baixar programa - Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Transcrição

baixar programa - Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
FORTISSIMO Nº 4 — 2015
JUNHO
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CAROS AMIGOS E AMIGAS,
O mês de junho, devido ao clima seco
e ameno, é sempre reservado às nossas
turnês por Minas Gerais, levando a
grande música sinfônica, executada
pela Filarmônica, patrimônio vivo da
cultura, para várias regiões do estado.
Assim, após concertos em
Divinópolis, Araxá e Uberlândia,
nossa Orquestra apresenta-se apenas
uma vez neste mês, dentro das séries
Presto e Veloce, trazendo a vocês um
concerto dedicado a compositores
franceses. Damos novamente as
boas-vindas ao maestro Yoav Talmi,
que retorna a Belo Horizonte
alguns anos após a sua estreia com
a Filarmônica, e recebemos pela
primeira vez a violinista
Liza Ferschtman. Obras de Berlioz,
Saint-Saëns e César Franck compõem
este rico e variado programa.
Após este programa, vocês podem
se preparar para a maratona que
a Filarmônica realiza no mês de
julho, quando concertos frequentes
aquecerão com extraordinária
música e excelentes solistas o
inverno que ora se inicia.
Desejamos a todos um bom concerto,
antecipando os calorosos aplausos
que certamente o seguirão.
FABIO MECHETTI
FOTO: AN DRÉ FO SSATI
Diretor Artístico e Regente Titular
FOTO: AN DRÉ FO SSATI
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Jacksonville, sendo, agora, Regente
Emérito destas duas últimas.
Foi regente associado de Mstislav
Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Nacional de Washington e com ela
dirigiu concertos no Kennedy Center
e no Capitólio norte-americano. Da
Orquestra Sinfônica de San Diego
foi Regente Residente.
FOTO: EUGÊN IO SÁVIO
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti
é Diretor Artístico e Regente Titular
da Orquestra Filarmônica de
Minas Gerais desde sua criação, em
2008. Por esse trabalho, recebeu o
XII Prêmio Carlos Gomes/2009 na
categoria Melhor Regente brasileiro.
Recentemente, tornou-se o primeiro
brasileiro a ser convidado a dirigir
uma orquestra asiática, sendo
FABIO
MECHETTI
nomeado Regente Principal da
Orquestra Filarmônica da Malásia.
Foi Regente Titular da Orquestra
Sinfônica de Syracuse, da
Orquestra Sinfônica de Spokane
e da Orquestra Sinfônica de
Fez sua estreia no Carnegie Hall
de Nova York conduzindo a
Orquestra Sinfônica de Nova Jersey
e tem dirigido inúmeras orquestras
norte-americanas, como as de
Seattle, Buffalo, Utah, Rochester,
Phoenix, Columbus, entre outras.
É convidado frequente dos festivais
de verão nos Estados Unidos, entre
eles os de Grant Park em Chicago
e Chautauqua em Nova York.
Dinamarca, Mechetti dirige
regularmente na Escandinávia,
particularmente a Orquestra
da Rádio Dinamarquesa e a de
Helsingborg, Suécia. Recentemente,
estreou na Itália conduzindo a
Orquestra Sinfônica de Roma. Em
2015 dirigirá a Orquestra Sinfônica
de Odense, também na Dinamarca.
No Brasil foi convidado a dirigir a
Sinfônica Brasileira, a Estadual de São
Paulo, as orquestras de Porto Alegre,
Brasília e Paraná e as municipais
de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Trabalhou com artistas como Alicia
de Larrocha, Thomas Hampson,
Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,
Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil
Shaham, Midori, Evelyn Glennie,
Kathleen Battle, entre outros.
Realizou diversos concertos no
México, Peru e Venezuela. No Japão
dirigiu as Orquestras Sinfônicas de
Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Na
Europa regeu a Orquestra Sinfônica
da BBC da Escócia e a Orquestra
da Radio e TV da Espanha. Dirigiu
também a Filarmônica de Auckland,
Igualmente aclamado como
regente de ópera, estreou nos
Estados Unidos dirigindo a Ópera
de Washington. No seu repertório
destacam-se produções de Tosca,
Turandot, Carmen, Don Giovanni,
Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly,
Barbeiro de Sevilha, La Traviata e
Nova Zelândia, a Orquestra Sinfônica
de Quebec, Canadá, e a Filarmônica
de Tampere, na Finlândia.
As Alegres Comadres de Windsor.
Vencedor do Concurso Internacional
de Regência Nicolai Malko, na
Fabio Mechetti recebeu títulos
de Mestrado em Regência e em
Composição pela prestigiosa
Juilliard School de Nova York.
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YOAV TALMI
regente convidado
LIZA FERSCHTMAN
violino
PRESTO
Quinta
25/06
PROGRAMA
VELOCE
Sexta
Hector BERLIOZ
26/06
Abertura O Rei Lear, op. 4
Camille SAINT-SAËNS
Concerto para violino nº 3 em si menor,
op. 61
• Allegro non troppo
LIZA FERSCHTMAN
violino
• Andantino quasi allegretto
• Molto moderato e maestoso
– I N T E RVA L O –
César FRANCK
Sinfonia em ré menor
• Lento – Allegro non troppo
• Allegretto
• Allegro non troppo
FOTO: CAMIRAN D PHOTO
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PRESTO E VELOCE
YOAV
TALMI
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Celebrado nos dois lados do
Atlântico, Yoav Talmi é maestro
principal convidado da Orquestra de
Câmara de Israel e maestro emérito
da Quebec Symphony. É chefe do
Departamento de Regência na
Buchmann-Mehta School of Music
da Universidade de Tel Aviv. Talmi
atuou como maestro principal
da Hamburg Symphony, maestro
principal convidado da Filarmônica
de Munique, diretor musical
da San Diego Symphony, da
Filarmônica de Arnhem e da
Orquestra de Câmara de Israel, além
de fundador e primeiro diretor
musical da New Israeli Opera.
