aumentaram em 1,06
milhões de barris na semana passada. Ao mesmo tempo, os dados
apontam para uma queda da procura em 255 mil barris. I
TAXAS DE JURO DE CURTO PRAZO
TAXAS DE JURO DE LONGO PRAZO
EURIBOR DESCEM
A SEIS E 12 MESES
EURIBOR A TRÊS MESES EM PERCENTAGEM
JUROS DA DÍVIDA CAEM
PELA TERCEIRA SESSÃO
1,35€
SONAE
Entidade Haitong
Analistas Equipa de “research”
Última cotação 0,695€
Comprar. A Sonae vai publicar os
resultados do segundo trimestre a
18 de Agosto. O Haitong antevê
“um fraco conjunto de dados no retalho”, particularmente no alimentar. Contudo, “as vendas terão subido 2%”, acrescenta o banco, a
beneficiar do aumento de 6,5% da
área de vendas.
0,02€
BCP
Entidade Haitong
Analista Carlos Cobo
Última cotação 0,019€
Neutral. A Soares da Costa pediu
protecção contra credores. “Uma
notícia negativa para o BCP”, aponta o Haitong, já que é um dos maiores credores. O banco considera
que isto “poderá implicar novas
provisões no segundo semestre de
2016”, embora não seja conhecida
a exposição total à construtora.
Fonte: Bloomberg
Euribor
Z. Euro
-0,297%
Este ano:
-126,72%
Esta agenda não dispensa a consulta na íntegra
das recomendações e opiniões dos analistas.
Ver mais em www.negocios.pt
10 Anos
Portugal
2,748%
Este ano:
23,2 p.b.
“YIELDS” A DEZ ANOS EM PERCENTAGEM
3,00€
NAVIGATOR
Entidade Haitong
Analista Nuno Estácio
Última cotação 2,962€
Comprar. Os preços da pasta de
papel estão a recuar esta semana,
sendo que a queda ascende a 3%
este trimestre. “Ligeiramente pior
do que antecipámos”, diz o Haitong. Mas reitera a “preferência
pela Navigator, devido à menor exposição do EBITDA ao segmento da
pasta de papel”.
17,50€
ALTICE
Entidade Goldman Sachs
Analistas Equipa de “research”
Última cotação 15,025€
Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg
As taxas Euribor desceram na maior parte dos prazos. A excepção foi
a taxa a três meses que subiu para -0,297%, acima do mínimo histórico de -0,299%. Já a Euribor a seis meses, referência em mais de metade dos créditos à habitação em Portugal, caiu para -0,188%. Já no prazo a 12 meses, a Euribor cedeu para -0,048%. I
Os juros da dívida portuguesa voltaram a recuar na quarta-feira. A taxa
a dez anos caiu 5,3 pontos base para 2,748%, tendo negociado nos
2,735%, um mínimo de Janeiro. Em queda fecharam também os juros
da Alemanha. E apesar de a “yield” a dez anos ter recuado 3,2 pontos
para -0,109%, o “spread” de Portugal caiu para 285,7 pontos. I
Comprar. A Altice divulgou os resultados do segundo trimestre. Um
período no qual o Goldman Sachs
destaca “a tendência acima do previsto na margem do EBITDA em
França, receitas robustas e o corte de custos em Portugal”. Por isso,
mantém a avaliação à empresa.
30 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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ACÇÕES NACIONAIS MERCADOS
ACÇÕES INTERNACIONAIS MERCADOS
PSI-20
EURO STOXX 50
Empresa
Altri
BPI
BCP
Montepio
Corticeira Amorim
CTT
EDP
EDP Renováveis
Galp Energia
Jerónimo Martins
Mota-Engil
Nos
Pharol
Navigator
REN
Semapa
Sonae Capital
Sonae
Data cot.
Última cot.
Var.%
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
3,524
1,120
0,019
0,474
8,240
7,060
3,105
7,100
13,020
15,200
1,800
5,999
0,172
2,962
2,694
11,760
0,630
0,695
-0,31
-0,18
0,00
-0,21
1,88
1,09
-0,10
-0,67
0,23
1,30
-0,50
0,81
-3,91
0,47
-0,22
1,51
0,32
0,29
MELHORES DESEMPENHOS
Valor neg. Var.% a 12M
1.260.029
640.646
3.023.349
57.963
356.114
3.980.765
23.110.430
2.172.971
15.593.480
14.652.760
380.112
2.694.199
376.718
1.970.479
1.329.358
644.903
36.995
1.801.751
-3,48
14,40
-70,23
-39,62
80,04
-25,51
-8,08
9,84
27,71
12,34
-22,41
-20,92
-22,95
-15,44
-3,44
-9,19
61,54
-44,71
PIORES DESEMPENHOS
Variação %
Corticeira Amorim
Semapa
Jerónimo Martins
CTT
Nos
Variação %
Pharol
EDP Renováveis
Mota-Engil
Altri
REN
1,88
1,51
1,30
1,09
0,81
Corticeira Amorim
em máximos históricos
A empresa avançou quase
2% na sessão em que tocou no valor mais elevado
de sempre a beneficiar dos
resultados semestrais.
MAIS NEGOCIADAS
-3,91
-0,67
-0,50
-0,31
-0,22
EDP Renováveis trava
subida da bolsa
A cotada de energias verdes perdeu 0,67% e impediu a praça portuguesa de
registar uma subida mais
expressiva.
RESUMO DA SESSÃO
Variação
EDP
Galp Energia
Jerónimo Martins
CTT
BCP
Cotação de fecho
Máximo diário
Mínimo diário
Acções negociadas
Valor negociado
Últ Cot.
