Mangifera indica
Transcrição
Mangifera indica
3º Encontro em Engenharia de Edificações e Ambiental Cuiabá / Mato Grosso / 16 e 17 de novembro de 2015 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO TÉRMICO DE SUPERFÍCIES URBANAS SOB O SOMBREAMENTO ARBÓREO DA ESPÉCIE MANGUEIRA (Mangifera indica) Karyn Ferreira Antunes Ribeiro ([email protected]) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – Campus Cel. Octayde Jorge da Silva Marcos de Oliveira Valin Jr ([email protected]) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – Campus Cel. Octayde Jorge da Silva Flávia Maria de Moura Santos ([email protected]) Universidade Federal de Mato Grosso – Programa de Pós-Graduação em Física Ambiental Marcos Patrik Vieira Branco ([email protected]) Curso Técnico em Edificações integrado ao Ensino Médio – Instituto Federal de Mato Grosso Lucas Martins da Costa ([email protected]) Curso Superior de Tecnologia em Controle de Obras – Instituto Federal de Mato Grosso Jennyffer Amanda Brito Belo ([email protected]) Curso Superior de Tecnologia em Controle de Obras – Instituto Federal de Mato Grosso Victor André Botelho Rodrigues dos Santos ([email protected]) Curso de Arquitetura – Universidade Federal de Mato Grosso RESUMO: O objetivo deste estudo foi analisar o comportamento térmico de diferentes materiais utilizados nas superfícies urbanas, expostos ao sombreamento da espécie arbórea mangueira, tendo como referencial esses mesmos materiais sem nenhuma cobertura. Com intuito de analisar o desempenho dos materiais em diferentes condições, foram realizadas medidas de temperaturas internas e superficiais nos seguintes materiais utilizados na cobertura do solo: solo natural, concreto e asfalto. Foram realizadas também medidas da temperatura e umidade nos diferentes locais em três período: manhã, tarde e noite. Os resultados indicam que a mangueira, comumente encontrada em Cuiabá, obteve desempenho térmico favorável. O material que apresentou menores temperaturas nas diferentes localidades foi o solo. A maior diferença térmica interna entre a mangueira e o local sem sombreamento ocorreu no período da tarde, com uma diferença de 12.33°C, para o material asfalto. Por tanto cabe ressaltar a influência do sombreamento arbóreo para proporcionar melhor desempenho térmico nos materiais construtivos excessivamente presente nas cidades e habitações. Palavras-chave: Sombreamento. Mangueira. Superfícies urbanas. BEHAVIOR ANALYSIS OF SURFACE URBAN HEAT UNDER THE SHADE tree MANGO TREE SPECIES (Mangifera indica) ABSTRACT: The objective of this study was to analyze the thermal behavior of different materials used in urban surfaces exposed to shade the tree species hose, taking as reference those same materials without any coverage. In order to analyze the performance of materials under different conditions, measurements were made of internal and surface temperatures in the following materials used in land cover: natural soil, concrete and asphalt. They were also performed temperature measurements and humidity in different locations. The results indicate that the hose, commonly found in Cuiaba, obtained a favorable thermal performance. The material presented lower temperatures in different locations was the soil. Most internal thermal difference of different locations occurred between the hose and the site without shading at 12:00 pm in the asphalt material, with 16.4 ° C unless the site shaded by mango. It is worth noting the importance of trees in cities to provide better thermal comfort to users. Keywords: Shading. Mango tree. Urban surfaces. 