A longa e impressionante carreira
de Talmi como maestro convidado
abrange vários continentes. Seus
compromissos europeus incluem
todas as principais orquestras de
Londres, a Filarmônica de Berlim,
Concertgebouw de Amsterdã, as
sinfônicas de Viena e Praga, as
filarmônicas de São Petersburgo,
Oslo, Estocolmo, Varsóvia e Israel,
a Orchestre National de France,
Tonhalle de Zurique, Santa Cecília
em Roma e orquestras de rádio
em Israel, França, Itália, Espanha,
Alemanha, Polônia, Holanda, Bélgica,
Finlândia e Suécia. Apresentou-se
várias vezes com a NHK Symphony
e com a New Philharmonic
Orchestra no Japão. Na América do
Norte, Talmi tem aparecido com
as orquestras de Dallas, Detroit,
Houston, Indianapolis, Madison,
Montreal, Pittsburgh, Rochester,
Seattle, St. Louis, Toledo e Vancouver,
assim como a Orquestra de Câmara
de Los Angeles, a National Arts
Centre Orchestra, a New York
Chamber Symphony e a Orquestra
de St. Luke. Suas atividades de verão
incluem os festivais de música de
Aspen, Casals em Porto Rico, Bergen,
Chautauqua de Nova York, Helsinki,
Houston’s Mostly Mozart, Jerusalém,
Lanaudière e Festival de Waterloo.
Artista experiente em gravações,
Yoav Talmi já trabalhou com os selos
Chandos, Decca, EMI, Naxos, Teldec,
CBC Records, Atma e Analekta.
Sua gravação da Nona Sinfonia de
Bruckner com a Filarmônica de
Oslo lhe rendeu o prestigioso
Grand Prix du Disque em Paris.
Suas duas últimas gravações de
orquestrações de Bach e Debussy
com a Sinfônica de Quebec ganharam
o Prêmio Joker pela Revista
Crescendo de Bruxelas. Sua gravação
de Schoenberg e Tchaikovsky com
a Orquestra de Câmara de Israel
foi escolhida Gravação do Mês pela
revista Fono-Forum da Alemanha.
O London Penguin Guide concedeu a
essa mesma gravação sua mais alta
classificação. Sua gravação French
Showpieces com a Sinfônica de
Quebec e o violinista James Ehnes
recebeu classificação “perfeita”
e foi escolhida Gravação do Mês
pela revista francesa Repertoire.
Nascido em Israel, Yoav Talmi é
graduado pela Rubin Academy of
Music de Tel Aviv e The Juilliard
School de Nova York, onde obteve
formação em Composição e
Regência com doações da America
Israel Cultural Foundation.
Recebeu o Koussevitzky Memorial
Conducting Prize no Festival
de Tanglewood 1969 e o Rupert
Conductor’s Competition
1973, entre outras premiações
no seu país e no Canadá.
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PRESTO E VELOCE
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Curtis Institute, Filadélfia, e de
David Takeno, em Londres.
F OTO: MARCO BORGGREVE
A violinista holandesa Liza Ferschtman
é conhecida por suas performances
entusiásticas e programas
interessantes. Sua presença é
marcante tanto em concertos quanto
em música de câmara, recitais ou
trabalhos solo. Em 2006, recebeu o
maior prêmio atribuído a um músico
na Holanda, o Dutch Music Prize.
LIZA
FERSCHTMAN
A violinista se apresentou com todas
as orquestras holandesas mais notáveis,
incluindo a Real Concertgebouw
e a Rotterdam Philhamonic. Foi
solista da Orquestre National de
Belgique, da European Union Youth
Orchestra, da Orquestra Yomiuri
Nippon, Malaysian Philharmonic,
Schleswig-Holstein Festival
Orchestra, Bremen Philharmonic,
Radio Symphony Orchestra de
Praga, Malmö Symphony e Bergen
Philharmonic. Trabalhou com
maestros como Stephan Blunier, Frans
Bruggen, Christoph von Dohnanyi,
Claus Peter Flor, Neeme Järvi, Yakov
Kreizberg, Zdenek Macal, Jun
Maerkl, Gianandrea Noseda, Marc
Soustrot, Leonard Slatkin, Thomas
Sondergard, Karl-Heinz Steffens,
Mario Venzago e Jaap van Zweden.
Desde 2007, Liza é diretora
artística do Delft Chamber Music
Festival, um dos maiores festivais
na Europa. Nesse período, o festival
tornou-se amplamente conhecido
por sua programação ousada,
com performances dinâmicas de
artistas de todo o mundo.
Destaques da temporada passada
foram a apresentação das obras
completas de Bach em Amsterdã e
uma turnê com a Budapest Festival
Orchestra e o maestro Iván Fischer.
Na atual temporada, a violinista
fará estreias com a BBC National
Orchestra do País de Gales,
filarmônicas de Londres e de Essen,
Staatskapelle Weimar e Flanders
Symphony Orchestra. Ela fará
apresentações de música de câmara
no Liederhalle, em Stuttgart, e
no Beethoven Haus, em Bonn,
e vários recitais na Holanda.