Var.% Var.%12M
93,49
50,34
130,25
110,9
98,82
11,96
18,115
5,123
3,769
70,26
96
77,63
44,39
21,935
38,34
61,17
68,15
12,16
27,73
15,51
9,305
4,074
14,635
13,57
114
66,8
6,024
31,625
10,45
1,924
24,235
171,1
152
152,6
4,94
13,75
60,92
72,25
77,43
59,3
103,8
31,31
8,857
42,995
245,05
2,012
40,805
67,27
17,66
123,15
0,30
0,20
1,57
-0,36
-1,06
0,08
1,26
1,01
0,34
0,24
-1,42
-0,12
-0,41
0,43
-0,67
-0,30
-0,10
3,07
-0,25
-0,67
-7,79
-0,20
-0,61
-0,30
-0,26
-0,82
-0,33
-0,93
-0,80
0,88
1,50
-0,63
-0,36
-1,02
0,20
-0,72
0,11
-2,52
-0,24
0,70
-0,75
0,06
-0,01
-0,80
0,10
0,79
-0,88
0,04
0,08
-0,12
-21,16
-22,58
-13,60
-0,54
8,82
-33,02
-26,57
-43,68
-39,38
-11,96
-27,65
-14,14
-26,17
-29,58
-12,21
-25,62
9,51
-58,67
4,24
-8,98
-27,62
-7,78
-18,84
-16,66
-2,04
6,50
-6,88
-1,61
-29,35
-44,06
-2,88
-2,84
-12,19
-8,38
-17,33
-9,31
-12,56
-28,61
18,48
-6,77
4,51
-34,04
-36,16
-6,19
-1,08
-67,87
-2,74
12,23
-25,83
-33,77
MELHORES DESEMPENHOS
4.787,45
4.792,53
4.760,48
229,7 milhões
50,43 milhões
Variação %
Deutsche Bank
Allianz
Philips
Axa
BBVA
Bolsa completa cinco
sessões de ganhos
O PSI-20 avançou 0,32% e
completou a quinta sessão
de ganhos, num dia em
que os índices europeus fecharam sem tendência.
OUTRAS EMPRESAS DO PSI GERAL
Cofina
Compta
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F. C. Porto
Glintt
Grão-Pará
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Luz Saúde
Martifer
Media Capital
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Reditus
Sporting C. P.
Toyota Caetano
SDC Investimentos
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Sonaecom
Sonae Indústria
Sumol+Compal
SAG
Teixeira Duarte
Vista Alegre
Air Liquide Sa
Airbus Group Se
Allianz Se-Vink
Anheuser-Busch I
Asml Holding Nv
Generali Assic
Axa
Bbva
Banco Santander
Basf Se
Bayer Ag-Reg
Bayer Motoren Wk
Bnp Paribas
Carrefour Sa
Saint Gobain
Daimler Ag
Danone
Deutsche Bank-Rg
Deutsche Post-Rg
Deutsche Telekom
E.On Se
Enel Spa
Engie
Eni Spa
Essilor Intl
Fresenius Se & C
Iberdrola Sa
Inditex
Ing Groep Nv
Intesa Sanpaolo
Koninklijke Phil
L’Oreal
Lvmh Moet Henne
Muenchener Rue-R
Nokia Oyj
Orange
Safran Sa
Sanofi
Sap Se
Schneider Electr
Siemens Ag-Reg
Soc Generale Sa
Telefonica
Total Sa
Unibail-Rodamco
Unicredit Spa
Unilever Nv-Cva
Vinci Sa
Vivendi
Volkswagen-Pref
Variação
23.110.430
15.593.480
14.652.760
3.980.765
3.023.349
Liquidez fica
acima dos 50 milhões
Foram negociados mais de
50 milhões de euros, o que
ficou ligeiramente acima
dos 49 milhões transaccionados na véspera.
Empresa
Empresa
FUNDOS
3,07
1,57
1,50
1,26
1,01
Banca lidera ganhos
nas bolsas europeias
Entre as maiores subidas
da sessão estiveram cotadas do sector financeiro. O
Deutsche Bank valorizou
mais de 3%.
PIORES DESEMPENHOS
Data cot.
Última cot.
Var.%
10-08-2016
14-07-2016
10-08-2016
09-08-2016
10-08-2016
09-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
08-08-2016
09-08-2016
10-08-2016
02-05-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
01-08-2016
08-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
09-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
10-08-2016
0,275
0,110
0,325
2,250
0,610
0,227
0,100
12,000
0,130
0,210
0,020
2,160
0,219
2,040
1,180
5,250
0,260
0,660
1,260
0,025
0,960
2,650
0,005
1,500
0,081
0,201
0,080
2,23
0,00
-3,85
0,00
0,00
0,00
-50,00
-2,56
4,00
1,45
0,00
0,00
0,00
0,00
-1,67
0,19
0,00
0,00
0,00
-10,71
0,84
6,85
0,00
0,00
6,58
-0,50
14,29
Valor neg. Var.% a 12M
25.427
165
20.870
3.920
6
1.079
2
55.087
68.579
96.193
20
648
1.667
1.849
590
50.317
676
152
6.300
30.580
2.050
136.012
1.233
1.824
8.125
1.389
48
-48,69
-26,67
-65,79
136,84
-3,17
1,79
-74,36
38,74
-10,34
-73,08
-33,33
-43,90
-25,76
-18,04
-41,00
49,15
-49,02
-37,74
11,50
-62,69
6,55
15,22
-28,07
-18,96
-61,79
-62,57
-11,11
E.On
Sanofi
Bayer AG
ASML
Munich RE
Variação %
-7,79
-2,52
-1,42
-1,06
-1,02
Prejuízos do semestre
penalizam E.On
A cotada alemã afundou
quase 8% e registou a
maior queda do EuroStoxx
50 depois de ter fechado o
semestre com perdas.
