edição V. - WordPress.com

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Edição V
Julho de 2010
Projeto Comunitário
Distruibuição Gratuita
em postos do bairro
Por Rafael Junckes
m uma mesa sim
ples do escritório
improvisado na Associação de Moradores do
Bairro do Passo (AMBP),
Adão Santiago Floriano, conversou com o Jornal Primeiro Passo sobre os primeiros
meses na presidência da entidade, os desafios de sua
gestão e as propostas para o
futuro. No cargo desde 7 de
janeiro, ele tem procurado
melhorar a cada dia a vida
dos moradores do bairro.
Um prédio pintado
recentemente, novas salas,
roupas para doações, mesas
e cadeiras novas. Adão Santiago iniciou seu mandato em
meio a uma realidade bem
diferente. Além da assolação
física da AMBP, como vidros quebrados, canos
obstruídos e banheiros sem
condições de uso, existiam
dívidas, o abastecimento de
água estava interrompido e
o IPTU atrasado desde
Luana Raddatz
E
1996, problema este que está
em processo judicial em busca de uma solução favorável.
A AMBP, que tem 25
anos de existência, surgiu do
desejo dos próprios moradores em oferecer à comunidade, de acordo com seu
estatuto, a melhora na “qualidade de vida de seus associados em geral, defendendo-os; organizando-os e desenvolvendo trabalho social
junto aos idosos, jovens e
crianças”, diz Adão Floriano.
O presidente trabalha
na conscientização de que a
associação é de todos. Ressalta o papel importante que
ela tem em uma comunidade que carece de assistência,
recursos públicos e oportunidades.
É por isso que, a entidade idealiza a oferta de cursos de capacitação, aulas para
desenvolver aptidões musicais, entre outras ações que
possibilitem o desenvolvimento intelectual dos moradores do Passo, garantindo
qualificação para o mercado
Luana Raddatz
Uma nova Associação
para novos tempos no Bairro
Adão preocupa-se em trazer melhorias ao Passo
de trabalho.
Atualmente, o papel da
AMBP é importante em
ações pontuais à comunidade. Em seu espaço físico são
realizados
serviços
assistenciais às famílias como
a doação de roupas, por
exemplo. A sede é cedida
para a prefeitura três vezes
ao mês, seu espaço é utilizado pelo Posto de Saúde da
Família (PSF) que realiza
atendimento à comunidade.
Mensalmente, a Pastoral da
Família também desenvolve
Reformas na
sede da
Associação
integram a
comunidade
ações de assistência, pesagem
e acompanhamento nutricional nas crianças em famílias carentes.
Recomeço
Maria de Lourd es
Ferraz, uma das várias pessoas engajadas na construção
da associação lembra que no
inicio “todos cooperavam
bastante. Fazia-se, por exemplo, campeonatos de truco
para o pagamento da conta
de energia elétrica. Também
tínhamos o atendimento de
médicos e dentistas, e tudo
de graça”, ela conta que no
começo, toda a comunidade se esforçou para ver a
AMBP progredindo. Antes
de ocupar o prédio atual, a
sede da associação era uma
pequena sala, localizada na
praça do bairro, “as pessoas
trabalharam muito para que
as coisas descem certo”.
Maria de Lourd es
prossegue afirmando que
“Adão Soares, o primeiro
presidente da associação, empenhava-se muito para garantir seu funcionamento”.
Aos poucos, as coisas
têm novamente melhorado,
fruto de doações a associação possui um nebulizador,
um
aparelho
para
aferimento da pressão arterial e também uma balança
de pesagem, aparelhos para
uso em atendimentos médicos. Duas vezes no mês, dois
cabeleireiros do bairro dispõem-se gratuitamente a fazerem cortes de cabelo. Há
também um massagista que
todas as quintas-feiras realiza massagens terapêuticas.
Quem é sócio da associação, e colabora com o
valor simbólico de R$ 2,00
utilizados no pagamento das
despesas fixas, possui benefícios. É possível ganhar descontos exclusivos em alguns
estabelecimentos. Uma farmácia, um disk-gás, um táxi
e um cabeleireiro, além de um
escritório de assessoria jurídica.
Com um programa de
rádio semanal – que vai ao
ar na estação 101.5 FM todos os sábados das 14h as
16h – a associação ganha voz
ativa, colaborando com informações úteis ao bairro.
Faz a divulgação de eventos
e ações que serão realizadas
na semana, além de auxiliar
aos moradores compartilhando suas solicitações, auxiliando na resolução de pedidos e contribuindo com
toda a comunidade.
A comunidade pode
sugerir, participar, trabalhar
voluntariamente e contribuir
assim para a assistência dos
necessitados, transformando
a realidade de muitas pessoas e tornando a AMBP uma
organização ágil e ativa.
2
Editorial
A Associação de Moradores do Bairro está de
cara nova. O Jornal Primeiro Passo também: estamos
retornando com a equipe
renovada, para mais uma
vez, mostrarmos as iniciativas e as ações de moradores
e profissionais do bairro.