Nascida em uma família de
Na música de câmara, Liza colabora
regularmente com artistas como Inon
Barnatán, Jonathan Biss, Nobuko
Imai, Elisabeth Leonskaja, Enrico Pace,
Christian Poltera, Lars Anders Tomter
e Alisa Weilerstein. Além de festivais
O álbum em que Liza apresenta
concerto e romances de Beethoven
foi aclamado pela crítica, bem
como suas gravações com concertos
de Dvorák, Röntgen, obras solo
músicos russos, Liza Ferschtman
teve como uma de suas primeiras
influências o violinista Philipp
Hirschhorn. Foi aluna de Herman
Krebbers no Conservatório de
Amsterdã, de Ida Kavafian no
internacionais, apresentou-se no Alice
Tully Hall em Nova York, na Biblioteca
do Congresso em Washington,
Wigmore Hall em Londres, Brahms
Saal do Musikverein em Viena e o
Concertgebouw em Amsterdã.
de Bach e Ysaye (escolha do mês
The Strad CD) e obras duo de
Beethoven e Schubert. Seu
próximo CD apresentará obras
solo de Bach, Biber, Bartók e
Berio (Callenge Classics).
FOTO: AN DRÉ FO SSATI
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PRESTO E VELOCE
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PRESTO E VELOCE
Hector Berlioz |
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França, 1803 – 1869
INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas,
2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, cordas.
ABERTURA O REI LEAR, OP. 4 (1831)
14 min
Logo após mudar-se para Paris
em 1821, Berlioz torna-se assíduo
frequentador de óperas. O gosto
pela música e a predileção pelas
literaturas francesa e latina e pela
geografia marcam sua adolescência.
Porém, viu-se obrigado pelo pai a
estudar Medicina. O contato com o
mundo musical em Paris o convence a
abandonar por definitivo a Medicina,
após sua graduação em 1824. Em 1826
ingressa no Conservatório de Paris, na
classe de Jean-François Le Sueur, uma
das mais influentes figuras do cenário
musical francês durante a Revolução,
o Império e a Restauração. Os anos
que se seguem são cruciais para o
desenvolvimento de sua linguagem
musical. Concorre ao Prix de Rome
por quatro vezes, entre 1826 e 1830,
vencendo-o afinal com a cantata
La Mort de Sardanapale. Paralelamente,
a leitura de Goethe – Fausto acabava
de ser traduzido para o francês por
Gérard de Nerval – e a descoberta
da obra de William Shakespeare
são essenciais para a consolidação
teatro Odéon. Embora, à época,
não dominasse a língua inglesa,
viu-se profundamente envolvido
pelo esquema dramático de
Shakespeare. Para ele, o dramaturgo
inglês representava a superação das
restrições formais e o mais eloquente
modelo de expressão dramática e
discurso poético. Inspirado por ele,
Berlioz elaboraria sua concepção
de “verdade expressiva”. Em uma
carta de 1828 descreve Shakespeare
e Goethe como “os silentes
confidentes de meus sofrimentos;
eles têm a chave para a minha vida”.
A partir da obra de Shakespeare,
Berlioz compõe três peças menores
inspiradas em Hamlet – uma
fantasia sobre A Tempestade, a
sinfonia dramática Romeu e Julieta
e as aberturas orquestrais Beatriz
e Benedito e O Rei Lear.
Em 1831, ano de composição de
O Rei Lear, Berlioz era já um
compositor respeitado em Paris
em razão do Prix de Rome e de
PARA ASSISTIR
de uma linguagem artística que
combina, das mais diversas formas,
música com referências literárias.
sua Sinfonia Fantástica, ambos de
1830. Por acreditar que a música
instrumental tivesse maior capacidade
expressiva e maior poder de
articulação do que a música vocal ou
o texto, opta por suprimir a noção
PARA LER
Em setembro de 1827, Hector Berlioz
assiste à montagem de Hamlet no
de discurso que caracteriza o poema
sinfônico e retrabalha os eventos
e as personagens do Rei Lear.
Dramática e enérgica, a abertura
repercute o sinfonismo de Beethoven,
que, como declara Berlioz, “abriu
diante de mim um novo mundo da
música, como Shakespeare me
revelara um novo universo poético”.
A peça de Shakespeare narra a
tragédia de um rei que decide
repartir ainda em vida seu reino
entre suas três filhas, desencadeando
uma terrível sequência de episódios
marcados pela ganância, a bajulação e
a traição que conduzem à loucura
e à morte. Entre o tema de Cornélia
no oboé e os graves do rei Lear, a
abertura de Berlioz perde em sentido
discursivo para ganhar em intensidade,
assim como o mais célebre verso
da peça de Shakespeare: “nunca,
nunca, nunca, nunca, nunca!”.
IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música pela
UFMG, doutorando de Francês no King’s
College London e colaborador do ARIAS/
Sorbonne Nouvelle Paris 3.
PARA OUVIR
Berlioz – Orchestral Overtures – Royal
Philharmonic Orchestra – Thomas Beecham,
regente – Naxos Classical Archives,
Classics on line, 9.80711 – 1954
Orquestra Sinfônica da Universidade
Estadual da Flórida – Matthew Bishop,
regente | Acesse: fil.mg/breilear
Lauro Machado Coelho – Sinfonia
Fantástica: vida e obra de Hector
Berlioz – Algol Editora – 2009
William Shakespeare – O Rei Lear –
Millôr Fernandes, tradução – L&PM – 1997
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PRESTO E VELOCE
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Camille Saint-Saëns |
França, 1835 – Argélia, 1921
CONCERTO PARA VIOLINO Nº 3 EM SI MENOR, OP. 61 (1880)
INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas,
2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, cordas.
