Super Escola No. 21

Transcrição

Super Escola No. 21
Uma publicação do Sistema de Ensino Pueri Domus • Ano 6 • nº 21 • Setembro / Outubro / Novembro
existe ensinar
sem aprender?
a reflexão é de paulo freire, homenageado
na edição 2011 da convenção nacional dos
mantenedores. para o educador o ato de
ensinar pressupõe visão dialética
e estímulo à curiosidade do aluno
e mais!
• os ritos de passagem
• o jovem contemporâneo e
suas diversas consciências
• balanço da educar 2011
• como potencializar as
campanhas de matrícula
Entrevista: sérgio gotti, do mec, fala sobre as possibilidades
inovadoras de aprendizagem trazidas pela tecnologia à sala de aula
100% Pueri Domus
garantia de melhores
resultados
Parceiros 100% Pueri Domus ganham sempre mais na
fidelização de seus alunos, no desempenho de sua equipe
pedagógica e na sustentabilidade de sua escola!
· Coerência pedagógica (do infantil ao médio)
· Formação continuada para todo o corpo docente
· Autonomia de aprendizagem durante
a vida escolar do aluno
· Maior visibilidade da marca
· Maior eficiência de aprendizagem
NOVI DADES
Novo material do Maternal
Novo material do Ensino Médio
Novos programas de formação
Novo Portal para alunos e professores
Ligue para seu consultor
e aumente suas possibilidades
de sucesso 11 3512-2444
[email protected]
Garantia de Sucesso.
Hoje e Sempre.
editorial
A Pedagogia da Autonomia
E
sse é o título de uma das grandes obras de Paulo Freire,
publicada em vida, que aborda discussões sobre práticas pedagógicas necessárias à educação como forma de
construir a autonomia dos educandos, valorizando e respeitando sua cultura e seu acervo de conhecimentos empíricos junto
a sua individualidade.
A obra reflete que a pessoa que se abre ao mundo e aos
outros inaugura com seu gesto uma relação de trocas e diálogos, em que se confirma que a inquietação, a curiosidade e a
escuta são molas propulsoras para dar movimento à História.
Apresenta que o ensinar é algo profundo e dinâmico, onde a
questão de identidade cultural que atinge a dimensão individual e a classe dos educandos traz abertura à aventura do ser,
pois ensinando se aprende e aprendendo se ensina, um dos
princípios à “prática educativa progressista”.
Nesse contexto, de instigar a curiosidade e reforçar a necessidade de um processo contínuo de aprendizagem e formas
de estimulá-lo é que se desdobra a matéria de capa da Super
Escola. Aliás, Paulo Freire é o grande homenageado da Convenção Nacional de Mantenedores 2011, que promete levar
aos participantes um amplo leque de soluções e conceitos oportunizados pelo Pueri Domus/Pearson Brasil para que se tenha
cada vez mais uma reflexão crítica sobre a prática educativa,
sem a qual a teoria pode se tornar apenas discurso e a prática,
uma reprodução alienada, sem questionamentos.
A presente edição trata ainda sobre os ritos de passagem, momentos-chave para alunos, pais e educadores, em
que acontecem inúmeras transformações dentro e fora da
sala de aula. Faz-se necessária a promoção de atividades
interdisciplinares que favoreçam a progressão do processo
de aprendizagem, levando-se em consideração realidades
vivenciadas pelos estudantes também no âmbito familiar.
Se bem conduzidos, tais ritos podem estimular o surgimento de competências e habilidades que, certamente,
farão com que esses cidadãos enfrentem com maior naturalidade os obstáculos da vida profissional.
Além disso, a Super Escola apresenta a trajetória vitoriosa da educadora Sandra Concon, mantenedora dos
Colégios Carpe Diem e Beneditino, parceiros do Sistema
de Ensino Pueri Domus. Sandra revela-se verdadeira “artesã” na missão de tecer e conduzir relacionamentos em
benefício de uma educação de qualidade. A história, sem
dúvida, é inspiradora.
Por fim, temos uma entrevista com Sérgio Gotti, diretor
de Formulação de Conteúdos Educacionais, da Secretaria de
Educação Básica, do MEC, que trata do uso da tecnologia em
sala de aula, uma reportagem especial sobre como melhor aproveitar e antecipar campanhas de matrícula e matéria acerca do
jovem contemporâneo e suas diversas consciências. Então, boa
leitura e grande abraço.
Luis Antonio Laurelli
Diretor Geral
Sistema de Ensino Pueri Domus
A Super Escola é uma publicação trimestral
do Sistema de Ensino Pueri Domus.
www.sistemapueridomus.com.br
Conselho Editorial
Luís Antonio Laurelli - Diretor Geral
Altamar Roberto de Carvalho - Diretor Pedagógico
Maísa Dóris - Gerente Nacional de Comunicação Corporativa
Danielle Nogueira Buna – Gerente de Educação e Formação
Marcos Antonio Muniz Gonçalves – Gerente de Marketing e Vendas
4
Reportagens: Adriano Zanni, André Salvagno e Caroline Pellegrino
Projeto Gráfico: Arthur Siqueira
Design: Isac Meira Barrios
Revisão: Gisele C. Batista Rego (Istárion)
Coordenação Geral: Maísa Dóris (Mtb: 29.952)
Produção Gráfica: André Vieira
Fotolito e Impressão: Cromat Artes Gráficas Ltda.
Tiragem: 14.000 exemplares
Projeto Editorial: Trama Comunicação
Diretora de Redação: Leila Gasparindo (MTb: 23.449)
Editora-chefe: Helen Garcia (MTb: 28.969)
Editor: Adriano Zanni (MTb: 34.799)
Publicidade e Aquisições de Exemplares
Andrea Munhoz
[email protected]
Set/out/nov
sumário
15
CAPA
Convenção
Nacional de
Mantenedores
Existe ensinar sem aprender?
Paulo Freire é o educador
homenageado da edição
2011 do evento
20
9
RADAR
10
Redação – Olá, Adriane. Ficamos muito felizes e honrados
23
zoom in
24
história do mantenedor
Sandra Concon
26
SALA DE AULA
Os ritos de passagem
comportamento
O jovem e suas
várias consciências
12
29
institucional
Balanço - Educar 2011
18
estudo de caso
Colégio Ipiranga, Belém (PA)
Hoje, mais do que nunca, vê-se a importância e o papel “do
outro” na vida pessoal e profissional de cada um! Percebe-se que
“estar, aprender e fazer juntos”, trocar informações e experiências
ajuda-nos a encontrar respostas aos desafios e melhorar o processo educativo. Neste sentido, gostaria de destacar a importância
da Super Escola como veículo de interação e compartilhamento de saberes e fazeres entre instituições e profissionais da
educação – parceiros do Sistema de Ensino Pueri Domus. Na
leitura de cada edição, em todas as seções, desde o editorial,
nas entrevistas ou em “Opinião”, temos a oportunidade de
conversar com grandes educadores, visitar outras salas de aula
e conhecer experiências – “casos” – o que contribui muito para
a reflexão e crescimento de nosso próprio trabalho.
Educadora e coordenadora do processo de inclusão
Colégio Ipiranga – Belém (PA)
GESTÃO/MARKETING
6
[email protected]
Adriane de Castro Menezes Sales
Campanha de matrículas:
como elas podem fazer
o bolo crescer e ainda
fidelizar pais e alunos
ENTREVISTA
Sérgio Gotti: a tecnologia
vai à sala de aula?
Painel do Leitor
indicação de leitura
Especial Paulo Freire
30
Opinião
Daniela de Rogatis
Errata
Na edição número 20, na seção Estudo de Caso, em reportagem que aborda
iniciativas do Colégio Ranieri, onde se lê, na página 18, “A instituição,
fundada em dezembro de 1995, oferecia, até então, apenas turmas de educação
infantil, ensino fundamental e médio”, favor considerar: “A instituição,
fundada em dezembro de 1995, oferecia, até então, apenas turmas de
educação infantil ”. Segundo os mantenedores, o ensino fundamental passou
a ser oferecido somente em 2004 e o ensino médio, em 2006.
com seu e-mail. Temos nos empenhado ao máximo para produzir
uma revista de qualidade para nossos leitores. Receber uma mensagem como essa nos orgulha e dá ainda mais incentivo para buscar
novos assuntos e abordagens de interesse do setor. Nesta edição,
pudemos conhecer um pouco da atuação do Colégio Ipiranga e
estamos satisfeitos em poder compartilhar este case tão significativo,
que, certamente, servirá de norte para muitas escolas e profissionais
de educação. Grande abraço. Conte conosco!
•
A revista Super Escola é um meio de divulgação muito importante para os mantenedores. Ela é também uma forma
de apresentar às outras escolas parceiras os trabalhos feitos
pelo Sistema de Ensino Pueri Domus e pela Pearson Brasil.
Eu sempre leio a revista. Acho as matérias interessantes e
muito enriquecedoras.
Sandra Franceschini Mathedi Concon
Diretora e mantenedora
Colégio Carpe Diem - Valinhos (SP) e Colégio Beneditino Vinhedo (SP)
Redação – Querida Sandra. Agradecemos os elogios e esperamos contar sempre com cases de escolas parceiras como os Colégios Carpe Diem e Beneditino. Com a união do Pueri Domus à
Pearson, diversos materiais de excelência estão sendo integrados
ao portfólio de soluções oferecido às instituições de ensino. Com
isso, a intenção do sistema é sempre ampliar o leque de discussões
sobre práticas pedagógicas, oportunizando ferramentas para levar
adiante o legado de educadoras como a sua pessoa. Obrigado pelo
carinho. Grande abraço.