O trabalho das líderes
da Pastoral da Criança e dos
profissionais que cuidam da
saúde das famílias do bairro
está retratado nesta edição, ao
lado de textos que falam sobre o respeito ao próximo,
a ajuda mútua, através de atitudes comunitárias, a perspectiva de quem está prestes
a decidir o que fazer após o
ensino médio, ou que discutem questões de utilidade
pública, apontam os pontos
positivos como gestos simples de conservação da limpeza e os negativos como os
cães que andam à solta pelas
ruas do bairro, sem nenhum
controle de seus donos.
Enfim, nosso Primeiro
Passo é uma maneira voluntária de informar e promover a comunidade do Passo
e tudo aquilo que ela tem a
oferecer para quem reside no
bairro ou mesmo fora dele
e apenas deseja conhecer a
história desta comunidade,
ações e projetos que tanta
gente está fazendo.
Reforçamos, com esta
quinta edição, o convite para
que participemos da democracia de um jornal comunitário, que vem se firmando
como jornal popular e ganhando status de mídia alternativa na cidade de São
Borja. Temos todos nós, estudantes de jornalismo, professores, lideranças comunitárias, moradores em geral,
a absoluta consciência de que
estamos dando apenas um
Primeiro Passo.
Mas um Passo decisivo, indispensável mesmo, na
direção de valorizar a voz de
quem vive nestas comunidades e auxiliar essa gente a
construir um futuro de bemestar a todos, através da
consciência de sua participação cidadã.
FALA AGORA
A saga de estrangeiros
em terras desconhecidas
Por Roberto Ferreira
Cezar da Silva, morador do bairro do Passo, fotografa o
altar em homenagem à Nossa Senhora dos Navegantes
localizado no Cais do Porto. Cezar considera a imagem como
ponto turístico de São Borja que merece reconhecimento e
divulgação. Envie você também a foto que você quer
publicar para o e-mail [email protected]
Boca
miúda
Moradores dizem sentir falta
de uma área de lazer para a
prática de esportes e outras
atividades recreativas. Uma
vez que os locais existentes
para essas atividades não se
encontram no bairro.
Mães lembram que a praça
e seus brinquedos estão mal
preservados, e também que
seus arredores necessitam de
uma melhor conservação
como o corte da grama e
cuidado com os cães na
areia, que colocam em risco
as crianças.
Resid entes do bairro
afirmam que o porto está
sendo bem administrado,
preservado e encontra-se
em ótimas condições para
ser
utilizad o
pelos
moradores de São Borja.
Outro ponto positivo
ressaltado é o GIAMA,
instituição que presta
assistência a crianças e
ad olescentes do bairro;
também é comentado
positivamente o trabalho da
creche.
Altos e
Baixos
Positivo para os
moradores que aparam a grama de seus
quintais e mantêm sob controle o crescimento de plantas e árvores.
Negativo para a pichação de monumentos públicos,
como os existentes
na Praça Assis Brasil. Liberdade de expressão não é isso.
Expediente
O Projeto do Jornal
Primeiro Passo é uma iniciativa comunitária, de moradores do bairro, estudantes
e profissionais de Jornalismo
de São Borja e da
Unipampa, criado em outu-
Chegamos à rodoviária de São Borja. Eu, Roberto
Ferreira, paraibano, Letícia Ribeiro e Fabyana Oliveira,
paulistas. Foi nosso primeiro contato. Embarcamos no táxi,
falamos para o motorista que o nosso destino era o bairro
do Passo. A primeira tentativa para o descanso foi quando
chegamos a um hotel, onde fomos bem recebidos. Sem dinheiro, o proprietário não permitiu nossa presença no estabelecimento. Como era tarde da noite, percorremos a pé a
Avenida Júlio Tróis, com as mochilas nas costas.
Cansados da viagem, famintos, enfim exaustos, solicitamos para as pessoas que nos ajudassem a carregar as
mochilas até chegar um segundo hotel onde alegaram não
haver mais vagas. De repente, surge a proprietária do hotel
indo para sua residência, sem alternativa corremos atrás desla.
Batemos em sua porta três vezes e pedimos um lugar para
dormir. Ela entendeu nosso caso, com ar de deconfiança,
nos ofereceu alimentação, além do esperado lugar para podermos descansar.
Pela manhã, esta senhora nos serviu café, chamou um
táxi e não cobrou nada por isso. Enfim, chegamos ao campus
da Unipampa e efetuamos nossas matrículas. Conseguimos
uma casa, através da indicação de uma moça que conhecemos no corredor da universidade. Agora tínhamos um lugar para parar, porém sem móveis e eletrodomésticos. A
colega deu a ideia de realizarmos um chá de panela para
angariarmos os utensílios. Vizinhos, colegas da universidade
e amigos participaram desse encontro, que superou nossas
expectativas.