1_INTRODUÇÃO Os materiais de uso corrente no ambiente urbano como concreto e asfalto, apresentam diferenças significativas nas suas propriedades térmicas (incluindo a capacidade de absorção e transmissão de calor) e propriedades radiativas da superfície (reflexão e emissividade) quando comparados com os materiais presentes nas áreas rurais (OKE, 1982 apud OLIVEIRA, 2011). Isso ocorre, pois, os materiais tipicamente inseridos nos meios urbanos possuem em média, menor albedo, menor capacidade térmica e maior condutividade de calor, com isso absorvendo e emitindo maior quantidade de energia. O sombreamento proporcionado pelas copas das árvores tem um papel importante na atenuação da radiação e consequentemente amenizando as temperaturas adjacentes. Segundo Assis (2012), os efeitos diretos do sombreamento pela vegetação podem ser quantificados por meio das medições da temperatura de superfície de materiais expostos e protegidos pelas copas das árvores. Para Oliveira (2011) uma das soluções para amenizar os problemas causados pela excessiva impermeabilização do solo por materiais que aumentam a amplitude térmica nas cidades é tratar o meio urbano com vegetação, por meio da arborização de vias públicas, criação de áreas de preservação, praças, parques, entre outros. A arborização urbana desempenha funções muito importantes nas cidades, desde sombreamento para pedestre e carro até o melhoramento da qualidade do ar. Segundo Almeida Júnior (2005), as espécies arbóreas mais utilizadas pela Prefeitura de Cuiabá/MT para arborização urbana são: Chuva de ouro, Flamboyant, Ficu, Mangueira, Oiti, Sibipiruna, Sete copas e Tarumã. A mangueira (Mangifera indica) é uma espécie apropriada para o clima de Cuiabá, pois se adaptam com as condições locais e proporciona alterações microclimáticas positivas em função do sombreamento promovido (ALMEIDA JÚNIOR, 2005). Segundo Lima Neto e Melo e Souza (2011) a árvore da espécie mangueira é importante atrativo para fauna por causa do seu fruto, o grande problema que geralmente apresenta é o sistema radicular que não responde bem ao solo urbano compactado, levantando por vezes as construções. Outro fator que está interligado com as copas das árvores é o IAF (índice de área foliar), pois quanto mais densa a copa, maior é o seu valor. O IAF é a relação entre a superfície foliar e a superfície de projeção da copa no solo (m² /m²), utilizado para avaliar o desenvolvimento das plantas, que irá influenciar no fluxo de calor no solo e nas temperaturas superficiais das áreas sombreadas. Assim sendo, os benefícios da arborização urbana se estendem para qualquer local (DURANTE E NOGUEIRA, 2013). O objetivo deste estudo foi analisar o comportamento térmico de diferentes materiais utilizados nas superfícies urbanas, expostos ao sombreamento da espécie arbórea mangueira, tendo como referencial esses materiais sem nenhum sombreamento arbóreo. RIBEIRO, K. F. A.; VALIN JR, M. O. V.; SANTOS, F. M. M.; BRANCO, M. P. V.; COSTA, L. M.; BELO, J. A. B.; SANTOS, V. A. B. R. dos. Conforto térmico de edificações submetidas ao sombreamento de mangueira. 2_MATERIAS E MÉTODOS Esta pesquisa foi desenvolvida na cidade de Cuiabá (Figura 1), no campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Segundo Sampaio (2006) apud Santos (2008), o clima de Cuiabá é do tipo AW de Koppen (temperaturas elevadas, chuva no verão e seca no inverno), isto é, Tropical semiúmido, com quatro a cinco meses secos e duas estações bem definidas, uma seca (outono-inverno) e uma chuvosa (primavera-verão). Figura 1 - Localização de Cuiabá - MT. Fonte: IPDU (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Urbano) de Cuiabá, 2006. O campus da UFMT, fica localizado