Anais • VIII FAVE • volume 1
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Anais • VIII FAVE • volume 1
VIII Semana Acadêmica dos cursos de Graduação VI Semana de Iniciação Científica VI Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura VI Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI) III Feira de Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira VOLUME 1 2015 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. APRESENTAÇÃO É com grande orgulho que, entre os dias 21 a 25 de setembro de 2015, a Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX, através da comissão organizadora, realizou o VIII FAVE (Fórum Acadêmico) da Faculdade Vértice – Univértix, que inclui a VIII Semana Acadêmica dos cursos de Graduação, VI Semana de Iniciação Científica, VI Feira de Negócios,Integração Social, Humor e Cultura, VI Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI) e III Feira de Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira. O evento teve como objetivos: (1) promover intercâmbio entre acadêmicos e professores da Univértix e de outras instituições; (2) valorizar a produção do conhecimento científico; (3) divulgar as produções científicas dos diversos cursos de graduação da Univértix e (4) integrar-se à sociedade, valorizando o comércio, a cultura e as demais manifestações artísticas e culturais do município e região. Ao longo dos dias de evento, mais de 40 profissionais de renome de várias instituições de Minas Gerais e de outros estados do Brasil ministraram palestras e cursos. Mais de 200 trabalhos científicos foram recebidos pelo comitê e apresentados no evento em forma de comunicação oral e pôster. Recebemos também, no evento, professores e acadêmicos de outras instituições. Além disso, o VIII FAVE é um evento que contou com a participação da sociedade, principalmente através de produtores rurais. Isso se deve ao fato de a Instituição acreditar que o cumprimento de sua especificidade apenas se concretizará se ela caminhar ao lado da sociedade. Engajada em seu compromisso de oferecer ensino de qualidade, a Univértix, almejou com o VIII FAVE, marcar sua história de produção científica, já que entendemos que a pesquisa é interface do ensino. Diante do exposto, reiteramos que com o VIII FAVE esperamos contribuir para a sensibilização quanto à necessidade das habilidades de pesquisa como instrumento para o desenvolvimento profissional permanente. Considerando o número de trabalhos recebidos pelo evento, optamos por dividir o anais em dois volumes. Assim, o volume 1 integra os trabalhos do GT (Grupo de Trabalhos) 2 ao GT 4 e o volume 2 inclui os do GT 5 ao GT 8. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento - Coordenadora Geral do VIII FAVE Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. A PALAVRA DO DIRETOR É com grande honra que recebi a incumbência de redigir um texto para essa publicação. A Iniciação Científica tem grande importância e envolvimento com o desenvolvimento do Ensino Superior por ambos possuírem como principio e missão a fecundação e proliferação do conhecimento, utilizando a pesquisa para atingir esse objetivo. Atividades como o VIII Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX amadurecem o estudante, contribuindo para que este possa se tornar um formando com habilidades mais refinadas. Nesta “cápsula de conhecimento” não incluímos apenas a nossa Faculdade e estudantes puramente, pois a Univértix é mais que uma Instituição de ensino e o estudante é mais que um aluno dedicado. Ambos consistem em agentes modificadores da comunidade que os circunda. A comunidade, portanto, também está inserida na cadeia de conhecimento e participa ativamente desse processo. Na edição deste ano, o VIII FAVE nos brindou com um conjunto de palestras de altíssimo nível coroadas pela presença e apoio fundamental da FAPEMIG. Através da difusão do conhecimento gerado nos bancos acadêmicos, sendo devidamente aplicado e bem aproveitado por todos os envolvidos, damos nossa contribuição para a construção de um País melhor e mais justo, com condições de competir num futuro próximo com grandes potências mundiais, mas de sobremaneira, criando melhores condições para nossa própria população que poderá ter acesso a tecnologias mais baratas e tratamentos eficazes. É na prática da Iniciação Científica que o estudante pode testar técnicas e teorias aprendidas em sala de aula, ampliar e experimentar seu cabedal de conhecimentos. Defrontar-se com o problema “vivo”, real, fora de um ambiente restritamente controlado e teórico de uma sala de aula da faculdade, ao mesmo tempo em que está seguro de que os erros cometidos também compõem o processo de aprendizado e evolução. Este estudante estará então melhor qualificado e melhor adequado para as situações a serem encaradas fora da faculdade. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes - Diretor Geral da Univértix Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. SOEGAR - SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. João Batista Gardingo Diretor Presidente Sebastião Gardingo Diretor Executivo FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX Prof. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes Diretor geral Profa D.Sc. Irlane Bastos Costa Coordenadora do curso de Agronomia Prof. Celso Abreu de Araújo Coordenador do curso de Administração Profº Tadeu Hipólito da Silva Coordenador do curso de Ciências Contábeis Prof. M.Sc. André Salustiano Bispo Coordenador do curso de Educação Física Profª Esp. Ana Lígia de Souza Pereira Coordenadora do curso de Enfermagem Profº Esp. Ailton Moreira Magalhães Coordenador do curso de Engenharia Civil Profª M.Sc. Bruna Chaves Amorim Coordenadora do curso de Farmácia Prof. D.Sc. Gilberto Valente Machado Coordenador do curso de Medicina Veterinária Prof. Esp. Adriana Montes Justino Gardingo Coordenadora das atividades complementares de Graduação Prof. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenadora de Pesquisa e Extensão Prof. Esp. Daniel Vieira Ferreira Diretor da Escola Técnica Vértix Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. COMITÊ ORGANIZADOR Coordenação geral M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenação Setorial Esp. Ana Lígia de Souza Pereira M.Sc. Bruna Chaves Amorim Esp. Laudinei de Carvalho Gomes D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes M.Sc. Mariana de Faria Gardingo Diniz M.Sc. Renata Aparecida Fontes Estagiários Alexander Alves Caldeira Daniel Franco Machado Eduarda Machado de Souza Isabela Lima Ribeiro Jesse Mendes Torres Juliana Dias De Araújo Larissa De Carvalho Gomes Letícia Barreto Placides Lívia Mara Araújo Amorim Menekiss Jordão Andrade Osmar Dias Ferraz Junior Pahola Reboredo Brandã Priscila Jardim Santos Valmira Hoste Dutra COMITÊ CIENTÍFICO Coordenação Renata Aparecida Fontes Comitê científico Ana Lígia de Souza Pereira Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. André Salustiano Bispo Autieres Teixeira Faria Cintia de Paiva Carvalho Cleber Macedo de Oliveira Cristina Maria Lobato Pires Elder Machado Dutra Fábio Florindo Soares Fabrício Santos de Souza Fernanda Maria de Assis Dornelas Gilma Soares de Oliveira Guanayr Jabour Amorim Guilherme Gabriel da Silva Hugo Rodrigues Ferreira Irlane Bastos Costa Janine Lopes Carvalho Jaqueline Conceição Leite Joicilene Sousa Campos Mageste Juliano Vieira Júlio César da Mata Keilla de Souza Veggi Kelly Aparecida do Nascimento Leandro Silva de Araújo Leonardo Hebert Brandão da Cruz Lourival Sérgio Lopes Cardoso Luciano Aguiar Otoni Luiza de Abreu Costa Marcelo de Carvalho Mendes Maria Aparecida Schroder Dutra Marluce Aparecida Fonseca Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Mateus Zanirate de Miranda Max de Andrade Coelho Mayara Cristini Ferreira de Aguiar Milene Maria Santos Braga Patrícia Souza Sarmento Pedro Genuino de Santana Júnior Rafael Macedo de Oliveira Renata Ferreira Pieroti Machado Pessôa Renata Pessoa Bifano Rodrigo Ataíde dos Santos Shiara Martins de Souza Vinícius Sigilião Silveira Silva Viviane Gorete Silveira Mouro Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. SUMÁRIO GT 01 – CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA ......................................................................................... 12 ARTIGO ................................................................................................................................................. 13 COMPARAÇÃO ENTRE AS QUESTÕES DE MATEMÁTICA EM TRÊS EDIÇÕES DO SIMAVE E ENEM. ................................................................................................................................................... 14 GT 03 – ENGENHARIAS ...................................................................................................................... 28 ARTIGOS .............................................................................................................................................. 29 A CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO ARQUITETÔNICA PARA O PATRIMÔNIO CULTURAL EDIFICADO ........................................................................................................................................... 30 OS PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DE UMA FUNDAÇÃO PROFUNDA EM UMA OBRA DE GRANDE PORTE EM SOLO INSTÁVEL ........................................................................................ 37 REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL EM UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR SITUADA NO CONDOMÍNIO DE CHÁCARAS DA CIDADE DE MATIPÓ/MG ........................................................... 46 IMPORTÂNCIA E SOLUÇÕES PARA O APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA ...................... 54 ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL: ASCENÇÃO DA ENERGIA EÓLICA ................................... 67 RESUMOS ............................................................................................................................................ 76 PROTEÇÃO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO EM ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL. ........ 77 RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL: GERENCIANETO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CIDADE DE ABRE CAMPO....................................................................................................................................... 83 A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E LEVANTAMENTO SOBRE BARRAGENS DE ENROCAMENTO 87 VARIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM COMPÓSITOS DO TIPO CONCRETO VERDE COM A ADIÇÃO DE CINZAS DE CASCA DE CAFÉ ........................................................................... 91 POSSIBILIDADE E BENEFÍCIOS DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE REUSO DE ÁGUA EM UMA DAS INSTALAÇÕES DE ENSINO DA FACULDADE VÉRTICE-UNIVÉRTIX ...................................... 95 ANÁLISE PATOLÓGICA DE UM PAVIMENTO ALSFÁLTICO: ESTUDO DE CASO DA BR-116 – TRECHO ENTRE O QUILÔMETRO 645 E 647 ................................................................................... 99 OCUPAÇÃO DE APP HÍDRICA NO RIO MATIPÓ EM ÁREA URBANA DA CIDADE DE MATIPÓ-MG ............................................................................................................................................................. 102 ALVENARIA ESTRUTURAL X ALVENARIA CONVENCIONAL ........................................................ 106 ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE UMA USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM ................................ 110 A UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO PARA FABRICAÇÃO DE TIJOLOS113 ANÁLISE DOS IMPACTOS CAUSADOS PELA FALTA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE GERENCIAL EM OBRAS DAS CIDADES DE ABRE CAMPO, MATIPÓ E RIO CASCA. .................. 117 ANÁLISE DOS TIPOS DE FUNDAÇÕES MAIS USADAS EM UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA .............................................................................................................................................. 120 GERENCIAMENTO DE PROJETOS: A INFLUÊNCIA DA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS NA QUALIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................................................. 124 PERDA AUDITIVA INDUZIDA PELO RUÍDO NOS COLABORADORES DE UMA CONSTRUTORA DE OBRA CIVIL NA CIDADE DE ABRE CAMPO-MG ............................................................................. 127 GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................... 130 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. PRESERVAÇÃO DE MANANCIAIS.................................................................................................... 134 ACESSIBILIDADE DAS VIAS PÚBLICAS DO MUNICIPIO DE MATIPÓ PARA O PORTADOR DE NECESSIDADE ESPECIAIS............................................................................................................... 138 IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL .............................................. 142 ORÇAMENTO E CONTROLE DE CUSTOS SOBRE MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL NAS CIDADES DE ABRE CAMPO/MG E RIO CASCA/MG. ...................................................................... 145 COMPARATIVO ENTRE LAJES MACIÇAS E PRÉ-FABRICADAS COM VIGOTAS DE CONCRETO TRELIÇADAS. ..................................................................................................................................... 149 APLICAÇÃO DO PAVIMENTO DE CONCRETO PERMEÁVEL PARA REDUÇÃO DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM ÁREAS URBANAS ............................................................................................... 152 SEGURANÇA NO TRABALHO: USO DE EPI (S) NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM MATIPÓ/MG. ...... 155 SUBSTITUIÇÃO DA AREIA NATURAL POR PÓ DE PEDRA NO CONCRETO SEM ALTERAÇÃO NA RESISTÊNCIA..................................................................................................................................... 159 ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS EM EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS NA AREA URBANA DA CIDADE DE SÃO JOÃO DO MANHUAÇU-MG. ........................................................................... 163 ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE CONCRETO USINADO E CONCRETO PRODUZIDO EM UMA OBRA DE ARTE ESPECIAL ............................................................................................... 168 SEGURANÇA DO TRABALHO: O USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA EM OBRAS DA MICRORREGIÃO DE MANHUAÇU ....................................................... 171 COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODO PARAMÉTRICO E ANALÍTICO DE ORÇAMENTAÇÃO EM UM PROJETO DE CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................................................. 175 CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA PARA APROVEITAMENTO EM UMA EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL NA CIDADE DE MANHUAÇU-MG ...................................................................................................... 179 ANÁLISE COMPARATIVA DA UTILIZAÇÃO E PREFERÊNCIA DOS TIPOS DE CIMENTO PORTLAND CP-II, CP-III, CPIV, EM OBRAS RESIDÊNCIAIS NA CIDADE DE FERVEDOURO – MG ................ 184 APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS EM FACHADAS ................................................ 188 ANÁLISE DE CONSUMO DE ÁGUA NA FACULDADE UNIVÉRTIX E PROPOSTAS DE REPROVEITAMENTO E ECONOMIA. ............................................................................................... 192 MELHORIA NO CONTROLE DE OBRAS DE PEQUENO PORTE PROPORCIONADA PELA APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO .......................................................................... 196 ANÁLISE DO SISTEMA CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAMING ................................................. 200 GT 04 – CIÊNCIAS DA SAÚDE .......................................................................................................... 204 ARTIGOS ............................................................................................................................................ 205 ATIVIDADE FISICA: BENEFICIOS FISICOS, FUNCIONAIS E COGNITIVOS DOS IDOSOS. ......... 206 AUTOEXAME DAS MAMAS: CONHECIMENTO E PRÁTICA DAS ACADÊMICAS DOS CURSOS DE SAÚDE DA FACULDADE VÉRTICE................................................................................................... 218 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM EPISÓDIOS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA: PREVENÇÃO, MONITORAÇÃO E TRATAMENTO. ................................................................................................... 235 NÍVEL DE CONHECIMENTO DE MULHERES ENTRE 25 E 64 ANOS DAS CIDADES DE MATIPÓ E RIO CASCA A RESPEITO DA IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DO EXAME PREVENTIVO PAPANICOLAOU. ............................................................................................................................... 246 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. INDICADORES DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO - COMPARAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC) E O ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL (IAC) ............................................................................................................................................................. 257 PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO: PROBLEMAS MAIS COMUNS QUE ACOMETEM À SAÚDE - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 272 ABORDAGEM TERAPÊUTICA DO EXERCÍCIO FÍSICO COMO ATENUANTE DOS SINTOMAS NA DOENÇA DE PARKINSON: ESTUDO DE CASO. ............................................................................. 280 O ENFERMEIRO NO CONTEXTO GERENCIAL: UMA ABORDAGEM PRÁTICA NO SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. ............................................................................................................ 286 CONHECIMENTO E FREQUÊNCIA EM QUE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ATUANTES EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA USUFRUEM DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. ....................................................................................................................................... 300 A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) I DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA EM RELAÇÃO AO TRABALHO COM OS USUÁRIOS ............................................................................................................................................................. 314 O ENFERMEIRO COMO EDUCADOR EM DOENÇAS DIAGNOSTICADAS NO TESTE DO PEZINHO ............................................................................................................................................................. 327 PERFIL DO DOADOR DE SANGUE DOS ACÂDEMICOS DA FACULDADE VÉRTICE-UNIVÉRTIX DA CIDADE DE MATIPÓ - MG ................................................................................................................. 339 ATIVIDADE ANTIBACTERIANA “IN VITRO” DE EXTRATO DE ROMÃ (Punica granatum L.) FRENTE A BACTÉRIAS DE GÊNERO Staphylococcus sp. .............................................................................. 351 PERFIL DOS PACIENTES HIPERTENSOS CADASTRADOS NO PROGRAMA HIPERDIA DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE........................................................................................................... 361 ANÁLISE DO RECEITUÁRIO DE ANTIMICROBIANOS DA FARMÁCIA DE MINAS NA CIDADE DE MATIPÓ – MG ..................................................................................................................................... 371 ESTUDO PRELIMINAR SOBRE O CONHECIMENTO ETNOFARMACOLÓGICO DA POPULAÇÃO DE VISTA ALEGRE- MG .......................................................................................................................... 380 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ESCOLARES DE 7 A 10 ANOS DA CIDADE DE ABRE CAMPO – MG ........................................................................................................................... 388 ÍNDICES DE SOBREPESO E OBESIDADE, PERFIL ALIMENTAR E DE ATIVIDADES FÍSICAS EM CRIANÇAS DOS ANOS INICIAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PARTICULAR DA CIDADE DE RIO CASCA-MG ............................................................................................................. 398 ATIVIDADE FÍSICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ................................................................................................................................................. 412 NÍVEIS DE OBESIDADE INFANTIL EM CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL MUNICIPAL (CEIM) DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA .................................................................................... 426 RESUMOS .......................................................................................................................................... 435 COMPARAÇÃO ENTRE A RELAÇÃO DE MEDICAMENTOS ADQUIRIDOS PELO MUNICÍPIO DE MATIPÓ/MG E A RENAME 2014........................................................................................................ 436 A CONTRIBUIÇÃO DOS FATORES SOCIOECONÔMICOS EM RELAÇÃO À SAÚDE DOS IDOSOS DIABÉTICOS ....................................................................................................................................... 440 A INTRADERMOTERAPIA PARA TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELOIDE ........................... 444 AVALIAÇÃO DA RAZÃO CINTURA QUADRIL COMO FATOR DE RISCO À PREDISPOSIÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM UMA POPULAÇÃO HIPERTENSOS ................................. 447 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. AS LIMITAÇÕES FÍSICAS DECORRENTES DE DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS EM HIPERTENSOS ................................................................................................................................... 451 PREVALÊNCIA DE TELEANGIECTASIA EM MATADOURO-FRIGORÍFICO SOB SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL NA ZONA DA MATA MINEIRA NO PERÍODO DE 2011 A 2013 .................. 455 ATENÇÃO FARMACÊUTICA: PERFIL DE UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS ...... 458 DIFICULDADES ENCONTRADAS NA IMPLANTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA .............. 462 UTILIZAÇÃO DE Punica granatum Linn FRENTE A BACTÉRIAS DO GÊNERO Staphylococcus sp. ............................................................................................................................................................. 466 A HIPERTENSÃO ARTERIAL NO BRASIL ........................................................................................ 469 SÍFILIS, UM PROBLEMA DA ATUALIDADE. ..................................................................................... 471 FISIOPATOLOGIA E O TRATAMENTO DA DIABETE GESTACIONAL ............................................ 475 TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS ........................................................................................ 478 TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA ARTERIOSCLEROSE .............................................................. 481 USO INDISCRIMINADO DE ANTIMICROBIANOS ............................................................................ 484 IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS ETNOFARMACOLÓGICOS NA DESCOBERTA E DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS ............................................................................... 487 AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE SEDENTARISMO EM ADOLESCENTES DE ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS EM UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA MINEIRA. ...................................................... 490 EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE O ESTADO DE HUMOR DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ..................................................................................... 493 SEDENTARISMO: NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS DA CIDADE DE RAUL SOARES ........................................................................................................ 497 DESVIO POSTURAL EM CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO PÚBLICO FUNDAMENTAL DA CIDADE DE RAUL SOARES ........................................................................................................ 501 ANÁLISE POSTURAL EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ................................................................ 504 O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO E PROGRESSÃO DA DOENÇA DE .................................... 508 PARKINSON ....................................................................................................................................... 508 EFEITOS DA GINÁSTICA LABORAL NA FLEXIBILIDADE DE TRABALHADORES DA FACULDADE VÉRTICE. ............................................................................................................................................ 511 APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA CIDADE DE MATIPÓ – MG ............................................................................ 515 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 12 GT 01 – CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 13 ARTIGO Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática. Especialista em Física. Professora da Faculdade Vértice_ UNIVÉRTIX. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice- UNIVERTIX. Marcelo de Carvalho Mendes. Graduado em Matemática. Professor da Faculdade Vértice- UNIVERTIX. Carlos Eduardo Toledo. Graduado em Educação Física. Professor da Faculdade Vértice- UNIVERTIX. Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras. Especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade Vértice_ UNIVÉRTIX. Ciências Exatas e da Terra. [email protected] RESUMO A presente pesquisa faz uma análise comparativa entre questões duas avaliações externas distintas: o SIMAVE e o ENEM. São avaliações de ampla valorização no ambiente escolar, essa em nível federal, com o objetivo de seleção para universidades, e aquela com o objetivo de medir a qualidade da educação no estado. A pesquisa teve como objetivo mostrar que embora as duas se refiram à mesma série e conteúdo as abordagens são muito distintas. Isso gera uma série de dificuldades tanto para professores quanto para alunos que buscam uma padronização a fim de se prepara adequadamente para esses dois mecanismos de extrema importância para a educação brasileira. PALAVRAS-CHAVE: Estudo; resultado; SIMAVE; ENEM; desempenho. 1 - INTRODUÇÃO O tema escolhido para este artigo surgiu de uma preocupação com os resultados obtidos pelos alunos da Escola Estadual Waldomiro Mendes de Almeida nas provas do SIMAVE (Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública) e do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), em relação às questões de Matemática destes dois exames. A importância do tema está diretamente relacionada à ênfase que a escola dá a esses exames e à cobrança por parte do Governo de resultados satisfatórios, avaliando o desempenho da escola mediante a participação e aos resultados obtidos. O SIMAVE (Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública) é um sistema de avaliação criado pela Secretaria de Educação do estado de Minas Gerais com o Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 14 COMPARAÇÃO ENTRE AS QUESTÕES DE MATEMÁTICA EM TRÊS EDIÇÕES DO SIMAVE E ENEM. públicas estaduais. Esse sistema é constituído por vários programas de avaliação entre eles o PROEB (Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica). Esse programa é responsável por aplicar uma avaliação de larga escala para os estudantes da rede pública de educação. A partir dos resultados obtidos pelos discentes nestas provas, a Secretaria de Educação define as ações e metas plausíveis a serem alcançadas por cada escola, redirecionando o planejamento e ações em favor de uma escola dinâmica e de qualidade, sempre objetivando melhorar as condições das escolas públicas mineiras (MINAS GERAIS, 2008) O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é uma avaliação realizada anualmente no Brasil pelo Ministério da Educação. Esse exame é utilizado para avaliar a qualidade do ensino das escolas brasileiras e o resultado apresentado pelos estudantes em tal prova, pode ser utilizado para acesso direto ao ensino superior em Universidades Públicas Brasileiras, ingresso no ensino superior privado pelo PROUNI (Programa Universidade para Todos) e até mesmo como conclusão do Ensino Médio. Esse exame contempla quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Códigos e suas tecnologias; Ciências Humanas e suas tecnologias; Matemática e suas tecnologias; e Ciências da Natureza e suas tecnologias. Neste trabalho, focaremos nossa atenção na área da matemática e suas tecnologias, no que se refere à análise de um grupo de questões do que pertencem ao SIMAVE (Sistema Mineiro de Avaliação) e ao ENEM. Desta maneira, a partir dos resultados desses programas de avaliação, podem (e devem) surgir projetos interdisciplinares e atividades diversificadas, elaborados e executados por todos os profissionais integrantes da comunidade escolar, e que propiciem a maior integração entre alunos e professores, além de propor uma discussão plural, com o diálogo simultâneo entre variadas disciplinas. Esta pesquisa é relevante, pois através da comparação desses dois mecanismos de avaliação, tão presentes no cotidiano escolar, poderão surgir novas estratégias para um trabalho direcionado juntamente com alunos buscando melhorar o desempenho dos mesmos. Conhecer bem os mecanismos de avaliação a que nossos alunos são submetidos podem trazer diagnósticos, reflexões e mudanças relevantes na prática docente. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 15 intuito de analisar o desempenho escolar dos alunos que frequentam as escolas de avaliações SIMAVE/ENEM, analisando questões referentes aos anos de 2011, 2012 e 2013. 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O início da institucionalização de pesquisas quantitativas sociais e educacionais, no Brasil, se deu entre as décadas de 1950 e 1960, a partir de estudos do hoje chamado INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, pois na direção desse órgão encontrava-se o próprio Anísio Teixeira o qual desempenhou importante papel na relação entre pesquisas educacionais e ciências sociais, focando o problema das desigualdades educacionais e sociais. No entanto, essas pesquisas foram marcadas por uma descontinuidade e com isso não ocorreu o acúmulo de experiências e conhecimentos mais sistemáticos nessa área (BRASIL, 2001). Bonamino (2002) relata que desde a década de 1990, um novo elemento se incorpora à avaliação educacional. Trata-se das chamadas avaliações externas, assim denominadas porque são definidas, organizadas e conduzidas por quem não se encontra no interior das escolas, de certa forma em contraposição com as avaliações internas, estas conduzidas por professores. Criado em 1998, durante a gestão do Ministro da Educação Paulo Renato de Souza, no governo Fernando Henrique Cardoso, o ENEM teve por princípio avaliar anualmente o aprendizado dos alunos do ensino médio em todo o país para auxiliar o ministério na elaboração de políticas pontuais e estruturais de melhoria do ensino brasileiro através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do Ensino Médio e Fundamental, promovendo alterações nos mesmos conforme indicasse o cruzamento de dados e pesquisas nos resultados do ENEM (BRASIL, 2001) O foco principal da avaliação é verificar as competências e habilidades que o aluno domina. O aluno deve demonstrar capacidade para interpretar gráficos, textos, mapas e informações em diversas linguagens. O exame também verifica se ao aluno é capaz de argumentar, solucionar problemas cotidianos e práticos, elaborar propostas de intervenção na realidade e apresentar ideias bem estruturadas (MEC, 2002). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 16 O objetivo deste artigo é apresentar um estudo comparativo entre os dois tipos que vêm sendo criados pelo governo federal, os processos de avaliação sistêmica desenvolvidos têm sido fundamentais. Esses processos de avaliação sistêmica não têm um fim em si mesmo, a sua finalidade maior é a de oferecer informações e indicadores da realidade como suporte para processos de interpretação e comparação entre referenciais, construídos idealmente como padrões de qualidade necessários. Para Perrenoud (1999), avaliação é um instrumento que auxilia o professor a verificar os resultados que estão sendo obtidos, assim como fundamentar as decisões que devem ser tomadas para que bons resultados sejam construídos. Quando isto não acontece, ou seja, quando a avaliação é executada fora do processo de ensino e com objetivo exclusivamente de atribuição de notas e conceitos, podemos dizer que os alunos inseridos neste contexto, muito provavelmente podem acabar fracassados no âmbito escolar. Se a avaliação não for diagnóstica ela não terá como objetivos a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno e em consequência não auxiliarão o seu crescimento. Os projetos pedagógicos têm permitido que a sociedade obtenha parâmetros de análise e comparação entre sistemas de diferentes regiões, dando suporte à discussão sobre as políticas implementadas e as necessidades de novas políticas evidenciadas. Todo esse esforço só tem sentido se a sociedade como um todo, e os educadores em particular, se debruçarem sobre os dados produzidos para entender, interpretar e verificar sua pertinência em relação ao contexto educacional do qual participam. Os resultados e os relatórios fornecidos partem de parâmetros de referência que devem se utilizados pela comunidade docente para desenvolverem análises próprias em relação à sua própria realidade. Os resultados obtidos pelos alunos, com certeza, podem fornecer subsídios para discussões pedagógicas ricas e desafiadoras. Através desses debates aspectos importantes a serem considerados na elaboração dos projetos pedagógicos das escolas podem ser levantados e, assim, apoiar diretamente os processos educativos de sala de aula. Através do esforço coletivo dos professores acredita-se, na perspectiva de construírem significados e ações pedagógicas frente ao conjunto de informações fornecidas pelos processos de avaliação sistêmica, que o próprio processo encontrará o seu sentido maior (Idem) . Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 17 Segundo o Brasil (2001), para oferecer referências aos diferentes programas “monitorar a qualidade do sistema de ensino, subsidiar as tomadas de decisões do Estado através da Secretaria da Educação, fornecendo às equipes técnico pedagógicas informações para a orientação da proposta pedagógica”. A elaboração das questões tanto do SIMAVE quanto do ENEM seguem Matrizes de referências predeterminadas e conhecidas pelas escolas. No caso do SIMAVE estas Matrizes são formadas por descritores que apresentam o que se espera que o aluno seja capaz de fazer. Essas matrizes estão disponíveis no Boletim Pedagógico da Avaliação do SIMAVE (2011). Já no ENEM fala-se me competências e habilidades que estão em Brasil (2001). A matriz de referência do ENEM traz um conjunto de 120 habilidades, sendo 30 para cada uma das quatro grandes áreas que compõem o exame: linguagens e códigos; ciências humanas; ciências da natureza e matemática (Idem). Muitas escolas, para superarem a defasagem de conhecimento dos alunos em relação a essas provas externas realizadas, passam a desenvolver projetos totalmente direcionados para as matrizes de referência. Elaboram avaliações e realizam simulados para deixarem seus alunos mais próximos possíveis do que se deseja alcançar com as avaliações externas. 3 - METODOLOGIA A presente pesquisa trata-se de um estudo descritivo qualitativo com o objetivo de analisar um grupo de questões do SIMAVE e ENEM. Sobre as pesquisas descritivas, Gil (2010) afirma que são pesquisas que pretendem identificar a relação entre variáveis e determinar a natureza dessa relação. No caso desta pesquisa pretende-se comparar as questões dos dois mecanismos de avaliação citados, apontando relações entre ele. Quanto aos procedimentos de coletas de dados será feita uma pesquisa documental através das provas dos anos de 2011, 2012 e 2013 disponibilizadas nos boletins pedagógicos e Editais do ENEM. Para demonstrar as diferenças e melhor exemplificar a proposta de estudo desse trabalho, foram elencadas 3 questões de cada avaliação SIMAVE E ENEM em cada ano, totalizando 6 questões analisadas de acordo com a proposta, levando em Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 18 Vilhena (2004) defende que o SIMAVE é um exame estadual cujo objetivo é deverá identificá-la e aplicá-la. 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES A seguir uma análise comparativa das questões de cada ano. Quadro 1: Questão SIMAVE/2011 Questão: Uma piscina com a forma de um paralelepípedo retângulo tem 15 m de comprimento, 8 m de largura e 3 m de profundidade. A piscina está com água até a metade e precisa ser totalmente esvaziada. Qual é o volume de água a ser retirado dessa piscina? A) 120 m³ B) 180 m³ Fonte: Boletim Pedagógico (2011) C) 360 m³ D) 720 m³ Para a elaboração da questão foi considerado o descritor 9 (D9) que tem como objetivo resolver situações-problema envolvendo volume de um sólido (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera e paralelepípedo. O item relativo a este descritor avaliar a habilidade de o aluno, a partir de uma figura tridimensional dada ou identificada no problema calcular a medida do seu volume. A questão é direta, avalia a habilidade do aluno em resolver situação que envolve cálculo de volume, de um paralelepípedo retângulo, de nível muito fácil e não requer do aluno uma compreensão de texto mais elaborada para determinar o que se pede. Em comparação, analisemos a questão do ENEM, ano de 2011: Quadro 2: Questão ENEM/2011 Para dificultar o trabalho dos falsificadores, foi lançada uma nova família de cédulas do real. Com tamanho variável - quanto maior o valor, maior a nota - o dinheiro novo terá vários elementos de segurança. A estreia será entre abril e maio, quando começam a circular as notas de RS 50,00 e RS 100,00. As cédulas atuais têm 14 cm de comprimento e 6,5 cm de largura. A maior cédula será a de RS 100,00, com 1,6 cm a mais no comprimento e 0,5 cm maior na largura. Quais serão as dimensões da nova nota de R$ 100,00? a) 15,6 cm de comprimento e 6 cm de largura b) 15,6 cm de comprimento e 6,5 cm de largura c) 15,6 cm de comprimento e 7 cm de largura d) 15,9 cm de comprimento e 6,5 cm de largura e) 15,9 cm de comprimento e 7 cm de largura. Fonte: (Prova ENEM 2011- Caderno Amarelo) Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 19 consideração a habilidade para a resolução de uma situação problema em que o aluno (H9), é utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano. (H9) A questão do ENEM, é mais abrangente, requer uma leitura dinâmica e reporta conhecimento matemático específico do conteúdo, o aluno além do conhecimento de cálculo precisa dominar também os conhecimentos de geometria para entender a questão e aplicar a fórmula. Segundo Viana (2013) as questões que envolvem estrutura geométrica são analisadas pela formação conceitual e seguem o modelo de Van Hiele (1986) caracterizando-se por seus níveis (de 1 a 5). De acordo com essa teoria o nível 1 o aluno reconhece os conceitos geométricos; no nível 2 analisa as propriedades da figura; no nível 4 deduz a teoria geométrica no contexto de um sistema axiomático e finalmente no nível 5 compara diferentes sistemas. No caso das questões analisadas acima se percebe que a questão do SIMAVE relaciona-se a conhecimentos mais elementares assim relacionando-se aos níveis iniciais da teoria citada. Em contrapartida a questão do ENEM exige do aluno maior capacidade de estabelecer relações, assim exigindo que ele se encaixe mais nos últimos níveis acima apresentados. Mais uma comparação, agora, em questões de outro ano: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 20 Na questão anterior, com ênfase em Geometria Plana, a habilidade avaliada, Uma loja vende camisetas de três marcas e preços diferentes. A tabela abaixo mostra o levantamento sobre a venda dessas camisetas em três dias consecutivos: Numero de unidades vendidas 1º. DIA 2º. DIA 3º. DIA MARCA X MARCA Y MARCA Z TOTAL DE VENDAS 2 4 0 1 3 5 1 0 3 R$ 81,00 R$ 135,00 R$ 177,0 Qual é o sistema que permite calcular algebricamente o número das unidades vendidas de cada marca? a) 2x + 2 y+ z = 81 4 x + 3y = 135 5y + 3z = 177 b) x + y+ z = 81 z + y = 135 y + z = 177 c) x + y+ z = 81 x+ y + z = 135 y +2 z = 177 d) 2x + y+ z = 81 3 x + 4y = 135 3y + 5z = 177 e) x + y+ z = 81 4 x + 3y = 135 5y + 3z = 177 Fonte: Boletim Pedagógico (2012) Na questão acima foi utilizado o descritor D24 que tem por finalidade levar o aluno a resolver um sistema de equações lineares com três equações e três incógnitas. O que se avalia neste item é a habilidade de construir um sistema linear com três equações e três incógnitas, dada uma situação problema, que, neste caso, relaciona quatro grandezas em uma tabela dada: quantidades de três marcas de camisetas e o total de vendas em cada um dos três dias. Para desenvolver essa atividade o aluno precisa apenas fazer uma leitura comparativa com os dados e a representação do sistema para concluir os resultados, portanto é uma questão simples que dispensa os cálculos matemáticos. A estrutura e organização da questão favorece ao aluno a solução da situação problema. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 21 QUADRO 3: Questão do SIMAVE do ano de 2012 22 A questão analisada será do ENEM: Quadro 4: Questão do ENEM do ano de 2012 Em um jogo há duas urnas com 10 bolas de mesmo tamanho em cada urna. A tabela a seguir indica as quantidades de bolas de cada cor em cada urna. Cor Urna 1 Urna 2 Amarela 4 0 Azul 3 1 Branca 2 2 Verde 1 3 Vermelha 0 4 Uma jogada consiste em: 1. o jogador apresenta um palpite sobre a cor da bola que será retirada por ele da urna 2; 2. ele retira, aleatoriamente, uma bola da urna 1 e a coloca na urna 2, misturando-a com as que lá estão; 3. em seguida ele retira, também aleatoriamente, uma bola da urna 2; se a cor da última bola retirada for a mesma do palpite inicial, ele ganha o jogo Qual cor deve ser escolhida pelo jogador para que ele tenha a maior probabilidade de ganhar? A. B. C. D. E. Azul. Amarela. Branca. Verde. Vermelha. Fonte: (Prova ENEM 2012- Caderno Amarelo) Na questão acima a habilidade avaliada (H30) procura avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade. A questão exige uma leitura atenciosa para relacionar os fatos ás informações prestada, é uma questão não muito difícil, mas requer do aluno uma leitura com conhecimento matemático e capacidade de desenvolver cálculos. A questão é bem estruturada, pois detém todas as informações necessárias para a resolução da situação problema. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. abrangentes que as competências. Ou seja, uma habilidade pode contribuir para várias competências diferentes. Mesmo no caso da questão do SIMAVE, em que se fala em habilidades, percebe-se que a habilidade exigida de construir um sistema linear, a partir de uma dada situação, pode contribuir para acionar outras competências como, por exemplo, relacionar informações representadas em diferentes formas para construção de uma argumentação consistente. Ainda segundo esse autor as questões do ENEM exigem mais em termos de habilidades e os conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida escolar estão presentes, demandando maior capacidade de relação entre o que ali está e o que ao aluno sabe. A última análise refere-se ao ano de 2013: Quadro 5: Questão do SIMAVE do ano de 2013 Das 12 000 moradias previstas em um programa habitacional, apenas 3 000 foram construídas. Qual é o valor percentual das moradias construídas nesse programa habitacional? A) 12% B) 18% C) 25% D) 30% E) 42% Fonte: Boletim Pedagógico (2013) O descritor abordado nessa questão é o D14 que analisa a capacidade do aluno resolver situações-problema envolvendo o cálculo de porcentagens. A questão avalia a capacidade do aluno em resolver cálculos simples, para chegar a resposta, mas poderá também através de uma leitura lógica , concluir a resposta sem realizar nenhum tipo de cálculo, somente com a interpretação das informações que o problema oferece. É uma questão muito simples que aborda a habilidade de calcular porcentagem. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 23 Em relação às habilidades avaliadas Vilhena (2004) afirma que elas são menos A cidade de Guarulhos (SP) tem o 8º PIB municipal do Brasil, além do maior aeroporto da América do Sul. Em proporção, possui a economia que mais cresce em indústrias, conforme mostra o gráfico. Fonte: IBGE, 2000-2008 Analisando os dados percentuais do gráfico, qual a diferença entre o maior e o menor centro em crescimento no pólo das indústrias? A) 75,28 B) 64,09 C) 56,95 D) 45,76 E) 0,07 Fonte: (Prova ENEM 2013- Caderno Amarelo) A questão acima trabalha a habilidade 28 de resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade em que o aluno como o pedido da questão deve calcular a diferença entre maior e o menor percentual de crescimento dos centros em crescimento no pólo das indústrias apresentados no gráfico de barras. A questão exige apenas uma boa leitura e aplicação de cálculos simples. Pois os valores apresentado pela questão são fáceis e não requer elaboração mais complexa. Os alunos que já experimentaram o ENEM sabem que as questões são longas, ou seja, um texto que exige do candidato um bom nível de interpretação e raciocínio nos desenvolvimentos posteriores. Para aquele candidato que não possui o embasamento matemático para ir direto a sua solução, pode-se cometer vários equívocos e a perda de tempo que, possivelmente, implicará em seu fracasso. Enquanto no SIMAVE as questões são mais diretas, minimizando possíveis dúvidas sobre quais competências e habilidades utilizadas e acompanhadas de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 24 Quadro 6: Questão do ENEM do ano de 2013 resolução das mesmas. No ENEM as questões relacionadas à matemática podem ser resolvidas de muitas maneiras, utilizando vários segmentos lógicos ou ferramentas matemáticas; a diferença é o ganho de tempo que deve ser considerado, fator esse que determina a estratégia que o aluno fará opção de uso. No SIMAVE, além das questões serem de um nível de complexidade inferior, a avaliação é direcionada ao aluno, não o exclui e nem o inclui em sistema algum, ele não tem o compromisso e nem o peso da avaliação, portanto fica mais tranquilo e menos preocupado com os resultados. Em 2011, as questões são do mesmo tema onde fica exemplificada mais claramente a diferença de formulação das questões de cada avaliação. Em 2012 as questões são de temas diferentes com o intuito de ampliar a análise em diferentes aspectos, analisando não só as habilidades, mas as estruturas das questões. Em 2013 para concluir a comparação as questões analisadas são do mesmo tema, que facilita a análise comparativa. 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS A diferença entre as questões do ENEM/SIMAVE são muito complexas, pois há uma convergência grande no que se refere ao grau de complexidade, abordagem e também estruturação praticamente obrigam o professor a priorizar o ensino tendo como objetivo aproximar-se de uma ou de outra avaliação. Estar vinculado ao retorno financeiro frente aos resultados do SIMAVE pode ser sim uma motivação a mais para a escolha dessa avaliação como norte do processo de ensino. Se a educação na rede pública estadual pretende dar oportunidades iguais aos estudantes de todas as classes sociais, o ENEM é hoje a porta de entrada para vários cursos superiores, seja na escola pública ou até mesmo na privada, e para isso a avaliação do ENEM requer conhecimentos e habilidades muito além daquelas que estão presentes nas avaliações do SIMAVE/PROEB. Nessa perspectiva, considerando como fontes as avaliações, suas matrizes de referências discutem-se o papel e as interferências que essas avaliações exercem na disciplina Matemática. A investigação aponta para um possível empobrecimento do Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 25 pequenos textos, e de mais fácil compreensão facilita a determinação da resposta e a didático tendo em vista um bom desempenho, sobretudo no SIMAVE. REFERÊNCIAS BRASIL. Secretaria da Educação Básica. Orientações curriculares para o Ensino Médio: Ciências da Natureza e suas tecnologias. Ministério da Educação e Cultura, Brasília. DF, 2001. __________ 2012. Prova de Matemática e suas Tecnologias. Disponível em: http: www.download. Inep.gov.br/educacaobasica/enem/provas2011/cadernoamarelo. Acesso em novembro de 2014. __________, 2013. Prova de Matemática e suas Tecnologias. Disponível em: http: www.download. Inep.gov.br/educacaobasica/enem/provas2011/cadernoamarelo. Acesso em novembro de 2014. BOLETIM PEDAGÓGICO DA AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA: SIMAVE/PROEB/2011: Matemática. 3º. Ano do Ensino Médio, Faculdade de Educação, UFJF. Jan/Dez 2011. ___________:SIMAVE/PROEB/2012: Matemática. 3º. Ano do Ensino Médio, Faculdade de Educação, UFJF. Jan/Dez 2012. ___________:SIMAVE/PROEB/2013: Matemática. 3º. Ano do Ensino Médio, Faculdade de Educação, UFJF. Jan/Dez 2013. BONAMINO, A.; MARTÍNEZ, S. A. Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino fundamental: a participação das instâncias políticas do Estado. Educação e Sociedade. Campinas, v. 23, n. 80, p. 371-388, set. 2002. BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil],Brasília, DF, 23 dez. 1996. EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO, 2011. Prova de Matemática e suas Tecnologias. Disponível em: http: www.download. Inep.gov.br/educacaobasica/enem/provas2011/cadernoamarelo. Acesso em novembro de 2014. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MINAS GERAIS (2001). Escola Sagarana: educação para a vida com dignidade e esperança. Coleção Lições de Minas, 2ª edição – Revisada e Ampliada, 19. _____________ (Estado). Secretaria Estadual de Educação. Sistema Mineiro de Avaliação Pública Simave. Disponível em: http://200.198.92.66.66/sistema_ava/defaut.aspx? Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 26 currículo, na medida em que o professor se vê pressionado a organizar seu trabalho MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. (2012) Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para aárea de Matemática no Ensino Fundamental. Disponível em: http. www. MEC.gov.br/sef/estruct2q/pcn/pdf/matemática.pdf. Acesso em: 13 out. 2014. PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens: Entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999. VIANA, O. A. A avaliação em geometria espacial feita pelo Simave. Estudos em Avaliação Educacional (2013):.Disponível em:http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/eae/article/viewFile/2461/2415. Acesso em Nov. 2014. VILHENA, Marcos Venício Pereira. Um estudo exploratório sobre a adequação dos conteúdos ensinados pelas escolas de Ensino Médio de Guaxupé-MG e as competências e habilidades avaliadas pelo ENEM. 2008. Disponível em: http://www.icmc.usp.br/pessoas//mutsumi/dissertacoes/1.PDF. Acesso em: 14 nov. 2014. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 27 id_projeto=27&id_objeto=143752&id _pai=143294&area=atributo. Acesso em: 28 out. 2008. 28 GT 03 – ENGENHARIAS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 29 ARTIGOS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Natália Cristina Carvalho Cunha – Acadêmica do curso de Engenharia Civil da Faculdade vértice – UNIVÉRTIX Dione da Costa Oliveira - Técnico em Edificações e Acadêmico do curso de Engenharia Civil da Faculdade vértice _ UNIVÉRTIX Irlane Bastos Costa - Graduada em Agronomia, Mestrado e Doutorado em Genética e Melhoramento de Plantas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Rafael Eler de Souza-Graduado em designer de produtos - UEMG - Mestre em engenharia de materiais - REDEMAT- Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Renata Pessoa Bifano– Graduada em Matemática e Física. Mestre em Matemática - UFV - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] RESUMO A trajetória do patrimônio cultural está em constante transformação à medida que a sociedade é exposta a novas problemáticas e são necessários novos questionamentos e soluções. A conservação da arquitetura moderna apresenta-se como um grande desafio na atualidade, já que o modernismo rompe as relações com o passado tradicional e cria uma linguagem arquitetônica nova. Inclusive, deve-se lembrar que o aparecimento de novas construções e empreendimentos imobiliários mesmo sendo encarados como parte do movimento evolutivo da cidade que é resultado de seu crescimento e renovação natural, isso acaba se possibilitando através da extinção de obras antigas de edificações. Esse trabalho, objetiva em uma revisão bibliográfica sobre discussões feitas com relação a conservação e restauração arquitetônica para o patrimônio cultural edificado. PALAVRAS-CHAVE: Patrimônio Histórico cultural; Preservação; Conservação; Restauração. 1 - INTRODUÇÃO Braga (2003) afirma que patrimônio cultural é todo aquele que sendo objeto, construção ou ambiente, a sociedade lhe atribua um valor especial, estético, artístico, documental, ecológico, histórico, científico, social ou espiritual e que constitua um patrimônio cultural essencial a transmitir às gerações futuras. Segundo Castro (1991, p. 5): “preservação é toda e qualquer ação do Estado que vise conservar a memória de fatos ou valores culturais de uma nação”. Existem formas legais de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 30 A CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO ARQUITETÔNICA PARA O PATRIMÔNIO CULTURAL EDIFICADO concedidos pela administração à conservação de bens ou à manifestações culturais e ainda segundo Braga (2003) a conservação-restauro deve ser definida como qualquer intervenção direta ou indireta efetuada sobre um objeto ou monumento, para salvaguardar a sua integridade física e garantir o respeito pelo seu significado cultural, histórico, estético e artístico. Esta definição condiciona a natureza, a extensão e limites das medidas que podem ser tomadas, assim como das intervenções que podem ser levadas a cabo no patrimônio cultural. A preocupação dos cidadãos com o tema preservação e restauração arquitetônica é algo novo e ainda pouco falado, se comparada a outras nações; no entanto, aos poucos vai ganhando força certa consciência “ecológica e cultural” que, se espera que seja passada para as próximas gerações. Para Alves (1977) procura-se através da medida evitar que o proprietário faça alterações, ou mesmo destrua a coisa, eliminando vestígios de fatos, épocas, do interesse da sociedade, ou ainda as áreas de interesse paisagístico. É importante destacar que as restrições administrativas ao direito de propriedade não se direcionam apenas ao imóvel tombado, mas podem atingir sua vizinhança, a fim de permitir que o “em torno” não fique descaracterizado. Segundo Serezuella (2013) o aparecimento de novas construções e empreendimentos imobiliários mesmo sendo encarados como parte do movimento evolutivo da cidade que é resultado de seu crescimento e renovação natural, isso acaba se possibilitando através da extinção de obras antigas de edificações. Para o arquiteto e especialista em projetos de reforma e restauro de imóveis antigos Kruchin (2012), a preservação de uma edificação de época pode estar atrelada a sua técnica e qualidade arquitetônica, aos aspectos que tenham um significado histórico ou cultural ou ainda a um valor ambiental que permita e justifique a sua não demolição e ainda segundo a Serezuella (2013, p. 1 apud VERDE, 2013, p. 5), afirma que o que determina a proteção das construções são seus elementos construtivos e históricos e mesmo que o imóvel não seja belo, essa falta de estética não é determinante na sua importância para a história e cultura local. Esse trabalho, tem como intuito fazer uma revisão bibliográfica sobre discussões feitas com relação a conservação e restauração arquitetônica para o patrimônio cultural edificado almejando assim trazer conhecimento sobre a conservação e restauração arquitetônico para o patrimônio cultural edificado. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 31 preservação, que inclusive, não atingem o direito de propriedade, como fomentos 32 2 - METODOLOGIA Esse trabalho tem o objetivo, através de revisão bibliográfica, fazer um estudo, obtendo conhecimento sobre a importância do uso dos métodos utilizados atualmente na preservação e conservação do patrimônio cultural edificado, levando em consideração, afirmações relevantes como as de Castro (1991) e Tinem (2010). 3 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo Farah (2008) os ensinos de arquitetura relacionados ao patrimônio construído vêm sendo discutidas ao longo dos anos, principalmente na Europa. A primeira iniciativa de relevo para formar arquitetos especialistas para atuar na restauração foi feita através do "Curso Internacional de Especialização" promovido em 1965, iniciativa da Facoltá di Architettura da Università degli Studi di Roma em conjunto com o International Centre for the Study of the Preservation and the Restoration of Cultural Property - ICCROM. A partir daí, essa ideia vem ganhando força aos poucos e se tormando mais numerosa. Em maio de 2004, foi elaborado em Viseu (Portugal), um Manifesto sobre o Ensino de Arquitetura no século XXI, por meio do CEU (Council for European Urbanism). É uma carta de princípios em que se afirma que os futuros profissionais, os arquitetos contemporâneos, devem estar preparados para responder aos complexos desafios do século XXI, evidenciando a necessidade de se trabalhar conjuntamente a Arquitetura e o Urbanismo; neste sentido, alguns princípios importantes foram enunciados tais como preservação e restauração de recursos naturais e culturais, identificação de conhecimentos e habilidades, construção de cidades, vilas, povoados e áreas rurais duradouros e sustentáveis, promoção do engajamento cívico, a diversidade social e a vitalidade econômica, associados à preservação dos ecossistemas e da identidade local e pesquisa de experiências bem ou mal sucedidas do passado, os fracassos, e suas consequências imprevistas. Quando se fala da arquitetura brasileira, os principais debates a respeito do “preservar” se dão por: porque preservar, o que preservar e como preservar. Para Tinem (2010, p. 2-3): a primeira “porque preservar” com divergências ou não já foi exaustivamente discutida e, a favor ou contra, as opiniões já estão formadas. Se havia alguma dúvida sobre esse assunto, a formação, pelo IPHAN, do Grupo de Trabalho Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. No que se diz respeito ao “por que preservar”, Carvalho (2009) diz que o Patrimônio Arquitetônico representa uma produção simbólica e material, carregada de diferentes valores e capaz de expressar as experiências sociais de uma sociedade, mas, com o rápido e desordenado crescimento das cidades brasileiras, com uma progressiva perda e descaracterização do Patrimônio Histórico, nos faz refletir acerca da constante necessidade de transformação dos espaços urbanos, paralelo às implicações referentes à qualidade ambiental e preservação do patrimônio construído. Nossas cidades não são locais onde apenas se ganha dinheiro, não se resumem em ser apenas dormitório para seus habitantes. Nela vivem seres humanos que possuem memória própria e é parte integrante da nossa história. Por esse motivo, não passa despercebido pelos habitantes das cidades à destruição da casa de seus antepassados, de antigos cinemas, bares, teatros e outros prédios históricos. Toda essa “destruição do patrimônio” para dar lugar ao automóvel ou aos gigantes edifícios de aço e concreto deixam nossas cidades poluídas, sem emoção e seus habitantes perdem um pouco da identidade e identificação com o local onde vivem. No quesito, “o que preservar” Mindlin (1956), faz uma mostra completa e sistemática, classifica a produção moderna em quatro grupos de atividades em ordem de importância de preservação: a) residências unifamiliares, residências multifamiliares, hotéis e habitação coletiva; b) escolas, hospitais, edifícios religiosos, esportivos e de lazer, museus e exposições; c) edifícios administrativos, comerciais e industriais; d) projetos vinculados ao transporte, ao planejamento da cidade e a paisagem. Temos como exemplos, os mostrados abaixo na figura 1. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 33 4 - Acautelamento da Arquitetura Moderna, com a adesão de quinze das vinte e uma diretorias regionais, é o melhor indicador de que esta é uma questão superada. 3 Sobre a segunda “o que preservar” já há suficiente volume (quantidade que permite um salto de qualidade) de estudos que com uma ou outra discordância apontam para os mesmos exemplares a serem preservados A terceira, “como preservar”, é justamente o que se está discutindo no momento. Na classificação dos exemplares escolhidos aparecem como qualidades ainda o vínculo com a tradição “antevista por Le Corbusier”, o caráter público das edificações, a sólida formação técnica dos arquitetos brasileiros e a prática profissional de qualidade. Na parte “como preservar”, Tinem (2010) ressalta que a questão da restauração de bens deteriorados ou descaracterizados, ainda que seja pequeno o número de bens eleitos para tal fim, talvez seja a mais complexa, seja pelos altos custos que envolve essa ação, seja pela controvérsia que suscita o fato de ‘reconstruir’ uma obra de valor artístico. Se por um lado, os cuidados na manutenção e conservação do patrimônio que ainda possui certa integridade necessitam de financiamento, a questão da adaptação a novas atividades, a novos contextos (que é o que mantém a vitalidade do patrimônio) merece reflexão especial sobre os ‘antídotos’ para combater os ‘vírus’ da destruição que algumas atividades trazem consigo (AMORIM, 2007). Segundo Castro (1991, p. 5), “os conceitos de preservação e tombamento muitas vezes são usados como sinônimos, mas deve-se distingui-los, já que no mundo jurídico os seus efeitos se diferem”. Desta forma, preservação é um conceito mais genérico que visa proteger de algum dano futuro defendem resguardar, conservar. No caso do patrimônio cultural, é compreendido como toda e qualquer ação do Estado com o objetivo de manter a memória de fatos ou valores culturais de uma nação. A preservação engloba várias ações como: inventariação, conservação, consolidação, restauração, tombamento e outras formas de acautelamento (CASTRO, 1991). Sobre tombamento Castro (1991, p. 5) afirma que: É o meio posto à disposição do Poder Público para a efetiva tutela do patrimônio cultural do país. É por meio do tombamento que o poder Público cumpre a obrigação constitucional de proteger os documentos, as obras e os locais de valor histórico ou artístico, os monumentos e paisagens naturais notáveis, bem como as jazidas arqueológicas. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Para Tinem (2010) preservar o patrimônio cultural é algo de enorme importância para o crescimento social e cultural de um povo, pois os bens culturais retêm todo um Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 34 Figura 1 – Locais importantes a serem preservados (grupo a) demonstrar um determinado gosto estético ou algum tipo de conhecimento tecnológico, e servir como documento das condições sócio-políticas e mesmo da econômica das civilizações. O patrimônio cultural pertence à comunidade que produziu os bens culturais que o compõem. Não se pode pensar em proteção de bens culturais, senão no interesse da própria comunidade. Se a sociedade souber valorizar o seu patrimônio, terá dado um grande passo para garantir o bem-estar social e a emancipação cultural das gerações futuras. REFERÊNCIAS ALVES, A. F. de A. O TOMBAMENTO COMO INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO CULTURAL. UFMG. Disponível em: <http://www.pos.direito.ufmg.br/rbepdocs/098065098.pdf>. Acesso em: 29.maio.2015. AMORIM, Luiz. Obituário Arquitetônico: Pernambuco Modernista. Recife, Gráfica Santa Marta, 2007. BRAGA, M. CONSERVAÇÃO E RESTAURO. ARQUITETURA. Disponível em: <http://marciabraga.arq.br/voi/images/stories/pdf/MarciaBraga_arq_bras.pdf>. Acesso em: 29.mai.2015. CASTRO, S. R. de. O Estado na preservação de bens culturais. Rio de Janeiro: Renovar, 1991, p. 5. CARVALHO, S. E. Porque Preservar o Patrimônio Histórico e Cultural. História e Arquitetura. Disponível em: <http://historiaearquitetura.blogspot.com.br/2009/04/porque-preservar-o-patrimoniohistorico.html>. Acesso em: 06.agost.2015. FARAH, A. P. Restauro arquitetônico: a formação do arquiteto no Brasil para preservação do patrimônio edificado. Revista História, São Paulo, v.27, n. 2, primavera 2008. KRUCHIN, S. Uma poética de restauro: Obra de restauro. São Paulo: Bilíngue, 2012. MINDLIN, H. Modern Architecture in Brazil. NY, Reinhold, 1956. SEREZUELLA, K. Por que preservar imóveis antigos? Entenda os critérios para preservá-los. Construção e Reforma. Disponível em: <http://mulher.uol.com.br/casa- Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 35 conjunto de informações podendo refletir crenças, ideias e costumes, além de TINEM, N. Desafios da Preservação da arquitetura moderna: o caso da Paraíba. PPG-AU/FAUFBA. Disponível em: <http://www.hidro.ufcg.edu.br/patrimoniocg/biblioteca_site_probex/TINEM,%20Nelci. %20Desafios%20da%20Preserva%C3%A7_o,%20Arquitetura%20Moderna%20na% 20Para%C3%ADba.%202010.pdf>. Acesso em: 29.mai.2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 36 e-decoracao/noticias/redacao/2013/01/20/por-que-preservar-imoveis-antigosentenda-as-razoes.htm>. Acesso em: 29.mai.2015. Dione da Costa Oliveira - Técnico em Edificações e Acadêmico do curso de Engenharia Civil da Faculdade vértice _ UNIVÉRTIX Renata Pessoa Bifano– Graduada em Matemática e Física .Mestre em Matemática -UFV - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Rafael Eler de Souza - Graduado em designer de produtos - UEMG - Mestre em engenharia de materiais - REDEMAT- Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Joyce Perígolo Breder - Graduada em tecnologia em construção civil - Facig Especialista em construção civil com ênfase em perícia e avaliação–UFMG. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras. Especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade Vértice_ UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Este artigo pretende discutir e apresentar todos os procedimentos a serem feitos para a realização de uma fundação profunda em uma obra de grande porte, localizada na Rua Carlos Fernandes, no momento ainda sem número, na cidade de Matipó. Tratase de um solo instável e pouco resistente que se encontra dessa forma, devido a vários fatores inclusive sua localização, próxima ao rio Matipó. Na obra, que é um projeto arquitetônico comercial, foi feito a fundação utilizada para a inicialização da obra. Para análise do solo, foi feita a extração das amostras recolhidas em invólucros plásticos e examinadas em laboratório. A partir do resultado das análises obtidas foram feitas as estacas moldadas em obra nas quais foram necessários 20 furos de 40 cm de diâmetro com profundidades que variam de 9 metros a 12 metros e por fim feitos os blocos apoiados sobre as estacas. PALAVRAS-CHAVE: Geotecnia; Fundação profunda; Solo instável. 1-INTRODUÇÃO Para abordarmos o assunto, faz-se necessário a definição dos principais elementos envolvidos. Segundo a NBR 6122 (2010, p. 3): Fundação profunda é Elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no mínimo 3,0 m. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e os tubulões. Fundações são os elementos estruturais com função de transmitir as cargas da estrutura ao terreno onde ela se apoia (AZEREDO, 1977). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 37 OS PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DE UMA FUNDAÇÃO PROFUNDA EM UMA OBRA DE GRANDE PORTE EM SOLO INSTÁVEL cargas que serão transmitidas aos elementos de fundação. Confrontando essas informações com as características do solo onde será edificado, conhecidas através de testes de sondagens, o projetista de fundações calcula o deslocamento desses elementos e compara com os recalques admissíveis da estrutura, ou seja, primeiro elabora-se o projeto estrutural e depois o projeto de fundação. (DANZINGER, 2013) Assim, elas precisam ser projetadas com a resistência necessária para que possam suportar as tensões causadas pelos esforços solicitantes dos quais a estrutura é submetida como o peso próprio de toda a estrutura em si, incluindo cargas acidentais, vento e do empuxo solo. De igual modo, o solo necessita da devida resistência e rigidez para que não haja ruptura e que nem apresente deformações que venham a trazer problemas futuramente. Para se escolher a fundação mais adequada, devem-se conhecer os esforços atuantes sobre a edificação, as características do solo e dos elementos estruturais que formam as fundações. Assim, analisa-se a possibilidade de utilizar os vários tipos de fundação, em ordem crescente de complexidade e custos (WOLLE, 1993citado por Barros, 2011). Segundo Barros (2011, p. 1), “fundações projetadas adequadamente correspondem de 3% a 10% do custo total do edifício; porém, se forem mal concebidas e mal projetadas, podem atingir 5 a 10 vezes o custo da fundação mais apropriada para o caso.” Barros (2011) ainda afirma que o valor da fundação cresce também em casos em que a resistência do solo seja incompatível com os esforços que serão a ele transferidos, pois, nestes casos, elementos de fundação mais complexos são exigidos, podendo-se ter, inclusive, a necessidade de troca de solo, com reaterro e compactação. Tudo isto levando a custos, não previstos inicialmente. O objetivo deste trabalho é verificar o que foi feito com relação à fundação profunda do tipo moldada em obrade uma obra de grande porte localizada na Rua Carlos Fernandes, ainda sem número, bairro Centro, Matipó– MG, em um solo instável e pouco resistente que se encontra dessa forma, devido a vários fatores inclusive à sua localização ser próxima ao rio Matipó que serve de apoio aos blocos que são, de acordo com a NBR 6122 (2010, p. 3), o elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 38 Convencionalmente, o projetista estrutural repassa ao projetista de fundação as A NBR 8036 (1983) diz que o número de sondagens e a sua localização em planta dependem do tipo da estrutura, de suas características especiais e das condições geotécnicas do subsolo. O número de sondagens deve ser suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível, da provável variação das camadas do subsolo do local em estudo. Ainda segunda a NBR 8036 (1983, p.1), “as sondagens devem ser no mínimo, de uma para cada 200 m² de área de projeção em planta do edifício, até 1200 m².”. Entre 1200 m² e 2400 m² o número de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano particular da construção. Em quais quer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser: a) Dois para área da projeção em planta do edifício até 200 m²; b) Três para área entre 200 m² e 400 m²; ANBR 8036 (1983) também exige que as sondagens precisam ser levadas até a profundidade onde o solo não seja significativamente solicitado pelas cargas estruturais, fixando-se como critérios aquela profundidade onde o acréscimo de pressão no solo, devida às cargas estruturais aplicadas, for menos do que 10% da pressão geostática efetiva. Para a coleta de amostras deve ser utilizado de acordo com a NBR 6484 (2001) um amostrador-padrão, de diâmetro externo de 50,8 mm ± 2 mm e diâmetro interno de 34,9 mm ± 2 mm, deve ter a forma e dimensões indicadas na figura 1 para fabricação. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 39 2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 40 Figura 1 – Dimensões do corpo para fabricação da cabeça e sapata e do corpo para fabricação. Abaixo temos a figura 2 que fixam dimensões para verificações expedidas em obras. Figura 2 – Dimensões da cabeça e sapata e dimensões do corpo para verificações expeditas em obra Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. estando descritas a seguir as partes que o compõem ainda segundo a NBR8036 (1983, p.3): a) cabeça, devendo ter dois orifícios laterais para saída da água e do ar, bem como devendo conter interiormente uma válvula constituída por esfera de aço recoberta de material inoxidável; b) corpo, devendo ser perfeitamente retilíneo, isenta de amassamentos, ondulações, denteamentos, estriamentos, rebordos ou qualquer deformação que altere a seção e rugosidade superficial, podendo ou não ser bipartido longitudinalmente; c) sapata ou bico, devendo ser de aço temperado e estar isenta de trincas, amassamentos, ondulações, denteações, rebordos ou qualquer tipo de deformação que altere a seção. 3 - METODOLOGIA A área do terreno por ser de 81 m² (9x9 m), se referência de acordo com as especificações da NBR 8036 (1983,) sendo dois furos o suficiente, exatamente como representados na planta de locação sem escala na figura 3 a seguir. Figura 3 – Planta de locação dos furos feitos à percussão As perfurações mostradas na figura 3 foram feitas pelo processo de percussão e lavagem com circulação de água, protegidas por um revestimento de 2 ½” de diâmetro. Durante o ensaio, foi executado de metro em metro o “ENSAIO DE Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 41 Sendo a figura 1 (para fabricação) e 2(para verificações expedidas em obras), necessários para alcançar o peso dos golpes necessários para que um peso de 65 kg caindo de 75 cm de altura faça o barrilete amostrador penetrar 30 cm no terreno, seguindo as exigências da NBR 6484 (2001). A extração das amostras, também segundo as exigências da NBR 6484 (2001), foi feita com a cravação de um amostrador padronizado como já explícito em tópicos anteriores. As amostras foram recolhidas em invólucros plásticos e examinadas em laboratórios. Na figura 4 podemos observar na obra o momento de extração e confecção dos furos necessários. Figura 4 – Cravações do amostrador 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Para cada furo fornecido um perfil geotécnico atendente às especificações da NBR 6484 (2001) como mostrados na figura 5. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 42 PENETRAÇÃO DINÂMICA”, o qual consiste em se contar o número de golpes 43 Figura 5 – perfis geológicos referentes aos furos feitos à percussão Na figura 4, observamos uma sequência provável das camadas entre as sondagens executadas, o nível d’água, a cota em relação a RN, a classificação do material encontrado, o grau de compacidade dos solos de predominância siltosa ou arenosa e a consistência dos solos de predominância argilosa, a partir das penetrações medidas, juntamente com as demais especificações. Após isso foram feitas estacas moldadas em obra para as quais foram necessários 20 furos de 40 cm de diâmetro com profundidades que variam de 9 metros a 12 metros, dependendo do local em que a resistência à penetração é alta e por fim feitos os blocos apoiados sob as estacas cujas ferragens que são mostradas na figura 6. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 44 Figura 6 – Ferragens das estacas moldadas em obra 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS É importante se fazer o estudo do solo para ver qual a melhor fundação a ser escolhida, pois como foi falado antes, Barros (2011) afirma que fundações bem projetadas correspondem de 3% a 10% do custo total do edifício, porém, se forem mal concebidas e mal projetadas, podem ter até 10 vezes o custo da fundação mais apropriada para o caso. Deve haver esse cuidado principalmente com solos pouco resistentes em que a localização da rocha mãe seja muito inferior em relação ao nível dos solos, principalmente em função da futura vida útil da edificação de grande porte. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6122- Projeto e execuções de fundações: Procedimento. 2. Ed, Rio de Janeiro, 2010. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR8036-Programa de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. Rio de Janeiro, 1983. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6484-Solo – Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2001. AZEREDO, Hélio Alves de. O Edifício Até sua Cobertura. São Paulo. Edgar BlucherLtda.1977. BARROS, Carolina. “Apostila de Fundações”. Apostila do Curso de Graduação do Instituto federal de educação e Ciência Sul Rio Grandense – Campus Pelotas, Rio Grande do Sul, 2011. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. SILVA, Diego de Toledo Lima da. Fundação e Sondagem do solo. ATIBANEWS. Disponível em:http://www.atibaianews.com.br/ver_col.php?artigo=lista&idCol=656&idArt=972&n omeCol=Diego&cat=Colunistas. Acesso em: 13.Out.2014. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 45 DANZINGER, Fernando. “Fundações”, apostila do curso Graduação em Engenharia Civil, UFRJ, Rio de Janeiro, 2013. Dione da Costa Oliveira - Técnico em Edificações -ESCOLA TÉCNICA VÉRTIX– Acadêmico do curso de Engenharia Civil - Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX Rúbya Fernandes Lima Costa Alves, Natália Cristina Carvalho Cunha Graduandas em Engenharia Civil - UNIVÉRTIX Rafael Eler de Souza - Graduado em designer de produtos. Mestre em engenharia de materiais. Professor da Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz– Licenciada e Bacharel em Biologia.Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais, Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutora em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice UNIVERTIX. Renata Pessoa Bifano– Graduada em Matemática e Física .Mestre em Matemática -UFV - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Marcelo de Carvalho Mendes. Graduado em Matemática. Professor da Faculdade Vértice-Univértix [email protected] RESUMO Para a conservação de água existem medidas convencionais e não convencionais. Para o aproveitamento de água pluvial para consumo não potável é uma medida não convencional mesmo sendo praticado em vários países. No processo de coleta de água da chuva, são utilizadas áreas impermeáveis, normalmente o telhado, pois é coletada através de calhas, condutores verticais e horizontais e é armazenada em reservatório podendo ser de diferentes materiais. A água armazenada deverá ser utilizada somente para consumo não potável, como em bacias sanitárias, torneiras de jardim, lavagem de veículos e para lavagem de roupas. O objetivo do trabalho é mostrar um projeto de aproveitamento da água da chuva e as etapas para que a mesmo seja utilizado para bacias sanitárias. PALAVRAS-CHAVE: Hidráulica. Água da chuva; Armazenamento; Reaproveitamento; 1 - INTRODUÇÃO O meio ambiente é um tema que recentemente tem sido abordado em toda sociedade brasileira e por importantes nações. No final do século XX e início do século XXI levantaram-se questões fundamentais quanto à importância que é dada aos recursos ambientais presentes no planeta. Depois de praticamente dois séculos de desenvolvimento industrial e urbano desenfreado a humanidade tem a necessidade de recuar, pois esse desenvolvimento industrial, tecnológico, econômico e demográfico trouxe como consequência um consumo desordenado e de certa maneira irresponsável dos recursos ambientais entre eles está à água. Segundo Souza (2003), Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 46 REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL EM UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR SITUADA NO CONDOMÍNIO DE CHÁCARAS DA CIDADE DE MATIPÓ/MG teve como tema e discussão a ameaça de redução das reservas mundiais em cerca de um terço nos próximos 20 anos. Anersen apud Villers (2002), diretor do InternationalFoofpolicyReserchInstitute, diz que um a cada 5 países está sujeito a experimentar uma severa falta de água dentro de 25 anos. “A PopulationActionInternatonal sustenta que o número de pessoas vivendo em estado crítico de falta de água era de 436 milhões em 1997 e, segundo sias projeções, a porcentagem da população mundial vivendo em estado crítico de falta de água vai quintuplicar até 2050 (VILLIERS, 2002). Villiers (2002) descreve que somente um terço da água que flui anualmente para o mar pode ser utilizada pelo homem. Desta quantidade, mais da metade já tem destino e está sendo utilizada. Muitas vezes, a água é encontrada na natureza degradada por esgotos, poluição industrial, produtos químicos, excesso de nutrientes e pragas de algas, diminuindo a disponibilidade per capita de água potável no planeta. Segundo Shiklomanov (1998) existe cerca de 1.386 milhões de Km 3 de água no planeta Terra, sob as formas líquida e congelada, sendo encontrada nos oceanos, lagos, rios, geleiras e no subsolo e mesmo assim países como o Kuwait, o Egito, a Arábia Saudita, a Líbia, a Tailândia e a Bélgica sofrem com a escassez de água. O problema de falta de água começa também em paíes como o México, a Hungria, a Índia, a China, os EUA, a Etiópia, a Síria e a Turquia. Este trabalho tem o objetivo de mostrar as etapas de um projeto de captação da água da chuva através da instalação de calhas para a captação e condução da água, para o uso da mesma, inicialmente em bacias sanitárias em uma residência unifamiliar situada no condomínio de chácaras em Matipó, cujo projeto arquitetônico foi feito pelo primeiro autor do artigo. 2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo Palmier (2001), sistemas alternativos de coleta de água de chuva vêm sendo utilizados em estados nordestinos do país e em Minas Gerais. No entanto, não há uma sistematização no uso dessas técnicas. Muitas dessas aplicações, não apresentam seus resultados monitorados. Segundo Sonda et al.(apud MAY, 2004),a construção de cisternas no semi-árido trouxe diversos benefícios às pessoas que utilizam esse sistema, a saber: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 47 o 3º Fórum Mundial da Água, ocorrido no mês de março de 2003 em Kioto, no Japão, Facilitou a vida da dona de casa; Diminuiu o índice de doenças onde são efetuadas manutenções adequadas nas cisternas; Tempo livre para desenvolver outras atividades; Disponibilidade de água para beber, cozinhar e limpeza entre outros. A água é um fator limitante para o desenvolvimento urbano, industrial e agrícola. Afim de diminuir o impacto financeiro, gestores do Estado e de Instituições privadas procuram novas fontes de recursos para complementar a pequena disponibilidade de água ainda disponível pois sabem que a exagerada demanda por água em algumas regiões, a falta de água, atingiria o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida da população. A substituição de fontes é a melhor alternativa para suprir à demandas mais flexíveis no que se refere ao uso sem prejuízo de águas com menor qualidade. Assim, reservando águas de melhor qualidade para o uso doméstico. (REVISTA BRASILEIRA DE RECURSOS HÍDRICOS, 2002). A captação de água pode ser feita através das coletas de águas naturais como de nascentes, represas, depósitos subterrâneos (mananciais) e água de chuva, essas variam conforme as condições locais, hidrológicas, topográficas e, as águas de chuva, segundo condições pluviométricas. A captação é a primeira unidade do sistema de abastecimento de água, o seu constante e bom funcionamento depende do desempenho de todas as unidades subsequentes. A concepção de uma unidade de captação deve considerar que não são admissíveis interrupções em seu funcionamento. A concepção e a escolha do local de captação da água devem assegurar condições de fácil entrada da água em qualquer época do ano e favorecer a economia das instalações. (ESCOLA DE ENGENHARIA DA UFMG, 1995). Apesar dos benefícios visíveis e concretos da economia de água e da melhoria da qualidade de vida das famílias que vivem no semi-árido brasileiro, o papel e a importânciada coleta da água de chuva são pouco compreendidos pela maioria de nossos técnicos, governantes, e também pela população. Há uma grande necessidade de realizar pesquisas para avaliar do aproveitamento do potencial hídrico em regiões semiáridas e também em outras regiões do Brasil (MAY, 2004, p. 51). Jalfim (2001) relata que para incentivar a coleta e armazenamento de água de chuva, não basta tentar demonstrar a viabilidade dessa proposta pelo efeito visual e pelos relatos de experiências bem sucedidas. É preciso conscientizar as pessoas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 48 industrial. 3 - METODOLOGIA Em função da relevância do reaproveitamento de água, foi feito um projeto de reaproveitamento da água da chuva em uma residência unifamiliar situada no condomínio de chácaras da cidade de Matipó através do software de computador AutoCAD, e usada como Referência a NBR 10844 (1989) que fixa exigências e critérios necessários aos projetos das instalações de drenagem de águas pluviais e visa garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, higiene, conforto, durabilidade e economia que se aplica também à drenagem de águas pluviais em coberturas e demais áreas associadas ao edifício, tais como terraços, pátios, quintais e similares. Na figura 1 abaixo temos um exemplo resumido de como se dá o funcionamento deste Projeto. Figura 1 – Funcionamento Geral (Montagem) Fonte: http://www.arquidicas.com.br/como-economizar-agua-em-casa/ http://www.youvlogs.com.br/n/1385/sera-que-vai-chover-que-tal- Resumindo a figura 1, a água da chuva ao cair sobre o telhado é coletada pelas calhas, nas quais são instaladas telas para que a água captada passe pelos condutores horizontais e verticais deixando a maior parte da sujeira como folhas e outros detritos nas calhas, visto que com o decorrer do tempo esses detritos entupiriam o encanamento. Dos condutores, a água é levada até o reservatório que Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 49 sobre a importância da coleta de água de chuva para o consumo humano, agrícola e água através de uma bomba é levada até uma caixa d’água separada da caixa d’água habitual que levará a água pluvial a cinco dos banheiros existentes na casa. 