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Transcrição

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12 de Agosto de 2011
ANO XIX - N.º 232 • MENSÁRIO INFORMATIVO • SAI À 2.ª SEXTA-FEIRA • 12 DE AGOSTO DE 2011
CONTRIBUA
DOS
BOMBEIROS
VOLUNTÁRIOS
DE GRÂNDOLA
Fotos de André Ferreira e Miguel Ferreira
PARA ESTA CAUSA
TORNE-SE SÓCIO
Pág. 16
2
12 de Agosto de 2011
Agências de “ratos”
NOTA AOS ASSINANTES
Agradecemos que verifiquem a DATA DE PAGAMENTO
DAS RESPECTIVAS ASSINATURAS.
De ora avante canceleremos todas as assinaturas
em atraso, uma vez que colocar o Ecos na rua, tem
implicitamente os seus custos!
Pelo facto pedimos a compreensão de todos.
A DIRECÇÃO DO ECOS DE GRÂNDOLA
Seria ingratidão da minha parte nesta altura do ano, não saudar
calorosamente todos os emigrantes, que regressam à sua terra e para
os quais o Ecos de Grândola faz a ponte entre o nosso Concelho e
os sítios mais longínquos do Planeta! A todos, em nome do Ecos, o
meu Muito Obrigada, pelo facto deste nosso jornal fazer parte integrante das vossas vidas! Mas também para si, leitor assíduo, que em
qualquer recôndito lugar deste país nos segue, o meu Agradecimento,
pois como costumo dizer é p
para vós e apenas
p
que o Ecos de Grândola existe. “Só” por esse facto, todos os sacrifícios ao longo destes
anos têm sido um privilégio!
No rescaldo da última recessão mundial, já se antevê outra, a bater-nos à porta! As agências de rating ditam as regras do jogo e a Europa
não lhes consegue fazer frente. Não é pelo facto do BCE comprar
a dívida espanhola, ou italiana que os mercados acalmam. A Fitch e a
Moody’s já deram notação AAA à França e este contágio insalubre vai
dizimando tudo o que encontra pela frente. Falta a esta União Europeia ter a coragem de se reestruturar e tomar soluções credíveis. A
Cimeira Europeia de 21 de Julho lá passou, mas as medidas ainda não
foram aplicadas, pois a Europa “fechou” para férias, esquecendo-se
que o mundo não pára! A falta de liderança, numa União debilitada,
com ausência de medidas capazes para a salvar, põe em causa, não só
o euro como também o futuro desta velha Europa, que vai marcando
passo com medidas avulso em vez de ir em frente, ao encontro do
novo mundo que se nos apresenta.
Por cá o Verão tem sido ventoso, mas prevê-se um Outono tempestuoso para as nossas vidas! O BPN foi vendido, mas os portugueses ainda terão que pagar o resto da factura, que ficou por liquidar, no
meio deste imbróglio, só o contribuinte é penalizado por uma gestão
danosa, onde ao que parece ninguém é culpado!
Como é evidente o défice imposto pela Troika, vai necessitar mais
medidas de aperto no cinto, o problema é que começa a não haver
mais lugar para furos. Para além do imposto extraordinário sobre
o trabalho de todos nós, é pena que as mais valias e os dividendos
passem neste crivo, que deveria ser igualitário para todos. Para que
as medidas de austeridades sejam aceites por todos, seria bom que
não fossem sempre os mesmos a pagar...
Esperemos que este novo governo saiba estar à altura desta fase que
atravessamos e comece por nos dar indicadores de credibilidade, começando por instaurar decência nos cargos da Administração Pública,
onde costumam ser distribuídos consoante o seu cartão partidário e
não pela competência. Cá estaremos para ver se o ciclo se inverte, ou
pelo contrário se tudo se move como sempre foi prática. 
L.C.F.C.S.
Perguntava-me um amigo se as agências de rating têm alguma coisa
a ver com ratos!
Antes de lhe dizer que não, confesso que fiquei a matutar que talvez
ele tivesse mesmo alguma razão!
De facto, as agências de rating ou agências de notação, constituem
hoje um instrumento perversamente poderoso na defesa do capitalismo pós-guerra fria, podendo levar para a miséria a economia de países
fragilizados financeiramente como já aconteceu recentemente com a
Islândia, Grécia, Irlanda e Portugal.
E não parecem actuar de boa fé…
Quanto mais austeridade e mais sacrifícios nos são impostos em
nome das agendas de resgate da União Europeia, FMI e Banco Central Europeu, tanto mais as ditas
agências vêm rebaixar as nossas hipóteses de recuperação, perante o mundo e os mercados.
Impunemente, imperiais, sem contemplações!
Veja-se o que sucedeu com Portugal. Depois do acordo da troika, subscrito pelos maiores partidos
políticos, vem uma das agências descer o nosso rating para a categoria de lixo!
Os principais bancos europeus são sujeitos a exames rigorosos – dizem, testes de stress – os nossos
bancos passam no exame e logo a mesma dita agência de notação diz que os mesmos bancos valem
tanto como lixo!
E não dizem o mesmo de vários bancos europeus que não passaram no teste!
As agências de rating foram criadas para defender os capitalistas que investem em várias regiões do
planeta e emprestam dinheiro a Estados soberanos, a bancos e a empresas. Às agências compete aconselhar os potenciais investidores sobre os factores de risco envolvidos. Até aí, tudo bem, mas o pior é
que também elas podem ser parte interessada na especulação que vão gerar na economia avaliada com
baixa notação, fazendo subir os juros em flecha e arrastando os países para a bancarrota. Conforme afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, e cito de cor, “as agência de rating, actuam como se fossem professores
que têm negócios com os seus alunos”.
E é no lixo que os ratos melhor se governam…
É evidente que estamos a pagar as asneiras de décadas a viver como ricos, com o dinheiro emprestado que dificilmente poderíamos pagar.
Foram auto-estradas por tudo quanto é lado – só no trajecto entre Lisboa e Porto, construíram três!
Foram as obras faraónicas de estádios de futebol, dos quais alguns, agora nem receita conseguem para
a sua conservação!
Foram submarinos de última geração a pagar aos alemães!
E acima de tudo, o desperdício, as mordomias da classe dirigente, o facilitismo, o tráfico de influências,
a fraude, a corrupção, as pontes/feriados/tolerâncias de ponto/baixas médicas duvidosas, fizeram o resto.
E só não avançou o TGV, o novo aeroporto e outros elefantes, porque já se via que ninguém nos iria
emprestar mais dinheiro. Inseridos na União monetária do euro, o que fazer, se a União treme sem soluções que assegurem a sustentabilidade da economia da zona euro, o que pode conduzir à fragmentação
da própria União Europeia?
É que já não é só a Grécia, Portugal e a República da Irlanda que estão sob o ataque e chantagem das
poderosas agências de rating e dos especuladores profissionais que conseguem dinheiro barato para o
vender com lucros escandalosos, como se estivessem a fazer um grande favor!
Recordo-me que, já perto da insolvência, os nossos políticos clamavam: “nós não somos a Grécia!”, e
depois, “nós não somos a Grécia nem a Irlanda!”
De PEC em PEC, sempre perseguidos pela falta de credibilidade nas notações das ditas agências, nada
mais nos restou que chamar a troika e negociar o empréstimo, pelos vistos para passarmos de economia em crise para o nível de lixo com que acabaram por nos lixar!
Não deixa de ser irónico que seja agora o Presidente Obama, no País do mundo com a maior dívida
pública externa, vir afirmar, displicentemente: “nós não somos a Grécia, nem Portugal!”
Ao que me apetece responder que nós também não somos os Estados Unidos da América, que não
temos prisões secretas onde se torturam prisioneiros e que não lançamos máquinas de guerra contra
outros países, em nome da defesa da segurança dos cidadãos nacionais. Mas quem liga a isso?
Confiemos, no entanto, que há vida para além deste pesadelo, que somos capazes de sobreviver com
o nosso trabalho, com solidariedade mas não caridade, com ou sem euro, que já chega de humilhação, e
que Portugal é um País viável, desde que governado democraticamente, com inteligência e coesão social,
sem falsas promessas e, não menos crucial, sem os ratos da corrupção, da especulação e da exploração.
Haverá por aí gatos e ratoeiras que cheguem para todos? 
ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE GRÂNDOLA
Campanha de Angariação de Fundos para Aquisição de Viaturas
Devido ao envelhecimento do parque de viaturas e ao consequente aumento das despesas de manutenção, decidiu a Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Grândola, lançar uma campanha de angariação de fundos
destinada à aquisição de uma ambulância de socorro e de uma viatura de combate a incêndios florestais. Espera a Direcção
desta Associação a colaboração de todos os Grandolenses, de modo a concretizar este objectivo no mais curto espaço de tempo. A Direcção irá
publicitar neste jornal o montante recebido nesta campanha. Poderá fazer o seu donativo na secretaria da Associação ou através de depósito bancário.
NOTA DA DIRECÇÃO
Os artigos de opinião, crónicas, ou notícias publicadas
no ECOS DE GRÂNDOLA desde que assinadas, são da
exclusiva responsabilidade dos seus autores e não veiculam necessariamente a opinião da Direcção deste Jornal.
Assim como não nos responsabilizamos pela devolução
de artigos que nos sejam enviados para publicação, quer
sejam, ou não publicados.
A DIRECÇÃO DO ECOS DE GRÂNDOLA
Para a Ambulância na Caixa Geral de Depósitos
NIB 0035 0357 0001 6164 430 26
Para a Viatura de combate a incêndios florestai s na Caixa de Crédito Agrícola Mútuo
NIB 0045 6323 4020 5731 244 54
A Direcção
Gratos pela Vossa generosidade,
Montante recebido até 20 de Julho de 2011
Viatura de Combate a Incêndios Florestais:
Transporte do mês anterior .............................................................................................................................................................................................
92.471,25€
Maria Otília Gonçalves de Jesus ..............................................................................................................................................................................
100,00€
Total a transportar: ....................................................................................................................................................................................................... 92.571,25€
Ambulância de Socorro:
Transporte do mês anterior .............................................................................................................................................................................................
24.489,75€
Maria Otília Gonçalves de Jesus ..............................................................................................................................................................................
100,00€
Total a transportar: ....................................................................................................................................................................................................... 24.589,75€
12 de Agosto de 2011
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12 de Agosto de 2011
Fotos Ana Correia
Fotos Ana Correia
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ALIMENTAÇÃO & COMPANHIA
“Quanto mais branco o pão, mais
depressa se vão”
Sabia que cada português consome, em média, 100 kg
de pão por ano? Como é o seu? Branco e leve ou escuro
e pesado?
De facto, este alimento tem presença marcada à mesa da
tradicional família portuguesa, mas não é todo igual!
Escolha o pão mais escuro, pois este para além de conter o amido do cereal contém também o seu gérmen e o
seu farelo, o que o torna riquíssimo em termos nutricionais. Assim, quando comparado com o
“pão branco”, apresenta maior quantidade de proteínas e de minerais, tais como fósforo, ferro,
magnésio, zinco, vitaminas do complexo B e também fibra alimentar, tão importante para a saúde
e regulação do apetite.
De entre as inúmeras opções que nos são apresentadas, como escolher o melhor pão? Quais os
critérios?
Um bom pão é aquele em que os cereais integrais se apresentam como o ingrediente em maior
quantidade (verifique sempre o rótulo!).
Vantagens de escolher um pão mais escuro e mais pesado:
- mais rico nutricionalmente
- atraso no esvaziamento gástrico
- menor pico de concentração de açúcar no sangue
- saciedade precoce
Ou seja, sentimo-nos “mais cheios” e durante mais tempo com menor quantidade de pão.
Experimente novas variedades de pão: pão integral, pão com passas, pão com frutos secos, podendo sempre confeccionar o seu próprio pão escolhendo ingredientes mais tradicionais ou aventurar-se a experimentar com sementes e/ou especiarias. 
Vanessa Flor da Rosa – Dietista
Hera
Planta- Hera
Nome científico - Hedera helix.
A hera é uma planta bem conhecida da grande
maioria de Grandolenses, pois encontra-se um pouco
pela nossa vila e arredores, quer usada como planta
trepadeira cobrindo muros, paredes e pergolas, quer
em sebes que devidamente aparadas ficam muito bonitas , quer ainda como planta de revestimento de solos e planta
plantada
ada
da eem
m vaso
vasos.
os
A sua distribuição nacional é bem notada em todo país até á altitude média de 1000mt. Pode ser
plantada em ambientes de sol e meia sombra, em solos férteis e bem drenados mas não suporta
solos encharcados, tolera bem as geadas.
Tem como principais referências, ramos flexíveis que se enrolam em volta em postes e noutras
plantas mais fortes, tem raízes aéreas que se agarram ás paredes mas não são parasitas, as suas folhas
apresentam várias cores desde o verde escuro, verde claro, amarelo e variegata. As flores são pouco
visíveis e os pequenos frutos pretos servem de alimento aos pássaros e tóxicos para os humanos.
A sua multiplicação mais usual é feita com estacas enraizadas, no entanto também pode ser feita
por mergulhia ou sementeira. Das suas folhas secas pode-se fazer infusões. 
Manuel Baião
12 de Agosto de 2011
Sistemas, regimes, voto e pensamento
(parte 2 – conlusão)
Se eu votasse, e portanto tivesse direito a contestar as actuações futuras do governo, segundo as sábias palavras do Sr. Presidente da República (assim não tenho, pelo menos moralmente,
mas isto é como o povo diz, ou há moral ou comem todos; o meu não voto retirou-me os
meus direitos de cidadania – a propósito, também não elegi este presidente...), perante o estado de coisas que vai continuar a suceder-se (clivagem entre pobres e ricos, enriquecimento
ilícito, fraude, corrupção, má gestão, etc.), e que são consequência de um conjunto de regras,
geralmente conhecidas como leis, geradas na lógica do sistema e feitas para proteger os que
o controlam, se eu votasse, dizia, quando as escandaleiras do costume começassem a rebentar
por aí, eu teria adquirido o direito de dizer no café onde costumo ir: isto é tudo a mesma corja,
querem é tacho, eles isto, eles aquilo, cambada de ladrões, etc., que é o que nos resta então de
capacidade cívica e de cidadania actuante. Eu sei que vocês concordam com isto, dado que é
nisto que (também) votam, quer queiram quer não (tal como elegem deputados, e afinal, destes,
nasce esse bicho esquisito que é um Governo.
Eu, enquanto funcionário público, e dentro da pequenez do meu cargo e funções, consciente
do rigor que é necessário na gestão da coisa pública, pugno todos os dias por um desempenho
de excelência, por um atendimento eficaz, pela implementação de regras de poupança e por
métodos de trabalho simplificadores, e isto, meus caros, isto vale mais que mil votos: o bom
trabalho, a boa organização, o respeito pelos outros e a confiança na capacidade humana para
uma construção harmoniosa, por muito que tal cheire a malmequeres e música de elevador.
Dirão uns quantos espertos: ah, mas, como funcionário público, és um agente do sistema, esse
que tanto abominas! Errado: sou tão só um trabalhador. E nem sequer tenho a veleidade utópica
dos meus imberbes dezasseis anos, quando, já então farto disto, dizia, num desabafo: eu quero é ir
para uma ilha deserta. Só a pouca idade me serve de desculpa por tal idiotice, dado que, na verdade,
não há ilhas desertas. E das poucas que ainda possa haver, só para lá se iria para morrer de fome.
Assim, o meu trabalho, para além dos seus aspectos meramente funcionais, o meu trabalho
de indivíduo ligado a uma estrutura que contesto, passa, na sua base deontológica, por colmatar
todos os erros com que me deparo e que urge sanar, todos os dias e a cada momento, porque
as forças negativas deste país, mais que activas, são e continuam dominantes, pela incompetência,
pela prepotência, pela covardia, pelo medo ou mesmo apenas pela mais pura negligência.
P.S.: Das soluções: para lá das dinâmicas implacáveis que a própria evolução do mundo e da
espécie implicam, no nosso particular caso, eu, que começo a pensar com alguma suspeição
até mesmo acerca da legitimidade das nações e dos seus símbolos e alter-egos simbólicos, as
pátrias e os hinos e as bandeiras e as fronteiras e os territórios (Olivença é nossa!, bláblá),
lanço apenas uma simples pista: se um sistema é composto por variáveis, e a oscilação de uma
implica a oscilação de todas, então o não voto é só um valor indicativo; muito mais importante
será, pois, começar a mexer nas regras, ou seja, tal como lá atrás disse, nas leis que nos regem.