Conhecemos um funcionário dos correios no bairro
com quem conversando e explicitamos a situação do nosso
grupo. Descobrimos que ele residia próximo à nossa casa.
Ele nos levou para conhecer a sua família, doou alguns móveis e uma televisão, além de levar-nos ao mercado, onde ele
comprou mantimentos e nos repassou dinheiro para nos
mantermos.
Dessa forma, agradecemos a hospitalidade desta cidade. Não é nada fácil para uma pessoa que vem pela primeira vez em um lugar desconhecido. Esta é uma oportunidade de conhecer outros horizontes, trocar experiências e
viver outras culturas. Só quem percorreu este trajeto para
chegar aqui conhece os percalços e as dificuldades vividas
nesses últimos dias. Somos três pessoas, de estados diferentes, que nunca nos vimos e nunca tivemos contato nenhum.
A universidade também serve para isso, para integrar pessoas, abrir o leque de amizades, a fim de um objetivo de receber o conhecimento em busca da realização de um sonho.
bro de 2008 como projeto
de ensino e depois ampliado como projeto de extensão. Iniciativa em jornalismo
comunitário, sem fins lucrativos. Redação: rua Ver.
Alberto Benevenuto, 3200,
São Borja, RS, 97.670-000.
Jornalista responsável: Prof.
Dr. Geder Parzianello, Reg.
Prof.nº 7694. Colaboradores
desta edição: Aline Sant’ana,
Beatriz Wardzinski, Gian
Fachini, Manuella Sampaio e
Tamara Finardi. Edição:
Luana Raddatz. Chefia de reportagem: Rafael Junckes.
Revisão: Suelen Soares. Periodicidade: semestral. Quinta edição. Julho 2010. Tiragem: 1000 exemplares.
3
GENTE QUE FAZ
Tia Lourdes e o amor pela cozinha
om amor pelo que
faz, Maria de
Lourdes Ferraz, cozinhando há mais de 35 anos,
dona de um bar no Porto do
bairro do Passo, vai levando
a vida e produzindo sua especialidade: o peixe, seja ele
frito, acompanhado de molho forte ou tipo aperitivo.
Logo que chegou ao
Porto, sua única alternativa
para a sobrevivência, foi
abrir um estabelecimento
comercial na atividade que
sabia fazer. A localização era
muito favorável e os estabelecimentos concorrentes
eram poucos. Assim que começou a trablhar, existiam
apenas outros dois bares,
hoje, já somam quase vinte.
No início Maria de
Lourdes oferecia também
produtos trazidos da Argentina, “vendíamos de tudo,
C
produtos alibalho do pai,
mentícios, de
pescador no
higiene e
rio Uruguai.
muitas outras
Maria de
coisas”. E foi
Lourdes foi,
assim que ela
assim, adquipôde adquirindo os corir a casa em
nhecimentos
que mora, a
que hoje exresidência era
plora na sua
alugada e
cozinha.
graças ao diPara
nheiro propreparar o
porcionado
peixe, ela gapelo bar e
rante que
pela venda Tia Lourdes prepara o peixe com carinho e dedicação
“não tem sedos produtos
gredo; para
importados, ela teve o direi- renda na região, abrir o bar deixá-lo bom basta a prátito de chamá-la de própria.
ca, olho no fogo e atenção à
foi a única saída.
Um ano depois de ir
Tia Lourdes, hoje com temperatura do óleo”, exmorar no Porto, Maria já es- 65 anos, mora desde 1974 na plica, mas além disso, consitava com o bar funcionan- mesma casa localizada no dera que é necessário “fazer
do, assim podia unir suas ha- Porto. É de lá que sai, para com amor e também gostar
bilidades conquistadas ao alguma mesa, sua receita tra- de peixe”.
longo do tempo com a co- dicional: a posta de peixe
Maria de Lourdes avamodidade de sua casa. Mais com molho agrio.
lia que hoje fatura bem mepor falta de opção do que
O gosto pelo peixe nos do que antes e conta
escolha ou desejo, ela conta surgiu observando sua mãe, porquê: “é que os clientes tique naquela época era muito que já trabalhava como co- nham menos opções, eram
difícil ter uma boa fonte de zinheira, e admirando o tra- obrigados a frequentar os
Rafael Junckes
Por Rafael Junckes
mesmos lugares. Agora eles
deixaram de ser tão fiéis” ela
percebe que o cliente já não
vê a necessidade de ir ao
mesmo lugar sempre, podendo escolher entre as várias opções que o próprio
Porto oferece.
Outra questão que ela
ressalta é quanto ao faturamento de seu estabelecimento em função das enchentes.
Nesse assunto, a entrevistada é cautelosa e diz que aceita o que vem da natureza,
chamando a atenção para a
responsabilidade que os homens têm nessas enchentes:
“nós que invadimos o espaço da natureza. Isso tudo
aqui era rio e foi aterrado”
afirma, apontando para a
área construída do Porto.