29 min
O Romantismo, essa grande corrente
literária, humanista e artística,
desponta, no alvorecer do século XIX,
como condestável revolucionário
da liberdade. Na música, abraçado
ideologicamente ainda por Beethoven,
elaborado como linguagem por
compositores do porte de Schumann,
Chopin e, mais tarde, Brahms, e
tendo gerado sua própria mitologia,
nas figuras quase sobrenaturais de
Paganini ou de Liszt, o propósito
inicial do Romantismo é romper
com os grilhões formais e sociais
da arte musical que, sem renegar
o passado, se recusa a submeterse a fórmulas limitadoras da
expressão individual do artista.
Porém, tendo se alicerçado nessa
postura revolucionária cuja bandeira
maior é a da liberdade – sobretudo
a liberdade individual de expressão
artística – o Romantismo consolidase como linguagem e elabora uma
espécie de gramática própria,
relativamente independente de
correntes nacionais ou individuais.
O universo romântico produz então
seus defensores ferrenhos, cujas
obras, por um lado, testemunham as
conquistas feitas na expressão musical
e em sua linguagem. Por outro lado,
em curioso paradoxo, essa postura
defensiva acaba por negar o próprio
ideal libertário inaugurado pelo
movimento romântico, recusando-se a
considerar possíveis muitos dos novos
caminhos de expressão cujas portas
o próprio Romantismo logrou abrir.
Talvez seja esse o caso do francês
Camille Saint-Saëns. Vinculado
indissociavelmente à linguagem
romântica, Saint-Saëns se refere com
ironia (e às vezes com escárnio) à nova
música que, em princípios do século
XX, começa a se manifestar. Visto
dessa maneira, Saint-Saëns poderia
bem se assemelhar à figura exagerada
e grotesca de um reacionário radical.
No entanto, visto de outra maneira,
pode-se vislumbrar nele e em sua
obra o artista apaixonado, produto
de uma época e de uma mentalidade
que ele mesmo vivenciou e de que foi
testemunha: Saint-Saëns nasce no ano
da morte de Mendelssohn, tem nove
anos quando morre Chopin e obras
suas foram divulgadas e executadas
por Liszt, a quem conhece no auge da
carreira. Talvez exatamente por isso
Saint-Saëns se mostre tão refratário às
novas investidas musicais de finais dos
oitocentos, apesar de ter sido professor
de nada menos do que Gabriel Fauré,
por sua vez professor de Ravel.
Último dos seus três concertos para
violino, o concerto op. 61 é exemplo
claro dessa vinculação visceral de
Saint-Saëns à linguagem romântica.
Concluído em 1880, foi dedicado
ao grande virtuoso (e também
compositor) Pablo de Sarasate, que o
estreou nesse mesmo ano. Outras obras
de Saint-Saëns dedicadas a Sarasate
revelam um foco bem direcionado na
exibição virtuosística do intérprete,
bem como o conhecimento e domínio
do compositor na linguagem e no
estilo violinísticos: é o caso, por
exemplo, da famosa Introdução e
Rondó Caprichoso. No entanto, o
Concerto op. 61 é bem mais focado
na inventividade melódica que em
efeitos virtuosísticos e, trazendo
inclusive reminiscências de outras
obras do próprio compositor, desvela
outro lado da mentalidade musical
romântica, não menos apaixonada,
mas cujos arroubos se dirigem mais
a uma espécie de contemplação da
intimidade individual do compositor
que a bravuras do intérprete virtuoso.
Mais que obra representativa
da literatura violinística, esse
concerto é a expressão autêntica
de um espírito que encontrou na
linguagem romântica perfeitamente
consolidada seu caminho de
expressão: um espírito criador
vinculado indissociavelmente
à mentalidade artística que
testemunhou e que tomou para
si como legítima e bastante.
MOACYR LATERZA FILHO Pianista e cravista,
Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa,
professor da Universidade do Estado de Minas
Gerais e da Fundação de Educação Artística.
PARA OUVIR
CD Saint-Saëns – Concerto para Violino nº
3; Vieuxtemps Concerto para Violino nº 5
– London Symphony Orchestra – Lawrence
Foster, regente – Kyung Wha Chung,
violino – Decca, UCCD 9624 – 2008
PARA ASSISTIR
Orquestra da Rádio e Televisão da Suíça
Italiana – Piero Bellugi, regente – Silvia
Marcovici, violino | Acesse: fil.mg/ssviolino3
PARA LER
René Dumesnil – Portraits de musiciens
français – Librairie Plon – 1938
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PRESTO E VELOCE
César Franck |
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Bélgica, 1822 – França, 1890
INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes,
4 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, harpa, cordas.
SINFONIA EM RÉ MENOR (1886/1888)
39 min
Aos treze anos, César Franck mudouse para Paris, levado pelo pai, que
ambicionava para o talentoso
filho uma rentável carreira de
pianista. Entretanto, o menino
tímido, retraído e avesso aos palcos
acabou descobrindo sua verdadeira
vocação ao frequentar as classes
de órgão no Conservatório.
quanto à elaboração da forma cíclica
presente em todas as suas obrasprimas finais. As preferências
modelares do compositor belga
continuaram sendo Bach e Beethoven,
mas ele soube contemporizá-las,
de maneira muito pessoal, com
seu gosto pelo cromatismo e
pelas modulações incessantes.
