Anais • VIII FAVE • volume 1

Transcrição

Anais • VIII FAVE • volume 1
VIII Semana Acadêmica dos cursos de Graduação
VI Semana de Iniciação Científica
VI Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura
VI Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do
Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI)
III Feira de Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira
VOLUME 1
2015
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
APRESENTAÇÃO
É com grande orgulho que, entre os dias 21 a 25 de setembro de 2015, a
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX, através da comissão organizadora, realizou o VIII
FAVE (Fórum Acadêmico) da Faculdade Vértice – Univértix, que inclui a VIII Semana
Acadêmica dos cursos de Graduação, VI Semana de Iniciação Científica, VI Feira de
Negócios,Integração Social, Humor e Cultura, VI Encontro de Produtores Rurais de
Matipó e Região do Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI) e III Feira de
Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira.
O evento teve como objetivos: (1) promover intercâmbio entre acadêmicos e
professores da Univértix e de outras instituições; (2) valorizar a produção do
conhecimento científico; (3) divulgar as produções científicas dos diversos cursos de
graduação da Univértix e (4) integrar-se à sociedade, valorizando o comércio, a cultura
e as demais manifestações artísticas e culturais do município e região.
Ao longo dos dias de evento, mais de 40 profissionais de renome de várias
instituições de Minas Gerais e de outros estados do Brasil ministraram palestras e
cursos. Mais de 200 trabalhos científicos foram recebidos pelo comitê e apresentados
no evento em forma de comunicação oral e pôster. Recebemos também, no evento,
professores e acadêmicos de outras instituições.
Além disso, o VIII FAVE é um evento que contou com a participação da
sociedade, principalmente através de produtores rurais. Isso se deve ao fato de a
Instituição acreditar que o cumprimento de sua especificidade apenas se concretizará
se ela caminhar ao lado da sociedade.
Engajada em seu compromisso de oferecer ensino de qualidade, a Univértix,
almejou com o VIII FAVE, marcar sua história de produção científica, já que
entendemos que a pesquisa é interface do ensino.
Diante do exposto, reiteramos que com o VIII FAVE esperamos contribuir para
a sensibilização quanto à necessidade das habilidades de pesquisa como instrumento
para o desenvolvimento profissional permanente.
Considerando o número de trabalhos recebidos pelo evento, optamos por
dividir o anais em dois volumes. Assim, o volume 1 integra os trabalhos do GT (Grupo
de Trabalhos) 2 ao GT 4 e o volume 2 inclui os do GT 5 ao GT 8.
M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento - Coordenadora Geral do VIII FAVE
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
A PALAVRA DO DIRETOR
É com grande honra que recebi a incumbência de redigir um texto para essa
publicação. A Iniciação Científica tem grande importância e envolvimento com o
desenvolvimento do Ensino Superior por ambos possuírem como principio e missão a
fecundação e proliferação do conhecimento, utilizando a pesquisa para atingir esse
objetivo. Atividades como o VIII Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
amadurecem o estudante, contribuindo para que este possa se tornar um formando
com habilidades mais refinadas.
Nesta “cápsula de conhecimento” não incluímos apenas a nossa Faculdade e
estudantes puramente, pois a Univértix é mais que uma Instituição de ensino e o
estudante é mais que um aluno dedicado. Ambos consistem em agentes
modificadores da comunidade que os circunda. A comunidade, portanto, também está
inserida na cadeia de conhecimento e participa ativamente desse processo. Na edição
deste ano, o VIII FAVE nos brindou com um conjunto de palestras de altíssimo nível
coroadas pela presença e apoio fundamental da FAPEMIG. Através da difusão do
conhecimento gerado nos bancos acadêmicos, sendo devidamente aplicado e bem
aproveitado por todos os envolvidos, damos nossa contribuição para a construção de
um País melhor e mais justo, com condições de competir num futuro próximo com
grandes potências mundiais, mas de sobremaneira, criando melhores condições para
nossa própria população que poderá ter acesso a tecnologias mais baratas e
tratamentos eficazes.
É na prática da Iniciação Científica que o estudante pode testar técnicas e
teorias aprendidas em sala de aula, ampliar e experimentar seu cabedal de
conhecimentos. Defrontar-se com o problema “vivo”, real, fora de um ambiente
restritamente controlado e teórico de uma sala de aula da faculdade, ao mesmo tempo
em que está seguro de que os erros cometidos também compõem o processo de
aprendizado e evolução. Este estudante estará então melhor qualificado e melhor
adequado para as situações a serem encaradas fora da faculdade.
D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes - Diretor Geral da Univértix
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SOEGAR - SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA.
João Batista Gardingo
Diretor Presidente
Sebastião Gardingo
Diretor Executivo
FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX
Prof. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes
Diretor geral
Profa D.Sc. Irlane Bastos Costa
Coordenadora do curso de Agronomia
Prof. Celso Abreu de Araújo
Coordenador do curso de Administração
Profº Tadeu Hipólito da Silva
Coordenador do curso de Ciências Contábeis
Prof. M.Sc. André Salustiano Bispo
Coordenador do curso de Educação Física
Profª Esp. Ana Lígia de Souza Pereira
Coordenadora do curso de Enfermagem
Profº Esp. Ailton Moreira Magalhães
Coordenador do curso de Engenharia Civil
Profª M.Sc. Bruna Chaves Amorim
Coordenadora do curso de Farmácia
Prof. D.Sc. Gilberto Valente Machado
Coordenador do curso de Medicina Veterinária
Prof. Esp. Adriana Montes Justino Gardingo
Coordenadora das atividades complementares de Graduação
Prof. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento
Coordenadora de Pesquisa e Extensão
Prof. Esp. Daniel Vieira Ferreira
Diretor da Escola Técnica Vértix
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COMITÊ ORGANIZADOR
Coordenação geral
M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento
Coordenação Setorial
Esp. Ana Lígia de Souza Pereira
M.Sc. Bruna Chaves Amorim
Esp. Laudinei de Carvalho Gomes
D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes
M.Sc. Mariana de Faria Gardingo Diniz
M.Sc. Renata Aparecida Fontes
Estagiários
Alexander Alves Caldeira
Daniel Franco Machado
Eduarda Machado de Souza
Isabela Lima Ribeiro
Jesse Mendes Torres
Juliana Dias De Araújo
Larissa De Carvalho Gomes
Letícia Barreto Placides
Lívia Mara Araújo Amorim
Menekiss Jordão Andrade
Osmar Dias Ferraz Junior
Pahola Reboredo Brandã
Priscila Jardim Santos
Valmira Hoste Dutra
COMITÊ CIENTÍFICO
Coordenação
Renata Aparecida Fontes
Comitê científico
Ana Lígia de Souza Pereira
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André Salustiano Bispo
Autieres Teixeira Faria
Cintia de Paiva Carvalho
Cleber Macedo de Oliveira
Cristina Maria Lobato Pires
Elder Machado Dutra
Fábio Florindo Soares
Fabrício Santos de Souza
Fernanda Maria de Assis Dornelas
Gilma Soares de Oliveira
Guanayr Jabour Amorim
Guilherme Gabriel da Silva
Hugo Rodrigues Ferreira
Irlane Bastos Costa
Janine Lopes Carvalho
Jaqueline Conceição Leite
Joicilene Sousa Campos Mageste
Juliano Vieira
Júlio César da Mata
Keilla de Souza Veggi
Kelly Aparecida do Nascimento
Leandro Silva de Araújo
Leonardo Hebert Brandão da Cruz
Lourival Sérgio Lopes Cardoso
Luciano Aguiar Otoni
Luiza de Abreu Costa
Marcelo de Carvalho Mendes
Maria Aparecida Schroder Dutra
Marluce Aparecida Fonseca
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Mateus Zanirate de Miranda
Max de Andrade Coelho
Mayara Cristini Ferreira de Aguiar
Milene Maria Santos Braga
Patrícia Souza Sarmento
Pedro Genuino de Santana Júnior
Rafael Macedo de Oliveira
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessôa
Renata Pessoa Bifano
Rodrigo Ataíde dos Santos
Shiara Martins de Souza
Vinícius Sigilião Silveira Silva
Viviane Gorete Silveira Mouro
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SUMÁRIO
GT 01 – CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA ......................................................................................... 12
ARTIGO ................................................................................................................................................. 13
COMPARAÇÃO ENTRE AS QUESTÕES DE MATEMÁTICA EM TRÊS EDIÇÕES DO SIMAVE E
ENEM. ................................................................................................................................................... 14
GT 03 – ENGENHARIAS ...................................................................................................................... 28
ARTIGOS .............................................................................................................................................. 29
A CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO ARQUITETÔNICA PARA O PATRIMÔNIO CULTURAL
EDIFICADO ........................................................................................................................................... 30
OS PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DE UMA FUNDAÇÃO PROFUNDA EM UMA OBRA
DE GRANDE PORTE EM SOLO INSTÁVEL ........................................................................................ 37
REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL EM UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR SITUADA NO
CONDOMÍNIO DE CHÁCARAS DA CIDADE DE MATIPÓ/MG ........................................................... 46
IMPORTÂNCIA E SOLUÇÕES PARA O APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA ...................... 54
ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL: ASCENÇÃO DA ENERGIA EÓLICA ................................... 67
RESUMOS ............................................................................................................................................ 76
PROTEÇÃO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO EM ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL. ........ 77
RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL: GERENCIANETO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CIDADE DE
ABRE CAMPO....................................................................................................................................... 83
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E LEVANTAMENTO SOBRE BARRAGENS DE ENROCAMENTO 87
VARIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM COMPÓSITOS DO TIPO CONCRETO VERDE
COM A ADIÇÃO DE CINZAS DE CASCA DE CAFÉ ........................................................................... 91
POSSIBILIDADE E BENEFÍCIOS DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE REUSO DE ÁGUA EM UMA
DAS INSTALAÇÕES DE ENSINO DA FACULDADE VÉRTICE-UNIVÉRTIX ...................................... 95
ANÁLISE PATOLÓGICA DE UM PAVIMENTO ALSFÁLTICO: ESTUDO DE CASO DA BR-116 –
TRECHO ENTRE O QUILÔMETRO 645 E 647 ................................................................................... 99
OCUPAÇÃO DE APP HÍDRICA NO RIO MATIPÓ EM ÁREA URBANA DA CIDADE DE MATIPÓ-MG
............................................................................................................................................................. 102
ALVENARIA ESTRUTURAL X ALVENARIA CONVENCIONAL ........................................................ 106
ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE UMA USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM ................................ 110
A UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO PARA FABRICAÇÃO DE TIJOLOS113
ANÁLISE DOS IMPACTOS CAUSADOS PELA FALTA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE
GERENCIAL EM OBRAS DAS CIDADES DE ABRE CAMPO, MATIPÓ E RIO CASCA. .................. 117
ANÁLISE DOS TIPOS DE FUNDAÇÕES MAIS USADAS EM UMA CIDADE DA ZONA DA MATA
MINEIRA .............................................................................................................................................. 120
GERENCIAMENTO DE PROJETOS: A INFLUÊNCIA DA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS NA
QUALIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................................................. 124
PERDA AUDITIVA INDUZIDA PELO RUÍDO NOS COLABORADORES DE UMA CONSTRUTORA DE
OBRA CIVIL NA CIDADE DE ABRE CAMPO-MG ............................................................................. 127
GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................... 130
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PRESERVAÇÃO DE MANANCIAIS.................................................................................................... 134
ACESSIBILIDADE DAS VIAS PÚBLICAS DO MUNICIPIO DE MATIPÓ PARA O PORTADOR DE
NECESSIDADE ESPECIAIS............................................................................................................... 138
IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL .............................................. 142
ORÇAMENTO E CONTROLE DE CUSTOS SOBRE MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL NAS
CIDADES DE ABRE CAMPO/MG E RIO CASCA/MG. ...................................................................... 145
COMPARATIVO ENTRE LAJES MACIÇAS E PRÉ-FABRICADAS COM VIGOTAS DE CONCRETO
TRELIÇADAS. ..................................................................................................................................... 149
APLICAÇÃO DO PAVIMENTO DE CONCRETO PERMEÁVEL PARA REDUÇÃO DO ESCOAMENTO
SUPERFICIAL EM ÁREAS URBANAS ............................................................................................... 152
SEGURANÇA NO TRABALHO: USO DE EPI (S) NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM MATIPÓ/MG. ...... 155
SUBSTITUIÇÃO DA AREIA NATURAL POR PÓ DE PEDRA NO CONCRETO SEM ALTERAÇÃO NA
RESISTÊNCIA..................................................................................................................................... 159
ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS EM EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS NA AREA URBANA
DA CIDADE DE SÃO JOÃO DO MANHUAÇU-MG. ........................................................................... 163
ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE CONCRETO USINADO E CONCRETO PRODUZIDO
EM UMA OBRA DE ARTE ESPECIAL ............................................................................................... 168
SEGURANÇA DO TRABALHO: O USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E
COLETIVA EM OBRAS DA MICRORREGIÃO DE MANHUAÇU ....................................................... 171
COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODO PARAMÉTRICO E ANALÍTICO DE ORÇAMENTAÇÃO EM UM
PROJETO DE CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................................................. 175
CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA PARA APROVEITAMENTO EM UMA EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL
NA CIDADE DE MANHUAÇU-MG ...................................................................................................... 179
ANÁLISE COMPARATIVA DA UTILIZAÇÃO E PREFERÊNCIA DOS TIPOS DE CIMENTO PORTLAND
CP-II, CP-III, CPIV, EM OBRAS RESIDÊNCIAIS NA CIDADE DE FERVEDOURO – MG ................ 184
APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS EM FACHADAS ................................................ 188
ANÁLISE DE CONSUMO DE ÁGUA NA FACULDADE UNIVÉRTIX E PROPOSTAS DE
REPROVEITAMENTO E ECONOMIA. ............................................................................................... 192
MELHORIA NO CONTROLE DE OBRAS DE PEQUENO PORTE PROPORCIONADA PELA
APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO .......................................................................... 196
ANÁLISE DO SISTEMA CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAMING ................................................. 200
GT 04 – CIÊNCIAS DA SAÚDE .......................................................................................................... 204
ARTIGOS ............................................................................................................................................ 205
ATIVIDADE FISICA: BENEFICIOS FISICOS, FUNCIONAIS E COGNITIVOS DOS IDOSOS. ......... 206
AUTOEXAME DAS MAMAS: CONHECIMENTO E PRÁTICA DAS ACADÊMICAS DOS CURSOS DE
SAÚDE DA FACULDADE VÉRTICE................................................................................................... 218
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM EPISÓDIOS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA: PREVENÇÃO,
MONITORAÇÃO E TRATAMENTO. ................................................................................................... 235
NÍVEL DE CONHECIMENTO DE MULHERES ENTRE 25 E 64 ANOS DAS CIDADES DE MATIPÓ E
RIO CASCA A RESPEITO DA IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DO EXAME PREVENTIVO
PAPANICOLAOU. ............................................................................................................................... 246
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INDICADORES DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO - COMPARAÇÃO
ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC) E O ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL (IAC)
............................................................................................................................................................. 257
PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO: PROBLEMAS MAIS COMUNS QUE
ACOMETEM À SAÚDE - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 272
ABORDAGEM TERAPÊUTICA DO EXERCÍCIO FÍSICO COMO ATENUANTE DOS SINTOMAS NA
DOENÇA DE PARKINSON: ESTUDO DE CASO. ............................................................................. 280
O ENFERMEIRO NO CONTEXTO GERENCIAL: UMA ABORDAGEM PRÁTICA NO SERVIÇO DE
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. ............................................................................................................ 286
CONHECIMENTO E FREQUÊNCIA EM QUE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ATUANTES EM
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA USUFRUEM DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL. ....................................................................................................................................... 300
A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) I DE
UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA EM RELAÇÃO AO TRABALHO COM OS USUÁRIOS
............................................................................................................................................................. 314
O ENFERMEIRO COMO EDUCADOR EM DOENÇAS DIAGNOSTICADAS NO TESTE DO PEZINHO
............................................................................................................................................................. 327
PERFIL DO DOADOR DE SANGUE DOS ACÂDEMICOS DA FACULDADE VÉRTICE-UNIVÉRTIX DA
CIDADE DE MATIPÓ - MG ................................................................................................................. 339
ATIVIDADE ANTIBACTERIANA “IN VITRO” DE EXTRATO DE ROMÃ (Punica granatum L.) FRENTE
A BACTÉRIAS DE GÊNERO Staphylococcus sp. .............................................................................. 351
PERFIL DOS PACIENTES HIPERTENSOS CADASTRADOS NO PROGRAMA HIPERDIA DE UMA
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE........................................................................................................... 361
ANÁLISE DO RECEITUÁRIO DE ANTIMICROBIANOS DA FARMÁCIA DE MINAS NA CIDADE DE
MATIPÓ – MG ..................................................................................................................................... 371
ESTUDO PRELIMINAR SOBRE O CONHECIMENTO ETNOFARMACOLÓGICO DA POPULAÇÃO DE
VISTA ALEGRE- MG .......................................................................................................................... 380
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ESCOLARES DE 7 A 10 ANOS DA CIDADE DE
ABRE CAMPO – MG ........................................................................................................................... 388
ÍNDICES DE SOBREPESO E OBESIDADE, PERFIL ALIMENTAR E DE ATIVIDADES FÍSICAS EM
CRIANÇAS DOS ANOS INICIAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PARTICULAR DA
CIDADE DE RIO CASCA-MG ............................................................................................................. 398
ATIVIDADE FÍSICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR DE ALUNOS DO ENSINO
MÉDIO ................................................................................................................................................. 412
NÍVEIS DE OBESIDADE INFANTIL EM CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL MUNICIPAL (CEIM) DE
UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA .................................................................................... 426
RESUMOS .......................................................................................................................................... 435
COMPARAÇÃO ENTRE A RELAÇÃO DE MEDICAMENTOS ADQUIRIDOS PELO MUNICÍPIO DE
MATIPÓ/MG E A RENAME 2014........................................................................................................ 436
A CONTRIBUIÇÃO DOS FATORES SOCIOECONÔMICOS EM RELAÇÃO À SAÚDE DOS IDOSOS
DIABÉTICOS ....................................................................................................................................... 440
A INTRADERMOTERAPIA PARA TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELOIDE ........................... 444
AVALIAÇÃO DA RAZÃO CINTURA QUADRIL COMO FATOR DE RISCO À PREDISPOSIÇÃO DE
DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM UMA POPULAÇÃO HIPERTENSOS ................................. 447
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AS LIMITAÇÕES FÍSICAS DECORRENTES DE DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS EM
HIPERTENSOS ................................................................................................................................... 451
PREVALÊNCIA DE TELEANGIECTASIA EM MATADOURO-FRIGORÍFICO SOB SERVIÇO DE
INSPEÇÃO FEDERAL NA ZONA DA MATA MINEIRA NO PERÍODO DE 2011 A 2013 .................. 455
ATENÇÃO FARMACÊUTICA: PERFIL DE UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS ...... 458
DIFICULDADES ENCONTRADAS NA IMPLANTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA .............. 462
UTILIZAÇÃO DE Punica granatum Linn FRENTE A BACTÉRIAS DO GÊNERO Staphylococcus sp.
............................................................................................................................................................. 466
A HIPERTENSÃO ARTERIAL NO BRASIL ........................................................................................ 469
SÍFILIS, UM PROBLEMA DA ATUALIDADE. ..................................................................................... 471
FISIOPATOLOGIA E O TRATAMENTO DA DIABETE GESTACIONAL ............................................ 475
TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS ........................................................................................ 478
TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA ARTERIOSCLEROSE .............................................................. 481
USO INDISCRIMINADO DE ANTIMICROBIANOS ............................................................................ 484
IMPORTÂNCIA
DOS
ESTUDOS
ETNOFARMACOLÓGICOS
NA
DESCOBERTA
E
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS ............................................................................... 487
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE SEDENTARISMO EM ADOLESCENTES DE ESCOLAS PÚBLICAS E
PRIVADAS EM UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA MINEIRA. ...................................................... 490
EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE O ESTADO DE HUMOR DE ESTUDANTES DO ENSINO
MÉDIO EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ..................................................................................... 493
SEDENTARISMO: NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS
DA CIDADE DE RAUL SOARES ........................................................................................................ 497
DESVIO POSTURAL EM CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO PÚBLICO FUNDAMENTAL
DA CIDADE DE RAUL SOARES ........................................................................................................ 501
ANÁLISE POSTURAL EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ................................................................ 504
O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO E PROGRESSÃO DA DOENÇA DE .................................... 508
PARKINSON ....................................................................................................................................... 508
EFEITOS DA GINÁSTICA LABORAL NA FLEXIBILIDADE DE TRABALHADORES DA FACULDADE
VÉRTICE. ............................................................................................................................................ 511
APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES DA CIDADE DE MATIPÓ – MG ............................................................................ 515
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GT 01 – CIÊNCIAS
EXATAS E DA
TERRA
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ARTIGO
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática.
Especialista em Física. Professora da Faculdade Vértice_
UNIVÉRTIX.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Graduada em Matemática. Professora da
Faculdade Vértice- UNIVERTIX.
Marcelo de Carvalho Mendes. Graduado em Matemática. Professor da Faculdade
Vértice- UNIVERTIX.
Carlos Eduardo Toledo. Graduado em Educação Física. Professor da Faculdade
Vértice- UNIVERTIX.
Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras. Especialista em Língua
Inglesa. Professora da Faculdade Vértice_
UNIVÉRTIX.
Ciências Exatas e da Terra.
[email protected]
RESUMO
A presente pesquisa faz uma análise comparativa entre questões duas avaliações
externas distintas: o SIMAVE e o ENEM. São avaliações de ampla valorização no
ambiente escolar, essa em nível federal, com o objetivo de seleção para
universidades, e aquela com o objetivo de medir a qualidade da educação no estado.
A pesquisa teve como objetivo mostrar que embora as duas se refiram à mesma série
e conteúdo as abordagens são muito distintas. Isso gera uma série de dificuldades
tanto para professores quanto para alunos que buscam uma padronização a fim de se
prepara adequadamente para esses dois mecanismos de extrema importância para a
educação brasileira.
PALAVRAS-CHAVE: Estudo; resultado; SIMAVE; ENEM; desempenho.
1 - INTRODUÇÃO
O tema escolhido para este artigo surgiu de uma preocupação com os
resultados obtidos pelos alunos da Escola Estadual Waldomiro Mendes de Almeida
nas provas do SIMAVE (Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública) e do
ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), em relação às questões de Matemática
destes dois exames. A importância do tema está diretamente relacionada à ênfase
que a escola dá a esses exames e à cobrança por parte do Governo de resultados
satisfatórios, avaliando o desempenho da escola mediante a participação e aos
resultados obtidos.
O SIMAVE (Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública) é um sistema
de avaliação criado pela Secretaria de Educação do estado de Minas Gerais com o
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COMPARAÇÃO ENTRE AS QUESTÕES DE MATEMÁTICA EM TRÊS EDIÇÕES
DO SIMAVE E ENEM.
públicas estaduais. Esse sistema é constituído por vários programas de avaliação
entre eles o PROEB (Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica).
Esse programa é responsável por aplicar uma avaliação de larga escala para os
estudantes da rede pública de educação. A partir dos resultados obtidos pelos
discentes nestas provas, a Secretaria de Educação define as ações e metas
plausíveis a serem alcançadas por cada escola, redirecionando o planejamento e
ações em favor de uma escola dinâmica e de qualidade, sempre objetivando melhorar
as condições das escolas públicas mineiras (MINAS GERAIS, 2008)
O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é uma avaliação realizada
anualmente no Brasil pelo Ministério da Educação. Esse exame é utilizado para avaliar
a qualidade do ensino das escolas brasileiras e o resultado apresentado pelos
estudantes em tal prova, pode ser utilizado para acesso direto ao ensino superior em
Universidades Públicas Brasileiras, ingresso no ensino superior privado pelo PROUNI
(Programa Universidade para Todos) e até mesmo como conclusão do Ensino Médio.
Esse exame contempla quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Códigos e suas
tecnologias; Ciências Humanas e suas tecnologias; Matemática e suas tecnologias; e
Ciências da Natureza e suas tecnologias. Neste trabalho, focaremos nossa atenção
na área da matemática e suas tecnologias, no que se refere à análise de um grupo de
questões do que pertencem ao SIMAVE (Sistema Mineiro de Avaliação) e ao ENEM.
Desta maneira, a partir dos resultados desses programas de avaliação, podem
(e devem) surgir projetos interdisciplinares e atividades diversificadas, elaborados e
executados por todos os profissionais integrantes da comunidade escolar, e que
propiciem a maior integração entre alunos e professores, além de propor uma
discussão plural, com o diálogo simultâneo entre variadas disciplinas.
Esta pesquisa é relevante, pois através da comparação desses dois
mecanismos de avaliação, tão presentes no cotidiano escolar, poderão surgir novas
estratégias para um trabalho direcionado juntamente com alunos buscando melhorar
o desempenho dos mesmos. Conhecer bem os mecanismos de avaliação a que
nossos alunos são submetidos podem trazer diagnósticos, reflexões e mudanças
relevantes na prática docente.
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intuito de analisar o desempenho escolar dos alunos que frequentam as escolas
de avaliações SIMAVE/ENEM, analisando questões referentes aos anos de 2011,
2012 e 2013.
2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O início da institucionalização de pesquisas quantitativas sociais e
educacionais, no Brasil, se deu entre as décadas de 1950 e 1960, a partir de estudos
do hoje chamado INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira, pois na direção desse órgão encontrava-se o próprio Anísio Teixeira
o qual desempenhou importante papel na relação entre pesquisas educacionais e
ciências sociais, focando o problema das desigualdades educacionais e sociais. No
entanto, essas pesquisas foram marcadas por uma descontinuidade e com isso não
ocorreu o acúmulo de experiências e conhecimentos mais sistemáticos nessa área
(BRASIL, 2001).
Bonamino (2002) relata que desde a década de 1990, um novo elemento se
incorpora à avaliação educacional. Trata-se das chamadas avaliações externas,
assim denominadas porque são definidas, organizadas e conduzidas por quem não
se encontra no interior das escolas, de certa forma em contraposição com as
avaliações internas, estas conduzidas por professores.
Criado em 1998, durante a gestão do Ministro da Educação Paulo Renato de
Souza, no governo Fernando Henrique Cardoso, o ENEM teve por princípio avaliar
anualmente o aprendizado dos alunos do ensino médio em todo o país para auxiliar o
ministério na elaboração de políticas pontuais e estruturais de melhoria do ensino
brasileiro através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do Ensino Médio e
Fundamental, promovendo alterações nos mesmos conforme indicasse o cruzamento
de dados e pesquisas nos resultados do ENEM (BRASIL, 2001)
O foco principal da avaliação é verificar as competências e habilidades que o
aluno domina. O aluno deve demonstrar capacidade para interpretar gráficos, textos,
mapas e informações em diversas linguagens. O exame também verifica se ao aluno
é capaz de argumentar, solucionar problemas cotidianos e práticos, elaborar
propostas de intervenção na realidade e apresentar ideias bem estruturadas (MEC,
2002).
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O objetivo deste artigo é apresentar um estudo comparativo entre os dois tipos
que vêm sendo criados pelo governo federal, os processos de avaliação sistêmica
desenvolvidos têm sido fundamentais. Esses processos de avaliação sistêmica não
têm um fim em si mesmo, a sua finalidade maior é a de oferecer informações e
indicadores da realidade como suporte para processos de interpretação e comparação
entre referenciais, construídos idealmente como padrões de qualidade necessários.
Para Perrenoud (1999), avaliação é um instrumento que auxilia o professor a
verificar os resultados que estão sendo obtidos, assim como fundamentar as decisões
que devem ser tomadas para que bons resultados sejam construídos. Quando isto
não acontece, ou seja, quando a avaliação é executada fora do processo de ensino e
com objetivo exclusivamente de atribuição de notas e conceitos, podemos dizer que
os alunos inseridos neste contexto, muito provavelmente podem acabar fracassados
no âmbito escolar. Se a avaliação não for diagnóstica ela não terá como objetivos a
aprendizagem e o desenvolvimento do aluno e em consequência não auxiliarão o seu
crescimento.
Os projetos pedagógicos têm permitido que a sociedade obtenha parâmetros
de análise e comparação entre sistemas de diferentes regiões, dando suporte à
discussão sobre as políticas implementadas e as necessidades de novas políticas
evidenciadas. Todo esse esforço só tem sentido se a sociedade como um todo, e os
educadores em particular, se debruçarem sobre os dados produzidos para entender,
interpretar e verificar sua pertinência em relação ao contexto educacional do qual
participam.
Os resultados e os relatórios fornecidos partem de parâmetros de referência
que devem se utilizados pela comunidade docente para desenvolverem análises
próprias em relação à sua própria realidade. Os resultados obtidos pelos alunos, com
certeza, podem fornecer subsídios para discussões pedagógicas ricas e desafiadoras.
Através desses debates aspectos importantes a serem considerados na elaboração
dos projetos pedagógicos das escolas podem ser levantados e, assim, apoiar
diretamente os processos educativos de sala de aula. Através do esforço coletivo dos
professores acredita-se, na perspectiva de construírem significados e ações
pedagógicas frente ao conjunto de informações fornecidas pelos processos de
avaliação sistêmica, que o próprio processo encontrará o seu sentido maior (Idem) .
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Segundo o Brasil (2001), para oferecer referências aos diferentes programas
“monitorar a qualidade do sistema de ensino, subsidiar as tomadas de decisões do
Estado através da Secretaria da Educação, fornecendo às equipes técnico
pedagógicas informações para a orientação da proposta pedagógica”.
A elaboração das questões tanto do SIMAVE quanto do ENEM seguem
Matrizes de referências predeterminadas e conhecidas pelas escolas. No caso do
SIMAVE estas Matrizes são formadas por descritores que apresentam o que se
espera que o aluno seja capaz de fazer. Essas matrizes estão disponíveis no Boletim
Pedagógico da Avaliação do SIMAVE (2011). Já no ENEM fala-se me competências
e habilidades que estão em Brasil (2001).
A matriz de referência do ENEM traz um conjunto de 120 habilidades, sendo
30 para cada uma das quatro grandes áreas que compõem o exame: linguagens e
códigos; ciências humanas; ciências da natureza e matemática (Idem).
Muitas escolas, para superarem a defasagem de conhecimento dos alunos em
relação a essas provas externas realizadas, passam a desenvolver projetos
totalmente direcionados para as matrizes de referência. Elaboram avaliações e
realizam simulados para deixarem seus alunos mais próximos possíveis do que se
deseja alcançar com as avaliações externas.
3 - METODOLOGIA
A presente pesquisa trata-se de um estudo descritivo qualitativo com o objetivo
de analisar um grupo de questões do SIMAVE e ENEM.
Sobre as pesquisas descritivas, Gil (2010) afirma que são pesquisas que
pretendem identificar a relação entre variáveis e determinar a natureza dessa relação.
No caso desta pesquisa pretende-se comparar as questões dos dois mecanismos de
avaliação citados, apontando relações entre ele.
Quanto aos procedimentos de coletas de dados será feita uma pesquisa
documental através das provas dos anos de 2011, 2012 e 2013 disponibilizadas nos
boletins pedagógicos e Editais do ENEM.
Para demonstrar as diferenças e melhor exemplificar a proposta de estudo
desse trabalho, foram elencadas 3 questões de cada avaliação SIMAVE E ENEM em
cada ano, totalizando 6 questões analisadas de acordo com a proposta, levando em
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Vilhena (2004) defende que o SIMAVE é um exame estadual cujo objetivo é
deverá identificá-la e aplicá-la.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
A seguir uma análise comparativa das questões de cada ano.
Quadro 1: Questão SIMAVE/2011
Questão: Uma piscina com a forma de um paralelepípedo retângulo tem 15 m de comprimento, 8 m
de largura e 3 m de profundidade. A piscina está com água até a metade e precisa ser totalmente
esvaziada. Qual é o volume de água a ser retirado dessa piscina?
A) 120 m³
B) 180 m³
Fonte:
Boletim Pedagógico (2011)
C)
360 m³
D) 720 m³ Para a elaboração da questão foi considerado o descritor 9 (D9) que tem como
objetivo resolver situações-problema envolvendo volume de um sólido (prisma,
pirâmide, cilindro, cone, esfera e paralelepípedo. O item relativo a este descritor
avaliar a habilidade de o aluno, a partir de uma figura tridimensional dada ou
identificada no problema calcular a medida do seu volume.
A questão é direta, avalia a habilidade do aluno em resolver situação que
envolve cálculo de volume, de um paralelepípedo retângulo, de nível muito fácil e não
requer do aluno uma compreensão de texto mais elaborada para determinar o que se
pede.
Em comparação, analisemos a questão do ENEM, ano de 2011:
Quadro 2: Questão ENEM/2011
Para dificultar o trabalho dos falsificadores, foi lançada uma nova família de cédulas do real. Com
tamanho variável - quanto maior o valor, maior a nota - o dinheiro novo terá vários elementos de
segurança. A estreia será entre abril e maio, quando começam a circular as notas de RS 50,00 e
RS 100,00.
As cédulas atuais têm 14 cm de comprimento e 6,5 cm de largura. A maior cédula será a de RS
100,00, com 1,6 cm a mais no comprimento e 0,5 cm maior na largura.
Quais serão as dimensões da nova nota de R$ 100,00?
a) 15,6 cm de comprimento e 6 cm de largura
b) 15,6 cm de comprimento e 6,5 cm de largura
c) 15,6 cm de comprimento e 7 cm de largura
d) 15,9 cm de comprimento e 6,5 cm de largura
e) 15,9 cm de comprimento e 7 cm de largura.
Fonte: (Prova ENEM 2011- Caderno Amarelo)
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consideração a habilidade para a resolução de uma situação problema em que o aluno
(H9), é utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de
argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano. (H9)
A questão do ENEM, é mais abrangente, requer uma leitura dinâmica e reporta
conhecimento matemático específico do conteúdo, o aluno além do conhecimento de
cálculo precisa dominar também os conhecimentos de geometria para entender a
questão e aplicar a fórmula.
Segundo Viana (2013) as questões que envolvem estrutura geométrica são
analisadas pela formação conceitual e seguem o modelo de Van Hiele (1986)
caracterizando-se por seus níveis (de 1 a 5). De acordo com essa teoria o nível 1 o
aluno reconhece os conceitos geométricos; no nível 2 analisa as propriedades da
figura; no nível 4 deduz a teoria geométrica no contexto de um sistema axiomático e
finalmente no nível 5 compara diferentes sistemas.
No caso das questões analisadas acima se percebe que a questão do SIMAVE
relaciona-se a conhecimentos mais elementares assim relacionando-se aos níveis
iniciais da teoria citada. Em contrapartida a questão do ENEM exige do aluno maior
capacidade de estabelecer relações, assim exigindo que ele se encaixe mais nos
últimos níveis acima apresentados.
Mais uma comparação, agora, em questões de outro ano:
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Na questão anterior, com ênfase em Geometria Plana, a habilidade avaliada,
Uma loja vende camisetas de três marcas e preços diferentes. A tabela abaixo mostra o
levantamento sobre a venda dessas camisetas em três dias consecutivos:
Numero de unidades vendidas
1º. DIA
2º. DIA
3º. DIA
MARCA X
MARCA Y
MARCA Z
TOTAL DE VENDAS
2
4
0
1
3
5
1
0
3
R$ 81,00
R$ 135,00
R$ 177,0
Qual é o sistema que permite calcular algebricamente o número das unidades vendidas de
cada marca?
a)
2x + 2 y+ z = 81
4 x + 3y = 135
5y + 3z = 177
b)
x + y+ z = 81
z + y = 135
y + z = 177
c)
x + y+ z = 81
x+ y + z = 135
y +2 z = 177
d)
2x + y+ z = 81
3 x + 4y = 135
3y + 5z = 177
e)
x + y+ z = 81
4 x + 3y = 135
5y + 3z = 177
Fonte: Boletim Pedagógico (2012)
Na questão acima foi utilizado o descritor D24 que tem por finalidade levar
o aluno a resolver um sistema de equações lineares com três equações e três
incógnitas. O que se avalia neste item é a habilidade de construir um sistema linear
com três equações e três incógnitas, dada uma situação problema, que, neste caso,
relaciona quatro grandezas em uma tabela dada: quantidades de três marcas de
camisetas e o total de vendas em cada um dos três dias. Para desenvolver essa
atividade o aluno precisa apenas fazer uma leitura comparativa com os dados e a
representação do sistema para concluir os resultados, portanto é uma questão simples
que dispensa os cálculos matemáticos. A estrutura e organização da questão favorece
ao aluno a solução da situação problema.
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QUADRO 3: Questão do SIMAVE do ano de 2012
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A questão analisada será do ENEM:
Quadro 4: Questão do ENEM do ano de 2012
Em um jogo há duas urnas com 10 bolas de mesmo tamanho em cada urna. A tabela a seguir
indica as quantidades de bolas de cada cor em cada urna.
Cor
Urna 1
Urna 2
Amarela
4
0
Azul
3
1
Branca
2
2
Verde
1
3
Vermelha
0
4
Uma jogada consiste em:
1. o jogador apresenta um palpite sobre a cor da bola que será retirada por ele da urna
2;
2. ele retira, aleatoriamente, uma bola da urna 1 e a coloca na urna 2, misturando-a
com as que lá estão;
3. em seguida ele retira, também aleatoriamente, uma bola da urna 2;
se a cor da última bola retirada for a mesma do palpite inicial, ele ganha o jogo
Qual cor deve ser escolhida pelo jogador para que ele tenha a maior probabilidade de
ganhar?
A.
B.
C.
D.
E.
Azul.
Amarela.
Branca.
Verde.
Vermelha.
Fonte: (Prova ENEM 2012- Caderno Amarelo)
Na questão acima a habilidade avaliada (H30) procura avaliar propostas de
intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
A questão exige uma leitura atenciosa para relacionar os fatos ás informações
prestada, é uma questão não muito difícil, mas requer do aluno uma leitura com
conhecimento matemático e capacidade de desenvolver cálculos. A questão é bem
estruturada, pois detém todas as informações necessárias para a resolução da
situação problema.
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abrangentes que as competências. Ou seja, uma habilidade pode contribuir para
várias competências diferentes.
Mesmo no caso da questão do SIMAVE, em que se fala em habilidades,
percebe-se que a habilidade exigida de construir um sistema linear, a partir de uma
dada situação, pode contribuir para acionar outras competências como, por exemplo,
relacionar informações representadas em diferentes formas para construção de uma
argumentação consistente.
Ainda segundo esse autor as questões do ENEM exigem mais em termos de
habilidades e os conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida escolar estão
presentes, demandando maior capacidade de relação entre o que ali está e o que ao
aluno sabe.
A última análise refere-se ao ano de 2013:
Quadro 5: Questão do SIMAVE do ano de 2013
Das 12 000 moradias previstas em um programa habitacional, apenas 3 000 foram
construídas. Qual é o valor percentual das moradias construídas nesse programa
habitacional?
A) 12%
B) 18%
C) 25%
D) 30%
E) 42%
Fonte: Boletim Pedagógico (2013)
O descritor abordado nessa questão é o D14 que analisa a capacidade do
aluno resolver situações-problema envolvendo o cálculo de porcentagens. A questão
avalia a capacidade do aluno em resolver cálculos simples, para chegar a resposta,
mas poderá também através de uma leitura lógica , concluir a resposta sem realizar
nenhum tipo de cálculo, somente com a interpretação das informações que o
problema oferece. É uma questão muito simples que aborda a habilidade de calcular
porcentagem.
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Em relação às habilidades avaliadas Vilhena (2004) afirma que elas são menos
A cidade de Guarulhos (SP) tem o 8º PIB municipal do Brasil, além do maior aeroporto da
América do Sul. Em proporção, possui a economia que mais cresce em indústrias, conforme
mostra o gráfico.
Fonte: IBGE, 2000-2008
Analisando os dados percentuais do gráfico, qual a diferença entre o maior e o menor centro
em crescimento no pólo das indústrias?
A) 75,28
B) 64,09
C) 56,95
D) 45,76
E) 0,07
Fonte: (Prova ENEM 2013- Caderno Amarelo)
A questão acima trabalha a habilidade 28 de resolver situação-problema que
envolva conhecimentos de estatística e probabilidade em que o aluno como o pedido
da questão deve calcular a diferença entre maior e o menor percentual de crescimento
dos centros em crescimento no pólo das indústrias apresentados no gráfico de barras.
A questão exige apenas uma boa leitura e aplicação de cálculos simples. Pois os
valores apresentado pela questão são fáceis e não requer elaboração mais complexa.
Os alunos que já experimentaram o ENEM sabem que as questões são longas,
ou seja, um texto que exige do candidato um bom nível de interpretação e raciocínio
nos desenvolvimentos posteriores. Para aquele candidato que não possui o
embasamento matemático para ir direto a sua solução, pode-se cometer vários
equívocos e a perda de tempo que, possivelmente, implicará em seu fracasso.
Enquanto no SIMAVE as questões são mais diretas, minimizando possíveis
dúvidas sobre quais competências e habilidades utilizadas e
acompanhadas de
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Quadro 6: Questão do ENEM do ano de 2013
resolução das mesmas.
No ENEM as questões relacionadas à matemática podem ser resolvidas de
muitas maneiras, utilizando vários segmentos lógicos ou ferramentas matemáticas; a
diferença é o ganho de tempo que deve ser considerado, fator esse que determina a
estratégia que o aluno fará opção de uso.
No SIMAVE, além das questões serem de um nível de complexidade inferior, a
avaliação é direcionada ao aluno, não o exclui e nem o inclui em sistema algum, ele
não tem o compromisso e nem o peso da avaliação, portanto fica mais tranquilo e
menos preocupado com os resultados.
Em 2011, as questões são do mesmo tema onde fica exemplificada mais
claramente a diferença de formulação das questões de cada avaliação. Em 2012 as
questões são de temas diferentes com o intuito de ampliar a análise em diferentes
aspectos, analisando não só as habilidades, mas as estruturas das questões. Em
2013 para concluir a comparação as questões analisadas são do mesmo tema, que
facilita a análise comparativa.
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A diferença entre as questões do ENEM/SIMAVE são muito complexas, pois
há uma convergência grande no que se refere ao grau de complexidade, abordagem
e também estruturação praticamente obrigam o professor a priorizar o ensino tendo
como objetivo aproximar-se de uma ou de outra avaliação.
Estar vinculado ao retorno financeiro frente aos resultados do SIMAVE pode
ser sim uma motivação a mais para a escolha dessa avaliação como norte do
processo de ensino. Se a educação na rede pública estadual pretende dar
oportunidades iguais aos estudantes de todas as classes sociais, o ENEM é hoje a
porta de entrada para vários cursos superiores, seja na escola pública ou até mesmo
na privada, e para isso a avaliação do ENEM requer conhecimentos e habilidades
muito além daquelas que estão presentes nas avaliações do SIMAVE/PROEB.
Nessa perspectiva, considerando como fontes as avaliações, suas matrizes de
referências discutem-se o papel e as interferências que essas avaliações exercem na
disciplina Matemática. A investigação aponta para um possível empobrecimento do
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pequenos textos, e de mais fácil compreensão facilita a determinação da resposta e a
didático tendo em vista um bom desempenho, sobretudo no SIMAVE.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria da Educação Básica. Orientações curriculares para o Ensino
Médio: Ciências da Natureza e suas tecnologias. Ministério da Educação e Cultura,
Brasília. DF, 2001.
__________ 2012. Prova de Matemática e suas Tecnologias. Disponível em: http:
www.download.
Inep.gov.br/educacaobasica/enem/provas2011/cadernoamarelo.
Acesso em novembro de 2014.
__________, 2013. Prova de Matemática e suas Tecnologias. Disponível em: http:
www.download.
Inep.gov.br/educacaobasica/enem/provas2011/cadernoamarelo.
Acesso em novembro de 2014.
BOLETIM PEDAGÓGICO DA AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA:
SIMAVE/PROEB/2011: Matemática. 3º. Ano do Ensino Médio, Faculdade de
Educação, UFJF. Jan/Dez 2011.
___________:SIMAVE/PROEB/2012: Matemática. 3º. Ano do Ensino Médio,
Faculdade de Educação, UFJF. Jan/Dez 2012.
___________:SIMAVE/PROEB/2013: Matemática. 3º. Ano do Ensino Médio,
Faculdade de Educação, UFJF. Jan/Dez 2013.
BONAMINO, A.; MARTÍNEZ, S. A. Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais
para o ensino fundamental: a participação das instâncias políticas do Estado.
Educação e Sociedade. Campinas, v. 23, n. 80, p. 371-388, set. 2002.
BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil],Brasília, DF,
23 dez. 1996.
EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO, 2011. Prova de Matemática e suas
Tecnologias.
Disponível
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www.download.
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Acesso
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GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MINAS GERAIS (2001). Escola Sagarana: educação para a vida com dignidade e
esperança. Coleção Lições de Minas, 2ª edição – Revisada e Ampliada, 19.
_____________
(Estado).
Secretaria
Estadual
de
Educação. Sistema Mineiro de Avaliação Pública
Simave. Disponível
em:
http://200.198.92.66.66/sistema_ava/defaut.aspx?
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currículo, na medida em que o professor se vê pressionado a organizar seu trabalho
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. (2012) Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN) para aárea de Matemática no Ensino Fundamental. Disponível em:
http. www. MEC.gov.br/sef/estruct2q/pcn/pdf/matemática.pdf. Acesso em: 13 out.
2014.
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens: Entre
duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.
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VILHENA, Marcos Venício Pereira. Um estudo exploratório sobre a adequação dos
conteúdos ensinados pelas escolas de Ensino Médio de Guaxupé-MG e as
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http://www.icmc.usp.br/pessoas//mutsumi/dissertacoes/1.PDF. Acesso em: 14 nov.
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id_projeto=27&id_objeto=143752&id _pai=143294&area=atributo. Acesso em: 28
out. 2008.
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GT 03 –
ENGENHARIAS
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ARTIGOS
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
Natália Cristina Carvalho Cunha – Acadêmica do curso de Engenharia Civil da
Faculdade vértice – UNIVÉRTIX
Dione da Costa Oliveira - Técnico em Edificações e Acadêmico do curso de
Engenharia Civil da Faculdade vértice _
UNIVÉRTIX
Irlane Bastos Costa - Graduada em Agronomia, Mestrado e Doutorado em
Genética e Melhoramento de Plantas. Professora da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX
Rafael Eler de Souza-Graduado em designer de produtos - UEMG - Mestre em
engenharia de materiais - REDEMAT- Professor da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX
Renata Pessoa Bifano– Graduada em Matemática e Física. Mestre em
Matemática - UFV - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
A trajetória do patrimônio cultural está em constante transformação à medida que a
sociedade é exposta a novas problemáticas e são necessários novos
questionamentos e soluções. A conservação da arquitetura moderna apresenta-se
como um grande desafio na atualidade, já que o modernismo rompe as relações com
o passado tradicional e cria uma linguagem arquitetônica nova. Inclusive, deve-se
lembrar que o aparecimento de novas construções e empreendimentos imobiliários
mesmo sendo encarados como parte do movimento evolutivo da cidade que é
resultado de seu crescimento e renovação natural, isso acaba se possibilitando
através da extinção de obras antigas de edificações. Esse trabalho, objetiva em uma
revisão bibliográfica sobre discussões feitas com relação a conservação e restauração
arquitetônica para o patrimônio cultural edificado.
PALAVRAS-CHAVE: Patrimônio Histórico cultural; Preservação; Conservação;
Restauração.
1 - INTRODUÇÃO
Braga (2003) afirma que patrimônio cultural é todo aquele que sendo objeto,
construção ou ambiente, a sociedade lhe atribua um valor especial, estético, artístico,
documental, ecológico, histórico, científico, social ou espiritual e que constitua um
patrimônio cultural essencial a transmitir às gerações futuras.
Segundo
Castro
(1991, p. 5): “preservação é toda e qualquer ação do Estado que vise conservar a
memória de fatos ou valores culturais de uma nação”.
Existem formas legais de
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A CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO ARQUITETÔNICA PARA O PATRIMÔNIO
CULTURAL EDIFICADO
concedidos pela administração à conservação de bens ou à manifestações culturais
e ainda segundo Braga (2003) a conservação-restauro deve ser definida como
qualquer intervenção direta ou indireta efetuada sobre um objeto ou monumento, para
salvaguardar a sua integridade física e garantir o respeito pelo seu significado cultural,
histórico, estético e artístico. Esta definição condiciona a natureza, a extensão e
limites das medidas que podem ser tomadas, assim como das intervenções que
podem ser levadas a cabo no patrimônio cultural.
A preocupação dos cidadãos
com o tema preservação e restauração arquitetônica é algo novo e ainda pouco falado,
se comparada a outras nações; no entanto, aos poucos vai ganhando força certa
consciência “ecológica e cultural” que, se espera que seja passada para as próximas
gerações. Para Alves (1977) procura-se através da medida evitar que o proprietário
faça alterações, ou mesmo destrua a coisa, eliminando vestígios de fatos, épocas, do
interesse da sociedade, ou ainda as áreas de interesse paisagístico. É importante
destacar que as restrições administrativas ao direito de propriedade não se direcionam
apenas ao imóvel tombado, mas podem atingir sua vizinhança, a fim de permitir que
o “em torno” não fique descaracterizado. Segundo Serezuella (2013) o aparecimento
de novas construções e empreendimentos imobiliários mesmo sendo encarados como
parte do movimento evolutivo da cidade que é resultado de seu crescimento e
renovação natural, isso acaba se possibilitando através da extinção de obras antigas
de edificações. Para o arquiteto e especialista em projetos de reforma e restauro de
imóveis antigos Kruchin (2012), a preservação de uma edificação de época pode estar
atrelada a sua técnica e qualidade arquitetônica, aos aspectos que tenham um
significado histórico ou cultural ou ainda a um valor ambiental que permita e justifique
a sua não demolição e ainda segundo a Serezuella (2013, p. 1 apud VERDE, 2013,
p. 5), afirma que o que determina a proteção das construções são seus elementos
construtivos e históricos e mesmo que o imóvel não seja belo, essa falta de estética
não é determinante na sua importância para a história e cultura local.
Esse
trabalho, tem como intuito fazer uma revisão bibliográfica sobre discussões feitas com
relação a conservação e restauração arquitetônica para o patrimônio cultural edificado
almejando assim trazer conhecimento sobre a conservação e restauração
arquitetônico para o patrimônio cultural edificado.
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preservação, que inclusive, não atingem o direito de propriedade, como fomentos
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2 - METODOLOGIA
Esse trabalho tem o objetivo, através de revisão bibliográfica, fazer um estudo,
obtendo conhecimento sobre a importância do uso dos métodos utilizados atualmente
na preservação e conservação do patrimônio cultural edificado, levando em
consideração, afirmações relevantes como as de Castro (1991) e Tinem (2010).
3 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Farah (2008) os ensinos de arquitetura relacionados ao patrimônio
construído vêm sendo discutidas ao longo dos anos, principalmente na Europa. A
primeira iniciativa de relevo para formar arquitetos especialistas para atuar na
restauração foi feita através do "Curso Internacional de Especialização" promovido em
1965, iniciativa da Facoltá di Architettura da Università degli Studi di Roma em
conjunto com o International Centre for the Study of the Preservation and the
Restoration of Cultural Property - ICCROM.
A partir daí, essa ideia vem ganhando força aos poucos e se tormando mais
numerosa. Em maio de 2004, foi elaborado em Viseu (Portugal), um Manifesto sobre
o Ensino de Arquitetura no século XXI, por meio do CEU (Council for European
Urbanism). É uma carta de princípios em que se afirma que os futuros profissionais,
os arquitetos contemporâneos, devem estar preparados para responder aos
complexos desafios do século XXI, evidenciando a necessidade de se trabalhar
conjuntamente a Arquitetura e o Urbanismo; neste sentido, alguns princípios
importantes foram enunciados tais como preservação e restauração de recursos
naturais e culturais, identificação de conhecimentos e habilidades, construção de
cidades, vilas, povoados e áreas rurais duradouros e sustentáveis, promoção do
engajamento cívico, a diversidade social e a vitalidade econômica, associados à
preservação dos ecossistemas e da identidade local e pesquisa de experiências bem
ou mal sucedidas do passado, os fracassos, e suas consequências imprevistas.
Quando se fala da arquitetura brasileira, os principais debates a respeito do
“preservar” se dão por: porque preservar, o que preservar e como preservar. Para
Tinem (2010, p. 2-3):
a primeira “porque preservar” com divergências ou não já foi exaustivamente
discutida e, a favor ou contra, as opiniões já estão formadas. Se havia alguma
dúvida sobre esse assunto, a formação, pelo IPHAN, do Grupo de Trabalho
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No que se diz respeito ao “por que preservar”, Carvalho (2009) diz que o
Patrimônio Arquitetônico representa uma produção simbólica e material, carregada de
diferentes valores e capaz de expressar as experiências sociais de uma sociedade,
mas, com o rápido e desordenado crescimento das cidades brasileiras, com uma
progressiva perda e descaracterização do Patrimônio Histórico, nos faz refletir acerca
da constante necessidade de transformação dos espaços urbanos, paralelo às
implicações referentes à qualidade ambiental e preservação do patrimônio construído.
Nossas cidades não são locais onde apenas se ganha dinheiro, não se resumem em
ser apenas dormitório para seus habitantes. Nela vivem seres humanos que possuem
memória própria e é parte integrante da nossa história. Por esse motivo, não passa
despercebido pelos habitantes das cidades à destruição da casa de seus
antepassados, de antigos cinemas, bares, teatros e outros prédios históricos. Toda
essa “destruição do patrimônio” para dar lugar ao automóvel ou aos gigantes edifícios
de aço e concreto deixam nossas cidades poluídas, sem emoção e seus habitantes
perdem um pouco da identidade e identificação com o local onde vivem.
No quesito, “o que preservar” Mindlin (1956), faz uma mostra completa e
sistemática, classifica a produção moderna em quatro grupos de atividades em ordem
de
importância
de
preservação:
a)
residências
unifamiliares,
residências
multifamiliares, hotéis e habitação coletiva; b) escolas, hospitais, edifícios religiosos,
esportivos e de lazer, museus e exposições; c) edifícios administrativos, comerciais e
industriais; d) projetos vinculados ao transporte, ao planejamento da cidade e a
paisagem. Temos como exemplos, os mostrados abaixo na figura 1.
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4 - Acautelamento da Arquitetura Moderna, com a adesão de quinze das vinte
e uma diretorias regionais, é o melhor indicador de que esta é uma questão
superada. 3 Sobre a segunda “o que preservar” já há suficiente volume
(quantidade que permite um salto de qualidade) de estudos que com uma ou
outra discordância apontam para os mesmos exemplares a serem
preservados A terceira, “como preservar”, é justamente o que se está
discutindo no momento.
Na classificação dos exemplares escolhidos aparecem como qualidades ainda o
vínculo com a tradição “antevista por Le Corbusier”, o caráter público das edificações,
a sólida formação técnica dos arquitetos brasileiros e a prática profissional de
qualidade.
Na parte “como preservar”, Tinem (2010) ressalta que a questão da restauração
de bens deteriorados ou descaracterizados, ainda que seja pequeno o número de
bens eleitos para tal fim, talvez seja a mais complexa, seja pelos altos custos que
envolve essa ação, seja pela controvérsia que suscita o fato de ‘reconstruir’ uma obra
de valor artístico.
Se por um lado, os cuidados na manutenção e conservação do patrimônio que
ainda possui certa integridade necessitam de financiamento, a questão da adaptação
a novas atividades, a novos contextos (que é o que mantém a vitalidade do patrimônio)
merece reflexão especial sobre os ‘antídotos’ para combater os ‘vírus’ da destruição
que algumas atividades trazem consigo (AMORIM, 2007).
Segundo Castro (1991, p. 5), “os conceitos de preservação e tombamento muitas
vezes são usados como sinônimos, mas deve-se distingui-los, já que no mundo
jurídico os seus efeitos se diferem”.
Desta forma, preservação é um conceito mais genérico que visa proteger de
algum dano futuro defendem resguardar, conservar. No caso do patrimônio cultural, é
compreendido como toda e qualquer ação do Estado com o objetivo de manter a
memória de fatos ou valores culturais de uma nação. A preservação engloba várias
ações como: inventariação, conservação, consolidação, restauração, tombamento e
outras formas de acautelamento (CASTRO, 1991).
Sobre tombamento Castro (1991, p. 5) afirma que:
É o meio posto à disposição do Poder Público para a efetiva tutela do
patrimônio cultural do país. É por meio do tombamento que o poder Público
cumpre a obrigação constitucional de proteger os documentos, as obras e os
locais de valor histórico ou artístico, os monumentos e paisagens naturais
notáveis, bem como as jazidas arqueológicas.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para Tinem (2010) preservar o patrimônio cultural é algo de enorme importância
para o crescimento social e cultural de um povo, pois os bens culturais retêm todo um
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Figura 1 – Locais importantes a serem preservados (grupo a)
demonstrar um determinado gosto estético ou algum tipo de conhecimento
tecnológico, e servir como documento das condições sócio-políticas e mesmo da
econômica das civilizações.
O patrimônio cultural pertence à comunidade que produziu os bens culturais que
o compõem. Não se pode pensar em proteção de bens culturais, senão no interesse
da própria comunidade. Se a sociedade souber valorizar o seu patrimônio, terá dado
um grande passo para garantir o bem-estar social e a emancipação cultural das
gerações futuras.
REFERÊNCIAS
ALVES, A. F. de A. O TOMBAMENTO COMO INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO AO
PATRIMÔNIO
CULTURAL.
UFMG.
Disponível
em:
<http://www.pos.direito.ufmg.br/rbepdocs/098065098.pdf>. Acesso em: 29.maio.2015.
AMORIM, Luiz. Obituário Arquitetônico: Pernambuco Modernista. Recife, Gráfica Santa
Marta, 2007.
BRAGA, M. CONSERVAÇÃO E RESTAURO. ARQUITETURA. Disponível em:
<http://marciabraga.arq.br/voi/images/stories/pdf/MarciaBraga_arq_bras.pdf>. Acesso em:
29.mai.2015.
CASTRO, S. R. de. O Estado na preservação de bens culturais. Rio de Janeiro: Renovar,
1991, p. 5.
CARVALHO, S. E. Porque Preservar o Patrimônio Histórico e Cultural. História e
Arquitetura.
Disponível
em:
<http://historiaearquitetura.blogspot.com.br/2009/04/porque-preservar-o-patrimoniohistorico.html>. Acesso em: 06.agost.2015.
FARAH, A. P. Restauro arquitetônico: a formação do arquiteto no Brasil para
preservação do patrimônio edificado. Revista História, São Paulo, v.27, n. 2,
primavera 2008.
KRUCHIN, S. Uma poética de restauro: Obra de restauro. São Paulo: Bilíngue, 2012.
MINDLIN, H. Modern Architecture in Brazil. NY, Reinhold, 1956.
SEREZUELLA, K. Por que preservar imóveis antigos? Entenda os critérios para
preservá-los. Construção e Reforma. Disponível em: <http://mulher.uol.com.br/casa-
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conjunto de informações podendo refletir crenças, ideias e costumes, além de
TINEM, N. Desafios da Preservação da arquitetura moderna: o caso da Paraíba.
PPG-AU/FAUFBA.
Disponível
em:
<http://www.hidro.ufcg.edu.br/patrimoniocg/biblioteca_site_probex/TINEM,%20Nelci.
%20Desafios%20da%20Preserva%C3%A7_o,%20Arquitetura%20Moderna%20na%
20Para%C3%ADba.%202010.pdf>. Acesso em: 29.mai.2015.
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e-decoracao/noticias/redacao/2013/01/20/por-que-preservar-imoveis-antigosentenda-as-razoes.htm>. Acesso em: 29.mai.2015.
Dione da Costa Oliveira - Técnico em Edificações e Acadêmico do curso de
Engenharia Civil da Faculdade vértice _ UNIVÉRTIX
Renata Pessoa Bifano– Graduada em Matemática e Física .Mestre em
Matemática -UFV - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Rafael Eler de Souza - Graduado em designer de produtos - UEMG - Mestre em
engenharia de materiais - REDEMAT- Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Joyce Perígolo Breder - Graduada em tecnologia em construção civil - Facig Especialista em construção civil com ênfase em perícia e avaliação–UFMG.
Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras. Especialista em Língua
Inglesa. Professora da Faculdade Vértice_
UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
Este artigo pretende discutir e apresentar todos os procedimentos a serem feitos para
a realização de uma fundação profunda em uma obra de grande porte, localizada na
Rua Carlos Fernandes, no momento ainda sem número, na cidade de Matipó. Tratase de um solo instável e pouco resistente que se encontra dessa forma, devido a
vários fatores inclusive sua localização, próxima ao rio Matipó. Na obra, que é um
projeto arquitetônico comercial, foi feito a fundação utilizada para a inicialização da
obra. Para análise do solo, foi feita a extração das amostras recolhidas em invólucros
plásticos e examinadas em laboratório. A partir do resultado das análises obtidas
foram feitas as estacas moldadas em obra nas quais foram necessários 20 furos de
40 cm de diâmetro com profundidades que variam de 9 metros a 12 metros e por fim
feitos os blocos apoiados sobre as estacas.
PALAVRAS-CHAVE: Geotecnia; Fundação profunda; Solo instável.
1-INTRODUÇÃO
Para abordarmos o assunto, faz-se necessário a definição dos principais
elementos envolvidos.
Segundo a NBR 6122 (2010, p. 3):
Fundação profunda é Elemento de fundação que transmite a carga ao terreno
ou pela base (resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência
de fuste) ou por uma combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar
assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em
planta, e no mínimo 3,0 m. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e
os tubulões.
Fundações são os elementos estruturais com função de transmitir as cargas da
estrutura ao terreno onde ela se apoia (AZEREDO, 1977).
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OS PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DE UMA FUNDAÇÃO PROFUNDA
EM UMA OBRA DE GRANDE PORTE EM SOLO INSTÁVEL
cargas que serão transmitidas aos elementos de fundação. Confrontando essas
informações com as características do solo onde será edificado, conhecidas através
de testes de sondagens, o projetista de fundações calcula o deslocamento desses
elementos e compara com os recalques admissíveis da estrutura, ou seja, primeiro
elabora-se o projeto estrutural e depois o projeto de fundação. (DANZINGER, 2013)
Assim, elas precisam ser projetadas com a resistência necessária para que
possam suportar as tensões causadas pelos esforços solicitantes dos quais a
estrutura é submetida como o peso próprio de toda a estrutura em si, incluindo cargas
acidentais, vento e do empuxo solo. De igual modo, o solo necessita da devida
resistência e rigidez para que não haja ruptura e que nem apresente deformações que
venham a trazer problemas futuramente. Para se escolher a fundação mais adequada,
devem-se conhecer os esforços atuantes sobre a edificação, as características do solo
e dos elementos estruturais que formam as fundações. Assim, analisa-se a
possibilidade de utilizar os vários tipos de fundação, em ordem crescente de
complexidade e custos (WOLLE, 1993citado por Barros, 2011).
Segundo Barros (2011, p. 1), “fundações projetadas adequadamente
correspondem de 3% a 10% do custo total do edifício; porém, se forem mal concebidas
e mal projetadas, podem atingir 5 a 10 vezes o custo da fundação mais apropriada
para o caso.”
Barros (2011) ainda afirma que o valor da fundação cresce também em casos
em que a resistência do solo seja incompatível com os esforços que serão a ele
transferidos, pois, nestes casos, elementos de fundação mais complexos são
exigidos, podendo-se ter, inclusive, a necessidade de troca de solo, com reaterro e
compactação. Tudo isto levando a custos, não previstos inicialmente.
O objetivo deste trabalho é verificar o que foi feito com relação à fundação
profunda do tipo moldada em obrade uma obra de grande porte localizada na Rua
Carlos Fernandes, ainda sem número, bairro Centro, Matipó– MG, em um solo instável
e pouco resistente que se encontra dessa forma, devido a vários fatores inclusive à
sua localização ser próxima ao rio Matipó que serve de apoio aos blocos que são, de
acordo com a NBR 6122 (2010, p. 3), o elemento de fundação superficial de concreto,
dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas
pelo concreto, sem necessidade de armadura.
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Convencionalmente, o projetista estrutural repassa ao projetista de fundação as
A NBR 8036 (1983) diz que o número de sondagens e a sua localização em
planta dependem do tipo da estrutura, de suas características especiais e das
condições geotécnicas do subsolo. O número de sondagens deve ser suficiente para
fornecer um quadro, o melhor possível, da provável variação das camadas do subsolo
do local em estudo.
Ainda segunda a NBR 8036 (1983, p.1), “as sondagens devem ser no mínimo,
de uma para cada 200 m² de área de projeção em planta do edifício, até 1200 m².”.
Entre 1200 m² e 2400 m² o número de sondagens deve ser fixado de acordo com o
plano particular da construção. Em quais quer circunstâncias o número mínimo de
sondagens deve ser:
a) Dois para área da projeção em planta do edifício até 200 m²;
b) Três para área entre 200 m² e 400 m²;
ANBR 8036 (1983) também exige que as sondagens precisam ser levadas até a
profundidade onde o solo não seja significativamente solicitado pelas cargas
estruturais, fixando-se como critérios aquela profundidade onde o acréscimo de
pressão no solo, devida às cargas estruturais aplicadas, for menos do que 10% da
pressão geostática efetiva.
Para a coleta de amostras deve ser utilizado de acordo com a NBR 6484 (2001)
um amostrador-padrão, de diâmetro externo de 50,8 mm ± 2 mm e diâmetro interno
de 34,9 mm ± 2 mm, deve ter a forma e dimensões indicadas na figura 1 para
fabricação.
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2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Figura 1 – Dimensões do corpo para fabricação da cabeça e sapata e do corpo para fabricação.
Abaixo temos a figura 2 que fixam dimensões para verificações expedidas em
obras.
Figura 2 – Dimensões da cabeça e sapata e dimensões do corpo para verificações expeditas em
obra
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estando descritas a seguir as partes que o compõem ainda segundo a NBR8036
(1983, p.3):
a) cabeça, devendo ter dois orifícios laterais para saída da água e do ar, bem como
devendo conter interiormente uma válvula constituída por esfera de aço recoberta de
material inoxidável;
b) corpo, devendo ser perfeitamente retilíneo, isenta de amassamentos, ondulações,
denteamentos, estriamentos, rebordos ou qualquer deformação que altere a seção e
rugosidade superficial, podendo ou não ser bipartido longitudinalmente;
c) sapata ou bico, devendo ser de aço temperado e estar isenta de trincas,
amassamentos, ondulações, denteações, rebordos ou qualquer tipo de deformação
que altere a seção.
3 - METODOLOGIA
A área do terreno por ser de 81 m² (9x9 m), se referência de acordo com as
especificações da NBR 8036 (1983,) sendo dois furos o suficiente, exatamente como
representados na planta de locação sem escala na figura 3 a seguir.
Figura 3 – Planta de locação dos furos feitos à percussão
As perfurações mostradas na figura 3 foram feitas pelo processo de percussão
e lavagem com circulação de água, protegidas por um revestimento de 2 ½” de
diâmetro. Durante o ensaio, foi executado de metro em metro o “ENSAIO DE
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Sendo a figura 1 (para fabricação) e 2(para verificações expedidas em obras),
necessários para alcançar o peso dos golpes necessários para que um peso de 65 kg
caindo de 75 cm de altura faça o barrilete amostrador penetrar 30 cm no terreno,
seguindo as exigências da NBR 6484 (2001).
A extração das amostras, também segundo as exigências da NBR 6484 (2001),
foi feita com a cravação de um amostrador padronizado como já explícito em tópicos
anteriores. As amostras foram recolhidas em invólucros plásticos e examinadas em
laboratórios. Na figura 4 podemos observar na obra o momento de extração e
confecção dos furos necessários.
Figura 4 – Cravações do amostrador
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para cada furo fornecido um perfil geotécnico atendente às especificações da
NBR 6484 (2001) como mostrados na figura 5.
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PENETRAÇÃO DINÂMICA”, o qual consiste em se contar o número de golpes
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Figura 5 – perfis geológicos referentes aos furos feitos à percussão
Na figura 4, observamos uma sequência provável das camadas entre as
sondagens executadas, o nível d’água, a cota em relação a RN, a classificação do
material encontrado, o grau de compacidade dos solos de predominância siltosa ou
arenosa e a consistência dos solos de predominância argilosa, a partir das
penetrações medidas, juntamente com as demais especificações.
Após isso foram feitas estacas moldadas em obra para as quais foram
necessários 20 furos de 40 cm de diâmetro com profundidades que variam de 9 metros
a 12 metros, dependendo do local em que a resistência à penetração é alta e por fim
feitos os blocos apoiados sob as estacas cujas ferragens que são mostradas na figura
6.
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Figura 6 – Ferragens das estacas moldadas em obra
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
É importante se fazer o estudo do solo para ver qual a melhor fundação a ser
escolhida, pois como foi falado antes, Barros (2011) afirma que fundações bem
projetadas correspondem de 3% a 10% do custo total do edifício, porém, se forem mal
concebidas e mal projetadas, podem ter até 10 vezes o custo da fundação mais
apropriada para o caso.
Deve haver esse cuidado principalmente com solos pouco resistentes em que a
localização da rocha mãe seja muito inferior em relação ao nível dos solos,
principalmente em função da futura vida útil da edificação de grande porte.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6122- Projeto e
execuções de fundações: Procedimento. 2. Ed, Rio de Janeiro, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR8036-Programa de
sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios.
Rio de Janeiro, 1983.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6484-Solo –
Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio. Rio de
Janeiro, 2001.
AZEREDO, Hélio Alves de. O Edifício Até sua Cobertura. São Paulo. Edgar
BlucherLtda.1977.
BARROS, Carolina. “Apostila de Fundações”. Apostila do Curso de Graduação do
Instituto federal de educação e Ciência Sul Rio Grandense – Campus Pelotas,
Rio Grande do Sul, 2011.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
SILVA, Diego de Toledo Lima da. Fundação e Sondagem do solo. ATIBANEWS.
Disponível
em:http://www.atibaianews.com.br/ver_col.php?artigo=lista&idCol=656&idArt=972&n
omeCol=Diego&cat=Colunistas. Acesso em: 13.Out.2014.
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DANZINGER, Fernando. “Fundações”, apostila do curso Graduação em
Engenharia Civil, UFRJ, Rio de Janeiro, 2013.
Dione da Costa Oliveira - Técnico em Edificações -ESCOLA TÉCNICA VÉRTIX–
Acadêmico do curso de Engenharia Civil - Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX
Rúbya Fernandes Lima Costa Alves, Natália Cristina Carvalho Cunha Graduandas em Engenharia Civil - UNIVÉRTIX
Rafael Eler de Souza - Graduado em designer de produtos. Mestre em engenharia
de materiais. Professor da Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz– Licenciada e Bacharel em Biologia.Especialista
em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais, Processos Químicos e
Metalúrgicos. Doutora em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice UNIVERTIX.
Renata Pessoa Bifano– Graduada em Matemática e Física .Mestre em
Matemática -UFV - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Marcelo de Carvalho Mendes. Graduado em Matemática. Professor da Faculdade
Vértice-Univértix
[email protected]
RESUMO
Para a conservação de água existem medidas convencionais e não convencionais.
Para o aproveitamento de água pluvial para consumo não potável é uma medida não
convencional mesmo sendo praticado em vários países. No processo de coleta de
água da chuva, são utilizadas áreas impermeáveis, normalmente o telhado, pois é
coletada através de calhas, condutores verticais e horizontais e é armazenada em
reservatório podendo ser de diferentes materiais. A água armazenada deverá ser
utilizada somente para consumo não potável, como em bacias sanitárias, torneiras de
jardim, lavagem de veículos e para lavagem de roupas. O objetivo do trabalho é
mostrar um projeto de aproveitamento da água da chuva e as etapas para que a
mesmo seja utilizado para bacias sanitárias.
PALAVRAS-CHAVE:
Hidráulica.
Água
da
chuva;
Armazenamento;
Reaproveitamento;
1 - INTRODUÇÃO
O meio ambiente é um tema que recentemente tem sido abordado em toda
sociedade brasileira e por importantes nações. No final do século XX e início do século
XXI levantaram-se questões fundamentais quanto à importância que é dada aos
recursos ambientais presentes no planeta. Depois de praticamente dois séculos de
desenvolvimento industrial e urbano desenfreado a humanidade tem a necessidade
de recuar, pois esse desenvolvimento industrial, tecnológico, econômico e
demográfico trouxe como consequência um consumo desordenado e de certa maneira
irresponsável dos recursos ambientais entre eles está à água. Segundo Souza (2003),
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL EM UMA RESIDÊNCIA
UNIFAMILIAR SITUADA NO CONDOMÍNIO DE CHÁCARAS DA CIDADE DE
MATIPÓ/MG
teve como tema e discussão a ameaça de redução das reservas mundiais em cerca
de um terço nos próximos 20 anos. Anersen apud Villers (2002), diretor do
InternationalFoofpolicyReserchInstitute, diz que um a cada 5 países está sujeito a
experimentar
uma
severa
falta
de
água
dentro
de
25
anos.
“A
PopulationActionInternatonal sustenta que o número de pessoas vivendo em estado
crítico de falta de água era de 436 milhões em 1997 e, segundo sias projeções, a
porcentagem da população mundial vivendo em estado crítico de falta de água vai
quintuplicar até 2050 (VILLIERS, 2002).
Villiers (2002) descreve que somente um terço da água que flui anualmente para
o mar pode ser utilizada pelo homem. Desta quantidade, mais da metade já tem
destino e está sendo utilizada. Muitas vezes, a água é encontrada na natureza
degradada por esgotos, poluição industrial, produtos químicos, excesso de nutrientes
e pragas de algas, diminuindo a disponibilidade per capita de água potável no planeta.
Segundo Shiklomanov (1998) existe cerca de 1.386 milhões de Km 3 de água no
planeta Terra, sob as formas líquida e congelada, sendo encontrada nos oceanos,
lagos, rios, geleiras e no subsolo e mesmo assim países como o Kuwait, o Egito, a
Arábia Saudita, a Líbia, a Tailândia e a Bélgica sofrem com a escassez de água. O
problema de falta de água começa também em paíes como o México, a Hungria, a
Índia, a China, os EUA, a Etiópia, a Síria e a Turquia.
Este trabalho tem o objetivo de mostrar as etapas de um projeto de captação
da água da chuva através da instalação de calhas para a captação e condução da
água, para o uso da mesma, inicialmente em bacias sanitárias em uma residência
unifamiliar situada no condomínio de chácaras em Matipó, cujo projeto arquitetônico
foi feito pelo primeiro autor do artigo.
2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Palmier (2001), sistemas alternativos de coleta de água de chuva vêm
sendo utilizados em estados nordestinos do país e em Minas Gerais. No entanto, não
há uma sistematização no uso dessas técnicas. Muitas dessas aplicações, não
apresentam seus resultados monitorados. Segundo Sonda et al.(apud MAY, 2004),a
construção de cisternas no semi-árido trouxe diversos benefícios às pessoas que
utilizam esse sistema, a saber:
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o 3º Fórum Mundial da Água, ocorrido no mês de março de 2003 em Kioto, no Japão,
Facilitou a vida da dona de casa;

Diminuiu o índice de doenças onde são efetuadas manutenções adequadas
nas cisternas;

Tempo livre para desenvolver outras atividades;

Disponibilidade de água para beber, cozinhar e limpeza entre outros.
A água é um fator limitante para o desenvolvimento urbano, industrial e
agrícola. Afim de diminuir o impacto financeiro, gestores do Estado e de Instituições
privadas procuram novas fontes de recursos para complementar a pequena
disponibilidade de água ainda disponível pois sabem que a exagerada demanda por
água em algumas regiões, a falta de água, atingiria o desenvolvimento econômico e
a qualidade de vida da população. A substituição de fontes é a melhor alternativa para
suprir à demandas mais flexíveis no que se refere ao uso sem prejuízo de águas com
menor qualidade. Assim, reservando águas de melhor qualidade para o uso
doméstico. (REVISTA BRASILEIRA DE RECURSOS HÍDRICOS, 2002). A captação
de água pode ser feita através das coletas de águas naturais como de nascentes,
represas, depósitos subterrâneos (mananciais) e água de chuva, essas variam
conforme as condições locais, hidrológicas, topográficas e, as águas de chuva,
segundo condições pluviométricas. A captação é a primeira unidade do sistema de
abastecimento de água, o seu constante e bom funcionamento depende do
desempenho de todas as unidades subsequentes. A concepção de uma unidade de
captação deve considerar que não são admissíveis interrupções em seu
funcionamento. A concepção e a escolha do local de captação da água devem
assegurar condições de fácil entrada da água em qualquer época do ano e favorecer
a economia das instalações. (ESCOLA DE ENGENHARIA DA UFMG, 1995).
Apesar dos benefícios visíveis e concretos da economia de água e da melhoria
da qualidade de vida das famílias que vivem no semi-árido brasileiro, o papel e a
importânciada coleta da água de chuva são pouco compreendidos pela maioria de
nossos técnicos, governantes, e também pela população. Há uma grande
necessidade de realizar pesquisas para avaliar do aproveitamento do potencial hídrico
em regiões semiáridas e também em outras regiões do Brasil (MAY, 2004, p. 51).
Jalfim (2001) relata que para incentivar a coleta e armazenamento de água de
chuva, não basta tentar demonstrar a viabilidade dessa proposta pelo efeito visual e
pelos relatos de experiências bem sucedidas. É preciso conscientizar as pessoas
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
industrial.
3 - METODOLOGIA
Em função da relevância do reaproveitamento de água, foi feito um projeto de
reaproveitamento da água da chuva em uma residência unifamiliar situada no
condomínio de chácaras da cidade de Matipó através do software de computador
AutoCAD, e usada como Referência a NBR 10844 (1989) que fixa exigências e
critérios necessários aos projetos das instalações de drenagem de águas pluviais e
visa garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, higiene, conforto,
durabilidade e economia que se aplica também à drenagem de águas pluviais em
coberturas e demais áreas associadas ao edifício, tais como terraços, pátios, quintais
e similares.
Na figura 1 abaixo temos um exemplo resumido de como se dá o
funcionamento deste Projeto.
Figura 1 – Funcionamento Geral (Montagem)
Fonte: http://www.arquidicas.com.br/como-economizar-agua-em-casa/
http://www.youvlogs.com.br/n/1385/sera-que-vai-chover-que-tal-
Resumindo a figura 1, a água da chuva ao cair sobre o telhado é coletada pelas
calhas, nas quais são instaladas telas para que a água captada passe pelos
condutores horizontais e verticais deixando a maior parte da sujeira como folhas e
outros detritos nas calhas, visto que com o decorrer do tempo esses detritos
entupiriam o encanamento. Dos condutores, a água é levada até o reservatório que
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sobre a importância da coleta de água de chuva para o consumo humano, agrícola e
água através de uma bomba é levada até uma caixa d’água separada da caixa d’água
habitual que levará a água pluvial a cinco dos banheiros existentes na casa.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados e discussões deste artigo têm como objetivo apresentar o projeto
de captação de água pluvial feito no AutoCAD e especificar ao máximo possível e de
forma clara o funcionamento do mesmo.
O projeto de captação de água pluvial foi feito a partir do projeto arquitetônico
feito por um dos autores do Artigo, que é a casa mostrada na figura 2 sendo uma
representação em Sketchup e figura 3 sendo fotos reais, cujo proprietário é o diretor
Lúcio Sleutjes que gentilmente nos deu permissão para utilizá-lo.
Figura 2 – Representação da residência no programa Sketchup
Fonte: Sleutjes L. - Sketchup
Abaixo temos a Figura 3 com fotos reais do local cujo projeto arquitetônico foi
utilizado para a elaboração do projeto de captação de água pluvial.
Figura 3 – Fotos da residência
Fonte: Sleutjes L.
Na figura 4 abaixo temos os fundos do diagrama de cobertura, onde foram
implantados os condutores verticais de forma externa com relação às paredes para
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terá pastilhas de cloro com a função de manter a água utilizável, e do reservatório, a
condutores há telas que impedem a sujeira mais grossa de passar.
Figura 4 – Fundos do Diagrama de cobertura
Fonte: Autor - AutoCAD
Abaixo na figura 5 temos um detalhamento melhor em planta (de cima) dos
condutores, e outros elementos tais como, reservatório, caixa d’água (apenas a que
serve para a água da chuva) e os pontos exatos das bacias sanitárias.
Figura 5 – Localização dos elementos do projeto
Fonte: Autor - AutoCAD
Na figura 6 temos a mesma localização da anterior, porém mostrando
realmente as bacias sanitárias da casa que serão abastecidas no 1º e 2º pavimento
da edificação.
Figura 6 – Localização dos elementos do projeto em planta baixa (1º e 2º pavimentos)
Fonte: Autor - AutoCAD
Na figura 7 percebemos que é mostrado em corte como a água, após ter saído
do reservatório e ter ido para a caixa d’água é levada para a bacia sanitária do
banheiro do 2º pavimento.
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que a água possa passar, lembrando que na calha, nos lugares onde estão os
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Figura 7 – Localização dos elementos do projeto em Corte
Fonte: Autor - AutoCAD
E por fim, na figura 8, foi usada a Fachada dos fundos da edificação como o
corte que mostra mais claramente os condutores verticais que levam a água pluvial
das calhas do telhado (onde tem uma tela para que a sujeira mais grossa também não
vá) para os condutores horizontais que vão direto para o reservatório onde há as
pastilhas de cloro para que a água permaneça utilizável. Do reservatório, por meio de
uma bomba que será instalada, ela irá para uma caixa d’água (que será utilizada
apenas para a água pluvial) e serão distribuídos para cinco das seis bacias sanitárias
presentes na casa.
Figura 8 – Localização dos elementos do projeto nos fundos da casa
Fonte: Autor - AutoCAD
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A utilização de projetos de captação da água da chuva é uma ideia que deve ser
encorajada, mesmo que inicialmente não seja um projeto barato com relação à
implantação propriamente dita, mas à médio e longo prazo segundo Bueno et al (2012)
sempre há um bom retorno financeiro e o retorno do investimento ocorre a partir de 2
anos e meio, ecologicamente e financeiramente evita desperdiçar um recurso natural
escasso em várias regiões, e disponível em abundância em nosso telhado.
REFERÊNCIAS
SOUZA, M. M.. Relatória da água faz alerta sobre inérciapolítica. O estado de São
Paulo, 06 mar. 20013. Geral, Caderno A, p.A8.
VILLIERS, M.. Água: Como o isso deste precioso recurso natural poderá
acarretar a mais séria crise do século XXI. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.
SHIKLOMANOV, I. A.. World WaterResources. A new appraisal and assement for
the 21st century.United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization,
Paris,
1998.
Disponívelem
:http://unesdoc.unesco.org/images/0011/001126/112671eo.pdf. Acesso em 14 jun.
2015.
RBRH - Revista Brasileira de Recursos Hídricos Volume 7 n.4 Out/Dez 2002, 75-95
PALMIER, L. R.. A necessidade das bacias experimentais para a avaliação da
eficiência de técnicas alternativas de captação de água na região semi-árida do Brasil.
In: 3º SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CAPITAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA NO SEMIÁRIDO, Paraíba, 2001. Anais. Paraíba: ABRH, 2001, p. 8. 1 CD – ROM.
JALFIM, F. T.. Considerações sobre a viabilidade técnica e social da captação e
armazenamento da água da chuva em cisternas rurais na região semi-árida brasileira.
In: 3º SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CAPITAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA NO SEMIÁRIDO, Paraíba, 2001. Anais. Paraíba: ABRH, 2001, p. 6. 1 CD – ROM.
MAY, Simone. Estudo da viabilidade do aproveitamento da água da chuva para
consumo não potável em edificações. São Paulo, 2004. 189p. Dissertação,
Mestrado – Engenharia, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR10844-Instalações
prediais de águas pluviais. Rio de Janeiro, 1989.
BUENO, Camila; et al. Disciplina de Saneamento e Meio Ambiente para
Arquitetura.São Carlos, junho de2012. 26p. Monografia, Graduação – Engenharia,
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo - USP.
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5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Igor Mange. Layrone Tonon Correa. Luiz Filipe Vieira. Marco Aurélio Simão
Rafael Júnior. Ricardo Souza Teixeira. Werlan Gomes da Silva Graduandos em
Engenharia Civil – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
A escassez da água, problema enfrentado em vários locais, é resultado do consumo
cada vez maior dos recursos hídricos, do mau uso que se faz dos mesmos, da
poluição, do desperdício e, sobretudo, da falta de políticas públicas que estimulem o
uso sustentável da água. A essencialidade desse recurso natural é indiscutível, sendo
extremamente necessário para a manutenção da vida no planeta. Diante da
necessidade e do crescente interesse pelo aproveitamento da água da chuva, é
conveniente ter atenção para aspectos fundamentais como a qualidade da água e a
quantidade de chuva disponível em cada região. Dentro deste contexto, esta pesquisa
promoveu a caracterização da água da chuva na cidade de São Pedro dos Ferros,
Minas Gerais e estudou o seu potencial quantitativo de utilização em áreas urbanas,
com vistas ao seu aproveitamento como fonte de abastecimento para fins não
potáveis em edificações. O presente trabalho trata-se de uma pesquisa de natureza
descritiva, com abordagem quantitativa, foi desenvolvida uma metodologia que
compreende as seguintes etapas: descrição do objeto de estudo, levantamento de
dados referentes ao consumo de água, dados pluviométricos da região, determinação
das áreas de cobertura, dimensionamento do reservatório para aproveitamento de
água pluvial e análise econômica da viabilidade de implantação do sistema. O
trabalho foi realizado na residência do aluno Marco Aurélio Simão Rafael Júnior,
localizada na Avenida Olegário Maciel, número 410 localizado na cidade de São Pedro
dos Ferros/MG.
PALAVRAS-CHAVE: Reaproveitamento; Água da chuva e Sustentabilidade
1 - INTRODUÇÃO
Atualmente, há uma grande preocupação da sociedade em relação à
conservação dos recursos naturais. Dentre estes, a água é um dos mais preciosos
recursos, uma vez que é indispensável para a vida no nosso planeta. Além de ser um
recurso vital insubstituível, a água é um importante fator de produção para diversas
atividades, sendo essencial para que haja desenvolvimento econômico e tecnológico
(ANDRADE, 2004).
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IMPORTÂNCIA E SOLUÇÕES PARA O APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE
CHUVA
formas de preservar a água potável, passando necessariamente pela busca de novas
tecnologias e pela revisão do uso da água pela população.
A meta da atualidade é a busca por práticas que aprimorem o uso da água, como
programas de conservação, baseados em medidas técnicas e em mudanças de
comportamento, motivadas por incentivos que vão desde a educação ambiental até a
regulamentação de leis e de estrutura tarifária (TOMAZ, 2011). O modelo do sistema
de abastecimento de água utilizado nos dias de hoje é arcaico e sofre sérios
problemas para manter o abastecimento de água de forma estável e com qualidade.
Atualmente, a água tratada pelas concessionárias de saneamento atende a
exigentes padrões de potabilidade, e chega às residências para ser utilizada para
todos os fins, tanto para beber quanto para dar descarga nos vasos sanitários.
De acordo com Braga (2001), a água destinada ao consumo humano pode ter
dois fins distintos, parte da água que abastece uma residência é utilizada para higiene
pessoal, para beber e cozinhar alimentos, sendo estes usos designados como uso
potável à outra parcela da mesma água que chega às residências é destinado aos
usos não potáveis, como lavagem de roupas, carros e calçadas, irrigação de jardins e
descarga de vasos sanitários (SCHERER, 2003). Esta parcela de água poderia ser
atendida por fontes alternativas, visando à conservação da água e gerando uma
economia para o consumidor.
Diante da necessidade e do crescente interesse pelo aproveitamento da água
da chuva, é conveniente ter atenção para aspectos fundamentais como a qualidade
da água e a quantidade de chuva disponível em cada região. Segundo ANA - Agência
Nacional de Águas, a chuva ao cair trás os elementos presentes na atmosfera, os
quais poderão interferir na qualidade desta água. Com relação ao aspecto
quantitativo, é importante conhecer a capacidade de produção de chuva do sistema
de aproveitamento e a demanda que se deseja atender com a mesma, para construir
um sistema que garanta o abastecimento na maior parte do tempo e que seja
economicamente viável.
Dentro deste contexto, esta pesquisa promoveu a caracterização da água da
chuva na cidade de São Pedro dos Ferros, Minas Gerais e estudou o seu potencial
quantitativo de utilização em áreas urbanas, com vistas ao seu aproveitamento como
fonte de abastecimento para fins não potáveis em edificações.
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É em virtude deste panorama que cresce a necessidade de encontrar meios e
O volume total de água na Terra é estimado em torno de 1,35 milhões de
quilômetros cúbicos, sendo que 97,5% deste volume é de água salgada, encontrada
em mares e oceanos. Já 2,5% é de água doce, porém localizada em regiões de difícil
acesso, como aquíferos (águas subterrâneas) e geleiras. Apenas 0,007% da água
doce encontra-se em locais de fácil acesso para o consumo humano, como lagos, rios
e na atmosfera (BELLA, 2008).
Segundo Kobyama (2010), apesar de a água doce ainda ser encontrada em
grande quantidade, os recursos hídricos podem tornar-se escassos em algumas
regiões do mundo, nas quais suprir a demanda de água já está se tornando um
problema em função do acelerado crescimento populacional, principalmente urbano.
De acordo com relatórios da Organização das Nações Unidas, a atual população
mundial é estimada em aproximadamente 6,5 bilhões de pessoas, tendendo a
alcançar a marca de 9 bilhões em 2050 (ONU, 2006), sobrecarregando ainda mais os
sistemas de abastecimento de água.
O Brasil possui uma disponibilidade hídrica estimada em 35.732 m³/hab/ano,
sendo considerado um país “rico em água”. Além disso, em relação ao potencial
hídrico mundial, o Brasil conta com 12% da quantidade total de água doce no mundo
(TOMAZ, 2011).
A disponibilidade hídrica do Brasil encontra-se, na maior parte, distribuída em
bacias hidrográficas. As principais bacias hidrográficas do Brasil são do Rio
Amazonas, do Tocantins Araguaia, do São Francisco, do Atlântico Norte Nordeste, do
Uruguai, do Atlântico Leste, do Atlântico Sul e Sudeste, dos Rios Paraná e Paraguai
(ANA, 2015).
Apesar de o Brasil apresentar grande disponibilidade de recursos hídricos,
estes não estão distribuídos uniformemente pelo país, havendo um grande
desequilíbrio entre oferta de água e demanda (MANO 2004). Verifica-se no Brasil, que
as regiões mais populosas são justamente as que possuem menor disponibilidade de
água, por outro lado onde há muita água ocorre baixo índice populacional.
Segundo Cohim e Kiperstok (2008), a Região Sudeste do Brasil, que dispõe de
um potencial hídrico de apenas 6% do total nacional, porém conta com 43% do total
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2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
apresenta 69% de água disponível, contando com apenas 8% da população brasileira.
O crescimento populacional, o processo de industrialização e consequente
aumento da demanda por água nos grandes centros urbanos, têm causado a
insuficiência e degradação dos mananciais superficiais e subterrâneos próximos a
estas regiões, gerando a necessidade de buscar maiores volumes de água, em locais
cada vez mais distantes, com elevado encargo energético (MANY e PRADO, 2011).
Por outro lado, a expansão das áreas urbanas altera a cobertura vegetal e,
consequentemente, os componentes do ciclo hidrológico natural.
De acordo com Werneck e Bastos (2013), o aumento da densidade
populacional nos centros urbanos implica na construção de telhados, ruas
pavimentadas, calçadas e pátios, aumentando a impermeabilização do solo.
Além disso, o desperdício de água potável, resultante do mau uso dos
aparelhos sanitários, bem como vazamentos nas instalações, tem contribuído para
maior consumo deste recurso (YWASHIMA, 2005). Diante deste cenário, é preciso
conscientizar as pessoas que o uso sustentável da água é uma das bases para o
desenvolvimento humano. A preservação dos recursos hídricos, em quantidade e
qualidade é de suma importância hoje e também para as futuras gerações.
Os mananciais utilizados para abastecimento de água, próximos à zona
urbana, tornam-se insuficientes, ou têm sua qualidade comprometida, devido ao
aumento da demanda gerada pelo crescimento populacional e pelo processo de
industrialização.
O atual modelo de saneamento caracteriza-se pelo uso perdulário dos recursos
água e energia, levando à escassez de água e poluição dos recursos hídricos, o que
representa um problema de saúde pública, limitando o desenvolvimento econômico e
os recursos naturais (COHIM e KIPERSTOCK, 2008).
Segundo os Bella (2008), diversos estudos apontam como principais causas
das enchentes urbanas brasileiras: impermeabilização do solo, erosão e disposição
inadequada do lixo. Sistemas de rápido escoamento das águas das chuvas, baseados
em canalizações e retificações dos rios e córregos têm sido adotados como solução
às enchentes.
Em algumas cidades brasileiras já existem leis que têm por objetivo obrigar as
construções a reterem a água de chuva, para diminuir as enchentes urbanas. Em
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de habitantes do país, enquanto a Região Norte, que compreende a Bacia Amazônica,
taxa referente ao volume de água lançado na rede de coleta pluvial do município. Em
São Paulo, a Lei Municipal nº 13.276 de janeiro de 2002, torna obrigatória a execução
de reservatório para as águas de chuva nos lotes que tenham área impermeabilizada
superior a 500m².
Os problemas relacionados à água nas áreas urbanas evidenciam a
necessidade de buscar alternativas capazes de reverter o atual estado de uso deste
recurso pela sociedade.
Segundo Mano e Schimitti (2011) a sustentabilidade urbana só será alcançada
caso a sociedade se direcione no sentido do uso eficiente e apropriado da água. Ao
invés de problema, as águas pluviais podem ser manejadas como uma das soluções
para o abastecimento descentralizado.
Porém, o manejo dessas deve buscar aproveitar a água precipitada antes que
ela entre em contato com substâncias contaminantes, armazenando-a para uso
doméstico, criando condições de infiltração do excedente, restaurando os fluxos
naturais, disponibilizando mais uma alternativa para abastecimento de água local e
descentralizado (COHIM e KIPERSTOK, 2008).
A captação direta de águas pluviais nas edificações pode ser considerada como
uma fonte alternativa, reduzindo a demanda dos sistemas públicos de abastecimento.
Porém sua utilização necessita de estudos acerca da viabilidade e eficiência no
atendimento dos usos a que será destinada, avaliação dos possíveis riscos sanitários,
adequação das instalações hidráulicas prediais, dimensionamento do sistema de
captação, coleta e reservação, observando as características locais, evitando a
implantação de projetos inadequados que comprometam os aspectos positivos da
alternativa.
3 - METODOLOGIA
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, com
abordagem quantitativa (DUARTE, 2010). Nesse tipo de pesquisa são utilizadas
técnicas padronizadas de coleta de dados, onde fatos são observados, computados,
analisados, divididos em classe e interpretados, sem que haja interferência do
pesquisador.
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Santo André a Lei Municipal nº 7.606, de dezembro de 1997 institui a cobrança de
potável obtido através de um sistema de aproveitamento de água pluvial para fins não
potáveis, foi desenvolvida uma metodologia que compreende as seguintes etapas:
descrição do objeto de estudo, levantamento de dados referentes ao consumo de
água, dados pluviométricos da região, determinação das áreas de cobertura,
dimensionamento do reservatório para aproveitamento de água pluvial e análise
econômica da viabilidade de implantação do sistema.
O trabalho foi realizado na residência do aluno Marco Aurélio Simão Rafael
Júnior, localizada na Avenida Olegário Maciel, número 410 localizado na cidade de
São Pedro dos Ferros/MG.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
O manejo e o aproveitamento da água da chuva não é uma prática nova,
existem relatos desse tipo de atividade a milhares de anos atrás, antes mesmo da era
cristã. Existem relatos do uso da água da chuva por vários povos, como os Incas, os
Maias e os Astecas (GNADLINGER, 2000).
Atualmente a utilização da água da chuva voltou a ser realidade, fazendo parte
da gestão moderna de grandes cidades em países desenvolvidos. De acordo com
Garcia e Kiperstok (2007), vários países europeus e asiáticos utilizam amplamente a
água da chuva nas residências, nas indústrias e na agricultura, pois se sabe que a
mesma possui qualidade compatível com usos importantes, sendo considerada um
meio simples e eficaz para atenuar o problema ambiental de escassez de água.
A reutilização da água e preparação do presente projeto foi fundamenta pelas
normas da ABNT NBR 15527:2007 e pela portaria de nº518 (Qualidade da água
potável). Há um decreto 24.643/1934 – Artigo 103. As águas pluviais pertencem ao
dono do prédio onde caírem diretamente, podendo assim o mesmo dispor dela á
vontade - lei 9433/97.
A água de chuva é resultante da precipitação atmosférica em coberturas,
telhados onde não há contato de animal ou pessoas, mais a água da chuva não atende
os padrões adequados para o consumo, mais podendo ela ser utilizada apenas: Nas
descargas sanitárias; Irrigação de gramados por aspersão ou gotejamento e plantas
orçamentais; Lavagem de veículos; Limpeza de calçados, ruas, pátios; Espelho d’
agua (SILVA ET AL., 2011).
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Segundo Oliveira (2006), para a verificação do potencial de economia de água
água tratada e desinfestada com derivado clorado, com flúor e que pode ser usado
para banhos, comida ou ingerida, distribuída pelas concessionárias públicas. Não se
inclui a lavagem de roupa e piscinas devido ao parasita Cryptosporidium que para
removê-lo precisa de filtros lentos de areia.
O sistema de aproveitamento da água da chuva é considerado um sistema
descentralizado de suprimento de água, cujo objetivo é de conservar os recursos
hídricos, reduzindo o consumo de água potável (THOMAS, 2012).
Esses sistemas captam a água da chuva que cai sobre superfícies, direcionandoas a reservatórios de armazenamento para posterior utilização. Segundo Montibeller
e Schimitti (2004), as técnicas mais comuns para coleta da água da chuva são através
da superfície de telhados ou através de superfícies no solo, sendo que o sistema de
coleta de chuva através da superfície de telhados é considerado mais simples e, na
maioria das vezes, produz uma água de melhor qualidade se comparado aos sistemas
que coletam água de superfícies no solo.
No presente projeto o sistema de captação e utilização de água de chuva foi
composto de: Superfície de captação: Telhado, o tamanho do mesmo é diretamente
relacionado ao potencial de água de chuva possível de ser aproveitada. Calhas e
Tubulações: Utilizados para transportar a chuva coletada. Tratamentos: O tipo e a
necessidade de tratamento das águas pluviais dependerão da qualidade da água
coletada e do seu destino final. Bombas e sistemas pressurizados: Estes dispositivos
são usados quando os pontos de utilização estão em cotas superiores a do nível de
água no reservatório principal. Reservatórios: enterrado.
A cidade de São Pedro dos Ferros tem um clima tropical (CLIMA TEMPO 2015).
Chove muito mais no verão que no inverno. Segundo a Köppen e Geiger o clima é
classificado como Aw. A temperatura média anual em São Pedro dos Ferros é 22.3
°C. A média anual de pluviosidade é de 1139 mm. Julho é o mês mais seco com 14
mm. Com uma média de 213 mm o mês de Dezembro é o mês de maior precipitação.
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Nesse projeto a água de chuva foi usada para fins não potáveis, não substituindo
61
Figura1: Gráfico Climático São Pedro Ferros (Fonte:Autores)
Quando comparados o mês mais seco tem uma diferença de precipitação de
199 mm em relação ao mês mais chuvoso. Ao longo do ano as temperaturas médias
variam 6.1 °C.
Figura 2: Tabela de temperaturas da cidade de São Pedro Ferros/MG (Fonte:Autores)
De acordo com Werneck e Bastos, 2013, nos casos em que a água da chuva for
captada através da superfície de telhados, os mesmos devem ser projetados e
construídos seguindo as normas técnicas e as especificações do fabricante de telhas,
para que os mesmos tenham menor absorção de água, ou seja, as telhas tenham um
coeficiente de escoamento (C) maior, para minimizar as perdas, pois sabe-se que nem
toda água precipitada é coletada.
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dimensionamento e instalação das calhas e condutores verticais, pois o
subdimensionamento desses componentes pode reduzir significativamente a
eficiência de coleta, comprometendo o funcionamento de todo o sistema de
aproveitamento de água de chuva. Pode-se utilizar como referência para o
dimensionamento desses componentes a NBR 10.844/89, Instalações Prediais de
Águas Pluviais da ABNT.
Foi utilizado para os cálculos o coeficiente de Runoff ou escoamento superficial
que calcula o volume total de escoamento e o volume total de precipitação dando um
volume de água que será retido e reservado, deixando avisado que é necessário clorar
a água retida e manter no reservatório por 15 minutos, pois os microrganismos
contidos nela deixaram-na com um mau cheiro (GNADLINGER, 2000).
A largura do telhado utilizado no projeto é de 16m e o comprimento de 12m.
Sendo a área de 192m². Tendo seu vão livre de 3,5m. O telhado tem uma inclinação
entre 30% a 32%. O pluviômetro médio é de 1139 mm, multiplicado pela área do
telhado obtemos o volume médio de água captado, sendo ele de 218688 litros ou
218,69m³. O mês de maior consumo é em dezembro 213 mm. Então tem 192m² * 213
mm = 40896 litros ou 40,896 m³. Distância até o reservatório 17m (12 de altura e 5 da
quina da casa até o reservatório).
Velocidade: V= d/T
V=17/60
V=0,2833m/s
Vazão:
Q=0,283/60
Q=4,722*10-³m³/s ou 4,72l/s
Q= v/T
Onde: Q=vazão; V=volume; d=distância; T=tempo
Foi utilizada uma tubulação de 50 mm ou como medida preventiva de 75 mm.
Podendo ter uma vazão máxima de 1,76 l/s, chuva muito forte de 150 mm/h e chuva
forte 120mm/h.
Foi construída na casa um reservatório ou cisterna semienterrado, vedado da luz
solar o mesmo foi construído como se fosse para água potável tomando os devidos
cuidados para que não haja contaminação. Foi considerado também um extravasor,
descarga de fundo ou bombeamento de limpeza, cobertura, inspeção, ventilação e
segurança.
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Segundo Mano (2014), é importante que uma atenção especial seja dada ao
consumo de energia elétrica e também tem ocorrência de menos defeitos, as
características: Elevação máxima de 50mca; Vazão máxima de 1.400l/h; Consumo
elétrico 0,30kw/h; Saída de agua ¾’’; Potência de 300w; Peso 4,13kg; Diâmetro
142mm; Frequência 60hz.
A água irá cair no telhado, passando por um filtro e descendo por um conduto
vertical para um reservatório onde será chorado e por uma bomba sapo voltara para
uma caixa d’ água no terraço sendo utilizado apenas para lavagens do quintal, terraço
e nas descargas sanitária.
Segundo Silva et al. (2011), o uso eficiente da água em todos os tipos de
edificações está relacionado diretamente com o comportamento dos usuários quanto
à utilização deste recurso finito. Diante disso, muitos programas relacionados ao uso
racional da água estão sendo desenvolvidos no mundo todo, inclusive no Brasil.
5 - CONSIDERAÇOES FINAIS
A insustentabilidade dos grandes centros urbanos, assim como a escassez de
água nestes reconhecida e debatida por diversos seguimentos da sociedade.
A expansão urbana altera todo o ciclo hidrológico culminando na degradação
dos mananciais locais e regionais e constantes eventos de inundação e alagamento
durante os períodos chuvosos.
Ao invés de problema, as águas pluviais devem ser manejadas como uma das
soluções para o abastecimento. Porem tal tecnologia, apesar dos diversos sistemas
instalados e em uso, no Brasil e no mundo, ainda enfrenta barreiras do ponto de vista
técnico e educacional. Técnicos, governantes e parte da população ainda consideram
alternativa como medidas paliativas e atrasadas, sendo tratadas de forma
marginalizada, apropriada apensa para o meio rural. Porem já se observa uma
tendência a mudança destes conceitos.
Com base em diferentes métodos que podem ser utilizados o projeto utilização
a captação de água pluvial e armazenamento com instalação de uma bomba para
utilização da mesma em sistemas não potáveis. Observou-se que com um pequeno
reservatório já se consegue ganhos significativos em economia de água para a
casa/modelo estudada.
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Foi utilizada no projeto uma bomba sapo fênix 150 que tem um pequeno
captação e utilização de águas pluviais para fins não potáveis, quando ao
dimensionamento criterioso do sistema de captação, coleta e reservação, observando
as características locais, evitando a implantação de projetos inadequados, apresentase como uma alternativa viável, diminuindo a pressão nos mananciais, permitindo o
direcionamento destes recursos para atendimento à consumos mais nobres, para uma
parcela maior da população.
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urbanas para fins não potáveis: Requisitos. Rio de Janeiro. 11p.
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A partir da simulação efetuada e da revisão bibliográfica, conclui-se que a
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Sistema. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, 2014.
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Potáveis, em Porto Alegre: Aspectos Básicos da Viabilidade Técnica e dos Benefícios
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MAY S.; PRADO R. T. A. Estudo da Qualidade da Água de Chuva para Consumo Não
Potável em Edificações. CLACS’ 04 – I Conferencia Latino-Americana de Construção
Sustentável e ENTAC 04, - 10º Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente
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Construído, São Paulo - SP, 2013.
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Análise de Viabilidade Econômica da Instalação de Tecnologias
Economizadoras nos Pontos de Consumo. Dissertação (Mestrado). Faculdade de
Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo; Universidade Estadual de Campinas,
2005.