Nesses períodos de enchentes, bastantes comuns no
bairro, ela se vê obrigada a
deixar sua casa e partir para
uma casa alugada ou morar
de favor na residência de algum conhecido.
Edgar Lucena e o meio ambiente
Um homem que cuida
da natureza como
ouro”, assim Lia
Moreira, moradora do bairro do Passo e que presenciou
as ações de Edgar Lucena a
favor da preservação do
meio Ambiente, define este
homem e seu exemplo.
Ex fuzileiro Naval,
Edgar Lucena tem seu esforço reconhecido em toda a
cidade. Entre as ações que
realiza, Lucena é também o
representante da Comunidade na Comissão Permanente de Avaliação da Universidade Federal do Pampa,
Campus São Borja, sediada
no bairro.
Ele foi o fundador do
Comando de Defesa da
“
Natureza, grupo que integrou durante 14 anos crianças e adolescentes para preservar o meio ambiente.
Acampamento, plantio
de árvores e conservação da
barranca do Rio Uruguai fizeram parte da rotina daqueles que integravam o Comando. A
equipe chegou
a ter cerca de
80 participantes entre 10 e
17 anos e e
encerrou as atividades devido a dificuldades financeiras
da instituição e
problemas de
saúde do líder.
As irmãs Lucena dedica
Jaqueline e Sinara da Silva
Fortes contam que os jovens
tinham regras de conduta e
precisavam ter bom desempenho na escola. “Os que
faziam Comando hoje são
profissionais e nenhum se
desviou para as drogas ou
marginalidade”, afirma
Jaqueline, orgulhosa dessa
evidência.
Lucena conta, emocionado, a história de um dos
meninos que roubava na vizinhança, mas no Comando
realizava as atividades com
dedicação. “Sabia que ele aprontava na rua, um
dia estávamos
em reunião e
chegou um senhor, que parecia ser bem financeiramente,
p e rg u n t an d o
por ele, então eu
perguntei qual
era o problema
e ele contou
que esse menino
o procurou para
Luana Raddatz
Por Luana Raddatz
a vida à família e à natureza
entregar o celular que o senhor tinha perdido. Coisas
como essas são o melhor retorno que eu posso ter”, recorda.
Sinara revela que tem
planos junto a outros antigos
integrantes do Comando, de
retomar as ações no final do
ano. Dependem de uma sede
para as atividades e de infraestrutura básica. “Eu gostaria de ver os nossos filhos
participando, o grupo nos
tornou mais cidadãos”, garante. Natural de Caxias do
Sul, Lucena considera São
Borja sua cidade e demostra
carinho especial pelo bairro
do Passo. “Já morei em vários outros lugares. Posso
destacar as pessoas daqui
como o melhor do bairro”,
diz ele.
4
PARA VOCÊ
Com a palavra: o profissional
Por Suelen Soares
s acidentes domés
ticos são facilmen
te previsíveis, podendo por isso serem evitados, desde que sigamos algumas dicas e cuidados sugeridos por profissionais capacitados, cada um em sua
área.
Edmilson Freitas Dornelles, há quatro anos trabalha em uma distribuidora de
gás de cozinha, sendo que
dois deles, em São Borja. Ele
conta que cuidados básicos
na troca do botijão irão garantir a tranquilidade e segurança da família.
“As pessoas podem
fazer a troca do botijão, desde que, após a troca, verifiquem se não há algum vazamento.”
Como fazer uma
troca segura
Antes d e trocar o
botijão, é preciso verificar se
Suelen Soares
O
Gás de cozinha precisa de cuidados para não oferecer riscos
todos os queimadores estão
desligados. Jamais efetuar a
troca na presença de chamas,
brasas ou faíscas. Fechar o registro do gás, verificando se
no local da operação não
existe alguma chama como
vela, isqueiro ou fósforo e,
em seguida, retire o lacre do
botijão cheio.
Ao instalar o gás, é preciso retirar o regulador do
botijão vazio e encaixar verticalmente sobre a válvula do
botijão cheio. Se o regulador
for mal-encaixado, poderá
ser danificado o regulador e
isso causar vazamento. O técnico explica que se deve girar a borboleta para a direita
até que fique bem firme e
usar apenas as mãos e nunca
ferramentas para firmar o
cone-borboleta sobre a válvula do botijão. “É natural
que escape um pouquinho de
gás no momento em que o
cone-borboleta pressionar a
válvula, antes de estar completamente conectado” afirma Dornelles. A pressão de
saída do gás também provocará um pequeno chiado,
que deve desaparecer assim
que o cone-borboleta estiver
perfeitamente ajustado à válvula do botijão cheio. Uma
forma simples de verificar se
há vazamento é aplicar água
e sabão na conexão da borboleta do regulador com o
botijão e na solda existente
no meio do botijão, se o local apresentar bolhas, é porque existe vazamento.
“Neste caso, chame
um profissional e não teste
com fogo, como já ouvi as
pessoas falarem”. Recomenda Dornelles.