Euro Stoxx 50 Cinco sessões
FUNDOS
Tel. +34 91 538 25 00 www.pictetfunds.pt
Fundo
Últ. valor
Ethna-AKTIV A
Ethna-AKTIV T
Ethna-DEFENSIV A
Ethna-DEFENSIV T
Ethna-DYNAMISCH A
Ethna-DYNAMISCH T
126,82
131,57
139,88
162,23
75,53
77,08
Moeda
EUR
EUR
EUR
EUR
EUR
EUR
S&P 100
Empresa
3M Co
Abbott Labs
Abbvie Inc
Accenture Plc-A
Allergan Plc
Allstate Corp
Alphabet Inc-C
Alphabet Inc-A
Altria Group Inc
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American Express
American Interna
Amgen Inc
Apple Inc
At&T Inc
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Bank Ny Mellon
Berkshire Hath-B
Biogen Inc
Blackrock Inc
Boeing Co/The
Bristol-Myer Sqb
Capital One Fina
Caterpillar Inc
Celgene Corp
Chevron Corp
Cisco Systems
Citigroup Inc
Coca-Cola Co/The
Colgate-Palmoliv
Comcast Corp-A
Conocophillips
Costco Wholesale
Cvs Health Corp
Danaher Corp
Dow Chemical Co
Duke Energy Corp
Du Pont (Ei)
Eli Lilly & Co
Emc Corp/Ma
Emerson Elec Co
Exelon Corp
Exxon Mobil Corp
Facebook Inc-A
Fedex Corp
Ford Motor Co
General Dynamics
General Electric
General Motors C
Gilead Sciences
Goldman Sachs Gp
Halliburton Co
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Honeywell Intl
Intel Corp
Ibm
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Lockheed Martin
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Mastercard Inc-A
Mcdonalds Corp
Medtronic Plc
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Metlife Inc
Microsoft Corp
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Philip Morris In
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Twenty-First C-A
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United Parcel-B
United Tech Corp
Unitedhealth Grp
Us Bancorp
Verizon Communic
Visa Inc-Class A
Wal-Mart Stores
Walgreens Boots
Walt Disney Co
Wells Fargo & Co
Últ Cot.
178,16
44,71
66,3
112,86
251,24
69,35
783,52
807,22
66,675
767,54
64,74
58,96
171,195
107,84
43,16
14,801
39,855
146,33
308,14
365,83
131,77
60,67
66,68
82,59
112,37
100,03
30,865
45,43
43,545
74,7
67,08
40,61
167,84
97
81,05
53,31
83,58
68,85
80,24
28,33
53,33
35,31
86,2
124,68
164,49
12,25
150,57
31,21
31,2
78,825
162,15
43,87
135,6
115,68
34,55
162,09
123,26
65,21
20,51
259,85
80,84
96,29
118,65
87,1
62,4
39,98
57,88
43,42
105,82
29,14
126,1
55,29
73,29
40,95
38,05
108,67
34,96
99,08
1406,94
86,11
61,6
140,4
81,02
218,62
52,84
55,41
72,84
69,96
79,8
26,085
25,53
92,46
109,64
107,89
142
42,47
53,74
79,54
74,011
82,62
98,01
48,13
Var.% Var.%12M
-0,13
-0,82
-0,69
-0,02
0,06
-0,03
-0,09
-0,03
0,08
-0,10
-0,99
-0,52
-0,51
-0,89
0,19
-2,56
-1,06
-0,60
-2,00
-0,76
-0,64
-1,53
-1,62
-0,29
-1,26
-1,27
-0,24
-1,02
0,17
-0,11
0,27
-1,53
-0,01
-0,46
-0,18
-0,15
-1,36
0,07
-1,55
-0,87
-1,84
-1,51
-2,82
-0,30
0,10
-0,49
1,35
-0,29
0,42
-0,64
-0,79
-0,41
-0,37
-0,50
-1,06
0,20
-0,14
-1,00
0,29
-0,31
-0,61
-0,42
0,29
-0,73
-0,14
-3,15
-0,55
-0,23
-0,64
-0,68
0,02
-0,86
-0,53
-0,36
-0,13
0,36
-0,34
0,69
0,00
0,14
-0,63
0,20
-0,99
-0,91
0,00
0,38
0,32
-0,41
0,81
-0,36
0,20
-0,66
-0,01
-0,42
0,13
-0,84
0,15
-0,65
0,64
2,14
1,39
-1,63
17,80
-11,74
-4,20
7,28
-21,95
9,90
23,64
21,73
19,68
46,48
-20,33
-7,86
0,35
-9,92
24,09
-17,95
-11,94
2,03
-2,16
9,01
-9,66
-5,04
-19,17
3,03
-14,37
16,46
7,96
-22,66
4,47
8,67
12,83
-19,10
14,76
-10,70
16,30
14,30
11,72
26,59
-3,92
3,70
6,62
9,73
9,46
32,43
-2,90
-16,56
-0,91
18,94
-2,32
-32,39
-21,27
5,41
15,31
7,81
16,57
3,41
23,52
-5,34
-36,89
23,28
16,20
-1,83
19,38
12,21
6,83
-29,06
22,29
-6,44
2,55
-25,44
18,37
-4,14
2,86
2,66
-2,56
9,67
-1,13
15,38
6,28
12,74
-2,45
28,30
-4,05
15,57
16,23
-1,53
-7,76
34,33
-2,87
-13,45
-16,73
-1,09
6,00
8,38
15,94
-7,71
13,78
6,94
3,54
-12,06
-11,70
-16,93
Fundo
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Pictet-AbsRtn Fixed Inc-HR EUR
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Pictet-AsnEq xJpn-R USD
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Pictet-Em Mkts-HR EUR
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Pictet-Eu Sust Eq-R EUR
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Pictet-Glo Em Dbt-R USD
Pictet-Glo Megat Sel-R EUR
Pictet-Glo Megat Sel-R USD
Pictet-Greater China-R USD
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Pictet-Health-R USD
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Pictet-Jpn Eq Sel-HR EUR
Pictet-Jpn Eq Opp-R JPY
Pictet-Jpn Eq Sel-R JPY
Pictet-JpnEq Opp-R EUR
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Pictet-Mul.Ass. Glo Opp-R EUR
Pictet-Pac xJpn Idx-R USD
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Pictet-ST Mon.MktCHF-R
Pictet-ST Mon.MktEUR-R
Pictet-ST Mon.MktUSD-R
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Pictet-Timber-R EUR
Pictet-US Eq Sel-HR EUR
Pictet-US Eq Sel-R USD
Pictet-USA Index-R USD
Pictet-USD Gvt Bds-R
Pictet-USD SMT Bds-R
Pictet-Water-R EUR
100,8248
101,59
170,13
133,95
181,13
147,3
422,37
575,42
474,38
69,57
231,58
254,75
154,32
98,89
222,35
302,45
455,24
527,91
156,4
217,19
537
189,92
161,06
219,46
131,48
123,09
166,8
57,84
94,25
258,67
346,69
182,14
202,38
385,2
175,82
227,92
398,84
69,52
7289,11
10600,66
64,4
13378,78
116,52
114,77
347,75
114,82
47,94
181,08
902,98
101,7664
121,6961
133,0697
129,5919
132,96
119,65
126,48
173,67
184,88
616,24
125,92
240,98
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EUR
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EUR
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EUR
USD
EUR
USD
USD
EUR
USD
USD
EUR
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JPY
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32 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
|
|
OPINIÃO
A COR DO
DINHEIRO
A MÃO
VISÍVEL
Observações sobre
o impacto das políticas
para toda a sociedade
e dos efeitos a médio
e longo prazo por
oposição às de efeitos
imediatos e dirigidas
apenas a certos grupos
da sociedade.