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Engenharia da Construção Civil, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2003.
Lucas de Souza Oliveira. Acadêmico do curso de Engenharia Civil - UNIVÉRTIX
Ronan Martins Ferreira. Acadêmico do Curso de Engenharia Civil – UNIVÉRTIX
Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática.
Especialista em Física. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX.
Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras. Especialista em Língua
Inglesa. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX.
Irlane Bastos Costa. Graduada em Agronomia. Mestre e Doutora em Genética e
Melhoramento de Plantas. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX.
Davi Mesquita de Macedo. Doutorado em Fitopatologia. Graduado em Engenharia
Agronômica. Professor da Faculdade UNIVÉRTIX.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática.
Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo, fazer um levantamento de dados visando encontrar
maiores informações sobre as energias renováveis. O trabalho buscou informações
sobre os diversos modelos de Energias de formas Sustentáveis que existem hoje no
Brasil, e como elas tem sido utilizada, e qual seria o melhor modelo a ser utilizado.
Para tanto se fez uma revisão bibliográfica sobre o assunto pesquisando nas
plataformas de busca Energias Renovável e Revista da DIRENG, artigos relacionados
aos diversos tipos de energias renováveis e como esta energia vem sendo utilizada
atualmente no Brasil. Apesar de sua importância, poucos dados podem ser
encontrados sobre o uso destas energias como primordial e definitivo. Os dados
disponíveis indicam ainda, uma inconstância na busca pela sustentabilidade no uso
dos geradores de energia.
PALAVRAS-CHAVE: Energias Renováveis, sustentabilidade, tipos de energias
sustentáveis e energia eólica.
1 - INTRODUÇÃO
As fontes renováveis de energia são um dos principais instrumentos de
combate às mudanças climáticas decorrentes da elevação dos gases de efeito estufa
na atmosfera. Contribuem ainda para o desenvolvimento social e econômico, para a
universalização do acesso à energia e para redução da poluição causada pelo uso de
combustíveis fósseis, com benefícios para o meio ambiente e a saúde (UCZAI, 2012).
[...] Boa parte da energia que utilizamos vem do carvão, do petróleo,
do gás natural ou de elementos radioativos. Eles são considerados
fontes não renováveis porque uma vez que são retirados do solo e
utilizados eles não são imediatamente repostos. De fato, os depósitos
mundiais de gás, petróleo e carvão precisaram milhões de anos para
se formar. O Urânio, que é utilizado como fonte de energia nuclear
existe em pequena quantidade. Nós já teremos utilizado a maior parte
das reservas conhecidas em menos de duzentos anos. Como já foi
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ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL: ASCENÇÃO DA ENERGIA EÓLICA
Uma preocupação deve ser assinalada: que a oferta de energia renovável, em
particular a bioenergia, se resuma a uma estratégia do capital se valendo da nova
onda ambiental. Quando se oferece sob o selo da sustentabilidade carros e caminhos
que possam utilizar etanol ou biodiesel, não mudamos nada no modelo de
desenvolvimento. Este continuará baseado sobre o modelo de transporte individual e
o uso intensivo de recursos naturais. Se pouparmos combustíveis fósseis,
continuamos gastando energia para produzir aço e veículos. Encontramos mais uma
“solução” para evitar enfrentar a questão de fundo: de um lado, a reorientação para o
transporte coletivo e as ferrovias, hidrovias e navegação de cabotagem; e do outro, a
imperiosa necessidade de reduzir os circuitos de produção e comercialização,
extremamente energívoros e destruidores das economias locais e regionais (LEROY,
2007).
Se, por um lado, temos a sorte de dispor de imenso potencial hidrelétrico, por
outro lado, vemos que o modelo atual precisa ser corrigido e adaptado para as
necessidades das futuras gerações (UCZAI, 2012).
Em termos físicos a energia Eólica é derivada de movimento, ou seja, energia
cinética formada nas massas de ar em movimento. Para a produção de energia eólica,
são utilizadas turbinas também conhecidas como aerogeradores, e para a realização
de trabalhos mecânicos (como bombeamento de água ou a moagem do trigo), cataventos de diversos tipos (BERMAN, 2015).
Diante do exposto o objetivo deste trabalho é destacar a energia eólica como
um bem que está presente em todos os lugares, sendo um recurso infinito, que como
benefício maior, não gera poluentes na atmosfera.
2 - METODOLOGIA
O presente trabalho se classifica como uma pesquisa básica que objetiva gerar
conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista.
Apresenta-se como pesquisa qualitativa exploratória em que se realizou uma revisão
bibliográfica do tema proposto.
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dito, fontes de energias não renováveis não podem ser repostas em
escalas de tempo humanas. (BARBOSA e STANO JUNIOR, 2007).
da DIRENG, artigos relacionados aos diversos tipos de energias renováveis e como
esta energia vem sendo utilizada atualmente no Brasil. Para a realização dessa
pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: Energias Renováveis, sustentabilidade,
tipos de energias sustentáveis e energia eólica. Muitos artigos e publicações dos sites
estavam relacionados ao tema desta pesquisa e a partir destes, 17 foram
selecionados levando em consideração a descrição exata de cada tipo de energia,
melhor explicação e esclarecimento sobre cada uma delas.
3 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No consumo da energia mundial praticamente metade da energia é gasta na
construção, nos transportes e nas indústrias (BARBOSA & STANO JUNIOR, 2007).
A consciência ecológica parece ter acordado mais depressa no que diz
respeito ao esgotamento e poluição resultantes da opção feita pelos transportes e pela
indústria. Só raramente se colocam problemas ecológicos sobre a opção adotada no
tipo de construção. Assim, só muito recentemente surgiram programas europeus que
apelam para uma mudança nos materiais, nos processos construtivos e no método de
funcionamento (bioclima, gestão controlada e uso de energias renováveis).
Segundo Costa (2008, p.1):
No Brasil, o consumo crescente e o impacto ambiental e social
causados pelas fontes de energias tradicionais levaram o
governo e a sociedade a pensarem em novas alternativas para
geração de energia elétrica. Diante desse cenário, as fontes
alternativas de energia como eólica, solar e biomassa, são
consideradas de forma positiva. Além de causarem impactos
substancialmente menores, ainda evitam a emissão de
toneladas de gás carbônico na atmosfera. Energias renováveis,
especialmente pequenas hidrelétricas, biomassa e painéis
fotovoltaicos fornecem eletricidade, aquecimento, energia motriz
e bombardeamento de água param mais de dez milhões de
pessoas em áreas rurais de países em desenvolvimento. Estes
países detêm mais de 40% da capacidade instalada de energia
renovável existente, mais de 70% da capacidade de
aquecimento solar de água e 45% da produção de
biocombustíveis.
Temos diversos modelos de energias renováveis, tais como, a Biomassa, a
Eólica, Solar, a Energia Hídrica, Geotérmica, a Fotovoltaica entre outras.
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Foram pesquisados nas plataformas de busca Energias Renováveis e Revista
vantagens como: não polui, é renovável e existe em abundância. A desvantagem é
que ainda não são viáveis economicamente, os custos para a sua obtenção superam
os benefícios (PORTAL ENERGIA, 2015).
Figura 1: Fonte: http://www.revistaqualimovel.com.br/noticias/energia-solar-termica-ealternativa-para-a-crise-energetica
Já a energia hídrica resulta da água dos rios em movimento (figura 2), águas
essas que vão em direção ao mar e que para além de conduzirem a água das
nascentes captam a água das chuvas. O movimento ou queda dessas águas das
chuvas contém energia cinética que pode ser aproveitada para produzir energia.
Figura 2: Fonte: http://www.bandeirantes820.com.br/especialistas-alertam-paracondicao-de-hidreletricas-no-centro-oeste/
A energia geotérmica se caracteriza pelo calor proveniente da Terra (figura 3),
é a energia calorífera gerada a menos de 64 quilômetros da superfície terrestre, em
uma camada de rochas, chamada magma, que chega a atingir até 6.000°C. “Geo”
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A energia solar utiliza os raios solares para gerar energia (figura 1). Oferece
calorífica oriunda da terra (CERQUEIRA, 2015).
Figura 3: Fonte: http://www.mundoeducacao.com/geografia/energia-geotermica.htm
Para explicar a energia fotovoltaica, Scheidt (2015) afirmou que os raios
solares, além de trazerem luz e calor, que são essenciais para a vida na terra, podem
ser aproveitados para a geração de eletricidade. Isto é possível através de uma
tecnologia chamada fotovoltaica, ou seja, a luz transformada em eletricidade. O termo
se origina da união de ‘foto’ que na língua grega significa luz e ‘voltaica’ que vem de
volt, que é a unidade usada para medir o potencial elétrico.
A biomassa é um recurso renovável substancial, passível de ser usado como
combustível para produção de eletricidade e outros produtos energéticos. A
implantação de cultivos energéticos pode ser uma alternativa lucrativa para
proprietários rurais, que poderão usá-los, em complemento aos cultivos tradicionais,
para gerar energia para consumo próprio e prover uma fonte adicional de renda para
o setor de agroindústria e moveleiro (GALDINO et. al. 2013).
Uma das principais vantagens do uso de qualquer que seja o tipo de energia
renovável, é que tem elevada disponibilidade, e a fonte é praticamente ilimitada, o que
significa que o aproveitamento dessas fontes não compromete a disponibilidade para
as gerações futuras. Outro grande benefício é o fato de não emitir gases, com efeito,
estufa na maioria dos casos.
A energia eólica é utilizada há milhares de anos, com finalidades múltiplas
(figura 4), tais como bombeamento de água, moagem de grãos e outras aplicações
que envolvem energia mecânica.
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significa terra e térmica corresponde a calor, portanto, geotérmica é a energia
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Figura 4: Fonte: http://www.processamentodigital.com.br/2011/08/19/energia-eolicaja-e-mais-barata-que-termica-a-gas-no-brasil/
As primeiras tentativas de gerar eletricidade aconteceram no final do século
XIX. Os interesses só aumentaram e houve investimentos na década de 70, com a
crise do petróleo (ANEEL, 2015).
A energia eólica apresenta infinitos benefícios, tais se apresentam segundo
Faria (2014), por ser uma forma de obtenção de energia de fontes totalmente
renovável e limpa, não produz qualquer tipo de poluente. Sendo por isso, umas das
principais apostas no campo das fontes renováveis de energia. Apresenta-se também
como uma forma indireta de obtenção de energia do sol, uma vez que os ventos são
gerados pelo aquecimento desigual da superfície da Terra pelos raios solares. Em
outros termos, a energia eólica é a energia do movimento (cinética) das correntes de
ar que circulam na atmosfera.
Ainda segundo essa autora, temos no mundo atual, apenas 1% da energia
gerada por meio da energia eólica. É um número praticamente insignificante, já que o
potencial de exploração é grande. O país que lidera o uso da energia eólica é a China,
com 62,7 megawatts. O décimo colocado da lista é Portugal, com apenas quatro mil
megawatts.
Embora ainda haja divergências entre especialistas e instituições na estimativa
do potencial eólico brasileiro, vários estudos indicam valores extremamente
consideráveis. Até poucos anos, as estimativas eram da ordem de 20.000 MW. Hoje
a maioria dos estudos indica valores maiores que 60.000 MW. A razão dessas
divergências decorre principalmente da falta de informações (dados de superfície) e
das diferentes metodologias empregadas. De qualquer forma, os diversos
levantamentos e estudos realizados e em andamento (locais, regionais e nacionais)
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Brasil, os primeiros anemógrafos computadorizados e sensores especiais para
energia eólica foram instalados no Ceará e em Fernando de Noronha (PE), no início
dos anos 1990. Os resultados dessas medições possibilitaram a determinação do
potencial eólico local e a instalação das primeiras turbinas eólicas do Brasil. (FEITOS,
2003).
Nos últimos anos, as maiores inovações tecnológicas foram a utilização de
acionamento direto (sem multiplicador de velocidades), com geradores síncronos e
novos sistemas de controle que permitem o funcionamento das turbinas em
velocidade variável, com qualquer tipo de gerador. A tecnologia atual oferece uma
variedade de máquinas, segundo a aplicação ou local de instalação. Quanto à
aplicação, as turbinas podem ser conectadas à rede elétrica ou destinadas ao
suprimento de eletricidade a comunidades ou sistemas isolados. Em relação ao local,
a instalação pode ser feita em terra firme (como exemplo, turbina de médio porte) ou
off-Shore (como exemplo, turbinas de grande porte) (CENTRO BRASILEIRO DE
ENERGIA, 2003).
Temos no Brasil diverso Centrais de geração de energia eólica, mas a principal,
como projeto em operação, tem as Turbinas Eólicas do Arquipélago de Fernando de
Noronha-PE, onde a primeira turbina foi instalada em junho de 1992, a partir do projeto
realizado pelo Grupo de Energia Eólica da Universidade Federal de Pernambuco –
UFPE, com financiamento do Folkecenter (um instituto de pesquisas dinamarquês),
em parceria com a Companhia Energética de Pernambuco – CELPE. A turbina possui
um gerador assíncrono de 75 KW, rotor de 17 m de diâmetro e torre de 23 m de altura.
Na época em que foi instalada, a geração de eletricidade dessa turbina correspondia
a cerca de 10% da energia gerada na Ilha, proporcionando uma economia de
aproximadamente 70.000 litros de óleo diesel por ano. A segunda turbina foi instalada
em maio de 2000 e entrou em operação em 2001. O projeto foi realizado pelo CBEE,
com a colaboração do RISØ Nacional Laboratory da Dinamarca, e financiado pela
ANEEL. Juntas, as duas turbinas geram até 25% da eletricidade consumida na ilha.
Esses projetos tornaram Fernando de Noronha o maior sistema híbrido eólico-diesel
do Brasil (Idem).
A energia eólica, porém, tem um ponto fraco. As turbinas que geram energia
através dos ventos causam poluição sonora e poluição visual. Esta última é menos
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têm dado suporte e motivado a exploração comercial da energia eólica no País. No
sonora gerada pelas turbinas, de acordo com a especificação do equipamento, pode
inviabilizar a construção destes sistemas muito próximos de regiões habitadas por
causar desconforto aos moradores. Entretanto, existem modelos aero geradores de
hélices de alta velocidade que produzem menor ruído e são até mais eficientes que
os modelos de turbinas de múltiplas pás, mais barulhentos (FARIA, 2014).
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
As energias renováveis são de extrema importância para o desenvolvimento
sustentável de um país, porém, atualmente no Brasil ainda não tem sido tomadas
medidas para aderir a este modelo como definitivo, mesmo sendo comprovado em
diversos estudos que modelos como o de Energia Eólica que é entre tantos: o menos
poluente, totalmente renovável e limpa, não produz qualquer tipo de poluente. Até
poucos anos, as estimativas eram da ordem de 20.000 MW, hoje a maioria dos
estudos indica valores maiores que 60.000 MW, os diversos levantamentos têm dado
suporte e motivado a exploração comercial da energia eólica no País. E são
extremamente competentes para suprir as necessidades do país.
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d=156>. Acesso em 21 de maio de 2015.
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RESUMOS
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
Priscila Mendes Ribeiro e Vanessa Viana Salgado– acadêmicas do 9º período do
curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da
Faculdade Univértix
André Luis da Silva Quirino – Graduação em Engenharia Agrônoma. Doutor em
Engenharia Agrícola. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix
Renata Pessoa Bifano. Graduada em Física. Professora da Faculdade Univértix.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Univértix.
Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências
da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do
Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
[email protected]
1 - INTRODUÇÃO
Segundo Rousselet e Falcão (1999), o homem desde que deixou as cavernas e
começou a se organizar socialmente, estabelecendo as bases das primeiras
construções para viver de forma coletiva e desenvolver as atividades com segurança,
deparou-se certamente com um problema: o acidente do trabalho nas construções
que, mesmo nos dias atuais, com todo conhecimento adquirido pelo homem e
tecnologia existente, é capaz de causar danos à vida humana. O acidente no trabalho
não ocorre por acaso e, é considerado evitável em quase sua totalidade. Análise,
organização, métodos adequados e evolução profissional são fatores definitivos para
o aumento do nível de segurança no ambiente de trabalho. Somente uma pequena
parcela de acidentes relacionados aos fenômenos da natureza não são controlados
pelo homem (FILHO et al., 2001). De acordo com Mendes (2013) as estatísticas
mostram a Construção Civil como um dos setores da economia em que mais ocorre
acidente no Brasil. Nesse ambiente são indispensável que sejam observados os
requisitos técnicos mínimos necessários para certificar a segurança e a integridade
física e mental dos trabalhadores que atuam nessa área. Existem perigos pertinentes
ao trabalho na construção civil e as quedas de locais em altura compõe a causa mais
comum de lesões e mortes. Trabalhos em andaimes ou plataformas que não estão
equipados com grades de segurança, ou que o trabalhador não possua cinto de
segurança corretamente afivelado; telhados frágeis; escadas não adequadamente
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PROTEÇÃO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO EM ALTURA NA
CONSTRUÇÃO CIVIL.
contribuem para o aumento de ocorrências de acidentes associados à quedas. Todo
o processo de construção segundo Rousselet e Falcão (1999) deverá ser traçado de
forma a diminuir o risco de ocorrência de quedas. Durante a fase de concepção do
projeto deve-se planejar a existência de meios de proteção, como o emprego de
guarda-corpos que pode reduzir o risco deste tipo de ocorrência. A Portaria 3.214 de
08 de Junho de 1978 estabelece as Normas Regulamentadoras (NR)18 para a
Indústria e Construção e 35 relacionada ao trabalho em altura, ambas necessárias
para que a segurança e a saúde do trabalhador sejam conservadas. O crescimento
observado no setor da Construção muitas vezes é seguido pelo aumento expressivo
do número de acidentes. Segundo Mendes (2013) as atividades que mais causam
acidentes, muitas vezes fatais, estão associadas ao trabalho em altura. Devido ao
número preocupante de acidentes ocorridos é importante atentarmos para a
qualificação dos trabalhadores, estes devem ter uma noção adequada à respeito de
segurança, planejamento da obra e conservação dos EPI’s. Percebe-se a importância
nos cuidados que se deve ter com os trabalhos em diferentes níveis, preocupação é
de grande relevância que foi estabelecida a NR 35 que contempla os requisitos
mínimos e as medidas de proteção, como o planejamento, organização e a execução,
com o objetivo de garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta
ou indiretamente com a atividade, ela é um importante instrumento de referência para
que estes trabalhos sejam realizados de forma segura, Norma Regulamentadora 35
(2012). A interpretação dos principais fatores responsáveis pelo alto índice de
acidentes que envolvem atividades de trabalho em altura impactará diretamente na
consciência que os executantes de atividade em altura aumentaram até os dias atuais
e, a forma como irão interpretá-los a partir do conhecimento adquirido. Classificar o
conhecimento dos colaboradores nos requisitos da norma regulamentadora 35 em
atividades onde estará presente o trabalho em altura com o uso do andaime tubular
para a reforma de telhado de um colégio, a avaliação será realizada de Junho a
Dezembro de 2015. Será realizado através de dois diferentes questionários, um deles
direcionado a gestão da obra e o outro aos envolvidos no trabalho em altura. Tem o
intuito de identificar também as principais causas de falhas no processo, encontrar e
estabelecer métodos de melhoria.
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apoiadas, posicionadas e fixadas, segundo Moraes Jr.(2012) são ações que
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2 - METODOLOGIA
No período de Junho a Dezembro de 2015 será avaliada a reforma de telhado de um
colégio constituído de 3 blocos. O presente trabalho adotará como metodologia a
pesquisa exploratória do tipo estudo de caso que fornecerá dados quantitativos para
o levantamento de resultados. Essa metodologia, segundo Lazzarini (1995), faz-se
suficiente para se obter generalizações sobre um tema de estudo, contudo sem
confirmação estatísticas.
Farão parte do estudo 15 (quinze) trabalhadores de
atividades em altura, mais especificamente, trabalhadores de andaimes do tipo
tubular, sendo destes: Ajudantes 7 (sete), Montadores de andaime 5 (seis), Pedreiros
3 (três). O estudo será dividido basicamente nas seguintes fases: (1) Revisão Teórica
(2) Elaboração e Aplicação de Entrevista Estruturada (3) Compilação e Análise dos
Resultados. A revisão teórica do trabalho será efetuada com o estudo de artigos
científicos, periódicos especificados, dissertações e monografias de autores
competentes e relacionada ao tema. Dessa forma será permitido construir um esboço
teórico que servirá de base para orientar a pesquisa e formar conclusões sobre o
tema. A segunda parte será constituída da elaboração de dois diferentes roteiros de
entrevistas, sendo, um para entrevista ao grupo de trabalhadores de altura e outro
dedicado a equipe de gerenciamento de obra e da segurança do trabalho. Será então
realizada a aplicação a campo do roteiro de entrevista de forma individualizada no
grupo de trabalhadores e na equipe da gestão. O trabalho terá por objetivo avaliar o
grau de atendimento da atividade de trabalho em andaime tubular e para isso o
método aplicado será de:i. Entrevistar a equipe de gerenciamento usando perguntas
baseadas na legislação sobre trabalho em altura, NR35, e evidenciar o métodos
praticados; ii. Entrevistar os trabalhadores fazendo perguntas que esclarecem a
aplicação ou não dos procedimentos e exigências da NR35; iii. Fazer o cruzamento
entre os resultados das entrevistas da equipe de gerenciamento e dos trabalhadores;
iv. Baseado no resultado do cruzamento das entrevistas preencherem uma lista de
verificação composta dos requisitos da NR35 e conceder um grau de conformidade
da atividade a legislação. Para a definição do grau de compatibilidade da atividade
com a NR35 se estabelecerá o critério de 90% no resultado das entrevistas dos
trabalhadores, ou seja, quando 90% ou mais dos trabalhadores comprovar nas
entrevistas o cumprimento do requisito este será julgado como conforme, caso
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iguais na determinação do resultado. Nos requisitos da norma que não poderão ser
verificados em entrevistas aos trabalhadores serão avaliadas apenas as evidências
dadas pela equipe de gerência para definição do atendimento ou não aos requisitos
da NR35. Será então realizada uma análise, com base nas condições verificadas na
três obras de forma a determinar que combinações de falhas possam causar o eventotopo, que neste caso, são as quedas em trabalhos em altura (CLIFTON, 2005).
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES:
A pesquisa encontra-se em andamento.
REFERÊNCIAS
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produtividade, qualidade, prevenção ambiental e desenvolvimento de pessoas. São
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contrário, como não conforme. Todos os itens da norma considerados terão pesos
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Universidade Estadual De Ponta Grossa.
Jackson Henrique Leles Gomes e Jeverson Antônio Leles Gomes –
Graduandos em Engenharia Civil – Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Cristiano de Oliveira Ferrari – Graduado e Mestre em Engenharia Civil. Professor
do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduado e Mestre em Engenharia Civil.
Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência
do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências
da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do
Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Rafael Eler de Souza. Graduação em Desing de Produto. Mestrado em Engenharia
de Materiais. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Resíduos na Construção Civil; Problemas Ambientais; Gestão de
Resíduos.
1 - INTRODUÇÃO
O setor da indústria da construção civil consome cerca de 50% de todos os
recursos naturais, além de gerar volume elevado de resíduos; cerca de 60% do “lixo” que
é produzido diariamente nas cidades tem origem do setor da construção civil (CARELI
2008). Segundo Teixeira (2010), a geração de entulho é diretamente proporcional ao
crescimento e ao desenvolvimento econômico de uma sociedade. Outro fator marcante é
que a humanidade torna-se cada vez mais urbana. De acordo com Morais (2006), o
descarte inadequado do RCD é um dos maiores problemas na gestão dos municípios,
pois ocasiona impactos significativos no meio ambiente urbano, o que pode comprometer
a paisagem, o tráfego de pedestres e veículos, a drenagem urbana, além de atrair
resíduos não inertes que contribuem para a multiplicação de vetores de doenças. Devido
aos grandes impactos ambientais causados por esses resíduos, em 05 de julho de 2002,
o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) criou a resolução nº 307 que
estabelece diretrizes, critérios e procedimentos a serem adotados por governos
municipais e agentes envolvidos no manejo e destinação dos Resíduos de Construção e
Demolição, a fim de que os impactos ambientais sejam minimizados (BRASIL, 2002). Os
resíduos de construção e demolição são materiais provenientes de construções, reformas,
reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da
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RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL: GERENCIANETO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS NA CIDADE DE ABRE CAMPO
rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso,
telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica, etc.; comumente
chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha (CONAMA, 2002 p. 1). Embora seja
importante a destinação adequada dos resíduos gerados, tornam-se imprescindíveis
ações que visem à redução diretamente na fonte, ou seja, nos próprios canteiros de obra,
que, somadas às ações de adequar a destinação desses resíduos, podem contribuir
significativamente para a redução dos impactos da atividade construtiva no meio ambiente
(SOUZA, 2004). O principal motivo para reuso ou reciclagem de materiais e produtos é
reduzir o impacto que nossa sociedade causa no meio ambiente (BERGE, 2001). Diante
do exposto, o objetivo do estudo é verificar se a cidade de Abre Campo/MG, cumpre com
a resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, identificando como é feito o
descarte e/ou destinação dos Resíduos da Construção Civil e Demolição no município.
Com este estudo pretendemos contribuir para o desenvolvimento de medidas que
melhorem o sistema de coleta e destinação dos RCD melhorando a qualidade de vida dos
habitantes e o meio ambiente, além de conscientizar a sociedade e os órgãos públicos
sobre a necessidade de se dar destino adequado aos Resíduos da Construção Civil.
2 - METODOLOGIA
Para a elaboração deste trabalho optou-se por uma pesquisa de natureza descritiva
com abordagem quantitativa, segundo (RODRIGUES, 2007) nesse tipo de pesquisa são
utilizadas técnicas padronizadas de coleta de dados, onde fatos são observados,
computados, analisados, divididos em classe e interpretados, sem que haja interferência
do pesquisador. O estudo será desenvolvido na cidade de Abre Campo, localizada a 220
km de Belo Horizonte, capital do estado, na Zona da Mata do estado de Minas Gerais, o
município ocupa uma área de 471 km², com 13.311 habitantes (IBGE, 2014). Constituirá
no trabalho uma pesquisa de campo com o propósito de analisar qual a destinação dos
resíduos da construção civil na cidade, para Motta; Bernucci; et al (2004 p. 259) a grande
geração de resíduo de construção civil em cidades de grande e médio porte tem sido um
problema crônico que envolve questões de ordem ambiental, social e financeiro (...). A
coleta de dados será realizada com visitas in loco para coleta da quantidade de resíduo
gerado e a locação/destinação do mesmo, que serão apresentados sob a forma de
gráficos para aferir como/onde o município destina o RCC, ponderado qual a melhor forma
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escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos,
o reaproveitamento e a reciclagem são a falta de familiaridade com o assunto e a inércia
– não ter noção do que se pode fazer e nem como fazer”.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram, até o
momento, a realização do levantamento bibliográfico.
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Giovane Francisco de Souza – Graduando em Engenharia Civil –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Rafael Eller de Souza - Graduado em designer de produtos. Mestre em engenharia
de materiais. Professor da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Marcos Paulo de Oliveira Graduado em Engenharia Ambiental. Professor da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Rosélio Marcos Santana. Especialista em Docência do Ensino Superior. Graduado
em Informática. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS – CHAVE: Barragens, Barragens de enrocamento e Construção.
1 - INTRODUÇÃO
As Barragens podem ser constituídas por diferentes tipos de materiais. A
Norma Brasileira NBR 13028 (ABNT, 2000), define como barragem qualquer estrutura
que forme uma parede de contenção para rejeitos, para sedimentos e/ou para
formação de reservatório de água. De acordo com os materiais constituintes, podem
ser classificadas em barragens de concreto e barragens geotécnicas. As barragens
de concreto são constituídas de concreto convencional ou concreto compactado a rolo
(CCR). As barragens geotécnicas são constituídas de materiais menos resistentes
quando comparados ao concreto e os tipos mais comuns são as barragens de terra e
as barragens de enrocamento, sendo estas o foco principal deste trabalho (OLIVEIRA,
2010).O trabalho tem por objetivo realização de uma revisão bibliográfica para auxiliar
na definição de critérios de projeto de barragens de enrocamento, apresentando o
processo construtivo deste tipo de barragem, apontando-se como mais um avanço no
sentido de propiciar projetos mais elaborados, baseados em fundamentos técnicos
racionais.
2 - METODOLOGIA
Este estudo constitui-se de uma revisão da literatura especializada, realizada
entre fevereiro de 2015 e junho de 2015, no qual se realizou uma consulta a livros e
periódicos presentes na Biblioteca da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX e por artigos
científicos selecionados através de busca no banco de dados do scielo. A pesquisa
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A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E LEVANTAMENTO SOBRE BARRAGENS DE
ENROCAMENTO
22 artigos, dos quais 11 atendiam aos critérios de refinamento. A partir da leitura de
títulos e resumos foram selecionados 6. O principal objetivo da revisão de literatura é
fornecer uma síntese dos resultados de pesquisa, para auxiliar o profissional a tomar
decisões. Segundo Poletti et al (2002), Neste tipo de estudo são abordados os tópicos
relevantes sobre o tema, de forma a proporcionar ao leitor uma compreensão do que
existe publicado sobre o assunto. Assim a revisão tem uma função integradora e
facilita o acúmulo de conhecimento.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Segundo Marangon (2004), barragem pode ser definida como sendo um
elemento estrutural, construída transversalmente à direção de escoamento de um
curso d’água, destinada a criação de um reservatório artificial de acumulação de água.
Os objetivos que regem a construção de uma barragem são vários e os principais se
resumem em: a) aproveitamento hidrelétrico; b) regularização das vazões deo curso
d’água para fins de navegação; c) abastecimento doméstico e industrial de água; d)
controle de inundações; e) irrigação. As barragens surgiram inicialmente com a função
de utilização dos recursos hídricos para consumo humano e combate as secas, no
entanto, hoje têm as mais diversas finalidades e tipologias. O tipo de barragem mais
comum no Brasil é o de barragem de terra e enrocamento, correspondendo a 82% do
total, sendo os 18% restantes de barragens de concreto (SAYÂO, 2009). Cruz (1996)
caracteriza barragens de enrocamento como estruturas onde seus espaldares são de
fragmentos de rocha compactada (enrocamento) e núcleo impermeável. A principal
variação estrutural está no material a ser utilizado no núcleo, podendo ser de concreto
ou argila.
Saboya Jr. (1999) apresentou uma metodologia para determinar
indiretamente parâmetros da curva tensão-deformação baseada nas características
físicas e mecânicas de materiais de enrocamento, usando a experiência para
estabelecimento de faixas de variação. Uma avaliação de Cruz (1996) confirma que
sempre será foco principal de observação a disponibilidade do material a ser utilizado
visando às condições econômicas para construção de uma estrutura de tal porte. São
constituídas por um maciço de blocos de rocha de todos os tamanhos cuja vedação é
obtida através de uma membrana impermeável. A membrana pode ser colocada à
montante ou no centro da barragem, verticalmente ou inclinada, podendo ser de solo
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dos artigos foi realizada entre março e abril de 2015. No SCIELO foram encontrados
barragens, devendo ter resistência ao intemperismo físico e químico, gnaisse,
diabásio, sendo que a rocha deve preencher a maior parte da barragem e precisa ser
inalterada pelo intemperismo físico e químico, não sendo facilmente desintegrada ou
quebrada. Os blocos de rocha são colocados de modo a se obter o maior contato
entre suas superfícies e os vazios entre elas são preenchidos por material de menor
tamanho, obtendo assim uma menor interferência no cronograma de execução do
elemento estrutural e menores volumes de aterro. O material do enrocamento
apresenta elevado grau de atrito, garantindo a estabilidade dos taludes de montante
e jusante.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no que foi apresentado, o Brasil é um dos países que mais
desenvolveu tecnologias para o projeto, construção e controle de barragens de terra.
A grande vantagem das barragens de enrocamento sobre as outras é que podem ser
construídas sobre qualquer tipo fundação e ainda são relativamente baratas, não
exigindo mão de obra especializada.
REFERÊNCIAS
AMORIM, J. L. R. Galgamento da barragem de Aipim. In: XXIV SEMINÁRIO
NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS, 24. 2001, Fortaleza. Anais... Fortaleza:
CBDB, 2001. v.4, pp. 165-168.
AGUAS, M. F. F. Avaliação da barragem de Serra da Mesa nas fases construtivas
e de enchimento do reservatório com auxílio de modelagem numérica. 1999. 140
f. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
1990.
BERTOLUCCI, J. C. Propriedades de engenharia dos solos residuais de biotitagnaisse compactados. 1975. 236f. Dissertação de Mestrado, PUC-Rio, Rio de
Janeiro, 1975.
COMITÊ Brasileiro de Grandes Barragens (CBGB). Diretrizes para a inspeção e
avaliação de segurança de barragens em operação. Rio de Janeiro, 1983. 26 p
MARAGON, Matheus. Barragens de Terra e Enrocamento. Tópicos em Geotecnia e
Obras de Terra – UFJF. 2004.
POLETTI, Nadia Antomia Aparecida; CALIRI, Maria Helena Larcher; SIMÃO, Cléa D
Soares Rodrigues; JULIANI, Karen Bárbara Juliani4 e TÁCITO,Vivian Ellen.
Metodologias de uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Cancerologia, 2002,
48(3): 411-417.
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impermeável, concreto armado, concreto asfáltico, ou aço. As rochas para essas
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SAYÃO, A., 2009, “Notas de aula da disciplina de Barragens de Terra e
Enrocamento”. Curso de Mestrado da PUC - RJ, Rio de Janeiro.
Dione da Costa Oliveira - Técnico em Edificações -ESCOLA TÉCNICA VÉRTIX –
Acadêmico do curso de Engenharia Civil, Bolsista da FAPEMIG – Faculdade Vértice
– UNIVÉRTIX
Rafael Eler de Souza -Graduado em designer de produtos - UEMG - Mestre em
engenharia de materiais - REDEMAT- Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Compósitos; Concreto verde; Cinzas; Palha de Café.
1 - INTRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor de café do mundo e Minas Gerais é o mais
importante produtor nacional de café, responsável por uma produção que varia entre
45% e 50% da safra brasileira e com um crescimento de 3,4% a.a. (LINS, 2006).
Atualmente, com a maior cotação no mercado internacional do café de melhor
qualidade, a despolpa tem sido empregado para produzir café de alto padrão. Esse
processo gera a polpa, que tem tornado um problema para o cafeicultor, uma vez que
pode ser poluente ao meio ambiente. Alternativas de utilização para este material é
responsabilidade das instituições de pesquisa agropecuária (BARCELOS et al. 2001).
O setor de construção civil encontra-se em grande expansão nos dias de hoje,
desempenhando, segundo Stachera Junior (2006), um papel importante no
crescimento das economias e no desenvolvimento dos países, porém, dados da
UNEP (2007), afirmam que essa área é uma grande geradora de emissões de gases
de efeito estufa, respondendo por um terço do total de GEEs. Josa et al. (2004) e
apontam que a emissão de GEEs na construção civil provém, em grande parte, da
indústria cimenteira. Soares (1998) afirma que um dos principais processos
responsáveis pela emissão é a calcinação das matérias - primas para gerar o clínquer,
composto do cimento, além do consumo de combustíveis necessários para a
manutenção de altas temperaturas exigidas neste processo. Os resíduos da
construção civil (RCD) são heterogêneos, possuindo grande variabilidade, e, embora
possam ser considerados, de uma forma geral, como inertes, a sua composição
química e o risco de contaminação ambiental estão diretamente relacionados com as
matérias utilizados na obra onde foram gerados (GONÇALVES, 2013, p. 60 apud
CARNEIRO et al., 2001, p. 149). O objetivo deste projeto de pesquisa é avaliar o
comportamento e a variação da resistência de compósitos do tipo concreto verde com
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VARIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM COMPÓSITOS DO TIPO
CONCRETO VERDE COM A ADIÇÃO DE CINZAS DE CASCA DE CAFÉ
ensaios de compressão, buscando de forma concisa um projeto de desenvolvimento
sustentável, eficiente e barato voltado para a indústria cimenteira, utilizando-se o
resíduo da agricultura cafeeira, visto que o Brasil é o maior produtor de café do mundo.
2 - METODOLOGIA
A execução do projeto baseia-se no que foi feito com as cinzas da casca de
café por Lins (2006). A palha da casca de café já triturada e incinerada pelo doador.
As cinzas foram separadas de qualquer matéria orgânica, sendo utilizada uma peneira
número 4 de 425 µm atendente à ISO 3310/1 e adicionadas nas misturas respeitando
ao planejamento fatorial na obtenção dos corpos de prova. De acordo com Souza
(2013), a adição de resíduos inertes em compósitos oferecem melhor trabalhabilidade
quando não ultrapassados valores de 25% em peso da fração da mistura. Foi
adicionada em substituição ao cimento até 25% em peso. Para a análise estatística,
foi necessário um planejamento fatorial de experimentos do tipo 2k, sendo k o número
de fatores, com dois níveis para cada fator. O software utilizado para o tratamento dos
dados será o Minitab® sendo feita a análise de variância e teste de turkey. Tanto as
matérias-primas do concreto (cimento e agregados) quanto a casca de café nos foram
doadas respectivamente pelo gerente administrativo da Constru Forte Getúlio Ferreira
dos Santos e pelo senhor João Gardingo. Para a execução dos experimentos, as
matérias-primas foram separadas e pesadas em quantidades desejadas de cada
experimento e então misturadas e hidratadas para a obtenção do traço. Foi feita a
mistura das matérias primas e adicionado agua para a hidratação e homogeneização
da mistura e então alimentados os moldes, lembrando que ao momento da elaboração
de cada corpo de prova, foram medidas e anotadas a umidade do ar, juntamente com
a temperatura ambiente. O molde escolhido para se fizer os corpos de prova é de 15
cm de diâmetro, logo, a altura de 30 cm visto que seguem as especificações da NBR
5738 (2003). A composição básica do concreto verde é até 40% em peso de cimento
e até 20% em peso de substrato da casca de café, 20% de areia, 30% de pedra e 10%
de água. Com a análise variância dos experimentos será possível observar as
possíveis interações entre os diversos fatores com o menor número possível de
experimentos.
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a substituição de parte do cimento por cinzas de casca de café e sendo submetidos a
Após a cura prevista de 28 dias, as amostras serão desenformadas e
analisadas sobre eventuais problemas na obtenção. Depois de separadas, as
amostras serão comprimidas até sua quebra para a obtenção de dados para a análise
estatísticas afim de mensurar se há alguma perda das propriedades mecânicas em
relação a amostras sem adição das cinzas da palha do café. A execução dos ensaios
de compressão nas amostras de concreto com adição de palha de café será feita a
partir dos critérios exigidos pela NBR 5739 (2007) que trata sobre ensaios de
compressão em corpos de prova cilíndricos de concreto.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ideias do gênero vêm ganhando força no mercado, e devem ser cada vez mais
encorajadas devido à economia e aos danos ao meio ambiente que métodos
convencionais trazem. Oliveira (2008) afirma que vários resíduos agrícolas e os
resíduos da indústria cerâmica são candidatos para entrar na preparação do concreto
e diminuir a presença do cimento na elaboração desse produto e ainda segundo Lins
(2006) a UFF vem desenvolvendo pesquisas sobre a utilização de resíduos desde
1988 diminuindo a quantidade de poluentes emitidos na nossa atmosfera.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNCIAS. NBR5738-Concreto:
Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova, Rio de Janeiro, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNCIAS. NBR5738-Concreto: Ensaio
de compressão de corpos-de-prova cilíndricos, Rio de Janeiro, 2007.
BARCELLOS, Adauto Ferreira et al. Fatores Antinutricionais da Casca e da Polpa
Desidratada de café (Coffe arábica L.) Armazenadas em diferentes Períodos. Revista
Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.30, n.4, p. 2, jul. 2001.
GONÇALVES, Marcel Marczewski. Resíduos com aplicação na construção civil:
Sistematização da análise quanto ao potencial deletério e métodos de ensaio.
Porto Alegre, Dezembro de 2013. P60. Monografia/Graduação. Engenharia Civil –
Escola de engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
LINS, Luciana Nascimento. ESTUDO DA APLICAÇÃO DA CASCA DE CAFÉ NA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Niterói, 2006. 19-21 p. Dissertação/Pós-graduação.
Construção civil, Tecnologia – Mestrado em Engenharia Civil, Universidade Federal
Fluminense – UFF.
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3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
SOARES, Jeferson Borghetti. Potencial de conservação de energia e de mitigação
das emissões de gases de efeito estufa para a indústria brasileira de cimento
Portland até 2015. 163 f. Tese (Mestrado em Ciências em Planejamento Energético)
– Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Rio de Janeiro – COPPE, Rio
de Janeiro, 1998.
SOUZA, Rafael Eler de. Utilização de Resíduo de Mineração para Obtenção de
Madeira Plástica. Ouro Preto, 2013. 74 f. Dissertação de Mestrado – Mestrado em
Engenharia de Materiais, Rede Temática em engenharia de Materiais – REDEMAT.
STACHERA JUNIOR, Theodozio. Avaliação de Emissões de CO2 na Construção
Civil: um estudo de caso da habitação de interesse social no Paraná. 176 f.
Dissertação (Mestrado em Tecnologia) – Setor de Tecnologia, Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2006.
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OLIVEIRA, Marcos de. Concreto Verde. Fafesp. 2008. Disponível em:
<http://revistapesquisa.fapesp.br/2008/04/01/concreto-verde/> Acesso em: 26. Fev.
2015.
Brendo Fernandes da Silva – Graduando em Engenharia Civil, Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Bolsita FAPEMIG.
Daniel Vieira Ferreira – Graduado em Matemática, Especialista em Cálculo
Diferencial e Estatística, Mestre em Educação Matemática, Pós-graduado em
Cafeicultura de Montanha. Professor de exatas da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
e Diretor da Escola Técnica Vértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Recursos hídricos; Reuso de águas; Benefícios.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, os recursos hídricos estão no centro dos temas ambientais mais
discutidos em todas as áreas do conhecimento (SANTIN e GOELLNER, 2013). Na
busca do desenvolvimento de ações que estejam de acordo com os objetivos da
sustentabilidade, a prática do Reuso de Águas é apontada como uma das boas
opções para a problemática da oferta hídrica (FERREIRA, 2005; SANTOS et al.,
2011). O Reuso de Água é considerado como uma técnica que propicia o uso
racional/eficiente da água, compreendendo também o controle de perdas e
desperdícios e a minimização do consumo (CETESB, 2014). Em geral, o sistema de
reutilização baseia-se no tratamento de água não potável, reaproveitando-a para fins
não potáveis (CARDOSO, 2006). Diante do cenário em que vivemos atualmente e da
necessidade da criação de medidas que sejam capazes de promover o uso consciente
da água, este trabalho teve por objetivo verificar a possibilidade de implantação de
sistemas de Reuso de Águas no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Novas
Tecnologias da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX e mostrar quantitativamente os
benefícios que seriam obtidos com a instalação das técnicas de reaproveitamento.
2. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado no mês de julho de
2015, onde foi verificada a viabilidade e os benefícios da implantação de diferentes
tipos de Reuso de Águas no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Novas
Tecnologias da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. O Reuso de Água Pluvial e o Reuso
de Água proveniente de aparelhos de ar condicionado foram os dois tipos de técnicas
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POSSIBILIDADE E BENEFÍCIOS DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE REUSO
DE ÁGUA EM UMA DAS INSTALAÇÕES DE ENSINO DA FACULDADE VÉRTICEUNIVÉRTIX
implantação do sistema de Reuso de Água Pluvial, foi observada, através de dados
disponíveis no site da ANA - Agência Nacional de Águas – o índice pluviométrico da
região sob estudo durante o ano de 2014. Além disso, foram obtidas informações
sobre a área do telhado (em m2) que recobre toda a estrutura do local em estudo. Para
se identificar a viabilidade da instalação do sistema de Reuso de Água proveniente de
aparelhos de ar condicionado, levou-se em consideração a quantidade de aparelhos
presentes no local. Os dados obtidos durante o estudo foram tabulados através da
estatística descritiva no Microsoft Excel 2013. Essa pesquisa foi aprovada pelo
Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice –
Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais
(FAPEMIG).
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Diante de valores disponíveis no site da Agência Nacional de Águas foi possível
identificar que o índice pluviométrico da região em estudo durante o ano de 2014 foi
equivalente a 643,3mm. Associando tal valor à área do telhado que recobre o Centro
de Pesquisa e Desenvolvimento de Novas Tecnologias da Faculdade Vértice, que
corresponde a 1.212,525m², chega-se a um resultado positivo em relação à economia
de água que seria propiciada: A quantidade de água captada das calhas do telhado
equivaleria a 780.017 Litros durante o ano de 2014. Identificou-se que até 100% da
água utilizada para fins não potáveis, poderia ser proveniente de tal sistema. A água
recolhida pode ser utilizada para limpeza de piso, uso em sanitários, lavagem de
peças e equipamentos usados no local.
Conforme afirma Bernardi (2003), a
reutilização da água para vários usos, torna-se uma alternativa potencial de
racionalização desse bem natural. Vários estudos demonstram que a aplicação de
sistemas de reutilização de água em edificações pode reduzir significativamente o
desperdício de água, proporcionando uma melhor utilização da mesma (CARDOSO,
2006).
Neste estudo, identificou-se que a reutilização de água proveniente de
aparelhos de ar condicionado em comparação com o reuso de água pluvial, não
mostrou grande possibilidade de economia, devido ao número reduzido de aparelhos
no local (n=2).
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de reutilização de água analisadas. Para detectar a possibilidade e os benefícios da
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio desta pesquisa, pode-se observar que a implantação de sistemas de
Reutilização de Água revela-se como um importante meio para se promover a
economia deste bem tão necessário à sobrevivência humana. Além disso, foi possível
verificar que a instalação de tais sistemas especialmente o Reusa de Águas
provenientes das chuvas, constitui uma realidade que pode ser vivida em nosso meio,
garantindo benefícios consideráveis para a população local, bem como para a
sociedade em geral.
REFERÊNCIAS
ANA. Agência Nacional de Água. Hidroweb. Sistema de Informações Hidrológicas.
Disponível em: <http://hidroweb.ana.gov.br/> Acesso em: 01. jul. 2015.
BERNARDI, C. C. Reuso de água para a irrigação. Brasília, 2003, 63p.
Monografia/Pós-Graduação. MBA em Gestão Sustentável da Agricultura Irrigada Planejamento Estratégico, ISEA-FGV/ECOBUSINESS SCHOOL
CARDOSO, K. A. Avaliação do período mínimo de precipitações pluviométricas
a ser utilizado em estudos sobre aproveitamento de água pluvial em edificações.
Florianópolis, 2006. 185p. Monografia/Graduação. Curso de Engenharia Civil,
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Reuso de água.
Governo
do
Estado
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São
Paulo.
Disponível
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http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/%C3%81guas-Superficiais/39-Reusode%C3%81gua. Acesso em: 03. jul. 2015.
FERREIRA, D. F. Aproveitamento de águas pluviais e Reuso de águas cinzas
para fins não potáveis em um condomínio residencial localizado em
Florianópolis - SC. Florianópolis, 2005. 139p. Monografia/Graduação. Curso de
Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.
SANTIN, J. R. e GOELLNER, E. A gestão dos recursos hídricos e a cobrança pelo
seu uso. Sequência, Florianópolis, n.67, 199-221, Dez. 2013.
SANTOS, E. S.; MOTA, S.; SANTOS, A. B.; MONTEIRO, C. A. B. e FONTENELE, R.
M. M. Avaliação da sustentabilidade ambiental do uso de esgoto doméstico tratado na
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piscicultura. Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, v. 16, n.1, 45-54,
Jan./Mar. 2011.
Willian de Arêdes Gomes Junior. Graduando em Engenharia Civil da Faculdade
Vértice – UNIVERTIX.
André Luis da Silva Quirino. Doutor em Engenharia Agrícola. Professor da
Faculdade Vértice – UNIVERTIX
Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde
Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
[email protected]
PALAVRAS CHAVE: Patologia, Pavimento, Asfáltico.
1- INTRODUÇÃO
As obras de pavimentação asfáltica rodoviária no Brasil são objetos de estudo e
pesquisa de longa data, crescendo notadamente a partir da década de 50 devido ao
grande desenvolvimento das técnicas de pavimentação, decorrentes do intercâmbio
entre Brasil e Estados Unidos (DNIT, 2006). O asfalto é um derivado do procedimento
de refino do petróleo, possui consistência pastosa ou líquida, sendo usado na
pavimentação. É obtido com a diluição do querosene ou nafta, aquecidos em tanque,
antes de sua aplicação. Sua produção no Brasil iniciou-se na década de 50, na
Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão/SP (FREITAS GUIMARÃES, 2003). De
acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT (2006)
“pavimento” é uma superestrutura constituída por camadas de espessuras finitas,
assentadas sobre um semi-espaço considerado infinito o qual é designado como
subleito. Segundo Gonçalves (1999) as funções principais de um pavimento são a de
oferecer uma superfície de rolamento confortável e segura para o trafego nas
velocidades operacionais da via mantendo essas características acima de limites
admissíveis em quaisquer condições climáticas.
Souza (2004) relata que os
pavimentos tiveram métodos de manutenção simplificado ou abandonados na ultima
década por razões não explicadas, a técnica de manutenção se tornou eficiente,
embora o meio técnico tenha desenvolvido tecnologia de reparo e manutenção que
utiliza material reciclado como agregado na composição do pavimento flexível.
Segundo o DNIT no Brasil em 2015, 12,2% dos 210.618 km das rodovias sob
pavimento flexível se encontram pavimentadas. De acordo com Júnior (2014)
patologias em pavimentos evoluem suas gravidades muito rapidamente, não
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ANÁLISE PATOLÓGICA DE UM PAVIMENTO ALSFÁLTICO: ESTUDO DE CASO
DA BR-116 – TRECHO ENTRE O QUILÔMETRO 645 E 647
pavimento está de qualquer forma ameaçada, ou não atende com total segurança e
conforto ao usuário da via algum reparo ou reabilitação deve ser feita (DOMINGUES,
1993). Patologias apresentadas em pavimentos, geralmente visíveis a olho nu, podem
proporcionar desconforto àqueles que trafegam pela via. Diante destes fatos
objetivou-se com este trabalho listar as patologias existentes no trecho da rodovia BR116 compreendido entre os quilômetros 645 e 647, além de estabelecer uma relação
das causas de seu surgimento e as metodologias adequadas para a sua conservação
/ reabilitação. Temos então como objetivo do estudo, o levantamento e identificação
das patologias, esclarecer e entender a razão do aparecimento destas no pavimento,
como também implementar metodologias para sua conservação/ reabilitação.
2 - METODOLOGIA
O trabalho fundamentou-se na identificação visual de patologias presentes no
pavimento asfáltico compreendido entre o quilômetro 645 e 647 da BR-116. Trata-se
de uma pesquisa realizada de forma qualitativa, metodologia que parte do
pressuposto de que o ambiente pode ser examinado de modo não trivial, ou seja tudo
tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer um entendimento
mais esclarecedor do nosso objeto de estudo (BOGDAN e BIKLEN, 1994). Segundo
o DNIT (2006), patologias apresentadas em pavimentos podem incidir negativamente
na segurança da via. A definição e avaliação da qualidade dos pavimentos que
permitem conhecer o estado do pavimento se baseiam na definição de critérios
objetivos quanto à análise da qualidade, interação entre a respectiva capacidade
estrutural e o estado do pavimento.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BOGDAN, R; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à
teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.p335.
DNIT.
Departamento
Nacional
de
Infra-estrutura
DPP/CGPLAN/Coordenação de Planejamento, 2015.
de
Transportes:
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100
raramente, entre a elaboração do projeto e execução da obra. Se a estrutura de um
DOMINGUES, F. A. A.,MID-Manual de identificação de defeitos de revestimentos
asfálticos de pavimentos.São Paulo, 1993.
FREITAS GUIMARÃES, J. R. P. de. Apostila de Riscos Químicos. Santos: SENAC,
2003.
GONSALVES. F. P. O desempenho dos pavimentos flexíveis. São Paulo,1999.
JUNIOR, E.P. Manual de Obras Rodoviárias e Pavimentação Urbana: Execução e
Fiscalização. São Paulo: Pini, 2014.
ROCHA, R. S. e COSTA, E. A. L. Patologias de Pavimentos Asfálticos e suas
Recuperações - Estudo de Caso da Avenida Pinto de Aguiar. Universidade Católica
de Salvador: Bahia,2009.
SOUZA. M. J. Patologias em pavimentos flexíveis.São Paulo, 2004.
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
101
DNIT. Diretrizes básicas para estudos e projetos rodoviários: escopos básicos /
instruções de serviço. - 3. ed. - Rio de Janeiro, 2006.
Viviane Martins de Souza. Graduanda em Engenharia Civil da Faculdade VérticeUNIVERTIX.
Mateus Zanirate de Miranda. Graduação em Engenharia Civil. Professor do curso
de Engenharia Civil da Faculdade Vértice- UNIVERTIX.
Davi Mesquita de Macedo - Graduação Engenheiro agrônomo e Doutor em
Fitopatologia. Professor de Engenharia civil da Faculdade Vértice- UNIVERTIX
Pedro Genuíno de Santana Júnior. Graduação em Engenharia Civil. Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde Professor da Faculdade Vértice- UNIVERTIX.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências
da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do
Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática.
Especialista em Física. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Gestão ambiental, ocupação, recursos hídricos, matas ciliares.
1 - INTRODUÇÃO
A atualização do Código Florestal em um projeto de lei diminuiu as margens de
proteção dos cursos d’água de 30 para 15 metros; as Áreas de Proteção Permanente
(APPs) variam de 15 a 500 metros, vindo a depender da largura dos rios, esta nova
proteção de 15 metros visam os pequenos cursos d’água como aqueles que não
ultrapassam os 5 metros de largura. (VALVERDE e COSTA, 2011). Área de
preservação permanente é a área protegida nos que corresponde a uma área coberta
ou não por vegetação nativa, com a função de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora,
proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas (BRASIL, 2012).
As áreas denominada Área de Preservação Permanente (APP), é uma faixa de
preservação de vegetação ao longo dos cursos d’água, nascentes, reservatórios e em
topos de morros, que visa à manutenção da qualidade do solo, das águas e também
servem como corredores de fauna, por se estabelecer em razão da topografia ou
relevo (MILARÉ2001). A preocupação da criação dessas APPs vem do sentido de que
as cidades nascem e crescem a partir de rios, os quais funcionam como canais de
comunicação, servem suporte a serviços essenciais, como o abastecimento de água
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OCUPAÇÃO DE APP HÍDRICA NO RIO MATIPÓ EM ÁREA URBANA DA CIDADE
DE MATIPÓ-MG
se considerar as variáveis existentes na apropriação do espaço pela sociedade, seus
limites máximos e mínimos, que ditam seu equilíbrio dinâmico, entretanto a não
ocorrência de grande parte dos casos vem a ocasionar condições de desequilíbrio e
impacto ambiental (RICETO, 2012). As áreas de proteção permanente têm sido
ignoradas na maioria de nossos núcleos urbanos, o que leva a graves prejuízos
ambientais, como o assoreamento dos corpos d’água, enchentes e os deslizamentos
de encostas, que acarretam sérios riscos para populações em geral (ARAUJO, 2002).
A ocupação de loteamentos clandestinos ou irregulares em áreas de preservação
merece uma atenção especial, porque indica as fragilidades de sistema de proteção
a esses espaços, a preocupação em proporcionar moradia digna a todas as pessoas
leva tal coisa a uma falta de planejamento e á ausência de uma estrutura
administrativa eficiente de fiscalização que permitem a ocupação das margens de rios
e outros locais de riscos (VARGAS, 2008). O homem escolheu áreas dotadas com
maior quantidade de recursos ambientais onde pode organizar sociedade procurando
aproveitar-se da facilidade de obtenção de recursos para sua sobrevivência. A
realização de estudo sobre a ocupação do solo consegue compreender melhor a interrelação homem e ambiente, seus anseios, critérios e condutas, possibilitando
conhecer o perfil da conscientização ambiental frente aos vários aspectos ambientais,
como em áreas de bacias hidrográficas que são focos de estudo de diversas áreas do
conhecimento pela relevância devido à crescente demanda de atividades humanas
centradas nessas áreas (SOUZA et al, 2010). No município de Matipó em seu conjunto
hidrográfico, destaca-se a área-objeto de estudo onde se observam impactos
ambientais ocasionados pela presença de construções irregulares nas margens dos
afluentes, notadamente estes podem causar riscos às pessoas que residem às
margens hídricas, quanto também ao meio ambiente. “A urbanização cria não só
novas paisagens, como novos ecossistemas” (BRAGA e CARVALHO, 2003). O
presente trabalho tem como objetivo verificar se a população possui a consciência dos
riscos que possuem construções irregulares às margens hídricas, se estão cientes do
que diz o código florestal quanto a esta questão.
2 – METODOLOGIA
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potável e a eliminação dos afluentes sanitários e industriais (ARAUJO, 2002). Devem-
qualitativa. Foram realizadas entrevistas com 10 moradores residentes próximos de
áreas hídricas de Matipó, município localizado na Zona da Mata mineira.
A
característica de pesquisa abordada para o manuseio do trabalho baseia-se na
exigência de que o mundo seja examinado com a idéia de que nada é trivial, que tudo
tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer uma
compreensão mais esclarecedora do nosso objeto de estudo (BOGDAN; BIKLEN,
1994, p.49). Os participantes da pesquisa, serão orientados a preencher um termo de
aceite à participação da mesma, como também explicito ao mesmo o seu total sigilo.
O esclarecimento sobre o termo APPs permite nos estabelecer uma perspectiva de
que as margens hídricas e os cursos d’água poderão vir a ter sua preservação, quanto
a sua paisagem natural, biodiversidade, fauna e flora, e assegurar o bem estar das
populações humanas.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, S. M. V. G. de. As áreas de preservação Permanente e a questão
urbana. Consultoria Legislativa da Área XI, 2002.
BOGDAN, R. e BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução
à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.p335.
BRAGA, R.; CARVALHO, P. F. de (Org.). Recursos Hídricos e Planejamento
Urbano e Regional. Rio Claro: Laboratório de Planejamento Municipal - Deplan –
UNESP – IGCE, 2003.
BRASIL. Código Florestal. Lei nº. 4771, 15 de Agosto de 1965.
BRASIL. Código Florestal. Lei n⁰ 12651, 25 de Maio de 2012
MILARÉ, E. Direito do Ambiente. 2ª. Ed. revista, ampliada e atualizada. São Paulo:
revista dos Tribunais, 2001.
RICETO,
A. As áreas de preservação permanente (app) urbanas: sua
Importância para a qualidade ambiental nas cidades e Suas regulamentações.
Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Uberlândia-MG, 2013.
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Trata-se de uma pesquisa que será realizada à luz da abordagem de pesquisa
VALVERDE, S. R; COSTA, L. T. As margens dos rios à margem do noticiário–
Universidade Federal de Viçosa (MG).
VARGAS, H. L. Ocupação irregular de APP urbana: um estudo da percepção
social acerca do conflito de interesses que se estabelece na lagoa do prato raso,
em Feira de Santana, Bahia. Sitientibus, n. 39, p. 7-36. 2008.
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SOUSA, J. B. C. de; SANTOS, J. S; FEITOSA, A. C. Uso e ocupação da margem
esquerda do rio Pindaré no Trecho da cidade de Monção – MA. XVI Encontro
nacional dos geógrafos(ENG). Porto Alegre, 2010.
Damaris Barroso Vitor e Gabriel Mairinques Miranda – Graduandos em
Bacharelado em Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Irlane Bastos Costa. Graduada em Agronomia. Mestre e Doutora em Genética e
Melhoramento de Plantas. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX.
Mateus Zanirate de Miranda – Graduação em Engenharia Civil, Especialista
em Docência do Ensino Superior, Professor na Univértix.
Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em
Engenharia Civil. Coordenador e Professor na Faculdade Univértix.
Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios.
Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE:
Alvenaria;
Construção;
Alvenaria
Estrutural;
Alvenaria
Convencional.
1 - INTRODUÇÃO
A principal característica da construção convencional é a sua função primária
de vedação (ou fechamento), separando ambientes e fachadas. O emprego de vigas
e pilares moldados por formas de madeira também é grande, sendo este o método
construtivo mais utilizado pelos brasileiros. Também, as maiorias das construções
convencionais produzem grande quantidade de entulho devido à quebra de blocos do
sistema. As paredes servem apenas como fechamento e separação de ambientes.
Todo o peso é absorvido pelo sistema: pilares, lajes e vigas. No entanto, pode-se dizer
que as paredes não possuem função estrutural. (Ferreira, 2015).A alvenaria estrutural
surgiu como um sistema construtivo, que se destacou como uma opção eficiente e
econômica que também é chamada de alvenaria/parede, exige portanto planejamento
de profissionais qualificados. Isso acontece porque esse método de construção tem
função estrutural em um projeto, e é indispensável para a sua estabilidade. ( BIMBOM
2015)
2 - METODOLOGIA
O presente trabalho se classifica como uma pesquisa básica que objetiva gerar
conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista.
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ALVENARIA ESTRUTURAL X ALVENARIA CONVENCIONAL
bibliográfica do tema proposto.
3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
A alvenaria estrutural resulta da colocação em arranjos específicos de peças
industrializadas, de dimensões e peso de fácil manuseio, ligadas entre si através
de juntas de assentamento ou juntas verticais de argamassa para formar os elementos
de
alvenaria
(produtos
da
construção)
que
são
as
paredes,
cintas,
vigas, contravergas, e vergas, pilares que juntos formam um conjunto monolítico.
(Kalil, 2015).Projetar alvenarias moduladas com blocos vazados de concreto lembra
a montagem de um jogo de peças de encaixes, como o “Lego”. Modular é amarrar um
elemento ao outro com juntas alternadas e amarrar as alvenarias, encaixando os
elementos de uma e de outra em fiadas alternadas. (Santos 2015). Para Kalil (2015)
algumas das regras fundamentais são que, nas paredes portantes em edificações
executadas em alvenaria estrutural não devem ser empregados rasgos para o
embutimento das instalações, pois além do desperdício e do elevado consumo de
material e mão de obra empregado nessa operação, temos que levar em conta que
nesse sistema as paredes são portantes, com isso fica impossível tal procedimento
devido a redução da seção resistente. A tubulação elétrica, por exemplo, desce em
cada ponto de força/comando ou ponto telefônico. Não são necessários rasgos nos
blocos para abertura de caixas de luz, interruptores ou de telefonia, pois são
fornecidos pelos fabricantes blocos especiais elétricos, já com a abertura para o
embutimento dessas caixas. Quando temos pontos muito próximos um do outro se
utiliza um eletroduto de ligação, onde passa de um bloco para o outro pela região
central superior das paredes transversais do mesmo, através de rasgos executados
nos locais indicados com o auxílio de serras. O uso da alvenaria estrutural garante a
redução de no mínimo 20% no custo total da obra, e também reduz significativamente
a geração de resíduos. Porém, apesar de todas estas vantagens e de estar sendo
cada dia mais adotado, a alvenaria estrutural ainda assim é pouco usada no Brasil.
Um dos fatores que podem explicar esta questão, é o simples adepto de que exige
mão de obra especializada, e no Brasil não é muito os profissionais capacitados nesta
área. Mesmo parecendo ser prático o método de construção utilizando os blocos, pois
os cuidados especiais exigidos necessitam de profissionais capacitados para a
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Apresenta-se como pesquisa qualitativa exploratória em que se realizou uma revisão
não podem ser grandes porque são as paredes que sustentam a obra, que tem por si
reduzido o número de vigas e pilares, utilizando assim, as paredes para esta função,
e sendo que, se estiverem separadas por vãos longos, fica limitado o seu potencial de
sustentação.
.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de tantos benefícios, a Alvenaria Estrutural ainda não tem um espaço
amplo no mercado da construção civil quanto a Alvenaria Convencional. A
necessidade de mão de obra especificamente qualificada limita seu uso. Porém,
podemos ver o crescimento deste método e o melhoramento das técnicas
progressivamente, decorrendo de tantos benefícios e economias que este modelo
traz, sendo também um método construtivo diferenciado por gerar tão pouco entulho,
sendo assim, agregando valores significativos de sustentabilidade.
REFERÊNCIAS
BIMBON.
Disponível
em:
<http://www.bimbon.com.br/arquitetura/entenda_a_diferenca_entre_construcao_con
vencional_e_alvenaria_estrutural > Acesso em 15 de maio de 2015
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Milene
Aparecida
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TecHoje,
Disponível
em:
<
http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/413 > Acesso em 26
de maio de 2015.
Fórum
da
Construção.
Disponível
em:
<http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=664 > Acesso em
15 de maio de 2015
Fórum
da
Construção.
Disponível
em:
<
http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=1252 > Acesso em
15 de maio de 2015.
Fórum da Construção: Diferenças de alvenaria estrutural e convencional. Disponível
em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=1642> Acesso
em 26 de maio de 2015.
KALIL, Sílvia Maria Baptista. Alvenaria estrutural. Disponível
http://www.feng.pucrs.br/professores/soares/Topicos_Especiais__Estruturas_de_Madeira/Alvenaria.pdf > Acesso em: 24 de maio de 2015.
em:
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
<
108
execução. O pouco uso se explica também por causa das limitações dos vãos, que
SANTOS, Altair: Alvenaria estrutural: saiba como evitar patologias. Fórum da
Construção.
Disponível
em:
<http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=1536 > Acesso em
24 de maio de 2015.
UFRGS. Disponível em: < http://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/alvenariaestrutural/ > Acesso em 27 de maio de 2015.
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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MONTEIRO, Adriana da Silva. Planejamento e controle na construção civil,
utilizando
a
alvenaria
estrutural,
2010.
Disponível
em:
<
http://www.unama.br/graduacao/engenharia-civil/tccs/2010/PLANEJAMENTOCONTROLE-CONSTRUCAO-CIVIL.pdf > Acesso em 26 de maio de 2015.
Fanny de Souza Bastos e Sérgio Luiz Mageste Filho – acadêmicos do 9° período
do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Maria Aparecida Salles Franco – Graduação em Zootecnia, Especialização em
Ciências do Ambiente, e Ecoturismo, Interpretação e Educação Ambiental, Mestre
em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Univértix.
Mateus Zanirate de Miranda – Graduação em Engenharia Civil, Especialista em
Docência do Ensino Superior, Professor da Faculdade Univertix.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Univértix.
Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências
da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do
Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Pedro Genuíno de Santana Junior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde.
Graduado em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Univértix.
[email protected]
1 - INTRODUÇÃO
O demasiado crescimento populacional tem causado muitos problemas, sendo
a grande geração de resíduos sólidos um dos mais preocupantes deles. O
desenvolvimento tecnológico contribui com o aumento do consumo de bens e
consequente geração de lixos que, se eliminados inadequadamente, transformam-se
em poluição, contaminação e no desperdício de recursos naturais. Desde 1960 as
Usinas de Triagem e Compostagem (UTC) foram consideradas uma opção para a
destinação adequada dos resíduos sólidos urbanos, já que o reaproveitamento dos
materiais recicláveis e a compostagem da parcela orgânica acarreta em geração de
renda e redução da quantidade de resíduos a ser aterrada, preservando os recursos
naturais e reduzindo a poluição ambiental (VIMIEIRO, 2009)
A gestão da “limpeza pública” e dos RSU é de responsabilidade das
prefeituras. A destinação adequada dos resíduos, aquela que garante
menores impactos ao meio ambiente, tem se tornado um desafio,
principalmente para as cidades de pequeno porte, devido à carência de
recursos humanos qualificados, tecnológicos e financeiros, sem mencionar o
problema ocasionado pelas descontinuidades administrativas relacionadas
aos RSU, típico de políticas municipais brasileiras. (MAGALHAES, 2008)
Em Minas Gerais, desde 2001, há uma clara política de erradicação dos lixões que
nessa época estavam presentes em quase todos os municípios do Estado.
O
Programa Minas sem Lixões, da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM)
contabilizou, até 2006, a redução de 35% dos municípios que ainda dispõem seus
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ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE UMA USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM
maneiras adequadas para a disposição final dos RSU. De acordo com Oliveira (2006),
o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (PGIRSU) é um
documento que descreve as atividades relacionadas ao tratamento a ser dado aos
resíduos sólidos urbanos, desde a geração, segregação, acondicionamento, coleta –
seja ela convencional e/ou seletiva -, transporte, tratamento, disposição final e a
proteção à saúde pública e, deve ser elaborado por cada município de acordo com o
tamanho da população e de suas características socioeconômicas e culturais,
analisando a quantidade e a qualidade do lixo gerado. De acordo com a Deliberação
Normativa 52/01 do COPAM, os municípios com população urbana superior a 20 mil
habitantes devem, obrigatoriamente, implantar sistemas tecnicamente adequados de
disposição final de resíduos sólidos urbanos, passíveis de regularização ambiental. O
presente trabalho tem como objetivo analisar a situação do aterro controlado e da
usina de triagem e compostagem, localizados numa cidade no interior de Minas
Gerais, descrevendo a real situação da recolha e tratamento dos resíduos sólidos
urbanos no município. Segundo dados da FEAM, em 2003 eram 823 municípios
mineiros com lixões. Este número caiu para 258 munícipios em 2014 e, atualmente,
ainda existem municípios no estado que não cumpriram a lei. Isto ocorre devido ao
tamanho dos munícipios - já que 95% dos munícipios com lixões têm menos de 50
000 habitantes - pouco recurso disponível e falta de interesse dos gestores.
2 - METODOLOGIA
Neste trabalho de cunho quantitativo cuja coleta de dados foi realizada em uma
usina de triagem e compostagem, em um município do interior de Minas Gerais, no
período de junho a outubro de 2015, através de entrevistas. O critério de seleção foi
ser trabalhador da usina. Todas as entrevistas foram escritas para posterior análise e
os dados obtidos foram classificados por temas, de acordo com o objetivo da
investigação. Serão entrevistados trabalhadores da usina, contudo o número de
entrevistas não foi estabelecido previamente, sendo conduzido até se considerar
suficiente o conteúdo das respostas obtidas. A seleção das entrevistas será de forma
aleatória, com participação voluntária. O trabalho busca analisar o ambiente onde os
funcionários trabalham a quantidade de resíduos recebidos diariamente - o quanto é
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resíduos em lixões e o aumento de 200% no número de municípios que utilizam
terreno.
Segundo Demo (2000):
Explica a existência de duas abordagens na pesquisa, uma com
enfoque quantitativo e outra qualitativa. A abordagem
quantitativa é tradicionalmente utilizada nas pesquisas em
ciências sociais como uma transposição dos experimentos e do
empirismo característicos das pesquisas das ciências naturais.
A abordagem qualitativa, por outro lado, é um estudo
interpretativo de um fenômeno localizado socialmente, definido
pela sua própria história.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
CONSELHO DE POLÍTICA AMBIENTAL (Minas Gerais). Deliberação normativa n. 52,
de 14 de dezembro de 2001. Convoca municípios para o licenciamento ambiental de
sistema adequado de disposição final de lixo e dá outras providências. Minas Gerais,
Belo Horizonte, 15 dez. 2001.
DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.
MAGALHÃES, Débora Neide de. Elementos para o diagnóstico e gerenciamento
dos resíduos sólidos urbanos do município de dores de campos – MG. Juiz de
Fora, 2008. 60p. Monografia/Graduação. Curso de Especialização em Análise
Ambiental, Universidade Federal de Juiz de Fora.
Minas sem lixões. http://www.minassemlixoes.org.br/. Acesso em 18/06/2015
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COMPOSTAGEM DE LIXO. Belo Horizonte: FEAM, 2006.
VIMIEIRO, Gisele Vidal; PEREIRA, Luciano Zille; LANGE, Liséte Celina.Trabalho e
qualidade de vida em usinas de triagem e compostagem de resíduos urbanos. FACES
R. Adm., Belo Horizonte, v. 8, n. 2, p. 94-105, abr./jun. 2009.
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separado, compostado e rejeitado - e a situação do aterro controlado existente no
Naiara Paula Gomes da Silva e Rosilene Souza – acadêmicas do 9º
período do curso de Engenharia Civil da Univértix.
Mariana de Faria Gardingo Diniz - Bióloga - Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos com ênfase em Tratamento de Águas e Efluentes. Professora do
curso de Engenharia Civil da Univértix
Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil.
Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil
da Univértix
Ailton Moreira Magalhães. Especialista em . Graduado em Engenharia Civil.
Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Aline Rodrigues Soares. Doutorado em Química Analítica. Graduada em Química.
Professor na Faculdade Univértix.
Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios.
Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVES: Construção civil; resíduos sólidos e tijolos.
1 - INTRODUÇÃO
A Construção Civil é responsável por um consumo significativo dos recursos
naturais extraídos e por uma produção de aproximadamente metade da massa total
de resíduos sólidos urbanos ( ANGULO, 2005). Na maioria dos municípios um
grande problema das construções, reformas, reparos e demolições de obras de
construção civil, de acordo com Porto e Silva (2008) é que a grande parcela desses
resíduos é depositada em locais inadequados, ocasionando assim sérios impactos
ambientais. A reciclagem dos resíduos e uma das soluções encontradas, tendo em
vista que além de diminuir as áreas de aterro, temos a preservação de recursos
naturais com a substituição destes por resíduos, prolongando a vida útil das reservas
naturais e reduzindo o impacto ambiental, geração de empregos com o surgimento
das empresas de reciclagem, etc (SENAI/SEBRAI, 2000). Em agosto de 2010, foi
divulgada a Lei 12.305/10 referente à Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Conforme o artigo 54 desta Lei há afirmação de que a disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos, deverá ser implantada em até 4 (quatro)
anos após a data de publicação da Lei, logo isto denota que todos os municípios
brasileiros deverão adequar a disposição dos resíduos sólidos urbanos eliminando
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A UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO PARA
FABRICAÇÃO DE TIJOLOS
disposição final ainda permanece de forma inadequada, seja em lixões a céu aberto
ou à beira de rios. De acordo com a Resolução 307 do CONAMA os geradores
também são responsáveis pela destinação final dos resíduos quando não sejam
viáveis o reuso ou reciclagem dos resíduos na própria obra. No Brasil a questão da
reciclagem vem sendo abordado depois de algumas mudanças e leis, mas que se
comparado aos países de primeiro mundo, a abordagem é lenta. O segmento da
construção civil é de grande importância para Matipó. Com a chegada da faculdade
Univértix que se iniciou em 2008, com uma obra de grande porte para o município,
e o aumento da população inclusive a migratória, incentivou o crescimento das
construções no município, tendo em vista que a grande maioria da mão de obra civil
é de fácil acesso na região, gerando emprego e renda.
No Brasil, já é bem conhecida a utilização de resíduos sólidos para fabricação de
agregados, utilizados em argamassas e até mesmo em pavimentação. A
possibilidade de se confeccionar tijolos e blocos vazados através da utilização do
resíduo sólido gerado pelo descarte das areias de fundição aglomeradas com argila
sob o aspecto químico, o processo de encapsulamento permitiu uma estabilização
do resíduo. (PABLOS, 1995). Diante do exposto, o objetivo deste estudo é fazer o
levantamento e quantificação dos resíduos da construção civil e produção de tijolos
a partir desses entulhos. Com este estudo pretendemos contribuir para que os
profissionais da construção civil possam compreender melhor a importância da
reutilização de materiais para preservação e cuidados com meio ambiente.
2 - METODOLOGIA
A presente proposta trata-se de uma pesquisa aplicada, na qual objetiva-se
gerar conhecimento a partir de aplicações práticas e de natureza explicativa, nesse
tipo de pesquisa são utilizados métodos experimentais além de coleta de dados,
onde fatos são observados, computados, analisados, divididos em classe e
interpretados, sem que haja interferência do pesquisador (BALBI, 2011). A área de
referência escolhida para o presente estudo foi à cidade de Matipó - MG, um
município considerado de pequeno porte, situado na região sudeste do estado das
Minas Gerais, que se encontra em plena expansão mobiliária, resultado de alguns
fatores, como o desenvolvimento da cafeicultura nas últimas décadas, com
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assim os lixões a céu aberto. Passaram-se os 4 anos e o que vemos hoje e que a
de Ensino Superior Faculdade Vértice – Univértix que surgiu com o intuito
fundamental de promover melhores condições de acesso à educação superior para
a população de Matipó e região. No presente projeto será realizada primeiramente
uma revisão bibliográfica sobre o tema escolhido. Após esse levantamento
bibliográfico serão coletados e mensurados os dados sobre as principais obras que
estão sendo executadas no município, e escolha de quais e quantas irão fazer parte
do experimento. Junto com a coletada de dados serão realizados os ensaios de
bancada para confecção de tijolos a partir dos resíduos coletados nas obras
selecionadas. Os ensaios serão realizados nos laboratórios de resistência e
mecânica aplicada da Faculdade Vértice.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por se tratar de uma pesquisa em andamento, ainda não temos dados a serem
discutidos nem concluídos, portanto sabemos que sustentabilidade e eficiência
andam juntas na construção civil. Segundo Porto e Silva (2008), a construção civil
é um dos setores de produção que mais desperdiça na utilização dos recursos
naturais. O Resíduo Solido da Construção Civil muitas vezes é gerado por
deficiências no processo da construção, como falhas ou omissões na elaboração
dos projetos e na sua execução, má qualidade dos materiais empregados, perdas
no transporte e armazenamento, má manipulação por parte da mão de obra, além
da substituição de componentes pela reforma ou reconstrução.
REFERÊNCIAS
ANGULO, Sérgio Cirelli. CARACTERIZAÇÃO DE AGREGADOS DE RESÍDUOS
DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO RECICLADOS E A INFLUÊNCIA DE SUAS
CARACTERÍSTICAS NO COMPORTAMENTO DE CONCRETOS. (2005).236 f.
Tese (Doutorado em Construção civil) - Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2005.
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consequente crescimento do comércio local, e inclusive a implantação da Instituição
Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lei 12.305/10.
PABLOS, Javier Mazariegos. UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO SÓLIDO GERADO PELO
DESCARTE DAS AREIAS DE FUNDIÇÃO AGLOMERADAS COM ARGILA NO
SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL. 1995.86 f.(Mestrado em Arquitetura).
Universidade de São Paulo. 1995
PORTO, Maria Edelma Henrique de Carvalho e SILVA Simone Vasconcelos.
REAPROVEITAMENTO DOS ENTULHOS DE CONCRETO NA CONSTRUÇÃO
DE CASAS POPULARES. XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2008.
SENAI e SEBRAE. GESTÃO DE RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL. Projeto
Competir.2000
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BALBI, João Carlos Sinott.
ELABORAÇÃO DA METODOLOGIA.
http://professorbalbi.blogspot.com.br/2009/07/bem-vindos.html. 2011. Acesso em
23 de julho de 2015.
Nayara Helena Fialho Oliveira – acadêmica do 9º período do curso de Engenharia
Civil da Univértix.
Gladston Ramaldes Moreira – acadêmico do 9º período do curso de Engenharia
Civil da Univértix.
Cristiano de Oliveira Ferrari – Graduação em Engenharia Civil. Especialista em
Gestão de Negócios e Pessoas. Professor do curso de Engenharia Civil da Univertix
Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix
Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em
Engenharia Civil. Coordenador e Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios.
Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em
Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor na
Faculdade UNIVÉRTIX.
[email protected]
1 - INTRODUÇÃO
Sempre que se pensa em construir o objetivo é que esta edificação seja sólida,
segura, econômica e algumas vezes rentável. Porém nem sempre todas as etapas da
obra são gerenciadas corretamente, o que pode acarretar prejuízos financeiros, perca
de tempo e até a suspensão da obra. Um gerenciamento adequado dentro da
realidade do proprietário, da mão de obra oferecida e dos materiais e recursos
financeiros disponíveis são fundamentais para que a obra seja concluída sem
imprevistos. Antes de ser iniciado qualquer trabalho de engenharia, seja ele de
qualquer porte é necessário um estudo preliminar completo para que o planejamento
possa ser feito com maior exatidão possível. Segundo Hélio (1997) os aspectos social,
técnico e econômico, a localização do lote e suas características de uso com todas as
opções possíveis, as avaliações de custo e prazo são o foco principal no estudo
preliminar do projeto. Cada obra é específica. Não podendo ser planejada de maneira
igual a nenhuma outra. Assim, para cada obra, cada projeto, são necessários
planejamento e gestão diferentes. Todo este gerenciamento ainda gera dúvidas em
muitas construtoras brasileiras. “Pequenos imprevistos podem levar uma empresa a
cometer erros que acabam afetando a qualidade, os custos e os prazos do
empreendimento, levando muitas vezes ao fracasso do mesmo” (FILHO, 2009, p.12).
Se estas questões podem ser uma incógnita para algumas empresas é quase
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ANÁLISE DOS IMPACTOS CAUSADOS PELA FALTA DE PLANEJAMENTO E
CONTROLE GERENCIAL EM OBRAS DAS CIDADES DE ABRE CAMPO,
MATIPÓ E RIO CASCA.
O acompanhamento de todas as etapas por um engenheiro civil habilitado para este
gerenciamento pode ser fundamental para o sucesso do projeto. É notável que grande
parte das pequenas obras não receba nenhum tipo de acompanhamento por parte
dos engenheiros civis. Segundo a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de
Jacareí, a AEAJ, muitos proprietários entregam a realização do serviço a pessoas sem
qualquer estrutura para o controle de uma obra com o objetivo de economizar e,
muitas vezes, coloca em risco a economia de toda uma vida de trabalho. Situações
não previstas podem colocar todo o projeto em um patamar de complexidade muitas
vezes difícil e mais caro de ser remediado. Solos incompatíveis com a fundação
projetada falta e desperdício de material e mão de obra compram de material mal
planejada, acidentes no trabalho, erros de execução, todos estes erros são mais
fáceis de serem cometidos quando não há um acompanhamento adequado por
profissional habilitado na obra. De acordo com Fontenelle (2002, p.1):
O setor da construção civil no Brasil ainda aparece frequentemente rotulado
como um setor "atrasado" quando comparado a outros setores industriais
devido à sua baixa produtividade global, em função, principalmente, de seu
baixo nível de industrialização, elevado desperdício de materiais e reduzida
qualificação de sua mão-de-obra, o que resulta também na baixa qualidade
do seu produto final.
Diante do exposto propõe-se aprofundar as discussões a respeito destas dificuldades,
uma vez que o objetivo de todo projeto de construção civil é ver o mesmo totalmente
concluído, dentro dos custos e prazos planejados. Propõe-se mostrar a importância
do engenheiro civil na tomada de decisões do projeto.
Visto que decisões na fase de projeto podem influenciar todo o ciclo de vida
do empreendimento, a colaboração e compartilhamento de conhecimento
entre as equipes, aliada ao atendimento às expectativas do cliente,
representa um potencial para melhorar o desempenho dos projetos e
minimizar estruturas e processos ineficientes no setor da construção,
aumentando o valor agregado ao projeto, obra e operação (MEDEIROS,
2013).
Com este estudo pretendemos contribuir para que os proprietários de obras e
engenheiros civis percebam a importância de um gerenciamento adequado e verificar
soluções possíveis para maior integração entre todas as partes envolvidas no
processo da construção.
2 - METODOLOGIA
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impossível imaginar que pequenas obras particulares sejam assistidas corretamente.
segundo Gil, tem como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis. Serão entrevistados proprietários de obras e engenheiros civis das cidades
de Abre Campo, Matipó e Rio Casca. Serão uma pesquisa sistemática, com
formulários impressos e/ou entrevistas gravadas, com todos os dados arquivados para
posterior recuperação. As entrevistas serão realizadas nos meses de outubro,
novembro e dezembro de 2015.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
AEAJ – Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Jacareí (Jacareí-SP). Cartilha
“Imóvel Seguro”. Jacareí, São Paulo.
AZEREDO, Helio Alves de. O edifício até sua cobertura. 2 ed. São Paulo: Edgard
Blucher. 1997
FILHO, S. A. H., RIBEIRO, V. A. (2009). Gerenciamento na construção civil:
Planejamento e controle de obras. 69p. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso
de Engenharia Civil, Centro Universitário de Fundação Educacional de Barretos,
Barretos.
FONTENELLE, Eduardo Cavalcante. Estudos de caso sobre a gestão do projeto
em empresas de incorporação e construção - Eduardo Cavalcante Fontenelle. –
São Paulo, 2002. 369p.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas
(São Paulo), 2010, 184p.
MEDEIROS, M. C. I.; MELHADO, S. B. Gestão do conhecimento aplicada ao
processo de projeto na construção civil: estudo de caso em construtoras. São
Paulo: EPUSP, 2013. 24 p. (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP,
Departamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/581)
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Para elaboração deste trabalho optou-se por uma pesquisa descritiva que,
Alysson Luiz Fernandes Netto e Raquel Teixeira de Souza– acadêmicos do 9º
período do curso de Engenharia Civil da Univértix.
Mateus Zanirate de Miranda – Graduação em Engenharia Civil. Especialista em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix.
Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix.
Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em
Engenharia Civil. Coordenador e Professor na Faculdade Univértix.
Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios.
Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Univértix.
Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em
Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor na
Faculdade Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Fundações. Construção Civil. Projeto estrutural. Resistência.
1 - INTRODUÇÃO
Fundação é a obra utilizada para sustentar as edificações de quaisquer tipos,
geralmente enterrada, pode ser construída com os mais diversos materiais
(ANDRADE et al, 2013). Segundo Melhado et al., citado por PRUDÊNCIO, (2011), as
fundações constituem elementos estruturais que servem de ligação entre a
superestrutura e o solo. Portanto, devem ser resistentes a tensões consequentes dos
esforços, além de oferecer ao solo a resistência e a rigidez necessárias para que não
ocorram rupturas e deformações. As principais fundações são divididas em
superficiais também chamadas rasas ou diretas e profundas ou indiretas. As
superficiais têm sua utilização no caso do subsolo possuir camadas capazes de
suportar as cargas e as profundas quando há necessidade de se alcançar camadas
mais profundas e resistentes (PRUDÊNCIO, 2011). Segundo a Norma Brasileira NBR
6122 (ABNT, 2010), considera-se fundação superficial aquela cuja carga é transmitida
pelas pressões distribuídas sob a base da fundação com profundidade de
assentamento inferior a duas vezes a menor dimensão da mesma. São classificadas
como superficiais a sapata, o bloco, o radier, a sapata associada e a sapata corrida
(ABNT, 2010). Os blocos de fundação possuem, geralmente, altura considerável e
formato de tronco de cone, com construção feita em concreto simples para adquirir
resistência à compressão. As sapatas merecem destaque porque são constituídas de
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ANÁLISE DOS TIPOS DE FUNDAÇÕES MAIS USADAS EM UMA CIDADE DA
ZONA DA MATA MINEIRA
tração. O radier é representado por um único elemento que é distribuído por toda a
base da construção, sua função é suportar e dissipar a carga em todos os pilares
(MEDEIROS, 2012). Prudêncio (2011),considera a fundação superficial como opção
interessante desde que atenda aos requisitos técnicos necessários, porque sua
execução é simples dispensando o uso de equipamentos e mão-de-obra
especializada o que a torna atraente do ponto de vista financeiro. Já a fundação
profunda é definida pela NBR 6122 (ABNT, 2010) como aquela responsável pela
transmissão da carga originária da superestrutura pela base, superfície lateral ou
combinação das duas. É utilizada quando a profundidade de assentamento for
superior ao dobro da menor dimensão da planta. São classificadas como fundação
profunda a estaca, tubulão, estaca pré-moldada ou pré-fabricada de concreto, estaca
de concreto moldada in loco, estaca de reação (mega ou prensada), estaca raiz,
estaca escavada com injeção ou microestaca, estaca escavada mecanicamente,
estaca Strauss, estaca escavada com fluido estabilizante, estaca Franki, estaca mista,
estaca metálica ou de aço, estaca hélice contínua monitorada, estaca hélice de
deslocamento monitorada, estaca trado vazado segmentado, caixões (ABNT, 2010).
A distinção entre estacas, tubulões e caixões está na execução, sendo que as estacas
são executadas unicamente por equipamentos ou ferramentas sem a necessidade de
descida do operário. Tubulão e caixão diferenciam-se entre si pela geometria, sendo
o tubulão geralmente cilíndrico e o caixão prismático (RESENDE, MARTINS, 2014).
As estacas possuem como características distribuir as cargas descarregadas pelas
estruturas na ponta como na superfície lateral aumentando sua eficiência devido ao
fato dessas áreas apresentarem, normalmente, valores elevados. O tubulão pode ser
executado a céu aberto ou em receptáculos fechados com ar comprimido
(MEDEIROS, 2012). Para que se possa escolher adequadamente uma solução de
fundação é preciso verificar se a mesma atende às condições técnicas indispensáveis
e, para isso é importante conhecer a natureza e característica do subsolo através de
uma prospecção geotécnica, a grandeza das cargas que serão transmitidas, a
proximidade das edificações limítrofes bem como sua fundação e estado. Além das
limitações relacionadas aos tipos de fundação existentes no mercado (RESENDE,
MARTINS, 2014). De acordo com Joppert Junior (apud FERREIRA, 2009), devem ser
analisadas também a viabilidade executiva e a existência de mão-de-obra
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concreto armado que lhe confere maior resistência a compressão e bom suporte à
apesar da simplicidade de alguns tipos de fundação é necessário muito cuidado na
elaboração do projeto e execução desses elementos porque eles são a base da
estrutura. Segundo Prudêncio (2011), todas as partes da estrutura incluindo-se as
fundações devem ser projetadas e executadas de modo a garantir condições mínimas
de segurança, funcionalidade e durabilidade. No caso da segurança as fundações
devem ser executadas de modo a evitarem-se rupturas e atender as normas técnicas
em relação à resistência dos elementos estruturais que a compõem e ao solo que lhe
dá suporte. A estimativa dos recalques deve acontecer na fase do projeto com a
realização de trabalho conjunto entre os responsáveis pelo cálculo da estrutura e
fundação (PRUDÊNCIO, 2011). Devido à importância da determinação de qual tipo
de fundação utilizar para garantir principalmente a segurança e a durabilidade da
construção o presente trabalho tem como objetivo pesquisar, analisar, estudar e
descrever, os tipos de fundações mais utilizadas nas construções na cidade de
Manhuaçu, localizada na Zona da Mata Mineira.
2 - METODOLOGIA
A metodologia a ser utilizada será a pesquisa bibliográfica e de campo através
do estudo de caso. A pesquisa bibliográfica configura a base indispensável ao
aprofundamento do conhecimento na área de fundações. A pesquisa de campo será
realizada junto a construções na cidade de Manhuaçu (MG) com intuito de conhecer
os tipos de fundações mais utilizadas para poder analisa-las, estuda-las e descrevêlas. De acordo com Yin (2010), no estudo de caso o foco está em um fenômeno atual
inserido no contexto da realidade.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
A presente pesquisa encontra-se ainda em execução e, por isso, não é possível
apresentar dados além do levantamento bibliográfico. As entrevistas ainda serão
marcadas com a devida autorização e os dados analisados e discutidos
posteriormente.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6122 – Projeto
e execução de fundações: Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
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especializada para execução da fundação adequadamente. Para Ferreira (2009),
FERREIRA, Marcelo Menandro. ESTUDO DE FUNDAÇÃO: EXECUÇÃO DE
SAPATA DE GRANDE DIMENSÃO. (Trabalho de Conclusão de Curso) Engenharia
Civil. Universidade Anhembi Morumbi. São Paulo: Universidade Anhembi Morumbi,
2009.
MEDEIROS, FABIANO. COMPARATIVO ENTRE PROJETOS, NORMATIZAÇÃO E
EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES. (Estágio Curricular Supervisionado) Coordenação do
Curso de Engenharia Civil. Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC). Lages
(SC): UNIPLAC, 2012.
PRUDÊNCIO, TIAGO. ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE DIFERENTES
TIPOS DE FUNDAÇÃO EM CASAS POPULARES. (Monografia). Especialização na
Construção Civil, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Criciúma:
UNESC, 2011.
RESENDE, Rafael Junio; MARTINS, Marlucio. ESTUDO COMPARATIVO DE
VIABILIDADE DOS PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS.Revista
Pensar Engenharia.v. 2, n. 1, jan. 2014
YIN, Robert K. ESTUDO DE CASO: PLANEJAMENTO E MÉTODOS. Porto Alegre:
Bookman, 2010.
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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ANDRADE, Ana Cristina O. Teles; DANTAS, Edivaneli Santos; DIAS, LaissaKethllin
Leitão; ARAÚJO, Maria Eliza Pionório; SILVA, Michelle de Jesus. GEOTECNIA:
FUNDAÇÕES E OBRAS DE TERRA. Cadernos de Graduação. Ciências Exatas e
Tecnológicas.Sergipe.v. 1, n.16, p. 27-43,mar. 2013.
Esttefânia Aparecida Martins e Warlly Martins Soares – acadêmicos do 9º
período do curso de Engenharia Civil da Univértix.
Fabrício Santos de Souza – Graduação em Engenharia Civil. Especialista em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da
UNIVÉRTIX.
Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da
UNIVÉRTIX.
Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em
Engenharia Civil. Coordenador e Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios.
Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em
Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor na
Faculdade UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Compatibilização de Projetos. Controle de Qualidade.
Construção Civil. Interposições Físicas.
1 - INTRODUÇÃO
Com o forte crescimento do setor imobiliário por volta dos anos 60, o modelo
construtivo ao qual se conhecia até então foi repentinamente mudado pela grande
demanda em habitação para os novos moradores oriundos da “reviravolta” do antes
chamado Brasil rural para o Brasil urbano, isso se iniciou a partir da década de 40 com
o acelerado processo de urbanização da população brasileira atraída por vários
fatores, tais como a esperança de mais emprego e melhor saúde nas cidades, o
vislumbre pela promessa de futuro promissor proveniente da grande ascendência da
industrialização e a presença de boa estrutura fundiária. De acordo com Graziano
(2003), com essas mudanças surgem vários escritórios técnicos com especializações
diversas, entre elas arquitetura, instalações e estruturas, ou seja; profissionais da área
de engenharia que antes trabalhavam em equipe em empresas especializadas em
planejamento e construção e que contavam com a coordenação de seus projetos
passam então a trabalhar em escritórios isolados, o que trás um distanciamento das
opiniões e soluções plausíveis ao bom desenvolvimento de qualquer trabalho do
ramo.
Para o SINDUSCON-PR (1995) a compatibilização de projetos tem como
função de integralizar e gerenciar projetos correlacionados com o intuito de se obter o
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GERENCIAMENTO DE PROJETOS: A INFLUÊNCIA DA COMPATIBILIZAÇÃO DE
PROJETOS NA QUALIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL
processo para conquista dos padrões de controle de qualidade total de certa obra.
Inúmeras são as descrições para compatibilização de projetos em se tratando de um
ponto de vista técnico específica, ainda que estabelecidas por numerosos estudos
concluídos. O que os assemelha é a relação com o bom desempenho do projeto em
referência a tempo, preço e qualidade. Temos como exemplo a definição de Callegari
(2007), onde compatibilização de projetos se trata de gerenciar e interligar os vários
projetos de determinada obra, visando além do melhor encaixe dos mesmos subtrair
as inconformidades presentes, tendo como objetivo dar simplicidade à etapa de
execução e assim racionalizar e aperfeiçoar o uso de materiais, tempo, mão de obra
e até mesmo a posterior manutenção. Essa atividade visa obter segundo a detecção
de falhas que possam ter relação com intervenções e interposições físicas entre
inúmeros elementos da obra (YAZIGI, 2009). Para Picchi (1993) a definição de
compatibilização vai um pouco além de identificar falhas pelo processo de
sobreposição, mais atribui também a função de planejar reuniões com os diversos
projetistas bem como com a direção, tendo como finalidade resolver qualquer
interferência que for detectada, o que pode ser auxiliado pelo uso da NBR15575-1
(2013, p.04), que “estabelece os requisitos e critérios de desempenho que se aplicam
às edificações habitacionais, como um todo integrado, bem como serem avaliados de
forma isolada para um ou mais sistemas específicos”. Com esta pesquisa temos o
intuito de expor, apresentar possíveis alternativas aos problemas e salientar a alunos,
profissionais da construção civil, empreiteiros, proprietários de pequenas construtoras
e clientes, a importância da compatibilização de projetos de uma obra e seu impacto
direto no tempo de execução pela necessidade de muitas das vezes serem realizadas
demolições e/ou algum tipo de retrabalho, e a influência direta que isso causa na
qualidade da edificação.
2 - METODOLOGIA
Para a composição deste trabalho definiu-se uma pesquisa descritiva que, de
acordo com Gil (2008) neste tipo de pesquisa podemos estabelecer relações entre
variáveis além de descrever as características de determinado fenômeno ou
população. Segundo Neto (2012), a pesquisa qualitativa através de inúmeras técnicas
visa descrever e decifrar através de dados e amostras.
As entrevistas serão
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arranjo mais perfeito e promissor possível entre os mesmos e direcionando todo o
edificações de Matipó e Manhuaçu, cidades da Zona da Mata do Estado de Minas
Gerais. Será aplicado um questionário que terá como finalidade revelar se
determinada obra ou edificação estando elas em fase de construção ou até mesmo
habitadas, houve ou não algum “caso” de inconveniente por falta de observação prévia
dos projetos e anexos, ocorrendo assim algum tipo de interferência física em alguma
das etapas da construção, ou a parada da mesma. Nesta fase contaremos com o
auxílio de algumas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para
nos dar o embasamento conceitual necessário para atribuirmos credibilidade a nossa
pesquisa. As entrevistas serão gravadas, transcritas e armazenadas em arquivo tipo
Word, o que possibilitará a recuperação de dados posteriormente, e ainda será
anexado relatório fotográfico que auxiliará a evidenciar os fatos. Iniciaremos a coleta
de dados a partir do mês de setembro de 2015.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÁCNICAS. NBR 15575-1 - Edificações
habitacionais – Desempenho. Rio de Janeiro, 2013.
CALLEGARI, Simara. Análise da compatibilidade de Projetos em Três Edifícios
Residenciais Multifamiliares. Dissertação – Arquitetura e Urbanismo. Universidade
Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2007.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas
(São Paulo), 2010, 184p.
GRAZIANO, Francisco Paulo. Compatibilização de Projetos. Instituto de pesquisa
Tecnológica – IPT (Mestrado Profissionalizante), São Paulo, 2003.
NETO, Antonio Cheuhuen. Metodologia da Pesquisa Científica: da graduação à
pós-graduação. 1 ed. Curitiba, PR: CRV (Curitiba), 2012, 303p.
PICCHI, Flávio Augusto.
Sistema de Qualidade: Uso em Empresas de
Construção. Tese – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993.
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realizadas em empresas de pequeno porte da construção civil e Proprietários de
YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. 10 ed. - São Paulo: Pini:SindusCon-SP, 2009
PERDA AUDITIVA INDUZIDA PELO RUÍDO NOS COLABORADORES DE UMA
CONSTRUTORA DE OBRA CIVIL NA CIDADE DE ABRE CAMPO-MG
Allan Brandão Rosa e Valéria Macário dos Santos – acadêmicos do 9° período do
curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil.Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde . Professor do Curso de Engenharia Civil da
Faculdade Univértix.
Mariana e Faria Gardingo Diniz – Bióloga –Especialista em Gestão Ambiental.
Mestre em Engenharia do Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos com ênfase
em Tratamento de Águas e Efluentes . Professora do Curso de Engenharia Civil da
Faculdade Univértix.
André Luis da Silva Quirino. Doutorado em Engenharia Agrícola. Graduado em
Agronomia. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática.
Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Univértix.
Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em
Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor na
Faculdade Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: PAIR-Ruído-Audiometria
1 - INTRODUÇÃO
O grave problema do ambiente de trabalho na construção civil são os elevados
níveis de ruído que tem ocasionado danos a saúde de inúmeros funcionários das
construtoras. Em muitos casos o controle destes níveis de ruído requer medida de
engenharia, de proteção individual (EPI), de proteção coletiva (EPC) e de
acompanhamento médico (SALIBA, TUFFI MESSIAS, 2013). Como base será
realizado estudo sobre ruído ocupacional e o seu controle através de pesquisas nos
aspectos legais por meio de leis e regulamentações, e no âmbito médico através de
formulários preenchidos pelos próprios funcionários e resultados de audiometrias, e
pelo programa de conservação de auditiva (PCA). SEGUNDO O MINISTÉRIO DA
SAÚDE (2006) PAIR e a perda provocada pela exposição por tempo prolongado ao
ruído. Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial, geralmente
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SINDUSCON-PR/SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro
Empresas do Paraná). Diretrizes Gerais para Compatibilização de Projetos,
Curitiba, 1995.
SALIBA, TUFFI MESSIAS (2013) ruído é o som e toda vibração que pode ser ouvida,
esta vibração e denominada sonora e, como mencionada anteriormente, deve possuir
valores de frequência pressão dentro da faixa audível. Para STUMM BASTO (2006) a
perda auditiva, seja causada por ruído industrial, ocupacional ou até mesmo lazer, é
o efeito mais danoso a audição, além de outras consequências nocivas a saúde como
distúrbios físicos, mentais e psicológicos. A suscetibilidade é a peculiaridade
individual, além de fatores como tempo de exposição a fonte sonora e rotina diária de
trabalho são igualmente importantes, os danos auditivos começaram aparecer e, por
outro lado em decorrência, formas e mecanismos de proteção ao ouvido humano
foram estudados e fabricados, embora desde o começo se notasse dificuldade na
aceitação do seu uso. Sabe-se, atualmente, que a especificação de protetores
auriculares e a sua correta utilização atuam como prevenção aos problemas auditivos.
O ruído se propaga dentro de um local de três maneiras com diferentes meios de
combates, na via direta o ruído se propaga na fonte ao ouvido do trabalhado. Seu
nível será sobre tudo em função da distância, já na via reverberada o ruído se repele
sobre as paredes, tetos, chão, máquina e chega de maneira indireta no ouvido do
trabalhador e por transmissão as vibrações da máquina passam para o chão e se
transmitem para uma placa de ferro com painel que entra em vibração e emite o ruído
(SOBANE, 2005). Diante do exposto, o objetivo deste estudo consiste em verificar as
condições de exposição do contaminante ruído que afeta diretamente todos os
colaboradores em obra civil de uma construtora na cidade de Abre Campo/MG,
analisando os formulários e resultados audiométricos concluirão se o ruído da obra
civil esta afetando a saúde dos colaboradores. Com este estudo pretendemos
contribuir para que os profissionais da construção civil possam compreender melhor
a importância da segurança do trabalho no ambiente de trabalho.
2 - METODOLOGIA
O presente trabalho optou-se por analisar dados de uma pesquisa em
andamento com base em registro de resultados parciais. Tratando-se de uma analise
qualitativa do processo produtivo da empresa e/ ou setor, de forma a verificar os locais
onde há exposição ao ruído ou de fontes de ruído. Identificando assim os postos de
trabalhos se serão fixo (únicos) ou variável (SALIBA, TUFFI MESSIAS, 2013).
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bilateral, irreversível e progressiva com o tempo de exposição ao ruído. Conforme
para avaliação e o acompanhamento da audição do trabalhador através da realização
de exames audiológicos de referência e sequenciais , na qual serviram de instrumento
para este trabalho que terá inicio a partir de setembro 2015 com apoio de uma
construtora de obra civil na cidade de Abre Campo-MG.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização de levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
NR- 15 do livro de Normas Regulamentadoras, aprovada pela portaria nº3.224 de 8
de junho de 1978, edição 63ª
Perda auditiva induzida por ruído (pair) / Ministério da Saúde, secretária de atenção
á saúde, departamento de ações programáticas estratégicas–Brasília: editora do
Ministério da Saúde, 2006.
SALIBA, T. M.– Manual prático de avaliação e controle do ruído: PPRA / Tuffi
Messias Saliba. – 7.ed. –São Paulo:LTR,2013
SOBANE, Malchaire texte– ruído 2005 port. Doc: 12/006/2006
SOUZA, M. E.; JUNIOR, J. V. A. T. ; SANTOS, A. G. V. Conforto Sonoro na Obra
de Construção Civil / encontro Nacional de conforto no Ambiente ConstruídoBrasília, 2013.
STUMM, S. B.- A influência do arranjo físico nos níveis de ruído em canteiro de
obra – um estudo de caso na cidade de Curitiba,Paraná/ dissertação aprovada
com requisito parcial para obtenção do grau de mestre no curso de pós graduação em
construção civil na Universidade federal do Paraná, 2006
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Segundo o anexo I, quadro 2, da NR -7 estabelece diretrizes e parâmetros mínimos
Larissa Gardingo Silva e Jéssica Aparecida Sales Felix acadêmicas do 9º
período do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Pedro Genuíno de Santana Junior. Graduado em Engenharia Civil. Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde, Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Ailton Moreira Magalhães. Especialista em . Graduado em Engenharia Civil.
Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Mateus Zanirate de Miranda. Graduação em Engenharia Civil. Especialista em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Davi Mesquita de Macedo. Doutorado em Fitopatologia. Graduado em Engenharia
Agronômica. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Construção Civil; Resíduos Sólidos e Gestão Ambiental.