Sargento Leal é bombeiro e trabalha junto a escolas no Programa de Prevenção Contra Incêndios e
entre as medidas preventivas
está o cuidado com GLP,
(Gás Liquefeito de Petróleo),
o chamado gás de cozinha.
Segundo o sargento, o
botijão de gás é geralmente
considerado culpado pelos
incêndios, mas na grande
maioria não é o botijão e sim
a falta de cuidado com o
mesmo.
“Eu já vi casos em que
as pessoas instalaram mangueira de jardim no lugar da
mangueira que é própria para
o uso no fogão, é uma coisa
inacreditável”, recorda o
bombeiro, que dá dicas de
como proceder em um princípio de incêndio. “A primeira coisa é não entrar em pânico, telefone imediatamente para o corpo de bombeiros, informando o que está
queimando e se há vítimas
para facilitar o procedimento de socorro”.
O corpo de bombeiros de São Borja está localizado no bairro do Passo na
rua Visconde do Rio Branco nº 957 a duas quadras da
praça Assis Brasil e o telefone de emergência é o 193
Como o consumidor faz suas escolhas
Por Gian Fachini
Manuella Sampaio
Rafael Junckes
arcas variadas, pre
ços diferenciados,
propagandas empolgantes... Os hábitos de
consumo da população estão mudando com o passar
das décadas. Os consumidores estão muito mais
criteriosos na hora de selecionar os produtos nos supermercados e um preço
atraente por si só já não é o
fator decisivo na escolha de
determinado item. Foi o que
o Jornal Primeiro Passo verificou ao entrevistar consumidores locais na saída de
M
um supermercado popular
do bairro.
A qualidade de um
produto se dá, acima de
tudo, pelo prazo de validade. Dos consumidores entrevistados no Passo, 70% dizem olhar a data de vencimento antes da compra. “Eu
olho, tem mesmo que olhar,
tem que desconfiar sempre,
principalmente de promoções” é o que afirma dona
Aldazir Vargas Matozo, 68
anos. Para ela, isso garante
que os produtos que vão para
sua mesa não irão oferecer
risco à saúde de toda família.
As promoções requerem uma atenção especial,
segundo consumidores, por-
que, muitas vezes, eles notam
que os supermercados colocam em promoção itens que
estão muito próximos de seu
vencimento, ou ainda que
podem estar em condições
impróprias para o consumo,
mesmo dentro do prazo de
validade.
Para Tânia Miranda
Ferreira, 24 anos, na hora
deobservar a validade, a única atenção é na compra do
iogurte para o filho, os outros itens passam despercebidos. Gilberto Benitti, afirma que não se atenta à validade, pois confia no supermercado que frequenta há
bastante tempo.
A maior parte dos consumidores, do supermerca-
do pesquisado no Passo, afirmam que na hora de escolher uma mercadoria específica, preocupam-se com a
qualidade e o preço, a marca
não está entre as prioridades.
“Pago um pouquinho mais
para ter qualidade” garante
Solange da Rosa Guimarães,
45 anos. “A única preferência que eu dou é para marca
de fralda que compro para
meu filho, porque ele é alérgico a muitas marcas. Mas o
resto vou pelo preço e pela
qualidade” é o que afirma
Tarciane Miranda Ferreira.
Alguns clientes dedicam-se a comprar certas
marcas somente para determinados produtos. Dona
Aldazir Vargas Matozo ga-
rante: “não abro mão da
marca de alguns produtos,
por exemplo o sabão em pó,
para outros vou pelo preço”.
Carla Maria Dedé Pinheiro
diz que algumas coisas escolhe pela marca, enquanto
outras pelo preço. Higiene
pessoal, por exemplo, pela
marca, assim como arroz,
feijão e macarrão também.
Nos supérfluos eu vou pelo
preço”, afirma.
Em algumas famílias
as crianças e adolescentes influenciam na seleção de certos produtos. “Minha filha
influencia nas compras, se ela
vier ao mercado comigo vai
comprar as marcas e produtos que quer”, afirma Eliane
Melo Medeiros, 35 anos.
5
DE TUDO
Pastoral da Criança atua no Passo
A realidade no Bairro
mais eficaz e gratificante, segundo as líderes da Pastoral
da Criança do Bairro do Pasmortalidade infan so.
As ações são divididos
til ainda é um gran
de desafio a ser ven- em três etapas:
1º. Visitas Domicilicido em âmbito mundial.
Apesar do avanço na medi- ares. Uma vez por mês, os
cina, crianças morrem devi- líderes vão até as casas das
do a doenças que podem ser famílias com crianças de 0 a
evitadas com cuidados sim- 6 anos ou gestantes onde
ples. Dentro desse contexto acompanham seu desenvolsocial, emerge a Pastoral da vimento. São registrados os
Criança no bairro do Passo, dados da criança mês a mês:
com o intuito de erradicar peso, idade, condições de aliesse problema, fornecendo mentação, relação familiar.