Por exemplo: como é possível promulgar uma lei sem se fazer ao mesmo tempo a promulgação
da sua regulamentação (quando é caso disso)? Como é que uma lei dessas se torna operativa?
Mas, mais importante: as leis procuram regular casos, factos, ocorrências, possibilidades mesmo; o que não implica que sobre esses casos, factos, etc., não haja uma visão de conjunto – ou,
se preferirem, um conceito do mundo. Regular o casamento entre homossexuais não é o mesmo que definir as coimas para uma qualquer prevaricação, seja ao limite de velocidade seja à
poluição do ambiente.
Portugal, tal como toda a Europa, coloca-se numa perspectiva de funcionamento técnico-profissional, isto é, fora da cultura, tomada aqui como circunstância de identidade (dos países, dos
povos, dos seres). O poder, no fundo, ama a ignorância (alheia). Os nossos legisladores também
se pautam por tal batuta: a justiça nunca é tão cega como quando não quer ver. Muito se constrói em gabinetes fechados, quantas vezes por razões não mais que economicistas, deslocadas
do real, imprevidentes do futuro, eivadas de preciosismos barrocos.
Ora não é disto que precisamos, mas de lucidez, de inteligência prática, de conhecimento de
nós próprios (os políticos, por exemplo, nunca conhecem o “país real”, a não ser quando um tipo
qualquer mais enervado lhes chama aldrabões e lhes quer bater, dado que os seus pares se esforçam por lhes servir um país à la carte, à medida das suas expectativas, dos cerimoniais balofos
– discursos, medalhas, etc. – e de paisagens encenadas – meninos para beijar, canções, bandeirinhas,
aplausos). O que nos deixa num ponto curioso: se as leis emanam da Assembleia da República e os
decretos-lei (que têm a mesma força de lei que as outras) do Governo, e o voto elege precisamente os deputados e, indirectamente, a constituição do Governo, o que se consegue com o voto é a
demissão do nosso papel interventivo na formação das leis que nos hão-de governar. Para as quais,
note-se, nem sequer precisamos de ser experts: para a letra de lei, há sempre legisladores pagos a
peso de ouro ao dispor. A nós, caberia o real, a sensatez e a razão. Assim, não cabe nada.Todavia, é
por aí que teremos de começar. E não, não é com referendos que vamos lá. Pensem nisso.
Livro do mês: em contraponto à escritora que referi no mês passado, embaraçada numa ficção manhosa tendo como tema de superfície o mundo da música e dos músicos (ou melhor, das cantoras, que
é lá isso dos tocadores de rock, ora então), fecho o círculo referindo dois músicos, portugueses, que se
atreveram a obrar no mundo das canetas e das palavras. O primeiro, Fernando Ribeiro, vocalista da já
há muito internacional banda Moonspell, editou este ano uma colectânea com três histórias muito ao
seu género (entre o gótico e o metal, portanto) e, curiosamente, surpreendeu. Não, não se trata de nenhuma obra-prima, mas lê-se com agrado, não está mal escrito e diverte, e antes isso que nada. O outro
é uma memória má: refiro-me ao sempiterno vocalista de Os Delfins, o agora mod-mais-qualquer-coisa
Miguel Ângelo, que, não percebendo ao primeiro que não devia o segundo, já vai nuns quantos livritos
(dado que têm capa, título, folhas, etc.) capazes de envergonhar, pelo tema, pela escrita, pelo tamanho
do tipo escolhido, seja o que for, qualquer sweet sixteen, daquelas que ainda se dão ao trabalho de
escrever diários e sonhar com príncipes encantados. Pois, contem com isso.
“Senhora vingança”, Fernando Ribeiro, Edições Gailivro, 2011.
“A queda de um homem”, “Calor”, “A resistente”, Miguel Ângelo, editora sei lá, há muito muito tempo.
Ah, há também uma autobiografia. Claro. Não sei se se chama vaidade, mas podia. 
Alexandre Dale
5
Meses de Verão e as idas ao cinema diminuíram nos
últimos tempos. Assim vi recentemente alguns títulos
bem simpáticos e que merecem uma oportunidade.
Hanna, Joe Wright
Hanna é uma rapariga de 16 anos que
foi criada pelo pai, um ex. operacional da CIA, para ser uma máquina de guerra. Após intensos anos de treino passados numa
região isolada da Finlandia, Erik sente que Hanna já está preparada para voltar à vida real e assim concluir a sua vingança contra
aqueles que os tentaram tramar.
Joe Wright (Orgulho e Preconceito e Expiação) estreia-se num
género diferente do que nos habituou, com um thriller com tons
de conto de fada, cheio de acção e com um naipe de bons actores
à cabeça (Saoirse Ronan, Eric Bana, Cate Blanchet).
Atenção ainda para a excelente banda sonora dos Chemical
Brothers.
Daybreakers, de Peter e Michael Spierig
Numa época em que há vampiros por todo o lado, quer seja no
ci
cinema, televisão ou literatura surge este filme dos gémeos Spierig
qu
que é bem melhor que muita coisa do género que por aí anda.
Em 2019, uma praga transformou a maior parte dos humanos
em vampiros. A raça dominante, prevendo uma futura falta de sangue, começa a recolher os poucos humanos existentes enquanto
ggu
um
uma pequena resistência tenta salvar a humanidade com a ajuda de
un
uns poucos vampiros.
Andam por lá nomes como Ethan Hawke, Sam Neill ou Willem
D
Dafoe. 
João Bizarro
o
momentos
t s
Pensa-se dinheiro e pode haver um momento de inquietação. Inquietação do pensamento
que questiona: Dinheiro quem és tu? Onde andas? Através de quem te escoas?
“Eu, dinheiro, sou omnipotente, omnipresente e secreto.
Tudo posso. Não sou virtuoso, mas sou como uma fada, realizo quase todos os sonhos de
quem me tem, compro saúde, bem-estar, bom gosto, boa imagem, prazer e dou poder para
muitas coisas fazer, negócios, zonas exclusivas, zonas de lazer, zonas de perdição, crio o bem
e o mal. Também estou em todo o lado discretamente. Estou no amor, na alegria, nas festas,
nas férias, no automóvel, no apartamento, na vivenda, nos filhos, na educação e também na
morte, isto é, crio uma identidade.
E ainda, sou secreto. Esta é a minha melhor faceta, dá-me áurea, mistério, simboliza-me e
para alguns, até sou Deus, transcendo espaço e tempo. Sou privado e circunstancialmente
público, mas sempre secreto, algumas vezes para suavizar sou apenas confidencial. Confidencialidade quebrada por essa figura jurídica designada “sigilo bancário”, pois só alguns podem
conhecer o pormenor do meu agir. As situações em que actuo são sem conta e o seu fio
condutor é o segredo”.
Esse fio condutor do segredo está nos milhões de euros que são noticiados em Portugal.
Ouvem-se comentários, declarações políticas e verifica-se que a informação é redonda. Esconde algo. Talvez algo que não se conheça, que não seja perceptível, tipo confidencial, que
mais se advinha do que se sabe. As notícias evocam muito mais do que nomeiam, o que puxa
pela imaginação do Povo. Falam da má governação, da fragilidade das estruturas, da falta de
produtividade, do Estado “gordo”, da ineficácia da Administração do Estado, da dívida soberana, da ineficácia política da Europa, da crise sistémica e Mundial e, obviamente, de milhares
de milhões de euros que navegam pelos mares planetários. Tudo macro, tudo em grande.
Nos pormenores é que está o diabo, diz o ditado. E quanto ao dinheiro é a sua característica secreta que não permite a divulgação do pormenor. Sim, o pormenor. E aquele embaraço, quase pudor, que se sente quando alguém pergunta; quanto ganhas? Quanto custou?
Que dinheiro tens no Banco? O engolir em seco e uma resposta débil ou agressiva, ou então
evasiva. É o efeito do tal fio condutor que é o segredo.
De que padece Portugal se não da ausência de milhões de euros que se escoaram deste rectângulo geográfico, sem que o Povo saiba como, para onde e através de quem. Os pormenores
são o diabo! Recordo que a Itália lá para os anos 80 do século passado, teve grandes dificuldades de liquidez face aos malabarismos de um Banco, mas superou as dificuldades estacando
o “buraco” financeiro. Os pormenores deste caso são fantásticos. O que se passa hoje em
Portugal e nos outros Países em crise não é igual ao caso Italiano, pois têm outras cambiantes,
nomeadamente a integração na União Europeia, embora também sejam problemas financeiros.
A União Europeia não é um sistema de vasos comunicantes. É sim, uma União entre Estados ricos e Estados pobres, onde por efeito das assimetrias, os euros se escoam para o lado
dos Estados ricos. Como e através de quem não sabe o Povo. O Povo sabe como se processam as relações entre ricos e pobres (é semelhante entre Estados) e também sabe com
funcionam as relações (de segredo) entre credores e devedores e nestes casos quem impõe
regras. Bem pode o País, digo o Povo, ser sangrado do seu dinheiro e transpirar de esforço
que os juros não baixam e a especulação não pára (juros de 40% são obra de grande especulação). Talvez termine se os Estados pobres e em crise exigirem outro tipo de relações que
não o directório de alguns, encontrando politicamente a solução para o problema financeiro
que se vive na Europa. Até que surja a desejada solução, Portugal viverá sereno e em crise,
pois “O segredo é um dos fundamentos da estabilidade social”. (história da vida privada) 
José Monteiro
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12 de Agosto de 2011
CÂMARA MUNICIPAL DE GRÂNDOLA
EDITAL N.º 187
PUBLICIDADE DAS DELIBERAÇÕES
Aníbal Manuel Guerreiro Cordeiro, Vereador da Câmara Municipal de Grândola, no uso da competência que lhe
foi conferida pelo despacho nº 4/2011, de 10 de Janeiro, no âmbito das competências respeitantes ao art.º 91º - alínea
v) do nº 1 do artº 68º, da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro na redacção que lhe foi dada pela Lei 5-A/2002 de 11
de Janeiro, torna público que em reunião ordinária, pública, de 18 de Julho de 2011, foram tomadas as seguintes
deliberações com eficácia externa:
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de pedido de pagamento em prestações do divertimento “Saltamontes” para feira de Agosto - 2011, requerido por Germano Conceição Meira Tavares: Deliberado, por unanimidade, aprovar o pagamento em prestações do divertimento “Saltamontes” para Feira de Agosto - 2011, requerido
por Germano Conceição Meira Tavares, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da Proposta de pedido de pagamento em prestações de terrado da feira de
Agosto – 2011, requerido por Móveis e Decorações de Rio Frio Lda: Deliberado, por unanimidade, aprovar o
pagamento em prestações de terrado da Feira de Agosto - 2011, requerido por Móveis e Decorações de Rio Frio Lda.,
de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de atribuição de um subsídio extraordinário à Associação de
Caçadores e Pescadores da Lagoa de Melides: Deliberado, por unanimidade, atribuir à Associação de Caçadores e
Pescadores da Lagoa de Melides um subsídio extraordinário no montante de 750,00€ (setecentos e cinquenta euros),
de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e Eventual Aprovação da Proposta de Protocolo de Colaboração 2011 com a Associação de Moradores e Amigos da Silha do Pascoal: Deliberado, por unanimidade, aprovar o Protocolo de Colaboração 2011 com a
Associação de Moradores e Amigos da Silha do Pascoal, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e Eventual Aprovação da Proposta de Pagamento de Rendas na Junta de Freguesia de Azinheira
dos Barros – Habitação Municipal: Deliberado, por unanimidade, aprovar o Pagamento de Rendas na Junta de
Freguesia de Azinheira dos Barros – Habitação Municipal, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e Eventual Aprovação da Proposta de adequação do regulamento do concurso de atribuição de
bolsas de estudo do ensino superior público da Câmara Municipal de Grândola ao processo de Bolonha:
Deliberado, por unanimidade, aprovar a adequação do regulamento do concurso de atribuição de bolsas de estudo do
ensino superior público da Câmara Municipal de Grândola ao processo de Bolonha e submeter o mesmo a Inquérito
Público, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e Eventual Aprovação da Proposta de protocolo de parceria – Fundação Portuguesa “A Comunidade Contra a SIDA” – Projecto “Vida Segura”: Deliberado, por unanimidade, aprovar o protocolo de parceria
– Fundação Portuguesa “A Comunidade Contra a Sida” – Projecto “Vida Segura”, de acordo com a Proposta dos
Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de prorrogação de prazos para construção e início de actividade
e alargamento do ónus de inalienabilidade – processo de António Baião - lote n.º 6 da ZIL – 2ª fase: Deliberado,
por unanimidade, aprovar a prorrogação de prazos para construção e inicio de actividade e alargamento do ónus
de inalienabilidade – processo de António Baião - lote n.º 6 da ZIL – 2ª fase e submeter o mesmo á Assembleia
Municipal, para apreciação e eventual aprovação, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta referente ao processo Santos & Gamito, Lda – Reversão do lote
n.º 21 da ZIL – 2ª fase: Deliberado, por unanimidade, aprovar o processo Santos & Gamito, Lda – Reversão do lote
n.º 21 da ZIL – 2ª fase e mandar submeter o mesmo à Assembleia Municipal para apreciação e eventual aprovação,
de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de projecto de Regulamento Municipal e atribuição de lotes
na Zona de Industria Ligeira de Grândola: Deliberado, por unanimidade, aprovar o projecto de Regulamento
Municipal e atribuição de lotes na Zona de Industria Ligeira de Grândola e mandar submeter o mesmo a Inquérito
Público, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da minuta do contrato, da empreitada da Variante Circular José Amaro – 2ª
fase: Deliberado, por unanimidade, aprovar a minuta do contrato, da empreitada da Variante Circular José Amaro – 2ª
fase, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação do projecto de regulamento Municipal das zonas de estacionamento de duração limitada para a vila de Grândola, após inquérito público, e posterior envio à Assembleia Municipal:
Deliberado, por maioria, com dois votos contra, por parte dos Vereadores da CDU, aprovar o Regulamento Municipal
das zonas de estacionamento de duração limitada para a vila de Grândola, após inquérito público, e posterior envio
à Assembleia Municipal, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de atribuição de topónimos e números de polícia, nas Freguesias
de Carvalhal e Azinheira dos Barros: Deliberado, por unanimidade, aprovar atribuição de topónimos e números de
polícia, nas Freguesias de Carvalhal e Azinheira dos Barros, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de parecer favorável à aprovação do projecto de arquitectura do
parque escolar EPE – Grândola: Deliberado, por unanimidade, emitir Parecer Favorável à aprovação do Projecto
de Arquitectura do Parque Escolar EPE – Grândola, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de alteração do Regulamento do Loteamento da ZIL – Grândola:
Deliberado, por unanimidade, aprovar a alteração do Regulamento do Loteamento da ZIL – Grândola, de acordo com
a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação do parecer nos termos do n.º 1 do artº 54 da Lei 91/95 com a redacção da Lei
n.º 64/2003 de 23 de Agosto, requerido por Maria de Fátima Pereira Chainho: Deliberado, por unanimidade,
emitir Parecer Favorável nos termos do n.º 1 do artº 54 da Lei 91/95 com a redacção da Lei n.º 64/2003 de 23 de
Agosto, requerido por Maria de Fátima Pereira Chainho, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação do parecer nos termos do n.º 1 do artigo 54 da Lei 91/95 com a redacção da
Lei n.º 64/2003 de 23 de Agosto, requerido por Ana Cristina Pereira Pinela, na qualidade de mandatária de
Elisa Custódia: Deliberado, por unanimidade, emitir Parecer Favorável nos termos do n.º 1 do artº 54 da Lei 91/95
com a redacção da Lei n.º 64/2003 de 23 de Agosto, requerido por Ana Cristina Pereira Pinela, na qualidade de
mandatária de Elisa Custódia, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de alteração ao Loteamento C14 Carvalhal, Requerido por
Herdade da Comporta Actividades Agro Silvícolas S.A., processo 15-A/2005: Deliberado, por unanimidade,
aprovar a alteração ao Loteamento C14 Carvalhal, requerido por Herdade da Comporta Actividades Agro Silvícolas
S.A., processo 15-A/2005, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de minuta de protocolo de colaboração no âmbito do projecto
ATLANTERRA – Preservação, valorização e promoção das Áreas Mineiras do Arco Atlântico Europeu: Deliberado, por unanimidade, aprovar a minuta de protocolo de colaboração no âmbito do projecto ATLANTERRA –
Preservação, valorização e promoção das Áreas Mineiras do Arco Atlântico Europeu de acordo com a Proposta dos
Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de cessação de funções do representante da Câmara Municipal
na Comissão Arbitral Municipal de Grândola: Deliberado, por unanimidade, aprovar a cessação de funções do
representante da Câmara Municipal na Comissão Arbitral Municipal de Grândola, de acordo com a Proposta dos
Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de abertura do período de discussão pública do Plano de
Pormenor do Parque Internacional de Escultura de Grândola: Deliberado, por maioria, com dias abstenções, por
parte dos Senhores Vereadores da CDU, aprovar a abertura do período de discussão pública do Plano de Pormenor do
Parque Internacional de Escultura de Grândola, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de Remissão do Plano de Pormenor da UNOP 7 de Tróia à
Assembleia Municipal para apreciação e eventual aprovação: Deliberado, por unanimidade, aprovar a Remissão
do Plano de Pormenor da UNOP 7 de Tróia à Assembleia Municipal para apreciação e eventual aprovação, de acordo
com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de Remissão do Plano de Pormenor da UNOP 8 de Tróia à
Assembleia Municipal para apreciação e eventual aprovação: Deliberado, por unanimidade, aprovar a Remissão
do Plano de Pormenor da UNOP 8 de Tróia à Assembleia Municipal para apreciação e eventual aprovação, de acordo
com a Proposta dos Serviços;
Para constar se lavrou este e outros de igual teor os quais vão ser afixados nos locais públicos do costume.