na Av. Fernando Correa da Costa, apresenta uma área de 74 hectares, sendo caracterizado por um ambiente heterogêneo, com diferentes superfícies urbanas de uso e ocupação do solo (CAMPOS NETO, 2007). A Figura 2, mostra a localização dos pontos onde foram coletados os dados das temperaturas internas e superficiais. A espécie arbórea mangueira em estudo está localizada em frente e o local sem sombreamento arbóreo está localizado na lateral do bloco da Pós-Graduação em Física Ambiental (PGFA). Figura 2 - Localização dos pontos de coleta. Fonte: Google Earth adaptado, 2015. RIBEIRO, K. F. A.; VALIN JR, M. O. V.; SANTOS, F. M. M.; BRANCO, M. P. V.; COSTA, L. M.; BELO, J. A. B.; SANTOS, V. A. B. R. dos. Conforto térmico de edificações submetidas ao sombreamento de mangueira. Para a realização desta pesquisa foram confeccionadas placas de tamanhos variados de materiais construtivos de solo, concreto e asfalto. As placas foram confeccionadas das seguintes formas: Placa de solo – O solo utilizado nas placas foi da região da Baixada Cuiabana, denominado solo saprolítico de filito (RIBEIRO, 2006). O solo estava com 21% de umidade ao ser compactado. Foi utilizado um corpo-de-prova de concreto (15x30 cm) como soquete para compactar o solo na forma de madeira. As dimensões das placas de solos foram 60x60x10 cm, possuindo 3 unidades, conforme Figura 3. Figura 3 - Placas de solo – (a) compactando o solo na placa – (b) as placas prontas. (b) (a) Placa de concreto – O concreto foi dosado na betoneira com o traço (1:2.12:2.88:0.5 – cimento:areia:brita:água), lançado, e adensado com uma haste metálica em formas de madeira com dimensões (20x20 cm). A cura foi realizada por 7 dias, através de molhagem com água, sendo, na sequência, coberto por lona, logo após a molhagem. As dimensões das placas de concreto foram 30x30x10 cm, foram confeccionadas 8 unidades, pois seria difícil manusear uma placa com maiores dimensões devido ao peso, conforme a Figura 4. Figura 4 - Placas de concreto - (a) com as fôrmas de madeira - (b) as placas prontas (a) (b) Placa de asfalto – A placa de asfalto foi confeccionada com traço (1:4,81:10,3:2,06:0,3 – emulsão:areia:pedrisco:brita:água) de pré misturado à frio (PMF), muito utilizado em “tapa buracos” nas cidades. O ligante usado foi a emulsão asfáltica (RL 1C) e os agregados foram: areia, pedrisco e brita 1. O material foi homogeneizado, lançando e compactado com soquete padrão de asfalto na forma de madeira. Segundo o fabricante a emulsão asfáltica RL 1C: é um sistema constituído de uma fase asfáltica (glóbulos com diâmetro médio 3 micras) dispersa em uma fase aquosa química tenso-ativa, para aplicação à temperatura ambiente, em serviços de pavimentação asfáltica e a cura da mistura asfáltica se processará pela evaporação da RIBEIRO, K. F. A.; VALIN JR, M. O. V.; SANTOS, F. M. M.; BRANCO, M. P. V.; COSTA, L. M.; BELO, J. A. B.; SANTOS, V. A. B. R. dos. Conforto térmico de edificações submetidas ao sombreamento de mangueira. umidade contida na mesma. As dimensões das placas de asfalto foram de 30x30x10 cm, sendo inviável confeccionar em maiores dimensões, por causa do peso. O total de placas confeccionadas foram 8 (oito), conforme Figura 5. Figura 5 - Placas de asfalto. 