às famílias carentes orienta- Esses indicadores servem
ção e acompanhamento para para valorizar e estimular aticom as crianças, desde a sua vidades na família que promovam o desenvolvimento
concepção.
Os trabalhos realizados da criança.
2º. Pesagem – Celena Pastoral são totalmente
voluntários. Segundo a Co- bração da Vida. Os líderes
ordenadora Missionária, e as equipes de apoio, diviRosa Macedo, o trabalho é didos em comunidades reafeito com amor, é uma doa- lizam a pesagem de crianças
com até 6
ção”.
Para se “É um trabalho anos, e através
tornar um lí- que vicia e que de gráficos,
relacionando
der, é preciso
é reconhecido” peso e idade, é
passar por
um processo Ordalina da Costa, possível estaCoord. de
belecer o quade capaciComunidade
dro que a critação que o
ança se enconpossibilita a
realizar as visitas nas casas, re- tra : desnutrição, peso ideal
passando o conhecimento ou sobrepeso.
3º. Preenchimento
adquirido e acompanhando
o crescimento das crianças, da FABS. É realizada uma
através do contato direto reunião de avaliação e reflecom cada família, criando, xão, onde são revistos e anaassim, laços de convivência, lisados os dados das 2 etao que torna o trabalho ainda pas anteriores.
Por Tamara Finardi
A
Com os trabalhos realizados pela pastoral, as líderes passaram a identificar alguns problemas que as famílias do bairro estão passando. Com a baixa renda das
famílias, algumas crianças
ainda passam fome, não dispõe de uma higiene adequada e sofrem com a falta de
carinho e atenção dos pais;
Além do mais, existem casos de gravidez precoce,
onde o despreparo das mães
e a falta de apoio do restante da família prejudicam a criança, que acaba não recebendo os cuidados necessários.
A capacitadora Sorraia
Neli Barros dos Santos menciona que “a obesidade é um
problema sério”.
“Agora mais que a desnutrição, complementa
Eliane Marlene da Silva
Moiano, coordenadora de
comunidade e capacitadora.
Na sede, os trabalhadores da Pastoral não dispõem de computador, os
ofícios são feitos na máquina de escrever.
Apesar dos problemas
existentes, os trabalhos da
Pastoral vêm alcançando significativa diminuição nos casos de mortalidade infantil.
Dados obtidos com a Coordenadora
Paroquial
Leonida Gonçalves Siqueira,
revelam que, dentre os bebês com menos de um ano
que residem no Bairro do
Passo, em 2008, têm se registrado 25 óbitos. No ano
de 2009, esse número diminuiu para 9, e durante esse
ano foram registrados 4 casos de óbito. Vale-se ressaltar que os óbitos ocorridos
envolveram crianças que não
eram acompanhadas pela
Pastoral.. Os voluntários do
Bairro do Passo encontramse entre 45 líderes capacitados e 53 equipes de apoio
de acordo com dados de
março de 2010, registrados
pela coordenadora Paroquial.
No ano de 1996 se
deu a construção da Sede
localizada no Bairro do Passo, doada pelo empresário
Celso Rigo. A instalação da
Sede facilitou muito o trabalho dos voluntários, pois,
conforme contam as coordenadoras, antes eles eram
realizados na Igreja ou no Salão da Paróquia.
Não há muitos registros sobre a história da Pastoral da Criança no Bairro do
Passo, pois não há muitos
documentos disponíveis na
Sede. Têm-se registros apenas a partir de 1989.
Tamara Finardi
São Bor ja é uma das 4.066 cidades do Brasil com Pastoral
A Pastoral da Criança
em São Borja, pertence à
Diocese de Uruguaiana, que
foi fundada em 1985, pela
Secretária Maria Ilda
Fagundes e pelo Padre Claudio Bertoldo.
A pobreza existente
entre muitas famílias fez com
que essa entidade se instalasse nas comunidades do Bairro. Seus trabalhos foram iniciados com a distribuição de
sopões e mamadeiras às crianças. Hoje, a finalidade da
Pastoral vai além da doação
e distribuição de alimentos,
ela consiste na prevenção,
através dos voluntários que
levam informações às famílias.
Tamara Finardi
Tamara Finardi
História no Passo
O desenvolvimento das crianças é uma das metas da Pastoral
6
DAQUI ONDE VOCÊ VIVE
Donos precisam cuidar mais de seus cães
ndando pelas ruas
do bairro é visível o
grande número de
cães que ficam soltos, sem a
devida preocupação de seus
donos.
Odila Legal reside há
oito anos no bairro, possui
dois cachorros, mas afirma
que seus animais ficam sempre dentro no pátio. Ela observa que o número de cães
cresce a cada dia.
“As pessoas não prendem seus cachorros, por isso
cada vez aumentam mais” lamenta.
Segundo dona Odila,
o problema começa quando
alguém possui uma fêmea,
não vacina e então quando
ela procria, os animais são jogados fora, misturando-se
aos que possuem donos,
mas que ficam pelas ruas.