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados e discussões deste artigo têm como objetivo apresentar o projeto de captação de água pluvial feito no AutoCAD e especificar ao máximo possível e de forma clara o funcionamento do mesmo. O projeto de captação de água pluvial foi feito a partir do projeto arquitetônico feito por um dos autores do Artigo, que é a casa mostrada na figura 2 sendo uma representação em Sketchup e figura 3 sendo fotos reais, cujo proprietário é o diretor Lúcio Sleutjes que gentilmente nos deu permissão para utilizá-lo. Figura 2 – Representação da residência no programa Sketchup Fonte: Sleutjes L. - Sketchup Abaixo temos a Figura 3 com fotos reais do local cujo projeto arquitetônico foi utilizado para a elaboração do projeto de captação de água pluvial. Figura 3 – Fotos da residência Fonte: Sleutjes L. Na figura 4 abaixo temos os fundos do diagrama de cobertura, onde foram implantados os condutores verticais de forma externa com relação às paredes para Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 50 terá pastilhas de cloro com a função de manter a água utilizável, e do reservatório, a condutores há telas que impedem a sujeira mais grossa de passar. Figura 4 – Fundos do Diagrama de cobertura Fonte: Autor - AutoCAD Abaixo na figura 5 temos um detalhamento melhor em planta (de cima) dos condutores, e outros elementos tais como, reservatório, caixa d’água (apenas a que serve para a água da chuva) e os pontos exatos das bacias sanitárias. Figura 5 – Localização dos elementos do projeto Fonte: Autor - AutoCAD Na figura 6 temos a mesma localização da anterior, porém mostrando realmente as bacias sanitárias da casa que serão abastecidas no 1º e 2º pavimento da edificação. Figura 6 – Localização dos elementos do projeto em planta baixa (1º e 2º pavimentos) Fonte: Autor - AutoCAD Na figura 7 percebemos que é mostrado em corte como a água, após ter saído do reservatório e ter ido para a caixa d’água é levada para a bacia sanitária do banheiro do 2º pavimento. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 51 que a água possa passar, lembrando que na calha, nos lugares onde estão os 52 Figura 7 – Localização dos elementos do projeto em Corte Fonte: Autor - AutoCAD E por fim, na figura 8, foi usada a Fachada dos fundos da edificação como o corte que mostra mais claramente os condutores verticais que levam a água pluvial das calhas do telhado (onde tem uma tela para que a sujeira mais grossa também não vá) para os condutores horizontais que vão direto para o reservatório onde há as pastilhas de cloro para que a água permaneça utilizável. Do reservatório, por meio de uma bomba que será instalada, ela irá para uma caixa d’água (que será utilizada apenas para a água pluvial) e serão distribuídos para cinco das seis bacias sanitárias presentes na casa. Figura 8 – Localização dos elementos do projeto nos fundos da casa Fonte: Autor - AutoCAD Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. A utilização de projetos de captação da água da chuva é uma ideia que deve ser encorajada, mesmo que inicialmente não seja um projeto barato com relação à implantação propriamente dita, mas à médio e longo prazo segundo Bueno et al (2012) sempre há um bom retorno financeiro e o retorno do investimento ocorre a partir de 2 anos e meio, ecologicamente e financeiramente evita desperdiçar um recurso natural escasso em várias regiões, e disponível em abundância em nosso telhado. REFERÊNCIAS SOUZA, M. M.. Relatória da água faz alerta sobre inérciapolítica. O estado de São Paulo, 06 mar. 20013. Geral, Caderno A, p.A8. VILLIERS, M.. Água: Como o isso deste precioso recurso natural poderá acarretar a mais séria crise do século XXI. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. 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Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO A escassez da água, problema enfrentado em vários locais, é resultado do consumo cada vez maior dos recursos hídricos, do mau uso que se faz dos mesmos, da poluição, do desperdício e, sobretudo, da falta de políticas públicas que estimulem o uso sustentável da água. A essencialidade desse recurso natural é indiscutível, sendo extremamente necessário para a manutenção da vida no planeta. Diante da necessidade e do crescente interesse pelo aproveitamento da água da chuva, é conveniente ter atenção para aspectos fundamentais como a qualidade da água e a quantidade de chuva disponível em cada região. Dentro deste contexto, esta pesquisa promoveu a caracterização da água da chuva na cidade de São Pedro dos Ferros, Minas Gerais e estudou o seu potencial quantitativo de utilização em áreas urbanas, com vistas ao seu aproveitamento como fonte de abastecimento para fins não potáveis em edificações. O presente trabalho trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, com abordagem quantitativa, foi desenvolvida uma metodologia que compreende as seguintes etapas: descrição do objeto de estudo, levantamento de dados referentes ao consumo de água, dados pluviométricos da região, determinação das áreas de cobertura, dimensionamento do reservatório para aproveitamento de água pluvial e análise econômica da viabilidade de implantação do sistema. O trabalho foi realizado na residência do aluno Marco Aurélio Simão Rafael Júnior, localizada na Avenida Olegário Maciel, número 410 localizado na cidade de São Pedro dos Ferros/MG. PALAVRAS-CHAVE: Reaproveitamento; Água da chuva e Sustentabilidade 1 - INTRODUÇÃO Atualmente, há uma grande preocupação da sociedade em relação à conservação dos recursos naturais. Dentre estes, a água é um dos mais preciosos recursos, uma vez que é indispensável para a vida no nosso planeta. Além de ser um recurso vital insubstituível, a água é um importante fator de produção para diversas atividades, sendo essencial para que haja desenvolvimento econômico e tecnológico (ANDRADE, 2004). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 54 IMPORTÂNCIA E SOLUÇÕES PARA O APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA formas de preservar a água potável, passando necessariamente pela busca de novas tecnologias e pela revisão do uso da água pela população. A meta da atualidade é a busca por práticas que aprimorem o uso da água, como programas de conservação, baseados em medidas técnicas e em mudanças de comportamento, motivadas por incentivos que vão desde a educação ambiental até a regulamentação de leis e de estrutura tarifária (TOMAZ, 2011). O modelo do sistema de abastecimento de água utilizado nos dias de hoje é arcaico e sofre sérios problemas para manter o abastecimento de água de forma estável e com qualidade. Atualmente, a água tratada pelas concessionárias de saneamento atende a exigentes padrões de potabilidade, e chega às residências para ser utilizada para todos os fins, tanto para beber quanto para dar descarga nos vasos sanitários. De acordo com Braga (2001), a água destinada ao consumo humano pode ter dois fins distintos, parte da água que abastece uma residência é utilizada para higiene pessoal, para beber e cozinhar alimentos, sendo estes usos designados como uso potável à outra parcela da mesma água que chega às residências é destinado aos usos não potáveis, como lavagem de roupas, carros e calçadas, irrigação de jardins e descarga de vasos sanitários (SCHERER, 2003). Esta parcela de água poderia ser atendida por fontes alternativas, visando à conservação da água e gerando uma economia para o consumidor. Diante da necessidade e do crescente interesse pelo aproveitamento da água da chuva, é conveniente ter atenção para aspectos fundamentais como a qualidade da água e a quantidade de chuva disponível em cada região. Segundo ANA - Agência Nacional de Águas, a chuva ao cair trás os elementos presentes na atmosfera, os quais poderão interferir na qualidade desta água. Com relação ao aspecto quantitativo, é importante conhecer a capacidade de produção de chuva do sistema de aproveitamento e a demanda que se deseja atender com a mesma, para construir um sistema que garanta o abastecimento na maior parte do tempo e que seja economicamente viável. Dentro deste contexto, esta pesquisa promoveu a caracterização da água da chuva na cidade de São Pedro dos Ferros, Minas Gerais e estudou o seu potencial quantitativo de utilização em áreas urbanas, com vistas ao seu aproveitamento como fonte de abastecimento para fins não potáveis em edificações. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 55 É em virtude deste panorama que cresce a necessidade de encontrar meios e O volume total de água na Terra é estimado em torno de 1,35 milhões de quilômetros cúbicos, sendo que 97,5% deste volume é de água salgada, encontrada em mares e oceanos. Já 2,5% é de água doce, porém localizada em regiões de difícil acesso, como aquíferos (águas subterrâneas) e geleiras. Apenas 0,007% da água doce encontra-se em locais de fácil acesso para o consumo humano, como lagos, rios e na atmosfera (BELLA, 2008). Segundo Kobyama (2010), apesar de a água doce ainda ser encontrada em grande quantidade, os recursos hídricos podem tornar-se escassos em algumas regiões do mundo, nas quais suprir a demanda de água já está se tornando um problema em função do acelerado crescimento populacional, principalmente urbano. De acordo com relatórios da Organização das Nações Unidas, a atual população mundial é estimada em aproximadamente 6,5 bilhões de pessoas, tendendo a alcançar a marca de 9 bilhões em 2050 (ONU, 2006), sobrecarregando ainda mais os sistemas de abastecimento de água. O Brasil possui uma disponibilidade hídrica estimada em 35.732 m³/hab/ano, sendo considerado um país “rico em água”. Além disso, em relação ao potencial hídrico mundial, o Brasil conta com 12% da quantidade total de água doce no mundo (TOMAZ, 2011). A disponibilidade hídrica do Brasil encontra-se, na maior parte, distribuída em bacias hidrográficas. As principais bacias hidrográficas do Brasil são do Rio Amazonas, do Tocantins Araguaia, do São Francisco, do Atlântico Norte Nordeste, do Uruguai, do Atlântico Leste, do Atlântico Sul e Sudeste, dos Rios Paraná e Paraguai (ANA, 2015). Apesar de o Brasil apresentar grande disponibilidade de recursos hídricos, estes não estão distribuídos uniformemente pelo país, havendo um grande desequilíbrio entre oferta de água e demanda (MANO 2004). Verifica-se no Brasil, que as regiões mais populosas são justamente as que possuem menor disponibilidade de água, por outro lado onde há muita água ocorre baixo índice populacional. Segundo Cohim e Kiperstok (2008), a Região Sudeste do Brasil, que dispõe de um potencial hídrico de apenas 6% do total nacional, porém conta com 43% do total Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 56 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA apresenta 69% de água disponível, contando com apenas 8% da população brasileira. O crescimento populacional, o processo de industrialização e consequente aumento da demanda por água nos grandes centros urbanos, têm causado a insuficiência e degradação dos mananciais superficiais e subterrâneos próximos a estas regiões, gerando a necessidade de buscar maiores volumes de água, em locais cada vez mais distantes, com elevado encargo energético (MANY e PRADO, 2011). Por outro lado, a expansão das áreas urbanas altera a cobertura vegetal e, consequentemente, os componentes do ciclo hidrológico natural. De acordo com Werneck e Bastos (2013), o aumento da densidade populacional nos centros urbanos implica na construção de telhados, ruas pavimentadas, calçadas e pátios, aumentando a impermeabilização do solo. Além disso, o desperdício de água potável, resultante do mau uso dos aparelhos sanitários, bem como vazamentos nas instalações, tem contribuído para maior consumo deste recurso (YWASHIMA, 2005). Diante deste cenário, é preciso conscientizar as pessoas que o uso sustentável da água é uma das bases para o desenvolvimento humano. A preservação dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade é de suma importância hoje e também para as futuras gerações. Os mananciais utilizados para abastecimento de água, próximos à zona urbana, tornam-se insuficientes, ou têm sua qualidade comprometida, devido ao aumento da demanda gerada pelo crescimento populacional e pelo processo de industrialização. O atual modelo de saneamento caracteriza-se pelo uso perdulário dos recursos água e energia, levando à escassez de água e poluição dos recursos hídricos, o que representa um problema de saúde pública, limitando o desenvolvimento econômico e os recursos naturais (COHIM e KIPERSTOCK, 2008). Segundo os Bella (2008), diversos estudos apontam como principais causas das enchentes urbanas brasileiras: impermeabilização do solo, erosão e disposição inadequada do lixo. Sistemas de rápido escoamento das águas das chuvas, baseados em canalizações e retificações dos rios e córregos têm sido adotados como solução às enchentes. Em algumas cidades brasileiras já existem leis que têm por objetivo obrigar as construções a reterem a água de chuva, para diminuir as enchentes urbanas. Em Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 57 de habitantes do país, enquanto a Região Norte, que compreende a Bacia Amazônica, taxa referente ao volume de água lançado na rede de coleta pluvial do município. Em São Paulo, a Lei Municipal nº 13.276 de janeiro de 2002, torna obrigatória a execução de reservatório para as águas de chuva nos lotes que tenham área impermeabilizada superior a 500m². Os problemas relacionados à água nas áreas urbanas evidenciam a necessidade de buscar alternativas capazes de reverter o atual estado de uso deste recurso pela sociedade. Segundo Mano e Schimitti (2011) a sustentabilidade urbana só será alcançada caso a sociedade se direcione no sentido do uso eficiente e apropriado da água. Ao invés de problema, as águas pluviais podem ser manejadas como uma das soluções para o abastecimento descentralizado. Porém, o manejo dessas deve buscar aproveitar a água precipitada antes que ela entre em contato com substâncias contaminantes, armazenando-a para uso doméstico, criando condições de infiltração do excedente, restaurando os fluxos naturais, disponibilizando mais uma alternativa para abastecimento de água local e descentralizado (COHIM e KIPERSTOK, 2008). A captação direta de águas pluviais nas edificações pode ser considerada como uma fonte alternativa, reduzindo a demanda dos sistemas públicos de abastecimento. Porém sua utilização necessita de estudos acerca da viabilidade e eficiência no atendimento dos usos a que será destinada, avaliação dos possíveis riscos sanitários, adequação das instalações hidráulicas prediais, dimensionamento do sistema de captação, coleta e reservação, observando as características locais, evitando a implantação de projetos inadequados que comprometam os aspectos positivos da alternativa. 3 - METODOLOGIA O presente trabalho trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, com abordagem quantitativa (DUARTE, 2010). Nesse tipo de pesquisa são utilizadas técnicas padronizadas de coleta de dados, onde fatos são observados, computados, analisados, divididos em classe e interpretados, sem que haja interferência do pesquisador. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 58 Santo André a Lei Municipal nº 7.606, de dezembro de 1997 institui a cobrança de potável obtido através de um sistema de aproveitamento de água pluvial para fins não potáveis, foi desenvolvida uma metodologia que compreende as seguintes etapas: descrição do objeto de estudo, levantamento de dados referentes ao consumo de água, dados pluviométricos da região, determinação das áreas de cobertura, dimensionamento do reservatório para aproveitamento de água pluvial e análise econômica da viabilidade de implantação do sistema. O trabalho foi realizado na residência do aluno Marco Aurélio Simão Rafael Júnior, localizada na Avenida Olegário Maciel, número 410 localizado na cidade de São Pedro dos Ferros/MG. 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES O manejo e o aproveitamento da água da chuva não é uma prática nova, existem relatos desse tipo de atividade a milhares de anos atrás, antes mesmo da era cristã. Existem relatos do uso da água da chuva por vários povos, como os Incas, os Maias e os Astecas (GNADLINGER, 2000). Atualmente a utilização da água da chuva voltou a ser realidade, fazendo parte da gestão moderna de grandes cidades em países desenvolvidos. De acordo com Garcia e Kiperstok (2007), vários países europeus e asiáticos utilizam amplamente a água da chuva nas residências, nas indústrias e na agricultura, pois se sabe que a mesma possui qualidade compatível com usos importantes, sendo considerada um meio simples e eficaz para atenuar o problema ambiental de escassez de água. A reutilização da água e preparação do presente projeto foi fundamenta pelas normas da ABNT NBR 15527:2007 e pela portaria de nº518 (Qualidade da água potável). Há um decreto 24.643/1934 – Artigo 103. As águas pluviais pertencem ao dono do prédio onde caírem diretamente, podendo assim o mesmo dispor dela á vontade - lei 9433/97. A água de chuva é resultante da precipitação atmosférica em coberturas, telhados onde não há contato de animal ou pessoas, mais a água da chuva não atende os padrões adequados para o consumo, mais podendo ela ser utilizada apenas: Nas descargas sanitárias; Irrigação de gramados por aspersão ou gotejamento e plantas orçamentais; Lavagem de veículos; Limpeza de calçados, ruas, pátios; Espelho d’ agua (SILVA ET AL., 2011). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 59 Segundo Oliveira (2006), para a verificação do potencial de economia de água água tratada e desinfestada com derivado clorado, com flúor e que pode ser usado para banhos, comida ou ingerida, distribuída pelas concessionárias públicas. Não se inclui a lavagem de roupa e piscinas devido ao parasita Cryptosporidium que para removê-lo precisa de filtros lentos de areia. O sistema de aproveitamento da água da chuva é considerado um sistema descentralizado de suprimento de água, cujo objetivo é de conservar os recursos hídricos, reduzindo o consumo de água potável (THOMAS, 2012). Esses sistemas captam a água da chuva que cai sobre superfícies, direcionandoas a reservatórios de armazenamento para posterior utilização. Segundo Montibeller e Schimitti (2004), as técnicas mais comuns para coleta da água da chuva são através da superfície de telhados ou através de superfícies no solo, sendo que o sistema de coleta de chuva através da superfície de telhados é considerado mais simples e, na maioria das vezes, produz uma água de melhor qualidade se comparado aos sistemas que coletam água de superfícies no solo. No presente projeto o sistema de captação e utilização de água de chuva foi composto de: Superfície de captação: Telhado, o tamanho do mesmo é diretamente relacionado ao potencial de água de chuva possível de ser aproveitada. Calhas e Tubulações: Utilizados para transportar a chuva coletada. Tratamentos: O tipo e a necessidade de tratamento das águas pluviais dependerão da qualidade da água coletada e do seu destino final. Bombas e sistemas pressurizados: Estes dispositivos são usados quando os pontos de utilização estão em cotas superiores a do nível de água no reservatório principal. Reservatórios: enterrado. A cidade de São Pedro dos Ferros tem um clima tropical (CLIMA TEMPO 2015). Chove muito mais no verão que no inverno. Segundo a Köppen e Geiger o clima é classificado como Aw. A temperatura média anual em São Pedro dos Ferros é 22.3 °C. A média anual de pluviosidade é de 1139 mm. Julho é o mês mais seco com 14 mm. Com uma média de 213 mm o mês de Dezembro é o mês de maior precipitação. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 60 Nesse projeto a água de chuva foi usada para fins não potáveis, não substituindo 61 Figura1: Gráfico Climático São Pedro Ferros (Fonte:Autores) Quando comparados o mês mais seco tem uma diferença de precipitação de 199 mm em relação ao mês mais chuvoso. Ao longo do ano as temperaturas médias variam 6.1 °C. Figura 2: Tabela de temperaturas da cidade de São Pedro Ferros/MG (Fonte:Autores) De acordo com Werneck e Bastos, 2013, nos casos em que a água da chuva for captada através da superfície de telhados, os mesmos devem ser projetados e construídos seguindo as normas técnicas e as especificações do fabricante de telhas, para que os mesmos tenham menor absorção de água, ou seja, as telhas tenham um coeficiente de escoamento (C) maior, para minimizar as perdas, pois sabe-se que nem toda água precipitada é coletada. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. dimensionamento e instalação das calhas e condutores verticais, pois o subdimensionamento desses componentes pode reduzir significativamente a eficiência de coleta, comprometendo o funcionamento de todo o sistema de aproveitamento de água de chuva. Pode-se utilizar como referência para o dimensionamento desses componentes a NBR 10.844/89, Instalações Prediais de Águas Pluviais da ABNT. Foi utilizado para os cálculos o coeficiente de Runoff ou escoamento superficial que calcula o volume total de escoamento e o volume total de precipitação dando um volume de água que será retido e reservado, deixando avisado que é necessário clorar a água retida e manter no reservatório por 15 minutos, pois os microrganismos contidos nela deixaram-na com um mau cheiro (GNADLINGER, 2000). A largura do telhado utilizado no projeto é de 16m e o comprimento de 12m. Sendo a área de 192m². Tendo seu vão livre de 3,5m. O telhado tem uma inclinação entre 30% a 32%. O pluviômetro médio é de 1139 mm, multiplicado pela área do telhado obtemos o volume médio de água captado, sendo ele de 218688 litros ou 218,69m³. O mês de maior consumo é em dezembro 213 mm. Então tem 192m² * 213 mm = 40896 litros ou 40,896 m³. Distância até o reservatório 17m (12 de altura e 5 da quina da casa até o reservatório). Velocidade: V= d/T V=17/60 V=0,2833m/s Vazão: Q=0,283/60 Q=4,722*10-³m³/s ou 4,72l/s Q= v/T Onde: Q=vazão; V=volume; d=distância; T=tempo Foi utilizada uma tubulação de 50 mm ou como medida preventiva de 75 mm. Podendo ter uma vazão máxima de 1,76 l/s, chuva muito forte de 150 mm/h e chuva forte 120mm/h. Foi construída na casa um reservatório ou cisterna semienterrado, vedado da luz solar o mesmo foi construído como se fosse para água potável tomando os devidos cuidados para que não haja contaminação. Foi considerado também um extravasor, descarga de fundo ou bombeamento de limpeza, cobertura, inspeção, ventilação e segurança. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 62 Segundo Mano (2014), é importante que uma atenção especial seja dada ao consumo de energia elétrica e também tem ocorrência de menos defeitos, as características: Elevação máxima de 50mca; Vazão máxima de 1.400l/h; Consumo elétrico 0,30kw/h; Saída de agua ¾’’; Potência de 300w; Peso 4,13kg; Diâmetro 142mm; Frequência 60hz. A água irá cair no telhado, passando por um filtro e descendo por um conduto vertical para um reservatório onde será chorado e por uma bomba sapo voltara para uma caixa d’ água no terraço sendo utilizado apenas para lavagens do quintal, terraço e nas descargas sanitária. Segundo Silva et al. (2011), o uso eficiente da água em todos os tipos de edificações está relacionado diretamente com o comportamento dos usuários quanto à utilização deste recurso finito. Diante disso, muitos programas relacionados ao uso racional da água estão sendo desenvolvidos no mundo todo, inclusive no Brasil. 5 - CONSIDERAÇOES FINAIS A insustentabilidade dos grandes centros urbanos, assim como a escassez de água nestes reconhecida e debatida por diversos seguimentos da sociedade. A expansão urbana altera todo o ciclo hidrológico culminando na degradação dos mananciais locais e regionais e constantes eventos de inundação e alagamento durante os períodos chuvosos. Ao invés de problema, as águas pluviais devem ser manejadas como uma das soluções para o abastecimento. Porem tal tecnologia, apesar dos diversos sistemas instalados e em uso, no Brasil e no mundo, ainda enfrenta barreiras do ponto de vista técnico e educacional. Técnicos, governantes e parte da população ainda consideram alternativa como medidas paliativas e atrasadas, sendo tratadas de forma marginalizada, apropriada apensa para o meio rural. Porem já se observa uma tendência a mudança destes conceitos. Com base em diferentes métodos que podem ser utilizados o projeto utilização a captação de água pluvial e armazenamento com instalação de uma bomba para utilização da mesma em sistemas não potáveis. Observou-se que com um pequeno reservatório já se consegue ganhos significativos em economia de água para a casa/modelo estudada. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 63 Foi utilizada no projeto uma bomba sapo fênix 150 que tem um pequeno captação e utilização de águas pluviais para fins não potáveis, quando ao dimensionamento criterioso do sistema de captação, coleta e reservação, observando as características locais, evitando a implantação de projetos inadequados, apresentase como uma alternativa viável, diminuindo a pressão nos mananciais, permitindo o direcionamento destes recursos para atendimento à consumos mais nobres, para uma parcela maior da população. REFERÊNCIAS ABNT (2007). NBR 15527: Água de chuva: Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis: Requisitos. Rio de Janeiro. 11p. ANA – AGENCIA NACIONAL DE ÁGUAS. HidroWeb – Sistemas de Informações Hidrológicas: Series Históricas. Disponível em: hidroweb.ana.gov.br. Acesso em: 11. Fev. 2015. ANDRADE NETO, C. O. de. 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Acadêmico do Curso de Engenharia Civil – UNIVÉRTIX Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática. Especialista em Física. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX. Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras. Especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX. Irlane Bastos Costa. Graduada em Agronomia. Mestre e Doutora em Genética e Melhoramento de Plantas. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX. Davi Mesquita de Macedo. Doutorado em Fitopatologia. Graduado em Engenharia Agronômica. Professor da Faculdade UNIVÉRTIX. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. RESUMO Este trabalho teve como objetivo, fazer um levantamento de dados visando encontrar maiores informações sobre as energias renováveis. O trabalho buscou informações sobre os diversos modelos de Energias de formas Sustentáveis que existem hoje no Brasil, e como elas tem sido utilizada, e qual seria o melhor modelo a ser utilizado. Para tanto se fez uma revisão bibliográfica sobre o assunto pesquisando nas plataformas de busca Energias Renovável e Revista da DIRENG, artigos relacionados aos diversos tipos de energias renováveis e como esta energia vem sendo utilizada atualmente no Brasil. Apesar de sua importância, poucos dados podem ser encontrados sobre o uso destas energias como primordial e definitivo. Os dados disponíveis indicam ainda, uma inconstância na busca pela sustentabilidade no uso dos geradores de energia. PALAVRAS-CHAVE: Energias Renováveis, sustentabilidade, tipos de energias sustentáveis e energia eólica. 1 - INTRODUÇÃO As fontes renováveis de energia são um dos principais instrumentos de combate às mudanças climáticas decorrentes da elevação dos gases de efeito estufa na atmosfera. Contribuem ainda para o desenvolvimento social e econômico, para a universalização do acesso à energia e para redução da poluição causada pelo uso de combustíveis fósseis, com benefícios para o meio ambiente e a saúde (UCZAI, 2012). [...] Boa parte da energia que utilizamos vem do carvão, do petróleo, do gás natural ou de elementos radioativos. Eles são considerados fontes não renováveis porque uma vez que são retirados do solo e utilizados eles não são imediatamente repostos. De fato, os depósitos mundiais de gás, petróleo e carvão precisaram milhões de anos para se formar. O Urânio, que é utilizado como fonte de energia nuclear existe em pequena quantidade. Nós já teremos utilizado a maior parte das reservas conhecidas em menos de duzentos anos. Como já foi Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 67 ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL: ASCENÇÃO DA ENERGIA EÓLICA Uma preocupação deve ser assinalada: que a oferta de energia renovável, em particular a bioenergia, se resuma a uma estratégia do capital se valendo da nova onda ambiental. Quando se oferece sob o selo da sustentabilidade carros e caminhos que possam utilizar etanol ou biodiesel, não mudamos nada no modelo de desenvolvimento. Este continuará baseado sobre o modelo de transporte individual e o uso intensivo de recursos naturais. Se pouparmos combustíveis fósseis, continuamos gastando energia para produzir aço e veículos. Encontramos mais uma “solução” para evitar enfrentar a questão de fundo: de um lado, a reorientação para o transporte coletivo e as ferrovias, hidrovias e navegação de cabotagem; e do outro, a imperiosa necessidade de reduzir os circuitos de produção e comercialização, extremamente energívoros e destruidores das economias locais e regionais (LEROY, 2007). Se, por um lado, temos a sorte de dispor de imenso potencial hidrelétrico, por outro lado, vemos que o modelo atual precisa ser corrigido e adaptado para as necessidades das futuras gerações (UCZAI, 2012). Em termos físicos a energia Eólica é derivada de movimento, ou seja, energia cinética formada nas massas de ar em movimento. Para a produção de energia eólica, são utilizadas turbinas também conhecidas como aerogeradores, e para a realização de trabalhos mecânicos (como bombeamento de água ou a moagem do trigo), cataventos de diversos tipos (BERMAN, 2015). Diante do exposto o objetivo deste trabalho é destacar a energia eólica como um bem que está presente em todos os lugares, sendo um recurso infinito, que como benefício maior, não gera poluentes na atmosfera. 2 - METODOLOGIA O presente trabalho se classifica como uma pesquisa básica que objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Apresenta-se como pesquisa qualitativa exploratória em que se realizou uma revisão bibliográfica do tema proposto. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 68 dito, fontes de energias não renováveis não podem ser repostas em escalas de tempo humanas. (BARBOSA e STANO JUNIOR, 2007). da DIRENG, artigos relacionados aos diversos tipos de energias renováveis e como esta energia vem sendo utilizada atualmente no Brasil. Para a realização dessa pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: Energias Renováveis, sustentabilidade, tipos de energias sustentáveis e energia eólica. Muitos artigos e publicações dos sites estavam relacionados ao tema desta pesquisa e a partir destes, 17 foram selecionados levando em consideração a descrição exata de cada tipo de energia, melhor explicação e esclarecimento sobre cada uma delas. 3 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA No consumo da energia mundial praticamente metade da energia é gasta na construção, nos transportes e nas indústrias (BARBOSA & STANO JUNIOR, 2007). A consciência ecológica parece ter acordado mais depressa no que diz respeito ao esgotamento e poluição resultantes da opção feita pelos transportes e pela indústria. Só raramente se colocam problemas ecológicos sobre a opção adotada no tipo de construção. Assim, só muito recentemente surgiram programas europeus que apelam para uma mudança nos materiais, nos processos construtivos e no método de funcionamento (bioclima, gestão controlada e uso de energias renováveis). Segundo Costa (2008, p.1): No Brasil, o consumo crescente e o impacto ambiental e social causados pelas fontes de energias tradicionais levaram o governo e a sociedade a pensarem em novas alternativas para geração de energia elétrica. Diante desse cenário, as fontes alternativas de energia como eólica, solar e biomassa, são consideradas de forma positiva. Além de causarem impactos substancialmente menores, ainda evitam a emissão de toneladas de gás carbônico na atmosfera. Energias renováveis, especialmente pequenas hidrelétricas, biomassa e painéis fotovoltaicos fornecem eletricidade, aquecimento, energia motriz e bombardeamento de água param mais de dez milhões de pessoas em áreas rurais de países em desenvolvimento. Estes países detêm mais de 40% da capacidade instalada de energia renovável existente, mais de 70% da capacidade de aquecimento solar de água e 45% da produção de biocombustíveis. Temos diversos modelos de energias renováveis, tais como, a Biomassa, a Eólica, Solar, a Energia Hídrica, Geotérmica, a Fotovoltaica entre outras. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 69 Foram pesquisados nas plataformas de busca Energias Renováveis e Revista vantagens como: não polui, é renovável e existe em abundância. A desvantagem é que ainda não são viáveis economicamente, os custos para a sua obtenção superam os benefícios (PORTAL ENERGIA, 2015). Figura 1: Fonte: http://www.revistaqualimovel.com.br/noticias/energia-solar-termica-ealternativa-para-a-crise-energetica Já a energia hídrica resulta da água dos rios em movimento (figura 2), águas essas que vão em direção ao mar e que para além de conduzirem a água das nascentes captam a água das chuvas. O movimento ou queda dessas águas das chuvas contém energia cinética que pode ser aproveitada para produzir energia. Figura 2: Fonte: http://www.bandeirantes820.com.br/especialistas-alertam-paracondicao-de-hidreletricas-no-centro-oeste/ A energia geotérmica se caracteriza pelo calor proveniente da Terra (figura 3), é a energia calorífera gerada a menos de 64 quilômetros da superfície terrestre, em uma camada de rochas, chamada magma, que chega a atingir até 6.000°C. “Geo” Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 70 A energia solar utiliza os raios solares para gerar energia (figura 1). Oferece calorífica oriunda da terra (CERQUEIRA, 2015). Figura 3: Fonte: http://www.mundoeducacao.com/geografia/energia-geotermica.htm Para explicar a energia fotovoltaica, Scheidt (2015) afirmou que os raios solares, além de trazerem luz e calor, que são essenciais para a vida na terra, podem ser aproveitados para a geração de eletricidade. Isto é possível através de uma tecnologia chamada fotovoltaica, ou seja, a luz transformada em eletricidade. O termo se origina da união de ‘foto’ que na língua grega significa luz e ‘voltaica’ que vem de volt, que é a unidade usada para medir o potencial elétrico. A biomassa é um recurso renovável substancial, passível de ser usado como combustível para produção de eletricidade e outros produtos energéticos. A implantação de cultivos energéticos pode ser uma alternativa lucrativa para proprietários rurais, que poderão usá-los, em complemento aos cultivos tradicionais, para gerar energia para consumo próprio e prover uma fonte adicional de renda para o setor de agroindústria e moveleiro (GALDINO et. al. 2013). Uma das principais vantagens do uso de qualquer que seja o tipo de energia renovável, é que tem elevada disponibilidade, e a fonte é praticamente ilimitada, o que significa que o aproveitamento dessas fontes não compromete a disponibilidade para as gerações futuras. Outro grande benefício é o fato de não emitir gases, com efeito, estufa na maioria dos casos. A energia eólica é utilizada há milhares de anos, com finalidades múltiplas (figura 4), tais como bombeamento de água, moagem de grãos e outras aplicações que envolvem energia mecânica. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 71 significa terra e térmica corresponde a calor, portanto, geotérmica é a energia 72 Figura 4: Fonte: http://www.processamentodigital.com.br/2011/08/19/energia-eolicaja-e-mais-barata-que-termica-a-gas-no-brasil/ As primeiras tentativas de gerar eletricidade aconteceram no final do século XIX. Os interesses só aumentaram e houve investimentos na década de 70, com a crise do petróleo (ANEEL, 2015). A energia eólica apresenta infinitos benefícios, tais se apresentam segundo Faria (2014), por ser uma forma de obtenção de energia de fontes totalmente renovável e limpa, não produz qualquer tipo de poluente. Sendo por isso, umas das principais apostas no campo das fontes renováveis de energia. Apresenta-se também como uma forma indireta de obtenção de energia do sol, uma vez que os ventos são gerados pelo aquecimento desigual da superfície da Terra pelos raios solares. Em outros termos, a energia eólica é a energia do movimento (cinética) das correntes de ar que circulam na atmosfera. Ainda segundo essa autora, temos no mundo atual, apenas 1% da energia gerada por meio da energia eólica. É um número praticamente insignificante, já que o potencial de exploração é grande. O país que lidera o uso da energia eólica é a China, com 62,7 megawatts. O décimo colocado da lista é Portugal, com apenas quatro mil megawatts. Embora ainda haja divergências entre especialistas e instituições na estimativa do potencial eólico brasileiro, vários estudos indicam valores extremamente consideráveis. Até poucos anos, as estimativas eram da ordem de 20.000 MW. Hoje a maioria dos estudos indica valores maiores que 60.000 MW. A razão dessas divergências decorre principalmente da falta de informações (dados de superfície) e das diferentes metodologias empregadas. De qualquer forma, os diversos levantamentos e estudos realizados e em andamento (locais, regionais e nacionais) Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Brasil, os primeiros anemógrafos computadorizados e sensores especiais para energia eólica foram instalados no Ceará e em Fernando de Noronha (PE), no início dos anos 1990. Os resultados dessas medições possibilitaram a determinação do potencial eólico local e a instalação das primeiras turbinas eólicas do Brasil. (FEITOS, 2003). Nos últimos anos, as maiores inovações tecnológicas foram a utilização de acionamento direto (sem multiplicador de velocidades), com geradores síncronos e novos sistemas de controle que permitem o funcionamento das turbinas em velocidade variável, com qualquer tipo de gerador. A tecnologia atual oferece uma variedade de máquinas, segundo a aplicação ou local de instalação. Quanto à aplicação, as turbinas podem ser conectadas à rede elétrica ou destinadas ao suprimento de eletricidade a comunidades ou sistemas isolados. Em relação ao local, a instalação pode ser feita em terra firme (como exemplo, turbina de médio porte) ou off-Shore (como exemplo, turbinas de grande porte) (CENTRO BRASILEIRO DE ENERGIA, 2003). Temos no Brasil diverso Centrais de geração de energia eólica, mas a principal, como projeto em operação, tem as Turbinas Eólicas do Arquipélago de Fernando de Noronha-PE, onde a primeira turbina foi instalada em junho de 1992, a partir do projeto realizado pelo Grupo de Energia Eólica da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, com financiamento do Folkecenter (um instituto de pesquisas dinamarquês), em parceria com a Companhia Energética de Pernambuco – CELPE. A turbina possui um gerador assíncrono de 75 KW, rotor de 17 m de diâmetro e torre de 23 m de altura. Na época em que foi instalada, a geração de eletricidade dessa turbina correspondia a cerca de 10% da energia gerada na Ilha, proporcionando uma economia de aproximadamente 70.000 litros de óleo diesel por ano. A segunda turbina foi instalada em maio de 2000 e entrou em operação em 2001. O projeto foi realizado pelo CBEE, com a colaboração do RISØ Nacional Laboratory da Dinamarca, e financiado pela ANEEL. Juntas, as duas turbinas geram até 25% da eletricidade consumida na ilha. Esses projetos tornaram Fernando de Noronha o maior sistema híbrido eólico-diesel do Brasil (Idem). A energia eólica, porém, tem um ponto fraco. As turbinas que geram energia através dos ventos causam poluição sonora e poluição visual. Esta última é menos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 73 têm dado suporte e motivado a exploração comercial da energia eólica no País. No sonora gerada pelas turbinas, de acordo com a especificação do equipamento, pode inviabilizar a construção destes sistemas muito próximos de regiões habitadas por causar desconforto aos moradores. Entretanto, existem modelos aero geradores de hélices de alta velocidade que produzem menor ruído e são até mais eficientes que os modelos de turbinas de múltiplas pás, mais barulhentos (FARIA, 2014). 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS As energias renováveis são de extrema importância para o desenvolvimento sustentável de um país, porém, atualmente no Brasil ainda não tem sido tomadas medidas para aderir a este modelo como definitivo, mesmo sendo comprovado em diversos estudos que modelos como o de Energia Eólica que é entre tantos: o menos poluente, totalmente renovável e limpa, não produz qualquer tipo de poluente. Até poucos anos, as estimativas eram da ordem de 20.000 MW, hoje a maioria dos estudos indica valores maiores que 60.000 MW, os diversos levantamentos têm dado suporte e motivado a exploração comercial da energia eólica no País. E são extremamente competentes para suprir as necessidades do país. REFERÊNCIAS FEITOSA, E. A. N. et al. Panorama do Potencial Eólico no Brasil. Brasília: Dupligráfica, 2003. Fonte: CENTRO BRASILEIRO DE ENERGIA EÓLICA – CBEE / UFPE. 2003. Disponível em: www.eolica.com.br. >. Acesso em 20 de maio de 2015. BERMANN, Célio. Crise ambiental e as energias renováveis. Disponível em <http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v60n3/a10v60n3.pdf>. Acesso em 20 de maio de 2015. BARBOSA, Adriana; STANO JUNIOR, Ângelo. Energias Renováveis, Itajubá, 2007. Disponível em: <http://www.cerpch.unifei.edu.br/arquivos/cartilhas/cartilhas-energiasrenovaveis-renovaveis.pdf>. Acesso em 20 de maio de 2015. UCZAI, Pedro. Energias Renováveis: Riqueza Sustentável ao alcance da sociedade. Série Cadernos de Altos estudos, Nº 10. Brasília: Câmara dos Deputados. Ed: Câmara, 2012. 273p. LEROY, J. P. Prefácio do livro As novas energias no Brasil: Dilemas da inclusão social e programas de governo. Rio de Janeiro: Ed. Fase, 2007. COSTA, Heitor Scalambrini. Fonte de energias renováveis. Abril, 2008. Disponível em: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 74 impactante, e depende mais do ponto de vista particular de cada um. Mas a poluição GALDINO, Marco A. E., et al. O contexto das Energias Renováveis no Brasil. Revista da DIRENG – Rio de Janeiro ANEEL. Energia Eólica. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/06-energia_eolica(3).pdf>. Acesso em 21 de maio de 2015. CERQUEIRA, Wagner de. Energia Geotérmica. Brasil escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/energia-geotermica-1.htm>. Acesso em 21 de maio de 2015. SCHEIDT, Paula. Energia Fotovoltaica. Disponível em <http://www.americadosol.org/energia_fotovoltaica/> Acesso em 21 de maio de 2015. Paula Scheidt. Energia Fotovoltaica. Disponível em: <http://www.americadosol.org/energia_fotovoltaica/>. Acesso em 21 de maio de 2015. FARIA, Caroline. INFOescola: Energia eólica. 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Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix Renata Pessoa Bifano. Graduada em Física. Professora da Faculdade Univértix. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. [email protected] 1 - INTRODUÇÃO Segundo Rousselet e Falcão (1999), o homem desde que deixou as cavernas e começou a se organizar socialmente, estabelecendo as bases das primeiras construções para viver de forma coletiva e desenvolver as atividades com segurança, deparou-se certamente com um problema: o acidente do trabalho nas construções que, mesmo nos dias atuais, com todo conhecimento adquirido pelo homem e tecnologia existente, é capaz de causar danos à vida humana. O acidente no trabalho não ocorre por acaso e, é considerado evitável em quase sua totalidade. Análise, organização, métodos adequados e evolução profissional são fatores definitivos para o aumento do nível de segurança no ambiente de trabalho. Somente uma pequena parcela de acidentes relacionados aos fenômenos da natureza não são controlados pelo homem (FILHO et al., 2001). De acordo com Mendes (2013) as estatísticas mostram a Construção Civil como um dos setores da economia em que mais ocorre acidente no Brasil. Nesse ambiente são indispensável que sejam observados os requisitos técnicos mínimos necessários para certificar a segurança e a integridade física e mental dos trabalhadores que atuam nessa área. Existem perigos pertinentes ao trabalho na construção civil e as quedas de locais em altura compõe a causa mais comum de lesões e mortes. Trabalhos em andaimes ou plataformas que não estão equipados com grades de segurança, ou que o trabalhador não possua cinto de segurança corretamente afivelado; telhados frágeis; escadas não adequadamente Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 77 PROTEÇÃO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO EM ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL. contribuem para o aumento de ocorrências de acidentes associados à quedas. Todo o processo de construção segundo Rousselet e Falcão (1999) deverá ser traçado de forma a diminuir o risco de ocorrência de quedas. Durante a fase de concepção do projeto deve-se planejar a existência de meios de proteção, como o emprego de guarda-corpos que pode reduzir o risco deste tipo de ocorrência. A Portaria 3.214 de 08 de Junho de 1978 estabelece as Normas Regulamentadoras (NR)18 para a Indústria e Construção e 35 relacionada ao trabalho em altura, ambas necessárias para que a segurança e a saúde do trabalhador sejam conservadas. O crescimento observado no setor da Construção muitas vezes é seguido pelo aumento expressivo do número de acidentes. Segundo Mendes (2013) as atividades que mais causam acidentes, muitas vezes fatais, estão associadas ao trabalho em altura. Devido ao número preocupante de acidentes ocorridos é importante atentarmos para a qualificação dos trabalhadores, estes devem ter uma noção adequada à respeito de segurança, planejamento da obra e conservação dos EPI’s. Percebe-se a importância nos cuidados que se deve ter com os trabalhos em diferentes níveis, preocupação é de grande relevância que foi estabelecida a NR 35 que contempla os requisitos mínimos e as medidas de proteção, como o planejamento, organização e a execução, com o objetivo de garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com a atividade, ela é um importante instrumento de referência para que estes trabalhos sejam realizados de forma segura, Norma Regulamentadora 35 (2012). A interpretação dos principais fatores responsáveis pelo alto índice de acidentes que envolvem atividades de trabalho em altura impactará diretamente na consciência que os executantes de atividade em altura aumentaram até os dias atuais e, a forma como irão interpretá-los a partir do conhecimento adquirido. Classificar o conhecimento dos colaboradores nos requisitos da norma regulamentadora 35 em atividades onde estará presente o trabalho em altura com o uso do andaime tubular para a reforma de telhado de um colégio, a avaliação será realizada de Junho a Dezembro de 2015. Será realizado através de dois diferentes questionários, um deles direcionado a gestão da obra e o outro aos envolvidos no trabalho em altura. Tem o intuito de identificar também as principais causas de falhas no processo, encontrar e estabelecer métodos de melhoria. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 78 apoiadas, posicionadas e fixadas, segundo Moraes Jr.(2012) são ações que 79 2 - METODOLOGIA No período de Junho a Dezembro de 2015 será avaliada a reforma de telhado de um colégio constituído de 3 blocos. O presente trabalho adotará como metodologia a pesquisa exploratória do tipo estudo de caso que fornecerá dados quantitativos para o levantamento de resultados. Essa metodologia, segundo Lazzarini (1995), faz-se suficiente para se obter generalizações sobre um tema de estudo, contudo sem confirmação estatísticas. Farão parte do estudo 15 (quinze) trabalhadores de atividades em altura, mais especificamente, trabalhadores de andaimes do tipo tubular, sendo destes: Ajudantes 7 (sete), Montadores de andaime 5 (seis), Pedreiros 3 (três). O estudo será dividido basicamente nas seguintes fases: (1) Revisão Teórica (2) Elaboração e Aplicação de Entrevista Estruturada (3) Compilação e Análise dos Resultados. A revisão teórica do trabalho será efetuada com o estudo de artigos científicos, periódicos especificados, dissertações e monografias de autores competentes e relacionada ao tema. Dessa forma será permitido construir um esboço teórico que servirá de base para orientar a pesquisa e formar conclusões sobre o tema. A segunda parte será constituída da elaboração de dois diferentes roteiros de entrevistas, sendo, um para entrevista ao grupo de trabalhadores de altura e outro dedicado a equipe de gerenciamento de obra e da segurança do trabalho. Será então realizada a aplicação a campo do roteiro de entrevista de forma individualizada no grupo de trabalhadores e na equipe da gestão. O trabalho terá por objetivo avaliar o grau de atendimento da atividade de trabalho em andaime tubular e para isso o método aplicado será de:i. Entrevistar a equipe de gerenciamento usando perguntas baseadas na legislação sobre trabalho em altura, NR35, e evidenciar o métodos praticados; ii. Entrevistar os trabalhadores fazendo perguntas que esclarecem a aplicação ou não dos procedimentos e exigências da NR35; iii. Fazer o cruzamento entre os resultados das entrevistas da equipe de gerenciamento e dos trabalhadores; iv. Baseado no resultado do cruzamento das entrevistas preencherem uma lista de verificação composta dos requisitos da NR35 e conceder um grau de conformidade da atividade a legislação. Para a definição do grau de compatibilidade da atividade com a NR35 se estabelecerá o critério de 90% no resultado das entrevistas dos trabalhadores, ou seja, quando 90% ou mais dos trabalhadores comprovar nas entrevistas o cumprimento do requisito este será julgado como conforme, caso Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. iguais na determinação do resultado. Nos requisitos da norma que não poderão ser verificados em entrevistas aos trabalhadores serão avaliadas apenas as evidências dadas pela equipe de gerência para definição do atendimento ou não aos requisitos da NR35. Será então realizada uma análise, com base nas condições verificadas na três obras de forma a determinar que combinações de falhas possam causar o eventotopo, que neste caso, são as quedas em trabalhos em altura (CLIFTON, 2005). 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES: A pesquisa encontra-se em andamento. REFERÊNCIAS CARDELLA, Benedito. Segurança no trabalho e prevenção de acidentes uma abordagem holística: Segurança integrada à missão organizacional com produtividade, qualidade, prevenção ambiental e desenvolvimento de pessoas. São Paulo: Atlas, 1999. CAVALCANTI, Janaina Ferreira. “Análise ergonômica de sinalização de segurança”. Recife, 2003 36 p.Monografia de Especialização. Pós- Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Pernambuco. COSTA JR, Fábio Moreira; LIMA, Luiz Otávio Modesto. “Aplicações das normas de segurança nos andaimes suspensos mecânicos na obra porto de sines: um estudo de caso”. Belém, 2010. 75 p. Monografia/Graduação. Curso de Engenharia Civil, Universidade da Amazônia – UNAMA. CLIFTON, A. E. Hazard Analysis Techniques For System Safety. Hoboken: Wiley, 2005. DORS, Luciano et al. Métodos mais seguros. Preço Alto,São Paulo, XXIV, 84 p, Outubro. 2011. FALCÃO, César; ROUSSELET, Edison da Silva. Segurança na obra: Manual técnico de segurança em edições prediais. Rio de Janeiro: Interciência LTDA, 1999. FILHO, Antonino Rangel; SILVA, Robson Rodrigues; CUSTÓDIO, Dorival. Recomendação Técnica de Procedimentos: Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura. São Paulo: RTP, 2003. FIRETTI, Vinicius Lange. “Trabalho em Altura: legislação, soluções e análise de risco para instalação de calhas em telhados” Um estudo sobre instalações de calhas em telhados. Curitiba, 2013. 73 p.Monografia de Especialização. PósAnais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 80 contrário, como não conforme. Todos os itens da norma considerados terão pesos GRIBELER, Edilaine Cristina. “Medidas de proteção contra queda em altura na construção civil”. Medianeira, 2012. 60 p. Monografia de Especialização. Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Tecnológica Federal Do Paraná. LAHIRIHOY, Dalton. Rompimento Por Queda. O que fazer? ,São Paulo, XXIII, 20 p, Outubro. 2010. LANA, Letice Dalla, et al. “Avaliação dos riscos do trabalho em altura na Construção Civil” Um levantamento de riscos de acidentes de trabalho em altura. Florianópolis, 2014, v .14, 01-20, jan./mar. 2014. LIMA, Jonas Luckemeyer. “Avaliação em trabalho com andaime suspenso da conformidade com a nr35 em obra de construção civil vertical”. Curitiba, 2013. 59 p. Monografia de Especialização. Pós - Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. MARTINS, Mirian Silvério. “Diretrizes para elaboração de medidas de prevenção contra quedas de altura em edificação”. São Carlos, 2004. 182 p. Dissertação/ PósGraduação. Mestre em Construção Civil, Universidade Federal de São Carlos. MELLO, André Ricardo. Cuidados na montagem e na execução de atividades em andaimes. SST no lixo, São Paulo, XXIV, 135 P, Setembro. 2011. MENDES, Márcio Roberto Azevedo. “Prevenção de acidentes nos trabalhos em altura” Um estudo sobre prevenção de acidentes na construção civil. Juiz de Fora, 2013. 61 p. Monografia/Graduação. Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal De Juiz De Fora – UFJF. MIKIEWSKI, Diogo Henrique. “Trabalhos em Altura: prevenção e proteção para um bem comum” Um estudo Sobre a prevenção de acidentes. Ponta Grossa, 2012. 64 p. Monografia de Especialização. Especialização em Engenharia de Segurança, Universidade Estadual De Ponta Grossa. MORAES JR., Cosmo Palásio. Trabalho em altura: Equipamentos de proteção coletiva são essenciais para evitar queda. 24. Jan. 2012. MORAIS JR., Cosmo Palásio. Trabalho em altura. Fazendo a Diferença, São Paulo, XXIV, 62 p, Novembro. 2011. NICOLA, Diovani. Nova norma para trabalho em altura. Indústria Moveleira, São Paulo, XXV 6 p, Abril. 2012. OLIVEIRA, Renato. Treinar Sempre. Ponto Alto, São Paulo, XXV, 6 p, Julho. 2012. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 81 Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho,Universidade Tecnológica Federal Do Paraná. SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. Normas Regulamentadoras. 62.ed. São Paulo: Atlas, 2008. SIMÕES, Tatianna Mendes. “Medidas de proteção conta acidentes em altura na construção civil”. Rio de Janeiro, 2010 76 p. Monografia/Graduação. Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro. SINICESP. Norma Regulamentadora Específica para Trabalho em Altura. Disponível em: http://http://www.sinicesp.org.br. Acesso em: 02. jul.2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 82 RAZENTE, Carmen Reche Garcia; THOMAS, Dálcio Lenir; DUARTE, Walter Moisés Chaves. “Proteção contra acidentes de trabalho em diferença de nível na construção civil” Um estudo sobre a proteção contra acidentes de diferentes níveis. Ponta Grossa, 2005. 44 p. Monografia/Graduação. Curso de Engenharia Civil, Universidade Estadual De Ponta Grossa. Jackson Henrique Leles Gomes e Jeverson Antônio Leles Gomes – Graduandos em Engenharia Civil – Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Cristiano de Oliveira Ferrari – Graduado e Mestre em Engenharia Civil. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduado e Mestre em Engenharia Civil. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Rafael Eler de Souza. Graduação em Desing de Produto. Mestrado em Engenharia de Materiais. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Resíduos na Construção Civil; Problemas Ambientais; Gestão de Resíduos. 1 - INTRODUÇÃO O setor da indústria da construção civil consome cerca de 50% de todos os recursos naturais, além de gerar volume elevado de resíduos; cerca de 60% do “lixo” que é produzido diariamente nas cidades tem origem do setor da construção civil (CARELI 2008). Segundo Teixeira (2010), a geração de entulho é diretamente proporcional ao crescimento e ao desenvolvimento econômico de uma sociedade. Outro fator marcante é que a humanidade torna-se cada vez mais urbana. De acordo com Morais (2006), o descarte inadequado do RCD é um dos maiores problemas na gestão dos municípios, pois ocasiona impactos significativos no meio ambiente urbano, o que pode comprometer a paisagem, o tráfego de pedestres e veículos, a drenagem urbana, além de atrair resíduos não inertes que contribuem para a multiplicação de vetores de doenças. Devido aos grandes impactos ambientais causados por esses resíduos, em 05 de julho de 2002, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) criou a resolução nº 307 que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos a serem adotados por governos municipais e agentes envolvidos no manejo e destinação dos Resíduos de Construção e Demolição, a fim de que os impactos ambientais sejam minimizados (BRASIL, 2002). Os resíduos de construção e demolição são materiais provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 83 RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL: GERENCIANETO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CIDADE DE ABRE CAMPO rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica, etc.; comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha (CONAMA, 2002 p. 1). Embora seja importante a destinação adequada dos resíduos gerados, tornam-se imprescindíveis ações que visem à redução diretamente na fonte, ou seja, nos próprios canteiros de obra, que, somadas às ações de adequar a destinação desses resíduos, podem contribuir significativamente para a redução dos impactos da atividade construtiva no meio ambiente (SOUZA, 2004). O principal motivo para reuso ou reciclagem de materiais e produtos é reduzir o impacto que nossa sociedade causa no meio ambiente (BERGE, 2001). Diante do exposto, o objetivo do estudo é verificar se a cidade de Abre Campo/MG, cumpre com a resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, identificando como é feito o descarte e/ou destinação dos Resíduos da Construção Civil e Demolição no município. Com este estudo pretendemos contribuir para o desenvolvimento de medidas que melhorem o sistema de coleta e destinação dos RCD melhorando a qualidade de vida dos habitantes e o meio ambiente, além de conscientizar a sociedade e os órgãos públicos sobre a necessidade de se dar destino adequado aos Resíduos da Construção Civil. 2 - METODOLOGIA Para a elaboração deste trabalho optou-se por uma pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa, segundo (RODRIGUES, 2007) nesse tipo de pesquisa são utilizadas técnicas padronizadas de coleta de dados, onde fatos são observados, computados, analisados, divididos em classe e interpretados, sem que haja interferência do pesquisador. O estudo será desenvolvido na cidade de Abre Campo, localizada a 220 km de Belo Horizonte, capital do estado, na Zona da Mata do estado de Minas Gerais, o município ocupa uma área de 471 km², com 13.311 habitantes (IBGE, 2014). Constituirá no trabalho uma pesquisa de campo com o propósito de analisar qual a destinação dos resíduos da construção civil na cidade, para Motta; Bernucci; et al (2004 p. 259) a grande geração de resíduo de construção civil em cidades de grande e médio porte tem sido um problema crônico que envolve questões de ordem ambiental, social e financeiro (...). A coleta de dados será realizada com visitas in loco para coleta da quantidade de resíduo gerado e a locação/destinação do mesmo, que serão apresentados sob a forma de gráficos para aferir como/onde o município destina o RCC, ponderado qual a melhor forma Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 84 escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, o reaproveitamento e a reciclagem são a falta de familiaridade com o assunto e a inércia – não ter noção do que se pode fazer e nem como fazer”. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram, até o momento, a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS ADDIS, Bill. Reúso de Materiais e Elementos de Construção. Tradução: Christina Del Posso. São Paulo: Oficina de textos, 2010. ALMEIDA, Renê Felipe de. Manejo e Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil no Brasil. 2010. Monografia apresentada para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental. Faculdades de Ciência Exatas e Tecnológicas Santo Agostinho, Montes Claros-MG. AZEVEDO, Gardênia Oliveira David, KIPERSTOK, Asher, MORAES, Luiz Roberto Santos. Resíduos da construção civil em Salvador: os caminhos para uma gestão sustentável. Eng. Sanit. Ambient. (Bahia), Vol.11, Nº 1, p. 65-72, jan./mar. 2006. CARELI, Élcio Duduchi. A Resolução CONAMA 307/2002 e as novas condições para gestão dos resíduos de construção e demolição. Dissertação (Mestrado) - Curso de Tecnologia, Departamento de Resíduos Sólidos Urbanos, Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, São Paulo, 2008. 155 f. Disponível em: <http://www.centropaulasouza.sp.gov.br/Posgraduacao/Trabalhos/Dissertacoes/DM_elci o-duduchi-careli.pdf>. Acesso em: 02 abril. 2015. HORTEGAL, Mylane Viana; FERREIRA, Thiago Coelho; SANT'ANA, Walter Canales. Utilização de agregados resíduos sólidos da construção civil para pavimentação em São Luís-MA. Pesquisa em Foco (São Luís) v. 17, n. 2, p.60-74, 2009. IBGE, MinasGerais: Abre Campo. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=310030>. Acesso em: 28 abril. 2015. PEREIRA, Cláudio Henrique Castilho et al. Diagnóstico da disposição irregular de resíduos sólidos da construção civil nas adjacências da linha férrea de Montes Claros-MG. Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (Montes Claros), ano 11, n. 18, p. 05-79, dez.2013. RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica. 2007. Disponível em: <http://professor.ucg.br/siteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/Willian%20Cos ta%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf>. Acesso em: 08 ago. 2014. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 85 reutilização desse material. Addis (2010, p. 25) ressalta que “os principais obstáculos para SILVA, Vinícius Arcanjo, FERNADES, André Luís Teixeira. Cenário do gerenciamento dos resíduos da construção e demolição (RCD) em Uberaba-MG. Soc. & Nat. (Uberlândia), ano 24 n. 2, p. 333-344, mai./ago. 2012. TESSARO, Alessandra Buss, SÁ, Jocelito Saccol, SCREMIN, Lucas Bastianello. Quantificação e classificação dos resíduos procedentes da construção civil e demolição no município de Pelotas, RS. Ambiente Construído (Porto Alegre) v. 12, n. 2, p. 121-130, abr./jun. 2012. VIEZZER, Moema L. et al. Encontros e Caminhos: Formação de Educadores Ambientais. (Brasília): Ministério do Meio Ambiente, 2007. 352 p. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 86 SCREMIN, Lucas Bastianello, JUNIOR, Armando Borges de Castilhos, ROCHA, Janaíde Cavalcante. Sistema de apoio ao gerenciamento de resíduos de construção e demolição para municípios de pequeno porte. Eng. Sanit. Ambient. (Criciúma), v.19, n.2, p. 203206, abr./jun. 2014. Giovane Francisco de Souza – Graduando em Engenharia Civil – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Rafael Eller de Souza - Graduado em designer de produtos. Mestre em engenharia de materiais. Professor da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Marcos Paulo de Oliveira Graduado em Engenharia Ambiental. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Rosélio Marcos Santana. Especialista em Docência do Ensino Superior. Graduado em Informática. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS – CHAVE: Barragens, Barragens de enrocamento e Construção. 1 - INTRODUÇÃO As Barragens podem ser constituídas por diferentes tipos de materiais. A Norma Brasileira NBR 13028 (ABNT, 2000), define como barragem qualquer estrutura que forme uma parede de contenção para rejeitos, para sedimentos e/ou para formação de reservatório de água. De acordo com os materiais constituintes, podem ser classificadas em barragens de concreto e barragens geotécnicas. As barragens de concreto são constituídas de concreto convencional ou concreto compactado a rolo (CCR). As barragens geotécnicas são constituídas de materiais menos resistentes quando comparados ao concreto e os tipos mais comuns são as barragens de terra e as barragens de enrocamento, sendo estas o foco principal deste trabalho (OLIVEIRA, 2010).O trabalho tem por objetivo realização de uma revisão bibliográfica para auxiliar na definição de critérios de projeto de barragens de enrocamento, apresentando o processo construtivo deste tipo de barragem, apontando-se como mais um avanço no sentido de propiciar projetos mais elaborados, baseados em fundamentos técnicos racionais. 2 - METODOLOGIA Este estudo constitui-se de uma revisão da literatura especializada, realizada entre fevereiro de 2015 e junho de 2015, no qual se realizou uma consulta a livros e periódicos presentes na Biblioteca da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX e por artigos científicos selecionados através de busca no banco de dados do scielo. A pesquisa Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 87 A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E LEVANTAMENTO SOBRE BARRAGENS DE ENROCAMENTO 22 artigos, dos quais 11 atendiam aos critérios de refinamento. A partir da leitura de títulos e resumos foram selecionados 6. O principal objetivo da revisão de literatura é fornecer uma síntese dos resultados de pesquisa, para auxiliar o profissional a tomar decisões. Segundo Poletti et al (2002), Neste tipo de estudo são abordados os tópicos relevantes sobre o tema, de forma a proporcionar ao leitor uma compreensão do que existe publicado sobre o assunto. Assim a revisão tem uma função integradora e facilita o acúmulo de conhecimento. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Segundo Marangon (2004), barragem pode ser definida como sendo um elemento estrutural, construída transversalmente à direção de escoamento de um curso d’água, destinada a criação de um reservatório artificial de acumulação de água. Os objetivos que regem a construção de uma barragem são vários e os principais se resumem em: a) aproveitamento hidrelétrico; b) regularização das vazões deo curso d’água para fins de navegação; c) abastecimento doméstico e industrial de água; d) controle de inundações; e) irrigação. As barragens surgiram inicialmente com a função de utilização dos recursos hídricos para consumo humano e combate as secas, no entanto, hoje têm as mais diversas finalidades e tipologias. O tipo de barragem mais comum no Brasil é o de barragem de terra e enrocamento, correspondendo a 82% do total, sendo os 18% restantes de barragens de concreto (SAYÂO, 2009). Cruz (1996) caracteriza barragens de enrocamento como estruturas onde seus espaldares são de fragmentos de rocha compactada (enrocamento) e núcleo impermeável. A principal variação estrutural está no material a ser utilizado no núcleo, podendo ser de concreto ou argila. Saboya Jr. (1999) apresentou uma metodologia para determinar indiretamente parâmetros da curva tensão-deformação baseada nas características físicas e mecânicas de materiais de enrocamento, usando a experiência para estabelecimento de faixas de variação. Uma avaliação de Cruz (1996) confirma que sempre será foco principal de observação a disponibilidade do material a ser utilizado visando às condições econômicas para construção de uma estrutura de tal porte. São constituídas por um maciço de blocos de rocha de todos os tamanhos cuja vedação é obtida através de uma membrana impermeável. A membrana pode ser colocada à montante ou no centro da barragem, verticalmente ou inclinada, podendo ser de solo Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 88 dos artigos foi realizada entre março e abril de 2015. No SCIELO foram encontrados barragens, devendo ter resistência ao intemperismo físico e químico, gnaisse, diabásio, sendo que a rocha deve preencher a maior parte da barragem e precisa ser inalterada pelo intemperismo físico e químico, não sendo facilmente desintegrada ou quebrada. Os blocos de rocha são colocados de modo a se obter o maior contato entre suas superfícies e os vazios entre elas são preenchidos por material de menor tamanho, obtendo assim uma menor interferência no cronograma de execução do elemento estrutural e menores volumes de aterro. O material do enrocamento apresenta elevado grau de atrito, garantindo a estabilidade dos taludes de montante e jusante. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base no que foi apresentado, o Brasil é um dos países que mais desenvolveu tecnologias para o projeto, construção e controle de barragens de terra. A grande vantagem das barragens de enrocamento sobre as outras é que podem ser construídas sobre qualquer tipo fundação e ainda são relativamente baratas, não exigindo mão de obra especializada. REFERÊNCIAS AMORIM, J. L. R. Galgamento da barragem de Aipim. In: XXIV SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS, 24. 2001, Fortaleza. Anais... Fortaleza: CBDB, 2001. v.4, pp. 165-168. AGUAS, M. F. F. Avaliação da barragem de Serra da Mesa nas fases construtivas e de enchimento do reservatório com auxílio de modelagem numérica. 1999. 140 f. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1990. BERTOLUCCI, J. C. Propriedades de engenharia dos solos residuais de biotitagnaisse compactados. 1975. 236f. Dissertação de Mestrado, PUC-Rio, Rio de Janeiro, 1975. COMITÊ Brasileiro de Grandes Barragens (CBGB). Diretrizes para a inspeção e avaliação de segurança de barragens em operação. Rio de Janeiro, 1983. 26 p MARAGON, Matheus. Barragens de Terra e Enrocamento. Tópicos em Geotecnia e Obras de Terra – UFJF. 2004. POLETTI, Nadia Antomia Aparecida; CALIRI, Maria Helena Larcher; SIMÃO, Cléa D Soares Rodrigues; JULIANI, Karen Bárbara Juliani4 e TÁCITO,Vivian Ellen. Metodologias de uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(3): 411-417. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 89 impermeável, concreto armado, concreto asfáltico, ou aço. As rochas para essas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 90 SAYÃO, A., 2009, “Notas de aula da disciplina de Barragens de Terra e Enrocamento”. Curso de Mestrado da PUC - RJ, Rio de Janeiro. Dione da Costa Oliveira - Técnico em Edificações -ESCOLA TÉCNICA VÉRTIX – Acadêmico do curso de Engenharia Civil, Bolsista da FAPEMIG – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Rafael Eler de Souza -Graduado em designer de produtos - UEMG - Mestre em engenharia de materiais - REDEMAT- Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Compósitos; Concreto verde; Cinzas; Palha de Café. 1 - INTRODUÇÃO O Brasil é o maior produtor de café do mundo e Minas Gerais é o mais importante produtor nacional de café, responsável por uma produção que varia entre 45% e 50% da safra brasileira e com um crescimento de 3,4% a.a. (LINS, 2006). Atualmente, com a maior cotação no mercado internacional do café de melhor qualidade, a despolpa tem sido empregado para produzir café de alto padrão. Esse processo gera a polpa, que tem tornado um problema para o cafeicultor, uma vez que pode ser poluente ao meio ambiente. Alternativas de utilização para este material é responsabilidade das instituições de pesquisa agropecuária (BARCELOS et al. 2001). O setor de construção civil encontra-se em grande expansão nos dias de hoje, desempenhando, segundo Stachera Junior (2006), um papel importante no crescimento das economias e no desenvolvimento dos países, porém, dados da UNEP (2007), afirmam que essa área é uma grande geradora de emissões de gases de efeito estufa, respondendo por um terço do total de GEEs. Josa et al. (2004) e apontam que a emissão de GEEs na construção civil provém, em grande parte, da indústria cimenteira. Soares (1998) afirma que um dos principais processos responsáveis pela emissão é a calcinação das matérias - primas para gerar o clínquer, composto do cimento, além do consumo de combustíveis necessários para a manutenção de altas temperaturas exigidas neste processo. Os resíduos da construção civil (RCD) são heterogêneos, possuindo grande variabilidade, e, embora possam ser considerados, de uma forma geral, como inertes, a sua composição química e o risco de contaminação ambiental estão diretamente relacionados com as matérias utilizados na obra onde foram gerados (GONÇALVES, 2013, p. 60 apud CARNEIRO et al., 2001, p. 149). O objetivo deste projeto de pesquisa é avaliar o comportamento e a variação da resistência de compósitos do tipo concreto verde com Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 91 VARIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM COMPÓSITOS DO TIPO CONCRETO VERDE COM A ADIÇÃO DE CINZAS DE CASCA DE CAFÉ ensaios de compressão, buscando de forma concisa um projeto de desenvolvimento sustentável, eficiente e barato voltado para a indústria cimenteira, utilizando-se o resíduo da agricultura cafeeira, visto que o Brasil é o maior produtor de café do mundo. 2 - METODOLOGIA A execução do projeto baseia-se no que foi feito com as cinzas da casca de café por Lins (2006). A palha da casca de café já triturada e incinerada pelo doador. As cinzas foram separadas de qualquer matéria orgânica, sendo utilizada uma peneira número 4 de 425 µm atendente à ISO 3310/1 e adicionadas nas misturas respeitando ao planejamento fatorial na obtenção dos corpos de prova. De acordo com Souza (2013), a adição de resíduos inertes em compósitos oferecem melhor trabalhabilidade quando não ultrapassados valores de 25% em peso da fração da mistura. Foi adicionada em substituição ao cimento até 25% em peso. Para a análise estatística, foi necessário um planejamento fatorial de experimentos do tipo 2k, sendo k o número de fatores, com dois níveis para cada fator. O software utilizado para o tratamento dos dados será o Minitab® sendo feita a análise de variância e teste de turkey. Tanto as matérias-primas do concreto (cimento e agregados) quanto a casca de café nos foram doadas respectivamente pelo gerente administrativo da Constru Forte Getúlio Ferreira dos Santos e pelo senhor João Gardingo. Para a execução dos experimentos, as matérias-primas foram separadas e pesadas em quantidades desejadas de cada experimento e então misturadas e hidratadas para a obtenção do traço. Foi feita a mistura das matérias primas e adicionado agua para a hidratação e homogeneização da mistura e então alimentados os moldes, lembrando que ao momento da elaboração de cada corpo de prova, foram medidas e anotadas a umidade do ar, juntamente com a temperatura ambiente. O molde escolhido para se fizer os corpos de prova é de 15 cm de diâmetro, logo, a altura de 30 cm visto que seguem as especificações da NBR 5738 (2003). A composição básica do concreto verde é até 40% em peso de cimento e até 20% em peso de substrato da casca de café, 20% de areia, 30% de pedra e 10% de água. Com a análise variância dos experimentos será possível observar as possíveis interações entre os diversos fatores com o menor número possível de experimentos. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 92 a substituição de parte do cimento por cinzas de casca de café e sendo submetidos a Após a cura prevista de 28 dias, as amostras serão desenformadas e analisadas sobre eventuais problemas na obtenção. Depois de separadas, as amostras serão comprimidas até sua quebra para a obtenção de dados para a análise estatísticas afim de mensurar se há alguma perda das propriedades mecânicas em relação a amostras sem adição das cinzas da palha do café. A execução dos ensaios de compressão nas amostras de concreto com adição de palha de café será feita a partir dos critérios exigidos pela NBR 5739 (2007) que trata sobre ensaios de compressão em corpos de prova cilíndricos de concreto. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Ideias do gênero vêm ganhando força no mercado, e devem ser cada vez mais encorajadas devido à economia e aos danos ao meio ambiente que métodos convencionais trazem. Oliveira (2008) afirma que vários resíduos agrícolas e os resíduos da indústria cerâmica são candidatos para entrar na preparação do concreto e diminuir a presença do cimento na elaboração desse produto e ainda segundo Lins (2006) a UFF vem desenvolvendo pesquisas sobre a utilização de resíduos desde 1988 diminuindo a quantidade de poluentes emitidos na nossa atmosfera. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNCIAS. NBR5738-Concreto: Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova, Rio de Janeiro, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNCIAS. NBR5738-Concreto: Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos, Rio de Janeiro, 2007. BARCELLOS, Adauto Ferreira et al. Fatores Antinutricionais da Casca e da Polpa Desidratada de café (Coffe arábica L.) Armazenadas em diferentes Períodos. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.30, n.4, p. 2, jul. 2001. GONÇALVES, Marcel Marczewski. Resíduos com aplicação na construção civil: Sistematização da análise quanto ao potencial deletério e métodos de ensaio. Porto Alegre, Dezembro de 2013. P60. Monografia/Graduação. Engenharia Civil – Escola de engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. LINS, Luciana Nascimento. ESTUDO DA APLICAÇÃO DA CASCA DE CAFÉ NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Niterói, 2006. 19-21 p. Dissertação/Pós-graduação. Construção civil, Tecnologia – Mestrado em Engenharia Civil, Universidade Federal Fluminense – UFF. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 93 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES SOARES, Jeferson Borghetti. Potencial de conservação de energia e de mitigação das emissões de gases de efeito estufa para a indústria brasileira de cimento Portland até 2015. 163 f. Tese (Mestrado em Ciências em Planejamento Energético) – Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Rio de Janeiro – COPPE, Rio de Janeiro, 1998. SOUZA, Rafael Eler de. Utilização de Resíduo de Mineração para Obtenção de Madeira Plástica. Ouro Preto, 2013. 74 f. Dissertação de Mestrado – Mestrado em Engenharia de Materiais, Rede Temática em engenharia de Materiais – REDEMAT. STACHERA JUNIOR, Theodozio. Avaliação de Emissões de CO2 na Construção Civil: um estudo de caso da habitação de interesse social no Paraná. 176 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) – Setor de Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2006. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 94 OLIVEIRA, Marcos de. Concreto Verde. Fafesp. 2008. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2008/04/01/concreto-verde/> Acesso em: 26. Fev. 2015. Brendo Fernandes da Silva – Graduando em Engenharia Civil, Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Bolsita FAPEMIG. Daniel Vieira Ferreira – Graduado em Matemática, Especialista em Cálculo Diferencial e Estatística, Mestre em Educação Matemática, Pós-graduado em Cafeicultura de Montanha. Professor de exatas da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX e Diretor da Escola Técnica Vértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Recursos hídricos; Reuso de águas; Benefícios. 1. INTRODUÇÃO Atualmente, os recursos hídricos estão no centro dos temas ambientais mais discutidos em todas as áreas do conhecimento (SANTIN e GOELLNER, 2013). Na busca do desenvolvimento de ações que estejam de acordo com os objetivos da sustentabilidade, a prática do Reuso de Águas é apontada como uma das boas opções para a problemática da oferta hídrica (FERREIRA, 2005; SANTOS et al., 2011). O Reuso de Água é considerado como uma técnica que propicia o uso racional/eficiente da água, compreendendo também o controle de perdas e desperdícios e a minimização do consumo (CETESB, 2014). Em geral, o sistema de reutilização baseia-se no tratamento de água não potável, reaproveitando-a para fins não potáveis (CARDOSO, 2006). Diante do cenário em que vivemos atualmente e da necessidade da criação de medidas que sejam capazes de promover o uso consciente da água, este trabalho teve por objetivo verificar a possibilidade de implantação de sistemas de Reuso de Águas no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Novas Tecnologias da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX e mostrar quantitativamente os benefícios que seriam obtidos com a instalação das técnicas de reaproveitamento. 2. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado no mês de julho de 2015, onde foi verificada a viabilidade e os benefícios da implantação de diferentes tipos de Reuso de Águas no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Novas Tecnologias da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. O Reuso de Água Pluvial e o Reuso de Água proveniente de aparelhos de ar condicionado foram os dois tipos de técnicas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 95 POSSIBILIDADE E BENEFÍCIOS DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE REUSO DE ÁGUA EM UMA DAS INSTALAÇÕES DE ENSINO DA FACULDADE VÉRTICEUNIVÉRTIX implantação do sistema de Reuso de Água Pluvial, foi observada, através de dados disponíveis no site da ANA - Agência Nacional de Águas – o índice pluviométrico da região sob estudo durante o ano de 2014. Além disso, foram obtidas informações sobre a área do telhado (em m2) que recobre toda a estrutura do local em estudo. Para se identificar a viabilidade da instalação do sistema de Reuso de Água proveniente de aparelhos de ar condicionado, levou-se em consideração a quantidade de aparelhos presentes no local. Os dados obtidos durante o estudo foram tabulados através da estatística descritiva no Microsoft Excel 2013. Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Diante de valores disponíveis no site da Agência Nacional de Águas foi possível identificar que o índice pluviométrico da região em estudo durante o ano de 2014 foi equivalente a 643,3mm. Associando tal valor à área do telhado que recobre o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Novas Tecnologias da Faculdade Vértice, que corresponde a 1.212,525m², chega-se a um resultado positivo em relação à economia de água que seria propiciada: A quantidade de água captada das calhas do telhado equivaleria a 780.017 Litros durante o ano de 2014. Identificou-se que até 100% da água utilizada para fins não potáveis, poderia ser proveniente de tal sistema. A água recolhida pode ser utilizada para limpeza de piso, uso em sanitários, lavagem de peças e equipamentos usados no local. Conforme afirma Bernardi (2003), a reutilização da água para vários usos, torna-se uma alternativa potencial de racionalização desse bem natural. Vários estudos demonstram que a aplicação de sistemas de reutilização de água em edificações pode reduzir significativamente o desperdício de água, proporcionando uma melhor utilização da mesma (CARDOSO, 2006). Neste estudo, identificou-se que a reutilização de água proveniente de aparelhos de ar condicionado em comparação com o reuso de água pluvial, não mostrou grande possibilidade de economia, devido ao número reduzido de aparelhos no local (n=2). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 96 de reutilização de água analisadas. Para detectar a possibilidade e os benefícios da 97 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio desta pesquisa, pode-se observar que a implantação de sistemas de Reutilização de Água revela-se como um importante meio para se promover a economia deste bem tão necessário à sobrevivência humana. Além disso, foi possível verificar que a instalação de tais sistemas especialmente o Reusa de Águas provenientes das chuvas, constitui uma realidade que pode ser vivida em nosso meio, garantindo benefícios consideráveis para a população local, bem como para a sociedade em geral. REFERÊNCIAS ANA. Agência Nacional de Água. Hidroweb. Sistema de Informações Hidrológicas. Disponível em: <http://hidroweb.ana.gov.br/> Acesso em: 01. jul. 2015. BERNARDI, C. C. Reuso de água para a irrigação. Brasília, 2003, 63p. Monografia/Pós-Graduação. MBA em Gestão Sustentável da Agricultura Irrigada Planejamento Estratégico, ISEA-FGV/ECOBUSINESS SCHOOL CARDOSO, K. A. Avaliação do período mínimo de precipitações pluviométricas a ser utilizado em estudos sobre aproveitamento de água pluvial em edificações. Florianópolis, 2006. 185p. Monografia/Graduação. Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Reuso de água. Governo do Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/%C3%81guas-Superficiais/39-Reusode%C3%81gua. Acesso em: 03. jul. 2015. FERREIRA, D. F. Aproveitamento de águas pluviais e Reuso de águas cinzas para fins não potáveis em um condomínio residencial localizado em Florianópolis - SC. Florianópolis, 2005. 139p. Monografia/Graduação. Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. SANTIN, J. R. e GOELLNER, E. A gestão dos recursos hídricos e a cobrança pelo seu uso. Sequência, Florianópolis, n.67, 199-221, Dez. 2013. SANTOS, E. S.; MOTA, S.; SANTOS, A. B.; MONTEIRO, C. A. B. e FONTENELE, R. M. M. Avaliação da sustentabilidade ambiental do uso de esgoto doméstico tratado na Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 98 piscicultura. Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, v. 16, n.1, 45-54, Jan./Mar. 2011. Willian de Arêdes Gomes Junior. Graduando em Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. André Luis da Silva Quirino. Doutor em Engenharia Agrícola. Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. [email protected] PALAVRAS CHAVE: Patologia, Pavimento, Asfáltico. 1- INTRODUÇÃO As obras de pavimentação asfáltica rodoviária no Brasil são objetos de estudo e pesquisa de longa data, crescendo notadamente a partir da década de 50 devido ao grande desenvolvimento das técnicas de pavimentação, decorrentes do intercâmbio entre Brasil e Estados Unidos (DNIT, 2006). O asfalto é um derivado do procedimento de refino do petróleo, possui consistência pastosa ou líquida, sendo usado na pavimentação. É obtido com a diluição do querosene ou nafta, aquecidos em tanque, antes de sua aplicação. Sua produção no Brasil iniciou-se na década de 50, na Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão/SP (FREITAS GUIMARÃES, 2003). De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT (2006) “pavimento” é uma superestrutura constituída por camadas de espessuras finitas, assentadas sobre um semi-espaço considerado infinito o qual é designado como subleito. Segundo Gonçalves (1999) as funções principais de um pavimento são a de oferecer uma superfície de rolamento confortável e segura para o trafego nas velocidades operacionais da via mantendo essas características acima de limites admissíveis em quaisquer condições climáticas. Souza (2004) relata que os pavimentos tiveram métodos de manutenção simplificado ou abandonados na ultima década por razões não explicadas, a técnica de manutenção se tornou eficiente, embora o meio técnico tenha desenvolvido tecnologia de reparo e manutenção que utiliza material reciclado como agregado na composição do pavimento flexível. Segundo o DNIT no Brasil em 2015, 12,2% dos 210.618 km das rodovias sob pavimento flexível se encontram pavimentadas. De acordo com Júnior (2014) patologias em pavimentos evoluem suas gravidades muito rapidamente, não Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 99 ANÁLISE PATOLÓGICA DE UM PAVIMENTO ALSFÁLTICO: ESTUDO DE CASO DA BR-116 – TRECHO ENTRE O QUILÔMETRO 645 E 647 pavimento está de qualquer forma ameaçada, ou não atende com total segurança e conforto ao usuário da via algum reparo ou reabilitação deve ser feita (DOMINGUES, 1993). Patologias apresentadas em pavimentos, geralmente visíveis a olho nu, podem proporcionar desconforto àqueles que trafegam pela via. Diante destes fatos objetivou-se com este trabalho listar as patologias existentes no trecho da rodovia BR116 compreendido entre os quilômetros 645 e 647, além de estabelecer uma relação das causas de seu surgimento e as metodologias adequadas para a sua conservação / reabilitação. Temos então como objetivo do estudo, o levantamento e identificação das patologias, esclarecer e entender a razão do aparecimento destas no pavimento, como também implementar metodologias para sua conservação/ reabilitação. 2 - METODOLOGIA O trabalho fundamentou-se na identificação visual de patologias presentes no pavimento asfáltico compreendido entre o quilômetro 645 e 647 da BR-116. Trata-se de uma pesquisa realizada de forma qualitativa, metodologia que parte do pressuposto de que o ambiente pode ser examinado de modo não trivial, ou seja tudo tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer um entendimento mais esclarecedor do nosso objeto de estudo (BOGDAN e BIKLEN, 1994). Segundo o DNIT (2006), patologias apresentadas em pavimentos podem incidir negativamente na segurança da via. A definição e avaliação da qualidade dos pavimentos que permitem conhecer o estado do pavimento se baseiam na definição de critérios objetivos quanto à análise da qualidade, interação entre a respectiva capacidade estrutural e o estado do pavimento. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS BOGDAN, R; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.p335. DNIT. Departamento Nacional de Infra-estrutura DPP/CGPLAN/Coordenação de Planejamento, 2015. de Transportes: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 100 raramente, entre a elaboração do projeto e execução da obra. Se a estrutura de um DOMINGUES, F. A. A.,MID-Manual de identificação de defeitos de revestimentos asfálticos de pavimentos.São Paulo, 1993. FREITAS GUIMARÃES, J. R. P. de. Apostila de Riscos Químicos. Santos: SENAC, 2003. GONSALVES. F. P. O desempenho dos pavimentos flexíveis. São Paulo,1999. JUNIOR, E.P. Manual de Obras Rodoviárias e Pavimentação Urbana: Execução e Fiscalização. São Paulo: Pini, 2014. ROCHA, R. S. e COSTA, E. A. L. Patologias de Pavimentos Asfálticos e suas Recuperações - Estudo de Caso da Avenida Pinto de Aguiar. Universidade Católica de Salvador: Bahia,2009. SOUZA. M. J. Patologias em pavimentos flexíveis.São Paulo, 2004. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 101 DNIT. Diretrizes básicas para estudos e projetos rodoviários: escopos básicos / instruções de serviço. - 3. ed. - Rio de Janeiro, 2006. Viviane Martins de Souza. Graduanda em Engenharia Civil da Faculdade VérticeUNIVERTIX. Mateus Zanirate de Miranda. Graduação em Engenharia Civil. Professor do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice- UNIVERTIX. Davi Mesquita de Macedo - Graduação Engenheiro agrônomo e Doutor em Fitopatologia. Professor de Engenharia civil da Faculdade Vértice- UNIVERTIX Pedro Genuíno de Santana Júnior. Graduação em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde Professor da Faculdade Vértice- UNIVERTIX. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática. Especialista em Física. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Gestão ambiental, ocupação, recursos hídricos, matas ciliares. 1 - INTRODUÇÃO A atualização do Código Florestal em um projeto de lei diminuiu as margens de proteção dos cursos d’água de 30 para 15 metros; as Áreas de Proteção Permanente (APPs) variam de 15 a 500 metros, vindo a depender da largura dos rios, esta nova proteção de 15 metros visam os pequenos cursos d’água como aqueles que não ultrapassam os 5 metros de largura. (VALVERDE e COSTA, 2011). Área de preservação permanente é a área protegida nos que corresponde a uma área coberta ou não por vegetação nativa, com a função de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas (BRASIL, 2012). As áreas denominada Área de Preservação Permanente (APP), é uma faixa de preservação de vegetação ao longo dos cursos d’água, nascentes, reservatórios e em topos de morros, que visa à manutenção da qualidade do solo, das águas e também servem como corredores de fauna, por se estabelecer em razão da topografia ou relevo (MILARÉ2001). A preocupação da criação dessas APPs vem do sentido de que as cidades nascem e crescem a partir de rios, os quais funcionam como canais de comunicação, servem suporte a serviços essenciais, como o abastecimento de água Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 102 OCUPAÇÃO DE APP HÍDRICA NO RIO MATIPÓ EM ÁREA URBANA DA CIDADE DE MATIPÓ-MG se considerar as variáveis existentes na apropriação do espaço pela sociedade, seus limites máximos e mínimos, que ditam seu equilíbrio dinâmico, entretanto a não ocorrência de grande parte dos casos vem a ocasionar condições de desequilíbrio e impacto ambiental (RICETO, 2012). As áreas de proteção permanente têm sido ignoradas na maioria de nossos núcleos urbanos, o que leva a graves prejuízos ambientais, como o assoreamento dos corpos d’água, enchentes e os deslizamentos de encostas, que acarretam sérios riscos para populações em geral (ARAUJO, 2002). A ocupação de loteamentos clandestinos ou irregulares em áreas de preservação merece uma atenção especial, porque indica as fragilidades de sistema de proteção a esses espaços, a preocupação em proporcionar moradia digna a todas as pessoas leva tal coisa a uma falta de planejamento e á ausência de uma estrutura administrativa eficiente de fiscalização que permitem a ocupação das margens de rios e outros locais de riscos (VARGAS, 2008). O homem escolheu áreas dotadas com maior quantidade de recursos ambientais onde pode organizar sociedade procurando aproveitar-se da facilidade de obtenção de recursos para sua sobrevivência. A realização de estudo sobre a ocupação do solo consegue compreender melhor a interrelação homem e ambiente, seus anseios, critérios e condutas, possibilitando conhecer o perfil da conscientização ambiental frente aos vários aspectos ambientais, como em áreas de bacias hidrográficas que são focos de estudo de diversas áreas do conhecimento pela relevância devido à crescente demanda de atividades humanas centradas nessas áreas (SOUZA et al, 2010). No município de Matipó em seu conjunto hidrográfico, destaca-se a área-objeto de estudo onde se observam impactos ambientais ocasionados pela presença de construções irregulares nas margens dos afluentes, notadamente estes podem causar riscos às pessoas que residem às margens hídricas, quanto também ao meio ambiente. “A urbanização cria não só novas paisagens, como novos ecossistemas” (BRAGA e CARVALHO, 2003). O presente trabalho tem como objetivo verificar se a população possui a consciência dos riscos que possuem construções irregulares às margens hídricas, se estão cientes do que diz o código florestal quanto a esta questão. 2 – METODOLOGIA Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 103 potável e a eliminação dos afluentes sanitários e industriais (ARAUJO, 2002). Devem- qualitativa. Foram realizadas entrevistas com 10 moradores residentes próximos de áreas hídricas de Matipó, município localizado na Zona da Mata mineira. A característica de pesquisa abordada para o manuseio do trabalho baseia-se na exigência de que o mundo seja examinado com a idéia de que nada é trivial, que tudo tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer uma compreensão mais esclarecedora do nosso objeto de estudo (BOGDAN; BIKLEN, 1994, p.49). Os participantes da pesquisa, serão orientados a preencher um termo de aceite à participação da mesma, como também explicito ao mesmo o seu total sigilo. O esclarecimento sobre o termo APPs permite nos estabelecer uma perspectiva de que as margens hídricas e os cursos d’água poderão vir a ter sua preservação, quanto a sua paisagem natural, biodiversidade, fauna e flora, e assegurar o bem estar das populações humanas. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS ARAÚJO, S. M. V. G. de. As áreas de preservação Permanente e a questão urbana. Consultoria Legislativa da Área XI, 2002. BOGDAN, R. e BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.p335. BRAGA, R.; CARVALHO, P. F. de (Org.). Recursos Hídricos e Planejamento Urbano e Regional. Rio Claro: Laboratório de Planejamento Municipal - Deplan – UNESP – IGCE, 2003. BRASIL. Código Florestal. Lei nº. 4771, 15 de Agosto de 1965. BRASIL. Código Florestal. Lei n⁰ 12651, 25 de Maio de 2012 MILARÉ, E. Direito do Ambiente. 2ª. Ed. revista, ampliada e atualizada. São Paulo: revista dos Tribunais, 2001. RICETO, A. As áreas de preservação permanente (app) urbanas: sua Importância para a qualidade ambiental nas cidades e Suas regulamentações. Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Uberlândia-MG, 2013. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 104 Trata-se de uma pesquisa que será realizada à luz da abordagem de pesquisa VALVERDE, S. R; COSTA, L. T. As margens dos rios à margem do noticiário– Universidade Federal de Viçosa (MG). VARGAS, H. L. Ocupação irregular de APP urbana: um estudo da percepção social acerca do conflito de interesses que se estabelece na lagoa do prato raso, em Feira de Santana, Bahia. Sitientibus, n. 39, p. 7-36. 2008. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 105 SOUSA, J. B. C. de; SANTOS, J. S; FEITOSA, A. C. Uso e ocupação da margem esquerda do rio Pindaré no Trecho da cidade de Monção – MA. XVI Encontro nacional dos geógrafos(ENG). Porto Alegre, 2010. Damaris Barroso Vitor e Gabriel Mairinques Miranda – Graduandos em Bacharelado em Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Irlane Bastos Costa. Graduada em Agronomia. Mestre e Doutora em Genética e Melhoramento de Plantas. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX. Mateus Zanirate de Miranda – Graduação em Engenharia Civil, Especialista em Docência do Ensino Superior, Professor na Univértix. Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em Engenharia Civil. Coordenador e Professor na Faculdade Univértix. Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios. Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Alvenaria; Construção; Alvenaria Estrutural; Alvenaria Convencional. 1 - INTRODUÇÃO A principal característica da construção convencional é a sua função primária de vedação (ou fechamento), separando ambientes e fachadas. O emprego de vigas e pilares moldados por formas de madeira também é grande, sendo este o método construtivo mais utilizado pelos brasileiros. Também, as maiorias das construções convencionais produzem grande quantidade de entulho devido à quebra de blocos do sistema. As paredes servem apenas como fechamento e separação de ambientes. Todo o peso é absorvido pelo sistema: pilares, lajes e vigas. No entanto, pode-se dizer que as paredes não possuem função estrutural. (Ferreira, 2015).A alvenaria estrutural surgiu como um sistema construtivo, que se destacou como uma opção eficiente e econômica que também é chamada de alvenaria/parede, exige portanto planejamento de profissionais qualificados. Isso acontece porque esse método de construção tem função estrutural em um projeto, e é indispensável para a sua estabilidade. ( BIMBOM 2015) 2 - METODOLOGIA O presente trabalho se classifica como uma pesquisa básica que objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 106 ALVENARIA ESTRUTURAL X ALVENARIA CONVENCIONAL bibliográfica do tema proposto. 3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES A alvenaria estrutural resulta da colocação em arranjos específicos de peças industrializadas, de dimensões e peso de fácil manuseio, ligadas entre si através de juntas de assentamento ou juntas verticais de argamassa para formar os elementos de alvenaria (produtos da construção) que são as paredes, cintas, vigas, contravergas, e vergas, pilares que juntos formam um conjunto monolítico. (Kalil, 2015).Projetar alvenarias moduladas com blocos vazados de concreto lembra a montagem de um jogo de peças de encaixes, como o “Lego”. Modular é amarrar um elemento ao outro com juntas alternadas e amarrar as alvenarias, encaixando os elementos de uma e de outra em fiadas alternadas. (Santos 2015). Para Kalil (2015) algumas das regras fundamentais são que, nas paredes portantes em edificações executadas em alvenaria estrutural não devem ser empregados rasgos para o embutimento das instalações, pois além do desperdício e do elevado consumo de material e mão de obra empregado nessa operação, temos que levar em conta que nesse sistema as paredes são portantes, com isso fica impossível tal procedimento devido a redução da seção resistente. A tubulação elétrica, por exemplo, desce em cada ponto de força/comando ou ponto telefônico. Não são necessários rasgos nos blocos para abertura de caixas de luz, interruptores ou de telefonia, pois são fornecidos pelos fabricantes blocos especiais elétricos, já com a abertura para o embutimento dessas caixas. Quando temos pontos muito próximos um do outro se utiliza um eletroduto de ligação, onde passa de um bloco para o outro pela região central superior das paredes transversais do mesmo, através de rasgos executados nos locais indicados com o auxílio de serras. O uso da alvenaria estrutural garante a redução de no mínimo 20% no custo total da obra, e também reduz significativamente a geração de resíduos. Porém, apesar de todas estas vantagens e de estar sendo cada dia mais adotado, a alvenaria estrutural ainda assim é pouco usada no Brasil. Um dos fatores que podem explicar esta questão, é o simples adepto de que exige mão de obra especializada, e no Brasil não é muito os profissionais capacitados nesta área. Mesmo parecendo ser prático o método de construção utilizando os blocos, pois os cuidados especiais exigidos necessitam de profissionais capacitados para a Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 107 Apresenta-se como pesquisa qualitativa exploratória em que se realizou uma revisão não podem ser grandes porque são as paredes que sustentam a obra, que tem por si reduzido o número de vigas e pilares, utilizando assim, as paredes para esta função, e sendo que, se estiverem separadas por vãos longos, fica limitado o seu potencial de sustentação. . 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar de tantos benefícios, a Alvenaria Estrutural ainda não tem um espaço amplo no mercado da construção civil quanto a Alvenaria Convencional. A necessidade de mão de obra especificamente qualificada limita seu uso. Porém, podemos ver o crescimento deste método e o melhoramento das técnicas progressivamente, decorrendo de tantos benefícios e economias que este modelo traz, sendo também um método construtivo diferenciado por gerar tão pouco entulho, sendo assim, agregando valores significativos de sustentabilidade. REFERÊNCIAS BIMBON. Disponível em: <http://www.bimbon.com.br/arquitetura/entenda_a_diferenca_entre_construcao_con vencional_e_alvenaria_estrutural > Acesso em 15 de maio de 2015 FERREIRA, Milene Aparecida B. TecHoje, Disponível em: < http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/413 > Acesso em 26 de maio de 2015. Fórum da Construção. Disponível em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=664 > Acesso em 15 de maio de 2015 Fórum da Construção. Disponível em: < http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=1252 > Acesso em 15 de maio de 2015. Fórum da Construção: Diferenças de alvenaria estrutural e convencional. Disponível em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=1642> Acesso em 26 de maio de 2015. KALIL, Sílvia Maria Baptista. Alvenaria estrutural. Disponível http://www.feng.pucrs.br/professores/soares/Topicos_Especiais__Estruturas_de_Madeira/Alvenaria.pdf > Acesso em: 24 de maio de 2015. em: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. < 108 execução. O pouco uso se explica também por causa das limitações dos vãos, que SANTOS, Altair: Alvenaria estrutural: saiba como evitar patologias. Fórum da Construção. Disponível em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=1536 > Acesso em 24 de maio de 2015. UFRGS. Disponível em: < http://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/alvenariaestrutural/ > Acesso em 27 de maio de 2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 109 MONTEIRO, Adriana da Silva. Planejamento e controle na construção civil, utilizando a alvenaria estrutural, 2010. Disponível em: < http://www.unama.br/graduacao/engenharia-civil/tccs/2010/PLANEJAMENTOCONTROLE-CONSTRUCAO-CIVIL.pdf > Acesso em 26 de maio de 2015. Fanny de Souza Bastos e Sérgio Luiz Mageste Filho – acadêmicos do 9° período do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Maria Aparecida Salles Franco – Graduação em Zootecnia, Especialização em Ciências do Ambiente, e Ecoturismo, Interpretação e Educação Ambiental, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Univértix. Mateus Zanirate de Miranda – Graduação em Engenharia Civil, Especialista em Docência do Ensino Superior, Professor da Faculdade Univertix. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Pedro Genuíno de Santana Junior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Graduado em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Univértix. [email protected] 1 - INTRODUÇÃO O demasiado crescimento populacional tem causado muitos problemas, sendo a grande geração de resíduos sólidos um dos mais preocupantes deles. O desenvolvimento tecnológico contribui com o aumento do consumo de bens e consequente geração de lixos que, se eliminados inadequadamente, transformam-se em poluição, contaminação e no desperdício de recursos naturais. Desde 1960 as Usinas de Triagem e Compostagem (UTC) foram consideradas uma opção para a destinação adequada dos resíduos sólidos urbanos, já que o reaproveitamento dos materiais recicláveis e a compostagem da parcela orgânica acarreta em geração de renda e redução da quantidade de resíduos a ser aterrada, preservando os recursos naturais e reduzindo a poluição ambiental (VIMIEIRO, 2009) A gestão da “limpeza pública” e dos RSU é de responsabilidade das prefeituras. A destinação adequada dos resíduos, aquela que garante menores impactos ao meio ambiente, tem se tornado um desafio, principalmente para as cidades de pequeno porte, devido à carência de recursos humanos qualificados, tecnológicos e financeiros, sem mencionar o problema ocasionado pelas descontinuidades administrativas relacionadas aos RSU, típico de políticas municipais brasileiras. (MAGALHAES, 2008) Em Minas Gerais, desde 2001, há uma clara política de erradicação dos lixões que nessa época estavam presentes em quase todos os municípios do Estado. O Programa Minas sem Lixões, da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) contabilizou, até 2006, a redução de 35% dos municípios que ainda dispõem seus Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 110 ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE UMA USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM maneiras adequadas para a disposição final dos RSU. De acordo com Oliveira (2006), o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (PGIRSU) é um documento que descreve as atividades relacionadas ao tratamento a ser dado aos resíduos sólidos urbanos, desde a geração, segregação, acondicionamento, coleta – seja ela convencional e/ou seletiva -, transporte, tratamento, disposição final e a proteção à saúde pública e, deve ser elaborado por cada município de acordo com o tamanho da população e de suas características socioeconômicas e culturais, analisando a quantidade e a qualidade do lixo gerado. De acordo com a Deliberação Normativa 52/01 do COPAM, os municípios com população urbana superior a 20 mil habitantes devem, obrigatoriamente, implantar sistemas tecnicamente adequados de disposição final de resíduos sólidos urbanos, passíveis de regularização ambiental. O presente trabalho tem como objetivo analisar a situação do aterro controlado e da usina de triagem e compostagem, localizados numa cidade no interior de Minas Gerais, descrevendo a real situação da recolha e tratamento dos resíduos sólidos urbanos no município. Segundo dados da FEAM, em 2003 eram 823 municípios mineiros com lixões. Este número caiu para 258 munícipios em 2014 e, atualmente, ainda existem municípios no estado que não cumpriram a lei. Isto ocorre devido ao tamanho dos munícipios - já que 95% dos munícipios com lixões têm menos de 50 000 habitantes - pouco recurso disponível e falta de interesse dos gestores. 2 - METODOLOGIA Neste trabalho de cunho quantitativo cuja coleta de dados foi realizada em uma usina de triagem e compostagem, em um município do interior de Minas Gerais, no período de junho a outubro de 2015, através de entrevistas. O critério de seleção foi ser trabalhador da usina. Todas as entrevistas foram escritas para posterior análise e os dados obtidos foram classificados por temas, de acordo com o objetivo da investigação. Serão entrevistados trabalhadores da usina, contudo o número de entrevistas não foi estabelecido previamente, sendo conduzido até se considerar suficiente o conteúdo das respostas obtidas. A seleção das entrevistas será de forma aleatória, com participação voluntária. O trabalho busca analisar o ambiente onde os funcionários trabalham a quantidade de resíduos recebidos diariamente - o quanto é Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 111 resíduos em lixões e o aumento de 200% no número de municípios que utilizam terreno. Segundo Demo (2000): Explica a existência de duas abordagens na pesquisa, uma com enfoque quantitativo e outra qualitativa. A abordagem quantitativa é tradicionalmente utilizada nas pesquisas em ciências sociais como uma transposição dos experimentos e do empirismo característicos das pesquisas das ciências naturais. A abordagem qualitativa, por outro lado, é um estudo interpretativo de um fenômeno localizado socialmente, definido pela sua própria história. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS CONSELHO DE POLÍTICA AMBIENTAL (Minas Gerais). Deliberação normativa n. 52, de 14 de dezembro de 2001. Convoca municípios para o licenciamento ambiental de sistema adequado de disposição final de lixo e dá outras providências. Minas Gerais, Belo Horizonte, 15 dez. 2001. DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000. MAGALHÃES, Débora Neide de. Elementos para o diagnóstico e gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos do município de dores de campos – MG. Juiz de Fora, 2008. 60p. Monografia/Graduação. Curso de Especialização em Análise Ambiental, Universidade Federal de Juiz de Fora. Minas sem lixões. http://www.minassemlixoes.org.br/. Acesso em 18/06/2015 ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA OPERAÇÃO DE USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM DE LIXO. Belo Horizonte: FEAM, 2006. VIMIEIRO, Gisele Vidal; PEREIRA, Luciano Zille; LANGE, Liséte Celina.Trabalho e qualidade de vida em usinas de triagem e compostagem de resíduos urbanos. FACES R. Adm., Belo Horizonte, v. 8, n. 2, p. 94-105, abr./jun. 2009. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 112 separado, compostado e rejeitado - e a situação do aterro controlado existente no Naiara Paula Gomes da Silva e Rosilene Souza – acadêmicas do 9º período do curso de Engenharia Civil da Univértix. Mariana de Faria Gardingo Diniz - Bióloga - Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos com ênfase em Tratamento de Águas e Efluentes. Professora do curso de Engenharia Civil da Univértix Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix Ailton Moreira Magalhães. Especialista em . Graduado em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Aline Rodrigues Soares. Doutorado em Química Analítica. Graduada em Química. Professor na Faculdade Univértix. Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios. Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVES: Construção civil; resíduos sólidos e tijolos. 1 - INTRODUÇÃO A Construção Civil é responsável por um consumo significativo dos recursos naturais extraídos e por uma produção de aproximadamente metade da massa total de resíduos sólidos urbanos ( ANGULO, 2005). Na maioria dos municípios um grande problema das construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, de acordo com Porto e Silva (2008) é que a grande parcela desses resíduos é depositada em locais inadequados, ocasionando assim sérios impactos ambientais. A reciclagem dos resíduos e uma das soluções encontradas, tendo em vista que além de diminuir as áreas de aterro, temos a preservação de recursos naturais com a substituição destes por resíduos, prolongando a vida útil das reservas naturais e reduzindo o impacto ambiental, geração de empregos com o surgimento das empresas de reciclagem, etc (SENAI/SEBRAI, 2000). Em agosto de 2010, foi divulgada a Lei 12.305/10 referente à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Conforme o artigo 54 desta Lei há afirmação de que a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, deverá ser implantada em até 4 (quatro) anos após a data de publicação da Lei, logo isto denota que todos os municípios brasileiros deverão adequar a disposição dos resíduos sólidos urbanos eliminando Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 113 A UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO PARA FABRICAÇÃO DE TIJOLOS disposição final ainda permanece de forma inadequada, seja em lixões a céu aberto ou à beira de rios. De acordo com a Resolução 307 do CONAMA os geradores também são responsáveis pela destinação final dos resíduos quando não sejam viáveis o reuso ou reciclagem dos resíduos na própria obra. No Brasil a questão da reciclagem vem sendo abordado depois de algumas mudanças e leis, mas que se comparado aos países de primeiro mundo, a abordagem é lenta. O segmento da construção civil é de grande importância para Matipó. Com a chegada da faculdade Univértix que se iniciou em 2008, com uma obra de grande porte para o município, e o aumento da população inclusive a migratória, incentivou o crescimento das construções no município, tendo em vista que a grande maioria da mão de obra civil é de fácil acesso na região, gerando emprego e renda. No Brasil, já é bem conhecida a utilização de resíduos sólidos para fabricação de agregados, utilizados em argamassas e até mesmo em pavimentação. A possibilidade de se confeccionar tijolos e blocos vazados através da utilização do resíduo sólido gerado pelo descarte das areias de fundição aglomeradas com argila sob o aspecto químico, o processo de encapsulamento permitiu uma estabilização do resíduo. (PABLOS, 1995). Diante do exposto, o objetivo deste estudo é fazer o levantamento e quantificação dos resíduos da construção civil e produção de tijolos a partir desses entulhos. Com este estudo pretendemos contribuir para que os profissionais da construção civil possam compreender melhor a importância da reutilização de materiais para preservação e cuidados com meio ambiente. 2 - METODOLOGIA A presente proposta trata-se de uma pesquisa aplicada, na qual objetiva-se gerar conhecimento a partir de aplicações práticas e de natureza explicativa, nesse tipo de pesquisa são utilizados métodos experimentais além de coleta de dados, onde fatos são observados, computados, analisados, divididos em classe e interpretados, sem que haja interferência do pesquisador (BALBI, 2011). A área de referência escolhida para o presente estudo foi à cidade de Matipó - MG, um município considerado de pequeno porte, situado na região sudeste do estado das Minas Gerais, que se encontra em plena expansão mobiliária, resultado de alguns fatores, como o desenvolvimento da cafeicultura nas últimas décadas, com Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 114 assim os lixões a céu aberto. Passaram-se os 4 anos e o que vemos hoje e que a de Ensino Superior Faculdade Vértice – Univértix que surgiu com o intuito fundamental de promover melhores condições de acesso à educação superior para a população de Matipó e região. No presente projeto será realizada primeiramente uma revisão bibliográfica sobre o tema escolhido. Após esse levantamento bibliográfico serão coletados e mensurados os dados sobre as principais obras que estão sendo executadas no município, e escolha de quais e quantas irão fazer parte do experimento. Junto com a coletada de dados serão realizados os ensaios de bancada para confecção de tijolos a partir dos resíduos coletados nas obras selecionadas. Os ensaios serão realizados nos laboratórios de resistência e mecânica aplicada da Faculdade Vértice. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Por se tratar de uma pesquisa em andamento, ainda não temos dados a serem discutidos nem concluídos, portanto sabemos que sustentabilidade e eficiência andam juntas na construção civil. Segundo Porto e Silva (2008), a construção civil é um dos setores de produção que mais desperdiça na utilização dos recursos naturais. O Resíduo Solido da Construção Civil muitas vezes é gerado por deficiências no processo da construção, como falhas ou omissões na elaboração dos projetos e na sua execução, má qualidade dos materiais empregados, perdas no transporte e armazenamento, má manipulação por parte da mão de obra, além da substituição de componentes pela reforma ou reconstrução. REFERÊNCIAS ANGULO, Sérgio Cirelli. CARACTERIZAÇÃO DE AGREGADOS DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO RECICLADOS E A INFLUÊNCIA DE SUAS CARACTERÍSTICAS NO COMPORTAMENTO DE CONCRETOS. (2005).236 f. Tese (Doutorado em Construção civil) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 115 consequente crescimento do comércio local, e inclusive a implantação da Instituição Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lei 12.305/10. PABLOS, Javier Mazariegos. UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO SÓLIDO GERADO PELO DESCARTE DAS AREIAS DE FUNDIÇÃO AGLOMERADAS COM ARGILA NO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL. 1995.86 f.(Mestrado em Arquitetura). Universidade de São Paulo. 1995 PORTO, Maria Edelma Henrique de Carvalho e SILVA Simone Vasconcelos. REAPROVEITAMENTO DOS ENTULHOS DE CONCRETO NA CONSTRUÇÃO DE CASAS POPULARES. XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2008. SENAI e SEBRAE. GESTÃO DE RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL. Projeto Competir.2000 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 116 BALBI, João Carlos Sinott. ELABORAÇÃO DA METODOLOGIA. http://professorbalbi.blogspot.com.br/2009/07/bem-vindos.html. 2011. Acesso em 23 de julho de 2015. Nayara Helena Fialho Oliveira – acadêmica do 9º período do curso de Engenharia Civil da Univértix. Gladston Ramaldes Moreira – acadêmico do 9º período do curso de Engenharia Civil da Univértix. Cristiano de Oliveira Ferrari – Graduação em Engenharia Civil. Especialista em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor do curso de Engenharia Civil da Univertix Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em Engenharia Civil. Coordenador e Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios. Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor na Faculdade UNIVÉRTIX. [email protected] 1 - INTRODUÇÃO Sempre que se pensa em construir o objetivo é que esta edificação seja sólida, segura, econômica e algumas vezes rentável. Porém nem sempre todas as etapas da obra são gerenciadas corretamente, o que pode acarretar prejuízos financeiros, perca de tempo e até a suspensão da obra. Um gerenciamento adequado dentro da realidade do proprietário, da mão de obra oferecida e dos materiais e recursos financeiros disponíveis são fundamentais para que a obra seja concluída sem imprevistos. Antes de ser iniciado qualquer trabalho de engenharia, seja ele de qualquer porte é necessário um estudo preliminar completo para que o planejamento possa ser feito com maior exatidão possível. Segundo Hélio (1997) os aspectos social, técnico e econômico, a localização do lote e suas características de uso com todas as opções possíveis, as avaliações de custo e prazo são o foco principal no estudo preliminar do projeto. Cada obra é específica. Não podendo ser planejada de maneira igual a nenhuma outra. Assim, para cada obra, cada projeto, são necessários planejamento e gestão diferentes. Todo este gerenciamento ainda gera dúvidas em muitas construtoras brasileiras. “Pequenos imprevistos podem levar uma empresa a cometer erros que acabam afetando a qualidade, os custos e os prazos do empreendimento, levando muitas vezes ao fracasso do mesmo” (FILHO, 2009, p.12). Se estas questões podem ser uma incógnita para algumas empresas é quase Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 117 ANÁLISE DOS IMPACTOS CAUSADOS PELA FALTA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE GERENCIAL EM OBRAS DAS CIDADES DE ABRE CAMPO, MATIPÓ E RIO CASCA. O acompanhamento de todas as etapas por um engenheiro civil habilitado para este gerenciamento pode ser fundamental para o sucesso do projeto. É notável que grande parte das pequenas obras não receba nenhum tipo de acompanhamento por parte dos engenheiros civis. Segundo a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Jacareí, a AEAJ, muitos proprietários entregam a realização do serviço a pessoas sem qualquer estrutura para o controle de uma obra com o objetivo de economizar e, muitas vezes, coloca em risco a economia de toda uma vida de trabalho. Situações não previstas podem colocar todo o projeto em um patamar de complexidade muitas vezes difícil e mais caro de ser remediado. Solos incompatíveis com a fundação projetada falta e desperdício de material e mão de obra compram de material mal planejada, acidentes no trabalho, erros de execução, todos estes erros são mais fáceis de serem cometidos quando não há um acompanhamento adequado por profissional habilitado na obra. De acordo com Fontenelle (2002, p.1): O setor da construção civil no Brasil ainda aparece frequentemente rotulado como um setor "atrasado" quando comparado a outros setores industriais devido à sua baixa produtividade global, em função, principalmente, de seu baixo nível de industrialização, elevado desperdício de materiais e reduzida qualificação de sua mão-de-obra, o que resulta também na baixa qualidade do seu produto final. Diante do exposto propõe-se aprofundar as discussões a respeito destas dificuldades, uma vez que o objetivo de todo projeto de construção civil é ver o mesmo totalmente concluído, dentro dos custos e prazos planejados. Propõe-se mostrar a importância do engenheiro civil na tomada de decisões do projeto. Visto que decisões na fase de projeto podem influenciar todo o ciclo de vida do empreendimento, a colaboração e compartilhamento de conhecimento entre as equipes, aliada ao atendimento às expectativas do cliente, representa um potencial para melhorar o desempenho dos projetos e minimizar estruturas e processos ineficientes no setor da construção, aumentando o valor agregado ao projeto, obra e operação (MEDEIROS, 2013). Com este estudo pretendemos contribuir para que os proprietários de obras e engenheiros civis percebam a importância de um gerenciamento adequado e verificar soluções possíveis para maior integração entre todas as partes envolvidas no processo da construção. 2 - METODOLOGIA Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 118 impossível imaginar que pequenas obras particulares sejam assistidas corretamente. segundo Gil, tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Serão entrevistados proprietários de obras e engenheiros civis das cidades de Abre Campo, Matipó e Rio Casca. Serão uma pesquisa sistemática, com formulários impressos e/ou entrevistas gravadas, com todos os dados arquivados para posterior recuperação. As entrevistas serão realizadas nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2015. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS AEAJ – Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Jacareí (Jacareí-SP). Cartilha “Imóvel Seguro”. Jacareí, São Paulo. AZEREDO, Helio Alves de. O edifício até sua cobertura. 2 ed. São Paulo: Edgard Blucher. 1997 FILHO, S. A. H., RIBEIRO, V. A. (2009). Gerenciamento na construção civil: Planejamento e controle de obras. 69p. Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Engenharia Civil, Centro Universitário de Fundação Educacional de Barretos, Barretos. FONTENELLE, Eduardo Cavalcante. Estudos de caso sobre a gestão do projeto em empresas de incorporação e construção - Eduardo Cavalcante Fontenelle. – São Paulo, 2002. 369p. GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas (São Paulo), 2010, 184p. MEDEIROS, M. C. I.; MELHADO, S. B. Gestão do conhecimento aplicada ao processo de projeto na construção civil: estudo de caso em construtoras. São Paulo: EPUSP, 2013. 24 p. (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/581) Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 119 Para elaboração deste trabalho optou-se por uma pesquisa descritiva que, Alysson Luiz Fernandes Netto e Raquel Teixeira de Souza– acadêmicos do 9º período do curso de Engenharia Civil da Univértix. Mateus Zanirate de Miranda – Graduação em Engenharia Civil. Especialista em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix. Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix. Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em Engenharia Civil. Coordenador e Professor na Faculdade Univértix. Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios. Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Univértix. Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor na Faculdade Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Fundações. Construção Civil. Projeto estrutural. Resistência. 1 - INTRODUÇÃO Fundação é a obra utilizada para sustentar as edificações de quaisquer tipos, geralmente enterrada, pode ser construída com os mais diversos materiais (ANDRADE et al, 2013). Segundo Melhado et al., citado por PRUDÊNCIO, (2011), as fundações constituem elementos estruturais que servem de ligação entre a superestrutura e o solo. Portanto, devem ser resistentes a tensões consequentes dos esforços, além de oferecer ao solo a resistência e a rigidez necessárias para que não ocorram rupturas e deformações. As principais fundações são divididas em superficiais também chamadas rasas ou diretas e profundas ou indiretas. As superficiais têm sua utilização no caso do subsolo possuir camadas capazes de suportar as cargas e as profundas quando há necessidade de se alcançar camadas mais profundas e resistentes (PRUDÊNCIO, 2011). Segundo a Norma Brasileira NBR 6122 (ABNT, 2010), considera-se fundação superficial aquela cuja carga é transmitida pelas pressões distribuídas sob a base da fundação com profundidade de assentamento inferior a duas vezes a menor dimensão da mesma. São classificadas como superficiais a sapata, o bloco, o radier, a sapata associada e a sapata corrida (ABNT, 2010). Os blocos de fundação possuem, geralmente, altura considerável e formato de tronco de cone, com construção feita em concreto simples para adquirir resistência à compressão. As sapatas merecem destaque porque são constituídas de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 120 ANÁLISE DOS TIPOS DE FUNDAÇÕES MAIS USADAS EM UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA tração. O radier é representado por um único elemento que é distribuído por toda a base da construção, sua função é suportar e dissipar a carga em todos os pilares (MEDEIROS, 2012). Prudêncio (2011),considera a fundação superficial como opção interessante desde que atenda aos requisitos técnicos necessários, porque sua execução é simples dispensando o uso de equipamentos e mão-de-obra especializada o que a torna atraente do ponto de vista financeiro. Já a fundação profunda é definida pela NBR 6122 (ABNT, 2010) como aquela responsável pela transmissão da carga originária da superestrutura pela base, superfície lateral ou combinação das duas. É utilizada quando a profundidade de assentamento for superior ao dobro da menor dimensão da planta. São classificadas como fundação profunda a estaca, tubulão, estaca pré-moldada ou pré-fabricada de concreto, estaca de concreto moldada in loco, estaca de reação (mega ou prensada), estaca raiz, estaca escavada com injeção ou microestaca, estaca escavada mecanicamente, estaca Strauss, estaca escavada com fluido estabilizante, estaca Franki, estaca mista, estaca metálica ou de aço, estaca hélice contínua monitorada, estaca hélice de deslocamento monitorada, estaca trado vazado segmentado, caixões (ABNT, 2010). A distinção entre estacas, tubulões e caixões está na execução, sendo que as estacas são executadas unicamente por equipamentos ou ferramentas sem a necessidade de descida do operário. Tubulão e caixão diferenciam-se entre si pela geometria, sendo o tubulão geralmente cilíndrico e o caixão prismático (RESENDE, MARTINS, 2014). As estacas possuem como características distribuir as cargas descarregadas pelas estruturas na ponta como na superfície lateral aumentando sua eficiência devido ao fato dessas áreas apresentarem, normalmente, valores elevados. O tubulão pode ser executado a céu aberto ou em receptáculos fechados com ar comprimido (MEDEIROS, 2012). Para que se possa escolher adequadamente uma solução de fundação é preciso verificar se a mesma atende às condições técnicas indispensáveis e, para isso é importante conhecer a natureza e característica do subsolo através de uma prospecção geotécnica, a grandeza das cargas que serão transmitidas, a proximidade das edificações limítrofes bem como sua fundação e estado. Além das limitações relacionadas aos tipos de fundação existentes no mercado (RESENDE, MARTINS, 2014). De acordo com Joppert Junior (apud FERREIRA, 2009), devem ser analisadas também a viabilidade executiva e a existência de mão-de-obra Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 121 concreto armado que lhe confere maior resistência a compressão e bom suporte à apesar da simplicidade de alguns tipos de fundação é necessário muito cuidado na elaboração do projeto e execução desses elementos porque eles são a base da estrutura. Segundo Prudêncio (2011), todas as partes da estrutura incluindo-se as fundações devem ser projetadas e executadas de modo a garantir condições mínimas de segurança, funcionalidade e durabilidade. No caso da segurança as fundações devem ser executadas de modo a evitarem-se rupturas e atender as normas técnicas em relação à resistência dos elementos estruturais que a compõem e ao solo que lhe dá suporte. A estimativa dos recalques deve acontecer na fase do projeto com a realização de trabalho conjunto entre os responsáveis pelo cálculo da estrutura e fundação (PRUDÊNCIO, 2011). Devido à importância da determinação de qual tipo de fundação utilizar para garantir principalmente a segurança e a durabilidade da construção o presente trabalho tem como objetivo pesquisar, analisar, estudar e descrever, os tipos de fundações mais utilizadas nas construções na cidade de Manhuaçu, localizada na Zona da Mata Mineira. 2 - METODOLOGIA A metodologia a ser utilizada será a pesquisa bibliográfica e de campo através do estudo de caso. A pesquisa bibliográfica configura a base indispensável ao aprofundamento do conhecimento na área de fundações. A pesquisa de campo será realizada junto a construções na cidade de Manhuaçu (MG) com intuito de conhecer os tipos de fundações mais utilizadas para poder analisa-las, estuda-las e descrevêlas. De acordo com Yin (2010), no estudo de caso o foco está em um fenômeno atual inserido no contexto da realidade. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES A presente pesquisa encontra-se ainda em execução e, por isso, não é possível apresentar dados além do levantamento bibliográfico. As entrevistas ainda serão marcadas com a devida autorização e os dados analisados e discutidos posteriormente. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6122 – Projeto e execução de fundações: Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2010. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 122 especializada para execução da fundação adequadamente. Para Ferreira (2009), FERREIRA, Marcelo Menandro. ESTUDO DE FUNDAÇÃO: EXECUÇÃO DE SAPATA DE GRANDE DIMENSÃO. (Trabalho de Conclusão de Curso) Engenharia Civil. Universidade Anhembi Morumbi. São Paulo: Universidade Anhembi Morumbi, 2009. MEDEIROS, FABIANO. COMPARATIVO ENTRE PROJETOS, NORMATIZAÇÃO E EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES. (Estágio Curricular Supervisionado) Coordenação do Curso de Engenharia Civil. Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC). Lages (SC): UNIPLAC, 2012. PRUDÊNCIO, TIAGO. ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE DIFERENTES TIPOS DE FUNDAÇÃO EM CASAS POPULARES. (Monografia). Especialização na Construção Civil, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Criciúma: UNESC, 2011. RESENDE, Rafael Junio; MARTINS, Marlucio. ESTUDO COMPARATIVO DE VIABILIDADE DOS PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS.Revista Pensar Engenharia.v. 2, n. 1, jan. 2014 YIN, Robert K. ESTUDO DE CASO: PLANEJAMENTO E MÉTODOS. Porto Alegre: Bookman, 2010. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 123 ANDRADE, Ana Cristina O. Teles; DANTAS, Edivaneli Santos; DIAS, LaissaKethllin Leitão; ARAÚJO, Maria Eliza Pionório; SILVA, Michelle de Jesus. GEOTECNIA: FUNDAÇÕES E OBRAS DE TERRA. Cadernos de Graduação. Ciências Exatas e Tecnológicas.Sergipe.v. 1, n.16, p. 27-43,mar. 2013. Esttefânia Aparecida Martins e Warlly Martins Soares – acadêmicos do 9º período do curso de Engenharia Civil da Univértix. Fabrício Santos de Souza – Graduação em Engenharia Civil. Especialista em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da UNIVÉRTIX. Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da UNIVÉRTIX. Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em Engenharia Civil. Coordenador e Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios. Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor na Faculdade UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Compatibilização de Projetos. Controle de Qualidade. Construção Civil. Interposições Físicas. 1 - INTRODUÇÃO Com o forte crescimento do setor imobiliário por volta dos anos 60, o modelo construtivo ao qual se conhecia até então foi repentinamente mudado pela grande demanda em habitação para os novos moradores oriundos da “reviravolta” do antes chamado Brasil rural para o Brasil urbano, isso se iniciou a partir da década de 40 com o acelerado processo de urbanização da população brasileira atraída por vários fatores, tais como a esperança de mais emprego e melhor saúde nas cidades, o vislumbre pela promessa de futuro promissor proveniente da grande ascendência da industrialização e a presença de boa estrutura fundiária. De acordo com Graziano (2003), com essas mudanças surgem vários escritórios técnicos com especializações diversas, entre elas arquitetura, instalações e estruturas, ou seja; profissionais da área de engenharia que antes trabalhavam em equipe em empresas especializadas em planejamento e construção e que contavam com a coordenação de seus projetos passam então a trabalhar em escritórios isolados, o que trás um distanciamento das opiniões e soluções plausíveis ao bom desenvolvimento de qualquer trabalho do ramo. Para o SINDUSCON-PR (1995) a compatibilização de projetos tem como função de integralizar e gerenciar projetos correlacionados com o intuito de se obter o Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 124 GERENCIAMENTO DE PROJETOS: A INFLUÊNCIA DA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS NA QUALIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL processo para conquista dos padrões de controle de qualidade total de certa obra. Inúmeras são as descrições para compatibilização de projetos em se tratando de um ponto de vista técnico específica, ainda que estabelecidas por numerosos estudos concluídos. O que os assemelha é a relação com o bom desempenho do projeto em referência a tempo, preço e qualidade. Temos como exemplo a definição de Callegari (2007), onde compatibilização de projetos se trata de gerenciar e interligar os vários projetos de determinada obra, visando além do melhor encaixe dos mesmos subtrair as inconformidades presentes, tendo como objetivo dar simplicidade à etapa de execução e assim racionalizar e aperfeiçoar o uso de materiais, tempo, mão de obra e até mesmo a posterior manutenção. Essa atividade visa obter segundo a detecção de falhas que possam ter relação com intervenções e interposições físicas entre inúmeros elementos da obra (YAZIGI, 2009). Para Picchi (1993) a definição de compatibilização vai um pouco além de identificar falhas pelo processo de sobreposição, mais atribui também a função de planejar reuniões com os diversos projetistas bem como com a direção, tendo como finalidade resolver qualquer interferência que for detectada, o que pode ser auxiliado pelo uso da NBR15575-1 (2013, p.04), que “estabelece os requisitos e critérios de desempenho que se aplicam às edificações habitacionais, como um todo integrado, bem como serem avaliados de forma isolada para um ou mais sistemas específicos”. Com esta pesquisa temos o intuito de expor, apresentar possíveis alternativas aos problemas e salientar a alunos, profissionais da construção civil, empreiteiros, proprietários de pequenas construtoras e clientes, a importância da compatibilização de projetos de uma obra e seu impacto direto no tempo de execução pela necessidade de muitas das vezes serem realizadas demolições e/ou algum tipo de retrabalho, e a influência direta que isso causa na qualidade da edificação. 2 - METODOLOGIA Para a composição deste trabalho definiu-se uma pesquisa descritiva que, de acordo com Gil (2008) neste tipo de pesquisa podemos estabelecer relações entre variáveis além de descrever as características de determinado fenômeno ou população. Segundo Neto (2012), a pesquisa qualitativa através de inúmeras técnicas visa descrever e decifrar através de dados e amostras. As entrevistas serão Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 125 arranjo mais perfeito e promissor possível entre os mesmos e direcionando todo o edificações de Matipó e Manhuaçu, cidades da Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. Será aplicado um questionário que terá como finalidade revelar se determinada obra ou edificação estando elas em fase de construção ou até mesmo habitadas, houve ou não algum “caso” de inconveniente por falta de observação prévia dos projetos e anexos, ocorrendo assim algum tipo de interferência física em alguma das etapas da construção, ou a parada da mesma. Nesta fase contaremos com o auxílio de algumas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para nos dar o embasamento conceitual necessário para atribuirmos credibilidade a nossa pesquisa. As entrevistas serão gravadas, transcritas e armazenadas em arquivo tipo Word, o que possibilitará a recuperação de dados posteriormente, e ainda será anexado relatório fotográfico que auxiliará a evidenciar os fatos. Iniciaremos a coleta de dados a partir do mês de setembro de 2015. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÁCNICAS. NBR 15575-1 - Edificações habitacionais – Desempenho. Rio de Janeiro, 2013. CALLEGARI, Simara. Análise da compatibilidade de Projetos em Três Edifícios Residenciais Multifamiliares. Dissertação – Arquitetura e Urbanismo. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2007. GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas (São Paulo), 2010, 184p. GRAZIANO, Francisco Paulo. Compatibilização de Projetos. Instituto de pesquisa Tecnológica – IPT (Mestrado Profissionalizante), São Paulo, 2003. NETO, Antonio Cheuhuen. Metodologia da Pesquisa Científica: da graduação à pós-graduação. 1 ed. Curitiba, PR: CRV (Curitiba), 2012, 303p. PICCHI, Flávio Augusto. Sistema de Qualidade: Uso em Empresas de Construção. Tese – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 126 realizadas em empresas de pequeno porte da construção civil e Proprietários de YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. 10 ed. - São Paulo: Pini:SindusCon-SP, 2009 PERDA AUDITIVA INDUZIDA PELO RUÍDO NOS COLABORADORES DE UMA CONSTRUTORA DE OBRA CIVIL NA CIDADE DE ABRE CAMPO-MG Allan Brandão Rosa e Valéria Macário dos Santos – acadêmicos do 9° período do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil.Mestre em Ciências Naturais e da Saúde . Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Mariana e Faria Gardingo Diniz – Bióloga –Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia do Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos com ênfase em Tratamento de Águas e Efluentes . Professora do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. André Luis da Silva Quirino. Doutorado em Engenharia Agrícola. Graduado em Agronomia. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Univértix. Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor na Faculdade Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: PAIR-Ruído-Audiometria 1 - INTRODUÇÃO O grave problema do ambiente de trabalho na construção civil são os elevados níveis de ruído que tem ocasionado danos a saúde de inúmeros funcionários das construtoras. Em muitos casos o controle destes níveis de ruído requer medida de engenharia, de proteção individual (EPI), de proteção coletiva (EPC) e de acompanhamento médico (SALIBA, TUFFI MESSIAS, 2013). Como base será realizado estudo sobre ruído ocupacional e o seu controle através de pesquisas nos aspectos legais por meio de leis e regulamentações, e no âmbito médico através de formulários preenchidos pelos próprios funcionários e resultados de audiometrias, e pelo programa de conservação de auditiva (PCA). SEGUNDO O MINISTÉRIO DA SAÚDE (2006) PAIR e a perda provocada pela exposição por tempo prolongado ao ruído. Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial, geralmente Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 127 SINDUSCON-PR/SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro Empresas do Paraná). Diretrizes Gerais para Compatibilização de Projetos, Curitiba, 1995. SALIBA, TUFFI MESSIAS (2013) ruído é o som e toda vibração que pode ser ouvida, esta vibração e denominada sonora e, como mencionada anteriormente, deve possuir valores de frequência pressão dentro da faixa audível. Para STUMM BASTO (2006) a perda auditiva, seja causada por ruído industrial, ocupacional ou até mesmo lazer, é o efeito mais danoso a audição, além de outras consequências nocivas a saúde como distúrbios físicos, mentais e psicológicos. A suscetibilidade é a peculiaridade individual, além de fatores como tempo de exposição a fonte sonora e rotina diária de trabalho são igualmente importantes, os danos auditivos começaram aparecer e, por outro lado em decorrência, formas e mecanismos de proteção ao ouvido humano foram estudados e fabricados, embora desde o começo se notasse dificuldade na aceitação do seu uso. Sabe-se, atualmente, que a especificação de protetores auriculares e a sua correta utilização atuam como prevenção aos problemas auditivos. O ruído se propaga dentro de um local de três maneiras com diferentes meios de combates, na via direta o ruído se propaga na fonte ao ouvido do trabalhado. Seu nível será sobre tudo em função da distância, já na via reverberada o ruído se repele sobre as paredes, tetos, chão, máquina e chega de maneira indireta no ouvido do trabalhador e por transmissão as vibrações da máquina passam para o chão e se transmitem para uma placa de ferro com painel que entra em vibração e emite o ruído (SOBANE, 2005). Diante do exposto, o objetivo deste estudo consiste em verificar as condições de exposição do contaminante ruído que afeta diretamente todos os colaboradores em obra civil de uma construtora na cidade de Abre Campo/MG, analisando os formulários e resultados audiométricos concluirão se o ruído da obra civil esta afetando a saúde dos colaboradores. Com este estudo pretendemos contribuir para que os profissionais da construção civil possam compreender melhor a importância da segurança do trabalho no ambiente de trabalho. 2 - METODOLOGIA O presente trabalho optou-se por analisar dados de uma pesquisa em andamento com base em registro de resultados parciais. Tratando-se de uma analise qualitativa do processo produtivo da empresa e/ ou setor, de forma a verificar os locais onde há exposição ao ruído ou de fontes de ruído. Identificando assim os postos de trabalhos se serão fixo (únicos) ou variável (SALIBA, TUFFI MESSIAS, 2013). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 128 bilateral, irreversível e progressiva com o tempo de exposição ao ruído. Conforme para avaliação e o acompanhamento da audição do trabalhador através da realização de exames audiológicos de referência e sequenciais , na qual serviram de instrumento para este trabalho que terá inicio a partir de setembro 2015 com apoio de uma construtora de obra civil na cidade de Abre Campo-MG. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização de levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS NR- 15 do livro de Normas Regulamentadoras, aprovada pela portaria nº3.224 de 8 de junho de 1978, edição 63ª Perda auditiva induzida por ruído (pair) / Ministério da Saúde, secretária de atenção á saúde, departamento de ações programáticas estratégicas–Brasília: editora do Ministério da Saúde, 2006. SALIBA, T. M.– Manual prático de avaliação e controle do ruído: PPRA / Tuffi Messias Saliba. – 7.ed. –São Paulo:LTR,2013 SOBANE, Malchaire texte– ruído 2005 port. Doc: 12/006/2006 SOUZA, M. E.; JUNIOR, J. V. A. T. ; SANTOS, A. G. V. Conforto Sonoro na Obra de Construção Civil / encontro Nacional de conforto no Ambiente ConstruídoBrasília, 2013. STUMM, S. B.- A influência do arranjo físico nos níveis de ruído em canteiro de obra – um estudo de caso na cidade de Curitiba,Paraná/ dissertação aprovada com requisito parcial para obtenção do grau de mestre no curso de pós graduação em construção civil na Universidade federal do Paraná, 2006 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 129 Segundo o anexo I, quadro 2, da NR -7 estabelece diretrizes e parâmetros mínimos Larissa Gardingo Silva e Jéssica Aparecida Sales Felix acadêmicas do 9º período do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Pedro Genuíno de Santana Junior. Graduado em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde, Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Ailton Moreira Magalhães. Especialista em . Graduado em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mateus Zanirate de Miranda. Graduação em Engenharia Civil. Especialista em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Davi Mesquita de Macedo. Doutorado em Fitopatologia. Graduado em Engenharia Agronômica. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Construção Civil; Resíduos Sólidos e Gestão Ambiental. 1 - INTRODUÇÃO Os resíduos sólidos hoje são uns dos grandes problemas enfrentados por toda sociedade. Segundo John (2000), quando falamos do volume de resíduos gerados, pode ser atribuído a quatro setores econômicos principais: agricultura, indústria, construção e serviços. Destacamos o setor que abrange a área da construção civil, que é um dos setores econômicos que primeiro responde a estímulos e condições favoráveis da economia de um país. Este ramo industrial também é um importante agente de desenvolvimento nacional, pois é responsável por grande parte do emprego gerado nacionalmente, além de ter um papel fundamental na redução do déficit habitacional e de infraestrutura. Contudo, esta indústria está também ligada à geração de grandes volumes de resíduos que, muitas vezes, são destinados de forma inadequada, causando impactos ao meio ambiente, tanto natural quanto urbano. A essa situação soma-se ainda a grande necessidade de utilização de matérias-primas naturais por parte deste setor produtivo, o que aumenta o impacto ambiental de suas atividades (PASCHOALIN, 2000). Os resíduos da construção civil tornaram-se um grande problema na administração da grande maioria das cidades brasileiras, devido a enorme quantidade gerada e à falta de espaço ou soluções que absorvam esse problema (JOHN, 2001). Desta forma, fazem-se necessárias pesquisas que visem um planejamento sustentável desse setor, com sugestões para os seus possíveis Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 130 GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL administração. Um grande problema relacionado à construção civil é a geração de resíduos. Os resíduos de construção e demolição (RCD) ocupam grande volume para disposição final. Considerando que 13% das cidades brasileiras pesquisadas no censo de saneamento possuem aterros sanitários, 7% possuem aterros especiais e que, apenas, 5% possuem usinas de reciclagem, deve-se propor e programar métodos de tratamento de resíduos (IBGE, 2012). Mediante ao problema apresentado a proposta de pesquisa tem como objetivo geral um levantamento da situação dos resíduos de construção e demolição, através de visitas técnicas em órgãos públicos e privados para a obtenção de dados, assim como a identificação dos principais locais de despejos desses RCD e também de uma pré-caracterização das amostras dos resíduos coletados em locais de disposição previamente selecionados, com o intuito de identificar o resíduo que mais se destaca, no setor construtivo no município de Matipó/MG, baseada no diagnóstico e legislação pertinente. 2 - METODOLOGIA A presente proposta trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, (RODRIGUES, 2007) nesse tipo de pesquisa são utilizadas técnicas padronizadas de coleta de dados, onde fatos são observados, computados, analisados, divididos em classe e interpretados, sem que haja interferência do pesquisador. A área de referência escolhida para o presente estudo foi à cidade de Matipó - MG, um município considerado de pequeno porte, situado na região sudeste do estado das Minas Gerais, que se encontra em plena expansão mobiliária, resultado de alguns fatores, como o desenvolvimento da cafeicultura nas últimas décadas, com consequente crescimento do comércio local, se destaca também por sediar a faculdade Univértix, com vários cursos de graduação, pós-graduação, além de cursos técnicos, com isso o crescimento populacional. Estrutura metodológica desenvolvida: 1º Etapa – Revisão Bibliográfica sobre o tema escolhido. 2ª Etapa - Coleta de dados sobre os principais aspectos das obras que estão sendo executadas no município. Quantidade de resíduos que é grado em cada obra por semana. Para coleta de dados será aplicado um questionário com o objetivo principal de colher informações básica sobre os resíduos gerados cada obra. Os dados serão coletados no mês de outubro de 2015 em construções existentes nesse período na cidade de Matipó. 3º Etapa – Tabulação Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 131 empregos, tentando assim, minimizar os danos ambientais gerados pela má modelo de gestão para resíduos de construção. Serão adotadas as diretrizes previstas na resolução nº. 307/02 (Brasil, 2002) para a formulação do modelo de gestão RC, as quais serão descritas e analisadas separadamente com uma visão de gerenciamento de sistemas integrados. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Por se tratar de uma pesquisa em andamento, ainda não temos dados a serem discutidos nem concluídos, portanto sabemos que a construção civil é um local onde embora a redução na geração de resíduo seja sempre uma ação necessária, ela é limitada, uma vez que existem impurezas na matéria-prima, envolve custos e patamares de desenvolvimento tecnológico (SOUZA et al., 1999;JOHN, 2000). A reciclagem na construção civil pode gerar inúmeros benefícios citados abaixo: -Redução no consumo de recursos naturais não-renováveis, quando substituídos por resíduos reciclados (JOHN, 2000). -Redução de áreas necessárias para aterro, pela minimização de volume de resíduos pela reciclagem. Destaca-se aqui a necessidade da própria reciclagem dos resíduos de construção e demolição, que representam mais de 50% da massa dos resíduos sólidos urbanos (PINTO, 1999). -Redução do consumo de energia durante o processo de produção. Destaca-se: a indústria do cimento, que usa resíduos de bom poder calorífico para a obtenção de sua matéria-prima (co-incineração) ou utilizando a escória de alto forno, resíduo com composição semelhante ao cimento (JOHN, 2000). -Redução da poluição; por exemplo, para a indústria de cimento, que reduz a emissão de gás carbônico utilizando escória de alto forno em substituição ao cimento portland (JOHN, 1999). REFERÊNCIAS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 132 dos resultados coletados e discussão dos resultados, com a estruturação de um pré- JOHN, V. M. (2000). Reciclagem de resíduos na construção civil: contribuição para metodologia de pesquisa e desenvolvimento. 120p. Tese (Livre-docência) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em: http://www.casoi.com.br/hjr/pdfs/rdc.pdf JOHN, V. M. (2001). Aproveitamento de resíduos sólidos como materiais de construção. In: CARNEIRO, A. P.; BRUM, I. A. S.; CASSA, J. C. S. (ORG). Reciclagem de entulho para a produção de materiais de construção. Projeto entulho bom. Salvador: EDUFBA, Caixa econômica federal, cap. 1, p. 28-45. Disponível em: http://www.casoi.com.br/hjr/pdfs/rdc.pdf JOHN, V.M.J. Panorama sobre a reciclagem de resíduos na construção civil. In: SEMINÁRIO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A RECICLAGEM NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 2., São Paulo, 1999. Anais. São Paulo, IBRACON, 1999. p.4455. Disponível em: http://www.casoi.com.br/hjr/pdfs/rdc.pdf PINTO, T.P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. São Paulo, 1999. 189p. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. Disponível em: http://www.casoi.com.br/hjr/pdfs/rdc.pdf RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica. 2007. Disponível em: http://professor.ucg.br/siteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/Willian%20 Costa%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf. Acesso 08 agosto de 2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 133 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). IBGE cidades (2012). Disponível em http://www.ibge.gov.br Acesso em 08. ago. 2015 Brunna Souza e Silva e Sara de Cássia Gomes – Acadêmicas do 9º período do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Mariana de Faria Gardingo Diniz - Bióloga - Especialista em Gestão Ambiental Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos com ênfase em Tratamento de Águas e Efluentes. Professora do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Davi Mesquita de Macedo. Doutorado em Fitopatologia. Graduado em Engenharia Agronômica. Professor da Faculdade Univértix. Mateus Zanirate de Miranda. Graduação em Engenharia Civil. Especialista em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS–CHAVE: Água, Bacia Hidrográfica, Saneamento, Saúde, Impactos Ambientais. 1 – INTRODUÇÃO Manancial nada mais é que qualquer fonte de água seja ela superficial (rios, lagos, represas) ou subterrâneo (lençóis freáticos). Não podemos esquecer que a água é um recurso natural de extrema importância para nossa sobrevivência. Grandes impactos estão ocorrendo em mananciais comprometendo nossas fontes hídricas. Como nos mostra Egberto (2012) o homem não tem se preocupado em proteger os recursos hídricos, principalmente os que moram à margem de mananciais. De acordo com Soares et al., (2012) as atividades humanas geram diversos impactos que comprometem a qualidade das águas, como descargas de esgoto doméstico e lixos urbanos por existirem residências, de forma desordenada, nas margens e cabeceiras de rios, além de desmoronamentos causados por estes habitantes. Também é citado assoreamento, contaminação de mananciais por meio de esgotos ilegais de indústrias e mineradoras. Podemos também citar queimadas, práticas agrícolas perigosas que utilizam fertilizantes e pesticidas escoando do solo para lençóis freáticos e rios ou por irrigação excessiva, o que dificulta a filtração pelo solo. (OTTONI e OTTONI, 2007). Segundo Santos (2012), a impermeabilidade do solo fica comprometida pelas altas densidades construídas, por isso há legislações para estabelecer densidades Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 134 PRESERVAÇÃO DE MANANCIAIS solo impermeável não comprometer diretamente a poluição hídrica, estando associada a ação das chuvas contribuem para a contaminação. A pesquisa mostra também que o nível de escolaridade, nível de renda e até mesmo de tempo de residência ou trabalho na área de proteção de mananciais interfere como agentes causadores de impactos hídricos. (DUARTE e MALHEIROS, 2012) nos confirma a importância da conscientização dos habitantes das margens de mananciais por saber que só na Região Metropolitana de São Paulo 50% de seu território está localizado em áreas de mananciais. De acordo com Ottoni e Ottoni (2007), a má utilização dos recursos hídricos e as agressões de atividades como, desmatamento, queimadas, práticas agrícolas, ocupações urbanas, lançamentos de esgotos domésticos e industriais, tem ocasionado a contaminação e propagação de doenças contaminando os seres humanos e animais que ali habitam. Isso se torna decorrente devido ao aumento populacional e ao crescimento desenfreado das cidades, aumentando o consumo de água, e assim a perfuração de poços e mananciais acaba se tornando um acontecimento desordenado e sem muita fiscalização adequada. De acordo com as partes citadas a cima pode concluir que se continuarmos agindo dessa forma as águas para o abastecimento populacional adequada para uso ficará cada vez mais escassa. Diante do exposto o presente trabalho tem como objetivo avaliar através de questionários o grau de conservação dos mananciais no município de Matipó/MG e a influência do setor da construção civil em tal impacto. 2 - METODOLOGIA O presente estudo trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva com objetivo de realizar uma caracterização inicial do problema, sua classificação e sua definição, onde os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem interferência do pesquisador, usando de técnicas padronizadas de coleta de dados (RODRIGUES, 2007). Para o desenvolvimento da pesquisa do estado da conservação dos mananciais serão selecionados 30 pontos entre rios e nascentes, em diferentes pontos no município. Onde em cada ponto será aplicado um questionário para se avaliar seu estado de conservação, analisando fatores como: (1) utilização do solo em torno dos mananciais; (2) estado de conservação da vegetação ciliar no entorno; (3) estado de conservação do solo; (4) aparência da água; (5) análise Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 135 máximas e mínimas a serem construídas as margens de mananciais. Apesar de um processos antrópicos. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Por se tratar de uma pesquisa em andamento, ainda não temos dados a serem discutidos nem concluídos, portanto sabemos que a construção civil influencia de forma direta no desequilíbrio do meio ambiente, se a mesma não for efetuada de forma correta e dentro dos parâmetros da legislação. Segundo Ottoni e Ottoni (2007) o homem vem ocupando de forma cada vez mais desordenada as bacias hidrográficas no planeta, através de atividades relacionadas com aa construção civil que envolvem o desmatamentos, queimadas, atividades extrativistas agressivas, ocupações urbanas generalizadas gerando a impermeabilização dos solos, lançamento de esgotos industriais e domésticos nos rios e lagos, etc. Enfim, todas essas atuações impactantes ao meio ambiente têm gerado uma deterioração da qualidade das águas naturais, com riscos de propagação de doenças de veiculação hídrica ao próprio ser humano. REFERÊNCIAS RODRIGUES, William Costa. Metodologia científica. 2007. Disponível em: http://professor.ucg.br/siteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/Willian%20 Costa%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf. Acesso 12 julho de 2015. OTTONI, Adacto Benedicto e OTTONI,Arthur Benedicto. A importância da preservação dos mananciais de água para a saúde e sobrevivência do ser humano. 20º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Rio de Janeiro – RJ. 2007. SOARES, Fábio Gomes, et al. Avaliação de mananciais usados em sistemas de abastecimento de água: estudos de caso. 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Nova Iguaçu-RJ. 2012. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 136 microbiológica de coliformes fecais; (6) ocupação urbana e (7) impactos causados por São Paulo, 2012. SANTOS, Cíntia Perozzo. A avaliação de impactos recíprocos funcionais e estéticos entre a ocupação urbana e mananciais hídricos de abastecimento: Uma abordagem perceptiva Universidade federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Programa de pós- graduação em planejamento urbano e regional PROPUR-UFRGS. Rio Grande do Sul. 2012. EGBERTO, Fonseca Canazza. Contribuições das análises de percepção ambiental à formulação e implementação de instrumentos de gestão ambiental pública: projeto de lei da área de proteção e recuperação dos mananciais do Alto Juquery. Programa de pós Graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciência Ambiental. São Paulo – SP. 2012. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 137 DUARTE, Carla Grigoletto e MALHEIROS Tadeu Fabrício. Habitação e gestão ambiental em áreas de mananciais: o caso do município de Santo André. Saúde Soc. Luiz Paulo Roberto Vieira e Leandro Ferreira Pereira – acadêmicos do 9º período do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Pedro Genuíno de Santana Júnior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Mariana de Faria Gardingo Diniz - Bióloga - Especialista em Gestão Ambiental Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos com ênfase em Tratamento de Águas e Efluentes. Professora do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Érica Stoupa Martins. Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Univértix. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Univértix. Mateus Zanirate de Miranda. Graduação em Engenharia Civil. Especialista em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: necessidades especiais; acessibilidade; vias públicas; calçadas; bem estar. 1 - INTRODUÇÃO A maioria das pessoas convive, diariamente, com as precárias condições das calçadas em nossas cidades. Segundo a NBR 9050 (2004) "acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos". "Acessibilidade é indissolúvel, pois representa o respeito e a valorização da diversidade humana, como instrumento de bem-estar e de desenvolvimento inclusivo. Cada pessoa é única e singular e precisa conviver com toda a sociedade oferecendo o seu saber e as suas habilidades, em uma troca de permanente aperfeiçoamento". (ACESSIBILIDADE, Legislação Federal, 2008). Segundo OLIVEIRA (2006) "são elementos físicos ou de configuração do espaço que prejudicam a acessibilidade dos mais diversos tipos de pessoas, causando-lhes restrições. Essas barreiras podem ser fixas – que não se modificam ao longo do tempo, como mobiliários ou edificações – ou dinâmicas – que podem estar presentes temporariamente nas calçadas, como placas comerciais ou vendedores ambulantes". De acordo com o Art. 3º Lei Federal 10098 (2000) "o planejamento e a urbanização Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 138 ACESSIBILIDADE DAS VIAS PÚBLICAS DO MUNICIPIO DE MATIPÓ PARA O PORTADOR DE NECESSIDADE ESPECIAIS e executados de forma a torná-lo acessíveis para as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida". Segundo o engenheiro civil Carvalho e Castro (2012, p.1) "enquanto nos couber a obrigatoriedade de construir e reformar nossas calçadas ou enquanto os poderes públicos não colaborarem executando os passeios, assim como se faz com a pavimentação asfáltica, não cometeremos erros alegando ignorância, já que temos à mão mecanismos gratuitos para que respeitemos nosso semelhante". Uma das principais dificuldades no tratamento das questões relacionadas à qualidade dos espaços urbanos é a definição de um instrumento para avaliar o nível de serviço apresentado por esses espaços. Segundo Martins (2007) "as barreiras físicas são mais restritivas do que a deficiência física em si, impedindo a livre circulação das pessoas portadoras de deficiência física pelos diversos logradouros públicos. Consequentemente, este grupo de pessoas, em sua maioria, não se qualifica minimamente para o exercício de sua cidadania, já que não têm assegurado seu acesso à educação, à profissionalização, à saúde, ao trabalho e ao lazer. E sem essa qualificação mínima, a maioria das pessoas com deficiência física torna-se carente de recursos para conseguir respostas adaptativas satisfatórias". Uma calçada acessível deve atender vários critérios definidos pela norma técnica Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos (NBR 9050/2004), da Associação Brasileira de Normas Técnicas, e à legislação vigente. Segundo a instrução normativa Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) Nº 1 (2003), "a instituição de um sistema integrado de elementos em acessibilidade, referenciado nos parâmetros técnicos definidos pela ABNT, deve-se considerar os seguintes procedimentos básicos: a adoção de pisos sinalizadores específicos, rampas e rebaixamento de calçadas; a reserva e distribuição de vagas para estacionamento; a concepção, adequação ou substituição dos elementos da urbanização e do mobiliário urbano; a adequação da sinalização, indicativa ou de trânsito, com especificações de cores, texturas, sons e símbolos". O objetivo geral desta pesquisa é estudar a infraestrutura física das vias públicas (calçadas e travessias) disponibilizada às pessoas portadoras de necessidades especiais, responsável pelas principais dificuldades enfrentadas durante seus trajetos nas cidades brasileiras, para isso iremos concentrar nossas pesquisas em alguns bairros de Matipó - MG, principalmente nas vias do centro onde a maioria dos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 139 das vias públicas, dos parques e dos espaços de uso público deverão ser concebidos prefeitura, supermercados, correio, lojas e etc, onde se concentra o maior fluxo de pedestres. Com este estudo podemos contribuir para o município expondo as dificuldades das pessoas e apontando as melhorias que podem ser feitas. 2 - METODOLOGIA Para a elaboração deste trabalho desenvolveremos uma pesquisa de campo envolvendo pessoas portadoras de necessidades especiais, expondo as dificuldades em transitar nas vias da cidade, a fim de colher depoimentos sobre a dificuldade do acesso as principais vias públicas da cidade de Matipó muni/MG (município da Zona da Mata Mineira). Segundo Gil (2008) "neste tipo de pesquisa são descritas as características de uma população, fenômeno ou de uma experiência". Iremos iniciar coleta de dados no inicio de outubro de 2015. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em execução e os resultados parciais apontam até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS ABNT (1994) Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9050: Acessibilidade de Pessoas Portadoras de Deficiência a Edificações, Espaços, Mobiliários e Equipamentos Urbanos. Janeiro, 2004. BRASIL (2008) Acessibilidade Legislativa. Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Brasília - DF. BRASIL (2000) Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm>. Acesso em 20 ago. 2015. CARVALHO e CASTRO Jary de. Calçadas e acessibilidade. Disponivel em : Crea MT. Disponível em: < http://www.crea-mt.org.br/palavra_profissional/ artigo.php?id= 16401>, 2012. Acesso em: 20 ago. 2015 GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas (São Paulo), 2010, 184p. KEEPE, Celso Luiz Guimarães (2007) Formulação de um indicador de acessibilidade das calçadas e travessias. Disponível em: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 140 principais comércios está situada como bancos, escolas, rodoviária, farmácias, Php? OLIVEIRA, Aíla Seguin Dias Aguiar de; Acessibilidade espacial em centro cultural estudo de casos. Florianópolis, 2006. 1 v. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 141 <http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo. codArquivo=1594>. Acesso em 20 ago. 2015. Luís Felipe Gomes de Paula e Douglas Henrique Ribeiro – Acadêmicos do 4º período do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Davi Mesquita de Macedo - Graduação Engenheiro agrônomo e Doutor em Fitopatologia. Professor de Engenharia civil da Faculdade Univértix. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX. Mateus Zanirate de Miranda. Graduação em Engenharia Civil. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade UNIVÉRTIX. Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor na Faculdade UNIVÉRTIX. Aline Rodrigues Soares. Doutorado em Química Analítica. Graduada em Química. Professora na Faculdade UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVES: Levantamento, meio ambiente, resíduo sólido. O período colonial marca o início das construções no Brasil com as edificações de fortes e igrejas, as quais não aprestavam nenhum tipo de regulamentação (MORAES, 2005). Neste período, os profissionais que realizavam estas construções se tratavam de pessoas denominadas engenheiros oficiais, os quais trabalhavam como engenheiros na força militar portuguesa e os mestres de obras, cuja função de criar e realizar as projeções das edificações (TELLES, 1984). Com o decorrer da história iniciou a criação das escolas de ensino superior de engenharia civil. No final de 1800, começa a completa disseminação das escolas de engenharia pelo Brasil, mas foi na transição dos séculos XIX para XX quando começa o crescimento do país com o cultivo do café e o crescimento industrial. Diante destes fatos, edificações de grande riqueza e imponência foram nesta fase da engenharia civil (TÉSIO, 2007). Atualmente, a construção civil tem destaque no Produto interno bruto nacional (PIB), além disso, gera um grande volume de contratação sendo um dos setores que realiza o maior numero de contratações e com mão-de-obra (CIBID, 2015). No entanto, a partir da década de 70, as nações começaram a encarar com mais seriedade os problemas ambientais gerados com crescimento acelerado do mundo (BARSANO & BARBOSA, 2013). Diante disto, a preocupação com o impacto ambiental gerado pela construção civil começou a ser implementadas medidas no intuito de mitigar os problemas ambientais gerados pela construção civil através dos países que compunha a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 142 IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL mesma forma no mesmo período o que contribui a geração de danos irreparáveis com o processo migratórios das populações de pequenas regiões para os grandes centros (SCHENINI et al., 2004). Além disso, a construção civil produz grandes impactos ambientais que se inicia desde a extração de recursos renováveis e não renováveis do meio ambiente para a geração de materiais de construção; durante a construção, os canteiros de obras é outra fonte causadora de problemas ambientais na construção e a fase final de construção, a qual gera um grande volume de resíduo que acarreta na disposição final desse resíduo em áreas que acabam se tornando áreas degradadas (ROTH & GARCIA 2009). No processo de extração de matérias-primas para a construção civil o impacto ambiental gerado pode ser devastador, por exemplo, a extração de minério pode gerar a degradação de áreas até o ponto de irreversibilidade da sua biodiversidade das áreas deturpadas. Além disso, para o todo o processo de extração e ocorre um grande consumo de energia e a produção de um grande volume de rejeitos (AMBIENTE BRASIL, 2007). Já durante o processo da construção da obra, ocorrem diversas intervenções ambientais na periferia da construção. Nesta fase, verifica-se a grande ocorrência de partículas das mais diversas origens dispersas no ar pelos ruídos, gases emitidos por todos os maquinários utilizados e alguns casos, da implosão com artefatos explosivos na área a ser realizada a construção (CARDOSO & ARAUJO, 2004). Outro ponto a ser levantando e a biodiversidade da flora e da fauna é todo alterada com o processo de escavação e acertos do terreno com a utilização de aterros e terraplanagens. A contaminação dos recursos hídricos com os resíduos gerados ao redor da construção é outro ponto a ser levantando devido a quantidades de substâncias tóxicas utilizadas na construção, como solventes, tintas entre outros. Por fim, os resíduos gerados durante a construção pode representar até 70 % dos resíduos sólidos gerados na área urbana, pois possui uma forma precária de ser disposto no meio ambiente (IPEA, 2012). Este tipo de problema é gerado devido a ineficiência das normatizações brasileiras para a disposição deste tipo de resíduos. Com isso, os locais que ocorre a disposição de resíduo de construção civil se tornam fonte de doenças, degradação de áreas que são fontes de recursos hídricos e gerar a poluição visual das áreas urbanas (SINDUSCON, 2005). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 143 Econômico – OECD (ROTH & GARCIA, 2009). No Brasil, a atenção não foi dada da AMBIENTE BRASIL. Recuperação de áreas degradadas, 2007. Disponível em: . Acesso em: 18 Agosto. 2015. BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. 2013. Meio ambiente: guia prático e didático. São Paulo: Erica. 256 p. CARDOSO, F.; ARAÚJO, V. Projeto tecnologias para a construção habitacional mais sustentável. Finep Habitare. PCC-USP n. 2386/4. 2004. Disponível em: . Acesso em: 21 fev. 2008. CBDI. Camara Brasileira da indústria e da construção – CBDI. 2015. Disponível em: http://www.cbicdados.com.br/menu/pib-e-investimento/pib-brasil-e-construcao-civil. Acessado em: 18 de Agosto de 2015. IPEA. Diagnóstico dos resíduos sólidos da contrução civil. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. 2012. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/120911_relato rio_construcao_civil.pdf. Acesso em: 18 Agosto 2015 MORAES, J. C. T. B. Quinhentos anos de engenharia do Brasil, São Paulo, 2005 ROTH, C. G., GARCIAS, C. M. Construção civil de degradação ambiental. Editora Unijui 13: 111 – 128. 2009 SCHENINI, P. C.; BAGNATI, A. M. B.; CARDOSO, A. C. F. Gestão de resíduos da construção civil. In: Cobrac — Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário. Florianópolis: UFSC, de 10 a 14 de outubro de 2004. SINDUSCON-SP. Gestão ambiental de resíduos da construção civil: a experiência do Sinduscon - SP. São Paulo, SP, 2005. Acesso em: 18 Agosto 2015 TELLES, PCS. Historia da engenharia civil no século XX. Clube da Engenharia, 1984. TESIO, P. R. A evolução da engenharia civil no Brasil, nos últimos 100 anos, na construção e restauração de edificações históricas: O caso da estação da luz. São Paulo. 2007. 43p. Dissertação. Faculdade Anhembi Anhembi. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 144 REFERÊNCIAS Leonardo Norberto de Oliveira e Rodrigo Salgado Gomes de Oliveira. Graduando em Engenharia Civil na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Pedro Genuíno de Santana Junior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde, Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Rosélio Marcos Santana. Especialista em Docência do Ensino Superior. Graduado em Informática. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios. Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] A construção civil é uma atividade econômica que representa uma parcela im portante do produto interno bruto e que em qualquer país tem efeitos significativos na empregabilidade de pessoal segundo dados da UNIEMP em 2010. Tal segmento econômico é uma atividade, a qual, seu produto representa um grande investimento, tanto para as empresas quanto para seus clientes. Por esse motivo, o processo de orçar um empreendimento torna-se fator crítico para empresas construtoras antes que a edificação seja projetada em detalhes e que os contratos de venda e de fornecimento sejam firmados. (AZEVEDO, 2011). Segundo Mendes e Bastos (2001), na elaboração dos orçamentos de obras, existem dois componentes que juntos determinam o preço final de uma obra: os custos diretos e o BDI (Benefício e Despesas Indiretas). O primeiro é determinado em função das especificações dos materiais e das normas de execução dos serviços constantes nos projetos, nos memoriais descritivos e no caderno de encargos. O segundo é o componente aplicado sobre o custo direto com vistas a contemplar as despesas indiretas e o lucro da construtora. Para Pinheiro (2014, pág. 01), em artigo publicado na Revista On-line Ipog Especialize, o custo total de uma obra é sem dúvida um dos principais pontos que são observados por um empreendedor para tomar a decisão de realizar o empreendimento ou não. Segundo Mattos (2006) “independentemente de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 145 ORÇAMENTO E CONTROLE DE CUSTOS SOBRE MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL NAS CIDADES DE ABRE CAMPO/MG E RIO CASCA/MG. atividade econômica e como tal o aspecto custo reveste-se de especial atenção”. Pinheiro (2014, pág. 01), assevera que: “o orçamento serve para determinar os prováveis custos da execução da obra e serve de base para a tomada de decisão seja para um empreendimento privado, seja para uma obra onde serão empregados recursos públicos. O orçamento não serve apenas para definir o custo da obra, pois pode ser utilizado para outras aplicações tais como levantamento dos materiais e serviços, obtenção de índices de produtividade, dimensionamento de equipes, geração de cronogramas físicos e financeiros dentre outros, por estas razões pode-se dizer que um orçamento mal feito ou mal elaborado pode ocasionar grandes complicações durante a execução da obra e dependendo da maneira como foi feito pode resultar até na paralização e abandono da obra por parte da construtora, gerando graves perdas financeiras para o empreendedor no caso de obras particulares e para todos os contribuintes no caso de obras públicas”. Portanto, entende-se, que o orçamento é de suma importância para um projeto, uma vez que se trata de uma fase primordial para o sucesso na elaboração e conclusão de determinado empreendimento. Segundo a análise de BAETA, citado por Pinheiro (2014, pág. 03), orçamento se trata da: “descrição, quantificação, análise e valoração dos custos diretos e indiretos para execução dos serviços previstos na obra, os quais acrescidos da margem de lucro do construtor resultam na previsão do preço final de um empreendimento”. Assim, podemos afirmar com base nestas definições que, para realizar um orçamento de obra deve-se levar em consideração diversas variáveis, sendo a primeira delas, a descrição dos serviços que serão realizados com precisão, visto que uma descrição errada pode comprometer o resultado final da obra e o orçamento como um todo. Contudo, além da descrição devemos quantificar, ou seja, conhecer todas as quantidades dos serviços que foram especificados e que serão realizados nas diversas etapas da obra. Por fim, deve-se fazer a análise dos dados visando obter os valores dos custos diretos (mão de obra, material, equipamento) e indiretos (equipes de supervisão e apoio, despesas gerais do canteiro de obras, taxas e outros). Ante o exposto, o presente trabalho tem como objetivo uma pesquisa para observação e comparação dos preços de materiais usados na construção civil, em duas cidades na região da Zona da Mata Mineira. Para o desenvolvimento da pesquisa será necessário uma importante etapa, o orçamento. Essa fase, se mal elaborada ou realizada de maneira incompleta, pode trazer gastos desnecessários ao cliente. Mais Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 146 localização, recursos, prazo, cliente e tipo de projeto, uma obra é eminentemente uma da variação de preços dos materiais utilizados na construção civil nas cidades de Abre Campo e Rio Casca, ambas em Minas Gerais, confrontando os preços em busca do melhor custo benefício ao cliente através de uma cotação orçamentária. Nossa vigente pesquisa é baseada na natureza qualitativa e quantitativa, que segundo SILVA (2011), um tipo de pesquisa não substitui a outra, pelo contrário, elas se complementam. Nesses tipos de pesquisa são utilizadas entrevistas diretas nos escolhidos estabelecimentos de cada cidade, onde serão levados em consideração os dados coletados, armazenados e analisados, divididos por categorias, distribuídos em gráficos e sem a intervenção dos pesquisadores. As áreas de pesquisas escolhidas estão situadas nas cidades de Abre Campo/MG e Rio Casca/MG, localizadas na região da Zona da Mata Mineira. De acordo com a estimativa 2014 realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população das cidades de Abre Campo/MG e Rio Casca/MG são de 13.711 e 14.310 pessoas, respectivamente. Os municípios acima descritos são considerados de pequeno porte e que se encontra em plena expansão mobiliária. A coleta de dados será feita no mês de setembro de 2015, com levantamento dos quantitativos e qualitativos dos materiais necessários para a construção de uma casa com 36,35 m 2 de área, possuindo paredes, revestimento, cobertura, forro, esquadrias, pisos, soleiras e peitoris, pinturas, instalações elétricas e instalações hidros sanitárias. O levantamento será feito a partir de entrevista direta nos comerciantes de materiais de construção dos municípios citados. Por sua vez, estes dados serão lançados em planilhas criadas a partir do programa Microsoft Office Excel, gerando também gráficos comparativos e descritivos, possibilitando a variação de preço entre os municípios. Após a pesquisa e o lançamento dos dados será possível elaborar um manual comparativo baseado na coleta de dados, dimensionando a variação de preço dos materiais utilizados na construção civil. O projeto de pesquisa encontra-se em andamento. REFERÊNCIAS AZEVEDO, Rogério Cabral; ENSSLIN, Leonardo; LACERDA, Rogério Tadeu de Oliveira; FRANÇA, Lisiane Anderson; GONZÁEZ, Cindy Joahanna Ibarra; JUNGLES, Antônio Edésio; ENSSLIN, Sandra Rolim. Avaliação de desempenho do processo de orçamento: estudo de caso em uma obra de construção civil. Disponível em: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 147 especificamente será feita uma pesquisa e análise de forma quantitativa e qualitativa CORDEIRO, Flávia Regina Ferreira de Sá. Orçamento e controle de custos na construção civil. Apresentada em Janeiro/2007. 65 folhas. Curso de Especialização de Construção Civil – Universidade Federal de Minas Gerais. MATTOS, Aldo Dórea. Como preparar orçamentos de obras: dicas para orçamentistas, estudo de caso, exemplos. São Paulo: Editora Pini, 2006. MENDES, André Luiz e BASTOS, Patrícia Reis Leitão. Um aspecto polêmico dos orçamentos de obras públicas: Benefícios e Despesas Indiretas (BDI). Revista do Tribunal de Contas da União, Brasília, v. 32, n.º 88, abr/jun 2001. PINHEIRO, Mauricio Halliday Silva. Orçamento de obras com recursos públicos e sua influência no gerenciamento de obras públicas. Revista On-line IPOG Especialize, 8ª edição, n.º 009, Vol. 1/2014. Que conceito. Conceito de Orçamento. Disponível <http://queconceito.com.br/orcamento> Acesso em: 21 junho 2015. em: SILVA, Katia Viviane da. Pesquisa Diferença entre pesquisa qualitativa e quantitativa – abril de 2011. Disponível em: <http://programapibicjr2010.blogspot.com.br/2011/04/diferenca-entre-pesquisaqualitativa-e.html >. Acesso em: 30 jun. 2015. SINDUSCON-MG, Cartilha do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais. Custo Unitário Básico (CUB/M2): Principais Aspectos. Belo Horizonte: SINDUSCON-MG, 2007. 112p. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 148 <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S167886212011000100007&script=sci_arttext> Acesso em 20 junho 2015. Marcelo Silva Portes e Mateus Marcos Cotta da Silva– Graduandos em Engenharia Civil- Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Eliander Antônio Costa. Graduado em Biologia. Especialista em Biologia Geral Universidade Federal de Lavras (UFLA). Mestre em Ensino de Biologia pela Universidade “Cruzeiro do Sul”-UNICSUL. Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor da Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX. Mateus Zanirate de Miranda - Graduado em Engenharia Civil. Professor do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: lajes maciças; lajes treliçadas; vigotas. 1 - INTRODUÇÃO A situação atual no cenário da construção civil, como em todos os setores é bastante competitiva, o que torna indispensável minimizar gastos envolvidos na construção de determinado empreendimento, sendo assim as empresas do setor buscam investimentos no conhecimento de novas técnicas que reduzem o desperdício e, consequentemente, o custo total da obra. Esse aspecto tem elevada significância quando aplicado às lajes, pois dependendo da redução da espessura de concreto e da quantidade de pavimentos do empreendimento, pode-se, proporcionar vantagens econômicas e financeiras consideráveis. Essa economia não é observada apenas em termos de materiais, mas também pela rapidez proporcionada pelo método construtivo (LOPES, 2012). Conhecer as características dos sistemas estruturais é importante para que os empreendedores possam se utilizar do método mais apropriado ao projeto a ser executado. Tais características englobam em linhas gerais: tempo gasto na execução, controle de qualidade, custo-benefício, peso próprio do sistema estrutural, segurança e conforto. Desta forma o presente trabalho tem como objetivo estabelecer uma análise crítica entre as lajes pré-fabricadas com vigotas de concreto treliçadas e lajes maciças no que diz respeito à sua aceitação pelos profissionais, o conhecimento Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 149 COMPARATIVO ENTRE LAJES MACIÇAS E PRÉ-FABRICADAS COM VIGOTAS DE CONCRETO TRELIÇADAS. profissionais relatam serem mais significativos quando da escolha por um ou outro método de construção de uma laje. Toda edificação projetada deve, obrigatoriamente, cumprir os objetivos a que se destina. Em razão disso, as lajes possuem características peculiares, que não podem ser ignoradas, pois, corre-se o risco de não se adequar ao projeto. Essas tarefas não consistem apenas em separar os pavimentos e absorver as cargas atuantes nas lajes, mas também promover com essas ações um isolamento de origem térmica e acústica à umidade e de resistência ao fogo (PIETRO, 2003). Conhecer as características dos sistemas estruturais é importante para que os empreendedores possam se utilizar do método mais apropriado ao projeto a ser executado. Tais características englobam em linhas gerais: tempo gasto na execução, controle de qualidade, custo-benefício, peso próprio do sistema estrutural, segurança e conforto. Desta forma o presente trabalho tem como objetivo estabelecer uma análise crítica entre as lajes pré-fabricadas com vigotas de concreto treliçadas e lajes maciças. 2 - METODOLOGIA Trata-se de um estudo que será realizado tendo como aporte a abordagem de uma pesquisa qualitativa, de cunho descritivo que, segundo Gil (2008) neste tipo de investigação são descritas as características de uma população, fenômeno ou de uma experiência. Para tal, serão realizadas revisões de literaturas, buscando-se obter um considerável número de informações acerca do tema: “Comparativo entre Lajes maciças e pré-fabricadas com vigotas de concreto Treliçadas”. Será feita uma análise criteriosa desse comparativo se atentando para os seguintes aspectos dos sistemas estruturais: tempo gasto na execução, controle de qualidade, custo-benefício, peso próprio, segurança e conforto. Segue-se a elaboração de uma entrevista com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado, como pedreiros, mestres-de-obras e engenheiros. Na elaboração dessa entrevista, procuraremos diagnosticar a percepção que os profissionais da área da construção civil têm em relação aos aspectos dos sistemas estruturais construtivos citamos acima. Pretendemos, desta forma confrontar essas ideias com as informações adquiridas nas revisões de literaturas. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 150 de sua tecnologia pelos profissionais de chão de obra e os aspectos que estes Trata-se de uma pesquisa em execução e os resultados parciais apontam até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS BOGDAN, R. e BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.335p. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. LOPES, A.F.O. Estudo técnico comparativo entre lajes maciças e nervuradas com diferentes tipos de materiais. Mon. 102f. Caruaru, 2012. Disponível em: https://www.ufpe.br/eccaa/images/documentos/TCC/2012.1/tcc2_versaofinal201201 %20-%20andre%20felipe%20de%20oliveira%20lopes.pdf. Acesso em 06 de maio de 2015. PIETRO, J.E.D. Projeto e execução de lajes pré-moldadas com vigotas de concreto armado: sugestões para elaboração de uma norma específica para lajes préfabricadas. In: ROMAN, H. BONIN, N.L.C. Coletânea Habitare- Normalização e Certificação na Construção Habitacional. Porto Alegre, 2003 V. 03, p.68-77. Disponível em http://www.cimec.org.ar/ojs/index.php/mc/article/viewFile/4565/4494. Acesso em 06 de maio de 2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 151 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Marcos de Paula Labanca e Raí Mendes Lopes – acadêmicos do 10º período do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix André Luís da Silva Quirino – Graduação em Engenharia Agronômica – Doutor em Engenharia Agrícola com ênfase em Mecanização Agrícola. Professor do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Rafael Eller de Souza. Graduação em Desing de Produto. Mestrado em Engenharia de Materiais. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. [email protected] 1 - INTRODUÇÃO Em meados do século XX, ocorreu no Brasil um acelerado processo de urbanização. Com as ocupações das cidades realizadas de maneira desordenada, verificou-se um continuo processo de impermeabilização do solo natural, com a implantação de pavimentos flexíveis (asfalto) construção de calcadas e procedimentos de canalização de cursos d’agua. Esses processos desencadearam significativos impactos na qualidade de vida da população. Um dos problemas decorrentes desse processo de impermeabilização são as inundações (POLASTRE e SANTOS 2006). Segundo Acioli (2005) este processo é observado devido à deficiência de escoamento superficial das águas pluviais. Com redução drástica da infiltração desse volume. Os sistemas de drenagem, como os conhecemos, demonstraram ser insuficiente para resolverem essa delicada equação. Conforme sugere a Associação Brasileira de Normas Técnicas, na NBR 9575 (2010, pág.11), a impermeabilização deverá: evitar a passagem de fluidos evapores nas construções, pelas partes que requeiram estanqueidade, podendo ser integrados ou não outros sistemas construtivos, desde que observadas normas específicas de desempenho que proporcionem as mesmas condições de estanqueidade; proteger os elementos e componentes construtivos que estejam expostos ao intemperismo, contra a ação de agentes agressivos presentes na atmosfera; proteger o meio ambiente de agentes contaminantes por meio da utilização de sistemas de impermeabilização; possibilitar sempre que possível acesso 21 impermeabilização, com o mínimo de intervenção nos revestimentos sobrepostos a ela, de modo a ser evitada, tão logo sejam percebidas falhas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 152 APLICAÇÃO DO PAVIMENTO DE CONCRETO PERMEÁVEL PARA REDUÇÃO DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM ÁREAS URBANAS Segundo Araújo (2000), atualmente apresentam-se como alternativa os sistemas conhecidos como compensatórios que se baseiam no favorecimento da infiltração do volume precipitado sobre os pavimentos e retenção do mesmo, bem como o rearranjo temporal das vazões com canaletas de concreto. Os sistemas compensatórios podem ser abertos ou fechados, assumir múltiplas formas, sendo utilizados em diferentes situações escalas, isto é, em pequenas parcelas ou até em cidades inteiras, o tipo, mais adequado de sistema compensatório dependera da estrutura e poder econômico de cada cidade assim como a quantidade de precipitação podendo ser facilmente integrados com meio ambiente, permitindo que a população use como áreas de estacionamentos, praças de esporte, parques e lazer (TUCCI, 1995). Do ponto de vista econômico esses sistemas diminuem os gastos necessários para adaptação dos atuais sistemas de drenagem pluvial, que apenas atual. Revertendo o quadro de problema de drenagem atual que apenas gerencia as aguas pluviais na fonte de geração do escoamento superficial encaminhando o problema para outro setor da cidade. (POLASTRE e SANTOS, 2006), 2 - METODOLOGIA Este capítulo descreve os métodos e ensaios de laboratório desenvolvidos para atingir os objetivos propostos e ensaios utilizados nesta pesquisa e outras informações pertinentes sobre o desenvolvimento da mesma, que será realizado em laboratório. Serão realizados ensaios de compressão axial e vazão de permeabilidade nas instalações da empresa Lafarge Concreto SA / Manhuaçu – MG. Os ensaios de abrasão, derrapagem e tração à flexão serão disponibilizados pelo laboratório da Lafarge Concreto SA/ Belo Horizonte – MG, da empresa CENTRAL BETON LTDA. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em execução e os resultados parciais apontam até o momento a realização do levantamento bibliográfico. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 153 do sistema impermeável, a degradação das estruturas e componentes construtivos. escoamento superficial em áreas urbanas visando a diminuição dos prejuízos causados por inundações. Devido aos prejuízos materiais e humanos causados por inundações e de suma importância rever modos de construção dos pavimentos. REFERÊNCIAS ACIOLI, L. A. Estudo experimental de pavimentos permeáveis para o controle do escoamento superficial na fonte. Porto Alegre, UFRGS: Institudo de Pesquisas Hidráulicas. Março / 2005. ARAÚJO, P. R. et al. Avaliação da eficiência dos pavimentos permeáveis na redução do escoamento superficial. RBRH – Revista Brasileira dos Recursos Hídricos. v. 5, n. 3, jul/set 2000. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Impermeabilização - Seleção e projeto. Rio de Janeiro, 2003. NBR 9575 - POLASTRE, B. e SANTOS, L.D. 2006. Concreto Permeável. Disponível em: http://www.usp.br. Acesso em: Agosto de 2013. TUCCI, C.E.M.; GENZ, F. Controle do impacto da urbanização. Coleção ABRH de Recursos Hídricos. Porto Alegre, 1995. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 154 Com este estudo objetivou-se desenvolver mecanismos que possam diminuir o Danilo Braz de Viveiros e Meiriluce dos Santos Gomes– Graduandos em Engenharia Civil - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Pedro Genuíno Santana Júnior Graduado e Mestre em Engenharia Civil. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz – Licenciada e Bacharel em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais, Processos Químicos e Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – Univértix. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Rafael Eler de Souza. Graduação em Desing de Produto. Mestrado em Engenharia de Materiais. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Segurança, EPI's e Construção Civil. 1 - INTRODUÇÃO Uma das atividades econômicas brasileiras que causam maior número de acidentes é a indústria da construção civil, ocasionada muitas das vezes pela falta de conscientização dos empresários dos trabalhadores para as questões de segurança (ALMEIDA, SANTOS e QUEVEDO, 2010). Uma das causas para estes acidentes na construção civil é em sua grande parte os riscos ocupacionais, isto porque a maior parte dos trabalhadores não fazem uso dos EPI (s) muitos dos acidentes se relacionam à falta do uso de equipamentos de proteção individual, como por exemplo, o não uso de botas, capacete, óculos de proteção, cinto de segurança ou luvas; onde muitas das vezes a falta de informação sobre riscos específicos e modos efetivos de sua prevenção (OLIVEIRA e SANTANA, 2004). Comparado à nível mundial, no Brasil, a indústria da construção civil é uma das que apresenta piores condições de segurança no trabalho, causando vários acidentes onde os profissionais que exercem suas atividades trabalham de modo arriscado expostos à condições de trabalho sem proteção, pois sua maioria não possui sequer conhecimento sobre os ricos aos quais estão submetidos. Na construção civil o desuso de EPI's é muito das vezes por falta Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 155 SEGURANÇA NO TRABALHO: USO DE EPI (S) NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM MATIPÓ/MG. exigidos por lei como forma de prevenção contra acidentes. É importante conforme os autores a conscientização, treinamento sobre o uso adequado dos EPI, procurando informar e conscientizar o trabalhador da necessidade de preservação da integridade física, através dos cuidados consigo mesmo, no ambiente de trabalho é parte fundamental (ALMEIDA, SANTOS e QUEVEDO, 2010). Com base nesses fundamentos, o presente estudo torna-se relevante, procurando mostrar ao futuro profissional de engenharia civil e os demais já atuantes a importância do conhecimento do uso dos equipamentos individuais no cotidiano de seu trabalho procurando desenvolver um trabalho consciente e eficaz sem, no entanto correr riscos. Essa pesquisa tem como foco mostrar aos profissionais ligados ao ramo da engenharia civil a importância e a necessidade do uso dos EPI''s para evitar possíveis acidentes no decorrer de sua jornada de trabalho, procurando instruir aos profissionais as precauções adequadas no sentido de evitar acidentes de trabalho. 2 - METODOLOGIA O presente estudo encontra-se embasado em referencial teórico sobre o uso do equipamento de proteção individual na construção civil, procurando demonstrar a importância do uso desse equipamento. A pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque e abordagem. Fachin citado por, CRUZ, (2001, p. 125) chama a atenção para a importância da pesquisa bibliográfica, ao afirmar que “é a base para as demais pesquisas e pode-se dizer que é uma constante na vida de quem se propõe a estudar”. Para este trabalho, adotaremos a pesquisa qualitativa, onde os dados serão coletados através de entrevista semiestruturada, com vistas a captar informações sobre o uso dos EPI(s) na construção civil em Matipó, procurando saber se os trabalhadores que exercem atividades ligadas a construção civil em Matipó tem conhecimento e/ou fazem uso corretamente dos EPI. Minayo (2008) aponta que a entrevista é a estratégia mais utilizada no trabalho de campo, a entrevista semiestruturada obedece a um roteiro apropriado e utilizado pelo investigador pra chegar a seus objetivos. Contudo, nenhuma questão se coloca de forma totalmente aberta ou totalmente fechada. Os dados serão coletados no decorrer do ano de 2015 no período de junho a setembro Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 156 de conhecimento das normas e legislações, pois são itens de segurança de trabalho será entrevistado três trabalhadores. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Por se tratar de uma pesquisa em andamento, ainda não temos dados a serem discutidos nem concluídos, portanto sabemos que a construção civil é um local onde ocorrem muitos acidentes. A forma mais eficaz de evitar tais acidentes é a colocação de proteções coletivas. A utilização de equipamentos de proteção individual, na construção civil, é necessária pelo risco de acidente que o trabalhador está propenso em uma obra. Normalmente a falta da utilização do EPI por parte do empregado ocasiona acidentes com ferimentos mais graves e que necessitam de maiores cuidados médicos. Daí a importância em se pesquisar e discutir o uso correto dos EPI’s. REFERÊNCIAS ALMEIDA,Claudio José Campolim de ; QUEVEDO,Antonio Plens de,SANTOS.João Batista Alves dos .As dificuldades iniciais para o uso de equipamentos de proteção individual (epi) na construção civil . .Disponivel.http://www.uepg.br/denge/eng_seg_2004/TCC/ECC%2010.Acesso 10.mar.2015. AMARAL, Arnaldo Gomes do. Segurança no trabalho: epi´s na construção civil. Rev. Ciênc. Empres. UNIPAR, Umuarama, v. 14, n. 2, p. 231-257, jul./dez. 2013 http://revistas.unipar.br/empresarial/article/viewFile/4798/2810. Acesso. 01.jun.2015. CRUZ, Vilma Aparecida Gimenes, Abordagens de Pesquisa em Educação. Pedagogia módulo 2. Unopar, virtual. Londrina.2006 COUTO, Hudson de Araújo. . Guia Prático. Tenossinovites e outras lesões por traumas cumulativos nos membros superiores de origem ocupacionais. Belo Horizonte: Ergo B & C Ltda., 1991 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 157 em construções existentes nesse período na cidade de Matipó, onde em cada obra GROHMANN. Márcia Zampieri. Segurança no trabalho através do uso de epi’s: estudo de caso realizado na construção civil de santa Maria. 2000)Disponível.http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/episconstrucao.pdf.Acesso.15.mai.2015 MALVEZZI, Sigmar. Prefácio. In ZANELLI, José Carlos, BORGES-ANDRADE, Jairo Eduardo, BASTOS, Antonio Virgílio Bittencourt. (Org.) Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre.Artmed, 2004 MINAYO, Maria Cecília. O desafio do conhecimento. 11 ed. São Paulo: Hucitec, 2008. MEDEIROS, José Alysson Dehon Moraes; Celso Luiz Pereira RODRIGUES, A existência de riscos na indústria da construção civil e sua relação com o saberoperário2012. Disponível.http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/riscosalyssonn.pdf.Acesso. 04.jun.2015. MANUAL DE LEGISLAÇÃO. Segurança e Medicina do Trabalho. 75 ed Atlas. SP. 2015. OLIVEIRA, Roberval, P. ; SANTANA, Wilma S. Saúde e trabalho na construção civil em uma área urbana do Brasil. 2004..Disponivel. http://www.scielo.br/pdf/csp/v20n3/17.Acesso. 13. mar.2015. PEREIRA, Ana Maria T. Benevides (Org). Burnout: Quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. 3ª Ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008. PELLOSO, Eliza Fioravante; ZANDONADI, Francianne Baroni. Causas da Resistência ao Uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI). 2012. Disponivel. http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/art_epi_cv.pdf.Acesso. 10. mar.2015. SELIGMAN, Edith. Silva. Desgaste mental no trabalho dominado. Rio de Janeiro (RJ): Editora da UF. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 158 FICHER, F. M.; GOMES, J. R.; COLACIOPPO, S. Tópicos de saúde do trabalhador. São Paulo: Hucitec, 1989. Belovina Luíza Gomes de Sá. Graduanda em Engenharia Civil – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Pedro Genuíno de Santana Junior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Graduado em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Rafael Eler de Souza. Graduação em Desing de Produto. Mestrado em Engenharia de Materiais. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Concreto; Pó de Brita; Sustentabilidade. 1 - INTRODUÇÃO O concreto é o material mais utilizado na construção de uma estrutura, tem como vantagens sua resistência, durabilidade e trabalhabilidade. É composto basicamente por aglomerante, agregado graúdo, agregado miúdo e água (DUARTE, 2013). O tipo de matéria-prima do concreto, principalmente o agregado miúdo, a etapa de produção, a cura, a desforma, estão todos relacionados à qualidade deste material. O que influencia e varia na determinação de suas propriedades, podendo refletir na segurança (MENOSSI, 2004). Como os recursos naturais vêm se esgotando, isso passa a influenciar nos custos principalmente de transporte, para a Construção Civil, o pó de brita entra como um agregado miúdo no concreto, assim como a areia natural, que são materiais granulares, não renováveis, com dimensões e propriedades estabelecidas pela Norma, onde não possui forma e volume definido. Os agregados podem ser naturais, são aqueles encontrados de forma particulada na natureza como, por exemplo, areia, cascalho ou pedregulho, ou artificiais são aqueles produzido por processo industrial, resultante da britagem de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 159 SUBSTITUIÇÃO DA AREIA NATURAL POR PÓ DE PEDRA NO CONCRETO SEM ALTERAÇÃO NA RESISTÊNCIA. empregados na composição de concretos com finalidade estrutural, na fabricação de blocos de concreto, de camadas de sub-base asfáltica e de camadas de concreto compactado a rolo (CCR). Destaca-se que o rejeito de sua fração granulométrica (abaixo de 0,075 mm) pode trazer uma série de impactos ambientais (MENOSSI, 2004). 2 - METODOLOGIA O principal objetivo deste estudo é mostrar através de ensaios a substituição da areia natural por pó de pedra na composição do concreto. Com a finalidade de verificar a resistência após 7 e 28 dias, sua consistência por abatimento, dosagem ideal para mistura e deformação. Neste estudo será usado a nomenclatura pó de pedra, para os ensaios, não será descartado os grãos inferior à 0,075 mm no intuito de reduzir os impactos ambientais, ou seja, o agregado será utilizado da forma que encontrado. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Segundo Menossi (2004, p.10), “a granulometria é o parâmetro físico mais analisado dos agregados, pois influencia na compacidade e na resistência aos esforços mecânicos”. De acordo com Duarte (2013, p.15): Na confecção do concreto são usadas matérias primas, entre as quais os agregados graúdos e miúdos, que são bens minerais não renováveis. É de grande importância, buscar alternativas de materiais (resíduos) que venham a substituir, pelo menos parcialmente, os agregados utilizados no concreto. Os resíduos têm custo reduzido, quando comparado ao agregado miúdo natural, reduzindo com isso o custo final do concreto, além de ser benéfico para o meio ambiente a sua utilização na produção do concreto ou outro fim. A preocupação e conscientização da sociedade sobre o meio ambiente e fatores que o degradam vem aumentando. A construção civil é um dos setores que está procurando inovações, métodos e novos materiais, que proporcionem menores problemas ambientais. Esses problemas podem ser: a retirada da flora e da fauna do local das jazidas e do percurso feito para o escoamento do material, alteração nos cursos de rios, destruição da mata ciliar dos rios, a área torna-se infértil, os rios aumentam a vazão de água, acelera o ritmo de erosão das margens, entre outros problemas (SILVA e SILVA, 2012, p.2). A construção civil é a única indústria capaz de absorver quase que totalmente os resíduos que produz. Enquanto vários setores industriais diminuem a utilização de suas matérias-primas, a engenharia civil não pode reduzir a quantidade dos materiais necessários para edificar uma obra sem Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 160 rochas (SERNA e REZENDE, 2015). Nos dias atuais, esses finos podem ser A substituição da areia natural pelo pó de pedra pode ser uma solução para alguns desses impactos. Nos países mais desenvolvidos, essa substituição iniciou-se nos anos setenta, uma década após a produção em série dos primeiros equipamentos especiais usados para britagem do material fino. Assim, viabilizou-se industrialmente a ideia de se produzir pó de pedra em escala comercial (MENOSSI, 2004). Para alcançar os objetivos desta pesquisa, será primeiramente realizada uma revisão da literatura acerca das características do concreto convencional, dos métodos de dosagem e procedimentos de avaliação do Concreto Convencional.. Os procedimentos escolhidos foram: ensaio do abatimento do tronco de cone e ensaio à compressão simples. O cimento, a areia e os dois tipos de brita (19 mm e 9,5 mm) serão adquiridos em depósitos de material de construção da cidade de Matipó/MG. O pó de brita será adquirido em pedreiras da região do município de Matipó/MG. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho encontra-se em desenvolvimento e ate o momento ainda não temos dados. Porém espera-se com o trabalho mostrar que a substituição parcial da areia natural por areia de britagem é bastante viável para os concretos convencionais. Segundo Pimenta (2012), nos países mais desenvolvidos, os agregados miúdos provenientes da britagem de rochas já são amplamente utilizadas a mais de 30 anos e no Brasil muitas cidades já sofrem com a falta de agregado natural, sendo necessário transportá-los a longas distancias, o que eleva o preço do material. REFERÊNCIAS DUARTE, João Batista. Estudo da substituição de agregados miúdos naturais por pó de pedra em concreto de cimento Portland. Dissertação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências Exatas e da Terra. Natal, 2013. Disponível em: http://repositorio.ufrn.br:8080/jspui/bitstream/123456789/12819/1/JoaoBD_DISSERT. pdf. Acessado em: 28.jun.2015. MENOSSI, Rômulo Tadeu. Utilização do pó de pedra basáltica em substituição à areia natural do concreto. Dissertação da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – UNESP. Ilha Solteira, 2004. Disponível em: http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/90740/menossi_rt_me_ilha.pdf?se quence=1. Acessado em: 28.jun.2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 161 comprometer a qualidade e a durabilidade da construção (KARPINSKI et al, 2009, p.30). PIMENTA. Dhiego S. Produção de Concreto Convencional com a Utilização de Pó de Brita. Tese de Conclusão de Curso de Engenharia Civil. Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa 2012. SERNA, Humberto Almeida de La e REZENDE, Márcio Marques. Agregados para a Construção Civil. Disponível em: http://anepac.org.br/wp/wpcontent/uploads/2011/07/DNPM2009.pdf. Acessado em: 29. jun. 2015 SILVA, Paola Dias da e SILVA, Everton Jose da. A influência de pó de brita substituindo areia e cimento na argamassa com vistas à produção de telhas. Revista Eletrônica Científica do IFBA. Salvador, 2012. Disponível em: www.revistapindorama.ifba.edu.br. Acessado em: 29. jun. 2015. KARPINSKI, Luisete A. et al. Gestão diferenciada de resíduos da Construção Civil: Uma abordagem ambiental. Porto Alegre, 2009. Disponível em: http://www.pucrs.br/edipucrs/gestaoderesiduos.pdf. Acessado em: 29.jun.2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211 Agregados para Concreto : Especificação. Rio de Janeiro. 2009 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 162 NETO, José Antônio Chehuen (Org.). Metodologia da pesquisa científica: da graduação à pós-graduação. Curitiba – PR, 2012. Alan Santos Rodrigues, Marcio José Guimarães de Santana – Graduandos em Engenharia Civil na Faculdade Univértix. Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor do curso de Engenharia Civil na Faculdade Univértix. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora na Faculdade Univértix. Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática. Especialista em Física. Professora na Faculdade Univértix. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil na Faculdade Univértix. Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do Curso de Engenharia Civil na Faculdade Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Canteiro de Obras; Planejamento; Organização; Elementos do Canteiro. 1- INTRODUÇÃO O setor da construção civil é de imensa importância na economia nacional, e isso se dá devido a sua considerável participação no PIB (Produto Interno Bruto). Alterações de cenário acarretaram na diminuição nesta participação, assinalando que o processo de produção carece de modificações, principalmente do subsetor edificações (FERREIRA; FRANCO, 1998). Mesmo sendo de grande importância na economia brasileira, a indústria da construção é constantemente referida como sendo um péssimo exemplo, sendo vista como um setor atrasado, com elevadas taxas de desperdícios de matérias-primas, com índices de produtividade muito baixos e demonstra uma performance inferior ao da indústria de transformação (FONSECA, 2013). Segundo Yazigi (2009, p. 98),o desperdício pode ser definido como sendo, toda atividade que gaste recursos e não adicione valor ao cliente. Perda pode ser considerada como toda ineficácia que recaia no uso de mão-de-obra, materiais e equipamentos com volumes maiores a aqueles necessários à construção da edificação. O desperdício em obras tem as mais diversas fontes. Segundo Vieira (2006), a organização do canteiro de obras é de suma importância para que as Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 163 ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS EM EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS NA AREA URBANA DA CIDADE DE SÃO JOÃO DO MANHUAÇU-MG. materiais e os serviços executados não perderão qualidade. Nesta situação a logística tem uma responsabilidade muito grande, onde contribuirá na concepção do planejamento, organização e na proposta de arranjo físico para garantir que o desenvolvimento da obra flua da melhor forma possível. O canteiro de obras é definido pela NB-1367 (ABNT, 1991), como: “Áreas destinadas à execução e apoio aos trabalhadores da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência.” Ao longo do processo construtivo da obra o canteiro de obras se modifica. Diferenciando-se muito de acordo com os materiais, serviços, mão-de-obra e equipamentos que deve conter. Desta forma, é importante que se observe as principais fases onde é possível subdividi-lo. Para tal subdivisão pode-se adotar diferentes critérios, podendo ser mais ou menos detalhada de acordo com o tempo que se dispõe para o planejamento do canteiro (SOUZA, 2000, p. 59). “[...] O canteiro, como regra geral, está localizado no próprio terreno em que se vai executar a obra” (SOUZA, 2000, p.33). “Em terrenos de área reduzida, comum nos grandes centro urbanos, onde a construção chega a ocupar até a sua totalidade, é muitas vezes necessária a implantação de um canteiro inicial, com muitas deficiências e pouco conforto para os trabalhadores” (ROUSSELET, 1999, p. 13). “[...], se a falta de espaço é um complicador, terrenos muito grandes podem, também, caso não se tome cuidado, favorecer a desorganização” (SOUZA, 2000, p.34). O planejamento do canteiro de obras tem sido uma das questões que mais tem sido deixada de lado na construção civil. As medidas que deveriam ocorrer durante o processo de planejamento do canteiro, só acontecem à medida que os problemas vão ocorrendo durante sua execução, ocasionando em o descumprimento de itens de segurança e organização, mesmo tendo conhecimento das vantagens operacionais e econômicas adquiridas por meio de um planejamento eficiente (XAVIER; XAVIER; MELO 2014, p.50,51). O planejamento do canteiro de obras tem como objetivo o melhor aproveitamento do espaço disponível, possibilitando que homens e máquinas tenham segurança e eficiência durante o trabalho, principalmente com a minimização das movimentações de materiais, componentes e mão de obra (SAURIM; FORMOSO, 2006). Segundo Thomaz (2001), a organização do canteiro de obras também é de suma importância em termos da qualidade, da economia, da segurança e da produtividade. Arranjos físicos bem determinados, materiais estocados de forma Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 164 atividades tenham um bom desenvolvimento, evitando assim tempo ocioso, perda de adequados são pontos fundamentais para a atividade de construção. O estudo prévio da movimentação de materiais e pessoas, da área de ação de equipamentos, do descarregamento de materiais, da manobra de caminhões, da drenagem e forma de conservação dos caminhos, são também questões importantes. Desta forma, este trabalho tem por objetivo identificar na área urbana da cidade de São João do Manhuaçu - MG, as obras que possuem canteiros de obras e de que forma são planejados e quais os elementos existentes. Pretendesse assim, conhecer as normas técnicas utilizadas para a concepção dos canteiros, analisar seu planejamento e implantação em obras de pequeno porte em áreas urbanas. 2 - METODOLOGIA Este trabalho se dará através de pesquisa quantitativa, que segundo KAUARK, MANHÃES e MEDEIROS (2010, p. 26, 27) “considera o que pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisálas [...]”. Também se utilizará da pesquisa bibliográfica, a fim de adquirir conhecimentos mínimos da concepção do canteiro de obras. A coleta de dados se dará entre os meses de Abril a Agosto de 2015, onde serão realizadas visitas às obras na área urbana da cidade de São João do Manhuaçu - MG, onde ocorrerá a coleta de dados para identificar e quantificar quais os componentes do canteiro de obras mais implementados, quando e como são utilizados, averiguando sua contribuição para alcançar segurança, eficiência e economia. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Tendo em vista a importância de um canteiro de obras bem planejado e organizado para que se obtenha segurança, eficiência e economia. Serão realizadas visitas às construções na área urbana da cidade de São João do Manhuaçu, com o objetivo de verificar quais possuem canteiro de obras, de que forma e como foram planejados. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 165 correta, bancadas de preparação de kits, canteiro de pré-moldados e alojamentos 166 REFERÊNCIAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NB-1367. Áreas de Vivência em Canteiros de Obra. 1991 AZEREDO, Hélio Alves de. O Edifício até sua cobertura. 2ª edição revista. São Paulo: Edgard Blücher, 1997. BIRBOJM, Allan; SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de. Construções temporárias para o canteiro de obras. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP – Departamento de Engenharia de Construção Civil – BT/PCC/315. São Paulo, 2002. FERREIRA, Emerson de Andrade Marques; FRANCO, Luiz Sérgio. Metodologia para Elaboração do Projeto do Canteiro de Obras de Edifícios. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP – Departamento de Engenharia de Construção Civil – BT/PCC/210. São Paulo, 1998. FONSECA, Alexandre Lopes. Estudo de instalação, organização e manutenção em canteiro de obras. Projeto de Graduação. UFRJ/Escola Politécnica. Curso de Engenharia Civil. Rio de Janeiro, p. 1, 2013. ILLINGWORTH, J.R. - Construction: methods and planning. 2nd ed. London. E&FN Spon, 2000. KAUARK, Fabiana da Silva; MANHÃES, Fernando Castro; MERDEIROS, Carlos Henrique. Metodologia da pesquisa: Um guia prático. Itabuna: Litterarum, 2010. MAIA, Alexandre Costa; SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes (2003), Método para conceber o Arranjo físico dos elementos do canteiro de obras de edifícios: fase criativa. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP – Departamento de Engenharia de Construção Civil – BT/PCC/338. PAIVA, Jonathan Davi de, Planejamento do Canteiro de Obras. Disponível em: http://fait.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/vDThn6TyNN1Z8pi_201 4-4-22-20-29-47.pdf, acesso em: 05.mar.2015 . ROUSSELET, Edson da Silva; Falcão, Cesar. A Segurança na Obra (Manual Técnico de Segurança do Trabalho em Edificações Prediais). Editora Interciência Ltda. Rio de Janeiro, p.13, 1999. SAURIN, Tarcísio Abreu; FORMOSO, Carlos Torres. Planejamento de canteiros de obra e gestão de processos – Recomendações técnicas Habitare, v.3. Porto Alegre, 2006. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de. Projeto e implantação do canteiro. São Paulo: O Nome da Rosa, 2000. SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de et al. Recomendações gerais quanto à localização e tamanho dos elementos do canteiro de obras. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP – Departamento de Engenharia de Construção Civil – BT/PCC/178. São Paulo, 1997. SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de; FRANCO, Luiz Sérgio. Definição do Layout do canteiro de obras. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP – Departamento deEngenharia de Construção Civil – BT/PCC/177. São Paulo, 1997. TEIXEIRA, Carolina. Administração de recursos materiais para concursos: Teoria e exercícios do CESPE comentados. Método. São Paulo, 2010. THOMAZ, Ercio. Tecnologia, gerenciamento e qualidade na construção. São Paulo: Pini, 2001. VIEIRA, Helio Flavio. Logística Aplicada à Construção Civil: Como melhorar o fluxo de produção nas obras. Pini. São Paulo, 2006. XAVIER, Carlos Magno da Silva; XAVIER, Luiz Fernando da Silva; MELO, Maury. Gerenciamento de Projetos de Construção Civil: uma adaptação da metodologia Basic Methodware. Rio de Janeiro: Brasport, 2014. YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. 10ª edição rev. Atualizada. São Paulo: Pini: SindusCon, 2009. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 167 SOUZA, Israel Sammy Bandeira; MELLO, Mariana Torres Correia de; PIMENTA, Handson Cláudio Dias. Método de racionalização no canteiro de obras: um estudo de caso na indústria da construção civil da cidade do Natal/RN. P&D em Engenharia de Produção, Itajubá, V.9, n. 1, p. 1-14, 2011. Pabllo José de Oliveira Abreu e Wesley D’Ávila Monteiro – Graduandos em Engenharia Civil - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mateus Zanirate de Miranda – Graduado em Engenharia Civil. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Cristiano de Oliveira Ferrari – Graduado em Engenharia Civil. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Pedro Genuíno de Santana Junior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Graduado em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] 168 ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTO ENTRE CONCRETO USINADO E CONCRETO PRODUZIDO EM UMA OBRA DE ARTE ESPECIAL PALAVRAS-CHAVE: Concreto; Concreto Usinado; Custo. 1 - INTRODUÇÃO Segundo Vlack (1970), muitos materiais são formados pela aglomeração de partículas pequenas na forma de um produto utilizável. Provavelmente, o exemplo mais óbvio é o concreto, o qual é obtido através da mistura de agregado (pedregulho ou pedra britada), areia, cimento Portland e água, formando um material monolítico. De uma forma simples, podemos dizer que o concreto é uma mistura de agregado com areia para preencher os poros. O espaço, que ainda resta na areia, é então preenchido com uma “pasta” de cimento e água. O cimento se hidrata e atua como um ligante no concreto. Para Botelho e Marchetti (2011), o concreto estrutural pode ser misturado manualmente, método normalmente aceitável para pequenas obras, pois a produção é limitada; em betoneira fixa denominada estacionária, pois algumas construtoras, por razões econômicas ou por falta de concreteiras nas imediações, preferem produzir o concreto na própria obra. Já o concreto dosado em central, é uma solução muito usada para obras de edificação de porte médio e grande desde os anos 1970. É a solução moderna e tende a dominar todo o mercado. A especificação técnica da compra desse concreto determina a resistência característica á compressão que o concreto deve atender; sua plasticidade pela medida do slump e o limite da relação água/cimento (ABNT NBR 7212, 1984). Segundo Mattos (2010), um projeto de construção Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 169 na verdade, todo tipo de projeto - envolve uma grande massa de custos, que se distribuem na execução das diversas atividades, supervisão dos serviços e gastos correntes para o funcionamento do escritório, entre outras tantas fontes de despesa. De uma maneira geral, os custos referentes ao concreto estão totalmente ligados aos encargos totais de uma obra, como locação de máquinas, materiais, mão-de-obra, etc. Segundo o PORTAL DO CONCRETO, com toda a tecnologia desenvolvida para o concreto que conta com diversos meios tecnológicos que vai desde a dosagem de aditivos até controle tecnológico das centrais dosadoras, virar o concreto na obra passou a ser uma atividade que deve ser bastante analisada hoje em dia e com muito critério. Diante do exposto, o objetivo do estudo é comparar o custo entre concreto usinado e concreto produzido em uma obra de arte especial localizada sobre o Rio Matipó sentido Pedra Bonita à Padre Fialho - MG, levando em consideração o tempo de serviço, garantia de qualidade e um índice de produtividade capaz de satisfazer às metas estabelecidas do Engenheiro Civil. Com este estudo pretendemos demonstrar para os futuros Engenheiros, em que situação cada modo de concretagem será mais apropriado, e quais benefícios e dificuldades cada processo traz, sempre tentando executar a estrutura no menor tempo possível, com o menor custo e maior nível de qualidade. 2 - METODOLOGIA O estudo será realizado através de uma pesquisa do tipo descritiva que, segundo Gil (2008) neste tipo de investigação são descritas as características de uma população, fenômeno ou de uma experiência. Essa pesquisa descritiva visa comparar o custo entre concreto usinado e concreto produzido no canteiro de obras. A opção pela comparação entre os dois tipos de concreto justifica-se pela escolha do modo de concretagem que será mais apropriado, e quais os benefícios cada um trará para a obra. Assim, a pesquisa será realizada de Fevereiro a Dezembro de 2015, em uma obra de arte especial (OAE), localizada sobre o Rio Matipó sentido Pedra Bonito à Padre Fialho - MG. Nesta obra serão analisados laudos e boletins estudados e avaliados pela UFV - Universidade Federal de Viçosa – Departamento de Engenharia Civil, onde serão especificados os ensaios realizados com os materiais e seus respectivos laudos técnicos. Durante o período de concretagem, foram gerados boletins, que posteriormente será enviado pela a empresa CCM, e por esse meio, a empresa recebe um certificado de análise de resistência do concreto. Já o concreto usinado, será produzido pela concreteira Polimix, situada em Vila Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. concretagem, gerando laudos e certificados que resultarão na resistência característica á compressão determinada da estrutura aos 28 dias de idade de 25 e 30 MPa. Serão consideradas as especificações constantes da ABNT NBR 6118:2003 e ABNT NBR 12655:2006, relativas à relação água/cimento de 0,6 l/kg e consumo mínimo de cimento de 280 kg/m³. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto de cimento Portland – Preparo, controle e recebimento - Procedimentos: NBR 12655. Rio de Janeiro, 2006 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Execução de concreto rodado em central – Procedimentos: NBR 7212. Rio de Janeiro, 1984 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de concreto – Procedimentos: NBR 6118. Rio de Janeiro, 2003 BERTOLINI, Luca. Materiais de construção. 1.ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2009. BOTELHO, Manoel Henrique Campos, MARCHETTI, Osvaldemar. Concreto Armado eu te amo. 3.ed. São Paulo: Blucher, 2011. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e controle de obras. 1.ed. São Paulo: PINI, 2010. PORTAL DO CONCRETO – Publicações Técnicas. <www.portaldoconcreto.com.br>. Acesso em: 14 de maio de 2015. Disponível em: VLACK, Lawrence Hall Van. Principio de ciência dos materiais. 1.ed. São Paulo: Blucher, 1970. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 170 Nova - Manhuaçu – MG, onde serão especificados os materiais empregados durante a Camila Soares Cardoso e Filipe Coelho Clemente Cardoso. Graduando em Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Imaculada Coelho da Silva Cardoso - Graduada em Matemática. Especialista em Matemática - Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Marcelo de Carvalho Mendes - Especialista em Ensino de Física. Especialista em Matemática. Graduado em Física e Matemática. Professor da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Renata Pessoa Bifano - Graduada em Física - Professora da Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade UNIVERTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Segurança; Equipamentos; Proteção; Microrregião. 1 - INTRODUÇÃO Com o desenvolvimento econômico no Brasil nas últimas décadas veio o crescimento da construção civil, com isso, o setor trabalhista desenvolveu técnicas e métodos para melhoria da segurança do trabalhador. Desde século XVII durante a Revolução Industrial os altos índices de acidentes de trabalho e a dificuldade de localizar mão de obra foram os principais fatores para o surgimento da segurança do trabalho (PONTELO e CRUZ, 2011). Segundo Pontelo e Cruz (2011), entre 1919 e 1934, foi introduzida no Brasil a segurança de trabalho por meio de decreto com regulamentos prevencionais, e também a regulamentação e a obrigatoriedade da comunicação de acidentes de trabalho. Segundo Chiavenato (2009), a segurança do trabalho é um conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes, seja eliminando condições inseguras do ambiente, seja instruindo ou convencendo as pessoas da utilização de práticas preventivas. A Segurança do Trabalho ainda pode ser compreendida como um conjunto de medidas que, ao adotadas, visam minimizar os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, tal como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador, assim, na Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 171 SEGURANÇA DO TRABALHO: O USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA EM OBRAS DA MICRORREGIÃO DE MANHUAÇU Civil, adotando equipamentos de proteção individual e coletiva (BALBO, 2011). Na segurança do trabalhador existem fatores que são fundamentais na prevenção de acidentes e na defesa da saúde do funcionário, uma vez que suas ações e diretrizes podem evitar o sofrimento humano e o desperdício econômico prejudicial às empresas e ao próprio país (PONTELO e CRUZ, 2011). Segundo Balbo (2011), tal programa tem como foco a conscientização do trabalhador à proteção de sua vida e dos companheiros por meio de ações seguras, incitando assim a necessidade de preservar a vida humana e proporcionar bem-estar, e a diminuição do número de faltas ao trabalho, causadas por acidentes no ambiente de trabalho, tais quais aumentam o custo para a empresa. De acordo com Dobrovolski et al, (2008), para o uso de EPI e EPC, existe a lei nº 6.514 de 22 de novembro de 1977 da Consolidação das Leis do Trabalho, a norma regulamentada NR 6 – Equipamento de Proteção Individual e a NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, que são utilizados como base legal para decidir sobre os temas que devem ser abordados neste processo de conscientização, proporcionando assim maior segurança aos trabalhadores e cumprimento da legislação trabalhista. Segundo o IBGE (2010), a microrregião de Manhuaçu tem sua população estimada em 271.143 habitantes e está dividida entre os seguintes municípios: Abre-Campo, Alto Caparaó, Alto Jequitibá, Caparaó, Caputira, Chalé, Durandé, Lajinha, Luisburgo, Manhuaçu, Manhumirim, Martins Soares, Matipó, Pedra Bonita, Reduto, Santa Margarida, Santana do Manhuaçu, São João do Manhuaçu, São José do Mantimento e Simonésia. Além disso, possui uma área total de 4.855,959 km². A microrregião de Manhuaçu/MG é uma área de crescente desenvolvimento econômico, e intensa atividade no setor de construção civil, muitas das obras de construção não vêm acompanhando este crescimento, faltando informação e orientação sobre o uso e importância dos equipamentos de uso individual e coletivo. Mediante ao problema apresentado, a proposta de pesquisa tem como objetivo geral, avaliar a importância do uso de equipamentos de proteção individual e coletiva, na microrregião de Manhuaçu – MG, identificando através de uma pesquisa quantitativa quais os aspectos envolvidos na utilização dos EPI’s e EPC’s, além de orientar os responsáveis pela obra com informações para ambiente de trabalho seguro. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 172 finalidade de diminuir os riscos existentes no ambiente de trabalho da Construção abordagem quantitativa (DUARTE, 2010). Nesse tipo de pesquisa são utilizadas técnicas padronizadas de coleta de dados, onde fatos são observados, computados, analisados, divididos em classe e interpretados, sem que haja interferência do pesquisador. A área de referência escolhida para o presente estudo está localizada na microrregião de Manhuaçu, o trabalho será realizado em três munícipios que são Abre Campo, Matipó e Sericita, dos vinte pertencentes à microrregião, os quais foram escolhidos por serem municípios considerados de pequeno porte, segundo IBGE (2010), e se encontra em plena expansão mobiliária. A coleta de dados será realizada com trabalhadores da construção civil e responsáveis pelas obras, a, no período de julho a agosto de 2015, através de entrevistas semiestruturadas. Todas as entrevistas serão escritas para posterior análise e os dados obtidos foram classificados por temas, de acordo com o objetivo da investigação. O número de entrevistas não será estabelecido previamente, sendo conduzido até se considerar suficiente o conteúdo as respostas obtidas. Junto com o questionário estará sendo apresentado aos participantes um Termo de Consentimento Livre Esclarecido, onde será esclarecido seu anonimato, com a participação de sua livre e espontânea vontade, não havendo obrigatoriedade em responder as questões propostas, Seguindo as especificações da Lei 196/96. Após a coleta de dados, estes dados serão organizados e processados no Microsoft Office Excel, através da estatística descritiva. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em execução e os resultados parciais apontam até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS BALBO, Wellington. O uso de EPI-Equipamento de proteção individual e a influência na produtividade da empresa. Bauru/SP, Julho. 2011. Disponível em: http://www.administradores.com.br/informe-se/producao-academica/o-uso-do-epiequipamento-de-protecao-individual-e-a-influencia-na-produtividade-daempresa/4265. Acesso em: 05.abr.2015. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2002. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 173 2 - METODOLOGIA A presente proposta trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, com o capital humano das DOBROVOLSKI, Marlene; WITKOWSKI, Valkiria; ATAMANCZUK, Mauricio J. Segurança no trabalho: uso de EPI. Paraná, 2008. Disponível em: http://www.4eetcg.uepg.br/oral/56_2.pdf. Acesso em: 06.abr. 2015. GONÇALVES, E. A. Manual de segurança e saúde no trabalho. 2. ed. São Paulo: LTr, 2003. GIANNASI, Fernanda. Manual sobre condições de trabalho na construção civil: segurança e saúde do trabalhador. Deogledes Monticuco (Coord)). Álvaro Ferreira Filho-ALFER ( Ilust.) ed. rev. : São Paulo, FUNDACENTRO, 1991. 58 p. (Engenharia Civil,5) NR 18 – Condições e meio ambiente do trabalho na indústria da construção. PELLOSO, Eliza; ZANDONADI, Francianne. Causas da resistência ao uso de equipamentos de proteção individual EPI. Cuiabá: Janeiro, 2012. Disponível em: http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/art_epi_cv.pdf. Acesso em 06.abr.2015. PONTELO, Juliana; CRUZ, Lucineide. Gestão de pessoas: manual de rotinas trabalhistas. 5 ed. Brasília: Senac/DF, 2011. SAMPAIO; José Carlos de Arruda. NR18 MANUAL DE APLICAÇÃO. São Paulo, SP: Editora PINI, 1ª edição 1998. SILVA, Paulo. Equipamentos de proteção individual. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/43822/equipamentos-deprotecao-individual-epi. Acesso em: 06.abr.2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 174 CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: organizações. 9 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Fernando Henrique de Souza e Rômulo Augusto Miranda Barbosa Graduandos em Engenharia Civil da Universidade Univértix. Mateus Zanirate de Miranda Engenheiro Civil - Professor da Faculdade Univértix. Imaculada Coelho da Silva Cardoso – Graduada em Matemática. Especialista em Matemática – Professora da Faculdade Univértix. Pedro Genuíno de Santana Junior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Graduado em Engenharia Civil. Professor da Faculdade Univértix. Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em Engenharia Civil. Coordenador e Professor na Faculdade Univértix. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Comparação, Paramétrico, Analítico. 1 - INTRODUÇÃO Segundo Moura Rocha (2011), devemos analisar o modo como são elaborados os orçamentos de obras, e observar o quanto é importante escolher o melhor método para fazer um orçamento de obra civil. Será que o método mais rápido e pratico de custo vale à pena? Ou se pararmos e estudarmos o projeto e suas condições de construção poderemos ter um melhor conjunto final do empreendimento? Então, vamos comparar estes métodos paramétricos e analíticos de orçamentos, analisando o mesmo projeto nos dois sentidos, vamos mostrar por que as empresas devem adotar o método mais detalhado em suas gestões de orçamentos. Para Valentini (2009), um orçamento mal calculado pode levar empresas a fecharem as portas, e elas nem percebem que talvez o erro esta partindo de um orçamento mal elaborado. Vamos tratar de um estudo onde pretendemos mostrar a importância de um orçamento bem elaborado. O orçamento, é chave inicial de quaisquer empreendimentos, nele estão todos os dados desde o inicio ate a entrega final da obra, detalhar um orçamento não é um processo rápido, requer muita interpretação e conhecimento nos projetos, mas as vantagens são enormes (TAVESGAZZONI, 2014). Há empresas que estudam seus orçamentos de maneira mais simples, o processo como o paramétrico utiliza do Custo Unitário Básico ou seus próprios padrões de calculo e experiência de preços e dão suas ofertas. Não estão errados, porém é impossível se ter orçamentos bem detalhados, provavelmente muitas intervenções podem ocorrer na execução de um orçamento não detalhado e, principalmente o não Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 175 COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODO PARAMÉTRICO E ANALÍTICO DE ORÇAMENTAÇÃO EM UM PROJETO DE CONSTRUÇÃO CIVIL 2009). Partindo do princípio de que um mal orçamento pode ser desfavorável no desempenho executivo de um projeto/obra levando a resultados desfavoráveis e até desastrosos a uma empresa, um bom orçamento é imprescindível para o sucesso de um projeto, pois trás consigo vários fatores que elevam sua segurança e confiabilidade, sem deixar de observar as transformações do mercado, onde há necessidade rápida, eficiente e confiável. Um orçamento analítico ou detalhado muda completamente a ótica do empreendedor, pois este método de orçamento pode fornecer dados confiáveis, em tempo hábil para o construtor, pois se utiliza cálculos e estimativas seguras, compatíveis com o mercado (MOURA ROCHA, 2011 p.14). Muitas empresas acabam pecando com seus orçamentos mal detalhados, e que às vezes fogem da realidade que deveria ser seu propósito. Isto impactará muito no decorrer da execução do projeto. Detalhar um projeto, levantar quantitativos e serviços, estimar custos e despesas, são essências para um bom orçamento e obter sucesso do projeto, garantindo segurança, estabilidade e comodidade do meio. Observamos neste estudo, a empresa Construtora Sancarlos, prestadora de serviços de obras civis, o método como ela elabora seus orçamentos para apresentações aos seus clientes e, vamos comparar estes métodos paramétricos e analíticos em projeto de construção de civil, uma obra de área de vivencia, orçado pela empresa (SANTOS, 2012). “A conjuntura econômica atual pressiona cada vez mais as empresas a serem precisas na orçamentação inicial do empreendimento” (TAVES GAZZONI, 2014 p.2). Compararemos métodos de orçamentos de obras, não iremos falar de qual é certo ou errado, afinal cada empresa tem liberdade própria de elaborar seus preços, como vimos à importância que é elaborar um orçamento bem detalhado, há muitas empresas que passam por diversos problemas em seu campo de trabalho e não percebem de onde vem o erro. Então vamos abrir a mente e tratar desse assunto de maneira objetiva que mostre o quanto esta face é tão importante, e que se mal executada vêem a levar prejuízos. O nosso estudo tem como grande importância conceitos de uma boa engenharia de administração trazendo inúmeras vantagens ao setor das construtoras e empresas da área. Um bom orçamento faz com que os objetos sejam alcançados de maneira mais eficaz e seguros (Moura Rocha, 2011). “A previsão correta de todos os itens advindos da execução da obra, faz com que o gestor consiga aperfeiçoar todo o processo de estimar os custos do empreendimento, diminuindo muito os riscos futuros de gastos com itens não previstos no orçamento da obra” ( TAVES GAZZONI, 2014 p.1). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 176 controle de planejamento, gastos de materiais e acima de tudo financeiros (VALENTINE, Trata-se de uma pesquisa que será realizada à luz da abordagem quantitativa, que se destinará a descrever as características de uma determinada situação, medindo numericamente as hipóteses levantadas a respeito da comparação de orçamentos. S egundo Moura Rocha (2011), este tipo de investigação é uma das fases mais importantes para o início de um empreendimento, que é a fase de estimativa de custos e preparação do estudo de viabilidade econômica. A presente pesquisa visa analisar e comparar custos, e para isso, emprega duas metodologias orçamentárias - Orçamento Paramétrico e Analítico – bastante utilizadas na construção civil. Pretende-se fazer a comparação através dos resultados obtidos com os dois orçamentos. Assim, o trabalho será realizado de Fevereiro a Agosto de 2015 na fase de elaboração de uma proposta para apresentação a um cliente. Nesta pesquisa vamos verificar a viabilidade econômica deste projeto e custos finais do empreendimento, o presente trabalho pretende analisar a forma com que a Construtora Sancarlos Ltda localizada em Abre Campo - MG, elabora os orçamentos de suas obras, e comparar os métodos orçamentários paramétrico e analítico, da obra Área de Vivencia do terminal Ferroviário da Mina de Viga em Congonhas - MG. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES A pesquisa encontra-se em andamento. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “Avaliação de custos de construção para incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios edilícios. NBR 12721:2005. Rio de Janeiro, RJ, 2005. CARDOSO, Roberto Sales. “Orçamento de obras em foco”– Um novo olhar sobre a engenharia de custos. São Paulo: Pini, 2009. COIMBRA, Carolene N. “Indicadores paramétricos de cursos aplicados à edifícios multifamiliares: o custo unitário básico representativo”. Objetivo de identificar se o custo unitário básico desenvolvido e divulgado pelo Sinduscon é um índice paramétrico válido. Curitiba, 2010. 120 p. Monografia/ graduação Engenharia Civil Universidade Federal do Paraná – UFPR. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 177 2 - METODOLOGIA GONZÁLEZ, Marco Aurélio Stumpf. “ Noções de Orçamento e Planejamento de Obras. São Leopoldo”– RS. 2008. 47f. Disponível em: <http://www. engenhariaconcursos.com.br/arquivos/Planejamento/Nocoesdeorcamentoeplanejamento deobras.pdf>. LIMMER, Carl Vicente. “ Planejamento, Orcamentação e Controle de Projetos e Obras”. 1º ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editoras S.A, 1997. MATTOS, Aldo Dórea. “Como preparar orçamentos de obras”: dicas para orçamentistas, estudo de caso, exemplos. São Paulo: Editora Pini, 2006. MOURA, Denise C. da R.. CONCOURD, William. “Orçamento”. Análise da aplicação da engenharia de custos através da comparação entre método paramétrico e analítico. Belém, 2011. 96 p. Monografia/graduação Curso de engenharia civil do centro de ciências exatas e tecnologia da Universidade da Amazônia – UNAMA. SANTOS, Ana P. S. dos; SILVA, Nilmara D. da; OLIVEIRA, Vera M. de. “Orçamento na construção civil como instrumento para participação em processo licitatório”. Um estudo sobre orçamento com objetivo efetuar um estudo criterioso dos preços de todos os insumos da obra. Lins, 2012. 126 p. Monografia/graduação Curso de Ciências Contábeis, Centro Universitário Católico SalesianoAuxilium- UNISALESIANO. TAVES, Guilherme Gazzoni. “Engenharia de custos aplicada à construção civil”. Um estudo sobre impactos positivos que a aplicação da engenharia de custos na orçamentação das obras de construção civil. Rio de Janeiro, 2014. 63 p. Monografia/Graduação Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. VALENTINE, Joel. “Metodologia para elaboração de orçamentos de obras civis”. Um estudo sobre a formação de um orçamento. Belo Horizonte, 2009. 72 p. Monografia/graduação Curso de especialização em construção civil, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. XAVIER, Ivan. Orçamento, “Planejamento e Custo de Obras”. Apostila da FUPAM – fundação para a pesquisa ambientalSão Paulo, 2008. 67 p. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU – USP.Universidade de São Paulo – USP. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 178 CUSTO UNITÁRIO BÁSICO (CUB/m²):“Principais Aspectos”. Belo Horizonte: Sinduscon- MG, 2007. 112f. Disponível em: http://www.sindusconmg. org.br/site/ arquivos/cub/cartilha_cub.pdf. Daniel Petronilho de Souza e Josiel Dutra Firmino - acadêmicos do 9º período do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Mateus Zanirate de Miranda - Graduação em Engenharia Civil Professor do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Pedro Genuíno de Santana Júnior - Graduado e Mestre em Engenharia Civil Professor do curso de Engenharia Civil da Faculdade Univértix. Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática. Especialista em Física. Professora da Faculdade Univértix. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Univértix. Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor da Faculdade Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Água de chuva, Aproveitamento, Viabilidade, Sustentabilidade, Reservatório, Economia. 1 - INTRODUÇÃO De acordo com May (2004) A sociedade no geral está extremamente preocupada com a conservação dos recursos naturais. Neste âmbito, a água está em primeiro lugar nessa preocupação. Pois este recurso é vital e de extrema importância para a sobrevivência. A escassez de água é um dos maiores problemas que a população de modo geral vem enfrentando ao longo dos últimos anos, culpa disso é que na sua maior parte, esses recursos hídricos vêm sendo utilizado de maneira inadequada pela população, causando um agravamento da poluição desse recurso e o seu grande desperdício. A falta de políticas públicas que incentivam o seu uso de maneira sustentável, tendo em vista que ele é vital para a manutenção de todos os seres vivos no planeta. Segundo (UNIÁGUA, 2006) cerca de 2/3 da superfície do planeta Terra são dominados pelos oceanos. O volume total de água na Terra é estimado em torno de 1,35 milhões de quilômetros cúbicos, sendo que 97,5% deste volume é de água salgada, encontrada em mares e oceanos. Já 2,5% são de água doce, porém localizada em regiões de difícil acesso, como aquíferos (águas subterrâneas) e geleiras. Apenas 0,007% da água doce encontram-se em locais de fácil acesso para o consumo humano, como lagos, rios e na atmosfera. A meta da atualidade é a busca por práticas que aprimorem o uso da água, como programas de conservação, baseados em medidas técnicas e em mudanças de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 179 CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA PARA APROVEITAMENTO EM UMA EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL NA CIDADE DE MANHUAÇU-MG regulamentação de leis e de estrutura tarifária (VICKERS, 2001 e TOMAZ, 2003). 2 - METODOLOGIA Nossa pesquisa irá abordar um tema hoje em dia muito comentado, que se trata do aproveitamento de água de chuvas. Devido à grande escassez de água que se vive no país, surgem a cada dia maneiras e nova tecnologia para se aproveitar toda e qualquer água. Além de uma revisão bibliográfica, o trabalho será uma pesquisa quantitativa, onde serão analisados dados coletados com o auxílio de um pluviômetro. Para a pesquisa foi escolhido um prédio residencial na cidade de Manhuaçu. Esta cidade situada na Região da zona da Mata, com população estimada em 2014 em 85.909 habitantes, Área da unidade territorial (km²) 628,318, Densidade demográfica (hab/km²) 126,65, população em 2010 de 79.574 habitantes, dados do IBGE. Uma economia tipicamente voltada para a agricultura, mais precisamente a produção cafeeira e que se mostra em pleno desenvolvimento econômico e social. A pesquisa será desenvolvida em um prédio residencial, localizado na Praça Coronel João Pacheco, bairro centro na cidade de Manhuaçu-MG. Para tal será utilizada as instalações do prédio, composto por 6 pavimentos, sendo eles divididos em um pavimento de garagem, 4 pavimentos de apartamentos com um apartamento por pavimento e um último pavimento sendo o terraço, todo o prédio abastecido com água potável pela concessionária do município, o SAAE. Para a captação da água da chuva será utilizado o telhado do prédio já citado. O telhado possui uma área total de 180m², porém será utilizado para a pesquisa apenas uma parte dele referente a 117m² (13m x 9m), construído com telha metálica, dotado de uma água com inclinação de 5%. A estrutura do telhado apresenta uma calha em alumínio e tubulação de queda em PVC com diâmetro de 75 mm. Este trabalho seguirá as seguintes etapas: 1ª etapa – Revisão Bibliográfica sobre a utilização e a disponibilidade da água no planeta, assim como a evolução da utilização das águas pluviais e formas de utilização e aproveitamento em edificações. 2ª etapa – Pesquisa sobre quais os tipos de equipamentos necessários para a instalação de um sistema de captação de água pluvial. 3ª etapa – Levantamento dos preços dos equipamentos para a implantação do sistema de captação de água pluvial em edificações. 4ª etapa – Estudos dos dados coletados, esses dados serão coletados entre os meses de março a novembro do ano de 2015. 5ª Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 180 comportamento, motivadas por incentivos que vão desde a educação ambiental até a e fotos do projeto. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS ABCMAC. Associação Brasileira de Captação e Manejo de Água de Chuva. Antônio. Cisternas para o aproveitamento de água da chuva: uso não potável em escolas municipais de Horizontina. 1997. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 13969. Tanques Sépticos – Unidades de Tratamento Complementar e Disposição Final dos Líquidos – projeto, construção e operação. Rio de Janeiro, 1997. CAMARGO, Leandro Ortiz e MENDES, Paulo César Doimo. Captação de água pluvial para fins não potáveis, na FATEC de Itapetininga-SP. Sistemas produtivos: da inovação à sustentabilidade, São Paulo, 2013, 404-415, outubro de 2013. CAMPOS, A. L. et al. Estudo para o aproveitamento de água da chuva em uma montadora de veículos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 24, 2007, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: ABES, 2007. p. 1-8. CAMPOS, M. A. S. (2004). Aproveitamento de água pluvial em edifícios residências multifamiliares na cidade de São Carlos. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil –Universidade Federal de São Carlos. COHIM, E. et al. Captação direta de água de chuva no meio urbano para usos não potáveis. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 24, 2007, Belo Horizonte. Anais…. Belo Horizonte: ABES, 2007. p. 13. COHIN, Eduardo, GARCIA, Ana e KIPERSTOK, Asher. Captação e aproveitamento de água de chuva. Dimensionamento de reservatórios. Disponível em: <http://www.abcmac.org.br> Acesso em maio 2015.Edição, Curitiba, 2002. IBGE. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=313940&search=minasgerais|manhuacu>. Acesso dia 16 de maio de 2015 JAQUES, Reginaldo Campolino. Qualidade da água de chuva no município de Florianópolis e sua potencialidade para aproveitamento em edificações. Florianópolis-SC, março 2005. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 181 etapa- Estudo da viabilidade econômica. 6ª etapa- Relatório final com anexo de gráficos MAY, S. Estudo da viabilidade do aproveitamento de água de chuva para consumo não potável em edificações. 2004.. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Construção Civil e Urbana) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. MONTIBELLER A.; SCHMIDT R. W. Análise do Potencial de Economia de Água Tratada Através da Utilização de Água Pluvial em Santa Catarina. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Florianópolis, 2004. O2 ENGENHARIA. Áreas de atuação: aproveitamento de água de chuva. Disponível em: <http://www.o2engenharia.com.br/aproveitamento_agua.htm>. Acesso dia 15 de maio de 2015. PETERS, M. R. 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Potencial de Economia de Água Tratada Através do Aproveitamento de Águas Pluviais em Postos de Combustíveis: Estudos de Caso. CLACS’ 04 – I Conferência Latino-Americana de Construção Sustentável e ENTAC 04, 10º Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, São Paulo - SP, Anais.... CD Rom, 2004. SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO PARÁ. ÁGUAPARÁ - Educação Ambiental para Conservação dos Recursos Hídricos [II]: REUSO DA ÁGUA DA CHUVA. Belém: Série Relatórios Técnicos Nº 4, 2005. TOMAZ, P. A Economia de Água para Empresas e Residências – Um Estudo Atualizado sobre o Uso Racional da Água. Navegar Editora, São Paulo, 2001ª TOMAZ, P. Aproveitamento de Água de Chuva. ed. 2º. São Paulo: Navegar. 2003 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 182 MARINOSKI, A. K. Aproveitamento de Água Pluvial para Fins não Potáveis em Instituição de Ensino: Estudo de Caso em Florianópolis – SC. Monografia (Graduação em Engenharia Civil). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2007. UNIÁGUA. Universidade da água. Água no Planeta. <http://www.uniagua.org.br>. Acesso dia 16 maio de 2015. Disponível em: VIOLA, H.; NUNES, R. T. S.; FREITAS, M. A. V. Aproveitamento de águas pluviais como potencial ação mitigadora dos efeitos das mudanças climáticas: o caso da Cidade do Samba no Município do Rio de Janeiro. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 17., 2007, São Paulo. Anais... São Paulo: [s.n.], 2007. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 183 TOMAZ, P. Conservação da Água. São Paulo: Digihouse Editoração Eletrônica. Thaís Nayara Vieira e Vitor da Silva Hubner - acadêmicos do 10º período do curso de Engenharia Civil da Univértix. Pedro Genuíno de Santana Junior - Graduação em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix. Mariana de Farias Gardingo Diniz - Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos com ênfase em Tratamento de Águas e Efluentes. Professora da Univértix. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix. Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em Engenharia Civil. Coordenador e Professor da Univértix. Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios. Graduado em Engenharia Civil. Professor da Univértix. [email protected] 1 - INTRODUÇÃO Cimento portland é a denominação convencionada mundialmente para o material usualmente conhecido na construção civil como cimento. Que se trata de um pó fino, com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob ação da água. Depois de endurecido, mesmo que seja novamente submetido à ação da água, não se decompõe mais. O cimento, misturado com água e outros materiais de construção; tais como: a areia, a pedra britada, o pó-de-pedra, a cal e outros, resultam nos concretos e nas argamassas usadas na construção de casas, edifícios, pontes, barragens etc. Devido a sua extensa aplicação, O cimento portland, é um dos materiais mais utilizados na construção civil. “Cimento Portland é o produto obtido pela pulverização de clínquer, constituído essencialmente de silicatos hidráulicos de cálcio, com certa proporção de sulfato de cálcio natural, contendo, eventualmente adições de certas substâncias que modificam suas propriedades ou facilitam seu emprego” (Bauer, 2001, p.35). O clínquer é um material que resulta da trituração e cozimento de pedras calcárias e produtos argilosos. A essa mistura adiciona-se gesso para retardar sua propriedade aglutinante quando úmido. O cimento é classificado como aglomerante hidráulico, pois Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 184 ANÁLISE COMPARATIVA DA UTILIZAÇÃO E PREFERÊNCIA DOS TIPOS DE CIMENTO PORTLAND CP-II, CP-III, CPIV, EM OBRAS RESIDÊNCIAIS NA CIDADE DE FERVEDOURO – MG bem confinados, e também transformando uma mistura seca, em um material aderente (BOTELHO & MARCHETTI, 2010). Pode-se ainda englobar outros produtos à mistura, como calcário moído (não calcinado) resíduos de alto forno siderúrgico e resíduos de cinzas de termoelétricas que possuem características semelhantes a um produto de origem vulcânica, denominados pozolana, e a partir dessas adições são gerados os vários tipos de cimento portland. (BOTELHO & MARCHETTI, 2010). Segundo a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland, 2009), o comércio nacional possui oito opções de cimento, que satisfazem aos diversos tipos de obras. Os tipos de cimento se diferenciam com a determinada proporção de clínquer e sulfatos de cálcio, materiais carbonáticos e de adições, tais como escórias, pozolanas e calcáreo que são acrescentadas no processo de moagem. Dentro das oito opções existem onze tipos de cimento disponíveis no mercado brasileiro: 1. Cimento Portland Comum (CP I) a. CP I – Cimento Portland Comum b. CP I-S – Cimento Portland Comum com Adição 2. Cimento Portland Composto (CP II) a. CP II-E – Cimento Portland Composto com Escória b. CP II-Z – Cimento Portland Composto com Pozolana c. CP II-F – Cimento Portland Composto com Fíler 3. Cimento Portland de Alto-Forno (CP III) 4. Cimento Portland Pozolânico (CP IV) 5. Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI) 6. Cimento Portland Resistente a Sulfatos (RS) 7. Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC) 8. Cimento Portland Branco (CPB) Tendo em vista a variedade dos tipos de cimento, pretendemos investigar qual tipo apresenta melhores resultados, como rendimento, aplicabilidade e tempo de execução de serviço, entre outros, em função do tipo de atividade a ser realizada, observando que a grande maioria dos profissionais da cidade de Fervedouro não possui conhecimento específico sobre as diferentes propriedades atribuídas a cada tipo de cimento, e utilizam métodos empíricos para a escolha dos mesmos. Diante do exposto, o objetivo do estudo é comparar os resultados, de acordo com a pesquisa descritiva obtida em campo, sobre Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 185 necessita de água para ganhar plasticidade, permitindo sua acomodação em espaços ser utilizado, levando em consideração as características próprias do local estudado. 