2.1 Descrições dos equipamentos utilizados As coletas dos dados foram realizadas de 18/03/2014 à 04/05/2015 no período quente-úmido. Os dados da temperatura interna dos materiais foram registrados a cada 10 minutos, sendo utilizados equipamentos dataloggers do modelo HOBO U12-012, com sensor externo TMC20-HB, conforme a Figura 6, devidamente aferidos. Figura 6 - Modelo do Datalogger com sensor externo Para medição da temperatura superficial foi utilizado o termômetro digital infravermelho com mira laser (modelo MT-360, marca Minipa), conforme a Figura 7. O equipamento opera em intervalo de temperatura do ar de -30°C a 550°C, com resolução de (0,5°C/1°C). Figura 7 - Termômetro digital infravermelho com mira laser (modelo MT-360). RIBEIRO, K. F. A.; VALIN JR, M. O. V.; SANTOS, F. M. M.; BRANCO, M. P. V.; COSTA, L. M.; BELO, J. A. B.; SANTOS, V. A. B. R. dos. Conforto térmico de edificações submetidas ao sombreamento de mangueira. Para as coletas de dados no transecto móvel foi utilizado o termo-higro-anemômetro digital portátil, Modelo THAR- 185H da marca Instrutherm, (Figura 8). com temperatura na faixa etária de 0°C a 50°C e umidade de 10% a 95% UR, e funciona com uma bateria de 9V. Figura 8 – Termo-higro-anemômetro. Fonte: Franco, 2010. O abrigo utilizado para proteger o termo-higro-anemômetro durante a coleta de dados, foi construído com um tubo de PVC na cor branca para refletir a radiação. O tubo foi perfurado para permitir a passagem de ar na parte superior do tubo foi colocado um funil branco para proteger o sensor da radiação solar direta e precipitações (Figura 9). Figura 9 – Abrigo para o transecto. Fonte: Franco, 2010. Os dados de temperatura superficial, temperatura do ar e umidade do ar foram coletados em três períodos do dia (manhã, tarde e noite) às 08:00; 14:00 e 20:00 horas, respectivamente, conforme as recomendações da OMM e foram considerados esses mesmos horários para a análise da temperatura interna dos materiais. RIBEIRO, K. F. A.; VALIN JR, M. O. V.; SANTOS, F. M. M.; BRANCO, M. P. V.; COSTA, L. M.; BELO, J. A. B.; SANTOS, V. A. B. R. dos. Conforto térmico de edificações submetidas ao sombreamento de mangueira. 3_RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1_Dados de temperaturas internas dos materiais nos diferentes locais Na Figura 10 pode-se observar que os materiais que obtiveram os valores de temperatura interna mais elevadas, foram os que estavam sem sombreamento, isso demonstram as menores temperaturas internas. A maior amplitude térmica nos diferentes materiais foi no local sem sombreamento arbóreo, obtendo uma diferença de 10.07°C, no período da tarde, entre o material solo e asfalto. Enquanto que no sombreamento proporcionado pela mangueira os materiais solo e asfalto obtiveram uma diferença de 3.46°C, no mesmo período, mostrando a influência do sombreamento no desempenho térmico dos materiais típicos presentes nas cidades e habitações. Figura 10 – Temperatura interna dos diferentes locais e materiais. O material que obteve menor diferença entre os locais foi o solo, isso ocorreu devido o material ser permeável e facilitar a infiltração da água da chuva, com isso deixando o solo úmido e fresco. Em contrapartida o asfalto obteve uma diferença significativa, comprovada mais a frente por uma análise de variância, mostrando o potencial para o conforto térmico que um sombreamento arbóreo proporciona. É notório a elevação das temperaturas internas dos materiais onde não existe barreira que filtre os raios solares, como por exemplo, as copas das árvores. A maior temperatura registrada ocorreu no período da tarde com 43,63°C, no local sem sombreamento, no material asfalto. RIBEIRO, K. F. A.; VALIN JR, M. O. V.; SANTOS, F. M. M.; BRANCO, M. P. V.; COSTA, L. M.; BELO, J. A. B.; SANTOS, V. A. B. R. dos. Conforto térmico de edificações submetidas ao sombreamento de mangueira. 