ao enfrentar bancos, Dilma encampa bandeira das centrais
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ao enfrentar bancos, Dilma encampa bandeira das centrais
TRIBUNA SINDICAL FILIADO À FSM Uma publicação da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil Nº 35 - ANO III - MAIO DE 2012 DESENVOLVIMENTO Ao enfrentar bancos, Dilma encampa bandeira das centrais O mês de abril terminou com um discurso enfático da presidenta Dilma Rousseff, em cadeia nacional de rádio e TV. Sem meias palavras, ela encampou uma das bandeiras mais defendidas pela CTB e as demais centrais, ao exigir do mercado financeiro uma nova postura, compatível ao projeto necessário para que o Brasil possa se desenvolver. A Agenda da Conclat, em 2010, já demonstrava a necessidade de uma política ousada em relação às benesses usufruídas pelos bancos do país. Em 2012, com o advento da desindustrialização, parte do empresariado se somou às centrais no movimento Grito de Alerta, exigindo mudanças na política macroeconômica e incentivos à produção. “Ficamos satisfeitos com a postura de Dilma. Fizemos duras críticas ao governo nos últimos meses, mas estaremos ao seu lado sempre que os interesses da classe trabalhadora forem atendidos”, afirmou o presidente da CTB, Wagner Gomes. Leia mais na PÁGINA 4. VEJA COMO FORAM AS FESTAS DE 1º DE MAIO POR TODO O BRASIL | PáGinaS 2 e 3 w w w.c t b.o rg.b r Notas rápidas Rondônia CTB, FS e UGT reuniram mais de mil sindicalistas em Porto Velho. Na Festa do Trabalhador, que contou com uma animada feijoada, lideranças sindicais de diversas categorias se pronunciaram para protestar contra a política econômica do governo e repudiar a corrupção no estado. Francisco Pantera, presidente da CTB-RO destacou o sucesso do evento, “o primeiro do gênero, que serviu para unificar três centrais sindicais em pontos comuns”. Sergipe Os trabalhadores do campo e da cidade se reuniram na praça principal do conjunto Sol Nascente, bairro de Jabotiana, para participar do ato promovido pela CTB-SE e pelo Sindicato dos Bancários. Durante o evento, o presidente da CTB-SE, Edival Góes, lembrou que o Brasil vive um momento de otimismo, mas os trabalhadores precisam participar do debate sobre o futuro do país. “O governo federal precisa rever sua política macroeconômica para que o Brasil possa continuar crescendo, gerando emprego e renda para a classe trabalhadora”, acredita. Dia do Trabalhador Atos, mobilizações e reiv No Dia Internacional do Trabalhador, a CTB, em parceria com as centrais sindicais, proporcionou aos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros um dia de muita conscientização e diversão. Além do ato nacional, em São Paulo, diversos estados brasileiros realizaram manifestações e atividades, para mais uma vez reforçar as bandeiras da classe trabalhadora que incluem a defesa da redução da jornada sem redução de salários; educação e qualificação profissional; valorização do serviço público e do servidor público; valorização do salário mínimo; redução da taxa de juros; fim do fator previdenciário e valorização das aposentadorias; igualdade entre homens e mulheres e o trabalho decente. Confira como foram os atos por todo o país SÃO PAULO Cerca de um milhão de pessoas se reuniram na Praça Campo de Bagatelle, para assistir ao grande ato unificado de 1º de Maio promovido pela CTB, CGTB, Força, NCST e UGT. “Desenvolvimen- to com menos juros, mais salários e empregos”, foi o tema do evento deste ano, que além de oferecer entretenimento ao trabalhador, trouxe à discussão os problemas enfrentados pela classe trabalhadora, como a desindustrialização, a política econômica e a valorização do trabalhador. “O 1º de Maio vai muito além de uma simples comemoração, é um dia para reforçar as pautas que permeiam a Agenda da Classe Trabalhadora”, lembrou o presidente da CTB, Wagner Gomes. RIO GRANDE DO SUL Em Caxias do Sul, cerca de 30 mil pessoas participaram do Ato Show organizado pela CTB-RS e sindicatos filiados. Para Guiomar Vidor, presidente da Fecosul (Federação dos Comerciários) e da CTB-RS, a participação dos trabalhadores demonstra que a CTB e as demais entidades sindicais estão recuperando a credibilidade diante do trabalhador. Já em Canoas o evento reuniu cerca de 50 mil pessoas no Parque Eduardo Gomes. A atividade foi realizada pela CTB, UGT, FS e CUT, e sindicatos filiados. Em São Paulo, um milhão de pessoas acompanha RIO DE JANEIRO A CTB, Força, NCST e UGT promoveram um grande ato no sambódromo, com diversas atrações. Os discursos polí- www.ctb.org.br tribuna sindical Fecosul 2 No Ceará, destaque para o Sindiágua Gaúchos se mobilizam por todo o estado Tribuna Sindical é uma publicação da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. Av. Liberdade, 113, Liberdade, CEP 01503-000, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3106.0700. Site: www.ctb.org.br. Endereço eletrônico: imprensa@ portalctb.org.br. Presidente: Wagner Gomes. Secretário de Imprensa e Comunicação: Eduardo Navarro. Equipe: Cinthia Ribas, Fernando Damasceno, Láldert Castello Branco e Paula Farias. Projeto gráfico e diagramação: Márcio Lima. Impressão e acabamento: LWC Gráfica. indicações marcam o 1º de Maio Joca