3 - METODOLOGIA O estudo será realizado através da pesquisa descritiva que, segundo Figueiredo (2008), tem como objetivo a descrição das características de determinada população, fenômeno, ou então o estabelecimento de relações entre variáveis obtidas por meio de utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Os métodos empregados deste trabalho trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa que, segundo Figueiredo (2008), “é o método que associa a análise estatística à investigação dos significados das relações humanas, privilegiando a melhor compreensão do tema a ser estudado, facilitando assim, a interpretação dos dados obtidos”. (Polit; Hungler 1995, p.277 apud FIGUEIREDO, 2008). A área de referência escolhida para o presente trabalho está localizada em Fervedouro, cidade da Zona da Mata, no Estado de Minas Gerais. A coleta de dados será realizada com trabalhadores da construção civil e responsáveis pelas obras. Terá início em setembro de 2015, onde serão realizados estudos sobre as atividades dos profissionais da construção civil, utilizando os tipos de cimento CP-II, CP-III e CP-IV, analisando os resultados obtidos e as opiniões dos profissionais diante do uso de cada tipo de cimento. 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais obtidos até o momento registram a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAR TECNICAS. NBR 14931-Execução de Estruturas de concreto. Rio de Janeiro, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118-Projeto de estruturas de concreto. Rio de Janeiro, 2014. BAUER, Luiz Alfredo Falcão. Materiais de Construção. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. 471 p. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 186 a utilização do cimento e apresentar conclusões que possam definir o tipo de cimento a FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida de. Métodos e Metodologia na Pesquisa Científica. 3.ed. São Caetano do Sul: Yendis, 2008. YAZIGI, walid. A técnica de Edificar. 10. ed. São Paulo: Pini, 2009.772p. BRASIL. Associação Brasileira de Cimento Portland. A versatilidade do cimento brasileiro. 2009. Disponível em: http://www.abcp.org.br/conteudo/basico-sobrecimento/tipos/a-versatilidade-do-cimento-brasileiro. Acesso em: 10 jun. 2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 187 BOTELHO, Manoel Henrique Campos: MARCHETTI, Osvaldemar. Concreto Armado, eu te amo. 6.ed.São Paulo: bluner,2010.507p. Áquila Ferreira de Assis e Carlos Alberto Hote Machado Filho. Graduando em Engenharia Civil. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Leonardo da Silva Gonçalves. Especialista em Docência do Ensino Superior. Graduado em Engenharia Civil. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Pedro Genuíno Santana Júnior Graduado e Mestre em Engenharia Civil. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz – Licenciada e Bacharel em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais, Processos Químicos e Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – Univértix. Ailton Moreira Magalhães. Especialista em Gestão Ambiental. Graduado em Engenharia Civil. Coordenador e Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Cristiano de Oliveira Ferrari. Especialista em Gestão de Pessoas e Negócios. Graduado em Engenharia Civil. Professor na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Construção Civil; Revestimentos e Fachadas. 1 - INTRODUÇÃO A construção civil é um dos mercados que mais cresceram nos últimos anos em nosso país. Segundo Cardoso (2013) a construção civil é uma atividade econômica com algumas características bastante peculiares que fazem com que ela seja diferente de todos os outros setores da indústria nacional, fazendo com o mercado econômico tenha grande apoio desse setor. Segundo Sinduscon-Pr (2013) a descontinuidade e o fluxo de produção por projeto e por etapa, além da transitoriedade, são características inerentes ao desenvolvimento e crescimento do setor. Esse crescimento no setor da construção civil vinculado ao econômico ocorre tanto em cidades grandes como em cidades pequenas como no caso de Matipó, que está localizado na Zona da Mata do estado de Minas Gerais, pelos dados do IBGE em julho de 2014, sua população é estima em 18.604 habitantes, sua principal fonte de renda é a agropecuária, com destaque para a cafeicultura (IBGE, 2012). Matipó vem tendo grandes avanços econômicos e sociais, o comércio vem se desenvolvendo e se qualificando, os produtores buscando mais recursos e se destacando economicamente, além da Faculdade Vértice que é um dos maiores contribuintes para estes avanços, a qual está impulsionando a economia da cidade, e assim Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 188 APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS EM FACHADAS construção civil, consequentemente aumentando o uso de revestimento cerâmico muito utilizado no setor. O revestimento cerâmico é uma mistura de argila e outras matérias-primas inorgânicas, queimadas em altas temperaturas, utilizada em larga escala na construção civil, são mais comumente usados para revestir pisos e paredes, sendo dividido em grupos de acordo com suas características químico-físicas e suas aplicações. Os revestimentos são de grande importância, pois eles dão beleza às obras, sejam casas ou edifícios. Porém muitos dos responsáveis em obras visando somente à beleza muitas vezes esquecem-se dos aspectos técnicos, pois para a aplicação do revestimento cerâmico devemos seguir algumas normas como a NBR 13755 imposta pela ABNT (1940) que segundo o INP é o órgão responsável pela normalização técnica no nosso país. O resultado do não comprimento dessas normas nem sempre acaba bem, podendo acarretar no surgimento de patologias. Um aspecto importante a se falar de revestimento é a questão de mão de obra desqualificada, muitos dos assentadores não são especializados neste tipo de serviço que já é mais específico, onde já há cursos de como o de executar o mesmo. Isso tudo contribui para futuros problemas (MARGARIDA, 2010). Baseado nesse contexto o presente estudo tem como principal objetivo analisar o processo referente à aplicação de revestimento cerâmico conforme as normas da ABNT. Relatar os desafios encontrados e as precauções tomadas durante a execução. 2 - METODOLOGIA Trata se de um estudo de natureza descritiva com abordagem quantitativa (RODRIGUES, 2007), nesse tipo de pesquisa são utilizadas técnicas padronizadas de coleta de dados, onde fatos são observados, computados, analisados, divididos em classe e interpretados, sem que haja interferência do pesquisador, para avaliar o uso de revestimentos cerâmicos em fachadas de prédios e seus benefícios quando utilizados de maneira correta. A área de referência escolhida para o presente estudo está localizada na cidade de Matipó-MG, situado na região da Zona da Mata Mineira. De acordo com o senso de 2014 realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sua população é de 17.639 habitantes urbanos e rurais, com uma forte fonte de renda a agropecuária e a cafeicultura. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 189 influenciando o crescimento do mercado em geral, principalmente o setor da expansão mobiliária. A coleta de dados será realizada no mês de setembro a novembro de 2015, com levantamento de quantas e quais obras estão sendo executadas na Cidade e seus principais aspectos. Após este levantamento aplicaremos um questionário com o objetivo principal, colher informações sobre a utilização de revestimento cerâmico. A aplicação do questionário irá nos possibilitar o entendimento real de como os funcionários responsáveis pela aplicação do revestimento e das cerâmicas atuam no mercado e se estão atuando de forma correta, com isso a demonstração dos materiais básicos utilizados, como as alterações na composição dos cimentos e o emprego de agregados artificiais, como o caso das argamassas industrializadas, e os novos processos executivos. Junto com o questionário será apresentado aos participantes um Termo de Consentimento Livre Esclarecido, onde será esclarecido seu anonimato, com a participação de sua livre e espontânea vontade, não havendo obrigatoriedade em responder as questões propostas. Seguindo as especificações da Lei 196/96, trata-se de pesquisas que envolve seres humanos, resguardando seu anonimato e a sua não obrigatoriedade na participação. Após a coleta de dados, estes dados serão organizados e processados no Microsoft Office Excel, através da estatística descritiva. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Por se tratar de uma pesquisa em andamento, ainda não temos dados a serem discutidos nem concluídos, portanto sabemos que na construção civil é a aplicação da cerâmica na indústria da construção civil é de enorme importância, e envolve uma grande gama de produtos que nela são aplicados (BRITO, 2010). REFERÊNCIAS ABNT, Conheça a ABNT. Disponível em: http://www.abnt.org.br/abnt/conheca-aabnt. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 190 Matipó é considerado um Município de pequeno porte, que se encontra em plena CARDOSO, Fernando Henrique. Incentivo do estado e desenvolvimento: Uma análise sobre o crescimento da área da construção civil. 2013. Universidade Estadual de Londrina. IBGE, Matipó. Disponível http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=314090 em: MARGARIDA, ANA. Patologia e Reabilitação de Revestimentos de Fachada. 2010. Disponível em: http://www.engenhariacivil.com/patologia-reabilitacao-revestimentosfachada RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica. 2007. Disponível em: http://professor.ucg.br/siteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/Willian%20 Costa%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf. Acesso 08 março de 2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 191 BRITO, Dorival. Tecnologia das construções: Revestimentos de paredes. Data: 2010. Disponível em: http://drbassessoria.com.br/REVESTIMENTO_DE_PAREDE.pdf Mylena da Silva Maia Vicente– acadêmica do 6º período do curso de Engenharia Civil da Faculdade UNIVÉRTIX. Cristiano de Oliveira Ferrari – Bacharel em Engenharia Civil, pós graduado em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor da Faculdade UNIVÉRTIX. Érica Estanislau Muniz Faustino – Licenciada em Física, pós graduada em Ensino de Física. Mestranda em Ciências e Matemática. Fabrício Santos de Souza. Graduação em Engenharia Civil. Especialização em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade UNIVÉRTIX. Davi Mesquita de Macedo. Doutorado em Fitopatologia. Graduado em Engenharia Agronômica. Professor da Faculdade UNIVÉRTIX. Guilherme Gabriel da Silva. Graduado em Engenharia Civil. Mestrado em Ciências da Engenharia Civil, na área de concentração em Construção Metálica. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade UNIVÉRTIX. Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática. Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: economia; água; consumo e reaproveitamento. 1 - INTRODUÇÃO Nos últimos anos nosso país foi submetido à um crescimento acelerado nos mais diversos setores, e com isso, uma das maiores preocupações para os órgãos governamentais torna-se a gestão dos recursos hídricos, uma vez que a água pode ser considerada essencial para qualquer fonte de vida. A implementação de ações de conservação da água em nível sistêmico pode proporcionar significativas reduções no consumo da água como afirma Oliveira (1999). Para Nakamura (2014), aos poucos, o racionamento de água se torna uma realidade para uma parcela cada vez maior da população, devido a diminuição significativa dos índices pluviométricos. Neste contexto inserir técnicas de forma de estoque de água, redução de consumo é uma das peças chaves para valorizar o estoque de água. Além disso, os resultados em economia de água não propiciam apenas benefícios pontuais nos sistemas prediais, mas, ganhos aos sistemas hidrológicos. O estudo tem como relevância da preocupação social sobre os fatores que levam ao desenvolvimento do desperdício de água pela comunidade acadêmica. Além disso, o estudo pretende apontar caminhos para que a instituição possa criar novas estratégias do uso racional de água. A água, objetivamente, é um bem natural Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 192 ANÁLISE DE CONSUMO DE ÁGUA NA FACULDADE UNIVÉRTIX E PROPOSTAS DE REPROVEITAMENTO E ECONOMIA. de produção dominante, e hoje, globalizado, transforma literalmente tudo em mercadoria, até as coisas mais sagradas e vitais (BOFF, 2015). Parcialmente os baixos índices pluviométricos registrados desde meados de 2013 tem provocado uma grande redução do volume dos nossos reservatórios e do volume dos principais rios que abastecem muitos municípios do Sudeste (NAKAMURA, 2014). Diversas cidades Mineiras, como a região do Triângulo Mineiro, enfrentam a falta de água por causa da grande redução do volume dos rios que as abastecem. O que vem ocorrendo com o rio São Francisco, o principal rio de Minas Gerais, e o rio Paraíba do Sul, que abastece o grande Rio de Janeiro e a região do Sistema Cantareira em São Paulo. A implantação de sistema de coleta de águas pluviais em áreas urbanas e de tratamento e reuso de águas cinza tem se disseminado em grande porte. “A adoção desse sistema exige muitos cuidados adicionais na concepção do projeto – tanto de instalação prediais “para evitar influência e desperdícios da água potável, por exemplo,” quanto o de arquitetura “ contendo barreias contra o acesso de pessoas inexperientes e não autorizadas aos pontos de uso.”, e do Manual de Uso e Operação, que deve conter todos os detalhes necessários para um boa conservação e manutenção de controle da qualidade da água, isso de acordo com Gonçalves e Hespanhol (2004). Este estudo evidencia que a falta de um sistema de reaproveitamento de água “pura” que desperdiçada, afeta tanto na economia para ajudar o planeta, como na economia de custo e beneficio á faculdade Vértice. Visa um reaproveitamento com qualidade e conforto para os beneficiários. 2 - METODOLOGIA O estudo será realizado no campus da Faculdade Vértice - Univértix em MatipóMG, que através de oito cursos de graduação, conta com um corpo discente de aproximadamente mil e quinhentos alunos. Possui um conjunto de edificações de condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados à prestação de serviços de ensino, pesquisa e extensão acadêmica. Quanto aos objetivos desse trabalho, trata-se de uma pesquisa exploratória. Segundo Gil (2008) o objetivo de uma pesquisa exploratória é familiarizar-se com um assunto ainda pouco conhecido, pouco explorado. Ao final de uma pesquisa exploratória, você conhecerá mais sobre aquele assunto e estará apto a construir hipóteses. Como qualquer exploração, a pesquisa exploratória depende da intuição do explorador (neste caso, da Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 193 comum vital e insubstituível. Ocorre que vivemos numa quadra histórica em que o modo assume a forma de um estudo de caso. Os dados serão processados no Microsoft Excel e analisados através de estatística descritiva. Os resultados serão expressos em gráficos, que orientarão a discussão dos resultados para propor medidas potenciais para economia de água. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico, de acordo com o cronograma enviado ao órgão competente a este projeto de pesquisa. REFERÊNCIAS ABNT. NBR 5.677. Manutenção de edifícios. Rio de Janeiro. ANBT, 2012. ABNT. NBR 5.626. Instalação Predial de Água Fria. Rio de Janeiro. ABNT, 1998. ABNT. NBR 15.527. Água de chuva - Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis. Rio de Janeiro. ANBT, 2007. BOFF. L.. A guerra da água. Disponível em: www.ecoterrabrasil.com.br. Acesso em: 20 de fev.2015. Deutsche Industrie Normen. ATV 122- Princípios para o dimensionamento, construção e operação de pequeno tratamento de esgotos. Alemanha, DIV, 1991. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. GIRIBOLA, Maryana; NAKAMURA, Juliana. Sem desperdício. Como a Engenharia pode ajudar a reduzir o consumo de água em edificações novas e existentes. Revista Téchne. 212 ed. Ano 22. São Paulo, 2014. p. 18-23. GONLÇALVES, O., HESPANHOL, I. (coords). Conservação e Reuso de Água: Manual de Orientação para o setor industrial. São Paulo: CIRRA/MMA/ANA/FIESP, 2004. OLIVEIRA, Lúcia Helena de. Metodologia para implantação de programa de uso racional da água em edifícios. São Paulo, 1999. Tese de Doutorado em Engenharia da Construção Civil. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. NAKAMURA, Juliana. O uso não potável. Sistemas de reaproveitamento de água impõe cuidados adicionais ao projeto de instalações e ao de arquitetura. Revista Téchne. 212 ed. Ano 22. São Paulo, 2014. p. 24-27. NUNES. Riane. T. S. Conservação da água em edifícios comerciais: potencial de uso racional e reuso em shopping Center. Rio de Janeiro. 2006.144 f. Dissertação de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 194 intuição do pesquisador). Por ser um tipo de pesquisa muito específica, quase sempre ela SANCHES DA SILVA, G. Programas permanentes de uso racional da agua em campi universitários: o programa de uso racional da água na universidade de São Paulo. São Paulo, 2004. Dissertação de Mestrado em Engenharia. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 195 Mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Planejamento Energético. Camila Caroline Sousa de Sá e Tauana Leandro de Oliveira. Graduando em Engenharia Civil da Faculdade UNIVÉRTIX. Pedro Genuíno De Santana Junior. Graduação em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade UNIVÉRTIX. Cristiano de Oliveira Ferrari. Graduação em Engenharia Civil. Especialista em Gestão de Negócios e Pessoas. Especialista em Gestão de Negócios e Pessoas. Mateus Zanirate de Miranda. Graduação em Engenharia Civil. Especialista em Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Engenharia Civil da Faculdade UNIVÉRTIX. Aline Rodrigues Soares. Doutorado em Química Analítica. Graduada em Química. Professor da Faculdade UNIVÉRTIX Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor da Faculdade UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Planejamento; Controle de obras; Construção civil e Obra. 1 - INTRODUÇÃO Segundo Pires (2014), o planejamento atua na construção civil como uma importante ferramenta no gerenciamento de empresas para coordenar, orientar e controlar as atividades decorrentes de uma obra. Para Mattos (2010), o planejamento de obra é um dos principais aspectos do gerenciamento, conjunto que envolve também orçamento, compras, gestão de pessoas e comunicação. Ao planejar, a obra é dotada de uma ferramenta importante para priorizar suas ações, acompanhar o andamento dos serviços, compararem o estágio da obra com a linha de base referencial e tomar providências em tempo hábil quando algum desvio for detectado. Algo que vem sendo constatado no mundo da construção civil é a ausência ou a inadequação do planejamento das obras. Esse fenômeno é sentido muito mais nas obras de pequeno e médio porte, em sua maioria efetuada por empresas pequenas, por profissionais autônomos, ou mesmo pelos seus proprietários. A sua deficiência pode trazer consequências desastrosas para uma obra e, por extensão, para a empresa que a executa. Um descuido em uma atividade pode acarretar atrasos e alteração de custos, assim como colocar em risco o empreendimento. O planejamento e controle de produção (PCP) é uma ferramenta capaz de proporcionar a introdução de melhorias nos aspectos organizacionais e temporais, reduzindo Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 196 MELHORIA NO CONTROLE DE OBRAS DE PEQUENO PORTE PROPORCIONADA PELA APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO (BERNARDES, 2001). O planejamento inclui várias atividades e estas devem ser identificadas, analisadas, coordenadas e gerenciadas, sendo o resultado de um plano de ação, onde, contém as definições antecipadas das decisões que deverão ser tomadas durante o processo de realização da obra, incluindo organização, direção e controle (XAVIER, 2008). Em função da variação que temos no setor, é importante realizar o planejamento do empreendimento em níveis de detalhamento diferentes, considerando horizontes de longo, médio e curto prazo (GONZÁLES, 2008). As etapas do planejamento de uma obra se dividem em identificar as atividades a serem desenvolvidas, a definição das durações, as definições de precedência entre as atividades, a montagem do diagrama de rede, a identificação do caminho crítico e por último a geração do cronograma (MATTOS, 2010). O planejamento da obra permite que o gestor adquira um elevado grau de conhecimento do empreendimento, sendo assim mais eficiente na condução de seus trabalhos. Trazendo vários benefícios aos construtores como conhecimento pleno da obra, detecção de situações desfavoráveis, agilidade de decisões, relação com o orçamento, otimização da alocação dos recursos, referência para acompanhamento, padronização, referência para metas, documentação e criação de dados históricos (MATTOS, 2010). Assim, para que o profissional consiga ter seus objetivos alcançados, é indispensável à harmonia entre recursos físicos e financeiros, baseados em planejamento racional, de modo que exista compatibilidade entre os recursos necessários, prazos e custos. Em função da variabilidade do setor o planejamento deve ser realizado em cada obra em níveis de detalhamentos diferentes e adequando-o as características do empreendimento em questão. Um modelo adequado é desenvolvê-lo em um nível baseado no prazo de execução, onde pode variar de longo, médio e curto prazo. Diante do exposto, o objetivo do estudo é demonstrar que a aplicação das técnicas de planejamento em obras na área da construção civil ajuda na melhoria do controle de obras, na redução de custos e no aumento da produtividade. Com esse estudo pretende-se contribuir para que os futuros profissionais da área da construção civil compreendam a importância do planejamento. Visto que o sistema de planejamento brasileiro de obras necessita encontrar o seu propósito na construção civil para que haja melhorias neste. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 197 atividades que não agregam valor e aumentando a confiabilidade da produção A área de referência escolhida para realização do estudo é o município de Matipó, por ser considerado de pequeno porte, segundo IBGE (2010), sendo que este município encontra-se em crescente expansão mobiliária. Assim a coleta de dados será realizada de setembro a novembro de 2015, com levantamento de algumas obras que estão sendo executadas na cidade e as técnicas de planejamento utilizadas pelos profissionais da construção civil. Após este levantamento aplicaremos um questionário com o objetivo principal, colher informações de como é realizado o planejamento na obra. Diante disso poderemos avaliar a forma como é feita o planejamento, identificando falhas para dar sugestões que colaborem para o melhor desenvolvimento da obra. Junto com o questionário será apresentado aos participantes um Termo de Consentimento Livre Esclarecido, onde será esclarecido seu anonimato, com a participação de sua livre e espontânea vontade, não havendo obrigatoriedade em responder as questões propostas. Após a coleta de dados, estes dados serão organizados e processados no Microsoft Office Excel, através da estatística descritiva. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em execução e os resultados parciais apontam até o momento a realização do levantamento bibliográfico. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Por se tratar de uma pesquisa em andamento, ainda não temos dados a serem discutidos nem concluídos, portanto sabemos que o planejamento da obra permite que o gestor adquira um elevado grau de conhecimento do empreendimento, sendo assim mais eficiente na condução de seus trabalhos (MATTOS, 2010). REFERÊNCIAS BERNARDES, M. M. S. Desenvolvimento de um Modelo de Planejamento e Controle da Produção para Micro e Pequenas Empresas da Construção. Tese (Doutorado em Engenharia) - Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2001. FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial: Planejamento e Controle Gerencial. São Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 198 2 - METODOLOGIA GONZÁLEZ, Marco Aurélio Stumpf. Noções de Orçamento e Planejamento de Obras. UNISINOS- Ciências Exatas e Tecnológicas, São Leopoldo – 2008 MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e Controle de Obras. São Paulo: Pini, 2010. PIRES, Daniel Lage. “Aplicação de técnicas de controle e planejamento em edificações”.Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Construção Civil da Escola de Engenharia UFMG, 2014. XAVIER, Ivan. Orçamento, “Planejamento e Custo de Obras”. Apostila da FUPAM – fundação para a pesquisa ambiental São Paulo, 2008. 67 p. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU – USP. Universidade de São Paulo – USP. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 199 Paulo: Atlas, 1999. Ritchelly Vitor Carvalho e Vitor Heleno Coelho Silva – Acadêmicos do 10º período do curso de Engenharia Civil da Univértix. Pedro Genuíno De Santana Junior. Graduação em Engenharia Civil. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix Cristiano de Oliveira Ferrari. Graduação em Engenharia Civil. Especialista em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor do Curso de Engenharia Civil da Univértix. Daniel Vieira Ferreira. Mestrado em Educação Matemática. Especialização em Cálculo Diferencial e Estatística. Graduação em Matemática. Professor da Univértix. Aline Rodrigues Soares. Doutorado em Química Analítica. Graduada em Química. Professor da Univértix. Davi Mesquita de Macedo. Doutorado em Fitopatologia. Graduado em Engenharia Agronômica. Professor da Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Sistemas construtivos; Light Steel Framing; Vedações e Industrialização. 1 - INTRODUÇÃO A grande quantidade de recursos consumidos e de resíduos gerados pelas obras realizadas através do método construtivo convencional são os principais motivos de o mercado vir sinalizando a necessidade de buscar sistemas construtivos que levem em consideração o desenvolvimento sustentável, englobando os aspectos econômico, social e ambiental, de forma equilibrada (GOMES e LACERDA, 2014). Uma alternativa para essa situação é o emprego de novas tecnologias que permitam a industrialização e a racionalização dos processos (FREITAS e CRASTO, 2006). Um sistema construtivo ainda raro em nosso país, mas bastante consolidado em países de primeiro mundo é o Light Steel Framing (LSF). Esse sistema necessariamente passa pela construção industrializada, com mão-de-obra qualificada. (BATTISTELLA, 2011). O LSF é formado por perfis leves de aço galvanizado e pode ser utilizado para a composição de painéis estruturais e não estruturais, sendo um “esqueleto” formado por diversos elementos individuais ligados entre si, que funcionam em conjunto para resistir as cargas da edificação dando forma à mesma (BERNARDES et al., 2012). Segundo Freitas e Crasto (2006), o LSF não se resume apenas a estrutura da edificação, sendo composto de vários componentes, e também subsistemas como fundação, isolamento termo acústico, fechamento interno e externo, instalações Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 200 ANÁLISE DO SISTEMA CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAMING flexibilidade e durabilidade pode ser empregado em diversas tipologias de edifícios. Além disso, apresenta vantagens como otimização dos custos mediante a contenção do desperdício de materiais, padronização, produção seriada e em escala e cronogramas rígidos de planejamento que garantem rapidez na execução ( BERNARDES et al., 2012;). O Brasil representa um campo promissor para o desenvolvimento de tecnologias como o LSF: o grande déficit habitacional, a produção de aço no país que é uma das maiores do mundo e a possibilidade de racionalização de recursos. Assim, estudos que viabilizem esse sistema construtivo no panorama da construção nacional são essenciais (CRASTO, 2005). Considerando tais fatos, o objetivo do trabalho é apresentar um comparativo de viabilidade econômica entre o uso do sistema construtivo Light Steel Framing (LSF), que utiliza painéis de perfis de aço formados a frio, e o uso do sistema construtivo convencional, que é constituído por alvenaria de blocos cerâmicos e concreto armado, avaliando o custo-benefício do LSF através das características e dos dados relativos à produtividade e aos custos de produção em cada um desses sistemas. 2 - METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa descritiva, tipo de análise em que é realizada uma observação sistemática, com coleta e análise de dados, sem a interferência do pesquisador (RODRIGUES, 2007). Esse estudo vem sendo desenvolvido desde janeiro do presente ano e comparam duas obras, uma construída em LSF e a outro pelo método convencional, ambas de responsabilidade da Construtora e Incorporadora Sericita Baldrame Ltda (CISB), com sede na cidade de Sericita, Minas Gerais. Para isso está sendo acompanhada a construção de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em LSF na cidade de Matipó, MG. Os dados coletados serão confrontados com os obtidos em uma obra com perfil semelhante a essa UBS, construída pelo modelo convencional. Serão avaliadas as características e os dados relativos à produtividade e aos custos de produção em cada um desses métodos construtivos, coletando dados referentes ao orçamento detalhado, ao tempo necessário para execução e à praticidade de concretização. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 201 elétricas e hidráulicas (SILVA e VITO, 2011). Em decorrência de suas elevadas Trata-se de um estudo em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. Alguns dados já estão coletados, mas ainda em etapa de processamento. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Esperamos comprovar com este estudo q o custo benefício do sistema construtivo Light Steel Framing o torna uma opção viável quando comparado ao sistema construtivo Convencional. A aceitação do novo sistema só se dará a partir das experiências bem sucedidas e da divulgação da tecnologia entre usuários e profissionais envolvidos. REFERÊNCIAS BATTISTELLA, F. B. Light Steel Framing: Uso da Estrutura de Aço Como Tecnologia Construtiva. 101p. Monografia/Graduação. Departamento de Engenharia Civil – Curso de Engenharia Civil, Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. Joinville, 2011. BERNARDES, M.; NILSSON, S. G.; MARTINS, M. S.; ROMANINI, A. Comparativo econômico da aplicação do Sistema Light Steel Framing em Habitação de Interesse Social. Revista de Arquitetura da IMED, v. 1, p. 1–11, Porto Alegre, 2012. CRASTO, R. C. M. Arquitetura e tecnologia em sistemas construtivos industrializados: Light Steel Framing. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, 2005. 231p. FREITAS, A. M. S.; CRASTO, R. C. M. Steel Framing: Arquitetura. IBS/CBCA. Rio de Janeiro, 2006. GOMES, J. D. O.; LACERDA, J. F. S. B. Uma visão mais sustentável dos sistemas construtivos no Brasil : Análise do Estado da Arte, v. 7, p. 167–186, Florianópolis. 2014. RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica. Paracambi SP, 2007. Disponível em: <http://unisc.br/portal/upload/com_arquivo/metodologia_cientifica.pdf>. Acesso em: 22/08/2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 202 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 203 SILVA, L. P.; VITO, M. Análise de carregamento em uma estrutura de concreto com sistema de Vedação Convencional e sistema Light Steel Framing. Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma. 2011. 204 GT 04 – CIÊNCIAS DA SAÚDE Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 205 ARTIGOS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Ana Paula Coelho Marcolino, Meirilane Aparecida Romeiro Gomes, Roseane Nicolau Romeiro- Graduandos em Enfermagem, na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Renata Ferreira Pieroti Machado Pessoa – Graduada em Enfermagem. Professora do curso de Enfermagem da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O estudo tem por objetivo identificar os benefícios adquiridos através da prática de atividades físicas, vinculados a um grupo social. Foram pesquisados 25 idosos com faixa etária entre 55 a 80 anos pertencentes ao grupo JUVENTUDE ACUMULADA do Serviço Social do CRAS, localizado no Distrito de Ribeirão de São DomingosMunicípio de Santa Margarida MG. Foi aplicado um questionário semiaberto no dia 28 de maio de 2015. Os resultados confirmam que a convivência com a família é fundamental para o idoso assim como a participação em grupos, demonstra a necessidade da sociabilidade fora do âmbito familiar, como uma forma de aproveitar a vida. Participar de atividades programadas desenvolvidas em grupo faz com que o idoso pertença a um espaço no qual seus integrantes caracterizam-se pela vontade de envelhecer ativamente, utilizando o tempo livre. PALAVRA-CHAVE: Envelhecimento; Idoso; Doenças crônicas; Atividade Física; Socialização/Bem Estar. 1 - INTRODUÇÃO O envelhecimento da população brasileira está relacionado a um fenômeno mundial. Segundo a Organização das nações Unidas (ONU), em seu último relatório técnico “Previsões sobre a população mundial”, elaborado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, nos próximos 43 anos o número de pessoas com mais de 60 anos de idade será três vezes maior do que o atual. Os idosos representarão um quarto da população mundial projetada, ou seja, cerca de 2 bilhões de indivíduos (no total de 9,2 bilhões). No critério da Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado idoso o habitante de país em desenvolvimento com 60 anos ou mais e o habitante de país desenvolvido com ou acima de 65 anos (FELIX, 2007). Diante do aumento de expectativa de vida no Brasil e no mundo, muito se tem discutido sobre as condições de vida na terceira idade. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008), população de idosos no Brasil Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 206 ATIVIDADE FISICA: BENEFICIOS FISICOS, FUNCIONAIS E COGNITIVOS DOS IDOSOS. dos brasileiros) (ARGENTO, 2010). Segundo Carvalho (2013), o aumento da expectativa de vida provoca um crescimento do número de pessoas com idade acima de 65 anos. A população passa por um processo de envelhecimento, no qual conduz uma redução progressiva das capacidades funcionais do organismo, colocando em risco a qualidade de vida do idoso, limitando sua autonomia e ocasionando maior vulnerabilidade a sua saúde. O avanço da ciência no controle de doenças que causam à mortalidade, a melhora do saneamento básico e das condições de saúde pública, a melhora na educação, são alguns dos fatores que tem contribuído para o aumento da expectativa de vida no nosso país. Mas, na medida em que aumenta a idade cronológica as pessoas ficam menos ativas, o que facilita o aparecimento de doenças crônicas e degenerativas. E, para tentar minimizar ou mesmo retardar esse processo, a atividade física vem sendo indicada como parte fundamental nos programas mundiais de promoção da saúde (ARGENTO, 2010). Considerando-se as questões de envelhecimento populacional e a consequente ampliação das demandas sociais relacionadas à velhice, a preocupação com a qualidade de vida para essa faixa etária está cada vez mais presente. Observa-se esse fato pelos próprios relatos dos idosos que têm tido um melhor enfrentamento da velhice (SILVA, 2009). Baseando-se nestes argumentos supracitados, este trabalho tem por objetivo identificar os benefícios adquiridos através da prática de atividades físicas, vinculados a um grupo social. A capacidade de interagir socialmente é fundamental para o idoso, tendo em vista sua necessidade de conquistar e manter as redes de apoio social e garantir maior qualidade de vida (OLIVEIRA, 2009). 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Embora a determinação do envelhecimento segundo a idade cronológica seja a mais usual, essa tem significado apenas legal ou social, não sendo o melhor critério para determinar em qual estágio do processo de envelhecimento se encontra o Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 207 deverá chegar a aproximadamente 30 milhões de pessoas em 2020 (cerca de 13% processo de envelhecimento natural (OMS, 2005). É bastante frequente vermos autores que utilizam estas duas definições com o mesmo significado, porém Messy (1999, p. 23) aborda velhice e envelhecimento como processos distintos: Se o envelhecimento é o tempo da idade que avança, a velhice é o da idade avançada, entenda-se, em direção a morte. No discurso atual, a palavra envelhecimento é quase sempre usada num sentido restrito e em lugar da velhice. A sinonímia dessas palavras denuncia a denegação de um processo irreversível que diz respeito a todos nós, do recém-nascido ao ancião. O envelhecimento é um processo normal que acontece com todos nós com a passagem do tempo. As doenças são processos anormais e não ocorrem em todas as pessoas. As características predominantes da velhice são a redução da capacidade da adaptação, a redução da velocidade de desempenho e o aumento de suscetibilidade à doença. Uma doença menor da juventude pode se tornar importante, até fatal, quando ocorre em pessoas idosas (HAYFLICK, 1996). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) atualmente, as condições crônicas representam 60% de todo ônus decorrente de doenças no mundo e estimase que, em 2020, 80% das doenças nos países em desenvolvimento originarão de problemas crônicos. A doença em seu estágio crônico acomete o indivíduo e interfere em sua vida diária normal. Conforme Damião e Ângelo (2004) doença crônica é definida como uma condição incurável que a) afeta o funcionamento da pessoa por mais de três meses por ano; b) causa hospitalização que somadas têm duração maior que um mês ao ano; c) requer o uso de dispositivos permanentes de adaptação. Segundo Safons e Pereira (2004) 38% dos idosos apresentam, no mínimo, um tipo de limitação funcional e, aproximadamente, 88% deles tem pelo menos uma doença crônica. Essas duas condições, somadas ao sedentarismo, comprometem em muito a capacidade física para o desempenho satisfatório das atividades da vida diária, aumentando assim o risco de quedas e diminuindo consideravelmente a qualidade de vida dessas pessoas. “A doença crônica está mais disseminada entre os idosos (...)” (MORAGAS, 2004). A participação do idoso em programas de exercício físico regular influência diretamente no processo de envelhecimento. Dessa forma, com um impacto positivo sobre a qualidade e expectativa de vida, melhoria das funções orgânicas, garantia de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 208 indivíduo, pois as fases cronológicas do ser humano nem sempre correspondem ao prevenção de várias doenças (RAHL, 2007). 3 - METOLOGIA Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, realizada com 25 idosos com faixa etária entre 55 a 80 anos, selecionados aleatoriamente, pertencentes ao grupo JUVENTUDE ACUMULADA do Serviço Social do CRAS, localizado no Distrito de Ribeirão de São Domingos-Município de Santa Margarida MG pertencentes à micro área demarcada pela UBS V. Foi aplicado um questionário semiaberto no dia 28 de maio de 2015. De acordo com Gil (2008), a pesquisa descritiva visa à descrição de características de uma determinada população, fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. Englobando o uso de técnicas padronizadas para coletar os dados. Após os devidos esclarecimentos foi solicitada a cada participante a assinatura do TCLE (Termo de Consentimento Livre Esclarecido) autorizando sua participação na referida pesquisa. Este seguiu as especificações da Lei 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo. Foi aplicado um questionário semiaberto adaptado pelas autoras da pesquisa a partir de um instrumento elaborado (SILVA, 2009). Os dados foram tabulados em programa Microsoft Excel e organizados em forma de tabelas para apresentação dos resultados. No entanto, neste resumo utilizaram-se apenas descrições percentuais. 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Dos 45 idosos que participam do grupo Juventude Acumulada do Serviço Social do CRAS, 25 tiveram a oportunidade de responder nosso questionário, cerca de 56%. A tabela 1 mostra as características socioeconômicas e estilo de vida da população investigada. Tabela 1: Características socioeconômicas e estilo de vida. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 209 maior independência pessoal e grandes benefícios no controle, tratamento e N=25 % 1 24 4 96 Estado Civil Solteiro Casado Viuvo Divorciado 1 14 9 1 4 56 36 4 Aposentados Não aposentados 21 4 84 16 Tempo de Hipertensão De 1 a 7 anos De 8 a 19 anos 20 anos ou mais 8 10 7 32 40 28 Medicamentos Utilizados Apenas 1 De 2 a 4 9 16 36 64 Doenças Crônicas associadas Nenhuma Diabetes Hipotireoidismo 17 6 2 68 24 8 Hábitos de vida Etilismo Tabagismo 0 0 100 100 Padrão do sono Dorme com ajuda de medicamentos Normal Possui Dificuldade para dormir Pouco sono Muito sono Dorme sempre bem 7 6 4 1 1 6 28 24 16 4 4 24 O sexo feminino aparece em predominância com 96% enquanto o masculino corresponde apenas a 4%. Nunes (2000, p. 1 - 93) explica a maior participação das idosas em atividades direcionadas: As mulheres que chegam desejosas de exercer uma liberdade que parece ter sido cerceada, a princípio pelos pais e, após o casamento, quando nas funções de mãe e esposa, pelos maridos, mesmo que também tenham tido uma participação no mercado de trabalho”. Para a autora, as idosas procuram mais atividades porque muitas foram privadas de muitas coisas em suas vidas em nome dos filhos, maridos, etc. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 210 Característica Gênero Masculino Feminino a expectativa de vida do brasileiro, que nos mais de três anos cresceu mais que na última década e passando de 69,3 anos, em 1997, para 72,7 anos, em 2007. As mulheres ainda vivem mais tempo: em média 76,5 anos, contra os 69 anos vividos pelos homens. Os dados constam na Síntese de Indicadores Sociais (2008), divulgada pelo IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2008), conforme a tabela 2 mostra abaixo: Tabela 2 - Síntese de Indicadores Sociais 2008, divulgada pelo IBGE. Pirâmide Etária Idade Santa Margarida Minas Gerais Brasil 55 a 59 anos 60 a 64 anos Homens 294 241 Mulheres 308 244 Homens 441.415 339.165 Mulheres 479.714 376.212 Homens 3.902.183 3.040.897 Mulheres 4.373.673 3.467.956 65 a 69 anos 70 a 74 anos 75 a 79 anos 185 127 101 189 161 95 251.626 191.852 129.276 290.172 233.376 168.843 2.223.953 1.667.289 1.090.455 2.616.639 2.074.165 1.472.860 80 a 84 anos 85 a 89 anos 90 a 94 anos 53 25 9 69 45 22 76.292 34.862 12.469 112.030 56.569 24.269 668.589 310.739 114.961 998.311 508.702 211.589 5 0 11 3 3.332 739 7.576 1.904 31.528 7.245 66.804 16.987 95 a 99 anos Mais de 100 anos Fonte: IBGE: Censo Demográfico 2010; Sobre o estado civil, 56% são casados, 36%viúvos, referente a condição de solteiros, divorciados, representam cerca de 4% do universo da amostra. Os casais idosos vivenciam juntos, os processos de envelhecimento; portanto, a maioria deles aceita as modificações que advêm deste processo e cuida um do outro num oferecer recíproco de suporte físico e emocional (BERGER, 2003). A viuvez ocorre de forma especial para as mulheres, pois elas vivem mais que os homens. Sobre a viuvez de mulheres idosas Rocha et al, (2005) menciona: Além de todas as vicissitudes que a velhice acarreta, há, muitas vezes, mais este agravante. Isso se dá, de forma especial, para as mulheres, que geralmente vivem mais que os homens e dificilmente procuram um novo companheiro. [...] identificamos que, apesar da perda e do sofrimento, essas idosas estão cada vez mais ativas socialmente, buscando atividades religiosas, grupos de convivências e viagens. Os resultados encontrados apontam que 84% dos pesquisados são aposentados e apenas 16% ainda não. A aposentadoria é um marco social que caracteriza o início Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 211 A faixa etária dos pesquisados está entre 55 e 80 anos. Tais dados comprovam associa-se a ideia de incapacidade. Como afirma Jordão Netto (1997, p. 65), Aposentadoria significa uma espécie de atestado oficial “de envelhecimento do sujeito, um símbolo do ritual de passagem que vai estigmatizá-lo como um inativo” e decretar, em última análise, sua velhice como agente produtivo e por extensão, sua velhice também como ator social. Podemos observar na Figura 1, os principais motivos que levam os idosos a procurarem o grupo Juventude Acumulada. 4% 4% 20% 48% Problemas de saúde Encaminhamento médico Fazer amizades Vontade própria 24% Convite de quem já participava Figura 1: Principais motivos que levam os idosos a procurarem o grupo Juventude Acumulada. Dentre as patologias encontradas, 100% são hipertensos e 24% Diabéticos. Neste universo de hipertensos, 36% tomam pelo menos um tipo de medicamento para controle da Pressão Arterial - PA, 28% dois tipos, 32% três tipos e 1% quatro tipos. Identificamos também que 28% sofrem com insônia e só dormem com ajuda de medicamento. Na Figura 2, podemos identificar que os idosos apresentaram respostas praticamente unânimes sobre a maneira que aproveitam a vida de acordo com as seguintes com as prioridades. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 212 da terceira idade, porém ao mesmo tempo em que está assegurando um direito, 1% 7% 11% 25% 213 4% 12% 13% 27% Mantendo o bom humor Dançando Fazendo amigos Convivendo com a família Participando de grupos Viajando Ouvindo música Conversando Figura 2: Respostas dos idosos quanto as maneiras que aproveitam a vida. Em primeiro lugar convivendo com a família. Os resultados confirmam que a convivência com a família é fundamental para o idoso, Herédia et al (2004) afirma que “a família satisfaz uma série de necessidades de seus membros, exerce papel fundamental na saúde do idoso quando lhe proporciona condições de satisfazer suas necessidades físicas, psíquicas e sociais”. Em segundo lugar, a participação em grupos e fazendo amigos, o que significa que há, também, a necessidade de estabelecer sociabilidade fora do âmbito familiar. Uma das formas de aproveitar a vida, segundo o universo pesquisado são as participações grupais. Isso pode ser confirmado por (VALLA, 1998), pois no aspecto social devido às perdas de papéis ocupacionais significativos por parte dos idosos, restringindo a sua participação social, justifica-se a contribuição da convivência grupal para um envelhecimento saudável e com qualidade. Participar de atividades programadas desenvolvidas em grupo faz com que o idoso pertença a um espaço no qual seus integrantes caracterizam-se pela vontade de envelhecer ativamente, utilizando o tempo livre. Aqueles idosos que procuram grupos para sua interação mantêm-se socialmente ativos, com elevada autoestima, intelectualmente produtivos, com grande rede de amigos, buscando se relacionar e interagir. Mostrando assim, condições de descobrir-se como agente de mudanças na velhice (SILVA, 2009). Podemos perceber que 60% dos entrevistados consideram que têm bastante preocupação com: a autoestima e autovalorização, enquanto que 40% têm muita preocupação somente com a autoestima. Sobre este tema Moragas (2004) diz que na Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. situa no fazer, no sucesso, no desempenho do papel. Com a maturidade tardia e o começo da velhice, a valorização realista se baseia em reconhecer a diminuição de funções e em fazer o que deve ser feito. [...] A autoestima diminui ou aumenta com a idade? A evidência existente revela que é maior nos idosos do que nos jovens e aumenta com a idade à medida que a pessoa se torna mais livre para adaptar seu papel as menores exigências sociais. A Figura 3 demostra o significado de qualidade de vida para os idosos foi percebido pela conformidade das respostas, onde 80% responderam que qualidade de vida é ter saúde. Em segundo lugar, aparece a pratica de atividades físicas regularmente junto com o convívio social e amigos para conversar. Em terceiro lugar, sentir-se útil para a sociedade, viver confortavelmente, ter independência física e econômica. 5% 1% 4% 11% 8% 8% 28% 31% 4% Viver confortavelmente Ter bom convívio social e amigos para conversar Ter saúde Poder passear e viajar Sentir-se útil para a sociedade Sentir-se motivado Ter projetos pessoais Praticar atividade física regularmente Figura 3 - Significado de qualidade de vida para os idosos. Referente à categoria saúde representa grande importância para os idosos. Isso se explica, porque nesta fase da vida as limitações e doenças podem ser inúmeras, assim a saúde acaba tendo maior grau de significação para elas (SILVA, 2009). Zawadski e Vagatti (2007) citam o exercício físico como de fundamental importância para esta população idosa, uma vez que possibilita a retomada da independência física, além de facilitar as relações entre os participantes. Quanto a prática de atividades físicas, esta aparece como um dos significativos mais expressivos nas respostas, juntamente com ter convívio social e amigos para conversar. O reconhecimento das idosas da prática de atividades físicas para um Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 214 juventude, e considerando maior energia física e psíquica, a ênfase da valorização se atividade exerce. A pessoa que se exercita, melhora sua forma física para desfrutar sua vida, e disposição para se dedicar a outras atividades, além de ajudar na diminuição da ingestão de medicamentos (PEREIRA, 2005). A amizade está associada tanto a sentimentos, como afeição, simpatia e ternura, quanto a uma relação específica dual ou coletiva, desse modo, está vinculada às dimensões emocionais, sociais e políticas, podendo ser exercitada entre pessoas, grupos e nações. Resulta em benefícios, pois implica proteção, compromisso, fidelidade e aceitação mútua e pressupõe, de certa forma, uma experiência de várias e novas formas de relações sociais, onde o prazer e o respeito, ao seu próprio prazer e ao do amigo, estão implícitos (CUBA, 2006). A alternativa sentir-se útil para a sociedade também apareceu nas respostas. Talvez esta questão apareça porque o idoso na nossa sociedade existe como pessoa improdutiva e inútil. A sociedade capitalista impõe muito valor ao mundo do trabalho, colocando o estigma de que a pessoa só tem significado por sua produtividade (SILVA, 2009). 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos através dos resultados obtidos neste trabalho que a divulgação de programas sociais, através de projetos pode contribuir significativamente para melhoria e potencializarão das capacidades físicas e sócias afetivas dos idosos. A participação dos idosos nestes projetos comprova que cada vez mais eles estão aderindo hábitos saudáveis em seu modo de vida, tal que estão conscientes da necessidade dos mesmos. Idosos com melhores condições de vida e com acesso aos seus direitos sociais são fundamentais para que os mesmos não sejam vistos como um problema social e então sofram com o isolamento e abandono. Os profissionais de saúde, educadores físicos, gestores públicos, podem trabalhar juntos na mobilização de recursos, para construção e viabilização de projetos, através de metas que promovam uma população idosa cada vez mais ativa e com maior qualidade de vida, em consequência ao aumento da expectativa de vida, e redução progressiva das capacidades funcionais do organismo, o que coloca em risco a qualidade de vida dos idosos. REFERÊNCIAS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 215 envelhecimento com qualidade de vida, demonstra a valorização que este tipo de BERGER, K. S. O desenvolvimento da pessoa: da infância a terceira idade. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003. BRASIL – Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e normas regulamentadoras sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução 196. 1996. Brasília: CNS; 1996. CARVALHO, Rose Paula Dias. Terceira Idade Ativa: os benefícios da pratica da hidroginástica na capacidade funcional de idosos do grupo “BEM-VIVER” SESC/PA. Pará, 2013. Acadêmica CEDF/UEPAE. Disponível em páginas uepa.br/ccbs/edfisica/files/2013.1/ROSE_PAULA_DIAS.pdf . Acesso em: 01 de junho de 2015. CUBA, Conceição de Maria Goulart Braga. Ninguém sem amizade! A importância da amizade política dos idosos colaboradores da UnATI/UERJ. 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Especialista em MBA – Gestão de Negócios e Pessoas e Saúde Pública. Professora do curso de Enfermagem da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O estudo teve como objetivo identificar os fatores pelos quais as mulheres no mundo atual não têm incorporado em suas vidas a prática do autoexame das mamas. Foram pesquisadas 181 acadêmicas da Faculdade Vértice / Matipó-MG, dos cursos de saúde, Educação Física, Enfermagem e Farmácia, na faixa etária entre 17 a 56 anos, presentes em sala nos dias da coleta, independente do período que estavam cursando. Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário semiaberto. Os resultados comprovam que há uma divergência entre conhecimento e prática do autoexame, 81% afirmam conhecer o autoexame das mamas, apenas 36% o realiza com frequência. PALAVRAS-CHAVE: Autoexame das mamas; câncer de mama; conhecimento; prática. 1 - INTRODUÇÃO Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. situações diferentes de ameaça aos seus portadores, relacionados à integridade psicossocial e à incerteza do sucesso no tratamento, com grande potencial de morte (Paixão et al., 2012). Para Araújo et al. (2010), os seios exprimem a essência feminina, estão relacionados com a sexualidade, maternidade e erotismo, além de possuir a função da amamentação. Qualquer problema relacionado com as mamas contribui para queda da autoestima feminina e mexe com os seus sentimentos, repercutindo na vida da mulher. O autoexame das mamas é um método de detecção precoce do câncer de mama, podendo ser praticado regulamente pela mulher através da palpação, permitindo identificar nódulos em crescimento ou não, além de ser uma técnica segura, inócua e fácil (LEAL, ALMEIDA e LIMA, 2014). Segundo o INCA (2010) - Instituição Nacional do Câncer mulheres identificaram o câncer por meio da palpação ocasional em comparação com autoexame (aproximadamente 65% das mulheres identificam o câncer de mama ao acaso e 35% por meio do autoexame). Para Silva, Soares e Rego de Jesus (2013 p. 472): as três principais estratégias para a detecção precoce do câncer de mama são: o autoexame das mamas (AEM), o exame clínico anual das mamas e o exame mamográfico, tal que isoladamente não são suficientes para identificarem a patologia. Diante disso, justifica-se a importância do conhecimento e da prática do autoexame pelas mulheres como método de detecção precoce da doença, pois quanto mais cedo o diagnostico do câncer, menor o risco da retirada da mama evitando complicações não só fisiológicas, como também psicológicas, familiares e sociais. Então devido ao alto índice de mortalidade, será que as mulheres praticam esse método? O que ainda falta para elas praticarem? Nesse sentido, esse trabalho tem por objetivo, identificar os fatores pelos quais as mulheres no mundo atual não têm incorporado em suas vidas a prática do autoexame das mamas. Com este estudo pretende-se contribuir para disseminação no meio acadêmico sobre o autoconhecimento do corpo feminino e suas alterações fisiológicas, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 219 O câncer de mama é uma doença progressiva, que representa em sua trajetória pública. 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O câncer de mama é uma questão complexa quando se refere a prevenção, devido a multiplicidade de fatores de abrangência que tornam difícil o controle da patologia, muitas das vezes possuem um prognostico positivo quando diagnosticado e tratado oportunamente, portanto as taxas de mortalidades continuam elevadas no Brasil, por ser diagnosticada em estágios avançados (MATOS, PELLOS e CARVALHO, 2011). Liasch e Correia (2011) realizaram um estudo sobre as alterações fisiológicas e psicológicas que o câncer de mama pode causar nas mulheres e identificar os fatores que impedem a realização do autoexame das mamas. Foi realizada uma pesquisa com mulheres entre 40-49 anos de idade em uma cidade de Campo MourãoPR, no mês de outubro de 2008, com aplicação de um questionário semiestruturado para um grupo de 20 mulheres. Os resultados indicaram que poucas mulheres realizam o autoexame e outras não realizam por falta de conhecimento. Araújo et al. (2010), com o objetivo de avaliar o conhecimento das mulheres acerca do autoexame e sua periodicidade. Realizaram um estudo quantitativo, desenvolvido numa ESF na cidade de Campina Grande- PB, direcionado a mulheres entre 30 e 39 anos, no período de 16 a 30 de setembro do ano de 2008. Os resultados apontaram que a maioria das mulheres apresentam dúvidas em relação ao período de realização do autoexame das mamas. Tendo como objeto de pesquisa, as mamas femininas, Goi Junior et al. (2012) realizaram um estudo com objetivo de identificar a realização do autoexame das mamas no município de Xangri-La/RS. Foi aplicado questionário com mulheres a partir dos 20 anos de idade de modo aleatório, entre o período 01/04/2010 e 30/11/2011. Os resultados mostram que as mulheres com idade mais avançada realizam mais o autoexame do que as mulheres jovens. Segundo o estudo dos autores Leal, Almeida e Lima (2014), avaliar o conhecimento e a prática do autoexame das mamas em usuárias de um centro de saúde encontra-se em conformidade com objetivo de prevenção através da detecção de um diagnóstico precoce. Por isso, através da realização deste estudo, buscamos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 220 especificamente as mamas, uma vez que o câncer de mama é um problema de saúde do autoexame em acadêmicas dos cursos de Educação Física, Enfermagem e Farmácia. 3 - REFERENCIAL TEÓRICO As mamas são anexas da pele, situam-se ventralmente nos músculos da região peitoral, entre as camadas superficial e profunda da tela subcutânea. São constituídas de parênquima, estroma e pele. A forma da mama é geralmente cônica, as variações dependem da quantidade de tecido adiposo, do estado funcional e da idade da mulher (SLEUTJES, 2008). Segundo o Ministério da Saúde (2002), as glândulas mamárias têm como principal função a produção do leite para a amamentação. As mamas representam, portanto, grande importância para o psicológico da mulher, um papel fundamental na constituição de sua auto- estima e auto- imagem. Segundo o INCA (2010), o câncer é raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce progressivamente. Índices mostram um aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. O incentivo a mamografia e ao exame clínico prioriza mulheres com idade entre 50 a 69 anos; mulheres com idade entre 40 a 49 devem realizar o exame em caso de resultados alterados. A rotina dos exames deve-se iniciar a partir dos 35 anos. Segundo a OMS-Organização Mundial da Saúde, registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidências ajustada por idade nos Registros de Câncer de Base populacional de diversos continentes na década de 1960 e 1970. Para Silva e Riul (2011), os principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de mama estão relacionados com história familiar, hábitos de vida, fatores ambientais, menarca precoce (até11 anos), menopausa tardia (a partir dos 55 anos), e a primeira gestação após os 30 anos. O uso de contraceptivos e a Terapia de Reposição Hormonal-TRH após a menopausa ainda são situações controversas. Uma das formas de tratamento para o câncer de mama é a mastectomia, um procedimento cirúrgico que compreende na remoção parcial ou total das mamas, um método que mexe com o psicológico e o físico da mulher, por não se reconhecer e não aceitar o fato de estar doente (OLIVEIRA et al., 2013). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 221 enfatizar a importância da investigação precoce do câncer de mama através da prática riscos reconhecidos, sendo que os fatores hereditários não são, em princípio, passíveis de mudança enquanto os fatores relacionados ao estilo de vida como sedentarismo, obesidade, etilismo e TRH são modificáveis e adquirindo um hábito de vida saudável podem reduzir em até 28% o risco de desenvolvimento do câncer de mama (INCA 2010). O diagnóstico precoce, o qual é capaz de identificar o tumor em fases iniciais, pode contribuir para uma boa sobrevida ou até mesmo a cura e um desses métodos é o autoexame das mamas, ressaltando que este não é o método preventivo, é um procedimento de detecção precoce simples e de grande eficácia podendo ser realizado regularmente pela própria mulher (PAIXÃO et al., 2012). O INCA (2010) orienta a mulher a realizar a auto palpação das mamas sempre que se sentir confortável para tal procedimento seja no banho, no momento da troca de roupa, valorizando-se a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. É importante procurar esclarecimentos médicos sempre que houver dúvidas em relação aos achados da palpação das mamas. Conforme Gomes et al. (2012), o autoexame das mamas é uma estratégia de escolha que auxilia na prevenção secundaria do câncer, pois é um método prático e permite à própria mulher se examinar, é eficaz praticando se regulamente. Para Figueiredo et al. (2013), mulheres que realizam o exame regularmente, registram-se tumores primários menores e menor número de linfonodos auxiliares invadidos pelo tumor, além de haver também detecção de pequenas mudanças nas propriedades físicas das mamas, diminuindo assim, a probabilidade de metástase e aumentando a sobre vida. Estudos demonstram que a sobrevida, em cinco anos, tem sido de 75% entre as praticantes do autoexame contra 57% entre as não praticantes. Calil (2015) ressalva a importância do autoexame, pois 80% dos nódulos mamários são benignos e apenas uma pequena porcentagem de secreções está relacionada ao câncer. Ainda enfatiza que durante a palpação, deve-se procurar por caroços (nódulos), secreções mamilares existentes ou retração da pele do complexo aureolo-mamilar (Bico do seio). As mulheres que observarem alterações devem procurar por um mastologista, ressaltando que o autoexame das mamas deve ser realizado na semana após o término da menstruação e, aquelas que não menstruam podem determinar um dia específico para realizar o procedimento. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 222 A prevenção primária do câncer está relacionada ao controle dos fatores de inspeção estática, dinâmica, palpação e expressão. Inspeção estática: a paciente sentada de frente para o examinador e verifica-se: a simetria, o volume, o aspecto da pele, as aréolas, os mamilos, o tamanho e o formato das mamas. Inspeção dinâmica: observa-se a mobilidade das mamas, diante movimentos de levantar e abaixar os membros superiores, e contração dos músculos peitorais. Palpação: paciente em decúbito dorsal, mamas devem ser apalpadas no sentido horário procurando nódulos inclusive na cavidade axilar. Expressão: com os dedos indicadores e polegar, suavemente, verificar a existência de descarga papilar. De acordo com Santana (2015), afirmam alguns cuidados importantes na realização do autoexame. Mensalmente: 7 a 10 dias após o início da menstruação. Rotina pelas mulheres com mais de 20 anos de idade. A partir da menopausa (última menstruação): escolher um dia fixo do mês, por exemplo, a data do aniversário. Lactantes: mensalmente, após o aleitamento, com a mama vazia. 4 - METODOLOGIA O estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, buscando evidenciar mulheres que realizam a prática do autoexame das mamas como meio para detecção de alguma anormalidade, na possibilidade um possível diagnóstico precoce. De acordo com Gil (2008), a pesquisa descritiva visa a descrição de características duma determinada população, fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. Englobando o uso de técnicas padronizadas para coletar os dados, como questionário e observação sistemática. A pesquisa teve como público alvo as acadêmicas da Faculdade Vértice / Matipó-MG, do curso de Educação Física, Enfermagem e Farmácia, O critério de escolha foram todas as acadêmicas matriculadas e presentes nas salas durante a aplicação do questionário, entre os dias 13 (treze) de Abril a 06 (seis) de Maio de 2015. Foi realizado previamente um levantamento na secretaria da Faculdade Vértice para saber o total de matrículas do gênero feminino nos referidos cursos. A faculdade Vértice é uma instituição de nível superior privado situada à Rua Bernardo Torres, 180- Bairro do Retiro, no município de Matipó/MG, o qual está Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 223 Segundo Carvalho (2004) o exame das mamas pode ser feito de quatro formas: uma população 17.639 habitantes. O índice de desenvolvimento é baixo devido ao grande número de desemprego, uma vez que em sua maioria os cidadãos de Matipó trabalham em serviços temporários e esporádicos (IBGE 2010). Foi aplicado um questionário semiaberto elaborado pelos autores dessa pesquisa, um instrumento de coleta com abordagem de dados socioeconômicos, e 24 perguntas, sendo 7 perguntas abertas para respostas pessoais e 17 com opções de múltipla escolha e campo para observação pessoal. A identidade pessoal das acadêmicas pesquisadas foram informados dos objetivos do estudo e a participação foi concretizada mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Este seguiu as especificações da Lei 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo. Os dados foram trabalhados em programa Microsoft Word e Excel 2010 e organizados em forma de gráficos ou tabelas para apresentação dos resultados. 5 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Foi realizado um levantamento preliminar, realizado junto à secretaria da instituição, no dia 25 (vinte e cinco) de março de 2015, o qual constavam 219 (duzentos e dezenove) acadêmicas matriculadas nos cursos de Enfermagem, Farmácia e Educação Física. Entretanto foram pesquisadas 181 acadêmicas, ou seja (83%) de todas as matriculadas. A coleta dos dados foi realizada no período de 13 (treze) de Abril a 06 (seis) de Maio de 2015, durante o horário de aula das 19:00 às 22:40 Horas, de segunda a sexta-feira, entre as acadêmicas que se encontravam presentes. Entretanto, 38 (17%) das acadêmicas matriculadas não tiveram a oportunidade de responder a questionário, por não estarem presentes. A tabela 1 mostra as características sócias demográficas das acadêmicas. Tabela 1: Características sócias demográficas da população investigada Característica Faixa Etária N=181 % Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 224 localizado na região da Zona da Mata numa área aproximadamente 267 Km², com 150 25 5 1 83% 14% 3% 1% Profissão Estudante Com outras ocupações Na¹ 83 79 19 46% 44% 10% Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 225 17 a 25 26 a 35 36 a 45 56 a 65 22 151 1 3 4 12% 83% 1% 2% 2% Religião Católica Evangélica Nenhuma Na 127 52 1 1 70% 29% 1% 1% 20 160 1 11% 88% 1% Antecedente familiar câncer de mama Sim Não Na para ¹ NA – Não se aplica. De acordo com a tabela 1, das 181 acadêmicas pesquisadas estão distribuídas da seguinte forma: 44% (80) em Enfermagem, 37% (67) em Farmácia e 19% (34) em Educação física. A faixa etária varia entre 17 e 56 anos de idade, com prevalência de 83% (150) entre 17 a 25 anos e 14% (25) entre 26 a 35 anos. Fernandes et al. (2007) evidencia através de seus estudos, que a maioria das participantes encontram-se com idade entre 18 e 25 anos, uma vez que o câncer de mama atinge mulheres de todas as idades, porem nos últimos anos vem atingindo mulheres mais jovens. Já de acordo com a crença religiosa, 70% são católicas e 29% evangélicas. Dado compatível com o estudo de Aguiar et al. (2008) onde a maioria das mulheres sempre possuem alguma crença religiosa. A literatura aponta ainda, que mulheres religiosas buscam o conforto espiritual para melhor aceitação, motivação e até consolo diante este tipo de problema. Conforme os casos de câncer encontrados na família, 88% relataram que não há nenhum caso, entretanto 12% afirmaram que há casos, sendo que o grau de parentesco considerado foi: avó, tia, prima, bisavó maternos. Leal, Almeida e Lima Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 226 Situação conjugal Casada Solteira Viúva Divorciada Outros enquanto apenas (4,1%) afirmaram possuir histórico familiar da doença. Os resultados mostram que a menarca variou entre 10 e 16 anos, prevalecendo entre 10 e 14 anos de idade, correspondendo a 91%. Esses dados foram evidenciados no estudo de Silva et al. (2012), quanto à prevalência da menarca entre mulheres estudadas estavam entre 11 a 14 anos de idade, uma vez que a menarca precoce constitui um importante fator de risco para o câncer de mama em mulheres. Os dados da pesquisa apontam que 49% afirmaram não ser etilistas, coincidindo tais dados com o estudo de Silva, Soares e Rego de Jesus (2013) onde a maioria dos entrevistados não é etilista. Em relação ao tabagismo, 94% das acadêmicas não são tabagistas, estudo comprovado por Silva, Soares e Rego de Jesus (2013) que 90,5% das mulheres não são tabagistas. O gráfico mostra que 66% das acadêmicas não praticam atividade física. Segundo o INCA (2010), estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir o risco de desenvolver câncer de mama. A figura 5 refere-se ao Índice de Massa Corporal das acadêmicas. Figura 5: Índice de Massa Corporal das acadêmicas. Para calcular o Índice de Massa Corporal-IMC, da população em questão foi usada a fórmula onde o Peso é dividido pela altura ao quadrado, baseando em valores Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 227 (2014), evidenciaram que (95,9%) alegaram não possuir casos de câncer na família e Estatística (2010), conforme recomendações da OMS, a qual utiliza como forma de avaliação o perfil antropométrico-nutricional da população adulta. Os resultados expressaram que ue 25% da população investigada está abaixo do peso, 48% está com peso ideal e 17% com sobrepeso. Destarte o INCA (2010), a pessoa deve controlar tanto o ganho de peso quanto o aumento da circunferência abdominal desde a infância, pois alguns tipos de câncer estão relacionados com hábitos alimentares. Evidenciando também em estudo, por Rubin et al. (2010) que o controle do ganho de peso corporal a partir dos 21 anos é de suma importância para a prevenção do câncer. Quanto ao método contraceptivo mais utilizado, 52% não utilizam nenhum método contraceptivo e 35% utilizam pílulas. Para o INCA (2010), alguns estudos relacionam o câncer de mama com o uso prolongado de contraceptivos, antes da primeira gravidez. A tabela 2 aponta o conhecimento, a prática e a dificuldades das acadêmicas na realização do autoexame das mamas. Tabela 2: Conhecimento, prática e dificuldades para realização do autoexame. Variáveis Conhecimento Sim Não NA¹ Fontes de conhecimento Família Meios de comunicação eletrônico ESF² Campanhas educativas Escolas/ Faculdade Trabalho Outras pessoas Com o próprio corpo Já realizou Prevenção Não NA¹ N=181 % 146 34 1 81% 19% 1% 3 25 17 24 12 2 8 9 1 1 34 45 2% 14% 9% 13% 7% 1% 4% 5% 1% 1% 19% 25% Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 228 de referência encontrados em tabela no site do IBGE-Instituto Brasileiro De Geografia 2 8 8 6 14 2 1 2 4 5 1 1 1 117 9 1% 4% 4% 3% 8% 1% 1% 1% 2% 3% 1% 1% 1% 65% 5% Dificuldades Idade insuficiente Desinteresse Desconhecimento Não justificou Não há casos na família Não foi ao médico Consulta periódica (ginecologista) NA¹ 15 22 11 94 1 1 1 36 8% 12% 6% 52% 1% 1% 1% 20% ¹ NA – Não se aplica. ² ESF – Estratégia de Saúde da Família Em relação aos dados supracitados, verificou-se um divergência entre conhecimento e prática do autoexame, ou seja 81% afirmam conhecer o autoexame das mamas, porem apenas 36% o realiza com frequência. Este dado é evidenciado por Paixão et al.(2012) no qual a maioria das mulheres também conhecem (74,4%), entretanto apenas 31,5% não realizam com frequência. Fato que revela a dificuldade das mulheres em realizar o autoexame das mamas como forma detecção precoce do câncer. E quanto à fonte de conhecimento sobre o autoexame das mams, 14% afirmam conhecê-lo através de meios de comunicação eletrônicos (Internet e TV) e 13% por meio de campanhas educativas (propaganda, palestra, informativo, cartaz) e 9% por Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 229 Frequência de realização A cada 6 meses Anualmente As vezes Diariamente Mensalmente Durante o banho Não vê necessidade Quando lembra Raramente Semanalmente Ginecologista Sempre que pode Uma vez Não realiza NA¹ onde a mídia é a principal forma de divulgação de informações sobre o autoexame das mamas. Todavia os profissionais de saúde, por terem mais conhecimento, acreditam que a propagação de informações exercem maior influencia. E quanto a dificuldades das acadêmicas de não realizarem o autoexame das mamas 12% foi por desinteresse, 52% não apresenatram justificativa e 8% acha que a idade é insuficiente. Contudo, não se evidenciou nenhuma associação significante. Quanto perguntado as acadêmicas quando elas realizam o autoexame 21% relataram que é durante o banho. Estudo evidenciado por Goi Junior, Poltronieri e Xavier (2012) onde o modo preferencial das mulheres para realizar o autoexame das mamas é durante o banho. E em relação à maneira de realizar o autoexame das mamas, 8% relataram realizar deitada na cama, 27% em frente ao espelho. Dados evidenciados por Mendes, Silveira e Silva (2013) onde 36% informaram que a melhor maneira é em pé diante do espelho, e 21,5% deitada ou durante o banho. Diante as alterações que as acadêmicas encontraram durante a realização do AEM, 8% perceberam a presença de nódulo, e dentre estas, 1% realizou novos exames, 3% foram ao ginecologista, 1% fizeram o ultrassom e 1% submetram-se a um procedimento cirúrgico. Este estudo está de acordo com Silva, Soares e Rego de Jesus (2013), onde 19,7% das 116 entrevistadas detectaram alterações nas mamas. 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da realização do referido trabalho foi possível identificar que a maioria da amostra pesquisa conhece o autoexame das mamas, entretanto apenas uma pequena parte dessas o realizam com frequência. Não foram apresentadas justificativas pela não realização. Mesmo a maioria pertencendo a uma faixa etária rara para a ocorrencia do câncer, não podemos esquecer que são mulheres e quanto mais precoce a adesão à prática frequente do autoexame das mamas, maiores serão as possibilidades de identificação precoce de qualquer anormalidade e consequentemente um prognóstico positivo. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 230 profissionais de saúde. Este estudo é evidenciado por Leal, Almeida e Lima (2014) entre as acadêmicas pesquisadas, uma vez que serão futuras profissioanis da área de saúde e consequentemente formadoras de opinião. REFERENCIAS AGUIAR, Ayla Dayane de Faria et al. Perfil sociodemográfico e clínico das pacientes em tratamento do câncer mamário. Rev Inst Ciênc Saúde 2008;26(2):191-5. Disponível em: http://www.unip.br/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2008/02_abr_jun/V26_N2_2 008_p191-195.pdf Acesso em: 24/04/2015. ARAUJO, Verbena Santos et al. Conhecimento das mulheres sobre o autoexame de mamas na atenção básica. Revista de Enfermagem Referência Dez. 2010, III Série - n.° 2, 27-34. Disponível em: http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/ref/v3n2/v3n2a03 Acesso em: 09/02/2015. BRASIL, Ministério da Saúde. Falando sobre câncer de mama. 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A função da Enfermagem assim como de demais profissionais da Saúde diante uma vítima de intoxicação exógena, é de grande importância, em todos os aspectos, desde a parte preventiva até a curativa, principalmente através da elaboração de ações de detecção e redução de fatores de risco, a fim de estabelecer estratégias preventivas ao aparecimento de novos casos de intoxicações. PALAVRAS-CHAVE: Enfermeiro; Prevenção; Intoxicação Exógena; Assistência de Enfermagem. 1 - INTRODUÇÃO Para Jesus et al., (2009), intoxicação é a manifestação, através de sinais e sintomas, dos efeitos nocivos produzidos em um organismo vivo como resultado da sua interação com alguma substância química (exógena). As substâncias químicas podem ser encontradas no ambiente (ar, água, alimentos, plantas, animais peçonhentos ou venenosos etc.) ou isoladas (pesticidas, medicamentos, produtos de uso industrial, produtos de uso domiciliar etc.). De acordo com Schvartsman e Schvartsman (1999), apesar da insuficiência de dados estatísticos, é possível admitir que, no Brasil, a intoxicação aguda constitui importante problema de saúde pública, particularmente na faixa etária pediátrica. Os principais agentes responsáveis são os medicamentos, seguidos muito de perto pelas intoxicações por animais peçonhentos. Seguem-se, de modo expressivo, as Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 235 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM EPISÓDIOS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA: PREVENÇÃO, MONITORAÇÃO E TRATAMENTO. uso industrial. E para Lourenço et al., (2008), as intoxicações exógenas se apresentam como um dos principais acidentes envolvendo crianças, representando aproximadamente 7% de todos os acidentes em crianças menores de cinco anos e estão implicadas em cerca de 2% de todas as mortes na infância no mundo. Geralmente, as intoxicações exógenas nessa faixa etária são acidentais e preveníeis, decorrentes de situações facilitadoras, das características peculiares às fases de desenvolvimento da criança e do pouco incentivo às medidas preventivas. As intoxicações exógenas representam um importante problema de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde reconhece que não existem estimativas válidas da incidência de intoxicações em nível mundial, mas especula que cerca de 500 mil pessoas devam morrer devido a intoxicações a cada ano. (WERNECK E HASSELMANN, 2005). Com a expansão das indústrias e utilização de produtos químicos o homem se viu exposto a estes agentes tanto no trabalho quanto no seu macro ambiente o uso indevido desta substância gerou danos a sociedade e para o meio ambiente, com reflexos na saúde pública e ambiental (HOCH, 2012). Nos últimos tempos, a intoxicação por inalação ou ingestão de matérias tóxicas constitui um perigo importante para a saúde, sendo uma situação de emergência. Comumente acontece de forma voluntária ou involuntária. Rotina nos serviços de urgência e emergência, às vezes são ignoradas ou atendidas de forma equivocada pelos profissionais, resultando numa piora do quadro de saúde dos pacientes (TERTO, 2011). Diante isso se justifica a necessidade de uma equipe de saúde bem preparada para assistência a situações de emergência a quadros intoxicações, evitando que ocorra piora do quadro. A equipe necessita estar atualizado, agir de forma integrada. Este estudo teve como objetivo investigar a assistência de enfermagem junto ao paciente vítima de Intoxicação exógena. Com este estudo pretende-se contribuir com a disseminação de informações para construção de novos conhecimentos, com a finalidade de uma assistência de Enfermagem satisfatória junto uma paciente vítima de intoxicação. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 236 intoxicações por produtos domésticos sanitários, pesticidas e produtos químicos de Foi realizada uma pesquisa de artigos para revisão sobre o assunto no período de agosto a setembro de 2013, com o objetivo de obter informações para a elaboração do trabalho. A consulta foi realizada na plataforma de pesquisa SCIELO - Scientific Electronic Library Online e no site de busco Google Acadêmico, através de artigos científicos de relevância na área. Para a pesquisa, foram utilizados termos referentes a informações sobre a estrutura e cuidados de enfermagem com vítimas de acidentes ocasionados por Intoxicação, e as palavras-chave utilizadas foram “Intoxicação Exógena”, “Conduta diante de paciente vítima de Intoxicação”, “Assistência de Enfermagem em casos de intoxicação exógena”. A pesquisa resultou na seleção de um total de 16 artigos, dentre os quais foram selecionados 11 para o desenvolvimento do trabalho, no qual o problema interage com as seguintes questões: Qual a conduta do Enfermeiro frente ao paciente vítima de Intoxicação? Como é feito o atendimento do paciente vítima de intoxicação? Será que as intoxicações estão sendo tratadas pelos profissionais de forma correta e eficaz? Com este estudo pretende-se conhecer as funções do enfermeiro mediante vítima de intoxicação exógena. 3 - REVISÃO DE LITERATURA Atendimento e Avaliação Os profissionais de enfermagem da Atenção Básica exercem relevante função na prevenção, através da implementação de programas junto à comunidade, escolas, creches e no que se refere ao tratamento, através da realização de um plano de assistência de enfermagem a fim de orientar os pais ou responsáveis quanto ao atendimento domiciliar (LOURENÇO, FURTADO E BOMFIM, 2008). De acordo com Hoch (2012), a intoxicação do tipo intencional pode levar a tentativas suicidas, principalmente a partir da vivência de uma situação de angústia e conflitos, sendo a fase da adolescência e início da vida adulta o período de maior vulnerabilidade Novas sensações e experiências em relação ao uso de substâncias psicoativas consumidas podem ser responsáveis por tais eventos. O comportamento de tentativa de suicídio ocorre, na maioria das vezes em mulheres, adolescentes e Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 237 2 - METODOLOGIA (60%) seguido da ingestão de venenos (20%). O paciente intoxicado difere daqueles assistidos no cotidiano de um atendimento de emergência em alguns aspectos, clínicos, patológicos e farmacológicos, assim como no relacionamento entre profissional de saúde e paciente. Na intoxicação para tentativa de autoextermínio, torna-se um desafio a investigação da história clínica. As informações acerca das substâncias utilizadas, são pouco confiáveis, assim como quantidades e tempo decorrido. O melhor método para o diagnóstico e orientação do tratamento pode ser o exame físico detalhado e repetido sistematicamente. Confrontando sempre a história obtida com os achados do exame físico. No caso de discordância, levar em consideração as informações do último (DANTAS et al., 2013). Segundo Schvartsman e Schvartsman (1999) o atendimento ao paciente intoxicado, não necessita de obedecer uma ordem sequencial, entretanto mesmo tais etapas bem delimitadas, sua execução sugere aspectos duvidosos e controversos. As etapas são as seguintes: I - Avaliação clínica inicial; II - Estabilização; III Reconhecimento da toxíndrome e identificação do agente causal; IV - Descontaminação; V - Administração de antídotos; VI - Aumento da eliminação do tóxico absorvido; VII - Tratamento sintomático. Avaliação clínica inicial é o de verificar a presença de algum distúrbio que represente risco iminente de vida, sendo indispensável um exame físico rápido e rigoroso, com atenção imediata para avaliar o padrão respiratório, circulatórios e condições neurológicas. Outros dados como pele, anexos, temperatura e estado de hidratação, também devem ser incluídos na observação concomitantemente. Destarte Dantas et al., (2013), uma condição clínica emergencial que tem grande tendência à alta mortalidade, é a intoxicação oral por chumbinho, relacionada ao diagnóstico tardio e à conduta inadequada dos profissionais de saúde, que mesmo capacitados para esse tipo de atendimento, diante a avaliação sintomática, diagnóstico e tratamento. O objetivo principal para a tomada de decisões nesses casos é reduzir as complicações e a mortalidade, através do reconhecimento precoce dos sinais e sintomas de gravidade após a intoxicação exógena. Os acidentes por intoxicação desempenham um papel importante no contexto geral de acidentes devido alta frequência, custos de tratamento, possibilidade de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 238 adultas jovens, sendo o método mais comum, a ingestão excessiva de medicamentos SOUZA e MARQUES, 2011). Durante a avaliação clínica inicial busca-se diminuir a exposição do organismo ao tóxico, através da redução do tempo e/ou a superfície de exposição, diminuindo a quantidade do agente químico em contato com o organismo. A conduta deve ser de acordo com a via de absorção do tóxico. As vias digestiva, respiratória, cutânea e percutânea são as principais vias de exposição aguda, principalmente nos casos pediátricos, que na maioria das vezes, a intoxicação ocorre após ingestão de um produto químico. Os procedimentos de descontaminação conhecidos há muito tempo, tem sua eficácia questionada, particularmente em virtude de inexistência de evidencias científicas validas (TERTO 2011). Os primeiros momentos registrados no acompanhamento de uma criança intoxicada apontam a necessidade de se avaliar a intervenção dos profissionais de saúde. A criança tanto pode responder imediatamente ao tratamento estabelecido, como também requerer cuidados intensivos e prolongados, seja devido ao agente causal da intoxicação, da circunstância da exposição, da quantidade do agente presente no organismo ou até pela repercussão sistêmica instalada (TAVARES e OLIVEIRA, 2012). De acordo com Tavares e Oliveira (2012), o atendimento inicial nos serviços de urgência e emergência caracteriza-se pela busca da estabilização das condições vitais do ser humano, através do suporte à vida, exigindo agilidade e objetividade da equipe direcionando as ações à manutenção da vida e minimização sequelas. Deve haver padrões mínimos norteadores das condutas dos profissionais assegurando um a eficácia no processo de atenção à saúde. Os padrões mínimos podem ser traduzidos por planos de cuidados facilitadores na ordenação e no direcionamento da qualidade da assistência. Auxiliam na definição de processos e resultados de intervenções, devendo ser consideradas as condições estruturais anteriores e a qualidade em que se desenvolve a assistência oferecida ao indivíduo. Os aspectos técnicos do atendimento são caracterizados pela existência de protocolos específicos para cada tipo de intoxicação, com tratamento e medidas de atenção pré-hospitalar e hospitalar, devem ainda disponibilizar os centros de informação e assistência toxicológica. A precocidade e a competência técnico-profissional na aplicação destes protocolos remetem sua eficácia. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 239 sequelas irreversíveis e também sofrimento causado às vítimas e familiares (SILVA, de intoxicação aguda, como nas urgências clínicas, requer inicialmente uma avaliação rápida das condições clínicas do paciente, a fim de identificar e corrigir as situações de risco iminente de vida, numa sistemática de atendimento seguindo as seguintes etapas: avaliação e atendimento primário; avaliação clínica e laboratorial, aplicação de medidas de descontaminação e/ou tratamento específico; tratamento sintomático ou de suporte. O reconhecimento da síndrome tóxica permite a identificar mais rapidamente o agente causal e realizar o tratamento adequado, sendo necessário realizar uma anamnese e um cuidadoso exame físico. Prevenção e tratamento Apesar dos avanços na legislação brasileira e das campanhas de orientação aos consumidores sobre o uso indevido de produtos clandestinos, eles ainda continuam sendo utilizados pela população, como produtos de limpeza e raticidas. Para estabelecer uma maior aproximação com as práticas de vida da população, podemos considerar a necessidade de colocar em relevo tal temática na prática assistencial dos profissionais de saúde e da enfermagem, como medidas para educação em saúde (SANTOS et al., 2011). Lourenço et al.,, 2008 afirma que medidas preventivas têm prosperado notavelmente na redução da frequência e gravidade do envenenamento em crianças. A redução na incidência das intoxicações pode ser adquirida através da adoção de embalagens seguras para medicamentos e produtos químicos. No Brasil o padrão de consumo de medicamentos, caracteriza-se pela ausência de controle, tanto na produção quanto na comercialização, o que traz consequências no crescimento das intoxicações devido a esses agentes tóxicos. Campanhas educativas sobre os cuidados no uso dos medicamentos, associada à venda com prescrição médica, pode contribuir para a redução dos casos de intoxicação. A função da enfermagem é bastante relevante, tanto na prevenção quanto no tratamento das intoxicações na infância. Tais profissionais podem subsidiar a implementação na prevenção através de programas em escolas, creches, comunidades e atenção básica à saúde. O tratamento deve ser realizando através de um plano de assistência de enfermagem à criança intoxicada, orientando os pais e/ou responsáveis sobre o atendimento domiciliar da intoxicação. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 240 Tavares e Oliveira (2012) afirma que a conduta terapêutica diante um quadro a cada consulta, conciliando tanto o comportamento dos profissionais de saúde quanto dos pais e dos próprios pacientes, uma maior proteção será fornecida à criança. Os esforços na prevenção incluem educação dos pais e das crianças, modificação na embalagem de medicamentos e produtos de limpeza, como também modificação ambiental, nos aspectos sociais e físicos. É válido ressaltar que a mudança na conduta dos profissionais da saúde, para que não soneguem informações preventivas aos pacientes. A grande necessidade de atuarmos de forma mais efetiva na prevenção ativa, é evidenciada através dos poucos dados e informação, ou seja, desconhecimento do assunto. Hoch 2012 relata a possibilidade dos órgãos de saúde responsável, mesmo os profissionais de saúde, elaborar ações de detecção e redução dos fatores de risco com o intuito de estabelecer estratégias preventivas ao aparecimento de novos casos de intoxicações. Conforme Tavares e Oliveira, (2012), a prevenção das infecções hospitalares também deve ser orientada entre os profissionais de saúde para realização dos procedimentos, devendo adotar procedimentos de precaução padrão, para proteção e prevenção de infecção cruzada: lavagem ou higienização das mãos antes e após qualquer procedimento e uso de luvas, avental, máscara e óculos de proteção para realização de procedimentos invasivos. Considerando em especial a atuação do profissional de enfermagem, cabe a ele compreender o paciente e a família como um todo, através de um preparo adequado, com a capacidade de ouvir atenciosamente, para fornecer suporte profissional e pessoal com vistas a diminuir o sofrimento, angústia e desespero enfrentados pela família e pelo indivíduo que vivencia a situação de autointoxicação. Apenas os casos de intoxicação exógena que chegam ao serviço de saúde são notificados, não podendo desconsiderar a subnotificação. Apesar das dificuldades metodológicas presentes na medição da verdadeira magnitude do fenômeno, tais resultados sugerem haver tentativas de suicídio, especialmente entre adolescentes e adultos jovens, constituindo-se de um importante problema de saúde pública, o qual demanda esforços contínuos de pesquisa, buscando identificar fatores de risco que possam contribuir para o desenvolvimento de estratégias preventivas e assistenciais (HOCH, 2012). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 241 Salerno et al., 2008 diz que se atitudes básicas de prevenção forem orientadas atendimento: passagem de sonda nasogástrica (SNG), lavagem gástrica, monitorização e oximetria de pulso, aferição de sinais vitais, intubação endotraqueal, aspiração traqueal e utilização de cateter nasal e máscara de Venturi como fonte de oxigênio. Um tratamento específico pode englobar a atropinização e o uso de carvão ativado por via oral ou SNG. Em estudo realizado por Santos et al., (2011), sobre a gravidade de intoxicações por saneantes clandestinos (33%) necessitaram de internação hospitalar, sendo (64,1%) internados em enfermaria, necessitando de conduta terapêutica com cuidados de enfermagem para pessoas independentes ou sem dependentes e monitorização contínua a pacientes com moderada ou potencial instabilidade fisiológica, já os casos que necessitaram assistência médica e de enfermagem nesta unidade (12%) evoluíram para óbito. Quanto aos pacientes internados na UTI (35,8%) apresentaram condições críticas, potencialmente recuperáveis, que se beneficiem de cuidados detalhados e intensivos de enfermagem e tratamento médico com a utilização ampla de recursos tecnológicos, mas mesmo assim (14,2%) faleceram. Salerno et al., 2008 considera a obrigação do médico e demais profissionais de saúde, verificar o conhecimento dos pacientes sobre prevenção, informá-los das situações potencialmente perigosas, instruindo-os sobre medidas preventivas. De esse modo levantar um diagnóstico da situação a respeito da prevenção das intoxicações no ambiente domiciliar e em consultas é de grande significância para que a atuação seja mais crítica e eficaz neste problema. Lourenço et al., 2008 ainda ressalta que os profissionais de enfermagem exercem relevantes funções preventivas e curativas no tratamento das intoxicações, subsidiando a implementação de programas nas escolas, nas creches, nas comunidades e na atenção básica à saúde quanto às maneiras de prevenção e no que se refere ao tratamento, realizando um plano de assistência de enfermagem à criança intoxicada e orientando os pais e/ou responsáveis quanto ao atendimento domiciliar da intoxicação. Diante medidas inespecíficas ou sintomáticas, no processo do tratamento de sinais e sintomas, padrões foram estabelecidos para a avaliação a dor, a ocorrência de náusea e vômito, de hipotermia e hipertermia. Uma das dificuldades encontradas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 242 Dantas et al., (2013) cita como procedimentos realizados durante o evidenciadas em saúde e enfermagem voltados para o atendimento inicial ao intoxicado. A realização de novos estudos os quais visem o intoxicado, e não somente o agente causal da intoxicação, porventura possa contribuir para criação de um protocolo padrão direcionada à assistência; entretanto a prevenção de novos casos de intoxicação, começando pelo processo de assistência, ressaltada em todas as pesquisas no campo da toxicologia clínica (TAVARES e OLIVEIRA, 2012). 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o presente estudo é possível concluir que a prevenção é a melhor forma de combate as intoxicações exógenas. A função da Enfermagem assim como de demais profissionais da Saúde diante uma vítima de intoxicação exógena, é de grande importância, em todos os aspectos, desde a parte preventiva até a curativa. O aperfeiçoamento dos profissionais envolvidos neste processo é fundamental, assim como os dados e as notificações dos casos, que muitas vezes se encontram em sua grande parte subnotificados. Estamos diante um problema que necessita de maior incentivo a pesquisas. REFERÊNCIAS DANTAS, Jacklyne Stroisner de Sousa et al. Perfil do paciente com intoxicação exógena por “chumbinho” na abordagem inicial em serviço de emergência. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2013 jan/mar;15(1):54-60. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen/article/view/15506/15521 Acesso em: 03. Ago. 2013. HOCH Ana Paula, Intoxicação exógena Intencional em Jovens. Uma revisão sistemática, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis (SC) 2012. Disponível em: http://spb.ufsc.br/files/2012/09/TCC-ANA-PAULA-FINALFORMATADO.pdf Acesso em: 03. Ago. 2013. JESUS Hiane Santos de, BELTRÃO Henrique de Barros Moreira e ASSIS Dalva Maria de. Avaliação do sistema de vigilância das intoxicações exógenas no âmbito da saúde do trabalhador no Brasil entre 2007 e 2009, cad. Saúde colet. 2012, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cadsc/v20n4/v20n4a16.pdf Acesso em: 07. Ago. 2013. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 243 na realização deste estudo foi a inexistência de documentos e referências SALERNO Margareth Rodrigues, STEIN Airton Tetelbom e FIORI Renato Machado, Situação sobre a prevenção de intoxicações exógenas em ambulatório de pediatria na década de 90, Scientia Medica, Porto Alegre, v.18, n.2, p. 66-77, abr/jun. 2008. Acesso em: 07. Ago. 2013. SANTOS, Jessica Adrielle Teixeira, et al. Gravidade de intoxicações por saneantes clandestinos. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2011; 20 (Esp): 247-54. http://www.scielo.br/pdf/tce/v20nspe/v20nspea31.pdf Acesso em: 07. Ago. 2013. SCHVARTSMAN Claudio e SCHVARTSMAN Samuel, Intoxicações exógenas agudas, Pediatria/Criança, J pediatria rio de janeiro 1999. Disponível em: http://www.nesc.ufrj.br/cursos/saudetrab/INTOXICACOES.AGUDAS.pdf Acesso em: 07. Ago. 2013. SILVA, Cleyton Cézar Souto. SOUZA, Katyshely Sá de. MARQUES, Maria de Fátima Leandro. Intoxicações Exógenas: perfil dos casos que necessitaram de assistência intensiva em 2007. R bras ci Saúde 15(1):65-68, 2011. Disponível em: http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/rbcs/article/view/7375/5816 Acesso em: 02. Set. 2013. TAVARES, Erika Okuda, OLIVEIRA, Magda Lúcia Félix de. Padrões mínimos de atendimento inicial à urgência toxicológica para abordagem à criança intoxicada. Rev Rene. 2012; 13(1):147-57.Disponível em: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/26/22 Acesso em: 02. Set. 2013. TERTO Eny Beatriz Camponez, Terapia com surfactante exógeno na síndrome do desconforto respiratório em recém nascidos, artigo publicado em 14/11/2011. Disponível em : http://interfisio.com.br/?artigo&ID=451&url=Terapia-com-SurfactanteExogeno-na-Sindrome-do-Desconforto-Respiratorio-em-Recem-Nascidos Acesso em: 02. Set. 2013. WERNECK, Guilherme Loureiro e HASSELMANN, Maria Helena. 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Eliziane Gomes Vieira e Luana Conceição Marques Graduandas em Enfermagem- Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX Deisy Mendes Silva- Graduada em Enfermagem, especialista em Enfermagem do Trabalho e em Saúde da FamíliaProfessora da Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX. RESUMO O presente estudo teve como objetivo identificar o nível de conhecimento de mulheres entre 25 e 64 anos residentes nas cidades de Matipó e Rio Casca, a respeito da importância da realização do exame preventivo Papanicolaou. Para a coleta de dados, foi realizada uma pesquisa do tipo quantitativo-descritiva, aplicada por meio de um questionário contendo 27 perguntas divididas em abertas e fechadas. Os resultados mostraram-se satisfatórios quanto ao nível de conhecimento, porém preocupantes em relação a alguns hábitos das entrevistadas, como o fumo, a não utilização de preservativos e o início da atividade sexual precoce. PALAVRAS-CHAVE: exame preventivo Papanicolaou; câncer do colo uterino; conhecimento de mulheres. 1. INTRODUÇÃO O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente e podendo invadir estruturas e órgãos próximos ou distantes. É uma doença de desenvolvimento lento, que pode, inicialmente, ser assintomática e evoluir para quadros de sangramento vaginal temporário ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados (INCA 2008). No Brasil, o câncer do colo uterino é o 3º tipo de câncer mais comum na população feminina ficando atrás apenas dos tumores de pele não melanoma (INCA 2015). O exame preventivo Papanicolaou, é utilizado como medida de rastreamento do câncer do colo uterino e de algumas doenças sexualmente transmissíveis, como por exemplo, o Papilomavírus Humano (HPV), considerado o causador de grande parte das lesões precursoras do câncer uterino (MS, 2006). Leal et al. (2010), cita que diversos são os fatores associados ao desenvolvimento do câncer do colo do útero, tendo como principal desencadeador da Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 246 NÍVEL DE CONHECIMENTO DE MULHERES ENTRE 25 E 64 ANOS DAS CIDADES DE MATIPÓ E RIO CASCA A RESPEITO DA IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DO EXAME PREVENTIVO PAPANICOLAOU. lesão precursora do câncer de colo do útero. Diante do fato de que o câncer do colo uterino poder ser considerado um problema de saúde pública e sabendo que pode ser diagnosticado/rastreado precocemente através do exame preventivo Papanicolaou, surgiu o interesse em realizar o trabalho de identificar o nível de conhecimento de mulheres entre 25 e 64 anos das cidades de Matipó e Rio Casca, a respeito da importância da realização do exame preventivo Papanicolaou. O presente trabalho possui como objetivo, apontar o nível de conhecimento dessas mulheres a respeito do exame, mostrando qual (ais) principal (ais) motivos da não realização do mesmo e fazer a comparação dos dados colhidos entre as cidades citadas. Visou-se conhecer a realidade vivida por essas mulheres e compreender suas experiências e opiniões acerca do assunto tratado. Baseando-se no fato de que o exame preventivo Papanicolaou é o principal método de detecção desse tipo de câncer, é de fácil acesso e é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), parte-se das seguintes questões norteadoras: Qual o real nível de conhecimento das entrevistadas em relação ao exame preventivo Papanicolaou? O nível socioeconômico dessas mulheres interfere/ influencia no conhecimento do assunto? 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A realização do exame preventivo Papanicolaou tem sido a principal maneira de detecção precoce do câncer do colo uterino e tem modificado efetivamente as taxas de incidência e mortalidade na população feminina por este câncer. Barbeiro et al. (2009), realizou uma pesquisa em uma escola de ensino fundamental e médio na cidade de Niterói/ RJ com o objetivo de obter das pesquisadas, o saber que elas tinham sobre o exame Papanicolaou, influências culturais e problemas evidenciados sobre a realização do exame. De acordo com os resultados da pesquisa, 52% relataram vergonha e 14% desconforto em relação à realização do exame preventivo. Em um estudo realizado por Davim et al. (2005), sobre o conhecimento de mulheres de uma UBS da cidade de Natal/RN sobre o exame de Papanicolaou, teve como objetivos identificar o conhecimento dessas usuárias a respeito do exame e as causas que as levavam a não se submeterem ao exame. Ficou evidenciado neste Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 247 doença, a infecção pelo HPV, microrganismo associado à maior parte dos casos de do útero, trabalhar ações que contribuam para o impacto sobre a morbimortalidade da doença, estando o profissional atento para a captação de mulheres integrantes do grupo de risco e das que estão na faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde. Ferreira (2009) realizou um estudo sobre os motivos que influenciaram as mulheres a não realizarem o exame Papanicolaou em um centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina de Botucatu com pacientes que se apresentaram ao centro de saúde para realizar o exame preventivo pela primeira vez. De acordo com seu estudo, partes das entrevistadas relataram não achar necessário fazer o exame devido ao fato de nunca o terem realizado antes ou pela idade em que já estavam. Outro fato interessante neste estudo, é de que os sentimentos de medo, vergonha e constrangimento prevalecem entre a maioria das pacientes. O diferencial do estudo a ser apresentado, é justamente mostrar a importância da realização do exame preventivo Papanicolaou para a saúde da mulher, destacando o nível de conhecimento das entrevistadas nas duas cidades de Matipó e Rio Casca fazendo uma comparação de dados colhidos, que poderão futuramente ser usados como base para implementação ou aprimoramento de programas e ações de prevenção ao câncer do colo uterino nas cidades. 2.1- REFERENCIAL TEÓRICO O útero é um órgão ímpar localizado entre a bexiga urinária e o reto (RUIZ, 2015). É envolvido pelo ligamento largo e tem em geral a forma de uma pera invertida, se dividindo em quatro partes: fundo, corpo, istmo e cérvix ou colo. Este último faz projeção na vagina e com ela se comunica pelo óstio do útero. O útero varia de forma, tamanho, posição e estrutura dependendo da idade, paridade, estado de plenitude ou vacuidade da bexiga e estado de gestação (SLEUTJES, 2008). De acordo com a Revista Brasileira de Cancerologia (2002), a realização do exame citopatológico Papanicolaou tem sido reconhecida mundialmente como uma estratégia segura e eficiente para a detecção precoce do câncer do colo do útero na população feminina e tem modificado efetivamente as taxas de incidência e mortalidade por este câncer. De acordo com o Manual Técnico Profissional da Saúde do Ministério da Saúde (2002), o câncer do colo do útero acomete geralmente grupos com maior Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 248 estudo que cabe ao enfermeiro atuante em prevenção e controle do câncer do colo serviços para detecção e tratamento precoce da doença advindo de dificuldades econômicas e geográficas, insuficiência de serviços e questões culturais, como medo e preconceito dos companheiros. O mesmo manual cita como principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero a idade precoce na primeira relação sexual; multiplicidade de parceiros; história de DST’s da mulher ou do parceiro; infecção pelo vírus HPV (principal fator de risco para o câncer do colo do útero); multiparidade; tabagismo; dentre outros. Os vírus HPV, são capazes de infectar a pele ou mucosas. O HPV de tipos 16 e 18, são responsáveis pela maioria dos casos de câncer do colo do útero no mundo, cerca de 70%. (MS, 2013). O exame preventivo Papanicolaou é indolor, simples e rápido. O material colhido é colocado em uma lâmina para análise em laboratório de citopatologia. Para melhor garantir o resultado do exame, a mulher deve tomar os seguintes cuidados: não ter relações sexuais no dia anterior ao exame, mesmo com o uso de preservativos; evitar utilizar duchas; evitar o uso de medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas antecedentes ao exame; não estar menstruada (INCA 2015). A resolução COFEN nº 381/2011, assegura que o exame preventivo Papanicolaou, é privativo do Enfermeiro observado as disposições legais da profissão. Ressalta ainda que o profissional deverá estar dotado dos conhecimentos, competências e habilidades que garantam rigor técnico-científico ao procedimento, atentando para a capacitação contínua necessária à sua realização (COFEN, 2011). 3. METODOLOGIA Um estudo realizado por Castro (2010) revelou que apesar de o exame preventivo Papanicolaou poder ser realizado facilmente e apresentar baixo custo e fácil acesso, um dos principais motivos para a não realização do exame é o desconhecimento, fato que faz com que muitas mulheres procurem o serviço apenas quando há sinais e sintomas. Este trabalho trata-se de uma pesquisa descritivo-exploratória, embasada em uma coleta de dados em campo de pesquisa nas Unidades Básicas de Saúde de Matipó e Rio Casca, com a finalidade de alcançar o objetivo proposto pelas autoras Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 249 vulnerabilidade social, onde se concentram as maiores barreiras de acesso à rede de Papanicolaou. De acordo com Gil (2008), a pesquisa exploratória busca explicitar o problema, podendo envolver pesquisa bibliográfica e entrevistas, podendo assumir forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Descrever as características de determinadas populações ou fenômenos, é o objetivo da pesquisa descritiva. Sua peculiaridade está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Para a coleta de dados, elaborou-se um questionário com 27 perguntas entre abertas e fechadas, a fim de obter o maior número de informações relevantes possível. Estes questionários foram aplicados nos meses de março e abril de 2015. Além da pesquisa descritivo-exploratória, foi realizado um levantamento de dados nos sites do Instituto Nacional do Câncer (INCA), na Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde (BVMS), e em artigos publicados que continham o tema a ser tratado. Serviu também como fonte de pesquisas, manuais elaborados pelo Ministério da Saúde destinados à população em geral e específicos para profissionais da saúde. As mulheres entrevistadas foram informadas do objetivo do trabalho, confirmando sua participação no mesmo mediante a assinatura de um termo de consentimento cedido pela Instituição, que atende ás especificações da resolução 196/96 que trata da pesquisa envolvendo seres humanos, assegurando-lhes autoridade, não maleficência, beneficência e justiça e assegurando também os direitos e deveres relacionados à comunidade cientifica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado (BRASIL, 1996). 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram entrevistadas no total, 30 mulheres, 15 residentes em Matipó e 15 na cidade de Rio Casca. A idade das mulheres foi definida de acordo com a idade preconizada pelo Ministério da Saúde que é dos 25 aos 64 anos. A tabela 1 mostra as características sociais das mulheres entrevistadas nas cidades de Matipó e Rio Casca. Tabela 1: Características sociais das mulheres entrevistadas nas cidades. MATIPÓ CARACTERÍSTICA N=15 % RIO CASCA CARACTERÍSTICA N=15 % Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 250 dessa pesquisa, ressaltando a importância da realização do exame preventivo % FAIXA ETÁRIA N=15 % 25-35 09 60% 25-35 05 33,3% 36-45 05 33,33% 36-45 05 33,3% 46-55 01 6,67% 46-55 04 26,67% 56-64 00 0,0 56-64 01 6,67% N-15 % N=15 % SOLTEIRA 04 26,67% SOLTEIRA 05 33,3% CASADA 09 60% CASADA 08 53,33% VIÚVA 01 6,67% VIÚVA 02 13,3 UNIÃO ESTÁVEL 01 6,67% 00 0,0 N=15 % ESTADO CIVIL ESTADO CIVIL UNIÃO ESTÁVEL ETNIA N=15 % ETNIA BRANCA 02 13,33% BRANCA 05 33,33% PARDA 10 66,67% PARDA 04 26,66% NEGRA 03 20% NEGRA 06 40% Em relação ás características sociais da população estudada, observou-se que mais da metade eram casadas, 60% em Matipó e 53,33% em Rio Casca. Mais da metade das entrevistadas de Matipó estavam na faixa etária entre 25 e 35 anos (60%), e, em Rio Casca, 33,33% das mulheres estavam nesta faixa etária. Carvalho e Queiroz (2011) mostraram em seu estudo que, no que se referem à situação conjugal, mulheres casadas estão mais associadas à infecção pelo vírus HPV, pelo fato de não utilizarem preservativos durante relações sexuais. A tabela 2 mostra as características das entrevistadas das duas cidades a respeito da renda mensal em salários, ocupação e escolaridade. Tabela 2: características das entrevistadas a respeito da renda mensal em salários, ocupação e escolaridade. MATIPÓ CARACTERÍSTICA N=15 % RENDA MENSAL (S) N=15 % -1 02 13,33% 1 08 2 RIO CASCA CARACTERÍSTICA N=15 RENDA MENSAL % N=15 % -1 02 13,33% 53,33% 1 08 53,33% 03 20% 2 03 20% 3 01 6,67% 3 01 6,67% +4 01 6,67% +4 01 6,67% Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 251 FAIXA ETÁRIA N=15 % DOMÉSTICA 05 33,3% BALCONISTA 03 FUNC.PÚBLICA LAVRADORA N=15 % DOMÉSTICA 07 46,6% 20% BALCONISTA 04 26,7% 06 40% FUNC.PÚBLICA 04 26,7% 01 6,7% LAVRADORA 00 00 N=15 % N=15 % NUNCA ESTUDOU 00 00 NUNCA ESTUDOU 01 6,7% ENS.FUND.INCOMPLETO 03 20% ENS.FUND.INCOMPLETO 03 20% ENS.MED.INCOMPLETO 05 33,3% ENS.MED.INCOMPLETO 00 00 ENS.MED.COMPLETO 05 33,3% ENS.MED.COMPLETO 10 66,6% ENS.SUP.COMPLETO 02 13,4% ENS.SUP.COMPLETO 01 6,7% ESCOLARIDADE OCUPAÇÃO ESCOLARIDADE Quanto ao grau de escolaridade das entrevistadas, pode se observar que prevaleceu na cidade de Matipó o ensino médio incompleto e completo ambos com 33,33%, enquanto que na cidade de Rio Casca, prevaleceu o ensino médio completo com 66,66%. Estes dados contrastam com um estudo realizado por Leal et al. (2003), que mostrou que 51,2% das entrevistadas, possuíam apenas o primeiro grau incompleto e que lesões uterinas eram mais comuns em mulheres com menor grau de escolaridade. A figura 1 mostra a faixa etária de início da atividade sexual das mulheres entrevistadas. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 93% 86% 14% 7% Antes dos 15 anos Entre 16 e 25 anos Matipó Rio Casca Figura 1: Resultado para a questão sobre o início da atividade sexual das entrevistadas de Matipó e Rio Casca. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 252 OCUPAÇÃO 15 anos de idade. Coelho (2013), cita em seu estudo que o início da atividade sexual precoce é um dos principais fatores para o desenvolvimento do câncer uterino. Em relação ao uso de preservativos nas relações sexuais 33,33% das mulheres de Matipó e 40% das de Rio Casca relataram fazer o uso do mesmo, enquanto que, 66,67% de Matipó e 60% de Rio Casca mantém relação desprotegida. Ainda de acordo com Coelho (2013), um dos principais cofatores para o aumento da oncogenicidade do vírus HPV é a variedade de parceiros da mulher durante sua vida sexual ativa e a não utilização de preservativos nas relações sexuais. Quando questionadas sobre a importância da realização do exame preventivo, nas duas cidades 100% das entrevistadas responderam que sabiam qual a finalidade do exame e sua importância para a saúde da mulher. O INCA (2000) preconiza que o exame preventivo do câncer do colo do útero deve ser realizado seguindo o esquema: mulheres entre 25 e 64 anos ou que já tenham iniciado a vida sexual, devem submeter-se ao exame anualmente. Após dois exames consecutivos com resultados negativos para displasia ou neoplasia passará a realizar o exame a cada três anos. Em relação ás mulheres que responderam não realizar o exame anualmente, questionamos os motivos das mesmas não realizarem o exame com mais frequência. A maioria das entrevistadas respondeu não realizar o exame com maior frequência por vergonha e por não gostarem de realizá-lo. Corroborando com nossos achados, o estudo realizado por Ferreira (2009), evidenciou que a maior parte das entrevistadas relatou sentimento de vergonha em relação é realização do exame. As mulheres que não responderam representam a maioria neste caso, pois as mesmas representam a parte das que realizam o exame com maior frequência. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho procurou evidenciar o conhecimento das mulheres das cidades de Matipó e Rio Casca, a respeito da importância da realização do exame preventivo Papanicolaou. Identificar o nível de conhecimento e os motivos da não realização do exame por parte de algumas mulheres é o primeiro passo para a realização de ações e intervenções de Enfermagem a respeito do assunto. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 253 Observa-se que a minoria das entrevistadas iniciou a vida sexual antes dos preventivo, podemos considerar que este está em nível satisfatório, visto a maioria das mulheres responderam saber a importância do exame para sua saúde, apontando-o como um meio de prevenção do câncer uterino e de identificação de DST. Porém, não podemos desconsiderar o fato de que mesmo que em minoria, algumas entrevistadas relataram não usar preservativos nas relações sexuais e que já possuíram mais de um parceiro até o momento da pesquisa. Este fato é preocupante, pois a não utilização de preservativos e a variedade de parceiros contribui para o aumento das chances de contato com o vírus HPV, e consequentemente, maior possibilidade de desenvolvimento do câncer uterino. Considerando que foi estudada uma pequena amostra da população e que uma minoria não possui escolaridade completa, concluímos que nas cidades de Matipó e Rio Casca, o fato de menor nível de escolaridade e desfavorecimento social não implicam no conhecimento das mulheres a respeito do exame, pois através dos questionários foi observado que, mesmo possuindo pouca escolaridade, estas mulheres sabem o que é e para que serve o exame preventivo. Em relação aos motivos da não realização do exame, observamos que a maioria não o faz por vergonha. Diante disso, podemos destacar então a importância do serviço de Enfermagem no que diz respeito à tentativa de mudar a visão dessas mulheres em relação ao exame, um serviço educativo e informativo. Os enfermeiros possuem um papel fundamental na prevenção, devendo exercer um papel de educador trabalhando na questão do conhecimento das representações sociais que influenciam as mulheres no cuidado de si. REFERÊNCIAS BARBEIRO, Fernanda M dos Santos et al. Conhecimentos e Práticas das Mulheres Acerca do Exame Papanicolau e Prevenção do Câncer Cérvico-Uterino. REVISTA DE PESQUISA: Cuidado é Fundamental Online. 2009. Disponível em: www.seer.unirio.br/index.php/cuidado-fundamental/article/view/419/401. Acesso em: 18.fev.2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Básica: Controle dos Canceres do Colo do útero e da mama. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. Disponível em: bvms.saude.gov.br/publicações/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf. Acesso em: 14.mar.2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 254 Em relação ao nível de conhecimento das mulheres sobre o exame BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Prático Sobre o HPV Perguntas e Respostas. Brasília; Ministério da Saúde; 2013. Disponível em: www.aracaju.se.gov.br/pdf/guia_pratico_hpv_perguntas_respostas.pdf. Acesso em: 11.abr.2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual Técnico Profissionais da Saúde. Prevenção do Câncer do Colo do Útero. Brasília; Ministério da Saúde; 2002. Disponível em: bvms.saude.gov.br/bvs/publicações/inca/manual_profissionaldesaude.pdf. Acesso em: 31.mar.2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno da Atenção Básica: Controle dos Canceres do Colo do útero e da mama. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_cancer_colo_utero_mama.pdf. Acesso em: 14.abr.2015. CARVALHO, Maria Cristina MP; QUEIROZ, Ana Beatriz A. Mulheres portadoras de lesões precursoras do câncer do colo do útero e HPV: descrição do perfil socioeconômico e demográfico. DST- Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis. 2011. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 255 BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996. Disponível em: bvms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/1996/res0196_10_101996.html. Acesso em: 29 abr.2015. FERREIRA, Maria de Lourdes Silva Marques. Motivos que influenciam a nãorealização do exame Papanicolaou segundo a percepção de mulheres. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem. 2009. Disponível em: www.scielo.br/pdf./ean/v13n2/v13n2a20. Acesso em: 20.fev.2015. GIL, Robledo Lima. Licenciatura em Ciências Biológicas Disciplina de Pesquisa do Ensino de Ciências e Biologia. Tipos de Pesquisa. 2008. Disponível em: wp.ufpel.edu.br/ecb/files/2009/09/Tipos-de-Pesquisa.pdf. Acesso em: 15.abr.2015. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=314090. Acesso em: 03.jul.2015. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 256 DAVIM, Rejane M Barbosa et al. Conhecimento de mulheres de uma Unidade Básica de Saúde da cidade de Natal/RN sobre o exame de Papanicolau. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2005. Disponível em: www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/10.pdf. Acesso em: 18.fev.2015. Ritchelly Wiliace Sampaio – Graduando em Educação Física – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX; Tallysson da Silva Dutra – Graduando em Educação Física – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX; Márcia Paula de Miranda Florindo – Bacharel e Licenciada em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training; Luiza de Abreu Costa – Bacharel em Enfermagem, Especialista em Enfermagem do Trabalho, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX; Daniel Vieira Ferreira – Licenciado em Matemática, Mestre em Educação Matemática, Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX; André Salustiano Bispo – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Mestre em Ciências da Reabilitação, Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX; Fábio Florindo Soares – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training, Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO A obesidade é considerada uma epidemia e afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Portanto, a identificação e intervenção precoce do sobrepeso em crianças e adolescentes são consideradas um fator importante para a diminuição das complicações derivadas da obesidade em adultos (WHO, 2012). Partindo deste princípio, o estudo apresentado teve como objetivo avaliar a adiposidade corporal de adolescentes e correlacionar os resultados entre o método do Índice de Massa Corpórea (IMC) e do Índice de Adiposidade Corporal (IAC). Foram utilizados como instrumento de pesquisa, avaliações de IMC e o IAC com 100 adolescentes de ambos os sexos de uma escola pública na cidade de Matipó, em que concluímos que a maioria da amostra pode ser classificada em um patamar de normalidade quanto ao IMC e ao IAC, apesar de uma variação de 13 pontos percentuais no quadro de sobrepeso e obesidade quando correlacionados. PALAVRAS-CHAVE: Antropometria, Sobrepeso, Obesidade, Adiposidade. 1. INTRODUÇÃO Nos últimos 30 anos, as prevalências de sobrepeso e obesidade em populações adultas vêm crescendo não só em países desenvolvidos como também nos países em desenvolvimento. Tal fato é também verificado em estudos com Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 257 INDICADORES DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO - COMPARAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC) E O ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL (IAC) epidêmicas (FISBERG, 2004). Apesar de não ser um fenômeno recente na história da humanidade, a obesidade nunca atingiu proporções tão altas como observado atualmente. “Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a obesidade é considerada importante problema de saúde pública em todo o mundo” (ABRANTES, LAMOUNIER E COLOSIMO, 2002). Além do aparecimento de diversas patologias, as consequências da obesidade na infância acarretam distúrbios biopsicossociais como discriminação, autoimagem negativa, depressão e socialização diminuída (FISBERG, 2005). Portanto, a identificação e intervenção precoce do excesso de peso em crianças e adolescentes são consideradas um fator importante para a diminuição das complicações derivadas da obesidade em adultos, (GIULIANO E CARNEIRO, 2004). O Índice de Massa Corporal (IMC) na antropometria é considerado um método confiável para classificar o estado nutricional. Além de ser barato e não evasivo esse método tem uma boa aceitação pela população. Os índices antropométricos são obtidos a partir da combinação de duas ou mais informações antropométricas básicas como: sexo, peso, idade e altura, sendo o IMC, o mais utilizado para mensuração do grau de sobrepeso e obesidade. (ABRANTES, LAMOUNIER E COLOSIMO, 2002; SOARES, 2003; VANZELII, 2008;). No entanto, considerando o Índice de Massa Corporal (IMC) como uma baixa sensibilidade na avaliação do excesso de tecido adiposo em adolescentes, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a associação de outras medidas antropométricas, tais como: prega cutânea tricipital (PCT) e prega cutânea subescapular (PCSE), visando à classificação do estado nutricional (VARGAS, 2007). De acordo com Sigulen et al. (2000), a validade do IMC está correlacionada com a gordura corporal, principalmente com a gordura interna, podendo esta, ser associada ao desenvolvimento de doença crônica. Uma das limitações do uso do IMC é porque ele não distingue a massa de gordura da massa magra, dificultando a diferenciação entre o sobrepeso com excesso de gordura daquele com hipertrofia da massa muscular, como é o caso de atletas. Na procura por novas ferramentas para a mensuração do sobrepeso e a obesidade, surge um novo método de medição da adiposidade corporal, o Índice de Adiposidade Corporal (IAC), que estima o percentual de gordura através de uma Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 258 crianças e adolescentes, conferindo ao excesso de gordura corporal proporções (BERGMAN et al., 2011). É de suma importância confrontar os valores do IMC com outros métodos de averiguação de peso e sobrepeso (ANJOS, 1992). O referente interesse por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível aumento dos índices de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes. Dessa forma, o objetivo do presente estudo é correlacionar os resultados obtidos entre o método do IMC e do IAC em estudantes adolescentes de ambos o sexo em uma escola do ensino médio da cidade de Matipó-MG. Pretende-se com este estudo contribuir para uma melhor análise e compreensão dos mecanismos de mensuração do sobrepeso e obesidade, afim de direcionar as ações e estratégias das políticas públicas voltada a saúde e ao adolescente. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O excesso de peso e a obesidade se alastram com o passar dos anos. Atualmente a obesidade é caracterizada como uma epidemia, tornando-se um grande problema de saúde pública. A palavra obesidade é derivada de ab (super) e edere (comer). No entanto, para definirmos obesidade, torna-se necessário que saibamos distinguir a obesidade do sobrepeso. Entende-se por obesidade um acúmulo de gordura corporal total, que representa uma porcentagem a mais de gordura armazenada em vários depósitos, ou seja, uma condição de excesso de gordura em relação à massa corporal magra. Enquanto que sobrepeso é definido como excesso de peso previsto para o sexo, altura e idade de acordo com padrões populacionais de crescimento (DÂMASO et al, 1995). Conceitualmente, a obesidade pode ser considerada como um acúmulo de tecido gorduroso, regionalizado ou em todo o corpo, causado por doenças genéticas ou endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais (FISBERG, 2005). Guedes & Guedes (2001), caracterizam o sobrepeso como um aumento do peso corporal total, ou em apenas um de seus constituintes: ossos, gordura e músculos; enquanto que a obesidade se caracteriza essencialmente por um aumento generalizado ou localizado da gordura. Costa (2001) define como sobrepeso aqueles valores de massa corporal que se encontram entre a massa tida como normal e a obesidade, podendo ocorrer em função de excesso de gordura corporal ou de valores elevados de massa magra. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 259 equação utilizando as medidas de circunferência de quadril e a estatura dos indivíduos milhões de pessoas são obesas e 750 milhões possuem sobrepeso. A obesidade é agora a segunda principal causa de mortes preveníeis nos Estados Unidos (300.000 mortes por ano; o fumo é a primeira), com um limite superior de custo anual total estimado de 140 bilhões de dólares ou aproximadamente 10% dos gastos norteamericanos com assistência de saúde. Segundo a World Health Organization, (2012), em 2010, mais de 40 milhões de crianças menores de cinco anos estavam acima do peso. Uma vez considerado um país de alta renda problema de sobrepeso e obesidade já estão em ascensão em países de baixa e média renda, principalmente em áreas urbanas. Perto de 35 milhões de crianças com excesso de peso estão vivendo em países em desenvolvimento e 8 milhões em países desenvolvidos. No Brasil, dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade – ABESO mostram que aproximadamente 40% da população brasileira apresentam excesso de peso (NAHAS, 2013). De conformidade com as diretrizes, a análise da obesidade envolve a avaliação de duas medidas simples, altura e peso, para calcular o Índice de Massa Corporal, definido como peso em quilogramas dividido pela altura em metros quadrados (kg/m²). Como o IMC descreve o peso corporal relativo à altura, apresenta uma íntima correlação com o conteúdo total de gordura corporal nos adultos. Um Índice de Massa Corporal entre 25 e 29,9 é considerado como indicando excesso de peso; a obesidade é apontada por um Índice de Massa Corporal de 30 ou mais (ACSM, 2003). Rexrode et al. (1998), o IMC não reflete, necessariamente, a distribuição da gordura corporal. A medida da distribuição de gordura é importante na avaliação de sobrepeso e obesidade porque a gordura visceral (intra-abdominal) é um fator de risco potencial para a doença, independentemente da gordura corporal total. Indivíduos com o mesmo IMC podem ter diferentes níveis de massa gordurosa visceral. Por exemplo, a distribuição de gordura abdominal é claramente influenciada pelo sexo: para algum acúmulo de gordura corporal, o homem tem em média duas vezes a quantidade de gordura abdominal do que a mulher na pré-menopausa (LEMIEUX, 1993). Existem limitações quanto ao uso do IMC para quantificar a gordura corporal, pois este não separa a gordura da massa magra, sendo assim alguns indivíduos que Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 260 Segundo Mcardle et al. (2008), as estimativas mundiais indicam que 300 como obesos. Então a obesidade é mais bem definida como sendo o excesso de gordura corporal e não somente o excesso de peso (ANJOS, 1992). Quando se trata de avaliar o percentual de gordura em crianças, percebe-se uma carência de técnicas disponíveis. “Parece assim oportuno rever criticamente o uso do Índice de Massa Corporal, especialmente em crianças e adolescentes, se possível propondo alternativas que aliem simplicidade a uma maior coerência matemática e teórica” (GUEDES & GUEDES, 2001). Bergmam et al. (2011), apresentaram o índice de adiposidade corporal (IAC) como uma alternativa mais fidedigna para quantificar a gordura corporal, utilizando a medida do quadril e a altura. A fórmula proposta para o cálculo do IAC é: [Quadril/(altura x √altura)] – 18. Ressaltaram que a nova medida apresenta maior correlação com a gordura corporal, quando esta foi medida por densitometria, que o clássico IMC. Apesar disso, os autores salientaram que é importante repetir o estudo em outras populações, como os indivíduos de origem europeia, uma vez que a pesquisa foi realizada com indivíduos de origem mexicana e africana. 3. METODOLOGIA Esta pesquisa descritiva foi realizada com 100 alunos adolescentes de ambos os sexos do ensino médio de uma escola pública na cidade de Matipó. Segundo Gil, pesquisas descritivas: Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2002, p.41-42). Para a avaliação do nível de sobrepeso e obesidade foram utilizados como instrumento de pesquisa, avaliações de Índice de Massa Corpórea (IMC) e o Índice de Adiposidade Corporal (IAC) e coletado nos meses março e abril de 2015. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), a cidade de Matipó localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira. Foi fundada em 17 de dezembro de 1938. Localizada numa altitude de 615 metros e Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 261 tenham alto percentual de massa magra podem erroneamente serem classificados base de sua economia é agropecuária e cafeicultura. As informações serão coletadas após a autorização através do Termo Consentimento Livre Esclarecido do (TCLE) correlacionadas e tabuladas conforme tabelas da World Health Organization, (1995) e Bergman, (2011), em arquivo Excel versão 2014. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados e discussão desse estudo apresentam uma única etapa quantitativa, organizada através de gráficos. Através das coletas de dados do IMC juntamente com o IAC em alunos do ensino médio de uma escola pública da cidade de Matipó, obtivemos os seguintes resultados: em relação ao gênero, 70% dos indivíduos são do sexo feminino e 30% são do sexo masculino, sendo N=100. Em relação de moradia dos indivíduos percebemos que 85% são da área urbana e 15% da área rural. Os indivíduos do sexo feminino apresentaram em média, IMC de 21,9 classificando como percentil entre 5 a 85 diagnosticando-os como adequado e IAC de 27,5 também apresentando valores dentro da normalidade e os do sexo masculino IMC de 20 e IAC de 20,5, ambos em situação de um quadro de normalidade. Um percentil de IMC maior ou igual a 85 é caracterizado sobrepeso, o que pode variar de acordo com a idade e o sexo, conforme a tabela preconizada pela Organização Mundial da Saúde (1995). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 262 a 244 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 17.639 habitantes e a 263 Figura 1: Tabela de Percentil do IMC, segundo a WHO (1995). Série1; 16; 47 Idades dos Participantes Série1; 17; 25 Série1; 15; 21 Série1; 18; 7 Figura 2: Idade dos participantes Fonte:Dados da pesquisa Em relação a idade dos indivíduos participantes, observamos que a maioria da amostra se encontra no período da adolescência, conforme a figura 2. Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004) a adolescência é um período da vida que começa aos 10 anos e vai até os 19 anos. Já para o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) esta idade começa aos 12 anos e vai até aos 18 anos, onde acontecem várias mudanças físicas, psicológicas e comportamentais (ECA, 1990). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. obtivemos os seguintes dados: Figura 3 :Distribuição de frequência dos pesos dos indivíduos Fonte:Dados da pesquisa Cerca de 30% dos participantes da pesquisa tem seu peso distribuído entre 52,0 e 58,5 kg. Analisando a figura 4, observamos que 77% da amostra apresentam IMC adequado, 2% estão abaixo do peso e 21% encontram-se em um quadro de sobrepeso. Índice de Massa Corporal Série1; Adequado; 77 Série1; Sobrepeso; 21 Série1; Abaixo do Peso; 2 Figura 4 :Índice de Massa Corporal Fonte:Dados da Pesquisa A World Health Organization/OMS (2012) elaborou classificação com patamares de Índice de Massa Corporal (IMC) para determinar se a pessoa Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 264 Levando em consideração a distribuição da frequência de peso da amostra Portanto, o IMC é utilizado para aferir se o peso do indivíduo é normal ou acima do normal. O cálculo do IMC é realizado através do peso do sujeito dividido pelo quadrado da sua altura (IMC=Peso/Altura2). Relação entre Moradia e IMC64 Urbano; Adequado; Urbano; Sobrepeso; 20 Rural; Adequado; 13 Urbano; Baixo do Rural; Baixo do Peso; 1 1 Peso; Rural Rural; Sobrepeso; 1 Urbano Figura 5:Relação entre Moradia e IMC Fonte:Dados da pesquisa Relacionando os dados moradia x IMC observamos, que apenas 2% da amostra estão abaixo do peso, 21% estão em um quadro de sobrepeso, os outros 77% estão dentro do padrão adequado, sendo observado que somente 6,66% dos moradores da zona rural encontram-se em um estágio de sobrepeso, estes valores sobem para 23,53% quando analisamos somente moradores da zona urbana. Dados apontam que no Brasil, a obesidade é mais presente no meio urbano, sendo que em todas as regiões brasileiras a distribuição de excesso de peso é mais elevada na área urbana do que na área rural. Entretanto, a partir da década de 70 vem sendo observadas mudanças no perfil do estilo de vida das populações rurais, devido à modernização e desenvolvimento do campo, assim tendo uma grande repercussão nas grandes transformações sociais, culturais e econômicas (MONTEIRO et al. 2000). Relacionando o índice de adiposidade corporal (IAC), quanto ao gênero, observamos que 90% dos indivíduos do gênero feminino apresentam adiposidade normal e 10% se encontram em um quadro de sobrepeso ou obesidade, e que 96,66% Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 265 apresentava sobrepeso (IMC=25 a 29 kg/m²) ou obesidade (IMC> 30 kg/m²). encontram em um quadro de obesidade. Relação entre Gênero x Índice de Adiposidade Corporal ( IAC ) 70 63 60 50 40 29 30 20 10 1 0 6 1 0 Adiposidade Normal Sobrepeso Feminino Obesidade Masculino Figura 6: Relação entre Gênero e Índice de Adiposidade Corporal(IAC) Fonte: Dados Da Pesquisa O Índice de Adiposidade Corporal (IAC), obtido por meio da fórmula de Bermam et al (2011): [Quadril/(altura x √altura)] – 18, também foi utilizado para avaliar a gordura corporal, e posterior comparação entre os métodos. O valor encontrado foi classificado segundo os pontos de cortes: Mulheres: 21 a 32 pontos, índice de gordura saudável; 33 a 38, acima do peso; acima de 38 pontos, obesidade. Homens: 8 e 20 pontos, peso normal; 21 a 25 acima do peso; mais de 25 pontos, obesidade (BERGMAM et al, 2011). Relação entre Índice de Massa Corporal (IMC) x Índice de Adiposidade Corporal ( IAC ) 92 100 77 80 60 40 20 21 2 8 0 0 Abaixo do peso Adequado/Normal IMC Sobrepeso/Obesidade IAC Figura 7 :Relação entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e Índice de Adiposidade Corporal(IAC) Fonte: Dados Da Pesquisa Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 266 dos os indivíduos do gênero masculino apresentam adiposidade normal e 3,34% se podemos observar que 21% da amostra são diagnosticadas como sobrepeso ou obesidade levando em conta somente o IMC e que este valor reduz significativamente para apenas 8% quando utilizamos somente o método do IAC. A forma mais amplamente recomendada para avaliação do peso corporal em adultos é o IMC (índice de massa corporal), recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Esse índice é calculado dividindo-se o peso em quilogramas (Kg) pela altura em metros elevada ao quadrado. Existem limitações quanto ao uso do IMC para quantificar a gordura corporal, pois este não separa a gordura da massa magra, sendo assim alguns indivíduos que tenham alto percentual de massa magra podem erroneamente serem classificados como obesos. Então a obesidade é mais bem definida como sendo o excesso de gordura corporal e não somente o excesso de peso, (SILVA et al. 2014). Recentemente os autores Bergmam et al (2011), apresentaram o índice de adiposidade corporal (IAC) como uma alternativa mais fidedigna para quantificar a gordura corporal, utilizando a medida do quadril e a altura. A fórmula proposta para o cálculo do IAC é: [Quadril/(altura x √altura)] – 18. Ressaltaram que a nova medida apresenta maior correlação com a gordura corporal, quando esta foi medida por densitometria, que o clássico IMC, apesar disso, os autores salientaram que é importante repetir o estudo em outras populações, como os indivíduos de origem europeia, uma vez que a pesquisa foi realizada com indivíduos de origem mexicana e africana. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O panorama mundial e brasileiro de doenças crônicas não transmissíveis tem se revelado como um novo desafio para a saúde pública. A complexidade do perfil nutricional que ora se desenha no Brasil revela a importância de um modelo de atenção à saúde que incorpore definitivamente ações de promoção da saúde, prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis (NAHAS, 2013). As prevalências de sobrepeso e obesidade cresceram de maneira importante nos últimos 30 anos. Neste cenário epidemiológico do grupo de doenças crônicas não transmissíveis, destaca-se a obesidade por ser simultaneamente uma doença e um Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 267 Quando comparamos os resultados obtidos do IMC em relação ao IAC, igualmente com taxas de prevalência em elevação no país (SOARES et al. 2013). A globalização, o consumismo, a necessidade de prazeres rápidos e respostas imediatas contribuem para o aparecimento da obesidade como uma questão social. A obesidade envolve uma complexa relação entre corpo-saúde-alimento e sociedade, uma vez que os grupos têm diferentes inserções sociais e concepções diversas sobre estes temas, que variam com a história (CASTRO, 2010). A World Health Organization, (2012), alerta para a necessidade urgente do treinamento de todos os profissionais da área envolvidos no controle de sobrepeso e obesidade, pois a prevenção tende a ser mais eficaz a longo prazo do que se tratando suas consequências posteriormente. A detecção precoce dos quadros de sobrepeso torna-se fundamental no processo de prevenção e intervenção junto ao mesmo. O aperfeiçoamento de métodos e mecanismos indicadores de sobrepeso e obesidade, assim como de todo perfil antropométrico tem função de destaque dentro da classificação deste sistema. Através do presente instrumento de pesquisa, concluímos que a grande maioria da amostra pode ser classificada em um patamar de normalidade quanto ao IMC e ao IAC, apesar de uma variação de 13 pontos percentuais no quadro de sobrepeso e obesidade quando correlacionados os indicadores. Observamos ainda uma maior prevalência de sobrepeso em indivíduos residentes nas áreas urbanas comparada aos que residem no meio rural, assim como o mesmo fenômeno acontece nos indivíduos do gênero feminino comparados aos do gênero masculino. Recomenda-se a realização de estudos periódicos envolvendo diversas faixas etárias e gêneros, assim como, abrangendo diferentes regiões a níveis regionais e estaduais a fim de comparar os indicadores de sobrepeso e obesidade da população em geral, servindo como alicerce para as políticas públicas a serem adotadas. REFERÊNCIAS ABRANTES, Marcelo M.; LAMOUNIER, Joel A.; COLOSIMO, Enrico A. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes das regiões Sudeste e Nordeste. Jornal Pediatria, v. 78, n. 4, p. 335-340, 2002. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 268 fator de risco para outras doenças deste grupo, como a hipertensão e o diabetes, ANJOS, L. A. Índice de massa corporal (massa corporal.estatura-2) como indicador do estado nutricional de adultos: revisão da literatura. Revista de Saúde Pública, S. Paulo 26 (6), 1992 BERGMAN, R.N.;STEFANOVSKI, D.;BUCHANANT, T. A.; SUMNER, A. E.; REYNOLDS,J. S.; SEBRING, N. G.; XIANG, A. H.;WATANABE, R. M. A better index of body adiposity. Obesity.March, 2011. CASTRO. G Portal da Educação Física Disponível:<http://www.educacaofisica. com.br/noticias/quase-metade-dos-brasileiros-esta-acima-do-peso>acesso em 21 mai .2015 COSTA, R F. Composição Corporal: Teoria e Prática da Avaliação. Manole, 2001. DÂMASO, A.; TEIXEIRA, L. & CURI, M. Atividades Motoras na Obesidade. In: FISBERG, M. Obesidade na Infância e Adolescência. pg 91-99. São Paulo. Fundação BYK, SP, 1995. 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Avaliação Nutricional Antropométrica em Adolescentes com Sobrepeso e Obesidade. Vittalle, Rio Grande, 19(1), 59-68, 2007. Luiza de Abreu Costa – Graduada em Enfermagem, Especialista em Gestão Microrregional em Saúde, Pós Graduada em Enfermagem do Trabalho. Professora Faculdade Vértice – Univértix . Lúcia Helena Silva Côrrea Lourenço – Graduada em Enfermagem. Mestre e Doutora em Enfermagem, Professora Associado da Escola de Enfermagem Anna Nery/Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEAN/UFRJ). Avaliadora Institucional e de Cursos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC). [email protected] RESUMO As principais doenças ocupacionais desenvolvidas pelos professores de ensino fundamental e médio estão intrinsecamente relacionadas à função de ensinar. As de mais destaque são as psicofísico sociais, levando-os ao afastamento das atividades diárias, geradas pela extenuante rotina de trabalho. Sobre essa ótica, o objetivo desse estudo foi levantar quais problemas de saúde associados à profissão mais acometiam os professores. Foram utilizadas as bases de dados LILACS, SciELO, sendo selecionados 17 artigos, publicados no período de 2000 a 2014. Os problemas mais comuns levantados foram: depressão, estresse, desmotivação, fadiga, Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Outro ponto considerável é o desenvolvimento de transtornos mentais como a Síndrome de Burnout, considerado fenômeno psicossocial de importante relevância. Considera-se que os inúmeros problemas relacionados à saúde ocupacional, possibilitaram o conhecimento das causas dos adoecimentos entre os professores, em que os transtornos psíquicos ficaram em primeiro lugar entre os diagnósticos que provocam afastamentos. PALAVRAS-CHAVE: doenças ocupacionais; professores; condições de trabalho. 1 - INTRODUÇÃO Os professores, no exercício da profissão, podem desenvolver doenças relacionadas ao trabalho. A extensa carga horária ocasionada por diferentes vínculos de trabalho são fatores potencializadores de doenças. Associado a esta situação, está a necessidade de deslocamento entre as instituições de ensino. Este movimento visa, inicialmente, o sustento financeiro. A carreira docente precisa de políticas públicas que garantam as condições adequadas de trabalho. A ausência das condições mínimas para trabalhar vem gerando problemas de saúde nos professores. As condições de trabalho e a necessidade de subsistência vêm provocando doenças nos professores. Isto, por sua vez, compromete o processo de ensino e aprendizagem. Este é um dos inúmeros Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 272 PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO: PROBLEMAS MAIS COMUNS QUE ACOMETEM À SAÚDE - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA processo. De acordo com a UNESCO, o Brasil é o terceiro país que paga os menores salários aos trabalhadores da educação (BARRETO, 2004). Entre as diferentes doenças que têm acometido a saúde desses trabalhadores, o estresse tem estado bastante presente e, muitas vezes, é associado ao exercício da profissão e também às condições de trabalho. Destaca-se como situações geradoras de estresse a insegurança, a baixa remuneração salarial, a violência escolar, os constrangimentos institucionais, o meio social de atuação, a jornada de trabalho, a aposentadoria com valor insuficiente para subsistência. São situações relacionadas à política de emprego e de progressão funcional na carreira. Identificar as situações do ambiente de trabalho que podem desencadear algum problema de saúde e relaciona-las com a atividade desenvolvida é de grande importância. Tentar minimizar os efeitos dessas situações na saúde desses trabalhadores permitirá implantar um trabalho educativo preventivo, visando a qualidade da saúde do professor. Será necessário implantar propostas/ações voltadas ao planejamento visando melhorar a qualidade de vida e que oportunize uma aproximação com as questões relativas à saúde do professor. O contato e a vivência com professores e suas dificuldades no ambiente escolar foi a mola propulsora para realizar esta pesquisa. Trata-se de trazer à luz a urgente discussão de políticas públicas que venham valorizar a saúde do professor e que colabore para a transformação da educação brasileira. Diante do exposto, este estudo tem como objetivo, levantar quais os problemas de saúde que mais acometem os professores do ensino fundamental e médio, que podem ser associados ao exercício da profissão. 2 - METODOLOGIA Trata-se de um estudo construído por meio de pesquisa bibliográfica. As fontes foram artigos disponíveis na internet. Os dados foram levantados nos meses fevereiro e março de 2014, através da busca nos seguintes bancos de dados: LILACS e SciELO. Foram utilizados como critérios de inclusão os textos que abordavam o tema principal do artigo em questão: as doenças dos professores dos níveis fundamental e médio. Foram encontrados 33 artigos referentes ao adoecimento dos professores, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 273 problemas que gestores de escolas enfrentam, ou seja, a “estrutura dorsal” deste médio. Ao final, foram selecionados 17 artigos para pesquisa. 3 - DESENVOLVIMENTO A função de ensinar é muito anterior ao processo de criação das primeiras instituições educadoras. Antes que a escrita fosse desenvolvida, a oralidade, em conjunto com outros processos comunicacionais, teve a importante função de repassar aquilo que era considerado importante. Instigado pela simples imitação ou pelo relato oral, o homem conseguiu produzir e difundir as mais variadas maneiras de se relacionar com o mundo que o cerca. (SOUSA, 2014) Segundo Hanse (2014), no Brasil, os padres da Companhia de Jesus, instalaram a primeira escola em 1549. O ensino naquela época era tradicional, que permaneceu por aproximadamente trezentos e oitenta e três anos. A educação oficial no Brasil começa em 15 de outubro de 1827, com um decreto imperial de D. Pedro I, que determinava que "todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras". Na data de promulgação do decreto é comemorado o Dia do Professor. A data, contudo, somente entrou para o calendário oficial da nação em 1963. No entanto, a partir dos anos 30, no Governo de Vargas, houve a criação dos grupos escolares. O ensino público gratuito foi organizado para atender mais alunos. Nessa época, o poder público passou a se responsabilizar efetivamente pela educação das crianças. Com isto, houve a expansão e interiorização dos grupos escolares e as primeiras escolas de formação superior de professores em licenciaturas surgiram (BRASIL, 2014). No século XVI descreviam-se as primeiras relações entre trabalho e doença, mas apenas em 1700, no século XVIII, foi que direcionado a atenção para as doenças profissionais, quando o italiano Bernardino Ramazzini publicou o livro De Morbis Artificum Diatriba - As Doenças dos Trabalhadores – (Nogueira, 2000) em que descreve uma série de doenças relacionadas com mais de cinquenta profissões diferentes. Güetter (2014), afirma que a rotina extenuante dos professores tem levado os responsáveis pela formação de novos cidadãos ao adoecimento. Esse cenário é comprovado por dados da Organização Internacional do Trabalho, que destaca que a profissão está entre as mais desgastantes do mundo, gerando alta incidência de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 274 sendo excluídos aqueles que enfocavam os professores dos níveis fundamental e altamente estressante com repercussões evidentes na saúde e no desempenho profissional dos docentes (REIS et. al, 2006). Gasparini, Barreto e Assunção (2005) defendem que o sistema escolar transfere ao profissional a responsabilidade de cobrir as lacunas existentes na instituição, a qual estabelece mecanismos rígidos e redundantes de avaliação e contrata um efetivo insuficiente. E que embora o sucesso da educação dependa do perfil do professor, a administração escolar não fornece os meios pedagógicos necessários à realização das tarefas, cada vez mais complexas. Os professores são compelidos a buscar, então, por seus próprios meios, formas de requalificação que se traduzem em aumento não reconhecido e não remunerado da jornada de trabalho. Kyriacou (1987) e Friedman (1991) afirmam que o estresse dos professores deve ser entendido como ameaça ao seu bem-estar e autoestima, podendo levar ao desenvolvimento de sentimentos negativos, como a desmotivação e a insatisfação. Na prática, pode se manifestar pela diminuição da qualidade das atividades desenvolvidas na sala de aula, o que pode acabar por traduzir-se em efeitos indesejáveis no rendimento acadêmico dos alunos. Batista (2010) relata que o trabalhador da educação está adoecendo. Em meio aos agravos mais recorrentes na categoria docente, observa-se que os transtornos mentais ocupam um lugar de destaque. Dentre os transtornos mentais mais comuns entre professores se encontra a Síndrome de Burnout, um fenômeno psicossocial que surge como uma resposta crônica aos estressores interpessoais ocorridos na situação de trabalho, que acomete profissionais que mantêm uma relação constante e direta com outras pessoas, como professores, médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, policiais, bombeiros etc. Maslach, Schaufeli e Leiter (2001) definem as três dimensões da síndrome: exaustão emocional, caracterizada por uma falta ou carência de energia, entusiasmo e um sentimento de esgotamento de recursos; despersonalização, que se caracteriza por tratar os clientes, colegas e a organização como objetos; e diminuição da realização pessoal no trabalho, tendência do trabalhador a se auto avaliar de forma negativa. As pessoas sentem-se infelizes consigo próprias e insatisfeitas com seu desenvolvimento profissional. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 275 licença por conta de problemas de saúde. Ensinar é uma atividade, em geral, questões divergentes, todas encontram no mínimo cinco elementos comuns: existência da predominância de sintomas relacionados à exaustão mental e emocional, cansaço/fadiga e depressão; ênfase nos sintomas comportamentais e mentais e não nos sintomas físicos; os sintomas do burnout são relacionados ao trabalho; os sintomas acabam por manifestar-se em pessoas “normais” que não sofriam de distúrbios psicopatológicos antes do surgimento da síndrome e a diminuição do desempenho no trabalho ocorrido por causa de atitudes e comportamentos negativos. Segundo SinproRio (2009), as causas físicas para o adoecimento são oriundos das más condições de trabalho, como alterações nas cordas vocais, alergias ao giz, tendinites, distúrbios do sono, distúrbios sexuais, alterações da atenção e da memória, irritabilidade, agressividade, dores na coluna e de cabeça e problemas cardíacos. Outros problemas citados ainda são a precariedade das condições de trabalho, número excessivo de alunos por sala de aula, o barulho no ambiente interno e externo como elemento que interfere no raciocínio, o enfrentamento desrespeitoso dos alunos, as várias jornadas de trabalho em diferentes vínculos ou colégios, a pressão dos gestores em busca de resultados positivos. A Revista Proteção (2011) publicou matéria sobre as consequências das condições de trabalhado na saúde dos professores. Destacou que o aumento na demanda de trabalho, a exigência de produtividade e de qualidade e as inúmeras jornadas de trabalho estão aumentado os casos de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) em professores. As DORT’s compreendem uma gama diversificada de patologias que se apresentam sempre de forma gradual, com uma evolução progressiva, gerando perda considerável da capacidade funcional laboral. Estas causam grandes prejuízos físicos e financeiros para todos, para o trabalhador e sua família, para os empregadores, para a sociedade e para a previdência social, se constituindo como um grande problema de saúde pública, principalmente nos países industrializados. (VERONESI, 2008) Dentre as causas podemos citar a fadiga, a baixa motivação e o estresse como importantes aspectos relacionados ao surgimento de doenças ocupacionais. A utilização biomecanicamente incorreta dos seguimentos, o uso de força excessiva, a manutenção prolongada de posturas incorretas, a repetitividade de um mesmo padrão Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 276 Pontuam também que, nas várias definições do burnout, embora com algumas importantes fatores predisponentes ao desenvolvimento de disfunções e lesões musculoesqueléticas de origem ocupacional em professores. (OLIVEIRA, 2003) As doenças profissionais ou do trabalho são classificadas no Decreto 2.172, de 05 de março de 1997, nos artigo 132, incisos I e II, e no Anexo II. São equiparadas, para todos os efeitos legais, ao acidente do trabalho. (BRASIL, 1997) No Brasil, a incidência e a prevalência das DORT se assemelham às dos países industrializados. Pesquisa encomendada ao DATAFOLHA (2001), pelo Instituto Nacional de Prevenção de DORT, em convenio com o Ministério da Saúde, revelou 310 mil trabalhadores portadores de DORT, ou seja, 6% da população empregada, sem contar os trabalhadores que nunca procuraram serviço médico, gerando gastos altíssimos com acidentes e doenças do trabalho. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Os dados levantados nesse estudo descrevem o perfil de adoecimento dos professores e suas causas principais. Observou-se que os professores têm mais risco de sofrimento psíquico e a prevalência desses transtornos é maior entre eles, quando comparados a outros grupos. Embora os dados acerca de afastamentos não indiquem a real dimensão do problema de saúde dos professores, tais incidências podem ser tomadas como pistas sobre situações que merecem maior aprofundamento e análise, como no caso dos docentes. A relação saúde e trabalho permite supor associações entre os problemas de saúde identificados na categoria dos professores e também as condições ergonômicas de trabalho também descritas na literatura consultada, desencadeando as DORT. Destaca-se, ao finalizar este trabalho, que tanto o estresse quanto o burnout no ensino ocorram há muito tempo entre os professores. O desafio dessa categoria profissional é identificar e declarar o estresse e o burnout sentidos. Seria fundamental a prevenção, a busca de alternativas para possíveis modificações, na qual o sujeito exerça sua atividade profissional, podendo dessa forma identificar a origem da exposição aos fatores de risco para o adoecimento da categoria dos trabalhadores do ensino, desenhando soluções na realidade que os Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 277 de movimento e a compressão mecânica de estruturas corporais, são também adoecimento dos professores relacionando-o ao trabalho. Por fim, muitos autores também destacam que o professor conhece muito pouco sobre si mesmo. REFERÊNCIAS BARRETO, M. “Os educadores estão doentes. Quem são os responsáveis?” Informativo do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife. Recife: SIMPERE, novembro de 2004. BATISTA, Jaqueline Brito Vidal et al. Prevalência da Síndrome de Burnout e fatores sociodemográficos e laborais em professores de escolas municipais da cidade de João Pessoa, PB. Setembro, 2010. BRASIL. Decreto 2.172, de 05 de março de 1997. Publicado no Diário Oficial da União em 06/03/1997. Brasília, p6924. Disponível em: < http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/23/1997/2172.htm>Acesso em: 30 ago. 2014. BRASIL. In: MINISTÉRIO da Educação. Brasília. Seja um Professor. Disponível em: <http://sejaumprofessor.mec.gov.br/internas.php?area=curiosidades&id=comoSurgiu >. Acesso em: 30 ago. 2014. FRIEDMAN, I. High- and low-burnout schools: School culture aspects to teacher burnout. In: GOMES, A. P. R. e QUINTÃO, S.R. Burnout, satisfação com a vida, depressão e carga horária em professores. Análise Psicológica vol.29 nº2 .Lisboa. Abril 2011. GASPARINI, Sandra Maria; Barreto, Sandhi Maria. & Assunção, Ada Ávila. O professor, as condições de trabalho e os efeitos sobre sua saúde. Agosto 2005. GÜETTER. Crislaine. 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[email protected] RESUMO O presente documento trata de uma abordagem terapêutica do exercício físico como atenuante dos sintomas da Doença de Parkinson (DP) em dois indivíduos, através da realização de avaliações diagnósticas para um estudo do caso. O objetivo é realizar uma análise comparativa do estado clínico de pacientes diagnosticados com a doença de Parkinson após intervenção do exercício físico. A Doença de Parkinson (DP) é uma das patologias neurodegenerativas mais diagnosticadas entre a população idosa. Caracteriza-se pela presença de tremor em repouso, bradicinesia, rigidez muscular e instabilidade postural. O exercício físico não leva ao desaparecimento da doença, porém, pode retardar sua progressão, principalmente no que diz respeito à rigidez muscular e lentidão dos movimentos. O estudo encontra-se em andamento. PALAVRAS-CHAVE: Doença de Parkinson; Exercício Físico; Sintomas; Profissional de Educação Física. 1 - INTRODUÇÃO A população mundial é considerada cada vez mais idosa. Sendo também cada vez mais tardia a data de aposentadoria, fazendo com que dificilmente uma pessoa esteja aposentada antes dos 60 anos de idade. Em virtude disso, as doenças predominantes na terceira idade começam a receber uma atenção cada vez maior. Um exemplo é a Doença de Parkinson (DP) (LIMONGI, 2001). A Doença de Parkinson (DP) é uma das patologias neurodegenerativas mais diagnosticadas entre a população idosa. Caracteriza-se pela presença de tremor em repouso, bradicinesia, rigidez muscular e instabilidade postural. Esta doença manifesta-se principalmente em adultos acima dos 50 anos e estima-se que a cada ano apareçam 20 casos por grupo de 100 mil habitantes em nosso país, aumentando com a idade para até 1% da população acima dos 65 anos, tendo discreta predominância no sexo masculino e afetando igualmente todas as raças (SANTOS, 2003). Porto (2001), complementa ao se referir à alguns sintomas da doença de Parkinson (DP): Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 280 ABORDAGEM TERAPÊUTICA DO EXERCÍCIO FÍSICO COMO ATENUANTE DOS SINTOMAS NA DOENÇA DE PARKINSON: ESTUDO DE CASO. A Doença de Parkinson é considerada cosmopolita, uma vez que não apresenta distinção entre as classes sociais, nem entre raças; acometendo homens e mulheres, principalmente, na faixa etária entre 55 a 65 anos, porém tende a ocorrer com maior frequência em homens (LIMONGI, 2001). Em alguns casos, a DP pode manifestar-se também em indivíduos com menos de 40 anos, caracterizando o Parkinsonismo Precoce (PP) (BARBOSA; SALLEM, 2005). Apesar de sabermos que a DP, atinge ambos os sexos, existem estudos que sugerem que os homens correm duas vezes mais risco de ser acometido pela doença. No entanto, como no mundo inteiro as mulheres vivem mais do que os homens, e a doença atinge mais comumente as pessoas mais idosas, há tantas mulheres quanto homens convivendo com a DP (OXTOBY E WILLIAMS, 2000). A patologia denominada por Parkinson, identificada como paralisia agitante foi caracterizada pela presença de movimentos tremulantes involuntários, diminuição da força muscular, tendência à inclinação do tronco para frente e alterações da marcha (festinação), sendo que os sentidos e o intelecto estavam preservados. A causa da DP ainda permanece desconhecida, porém um passo importante nos conhecimentos sobre processos que determinam a morte de neurônios nigrais foi dado a partir das observações clínicas e experimentos realizados na Califórnia por William Langston, da Universidade de Stanford e seus colaboradores entre 1982 e 1983. (ANDRADE et al., l998). O diagnóstico da Doença de Parkinson deve ser realizado pelo médico Neurologista por exclusão. Após a descrição dos sintomas pelo paciente medicamentos utilizados, tremor em repouso, bradicinesia e rigidez, o médico pede alguns exames como: eletro encefalograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética e análise do líquido espinhal, para ter certeza de que o paciente não possui nenhuma outra doença no cérebro. O diagnóstico só passa a ser confirmado se houver a presença de três dos sintomas da DP e se for concluído que não há outra doença afetando o indivíduo (REIS, 2004). A doença se caracteriza por uma degeneração da substância negra e outros núcleos pigmentados do tronco cerebral. Como consequência ocorre uma diminuição Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 281 A DP é composta por vários sinais e sintomas, basicamente relacionados a desordens da motricidade e possui uma tríade clínica, característica essa que é composta por tremor, bradicinesia e rigidez, causadas pela deficiência de dopamina. concentram num controle deficiente dos movimentos (SANTOS, 2003). Como a Doença de Parkinson é uma enfermidade incurável e degenerativa, todo o tratamento visa a melhorar seus sintomas e retardar sua progressão. O tratamento estabelecido dependerá da condição em que se encontra o paciente e em que estágio se encontra. Logo de início não são utilizadas medicações, porém o tratamento farmacológico objetivo restabelecer os níveis de dopamina no cérebro, indicado assim que o paciente começa a ter prejuízos com a sintomatologia da doença (REIS, 2004). A causa da doença de Parkinson não é conhecida, várias teorias têm sido aventadas. A natureza exata deste processo ainda não é bem compreendida, mas parece haver desenvolvimento ativo de toxidade neuronal relacionado a mecanismo de estresse oxidativo por um ou mais eventos diferentes (LIMONGI, 1997). A taxa de incidência anual é de prevalência de 187 por 100.000 habitantes, e ocorre tipicamente da quinta à sétima década em ambos os sexos, (TEIVE, 1998). A diminuição da força muscular ocorre de forma efetiva no parkinsoniano. A fraqueza decorrente da doença leva os indivíduos à insegurança na realização das atividades, limitando-os a atividades estritamente necessárias, levando a uma maior atrofia muscular e consequente diminuição da força (SCANDALIS et al., 2001). A evolução da DP é progressiva, desencadeada pela perda neural irreversível e incapacitante, pode ser avaliada em 5 estágios de gravidade: estágio 1, a doença é unilateral; estágio 2, existe envolvimento bilateral; estágio 3, comprometimento do equilíbrio associado; estágio 4, apresentação de incapacidade grave; estágio 5, o paciente encontra-se em cadeira de roda ou confinado ao leito (TEIVE, 1998). Segundo Hauser e Zesiewicz, (2001) o exercício físico não leva ao desaparecimento da doença, porém, pode retardar sua progressão, principalmente no que diz respeito à rigidez muscular e lentidão dos movimentos. Além disso, Shankar, (2002) afirma que o exercício físico melhora a sensação de bem-estar e o estado funcional do paciente. A reeducação postural e a manutenção do treinamento são os principais focos da atuação fisioterapêutica no tratamento da DP. Os exercícios realizados visam à manutenção da atividade muscular e flexibilidade. Na ausência de exercícios físicos, os músculos se atrofiam, o que a aumenta a rigidez típica do parkinsoniano (BOTTINO, 2005). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 282 da dopamina cerebral, gerando nos portadores de Parkinson manifestações que se doença de Parkinson seja tratada farmacologicamente, ou seja, que nesta fase o paciente pode se beneficiar de outros tratamentos, tais como, o fisioterápico, fonoterápico e da terapia ocupacional. Segundo Santos, (2003) as principais formas de tratamentos existentes atualmente são medicamentosas e fisioterápicas, mas existe uma tendência cada vez mais forte ao tratamento através do exercício físico. O exercício físico atua em todas as fases do Parkinson, visando manter os níveis de força muscular, coordenação motora, capacidade cardiorrespiratória e flexibilidade, valências físicas indispensáveis ao paciente parkisionista. Mohr, (1996) afirma que a terapia física e esportiva (especialmente atividades de resistência) entre indivíduos deprimidos com DP, proporciona também melhoras significativas no humor. O objetivo do presente estudo é realizar uma análise comparativa do estado clínico de pacientes diagnosticados com a doença de Parkinson após intervenção do exercício físico, através de um estudo de caso. 2 - METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa que será realizada à luz da abordagem de pesquisa quantitativa (THOMAS E NELSON, 2002). Serão realizadas avaliações da composição corporal, flexibilidade e aptidão cardiorrespiratória em dois indivíduos portadores da DP. Sendo o indivíduo A do sexo masculino com 74 anos de idade e indivíduo B do sexo feminino, com 60 anos de idade. Após adotados os procedimentos técnico-científicos para realização da coleta de dados, serão realizados os cálculos e classificações do nível de aptidão cardiorrespiratório, composição corporal e flexibilidade de ambos, levando-se em consideração os protocolos de teste preconizados por (FERNADES FILHO, 2003). Os valores dos resultados obtidos, serão analisados através de estatística descritiva no software Excel for Windows e apresentados em tabelas, considerando-se média e desvio padrão. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. Após a coleta de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 283 Teive, (1998) afirma que nas fases iniciais nem sempre é necessário que a em consideração os valores médios e desvio padrão obtidos. REFERÊNCIAS ANDRADE, Luiz Augusto Franco de et ai. Doença de Parkinson: estratégias atuais de tratamento. São Paulo: Lemos, 1998. BARBOSA, E.; SALLEM, F. Doença de Parkinson – Diagnóstico. Rev Neurociências, v. 13, n. 3, p. 158-165, 2005. BOTTINO, C. Doença de Parkinson. 2005. Disponível em: <http://www. neurociencias.org.br/Display.php?Area=Textos&Texto=Parkinson>. Acesso 08/08/2015. em FERNANDES FILHO, J. A Prática da Avaliação Física. Rio de Janeiro: Shape, 2003. HAUSER, Robert; ZESIEWICZ, Theresa. A doença de Parkinson: perguntas e respostas. São Paulo: Novartis, 2001. LIMONGI, J. C. P. Conhecendo melhor a Doença de Parkinson – uma abordagem multidisciplinar com orientações práticas para o dia-a-dia. São Paulo: Plexius, 2001. MOHR B, MÜLLER V, MATTES R. Behavioral treatment of Parkinson's disease leads to improvement of motor skills and to tremor reduction. Behav Ther 1996;27:235-255. OXTOBY, Marie; WILLIAMS, Adrian. Tudo sobre doença de Parkinson: respostas às suas dúvidas. São Paulo: Andrade, 2000. PORTO, C. C. Semiologia médica. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. REIS, T. Doença de Parkinson. Porto Alegre: Pallotti, 2004. SANTOS, Mariane dos. Os Benefícios da Atividade Física para os Portadores do Mal de Parkinson. 2003. 40 p. Monografia (Licenciatura em Educação Física) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. SCANDALIS T.A., BOSAK A., BERLINER J.C, et al. Resistance training and gait function in patients with Parkinson's disease. In: Am J Phys Med Rehabil. New York. V.1, n. 80. p. 38-43, 2001. SHANKAR. Kamala. Prescrição de Exercícios. Rio de Janeiro: Guanabara . 2002. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 284 dados, pretende-se realizar a análise através de estatística descritiva destes, levando THOMAS, J.; NELSON, J. Métodos e pesquisa em atividade física. 3 ed, Porto Alegre: Artmed, 2002. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 285 TEIVE,H.A .G.- Doença de Parkinson Aspectos Clínicos e Cirúrgico. Rio de Janeiro, Guanabara, 1998. Anna Carolina Magalhães – Graduanda em Enfermagem, Bolsita FAPEMIG. Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O presente estudo teve por objetivo avaliar a prática gerencial dos enfermeiros, descrevendo os principais problemas que os mesmos enfrentam, delineando assim possíveis soluções. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizada por meio de aplicação de um questionário aberto. A pesquisa foi realizada em uma UPA Municipal. O universo da pesquisa compreendeu todos os profissionais graduados em enfermagem da referida UPA. A amostra foi composta por 10 enfermeiros, estes por sua vez foram entrevistados de forma aleatória de acordo com sua presença no plantão. Percebeu-se nessa pesquisa que o enfermeiro exerce papel fundamental nesse contexto, reconhece seu papel na equipe de saúde e tem visão significativa da relevância dos demais profissionais, no entanto, sabe que sua atuação está pautada nos pré-requisitos de embasamento teórico e prático. Além disso, reconhece as carências, dificuldades e necessidades vivenciadas no setor. PALAVRAS-CHAVE: Unidade de Pronto Atendimento; Gerência e prática em enfermagem; administração e recursos. 1. INTRODUÇÃO A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) é um espaço destinado ao atendimento das urgências e emergências, equipada com suporte médico e tecnológico avançando. De acordo com Souza (2012), em 2003 o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Urgência e Emergência, almejando estruturar e organizar a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) que oferece esse nível de atenção, com suporte médico e tecnológico avançado, maximizando a qualidade da assistência, impactando diretamente nas necessidades dos pacientes. Os pacientes atendidos em UPA muita das vezes estão em condições caracterizadas como emergências ou urgências, e dependendo do seu quadro clínico, passam por todo processo de atendimento sem saber o que está sendo feito, ou ainda, quando lúcidos e orientandos, situações em que desperta medo e ansiedade (SOUZA e BASTOS, 2008). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 286 O ENFERMEIRO NO CONTEXTO GERENCIAL: UMA ABORDAGEM PRÁTICA NO SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. assistência rápida, no tempo mínimo possível, com objetivo primordial de evitar complicação, sofrimentos e restabelecer as funções vitais do indivíduo. Já a emergência é classificada como condição ou agravo à saúde em que o paciente apresenta risco iminente de morte ou ainda, sofrimento intenso e ocorrência de lesões irreversíveis, exigindo tratamento e conduta médica imediata. Sendo assim, o planejamento surge como ferramenta essencial no contexto do gerenciamento da prática assistencial do enfermeiro, norteando suas ações, no qual, compreende um processo proativo e deliberativo reduzindo risco e incertezas. É nestes critérios que o enfermeiro deve elaborado seus planos de ação (MARQUIS e HUSTON, 2010). Entre os protocolos utilizados pelas equipes de urgências e emergências atuantes em UPA, a fim de organizar e reestruturar estes serviços destaca-se o Sistema Manchester de Classificação de Risco (SMCR), criado a partir de estudos do Grupo de Triagem de Manchester (GTM), fundamentado e embasado na necessidade de médicos e enfermeiros estabelecer priorização no atendimento ao paciente, em acordo com o potencial risco de morte. No Brasil o sistema de triagem foi recomendado em 2002, na portaria GM 2048, iniciando os processos de treinamento em Minas Gerais em 2007 pelo GTM, efetivado em 2010, e em uso em todo território mineiro, posteriormente, disseminando para outros estados do Brasil (ANZILIERO, 2011). Segundo Júnior e Mafra (2010) o objetivo do SMCR é atender os pacientes de acordo com o grau de prioridade, para isso utiliza o sistema de cores, de acordo com a sequência: vermelho, emergência (atendimento prioritário); laranja, muito urgente (tempo de espera de até 10 minutos); amarelo, urgente (tempo de espera em até 50 minutos); verde, pouco urgente (tempo de espera em até 120 minutos) e azul, não urgente (tempo de espera em até 240 minutos), reavaliando-o de acordo com a necessidade. Este sistema tem colaborado muito para melhoria contínua da assistência, exigindo da equipe conhecê-lo e saber aplicá-lo na prática, instruindo pacientes e direcionando-os para o local adequado de atendimento, salas separadas pelas cores descritas anteriormente, seguindo o grau de prioridade. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 287 Destarte, Cordoba (2012) define urgência como uma situação em que requer desenvolve seu processo de gestão em UPA? E, quais barreiras e dificuldades são encontradas por estes durantes esse processo? O presente estudo terá por objetivo avaliar o processo gerencial da assistência dos enfermeiros em serviços de urgências e emergências com fluxo alto, identificando as barreiras e dificuldades encontradas por estes para o exercício dessa função. As UPA representam um ambiente complexo, tumultuado e hostil para prática das atividades gerenciais e assistenciais dos enfermeiros, representado principalmente pelas condições clínicas dos pacientes, necessitando conhecimento técnico e administrativo por parte destes profissionais. Sendo assim, esse estudo é relevante, para evidenciar a prática gerencial do enfermeiro em unidades de urgência e emergência, descrevendo os principais problemas que os mesmos enfrentam, delineando assim possíveis soluções. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Enfermagem no contexto da gestão Kurcgant et al.(1991) salientam que o enfermeiro trabalha com profissionais que estão diretamente subordinados a ele, necessitando assim, assumir um estilo de liderança autocrático, democrático ou participativo. O enfermeiro é responsável por atividades gerenciais, assistenciais, educação continuada e pesquisa, necessitando introduzir princípios da administração científica e burocrática, sendo essenciais para o desenvolvimento de suas atividades no coletivo e na área hospitalar (SILVA, MENDONÇA E COSTA, 2005). Em concordância Spagnol (2005) salienta que o enfermeiro para gerenciar a assistência usufrui de métodos e estratégias de gestão oriundas da teoria clássica da administração. Para Marquis e Huston (2010) a teoria clássica da administração enfatiza a estrutura organizacional visionária do homem dentro do modelo econômico e pela maximização da eficiência e eficácia. Para uma gestão inovadora criar mecanismos de liderança e aprimorar a comunicação estabelecem pontos prioritários neste contexto, a comunicação é ponto inicial, aproximando lideres de liderados (GALVÃO et al., 2000). De acordo com Spagnol (2005), dentro do contexto de atuação da enfermagem no âmbito hospitalar, a gerência em enfermagem, tem assumido relação de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 288 Destarte, se delineia como questionamentos norteadores: como o enfermeiro efetivando ações diretamente relacionadas aos clientes e instituição. Na prática a enfermagem tem função significativa no contexto hospitalar, assumindo decisões coerentes e momentâneas, articuladas a outros profissionais, e em alguns casos específicos de modo individualizado. (SVALDI e SIQUEIRA, 2010). 2.2 Gerência e Cotidiano da Enfermagem em Unidades de Urgências e Emergência Os serviços de urgências e emergências estão contextualizados dentro do sistema de saúde do Brasil, configurando um setor onde pacientes buscam resolução para seus problemas, oriundos de causas diversas (MORAIS E MELLEIRO, 2013). De acordo com Souza e Bastos (2008), esses serviços funcionam durante 24 horas, atendendo pacientes com quadro agudo de ordem traumática ou psiquiátrica, no qual configuram caráter de urgência ou emergência, cuja finalidade final é resolver os problemas de saúde dos pacientes que os procuram, é considerado ainda, como porta de entrada para o SUS. O gerenciamento da assistência de enfermagem em serviços de urgências e emergências é um desafio a ser superado diariamente, em decorrência de inúmeros fatores associados, quadro clínico crítico dos pacientes, falha da assistência em atenção básica, diagnóstico insuficiente, sobrecarga de trabalho, estresse, entre outros, sobrecarregando os serviços oferecidos na UPA (SANTOS et. al., 2013). Entretanto, para Ruthes e Cunha (2007) no tangencial a área da enfermagem no que diz respeito às atividades assistenciais e gerenciais, envolve ações de complexidade e de especialidades, exigindo do enfermeiro gestor conhecimento e estudos de estilos de gestão, para obtenção de ferramentas norteadoras que possam viabilizar o desenvolvimento de suas funções. Os enfermeiros atuantes em unidades de urgências e emergências devem ter sua prática gerencial fundamentada em teoria, prática, iniciativa, estabilidade emocional, requerendo desenvolver habilidades de comunicação, relacionamento interpessoal e capacidade para tomada de decisões (SANTOS et. al., 2013). Garlet et. al., (2009) atribuem parte significativa da qualidade final da assistência em saúde aos enfermeiros, no qual interfere diretamente no produto final do trabalho em saúde, pois, estes permanecem todo o tempo junto aos pacientes, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 289 articulação entre os vários profissionais da equipe, organizando o fluxo de trabalho, surgem dentro deste âmbito de atuação. As UPA são complexas, diretamente relacionadas às condições clinico dos pacientes, com risco acentuado de morte, necessitando que a assistência ocorra de forma mais brevemente possível, estabelecendo o compartilhamento das responsabilidades com demais membros da equipe (FIGUEIREDO e VIEIRA, 2009). De acordo com Araújo (2008) o enfermeiro é o responsável por várias atividades dentro das unidades de urgências e emergências, destacando: coordenação, gerenciamento, planejamento e implementação de cuidados; ações administrativas, assistenciais de competência exclusiva do enfermeiro. Por ser uma área que exige mais dos profissionais atuantes, competências e habilidades técnicas-científicas, é fundamental usufruir de novas estratégias de intervenção e de gestão que diminuam as barreiras decorrentes destes ambientes. 3. METODOLOGIA A presente pesquisa pode ser considerada descritiva, de abordagem qualitativa, no qual foi realizada por meio da aplicação de um questionário estruturado aberto. Para Minayo (2004) a pesquisa de natureza qualitativa operacionaliza as aspirações, valores e atitudes, referindo que os fenômenos não podem ser quantificados. Assim, a abordagem qualitativa é essencial nessa pesquisa, oportunizando descrever com objetividade e clareza os serviços de gerência do processo da assistência, evidenciando as barreiras e dificuldades encontradas pelos enfermeiros atuantes no serviço de urgência e emergência em questão. A pesquisa descritiva visa descrever as peculiaridades de determinada população, fenomenologicamente ou por meio do estabelecimento de relações entre as variáveis, envolvendo o uso de técnicas padronizadas de coletas de dados. Assume em geral, a forma de levantamento (SILVA e MENEZES, 2001). O universo da pesquisa se refere a uma Unidade de Pronto Atendimento Municipal, anexada a uma Instituição Hospitalar de médio porte, localizada na Zona da Mata mineira, registrado no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde em 13 de setembro de 2003. É uma entidade Municipal sem fins lucrativos com gestão Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 290 familiares e/ou acompanhantes, expostos assim, as diversas intercorrências que de enfermagem, administração, e outros (CNESNet, 2000). A região de abrangência atendida pela UPA corresponde à microrregião de Manhuaçu, com um total de 271.143 habitantes e está dividida em vinte municípios. Possui uma área total de 4.855,959 km² (IBGE, 2010). O nível de atendimento é ambulatorial, de urgência e emergência e serviço auxiliar diagnóstico e terapia, com atendimento por meio de demanda espontânea do próprio Município ou referenciado por Municípios pactuados por sistemas de gestão. Os pacientes são recepcionados pela equipe de plantão, onde são triados e aplicados conduta, se necessários os pacientes são referenciados pelo Sistema Estadual de Regulação Assistencial (SUS-Fácil), especializado em localizar e alocar pacientes para tratamento fora do domicílio. A pesquisa foi realizada por meio da aplicação de um questionário estruturado aos enfermeiros da Unidade de Pronto Atendimento em questão, com questionamentos pertinentes a gestão da assistência realizada por estes e as dificuldades/barreiras encontradas. Os aspectos éticos foram baseados na Resolução 196/96 que norteia a prática de pesquisas envolvendo seres humanos, garantindo anonimato e autonomia para recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 1996). Diante disso, Boni e Quaresma (2005) mencionam que as entrevistas previamente estruturadas, apresentam significância por não fugir o foco do que esta sendo perguntado. Esse zelo oportuniza que as diferenças ocorram entre os respondentes e não em relação às perguntas. A pesquisa foi realizada por meio de uma reunião agendada previamente com o enfermeiro responsável técnico pela UPA descrita anteriormente, para apresentação da finalidade da pesquisa e posteriormente para os enfermeiros da UPA. Momento este em que foi realizada a leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, prosseguindo com a aplicação do questionário. A discussão dos dados se deu mediante as questões emergentes da coleta de dados. A amostra foi extraída dos profissionais de enfermagem que atuam na Unidade de Pronto Atendimento em questão, estes por sua vez foram entrevistados de forma aleatória e de acordo com sua presença no plantão. Compõem o corpus da pesquisa, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 291 municipal. Trabalham neste local em torno de 113 profissionais, entre médicos, equipe realizada nos meses de julho a outubro de 2014. Os dados utilizados nessa pesquisa foram obtidos por meio da entrevista de dez profissionais de enfermagem com curso superior, residentes do município de Manhuaçu, estes por sua vez são especialistas ou encontram-se em fase de conclusão da mesma. A tabela abaixo mostra a relação dos informantes entrevistados para constituição do corpus desta pesquisa. Tabela 1 – Descrição dos sujeitos Número 1 2 3 4 5 6 7 8 Informante I1FET2 I2FET1 I3FET3,6 I4FET1,5 I5FET3 I6FET1,6 I7FE3 I8FE3,6 Função Enfermeiro Enfermeiro Enfermeiro Enfermeiro Enfermeiro Enfermeiro Enfermeiro Enfermeiro Tempo 2 1 3,6 1,5 3 1,6 3 3,6 9 10 I9FET2 I10FET1,10 Enfermeiro Enfermeiro 2 1,10 Fonte: o próprio autor. A relação dos informantes encontra descrita por meio de códigos, garantindo fidedignidade e anonimato na descrição dos dados, estes foram informados na seguinte sequência rotular: representando a numeração, a função na equipe, e o tempo de atuação; dessa forma, por exemplo, em I1FET2, I1 é o informante número 1, FE função enfermeiro, T2 é o tempo em anos de atuação na equipe. Durante as entrevistas, o pesquisador buscou proporcionar um ambiente tranquilo, privativo, para que os entrevistados pudessem relatar a realidade vivenciada no local, com o objetivo de assegurar o máximo de informações. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Na UPA os pacientes são atendidos em demanda espontânea ou referenciados, posteriormente é realizada avaliação e aplicado conduta. Neste ambiente complexo, o enfermeiro é o profissional responsável pela triagem destes pacientes, encaminhando-os de acordo com seu quadro clínico de saúde (ANZILIERO, 2011). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 292 10 profissionais de enfermagem com nível superior (n=12). A coleta de dados foi de urgência e emergência desempenha várias funções, para tanto, foi perguntado aos enfermeiros: quais as funções são desenvolvidas pelo enfermeiro gerente na urgência e emergência? De acordo com estes. “Prestar assistência aos pacientes juntamente com a equipe, viabilizar a execução de exames complementares ao diagnóstico, preparar e supervisionar a preparação de material necessário à assistência” (I1FET2). “A atuação consiste em resolver conflitos, tais como falta de equipamentos, funcionários em absenteísmo, além de atuação direta no atendimento ao paciente e família, gerenciamento de equipamentos e serviços” (I8FET3.6). O setor de urgência e emergência é um setor complexo, cuja gestão do enfermeiro é uma ferramenta significativa para o bom funcionamento do setor, em acordo a isso: que ferramenta de trabalho é usada por eles para gerenciar os serviços do setor? Evidenciamos claramente estas nas respostas mencionadas pelos enfermeiros. “Telefone, serviço de informatização através do Programa SUS-Fácil, comunicação com a equipe” (I4FET1,5). “Normas, manuais, regimentos, protocolos” (I1FET2). “Sistematização da assistência de enfermagem, evolução, prontuários, exames físicos e sinais vitais, Protocolo de Manchester” (I5FET3). Para Garlet (2009), o profissional enfermeiro é o responsável por coordenar e avaliar sua equipe, prover programas de treinamentos e realizar atividades administrativas. Em acordo com essa perspectiva Araújo (2008) no setor de urgência e emergência o enfermeiro deve ter sua atuação pautada no planejamento. Sobre a assistência oferecida pela equipe de enfermagem e sua relação com fator motivacional, faz-se necessário perguntar: como é o clima organizacional neste setor? Segundo informações colhidas durante a pesquisa, 80% disseram que o clima é bom. “O clima organizacional é tranquilo, podendo, devido ao estresse diário, surgir tensões, mas que são resolvidos através da comunicação e o trabalho em equipe” (I6FET1,6). “Tranquilo, interação boa entre todos” (I3FET3,6). No entanto, 20% disseram que o clima é ruim. “Existem fatores dentro da organização que afetam negativamente o clima do setor” (I1FET2). “Razoável, dá muito conflito com médicos e com técnicos em enfermagem mais antigos” (I7FET3). O clima organizacional é a forma como os empregados percebem a instituição, podendo ser precisa ou imprecisa, o gestor deve negociar os interesses, atentando Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 293 Nas referências científicas estudadas, o enfermeiro atuante no centro serviços HUSTON, 2010). Coordenadores, gestores, lideres são constantemente alvos de críticas. Diante disso, foi questionando aos enfermeiros: liste os principais problemas rotineiros vivenciados enquanto gerente do local? De acordo com os mesmos, 90% mencionaram fatores ligados os profissionais, demanda alta de serviços e deficiência de recursos. “Falta de leitos nos hospitais de referência, déficit de equipamentos, escassez de pessoas para atender, distribuição errônea de escala de pessoal” (I8FET3,6). “Atendimento fora do domicilio (paciente de fora), sobrecarregando o serviço, o entendimento da população sobre o funcionamento do serviço” (I2FET1). “Dificuldade de aceitação de hierarquia” (I10FET1,10). Para Galvão et al. (2010) o déficit de profissionais, a demanda alta de pacientes, a deficiência dos recursos, a equipe desqualificada, são fatores que comprometem a qualidade da assistência e a harmonia da equipe, gerando complicações para equipe de enfermagem e os demais profissionais. Gerenciar e liderar são instrumentos que estão além de dar ordens, e tão pouco abrir mãos das mesmas, sendo assim, foi questionado: qual estilo de liderança o enfermeiro preconiza em sua gerência? Autocrático, democrático ou participativo? Por quê? De acordo com os as descrições obtidas, 100% mencionaram preferir o estilo democrático, o que confirmamos em. “Participativo, porque uma das características do líder é o trabalho em equipe, liderando e atuando, sendo cooperador do trabalho com a equipe de enfermagem” (I6FET1,6). Os novos modelos de gestão exige uma postura do enfermeiro que contemple positividade para desenvolvimento de novas habilidades e competências, ampliando a visão da equipe para o crescimento, reconhecendo as potencialidades dos profissionais que fazem parte da equipe de trabalho (SPAGNOL, 2005). Em todas as organizações e ambiente de trabalho, é comum surgirem conflitos. O que é feito para solucionar estes conflitos? São mecanismos usados pelos enfermeiros, o que se encontra escrito em. “Dialogo entre os conflitantes, se não resolver levamos o caso para administração superior” (I3FET3,6). “Tentar mostrar que a melhor forma de trabalhar e com união, não permitindo existir conflito dentro da instituição, profissionalismo” (I2FET1). “Se for coisa pessoal não interfiro e se for relacionado ao serviço, busco solução adequada (ética)” (I5FET3). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 294 para as necessidades, contemplando o beneficio mútuo para a equipe (MARQUIS e questão conflitante, devem mensurar dados precisos sobre o que está acontecendo, analisar os fatos, ouvir as partes e posteriormente criar solução que seja ideal para os envolvidos. O segredo é reconhecer estratégias mais adequadas para resolver ou administrar conflitos em acordo com as situações. Na UPA trabalham profissionais de diversas áreas, mediante isso, foi questionado aos enfermeiros atuantes: em se tratando em nível organizacional, em que nível hierárquico encontra maior dificuldade para desenvolver seu trabalho? Com qual profissional encontrou maior dificuldade para exercer seu trabalho e o que fez para solucionar isso? “Com os técnicos de enfermagem, que trabalham a mais tempo na UPA” (I4FET1,5). “Secretaria de saúde, residentes de medicina, maqueiros, tentar passar a informação para o receptor” (I7FET3). “A dificuldade maior é com os técnicos, mais que os médicos” (I8FET3,6). “Secretário de saúde, porque ele não aceita opiniões, não resolve os problemas. Médicos e técnicos, passo os casos para o administrador” (I3FET3,6). Em decorrência da formação na graduação, a enfermagem tem-se destacado cada vez mais, ocupando cargos de maior responsabilidade, atuando em parceira com profissionais de diversas áreas, configurando membro indispensável às novas composições das equipes de saúde, fazendo menção as responsabilidade, por recursos financeiros, humanos e materiais (SILVA e COSTA, 2005). Para Garlet (2009) a satisfação no trabalho, à valorização do profissional a percepção da essencialidade de cada membro da equipe, colabora para qualidade nos serviços prestados. Em consonância com as funções exercidas, foi questionado: como o enfermeiro vê hoje a importância do seu trabalho na UPA? Se sente realizado? De acordo com os relatos, 90% sentem-se importantes na equipe, estando realizado pelo trabalho realizado. “Sim, o dia a dia nos ensina e acrescenta conhecimento, é um setor de estresse e sobrecarga, ao mesmo tempo prazeroso” (I6FET1,6). “Sou realizado sim, por estar em um ambiente que aprendo todos os dias” (I3FET3,6). “É essencial para o funcionamento, pois é o responsável pela função organizacional e assistência do setor” (I10FET1,10). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 295 Marquis e Huston (2010) colocam que os gestores antes de interferir em uma imprescindível para construção da assistência de qualidade, deve ser reconhecido em seu exercício profissional (SVALDI, 2010). Por se tratar de um ambiente em que são realizados procedimentos complexos, o estresse ocupacional é comum. Enquanto coordenador vivencia isso rotineiramente? Que intervenção utiliza para minimizar agravos desse problema? De acordo com descrições dos pesquisados. “Lidamos diariamente com estímulos que desencadeiam o estresse como a falta de recursos materiais e humanos, uma das mudanças é a rotatividade do setor” (I1FET2). “Realmente não é fácil, é um setor de estresse total, mas temos os momentos de descontração” (I9FET2). “Sim, quase que 80% na sala vermelha, por falta de experiência médica, procuramos conhecimento, o estresse é gerado por falta de domínio da situação” (I7FET3). Destarte, Ruthes e Cunha (2007), destacam que o profissional enfermeiro tem que usar técnicas que contribuam para sua programática assistencial e gerencial, atuar de forma conjunta com demais membros da equipe. Em relação ao fluxograma da UPA, foi questionado aos enfermeiros: quais os principais problemas são vivenciados na referência e contra referência de pacientes? E quais medidas são adotadas para resolver esses problemas? Eles mencionaram que. “Na maioria das vezes outros municípios usam a esperteza para mandarem seus pacientes, procuram a UPA para resolver problemas que poderiam ser resolvidos em seu local, sobrecarregando a urgência e emergência, na referência temos como principal dificuldade falta de leito, transporte e tempo para a ação, já na contra referência o principal problema é que os municípios atrasam na busca dos pacientes, demandando tempo e paciência para resolvermos tal problema” (I5FET3). “Ambos funcionam apenas no papel, não damos continuidade na assistência, só é registrado e investigado alguma coisa quando é muito complexo, daí usamos o livro de ocorrência, mais nada” (I3FE3,6). Os serviços de urgência e emergência é uma unidade especializada no atendimento a pacientes em situação que requer assistência rápida, mesmo assim, a continuidade da assistência deve ser garantida, a fim de que os pacientes possam ter ser problema solucionado (ARAÚJO, 2008). É perceptível, em acordo com dados emergentes da pesquisa, que o enfermeiro é o responsável por receber e encaminhar estes para os setores Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 296 O profissional deve ser visto como membro articulador da equipe, demais membros que compõem a equipe de saúde. O sucesso da assistência concentra-se na atuação em conjunto com todos os membros que integram a equipe. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS É possível afirma mediante conclusão da pesquisa, que o enfermeiro atuante em urgência e emergência, exerce papel importante na prática e gerência deste setor, estabelecendo conexão entre pacientes e demais profissionais de saúde. Exigindo do mesmo conhecimento prático e gerencial, elaborando técnicas e ferramentas que direcionem fluxograma à prática. Evidenciou-se nessa pesquisa também, que estes reconhecem sua essência dentro da equipe, e compreendem, que sozinhos não são capazes de exercer suas ações assistencialistas e gerenciais. Mesmo cientes disso, assumem que a capacidade de atuações, é aprimorada ao longo dos anos de exercício da profissão. Para que haja melhoria nesse contexto de atuação, deve-se considerar o contexto dos indivíduos e sua inserção, a cultura organizacional, embasamento científico e suas deficiências, seu papel enquanto gestor e líder, os recursos disponíveis. Destarte, para melhoria, os profissionais de enfermagem que atuam nestes serviços, como gerentes e lideranças, devem trabalhar as relações interpessoais, estimular a formação continuada, propor cursos de reciclagem e atualização, desenvolver uma gestão inovadora, que viabilize a valorização de todos os membros enquanto seres biopsicossociais, usufruir da comunicação e dos estilos de lideranças disponíveis, desenvolver ações que assumem um caráter de melhoria no ambiente de trabalho em parceria com todos os membros da equipe. REFERÊNCIAS ANZILIERO, Franciele. Emprego do Sistema de Triagem de Manchester na Estratificação de Risco: revisão da literatura. Porto Alegre, 2011. 47p. Monografia/Graduação. Triagem, emergência, enfermagem e classificação de risco. Curso Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. ARAÚJO, Cláudia Lúcia Caetano de (Org.). Enfermagem de emergência: incrivelmente fácil. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 297 específicos, administrando, gerenciando, coordenando, avaliando em conjunto com Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. CNESNet. Disponível em: http://cnes.datasus.gov.br/Index.asp?home=1. Acesso em: 25fev.2014. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/reso_96.htm. Acesso em: Acesso em: 21fev.2014. CORDOBA, Elisabete. SAMU: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. 2.ed. São Paulo: Rideel, 2012. FIGUEIREDO, Nébia Maria Alemeida de; VIEIRA, Álvoro Alberto de Bittencourt (Org.). Emergência: atendimento e cuidados de enfermagem. 3.ed. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2009. GALVÃO, Cristina Maria. et al. 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Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO A presente pesquisa teve por objetivo descrever a frequência e o conhecimento da equipe de enfermagem acerca do uso de EPI, e a programática de treinamento oferecido pela enfermeira responsável técnica da ESF. Foram pesquisadas 13 profissionais de enfermagem no mês de abril de 2015, atuantes em ESF do Município do Interior da Zona da Mata Mineira. Os dados foram coletados mediante aplicação de dois questionários semiabertos, estabelecendo critérios de inclusão e exclusão. Os resultados comprovam que os profissionais de enfermagem reconhecem a importância dos EPI para exercício de sua assistência, em acordo com as literaturas pesquisadas, no entanto, existe déficit acentuado no que refere as ações de educação em saúde. O referido trabalho nos proporcionou estabelecer nexos sobre o conhecimento e a frequência acerca dos EPI, fatores de riscos envolvidos nos acidentes de trabalhos e as fontes geradoras das contaminações. PALAVRAS-CHAVE: enfermagem do trabalho; EPI; riscos ocupacionais e prevenção. 1. INTRODUÇÃO A Estratégia Saúde da Família (ESF) é um local destinado às atividades de promoção, prevenção e reabilitação da saúde dos indivíduos. Do ponto de vista assistencial os profissionais devem ter sua ação pautada na comunidade, família e indivíduo, de forma integral (SOARES, BIAGOLINI e BERTOLOZZI, 2013). A Lei Nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977 estabelece especificamente a Norma Regulamentadora (NR-6), descrevendo que o Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador, incluindo o uso de luvas, aventais, protetores ocular, facial e auricular, protetores respiratórios e para os membros inferiores. Fazendo menção à responsabilidade obrigatória do empregador em fornecer, treinar, articulando as formas de conservação e fiscalização dos EPI, em acordo com o risco e atividade laboral realizada, e ainda, é dever do empregado o uso dos mesmos. De acordo com Suarte, Teixeira e Ribeiro (2013) o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) normatiza Precaução Padrão (PP) englobando que a utilização de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 300 CONHECIMENTO E FREQUÊNCIA EM QUE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ATUANTES EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA USUFRUEM DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. profissional quanto ao cliente. Os profissionais da área de saúde estão expostos a vários riscos de natureza química, física, biológica, psicossocial e ergonômica, variando de acordo com a complexidade do ambiente de atuação. Os de cunho biológico são os principais causadores de periculosidade e insalubridade para esses profissionais, em decorrência do contato com sangue e outros fluidos corporais, associados à manipulação rotineira de materiais perfuram cortantes (ARAÚJO et al., 2012). Diante desse contexto, o enfermeiro possui papel importante na promoção e prevenção usufruindo de treinamento, capacitação e avaliação permanente de sua equipe. Sendo assim, surge como questionamentos: qual a importância percebida e frequência que profissionais de enfermagem atuantes em ESF usufruem dos EPI? E qual a programática de educação continuada é oferecida a eles? A presente pesquisa tem por objetivo descrever a frequência e o conhecimento da equipe de enfermagem acerca do uso de EPI, e a programática de treinamento oferecida pela enfermeira responsável técnica pela ESF, delineando, possíveis soluções para as incoerências encontradas. É notório que os profissionais de saúde estão expostos a múltiplos fatores estressores e de cunho acidental, justificando-se pela prestação direita do cuidado ao cliente. Para tanto, o presente estudo tem sua relevância pautada em alcançar resultados positivos para a equipe de enfermagem atuante em ESF, tendo como suporte métodos científicos para adotar medidas preventivas e inibir a ocorrência de acidentes e/ou agravos à saúde dos mesmos, esboçando concomitante a isso, o conhecimento destes em relação à importância e ao uso dos EPI. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Romeiro et al. (2010) descrevem por meio de revisão da literatura que o Ministério da Saúde criou em 1994 o Programa Saúde da Família, atualmente ESF, unidade coordenada por enfermeiro com contribuição de outros profissionais. Dentro do campo das ações que envolvem a prática de educação em saúde, é atribuição de todos os profissionais que atuam nas ESF realizar educação continuada, direcionando tanto aos clientes, quanto em aspectos que envolvem treinamento Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 301 EPI deve ser de forma correta, assegurando aspectos preventivos tanto para o desenvolvimento de suas ações (BATISTA e GONÇALVES, 2011). Estudos realizados por Lionello et al. (2012) discorrem que em se tratando de ESF o profissional graduado em enfermagem atua na elaboração de políticas de saúde, bem como nos processos gerenciais e assistenciais, no qual envolvem ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. É notório que mesmo com tantos profissionais atuando em ESF de diversas áreas, não é raro que a ações de educação em saúde sejam desenvolvidas apenas por enfermeiros. Os mesmos autores descrevem que os médicos não raramente, executam apenas a prática clínica (BACKERS et al., 2012). Estudos realizados por Araújo et al. (2012) descrevem que levantamento epidemiológico fomentado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), esboça anualmente mais de 300 milhões de trabalhadores são vitimas de acidentes de trabalho em todo o mundo, concomitante a isso, 160 milhões de novos casos de doenças ocupacionais. Destarte, foi criada em 11 de novembro de 2005 por meio da portaria nº485, a Norma Regulamentadora 32 (NR 32), que discorre sobre a segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, estabelecendo medidas objetivando que estas sejam aplicadas em todos os setores ligados a saúde. Os profissionais de saúde estão diretamente expostos aos diversos riscos em seu ambiente de trabalho. No que refere aos riscos biológicos, o de maior exposição, podem estar ligado ao contato direto com sangue, secreções, excreções, fluidos corpóreos com lesões infectadas (OLIVEIRA, 2012). Para Frota et al. (2012) o uso de EPI está previsto e registrado em todas as unidades de saúde em Protocolo Operacional Padrão (POP) e na PP. Estes protocolos descrevem que o uso deve ser sempre em situações onde houver a possibilidade de exposição a material biológico ou contato com agentes infecciosos, fontes estas conhecidas ou não. Os profissionais de saúde estão expostos a situações que podem ocasionar doenças, distração as quais podem expor esses profissionais a riscos de acidente de trabalho, decorrente da exposição aos fatores de risco físicos, químicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos e também doenças ocupacionais como LER/DORT (Lesões por esforços repetitivos/Distúrbios Osteomusculares relacionados ao trabalho), Lombalgias e Hérnias de Disco (SILVA, 2013). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 302 específico aos profissionais, o objeto desta proposta é oferecer recurso para melhor incidente que ocorre durante o exercício da profissão, capaz de provocar lesões ou alterações corporais que possam ocasionar a morte, a perda ou a diminuição passageira ou definitiva da produtividade do trabalhador. O Enfermeiro atuante em ESF é o responsável direto pela disponibilização, treinamento e fiscalização sobre o uso dos EPI (FERREIRA et al., 2013). De acordo com Helbel, Wingeter e Saalfed (2014) a biossegurança consiste em um conjunto de normas e procedimentos com vistas à segurança e manutenção da saúde do trabalhador. Paralelamente a isso a PP são atitudes que devem ser acatadas pelos trabalhadores de saúde diante da assistência prestada a qualquer cliente, objetivando reduzir os riscos de transmissão de agentes infecciosos. O uso de EPI funciona como barreiras para impedir a contaminação ou transmissão de microrganismos, devendo ser utilizados em acordo com o tipo de atividade. 3. METODOLOGIA A presente pesquisa pode ser considerada descritiva, de abordagem qualitativa, no qual foi realizada por meio da aplicação de dois questionários estruturados semiaberto. A pesquisa qualitativa tem ação posicionada, estabelecendo relação direta entre pesquisadores/investigadores e mundo, compreendendo prática analítica e material, modificando-o, por meio de representatividade, compondo-se de entrevistas sistemáticas, notas de campo, diálogo, fotografias, anotações generalistas e gravações (ALMEIDA e SILVINO, 2010). Para Andrade e Holanda (2010) a pesquisa de natureza qualitativa busca uma compreensão particularizada do que esta sendo estudado, com foco específico, individualizado, compreendendo fenômenos que surgem de forma situada. Diante disso, essa abordagem é crucial neste estudo, em que as descrições dos fatos, seja de forma clara e realística, evidenciando de modo enfático, o conhecimento e frequência dos profissionais de enfermagem sobre o uso dos EPI. A pesquisa descritiva tem sua ação em observar os fatos, registrá-los, classificando-os e interpretando-os, não ocorrendo interferências dos pesquisadores nestes. Este método de pesquisa faz menção ao uso de técnicas padronizadas para a coleta de dados (GIL, 2010). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 303 O acidente de trabalho é definido pelo Ministério do Trabalho como todo urbana e 2 na zona rural de um Município no Interior da Zona da Mata Mineira, são entidades vinculadas ao SUS, com gestão municipal. Trabalham nestes locais em torno de 86 profissionais da saúde, com formação variada (CNESNet, 2000). O nível de atenção em saúde das ESF baseia-se nas perspectivas de prevenção, promoção e reabilitação da saúde. Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2013) o Município apresenta população estimada em 15.772 habitantes. As principais atividades econômicas são produção de café, agropecuária, comércios varejistas e empresas privadas e serviços oriundos do ramo público. Para a entrevista foram utilizados dois questionários estruturados semiabertos, aplicado à equipe de enfermagem (um a enfermeira responsável técnica pela ESF e outro a equipe de enfermagem das respectivas ESF). Foram incluídas na pesquisa profissionais que se encontravam em pleno exercício de suas atividades laborais, e aceitaram participar voluntariamente da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimentos Livre e Esclarecido (TCLE), após informado. Foram adotados como critério de exclusão, os que não se encontravam em exercício de suas funções (férias, atestados médicos – salvo atestado por acidente de trabalho) e os que recusaram participar da pesquisa ou não assinaram o TCLE, após informado. Os aspectos éticos foram baseados na Resolução 196/96 que norteia a prática de pesquisas envolvendo seres humanos, garantindo anonimato e autonomia para recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 1996). Dentro desse contexto, Boni e Quaresma (2005) destacam que as entrevistas estruturadas, tem por objeto, não desvincular o pesquisador do foco, estabelecendo diferenças entre os entrevistas e não relativo as perguntas. A pesquisa foi realizada mediante autorização da gestão de saúde do Município. Após leitura e assinatura do Termo de Solicitação para Autorização da Pesquisa, a pesquisa teve sequenciamento mediante entrevista dos profissionais, com prévia apresentação do objetivo e assinatura do TCLE, a discussão dos dados ocorreu mediante questões emergentes da coleta de dados. Os dados utilizados nessa pesquisa foram obtidos por meio da entrevista de treze profissionais de enfermagem, residentes do Município do interior da Zona da Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 304 O Universo da pesquisa refere às 7 ESF, dos quais 5 estão localizadas na zona uma auxiliar em enfermagem. Durante a realização da pesquisa, foi excluída uma profissional técnica em enfermagem em decorrência de férias. A tabela abaixo mostra a relação dos informantes entrevistados para constituição do corpus desta pesquisa. A Tabela 1 apresenta a descrição dos sujeitos. Número 1 2 3 4 5 6 7 8 Informante I1FET2 I2FET3 I3FET2 I4FET7 I5FET9 I6FET15 I7FET2 I8FTT1,6 Função Enfermeiro Enfermeiro Enfermeiro Enfermeiro Enfermeiro Enfermeiro Enfermeiro Técnico em enf. Tempo 2 anos 3 anos 2 anos 7 anos 9 anos 15 anos 2 anos 1,6 anos 9 10 11 12 13 I9FTT3 I10FTT8 I11FTT11 I12FAT24 I13FTT4 Técnico em enf. Técnico em enf. Técnico em enf. Auxiliar em enf. Técnico em enf. 3 anos 8 anos 11 anos 24 anos 4 anos Fonte: o próprio autor. Os rótulos utilizados acima apresentam a numeração, a função na equipe de enfermagem, e o tempo de atuação; dessa forma em I1FET2, I1 é o informante número 1; FE função enfermeiro; T2 é o tempo em anos de atuação na equipe. Durante as entrevistas, os pesquisadores buscaram proporcionar um ambiente privativo, para que os entrevistados pudessem relatar a realidade vivenciada no local, com o objetivo de assegurar o máximo de informações. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dos indivíduos pesquisados 100% eram mulheres, estas com idade predominantemente entre 25 a 59 anos de idade, 38,5% técnicas em enfermagem e 30,7% graduadas com especialização/residência (em urgência e emergência, saúde da família, gerenciamento em resíduos no serviço de saúde e em saúde do trabalhador). Quanto ao tempo de atuação em enfermagem este manteve-se em maior concentração entre 0 anos a 9 anos, representando 76,9% das profissionais. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 305 Mata Mineira, sete enfermeiras com curso superior, cinco técnicas em enfermagem e população investigada, 2015. Característica N = 13 % 13 0 100 0 6 2 1 2 1 0 1 46,1 15,4 7,7 15,4 7,7 0 7,7 1 5 3 4 7,7 38,5 23,1 30,7 7 3 1 1 1 53,8 23,1 7,7 7,7 7,7 Gênero Feminino Masculino Faixa Etária 25 a 29 anos 30 a 34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos Nível de Escolaridade Ens. Médio Profissionalizante Ens. Técnico Profissionalizante Ens. Superior Completo Especialização/Residência Tempo de atuação profissional 0 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos Estudos realizados por Custódio et al. (2010) e Cacciari et al. (2013), fazem menção que mais de 90% dos indivíduos trabalhadores da enfermagem pesquisados em seus estudos são do sexo feminino, com idade média predominantemente entre 52,4 anos. Os mesmos autores dão ênfase que maior experiência de trabalho, acarretam pontos positivos e negativos no âmbito de atuação do profissional, segundo os autores, estes pontos negativos, devem ser erradicados ou minimizados, mediante programas de treinamentos. Para análise do conhecimento destes profissionais em relação ao significado e compreensão acerca dos EPI, foi questionado: o que elas entendem sobre Equipamentos de Proteção Individual? De acordo com as respostas, 100% fizeram menção em suas descrições conhecerem o que são estes EPI, sua aplicabilidade e importância relacionada: “são equipamentos que protege o nosso corpo em contato com microrganismos encontrado nos pacientes e de forma também de proteger contra infecções cruzadas” ( I7FET2). “Prevenir riscos durante o trabalho” (I10FTT8). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 306 A Tabela 2 apresenta as características sócio-demográficas referidas pela Proteção Individual (EPI), são todos os instrumentos e produtos destinados ao uso individual, cujo objetivo, encontra-se pautado a prevenção de riscos ameaçadores a segurança e a saúde do trabalhadores. Sobre a educação continuada e programas de treinamento, foram questionadas as enfermeiras responsáveis pelas ESF: é oferecido a sua equipe algum treinamento sobre a prevenção de acidentes de trabalho? Se sim ou não, por quê? E quem o faz? Em acordo com os dados obtidos, 57,2% disseram sim: “Sim. Porque é de suma importância à equipe saber o uso correto dos EPI e como usá-los” (I3FET2). “Sim. O treinamento é realizado com o objetivo de proteção da saúde do trabalhador” (I2FET3). Entretanto, 42,8% disseram não realizar: “Não. Todos os funcionários já tiveram treinamento antes de entrarem para a equipe” (I5FET9). “Não. É um tema que não é abordado com tanta frequência, apesar de usarmos os EPI e saber a utilização e a importância do equipamento” (I7FET2). Para verificar quanto aos programas de treinamento e educação continuada, foi consultada a equipe de enfermagem, questionando-se: existe algum programa de treinamento prevenção de acidentes? Se sim ou não, por quê? E quem o faz? Em acordo com os dados obtidos, 83,3% disseram não existir: “Não. Falta de interesse de nós profissionais e dos gestores” (I13FTT4). “Não. Pois quando somos admitidos recebemos somente orientação quanto aos cuidados a serem tomados” (I9FTT3). Todavia, 16,7% disserem sim: “Sim. Temos folhetos, cartilhas informando e orientando quanto aos riscos e danos que podem ocorrer. Às vezes acontecem palestras de profissionais da saúde” (I10FTT8). Os profissionais graduados em enfermagem são legalmente os responsáveis por assegurar a educação continuada e o treinamento de sua equipe, estes por sua vez, devem estudar as condições de segurança, periculosidade, elaborar planos de de proteção, promoção e prevenção de agravos na saúde dos profissionais, incentivar o cumprimento das normas de segurança e uso dos EPI (MAIA, 2012). Em relação a descrição gerencial da enfermeiras, foi perguntado a elas: é oferecido treinamento sobre o uso correto de EPI para sua equipe? Em acordo com relatos das enfermeiras: 71,4% mencionaram oferecer algum tipo de treinamento. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 307 De acordo com a Norma Regulamentadora (NR 6), os Equipamentos de “Sim, quando tenho tempo” (I1FET2). Em contra partida, 28,6% descreveram que não oferecem treinamento sobre essa temática para sua equipe. “Não, o treinamento é realizado no dia a dia mesmo” (I7FET2). “Não já foram treinados” (I5FET9). Para questionar a equipe sobre a veracidade da oferta desses treinamentos, foram questionadas: recebem algum tipo de treinamento sobre EPI? Gostaria de receber treinamento sobre esses equipamentos? Entre as respostas, 66,7% afirmaram não receber treinamentos e 100% mencionaram que gostariam de receber algum tipo de treinamento sobre os EPI. “Sim, porque é sempre surge novidades” (I9FTT3). “Sim, é sempre bom participar de treinamento” (I10FTT8). Barbosa, et al. (2012) enfatizaram em seus estudos que a equipe de enfermagem constitui o quantitativo de maior representatividade na saúde, não raramente estes possuem mais de um vínculo empregatício, acarretando sobrecarga de trabalho e com isso, doenças e acidentes de cunho trabalhista. Diante disso, os autores descrevem que as medidas de biossegurança devem ser incentivadas e asseguradas para prestação do cuidado. A exposição aos agentes de cunho acidental está diretamente relacionada com o grau de complexidade decorrentes da atuação do profissional, sendo assim, foi perguntado aos profissionais de enfermagem das mesmas: qual a importância do uso de EPI para atuação em ESF? Em acordo com os relatos dos profissionais: 90% mencionaram aspectos envolvidos na prevenção, importância e obrigação Legal. “Previne contra acidentes, é de grande importância e é uma obrigatoriedade Legal” (I6FET15). “Prevenção contra acidentes e é uma obrigação legal” (I12FAT24). Quando relacionamos acidente em ambiente de trabalho, obrigatoriamente, estes ocorrem por manipulação errônea dos instrumentos de trabalho, não cumprimento de normas e o déficit no uso dos EPI. Para mensurar sobre a adesão aos EPI, questionou-se a equipe: utiliza os EPI corretamente? Se sim ou não, por quê? Mediante os resultados: 92,3% descreveram sim. “Sim. Para evitar contaminação e acidente de trabalho” (I10FTT8). “Sim. A fim de que as atividades sejam desempenhadas com segurança e eficiência” (I2FET3). “Por que estou prevenindo” (I9FTT3). “Me sinto mais segura em realizar minhas funções” (I4FET7). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 308 “Sim, sempre que possível” (I4FET7). “Sim, quando percebo a necessidade” I6FET15. fontes contaminantes, constituindo verdadeiras barreiras físicas, mediante a exposição destes aos vários riscos em seu local de trabalho, de natureza química, física e biológica. Reconhecer a importância, aplicabilidade do uso destes equipamentos e ser adepto aos mesmos, fornece segurança necessária para realização das atividades peculiares a prática assistencial (ARAÚJO, et al., 2012). Não raramente encontramos profissionais afastados de seu local de trabalho em decorrência do acometimento por acidentes de trabalho. Para mensurar esta ocorrência, foi questionado aos profissionais de enfermagem das ESF: sofreu algum tipo de acidente em seu local de trabalho? Sim? Não? Se sim, como foi? Com o que exatamente? Qual atividade estava realizando? Usava EPI? Como procedeu? Mediante as respostas: 92,3% não sofreram acidentes em seu local de trabalho (ESF). E, 7,7% já sofreram acidente de trabalho. “Já com agulha 13x4,5 em campanha de vacinação de crianças de 0 a 5 anos, não usava EPI, procedi de maneira adequada: apertei o dedo lavando em água corrente e realizei exames laboratoriais” (I9FTT3). Para atender esses profissionais o Ministério da Saúde disponibiliza protocolos com o objetivo de sistematizar o atendimento a vítimas de acidentes biológicos. Na ocorrência de qualquer tipo de acidente é dever do funcionário informar seu superior, para que este possa proceder com as medidas cabíveis e necessárias em relação ao ocorrido (BARBOSA, et al.,2012). Com intuito de identificar as fontes prováveis de acidentes questionou-se os sujeitos da pesquisa: quais os principais riscos de acidentes de trabalho estão expostos em seu local de trabalho? 80% descreverem em suas respostas, agentes biológicos, perfurações, inalações e ergonômicos. Em acordo com os resultados encontrados em estudos de Gallas e Fontana (2010) os principais riscos em ambientes de trabalho dos profissionais de saúde estão correlacionados, aos agentes biológicos, químicos, físicos, ergonômicos e psicológicos, os autores, descrevem que estes podem variar de acordo com a complexidade do local e dos procedimentos realizados. Independente do local de atuação é obrigatoriedade que os empregadores ofereçam os EPI e treinamento. Para tanto, foi perguntado: quem oferece para a equipe de enfermagem os EPI? 100% das pesquisadas fizeram menção que a unidade de saúde disponibiliza os EPI necessários. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 309 Os EPI estão diretamente relacionados com a proteção do profissional as obrigatoriedade da empresa/empregador fornecer os EPI, para proteção individual, coletividade, em fontes de riscos conhecidas ou não, e ainda, em vigência de atendimento em caráter emergencial. As mesmas referências fazem menção ao dever do profissional em usar os EPI, bem como, conservá-los durante a posse, e aos fabricantes sobre a qualidade dos equipamentos vendidos. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto é visível à importância da enfermeira no contexto da saúde dos profissionais que integram a equipe de enfermagem. Em meio aos resultados surgem algumas particularidades merecedoras de ação intervencionista, principalmente as relacionadas com o déficit de treinamento na área de prevenção e promoção quanto aos EPI e ainda, as relacionadas com a falta de incentivo por parte das enfermeiras quanto à adesão ao uso dos mesmos. Haja vista, que ambas devem ser rotineiramente incluídas na programática gerencial das ESF. Mas, deve-se levar em consideração que as pesquisadas apresentam conhecimento da importância quanto ao uso dos EPI, sendo este, fator primordial para internalizar na prática rotineira a incorporação nas ações o uso destes. Desta forma, identifica-se a necessidade de que os profissionais de saúde busquem atualização, não apenas, para aprimoramento da prática assistencial, mas também ter assegurado mecanismos que fortaleçam a proteção ao exercício diário das atividades, aos quais incluem cursos de extensão, educação continuada, ou em especialização, como também o incentivo de políticas públicas de saúde para aquisição de conhecimentos relacionados ao exercício profissional de forma segura. Conscientes dessa necessidade, os profissionais de enfermagem terão maior segurança para exercer sua assistência, eliminando ou minimizando os agravos inerentes a sua saúde, impactando ainda, diretamente na qualidade dos serviços prestados aos seus clientes. REFERÊNCIAS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 310 Para Barbosa et al. (2010); Helbel, Wingeter e Saalfeld (2014) e NR6, é ANDRADE, Celana Cardoso; HOLANDA, Adriano Furtado. Apontamentos sobre pesquisa qualitativa e pesquisa empírico-fenomenológica. Revista Estudos de Psicologia. Campinas, v. 27, n.2, p.259-268, 2010. ARAÚJO, Orgeana. et al. O papel do enfermeiro na fiscalização, treinamento e adesão ao uso adequado de equipamento de proteção individual em unidades ambulatoriais. REE do CEEN. Goiás, 2012. Disponível em: http://www.ceen.com.br/revistaeletrônica. Acesso em: 29fev.2015 BACKERS, Dirce Stein, et al. O papel profissional do enfermeiro no Sistema Único de Saúde: da saúde comunitária à estratégia de saúde da família. Ciência & Saúde Coletiva. Santa Maria (RS), v.17, n.1, p.223-230, 2012. BARBOSA, Carla Fernanda, et al. Saúde do trabalhador: a equipe frente aos riscos ocupacionais em uma unidade de hemodiálise. Revista Enfermagem Integrada. Ipatinga: Unileste (MG), v.5, n.1, p. 880-94, 2012. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 313 ROMEIRO, Adriana Diógenes, et al. Características de uma população de idosos hipertensos atendidos numa unidade de saúde da família. Revista RENE. Fortaleza, v. 11, n. 2, p. 72-78, 2010. Cristina Mendes da Silva Frade e Cristiane Mendes de Sá Fernandes graduandas em Enfermagem Faculdade UNIVÉRTIX. Ana Ligia de Souza Pereira – Graduada em Enfermagem. Pós-graduada em estomoterapia. Coordenadora do Curso de Enfermagem Univértix. Kelly Aparecida do Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Natalia Fontes Alves Ambrósio - Graduada em Educação Física. Mestre em Biodinâmica do Movimento Humano. Professora Univértix. Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia, especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Professora UNIVÉRTIX. . [email protected] RESUMO O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um serviço aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde, que tem como objetivo acolher as pessoas que sofrem com transtornos mentais severos e persistentes. O presente estudo teve como objetivo identificar a percepção dos profissionais em relação ao início do trabalho em um CAPS recém-fundado de uma cidade da zona da mata mineira. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa e descritiva que teve como instrumento de coleta de dados uma entrevista estruturada com sete funcionários. Nos resultados foi possível observar a visão dos profissionais em ralação a Reforma Psiquiátrica, os Centros de Atenção Psicossocial e a falta de capacitação da equipe. PALAVRAS-CHAVE: CAPS; Saúde Mental; Reforma psiquiátrica. 1. INTRODUÇÃO No final da década de 70, organizou-se o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), a partir de uma crise deflagrada por denúncias de violações de direitos humanos, sofridas por internos, de grandes hospitais psiquiátricos. O MTSM deu início ao movimento da Reforma Psiquiátrica brasileira (OLIVEIRA e AMARANTE, 2004). Com a Reforma Psiquiátrica brasileira surgiram serviços assistências de saúde que vieram para substituir o tratamento, que até então, era quase que exclusivamente manicomial. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é considerado o carro chefe desses serviços. Para Ramminger e Brito (2011, p.151): Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 314 A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) I DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA EM RELAÇÃO AO TRABALHO COM OS USUÁRIOS O CAPS foi oficializado inicialmente pela Portaria GM 224/92 com caráter de unidade de saúde locais/regionalizadas. Hoje é regulamentado pela Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, onde inclui o CAPS no SUS (Sistema Único de Saúde), reconhecido pela complexidade de serviços prestados (RAMMINGER e BRITO 2011). A equipe do CAPS é formada por diversos profissionais, de acordo com a modalidade e realidade da unidade: psicólogo, psiquiatra, enfermeiro, assistente social, pedagogo, terapeuta ocupacional, técnico de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão, entre outros (CASTRO, 2007). A questão de interesse que nos levaram a abordar essa temática está relacionado ao nosso interesse na área da saúde mental, e a importância do tratamento que é realizado no CAPS. Diante do exposto a questão norteadora é: como os profissionais do CAPS I de uma cidade da Zona da Mata Mineira desenvolvem seu trabalho com os usuários? Qual o entendimento dos mesmos sem relação à reforma psiquiátrica? Estão tendo, ou tiveram alguma capacitação para atuar na área? Dessa forma, esta pesquisa tem como objetivo identificar a percepção dos profissionais em relação ao início do trabalho em um CAPS recém-fundado de uma cidade da zona da mata mineira. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Em 1978 é criado o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), combinando reivindicações trabalhistas e um discurso humanitário. Neste período emergiram críticas à ineficiência da assistência pública em saúde mental, como também denúncias de fraudes no sistema de financiamento dos serviços se seu caráter privatista, e o que é mais importante para o posterior movimento da reforma psiquiátrica, as denúncias do abandono, da violência e dos maus tratos a que eram submetidos os pacientes nos principais manicômios do país (TENÓRIO, 2002). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 315 O CAPS é um serviço aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde, que tem como objetivo acolher as pessoas que sofrem com transtornos mentais severos e persistentes, num dado território, oferecendo cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial, evitando as internações e favorecendo o exercício da cidadania e da inclusão social dos usuários e de suas famílias. brasileira, tais como: em 1897 foi implantado o primeiro CAPS no país, em São Paulo, que recebeu o nome de CAPS Luiz da Rocha Cerqueira (RIBEIRO, 2004; SCHECHTMAN e ALVES, 2014). O CAPS tem como objetivo o desenvolvimento de laços sociais e interpessoais, indispensáveis para o estabelecimento de novas possibilidades de vida em comunidade (MARZANO e SOUSA, 2004). Segundo Souza (2007), o tempo de funcionamento dos CAPS é no mínimo de oito as dezoito horas, em dois turnos, durante cinco dias úteis da semana (CAPS I, CAPS II, CAPS ad e CAPS i). Contudo, há aqueles que funcionam vinte e quatro horas de segunda à segunda-feira (CAPS III, CAPS ad III). Esses serviços realizam prioritariamente: o atendimento individual e em grupo, atendimento à família, atividade de suporte social e inserção comunitária, oficinas terapêuticas, visitas domiciliares, entre outros. Existem duas funções possíveis para um CAPS, que vão depender do lugar que ocupam no projeto da Saúde Mental. A primeira é atuar como um espaço intermediário entre o nível básico e o Hospital Psiquiátrico, que é para atender casos de gravidade, porém preferindo encaminhar os mais difíceis e graves: nesse caso, o CAPS funciona como complemento ao Hospital. A segunda função é quando integra um conjunto de ações e serviços, ou seja: quando se integra numa rede de serviços substituídos ao Hospital psiquiátrico (SOUZA, 2007). Os CAPS são compostos por equipes multidisciplinares formadas por: psiquiatra, psicólogo, enfermeiro, assistente social entre outros profissionais. A equipe não é uma forma de dividir o trabalho, esta deve compor-se de profissionais diferentes, assegurando assim as trocas de experiências (MARTINHAGO e OLIVEIRA, 2012; SOUZA , 2007). O acolhimento objetiva ouvir todos os pacientes, resolver os problemas mais simples ou referenciar, se necessário. Implica em atendimento com resolubilidade e responsabilização, constituindo um momento de aproximação com o usuário, possibilitando o resgate de valores de solidariedade, cidadania, respeito com o outro e estabelecimento de vínculo entre os envolvidos. O acolhimento é a primeira etapa do processo de trabalho sendo uma intervenção feita por qualquer profissional de nível superior da equipe (COELHO e VIANNA, 2010). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 316 A década de 80 foi marcada por eventos importantes da reforma psiquiátrica (PTS) que é elaborado para todos os usuários do serviço. A elaboração do PTS incorpora a noção interdisciplinar, envolvendo todos os profissionais, das diferentes especialidades e profissões. Sua elaboração é realizada após a avaliação dos usuários, quando serão decididos quais procedimentos e quais membros da equipe multiprofissional irão acompanhar o usuário (PINTO et al.,2011). O PTS é definido como uma estratégia de cuidado que articula um conjunto de ações resultantes da discussão e da construção coletiva de uma equipe. Ele leva em conta as necessidades, as expectativas, as crenças e o contexto social da pessoa para o qual está sendo dirigido. O PTS indica a direção que se pretende dar ao tratamento. É no atendimento individual que se decidi o projeto terapêutico de cada usuário, para assim encontrar o caminho para a reabilitação (SOUZA, 2007; BRASIL, 2012). O CAPS trabalha com o técnico de referência (TR) que é o profissional responsável pelo usuário. O TR é quem verificara se o PTS está sendo seguido. Como também é ele que mantém contato com a família e exerce a função de secretariado quando necessário. O técnico de referência é uma aproximação entre o profissional ou a equipe a acerto número de usuários, ocasionando uma assistência de modo singular por meio de um projeto terapêutico singular (SOUZA, 2007; SILVA e COSTA, 2010). Reabilitar é um processo de construção, um exercício da cidadania e também de plena contratualidade, entre habitat, rede social e trabalho com valor social, o processo de reabilitação é então um processo de reconstrução. Para a OMS a reabilitação psicossocial consiste numa estratégia de aquisição ou de recuperação de aptidões importantes para a reinserção social (SARACENO, 1996). Segundo Saraceno (1999) citado por Pinto e Ferreira (2010) a reabilitação psicossocial não seria um conjunto de técnicas instrumentalizadas para ocupar o tempo dos doentes mentais. Não se trata de enquadrar o sujeito em determinados modelos pré-estabelecidos, mas sim ver suas potencialidades e criar situações respeitando seus limites. É um processo que aponta para realização mudanças, a fim de se criar possibilidades de vida e de se construir a cidadania possível. Segundo Pitta (2012) a reabilitação psicossocial implica em uma ética solidaria, que venha facilitar a vida dos sujeitos com limitações para os afazeres cotidianos, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 317 Após o usuário ser admitido no CAPS é elaborado o projeto terapêutico singular autonomia para a vida na comunidade. A reabilitação psicossocial engloba a todos os profissionais e a todos os atores do processo saúde doença: os usuários, as famílias dos usuários, os técnicos e por fim a comunidade inteira. 3. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa e descritiva, desenvolvida em um CAPS I de uma cidade da zona da Mata Mineira. O método qualitativo caracteriza-se por: Explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de interação) e se valem de diferentes abordagens (GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p. 32). O CAPS pesquisado foi inaugurado em fevereiro de 2015 e funciona das 08:00 às 17:00 hs, de segunda a sexta-feira. O serviço é responsável pela assistência em saúde mental de um município vizinho, totalizando uma população de 21.102 habitantes (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, 2010). Sua equipe é composta por: um psiquiatra, dois enfermeiros, uma técnica de enfermagem, uma psicopedagoga, uma psicóloga, duas assistentes sociais e uma auxiliar de serviços gerais. A cidade na qual a unidade está inserida abrange uma área de 470,551 Km² e uma população de 13.711 habitantes (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, 201O) a economia predominante é a agropecuária. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado uma entrevista estruturada, a qual utiliza um questionário como instrumento de coleta de informações o que garante que a mesma pergunta será feita da mesma forma a todas as pessoas que forem pesquisadas (AGUIAR e MEDEIROS, 2009). Para a realização da entrevista os profissionais foram informados sobre o objetivo do estudo e a participação foi concretizada mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecida (TCLE). Este seguiu as especificações da resolução 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhes, o anonimato e a autonomia de recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 318 decorrentes de transtornos mentais persistentes e viabilize o melhor nível possível de responderam. O serviço não permitiu que as pesquisadoras realizassem a pesquisa diretamente com os profissionais e nem que a mesma fosse áudio gravado. Os profissionais responderam a entrevista e entregaram a resposta manuscrita às pesquisadoras. Os dados foram coletados no mês de abril de 2015 sendo arquivados. Os dados foram analisados utilizando o programa Word 2007. 4. CATEGORIAS EMERGENTES DA COLETA DE DADOS Foi aplicada uma entrevista com a finalidade de identificar a percepção dos profissionais em relação ao início do trabalho em um CAPS recém-fundado de uma cidade da zona da mata mineira. Das respostas obtidas, apropriou-se daquelas consideradas relevantes ao objetivo da entrevista. Os entrevistados são os profissionais do CAPS, entre eles estão Psicóloga, Enfermeiro, Assistente Social, Auxiliar de Serviços Gerais e Psicopedagoga. Serão definidos como entrevistados: Safira, Jacinto, Ametista, Ágata, Turquesa, Topázio e Jaspe respectivamente. Para iniciar perguntamos ao entrevistado qual a sua opinião sobre o movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Sobre essa questão responderam: Foi um movimento marcante, estritamente necessário para modificar a estrutura dos tratamentos psiquiátricos que eram marcados por longas internações, maus tratos. A Reforma possibilitou um tratamento mais digno ás pessoas, o tratamento envolve aspectos sociais ao invés de focar em medicação e internação (Safira). A Reforma Psiquiátrica foi um marco muito importante em nosso país. Uma vez que os pacientes psiquiátricos não tinham uma assistência adequada, pelo contrário, eram sujeitados a condições desumanas como maus tratos e isolamento (Jacinto). Barroso e Silva (2011) apontam a aprovação da lei n°10.216 oficializando o atendimento psiquiátrico comunitário no Brasil, dispõe sobre o tratamento mais humanizado, a proteção às pessoas com transtornos mentais, e a preferência pelos serviços comunitários sobre as internações, a implantação em todo o território nacional de serviços substitutivos, as bases de funcionamento desses serviços e a Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 319 A entrevista foi aplicada aos nove funcionários do CAPS, apenas sete defendida, é fruto de maior maturidade teórica e política, alcançada ao longo das três últimas décadas, com maior conscientização da sociedade civil organizada. A próxima questão surge para identificar quais as ações de cuidado são realizadas no CAPS pesquisado. Atendimento psicológico individual. Convivência com o grupo, possibilitando a escuta do usuário (Safira). As ações realizadas são variadas, até mesmo pela dinâmica do serviço. Sou responsável pela coordenação da assistência, desde os acolhimentos aos encaminhamentos necessários dentro da rede (Jacinto). Atividades voltadas para o cognitivo, habilidades manuais (Ágata). Trabalho ao lado do paciente, tendo a possibilidade de estar atenta à sua problemática. Ouvindo e interpretando as informações dadas pelo paciente, sou capaz de auxiliar e propor ajuda dando assim um primeiro passo para intervenção reabilitativa (Turquesa). Preconizo sempre em promover o bem estar do paciente com meios terapêuticos como medicação e oficinas (Topázio). Lutar pelos direitos de cada um (Jaspe). Segundo Queiroz, Ferreira e Silva (2013) os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são unidades de atendimento em saúde mental que oferecem aos usuários um programa de cuidados intensivos, como: psicoterapia individual ou grupal, oficinas terapêuticas, acompanhamento psiquiátrico, visitas domiciliares, atividades de orientação e inclusão das famílias, entre outras. O acolhimento não se limita apenas ao ato de receber, mas se compõe de uma sequência de atos e modos que fazem parte do processo de trabalho, na relação com o usuário, dentro e fora da unidade, portanto deve ser visto, como um dispositivo importante (SOUZA, 2007). O Projeto Terapêutico é onde se inscreve a concepção do ser humano que determina a ação de saúde oferecida para alcançar o objetivo de criar produtos de saúde: cuidar, melhorar a qualidade de vida, ampliar o entendimento e a apropriação Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 320 regulamentação das internações compulsórias. A reforma psiquiátrica, hoje processo saúde-doença, possibilitando a participação do usuário e, consequentemente, a construção de sua autonomia (CARVALHO et al.,2012). Quando questionamos sobre o que é um CAPS os entrevistados responderam: O CAPS é um local de referência para pessoas com sofrimento mental. Um local onde o usuário recebe cuidados, pois é acompanhado por profissionais de diversas áreas. Além disso, é um local onde o usuário pode socializar fazer amizades, ser escutado. O usuário pode aprender ensinar e produzir enquanto ser humano, independente de sua patologia (Safira). O CAPS é um estabelecimento de saúde que resgatou a dignidade dos pacientes psiquiátricos oferecendo a assistência necessária aos seus usuários e familiares promovendo a inserção social dos mesmos (Jacinto). Um centro de acolhimento a paciente de saúde mental e apoio a família (Ametista). Centro de atendimento a pacientes com transtornos psicossociais. Nele são realizados atividades e tratamentos que visam a reinserção dos pacientes na sociedade (Ágata). O Centro de Atenção Psicossocial é mais uma instituição de apoio: é uma semente de esperança no coração do portador de transtornos mentais é alivio ás famílias dessas pessoas e principalmente é uma peça fundamental para o desenvolvimento da sociedade (Turquesa). Para mim o CAPS não é só um Centro de Atenção Psicossocial é um ambiente de interação aonde ajudamos as pessoas a enfrentar a realidade de seus problemas e absorvendo experiências para construção de um ser humano melhor (Topázio). CAPS é um apoio familiar (Jaspe). Souza (2007) ressalta que o CAPS surgiu para redefinir o tratamento dos usuários de serviços de saúde mental no Brasil e é considerado o mais importante dispositivo de saúde mental da Reforma Psiquiátrica brasileira.São unidades de atendimento que oferecem aos usuários cuidados intensivos, elaborados por uma equipe multidisciplinar. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 321 do se é dado algum treinamento para a equipe em relação ao trabalho no CAPS. Não. A equipe realizou algumas visitas técnicas em um CAPS onde os profissionais do mesmo sempre que solicitamos nos dão suporte nos orientando. Também, participamos de fóruns de saúde mental realizados pela GRS para um melhor norteamento do serviço (Jacinto). Não. Foi realizado um treinamento do qual não participei (Ágata). Ainda não, como estamos em fase inicial, ainda não foi realizado nenhum treinamento (Jaspe). O trabalho no cotidiano do CAPS impõe aos profissionais da equipe um questionamento a respeito da sua própria formação e suas experiências precedentes. É relevante que se tenha treinamento para melhor atender as necessidades dos usuários, visando uma assistência qualificada (VECCHIA e MARTINS, 2009). Perguntamos ainda, diante do que percebeu em seu trabalho quais os pontos positivos desse programa e quais pontos que devem ser melhorados. Pontos positivos: Possibilita aos pacientes um acompanhamento medico mais eficaz, garante entre os pacientes um sentimento de companheirismo, melhora a autoestima, auxilia o desenvolvimento de habilidades cognitivas e manuais, valoriza atitudes cidadãs. Pontos que devem ser melhorados: Em nossa rede ainda estamos adaptando espaços físicos, atendimento semanal que ainda não está sendo realizada (Ágata). A minha percepção positiva é que estamos no processo de formação, focando sempre o bem estar do ser humano reincidindo no contexto social, aceitando com suas diferenças e extinguindo o racismo de qualquer forma. Mas para que possamos visar uma saúde mental melhor, temos que melhorar nossa qualificação com mais fóruns e cursos e compartilhar experiências, sem duvidas temos que ser amparados com uma estrutura para prestar um serviço de qualidade (Topázio). Pontos positivos: o CAPS proporciona um ambiente de socialização e valorização da pessoa. Dentro do CAPS as diferenças são respeitadas, os preconceitos ficam do lado de fora. Necessita ser melhorado: informar a população a respeito da instituição CAPS, das políticas públicas de saúde mental. Ainda há muito preconceito na sociedade (Jaspe). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 322 Perguntamos também se possuíam especialização na área de saúde mental e efetiva, às questões locais, configurando-se como um dos equipamentos centrais na implantação do Sistema Local de Saúde Mental. Esse é um dos muitos pontos positivos (KANTORSKI et al., 2010). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que os resultados obtidos nessa entrevista, são importantes para analisar a percepção dos profissionais em relação ao conhecimento da Reforma Psiquiátrica e Centro de Atenção Psicossocial, mostrando-nos as praticas do cuidado, a relação profissional e usuário, visto que é uma instituição recém-fundada, onde faltam treinamento e especialização. Percebemos a necessidade de capacitação, afinal saúde e saúde mental são indissociáveis e os desafios devem ser enfrentados conjuntamente, compreendendo que o tratamento vai além do medicamento, sendo necessário relacionamento interpessoal e trabalho interdisciplinar. Acreditamos na possibilidade de se construir um CAPS onde exista equipe qualificada e que caminhe na direção da humanização. Portanto, diante das inquietações referidas nesse estudo notamos à importância do trabalho da equipe multiprofissional e a necessidade de treinamento para atuar na instituição, uma vez que é necessário desenvolver um trabalho em conjunto, onde todos se envolvam na assistência de acordo com seu nível de competência. REFERÊNCIAS AGUIAR, Victor Rafael Laurenciano; MEDEIROS, Claudio Melquiades. Entrevistas na pesquisa social: O relato de um grupo de foco nas licenciaturas. 2009. Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/3041_1475.pdf. Acesso em: 18.mai.2015. 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Professora Faculdade Vértice – Univértix - [email protected] Soraya Lúcia do Carmo da Silva Loures – Graduada em enfermagem pela Universidade Iguaçu, Mestrado em Meio Ambiente e Sustentabilidade pelo Centro Universitário de Caratinga, Coordenadora e professora titular dos Cursos de Graduação e Pós Graduação Lato Sensu de Enfermagem em Saúde Pública/ Saúde da Família e Saúde do Trabalhador da Faculdade de Minas – FAMINAS. RESUMO Atualmente no Brasil existe o Programa Nacional de Triagem Neonatal que regulamenta todas as questões relativas ao teste do pezinho. Tal triagem, coberta pelo Sistema Único de Saúde, investiga sete doenças: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Anemia Falciforme, Fibrose Cística, Toxoplasmose Congênita, Hiperplasia adrenal e Deficiência de biotinidase. Sobre essa ótica, o objeto desse estudo foi identificar o grau de conhecimento dos familiares sobre a importância do teste. Tal trabalho foi desenvolvido junto à equipe da APAE da cidade de Muriaé - MG, local de coleta do teste do pezinho, com pesquisa quali-quantitativa e de campo. A amostra constou de 20 participantes, investigados durante os meses de agosto e setembro de 2008, após a autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), e do Comitê de Ética da Faculdade de Minas - FAMINAS (CEF), com anuência dos participantes por meio de consentimento livre e esclarecido. Pôde-se concluir que existe um número significativo de pessoas que desconhecem as patologias detectadas no teste do pezinho e a importância de sua realização no 5º dia de vida da criança, favorecendo a intervenção do profissional enfermeiro na educação continuada com as gestantes no pré-natal, pós-parto e nos primeiros dias de vida do bebê. PALAVRAS-CHAVE: enfermeiro; triagem neonatal; orientação. 1 - INTRODUÇÃO Triagem Neonatal, conhecido popularmente como Teste do Pezinho, é um procedimento que visa diagnosticar precocemente doenças congênitas, que passam despercebidas ou sem nenhum indício ao exame médico, após o nascimento da criança. Sem a percepção de tais anomalias, elas trarão consequências irreversíveis, podendo até levar ao óbito do Recém- Nascido (RN). Com a precocidade do diagnóstico haverá a redução na morbimortalidade do neonato. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 327 O ENFERMEIRO COMO EDUCADOR EM DOENÇAS DIAGNOSTICADAS NO TESTE DO PEZINHO Robert Guthrie, médico pesquisador que desenvolveu o método de coletar amostras de sangue em papel filtro. (MARTON DA SILVA, 2002). Na década de 70, o teste foi introduzido no Brasil, para identificar duas doenças: a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito. Mais adiante, incorporada ao SUS (Sistema Único de Saúde), à partir do ano de 1992, através da Portaria GM/MS nº 22. No ano de 2001 o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Triagem Neonatal, com o objetivo de atender todos os recém-nascidos vivos no território nacional. Segundo Januário e Mourão (1998), a participação dos médicos no acompanhamento dos casos é muito importante, pois facilita o tratamento para a família e atualiza-se o campo da triagem neonatal e integrar-se aos objetivos gerais do programa. Atualmente a Triagem Neonatal oferece a identificação de sete anomalias congênitas; sendo elas: a Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Anemia Falciforme, Fibrose Cística, Toxoplasmose Congênita, Hiperplasia adrenal e Deficiência de biotinidase. O programa tem por objetivo reservar a todo recém-nascido vivo, no período neonatal que vai do 5º dia de vida até o 29º dia, o direito de ser atendido gratuitamente na rede pública para realizar o teste do pezinho com a finalidade de se realizar o diagnóstico de doenças genéticas, erros inatos do metabolismo e recentemente doença infecciosa como o caso da toxoplasmose. No contexto apresentado, foca-se o conhecimento sobre o assunto e a importância da atuação do enfermeiro na realização deste teste ressaltando a precocidade do exame; as doenças detectadas e os devidos aconselhamentos aos familiares com possíveis indicações médicas. 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O exame laboratorial, chamado também de triagem neonatal, detecta precocemente doenças metabólicas, genéticas e infecciosas, que poderão causar alterações no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê. Tal exame popularmente conhecido como teste do pezinho, é feito a partir de uma incisão no calcanhar do bebê. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 328 A história do Programa de Triagem Neonatal teve início em 1961 com Dr. separação de um grupo, ou mesmo, escolha entre inúmeros elementos e define, em Saúde Pública, a ação primária dos Programas de Triagem, ou seja, a detecção – através de testes aplicados na população – de um grupo de indivíduos com probabilidade elevada de apresentarem determinadas patologias. Ao aplicar a definição Triagem Neonatal está se realizando esta metodologia de rastreamento especificamente na população com a idade de 0 a 30 dias de vida. O ideal é que a triagem seja feita na maternidade ou ainda na primeira semana de vida. As gotas de sangue devem preencher todo o círculo do cartão do papel utilizado na coleta (BRASIL, 2002). O Teste do Pezinho é uma estratégia para o diagnóstico precoce de algumas doenças congênitas que são sempre imperceptíveis ao exame médico no período neonatal, mas que evoluem desfavoravelmente, levando ao aparecimento de sequelas como, por exemplo, a deficiência mental, possibilita intervenções também precoces que previnem sequelas e complicações, reduzindo a morbimortalidade. (BRASIL, 2002). No Brasil, a triagem neonatal teve início na década de 70, mais precisamente em 1976, quando o Prof. Benjamin Schmidt criou o projeto pioneiro de triagem neonatal, na época já conhecido como Teste do Pezinho, na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (APAE-SP). Inicialmente realizava-se um único diagnóstico, o da Fenilcetonúria e mais tarde incorporou-se a detecção precoce do Hipotireoidismo Congênito. Na década de 90, o Estatuto da Criança e do Adolescente com a Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990, houve a tentativa inicial de formalização e obrigatoriedade dos testes em todo território nacional: Art. 10 – “Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutico de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais.” Considerando a Portaria GM/MS nº. 22, de 15 de janeiro de 1992, que complementa a Lei Federal de 13 de julho de 1990 tornando obrigatório o Diagnóstico Precoce do Hipotireoidismo Congênito e Fenilcetonúria diz em seu item 1: “Torna obrigatória a inclusão no Planejamento das Ações de saúde dos Estados, Municípios e Distrito Federal, públicos e particulares contratados Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 329 O termo triagem, que se origina do vocábulo francês triage, significa seleção, Observando a necessidade de ampliar o acesso à Triagem Neonatal no País e buscar a cobertura de 100% dos recém-nascidos vivos, cumprindo assim os princípios de equidade, universalidade e integralidade que devem pautar as ações de saúde; o Ministério da Saúde criou em 2001, o Programa Nacional de Triagem Neonatal, com o objetivo de atender a todos os recém-natos em território brasileiro, além do desenvolvimento de ações de triagem neonatal, diagnóstico, acompanhamento e tratamento das doenças diagnosticadas (BRASIL, 2002). Um programa de Triagem Neonatal só se justifica pela sensibilização das gestantes tendo como objetivo orientá-las durante o período pré-natal. Sabe-se que o trabalho de esclarecimento a estas mulheres deve ser feito pela equipe técnica dos serviços de pré-natal e das maternidades. Para tanto deve ser esclarecida a importância para as mães sobre realizar o teste em seus filhos no quinto dia de vida. Dessa forma um pouco antes da alta hospitalar, a mãe deverá ser orientada a comparecer ao centro de saúde que presta serviços direcionados ao Teste de Triagem para que seja feita a coleta no prazo determinado. Conforme mencionado anteriormente, o teste deve ser feito no quinto dia de vida do recém-nascido, acentuando que qualquer exame que seja coletado antes do quinto dia será devolvido pelo laboratório, pois poderá resultar numa amostra falsamente normal, essa falha pode atrasar o diagnóstico, enganar os médicos, a família e trazer consequências para a criança por isso indicam-se o quinto dia e não antes. De acordo com Medeiros (2008), o mais importante, contudo, é que os responsáveis pelo teste do pezinho se reúnam periodicamente para debater os problemas regionais e possíveis dificuldades. Na realização da coleta do sangue para o teste do pezinho, o aquecimento prévio do pé promoverá um aumento do fluxo sanguíneo no calcanhar, propiciando maior quantidade de sangue e, consequentemente, uma gota de maior tamanho. Deve-se escolher para realizar a punção, uma das duas áreas laterais da região plantar do calcanhar, para se obter melhores resultados. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 330 em caráter complementar do Programa de Diagnóstico Precoce do Hipotireoidismo Congênito e Fenilcetonúria.” de uma mancha. Esta será picotada para serem analisados, quanto mais picotes, melhor será a qualidade e aproveitamento da coleta. Os limites da mancha não precisam ser exatamente coincididos com a linha tracejada, podendo ser ultrapassada ou não, visto a dificuldade de estar colocando a gota exatamente na linha, principalmente quando o bebê reage e tenta movimentar os pés. Os picotes são a quantidade de círculos obtidos pelo laboratório em cada círculo cheio de sangue. Após a secagem a mancha de sangue passa de vermelho vivo para marrom-avermelhado. As amostras inadequadas são rejeitadas pelo laboratório, pois há uma análise rigorosa das amostras recebidas. Os resultados dos testes realizados ficam comprometidos, inutilizando assim o papel-filtro enviado. Nesses casos quem perde é a criança, pois muitas vezes não a tempo de colher nova amostra dentro do tempo determinado pelo NUPAD (Núcleo de Pesquisa e Apoio Diagnóstico), até 29º dia de vida. Apenas as amostras consideradas satisfatórias serão aceitas pelo laboratório, para que os resultados sejam seguros, precisos e confiáveis. O momento de entrega de resultados é de ansiedade para a família. Mesmo estando normais, os resultados deverão ser entregue ás famílias, com maior brevidade possível, assim que estes chegarem do laboratório especializado. No caso de resultados alterados, deve-se entrar em contato assim que o laboratório enviar os resultados e informe ao responsável que foi encontrada uma alteração e que esta alteração precisa de um novo exame de confirmação. Para isso, a criança deverá comparecer ao local para uma nova coleta. É necessário que os profissionais de saúde responsáveis pela coleta, informem as famílias sobre o teste e a importância de ser coletado no quinto dia de vida, e que também as pessoas estejam atentas à todas as etapas do procedimento, pois as informações são fundamentais para que as doenças sejam tratadas. Os conteúdos supracitados foram extraídos do Manual de Normas Técnicas e Rotinas Operacionais do Programa Nacional de Triagem Neonatal. 3 - METODOLOGIA Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 331 O círculo tracejado impresso no papel-filtro funciona apenas como delimitador quali-quantitativo centrando em livros, artigos e manuais. O trabalho de campo foi realizado na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) da Cidade de Muriaé, onde se realizou a coleta de dados de 20 participantes que traziam seus bebês para a realização do teste do pezinho. Aplicou-se questionário misto com perguntas claras e objetivas, com a finalidade de motivar interesse e atenção dos participantes, evitarem percepções errôneas, e demonstrar a importância do Teste do Pezinho e do profissional enfermeiro como educador quando detectadas alterações na Triagem do Neonatal traçando planos assistenciais à criança juntamente com suas famílias. Coletaram-se os dados durante os meses de agosto e setembro de 2008, após autorização da Comissão de Ética em Pesquisa (CONEP), e do Comitê de Ética da FAMINAS (CEF), e anuência dos responsáveis pela Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE) e da enfermeira responsável pelo teste do pezinho da cidade de Muriaé, juntamente com os sujeitos em participar deste estudo através de consentimento livre e esclarecido. 