Como organista de igreja, César
Franck levava uma vida metódica.
Profundamente religioso, exercia
seu trabalho como uma missão;
dava aulas particulares e compunha
regularmente, sobretudo obras corais
e peças para o órgão, transformado
em confidente cotidiano. Aceitou
com imensa satisfação o cargo
de organista titular da igreja de
Sainte-Clotilde, onde um
instrumento maravilhoso,
construído por Cavaillé-Coll,
correspondia à sua inigualável
maestria de intérprete e improvisador.
O reconhecimento público
Aos cinquenta anos, César Franck
foi nomeado professor de órgão
pelo Conservatório de Paris. Sob o
pretexto de ensinar o instrumento,
suas aulas transformaram-se em
verdadeiras classes de composição
para uma geração de alunos que
o adoravam. Era o começo de um
reconhecimento público tardio e
que só se consolidou após sua morte.
Por longo tempo condenado à
obscuridade, César Franck habituarase a longas reflexões; tornou-se
extremamente meditativo, meticuloso
e exigente como compositor. Em seus
últimos anos, dedicava-se de cada
traduzia-se na gratidão dos fiéis e dos
músicos que frequentavam a igreja
para ouvi-lo. Entre outros, Franz
Liszt, admirador incondicional, cuja
influência foi fundamental para
César Franck, principalmente
vez a um gênero para, nele, lapidar
apenas uma e definitiva obra-prima.
Assim surgiram o Quinteto para piano
e cordas (1879), as Variações sinfônicas
(1885), o Quarteto em Ré Maior (1889),
o Prelúdio, coral e fuga (1884), a Sonata
para violino e piano (1886) e a Sinfonia
em ré menor (1888). A importância
histórica dessas obras é enorme –
elas foram decisivas para a mudança
do cenário musical parisiense,
indiferente ou até hostil à música
instrumental sinfônica e camerística.
Sob tal aspecto, a Sinfonia de César
Franck marca um ponto culminante
na renovação da música orquestral
francesa do final do século XIX.
Foi elaborada dentro dos princípios
cíclicos – a semelhança entre
os elementos básicos (motivos
intervalares e rítmicos) dos temas
de todos os movimentos cria uma
sintonia entre as seções, dando
maior unidade à composição.
O primeiro movimento, Lento –
Allegro non troppo, centrado em duas
tonalidades de base – ré menor e
fá menor –, deixa-se marcar por
muitas modulações. Suas melodias
predominantemente cromáticas
circulam por vários campos
tonais, tornando o discurso sonoro
bastante dinâmico. Inicia-se com a
apresentação, nas cordas graves, de
um dos temas-chave da obra, em ré
menor, sombrio e interrogativo.
A essa ansiosa indagação respondem
os violinos, com uma melodia
melancólica, porém mais expansiva.
Um crescendo conduz ao Allegro non
troppo. Há uma repetição de todo o
material, agora em fá menor. Na
sequência dessa reprise, os violinos e
as madeiras agudas apresentam um
dos temas mais marcantes da Sinfonia,
o que se convencionou chamar
Motivo da Fé. O desenvolvimento
combina ousadamente os vários
temas, alternados, modulados,
modificados. Um desenho
descendente dos violinos e das violas
conduz à reexposição, quando as
cordas graves, em trêmulos, apoiam a
reapresentação do tema Lento inicial
pelos metais. A reexposição termina
com um coral entregue aos sopros.
A coda, condensando os principais
motivos, conclui o movimento de
maneira apoteótica, em Ré maior.
Ao longo do Allegretto, o andamento
mantém-se inalterado, mas esse
segundo movimento apresenta um
duplo caráter, de forma a cumprir
habilmente os papéis do Andante e
do Scherzo das sinfonias clássicas.
Divide-se, assim, em duas seções,
absolutamente simétricas quanto ao
22
PRESTO E VELOCE
número de compassos. A primeira
inicia-se com o melancólico canto
confiado ao corne inglês, em clima
de intensa poesia, sobre os pizzicatti
das cordas e os acordes da harpa. O
episódio correspondente ao Scherzo se
apresenta sobre o trêmulo das cordas
e tem a melodia central introduzida
pelo clarinete, com ritmos pontuados.
A parte conclusiva estabelece um
diálogo apaixonado dos temas
apresentados e, após suas elaboradas
modulações, o movimento se encerra
sobre o acorde de Si bemol maior.
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recapitula motivos dos movimentos
precedentes, transfigurados em
suas novas funções e acrescidos de
outras ideias adjacentes. A enorme
coda transforma-se numa síntese
dos principais temas de toda a
Sinfonia, reapresentando inclusive
o Motivo da Fé do Allegro inicial.
A rica orquestração e a tonalidade
de Ré maior levam a uma conclusão
grandiosa, repleta de alegria.
PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista,
Doutor em Letras, professor na UEMG, autor
O Finale – Allegro non troppo foi
concebido dentro da forma sonata.