1 - INTRODUÇÃO
Os resíduos sólidos hoje são uns dos grandes problemas enfrentados por toda
sociedade. Segundo John (2000), quando falamos do volume de resíduos gerados,
pode ser atribuído a quatro setores econômicos principais: agricultura, indústria,
construção e serviços. Destacamos o setor que abrange a área da construção civil,
que é um dos setores econômicos que primeiro responde a estímulos e condições
favoráveis da economia de um país. Este ramo industrial também é um importante
agente de desenvolvimento nacional, pois é responsável por grande parte do emprego
gerado nacionalmente, além de ter um papel fundamental na redução do déficit
habitacional e de infraestrutura. Contudo, esta indústria está também ligada à geração
de grandes volumes de resíduos que, muitas vezes, são destinados de forma
inadequada, causando impactos ao meio ambiente, tanto natural quanto urbano. A
essa situação soma-se ainda a grande necessidade de utilização de matérias-primas
naturais por parte deste setor produtivo, o que aumenta o impacto ambiental de suas
atividades (PASCHOALIN, 2000). Os resíduos da construção civil tornaram-se um
grande problema na administração da grande maioria das cidades brasileiras, devido
a enorme quantidade gerada e à falta de espaço ou soluções que absorvam esse
problema (JOHN, 2001). Desta forma, fazem-se necessárias pesquisas que visem um
planejamento sustentável desse setor, com sugestões para os seus possíveis
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GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
administração. Um grande problema relacionado à construção civil é a geração de
resíduos. Os resíduos de construção e demolição (RCD) ocupam grande volume para
disposição final. Considerando que 13% das cidades brasileiras pesquisadas no
censo de saneamento possuem aterros sanitários, 7% possuem aterros especiais e
que, apenas, 5% possuem usinas de reciclagem, deve-se propor e programar
métodos de tratamento de resíduos (IBGE, 2012). Mediante ao problema apresentado
a proposta de pesquisa tem como objetivo geral um levantamento da situação dos
resíduos de construção e demolição, através de visitas técnicas em órgãos públicos e
privados para a obtenção de dados, assim como a identificação dos principais locais
de despejos desses RCD e também de uma pré-caracterização das amostras dos
resíduos coletados em locais de disposição previamente selecionados, com o intuito
de identificar o resíduo que mais se destaca, no setor construtivo no município de
Matipó/MG, baseada no diagnóstico e legislação pertinente.
2 - METODOLOGIA
A presente proposta trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva,
(RODRIGUES, 2007) nesse tipo de pesquisa são utilizadas técnicas padronizadas de
coleta de dados, onde fatos são observados, computados, analisados, divididos em
classe e interpretados, sem que haja interferência do pesquisador. A área de
referência escolhida para o presente estudo foi à cidade de Matipó - MG, um município
considerado de pequeno porte, situado na região sudeste do estado das Minas Gerais,
que se encontra em plena expansão mobiliária, resultado de alguns fatores, como o
desenvolvimento da cafeicultura nas últimas décadas, com consequente crescimento
do comércio local, se destaca também por sediar a faculdade Univértix, com vários
cursos de graduação, pós-graduação, além de cursos técnicos, com isso o
crescimento populacional. Estrutura metodológica desenvolvida: 1º Etapa – Revisão
Bibliográfica sobre o tema escolhido. 2ª Etapa - Coleta de dados sobre os principais
aspectos das obras que estão sendo executadas no município. Quantidade de
resíduos que é grado em cada obra por semana. Para coleta de dados será aplicado
um questionário com o objetivo principal de colher informações básica sobre os
resíduos gerados cada obra. Os dados serão coletados no mês de outubro de 2015
em construções existentes nesse período na cidade de Matipó. 3º Etapa – Tabulação
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empregos, tentando assim, minimizar os danos ambientais gerados pela má
modelo de gestão para resíduos de construção. Serão adotadas as diretrizes previstas
na resolução nº. 307/02 (Brasil, 2002) para a formulação do modelo de gestão RC, as
quais serão descritas e analisadas separadamente com uma visão de gerenciamento
de sistemas integrados.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por se tratar de uma pesquisa em andamento, ainda não temos dados a serem
discutidos nem concluídos, portanto sabemos que a construção civil é um local onde
embora a redução na geração de resíduo seja sempre uma ação necessária, ela é
limitada, uma vez que existem impurezas na matéria-prima, envolve custos e
patamares de desenvolvimento tecnológico (SOUZA et al., 1999;JOHN, 2000). A
reciclagem na construção civil pode gerar inúmeros benefícios citados abaixo:
-Redução no consumo de recursos naturais não-renováveis, quando substituídos por
resíduos reciclados (JOHN, 2000).
-Redução de áreas necessárias para aterro, pela minimização de volume de resíduos
pela reciclagem. Destaca-se aqui a necessidade da própria reciclagem dos resíduos
de construção e demolição, que representam mais de 50% da massa dos resíduos
sólidos urbanos (PINTO, 1999).
-Redução do consumo de energia durante o processo de produção. Destaca-se: a
indústria do cimento, que usa resíduos de bom poder calorífico para a obtenção de
sua matéria-prima (co-incineração) ou utilizando a escória de alto forno, resíduo com
composição semelhante ao cimento (JOHN, 2000).
-Redução da poluição; por exemplo, para a indústria de cimento, que reduz a emissão
de gás carbônico utilizando escória de alto forno em substituição ao cimento portland
(JOHN, 1999).
REFERÊNCIAS
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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dos resultados coletados e discussão dos resultados, com a estruturação de um pré-
JOHN, V. M. (2000). Reciclagem de resíduos na construção civil: contribuição
para metodologia de pesquisa e desenvolvimento. 120p. Tese (Livre-docência) –
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em:
http://www.casoi.com.br/hjr/pdfs/rdc.pdf
JOHN, V. M. (2001). Aproveitamento de resíduos sólidos como materiais de
construção. In: CARNEIRO, A. P.; BRUM, I. A. S.; CASSA, J. C. S. (ORG).
Reciclagem de entulho para a produção de materiais de construção. Projeto entulho
bom. Salvador: EDUFBA, Caixa econômica federal, cap. 1, p. 28-45. Disponível em:
http://www.casoi.com.br/hjr/pdfs/rdc.pdf
JOHN, V.M.J. Panorama sobre a reciclagem de resíduos na construção civil. In:
SEMINÁRIO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A RECICLAGEM NA
CONSTRUÇÃO CIVIL, 2., São Paulo, 1999. Anais. São Paulo, IBRACON, 1999. p.4455. Disponível em: http://www.casoi.com.br/hjr/pdfs/rdc.pdf
PINTO, T.P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da
construção urbana. São Paulo, 1999. 189p. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica,
Universidade de São Paulo. Disponível em: http://www.casoi.com.br/hjr/pdfs/rdc.pdf
RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica. 2007. Disponível em:
http://professor.ucg.br/siteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/Willian%20
Costa%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf. Acesso 08 agosto de 2015.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). IBGE cidades
(2012). Disponível em http://www.ibge.gov.br Acesso em 08. ago. 2015
Brunna Souza e Silva e Sara de Cássia Gomes – Acadêmicas do 9º período do
curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Mariana de Faria Gardingo Diniz - Bióloga - Especialista em Gestão Ambiental
Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos com
ênfase em Tratamento de Águas e Efluentes. Professora do curso de Engenharia
Civil da Faculdade Univértix.
Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Univértix.
Davi Mesquita de Macedo. Doutorado em Fitopatologia. Graduado em Engenharia
Agronômica. Professor da Faculdade Univértix.
Mateus Zanirate de Miranda. Graduação em Engenharia Civil. Especialista em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática.
Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
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PALAVRAS–CHAVE: Água, Bacia Hidrográfica, Saneamento, Saúde, Impactos
Ambientais.
1 – INTRODUÇÃO
Manancial nada mais é que qualquer fonte de água seja ela superficial (rios,
lagos, represas) ou subterrâneo (lençóis freáticos). Não podemos esquecer que a
água é um recurso natural de extrema importância para nossa sobrevivência. Grandes
impactos estão ocorrendo em mananciais comprometendo nossas fontes hídricas.
Como nos mostra Egberto (2012) o homem não tem se preocupado em proteger os
recursos hídricos, principalmente os que moram à margem de mananciais. De acordo
com Soares et al., (2012) as atividades humanas geram diversos impactos que
comprometem a qualidade das águas, como descargas de esgoto doméstico e lixos
urbanos por existirem residências, de forma desordenada, nas margens e cabeceiras
de rios, além de desmoronamentos causados por estes habitantes. Também é citado
assoreamento, contaminação de mananciais por meio de esgotos ilegais de indústrias
e mineradoras. Podemos também citar queimadas, práticas agrícolas perigosas que
utilizam fertilizantes e pesticidas escoando do solo para lençóis freáticos e rios ou por
irrigação excessiva, o que dificulta a filtração pelo solo. (OTTONI e OTTONI, 2007).
Segundo Santos (2012), a impermeabilidade do solo fica comprometida pelas altas
densidades construídas, por isso há legislações para estabelecer densidades
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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PRESERVAÇÃO DE MANANCIAIS
solo impermeável não comprometer diretamente a poluição hídrica, estando
associada a ação das chuvas contribuem para a contaminação. A pesquisa mostra
também que o nível de escolaridade, nível de renda e até mesmo de tempo de
residência ou trabalho na área de proteção de mananciais interfere como agentes
causadores de impactos hídricos. (DUARTE e MALHEIROS, 2012) nos confirma a
importância da conscientização dos habitantes das margens de mananciais por saber
que só na Região Metropolitana de São Paulo 50% de seu território está localizado
em áreas de mananciais. De acordo com Ottoni e Ottoni (2007), a má utilização dos
recursos hídricos e as agressões de atividades como, desmatamento, queimadas,
práticas agrícolas, ocupações urbanas, lançamentos de esgotos domésticos e
industriais, tem ocasionado a contaminação e propagação de doenças contaminando
os seres humanos e animais que ali habitam. Isso se torna decorrente devido ao
aumento populacional e ao crescimento desenfreado das cidades, aumentando o
consumo de água, e assim a perfuração de poços e mananciais acaba se tornando
um acontecimento desordenado e sem muita fiscalização adequada. De acordo com
as partes citadas a cima pode concluir que se continuarmos agindo dessa forma as
águas para o abastecimento populacional adequada para uso ficará cada vez mais
escassa. Diante do exposto o presente trabalho tem como objetivo avaliar através de
questionários o grau de conservação dos mananciais no município de Matipó/MG e a
influência do setor da construção civil em tal impacto.
2 - METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva com
objetivo de realizar uma caracterização inicial do problema, sua classificação e sua
definição, onde os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e
interpretados, sem interferência do pesquisador, usando de técnicas padronizadas de
coleta de dados (RODRIGUES, 2007). Para o desenvolvimento da pesquisa do
estado da conservação dos mananciais serão selecionados 30 pontos entre rios e
nascentes, em diferentes pontos no município. Onde em cada ponto será aplicado um
questionário para se avaliar seu estado de conservação, analisando fatores como: (1)
utilização do solo em torno dos mananciais; (2) estado de conservação da vegetação
ciliar no entorno; (3) estado de conservação do solo; (4) aparência da água; (5) análise
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máximas e mínimas a serem construídas as margens de mananciais. Apesar de um
processos antrópicos.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por se tratar de uma pesquisa em andamento, ainda não temos dados a serem
discutidos nem concluídos, portanto sabemos que a construção civil influencia de
forma direta no desequilíbrio do meio ambiente, se a mesma não for efetuada de forma
correta e dentro dos parâmetros da legislação. Segundo Ottoni e Ottoni (2007) o
homem vem ocupando de forma cada vez mais desordenada as bacias hidrográficas
no planeta, através de atividades relacionadas com aa construção civil que envolvem
o desmatamentos, queimadas, atividades extrativistas agressivas, ocupações
urbanas generalizadas gerando a impermeabilização dos solos, lançamento de
esgotos industriais e domésticos nos rios e lagos, etc. Enfim, todas essas atuações
impactantes ao meio ambiente têm gerado uma deterioração da qualidade das águas
naturais, com riscos de propagação de doenças de veiculação hídrica ao próprio ser
humano.
REFERÊNCIAS
RODRIGUES, William Costa. Metodologia científica. 2007. Disponível em:
http://professor.ucg.br/siteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/Willian%20
Costa%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf. Acesso 12 julho de 2015.
OTTONI, Adacto Benedicto e OTTONI,Arthur Benedicto. A importância da
preservação dos mananciais de água para a saúde e sobrevivência do ser
humano. 20º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Rio de
Janeiro – RJ. 2007.
SOARES, Fábio Gomes, et al. Avaliação de mananciais usados em sistemas de
abastecimento de água: estudos de caso. 21º Congresso Brasileiro de Engenharia
Sanitária e Ambiental Nova Iguaçu-RJ. 2012.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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microbiológica de coliformes fecais; (6) ocupação urbana e (7) impactos causados por
São Paulo, 2012.
SANTOS, Cíntia Perozzo. A avaliação de impactos recíprocos funcionais e
estéticos entre a ocupação urbana e mananciais hídricos de abastecimento:
Uma abordagem perceptiva Universidade federal do Rio Grande do Sul Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo Programa de pós- graduação em planejamento urbano e
regional PROPUR-UFRGS. Rio Grande do Sul. 2012.
EGBERTO, Fonseca Canazza. Contribuições das análises de percepção
ambiental à formulação e implementação de instrumentos de gestão ambiental
pública: projeto de lei da área de proteção e recuperação dos mananciais do Alto
Juquery. Programa de pós Graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São
Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciência Ambiental. São Paulo – SP. 2012.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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DUARTE, Carla Grigoletto e MALHEIROS Tadeu Fabrício. Habitação e gestão
ambiental em áreas de mananciais: o caso do município de Santo André. Saúde Soc.
Luiz Paulo Roberto Vieira e Leandro Ferreira Pereira – acadêmicos do 9º período
do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Pedro Genuíno de Santana Júnior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Univértix.
Mariana de Faria Gardingo Diniz - Bióloga - Especialista em Gestão Ambiental
Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos com
ênfase em Tratamento de Águas e Efluentes. Professora do curso de Engenharia
Civil da Faculdade Univértix.
Érica Stoupa Martins. Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de
Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Univértix.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática.
Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Univértix.
Mateus Zanirate de Miranda. Graduação em Engenharia Civil. Especialista em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Univértix.
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PALAVRAS-CHAVE:
necessidades
especiais;
acessibilidade;
vias
públicas;
calçadas; bem estar.
1 - INTRODUÇÃO
A maioria das pessoas convive, diariamente, com as precárias condições das
calçadas em nossas cidades. Segundo a NBR 9050 (2004) "acessibilidade é a
possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com
segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e
elementos". "Acessibilidade é indissolúvel, pois representa o respeito e a valorização
da diversidade humana, como instrumento de bem-estar e de desenvolvimento
inclusivo. Cada pessoa é única e singular e precisa conviver com toda a sociedade
oferecendo o seu saber e as suas habilidades, em uma troca de permanente
aperfeiçoamento".
(ACESSIBILIDADE,
Legislação
Federal,
2008).
Segundo
OLIVEIRA (2006) "são elementos físicos ou de configuração do espaço que
prejudicam a acessibilidade dos mais diversos tipos de pessoas, causando-lhes
restrições. Essas barreiras podem ser fixas – que não se modificam ao longo do
tempo, como mobiliários ou edificações – ou dinâmicas – que podem estar presentes
temporariamente nas calçadas, como placas comerciais ou vendedores ambulantes".
De acordo com o Art. 3º Lei Federal 10098 (2000) "o planejamento e a urbanização
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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ACESSIBILIDADE DAS VIAS PÚBLICAS DO MUNICIPIO DE MATIPÓ PARA O
PORTADOR DE NECESSIDADE ESPECIAIS
e executados de forma a torná-lo acessíveis para as pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida". Segundo o engenheiro civil Carvalho e
Castro (2012, p.1) "enquanto nos couber a obrigatoriedade de construir e reformar
nossas calçadas ou enquanto os poderes públicos não colaborarem executando
os passeios, assim como se faz com a pavimentação asfáltica, não cometeremos
erros alegando ignorância, já que temos à mão mecanismos gratuitos para que
respeitemos nosso semelhante". Uma das principais dificuldades no tratamento das
questões relacionadas à qualidade dos espaços urbanos é a definição de um
instrumento para avaliar o nível de serviço apresentado por esses espaços. Segundo
Martins (2007) "as barreiras físicas são mais restritivas do que a deficiência física em
si, impedindo a livre circulação das pessoas portadoras de deficiência física pelos
diversos logradouros públicos. Consequentemente, este grupo de pessoas, em sua
maioria, não se qualifica minimamente para o exercício de sua cidadania, já que não
têm assegurado seu acesso à educação, à profissionalização, à saúde, ao trabalho e
ao lazer. E sem essa qualificação mínima, a maioria das pessoas com deficiência
física torna-se carente de recursos para conseguir respostas adaptativas
satisfatórias". Uma calçada acessível deve atender vários critérios definidos pela
norma técnica Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos (NBR 9050/2004), da Associação Brasileira de Normas Técnicas, e à
legislação vigente. Segundo a instrução normativa Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN) Nº 1 (2003), "a instituição de um sistema integrado de
elementos em acessibilidade, referenciado nos parâmetros técnicos definidos pela
ABNT, deve-se considerar os seguintes procedimentos básicos: a adoção de pisos
sinalizadores específicos, rampas e rebaixamento de calçadas; a reserva e
distribuição de vagas para estacionamento; a concepção, adequação ou substituição
dos elementos da urbanização e do mobiliário urbano; a adequação da sinalização,
indicativa ou de trânsito, com especificações de cores, texturas, sons e símbolos". O
objetivo geral desta pesquisa é estudar a infraestrutura física das vias públicas
(calçadas e travessias) disponibilizada às pessoas portadoras de necessidades
especiais, responsável pelas principais dificuldades enfrentadas durante seus trajetos
nas cidades brasileiras, para isso iremos concentrar nossas pesquisas em alguns
bairros de Matipó - MG, principalmente nas vias do centro onde a maioria dos
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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das vias públicas, dos parques e dos espaços de uso público deverão ser concebidos
prefeitura, supermercados, correio, lojas e etc, onde se concentra o maior fluxo de
pedestres. Com este estudo podemos contribuir para o município expondo as
dificuldades das pessoas e apontando as melhorias que podem ser feitas.
2 - METODOLOGIA
Para a elaboração deste trabalho desenvolveremos uma pesquisa de campo
envolvendo pessoas portadoras de necessidades especiais, expondo as dificuldades
em transitar nas vias da cidade, a fim de colher depoimentos sobre a dificuldade do
acesso as principais vias públicas da cidade de Matipó muni/MG (município da Zona
da Mata Mineira). Segundo Gil (2008) "neste tipo de pesquisa são descritas as
características de uma população, fenômeno ou de uma experiência". Iremos iniciar
coleta de dados no inicio de outubro de 2015.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em execução e os resultados parciais apontam até
o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
ABNT (1994) Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9050:
Acessibilidade de Pessoas Portadoras de Deficiência a Edificações, Espaços,
Mobiliários e Equipamentos Urbanos. Janeiro, 2004.
BRASIL (2008) Acessibilidade Legislativa. Secretaria Especial dos Direitos
Humanos, Brasília - DF.
BRASIL (2000) Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais
e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência
ou
com
mobilidade
reduzida.
Disponível
em:
<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm>. Acesso em 20 ago. 2015.
CARVALHO e CASTRO Jary de. Calçadas e acessibilidade. Disponivel em
: Crea MT. Disponível em: < http://www.crea-mt.org.br/palavra_profissional/
artigo.php?id= 16401>, 2012. Acesso em: 20 ago. 2015
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas
(São Paulo), 2010, 184p.
KEEPE, Celso Luiz Guimarães (2007) Formulação de um indicador de
acessibilidade
das
calçadas
e
travessias.
Disponível
em:
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
140
principais comércios está situada como bancos, escolas, rodoviária, farmácias,
Php?
OLIVEIRA, Aíla Seguin Dias Aguiar de; Acessibilidade espacial em centro cultural
estudo de casos. Florianópolis, 2006. 1 v. Dissertação (Mestrado) - Universidade
Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-graduação em
Arquitetura e Urbanismo.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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<http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.
codArquivo=1594>. Acesso em 20 ago. 2015.
Luís Felipe Gomes de Paula e Douglas Henrique Ribeiro – Acadêmicos do 4º
período do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Davi Mesquita de Macedo - Graduação Engenheiro agrônomo e Doutor em
Fitopatologia. Professor de Engenharia civil da Faculdade Univértix.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática.
Graduada em Matemática. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX.
Mateus Zanirate de Miranda. Graduação em Engenharia Civil. Professor do Curso
de Engenharia Civil da Faculdade UNIVÉRTIX.
Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em
Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor na
Faculdade UNIVÉRTIX.
Aline Rodrigues Soares. Doutorado em Química Analítica. Graduada em Química.
Professora na Faculdade UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVES: Levantamento, meio ambiente, resíduo sólido.
O período colonial marca o início das construções no Brasil
com as edificações de fortes e igrejas, as quais não aprestavam nenhum tipo de
regulamentação (MORAES, 2005). Neste período, os profissionais que realizavam
estas construções se tratavam de pessoas denominadas engenheiros oficiais, os
quais trabalhavam como engenheiros na força militar portuguesa e os mestres de
obras, cuja função de criar e realizar as projeções das edificações (TELLES, 1984).
Com o decorrer da história iniciou a criação das escolas de ensino superior de
engenharia civil. No final de 1800, começa a completa disseminação das escolas de
engenharia pelo Brasil, mas foi na transição dos séculos XIX para XX quando começa
o crescimento do país com o cultivo do café e o crescimento industrial. Diante destes
fatos, edificações de grande riqueza e imponência foram nesta fase da engenharia
civil (TÉSIO, 2007). Atualmente, a construção civil tem destaque no Produto interno
bruto nacional (PIB), além disso, gera um grande volume de contratação sendo um
dos setores que realiza o maior numero de contratações e com mão-de-obra (CIBID,
2015). No entanto, a partir da década de 70, as nações começaram a encarar com
mais seriedade os problemas ambientais gerados com crescimento acelerado do
mundo (BARSANO & BARBOSA, 2013). Diante disto, a preocupação com o impacto
ambiental gerado pela construção civil começou a ser implementadas medidas no
intuito de mitigar os problemas ambientais gerados pela construção civil através dos
países que compunha a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
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IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL
mesma forma no mesmo período o que contribui a geração de danos irreparáveis com
o processo migratórios das populações de pequenas regiões para os grandes centros
(SCHENINI et al., 2004). Além disso, a construção civil produz grandes impactos
ambientais que se inicia desde a extração de recursos renováveis e não renováveis
do meio ambiente para a geração de materiais de construção; durante a construção,
os canteiros de obras é outra fonte causadora de problemas ambientais na construção
e a fase final de construção, a qual gera um grande volume de resíduo que acarreta
na disposição final desse resíduo em áreas que acabam se tornando áreas
degradadas (ROTH & GARCIA 2009). No processo de extração de matérias-primas
para a construção civil o impacto ambiental gerado pode ser devastador, por exemplo,
a extração de minério pode gerar a degradação de áreas até o ponto de
irreversibilidade da sua biodiversidade das áreas deturpadas. Além disso, para o todo
o processo de extração e ocorre um grande consumo de energia e a produção de um
grande volume de rejeitos (AMBIENTE BRASIL, 2007). Já durante o processo da
construção da obra, ocorrem diversas intervenções ambientais na periferia da
construção. Nesta fase, verifica-se a grande ocorrência de partículas das mais
diversas origens dispersas no ar pelos ruídos, gases emitidos por todos os
maquinários utilizados e alguns casos, da implosão com artefatos explosivos na área
a ser realizada a construção (CARDOSO & ARAUJO, 2004). Outro ponto a ser
levantando e a biodiversidade da flora e da fauna é todo alterada com o processo de
escavação e acertos do terreno com a utilização de aterros e terraplanagens. A
contaminação dos recursos hídricos com os resíduos gerados ao redor da construção
é outro ponto a ser levantando devido a quantidades de substâncias tóxicas utilizadas
na construção, como solventes, tintas entre outros. Por fim, os resíduos gerados
durante a construção pode representar até 70 % dos resíduos sólidos gerados na área
urbana, pois possui uma forma precária de ser disposto no meio ambiente (IPEA,
2012). Este tipo de problema é gerado devido a ineficiência das normatizações
brasileiras para a disposição deste tipo de resíduos. Com isso, os locais que ocorre a
disposição de resíduo de construção civil se tornam fonte de doenças, degradação de
áreas que são fontes de recursos hídricos e gerar a poluição visual das áreas urbanas
(SINDUSCON, 2005).
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Econômico – OECD (ROTH & GARCIA, 2009). No Brasil, a atenção não foi dada da
AMBIENTE BRASIL. Recuperação de áreas degradadas, 2007. Disponível em: .
Acesso em: 18 Agosto. 2015.
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. 2013. Meio ambiente: guia prático e didático.
São Paulo: Erica. 256 p.
CARDOSO, F.; ARAÚJO, V. Projeto tecnologias para a construção habitacional mais
sustentável. Finep Habitare. PCC-USP n. 2386/4. 2004. Disponível em: . Acesso em:
21 fev. 2008.
CBDI. Camara Brasileira da indústria e da construção – CBDI. 2015. Disponível em:
http://www.cbicdados.com.br/menu/pib-e-investimento/pib-brasil-e-construcao-civil.
Acessado em: 18 de Agosto de 2015.
IPEA. Diagnóstico dos resíduos sólidos da contrução civil. Instituto de Pesquisa
Econômica
Aplicada.
2012.
Disponível
em:
http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/120911_relato
rio_construcao_civil.pdf. Acesso em: 18 Agosto 2015
MORAES, J. C. T. B. Quinhentos anos de engenharia do Brasil, São Paulo, 2005
ROTH, C. G., GARCIAS, C. M. Construção civil de degradação ambiental. Editora
Unijui 13: 111 – 128. 2009
SCHENINI, P. C.; BAGNATI, A. M. B.; CARDOSO, A. C. F. Gestão de resíduos da
construção civil. In: Cobrac — Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico
Multifinalitário. Florianópolis: UFSC, de 10 a 14 de outubro de 2004.
SINDUSCON-SP. Gestão ambiental de resíduos da construção civil: a experiência do
Sinduscon - SP. São Paulo, SP, 2005. Acesso em: 18 Agosto 2015
TELLES, PCS. Historia da engenharia civil no século XX. Clube da Engenharia, 1984.
TESIO, P. R. A evolução da engenharia civil no Brasil, nos últimos 100 anos, na
construção e restauração de edificações históricas: O caso da estação da luz.
São Paulo. 2007. 43p. Dissertação. Faculdade Anhembi Anhembi.
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
144
REFERÊNCIAS
Leonardo Norberto de Oliveira e Rodrigo Salgado Gomes de Oliveira.
Graduando em Engenharia Civil na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Pedro Genuíno de Santana Junior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde,
Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Rosélio Marcos Santana. Especialista em Docência do Ensino Superior. Graduado
em Informática. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios.
Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência
do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX
[email protected]
A construção civil é uma atividade econômica que representa uma parcela im
portante do produto interno bruto e que em qualquer país tem efeitos significativos na
empregabilidade de pessoal segundo dados da UNIEMP em 2010. Tal segmento
econômico é uma atividade, a qual, seu produto representa um grande
investimento, tanto para as empresas quanto para seus clientes. Por esse motivo, o
processo de orçar um empreendimento torna-se fator crítico para empresas
construtoras
antes
que
a
edificação
seja
projetada
em
detalhes
e que os contratos de venda e de fornecimento sejam firmados. (AZEVEDO, 2011).
Segundo Mendes e Bastos (2001), na elaboração dos orçamentos de obras, existem
dois componentes que juntos determinam o preço final de uma obra: os custos diretos
e o BDI (Benefício e Despesas Indiretas). O primeiro é determinado em função das
especificações dos materiais e das normas de execução dos serviços constantes nos
projetos, nos memoriais descritivos e no caderno de encargos. O segundo é o
componente aplicado sobre o custo direto com vistas a contemplar as despesas
indiretas e o lucro da construtora. Para Pinheiro (2014, pág. 01), em artigo publicado
na Revista On-line Ipog Especialize, o custo total de uma obra é sem dúvida um dos
principais pontos que são observados por um empreendedor para tomar a decisão de
realizar o empreendimento ou não. Segundo Mattos (2006) “independentemente de
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ORÇAMENTO E CONTROLE DE CUSTOS SOBRE MATERIAIS NA
CONSTRUÇÃO CIVIL NAS CIDADES DE ABRE CAMPO/MG E RIO CASCA/MG.
atividade econômica e como tal o aspecto custo reveste-se de especial atenção”.
Pinheiro (2014, pág. 01), assevera que:
“o orçamento serve para determinar os prováveis custos da execução da obra
e serve de base para a tomada de decisão seja para um empreendimento
privado, seja para uma obra onde serão empregados recursos públicos. O
orçamento não serve apenas para definir o custo da obra, pois pode ser
utilizado para outras aplicações tais como levantamento dos materiais e
serviços, obtenção de índices de produtividade, dimensionamento de
equipes, geração de cronogramas físicos e financeiros dentre outros, por
estas razões pode-se dizer que um orçamento mal feito ou mal elaborado
pode ocasionar grandes complicações durante a execução da obra e
dependendo da maneira como foi feito pode resultar até na paralização e
abandono da obra por parte da construtora, gerando graves perdas
financeiras para o empreendedor no caso de obras particulares e para todos
os contribuintes no caso de obras públicas”.
Portanto, entende-se, que o orçamento é de suma importância para um projeto, uma
vez que se trata de uma fase primordial para o sucesso na elaboração e conclusão de
determinado empreendimento.
Segundo a análise de BAETA, citado por Pinheiro (2014, pág. 03), orçamento se trata
da:
“descrição, quantificação, análise e valoração dos custos diretos e indiretos
para execução dos serviços previstos na obra, os quais acrescidos da
margem de lucro do construtor resultam na previsão do preço final de um
empreendimento”.
Assim, podemos afirmar com base nestas definições que, para realizar um orçamento
de obra deve-se levar em consideração diversas variáveis, sendo a primeira delas, a
descrição dos serviços que serão realizados com precisão, visto que uma descrição
errada pode comprometer o resultado final da obra e o orçamento como um todo.
Contudo, além da descrição devemos quantificar, ou seja, conhecer todas as
quantidades dos serviços que foram especificados e que serão realizados nas
diversas etapas da obra. Por fim, deve-se fazer a análise dos dados visando obter os
valores dos custos diretos (mão de obra, material, equipamento) e indiretos (equipes
de supervisão e apoio, despesas gerais do canteiro de obras, taxas e outros). Ante o
exposto, o presente trabalho tem como objetivo uma pesquisa para observação e
comparação dos preços de materiais usados na construção civil, em duas cidades na
região da Zona da Mata Mineira. Para o desenvolvimento da pesquisa será necessário
uma importante etapa, o orçamento. Essa fase, se mal elaborada ou realizada de
maneira
incompleta,
pode
trazer
gastos
desnecessários
ao
cliente. Mais
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localização, recursos, prazo, cliente e tipo de projeto, uma obra é eminentemente uma
da variação de preços dos materiais utilizados na construção civil nas cidades de Abre
Campo e Rio Casca, ambas em Minas Gerais, confrontando os preços em busca do
melhor custo benefício ao cliente através de uma cotação orçamentária. Nossa
vigente pesquisa é baseada na natureza qualitativa e quantitativa, que segundo SILVA
(2011), um tipo de pesquisa não substitui a outra, pelo contrário, elas se
complementam. Nesses tipos de pesquisa são utilizadas entrevistas diretas nos
escolhidos estabelecimentos de cada cidade, onde serão levados em consideração
os dados coletados, armazenados e analisados, divididos por categorias, distribuídos
em gráficos e sem a intervenção dos pesquisadores. As áreas de pesquisas
escolhidas estão situadas nas cidades de Abre Campo/MG e Rio Casca/MG,
localizadas na região da Zona da Mata Mineira. De acordo com a estimativa 2014
realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população das
cidades de Abre Campo/MG e Rio Casca/MG são de 13.711 e 14.310 pessoas,
respectivamente. Os municípios acima descritos são considerados de pequeno porte
e que se encontra em plena expansão mobiliária. A coleta de dados será feita no mês
de setembro de 2015, com levantamento dos quantitativos e qualitativos dos materiais
necessários para a construção de uma casa com 36,35 m 2 de área, possuindo
paredes, revestimento, cobertura, forro, esquadrias, pisos, soleiras e peitoris, pinturas,
instalações elétricas e instalações hidros sanitárias. O levantamento será feito a partir
de entrevista direta nos comerciantes de materiais de construção dos municípios
citados. Por sua vez, estes dados serão lançados em planilhas criadas a partir do
programa Microsoft Office Excel, gerando também gráficos comparativos e
descritivos, possibilitando a variação de preço entre os municípios. Após a pesquisa
e o lançamento dos dados será possível elaborar um manual comparativo baseado
na coleta de dados, dimensionando a variação de preço dos materiais utilizados na
construção civil.
O projeto de pesquisa encontra-se em andamento.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Rogério Cabral; ENSSLIN, Leonardo; LACERDA, Rogério Tadeu de
Oliveira; FRANÇA, Lisiane Anderson; GONZÁEZ, Cindy Joahanna Ibarra; JUNGLES,
Antônio Edésio; ENSSLIN, Sandra Rolim. Avaliação de desempenho do processo
de orçamento: estudo de caso em uma obra de construção civil. Disponível em:
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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especificamente será feita uma pesquisa e análise de forma quantitativa e qualitativa
CORDEIRO, Flávia Regina Ferreira de Sá. Orçamento e controle de custos na
construção civil. Apresentada em Janeiro/2007. 65 folhas. Curso de Especialização
de Construção Civil – Universidade Federal de Minas Gerais.
MATTOS, Aldo Dórea. Como preparar orçamentos de obras: dicas para
orçamentistas, estudo de caso, exemplos. São Paulo: Editora Pini, 2006.
MENDES, André Luiz e BASTOS, Patrícia Reis Leitão. Um aspecto polêmico dos
orçamentos de obras públicas: Benefícios e Despesas Indiretas (BDI). Revista do
Tribunal de Contas da União, Brasília, v. 32, n.º 88, abr/jun 2001.
PINHEIRO, Mauricio Halliday Silva. Orçamento de obras com recursos públicos e
sua influência no gerenciamento de obras públicas. Revista On-line IPOG
Especialize, 8ª edição, n.º 009, Vol. 1/2014.
Que
conceito.
Conceito
de
Orçamento.
Disponível
<http://queconceito.com.br/orcamento> Acesso em: 21 junho 2015.
em:
SILVA, Katia Viviane da. Pesquisa Diferença entre pesquisa qualitativa e
quantitativa
–
abril
de
2011.
Disponível
em:
<http://programapibicjr2010.blogspot.com.br/2011/04/diferenca-entre-pesquisaqualitativa-e.html >. Acesso em: 30 jun. 2015.
SINDUSCON-MG, Cartilha do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado
de Minas Gerais. Custo Unitário Básico (CUB/M2): Principais Aspectos. Belo
Horizonte: SINDUSCON-MG, 2007. 112p.
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
148
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S167886212011000100007&script=sci_arttext> Acesso em 20 junho 2015.
Marcelo Silva Portes e Mateus Marcos Cotta da Silva– Graduandos em
Engenharia Civil- Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Eliander Antônio Costa. Graduado em Biologia. Especialista em Biologia Geral
Universidade Federal de Lavras (UFLA). Mestre em Ensino de Biologia pela
Universidade “Cruzeiro do Sul”-UNICSUL.
Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde.
Professor da Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX.
Mateus Zanirate de Miranda - Graduado em Engenharia Civil. Professor do curso
de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências
da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do
Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: lajes maciças; lajes treliçadas; vigotas.
1 - INTRODUÇÃO
A situação atual no cenário da construção civil, como em todos os setores é
bastante competitiva, o que torna indispensável minimizar gastos envolvidos na
construção de determinado empreendimento, sendo assim as empresas do setor
buscam investimentos no conhecimento de novas técnicas que reduzem o desperdício
e, consequentemente, o custo total da obra. Esse aspecto tem elevada significância
quando aplicado às lajes, pois dependendo da redução da espessura de concreto e
da quantidade de pavimentos do empreendimento, pode-se, proporcionar vantagens
econômicas e financeiras consideráveis. Essa economia não é observada apenas em
termos de materiais, mas também pela rapidez proporcionada pelo método construtivo
(LOPES, 2012). Conhecer as características dos sistemas estruturais é importante
para que os empreendedores possam se utilizar do método mais apropriado ao projeto
a ser executado. Tais características englobam em linhas gerais: tempo gasto na
execução, controle de qualidade, custo-benefício, peso próprio do sistema estrutural,
segurança e conforto. Desta forma o presente trabalho tem como objetivo estabelecer
uma análise crítica entre as lajes pré-fabricadas com vigotas de concreto treliçadas e
lajes maciças no que diz respeito à sua aceitação pelos profissionais, o conhecimento
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COMPARATIVO ENTRE LAJES MACIÇAS E PRÉ-FABRICADAS COM VIGOTAS
DE CONCRETO TRELIÇADAS.
profissionais relatam serem mais significativos quando da escolha por um ou outro
método de construção de uma laje. Toda edificação projetada deve, obrigatoriamente,
cumprir os objetivos a que se destina. Em razão disso, as lajes possuem
características peculiares, que não podem ser ignoradas, pois, corre-se o risco de não
se adequar ao projeto. Essas tarefas não consistem apenas em separar os
pavimentos e absorver as cargas atuantes nas lajes, mas também promover com
essas ações um isolamento de origem térmica e acústica à umidade e de resistência
ao fogo (PIETRO, 2003). Conhecer as características dos sistemas estruturais é
importante para que os empreendedores possam se utilizar do método mais
apropriado ao projeto a ser executado. Tais características englobam em linhas
gerais: tempo gasto na execução, controle de qualidade, custo-benefício, peso próprio
do sistema estrutural, segurança e conforto. Desta forma o presente trabalho tem
como objetivo estabelecer uma análise crítica entre as lajes pré-fabricadas com
vigotas de concreto treliçadas e lajes maciças.
2 - METODOLOGIA
Trata-se de um estudo que será realizado tendo como aporte a abordagem de
uma pesquisa qualitativa, de cunho descritivo que, segundo Gil (2008) neste tipo de
investigação são descritas as características de uma população, fenômeno ou de uma
experiência. Para tal, serão realizadas revisões de literaturas, buscando-se obter um
considerável número de informações acerca do tema: “Comparativo entre Lajes
maciças e pré-fabricadas com vigotas de concreto Treliçadas”. Será feita uma análise
criteriosa desse comparativo se atentando para os seguintes aspectos dos sistemas
estruturais: tempo gasto na execução, controle de qualidade, custo-benefício, peso
próprio, segurança e conforto.
Segue-se a elaboração de uma entrevista com
pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado, como
pedreiros, mestres-de-obras e engenheiros. Na elaboração dessa entrevista,
procuraremos diagnosticar a percepção que os profissionais da área da construção
civil têm em relação aos aspectos dos sistemas estruturais construtivos citamos
acima. Pretendemos, desta forma confrontar essas ideias com as informações
adquiridas nas revisões de literaturas.
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de sua tecnologia pelos profissionais de chão de obra e os aspectos que estes
Trata-se de uma pesquisa em execução e os resultados parciais apontam até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BOGDAN, R. e BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à
teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.335p.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
LOPES, A.F.O. Estudo técnico comparativo entre lajes maciças e nervuradas
com diferentes tipos de materiais. Mon. 102f. Caruaru, 2012. Disponível em:
https://www.ufpe.br/eccaa/images/documentos/TCC/2012.1/tcc2_versaofinal201201
%20-%20andre%20felipe%20de%20oliveira%20lopes.pdf. Acesso em 06
de maio de 2015.
PIETRO, J.E.D. Projeto e execução de lajes pré-moldadas com vigotas de concreto
armado: sugestões para elaboração de uma norma específica para lajes préfabricadas. In: ROMAN, H. BONIN, N.L.C. Coletânea Habitare- Normalização e
Certificação na Construção Habitacional. Porto Alegre, 2003 V. 03, p.68-77.
Disponível em http://www.cimec.org.ar/ojs/index.php/mc/article/viewFile/4565/4494.
Acesso em 06 de maio de 2015.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Marcos de Paula Labanca e Raí Mendes Lopes – acadêmicos do 10º período do
curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Univértix
André Luís da Silva Quirino – Graduação em Engenharia Agronômica – Doutor em
Engenharia Agrícola com ênfase em Mecanização Agrícola. Professor do curso de
Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Univértix.
Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências
da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do
Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Rafael Eller de Souza. Graduação em Desing de Produto. Mestrado em Engenharia
de Materiais. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
[email protected]
1 - INTRODUÇÃO
Em meados do século XX, ocorreu no Brasil um acelerado processo de
urbanização. Com as ocupações das cidades realizadas de maneira desordenada,
verificou-se um continuo processo de impermeabilização do solo natural, com a
implantação de pavimentos flexíveis (asfalto) construção de calcadas e procedimentos
de canalização de cursos d’agua. Esses processos desencadearam significativos
impactos na qualidade de vida da população. Um dos problemas decorrentes desse
processo de impermeabilização são as inundações (POLASTRE e SANTOS 2006).
Segundo Acioli (2005) este processo é observado devido à deficiência de escoamento
superficial das águas pluviais. Com redução drástica da infiltração desse volume. Os
sistemas de drenagem, como os conhecemos, demonstraram ser insuficiente para
resolverem essa delicada equação. Conforme sugere a Associação Brasileira de
Normas Técnicas, na NBR 9575 (2010, pág.11), a impermeabilização deverá:
evitar a passagem de fluidos evapores nas construções, pelas partes que
requeiram estanqueidade, podendo ser integrados ou não outros sistemas
construtivos, desde que observadas normas específicas de desempenho que
proporcionem as mesmas condições de estanqueidade; proteger os
elementos e componentes construtivos que estejam expostos ao
intemperismo, contra a ação de agentes agressivos presentes na atmosfera;
proteger o meio ambiente de agentes contaminantes por meio da utilização
de sistemas de impermeabilização; possibilitar sempre que possível acesso
21 impermeabilização, com o mínimo de intervenção nos revestimentos
sobrepostos a ela, de modo a ser evitada, tão logo sejam percebidas falhas
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APLICAÇÃO DO PAVIMENTO DE CONCRETO PERMEÁVEL PARA REDUÇÃO
DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM ÁREAS URBANAS
Segundo Araújo (2000), atualmente apresentam-se como alternativa os sistemas
conhecidos como compensatórios que se baseiam no favorecimento da infiltração do
volume precipitado sobre os pavimentos e retenção do mesmo, bem como o rearranjo
temporal das vazões com canaletas de concreto. Os sistemas compensatórios podem
ser abertos ou fechados, assumir múltiplas formas, sendo utilizados em diferentes
situações escalas, isto é, em pequenas parcelas ou até em cidades inteiras, o tipo,
mais adequado de sistema compensatório dependera da estrutura e poder econômico
de cada cidade assim como a quantidade de precipitação podendo ser facilmente
integrados com meio ambiente, permitindo que a população use como áreas de
estacionamentos, praças de esporte, parques e lazer (TUCCI, 1995). Do ponto de
vista econômico esses sistemas diminuem os gastos necessários para adaptação dos
atuais sistemas de drenagem pluvial, que apenas atual. Revertendo o quadro de
problema de drenagem atual que apenas gerencia as aguas pluviais na fonte de
geração do escoamento superficial encaminhando o problema para outro setor da
cidade. (POLASTRE e SANTOS, 2006),
2 - METODOLOGIA
Este capítulo descreve os métodos e ensaios de laboratório desenvolvidos para
atingir os objetivos propostos e ensaios utilizados nesta pesquisa e outras
informações pertinentes sobre o desenvolvimento da mesma, que será realizado em
laboratório. Serão realizados ensaios de compressão axial e vazão de permeabilidade
nas instalações da empresa Lafarge Concreto SA / Manhuaçu – MG. Os ensaios de
abrasão, derrapagem e tração à flexão serão disponibilizados pelo laboratório da
Lafarge Concreto SA/ Belo Horizonte – MG, da empresa CENTRAL BETON LTDA.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em execução e os resultados parciais apontam até
o momento a realização do levantamento bibliográfico.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
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do sistema impermeável, a degradação das estruturas e componentes
construtivos.
escoamento superficial em áreas urbanas visando a diminuição dos prejuízos
causados por inundações. Devido aos prejuízos materiais e humanos causados por
inundações e de suma importância rever modos de construção dos pavimentos.
REFERÊNCIAS
ACIOLI, L. A. Estudo experimental de pavimentos permeáveis para o controle do
escoamento superficial na fonte. Porto Alegre, UFRGS: Institudo de Pesquisas
Hidráulicas. Março / 2005.
ARAÚJO, P. R. et al. Avaliação da eficiência dos pavimentos permeáveis na
redução do escoamento superficial. RBRH – Revista Brasileira dos Recursos
Hídricos. v. 5, n. 3, jul/set 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
Impermeabilização - Seleção e projeto. Rio de Janeiro, 2003.
NBR
9575
-
POLASTRE, B. e SANTOS, L.D. 2006. Concreto Permeável. Disponível em:
http://www.usp.br. Acesso em: Agosto de 2013.
TUCCI, C.E.M.; GENZ, F. Controle do impacto da urbanização. Coleção ABRH de
Recursos Hídricos. Porto Alegre, 1995.
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Com este estudo objetivou-se desenvolver mecanismos que possam diminuir o
Danilo Braz de Viveiros e Meiriluce dos Santos Gomes–
Graduandos em Engenharia Civil - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Pedro Genuíno Santana Júnior Graduado e Mestre em Engenharia
Civil. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz – Licenciada e Bacharel em Biologia. Especialista
em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais, Processos Químicos e
Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – Univértix.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências
da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do
Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Rafael Eler de Souza. Graduação em Desing de Produto. Mestrado em Engenharia
de Materiais. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Segurança, EPI's e Construção Civil.
1 - INTRODUÇÃO
Uma das atividades econômicas brasileiras que causam maior número de
acidentes é a indústria da construção civil, ocasionada muitas das vezes pela falta de
conscientização dos empresários dos trabalhadores para as questões de segurança
(ALMEIDA, SANTOS e QUEVEDO, 2010). Uma das causas para estes acidentes na
construção civil é em sua grande parte os riscos ocupacionais, isto porque a maior
parte
dos trabalhadores não fazem uso dos EPI (s) muitos dos acidentes
se
relacionam à falta do uso de equipamentos de proteção individual, como por exemplo,
o não uso de botas, capacete, óculos de proteção, cinto de segurança ou luvas; onde
muitas das vezes a falta de informação sobre riscos específicos e modos efetivos de
sua prevenção (OLIVEIRA e SANTANA, 2004). Comparado à nível mundial, no Brasil,
a indústria da construção civil é uma das que apresenta piores condições de
segurança no trabalho, causando vários acidentes onde os profissionais que exercem
suas atividades trabalham de modo arriscado expostos à condições de trabalho sem
proteção, pois sua maioria não possui sequer conhecimento sobre os ricos aos quais
estão submetidos. Na construção civil o desuso de EPI's é muito das vezes por falta
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SEGURANÇA NO TRABALHO: USO DE EPI (S) NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM
MATIPÓ/MG.
exigidos por lei como forma de prevenção contra acidentes. É importante conforme os
autores a conscientização, treinamento sobre o uso adequado dos EPI, procurando
informar e conscientizar o trabalhador da necessidade de preservação da integridade
física, através dos cuidados consigo mesmo, no ambiente de trabalho é parte
fundamental (ALMEIDA, SANTOS e QUEVEDO, 2010). Com base nesses
fundamentos, o presente estudo torna-se relevante, procurando mostrar ao futuro
profissional de engenharia civil e os demais já atuantes a importância do
conhecimento do uso dos equipamentos individuais no cotidiano de seu trabalho
procurando desenvolver um trabalho consciente e eficaz sem, no entanto correr
riscos. Essa pesquisa tem como foco mostrar aos profissionais ligados ao ramo da
engenharia civil a importância e a necessidade do uso dos EPI''s para evitar possíveis
acidentes no
decorrer de sua jornada de trabalho, procurando instruir aos
profissionais as precauções adequadas no sentido de evitar acidentes de trabalho.
2 - METODOLOGIA
O presente estudo encontra-se embasado em referencial teórico sobre o uso
do equipamento de proteção individual na construção civil, procurando demonstrar a
importância do uso desse equipamento. A pesquisa bibliográfica não é mera repetição
do que já foi dito ou escrito, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque e
abordagem. Fachin citado por, CRUZ, (2001, p. 125) chama a atenção para a
importância da pesquisa bibliográfica, ao afirmar que “é a base para as demais
pesquisas e pode-se dizer que é uma constante na vida de quem se propõe a estudar”.
Para este trabalho, adotaremos a pesquisa qualitativa, onde os dados serão coletados
através de entrevista semiestruturada, com vistas a captar informações sobre o uso
dos EPI(s) na construção civil em Matipó, procurando saber se os trabalhadores que
exercem atividades ligadas a construção civil em Matipó tem conhecimento e/ou
fazem uso corretamente dos EPI. Minayo (2008) aponta que a entrevista é a estratégia
mais utilizada no trabalho de campo, a entrevista semiestruturada obedece a um
roteiro apropriado e utilizado pelo investigador pra chegar a seus objetivos. Contudo,
nenhuma questão se coloca de forma totalmente aberta ou totalmente fechada. Os
dados serão coletados no decorrer do ano de 2015 no período de junho a setembro
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de conhecimento das normas e legislações, pois são itens de segurança de trabalho
será entrevistado três trabalhadores.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por se tratar de uma pesquisa em andamento, ainda não temos dados a serem
discutidos nem concluídos, portanto sabemos que a construção civil é um local onde
ocorrem muitos acidentes. A forma mais eficaz de evitar tais acidentes é a colocação
de proteções coletivas. A utilização de equipamentos de proteção individual, na
construção civil, é necessária pelo risco de acidente que o trabalhador está propenso
em uma obra. Normalmente a falta da utilização do EPI por parte do empregado
ocasiona acidentes com ferimentos mais graves e que necessitam de maiores
cuidados médicos. Daí a importância em se pesquisar e discutir o uso correto dos
EPI’s.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA,Claudio José Campolim de ; QUEVEDO,Antonio Plens de,SANTOS.João
Batista Alves dos .As dificuldades iniciais para o uso de equipamentos de
proteção
individual
(epi)
na
construção
civil
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Ciênc. Empres. UNIPAR, Umuarama, v. 14, n. 2, p. 231-257, jul./dez. 2013
http://revistas.unipar.br/empresarial/article/viewFile/4798/2810. Acesso. 01.jun.2015.
CRUZ, Vilma Aparecida Gimenes, Abordagens de Pesquisa em Educação.
Pedagogia módulo 2. Unopar, virtual. Londrina.2006
COUTO, Hudson de Araújo. . Guia Prático. Tenossinovites e outras lesões por
traumas cumulativos nos membros superiores de origem ocupacionais. Belo
Horizonte: Ergo B & C Ltda., 1991
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em construções existentes nesse período na cidade de Matipó, onde em cada obra
GROHMANN. Márcia Zampieri. Segurança no trabalho através do uso de epi’s: estudo
de
caso
realizado
na
construção
civil
de
santa
Maria.
2000)Disponível.http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/episconstrucao.pdf.Acesso.15.mai.2015
MALVEZZI, Sigmar. Prefácio. In ZANELLI, José Carlos, BORGES-ANDRADE, Jairo
Eduardo, BASTOS, Antonio Virgílio Bittencourt. (Org.) Psicologia, organizações e
trabalho no Brasil. Porto Alegre.Artmed, 2004
MINAYO, Maria Cecília. O desafio do conhecimento. 11 ed. São Paulo: Hucitec, 2008.
MEDEIROS, José Alysson Dehon Moraes; Celso Luiz Pereira RODRIGUES, A
existência de riscos na indústria da construção civil e sua relação com o
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2015.
OLIVEIRA, Roberval, P. ; SANTANA, Wilma S. Saúde e trabalho na construção civil
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PEREIRA, Ana Maria T. Benevides (Org). Burnout: Quando o trabalho ameaça o
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PELLOSO, Eliza Fioravante; ZANDONADI, Francianne Baroni. Causas da
Resistência ao Uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI). 2012.
Disponivel.
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10. mar.2015.
SELIGMAN, Edith. Silva. Desgaste mental no trabalho dominado. Rio de Janeiro
(RJ): Editora da UF.
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FICHER, F. M.; GOMES, J. R.; COLACIOPPO, S. Tópicos de saúde do trabalhador.
São Paulo: Hucitec, 1989.
Belovina Luíza Gomes de Sá. Graduanda em Engenharia Civil –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Pedro Genuíno de Santana Junior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde.
Graduado em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência
do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências
da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do
Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Rafael Eler de Souza. Graduação em Desing de Produto. Mestrado em Engenharia de
Materiais. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática. Graduada
em Matemática. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Concreto; Pó de Brita; Sustentabilidade.
1 - INTRODUÇÃO
O concreto é o material mais utilizado na construção de uma estrutura, tem
como vantagens sua resistência, durabilidade e trabalhabilidade. É composto
basicamente por aglomerante, agregado graúdo, agregado miúdo e água (DUARTE,
2013). O tipo de matéria-prima do concreto, principalmente o agregado miúdo, a etapa
de produção, a cura, a desforma, estão todos relacionados à qualidade deste material.
O que influencia e varia na determinação de suas propriedades, podendo refletir na
segurança (MENOSSI, 2004). Como os recursos naturais vêm se esgotando, isso
passa a influenciar nos custos principalmente de transporte, para a Construção Civil,
o pó de brita entra como um agregado miúdo no concreto, assim como a areia natural,
que são materiais granulares, não renováveis, com dimensões e propriedades
estabelecidas pela Norma, onde não possui forma e volume definido.
Os agregados podem ser naturais, são aqueles encontrados de forma
particulada na natureza como, por exemplo, areia, cascalho ou pedregulho, ou
artificiais são aqueles produzido por processo industrial, resultante da britagem de
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SUBSTITUIÇÃO DA AREIA NATURAL POR PÓ DE PEDRA NO CONCRETO SEM
ALTERAÇÃO NA RESISTÊNCIA.
empregados na composição de concretos com finalidade estrutural, na fabricação de
blocos de concreto, de camadas de sub-base asfáltica e de camadas de concreto
compactado a rolo (CCR). Destaca-se que o rejeito de sua fração granulométrica
(abaixo de 0,075 mm) pode trazer uma série de impactos ambientais (MENOSSI,
2004).
2 - METODOLOGIA
O principal objetivo deste estudo é mostrar através de ensaios a substituição
da areia natural por pó de pedra na composição do concreto. Com a finalidade de
verificar a resistência após 7 e 28 dias, sua consistência por abatimento, dosagem
ideal para mistura e deformação. Neste estudo será usado a nomenclatura pó de
pedra, para os ensaios, não será descartado os grãos inferior à 0,075 mm no intuito
de reduzir os impactos ambientais, ou seja, o agregado será utilizado da forma que
encontrado.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Segundo Menossi (2004, p.10), “a granulometria é o parâmetro físico mais
analisado dos agregados, pois influencia na compacidade e na resistência aos
esforços mecânicos”. De acordo com Duarte (2013, p.15):
Na confecção do concreto são usadas matérias primas, entre as quais os
agregados graúdos e miúdos, que são bens minerais não renováveis. É de
grande importância, buscar alternativas de materiais (resíduos) que venham
a substituir, pelo menos parcialmente, os agregados utilizados no concreto.
Os resíduos têm custo reduzido, quando comparado ao agregado miúdo
natural, reduzindo com isso o custo final do concreto, além de ser benéfico
para o meio ambiente a sua utilização na produção do concreto ou outro fim.
A preocupação e conscientização da sociedade sobre o meio ambiente e
fatores que o degradam vem aumentando. A construção civil é um dos
setores que está procurando inovações, métodos e novos materiais, que
proporcionem menores problemas ambientais. Esses problemas podem ser:
a retirada da flora e da fauna do local das jazidas e do percurso feito para o
escoamento do material, alteração nos cursos de rios, destruição da mata
ciliar dos rios, a área torna-se infértil, os rios aumentam a vazão de água,
acelera o ritmo de erosão das margens, entre outros problemas (SILVA e
SILVA, 2012, p.2).
A construção civil é a única indústria capaz de absorver quase que totalmente
os resíduos que produz. Enquanto vários setores industriais diminuem a
utilização de suas matérias-primas, a engenharia civil não pode reduzir a
quantidade dos materiais necessários para edificar uma obra sem
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rochas (SERNA e REZENDE, 2015). Nos dias atuais, esses finos podem ser
A substituição da areia natural pelo pó de pedra pode ser uma solução para alguns
desses impactos. Nos países mais desenvolvidos, essa substituição iniciou-se nos
anos setenta, uma década após a produção em série dos primeiros equipamentos
especiais usados para britagem do material fino. Assim, viabilizou-se industrialmente
a ideia de se produzir pó de pedra em escala comercial (MENOSSI, 2004). Para
alcançar os objetivos desta pesquisa, será primeiramente realizada uma revisão da
literatura acerca das características do concreto convencional, dos métodos de
dosagem
e
procedimentos
de
avaliação
do
Concreto
Convencional..
Os
procedimentos escolhidos foram: ensaio do abatimento do tronco de cone e ensaio à
compressão simples. O cimento, a areia e os dois tipos de brita (19 mm e 9,5 mm)
serão adquiridos em depósitos de material de construção da cidade de Matipó/MG. O
pó de brita será adquirido em pedreiras da região do município de Matipó/MG.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho encontra-se em desenvolvimento e ate o momento ainda não
temos dados. Porém espera-se com o trabalho mostrar que a substituição parcial da
areia natural por areia de britagem é bastante viável para os concretos convencionais.
Segundo Pimenta (2012), nos países mais desenvolvidos, os agregados miúdos
provenientes da britagem de rochas já são amplamente utilizadas a mais de 30 anos
e no Brasil muitas cidades já sofrem com a falta de agregado natural, sendo
necessário transportá-los a longas distancias, o que eleva o preço do material.
REFERÊNCIAS
DUARTE, João Batista. Estudo da substituição de agregados miúdos naturais por
pó de pedra em concreto de cimento Portland. Dissertação da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências Exatas e da Terra. Natal, 2013.
Disponível
em:
http://repositorio.ufrn.br:8080/jspui/bitstream/123456789/12819/1/JoaoBD_DISSERT.
pdf. Acessado em: 28.jun.2015.
MENOSSI, Rômulo Tadeu. Utilização do pó de pedra basáltica em substituição à
areia natural do concreto. Dissertação da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
–
UNESP.
Ilha
Solteira,
2004.
Disponível
em:
http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/90740/menossi_rt_me_ilha.pdf?se
quence=1. Acessado em: 28.jun.2015.
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comprometer a qualidade e a durabilidade da construção (KARPINSKI et al,
2009, p.30).
PIMENTA. Dhiego S. Produção de Concreto Convencional com a Utilização de Pó
de Brita. Tese de Conclusão de Curso de Engenharia Civil. Universidade Federal da
Paraíba, João Pessoa 2012.
SERNA, Humberto Almeida de La e REZENDE, Márcio Marques. Agregados para a
Construção
Civil.
Disponível
em:
http://anepac.org.br/wp/wpcontent/uploads/2011/07/DNPM2009.pdf. Acessado em: 29. jun. 2015
SILVA, Paola Dias da e SILVA, Everton Jose da. A influência de pó de brita
substituindo areia e cimento na argamassa com vistas à produção de telhas.
Revista Eletrônica Científica do IFBA. Salvador, 2012. Disponível em:
www.revistapindorama.ifba.edu.br. Acessado em: 29. jun. 2015.
KARPINSKI, Luisete A. et al. Gestão diferenciada de resíduos da Construção Civil:
Uma
abordagem
ambiental.
Porto
Alegre,
2009.
Disponível
em:
http://www.pucrs.br/edipucrs/gestaoderesiduos.pdf. Acessado em: 29.jun.2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211 Agregados para
Concreto : Especificação. Rio de Janeiro. 2009
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NETO, José Antônio Chehuen (Org.). Metodologia da pesquisa científica: da
graduação à pós-graduação. Curitiba – PR, 2012.
Alan Santos Rodrigues, Marcio José Guimarães de Santana – Graduandos em
Engenharia Civil na Faculdade Univértix.
Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde.
Professor do curso de Engenharia Civil na Faculdade Univértix.
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora na Faculdade
Univértix.
Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática.
Especialista em Física. Professora na Faculdade Univértix.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil na Faculdade
Univértix.
Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências
da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do
Curso de Engenharia Civil na Faculdade Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Canteiro de Obras; Planejamento; Organização; Elementos do
Canteiro.
1- INTRODUÇÃO
O setor da construção civil é de imensa importância na economia nacional, e
isso se dá devido a sua considerável participação no PIB (Produto Interno Bruto).
Alterações de cenário acarretaram na diminuição nesta participação, assinalando que
o processo de produção carece de modificações, principalmente do subsetor
edificações (FERREIRA; FRANCO, 1998). Mesmo sendo de grande importância na
economia brasileira, a indústria da construção é constantemente referida como sendo
um péssimo exemplo, sendo vista como um setor atrasado, com elevadas taxas de
desperdícios de matérias-primas, com índices de produtividade muito baixos e
demonstra uma performance inferior ao da indústria de transformação (FONSECA,
2013). Segundo Yazigi (2009, p. 98),o desperdício pode ser definido como sendo, toda
atividade que gaste recursos e não adicione valor ao cliente. Perda pode ser
considerada como toda ineficácia que recaia no uso de mão-de-obra, materiais e
equipamentos com volumes maiores a aqueles necessários à construção da
edificação. O desperdício em obras tem as mais diversas fontes. Segundo Vieira
(2006), a organização do canteiro de obras é de suma importância para que as
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163
ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS EM EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS
NA AREA URBANA DA CIDADE DE SÃO JOÃO DO MANHUAÇU-MG.
materiais e os serviços executados não perderão qualidade. Nesta situação a logística
tem uma responsabilidade muito grande, onde contribuirá na concepção do
planejamento, organização e na proposta de arranjo físico para garantir que o
desenvolvimento da obra flua da melhor forma possível. O canteiro de obras é definido
pela NB-1367 (ABNT, 1991), como: “Áreas destinadas à execução e apoio aos
trabalhadores da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas
de vivência.” Ao longo do processo construtivo da obra o canteiro de obras se
modifica. Diferenciando-se muito de acordo com os materiais, serviços, mão-de-obra
e equipamentos que deve conter. Desta forma, é importante que se observe as
principais fases onde é possível subdividi-lo. Para tal subdivisão pode-se adotar
diferentes critérios, podendo ser mais ou menos detalhada de acordo com o tempo
que se dispõe para o planejamento do canteiro (SOUZA, 2000, p. 59). “[...] O canteiro,
como regra geral, está localizado no próprio terreno em que se vai executar a obra”
(SOUZA, 2000, p.33). “Em terrenos de área reduzida, comum nos grandes centro
urbanos, onde a construção chega a ocupar até a sua totalidade, é muitas vezes
necessária a implantação de um canteiro inicial, com muitas deficiências e pouco
conforto para os trabalhadores” (ROUSSELET, 1999, p. 13). “[...], se a falta de espaço
é um complicador, terrenos muito grandes podem, também, caso não se tome
cuidado, favorecer a desorganização” (SOUZA, 2000, p.34). O planejamento do
canteiro de obras tem sido uma das questões que mais tem sido deixada de lado na
construção civil. As medidas que deveriam ocorrer durante o processo de
planejamento do canteiro, só acontecem à medida que os problemas vão ocorrendo
durante sua execução, ocasionando em o descumprimento de itens de segurança e
organização, mesmo tendo conhecimento das vantagens operacionais e econômicas
adquiridas por meio de um planejamento eficiente (XAVIER; XAVIER; MELO 2014,
p.50,51). O planejamento do canteiro de obras tem como objetivo o melhor
aproveitamento do espaço disponível, possibilitando que homens e máquinas tenham
segurança e eficiência durante o trabalho, principalmente com a minimização das
movimentações de materiais, componentes e mão de obra (SAURIM; FORMOSO,
2006). Segundo Thomaz (2001), a organização do canteiro de obras também é de
suma importância em termos da qualidade, da economia, da segurança e da
produtividade. Arranjos físicos bem determinados, materiais estocados de forma
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atividades tenham um bom desenvolvimento, evitando assim tempo ocioso, perda de
adequados são pontos fundamentais para a atividade de construção. O estudo prévio
da movimentação de materiais e pessoas, da área de ação de equipamentos, do
descarregamento de materiais, da manobra de caminhões, da drenagem e forma de
conservação dos caminhos, são também questões importantes. Desta forma, este
trabalho tem por objetivo identificar na área urbana da cidade de São João do
Manhuaçu - MG, as obras que possuem canteiros de obras e de que forma são
planejados e quais os elementos existentes. Pretendesse assim, conhecer as normas
técnicas utilizadas para a concepção dos canteiros, analisar seu planejamento e
implantação em obras de pequeno porte em áreas urbanas.
2 - METODOLOGIA
Este trabalho se dará através de pesquisa quantitativa, que segundo KAUARK,
MANHÃES e MEDEIROS (2010, p. 26, 27) “considera o que pode ser quantificável, o
que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisálas [...]”. Também se utilizará da pesquisa bibliográfica, a fim de adquirir
conhecimentos mínimos da concepção do canteiro de obras. A coleta de dados se
dará entre os meses de Abril a Agosto de 2015, onde serão realizadas visitas às obras
na área urbana da cidade de São João do Manhuaçu - MG, onde ocorrerá a coleta de
dados para identificar e quantificar quais os componentes do canteiro de obras mais
implementados, quando e como são utilizados, averiguando sua contribuição para
alcançar segurança, eficiência e economia.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista a importância de um canteiro de obras bem planejado e
organizado para que se obtenha segurança, eficiência e economia. Serão realizadas
visitas às construções na área urbana da cidade de São João do Manhuaçu, com o
objetivo de verificar quais possuem canteiro de obras, de que forma e como foram
planejados.
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correta, bancadas de preparação de kits, canteiro de pré-moldados e alojamentos
166
REFERÊNCIAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NB-1367. Áreas de Vivência em
Canteiros de Obra. 1991
AZEREDO, Hélio Alves de. O Edifício até sua cobertura. 2ª edição revista. São
Paulo: Edgard Blücher, 1997.
BIRBOJM, Allan; SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de. Construções temporárias
para o canteiro de obras. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP –
Departamento de Engenharia de Construção Civil – BT/PCC/315. São Paulo, 2002.
FERREIRA, Emerson de Andrade Marques; FRANCO, Luiz Sérgio. Metodologia para
Elaboração do Projeto do Canteiro de Obras de Edifícios. Boletim Técnico da
Escola Politécnica da USP – Departamento de Engenharia de Construção Civil –
BT/PCC/210. São Paulo, 1998.
FONSECA, Alexandre Lopes. Estudo de instalação, organização e manutenção
em canteiro de obras. Projeto de Graduação. UFRJ/Escola Politécnica. Curso de
Engenharia Civil. Rio de Janeiro, p. 1, 2013.
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E&FN Spon, 2000.
KAUARK, Fabiana da Silva; MANHÃES, Fernando Castro; MERDEIROS, Carlos
Henrique. Metodologia da pesquisa: Um guia prático. Itabuna: Litterarum, 2010.
MAIA, Alexandre Costa; SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes (2003), Método para
conceber o Arranjo físico dos elementos do canteiro de obras de edifícios: fase
criativa. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP – Departamento de
Engenharia de Construção Civil – BT/PCC/338.
PAIVA, Jonathan Davi de, Planejamento do Canteiro de Obras. Disponível em:
http://fait.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/vDThn6TyNN1Z8pi_201
4-4-22-20-29-47.pdf, acesso em: 05.mar.2015 .
ROUSSELET, Edson da Silva; Falcão, Cesar. A Segurança na Obra (Manual
Técnico de Segurança do Trabalho em Edificações Prediais). Editora Interciência
Ltda. Rio de Janeiro, p.13, 1999.
SAURIN, Tarcísio Abreu; FORMOSO, Carlos Torres. Planejamento de canteiros de
obra e gestão de processos – Recomendações técnicas Habitare, v.3. Porto
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SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de. Projeto e implantação do canteiro. São Paulo:
O Nome da Rosa, 2000.
SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de et al. Recomendações gerais quanto à
localização e tamanho dos elementos do canteiro de obras. Boletim Técnico da
Escola Politécnica da USP – Departamento de Engenharia de Construção Civil –
BT/PCC/178. São Paulo, 1997.
SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de; FRANCO, Luiz Sérgio. Definição do Layout do
canteiro de obras. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP – Departamento
deEngenharia de Construção Civil – BT/PCC/177. São Paulo, 1997.
TEIXEIRA, Carolina. Administração de recursos materiais para concursos: Teoria
e exercícios do CESPE comentados. Método. São Paulo, 2010.
THOMAZ, Ercio. Tecnologia, gerenciamento e qualidade na construção. São
Paulo: Pini, 2001.
VIEIRA, Helio Flavio. Logística Aplicada à Construção Civil: Como melhorar o
fluxo de produção nas obras. Pini. São Paulo, 2006.
XAVIER, Carlos Magno da Silva; XAVIER, Luiz Fernando da Silva; MELO, Maury.
Gerenciamento de Projetos de Construção Civil: uma adaptação da metodologia
Basic Methodware. Rio de Janeiro: Brasport, 2014.
YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. 10ª edição rev. Atualizada. São Paulo: Pini:
SindusCon, 2009.
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SOUZA, Israel Sammy Bandeira; MELLO, Mariana Torres Correia de; PIMENTA,
Handson Cláudio Dias. Método de racionalização no canteiro de obras: um estudo de
caso na indústria da construção civil da cidade do Natal/RN. P&D em Engenharia de
Produção, Itajubá, V.9, n. 1, p. 1-14, 2011.
Pabllo José de Oliveira Abreu e Wesley D’Ávila Monteiro – Graduandos em
Engenharia Civil - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Mateus Zanirate de Miranda – Graduado em Engenharia Civil. Professor do Curso
de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Cristiano de Oliveira Ferrari – Graduado em Engenharia Civil. Professor do Curso
de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Pedro Genuíno de Santana Junior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde.
Graduado em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências
da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do
Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
168
ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE CONCRETO USINADO E
CONCRETO PRODUZIDO EM UMA OBRA DE ARTE ESPECIAL
PALAVRAS-CHAVE: Concreto; Concreto Usinado; Custo.
1 - INTRODUÇÃO
Segundo Vlack (1970), muitos materiais são formados pela aglomeração de
partículas pequenas na forma de um produto utilizável. Provavelmente, o exemplo mais óbvio
é o concreto, o qual é obtido através da mistura de agregado (pedregulho ou pedra britada),
areia, cimento Portland e água, formando um material monolítico. De uma forma simples,
podemos dizer que o concreto é uma mistura de agregado com areia para preencher os
poros. O espaço, que ainda resta na areia, é então preenchido com uma “pasta” de cimento
e água. O cimento se hidrata e atua como um ligante no concreto. Para Botelho e Marchetti
(2011), o concreto estrutural pode ser misturado manualmente, método normalmente
aceitável para pequenas obras, pois a produção é limitada; em betoneira fixa denominada
estacionária, pois algumas construtoras, por razões econômicas ou por falta de concreteiras
nas imediações, preferem produzir o concreto na própria obra. Já o concreto dosado em
central, é uma solução muito usada para obras de edificação de porte médio e grande desde
os anos 1970. É a solução moderna e tende a dominar todo o mercado. A especificação
técnica da compra desse concreto determina a resistência característica á compressão que
o concreto deve atender; sua plasticidade pela medida do slump e o limite da relação
água/cimento (ABNT NBR 7212, 1984). Segundo Mattos (2010), um projeto de construção Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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na verdade, todo tipo de projeto - envolve uma grande massa de custos, que se distribuem
na execução das diversas atividades, supervisão dos serviços e gastos correntes para o
funcionamento do escritório, entre outras tantas fontes de despesa. De uma maneira geral,
os custos referentes ao concreto estão totalmente ligados aos encargos totais de uma obra,
como locação de máquinas, materiais, mão-de-obra, etc. Segundo o PORTAL DO
CONCRETO, com toda a tecnologia desenvolvida para o concreto que conta com diversos
meios tecnológicos que vai desde a dosagem de aditivos até controle tecnológico das
centrais dosadoras, virar o concreto na obra passou a ser uma atividade que deve ser
bastante analisada hoje em dia e com muito critério. Diante do exposto, o objetivo do estudo
é comparar o custo entre concreto usinado e concreto produzido em uma obra de arte
especial localizada sobre o Rio Matipó sentido Pedra Bonita à Padre Fialho - MG, levando
em consideração o tempo de serviço, garantia de qualidade e um índice de produtividade
capaz de satisfazer às metas estabelecidas do Engenheiro Civil. Com este estudo
pretendemos demonstrar para os futuros Engenheiros, em que situação cada modo de
concretagem será mais apropriado, e quais benefícios e dificuldades cada processo traz,
sempre tentando executar a estrutura no menor tempo possível, com o menor custo e maior
nível de qualidade.
2 - METODOLOGIA
O estudo será realizado através de uma pesquisa do tipo descritiva que, segundo Gil
(2008) neste tipo de investigação são descritas as características de uma população,
fenômeno ou de uma experiência. Essa pesquisa descritiva visa comparar o custo entre
concreto usinado e concreto produzido no canteiro de obras. A opção pela comparação
entre os dois tipos de concreto justifica-se pela escolha do modo de concretagem que será
mais apropriado, e quais os benefícios cada um trará para a obra. Assim, a pesquisa será
realizada de Fevereiro a Dezembro de 2015, em uma obra de arte especial (OAE),
localizada sobre o Rio Matipó sentido Pedra Bonito à Padre Fialho - MG. Nesta obra serão
analisados laudos e boletins estudados e avaliados pela UFV - Universidade Federal de
Viçosa – Departamento de Engenharia Civil, onde serão especificados os ensaios
realizados com os materiais e seus respectivos laudos técnicos. Durante o período de
concretagem, foram gerados boletins, que posteriormente será enviado pela a empresa
CCM, e por esse meio, a empresa recebe um certificado de análise de resistência do
concreto. Já o concreto usinado, será produzido pela concreteira Polimix, situada em Vila
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concretagem, gerando laudos e certificados que resultarão na resistência característica á
compressão determinada da estrutura aos 28 dias de idade de 25 e 30 MPa. Serão
consideradas as especificações constantes da ABNT NBR 6118:2003 e ABNT NBR
12655:2006, relativas à relação água/cimento de 0,6 l/kg e consumo mínimo de cimento
de 280 kg/m³.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto de cimento Portland
– Preparo, controle e recebimento - Procedimentos: NBR 12655. Rio de Janeiro, 2006
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Execução de concreto rodado
em central – Procedimentos: NBR 7212. Rio de Janeiro, 1984
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de
concreto – Procedimentos: NBR 6118. Rio de Janeiro, 2003
BERTOLINI, Luca. Materiais de construção. 1.ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2009.
BOTELHO, Manoel Henrique Campos, MARCHETTI, Osvaldemar. Concreto Armado eu
te amo. 3.ed. São Paulo: Blucher, 2011.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e controle de obras. 1.ed. São Paulo: PINI, 2010.
PORTAL
DO
CONCRETO
–
Publicações
Técnicas.
<www.portaldoconcreto.com.br>. Acesso em: 14 de maio de 2015.
Disponível
em:
VLACK, Lawrence Hall Van. Principio de ciência dos materiais. 1.ed. São Paulo:
Blucher, 1970.
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Nova - Manhuaçu – MG, onde serão especificados os materiais empregados durante a
Camila Soares Cardoso e Filipe Coelho Clemente Cardoso. Graduando em
Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso - Graduada em Matemática. Especialista
em Matemática - Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Marcelo de Carvalho Mendes - Especialista em Ensino de Física. Especialista em
Matemática. Graduado em Física e Matemática. Professor da
Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Renata Pessoa Bifano - Graduada em Física - Professora da Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde
Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade UNIVERTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Segurança; Equipamentos; Proteção; Microrregião.
1 - INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento econômico no Brasil nas últimas décadas veio o
crescimento da construção civil, com isso, o setor trabalhista desenvolveu técnicas e
métodos para melhoria da segurança do trabalhador. Desde século XVII durante a
Revolução Industrial os altos índices de acidentes de trabalho e a dificuldade de
localizar mão de obra foram os principais fatores para o surgimento da segurança do
trabalho (PONTELO e CRUZ, 2011). Segundo Pontelo e Cruz (2011), entre 1919 e
1934, foi introduzida no Brasil a segurança de trabalho por meio de decreto com
regulamentos prevencionais, e também a regulamentação e a obrigatoriedade da
comunicação de acidentes de trabalho. Segundo Chiavenato (2009), a segurança do
trabalho é um conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas
utilizadas para prevenir acidentes, seja eliminando condições inseguras do ambiente,
seja instruindo ou convencendo as pessoas da utilização de práticas preventivas. A
Segurança do Trabalho ainda pode ser compreendida como um conjunto de medidas
que, ao adotadas, visam minimizar os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais,
tal como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador, assim, na
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SEGURANÇA DO TRABALHO: O USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL E COLETIVA EM OBRAS DA MICRORREGIÃO DE MANHUAÇU
Civil, adotando equipamentos de proteção individual e coletiva (BALBO, 2011). Na
segurança do trabalhador existem fatores que são fundamentais na prevenção de
acidentes e na defesa da saúde do funcionário, uma vez que suas ações e diretrizes
podem evitar o sofrimento humano e o desperdício econômico prejudicial às empresas
e ao próprio país (PONTELO e CRUZ, 2011). Segundo Balbo (2011), tal programa
tem como foco a conscientização do trabalhador à proteção de sua vida e dos
companheiros por meio de ações seguras, incitando assim a necessidade de
preservar a vida humana e proporcionar bem-estar, e a diminuição do número de faltas
ao trabalho, causadas por acidentes no ambiente de trabalho, tais quais aumentam o
custo para a empresa. De acordo com Dobrovolski et al, (2008), para o uso de EPI e
EPC, existe a lei nº 6.514 de 22 de novembro de 1977 da Consolidação das Leis do
Trabalho, a norma regulamentada NR 6 – Equipamento de Proteção Individual e a NR
18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, que são
utilizados como base legal para decidir sobre os temas que devem ser abordados
neste processo de conscientização, proporcionando assim maior segurança aos
trabalhadores e cumprimento da legislação trabalhista. Segundo o IBGE (2010), a
microrregião de Manhuaçu tem sua população estimada em 271.143 habitantes e está
dividida entre os seguintes municípios: Abre-Campo, Alto Caparaó, Alto Jequitibá,
Caparaó, Caputira, Chalé, Durandé, Lajinha, Luisburgo, Manhuaçu, Manhumirim,
Martins Soares, Matipó, Pedra Bonita, Reduto, Santa Margarida, Santana do
Manhuaçu, São João do Manhuaçu, São José do Mantimento e Simonésia. Além
disso, possui uma área total de 4.855,959 km². A microrregião de Manhuaçu/MG é
uma área de crescente desenvolvimento econômico, e intensa atividade no setor de
construção civil, muitas das obras de construção não vêm acompanhando este
crescimento, faltando informação e orientação sobre o uso e importância dos
equipamentos de uso individual e coletivo. Mediante ao problema apresentado, a
proposta de pesquisa tem como objetivo geral, avaliar a importância do uso de
equipamentos de proteção individual e coletiva, na microrregião de Manhuaçu – MG,
identificando através de uma pesquisa quantitativa quais os aspectos envolvidos na
utilização dos EPI’s e EPC’s, além de orientar os responsáveis pela obra com
informações para ambiente de trabalho seguro.
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finalidade de diminuir os riscos existentes no ambiente de trabalho da Construção
abordagem quantitativa (DUARTE, 2010). Nesse tipo de pesquisa são utilizadas
técnicas padronizadas de coleta de dados, onde fatos são observados, computados,
analisados, divididos em classe e interpretados, sem que haja interferência do
pesquisador. A área de referência escolhida para o presente estudo está localizada
na microrregião de Manhuaçu, o trabalho será realizado em três munícipios que são
Abre Campo, Matipó e Sericita, dos vinte pertencentes à microrregião, os quais foram
escolhidos por serem municípios considerados de pequeno porte, segundo IBGE
(2010), e se encontra em plena expansão mobiliária. A coleta de dados será realizada
com trabalhadores da construção civil e responsáveis pelas obras, a, no período de
julho a agosto de 2015, através de entrevistas semiestruturadas. Todas as entrevistas
serão escritas para posterior análise e os dados obtidos foram classificados por temas,
de acordo com o objetivo da investigação. O número de entrevistas não será
estabelecido previamente, sendo conduzido até se considerar suficiente o conteúdo
as respostas obtidas. Junto com o questionário estará sendo apresentado aos
participantes um Termo de Consentimento Livre Esclarecido, onde será esclarecido
seu anonimato, com a participação de sua livre e espontânea vontade, não havendo
obrigatoriedade em responder as questões propostas, Seguindo as especificações da
Lei 196/96. Após a coleta de dados, estes dados serão organizados e processados
no Microsoft Office Excel, através da estatística descritiva.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em execução e os resultados parciais apontam até
o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BALBO, Wellington. O uso de EPI-Equipamento de proteção individual e a
influência na produtividade da empresa. Bauru/SP, Julho. 2011. Disponível em:
http://www.administradores.com.br/informe-se/producao-academica/o-uso-do-epiequipamento-de-protecao-individual-e-a-influencia-na-produtividade-daempresa/4265. Acesso em: 05.abr.2015.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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2 - METODOLOGIA
A presente proposta trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, com
o
capital
humano
das
DOBROVOLSKI, Marlene; WITKOWSKI, Valkiria; ATAMANCZUK, Mauricio J.
Segurança no trabalho: uso de EPI. Paraná, 2008. Disponível em:
http://www.4eetcg.uepg.br/oral/56_2.pdf. Acesso em: 06.abr. 2015.
GONÇALVES, E. A. Manual de segurança e saúde no trabalho. 2. ed. São Paulo:
LTr, 2003.
GIANNASI, Fernanda. Manual sobre condições de trabalho na construção civil:
segurança e saúde do trabalhador. Deogledes Monticuco (Coord)). Álvaro Ferreira
Filho-ALFER ( Ilust.) ed. rev. : São Paulo, FUNDACENTRO, 1991. 58 p. (Engenharia
Civil,5)
NR 18 – Condições e meio ambiente do trabalho na indústria da construção.
PELLOSO, Eliza; ZANDONADI, Francianne. Causas da resistência ao uso de
equipamentos de proteção individual EPI. Cuiabá: Janeiro, 2012. Disponível em:
http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/art_epi_cv.pdf.
Acesso
em
06.abr.2015.
PONTELO, Juliana; CRUZ, Lucineide. Gestão de pessoas: manual de rotinas
trabalhistas. 5 ed. Brasília: Senac/DF, 2011.
SAMPAIO; José Carlos de Arruda. NR18 MANUAL DE APLICAÇÃO. São Paulo,
SP: Editora PINI, 1ª edição 1998.
SILVA, Paulo. Equipamentos de proteção individual. Disponível em:
http://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/43822/equipamentos-deprotecao-individual-epi. Acesso em: 06.abr.2015.
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CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos:
organizações. 9 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
Fernando Henrique de Souza e Rômulo Augusto Miranda Barbosa Graduandos
em Engenharia Civil da Universidade Univértix.
Mateus Zanirate de Miranda Engenheiro Civil - Professor da Faculdade Univértix.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso – Graduada em Matemática. Especialista em
Matemática – Professora da Faculdade Univértix.
Pedro Genuíno de Santana Junior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde.
Graduado em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Univértix.
Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em
Engenharia Civil. Coordenador e Professor na Faculdade Univértix.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Comparação, Paramétrico, Analítico.
1 - INTRODUÇÃO
Segundo Moura Rocha (2011), devemos analisar o modo como são elaborados
os orçamentos de obras, e observar o quanto é importante escolher o melhor método para
fazer um orçamento de obra civil. Será que o método mais rápido e pratico de custo vale
à pena? Ou se pararmos e estudarmos o projeto e suas condições de construção
poderemos ter um melhor conjunto final do empreendimento? Então, vamos comparar
estes métodos paramétricos e analíticos de orçamentos, analisando o mesmo projeto nos
dois sentidos, vamos mostrar por que as empresas devem adotar o método mais
detalhado em suas gestões de orçamentos. Para Valentini (2009), um orçamento mal
calculado pode levar empresas a fecharem as portas, e elas nem percebem que talvez o
erro esta partindo de um orçamento mal elaborado. Vamos tratar de um estudo onde
pretendemos mostrar a importância de um orçamento bem elaborado. O orçamento, é
chave inicial de quaisquer empreendimentos, nele estão todos os dados desde o inicio ate
a entrega final da obra, detalhar um orçamento não é um processo rápido, requer muita
interpretação e conhecimento nos projetos, mas as vantagens são enormes
(TAVESGAZZONI, 2014). Há empresas que estudam seus orçamentos de maneira mais
simples, o processo como o paramétrico utiliza do Custo Unitário Básico ou seus próprios
padrões de calculo e experiência de preços e dão suas ofertas. Não estão errados, porém
é impossível se ter orçamentos bem detalhados, provavelmente muitas intervenções
podem ocorrer na execução de um orçamento não detalhado e, principalmente o não
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COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODO PARAMÉTRICO E ANALÍTICO DE
ORÇAMENTAÇÃO EM UM PROJETO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
2009). Partindo do princípio de que um mal orçamento pode ser desfavorável no
desempenho executivo de um projeto/obra levando a resultados desfavoráveis e até
desastrosos a uma empresa, um bom orçamento é imprescindível para o sucesso de um
projeto, pois trás consigo vários fatores que elevam sua segurança e confiabilidade, sem
deixar de observar as transformações do mercado, onde há necessidade rápida, eficiente
e confiável. Um orçamento analítico ou detalhado muda completamente a ótica do
empreendedor, pois este método de orçamento pode fornecer dados confiáveis, em tempo
hábil para o construtor, pois se utiliza cálculos e estimativas seguras, compatíveis com o
mercado (MOURA ROCHA, 2011 p.14). Muitas empresas acabam pecando com seus
orçamentos mal detalhados, e que às vezes fogem da realidade que deveria ser seu
propósito. Isto impactará muito no decorrer da execução do projeto. Detalhar um projeto,
levantar quantitativos e serviços, estimar custos e despesas, são essências para um bom
orçamento e obter sucesso do projeto, garantindo segurança, estabilidade e comodidade
do meio. Observamos neste estudo, a empresa Construtora Sancarlos, prestadora de
serviços de obras civis, o método como ela elabora seus orçamentos para apresentações
aos seus clientes e, vamos comparar estes métodos paramétricos e analíticos em projeto
de construção de civil, uma obra de área de vivencia, orçado pela empresa (SANTOS,
2012). “A conjuntura econômica atual pressiona cada vez mais as empresas a serem
precisas na orçamentação inicial do empreendimento” (TAVES GAZZONI, 2014 p.2).
Compararemos métodos de orçamentos de obras, não iremos falar de qual é certo ou
errado, afinal cada empresa tem liberdade própria de elaborar seus preços, como vimos
à importância que é elaborar um orçamento bem detalhado, há muitas empresas que
passam por diversos problemas em seu campo de trabalho e não percebem de onde vem
o erro. Então vamos abrir a mente e tratar desse assunto de maneira objetiva que mostre
o quanto esta face é tão importante, e que se mal executada vêem a levar prejuízos. O
nosso estudo tem como grande importância conceitos de uma boa engenharia de
administração trazendo inúmeras vantagens ao setor das construtoras e empresas da
área. Um bom orçamento faz com que os objetos sejam alcançados de maneira mais
eficaz e seguros (Moura Rocha, 2011). “A previsão correta de todos os itens advindos da
execução da obra, faz com que o gestor consiga aperfeiçoar todo o processo de estimar
os custos do empreendimento, diminuindo muito os riscos futuros de gastos com itens não
previstos no orçamento da obra” ( TAVES GAZZONI, 2014 p.1).
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controle de planejamento, gastos de materiais e acima de tudo financeiros (VALENTINE,
Trata-se de uma pesquisa que será realizada à luz da abordagem quantitativa,
que se destinará a descrever as características de uma determinada situação, medindo
numericamente as hipóteses levantadas a respeito da comparação de orçamentos. S
egundo Moura Rocha (2011), este tipo de investigação é uma das fases mais importantes
para o início de um empreendimento, que é a fase de estimativa de custos e preparação
do estudo de viabilidade econômica. A presente pesquisa visa analisar e comparar custos,
e para isso, emprega duas metodologias orçamentárias - Orçamento Paramétrico e
Analítico – bastante utilizadas na construção civil. Pretende-se fazer a comparação
através dos resultados obtidos com os dois orçamentos. Assim, o trabalho será realizado
de Fevereiro a Agosto de 2015 na fase de elaboração de uma proposta para apresentação
a um cliente. Nesta pesquisa vamos verificar a viabilidade econômica deste projeto e
custos finais do empreendimento, o presente trabalho pretende analisar a forma com que
a Construtora Sancarlos Ltda localizada em Abre Campo - MG, elabora os orçamentos de
suas obras, e comparar os métodos orçamentários paramétrico e analítico, da obra Área
de Vivencia do terminal Ferroviário da Mina de Viga em Congonhas - MG.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pesquisa encontra-se em andamento.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “Avaliação de custos de
construção para incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios
edilícios. NBR 12721:2005. Rio de Janeiro, RJ, 2005.
CARDOSO, Roberto Sales. “Orçamento de obras em foco”– Um novo olhar sobre a
engenharia de custos. São Paulo: Pini, 2009.
COIMBRA, Carolene N. “Indicadores paramétricos de cursos aplicados à edifícios
multifamiliares: o custo unitário básico representativo”. Objetivo de identificar se o
custo unitário básico desenvolvido e divulgado pelo Sinduscon é um índice paramétrico
válido. Curitiba, 2010. 120 p. Monografia/ graduação Engenharia Civil Universidade
Federal do Paraná – UFPR.
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2 - METODOLOGIA
GONZÁLEZ, Marco Aurélio Stumpf. “ Noções de Orçamento e Planejamento de
Obras. São Leopoldo”– RS. 2008. 47f. Disponível em: <http://www.
engenhariaconcursos.com.br/arquivos/Planejamento/Nocoesdeorcamentoeplanejamento
deobras.pdf>.
LIMMER, Carl Vicente. “ Planejamento, Orcamentação e Controle de Projetos e
Obras”. 1º ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editoras S.A, 1997.
MATTOS, Aldo Dórea. “Como preparar orçamentos de obras”: dicas para
orçamentistas, estudo de caso, exemplos. São Paulo: Editora Pini, 2006.
MOURA, Denise C. da R.. CONCOURD, William. “Orçamento”. Análise da aplicação da
engenharia de custos através da comparação entre método paramétrico e analítico.
Belém, 2011. 96 p. Monografia/graduação Curso de engenharia civil do centro de ciências
exatas e tecnologia da Universidade da Amazônia – UNAMA.
SANTOS, Ana P. S. dos; SILVA, Nilmara D. da; OLIVEIRA, Vera M. de. “Orçamento na
construção civil como instrumento para participação em processo licitatório”. Um
estudo sobre orçamento com objetivo efetuar um estudo criterioso dos preços de todos os
insumos da obra. Lins, 2012. 126 p. Monografia/graduação Curso de Ciências Contábeis,
Centro Universitário Católico SalesianoAuxilium- UNISALESIANO.
TAVES, Guilherme Gazzoni. “Engenharia de custos aplicada à construção civil”. Um
estudo sobre impactos positivos que a aplicação da engenharia de custos na
orçamentação das obras de construção civil. Rio de Janeiro, 2014. 63 p.
Monografia/Graduação Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade
Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
VALENTINE, Joel. “Metodologia para elaboração de orçamentos de obras civis”. Um
estudo sobre a formação de um orçamento. Belo Horizonte, 2009. 72 p.
Monografia/graduação Curso de especialização em construção civil, Universidade Federal
de Minas Gerais – UFMG.
XAVIER, Ivan. Orçamento, “Planejamento e Custo de Obras”. Apostila da FUPAM –
fundação para a pesquisa ambientalSão Paulo, 2008. 67 p. Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo – FAU – USP.Universidade de São Paulo – USP.
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CUSTO UNITÁRIO BÁSICO (CUB/m²):“Principais Aspectos”. Belo Horizonte:
Sinduscon- MG, 2007. 112f. Disponível em: http://www.sindusconmg. org.br/site/
arquivos/cub/cartilha_cub.pdf.
Daniel Petronilho de Souza e Josiel Dutra Firmino - acadêmicos do 9º período do
curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Mateus Zanirate de Miranda - Graduação em Engenharia Civil Professor do curso
de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Pedro Genuíno de Santana Júnior - Graduado e Mestre em Engenharia Civil
Professor do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix.
Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática.
Especialista em Física. Professora da Faculdade Univértix.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática.
Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Univértix.
Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em
Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor da
Faculdade Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Água de chuva, Aproveitamento, Viabilidade, Sustentabilidade,
Reservatório, Economia.
1 - INTRODUÇÃO
De acordo com May (2004) A sociedade no geral está extremamente
preocupada com a conservação dos recursos naturais. Neste âmbito, a água está em
primeiro lugar nessa preocupação. Pois este recurso é vital e de extrema importância para
a sobrevivência. A escassez de água é um dos maiores problemas que a população de
modo geral vem enfrentando ao longo dos últimos anos, culpa disso é que na sua maior
parte, esses recursos hídricos vêm sendo utilizado de maneira inadequada pela
população, causando um agravamento da poluição desse recurso e o seu grande
desperdício. A falta de políticas públicas que incentivam o seu uso de maneira sustentável,
tendo em vista que ele é vital para a manutenção de todos os seres vivos no planeta.
Segundo (UNIÁGUA, 2006) cerca de 2/3 da superfície do planeta Terra são dominados
pelos oceanos. O volume total de água na Terra é estimado em torno de 1,35 milhões de
quilômetros cúbicos, sendo que 97,5% deste volume é de água salgada, encontrada em
mares e oceanos. Já 2,5% são de água doce, porém localizada em regiões de difícil
acesso, como aquíferos (águas subterrâneas) e geleiras. Apenas 0,007% da água doce
encontram-se em locais de fácil acesso para o consumo humano, como lagos, rios e na
atmosfera. A meta da atualidade é a busca por práticas que aprimorem o uso da água,
como programas de conservação, baseados em medidas técnicas e em mudanças de
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CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA PARA APROVEITAMENTO EM UMA
EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL NA CIDADE DE MANHUAÇU-MG
regulamentação de leis e de estrutura tarifária (VICKERS, 2001 e TOMAZ, 2003).
2 - METODOLOGIA
Nossa pesquisa irá abordar um tema hoje em dia muito comentado, que se trata do
aproveitamento de água de chuvas. Devido à grande escassez de água que se vive no
país, surgem a cada dia maneiras e nova tecnologia para se aproveitar toda e qualquer
água. Além de uma revisão bibliográfica, o trabalho será uma pesquisa quantitativa, onde
serão analisados dados coletados com o auxílio de um pluviômetro.
Para a pesquisa foi escolhido um prédio residencial na cidade de Manhuaçu. Esta cidade
situada na Região da zona da Mata, com população estimada em 2014 em 85.909
habitantes, Área da unidade territorial (km²) 628,318, Densidade demográfica (hab/km²)
126,65, população em 2010 de 79.574 habitantes, dados do IBGE. Uma economia
tipicamente voltada para a agricultura, mais precisamente a produção cafeeira e que se
mostra em pleno desenvolvimento econômico e social. A pesquisa será desenvolvida em
um prédio residencial, localizado na Praça Coronel João Pacheco, bairro centro na cidade
de Manhuaçu-MG. Para tal será utilizada as instalações do prédio, composto por 6
pavimentos, sendo eles divididos em um pavimento de garagem, 4 pavimentos de
apartamentos com um apartamento por pavimento e um último pavimento sendo o terraço,
todo o prédio abastecido com água potável pela concessionária do município, o SAAE.
Para a captação da água da chuva será utilizado o telhado do prédio já citado. O telhado
possui uma área total de 180m², porém será utilizado para a pesquisa apenas uma parte
dele referente a 117m² (13m x 9m), construído com telha metálica, dotado de uma água
com inclinação de 5%. A estrutura do telhado apresenta uma calha em alumínio e
tubulação de queda em PVC com diâmetro de 75 mm. Este trabalho seguirá as seguintes
etapas: 1ª etapa – Revisão Bibliográfica sobre a utilização e a disponibilidade da água no
planeta, assim como a evolução da utilização das águas pluviais e formas de utilização e
aproveitamento em edificações. 2ª etapa – Pesquisa sobre quais os tipos de
equipamentos necessários para a instalação de um sistema de captação de água pluvial.
3ª etapa – Levantamento dos preços dos equipamentos para a implantação do sistema
de captação de água pluvial em edificações. 4ª etapa – Estudos dos dados coletados,
esses dados serão coletados entre os meses de março a novembro do ano de 2015. 5ª
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comportamento, motivadas por incentivos que vão desde a educação ambiental até a
e fotos do projeto.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
ABCMAC. Associação Brasileira de Captação e Manejo de Água de Chuva.
Antônio. Cisternas para o aproveitamento de água da chuva: uso não potável em
escolas municipais de Horizontina. 1997.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 13969. Tanques
Sépticos – Unidades de Tratamento Complementar e Disposição Final dos Líquidos –
projeto, construção e operação. Rio de Janeiro, 1997.
CAMARGO, Leandro Ortiz e MENDES, Paulo César Doimo. Captação de água pluvial
para fins não potáveis, na FATEC de Itapetininga-SP. Sistemas produtivos: da inovação
à sustentabilidade, São Paulo, 2013, 404-415, outubro de 2013.
CAMPOS, A. L. et al. Estudo para o aproveitamento de água da chuva em uma montadora
de veículos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E
AMBIENTAL, 24, 2007, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: ABES, 2007. p. 1-8.
CAMPOS, M. A. S. (2004). Aproveitamento de água pluvial em edifícios residências
multifamiliares na cidade de São Carlos. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil
–Universidade Federal de São Carlos.
COHIM, E. et al. Captação direta de água de chuva no meio urbano para usos não
potáveis. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL,
24, 2007, Belo Horizonte. Anais…. Belo Horizonte: ABES, 2007. p. 13.
COHIN, Eduardo, GARCIA, Ana e KIPERSTOK, Asher. Captação e aproveitamento de
água
de
chuva. Dimensionamento de
reservatórios.
Disponível em:
<http://www.abcmac.org.br> Acesso em maio 2015.Edição, Curitiba, 2002.
IBGE.
Disponível
em:
<http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=313940&search=minasgerais|manhuacu>. Acesso dia 16 de maio de 2015
JAQUES, Reginaldo Campolino. Qualidade da água de chuva no município de
Florianópolis e sua potencialidade para aproveitamento em edificações. Florianópolis-SC,
março 2005.
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etapa- Estudo da viabilidade econômica. 6ª etapa- Relatório final com anexo de gráficos
MAY, S. Estudo da viabilidade do aproveitamento de água de chuva para consumo
não potável em edificações. 2004.. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Construção Civil e Urbana) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo,
2004.
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Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de
Santa Catarina – UFSC. Florianópolis, 2004.
O2 ENGENHARIA. Áreas de atuação: aproveitamento de água de chuva. Disponível em:
<http://www.o2engenharia.com.br/aproveitamento_agua.htm>. Acesso dia 15 de maio de
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PETERS, M. R. Potencialidade de Uso de Fontes Alternativas de Água para Fins não
Potáveis em uma Unidade Residencial. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental).
Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2006.
REBOUÇAS, A.C. Águas Doce no Mundo e no Brasil. In: Águas Doces Do Brasil. Aldo da
Cunha Rebouças [et al.] (Org). Escrituras Editora, 1999.
RESENDE, R.; PIZZO, H. S. Estimativa de suficiência de água de chuva para fins não
nobres em residência unifamiliar na cidade de Juiz de Fora – MG. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 24., 2007, Belo Horizonte.
Anais... Belo Horizonte: ABES, 2007.
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da água da chuva na lavagem de veículos em duas cidades da Região Sul e Centro-Oeste.
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São Paulo: [s.n.], 2007. 1-13.
SIMIONI, W. I.; GHISI, E.; GÓMEZ L. A. Potencial de Economia de Água Tratada Através
do Aproveitamento de Águas Pluviais em Postos de Combustíveis: Estudos de Caso.
CLACS’ 04 – I Conferência Latino-Americana de Construção Sustentável e ENTAC 04, 10º Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, São Paulo - SP, Anais....
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SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO PARÁ.
ÁGUAPARÁ - Educação Ambiental para Conservação dos Recursos Hídricos [II]: REUSO
DA ÁGUA DA CHUVA. Belém: Série Relatórios Técnicos Nº 4, 2005.
TOMAZ, P. A Economia de Água para Empresas e Residências – Um Estudo
Atualizado sobre o Uso Racional da Água. Navegar Editora, São Paulo, 2001ª
TOMAZ, P. Aproveitamento de Água de Chuva. ed. 2º. São Paulo: Navegar. 2003
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MARINOSKI, A. K. Aproveitamento de Água Pluvial para Fins não Potáveis em Instituição
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<http://www.uniagua.org.br>. Acesso dia 16 maio de 2015.
Disponível
em:
VIOLA, H.; NUNES, R. T. S.; FREITAS, M. A. V. Aproveitamento de águas pluviais como
potencial ação mitigadora dos efeitos das mudanças climáticas: o caso da Cidade do
Samba no Município do Rio de Janeiro. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS
HÍDRICOS, 17., 2007, São Paulo. Anais... São Paulo: [s.n.], 2007.
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TOMAZ, P. Conservação da Água. São Paulo: Digihouse Editoração Eletrônica.
Thaís Nayara Vieira e Vitor da Silva Hubner - acadêmicos do 10º período do curso
de Engenharia Civil da Univértix.
Pedro Genuíno de Santana Junior - Graduação em Engenharia Civil. Mestre
em Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da
Univértix.
Mariana de Farias Gardingo Diniz - Graduada em Biologia. Especialista em
Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos com ênfase em Tratamento de Águas e Efluentes. Professora da
Univértix.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix.
Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em
Engenharia Civil. Coordenador e Professor da Univértix.
Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios.
Graduado em Engenharia Civil. Professor da Univértix.
[email protected]
1 - INTRODUÇÃO
Cimento portland é a denominação convencionada mundialmente para
o material usualmente conhecido na construção civil como cimento. Que se trata de um
pó fino, com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob ação
da água. Depois de endurecido, mesmo que seja novamente submetido à ação da água,
não se decompõe mais. O cimento, misturado com água e outros materiais de construção;
tais como: a areia, a pedra britada, o pó-de-pedra, a cal e outros, resultam nos concretos
e nas argamassas usadas na construção de casas, edifícios, pontes, barragens etc.
Devido a sua extensa aplicação, O cimento portland, é um dos materiais mais utilizados
na construção civil.
“Cimento Portland é o produto obtido pela pulverização de clínquer,
constituído essencialmente de silicatos hidráulicos de cálcio, com certa
proporção de sulfato de cálcio natural, contendo, eventualmente adições de
certas substâncias que modificam suas propriedades ou facilitam seu
emprego” (Bauer, 2001, p.35).
O clínquer é um material que resulta da trituração e cozimento de pedras calcárias e
produtos argilosos. A essa mistura adiciona-se gesso para retardar sua propriedade
aglutinante quando úmido. O cimento é classificado como aglomerante hidráulico, pois
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ANÁLISE COMPARATIVA DA UTILIZAÇÃO E PREFERÊNCIA DOS TIPOS DE
CIMENTO PORTLAND CP-II, CP-III, CPIV, EM OBRAS RESIDÊNCIAIS NA
CIDADE DE FERVEDOURO – MG
bem confinados, e também transformando uma mistura seca, em um material aderente
(BOTELHO & MARCHETTI, 2010). Pode-se ainda englobar outros produtos à mistura,
como calcário moído (não calcinado) resíduos de alto forno siderúrgico e resíduos de
cinzas de termoelétricas que possuem características semelhantes a um produto de
origem vulcânica, denominados pozolana, e a partir dessas adições são gerados os vários
tipos de cimento portland. (BOTELHO & MARCHETTI, 2010). Segundo a ABCP
(Associação Brasileira de Cimento Portland, 2009), o comércio nacional possui oito
opções de cimento, que satisfazem aos diversos tipos de obras. Os tipos de cimento se
diferenciam com a determinada proporção de clínquer e sulfatos de cálcio, materiais
carbonáticos e de adições, tais como escórias, pozolanas e calcáreo que são
acrescentadas no processo de moagem.
Dentro das oito opções existem onze tipos de cimento disponíveis no mercado brasileiro:
1. Cimento Portland Comum (CP I)
a. CP I – Cimento Portland Comum
b. CP I-S – Cimento Portland Comum com Adição
2. Cimento Portland Composto (CP II)
a. CP II-E – Cimento Portland Composto com Escória
b. CP II-Z – Cimento Portland Composto com Pozolana
c. CP II-F – Cimento Portland Composto com Fíler
3. Cimento Portland de Alto-Forno (CP III)
4. Cimento Portland Pozolânico (CP IV)
5. Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)
6. Cimento Portland Resistente a Sulfatos (RS)
7. Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC)
8. Cimento Portland Branco (CPB)
Tendo em vista a variedade dos tipos de cimento, pretendemos investigar qual tipo
apresenta melhores resultados, como rendimento, aplicabilidade e tempo de execução de
serviço, entre outros, em função do tipo de atividade a ser realizada, observando que a
grande maioria dos profissionais da cidade de Fervedouro não possui conhecimento
específico sobre as diferentes propriedades atribuídas a cada tipo de cimento, e utilizam
métodos empíricos para a escolha dos mesmos. Diante do exposto, o objetivo do estudo
é comparar os resultados, de acordo com a pesquisa descritiva obtida em campo, sobre
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necessita de água para ganhar plasticidade, permitindo sua acomodação em espaços
ser utilizado, levando em consideração as características próprias do local estudado.