SUPER ESCOLA 5
Entrevista
Sérgio Gotti
A tecnologia
vai à escola?
No resultado do último Pisa,
Brasil aparece entre os três
países que mais evoluíram em
educação na década. Para Sérgio
Gotti, diretor de Formulação
de Conteúdos Educacionais, da
Secretaria de Educação Básica, do
MEC, as possibilidades inovadoras
de aprendizagem ainda precisam ser
analisadas de forma crítica, antes
da real implementação
O
Programa Internacional de Avaliação
de Alunos (Pisa, na sigla em inglês),
de 2009, revelou que o Brasil cresceu,
sobretudo, no aproveitamento dos alunos em
matemática – de 334 pontos, em 2000, para
386, em 2009. Em ciências, o índice saltou de
375 para 405. E em leitura, de 396 para 412.
Segundo o estudo, que é repetido a cada três
anos, o Brasil está no caminho do desenvolvimento quando o assunto é educação básica.
Divulgação
Para o Ministério da Educação (MEC), os
investimentos estão sendo feitos, há muito tempo, inclusive na implementação de novas tecnologias em sala de aula que contribuem com
o incremento da qualidade.
Tanto a distribuição de equipamentos,
quanto a produção de nossos e interati-
6
Set/out/nov
vos conteúdos, assim como a formação de professores são consideradas iniciativas que contribuíram
para o alcance dos bons resultados.
Isso é o que defende Sérgio Gotti, diretor de Formulação de Conteúdos Educacionais, da Secretaria
de Educação Básica, do MEC, que
recebeu a reportagem da Super Escola com exclusividade. Mas o educador também reconhece: “Precisamos que as escolas tenham os
equipamentos, mas, sobretudo,
que tenham conteúdos educativos
de qualidade e que os professores
sejam formados para a utilização
efetiva das tecnologias. Isso ainda
precisa acontecer”.
Super Escola – Como podemos definir o aluno da educação
básica dos anos 90 e o aluno de
hoje, que tem acesso aos mais
variados produtos tecnológicos
que influenciam em sua formação pessoal e educacional?
Sérgio Gotti – Podemos dizer que os alunos, agora, têm mais
acesso à informação, mas, como
nos anos 90, continuam precisando de formação, inclusive para separar a boa informação daquela
que pouco vale. A escola precisará
continuar dando a formação, incorporando, de maneira crítica, a
tecnologia disponível.
Super Escola – Quais mudanças ou adaptações são necessárias para atrair o aluno da era
da informação para a escola? Essas adaptações estão sendo aplicadas efetivamente?
Sérgio Gotti – A TV Escola,
por exemplo, está no ar há 15 anos
e é o canal da educação. É a televi-
sunto, junto com especialistas,
para incorporar as novas tecnopodemos dizer que
logias aos programas de distribuios alunos, agora,
ção de livros que já funcionam.
têm mais acesso à
Sem dúvida, eles representam
informação, mas,
uma grande contribuição.
como nos anos 90,
continuam precisando
Super Escola – As crianças
da educação básica, geralmende formação
te, são bastante atraídas pelos
jogos de internet e, em especial, por aqueles em redes sociais. A familiaridade que os
alunos têm com o conteúdo
são pública do MEC destinada a dos games está sendo aproveieducadores, aos educandos e a todos tada nos métodos pedagógicos?
os interessados em aprender. Sua fiSérgio Gotti – Todas as planalidade é subsidiar o trabalho rea- taformas têm sido avaliadas para
lizado na escola e contribuir para a uso pedagógico, mas só serão efemelhoria da educação. Nas escolas tivas se aplicarmos a mesma lóbrasileiras, cerca de 50 mil escolas gica que já vem sendo aplicada
têm antenas e televisores instalados para as demais tecnologias. Prepara recepção da TV Escola. Já o cisamos que as escolas tenham os
Programa Nacional de Informáti- equipamentos, mas, sobretudo,
ca na Educação (Proinfo) foi ins- que tenham conteúdos educatitituído em 1997 com a finalidade vos de qualidade e que os prode promover o uso pedagógico das fessores sejam formados para a
tecnologias aplicadas à educação utilização efetiva das tecnologias.
nas escolas públicas de ensino fundamental e médio. São iniciativas
Super Escola – Como os
governamentais, e há muita coisa professores, gestores e peda“bacana” sendo feita também pela gogos podem se preparar para
rede privada.
oferecer educação de qualidade
aos alunos?
Super Escola – Segundo o
Sérgio Gotti – Acreditamos
Observatório do Livro e da Lei- que a formação continuada é
tura, pelo menos, 3% dos leitores a melhor forma de preparação
brasileiros são adeptos de mídias para os atores educacionais. Um
digitais (dados de 2008). Qual dos principais pontos do Plano
é sua opinião sobre os livros di- de Desenvolvimento da Educagitais? Eles representam a de- ção (PDE), por exemplo, é a formocratização da leitura ou uma mação e a valorização dos proameaça aos métodos tradicionais fissionais. Nesse sentido, o PDE
de aprendizagem?
promoveu o desdobramento de
Sérgio Gotti – O Ministério iniciativas, como: a distinção
da Educação vem estudando o as- dada aos profissionais da educaSUPER ESCOLA 7
Entrevista
Sérgio Gotti
ção – única categoria profissional
com piso salarial nacional constitucionalmente assegurado – e o
comprometimento definitivo da
União com a formação de professores para os sistemas públicos
de educação básica (a Universidade Aberta do Brasil e o Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID). Já o
Portal do Professor oferece um
ambiente de suporte continuado
às ações dos professores.
Super Escola – Qual é sua
análise sobre a situação da educação básica hoje no País?
Sérgio Gotti – Os esforços por uma educação básica de
qualidade têm dado bons resultados, especialmente em função
de uma articulação no campo das
políticas educacionais. A criação
do Fundeb, por meio da Lei nº
11494/2007, foi uma iniciativa
importante na implementação de
uma política nacional direcionada à articulação. O ensino obrigatório passou de oito para nove
anos. A arrecadação para repasses
da União aos estados e municípios
relativos ao salário-educação saltou de R$ 3,7 bilhões, em 2002,
para R$ 7 bilhões, em 2006. O
Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb) também
mostrou que as notas cresceram,
de 2007 para 2010. O crescimento foi equivalente a 5,2% na nota.
Super Escola – Quais são os
projetos mais recentes para a
educação básica no País que podem ser citados, no sentido de
modernizar a educação?
Sérgio Gotti – O Programa
Ensino Médio Inovador é um
dos projetos recentes. Ele surgiu
como uma forma de incentivar
as redes estaduais de educação
a criarem iniciativas inovadoras
para o ensino médio. A intenção
é estimular novas soluções que
diversifiquem os currículos com
atividades integradoras, tornando-as ainda mais atraentes.
Super Escola – Quais são os
principais desafios para os próximos anos?
Sérgio Gotti – Continuar melhorando a qualidade da educação
básica. Estamos nesse caminho,
como mostram as avaliações nacionais e internacionais. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
lançou documentário sobre o expressivo crescimento dos índices
brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Alunos
(Pisa). Estamos bem reconhecidos, mas há muito o que fazer.
Fotos: Divulgação
a intenção é estimular
novas soluções
que diversifiquem
currículos
com atividades
integradoras,
tornando-as ainda
mais atraentes
8
Set/out/nov
RADAR
Quer saber mais?
www.sistemapueridomus.com.br/superescola
Música para os
ouvidos
Pesquisa do Cetic.br
com 497 escolas públicas brasileiras detecta
que infraestrutura de
TIC existe, mas ainda é
insuficiente. Mais...
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Para pesquisador,
a linguagem musical é um estímulo
no aprendizado de
História por criar um
referencial de memória para os alunos.
Mais...
TIC: falta
infraestrutura
Nível
internacional
Abismos
A presidente
Dilma Rousseff
revelou que, até
2014, o governo
pretende conceder 75 mil bolsas
de graduação e
pós-doutorado no
exterior. Mais...
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Estudo divulgado pela
Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência
da República aponta que
os índices educacionais da
classe média ainda estão
muito distantes dos da
classe alta. Mais...
Ele falou, ele disse
“O fim do vestibular não
significa o fim da meritocracia”. A frase é do ministro da Educação Fernando
Haddad quando questionado sobre o Enem tornar-se
a única forma de seleção
para ingresso no ensino
superior. Mais...
Em Rondônia, blogs
de professora estimulam aprendizado
de alunos de escola
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Estudantes
blogueiros
Divulgação
SUPER ESCOLA 9
Sala de aula
Os ritos de passagem
A transição
com maturidade
Aulas divertidas, integração entre alunos e diálogos com os pais
são suficientes para preparar os alunos que mudam de fase escolar?
E
uforia e transformações marcam a passagem dos alunos
para o sexto ano do ensino
fundamental, a antiga quinta série.
Esse momento costuma ser um período muito aguardado, tanto por
pais, quanto pelos próprios estudantes. Mais do que uma nova etapa da
escolaridade, trata-se do período de
mudanças da infância para a adolescência, quando a criança tem entre
10 e 12 anos de idade.
O aumento na quantidade de
disciplinas e a maior cobrança por
organização são novidades enfrentadas pelos jovens que vão para o
sexto ano. Mudanças hormonais
e psicológicas também acontecem nessa fase e influenciam certamente no desempenho escolar
de meninos e meninas.