3.2 Dados de temperaturas superficiais dos materiais com e sem sombreamento arbóreo Conforme a Figura 11, o asfalto foi o material que apresentou as maiores temperaturas em todos os períodos (manhã, tarde e noite). Figura 11 – Temperatura superficial, temperatura do ar e umidade do ar nos diferentes materiais e locais, no período da manhã. O local que apresentou as menores temperaturas superficiais no período da manhã e da tarde, nos diferentes materiais foi sob a Mangueira. No período da noite os materiais tiveram comportamento térmico próximos, demostrando o quanto a radiação influência no resultado de temperaturas dos materiais, e o quanto o mal planejamento dos materiais construtivos pode intensificar a temperatura em cidades com sol aberto praticamente o ano inteiro como em Cuiabá. 3.3 Índice de área foliar (IAF) O IAF da espécie foi realizado pelo equipamento Ceptômetro modelo AccuPAR Lp-80, a medição foi realizada sob as copas das árvores em condições de céu limpo, próximo às 12:00 horas. O resultado está na Tabela 1. Tabela 1 - Resultado do IAF Nome popular Nome científico IAF (m²/m²) Mangueira Mangifera indica 4,52 Oliveira (2011), realizou o IAF da espécie Mangueira em duas praças em Cuiabá, na Praça Popular o resultado foi de 5,48 (m²/m²) e 4,76 (m²/m²) para Praça 8 de Abril. Pode-se observar que os resultados encontrados foram próximos, os resultados podem variar pelos seguintes fatores: idade das espécies, sazonalidade, sanidade das árvores e forma e frequência da poda. RIBEIRO, K. F. A.; VALIN JR, M. O. V.; SANTOS, F. M. M.; BRANCO, M. P. V.; COSTA, L. M.; BELO, J. A. B.; SANTOS, V. A. B. R. dos. Conforto térmico de edificações submetidas ao sombreamento de mangueira. O IAF pode ser utilizado como um parâmetro facilitador na escolha de espécies que contribuam com o aumento da qualidade de ambientes urbanos possibilitando um aumento na qualidade de vida e um efeito positivo na qualidade do ar e microclima, principalmente em cidades de clima quente (OLIVEIRA, 2011). 3.4 Análise Estatística 3.4.1 Temperatura interna nos diferentes locais A análise da variância (ANOVA, α < 0,05), seguida pelo teste de Tamhane, detectou diferenças significativas nas temperaturas internas nos diferentes locais, conforme a Tabela 2 e Figura 12. Tabela 2 - Diferenças significativas da temperatura interna em diferentes locais Variável dependente (I) Local (J) Local Nível 95% Intervalo de confiança de Sig. Limite Limite (α)* inferior superior Temperatura Mangueira S/ Sombra .000 -51.622 -15.622 interna S/ Sombra Mangueira .000 15.622 51.622 * α<0,05: Há diferença significativa. Figura 12 - Gráfico de barras de erro da temperatura interna nos diferentes locais. Pode-se observar na Figura 12, que a amplitude térmica foi maior no local sem sombra que no local sombreado pela espécie mangueira. RIBEIRO, K. F. A.; VALIN JR, M. O. V.; SANTOS, F. M. M.; BRANCO, M. P. V.; COSTA, L. M.; BELO, J. A. B.; SANTOS, V. A. B. R. dos. Conforto térmico de edificações submetidas ao sombreamento de mangueira. 3.4.2 Temperatura interna nos diferentes materiais Pode-se observar pela Tabela 3 que os dados de temperatura interna foram altamente significativos nos materiais solo/concreto e solo/asfalto. Tabela 3 – Diferenças significativas da temperatura interna nos diferentes materiais Variável dependente (I) (J) Sig. Materiais Materiais (α) Concreto Solo Asfalto Temperatura Concreto interna Solo Asfalto Solo Concreto Asfalto .414 .000 .414 .000 .000 .000 95% Intervalo de confiança Limite Limite inferior superior -.8112 30.454 14.412 50.063 -30.454 .8112 .7945 34.188 -50.063 -14.412 -34.188 -.7945 O gráfico de erro da Figura 13, apresenta essas diferenças (asfalto e concreto – A) e (solo – A). As amplitudes térmicas foram maiores no material asfalto. O asfalto e o concreto não tiveram diferenças significativas, α = 0,414 (A). Figura 13 - Gráfico de barras de erro da temperatura interna nos diferentes materiais. 