3 - METODOLOGIA
O estudo será realizado através da pesquisa descritiva que, segundo
Figueiredo (2008), tem como objetivo a descrição das características de determinada
população, fenômeno, ou então o estabelecimento de relações entre variáveis obtidas por
meio de utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário
e a observação sistemática. Os métodos empregados deste trabalho trata-se de uma
pesquisa quanti-qualitativa que, segundo Figueiredo (2008), “é o método que associa a
análise estatística à investigação dos significados das relações humanas, privilegiando a
melhor compreensão do tema a ser estudado, facilitando assim, a interpretação dos dados
obtidos”. (Polit; Hungler 1995, p.277 apud FIGUEIREDO, 2008). A área de referência
escolhida para o presente trabalho está localizada em Fervedouro, cidade da Zona da
Mata, no Estado de Minas Gerais. A coleta de dados será realizada com trabalhadores da
construção civil e responsáveis pelas obras. Terá início em setembro de 2015, onde serão
realizados estudos sobre as atividades dos profissionais da construção civil, utilizando os
tipos de cimento CP-II, CP-III e CP-IV, analisando os resultados obtidos e as opiniões dos
profissionais diante do uso de cada tipo de cimento.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais obtidos até
o momento registram a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAR TECNICAS. NBR 14931-Execução de
Estruturas de concreto. Rio de Janeiro, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118-Projeto de estruturas
de concreto. Rio de Janeiro, 2014.
BAUER, Luiz Alfredo Falcão. Materiais de Construção. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001.
471 p.
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a utilização do cimento e apresentar conclusões que possam definir o tipo de cimento a
FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida de. Métodos e Metodologia na Pesquisa
Científica. 3.ed. São Caetano do Sul: Yendis, 2008.
YAZIGI, walid. A técnica de Edificar. 10. ed. São Paulo: Pini, 2009.772p.
BRASIL. Associação Brasileira de Cimento Portland. A versatilidade do cimento
brasileiro. 2009. Disponível em: http://www.abcp.org.br/conteudo/basico-sobrecimento/tipos/a-versatilidade-do-cimento-brasileiro. Acesso em: 10 jun. 2015.
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BOTELHO, Manoel Henrique Campos: MARCHETTI, Osvaldemar. Concreto Armado, eu
te amo. 6.ed.São Paulo: bluner,2010.507p.
Áquila Ferreira de Assis e Carlos Alberto Hote Machado Filho. Graduando em
Engenharia Civil. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Leonardo da Silva Gonçalves. Especialista em Docência do Ensino Superior.
Graduado em Engenharia Civil. Professor do Curso de Engenharia Civil da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Pedro Genuíno Santana Júnior Graduado e Mestre em Engenharia Civil.
Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz – Licenciada e Bacharel em Biologia. Especialista
em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais, Processos Químicos e
Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – Univértix.
Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em
Engenharia Civil. Coordenador e Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios.
Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Construção Civil; Revestimentos e Fachadas.
1 - INTRODUÇÃO
A construção civil é um dos mercados que mais cresceram nos últimos anos
em nosso país. Segundo Cardoso (2013) a construção civil é uma atividade
econômica com algumas características bastante peculiares que fazem com que ela
seja diferente de todos os outros setores da indústria nacional, fazendo com o
mercado econômico tenha grande apoio desse setor. Segundo Sinduscon-Pr (2013)
a descontinuidade e o fluxo de produção por projeto e por etapa, além da
transitoriedade, são características inerentes ao desenvolvimento e crescimento do
setor. Esse crescimento no setor da construção civil vinculado ao econômico ocorre
tanto em cidades grandes como em cidades pequenas como no caso de Matipó, que
está localizado na Zona da Mata do estado de Minas Gerais, pelos dados do IBGE em
julho de 2014, sua população é estima em 18.604 habitantes, sua principal fonte de
renda é a agropecuária, com destaque para a cafeicultura (IBGE, 2012). Matipó vem
tendo grandes avanços econômicos e sociais, o comércio vem se desenvolvendo e
se qualificando, os produtores buscando mais recursos e se destacando
economicamente, além da Faculdade Vértice que é um dos maiores contribuintes para
estes avanços, a qual está impulsionando a economia da cidade, e assim
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APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS EM FACHADAS
construção civil, consequentemente aumentando o uso de revestimento cerâmico
muito utilizado no setor. O revestimento cerâmico é uma mistura de argila e outras
matérias-primas inorgânicas, queimadas em altas temperaturas, utilizada em larga
escala na construção civil, são mais comumente usados para revestir pisos e paredes,
sendo dividido em grupos de acordo com suas características químico-físicas e suas
aplicações. Os revestimentos são de grande importância, pois eles dão beleza às
obras, sejam casas ou edifícios. Porém muitos dos responsáveis em obras visando
somente à beleza muitas vezes esquecem-se dos aspectos técnicos, pois para a
aplicação do revestimento cerâmico devemos seguir algumas normas como a NBR
13755 imposta pela ABNT (1940) que segundo o INP é o órgão responsável pela
normalização técnica no nosso país. O resultado do não comprimento dessas normas
nem sempre acaba bem, podendo acarretar no surgimento de patologias. Um aspecto
importante a se falar de revestimento é a questão de mão de obra desqualificada,
muitos dos assentadores não são especializados neste tipo de serviço que já é mais
específico, onde já há cursos de como o de executar o mesmo. Isso tudo contribui
para futuros problemas (MARGARIDA, 2010). Baseado nesse contexto o presente
estudo tem como principal objetivo analisar o processo referente à aplicação de
revestimento cerâmico conforme as normas da ABNT. Relatar os desafios
encontrados e as precauções tomadas durante a execução.
2 - METODOLOGIA
Trata se de um estudo de natureza descritiva com abordagem quantitativa
(RODRIGUES, 2007), nesse tipo de pesquisa são utilizadas técnicas padronizadas de
coleta de dados, onde fatos são observados, computados, analisados, divididos em
classe e interpretados, sem que haja interferência do pesquisador, para avaliar o uso
de revestimentos cerâmicos em fachadas de prédios e seus benefícios quando
utilizados de maneira correta. A área de referência escolhida para o presente estudo
está localizada na cidade de Matipó-MG, situado na região da Zona da Mata Mineira.
De acordo com o senso de 2014 realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística), sua população é de 17.639 habitantes urbanos e rurais, com uma forte
fonte de renda a agropecuária e a cafeicultura.
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influenciando o crescimento do mercado em geral, principalmente o setor da
expansão mobiliária. A coleta de dados será realizada no mês de setembro a
novembro de 2015, com levantamento de quantas e quais obras estão sendo
executadas na Cidade e seus principais aspectos. Após este levantamento
aplicaremos um questionário com o objetivo principal, colher informações sobre a
utilização de revestimento cerâmico. A aplicação do questionário irá nos possibilitar o
entendimento real de como os funcionários responsáveis pela aplicação do
revestimento e das cerâmicas atuam no mercado e se estão atuando de forma correta,
com isso a demonstração dos materiais básicos utilizados, como as alterações na
composição dos cimentos e o emprego de agregados artificiais, como o caso das
argamassas industrializadas, e os novos processos executivos. Junto com o
questionário será apresentado aos participantes um Termo de Consentimento Livre
Esclarecido, onde será esclarecido seu anonimato, com a participação de sua livre e
espontânea vontade, não havendo obrigatoriedade em responder as questões
propostas. Seguindo as especificações da Lei 196/96, trata-se de pesquisas que
envolve seres humanos, resguardando seu anonimato e a sua não obrigatoriedade na
participação. Após a coleta de dados, estes dados serão organizados e processados
no Microsoft Office Excel, através da estatística descritiva.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por se tratar de uma pesquisa em andamento, ainda não temos dados a serem
discutidos nem concluídos, portanto sabemos que na construção civil é a aplicação
da cerâmica na indústria da construção civil é de enorme importância, e envolve uma
grande gama de produtos que nela são aplicados (BRITO, 2010).
REFERÊNCIAS
ABNT, Conheça a ABNT. Disponível em: http://www.abnt.org.br/abnt/conheca-aabnt.
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Matipó é considerado um Município de pequeno porte, que se encontra em plena
CARDOSO, Fernando Henrique. Incentivo do estado e desenvolvimento: Uma
análise sobre o crescimento da área da construção civil. 2013. Universidade
Estadual de Londrina.
IBGE,
Matipó.
Disponível
http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=314090
em:
MARGARIDA, ANA. Patologia e Reabilitação de Revestimentos de Fachada. 2010.
Disponível em: http://www.engenhariacivil.com/patologia-reabilitacao-revestimentosfachada
RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica. 2007. Disponível em:
http://professor.ucg.br/siteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/Willian%20
Costa%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf. Acesso 08 março de 2015.
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BRITO, Dorival. Tecnologia das construções: Revestimentos de paredes. Data:
2010.
Disponível
em:
http://drbassessoria.com.br/REVESTIMENTO_DE_PAREDE.pdf
Mylena da Silva Maia Vicente– acadêmica do 6º período do curso de Engenharia
Civil da Faculdade UNIVÉRTIX.
Cristiano de Oliveira Ferrari – Bacharel em Engenharia Civil, pós graduado em
Gestão de Negócios e Pessoas. Professor da Faculdade UNIVÉRTIX.
Érica Estanislau Muniz Faustino – Licenciada em Física, pós graduada em
Ensino de Física. Mestranda em Ciências e Matemática.
Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
UNIVÉRTIX.
Davi Mesquita de Macedo. Doutorado em Fitopatologia. Graduado em Engenharia
Agronômica. Professor da Faculdade UNIVÉRTIX.
Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências
da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do
Curso de Engenharia Civil da Faculdade UNIVÉRTIX.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática.
Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: economia; água; consumo e reaproveitamento.
1 - INTRODUÇÃO
Nos últimos anos nosso país foi submetido à um crescimento acelerado nos
mais diversos setores, e com isso, uma das maiores preocupações para os órgãos
governamentais torna-se a gestão dos recursos hídricos, uma vez que a água pode ser
considerada essencial para qualquer fonte de vida. A implementação de ações de
conservação da água em nível sistêmico pode proporcionar significativas reduções no
consumo da água como afirma Oliveira (1999). Para Nakamura (2014), aos poucos, o
racionamento de água se torna uma realidade para uma parcela cada vez maior da
população, devido a diminuição significativa dos índices pluviométricos. Neste contexto
inserir técnicas de forma de estoque de água, redução de consumo é uma das peças
chaves para valorizar o estoque de água. Além disso, os resultados em economia de água
não propiciam apenas benefícios pontuais nos sistemas prediais, mas, ganhos aos
sistemas hidrológicos. O estudo tem como relevância da preocupação social sobre os
fatores que levam ao desenvolvimento do desperdício de água pela comunidade
acadêmica. Além disso, o estudo pretende apontar caminhos para que a instituição possa
criar novas estratégias do uso racional de água. A água, objetivamente, é um bem natural
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ANÁLISE DE CONSUMO DE ÁGUA NA FACULDADE UNIVÉRTIX E PROPOSTAS
DE REPROVEITAMENTO E ECONOMIA.
de produção dominante, e hoje, globalizado, transforma literalmente tudo em mercadoria,
até as coisas mais sagradas e vitais (BOFF, 2015). Parcialmente os baixos índices
pluviométricos registrados desde meados de 2013 tem provocado uma grande redução
do volume dos nossos reservatórios e do volume dos principais rios que abastecem muitos
municípios do Sudeste (NAKAMURA, 2014). Diversas cidades Mineiras, como a região do
Triângulo Mineiro, enfrentam a falta de água por causa da grande redução do volume dos
rios que as abastecem. O que vem ocorrendo com o rio São Francisco, o principal rio de
Minas Gerais, e o rio Paraíba do Sul, que abastece o grande Rio de Janeiro e a região do
Sistema Cantareira em São Paulo. A implantação de sistema de coleta de águas pluviais
em áreas urbanas e de tratamento e reuso de águas cinza tem se disseminado em grande
porte. “A adoção desse sistema exige muitos cuidados adicionais na concepção do projeto
– tanto de instalação prediais “para evitar influência e desperdícios da água potável, por
exemplo,” quanto o de arquitetura “ contendo barreias contra o acesso de pessoas
inexperientes e não autorizadas aos pontos de uso.”, e do Manual de Uso e Operação,
que deve conter todos os detalhes necessários para um boa conservação e manutenção
de controle da qualidade da água, isso de acordo com Gonçalves e Hespanhol (2004).
Este estudo evidencia que a falta de um sistema de reaproveitamento de água “pura” que
desperdiçada, afeta tanto na economia para ajudar o planeta, como na economia de custo
e beneficio á faculdade Vértice. Visa um reaproveitamento com qualidade e conforto para
os beneficiários.
2 - METODOLOGIA
O estudo será realizado no campus da Faculdade Vértice - Univértix em MatipóMG, que através de oito cursos de graduação, conta com um corpo discente de
aproximadamente mil e quinhentos alunos. Possui um conjunto de edificações de
condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados à
prestação de serviços de ensino, pesquisa e extensão acadêmica.
Quanto aos objetivos desse trabalho, trata-se de uma pesquisa exploratória. Segundo Gil
(2008) o objetivo de uma pesquisa exploratória é familiarizar-se com um assunto ainda
pouco conhecido, pouco explorado. Ao final de uma pesquisa exploratória, você
conhecerá mais sobre aquele assunto e estará apto a construir hipóteses. Como qualquer
exploração, a pesquisa exploratória depende da intuição do explorador (neste caso, da
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comum vital e insubstituível. Ocorre que vivemos numa quadra histórica em que o modo
assume a forma de um estudo de caso. Os dados serão processados no Microsoft Excel
e analisados através de estatística descritiva. Os resultados serão expressos em gráficos,
que orientarão a discussão dos resultados para propor medidas potenciais para economia
de água.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico, de acordo com o cronograma
enviado ao órgão competente a este projeto de pesquisa.
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 5.677. Manutenção de edifícios. Rio de Janeiro. ANBT, 2012.
ABNT. NBR 5.626. Instalação Predial de Água Fria. Rio de Janeiro. ABNT, 1998.
ABNT. NBR 15.527. Água de chuva - Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas
para fins não potáveis. Rio de Janeiro. ANBT, 2007.
BOFF. L.. A guerra da água. Disponível em: www.ecoterrabrasil.com.br. Acesso em: 20
de fev.2015.
Deutsche Industrie Normen. ATV 122- Princípios para o dimensionamento, construção e
operação de pequeno tratamento de esgotos. Alemanha, DIV, 1991.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GIRIBOLA, Maryana; NAKAMURA, Juliana. Sem desperdício. Como a Engenharia pode
ajudar a reduzir o consumo de água em edificações novas e existentes. Revista Téchne.
212 ed. Ano 22. São Paulo, 2014. p. 18-23.
GONLÇALVES, O., HESPANHOL, I. (coords). Conservação e Reuso de Água: Manual
de Orientação para o setor industrial. São Paulo: CIRRA/MMA/ANA/FIESP, 2004.
OLIVEIRA, Lúcia Helena de. Metodologia para implantação de programa de uso
racional da água em edifícios. São Paulo, 1999. Tese de Doutorado em Engenharia da
Construção Civil. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
NAKAMURA, Juliana. O uso não potável. Sistemas de reaproveitamento de água impõe
cuidados adicionais ao projeto de instalações e ao de arquitetura. Revista Téchne. 212
ed. Ano 22. São Paulo, 2014. p. 24-27.
NUNES. Riane. T. S. Conservação da água em edifícios comerciais: potencial de uso
racional e reuso em shopping Center. Rio de Janeiro. 2006.144 f. Dissertação de
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intuição do pesquisador). Por ser um tipo de pesquisa muito específica, quase sempre ela
SANCHES DA SILVA, G. Programas permanentes de uso racional da agua em campi
universitários: o programa de uso racional da água na universidade de São Paulo. São
Paulo, 2004. Dissertação de Mestrado em Engenharia. Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo.
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Mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Planejamento
Energético.
Camila Caroline Sousa de Sá e Tauana Leandro de Oliveira. Graduando
em Engenharia Civil da Faculdade UNIVÉRTIX.
Pedro Genuíno De Santana Junior. Graduação em Engenharia Civil. Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
UNIVÉRTIX.
Cristiano de Oliveira Ferrari. Graduação em Engenharia Civil. Especialista em
Gestão de Negócios e Pessoas. Especialista em Gestão de Negócios e Pessoas.
Mateus Zanirate de Miranda. Graduação em Engenharia Civil. Especialista em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
UNIVÉRTIX.
Aline Rodrigues Soares. Doutorado em Química Analítica. Graduada em Química.
Professor da Faculdade UNIVÉRTIX
Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em
Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor da
Faculdade UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Planejamento; Controle de obras; Construção civil e Obra.
1 - INTRODUÇÃO
Segundo Pires (2014), o planejamento atua na construção civil como uma
importante ferramenta no gerenciamento de empresas para coordenar, orientar e
controlar as atividades decorrentes de uma obra. Para Mattos (2010), o planejamento
de obra é um dos principais aspectos do gerenciamento, conjunto que envolve
também orçamento, compras, gestão de pessoas e comunicação. Ao planejar, a obra
é dotada de uma ferramenta importante para priorizar suas ações, acompanhar o
andamento dos serviços, compararem o estágio da obra com a linha de base
referencial e tomar providências em tempo hábil quando algum desvio for
detectado. Algo que vem sendo constatado no mundo da construção civil é a ausência
ou a inadequação do planejamento das obras. Esse fenômeno é sentido muito mais
nas obras de pequeno e médio porte, em sua maioria efetuada por empresas
pequenas, por profissionais autônomos, ou mesmo pelos seus proprietários. A sua
deficiência pode trazer consequências desastrosas para uma obra e, por extensão,
para a empresa que a executa. Um descuido em uma atividade pode acarretar atrasos
e alteração de custos, assim como colocar em risco o empreendimento. O
planejamento e controle de produção (PCP) é uma ferramenta capaz de proporcionar
a introdução de melhorias nos aspectos organizacionais e temporais, reduzindo
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MELHORIA NO CONTROLE DE OBRAS DE PEQUENO PORTE
PROPORCIONADA PELA APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO
(BERNARDES, 2001). O planejamento inclui várias atividades e estas devem ser
identificadas, analisadas, coordenadas e gerenciadas, sendo o resultado de um plano
de ação, onde, contém as definições antecipadas das decisões que deverão ser
tomadas durante o processo de realização da obra, incluindo organização, direção e
controle (XAVIER, 2008). Em função da variação que temos no setor, é importante
realizar o planejamento do empreendimento em níveis de detalhamento diferentes,
considerando horizontes de longo, médio e curto prazo (GONZÁLES, 2008). As
etapas do planejamento de uma obra se dividem em identificar as atividades a serem
desenvolvidas, a definição das durações, as definições de precedência entre as
atividades, a montagem do diagrama de rede, a identificação do caminho crítico e por
último a geração do cronograma (MATTOS, 2010). O planejamento da obra permite
que o gestor adquira um elevado grau de conhecimento do empreendimento, sendo
assim mais eficiente na condução de seus trabalhos. Trazendo vários benefícios aos
construtores como conhecimento pleno da obra, detecção de situações desfavoráveis,
agilidade de decisões, relação com o orçamento, otimização da alocação dos
recursos, referência para acompanhamento, padronização, referência para metas,
documentação e criação de dados históricos (MATTOS, 2010). Assim, para que o
profissional consiga ter seus objetivos alcançados, é indispensável à harmonia entre
recursos físicos e financeiros, baseados em planejamento racional, de modo que
exista compatibilidade entre os recursos necessários, prazos e custos. Em função da
variabilidade do setor o planejamento deve ser realizado em cada obra em níveis de
detalhamentos diferentes e adequando-o as características do empreendimento em
questão. Um modelo adequado é desenvolvê-lo em um nível baseado no prazo de
execução, onde pode variar de longo, médio e curto prazo.
Diante do exposto, o
objetivo do estudo é demonstrar que a aplicação das técnicas de planejamento em
obras na área da construção civil ajuda na melhoria do controle de obras, na redução
de custos e no aumento da produtividade. Com esse estudo pretende-se contribuir
para que os futuros profissionais da área da construção civil compreendam a
importância do planejamento. Visto que o sistema de planejamento brasileiro de obras
necessita encontrar o seu propósito na construção civil para que haja melhorias neste.
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atividades que não agregam valor e aumentando a confiabilidade da produção
A área de referência escolhida para realização do estudo é o município de
Matipó, por ser considerado de pequeno porte, segundo IBGE (2010), sendo que este
município encontra-se em crescente expansão mobiliária. Assim a coleta de dados
será realizada de setembro a novembro de 2015, com levantamento de algumas obras
que estão sendo executadas na cidade e as técnicas de planejamento utilizadas pelos
profissionais da construção civil. Após este levantamento aplicaremos um questionário
com o objetivo principal, colher informações de como é realizado o planejamento na
obra. Diante disso poderemos avaliar a forma como é feita o planejamento,
identificando
falhas
para
dar
sugestões
que
colaborem
para
o
melhor
desenvolvimento da obra. Junto com o questionário será apresentado aos
participantes um Termo de Consentimento Livre Esclarecido, onde será esclarecido
seu anonimato, com a participação de sua livre e espontânea vontade, não havendo
obrigatoriedade em responder as questões propostas. Após a coleta de dados, estes
dados serão organizados e processados no Microsoft Office Excel, através da
estatística descritiva.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em execução e os resultados parciais apontam até
o momento a realização do levantamento bibliográfico.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por se tratar de uma pesquisa em andamento, ainda não temos dados a serem
discutidos nem concluídos, portanto sabemos que o planejamento da obra permite
que o gestor adquira um elevado grau de conhecimento do empreendimento, sendo
assim mais eficiente na condução de seus trabalhos (MATTOS, 2010).
REFERÊNCIAS
BERNARDES, M. M. S. Desenvolvimento de um Modelo de Planejamento e
Controle da Produção para Micro e Pequenas Empresas da Construção. Tese
(Doutorado em Engenharia) - Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2001.
FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial: Planejamento e Controle Gerencial. São
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2 - METODOLOGIA
GONZÁLEZ, Marco Aurélio Stumpf. Noções de Orçamento e Planejamento de
Obras. UNISINOS- Ciências Exatas e Tecnológicas, São Leopoldo – 2008
MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e Controle de Obras. São Paulo: Pini, 2010.
PIRES, Daniel Lage. “Aplicação de técnicas de controle e planejamento em
edificações”.Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Construção
Civil da Escola de Engenharia UFMG, 2014.
XAVIER, Ivan. Orçamento, “Planejamento e Custo de Obras”. Apostila da FUPAM
– fundação para a pesquisa ambiental São Paulo, 2008. 67 p. Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo – FAU – USP. Universidade de São Paulo – USP.
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199
Paulo: Atlas, 1999.
Ritchelly Vitor Carvalho e Vitor Heleno Coelho Silva – Acadêmicos do 10º
período do curso de Engenharia Civil da Univértix.
Pedro Genuíno De Santana Junior. Graduação em Engenharia Civil. Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix
Cristiano de Oliveira Ferrari. Graduação em Engenharia Civil. Especialista em
Gestão de Negócios e Pessoas. Professor do Curso de Engenharia Civil da
Univértix.
Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em
Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor da Univértix.
Aline Rodrigues Soares. Doutorado em Química Analítica. Graduada em Química.
Professor da Univértix.
Davi Mesquita de Macedo. Doutorado em Fitopatologia. Graduado em Engenharia
Agronômica. Professor da Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Sistemas construtivos; Light Steel Framing; Vedações e
Industrialização.
1 - INTRODUÇÃO
A grande quantidade de recursos consumidos e de resíduos gerados pelas
obras realizadas através do método construtivo convencional são os principais
motivos de o mercado vir sinalizando a necessidade de buscar sistemas construtivos
que levem em consideração o desenvolvimento sustentável, englobando os aspectos
econômico, social e ambiental, de forma equilibrada (GOMES e LACERDA, 2014).
Uma alternativa para essa situação é o emprego de novas tecnologias que permitam
a industrialização e a racionalização dos processos (FREITAS e CRASTO, 2006). Um
sistema construtivo ainda raro em nosso país, mas bastante consolidado em países
de primeiro mundo é o Light Steel Framing (LSF). Esse sistema necessariamente
passa pela construção industrializada, com mão-de-obra qualificada. (BATTISTELLA,
2011). O LSF é formado por perfis leves de aço galvanizado e pode ser utilizado para
a composição de painéis estruturais e não estruturais, sendo um “esqueleto” formado
por diversos elementos individuais ligados entre si, que funcionam em conjunto para
resistir as cargas da edificação dando forma à mesma (BERNARDES et al., 2012).
Segundo Freitas e Crasto (2006), o LSF não se resume apenas a estrutura da
edificação, sendo composto de vários componentes, e também subsistemas como
fundação, isolamento termo acústico, fechamento interno e externo, instalações
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200
ANÁLISE DO SISTEMA CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAMING
flexibilidade e durabilidade pode ser empregado em diversas tipologias de edifícios.
Além disso, apresenta vantagens como otimização dos custos mediante a contenção
do desperdício de materiais, padronização, produção seriada e em escala e
cronogramas rígidos de planejamento que garantem rapidez na execução (
BERNARDES et al., 2012;). O Brasil representa um campo promissor para o
desenvolvimento de tecnologias como o LSF: o grande déficit habitacional, a produção
de aço no país que é uma das maiores do mundo e a possibilidade de racionalização
de recursos. Assim, estudos que viabilizem esse sistema construtivo no panorama da
construção nacional são essenciais (CRASTO, 2005). Considerando tais fatos, o
objetivo do trabalho é apresentar um comparativo de viabilidade econômica entre o
uso do sistema construtivo Light Steel Framing (LSF), que utiliza painéis de perfis de
aço formados a frio, e o uso do sistema construtivo convencional, que é constituído
por alvenaria de blocos cerâmicos e concreto armado, avaliando o custo-benefício do
LSF através das características e dos dados relativos à produtividade e aos custos de
produção em cada um desses sistemas.
2 - METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva, tipo de análise em que é realizada uma
observação sistemática, com coleta e análise de dados, sem a interferência do
pesquisador (RODRIGUES, 2007). Esse estudo vem sendo desenvolvido desde
janeiro do presente ano e comparam duas obras, uma construída em LSF e a outro
pelo método convencional, ambas de responsabilidade da Construtora e
Incorporadora Sericita Baldrame Ltda (CISB), com sede na cidade de Sericita, Minas
Gerais. Para isso está sendo acompanhada a construção de uma Unidade Básica de
Saúde (UBS) em LSF na cidade de Matipó, MG. Os dados coletados serão
confrontados com os obtidos em uma obra com perfil semelhante a essa UBS,
construída pelo modelo convencional. Serão avaliadas as características e os dados
relativos à produtividade e aos custos de produção em cada um desses métodos
construtivos, coletando dados referentes ao orçamento detalhado, ao tempo
necessário para execução e à praticidade de concretização.
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elétricas e hidráulicas (SILVA e VITO, 2011). Em decorrência de suas elevadas
Trata-se de um estudo em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico. Alguns dados já estão coletados,
mas ainda em etapa de processamento.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esperamos comprovar com este estudo q o custo benefício do sistema
construtivo Light Steel Framing o torna uma opção viável quando comparado ao
sistema construtivo Convencional. A aceitação do novo sistema só se dará a partir
das experiências bem sucedidas e da divulgação da tecnologia entre usuários e
profissionais envolvidos.
REFERÊNCIAS
BATTISTELLA, F. B. Light Steel Framing: Uso da Estrutura de Aço Como
Tecnologia Construtiva. 101p. Monografia/Graduação. Departamento de
Engenharia Civil – Curso de Engenharia Civil, Universidade do Estado de Santa
Catarina - UDESC. Joinville, 2011.
BERNARDES, M.; NILSSON, S. G.; MARTINS, M. S.; ROMANINI, A. Comparativo
econômico da aplicação do Sistema Light Steel Framing em Habitação de
Interesse Social. Revista de Arquitetura da IMED, v. 1, p. 1–11, Porto Alegre, 2012.
CRASTO, R. C. M. Arquitetura e tecnologia em sistemas construtivos
industrializados: Light Steel Framing. Dissertação (Mestrado) – Departamento de
Engenharia Civil, Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, 2005. 231p.
FREITAS, A. M. S.; CRASTO, R. C. M. Steel Framing: Arquitetura. IBS/CBCA. Rio
de Janeiro, 2006.
GOMES, J. D. O.; LACERDA, J. F. S. B. Uma visão mais sustentável dos sistemas
construtivos no Brasil : Análise do Estado da Arte, v. 7, p. 167–186, Florianópolis.
2014.
RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica. Paracambi SP, 2007.
Disponível
em:
<http://unisc.br/portal/upload/com_arquivo/metodologia_cientifica.pdf>. Acesso em:
22/08/2015.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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SILVA, L. P.; VITO, M. Análise de carregamento em uma estrutura de concreto
com sistema de Vedação Convencional e sistema Light Steel Framing.
Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma. 2011.
204
GT 04 – CIÊNCIAS
DA SAÚDE
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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ARTIGOS
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
Ana Paula Coelho Marcolino, Meirilane Aparecida Romeiro Gomes, Roseane
Nicolau Romeiro- Graduandos em Enfermagem, na Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessoa – Graduada em Enfermagem.
Professora do curso de Enfermagem da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O estudo tem por objetivo identificar os benefícios adquiridos através da prática de
atividades físicas, vinculados a um grupo social. Foram pesquisados 25 idosos com
faixa etária entre 55 a 80 anos pertencentes ao grupo JUVENTUDE ACUMULADA do
Serviço Social do CRAS, localizado no Distrito de Ribeirão de São DomingosMunicípio de Santa Margarida MG. Foi aplicado um questionário semiaberto no dia 28
de maio de 2015. Os resultados confirmam que a convivência com a família é
fundamental para o idoso assim como a participação em grupos, demonstra a
necessidade da sociabilidade fora do âmbito familiar, como uma forma de aproveitar
a vida. Participar de atividades programadas desenvolvidas em grupo faz com que o
idoso pertença a um espaço no qual seus integrantes caracterizam-se pela vontade
de envelhecer ativamente, utilizando o tempo livre.
PALAVRA-CHAVE: Envelhecimento; Idoso; Doenças crônicas; Atividade Física;
Socialização/Bem Estar.
1 - INTRODUÇÃO
O envelhecimento da população brasileira está relacionado a um fenômeno
mundial. Segundo a Organização das nações Unidas (ONU), em seu último relatório
técnico “Previsões sobre a população mundial”, elaborado pelo Departamento de
Assuntos Econômicos e Sociais, nos próximos 43 anos o número de pessoas com
mais de 60 anos de idade será três vezes maior do que o atual. Os idosos
representarão um quarto da população mundial projetada, ou seja, cerca de 2 bilhões
de indivíduos (no total de 9,2 bilhões). No critério da Organização Mundial da Saúde
(OMS), é considerado idoso o habitante de país em desenvolvimento com 60 anos ou
mais e o habitante de país desenvolvido com ou acima de 65 anos (FELIX, 2007).
Diante do aumento de expectativa de vida no Brasil e no mundo, muito se tem
discutido sobre as condições de vida na terceira idade. Segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008), população de idosos no Brasil
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ATIVIDADE FISICA: BENEFICIOS FISICOS, FUNCIONAIS E COGNITIVOS DOS
IDOSOS.
dos brasileiros) (ARGENTO, 2010).
Segundo Carvalho (2013), o aumento da expectativa de vida provoca um
crescimento do número de pessoas com idade acima de 65 anos. A população passa
por um processo de envelhecimento, no qual conduz uma redução progressiva das
capacidades funcionais do organismo, colocando em risco a qualidade de vida do
idoso, limitando sua autonomia e ocasionando maior vulnerabilidade a sua saúde.
O avanço da ciência no controle de doenças que causam à mortalidade, a
melhora do saneamento básico e das condições de saúde pública, a melhora na
educação, são alguns dos fatores que tem contribuído para o aumento da expectativa
de vida no nosso país. Mas, na medida em que aumenta a idade cronológica as
pessoas ficam menos ativas, o que facilita o aparecimento de doenças crônicas e
degenerativas. E, para tentar minimizar ou mesmo retardar esse processo, a atividade
física vem sendo indicada como parte fundamental nos programas mundiais de
promoção da saúde (ARGENTO, 2010).
Considerando-se as questões de envelhecimento populacional e a consequente
ampliação das demandas sociais relacionadas à velhice, a preocupação com a
qualidade de vida para essa faixa etária está cada vez mais presente. Observa-se
esse fato pelos próprios relatos dos idosos que têm tido um melhor enfrentamento da
velhice (SILVA, 2009).
Baseando-se nestes argumentos supracitados, este trabalho tem por objetivo
identificar os benefícios adquiridos através da prática de atividades físicas, vinculados
a um grupo social.
A capacidade de interagir socialmente é fundamental para o idoso, tendo em
vista sua necessidade de conquistar e manter as redes de apoio social e garantir maior
qualidade de vida (OLIVEIRA, 2009).
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Embora a determinação do envelhecimento segundo a idade cronológica seja a
mais usual, essa tem significado apenas legal ou social, não sendo o melhor critério
para determinar em qual estágio do processo de envelhecimento se encontra o
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deverá chegar a aproximadamente 30 milhões de pessoas em 2020 (cerca de 13%
processo de envelhecimento natural (OMS, 2005).
É bastante frequente vermos autores que utilizam estas duas definições com o
mesmo significado, porém Messy (1999, p. 23) aborda velhice e envelhecimento como
processos distintos:
Se o envelhecimento é o tempo da idade que avança, a velhice é o da idade
avançada, entenda-se, em direção a morte. No discurso atual, a palavra
envelhecimento é quase sempre usada num sentido restrito e em lugar da
velhice. A sinonímia dessas palavras denuncia a denegação de um processo
irreversível que diz respeito a todos nós, do recém-nascido ao ancião.
O envelhecimento é um processo normal que acontece com todos nós com a
passagem do tempo. As doenças são processos anormais e não ocorrem em todas
as pessoas. As características predominantes da velhice são a redução da
capacidade da adaptação, a redução da velocidade de desempenho e o aumento de
suscetibilidade à doença. Uma doença menor da juventude pode se tornar importante,
até fatal, quando ocorre em pessoas idosas (HAYFLICK, 1996).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) atualmente, as condições
crônicas representam 60% de todo ônus decorrente de doenças no mundo e estimase que, em 2020, 80% das doenças nos países em desenvolvimento originarão de
problemas crônicos. A doença em seu estágio crônico acomete o indivíduo e interfere
em sua vida diária normal. Conforme Damião e Ângelo (2004) doença crônica é
definida como uma condição incurável que a) afeta o funcionamento da pessoa por
mais de três meses por ano; b) causa hospitalização que somadas têm duração maior
que um mês ao ano; c) requer o uso de dispositivos permanentes de adaptação.
Segundo Safons e Pereira (2004) 38% dos idosos apresentam, no mínimo, um
tipo de limitação funcional e, aproximadamente, 88% deles tem pelo menos uma
doença crônica. Essas duas condições, somadas ao sedentarismo, comprometem em
muito a capacidade física para o desempenho satisfatório das atividades da vida
diária, aumentando assim o risco de quedas e diminuindo consideravelmente a
qualidade de vida dessas pessoas. “A doença crônica está mais disseminada entre os
idosos (...)” (MORAGAS, 2004).
A participação do idoso em programas de exercício físico regular influência
diretamente no processo de envelhecimento. Dessa forma, com um impacto positivo
sobre a qualidade e expectativa de vida, melhoria das funções orgânicas, garantia de
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indivíduo, pois as fases cronológicas do ser humano nem sempre correspondem ao
prevenção de várias doenças (RAHL, 2007).
3 - METOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, realizada com
25 idosos com faixa etária entre 55 a 80 anos, selecionados aleatoriamente,
pertencentes ao grupo JUVENTUDE ACUMULADA do Serviço Social do CRAS,
localizado no Distrito de Ribeirão de São Domingos-Município de Santa Margarida MG
pertencentes à micro área demarcada pela UBS V. Foi aplicado um questionário
semiaberto no dia 28 de maio de 2015.
De acordo com Gil (2008), a pesquisa descritiva visa à descrição de
características de uma determinada população, fenômeno ou estabelecimento de
relações entre variáveis. Englobando o uso de técnicas padronizadas para coletar os
dados. Após os devidos esclarecimentos foi solicitada a cada participante a assinatura
do TCLE (Termo de Consentimento Livre Esclarecido) autorizando sua participação
na referida pesquisa. Este seguiu as especificações da Lei 196/96, que trata de
pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de
recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo.
Foi aplicado um questionário semiaberto adaptado pelas autoras da pesquisa a
partir de um instrumento elaborado (SILVA, 2009).
Os dados foram tabulados em programa Microsoft Excel e organizados em
forma de tabelas para apresentação dos resultados. No entanto, neste resumo
utilizaram-se apenas descrições percentuais.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dos 45 idosos que participam do grupo Juventude Acumulada do Serviço Social
do CRAS, 25 tiveram a oportunidade de responder nosso questionário, cerca de 56%.
A tabela 1 mostra as características socioeconômicas e estilo de vida da
população investigada.
Tabela 1: Características socioeconômicas e estilo de vida.
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maior independência pessoal e grandes benefícios no controle, tratamento e
N=25
%
1
24
4
96
Estado Civil
Solteiro
Casado
Viuvo
Divorciado
1
14
9
1
4
56
36
4
Aposentados
Não aposentados
21
4
84
16
Tempo de Hipertensão
De 1 a 7 anos
De 8 a 19 anos
20 anos ou mais
8
10
7
32
40
28
Medicamentos Utilizados
Apenas 1
De 2 a 4
9
16
36
64
Doenças Crônicas associadas
Nenhuma
Diabetes
Hipotireoidismo
17
6
2
68
24
8
Hábitos de vida
Etilismo
Tabagismo
0
0
100
100
Padrão do sono
Dorme com ajuda de medicamentos
Normal
Possui Dificuldade para dormir
Pouco sono
Muito sono
Dorme sempre bem
7
6
4
1
1
6
28
24
16
4
4
24
O sexo feminino aparece em predominância com 96% enquanto o masculino
corresponde apenas a 4%. Nunes (2000, p. 1 - 93) explica a maior participação das
idosas em atividades direcionadas:
As mulheres que chegam desejosas de exercer uma liberdade que parece ter
sido cerceada, a princípio pelos pais e, após o casamento, quando nas
funções de mãe e esposa, pelos maridos, mesmo que também tenham tido
uma participação no mercado de trabalho”. Para a autora, as idosas procuram
mais atividades porque muitas foram privadas de muitas coisas em suas
vidas em nome dos filhos, maridos, etc.
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Característica
Gênero
Masculino
Feminino
a expectativa de vida do brasileiro, que nos mais de três anos cresceu mais que na
última década e passando de 69,3 anos, em 1997, para 72,7 anos, em 2007. As
mulheres ainda vivem mais tempo: em média 76,5 anos, contra os 69 anos vividos
pelos homens. Os dados constam na Síntese de Indicadores Sociais (2008), divulgada
pelo IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2008), conforme a tabela 2
mostra abaixo:
Tabela 2 - Síntese de Indicadores Sociais 2008, divulgada pelo IBGE.
Pirâmide Etária
Idade
Santa Margarida
Minas Gerais
Brasil
55 a 59 anos
60 a 64 anos
Homens
294
241
Mulheres
308
244
Homens
441.415
339.165
Mulheres
479.714
376.212
Homens
3.902.183
3.040.897
Mulheres
4.373.673
3.467.956
65 a 69 anos
70 a 74 anos
75 a 79 anos
185
127
101
189
161
95
251.626
191.852
129.276
290.172
233.376
168.843
2.223.953
1.667.289
1.090.455
2.616.639
2.074.165
1.472.860
80 a 84 anos
85 a 89 anos
90 a 94 anos
53
25
9
69
45
22
76.292
34.862
12.469
112.030
56.569
24.269
668.589
310.739
114.961
998.311
508.702
211.589
5
0
11
3
3.332
739
7.576
1.904
31.528
7.245
66.804
16.987
95 a 99 anos
Mais de 100 anos
Fonte: IBGE: Censo Demográfico 2010;
Sobre o estado civil, 56% são casados, 36%viúvos, referente a condição de
solteiros, divorciados, representam cerca de 4% do universo da amostra. Os casais
idosos vivenciam juntos, os processos de envelhecimento; portanto, a maioria deles
aceita as modificações que advêm deste processo e cuida um do outro num oferecer
recíproco de suporte físico e emocional (BERGER, 2003). A viuvez ocorre de forma
especial para as mulheres, pois elas vivem mais que os homens. Sobre a viuvez de
mulheres idosas Rocha et al, (2005) menciona: Além de todas as vicissitudes que a
velhice acarreta, há, muitas vezes, mais este agravante. Isso se dá, de forma especial,
para as mulheres, que geralmente vivem mais que os homens e dificilmente procuram
um novo companheiro. [...] identificamos que, apesar da perda e do sofrimento, essas
idosas estão cada vez mais ativas socialmente, buscando atividades religiosas,
grupos de convivências e viagens.
Os resultados encontrados apontam que 84% dos pesquisados são aposentados
e apenas 16% ainda não. A aposentadoria é um marco social que caracteriza o início
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A faixa etária dos pesquisados está entre 55 e 80 anos. Tais dados comprovam
associa-se a ideia de incapacidade. Como afirma Jordão Netto (1997, p. 65),
Aposentadoria significa uma espécie de atestado oficial “de envelhecimento
do sujeito, um símbolo do ritual de passagem que vai estigmatizá-lo como um
inativo” e decretar, em última análise, sua velhice como agente produtivo e
por extensão, sua velhice também como ator social.
Podemos observar na Figura 1, os principais motivos que levam os idosos a
procurarem o grupo Juventude Acumulada.
4%
4%
20%
48%
Problemas de saúde
Encaminhamento médico
Fazer amizades
Vontade própria
24%
Convite de quem já participava
Figura 1: Principais motivos que levam os idosos a procurarem o grupo Juventude Acumulada.
Dentre as patologias encontradas, 100% são hipertensos e 24% Diabéticos.
Neste universo de hipertensos, 36% tomam pelo menos um tipo de medicamento para
controle da Pressão Arterial - PA, 28% dois tipos, 32% três tipos e 1% quatro tipos.
Identificamos também que 28% sofrem com insônia e só dormem com ajuda de
medicamento.
Na Figura 2, podemos identificar que os idosos apresentaram respostas
praticamente unânimes sobre a maneira que aproveitam a vida de acordo com as
seguintes com as prioridades.
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da terceira idade, porém ao mesmo tempo em que está assegurando um direito,
1%
7%
11%
25%
213
4%
12%
13%
27%
Mantendo o bom humor
Dançando
Fazendo amigos
Convivendo com a família
Participando de grupos
Viajando
Ouvindo música
Conversando
Figura 2: Respostas dos idosos quanto as maneiras que aproveitam a vida.
Em primeiro lugar convivendo com a família. Os resultados confirmam que a
convivência com a família é fundamental para o idoso, Herédia et al (2004) afirma que
“a família satisfaz uma série de necessidades de seus membros, exerce papel
fundamental na saúde do idoso quando lhe proporciona condições de satisfazer suas
necessidades físicas, psíquicas e sociais”. Em segundo lugar, a participação em
grupos e fazendo amigos, o que significa que há, também, a necessidade de
estabelecer sociabilidade fora do âmbito familiar. Uma das formas de aproveitar a
vida, segundo o universo pesquisado são as participações grupais. Isso pode ser
confirmado por (VALLA, 1998), pois no aspecto social devido às perdas de papéis
ocupacionais significativos por parte dos idosos, restringindo a sua participação social,
justifica-se a contribuição da convivência grupal para um envelhecimento saudável e
com qualidade.
Participar de atividades programadas desenvolvidas em grupo faz com que o
idoso pertença a um espaço no qual seus integrantes caracterizam-se pela vontade
de envelhecer ativamente, utilizando o tempo livre. Aqueles idosos que procuram
grupos para sua interação mantêm-se socialmente ativos, com elevada autoestima,
intelectualmente produtivos, com grande rede de amigos, buscando se relacionar e
interagir. Mostrando assim, condições de descobrir-se como agente de mudanças na
velhice (SILVA, 2009).
Podemos perceber que 60% dos entrevistados consideram que têm bastante
preocupação com: a autoestima e autovalorização, enquanto que 40% têm muita
preocupação somente com a autoestima. Sobre este tema Moragas (2004) diz que na
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situa no fazer, no sucesso, no desempenho do papel. Com a maturidade tardia e o
começo da velhice, a valorização realista se baseia em reconhecer a diminuição de
funções e em fazer o que deve ser feito. [...] A autoestima diminui ou aumenta com a
idade? A evidência existente revela que é maior nos idosos do que nos jovens e
aumenta com a idade à medida que a pessoa se torna mais livre para adaptar seu
papel as menores exigências sociais.
A Figura 3 demostra o significado de qualidade de vida para os idosos foi
percebido pela conformidade das respostas, onde 80% responderam que qualidade
de vida é ter saúde. Em segundo lugar, aparece a pratica de atividades físicas
regularmente junto com o convívio social e amigos para conversar. Em terceiro lugar,
sentir-se útil para a sociedade, viver confortavelmente, ter independência física e
econômica.
5%
1%
4%
11%
8%
8%
28%
31%
4%
Viver confortavelmente
Ter bom convívio social e amigos para conversar
Ter saúde
Poder passear e viajar
Sentir-se útil para a sociedade
Sentir-se motivado
Ter projetos pessoais
Praticar atividade física regularmente
Figura 3 - Significado de qualidade de vida para os idosos.
Referente à categoria saúde representa grande importância para os idosos. Isso
se explica, porque nesta fase da vida as limitações e doenças podem ser inúmeras,
assim a saúde acaba tendo maior grau de significação para elas (SILVA, 2009).
Zawadski e Vagatti (2007) citam o exercício físico como de fundamental
importância para esta população idosa, uma vez que possibilita a retomada da
independência física, além de facilitar as relações entre os participantes. Quanto a
prática de atividades físicas, esta aparece como um dos significativos mais
expressivos nas respostas, juntamente com ter convívio social e amigos para
conversar. O reconhecimento das idosas da prática de atividades físicas para um
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juventude, e considerando maior energia física e psíquica, a ênfase da valorização se
atividade exerce. A pessoa que se exercita, melhora sua forma física para desfrutar
sua vida, e disposição para se dedicar a outras atividades, além de ajudar na
diminuição da ingestão de medicamentos (PEREIRA, 2005).
A amizade está associada tanto a sentimentos, como afeição, simpatia e ternura,
quanto a uma relação específica dual ou coletiva, desse modo, está vinculada às
dimensões emocionais, sociais e políticas, podendo ser exercitada entre pessoas,
grupos e nações. Resulta em benefícios, pois implica proteção, compromisso,
fidelidade e aceitação mútua e pressupõe, de certa forma, uma experiência de várias
e novas formas de relações sociais, onde o prazer e o respeito, ao seu próprio prazer
e ao do amigo, estão implícitos (CUBA, 2006).
A alternativa sentir-se útil para a sociedade também apareceu nas respostas.
Talvez esta questão apareça porque o idoso na nossa sociedade existe como pessoa
improdutiva e inútil. A sociedade capitalista impõe muito valor ao mundo do trabalho,
colocando o estigma de que a pessoa só tem significado por sua produtividade
(SILVA, 2009).
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos através dos resultados obtidos neste trabalho que a divulgação de
programas sociais, através de projetos pode contribuir significativamente para
melhoria e potencializarão das capacidades físicas e sócias afetivas dos idosos.
A participação dos idosos nestes projetos comprova que cada vez mais eles
estão aderindo hábitos saudáveis em seu modo de vida, tal que estão conscientes da
necessidade dos mesmos. Idosos com melhores condições de vida e com acesso aos
seus direitos sociais são fundamentais para que os mesmos não sejam vistos como
um problema social e então sofram com o isolamento e abandono.
Os profissionais de saúde, educadores físicos, gestores públicos, podem
trabalhar juntos na mobilização de recursos, para construção e viabilização de
projetos, através de metas que promovam uma população idosa cada vez mais ativa
e com maior qualidade de vida, em consequência ao aumento da expectativa de vida,
e redução progressiva das capacidades funcionais do organismo, o que coloca em
risco a qualidade de vida dos idosos.
REFERÊNCIAS
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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
217
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Acesso em: 01 de junho de 2015.
218
AUTOEXAME DAS MAMAS: CONHECIMENTO E PRÁTICA DAS ACADÊMICAS
DOS CURSOS DE SAÚDE DA FACULDADE VÉRTICE
Bruna Moreira Duarte, Daniela Aparecida de Abreu
– Graduandas em Enfermagem – Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessôa –
Graduada em Enfermagem. Especialista em MBA – Gestão de
Negócios e Pessoas e Saúde Pública. Professora do curso de
Enfermagem da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O estudo teve como objetivo identificar os fatores pelos quais as mulheres no mundo
atual não têm incorporado em suas vidas a prática do autoexame das mamas. Foram
pesquisadas 181 acadêmicas da Faculdade Vértice / Matipó-MG, dos cursos de
saúde, Educação Física, Enfermagem e Farmácia, na faixa etária entre 17 a 56 anos,
presentes em sala nos dias da coleta, independente do período que estavam
cursando. Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário
semiaberto. Os resultados comprovam que há uma divergência entre conhecimento e
prática do autoexame, 81% afirmam conhecer o autoexame das mamas, apenas 36%
o realiza com frequência.
PALAVRAS-CHAVE: Autoexame das mamas; câncer de mama; conhecimento;
prática.
1 - INTRODUÇÃO
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situações diferentes de ameaça aos seus portadores, relacionados à integridade
psicossocial e à incerteza do sucesso no tratamento, com grande potencial de morte
(Paixão et al., 2012).
Para Araújo et al. (2010), os seios exprimem a essência feminina, estão
relacionados com a sexualidade, maternidade e erotismo, além de possuir a função
da amamentação. Qualquer problema relacionado com as mamas contribui para
queda da autoestima feminina e mexe com os seus sentimentos, repercutindo na vida
da mulher.
O autoexame das mamas é um método de detecção precoce do câncer de
mama, podendo ser praticado regulamente pela mulher através da palpação,
permitindo identificar nódulos em crescimento ou não, além de ser uma técnica
segura, inócua e fácil (LEAL, ALMEIDA e LIMA, 2014).
Segundo o INCA (2010) - Instituição Nacional do Câncer mulheres identificaram
o câncer por meio da palpação ocasional em comparação com autoexame
(aproximadamente 65% das mulheres identificam o câncer de mama ao acaso e 35%
por meio do autoexame).
Para Silva, Soares e Rego de Jesus (2013 p. 472):
as três principais estratégias para a detecção precoce do câncer de mama
são: o autoexame das mamas (AEM), o exame clínico anual das mamas e o
exame mamográfico, tal que isoladamente não são suficientes para
identificarem a patologia.
Diante disso, justifica-se a importância do conhecimento e da prática do
autoexame pelas mulheres como método de detecção precoce da doença, pois
quanto mais cedo o diagnostico do câncer, menor o risco da retirada da mama
evitando complicações não só fisiológicas, como também psicológicas, familiares e
sociais. Então devido ao alto índice de mortalidade, será que as mulheres praticam
esse método? O que ainda falta para elas praticarem?
Nesse sentido, esse trabalho tem por objetivo, identificar os fatores pelos quais
as mulheres no mundo atual não têm incorporado em suas vidas a prática do
autoexame das mamas.
Com este estudo pretende-se contribuir para disseminação no meio acadêmico
sobre o autoconhecimento do corpo feminino e suas alterações fisiológicas,
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219
O câncer de mama é uma doença progressiva, que representa em sua trajetória
pública.
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O câncer de mama é uma questão complexa quando se refere a prevenção,
devido a multiplicidade de fatores de abrangência que tornam difícil o controle da
patologia, muitas das vezes possuem um prognostico positivo quando diagnosticado
e tratado oportunamente, portanto as taxas de mortalidades continuam elevadas no
Brasil, por ser diagnosticada em estágios avançados (MATOS, PELLOS e
CARVALHO, 2011).
Liasch e Correia (2011) realizaram um estudo sobre as alterações fisiológicas
e psicológicas que o câncer de mama pode causar nas mulheres e identificar os
fatores que impedem a realização do autoexame das mamas. Foi realizada uma
pesquisa com mulheres entre 40-49 anos de idade em uma cidade de Campo MourãoPR, no mês de outubro de 2008, com aplicação de um questionário semiestruturado
para um grupo de 20 mulheres. Os resultados indicaram que poucas mulheres
realizam o autoexame e outras não realizam por falta de conhecimento.
Araújo et al. (2010), com o objetivo de avaliar o conhecimento das mulheres
acerca do autoexame e sua periodicidade. Realizaram um estudo quantitativo,
desenvolvido numa ESF na cidade de Campina Grande- PB, direcionado a mulheres
entre 30 e 39 anos, no período de 16 a 30 de setembro do ano de 2008. Os resultados
apontaram que a maioria das mulheres apresentam dúvidas em relação ao período
de realização do autoexame das mamas.
Tendo como objeto de pesquisa, as mamas femininas, Goi Junior et al. (2012)
realizaram um estudo com objetivo de identificar a realização do autoexame das
mamas no município de Xangri-La/RS. Foi aplicado questionário com mulheres a partir
dos 20 anos de idade de modo aleatório, entre o período 01/04/2010 e 30/11/2011.
Os resultados mostram que as mulheres com idade mais avançada realizam mais o
autoexame do que as mulheres jovens.
Segundo o estudo dos autores Leal, Almeida e Lima (2014), avaliar o
conhecimento e a prática do autoexame das mamas em usuárias de um centro de
saúde encontra-se em conformidade com objetivo de prevenção através da detecção
de um diagnóstico precoce. Por isso, através da realização deste estudo, buscamos
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especificamente as mamas, uma vez que o câncer de mama é um problema de saúde
do autoexame em acadêmicas dos cursos de Educação Física, Enfermagem e
Farmácia.
3 - REFERENCIAL TEÓRICO
As mamas são anexas da pele, situam-se ventralmente nos músculos da região
peitoral, entre as camadas superficial e profunda da tela subcutânea. São constituídas
de parênquima, estroma e pele. A forma da mama é geralmente cônica, as variações
dependem da quantidade de tecido adiposo, do estado funcional e da idade da mulher
(SLEUTJES, 2008).
Segundo o Ministério da Saúde (2002), as glândulas mamárias têm como
principal função a produção do leite para a amamentação. As mamas representam,
portanto, grande importância para o psicológico da mulher, um papel fundamental na
constituição de sua auto- estima e auto- imagem.
Segundo o INCA (2010), o câncer é raro antes dos 35 anos, acima desta faixa
etária sua incidência cresce progressivamente. Índices mostram um aumento de sua
incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. O
incentivo a mamografia e ao exame clínico prioriza mulheres com idade entre 50 a 69
anos; mulheres com idade entre 40 a 49 devem realizar o exame em caso de
resultados alterados. A rotina dos exames deve-se iniciar a partir dos 35 anos.
Segundo a OMS-Organização Mundial da Saúde, registrou-se um aumento de 10
vezes nas taxas de incidências ajustada por idade nos Registros de Câncer de Base
populacional de diversos continentes na década de 1960 e 1970.
Para Silva e Riul (2011), os principais fatores de risco para o desenvolvimento
de câncer de mama estão relacionados com história familiar, hábitos de vida, fatores
ambientais, menarca precoce (até11 anos), menopausa tardia (a partir dos 55 anos),
e a primeira gestação após os 30 anos. O uso de contraceptivos e a Terapia de
Reposição Hormonal-TRH após a menopausa ainda são situações controversas.
Uma das formas de tratamento para o câncer de mama é a mastectomia, um
procedimento cirúrgico que compreende na remoção parcial ou total das mamas, um
método que mexe com o psicológico e o físico da mulher, por não se reconhecer e
não aceitar o fato de estar doente (OLIVEIRA et al., 2013).
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enfatizar a importância da investigação precoce do câncer de mama através da prática
riscos reconhecidos, sendo que os fatores hereditários não são, em princípio,
passíveis de mudança enquanto os fatores relacionados ao estilo de vida como
sedentarismo, obesidade, etilismo e TRH são modificáveis e adquirindo um hábito de
vida saudável podem reduzir em até 28% o risco de desenvolvimento do câncer de
mama (INCA 2010).
O diagnóstico precoce, o qual é capaz de identificar o tumor em fases iniciais,
pode contribuir para uma boa sobrevida ou até mesmo a cura e um desses métodos
é o autoexame das mamas, ressaltando que este não é o método preventivo, é um
procedimento de detecção precoce simples e de grande eficácia podendo ser
realizado regularmente pela própria mulher (PAIXÃO et al., 2012).
O INCA (2010) orienta a mulher a realizar a auto palpação das mamas sempre
que se sentir confortável para tal procedimento seja no banho, no momento da troca
de roupa, valorizando-se a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. É
importante procurar esclarecimentos médicos sempre que houver dúvidas em relação
aos achados da palpação das mamas.
Conforme Gomes et al. (2012), o autoexame das mamas é uma estratégia de
escolha que auxilia na prevenção secundaria do câncer, pois é um método prático e
permite à própria mulher se examinar, é eficaz praticando se regulamente.
Para Figueiredo et al. (2013), mulheres que realizam o exame regularmente,
registram-se tumores primários menores e menor número de linfonodos auxiliares
invadidos pelo tumor, além de haver também detecção de pequenas mudanças nas
propriedades físicas das mamas, diminuindo assim, a probabilidade de metástase e
aumentando a sobre vida. Estudos demonstram que a sobrevida, em cinco anos, tem
sido de 75% entre as praticantes do autoexame contra 57% entre as não praticantes.
Calil (2015) ressalva a importância do autoexame, pois 80% dos nódulos
mamários são benignos e apenas uma pequena porcentagem de secreções está
relacionada ao câncer. Ainda enfatiza que durante a palpação, deve-se procurar por
caroços (nódulos), secreções mamilares existentes ou retração da pele do complexo
aureolo-mamilar (Bico do seio). As mulheres que observarem alterações devem
procurar por um mastologista, ressaltando que o autoexame das mamas deve ser
realizado na semana após o término da menstruação e, aquelas que não menstruam
podem determinar um dia específico para realizar o procedimento.
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A prevenção primária do câncer está relacionada ao controle dos fatores de
inspeção estática, dinâmica, palpação e expressão. Inspeção estática: a paciente
sentada de frente para o examinador e verifica-se: a simetria, o volume, o aspecto da
pele, as aréolas, os mamilos, o tamanho e o formato das mamas. Inspeção dinâmica:
observa-se a mobilidade das mamas, diante movimentos de levantar e abaixar os
membros superiores, e contração dos músculos peitorais. Palpação: paciente em
decúbito dorsal, mamas devem ser apalpadas no sentido horário procurando nódulos
inclusive na cavidade axilar. Expressão: com os dedos indicadores e polegar,
suavemente, verificar a existência de descarga papilar.
De acordo com Santana (2015), afirmam alguns cuidados importantes na
realização do autoexame. Mensalmente: 7 a 10 dias após o início da menstruação.
Rotina pelas mulheres com mais de 20 anos de idade. A partir da menopausa (última
menstruação): escolher um dia fixo do mês, por exemplo, a data do aniversário.
Lactantes: mensalmente, após o aleitamento, com a mama vazia.
4 - METODOLOGIA
O estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa,
buscando evidenciar mulheres que realizam a prática do autoexame das mamas como
meio para detecção de alguma anormalidade, na possibilidade um possível
diagnóstico precoce. De acordo com Gil (2008), a pesquisa descritiva visa a descrição
de características duma determinada população, fenômeno ou estabelecimento de
relações entre variáveis. Englobando o uso de técnicas padronizadas para coletar os
dados, como questionário e observação sistemática.
A pesquisa teve como público alvo as acadêmicas da Faculdade Vértice /
Matipó-MG, do curso de Educação Física, Enfermagem e Farmácia, O critério de
escolha foram todas as acadêmicas matriculadas e presentes nas salas durante a
aplicação do questionário, entre os dias 13 (treze) de Abril a 06 (seis) de Maio de
2015. Foi realizado previamente um levantamento na secretaria da Faculdade Vértice
para saber o total de matrículas do gênero feminino nos referidos cursos.
A faculdade Vértice é uma instituição de nível superior privado situada à Rua
Bernardo Torres, 180- Bairro do Retiro, no município de Matipó/MG, o qual está
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Segundo Carvalho (2004) o exame das mamas pode ser feito de quatro formas:
uma população 17.639 habitantes. O índice de desenvolvimento é baixo devido ao
grande número de desemprego, uma vez que em sua maioria os cidadãos de Matipó
trabalham em serviços temporários e esporádicos (IBGE 2010).
Foi aplicado um questionário semiaberto elaborado pelos autores dessa
pesquisa, um instrumento de coleta com abordagem de dados socioeconômicos, e 24
perguntas, sendo 7 perguntas abertas para respostas pessoais e 17 com opções de
múltipla escolha e campo para observação pessoal.
A identidade pessoal das acadêmicas pesquisadas foram informados dos
objetivos do estudo e a participação foi concretizada mediante assinatura do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Este seguiu as especificações da Lei
196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o
anonimato e autonomia de recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo.
Os dados foram trabalhados em programa Microsoft Word e Excel 2010 e
organizados em forma de gráficos ou tabelas para apresentação dos resultados.
5 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi realizado um levantamento preliminar, realizado junto à secretaria da
instituição, no dia 25 (vinte e cinco) de março de 2015, o qual constavam 219
(duzentos e dezenove) acadêmicas matriculadas nos cursos de Enfermagem,
Farmácia e Educação Física. Entretanto foram pesquisadas 181 acadêmicas, ou seja
(83%) de todas as matriculadas. A coleta dos dados foi realizada no período de 13
(treze) de Abril a 06 (seis) de Maio de 2015, durante o horário de aula das 19:00 às
22:40 Horas, de segunda a sexta-feira, entre as acadêmicas que se encontravam
presentes. Entretanto, 38 (17%) das acadêmicas matriculadas não tiveram a
oportunidade de responder a questionário, por não estarem presentes.
A tabela 1 mostra as características sócias demográficas das acadêmicas.
Tabela 1: Características sócias demográficas da população investigada
Característica
Faixa Etária
N=181
%
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localizado na região da Zona da Mata numa área aproximadamente 267 Km², com
150
25
5
1
83%
14%
3%
1%
Profissão
Estudante
Com outras ocupações
Na¹
83
79
19
46%
44%
10%
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225
17 a 25
26 a 35
36 a 45
56 a 65
22
151
1
3
4
12%
83%
1%
2%
2%
Religião
Católica
Evangélica
Nenhuma
Na
127
52
1
1
70%
29%
1%
1%
20
160
1
11%
88%
1%
Antecedente
familiar
câncer de mama
Sim
Não
Na
para
¹ NA – Não se aplica.
De acordo com a tabela 1, das 181 acadêmicas pesquisadas estão distribuídas
da seguinte forma: 44% (80) em Enfermagem, 37% (67) em Farmácia e 19% (34) em
Educação física.
A faixa etária varia entre 17 e 56 anos de idade, com prevalência de 83% (150)
entre 17 a 25 anos e 14% (25) entre 26 a 35 anos. Fernandes et al. (2007) evidencia
através de seus estudos, que a maioria das participantes encontram-se com idade
entre 18 e 25 anos, uma vez que o câncer de mama atinge mulheres de todas as
idades, porem nos últimos anos vem atingindo mulheres mais jovens.
Já de acordo com a crença religiosa, 70% são católicas e 29% evangélicas.
Dado compatível com o estudo de Aguiar et al. (2008) onde a maioria das mulheres
sempre possuem alguma crença religiosa. A literatura aponta ainda, que mulheres
religiosas buscam o conforto espiritual para melhor aceitação, motivação e até consolo
diante este tipo de problema.
Conforme os casos de câncer encontrados na família, 88% relataram que não
há nenhum caso, entretanto 12% afirmaram que há casos, sendo que o grau de
parentesco considerado foi: avó, tia, prima, bisavó maternos. Leal, Almeida e Lima
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Situação conjugal
Casada
Solteira
Viúva
Divorciada
Outros
enquanto apenas (4,1%) afirmaram possuir histórico familiar da doença.
Os resultados mostram que a menarca variou entre 10 e 16 anos, prevalecendo
entre 10 e 14 anos de idade, correspondendo a 91%. Esses dados foram evidenciados
no estudo de Silva et al. (2012), quanto à prevalência da menarca entre mulheres
estudadas estavam entre 11 a 14 anos de idade, uma vez que a menarca precoce
constitui um importante fator de risco para o câncer de mama em mulheres.
Os dados da pesquisa apontam que 49% afirmaram não ser etilistas,
coincidindo tais dados com o estudo de Silva, Soares e Rego de Jesus (2013) onde a
maioria dos entrevistados não é etilista.
Em relação ao tabagismo, 94% das acadêmicas não são tabagistas, estudo
comprovado por Silva, Soares e Rego de Jesus (2013) que 90,5% das mulheres não
são tabagistas.
O gráfico mostra que 66% das acadêmicas não praticam atividade física.
Segundo o INCA (2010), estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade
física é possível reduzir o risco de desenvolver câncer de mama.
A figura 5 refere-se ao Índice de Massa Corporal das acadêmicas.
Figura 5: Índice de Massa Corporal das acadêmicas.
Para calcular o Índice de Massa Corporal-IMC, da população em questão foi
usada a fórmula onde o Peso é dividido pela altura ao quadrado, baseando em valores
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(2014), evidenciaram que (95,9%) alegaram não possuir casos de câncer na família
e Estatística (2010), conforme recomendações da OMS, a qual utiliza como forma de
avaliação o perfil antropométrico-nutricional da população adulta. Os resultados
expressaram que ue 25% da população investigada está abaixo do peso, 48% está
com peso ideal e 17% com sobrepeso. Destarte o INCA (2010), a pessoa deve
controlar tanto o ganho de peso quanto o aumento da circunferência abdominal desde
a infância, pois alguns tipos de câncer estão relacionados com hábitos alimentares.
Evidenciando também em estudo, por Rubin et al. (2010) que o controle do ganho de
peso corporal a partir dos 21 anos é de suma importância para a prevenção do câncer.
Quanto ao método contraceptivo mais utilizado, 52% não utilizam nenhum
método contraceptivo e 35% utilizam pílulas. Para o INCA (2010), alguns estudos
relacionam o câncer de mama com o uso prolongado de contraceptivos, antes da
primeira gravidez.
A tabela 2 aponta o conhecimento, a prática e a dificuldades das acadêmicas
na realização do autoexame das mamas.
Tabela 2: Conhecimento, prática e dificuldades para realização do autoexame.
Variáveis
Conhecimento
Sim
Não
NA¹
Fontes de conhecimento
Família
Meios
de
comunicação
eletrônico
ESF²
Campanhas educativas
Escolas/ Faculdade
Trabalho
Outras pessoas
Com o próprio corpo
Já realizou
Prevenção
Não
NA¹
N=181
%
146
34
1
81%
19%
1%
3
25
17
24
12
2
8
9
1
1
34
45
2%
14%
9%
13%
7%
1%
4%
5%
1%
1%
19%
25%
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de referência encontrados em tabela no site do IBGE-Instituto Brasileiro De Geografia
2
8
8
6
14
2
1
2
4
5
1
1
1
117
9
1%
4%
4%
3%
8%
1%
1%
1%
2%
3%
1%
1%
1%
65%
5%
Dificuldades
Idade insuficiente
Desinteresse
Desconhecimento
Não justificou
Não há casos na família
Não foi ao médico
Consulta
periódica
(ginecologista)
NA¹
15
22
11
94
1
1
1
36
8%
12%
6%
52%
1%
1%
1%
20%
¹ NA – Não se aplica.
² ESF – Estratégia de Saúde da Família
Em relação aos dados supracitados, verificou-se um divergência entre
conhecimento e prática do autoexame, ou seja 81% afirmam conhecer o autoexame
das mamas, porem apenas 36% o realiza com frequência. Este dado é evidenciado
por Paixão et al.(2012) no qual a maioria das mulheres também conhecem (74,4%),
entretanto apenas 31,5% não realizam com frequência. Fato que revela a dificuldade
das mulheres em realizar o autoexame das mamas como forma detecção precoce do
câncer.
E quanto à fonte de conhecimento sobre o autoexame das mams, 14% afirmam
conhecê-lo através de meios de comunicação eletrônicos (Internet e TV) e 13% por
meio de campanhas educativas (propaganda, palestra, informativo, cartaz) e 9% por
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Frequência de realização
A cada 6 meses
Anualmente
As vezes
Diariamente
Mensalmente
Durante o banho
Não vê necessidade
Quando lembra
Raramente
Semanalmente
Ginecologista
Sempre que pode
Uma vez
Não realiza
NA¹
onde a mídia é a principal forma de divulgação de informações sobre o autoexame
das mamas. Todavia os profissionais de saúde, por terem mais conhecimento,
acreditam que a propagação de informações exercem maior influencia.
E quanto a dificuldades das acadêmicas de não realizarem o autoexame das
mamas 12% foi por desinteresse, 52% não apresenatram justificativa e 8% acha que
a idade é insuficiente. Contudo, não se evidenciou nenhuma associação significante.
Quanto perguntado as acadêmicas quando elas realizam o autoexame 21%
relataram que é durante o banho. Estudo evidenciado por Goi Junior, Poltronieri e
Xavier (2012) onde o modo preferencial das mulheres para realizar o autoexame das
mamas é durante o banho.
E em relação à maneira de realizar o autoexame das mamas, 8% relataram
realizar deitada na cama, 27% em frente ao espelho. Dados evidenciados por Mendes,
Silveira e Silva (2013) onde 36% informaram que a melhor maneira é em pé diante do
espelho, e 21,5% deitada ou durante o banho.
Diante as alterações que as acadêmicas encontraram durante a realização do
AEM, 8% perceberam a presença de nódulo, e dentre estas, 1% realizou novos
exames, 3% foram ao ginecologista, 1% fizeram o ultrassom e 1% submetram-se a
um procedimento cirúrgico. Este estudo está de acordo com Silva, Soares e Rego de
Jesus (2013), onde 19,7% das 116 entrevistadas detectaram alterações nas mamas.
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da realização do referido trabalho foi possível identificar que a maioria
da amostra pesquisa conhece o autoexame das mamas, entretanto apenas uma
pequena parte dessas o realizam com frequência. Não foram apresentadas
justificativas pela não realização.
Mesmo a maioria pertencendo a uma faixa etária rara para a ocorrencia do
câncer, não podemos esquecer que são mulheres e quanto mais precoce a adesão à
prática frequente do autoexame das mamas, maiores serão as possibilidades de
identificação precoce de qualquer anormalidade e consequentemente um prognóstico
positivo.
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profissionais de saúde. Este estudo é evidenciado por Leal, Almeida e Lima (2014)
entre as acadêmicas pesquisadas, uma vez que serão futuras profissioanis da área
de saúde e consequentemente formadoras de opinião.
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Victor Hugo da Cruz e Magalhães – pós-graduando em Urgência e Emergência.
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessôa – Graduada em Enfermagem.
Especialista em MBA – Gestão de Negócios e Pessoas e Saúde Pública. Professora
do curso de Enfermagem da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo investigar a assistência de enfermagem junto
ao paciente vítima de Intoxicação exógena. Foi realizada uma pesquisa de artigos
para revisão no período de agosto a setembro de 2013, para a elaboração do trabalho,
na plataforma de pesquisa SCIELO - Scientific Electronic Library Online e no site de
busco Google Acadêmico, através de artigos científicos de relevância na área. Com o
presente estudo foi possível concluir que a prevenção é a melhor forma de combate
as intoxicações exógenas. A função da Enfermagem assim como de demais
profissionais da Saúde diante uma vítima de intoxicação exógena, é de grande
importância, em todos os aspectos, desde a parte preventiva até a curativa,
principalmente através da elaboração de ações de detecção e redução de fatores de
risco, a fim de estabelecer estratégias preventivas ao aparecimento de novos casos
de intoxicações.
PALAVRAS-CHAVE: Enfermeiro; Prevenção; Intoxicação Exógena; Assistência de
Enfermagem.
1 - INTRODUÇÃO
Para Jesus et al., (2009), intoxicação é a manifestação, através de sinais e
sintomas, dos efeitos nocivos produzidos em um organismo vivo como resultado da
sua interação com alguma substância química (exógena). As substâncias químicas
podem ser encontradas no ambiente (ar, água, alimentos, plantas, animais peçonhentos ou venenosos etc.) ou isoladas (pesticidas, medicamentos, produtos de uso
industrial, produtos de uso domiciliar etc.).
De acordo com Schvartsman e Schvartsman (1999), apesar da insuficiência de
dados estatísticos, é possível admitir que, no Brasil, a intoxicação aguda constitui
importante problema de saúde pública, particularmente na faixa etária pediátrica. Os
principais agentes responsáveis são os medicamentos, seguidos muito de perto pelas
intoxicações por animais peçonhentos. Seguem-se, de modo expressivo, as
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM EPISÓDIOS DE INTOXICAÇÃO
EXÓGENA: PREVENÇÃO, MONITORAÇÃO E TRATAMENTO.
uso industrial.
E para Lourenço et al., (2008), as intoxicações exógenas se apresentam como
um dos principais acidentes envolvendo crianças, representando aproximadamente
7% de todos os acidentes em crianças menores de cinco anos e estão implicadas em
cerca de 2% de todas as mortes na infância no mundo. Geralmente, as intoxicações
exógenas nessa faixa etária são acidentais e preveníeis, decorrentes de situações
facilitadoras, das características peculiares às fases de desenvolvimento da criança e
do pouco incentivo às medidas preventivas.
As intoxicações exógenas representam um importante problema de saúde
pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde reconhece que não existem
estimativas válidas da incidência de intoxicações em nível mundial, mas especula que
cerca de 500 mil pessoas devam morrer devido a intoxicações a cada ano.
(WERNECK E HASSELMANN, 2005).
Com a expansão das indústrias e utilização de produtos químicos o homem se
viu exposto a estes agentes tanto no trabalho quanto no seu macro ambiente o uso
indevido desta substância gerou danos a sociedade e para o meio ambiente, com
reflexos na saúde pública e ambiental (HOCH, 2012).
Nos últimos tempos, a intoxicação por inalação ou ingestão de matérias tóxicas
constitui um perigo importante para a saúde, sendo uma situação de emergência.
Comumente acontece de forma voluntária ou involuntária. Rotina nos serviços de
urgência e emergência, às vezes são ignoradas ou atendidas de forma equivocada
pelos profissionais, resultando numa piora do quadro de saúde dos pacientes
(TERTO, 2011).
Diante isso se justifica a necessidade de uma equipe de saúde bem preparada
para assistência a situações de emergência a quadros intoxicações, evitando que
ocorra piora do quadro. A equipe necessita estar atualizado, agir de forma integrada.
Este estudo teve como objetivo investigar a assistência de enfermagem junto
ao paciente vítima de Intoxicação exógena.
Com este estudo pretende-se contribuir com a disseminação de informações
para construção de novos conhecimentos, com a finalidade de uma assistência de
Enfermagem satisfatória junto uma paciente vítima de intoxicação.
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intoxicações por produtos domésticos sanitários, pesticidas e produtos químicos de
Foi realizada uma pesquisa de artigos para revisão sobre o assunto no período
de agosto a setembro de 2013, com o objetivo de obter informações para a elaboração
do trabalho.
A consulta foi realizada na plataforma de pesquisa SCIELO - Scientific
Electronic Library Online e no site de busco Google Acadêmico, através de artigos
científicos de relevância na área. Para a pesquisa, foram utilizados termos referentes
a informações sobre a estrutura e cuidados de enfermagem com vítimas de acidentes
ocasionados por Intoxicação, e as palavras-chave utilizadas foram “Intoxicação
Exógena”, “Conduta diante de paciente vítima de Intoxicação”, “Assistência de
Enfermagem em casos de intoxicação exógena”.
A pesquisa resultou na seleção de um total de 16 artigos, dentre os quais foram
selecionados 11 para o desenvolvimento do trabalho, no qual o problema interage
com as seguintes questões: Qual a conduta do Enfermeiro frente ao paciente vítima
de Intoxicação? Como é feito o atendimento do paciente vítima de intoxicação? Será
que as intoxicações estão sendo tratadas pelos profissionais de forma correta e
eficaz? Com este estudo pretende-se conhecer as funções do enfermeiro mediante
vítima de intoxicação exógena.
3 - REVISÃO DE LITERATURA
Atendimento e Avaliação
Os profissionais de enfermagem da Atenção Básica exercem relevante função
na prevenção, através da implementação de programas junto à comunidade, escolas,
creches e no que se refere ao tratamento, através da realização de um plano de
assistência de enfermagem a fim de orientar os pais ou responsáveis quanto ao
atendimento domiciliar (LOURENÇO, FURTADO E BOMFIM, 2008).
De acordo com Hoch (2012), a intoxicação do tipo intencional pode levar a
tentativas suicidas, principalmente a partir da vivência de uma situação de angústia e
conflitos, sendo a fase da adolescência e início da vida adulta o período de maior
vulnerabilidade Novas sensações e experiências em relação ao uso de substâncias
psicoativas consumidas podem ser responsáveis por tais eventos. O comportamento
de tentativa de suicídio ocorre, na maioria das vezes em mulheres, adolescentes e
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2 - METODOLOGIA
(60%) seguido da ingestão de venenos (20%).
O paciente intoxicado difere daqueles assistidos no cotidiano de um
atendimento
de
emergência
em
alguns
aspectos,
clínicos,
patológicos
e
farmacológicos, assim como no relacionamento entre profissional de saúde e
paciente. Na intoxicação para tentativa de autoextermínio, torna-se um desafio a
investigação da história clínica. As informações acerca das substâncias utilizadas, são
pouco confiáveis, assim como quantidades e tempo decorrido. O melhor método para
o diagnóstico e orientação do tratamento pode ser o exame físico detalhado e repetido
sistematicamente. Confrontando sempre a história obtida com os achados do exame
físico. No caso de discordância, levar em consideração as informações do último
(DANTAS et al., 2013).
Segundo Schvartsman e Schvartsman (1999) o atendimento ao paciente
intoxicado, não necessita de obedecer uma ordem sequencial, entretanto mesmo tais
etapas bem delimitadas, sua execução sugere aspectos duvidosos e controversos. As
etapas são as seguintes: I - Avaliação clínica inicial; II - Estabilização; III Reconhecimento
da
toxíndrome
e
identificação
do
agente
causal;
IV
-
Descontaminação; V - Administração de antídotos; VI - Aumento da eliminação do
tóxico absorvido; VII - Tratamento sintomático. Avaliação clínica inicial é o de verificar
a presença de algum distúrbio que represente risco iminente de vida, sendo
indispensável um exame físico rápido e rigoroso, com atenção imediata para avaliar o
padrão respiratório, circulatórios e condições neurológicas. Outros dados como pele,
anexos, temperatura e estado de hidratação, também devem ser incluídos na
observação concomitantemente.
Destarte Dantas et al., (2013), uma condição clínica emergencial que tem
grande tendência à alta mortalidade, é a intoxicação oral por chumbinho, relacionada
ao diagnóstico tardio e à conduta inadequada dos profissionais de saúde, que mesmo
capacitados para esse tipo de atendimento, diante a avaliação sintomática,
diagnóstico e tratamento. O objetivo principal para a tomada de decisões nesses
casos é reduzir as complicações e a mortalidade, através do reconhecimento precoce
dos sinais e sintomas de gravidade após a intoxicação exógena.
Os acidentes por intoxicação desempenham um papel importante no contexto
geral de acidentes devido alta frequência, custos de tratamento, possibilidade de
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adultas jovens, sendo o método mais comum, a ingestão excessiva de medicamentos
SOUZA e MARQUES, 2011).
Durante a avaliação clínica inicial busca-se diminuir a exposição do organismo
ao tóxico, através da redução do tempo e/ou a superfície de exposição, diminuindo a
quantidade do agente químico em contato com o organismo. A conduta deve ser de
acordo com a via de absorção do tóxico. As vias digestiva, respiratória, cutânea e
percutânea são as principais vias de exposição aguda, principalmente nos casos
pediátricos, que na maioria das vezes, a intoxicação ocorre após ingestão de um
produto químico. Os procedimentos de descontaminação conhecidos há muito tempo,
tem sua eficácia questionada, particularmente em virtude de inexistência de
evidencias científicas validas (TERTO 2011).
Os primeiros momentos registrados no acompanhamento de uma criança
intoxicada apontam a necessidade de se avaliar a intervenção dos profissionais de
saúde. A criança tanto pode responder imediatamente ao tratamento estabelecido,
como também requerer cuidados intensivos e prolongados, seja devido ao agente
causal da intoxicação, da circunstância da exposição, da quantidade do agente
presente no organismo ou até pela repercussão sistêmica instalada (TAVARES e
OLIVEIRA, 2012).
De acordo com Tavares e Oliveira (2012), o atendimento inicial nos serviços de
urgência e emergência caracteriza-se pela busca da estabilização das condições
vitais do ser humano, através do suporte à vida, exigindo agilidade e objetividade da
equipe direcionando as ações à manutenção da vida e minimização sequelas. Deve
haver padrões mínimos norteadores das condutas dos profissionais assegurando um
a eficácia no processo de atenção à saúde. Os padrões mínimos podem ser traduzidos
por planos de cuidados facilitadores na ordenação e no direcionamento da qualidade
da assistência. Auxiliam na definição de processos e resultados de intervenções,
devendo ser consideradas as condições estruturais anteriores e a qualidade em que
se desenvolve a assistência oferecida ao indivíduo. Os aspectos técnicos do
atendimento são caracterizados pela existência de protocolos específicos para cada
tipo de intoxicação, com tratamento e medidas de atenção pré-hospitalar e hospitalar,
devem ainda disponibilizar os centros de informação e assistência toxicológica. A
precocidade e a competência técnico-profissional na aplicação destes protocolos
remetem sua eficácia.
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sequelas irreversíveis e também sofrimento causado às vítimas e familiares (SILVA,
de intoxicação aguda, como nas urgências clínicas, requer inicialmente uma avaliação
rápida das condições clínicas do paciente, a fim de identificar e corrigir as situações
de risco iminente de vida, numa sistemática de atendimento seguindo as seguintes
etapas: avaliação e atendimento primário; avaliação clínica e laboratorial, aplicação
de medidas de descontaminação e/ou tratamento específico; tratamento sintomático
ou de suporte. O reconhecimento da síndrome tóxica permite a identificar mais
rapidamente o agente causal e realizar o tratamento adequado, sendo necessário
realizar uma anamnese e um cuidadoso exame físico.
Prevenção e tratamento
Apesar dos avanços na legislação brasileira e das campanhas de orientação
aos consumidores sobre o uso indevido de produtos clandestinos, eles ainda
continuam sendo utilizados pela população, como produtos de limpeza e raticidas.
Para estabelecer uma maior aproximação com as práticas de vida da população,
podemos considerar a necessidade de colocar em relevo tal temática na prática
assistencial dos profissionais de saúde e da enfermagem, como medidas para
educação em saúde (SANTOS et al., 2011).
Lourenço et al.,, 2008 afirma que medidas preventivas têm prosperado
notavelmente na redução da frequência e gravidade do envenenamento em crianças.
A redução na incidência das intoxicações pode ser adquirida através da adoção de
embalagens seguras para medicamentos e produtos químicos. No Brasil o padrão de
consumo de medicamentos, caracteriza-se pela ausência de controle, tanto na
produção quanto na comercialização, o que traz consequências no crescimento das
intoxicações devido a esses agentes tóxicos. Campanhas educativas sobre os
cuidados no uso dos medicamentos, associada à venda com prescrição médica, pode
contribuir para a redução dos casos de intoxicação. A função da enfermagem é
bastante relevante, tanto na prevenção quanto no tratamento das intoxicações na
infância. Tais profissionais podem subsidiar a implementação na prevenção através
de programas em escolas, creches, comunidades e atenção básica à saúde. O
tratamento deve ser realizando através de um plano de assistência de enfermagem à
criança intoxicada, orientando os pais e/ou responsáveis sobre o atendimento
domiciliar da intoxicação.
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Tavares e Oliveira (2012) afirma que a conduta terapêutica diante um quadro
a cada consulta, conciliando tanto o comportamento dos profissionais de saúde
quanto dos pais e dos próprios pacientes, uma maior proteção será fornecida à
criança. Os esforços na prevenção incluem educação dos pais e das crianças,
modificação na embalagem de medicamentos e produtos de limpeza, como também
modificação ambiental, nos aspectos sociais e físicos. É válido ressaltar que a
mudança na conduta dos profissionais da saúde, para que não soneguem
informações preventivas aos pacientes. A grande necessidade de atuarmos de forma
mais efetiva na prevenção ativa, é evidenciada através dos poucos dados e
informação, ou seja, desconhecimento do assunto.
Hoch 2012 relata a possibilidade dos órgãos de saúde responsável, mesmo os
profissionais de saúde, elaborar ações de detecção e redução dos fatores de risco
com o intuito de estabelecer estratégias preventivas ao aparecimento de novos casos
de intoxicações.
Conforme Tavares e Oliveira, (2012), a prevenção das infecções hospitalares
também deve ser orientada entre os profissionais de saúde para realização dos
procedimentos, devendo adotar procedimentos de precaução padrão, para proteção
e prevenção de infecção cruzada: lavagem ou higienização das mãos antes e após
qualquer procedimento e uso de luvas, avental, máscara e óculos de proteção para
realização de procedimentos invasivos.
Considerando em especial a atuação do profissional de enfermagem, cabe a
ele compreender o paciente e a família como um todo, através de um preparo
adequado, com a capacidade de ouvir atenciosamente, para fornecer suporte
profissional e pessoal com vistas a diminuir o sofrimento, angústia e desespero
enfrentados pela família e pelo indivíduo que vivencia a situação de autointoxicação.
Apenas os casos de intoxicação exógena que chegam ao serviço de saúde são
notificados, não podendo desconsiderar a subnotificação. Apesar das dificuldades
metodológicas presentes na medição da verdadeira magnitude do fenômeno, tais
resultados sugerem haver tentativas de suicídio, especialmente entre adolescentes e
adultos jovens, constituindo-se de um importante problema de saúde pública, o qual
demanda esforços contínuos de pesquisa, buscando identificar fatores de risco que
possam contribuir para o desenvolvimento de estratégias preventivas e assistenciais
(HOCH, 2012).
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Salerno et al., 2008 diz que se atitudes básicas de prevenção forem orientadas
atendimento:
passagem
de
sonda
nasogástrica
(SNG),
lavagem
gástrica,
monitorização e oximetria de pulso, aferição de sinais vitais, intubação endotraqueal,
aspiração traqueal e utilização de cateter nasal e máscara de Venturi como fonte de
oxigênio. Um tratamento específico pode englobar a atropinização e o uso de carvão
ativado por via oral ou SNG.
Em estudo realizado por Santos et al., (2011), sobre a gravidade de
intoxicações por saneantes clandestinos (33%) necessitaram de internação
hospitalar, sendo (64,1%) internados em enfermaria, necessitando de conduta
terapêutica com cuidados de enfermagem para pessoas independentes ou sem
dependentes e monitorização contínua a pacientes com moderada ou potencial
instabilidade fisiológica, já os casos que necessitaram assistência médica e de
enfermagem nesta unidade (12%) evoluíram para óbito.
Quanto aos pacientes
internados na UTI (35,8%) apresentaram condições críticas, potencialmente
recuperáveis, que se beneficiem de cuidados detalhados e intensivos de enfermagem
e tratamento médico com a utilização ampla de recursos tecnológicos, mas mesmo
assim (14,2%) faleceram.
Salerno et al., 2008 considera a obrigação do médico e demais profissionais de
saúde, verificar o conhecimento dos pacientes sobre prevenção, informá-los das
situações potencialmente perigosas, instruindo-os sobre medidas preventivas. De
esse modo levantar um diagnóstico da situação a respeito da prevenção das
intoxicações no ambiente domiciliar e em consultas é de grande significância para que
a atuação seja mais crítica e eficaz neste problema.
Lourenço et al., 2008 ainda ressalta que os profissionais de enfermagem
exercem relevantes funções preventivas e curativas no tratamento das intoxicações,
subsidiando a implementação de programas nas escolas, nas creches, nas
comunidades e na atenção básica à saúde quanto às maneiras de prevenção e no
que se refere ao tratamento, realizando um plano de assistência de enfermagem à
criança intoxicada e orientando os pais e/ou responsáveis quanto ao atendimento
domiciliar da intoxicação.
Diante medidas inespecíficas ou sintomáticas, no processo do tratamento de
sinais e sintomas, padrões foram estabelecidos para a avaliação a dor, a ocorrência
de náusea e vômito, de hipotermia e hipertermia. Uma das dificuldades encontradas
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Dantas et al., (2013) cita como procedimentos realizados durante o
evidenciadas em saúde e enfermagem voltados para o atendimento inicial ao
intoxicado. A realização de novos estudos os quais visem o intoxicado, e não somente
o agente causal da intoxicação, porventura possa contribuir para criação de um
protocolo padrão direcionada à assistência; entretanto a prevenção de novos casos
de intoxicação, começando pelo processo de assistência, ressaltada em todas as
pesquisas no campo da toxicologia clínica (TAVARES e OLIVEIRA, 2012).
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o presente estudo é possível concluir que a prevenção é a melhor forma
de combate as intoxicações exógenas. A função da Enfermagem assim como de
demais profissionais da Saúde diante uma vítima de intoxicação exógena, é de grande
importância, em todos os aspectos, desde a parte preventiva até a curativa.
O aperfeiçoamento dos profissionais envolvidos neste processo é fundamental,
assim como os dados e as notificações dos casos, que muitas vezes se encontram
em sua grande parte subnotificados. Estamos diante um problema que necessita de
maior incentivo a pesquisas.
REFERÊNCIAS
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exógena por “chumbinho” na abordagem inicial em serviço de emergência. Rev.
Eletr.
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Disponível
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JESUS Hiane Santos de, BELTRÃO Henrique de Barros Moreira e ASSIS Dalva Maria
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saúde do trabalhador no Brasil entre 2007 e 2009, cad. Saúde colet. 2012, Rio de
Janeiro. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cadsc/v20n4/v20n4a16.pdf Acesso
em: 07. Ago. 2013.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
243
na realização deste estudo foi a inexistência de documentos e referências
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Situação sobre a prevenção de intoxicações exógenas em ambulatório de
pediatria na década de 90, Scientia Medica, Porto Alegre, v.18, n.2, p. 66-77, abr/jun.
2008. Acesso em: 07. Ago. 2013.
SANTOS, Jessica Adrielle Teixeira, et al. Gravidade de intoxicações por saneantes
clandestinos. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2011; 20 (Esp): 247-54.
http://www.scielo.br/pdf/tce/v20nspe/v20nspea31.pdf Acesso em: 07. Ago. 2013.
SCHVARTSMAN Claudio e SCHVARTSMAN Samuel, Intoxicações exógenas
agudas, Pediatria/Criança, J pediatria rio de janeiro 1999. Disponível em:
http://www.nesc.ufrj.br/cursos/saudetrab/INTOXICACOES.AGUDAS.pdf Acesso em:
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http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/rbcs/article/view/7375/5816 Acesso em: 02. Set.
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TAVARES, Erika Okuda, OLIVEIRA, Magda Lúcia Félix de. Padrões mínimos de
atendimento inicial à urgência toxicológica para abordagem à criança
intoxicada.
Rev
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2012;
13(1):147-57.Disponível
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http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/26/22 Acesso em:
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TERTO Eny Beatriz Camponez, Terapia com surfactante exógeno na síndrome do
desconforto respiratório em recém nascidos, artigo publicado em 14/11/2011.
Disponível em : http://interfisio.com.br/?artigo&ID=451&url=Terapia-com-SurfactanteExogeno-na-Sindrome-do-Desconforto-Respiratorio-em-Recem-Nascidos
Acesso
em: 02. Set. 2013.
WERNECK, Guilherme Loureiro e HASSELMANN, Maria Helena. Intoxicações
exógenas em crianças menores de seis anos atendidas em hospitais da região
metropolitana do Rio de Janeiro. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. 2009, vol.55, n.3,
pp.
302-307.
ISSN
0104-4230.
Disponível
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http://www.scielo.br/pdf/ramb/v55n3/v55n3a23.pdf Acesso em: 02. Set. 2013.
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
244
LOURENÇO Juliana, FURTADO Betise Mery Alencar e BONFIM Cristine,
Intoxicações exógenas em crianças atendidas em uma unidade de emergência
pediátrica. Revista ACTA Paulista Enfermagem, 2008. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ape/v21n2/pt_a08v21n2.pdf Acesso em: 03. Ago. 2013.
245
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Eliziane Gomes Vieira e Luana Conceição Marques Graduandas em Enfermagem- Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX
Deisy Mendes Silva- Graduada em Enfermagem, especialista
em Enfermagem do Trabalho e em Saúde da FamíliaProfessora da Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX.
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo identificar o nível de conhecimento de mulheres
entre 25 e 64 anos residentes nas cidades de Matipó e Rio Casca, a respeito da
importância da realização do exame preventivo Papanicolaou. Para a coleta de dados,
foi realizada uma pesquisa do tipo quantitativo-descritiva, aplicada por meio de um
questionário contendo 27 perguntas divididas em abertas e fechadas. Os resultados
mostraram-se satisfatórios quanto ao nível de conhecimento, porém preocupantes em
relação a alguns hábitos das entrevistadas, como o fumo, a não utilização de
preservativos e o início da atividade sexual precoce.
PALAVRAS-CHAVE: exame preventivo Papanicolaou; câncer do colo uterino;
conhecimento de mulheres.
1. INTRODUÇÃO
O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do
epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente e podendo
invadir estruturas e órgãos próximos ou distantes. É uma doença de desenvolvimento
lento, que pode, inicialmente, ser assintomática e evoluir para quadros de
sangramento vaginal temporário ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal
e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais nos casos mais
avançados (INCA 2008). No Brasil, o câncer do colo uterino é o 3º tipo de câncer mais
comum na população feminina ficando atrás apenas dos tumores de pele não
melanoma (INCA 2015).
O exame preventivo Papanicolaou, é utilizado como medida de rastreamento
do câncer do colo uterino e de algumas doenças sexualmente transmissíveis, como
por exemplo, o Papilomavírus Humano (HPV), considerado o causador de grande
parte das lesões precursoras do câncer uterino (MS, 2006).
Leal et al. (2010), cita que diversos são os fatores associados ao
desenvolvimento do câncer do colo do útero, tendo como principal desencadeador da
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NÍVEL DE CONHECIMENTO DE MULHERES ENTRE 25 E 64 ANOS DAS
CIDADES DE MATIPÓ E RIO CASCA A RESPEITO DA IMPORTÂNCIA DA
REALIZAÇÃO DO EXAME PREVENTIVO PAPANICOLAOU.
lesão precursora do câncer de colo do útero.
Diante do fato de que o câncer do colo uterino poder ser considerado um
problema de saúde pública e sabendo que pode ser diagnosticado/rastreado
precocemente através do exame preventivo Papanicolaou, surgiu o interesse em
realizar o trabalho de identificar o nível de conhecimento de mulheres entre 25 e 64
anos das cidades de Matipó e Rio Casca, a respeito da importância da realização do
exame preventivo Papanicolaou. O presente trabalho possui como objetivo, apontar o
nível de conhecimento dessas mulheres a respeito do exame, mostrando qual (ais)
principal (ais) motivos da não realização do mesmo e fazer a comparação dos dados
colhidos entre as cidades citadas. Visou-se conhecer a realidade vivida por essas
mulheres e compreender suas experiências e opiniões acerca do assunto tratado.
Baseando-se no fato de que o exame preventivo Papanicolaou é o principal
método de detecção desse tipo de câncer, é de fácil acesso e é disponibilizado pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), parte-se das seguintes questões norteadoras: Qual
o real nível de conhecimento das entrevistadas em relação ao exame preventivo
Papanicolaou? O nível socioeconômico dessas mulheres interfere/ influencia no
conhecimento do assunto?
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A realização do exame preventivo Papanicolaou tem sido a principal maneira
de detecção precoce do câncer do colo uterino e tem modificado efetivamente as taxas
de incidência e mortalidade na população feminina por este câncer.
Barbeiro et al. (2009), realizou uma pesquisa em uma escola de ensino
fundamental e médio na cidade de Niterói/ RJ com o objetivo de obter das
pesquisadas, o saber que elas tinham sobre o exame Papanicolaou, influências
culturais e problemas evidenciados sobre a realização do exame. De acordo com os
resultados da pesquisa, 52% relataram vergonha e 14% desconforto em relação à
realização do exame preventivo.
Em um estudo realizado por Davim et al. (2005), sobre o conhecimento de
mulheres de uma UBS da cidade de Natal/RN sobre o exame de Papanicolaou, teve
como objetivos identificar o conhecimento dessas usuárias a respeito do exame e as
causas que as levavam a não se submeterem ao exame. Ficou evidenciado neste
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doença, a infecção pelo HPV, microrganismo associado à maior parte dos casos de
do útero, trabalhar ações que contribuam para o impacto sobre a morbimortalidade da
doença, estando o profissional atento para a captação de mulheres integrantes do
grupo de risco e das que estão na faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde.
Ferreira (2009) realizou um estudo sobre os motivos que influenciaram as
mulheres a não realizarem o exame Papanicolaou em um centro de Saúde Escola da
Faculdade de Medicina de Botucatu com pacientes que se apresentaram ao centro de
saúde para realizar o exame preventivo pela primeira vez. De acordo com seu estudo,
partes das entrevistadas relataram não achar necessário fazer o exame devido ao fato
de nunca o terem realizado antes ou pela idade em que já estavam. Outro fato
interessante neste estudo, é de que os sentimentos de medo, vergonha e
constrangimento prevalecem entre a maioria das pacientes.
O diferencial do estudo a ser apresentado, é justamente mostrar a importância
da realização do exame preventivo Papanicolaou para a saúde da mulher, destacando
o nível de conhecimento das entrevistadas nas duas cidades de Matipó e Rio Casca
fazendo uma comparação de dados colhidos, que poderão futuramente ser usados
como base para implementação ou aprimoramento de programas e ações de
prevenção ao câncer do colo uterino nas cidades.
2.1- REFERENCIAL TEÓRICO
O útero é um órgão ímpar localizado entre a bexiga urinária e o reto (RUIZ,
2015). É envolvido pelo ligamento largo e tem em geral a forma de uma pera invertida,
se dividindo em quatro partes: fundo, corpo, istmo e cérvix ou colo. Este último faz
projeção na vagina e com ela se comunica pelo óstio do útero. O útero varia de forma,
tamanho, posição e estrutura dependendo da idade, paridade, estado de plenitude ou
vacuidade da bexiga e estado de gestação (SLEUTJES, 2008).
De acordo com a Revista Brasileira de Cancerologia (2002), a realização do
exame citopatológico Papanicolaou tem sido reconhecida mundialmente como uma
estratégia segura e eficiente para a detecção precoce do câncer do colo do útero na
população feminina e tem modificado efetivamente as taxas de incidência e
mortalidade por este câncer.
De acordo com o Manual Técnico Profissional da Saúde do Ministério da
Saúde (2002), o câncer do colo do útero acomete geralmente grupos com maior
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estudo que cabe ao enfermeiro atuante em prevenção e controle do câncer do colo
serviços para detecção e tratamento precoce da doença advindo de dificuldades
econômicas e geográficas, insuficiência de serviços e questões culturais, como medo
e preconceito dos companheiros. O mesmo manual cita como principais fatores de
risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero a idade precoce na primeira
relação sexual; multiplicidade de parceiros; história de DST’s da mulher ou do
parceiro; infecção pelo vírus HPV (principal fator de risco para o câncer do colo do
útero); multiparidade; tabagismo; dentre outros.
Os vírus HPV, são capazes de infectar a pele ou mucosas. O HPV de tipos 16
e 18, são responsáveis pela maioria dos casos de câncer do colo do útero no mundo,
cerca de 70%. (MS, 2013).
O exame preventivo Papanicolaou é indolor, simples e rápido. O material
colhido é colocado em uma lâmina para análise em laboratório de citopatologia. Para
melhor garantir o resultado do exame, a mulher deve tomar os seguintes cuidados:
não ter relações sexuais no dia anterior ao exame, mesmo com o uso de
preservativos; evitar utilizar duchas; evitar o uso de medicamentos vaginais e
anticoncepcionais locais nas 48 horas antecedentes ao exame; não estar menstruada
(INCA 2015).
A resolução COFEN nº 381/2011, assegura que o exame preventivo
Papanicolaou, é privativo do Enfermeiro observado as disposições legais da profissão.
Ressalta ainda que o profissional deverá estar dotado dos conhecimentos,
competências e habilidades que garantam rigor técnico-científico ao procedimento,
atentando para a capacitação contínua necessária à sua realização (COFEN, 2011).
3. METODOLOGIA
Um estudo realizado por Castro (2010) revelou que apesar de o exame
preventivo Papanicolaou poder ser realizado facilmente e apresentar baixo custo e
fácil acesso, um dos principais motivos para a não realização do exame é o
desconhecimento, fato que faz com que muitas mulheres procurem o serviço apenas
quando há sinais e sintomas.
Este trabalho trata-se de uma pesquisa descritivo-exploratória, embasada em
uma coleta de dados em campo de pesquisa nas Unidades Básicas de Saúde de
Matipó e Rio Casca, com a finalidade de alcançar o objetivo proposto pelas autoras
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vulnerabilidade social, onde se concentram as maiores barreiras de acesso à rede de
Papanicolaou.
De acordo com Gil (2008), a pesquisa exploratória busca explicitar o
problema, podendo envolver pesquisa bibliográfica e entrevistas, podendo assumir
forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Descrever as características de
determinadas populações ou fenômenos, é o objetivo da pesquisa descritiva. Sua
peculiaridade está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais
como o questionário e a observação sistemática.
Para a coleta de dados, elaborou-se um questionário com 27 perguntas entre
abertas e fechadas, a fim de obter o maior número de informações relevantes possível.
Estes questionários foram aplicados nos meses de março e abril de 2015.
Além da pesquisa descritivo-exploratória, foi realizado um levantamento de
dados nos sites do Instituto Nacional do Câncer (INCA), na Biblioteca Virtual do
Ministério da Saúde (BVMS), e em artigos publicados que continham o tema a ser
tratado. Serviu também como fonte de pesquisas, manuais elaborados pelo Ministério
da Saúde destinados à população em geral e específicos para profissionais da saúde.
As mulheres entrevistadas foram informadas do objetivo do trabalho,
confirmando sua participação no mesmo mediante a assinatura de um termo de
consentimento cedido pela Instituição, que atende ás especificações da resolução
196/96 que trata da pesquisa envolvendo seres humanos, assegurando-lhes
autoridade, não maleficência, beneficência e justiça e assegurando também os
direitos e deveres relacionados à comunidade cientifica, aos sujeitos da pesquisa e
ao Estado (BRASIL, 1996).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram entrevistadas no total, 30 mulheres, 15 residentes em Matipó e 15 na
cidade de Rio Casca. A idade das mulheres foi definida de acordo com a idade
preconizada pelo Ministério da Saúde que é dos 25 aos 64 anos.
A tabela 1 mostra as características sociais das mulheres entrevistadas nas
cidades de Matipó e Rio Casca.
Tabela 1: Características sociais das mulheres entrevistadas nas cidades.
MATIPÓ
CARACTERÍSTICA
N=15
%
RIO CASCA
CARACTERÍSTICA N=15
%
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dessa pesquisa, ressaltando a importância da realização do exame preventivo
%
FAIXA ETÁRIA
N=15
%
25-35
09
60%
25-35
05
33,3%
36-45
05
33,33%
36-45
05
33,3%
46-55
01
6,67%
46-55
04
26,67%
56-64
00
0,0
56-64
01
6,67%
N-15
%
N=15
%
SOLTEIRA
04
26,67%
SOLTEIRA
05
33,3%
CASADA
09
60%
CASADA
08
53,33%
VIÚVA
01
6,67%
VIÚVA
02
13,3
UNIÃO ESTÁVEL
01
6,67%
00
0,0
N=15
%
ESTADO CIVIL
ESTADO CIVIL
UNIÃO
ESTÁVEL
ETNIA
N=15
%
ETNIA
BRANCA
02
13,33%
BRANCA
05
33,33%
PARDA
10
66,67%
PARDA
04
26,66%
NEGRA
03
20%
NEGRA
06
40%
Em relação ás características sociais da população estudada, observou-se
que mais da metade eram casadas, 60% em Matipó e 53,33% em Rio Casca. Mais da
metade das entrevistadas de Matipó estavam na faixa etária entre 25 e 35 anos (60%),
e, em Rio Casca, 33,33% das mulheres estavam nesta faixa etária. Carvalho e
Queiroz (2011) mostraram em seu estudo que, no que se referem à situação conjugal,
mulheres casadas estão mais associadas à infecção pelo vírus HPV, pelo fato de não
utilizarem preservativos durante relações sexuais.
A tabela 2 mostra as características das entrevistadas das duas cidades a
respeito da renda mensal em salários, ocupação e escolaridade.
Tabela 2: características das entrevistadas a respeito da renda mensal em salários, ocupação e
escolaridade.