CAMILO LOURENÇO
Jornalista de economia
[email protected]
Marcelo e Costa
fazem jus à
“silly season”
P
ronto! Agoraque os políticos foram
apanhados em contrapé nos incêndios, começou o “nonsense”. AntónioCosta,numaintervençãotardia,disparou
banalidades que contrariam o que fez enquanto ministro. Marcelo Rebelo de Sousa
nãoficouatrás;repetiubanalidadescopiadas
apapel químico de anos anteriores.
Falaremordenamentodoterritório,conjugaçãodeesforçosnalimpezademataserepensar a floresta são coisas que se discutem
háanos.Eondeháconsenso.Tãograndeque
se tornou vetor fundamental do plano que o
próprio Costa patrocinou na Administração
Interna.
Presidente e primeiro-ministro sabem
queoproblemanãoéafaltade“reflexãoprofunda” sobre os incêndios (como diziaDuarte Caldeira à CMTV); é não se atuar na prevenção. Porque não dá votos. Imaginem autarquias (ououtras autoridades), sobretudo
aquelas onde a dimensão agrária tem peso,
impondo limpeza de matas ou penalizando
quemnãocumpre(verartigodesegunda-feira). É mais fácil confiar numa meteorologia
favorável e esperar que a loucura de alguns
pirómanos dê tréguas...
SePresidenteeprimeiro-ministroquerem
contribuir para resolver o problema, têm de
questionar porque não se atua na prevenção
(limpezadematas,criaçãodeespaçoentreflorestaehabitações/malhaurbana…).Equestionarporque não se aplicao plano de 2006.
É difícil mudar comportamentos? É. Só
quearesoluçãodoproblemaimplicaaçõesimpopulares. EmEspanha, os incêndios caíram
apique nos últimos dez anos. Não foi seguramentecomcomportamentoseleitoralistas. I
Este artigo está em conformidade
com o novo Acordo Ortográfico
Em Espanha, os
incêndios caíram a pique
nos últimos dez anos.
JORGE
MARRÃO
MIGUEL
BELEZA
JOAQUIM
AGUIAR
CAMILO
LOURENÇO
[email protected]
Conveniências
e realidades
C
JOAQUIM
AGUIAR
ada um pode comentar uma crise, ou as análises
de uma crise, escolhendo a perspectiva que lhe
parecermaisconveniente.Quandosetrataderesolver umacrise, não háconveniências, só conta
arealidade efectivadas coisas.
Osqueescolheramignorarossinaisdeformaçãodacrise,apesardeseremvisíveisduranteum
prazo muito longo (desde o fim da escala imperial e adestruição dos centros de acumulação de
capital com a sua integração no Estado pela via
das nacionalizações, até à contracção do crescimentopotencialdaeconomiaportuguesaeaacumulação de imparidades no sistema bancário),
aparecem agora a citar a análise crítica (num relatório com qualidade e utilidade) que foi feita
peloFMIaoprogramadeajustamentoemqueos
seus técnicos participaram. Servem-se do FMI
porquelhesconvémagora,masessanãofoi,enão
é, arealidade efectivadas coisas.
Ioiôs e outros brinquedos
de política económica
A
JOSÉ M.
BRANDÃO
DE BRITO
incapacidade do BCE emcontinuaraenfraquecero euro através de taxas de juro cadavez mais
negativas tem estado a ser interpretada como
indício de impotênciadapolíticamonetária. Estranhamente, tal circunstância não tem diminuído a fé da maioria dos economistas na utilidade dapolíticaeconómica: se avertente monetáriadeixou de funcionar, passa-se paraaorçamental. Estasolução – supostamente o melhor
que a“intelligentsia” globaltemparaoferecer–
em nada difere da estratégia de alternância entre estímulos orçamentais e monetários aplicadadesde o finaldaII GuerraMundial. Como tão
bemsabemos,oioiôentreumeoutrotipodepolítica económica levou à acumulação de elevadíssimos níveis de endividamento, os quais acabaram por desencadear a crise financeira de
2008. Como desde então o endividamento do
setorpúblico de quase todos os países não desa-
“É este o balanço arrasador (e aterrador)
do programa de ajustamento português
elaborado pela troika e conduzido com zelo
e dedicação pelo Governo PSD/CDS.”
“A política monetária parece ser
impotente nesta situação. Um suporte
orçamental direcionado às empresas
faria mais sentido, na nossa opinião.”