3.4.3 Temperatura superficial nos diferentes locais A temperatura superficial nos diferentes locais não apresentou diferenças significativas conforme a Tabela 4, ou seja, estatisticamente apresentam temperaturas superficiais equivalentes. RIBEIRO, K. F. A.; VALIN JR, M. O. V.; SANTOS, F. M. M.; BRANCO, M. P. V.; COSTA, L. M.; BELO, J. A. B.; SANTOS, V. A. B. R. dos. Conforto térmico de edificações submetidas ao sombreamento de mangueira. Tabela 4 - Diferenças significativas da temperatura superficial nos diferentes locais. Variável dependente (I) Local Temperatura Mangueira superficial S/ Sombra (J) Local Sig. (α) S/ Sombra Mangueira .380 .380 95% Intervalo de confiança Limite Limite inferior superior -106.28 30.70 -30.70 106.28 3.4.4 Temperatura superficial nos diferentes materiais A temperatura superficial nos diferentes materiais também não apresentou diferenças significativas conforme a Tabela 5, ou seja, estatisticamente apresentam temperaturas superficiais equivalentes. Tabela 5 - Diferenças significativas da temperatura superficial nos diferentes materiais. Variável dependente (I) Material (J) Material Sig. (α) Concreto Solo Asfalto Temperatura Concreto superficial Solo Asfalto Solo Concreto .854 .301 .854 .512 .301 .512 Asfalto 95% Intervalo de confiança Limite Limite inferior superior -59.187 103.142 -29.818 124.307 -103.142 59.187 -27.183 77.716 -124.307 29.818 -77.716 27.183 3.4.5 Temperatura superficial em diferentes horários A temperatura superficial nos horários das 08:00-14:00 e 14:00-20:00 apresentaram diferenças significativas, conforme a Tabela 6. Já entre o horário das 08:00-20:00, não obteve diferenças significativas (α = 0,165). Tabela 6 - Diferenças significativas da temperatura superficial nos diferentes horários. Variável dependente (I) (J) Sig. Horário Horário (α) 08:00 Temperatura 14:00 superficial 20:00 14:00 20:00 20:00 08:00 14:00 08:00 .010 .165 .004 .010 .004 .165 95% Intervalo de confiança Limite Limite inferior superior -144.416 -21.518 -.4252 31.830 35.377 158.134 21.518 144.416 -158.134 -35.377 -31.830 .4252 RIBEIRO, K. F. A.; VALIN JR, M. O. V.; SANTOS, F. M. M.; BRANCO, M. P. V.; COSTA, L. M.; BELO, J. A. B.; SANTOS, V. A. B. R. dos. Conforto térmico de edificações submetidas ao sombreamento de mangueira. 4_CONSIDERAÇÕES FINAIS O solo foi o material que resultou nas menores médias de temperaturas internas e superficiais, por ser um material permeável. Não existem diferenças estatisticamente de temperaturas superficiais nos diferentes locais (com e sem sombreamentos arbóreo) e nos diferentes materiais urbanos (solo, concreto e asfalto). Porém nas temperaturas internas foi detectado diferenças significativas entre as médias dos diferentes locais e entre os materiais solo/asfalto e solo/concreto. A maior diferença térmica interna entre a mangueira e o local sem sombreamento, ocorreu no período da tarde, com uma diferença de 12.33°C, no material asfalto. Esse comportamento foi decorrente do bloqueio da radiação através da copa da mangueira, que diminuiu as temperaturas internas da área sombreada. Os resultados mostraram melhores desempenhos térmicos nas áreas com sombreamento arbóreo. Portanto cabe ressaltar a importância da arborização nas cidades para proporcionar melhor conforto térmico aos usuários, pois ao utilizar-se da arborização urbana, as contribuições e benefícios são de estratégias de resfriamento evaporativo, umidificação, melhoramento do microclima e o seu entorno, que resultará em um ambiente externo mais atrativo e adequados ao uso. 5_AGRADECIMENTOS Os autores gostariam de expressar seus agradecimentos Programa de Pós Graduação em Física Ambiental / UFMT, e ao Programa Institucional de Iniciação Científica do IFMT – PROIC, pelo qual dedicamos um agradecimento especial. 