Mas, seguindo o princípio cíclico,
dos livros Músico, doce músico e O grão
perfumado – Mario de Andrade e a arte do
inacabado. Apresenta o programa semanal
Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
PARA OUVIR
CD César Franck - Sinfonia em ré menor –
Royal Concertgebouw Orchestra –
Ricardo Chailly, regente – Decca – 1987
CD César Franck – Sinfonia em ré menor –
Royal Philharmonic Orchestra – Raymond
Leppard, regente – Publifolha, Coleção
Folha de Música Clássica – 2006
PARA ASSISTIR
Orquestra Nacional da França –
Leonard Bernstein, regente
Acesse: fil.mg/fsinfremenor
PARA LER
Ralph Hill – Sinfonia – Editora Ulisseia – 1959
FOTO: AN DRÉ FO SSATI
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25
26
27
ACOMPANHE A
FILARMÔNICA EM OUTRAS
SÉRIES DE CONCERTO
PRÓXIMOS
CONCERTOS
Julho
CONCERTOS PARA A JUVENTUDE
LABORATÓRIO DE REGÊNCIA
Realizados em manhãs de domingo,
Atividade pioneira no Brasil, este
são concertos dedicados aos jovens
laboratório é uma oportunidade
DIAS 2 E 3, ALLEGRO 5, VIVACE 5
DIA 30, LABORATÓRIO DE REGÊNCIA
e às famílias, buscando ampliar
para que jovens regentes brasileiros
possam praticar com uma orquestra
quinta e sexta, 20h30,
Sala Minas Gerais
quinta, 20h30, Sala Minas Gerais
e formar público para a música
clássica. As apresentações têm
profissional. A cada ano, quinze
Fabio Mechetti, regente
WAGNER / BEETHOVEN
ingressos a preços populares.
maestros, quatro efetivos e onze
Arnaldo Cohen, piano
ouvintes, têm aulas técnicas, teóricas e
RIPPER / RACHMANINOFF / SCHOENBERG /
CLÁSSICOS NA PRAÇA
ensaios com o regente Fabio Mechetti.
RIMSKY-KORSAKOV
Realizados em praças da Região
O concerto final é aberto ao público.
DIAS 9 E 10, PRESTO 5, VELOCE 5
Metropolitana de Belo Horizonte, os
concertos proporcionam momentos
TURNÊS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
de descontração e entretenimento,
Com essas turnês, a Orquestra
quinta e sexta, 20h30,
Sala Minas Gerais
buscando democratizar o acesso da
Filarmônica de Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
população em geral à música clássica.
busca colocar o estado de Minas
Arnaldo Cohen, piano
dentro do circuito nacional e
DVORÁK / DUTILLEUX / RACHMANINOFF
CONCERTOS DIDÁTICOS
internacional da música clássica.
DIA 12, TURNÊ ESTADUAL
Concertos destinados a grupos de
crianças e jovens da rede escolar
TURNÊS ESTADUAIS
domingo, 20h, Mariana
e a instituições sociais, mediante
As turnês estaduais levam a música de
Marcos Arakaki, regente
inscrição prévia. Seu formato busca
concerto a diferentes cidades e regiões de
TCHAIKOVSKY / DVORÁK / PROKOFIEV /
apoiar o público em seus primeiros
Minas Gerais, possibilitando que o público
VAUGHAN WILLIAMS / WAGNER / GOMES
passos na música clássica.
do interior do Estado tenha contato direto
com música sinfônica de excelência.
DIAS 16 E 17, ALLEGRO 6, VIVACE 6
Com o objetivo de fomentar a criação
CONCERTOS DE CÂMARA
quinta e sexta, 20h30,
Sala Minas Gerais
musical entre compositores brasileiros e
Realizados para estimular músicos
Fabio Mechetti, regente
gerar oportunidade para que suas obras
e público na apreciação da música
Sergej Krylov, violino
sejam apresentadas em concerto, este
erudita para pequenos grupos. A
HONNEGER / PAGANINI / DUKAS
Festival é sempre uma aventura musical
Filarmônica conta com grupos de
inédita. Como prêmio, o vencedor recebe
Metais, Cordas, Sopros e Percussão.
FESTIVAL TINTA FRESCA
DIAS 23 E 24, PRESTO 6, VELOCE 6
a ser estreada pela Filarmônica no
quinta e sexta, 20h30,
Sala Minas Gerais
ano seguinte, realimentando o ciclo da
Fabio Mechetti, regente
produção musical nos dias de hoje.