NICOLAU SANTOS
EXPRESSO 6 DE AGOSTO DE 2016
EUROPEAN ECONOMIC WEEKLY,
BANK OF AMERICA MERRILL LYNCH
10 DE AGOSTO DE 2016
Em 2011, o programaparaaconcessão de um
empréstimodeemergênciafoinegociadopeloGoverno português com técnicos de instituições europeias,depoisapoiadosportécnicosdoFMI.Não
foiatroikaqueelaborouoprogramadeajustamento português, foi o Governo português em exercício que forneceu os dados, identificou os problemas e negociou os termos do memorando de entendimento. Se depois esse informador, negociador e primeiro signatário do programade ajustamento,seafastoudoscompromissosquetinhanegociado,invocandoqueconheciaumaalternativa,
éumfactoquepertenceaodomíniodasconveniências, mas não é arealidade efectivadas coisas.
Cinco anos depois, os mesmos que negociaramoanteriorprogramadeajustamentoedepois
orepudiaramestãoemcondiçõesderevelaroque
eraaalternativaque diziam conhecer. O FMI vai
agradecer este teste em tempo real com uma sociedade real, o que é raro serautorizado. I
JOSÉ M.
BRANDÃO
DE BRITO
pareceu, iniciativas que aumentem a despesa
públicatornamasituação aindamais insustentável. Como é que estarealidade pode escapara
analistas reputados é, paramim, ummistério. A
não ser que… esses tais especialistas estejam a
contemplarjuntaraosioiôs(entreestímulosorçamentais e monetários) uma esquadrilha de
helicópteros (de distribuição de moeda). Porque, com este alargamento do arsenal de política económica, o estímulo orçamental poderia
passar a ser diretamente financiado pelo BCE,
através de “helicoptermoney”, ouseja, de liquidez fornecida pelo banco central aos estados
sem contrapartida. Como nota final, relembro
que foi com essa estratégia que Mugabe e Chavez/Maduro geraram gigantescos fenómenos
de hiperinflação. I
Este artigo está em conformidade com o novo
Acordo Ortográfico
QUINTA-FEIRA
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11 AGO 2016
ISCTE BUSINESS SCHOOL E INDEG-IUL
BUZZ
A esperança
do desporto
Motivar com
objetivos impossíveis
PEDRO DIONÍSIO
Professor de Marketing do ISCTE-IUL
[email protected]
N
asequênciadoinquestionável(ealgo
surpreendente) êxito do nosso país
no Euro 2016, em Paris, agosto iniciou-sedesportivamentecomaVolta a Portugal em Bicicleta e com os
Jogos Olímpicos, evento onde os
portugueses–embaladospeladinâmicade vitóriade julho – aguardam
com expectativa o momento de se
orgulharemcommaiseboasperformances desportivas.
E a coisa promete, até mesmo
pelanovelaque antecedeuaparticipação portuguesa de futebol. Como
ésabidoefoiamplamentecomentado,paraoselecionadornacional,Rui
Jorge, não foi propriamente fácil
constituir uma equipa olímpica. E,
no entanto, este grupo de “miúdos”
razoavelmente pouco conhecidos
soube atuar como uma verdadeira
equipa, dando uma lição de espírito
degrupoeassegurando,desdecedo,
a passagem aos quartos de final.
Nada mal, para uma equipa de segundas escolhas...
Os Jogos Olímpicos assumem
também uma importância que
transcende a vertente desportiva
porque,aopreencheremnoticiários
e programas televisivos, poupam o
paísagrandepartedasnão-notícias,
próprias da “silly season”, e que, a
parcom o alarmante número de incêndios de verão, ocupam a nossa
atençãonestetempoemqueamaioria da classe política, fonte habitual
de notícias, se encontraabanhos no
Algarve.
Gostaria de destacar aquele que
consideroserumexcelenteexemplo
dedesempenhoolímpicoportuguês,
não apenas em termos desportivos
mastambémeconómicos;éocasoda
canoagem.
Nestamodalidade desportivaas
medalhas de vários atletas emcampeonatos europeus, mundiais e Jogos Olímpicos são já habituais. A
esta boa performance não terá sido
alheia a articulação de vários fatores:
– um bem arquitetado plano de
longo prazo, gizado pelaFederação;
– o trabalho diário, persistente e
duro, por parte de atletas, treinadores e dirigentes;
– a existência de um centro de
treinos de alto rendimento, onde se
treinamatletasnacionais,masonde
também vêm estagiar e competir
equipas estrangeiras, aproveitando
as boas condições climáticas;
–umaexemplarindústrianacional, protagonizada pela Nelo Caiaques, fundadaem1978 e sediadaem
ViladoConde,queforneceosbarcos
decompetiçãoparamuitasdasequipas olímpicas.
Agora,comumPresidentedaRepúblicaquefazquestãodeatribuiro
devido relevo às performances desportivas dos portugueses, será tambémumexcelentemomentoparaos
portuguesesouviremeaplicaremas
ilaçõesqueestePresidente,também
eleumamantedodesporto,temprocurado retirar dos êxitos desportivos.
A fórmula do sucesso é sobejamenteconhecida–umavisãodelongoprazo,umplanoestratégico,uma
liderançaforte,vontadedecooperação em torno de um desígnio nacional,umapaixãoporvencereotrabalho árduo e determinado daqueles
que implementam no diaadia.
É este o espírito que tem permitido a setores tradicionais da nossa
economia,comoéocasodocalçado,
afirmarem-senacionaleinternacionalmente. Cabe, agora, a todos nós
seguirmos estes exemplos, acreditandoque,emcadaumadasatividadesemqueestamosenvolvidos,osucesso estánas nossas mãos. I
Coluna quinzenal à quinta-feira
Este artigo está em conformidade
com o novo Acordo Ortográfico
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OPINIÃO
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33
MIGUEL PINA E CUNHA
Professor na Nova School of
Business and Economics
E
screveu Camões que: “Coisas impossíveis,émelhoresquecê-lasquedesejá-las.”Fazsentido.E,noentanto,no
mundo dos negócios, vários executivos de elevado perfil começaram a
apregoar o contrário: que a melhor
maneirade escaparao normalé através da definição de objetivos impossíveis, extraordinários.