Paços do Concelho de Grândola, 21 de Julho de 2011.
O Vereador do Pelouro da Administraç
Administração,
NÓ LIGAÇÃO AZINHEIRA DOS BARROS – No âmbito
da obra em curso de reformulação da ligação de Azinheira dos Barros ao IC1, foi feita uma parceria entre a
Junta de Freguesia e a empresa concessionária da obra
que permitiu o prolongamento da calçada na entrada
da aldeia, o alargamento da estrada do Poço Novo, a
colocação de betuminoso numa extensão de cerca de 25 metros e a reformulação do
sistema de águas pluviais também na estrada do Poço Novo, a consolidação das terras
do parque de estacionamento do Cemitério e a colocação de lancil numa extensão de
50 metros no acesso ao Cemitério.
No âmbito desta mesma obra, suportada na íntegra pelas Estradas de Portugal, com
um investimento que ronda os 500 mil euros, decorre uma Consulta Pública para recolha de ideias que visam a requalificação do talude do lado contrário à aldeia junto
ao IC1. Esta requalificação pretende honrar a passagem de todos quantos os que usam
aquela estrada e a melhorar o aspecto visual da entrada, em sintonia com toda a requalificação em curso ou projectada.
PRIMEIRA RUA PAVIMENTADA NO BAIRRO DA DIRECÇÃO, LOUSAL – Decorrem a ritmo acelerado as obras de pavimentação da primeira rua do Bairro da Direcção, a cargo
da empresa Whispear Ear, cuja conclusão se prevê que aconteça em meados de Agosto.
Estas obras resultaram de uma intervenção primária na rede de esgotos e águas desta
rua, que permitiram que este Bairro tivesse a sua primeira rua pavimentada.
A Junta de Freguesia honra assim o seu compromisso com as pessoas do Lousal, agradecendo aos moradores o voto de confiança que nos continua a ser dado todos os dias.
REQUALIFICAÇÃO ESPAÇOS URBANOS EM AZINHEIRA DOS BARROS – Numa parceria entre a Câmara Municipal de Grândola e a Junta de Freguesia, está a ser ultimada a
obra das águas pluviais da rua do depósito de água, incluindo a colocação de sumidouros
e meia cana. A fase seguinte caberá ao consórcio ACE que colocará um tapete de betuminoso até ao depósito, concluindo a requalificação da entrada do caminho do Viso e
permitindo avançar com a nova fase de obra da envolvente ao depósito.
Estão ainda previstas durante o Verão o início e conclusão das obras de qualificação da
Travessa do Chico Ferreiro (pavimentação do inicio da rua), a qualificação do início da
estrada da estação (com a colocação de lancil e calçada desde o final da Rua Dr. António
José de Almeida até à última casa) e o inicio da requalificação do Poço da Bomba.
REQUALIFICAÇÃO NO NICHO SANTA BÁRBARA, LOUSAL – Localizado no centro da
aldeia mineira do Lousal, o Nicho de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros, será agora
melhorado dignificando aquele que dos espaços mais simbólicos do Lousal.
Após a conclusão da intervenção que devolveu a iluminação ao Nicho, apagada há muitos anos, chegou agora o momento de reabilitar toda a envolvente, criando uma área
de passeio em todo o redor do Nicho, a reabilitação do jardim e um circuito seguro em
todo aquele espaço.
IGREJA DE S. JORGE DO LOUSAL DOADA À PARÓQUIA DE AZINHEIRA DOS BARROS
– Construída há 50 anos, por ordem de Frederic Velge, a Igreja de S. Jorge do Lousal,
propriedade da SAPEC, testemunhou uma parte importante da História e da Memória
do Lousal.
Fruto das negociações realizadas entre o Pe. Manuel António do Rosário, pároco de
Azinheira de Barros-Lousal, a SAPEC e a Fundação Frederic Velge, o edifício foi doado à
paróquia de Azinheira dos Barros.
No próximo dia 31 de Julho, pelas 18:00 horas, a doação será assinalada com o descerramento de uma placa, num acto que contará com a presença da família Velge, de
representantes da SAPEC, do Presidente da Câmara de Grândola, Dr. Carlos Beato e do
Dr. Pedro Ruas, Presidente da Junta de Freguesia de Azinheira dos Barros.
Relembre-se que decorrem as obras de requalificação de toda a envolvente à Igreja
do Lousal, esperando que estejam concluídas até final de Setembro de 2011. Estas obras
incluem a criação de passeios laterais e na envolvente à Igreja, a pavimentação do espaço entre a Igreja e a Casa Mortuária, a criação de uma zona de estacionamento nas
traseiras da Igreja, a construção de rampas de acesso e de escadarias e a harmonização
na entrada principal entre a Igreja e a Casa Mortuária.
TRADICIONAIS FESTAS AZINHEIRA DOS BARROS – Em 2011 realizam-se, mais uma
vez, as Festas em Honra de Nossa Senhora da Conceição, em Azinheira dos Barros.
As Festas acontecem de 12 a 15 de Agosto, no Jardim Central de Azinheira dos Bar-ros, e com um rico programa de animação.
Consulte o Programa Próprio. 
O executivo da Junta
AMICICLO
Em final de temporada desportiva mais classificações importantes
de atletas do AMICICLO nas provas de Duatlo e Triatlo.
No duatlo de Ourém em 17 de Julho (classificação por grupos de idade) a nossa atleta
Rita Lopes foi 2ª absoluta e 1ª no escalão de 16-17 anos;
No duatlo jovem de Ourém a Claudia Lopes foi 2ª classificada no escalão de benjamins
fem. E o atleta Vasco Tavares foi 4º classificado no mesmo escalão masculino.
Nesta prova o AMICICLO foi 9º classificado por equipas em 21 presentes. 
Parabéns a todos.
António Figueiredo
Aníbal Cordeiro
12 de Agosto de 2011
DIA DA MÃE
Outrora, já tive Mãe
Igual à de toda a gente.
Igual não seria bem
Sendo igual, era diferente.
Tinha uma pele de veludo,
Uma boca fértil em beijos.
Seus olhos davam-me tudo
Adivinhando meus desejos.
E se tinha pesadelos
Lá estava sua mão macia
Afagando-me os cabelos.
E que bem eu me sentia!..
Seu colo, era de garça.
Era fofo, tão quentinho!...
Por mais que tente ou que faça
Não esquecerei esse ninho.
Seu peito, era a nascente
Do leite que me criou.
Sem ele, pois certamente
Não seria o que hoje sou.
Por isso, oh querida Mãe
Neste dia que é o teu
Eu choro como ninguém
Esse amor que desapareceu.
Ao partires para o céu
Vai fazer anos em breve
Penso em gente, que não eu
Que Mãe assim nunca teve.
Grândola. 01 de Maio de 2011
A. Augusto
Embalada pela saudade
Porque me acordaste saudade
Neste belo Alvorecer?
Solitária fugi para longe
E ao mar contigo fui ter.
Tão majestoso e azul
Branco no seu rendilhar
Nossos corpos nas ondas molhámos
Com beijos sabendo a mar.
Sentados naquela esplanada
Sob o grande chorão
Ouvindo o cantar da ribeira
Dançámos ao som do acordeão.
De mãos enlaçadas
Percorremos o futuro
Perto do horizonte
Encontramos um muro
O acordeão deixou de tocar
A lua já se escondia
Embalada pela saudade
Nos seus braços adormecia.
M.V.R.
Agosto 2011
7
OS BAILES DE CHITA
Sempre que se aproximava o Verão, os bailes de chita constituíram uma iniciativa de
grande
g
entusiasmo em Grândola. A eles se associavam as agremiações locais, como era
o caso do Sport e do Desportivo Grandolenses. O sucesso destas iniciativas populares
era
e de tal ordem que, por vezes, a lotação esgotava, ficando muitos rapazes à espera que
houvesse
h
lugar a uma eventual entrada. Havia sempre um conjunto musical a abrilhantar
o baile, indo os rapazes de fato e gravata e as raparigas da nossa terra (as rainhas do
baile)
b
com lindos vestidos de chita concebidos pelas modistas locais que, nesta altura
do
d ano, se aprimoravam nas técnicas de costura. Um júri, constituído por entendidos
na
n matéria, elegia os vesstidos
ti
mais bonitos, nunca
c deixando de lado, a
ANTÓNIO G. CHAÍNHO
formosura
fo
de quem os
envergava.
e
Não sendo
demasiado pesado na idade, ainda me lembro de participar nestes interessantes convívios. Os bailes de chita
ainda são uma tradição bem antiga em Portugal, onde as
raparigas exibem todo o esplendor de modelos de altacostura num tecido menos nobre, o que permite manter um alto nível de elegância sem se gastar muito dinheiro. Por se tratar de pano de chita, o tecido com que
eram confeccionados os vestidos, os bailes receberam
essa designação. A chita, sendo um tecido estampado,
fortemente arreigada no imaginário colectivo, tornou-se num dos maiores sucessos da história da arqueoloCandidatas ao melhor vestido de chita,
no baile do Sport Club Grandolense em 1965
gia industrial portuguesa, tal foi a adesão da mulher ao uso
deste tipo de manufactura. 
Reflexões 106
A insegurança e intranquilidade ameaçam
Todos os dias somos bombardeados com ameaças de desemprego latente ou efectivo;
v todos os dias ouvimos dizer que o país está cada vez mais pobre e constatamo-lo
no
n espaço conhecido; todos os dias somos confrontados com notícias que nos deixam
preocupados:
p
Vive-se uma situação de intranquilidade e insegurança social.
Primeiro prometem-nos ‘mundos-e-fundos’: dizem-nos em campanha eleitoral que
não
n haverá mais cortes nos salários, nem supressão do subsídio de Natal ou qualquer
taxa
tta sobre o mesmo. E o que faz Passos Coelho ao chegar ao governo? Taxa este
subsídio
s
com 50 % a quem trabalha, aos reformados e a pensionistas, que aufiram um
salário
ssa
ou pensão acima dos 485 €; e os projectos que esta gente tinha para Dezembro
b foram-se ‘pelo maneta’! Eles têm medo que gastemos o dinheiro mal gasto. Em
contrapartida,
c
o governo não tributa os dividendos das grandes empresas e bancos,
que
q se cifram por milhares de milhões de euros, com o argumento de que esta medida
incentiva
iinn
à poupança dos empresários e investidores. Que estranha forma de ser justo
e equitativo nas medidas para a poupança! Então só quem tem muito dinheiro precisa
de
d poupar?? O
Ou convém
é que os que pouco podem, possam cada vez menos, para que sejam mais ordeiros e submissos,
para que deles se faça um exército de obedientes servidores de mão-de-obra disponível e barata? Até que limites, o
povo poderá chegar?
Nota-se e sente-se, com boas excepções, que os senhores que dominam o nosso país, a todos os níveis da praxis
humana, fazem um grande esforço para tolerar aqueles que não têm qualquer espécie de poder e os mais desprotegidos, esquecendo-se que se não fosse a grande massa do povo os países não existiriam, nem teriam dinheiro: é a
mais-valia dos trabalhadores e os impostos sobre estes que faz girar á máquina do Estado.
Ainda não há muitos dias, um ideólogo do neoliberalismo (Sr. Bagão Félix) dizia na Televisão (cito de memoria): o
Primeiro-ministro não pode dizer que, para o próximo ano, não haverá de novo um imposto extraordinário (como aquele que
o governo aplica ao subsídio de Natal).Vejam como os ideólogos neoliberais preparam tudo: de mansinho vão preparando o terreno para que, depois, seja mais fácil ao governo aplicar ainda mais cortes nos salários e nas pensões e/ou
aumentar impostos.Vejam e oiçam, na televisão, como os comentadores afectos falam da economia, dos salários e das
pensões… Eles preparam tudo e subliminarmente o povo vai interiorizando o que ouvem e começam a acreditar que
não há outra alternativa, não há outro caminho que não seja o caminho dos escolhos para os enfraquecidos, porque
os abastados, os que têm o poder, os mais fortes, têm passadeiras vermelhas à porta para não sujarem os sapatos, têm
limusines para os deslocar, sem se preocuparem com o aumento de 15 % dos transportes públicos, ora anunciados;
ou os aumentos do IVA, da electricidade, da água, etc.
Como tudo isto não bastasse, todos os dias somos ameaçados por essas entidades, que o povo não conhece, as ditas agências de notação financeira, que nos fazem a vida negra. Afinal, quem são esses senhores das agências de rating?
Para quem trabalham e com que finalidade? Quem lhes outorga a nomeação? Com que fundamentos e legitimidade
põem em causa a idoneidade de países, bancos e empresas? Está na hora de os PORTUGUESES porem estes senhores
no sítio certo: LIXO. Já que Governo, Bancos e Empresas continuam a pagar milhões a estas agências de notação (diga-se, de exploração), para colocarem o país (países da EUROPA) de joelhos perante estas aves de rapina, que vislumbram oportunidades de negócio com a miséria alheia
Como pode o povo acreditar em quem nos governa, quando dizem uma coisa e fazem outra; nos empresários que
fecham uma empresa aqui e abrem outra, do mesmo ramo, mais ali… só para fugir a encargos e despedir trabalhadores? Nada me move, de pessoal, contra ninguém, mas desagrada-me o oportunismo, a falta de princípios, o esquecimento de muitos no que se refere à única fonte de riqueza existente, que é o trabalho. Como poderemos acreditar
em alguém que diz que não pode aumentar um trabalhador em 0,50 €/dia, quando esse alguém vive na abastança, no
luxo, na usura e arrecada milhões, negando tostões? Vivemos, de facto, uma crise de valores. É preciso pensar, é preciso
comunicar, é preciso agir. 
8
12 de Agosto de 2011
OS EXPOSTOS NO CONCELHO DE GRÂNDOLA (10)
SÉCULO XVII
(continuação)
A procura de responsáveis
Vimos que, enquanto representantes do Estado, competia aos oficiais da câmara, nomeadamente aos juízes ordinários, efectuar diligências para descobrir a origem dos
expostos que surgissem no concelho. É que embora as
exposições fossem encaradas com tolerância, não deixavam de ser um comportamento condenável, que implicava
perdas de tempo e canseiras para os oficiais, e encargos
para a população em geral. No entanto, devido ao sigilo
com que a maior parte eram efectuadas e à complacência
ou falta de empenho de alguns juízes, nem sempre eram
GERMESINDO SILVA
encontrados os responsáveis. No cômputo geral, nem talvez 20% dos casos tivessem sido desvendados, e o que se
segue, foi, provavelmente, um deles.