A
A moradora
criam animais setambém atenta
jam eles de qualpara o perigo que
quer espécie, são
as pessoas, princiresponsáveis pelos
palmente as crianmesmos, conforças, correm diante
me prevê a Declada possibilidade
ração Universal de
de serem mordiDireitos dos Anidas por estes animais:
mais. “Eles ficam
1 - Todos os
nas ruas atacando
animais têm o
as crianças, é um
mesmo direito à
perigo”, alerta.
vida.
Talvez estes
2 - Todos os
ataques tenham
animais têm direimotivado o enveto ao respeito e à
nenamento d os
proteção do hocães há menos de
mem.
um ano.“É cruel3 - Nenhum
dade com o anianimal deve ser
mal que não pode
maltratado.
se defender, mas
4 - Todos os
Cães soltos pelas ruas aborrecem moradores
na rua Almirante
animais selvagens
Tamandaré, moratêm o direito de viva uma senhora que criava les por medo”, explica a ver livres no seu habitat.
muitos cachorros, eu acho moradora.
5 - O animal que o hoque envenenaram vários deTodas as pessoas que mem escolher para compaLuana Raddatz
Por Suelen Soares
nheiro não deve nunca ser
abandonado.
6 - Nenhum animal
deve ser usado em experiências que lhe causem dor.
7 - Todo ato que põe
em risco a vida de um animal é um crime contra a vida.
8 - A poluição e a destruição do meio ambiente
são consideradas crimes contra os animais.
9 - Os diretos dos animais devem ser defendidos
por lei.
10 - O homem deve
ser educado desde a infância
para observar, respeitar e
compreender os animais.
Uma maneira de evitar
o aumento de cães pelas ruas
da cidade seria a implantação de um controle de
zoonoses que captura os animais soltos, diminuindo o risco de incidentes e doenças
infecto-contagiosas.
Lixo bem conservado evita doenças e mantém bairro limpo
Por Suelen Soares
conservação dos
pátios e a limpeza
em frente as suas
casas é motivo de orgulho
para os moradores do bairro do Passo.
A
Dona Marina de Castro Fernandes, todos os dias
tem como obrigação fazer a
limpeza de seu pátio.
“Quando os agentes
de saúde vêm até a minha
casa, sempre elogiam o meu
capricho” orgulha-se dona
Marina que afirma que o
fato de gostar de limpeza
também influenciou seus filhos.
“Meus filhos são todos como eu, de manhã
cedo a primeira coisa que
fazem é varrer o pátio e juntar o lixo”, ressalta.
Para Vílson de Matos
Soares, o gesto simples
como colocar uma lixeira
em frente à casa, evita que
os cães venham mexer no
lixo, espalhando os resíduos,
indo parar em bueiros ou nas
chamadas “bocas de lobo”,
provocando assim alagamentos das ruas em dias de
chuva.
“A primeira coisa que
fiz quando vim morar aqui,
foi colocar esta lixeira” diz
o morador que conclui ,“se
juntarmos o lixo evitamos
doenças em crianças e adultos”.
A coleta de lixo é feita
todos os dias no bairro, cabe
os moradores não acumular
o lixo, entulhos e até mesmo
água pelos terrenos, evitan-
do a proliferação de insetos
e roedores, transmissores de
doenças como Dengue,
Leishmaniose e a Leptospirose.
Luana Raddatz
Luana Raddatz
Limpeza é sinônimo de saúde
Suelen pendura os sacos de lixo para evitar sujeira dos cães
7
Mais saúde para os bairros
bairro do Passo
possui hoje, cinco
Postos de Saúde da
Família (PSF), um deles é o
PSF2, responsável pelo atendimento de 932 famílias que
equivalem a 3.842 pessoas,
assistidas por uma equipe
composta por um dentista,
um médico da família, um
enfermeiro, um agente
operacional, um auxiliar do
consultório dentista, um
agente operacional, um agente responsável pela
higienização e seis agentes de
saúde.
Os PSFs cadastram as
famílias de acordo com a sua
região de abrangência, através de seus agentes de saúde
que atendem em torno de
O
150 famílias cada um. Consultas básicas na área ginecológica e odontológica são
muito procuradas e embora
exista o mesmo atendimento em todos os postos, a enfermeira Arriete Pereira diz
que, às vezes, usuários de outras regiões procuram o
PSF2.
“Existem pessoas que
gostam do médico ou da enfermeira, então vêm até aqui
consultar conosco”, conta a
enfermeira.
Segundo Arriete, não
faltam medicamentos, mas
os profissionais sentem falta
de material para eventuais
pequenas cirurgias, precisando, assim, adequar- se à realidade do posto.
O PSF2 oferece exames preventivos uma vez por
vem saúde pública exigem
sempre muita administração
e planejamento. A tarefa, segundo os profissionais de
saúde, não é fácil, porque
além de ser uma área de
enorme demanda e quase
sempre imprevisível, existem
variáveis que dificultam a
qualidade dos serviços em
alguns aspectos, como por
exemplo, quando os postos
de saúde são procurados até
por gente de outros bairros.