Um desses executivos foi Jack
Welch, o mítico CEO da GE. Que
Welch foi, ele próprio, um extraordinário gestor, parece fora de questão.
Que as coisas, em geral, provaram as
suasrazões,também.CharlesDuhigg,
do The NewYorkTimes, contaahistória da adoção de objetivos
“stretching”noseunovolivro“Smarter, Faster, Better”. Ainspiração terá
vindo do desenvolvimento do
“shinkansen”, o comboio-bala japonês, inicialmente um projeto impossível. Welch aplicou amesmareceita
naGEcomresultadosparticularmente interessantes e inovadores na GE
Aviation. Na Southwest Airlines, a
mesma lógica foi adotada num momento de vidaoude morte paraaentão pequena companhia aérea. De
novo com resultados impressionantes. Mais recentemente, Steve Jobs
fez daApple um terreno de concretizaçãodeimpossibilidades:oseucampo de distorção da realidade ajudava
atornaro impossível possível.
Adefinição de objetivos impossíveis, todavia, colide com décadas de
investigação sobre definição de objetivos: porque haveriam as pessoas de
seesforçarparaalcançaralgoquenão
éalcançável?Trata-sedeumboapergunta. Quando recorrer a objetivos
impossíveis? O trabalho de Sitkin e
seus colegas mostra que este tipo de
objetivos tem tipicamente aplicação
numa gama muito estreita de casos:
quando a organização dispõe de recursos para gastar com inovação e
quando tem um passado recente de
sucesso.Nemtodososcasosdesucesso, todavia, se compaginam com esta
explicaçãoteórica,mascompreende-
-se o argumento: pôras pessoas atrás
doimpossívelexigeboasdosesdeautoconfiança e recursos para experimentar formas muito diferentes de
fazeras coisas.
Em muitas ocasiões, a busca do
impossível,porém,nãoconduzalado
nenhum: a Nokia, já acossada pelos
seus rivais, ter-se-á entregue às promessasdasmissõesimpossíveis–que
nesse caso fizeram jus ao nome. Ou
seja, emvezde querermudartudo de
umavez, parece mais avisado mudar
sempre, mas pouco de cada vez. Camões não foi um guru dagestão, mas
defende um bom ponto. I
Paracontinuaraexploraro tema:
Duhigg, C. (2016). “Smarter, Faster, Better”.
London: Penguin.
Sitkin, S.B., See, K.E., Miller, C.C., Lawless,
M.W. & Carton, A.M. (2011). “The paradox of
stretch goals: Organizations in pursuit ofthe
seemingly impossible.” Academy ofManagement Review, 36(3), 544-566.
Coluna mensal à quinta-feira
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34 QUINTA-FEIRA 11 AGO 2016
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MARKETING, MEDIA E PUBLICIDADE
RTP pede estudo à KPMG
sobre práticas salariais
A estação pública encomendou um estudo à consultora para analisar várias práticas fiscais
e parafiscais ligadas à gestão dos recursos humanos. A RTP garante que é “uma análise
regular de procedimentos” e que “não há previsões” de programas de rescisões adicionais.
SARA RIBEIRO
[email protected]
DIOGO CAVALEIRO
[email protected]
RTP contratou a
KPMG para realizarumestudopara
a revisão de algumas práticas salariais do grupo. Segundo o acordo
publicado no portal Base (contratos públicos online), os serviços
contratados consistem“no levan-
A
tamento e revisão das práticas
adoptadas em matéria fiscal e parafiscal[...]noâmbitodoprocessamento salarial efectuado pela
RTP”. Aanálise inclui questões ligadas ao regime geraldaSegurançaSocial e ao regime daCaixaGeral de Aposentações (CGA).
Oobjectivopassaporpermitir
“identificarequantificareventuais
contingências na área das remunerações[...],bemcomoeventuais
oportunidades de melhorias de
procedimentos e de eficiênciafiscal/parafiscal”,lê-senodocumento, assinado em Maio.
O contrato
assinado entre
a RTP e a KPMG
tem honorários
no valor de
12.500 euros
mais IVA.
ContactadapeloNegócios,fonte oficial da empresa liderada por
GonçaloReisexplicouquese“tratadeumaanáliseregulardeprocedimentos”. E que o pedido desta
análise não está relacionado com
eventuaissaídasdetrabalhadores
do grupo: “Não há previsões adicionais de um programa de rescisões, para além das ocorrências
com um ritmo normal que se têm
verificado”, acrescentou.
Deacordocomocontratoassinadocomaconsultora,ondeCristinaVazTomé,administradorafinanceira da RTP, trabalhou, um
dosmotivosqueespoletouopedidodaRTPfoi“acrescentecomplexidadedaactividadedasempresas
eafrequênciadasalteraçõeslegislativas em matéria fiscal”. Esta
questão, aliada “a uma postura
cadavezmaisdeterminadadaAutoridade Tributária, impõem um
criteriosoeadequadoacompanhamento das questões fiscais”.
Nestecontexto,aRTP“pretendendo acautelar o cumprimento
dasobrigaçõesdenaturezafiscale
parafiscal emtodas as matérias ligadasàgestãodosrecursoshumanos, solicitou à KPMG a apresen-
QUINTA-FEIRA
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11 AGO 2016
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MMP
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35
O MANTO DIÁFANO
Marcos Freitas
seguido por
594 mil
telespectadores
A prova de ténis entre Gastão Elias e Steve Johnson,
transmitida terça-feira
pela RTP1, foi acompanhada por um total de 654 mil
telespectadores, segundo
os dados da Initiative/IPG
Mediabrands. Já perto da
meia-noite, o mesa-tenista Marcos Freitas reuniu
um total de 594 mil telespectadores. Ainda assim, o
pico máximo de audiência
registou-se com a transmissão com a prova feminina de Ginástica Artística,
a partir das 22h40. A RTP2
transmitiu a final de Canoagem Slalom, que contou com a presença de José
Carvalho, tendo captado
perto de 432 mil telespectadores.
