uma vez - Monica Donetto Guedes

Transcrição

uma vez - Monica Donetto Guedes
amor (ou quase isso)
A SEGUNDA VEZ
É AINDA MELHOR
Mulheres que resolveram
apostar em um boy do passado
e ganharam uma grande
história de amor!
Mais
uma vez
Vale a pena
(mesmo!)
investir?
amor
rolou um quentinho no
coração só de pensar em ter
aquele cara do colégio de
volta na sua vida? Veja se é o
caso de embarcar nesse
relacionamento estilo
#DeVoltaParaoFuturo
Se jogue sem medo se...
➼...vocês têm mais assunto
em comum além daquele papo
nostálgico das piadas do
antigo professor de geografia.
➼...a ideia for começar uma
nova história, e não consertar
erros do passado. Aliás, só
invista se a relação lá atrás
foi bem resolvida.
➼...rola uma atração física
realmente forte — muito
além daquela de só querer
dar uns beijinhos no recreio.
“Faltam novos homens interessantes
e disponíveis por aí.” Vai dizer que
essa queixa nunca surgiu na mesa de
bar com as amigas?! Mas quem falou
que eles precisam ser realmente
“novos”? Às vezes (atenção, a
gente disse às vezes), vale a pena
recuperar um cara do passado e
reescrever uma história com alguém
que passou batido lááá atrás — mas
pode ter muito futuro ao seu lado!
Melhor desistir
quando...
➼...sabe que está usando um
Bárbara dos Anjos Lima
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no fundo do seu armário — ops, histórico — que merece uma segunda
chance? Alerta tendência amorosa!
COSMOPOLITAN Brasil apresenta
uma nova possibilidade de interesse
romântico pra você: o “boy pochete”
— porque existe algo que todo mundo
aprende trabalhando em revista feminina: a moda é cíclica. Pochete, ombreiras, papetes... Várias peças que até
pouco tempo eram consideradas bregas de repente estão de volta aos edi-
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toriais de moda e aos #LooksDoDia das
blogueiras mais fashionistas. E se a
gente resolvesse ampliar esse conceito
para outras áreas da nossa vida? Esse
é o boy pochete: um cara do passado
que você pode trazer de volta à moda.
#TBT
Toda quinta-feira, a hashtag #TBT, ou
#ThrowBackThursday (algo como
“quinta-feira do passado”), bomba nas
foto Chris Clinton
E
xistem fases na vida em que até
a solteira mais otimista se vê
cansada de todos os homens ao
seu redor. Os pretendentes mais próximos parecem desinteressantes e
você olha para os lados e se pergunta:
onde afinal o mundo escondeu todos
os caras legais? Antes de criar um
alerta “boy magia” no Google Maps,
que tal dar uma olhada na sua própria
história? Faça aquela pesquisa mental: não há um ser humano escondido
redes sociais. É o dia de resgatar uma
foto antiga e postar de novo. Mesmo
que você não faça o tipo nostálgica,
deve admitir: tem algo legal em relembrar bons momentos. Quando se trata de relacionamentos amorosos, a
premissa pode ser a mesma. Se aquele gatinho lá do colégio reaparece na
sua vida, pode rolar a oportunidade
de reinventar esse date. “É preciso
considerar que ao trazer alguém do
passado também estamos reencon-
cara que tem um carinho por
você só para curar uma
carência.
➼...percebe que o boy não
amadureceu e continua o
mesmo moleque que era
no 7º ano. Tem que ter
limite de horas pra jogar
videogame, vai.
➼...prefere ficar com ele não
por atração ou por frio na
barriga, mas por medo de sair
da sua zona de conforto com
um completo desconhecido.
HORA DA VIRADA
Gentil, educado,
engraçado. Todos os dias,
depois da aula, Léo me acompanhava,
com uma amiga, até em casa. Éramos
daqueles adolescentes que fazem tudo
junto, sabe? Sempre gostei muito dele,
mas como amigo. Nos afastamos
quando comecei a namorar. Cinco anos
depois, no Réveillon de 2009, quando
eu já estava solteira, um amigo daquela
época organizou um churrasco. Fiquei
com receio de ir, porque sabia que as
pessoas tinham se chateado com o meu
sumiço. Mas adorei reencontrar todo
mundo, inclusive o Léo. Foi como se
os anos não tivessem passado: ele
continuava aquele menino doce, agora
com cara de homem! Só que eu estava
na vibe de solteira e não ficamos. Outro
dia, no terraço da casa do tal amigo, ele
se declarou. Nos beijamos pela primeira
vez. Já são seis anos juntos, três deles
casados.” Tatiana Toyoshima, 31 anos,
analista judiciária, São Paulo (SP)
MAIS QUE BONS AMIGOS
Acho que foi por meu
namorado reclamar tanto
de ciúme do Iraê, um colega dos tempos
de colégio que reencontrei na época da
faculdade, que comecei a reparar nele
de outra forma. Éramos muito diferentes
— eu só escutava música pop e ia pra
balada, e o Iraê tinha banda de rock —,
mas, com o fim do meu relacionamento,
nos aproximamos e passamos a sair
sozinhos, só para papear. Virávamos
noites conversando. Descobrimos então
que, na essência, éramos muito iguais:
dois aquarianos que enxergavam o
mundo da mesma maneira. Em 2002,
começamos a namorar e foi a melhor
escolha que eu fiz na minha vida.
Aconteceu na hora certa. Eu me casei
há três anos com um cara que, acima
de tudo, é o meu melhor amigo.”
Renata Barcelos Fernandes, 33 anos,
empresária, São Caetano do Sul (SP)
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amor (ou quase isso)
IDAS E VINDAS DO AMOR
Balancei quando
reencontrei o Rodrigo na
trando parte da nossa história editada.