Dificuldades semelhantes também acontecem ao término do nono
ano. Para amenizar os impactos na
aprendizagem, pais, alunos e escola devem unir forças e transformar
10
Set/out/nov
a mudança em um desafio agradável e divertido, segundo especialistas.
escolas que atuam de forma ‘superprotetora’ e protelam o crescimento. A escola tem de ter clareza
das cobranças e incluir os pais no
processo para que o aluno faça a
sua parte”, enfatiza.
Diversas atividades podem ser
aplicadas durante o horário escolar
para auxiliar a adaptação dos alunos que terão diferentes formatos
de aula e uma quantidade considerável de novos conteúdos pela frente. “A escola pode levá-los para conhecer os colegas e professores do
ano seguinte, ou disponibilizar uma
coordenadora para explicar e tirar
dúvidas. É preciso também dar espaço para os alunos falarem de sentimento, ansiedades e perspectivas,
dialogando juntamente com pais e
professores”, explica Silvia Colello,
professora de Psicologia da Educação, na Faculdade de Educação, da
Universidade de São Paulo (USP).
Na opinião da docente, é importante dar aos estudantes novas
responsabilidades de forma gradativa, despertando consciências.
“É essencial apelar para o amadurecimento deles. Existem pais e
O Colégio Líder, parceiro do
Sistema de Ensino Pueri Domus,
em João Pessoa (PB), possui um
projeto piloto de integração nas fases de transições. No quinto ano, os
alunos passam a ter seis professores.
Algumas aulas são geminadas.
No Colégio
Geração Raízes,
ritos foram estabelecidos para
não sobrecarregar alunos
“No segundo semestre, os estudantes também têm aulas com
os docentes que serão seus mestres
no ano seguinte. Dessa forma, são
convidados a fazerem atividades
juntamente com alunos do sexto
ano”, conta Maria do Socorro Ismael Gomes, diretora pedagógica
do Colégio Líder.
Segundo Maria do Socorro, a
integração contribui para diminuir problemas internos. “Os alu-
Fotos: Divulgação
nos do quinto ano passam a conhecer os professores e sentem-se
à vontade. Os estudantes do sexto
ano, por outro lado, ficam sabendo quem serão os futuros colegas.
Isso evita a descriminação por idade que, eventualmente, acontece
nessa fase”, conta.
Duas aulas
seguidas
(dobradinhas)
para que
os alunos
desenvolvam
afinidade com
a disciplina
O Colégio Líder não possui ensino médio, porém a direção seleciona
anualmente alguns colégios parceiros para apresentarem suas metodologias de ensino e, assim, tirarem as
dúvidas dos alunos do nono ano.
Já no Colégio Geração Raízes,
que também é parceiro do Sistema de Ensino Pueri Domus, em
Araçatuba (SP), há diversos ritos
de passagem para não sobrecarregar o sexto ano. Quando as
crianças estão no primeiro ano,
o antigo pré-primário, elas fazem
uma excursão. “Há uma programação para estimular o amadurecimento dos alunos. No segundo
ano, os alunos vão para um acam-
É essencial
apelar para o
amadurecimento
deles. Existem
pais e escolas que
atuam de forma
‘superprotetora’
e protelam o
crescimento. A escola
tem de ter clareza das
cobranças e incluir os
pais no processo para
que o aluno faça a
sua parte
Silvia Colello, professora
de Psicologia da Educação,
na Faculdade de Educação,
da Universidade
de São Paulo (USP)
pamento de três dias, eles aprendem a arrumar a cama e a cumprir
horários. São atividades extrassala de aula que ajudam muito na
adaptação”, diz Susana Fregonesi,
diretora do Geração Raízes.
No terceiro e no quarto anos,
os alunos passam a ter seis professores. “No quinto ano, na última
semana de aula, eles têm atividades divertidas com os professores
que serão os do sexto ano”, revela
Susana. O colégio também indica
aos alunos do nono ano instituições de ensino médio que utilizam
o Sistema de Ensino Pueri Domus
para que haja uma continuidade
quanto à metodologia de ensino
e filosofia pedagógica.
Para a mãe de Eduardo, aluno
do sexto ano, Ayne Regina Gonçalves Salviano, é importante a
participação ativa dos pais nessa fase transitória. “Nós preparamos nossos filhos, mostrando,
por exemplo, que o Português vai
se desdobrar em Literatura, Gramática e Redação. O meu filho é
bom aluno, mas teve receio quando foi para o sexto ano, porém, ele
percebeu que seria um desafio e se
sentiu apoiado com a participação
de todos da escola”, conta.
SUPER ESCOLA 11
INSTITUCIONAL
balanço - Educar 2011
Para inglês
ver e ensinar
A customização, o ensino personalizado e o uso de
múltiplos canais de comunicação são marcas da
Pearson. No Brasil, o grupo educacional ganha nova
liderança, conduzida pelo britânico Guy Gerlach
n
atural de Croydon, na Inglaterra, ele
chegou ao Brasil em 1980, aos 22
anos, sem conhecer o idioma local,
porém já graduado em literatura inglesa e teatro pela Universidade de Exeter. Guy Gerlach
iniciou a carreira como professor de Língua
Inglesa, em Porto Alegre (RS), e lecionou
também no Rio de Janeiro (RJ), o que lhe
possibilitou conhecer de perto diferentes realidades educacionais.
Ingressou na Pearson como consultor pedagógico da Editora Longman, em 1986. Em
2002, tornou-se presidente da então Pearson
Education do Brasil. Com a nova estrutura
da companhia, Guy assumiu recentemente
a presidência da, agora denominada, Pearson
Brasil, em junho de 2011.
Ajudar pessoas a desenvolverem-se por
meio da educação é a bandeira do Grupo Pearson, com sólida atuação nos cinco
continentes. Em entrevista exclusiva, Guy
Gerlach analisa os diferenciais da Pearson,
atuante em diversas modalidades educacionais, e faz uma análise crítica sobre os desafios que se ampliam frente à necessidade que
o Brasil tem de aprimorar o cenário.
12
Set/out/nov
O executivo também foi presença constante na Educar 2011, evento que aconteceu
entre 18 e 21 de maio, em São Paulo, e que
apresentou as diversas soluções e possibilidades educacionais projetadas pela Pearson
e pelo Pueri Domus para visitantes de escolas de todo o País.
Super Escola – Qual é a visão da
Pearson sobre a educação no Brasil e
no mundo?
Guy Gerlach – A meta principal da Pearson é relativamente simples que é de ajudar pessoas a avançarem na vida por meio
da educação. Nós atuamos na educação convencional, básica, superior e continuada. A
atuação também abrange os educadores, o
desenvolvimento profissional de coordenadores e diretores de colégios.
Super Escola – Quais são os principais
valores da Pearson e diferenciais das
soluções educacionais?
Guy Gerlach – O Grupo Pearson tem
como lema ser corajoso, criativo e correto. Corajoso porque, em meio à concorrência, é preciso enxergar lugares de atuação de forma ampla.
Nós buscamos manter a visão abrangente da
Surgida após
a aquisição dos
sistemas de
ensino COC, Dom
Bosco, Pueri
Domus e Name
Flavio c. Dias
Shutterstock
área de atuação para encontrar oportunidades, entendendo que o mundo educacional está sempre mudando. Criativo, pois buscamos formas
em que possamos ajudar pessoas de
maneira eficaz, eficiente e produtiva, imaginando produtos e serviços
que resolvam a demanda do mercado. Temos um dever moral e não
somente comercial, por conta disso, usamos o correto e decente, pois
buscamos sempre atuar de forma
transparente e respeitosa, para que
os nossos clientes e colaboradores
sintam-se valorizados.
Nosso diferencial está na atuação em ecossistema educacional,
em que tudo está interligado. Eu
diria que não existe uma empresa
que atue em todas as áreas da educação como a Pearson atua.
Super Escola – Como
funciona a Edexcel e desde
quando ela existe?
Guy Gerlach – A Edexcel é
uma empresa que surgiu há mais
de 150 anos, em Londres. É uma
importante referência em certificação acadêmica e nas áreas profissionais. A Pearson adquiriu a Edexcel,
que era pública, há cerca de cinco
anos e aproveitou todo o know-how
e credibilidade de certificações, tornando-a cada vez mais internacional. Atuamos em mais de 100 países. Mais de 7 mil instituições de
ensino e de capacitação profissional trabalham com Edexcel.
Super Escola – Quais são
as principais soluções que a
Pearson disponibiliza para as
escolas brasileiras?
Guy Gerlach – Existem muitos recursos que são oferecidos nos
Estados Unidos, Europa e podem
ser viabilizados no Brasil. Podemos
citar os Laboratórios Virtuais de
Ciências, lançados na feira Educar
2011. Eles são usados por milhares de escolas do mundo. Temos
também o Power School que ajuda as escolas a manter uma administração eficiente e confiável dos
alunos, das notas, do histórico escolar e de informações familiares.
O Sistema de Avaliação, que estamos lançando no segundo semestre de 2011, poderá ser utilizado
tanto no ensino superior quanto
no básico. Ele permite avaliar os
alunos com questões de múltiplas
escolhas e discursivas. Tudo é feito
via internet e permite que as avaliações sejam enviadas, de todos os
cantos do País, para uma central de
professores que, em poucas horas,
devolve os resultados.
Super Escola – Como
você analisa a educação básica
brasileira? Quais são os principais
desafios em sua opinião?