Fotografia: José Moreira/Reuters
tação da presente “Engagement Letter”, detalha o documento.
Arevisãovaiincluirpraticamente todos os grupos de trabalhadores da RTP: no activo,
em situação de pré-reforma,
com licença sem vencimento,
estagiários e requisitados.
A metodologia vai incidir
“naidentificaçãodasdiferentes
formasderemuneração(emdinheiro e em espécie) adoptadas”, para depois avançar com
uma análise dos procedimentos fiscais “adoptados relativamente àcomponente pecuniária da remuneração”, do pagamento de ajudas de custo e
reembolso de despesas dos colaboradores da RTP ou “das
obrigações acessórias da RTP
em sede de IRS”.
Em relação à escolha da
KPMGparaaelaboraçãodesta
análise, que terá um custo de
12,5 mil euros mais IVA, aRTP
esclareceu que “o trabalho foi
adjudicado a uma empresa especializada, no seguimento de
uma consulta ao mercado,
como é apráticadaRTP”. I
[672.] NOS UMA,
parte dois
N
a campanha do pacote NOS UMA, o
narrador Nuno Lopes trata o observador por tu: o público-alvo são os
mais jovens, abertos ànovidade e conhecedores das séries onde tudo se
mistura, como as personagens de séries do passado e gente de hoje passeando pelo cenário.
O tratamento portu avançarapidamente em Portugal, em resultado
da “democratização” nas relações
sociais, no trabalho ou no lazer, e
pelo maior peso que assumiram na
comunicação os grupos sociais mais
informais nas formas de tratamento. Os media como a televisão contribuíram muito, dado que o “tu cá,
Pareceu-me
faltar-lhe um
grão na asa
para vender
o mundo
maravilhoso
que criou.
tu lá” é conforme à identidade, que
pretendem assumir, de familiaridade com os seus receptores.
Sinal deste avanço do “tu” é apublicidade, que responde de imediato às novas realidades sociais, a começar pelas comunicativas. Mas os
publicitários são geralmente cautelosos, pois aformade tratamento depende do público-alvo. Neste caso, o
investimento da NOS e o carácter
universal do produto, aUMA, apontariam para um tratamento na terceira pessoa do singular, mas os publicitários optaram pelo tu. E, de facto, é possível que muitos espectadores mais velhos e com menos literaciamediática, mesmo com cabo, não
saibam do que é que os anúncios estão a falar. Deste modo, a opção visou alvejar directamente os mais jovens e dinâmicos com as “novas tecnologias”, que eles também tratam
por tu.
O público-alvo é simbolizado nos
anúncios da campanha através das
personagens de jovens adultos que
povoam as casas, escritórios e lojas
do cenário. Não aparece nenhuma
“pessoa de idade” manipulando a
UMA.
Deste modo, compreende-se a
ficção pós-modernacriadapelos reclames: um cenário não-realista, que
não é nem deixa de ser; com jovens
para quem o trabalho é entretenimento e os conteúdos de ficção são
um assunto sério; o anúncio mostrando-se a si mesmo em construção; o protagonismo de Nuno Lopes,
um actor que vai para os 40 anos,
mas que é por isso um “jovem” nos
padrões contemporâneos; apresença de câmaras de filmar como parte
do quotidiano; a mistura de épocas
históricas através da indumentária
dos figurantes, como acontece em
séries da moda. As séries e os actores são, aliás, um dos temas destacados na campanha, pois são os conteúdos preferidos do público-alvo.
Está, portanto, tudo certinho, ex-
EDUARDO CINTRA TORRES
[email protected]
cepto a habitual insistência dos publicitários em pôr a música aos berros, dificultando uma correcta
apreensão das falas do narrador.
Mas estar tudo certinho não é o
mesmo que estar tudo certo. Tudo
está conforme à ideia-base, ao conceito: os cenários, os acessórios e o
vestuário, arealização, anarrativa, a
escolhade Nuno Lopes, aadequação
ao público-alvo. Mas fico na dúvida
sobre a eficácia da campanha. Não
estarão os espectadores cansados ou
pelo menos demasiado habituados a
este género? Seráque aficcionalização da“cidade” e atécnicateatral do
à-parte do narrador para o espectadorfuncionam? Seráeficaz acampanha na capacidade de suspender a
incredulidade do espectador? Seria
ela necessária? Ou acharam os publicitários que não, que é precisamente por não haver suspensão da
incredulidade que a campanha é
atraente? Não tenho respostas. O
anunciante tem: mede aeficáciapelo
número de adesões ao serviço depois
de começar a campanha. Mas isso é
assunto para o anunciante. A mim
sobrou-se um amargo de boca: pareceu-me que a campanha “não chega
lá”, é pouco convincente. Pareceu-me faltar-lhe um grão na asa para
vender o mundo maravilhoso que
criou. I
Coluna semanal à quinta-feira
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QUINTA-FEIRA
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11 AGO 2016
O PULO
DO GATO
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Tiragem média de Abril: 14.968 exemplares
COFINA MEDIA, S.A.
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FERNANDO SOBRAL
Grande repórter
A ministra
inexistente
H
áministrostímidosquesedissolvemnessasuafragilidade.Alguns
sóexistemporque,quandoseolha
parao organogramado Governo,
reparamosqueforamempossados.Outrostentamserinvisíveis.Mas,nesteExecutivo,háum
casoquenãoseconsegueentender,odeConstançaUrbano de Sousa, que ostentao benévolo epíteto de ministradaAdministração Interna.Nãosepercebebemseéumaministratímida,invisívelou,simplesmente,umaprimaafastadadeGasparzinho,ofantasminha.Nadacontraumqualquerministroacharquesedeveprecaverde aparições. Mas ConstançaUrbano de
Sousaé,olhandoparaapertináciacomqueconsegueserinvisível,umcasopeculiar.