MATIPÓ
CARACTERÍSTICA
N=15
%
RENDA MENSAL (S)
N=15
%
-1
02
13,33%
1
08
2
RIO CASCA
CARACTERÍSTICA
N=15
RENDA MENSAL
%
N=15
%
-1
02
13,33%
53,33%
1
08
53,33%
03
20%
2
03
20%
3
01
6,67%
3
01
6,67%
+4
01
6,67%
+4
01
6,67%
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
251
FAIXA ETÁRIA
N=15
%
DOMÉSTICA
05
33,3%
BALCONISTA
03
FUNC.PÚBLICA
LAVRADORA
N=15
%
DOMÉSTICA
07
46,6%
20%
BALCONISTA
04
26,7%
06
40%
FUNC.PÚBLICA
04
26,7%
01
6,7%
LAVRADORA
00
00
N=15
%
N=15
%
NUNCA ESTUDOU
00
00
NUNCA ESTUDOU
01
6,7%
ENS.FUND.INCOMPLETO
03
20%
ENS.FUND.INCOMPLETO
03
20%
ENS.MED.INCOMPLETO
05
33,3%
ENS.MED.INCOMPLETO
00
00
ENS.MED.COMPLETO
05
33,3%
ENS.MED.COMPLETO
10
66,6%
ENS.SUP.COMPLETO
02
13,4%
ENS.SUP.COMPLETO
01
6,7%
ESCOLARIDADE
OCUPAÇÃO
ESCOLARIDADE
Quanto ao grau de escolaridade das entrevistadas, pode se observar que
prevaleceu na cidade de Matipó o ensino médio incompleto e completo ambos com
33,33%, enquanto que na cidade de Rio Casca, prevaleceu o ensino médio completo
com 66,66%. Estes dados contrastam com um estudo realizado por Leal et al. (2003),
que mostrou que 51,2% das entrevistadas, possuíam apenas o primeiro grau
incompleto e que lesões uterinas eram mais comuns em mulheres com menor grau
de escolaridade.
A figura 1 mostra a faixa etária de início da atividade sexual das mulheres
entrevistadas.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
93%
86%
14%
7%
Antes dos 15
anos
Entre 16 e 25
anos
Matipó
Rio Casca
Figura 1: Resultado para a questão sobre o início da atividade sexual das
entrevistadas de Matipó e Rio Casca.
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252
OCUPAÇÃO
15 anos de idade. Coelho (2013), cita em seu estudo que o início da atividade sexual
precoce é um dos principais fatores para o desenvolvimento do câncer uterino.
Em relação ao uso de preservativos nas relações sexuais 33,33% das
mulheres de Matipó e 40% das de Rio Casca relataram fazer o uso do mesmo,
enquanto que, 66,67% de Matipó e 60% de Rio Casca mantém relação desprotegida.
Ainda de acordo com Coelho (2013), um dos principais cofatores para o aumento da
oncogenicidade do vírus HPV é a variedade de parceiros da mulher durante sua vida
sexual ativa e a não utilização de preservativos nas relações sexuais.
Quando questionadas sobre a importância da realização do exame
preventivo, nas duas cidades 100% das entrevistadas responderam que sabiam qual
a finalidade do exame e sua importância para a saúde da mulher. O INCA (2000)
preconiza que o exame preventivo do câncer do colo do útero deve ser realizado
seguindo o esquema: mulheres entre 25 e 64 anos ou que já tenham iniciado a vida
sexual, devem submeter-se ao exame anualmente. Após dois exames consecutivos
com resultados negativos para displasia ou neoplasia passará a realizar o exame a
cada três anos.
Em relação ás mulheres que responderam não realizar o exame anualmente,
questionamos os motivos das mesmas não realizarem o exame com mais frequência.
A maioria das entrevistadas respondeu não realizar o exame com maior frequência
por vergonha e por não gostarem de realizá-lo. Corroborando com nossos achados, o
estudo realizado por Ferreira (2009), evidenciou que a maior parte das entrevistadas
relatou sentimento de vergonha em relação é realização do exame. As mulheres que
não responderam representam a maioria neste caso, pois as mesmas representam a
parte das que realizam o exame com maior frequência.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho procurou evidenciar o conhecimento das mulheres das cidades
de Matipó e Rio Casca, a respeito da importância da realização do exame preventivo
Papanicolaou. Identificar o nível de conhecimento e os motivos da não realização do
exame por parte de algumas mulheres é o primeiro passo para a realização de ações
e intervenções de Enfermagem a respeito do assunto.
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Observa-se que a minoria das entrevistadas iniciou a vida sexual antes dos
preventivo, podemos considerar que este está em nível satisfatório, visto a maioria
das mulheres responderam saber a importância do exame para sua saúde,
apontando-o como um meio de prevenção do câncer uterino e de identificação de
DST. Porém, não podemos desconsiderar o fato de que mesmo que em minoria,
algumas entrevistadas relataram não usar preservativos nas relações sexuais e que
já possuíram mais de um parceiro até o momento da pesquisa. Este fato é
preocupante, pois a não utilização de preservativos e a variedade de parceiros
contribui para o aumento das chances de contato com o vírus HPV, e
consequentemente, maior possibilidade de desenvolvimento do câncer uterino.
Considerando que foi estudada uma pequena amostra da população e que
uma minoria não possui escolaridade completa, concluímos que nas cidades de
Matipó e Rio Casca, o fato de menor nível de escolaridade e desfavorecimento social
não implicam no conhecimento das mulheres a respeito do exame, pois através dos
questionários foi observado que, mesmo possuindo pouca escolaridade, estas
mulheres sabem o que é e para que serve o exame preventivo.
Em relação aos motivos da não realização do exame, observamos que a
maioria não o faz por vergonha. Diante disso, podemos destacar então a importância
do serviço de Enfermagem no que diz respeito à tentativa de mudar a visão dessas
mulheres em relação ao exame, um serviço educativo e informativo. Os enfermeiros
possuem um papel fundamental na prevenção, devendo exercer um papel de
educador trabalhando na questão do conhecimento das representações sociais que
influenciam as mulheres no cuidado de si.
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Ritchelly Wiliace Sampaio – Graduando em Educação Física – Faculdade Vértice
– UNIVÉRTIX;
Tallysson da Silva Dutra – Graduando em Educação Física – Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX;
Márcia Paula de Miranda Florindo – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal
Training;
Luiza de Abreu Costa – Bacharel em Enfermagem, Especialista em Enfermagem
do Trabalho, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX;
Daniel Vieira Ferreira – Licenciado em Matemática, Mestre em Educação
Matemática, Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX;
André Salustiano Bispo – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Mestre em
Ciências da Reabilitação, Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX;
Fábio Florindo Soares – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista
em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training,
Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
A obesidade é considerada uma epidemia e afeta mais de 300 milhões de pessoas
em todo o mundo. Portanto, a identificação e intervenção precoce do sobrepeso em
crianças e adolescentes são consideradas um fator importante para a diminuição das
complicações derivadas da obesidade em adultos (WHO, 2012). Partindo deste
princípio, o estudo apresentado teve como objetivo avaliar a adiposidade corporal de
adolescentes e correlacionar os resultados entre o método do Índice de Massa
Corpórea (IMC) e do Índice de Adiposidade Corporal (IAC). Foram utilizados como
instrumento de pesquisa, avaliações de IMC e o IAC com 100 adolescentes de ambos
os sexos de uma escola pública na cidade de Matipó, em que concluímos que a
maioria da amostra pode ser classificada em um patamar de normalidade quanto ao
IMC e ao IAC, apesar de uma variação de 13 pontos percentuais no quadro de
sobrepeso e obesidade quando correlacionados.
PALAVRAS-CHAVE: Antropometria, Sobrepeso, Obesidade, Adiposidade.
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos 30 anos, as prevalências de sobrepeso e obesidade em
populações adultas vêm crescendo não só em países desenvolvidos como também
nos países em desenvolvimento. Tal fato é também verificado em estudos com
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INDICADORES DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO
MÉDIO - COMPARAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC) E O
ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL (IAC)
epidêmicas (FISBERG, 2004). Apesar de não ser um fenômeno recente na história da
humanidade, a obesidade nunca atingiu proporções tão altas como observado
atualmente. “Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a obesidade é
considerada importante problema de saúde pública em todo o mundo” (ABRANTES,
LAMOUNIER E COLOSIMO, 2002).
Além do aparecimento de diversas patologias, as consequências da obesidade
na infância acarretam distúrbios biopsicossociais como discriminação, autoimagem
negativa, depressão e socialização diminuída (FISBERG, 2005).
Portanto, a
identificação e intervenção precoce do excesso de peso em crianças e adolescentes
são consideradas um fator importante para a diminuição das complicações derivadas
da obesidade em adultos, (GIULIANO E CARNEIRO, 2004).
O Índice de Massa Corporal (IMC) na antropometria é considerado um método
confiável para classificar o estado nutricional. Além de ser barato e não evasivo esse
método tem uma boa aceitação pela população. Os índices antropométricos são
obtidos a partir da combinação de duas ou mais informações antropométricas básicas
como: sexo, peso, idade e altura, sendo o IMC, o mais utilizado para mensuração do
grau de sobrepeso e obesidade. (ABRANTES, LAMOUNIER E COLOSIMO, 2002;
SOARES, 2003; VANZELII, 2008;).
No entanto, considerando o Índice de Massa Corporal (IMC) como uma baixa
sensibilidade na avaliação do excesso de tecido adiposo em adolescentes, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a associação de outras medidas
antropométricas, tais como: prega cutânea tricipital (PCT) e prega cutânea
subescapular (PCSE), visando à classificação do estado nutricional (VARGAS, 2007).
De acordo com Sigulen et al. (2000), a validade do IMC está correlacionada
com a gordura corporal, principalmente com a gordura interna, podendo esta, ser
associada ao desenvolvimento de doença crônica. Uma das limitações do uso do IMC
é porque ele não distingue a massa de gordura da massa magra, dificultando a
diferenciação entre o sobrepeso com excesso de gordura daquele com hipertrofia da
massa muscular, como é o caso de atletas.
Na procura por novas ferramentas para a mensuração do sobrepeso e a
obesidade, surge um novo método de medição da adiposidade corporal, o Índice de
Adiposidade Corporal (IAC), que estima o percentual de gordura através de uma
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crianças e adolescentes, conferindo ao excesso de gordura corporal proporções
(BERGMAN et al., 2011). É de suma importância confrontar os valores do IMC com
outros métodos de averiguação de peso e sobrepeso (ANJOS, 1992). O referente
interesse por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível aumento dos índices de
sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes.
Dessa forma, o objetivo do presente estudo é correlacionar os resultados
obtidos entre o método do IMC e do IAC em estudantes adolescentes de ambos o
sexo em uma escola do ensino médio da cidade de Matipó-MG. Pretende-se com este
estudo contribuir para uma melhor análise e compreensão dos mecanismos de
mensuração do sobrepeso e obesidade, afim de direcionar as ações e estratégias das
políticas públicas voltada a saúde e ao adolescente.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O excesso de peso e a obesidade se alastram com o passar dos anos.
Atualmente a obesidade é caracterizada como uma epidemia, tornando-se um grande
problema de saúde pública.
A palavra obesidade é derivada de ab (super) e edere (comer). No entanto,
para definirmos obesidade, torna-se necessário que saibamos distinguir a obesidade
do sobrepeso. Entende-se por obesidade um acúmulo de gordura corporal total, que
representa uma porcentagem a mais de gordura armazenada em vários depósitos, ou
seja, uma condição de excesso de gordura em relação à massa corporal magra.
Enquanto que sobrepeso é definido como excesso de peso previsto para o sexo, altura
e idade de acordo com padrões populacionais de crescimento (DÂMASO et al, 1995).
Conceitualmente, a obesidade pode ser considerada como um acúmulo de
tecido gorduroso, regionalizado ou em todo o corpo, causado por doenças genéticas
ou endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais (FISBERG, 2005).
Guedes & Guedes (2001), caracterizam o sobrepeso como um aumento do
peso corporal total, ou em apenas um de seus constituintes: ossos, gordura e
músculos; enquanto que a obesidade se caracteriza essencialmente por um aumento
generalizado ou localizado da gordura.
Costa (2001) define como sobrepeso aqueles valores de massa corporal que
se encontram entre a massa tida como normal e a obesidade, podendo ocorrer em
função de excesso de gordura corporal ou de valores elevados de massa magra.
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equação utilizando as medidas de circunferência de quadril e a estatura dos indivíduos
milhões de pessoas são obesas e 750 milhões possuem sobrepeso. A obesidade é
agora a segunda principal causa de mortes preveníeis nos Estados Unidos (300.000
mortes por ano; o fumo é a primeira), com um limite superior de custo anual total
estimado de 140 bilhões de dólares ou aproximadamente 10% dos gastos norteamericanos com assistência de saúde.
Segundo a World Health Organization, (2012), em 2010, mais de 40 milhões de
crianças menores de cinco anos estavam acima do peso. Uma vez considerado um
país de alta renda problema de sobrepeso e obesidade já estão em ascensão em
países de baixa e média renda, principalmente em áreas urbanas. Perto de 35 milhões
de crianças com excesso de peso estão vivendo em países em desenvolvimento e 8
milhões em países desenvolvidos.
No Brasil, dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade –
ABESO mostram que aproximadamente 40% da população brasileira apresentam
excesso de peso (NAHAS, 2013). De conformidade com as diretrizes, a análise da
obesidade envolve a avaliação de duas medidas simples, altura e peso, para calcular
o Índice de Massa Corporal, definido como peso em quilogramas dividido pela altura
em metros quadrados (kg/m²). Como o IMC descreve o peso corporal relativo à altura,
apresenta uma íntima correlação com o conteúdo total de gordura corporal nos
adultos. Um Índice de Massa Corporal entre 25 e 29,9 é considerado como indicando
excesso de peso; a obesidade é apontada por um Índice de Massa Corporal de 30 ou
mais (ACSM, 2003).
Rexrode et al. (1998), o IMC não reflete, necessariamente, a distribuição da
gordura corporal. A medida da distribuição de gordura é importante na avaliação de
sobrepeso e obesidade porque a gordura visceral (intra-abdominal) é um fator de risco
potencial para a doença, independentemente da gordura corporal total.
Indivíduos com o mesmo IMC podem ter diferentes níveis de massa gordurosa
visceral. Por exemplo, a distribuição de gordura abdominal é claramente influenciada
pelo sexo: para algum acúmulo de gordura corporal, o homem tem em média duas
vezes a quantidade de gordura abdominal do que a mulher na pré-menopausa
(LEMIEUX, 1993).
Existem limitações quanto ao uso do IMC para quantificar a gordura corporal,
pois este não separa a gordura da massa magra, sendo assim alguns indivíduos que
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Segundo Mcardle et al. (2008), as estimativas mundiais indicam que 300
como obesos. Então a obesidade é mais bem definida como sendo o excesso de
gordura corporal e não somente o excesso de peso (ANJOS, 1992).
Quando se trata de avaliar o percentual de gordura em crianças, percebe-se
uma carência de técnicas disponíveis. “Parece assim oportuno rever criticamente o
uso do Índice de Massa Corporal, especialmente em crianças e adolescentes, se
possível propondo alternativas que aliem simplicidade a uma maior coerência
matemática e teórica” (GUEDES & GUEDES, 2001).
Bergmam et al. (2011), apresentaram o índice de adiposidade corporal (IAC)
como uma alternativa mais fidedigna para quantificar a gordura corporal, utilizando a
medida do quadril e a altura. A fórmula proposta para o cálculo do IAC é:
[Quadril/(altura x √altura)] – 18. Ressaltaram que a nova medida apresenta maior
correlação com a gordura corporal, quando esta foi medida por densitometria, que o
clássico IMC.
Apesar disso, os autores salientaram que é importante repetir o estudo em
outras populações, como os indivíduos de origem europeia, uma vez que a pesquisa
foi realizada com indivíduos de origem mexicana e africana.
3. METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva foi realizada com 100 alunos adolescentes de ambos
os sexos do ensino médio de uma escola pública na cidade de Matipó.
Segundo Gil, pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os
estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das
características mais significativas está na utilização de técnicas
padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática (GIL, 2002, p.41-42).
Para a avaliação do nível de sobrepeso e obesidade foram utilizados como
instrumento de pesquisa, avaliações de Índice de Massa Corpórea (IMC) e o Índice
de Adiposidade Corporal (IAC) e coletado nos meses março e abril de 2015.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), a
cidade de Matipó localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira.
Foi fundada em 17 de dezembro de 1938. Localizada numa altitude de 615 metros e
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tenham alto percentual de massa magra podem erroneamente serem classificados
base de sua economia é agropecuária e cafeicultura.
As informações serão coletadas após a autorização através do Termo
Consentimento Livre Esclarecido do (TCLE) correlacionadas e tabuladas conforme
tabelas da World Health Organization, (1995) e Bergman, (2011), em arquivo Excel
versão 2014.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados e discussão desse estudo apresentam uma única etapa
quantitativa, organizada através de gráficos.
Através das coletas de dados do IMC juntamente com o IAC em alunos do
ensino médio de uma escola pública da cidade de Matipó, obtivemos os seguintes
resultados: em relação ao gênero, 70% dos indivíduos são do sexo feminino e 30%
são do sexo masculino, sendo N=100.
Em relação de moradia dos indivíduos percebemos que 85% são da área
urbana e 15% da área rural.
Os indivíduos do sexo feminino apresentaram em média, IMC de 21,9
classificando como percentil entre 5 a 85 diagnosticando-os como adequado e IAC de
27,5 também apresentando valores dentro da normalidade e os do sexo masculino
IMC de 20 e IAC de 20,5, ambos em situação de um quadro de normalidade.
Um percentil de IMC maior ou igual a 85 é caracterizado sobrepeso, o que pode
variar de acordo com a idade e o sexo, conforme a tabela preconizada pela
Organização Mundial da Saúde (1995).
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a 244 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 17.639 habitantes e a
263
Figura 1: Tabela de Percentil do IMC, segundo a WHO (1995).
Série1; 16; 47
Idades dos Participantes
Série1; 17; 25
Série1; 15; 21
Série1; 18; 7
Figura 2: Idade dos participantes
Fonte:Dados da pesquisa
Em relação a idade dos indivíduos participantes, observamos que a maioria da
amostra se encontra no período da adolescência, conforme a figura 2.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004) a adolescência é um período
da vida que começa aos 10 anos e vai até os 19 anos.
Já para o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) esta idade começa aos 12
anos e vai até aos 18 anos, onde acontecem várias mudanças físicas, psicológicas e
comportamentais (ECA, 1990).
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obtivemos os seguintes dados:
Figura 3 :Distribuição de frequência dos pesos dos indivíduos
Fonte:Dados da pesquisa
Cerca de 30% dos participantes da pesquisa tem seu peso distribuído entre
52,0 e 58,5 kg.
Analisando a figura 4, observamos que 77% da amostra apresentam IMC
adequado, 2% estão abaixo do peso e 21% encontram-se em um quadro de
sobrepeso.
Índice de
Massa Corporal
Série1; Adequado; 77
Série1; Sobrepeso; 21
Série1; Abaixo do
Peso; 2
Figura 4 :Índice de Massa Corporal
Fonte:Dados da Pesquisa
A World Health Organization/OMS (2012) elaborou classificação com
patamares de Índice de Massa Corporal (IMC) para determinar se a pessoa
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Levando em consideração a distribuição da frequência de peso da amostra
Portanto, o IMC é utilizado para aferir se o peso do indivíduo é normal ou acima do
normal. O cálculo do IMC é realizado através do peso do sujeito dividido pelo quadrado
da sua altura (IMC=Peso/Altura2).
Relação entre Moradia
e IMC64
Urbano; Adequado;
Urbano; Sobrepeso;
20
Rural; Adequado; 13
Urbano; Baixo do
Rural; Baixo do Peso;
1 1
Peso;
Rural
Rural; Sobrepeso; 1
Urbano
Figura 5:Relação entre Moradia e IMC
Fonte:Dados da pesquisa
Relacionando os dados moradia x IMC observamos, que apenas 2% da
amostra estão abaixo do peso, 21% estão em um quadro de sobrepeso, os outros
77% estão dentro do padrão adequado, sendo observado que somente 6,66% dos
moradores da zona rural encontram-se em um estágio de sobrepeso, estes valores
sobem para 23,53% quando analisamos somente moradores da zona urbana.
Dados apontam que no Brasil, a obesidade é mais presente no meio urbano,
sendo que em todas as regiões brasileiras a distribuição de excesso de peso é mais
elevada na área urbana do que na área rural. Entretanto, a partir da década de 70
vem sendo observadas mudanças no perfil do estilo de vida das populações rurais,
devido à modernização e desenvolvimento do campo, assim tendo uma grande
repercussão
nas
grandes
transformações
sociais,
culturais
e
econômicas
(MONTEIRO et al. 2000).
Relacionando o índice de adiposidade corporal (IAC), quanto ao gênero,
observamos que 90% dos indivíduos do gênero feminino apresentam adiposidade
normal e 10% se encontram em um quadro de sobrepeso ou obesidade, e que 96,66%
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apresentava sobrepeso (IMC=25 a 29 kg/m²) ou obesidade (IMC> 30 kg/m²).
encontram em um quadro de obesidade.
Relação entre Gênero x Índice de Adiposidade Corporal ( IAC
)
70
63
60
50
40
29
30
20
10
1
0
6
1
0
Adiposidade Normal
Sobrepeso
Feminino
Obesidade
Masculino
Figura 6: Relação entre Gênero e Índice de Adiposidade Corporal(IAC)
Fonte: Dados Da Pesquisa
O Índice de Adiposidade Corporal (IAC), obtido por meio da fórmula de Bermam
et al (2011): [Quadril/(altura x √altura)] – 18, também foi utilizado para avaliar a gordura
corporal, e posterior comparação entre os métodos. O valor encontrado foi classificado
segundo os pontos de cortes: Mulheres: 21 a 32 pontos, índice de gordura saudável;
33 a 38, acima do peso; acima de 38 pontos, obesidade. Homens: 8 e 20 pontos, peso
normal; 21 a 25 acima do peso; mais de 25 pontos, obesidade (BERGMAM et al,
2011).
Relação entre Índice de Massa Corporal (IMC) x Índice de
Adiposidade Corporal ( IAC )
92
100
77
80
60
40
20
21
2
8
0
0
Abaixo do peso
Adequado/Normal
IMC
Sobrepeso/Obesidade
IAC
Figura 7 :Relação entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e Índice de Adiposidade Corporal(IAC)
Fonte: Dados Da Pesquisa
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dos os indivíduos do gênero masculino apresentam adiposidade normal e 3,34% se
podemos observar que 21% da amostra são diagnosticadas como sobrepeso ou
obesidade levando em conta somente o IMC e que este valor reduz significativamente
para apenas 8% quando utilizamos somente o método do IAC.
A forma mais amplamente recomendada para avaliação do peso corporal em
adultos é o IMC (índice de massa corporal), recomendado pela Organização Mundial
da Saúde. Esse índice é calculado dividindo-se o peso em quilogramas (Kg) pela
altura em metros elevada ao quadrado. Existem limitações quanto ao uso do IMC para
quantificar a gordura corporal, pois este não separa a gordura da massa magra, sendo
assim alguns indivíduos que tenham alto percentual de massa magra podem
erroneamente serem classificados como obesos. Então a obesidade é mais bem
definida como sendo o excesso de gordura corporal e não somente o excesso de
peso, (SILVA et al. 2014).
Recentemente os autores Bergmam et al (2011), apresentaram o índice de
adiposidade corporal (IAC) como uma alternativa mais fidedigna para quantificar a
gordura corporal, utilizando a medida do quadril e a altura. A fórmula proposta para o
cálculo do IAC é: [Quadril/(altura x √altura)] – 18. Ressaltaram que a nova medida
apresenta maior correlação com a gordura corporal, quando esta foi medida por
densitometria, que o clássico IMC, apesar disso, os autores salientaram que é
importante repetir o estudo em outras populações, como os indivíduos de origem
europeia, uma vez que a pesquisa foi realizada com indivíduos de origem mexicana e
africana.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O panorama mundial e brasileiro de doenças crônicas não transmissíveis tem
se revelado como um novo desafio para a saúde pública. A complexidade do perfil
nutricional que ora se desenha no Brasil revela a importância de um modelo de
atenção à saúde que incorpore definitivamente ações de promoção da saúde,
prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis (NAHAS, 2013).
As prevalências de sobrepeso e obesidade cresceram de maneira importante
nos últimos 30 anos. Neste cenário epidemiológico do grupo de doenças crônicas não
transmissíveis, destaca-se a obesidade por ser simultaneamente uma doença e um
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Quando comparamos os resultados obtidos do IMC em relação ao IAC,
igualmente com taxas de prevalência em elevação no país (SOARES et al. 2013).
A globalização, o consumismo, a necessidade de prazeres rápidos e respostas
imediatas contribuem para o aparecimento da obesidade como uma questão social. A
obesidade envolve uma complexa relação entre corpo-saúde-alimento e sociedade,
uma vez que os grupos têm diferentes inserções sociais e concepções diversas sobre
estes temas, que variam com a história (CASTRO, 2010).
A World Health Organization, (2012), alerta para a necessidade urgente do
treinamento de todos os profissionais da área envolvidos no controle de sobrepeso e
obesidade, pois a prevenção tende a ser mais eficaz a longo prazo do que se tratando
suas consequências posteriormente.
A detecção precoce dos quadros de sobrepeso torna-se fundamental no
processo de prevenção e intervenção junto ao mesmo.
O aperfeiçoamento de métodos e mecanismos indicadores de sobrepeso e
obesidade, assim como de todo perfil antropométrico tem função de destaque dentro
da classificação deste sistema.
Através do presente instrumento de pesquisa, concluímos que a grande maioria
da amostra pode ser classificada em um patamar de normalidade quanto ao IMC e ao
IAC, apesar de uma variação de 13 pontos percentuais no quadro de sobrepeso e
obesidade quando correlacionados os indicadores. Observamos ainda uma maior
prevalência de sobrepeso em indivíduos residentes nas áreas urbanas comparada
aos que residem no meio rural, assim como o mesmo fenômeno acontece nos
indivíduos do gênero feminino comparados aos do gênero masculino.
Recomenda-se a realização de estudos periódicos envolvendo diversas faixas
etárias e gêneros, assim como, abrangendo diferentes regiões a níveis regionais e
estaduais a fim de comparar os indicadores de sobrepeso e obesidade da população
em geral, servindo como alicerce para as políticas públicas a serem adotadas.
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Luiza de Abreu Costa – Graduada em Enfermagem, Especialista em Gestão
Microrregional em Saúde, Pós Graduada em Enfermagem do Trabalho. Professora
Faculdade Vértice – Univértix .
Lúcia Helena Silva Côrrea Lourenço – Graduada em Enfermagem. Mestre e
Doutora em Enfermagem, Professora Associado da Escola de Enfermagem Anna
Nery/Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEAN/UFRJ). Avaliadora Institucional
e de Cursos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP/MEC).
[email protected]
RESUMO
As principais doenças ocupacionais desenvolvidas pelos professores de ensino
fundamental e médio estão intrinsecamente relacionadas à função de ensinar. As de
mais destaque são as psicofísico sociais, levando-os ao afastamento das atividades
diárias, geradas pela extenuante rotina de trabalho. Sobre essa ótica, o objetivo desse
estudo foi levantar quais problemas de saúde associados à profissão mais acometiam
os professores. Foram utilizadas as bases de dados LILACS, SciELO, sendo
selecionados 17 artigos, publicados no período de 2000 a 2014. Os problemas mais
comuns levantados foram: depressão, estresse, desmotivação, fadiga, Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Outro ponto considerável é o
desenvolvimento de transtornos mentais como a Síndrome de Burnout, considerado
fenômeno psicossocial de importante relevância. Considera-se que os inúmeros
problemas relacionados à saúde ocupacional, possibilitaram o conhecimento das
causas dos adoecimentos entre os professores, em que os transtornos psíquicos
ficaram em primeiro lugar entre os diagnósticos que provocam afastamentos.
PALAVRAS-CHAVE: doenças ocupacionais; professores; condições de trabalho.
1 - INTRODUÇÃO
Os professores, no exercício da profissão, podem desenvolver doenças
relacionadas ao trabalho. A extensa carga horária ocasionada por diferentes vínculos
de trabalho são fatores potencializadores de doenças. Associado a esta situação, está
a necessidade de deslocamento entre as instituições de ensino. Este movimento visa,
inicialmente, o sustento financeiro.
A carreira docente precisa de políticas públicas que garantam as condições
adequadas de trabalho. A ausência das condições mínimas para trabalhar vem
gerando problemas de saúde nos professores. As condições de trabalho e a
necessidade de subsistência vêm provocando doenças nos professores. Isto, por sua
vez, compromete o processo de ensino e aprendizagem. Este é um dos inúmeros
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PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO: PROBLEMAS MAIS
COMUNS QUE ACOMETEM À SAÚDE - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
processo. De acordo com a UNESCO, o Brasil é o terceiro país que paga os menores
salários aos trabalhadores da educação (BARRETO, 2004).
Entre as diferentes doenças que têm acometido a saúde desses trabalhadores,
o estresse tem estado bastante presente e, muitas vezes, é associado ao exercício
da profissão e também às condições de trabalho. Destaca-se como situações
geradoras de estresse a insegurança, a baixa remuneração salarial, a violência
escolar, os constrangimentos institucionais, o meio social de atuação, a jornada de
trabalho, a aposentadoria com valor insuficiente para subsistência. São situações
relacionadas à política de emprego e de progressão funcional na carreira.
Identificar as situações do ambiente de trabalho que podem desencadear
algum problema de saúde e relaciona-las com a atividade desenvolvida é de grande
importância. Tentar minimizar os efeitos dessas situações na saúde desses
trabalhadores permitirá implantar um trabalho educativo preventivo, visando a
qualidade da saúde do professor.
Será necessário implantar propostas/ações voltadas ao planejamento visando
melhorar a qualidade de vida e que oportunize uma aproximação com as questões
relativas à saúde do professor. O contato e a vivência com professores e suas
dificuldades no ambiente escolar foi a mola propulsora para realizar esta pesquisa.
Trata-se de trazer à luz a urgente discussão de políticas públicas que venham valorizar
a saúde do professor e que colabore para a transformação da educação brasileira.
Diante do exposto, este estudo tem como objetivo, levantar quais os problemas
de saúde que mais acometem os professores do ensino fundamental e médio, que
podem ser associados ao exercício da profissão.
2 - METODOLOGIA
Trata-se de um estudo construído por meio de pesquisa bibliográfica. As fontes
foram artigos disponíveis na internet. Os dados foram levantados nos meses fevereiro
e março de 2014, através da busca nos seguintes bancos de dados: LILACS e
SciELO.
Foram utilizados como critérios de inclusão os textos que abordavam o tema
principal do artigo em questão: as doenças dos professores dos níveis fundamental e
médio. Foram encontrados 33 artigos referentes ao adoecimento dos professores,
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problemas que gestores de escolas enfrentam, ou seja, a “estrutura dorsal” deste
médio. Ao final, foram selecionados 17 artigos para pesquisa.
3 - DESENVOLVIMENTO
A função de ensinar é muito anterior ao processo de criação das primeiras
instituições educadoras. Antes que a escrita fosse desenvolvida, a oralidade, em
conjunto com outros processos comunicacionais, teve a importante função de
repassar aquilo que era considerado importante. Instigado pela simples imitação ou
pelo relato oral, o homem conseguiu produzir e difundir as mais variadas maneiras de
se relacionar com o mundo que o cerca. (SOUSA, 2014)
Segundo Hanse (2014), no Brasil, os padres da Companhia de Jesus,
instalaram a primeira escola em 1549. O ensino naquela época era tradicional, que
permaneceu por aproximadamente trezentos e oitenta e três anos.
A educação oficial no Brasil começa em 15 de outubro de 1827, com um decreto
imperial de D. Pedro I, que determinava que "todas as cidades, vilas e lugarejos
tivessem suas escolas de primeiras letras". Na data de promulgação do decreto é
comemorado o Dia do Professor. A data, contudo, somente entrou para o calendário
oficial da nação em 1963. No entanto, a partir dos anos 30, no Governo de Vargas,
houve a criação dos grupos escolares. O ensino público gratuito foi organizado para
atender mais alunos. Nessa época, o poder público passou a se responsabilizar
efetivamente pela educação das crianças. Com isto, houve a expansão e
interiorização dos grupos escolares e as primeiras escolas de formação superior de
professores em licenciaturas surgiram (BRASIL, 2014).
No século XVI descreviam-se as primeiras relações entre trabalho e doença,
mas apenas em 1700, no século XVIII, foi que direcionado a atenção para as doenças
profissionais, quando o italiano Bernardino Ramazzini publicou o livro De Morbis
Artificum Diatriba - As Doenças dos Trabalhadores – (Nogueira, 2000) em que
descreve uma série de doenças relacionadas com mais de cinquenta profissões
diferentes.
Güetter (2014), afirma que a rotina extenuante dos professores tem levado os
responsáveis pela formação de novos cidadãos ao adoecimento. Esse cenário é
comprovado por dados da Organização Internacional do Trabalho, que destaca que a
profissão está entre as mais desgastantes do mundo, gerando alta incidência de
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sendo excluídos aqueles que enfocavam os professores dos níveis fundamental e
altamente estressante com repercussões evidentes na saúde e no desempenho
profissional dos docentes (REIS et. al, 2006).
Gasparini, Barreto e Assunção (2005) defendem que o sistema escolar
transfere ao profissional a responsabilidade de cobrir as lacunas existentes na
instituição, a qual estabelece mecanismos rígidos e redundantes de avaliação e
contrata um efetivo insuficiente. E que embora o sucesso da educação dependa do
perfil do professor, a administração escolar não fornece os meios pedagógicos
necessários à realização das tarefas, cada vez mais complexas. Os professores são
compelidos a buscar, então, por seus próprios meios, formas de requalificação que se
traduzem em aumento não reconhecido e não remunerado da jornada de trabalho.
Kyriacou (1987) e Friedman (1991) afirmam que o estresse dos professores
deve ser entendido como ameaça ao seu bem-estar e autoestima, podendo levar ao
desenvolvimento de sentimentos negativos, como a desmotivação e a insatisfação.
Na prática, pode se manifestar pela diminuição da qualidade das atividades
desenvolvidas na sala de aula, o que pode acabar por traduzir-se em efeitos
indesejáveis no rendimento acadêmico dos alunos.
Batista (2010) relata que o trabalhador da educação está adoecendo. Em meio
aos agravos mais recorrentes na categoria docente, observa-se que os transtornos
mentais ocupam um lugar de destaque. Dentre os transtornos mentais mais comuns
entre professores se encontra a Síndrome de Burnout, um fenômeno psicossocial que
surge como uma resposta crônica aos estressores interpessoais ocorridos na situação
de trabalho, que acomete profissionais que mantêm uma relação constante e direta
com outras pessoas, como professores, médicos, enfermeiros, psicólogos,
assistentes sociais, policiais, bombeiros etc.
Maslach, Schaufeli e Leiter (2001) definem as três dimensões da síndrome:
exaustão emocional, caracterizada por uma falta ou carência de energia, entusiasmo
e um sentimento de esgotamento de recursos; despersonalização, que se caracteriza
por tratar os clientes, colegas e a organização como objetos; e diminuição da
realização pessoal no trabalho, tendência do trabalhador a se auto avaliar de forma
negativa. As pessoas sentem-se infelizes consigo próprias e insatisfeitas com seu
desenvolvimento profissional.
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licença por conta de problemas de saúde. Ensinar é uma atividade, em geral,
questões divergentes, todas encontram no mínimo cinco elementos comuns:
existência da predominância de sintomas relacionados à exaustão mental e
emocional, cansaço/fadiga e depressão; ênfase nos sintomas comportamentais e
mentais e não nos sintomas físicos; os sintomas do burnout são relacionados ao
trabalho; os sintomas acabam por manifestar-se em pessoas “normais” que não
sofriam de distúrbios psicopatológicos antes do surgimento da síndrome e a
diminuição do desempenho no trabalho ocorrido por causa de atitudes e
comportamentos negativos.
Segundo SinproRio (2009), as causas físicas para o adoecimento são oriundos
das más condições de trabalho, como alterações nas cordas vocais, alergias ao giz,
tendinites, distúrbios do sono, distúrbios sexuais, alterações da atenção e da memória,
irritabilidade, agressividade, dores na coluna e de cabeça e problemas cardíacos.
Outros problemas citados ainda são a precariedade das condições de trabalho,
número excessivo de alunos por sala de aula, o barulho no ambiente interno e externo
como elemento que interfere no raciocínio, o enfrentamento desrespeitoso dos alunos,
as várias jornadas de trabalho em diferentes vínculos ou colégios, a pressão dos
gestores em busca de resultados positivos.
A Revista Proteção (2011) publicou matéria sobre as consequências das
condições de trabalhado na saúde dos professores. Destacou que o aumento na
demanda de trabalho, a exigência de produtividade e de qualidade e as inúmeras
jornadas de trabalho estão aumentado os casos de distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho (DORT) em professores.
As DORT’s compreendem uma gama diversificada de patologias que se
apresentam sempre de forma gradual, com uma evolução progressiva, gerando perda
considerável da capacidade funcional laboral. Estas causam grandes prejuízos físicos
e financeiros para todos, para o trabalhador e sua família, para os empregadores, para
a sociedade e para a previdência social, se constituindo como um grande problema
de saúde pública, principalmente nos países industrializados. (VERONESI, 2008)
Dentre as causas podemos citar a fadiga, a baixa motivação e o estresse como
importantes aspectos relacionados ao surgimento de doenças ocupacionais. A
utilização biomecanicamente incorreta dos seguimentos, o uso de força excessiva, a
manutenção prolongada de posturas incorretas, a repetitividade de um mesmo padrão
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Pontuam também que, nas várias definições do burnout, embora com algumas
importantes fatores predisponentes ao desenvolvimento de disfunções e lesões
musculoesqueléticas de origem ocupacional em professores. (OLIVEIRA, 2003)
As doenças profissionais ou do trabalho são classificadas no Decreto 2.172, de
05 de março de 1997, nos artigo 132, incisos I e II, e no Anexo II. São equiparadas,
para todos os efeitos legais, ao acidente do trabalho. (BRASIL, 1997)
No Brasil, a incidência e a prevalência das DORT se assemelham às dos países
industrializados. Pesquisa encomendada ao DATAFOLHA (2001), pelo Instituto
Nacional de Prevenção de DORT, em convenio com o Ministério da Saúde, revelou
310 mil trabalhadores portadores de DORT, ou seja, 6% da população empregada,
sem contar os trabalhadores que nunca procuraram serviço médico, gerando gastos
altíssimos com acidentes e doenças do trabalho.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados levantados nesse estudo descrevem o perfil de adoecimento dos
professores e suas causas principais. Observou-se que os professores têm mais risco
de sofrimento psíquico e a prevalência desses transtornos é maior entre eles, quando
comparados a outros grupos.
Embora os dados acerca de afastamentos não indiquem a real dimensão do
problema de saúde dos professores, tais incidências podem ser tomadas como pistas
sobre situações que merecem maior aprofundamento e análise, como no caso dos
docentes.
A relação saúde e trabalho permite supor associações entre os problemas de
saúde identificados na categoria dos professores e também as condições
ergonômicas de trabalho também descritas na literatura consultada, desencadeando
as DORT.
Destaca-se, ao finalizar este trabalho, que tanto o estresse quanto o burnout
no ensino ocorram há muito tempo entre os professores. O desafio dessa categoria
profissional é identificar e declarar o estresse e o burnout sentidos.
Seria fundamental a prevenção, a busca de alternativas para possíveis
modificações, na qual o sujeito exerça sua atividade profissional, podendo dessa
forma identificar a origem da exposição aos fatores de risco para o adoecimento da
categoria dos trabalhadores do ensino, desenhando soluções na realidade que os
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de movimento e a compressão mecânica de estruturas corporais, são também
adoecimento dos professores relacionando-o ao trabalho. Por fim, muitos autores
também destacam que o professor conhece muito pouco sobre si mesmo.
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Carlos Eduardo Toledo – Licenciado em Educação Física. Especialista em
Promoção da Saúde e Qualidade de Vida e Saúde Pública. Professor da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX;
André Salustiano Bispo – Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, Mestre em
Ciências da Reabilitação, Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O presente documento trata de uma abordagem terapêutica do exercício físico
como atenuante dos sintomas da Doença de Parkinson (DP) em dois indivíduos,
através da realização de avaliações diagnósticas para um estudo do caso. O objetivo
é realizar uma análise comparativa do estado clínico de pacientes diagnosticados com
a doença de Parkinson após intervenção do exercício físico. A Doença de Parkinson
(DP) é uma das patologias neurodegenerativas mais diagnosticadas entre a
população idosa. Caracteriza-se pela presença de tremor em repouso, bradicinesia,
rigidez muscular e instabilidade postural. O exercício físico não leva ao
desaparecimento da doença, porém, pode retardar sua progressão, principalmente no
que diz respeito à rigidez muscular e lentidão dos movimentos. O estudo encontra-se
em andamento.
PALAVRAS-CHAVE: Doença de Parkinson; Exercício Físico; Sintomas; Profissional
de Educação Física.
1 - INTRODUÇÃO
A população mundial é considerada cada vez mais idosa. Sendo também cada
vez mais tardia a data de aposentadoria, fazendo com que dificilmente uma pessoa
esteja aposentada antes dos 60 anos de idade. Em virtude disso, as doenças
predominantes na terceira idade começam a receber uma atenção cada vez maior.
Um exemplo é a Doença de Parkinson (DP) (LIMONGI, 2001).
A Doença de Parkinson (DP) é uma das patologias neurodegenerativas mais
diagnosticadas entre a população idosa. Caracteriza-se pela presença de tremor em
repouso, bradicinesia, rigidez muscular e instabilidade postural. Esta doença
manifesta-se principalmente em adultos acima dos 50 anos e estima-se que a cada
ano apareçam 20 casos por grupo de 100 mil habitantes em nosso país, aumentando
com a idade para até 1% da população acima dos 65 anos, tendo discreta
predominância no sexo masculino e afetando igualmente todas as raças (SANTOS,
2003).
Porto (2001), complementa ao se referir à alguns sintomas da doença de
Parkinson (DP):
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ABORDAGEM TERAPÊUTICA DO EXERCÍCIO FÍSICO COMO ATENUANTE DOS
SINTOMAS NA DOENÇA DE PARKINSON: ESTUDO DE CASO.
A Doença de Parkinson é considerada cosmopolita, uma vez que não apresenta
distinção entre as classes sociais, nem entre raças; acometendo homens e mulheres,
principalmente, na faixa etária entre 55 a 65 anos, porém tende a ocorrer com maior
frequência em homens (LIMONGI, 2001). Em alguns casos, a DP pode manifestar-se
também em indivíduos com menos de 40 anos, caracterizando o Parkinsonismo
Precoce (PP) (BARBOSA; SALLEM, 2005).
Apesar de sabermos que a DP, atinge ambos os sexos, existem estudos que
sugerem que os homens correm duas vezes mais risco de ser acometido pela doença.
No entanto, como no mundo inteiro as mulheres vivem mais do que os homens, e a
doença atinge mais comumente as pessoas mais idosas, há tantas mulheres quanto
homens convivendo com a DP (OXTOBY E WILLIAMS, 2000).
A patologia denominada por Parkinson, identificada como paralisia agitante foi
caracterizada pela presença de movimentos tremulantes involuntários, diminuição da
força muscular, tendência à inclinação do tronco para frente e alterações da marcha
(festinação), sendo que os sentidos e o intelecto estavam preservados. A causa da
DP ainda permanece desconhecida, porém um passo importante nos conhecimentos
sobre processos que determinam a morte de neurônios nigrais foi dado a partir das
observações clínicas e experimentos realizados na Califórnia por William Langston,
da Universidade de Stanford e seus colaboradores entre 1982 e 1983. (ANDRADE et
al., l998).
O diagnóstico da Doença de Parkinson deve ser realizado pelo médico
Neurologista por exclusão. Após a descrição dos sintomas pelo paciente medicamentos utilizados, tremor em repouso, bradicinesia e rigidez, o médico pede
alguns
exames
como:
eletro
encefalograma,
tomografia
computadorizada,
ressonância magnética e análise do líquido espinhal, para ter certeza de que o
paciente não possui nenhuma outra doença no cérebro. O diagnóstico só passa a ser
confirmado se houver a presença de três dos sintomas da DP e se for concluído que
não há outra doença afetando o indivíduo (REIS, 2004).
A doença se caracteriza por uma degeneração da substância negra e outros
núcleos pigmentados do tronco cerebral. Como consequência ocorre uma diminuição
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A DP é composta por vários sinais e sintomas, basicamente relacionados a
desordens da motricidade e possui uma tríade clínica, característica essa que
é composta por tremor, bradicinesia e rigidez, causadas pela deficiência de
dopamina.
concentram num controle deficiente dos movimentos (SANTOS, 2003). Como a
Doença de Parkinson é uma enfermidade incurável e degenerativa, todo o tratamento
visa a melhorar seus sintomas e retardar sua progressão. O tratamento estabelecido
dependerá da condição em que se encontra o paciente e em que estágio se encontra.
Logo de início não são utilizadas medicações, porém o tratamento farmacológico
objetivo restabelecer os níveis de dopamina no cérebro, indicado assim que o paciente
começa a ter prejuízos com a sintomatologia da doença (REIS, 2004).
A causa da doença de Parkinson não é conhecida, várias teorias têm sido
aventadas. A natureza exata deste processo ainda não é bem compreendida, mas
parece haver desenvolvimento ativo de toxidade neuronal relacionado a mecanismo
de estresse oxidativo por um ou mais eventos diferentes (LIMONGI, 1997). A taxa de
incidência anual é de prevalência de 187 por 100.000 habitantes, e ocorre tipicamente
da quinta à sétima década em ambos os sexos, (TEIVE, 1998).
A diminuição da força muscular ocorre de forma efetiva no parkinsoniano. A
fraqueza decorrente da doença leva os indivíduos à insegurança na realização das
atividades, limitando-os a atividades estritamente necessárias, levando a uma maior
atrofia muscular e consequente diminuição da força (SCANDALIS et al., 2001). A
evolução da DP é progressiva, desencadeada pela perda neural irreversível e
incapacitante, pode ser avaliada em 5 estágios de gravidade: estágio 1, a doença é
unilateral; estágio 2, existe envolvimento bilateral; estágio 3, comprometimento do
equilíbrio associado; estágio 4, apresentação de incapacidade grave; estágio 5, o
paciente encontra-se em cadeira de roda ou confinado ao leito (TEIVE, 1998).
Segundo Hauser e Zesiewicz, (2001) o exercício físico não leva ao
desaparecimento da doença, porém, pode retardar sua progressão, principalmente no
que diz respeito à rigidez muscular e lentidão dos movimentos. Além disso, Shankar,
(2002) afirma que o exercício físico melhora a sensação de bem-estar e o estado
funcional do paciente. A reeducação postural e a manutenção do treinamento são os
principais focos da atuação fisioterapêutica no tratamento da DP. Os exercícios
realizados visam à manutenção da atividade muscular e flexibilidade. Na ausência de
exercícios físicos, os músculos se atrofiam, o que a aumenta a rigidez típica do
parkinsoniano (BOTTINO, 2005).
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da dopamina cerebral, gerando nos portadores de Parkinson manifestações que se
doença de Parkinson seja tratada farmacologicamente, ou seja, que nesta fase o
paciente pode se beneficiar de outros tratamentos, tais como, o fisioterápico,
fonoterápico e da terapia ocupacional. Segundo Santos, (2003) as principais formas
de tratamentos existentes atualmente são medicamentosas e fisioterápicas, mas
existe uma tendência cada vez mais forte ao tratamento através do exercício físico.
O exercício físico atua em todas as fases do Parkinson, visando manter os níveis
de força muscular, coordenação motora, capacidade cardiorrespiratória e flexibilidade,
valências físicas indispensáveis ao paciente parkisionista.
Mohr, (1996) afirma que a terapia física e esportiva (especialmente atividades de
resistência) entre indivíduos deprimidos com DP, proporciona também melhoras
significativas no humor.
O objetivo do presente estudo é realizar uma análise comparativa do estado
clínico de pacientes diagnosticados com a doença de Parkinson após intervenção do
exercício físico, através de um estudo de caso.
2 - METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa que será realizada à luz da abordagem de pesquisa
quantitativa (THOMAS E NELSON, 2002). Serão realizadas avaliações da
composição corporal, flexibilidade e aptidão cardiorrespiratória em dois indivíduos
portadores da DP. Sendo o indivíduo A do sexo masculino com 74 anos de idade e
indivíduo B do sexo feminino, com 60 anos de idade.
Após adotados os procedimentos técnico-científicos para realização da coleta de
dados, serão realizados os cálculos e classificações do nível de aptidão
cardiorrespiratório, composição corporal e flexibilidade de ambos, levando-se em
consideração os protocolos de teste preconizados por (FERNADES FILHO, 2003). Os
valores dos resultados obtidos, serão analisados através de estatística descritiva no
software Excel for Windows e apresentados em tabelas, considerando-se média e
desvio padrão.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais
registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. Após a coleta de
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Teive, (1998) afirma que nas fases iniciais nem sempre é necessário que a
em consideração os valores médios e desvio padrão obtidos.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Luiz Augusto Franco de et ai. Doença de Parkinson: estratégias atuais
de tratamento. São Paulo: Lemos, 1998.
BARBOSA, E.; SALLEM, F. Doença de Parkinson – Diagnóstico. Rev
Neurociências, v. 13, n. 3, p. 158-165, 2005.
BOTTINO, C. Doença de Parkinson. 2005. Disponível em: <http://www.
neurociencias.org.br/Display.php?Area=Textos&Texto=Parkinson>.
Acesso
08/08/2015.
em
FERNANDES FILHO, J. A Prática da Avaliação Física. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
HAUSER, Robert; ZESIEWICZ, Theresa. A doença de Parkinson: perguntas e
respostas. São Paulo: Novartis, 2001.
LIMONGI, J. C. P. Conhecendo melhor a Doença de Parkinson – uma abordagem
multidisciplinar com orientações práticas para o dia-a-dia. São Paulo: Plexius,
2001.
MOHR B, MÜLLER V, MATTES R. Behavioral treatment of Parkinson's disease
leads to improvement of motor skills and to tremor reduction. Behav Ther
1996;27:235-255.
OXTOBY, Marie; WILLIAMS, Adrian. Tudo sobre doença de Parkinson: respostas
às suas dúvidas. São Paulo: Andrade, 2000.
PORTO, C. C. Semiologia médica. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
REIS, T. Doença de Parkinson. Porto Alegre: Pallotti, 2004.
SANTOS, Mariane dos. Os Benefícios da Atividade Física para os Portadores do
Mal de Parkinson. 2003. 40 p. Monografia (Licenciatura em Educação Física) –
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.
SCANDALIS T.A., BOSAK A., BERLINER J.C, et al. Resistance training and gait
function in patients with Parkinson's disease. In: Am J Phys Med Rehabil. New
York. V.1, n. 80. p. 38-43, 2001.
SHANKAR. Kamala. Prescrição de Exercícios. Rio de Janeiro: Guanabara . 2002.
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dados, pretende-se realizar a análise através de estatística descritiva destes, levando
THOMAS, J.; NELSON, J. Métodos e pesquisa em atividade física. 3 ed, Porto
Alegre: Artmed, 2002.
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TEIVE,H.A .G.- Doença de Parkinson Aspectos Clínicos e Cirúrgico. Rio de
Janeiro, Guanabara, 1998.
Anna Carolina Magalhães – Graduanda em Enfermagem, Bolsita FAPEMIG.
Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA
em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O presente estudo teve por objetivo avaliar a prática gerencial dos enfermeiros,
descrevendo os principais problemas que os mesmos enfrentam, delineando assim
possíveis soluções. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa,
realizada por meio de aplicação de um questionário aberto. A pesquisa foi realizada
em uma UPA Municipal. O universo da pesquisa compreendeu todos os profissionais
graduados em enfermagem da referida UPA. A amostra foi composta por 10
enfermeiros, estes por sua vez foram entrevistados de forma aleatória de acordo com
sua presença no plantão. Percebeu-se nessa pesquisa que o enfermeiro exerce papel
fundamental nesse contexto, reconhece seu papel na equipe de saúde e tem visão
significativa da relevância dos demais profissionais, no entanto, sabe que sua atuação
está pautada nos pré-requisitos de embasamento teórico e prático. Além disso,
reconhece as carências, dificuldades e necessidades vivenciadas no setor.
PALAVRAS-CHAVE: Unidade de Pronto Atendimento; Gerência e prática em
enfermagem; administração e recursos.
1. INTRODUÇÃO
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) é um espaço destinado ao
atendimento das urgências e emergências, equipada com suporte médico e
tecnológico avançando. De acordo com Souza (2012), em 2003 o Ministério da Saúde
lançou a Política Nacional de Urgência e Emergência, almejando estruturar e
organizar a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) que oferece esse nível de
atenção, com suporte médico e tecnológico avançado, maximizando a qualidade da
assistência, impactando diretamente nas necessidades dos pacientes.
Os pacientes atendidos em UPA muita das vezes estão em condições
caracterizadas como emergências ou urgências, e dependendo do seu quadro clínico,
passam por todo processo de atendimento sem saber o que está sendo feito, ou ainda,
quando lúcidos e orientandos, situações em que desperta medo e ansiedade (SOUZA
e BASTOS, 2008).
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O ENFERMEIRO NO CONTEXTO GERENCIAL: UMA ABORDAGEM PRÁTICA
NO SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA.
assistência rápida, no tempo mínimo possível, com objetivo primordial de evitar
complicação, sofrimentos e restabelecer as funções vitais do indivíduo. Já a
emergência é classificada como condição ou agravo à saúde em que o paciente
apresenta risco iminente de morte ou ainda, sofrimento intenso e ocorrência de lesões
irreversíveis, exigindo tratamento e conduta médica imediata.
Sendo assim, o planejamento surge como ferramenta essencial no contexto do
gerenciamento da prática assistencial do enfermeiro, norteando suas ações, no qual,
compreende um processo proativo e deliberativo reduzindo risco e incertezas. É
nestes critérios que o enfermeiro deve elaborado seus planos de ação (MARQUIS e
HUSTON, 2010).
Entre os protocolos utilizados pelas equipes de urgências e emergências
atuantes em UPA, a fim de organizar e reestruturar estes serviços destaca-se o
Sistema Manchester de Classificação de Risco (SMCR), criado a partir de estudos do
Grupo de Triagem de Manchester (GTM), fundamentado e embasado na necessidade
de médicos e enfermeiros estabelecer priorização no atendimento ao paciente, em
acordo com o potencial risco de morte. No Brasil o sistema de triagem foi
recomendado em 2002, na portaria GM 2048, iniciando os processos de treinamento
em Minas Gerais em 2007 pelo GTM, efetivado em 2010, e em uso em todo território
mineiro, posteriormente, disseminando para outros estados do Brasil (ANZILIERO,
2011).
Segundo Júnior e Mafra (2010) o objetivo do SMCR é atender os pacientes de
acordo com o grau de prioridade, para isso utiliza o sistema de cores, de acordo com
a sequência: vermelho, emergência (atendimento prioritário); laranja, muito urgente
(tempo de espera de até 10 minutos); amarelo, urgente (tempo de espera em até 50
minutos); verde, pouco urgente (tempo de espera em até 120 minutos) e azul, não
urgente (tempo de espera em até 240 minutos), reavaliando-o de acordo com a
necessidade. Este sistema tem colaborado muito para melhoria contínua da
assistência, exigindo da equipe conhecê-lo e saber aplicá-lo na prática, instruindo
pacientes e direcionando-os para o local adequado de atendimento, salas separadas
pelas cores descritas anteriormente, seguindo o grau de prioridade.
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Destarte, Cordoba (2012) define urgência como uma situação em que requer
desenvolve seu processo de gestão em UPA? E, quais barreiras e dificuldades são
encontradas por estes durantes esse processo?
O presente estudo terá por objetivo avaliar o processo gerencial da assistência
dos enfermeiros em serviços de urgências e emergências com fluxo alto, identificando
as barreiras e dificuldades encontradas por estes para o exercício dessa função.
As UPA representam um ambiente complexo, tumultuado e hostil para prática
das
atividades
gerenciais
e
assistenciais
dos
enfermeiros,
representado
principalmente pelas condições clínicas dos pacientes, necessitando conhecimento
técnico e administrativo por parte destes profissionais. Sendo assim, esse estudo é
relevante, para evidenciar a prática gerencial do enfermeiro em unidades de urgência
e emergência, descrevendo os principais problemas que os mesmos enfrentam,
delineando assim possíveis soluções.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Enfermagem no contexto da gestão
Kurcgant et al.(1991) salientam que o enfermeiro trabalha com profissionais
que estão diretamente subordinados a ele, necessitando assim, assumir um estilo de
liderança autocrático, democrático ou participativo.
O enfermeiro é responsável por atividades gerenciais, assistenciais, educação
continuada e pesquisa, necessitando introduzir princípios da administração científica
e burocrática, sendo essenciais para o desenvolvimento de suas atividades no coletivo
e na área hospitalar (SILVA, MENDONÇA E COSTA, 2005).
Em concordância Spagnol (2005) salienta que o enfermeiro para gerenciar a
assistência usufrui de métodos e estratégias de gestão oriundas da teoria clássica da
administração. Para Marquis e Huston (2010) a teoria clássica da administração
enfatiza a estrutura organizacional visionária do homem dentro do modelo econômico
e pela maximização da eficiência e eficácia.
Para uma gestão inovadora criar mecanismos de liderança e aprimorar a
comunicação estabelecem pontos prioritários neste contexto, a comunicação é ponto
inicial, aproximando lideres de liderados (GALVÃO et al., 2000).
De acordo com Spagnol (2005), dentro do contexto de atuação da enfermagem
no âmbito hospitalar, a gerência em enfermagem, tem assumido relação de
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Destarte, se delineia como questionamentos norteadores: como o enfermeiro
efetivando ações diretamente relacionadas aos clientes e instituição.
Na prática a enfermagem tem função significativa no contexto hospitalar,
assumindo decisões coerentes e momentâneas, articuladas a outros profissionais, e
em alguns casos específicos de modo individualizado. (SVALDI e SIQUEIRA, 2010).
2.2 Gerência e Cotidiano da Enfermagem em Unidades de Urgências e
Emergência
Os serviços de urgências e emergências estão contextualizados dentro do
sistema de saúde do Brasil, configurando um setor onde pacientes buscam resolução
para seus problemas, oriundos de causas diversas (MORAIS E MELLEIRO, 2013).
De acordo com Souza e Bastos (2008), esses serviços funcionam durante 24
horas, atendendo pacientes com quadro agudo de ordem traumática ou psiquiátrica,
no qual configuram caráter de urgência ou emergência, cuja finalidade final é resolver
os problemas de saúde dos pacientes que os procuram, é considerado ainda, como
porta de entrada para o SUS.
O gerenciamento da assistência de enfermagem em serviços de urgências e
emergências é um desafio a ser superado diariamente, em decorrência de inúmeros
fatores associados, quadro clínico crítico dos pacientes, falha da assistência em
atenção básica, diagnóstico insuficiente, sobrecarga de trabalho, estresse, entre
outros, sobrecarregando os serviços oferecidos na UPA (SANTOS et. al., 2013).
Entretanto, para Ruthes e Cunha (2007) no tangencial a área da enfermagem
no que diz respeito às atividades assistenciais e gerenciais, envolve ações de
complexidade e de especialidades, exigindo do enfermeiro gestor conhecimento e
estudos de estilos de gestão, para obtenção de ferramentas norteadoras que possam
viabilizar o desenvolvimento de suas funções.
Os enfermeiros atuantes em unidades de urgências e emergências devem ter
sua prática gerencial fundamentada em teoria, prática, iniciativa, estabilidade
emocional, requerendo desenvolver habilidades de comunicação, relacionamento
interpessoal e capacidade para tomada de decisões (SANTOS et. al., 2013).
Garlet et. al., (2009) atribuem parte significativa da qualidade final da
assistência em saúde aos enfermeiros, no qual interfere diretamente no produto final
do trabalho em saúde, pois, estes permanecem todo o tempo junto aos pacientes,
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articulação entre os vários profissionais da equipe, organizando o fluxo de trabalho,
surgem dentro deste âmbito de atuação.
As UPA são complexas, diretamente relacionadas às condições clinico dos
pacientes, com risco acentuado de morte, necessitando que a assistência ocorra de
forma
mais
brevemente
possível,
estabelecendo
o
compartilhamento
das
responsabilidades com demais membros da equipe (FIGUEIREDO e VIEIRA, 2009).
De acordo com Araújo (2008) o enfermeiro é o responsável por várias
atividades dentro das unidades de urgências e emergências, destacando:
coordenação, gerenciamento, planejamento e implementação de cuidados; ações
administrativas, assistenciais de competência exclusiva do enfermeiro.
Por ser uma área que exige mais dos profissionais atuantes, competências e
habilidades técnicas-científicas, é fundamental usufruir de novas estratégias de
intervenção e de gestão que diminuam as barreiras decorrentes destes ambientes.
3. METODOLOGIA
A presente pesquisa pode ser considerada descritiva, de abordagem
qualitativa, no qual foi realizada por meio da aplicação de um questionário estruturado
aberto.
Para Minayo (2004) a pesquisa de natureza qualitativa operacionaliza as
aspirações, valores e atitudes, referindo que os fenômenos não podem ser
quantificados. Assim, a abordagem qualitativa é essencial nessa pesquisa,
oportunizando descrever com objetividade e clareza os serviços de gerência do
processo da assistência, evidenciando as barreiras e dificuldades encontradas pelos
enfermeiros atuantes no serviço de urgência e emergência em questão.
A pesquisa descritiva visa descrever as peculiaridades de determinada
população, fenomenologicamente ou por meio do estabelecimento de relações entre
as variáveis, envolvendo o uso de técnicas padronizadas de coletas de dados.
Assume em geral, a forma de levantamento (SILVA e MENEZES, 2001).
O universo da pesquisa se refere a uma Unidade de Pronto Atendimento
Municipal, anexada a uma Instituição Hospitalar de médio porte, localizada na Zona
da Mata mineira, registrado no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde em
13 de setembro de 2003. É uma entidade Municipal sem fins lucrativos com gestão
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familiares e/ou acompanhantes, expostos assim, as diversas intercorrências que
de enfermagem, administração, e outros (CNESNet, 2000).
A região de abrangência atendida pela UPA corresponde à microrregião de
Manhuaçu, com um total de 271.143 habitantes e está dividida em vinte municípios.
Possui uma área total de 4.855,959 km² (IBGE, 2010).
O nível de atendimento é ambulatorial, de urgência e emergência e serviço
auxiliar diagnóstico e terapia, com atendimento por meio de demanda espontânea do
próprio Município ou referenciado por Municípios pactuados por sistemas de gestão.
Os pacientes são recepcionados pela equipe de plantão, onde são triados e aplicados
conduta, se necessários os pacientes são referenciados pelo Sistema Estadual de
Regulação Assistencial (SUS-Fácil), especializado em localizar e alocar pacientes
para tratamento fora do domicílio.
A pesquisa foi realizada por meio da aplicação de um questionário estruturado
aos
enfermeiros
da
Unidade
de
Pronto
Atendimento
em
questão,
com
questionamentos pertinentes a gestão da assistência realizada por estes e as
dificuldades/barreiras encontradas. Os aspectos éticos foram baseados na Resolução
196/96 que norteia a prática de pesquisas envolvendo seres humanos, garantindo
anonimato e autonomia para recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do
estudo (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 1996).
Diante disso, Boni e Quaresma (2005) mencionam que as entrevistas
previamente estruturadas, apresentam significância por não fugir o foco do que esta
sendo perguntado. Esse zelo oportuniza que as diferenças ocorram entre os
respondentes e não em relação às perguntas.
A pesquisa foi realizada por meio de uma reunião agendada previamente com
o enfermeiro responsável técnico pela UPA descrita anteriormente, para apresentação
da finalidade da pesquisa e posteriormente para os enfermeiros da UPA. Momento
este em que foi realizada a leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, prosseguindo com a aplicação do questionário. A discussão dos dados
se deu mediante as questões emergentes da coleta de dados.
A amostra foi extraída dos profissionais de enfermagem que atuam na Unidade
de Pronto Atendimento em questão, estes por sua vez foram entrevistados de forma
aleatória e de acordo com sua presença no plantão. Compõem o corpus da pesquisa,
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municipal. Trabalham neste local em torno de 113 profissionais, entre médicos, equipe
realizada nos meses de julho a outubro de 2014.
Os dados utilizados nessa pesquisa foram obtidos por meio da entrevista de
dez profissionais de enfermagem com curso superior, residentes do município de
Manhuaçu, estes por sua vez são especialistas ou encontram-se em fase de
conclusão da mesma.
A tabela abaixo mostra a relação dos informantes entrevistados para
constituição do corpus desta pesquisa.
Tabela 1 – Descrição dos sujeitos
Número
1
2
3
4
5
6
7
8
Informante
I1FET2
I2FET1
I3FET3,6
I4FET1,5
I5FET3
I6FET1,6
I7FE3
I8FE3,6
Função
Enfermeiro
Enfermeiro
Enfermeiro
Enfermeiro
Enfermeiro
Enfermeiro
Enfermeiro
Enfermeiro
Tempo
2
1
3,6
1,5
3
1,6
3
3,6
9
10
I9FET2
I10FET1,10
Enfermeiro
Enfermeiro
2
1,10
Fonte: o próprio autor.
A relação dos informantes encontra descrita por meio de códigos, garantindo
fidedignidade e anonimato na descrição dos dados, estes foram informados na
seguinte sequência rotular: representando a numeração, a função na equipe, e o
tempo de atuação; dessa forma, por exemplo, em I1FET2, I1 é o informante número
1, FE função enfermeiro, T2 é o tempo em anos de atuação na equipe.
Durante as entrevistas, o pesquisador buscou proporcionar um ambiente
tranquilo, privativo, para que os entrevistados pudessem relatar a realidade vivenciada
no local, com o objetivo de assegurar o máximo de informações.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na UPA os pacientes são atendidos em demanda espontânea ou
referenciados, posteriormente é realizada avaliação e aplicado conduta. Neste
ambiente complexo, o enfermeiro é o profissional responsável pela triagem destes
pacientes, encaminhando-os de acordo com seu quadro clínico de saúde
(ANZILIERO, 2011).
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10 profissionais de enfermagem com nível superior (n=12). A coleta de dados foi
de urgência e emergência desempenha várias funções, para tanto, foi perguntado aos
enfermeiros: quais as funções são desenvolvidas pelo enfermeiro gerente na urgência
e emergência? De acordo com estes. “Prestar assistência aos pacientes juntamente
com a equipe, viabilizar a execução de exames complementares ao diagnóstico,
preparar e supervisionar a preparação de material necessário à assistência” (I1FET2).
“A atuação consiste em resolver conflitos, tais como falta de equipamentos,
funcionários em absenteísmo, além de atuação direta no atendimento ao paciente e
família, gerenciamento de equipamentos e serviços” (I8FET3.6).
O setor de urgência e emergência é um setor complexo, cuja gestão do
enfermeiro é uma ferramenta significativa para o bom funcionamento do setor, em
acordo a isso: que ferramenta de trabalho é usada por eles para gerenciar os serviços
do setor? Evidenciamos claramente estas nas respostas mencionadas pelos
enfermeiros. “Telefone, serviço de informatização através do Programa SUS-Fácil,
comunicação com a equipe” (I4FET1,5). “Normas, manuais, regimentos, protocolos”
(I1FET2). “Sistematização da assistência de enfermagem, evolução, prontuários,
exames físicos e sinais vitais, Protocolo de Manchester” (I5FET3).
Para Garlet (2009), o profissional enfermeiro é o responsável por coordenar e
avaliar sua equipe, prover programas de treinamentos e realizar atividades
administrativas. Em acordo com essa perspectiva Araújo (2008) no setor de urgência
e emergência o enfermeiro deve ter sua atuação pautada no planejamento.
Sobre a assistência oferecida pela equipe de enfermagem e sua relação com
fator motivacional, faz-se necessário perguntar: como é o clima organizacional neste
setor? Segundo informações colhidas durante a pesquisa, 80% disseram que o clima
é bom. “O clima organizacional é tranquilo, podendo, devido ao estresse diário, surgir
tensões, mas que são resolvidos através da comunicação e o trabalho em equipe”
(I6FET1,6). “Tranquilo, interação boa entre todos” (I3FET3,6). No entanto, 20%
disseram que o clima é ruim. “Existem fatores dentro da organização que afetam
negativamente o clima do setor” (I1FET2). “Razoável, dá muito conflito com médicos
e com técnicos em enfermagem mais antigos” (I7FET3).
O clima organizacional é a forma como os empregados percebem a instituição,
podendo ser precisa ou imprecisa, o gestor deve negociar os interesses, atentando
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Nas referências científicas estudadas, o enfermeiro atuante no centro serviços
HUSTON, 2010).
Coordenadores, gestores, lideres são constantemente alvos de críticas. Diante
disso, foi questionando aos enfermeiros: liste os principais problemas rotineiros
vivenciados enquanto gerente do local? De acordo com os mesmos, 90%
mencionaram fatores ligados os profissionais, demanda alta de serviços e deficiência
de recursos. “Falta de leitos nos hospitais de referência, déficit de equipamentos,
escassez de pessoas para atender, distribuição errônea de escala de pessoal”
(I8FET3,6). “Atendimento fora do domicilio (paciente de fora), sobrecarregando o
serviço, o entendimento da população sobre o funcionamento do serviço” (I2FET1).
“Dificuldade de aceitação de hierarquia” (I10FET1,10).
Para Galvão et al. (2010) o déficit de profissionais, a demanda alta de
pacientes, a deficiência dos recursos, a equipe desqualificada, são fatores que
comprometem a qualidade da assistência e a harmonia da equipe, gerando
complicações para equipe de enfermagem e os demais profissionais.
Gerenciar e liderar são instrumentos que estão além de dar ordens, e tão pouco
abrir mãos das mesmas, sendo assim, foi questionado: qual estilo de liderança o
enfermeiro preconiza em sua gerência? Autocrático, democrático ou participativo? Por
quê? De acordo com os as descrições obtidas, 100% mencionaram preferir o estilo
democrático, o que confirmamos em. “Participativo, porque uma das características
do líder é o trabalho em equipe, liderando e atuando, sendo cooperador do trabalho
com a equipe de enfermagem” (I6FET1,6).
Os novos modelos de gestão exige uma postura do enfermeiro que contemple
positividade para desenvolvimento de novas habilidades e competências, ampliando
a visão da equipe para o crescimento, reconhecendo as potencialidades dos
profissionais que fazem parte da equipe de trabalho (SPAGNOL, 2005).
Em todas as organizações e ambiente de trabalho, é comum surgirem conflitos.
O que é feito para solucionar estes conflitos? São mecanismos usados pelos
enfermeiros, o que se encontra escrito em. “Dialogo entre os conflitantes, se não
resolver levamos o caso para administração superior” (I3FET3,6). “Tentar mostrar que
a melhor forma de trabalhar e com união, não permitindo existir conflito dentro da
instituição, profissionalismo” (I2FET1). “Se for coisa pessoal não interfiro e se for
relacionado ao serviço, busco solução adequada (ética)” (I5FET3).
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para as necessidades, contemplando o beneficio mútuo para a equipe (MARQUIS e
questão conflitante, devem mensurar dados precisos sobre o que está acontecendo,
analisar os fatos, ouvir as partes e posteriormente criar solução que seja ideal para os
envolvidos. O segredo é reconhecer estratégias mais adequadas para resolver ou
administrar conflitos em acordo com as situações.
Na UPA trabalham profissionais de diversas áreas, mediante isso, foi
questionado aos enfermeiros atuantes: em se tratando em nível organizacional, em
que nível hierárquico encontra maior dificuldade para desenvolver seu trabalho? Com
qual profissional encontrou maior dificuldade para exercer seu trabalho e o que fez
para solucionar isso? “Com os técnicos de enfermagem, que trabalham a mais tempo
na UPA” (I4FET1,5). “Secretaria de saúde, residentes de medicina, maqueiros, tentar
passar a informação para o receptor” (I7FET3). “A dificuldade maior é com os técnicos,
mais que os médicos” (I8FET3,6). “Secretário de saúde, porque ele não aceita
opiniões, não resolve os problemas. Médicos e técnicos, passo os casos para o
administrador” (I3FET3,6).
Em decorrência da formação na graduação, a enfermagem tem-se destacado
cada vez mais, ocupando cargos de maior responsabilidade, atuando em parceira com
profissionais de diversas áreas, configurando membro indispensável às novas
composições das equipes de saúde, fazendo menção as responsabilidade, por
recursos financeiros, humanos e materiais (SILVA e COSTA, 2005).
Para Garlet (2009) a satisfação no trabalho, à valorização do profissional a
percepção da essencialidade de cada membro da equipe, colabora para qualidade
nos serviços prestados.
Em consonância com as funções exercidas, foi questionado: como o enfermeiro
vê hoje a importância do seu trabalho na UPA? Se sente realizado? De acordo com
os relatos, 90% sentem-se importantes na equipe, estando realizado pelo trabalho
realizado. “Sim, o dia a dia nos ensina e acrescenta conhecimento, é um setor de
estresse e sobrecarga, ao mesmo tempo prazeroso” (I6FET1,6). “Sou realizado sim,
por estar em um ambiente que aprendo todos os dias” (I3FET3,6). “É essencial para
o funcionamento, pois é o responsável pela função organizacional e assistência do
setor” (I10FET1,10).
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Marquis e Huston (2010) colocam que os gestores antes de interferir em uma
imprescindível para construção da assistência de qualidade, deve ser reconhecido em
seu exercício profissional (SVALDI, 2010).
Por se tratar de um ambiente em que são realizados procedimentos complexos,
o
estresse
ocupacional
é
comum.
Enquanto
coordenador
vivencia
isso
rotineiramente? Que intervenção utiliza para minimizar agravos desse problema? De
acordo com descrições dos pesquisados. “Lidamos diariamente com estímulos que
desencadeiam o estresse como a falta de recursos materiais e humanos, uma das
mudanças é a rotatividade do setor” (I1FET2). “Realmente não é fácil, é um setor de
estresse total, mas temos os momentos de descontração” (I9FET2). “Sim, quase que
80% na sala vermelha, por falta de experiência médica, procuramos conhecimento, o
estresse é gerado por falta de domínio da situação” (I7FET3).
Destarte, Ruthes e Cunha (2007), destacam que o profissional enfermeiro tem
que usar técnicas que contribuam para sua programática assistencial e gerencial,
atuar de forma conjunta com demais membros da equipe.
Em relação ao fluxograma da UPA, foi questionado aos enfermeiros: quais os
principais problemas são vivenciados na referência e contra referência de pacientes?
E quais medidas são adotadas para resolver esses problemas? Eles mencionaram
que. “Na maioria das vezes outros municípios usam a esperteza para mandarem seus
pacientes, procuram a UPA para resolver problemas que poderiam ser resolvidos em
seu local, sobrecarregando a urgência e emergência, na referência temos como
principal dificuldade falta de leito, transporte e tempo para a ação, já na contra
referência o principal problema é que os municípios atrasam na busca dos pacientes,
demandando tempo e paciência para resolvermos tal problema” (I5FET3). “Ambos
funcionam apenas no papel, não damos continuidade na assistência, só é registrado
e investigado alguma coisa quando é muito complexo, daí usamos o livro de
ocorrência, mais nada” (I3FE3,6).
Os serviços de urgência e emergência é uma unidade especializada no
atendimento a pacientes em situação que requer assistência rápida, mesmo assim, a
continuidade da assistência deve ser garantida, a fim de que os pacientes possam ter
ser problema solucionado (ARAÚJO, 2008).
É perceptível, em acordo com dados emergentes da pesquisa, que o
enfermeiro é o responsável por receber e encaminhar estes para os setores
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O profissional deve ser visto como membro articulador da equipe,
demais membros que compõem a equipe de saúde. O sucesso da assistência
concentra-se na atuação em conjunto com todos os membros que integram a equipe.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É possível afirma mediante conclusão da pesquisa, que o enfermeiro atuante
em urgência e emergência, exerce papel importante na prática e gerência deste setor,
estabelecendo conexão entre pacientes e demais profissionais de saúde. Exigindo do
mesmo conhecimento prático e gerencial, elaborando técnicas e ferramentas que
direcionem fluxograma à prática.
Evidenciou-se nessa pesquisa também, que estes reconhecem sua essência
dentro da equipe, e compreendem, que sozinhos não são capazes de exercer suas
ações assistencialistas e gerenciais. Mesmo cientes disso, assumem que a
capacidade de atuações, é aprimorada ao longo dos anos de exercício da profissão.
Para que haja melhoria nesse contexto de atuação, deve-se considerar o
contexto dos indivíduos e sua inserção, a cultura organizacional, embasamento
científico e suas deficiências, seu papel enquanto gestor e líder, os recursos
disponíveis. Destarte, para melhoria, os profissionais de enfermagem que atuam
nestes serviços, como gerentes e lideranças, devem trabalhar as relações
interpessoais, estimular a formação continuada, propor cursos de reciclagem e
atualização, desenvolver uma gestão inovadora, que viabilize a valorização de todos
os membros enquanto seres biopsicossociais, usufruir da comunicação e dos estilos
de lideranças disponíveis, desenvolver ações que assumem um caráter de melhoria
no ambiente de trabalho em parceria com todos os membros da equipe.
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Josiane Teixeira Basilio Cerqueira e Pricila Janaina Rocha – Graduandas em
Enfermagem, Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX.
Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA
em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
A presente pesquisa teve por objetivo descrever a frequência e o conhecimento da
equipe de enfermagem acerca do uso de EPI, e a programática de treinamento
oferecido pela enfermeira responsável técnica da ESF. Foram pesquisadas 13
profissionais de enfermagem no mês de abril de 2015, atuantes em ESF do Município
do Interior da Zona da Mata Mineira. Os dados foram coletados mediante aplicação
de dois questionários semiabertos, estabelecendo critérios de inclusão e exclusão.
Os resultados comprovam que os profissionais de enfermagem reconhecem a
importância dos EPI para exercício de sua assistência, em acordo com as literaturas
pesquisadas, no entanto, existe déficit acentuado no que refere as ações de educação
em saúde. O referido trabalho nos proporcionou estabelecer nexos sobre o
conhecimento e a frequência acerca dos EPI, fatores de riscos envolvidos nos
acidentes de trabalhos e as fontes geradoras das contaminações.
PALAVRAS-CHAVE: enfermagem do trabalho; EPI; riscos ocupacionais e prevenção.
1. INTRODUÇÃO
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é um local destinado às atividades de
promoção, prevenção e reabilitação da saúde dos indivíduos. Do ponto de vista
assistencial os profissionais devem ter sua ação pautada na comunidade, família e
indivíduo, de forma integral (SOARES, BIAGOLINI e BERTOLOZZI, 2013).
A Lei Nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977 estabelece especificamente a
Norma Regulamentadora (NR-6), descrevendo que o Equipamento de Proteção
Individual (EPI) é todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e a
integridade física do trabalhador, incluindo o uso de luvas, aventais, protetores ocular,
facial e auricular, protetores respiratórios e para os membros inferiores. Fazendo
menção à responsabilidade obrigatória do empregador em fornecer, treinar,
articulando as formas de conservação e fiscalização dos EPI, em acordo com o risco
e atividade laboral realizada, e ainda, é dever do empregado o uso dos mesmos.
De acordo com Suarte, Teixeira e Ribeiro (2013) o Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) normatiza Precaução Padrão (PP) englobando que a utilização de
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CONHECIMENTO E FREQUÊNCIA EM QUE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
ATUANTES EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA USUFRUEM DOS
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.
profissional quanto ao cliente.
Os profissionais da área de saúde estão expostos a vários riscos de natureza
química, física, biológica, psicossocial e ergonômica, variando de acordo com a
complexidade do ambiente de atuação. Os de cunho biológico são os principais
causadores de periculosidade e insalubridade para esses profissionais, em
decorrência do contato com sangue e outros fluidos corporais, associados à
manipulação rotineira de materiais perfuram cortantes (ARAÚJO et al., 2012).
Diante desse contexto, o enfermeiro possui papel importante na promoção e
prevenção usufruindo de treinamento, capacitação e avaliação permanente de sua
equipe. Sendo assim, surge como questionamentos: qual a importância percebida e
frequência que profissionais de enfermagem atuantes em ESF usufruem dos EPI? E
qual a programática de educação continuada é oferecida a eles?
A presente pesquisa tem por objetivo descrever a frequência e o conhecimento
da equipe de enfermagem acerca do uso de EPI, e a programática de treinamento
oferecida pela enfermeira responsável técnica pela ESF, delineando, possíveis
soluções para as incoerências encontradas.
É notório que os profissionais de saúde estão expostos a múltiplos fatores
estressores e de cunho acidental, justificando-se pela prestação direita do cuidado ao
cliente. Para tanto, o presente estudo tem sua relevância pautada em alcançar
resultados positivos para a equipe de enfermagem atuante em ESF, tendo como
suporte métodos científicos para adotar medidas preventivas e inibir a ocorrência de
acidentes e/ou agravos à saúde dos mesmos, esboçando concomitante a isso, o
conhecimento destes em relação à importância e ao uso dos EPI.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Romeiro et al. (2010) descrevem por meio de revisão da literatura que o
Ministério da Saúde criou em 1994 o Programa Saúde da Família, atualmente ESF,
unidade coordenada por enfermeiro com contribuição de outros profissionais.
Dentro do campo das ações que envolvem a prática de educação em saúde, é
atribuição de todos os profissionais que atuam nas ESF realizar educação continuada,
direcionando tanto aos clientes, quanto em aspectos que envolvem treinamento
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EPI deve ser de forma correta, assegurando aspectos preventivos tanto para o
desenvolvimento de suas ações (BATISTA e GONÇALVES, 2011).
Estudos realizados por Lionello et al. (2012) discorrem que em se tratando de
ESF o profissional graduado em enfermagem atua na elaboração de políticas de
saúde, bem como nos processos gerenciais e assistenciais, no qual envolvem ações
de promoção, prevenção e recuperação da saúde.
É notório que mesmo com tantos profissionais atuando em ESF de diversas
áreas, não é raro que a ações de educação em saúde sejam desenvolvidas apenas
por enfermeiros. Os mesmos autores descrevem que os médicos não raramente,
executam apenas a prática clínica (BACKERS et al., 2012).
Estudos realizados por Araújo et al. (2012) descrevem que levantamento
epidemiológico fomentado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), esboça
anualmente mais de 300 milhões de trabalhadores são vitimas de acidentes de
trabalho em todo o mundo, concomitante a isso, 160 milhões de novos casos de
doenças ocupacionais. Destarte, foi criada em 11 de novembro de 2005 por meio da
portaria nº485, a Norma Regulamentadora 32 (NR 32), que discorre sobre a
segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, estabelecendo medidas
objetivando que estas sejam aplicadas em todos os setores ligados a saúde.
Os profissionais de saúde estão diretamente expostos aos diversos riscos em
seu ambiente de trabalho. No que refere aos riscos biológicos, o de maior exposição,
podem estar ligado ao contato direto com sangue, secreções, excreções, fluidos
corpóreos com lesões infectadas (OLIVEIRA, 2012).
Para Frota et al. (2012) o uso de EPI está previsto e registrado em todas as
unidades de saúde em Protocolo Operacional Padrão (POP) e na PP. Estes
protocolos descrevem que o uso deve ser sempre em situações onde houver a
possibilidade de exposição a material biológico ou contato com agentes infecciosos,
fontes estas conhecidas ou não.
Os profissionais de saúde estão expostos a situações que podem ocasionar
doenças, distração as quais podem expor esses profissionais a riscos de acidente de
trabalho, decorrente da exposição aos fatores de risco físicos, químicos, biológicos,
mecânicos, ergonômicos e também doenças ocupacionais como LER/DORT (Lesões
por esforços repetitivos/Distúrbios Osteomusculares relacionados ao trabalho),
Lombalgias e Hérnias de Disco (SILVA, 2013).
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específico aos profissionais, o objeto desta proposta é oferecer recurso para melhor
incidente que ocorre durante o exercício da profissão, capaz de provocar lesões ou
alterações corporais que possam ocasionar a morte, a perda ou a diminuição
passageira ou definitiva da produtividade do trabalhador. O Enfermeiro atuante em
ESF é o responsável direto pela disponibilização, treinamento e fiscalização sobre o
uso dos EPI (FERREIRA et al., 2013).
De acordo com Helbel, Wingeter e Saalfed (2014) a biossegurança consiste em
um conjunto de normas e procedimentos com vistas à segurança e manutenção da
saúde do trabalhador. Paralelamente a isso a PP são atitudes que devem ser acatadas
pelos trabalhadores de saúde diante da assistência prestada a qualquer cliente,
objetivando reduzir os riscos de transmissão de agentes infecciosos. O uso de EPI
funciona como barreiras para impedir a contaminação ou transmissão de
microrganismos, devendo ser utilizados em acordo com o tipo de atividade.
3. METODOLOGIA
A presente pesquisa pode ser considerada descritiva, de abordagem
qualitativa, no qual foi realizada por meio da aplicação de dois questionários
estruturados semiaberto.
A pesquisa qualitativa tem ação posicionada, estabelecendo relação direta
entre pesquisadores/investigadores e mundo, compreendendo prática analítica e
material, modificando-o, por meio de representatividade, compondo-se de entrevistas
sistemáticas, notas de campo, diálogo, fotografias, anotações generalistas e
gravações (ALMEIDA e SILVINO, 2010).
Para Andrade e Holanda (2010) a pesquisa de natureza qualitativa busca uma
compreensão particularizada do que esta sendo estudado, com foco específico,
individualizado, compreendendo fenômenos que surgem de forma situada. Diante
disso, essa abordagem é crucial neste estudo, em que as descrições dos fatos, seja
de forma clara e realística, evidenciando de modo enfático, o conhecimento e
frequência dos profissionais de enfermagem sobre o uso dos EPI.
A pesquisa descritiva tem sua ação em observar os fatos, registrá-los,
classificando-os e interpretando-os, não ocorrendo interferências dos pesquisadores
nestes. Este método de pesquisa faz menção ao uso de técnicas padronizadas para
a coleta de dados (GIL, 2010).
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O acidente de trabalho é definido pelo Ministério do Trabalho como todo
urbana e 2 na zona rural de um Município no Interior da Zona da Mata Mineira, são
entidades vinculadas ao SUS, com gestão municipal. Trabalham nestes locais em
torno de 86 profissionais da saúde, com formação variada (CNESNet, 2000).
O nível de atenção em saúde das ESF baseia-se nas perspectivas de
prevenção, promoção e reabilitação da saúde.
Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2013) o Município
apresenta população estimada em 15.772 habitantes. As principais atividades
econômicas são produção de café, agropecuária, comércios varejistas e empresas
privadas e serviços oriundos do ramo público.
Para a entrevista foram utilizados dois questionários estruturados semiabertos,
aplicado à equipe de enfermagem (um a enfermeira responsável técnica pela ESF e
outro a equipe de enfermagem das respectivas ESF). Foram incluídas na pesquisa
profissionais que se encontravam em pleno exercício de suas atividades laborais, e
aceitaram participar voluntariamente da pesquisa e assinaram o Termo de
Consentimentos Livre e Esclarecido (TCLE), após informado. Foram adotados como
critério de exclusão, os que não se encontravam em exercício de suas funções (férias,
atestados médicos – salvo atestado por acidente de trabalho) e os que recusaram
participar da pesquisa ou não assinaram o TCLE, após informado.
Os aspectos éticos foram baseados na Resolução 196/96 que norteia a prática
de pesquisas envolvendo seres humanos, garantindo anonimato e autonomia para
recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo (CONSELHO NACIONAL
DE SAÚDE, 1996).
Dentro desse contexto, Boni e Quaresma (2005) destacam que as entrevistas
estruturadas, tem por objeto, não desvincular o pesquisador do foco, estabelecendo
diferenças entre os entrevistas e não relativo as perguntas.
A pesquisa foi realizada mediante autorização da gestão de saúde do
Município. Após leitura e assinatura do Termo de Solicitação para Autorização da
Pesquisa, a pesquisa teve sequenciamento mediante entrevista dos profissionais,
com prévia apresentação do objetivo e assinatura do TCLE, a discussão dos dados
ocorreu mediante questões emergentes da coleta de dados.
Os dados utilizados nessa pesquisa foram obtidos por meio da entrevista de
treze profissionais de enfermagem, residentes do Município do interior da Zona da
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O Universo da pesquisa refere às 7 ESF, dos quais 5 estão localizadas na zona
uma auxiliar em enfermagem. Durante a realização da pesquisa, foi excluída uma
profissional técnica em enfermagem em decorrência de férias.
A tabela abaixo mostra a relação dos informantes entrevistados para
constituição do corpus desta pesquisa.
A Tabela 1 apresenta a descrição dos sujeitos.
Número
1
2
3
4
5
6
7
8
Informante
I1FET2
I2FET3
I3FET2
I4FET7
I5FET9
I6FET15
I7FET2
I8FTT1,6
Função
Enfermeiro
Enfermeiro
Enfermeiro
Enfermeiro
Enfermeiro
Enfermeiro
Enfermeiro
Técnico em enf.
Tempo
2 anos
3 anos
2 anos
7 anos
9 anos
15 anos
2 anos
1,6 anos
9
10
11
12
13
I9FTT3
I10FTT8
I11FTT11
I12FAT24
I13FTT4
Técnico em enf.
Técnico em enf.
Técnico em enf.
Auxiliar em enf.
Técnico em enf.
3 anos
8 anos
11 anos
24 anos
4 anos
Fonte: o próprio autor.
Os rótulos utilizados acima apresentam a numeração, a função na equipe de
enfermagem, e o tempo de atuação; dessa forma em I1FET2, I1 é o informante
número 1; FE função enfermeiro; T2 é o tempo em anos de atuação na equipe.
Durante as entrevistas, os pesquisadores buscaram proporcionar um ambiente
privativo, para que os entrevistados pudessem relatar a realidade vivenciada no local,
com o objetivo de assegurar o máximo de informações.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dos indivíduos pesquisados 100% eram mulheres, estas com idade
predominantemente entre 25 a 59 anos de idade, 38,5% técnicas em enfermagem e
30,7% graduadas com especialização/residência (em urgência e emergência, saúde
da família, gerenciamento em resíduos no serviço de saúde e em saúde do
trabalhador). Quanto ao tempo de atuação em enfermagem este manteve-se em
maior concentração entre 0 anos a 9 anos, representando 76,9% das profissionais.
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Mata Mineira, sete enfermeiras com curso superior, cinco técnicas em enfermagem e
população investigada, 2015.
Característica
N = 13
%
13
0
100
0
6
2
1
2
1
0
1
46,1
15,4
7,7
15,4
7,7
0
7,7
1
5
3
4
7,7
38,5
23,1
30,7
7
3
1
1
1
53,8
23,1
7,7
7,7
7,7
Gênero
Feminino
Masculino
Faixa Etária
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
55 a 59 anos
Nível de Escolaridade
Ens. Médio Profissionalizante
Ens. Técnico Profissionalizante
Ens. Superior Completo
Especialização/Residência
Tempo de atuação profissional
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
Estudos realizados por Custódio et al. (2010) e Cacciari et al. (2013), fazem
menção que mais de 90% dos indivíduos trabalhadores da enfermagem pesquisados
em seus estudos são do sexo feminino, com idade média predominantemente entre
52,4 anos. Os mesmos autores dão ênfase que maior experiência de trabalho,
acarretam pontos positivos e negativos no âmbito de atuação do profissional, segundo
os autores, estes pontos negativos, devem ser erradicados ou minimizados, mediante
programas de treinamentos.
Para análise do conhecimento destes profissionais em relação ao significado e
compreensão acerca dos EPI, foi questionado: o que elas entendem sobre
Equipamentos de Proteção Individual? De acordo com as respostas, 100% fizeram
menção em suas descrições conhecerem o que são estes EPI, sua aplicabilidade e
importância relacionada: “são equipamentos que protege o nosso corpo em contato
com microrganismos encontrado nos pacientes e de forma também de proteger contra
infecções cruzadas” ( I7FET2). “Prevenir riscos durante o trabalho” (I10FTT8).
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A Tabela 2 apresenta as características sócio-demográficas referidas pela
Proteção Individual (EPI), são todos os instrumentos e produtos destinados ao uso
individual, cujo objetivo, encontra-se pautado a prevenção de riscos ameaçadores a
segurança e a saúde do trabalhadores.
Sobre a educação continuada e programas de treinamento, foram
questionadas as enfermeiras responsáveis pelas ESF: é oferecido a sua equipe algum
treinamento sobre a prevenção de acidentes de trabalho? Se sim ou não, por quê? E
quem o faz? Em acordo com os dados obtidos, 57,2% disseram sim: “Sim. Porque é
de suma importância à equipe saber o uso correto dos EPI e como usá-los” (I3FET2).
“Sim. O treinamento é realizado com o objetivo de proteção da saúde do trabalhador”
(I2FET3).
Entretanto, 42,8% disseram não realizar: “Não. Todos os funcionários já tiveram
treinamento antes de entrarem para a equipe” (I5FET9). “Não. É um tema que não é
abordado com tanta frequência, apesar de usarmos os EPI e saber a utilização e a
importância do equipamento” (I7FET2).
Para verificar quanto aos programas de treinamento e educação continuada,
foi consultada a equipe de enfermagem, questionando-se: existe algum programa de
treinamento prevenção de acidentes? Se sim ou não, por quê? E quem o faz? Em
acordo com os dados obtidos, 83,3% disseram não existir: “Não. Falta de interesse de
nós profissionais e dos gestores” (I13FTT4). “Não. Pois quando somos admitidos
recebemos somente orientação quanto aos cuidados a serem tomados” (I9FTT3).
Todavia, 16,7% disserem sim: “Sim. Temos folhetos, cartilhas informando e
orientando quanto aos riscos e danos que podem ocorrer. Às vezes acontecem
palestras de profissionais da saúde” (I10FTT8).
Os profissionais graduados em enfermagem são legalmente os responsáveis
por assegurar a educação continuada e o treinamento de sua equipe, estes por sua
vez, devem estudar as condições de segurança, periculosidade, elaborar planos de
de proteção, promoção e prevenção de agravos na saúde dos profissionais, incentivar
o cumprimento das normas de segurança e uso dos EPI (MAIA, 2012).
Em relação a descrição gerencial da enfermeiras, foi perguntado a elas: é
oferecido treinamento sobre o uso correto de EPI para sua equipe? Em acordo com
relatos das enfermeiras: 71,4% mencionaram oferecer algum tipo de treinamento.
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De acordo com a Norma Regulamentadora (NR 6), os Equipamentos de
“Sim, quando tenho tempo” (I1FET2).
Em contra partida, 28,6% descreveram que não oferecem treinamento sobre
essa temática para sua equipe. “Não, o treinamento é realizado no dia a dia mesmo”
(I7FET2). “Não já foram treinados” (I5FET9).
Para questionar a equipe sobre a veracidade da oferta desses treinamentos,
foram questionadas: recebem algum tipo de treinamento sobre EPI? Gostaria de
receber treinamento sobre esses equipamentos? Entre as respostas, 66,7%
afirmaram não receber treinamentos e 100% mencionaram que gostariam de receber
algum tipo de treinamento sobre os EPI. “Sim, porque é sempre surge novidades”
(I9FTT3). “Sim, é sempre bom participar de treinamento” (I10FTT8).
Barbosa, et al. (2012) enfatizaram em seus estudos que a equipe de
enfermagem constitui o quantitativo de maior representatividade na saúde, não
raramente estes possuem mais de um vínculo empregatício, acarretando sobrecarga
de trabalho e com isso, doenças e acidentes de cunho trabalhista. Diante disso, os
autores descrevem que as medidas de biossegurança devem ser incentivadas e
asseguradas para prestação do cuidado.
A exposição aos agentes de cunho acidental está diretamente relacionada com
o grau de complexidade decorrentes da atuação do profissional, sendo assim, foi
perguntado aos profissionais de enfermagem das mesmas: qual a importância do uso
de EPI para atuação em ESF? Em acordo com os relatos dos profissionais: 90%
mencionaram aspectos envolvidos na prevenção, importância e obrigação Legal.
“Previne contra acidentes, é de grande importância e é uma obrigatoriedade Legal”
(I6FET15). “Prevenção contra acidentes e é uma obrigação legal” (I12FAT24).
Quando relacionamos acidente em ambiente de trabalho, obrigatoriamente,
estes ocorrem por manipulação errônea dos instrumentos de trabalho, não
cumprimento de normas e o déficit no uso dos EPI. Para mensurar sobre a adesão
aos EPI, questionou-se a equipe: utiliza os EPI corretamente? Se sim ou não, por
quê?
Mediante os resultados: 92,3% descreveram sim. “Sim. Para evitar
contaminação e acidente de trabalho” (I10FTT8). “Sim. A fim de que as atividades
sejam desempenhadas com segurança e eficiência” (I2FET3).
“Por que estou
prevenindo” (I9FTT3). “Me sinto mais segura em realizar minhas funções” (I4FET7).
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“Sim, sempre que possível” (I4FET7). “Sim, quando percebo a necessidade” I6FET15.
fontes contaminantes, constituindo verdadeiras barreiras físicas, mediante a
exposição destes aos vários riscos em seu local de trabalho, de natureza química,
física e biológica. Reconhecer a importância, aplicabilidade do uso destes
equipamentos e ser adepto aos mesmos, fornece segurança necessária para
realização das atividades peculiares a prática assistencial (ARAÚJO, et al., 2012).
Não raramente encontramos profissionais afastados de seu local de trabalho
em decorrência do acometimento por acidentes de trabalho. Para mensurar esta
ocorrência, foi questionado aos profissionais de enfermagem das ESF: sofreu algum
tipo de acidente em seu local de trabalho? Sim? Não? Se sim, como foi? Com o que
exatamente? Qual atividade estava realizando?
Usava EPI? Como procedeu?
Mediante as respostas: 92,3% não sofreram acidentes em seu local de trabalho (ESF).
E, 7,7% já sofreram acidente de trabalho. “Já com agulha 13x4,5 em campanha de
vacinação de crianças de 0 a 5 anos, não usava EPI, procedi de maneira adequada:
apertei o dedo lavando em água corrente e realizei exames laboratoriais” (I9FTT3).
Para atender esses profissionais o Ministério da Saúde disponibiliza protocolos
com o objetivo de sistematizar o atendimento a vítimas de acidentes biológicos. Na
ocorrência de qualquer tipo de acidente é dever do funcionário informar seu superior,
para que este possa proceder com as medidas cabíveis e necessárias em relação ao
ocorrido (BARBOSA, et al.,2012).
Com intuito de identificar as fontes prováveis de acidentes questionou-se os
sujeitos da pesquisa: quais os principais riscos de acidentes de trabalho estão
expostos em seu local de trabalho? 80% descreverem em suas respostas, agentes
biológicos, perfurações, inalações e ergonômicos.
Em acordo com os resultados encontrados em estudos de Gallas e Fontana
(2010) os principais riscos em ambientes de trabalho dos profissionais de saúde estão
correlacionados, aos agentes biológicos, químicos, físicos, ergonômicos e
psicológicos, os autores, descrevem que estes podem variar de acordo com a
complexidade do local e dos procedimentos realizados.
Independente do local de atuação é obrigatoriedade que os empregadores
ofereçam os EPI e treinamento. Para tanto, foi perguntado: quem oferece para a
equipe de enfermagem os EPI? 100% das pesquisadas fizeram menção que a
unidade de saúde disponibiliza os EPI necessários.
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Os EPI estão diretamente relacionados com a proteção do profissional as
obrigatoriedade da empresa/empregador fornecer os EPI, para proteção individual,
coletividade, em fontes de riscos conhecidas ou não, e ainda, em vigência de
atendimento em caráter emergencial. As mesmas referências fazem menção ao dever
do profissional em usar os EPI, bem como, conservá-los durante a posse, e aos
fabricantes sobre a qualidade dos equipamentos vendidos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto é visível à importância da enfermeira no contexto da saúde
dos profissionais que integram a equipe de enfermagem. Em meio aos resultados
surgem
algumas
particularidades
merecedoras
de
ação
intervencionista,
principalmente as relacionadas com o déficit de treinamento na área de prevenção e
promoção quanto aos EPI e ainda, as relacionadas com a falta de incentivo por parte
das enfermeiras quanto à adesão ao uso dos mesmos. Haja vista, que ambas devem
ser rotineiramente incluídas na programática gerencial das ESF. Mas, deve-se levar
em consideração que as pesquisadas apresentam conhecimento da importância
quanto ao uso dos EPI, sendo este, fator primordial para internalizar na prática
rotineira a incorporação nas ações o uso destes.
Desta forma, identifica-se a necessidade de que os profissionais de saúde
busquem atualização, não apenas, para aprimoramento da prática assistencial, mas
também ter assegurado mecanismos que fortaleçam a proteção ao exercício diário
das atividades, aos quais incluem cursos de extensão, educação continuada, ou em
especialização, como também o incentivo de políticas públicas de saúde para
aquisição de conhecimentos relacionados ao exercício profissional de forma segura.
Conscientes dessa necessidade, os profissionais de enfermagem terão maior
segurança para exercer sua assistência, eliminando ou minimizando os agravos
inerentes a sua saúde, impactando ainda, diretamente na qualidade dos serviços
prestados aos seus clientes.
REFERÊNCIAS
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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v. 11, n. 2, p. 72-78, 2010.
Cristina Mendes da Silva Frade e Cristiane Mendes de Sá Fernandes graduandas em Enfermagem Faculdade UNIVÉRTIX.
Ana Ligia de Souza Pereira – Graduada em Enfermagem. Pós-graduada em
estomoterapia. Coordenadora do Curso de Enfermagem Univértix.
Kelly Aparecida do Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Natalia Fontes Alves Ambrósio - Graduada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora Univértix.
Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia, especialista em Saúde
Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Professora UNIVÉRTIX. .
[email protected]
RESUMO
O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um serviço aberto e comunitário do
Sistema Único de Saúde, que tem como objetivo acolher as pessoas que sofrem com
transtornos mentais severos e persistentes. O presente estudo teve como objetivo
identificar a percepção dos profissionais em relação ao início do trabalho em um CAPS
recém-fundado de uma cidade da zona da mata mineira. Trata-se de uma pesquisa
de abordagem qualitativa e descritiva que teve como instrumento de coleta de dados
uma entrevista estruturada com sete funcionários. Nos resultados foi possível
observar a visão dos profissionais em ralação a Reforma Psiquiátrica, os Centros de
Atenção Psicossocial e a falta de capacitação da equipe.
PALAVRAS-CHAVE: CAPS; Saúde Mental; Reforma psiquiátrica.
1. INTRODUÇÃO
No final da década de 70, organizou-se o Movimento dos Trabalhadores em
Saúde Mental (MTSM), a partir de uma crise deflagrada por denúncias de violações
de direitos humanos, sofridas por internos, de grandes hospitais psiquiátricos. O
MTSM deu início ao movimento da Reforma Psiquiátrica brasileira (OLIVEIRA e
AMARANTE, 2004).
Com a Reforma Psiquiátrica brasileira surgiram serviços assistências de saúde
que vieram para substituir o tratamento, que até então, era quase que exclusivamente
manicomial. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é considerado o carro chefe
desses serviços. Para Ramminger e Brito (2011, p.151):
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A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO CENTRO DE ATENÇÃO
PSICOSSOCIAL (CAPS) I DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA EM
RELAÇÃO AO TRABALHO COM OS USUÁRIOS
O CAPS foi oficializado inicialmente pela Portaria GM 224/92 com caráter de
unidade de saúde locais/regionalizadas. Hoje é regulamentado pela Portaria nº
336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, onde inclui o CAPS no SUS (Sistema Único de
Saúde), reconhecido pela complexidade de serviços prestados (RAMMINGER e
BRITO 2011).
A equipe do CAPS é formada por diversos profissionais, de acordo com a
modalidade e realidade da unidade: psicólogo, psiquiatra, enfermeiro, assistente
social,
pedagogo,
terapeuta
ocupacional,
técnico
de
enfermagem,
técnico
administrativo, técnico educacional e artesão, entre outros (CASTRO, 2007).
A questão de interesse que nos levaram a abordar essa temática está
relacionado ao nosso interesse na área da saúde mental, e a importância do
tratamento que é realizado no CAPS.
Diante do exposto a questão norteadora é: como os profissionais do CAPS I de
uma cidade da Zona da Mata Mineira desenvolvem seu trabalho com os usuários?
Qual o entendimento dos mesmos sem relação à reforma psiquiátrica? Estão tendo,
ou tiveram alguma capacitação para atuar na área?
Dessa forma, esta pesquisa tem como objetivo identificar a percepção dos
profissionais em relação ao início do trabalho em um CAPS recém-fundado de uma
cidade da zona da mata mineira.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Em 1978 é criado o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM),
combinando reivindicações trabalhistas e um discurso humanitário. Neste período
emergiram críticas à ineficiência da assistência pública em saúde mental, como
também denúncias de fraudes no sistema de financiamento dos serviços se seu
caráter privatista, e o que é mais importante para o posterior movimento da reforma
psiquiátrica, as denúncias do abandono, da violência e dos maus tratos a que eram
submetidos os pacientes nos principais manicômios do país (TENÓRIO, 2002).
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315
O CAPS é um serviço aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde, que
tem como objetivo acolher as pessoas que sofrem com transtornos mentais
severos e persistentes, num dado território, oferecendo cuidados clínicos e
de reabilitação psicossocial, evitando as internações e favorecendo o
exercício da cidadania e da inclusão social dos usuários e de suas famílias.
brasileira, tais como: em 1897 foi implantado o primeiro CAPS no país, em São Paulo,
que recebeu o nome de CAPS Luiz da Rocha Cerqueira (RIBEIRO, 2004;
SCHECHTMAN e ALVES, 2014).