Eliane Coelho, soprano
a encomenda de outra obra sinfônica
RAVEL / R. STRAUSS
Regentes participantes
28
Orquestra
Filarmônica de
Minas Gerais
DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Fabio Mechetti
29
Instituto
Cultural
Filarmônica
FORTISSIMO
ISSN 2357-7258
EDITORA Merrina
Godinho Delgado
EDIÇÃO DE TEXTO
REGENTE ASSOCIADO
Berenice Menegale
Marcos Arakaki
PRIMEIROS VIOLINOS
VIOLONCELOS
TROMPAS
GERENTE
Anthony Flint – Spalla
Robson Fonseca ****
Alma Maria Liebrecht *
Jussan Fernandes
Rommel Fernandes –
Elise Pittenger ***
Evgueni Gerassimov ***
Spalla Associado
Camila Pacífico
Gustavo Garcia Trindade
INSPETORA
Ara Harutyunyan –
Camilla Ribeiro
José Francisco dos Santos
Karolina Lima
Spalla Assistente
Eduardo Swerts
Lucas Filho
Ana Zivkovic
Emilia Neves
Fabio Ogata
Arthur Vieira Terto
Eneko Aizpurua Pablo
Bojana Pantovic
Lina Radovanovic
TROMPETES
Dante Bertolino
Daniel Enache *****
Marlon Humphreys *
Hyu-Kyung Jung
ASSISTENTE
ADMINISTRATIVA
Débora Vieira
Érico Fonseca **
ARQUIVISTA
Sergio Almeida
Marcio Cecconello
CONTRABAIXOS
Daniel Leal ***
Mateus Freire
Colin Chatfield *
Tássio Furtado
Rodolfo Toffolo
Nilson Bellotto ***
Rodrigo Bustamante
Brian Fountain
TROMBONES
Ana Lúcia Kobayashi
Rodrigo Monteiro Braga
Marcelo Cunha
Mark John Mulley *
Claudio Starlino
Rodrigo de Oliveira
Pablo Guiñez
Diego Ribeiro **
Jônatas Reis
Wallace Mariano
Wagner Mayer ***
William Brichetto
Renato Lisboa
SEGUNDOS VIOLINOS
ASSISTENTES
Frank Haemmer *
SUPERVISOR DE
MONTAGEM
Leonidas Cáceres ***
FLAUTAS
TUBA
Guilherme Monteiro
Cássia Lima *
Eleilton Cruz *
Jovana Trifunovic
Renata Xavier ***
Leonardo Ottoni
Alexandre Braga
TÍMPANOS
André Barbosa
Luka Milanovic
Elena Suchkova
Patricio Hernández
Hélio Sardinha
Pradenas *
Jeferson Silva
Marija Mihajlovic
Rodrigo Castro
MONTADORES
Martha de Moura
OBOÉS
Pacífico
Alexandre Barros *
PERCUSSÃO
Radmila Bocev
Ravi Shankar ***
Rafael Alberto *
Tiago Ellwanger
Israel Muniz
Daniel Lemos ***
Valentina Gostilovitch
Moisés Pena
Sérgio Aluotto
Klênio Carvalho
Risbleiz Aguiar
Werner Silveira
VIOLAS
CLARINETES
João Carlos Ferreira *
Marcus Julius Lander *
HARPA
Roberto Papi ***
Jonatas Bueno ***
Giselle Boeters *
Flávia Motta
Ney Campos Franco
Gerry Varona
Alexandre Silva
Gilberto Paganini
TECLADOS
Ayumi Shigeta *
Juan Castillo
FAGOTES
Katarzyna Druzd
Catherine Carignan *
Luciano Gatelli
Victor Morais ***
Marcelo Nébias
Andrew Huntriss
junho
nº 4 / 2015
Nathan Medina
Conselho
Administrativo
PRESIDENTE EMÉRITO
Jacques Schwartzman
PRESIDENTE
Roberto Mário Soares
CONSELHEIROS
Angela Gutierrez
Berenice Menegale
Bruno Volpini
Celina Szrvinsk
Fernando de Almeida
Ítalo Gaetani
Marco Antônio Pepino
Marcus Vinícius Salum
Mauricio Freire
Mauro Borges
Octávio Elísio
Paulo Brant
Sérgio Pena
Diretoria
Executiva
DIRETOR PRESIDENTE
Diomar Silveira
DIRETOR
ADMINISTRATIVOFINANCEIRO
Estêvão Fiuza
DIRETORA DE
COMUNICAÇÃO
Jacqueline Guimarães
Ferreira
DIRETORA DE
MARKETING E
PROJETOS
Zilka Caribé
* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto ***** convidado
DIRETOR DE
ANALISTAS DE
AUXILIARES
OPERAÇÕES
MARKETING E
ADMINISTRATIVOS
Ivar Siewers
PROJETOS
Pedro Almeida
Itamara Kelly
Vivian Figueiredo
DIRETOR DE
Mariana Theodorica
PRODUÇÃO MUSICAL
Marcos Souza
Equipe Técnica
RECEPCIONISTA
ASSISTENTE DE
Lizonete Prates Siqueira
COMUNICAÇÃO
Renata Gibson
AUXILIARES DE
SERVIÇOS GERAIS
GERENTE DE
ASSISTENTES DE
Ailda Conceição
COMUNICAÇÃO
MARKETING DE
Márcia Barbosa
Merrina Godinho
RELACIONAMENTO
Nayara Assis
Delgado
Eularino Pereira
Rildo Lopez
GERENTE DE
PRODUÇÃO MUSICAL
Claudia da Silva
Equipe
Administrativa
Guimarães
MENSAGEIROS
Lucas Lima
Serlon Souza
MENOR APRENDIZ
GERENTE
Diego Soares
ASSESSORA DE
ADMINISTRATIVO-
PROGRAMAÇÃO
FINANCEIRA
MUSICAL
Thais Boaventura
Sala Minas
Gerais
Carolina Debrot
ANALISTAS
GERENTE DE
PRODUTORES
ADMINISTRATIVOS
INFRAESTRUTURA
Geisa Andrade
João Paulo de Oliveira
Renato Bretas
Luis Otávio Rezende
Paulo Baraldi
Narren Felipe
TÉCNICO DE
ANALISTA CONTÁBIL
ILUMINAÇÃO E ÁUDIO
Graziela Coelho
Rafael Franca
Andréa Mendes
ANALISTA DE
ASSISTENTES
(Imprensa)
RECURSOS HUMANOS
OPERACIONAIS
Marciana Toledo
Quézia Macedo Silva
Jorge Correia
ANALISTAS DE
COMUNICAÇÃO
(Publicidade)
Rodrigo Brandão
Mariana Garcia
SECRETÁRIA
(Multimídia)
EXECUTIVA
Renata Romeiro
Flaviana Mendes
(Design gráfico)
ASSISTENTE
ANALISTA DE
ADMINISTRATIVA
MARKETING DE
Cristiane Reis
RELACIONAMENTO
Mônica Moreira
FOTO DA CAPA: RENATA GIBSON
ILUSTRAÇÕES: MARIANA SIMÕES
30
PONTUALIDADE
Uma vez iniciado um concerto,
qualquer movimentação perturba
a execução da obra. Seja pontual
e respeite o fechamento das
portas após o terceiro sinal. Se
tiver que trocar de lugar ou sair
antes do final da apresentação,
aguarde o término de uma peça.