Reparou-se que ela existia porque quando quatro argelinos se passearam pelo aeroportodeLisboadisse,acusto,queeraumcaso
de “tentativa desesperada de imigração ilegal”. A insustentável leveza da ministra faz-nos crer que não brotará uma palavra dos
seuslábiossobreadecisãodeMárioCenteno
riscar 500 dos 800 novos polícias previstos,
porque o OE de 2017 vai ser inclemente. Só
que isso, agora, é irrelevante. Porque, com o
país a arder e uma das principais cidades do
país, o Funchal, mergulhada no caos absoluto, a ministra continua sem se ouvir e sem se
ver.Falso:háquemdigaquevinhaatrásdeAntónio Costa quando este foi às instalações da
ProtecçãoCivil.Equefoiaumareunião.Épouco. Ou melhor, é a confirmação da inexistênciadeConstançacomoministradeumapasta
estratégica deste Governo. Ninguém pede à
ministra que esteja a combater os incêndios.
Masjápoderiaterfaladoaosportugueses.Ejá
poderia ter ido aos locais críticos. Aministra
pode serumaproletáriastakhanovistano gabinete, mas isso é, neste momento, um valor
falido.Opaísprecisa,porestesdias,deumministropolítico,queváaoslocaiseprometaacçãodecisiva.Agoraenofuturo.ConstançaUrbanodeSousateve,nestemomentodoloroso,
aoportunidadededemonstrarqueeraministra. Não o fez. Deixoude serministra. I
Constança Urbano
de Sousa teve
a oportunidade
de demonstrar que era
ministra. Não o fez.
NEGÓCIOS NUM MINUTO
FOTOGALERIA
O IMPACTO NOS
SERVIÇOS DA REDUÇÃO
PARA AS 35 HORAS
O HOTEL QUE FOI
DESTRUÍDO PELOS
INCÊNDIOS NA MADEIRA
1. O hotel que foi destruído
pelos incêndios na Madeira
2. Trabalhadores da construção
vivem pesadelo no deserto...
3. Lloyd’s garante que Horta
Osório pagou despesas privadas
4. Três mortos e mil deslocados
na Madeira
5. Timor doa dois milhões
a Portugal para ajudar...
CONTAS PÚBLICAS
MEDIA
Dívida pública
acima de meta anual
Jornal A Bola
posto à venda
Miguel Baltazar
O ministro das Finanças, Mário Centeno, recebeu notícias menos boas da UTAO.
O peso dadívidapúblicano PIB no
finaldoprimeirosemestreteráficadoentre131%e132%,estimaaUnidade Técnicade Apoio Orçamental
(UTAO)atrabalharnoParlamento.
Ovalorestáacimadametaanual.
“Adívidapúblicanofinaldoprimeirosemestreatingiuos240,1mil
milhões de euros, umacréscimo de
2,4milmilhõesemtermosmensais
e de 8,7 mil milhões face ao final de
2015”, quantifica a UTAO na nota
mensaldeanáliseàdívidapública,estimando que “a dívida pública em
percentagemdoPIBnofinaldoprimeirosemestrede2016setenhasituadoentre130,9%e132,3%doPIB”,
lê-senodocumento.
“Aconfirmar-se, regista-se um
acréscimofaceaovalorprovisórioda
dívidapúblicano final do primeiro
trimestre (128,9% do PIB), sendo
este valorsuperiorao previsto para
ofinaldoanopeloFMIepelaOCDE
(128,3%doPIB),pelaComissãoEu-
ropeia(126%doPIB)epeloMinistério das Finanças (124,8% do PIB)”,
analisamostécnicos,queacrescentamde seguidavários factores relevantes que irão condicionaras contasdosegundosemestre.
Pela positiva, referem um aumento no volume de depósitos do
Estado nos primeiros seis meses –
cercade5milmilhõesparaos18mil
milhões de euros – que poderá ser
usadoparaamortizardívidaaoFMI
ouparaamortizaros4,1milmilhões
deeurosdaobrigaçãoquevenceem
Outubro.
Já pela negativa, os técnicos
apontamquatropressões:umarevisão emaltado défice face àmetade
2,2% do PIB , umarevisão embaixa
do crescimento económico face aos
1,8%previstosnoOrçamento,eainda a recapitalização da CGD ou o
adiamentodavendaouumaalienaçãodoNovoBancoaumpreçoinferioraoprevistopeloGoverno. I RPJ
OjornaldesportivodiárioABolaestánomercado para uma possível venda, apurou o Negóciosjuntodefontesdosector.Apublicação,
que tem ainda o canal de televisão Bola TV,
tem sido apresentada a vários grupos de comunicaçãosocialpresentesemPortugal,eque
poderão virafazerpropostas em breve.
De acordo comfontes do sectorcontactadas pelo Negócios, um dos interessados será
a Sport TV, que tem como accionistas a Olivedesportos e a NOS, e em breve a Vodafone
e aMEO. Caso este negócio se concretize, um
dos grupos contactados admite como provável a apresentação de uma exposição à AutoridadedaConcorrência,devidoàeventualposição dominante que o grupo poderiavirater
no segmento desportivo. De destacar ainda
que, caso este cenário se concretize, seria a
primeirainvestida– aindaque indirecta– da
Altice(donadaMEO/PT)nosjornaisemPortugal. A Bola é controlada pela sociedade VicontrolSGPS,quetemcomoaccionistamaioritário Mário Arga e Lima.
Apublicação não constavoluntariamente dos dados de vendas da APCT. Já em termos de online, o site d’A Bola fechou o mês
de Julho no segundo lugar, com 34,8 milhões
de visitas, apenas superado pelo portal Sapo.
Em 2012, o grupo avançou para a televisão,
com a Bola TV. I
A Bola, que está
também na
televisão e na
internet, foi
fundada em 1945.