Guy Gerlach – Temos vários
desafios em um país tão grande
como o Brasil. Com as inúmeras
diferenças regionais não se pode
tratar o País como se fosse uma
coisa só. Nosso método de personalização permite um processo
adequado para o aprendizado dos
alunos, regionalmente. Há uma
grande dificuldade estrutural em
função do tamanho do país. SaSUPER ESCOLA 13
Pueri Domus
é destaque na
Educar 2011
Fotos: Divulgação
A 18ª Educar – Feira
Internacional de Educação –
aconteceu entre 18 e 21 de
maio de 2011, em São Paulo, e
contou com a participação de 24
escolas parceiras do Sistema de
Ensino Pueri Domus. O evento
reuniu mais de 100 empresas
expositoras e 12 mil participantes.
bemos que uma porcentagem significativa da população ainda tem
uma conexão de internet frágil. A
tecnologia depende de infraestrutura. Também temos um nível de
preparação não igualitário de muitos professores que não tiveram a
oportunidade de vivenciar práticas
de ensino adequadas e isso pode
criar problemas. O professor precisa de um tempo para ativar as
técnicas que aprendeu na faculdade. Esses são desafios que temos
de superar.
Super Escola – O que a
inovação na área de tecnologia
educacional pode acrescentar
ao ensino básico?
Guy Gerlach – As pesquisas mostram que tecnologia na
educação, quando bem aplicada,
pode ajudar bastante. Uma classe de alunos que tem acesso à tecnologia e pode interagir com ela
possui uma forma democrática de
14
Set/out/nov
o professor precisa
de um tempo para
ativar as técnicas
que aprendeu na
faculdade. esses
são desafios que
temos de superar
conhecimento. As pessoas também
têm vários estilos de aprendizagem
e quando você pode utilizar a tecnologia, isso facilita os processos.
A tecnologia, por sua vez, permite
um ambiente muito mais apropriado para os alunos, que têm uma vida
cheia de interatividade. Essa é uma
geração que precisa continuar interagindo na sala de aula. A tecnologia
também facilita o acompanhamento
de dados e de alunos com dificuldades. Mais uma vez, ela ajuda bastante, em vários aspectos.
Nos estandes, foram
debatidas estratégias pedagógicas
sobre ensino de matemática, uso
de tecnologia em sala de aula,
acompanhamento pedagógico
dos alunos, além da exposição
de materiais didáticos da
própria Pearson.
Entre os principais destaques,
menção à apresentação do
Fronter – uma plataforma
de gestão da aprendizagem,
preconizada pela Pearson,
utilizada por mais de 10 milhões
de usuários, em 9 mil instituições
de ensino no mundo todo. A
Biblioteca Virtual – com acervo
digital de mais de 1,6 mil títulos
de editoras consagradas –
também foi uma das atrações
do evento, juntamente com as
soluções para o ensino de
língua estrangeira.
Na opinião de Priscila
Rocha, diretora administrativa
de atendimento ao público do
Colégio Christus, de Fortaleza, o
estande do Pueri Domus ofereceu
informações úteis sobre diversos
assuntos. “Eu fiquei satisfeita com
o evento. Foi muito dinâmico, com
atividades multidisciplinares. No
estande do Pueri/Pearson, pude
conversar com alguns parceiros
do sistema de ensino, trocar
experiências. Foi um momento
de integração”, lembra a
diretora do Colégio.
capa
convenção nacional de mantenedores
Existe
ensinar sem
aprender?
Para Paulo Freire, educador
homenageado na edição
2011 da Convenção Nacional
de Mantenedores, o
ato de ensinar exige
uma visão dialética e o
estímulo à curiosidade
do aluno. A educação
vai além da busca
por conhecimento e tem
caráter permanente
“E
nsinar, aprender:
leitura do mundo, leitura da palavra”. A frase da Carta de Paulo Freire aos professores, escrita
em 1993, há exatos 18 anos,
ilustra fielmente a conscientização necessária para quem
“ousa ensinar”. A percepção
da mudança sistêmica da sociedade é requisito para a formação do ensinante, segundo
o educador.
O legado de Freire é extenso, mas podemos citar a educação libertadora e a crítica à
desigualdade como vetores de
uma reapropriação da dignidaSUPER ESCOLA 15
convenção nacional de mantenedores
de e da justiça. E é nesse contexto
de conscientização e ideais que a
Convenção Nacional de Mantenedores 2011 homenageia o educador, nascido em 1921, em Recife (PE). O evento acontece entre
os dias 28 e 30 de agosto, no Hotel Estância Barra Bonita, a 278
quilômetros da capital paulista. O
tema escolhido é “Aprender Sempre”, pois traduz o espírito do trabalho realizado pelo Sistema de
Ensino Pueri Domus.
“Todos os anos, o encontro é
atrelado a fortes pilares educacionais. O pensamento de Paulo Freire
tornou-se referência para profissionais comprometidos com as causas
educacionais. E é com esse espírito
de dedicação e democracia inspirado pelo mestre que foi desenvolvida
toda a programação do evento”, explica Danielle Buna, da Gerência de
Formação e Educação do Sistema de
Ensino Pueri Domus.
Entre os objetivos da Convenção, está a integração das
formas educacionais, de produtos e soluções voltados às
práticas de aprendizagem. Serão apresentados índices de
aquisição das soluções do Pueri e da Pearson Brasil, como as
plataformas Fronter, ELT, BV,
Edexcel e contextualização do
atual ensino de línguas. Serão
oferecidos workshops dos produtos e serviços para apresentar a
aplicabilidade das opções e fortalecer a parceria com as mantenedoras. Projetos para 2012,
o novo portal do sistema de ensino, os novos materiais didáticos e conteúdos digitais também
são destaques da programação,
16
Divulgação
capa
Set/out/nov
além da campanha de matrículas
e as políticas de relacionamento.
Articulação educacional
Entre os palestrantes, está Madalena Freire, filha mais velha de Paulo
Freire. Ela apresentará seu olhar sobre
como a educação pode ser conduzida
e, em especial, a respeito da formação
do professor. “A apresentação deve provocar uma reflexão sobre o papel da escola, juntamente com a família e a comunidade. Meu pai acreditava que a
lucidez crítica é elemento para a construção de um mundo mais digno, alegre e bonito”, conta Madalena.
Para Madalena, o educador deve
estar em constante renovação. “O
professor deve manter-se atualizado
sem, contudo, perder a crítica necessária para uma atitude consciente. O
mundo está bombardeado por informações, mas o ato de pensar requer
priorizar o foco. O ensinante deve
possibilitar que o aluno construa o
foco de sua educação, caso contrário, o processo pode causar frustrações”, completa.
Na visão de Ladislau Dowbor,
economista, professor da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e estudioso do legado
deixado por Paulo Freire, a educação
enfrenta um desafio sistêmico. “A
matéria-prima com que a escola trabalha é justamente o conhecimento.
Hoje, o conhecimento não é mais
o que o professor tem de fornecer
ao aluno, e sim os valores, a metodologia e as técnicas que o tornarão
capaz de navegar na imensidão de
informações disponíveis. A escola,
com isso, precisa ser menos lecionadora e mais articuladora”, opina o
docente, enfatizando que “não bas-
Paulo Freire: homenageado da
Convenção Nacional de Mantenedores
ta um computador por aluno e
acesso gratuito à banda-larga. É
preciso desenhar a reorganização
pedagógica, dentro das escolas”.
O estudioso vai além: “na escola, isso [a reorganização] envolve
romper as fatias de 50 minutos de
aula e trabalhar por temas, questões
e problemas, articulando as diversas áreas de conhecimento. No caso
brasileiro, tudo isso tem de possuir
um fortíssimo viés de redução das
desigualdades herdadas. Paulo Freire, ao ver os potenciais, estaria esfregando as mãos”, avalia.
Madalena Freire ainda sugere a construção de um colegiado reflexivo dentro da instituição
para auxiliar na preparação permanente. “A sociedade enfrenta
mudanças educacionais significativas, muito influenciadas pela rapidez tecnológica. As pessoas estão mais conscientes do potencial
de mudança. Estamos em uma
sociedade, onde o acesso ao conhecimento, tão central na mensagem de Paulo Freire, tornou-se
ainda mais central no resgate da
cidadania”, completa Dowbor.
Formado em
economia
política pela
Universidade
de Lausanne,
foi consultor do
secretário geral
da ONU, na área
de Assuntos
Políticos Especiais
(1980-81). É autor
e coautor de
cerca de 40 livros
e de numerosos
artigos.
Destacam-se os
livros: Formação
do Terceiro
Mundo,
Brasiliense; O
que é capital?,
Brasiliense;
Aspectos
econômicos da
Educação, Editora
Ática; Introdução
ao Planejamento
Municipal,
Brasiliense
Fotos: Divulgação
conexão
Caminhos que alavancam outros
Foi esse contexto de articulação que incentivou João
Marcelo a seguir adiante na
carreira. O músico, filho de
Elis Regina e Ronaldo Bôscoli, é hoje um dos sócios
da gravadora Trama e diz
que o ambiente educacional
encontrado no Pueri Domus
foi fundamental para aquisição
de vivências e conhecimentos
que, reunidos, abriram-lhe
novas perspectivas.
“Estudei no Pueri de 1981 a
1989. O ambiente com aulas
de música, prática de esportes
e o contato com a natureza
estimularam, com certeza, a
criatividade. Grande parte dos
amigos que fiz, conservo até
hoje. Os meus sócios na gravadora, por exemplo, conheci
na escola em que estudei”,
conta Bôscoli.