O CAPS tem como objetivo o desenvolvimento de laços sociais e interpessoais,
indispensáveis para o estabelecimento de novas possibilidades de vida em
comunidade (MARZANO e SOUSA, 2004). Segundo Souza (2007), o tempo de
funcionamento dos CAPS é no mínimo de oito as dezoito horas, em dois turnos,
durante cinco dias úteis da semana (CAPS I, CAPS II, CAPS ad e CAPS i). Contudo,
há aqueles que funcionam vinte e quatro horas de segunda à segunda-feira (CAPS
III, CAPS ad III). Esses serviços realizam prioritariamente: o atendimento individual e
em grupo, atendimento à família, atividade de suporte social e inserção comunitária,
oficinas terapêuticas, visitas domiciliares, entre outros.
Existem duas funções possíveis para um CAPS, que vão depender do lugar que
ocupam no projeto da Saúde Mental. A primeira é atuar como um espaço intermediário
entre o nível básico e o Hospital Psiquiátrico, que é para atender casos de gravidade,
porém preferindo encaminhar os mais difíceis e graves: nesse caso, o CAPS funciona
como complemento ao Hospital. A segunda função é quando integra um conjunto de
ações e serviços, ou seja: quando se integra numa rede de serviços substituídos ao
Hospital psiquiátrico (SOUZA, 2007).
Os CAPS são compostos por equipes multidisciplinares formadas por:
psiquiatra, psicólogo, enfermeiro, assistente social entre outros profissionais. A equipe
não é uma forma de dividir o trabalho, esta deve compor-se de profissionais diferentes,
assegurando assim as trocas de experiências (MARTINHAGO e OLIVEIRA, 2012;
SOUZA , 2007).
O acolhimento objetiva ouvir todos os pacientes, resolver os problemas mais
simples ou referenciar, se necessário. Implica em atendimento com resolubilidade e
responsabilização, constituindo um momento de aproximação com o usuário,
possibilitando o resgate de valores de solidariedade, cidadania, respeito com o outro
e estabelecimento de vínculo entre os envolvidos. O acolhimento é a primeira etapa
do processo de trabalho sendo uma intervenção feita por qualquer profissional de nível
superior da equipe (COELHO e VIANNA, 2010).
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A década de 80 foi marcada por eventos importantes da reforma psiquiátrica
(PTS) que é elaborado para todos os usuários do serviço. A elaboração do PTS
incorpora a noção interdisciplinar, envolvendo todos os profissionais, das diferentes
especialidades e profissões. Sua elaboração é realizada após a avaliação dos
usuários, quando serão decididos quais procedimentos e quais membros da equipe
multiprofissional irão acompanhar o usuário (PINTO et al.,2011).
O PTS é definido como uma estratégia de cuidado que articula um conjunto de
ações resultantes da discussão e da construção coletiva de uma equipe. Ele leva em
conta as necessidades, as expectativas, as crenças e o contexto social da pessoa
para o qual está sendo dirigido. O PTS indica a direção que se pretende dar ao
tratamento. É no atendimento individual que se decidi o projeto terapêutico de cada
usuário, para assim encontrar o caminho para a reabilitação (SOUZA, 2007; BRASIL,
2012).
O CAPS trabalha com o técnico de referência (TR) que é o profissional
responsável pelo usuário. O TR é quem verificara se o PTS está sendo seguido. Como
também é ele que mantém contato com a família e exerce a função de secretariado
quando necessário. O técnico de referência é uma aproximação entre o profissional
ou a equipe a acerto número de usuários, ocasionando uma assistência de modo
singular por meio de um projeto terapêutico singular (SOUZA, 2007; SILVA e COSTA,
2010).
Reabilitar é um processo de construção, um exercício da cidadania e também de
plena contratualidade, entre habitat, rede social e trabalho com valor social, o
processo de reabilitação é então um processo de reconstrução. Para a OMS a
reabilitação psicossocial consiste numa estratégia de aquisição ou de recuperação de
aptidões importantes para a reinserção social (SARACENO, 1996).
Segundo Saraceno (1999) citado por Pinto e Ferreira (2010) a reabilitação
psicossocial não seria um conjunto de técnicas instrumentalizadas para ocupar o
tempo dos doentes mentais. Não se trata de enquadrar o sujeito em determinados
modelos pré-estabelecidos, mas sim ver suas potencialidades e criar situações
respeitando seus limites. É um processo que aponta para realização mudanças, a fim
de se criar possibilidades de vida e de se construir a cidadania possível.
Segundo Pitta (2012) a reabilitação psicossocial implica em uma ética solidaria,
que venha facilitar a vida dos sujeitos com limitações para os afazeres cotidianos,
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Após o usuário ser admitido no CAPS é elaborado o projeto terapêutico singular
autonomia para a vida na comunidade. A reabilitação psicossocial engloba a todos os
profissionais e a todos os atores do processo saúde doença: os usuários, as famílias
dos usuários, os técnicos e por fim a comunidade inteira.
3. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa e descritiva, desenvolvida
em um CAPS I de uma cidade da zona da Mata Mineira.
O método qualitativo caracteriza-se por:
Explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não
quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de
fatos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de interação)
e se valem de diferentes abordagens (GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p. 32).
O CAPS pesquisado foi inaugurado em fevereiro de 2015 e funciona das 08:00
às 17:00 hs, de segunda a sexta-feira. O serviço é responsável pela assistência em
saúde mental de um município vizinho, totalizando uma população de 21.102
habitantes (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE,
2010). Sua equipe é composta por: um psiquiatra, dois enfermeiros, uma técnica de
enfermagem, uma psicopedagoga, uma psicóloga, duas assistentes sociais e uma
auxiliar de serviços gerais.
A cidade na qual a unidade está inserida abrange uma área de 470,551 Km² e
uma população de 13.711 habitantes (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA - IBGE, 201O) a economia predominante é a agropecuária.
Como instrumento de coleta de dados foi utilizado uma entrevista estruturada, a
qual utiliza um questionário como instrumento de coleta de informações o que garante
que a mesma pergunta será feita da mesma forma a todas as pessoas que forem
pesquisadas (AGUIAR e MEDEIROS, 2009).
Para a realização da entrevista os profissionais foram informados sobre o
objetivo do estudo e a participação foi concretizada mediante assinatura do termo de
consentimento livre e esclarecida (TCLE). Este seguiu as especificações da resolução
196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhes, o
anonimato e a autonomia de recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do
estudo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
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decorrentes de transtornos mentais persistentes e viabilize o melhor nível possível de
responderam. O serviço não permitiu que as pesquisadoras realizassem a pesquisa
diretamente com os profissionais e nem que a mesma fosse áudio gravado. Os
profissionais responderam a entrevista e entregaram a resposta manuscrita às
pesquisadoras. Os dados foram coletados no mês de abril de 2015 sendo arquivados.
Os dados foram analisados utilizando o programa Word 2007.
4. CATEGORIAS EMERGENTES DA COLETA DE DADOS
Foi aplicada uma entrevista com a finalidade de identificar a percepção dos
profissionais em relação ao início do trabalho em um CAPS recém-fundado de uma
cidade da zona da mata mineira.
Das respostas obtidas, apropriou-se daquelas consideradas relevantes ao
objetivo da entrevista. Os entrevistados são os profissionais do CAPS, entre eles
estão Psicóloga, Enfermeiro, Assistente Social, Auxiliar de Serviços Gerais e
Psicopedagoga. Serão definidos como entrevistados: Safira, Jacinto, Ametista, Ágata,
Turquesa, Topázio e Jaspe respectivamente.
Para iniciar perguntamos ao entrevistado qual a sua opinião sobre o movimento
da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Sobre essa questão responderam:
Foi um movimento marcante, estritamente necessário para modificar a estrutura
dos tratamentos psiquiátricos que eram marcados por longas internações, maus
tratos. A Reforma possibilitou um tratamento mais digno ás pessoas, o
tratamento envolve aspectos sociais ao invés de focar em medicação e
internação (Safira).
A Reforma Psiquiátrica foi um marco muito importante em nosso país. Uma vez
que os pacientes psiquiátricos não tinham uma assistência adequada, pelo
contrário, eram sujeitados a condições desumanas como maus tratos e
isolamento (Jacinto).
Barroso e Silva (2011) apontam a aprovação da lei n°10.216 oficializando o
atendimento psiquiátrico comunitário no Brasil, dispõe sobre o tratamento mais
humanizado, a proteção às pessoas com transtornos mentais, e a preferência pelos
serviços comunitários sobre as internações, a implantação em todo o território
nacional de serviços substitutivos, as bases de funcionamento desses serviços e a
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A entrevista foi aplicada aos nove funcionários do CAPS, apenas sete
defendida, é fruto de maior maturidade teórica e política, alcançada ao longo das três
últimas décadas, com maior conscientização da sociedade civil organizada.
A próxima questão surge para identificar quais as ações de cuidado são
realizadas no CAPS pesquisado.
Atendimento psicológico individual. Convivência com o grupo, possibilitando a
escuta do usuário (Safira).
As ações realizadas são variadas, até mesmo pela dinâmica do serviço. Sou
responsável pela coordenação da assistência, desde os acolhimentos aos
encaminhamentos necessários dentro da rede (Jacinto).
Atividades voltadas para o cognitivo, habilidades manuais (Ágata).
Trabalho ao lado do paciente, tendo a possibilidade de estar atenta
à sua problemática. Ouvindo e interpretando as informações dadas pelo
paciente, sou capaz de auxiliar e propor ajuda dando assim um primeiro passo
para intervenção reabilitativa (Turquesa).
Preconizo sempre em promover o bem estar do paciente com meios terapêuticos
como medicação e oficinas (Topázio).
Lutar pelos direitos de cada um (Jaspe).
Segundo Queiroz, Ferreira e Silva (2013) os Centros de Atenção Psicossocial
(CAPS) são unidades de atendimento em saúde mental que oferecem aos usuários
um programa de cuidados intensivos, como: psicoterapia individual ou grupal, oficinas
terapêuticas, acompanhamento psiquiátrico, visitas domiciliares, atividades de
orientação e inclusão das famílias, entre outras.
O acolhimento não se limita apenas ao ato de receber, mas se compõe de uma
sequência de atos e modos que fazem parte do processo de trabalho, na relação com
o usuário, dentro e fora da unidade, portanto deve ser visto, como um dispositivo
importante (SOUZA, 2007).
O Projeto Terapêutico é onde se inscreve a concepção do ser humano que
determina a ação de saúde oferecida para alcançar o objetivo de criar produtos de
saúde: cuidar, melhorar a qualidade de vida, ampliar o entendimento e a apropriação
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regulamentação das internações compulsórias. A reforma psiquiátrica, hoje
processo
saúde-doença,
possibilitando
a
participação
do
usuário
e,
consequentemente, a construção de sua autonomia (CARVALHO et al.,2012).
Quando questionamos sobre o que é um CAPS os entrevistados responderam:
O CAPS é um local de referência para pessoas com sofrimento mental. Um local
onde o usuário recebe cuidados, pois é acompanhado por profissionais de
diversas áreas. Além disso, é um local onde o usuário pode socializar fazer
amizades, ser escutado. O usuário pode aprender ensinar e produzir enquanto
ser humano, independente de sua patologia (Safira).
O CAPS é um estabelecimento de saúde que resgatou a dignidade dos pacientes
psiquiátricos oferecendo a assistência necessária aos seus usuários e familiares
promovendo a inserção social dos mesmos (Jacinto).
Um centro de acolhimento a paciente de saúde mental e apoio a família
(Ametista).
Centro de atendimento a pacientes com transtornos psicossociais. Nele são
realizados atividades e tratamentos que visam a reinserção dos pacientes na
sociedade (Ágata).
O Centro de Atenção Psicossocial é mais uma instituição de apoio: é uma
semente de esperança no coração do portador de transtornos mentais é alivio
ás famílias dessas pessoas e principalmente é uma peça fundamental para o
desenvolvimento da sociedade (Turquesa).
Para mim o CAPS não é só um Centro de Atenção Psicossocial é um ambiente
de interação aonde ajudamos as pessoas a enfrentar a realidade de seus
problemas e absorvendo experiências para construção de um ser humano
melhor (Topázio).
CAPS é um apoio familiar (Jaspe).
Souza (2007) ressalta que o CAPS surgiu para redefinir o tratamento dos
usuários de serviços de saúde mental no Brasil e é considerado o mais importante
dispositivo de saúde mental da Reforma Psiquiátrica brasileira.São unidades de
atendimento que oferecem aos usuários cuidados intensivos, elaborados por uma
equipe multidisciplinar.
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do
se é dado algum treinamento para a equipe em relação ao trabalho no CAPS.
Não. A equipe realizou algumas visitas técnicas em um CAPS onde os
profissionais do mesmo sempre que solicitamos nos dão suporte nos orientando.
Também, participamos de fóruns de saúde mental realizados pela GRS para um
melhor norteamento do serviço (Jacinto).
Não. Foi realizado um treinamento do qual não participei (Ágata).
Ainda não, como estamos em fase inicial, ainda não foi realizado nenhum
treinamento (Jaspe).
O trabalho no cotidiano do CAPS impõe aos profissionais da equipe um
questionamento a respeito da sua própria formação e suas experiências precedentes.
É relevante que se tenha treinamento para melhor atender as necessidades dos
usuários, visando uma assistência qualificada (VECCHIA e MARTINS, 2009).
Perguntamos ainda, diante do que percebeu em seu trabalho quais os pontos
positivos desse programa e quais pontos que devem ser melhorados.
Pontos positivos: Possibilita aos pacientes um acompanhamento medico mais
eficaz, garante entre os pacientes um sentimento de companheirismo, melhora
a autoestima, auxilia o desenvolvimento de habilidades cognitivas e manuais,
valoriza atitudes cidadãs. Pontos que devem ser melhorados: Em nossa rede
ainda estamos adaptando espaços físicos, atendimento semanal que ainda não
está sendo realizada (Ágata).
A minha percepção positiva é que estamos no processo de formação, focando
sempre o bem estar do ser humano reincidindo no contexto social, aceitando
com suas diferenças e extinguindo o racismo de qualquer forma. Mas para que
possamos visar uma saúde mental melhor, temos que melhorar nossa
qualificação com mais fóruns e cursos e compartilhar experiências, sem duvidas
temos que ser amparados com uma estrutura para prestar um serviço de
qualidade (Topázio).
Pontos positivos: o CAPS proporciona um ambiente de socialização e
valorização da pessoa. Dentro do CAPS as diferenças são respeitadas, os
preconceitos ficam do lado de fora. Necessita ser melhorado: informar a
população a respeito da instituição CAPS, das políticas públicas de saúde
mental. Ainda há muito preconceito na sociedade (Jaspe).
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Perguntamos também se possuíam especialização na área de saúde mental e
efetiva, às questões locais, configurando-se como um dos equipamentos centrais na
implantação do Sistema Local de Saúde Mental. Esse é um dos muitos pontos
positivos (KANTORSKI et al., 2010).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que os resultados obtidos nessa entrevista, são importantes para
analisar a percepção dos profissionais em relação ao conhecimento da Reforma
Psiquiátrica e Centro de Atenção Psicossocial, mostrando-nos as praticas do cuidado,
a relação profissional e usuário, visto que é uma instituição recém-fundada, onde
faltam treinamento e especialização.
Percebemos a necessidade de capacitação, afinal saúde e saúde mental são
indissociáveis e os desafios devem ser enfrentados conjuntamente, compreendendo
que o tratamento vai além do medicamento, sendo necessário relacionamento
interpessoal e trabalho interdisciplinar. Acreditamos na possibilidade de se construir
um CAPS onde exista equipe qualificada e que caminhe na direção da humanização.
Portanto, diante das inquietações referidas nesse estudo notamos à importância
do trabalho da equipe multiprofissional e a necessidade de treinamento para atuar na
instituição, uma vez que é necessário desenvolver um trabalho em conjunto, onde
todos se envolvam na assistência de acordo com seu nível de competência.
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Mental: contribuições para a prática profissional. Rio de Janeiro, Editora FIOCRUZ,
2014.
Luiza de Abreu Costa – Graduada em Enfermagem, Especialista em Gestão
Microrregional em Saúde, Pós Graduada em Enfermagem do Trabalho. Professora
Faculdade Vértice – Univértix - [email protected]
Soraya Lúcia do Carmo da Silva Loures – Graduada em enfermagem pela
Universidade Iguaçu, Mestrado em Meio Ambiente e Sustentabilidade pelo Centro
Universitário de Caratinga, Coordenadora e professora titular dos Cursos de
Graduação e Pós Graduação Lato Sensu de Enfermagem em Saúde Pública/ Saúde
da Família e Saúde do Trabalhador da Faculdade de Minas – FAMINAS.
RESUMO
Atualmente no Brasil existe o Programa Nacional de Triagem Neonatal que
regulamenta todas as questões relativas ao teste do pezinho. Tal triagem, coberta
pelo Sistema Único de Saúde, investiga sete doenças: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo
Congênito, Anemia Falciforme, Fibrose Cística, Toxoplasmose Congênita, Hiperplasia
adrenal e Deficiência de biotinidase. Sobre essa ótica, o objeto desse estudo foi
identificar o grau de conhecimento dos familiares sobre a importância do teste. Tal
trabalho foi desenvolvido junto à equipe da APAE da cidade de Muriaé - MG, local de
coleta do teste do pezinho, com pesquisa quali-quantitativa e de campo. A amostra
constou de 20 participantes, investigados durante os meses de agosto e setembro de
2008, após a autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), e
do Comitê de Ética da Faculdade de Minas - FAMINAS (CEF), com anuência dos
participantes por meio de consentimento livre e esclarecido. Pôde-se concluir que
existe um número significativo de pessoas que desconhecem as patologias
detectadas no teste do pezinho e a importância de sua realização no 5º dia de vida da
criança, favorecendo a intervenção do profissional enfermeiro na educação
continuada com as gestantes no pré-natal, pós-parto e nos primeiros dias de vida do
bebê.
PALAVRAS-CHAVE: enfermeiro; triagem neonatal; orientação.
1 - INTRODUÇÃO
Triagem Neonatal, conhecido popularmente como Teste do Pezinho, é um
procedimento que visa diagnosticar precocemente doenças congênitas, que passam
despercebidas ou sem nenhum indício ao exame médico, após o nascimento da
criança. Sem a percepção de tais anomalias, elas trarão consequências irreversíveis,
podendo até levar ao óbito do Recém- Nascido (RN). Com a precocidade do
diagnóstico haverá a redução na morbimortalidade do neonato.
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O ENFERMEIRO COMO EDUCADOR EM DOENÇAS DIAGNOSTICADAS NO
TESTE DO PEZINHO
Robert Guthrie, médico pesquisador que desenvolveu o método de coletar amostras
de sangue em papel filtro. (MARTON DA SILVA, 2002).
Na década de 70, o teste foi introduzido no Brasil, para identificar duas doenças:
a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito. Mais adiante, incorporada ao SUS
(Sistema Único de Saúde), à partir do ano de 1992, através da Portaria GM/MS nº 22.
No ano de 2001 o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Triagem
Neonatal, com o objetivo de atender todos os recém-nascidos vivos no território
nacional.
Segundo Januário e Mourão (1998), a participação dos médicos no
acompanhamento dos casos é muito importante, pois facilita o tratamento para a
família e atualiza-se o campo da triagem neonatal e integrar-se aos objetivos gerais
do programa.
Atualmente a Triagem Neonatal oferece a identificação de sete anomalias
congênitas; sendo elas: a Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Anemia
Falciforme, Fibrose Cística, Toxoplasmose Congênita, Hiperplasia adrenal e
Deficiência de biotinidase.
O programa tem por objetivo reservar a todo recém-nascido vivo, no período
neonatal que vai do 5º dia de vida até o 29º dia, o direito de ser atendido gratuitamente
na rede pública para realizar o teste do pezinho com a finalidade de se realizar o
diagnóstico de doenças genéticas, erros inatos do metabolismo e recentemente
doença infecciosa como o caso da toxoplasmose.
No contexto apresentado, foca-se o conhecimento sobre o assunto e a
importância da atuação do enfermeiro na realização deste teste ressaltando a
precocidade do exame; as doenças detectadas e os devidos aconselhamentos aos
familiares com possíveis indicações médicas.
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O exame laboratorial, chamado também de triagem neonatal, detecta
precocemente doenças metabólicas, genéticas e infecciosas, que poderão causar
alterações no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê. Tal exame popularmente
conhecido como teste do pezinho, é feito a partir de uma incisão no calcanhar do bebê.
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A história do Programa de Triagem Neonatal teve início em 1961 com Dr.
separação de um grupo, ou mesmo, escolha entre inúmeros elementos e define, em
Saúde Pública, a ação primária dos Programas de Triagem, ou seja, a detecção –
através de testes aplicados na população – de um grupo de indivíduos com
probabilidade elevada de apresentarem determinadas patologias. Ao aplicar a
definição Triagem Neonatal está se realizando esta metodologia de rastreamento
especificamente na população com a idade de 0 a 30 dias de vida. O ideal é que a
triagem seja feita na maternidade ou ainda na primeira semana de vida. As gotas de
sangue devem preencher todo o círculo do cartão do papel utilizado na coleta
(BRASIL, 2002).
O Teste do Pezinho é uma estratégia para o diagnóstico precoce de algumas
doenças congênitas que são sempre imperceptíveis ao exame médico no período
neonatal, mas que evoluem desfavoravelmente, levando ao aparecimento de
sequelas como, por exemplo, a deficiência mental, possibilita intervenções também
precoces que previnem sequelas e complicações, reduzindo a morbimortalidade.
(BRASIL, 2002).
No Brasil, a triagem neonatal teve início na década de 70, mais precisamente
em 1976, quando o Prof. Benjamin Schmidt criou o projeto pioneiro de triagem
neonatal, na época já conhecido como Teste do Pezinho, na Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais de São Paulo (APAE-SP). Inicialmente realizava-se um
único diagnóstico, o da Fenilcetonúria e mais tarde incorporou-se a detecção precoce
do Hipotireoidismo Congênito.
Na década de 90, o Estatuto da Criança e do Adolescente com a Lei Federal
nº 8.069, de 13 de julho de 1990, houve a tentativa inicial de formalização e
obrigatoriedade dos testes em todo território nacional:
Art. 10 – “Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de
gestantes, públicos e particulares, são obrigados a proceder a exames
visando ao diagnóstico e terapêutico de anormalidades no metabolismo do
recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais.”
Considerando a Portaria GM/MS nº. 22, de 15 de janeiro de 1992, que
complementa a Lei Federal de 13 de julho de 1990 tornando obrigatório o Diagnóstico
Precoce do Hipotireoidismo Congênito e Fenilcetonúria diz em seu item 1:
“Torna obrigatória a inclusão no Planejamento das Ações de saúde dos
Estados, Municípios e Distrito Federal, públicos e particulares contratados
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O termo triagem, que se origina do vocábulo francês triage, significa seleção,
Observando a necessidade de ampliar o acesso à Triagem Neonatal no
País e buscar a cobertura de 100% dos recém-nascidos vivos, cumprindo assim os
princípios de equidade, universalidade e integralidade que devem pautar as ações de
saúde; o Ministério da Saúde criou em 2001, o Programa Nacional de Triagem
Neonatal, com o objetivo de atender a todos os recém-natos em território brasileiro,
além
do
desenvolvimento
de
ações
de
triagem
neonatal,
diagnóstico,
acompanhamento e tratamento das doenças diagnosticadas (BRASIL, 2002).
Um programa de Triagem Neonatal só se justifica pela sensibilização das
gestantes tendo como objetivo orientá-las durante o período pré-natal. Sabe-se que o
trabalho de esclarecimento a estas mulheres deve ser feito pela equipe técnica dos
serviços de pré-natal e das maternidades. Para tanto deve ser esclarecida a
importância para as mães sobre realizar o teste em seus filhos no quinto dia de vida.
Dessa forma um pouco antes da alta hospitalar, a mãe deverá ser orientada a
comparecer ao centro de saúde que presta serviços direcionados ao Teste de Triagem
para que seja feita a coleta no prazo determinado.
Conforme mencionado anteriormente, o teste deve ser feito no quinto dia de
vida do recém-nascido, acentuando que qualquer exame que seja coletado antes do
quinto dia será devolvido pelo laboratório, pois poderá resultar numa amostra
falsamente normal, essa falha pode atrasar o diagnóstico, enganar os médicos, a
família e trazer consequências para a criança por isso indicam-se o quinto dia e não
antes.
De acordo com Medeiros (2008), o mais importante, contudo, é que os
responsáveis pelo teste do pezinho se reúnam periodicamente para debater os
problemas regionais e possíveis dificuldades.
Na realização da coleta do sangue para o teste do pezinho, o aquecimento
prévio do pé promoverá um aumento do fluxo sanguíneo no calcanhar, propiciando
maior quantidade de sangue e, consequentemente, uma gota de maior tamanho.
Deve-se escolher para realizar a punção, uma das duas áreas laterais da região
plantar do calcanhar, para se obter melhores resultados.
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em caráter complementar do Programa de Diagnóstico Precoce do
Hipotireoidismo Congênito e Fenilcetonúria.”
de uma mancha. Esta será picotada para serem analisados, quanto mais picotes,
melhor será a qualidade e aproveitamento da coleta.
Os limites da mancha não precisam ser exatamente coincididos com a linha
tracejada, podendo ser ultrapassada ou não, visto a dificuldade de estar colocando a
gota exatamente na linha, principalmente quando o bebê reage e tenta movimentar os
pés. Os picotes são a quantidade de círculos obtidos pelo laboratório em cada círculo
cheio de sangue. Após a secagem a mancha de sangue passa de vermelho vivo para
marrom-avermelhado.
As amostras inadequadas são rejeitadas pelo laboratório, pois há uma análise
rigorosa das amostras recebidas. Os resultados dos testes realizados ficam
comprometidos, inutilizando assim o papel-filtro enviado. Nesses casos quem perde é
a criança, pois muitas vezes não a tempo de colher nova amostra dentro do tempo
determinado pelo NUPAD (Núcleo de Pesquisa e Apoio Diagnóstico), até 29º dia de
vida.
Apenas as amostras consideradas satisfatórias serão aceitas pelo laboratório,
para que os resultados sejam seguros, precisos e confiáveis.
O momento de entrega de resultados é de ansiedade para a família. Mesmo
estando normais, os resultados deverão ser entregue ás famílias, com maior
brevidade possível, assim que estes chegarem do laboratório especializado.
No caso de resultados alterados, deve-se entrar em contato assim que o
laboratório enviar os resultados e informe ao responsável que foi encontrada uma
alteração e que esta alteração precisa de um novo exame de confirmação. Para isso,
a criança deverá comparecer ao local para uma nova coleta.
É necessário que os profissionais de saúde responsáveis pela coleta, informem
as famílias sobre o teste e a importância de ser coletado no quinto dia de vida, e que
também as pessoas estejam atentas à todas as etapas do procedimento, pois as
informações são fundamentais para que as doenças sejam tratadas.
Os conteúdos supracitados foram extraídos do Manual de Normas Técnicas e
Rotinas Operacionais do Programa Nacional de Triagem Neonatal.
3 - METODOLOGIA
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O círculo tracejado impresso no papel-filtro funciona apenas como delimitador
quali-quantitativo centrando em livros, artigos e manuais. O trabalho de campo foi
realizado na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) da Cidade de
Muriaé, onde se realizou a coleta de dados de 20 participantes que traziam seus bebês
para a realização do teste do pezinho. Aplicou-se questionário misto com perguntas
claras e objetivas, com a finalidade de motivar interesse e atenção dos participantes,
evitarem percepções errôneas, e demonstrar a importância do Teste do Pezinho e do
profissional enfermeiro como educador quando detectadas alterações na Triagem do
Neonatal traçando planos assistenciais à criança juntamente com suas famílias.
Coletaram-se os dados durante os meses de agosto e setembro de
2008, após autorização da Comissão de Ética em Pesquisa (CONEP), e do Comitê
de Ética da FAMINAS (CEF), e anuência dos responsáveis pela Associação de Pais
e Amigos do Excepcional (APAE) e da enfermeira responsável pelo teste do pezinho
da cidade de Muriaé, juntamente com os sujeitos em participar deste estudo através
de consentimento livre e esclarecido.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados após pesquisa com aplicação de questionário misto com
perguntas claras e objetivas em 20 familiares que levavam seus bebês para a
realização do teste do pezinho na APAE na cidade de Muriaé – MG foram:
Figura 1: Faixa etária dos entrevistados
26 a 35 anos;
15 a 25 anos; 1; 50%
1; 45%
15 a 25
anos
36 a 45 anos;
1; 5%
Fonte: Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE) – Ago-Set. 2008
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Quanto à metodologia e estratégias adotadas, trabalhou-se com o método
subdividiu-se da seguinte maneira: 15 – 25 anos, 26 – 35 anos e 36 – 45 anos.
Resultou-se em: 09 (45%) entre 15 – 25 anos; 10 (50%) entre 26 – 35 anos e 1 (5%)
entre 36 – 45 anos.
Observa-se que a prevalência (50%) se dá entre as idades de 26 – 35 anos.
Este resultado possibilita a percepção de que tais mulheres estão voltadas ao
planejamento familiar, preocupando-se com a qualidade de vida.
De acordo com Miranda e Leite (2004), o Planejamento Familiar têm
importância fundamental e pode causar impacto positivo sobre o bem-estar de toda a
família, principalmente na vida de mulheres e crianças.
Figura 2: Estado Civil
Solteira
Casada
Solteira; 1; Casada;
50%
1; 50%
Separada
Viúva
Separada; 1; Viúva;
0% 1; 0%
Fonte: Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE) – Ago-Set. 2008
Questionou-se aos 20 entrevistados sobre o estado civil, e obtiveram-se os
seguintes resultados: 10 (50%) solteiras e 10 (50%) casadas.
Mediante as respostas, observou-se um grande número de mulheres
engravidam sem a presença masculina do lado. A ocorrência de tal fato pode ser
considerada um fator socioeconômico, trazendo consequências para a criança e para
a própria mãe, visto que a frequência em que acontece é bastante significativa.
Segundo Araújo et al., (2004, p. 08), não é por falta de informação, nem por
falta de acessos a métodos contraceptivos que acontecem as gestações indesejadas,
mas sim de atitudes que consistem em pensar à afetividade e o agir. Não há como
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Para adquirir os resultados da faixa etária dos 20 familiares entrevistados,
transformações de ordem física, orgânica, psíquica, familiar, econômicas e sociais
profundas.
Para mulheres que engravidam solteiras, o problema é inicialmente
sociocultural, pois haverá reações muito diferentes em sociedades permissivas ou
restritivas à sexualidade (BOLSANELO, 1981, p.106).
Figura 3: Profissionais que forneceram informações
Médico
Enfermeiro
Técnico de
Enfermagem
Outros
Enfermeiro; 1;
Médico; 1; 38%
33%
Técnico de
Outros;
Enfermagem;
1; 1; 19%
10%
Fonte: Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE) – Ago-Set. 2008
Outro importante resultado aparece quando foi perguntada a relação dos
profissionais que forneceram as informações sobre o teste do pezinho, tem-se: 8
(40%) médicos; 7 (35%) enfermeiros; 2 (10%) técnico de enfermagem, não ficando
claro em alguns momentos pelos participantes, se seriam estes informantes,
auxiliares, técnicos ou enfermeiros; 1 (5%) outro profissional da saúde e 4 (20%)
outros.
Observou-se também que as informações foram fornecidas tardiamente (15
participantes receberam informações sobre a existência do teste na maternidade),
isso se constitui num importante obstáculo na ponte educação-cliente, pois, acreditase que o ensino deveria ocorrer gradativamente principalmente quando se refere a
uma gestante, ademais são muitas as modificações ocorridas pela gestação, tanto em
aspecto psicológico, quanto no físico, sem mencionar as importantes alterações na
dinâmica familiar advinda da chegada de um novo membro.
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negar que a gravidez representa sempre, para mulheres de qualquer idade, grandes
Maternidade; 1;
75%
335
Figura 4: Informações sobre o teste do pezinho
Consultório
Médico
Maternidade
APAE
PSF
Amigos
Não Recebeu
Informação
Consultório
Médico; 1; 10%
Não Recebeu
Informação; 1;
PSF; 1;Amigos;
5%
1; 5%5%
APAE; 1; 0%
Fonte: Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE) – Ago-Set. 2008
Em relação ao local de informações dadas sobre o Teste de Triagem Neonatal
destacam-se os seguintes resultados: 15 (75%) maternidade; 2 (10%) consultório
médico ; 1 (5%) Programa Saúde da Família (PSF); 1 (5%) amigos e 1 (5%) não
recebeu informação a respeito do mesmo.
Tal resultado possibilita a percepção de uma deficiência da atenção dos
profissionais de saúde das unidades básicas para a educação em saúde das
gestantes. Essas informações deveriam ser difundidas a partir do momento em que
são cadastradas no SIS-PRENATAL, e gradativamente serem reforçadas durante as
consultas obstétricas e de enfermagem, e consequentemente na maternidade por
ocasião do trabalho de parto.
Miranda; Leite, 2004, afirmam que os profissionais integrados ao Programa de
Saúde da Família devem conhecer as gestantes do território onde irão atuar. Isto,
somente é possível através do estudo dos perfis epidemiológicos das classes sociais
(dos grupos homogêneos que se assemelham nas formas de trabalhar e viver) que
servem de objeto para a intervenção em Saúde Coletiva.
Entretanto, o que mais impressionou nesse estudo foi à qualidade das
informações referentes ao teste do pezinho. Dos 20 entrevistados, 11 (55%)
responderam que não existiram informações adicionais sobre o exame, como por
exemplo: qual a finalidade; quais doenças pesquisadas; porque a coleta é feita no
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desse teste.
Esse resultado leva a refletir como está sendo feita a divulgação das
informações sobre o teste do pezinho nesse município, visto que, os familiares levam
seus filhos para a realização do exame, sem ao menos entenderem a finalidade do
mesmo a que seus bebês seriam submetido.
Contudo, o restante de 09 (45%) dos participantes do estudo que
responderam ter recebido informações adicionais, mas diz que essas, muitas vezes
deixaram dúvidas, isso mostra que essas informações foram ineficientes para os
questionamentos que envolvam este teste.
Em relação ao esclarecimento suficiente sobre a finalidade e importância
do teste do pezinho, 10 (50%) dizem ser suficientes, contra os outros 10 (50%) que
relatam não terem tido orientações suficientes do que vêm a ser o Teste de Triagem
Neonatal e seus respectivos objetivos. Fica explícita a necessidade de se passar mais
informações a respeito do exame, denotando assim, uma demanda a ser trabalhada
e priorizada enquanto educação em saúde.
As respostas em relação à importância do teste, todos os participantes
responderam ser de extrema importância para a saúde do bebê, mas ao analisarmos
as respostas constatamos uma incompatibilidade no que diz respeito aos reais
objetivos do exame. Observe que são muitos os que possuem um conhecimento
relativamente equivocado, como é possível perceber nas seguintes respostas:
“... ‘se tiver algum problema a gente fica sabendo’... ‘porque vai ver se tem
algum problema’... ‘você pode prevenir de doença ou até mesmo tratar para
que não possa piorar, e é método mais eficaz pela idade’... ‘acredito que
deve tratar alguma coisa, alguma doença’... ‘se tiver alguma doença grave
é descoberto’... ‘porque descobre várias coisas que o neném pode ter’... ‘ver
futuramente o que pode acontecer’...”
As respostas mostram um nível de conhecimento muito superficial sobre o
exame, pois nenhum dos participantes se referiu à detecção de doenças genéticas,
que, por conseguinte, ocasionam os distúrbios genéticos, que denota a falta de
conhecimento por parte dos participantes referido ao exame neonatal.
Questionou-se aos 20 entrevistados sobre o conhecimento de alguma doença
detectada pelo teste do pezinho, 19 (95%) não souberam responder nenhuma doença,
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calcanhar da criança, enfim, todo o vasto conteúdo de informações existentes a cerca
essa a anemia falciforme.
Mediante ao grande número de pessoas que desconhecem as doenças
pesquisadas no teste, perguntam-se os motivos que tem levado esses familiares a
procurarem a instituição de coleta, e nos questionamos também quanto aos direitos
dessas famílias de obterem uma assistência completa com informações básicas, bem
como dos serviços de saúde e dos profissionais que atuam nessa área.
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos através da amostra representada por 20 participantes
nos possibilitaram concluir que, existe um número significativo de pessoas que
desconhecem as doenças detectadas pelo teste do pezinho relatando ter recebidas
as informações tardiamente, até mesmo na própria maternidade. Tal fato se torna um
importante obstáculo na ponte educação-cliente, pois as modificações tanto físicas
quanto psicológicas são muitas, sem mencionar as importantes alterações na
dinâmica familiar advindas da chegada de um novo membro.
Diante do que foi apresentado, percebe-se a necessidade de trabalhar esse
tema com as gestantes e suas famílias, pois é imprescindível reconhecer a
importância da Triagem Neonatal e sua validade. Essas orientações têm de ser
aplicadas no atendimento pré-natal ou pós-parto, ou mesmo nos primeiros dias de
vida do recém-nascido.
A presença da Enfermagem neste quadro é muito valiosa; no momento que há
o contato com a parturiente e durante o pré-natal para a conscientização e
sensibilização a respeito da Triagem Neonatal, para que ela aconteça e surta efeitos
positivos. Elaborar e programar estratégias de educação em saúde, prestando uma
assistência humanizada, visando suprir essas e outras demandas que se fazem
necessária a esse cenário.
Sendo assim, as ações de orientação social irão advir de respostas positivas
em todos os aspectos, como a detecção precoce de alguma doença e seu devido
tratamento.
REFERÊNCIAS
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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e apenas 1 (5%) respondeu conhecer alguma doença pesquisada no teste, sendo
338
ARAÚJO, Gilmara B. S. et al. Aspectos
Psicossociais da Gravidez na
Adolescência: estudo no município de Campina Grande. 2004 Disponível em:
<www.gravideznaadolescencia.com> Acesso em 20 set. 2008.
BRASIL. Código Civil Brasileiro. Estatuto da Criança e do Adolescente; 1990. [Lei
8.069]. [Publicado 1990; Jul 13].
BRASIL. Ministério da Saúde, Manual de Normas Técnicas e Rotinas Operacionais
do Programa Nacional de Triagem Neonatal. Brasília: Editora MS, 2002.
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JANUÁRIO. José Nélio; MOURÃO, Oto Guimarães. Manual de Organização e
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MARTON DA SILVA, M.B.G.; LACERDA, M.R. “Teste do pezinho”: por que coletas
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MEDEIROS, Geraldo. O Teste do Pezinho. Revista Eletrônica de enfermagem. São
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MIRANDA, Elisabeth S; LEITE, Juliana A. Perfil epidemiológico das usuárias do
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Prazeres, Minas Gerais. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 8, n. 4,
2004.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
Junimar Maicon Lopes Ferreira – Graduando em Farmácia – Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Sinval Dutra Junior – Farmacêutico – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Bruna Chaves Amorim – Farmacêutica Generalista - Mestre em Ciências Naturais
e da Saúde. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em
Ciências Farmacêuticas - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Doação de sangue; Doador; Perfil; Estímulo.
RESUMO
Este trabalho busca diminuir os obstáculos que afetam determinada população frente
à decisão de tornar-se doadora, conhecer as dúvidas ligadas à doação, esclarecer
sobre a eficiência, segurança e organização dos hemocentros, mostrando à sociedade
a importância da doação de sangue. Trata-se de um estudo descritivo quantitativo. A
instituição onde o estudo se desenvolveu é a Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX,
localizada na cidade de Matipó- MG. Foi aplicado um questionário para levantamento
de dados relacionados: Ao nível de conhecimento sobre o assunto; os motivos da
doação ou não doação de sangue; e o perfil do doador dos acadêmicos das oito áreas
de formação oferecidas pela instituição. Os resultados mostraram-se bem abaixo dos
índices preconizados pela Organização Mundial de Saúde como ideais (3% a 5%) de
uma população, e ainda abaixo dos índices nacionais que se situam em torno de (2%),
uma vez que obtivemos 1,36% de doadores fidelizados entre o grupo analisado. A
doação é um ato solidário e salvador de vidas, as motivações são variadas, mas em
sua maioria refletem interesses pessoais e humanitários.
1- INTRODUÇÃO
A doação de sangue, embora tenha sua importância reconhecida por muitos, é
ainda hoje, um problema de interesse mundial, pois ainda não há uma substância que
possa substituir o tecido (SILVA, 2008).
Os hemocentros têm o papel de promover incentivos e recursos para a
captação de novos doadores, manutenção dos estoques, e a qualidade do sangue a
ser disponibilizado aos pacientes, porém ainda encontra dificuldades em manter
doadores disponíveis o suficiente para atender às necessidades específicas e
emergenciais, podendo colocar em risco a saúde e a vida da população (RODRIGUES
& REIBNITZ, 2011).
A conscientização da população sobre a importância da doação voluntária de
sangue está diretamente ligada à captação de novos doadores; essa conscientização
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PERFIL DO DOADOR DE SANGUE DOS ACÂDEMICOS DA FACULDADE
VÉRTICE-UNIVÉRTIX DA CIDADE DE MATIPÓ - MG
não se deve presar apenas por aumentar o número de doadores, também deve ser
salientada a importância de se traçar o perfil dos mesmos garantindo maior segurança
e qualidade aos usuários (GIACOMINI & LUNARDI FILHO, 2010).
A doação de sangue deve ser tratada como um ato de solidariedade e
compromisso social; tendo em vista a importância de se fidelizar os doadores e
esclarecê-los sobre o impacto positivo gerado por essa ação de humanismo, pois uma
ação que pode ser tida como simples implica em salvar vidas. Em vários países, a
doação de sangue é tratada como assunto de suma importância recebendo grande
atenção da mídia e investimentos em campanhas de conscientização.
Em
contrapartida em outras localidades recebe pouca atenção e, portanto o tema é pouco
divulgado, como pode ser evidenciado em certas partes do Brasil (ZAGO, SILVEIRA,
DUMITH & 2009) e (MOURA et al., 2006).
Tendo em vista a importância do tema em questão e o constante aumento da
demanda de sangue, diferente do que acontece com o número de doadores, é
necessário e essencial que o assunto seja abordado com maior frequência, pois isso
pode ser evidenciado ao se analisar os números de doadores, que no Brasil estão em
torno de 2% da população uma vez que a Organização Mundial de Saúde preconiza
que o ideal seja de 3 a 5% de uma população doadora (SOUZA, LEANDRO &
GOMES, 2008).
Contudo, objetiva-se com este trabalho conhecer o perfil do doador de sangue
dos acadêmicos da Faculdade Vértice - Univértix da cidade de Matipó- MG
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 - IMPORTANCIAS DO SANGUE E DA DOAÇÃO
O sangue é praticamente o primeiro tecido formado no ser humano, ainda no
estágio de embrião, quando o sangue da mãe fornece os nutrientes. As primeiras
células que vão formar o fígado iniciam a produção de eritrócitos que constituem o
sangue inicial do embrião, após o aparecimento dos ossos gradualmente a produção
dos eritrócitos e outras células sanguíneas migram para a medula e posteriormente
quando o ser humano amadurece a produção permanece em ossos longos como
úmero e fêmur os quais possuem medula óssea rubra, que é a parte da medula
produtora de células sanguíneas (HOFFBRAND, MOSS & PETTIT, 2008).
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deve e pode ser feita através de campanhas veiculadas por meios distintos, porém
tempo na história da medicina. Estudos como o do médico inglês Harvey, por volta do
século XVII, tiveram grande importância no âmbito de transfusão sanguínea por
descrever a circulação sanguínea e os mecanismos de seu funcionamento. A partir
de então se possibilitou o uso de injeções intravenosas; o sangue começou a ser
usado como uma possibilidade de tratamento para algumas doenças, tratamento esse
que antes era impossível devido à falta de conhecimentos científicos sobre o mesmo.
A partir desse período, aumentou em nível global a busca por conhecimento nessa
área, tendo em vista a gama de benefícios que ela poderia trazer, principalmente nas
guerras, a transfusão viria a ser amplamente usada e várias vidas salvas (SAMPAIO,
2013).
O sangue possui várias funções e é de suma importância para a vida. O estudo
do sangue é uma área muito vasta; entre as principais funções podemos citar o
transporte de substâncias pelo corpo, nutrição das células e tecidos; papel
fundamental na troca gasosa, desintoxicação e faz parte da proteção necessária para
resistir aos agentes invasores, sendo assim, a sua escassez no organismo pode
acarretar vários danos (GURGEL & CARMO, 2014).
Ao se falar em sangue, observa-se a existência de diferentes tipos sanguíneos,
fato que individualiza ou separa a população em grupos que são compatíveis entre si
ou determina incompatibilidade em alguns casos, tornando assim o sangue em alguns
casos mais raros. Esses grupos sanguíneos são identificados por antígenos próprios,
que se encontram na membrana plasmática dos glóbulos vermelhos e são
classificados pelo sistema ABO. Esse sistema consiste na classificação por meio de
dois antígenos principais, antígenos A e B. Com base nesses antígenos têm-se os
grupos sanguíneos classificados em quatro tipos: tipo A, tipo B, tipo AB e tipo O. Em
função de outro antígeno que também está presente na superfície dos eritrócitos, o
sangue também se classifica pelo fator Rh, em Rh positivo e Rh negativo,
caracterizando o sistema Rh (CAMPINAS, 2010) e (GURGEL & CARMO, 2014).
Os termos Rh positivo e Rh negativo constantemente utilizados na classificação
sanguínea referem-se à presença ou ausência do antígeno D na membrana da
hemácia. É descrito também a ocorrência do RhD fraco que refere-se a uma
expressão bastante reduzida do antígeno D na membrana, sendo assim chamado “D
fraco”. Entretanto, indivíduos portadores deste antígeno devem ser considerados
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O sangue tem sua importância e finalidade terapêutica destacada à muito
classificação fundamental em uma transfusão de sangue.
Existem também casos mais raros como o Rh nulo, que sem exames específicos pode
passar facilmente por Rh negativo (CASTRO, 2013).
Hoje existe uma demanda aumentada sobre a captação de sangue, pois a
ocorrência de acidentes, o aumento da violência e maior facilidade no diagnóstico de
doenças genéticas ou crônicas que afetam o sangue vêm sofrendo aumento de seus
índices diariamente. Essa situação ainda é agravada pelo aumento da população.
Deste modo ocorre uma maior demanda de transfusões de sangue, e em
contrapartida não ocorre o aumento expressivo do número de doadores de sangue
(SOUZA, GOMES & LEANDRO 2008).
No Brasil foi criado o Pró-Sangue devido a essas implicações, com o
reconhecimento da grande importância do sangue, e aumento gradual da demanda.
O Pró-Sangue se apresentou como um marco histórico na base e na execução da
hemoterapia. Ele foi formado tendo como base uma rede de serviços de sangue
(hemorrede), e tem como objetivo alcançar a cobertura hemoterápica em todo o país
por meio de ações como a promoção da doação voluntária de sangue, qualificação de
recursos humanos e padronização dos procedimentos técnicos (BARCA, 2013).
A doação de sangue pode parecer uma necessidade individual, contudo na
verdade é coletiva. A sociedade tende a ganhar muito quando seus cidadãos se
conscientizam e tomam a iniciativa de doar sangue. (GIACOMINI & LUNARDI FILHO,
2010).
2.2 -PROCEDIMENTOS
INICIAIS
DOS
HEMOCENTROS
EM
CASOS
EMERGENCIAIS
O hemocentro convive rotineiramente com situações emergenciais, e
estabelece procedimentos como forma de aperfeiçoar os seus recursos financeiros,
aprimorar o banco de sangue e a captação de hemocomponentes. Os pacientes que
necessitam de transfusão são pacientes emergenciais, pois a sua vida depende disso.
O médico do local do atendimento, onde se encontram os pacientes, após evidenciar
a real necessidade, e quando se faz necessário, encaminha a solicitação de
transfusão ao banco de sangue. Ao ocorrer essa solicitação, o banco de sangue
fornece o sangue proveniente das doações, sangue esse mantido em estoques, os
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como RhD positivos,
(SILVA, 2008).
O hemocentro utiliza algumas atitudes como tentativa de repor o sangue
utilizado emergencialmente. Inicialmente convida os familiares daquele paciente a
doarem sangue. Essa atitude fica ao ponto de vista dos familiares como sendo para
seu ente querido, no entanto, se essa fosse a realidade, a ajuda de seu ente poderia
não ser feita em tempo hábil, sendo assim, este sangue proveniente dessas doações
é usado para recompor os estoques. Esse fato mostra que grande parte dos doadores
é levada a doar por apelos emocionais e sentimentos de “solidariedade por
conhecidos”, e não por conhecerem a real necessidade dos hemocentros
(GIACOMINI & LUNARDI FILHO, 2010).
2.3 - CAPTAÇÃO DE DOADORES
Um hospital não pode funcionar sem uma unidade hemoterápica.
A
preocupação primordial é com os casos emergenciais e com as urgências do pronto
atendimento. Os pacientes com doenças crônicas e graves que necessitam de
transfusões regulares, cirurgias e outros casos, como reposições de fatores
sanguíneos, dependem de doadores fidelizados. Com o intuito de elevar o número
dos doadores, o Programa Nacional de Doação Voluntária de Sangue foi instituído
pelo Governo Federal, através do Ministério da Saúde, em novembro de 1998, tendo
por objetivo envolver a sociedade brasileira (BRASIL, 2000).
Esse Programa possibilitou um processo de doação de sangue consciente e
responsável, através de ações educativas e de mobilização social, visando à garantia
da quantidade adequada à demanda do país e a melhoria da qualidade do sangue,
componentes e derivados (BRASIL, 2003).
Esse Programa Nacional preconiza a modificação do perfil do doador de
repositor para espontâneo, transformando a doação em ação espontânea e constante,
como ato de cidadania e solidariedade. Propõe ainda o desenvolvimento de pesquisas
para o conhecimento do perfil do doador de sangue. Para tanto, incentiva entre outras
estratégias, o desenvolvimento de projetos educacionais, campanhas educativas e
publicitárias, com o objetivo de fidelizar os doadores e estimular a captação de
doadores de cada região, tornando-os regulares e permanentes. Isso foi comprovado
ser de grande importância e descrito na literatura como mostra os trabalhos de
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quais posteriormente deverão ser repostos. A única forma de reposição é a doação
Dessa forma, existe a necessidade de incentivar aqueles que serão os futuros
profissionais de diversas áreas de atuação a difundirem essa ideia, principalmente
entre os profissionais de saúde.
Os programas para captação de doadores devem atingir toda a população,
serem contínuos e intensos. Com isso a população pode ser conscientizada sobre o
assunto, esclarecendo que não há substituto para o sangue e que só através da
doação ele será obtido e que, não há qualquer risco a saúde. Dessa forma, é
importante fazer a propaganda positiva dos serviços de hemoterapia, exaltando lhes
aspectos humanitários, terapêuticos, sociais e a necessidade de dotá-los de recursos,
para que possam, eficientemente, cumprir suas funções. O recrutamento de doadores
não é exclusivo do serviço social do banco de sangue, e sim, de todos que estão nele
envolvidos: doadores, funcionários, médicos, pacientes, familiares e amigos, enfim,
toda a sociedade (LUDWIG e RODRIGUES, 2005).
Pode-se considerar como elementos fundamentais no trabalho de captação de
doadores de sangue, a participação ativa da população e a corresponsabilidade entre
serviços de hemoterapia e doadores de sangue (RODRIGUES, REIBNITZ, 2011).
A busca do doador espontâneo de repetição além de garantir que pacientes
crônicos obtenham sangue para atender sua necessidade ainda significa segurança
e economia para a sociedade, pois, doadores testados significam bolsas de sangue
com margem de maior segurança e menos exames sorológicos desprezados, além
de um menor número de candidatos a doadores tidos como inaptos. Mediante as
triagens e exames rotineiros dos hemocentros descobrem-se precocemente algumas
doenças dos doadores que podem ser facilmente encaminhadas a um tratamento
(LUDWIG e RODRIGUES, 2005).
O comportamento e a decisão de doar sangue são influenciados pela falta de
informação de forma negativa. As pessoas possuem dúvidas, temores e mitos que
somente com o esclarecimento podem ser sanados (SOUZA, GOMES e LEANDRO,
2008).
Destaca-se que a doação de sangue no Brasil é um ato voluntário, conforme
disposto na Constituição da República (1988) e na Resolução RDC/ANVISA 343/02
que estabelece que não seja admitido qualquer tipo de remuneração para a doação.
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Giacomini e Lunardi Filho (2010), assim como nos de Rodrigues e Reibnitz (2011).
É fundamental que o captador esteja comprometido com o processo de educação e
conscientização da população buscando atingir a sociedade de forma mais ampla e
que a doação de sangue seja popularizada, que cidadãos sadios compreendam a
importância desse ato sublime (SOUZA, GOMES e LEANDRO, 2008).
3 - METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caráter descritivo com abordagem quantitativa, que
segundo Utsumi et al.,(2007), tem como objetivo descrever, analisar ou relacionar
fatos e fenômenos de natureza variável.
O presente estudo foi realizado entre os Acadêmicos da Faculdade Vértice –
Univértix. Esta instituição localiza-se na cidade de Matipó que pertence à Zona da
Mata Mineira e cuja população é de aproximadamente 18.604 habitantes (IBGE,
2015). A referida instituição é constituída de mais de 2000 alunos de graduação, pósgraduação, e alunos de cursos técnicos, além de mais de 100 funcionários, incluindo
os professores.
A população do estudo consistiu de todos os acadêmicos regularmente
matriculados nos 8 cursos de graduação da referida Instituição; e o critério de inclusão
para participar do presente estudo foi o participante referir ter doado sangue pelo
menos uma vez na vida. Os alunos que referiram nunca ter doado sangue foram
excluídos da população amostral. Para a coleta de dados foi utilizado questionários
padronizados contendo informações sobre gênero, município de origem, habitação
urbana ou rural, idade, estado civil, número de filhos, local de ensino médio, renda
familiar, trabalho, número de habitantes na casa, escolaridade dos pais, importância
da doação de sangue, conhecimento sobre a doação de sangue, meio de informação
sobre doação de sangue, frequência de doação de sangue, motivo que dificulta a
doação, pai ou mãe doadores e grupo sanguíneo. A coleta de dados foi realizada em
junho de 2015.
Aos discentes participantes foi garantido sigilo de identidade, além dos demais
princípios éticos e legais de acordo com o protocolo de pesquisa com seres humanos,
estabelecidos pela Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 196/96. Ainda foi
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Toda a sociedade pode doar sangue, salvos casos que a legislação o proíba.
(TCLE) apresentado no ANEXO II (BRASIL, 1996).
Os dados foram analisados por estatística descritiva, utilizando o Microsoft
Office Excel®.
4 – RESULTADOS PARCIAIS E DISCUSSÕES
O total de alunos matriculados nos cursos de graduação da referida Instituição
é de 1641 estudantes e destes apenas 62 alunos referiam ter doado sangue alguma
vez na vida. O que corresponde a uma prevalência de 3,78%. Avaliando estudo
semelhante realizado por Pereira e Bastos (2009) foi encontrado resultado superior
com 38% dos pesquisados tendo doado sangue ao menos uma vez na vida. O curso
que revelou ter a maior prevalência de doação de sangue foi o de Enfermagem com
(6,72%) (TABELA 1).
Tabela 1: Prevalência de doadores de sangue dentre os cursos de graduação da Faculdade Vértice –
Univértix (2015)
Curso
Doadores
Alunos Matriculados
%
Administração
2
139
1,44
Agronomia
5
164
3,05
Ciências Contábeis
2
158
1,26
Educação Física
5
100
5
Enfermagem
8
119
6,72
Engenharia Civil
18
405
4,44
Farmácia
5
105
4,76
Medicina Veterinária
17
451
3,77
Dos 62 alunos que referiram serem doadores, apenas 21 declararam ser
doadores regulares, o que representa 1,27% do universo pesquisado. O resultado
encontrado na Instituição está abaixo do preconizado pela OMS que é de 3 a 5% e
abaixo do encontrado na população brasileira que é em torno de 2% (SOUZA,
LEANDRO, GOMES, 2008). Já Passos e Farina (1994), detectou uma prevalência
bem maior entre estudantes de Medicina em Ribeirão Preto - SP em 1994 (15%).
Dentre os acadêmicos que referiram ser doadores de sangue a maioria é
pertencente ao gênero masculino (51,61%), em sua maioria solteira (66,10%) na faixa
etária acima de 28 anos (40,40%) e sem filhos (72,60%) (TABELA 2).
TABELA 2: Caracterização da população acadêmica doadora de sangue da Faculdade Vértice –
Univértix Gerais (2015).
Características
N = 62
%
Gênero
Feminino
30
48,40
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fornecida aos investigados uma cópia do termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Características
Município de origem
Manhuaçu
Matipó
Abre Campo
Outros
Local de residência
Zona Urbana
Zona Rural
Estado Civil
Solteiro
Casado
Filhos
0
1–2
3–4
32
51,60
11
11
15
25
17,70
17,70
24,20
40,40
N = 62
%
10
8
6
38
16,10
12,90
9,70
61,30
49
13
79
21
41
21
66,10
33,90
45
14
3
72,60
22,60
4,80
Ainda sobre a prevalência de doadores do sexo masculino em estudos
realizados no Sul do país por Belato (2011) encontrou resultados semelhantes onde
o maior número de doadores foi do sexo masculino.
Pereira e Bastos (2009) avaliando doadores de sangue entre alunos da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina detectou perfil
diferente, pois a maioria dos doadores foi do gênero feminino (53%). Já em relação à
idade, o mesmo autor, encontrou semelhanças já que este detectou a faixa etária
predominante acima de 24 anos, assim como no estudo de Bossa e Cappelli (2008)
onde (50%) dos doadores tem idade entre 24 e 28 anos.
Em relação à residência os acadêmicos doadores referiram residir na Zona
Urbana (79%) e em sua maioria na cidade de Manhuaçu (16,10%), onde existe um
hemocentro. Bossa e Cappelli (2008) encontraram resultados semelhantes o que
mostra que a residência em zona urbana assim como maior proximidade do
hemocentro são fatores que facilitam a doação.
Dentre os participantes que referiram ter doado sangue mais de uma vez, a
frequência mais comum referida foi quando algum parente ou amigo necessita,
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Masculino
Faixa Etária
17 a 20 anos
21 a 23 anos
24 a 27 anos
28 anos ou mais
doadores de sangue da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Santa
Catarina encontrou resultado semelhante, pois o principal motivo observado para a
doação envolve a necessidade de pessoas próximas e familiares. Estudo semelhante
realizado por Giacomini e Lunardi Filho (2010) avaliando motivos que levaram à
doação apresentou resultado semelhante onde cerca de (80%) dos participantes
alegaram ter doado sangue por solidariedade por familiares ou conhecidos.
A captação de doadores de sangue deve ser uma atividade voltada não apenas
para assegurar a quantidade necessária de doadores, mas também para aprimorar o
perfil das doações, garantindo padrão de qualidade do sangue. Diante disto a
conquista da fidelidade dos doadores, para que não falte sangue nos serviços, bem
como para diminuir os doadores de última hora, os quais não são ideais porque não
se pode acompanhar seu estado de saúde de forma regular é hoje a maior dificuldade
dos hemocentros (GIACOMINI E LUNARDI FILHO, 2010) e em na referida instituição
a realidade não é diferente e ainda é menor que os níveis nacionais que já não são
satisfatórios.
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através desse trabalho se tornou possível verificar de forma simplificada e
objetiva os principais fatores que estão influenciando a população da faculdade em
relação ao ato de se tornar ou não doadora de sangue; fatores estes que são: o
trabalho, a falta de esclarecimento e a interação entre os órgãos responsáveis como
o Hemominas e a população. Essa interação deve desenvolver uma política de
conscientização e motivação. Tais fatores têm interferido e dificultado tanto a captação
de novos doadores quanto a fidelização de doadores esporádicos.
Em relação ao número de pessoas que nunca doaram sangue, cabe ressaltar
que ocorre grande falta de informação, incentivos e esclarecimentos acerca da
importância, das verdades e dos mitos, sobre a tão nobre ação de doar sangue.
Ações futuras podem tornar nossa faculdade um exemplo para tantas outras e
influenciar a sociedade de forma geral, visto que a faculdade constitui um local de
formação de pessoas não só em nível acadêmico, mas também em caráter, e nada
melhor para fortalecer o caráter, que ser apresentado a possibilidades de realizar
nobres ações.
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atingindo (24,19%). Pereira e Bastos (2009) em uma avaliação entre os estudantes
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marketing. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 3, n. 21, p.932-939,
maio/jun. 2005.
Franciele de Oliveira Scala Dias, Nayenne da Costa Andrade – Graduandas do
Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências
Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Shiara Martins de Souza – Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências
Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Punica granatum, antibacteriana, Staphylococcus aureus.
RESUMO
A utilização de plantas medicinais com finalidades terapêuticas é milenar. Dentre as
espécies terapêuticas destaca-se a Punica granatum L.. Alguns estudos tem revelado
seu potencial antimicrobiano frente ao S. aureus. O trabalho avaliou a atividade
antibacteriana “in vitro” do extrato de romã frente às bactérias frequentes em tonsilites
infecciosas. O gênero testado foi Staphylococcus aureus. O extrato foi obtido por
decocção, em diluições de 1, 3, 5, 10, 20, 30, 40, 50 e 100%. A sensibilidade foi
determinada pela técnica de difusão em discos de papel filtro, como controle positivo
utilizou-se Penicilina, e como controle negativo disco de papel filtro inerte. A
determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi realizada pela menor
concentração do extrato que inibiu completamente o crescimento bacteriano. A cepa
foi sensível à penicilina que apresentou um halo de inibição de 40 mm (100%). E aos
extratos nas concentrações de 10% (10mm), 20% (11mm), 30% (13 mm), 40% (15
mm), 50% (16 mm) e 100% (18mm). Mostrando que o extrato aquoso de P. granatum
(romã) em estudo in vitro, apresentou atividade frente ao S. aureus.
1- INTRODUÇÃO
A utilização de plantas medicinais com finalidades terapêuticas é milenar. Esta
técnica de uso popular é baseada no conjunto de informações que são transmitidas
oralmente entre as gerações (COSTA, MAYWORM, 2011).
Dentre as espécies com propriedades terapêuticas destaca-se a Punica
granatum L., conhecida popularmente como romãzeira. É uma planta da família
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ATIVIDADE ANTIBACTERIANA “IN VITRO” DE EXTRATO DE ROMÃ (Punica
granatum L.) FRENTE A BACTÉRIAS DE GÊNERO Staphylococcus sp.
preparações obtidas da romãzeira são utilizadas popularmente no tratamento de
diversos problemas de saúde como disenterias, aftas, tosse, inflamação urinária e
faringites. São descritos que esta planta possui efeito antisséptico e atividade
antibacteriana contra gram-negativas e gram-positivas (SANTOS et al., 2010; TELES
e COSTA, 2014).
As bactérias que mais comumente causam infecções em trato respiratório
superior em seres humanos são as Gram-positivas do gênero Staphylococcus sp. e
Streptococcus sp.. Esses microrganismos fazem parte da flora normal dessa região.
Porém podem causar infecções da orofaringe e tonsilas quando se tratar de espécies
de virulência mais agressiva ou quando o hospedeiro apresentar baixa imunidade
(TRINDADE, FONSECA, JUIZ, 2009).
As infecções do trato respiratório superior, como as tonsilites, estão entre as
mais comuns. Estas podem ter origem viral ou bacteriana, com sintomas e sinais
clínicos semelhantes. Geralmente as infecções estreptocócicas e estafilocócicas têm
início abrupto que se caracterizam por deglutição dolorosa e febre, e podem
apresentar dor abdominal, cefaléia e vômitos (CARDOSO et al., 2009; SIB e BRICKS,
2008).
O romã é utilizado popularmente para rouquidão, inflamação das tonsilas
palatinas e processos infecciosos que acometem a cavidade oral. Estudos tem
revelado o potencial antimicrobiano das espécies P. granatum, frente ao S. aureus.
(TRINDADE, FONSECA, JUIZ, 2009).
O objetivo deste trabalho é avaliar a atividade antibacteriana “in vitro” do extrato
de romã frente às bactérias que mais frequentemente causam tonsilites infecciosas.
O gênero de bactérias testadas será Staphylococcus aureus.
A espécie de romã está presente na flora mineira. Estudos etnofarmacológicos
demonstraram que a população local utiliza essa planta para tratamento de tonsilites
(COSTA e MAYWORM, 2011; DUQUE-BRASIL et al., 2007). Por esse motivo, o
desenvolvimento desse trabalho, além de permitir resgate da cultura dessa região,
possibilita a realização de estudos preliminares para a confirmação do uso de extrato
de P. granatum L. como uma alternativa para o tratamento da tonsilite.
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Punicaceae originária da Ásia, mas amplamente distribuída no território brasileiro. As
2.1- REFERENCIAL TEÓRICO
O uso popular das plantas baseia-se no conjunto de informações que são
transmitidas oralmente entre as gerações. Um dos motivos que contribui para a
grande utilização das plantas medicinais e suas preparações, é que o Brasil é um dos
maiores centros de biodiversidade vegetal, possuindo a flora mais rica em todo
mundo, contendo cerca de 56.000 espécies de plantas, o que corresponde a 20 % da
flora mundial. E possui uma variedade de espécies que podem ser usadas para os
mais diversos fins, incluindo o medicinal (TRINDADE, FONSECA, JUIZ, 2009;
COSTA, MAYWORM, 2011).
Problemas como resfriados, gripes, dores de cabeça, insônia, doenças do trato
digestivo e bronquites são os mais tratados pela população com o uso de plantas
(VEIGA Jr, PINTO, MACIEL, 2005). Algumas muito conhecidas e utilizadas são
Mentha piperita L., Eucalytus globulus, Chamomilla recutita L., Rosa sp., Citrus
aurantium L., P. granatum L..
Um dos problemas de saúde que mais frequentemente acometem a população
são as infecções do trato respiratório. Estudos demonstram várias espécies de plantas
medicinais utilizadas para combater os sintomas associados a essas infecções.
Dentre elas encontra-se o Eucalyptus globullus, Plantago australis L. e P. granatum
L. comumente usadas para tosse e dor de garganta (CARDOSO et al., 2009, COSTA,
MAYWORM, 2011).
A P. granatum L. conhecida popularmente como romãzeira destaca-se por suas
propriedades terapêuticas. É uma planta da família Punicaceae, originária da Ásia,
mas amplamente distribuída pelo Brasil. O perfil químico do extrato de romã
demonstra que entre os seus principais componentes estão os flavonoides,
antocianinas, taninos, alcalóides, ácidos graxos conjugados, ácido ascórbico e
polifenóis.
As preparações obtidas da romãzeira (flor, fruto e casca da árvore) são usadas
popularmente para o tratamento de disenterias, aftas, úlceras, tosse, inflamação
urinária, parasitismo, angina e faringites. São descritos que esta planta possui efeito
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2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
(SANTOS et al., 2010; TELES, COSTA, 2014).
As bactérias que comumente causam infecções nos seres humanos,
principalmente as relacionadas ao trato respiratório, são as Gram-positivas do gênero
Staphylococcus sp. e Streptococcus sp.. Espécies desses gêneros fazem parte da
flora normal da orofaringe. Mas, quando se tratar de espécies de virulência mais
agressiva ou quando o hospedeiro apresentar baixa imunidade, estas espécies podem
causar infecções da orofaringe e tonsilas (TRINDADE, FONSECA, JUIZ, 2009).
As infecções das vias aéreas superiores estão entre as principais causas de
procura por assistência. Sinusites, bronquites, pneumonias, otites, gripes, resfriados
e tonsilites são as mais comuns. Dentre as citadas destacam-se as tonsilites. As
tonsilas palatinas, também denominadas amigdalas, estão localizadas nas vias
aéreas superiores, na região amigdaliana, se posicionando entre a região bucal e
faríngea. As faringotonsilites são as infecções dessas tonsilas, que podem ser
causadas por diminuição da imunidade local, infecções vizinhas como rinites,
sinusites, gripes, mudanças bruscas de temperatura, umidade, e por diversos agentes
etiológicos como bactérias e vírus (CAVALCANTI, 2013).
Os sintomas e sinais clínicos tornam difícil a diferenciação entre quadros virais
e bacterianos, mas as infecções bacterianas são as mais comuns (CARDOSO et al.,
2009). Geralmente essas infecções têm início abrupto que se caracterizam por
deglutição dolorosa, febre alta, dor de garganta, inflamação na orofaringe, calafrios,
cefaleia e prostração. Em alguns casos pode-se ter a presença de linfonodos
inflamados e exsudato branco e acinzentado sobre as tonsilas (CAVALCANTI, 2013).
O romã é utilizado popularmente para rouquidão, inflamação de garganta e
infecções da cavidade oral, já que estudos descrevem um potencial antimicrobiano da
P. granatum L. sobre os S. aureus bem como suas propriedades antissépticas. Sendo
assim uma boa alternativa para o tratamento das tonsilites infecciosas. (TRINDADE,
FONSECA, JUIZ, 2009).
2.2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Levando em conta que a cura de doenças através de plantas medicinais existe
desde a antiguidade Souza e Ribeiro (2008) em seus estudos avaliaram a procura de
plantas medicinais entre raizeiros da cidade de Campina Grande- PB, investigando a
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antisséptico e atividade antibacteriana contra gram-negativas e gram-positivas
do estudo foi feita através de entrevistas a 37 raizeiros com base em suas indicações
de modo a confrontar o conhecimento popular e científico por meio de literaturas
especializadas. As 10 plantas mais citadas para o tratamento de doenças respiratórias
foram selecionadas para se realizar a revisão bibliográfica. Constatou-se que 100%
das indicações terapêuticas feitas pelo raizeiros estão de acordo com a literatura,
portanto são confiáveis.
Teles e Costa (2014) em seus estudos buscaram descobrir a existência de
interações ou interferência na ação do antibiótico amoxicilina. Eles testaram P.
granatum e Plantago major contra S. aureus e Escherichia coli por meio de extratos
preparados por decocção. A Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi determinada
pela microdiluição em caldo, onde a P. granatum apresentou CIM de 6,25% contra S.
aureus e 25% contra E. coli. E o extrato de Plantago major não apresentou atividade.
O teste de interferência foi feito pelo teste de disco-difusão, que confirmou a interação
dos extratos entre si e dos extratos com a amoxicilina. Essa interferência mostra a
relevância de se fazer estudos complementares que garantam a segurança do uso de
plantas medicinais.
Catão e colaboradores (2006) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a
atividade antimicrobiana “in vitro” do extrato etanólico de P. granatum (romã), bem
como determinar a sua concentração inibitória mínima (CIM) frente a amostras de S.
aureus de origem humana, avaliando a sensibilidade das cepas com relação aos
antimicrobianos usados. A CIM foi determinada pelo método de diluição em placas e
antibiograma por disco-difusão. Todas as cepas se mostraram sensíveis a
vancomicina, tetraciclina e oxacilina e 64,7% apresentaram resistência à penicilina e
ampicilina. E 58,8% das cepas tiveram a sensibilidade à clindamicina e à eritromicina
diminuída. Permitindo concluir que a CIM do extrato foi obtida na concentração 10%,
sendo capaz de inibir 100% das cepas analisadas.
Trabalhos como estes possibilitam a realização de estudos preliminares para a
confirmação do uso de extrato de P. granatum L. como uma alternativa para o
tratamento da tonsilite. Uma vez que a etnofarmacologia demonstra o uso desta planta
no tratamento dessa afecção.
3. METODOLOGIA
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utilização destas plantas no tratamento de doenças do trato respiratório. A realização
Preparo do extrato aquoso do fruto do romã
O material botânico (fruto) de Punica granatum (L.), foi colhido no mês de agosto
de 2015, no município de Raul Soares com posição geográfica de -20°06’07’’ de
latitude e -42°27’09’’longitude. A coleta do material vegetal foi realizada em único dia,
ao final da manhã, com temperatura de 26° C logo após o material foi levado ao
laboratório de microbiologia da Faculdade Vértice-Univértix, Matipó, MG onde se
realizou a confecção do extrato.
Para confecção do extrato aquoso utilizou-se 100g do material fresco em 200 mL
de água destilada autoclavada necessárias à submersão. Para o extrato in natura, o
material não sofreu secagem em estufa, dessa forma, 200 mL de água destilada
autoclavada foram suficientes para total submersão do material vegetal (100g). Após,
realizou-se decocção em banho-maria à 50ºC por 40 min, e filtragem através de
algodão hidrófilo (SILVA et al, 2013).
3.2)
Soluções amostras
Preparou-se a solução inicial de concentração 1:1 e em seguida foram feitas as
diluições de 1, 3, 5, 10, 20, 30, 40, 50 e 100% para os extratos confeccionados a partir
do extrato vegetal in natura.
3.3)
Preparo do inóculo bacteriano cepa S. aureus
Cepas ATCC 25923 foram utilizadas como indicadores para a atividade
antimicrobiana do extrato aquoso de P. granatum a 50%. Em relação ao inóculo, foram
realizadas diluições de 10-1 até 10-5. Observou-se que a diluição 10-4 correspondia ao
padrão 0,5 (1,5x108 células/ml) da escala de MCFARLAND. Dessa forma, os
microrganismos indicadores (S.aureus) foram ativados em tubos com 5,0ml de caldo
BHI (em duplicata) e incubados a 37ºC por 24 horas. Durante esse período, foi
observado o crescimento por turvação do meio. A seguir, foi retirado 1,0ml do inóculo
e adicionado ao tubo A (10-1) que continha 9,0ml de caldo BHI previamente preparado
e autoclavado. Em seguida, foram iniciadas as diluições subsequentes na ordem 10 -1
a 10-4, com a finalidade de atingir a escala padrão 0,5 de McFarland com a proporção
aproximada de a 1,5x108 de células por ml. As diluições foram feitas com cada
microrganismo e em duplicata (TRINDADE, FONSCECA, JUIZ, 2009).
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3.1)
Teste de sensibilidade de S. aureus e frente a extrato aquoso de P.
granatum
A sensibilidade dos isolados microbianos aos tratamentos foi determinada pela
técnica de difusão em discos de papel filtro (Whatman nº 1) com 7mm de diâmetro,
impregnados com alíquotas de 40µL de cada diluição do extrato (PEREIRA et al.,
2009), e avaliadas em duplicata. Foram avaliadas, a partir da solução inicial, as
concentrações de 1, 3, 5, 10, 20, 30, 40,50 e 100% de material vegetal in natura. Este
procedimento foi realizado em Câmara de Fluxo Unidirecional, onde os discos foram
fixados, sobre meio Ágar Mueller-Hinton, previamente semeado com auxílio de suabe
estéril pelos inóculos bacterianos obtidos. Posteriormente este material foi incubado
em estufa bacteriológica a 37ºC por 24 horas (SILVA et al, 2013).
Como controle positivo utilizou-se Penicilina G 10 unidades, da marca OXOID e
como controle negativo disco de papel filtro inerte.
3.5)
Concentração inibitória Mínima (CIM)
A determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi realizada pela
menor concentração do extrato que inibe completamente o crescimento bacteriano,
observada pela presença do halo de inibição de crescimento bacteriano visível
superior a 15 mm (PEREIRA et al., 2006; SILVA et al., 2013).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A amostra de S. aureus foi avaliada frente às diferentes concentrações do extrato
aquoso de P. granatum (romã), e frente à penicilina. O controle positivo foi realizado
através de um antimicrobiano químico, a penicilina, e apresentou a formação de um
halo inibitório (40mm), ao contrário do que foi observado em relação ao controle
negativo que não apresentou ação inibitória nem interferência no crescimento
bacteriano.
A cepa foi sensível à penicilina que apresentou um halo de inibição de 40 mm
(100%). E ao extrato nas concentrações de 10% (10mm), 20% (11mm), 30% (13 mm),
40% (15 mm), 50% (16 mm) e 100% (18mm) (TABELA 1). As demais concentrações
de 1, 3 e 5% não inibiram o crescimento bacteriano. Observou-se que a CIM do extrato
aquoso de P. granatum foi de 40% contra a cepa de S. aureus testada. O tamanho
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3.4)
mesmos diminuem à medida que se aumenta a diluição do extrato.
Tabela 1 - Halo de Inibição do extrato de romã frente aos Staphylococcus aureus.
Número da
Amostra
1
1%
Volume do
extrato
10µL
2
3%
30µL
970µL
Não houve
3
5%
50µL
950µL
Não houve
4
10%
100µL
900µL
10 mm
5
20%
200µL
800µL
11 mm
6
30%
300µL
700µL
13mm
7
40%
400µL
600µL
15mm
Porcentagem
Volume de água
Halo de inibição
990µL
Não houve
8
50%
500µL
500µL
16mm
9
100%
1000µL
-
18mm
Comparado à penicilina o extrato apresentou eficácia de 25%, 27,5%, 32,5%,
37,5%, 40% e 45% nas concentrações de 10, 20, 30, 40, 50 e 100% respectivamente.
Esses achados se aproximam com os dados relatados por Catão et al., (2006)
que avaliaram amostras de S. aureus em diferentes concentrações de extrato
etanólico de P. granatum, e evidenciaram que todas as 17 (100%) cepas
apresentaram sensibilidade ao extrato na concentração 10% e essa diminuía à
medida que a diluição do extrato aumentava. Assim como Silva et al., (2013) também
demonstram que os extratos de P. granatum possuem atividade inibitória, in vitro,
sobre S. aureus.
Também Trindade e colaboradores (2009), em seus estudos encontraram
atividade antimicrobiana da tintura hidroalcóolica da casca do romã, evidenciando que
o S. aureus apresentou sensibilidade ao extrato nas concentrações 1:2 (13mm), 1:4
(12mm) 1:8 (8mm).
5. CONCLUSÃO
De acordo com os resultados encontrados, concluiu-se que o extrato aquoso de
P. granatum (romã) em estudo in vitro, apresentou atividade frente ao S. aureus nas
concentrações de 10, 20, 30, 40, 50 e 100%. Esse contexto reforça a importância e a
necessidade de estudos sobre os valores medicinais dessa planta para que possa ser
utilizada como alternativa no tratamento de tonsilites.
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dos halos de inibição varia, sendo o menor igual a 10 mm e o maior 18 mm. Os
359
REFERÊNCIAS
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respiratório. Revista de Biologia e Farmácia. v.3, n.1, p-102-109, 2008.
Paola Aparecida de Assis Quintão – Acadêmica do curso de Farmácia –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em
Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Bruna Chaves Amorim – Farmacêutica Generalista – Mestre em Ciências
Naturais – Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
A HAS constitui um grave problema de saúde pública. Já que as doenças do aparelho
circulatório são o primeiro grupo de causa de óbitos e o segundo em relação as
internações no Brasil. Com isso foi criada a Rede HIPERDIA , uma rede de atenção á
saúde prioritária em Minas Gerais, com a missão de estender a longevidade e
melhorar a qualidade de vida da população, dentre outras doenças crônicas. O
objetivo deste trabalho foi identificar as posturas assumidas por hipertensos
cadastrados no HIPERDIA residentes na Vila Barbosa no ESF de Raul Soares/MG
que poderiam causar agravos á saúde. Os dados foram coletados através de
aplicação do questionário a população. O número de hipertensos que admitem
posturas inadequadas para controle da HAS é considerável, verificando-se assim a
necessidade de intervenções no sentido de esclarecer essa população quando aos
agravos que podem surgir, dessa forma incentivando-os a um maior comprimento com
o controle da HAS.
PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão, Tratamento medicamentoso, Fatores de riscos e
Programa Hiperdia.
1. INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial (HA) é um grave problema de saúde pública sendo uma
das doenças crônicas responsáveis pelas taxas de internação, custos elevados com
a morbimortalidade associada á doença e comprometimento da qualidade de vida
para os portadores. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a hipertensão arterial ocorre
quando a pressão que o sangue faz na parede das artérias para se movimentar é
muito forte, resultando em um valor maior que 120/80mmhg (BRASIL, 2009).
A hipertensão arterial (HA) é uma doença que atinge jovens, adultos e idosos,
pessoas de ambos os sexos, de todas as raças e de qualquer padrão social. A
hipertensão é uma doença que não tem cura, mas pode através de tratamento
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PERFIL DOS PACIENTES HIPERTENSOS CADASTRADOS NO PROGRAMA
HIPERDIA DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
cerca de 90% dos pacientes, as causas da HA são conhecidas e derivam de má
alimentação (ingestão em excesso de sódio, gordura), a hereditariedade, idade,
gênero, grupo étnico, grau de escolaridade, status sócio econômico, obesidade,
alcoolismo, tabagismo, e o uso de anticoncepcionais orais (FERREIRA et al., 2009).
No Brasil, a hipertensão arterial é uma doença assintomática que atinge grande
parte das pessoas, estima-se que 30-35% da população acima dos 40 anos ou mais
cerca de 17 milhões de pessoas sofra dessa doença, de acordo com dados do IBGE.
Destes 75% recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) e são atendidas Programa
Nacional de Atenção à Hipertensão Arterial (IBGE, 2014).
Para atender os pacientes de hipertensão, o MS possui o Programa Nacional
de Atenção a Hipertensão Arterial, que compreende um conjunto de ações de
promoção de saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento dos agravos da hipertensão.
O objetivo deste programa é reduzir o número de internações, a procura por prontoatendimento, os gastos com tratamentos de complicações e aposentadorias precoces
e mortalidade cardiovascular, dessa forma é possível garantir com a melhoria da
qualidade de vida dos pacientes (BRASIL, 2001).
Além disso, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Conselho
Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), elaborou o Plano de
Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial. Uma das ações desenvolvidas pelo
Plano foi a criação do Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de pacientes
hipertensos, o HIPERDIA, com objetivo de orientar e gerar informações com relação
aos hipertensos acompanhados na rede ambulatorial do SUS (BRASIL, 2001).
Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo estabelecer o perfil dos
pacientes hipertensos cadastrada no Programa Hiperdia, no município de Raul
Soares, Minas Gerais com o intuito de analisar o controle da pressão arterial e seus
fatores de risco nessa população, relacionando-os às complicações mais freqüentes.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
A HAS é uma das mais graves doenças crônicas não transmissíveis, com
grande prevalência no mundo. A HAS, além de ser o principal fator que influência no
risco de doença cardiovascular, também possui impacto na morbidade e mortalidade
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362
adequado, manter os pressóricos normais (MONTENEGRO; FRANCO, 2003). Em
A HAS é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e
sustentados de PA. Associa-se frequentemente a alterações funcionais e estruturais
363
dos indivíduos acometidos (OLIVEIRA, 2011).
dos órgãos (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e alterações metabólicas,
com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais
(VI DIRETRIZES BRASILEIRA DE HERTENSÃO, 2010).
No Brasil, a hipertensão arterial é uma doença assintomática que atinge grande
parte das pessoas, estima-se que 30-35% da população acima dos 40 anos ou mais
cerca de 17 milhões de pessoas sofra dessa doença, de acordo com dados do IBGE.
Destes 75% recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) para receber atendimento
no Programa Nacional de Atenção à Hipertensão Arterial (IBGE, 2014).
Em cerca de 90% dos pacientes, as causas são conhecidas e derivam de má
alimentação (ingestão em excesso de sódio, gordura), a hereditariedade, idade,
gênero, grupo étnico, grau de escolaridade, status sócio econômico, obesidade,
alcoolismo, tabagismo, e o uso de anticoncepcionais orais (FERREIRA, et al, 2009).
O individuo é considerado hipertenso quando o valor da pressão arterial sistólica
for maior ou igual a 140 mmHg e a pressão arterial diastólica for maior ou igual a 90
mmHg. Avaliação da PA é classificada de acordo com a VI Diretriz Brasileira de
Hipertensão (2010), de acordo com a tabela 1.
Tabela 1: Classificação da pressão arterial em adultos (> 18 anos).
Classificação
Ótima
Pressão Sistólica (mm Hg)
<120
Pressão diastólica (mm Hg)
<80
Normal
<130
<85
Limítrofe
130-139
130-139
Hipertensão estágio 1
140-159
90-99
Hipertensão estágio 2
160-179
100-109
Hipertensão estágio 3
≥180
≥110
Hipertensão sistólica isolada
≥140
<90
Fonte: VI Diretrizes Brasileira de Hipertensão(2010).
As principais medidas que devem ser instituídas são aquelas que modificam o
estilo de vida tais como: Controle do peso, alimentação saudável, redução do consumo
de sal, atividade física regularmente, diminuir o consumo de bebida alcoólica, abandono
do tabaco e controle do estresse (FIGUEIREDO; ASAKURA, 2010).
Os profissionais de saúde da rede básica têm importância primordial nas
estratégias de controle da HAS, na definição do diagnóstico clínico e da conduta
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lo seguir o tratamento corretamente (FIGUEIREDO; ASAKURA, 2010).
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terapêutica, nos esforços requeridos para informar e educar o paciente hipertenso fazê-
2. FISIOPATOLOGIA DA HAS
O sistema arterial tem como função principal distribuir sangue para os leitos
capilares de todo o corpo. Os fatores físicos relacionam-se com as características
mecânicas do líquido, sendo esses o volume do líquido (volume sanguíneo) e as
características elásticas do sistema. Os fatores fisiológicos relacionam-se com certas
características do sistema cardiovascular, ou seja, débito cardíaco e a resistência
(BERNE; LEVY, 2000).
Um aspecto importante na fisiopatologia da HAS é o mecanismo microvascular e
macrovascular envolvido na patologia. O aumento da resistência arterial periférica é o
marco da HAS (STAESSEN et al., 2003).
A hipertensão sistólica isolada em pacientes idosos é considerada uma doença
separada, devido ao endurecimento das grandes artérias com o avanço da idade
(STAESSEN et al., 2003).
Considerando que a HAS é uma doença multifatorial, para o seu diagnóstico o
clínico deve realizar uma avaliação baseada em: estabelecimento dos níveis de PA;
identificação das causas secundárias da HAS e avaliação de todos os riscos
cardiovasculares pela busca de fatores de risco CV, (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2007).
Para um diagnostico precoce é fundamental evitar possíveis complicações, é
realizado mediante a aferição da pressão arterial sistólica e diastólica, utilizando o
estetoscópio e esfigmomanômetro tendo como base o nível da normalidade
(KAWAMOTO; SANTOS; MATOS, 2009). O diagnóstico deverá ser confirmado por
medidas repetidas e frequentes ao dia.
2.2. O FUNCIONAMENTO E A ADESÃO NOS GRUPOS DE HIPERDIA
Em 2001, o Ministério da Saúde instituiu o Plano de Reorganização da Atenção
ao Hipertenso tendo como proposta principal o tratamento e o acompanhamento dos
usuários. Além do cadastramento, o plano sugere a realização de grupos, como uma
alternativa para facilitar a adesão ao tratamento proposto (LIMA; GAIA; FERREIRA,
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Os pacientes captados no Plano Nacional de Atenção à Hipertensão são
monitorados pelo HIPERDIA, sistema informatizado responsável pela geração de
365
2012).
informações para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma
regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados (CASTRO et al, 2010).
No HIPERDIA foram criadas portarias que regulamentam, os objetivos do
programa é determinar as responsabilidades de cada membro envolvido de forma
direta ou indireta, dentre elas está a Portaria Ministerial nº 371 de 4 de março de 2002
que institui o Programa Nacional de Assistência Farmacêutica para HA, parte
integrante do Plano Nacional de Reorganização da Atenção a Hipertensão Arterial e
o referido Programa será financiado e desenvolvido de maneira solidária e pactuada
pela União, Estados e Municípios (BRASIL, 2002).
Para a realização do cadastro no programa HIPERDIA se faz necessário o
preenchimento de um formulário, que é a ficha de cadastro contendo diversos dados.
O paciente cadastrado é acompanhado mensalmente pelo profissional que
preencherá outro formulário, a ficha de acompanhamento, todas as vezes que ele
retornar para consulta. Portanto, é necessário que os profissionais envolvidos na
assistência compreendam a importância do preenchimento dessas fichas, pois se
tornam dados importantes, no final do processo (BRASIL, 2002).
Com o Programa Hiperdia espera-se o reparo, a ampliação e um resultado
melhor da atenção sistematizada aos pacientes portadores de hipertensão na rede
pública de serviços de saúde do Estado. Melhorando assim, a expectativa e a
qualidade de vida da população em geral.
3- METODOLOGIA
A presente pesquisa trata-se de um estudo descritivo com abordagem
quantitativa, por ser este um método que permite descrever fatos e fenômenos relativos
à realidade através da observação, descrição e categorização. Segundo Rodrigues
(2007), para esse tipo de pesquisa são utilizadas técnicas padronizadas de coleta de
dados, onde fatos são observados, computadorizados, analisados, divididos em classe
e interpretados, para que não haja interferência do pesquisador. Na pesquisa
quantitativa são utilizados métodos estatísticos, onde são traduzidas em números as
opiniões e informações, para serem divididos em classe e analisados.
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O estudo foi realizado em uma Estratégia Saúde da família (ESF), provida no
município de Raul Soares, localizada na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. A
população é de aproximadamente 24.408 habitantes e a principal fonte de emprego é
pecuária, agricultura e comercio (IBGE, 2015).
A população do estudo constitui-se de um grupo de hipertensos no ESF. Para a
seleção dos colaboradores foi adotado, como critério de inclusão, possuir o diagnóstico
de hipertensão arterial, participar do grupo de hipertensos, estarem cadastrado no
programa HIPERDIA e residir no município de Raul Soares.
O questionário possui perguntas referentes a características socioeconômicas,
a hábitos de vida e questões relacionadas à pressão arterial; e este foi aplicado no
mês de agosto de 2015.
A pesquisa foi realizada em reuniões do grupo de hipertensos, e foram
convidados para participarem do estudo, resguardando-lhe a autonomia de recusarse ou desistir de fazer parte do estudo, além de garantir a confidencialidade dos
dados.
Após a coleta de dados, estes foram tabulados no Microsoft Excel, através de
estatística descritiva.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este trabalho está em fase de processamento dos dados e os resultados
apresentados são apenas parciais. A população do estudo foi com 5 indivíduos
hipertensos cadastrado no programa HIPERDIA, moradores da Vila Barbosa
município de Raul Soares. As características sócio demográficas da população
estudada são apresentadas na Tabela 1.
Tabela 1: Características sociodemográficas referidas pelos hipertensos pertencentes do ESF da Vila
Barbosa- Raul Soares MG, cadastrados no HIPERDIA (N=5), 2015.
Característica
Gênero
N=5
%
Feminino
3
60
Masculino
2
40
50 a 60
2
40
70 a 85
3
60
5
100
Faixa Etária
Escolaridade
Fundamental incompleto
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predominantemente sistólica o que dificulta o controle da doença. A HAS conforme o
grau de educação aumenta, devendo haver uma influência de outros fatores de risco
como a ocupação e dentre outros fatores (SIMONETTI, BATISTA e CARVALHO,
2002).
No estudo de Simonetti, Batista e Carvalho (2002), a pressão sistólica tende a
aumentar com a idade e a diastólica após eleva-se ate as 50 anos em homens e 60
anos em mulheres, tendo a baixar após essa faixa etária.
Em relação aos fatores de rico para a HAS, objetivemos resultados
preocupantes como pode ser observado na Tabela 2.
Tabela 2: Fatores de risco para HAS referidos pelos hipertensos pertencentes do ESF da Vila BarbosaRaul Soares MG, cadastrados no HIPERDIA (N=5), 2015.
Característica
Pratica exercícios físicos
N=5
%
Sim
0
0
Não
5
100
Sim
2
40
Não
3
60
Sim
1
20
Não
4
80
Sim
1
20
Não
4
80
Sim
5
100
Não
0
0
Uso de bebidas alcoólicas
Uso de tabaco
Uso de chás
Hereditariedade
Entre os entrevistados, todos referiram não praticar exercícios físicos, sabe-se
que a pratica de exercícios físicos ajuda a diminuir o risco coronário, pois aumenta os
níveis de HDL, diminuem os níveis de triglicérides, PA e o peso corporal, podem
também melhorar a tolerância a glicose, corrigir a distribuição da gordura, promover
sensação de bem-estar e melhorar a autoestima (GRAVINA, GRESPAN e JAIRO,
2007; CASTRO, ROLIM e MAURICIO, 2005).
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No Brasil, mais da metade da população idosa apresenta HAS, sendo
reduções significativas na PA com o aumento relativo na atividade física, acima dos
níveis dos sedentários (JESUS et al., 2008).
368
Já foi demonstrado que indivíduos sedentários e hipertensos podem conseguir
Já o consumo de bebidas alcoólicas foi referido por 40% dos participantes,
vários estudos apontam a existência de uma relação entre o consumo de álcool e a
elevação da PA, o uso excessivo de álcool é responsável por cerca de 5 a 10% dos
casos de HAS (LIMA et al., 1999).
O uso de tabaco foi apenas de 20% dos participantes, esse habito pode
acarretar a elevação da frequência cardíaca e da PA contribuindo assim para o
desenvolvimento das doenças coronarianas, já que o ácido nicotínico proveniente do
tabaco deflagra de catecolaminas (CASTRO, ROLIM e MAURICIO, 2005).
Entre os entrevistados verificou-se o uso de chá caseiro como o intuito de
reduzir a PA, que foi relatado por 20% destes. Contudo, esse uso deve ser feito com
precaução e sob o acompanhamento e orientação de profissionais de saúde, pois a
utilização de plantas medicinais pode levar a diversas complicações, dentre elas
descontrole da PA e intoxicação (SILVEIRA et al., 2008).
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Daniela Mageste de Abreu, Jamile Daniele Magalhães Lucarelli – Acadêmicas do
curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em
Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
Viviane Gorete Silveira Mouro – Farmacêutica Generalista – Mestre em Biologia
Celular e Estrutural – Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
Nos últimos anos, a resistência aos antimicrobianos tem aumentado drasticamente,
principalmente devido ao seu uso inadequado. Levando em consideração o uso
abusivo desta classe de medicamentos, este estudo analisou 1.156 prescrições de
antimicrobianos dispensados na Farmácia de Minas em Matipó-MG, no período de
abril a junho de 2015. Observou-se nestas prescrições que 2% continham alguma
emenda ou rasura 16% estavam ilegíveis, 9% continham abreviações, 6% não
continham data de emissão e 100% estavam descritas em receituário adequado.
Conclui-se com este estudo, que as prescrições de antimicrobianos não estão de
acordo com a RDC 20/2011, tais inconformidades podem colocar em risco a eficácia
terapêutica do tratamento com antimicrobianos dos usuários desta Unidade Farmácia
de Minas. Para reduzir o índice de erro, sugere-se treinamento profissional para os
prescritores e atenção farmacêutica aos usuários, sendo o farmacêutico o profissional
mais indicado para realizar tal atividade.
PALAVRAS-CHAVE: Antibióticos, Assistência Farmacêutica, Prescrições.
1 - INTRODUÇÃO
Antibióticos são substâncias químicas, produzidas ou não, por microrganismos
vivos (CARDOSO, 2012), capazes de inibir o crescimento (bacteriostáticos) ou causar
a morte de bactérias (bactericidas) (GUIMARÃES, 2010). São comumente utilizados
para tratamento de infecções, estão entre os medicamentos mais prescritos,
responsáveis por 20% a 50% dos gastos com medicamentos. Estima-se que seu uso
seja inapropriado em cerca de 50% dos casos e vários estudos apontam os
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ANÁLISE DO RECEITUÁRIO DE ANTIMICROBIANOS DA FARMÁCIA DE MINAS
NA CIDADE DE MATIPÓ – MG
adversos, os riscos mais relacionados ao seu uso são: reações adversas, resistência
bacteriana e possíveis interações medicamentosas (LOURO, 2007).
Problemas relacionados ao uso indiscriminado de antimicrobianos, seja pelo uso
desnecessário ou por erros de prescrição, são dos mais diversos. Entre estes
podemos destacar a resistência dos microrganismos ao medicamento e a falsa
impressão de cura após o uso das primeiras doses, o que motiva muitas vezes a
interrupção do tratamento, permitindo a proliferação das bactérias, favorecendo a
ocorrência de uma superinfecção (OLIVEIRA, 2006).
A RDC nº 44/2010 estabelece o controle para todos os antimicrobianos de uso
sob prescrição. Assim, as formas farmacêuticas comercializadas que possuem tarja
vermelha e são de venda sob prescrição, deverão obrigatoriamente ser retidas em
todas as farmácias e drogarias, públicas ou privadas, também deverá ser realizada a
escrituração em um sistema nacional (ANVISA, 2010).
O Programa Farmácia de Minas foi criado com objetivo de garantir o acesso
da população aos medicamentos por meio da organização de atenção a assistência
farmacêutica, implantada pelo SUS, no Estado de Minas Gerais. As farmácias são
bem estruturadas, contam com a presença de um profissional farmacêutico durante o
horário de funcionamento, dentre outros benefícios. Nesse domínio, estudos sobre a
utilização de medicamentos podem contribuir para se conhecer o perfil de utilização
de medicamentos, identificar os fatores que influenciam no seu consumo e,
consequentemente, contribuir no planejamento de ações que visem promover seu uso
racional e evitar que recursos individuais e públicos sejam gastos com medicamentos
inadequados (PEREIRA, 2012).
Os antimicrobianos quando dispensados pela Rede Farmácia de Minas
contam com o registro no Sistema Integrado de Gerenciamento da Assistência
Farmacêutica (SIGAF), além da retenção e arquivamento da prescrição. Esta ação
permite o controle de dispensação, gerando organização interna no estoque de
medicamentos, sendo possível prever os gastos e as quantidades necessárias aos
atendimentos da unidade, além de viabilizar sua integração com todos os outros
programas de saúde (MINAS GERAIS, 2013). A eficácia do tratamento depende de
todos os profissionais de saúde, sendo necessário treinamento a esses profissionais
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antibióticos como um dos grupos medicamentosos que mais causam eventos
2008).
Portanto este trabalho tem o como objetivo, identificar o perfil e a evolução das
prescrições de antibióticos, na Farmácia de Minas na cidade de Matipó, no segundo
trimestre de 2015.
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O uso racional de medicamentos conforme a Política Nacional de Medicamentos
envolve medidas como a elaboração de campanhas educativas, estímulo ao registro,
elaboração de um formulário terapêutico nacional que oriente a utilização dos
medicamentos, estudos de farmacologia, ações de farmacovigilância e adequação
dos recursos humanos (BRASIL, 2001).
Levando-se em consideração o uso racional de medicamentos, percebe-se a
necessidade de maior atenção aos antimicrobianos, devido ao grande número de
prescrições. A administração de medicamentos antimicrobianos tem a finalidade de
eliminar ou impedir o crescimento de um agente infeccioso sem danos ao hospedeiro.
Mais de 50% das prescrições de antimicrobianos se mostram inapropriadas e dois
terços dos antimicrobianos são usados sem prescrição médica em muitos países
(NICOLINI et al., 2008).
Com o intuito de minimizar problemas relacionados ao uso inadequado de
antibiótico, uma das medidas adotadas seria esclarecer dúvidas do paciente e garantir
que este tenha a total compreensão da prescrição para que ocorra a administração
adequada e segura. No caso de antibióticos, o paciente deve ter o conhecimento da
duração do tratamento e do intervalo entre as administrações, garantindo que haja
adesão completa ao tratamento, para que não ocorra ineficácia do fármaco e
surgimento de resistência bacteriana (OLIVEIRA, 2006).
A assistência farmacêutica é o “conjunto de ações executadas nos serviços de
saúde para garantir a assistência terapêutica integral à população na proteção,
prevenção e recuperação da saúde, em seus aspectos individuais e coletivos”. A
atenção farmacêutica ao paciente deve ser executada de maneira mais integrada,
para que o paciente compreenda a importância de sua participação no sucesso do
tratamento, ao utilizar o antimicrobiano de maneira correta, fazendo com que seu
tratamento ocorra de maneira eficaz e de qualidade (ARAÚJO et al., 2008).
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tanto para conhecimento próprio quanto para atenção farmacêutica (NICOLIN et al.,
serviço público devem ser repensados, de modo a garantir o acesso da população
aos antimicrobianos na quantidade adequada e com qualidade confiável. Essas ações
de garantia de acesso são essenciais, já que as doenças infecciosas constituem, na
atenção primária, uma das principais causas de procura por cuidados médicos
(GURGEL, 2008).
Neste contexto, observa-se que a utilização racional dos antimicrobianos, é de
extrema importância, pois o uso desenfreado e sem uma cuidadosa avaliação das
suas indicações apropriadas pode levar ao crescimento de bactérias resistentes
(NICOLINI et al., 2008).
3 - METODOLOGIA
Trata de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. A pesquisa
descritiva propõe que o pesquisador observe, registre, avalie, qualifique e interprete
os fatos, sem interferir neles (DUARTE, 2010). Na pesquisa quantitativa, as opiniões
podem ser mensuradas, reações, hábitos e atitudes em um meio, por meio de uma
amostra que seja representada estatisticamente (TERENCE e ESCRIVÃO FILHO,
2006). O presente trabalho foi realizado no Município de Matipó, que está localizado
no estado de Minas Gerais, especificamente na Zona da Mata, numa área de 267 km²,
com uma população de aproximadamente 18.604 habitantes de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014).
Realizou-se o perfil do receituário de antibióticos na Farmácia de Minas da
cidade de Matipó-MG, no segundo trimestre de 2015, a coleta foi feita através das
receitas arquivadas na farmácia. Todos os dados obtidos foram mantidos em total
sigilo pelos pesquisadores, que assinaram o Termo de Autorização de Uso de Dados
e o Termo de Compromisso para Uso de Dados, no qual se comprometeram a
preservar a privacidade e assumindo o compromisso da utilização dos dados apenas
para execução do projeto, assim como recomendado pela Resolução no 196/96
(BRASIL, 1996).
Foram analisados dados como a legibilidade, identificação do paciente e do
prescritor. Os resultados foram avaliados por meio de estatística descritiva utilizando
o Microsoft Office Excel® 2010.
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Os mecanismos de programação, aquisição, armazenamento e distribuição no
Foram avaliadas 1.156 prescrições de antibióticos do segundo trimestre de 2015,
sendo 348 em abril, 436 em maio e 372 em junho. Em abril 5% continham alguma
emenda ou rasura 19% estavam ilegíveis, 10% continham abreviações e 8% não
continham data de emissão. Em maio apenas 1% continham alguma emenda ou
rasura 22% estavam ilegíveis, 8% continham abreviações e 4% não continham data
de emissão. Em junho não foi encontrada prescrição com emenda ou rasura, 5%
estavam ilegíveis, 13% continham abreviações e 5% não continham data de emissão.
100% das receitas em todos os meses avaliados estavam descritas em receituário
adequado (FIGURA 1).
Segundo o artigo 9º da RDC 20/2011 as receitas de antimicrobianos somente
poderão ser dispensadas quando apresentadas de forma legível e sem rasuras. A
letra ilegível do médico faz parte do cotidiano de farmacêuticos e da equipe de
enfermagem, que já se acostumaram “a traduzir” as prescrições. Esse aspecto é
previsto no código de ética médica no seu art. 39 que trata da responsabilidade
profissional, ou seja, compete ao médico prescrever de forma legível (FARIAS, 2013).
Estudos mostraram que muitos pacientes têm dificuldade no entendimento do
tratamento, pois alguns prescritores não lhes falam a respeito do diagnóstico, não
informam sobre quais drogas serão utilizadas e seus efeitos adversos, não deixam
claro como utilizar os medicamentos e, na maioria das vezes, as prescrições são
ilegíveis. Na prática clínica, muitos tratamentos são comprometidos por uma série de
fatores, entre eles, o pouco tempo para se realizar a consulta e a falta de
conhecimento e educação continuada dos médicos e de toda equipe de saúde
(NICOLINI, 2008).
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4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Figura 1. Notificações das prescrições de antibióticos da Farmácia de Minas de Matipó-MG.
A deficiência no conhecimento dos prescritores sobre as doenças infecciosas
leva à utilização de antimicrobianos sem necessidade, tratamento com fármacos de
última geração, tratamento por tempo prolongado, farmacoterapia essencialmente
empírica e uso exagerado de associações de antimicrobianos (GURGEL, 2008).
Mudanças de hábitos dos profissionais poderiam melhorar essa situação, porém
a dificuldade existe, assim como é evidenciada em diversas pesquisas e publicações.
Todas as dificuldades dos médicos em conjunto com a falta de entendimento dos
pacientes explicam as elevadas taxas de resistência bacteriana (NICOLINI, 2008).
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados iniciais apresentados neste trabalho trazem um alerta com aos
profissionais da saúde que trabalham nessa Unidade da Farmácia de Minas, sendo
esta responsável pelo atendimento a toda população da cidade de Matipó. Entretanto,
vale destacar a importância da identificação desses problemas para promover o
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desenvolvimento de novas práticas que garantam o uso adequado dos medicamentos,
aumentando a qualidade, segurança e eficácia do tratamento dos pacientes. Sugerese a presença do profissional farmacêutico, este é o mais indicado para atuar nesse
processo de educação continuada, não somente na prescrição, mas principalmente
na dispensação e orientação aos usuários destes medicamentos.
