Tunísia - Artur Bruno

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Tunísia - Artur Bruno
Tunísia
Oficialmente República Tunisina é um país da África do Norte, que pertence a região
do Magrebe. É um das nações mais liberais do mundo árabe, onde as mulheres têm os direitos
civis garantidos. É limitada ao norte e o leste pelo mar Mar Mediterrâneo, através do qual faz
fronteira com a Itália, ficando especialmente próxima da Ilha de Pantelária e das Ilhas Pelágias.
Possui fronteira ocidental com a Argélia (965 km) e a leste e sul sobre a Líbia (459 km). A sua
capital e maior cidade é Tunes, que está situada no nordeste do país.
Quase 40% da superfície do território é ocupados pelo deserto do Saara, o restante é
constituído de terras férteis, berço da civilização cartaginesa, que atingiu o seu apogeu no
Século III a.C., antes de sucumbir ao Império Romano.
Muito tempo foi chamada Regência de Túnis, nomeada sob a dominação otomana, a
Tunísia passou sob protetorado francês em 1881, adquirindo a independência em 20 de Março
de 1956, o país toma a denominação oficial de Reino da Tunísia com o final do mantado de
lamina Bey que, no entanto, não levou nunca o título de rei, é proclamada a república, em 25
de Julho de 1957.
É integrada às principais comunidades internacionais, Tunísia faz igualmente parte da
Liga Árabe, da União Africana e à Comunidade dos estados de Sahel-Saharan, entre outras.
Geografia
O clima da Tunísia encontra-se sujeito a influências mediterrânicas e saarianas. O clima
mediterrâneo predomina no norte e caracteriza-se por invernos amenos e verões quentes e
secos e clima desértico no sul. As temperaturas variam em função da latitude, altitude ou
proximidade em relação ao Mar Mediterrâneo. As temperaturas médias são de 12 °C em
Dezembro e 30 °C em Julho.
Com uma Área total de 163.610 km² e uma extensão do litoral de 1.148 km. Seu
Relevo é montanhoso ao norte, ocupado pelos montes Atlas; planície central quente e seca;
áreas semiáridas ao sul se fundem com o Saara. No norte corre o único rio perene do país, o
Medjerda, em seu vale se desenvolve a atividade agrícola, que emprega 30% da mão-de-obra.
Na região central existe um imenso lago, quase sempre seco, o Jerid, que divide ao meio o
território da Tunísia.
Economia
A moeda da Tunísia é o dinar tunisiano. Seu PIB é de US$ 44,3 bilhões. Tem uma
economia diversificada, com importantes setores de agricultura, mineração, energia, turismo e
manufaturas. Os principais recursos naturais são: petróleo, fosfatos, minério de ferro, chumbo,
zinco, sal, terras cultiváveis.
O controle governamental da economia, apesar de ainda intenso, tem sido
gradualmente reduzido desde a última década, com crescente privatização, simplificação da
estrutura tributária, e um tratamento prudente do endividamento. A taxa real de crescimento
atingiu 5,0% ao ano na década de 1990, e a inflação está diminuindo, sendo hoje de 4% ao
ano. O crescimento no turismo e o comércio crescente têm sido elementos chave neste
crescimento sustentado. O acordo de associação da Tunísia com a União Européia ganhou
força a partir de 1º de março de 1998, e foi o primeiro acordo entre a UE e países
mediterrâneos não-europeus. Com o acordo, a Tunísia gradualmente removerá barreiras ao
comércio com a UE na próxima década. O alargamento das privatizações, maior liberalização
do investimento, principalmente estrangeiro, e melhorias na eficiência governamental estão
entre os desafios para o futuro. Em 2008, a Tunísia se tornará um membro plenamente
associado da União Européia (status comparável ao ocupado hoje pela Noruega ou pela
Islândia). O país é o 40º no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial.
Demografia
A população de 10,6 milhões de habitantes é composta de 98% de árabes tunisianos e
berberes e 2% de europeus. Tem um crescimento demográfico de 1,21% ao ano (1994-2004).