Para o músico, a continuação
do processo de aprendizagem
é exigência para todos os
profissionais contemporâneos.
“Em todas as áreas, é necessário estar se atualizando, ter
contato com textos e autores
diversos que incentivem a
criação. A curiosidade das
pessoas não pode parar nunca. Eu fui bastante estimulado
nesse sentido”, avaliza.
O aprendizado contínuo, gratuito e
de alta qualidade também é o foco
do Pueri Domus em relação aos
projetos voltados para o ensino médio na Associação Crescer Sempre,
em Paraisópolis, bairro carente da
capital paulista. “Oferecemos toda
qualidade, em período integral,
sem custo algum para cerca de
120 alunos”, explica Felipe Dias de
Menezes, diretor do Pueri Domus/
Crescer Sempre, que atua em
parceria com Terezinha Paladino,
diretora executiva da Associação.
O objetivo da unidade, criada
em 2008, é propiciar condições de aprendizagem à
comunidade, proporcionando
a permanência do jovem em
período integral na escola e
aumentando suas possibilidades de ingresso no mercado
de trabalho e em grandes
universidades. No total, 16
professores atuam no projeto da Associação Crescer
Sempre, mantido com
o apoio da Porto
Seguro Seguradora.
Todos os anos, 30 novas
vagas são abertas no Pueri
Domus/Crescer Sempre para
alunos do primeiro ano do
ensino médio, que têm a chance
de mudar o rumo de suas vidas.
Para ingressar no
Colégio é necessário
ser morador
de Paraisópolis e
realizar provas de
português, matemática e redação.
“A importância
do aprendizado
contínuo é total.
Ele permite
que as pessoas
tenham uma formação e tornem-se efetivamente
cidadãs. É necessário que os professores e toda a equipe escolar
também continuem aperfeiçoando-se para acompanhar as mudanças. Os nossos alunos abrem
mão de trabalhar para ter uma
educação de qualidade e gratuita.
Isso é um estímulo. Alunos e seus
familiares valorizam muito essa
oportunidade”, completa Felipe
de Menezes.
SUPER ESCOLA 17
Estudo de caso
Colégio Ipiranga, belém (pa)
respeito às
diferenças
Para a comunidade escolar, convívio de
alunos com e sem necessidades educacionais
especiais só vem a colaborar com a cidadania
E
stá em tramitação, na Câmara
dos Deputados, um Projeto de
Lei que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de
dezembro de 1996. Criada pelo senador Gim Argello (PTB-DF), a ementa
objetiva incluir entre as incumbências
dos estabelecimentos de ensino do País
a promoção de ambiente escolar seguro
e a adoção de estratégias de prevenção
e combate ao bullying.
Prover um ambiente seguro deveria
fazer parte da lista de responsabilidades
das escolas, independentemente de alterações legais. É o que acontece no Colégio Ipiranga, de Belém (PA), fundado há 33 anos e pautado, desde então,
no conceito “educar para a cidadania”,
que norteia seu Projeto Político Pedagógico (PPP).
ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para a turma em que eles estavam
matriculados. “Entendemos a importância
da comunicação e do diálogo no processo
educativo como um todo e incorporamos
esta disciplina ao currículo da turma”, explica Adriane Menezes Sales, coordenadora responsável pelo processo de inclusão.
Contudo, a oferta de aulas de Libras
foi estendida a outras salas, onde não
havia alunos surdos. “Foi uma iniciativa
nossa, mas também um desejo dos estudantes. Esta experiência é recente e a
vemos como resultado concreto de um
processo, da construção de uma cultura
inclusiva, que tem suas raízes no grupo
gestor, mas se legitimam nas atitudes da
equipe escolar e, principalmente, dos
próprios alunos”, conta a educadora.
No âmbito pedagógico, as “práticas de
inclusão” têm como eixo o atendimento/
planejamento individualizado, elaborado
de maneira conjunta pelos profissionais da
escola. “Entendemos que a inclusão requer
o reconhecimento da diferença e a oferta
de apoio diferenciado, para que os alunos
tenham igualdade nas oportunidades de
acesso ao currículo e sucesso em seu deCom a presença de alunos surdos, a senvolvimento acadêmico, social e pessoal.
escola passou, por exemplo, a oferecer o Cada aluno é único e possui tempo, ritmo
Da educação infantil ao ensino médio, a instituição tem 776 alunos matriculados, dos quais 105 possuem necessidades especiais de aprendizagem ou
algum tipo de deficiência. A proposta
de inclusão do Ipiranga promoveu mudanças na estrutura curricular.
18
Set/out/nov
e caminhos próprios para a construção de
seu conhecimento”, diz Adriane.
Dependendo do grau e das especificidades de cada caso, a educadora especifica que há adaptações curriculares de pequeno, médio e grande porte.
No caso de alunos com maiores comprometimentos de aprendizagem, por
exemplo, a escola “desbasta” o currículo, volta atenção aos conceitos essenciais de cada área de conhecimento e o
trabalho acontece com base no planejamento geral da turma, mas respeitando
a condição individual do aluno.
“Montamos um material personalizado. O engajamento e compromisso
dos professores são fundamentais, mas
eles não trabalham sozinhos. Temos uma
equipe de profissionais de apoio que trabalham diretamente nos processos de
adaptação curricular, na montagem dos
materiais didáticos e instrumentos avaliativos”, detalha Adriane.
É um ir e vir contínuo
O foco da escola é olhar o aluno enquanto um ser integral. Doutoranda em
Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Adriane
comenta que, para o Ipiranga, a inclusão
Divulgação
inibir comportamentos negativos”,
comenta Adriane.
não é um fim a ser alcançado. “Não
se trata de um processo que termina
ao se obter êxito. É um ir e vir contínuo, no qual o sucesso não tem status de permanência”, destaca.
Apesar da vocação inclusiva, ela
diz que o Colégio não é especializado em atender pessoas com deficiências. A preocupação com o bem-estar dos alunos e o estabelecimento de
estratégias de prevenção ao bullying
ocorrem de maneira articulada ao
próprio PPP, voltado à formação
integral dos discentes, agregando
conhecimento e valores éticos, políticos e estéticos.
A convivência de alunos com e
sem deficiência no mesmo espaço
desenvolve-se de maneira natural,
como mais uma forma de educar
para o respeito às diferenças. O
ambiente, no entendimento da
instituição, não gera predisposição ao bullying. Para Adriane, isso
se deve à construção da cultura de
inclusão, a qual prega que a diferença faz parte do ser humano.
“A diferença nos constitui, mas
para que possamos vê-la de maneira positiva, precisamos educar
o nosso olhar. Acredito que o Ipi-
ranga tem isso como princípio e
marca de seu trabalho”, afirma.
Adriane afirma que tornar o
ambiente capaz de acolher a diversidade é uma responsabilidade da
escola, o que acaba indo ao encontro da ideia do Projeto de Lei do
senador Argello. Contudo, ressalta
que não é uma incumbência fácil
de lidar. “Costumamos dizer que
somos uma escola inclusiva porque
temos pré-disposição, planejamento e uma preocupação muito grande com isso”, enfatiza.
O trabalho voltado ao atendimento de alunos com necessidades
educacionais especiais, ainda que
não tenha uma relação direta com
a questão do bullying, configura-se
em um reforço à construção de um
ambiente escolar capaz de acolher
a diversidade e dá importante suporte às ações preventivas à violência no colégio.
A proposta do Ipiranga é tentar compreender os fatos sem recortá-los da realidade. “Não podemos isolar acontecimentos. Temos
de relacionar quais situações dentro da escola podem reforçar e/ou
Para Paulo Guerra Soares, professor e pesquisador do curso de
Psicologia da Universidade do Norte do Paraná (Unopar), o combate
ao bullying necessariamente passa
pelo entendimento da configuração
atual da sociedade. “O bullying deve
ser entendido e encarado como um
fenômeno social, algo macro. Não
pode ser utilizado como rótulo para
ações isoladas”, diz.
Na opinião dele, qualquer trabalho no sentido de inclusão social é importante e contribui no
combate a comportamentos ofensivos. “Tudo o que a escola puder
fazer em termos de valores éticos
é bem-vindo. É fundamental que
haja um trabalho conjunto entre
escola, pais e sociedade”, destaca.
Herança partilhada
Segundo Adriane, possuir uma
política de inclusão requer, antes
de tudo, a construção de uma cultura favorável. O desenvolvimento
da mentalidade inclusiva é considerado o diferencial do Ipiranga,
que investe permanentemente em
recursos humanos, estrutura, estudo e em outras frentes para atender
as crianças que demandam atendimento diferenciado.
A educadora estudou no colégio paraense durante o ensino fundamental, período em que aprendeu que a diferença faz parte do
ser humano. “Essa experiência foi
fundamental para a construção de
meus valores e de minha prática
como educadora”, finaliza.
SUPER ESCOLA 19
Campanha de matrículas
Shutterstock
Gestão/Marketing
Entrevista
como elas
podem fazer o
bolo crescer
A realização de uma campanha de matrículas bemestruturada e intermitente é salutar tanto para
captação quanto para fidelização de alunos. Escolas
parceiras do Sistema de Ensino contam com amplo
material e estratégias promocionais
20
Set/out/nov
t
odo ano, o Sistema de
Ensino Pueri Domus
disponibiliza para as escolas parceiras uma campanha
de matrículas completa. O material apresenta orientações importantes para retenção, fidelização e captação de novos alunos.
Contudo, para que o resultado
apareça, o conteúdo precisa ser
potencializado por meio de estratégias e ações bem-estruturadas.