Segundo Arriete Pereira, há moradores de outras
regiões da cidade que procuram um PSF ou outro em
função do serviço que recebem dos profissionais, e
mesmo assim são atendidos.
O cadastro de famílias não é
a única porta de acesso à saúde nestes casos.
Luana Raddatz
Por Suelen Soares
Arriete reforça qualidade
dos serviços
semana, atendimento médico e odontológico todos os
dias e está aberto diariamente pela manha ás 7h e 30min
e a tarde á partir das 13h.
As questões que envol-
Por Luana Raddatz
egundo os moradores
antigos do bairro do
Passo, essa música
“Baile do Chico Torto”, de
Gildo de Freitas é exatamente o que acontecia na década
de 60 nos bailes na casa de
Valdomiro Guimarães Motta,
o famoso Chico Torto. Com
as paredes de barro e o chão
batido, no sábado e no domingo, as festas movimentavam toda a cidade. “O
baile enchia de gente, quando começava alguma bagunça ele colocava a autoridade, contam que muitas pessoas foram mortas pelo
Chico”, relata Valêncio Gomes, morador do bairro que
Luana Raddatz
Era um baile buenacho e solto,
mas só dançava valente
Quando eu cheguei
arrecém tinha se dado um reboliço danado
E já tinha um morto na frente.
Luana Raddatz
Eu fui num baile na casa do Chico Torto...
S
O antigo salão hoje é oficina de bicicletas
José fugia da mãe para ir ao
baile
ainda brinca “o gaiteiro tinha
que tocar com o pé pra fora
da janela, pra não correr risco quando o Chico resolvia
apartar as brigas”.
O Chico Torto perdeu
a visão quando foi atingido
por um machado em uma
briga provocada pelo amor
de uma mulher. Ficava no
canto do salão em dias de
baile e reconhecia pela voz
alterada quem propunha confusões e solucionava imediatamente com pranchaço de
facão ou com tiros para o
alto. José Dutra, 60 anos, aos
12 fugia de casa e entrava escondido no baile entre o
movimento d os
adultos e ficava
embaixo das mesas para ouvir as
músicas e ver o
conjunto musical
tocar. “Sempre
gostei de música,
toco pandeiro e no
Chico Torto eu ficava olhando como
eles faziam”, afirma.
A casa onde
era o baile mora a
família do sobrinho
do Chico, Quide
de Mattos que trabalha com
serviços gerais. O local foi reformado, ampliado e é uma
oficina de bicicletas, entretanto ainda é reconhecido pela
história. Maria da Glória Souza mora no antigo salão de
baile e revela que teve receio
ao mudar-se para lá pelas histórias que contam de fantasmas do próprio Chico e dos
que foram mortos que permanecem no local. “Agora
não tenho mais medo, mas
ainda durmo com a luz ligada”, conta Maria.
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Coluna Social
Passo em Cena
Luana Raddatz
Rafael Junckes
Tamara Finardi
Chega um dia em que as brincadeiras e as diversões têm que ser deixadas de
lado e a vida adulta inicia. O Primeiro Passo foi conversar com a galera do
ensino fundamental e médio do bairro do Passo para saber o que eles
pensam sobre o futuro.
Cursar uma faculdade?
Mudar de cidade?
Procurar um emprego?
O QUE VOCÊ QUER SER QUANDO CRESCER?
À esquerda, Cláudio Guilherme, Leonardo Ruis e
José Carlos Schmitz. Três meninos da oitava série
com um sonho em comum: seguir a carreira militar.
À direita, Bruno Santos, 15 anos, pretende trabalhar e
estudar em Porto Alegre com seu irmão. Também
Douglas da Rosa, 17 anos, mais um que tem a carreira
militar como objetivo depois de concluído o ensino
médio.
Juliano do Carmo, 17 anos
“Ano passado terminei o curso técnico de eletricista.
Se eu conseguir um bom emprego em São Borja quero
ficar aqui na cidade mesmo. O custo de vida não é alto,
diferente de cidades maiores onde o custo é bem maior.”.
Leoceni Dornelles Nene, 16 anos
“Quero fazer faculdade de
Engenharia Elétrica, para isso vou
precisar ir morar em Alegrete e
conseguir um emprego. São Borja
não tem o curso que quero.
Decidi por essa faculdade porque
faço um curso na área. Fiquei em
dúvida entre jornalismo e a
engenharia, mas agora já fiz a
minha escolha”.
Acima, Nadini dos Santos que há três anos se envolve nas
atividades profissionais executadas na oficina mecânica do pai. Ela
pretende especializar-se nessa área com cursos técnicos. “Ela já é uma
boa mecânica”, afirma a amiga à direita, Fernanda Saraiva, que tem
vontade de trabalhar na Polícia Federal.