O idioma oficial é o árabe, mas também se fala o berbere e o francês.
A cultura da Tunísia começa com os berberes, um povo nômade do Norte de África
que se estabeleceram primeiro no leste do Egito e, em seguida, transferiram-se para as terras
da atual República da Tunísia. Foram os primeiros povoadores da Tunísia. Com o passar dos
séculos, vários fluxos migratórios se estabeleceram na Tunísia, trazendo suas tradições e uma
excelente cozinha, criando assim uma intensa mistura étnica.
Na religião, 99% dos tunesinos são Muçulmanos. A maior parte deles são sunitas
pertencentes à Malikite madhhab, mas um pequeno número de Ibadhi muçulmanos
(Kharijitas) continuam a existir entre os berberes-falantes da ilha de Djerba. Existe uma
pequena comunidade muçulmana indígena Sufi, Informações referem –se que muitos Sufis
deixaram o país logo após a independência quando os seus terrenos e edifícios religiosos
foram revertidos para o governo (o mesmo que as fundações Ortodoxas Islâmicas). Ainda que
a comunidade Sufi seja pequena, a sua tradição de misticismo permeia a prática de Islão por
todo o país. Existe uma pequena comunidade muçulmana indígena "Maraboutic" que pertence
a irmandade espiritual conhecida como "Turuq". A comunidade Cristã, composta por
residentes estrangeiros e um pequeno grupo de nativos-nascidos cidadãos de ascendência
árabe ou europeia, números 25.000 e se dispersa ao longo de todo o país. Existem 20.000
católicos, 500 dos quais pratica regularmente. Os Muçulmanos quando entram na mesquita
têm de estar descalços e com os joelhos tapados.
A espectativa de vida para os homens é de 68 anos e mulheres 71 anos. A mortalidade
infantil é de 30 por 1.000. Sua população possui uma taxa de 22,9% de analfabetos (segundo
dados de 2004) com um IDH de 0,753 (2003).
A Tunísia está dividida em 24 províncias (em árabe, muhafazah) que estão subdivididas
em 264 delegações ou distritos (mutamadiyat) que, por sua vez, subdividem-se em 2073
sectores. As delegações são, ainda, subdivididas em municípios (shaykhats).
História
O território onde está a Tunísia foi colonizado no ano 1000 a.C. pelos fenícios, povo de
origem semita que fundam Cartago, importante centro comercial do mar Mediterrâneo até a
destruição pelos romanos em 146 a.C. Passou então a fazer parte do Império Romano. Os
árabes conquistaram a região no século VII da Era Cristã e transformaram a cidade de Túnis no
mais importante centro religioso islâmico do norte da África. Em 1574, a Tunísia é incorporada
ao Império Turco-Otomano e permanece administrada por governadores turcos (beis) até
1881, quando se torna protetorado da França. Na Segunda Guerra Mundial, o país, ocupado
pelos alemães, tornando-se em palco de combates. Com o fim do conflito floresce o
movimento nacionalista tunisiano.
Em 1956, a França concede independência à Tunísia. Habib Bourguiba, o principal líder
nacionalista, é eleito para a presidência em 1959, transformando-se posteriormente em
presidente vitalício. Em 1964, seu partido torna-se o único legal. A invasão do sul do país pela
Líbia, em 1980, é prontamente repelida. Greves e manifestações populares marcam os anos 80
e refletem crescente insatisfação com o governo Bourguiba. Em 1987, o líder é considerado
incapaz de governar, sendo substituído pelo primeiro-ministro Zine El Abidine Ben Ali, que
revoga a presidência vitalícia e estabelece a liberdade partidária. Há uma retomada do
crescimento econômico, que chega a 4,8% em 1992, com incremento do turismo e das
relações com a União Européia (UE). Ben Ali e seu partido vencem as eleições de 1994. O
governo, porém, é acusado de perseguir a oposição, que no ano seguinte ganha as eleições em
47 prefeituras. O crescimento do fundamentalismo islâmico preocupa o governo. A
condenação do presidente da Liga Tunisiana de Defesa dos Direitos Humanos a cinco anos de
prisão, em janeiro de 1998, provoca protestos internacionais. Em maio, o governo anuncia
plano de privatização de 50 empresas estatais até o final de 1999.