Em contrapartida, segundo o
economista Claudio Gonçalves,
especialista em Propaganda, ainda há muito que se explorar no
Brasil no que concerne ao Marketing Educacional. A resistência pode estar relacionada à falta de conhecimento dos recursos
oferecidos. “Independentemente de tamanho, porte financeiro ou
A escola é uma
empresa que precisa
lucrar; inclusive, para
manter atualizada
a qualidade de seu
conteúdo
Claudio Gonçalves,
economista e especialista
em Propaganda
foco de negócio, toda instituição
tem seus valores e diferencial, que
é para onde precisa se direcionar
para sair da commodity”, afirma.
Para Gonçalves, a escola é
uma empresa que precisa lucrar;
inclusive, para manter atualizada a qualidade de seu
conteúdo e processos
metodológicos. “A
intenção não é ferir o produto, mas
Shutterstock
refletirá o que ela faz de melhor e
gerará os resultados almejados”,
orienta Berbel.
Dicas valiosas
Se a escola definir um conceito de
comunicação que revele seus diferenciais e valorize-os, os clientes
atuais irão se sentir mais seguros
da escolha que fizeram e os novos
clientes perceberão valor na proposta da escola. “O boca a boca
Segundo o especialista em
Administração Educacional, Marino Menossi Júnior, diretor-geral
do Grupo Acerplan, um dos componentes do marketing educacional é a qualidade percebida, que
diz respeito ao que o mercado divulga sobre a escola, como ela é
vista na microrregião em que atua.
“É o boca a boca. A imagem e os
resultados da instituição estão em
jogo nesta etapa”, comenta.
agregar valor a ele. Afinal, não
há homem de marketing que
queira ter em mãos um produto
ruim”, acrescenta.
Maurício Berbel, sócio-consultor da Alabama Consultoria
Educacional, concorda que muitas escolas não têm ampla consciência mercadológica. Para ele,
existem instituições que fazem um
bom trabalho pedagógico, mas
enfrentam dificuldades de planejar por falta de conhecimento e de
recursos. “Elas têm dificuldade de
coordenar a gestão de marketing
com as finanças e com o aspecto
pedagógico”, acrescenta.
A necessidade de comunicar-se
com todos os públicos é latente. O
Instituto Educacional SPE, parceiro do Pueri Domus, localizado em
Mairiporã, município vizinho a São
Paulo, aproveita o máximo possível
da campanha disponibilizada pelo
Pueri, complementando-a com
ações específicas, por ter um público diversificado, segundo Augusto
Paulo Barbosa da Cruz, assistente de
Direção da escola.
No Pueri Cantareira, como é
conhecida a instituição, as questões
financeiras representam o maior
entrave na hora de desenvolver a
campanha de matrículas. “Uma dificuldade é saber que tipo de material
produzir para atingir os resultados
esperados sem ter perdas de ordem
financeira”, revela Cruz.
A força da parceria
Marcos Gonçalves, gerente de
marketing e vendas do Sistema Pueri Domus, ressalta que o Sistema faz
SUPER ESCOLA 21
Gestão/Marketing
Entrevista
Campanha de matrículas
uma proposta de campanha de matrículas posicionando-se como se
fosse uma escola, tendo como meta
atingir o olhar da família. O Pueri
propõe essa ação porque sabe que a
escola sozinha teria um grande gasto de tempo e dinheiro para bancar
uma campanha dessa natureza.
Fotos: Shutterstock
“Depois de identificar as oportunidades e conceituar a campanha, é entregue a uma agência de
primeira linha o desafio de transformar o conceito em uma ação
ampla e completa que sirva objetivamente para a maioria das situações de comunicação das escolas parceiras. Sempre com a preocupação de exaltar os diferenciais, a
força da parceria e os principais re-
Outro ponto importante é orquestrar
cronogramas e orçamentos. Um planejamento adequado prevê
desde a cobertura dos principais eventos até a verba
para produzir e
veicular informações de
maneira adequada: impressos,
obras na fachada, treinamentos,
ambientação da escola, brindes,
entre outras peças de promoção.
Christian Rocha Coelho, diretor de
planejamento da Rabbit Partnership,
destaca que, no período de alta sazonalidade (de setembro a março), a
ação da propaganda tem como principal finalidade lembrar ao cliente
que existe uma boa opção de escola próxima a sua casa, buscando em
22
Set/out/nov
Devemos atingir os
prospects várias
vezes e de diversas
formas para que as
ações de propaganda
obtenham um efeito
de “start” eficiente
Christian Rocha Coelho,
diretor de planejamento
da Rabbit Partnership
sultados para quem se une a nós”,
explica Marcos.
Para os parceiros, ele afirma que
esse investimento permite seguramente a redução significativa de
custos com a comunicação (algo
em torno de R$ 40 mil), sem contar que a escola terá uma excelente comunicação, que, dificilmente,
poderia ter com recursos próprios,
salvo exceções.
Cabe ressaltar – conclui Marcos – que uma campanha integrada entre Sistema e escola permite
que todos se beneficiem da sinergia
já existente, permitindo ao colégio
posicionar-se no mercado com mais
assertividade e apropriação dos conceitos que já fazem parte de sua proposta educacional. “É muito melhor
sermos todos vistos de forma alinhada e coerente para que sejamos percebidos como uma grande rede que
entrega o que há de melhor para nossos pais e alunos”, finaliza.
suas lembranças o nome da instituição da qual ele já ouviu falar e que
pode ser justamente o que sua família procura.
“Em função do excesso de informações que bombardeiam nossos
órgãos sensoriais diariamente, devemos atingir os prospects várias
vezes e de diversas formas para
que as ações de propaganda obtenham um efeito de start eficiente.
Para tanto, a instituição deve preparar um planejamento de mídia para
fazer que o futuro cliente receba várias informações nos meses de alta
sazonalidade”, detalha Coelho.
Na opinião do diretor de planejamento da Rabbit Partnership, a eficácia de
uma mídia pode variar de acordo com
a localização da escola, o
público-alvo e a época do ano. Portanto, quanto mais
diversificada for a estratégia da campanha de matrículas, maior será o interesse gerado.
Relacionamento em rede
As redes sociais compõem outro
recurso importante na estratégia
de comunicação, segundo Menossi
Júnior. Afinal, os alunos estão presentes nelas, muitas vezes, falando
da escola. “É a melhor oportunidade para estar junto do cliente,
divulgar resultados e, claro,
saber o que pensam da
escola”, justifica.
Zoom
[email protected]
A 4ª edição da Olimpíada
Conhecimentos em
Ação vai premiar alunos
e escolas com um
tablet. A primeira fase
aconteceu no dia 20 de
agosto e consistiu em
prova com questões de
múltipla escolha. Já na
segunda fase, em 1º de
outubro, haverá questões
discursivas. O concurso
tem como objetivo
proporcionar uma forma
alternativa de avaliação
de todas as unidades.
Já os 2.580 inscritos
terão a oportunidade de
verificar conhecimentos.
Participam alunos do
quarto e do oitavo anos
do ensino fundamental e
estudantes da segunda
série do ensino médio.
Os resultados das fases
serão divulgados nos
dias 9 de setembro
e 18 de novembro,
respectivamente.
Fotos: Divulgação
Engajamento
com
premiação
“Bienvenidos”
abril e irá se repetir entre os dias 20 e 23
de outubro. O objetivo da experiência é
aproximar os professores das práticas
pedagógicas realizadas em solos
portenhos. Haverá estudo de diferentes
projetos, propostas de avaliação e ainda
intercâmbio interdisciplinar. Agende-se!
Trinta e sete pessoas, entre docentes,
coordenadores e mantenedores de
escolas ligadas ao Sistema de Ensino
Pueri Domus, participaram da Semana
de Intercâmbio de Estudos, realizada
no Colégio Aletheia, em Buenos Aires,
Argentina. O encontro aconteceu em
Logo programas esportivos.pdf 1 13/05/2011 13:47:03
Competição e ética reunidas
Integração e práticas esportivas marcaram a 8ª edição do
programa Vila Olímpica, realizada em maio, por meio de
uma parceria entre o Acampamento Nosso Recanto, em
Sapucaí Mirim (SP), e o Sistema de Ensino Pueri Domus.
Foram quatro dias de intensa programação que envolveu
gincanas, oficinas, entregas de troféus e medalhas,
incluindo o título de fair play, além de outras atividades de
lazer. Ao todo, participaram 205 alunos.
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Uma semana que deu química
O Colégio Jandyra, de Limeira,
realizou a VIII Semana de
Filosofia, em maio, seguindo o
tema do “Ano Internacional da
Química”. Participaram alunos
do ensino fundamental e do
ensino médio, além de pais e
visitantes. Ao todo, mais de 600
pessoas prestigiaram o evento.
“O objetivo é proporcionar uma
semana nos moldes acadêmicos
que estimule a reflexão”, disse o
professor coordenador do Colégio,
Amaury Lins de Melo Junior. Na
edição 2011 da Semana, houve
parceria com o curso de nutrição
da Universidade de Campinas
(Unicamp), que ministrou palestras
educativas, e os participantes
receberam certificados.