“Aos vinta cinquo dias do mes de setembro de mill seiscentos e dozoitto annos pareceraõ em
camara jorge pirez guaioso juiz ordinario em esta ditta villa e gaspar martinz chainho procurador do concelho e diseraõ que elles andaraõ tiraõdo pesquiza pera saberem quem era pae ou
mãe de uma minina engeitada he ate ora naõ achara elle dito juiz quem eraõ e requereo elle iuiz
aos vereadores mandassem criar a dita menina en//quanto ele dito juiz naõ achava na pisquiza
que fizera tiraõdo pae ou mãj da dita minina engeitada e visto elles vereadores o que dizia o dito
juiz mandaraõ criar a ditta criança a maria rodriguez molher de Dioguo martinz trabalhador
morador em esta ditta villa pera que ella a creasse emquanto lhe naõ achassem paj ou mãj e
se comcertaraõ com ella a seiscentos reis cada mês sequos isso como daõ as outras amas que
creaõ os outros engeitados de que mandaraõ eles ditos juiz e vereadores fazer este termo [...]”.
Em 18 de Dezembro do mesmo ano, não obstante o procurador ter entregue “os nomes
de algumas testemunhas”, como o juiz mostrasse pouco empenho, requereu o primeiro
que não fosse prejudicado “em coussa alguma de sua fazenda pois naõ ficara por elle fazer-lhe todas as lembranças”.
Mas ainda que a maioria das diligências se traduzisse em insucesso, houve, também,
casos de sucesso. Por exemplo Bartolomeu Vaz Fraião, juiz e capitão-mor de ordenanças,
num requerimento de 23 de Novembro de 1612, afirma que fizera diligências e descobrira que eram de Santiago do Cacém as mães de dois expostos. Solicitava, por isso, que as
mesmas fossem chamadas a buscar os filhos, ou que os oficiais da câmara lhos mandassem
e não gastassem mais dinheiro com eles. No mesmo dia, apresentou-se nos paços do
concelho e disse que: “[…] fora lançado a portta de andré Mendes do termo desta uilla hum
minino engeitado do qual conforme a sua obrigação elle dito juiz tinha tirado pisquiza de quem
era o por que pellos autos da ditta pisquiza constaua quem era a mai do dito minino requeria a
elles oficiais da camara que mãodassem passar precattorio pera as justiças da uilla de Sãotiaguo
fazerem dilligencia com a mai do ditto minino e obrigalla a tomar entrega do dito minino pera
com ela ficar este concelho desobrigado da criação delle, e os ditos uereadores mãodarão ao
Procurador do concelho que requerese a carta e as mais delligencias ao quaso pertencese, e
assi mãodarão os ditos vereadores que se pasase outra carta conforme aos autos que estão em
poder do tabliam manoel chainho pera se fazer dilligencia sobre o minino macho que se lançou
a porta de martim parreira // de Andrade do termo desta ditta uilla conforme aos autos que
estão em poder do tabliam manoel chainho da achada do dito engeitado, e os ditos vereadores
mãodarão ao procurador que fizese dilligencia no quaso e por esta maneira ouuerão ao dito juiz
por desobrigado da obrigação das dittas pesquizas […]”.
Outro exemplo de sucesso vem apontado num requerimento de 2 de Setembro de
1620, em que o procurador do concelho solicitou que lhe fossem entregues os 5400 réis
da criação de uma enjeitada, pagos pelo homem que a expusera. E em 1630, os oficiais
da Câmara, devido, segundo parece, à inconfidência de um escravo de Brites Fernandes
(de Santa Margarida da Serra), concluíram que fora esta a responsável pela exposição de
um rapaz, entregue ao sapateiro Manuel Fernandes, e entretanto falecido. No registo da
condenação, de 2 de Agosto de 1631, diz-se que: “[…] perante hos ditos hofesiais pareseo
hum Requerente de Brites fernandes dona veuva moradora en Corte dos madeiros termo desta
villa pello qual foi dito que elles ditos ofesiais tinham Comdenada ha dita Brites fernandess em
contia de tres mil reis por se achar en huma devasa que nesta villa tiraram hos juizes hordinarjos do anno passado de hum engeitado que nesta villa se achou na qual devassa se obriguara
a dita Britess fernandes a que paguasse a este Conselho ho dinheiro que custasse que ho dito
Conselho tinha gastado na criasão do dito engeitado por ser falesido e por eles ofesiais terem
sabido quanto hera o que deste conselho se tinha despendido em sua criasão que heram hos
ditoss tres mil reis loguo o dito Requerente da dita Brites fernandes contou em menza hos ditos
tres mil reis em dinheiro de Contado que loguo Resebeo dioguo soares procurador da Camera
este prezente anno e hos ditos ofesiais houveram por dezobriguada a dita Brites fernandes de
todo o que devja […]”.
Além destas situações, há notícia das autoridades terem efectuado diligências para descobrir quem tinha abandonado (no monte da Maceira), o exposto Manuel, entregue em
28 de Agosto de 1620, à viúva de Manuel Mateus. De terem procurado descobrir os pais
de Diogo, exposto à porta de Diogo Vilhana (do Viso). Num memorando de 31 de Dezembro de 1621, há também uma referência a um precatório relativo ao pai de um enjei-
tado de Santiago do Cacém. E na resenha das despesas de 1667, há dois registos sobre um
enjeitado que estava criando Maria Magra. O primeiro diz que João Delgado foi, em 26 de
Agosto, a Alcácer do Sal, com uma carta precatória do juiz de Grândola, a informar que o
exposto era filho de Manuel Rodrigues, o Fabote, lavrador do Porto do Carro (no termo
de Alcácer), e a solicitar que este fosse preso e obrigado a receber o filho. E o segundo
diz que, em 27 de Agosto, Gonçalo Fernandes foi a Alcácer, com outra carta, a solicitar
que, na vila do Torrão, fosse presa a mãe da referida criança.
Por não ter encontrado menções a diligências posteriores a estas datas, sou levado a
admitir que, nas últimas décadas do século XVII, houve uma evolução nos costumes e
procedimentos, e uma maior tolerância em relação à exposição de crianças. Como a taxa
de infanticídios parece ter sido elevada, deve ter vingado a ideia de que eram preferíveis
as exposições, e é possível que as autoridades se empenhassem menos na busca dos
responsáveis.
Expostos de que encontrei registo
Uma vez que as pessoas que encontravam os expostos tinham obrigação de entregá-los
aos oficiais da câmara, isso levou a que a esmagadora maioria fosse baptizada na igreja
matriz, independentemente do local e da freguesia onde fossem encontrados. Este facto e
a ausência de registos, impede que se faça um mapa completo com os locais de exposição,
e se saiba quantos apareceram em cada freguesia.
Embora acredite que a lista que se segue contempla a maior parte dos expostos registados no século XVII, houve, provavelmente, alguns encontrados mortos, e outros recuperados por familiares, que não constam nos registos paroquiais nem nos municipais.
Deixando de lado essas situações hipotéticas que teriam, quanto muito, representado
entre 5 e 10% do total, aqui fica a resenha, tão completa quanto possível, dos expostos
de que encontrei registo:
- Domingos (bap.º em 23 de Janeiro de 1600); - Cipriano (bap.º em 13 de Janeiro de
1602); - Dionísio (bap.º em 16 de Janeiro de 1604); - Sebastião (bap.º em 11 de Fevereiro de 1607); - Antónia (bap.ª em 23 de Abril de 1608); - Maria (bap.ª em 1 de Maio
de 1611); - António (bap.º em 11 de Setembro de 1612); - Manuel (bap.º em 10 de Novembro de 1612); - Antónia (entregue em 26 de Abril de 1614, a Gomes Fernandes);
- Martinho (bap.º em 14 de Novembro de 1614); - Sebastião (bap.º em 20 de Janeiro
de 1617); - Maria (bap.ª em 26 de Setembro de 1618); - Maria (bap.ª em 23 de Maio de
1619); - Luís (bap.º em 24 de Fevereiro de 1620); - Manuel? (bap.º em 31 de Agosto de
1620); - Diogo (bap.º em 4 de Novembro de 1621); - Manuel (exp.º em 30 de Dezembro
de 1621); - Manuel (bap.º em 12 de Março de 1623); - Joana (bap.ª em 11 de Março de
1624); - Maria (bap.ª em 16 de Fevereiro de 1625); - Manuel (bap.º em 3 de Setembro
de 1628); - Maria (bap.ª em 1 de Junho de 1629); - Rapaz s/n (exp.º em 1630); - Maria
(bap.ª em 1 de Março de 1634); - Diogo (bap.º em 26 de Julho de 1636); - Manuel (bap.º
em 26 de Julho de 1636); - António (bap.º em 20 de Abril de 1637); - Tomé (bap.º em 29
de Dezembro de 1638); - Francisco (bap.º em 21 de Maio de 1639); - Maria (bap.ª em 17
de Maio de 1640); - Sebastião (bap.º em 22 de Janeiro de 1644); - Manuel (bap.º em 16
de Julho de 1649); - António (bap.º em 11 de Fevereiro de 1650); - Pedro (bap.º em 9 de
Abril de 1654); - Barnabé (bap.º em 19 de Abril de 1655); - Vicente (bap.º em 22 de Janeiro de 1656); - António (bap.º em 19 de Maio de 1658); - Maria (bap.º em 8 de Junho de
1658); - Bartolomeu (bap.º em 8 de Agosto de 1660); - Manuel (bap.º em 29 de Outubro
de 1664); - Manuel (bap.º em 26 de Dezembro de 1664); - Manuel (bap.º em 29 de Março
de 1665); - Rapariga s/n – (exp.ª em Janeiro de 1666); - Manuel (bap.º em 14 de Julho
de 1667); - António (bap.º em 30 de Setembro de 1667); - Cristina (bap.ª em 2 de Junho
de 1670); - Maria (bap.ª em 8 de Outubro de 1673); - Maria (bap.ª em 11 de Janeiro de
1676); - Helena (bap.ª em 3 de Fevereiro de 1682); - Alexandre (bap.º em 28 de Abril de
1687); - Inácia (bap.ª em 13 de Abril de 1689); - José (bap.º em 18 de Outubro de 1691);
- Fernando (bap.º em 13 de Janeiro de 1693); - Josefa (bap.ª em 13 de Maio de 1696) e
Eugénia (bap.ª em 16 de Novembro de 1699).
Desta lista, com o total de 55 expostos, que inclui 36 rapazes e 19 raparigas, podem
extrair-se algumas conclusões. A primeira é a de que, durante os 40 anos de reinado filipino, há o registo de 30 casos, enquanto nos 60 anos posteriores à Restauração, apenas
se verificam 25. Quererá isto dizer que a situação económica e social no tempo dos reis
espanhóis era mais gravosa para as populações? Ou que durante esse período houve um
maior rigor no registo das exposições? A segunda, é a de que, embora nasçam mais rapazes que raparigas, a diferença parece apontar no sentido de uma descriminação positiva
em relação a estas últimas. Será que estamos perante um mero acaso estatístico? Ou terá
o facto a ver com o défice, quase crónico, do número de mulheres em relação ao dos
homens, que se verificava no concelho de Grândola? Se neste caso houve uma valorização
do elemento feminino, há que acrescentar que tal valorização não se reflectiu no estatuto
social da mulher. 
(continua)
9
12 de Agosto de 2011
À CONVERSA COM DAVID SANTOS
PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE GRÂNDOLA
Porque não devemos lembrar-nos de Santa Barbara
só quando há trovoada, não podemos deixar de ajudar
e apoiar os nossos BOMBEIROS, que estão sempre dispostos a socorrerem-nos, quando deles precisamos.
Fomos ao encontro do Presidente da Associação dos
Bombeiros Voluntários de Grândola, David Santos para
sabermos melhor quais as dificuldades com que a Instituição se debate.
Ecos de Grândola: – Desde quando a tua ligação aos
Bombeiros?
David Santos: – A minha ligação aos Bombeiros remonta
ao ano de 2005
E.G.: – Que lugares já desempenhaste na estrutura
directiva desta colectividade?
D.S.: – De 2005 a 2006 fui Presidente do Concelho Fiscal,
posteriormente Presidente da Direcção, já vou no 3º mandato, que termina em Janeiro de 20012.
E.G.: – Que pessoal tem e como se organiza a estrutura actual dos Bombeiros de Grândola?
D. S.: – O nosso efectivo é de 33 bombeiros, sendo a sua
estrutura constituída pelo Comandante, 2º Comandante,
Adjunto de Comandante, um chefe, 2 subchefes e os restantes elementos, bombeiros voluntários e assalariados.
E.G.: – De que equipamentos dispõem?
D.S.: – Os equipamentos de que dispomos são: meios
de ambulâncias, meios de viaturas operacionais e meios de
instalações. 13 Meios em ambulâncias: 1 ABC; 3 ABSC; 4
ABTM e 1 ABSC INEM. 19 Meios em viaturas operacionais
(incêndios e socorro de acidentes); 5 VLCI; 2 VRCI; 1 VSAT;
1 VCOT (jeep do comando); 1 VETA (jeep); 3 VFCI; 2 VTTU
e 1 Auto escada.
E.G.: – Atendendo ao tipo de problemas da nossa
região, quais são as situações – problemas a que os
Bombeiros de Grândola mais frequentemente são chamados a dar resposta?
D.V.: – Somos chamados por ordem de importância para
socorro, transporte de doentes para fisioterapia e hemodiálise e por fim para os fogos.
E.G.: – Que apoios recebem os Bombeiros?
D.S.: – Temos apoios da ANPC (Autoridade Nacional de
Protecção Civil), INEM, Câmara Municipal de Grândola e
donativos de beneméritos da nossa vila e alguns patrocinadores. Mas o maior apoio é sem dúvida o da nossa Câmara
Municipal, cerca de 60.000€ anuais (protocolo)
E.G.: – Quais as maiores dificuldades que enfrenta
esta colectividade?
D.S.: – As maiores dificuldades, tem a ver com o volume
das dívidas dos utentes, cujo valor este ano já atinge os
70.000€, assim como os Hospitais de S. Bernardo e Litoral
Alentejano que já atinge os 90.000€.
Faço daqui um alerta à nossa população para a dívida dos
utentes. Ajudar os Bombeiros é também pagarem-nos os
serviços prestados, não esquecendo que quando uma ambulância sai, há o custo do gasóleo, a tripulação também
recebe e o desgaste do equipamento é enorme.
E.G.: – Na tua opinião seria positiva e vantajosa a
profissionalização dos Bombeiros?
D.S.: – Na minha opinião caminha-se a passos largos para
a profissionalização dos nossos Bombeiros, o que será da
maior importância para a sobrevivência das nossas Associações. Só na nossa Associação todos os meses pagamos cerca de 24.000€ mensais entre Bombeiros civis assalariados.
E.G.: – O encerramento dos Serviços de Urgência do
Centro de Saúde de Grândola depois das 20h tornou-se
um problema acrescido para os Bombeiros? Em que
medida?
D.S.: – A Associação vive momentos muito difíceis, não
só devido ao encerramento muito cedo do ex- Centro de
Saúde de Grândola, que como encerra às 20h, começamos
também muito cedo a transportar urgências para os hospitais, sem credenciais e com o agravamento das despesas
de transporte a serem suportadas pelo utente, chama-se a
isto, trabalhar sem rede, porque muitas vezes transportamos pessoas de vida económica difícil, alcoolizados, pessoas
de rua e quem paga esses serviços? Seria bom que os nossos governantes se preocupassem em resolver este grave
problema para as Associações de Bombeiros.
A recente alteração do financiamento por parte do Estado no transporte de doentes, agravou-se com a crise económica, pois as receitas relativas à área da saúde, foram seriamente reduzidas, nomeadamente a partir do ano de 2010,
em que registámos uma facturação de menos de 95.000€,
agravados com o menor número de donativos, cerca de
menos 50.000€ e que tinham origem na comunidade.
E.G.: – Que perspectivas de futuro para a colectividade a que presides?
D.S.: – As perspectivas futuras não são animadoras, enquanto a crise durar, mas a vida não pára, como é sabido
estamos a construir o nosso futuro quartel no serrado da
Pernicória no Bairro de S. João, onde já existe um helicóptero, pertença da Câmara para apoio aos fogos do nosso
concelho e limítrofes, situando-se o novo quartel mais próximo da variante Norte/Sul.
Trata-se de um projecto que envolve mais de um milhão
de euros e que conta com uma comparticipação de 70% por
parte do QREN e os restantes 30%, suportados pela Câmara Municipal de Grândola. Vai ser uma construção moderna
e que visa dar mais operacionalidade e eficiência ao nosso
Corpo de Bombeiros e invariavelmente um melhor serviço
à população do nosso Concelho. Por outro lado também
celebrámos recentemente um protocolo com a ASPROCIVIL, no fornecimento de combustíveis BP, em que os nossos
associados e Bombeiros, através de um cartão denominado
“Azul”, irão ter desconto no combustível no valor de 4 cêntimos, além dos 30% de desconto dos nossos transportes.