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Janaína Cunha Matos, Tamara Dalila de Carvalho Torrézia Miranda- Acadêmicas
do curso de Farmácia- Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes- Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica- Mestre em
Ciências Farmacêuticas- Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX
Viviane Gorete Silveira Mouro- Farmacêutica Generalista- Mestre em Biologia
Celular e Estrutural- Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
A etnofarmacologia busca identificar e registrar os diversos usos de plantas
medicinais, segundo a sabedoria popular. Este estudo tem o objetivo de pesquisar
sobre a utilização, motivo e o conhecimento de plantas medicinais pela população de
Vista Alegre, distrito do município de Rio Casca, MG. Busca conhecer sobre as plantas
de maior relevância entre a população, além da forma de preparo mais utilizada e
emprego terapêutico das plantas. Realizou-se um estudo descritivo com abordagem
quantitativa, empregando-se um questionário semiestruturado. Dos moradores que
afirmarem fazer uso de alguma planta medicinal, 70,5% fazem por tradição familiar,
sendo as formas macerada e de decocto, as mais empregadas. As plantas com maior
utilização foram boldo (Plectranthusbarbatus) (57,94 %); hortelã (Mentha x villosa)
(41,17 %);macaé (Leonurussibiricus) (27,45 %);alecrim (Rosmarinusofficinalis) (19,60
%); e camomila (Chamomillarecutita) (15,68 %). Podemos concluir que os habitantes
fazem uso de diversas plantas medicinais, entretanto mais estudos são necessários
para melhor compreensão do conhecimento etnofarmacológico a população.
PALAVRAS-CHAVE: Etnobotânica, Plantas medicinais,
1 - INTRODUÇÃO
Plantas medicinais podem ser definidas como todos os vegetais que possuem
emprego com fins terapêuticos, alicerçados no conhecimento popular ou no
conhecimento científico (SCHENKEL, GOSMAN E PETROVICK, 2012). As plantas
medicinais representam fator de grande importância para a manutenção das
condições de saúde das pessoas. O crescente uso de plantas medicinais como
alternativa terapêutica tem impulsionado diversos pesquisadores a investigá-las.
Sistemas de medicina tradicional têm suas raízes fundamentadas na medicina popular
e nos remédios caseiros, sendo a fonte primária desta medicina (PANDA et al., 2011).
Estudos como Miranda et al., (2013), em que os autores avaliaram o
conhecimento etnofarmacológico da cidade de Teixeiras-MG, nos permitem observar
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ESTUDO PRELIMINAR SOBRE O CONHECIMENTO ETNOFARMACOLÓGICO
DA POPULAÇÃO DE VISTA ALEGRE- MG
obtenção e formas de uso dessas plantas. Trabalhos como este são importantes para
que haja comprovação ou não dos efeitos terapêuticos ou farmacológicos das
espécies vegetais e possíveis efeitos colaterais e/ou tóxicos.
Portanto, o objetivo desta pesquisa é investigar a utilização e o conhecimento
dos moradores do distrito de Vista Alegre, pertencente ao município de Rio CascaMG possuem a respeito das plantas medicinais, além de avaliar a sua utilização para
manutenção da saúde e/ou cura de doenças, como também averiguar como são
obtidas e suas formas de utilização.
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Etnofarmacologia procura identificar e registrar os diversos usos medicinais
das plantas a partir do conhecimento de diferentes povos e etnias. Esta ciência trata
do estudo das preparações tradicionais de plantas isoladas ou utilizadas em conjunto,
e também animais, fungos ou minerais, empregadas nos sistemas de saúde e doença,
bem como as técnicas empregadas (ALBUQUERQUE e HANAZAKI, 2006). De acordo
com Rangel e Bragança (2009), devem-se levar em consideração informações
coletadas dentro de um determinado grupo culturalmente definido, ou seja, de
contexto semelhante e que utilizam as substâncias a serem estudadas.
Segundo Paula et al., (2009), os estudos etnofarmacológicos têm como
finalidade principal resgatar o conhecimento popular do uso de plantas medicinais, o
que permite elaborar hipóteses relacionadas às substâncias ativas e às atividades
farmacológicas responsáveis pelos efeitos terapêuticos destas plantas pelas
populações que as utilizam.
3 - METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa de plantas
medicinais utilizadas pela população do distrito de Vista Alegre pertencentes ao
Município de Rio Casca, com 14. 201 habitantes (IBGE, 2010), localizado na Zona da
Mata, no estado de Minas Gerais. Foram realizadas entrevistas empregando-se um
questionário semiestruturado com perguntas para avaliar variáveis e questões
relacionadas ao consumo de plantas medicinais (nome popular, motivo da utilização,
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a utilização das plantas no cuidado com a saúde, além de caracterizar os meios de
(RODRIGUES et al., 2002).
Aos participantes dessa pesquisa foi garantido sigilo de identidade, além dos
demais princípios éticos e legais de acordo com o protocolo de pesquisa com seres
humanos estabelecidos pela Resolução do Conselho Nacional de Saúde Nº 196/96.
Ainda foi fornecida aos investigados uma cópia do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (Brasil, 1996).
As entrevistas foram realizadas com os chefes de família (homens ou mulheres)
de cada residência do distrito de Vista Alegre pertencentes ao município de Rio Casca
- MG. A identificação das plantas relatadas foi realizada através da comparação de
fotografia destas que foram tiradas pelos pesquisadores, com imagens utilizando
material bibliográfico apropriado como livros e trabalhos científicos sobre plantas
medicinais (LORENZI E MATOS, 2002; SIMÕES et al., 2002; ALMASSY JÚNIOR et
al., 2005; PINTO et al., 2006). Todo o experimento foi realizado conforme metodologia
descrita por Cartaxo et al. (2010) e Miranda et al. (2013).
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
O presente estudo contou com uma amostra populacional de 51 pessoas, sendo
40 pessoas do sexo feminino, e 11 pessoas do sexo masculino. Do total de
entrevistados, 68,6% fazem uso de medicação, sendo os anti-hipertensivos e os
benzodiazepínicos os mais utilizados.
A maior parte dos entrevistados são mulheres e, devido ao fato delas estarem
em casa, cuidando da família, preparando os chás, e cumprindo com suas
responsabilidades
domésticas
e
na
propriedade,
elas
apresentam
maior
conhecimento sobreas plantas cultivadas, segundo SILVA et al. (2008).
Os que afirmaram fazer uso de plantas medicinais, ao serem questionados
sobre o motivo para tal utilização, 70,5% dos entrevistados responderam que fazem
uso baseado na tradição familiar, e 39,21% afirmaram que utilizam plantas medicinais
por serem inofensivas à saúde. (Figura 1).
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local de obtenção, partes utilizadas, formas de preparo e fins terapêuticos)
383
Figura 1. Motivo para utilização de plantas medicinais
O conhecimento etnofarmacológico da população dos moradores de Vista Alegre
é transmitido de geração a geração, considerando que a maior parte da população
que utiliza as plantas para cura de seus males, obtém este conhecimento ou prática
através da tradição familiar. Foi encontrado resultado semelhante a este no trabalho
desenvolvido por Brasileiro et al. (2008), em que a maioria da população atendida no
“Programa de Saúde da Família”, em Governador Valadares, MG, têm a utilização das
plantas medicinais provenientes de tradição familiar. O trabalho de Miranda et al.
(2013), também apresenta resultado análogo ao encontrado neste trabalho.
Para os resultados, foram consideradas as cinco plantas que foram mais
relatadas pela população, sendo consideradas as mais utilizadas. Dentre estas, a
mais citada foi o boldo (Plectranthusbarbatus) relatado por 57,94 % dos entrevistados;
seguido da hortelã (Mentha x villosa), com 41,17 %;Macaé (Leonurussibiricus), 27,45
%; Alecrim (Rosmarinusofficinalis), 19,60 %; e Camomila (Chamomillarecutita), com
15,68 %. Na Tabela1 apresentamos a forma de preparo e finalidade de uso das
respectivas plantas.
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finalidade de uso.
Nome
Nome Científico
Forma de Preparo
Finalidade
Popular
Boldo
Plectranthusbarbatus
Maceração
Diarreia/desconforto
intestinal/ manchas na pele/
dor
de
cabeça/
dor
de
barriga/ dor no estômago/
problemas no fígado.
Hortelã
Mentha x villosa
Maceração
Gripe/ verminose/ dor no
estômago.
Hortelã
Mentha x villosa
Decocção
Dor
de
dente/
dor
de
garganta/ gripe/ verminose/
calmante/ infecção de urina.
Macaé
Leonurussibiricus
Maceração
Diarreia/
náuseas/
desconforto intestinal/ dor de
barriga/
fígado/
dor
de
cabeça/ hipertensão.
Alecrim
Rosmarinusofficinalis
Maceração
Calmante/
problemas
cardíacos
Alecrim
Rosmarinusofficinalis
Decocção
Calmante/ hipertensão
Camomila
Chamomillarecutita
Decocção
Anti-inflamatório/
calmante/
diarréia/
problemas
estomacais/ febre.
O trabalho de Veiga Jr. (2008) apresentou resultado equivalente quanto à ampla
utilização do boldo (Plectranthusbarbatus) pela população da região Serrana e CentroNorte do Estado do Rio de Janeiro. Miranda et al. (2013) afirmaram em seu estudo
que a população de Teixeiras-MG, também utiliza o boldo na forma macerada para
problemas de fígado e estômago. Silva et al. (2008), demonstraram em seu trabalho
a utilização do boldo em forma de chá, para dor de barriga, má digestão, ressaca
alcoólica e próstata.
A hortelã também está entre as plantas medicinais mais utilizadas pela
população estudada. Comparada ao estudo realizado por Brasileiro et al. (2008),
vemos que, há semelhança na finalidade de uso, como gripe e vermífugo. Miranda et
al. (2013), também encontrou resultados paralelos, afirmando também a ação do
hortelã para infecção, como neste trabalho que verificou relatos de uso do hortelã
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Tabela 1. Espécies vegetais mais utilizadas pela população de Vista Alegre-MG, forma de preparo e
frequente do hortelã para a gripe, pela população de Ariquemes, RO.
O macaé é uma planta de utilização muito comum entre os moradores de Vista
Alegre, sendo a maceração a forma de preparo utilizada entre os entrevistados. Em
seu estudo, Brasileiro et al., (2008) evidencia a utilização do macaé em grande escala
pela população de para dores estomacais e no sistema digestivo, confirmando o uso
da planta e sua finalidade terapêutica declarados pelos participantes desta pesquisa;
porém, a forma de preparo do macaé não foi declarada no seu estudo .
O alecrim também é de relevante utilização pelos entrevistados. Sua ação
terapêutica para problemas de coração, hipertensão e como calmante foi citada por
Brasileiro et al. (2008) como cardio-proteção, porém, em seu estudo só foi verificado
a utilização do alecrim na forma de decocção. Argenta et al., (2011), em sua pesquisa,
afirmou atividade antimicrobiana do alecrim; e Silva et al., (2008) declarou que
habitantes do município Mutuípe, BA, utilizam esta planta para gripe e para mulher
parida; até o momento, ambos os dados não foram afirmados por nenhum morador
da comunidade de Vista Alegre. Não foi encontrado nenhum estudo que relatasse
utilização do alecrim na forma de maceração.
Dentre as plantas mais utilizadas pelos moradores de Vista Alegre está a
camomila, que foi citada por Rangel e Bragança, (2009), como uma planta de emprego
muito comum entre gestantes. Medeiros, Fonseca e Andreata, (2003), confirmam o
uso da camomila como calmante pelos sitiantes de Mangaratiba, RJ, sendo essa
planta, assim como nesta pesquisa, preparadas em decocto, utilizando-se as folhas.
A população de Vista Alegre emprega a camomila na forma de chá para diarreia, como
calmante e para febre. Brasileiro et al. (2008), em seu estudo confirma essas
finalidades terapêuticas, acrescentando ainda, ação contra dor de cabeça e cólicas, o
que não foi descrita pelos entrevistados de Vista Alegre, que afirmou também, ação
anti-inflamatória da camomila para problemas estomacais; essas atividades
terapêuticas não foram encontradas na literatura.
A busca de outras possibilidades terapêuticas, entre elas a fitoterapia, para
resolução dos problemas de saúde, ou seja, a cura de doenças demonstra que esta
prática, além da ação terapêutica que em sido comprovada em muitas das plantas
utilizadas popularmente, representa parte importante da cultura deum povo e precisa
ser valorizada (Tomazzoni, 2004).
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contra infecção de urina. Santos, Lima e Ferreira (2008), também relatam o uso
Este estudo permitiu identificar as principais plantas utilizadas como forma de
tratamento e/ou cura para enfermidades pela população de Vista Alegre, bem como a
forma de preparo de maior relevância. Pôde-se perceber o quanto a tradição familiar
influencia sobre o modo de vida das pessoas, sendo este o principal motivo para o
consumo das plantas medicinais.
Por ser um estudo em andamento, maiores informações serão coletadas e
analisadas a respeito do conhecimento etnofarmacológico e tradições relacionadas
ao emprego das plantas medicinais na saúde pela população de Vista Alegre.
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Acadêmicas do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX;
André Salustiano Bispo – Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, Mestre
em Ciências da Reabilitação, Professor do Curso de Educação Física da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX;
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em Biodinâmica do
Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da Univértix.
Lucio Flavio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor
em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O presente estudo verificou a composição corporal de escolares na faixa etária de 7
a 10 anos de ambos os sexos das escolas públicas de Abre Campo – MG. A coleta
dos dados aconteceu nos meses de outubro e novembro de 2014, sendo que a
avaliação da composição corporal levou em consideração a mensuração do peso,
estatura e avaliação de dobras cutâneas do tríceps e subescapular (LEÃO et al.,
2010). Após a coleta dos dados, realizou-se tratamento através de estatística
descritiva, sendo os resultados apresentados em tabelas abaixo, levando em
consideração os valores médios e desvios padrão. Conclui-se que felizmente as
predominâncias de alunos com Índice de Massa Corporal e Percentual de Gordura
adequado são superiores, levando-se em consideração os outros padrões de
classificação preconizados pelos autores. No entanto, cabe aqui ressaltar que foi
encontrada uma alta prevalência de sobrepeso e obesidade em ambos os sexos.
Expondo os relatos e preocupação de diversos alunos sobre o tema citado na
atualidade.
PALAVRAS-CHAVE: Composição corporal; Escolares; Avaliação física; IMC;
Percentual de gordura.
1 - INTRODUÇÃO
O interesse em medir a quantidade dos diferentes componentes do corpo
humano iniciou-se no Século XIX e aumentou no final do Século XX devido à
associação entre o excesso de gordura corporal e o aumento do risco de
desenvolvimento de doenças coronarianas, diabetes mellitos tipo 2, ósteo-artrites e
até alguns tipos de câncer (SANT`ANNA et al., 2009).
Grandes modificações nos padrões nutricionais surgiram a partir de 1990, junto
ao processo de desenvolvimento econômico e social do país, tornando-se motivo de
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AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ESCOLARES DE 7 A 10 ANOS
DA CIDADE DE ABRE CAMPO – MG
designado como transição nutricional, em que a desnutrição que era representativa
na década de 1980, hoje é superada pela prevalência de sobrepeso e obesidade
(MENDES E FREITAS, 2008; LOCATTE et al., 2012).
A composição corporal é considerada um componente da aptidão física
relacionada à saúde por diversos autores, devido às relações existentes entre a
quantidade e a distribuição da gordura corporal com alterações no nível de aptidão
física e no estado de saúde das pessoas, ainda que, segundo Sant`anna et al., (2009),
crianças quando estão em fase de estirão estão extremamente vulneráveis a
desenvolver riscos à saúde. Para melhor entendimento dos dados de composição
corporal na infância e adolescência, é importante compreender as mudanças
fisiológicas que ocorrem em diferentes componentes durante o crescimento e a
maturação sexual (LEÃO et al., 2010).
A formação do tecido adiposo começa no feto e se dá principalmente a partir
do terceiro trimestre de gestação. Ao nascimento, os bebês humanos já apresentam
maior percentual de gordura corporal do que neonatos de outros mamíferos. A gordura
corporal relativa continua a aumentar durante os primeiros seis meses de vida.
Depois, começa a diminuir e se estabiliza em torno de 13-16% no início da infância
(RONQUE et al., 2007).
Durante o período da infância e adolescência pode ser observado um aumento
gradativo tanto da massa de gordura quanto da massa corporal magra. Assim, o
monitoramento dessas variáveis pode favorecer a identificação de problemas de
saúde associados aos níveis reduzidos de gordura corporal ou a elevados índices de
adiposidade (RONQUE et al., 2007). Lembrando que a obesidade mais comum é a
que resulta da ingestão de mais energia do que a necessária. Não há dúvidas que
este consumo excessivo pode iniciar-se em fases muito remotas da vida, nas quais
as influências culturais e os hábitos familiares possuem papel fundamental (DUTRA
JÚNIOR et al., 2008).
Nesse sentido, percebe-se que os estudos da composição corporal são
importantes para melhor compreender os efeitos que o ambiente, os fatores
fisiológicos e maturacionais exercem sobre o organismo, sendo que uma das formas
de se observar as variações ocorridas no organismo é através dos estudos com
dobras cutâneas, especificamente a partir da relação entre as dobras de tronco e as
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preocupação por parte da saúde pública. Tais mudanças são fruto de um processo
grande aliada para ensinar e incentivar os bons hábitos alimentares, despertando o
interesse da criança sobre a importância de uma alimentação saudável, o que pode
ocorrer por meio da merenda escolar com o apoio de projetos de educação nutricional
(LOCATTE et al., 2012).
Diante das informações acima descritas, o estudo em questão pretende
verificar a composição corporal de escolares na faixa etária de 7 a 10 anos das escolas
públicas de Abre Campo – MG.
Os resultados obtidos no presente estudo possibilitarão a realização de
intervenções futuras no propósito de contribuir positivamente para os cuidados destas
crianças em relação ao estado nutricional, atividades físicas correlacionadas,
minimizando seus possíveis fatores de risco quanto à concentração e distribuição de
gordura corporal
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A faixa etária abordada no estudo é compreendida por diversas transformações
no desenvolvimento geral da criança, onde se destaca o início da puberdade e
diversas alterações na composição corporal, que ainda é diferenciado em relação ao
sexo. Tais mudanças são descritas como períodos críticos para o desenvolvimento de
maior acúmulo de gordura corporal, oferecendo maiores riscos para o aparecimento
da obesidade: gestação, primeiro ano de vida, idade pré-escolar (entre 5 e 7 anos de
idade) e adolescência (JOSUÉ E ROCHA, 2002; BRASIL, 1998). Os maiores
determinantes na etiologia da obesidade estão associados aos fatores ambientais e
comportamentais e não apenas a fatores genéticos (HILL; PETERS, 1998 citados por
PIERINE et al., 2006).
Shah et al., (2011) e Gonçalves et al. (2008), citados por Mazzoccante et al.,
(2013) apontam a escola como sendo o lugar ideal para o desenvolvimento de
programas ligados à promoção da saúde, por exercer extrema influência na formação
dos padrões comportamentais dos alunos, particularmente em uma fase de ampla
aquisição de conhecimentos e possibilitando mudanças nos hábitos de vida, o que
pode resultar em um crescimento e um desenvolvimento salutar desses indivíduos.
É a partir da idade escolar que os alunos começam a criar autonomia para
decidirem o que querem ingerir de alimentos, se essa autonomia não for estimulada
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das extremidades (LEÃO et al., 2010). Sabemos ainda que a escola pode ser uma
uma influência negativa a mídia é considerada uma das principais, pois nos comerciais
de programas infantis, 65% das propagandas de alimentos são ricos em açúcares e
lipídios (OLIVEIRA et al., 2003). Devido a isso, podemos perceber ultimamente, que
a população brasileira está deixando de sofrer com a desnutrição infantil, no entanto,
sofre com um aumento da incidência de sobrepeso e da obesidade (MAZZOCCANTE
et al., 2013).
Considerando as desigualdades sociais e as diversidades culturais observadas
no Brasil, a análise da composição corporal de populações jovens, de diferentes níveis
socioeconômicos, pode proporcionar valiosas informações para o desenvolvimento de
políticas públicas de educação para a saúde (RONQUE et al., 2007), onde um quadro
de excesso de peso já instalado pode ser alterado mais facilmente na infância, pois
os hábitos alimentares e de atividade física ainda não estão completamente
consolidados (PARIZZI et al., 2008; LAMOUNIER et al., 2006).
Nesse sentido, Guedes (1999) sugere que a escola, em sua totalidade e
principalmente através da disciplina de Educação Física, atue diretamente com
programas de ações favoráveis para o controle e/ou prevenção do sobrepeso e da
obesidade. Para Farias e Salvador et al., (2005), a avaliação da composição corporal
fornece dados relativos à quantidade dos principais componentes estruturais do corpo:
músculos, ossos, gorduras, tecidos e substâncias residuais, cuja soma é igual ao peso
corporal total.
Portanto, o estudo da composição corporal, principalmente no que se refere à
gordura corporal e à massa corporal magra, tornou-se um fator de pesquisa
importante dentre os estudiosos, pois pode especificar essas proporções. Marins e
Giannichi (1998) abordam em seu livro que um dos objetivos das medidas e avaliação
em Educação Física é permitir que o aluno se conhecesse quanto a suas limitações,
potencialidades e condições de saúde (LEUNG et al., 2012; citado por
MAZZOCCANTE et al., 2013). Essa conduta poderá contribuir para a redução da
incidência de sobrepeso e obesidade em escolares; porém, para essa ação ter
sucesso, é de extrema importância a participação da família nesse processo. Nesse
sentido,
ressalta-se não
só a
importância da realização das avaliações
antropométricas, mas também o retorno dos resultados obtidos aos avaliados, pois
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saudavelmente pode ser um dos fatores responsáveis pela obesidade infantil. Para
de saúde da criança.
METODOLOGIA
O presente estudo possui característica quantitativa, com estratégia
experimental, onde as variáveis serão coletadas, analisadas e descritas sem
manipulação das mesmas, considerando a média dos resultados obtidos (THOMAS e
NELSON, 2002).
A população definida para a pesquisa levou em consideração as duas escolas
do município de Abre Campo – MG, totalizando um número de 784 crianças
devidamente matriculadas. Como critério de inclusão para o presente estudo,
considerou-se as crianças que se apresentavam regularmente matriculadas no ensino
público e presentes em sala de aula na data da coleta, com idade entre 7 a 10 anos,
de ambos os sexos, totalizando uma amostra de 279 alunos.
A coleta de dados foi realizada nos meses de junho a agosto de 2015. A
avaliação da composição corporal levou em consideração a mensuração do peso,
estatura e avaliação de dobras cutâneas do tríceps e subescapular (LEÃO et al.,
2010). Como instrumentos, utilizou-se uma balança tipo Filizola para aferição da
massa e estatura corporal e adipômetro da marca Lange para aferição das dobras
cutâneas. Os procedimentos para coleta dos dados levaram em consideração o
protocolo de Guedes (1989) para crianças e adolescentes de 7 a 18 anos citado por
Fernandes Filho (2003). Para a classificação do percentual de gordura foi utilizada a
tabela de normalidade para o percentual de Gordura de Deurenberg (1990), citado por
Fernandes Filho (2003).
Após a coleta dos dados, realizou-se uma análise estatística descritiva, sendo
que os resultados obtidos serão apresentados em tabelas abaixo, levando em
consideração os valores médios e desvios padrão.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O estudo analisou as características através das avaliações feitas em 279
alunos (145 femininos e 134 masculinos) de 7 a 10 anos em duas escolas estaduais
da cidade de Abre Campo – Minas Gerais, regularmente matriculadas e presentes em
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poderá contribuir para a conscientização dos alunos e responsáveis sobre a condição
seguintes resultados apresentados abaixo.
TABELA I: Resultados (Média e Desvio Padrão) do Índice de Massa Corporal (IMC) e Percentual de
Gordura (G%) em crianças na faixa etária de 7 a 10 anos de ambos os sexos.
IDADE
7
8
9
10
FEMININO
IMC
17,32 ±2,69
17,31 ± 2,93
18,28 ± 3,09
18,55 ± 3,63
%G
20,91 ± 5,99
20,27 ± 6,10
22,43 ± 6,06
21,45 ± 6,80
MASCULINO
IMC
%G
18,88 ± 2,98
18,32 ± 8,98
16,73 ± 2,79
17,77 ± 8,99
18,95 ± 4,07
22,55 ± 9,77
18,31 ± 2,63
21,26 ± 7,93
TABELA II: Apresentação dos resultados do Índice de Massa Corporal (IMC) em crianças de 7 a 10
anos de ambos os sexos, de acordo com a tabela de classificação preconizada por Brasil (2011).
CLASSIFICAÇAO
IMC
Baixo
Adequado
Sobrepeso
Obesidade
FEMININO
Frequência
Frequência
Absoluta
Relativa
7
4,82%
76
52,41%
29
20%
33
22,75%
MASCULINO
Frequência
Frequência
Absoluta
Relativa
5
3,73%
83
61,94%
16
11,94%
30
22,38%
Após análise estatística dos resultados apresentados na tabela II acima,
22,75% do sexo feminino e 22,38% do sexo masculino foram classificados como
obesidade, respectivamente, levando-se em consideração a tabela de classificação
apresentada por (BRASIL, 2011).
Os resultados obtidos são inclusive superiores aos apresentados por Miranda
et al. (2015). O estudo do autor citado anteriormente teve como objetivo comparar a
prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças de duas escolas na cidade de São
Paulo, onde os resultados apresentados foram de 25,50% de meninas e 19,60% de
meninos classificados como sobrepeso. Cabe aqui ressaltar que o estudo citado
comparou dados de escolas públicas e privadas. Embora os meninos apresentassem
resultados melhores que as meninas, a maior parte dos alunos avaliados, ambos os
gêneros se encontram dentro dos padrões esperados.
Este estudo também verificou maior prevalência de sobrepeso no sexo
feminino, sendo esse de 20% e no sexo masculino de 11,94% de acordo com a
classificação apresentada por Brasil (2011). Em estudo feito com os escolares de
Santa Cruz do Sul por Tornquist et al., (2011), a prevalência de sobrepeso é de 17,6%
masculino e 23,4% feminino, ou seja, maior entre o sexo feminino. Estes percentuais
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sala de aula nos períodos determinados para coleta dos dados. Obtendo-se os
feminino foi de 20% e do sexo masculino 11,94%.
A prevalência de baixo peso no presente estudo foi relativamente pequena:
4,82% feminino e 3,73% masculino. Bernardo et al., (2010) realizaram estudo no
município de Florianópolis, SC e a pesquisa foi feita com crianças em faixa etária
semelhante a presente pesquisa e mostrou-se similar, já que 3,3% do sexo masculino
e 4,5% do sexo feminino encontram-se abaixo do peso.
TABELA III: Valores de classificação e distribuição do percentual de gordura em crianças de 7 a 10
anos de idade de ambos os sexos.
CLASSIFICAÇÃO % G
Excessivamente baixa
FEMININO
Frequência
Frequência
Absoluta
Relativa
5
3,44%
MASCULINO
Frequência
Frequência
Absoluta
Relativa
0
0
Baixa
Adequada
Moderadamente alta
22
67
31
15,17%
46,20%
21,37%
8
80
15
5,97%
59,70%
11,19%
Alta
Excessivamente alta
20
0
13,79%
0
8
23
5,97%
17,16%
Ao analisar o Índice de Gordura encontrado nas crianças, observou-se os
resultados da classificação moderadamente alta de 21,37% para feminino e 11,19%
para masculino, sendo assim, uma diferença relativamente alta. Na classificação alta
do percentual de gordura, apresentou 13,79% feminino e 5,97% masculino. Segundo
Dutra Júnior et al. (2008) os resultados obtidos em sua pesquisa em escola pública
33,3% das meninas de 8 anos apresentaram o % G Moderadamente Alto e 50% das
meninas de 9 anos apresentou o %G de Moderadamente Alto a Alto, mesmo
percentual apresentado pelos meninos de 10 anos para o %G Moderadamente Alto a
Alto.
Para Ricardo et. al. (2012) os níveis elevados de gordura corporal associam-se
com o desenvolvimento precoce de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT),
como as cardiovasculares, hipertensão, obesidade e diabetes. Desta forma, a
quantificação da gordura corporal com o menor erro possível torna-se essencial,
principalmente, na idade escolar com a finalidade de desenvolver programas de
promoção da saúde para evitar que estas crianças se tornem adultos com excesso de
peso. Em nosso estudo, não apresentou nenhum menino abaixo do nível de gordura
corporal, porém, 3,44% das meninas apresentaram abaixo do percentual desejável.
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foram próximos ao do presente estudo em que a prevalência de sobrepeso do sexo
(PR), os resultados indicaram, também, a existência de um número maior de meninas
com níveis de gordura corporal abaixo do desejável quando comparados aos meninos.
Este fato chama a atenção, uma vez que quantidade extremamente baixa de gordura
corporal pode estar associada a algumas desordens nutricionais como a anorexia
nervosa, principalmente entre adolescentes do sexo feminino e a desnutrição proteicoenergética afetando o processo de crescimento físico.
Outro aspecto muito importante desse estudo do autor foi à quantidade elevada
de crianças que apresentaram excesso de gordura corporal 28% para os meninos e
14% para as meninas. Esses resultados são preocupantes, uma vez que valores de
gordura corporal relativa superiores a 25% e 30%, em meninos e meninas,
respectivamente, estão associados a um alto risco de desenvolvimento de sobrepeso
e obesidade na fase adulta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste estudo conclui-se que felizmente as predominâncias de alunos
com Índice de Massa Corporal e Percentual de Gordura adequados são superiores,
levando-se em consideração os outros padrões de classificação preconizados pelos
autores. No entanto, cabe aqui ressaltar que foi encontrado uma alta prevalência de
sobrepeso e obesidade em ambos os sexos. Expondo os relatos e preocupação de
diversos alunos sobre o tema citado na atualidade.
As distribuições do IMC demonstraram 20 e 22,75% para o sexo feminino e
11,94 e 22,38% para o sexo masculino, considerando-se os quadros de sobrepeso e
obesidade respectivamente. Enquanto as distribuições do Percentual de Gordura
foram de 21,37 e 13,79% para o sexo feminino e 11,19 e 5, 97% para o sexo masculino
respectivamente.
As informações do presente estudo, assim como o estudo apresentado por
Ronque (2007) apontaram um elevado contingente de crianças, de ambos os sexos,
com quantidade excessiva de gordura corporal relativa, o que pode favorecer o
aumento do risco de desenvolvimento de sobrepeso/obesidade e, consequentemente,
de disfunções metabólicas e comportamentais associadas a esse fenômeno em
diversas fases de desenvolvimento da vida destas crianças. Portando, há necessidade
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Uma pesquisa realizada por Ronque et. al. (2007) no município de Londrina
exercício físico e educação alimentar.
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de as escolas proporcionarem programas de incentivo a prática regular e orientada de
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realizada nas escolas para a prevenção do sobrepeso e obesidade? Revista
Mackenzie de Educação Física e Esporte – v. 12, n. 2, 2013, p. 76-88.
João Pedro Torres Conceição e Karina Cristina dos Santos – Graduandos do 6º
período de Educação Física - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
Fábio Florindo Soares – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista
em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training,
Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O comportamento sedentário, os hábitos alimentares inadequados são fatores de
risco para alteração dos perfis corporais, podendo levar a um quadro de obesidade
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA –SBC, 2005). Para Oliveira et al.
(2003), obesidade está mais relacionada com a inatividade física do que a
alimentação. Partindo deste princípio, o estudo apresentado teve como objetivo
avaliar os índices de sobrepeso, obesidade e os perfis alimentares e de atividades
físicas de alunos nos anos iniciais do ensino fundamental de uma escola particular na
cidade de Rio Casca-MG. Para as avaliações foram utilizados como instrumento de
pesquisa, o Índice de Massa Corporal (IMC) e questionários fechados, aplicados a 50
indivíduos de ambos os sexos, a qual concluímos que a grande maioria dos alunos
participantes deste estudo, apresentam em média IMC adequado, um baixo nível de
atividade física, apesar de relatarem gostarem de praticar esportes, apresentam ainda
maus hábitos alimentares com um grande consumo de produtos industrializados ricos
em açucares e gorduras.
PALAVRAS-CHAVE: Antropometria, Sedentarismo, Sobrepeso, Obesidade.
1 - INTRODUÇÃO
A obesidade já é considerada um dos principais problemas de saúde pública
do mundo, adquirindo status de epidemia global (WORLD HEALT ORGANIZATION
(WHO) 2006). A obesidade infantil, principalmente aquela caracterizada pela
presença excessiva de gordura abdominal, é um fator de consequências
indesejáveis, incluindo várias doenças e pré-conceitos.
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398
ÍNDICES DE SOBREPESO E OBESIDADE, PERFIL ALIMENTAR E DE
ATIVIDADES FÍSICAS EM CRIANÇAS DOS ANOS INICIAS DO ENSINO
FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PARTICULAR DA CIDADE DE RIO CASCAMG
nos últimos anos, surge o interesse em descobrir quais fatores que levam as crianças
ao sobrepeso e a obesidade cada vez mais cedo.
Para Souza (2006), “a obesidade é um grupo de condições crônicas
caracterizadas pelo excesso de gordura corporal, atribuídas a um desequilíbrio
energético, de origem multifatorial”. Entre as origens da obesidade estão o mal habito
alimentar, lesão hipotalâmica, fatores genéticos, hipernutrição infantil, inatividade
física (sedentarismo) e fatores ambientais. Além disso, a obesidade vem crescendo
acentuadamente nas últimas décadas, inclusive nos países em desenvolvimento, o
que levou a doença à condição de epidemia global.
Estudos epidemiológicos em populações latino-americanas têm relatado
dados alarmantes. Na medida em que se consegue erradicar a miséria entre as
camadas mais pobres da população, a obesidade desponta como um problema mais
frequente e mais grave que a desnutrição.
De acordo com Oliveira (2003) fatores que dão origem a obesidade, como os
genéticos, os fisiológicos e os metabólicos somados ao estilo de vida e aos hábitos
alimentares podem explicar este crescente aumento do número de indivíduos
obesos. O aumento no consumo de alimentos ricos em açúcares simples e gordura,
com alta densidade energética, e a diminuição da pratica de exercícios físicos, são
os principais fatores relacionados ao meio ambiente, verificando ainda que a
obesidade infantil foi relacionada de maneira inversa à pratica de atividade física
sistemática, com a presença de TV, videogames, computadores, além do baixo
consumo de verduras nas residências.
Whitaker et al. (1997) e Prince (1987) alertam para a necessidade do
diagnóstico precoce do excesso de peso em crianças e adolescentes, para que se
possa diminuir os riscos de se tornarem adultos obesos.
Segundo Pollock et al. (1986), existem fortes evidências de que 80 a 86% dos
adultos obesos tem a origem do problema na infância e da adolescência. Neste
contexto muitos dos hábitos adquiridos na juventude podem ser transferidos para a
fase adulta (GUEDES, 2002).
O referente interesse por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível
aumento dos índices de sobrepeso e obesidade em crianças. Dessa forma, o
presente estudo teve como objetivo verificar o índice de sobrepeso e obesidade, o
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Como é um problema de saúde pública muito comum e que vem crescendo
fundamental na cidade de Rio Casca-MG.
Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor analise e
compreensão do fenômeno obesidade infantil a fim de melhor direcionar as ações e
estratégias na prevenção e combate a obesidade.
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No Brasil, a prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes e crianças
de 6 a 18 anos de idade triplicou nos últimos anos (WANG; MONTEIRO; POPKIN,
2002).
A elevada prevalência da obesidade atingiu níveis expressivos nos últimos
anos.
Esse
aumento
vem
ocorrendo
mais
dramaticamente
nos
países
economicamente desenvolvidos (JANSSEN et al., 2005; WANG & LOBSTEIN, 2006;
KOSTI & PANAGIOTAKOS, 2006).
Para Oliveira et al. (2003) a obesidade está mais relacionada com a inatividade
física do que a alimentação. Muito embora, filhos de pais obesos correm o maior risco
de se tornarem obesas quando crescerem, comparadas aos filhos de pais com peso
normal. Assim como a alimentação das crianças e a prática de atividade física são
influenciadas pelos hábitos dos pais, reforçando a ideia que os fatores ambientais
contribuem para o ganho excessivo de peso, sobrepeso e obesidade.
Segundo o Ministério da Saúde citado pelos Cadernos de Atenção Básica
(2006), a epidemia da obesidade vem sendo observada não somente nos países
desenvolvidos, como os Estados Unidos e países da Europa, mas também nos países
em desenvolvimento, como o Brasil, que vem passando por uma transição nutricional,
com queda no número de desnutridos e aumento no número de obesos, fato este que
vem ocorrendo devido à melhoria no poder de aquisição da família brasileira. Esse
fator pode explicar também o aumento significativo da prevalência da obesidade em
crianças.
Segundo o Manual de Orientação da Obesidade na infância e adolescência
(2008), estudos realizados no Brasil apontam prevalências de excesso de peso que
variam entre 10,8% e 33,8%, nas mais diferentes regiões do país e que abrangem a
faixa etária infantil.
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400
perfil alimentar e de atividades físicas em crianças dos anos inicias no ensino
palavra sedere (estar sentado), é o sinônimo de inativo, passividade, ou seja, aquele
que faz o mínimo possível de movimento”.
Para Araújo (2000) atividade física é definida como qualquer movimento
produzido pelo corpo humano que gaste calorias acima dos níveis de repouso. Desta
forma atividades domésticas, trabalho, transporte e programas de exercícios físicos
são conceituados como atividade física.
Rech et al. (2007), obesidade infantil é definida como um distúrbio nutricional e
metabólico, caracterizado pelo aumento de gordura no organismo e no tecido adiposo.
O comportamento sedentário, os hábitos alimentares inadequados são fatores
de risco para alteração dos perfis corporais, podendo levar a um quadro de obesidade
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA –SBC, 2005).
Para Oliveira et al. (2003), obesidade está mais relacionada com a inatividade
física do que a alimentação, muito embora, filhos de pais obesos correm o maior risco
de se tornarem obesas quando crescerem comparadas aos filhos de pais com peso
normal, assim como a alimentação das crianças e prática de atividade física são
influenciadas pelos hábitos dos pais, reforçando a ideia que os fatores ambientais
contribuíram para o ganho excessivo de peso (sobrepeso e obesidade).
Segundo Nahas (1999), o sedentarismo é um fator que leva a obesidade, como
também a ingestão de alimentos calóricos, onde as pessoas comem muito mais do
que o suficiente para sobreviver com saúde. Assim as pessoas engordam no que elas
ficam sedentárias e não conseguem fazer uma dieta equilibrada. Para Frenne et al.
(1997) citado por Guimarães et al. (2006), a inatividade física é uma das causas para
a aparição da obesidade.
3 - METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva foi realizada com alunos do 3º e 4º anos dos anos
inicias do ensino fundamental de uma escola privada da cidade de Rio Casca-MG.
Segundo Gil, pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse
título e uma das características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática (GIL, 2002, p.41-42).
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Segundo Tadoro (2001) “sedentário, do latim sedentarius, tem origem na
de Rio Casca localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira. Foi
fundada em 1 de junho de 1912. Localizada numa altitude de 330 metros e a 192 km
quilômetros da capital. Sua população estimada é de 15.244 habitantes e a base de
sua economia é agropecuária e cafeicultura.
A amostra deste estudo foi composta por 47 alunos do 3º e 4º anos inicias do
ensino fundamental de uma escola privada da cidade de Rio Casca-MG. O universo
total de alunos do 3º e 4º anos inicias do ensino fundamental desta instituição é de 48
indivíduos.
Para avaliação corporal foi utilizado o Índice de massa corpórea (IMC),
expresso pela equação: IMC = [Peso/(Estatura x Estatura)], tendo como instrumento
uma balança mecânica antropométrica marca Filizola, para a aferição do peso e a
estatura, assim como foram aplicados questionários fechados contendo 11 questões
para a obtenção do perfil alimentar e de atividades físicas da amostra, durante o mês
de agosto de 2015.
Os protocolos das medidas antropométricas que foram utilizados neste trabalho
são indicados por (BOHME, 1996, PETROSKI, 2007).
Estatura
Protocolo: Em posição ortostática (em pé, posição ereta, pés afastados na
largura do quadril com o peso corporal dividido entre ambos mantendo os ombros
descontraídos, braços soltos lateralmente e a cabeça no plano de Frankfurt), os pés
descalços e unidos. Em contato com o instrumento de medidas, estavam as
superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e a região
occipital. Esta medida é realizada com o auxílio de um estadiômetro (fixo, móvel ou
com uma fita métrica colada na parede).
Posição do avaliador: Em pé ao lado direito ou à frente do avaliado
(dependendo do estadiômetro), se necessário subir num banco para realizar a
medida.
Procedimento: O cursor em ângulo de 90º graus em relação à escala toca o
ponto mais alto da cabeça e paralelo ao peito.
Peso Corporal
Protocolo: O avaliado na posição ortostática, de costas para o avaliador.
Posição do avaliador: Em pé de frente para a escala de medida.
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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015), a cidade
plataforma colocando um pé de cada vez no centro da mesma.
A classificação do IMC foi obtida através da correlação dos antropométricos
com a tabela da OMS 1995.
As informações foram coletadas após a autorização através do Termo
Consentimento Livre Esclarecido do (TCLE) e tabuladas em arquivo Excel versão
2013.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados e discussões deste estudo apresentam uma única etapa
quantitativa, organizada através de gráficos.
Através das coletas de dados do IMC, juntamente com a aplicação de
questionário fechado a alunos do 3º e 4º anos inicias do ensino fundamental de uma
escola privada da cidade de Rio Casca-MG, obtivemos os seguintes resultados:
Em relação ao gênero, 58% dos indivíduos são do sexo feminino e 42% são
do sexo masculino, sendo N= 47.
Os indivíduos do gênero feminino apresentaram em média idade de 11,75 anos
e IMC de 19,6 classificando como percentil entre 5 a 85 diagnosticando como
adequado. Os do gênero masculino apresentam média de 11,7 anos e IMC de 19,8,
percentil de 50 e são classificados também em um quadro adequado quanto ao
diagnóstico nutricional.
Um percentil de IMC maior ou igual a 85 é caracterizado como sobrepeso, o
que pode variar de acordo com a idade e o gênero, conforme a tabela preconizada
pela Organização Mundial da Saúde (1995).
Observamos o perfil alimentar nas quatro primeiras figuras:
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Procedimento: O avaliado trajando apenas camiseta e calção deverá subir na
404
4 ou mais Unidades
4%
3 Unidades
8%
2 Unidades
10%
1 Unidade
36%
Nenhuma
42%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
Figura 1: Ingestão diária de frutas
35%
30%
30%
26%
25%
18%
20%
18%
15%
8%
10%
5%
2%
0%
Nenhum
Balas.
Salgadinhos.
Frutas.
Refrigerantes
Biscoitos
Figura 2: Alimentos ingeridos diariamente.
Merenda oferecida pela escola
14%
Biscoitos.
34%
Refrigerantes
18%
Frutas.
2%
Salgadinhos.
28%
Balas.
3%
Nada
1%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
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Figura 3: Ingestão alimentar durante o recreio escolar.
45%
40%
40%
38%
35%
30%
25%
20%
20%
15%
10%
5%
2%
0%
0%
Nenhum
De 1 a 2 Copos
De 3 a 4 Copos
De 5 a 7 Copos
Mais de 8 Copos
Figura 4: Ingestão de Água/Dia.
Analisando o perfil alimentar, observamos maus hábitos alimentares
apresentados pela amostra, onde 42% dos alunos não ingerem nenhuma fruta/dia, o
consumo diário de refrigerantes e biscoitos são relatados por 56% dos mesmos e
salgadinhos, biscoitos, refrigerantes e balas representam 83% alimentação dos alunos
durante o recreio escolar.
Quanto a ingestão de água/dia, 98% dos participantes da pesquisa ficam
abaixo dos valores preconizados como saudáveis.
Philippi (2008) cita que a ingestão de água é controlada pela sensação de sede.
A média diária de ingestão oral de água pelo adulto é de 1.500 a 3.000 ml ou em torno
de 30 a 40ml/kg de peso corpóreo.
Os maus hábitos alimentares, especialmente aqueles que acarretam a
obesidade infantil, produzem problemas de saúde imediatos e também em longo
prazo, visto que cerca de 60% de crianças obesas sofrem de hipertensão,
hiperlipidemias e/ou hiperinsulinemia (ALMEIDA, NASCIMENTO e QUALOTI, 2002).
Segundo Sorbello (2006), os hábitos alimentares decorrentes da nossa
sociedade de consumo e automatização têm desencadeado uma série de
desequilíbrios, que, como produto final, proporcionam a obesidade.
O alto valor calórico dos refrigerantes, proveniente da concentração de
açúcares, contribui para a obesidade. E os aditivos neles contidos, tais como
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males à saúde, como câncer, processos alérgicos, hiperatividade etc. Há associações
também do uso de refrigerantes com celulites subcutâneas, estrias, alterações
gastrointestinais, porém sem apresentarem comprovação científica (CARVALHO,
2006).
Pode-se afirmar que desde o início do século XX a utilização de frutas, verduras
e legumes na alimentação diária é primordial para a manutenção da saúde e
prevenção às doenças. Essa constatação faz parte de estudos realizados pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), que no início do século XXI, estimava que o
consumo inadequado desses alimentos estivesse entre os principais fatores de risco
para a carga total global de doenças em todo mundo (JAIME, 2009).
Esse estudo mostra que com 400 gramas desses alimentos, diariamente, o que
equivale a cinco porções, seria o suficiente para que o organismo obtivesse fontes de
micronutrientes, fibras e de outros componentes com propriedades funcionais
adequadas a uma dieta saudável e com poucas calorias, favorecendo a manutenção
do peso corporal e prevenção à saúde (BRASIL, 2005).
O nível de atividade física é analisado nas figuras 5,6,7:
60%
56%
50%
40%
28%
30%
20%
14%
10%
2%
0%
Fico sentado
Vou brincar no pátio
quadra.
Fico mexendo no celular
Outras atividades
Figura 5: Atividades física durante o recreio escolar
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acidulantes conservantes e corantes artificiais são substâncias que podem causar
407
Dormindo
2%
Utilizando Vídeo Games, Celulares, Tablets,
Computadores ou qualquer tipo de equipamento
eletrônico.
50%
Estudando.
16%
Praticando Esportes
8%
Vendo Televisão.
20%
Nada
4%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Figura 6: Atividade física no dia a dia, fora do contexto escolar.
Outro meio
0%
Carro Próprio
4%
De bicicletas
0%
De ônibus - Van.
40%
A pé
56%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Figura 7 – Meio de deslocamento até a escola.
O alto quadro de sedentarismo fica evidenciado ao analisar o nível de
atividade física nas figuras acimas, onde 56% dos alunos ficam sentados durante
o recreio escolar, somente 8% da amostra realiza atividades físicas significantes
fora do contexto escolar, apesar de 56% deslocarem até a escolar a pé.
Vale salientar que quando indagados 64% dos estudantes relatam que
gostam de realizar atividades esportivas, sendo o futebol a prática de maior
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De acordo com a OMS (2005) atividades mais sedentárias, o recurso do
transporte motorizado, tempo excessivo passado em frente da televisão e, por toda
parte, aparelhos que poupam esforço estão propiciando cada vez mais para um
comportamento sedentário.
O sedentarismo é considerado como principal inimigo da saúde pública, atinge
cerca de 70 % da população brasileira e sua morbidade é maior que algumas
patologias como diabetes, tabagismo, colesterol alto, obesidade e hipertensão. O
estilo de vida sedentário é responsável por 54% do risco de morte por infarto e 50%
do risco de morte por acidente vascular cerebral, as principais causas de morte
cerebral (ALVES, 2007).
Para Carvalho (2001) o avançar da idade é acompanhado de uma tendência a
um declínio do gasto energético médio diário à custa de uma menor atividade física.
Isso decorre basicamente de fatores comportamentais e sociais como o aumento dos
compromissos estudantis e/ou profissionais. Alguns fatores contribuem para um estilo
de vida menos ativo: a disponibilidade de tecnologia, o aumento da insegurança e a
progressiva redução dos espaços livres nos centros urbanos (onde vive a maior parte
das crianças brasileiras) reduzem as oportunidades de lazer e de uma vida
fisicamente ativa, favorecendo atividades sedentárias, tais como assistir televisão,
jogar videogame e utilizar computadores.
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do presente instrumento de pesquisa concluímos que a grande maioria
dos alunos participantes deste estudo apresenta em média índice de massa corporal
adequado, um baixo nível de atividade física, apesar de relatarem gostar de praticar
esportes, apresentam ainda maus hábitos alimentares com um grande consumo de
produtos industrializados ricos em açucares e gorduras.
Recomenda-se a realização de estudos periódicos envolvendo diversas faixas
etárias e gêneros, assim como, abrangendo diferentes regiões a níveis regionais e
estaduais a fim de traçar um mapa dos perfis corporais e alimentares, assim como do
nível de atividade física da população em geral, servindo como alicerce para as
políticas públicas a serem adotadas.
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408
preferência.
409
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Jéssica Ramos de Castro e Vanuzia Henrique Neves – Graduandas do 6º período
de Educação Física - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
Fábio Florindo Soares – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista
em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training,
Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O sedentarismo é considerado como principal inimigo da saúde pública, atinge cerca
de 70% da população brasileira (ALVES, 2007). Nahas (1997) coloca que a Educação
Física é a profissão que tem uma responsabilidade maior em relação à prestação de
serviços relacionados com atividade física e o desenvolvimento humano; incluindo as
escolas, a Educação Física tem a responsabilidade de uma contribuição educacional
para seus praticantes em relação ao seu desenvolvimento motor e aptidão física, tanto
para um bem-estar como para a saúde. Partindo deste princípio, o estudo apresentado
teve como objetivo verificar nível de atividade física dos alunos durante as aulas de
Educação Física. Foram aplicados questionários a 100 alunos do ensino médio. Os
resultados desta pesquisa indicam que a grande maioria dos alunos pouco participa
das atividades físicas durante as aulas de Educação Física, e que só participam
porque são obrigados. Permanecem a maior parte do tempo da aula inativos e muitas
das vezes utilizando aparelhos eletrônicos. Os mesmos apontaram a preguiça e a
composição de turmas heterogêneas, quanto ao gênero, como principais fatores que
reduzem a sua participação nas aulas.
PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física; Sedentarismo; Educação Física.
1 - INTRODUÇÃO
O sedentarismo é considerado como principal inimigo da saúde pública, atinge
cerca de 70% da população brasileira e sua morbidade é maior que algumas
patologias como diabetes, tabagismo, colesterol alto, obesidade e hipertensão. O
estilo de vida sedentário é responsável por 54% do risco de morte por infarto e 50%
do risco de morte por acidente vascular cerebral, as principais causas de morte
cerebral (ALVES, 2007).
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ATIVIDADE FÍSICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR DE ALUNOS
DO ENSINO MÉDIO
todo, atividade e Educação Física estão em declínio nas escolas, principalmente entre
as meninas e mulheres (FISBERG, 2005).
Atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal,
produzido pela musculatura esquelética, que resulta em gasto energético, tendo
componentes e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental,
podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos,
atividades laborais e deslocamentos. (CASPERSEN et al., 2005).
Na clássica epidemiologia da atividade física, a variáveis respostas
normalmente são doenças crônico degenerativas, taxas de mortalidade ou
longevidade, enquanto que atividade física é variável preditora. Este modelo de estudo
evidencia uma clara associação entre atividade física/ exercício físico (GUEDES,
2002).
Para Oliveira (2003), a atividade física realizada regularmente é associada com
benefícios à saúde tais como: controle de peso, melhora da capacidade
cardiorrespiratória e bem-estar psicossocial.
Segundo Faria (2008) a atividade física é comportamento que trabalhada em
conjunto com a genética, nutrição e o ambiente, contribuem para que o indivíduo atinja
seu potencial de crescimento, desenvolvendo plenamente a aptidão física e tenha
como resultante um bom nível de saúde.
Conforme Toscano (2001), a relação entre exercício físico e saúde se justifica
pelas muitas evidências de que níveis apropriados de aptidão física, mantidos durante
toda a vida por meio de exercícios regulares, exercem efeitos benéficos nas funções
dos órgãos em geral, tendo como consequência o prolongamento da vida e a vida
com qualidade.
Informações epidemiológicas da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002),
relacionadas ao sedentarismo e à obesidade de populações jovens, revelam que ao
se perpetuarem estas tendências comportamentais, atualmente observadas, estimase que em 2020, 73% dos adultos poderão apresentar disfunções orgânicas
decorrentes da aquisição de hábitos alimentares e de prática de atividade física
inadequados.
O sedentarismo, portanto, é atualmente um dos grandes problemas da
modernidade e também atingem diretamente o adolescente.
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A atividade física declina com a idade, a partir da adolescência e, no mundo
também a ingestão de alimentos calóricos, onde as pessoas comem muito mais do
que o suficiente para sobreviver com saúde. Assim as pessoas engordam no que elas
ficam sedentárias e não conseguem fazer uma dieta equilibrada.
Frenne et al. (1997) citado por Guimarães et al. (2006), a inatividade física é
uma das causas para a aparição da obesidade. Guedes (2002) levantam a hipótese
de que uma possível modificação nos programas de Educação Física Escolar poderia
auxiliar na prevenção do sedentarismo das próximas gerações de adultos. Neste
contexto, o professor de Educação Física possui um papel de grande relevância, pois
ele é o responsável por despertar o interesse do adolescente na prática de uma
atividade física prazerosa para o seu cotidiano (BETTI, 1991).
O referente interesse por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível aumento
dos índices de inatividade física, sedentarismo em crianças e adolescentes. Dessa
forma, o presente estudo teve como objetivo verificar o nível de atividades física nas
aulas de Educação Física de alunos do ensino médio de uma escola pública de uma
cidade da Zona da mata Mineira.
Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise e
compreensão do nível de atividade física em aulas de Educação Física a fim melhor
direcionar as ações e estratégias no combate ao sedentarismo de crianças e
adolescentes.
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
“O sedentarismo vem crescendo de forma alarmante no mundo inteiro,
deixando de ser uma preocupação meramente estética para se transformar num
problema grave de saúde pública e numa epidemia global” (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE – OMS, 2005).
Pollock et al. (1986) um número crescente de evidências está começando a
demonstrar sem dúvidas que a inatividade física e o aumento do sedentarismo de
hábitos diários de vida, provoca uma séria ameaça ao corpo, causando um distúrbio
bem maior do que se pensa em funcionamento corporal. Assim, problemas comuns e
sérios como a doença arterial, coronariana, hipertensão, obesidade, ansiedade,
depressão e problemas da coluna tem sido relacionados, direta ou indiretamente, com
a falta de exercício físico.
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Segundo Nahas (2003) o sedentarismo é um fator que leva a obesidade, como
junto a ela vem a maturação nessa etapa do desenvolvimento. É nesse período que
ocorre aumento acelerado no peso e na estatura do adolescente. Além disso, a
atividade física previne futuras doenças e exerce efeitos psicossociais. Mesmo com
todos esses benefícios da prática regular de atividade física, os adolescentes nas
últimas décadas estão deixando de praticar exercícios físicos, tornando-se
potencialmente adultos com altos fatores de riscos para doenças chamadas
hipocinéticas, como a obesidade, hipertensão, as cardiopatias e o diabetes. Nesse
sentido, o avanço tecnológico tem sido apontado como um dos principais fatores
desencadeantes do sedentarismo entre os adolescentes (PINHO & PETROSKI,
1999).
De uma forma geral, a atividade física na adolescência pode estimular o
crescimento físico, aumentar a autoestima, contribuir para o desenvolvimento social,
além de propiciar uma série de benefícios para a saúde e bem-estar (VIEIRA,
PRIORE; FISBERG, 2002).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004) a fim de melhorar a aptidão
cardiorrespiratória e muscular, a saúde óssea, cardiovascular e metabólica, crianças
e jovens com idades entre 5 a 17 anos devem acumular pelo menos 60 minutos de
atividade física diária. A maior parte da atividade física deve ser aeróbica com uma
frequência de pelo menos três vezes por semana.
A Educação Física Escolar tem como um de seus objetivos principais fazer com
que o aluno conheça seu corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um
dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação
à sua saúde e à saúde coletiva (PCN, Educação Física, 1997) o que indica que a
Educação Física tem uma responsabilidade educacional com a saúde de seus alunos.
Lobstein (2004) ressalta que a escola vem em terceiro lugar – depois dos
motivos da própria pessoa, e ambiente familiar – em importância quando se trata de
mudanças de hábitos.
Existem adolescentes obesos em escolas, isso se constata pelo fato de que
diversos estudos sobre o assunto são realizados com os escolares (ALBANO, 2001;
ANJOS, 2003). Consequentemente existem alunos obesos nas aulas de Educação
Física Escolar e o professor tem uma responsabilidade educacional em fazer com que
este adolescente desenvolva hábitos de vida saudáveis.
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A atividade física é muito importante e recomendada na adolescência, pois
responsabilidade maior do que as outras profissões em relação à prestação de
serviços relacionados com atividade física e o desenvolvimento humano; incluindo as
escolas, a Educação Física tem a responsabilidade de uma contribuição educacional
para seus praticantes em relação ao seu desenvolvimento motor e aptidão física, tanto
para um bem-estar como para a saúde.
Vitale (2003) enfatiza que as intervenções a respeito da obesidade do
adolescente devem abranger o máximo de fatores associados à obesidade que for
possível, para assim conseguir melhores resultados e é exatamente isso que o
professor de Educação Física escolar deve perceber, estudar e intervir com seus
alunos.
A qualidade das aulas de Educação Física escolar tem sido objeto de discussão
e questionamento, e, muitas vezes, os programas têm sofrido em razão de seu baixo
prestígio, falta de objetivo e falha ao oferecer experiências significativas aos
aprendizes (LEE, 2002), talvez por falta de objetividade na organização curricular que
pode culminar em um baixo aproveitamento do tempo para a prática engajada e
apropriada da atividade física. Nenhum dos trabalhos até então se preocuparam em
relatar o nível de Atividade durantes as aulas de Educação Física
3 - METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva foi realizada com 100 alunos do 2º e 3º anos Ensino
Médio do turno matutino de uma escola pública da cidade de Matipó-MG. Segundo
Gil, pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse
título e uma das características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática (GIL, 2002, p.41-2).
Para avaliação do nível de atividade física dos alunos durante as aulas de
Educação Física foi aplicada questionários fechados contendo quatorze perguntas
aos alunos, nos meses de fevereiro a abril de 2015. A amostra foi selecionada de
forma randômica, delimitada a 100 indivíduos, devido ao alto índice de infrequência
escolar. O universo escolar de alunos dos 2º e 3º anos Ensino Médio do turno matutino
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Nahas (1997) coloca que a Educação Física é a profissão que tem uma
instituição.
Os questionários foram aplicados durante os períodos de aulas, depois de
assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As informações
foram agrupadas por questões e tabuladas em arquivo Excel versão 2013,
apresentadas em forma de gráficos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), a
cidade de Matipó localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira.
Foi fundada em 17 de dezembro de 1938. Localizada numa altitude de 615 metros e
a 244 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 17.639 habitantes e a
base de sua economia é agropecuária e cafeicultura.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados e discussões desse estudo apresentam uma única etapa
quantitativa, organizada através de gráficos. Através dos questionários aplicados a
alunos do 2º e 3º anos Ensino Médio do turno matutino de uma escola pública da
cidade de Matipó-MG, obtivemos os seguintes resultados:
A amostra foi composta por n=100 indivíduos, sendo 41% do gênero masculino
e 59% do gênero feminino, onde 61% dos mesmos apresentaram em média 16 anos
de idade.
Em relação a participação dos alunos nas aulas de Educação Física, os alunos
responderam:
Não participo
5%
Participo porque sou obrigado
63%
Participo com entusiasmo
32%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
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da referida escola é de 135 indivíduos, conforme dados informados pela própria
O gráfico aponta que 63% dos mesmos responderam que participam porque
são obrigados. A Educação Física é um processo de educação integral, visando o ser
humano, seu inteiro desenvolvimento físico, emocional, intelectual e social. Embora
exercendo uma ação direta sobre a formação corporal através do movimento, afeta a
totalidade do indivíduo, contribuindo de maneira eficaz para o aperfeiçoamento de
suas capacidades. E, como toda obra educacional, deve ser iniciado na infância,
constando no currículo escolar, para que seja realmente proveitosa atingindo
amplamente os objetivos, de desenvolvimento dos alunos. (RIBEIRO, 1970).
O sedentarismo durante as aulas Educação Física fica evidente nas figuras 2 e
3, os alunos responderam:
Permaneço sentado durante toda a aula de Educação
Física.
4%
31 a 40 Minutos.
28%
21 a 30 Minutos.
44%
11 a 20 Minutos.
20%
0 a 10 Minutos.
4%
0%
5%
10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%
Figura 2: Tempo de inatividade física durante as aulas de Educação Física
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Figura 1: Participação dos alunos em aulas de Educação Física
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Permaneço sentado durante toda a aula de Educação
Física.
4%
31 a 40 Minutos.
1%
21 a 30 Minutos.
5%
11 a 20 Minutos.
32%
0 a 10 Minutos.
58%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Figura 3: Tempo de Atividade física durante as aulas de Educação Física
A figura aponta que 76% da amostra permanecem por mais de 30 minutos
sentados durante as aulas e inversamente proporcional somente 6% participam de
forma efetiva das atividades físicas. A inatividade física resulta em maior custo
econômico para o indivíduo, família e sociedade. O sedentarismo em crianças e
adolescentes é considerado um problema de saúde pública devido à sua associação
com a obesidade na infância e maior morbidade na idade adulta (GUEDES e
GUEDES, 2002).
A importância das aulas de Educação Física Escolar no processo do pleno
desenvolvimento humano, mediante informações associadas à prática da atividade
física direcionada à melhoria e à manutenção das condições de saúde, preparandoos para um futuro responsável de cidadãos atuantes na sociedade (DARIDO, 2003).
Darido (2005) aponta que a Educação Física deve exercer seu papel sempre
buscando alcançar seus objetivos, que é oferecer experiências de movimentos
adequados ao seu nível de crescimento e desenvolvimento, a fim de que a
aprendizagem das habilidades motoras seja alcançada, o aluno deve aprender a se
movimentar para adaptar de acordo com as exigências do cotidiano em termos
motores.
Analisando as figuras 4 e 5 fica mais uma vez fica evidenciado o alto quadro de
sedentarismo apresentado pelos alunos:
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100%
420
120%
99%
80%
60%
40%
20%
0%
1%
Não
Só não utilizo porque é proibido
0%
Sim
Figura 4: Utilização de equipamentos eletrônicos durante as aulas de Educação Física
120%
99%
100%
80%
60%
40%
20%
1%
0%
0%
Aumentou
Diminuiu
Permaneceu estável
Figura 5: Progressão de atividade física durante a vida
A figura 4 aponta que 99% já utilizaram equipamentos eletrônicos durante as
aulas de Educação Física. Atraves da figura 5 percebe-se que o nível de atividade
física diminuiu 99% durante a vida. Mascarenhas et al. (2003) aponta que o
decréscimo da atividade física e a elevação conjunta do tempo gasto com
eletroeletrônicos favorecem a elevação do peso corporal e, em crianças e
adolescentes, esse comportamento é influenciado pelo processo de industrialização
e pela disponibilidade de tecnologia, os quais favorecem a elevação do tempo
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despendido em frente à TV, computador e videogame parece estar relacionado
diretamente aos índices de sobrepeso e obesidade em populações pediátricas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2004) atividades mais
sedentárias, o recurso do transporte motorizado, tempo excessivo passado em frente
da televisão e, por toda parte, aparelhos que poupam esforço estão propiciando cada
vez mais para um comportamento sedentário.
Conforme Pollock et al. (1986) um número crescente de evidências está
começando a demonstrar sem dúvidas que a inatividade física e o aumento do
sedentarismo de hábitos diários de vida, provoca uma séria ameaça ao corpo,
causando um distúrbio bem maior do que se pensa em funcionamento corporal.
Assim, problemas comuns e sérios como a doença arterial coronariana, hipertensão,
obesidade, ansiedade, depressão e problemas da coluna tem sido relacionados, direta
ou indiretamente, com a falta de exercício físico.
Quando indagados sobre os fatores da redução participação durante as aulas
de Educação Física,os alunos respoderam:
Preguiça
52%
Me sinto excluído
1%
Falta de infraestrutura física
15%
Falta de incentivo
2%
Turma heterogênea quanto ao gênero
30%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Figura 6: Fatores da redução da participação nas aulas de Educação Física
A figura aponta que 82% dos alunos apontaram a preguiça e a composição de
turmas heterogêneas quanto ao gênero como principais fatores que dificultam a sua
participação nas mesmas.
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despendido com atividades de gasto energético. Dentre os eletroeletrônicos, o tempo
componentes da amostra, conforme observamos na figura 7.
Atividade Rítmicas e Expressivas
20%
Jogos Populares e de Tabuleiro ( Xadrez , Dama)
7%
Esportes
71%
Conhecimento do Corpo
2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Figura 7: Eixo Temático de maior preferência.
O esporte é um fenômeno social que tem por finalidade o desenvolvimento
integral do homem como ser autônomo, democrático e participante (BRASIL, 1988).
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1999), os esportes
são as práticas em que são adotadas regras de caráter oficial e competitivo,
organizadas em federações regionais, nacionais e internacionais que regulamentam
a atuação amadora e profissional e envolve condições espaciais de equipamentos
como, por exemplo, campos, piscinas, bicicletas, pistas, dentre outros.
Cabe ao professor de Educação Física, tanto quanto aos demais educadores
do ambiente escolar, construir em harmonia com os alunos uma consciência crítica
que vai além das práticas corporais, com a tarefa de contribuir para a transformação
da realidade da maior parcela da população que se encontra no status de sedentária
(NAHAS, 2003).
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do presente instrumento de pesquisa, concluímos a que grande maioria
dos alunos pouco participa das atividades físicas durante as aulas de Educação
Física, e que só participam porque são obrigados. Permanece a maior parte do tempo
da aula inativa e muitas das vezes utilizando aparelhos eletrônicos. Os mesmos
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O eixo temático esportes é apontando como preferência de 71% dos indivíduos
como principais fatores que reduzem a sua participação nas aulas.
Durante toda pesquisa fica evidente o alto grau de sedentarismo apresentado
pela amostra. Recomenda-se a realização de estudos periódicos envolvendo diversas
faixas etárias e gêneros, assim como, abrangendo diferentes regiões a níveis
regionais e estaduais a fim de comparar o nível de atividade física durante as aulas
de Educação Física, servindo como alicerce para as políticas públicas a serem
adotadas no combate ao sedentarismo.
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Guilherme Galdino Domingues e Divino Daniel Sampaio Neto – Acadêmicos do
6º período do curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX /
Matipó.
André Salustiano Bispo – Professor e coordenador do curso de Educação Física
da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX / Matipó.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
Lucio Flavio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor
em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O presente estudo buscou verificar os níveis de obesidade infantil do Centro de
Educação Infantil Municipal (CEIM) da cidade de Raul Soares – Minas Gerais. Foram
obtidos dados das avaliações de controle de 86 crianças (53 do sexo masculino e 33
do sexo feminino). Para apresentação das faixas etárias das crianças foram
considerados os valores médios e desvio padrão, onde as crianças do sexo masculino
apresentaram faixa etária 3,76 ± 2,55 e sexo feminino com faixa etária de 3,31 ± 1,42
respectivamente. Os resultados apresentaram valores preocupantes de sobrepeso
e/ou obesidade. Informações estas que vão de encontro a diversos estudos
apresentados na atualizada de fases diferenciadas de desenvolvimento da criança.
Foi possível verificar também que, felizmente em ambos os sexos a predominância
dos valores de classificação se mantiveram dentro dos padrões de normalidade, de
acordo as informações do Ministério da Saúde, sendo de 54,71% para o sexo
masculino e 75,75% para o sexo feminino. Conclui-se, que o Centro de Educação
Infantil pesquisado deverá iniciar algumas condutas preventivas, buscando de forma
mais breve possíveis estratégias de redução dos quadros de sobrepeso e obesidade
identificados.
PALAVRAS-CHAVE: Obesidade infantil; Composição corporal; IMC; Centro de
educação infantil.
1 - INTRODUÇÃO
O consumo alimentar excessivo ou mal orientado nas fases iniciais da vida das
crianças poderá influenciar futuramente todos os hábitos e culturas deste indivíduo,
dificultando sua readaptação aos hábitos saudáveis na fase adulta (DUTRA JÚNIOR
et al., 2008). A obesidade tem sido um problema que começa a partir da infância,
crescendo em muito pouco tempo, por isso necessita de ações básicas fundamentais,
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NÍVEIS DE OBESIDADE INFANTIL EM CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL
MUNICIPAL (CEIM) DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA
de atividades e/ou exercícios físicos (OLIVEIRA et al., 2012).
A obesidade pode ser classificada como um acúmulo de tecido gorduroso,
localizada em todo corpo, causado por doenças genéticas, endócrino-metabólicas ou
por alterações nutricionais (SANTOS et al., 2007). Sabe-se que durante o período da
infância e adolescência pode ser observado um aumento gradativo tanto da massa de
gordura quanto da massa corporal magra. Assim, o monitoramento dessas variáveis
pode favorecer a identificação de problemas de saúde associados aos níveis
reduzidos de gordura corporal ou a elevados índices de adiposidade. Lembrando que
obesidade mais comum é a que resulta da ingestão de mais energia do que a
necessária (DUTRA JÚNIOR et al., 2008).
Analisando crianças e adolescentes de famílias de baixa renda, ficou indicado
que um menor número de pessoas na residência associou-se positivamente ao
excesso de peso. A associação observada entre excesso de peso e um número
reduzido de irmãos (indicador de tamanho familiar), no presente estudo, pode indicar
também uma influência desse menor número de pessoas vivendo na residência
(CARVALHO et al., 2014).
Os possíveis mecanismos relacionados a esse fenômeno estariam atrelados a
uma maior disponibilidade de alimentos e bens de consumo que se concentrariam
sobre um menor número de crianças/adolescentes no núcleo familiar. Além disso,
embora não especificada a forma de ação, uma maior quantidade de irmãos parece
influenciar de maneira positiva um maior engajamento em atividades físicas. Nesse
sentido, em virtude de sua relevância, essa influência deveria ser averiguada com
maior atenção em futuros experimentos (MARINS et al., 2009).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência da obesidade
infantil tem crescido em torno de 10 a 40 % na maioria dos países europeus nos
últimos 10 anos (MELLO et al., 2003). A decorrência de obesidade que se manifesta
nos primeiros anos de vida, entre 5 e 6 anos e na adolescência, poderão triplicar o
risco de sobrepeso. As mudanças no cotidiano infantil têm gerado maior ingestão de
gorduras e açúcares e menor consumo de alimentos ricos em fibras que em
consequências elevam os casos de sobrepeso e obesidade sendo necessárias
mudanças destes hábitos introduzindo-se dietas menos calóricas (OLIVEIRA et al.,
2012).
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tais como a alimentação balanceada, além de estímulos gerais relacionados à prática
profissionais da área de saúde, por esse motivo estão sendo feitas pesquisas a
respeito da prevenção, causas e tratamentos (SANTOS et al., 2007). É fundamental
a participação dos pais no processo de prevenção da obesidade na infância. Sabe se
que são os pais que representam os primeiros estímulos ambientais que irão moldar
os hábitos diários das crianças (OLIVEIRA et al., 2012).
Em função dessas ocorrências, a Educação Física tem sido estimulada a romper
padrões descompromissados com a formação de alunos, especialmente sob o viés
de saúde na escola. Diante das informações descritas, o presente estudo visa verificar
os níveis de obesidade infantil em Centros de Educação Infantil Municipal (CEIM) de
uma cidade da Zona da Mata Mineira.
Os resultados obtidos no estudo possibilitarão a realização de intervenções
futuras a fim de contribuir para a promoção de hábitos de vida saudáveis, levando em
consideração a atividade e/ou exercícios físicos direcionados, reeducação alimentar
e promoção da saúde em geral, minimizando os possíveis fatores de risco futuros,
relacionados à concentração e distribuição de gordura corporal nestas crianças. Com
este estudo pretendemos contribuir para a conscientização dessa epidemia que está
cada vez mais abrangente no Brasil e buscar recursos para compensar essa
necessidade na Educação Infantil.
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A ocorrência de excesso de peso aumentou, tornando-se um importante motivo
de preocupação, já que a grande ingestão calórica é responsável pelo aumento da
ocorrência da obesidade, mesmo durante a infância e a adolescência, estando
associada ao surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, como a hipertensão
arterial, resistência à insulina e perfil lipídico desfavorável (DAMIANI et al., 2000). Para
Gomes et al., (2002) o objetivo básico de controle desse excesso é manter o peso
adequado para a estatura, preservando o crescimento e desenvolvimento normal,
principalmente na criança, em suas diversas fases de crescimento e desenvolvimento.
Em função do crescimento, não se fazem dietas restritivas para criança, uma vez
que os níveis de vitaminas e micronutrientes ficam demasiadamente reduzidos,
levando a prejuízos no desenvolvimento físico e mental (VITOLO, 1998). Portanto, a
obesidade tem sido um problema que começa a partir da infância, cresce em tão
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As elevadas taxas de prevalência de crianças obesas vêm preocupando os
alimentação balanceada, além de estímulos gerais relacionados à prática de
atividades e/ou exercícios físicos (OLIVEIRA et al., 2012).
Sabe-se que durante o período da infância e adolescência pode ser observado
um aumento gradativo tanto da massa de gordura quanto da massa corporal magra.
Assim, o monitoramento dessas variáveis pode favorecer a identificação de problemas
de saúde associados aos níveis reduzidos de gordura corporal ou a elevados índices
de adiposidade. Lembrando que obesidade mais comum é a que resulta da ingestão
de mais energia do que a necessária (DUTRA JÚNIOR et al., 2008).
Devido a estas ocorrências, o profissional de Educação Física tem um desafio
cada vez maior de realizar mudanças nas rotinas gerais das suas aulas, preocupandose assim cada dia mais com a formação de alunos especialmente sob o viés de saúde
na escola. Devendo assumir grandes desafios no mundo contemporâneo, ao criar
condições diferenciadas a partir de atividades que visam o desenvolvimento humano.
A mudança no cotidiano infantil tem gerado maior ingestão de gorduras e açúcares e
menor consumo de alimentos ricos em fibras que em consequências elevam os casos
de sobrepeso e obesidade sendo necessárias mudanças destes hábitos introduzindose dietas menos calóricas (OLIVEIRA et al., 2012).
Estudos indicam que a atividade física em combinação à dieta é mais efetiva que
a dieta sozinha para a redução e manutenção do peso. Exercícios auxiliam a
preservação da massa magra durante a dieta e podem minimizar a redução da taxa
metabólica associada a redução do peso (EPSTEIN et al., 2004). Segundo Maziekas
(2008), em um estudo realizado sobre os fatores que alteram a composição corporal
de modo positivo (diminuir o percentual de gordura e aumentar a massa livre de
gordura) em crianças obesas, são os exercícios de baixa intensidade e longa duração;
exercícios aeróbicos combinados com resistência (grande número de repetições) e
exercícios programados combinados com a mudança de comportamento.
Epstein et al., (2004) enfatiza ainda que é necessária mudança do estilo de vida
sedentário e mudança de comportamento. O melhor método é reduzir o acesso ao
sedentarismo, ou seja, motivar a criança a fazer outra atividade, que não seja estática.
Erlichmanet et al., (2003) afirmam que a prática de atividade física regular diminui o
risco de aterosclerose e suas consequências (angina, infarto do miocárdio, doença
vascular cerebral), ajuda no controle da obesidade, da hipertensão arterial, do
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pouco tempo, por isso necessita de ações básicas fundamentais, tais como a
osteomusculares e de alguns tipos de câncer (colo e de mama), além de auxiliar no
controle da ansiedade, da depressão, da doença pulmonar obstrutiva crônica, para o
ativo.
As preferências alimentares da criança, assim como as atividades físicas, são
práticas influenciadas diretamente pelos hábitos dos pais, que normalmente persistem
na vida adulta. A participação da criança em atividades físicas é parte importante do
processo de crescimento e desenvolvimento. Além da prevenção de diversas
doenças, tais como a obesidade, diabetes, hipertensão, o exercício também oferece
a criança a oportunidade para o lazer, integração social e o desenvolvimento de
aptidões que levam a uma maior autoestima e confiança (OLIVEIRA et al., 2012).
Entretanto, segundo Einstein et al. (2009) as diminuições dos níveis de atividade física
podem favorecer para o aparecimento de disfunções crônico-degenerativas não
somente em adultos, mas também em jovens e crianças.
3 - METODOLOGIA
O presente documento refere-se a uma pesquisa de natureza descritiva, que,
para Gil (2008), possuem como objetivo a descrição das características de uma
população, fenômeno ou de uma experiência e geralmente assumem a forma de
levantamentos.
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse
título e uma das características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática (GIL, 2008).
Neste caso, foi realizado o levantamento das informações referentes ao controle
de desenvolvimento das crianças através da estatura e massa corporal. Levou-se em
consideração todas as crianças registradas e devidamente assistidas pelo Centro de
Educação Infantil Municipal (CEIM) da cidade de Raul Soares, Minas Gerais nos
períodos de março a junho de 2015.
Foram obtidos dados das avaliações de controle de 86 crianças (53 do sexo
masculino e 33 do sexo feminino). Para apresentação das faixas etárias das crianças
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diabetes, da osteoporose, das dislipidemias e diminui o risco de afecções
masculino apresentaram faixa etária 3,76 ± 2,55 e sexo feminino com faixa etária de
3,31 ± 1,42 respectivamente.
Os dados foram consultados nas fichas cadastrais das crianças, onde houve a
preocupação de manter o anonimato em relação as identificações. Além da
apresentação dos dados gerais. A partir do levantamento das informações sobre
estatura e massa corporal, considerou-se os cálculos do Índice de Massa Corporal
(IMC) e as classificações dos resultados obtidos, em proporção ao sexo e idade, como
preconizado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). As tabelas referentes às
informações são apresentadas abaixo.
Tabela I: Valores médios e desvio padrão do Peso, Estatura e IMC em crianças do sexo feminino
devidamente assistidas pelo Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) da cidade de Raul Soares
– Minas Gerais durante os períodos de acompanhamento.
DATAS
E
12/03/2015
23/04/2015
18/05/2015
29/06/2015
VARIÁVEIS
Peso
12,66 ± 3,56
12,92 ± 3,28
13,18 ± 3,64
13,36 ± 3,52
Estatura
00,88 ± 0,31
00,89 ± 0,17
0,90 ± 0,12
00,92 ± 0,13
IMC
16,38 ± 1,85
16,14 ± 1,97
15, 79 ± 1,79
15,55 ± 2,03
Tabela II: Valores médios e desvio padrão do Peso, Estatura e IMC em crianças do sexo masculino
devidamente assistidas pelo Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) da cidade de Raul Soares
– Minas Gerais durante os períodos de acompanhamento.
DATAS
E
12/03/2015
23/04/2015
18/05/2015
29/06/2015
VARIÁVEIS
Peso
3,76 ± 2,55
12,47±0,17
0,89±0,13
1,23±2,38
Estatura
12,61 ± 3,59
16,33±2,62
45,05±208,8
15,5±2,82
IMC
12,47 ± 3,46
13,06±3,92
13,4±4,23
13,6±3,96
Em seguida, os dados obtidos foram organizados em função das classificações
do IMC, levando-se em consideração o sexo. Sendo os valores apresentados na
tabela abaixo, demonstrados através de frequência absoluta e relativa.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela III: Distribuição dos valores de classificação do IMC em função do sexo e idade, considerandose a distribuição da amostra em frequências absoluta e relativa.
CLASSIFICAÇÃO
Abaixo do peso
Peso normal
Sobrepeso
Obesidade
MASCULINO
Frequência
Frequência
absoluta
relativa
04
7,54%
29
54,71%
10
18,86%
10
18,86%
FEMININO
Frequência
Frequência
absoluta
relativa
00
00%
25
75,75%
05
15,15%
03
9,09%
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foram considerados os valores médios e desvio padrão, onde as crianças do sexo
86% das crianças do sexo masculino avaliadas apresentaram sobrepeso e obesidade
respectivamente. Em estudo realizado por Soares et al. (2015) na cidade de Estrela
no Rio Grande do Sul, verificou-se que as crianças de até 5 anos apresentaram maior
parcela da amostra com risco de sobrepeso ou sobrepeso e obesidade.
Outro estudo, realizado por Silva, (2014) com 338 escolares, com idade entre
3 e 15 anos, de ambos os sexos no município de Belmiro Braga (MG) obteve os
seguintes resultados: 13,3% e 5,6% dos pesquisados classificados em sobrepeso e
obesidade. Pode-se notar que os valores referentes tanto ao sobrepeso quanto a
obesidade apresentada pelo autor supracitado são inferiores ao do presente estudo.
Demonstrando que há necessidade de maiores cuidados a serem tomados em relação
ao estado nutricional das crianças aqui apresentadas.
É possível verificar pelas informações apresentadas na tabela em relação ao
sexo masculino e feminino que poucas crianças foram classificadas como abaixo do
peso, sendo um valor de 7,54% para o masculino e nenhuma criança do sexo
feminino, portanto, durante o período de acompanhamento das crianças não foi
relatado nenhum caso critico referente a desnutrição. Em estudo apresentado por
Martino et al., (2012) ficou evidenciado que a maioria das crianças investigadas pelos
autores eram consideradas como dentro do peso normal e que a prevalência de
sobrepeso/obesidade foi superior à desnutrição.
Estes dados demonstram o
decréscimo na prevalência dos índices de magreza e desnutrição e o crescimento do
excesso de peso na população, evidenciando o processo de transição nutricional que
está ocorrendo no país e no mundo (MARTINO et al., 2012).
Foi possível verificar também que no sexo masculino e feminino a maioria de
resultados foi enquadrada como dentro dos padrões de normalidade, com valores de
54,71% e 75,75% respectivamente. O estudo realizado apresenta que há um
acréscimo de normalidade de peso em comparação com os outros requisitos, vindo
com a superioridade do sobrepeso e obesidade em segundo lugar e deixando em
decréscimo as crianças abaixo do peso. O atual estudo demonstrou que a maioria das
crianças que participaram da pesquisa nos anos de 2014 e 2015 encontra-se
classificados como eutrófico, porém o sobrepeso e a obesidade estão aumentando
com o passar dos anos em crianças, afirmando o momento de transição nutricional
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De acordo com a tabela acima referente a classificação do IMC, 18,86% e 18,
da zona rural de ambos os gêneros (CARVALHO et al., 2014).
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao considerar os padrões de classificação do IMC, foi possível verificar que, no
presente estudo as crianças de ambos os sexos assistidas pelo Centro de Educação
Infantil Municipal (CEIM) da cidade de Raul Soares – Minas Gerais apresentaram
valores preocupantes de sobrepeso e/ou obesidade. Informações estas que vão ao
encontro
de
diversos
estudos
apresentados
de
fases
diferenciadas
de
desenvolvimento da criança.
Foi possível verificar também que, felizmente em ambos os sexos a
predominância dos valores de classificação se mantiveram dentro dos padrões de
normalidade, de acordo as informações do Ministério da Saúde, sendo de 54,71%
para o sexo masculino e 75,75% para o sexo feminino.
Conclui-se, portanto, que o Centro de Educação Infantil pesquisado deverá
iniciar algumas condutas preventivas, buscando de forma mais breve possíveis
estratégias de redução dos quadros de sobrepeso e obesidade identificados. Sendo
que os valores obtidos poderão servir como referências de acompanhamento e
comparações para pesquisas futuras.
REFERÊNCIAS
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Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos
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Nutricional - SISVAN / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
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10 anos de escola pública e particular da cidade de Teresina-PI. ANAIS do III
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que vivemos hoje, sendo na maioria dos casos a obesidade encontrada em crianças
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ERLICHMANET, M. V. et al. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceito e
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GOMES, P.C et al. Nutrição e Saúde infantil. Revista Paulista de Educação Física,
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SOARES, I. L. et al. Evolução do Estado Nutricional de Crianças. Revista UNINGÁ.
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434
EINSTEIN, T. C. et al. Obesidade na infância e na adolescência. Revista Saúde
Pública, 34(3),487-496, 2009.
435
RESUMOS
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
Cíntia de Fátima Ribeiro – Graduanda em Farmácia, Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Bolsita FAPEMIG.
Shiara Martins de Souza – Farmacêutica Bioquímica - Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Rename; Medicamentos essenciais; Matipó/MG.
1. INTRODUÇÃO
A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), vista como
instrumento mestre para as ações de Assistência Farmacêutica no SUS (Sistema
Único de Saúde), consiste numa lista de medicamentos que tem como principal
finalidade atender às necessidades de saúde prioritárias da população brasileira
(CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2008). Essa lista foi oficializada pela Portaria
3.916/98. Baseando-se na RENAME, cada unidade federativa constrói a Relação
Estadual de Medicamentos essenciais (RESME) e cada município elabora a Relação
Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUNE) que levam em conta as
particularidades regionais e locais (AZIZ, CALVO e D’ORSI, 2012). A seleção dos
medicamentos essenciais ocorre de acordo com a sua relevância na saúde pública,
evidência sobre a eficácia e a segurança e os estudos comparativos de custoefetividade, devendo contemplar as necessidades terapêuticas de determinada
população (PEPE et al., 2010). Este estudo teve como objetivo comparar os
medicamentos disponíveis na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais
(REMUNE) de Matipó/MG e que são adquiridos pelo município, com aqueles
padronizados na RENAME 2014.
2. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado durante o ano de 2015.
A pesquisa foi efetuada com base na análise comparativa entre as listas da REMUNE
2015 da cidade de Matipó/MG e da RENAME 2014, a fim de verificar a adequação da
padronização municipal de medicamentos. Os medicamentos da REMUNE 2015
analisados neste estudo incluíram os fármacos, cuja aquisição é efetuada pelo
município de Matipó/MG. Os dados obtidos foram tabulados através da estatística
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COMPARAÇÃO ENTRE A RELAÇÃO DE MEDICAMENTOS ADQUIRIDOS PELO
MUNICÍPIO DE MATIPÓ/MG E A RENAME 2014
Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix,
fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG).
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A lista de medicamentos padronizados para serem adquiridos pelo município
de Matipó/MG, presentes na REMUNE 2015 disponibilizada, era composta por um rol
de 103 medicamentos distintos, resultando num total de 133 produtos, incluindo
diferentes concentrações e formas farmacêuticas. Tal lista contempla programas de
Medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, incluindo a
Farmácia Básica e a Saúde Mental, conforme estabelece a Portaria nº 204, de 29 de
janeiro de 2007 (BRASIL, 2007).
Dos 103 fármacos que constituíam a lista de
medicamentos do Programa de Atenção Básica da relação de medicamentos
adquiridos pelo município de Matipó, apenas 35,9% (n= 37) não estava de acordo com
a padronização nacional. Dentre os medicamentos que não se encontram presentes
na RENAME 2014, a maior parcela, correspondente a 24,4% (n=9), representa
fármacos que têm ação no sistema nervoso central; 18,9% (n=7) correspondem aos
fármacos que agem nos processos associados à dor e inflamação e 16,2% (n=6) se
relacionam à terapêutica de distúrbios gastrointestinais.
Assunção, Santos e Blatt
(2013) realizaram uma pesquisa que tinha como principal objetivo verificar as
diferenças e semelhanças entre as REMUNEs de 17 municípios do estado de Santa
Catarina e a RENAME vigente no período do estudo. O percentual de concordância
das REMUMEs com a RENAME variou entre 42,2% a 79,9%, evidenciando a
heterogeneidade entre os municípios do país. Segundo os resultados encontrados
pelos autores, os principais critérios para a seleção de medicamentos foram: presença
na RENAME (n=13), custo (n=11) e ser solicitado pelos prescritores (n=11).
Magarinos-Torres et al., (2014) salientam que a lista nacional deve ser adotada como
documento de referência na construção das listas de medicamentos essenciais nos
estados e nos municípios. Os autores destacam ainda que elaboração das listas
estaduais e municipais fortalece o processo de descentralização da gestão, e, na
medida em que define necessidades, prioriza e direciona a aplicação de recursos
financeiros das três esferas de governo.
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descritiva no Microsoft Excel 2010. Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de
O percentual de concordância dos medicamentos adquiridos pelo município em
questão e RENAME 2014 encontra-se dentro do limite apontado em outros estudos.
O alto número de medicamentos presentes REMUNE e que não estão na RENAME é
um reflexo de um país que abriga municípios com diferentes necessidades, que
dificilmente seriam satisfeitas por uma lista única. Por esse motivo, essa lista é
passível de modificações. O estabelecimento da mesma traz diversas vantagens
como a facilitação da aquisição, do armazenamento e distribuição, o auxílio no ato da
prescrição, evitando as alternativas irracionais de tratamento e facilitando o melhor
reconhecimento de eventos adversos, além das vantagens em relação ao custo.
5. REFERÊNCIAS
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essenciais: semelhanças e diferenças. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica
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uma capital do Sul do Brasil e a Relação Municipal de Medicamentos. Cadernos de
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transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma
de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle. Diário
Oficial
da
União,
Brasília/DF,
30
jan.
2007.
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gestão da Assistência Farmacêutica em estados e municípios brasileiros. Ciência e
saúde coletiva, Rio de Janeiro, vol. 19, n.9, 3859-3868, 2014.
PEPE, V. L. E.; VENTURA, M.; SANT’ANA, J. M. B.; FIGUEIREDO, T. A.; SOUZA, V.
R.; SIMAS, L. e OSORIO-DE-CASTRO, C. G. S. Caracterização de demandas
judiciais de fornecimento de medicamentos “essenciais” no Estado do Rio de Janeiro,
Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol. 26, nº 3, 461-471, Mar. 2010.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Johnny Martins Ferreira, Luciana Paula de
Paiva, Marlene Laia Souza Silva, Thaís Lorena Firmino,
Zulmira de Souza Oliveira – Graduandos em Enfermagem –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessôa –
Graduada em Enfermagem. Especialista em MBA – Gestão de
Negócios e Pessoas e Saúde Pública. Professora do curso de
Enfermagem da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Diabetes, Qualidade de vida, custo de vida, idosos, doenças
crônicas.
1 - INTRODUÇÃO
Países em desenvolvimento têm encontrado dificuldades para promover a
expectativa e a qualidade de vida dos diabéticos, que seguem no ranking de uma das
doenças crônicas comuns na população idosa. Os altos índices de morbi-mortalidade
faz com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) promova programas e
campanhas para o combate do diabetes, com foco para a mudança do estilo de vida
(BELON et al.; 2008). O aumento dos fatores de riscos (envelhecimento,
hereditariedade, estilo de vida e características socioeconômico-culturais-culturais),
pode estar relacionado com a falta ou a disseminação incorreta das informações de
saúde, constituindo o diabetes uma das causas específicas de incapacidade funcional
nos indivíduos com o passar dos anos (VIEGAS-PEREIRA et al.; 2008). O acesso da
população aos serviços de saúde é um dos fatores utilizados para estimar o índice de
desigualdade social e melhorias nos atendimentos para a redução deste índice de
diabéticos, o custo financeiro tratamento causa impacto na família do portador da
doença. (LIMA-COSTA et al.; 2002). A interferência do Diabetes na qualidade de vida
compromete a autonomia do paciente, gerando incapacidade para realizar tarefas que
antes eram parte de sua rotina (NAGAI et al.;2012). A Diabetes é uma doença
altamente
limitante,
podendo
causar
cegueira,
amputações,
nefropatias,
complicações cardiovasculares, entre outras (BELON et.al.; 2008). Para ações de
prevenção, diminuição dos casos e controle do diabetes é fundamental o empenho da
equipe multidisciplinar de saúde, pacientes e familiares, para obter resultados
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A CONTRIBUIÇÃO DOS FATORES SOCIOECONÔMICOS EM RELAÇÃO À
SAÚDE DOS IDOSOS DIABÉTICOS
identificar o perfil socioeconômico de uma população de diabéticos do município de
Matipó- MG e seus hábitos de vida.
2 - METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, realizada com
14 diabéticos entre 60 a 68 anos de idade, registrados da Unidade Básica de Saúde
(UBS), Zona rural do município de Matipó- MG. Foi aplicado um questionário
semiaberto em suas próprias residências com 22 vinte e três perguntas entre os dias
01 a 12 de junho de 2015. De acordo com Gil (2008), a pesquisa descritiva visa a
descrição
de
características
duma
determinada
população,
fenômeno
ou
estabelecimento de relações entre variáveis. Englobando o uso de técnicas
padronizadas para coletar os dados, como questionário e observação sistemática.
Após os devidos esclarecimentos foi solicitado a cada participante a assinatura do
TCLE (Termo de Consentimento Livre Esclarecido) autorizando sua participação na
referida pesquisa. Este seguiu as especificações da Lei 196/96, que trata de pesquisa
envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusarse ou desistir de fazer parte da amostra do estudo.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
A amostra pesquisada foram 64% homens e 36% mulheres, 51% com idade
inferior a 60 ano, 50% casados e 21% viúvos, 79% dos entrevistados analfabetos,
aposentados com nenhuma outra ocupação, 36% vive com apenas 01 salário mínimo,
64% com 02, 43% revelaram contribuir financeiramente com as despesas. Todos
relataram ter disposição para realizarem suas atividades domésticas. Eliopulos (2011)
afirma que apenas o controle do consumo de açúcar não é suficiente para o controle
do diabetes, a adoção de hábitos saudáveis, promove a alegria e sensação de bem
estar. As atividades de lazer mencionadas foram passeios à casa de amigos 43%,
71% possuem casa própria e 29% moradia partilha com familiares, 43% moram com
mais de 05 pessoas e apenas 7% sozinho. O meio transporte de utilização carro
próprio 50%, 21% motocicleta, 14% não possuem nenhum tipo de meio de transporte
e 7% utilizam transporte público. Figueiredo & Tonini (2012) descrevem que os
principais fatores de risco para a doença são: envelhecimento da população, não
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significativos do tratamento (CRUZ et al.; 2011). Este estudo tem como objetivo
inadequados. Todos os pesquisados, consomem diariamente legumes, frutas e
verduras e o consumo de carne vermelha e bolos é de 93%. Todos alegaram não
praticar atividade física, não ter ciência dos seus benefícios e não possuir motivação,
declararam não serem tabagistas nem etilistas. 71% Diagnosticaram o diabetes há 10
anos e 29% entre 01 a 05 anos. Os portadores do diabetes por não serem orientados
devidamente sobre a gravidade da doença, não procuram as UBS’s, um deficit nos
serviços de saúde. 93% fazem uso de medicamentos, 52% tomam mais de 5
medicamentos diariamente e 7% não fazem uso de qualquer medicação. Doenças
oportunistas, como hipertiroidismo (14%) e hipertensão (71%), diagnosticadas há
cerca de 10 anos. As aquisições dos medicamentos diabéticos são adquiridas através
da Farmácia Básica de Minas, sendo 86% dos pesquisados usuários do SUS.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo permitiu conhecer a realidade socioeconômica do diabético, o estilo
de vida e os agravos à saúde. A falta de informações por parte do paciente e seus
familiares é preocupante. O nível de escolaridade e o apoio da família são
fundamentais para o controle do diabetes, como visitas regulares aos serviços de
saúde, adoção de hábitos saudáveis de alimentação, redução do sedentarismo.
Diante das dificuldades da situação socioeconômica dos diabéticos, cabe aos
profissionais enfermeiros orientar quanto às medidas de educação em saúde para
controle e prevenção do diabetes para diminuição dos índices e complicações da
doença.
REFERÊNCIAS
BELON, A. P.; FRANCISCO, P. M. S. B.; BARROS, M. B. A. De; CHESTER, L. G. C.;
CARANDINA, L.; GOLDBAUN, M.; ALVES, M. C. G. P. Diabetes em idosos: Perfil
sócio-demográfico e
uso de serviços
de saúde.
Caxambu-MG,
nº2008.p.10,set/out. 2008.
CRUZ, A. R. R.; MELO, C. M. A.; BARBOSA, C. O; Conhecimentos dos diabéticos
sobre a doença e o tratamento nutricional. RBCEH, Passo Fundo, v. 8, n. 3, p. 343354, set./dez. 2011.
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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adoção de estilo de vida saudável, obesidade, sedentarismo e hábitos alimentares
FIGUEIREDO, N. M. A.; TONINI, T.;. Gerontologia: Atuação da Enfermagem no
Processo de Envelhecimento. 2 ed. São Paulo: YENDIS, 2012, 356 p.
LIMA-COSTA, M. F.; BARRETO,S.; GIATTI, L. A situação socioeconômica afeta
igualmente a saúde de idosos e adultos mais jovens no Brasil? Um estudo utilizando
dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios –PNAD/98. Ciência & Saúde
Coletiva, 7(4), p.813-824, 2002.
NAGAI, P. A.; SHUBACI, R. Y. S.; NERI, A. L.; Idosos diabéticos: As motivações para
o
autocuidado.
Revista
Temática
Kairós
Gerontologia,15(6),
“Vulnerabilidade/Envelhecimento e Velhice: Aspectos Biopsicossociais”, pp. 407-434.
Dezembro, 2012.
VIEGAS-PEREIRA, A. P. F.; RODRIGUES, R., N.; MACHADO, C. J.; Fatores
associados à prevalência de diabetes auto-referido entre idosos de Minas Gerais. R.
Bras. Est. Pop., São Paulo, v. 25, n. 2, p. 365-376, jul./dez. 2008.
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ELIOPOULOS, C. Enfermagem Gerontológica. 7.ed. Porto Alegre: ARTMED, 2011,
568 p.
Joicilene Sousa Campos Mageste –Técnica em Estética, Graduanda em
Administração- Professora da Escola Técnica Vértix
Tatiane de Cássia Fernandes Martins – Graduada em Nutrição. Especialista em
Saúde Pública. Pós graduanda em Estética e cosmetologia. Professora da
Faculdade Univértix e Escola Técnica Vértix.
Cíntia de Paiva Carvalho –Técnica em Estética. Professora da Escola Técnica
Vértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Fibro Edema Gelóide; Celulite; Intradermoterapia.
1 - INTRODUÇÃO
A Fibro edema geloide ou lipodistrofia ginóide, ou ainda, celulite, é uma
infiltração edematosa do tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatória, seguida de
polimerização da substância fundamental, que infiltrando-se nas tramas, produz uma
reação fibrótica consecutiva (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Cardoso (2002) tentou-se
atribuir a fibro edema geloide às modificações no metabolismo e bioquímica do tecido
adiposo; entretanto, não há nenhuma evidência de diferenças primárias entre as
zonas afetadas e não afetadas na fisiologia do tecido adiposo, fluxo sanguíneo,
bioquímica ou metabolismo. Na etapa inicial do fibro edema gelóide existem mínimas
alterações na derme e na hipoderme, como: discreto edema e dilatação de capilares
linfáticos, presença discreta de muco na derme e hipertrofia de lóbulos adiposos
(PARIENTI, 2001). A intradermoterapia é uma das opções de tratamento para a fibro
edema gelóide. Nesta técnica é usada uma mescla com vários medicamentos que
exercem funções diferentes. Sua maior vantagem é o grande percentual de melhora
como técnica isolada no tratamento (PISTOR, 1986). Autores como Garcia (1995) e
Pistor (1986) associam a intradermoterapia ao programa de tratamento da fibro edema
gelóide, afirmando obter melhor resultado final. A intradermoterapia deve ser indicada
por profissional médico habilitado, a fim de evitar os efeitos colaterais e as sequelas.
2 - METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa de campo na Clínica Dermatologia, Medicina Geral
e Estética localizada em Santa Margarida. Neste estabelecimento é realizado um total
de 40 consultas por mês sobre tratamentos voltados para a fibro edema gelóide. Uma
paciente foi acompanhada do início ao fim do tratamento onde conseguimos analisar
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A INTRADERMOTERAPIA PARA TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELOIDE
acompanhada é do sexo feminino apresenta celulite grau I, II e III, altura 1.61 e o peso
corporal é 70 quilos. Foi realizado a intradermoterapia com uso de mescla adequado
para paciente, onde foram aplicados 10 ml glúteo e coxa posterior direita e, 10 ml no
glúteo e coxa posterior esquerda.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram realizadas 5 sessões compreendidas entre os meses de junho a julho
de 2014, onde os dados foram coletados para elaboração do presente estudo. Na
primeira e na segunda sessão, no primeiro momento não se pode notar resultado. Já
na terceira e quarta sessão, foi onde conseguimos observar uma melhora significativa,
os resultados observados foram: tonificação muscular, melhora da elasticidade da
pele, diminuição do aspecto “casca de laranja”, menos irregularidades nas superfícies
da epiderme, reorganização do tecido, diminuição dos lóbulos de gordura e melhora
da microcirculação que com ajuda da drenagem linfática que foi associada ao
tratamento tivemos uma eliminação de toxinas e um aumento do aporte de oxigênio e
proteínas as células, o que foi visível pela eliminação do inchaço. E por fim, na quinta
sessão foi feita uma submissão para uma celulite de terceiro grau, a mesma obteve
efeito satisfatório. Segundo Herreros, Velho e Moraes (2011, p.99), “o estudo criterioso
da intradermoterapia ainda é incipiente”, logo não há estudos comparativos com o
mesmo método idêntico utilizado neste trabalho. Um grande ponto positivo é a
velocidade no tratamento para quem deseja um resultado mais rápido, devendo
associar a completa orientação ao indivíduo tratado, pois se o FEG for abrandado e
os hábitos continuarem os mesmos (alimentação inadequada, álcool, fumo,
sedentarismo etc.), os resultados serão menores e transitórios (MILANI, JOAO e
FARAH, 2006). A paciente não apresentou rejeição ao tratamento apresentando
apenas um rubor, calor e uma leve hiperemia nos minutos seguintes a aplicação do
medicamento, a drenagem pode ser realizada um dia após cada aplicação e o efeito
do medicamento no organismo é de sete dias.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo mostrou resultados satisfatórios através da associação da
técnica de intradermoterapia e manobras realizadas pela esteticista. É
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o resultado alcançado durante o tratamento da fibroe edema gelóide. A paciente
pacientes, e também estudos que combinem outros recursos ou técnicas a fim
de conseguir resultados eficazes em um tempo menor, além de poder comparar
a eficácia de outros recursos em relação a intradermoterapia.
REFERÊNCIAS
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GARCIA, I. O. Fundamentação farmacológica em mesoterapia. Mesoterapia atual,
n°. 4, p. 19-21, 1995.
GUIRRO, Elaine Caldeira de O; GUIRRO, Rinaldo Roberto de J. Fisioterapia em
estética: fundamentos, recursos e patologias. 2.ed. São Paulo: Manole, 1996.
GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-Funcional: Fundamentos, recursos
e patologias. 3. ed. São Paulo: Manole, 2002.
HERREROS, Fernanda Oliveira Camargo; VELHO, Paulo Eduardo Neves Ferreira;
MORAES, Aparecida Machado. Mesoterapia: uma revisão bibliográfica. An Bras
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em:
<
http://www.scielo.br/pdf/abd/v86n1/v86n1a13>, acesso em 30 agosto de 2015.
MILANI, Barbosa Giovana; JOAO, Silvia Maria Amado; FARAH, Estela Adriana.
Fundamentos da Fisioterapia dermato-funcional: revisão de literatura. Revista
Fisioterapia e Pesquisa. São Paulo, v.3, n.12, 2006.
PARIENTI I.J. A Celulite. In: Medicina Estética. São Paulo: Andrei, 2001.
PISTOR, M. O que é Intradermoterapia? Chir Dent Fr, v. 46, n°. 288, p. 59-60, jan.
1986.
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necessário um estudo mais profundo sobre o tema, com um número maior de
Géssica Loiola Dias, Laís Ferreira – Graduandas em Enfermagem –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessoa – Graduado em enfermagem. Professora
do curso de enfermagem da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão Arterial, RCQ, Obesidade, Sedentarismo, Hábitos
de Vida.
1 - INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, ocorreram grandes mudanças nos hábitos de vida e
condições de saúde da população, o perfil de alta mortalidade por algumas doenças
que se tornam crônico-degenerativa, doenças cardiovasculares, tem aumentado
relativamente, e estão diretamente ligados aos hábitos de vida (BARBOSA, 2006).
Segundo Ramos (2003), no processo de envelhecimento humano ocorre alterações
fisiológicas e funcionais, os idosos podem ficar mais vulneráveis à ocorrência de
doenças crônicas que, se não tratadas e acompanhadas devidamente ao longo dos
anos, poderão originar complicações e sequelas. A hipertensão arterial é uma doença
crônica de natureza multifatorial, caracterizada pelo aumento da pressão arterial, com
níveis sistólico igual ou superior 140 mmHg e/ou diastólico maior ou igual a 90 mmHg,
atinge grande parte da população e pode desencadear outras patologias ou
intensificá-las (JUNIOR et al., 2007). Os fatores de risco como hipertensão arterial,
dislipidemias, hipercolesterolemia, tabagismo, diabetes, obesidade, sedentarismo,
uso de anticoncepcionais orais, estresse emocional, idade (acima de 45 anos), sexo
(predominantemente em homens), hereditariedade e raça (predominantemente na
raça branca) (SOUZA, 2004). A prevalência de sobrepeso vem aumentando em todos
os seus segmentos. E é amplamente conhecida a relação entre sobrepeso e a
deposição de gordura abdominal há diversas doenças crônicas (OMS, 1990). Uma
das maneiras de identificar se o individuo tem predisposição a desenvolver doenças
cardiovasculares é a avaliação de gordura intra-abdominal através da mensuração da
Relação Cintura-Quadril (RCQ). Essa relação pode ser obtida pela divisão da
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AVALIAÇÃO DA RAZÃO CINTURA QUADRIL COMO FATOR DE RISCO À
PREDISPOSIÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM UMA POPULAÇÃO
HIPERTENSOS
para o gênero feminino de 0,8 e para o masculino de 1,0 (PEREIRA, 1999). Sendo
assim, sente-se a necessidade de verificar se há correlação entre a relação cinturaquadril com o sedentarismo em hipertensos e se quanto maior a relação cinturaquadril, maior será a correlação com o grau de atividade física, ou seja, sedentarismo
(BINI, 2004). A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica o uso da antropométria
para a vigilância dos fatores de risco para doenças crônicas e recomenda a analise
de associação de parâmetros antropométricos em desenlaces de pressão arterial.