O que pode ser favorável para a relação: além dos afetos que marcaram a
experiência, há o encantamento pelo
novo. Algo sempre se repete nos encontros, mas nada acontece da mesma
forma, pois oferece a possibilidade de
frequentar lugares ainda não conhecidos”, diz a psicanalista Monica Donetto, do Rio de Janeiro. É como se
com esse cara do passado você dividisse o melhor dos dois mundos: o lado
confortável e seguro de ter uma história
em comum e também a excitação da
novidade, da emoção.
NAFTALINA VENCIDA
Com o passar dos anos, as pessoas
mudam, amadurecem. Então na hora
de buscar quem será seu boy pochete
não vale pegar uma agenda antiga e
ligar para qualquer cara por quem foi
apaixonada aos 16 anos. “Com o passar dos anos e com o amadurecimento individual, é importante entender
que colocar um cara do passado na
nossa vida só vai valer a pena se pudermos reescrever uma história mais
criativa”, afirma a psicóloga especialista em sexualidade Juliana Bonetti
Simão, de São Paulo. É, a ideia não é
viver um reencontro tipo filme da
sessão da tarde, em que o cara mais
popular do colégio finalmente percebe
que aquela nerd apaixonada por ele
(que pode ser você) virou uma mulher
incrível e só basta isso para seguirem
uma história feliz do mesmo ponto
onde ela parou: dez, 15 anos atrás.
Não é para reviver uma história
antiga como se o tempo não tivesse
corrido. Pelo contrário, a relação vai
valer a pena quando o casal perceber
que os anos passaram, os dois amadureceram, mas mantiveram ou até criaram novos gostos em comum. Por isso
é importante reforçar: só compensa
investir nesse boy pochete quando a
relação de vocês foi bem resolvida lá
atrás e terminou numa boa, sem mágoas. “Muitas vezes percebemos que
o que se busca no reencontro é a pos-
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formatura de um amigo em comum.
Fazia cinco anos que a gente não se
via, desde o final do Ensino Médio,
quando até chegamos a nos envolver,
mas, com a ida para a faculdade, não
levamos a relação adiante. O balde
de água fria foi saber que ele estava
indo passar um ano em Londres.
Preferi, de novo, cortar contato. Só
que eu também não conseguia ficar
firme com ninguém por muito tempo
— inconscientemente, eu acho que
pensava nele. Quando Rodrigo voltou
de viagem, nos esbarramos em outro
evento. Desta vez, parecia que
estávamos na mesma fase, no timing
certo. Nunca mais nos largamos.
Hoje estamos casados.”Adriana
Maraccini, 29 anos, administradora
de empresas, Taubaté (SP)
O MUNDO DÁ VOLTAS
Aquele não é o
Daniel que estudou
com a gente? Está com cara
de homem, né? Confesso que
comentei isso quando vi no bar o
menino do colégio, que só conhecia
de nome, dois anos depois que nos
formamos. Me interessei, mas
passou... Nos reencontramos seis
anos depois, em 2010, quando uma
amigona minha começou a sair com
um amigo dele. Assim que nos
vimos, já rolou um clima. Passamos
a noite conversando sobre a época
do colégio, porque era nosso único
assunto em comum. Ele me
adicionou no Messenger e nos
falávamos todo dia. Não vou mentir,
eu já estava súper na intenção de
ficar com ele. Não demorou muito,
aconteceu. Desde então, estamos
felizes da vida. É muito louco pensar
que ele já tinha entrado no meu
caminho anos atrás, mas tudo
rolou na hora certa. Quanto mais
penso na nossa história, mais
concordo com a frase ‘Das
habilidades que o mundo sabe,
esta ainda é a que faz melhor: dar
voltas’.” Marina Oliveira, 30 anos,
jornalista, Santo André (SP)
Colaborou Marina Oliveira
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sibilidade de ressignificar uma história mal contada. Também escutamos
que esses reencontros estão recheados de saudosismos de uma época
onde tudo era bonito, alegre, descontraído, apaixonante... Na verdade, a
experiência seria apenas um recurso
para apaziguar as angústias da fase
atual da vida”, diz Monica Donetto.
Calma lá, amiga! Não é para apelar
para o passado e ficar presa na máquina do tempo. O negócio é construir
um futuro juntos também. Um bom
alerta para ver se a relação está no
caminho certo é observar se os erros
ou brigas atuais são uma repetição do
que já foi vivido antes. Se a resposta
for positiva, melhor desencanar.
Ao esbarrar em alguém do passado,
o importante mesmo é perceber que
existe uma chance para um novo encontro. Na maioria das vezes, o clima
de “vale a pena ver de novo” pode ser
uma grande oportunidade de construir uma nova história — ainda mais
legal. Separados, vocês já fizeram
algum tipo de autoanálise e, possivelmente, estão em um momento mais
evoluído da vida. “Se houver amizade,
cumplicidade, parceria, afinidades, já
temos indicativos positivos. Outro
ponto fundamental é a atração física
e sexual. O sexo precisa ser explosivo
e intenso, mas essa energia deve também existir no relacionamento”, diz
Juliana. Tipo uma foto de #TBT dos
anos 90, que você posta no Instagram
e até se imagina usando aquele look
se a tendência fashion permitir de
novo (o jeans bag e os suspensórios
voltaram, gente!).
Hoje dá até para usar uma roupa
parecida, mas cheia de informações
de moda que você lê na COSMO. A
gente sabe montar um look mais apropriado para nosso tipo de corpo ou
com um corte atualizado, por exemplo. Com o boy pochete é a mesma
coisa. Vale analisar quanto esse cara
faz você se sentir bem agora. Se rolar
o match, mesmo tanto tempo depois,
por que não experimentar? ★