Está em vias de conclusão também um protocolo com algumas farmácias de Grândola, para descontos nos medicamentos aos nossos sócios, Bombeiros e familiares.
Por tudo isto e muito mais, vale a pena ser Sócio dos
Bombeiros. Faço aqui um apelo à população para que se
inscreva e participe mais activamente na vida da Nossa As-sociação, comparecendo nas Assembleias, votando porque
o voto é importante e muito estimulante para a Direcção
que presido e restantes órgãos sociais, Assembleia Geral e
Concelho Fiscal, constituído por homens de bem dos mais
variados estratos sociais e oriundos da nossa sociedade civil.
Por último gostaria de dar uma palavra de Agradecimento
à nossa população e aqueles que directa, ou indirectamente
há pouco tempo manifestaram a sua solidariedade e fraternidade aos nossos Bombeiros aquando do falecimento do
nosso Amigo Bombeiro Leonel Parreira, através da presença de mais de um milhar de pessoas no seu funeral e que
traduziu bem o slogan dos nossos Bombeiros: “Vida por
Vida”, ele e a Joana Simões (ferida), ajudaram a nascer uma
criança do sexo feminino, ele infelizmente à custa da sua
própria vida. Um Bem-haja a Todos, extensivo às suas filhas,
pais e à sua viúva Bela Pato que às portas do cemitério
na manifestação da sua dor disse: AJUDEM OS NOSSOS
BOMBEIROS, palavras que nunca mais esquecerei ao longo
da minha vida.
À redacção do jornal “Ecos de Grândola”, na pessoa da
sua Editora e Directora Lucília de Campos Fataca Saramago,
por se lembrar dos nossos soldados da Paz e por permitir
divulgar, momentos da nossa vida Associativa um Bem-haja
Lucília e o nosso Muito Obrigado.
NOTA DA DIRECÇÃO
Em nome do Ecos de Grândola os nossas sentidas condolências à família do Bombeiro Leonel Parreira assim como
à Associação dos Bombeiros Voluntários de Grândola, pela
perda de um dos seus Homens. 
Lucília Saramago
10
12 de Agosto de 2011
Eleições Internas
O resultado nacional das eleições legislativas de Junho teve como consequência a demissão do Secretário-Geral do Partido Socialista, numa comunicação muito digna aos
portugueses e às portuguesas, impondo a realização de eleições internas que elejam um
novo Secretário-Geral.
Serão também eleitos os delegados ao Congresso Nacional, reunião magna socialista que
se realiza em Setembro, no qual se procederá
à eleição dos novos órgãos nacionais do Partido Socialista, onde os delegados eleitos pelas
duas moções políticas de orientação nacional
terão oportunidade de debater os projectos
que subscreveram.
Dos dois candidatos a Secretário-Geral, António José Seguro, primeiro subscritor da moção “O Novo Ciclo para Cumprir Portugal”,
e Francisco Assis, primeiro subscritor da moção “A Força das Ideias”, surgiu o apoio em
Grândola de uma única lista de delegados ao
Congresso de apoio à moção do candidato
António José Seguro.
À data de envio do presente artigo para o
Ecos de Grândola, ainda não se conhecem os
resultados das eleições, mas a reflexão interna
que os militantes de Grândola farão, tal como
os de todo o país, traduzir-se-á certamente
num novo caminho para o Partido Socialista,
honrando sempre os nossos valores e causas,
para que se possa dar uma nova esperança
aos portugueses e às portuguesas. 
A Presidente da Comissão Política Concelhia
Carla Silva
ATÉ QUANDO A ESCRAVIDÃO HUMANA
NO SÉCULO XXI?
Falemos dos desempregados e como o fundo de desemprego os coloca no mercado de trabalho.
É estatístico criar bolsas e tratá-los como números! Não olham às profissões e praticam a
cultura do medo, ameaçando com cortes económicos se não aceitarem as suas propostas.
O motorista vai para jardineiro, o jardineiro
para motorista, o pedreiro para carpinteiro, o
carpinteiro para pedreiro e por aí fora! O que
interessa é que deixem de estar inscritos na
Segurança Social! São colocados em empresas,
escolas, câmaras municipais, instituições,…
Esquecem-se da parte humana que é o emprego para a vida, uma das grandes conquistas
da Humanidade do séc. xx. Assinam um contrato normalmente por um ano, o empregador
paga o subsídio de alimentação e transporte, o
centro paga o restante. Fazem o trabalho de
qualquer outro trabalhador efectivo até ao fim
do contrato. Depois, nem um obrigado do contratador! Vem outro desempregado, nova bolsa,
tipo “roleta humana”, mais “tráfico humano”,
produzindo riqueza sem nada em troca!
Não têm regalias sociais, segurança social,
férias, subsídio de férias ou natal, sem direito a
horas pagas por lei, sem direito a contratação
colectiva. Não têm quem os defenda! Não podem ser sindicalizados porque os sindicatos
não os aceitam!
Até quando os “POC” aguentam esta forma
de trabalho desumano que faz lembrar as praças da jorna antes do 25 de Abril?
Não tenho dúvidas que são tratados como
cidadãos de segunda, indo contra tudo o que
está escrito na Constituição da República
Portuguesa! 
José Ramos
Membro da coordenadora do BE de Grândola
PSD – Concelhia de Grândola
No seguimento dos
artigos anteriores, e
para finalizar, temos a salientar que, no que
diz respeito ao combate de todos os “vícios” enumerados, consideramo-nos uma
parte essencial de Portugal, que para além de
acreditar ser a Social-democracia, a melhor
via para sairmos da situação má em que nos
encontramos, marcaremos presença em todas
as lutas, e contra todos os obstáculos que surjam neste combate desigual.
Queremos viver num País livre, sobretudo
num, que seja livre da meia dúzia de “iluminados” que se auto-promovem, e temos a certeza, através do contacto com o povo, que este
também o deseja.
A liberdade e a democracia, difíceis de conquistar, são muito mais difíceis de defender, e
num
nnu
m mo
mome
ment
nto
o em qque
ue ttem
emos
os m
mui
uito
to ppoucos
ouco
ou
coss
momento
temos
muito
recursos, outro desafio fundamental se levanta:
não utilizar os mesmos para corromper a Sociedade, mas sim para a promover e desenvolver.
Sejamos francos, e já aqui o afirmámos: É
necessário o desenvolvimento da personalidade das pessoas, para que estas entendam o que as rodeia e faz mover em torno
desta ou daquela causa, ideia ou pessoa, muitas
vezes de forma enganadora e errada.
Caros companheiros, é nesta linha de ideias
firmes, que trabalhamos, discretamente, mas
com a certeza de quem encara o futuro de forma séria e sincera, porque queremos ser parte entusiasta da evolução do nosso Concelho, a todos os níveis sem excepções. 
CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL
DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES
CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL
DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES
– Certifico narrativamente que por escritura de vinte de Julho do ano dois
mil e onze, lavrada a folhas setenta e quatro do livro cento e quarenta
e oito-A, deste Cartório, DULCE DE OLIVEIRA PINELA DOS
SANTOS, natural da freguesia de Melides, do concelho de Grândola,
que declarou ser casada com Casimiro da Silva Caseira dos Santos sob
o regime da comunhão de bens adquiridos, residente habitualmente em
Travessa de Santo Humberto, número 23, Faralhão, Setúbal, contribuinte
fiscal número 170800270, justifica ser dona e legítima possuidora, com
exclusão de outrem, do prédio misto com a área de quatro mil novecentos
e cinquenta metros quadrados: a) composta a parte rústica de parcela de
terreno que se encontra inscrito sob parte do artigo 107 da Secção L, da
matriz rústica da freguesia de Melides, constando como titular do referido
artigo matricial Ângela Nunes (cabeça-de-casal da herança de); e b)
composta a parte urbana de edifício de rés-do-chão destinado a habitação,
com a área coberta de oitenta e quatro vírgula dezoito metros quadrados,
inscrito na respectiva matriz predial urbana de Melides sob o artigo 557,
com o valor patrimonial de 20.552,88€, constando como titular do referido
artigo matricial Ângela Nunes (cabeça-de-casal da herança de); situado em
Valência do Meio, na freguesia de Melides, do concelho de Grândola, que
confronta do Norte com Levada do Moinho, do Sul com Valência de Cima
e caminho, do Nascente com Inácio Nunes Pinela e do Poente com Maria
de Oliveira Pinela Chainho. -------------------------------------------------------– Que no tocante ao registo predial, faz parte do prédio descrito na
Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o número trezentos e
trinta e seis, de quatro de Março de mil novecentos e oitenta e sete, da
citada freguesia de Melides, com registo de direito de propriedade a
favor de: --------------------------------a) Ângela Nunes, viúva; Artur Nunes
Pinela, solteiro, maior; Júlia Nunes Pinela e Manuel Chainho, casados sob
o regime da comunhão geral de bens; Inácio Nunes Pinela, casado com
Laurência Domingas Guerreiro Pinela sob o regime da comunhão de bens
adquiridos; Maria de Oliveira Pinela Chainho, casada com José Maria
Chainho sob o regime da comunhão de bens adquiridos; Rosária Oliveira
Pinela, solteira, maior; e Dulce de Oliveira Pinela dos Santos, casada com
Casimiro da Silva Caseiro dos Santos sob o regime da comunhão de bens
adquiridos, em comum e sem determinação de parte ou direito, sob a
inscrição requisitada pela Apresentação oito, de quatro de Março de mil
novecentos e oitenta e sete. -------------------------------------------------------– ESTÁ CONFORME. -----------------------------------------------------------
– Certifico narrativamente que, por escritura de vinte de Julho do ano de
dois mil e onze lavrada a folhas setenta e sete do livro cento e quarenta
e oito-A deste Cartório, ROSÁRIA OLIVEIRA PINELA, natural da
freguesia de Melides, do concelho de Grândola, que declarou ser casada
com António Maria Pinela sob o regime da comunhão de bens adquiridos,
residente habitualmente em Courela dos Pereiros, CCI mil trezentos
e setenta e sete, em Melides, Grândola, contribuinte fiscal número
139044515, justifica ser dona e legítima possuidora, com exclusão de
outrem, do prédio rústico composto de parcela de terreno, com a área de
quatro mil cento e sessenta metros quadrados, situado em Valência do
Meio, na freguesia de Melides, do concelho de Grândola, que confronta
do Norte com Maria de Oliveira Pinela Chainho, do Sul com Herdeiros
de Artur Nunes Pinela e caminho, do Nascente com Valência de Cima, e
do Poente com José Gomes e António Joaquim Gomes, que se encontra
inscrito sob parte do artigo 107 da Secção L, da matriz rústica da Freguesia
de Melides, contando como titular do referido artigo matricial Ângela
Nunes (cabeça-de-casal da herança de). ----------------------------------------– Que no tocante ao registo predial faz parte do prédio descrito na
Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o número trezentos e
trinta e seis, de quatro de Março de mil novecentos e oitenta e sete, da
citada freguesia de Melides, com registo de direito de propriedade a
favor de: -----------------------------a) Ângela Nunes, viúva; Artur Nunes
Pinela, solteiro, maior; Júlia Nunes Pinela e Manuel Chainho, casados
sob o regime da comunhão geral de bens; Inácio Nunes Pinela, casado
com Laurência Domingas Guerreiro Pinela sob o regime de comunhão de
bens adquiridos; Maria de oliveira Pinela Chainho, casada com José Maria
Chainho sob o regime da comunhão de bens adquiridos; Rosário Oliveira
Pinela, solteira, maior; e Dulce de Oliveira Pinela dos Santos, casada
com Casimiro da Silva Caseiro dos Santos sob o regime da comunhão de
bens adquiridos, em comum e sem determinação de parte ou direito sob a
inscrição requisitada pela Apresentação oito, de quatro de Março de mil
novecentos e oitenta e sete. -------------------------------------------------------– ESTÁ CONFORME. -----------------------------------------------------------
Isidro Gonçalves
Comissão Politica do PSD de Grândola
[email protected]
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Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos vinte
de Julho do ano de dois mil e onze.
O Notário,
Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos vinte
de Julho do ano de dois mil e onze.