Para a OMS, além do peso e altura, devem ser medidos os perímetros da cintura e
quadril, pois o aumento da deposição de gordura abdominal na população pode
fornecer um indicador sensível dos problemas de saúde pública relacionados com o
sobrepeso e suas consequências (WHO, 1995). Sabe- se que homens em particular,
tendem a ter maior proporção de gordura abdominal e as mulheres na região glútea e
por isso tem maiores perímetros dos quadris. Este padrão pode ser avaliado pela
razão abdominal/glútea, que é obtida pela divisão das medidas dos perímetros da
cintura e do quadril – relação cintura/quadril (RCQ) (BRAY, 1989). Esses dados
sugerem uma alta predisposição desta população a desenvolver doenças crônicas
não-transmissíveis, visto que o acúmulo de gordura na região abdominal apresenta
estreitas relações com doenças cardiovasculares (BUENO et al.,2008).A utilização
dessas medidas na estimação da distribuição de gordura corpórea tem a vantagem
da simplicidade de determinação e de basear-se em medidas de fácil obtenção. Por
isso, a sua introdução entre os indicadores antropométricos, seja na prática clínica,
na vigilância nutricional ou na pesquisa, torna-se um instrumento de grande valia
(KEENAN et al., 1997). Este trabalho tem como objetivo identificar fatores de risco
para doenças cardiovasculares numa população hipertensa através da avaliação da
razão cintura/quadril (RQC).
2 - METODOLOGIA
O presente estudo tratará de uma pesquisa descritiva, de abordagem
quantitativa, visando avaliar, através da antropometria a deposição de gordura
abdominal, relacionadas ao sobrepeso, como fator de risco para doenças
cardiovasculares. De acordo com Gil (2008), a pesquisa descritiva visa a descrição de
características duma determinada população, fenômeno ou estabelecimento de
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circunferência da cintura pela circunferência do quadril, apresentando valores ideais
dados, como questionário e observação sistemática. Serão avaliadas 15 pessoas com
idade acima de 45 anos e hipertensas no município de Abre Campo – MG, nos meses
de setembro a outubro de 2015, através com aplicação de um questionário semiaberto
elaborado pela autora dessa pesquisa e coletados os perímetros abdominais e dos
quadris respectivamente com auxílio de uma fita métrica inextensível no ponto da linha
umbilical e na altura do quadril, em posição ortostática, mantendo respiração normal,
onde os dados foram anotados nos próprios questionários para obtenção da razão
cintura/quadril realizada pela divisão das medidas. Os pesquisados serão informados
dos objetivos do estudo e a participação será concretizada mediante assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o qual seguirá as especificações
da Lei 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o
anonimato e autonomia de recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo.
Os dados serão tabulados em programa Microsoft Excel e organizados em forma de
gráficos para apresentação dos resultados. No entanto, neste resumo utilizou-se
apenas descrições percentuais, mostrando a predisposição das pessoas avaliadas a
doenças cardiovasculares. Tendo como base a Razão Cintura-Quadril do Ministério
da Saúde (MS).
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais
registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BARBOSA GR, Atividade física e doença arterial coronariana: revisando a
literatura [dissertação]. Escola de enfermagem de Ribeirão Preto. Universidade de
São Paulo, 2006
BINI, I.C. Elaboração de programa de prevenção e verificação dos fatores de
risco para as coronariopatias [dissertação]. Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2004.
BRASIL – Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e normas
regulamentadoras sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução 196.
1996. Brasília: CNS; 1996.
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relações entre variáveis. Serão englobadas técnicas padronizadas para coletar os
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São
Paulo,
V.89,
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PEREIRA RA, SICHIERI R, MARINS VMR. Razão cintura/quadril como preditor de
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GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social.6. ed. - São Paulo:
Atlas, 2008.Disponível em:
https://ayanrafael.files.wordpress.com/2011/08/gil-a-c-mc3a9todos-e-tc3a9cnicas-depesquisa-social.pdf Acesso em 03/07/2015.
Erielen Bruna de Oliveira, Débora Luiza Dias Henrique, Sarah Cristina Fialho
Rodrigues – Graduandas em Enfermagem – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessôa – Graduada em Enfermagem.
Especialista em MBA – Gestão de Negócios e Pessoas e Saúde Pública. Professora
do curso de Enfermagem da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: hipertensão arterial; envelhecimento; doenças crônicas;
1 - INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial é denominada como um dos principais problemas que
acomete a saúde de adultos e idosos de maior prevalência nos dias de hoje. É
considerado um importante fator de risco para a ocorrência de acidente vascular
cerebral (AVC) e infarto do miocárdio (IAM) (MOLINA, et al. 2003). Existem indícios
médicos de que medidas de pressão arterial podem ajudar a identificar alguns adultos
que possuem um risco maior para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares,
decorrente da Hipertensão (PASSOS et al. 2006). Segundo Cunha, et al. (2003), Na
maioria dos casos, desconhece-se a causa da Hipertensão Arterial. Porém, vários
atores podem estar associados à sua elevação: sedentarismo, estresse, tabagismo,
envelhecimento, hereditariedade, raça, gênero, peso e fatores dietéticos. O
tratamento farmacológico é indicado para hipertensos moderados, graves e para
aqueles com fatores de risco para doenças cardiovasculares e/ou lesão importante de
órgãos-alvo. Entretanto, poucos conseguem o controle da pressão com um único
agente terapêutico, na maioria das vezes é necessário a terapia combinada, tal que o
tratamento medicamentoso, apesar de eficaz, tem custos financeiros e podem ter
efeitos colaterais decorrentes dos fármacos que acabam por vezes a motivar o
abandono do mesmo. (ZAITUNE, et al. 2006). O organismo humano deteriora-se com
o uso, e esse desgaste provoca anomalias que param ou diminuem seus mecanismos
(FIGUEIREDO, et al. 2006). Diante essa deterioração do organismo gerada pelo
envelhecimento, este estudo tem como objetivo conhecer o perfil de uma população
hipertensa e os impactos decorrentes das limitações físicas de suas doenças crônicas.
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AS LIMITAÇÕES FÍSICAS DECORRENTES DE DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS
IMPACTOS EM HIPERTENSOS
Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, realizada com
15 adultos e idosos selecionados aleatoriamente, residentes no Distrito de Ribeirão
de São Domingos - Município de Santa Margarida MG pertencentes a micro área
demarcada pela UBS V, com faixa etária entre 40 a 83 anos. Foi aplicado um
questionário semiaberto em suas próprias residências com 23 vinte e três perguntas,
nos dias 18 e 19 de maio de 2015. De acordo com Gil (2008), a pesquisa descritiva
visa a descrição de características duma determinada população, fenômeno ou
estabelecimento de relações entre variáveis. Englobando o uso de técnicas
padronizadas para coletar os dados, como questionário e observação sistemática.
Após os devidos esclarecimentos foi solicitado a cada participante a assinatura do
TCLE (Termo de Consentimento Livre Esclarecido) autorizando sua participação na
referida pesquisa. Este seguiu as especificações da Lei 196/96, que trata de pesquisa
envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusarse ou desistir de fazer parte da amostra do estudo.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dentre os 15 entrevistados tivemos 47% homens e 53% mulheres, dos quais
13% descobriram a HAS há mais de 20 anos. São diabéticos 87% e 7% já tiveram
aneurisma. Segundo Murray e Atkinson (1985), a hipertensão arterial está relacionada
á perda da elasticidade das artérias que ocorre em 18% a 24% dos indivíduos durante
a idade adulta, e que a incidência de Diabetes Mellitus aumenta após os quarenta
anos, principalmente nos indivíduos obesos com história familiar de diabetes.
Obtivemos uma maior prevalência de casados 93%, profissão predominante foi
lavrador 47%. Relataram que vão periodicamente ao 60% médico. Todos os
entrevistados disseram que não abusam do sal e da gordura nas refeições diárias. O
adulto entre 40 e 65 anos muda pouco os seus hábitos alimentares, assim afirma
Murray e Atkinson (1985). Na amostra pesquisada 13% relataram ter dificuldades para
trocar de roupa e 87% não tem nenhuma dificuldade em realizações de tarefas diárias.
Dificuldade ou deficiência em relação aos cinco sentidos, 60% relataram não 7%
relatou ter alguma deficiência de audição, 27% na visão. De acordo com Kane et al.
(1985) ao tentarmos entender o envelhecimento, apreciamos também as limitações,
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2 - METODOLOGIA
prática ativa de atividade física é significativa com 53%, 73% não ingere bebidas
alcoólicas e somente 7% são tabagistas. O incentivo a exercícios físicos regulares, a
manutenção do peso ideal e os exames médicos de rotina são algumas maneiras
efetivas na redução dos problemas de saúde dos adultos, dizia também que o
alcoolismo é um problema cada vez maior a medida que as pessoas encontram
maiores dificuldades em suas vidas (MURRAY e ATKINSON, 1985).
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em decorrência ao processo de envelhecimento, os idosos, podem se tornar
portadores de alguma deficiência, degeneração ou doenças crônicas instaladas.
Relacionado aos cinco sentidos e sua degeneração, observamos que as dificuldades
predominantes foram visuais e auditivas. Todos os entrevistados possuem a
Hipertensão Arterial, e fazem uso contínuo de um ate quatro medicamentos para
controlar a pressão, tendo a maioria a prática da atividade física ativa, o não excesso
de sal e gorduras nas refeições e o não hábito de beber e fumar, o que talvez possa
ter contribuído para que a amostra dos entrevistados tenha sido bastante positiva e
favorável a uma vida mais saudável.
REFERÊNCIAS
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processo de envelhecimento. 2. Ed. São Paulo: Ed. Yendis 2006.
ATKINSON, Leslie D. e MURRAY, Mary Ellen. Fundamentos de enfermagem. Rio
de janeiro: Guanabara, 1985.
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regulamentadoras sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução 196.
1996. Brasília: CNS; 1996.
BRUE, L. Jane e CARROEL, Mary. Enfermagem para idosos. EDIÇÃO São Paulo:
editora 1991.
ELIOPOULOS, Charlotte. Enfermagem Gerontológica. 7. Ed. Porto Alegre: Artmed,
2011.
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453
e ao contrário de pacientes mais jovens, os idosos já tiveram diversas doenças. A
KANE, Robert L., OUSLANDER, Joseph G., ABRASS, Itamar B. O essencial em
clínica geriátrica. São Paulo, organização Andrei editora LTDA, 1985.
MOLINA, Maria del Carmen Bisi et al. Hipertensão arterial e consumo de sal em
População urbana, São Paulo. Rev Saúde Pública, 37(6): 743-50 jun. 2003.
Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rsp/article/viewFile/31657/33543
PASSOS, Valéria Maria de Azeredo. ASSIS, Tiago Duarte. Barreto, SANDHI Maria.
Hipertensão arterial no Brasil: estimativa de prevalência a partir de estudos de base
populacional. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 15(1):35 – 45, Volume 15 - Nº 1
jan/mar
2006.
Disponível
em:
http://www.elsa.org.br/downloads/Artigos%20em%20PDF/hipertensao_arterial_estim
ativas_de_prevalencia_Valeria_Azeredo.pdf
ZAITUNE, Maria Paula do Amaral et al. Hipertensão arterial em idosos:Prevalência,
fatores associados e práticas de controle no Município de Campinas, São Paulo,
Brasil. Cad. Saúde Pública, 22(2):285-294, fev, 2006. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/csp/v22n2/06.pdf
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GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social.6. ed. - São Paulo:
Atlas, 2008.Disponível em:
https://ayanrafael.files.wordpress.com/2011/08/gil-a-c-mc3a9todos-e-tc3a9cnicas-depesquisa-social.pdf Acesso em 03/08/2015.
Márcia Carolina Alves Klem, Sabrina Paiva de Souza – Graduandas em
Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária.–
Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Bovinos; condenações; fígado; inspeção de carnes.
1 - INTRODUÇÃO
A teleangiectasia é uma alteração circunscrita ao parênquima hepático, em
consequência da dilatação de grupos capilares sinusoides, principalmente em bovinos
de idade mais avançada (PINTO, 2014). Está colocada como a segunda maior causa
de condenação de fígado na linha de inspeção, tendo uma frequência de 32,3%. A
condenação total de fígados devido a esta alteração é habitual em MatadourosFrigoríficos sob o Serviço de Inspeção Estadual, devido unicamente ao aspecto
repugnante do órgão, uma vez que não apresenta significado clínico e riscos para a
saúde pública (MENDES & PILATI, 2007). Durante o exame post mortem, ao ser
detectado esta patologia na linha de inspeção E (inspeção do fígado), deve-se seguir
os seguintes critérios de julgamento e destinação do órgão: condenação total, quando
a lesão atingir metade ou mais do órgão; ou aproveitamento condicional, no caso de
lesões discretas, após a condenação das partes atingidas (BRASIL, 1997). Trata-se,
portanto, de uma doença de grande importância médico veterinário em decorrência
das perdas econômicas, resultante da condenação de grande número de fígados de
bovinos durante a rotina de inspeção post mortem em Matadouros-Frigoríficos. Sendo
assim, o objetivo deste trabalho foi relatar os casos de teleangiectasia em um
Matadouro-Frigorífico sob Serviço de Inspeção Federal (SIF) situado na Zona da Mata
mineira, a fim de obter informações sobre a prevalência dessa afecção na região, no
período entre janeiro de 2011 a dezembro de 2013.
2 - METODOLOGIA
Foi realizado um estudo retrospectivo através de um levantamento
epidemiológico de dados em um Matadouro-Frigorífico sob SIF situado na Zona da
Mata mineira, mediante aprovação do estabelecimento. Para isto, foram utilizadas
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PREVALÊNCIA DE TELEANGIECTASIA EM MATADOURO-FRIGORÍFICO SOB
SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL NA ZONA DA MATA MINEIRA NO PERÍODO
DE 2011 A 2013
carcaças bovinas como fontes de informação, referentes ao período compreendido
entre janeiro de 2011 a dezembro de 2013. Os dados foram analisados e depois foram
calculadas as taxas de prevalência da teleangiectasia.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante o período estudado, foram abatidos um total de 58.654 bovinos, e, de
acordo com os achados macroscópicos do SIF, foi observada uma casuística de 1.793
casos de teleangiectasia, o que corresponde a uma prevalência total de 3%. Quando
analisada a prevalência de teleangiectasia por ano, observou-se em 2011 uma
prevalência de 2,7% (555 casos em 19.846 bovinos abatidos), já em 2012, a
prevalência foi 2,6% (594 casos em 22.223 bovinos abatidos), e, em 2013, aumentou
para 3,8% (664 casos em 16.585 bovinos abatidos). Em um levantamento realizado
por Castro & Moreira (2010), que avaliaram alterações também causadas por
teleangiectasia entre 2005 a 2009, a porcentagem de condenações foi de 9,22%,
resultado significativamente maior aos encontrados no presente estudo. Outros
autores também encontraram valores consideravelmente superiores ao observado
neste trabalho, como no caso do estudo de Silva et al. (2011) onde as condenações
de fígado em consequência de teleangiectasia foram de 19,18%, e no estudo de
Mendes & Pilatti (2007), que foram de 32,3%. Assim, a região da Zona da Mata mineira
apresentou melhor sanidade entre os animais abatidos, no que diz respeito a patologia
em questão, quando comparada aos demais estudos, podendo ser em razão de uma
boa nutrição, manejo ou outros cuidados destinados aos rebanhos.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que no presente trabalho a prevalência da teleangiectasia na Zona
da Mata mineira não variou muito tendo como base os valores obtidos, que ficaram
próximos dos 3%, sendo que a prevalência do último ano foi a maior entre elas, na
margem dos 3,8%. A expectativa é que com o passar do tempo, com o melhoramento
no manejo dos animais, da saúde do rebanho, alimentação e com a melhor e mais
eficaz prevenção de afecções, a prevalência de doenças como esta caia. A
condenação de órgãos, vísceras e carcaças de animais destinados ao abate pelo
Serviço de Inspeção veterinária é importante para a saúde pública, tal prática tem o
objetivo de tornar seguro o consumo dos alimentos de origem animal. Além disto, a
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fichas relativas à movimentação anual de abate e de causas de apreensão de
prejuízo ao produtor, considerando que o peso da víscera agrega valor à carcaça.
REFERÊNCIAS
BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Regulamento da Inspeção Industrial e
Sanitária de Produtos de Origem Animal. Aprovado pelo Decreto nº 30.691, de 2903-52, alterado pelos Decretos nos 1.255 de 25-06-62, 1.236 de 02-09-94, no 1.812
de 08-02-96 e no 2.244 de 04-06-97. Brasília, 1997. 174p.
CASTRO, R.V; MOREIRA, M.D. Ocorrências Patológicas Encontradas De Rins E
Fígados Bovinos Em Matadouro Frigorífico Do Triângulo Mineiro. 2010.
MENDES, R.E.; PILATI, C. Estudo morfológico de fígado de bovinos abatidos em
frigoríficos industriais sob inspeção estadual no Oeste e no Planalto de Santa
Catarina, Brasil, Santa Catarina. Ciência Rural, v.37, n.6, p.1728-1734, 2007.
PINTO, P.S.A. Inspeção e Higiene de Carnes. 2.ed. Viçosa, MG: Editora UFV, 2014.
389p.
SILVA, M. C. A.; MENDONCA, G. A.; SOARES, D. B.; BUENO, J. P. R. Alterações
anatomopatológicas identificadas na inspeção post mortem em bovinos no abatedouro
frigorifico no município de Uberlândia – MG. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico
Conhecer, Goiânia, v.9, n.7; p.82, 2013.
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condenação de vísceras, especialmente do fígado de bovinos também pode trazer
Bruna Chaves Amorim - Farmacêutica Generalista, Mestre em Ciências Naturais e
da Saúde, Especialista em Docência do Ensino Superior. Professora e
Coordenadora do Curso de Farmácia da Faculdade Vértice - UNIVERTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVES: Atenção Farmacêutica; Medicamentos; Idosos.
1 - INTRODUÇÃO
A população idosa brasileira aumentou significativamente nos últimos anos, o
que demostra a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) feito no ano
de 2007 contabilizando 20 milhões de idosos no país, correspondendo a 10,5% da
população total. Segundo estimativas do IBGE, no ano de 2030, os idosos serão
aproximadamente 19% deste país. (SILVA et al., 2012). Devido ao aumento, serão
necessárias mudanças no modelo de atenção à saúde, principalmente em relação à
assistência farmacêutica prestada aos idosos. Os medicamentos representam um dos
itens mais importantes da atenção à saúde do idoso; como o número de indivíduos
dessa faixa etária vem aumentando, o consumo de medicamento por esta população
acompanha esta tendência. Assim, este é o grupo mais medicalizado na sociedade,
devido ao aumento da prevalência de doenças crônicas com a idade (FLORES e
BENVEGNÚ, 2008). A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que mais de
50% dos medicamentos são prescritos ou dispensados de forma inadequada e que
50% dos pacientes tomam medicamentos de maneira incorreta levando a alto índice
de morbimortalidade. Acrescenta que os tipos mais comuns de uso irracional de
medicamentos estão relacionados às pessoas que utilizam polifarmácia, ao uso
inapropriado de antibiótico e de medicamento injetável, a automedicação e a
prescrição em desacordo com as diretrizes clínicas (MARIN et al., 2008). Segundo
Pereira et al., (2004) os idosos, de acordo com a farmacocinética clínica, possuem
uma série de alterações que interferem diretamente nos processos de absorção,
distribuição, metabolização e eliminação dos medicamentos, portanto os efeitos
tóxicos nesses pacientes podem ocorrer de maneira mais proeminente. Dessa forma,
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ATENÇÃO FARMACÊUTICA: PERFIL DE UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS
POR IDOSOS
Amanda Geralda Reis Cruz, Inácio Dornelas Sampaio Neto, Valéria de Sousa
Santana, Wirgínia Leoni Vitor de Oliveira – Graduandos em Bacharelado em
Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
prescritos e não prescritos, garantindo que estão cumprindo a prescrição de maneira
correta (PEREIRA et al., 2004). Diante disso, foi feito uma revisão bibliográfica com o
objetivo de mostrar a importância da atenção farmacêutica e os medicamentos mais
usados por idosos.
2 - METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), referentes ao tema.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os medicamentos, embora benéficos em muitas situações, o seu uso requer
alguns cuidados especiais quando se considera o processo de envelhecimento
(MARIN et al., 2008). As características sócias demográficas da população em estudo
refletem em geral o estado da população idosa no Brasil havendo maior proporção de
idosas. Essas hipóteses explicam essa diferença, em que sustentam que os homens
têm altas taxas de mortalidade precoce relacionadas à violência, acidentes de trânsito
e doenças crônicas. As mulheres possuem uma maior preocupação com a sua saúde
e procuram mais os serviços do que os homens, principalmente em consequência aos
vários programas de saúde (pré-natal, prevenção de câncer de colo uterino e de
mama) direcionados especificamente ao gênero feminino, ficando estas mais sujeitas
à medicalização (FLORES e BENVEGNÚ, 2008). Segundo Marin e seus
colaboradores (2008), em consequência das múltiplas doenças, os idosos utilizam
diversos medicamentos; em média, utiliza-se 2,9% de medicamentos por idoso. As
classes farmacológicas mais utilizadas pela população idosa são: anti-hipertensivos,
diuréticos, medicamentos para circulação periférica, anti-inflamatórios não esteroides,
antianginosos, hipnóticos e sedativos. Tais fármacos são considerados responsáveis
pelas interações e, consequentemente, de possíveis reações adversas a
medicamento. Os princípios ativos, dosagens e subgrupos farmacológicos mais
frequentemente utilizados foram: Captopril 25mg (inibidor da enzima conversora de
angiotensina); Hidroclorotiazida 25mg (diurético tiazídico); Ácido Acetilsalicílico
100mg (inibidor não seletivo da COX); Omeprazol 20mg (inibidor da bomba de
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cabe ao farmacêutico o papel de orientação na utilização dos medicamentos
cardíacos) (FLORES e BENVEGNÚ, 2008). A maioria dos idosos toma os
medicamentos sozinhos; quase a metade faz acompanhamento com mais de um
médico; mais de um terço, compra os medicamentos e outros adquirem alguns em
farmácia da rede pública ou na rede privada. Alguns dos idosos, afirmam que não se
esquecem de tomar os medicamentos e outros relatam que às vezes sim (MARIN et
al., 2008). O acesso fácil a medicações e a falta de conscientização do uso de medidas
não farmacológicas, podem estar contribuindo para esse consumo indiscriminado de
medicamentos pelos idosos (FLORES e BENVEGNÚ, 2008).
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo realizado demostra que os idosos utilizam um ou mais medicamentos
dentre as principais classes farmacológicas citadas, sendo as mesmas utilizadas de
forma irracional. Tornar a terapia medicamentosa da população idosa eficiente e eficaz
é tarefa de todos os profissionais da saúde, mas cabe ao profissional farmacêutico o
processo de acompanhamento do idoso para promover o uso racional de
medicamentos, alertar sobre a automedicação, da interrupção e de troca do
tratamento, pois podem ser responsáveis pelas interações e, consequentemente, de
possíveis reações adversas a medicamento, seu custo e aderência ao tratamento.
REFERÊNCIAS
FLORES, V.B; BENVEGNÚ, L.A. Perfil de utilização de medicamentos em idosos da
zona urbana de Santa Rosa, Rio Grande do Sul, Brasil. Caderno de Saúde Pública,
Rio de Janeiro, v. 26, n. 6, p. 1439-1446, jun., 2008.
MARIN, M.J.S.; CECILIO, L.C.O.; PEREZ, A.E.W.U.F.; SANTELLA, F.; SILVA, C.B.A.;
FILHO, J.R.G.; ROCETI, L.C. Caracterização do uso de medicamentos entre idosos
de uma unidade do Programa Saúde da Família. Caderno de Saúde Pública, Rio de
Janeiro, v. 24, n. 7, p. 1545-1555, jul., 2008.
PEREIRA, L.R.L.; VECCHI, L.U.P.; BAPTISTA, M.E.C.; CARVALHO, D. Avaliação da
utilização de medicamentos em pacientes idosos por meio de conceitos de
farmacoepidemiologia e farmâcovigilância. Ciência & Saúde Coletiva, v. 9, n. 2, p.
479-481, 2004.
SILVA, A.L.; RIBEIRO, A.Q.; KLEIN, C.H.; ACURCIO, F.A. Utilização de
medicamentos por idosos brasileiros, de acordo com a faixa etária: um inquérito
postal. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 28, n. 6, p.1033-1045, jun.,
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prótons); Furosemida 40mg (diurético de alça); Digoxina 0,25 mg (glicosídeos
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2012.
Cíntia de Fátima Ribeiro, Cristina de Paula Loiola, Dândara Tavares, Rogéria
Miranda Braga – Graduandas em Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Bruna Chaves Amorim – Farmacêutica Generalista, Mestre em Ciências Naturais e
da Saúde, Especialista em Docência do Ensino Superior, Professora e
Coordenadora do Curso de Bacharelado em Farmácia da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
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PALAVRAS-CHAVE: Atenção Farmacêutica; Dificuldades; Implantação.
1 - INTRODUÇÃO
A Atenção Farmacêutica (AF) consiste num modelo de prática profissional
desenvolvida no contexto da assistência farmacêutica, onde o profissional
farmacêutico busca atender às necessidades farmacoterapêuticas do paciente,
fornecendo-lhe todas as informações necessárias sobre os medicamentos e
desenvolvendo ações de prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde,
de forma integrada à equipe multidisciplinar (ANGONESI e SEVALHO, 2010;
SILVEIRA et al., 2013). Por meio da interação farmacêutico-paciente é possível
promover o aumento da efetividade do tratamento farmacológico, concomitante, à
detecção de problemas relacionados aos medicamentos – PRMs (PEREIRA e
FREITAS, 2008; YOKOYAMA et al., 2011). O farmacêutico deve prevenir e resolver
os PRMs de maneira sistematizada e documentada. Conforme Pereira e Freitas
(2008) e Foppa et al., (2008), o acompanhamento do tratamento do paciente,
denominado Seguimento Farmacoterapêutico, apresenta dois objetivos principais: a)
responsabilizar-se junto com o paciente para que o medicamento prescrito seja seguro
e eficaz, na posologia correta e resulte no efeito terapêutico desejado; b) atentar para
que, ao longo do tratamento, as reações adversas aos medicamentos sejam as
mínimas possíveis e quando surgirem, que possam ser resolvidas imediatamente. Os
benefícios proporcionados pela atuação do farmacêutico nesta área são diversos.
Porém, ainda hoje, observa-se dificuldade na compreensão desta prática profissional,
sendo muitas vezes, confundida com ações da assistência farmacêutica. Além disso,
muitos são os obstáculos enfrentados no processo de concretização deste modelo de
assistência ao paciente (OLIVEIRA et al., 2005; AMBIEL e MASTROIANNI, 2013).
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DIFICULDADES ENCONTRADAS NA IMPLANTAÇÃO DA ATENÇÃO
FARMACÊUTICA
principais dificuldades enfrentadas no processo de implantação da AF.
2 - METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Os descritores utilizados foram: Atenção
Farmacêutica, Dificuldades, Implantação.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os estudos que buscaram descrever os obstáculos que envolvem o processo
de implantação dos serviços de AF consideram que parte das dificuldades implica nas
habilidades e conhecimentos do farmacêutico para atender as novas necessidades
sociais. A falta de conhecimento, de preparo e de prática em AF, além da falta de
motivação por parte de alguns profissionais são algumas das características relatadas
nos estudos de Araújo e Freitas (2006) e Ambiel e Mastroianni (2013). No que refere
à implantação de serviços de AF em estabelecimentos de saúde, como farmácias e
drogarias, dentre as dificuldades apontadas, citam-se a falta de tempo dos
profissionais farmacêuticos, já que estes, como responsáveis técnicos, permanecem
muito tempo ocupado com atividades burocráticas. As outras dificuldades envolvem
a falta de infraestrutura física no estabelecimento para o atendimento privativo dos
pacientes, além da deficiência na formação profissional para o exercício da AF
(AMBIEL e MASTROIANNI, 2013). No estudo conduzido por Oliveira et al., (2005), os
resultados obtidos indicaram que a implantação da AF enfrenta obstáculos que
incluem o vínculo empregatício do profissional farmacêutico e a rejeição do programa
por gerentes e proprietários das farmácias, por haver pouco retorno econômico ou
talvez por receio da perda de lucros atrelados à venda desorientada de
medicamentos. Os autores também destacaram a insegurança e desmotivação por
parte dos farmacêuticos, decorrente de elevada carga labutaria e falta de tempo para
dedicar-se ao atendimento, além da concorrência dos balconistas, que competem com
o farmacêutico pelo atendimento, a fim de adquirir comissões sobre a venda dos
medicamentos. Oliveira et al., (2005), salientam que esses vários empecilhos devem
ser superados em prol do resgate da profissão farmacêutica perante a sociedade.
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Diante disso, foi feita uma revisão bibliográfica com o objetivo de identificar as
Diante do estudo realizado, pode-se verificar que embora a prática da AF
promova o uso racional dos medicamentos e proporcione muitos benefícios para a
saúde do paciente, a implantação de tal programa nas farmácias e drogarias,
apresenta muitas dificuldades e desafios a serem enfrentados. É preciso que os
acadêmicos e os profissionais farmacêuticos, tanto os que já estão no mercado há
mais tempo quanto os recém-formados, mobilizem-se para que os programas de AF
façam parte da realidade dos estabelecimentos de saúde, ampliando os cuidados que
devem ser tomados em relação ao uso dos medicamentos e possibilitando a melhoria
da qualidade de vida dos pacientes.
REFERÊNCIAS
AMBIEL, I.S.S.; MASTROIANNI, P.C. Resultados da atenção farmacêutica no Brasil:
uma revisão. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, Araraquara,
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ANGONESI, D.; SEVALHO, G. Atenção Farmacêutica: fundamentação conceitual e
crítica para um modelo brasileiro. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15,
n.3, p. 3603-3614, 2010.
ARAÚJO, A.L.A.; FREITAS, O. Concepções do profissional farmacêutico sobre a
assistência farmacêutica na unidade básica de saúde: dificuldades e elementos para
a mudança. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v.42, n.1,
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FOPPA, A.A.; BEVILACQUA, G.; PINTO, L.H.; BLATT, C.R. Atenção farmacêutica no
contexto da estratégia de saúde da família. Revista Brasileira de Ciências
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PEREIRA, L.R.L.; FREITAS, O. A evolução da Atenção Farmacêutica e a perspectiva
para o Brasil. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v. 44, n. 4,
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SILVEIRA, M.P.T.; CARDOSO, C.K.; MALHEIROS, R.T.; TORRES, O.M.; Atenção
farmacêutica domiciliar: série de casos de usuários do programa práticas integradas
em saúde coletiva. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada,
Araraquara, v. 34, n. 2, p. 263-268, 2013.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
465
YOKOYAMA, C.S.; MALUCELLI, A.; MORO, C.M.C.; HIRANO, L.R.; NOHAMA, P.
Proposta de Sistema de Informação para Atenção Farmacêutica baseado no Método
Dáder. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, Araraquara, v. 32,
n.1, p. 19-26, 2011.
Franciele de Oliveira Scala Dias, Nayenne da Costa Andrade - Graduandas do
Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes- Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências
Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Shiara Martins de Souza – Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências
Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Punica granatum, Staphylococcus aureus, plantas medicinais
As plantas medicinais são utilizadas pelo homem a milhares de anos, o seu uso
popular é uma técnica baseada no acúmulo de informações que são repassadas
oralmente entre as gerações. Elas apresentam um valor não apenas nas comunidades
tradicionais, mas, também, são objetos de estudos com grande potencial na busca de
novos fármacos (COSTA, MAYWORM, 2011).Dentre a rica biodiversidade brasileira,
existem inúmeras plantas que são utilizadas para diversos fins como dor de garganta,
bronquites, artrites, asma, e diversos tipos de infecção. Sua ampla utilização para
tratamento de infecções é devido ao potencial antimicrobiano apresentado por
diversas espécies. Um exemplo é a Punica granatum Linn, conhecida popularmente
como Romã e amplamente usada na medicina popular como antimicrobiano natural
(TREVISAN et al., 2009). São descritos que esta planta possui efeito antisséptico e
atividade antibacteriana contra gram-negativas e gram-positivas, sendo as primeiras
as que mais acometem a população (TELES, COSTA, 2014). O S. aureus é um dos
mais significantes agentes etiológicos de processos infecciosos. As infecções
causadas por eles apresentam altos índices de mortalidade e morbidade, e são
responsáveis por 20% das infeções bacterianas. O surgimento de cepas resistentes é
um dos problemas mais graves no controle de infecções e na terapêutica
antimicrobiana (CATÃO et al., 2006). Diante do exposto o objetivo deste trabalho é
destacar a necessidade de estudos relacionados ao efeito medicinal das plantas, para
que se possam descobrir novas alternativas terapêuticas. Principalmente para o
tratamento de infecções visto que as bactérias se tornam cada dia mais resistentes
aos tratamentos disponíveis. O presente estudo apresenta-se como uma pesquisa
bibliográfica. Foram pesquisados artigos relacionados à utilização das plantas como
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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UTILIZAÇÃO DE Punica granatum Linn FRENTE A BACTÉRIAS DO GÊNERO
Staphylococcus sp.
P granatum. Os bancos de dados utilizados foram SciELO e Google Acadêmico, A
Punica granatum L. conhecida popularmente como romãzeira destaca-se por suas
propriedades terapêuticas. É uma planta da família Punicaceae, originária da Ásia,
mas amplamente distribuída pelo Brasil. As preparações obtidas da romãzeira (flor,
fruto e casca da árvore) são usadas popularmente para o tratamento de disenterias,
aftas, úlceras, tosse, inflamação urinária, parasitismo, angina e faringites. Muitos
estudos demonstram a eficácia biológica da P. granatum , e seu potencial para inibição
do crescimento de bactérias gram-positivas, especialmente dos S. aureus (TELES,
COSTA, 2014).Segundo Catão et al., (2006) o S. aureus apresenta uma resistência
significante à agentes antimicrobianos como penicilinas e ampicilinas e essa
ocorrência é motivo de preocupação. Esse motivo fundamenta o uso de plantas
medicinais nos processos infecciosos, podendo constituir uma excelente alternativa
de tratamento coadjuvante, baseado em pesquisas etnofarmacobotânicas. E torna
relevante o estudo e desenvolvimento de novas substâncias com atividades
antiestafilocócicas. Em seus estudos, Catão et al., (2006) ainda concluiu que o extrato
etanólico de P. granatum a 10% possui atividade antimicrobiana satisfatória sobre
todas as cepas de S. aureus testadas, o que pode ser uma excelente forma de
tratamento alternativo. Porém necessita-se de estudos toxicológicos adequados para
verificar a possibilidade do seu uso efetivo no combate a esses microrganismos.
Menezes et al., (2008) cita que estudos demonstram a efetividade da P. granatum na
inibição do crescimento de bactérias gram-positivas, principalmente S.aureus. E que
o extrato de P. granatum a 1% (v/v), no teste da inibição do crescimento de linhagens
de S. aureus, foi eficaz para eliminar o crescimento bacteriano. Os estudos de
Trindade e colaboradores (2009) demonstraram sensibilidade positiva do S. aureus à
tintura hidroalcoólica da casca do fruto do romã, nas concentrações de 20% e em
casos de diluição 1:2, 1:4, 1:8. Embora vários estudos demonstram a efetividade das
plantas medicinais, são necessários estudos de sua toxicidade para que que tenham
seus princípios ativos e efeitos terapêuticos comprovados cientificamente e possam
ser utilizadas de forma segura (BADKE, 2008).Esse trabalho reforça a importância de
se estudar o potencial das plantas medicinais utilizadas pela população. A avaliação
de espécies com potencial antimicrobiano torna-se cada vez mais necessária à
medida que surgem patologias desencadeadas por microrganismos resistentes aos
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
467
alternativa terapêutica, infeções causadas por S. aureus e potencial antimicrobiano da
antimicrobiano. Estudos etnofarmacológicos demonstraram sua ampla utilização para
tratamento de tonsilites e pesquisas in vitro comprovam atividade antimicrobiana
468
fármacos presentes no mercado. A P. granatum é uma dessas espécies de potencial
frente a agentes etiológicos dessa doença.
REFERÊNCIAS
BADKE, M. R. Conhecimento popular sobre o uso de plantas medicinais e o
cuidado de enfermagem. Santa Maria, RS, 2008. f.96. Dissertação, Cuidado
Educação e Trabalho em Enfermagem e Saúde– Universidade Federal de Santa Maria
, UFSM.
CATÃO, R.M.R.; ANTUNES, R.M.P.; ARRUDA, T.A.; PEREIRA, M.S.V.; HIGINO, J.S.;
ALVES, J.A.; PASSOS, M.G.V.M.; SANTOS, V.L. Atividade antimicrobiana “in vitro” do
extrato etanólico de Punica granatumlinn. (romã) sobre isolados ambulatoriais de
Staphylococcus aureus. RBAC, vol. 38(2): 111-114, 2006.
COSTA, V.P.; MAYWORM, M.A.S. Plantas medicinais pela comunidade do Bairro dos
tenentes- município de Extrema, MG, Brasil.Revista Brasileira de Plantas
Medicinais, Botucatu, v.13, n.3, p.282-292, 2011.
MENEZES, S.M.S., PINTO D.M., CORDEIRO, L.N. Atividades biológicas in vitroe in
vivo de Punica granatumL.(romã).Revista Brasileirade Medicina 2008; 65(11):38891.
TELES, D.G.; COSTA, M.M. Estudo da ação antimicrobiana conjunta de extratos
aquosos de Tansagem (Plantago major l., Plantaginaceae) e Romã (Punica granatum
l., Punicaceae) e interferência dos mesmos na ação da amoxicilina in vitro.Revista
Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v.16, n.2, p.323-328, 2014.
TREVISAN, L.F.A.; PEREIRA, A.V.; AZÊVEDO, T.K.B.; PEREIRA, M.S.V.; PEREIRA,
M.V.; RODRIGUES, O.G.; LIMA, E.Q.; PEREIRA, J.V. Determinação dos padrões de
resistência de Staphylococcus aureus aos extratos de plantas medicinais no nordeste
brasileiro. Agropecuária técnica. V.30, n.1, p.42-47, 2009.
TRINDADE, M.P.; FONSECA, L.; JUIZ, P.J.L. Atividade atimicrobiana da tintura da
casca de romã (Punica granatum) sobre cepas de Staphylococcus aureus
eStreptococcuspyogenes: estudo in vitro.Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde,
v.11, n.4, p.49-54, 2009.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
Paola Aparecida de Assis Quintão – Acadêmica do curso de Farmácia –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em
Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Bruna Chaves Amorim – Farmacêutica Generalista – Mestre em Ciências Naturais
– Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão, Tratamento medicamentoso, Fatores de riscos e
Programa Hiperdia.
A HAS ocupa lugar de destaque no contexto da transição epidemiológica e
constitui um dos principais fatores de risco para o aparecimento das doenças
cardíacas. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a HAS ocorre quando a pressão que
o sangue faz na parede das artérias para se movimentar é muito forte, resultando em
um valor maior que 120/80mmhg (BRASIL, 2009). O controle da HAS está diretamente
relacionado ao grau de adesão do paciente ao regime terapêutico, e atinge jovens,
adultos e idosos, pessoas de ambos os sexos, de todas as raças e de qualquer padrão
social. Contudo, o objetivo deste trabalho é realizar uma revisão bibliográfica sobre a
Fisiopatologia e Tratamento da HAS. Para isso, foi realizada uma busca nas bases de
dados Scielo, Periódicos Capes e Biblioteca Virtual de Saúde sobre o tema em
questão. A hipertensão é uma doença que não tem cura, mas pode através de
tratamento adequado, manter os pressóricos normais (MONTENEGRO; FRANCO,
2003). O tratamento para o controle da hipertensão arterial inclui, além da utilização
de medicamentos, a modificação de hábitos de vida. As principais medidas que devem
ser instituídas são aquelas que modificam o estilo de vida tais como: Controle do peso,
alimentação saudável, redução do consumo de sal, atividade física regularmente,
diminuir o consumo de bebida alcoólica, abandono do tabaco e controle do estresse
(FIGUEIREDO; ASAKURA, 2010). No Brasil, a HAS é uma doença assintomática que
atinge grande parte das pessoas, estima-se que 30-35% da população acima dos 40
anos ou mais cerca de 17 milhões de pessoas sofra dessa doença. Destes 75%
recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) para receber atendimento no Programa
Nacional de Atenção à Hipertensão Arterial (IBGE, 2014). Em cerca de 90% dos
pacientes, as causas são conhecidas e derivam de má alimentação (ingestão em
excesso de sódio, gordura), a hereditariedade, idade, gênero, grupo étnico, grau de
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21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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A HIPERTENSÃO ARTERIAL NO BRASIL
anticoncepcionais orais (FERREIRA, et al., 2009). O MS, na tentativa de amenizar o
problema, utiliza algumas estratégias que visam minimizar a morbimortalidade
470
escolaridade, status sócio econômico, obesidade, alcoolismo, tabagismo, e o uso de
associada à Hipertensão Arterial; o Programa de Saúde da Família (PSF) realiza
importante papel na organização da assistência primária. Levando em conta o
Governo Federal implantou na Estratégia Saúde da Família do Sistema Único de
Saúde (SUS) um programa voltado para pacientes acometidos pela HAS doenças
chamado HIPERDIA. O Programa Hiperdia consiste no acompanhamento mensal dos
pacientes, dispensação da medicação necessária para o controle destas patologias.
Para que o tratamento medicamentoso com anti-hipertensivos ocorra de forma
adequada é necessário que os pacientes recebam orientação profissional quanto à
utilização correta dos medicamentos, forma adequada de utilização e o uso diário dos
medicamentos (LIMA, GAIA, FERREIRA, 2012).
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da saúde. Hipertensão arterial, viver com qualidade e prevenir
a doença é possível. Informe da atenção básica n°51.2009.
FERREIRA, S. R. S., BIANCHINI I. M., GLASENAP, P. R., NADER, E. K. Protocolo
de Hipertensão Arterial Sistêmica para a Atenção Primária em Saúde. Hospital Nossa
Senhora da Conceição S.A. 2009.
FIGUEIREDO, N.N; ASAKURA, L. Adesão ao tratamento anti-hipertensivo: dificuldades
relatadas por indivíduos hipertensos. Acta Paulista Enfermagem, v.23, n. 6, p782 -787,
2010.
INSTITUTO
BRASILEIRO
DE
GEOGRAFIA
E
ESTATÍSTICA.
IBGE
cidades. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2014/default.s
htm
LIMA, A.S, GAIA,E.S.M., FERREIRA, M.A. A importância do Programa Hiperdia em
uma Unidade de Saúde da Família do município de Serra Talhada -PE, para adesão
dos hipertensos e diabéticos ao tratamento medicamentoso e dietético.Revista de
Enfermagem FIS,2012.
MONTENEGRO, M. R; FRANCO, M. Patologia – Processos Gerais: 4.ed. São
Paulo: Atheneu, 2003.v.23, n. 6, p782 -787, 2010.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
Junimar Maicon Lopes Ferreira, Luiz Felipe de Faria Gardingo – Graduandos
em Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Bruna Chaves Amorim – Farmacêutica Generalista, Mestre em Ciências Naturais e
da Saúde, Especialista em Docência do Ensino Superior, Professora e
Coordenadora do Curso de Bacharelado em Farmácia da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
[email protected]
1- INTRODUÇÃO
A sífilis é uma infecção bacteriana, de caráter sistêmico, curável e exclusiva do ser
humano. Caracteriza-se por uma doença da antiguidade, conhecida há séculos, cujo
agente etiológico foi descoberto em meados de 1905, uma bactéria gram-negativa do
grupo das espiroquetas denominada Treponema pallidum, essa doença é transmitida
principalmente por via sexual, porém, também pode ser transmitida por via
hematogênica ou transmissão vertical, transmissão essa que pode ocorrer durante
qualquer período da gravidez (BRASIL, 2015). A alta prevalência de sífilis, apesar dos
programas específicos de prevenção e controle padronizados e protocolados pelo
ministério da saúde ainda é preocupante. Este resumo visa contribuir para a
divulgação e esclarecimentos sobre as formas de transmissão, prevenção, os
sintomas, o diagnóstico e o tratamento, visando assim incentivar campanhas de
prevenção e disseminação de informações sobre essa doença.
2 - METODOLOGIA
O estudo se trata de uma pesquisa bibliográfica com objetivo exploratório, com
uma revisão bibliográfica de artigos científicos visando apresentar algumas
informações relevantes sobre o assunto abordado. Segundo Rodrigues (2007), a
pesquisa bibliográfica recupera o conhecimento cientifico acumulado sobre um
determinado assunto, a pesquisa de caráter exploratório pode proporcionar maior
familiaridade com o assunto obtido através de um levantamento bibliográfico.
3 - DESENVOLVIMENTO
A erradicação da sífilis é um desafio à saúde pública em todo o mundo, por ser
uma doença transmitida principalmente por via sexual, a qual se classifica como sífilis
adquirida, também pode ser por transmissão vertical, que se classifica como sífilis
congênita, por ser transmitida da mãe para o feto, e ainda pode ser indireta, quando
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SÍFILIS, UM PROBLEMA DA ATUALIDADE.
transfusão sanguínea (ALESSANDRA et al, 2014). De acordo com dados do SINAN
(sistema de informação de notificação e agravo), no Brasil em 2011 os casos de
transmissão vertical levando a sífilis congênita apresentaram 3,3 casos a cada 1000
nascidos vivos (BRASIL, 2012). Apesar da sífilis ter um agente etiológico bem definido
e conhecido, com fácil diagnóstico, formas conhecidas de transmissão e de prevenção
e tratamentos com índice de cura relativamente altos ainda existe elevada incidência
da doença, fato esse que remete à carência de informações e da aplicação de
protocolos, que, se fossem cumpridos, permitiriam a redução da disseminação da
doença (DUARTE 2012). Os profissionais de saúde devem estar aptos a reconhecer
as manifestações clínicas da sífilis, as formas de diagnóstico e o tratamento (BRASIL
2015).Segundo dado apresentado pela OMS, a sífilis continua a ser um problema
mundial, avaliando-se em 12 milhões o número de pessoas infectadas todos os anos,
apesar de existirem medidas de prevenção eficazes como preservativos, que são de
fácil acesso a toda população e previnem não só a sífilis mais também outras doenças
sexualmente transmissíveis. O diagnóstico da sífilis é realizado por exames
laboratoriais, que desempenham papel fundamental no controle da infecção, uma vez
que permitem a confirmação do diagnóstico e o monitoramento da resposta ao
tratamento. Estes testes podem ser não treponêmicos, como é o caso do Venereal
Disease Research Laboratory (VDRL) que é o teste mais utilizado e apresenta bons
índices de confiabilidade, ele proporciona um resultado semi-quantitativo uma vez que
quando é positivo é representado pela titulação da reação (1\2, 1\4, 1\8, 1\16, 1\32,...)
sendo assim ele facilita o acompanhamento da evolução do tratamento, para sua
correta realização deve ser feita diluição do material, afim de se evitar o efeito “pro
zona” que pode ocorrer devido ao alto número de anticorpos na amostra levando a
um resultado falso negativo em amostras não diluídas. Este teste é recomendado pelo
ministério da saúde para toda gestante durante o acompanhamento pré-natal, são
ainda realizados testes treponêmicos, os quais são geralmente empregados para fins
de confirmação como é o caso do FTA-ABS (Fluorescent treponemal antibody
absorption), (ALESSANDRA et al, 2014).O tratamento preconizado para a sífilis de
acordo com dados do ministério da saúde é a base de penicilina benzatina IM na dose
padronizada de 2.400.000 UI (1.200.000 UI em cada glúteo), com uma aplicação na
sífilis primária, duas na sífilis secundária e três na sífilis terciária, com intervalos
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é transmitida por outras formas como através de objetos contaminados ou até por
sífilis adquirida quanto para prevenção da sífilis congênita, vale ainda lembrar que
parceiros sexuais também devem ser tratados. Qualquer outro tratamento é
considerado inadequado para tratamento e prevenção da sífilis. O tratamento para o
recém-nascido também é a base de penicilina, porém em doses menores. O
tratamento com penicilina somente é considerado eficaz na prevenção da sífilis
congênita, tanto para a mulher quanto para o feto, se administrado com mais de 30
dias antes do parto. Vale ainda ressaltar a importância do acompanhamento da
resposta ao tratamento que pode ser realizado por exames laboratoriais como o VDRL
avaliando-se a titulação da reação, que deve cair gradativamente até a cura
(ALESSANDRA et al, 2014).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de a sífilis apresentar meios de prevenção de fácil acesso e recursos
diagnósticos e terapêuticos simples e de baixo custo, seu controle mostra-se não
satisfatório. Este fato ocorre devido a situações como a dificuldade de abordagem das
doenças sexualmente transmissíveis, falta de prevenção, como o uso de
preservativos, parceiros sexuais que não são diagnosticados e/ou tratados e
provavelmente pelo desconhecimento da população e até mesmo pelos profissionais
de saúde sobre a magnitude desse agravo e dos danos que ele pode causar à saúde.
REFERÊNCIAS
BARROS, A.M. Neurossífilis: Revisão Clínica e Laboratorial. Arquimed, São Paulo, v.
19, n. 3, p.121-129, maio 2005.
BRASIL. Constituição (2011). PORTARIA Nº 3.242, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2011
BRASIL; Ministério Da saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Infecções
Sexualmente Transmissíveis. 2015.
CLEINMAN, I.B; MAY, S.B. Diretrizes de Atendimento de Sífilis em adultos. 2000. 11
f. TCC (Graduação) - Curso de Arte, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2000. Disponível em: . Acesso em: 25 nov. 2014.
DAMASCENO, A.B.A.; MONTEIRO, D.L.M.; RODRIGUES, L.B.. Sífilis na gravidez.
Revista UPE. Rio de Janeiro, v.13, n. 3, jul/set 2014.
DUARTE, G. Sífilis e a gravidez… e a história continua! Rev. Bras. Ginecologia e
Obstetetria. 2012.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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semanais entre as aplicações. Este tratamento é indicado tanto para tratamento da
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ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE OMS. Eliminação Mundial da Sífilis
Congênita: Fundamento Lógico e Estratégia para Ação. Genebra: Organização
Mundial de Saúde, 2008.
Adegmar Gonçalves Figueiredo, Bruna Oliveira Martins, Janacláudia Aparecida
Gonçalves Ferreira – Graduandas em Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes –Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Diabete gestacional, fisiopatologia, tratamento.
1 - INTRODUÇÃO
O Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como qualquer grau de
redução da tolerância à glicose, cujo diagnóstico ocorre durante o segundo ou terceiro
trimestres da gestação. No Brasil a prevalência é considerada baixa, com valores
próximos a 7% (WEINERT et al., 2011). A fisiopatologia do DMG não está
completamente elucidada (MAGANHA et al., 2003). Sabe-se que a gestante
apresenta hiperinsulinemia com diminuição de sensibilidade a este hormônio
(TAKAKU et al., 2006). O diagnóstico é dado através de exames que mostram a
resposta do organismo à carga de glicose. Para o tratamento são preconizadas
práticas não medicamentosas e a utilização de medicamentos, com destaque para a
insulina. Na maioria dos casos o DMG é resolvido no período de pós-parto. Apenas
em algumas situações ocorrem complicações para a mãe, como na cesariana, e a
pré-eclampsia, e para o feto, prematuridade, microssomia, a distorcia de ombro, a
hipoglicemia e a morte perinatal (WEINERT et al., 2011). Contudo, objetiva-se com
este trabalho realizar uma breve revisão bibliográfica sobre o diagnóstico e o
tratamento utilizados na DMG.
2 - METODOLOGIA
O presente trabalho foi elaborado por meio de uma revisão bibliográfica no qual
foram abordados tópicos em relação ao Diabetes Gestacional com base em artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo e Periódicos Capes. Foram utilizados
como descritores: Diabetes gestacional, fisiopatologia, e tratamento.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
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FISIOPATOLOGIA E O TRATAMENTO DA DIABETE GESTACIONAL
definição se aplica independente de a condição persistir após a gravidez (WEINERT
et al., 2011). Os fatores de risco para o diabete gestacional assemelham- se aos
descritos para o diabete mellitus tipo 2 (DM2), incluindo, idade superior a 25 anos,
ganho excessivo de peso durante a gestação atual, deposição central excessiva de
gordura corporal, baixa estatura, crescimento fetal excessivo, polidrâmnio,
hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual, antecedentes obstétricos de morte
fetal ou neonatal (GROSS et al., 2002). Além disso, a ocorrência da DMG é explicada
pela presença de hormônios considerados diabetogênicos, como progesterona,
cortisol, prolactina e hormônio placentário (TAKAKU et al., 2006). Para o diagnóstico
do diabetes gestacional, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza o uso das
glicemias de jejum e de 2 horas após carga de glicose, empregando-se os mesmos
pontos de corte sugeridos para fora da gravidez (126 mg/d) (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE). Para o tratamento são preconizadas práticas não
medicamentosas, como atividade física e acompanhamento nutricional. Dentre as
substâncias utilizadas para o tratamento medicamentoso, quando recomendado,
estão a insulina, metformina, e a glibenclamida, sendo a insulinoterapia o padrão
DMG. A terapia nutricional ainda é dada como à primeira opção no tratamento da
maioria das gestantes. Este evita o ganho excessivo de peso, e com isso gera uma
menor taxa de macrossomia fetal, além de outras complicações. Os exercícios físicos
também tem grande benefício, principalmente na redução do ganho de peso
excessivo, e nas demais complicações. É recomendado que as gestantes realizassem
de 15 á 30 minutos de exercícios diários. Além disso, a recomendação para o ganho
de peso durante a gestação é de 11,5 – 16 kg (TAKAKU et al., 2006). Em relação à
terapia com fármacos existem muitas controvérsias.
A Sociedade Brasileira de
Diabetes (SBD) sugere o uso de insulina como tratamento padrão. A insulinoterapia
no Brasil é considerada o tratamento padrão da DMG devido ás comprovações de
eficácia e segurança. Vários estudos revelam que a metformina possui uso seguro
durante a gestação, apresentando eficácia e segurança, em alguns casos este
fármaco pode ser associado à insulina. Este fato ocorre principalmente em mulheres
obesas e com hiperglicemia em jejum.
A glibenclamida também é considerada
segura, no entanto, deve ser utilizada a partir do segundo trimestre da gestação. Em
todos os casos é de extrema importância e indispensável o acompanhamento préAnais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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Embora a maior parte dos casos de DMG se resolva no período pós-parto a
(WEINERT et al., 2011).
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este trabalho foi possível verificar a importância de hábitos saudáveis
durante a gestação para manter a saúde da gestante e do feto. Quando não existe
uma preocupação em relação a esses hábitos o DMG pode ocorrer. Tal condição
clínica é de fácil controle desde que ocorra tratamento e acompanhamento
adequados.
REFERÊNCIA
MAGANHA, C.A; VANNI, D.G.B.S.; BERNARDINI M.A, ZUGAIB, M. Tratamento do
Diabetes Melito Gestacional. Revista da Associação Médica Brasileira. 49: 330-4. 2003.
TAKAKU, M. TAKENO, M.A, RUDGE, M.V.C, DAMASCENO, D.C. Tipos de Diabete.
Femina vol. 34 nº 11, Novembro, 2006.
WEINERT S.L, SILVEIRO P. S, OPPERMANN L. M, SALAZAR C.C, SIMIONATO
M.B, SIEBENEICHLER A, REICHELT J.A; Diabetes gestacional: um algoritmo de
tratamento
multidisciplinar
Gestational.
SCIELOArquivos
Brasileiros
de Endocrinologia & Metabologia. 55/7. 2011
GROSS L. J, SILVEIRO P. S, CAMARGO L. J, REICHELT J. A, AZEVEDO J. M;
Diabetes Melito: Diagnóstico, Classificação e Avaliação do Controle Glicêmico.
SCIELO- Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia vol 46 nº 1
Fevereiro 2002.
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natal para o controle da saúde da gestante e o monitoramento do crescimento fetal
Amanda Reis, Ângela Mendes, Célia Sampaio, Mayza Queiroz– Graduandas em
Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes –Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected].
PALAVRAS-CHAVE: Diabetes Mellitus, tratamento não farmacológico;
Farmacoterapia.
1 - INTRODUÇÃO
O Diabetes mellitus (DM) é uma das principais doenças com relevância em
saúde pública. Esta consiste em uma disfunção metabólica crônica, grave de evolução
lenta e progressiva. É causada pela falta ou pouca produção de insulina, ou a
incapacidade da mesma de exercer adequadamente seus efeitos metabólicos,
levando a hiperglicemia e glicosúria. A prevalência geral de DM é de 7,6%na faixa
etária de 30 a 69 anos, o que representa alto custo social e grande impacto na
mortalidade da população (ASSUNÇÃO e URSINE, 2008). Os principais sintomas do
DM consistem em sede excessiva, aumento do volume da urina, aumento do número
de micções, surgimento do hábito de urinar a noite, fadiga, fraqueza, tontura, visão
borrada, aumento de apetite perda de peso (GOMES-VILLAS BOAS et al., 2011 ). O
tratamento do DM consiste na utilização de fármacos e também práticas não
medicamentosas (ASSUNÇÃO e URSINE, 2008). Diante do citado, objetiva-se com
este trabalho realizar uma revisão bibliográfica sobre o tratamento do DM.
2 - METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Os descritores utilizados foram: Diabetes
Mellitus, tratamento não farmacológico, farmacoterapia.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
O DM ocorre em pessoas de qualquer faixa etária, podendo apresentar em
diferentes formas clínicas que vão desde quadros mais leves até mais graves. Os
sintomas são decorrentes do aumento da glicemia e das complicações crônicas que
se desenvolvem em longo prazo. Dessa forma, o tratamento adequado é
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TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS
(GOMES-VILLAS BOAS et al., 2011). O tratamento pode ser farmacológico e não
farmacológico com o objetivo de manter os níveis glicêmicos. É indiscutível a
contribuição do tratamento farmacológico associado ao não farmacológico, tendo
como objetivo a cura ou melhoramento da qualidade de vida dos pacientes, além de
reduzir os gastos com a saúde (OLIVEIRA, SANTOS e COLET, 2010). Atualmente é
grande o arsenal de fármacos para manutenção da glicêmica em pacientes de DM.
(ARAUJO et al., 2010). O tratamento não farmacológico é extremamente dependente
da adaptação do comportamento do paciente, e deve acontecer sempre
acompanhado por profissionais de saúde capacitados (ASSUNÇÃO e URSINE, 2008).
Dentre as medidas a serem tomadas estão à prática de exercícios físicos regulares e
o acompanhamento nutricional. A prática regular de atividade física é considerada
primordial no tratamento do DM, sendo eficientes no controle glicêmico. A utilização
de medicamentos corretamente com isso junto com a mudança de hábitos, diminui
também risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como sedentarismo,
controle do peso corporal, prevenindo as complicações, e melhora da capacidade
aeróbia, da flexibilidade, equilíbrio e força (GOMES-VILLAS BOAS et al., 2011). Uma
alimentação adequada também contribui para um melhor controle da doença. A dieta
deve ser rica em fibras alimentares, que diminui o risco de doenças coronarianas,
além de contribuir para o controle glicêmico (BOCCA et al., 2006). Essa reeducação
alimentar não deve ser proibitiva, mas sim formada por um cardápio variado,
balanceado e fácil de ser seguida. No entanto, dependendo dos hábitos alimentares
anteriores, a diminuição da quantidade de calorias pode representar uma mudança
grande e originar uma barreira ao tratamento (PONTIERI e BACHION, 2010). As
mudanças podem ocorrer de forma lenta e gradual, podendo ocorrer retrocessos.
Contudo a educação alimentar deve estar presente no cotidiano do paciente,
melhorando sua qualidade de vida (BOCCA et al., 2006).
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tratamento não farmacológico do DM exige uma rotina de atividade física,
seguida por acompanhamento médico minucioso, e dieta balanceada com baixa
quantidade de gorduras, ou seja, nível glicêmico que nem sempre é considerada fácil
pela maioria das pessoas encontra dificuldade. Sendo indispensável à aceitação do
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imprescindível para controlar esses sintomas e consequentemente a doença
grande maioria das vezes exige um rigor na utilização de fármacos, principalmente
quanto aos horários. Somente com controle adequado do nível glicêmico, adquirido
por tratamento farmacológico e não farmacológico é que os pacientes podem ter
qualidade e expectativa de vida.
REFERÊNCIAS
ASSUNÇÃO e URSINE. Estudo de fatores associados à adesão ao tratamento não
farmacológico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo programada Família,
Ventosa, Belo Horizonte. TEMAS LIVRES FREE THEMES p. 2190, 2195, 2008.
GOMES-VILLAS BOAS et al. Adesão à dieta e ao exercício físico das pessoas com
diabetes mellitus. Texto Contexto Enfem, Florianópolis, p. 272-3, Abr-Jun, 2011
OLIVEIRA, K. R; SANTOS, F. S; COLET, C. F., Adesão ao tratamento medicamentoso
pelos portadores de Diabetes Mellitus atendidos em uma Unidade Básica de Saúde
no município de Ijuí/RG: um estudo exploratório. Vol. 31. Revista de Ciências
Farmacêuticas Básica e Aplicada, Novembro, 2010.
ARAUJO, M. F. M. et al. Aderência de diabéticos ao tratamento medicamentoso com
hipoglicemiantes orais. Esc Anna Nery Rey Enferm, 2010 Abr-Jun; PESQUISA .362364.
BOCCA, C. R, et al. Fatores diabéticos na prevenção e tratamento de comorbidades
associadas à síndrome metabólica, Revista de Nutrição Mai-Jun, 2006.
PONTIERI, F. M., BACHION, M. M. Crenças de pacientes diabéticos acerca de terapia
nutricional, e sua influência na adesão ao tratamento. Faculdade de Enfermagem,
Universidade Federal de Goiás. ARTIGO ARTICLE p. 152, 155, 2010.
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diagnostico e apoio familiar para o tratamento adequado do DM. Além disso, na
Thyago Romagnoli Rodrigues,Thalles Henrique de Miranda – Graduandos em
Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes –Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
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PALAVRAS-CHAVE: Arteriosclerose, Lipoproteínas, Tratamento, Prevenção.
1 - INTRODUÇÃO
Segundo levantamentos estatísticos, as doenças cardiovasculares (DCV)
representam 30% de todas as causas de morte no mundo. No ano de 2005 foi
estimado que 17,5 milhões de pessoas morreram por DCV, e que 7,6 milhões de
pessoas morreram por doença coronariana (ABEL et al., 2007). Estima-se que 23,6
milhões de pessoas morrerão em 2030 por DCV (WHO, 2012). O acúmulo de LDL nas
artérias pode agravar o processo inflamatório da arteriosclerose. O aumento nos
níveis de LDL pode ser secundário aos inadequados hábitos alimentares, ao estilo de
vida e/ou pode ser resultado de alterações do metabolismo lipídico decorrentes de
fatores genéticos (COPPI, 2010). Arteriosclerose se define por um processo
inflamatório agudo, tendo o colesterol como o principal fator motivador. Este ocorre
nas artérias e compromete o fluxo normal do sangue. Este fato aumenta as chances
de ocorrência de doenças cardiovasculares, as quais podem se manifestar como
infartos, acidente vascular cerebral (AVC), gangrenas das extremidades e
aneurismas. Estas complicações podem levar ao óbito
se
não tratadas
adequadamente (MAHAN e STUMP, 2002). Diante desses fatos, objetivou-se com
este trabalho realizar uma breve revisão bibliográfica sobre o tratamento e prevenção
da arteriosclerose.
2 - METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Os descritores utilizados foram: arteriosclerose,
lipoproteínas, tratamento e prevenção.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
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TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA ARTERIOSCLEROSE
(gorduras) e/ou lipoproteínas no sangue. Os triglicerídeos são as principais gorduras
originárias da alimentação, e quando em níveis elevados, representam um fator de
risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como a arteriosclerose.
(CASTRO, 2013). Os níveis séricos de colesterol e triglicérides se elevam em função
do consumo alimentar enriquecido de colesterol, de carboidratos, de ácidos graxos
saturados, de ácidos graxos trans e de excessiva quantidade de calorias (GOMES,
2013). O tratamento primário consiste na diminuição dos níveis plasmáticos de
colesterol, com destaque para o LDL. Para tanto, existem tanto medidas
farmacoterapêuticas como práticas não medicamentosas (RÚBIA, 2013). Em relação
ao tratamento medicamentoso destaca-se a utilização das Estatinas, que por inibirem
uma enzima importante da síntese do colesterol (HMG CoA redutase) promovem a
redução dos níveis de LDL. Também podem ser utilizadas resinas sequestradoras
dos ácidos biliares. Estas são polímeros que se ligam aos ácidos biliares reduzindo a
absorção enteral de colesterol. Outra substância utilizada é a Ezetimiba, inibe a
absorção e o transporte de colesterol no intestino delgado (XAVIER et al., 2013). A
prática de hábitos saudáveis é essencial tanto para o tratamento quanto para a
prevenção das dislipidemias e dessa forma interfere no desenvolvimento e na
progressão da arteriosclerose. Dentre os fatores mais importantes destacam-se à
realização de atividades físicas e hábitos alimentares saudáveis (CASTRO, 2013).
Quanto à atividade física, esta deve ser realizada de forma prazerosa e por, no
mínimo, 30 minutos ao dia, de 3 a 4 vezes por semana (CASTRO e OLIVEIRA, 2009).
Em relação à terapia nutricional esta envolve adesão à dieta com mudança de hábitos
alimentares. Estas alterações implicam em perda de peso que melhora
consideravelmente os parâmetros cardiovasculares. Além disso, o tabagismo deve
ser cessado (XAVIER et al., 2013).
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos estudos realizados, pode-se verificar a relação dos hábitos
alimentares e o uso de fármacos para o controle e prevenção da arteriosclerose. Além
disso, foi possível caracterizar os danos que tal patologia comete ao organismo, e
também, alternativas não farmacológica e farmacológica
para o controle da
arteriosclerose.
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A dislipidemia trata-se da presença de níveis elevados ou anormais de lipídios
CASTRO P, S, G.; OLIVEIRA F, L, C. Prevenção da aterosclerose e tratamento
medicamentoso de anormalidades lipídicas de alto risco em crianças e
adolescentes. In: J PADIATR (Rio J), 85(1): 6-14, 2009.
GOMES, A.; GONÇALVES, R, C, C.; OLIVEIRA, L.; CORREIA, S. Ômega-3 e
redução dos triglicerídeos no paciente com doença cardiovascular. In: SABER
CIENTÍFICO, v. 4, n. 1, p. 61 - 68, 2015.
RÚBIA, M.; MORELO, S.; MAURENTE, C.; WEBER, B. Eficácia dos flavonóides da
uva,vinho tinto e suco de uva tinto na prevenção e tratamento secundário da
aterosclerose. In: SCIENTIA MEDICA, Porto Alegre, v. 17, n. 3, p. 145-155, jul./set.
2007.
XAVIER, H, T.; IZAR, M, C.; FARIA, NETO, J, R.; ASSAD, M, H.; ROCHA, V, Z.;
SPOSITO, A, C.; FONSECA, F, A.; SANTOS, J, E.; SANTOS, R, D.; BERTOLAMI,
M, C.; FALUDI, A, A.; MARTINEZ, T, L, R.; DIAMENTE, J.; GUIMARÃES, A.; FORTI,
N, A.; MORIGUCHI, E.; CHAGAS, A, C, P.; COELHO, O, R.; RAMIRES, J, A, F. V
Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. In: ARQ BRAS
CARDIOL, 101(4Supl.1): 1-22, 2013.
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REFERÊNCIAS
Daniela Mageste de Abreu, Jamile Daniele Magalhães Lucarelli – Acadêmicas do
curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em
Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
Viviane Gorete Silveira Mouro – Farmacêutica Generalista – Mestre em Biologia
Celular e Estrutural – Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
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PALAVRAS-CHAVE: Antimicrobianos, Infecções, Resistência bacteriana.
Os antibacterianos estão entre os medicamentos mais prescritos e utilizados, seu uso
irracional aliado a falta de conhecimento dos prescritores, estão relacionados ao
crescimento da resistência bacteriana, tornando este, problema de saúde pública de
preocupação mundial. A prescrição inadequada pode ser causada pelo diagnóstico
incerto; pressão do paciente para que sejam prescritos antimicrobianos, erros de
diagnóstico e dúvidas quanto à duração ideal do tratamento (MOTA, 2005; FARIAS,
2013). Dessa forma, pode-se relacionar a resistência bacteriana está a quatro fatores
básicos: prescrição arbitrária, uso abusivo ou inadequado destes fármacos,
globalização, facilitando a transmissão de patógenos resistentes de um país a outro,
através de viajantes infectados com estas cepas e falta de um sistema global de
vigilância epidemiológica da resistência bacteriana que gere informação para a
tomada de decisões e elaboração de políticas terapêuticas e reguladoras (DEL FIOL,
2010). As principais consequências da resistência bacteriana são: aumento do custo
e do tempo de tratamento, pela utilização de medicamentos mais caros e até mais
tóxicos, aumento do tempo das hospitalizações, isolamento dos pacientes, aumento
da frequência e da gravidade das infecções hospitalares, aumento da taxa de
mortalidade associada a este tipo de infecção e suas concentrações subterapêuticas
(OLIVEIRA, 2006). Com isso, pode levar ao tratamento com fármacos de última
geração por tempo prolongado e uso exagerado de associações, outros fatores
também estão relacionados ao uso indiscriminado, o desperdício de dinheiro por parte
do indivíduo e de instituição com medicamentos inúteis e desnecessários (MOTA,
2005; FARIAS, 2013). A partir de 2010 o uso dos antimicrobianos passou a ser
controlado após a publicação da RDC44/2010 que dispõe sobre o Controle de
Medicamentos Antimicrobianos. Em maio de 2011 esta resolução foi revogada e
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USO INDISCRIMINADO DE ANTIMICROBIANOS
44/2010. A resolução determina que os antimicrobianos vendidos nas farmácias e
drogarias ou distribuídos em Unidades de Saúde da Família do país só poderão ser
entregues ao usuário mediante receita prescrita de forma legível, sem rasuras, em 2
vias e contendo os seguintes dados obrigatórios: identificação do paciente: nome
completo, idade e sexo; nome do medicamento ou da substância prescrita sob a forma
de Denominação Comum Brasileira (DCB), dose ou concentração, forma
farmacêutica, posologia e quantidade (em algarismos arábicos); identificação do
emitente: nome do profissional com sua inscrição no Conselho Regional ou nome da
instituição, endereço completo, telefone, assinatura e marcação gráfica (carimbo); e
data da emissão. No ato da dispensação devem ser registrados nas duas vias da
receita os seguintes dados: a data da dispensação, a quantidade aviada do
antimicrobiano, o número do lote do medicamento dispensado, e a rubrica do
farmacêutico no verso da receita, atestando o atendimento. A segunda via da receita
ficará retida no estabelecimento farmacêutico e a primeira deverá ser devolvida ao
usuário com carimbo para comprovar atendimento (ANVISA, 2011). A implantação da
RDC44/10 foi fundamental para reduzir o uso indiscriminado dos antimicrobianos e
consequentemente a resistência bacteriana. Isto ocorreu porque a partir do momento
em que a RDC 44/10 entrou em vigor, a dispensação de antibióticos em drogarias e
farmácias passou a ser proibida sem a retenção de receita. Além disso, observa-se
ausência de estudos qualitativos sobre o uso de antimicrobianos, necessários para
avaliar os diversos fatores envolvidos no seu uso e, também, compreender o sentido
que os indivíduos dão a estes medicamentos, que são importantes na nossa vida, mas
que o seu mal uso pode torna-lo prejudicial a saúde humana (CYPRESTE, 2010).
REFERENCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC Nº 20/11: Dispõe sobre o
controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos,
de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. Diretoria Colegiada, Brasília, 2011.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC N° 44/10: Controle de
medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos de uso sob
prescrição médica. Diretoria Colegiada. Brasília, 2010.
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substituída pela RDC 20/2011 que traz algumas atualizações em relação à RDC
DEL FIOL F. S., LOPES L. C., TOLEDO M. I., BARBERATO S. Perfil de prescrições
e uso de antibióticos em infecções comunitárias. Revista Sociedade Brasileira de
Medicina Tropical, Uberaba, v. 43, n.1, p. 68-72, fevereiro, 2010.
FARIAS A. P. F. Avaliação do uso de antimicrobianos a partir de prescrições médicas
em unidades de saúde da família. Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa,
2013.
MOTA R. A., SILVA K. P. C., FREITAS M. F. L., PORTO W. J. N., SILVA L. B. G.
Utilização indiscriminada de antimicrobianos e sua contribuição a multirresistência
bacteriana. Revista Brasileira de Investigação veterinária e Zootecnia, São Paulo,
v. 42, n. 6, p. 465-470, junho, 2005.
OLIVEIRA A. L. Resistência bacteriana a antibióticos: Uma análise da conduta
hospitalar. Revista Cesumar, Maringá, v. 11, n. 1, p. 59-69, janeiro, 2006.
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CYPRESTE P., SOUZA R. R., LUCAS J. P. O uso de antibacterianos em casos de
faringites na visão dos atendentes de drogaria: uma pesquisa qualitativa. Perquirere,
Pato de Minas, v. 8, n. 2, p. 46-69, dezembro, 2010.
Janaína Cunha Matos, Tamara Dalila de Carvalho Torresia Miranda- Acadêmicas
do curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVERTIX
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em
Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVERTIX
Viviane Gorete Silveira Mouro – Farmacêutica Generalista – Mestre em Biologia
Celular e Estrutural – Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX
A Etnofarmacologia procura identificar e registrar os diversos usos medicinais
das plantas a partir do conhecimento de diferentes povos e etnias. Esta ciência trata
do estudo das preparações tradicionais de plantas isoladas ou utilizadas em conjunto,
e também animais, fungos ou minerais, empregados nos sistemas de saúde e doença,
bem como as técnicas utilizadas.(ALBUQUERQUE e HANAZAKI, 2006) .De acordo
com Rangel e Bragança (2009), devem-se levar em consideração informações
coletadas dentro de um determinado grupo culturalmente definido, ou seja, de
contexto semelhante e que utilizam as substâncias a serem estudadas. Segundo
Paula et al. (2009), os estudos etnofarmacológicos têm como finalidade principal
resgatar o conhecimento popular do uso de plantas medicinais, o que permite elaborar
hipóteses relacionadas às substâncias ativas e às atividades farmacológicas
responsáveis pelos efeitos terapêuticos destas plantas pelas populações que as
utilizam. As pesquisas para descobertas de substâncias naturais benéficas para a
sociedade, têm se tornado muito frequente, e, estas descobertas colaboram
significativamente para os estudos botânicos, farmacológicos, fitos químicos e
agronômicos, os quais são necessários para o desenvolvimento de novos fármacos,
para doenças cuja fisiopatologia não é bem conhecida ou que possuem substâncias
com mecanismo de ação desconhecidos. (PAULA et al., 2009; MIRANDA et al., 2013).
A pesquisa sobre uma determinada planta, em grande parte, é realizada com uma
finalidade inicial e, no decorrer dos ensaios farmacológicos e clínicos, outras
propriedades mais importantes são descobertas, sendo uma das formas de evolução
da ciência. O desenvolvimento da etnofarmacologia, da farmacologia experimental e
da química de produtos naturais levou ao isolamento, à determinação de estruturas e
identificação do mecanismo de ação de princípios ativos e substâncias como:
colchicina
(antirreumático),
atropina
e
hioscina
(antiespasmódicos),
digital
(cardiotônico), ópio (modelo de potentes analgésicos), pilocarpina (antiglaucoma),
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IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS ETNOFARMACOLÓGICOS NA DESCOBERTA E
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS
(antidiabético),
salicilatos(analgésicos
e
antiinflamatórios)
e
reserpina(hipotensor e sedativo). Um indício do renascimento de fármacos derivados
de fontes vegetais é o progresso de pesquisas clínicas no campo dos agentes
anticancerígenos (taxol, podofilotoxina e camptotecinas) e dos antimaláricos
(artemisina) (RANGEL e BRAGANÇA, 2009). Habitualmente, etnobotânicos buscam
registrar as plantas medicinais, bem como, seus usos pelas populações humanas e
suas formas terapêuticas (SANTOS, LIMA e FERREIRA, 2008). Apesar da
etnobotânica e etnofarmacologia serem excelente ferramenta na busca por
substâncias naturais de ação terapêutica, vários fatores podem limitar esse tipo de
pesquisa, como: o fato do uso de plantas em diferentes culturas, estar associado a
elementos mágico-religiosos; a dificuldade de se coletar informações autênticas das
pessoas; questões éticas (ALBUQUERQUE e HANAZAKI, 2006). Mesmo assim, a
contribuição desses estudos é valiosa, já que possibilitam, o resgate e a preservação
dos conhecimentos tradicionais das comunidades e valorização da cultura de
diferentes populações(SANTOS, LIMA e FERREIRA 2008). A demanda por plantas
medicinais cresce a cada ano, algumas estatísticas dão conta que o mercado de
produtos naturais cresce cerca de 20-30%/ano em países desenvolvidos. O
levantamento etnofarmacológico diminui o custo e o tempo de desenvolvimento de um
novo fitoterápico, tendo como maior beneficiado o consumidor de baixa renda, ou seja,
a própria população da qual se obteve os dados iniciais (PAULA et al., 2009). Estudos
realizados como o de Miranda et al., (2013) na cidade de Teixeiras - Minas Gerais,
nos permite verificar como o saber tradicional e a ciência se correlacionam, e como o
uso popular de plantas medicinais é cada vez mais apoiado e evidenciado em várias
regiões do nosso país.
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, U. P.; HANAZAKI, N. As pesquisas etnodirigidas na descoberta de
novos fármacos de interesse médico e farmacêutico: fragilidades e perspectivas .
Revista Brasileira de Farmacognosia v.16, p. 678-89, 2006.
MIRANDA, G. S. et al.Avaliação do conhecimento etnofarmacológico da população de
Teixeiras - MG, Brasil. Revista Ciência Farmacêutica Básica Apl. Viçosa, 2013.
PAULA, M. C. Z. et al. Levantamento Etnofarmacológico e resgate de germoplasma
em remanescentes florestais da floresta estacional semidecidual no Oeste do
Paraná, Brasil. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Toledo, 2009.
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metformina
p.100-109, 2009.
SANTOS, M.R. A.; LIMA, M. R.; FERREIRA, M. G. R. Uso de plantas medicinais
pela população de Ariquemes, em Rondônia. Porto Velho, 2008.
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RANGEL, M.; BRAGANÇA, F. C. R. Representações de gestantes sobre o uso de
plantas medicinais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.11, n.1,
Fabiana Pires e Lídia de Souza Fernandes – Acadêmicas do 4º período do curso
de Educação Física da Faculdade Vértice / UNIVÉRTIX – Matipó.
André Salustiano Bispo – Professor e coordenador do curso de Educação Física
Faculdade Vértice / UNIVÉRTIX – Matipó.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix;
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Sedentarismo; Adolescentes; Escolas públicas; Escolas privadas.
1 - INTRODUÇÃO
Segundo Ribeiro et al., (2012) 70% das pessoas do mundo são sedentárias e
estão sujeitas a desenvolver doenças cardíacas e obesidade. O grupo de sedentários é
formado por 1,5 bilhões de pessoas, o que representa 31,1% dos adultos. Entre 13 e 15
anos, o número é assustador. 80% não atingem a recomendação de uma hora por dia de
atividade física. Uma das justificativas do aumento do sedentarismo é postulado por
Gonçalves et al. (2007) onde ele expressa que andar de bicicleta, brincar de pega ou de
queimada já não são atividades praticadas nos centros urbanos. A segurança pública nos
centros urbanos, transportes, moradia entre outros fatores contribuem para a inatividade
física nos momentos de lazer das crianças e adolescentes. Para Guedes (1999)
infelizmente, a razão da inatividade física nos dias de hoje, onde é necessária a prática
de movimentos é compensada pelos avanços tecnológicos. A sociedade atual está
cultivando hábitos cada vez mais sedentários. As crianças e adolescentes estão
substituindo atividades lúdicas (que envolvem esforço físico), pelas novidades eletrônicas.
Segundo Bracco et al. (2003) a prática de atividade física esportiva é de grande
importância para o crescimento e desenvolvimento saudáveis, o processo de socialização,
como oportunidade de lazer, desenvolvimento de aptidões e melhoria da autoestima,
confiança, enquanto a inatividade física leva ao estresse e distúrbios alimentares e
psicológicos. Diante do exposto, como tem se dado o processo de sedentarismo entre os
adolescentes na escola? Assim, o objetivo do presente estudo é identificar o nível de
sedentarismo entre adolescentes de escolas públicas e privadas em um município da
Zona da Mata Mineira. Com este estudo pretende-se contribuir para que os alunos
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AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE SEDENTARISMO EM ADOLESCENTES DE
ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS EM UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA
MINEIRA.
vista o desenvolvimento de um corpo saudável, ajudando a prevenir inúmeras doenças
que se manifestam apenas anos mais tarde em pessoas sedentárias.
2 - METODOLOGIA
A pesquisa possui caráter descritivo e será realizada entre alunos do ensino
médio das redes públicas e privadas da cidade de Raul Soares, Minas Gerais.
Segundo Gil, (2002) pesquisas descritivas:
Tem
como
objetivo
descrever
as
características
de
determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades
está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais
como o questionário e a observação sistemática. Ex.: pesquisa
referente à idade, sexo, procedência, eleição etc. (GIL, 2002).
Serão pesquisados adolescentes de escolas públicas e privadas de um município da Zona
da Mata mineira. Para identificação do nível de sedentarismo será aplicado um
questionário, sendo que a coleta de dados será realizada a partir do 1º semestre 2016.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015), a cidade de Raul
Soares localiza-se no estado de Minas Gerais. Foi fundada em 19 de setembro de 1924,
estando situada na região Zona da Mata. Ocupa uma área de 763,364 Km² estando
distante da capital Belo Horizonte 219 Km. A altitude na área central da cidade é de 302.00
m. Sua população estimada é de 24.408 habitantes e possui como principais setores
econômicos o Serviço e a Agropecuária.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico. Após a coleta de dados,
pretende-se realizar a análise através de estatística descritiva destes, levando em
consideração os valores médios e desvio padrão obtidos.
REFERÊNCIAS
BRACCO, M. M. et al. Atividade física na infância e adolescência: impacto na saúde
pública. Revista ciências medica. São Paulo, v. 12, n. 1, p.89-97, 2003.
GIL, Antônio. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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juntamente com os pais entendam a importância de se praticar exercício físicos tendo em
GUEDES D.P. Educação para a saúde mediante programas de Educação Física escolar.
São Paulo: Motriz, v.5, n.1, junho. 1999.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICO. Cidades. Censo
demográfico, População estimada, 2015.
RIBEIRO, A. G; COTTA, R. M. M; RIBEIRO, S. M. R. A Promoção da Saúde e a Prevenção
Integrada dos Fatores de Risco para Doenças Cardiovasculares. Ciência & Saúde
Coletiva, 17(1):7-17, 2012.
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GONÇALVES H, HALLAL P.C, AMORIM T.C, ARAUJO C.L.P, MENESES A.M.B. Fatores
socioculturais e nível de atividade física no início da adolescência. Revista Pan
americana de SaludPublica. v. 22, n.4,p.246–53, 2007.
Daviele Aparecida Amorim da Silva e Gizele Maria Alves – Acadêmicas do curso
de Educação Física da Univértix;
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix;
Fábio Florindo Soares – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista
em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training .
Professor do curso de Educação Física da Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Psicologia Esportiva, Estado de Humor, Educação Física.
1 - INTRODUÇÃO
A prática regular de atividade física está associada a diversos benefícios
proporcionados a saúde, dentre eles encontra-se, a prevenção de doenças crônicodegenerativas, os benefícios proporcionados a saúde mental, pois se verifica a
melhora do humor, autoconfiança, redução da ansiedade e uma estabilidade
emocional (SOUSA, et al., 2013). A prática regular de atividade física ocasiona
diversos benefícios, tanto na esfera física quanto psicológica do ser humano,
proporcionando uma melhoria na qualidade de vida, no estado de humor e na
motivação. Sabe-se que a atividade física pode provocar um desvio do estado de
homeostase orgânica, causando modificações de acordo com o estímulo recebido
(HOWLEY; POWERS,2009). Segundo Nahas (2001) a prática de atividade física é
fundamental em qualquer idade, e na adolescência ela se faz muito importante porque
é neste período que ocorre diversas mudanças com o corpo, mudanças emocionais e
até mesmo no comportamento do indivíduo. Além disso, níveis adequados de
atividade física podem influenciar de forma positiva no estado de humor e
consequentemente na qualidade de vida do indivíduo (GABRIEL et al., 2013). Os
professores de Educação Física, necessitam conhecer as capacidades psicológicas
especificas para melhor compreender o comportamento humano no âmbito do esporte
(SAMULSKI, 2009). Uma das variáveis psicológicas mais estudadas na área do
exercício, a partir da década de 1970, foi o estado de humor, após o desenvolvimento
e a validação do questionário Perfil dos Estados de Humor – POMS (MCNAIR, LORR
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EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE O ESTADO DE HUMOR DE
ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
estado de humor pode ser entendido como um estado psicológico composto por
sentimentos positivos e negativos, mensurados pelo POMS, que variam em
intensidade e duração, sendo um indicador do bem-estar psicológico (WERNECK,
2003). Percebemos que na maioria das escolas os estudantes veem a aula de
Educação Física como uma simples forma de lazer, fazendo-os acreditar que a
atividade física não tem grande influência em nossas vidas. Essa concepção instigounos a necessidade de evidenciar o lado positivo no comportamento e nos estados de
humor de alunos nas aulas de Educação Física. O humor negativo é considerado um
fator de risco para diversas doenças sendo o humor positivo, dentro do intervalo
normal, um importante preditor da saúde e da longevidade (YOUNG, 2007). Diante do
exposto, a questão que se coloca é: quais são os efeitos que a atividade física, sobre
o estado de humor, traz aos estudantes em aulas de Educação Física? Esta pesquisa
tem como objetivo identificar a influência da atividade física no estado de humor de
estudantes do Ensino Médio de escolas pública e privadas, do município de Abre
Campo, Minas Gerais. Com esse estudo pretendemos contribuir para que as pessoas
consigam compreender a importância da atividade física no estado de humor de
alunos nas aulas de Educação Física.
2 - METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva será realizada com alunos do ensino médio das redes
públicas e privadas da cidade de Abre Campo, Minas Gerais. Segundo Gil, pesquisas
descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse
título e uma das características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática (GIL, 2002, p.41-42).
Para a mensuração do estado de humor dos estudantes será aplicado o protocolo de
BRUMS (Escala de Humor de Brunel) versão curta adaptada do Profile of Mood States
– POMS (MCNAIR; LOOR e DROPLEMAN, 1971), durante os meses de fevereiro a
maio de 2016. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010),
a cidade de Abre Campo localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata
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e DROPPLEMAN, 1971). Embora ainda não exista uma definição consensual, o
e a 216 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 13.311 habitantes e
a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura. O protocolo de BRUMS será
aplicado depois de assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
as informações agrupadas por questões e tabuladas em arquivo Excel versão 2013,
apresentadas em forma de gráficos.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
GABRIEL, C.B.; SANTOS, L.; SALLES, P.G. Efeitos agudos da atividade física sobre
o estado de humor de indivíduos da 3a idade. Revista Saúde Física e Mental. v.2,
n.1, p.11 21, 2013.
HOWLEY, E.T.; POWERS, S.K. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao
condicionamento e ao desempenho. 6 edição. Manole, 2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICO - IBGE. Cidades
Disponíveis em <http://www.Ibge.Gov.br/cidadesat/topwindow.htm>. Acesso em:27.
Ago. 2015.
MCNAIR, D. M.; LORR, M. e DROPPLEMAN, L. F. Manual for the Profile of Mood
States. San Diego, CA: Educational and Industrial Testing Services, 1971.
NAHAS. Markus V.; Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida: conceitos e
sugestões para um estilo de vida ativo; Midiograf; Londrina, 2001.
SAMULSKI, D. Psicologia do esporte: conceitos e novas perspectivas. Manole.
2aEdicao, 2009.
SOUZA, C.A; GALVAO, C.L.C.; GALVAO, D.M.L.; CARANDINA,L.; BARROS, M.B.A.;
GOLDBAUM, M.; FISBERG, R.M. Prevalência de atividade física no lazer e fatores
associados: estudo de base populacional em São Paulo, Brasil, 2008-2009.
Caderno Saúde Pública, v. 29, n. 2, p. 270-282, 2013.
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Mineira. Foi fundada em 14 de maio de 1892. Localizada numa altitude de 548 metros
YOUNG, S. N. (2007). How to increase serotonin in the human brain without drugs.
Journal of Psychiatry and Neuroscience, 32 (6), 394-9.
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Werneck, F. Z. (2003). Efeitos psicofisiológicos agudos do exercício aeróbio e
contra-resistência em diferentes intensidades. Dissertação de Mestrado,
Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro.
Ana Paula Pereira Comini e Lidiane Lazarini Braga– Acadêmicas do curso de
Educação Física da Univértix;
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix;
Fábio Florindo Soares – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista
em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal
Training .Professor do curso de Educação Física da Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física; Sedentarismo; Adolescentes.
1 - INTRODUÇÃO
A inatividade física é fortemente relacionada à incidência e severidade de um
vasto número de doenças crônicas. Assim sendo, o exercício físico torna-se uma das
ferramentas terapêuticas mais importantes na promoção de saúde e o profissional de
Educação Física, o responsável por sua ampla disseminação (NAHAS, 2013). A cada
ano pelo menos 1,9 milhões de pessoas morrem como resultado da inatividade física
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) 2013). As mudanças ocorridas nos
perfis de morbimortalidade nas últimas décadas geraram crescente interesse científico
pelos fatores associados às doenças crônicas. O sedentarismo, fator de risco para
essas doenças, apresenta prevalência elevada em vários países (GUEDES, 2002).
Estudos epidemiológicos indicam que grande parcela da população não atinge as
recomendações atuais quanto a prática de atividades físicas. Conforme Pollock et al.
(1986) um número crescente de evidências está começando a demonstrar sem
dúvidas que a inatividade física e o aumento do sedentarismo de hábitos diários de
vida, provoca uma séria ameaça ao corpo, causando um distúrbio bem maior do que
se pensa em funcionamento corporal. Assim, problemas comuns e sérios como a
doença arterial coronariana, hipertensão, obesidade, ansiedade, depressão e
problemas da coluna tem sido relacionados, direta ou indiretamente, com a falta de
exercício físico (CARVALHO, 2001). De acordo com Tammelin et al. (2003)
adolescentes encontram-se em uma fase de transição tanto física como
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SEDENTARISMO: NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DOS ALUNOS DO ENSINO
MÉDIO DAS ESCOLAS DA CIDADE DE RAUL SOARES
falta de prática de atividade física adquirida a partir dos avanços tecnológicos. Tal
comportamento pode ocasionar uma série de doenças, tais como: hipertensão,
diabetes, dislipidemia, câncer e obesidade. Sendo assim, é de grande importância
detectar o sedentarismo precocemente para a implementação de programas de
atividade física que promovam benefícios relacionados à saúde. O referente interesse
por este tipo de pesquisa se resume ao aumento dos quadros de sedentarismo e
implicações em populações juvenis. Dentro destas perspectivas surge a questão: qual
o nível de atividade física dos alunos do ensino médio das escolas da cidade de Raul
Soares-MG. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar o nível de
atividade física dos alunos do ensino médio das escolas da cidade de Raul SoaresMG. Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise do nível de
atividade física e sedentarismo, a fim da criação de estratégias para a implementação
de programas de atividades físicas que promovam benefícios relacionados à saúde.
2 - METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva será realizada com alunos do ensino médio das redes
públicas e privadas da cidade de Raul Soares, Minas Gerais. Segundo Gil, pesquisas
descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse
título e uma das características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática (GIL, 2002, p.41-42).
Para a avaliação do nível de atividade física, serão aplicados questionários do
YOUTH. RBS (2005) proposto pelo CELAFISCS, destinados a crianças e
adolescentes, estudantes, durante os meses de fevereiro e maio de 2016. Segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2014), a cidade de Raul Soares
localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira. Foi fundada em 17
de dezembro de 1938. Localizada numa altitude de 294 metros e a 230 km quilômetros
da capital. Sua população estimada é de 24.408 habitantes e a base de sua economia
é agropecuária e cafeicultura. Os questionários serão aplicados depois de assinado o
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comportamental. Dentro os aspectos comportamentais, destaca-se na atualidade, a
por questões e tabuladas em arquivo Excel versão 2013.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, D, S, M, S; ARAÚJO, C, G, S. Aptidão física, saúde e qualidade de vida
relacionada à saúde em adultos. Ver. Bras. Med. Esporte, 6 (5), set-out, 2000, 194203.
FISBERG, M. Atualização e Obesidade na Infância e Adolescência. São Paulo:
Atheneu, 2005.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2002.
GUEDES, DP; GUEDES, JERP. Aptidão física relacionada à saúde de crianças e
adolescentes: avaliação referenciada por critério. Rev. Bras. Ativ. Fis. Saúde. 1995;
1(2)27-38.
GROENNINGA
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Nutrição
em
prática.
09/06/2009.
Disponível:<http://www.nutricaoempratica.com.br. Acesso em 01.set. 2015.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICO - IBGE. Cidades.
Disponíveis
em:
<http://www.Ibge.Gov.br/cidadesat/topwindow.htm>.
Acesso
em:27.Ago. 2015.
NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões
para um estilo de vida ativo. 6.ed. Londrina: Midiograf, 2013.
Organização Mundial de Saúde (OMS). Obesidade: prevenindo e controlando a
epidemia global. Tradução Andréa Favano; revisão científica: Sérgio SetsuoMaeda.
São Paulo: Roca, 2004. (Série de Relatos técnicos da OMS; 894);
PITANGA, F. J. G. Epidemiologia, atividade física e saúde. Revista Brasileira de
Ciência e Movimento, v. 10, n. 3, p.49-54, 2002.
TADORO, M.A. Dança: Uma interação entre o corpo e a alma dos idosos. 92f.
Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Programa de Pós-Graduação da
Universidade Estadual de Campinas. 2001.
YOUTH RBS. Questionário de atividade física: crianças e adolescentes.
CELAFICS, São Caetano do Sul. 2005. Disponível em: http://www.celafiscs .org.br
/downloads/Questionario-AF-Crianca-Adolescente.pdf.Acesso em: 01.set.2015.
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Termo Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) e as informações foram agrupadas
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500
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global strategy on diet, physical activity &
health.disponível em <http://www.who.int/dietp hysicalactivity /factsheet_young
_people /en/index.html> Acesso em: 01.set.2015.
Felipe Oliveira Ribeiro e Uémerson Moraes Lisboa– acadêmicos do 4º período do
curso de Educação Física da Faculdade Vértice / UNIVÉRTIX – Matipó.
André Salustiano Bispo – Professor e coordenador do curso de Educação Física
Faculdade Vértice / UNIVÉRTIX – Matipó.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix;
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Desvio postural; Crianças; Ensino fundamental.
1 - INTRODUÇÃO
Os problemas posturais e a ocorrência de dor lombar, além de estarem
presentes em larga escala em adultos, manifestam-se também em grandes
proporções na infância e na adolescência (RIBEIRO; GÓMEZ, 2008; MIRANDA,
2010). Inúmeras são as circunstâncias que contribuem para o desencadeamento de
dor lombar, sendo considerada por alguns autores como uma doença multifatorial
(HARREBY et al. 1999; MIRANDA, 2010). A boa postura é o estado de equilíbrio
muscular e esquelético que protege as estruturas de suporte do corpo contra lesão ou
deformidade progressiva independente da atitude (ereta, deitada, agachada,
encurvada) nas quais essas estruturas estão trabalhando ou repousando, sob tais
condições, os músculos funcionam mais eficientemente e posições ideais são
proporcionadas para os órgãos torácicos e abdominais. A má postura é uma relação
defeituosa entre várias partes do corpo, que produz uma maior tensão sobre as
estruturas de suporte e onde ocorre um equilíbrio menos eficiente do corpo sobre sua
base de suporte (KENDALL et al., 1995). Não obstante a isso, os casos de alterações
posturais da coluna vertebral na adolescência vêm crescendo consideravelmente, por
ser uma faixa etária em que o indivíduo está exposto a sobrecargas crescentes, tais
como o suporte de mochilas escolares de maneira assimétrica e inadequada
(GRIMMER et al., 2002; MIRANDA, 2010) ou ainda a permanência na posição
sentada, adotando posturas indevidas por longos períodos de tempo (POLITANO,
2002). Santos et al., (2009) avaliaram 247 escolares da 1ª a 4ª série do Ensino
Fundamental e observaram que cerca de 20% das crianças apresentavam de três a
quatro alterações posturais, sendo que apenas 2% dos escolares não apresentaram
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DESVIO POSTURAL EM CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO PÚBLICO
FUNDAMENTAL DA CIDADE DE RAUL SOARES
(CORREA, PEREIRA E SILVA, 2005), foi encontrado, nas meninas, um percentual
maior de alterações posturais, cerca de 86%, em comparação aos meninos (73%).
Entretanto, mesmo havendo esta diferença no percentual entre os sexos, ambos são
extremamente elevados. Considerando-se que no ensino fundamental as crianças
adquirem grande responsabilidade do ponto de vista da promoção da saúde e
pressupondo-se que, durante a fase de desenvolvimento, crianças e adolescentes
adquirirem hábitos positivos de postura e tendem a mantê-los ao longo da vida.
Assim, o objetivo do presente estudo será verificar as condições posturais das
crianças dos primeiros anos do ensino fundamental, a fim de identificar sé é nessa
faixa etária que os desvios posturais surgem com maior frequência. Com a
implementação desta investigação pretendemos apontar a importância de programas
posturais em crianças, a fim de conscientizar as pessoas tanto do meio acadêmico
quanto do meio familiar que são responsáveis por essas crianças, destacando sobre
a importância e atenção relacionada a saúde postural desses jovens.
2 - METODOLOGIA
A metodologia da presente pesquisa possui caráter descritivo, o qual segundo
Silva e Menezes (1991, p. 21):
visa descrever as características de determinada população ou fenômeno
ou o estabelecimento de relações entre as variáveis, envolvendo o uso de
técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação
sistemática, assumindo, em geral, a forma de levantamento.
Estas ações buscam definir e preparar o local de investigação para realizar as
avaliações, elaborar a planilha de anotações referentes à avaliação, escolha do
material adequado para realizar as avaliações com segurança e confiabilidade, entre
outras tantas. Ao observar a pesquisa do ponto de vista de sua natureza, a mesma é
do tipo aplicada, pois, segundo Silva e Menezes (2001. p.20).
objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução
de problemas específicos. Ao final da pesquisa se tem uma série de
resultados, os quais são utilizados na elaboração de uma ou mais
respostas para o problema levantado.
Na presente pesquisa será realizada a avaliação da postura corporal, considerando o
protocolo de observação e análise das cinturas escapular e pélvica, em que serão
verificadas pelve, membros superiores e inferiores e flexibilidade. Serão pesquisadas
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nenhuma alteração postural. Em outro estudo com escolares do Ensino Fundamental
da cidade de Raul Soares. A coleta de dados será realizada nos meses de novembro
e dezembro de 2015. Após a coleta de dados, pretende- se realizar a análise através
de estatística descritiva destes, levando em consideração os valores médios e desvio
padrão obtidos.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento, onde os resultados parciais
registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
CORREA, Ana Lúcia; PEREIRA, João dos Santos; SILVA, Marco Antônio. Avaliação
dos desvios posturais em escolares: estudo preliminar. Fisioterapia Brasil, Rio de
Janeiro, v. 6, n. 3, p. 175-8, 2005.
GRIMMER K, DANSIE B, MILANESE S, PIRUNSAN U, TROTT P. Adolescent
standing 13. Postural response to backpack loads: a randomised controlled
experimental study. BMC Musculos kelet Disord. 2002;3:1-10.
HARREBY M, NYGAARD B, JESSEN T, LARSEN E, STORR-PAULSEN A, LINDAHL
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school children: an epidemiologic study. Eur Spine J. 1999;8(6):444-50.
KENDALL FP, MCCREARY EK, PROVANCE PG. Músculos provas e funções. 4.ed.
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MIRANDA, J. V. B. Proposta de adaptação de protocolo de avaliação postural
aplicado ao diagnóstico precoce da escoliose na idade escolar no Município de
Volta Redonda. Dissertação (Mestrado Profissional) – Centro Universitário de Volta
Redonda – UniFOA. Pós-graduação em Ensino de Ciências da Saúde e do Meio
Ambiente. Volta Redonda: UniFOA, 2010.42f.
POLITANO RC. Levantamento dos desvios posturais em adolescentes de 11 a
15 14 anos em escola estadual do município de Cacoal-RO [dissertação].
Brasília: Universidade de Brasília, UnB; 2006.
RIBEIRO, Cardoso; GÓMEZ, Conesa. Lower back pain: prevalence and reventive
programs in childhood and adolescence. Revista Iberoamericana Fisioterapia e
Kinesiologia, Espanha, v. 11, n. 1, p. 32-38, 2008.
SANTOS, Camila Isabel et al. Ocorrência de desvios posturais em escolares do ensino
público fundamental de Jaguariúna, São Paulo. Revista Paulista de Pediatria, São
Paulo, v.27, n.1, p.74-80, 2009.
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as crianças dos anos iniciais do ensino fundamental de uma escola pública estadual
ANÁLISE POSTURAL EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
Cristiane de Oliveira Campos e Fernanda Queiroz Sampaio – Acadêmicas
do 4º período do curso de Educação Física da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
André Salustiano Bispo – Professor e coordenador do curso de Educação
Física Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Avaliação postural; Postura; Adolescentes; Ensino médio.
1 - INTRODUÇÃO
O período da infância representa diversas alterações na vida do ser humano,
onde ocorrem mudanças psicológicas, sociais, afetivas e físicas (XAVIER et al., 2011).
Tais mudanças físicas estão relacionadas ao peso corporal e a estatura, podendo
ocasionar alterações posturais devido ao crescimento acelerado e por vivências corporais
que cada um experimenta em diferentes fases da vida, além da influência da
hereditariedade, de culturas, hábitos e traumatismos. Sendo assim, pode-se dizer que a
postura não é um fator determinado, pois sofre variações conforme as atividades
realizadas durante o dia, sendo que em um determinado exercício, por exemplo, ocorrem
variações da postura por diversas vezes (MIRANDA, 2010). É compreendido como
postura correta a harmonia dos segmentos corporais entre si em determinada posição,
proporcionando conforto, economia e sustentação deste corpo. Portanto, a postura
prepara o indivíduo para realização de um movimento, bem como promove a sustentação
do mesmo (TANAKA E FARAH, 1997). As modificações posturais no período da
adolescência também ocorrem devido as mudanças hormonais que ocorrem no início da
puberdade, além do rápido desenvolvimento musculoesquelético, período este marcado
por uma intensa fase de crescimento, sendo assim, a postura correta poderá contribuir no
esforço das estruturas da coluna para ajudar a suportar as forças distribuídas, a má
postura apresenta um efeito oposto aumentando o estresse (XAVIER et al., 2011). Os
desvios posturais em 80% dos adultos acontecem devido aos maus hábitos adquiridos
durante o período escolar. As dores da região lombar atingem mais os adultos e
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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SILVA, Edna Lucia; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da Pesquisa e
Elaboração de Dissertação. Florianópolis: UFSC, 2001.
postura pode levar a vários tipos de desvios posturais e até mesmo a doenças graves e
crônicas. (XAVIER et al., 2011). Nos dias atuais, problemas posturais têm sido
considerados um sério problema de saúde pública, tanto em escolares como em
profissionais. Segundo a concepção Darwiniana a posição ereta do homem resultou da
evolução da espécie em milhões de anos. A postura adequada envolve a forma correta
que o corpo assume no dia a dia, como por exemplo anda, correr, sentar, deitar e levantar
objetos (BRITO et al., 2013). O sobrepeso e a obesidade também são fatores que
contribuem com muitas alterações que podem ocorrer na organização postural das
crianças e adolescentes, tais como alterações no alinhamento e na estrutura dos quadris,
joelhos, tornozelos e pês, provocando dor, desconforto, ineficiência da biomecânica
corporal e consequente redução da mobilidade. Crianças com sobrepeso e a obesidade
apresentam ainda maior dificuldade de controle postural, possivelmente, influenciada pela
deficitária propriocepção nos joelhos, comumente observada (MARTINELLI et al., 2011).
A educação representa o produto atual da evolução histórica, vista como uma riqueza de
métodos pedagógicos que, se de um lado é benéfica, de outro evidencia que ainda não
se atingiu uma posição ideal (MIRANDA, 2010). Para se pensar em educação postural os
profissionais da educação necessitariam de algumas modificações nos procedimentos
durante suas aulas. Para Simon et al., (1998), toda abordagem educativa não deve ser
jamais estereotipada,