SUPER ESCOLA 23
Sandra Concon
Fotos: Divulgação
história do mantenedor
Artesã na
missão
de educar
Aos 20 anos, ela recebeu do pai
uma escola de educação infantil
e o legado de levar adiante
um processo de aprendizagem
calcado em valores éticos e em uma
metodologia diferenciada. Hoje,
Sandra orgulha-se por ter feito
do Colégio Carpe Diem referência
perante as comunidades de
Valinhos, no interior paulista
Envie a sugestão de sua história para o e-mail:
[email protected]
24
Set/out/nov
A
adolescência havia terminado. A vida
universitária fervilhava. Um universo de novos conceitos à disposição
e a vontade de fazer diferente permeavam os
pensamentos na sala de aula do curso de pedagogia. Foi quando seu pai notou certa vocação
natural e decidiu presenteá-la com uma escola de educação infantil, regalo bastante incomum para uma jovem da época, com apenas
20 anos de idade.
No entanto, o desafio estava aceito. Em
1983, a então estudante universitária Sandra
Concon tinha em suas mãos a Escola Guri
que, 13 anos depois, viria a se tornar o Colégio Carpe Diem, atual parceiro do Sistema de
Ensino Pueri Domus, na cidade de Valinhos,
interior de São Paulo.
“A escola que ganhei de presente cresceu significativamente e, em
1996, fundamos o Carpe Diem
para dar início às turmas de ensino
fundamental”, relembra Sandra. A
expressão que deu origem ao nome
do Colégio vem do latim e pode ser
traduzida como “viva intensamente
cada dia, aproveitando e colhendo o
que ele tem de melhor.”
E foi exatamente com essa filosofia de vida que Sandra deu
os primeiros passos na educação.
Tendo cursado Magistério, Pedagogia e Psicopedagogia, começou
a carreira como auxiliar. “Iniciei
em uma escola de educação infantil na qual permaneci por três
anos como assistente de classe, no
período em que cursava o magistério. Depois, por dois anos, fui
professora alfabetizadora em uma
escola do Sesi, antes de assumir
a direção da escola que recebi de
meu pai”, conta.
As experiências lhe ampliaram
visões administrativas e pedagógicas, além de contribuírem para a ratificação de valores muito difundidos nas instituições que administra.
“Na sociedade atual, nossas crianças
e jovens enfrentam várias situações
sobre as quais necessitam ter um
pensamento crítico e socialmente responsável. Buscamos encontrar, no planejamento contínuo de
nossos educadores, estratégias nas
quais o aluno saiba utilizar o diálogo com respeito como mediação de
seus conflitos para que, no futuro,
façam prevalecer o coletivo frente
ao individual”, enfatiza.
Localizado no bairro Nova Itália, o Carpe Diem chega aos 15
anos de existência com cerca de
380 alunos e 27 professores. “Os
principais valores que orientam as
nossas atividades fundamentam-se
em uma ação educativa vivida na cidadania, na ética, na solidariedade e
no compromisso social”, diz Sandra
que faz questão de ressaltar o comprometimento de toda a equipe de
colaboradores e docentes com suas
iniciativas, muito atuante em todo
o processo de aprendizagem com
vistas a uma educação que ela mesma batizou como “artesanal”.
“O professor e a coordenação
mediam sempre as ações pedagógicas e possibilitam um atendimento
personalizado de nossos estudantes.
Além disso, promovemos o envolvimento dos alunos em ações mais
amplas, inserindo a realidade das
comunidades em que eles habitam
dentro da escola também”, diz.
Tecendo outras redes
Diversas conquistas pessoais e
profissionais marcam a trajetória da
mantenedora. O reconhecimento da
comunidade local, que considera o
Colégio como referência em ensino
de qualidade e a própria construção
do prédio no qual está instalado o
Carpe Diem são motivos de orgulho.
Tanto que Sandra ampliou horizontes e, em 2004, também passou a
responder pela administração do Colégio Beneditino, antigo São Bento,
no município de Vinhedo, vizinho
de Valinhos e distante 75 quilômetros da capital. O Colégio, fundado
em 1998, no bairro Junco, é fruto de
uma parceria entre empresários da cidade e o Mosteiro São Bento.
Em função da sólida atuação por
parte da nova mantenedora, o Beneditino incorporou diretrizes administrativas e pedagógicas, já bemsucedidas no Carpe Diem, de modo
a atender às necessidades de pais e
alunos. A troca do nome ocorreu em
2010, lembra Sandra. “Ele foi alterado por questões contratuais, as quais
limitavam o uso da nomenclatura
São Bento. O Beneditino já possuía
esse registro, feito pela antiga man-
tenedora, o que acabou facilitando
essa transição”, explica.
Hoje, o Colégio Beneditino
conta com 332 alunos e 36 professores. “Orgulho-me de poder comemorar 25 anos de dedicação à formação íntegra do ser humano. A
parceria com o Sistema de Ensino
Pueri Domus é muito salutar porque
vai ao encontro da filosofia de nossos
colégios, os quais consideram como
elementos indispensáveis ao processo de aprendizagem o compartilhamento de ideias, a interação com o
próximo e a ocupação e usufruto de
espaços físicos em comum de modo
que todos se sintam responsáveis
pelo ambiente e pelo semelhante”,
conclui Sandra, mãe orgulhosa de
Admar Neto, 23 anos, e Matheus,
20 anos, ambos ex-alunos de suas
escolas, hoje estudantes de economia e medicina, respectivamente.
SUPER ESCOLA 25
Comportamento
O jovem e suas várias consciências
Geração digital
e engajada
P
olítica, economia e responsabilidade
social são assuntos cada vez mais frequentes no cotidiano do jovem brasileiro. Preocupada com o futuro do planeta
em que vive, a nova geração está cada vez
mais engajada em questões que dizem respeito ao bem-estar coletivo.
lizou um estudo para entender o novo olhar
da sociedade brasileira, buscando desvendar
tendências e identificar comportamentos
socioculturais dos jovens do País. Denominado Sonho Brasileiro, o projeto consiste em
uma ação de responsabilidade social, sem
viés de consumo ou fins lucrativos.
Se no século XX, a ordem econômica era o
desenvolvimento a qualquer custo, hoje em dia
as organizações que não têm responsabilidade
social e de cunho ambiental tendem a cair no
conceito dos chamados nativos digitais. É o reflexo da existência das redes de relacionamento, que ampliaram a voz do cidadão comum.
Foram realizadas 2,9 mil entrevistas, em
173 cidades de 23 estados. O público escolhido para participar é constituído por pessoas de 18 a 24 anos, das classes A, B, C, D
e E. Segundo a Box 1824, eles representam a
faixa etária mais influente na criação e disseminação de novas ideias. “Enquanto os
mais jovens aspiram ser como eles, os mais
velhos inspiram-se em seus valores e comportamentos”, destaca o pesquisador Gabriel Milanez, um dos envolvidos no estudo.
As redes tornaram a comunicação colaborativa. Graças ao boom das mídias sociais
qualquer assunto repercute com uma velocidade antes inimaginável, assim como as
opiniões referentes a ele. Isso acontece porque o jovem está plugado e tem uma infinidade de canais para expressar-se acerca de
assuntos da atualidade.
De olho neste fenômeno digital, recentemente a agência de pesquisa Box 1824 rea-
26
Set/out/nov
O mundo colaborativo apresentado pelas
mídias digitais é o impulso que faltava para
a sociedade ter consciência de que pode fazer
a diferença. Hoje, as pessoas sabem que suas
ações são capazes de interferir no meio em que
vivem. “Aproximadamente 92% dos jovens
acreditam que suas ações podem mudar a so-
Shutterstock
Pesquisa destaca que jovens estão
antenados a vários assuntos do cotidiano.
Segundo estudo, o individualismo dá espaço
ao coletivo e a cultura da colaboração é
impulsionada pelas redes de conexões
ciedade”, revela Milanez, que é formado em Sociologia pela Universidade Paris IV Sorbonne, na França.
“Eles têm promovido microrrevoluções silenciosas que transformam
o mundo de forma lenta, gradual e
positiva”, complementa.
Para justificar a realização do
estudo, a empresa aponta que, ao
mesmo tempo que se firma como
um importante ator mundial, o
Brasil, neste momento, encontra
sua primeira geração de jovens nascidos em um mundo hiperconectado. “O jovem de hoje vive em um
cenário com configurações diferentes. Ele está ressignificando várias
áreas da sociedade”, explica Milanez, referindo-se aos pilares profissão, trabalho, economia, política,
educação, família e religião.
Trabalho: carreira,
realização e relevância social
O jovem da geração atual, a
exemplo das anteriores, pensa em
boa remuneração e carreira. Só
que aspectos como realização pessoal e relevância social passaram
a ter grande peso na relação deste
público com a vida profissional.
Conforme o estudo da Box 1824,
90% dos jovens gostariam de ter
um trabalho que seja útil à sociedade de alguma forma.
Do ponto de vista da realização pessoal, Milanez revela que,
para ter qualidade de vida, boa
parte deles prefere receber um salário menor, se necessário. “Um
dos entrevistados falou que o dinheiro é importante, mas como
ganhá-lo também é. Para ele, a
pessoa deve trabalhar com o que
SUPER ESCOLA 27
Comportamento
Anseios
coletivos
do jovem
brasileiro
31%
Menos violência
e corrupção
28%
Mais educação,
empregos e
igualdade social
8%
Fim da miséria
6%
Desenvolvimento
do País
6%
Melhorias na saúde
Fonte: Sonho
Brasileiro, estudo realizado pela
Box 1824
28
Set/out/nov
O jovem e suas várias consciências
gosta e enxergar um sentido no
trabalho. Isso é realização pessoal”, comenta.
Economia: dinheiro
humanizado
Para 91% dos participantes da pesquisa, as pessoas
consomem mais do que precisam.