(Lic. João Farinha Alves)
Conta nº 237
O Notário,
(Lic. João Farinha Alves)
CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL
DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES
CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL
DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES
CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL
DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES
– Certifico narrativamente que, por escritura de vinte de Julho do ano de
dois mil e onze, lavrada a folhas oitenta e três do livro cento e quarenta
e oito-A, deste Cartório, JÚLIA NUNES PINELA, natural da freguesia
de Melides, do concelho de Grândola, viúva, residente habitualmente
em Valência Nova do Sul, RIC mil trezentos e sessenta e dois, Melides,
Grândola, contribuinte fiscal número 106663089, justifica ser dona e
legítima possuidora, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios: ------------a) Prédio rústico composto de parcela de terreno, com a área de
quatro mil seiscentos e trinta metros quadrados, situado em Valência do
Meio, na freguesia de Melides, do concelho de Grândola, que confronta do
Norte com Herdeiros de Artur Nunes Pinela, do sul com Estrada Municipal
mil e setenta e sete, do Nascente com Outeiro, e do Poente com Valência
de Baixo e António Gomes, ----------------------------------b) Prédio rústico
composto de parcela de terreno, com a área de sete mil seiscentos e quatro
metros quadrados, situado em Valência do Meio, na freguesia de Melides,
do concelho de Grândola, que confronta do Norte com Valência do Meio,
do Sul com Estrada Municipal mil e setenta e sete, do Nascente com
Outeiro, e do Poente com caminho público; ------------------------------------– Que se encontram ambos inscritos sob parte do artigo 107 da Secção
L, da matriz rústica da freguesia de Melides, constando como titular do
referido artigo matricial Ângela Nunes (cabeça-de-casal da herança de). --– Que, no tocante ao registo predial, faz parte do prédio descrito na
Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o número trezentos e
trinta e seis, de quatro de Março de mil novecentos e oitenta e sete, da
citada freguesia de Melides, com registo de direito de propriedade a favor
de: ------------------------a) Ângela Nunes, viúva; Artur Nunes Pinela;
solteiro, maior; Júlia Nunes Pinela e Manuel Chainho, casados sob o
regime da comunhão geral de bens; Inácio Nunes Pinela, casado com
Laurência Domingas Guerreiro Pinela sob o regime da comunhão de bens
adquiridos; Maria de Oliveira Pinela Chainho, casada com José Maria
Chainho sob o regime da comunhão de bens adquiridos; Rosária Oliveira
Pinela, solteira, maior; e Dulce de Oliveira Pinela dos Santos, casada
com Casimiro da Silva Caseiro dos Santos sob o regime da comunhão de
bens adquiridos, em comum e sem determinação de parte ou direito sob a
inscrição requisitada pela Apresentação oito, de quatro de Março de mil
novecentos e oitenta e sete. -------------------------------------------------------– ESTÁ CONFORME. ----------------------------------------------------------
– Certifico narrativamente que, por escritura de vinte de Julho
do ano de dois mil e onze, lavrada a folhas oitenta e seis do livro
cento e quarenta e oito-A deste Cartório, INÁCIO NUNES
PINELA, natural da freguesia de Melides, do concelho de Grândola,
divorciado, residente habitualmente em Aranha da Lagoa de Melides,
em Melides, Grândola, contribuinte fiscal número 133847578,
justifica ser dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do
prédio rústico composto de parcela de terreno, com a área de quatro
mil setecentos e dez metros quadrados, situado em Valência do Meio,
na freguesia de Melides, do concelho de Grândola, que confronta
do Norte com Levada do Moinho, do Sul com Valência de Cima e
caminho, do Nascente com Cerca da Marrã e do Poente com Dulce
de Oliveira Pinela dos Santos, que se encontra inscrito sob parte do
artigo 107 da Secção L, da matriz rústica da freguesia de Melides,
constando como titular do referido artigo matricial Ângela Nunes
(cabeça-de-casal da herança de). ------------------------------------------– Que, no tocante ao registo predial, faz parte do prédio descrito na
Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o número trezentos
e trinta e seis, de quatro de Março de mil novecentos e oitenta e sete,
da citada freguesia de Melides, com registo de direito de propriedade
a favor de:---------------a) Ângela Nunes, viúva; Artur Nunes Pinela,
solteiro, maior; Júlia Nunes Pinela e Manuel Chainho, casados sob o
regime da comunhão geral de bens; Inácio Nunes Pinela, casado com
Laurência Domingas Guerreiro Pinela sob o regime da comunhão
de bens adquiridos; Maria de Oliveira Pinela Chainho, casada com
José Maria Chainho sob o regime da comunhão de bens adquiridos;
Rosária Oliveira Pinela, solteira, maior; e Dulce de Oliveira Pinela
dos santos, casada com Casimiro da Silva Caseiro dos Santos
sob o regime da comunhão de bens adquiridos, em comum e sem
determinação de parte ou direito, sob a inscrição requisitada pela
Apresentação oito, de quatro de Março de mil novecentos e oitenta
e sete. --------------------------------------------------------------------------– ESTÁ CONFORME.------------------------------------------------------
– Certifico narrativamente que, por escritura de vinte de Julho do ano de
dois mil e onze, lavrada a folhas oitenta e nove do livro cento e quarenta
e oito-A deste Cartório, MARIA OLIVEIRA PINELA CHAINHO,
segundo declarou, natural da freguesia de Melides, do concelho de
Grândola, viúva, residente habitualmente em Courela dos Pereiros, em
Melides, Grândola, contribuinte fiscal número 145820203, justifica ser
dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio rústico
composto de parcela de terreno, com a área de quatro mil duzentos e
setenta metros quadrados, situado em Valência do Meio, na freguesia de
Melides, do concelho de Grândola, que confronta do Norte com Levada
do Moinho, do Sul com Rosária Oliveira Pinela e caminho, do Nascente
com Dulce Oliveira Pinela dos Santos e do Poente com José Gomes, que se
encontra inscrito sob parte do artigo 107 da Secção L, da matriz rústica da
freguesia de Melides, constando como titular do referido artigo matricial
Ângela Nunes (cabeça-de-casal da herança). ----------------------------------– Que no tocante ao registo predial, faz parte do prédio descrito na Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o número trezentos e trinta
e seis, de quatro de Março de mil novecentos e oitenta e sete, da citada
freguesia de Melides, com registo de direito de propriedade a favor de. ---------------------------a) Ângela Nunes, viúva; Artur Nunes Pinela, solteiro,
maior; Júlia Nunes Pinela e Manuel Chainho, casados sob o regime da
comunhão geral de bens; Inácio Nunes Pinela, casado com Laurência
Domingas Guerreiro Pinela sob o regime da comunhão de bens adquiridos;
Maria de Oliveira Pinela Chainho, casada com José Maria Chainho sob o
regime da comunhão de bens adquiridos; Rosária Oliveira Pinela, solteira,
maior; e Dulce de Oliveira Pinela dos Santos, casada Casimiro da Silva
Caseiro dos Santos sob o regime da comunhão de bens adquiridos, em
comum e sem determinação de parte ou direito, sob a inscrição requisitada
pela Apresentação oito, de quatro de Março de mil novecentos e oitenta
e sete. --------------------------------------------------------------------------------– ESTÁ CONFORME.-----------------------------------------------------------
– Certifico narrativamente que, por escritura de vinte de Julho do ano de
dois mil e onze, lavrada a folhas oitenta do livro cento e quarenta e oito-A,
deste Cartório, ANTÓNIO MANUEL PINELA, natural da freguesia de
Melides, do concelho de Grândola, solteiro, maior, residente habitualmente
em Valência do Meio, RIC mil trezentos e sessenta e quatro, em Melides,
Grândola, contribuinte fiscal número 121119858, e ARMINDO
MANUEL PINELA, natural da freguesia de Melides, do concelho de
Grândola, solteiro, maior, residente habitualmente em Valência do Meio,
RIC mil trezentos e sessenta e quatro, em Melides, Grândola, contribuinte
fiscal número 130582425, justificam ser donos e legítimos possuidores,
com exclusão de outrem, do prédio rústico composto de parcela de terreno,
com a área de quatro mil trezentos e setenta e seis metros quadrados,
situado em Valência do Meio, na freguesia de Melides, do concelho de
Grândola, que confronta do Norte com Rosária Oliveira Pinela, do Sul
com Júlia Nunes Pinela e caminho, do Nascente com Valência de Cima,
e do Poente com António Joaquim Gomes e José Gomes, que se encontra
inscrito sob parte do artigo 107 da Secção L, da matriz rústica da freguesia
de Melides, constando como titular do referido artigo matricial Ângela
Nunes (cabeça-de-casal da herança de). -------------------------------------------Que, no tocante ao registo predial, faz parte do prédio descrito na
Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o número trezentos e
trinta e seis, de quatro de Março de mil novecentos e oitenta e sete, da
citada freguesia de Melides, com o registo de direito de propriedade a
favor de: ----------------------------a) Ângela Nunes, viúva; Artur Nunes
Pinela, solteiro, maior; Júlia Nunes Pinela e Manuel Chainho, casados
sob o regime da comunhão geral de bens; Inácio Nunes Pinela, casado
com Laurência Domingas Guerreiro Pinela sob o regime da comunhão de
bens adquiridos; Maria de Oliveira Pinela Chainho, casada com José Maria
Chainho sob o regime da comunhão de bens adquiridos; Rosária Oliveira
Pinela, solteira, maior; e Dulce de Oliveira Pinela dos Santos, casada com
Casimiro da Silva Caseiro dos Santos sob o regime da comunhão de bens
adquiridos, em comum e sem determinação de parte ou direito, sob a
inscrição requisitada pela Apresentação oito, de quatro de Março de mil
novecentos e oitenta e sete. -------------------------------------------------------– ESTÁ CONFORME.-------------------------------------------------------------
Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos
vinte de Julho do ano de dois mil e onze.
Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos vinte
de Julho do ano de dois mil e onze.
Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos vinte
de Julho do ano de dois mil e onze.
O Notário,
O Notário,
O Notário
Conta nº 230
Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos vinte
de Julho do ano de dois mil e onze.
CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL
DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES
O Notário
(Lic. João Farinha Alves)
(Lic. João Farinha Alves)
Conta nº 251
Conta nº 258
(Lic. João Farinha Alves)
Conta nº 265
(Lic. João Farinha Alves)
Conta nº 244
12 de Agosto de 2011
A Doutrina Social da Igreja
Os partidos políticos que hoje são considerados de
direita baseiam muito do que é a sua estrutura filosófica
d
nna Doutrina Social da Igreja. Francisco Sá Carneiro penssou a política e o que seria toda a fundamentação social
d
da Ala Liberal da Assembleia Nacional tendo como referrência o conceito que a Igreja tem do funcionamento e
o
objectivos da sociedade dos Homens. Desta experiência
nnasceria logo após o 25 de Abril o Partido Popular Dem
mocrático que se haveria de tornar no actual Partido
SSocial Democrata.
Também o CDS/PP procura na Doutrina Social da
IIg
Igreja a sua inspiração para os princípios que irá aplicar
nna acção política. Veja-se o ênfase que Paulo Portas põe
nna defesa da agricultura (o regresso aos campos), na defesa dos reformados (o elo mais fraco da cadeia social), na preservação do ambiente.
São sectores muito caros à chamada direita (área onde estes Partidos pelos vistos se
posicionam) onde esta Doutrina da Igreja mais penetra. Mas detenhamo-nos um pouco
na análise sobre o que é a Doutrina Social da Igreja. Não é mais, em meu entender, do
que passar para os tempos modernos e os desafios que sempre se vão colocando, aquilo
que Jesus Cristo pregou e está escrito, e constitui deste modo um facto histórico.
Jesus Cristo foi o grande filósofo da nossa era: compreendeu a fundo o ser humano, as
suas forças e fraquezas e teorizou como ninguém o tinha feito até aquela altura, e mais
ninguém o fez até hoje, sobre as relações entre as pessoas. Mas fez mais: deu o exemplo
daquilo que pregava e deixou-se crucificar para mostrar a toda a humanidade os valores
em que acreditava. Acho que isto é a política no seu lado mais puro. Ensinou a não matar,
a não roubar, a oferecer a outra face quando uma é esbofeteada, a procurar a bondade e
a paz. Mas também disse que mais depressa um camelo passaria por um buraco de uma
agulha do que um rico entraria no reino dos céus porque, penso eu, se apercebeu que a
ânsia do dinheiro e do poder desvirtua a boa essência da natureza humana.
Regressemos então por um pouco à nossa política actual para constatar que os Partidos que na actualidade se baseiam na Doutrina Social da Igreja se encontram à direita e
são de certa forma associados às pessoas ricas e poderosas. Acho que isto é uma táctica
utilizada pelos partidos da chamada esquerda e que tem raízes no posicionamento da
Igreja a partir da Idade Média (a sociedade dividida em Clero, Nobreza e Povo) e que
se estendeu de certa forma até aos dias de hoje: a opulência das vestes dos sacerdotes
e a decoração rica das Igrejas pouco tem a ver, convenhamos, com Jesus Cristo. Não
esqueçamos que Jesus nasceu numa gruta tendo por companhia um burro e uma vaca,
o seu berço não foi senão um fardo de palha e a sua vida foi uma vida de pobreza e de
promoção daquilo que são os bons valores da natureza humana onde a riqueza não está
incluída. Na minha opinião foi a excessiva aproximação da Igreja e do clero ao poder
político e aos poderosos que desvirtuou a mensagem da Doutrina Social e a encostou
à direita de forma, e ainda no meu ponto de vista, indevida. Se houve um Homem de
esquerda no Mundo esse foi sem sombra de dúvidas Jesus Cristo.
Voltando à nossa política actual tenho a mais firme convicção que são os padrões da
Doutrina Social da Igreja (que se concentra nos direitos e dignidade da pessoa como o
bem essencial, na Família, na promoção da Paz e do Trabalho, no bem comum ou solidariedade, na preservação dos bens da Natureza e do Ambiente, na Justiça e na Caridade)
aqueles que melhor interpretam a verdadeira essência da espécie humana e dos mistérios que o futuro encerra.
Acredito em Jesus Cristo e na sua mensagem humanista mas tal como Einstein também “acredito no Deus de Espinosa que se revela na harmonia ordenada daquilo que
existe, não num Deus que se preocupa com as acções dos seres humanos” . 
ANTIGOS PAÇOS DO CONCELHO
CÂMARA E PCP CHEGAM A ACORDO
A Câmara e o PCP / Grândola chegaram a Acordo relativamente ao Histórico Edifício Municipal que foi Paços do Concelho, Tribunal, Conservatória e Cadeia.
O entendimento contempla a devolução à Autarquia das instalações onde o Partido
Comunista tem o seu Centro de Trabalho, a desistência por parte do PCP da acção
judicial em curso e a aquisição pela Câmara de um Imóvel propriedade do PCP, a integrar no património do Município.
Com o encerramento deste assunto, que se arrastava há anos e opunha o PCP à
Autarquia, é a partir de agora possível dar início ao processo de recuperação do imóvel
em causa, em adiantado estado de degradação, e colocar no Futuro estas importantes
instalações ao serviço de toda a Comunidade.
O Presidente da Câmara saúda as partes envolvidas pelo Acordo alcançado e dá os
Parabéns à População do Concelho pela devolução ao Usufruto Municipal de
um tão importante e Histórico Edifício Público. 
11
A MARAVILHA DA VIDA
É comum ouvirmos dizer que a vida não é fácil. Por outro lado, para alguns, ela é vivida
com tal ligeireza que parece ser muito, demasiado, fácil. Onde estará a verdade?
Por lidar muito com a morte, em circunstâncias e idades díspares, dou comigo a reflectir frequentemente sobre o mistério da vida e a sua relação com uma companheira
inseparável chamada morte. É, por isso, habitual para mim começar uma celebração de
defuntos convidando a assembleia a agradecer a vida de quem partiu e a nossa própria
vida, pois muitas vezes pedimos, vivemos superficialmente, e não agradecemos o suficiente.
A vida é uma maravilha que merece ser assumida, desfrutada, embora tantas vezes o
sofrimento, a dor, a doença, a falta de esperança e de horizontes, a morte, a tornem uma
cruz pesada, até um pesadelo, e o desejo de lhe pôr fim bata, por isso, a algumas portas.
Esta não é, contudo, solução para coisa nenhuma, é antes uma fuga.
Sem aprofundar muito esta minha convicção, penso que nas nossas sociedades ocidentais, sem julgar obviamente as intenções de quem assim procede, se implantou uma
mentalidade facilitista, segundo a qual há sempre alguém que resolve os nossos problemas, sem nós nos preocuparmos muito. Esta mentalidade manifesta-se, em especial entre os mais jovens, embora estes sejam muitas vezes vítimas e não culpados dela. Vai-se
disseminando, assim, uma espécie de paternalismo que infantiliza, trunca o crescimento
e a maturação, e retira a capacidade de lutar. Corremos o risco de nos tornarmos uma
espécie de flores de estufa, sem resistências endógenas, sem fortaleza interior, facilmente vencidos pelos temporais da vida, e subservientes a um destino que implacavelmente
nos acorrenta e estigmatiza.
Este parece-me ser um caminho errado e as consequências já se sentem, e sentir-se-ão
ainda mais no futuro, senão se inverterem opções e não passarmos a viver com mais
realismo e verdade, assumindo as dificuldades, os erros, a luta, como fazendo parte do
nosso processo de crescimento pessoal, social, político, religioso, etc.
Há, porém, ainda um aspecto que me parece oportuno assinalar: a confusão entre o
mal e o bem, e a perda de referências éticas, que ofuscam a consciência no processo de
discernimento que ela deve exercer, e a empurram para o beco da desorientação, à qual
também não é alheia uma certa plastificação da realidade. Lembremos, por exemplo, a
história de Eva e da maçã, como sabiamente descreve o Livro do Génesis, para percebermos que o mal nos é muitas vezes apresentado como uma coisa boa.
Tal como acontece com as dificuldades, o mal superado torna-nos mais fortes, mais
capazes de inverter caminhos, traçar novos rumos, sonhar novos horizontes.
Voltando à maravilha da vida, há tanta coisa que poderíamos voltar a construir se não
desistíssemos de lutar e de viver. Não esqueçamos, porém, que a nossa vida é muito frágil e que “para morrer basta estar vivo”. Sejamos, pois, mais cuidadosos connosco, com a
vida dos outros, com a vida neste nosso Planeta extraordinário que chega perfeitamente
para todos os que nele habitamos hoje, mas que deve continuar a ser a casa comum
para as gerações que nos sucederão depois da nossa morte.
Como cristão sinto ainda que a fé me torna capaz de, nas dificuldades, crescer porque
sei que Deus está comigo e me leva tantas vezes ao colo, me faz sentir que o Seu amor
e o Seu perdão serenam, transformam e dão à minha vida uma dimensão de eternidade
já aqui presente, abrindo-me horizontes que nem a morte consegue vencer.
A vida, apesar de tudo, é uma maravilha que vale sempre a pena viver.
Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
A espuma dos dias que passam
“Fotografar é escrever com luz”
A propósito do tema fotografia, é bom saber que são já sete as zonas em Portugal
que pertencem ao restrito grupo das Reservas Mundiais da Biosfera, prémios atribuídos
pela Organização das Nações Unidas (UNESCO). Berlengas, Paul do Bouquilobo, Corvo,
Graciosa, Flores, e Parque do Gerês e Santana, já fazem parte deste registo universal.
O reconhecimento individual, de quem nos visita, encontra nesta região, quer na serra ou junto ao mar, locais de inigualável beleza. Sem dúvida paisagens maravilhosas a
registar. Este enorme potencial e valor patrimonial natural do Concelho de Grândola,
percorre planícies e serras e termina, em extensos areais debruçados sobre o mar.
Neste sentido é interessante conhecer em agradáveis passeios, uma região de contrastes e trilhar alguns percursos num ambiente natural, registando paisagens, flora e
fauna, em qualquer estação do ano. Colhendo irrepetíveis momentos, quer no fresco das
ribeiras e riachos, quer nos cumes mais elevados, percorrendo caminhos entre verdes
campos e aprazíveis pinhais, cruzando terras com montado de cortiça sem fim.
No ano Internacional da Biodiversidade a decorrer este ano é importante não só
apreciar e captar a natureza, assim como usufruir dessa sábia diversidade.