OLÁ, ASSINANTE
CUIDE DO SEU
PROGRAMA DE
CONCERTOS
Fortissimo, além de seu programa
mensal de concertos, é uma publicação
indexada aos sistemas nacionais
e internacionais de catalogação.
Elaborado com a participação de
especialistas, ele oferece uma
oportunidade a mais para se conhecer
música. Desfrute da leitura e estudo.
Para evitar o desperdício, pegue
apenas um exemplar ao mês. Caso
não precise dele após o concerto,
devolva-o nas caixas receptoras.
O programa se encontra também
disponível em nosso site, na agenda
de concertos. www.filarmonica.art.br
FOTO: EUGÊNIO S ÁV IO
PARA APRECIAR
UM CONCERTO
31
Você já pode falar com a
ASSESSORIA DE RELACIONAMENTO
aqui mesmo, na Sala Minas Gerais. Toda a nossa
administração já se encontra no novo endereço. O acesso é pela
Rua Alvarenga Peixoto, 2030, entre Tenente Brito Melo e Uberaba.
Outra boa notícia é que o
ESTACIONAMENTO já
está funcionando, também com entrada pela
APLAUSOS
Alvarenga Peixoto. Ele tem um preço diferente para
Aplauda apenas no final das obras.
Veja no programa o número de
CONVERSA
movimentos de cada uma e fique de
A experiência do concerto inclui o
olho na atitude e gestos do regente.
encontro com outras pessoas. Aproveite
você que vem assistir à Filarmônica e dá acesso direto
à sala de concertos. Que tal desfrutar desse conforto?
essa troca antes da apresentação e
no seu intervalo, mas nunca converse
TOSSE
ou faça comentários durante a
Perturba a concentração dos músicos
execução das obras. Lembre-se de
e da plateia. Tente controlá-la com
que o silêncio é o espaço da música.
HORÁRIOS E PREÇO DO ESTACIONAMENTO
para concertos na Sala Minas Gerais
QUINTAS E SEXTAS das 19h às 24h
a ajuda de um lenço ou pastilha.
SÁBADOS das 16h às 21h
R$ 15
preço único
DOMINGOS das 9h às 14h
CRIANÇAS
APARELHOS CELULARES
Caso esteja acompanhado por
Confira e não se esqueça, por
criança, escolha assentos próximos
favor, de desligar o seu celular ou
aos corredores. Assim, você
qualquer outro aparelho sonoro.
consegue sair rapidamente se
Importante: é preciso apresentar o
ingresso na hora do pagamento.
ela se sentir desconfortável.
FOTOS E GRAVAÇÕES
ASSESSORIA DE RELACIONAMENTO
EM ÁUDIO E VÍDEO
COMIDAS E BEBIDAS
Não são permitidas na
Seu consumo não é permitido no
[email protected]
sala de concertos.
interior da sala de concertos.
3219-9009 (segunda a sexta, 9h a 18h)
www.filarmonica.art.br
FOTO: RENATA GIBSON
32
SALA MINAS GERAIS
As bandeiras são trabalhadoras
silenciosas em favor da acústica.
Raramente vistas pelo público,
junto com o difusor móvel elas são
responsáveis pelos ajustes que
permitem variar as características
sonoras da Sala Minas Gerais.
Ainda que não estejam à vista na
maior parte dos concertos, nos
ensaios elas são chamadas a suprir
a ausência de público na plateia e,
assim, ajudam maestro e músicos
a encontrarem o som perfeito para
as obras daquele programa. Quando
a música pede uma orquestra
pequena, as bandeiras ficam no
campo de visão do público, pois são
necessárias para contrabalançar a
ausência de músicos, cadeiras e
instrumentos. Elas são, portanto,
parte de um conjunto de elementos
que contribuem para a afinação da
Sala Minas Gerais, sempre em busca
da maior beleza e equilíbrio sonoro.
FOTO: RENATA GIBSON
Bandeiras acústicas
34
Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais
apresentam
SUMÁRIO
p. 8
PRESTO
VELOCE
Quinta
Sexta
25/06
26/06
BERLIOZ
SAINT-SAËNS
FRANCK
Yoav Talmi, regente convidado
Liza Ferschtman, violino
Abertura O Rei Lear, op. 4
Concerto para violino nº 3 em si menor, op. 61
Sinfonia em ré menor
DIVULGAÇÃO
APOIO INSTITUCIONAL
w w w. i n c o n f i d e n c i a . c o m . b r
REALIZAÇÃO
SALA MINAS GERAIS
Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG
(31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030
WWW.FILARMONICA.ART.BR
/filarmonicamg
/filarmonicamg
@filarmonicamg
/filarmonicamg

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