Conscientes, os jovens defendem
que o dinheiro deve circular e
que a mentalidade do acúmulo é
um dos principais vilões sociais.
Segundo o pesquisador da Box
1824, ainda que seja um número
tímido, 6% dos entrevistados preferem gastar o próprio dinheiro
para ajudar ao próximo, ao invés
de guardar. “É uma amostra que
a geração atual pensa de maneira
diferente”, avalia Milanez.
Política: engajados,
mas apartidários
O jovem acompanha
o noticiário de política e tem opinião própria sobre os assuntos
pertinentes a ela. Contudo, 59%
dos entrevistados não têm preferência por algum partido político.
Eles não se sentem tão representados pelo sistema político institucional e entendem que a maior
parte dos atores no poder deixou
de zelar pelo bem comum para
atender a interesses individuais.
Segundo o pesquisador, que é
graduado em Comunicação Social e Ciências Sociais pela USP, o
jovem não tem medo de falar sobre política e entende que ela faz
parte de várias esferas de seu cotidiano – consumo, internet, trabalho etc. Nesse sentido, o mundo
digital representa uma área importante para ampliação de dis-
Perspectivas para
o Brasil
elementos de diferentes igrejas para
construir as próprias crenças.
Dos entrevistados pelo estudo
Sonho Brasileiro,
76% acreditam
que o País está
mudando para
melhor e 87%
entendem que
ele é importante no cenário
mundial
Educação: conhecimento compartilhado
Colaboração é uma
das palavras de ordem para o
jovem brasileiro e traduz a proposta das redes sociais, que é
difundir e compartilhar o saber. Para ele, não faz sentido o
conhecimento ficar estagnado
e sob domínio de poucas pessoas. Milanez ressalta que, na
visão do jovem, o conhecimento compartilhado tem um
poder transformador.
cussões e realização de ações políticas. O ambiente on-line permite
que o jovem aja, ao invés de esperar que façam algo por ele ou
pela sociedade.
Família: constituir
ou não, é uma questão de opção
Práticas muito comuns e quase que obrigatórias para as gerações anteriores, casar e constituir
família não são tabus para os jovens brasileiros. Para 74% deles,
formar uma família é uma escolha
pessoal. Hoje em dia, trabalho e
viagens são encarados como prioridade para muitos.
Religião: busca pela
espiritualidade
Independentemente de
religiões, a maior parte dos entrevistados tem suas crenças e é livre de
preconceito: 77% dos participantes
da pesquisa da Box 1824 sentemse livres para experimentar diversas
religiões. Eles são tão desprendidos
de rótulos que alguns misturam
Para 81% dos entrevistados, as tradições populares são
tão importantes quanto as escolas na difusão de conhecimento.
Além disso, 84% sentem falta de
fontes de conhecimento alternativas, além das escolas. “Esse é
um ponto interessante. Talvez
os colégios possam se apegar a
esse número e desenvolver ações
e atividades que complementem
a educação e atendam aos anseios
dos jovens engajados e digitais”,
opina o pesquisador.
Por estar redesenhando a sociedade, o comportamento do jovem influencia diretamente aspectos ligados, até mesmo, ao
funcionamento operacional das
escolas. “Para ele, o conhecimento está em todos os lugares. Por
conta disso, os educadores precisam se adaptar de alguma forma. Atividades fora das dependências do colégio ou no próprio
ambiente on-line podem ser positivas, por promover maior integração”, finaliza.
indicação de leitura
Especial Paulo Freire
Para quem busca atualização sobre a obra de Paulo Freire, a reportagem pesquisou algumas opções
recentes no mercado editorial. A história do educador, sua filosofia pedagógica e a aplicação de seus
ensinamentos na gestão de escolas são temas abordados nas publicações. Boa leitura!
Paulo Freire The Man from Recife
Ano: 2011 - 1a edição
Autor: James D. Kirylo
Editora: Peter Lang Pub
Número de páginas: 400
Preço: R$ 55,00
O desdobramento da
filosofia de Paulo Freire,
singularidade e a lente
através da qual ele via o
mundo começou em uma
idade jovem em sua cidade
natal, Recife. Notavelmente
fundamentado na
sabedoria da humildade,
mas dotado de uma
força determinada,
profundo conhecimento
e inteligência perceptiva,
Freire não só acredita
no espírito humano, na
bondade e na promoção
de um mundo mais
esperançoso, mas foi
também profundamente
empenhado, desafiador
de estruturas políticas,
educacionais e religiosas
que perpetuam o status
quo. O livro narra a vida e o
pensamento de um homem
notável, que apareceu
em um ponto crítico na
história, cuja coragem e a
voz profética de consciência
permanecem.
Pedagogia da Autonomia
Ano: 2011 - 43ª edição
Autor: Paulo Freire
Editora: Paz e Terra
Número de Páginas: 144
Preço: R$ 14,90
Educação como Prática
da Liberdade
Ano: 2011 – 34ª edição
Autor: Paulo Freire
Editora: Paz e Terra
Número de Páginas: 192
Preço: R$ 29,90
Escrita quando o autor se
encontrava no exílio, a obra
reflete a maturação e a
autocrítica, sendo o primeiro
texto a trazer à tona suas
experiências pedagógicas. Paulo
Freire não deixa dúvidas quanto à
concepção de educação: defende
ardorosamente a pedagogia
conscientizadora como força de
mudança e libertação.
Na obra, de 1996, Paulo
Freire apresenta uma
reflexão sobre a relação entre
educadores e educandos e
elabora propostas de práticas
pedagógicas, orientadas por
uma ética universal, que
desenvolvem a autonomia.
Criando os fundamentos para a
implementação e consolidação
desse diálogo políticopedagógico e sintetizando
questões fundamentais para
a formação dos educadores e
para uma prática educativoprogressiva, Paulo Freire
estabelece neste livro novas
relações e condições para a
tarefa da educação.
Paulo Freire e a
Administração Escolar A busca de um sentido
Ano: 2008 - 1ª edição
Autor: Marcia Regina Canhoto
de Lima
Editora: Liber Livro
Número de Páginas: 148
Preço: R$ 25,00
Dentro de concepção freiriana
da administração escolar,
todos os sujeitos da escola e da
comunidade são reconhecidos
e valorizados como sujeitos do
planejamento, da execução e
da avaliação, em um processo
coletivo e democrático de
gestão escolar.
SUPER ESCOLA 29
opinião
Daniela de Rogatis
Divulgação
A flexibilização
do ensino
médio
C
Daniela de
Rogatis é educadora,
pesquisadora e
consultora na área de
Educação e Família,
com ênfase em Family
Room e Planejamento
Educacional. É
também fundadora
da Companhia de
Educação, uma empresa
que presta serviços de
consultoria e “design”
de aprendizagem a
famílias que desejam
apoio na condução do
processo formativo de
seus filhos. Participa de
projetos internacionais
do 21th Century Skills
for Child Education, de
iniciativas de educação
individualizada e
tutoriais do All Kinds
of Minds Institute e
de eventos e cursos
do Project Zero, da
Universidade de
Harvard, entre outros, e,
atualmente, certifica-se
em Biologia
Cultural pela Escuela
Matriztica, no Chile
30
Set/out/nov
onversando com pais de jovens
matriculados no ensino médio,
são muitos os que relatam tédio
e desinteresse de seus filhos em relação à escola. São famílias que deixam
entrever um enorme desconforto pelo
fato de a educação estar cada vez mais
voltada ao sucesso no vestibular e não
à construção de uma bagagem cultural
sólida e particular.
Nesse sentido, a ideia de revisar a
relevância dos conteúdos escolares e a
busca dos educadores em dar-lhes sentido – ajudando o aluno a aplicar na
vida aquilo que aprende em sala de aula
– surge como oportunidade de solução
para essa problemática que assola sistematicamente a maioria das famílias ao
longo das últimas décadas.
Ressignificar o currículo para
instigar a curiosidade e a vontade
de conhecer do aluno é o grande valor da proposta do Conselho Nacional de Educação.
No entanto, há um limite mínimo
de conhecimentos sobre o universo,
sistemas complexos, sociedade, matemática, tecnologia, cuja ausência reduz a capacidade de refletir, ponderar,
pensar, agir e criar dos jovens, dentro
e fora da escola. São temas de que não
podemos prescindir, sendo nosso dever garantir que nossos filhos tenham
acesso a eles e possam, dessa forma,
constituir uma base fértil de entendimento sobre o mundo.
É na construção desse repertório
intelectual e dessa bagagem cultural
adequada que está a maior parte dos
anseios das famílias brasileiras e também os debates referentes à flexibilização curricular e à autonomia das instituições de ensino nessas definições.
O ensino médio nasceu com a função de ampliar a cultura geral e transmitir conteúdos valiosos a todos os alunos em sua diversidade de interesses.
Não podemos prever, é verdade, os desafios que uma pessoa terá pela frente
nem os conhecimentos específicos de
que precisará no futuro. Mas sabemos,
sim, os universais – aqueles que compõem o patrimônio intelectual da humanidade. Ao mantermos esse equilíbrio entre o todo e a parte, estaremos
no caminho certo.
Como diz o psicólogo Yves de La
Taille, em Formação Ética, “a escola
ajuda a criança a adquirir uma bagagem, e esta bagagem é a memória da
nossa humanidade”. Se a flexibilização
levar em conta, portanto, o cuidado e
o respeito com a abrangência cultural
e com o propósito do ensino médio,
terá cumprido seu papel no desenvolvimento educacional de nosso país.
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32
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