Duarte trabalho. De que adianta sermos a sexta economia mundial se temos um dos maiores índices de desigualdade?”, questionou o dirigente. MINAS GERAIS Mais de 15 mil pessoas prestigiaram a “Festa do Trabalhador”, realizada pela primeira vez em Betim, patrocinada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, com o apoio da CTB-MG e do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais. Em seu discurso, o presidente da CTB Minas, Gilson Reis, cobrou dos bancos privados uma redução maior da taxa de juros e reafirmou o compromisso da CTB em favor de um país mais justo, que seja capaz de se desenvolver a partir da valorização do trabalho e da distribuição de renda. Baianos relembraram importância da Agenda da Conclat www.ctb.org.br Manoel Porto ticos reforçaram a defesa pelo fim do fator previdenciário, igualdade de direitos entre homens e mulheres no mercado de trabalho, entre outras bandeiras. Apesar da chuva forte que caiu na cidade, passaram pelo evento mais de 50 mil pessoas. “Esse ato demonstrou que com unidade somos capazes de realizar em grandes mobilizações em defesa dos interesses dos trabalhadores”, disse o presidente da CTB-RJ, Maurício Ramos. BAHIA Os trabalhadores se reuniram na Praça Castro Alves, em Salvador, para prestigiar o 1º de Maio Unificado, promovido pela CTB, FS e NCST. Para o presidente da CTB-BA, Adilson Araújo, as centrais perceberam a necessidade de unificar as lutas. “A plataforma da Conclat dá norte ao rumo que o país deve tomar, sobretudo, no que diz respeito a um projeto de desenvolvimento centrado na valorização do CEARÁ A CTB realizou, em parceria com sindicatos e entidades dos movimentos sociais, uma caminhada pelas ruas do centro de Fortaleza. A concentração aconteceu na Praça do Carmo. De lá os trabalhadores se dirigiram até a Praça do Ferreira, onde ocorreu ato político, seguido da apresentação de artistas populares. Em sua fala, Jadson Sarto, presidente da CTB-CE e do Sindiagua, destacou a importância da união dos sindicatos para avançar nas conquistas dos trabalhadores. tribuna sindical aram o ato das centrais PARÁ O dia do trabalhador foi marcado por manifestações pacíficas, em Belém. Dezenas de sindicatos se reuniram para discutir as conquistas e as reivindicações da categoria, em um ato público promovido pela CTB, FS, CUT e NCST, na Praça da República, centro da cidade. “Este 1º de Maio Unificado teve como objetivo demonstrar a união das entidades na luta por melhores salários, mais emprego e desenvolvimento econômico e social do país”, disse Marcão Fonteles, presidente da CTB Pará. 3 DILMA E OS BANCOS Governo precisa privilegiar a renda da classe trabalhadora www.ctb.org.br tribuna sindical Juros menores, enfrentamento aos bancos e incentivos à produção. Depois de 16 meses de mandato, parece que finalmente o governo de Dilma Rousseff começou a ouvir a classe trabalhadora e os movimentos sociais, que há tempos martelam nessas teclas, em defesa de um projeto nacional de desenvolvimento, que tenha como principal característica a valorização da renda daqueles que põem o Brasil para funcionar. “Ainda é cedo para qualquer tipo de comemoração. As mudanças que defendemos para a área macroeconômica são muito mais ousadas. Mas o discurso de Dilma na véspera do 1º de Maio nos deu a impressão de que estamos começando a ser ouvidos”, afirmou o presidente da CTB, Wagner Gomes. Ao longo do mês de abril, Dilma já havia tocado na questão do chamado “spread” bancário, classificando-o como um entrave para o crescimento do país. Falou também que não deixará a indústria nacional ser sucateada. Em seguida, por meio da Caixa e do Banco do Brasil, forçou os bancos privados a diminuírem os juros cobrados da população. Pouco a pouco, o governo demonstrava que a pauta do Grito de Alerta não passara despercebida. Não é para menos. A união de setores tradicionalmente conflitantes, como centrais sindicais e empresariado, foi o sinal definitivo para que o governo resolvesse agir, antes que o estrago – já considerável – se tornasse ainda maior para e economia nacional. 4 Iniciativa da CTB Desde as discussões iniciais da segunda Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), realizada em 2010, antes da eleição de Dilma, os dirigentes da CTB já defendiam, junto às demais centrais, a necessi- Agência Brasil Dilma conhece o posicionamento das centrais desde antes de ser eleita dade de construir um documento que tivesse como principal bandeira a construção de um projeto nacional de desenvolvimento, a partir da valorização do trabalho, da geração de empregos e do aumento da renda da classe trabalhadora. A Agenda da Conclat passou a reunir os elementos considerados fundamentais pela classe trabalhadora para que o Brasil possa se desenvolver. “Mais uma vez, a CTB e as demais centrais mostraram que a classe trabalhadora pode atuar como protagonista dos rumos políticos do país”, sustenta Wagner Gomes. “Nosso diálogo pode se aprofundar muito mais. Sabemos que do outro lado o governo encontrará forças poderosas, acostumadas a viver do rentismo e da especulação, mas é importante que a presidenta saiba que a população vai apoiá-la se as devidas medidas forem tomadas”, finalizou.