Política
No poder desde 1987, em novembro 2001, o presidente Ben Ali anunciou reformas
democráticas: criação de um segundo corpo legislativo para reforçar o poder legislativo, dando
ao conselho Constitucional mais poderes para verificar a regularidade de eleições presidenciais
e legislativas. Todas as provisões eram parte de uma reforma constitucional adotada pelo
referendo popular em maio 2002. A segunda câmara legislativa foi inaugurada em agosto
2005. A forma de Governo da Tunísia é mista. A Assembléia Nacional tem 182 membros eleitos
por voto direto para mandato de 5 anos. A constituição está em vigor desde 1959.
Ben Ali assinou acordos de cooperação nuclear com o presidente francês Nicolas
Sarkozy, quando este visita a Tunísia em 2008.
Revolução de Jasmim
Em 17 de dezembro de 2010, o ato extremo de um jovem na cidade de Sidí Bouzidé
deflagra manifestações contra as altas taxas de desemprego, o aumento no preço dos
alimentos, a corrupção e a falta de liberdades e direitos no Estado policial erguido por Ben Ali.
O jovem Mohammed Bouazizi, desempregado, ateia fogo ao próprio corpo depois que a
polícia confisca a sua barraca de frutas e verduras. Sua morte, em 4 de janeiro, e a de outros
manifestantes agravam os protestos, que ganham alcance nacional e passam a exigir a
renúncia de Ben Ali. A repressão provoca dezenas de mortes e inflama a revolta. Em 13
janeiro, Ben Ali foge com a família para a Arábia Saudita.
O porta-voz do Parlamento, Fouad Mebazaa, assume a Presidência, e Muhammad
Ghannouchi se mantém no cargo de primeiro-ministro; nomeando um gabinete que inclui
membros do RCD. Novos protestos tomam conta do pais pedindo um governo interino sem
nenhum representante do antigo regime. Ghannouchi renuncia no fim de fevereiro e é
substituído por Beji Caid-Essebsi.
Em março, Mebazaa anuncia a eleição para uma Assembleia Constituinte. A polícia
secreta e o RCD são dissolvidos. Na mão oposta, é legalizado o partido islâmico Ennahda
(Renascença), banido na ditadura de Ben Ali. Diante da recusa da Arábia Saudita em extraditar
Ben Ali, o ex-ditador é julgado à revelia na Tunísía, Em junho e julho, ele é condenado à prisão
por corrupção, posse de armas, drogas e peças arqueológicas e expropriação de fundos do
Estado. O país realiza, em outubro, a eleição para a Assembleia Constituinte. O Ennahda elege
90 deputados, de um total de 217. O partido secular de esquerda, Congresso para aRepública- (CPR), é o segundo-mais votado (30 deputados), seguido do social-democrata
Ettakatol (21 deputados). O Ennahda emerge como a principal força política, mas terá de
coligar-se para a elaboração da nova Constituição e designar um governo de transição até as
eleições gerais, previstas para 2012. Os setores liberais temem que o Ennahda queira
implantar um Estado islâmico. Mas suas lideranças asseguram que o partido está
comprometido com a formação de um regime democrático, secular e pluralista, nos moldes
atuais da Turquia.
Compilação feita a prtir de:
- Almanaque Abril 2012, 38ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2012.
- Atlas National Geografic - África I, São Paulo: Ed. Abril, 2008.
- AQUINO, JACQUES, DENIZE, OSCAR. História das Sociedades: das sociedades modernas às
sociedades atuais, 32ª Ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1995.
- http://www.wikipedia.org
- http://www.indexmundi.com

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