6 REFERÊNCIAS ALMEIDA JÚNIOR, Nicácio Lemes de. Estudo de clima urbano: uma proposta metodológica. 2005. Dissertação (Mestre em Física e Meio Ambiente) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá. ALVES, E. D. L.; VECCHIA, F. A. S. Influência de diferentes superfícies na temperatura e no fluxo de energia: um ensaio experimental. AMBIÊNCIA, v. 8, n. 1, p. 101-111, 2012. ASSIS, E. S. A abordagem do clima urbano e aplicações no planejamento da cidade: reflexões sobre uma trajetória. IN: Encac-elacac 2005 Maceió, Alagoas Brasil. Disponível em <http://cecaceix.wikispaces.com/file/view/ENCAC05 _0092 101.pdf>. CAMPOS NETO, A. A. Estudo bioclimático no campus da Universidade Federal de Mato Grosso. Dissertação (Mestrado em Física Ambiental0 – UFMT, Cuiabá, 2006. COX, E. P. Interação entre clima e superfície urbanizada: o caso da cidade de Várzea Grande/MT. Cuiabá, 2008. 141p. Dissertação (Mestrado em Física e Meio Ambiente) – RIBEIRO, K. F. A.; VALIN JR, M. O. V.; SANTOS, F. M. M.; BRANCO, M. P. V.; COSTA, L. M.; BELO, J. A. B.; SANTOS, V. A. B. R. dos. Conforto térmico de edificações submetidas ao sombreamento de mangueira. Departamento de Física, Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal de Mato Grosso. DURANTE, L.; NOGUEIRA, M. C.de J. A. Efeitos do sombreamento arbóreo nas condições termo-higrométricas e lumínicas de ambientes internos e externos de edificações. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v. 9, n. 9, p. 1980-1998, 2013. Disponível em:< http://cascavel.cpd.ufsm.br/revistas/ojs2.2.2/index.php/reget/article/view/7704>. Acesso em: 11 Ago 2015. FRANCO, F. M. Configuração urbana e sua interferência no microclima local: estudo de caso no bairro do porto em cuiabá-MT.2010. 153f. Dissertação (Mestrado em Ambiental), Instituto de Física, Universidade Federal de Mato Grosso. LIMA NETO, E. M., MELO E SOUZA, R. (2011). Comportamento e características das espécies arbóreas nas áreas verdes públicas de Aracaju, Sergipe. Scientia Plena, v. 7, n. 1, 2011. MASCARÓ, Lucia; MASCARÓ, Juan. Vegetação urbana. UFRGS/FINEP. Porto Alegre, 2002. MASCARÓ, L; MASCARÓ, J. Vegetação urbana. 2. Ed. Porto Alegre: Mais Quatro editora, 2005. RIBEIRO JÚNIOR, I. (2006). Estabilização da Expansão do Solo Saprolítico de Filito com Cal Hidratada Cálcica. Trabalho de conclusão de curso. Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá. SANTANA, A. O. Influência da Vegetação arbórea no microclima e uso e praças públicas. 2011. Dissertação de Doutorado em Física Ambiental – Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Física; Programa de Pós-Graduação em Física Ambiental. Cuiabá, 2011. SOUTO DE OLIVERA, S. M. Avaliação do impacto do uso do fruto Mangifera indica L. (manga) no tratamento de crianças anêmicas fazendo uso do sulfato ferroso. 2009. Tese de Doutorado. Tesis Doctoral: Centro de Ciencias da Saúde. Universidade Federal da Paraiba. Brazil. SANTOS, F.M.M. Análise de desempenho térmico e lumínico em uma escola pública na cidade de Cuiabá/MT: estudo de caso.2008. 117f. Dissertação (Mestrado em Física e Meio Ambiente), Instituto de Física, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2008. RIBEIRO, K. F. A.; VALIN JR, M. O. V.; SANTOS, F. M. M.; BRANCO, M. P. V.; COSTA, L. M.; BELO, J. A. B.; SANTOS, V. A. B. R. dos. Conforto térmico de edificações submetidas ao sombreamento de mangueira.