Caminhando entre pegos de água fresca, contornando serras recortadas por sobreiros, atravessando arrozais e visitando fontes. Marque o seu azimute, sem esquecer a
Fonte da Apoulinha, a Fonte Ferria, cruzando lagoas e sapais, passe na Fonte dos Olhos
e caminhe em direcção ao mar. Melides, Comporta e Carvalhal são exemplos a perder
de vista neste extenso areal.
E não se esqueça, que existem momentos únicos imperdíveis de fotografar! 
Cecília Espada Cordeiro
12
12 de Agosto de 2011
O Amigo de Alex
“Saudades” do Capitalismo
Cada vez que muda a estação do ano, somos
cconfrontados com tarefas verdadeiramente her-cúleas,
--c
o nosso tempo deixou de ter o tempo
p de antigamente em que tudo era feito com
calma,
c
paulatinamente e sobretudo com muito
amor
a
e carinho. As estações mudavam e com
elas
e a nossa disposição, com as limpezas e a organização
g
da casa adequada a cada época. Com
a chegada do Verão há muito que se tinham
mudado
m
as roupas, os sapatos, a casa levava a
modifi
m
cação necessária para longas conversas à
noite
n
no quintal ou à porta de casa, conversas
intermináveis,
iinn
onde se misturavam segredos de
todos
tto
já conhecidos e efeitos místicos capazes
de assustar o mais naif dos ouvintes, tempo para tudo. Nessa altura mudança
significava, limpeza e armazenamento adequada até a nova época.
Os tempos mudaram, as histórias correm à velocidade da luz, no nosso computador individual, as palavras deixaram de ter cheiro, e a nossa casa tem o
mesmo aspecto todo o ano, até porque as estações do ano são cada vez mais
iguais, frio e calor, chuva e sol aparecem em qualquer altura. De certa forma o
Universo na sua sabedoria milenar adequa-se à vida actual, nada muda mudando
tudo.As mudanças de agora significam, sobretudo, deitar fora porque já não serve para reutilizar, e não há espaço em casa para tudo o que vamos adquirindo.
Então torna-se premente estar actualizado, saber cada vez mais e melhor sobre
a nossa saúde, construir as bases para o nosso futuro; se de bases falamos, as
nossas bases devemos conhecer, e saber tratar adequadamente os nossos pés é
uma verdadeira necessidade; saber não só os cuidados de higiene para os manter confortavelmente limpos e cheirosos, como tratar das unhas, pedir ajuda a
tempo e horas quando nos parecer que algo não está bem.
Devemos lavar os pés com sabão de PH neutro, secá-los bem entre os dedos,
hidratá-los diariamente, cortar as unhas rectas e não aplicar calicidas sem consultar um técnico de saúde. Os técnicos com formação adequada para tratar os
pés, saber aconselhar o calçado, etc. são os podologistas, infelizmente não é uma
especialidade ainda muito frequente em Portugal. Os técnicos de saúde, em
qualquer Centro de Saúde podem ajudar-nos. As esteticistas podem também
ajudar-nos, mas podemos e devemos prevenir o aparecimento de alterações
articulares, como por exemplo os joanetes, as artroses ou dedos em garra, ao
saber usar devidamente o calçado.
Os sapatos devem ser escolhidos ao fim do dia, porque o pé está mais edemaciado – inchado – e portanto a nossa escolha pode levar-nos a adquirir um
sapato pequeno se o comprarmos pela manhã. Por outro lado, temos que estar
atentos para não escolhermos sapatos “só bonitos”, devemos escolher sapatos
bonitos claro mas sobretudo confortáveis; é desaconselhado o calçado estreito
à frente e com tacão demasiado alto, nas senhoras o salto deve medir entre 3 a
5 centímetros e nos homens entre 1 e 2.
Quando calçamos sapatos abertos e reparamos que afinal as nossas unhas
estão amareladas e grossas apressamo-nos a pintá-las com uma cor bem gar-rida; nada mais errado, além de chamar mais a atenção para essa situação desconfortável, não trata nada. Devemos consultar um médico, nessa altura será
necessário tratamento adequado para fungos, com as unhas dos pés levam muito tempo a crescer, cerca de uma ano, não vamos querer ficar bons de um dia
para o outro; é um tratamento demorado, mas eficaz, e quanto mais cedo o
iniciarmos tanto melhor.
Podemos não ter o tempo de outrora mas temos o conhecimento presente
que nos pode dar uma vida mais saudável e duradoira. 
EASYWAY APRESENTAM FILME/CONCERTO
LAUDAMUS NO CASINO DE TRÓIA
No dia 26 de Agosto, os easyway
v a Tróia apresentar o seu filme/
vão
concerto
c
Laudamus Vita. O filme, totalmente
produzido pela banda, foi
ta
editado
no ano passado, apresentado
e
para
2 salas esgotadas no Alvaláxia
p
Zon
Z Lusomundo e já percorreu vários
r auditórios do país.
Ficção, o filme tem como banda
sonora o álb
álbum com o mesmo nome, e os Easyway vão actuar ao vivo, em
simultâneo, numa experiência inesquecível, no dia 26 de Agosto às 22h30m
no Casino de Tróia. 
“A direita tem um grau de ingratidão absolutamente extraordinário” – Miguel Portas.
Vamos sempre dar ao mesmo, o trabalho e o capital; o trabalho serve o capital e o capital serve-se do trabalho. Há
no entanto nuances que por vezes dão a sensação ilusória
duma certa interligação. Quem como eu nada percebe de
“políticas”monetárias dá conta no entanto das grandes manobras do dinheiro compreendendo minimamente o imbróglio
em que o povo está metido, rumo à servidão. Se a direita é
ingrata ou não, dou de barato que sim, mas não a dou como
um dado adquirido irreversivelmente.
I – Há muitos anos em Grândola (sec.xx) pululavam as
fábricas de cortiça, como é do conhecimento de todos, e não
vale
l a pena estar sempre a voltar
l ao mesmo.
Os donos das fábricas, salvo uma ou outra excepção, trabalhavam lado a lado com os restantes
operários (o meu avô Boaventura possuía uma das maiores fábricas do concelho, juntamente
com I. Granadeiro, Barracha, José Nunes, etc. etc...).Esses “patrões”no entanto na “vox populi”
eram os capitalistas, os “casacas”, os detentores do capital. Mas davam como deram emprego
a milhares de pessoas, homens e mulheres. E durante décadas assim o fizeram, muitos deles
vindos da rudeza dos campos Algarvios e atrás deles outros e tantos mais. O desenvolvimento
do montado e o preço da cortiça na serra de Grândola, pelo Alentejo em geral e serras
Algarvias subiu exponencialmente durante anos. Eram os “capitalistas” que promoviam o
trabalho, e o emprego criou outras indústrias não afins, desenvolveu-se o comércio local, nos
“montes” e serranias. O lucro das indústrias corticeiras, era investido na própria indústria, na
agricultura, e no “montado”.
Reparem caros amigos que não introduzi no texto nenhum conceito político que pudesse
“envenenar” as relações dinheiro – trabalho.
II – A segunda parte do meu raciocínio diz respeito ao capitalismo actual – lucro, lucro acima
de tudo e por cima de todos. Empregos são balelas e se os empresários puderem despedir
99,9% dos seus funcionários tudo bem, desde que o lucro seja garantido e os accionistas
sempre bem remunerados. Ao “ser humano” empregado ou assalariado discute-se ou nega-se
a triste espórtula garante da subsistência. Ao patrão actual, que nada tem a ver com o patrão
a que me referi anteriormente, tudo é justo e devido, aos milhões ou biliões orientados pelas
regras da 5ª Avenue, ou de Wall-Street. Já não é preciso ter empresas basta que se invista na
bolsa, e até nos bolsos dos que nada têm, num sistema extremamente injusto, e autofágico pois
a prazo devorar-se-ão uns aos outros.
Há anos que Portugal enveredou por este caminho -Sócrates é o culpado recente, mas há
muitos e muitos outros numa alongada fila mais para trás. O “regabofe” já vem de longe - fecho
de empresas, falências, insolvências muitas delas tendo beneficiado de fundos comunitários
para se instalarem em Portugal e depois “ala que se fez tarde”que o dinheirinho já estava
convenientemente a bom recato nos seus bolsos.
Desapareceram os “patrões” de outrora. Desaparecerão também os actuais. Nada é eterno
e irreversível. 
Estórias Reinventadas
Rogar pragas
Rogar pragas sempre foi em todos os tempos uma prática corrente
t entre os humanos, umas mais chocantes, outras nem tanto assim
e até algumas com sentido de humor e anedótico.
Estou a lembrar-me de uma praga que muito se ouvia há alguns
tempos
tte
atrás em quaisquer desavenças entre cidadãos: - Olha, não
te
t desejo mal nenhum ( às vezes até era verdade, com algum cinismo
n
à mistura) desejo apenas que compres uma camioneta velha
em
e segunda mão . O sentido como era dito era uma praga. Porque
quem
q
comprava uma viatura nessas condições para governo de vida,
arranjava
a
uma montanha de problemas, porque não conseguia ganhar
só
s para consertos que tinham de pagar nas oficinas da especialidade;
até
a porque a segunda mão da viatura, era muitas vezes já terceiras e
quartas
q
mãos. Mas rogavam-se outras pragas, porventura mais cruéis
e sádicas.
ádi
d
P
Por exemplo:
l - Só
ó te d
desejo que tenhas uma dor tão grande que não possas estar parado
nem andar e se fugires que rebentes.
Vem a citação destas pragas a propósito de dois cidadãos, amigos íntimos em acesa discussão por
causa das medidas de autoridade do Governo da nação e dizia um deles para o outro em estilo
provocatório:
- Olha, eu só desejo que tu incondicional defensor da austeridade, também sintas na pele o efeito
das politicas de um ministro ultra liberal que herdou por ai um programa para nos governar de uma
Troika qualquer e que ainda por cima, ele é ainda mais papista que o Papa!...
- Porra!! És tu meu amigo?... 
12 de Agosto de 2011
13
14
12 de Agosto de 2011
AGRADECIMENTO
CÂMARA MUNICIPAL DE GRÂNDOLA
EDITAL Nº 197
PUBLICIDADE DAS DELIBERAÇÕES
Aníbal Manuel Guerreiro Cordeiro, Vereador da Câmara Municipal de Grândola, no
uso da competência que lhe foi conferida pelo despacho nº 4/2011, de 10 de Janeiro, no
âmbito das competências respeitantes ao art.º 91º - alínea v) do nº 1 do artº 68º, da Lei
nº 169/99, de 18 de Setembro na redacção que lhe foi dada pela Lei 5-A/2002 de 11 de
Janeiro, torna público que em reunião ordinária, não pública, de 28 de Julho de 2011,
foram tomadas as seguintes deliberações com eficácia externa:
Apreciação e eventual aprovação da proposta de atribuição de subsídio à Associação “Os Amigos da Azinheira dos Barros”: Deliberado, por unanimidade, atribuir
à Associação “Os Amigos de Azinheira dos Barros” um subsídio no montante de €
1.000,00 (mil euros), de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de atribuição de subsidio à Escola de
Voo de Santiago do Cacém: Deliberado, por unanimidade, atribuir à Escola de Voo de
Santiago do Cacém um subsídio no montante de 1.500,00€ (mil e quinhentos euros), de
acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de atribuição de subsidio extraordinário à AJA – Associação José Afonso para edição de catalogo exposição “Desta
Canção que Apeteço”: Deliberado, por unanimidade, atribuir um subsídio no montante
de 6.675,00€ (seis mil, seiscentos e setenta e cinco euros) à AJA – Associação José
Afonso para edição de Catálogo da Exposição “Desta Canção que Apeteço”, de acordo
com a Proposta dos Serviços;

JOAQUIM JOSÉ MAGRO ESPADA
14/04/1942 – 14/07/2011
Num momento particularmente difícil das nossa vidas,
foram muitos os que estiveram ao nosso lado e que com a
sua presença e as suas palavras de conforto nos ajudaram
a minorar a profunda dor que sentimos. A todos, sem
excepção, queremos agradecer reconhecidamente.
A Família de Joaquim José Magro Espada 
AGRADECIMENTO


CACILDA DA COSTA ZACARIAS
26/10/1909 – 20/07/1011
Irmã e sobrinhos na impossibilidade de o fazerem pessoalmente vêm por este meio agradecer a todos os que
a acompanharam à sua última morada, ou que de outra
forma manifestaram o seu pesar. 
AGRADECIMENTO
DÉCIO GAMITO RODRIGUES
13/08/1927 – 25/07/2011
Esposa, filha, irmão, cunhada, sobrinhos e restante família agradecem a todos que os acompanharam e confortaram neste momento de profunda dor. 
Apreciação e eventual aprovação da proposta de protocolo de colaboração e de
utilização do Centro Comunitário de Canal Caveira 2011 – Câmara Municipal de
Grândola / Associação Sociocultural da Aldeia Nova de S. Lourenço: Deliberado, por
unanimidade, aprovar o Protocolo de Colaboração e de Utilização do Centro Comunitário
de Canal Caveira 2011 – Câmara Municipal de Grândola/Associação Sociocultural da
Aldeia Nova de S. Lourenço, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de Protocolo a celebrar entre o Município de Grândola e a UNICER Bebidas S.A.: Deliberado, por unanimidade, aprovar
o Protocolo a celebrar entre o Município de Grândola e a UNICER Bebidas S.A., de
acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de colaboração 2011 – Câmara
Municipal de Grândola / Creche e Jardim de Infância de Grândola: Deliberado,
por unanimidade, aprovar o Protocolo de Colaboração 2011 – Câmara Municipal de
Grândola / Creche e Jardim de Infância de Grândola, de acordo com a Proposta dos
Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de alteração dos valores das rendas
apoiadas por motivo de alteração do rendimento mensal corrigido dos agregados
familiares: Deliberado, por unanimidade, aprovar a alteração dos valores das rendas
apoiadas por motivo de alteração do rendimento mensal corrigido dos agregados
familiares de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual Aprovação da Proposta de Acção Social Escolar 2011/12:
Deliberado, por unanimidade, aprovar a Acção Social Escolar 2011/12, de acordo com
a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação do Plano de Segurança e Saúde, da Empreitada
da Variante Circular José Amaro – 2ª Fase: Deliberado, por unanimidade, aprovar
Plano de Segurança e Saúde, da Empreitada da Variante Circular José Amaro – 2ª Fase,
de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de cancelamento do ónus de inalienabilidade, por negócio entre vivos, que incide sobre o lote 32 do loteamento L3 – Lagoa
Travessa, requerido por Sérgio Miguel de Jesus Domingues Ferreira: Deliberado,
por unanimidade, aprovar o cancelamento do ónus de inalienabilidade, por negócio entre
vivos, que incide sobre o lote 32 do loteamento L3 – Lagoa Travessa, requerido por
Sérgio Miguel de Jesus Domingues Ferreira, de acordo com a Proposta dos Serviços;
Apreciação e eventual aprovação da proposta de aprovação do Orçamento de Gestão
para o ano de 2011 – Soltróia: Deliberado, por unanimidade, aprovar Orçamento de
Gestão para o ano de 2011 – Soltróia e submeter o mesmo a Inquérito Público, de acordo
com a Proposta dos Serviços.
Para constar se lavrou este e outros de igual teor os quais vão ser afixados nos locais
públicos do costume.
Paços do Concelho de Grândola, 02 de Agosto de 2011.
O Vereador do Pelouro da Administração,
AVISO Nº 186
Aníbal Manuel Guerreiro Cordeiro, Vereador do Planeamento da Câmara Municipal
de Grândola, nos termos e para os efeitos do disposto no nº 3 do artigo 77º do DecretoLei nº 380/99, de 22 de Setembro, com a redacção do Decreto-Lei nº 46/2009 de 20 de
Fevereiro e Decreto-Lei nº 181/2009 de 7 de Agosto, torna público que, em execução da
deliberação da Câmara Municipal de Grândola datada de 18 de Julho de 2011, se procede
à abertura do período de discussão pública da proposta do Plano de Pormenor do Parque
Internacional de Escultura de Grândola, que terá a duração de 22 dias úteis a contar do
5º dia útil a seguir à data da publicação do presente Aviso no Diário da República. -----O respectivo processo poderá ser consultado no sítio electrónico do Município (http://
www.cm-grandola.pt) nas instalações da Divisão de Planeamento da Câmara Municipal de
Grândola ou na Junta de Freguesia de Melides, todos os dias úteis entre as 9 e as 16 horas.
Durante o período de discussão pública, os interessados poderão apresentar, por escrito,
as suas reclamações, observações e sugestões, as quais deverão ser dirigidas ao Senhor
Presidente da Câmara Municipal e conter a identificação e o endereço dos seus autores,
podendo ser remetidas por correio ou entregues directamente, entre as 9 e as 16 horas,
na Divisão de Planeamento da Câmara Municipal de Grândola ou enviadas via e-mail
para o seguinte endereço electrónico: [email protected]. -----------------------------Para constar e para os demais efeitos se publica o presente Aviso na 2ª série do Diário
da República, e outros de igual teor vão ser afixados nos locais de costume e divulgados
através do sítio electrónico do Município de Grândola e da comunicação social. -------Grândola, Paços do Concelho, aos 21 dias do mês de Julho de 2011. ----------------------O Vereador do Planeamento
Aníbal Cordeiro
Aníbal
A
íb l Cordeiro
C d i
12 de Agosto de 2011
Estamos na moda
O Litoral Alentejano está na moda! E ainda bem
qque está porque toda a região tem imensas potenccialidades para poder acolher não só os mais variad
dos projectos de desenvolvimento que têm vindo a
ssurgir, como todos aqueles que querem desfrutar de
ttudo aquilo que lhes podemos oferecer.
Grândola é um Concelho de excelência e bastante
aatractivo!
Em Agosto, mais propriamente, no seu último fim--de-semana realiza-se a maior Feira Festa do Litoral
A
Alentejano.
Revêem-se pessoas e amigos que não víamos há
m
muito tempo, ou que encontramos uma vez durante
o ano, e normalmente durante a nossa feira. Independentemente da feira em si própria, o mais relevante, o que por vezes toca mais fundo
é o reavivar de algumas memórias, o reencontro de velhas amizades e acima de tudo
verificar que esse espírito vem perdurando no tempo. É importante que se mantenha
e que a feira de Agosto continue a ser um marco importante para os Grandolenses
e para toda uma região que necessita, não só daqueles que vêm de fora, mas também
de todos aqueles que aqui vivem, trabalham e governam a sua vida no dia a dia.
Cada vez mais vivemos de saudosismos, lembramos processos e maneiras de fazer,
actuar e acima de tudo de conviver, o que nos transporta para imagens algo recentes,
mas também distantes dos dias de hoje.
Como costumamos dizer “recordar é viver”. As boas recordações também nos
dão alguma qualidade de vida, nem que seja unicamente naquele momento em que
recordamos. 
15
O REI VAI NU
Só os rendimentos do trabalho vão sofrer uma taxa
extraordinária...o capital fica intocável!
A crise, a recessão, a dívida externa incomportável, a
degradação dos salários, as privatizações (que nos deixam a todos mais pobres) o défice excessivo, a retirada
de direitos sociais, a inflação, o aumento de impostos, o
desemprego, sucedem-se!
Os jornais estão repletos de presságios catastróficos,
que procuram incutir o medo. São anunciados milhões
de euros de prejuízo nas empresas públicas. Assistimos à
reposição do velho filme – versão “desvio colossal” – em
que o novo Governo descobre um buraco deixado pelo
Governo anterior, para a seguir aumentar impostos que
jurara nunca aumentar...
Vítor Gaspar fez questão de sublinhar que 60% da receita arrecadada com o imposto extraordinário correspondente a metade do subsídio de Natal, no que exceder o
salário mínimo nacional (485.00€) virá dos “salários mais elevados”. Nu, já está este
Governo logo nas suas primeiras decisões. Pedindo aos pobres, que aceitem ser ainda
mais explorados, para que os ricos possam ser ainda mais ricos! É com despudor, que o
Sr. Ministro argumentou que 80% dos reformados e 65% dos agregados familiares, não
serão abrangidos por esta medida – esqueceu-se (?) que estava a dizer que 80% dos reformados e 65% dos agregados familiares do nosso País não ultrapassam o rendimento
dos precários 485.00€...
Se houver restos, os que não conseguem prover as suas necessidades poderão eventualmente comer, ou aliviar a doença, se e quando os beneméritos acharem conveniente.
Os que não podem, porque o sistema que nos oprime não é permitido, é viver dignamente do seu trabalho, da sua reforma, que de tão escasso valor não chega para saciar
a fome e acudir à doença e até escapa ao imposto extraordinário. Por outro lado e
contrariamente ao que parece, depreende-se do debate actual sobre o défice e o endividamento externo, em que o pensamento único dominante nos média pretendem fazer
crer, que se resolve aumentando apenas as exportações, as causas deste problema, não
se limitam apenas ao elevado défice da Banca Comercial (bens). Basta ter presente o seguinte: entre 2000 e 2010, o saldo negativo da Balança Comercial cresceu 9%, enquanto
o saldo negativo da Balança de Rendimentos aumentou 212%. Entre 2000 e 2010, foram
transferidos para o estrangeiro 147.083 milhões de euros de rendimentos, causando
a descapitalização do País. É de notar também que de acordo com o próprio Boletim
Estatístico do Banco de Portugal de Junho de 20111, em 2010 os “investidores de carteira” em “off-shores” atingiram 2.271,4 milhões euros, fugindo assim ao pagamento de
impostos em Portugal. Até quando vamos continuar quedos e mudos? 
MELIDES
SAI À 2.ª SEXTA-FEIRA DE CADA MÊS
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ANIMAÇÃO DE VERÃO – Iniciativas, ainda a decorrerem neste Verão de 2011, em Melides organizadas pela Junta de Freguesia: Sábado dia 13 de Agosto às 21h30, baile com
Humberto Silva na Praça do Mercado; Domingo dia 14 de Agosto às 21h30 Noite de
Acordeão no Parque Infantil; Terça-feira dia 16 de Agosto às 22h00 Cinema na Praça do
Mercado; Dia 17 de Agosto às 21h30, Karaoke com Josef Jordão na Praça do Mercado;
Dia 20 de Agosto, às 21h30 Baile Popular no Parque Infantil, com João do Carmo. A
Animação de Verão em Melides tem o apoio do Município de Grândola.
Valinho da Estrada – O Grupo de Dança Típica da Queimada leva a efeitos dias, 15
e 21 de Agostos bailes Populares com os acordeonistas, Luís Godinho e João do Carmo,
respectivamente. Os mesmos terão lugar no recinto de festas e no decorrer dos quais
os visitantes terão ao seu dispor serviço de bar, bolos caseiros chá e café e comida regional, com destaque para os miolos de porco com carne de vinha d`alhos.
Reunião da comissão de Utentes do Centro de Saúde em Melides – A Comissão
de Utentes do Centro de Saúde de Grândola, levou a efeito no passado dia 9 de Julho
de 2011, pelas 18h00, uma reunião com a população de Melides, na Sede da Junta de Freguesia, com o objectivo de informar a população sobre a actual situação dos cuidados
de saúde no Concelho de Grândola e das diligências efectuadas por parte da Comissão
e de ouvir a população.
Noite de Fado e Poesia em Melides – A Junta de Freguesia de Melides, levou a efeito
no dia 16 de Julho de 2011, pelas 22h de mais uma tradicional noite de Fado e poesia
em Melides. Este ano, com a presença dos fadistas: André Baptista, Carlos Mendes, Fernanda Oliveira, Joana Luz e Tony Chaves, acompanhados à guitarra por Sidónio Pereira.
À Viola, António Clemente e António Eduardo. Na declamação de poesia participaram:
António Unguento, Maria Antónia Rodrigues, Andrelina Amado,Teresa Palmeira, Fernanda Alexandra, António Gonçalves, Manuel Araújo, Horácio do Juncalinho, Manuel Lopes,
Luís Chainho, Josefina Machado, David Pincela, Florindo Constâncio Floriano Matias e
António Cardoso. A este espectáculo assistiram o Presidente do Município de Grândola Dr. Carlos Beato, Presidente da Assembleia Municipal de Grândola, Eng. António
Chainho, Presidente da Casa do Povo de Melides, Sr. António de Jesus Pereira, Presidente da Assembleia de Freguesia de Melides, Sr. António Candeias, em representação de
Associações da Freguesia estiveram presentes: Grupo de Teatro Putrifrangas, Floriano
Matias,Tania Ramos e Renata Afonso, Grupo de Dança Típica da Queimada,Vítor Matos,
Associação Mil Lídes Sara Moura. Tendo todos colaborado na cerimónia de entrega de
lembranças e diplomas aos participantes. 
A.P.
16
12 de Agosto de 2011
Não são
Nã
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florestas,
t
nem verdadeiros
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sistemas
i t
naturais.
t i
Imagens de marca nas paisagens do Sul do nosso país as-sociam a utilização florestal, com outras actividades como
a pastorícia ou a apicultura. Nas Minas do Lousal, partimos
de bicicleta à descoberta do montado. Aqui contamos o que
vimos e descobrimos.
Tínhamos encontro marcado para o Centro Ciência Viva do Lousal, entidade promotora da iniciativa. Pouco passava das nove e meia
da manhã do último sábado de Julho e já um grupo de bicicletas novinhas em folha, adquiridas pelo Centro, se encontravam alinhadas
junto à parede de tijoleira. A actividade encontrava-se inserida no
Programa Ciência Viva no Verão e dava pelo sugestivo nome de BTT:
Biologia Todo o Terreno. A proposta passava pois por, em veículos
de duas rodas e num trajecto com cerca de dez quilómetros, partir
à descoberta da fauna, flora e história do meio envolvente.
Apesar do dia prometer calor, a temperatura mantinha-se amena a essa hora da manhã. Distribuídas bicicletas e capacetes e estava tudo a postos. Pouco passava das dez, quando o grupo de
quase duas dezenas de pessoas calmamente atravessou a aldeia,
pedalando até ao ponto de partida do passeio.
Passada a escola e o mercado, junto ao depósito de água, primeira paragem.
“Bom dia a todos e obrigado por terem vindo”. Miguel Ferreira,
biólogo do Centro Viva do Lousal, iniciava assim, o seu papel como
cicerone do passeio. A uma breve explicação sobre o montado e
o facto do mesmo ser um sistema apenas existente em todo o
mundo no litoral mediterrânico e no Norte de África, juntaramse desde logo algumas dicas, sobre uma das árvores que partilha
com o sobreiro a ocupação da maioria do território desta região.
“A azinheira tem as bolotas mais doces de entre todos os carvalhos, pelo que é utilizada na alimentação humana.” Como explica,
pode ser utilizada para o fabrico de farinhas e também para a
alimentação dos chamados porcos de “montanheira” (vulgarmente conhecido por porco preto), cuja carne é muito apreciada na
gastronomia da nossa região.
Distribuído um pequeno folheto com indicações diversas sobre
espécies animais e vegetais que se poderia encontrar ao longo do
percurso e de novo começámos a rolar. Logo adiante o asfalto
dá lugar à terra batida e todo o cuidado é pouco para manter o
equilíbrio, fugindo às pedras e aos imprevistos do terreno.Algumas
centenas de metros adiante, nova paragem.
A explicação reparte-se então entre os diversos sistemas naturais existentes, enquadrando o montado numa passagem entre o
bosque e a estepe, onde a vegetação é quase inexistente. Referência
depois para uma das espécies vegetais predominantes nesta região.
“As plantas que vêem aqui junto ao caminho são estevas. As flores
aparecem na Primavera e podem ser brancas ou lilases”. As folhas
desta planta libertam uma resina aromática, o ládano, utilizado para
fabricar perfumes. Oportunidade também para chamar atenção
para a necessidade de limpar os pastos no montado. “A falta de limpeza propícia frequentemente a ocorrência de incêndios”, explica.
A passagem de uma ponte sobre a Ribeira de Espinhaço de
Cão com um envolvimento bem mais verdejante próprio dos cha-
mados
bosques ripícolas, abre caminho para mais uma nota do
m
guia.
g “ encontramos espécies como o freixo”. E, como curiosidade
adianta:
“A madeira desta espécie é a utilizada na construção das
a
famosas
guitarras Fender”.
f
Uma pequena descida e um enorme sobreiro vai acolher nova
paragem.
À sombra, retemperam-se forças. A poucos metros, o
p
nosso
cicerone convida-nos para nova descoberta. Com um pasn
sadiço
de madeira a todo o redor e uma placa explicativa do local,
s
encontramo-nos
junto a um tholos. “ Trata-se de um monumento
e
megalítico
de falsa cúpula. Tem uma câmara, corredor e mamoa,
m
mas
m apresenta uma concepção diferente das antas (dólmens)”.
Como
explica Miguel Ferreira, o monumento terá sido construído
C
cerca de 2000 a.c. e teria uma utilização funerária.
Considera-se “de falsa cúpula”, dado que no lugar da laje de
grandes dimensões que se encontravam nas antas ou dólmens,
aqui a cobertura era assegurada por pequenas lajes de xisto. A
“mamoa (espécie de montículo de terra cujo nome deriva do facto de ter a forma de seio de mulher) já não se encontrava no
local. Do espólio encontrado, faziam parte uma ponta de seta (em
cobre), bem como um braçal de arqueiro (em xisto) e diversa
cerâmica que se encontram em exposição no Museu Geológico
Mineiro, em Lisboa.
De regresso ao local das bicicletas, a conversa aprofunda-se
agora em torno do sobreiro. “Esta árvore pode atingir de 250 a
300 anos, no entanto os anos de extracção da cortiça não passam
em regra dos 150 a 200”. Passa-se para o facto de Portugal ser
o maior produtor de cortiça a nível mundial e explicam-se os ritos e regras da sua extracção.” A cortiça é normalmente retirada
do sobreiro de nove em nove anos, mas só a partir do segundo
descortiçamento é que a cortiça tem utilidade económica”. Esta
cortiça, que dá pelo nome de cortiça amadia, terá então a espessura necessária (mínimo de 26mm), para a sua principal utilidade
económica. “Trata-se do fabrico de rolhas de cortiça”.
O número indicado na árvore dá-nos por sua vez sinal do ano
em que a cortiça foi retirada. Se este ano tiver sido dois mil e sete,
será o sete o algarismo que surge. Durante os anos de crescimento da cortiça o número mantém-se sempre no exterior do sobreiro. “O crescimento da cortiça, faz-se através da multiplicação pelo
interior da árvore das células de felogénio”, adianta.
Enquanto as explicações decorriam e o nosso guia verificava se
havia dúvidas ou questões por responder, um outro monitor do
Centro ia ver se o caminho adiante daria para o grupo passar. “ É
que ali em cima há colmeias e ontem na verificação do percurso
fomos picados”, explicam-nos. Pouco depois aparece afogueado e
confirma: “podemos passar”.
Inicia-se então uma das duas maiores subidas. O caminho é largo, mas íngreme e sem sombras. O calor aperta e todos tentam
montados ou a pé atingir o cimo junto a um marco geodésico. Um
elemento do grupo sente-se indisposto com tonturas.
Alguém adiantou: “ele precisa é de uma marmelada do Caixinha”. O Caixinha, elemento da comitiva habituado a estas andanças, puxou de um pequeno cubo de marmelada e o moço indisposto depressa se recompôs.
Passado o incidente, começou a descida em direcção à linha
do comboio. À chegada a um monte, de novo o Caixinha foi o
“interlocutor” dos dois cães que ladravam atrevidamente à nossa
passagem. Passada a linha do comboio, surge a maior subida feita a
pé por quase todo o grupo.
Entretanto, todos tinham superado as dificuldades, incluindo
duas crianças que acompanharam todo o percurso. Quase a chegar ao Centro, uma última paragem para observar um sistema de
tratamento de efluentes. Projecto implementado pela EDM (Empresa de Desenvolvimento Mineiro) permite, como explica Miguel
Ferreira, com a utilização de plantas com grande capacidade de
acumulação de metais e através de construção de pantanais, o tra-
tamento das águas que se acumulam na zona da antiga exploração
mineira. Por fim, a chegada ao Centro onde todos reencontraram
um merecido descanso.
Para trás ficaram duas horas de convívio e de saudável aprendizagem, num ambiente natural fundamental para o desenvolvimento
económico e social desta região. 
Pedro Ferreira
Nota final:
A actividade BTT – Biologia Todo o Terreno nas Minas do Lousal
irá ainda decorrer a 13, 20 e 27 de Agosto e a 10 de Setembro.
A inscrição é gratuita e pode ser feita na internet no site www.
cienciaviva.pt.

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