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados após pesquisa com aplicação de questionário misto com perguntas claras e objetivas em 20 familiares que levavam seus bebês para a realização do teste do pezinho na APAE na cidade de Muriaé – MG foram: Figura 1: Faixa etária dos entrevistados 26 a 35 anos; 15 a 25 anos; 1; 50% 1; 45% 15 a 25 anos 36 a 45 anos; 1; 5% Fonte: Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE) – Ago-Set. 2008 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 332 Quanto à metodologia e estratégias adotadas, trabalhou-se com o método subdividiu-se da seguinte maneira: 15 – 25 anos, 26 – 35 anos e 36 – 45 anos. Resultou-se em: 09 (45%) entre 15 – 25 anos; 10 (50%) entre 26 – 35 anos e 1 (5%) entre 36 – 45 anos. Observa-se que a prevalência (50%) se dá entre as idades de 26 – 35 anos. Este resultado possibilita a percepção de que tais mulheres estão voltadas ao planejamento familiar, preocupando-se com a qualidade de vida. De acordo com Miranda e Leite (2004), o Planejamento Familiar têm importância fundamental e pode causar impacto positivo sobre o bem-estar de toda a família, principalmente na vida de mulheres e crianças. Figura 2: Estado Civil Solteira Casada Solteira; 1; Casada; 50% 1; 50% Separada Viúva Separada; 1; Viúva; 0% 1; 0% Fonte: Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE) – Ago-Set. 2008 Questionou-se aos 20 entrevistados sobre o estado civil, e obtiveram-se os seguintes resultados: 10 (50%) solteiras e 10 (50%) casadas. Mediante as respostas, observou-se um grande número de mulheres engravidam sem a presença masculina do lado. A ocorrência de tal fato pode ser considerada um fator socioeconômico, trazendo consequências para a criança e para a própria mãe, visto que a frequência em que acontece é bastante significativa. Segundo Araújo et al., (2004, p. 08), não é por falta de informação, nem por falta de acessos a métodos contraceptivos que acontecem as gestações indesejadas, mas sim de atitudes que consistem em pensar à afetividade e o agir. Não há como Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 333 Para adquirir os resultados da faixa etária dos 20 familiares entrevistados, transformações de ordem física, orgânica, psíquica, familiar, econômicas e sociais profundas. Para mulheres que engravidam solteiras, o problema é inicialmente sociocultural, pois haverá reações muito diferentes em sociedades permissivas ou restritivas à sexualidade (BOLSANELO, 1981, p.106). Figura 3: Profissionais que forneceram informações Médico Enfermeiro Técnico de Enfermagem Outros Enfermeiro; 1; Médico; 1; 38% 33% Técnico de Outros; Enfermagem; 1; 1; 19% 10% Fonte: Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE) – Ago-Set. 2008 Outro importante resultado aparece quando foi perguntada a relação dos profissionais que forneceram as informações sobre o teste do pezinho, tem-se: 8 (40%) médicos; 7 (35%) enfermeiros; 2 (10%) técnico de enfermagem, não ficando claro em alguns momentos pelos participantes, se seriam estes informantes, auxiliares, técnicos ou enfermeiros; 1 (5%) outro profissional da saúde e 4 (20%) outros. Observou-se também que as informações foram fornecidas tardiamente (15 participantes receberam informações sobre a existência do teste na maternidade), isso se constitui num importante obstáculo na ponte educação-cliente, pois, acreditase que o ensino deveria ocorrer gradativamente principalmente quando se refere a uma gestante, ademais são muitas as modificações ocorridas pela gestação, tanto em aspecto psicológico, quanto no físico, sem mencionar as importantes alterações na dinâmica familiar advinda da chegada de um novo membro. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 334 negar que a gravidez representa sempre, para mulheres de qualquer idade, grandes Maternidade; 1; 75% 335 Figura 4: Informações sobre o teste do pezinho Consultório Médico Maternidade APAE PSF Amigos Não Recebeu Informação Consultório Médico; 1; 10% Não Recebeu Informação; 1; PSF; 1;Amigos; 5% 1; 5%5% APAE; 1; 0% Fonte: Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE) – Ago-Set. 2008 Em relação ao local de informações dadas sobre o Teste de Triagem Neonatal destacam-se os seguintes resultados: 15 (75%) maternidade; 2 (10%) consultório médico ; 1 (5%) Programa Saúde da Família (PSF); 1 (5%) amigos e 1 (5%) não recebeu informação a respeito do mesmo. Tal resultado possibilita a percepção de uma deficiência da atenção dos profissionais de saúde das unidades básicas para a educação em saúde das gestantes. Essas informações deveriam ser difundidas a partir do momento em que são cadastradas no SIS-PRENATAL, e gradativamente serem reforçadas durante as consultas obstétricas e de enfermagem, e consequentemente na maternidade por ocasião do trabalho de parto. Miranda; Leite, 2004, afirmam que os profissionais integrados ao Programa de Saúde da Família devem conhecer as gestantes do território onde irão atuar. Isto, somente é possível através do estudo dos perfis epidemiológicos das classes sociais (dos grupos homogêneos que se assemelham nas formas de trabalhar e viver) que servem de objeto para a intervenção em Saúde Coletiva. Entretanto, o que mais impressionou nesse estudo foi à qualidade das informações referentes ao teste do pezinho. Dos 20 entrevistados, 11 (55%) responderam que não existiram informações adicionais sobre o exame, como por exemplo: qual a finalidade; quais doenças pesquisadas; porque a coleta é feita no Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. desse teste. Esse resultado leva a refletir como está sendo feita a divulgação das informações sobre o teste do pezinho nesse município, visto que, os familiares levam seus filhos para a realização do exame, sem ao menos entenderem a finalidade do mesmo a que seus bebês seriam submetido. Contudo, o restante de 09 (45%) dos participantes do estudo que responderam ter recebido informações adicionais, mas diz que essas, muitas vezes deixaram dúvidas, isso mostra que essas informações foram ineficientes para os questionamentos que envolvam este teste. Em relação ao esclarecimento suficiente sobre a finalidade e importância do teste do pezinho, 10 (50%) dizem ser suficientes, contra os outros 10 (50%) que relatam não terem tido orientações suficientes do que vêm a ser o Teste de Triagem Neonatal e seus respectivos objetivos. Fica explícita a necessidade de se passar mais informações a respeito do exame, denotando assim, uma demanda a ser trabalhada e priorizada enquanto educação em saúde. As respostas em relação à importância do teste, todos os participantes responderam ser de extrema importância para a saúde do bebê, mas ao analisarmos as respostas constatamos uma incompatibilidade no que diz respeito aos reais objetivos do exame. Observe que são muitos os que possuem um conhecimento relativamente equivocado, como é possível perceber nas seguintes respostas: “... ‘se tiver algum problema a gente fica sabendo’... ‘porque vai ver se tem algum problema’... ‘você pode prevenir de doença ou até mesmo tratar para que não possa piorar, e é método mais eficaz pela idade’... ‘acredito que deve tratar alguma coisa, alguma doença’... ‘se tiver alguma doença grave é descoberto’... ‘porque descobre várias coisas que o neném pode ter’... ‘ver futuramente o que pode acontecer’...” As respostas mostram um nível de conhecimento muito superficial sobre o exame, pois nenhum dos participantes se referiu à detecção de doenças genéticas, que, por conseguinte, ocasionam os distúrbios genéticos, que denota a falta de conhecimento por parte dos participantes referido ao exame neonatal. Questionou-se aos 20 entrevistados sobre o conhecimento de alguma doença detectada pelo teste do pezinho, 19 (95%) não souberam responder nenhuma doença, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 336 calcanhar da criança, enfim, todo o vasto conteúdo de informações existentes a cerca essa a anemia falciforme. Mediante ao grande número de pessoas que desconhecem as doenças pesquisadas no teste, perguntam-se os motivos que tem levado esses familiares a procurarem a instituição de coleta, e nos questionamos também quanto aos direitos dessas famílias de obterem uma assistência completa com informações básicas, bem como dos serviços de saúde e dos profissionais que atuam nessa área. 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados obtidos através da amostra representada por 20 participantes nos possibilitaram concluir que, existe um número significativo de pessoas que desconhecem as doenças detectadas pelo teste do pezinho relatando ter recebidas as informações tardiamente, até mesmo na própria maternidade. Tal fato se torna um importante obstáculo na ponte educação-cliente, pois as modificações tanto físicas quanto psicológicas são muitas, sem mencionar as importantes alterações na dinâmica familiar advindas da chegada de um novo membro. Diante do que foi apresentado, percebe-se a necessidade de trabalhar esse tema com as gestantes e suas famílias, pois é imprescindível reconhecer a importância da Triagem Neonatal e sua validade. Essas orientações têm de ser aplicadas no atendimento pré-natal ou pós-parto, ou mesmo nos primeiros dias de vida do recém-nascido. A presença da Enfermagem neste quadro é muito valiosa; no momento que há o contato com a parturiente e durante o pré-natal para a conscientização e sensibilização a respeito da Triagem Neonatal, para que ela aconteça e surta efeitos positivos. Elaborar e programar estratégias de educação em saúde, prestando uma assistência humanizada, visando suprir essas e outras demandas que se fazem necessária a esse cenário. Sendo assim, as ações de orientação social irão advir de respostas positivas em todos os aspectos, como a detecção precoce de alguma doença e seu devido tratamento. REFERÊNCIAS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 337 e apenas 1 (5%) respondeu conhecer alguma doença pesquisada no teste, sendo 338 ARAÚJO, Gilmara B. S. et al. Aspectos Psicossociais da Gravidez na Adolescência: estudo no município de Campina Grande. 2004 Disponível em: <www.gravideznaadolescencia.com> Acesso em 20 set. 2008. BRASIL. Código Civil Brasileiro. Estatuto da Criança e do Adolescente; 1990. [Lei 8.069]. [Publicado 1990; Jul 13]. BRASIL. Ministério da Saúde, Manual de Normas Técnicas e Rotinas Operacionais do Programa Nacional de Triagem Neonatal. Brasília: Editora MS, 2002. BRASIL. Ministério da Saúde, Portaria GM/MS nº. 22, 1992. [Portaria 822]. [Publicado 2001; Jun 06]. BOLSANELO, M. A. Análise do comportamento humano em psicologia. Curitiba: p.08. Abril, 1981. JANUÁRIO. José Nélio; MOURÃO, Oto Guimarães. Manual de Organização e Normas Técnicas Para Triagem Neonatal. Programa Estadual de Triagem Neonatal. Belo Horizonte: Coopmed, 1998. MARTON DA SILVA, M.B.G.; LACERDA, M.R. “Teste do pezinho”: por que coletas na alta hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 5 n.2 p. 50 – 54, 2002. MEDEIROS, Geraldo. O Teste do Pezinho. Revista Eletrônica de enfermagem. São Paulo, v.1, n.4, 2008. MIRANDA, Elisabeth S; LEITE, Juliana A. Perfil epidemiológico das usuárias do planejamento familiar na unidade de saúde da família de Santo Antônio dos Prazeres, Minas Gerais. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 8, n. 4, 2004. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Junimar Maicon Lopes Ferreira – Graduando em Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Sinval Dutra Junior – Farmacêutico – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Bruna Chaves Amorim – Farmacêutica Generalista - Mestre em Ciências Naturais e da Saúde. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em Ciências Farmacêuticas - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Doação de sangue; Doador; Perfil; Estímulo. RESUMO Este trabalho busca diminuir os obstáculos que afetam determinada população frente à decisão de tornar-se doadora, conhecer as dúvidas ligadas à doação, esclarecer sobre a eficiência, segurança e organização dos hemocentros, mostrando à sociedade a importância da doação de sangue. Trata-se de um estudo descritivo quantitativo. A instituição onde o estudo se desenvolveu é a Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX, localizada na cidade de Matipó- MG. Foi aplicado um questionário para levantamento de dados relacionados: Ao nível de conhecimento sobre o assunto; os motivos da doação ou não doação de sangue; e o perfil do doador dos acadêmicos das oito áreas de formação oferecidas pela instituição. Os resultados mostraram-se bem abaixo dos índices preconizados pela Organização Mundial de Saúde como ideais (3% a 5%) de uma população, e ainda abaixo dos índices nacionais que se situam em torno de (2%), uma vez que obtivemos 1,36% de doadores fidelizados entre o grupo analisado. A doação é um ato solidário e salvador de vidas, as motivações são variadas, mas em sua maioria refletem interesses pessoais e humanitários. 1- INTRODUÇÃO A doação de sangue, embora tenha sua importância reconhecida por muitos, é ainda hoje, um problema de interesse mundial, pois ainda não há uma substância que possa substituir o tecido (SILVA, 2008). Os hemocentros têm o papel de promover incentivos e recursos para a captação de novos doadores, manutenção dos estoques, e a qualidade do sangue a ser disponibilizado aos pacientes, porém ainda encontra dificuldades em manter doadores disponíveis o suficiente para atender às necessidades específicas e emergenciais, podendo colocar em risco a saúde e a vida da população (RODRIGUES & REIBNITZ, 2011). A conscientização da população sobre a importância da doação voluntária de sangue está diretamente ligada à captação de novos doadores; essa conscientização Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 339 PERFIL DO DOADOR DE SANGUE DOS ACÂDEMICOS DA FACULDADE VÉRTICE-UNIVÉRTIX DA CIDADE DE MATIPÓ - MG não se deve presar apenas por aumentar o número de doadores, também deve ser salientada a importância de se traçar o perfil dos mesmos garantindo maior segurança e qualidade aos usuários (GIACOMINI & LUNARDI FILHO, 2010). A doação de sangue deve ser tratada como um ato de solidariedade e compromisso social; tendo em vista a importância de se fidelizar os doadores e esclarecê-los sobre o impacto positivo gerado por essa ação de humanismo, pois uma ação que pode ser tida como simples implica em salvar vidas. Em vários países, a doação de sangue é tratada como assunto de suma importância recebendo grande atenção da mídia e investimentos em campanhas de conscientização. Em contrapartida em outras localidades recebe pouca atenção e, portanto o tema é pouco divulgado, como pode ser evidenciado em certas partes do Brasil (ZAGO, SILVEIRA, DUMITH & 2009) e (MOURA et al., 2006). Tendo em vista a importância do tema em questão e o constante aumento da demanda de sangue, diferente do que acontece com o número de doadores, é necessário e essencial que o assunto seja abordado com maior frequência, pois isso pode ser evidenciado ao se analisar os números de doadores, que no Brasil estão em torno de 2% da população uma vez que a Organização Mundial de Saúde preconiza que o ideal seja de 3 a 5% de uma população doadora (SOUZA, LEANDRO & GOMES, 2008). Contudo, objetiva-se com este trabalho conhecer o perfil do doador de sangue dos acadêmicos da Faculdade Vértice - Univértix da cidade de Matipó- MG 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 - IMPORTANCIAS DO SANGUE E DA DOAÇÃO O sangue é praticamente o primeiro tecido formado no ser humano, ainda no estágio de embrião, quando o sangue da mãe fornece os nutrientes. As primeiras células que vão formar o fígado iniciam a produção de eritrócitos que constituem o sangue inicial do embrião, após o aparecimento dos ossos gradualmente a produção dos eritrócitos e outras células sanguíneas migram para a medula e posteriormente quando o ser humano amadurece a produção permanece em ossos longos como úmero e fêmur os quais possuem medula óssea rubra, que é a parte da medula produtora de células sanguíneas (HOFFBRAND, MOSS & PETTIT, 2008). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 340 deve e pode ser feita através de campanhas veiculadas por meios distintos, porém tempo na história da medicina. Estudos como o do médico inglês Harvey, por volta do século XVII, tiveram grande importância no âmbito de transfusão sanguínea por descrever a circulação sanguínea e os mecanismos de seu funcionamento. A partir de então se possibilitou o uso de injeções intravenosas; o sangue começou a ser usado como uma possibilidade de tratamento para algumas doenças, tratamento esse que antes era impossível devido à falta de conhecimentos científicos sobre o mesmo. A partir desse período, aumentou em nível global a busca por conhecimento nessa área, tendo em vista a gama de benefícios que ela poderia trazer, principalmente nas guerras, a transfusão viria a ser amplamente usada e várias vidas salvas (SAMPAIO, 2013). O sangue possui várias funções e é de suma importância para a vida. O estudo do sangue é uma área muito vasta; entre as principais funções podemos citar o transporte de substâncias pelo corpo, nutrição das células e tecidos; papel fundamental na troca gasosa, desintoxicação e faz parte da proteção necessária para resistir aos agentes invasores, sendo assim, a sua escassez no organismo pode acarretar vários danos (GURGEL & CARMO, 2014). Ao se falar em sangue, observa-se a existência de diferentes tipos sanguíneos, fato que individualiza ou separa a população em grupos que são compatíveis entre si ou determina incompatibilidade em alguns casos, tornando assim o sangue em alguns casos mais raros. Esses grupos sanguíneos são identificados por antígenos próprios, que se encontram na membrana plasmática dos glóbulos vermelhos e são classificados pelo sistema ABO. Esse sistema consiste na classificação por meio de dois antígenos principais, antígenos A e B. Com base nesses antígenos têm-se os grupos sanguíneos classificados em quatro tipos: tipo A, tipo B, tipo AB e tipo O. Em função de outro antígeno que também está presente na superfície dos eritrócitos, o sangue também se classifica pelo fator Rh, em Rh positivo e Rh negativo, caracterizando o sistema Rh (CAMPINAS, 2010) e (GURGEL & CARMO, 2014). Os termos Rh positivo e Rh negativo constantemente utilizados na classificação sanguínea referem-se à presença ou ausência do antígeno D na membrana da hemácia. É descrito também a ocorrência do RhD fraco que refere-se a uma expressão bastante reduzida do antígeno D na membrana, sendo assim chamado “D fraco”. Entretanto, indivíduos portadores deste antígeno devem ser considerados Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 341 O sangue tem sua importância e finalidade terapêutica destacada à muito classificação fundamental em uma transfusão de sangue. Existem também casos mais raros como o Rh nulo, que sem exames específicos pode passar facilmente por Rh negativo (CASTRO, 2013). Hoje existe uma demanda aumentada sobre a captação de sangue, pois a ocorrência de acidentes, o aumento da violência e maior facilidade no diagnóstico de doenças genéticas ou crônicas que afetam o sangue vêm sofrendo aumento de seus índices diariamente. Essa situação ainda é agravada pelo aumento da população. Deste modo ocorre uma maior demanda de transfusões de sangue, e em contrapartida não ocorre o aumento expressivo do número de doadores de sangue (SOUZA, GOMES & LEANDRO 2008). No Brasil foi criado o Pró-Sangue devido a essas implicações, com o reconhecimento da grande importância do sangue, e aumento gradual da demanda. O Pró-Sangue se apresentou como um marco histórico na base e na execução da hemoterapia. Ele foi formado tendo como base uma rede de serviços de sangue (hemorrede), e tem como objetivo alcançar a cobertura hemoterápica em todo o país por meio de ações como a promoção da doação voluntária de sangue, qualificação de recursos humanos e padronização dos procedimentos técnicos (BARCA, 2013). A doação de sangue pode parecer uma necessidade individual, contudo na verdade é coletiva. A sociedade tende a ganhar muito quando seus cidadãos se conscientizam e tomam a iniciativa de doar sangue. (GIACOMINI & LUNARDI FILHO, 2010). 2.2 -PROCEDIMENTOS INICIAIS DOS HEMOCENTROS EM CASOS EMERGENCIAIS O hemocentro convive rotineiramente com situações emergenciais, e estabelece procedimentos como forma de aperfeiçoar os seus recursos financeiros, aprimorar o banco de sangue e a captação de hemocomponentes. Os pacientes que necessitam de transfusão são pacientes emergenciais, pois a sua vida depende disso. O médico do local do atendimento, onde se encontram os pacientes, após evidenciar a real necessidade, e quando se faz necessário, encaminha a solicitação de transfusão ao banco de sangue. Ao ocorrer essa solicitação, o banco de sangue fornece o sangue proveniente das doações, sangue esse mantido em estoques, os Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 342 como RhD positivos, (SILVA, 2008). O hemocentro utiliza algumas atitudes como tentativa de repor o sangue utilizado emergencialmente. Inicialmente convida os familiares daquele paciente a doarem sangue. Essa atitude fica ao ponto de vista dos familiares como sendo para seu ente querido, no entanto, se essa fosse a realidade, a ajuda de seu ente poderia não ser feita em tempo hábil, sendo assim, este sangue proveniente dessas doações é usado para recompor os estoques. Esse fato mostra que grande parte dos doadores é levada a doar por apelos emocionais e sentimentos de “solidariedade por conhecidos”, e não por conhecerem a real necessidade dos hemocentros (GIACOMINI & LUNARDI FILHO, 2010). 2.3 - CAPTAÇÃO DE DOADORES Um hospital não pode funcionar sem uma unidade hemoterápica. A preocupação primordial é com os casos emergenciais e com as urgências do pronto atendimento. Os pacientes com doenças crônicas e graves que necessitam de transfusões regulares, cirurgias e outros casos, como reposições de fatores sanguíneos, dependem de doadores fidelizados. Com o intuito de elevar o número dos doadores, o Programa Nacional de Doação Voluntária de Sangue foi instituído pelo Governo Federal, através do Ministério da Saúde, em novembro de 1998, tendo por objetivo envolver a sociedade brasileira (BRASIL, 2000). Esse Programa possibilitou um processo de doação de sangue consciente e responsável, através de ações educativas e de mobilização social, visando à garantia da quantidade adequada à demanda do país e a melhoria da qualidade do sangue, componentes e derivados (BRASIL, 2003). Esse Programa Nacional preconiza a modificação do perfil do doador de repositor para espontâneo, transformando a doação em ação espontânea e constante, como ato de cidadania e solidariedade. Propõe ainda o desenvolvimento de pesquisas para o conhecimento do perfil do doador de sangue. Para tanto, incentiva entre outras estratégias, o desenvolvimento de projetos educacionais, campanhas educativas e publicitárias, com o objetivo de fidelizar os doadores e estimular a captação de doadores de cada região, tornando-os regulares e permanentes. Isso foi comprovado ser de grande importância e descrito na literatura como mostra os trabalhos de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 343 quais posteriormente deverão ser repostos. A única forma de reposição é a doação Dessa forma, existe a necessidade de incentivar aqueles que serão os futuros profissionais de diversas áreas de atuação a difundirem essa ideia, principalmente entre os profissionais de saúde. Os programas para captação de doadores devem atingir toda a população, serem contínuos e intensos. Com isso a população pode ser conscientizada sobre o assunto, esclarecendo que não há substituto para o sangue e que só através da doação ele será obtido e que, não há qualquer risco a saúde. Dessa forma, é importante fazer a propaganda positiva dos serviços de hemoterapia, exaltando lhes aspectos humanitários, terapêuticos, sociais e a necessidade de dotá-los de recursos, para que possam, eficientemente, cumprir suas funções. O recrutamento de doadores não é exclusivo do serviço social do banco de sangue, e sim, de todos que estão nele envolvidos: doadores, funcionários, médicos, pacientes, familiares e amigos, enfim, toda a sociedade (LUDWIG e RODRIGUES, 2005). Pode-se considerar como elementos fundamentais no trabalho de captação de doadores de sangue, a participação ativa da população e a corresponsabilidade entre serviços de hemoterapia e doadores de sangue (RODRIGUES, REIBNITZ, 2011). A busca do doador espontâneo de repetição além de garantir que pacientes crônicos obtenham sangue para atender sua necessidade ainda significa segurança e economia para a sociedade, pois, doadores testados significam bolsas de sangue com margem de maior segurança e menos exames sorológicos desprezados, além de um menor número de candidatos a doadores tidos como inaptos. Mediante as triagens e exames rotineiros dos hemocentros descobrem-se precocemente algumas doenças dos doadores que podem ser facilmente encaminhadas a um tratamento (LUDWIG e RODRIGUES, 2005). O comportamento e a decisão de doar sangue são influenciados pela falta de informação de forma negativa. As pessoas possuem dúvidas, temores e mitos que somente com o esclarecimento podem ser sanados (SOUZA, GOMES e LEANDRO, 2008). Destaca-se que a doação de sangue no Brasil é um ato voluntário, conforme disposto na Constituição da República (1988) e na Resolução RDC/ANVISA 343/02 que estabelece que não seja admitido qualquer tipo de remuneração para a doação. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 344 Giacomini e Lunardi Filho (2010), assim como nos de Rodrigues e Reibnitz (2011). É fundamental que o captador esteja comprometido com o processo de educação e conscientização da população buscando atingir a sociedade de forma mais ampla e que a doação de sangue seja popularizada, que cidadãos sadios compreendam a importância desse ato sublime (SOUZA, GOMES e LEANDRO, 2008). 3 - METODOLOGIA Trata-se de um estudo de caráter descritivo com abordagem quantitativa, que segundo Utsumi et al.,(2007), tem como objetivo descrever, analisar ou relacionar fatos e fenômenos de natureza variável. O presente estudo foi realizado entre os Acadêmicos da Faculdade Vértice – Univértix. Esta instituição localiza-se na cidade de Matipó que pertence à Zona da Mata Mineira e cuja população é de aproximadamente 18.604 habitantes (IBGE, 2015). A referida instituição é constituída de mais de 2000 alunos de graduação, pósgraduação, e alunos de cursos técnicos, além de mais de 100 funcionários, incluindo os professores. A população do estudo consistiu de todos os acadêmicos regularmente matriculados nos 8 cursos de graduação da referida Instituição; e o critério de inclusão para participar do presente estudo foi o participante referir ter doado sangue pelo menos uma vez na vida. Os alunos que referiram nunca ter doado sangue foram excluídos da população amostral. Para a coleta de dados foi utilizado questionários padronizados contendo informações sobre gênero, município de origem, habitação urbana ou rural, idade, estado civil, número de filhos, local de ensino médio, renda familiar, trabalho, número de habitantes na casa, escolaridade dos pais, importância da doação de sangue, conhecimento sobre a doação de sangue, meio de informação sobre doação de sangue, frequência de doação de sangue, motivo que dificulta a doação, pai ou mãe doadores e grupo sanguíneo. A coleta de dados foi realizada em junho de 2015. Aos discentes participantes foi garantido sigilo de identidade, além dos demais princípios éticos e legais de acordo com o protocolo de pesquisa com seres humanos, estabelecidos pela Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 196/96. Ainda foi Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 345 Toda a sociedade pode doar sangue, salvos casos que a legislação o proíba. (TCLE) apresentado no ANEXO II (BRASIL, 1996). Os dados foram analisados por estatística descritiva, utilizando o Microsoft Office Excel®. 4 – RESULTADOS PARCIAIS E DISCUSSÕES O total de alunos matriculados nos cursos de graduação da referida Instituição é de 1641 estudantes e destes apenas 62 alunos referiam ter doado sangue alguma vez na vida. O que corresponde a uma prevalência de 3,78%. Avaliando estudo semelhante realizado por Pereira e Bastos (2009) foi encontrado resultado superior com 38% dos pesquisados tendo doado sangue ao menos uma vez na vida. O curso que revelou ter a maior prevalência de doação de sangue foi o de Enfermagem com (6,72%) (TABELA 1). Tabela 1: Prevalência de doadores de sangue dentre os cursos de graduação da Faculdade Vértice – Univértix (2015) Curso Doadores Alunos Matriculados % Administração 2 139 1,44 Agronomia 5 164 3,05 Ciências Contábeis 2 158 1,26 Educação Física 5 100 5 Enfermagem 8 119 6,72 Engenharia Civil 18 405 4,44 Farmácia 5 105 4,76 Medicina Veterinária 17 451 3,77 Dos 62 alunos que referiram serem doadores, apenas 21 declararam ser doadores regulares, o que representa 1,27% do universo pesquisado. O resultado encontrado na Instituição está abaixo do preconizado pela OMS que é de 3 a 5% e abaixo do encontrado na população brasileira que é em torno de 2% (SOUZA, LEANDRO, GOMES, 2008). Já Passos e Farina (1994), detectou uma prevalência bem maior entre estudantes de Medicina em Ribeirão Preto - SP em 1994 (15%). Dentre os acadêmicos que referiram ser doadores de sangue a maioria é pertencente ao gênero masculino (51,61%), em sua maioria solteira (66,10%) na faixa etária acima de 28 anos (40,40%) e sem filhos (72,60%) (TABELA 2). TABELA 2: Caracterização da população acadêmica doadora de sangue da Faculdade Vértice – Univértix Gerais (2015). Características N = 62 % Gênero Feminino 30 48,40 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 346 fornecida aos investigados uma cópia do termo de Consentimento Livre e Esclarecido Características Município de origem Manhuaçu Matipó Abre Campo Outros Local de residência Zona Urbana Zona Rural Estado Civil Solteiro Casado Filhos 0 1–2 3–4 32 51,60 11 11 15 25 17,70 17,70 24,20 40,40 N = 62 % 10 8 6 38 16,10 12,90 9,70 61,30 49 13 79 21 41 21 66,10 33,90 45 14 3 72,60 22,60 4,80 Ainda sobre a prevalência de doadores do sexo masculino em estudos realizados no Sul do país por Belato (2011) encontrou resultados semelhantes onde o maior número de doadores foi do sexo masculino. Pereira e Bastos (2009) avaliando doadores de sangue entre alunos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina detectou perfil diferente, pois a maioria dos doadores foi do gênero feminino (53%). Já em relação à idade, o mesmo autor, encontrou semelhanças já que este detectou a faixa etária predominante acima de 24 anos, assim como no estudo de Bossa e Cappelli (2008) onde (50%) dos doadores tem idade entre 24 e 28 anos. Em relação à residência os acadêmicos doadores referiram residir na Zona Urbana (79%) e em sua maioria na cidade de Manhuaçu (16,10%), onde existe um hemocentro. Bossa e Cappelli (2008) encontraram resultados semelhantes o que mostra que a residência em zona urbana assim como maior proximidade do hemocentro são fatores que facilitam a doação. Dentre os participantes que referiram ter doado sangue mais de uma vez, a frequência mais comum referida foi quando algum parente ou amigo necessita, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 347 Masculino Faixa Etária 17 a 20 anos 21 a 23 anos 24 a 27 anos 28 anos ou mais doadores de sangue da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina encontrou resultado semelhante, pois o principal motivo observado para a doação envolve a necessidade de pessoas próximas e familiares. Estudo semelhante realizado por Giacomini e Lunardi Filho (2010) avaliando motivos que levaram à doação apresentou resultado semelhante onde cerca de (80%) dos participantes alegaram ter doado sangue por solidariedade por familiares ou conhecidos. A captação de doadores de sangue deve ser uma atividade voltada não apenas para assegurar a quantidade necessária de doadores, mas também para aprimorar o perfil das doações, garantindo padrão de qualidade do sangue. Diante disto a conquista da fidelidade dos doadores, para que não falte sangue nos serviços, bem como para diminuir os doadores de última hora, os quais não são ideais porque não se pode acompanhar seu estado de saúde de forma regular é hoje a maior dificuldade dos hemocentros (GIACOMINI E LUNARDI FILHO, 2010) e em na referida instituição a realidade não é diferente e ainda é menor que os níveis nacionais que já não são satisfatórios. 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS Através desse trabalho se tornou possível verificar de forma simplificada e objetiva os principais fatores que estão influenciando a população da faculdade em relação ao ato de se tornar ou não doadora de sangue; fatores estes que são: o trabalho, a falta de esclarecimento e a interação entre os órgãos responsáveis como o Hemominas e a população. Essa interação deve desenvolver uma política de conscientização e motivação. Tais fatores têm interferido e dificultado tanto a captação de novos doadores quanto a fidelização de doadores esporádicos. Em relação ao número de pessoas que nunca doaram sangue, cabe ressaltar que ocorre grande falta de informação, incentivos e esclarecimentos acerca da importância, das verdades e dos mitos, sobre a tão nobre ação de doar sangue. Ações futuras podem tornar nossa faculdade um exemplo para tantas outras e influenciar a sociedade de forma geral, visto que a faculdade constitui um local de formação de pessoas não só em nível acadêmico, mas também em caráter, e nada melhor para fortalecer o caráter, que ser apresentado a possibilidades de realizar nobres ações. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 348 atingindo (24,19%). Pereira e Bastos (2009) em uma avaliação entre os estudantes BARCA, D. A. A. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 350 LUDWIG, S. T; RODRIGUES, A. C. M., Doação de sangue: Uma visão de marketing. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 3, n. 21, p.932-939, maio/jun. 2005. Franciele de Oliveira Scala Dias, Nayenne da Costa Andrade – Graduandas do Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Shiara Martins de Souza – Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Punica granatum, antibacteriana, Staphylococcus aureus. RESUMO A utilização de plantas medicinais com finalidades terapêuticas é milenar. Dentre as espécies terapêuticas destaca-se a Punica granatum L.. Alguns estudos tem revelado seu potencial antimicrobiano frente ao S. aureus. O trabalho avaliou a atividade antibacteriana “in vitro” do extrato de romã frente às bactérias frequentes em tonsilites infecciosas. O gênero testado foi Staphylococcus aureus. O extrato foi obtido por decocção, em diluições de 1, 3, 5, 10, 20, 30, 40, 50 e 100%. A sensibilidade foi determinada pela técnica de difusão em discos de papel filtro, como controle positivo utilizou-se Penicilina, e como controle negativo disco de papel filtro inerte. A determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi realizada pela menor concentração do extrato que inibiu completamente o crescimento bacteriano. A cepa foi sensível à penicilina que apresentou um halo de inibição de 40 mm (100%). E aos extratos nas concentrações de 10% (10mm), 20% (11mm), 30% (13 mm), 40% (15 mm), 50% (16 mm) e 100% (18mm). Mostrando que o extrato aquoso de P. granatum (romã) em estudo in vitro, apresentou atividade frente ao S. aureus. 1- INTRODUÇÃO A utilização de plantas medicinais com finalidades terapêuticas é milenar. Esta técnica de uso popular é baseada no conjunto de informações que são transmitidas oralmente entre as gerações (COSTA, MAYWORM, 2011). Dentre as espécies com propriedades terapêuticas destaca-se a Punica granatum L., conhecida popularmente como romãzeira. É uma planta da família Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 351 ATIVIDADE ANTIBACTERIANA “IN VITRO” DE EXTRATO DE ROMÃ (Punica granatum L.) FRENTE A BACTÉRIAS DE GÊNERO Staphylococcus sp. preparações obtidas da romãzeira são utilizadas popularmente no tratamento de diversos problemas de saúde como disenterias, aftas, tosse, inflamação urinária e faringites. São descritos que esta planta possui efeito antisséptico e atividade antibacteriana contra gram-negativas e gram-positivas (SANTOS et al., 2010; TELES e COSTA, 2014). As bactérias que mais comumente causam infecções em trato respiratório superior em seres humanos são as Gram-positivas do gênero Staphylococcus sp. e Streptococcus sp.. Esses microrganismos fazem parte da flora normal dessa região. Porém podem causar infecções da orofaringe e tonsilas quando se tratar de espécies de virulência mais agressiva ou quando o hospedeiro apresentar baixa imunidade (TRINDADE, FONSECA, JUIZ, 2009). As infecções do trato respiratório superior, como as tonsilites, estão entre as mais comuns. Estas podem ter origem viral ou bacteriana, com sintomas e sinais clínicos semelhantes. Geralmente as infecções estreptocócicas e estafilocócicas têm início abrupto que se caracterizam por deglutição dolorosa e febre, e podem apresentar dor abdominal, cefaléia e vômitos (CARDOSO et al., 2009; SIB e BRICKS, 2008). O romã é utilizado popularmente para rouquidão, inflamação das tonsilas palatinas e processos infecciosos que acometem a cavidade oral. Estudos tem revelado o potencial antimicrobiano das espécies P. granatum, frente ao S. aureus. (TRINDADE, FONSECA, JUIZ, 2009). O objetivo deste trabalho é avaliar a atividade antibacteriana “in vitro” do extrato de romã frente às bactérias que mais frequentemente causam tonsilites infecciosas. O gênero de bactérias testadas será Staphylococcus aureus. A espécie de romã está presente na flora mineira. Estudos etnofarmacológicos demonstraram que a população local utiliza essa planta para tratamento de tonsilites (COSTA e MAYWORM, 2011; DUQUE-BRASIL et al., 2007). Por esse motivo, o desenvolvimento desse trabalho, além de permitir resgate da cultura dessa região, possibilita a realização de estudos preliminares para a confirmação do uso de extrato de P. granatum L. como uma alternativa para o tratamento da tonsilite. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 352 Punicaceae originária da Ásia, mas amplamente distribuída no território brasileiro. As 2.1- REFERENCIAL TEÓRICO O uso popular das plantas baseia-se no conjunto de informações que são transmitidas oralmente entre as gerações. Um dos motivos que contribui para a grande utilização das plantas medicinais e suas preparações, é que o Brasil é um dos maiores centros de biodiversidade vegetal, possuindo a flora mais rica em todo mundo, contendo cerca de 56.000 espécies de plantas, o que corresponde a 20 % da flora mundial. E possui uma variedade de espécies que podem ser usadas para os mais diversos fins, incluindo o medicinal (TRINDADE, FONSECA, JUIZ, 2009; COSTA, MAYWORM, 2011). Problemas como resfriados, gripes, dores de cabeça, insônia, doenças do trato digestivo e bronquites são os mais tratados pela população com o uso de plantas (VEIGA Jr, PINTO, MACIEL, 2005). Algumas muito conhecidas e utilizadas são Mentha piperita L., Eucalytus globulus, Chamomilla recutita L., Rosa sp., Citrus aurantium L., P. granatum L.. Um dos problemas de saúde que mais frequentemente acometem a população são as infecções do trato respiratório. Estudos demonstram várias espécies de plantas medicinais utilizadas para combater os sintomas associados a essas infecções. Dentre elas encontra-se o Eucalyptus globullus, Plantago australis L. e P. granatum L. comumente usadas para tosse e dor de garganta (CARDOSO et al., 2009, COSTA, MAYWORM, 2011). A P. granatum L. conhecida popularmente como romãzeira destaca-se por suas propriedades terapêuticas. É uma planta da família Punicaceae, originária da Ásia, mas amplamente distribuída pelo Brasil. O perfil químico do extrato de romã demonstra que entre os seus principais componentes estão os flavonoides, antocianinas, taninos, alcalóides, ácidos graxos conjugados, ácido ascórbico e polifenóis. As preparações obtidas da romãzeira (flor, fruto e casca da árvore) são usadas popularmente para o tratamento de disenterias, aftas, úlceras, tosse, inflamação urinária, parasitismo, angina e faringites. São descritos que esta planta possui efeito Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 353 2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (SANTOS et al., 2010; TELES, COSTA, 2014). As bactérias que comumente causam infecções nos seres humanos, principalmente as relacionadas ao trato respiratório, são as Gram-positivas do gênero Staphylococcus sp. e Streptococcus sp.. Espécies desses gêneros fazem parte da flora normal da orofaringe. Mas, quando se tratar de espécies de virulência mais agressiva ou quando o hospedeiro apresentar baixa imunidade, estas espécies podem causar infecções da orofaringe e tonsilas (TRINDADE, FONSECA, JUIZ, 2009). As infecções das vias aéreas superiores estão entre as principais causas de procura por assistência. Sinusites, bronquites, pneumonias, otites, gripes, resfriados e tonsilites são as mais comuns. Dentre as citadas destacam-se as tonsilites. As tonsilas palatinas, também denominadas amigdalas, estão localizadas nas vias aéreas superiores, na região amigdaliana, se posicionando entre a região bucal e faríngea. As faringotonsilites são as infecções dessas tonsilas, que podem ser causadas por diminuição da imunidade local, infecções vizinhas como rinites, sinusites, gripes, mudanças bruscas de temperatura, umidade, e por diversos agentes etiológicos como bactérias e vírus (CAVALCANTI, 2013). Os sintomas e sinais clínicos tornam difícil a diferenciação entre quadros virais e bacterianos, mas as infecções bacterianas são as mais comuns (CARDOSO et al., 2009). Geralmente essas infecções têm início abrupto que se caracterizam por deglutição dolorosa, febre alta, dor de garganta, inflamação na orofaringe, calafrios, cefaleia e prostração. Em alguns casos pode-se ter a presença de linfonodos inflamados e exsudato branco e acinzentado sobre as tonsilas (CAVALCANTI, 2013). O romã é utilizado popularmente para rouquidão, inflamação de garganta e infecções da cavidade oral, já que estudos descrevem um potencial antimicrobiano da P. granatum L. sobre os S. aureus bem como suas propriedades antissépticas. Sendo assim uma boa alternativa para o tratamento das tonsilites infecciosas. (TRINDADE, FONSECA, JUIZ, 2009). 2.2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Levando em conta que a cura de doenças através de plantas medicinais existe desde a antiguidade Souza e Ribeiro (2008) em seus estudos avaliaram a procura de plantas medicinais entre raizeiros da cidade de Campina Grande- PB, investigando a Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 354 antisséptico e atividade antibacteriana contra gram-negativas e gram-positivas do estudo foi feita através de entrevistas a 37 raizeiros com base em suas indicações de modo a confrontar o conhecimento popular e científico por meio de literaturas especializadas. As 10 plantas mais citadas para o tratamento de doenças respiratórias foram selecionadas para se realizar a revisão bibliográfica. Constatou-se que 100% das indicações terapêuticas feitas pelo raizeiros estão de acordo com a literatura, portanto são confiáveis. Teles e Costa (2014) em seus estudos buscaram descobrir a existência de interações ou interferência na ação do antibiótico amoxicilina. Eles testaram P. granatum e Plantago major contra S. aureus e Escherichia coli por meio de extratos preparados por decocção. A Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi determinada pela microdiluição em caldo, onde a P. granatum apresentou CIM de 6,25% contra S. aureus e 25% contra E. coli. E o extrato de Plantago major não apresentou atividade. O teste de interferência foi feito pelo teste de disco-difusão, que confirmou a interação dos extratos entre si e dos extratos com a amoxicilina. Essa interferência mostra a relevância de se fazer estudos complementares que garantam a segurança do uso de plantas medicinais. Catão e colaboradores (2006) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a atividade antimicrobiana “in vitro” do extrato etanólico de P. granatum (romã), bem como determinar a sua concentração inibitória mínima (CIM) frente a amostras de S. aureus de origem humana, avaliando a sensibilidade das cepas com relação aos antimicrobianos usados. A CIM foi determinada pelo método de diluição em placas e antibiograma por disco-difusão. Todas as cepas se mostraram sensíveis a vancomicina, tetraciclina e oxacilina e 64,7% apresentaram resistência à penicilina e ampicilina. E 58,8% das cepas tiveram a sensibilidade à clindamicina e à eritromicina diminuída. Permitindo concluir que a CIM do extrato foi obtida na concentração 10%, sendo capaz de inibir 100% das cepas analisadas. Trabalhos como estes possibilitam a realização de estudos preliminares para a confirmação do uso de extrato de P. granatum L. como uma alternativa para o tratamento da tonsilite. Uma vez que a etnofarmacologia demonstra o uso desta planta no tratamento dessa afecção. 3. METODOLOGIA Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 355 utilização destas plantas no tratamento de doenças do trato respiratório. A realização Preparo do extrato aquoso do fruto do romã O material botânico (fruto) de Punica granatum (L.), foi colhido no mês de agosto de 2015, no município de Raul Soares com posição geográfica de -20°06’07’’ de latitude e -42°27’09’’longitude. A coleta do material vegetal foi realizada em único dia, ao final da manhã, com temperatura de 26° C logo após o material foi levado ao laboratório de microbiologia da Faculdade Vértice-Univértix, Matipó, MG onde se realizou a confecção do extrato. Para confecção do extrato aquoso utilizou-se 100g do material fresco em 200 mL de água destilada autoclavada necessárias à submersão. Para o extrato in natura, o material não sofreu secagem em estufa, dessa forma, 200 mL de água destilada autoclavada foram suficientes para total submersão do material vegetal (100g). Após, realizou-se decocção em banho-maria à 50ºC por 40 min, e filtragem através de algodão hidrófilo (SILVA et al, 2013). 3.2) Soluções amostras Preparou-se a solução inicial de concentração 1:1 e em seguida foram feitas as diluições de 1, 3, 5, 10, 20, 30, 40, 50 e 100% para os extratos confeccionados a partir do extrato vegetal in natura. 3.3) Preparo do inóculo bacteriano cepa S. aureus Cepas ATCC 25923 foram utilizadas como indicadores para a atividade antimicrobiana do extrato aquoso de P. granatum a 50%. Em relação ao inóculo, foram realizadas diluições de 10-1 até 10-5. Observou-se que a diluição 10-4 correspondia ao padrão 0,5 (1,5x108 células/ml) da escala de MCFARLAND. Dessa forma, os microrganismos indicadores (S.aureus) foram ativados em tubos com 5,0ml de caldo BHI (em duplicata) e incubados a 37ºC por 24 horas. Durante esse período, foi observado o crescimento por turvação do meio. A seguir, foi retirado 1,0ml do inóculo e adicionado ao tubo A (10-1) que continha 9,0ml de caldo BHI previamente preparado e autoclavado. Em seguida, foram iniciadas as diluições subsequentes na ordem 10 -1 a 10-4, com a finalidade de atingir a escala padrão 0,5 de McFarland com a proporção aproximada de a 1,5x108 de células por ml. As diluições foram feitas com cada microrganismo e em duplicata (TRINDADE, FONSCECA, JUIZ, 2009). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 356 3.1) Teste de sensibilidade de S. aureus e frente a extrato aquoso de P. granatum A sensibilidade dos isolados microbianos aos tratamentos foi determinada pela técnica de difusão em discos de papel filtro (Whatman nº 1) com 7mm de diâmetro, impregnados com alíquotas de 40µL de cada diluição do extrato (PEREIRA et al., 2009), e avaliadas em duplicata. Foram avaliadas, a partir da solução inicial, as concentrações de 1, 3, 5, 10, 20, 30, 40,50 e 100% de material vegetal in natura. Este procedimento foi realizado em Câmara de Fluxo Unidirecional, onde os discos foram fixados, sobre meio Ágar Mueller-Hinton, previamente semeado com auxílio de suabe estéril pelos inóculos bacterianos obtidos. Posteriormente este material foi incubado em estufa bacteriológica a 37ºC por 24 horas (SILVA et al, 2013). Como controle positivo utilizou-se Penicilina G 10 unidades, da marca OXOID e como controle negativo disco de papel filtro inerte. 3.5) Concentração inibitória Mínima (CIM) A determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi realizada pela menor concentração do extrato que inibe completamente o crescimento bacteriano, observada pela presença do halo de inibição de crescimento bacteriano visível superior a 15 mm (PEREIRA et al., 2006; SILVA et al., 2013). 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A amostra de S. aureus foi avaliada frente às diferentes concentrações do extrato aquoso de P. granatum (romã), e frente à penicilina. O controle positivo foi realizado através de um antimicrobiano químico, a penicilina, e apresentou a formação de um halo inibitório (40mm), ao contrário do que foi observado em relação ao controle negativo que não apresentou ação inibitória nem interferência no crescimento bacteriano. A cepa foi sensível à penicilina que apresentou um halo de inibição de 40 mm (100%). E ao extrato nas concentrações de 10% (10mm), 20% (11mm), 30% (13 mm), 40% (15 mm), 50% (16 mm) e 100% (18mm) (TABELA 1). As demais concentrações de 1, 3 e 5% não inibiram o crescimento bacteriano. Observou-se que a CIM do extrato aquoso de P. granatum foi de 40% contra a cepa de S. aureus testada. O tamanho Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 357 3.4) mesmos diminuem à medida que se aumenta a diluição do extrato. Tabela 1 - Halo de Inibição do extrato de romã frente aos Staphylococcus aureus. Número da Amostra 1 1% Volume do extrato 10µL 2 3% 30µL 970µL Não houve 3 5% 50µL 950µL Não houve 4 10% 100µL 900µL 10 mm 5 20% 200µL 800µL 11 mm 6 30% 300µL 700µL 13mm 7 40% 400µL 600µL 15mm Porcentagem Volume de água Halo de inibição 990µL Não houve 8 50% 500µL 500µL 16mm 9 100% 1000µL - 18mm Comparado à penicilina o extrato apresentou eficácia de 25%, 27,5%, 32,5%, 37,5%, 40% e 45% nas concentrações de 10, 20, 30, 40, 50 e 100% respectivamente. Esses achados se aproximam com os dados relatados por Catão et al., (2006) que avaliaram amostras de S. aureus em diferentes concentrações de extrato etanólico de P. granatum, e evidenciaram que todas as 17 (100%) cepas apresentaram sensibilidade ao extrato na concentração 10% e essa diminuía à medida que a diluição do extrato aumentava. Assim como Silva et al., (2013) também demonstram que os extratos de P. granatum possuem atividade inibitória, in vitro, sobre S. aureus. Também Trindade e colaboradores (2009), em seus estudos encontraram atividade antimicrobiana da tintura hidroalcóolica da casca do romã, evidenciando que o S. aureus apresentou sensibilidade ao extrato nas concentrações 1:2 (13mm), 1:4 (12mm) 1:8 (8mm). 5. CONCLUSÃO De acordo com os resultados encontrados, concluiu-se que o extrato aquoso de P. granatum (romã) em estudo in vitro, apresentou atividade frente ao S. aureus nas concentrações de 10, 20, 30, 40, 50 e 100%. Esse contexto reforça a importância e a necessidade de estudos sobre os valores medicinais dessa planta para que possa ser utilizada como alternativa no tratamento de tonsilites. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 358 dos halos de inibição varia, sendo o menor igual a 10 mm e o maior 18 mm. Os 359 REFERÊNCIAS CARDOSO, D.M.; SABINO, H.M.; GILIO, A.E.; MACHADO, B.M.; LOTUFO, J.P.B.; PASSADORE, L.F.; MARTINEZ, M.B. 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Paola Aparecida de Assis Quintão – Acadêmica do curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Bruna Chaves Amorim – Farmacêutica Generalista – Mestre em Ciências Naturais – Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX [email protected] RESUMO A HAS constitui um grave problema de saúde pública. Já que as doenças do aparelho circulatório são o primeiro grupo de causa de óbitos e o segundo em relação as internações no Brasil. Com isso foi criada a Rede HIPERDIA , uma rede de atenção á saúde prioritária em Minas Gerais, com a missão de estender a longevidade e melhorar a qualidade de vida da população, dentre outras doenças crônicas. O objetivo deste trabalho foi identificar as posturas assumidas por hipertensos cadastrados no HIPERDIA residentes na Vila Barbosa no ESF de Raul Soares/MG que poderiam causar agravos á saúde. Os dados foram coletados através de aplicação do questionário a população. O número de hipertensos que admitem posturas inadequadas para controle da HAS é considerável, verificando-se assim a necessidade de intervenções no sentido de esclarecer essa população quando aos agravos que podem surgir, dessa forma incentivando-os a um maior comprimento com o controle da HAS. PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão, Tratamento medicamentoso, Fatores de riscos e Programa Hiperdia. 1. INTRODUÇÃO A hipertensão arterial (HA) é um grave problema de saúde pública sendo uma das doenças crônicas responsáveis pelas taxas de internação, custos elevados com a morbimortalidade associada á doença e comprometimento da qualidade de vida para os portadores. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a hipertensão arterial ocorre quando a pressão que o sangue faz na parede das artérias para se movimentar é muito forte, resultando em um valor maior que 120/80mmhg (BRASIL, 2009). A hipertensão arterial (HA) é uma doença que atinge jovens, adultos e idosos, pessoas de ambos os sexos, de todas as raças e de qualquer padrão social. A hipertensão é uma doença que não tem cura, mas pode através de tratamento Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 361 PERFIL DOS PACIENTES HIPERTENSOS CADASTRADOS NO PROGRAMA HIPERDIA DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE cerca de 90% dos pacientes, as causas da HA são conhecidas e derivam de má alimentação (ingestão em excesso de sódio, gordura), a hereditariedade, idade, gênero, grupo étnico, grau de escolaridade, status sócio econômico, obesidade, alcoolismo, tabagismo, e o uso de anticoncepcionais orais (FERREIRA et al., 2009). No Brasil, a hipertensão arterial é uma doença assintomática que atinge grande parte das pessoas, estima-se que 30-35% da população acima dos 40 anos ou mais cerca de 17 milhões de pessoas sofra dessa doença, de acordo com dados do IBGE. Destes 75% recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) e são atendidas Programa Nacional de Atenção à Hipertensão Arterial (IBGE, 2014). Para atender os pacientes de hipertensão, o MS possui o Programa Nacional de Atenção a Hipertensão Arterial, que compreende um conjunto de ações de promoção de saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento dos agravos da hipertensão. O objetivo deste programa é reduzir o número de internações, a procura por prontoatendimento, os gastos com tratamentos de complicações e aposentadorias precoces e mortalidade cardiovascular, dessa forma é possível garantir com a melhoria da qualidade de vida dos pacientes (BRASIL, 2001). Além disso, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), elaborou o Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial. Uma das ações desenvolvidas pelo Plano foi a criação do Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de pacientes hipertensos, o HIPERDIA, com objetivo de orientar e gerar informações com relação aos hipertensos acompanhados na rede ambulatorial do SUS (BRASIL, 2001). Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo estabelecer o perfil dos pacientes hipertensos cadastrada no Programa Hiperdia, no município de Raul Soares, Minas Gerais com o intuito de analisar o controle da pressão arterial e seus fatores de risco nessa população, relacionando-os às complicações mais freqüentes. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA A HAS é uma das mais graves doenças crônicas não transmissíveis, com grande prevalência no mundo. A HAS, além de ser o principal fator que influência no risco de doença cardiovascular, também possui impacto na morbidade e mortalidade Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 362 adequado, manter os pressóricos normais (MONTENEGRO; FRANCO, 2003). Em A HAS é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de PA. Associa-se frequentemente a alterações funcionais e estruturais 363 dos indivíduos acometidos (OLIVEIRA, 2011). dos órgãos (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais (VI DIRETRIZES BRASILEIRA DE HERTENSÃO, 2010). No Brasil, a hipertensão arterial é uma doença assintomática que atinge grande parte das pessoas, estima-se que 30-35% da população acima dos 40 anos ou mais cerca de 17 milhões de pessoas sofra dessa doença, de acordo com dados do IBGE. Destes 75% recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) para receber atendimento no Programa Nacional de Atenção à Hipertensão Arterial (IBGE, 2014). Em cerca de 90% dos pacientes, as causas são conhecidas e derivam de má alimentação (ingestão em excesso de sódio, gordura), a hereditariedade, idade, gênero, grupo étnico, grau de escolaridade, status sócio econômico, obesidade, alcoolismo, tabagismo, e o uso de anticoncepcionais orais (FERREIRA, et al, 2009). O individuo é considerado hipertenso quando o valor da pressão arterial sistólica for maior ou igual a 140 mmHg e a pressão arterial diastólica for maior ou igual a 90 mmHg. Avaliação da PA é classificada de acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão (2010), de acordo com a tabela 1. Tabela 1: Classificação da pressão arterial em adultos (> 18 anos). Classificação Ótima Pressão Sistólica (mm Hg) <120 Pressão diastólica (mm Hg) <80 Normal <130 <85 Limítrofe 130-139 130-139 Hipertensão estágio 1 140-159 90-99 Hipertensão estágio 2 160-179 100-109 Hipertensão estágio 3 ≥180 ≥110 Hipertensão sistólica isolada ≥140 <90 Fonte: VI Diretrizes Brasileira de Hipertensão(2010). As principais medidas que devem ser instituídas são aquelas que modificam o estilo de vida tais como: Controle do peso, alimentação saudável, redução do consumo de sal, atividade física regularmente, diminuir o consumo de bebida alcoólica, abandono do tabaco e controle do estresse (FIGUEIREDO; ASAKURA, 2010). Os profissionais de saúde da rede básica têm importância primordial nas estratégias de controle da HAS, na definição do diagnóstico clínico e da conduta Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. lo seguir o tratamento corretamente (FIGUEIREDO; ASAKURA, 2010). 364 terapêutica, nos esforços requeridos para informar e educar o paciente hipertenso fazê- 2. FISIOPATOLOGIA DA HAS O sistema arterial tem como função principal distribuir sangue para os leitos capilares de todo o corpo. Os fatores físicos relacionam-se com as características mecânicas do líquido, sendo esses o volume do líquido (volume sanguíneo) e as características elásticas do sistema. Os fatores fisiológicos relacionam-se com certas características do sistema cardiovascular, ou seja, débito cardíaco e a resistência (BERNE; LEVY, 2000). Um aspecto importante na fisiopatologia da HAS é o mecanismo microvascular e macrovascular envolvido na patologia. O aumento da resistência arterial periférica é o marco da HAS (STAESSEN et al., 2003). A hipertensão sistólica isolada em pacientes idosos é considerada uma doença separada, devido ao endurecimento das grandes artérias com o avanço da idade (STAESSEN et al., 2003). Considerando que a HAS é uma doença multifatorial, para o seu diagnóstico o clínico deve realizar uma avaliação baseada em: estabelecimento dos níveis de PA; identificação das causas secundárias da HAS e avaliação de todos os riscos cardiovasculares pela busca de fatores de risco CV, (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2007). Para um diagnostico precoce é fundamental evitar possíveis complicações, é realizado mediante a aferição da pressão arterial sistólica e diastólica, utilizando o estetoscópio e esfigmomanômetro tendo como base o nível da normalidade (KAWAMOTO; SANTOS; MATOS, 2009). O diagnóstico deverá ser confirmado por medidas repetidas e frequentes ao dia. 2.2. O FUNCIONAMENTO E A ADESÃO NOS GRUPOS DE HIPERDIA Em 2001, o Ministério da Saúde instituiu o Plano de Reorganização da Atenção ao Hipertenso tendo como proposta principal o tratamento e o acompanhamento dos usuários. Além do cadastramento, o plano sugere a realização de grupos, como uma alternativa para facilitar a adesão ao tratamento proposto (LIMA; GAIA; FERREIRA, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Os pacientes captados no Plano Nacional de Atenção à Hipertensão são monitorados pelo HIPERDIA, sistema informatizado responsável pela geração de 365 2012). informações para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados (CASTRO et al, 2010). No HIPERDIA foram criadas portarias que regulamentam, os objetivos do programa é determinar as responsabilidades de cada membro envolvido de forma direta ou indireta, dentre elas está a Portaria Ministerial nº 371 de 4 de março de 2002 que institui o Programa Nacional de Assistência Farmacêutica para HA, parte integrante do Plano Nacional de Reorganização da Atenção a Hipertensão Arterial e o referido Programa será financiado e desenvolvido de maneira solidária e pactuada pela União, Estados e Municípios (BRASIL, 2002). Para a realização do cadastro no programa HIPERDIA se faz necessário o preenchimento de um formulário, que é a ficha de cadastro contendo diversos dados. O paciente cadastrado é acompanhado mensalmente pelo profissional que preencherá outro formulário, a ficha de acompanhamento, todas as vezes que ele retornar para consulta. Portanto, é necessário que os profissionais envolvidos na assistência compreendam a importância do preenchimento dessas fichas, pois se tornam dados importantes, no final do processo (BRASIL, 2002). Com o Programa Hiperdia espera-se o reparo, a ampliação e um resultado melhor da atenção sistematizada aos pacientes portadores de hipertensão na rede pública de serviços de saúde do Estado. Melhorando assim, a expectativa e a qualidade de vida da população em geral. 3- METODOLOGIA A presente pesquisa trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, por ser este um método que permite descrever fatos e fenômenos relativos à realidade através da observação, descrição e categorização. Segundo Rodrigues (2007), para esse tipo de pesquisa são utilizadas técnicas padronizadas de coleta de dados, onde fatos são observados, computadorizados, analisados, divididos em classe e interpretados, para que não haja interferência do pesquisador. Na pesquisa quantitativa são utilizados métodos estatísticos, onde são traduzidas em números as opiniões e informações, para serem divididos em classe e analisados. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 366 O estudo foi realizado em uma Estratégia Saúde da família (ESF), provida no município de Raul Soares, localizada na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. A população é de aproximadamente 24.408 habitantes e a principal fonte de emprego é pecuária, agricultura e comercio (IBGE, 2015). A população do estudo constitui-se de um grupo de hipertensos no ESF. Para a seleção dos colaboradores foi adotado, como critério de inclusão, possuir o diagnóstico de hipertensão arterial, participar do grupo de hipertensos, estarem cadastrado no programa HIPERDIA e residir no município de Raul Soares. O questionário possui perguntas referentes a características socioeconômicas, a hábitos de vida e questões relacionadas à pressão arterial; e este foi aplicado no mês de agosto de 2015. A pesquisa foi realizada em reuniões do grupo de hipertensos, e foram convidados para participarem do estudo, resguardando-lhe a autonomia de recusarse ou desistir de fazer parte do estudo, além de garantir a confidencialidade dos dados. Após a coleta de dados, estes foram tabulados no Microsoft Excel, através de estatística descritiva. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Este trabalho está em fase de processamento dos dados e os resultados apresentados são apenas parciais. A população do estudo foi com 5 indivíduos hipertensos cadastrado no programa HIPERDIA, moradores da Vila Barbosa município de Raul Soares. As características sócio demográficas da população estudada são apresentadas na Tabela 1. Tabela 1: Características sociodemográficas referidas pelos hipertensos pertencentes do ESF da Vila Barbosa- Raul Soares MG, cadastrados no HIPERDIA (N=5), 2015. Característica Gênero N=5 % Feminino 3 60 Masculino 2 40 50 a 60 2 40 70 a 85 3 60 5 100 Faixa Etária Escolaridade Fundamental incompleto Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. predominantemente sistólica o que dificulta o controle da doença. A HAS conforme o grau de educação aumenta, devendo haver uma influência de outros fatores de risco como a ocupação e dentre outros fatores (SIMONETTI, BATISTA e CARVALHO, 2002). No estudo de Simonetti, Batista e Carvalho (2002), a pressão sistólica tende a aumentar com a idade e a diastólica após eleva-se ate as 50 anos em homens e 60 anos em mulheres, tendo a baixar após essa faixa etária. Em relação aos fatores de rico para a HAS, objetivemos resultados preocupantes como pode ser observado na Tabela 2. Tabela 2: Fatores de risco para HAS referidos pelos hipertensos pertencentes do ESF da Vila BarbosaRaul Soares MG, cadastrados no HIPERDIA (N=5), 2015. Característica Pratica exercícios físicos N=5 % Sim 0 0 Não 5 100 Sim 2 40 Não 3 60 Sim 1 20 Não 4 80 Sim 1 20 Não 4 80 Sim 5 100 Não 0 0 Uso de bebidas alcoólicas Uso de tabaco Uso de chás Hereditariedade Entre os entrevistados, todos referiram não praticar exercícios físicos, sabe-se que a pratica de exercícios físicos ajuda a diminuir o risco coronário, pois aumenta os níveis de HDL, diminuem os níveis de triglicérides, PA e o peso corporal, podem também melhorar a tolerância a glicose, corrigir a distribuição da gordura, promover sensação de bem-estar e melhorar a autoestima (GRAVINA, GRESPAN e JAIRO, 2007; CASTRO, ROLIM e MAURICIO, 2005). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 367 No Brasil, mais da metade da população idosa apresenta HAS, sendo reduções significativas na PA com o aumento relativo na atividade física, acima dos níveis dos sedentários (JESUS et al., 2008). 368 Já foi demonstrado que indivíduos sedentários e hipertensos podem conseguir Já o consumo de bebidas alcoólicas foi referido por 40% dos participantes, vários estudos apontam a existência de uma relação entre o consumo de álcool e a elevação da PA, o uso excessivo de álcool é responsável por cerca de 5 a 10% dos casos de HAS (LIMA et al., 1999). O uso de tabaco foi apenas de 20% dos participantes, esse habito pode acarretar a elevação da frequência cardíaca e da PA contribuindo assim para o desenvolvimento das doenças coronarianas, já que o ácido nicotínico proveniente do tabaco deflagra de catecolaminas (CASTRO, ROLIM e MAURICIO, 2005). Entre os entrevistados verificou-se o uso de chá caseiro como o intuito de reduzir a PA, que foi relatado por 20% destes. Contudo, esse uso deve ser feito com precaução e sob o acompanhamento e orientação de profissionais de saúde, pois a utilização de plantas medicinais pode levar a diversas complicações, dentre elas descontrole da PA e intoxicação (SILVEIRA et al., 2008). REFERÊNCIAS BERNE, R. M.; LEVY, M. N. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus. Brasília, 2001. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria n. 1.587, de 03 de setembro de 2002. Aprovar a revisão da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais RENAME. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 05 set. 2002. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria n. 1.587, de 03 de BRASIL. 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Levando em consideração o uso abusivo desta classe de medicamentos, este estudo analisou 1.156 prescrições de antimicrobianos dispensados na Farmácia de Minas em Matipó-MG, no período de abril a junho de 2015. Observou-se nestas prescrições que 2% continham alguma emenda ou rasura 16% estavam ilegíveis, 9% continham abreviações, 6% não continham data de emissão e 100% estavam descritas em receituário adequado. Conclui-se com este estudo, que as prescrições de antimicrobianos não estão de acordo com a RDC 20/2011, tais inconformidades podem colocar em risco a eficácia terapêutica do tratamento com antimicrobianos dos usuários desta Unidade Farmácia de Minas. Para reduzir o índice de erro, sugere-se treinamento profissional para os prescritores e atenção farmacêutica aos usuários, sendo o farmacêutico o profissional mais indicado para realizar tal atividade. PALAVRAS-CHAVE: Antibióticos, Assistência Farmacêutica, Prescrições. 1 - INTRODUÇÃO Antibióticos são substâncias químicas, produzidas ou não, por microrganismos vivos (CARDOSO, 2012), capazes de inibir o crescimento (bacteriostáticos) ou causar a morte de bactérias (bactericidas) (GUIMARÃES, 2010). São comumente utilizados para tratamento de infecções, estão entre os medicamentos mais prescritos, responsáveis por 20% a 50% dos gastos com medicamentos. Estima-se que seu uso seja inapropriado em cerca de 50% dos casos e vários estudos apontam os Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 371 ANÁLISE DO RECEITUÁRIO DE ANTIMICROBIANOS DA FARMÁCIA DE MINAS NA CIDADE DE MATIPÓ – MG adversos, os riscos mais relacionados ao seu uso são: reações adversas, resistência bacteriana e possíveis interações medicamentosas (LOURO, 2007). Problemas relacionados ao uso indiscriminado de antimicrobianos, seja pelo uso desnecessário ou por erros de prescrição, são dos mais diversos. Entre estes podemos destacar a resistência dos microrganismos ao medicamento e a falsa impressão de cura após o uso das primeiras doses, o que motiva muitas vezes a interrupção do tratamento, permitindo a proliferação das bactérias, favorecendo a ocorrência de uma superinfecção (OLIVEIRA, 2006). A RDC nº 44/2010 estabelece o controle para todos os antimicrobianos de uso sob prescrição. Assim, as formas farmacêuticas comercializadas que possuem tarja vermelha e são de venda sob prescrição, deverão obrigatoriamente ser retidas em todas as farmácias e drogarias, públicas ou privadas, também deverá ser realizada a escrituração em um sistema nacional (ANVISA, 2010). O Programa Farmácia de Minas foi criado com objetivo de garantir o acesso da população aos medicamentos por meio da organização de atenção a assistência farmacêutica, implantada pelo SUS, no Estado de Minas Gerais. As farmácias são bem estruturadas, contam com a presença de um profissional farmacêutico durante o horário de funcionamento, dentre outros benefícios. Nesse domínio, estudos sobre a utilização de medicamentos podem contribuir para se conhecer o perfil de utilização de medicamentos, identificar os fatores que influenciam no seu consumo e, consequentemente, contribuir no planejamento de ações que visem promover seu uso racional e evitar que recursos individuais e públicos sejam gastos com medicamentos inadequados (PEREIRA, 2012). Os antimicrobianos quando dispensados pela Rede Farmácia de Minas contam com o registro no Sistema Integrado de Gerenciamento da Assistência Farmacêutica (SIGAF), além da retenção e arquivamento da prescrição. Esta ação permite o controle de dispensação, gerando organização interna no estoque de medicamentos, sendo possível prever os gastos e as quantidades necessárias aos atendimentos da unidade, além de viabilizar sua integração com todos os outros programas de saúde (MINAS GERAIS, 2013). A eficácia do tratamento depende de todos os profissionais de saúde, sendo necessário treinamento a esses profissionais Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 372 antibióticos como um dos grupos medicamentosos que mais causam eventos 2008). Portanto este trabalho tem o como objetivo, identificar o perfil e a evolução das prescrições de antibióticos, na Farmácia de Minas na cidade de Matipó, no segundo trimestre de 2015. 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O uso racional de medicamentos conforme a Política Nacional de Medicamentos envolve medidas como a elaboração de campanhas educativas, estímulo ao registro, elaboração de um formulário terapêutico nacional que oriente a utilização dos medicamentos, estudos de farmacologia, ações de farmacovigilância e adequação dos recursos humanos (BRASIL, 2001). Levando-se em consideração o uso racional de medicamentos, percebe-se a necessidade de maior atenção aos antimicrobianos, devido ao grande número de prescrições. A administração de medicamentos antimicrobianos tem a finalidade de eliminar ou impedir o crescimento de um agente infeccioso sem danos ao hospedeiro. Mais de 50% das prescrições de antimicrobianos se mostram inapropriadas e dois terços dos antimicrobianos são usados sem prescrição médica em muitos países (NICOLINI et al., 2008). Com o intuito de minimizar problemas relacionados ao uso inadequado de antibiótico, uma das medidas adotadas seria esclarecer dúvidas do paciente e garantir que este tenha a total compreensão da prescrição para que ocorra a administração adequada e segura. No caso de antibióticos, o paciente deve ter o conhecimento da duração do tratamento e do intervalo entre as administrações, garantindo que haja adesão completa ao tratamento, para que não ocorra ineficácia do fármaco e surgimento de resistência bacteriana (OLIVEIRA, 2006). A assistência farmacêutica é o “conjunto de ações executadas nos serviços de saúde para garantir a assistência terapêutica integral à população na proteção, prevenção e recuperação da saúde, em seus aspectos individuais e coletivos”. A atenção farmacêutica ao paciente deve ser executada de maneira mais integrada, para que o paciente compreenda a importância de sua participação no sucesso do tratamento, ao utilizar o antimicrobiano de maneira correta, fazendo com que seu tratamento ocorra de maneira eficaz e de qualidade (ARAÚJO et al., 2008). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 373 tanto para conhecimento próprio quanto para atenção farmacêutica (NICOLIN et al., serviço público devem ser repensados, de modo a garantir o acesso da população aos antimicrobianos na quantidade adequada e com qualidade confiável. Essas ações de garantia de acesso são essenciais, já que as doenças infecciosas constituem, na atenção primária, uma das principais causas de procura por cuidados médicos (GURGEL, 2008). Neste contexto, observa-se que a utilização racional dos antimicrobianos, é de extrema importância, pois o uso desenfreado e sem uma cuidadosa avaliação das suas indicações apropriadas pode levar ao crescimento de bactérias resistentes (NICOLINI et al., 2008). 3 - METODOLOGIA Trata de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. A pesquisa descritiva propõe que o pesquisador observe, registre, avalie, qualifique e interprete os fatos, sem interferir neles (DUARTE, 2010). Na pesquisa quantitativa, as opiniões podem ser mensuradas, reações, hábitos e atitudes em um meio, por meio de uma amostra que seja representada estatisticamente (TERENCE e ESCRIVÃO FILHO, 2006). O presente trabalho foi realizado no Município de Matipó, que está localizado no estado de Minas Gerais, especificamente na Zona da Mata, numa área de 267 km², com uma população de aproximadamente 18.604 habitantes de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014). Realizou-se o perfil do receituário de antibióticos na Farmácia de Minas da cidade de Matipó-MG, no segundo trimestre de 2015, a coleta foi feita através das receitas arquivadas na farmácia. Todos os dados obtidos foram mantidos em total sigilo pelos pesquisadores, que assinaram o Termo de Autorização de Uso de Dados e o Termo de Compromisso para Uso de Dados, no qual se comprometeram a preservar a privacidade e assumindo o compromisso da utilização dos dados apenas para execução do projeto, assim como recomendado pela Resolução no 196/96 (BRASIL, 1996). Foram analisados dados como a legibilidade, identificação do paciente e do prescritor. Os resultados foram avaliados por meio de estatística descritiva utilizando o Microsoft Office Excel® 2010. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 374 Os mecanismos de programação, aquisição, armazenamento e distribuição no Foram avaliadas 1.156 prescrições de antibióticos do segundo trimestre de 2015, sendo 348 em abril, 436 em maio e 372 em junho. Em abril 5% continham alguma emenda ou rasura 19% estavam ilegíveis, 10% continham abreviações e 8% não continham data de emissão. Em maio apenas 1% continham alguma emenda ou rasura 22% estavam ilegíveis, 8% continham abreviações e 4% não continham data de emissão. Em junho não foi encontrada prescrição com emenda ou rasura, 5% estavam ilegíveis, 13% continham abreviações e 5% não continham data de emissão. 100% das receitas em todos os meses avaliados estavam descritas em receituário adequado (FIGURA 1). Segundo o artigo 9º da RDC 20/2011 as receitas de antimicrobianos somente poderão ser dispensadas quando apresentadas de forma legível e sem rasuras. A letra ilegível do médico faz parte do cotidiano de farmacêuticos e da equipe de enfermagem, que já se acostumaram “a traduzir” as prescrições. Esse aspecto é previsto no código de ética médica no seu art. 39 que trata da responsabilidade profissional, ou seja, compete ao médico prescrever de forma legível (FARIAS, 2013). Estudos mostraram que muitos pacientes têm dificuldade no entendimento do tratamento, pois alguns prescritores não lhes falam a respeito do diagnóstico, não informam sobre quais drogas serão utilizadas e seus efeitos adversos, não deixam claro como utilizar os medicamentos e, na maioria das vezes, as prescrições são ilegíveis. Na prática clínica, muitos tratamentos são comprometidos por uma série de fatores, entre eles, o pouco tempo para se realizar a consulta e a falta de conhecimento e educação continuada dos médicos e de toda equipe de saúde (NICOLINI, 2008). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 375 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES 376 Figura 1. Notificações das prescrições de antibióticos da Farmácia de Minas de Matipó-MG. A deficiência no conhecimento dos prescritores sobre as doenças infecciosas leva à utilização de antimicrobianos sem necessidade, tratamento com fármacos de última geração, tratamento por tempo prolongado, farmacoterapia essencialmente empírica e uso exagerado de associações de antimicrobianos (GURGEL, 2008). Mudanças de hábitos dos profissionais poderiam melhorar essa situação, porém a dificuldade existe, assim como é evidenciada em diversas pesquisas e publicações. Todas as dificuldades dos médicos em conjunto com a falta de entendimento dos pacientes explicam as elevadas taxas de resistência bacteriana (NICOLINI, 2008). 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados iniciais apresentados neste trabalho trazem um alerta com aos profissionais da saúde que trabalham nessa Unidade da Farmácia de Minas, sendo esta responsável pelo atendimento a toda população da cidade de Matipó. Entretanto, vale destacar a importância da identificação desses problemas para promover o Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. desenvolvimento de novas práticas que garantam o uso adequado dos medicamentos, aumentando a qualidade, segurança e eficácia do tratamento dos pacientes. Sugerese a presença do profissional farmacêutico, este é o mais indicado para atuar nesse processo de educação continuada, não somente na prescrição, mas principalmente na dispensação e orientação aos usuários destes medicamentos. REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC Nº 20/11: Dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. Diretoria Colegiada, Brasília, 2011. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC N° 44/10: Controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos de uso sob prescrição médica. Diretoria Colegiada. Brasília, 2010. AQUINO D. S. Por que o uso racional de medicamentos deve ser uma prioridade?. Ciência & Saúde Coletiva, Recife, v. 13, p. 733-736, 2008. ARAÚJO A. L. A., PEREIRA L. R. L., UETA J. M., FREITAS O. Perfil da assistência farmacêutica na atenção primária do Sistema Único de Saúde. 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Janaína Cunha Matos, Tamara Dalila de Carvalho Torrézia Miranda- Acadêmicas do curso de Farmácia- Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes- Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica- Mestre em Ciências Farmacêuticas- Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX Viviane Gorete Silveira Mouro- Farmacêutica Generalista- Mestre em Biologia Celular e Estrutural- Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX [email protected] RESUMO A etnofarmacologia busca identificar e registrar os diversos usos de plantas medicinais, segundo a sabedoria popular. Este estudo tem o objetivo de pesquisar sobre a utilização, motivo e o conhecimento de plantas medicinais pela população de Vista Alegre, distrito do município de Rio Casca, MG. Busca conhecer sobre as plantas de maior relevância entre a população, além da forma de preparo mais utilizada e emprego terapêutico das plantas. Realizou-se um estudo descritivo com abordagem quantitativa, empregando-se um questionário semiestruturado. Dos moradores que afirmarem fazer uso de alguma planta medicinal, 70,5% fazem por tradição familiar, sendo as formas macerada e de decocto, as mais empregadas. As plantas com maior utilização foram boldo (Plectranthusbarbatus) (57,94 %); hortelã (Mentha x villosa) (41,17 %);macaé (Leonurussibiricus) (27,45 %);alecrim (Rosmarinusofficinalis) (19,60 %); e camomila (Chamomillarecutita) (15,68 %). Podemos concluir que os habitantes fazem uso de diversas plantas medicinais, entretanto mais estudos são necessários para melhor compreensão do conhecimento etnofarmacológico a população. PALAVRAS-CHAVE: Etnobotânica, Plantas medicinais, 1 - INTRODUÇÃO Plantas medicinais podem ser definidas como todos os vegetais que possuem emprego com fins terapêuticos, alicerçados no conhecimento popular ou no conhecimento científico (SCHENKEL, GOSMAN E PETROVICK, 2012). As plantas medicinais representam fator de grande importância para a manutenção das condições de saúde das pessoas. O crescente uso de plantas medicinais como alternativa terapêutica tem impulsionado diversos pesquisadores a investigá-las. Sistemas de medicina tradicional têm suas raízes fundamentadas na medicina popular e nos remédios caseiros, sendo a fonte primária desta medicina (PANDA et al., 2011). Estudos como Miranda et al., (2013), em que os autores avaliaram o conhecimento etnofarmacológico da cidade de Teixeiras-MG, nos permitem observar Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 380 ESTUDO PRELIMINAR SOBRE O CONHECIMENTO ETNOFARMACOLÓGICO DA POPULAÇÃO DE VISTA ALEGRE- MG obtenção e formas de uso dessas plantas. Trabalhos como este são importantes para que haja comprovação ou não dos efeitos terapêuticos ou farmacológicos das espécies vegetais e possíveis efeitos colaterais e/ou tóxicos. Portanto, o objetivo desta pesquisa é investigar a utilização e o conhecimento dos moradores do distrito de Vista Alegre, pertencente ao município de Rio CascaMG possuem a respeito das plantas medicinais, além de avaliar a sua utilização para manutenção da saúde e/ou cura de doenças, como também averiguar como são obtidas e suas formas de utilização. 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A Etnofarmacologia procura identificar e registrar os diversos usos medicinais das plantas a partir do conhecimento de diferentes povos e etnias. Esta ciência trata do estudo das preparações tradicionais de plantas isoladas ou utilizadas em conjunto, e também animais, fungos ou minerais, empregadas nos sistemas de saúde e doença, bem como as técnicas empregadas (ALBUQUERQUE e HANAZAKI, 2006). De acordo com Rangel e Bragança (2009), devem-se levar em consideração informações coletadas dentro de um determinado grupo culturalmente definido, ou seja, de contexto semelhante e que utilizam as substâncias a serem estudadas. Segundo Paula et al., (2009), os estudos etnofarmacológicos têm como finalidade principal resgatar o conhecimento popular do uso de plantas medicinais, o que permite elaborar hipóteses relacionadas às substâncias ativas e às atividades farmacológicas responsáveis pelos efeitos terapêuticos destas plantas pelas populações que as utilizam. 3 - METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa de plantas medicinais utilizadas pela população do distrito de Vista Alegre pertencentes ao Município de Rio Casca, com 14. 201 habitantes (IBGE, 2010), localizado na Zona da Mata, no estado de Minas Gerais. Foram realizadas entrevistas empregando-se um questionário semiestruturado com perguntas para avaliar variáveis e questões relacionadas ao consumo de plantas medicinais (nome popular, motivo da utilização, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 381 a utilização das plantas no cuidado com a saúde, além de caracterizar os meios de (RODRIGUES et al., 2002). Aos participantes dessa pesquisa foi garantido sigilo de identidade, além dos demais princípios éticos e legais de acordo com o protocolo de pesquisa com seres humanos estabelecidos pela Resolução do Conselho Nacional de Saúde Nº 196/96. Ainda foi fornecida aos investigados uma cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Brasil, 1996). As entrevistas foram realizadas com os chefes de família (homens ou mulheres) de cada residência do distrito de Vista Alegre pertencentes ao município de Rio Casca - MG. A identificação das plantas relatadas foi realizada através da comparação de fotografia destas que foram tiradas pelos pesquisadores, com imagens utilizando material bibliográfico apropriado como livros e trabalhos científicos sobre plantas medicinais (LORENZI E MATOS, 2002; SIMÕES et al., 2002; ALMASSY JÚNIOR et al., 2005; PINTO et al., 2006). Todo o experimento foi realizado conforme metodologia descrita por Cartaxo et al. (2010) e Miranda et al. (2013). 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES O presente estudo contou com uma amostra populacional de 51 pessoas, sendo 40 pessoas do sexo feminino, e 11 pessoas do sexo masculino. Do total de entrevistados, 68,6% fazem uso de medicação, sendo os anti-hipertensivos e os benzodiazepínicos os mais utilizados. A maior parte dos entrevistados são mulheres e, devido ao fato delas estarem em casa, cuidando da família, preparando os chás, e cumprindo com suas responsabilidades domésticas e na propriedade, elas apresentam maior conhecimento sobreas plantas cultivadas, segundo SILVA et al. (2008). Os que afirmaram fazer uso de plantas medicinais, ao serem questionados sobre o motivo para tal utilização, 70,5% dos entrevistados responderam que fazem uso baseado na tradição familiar, e 39,21% afirmaram que utilizam plantas medicinais por serem inofensivas à saúde. (Figura 1). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 382 local de obtenção, partes utilizadas, formas de preparo e fins terapêuticos) 383 Figura 1. Motivo para utilização de plantas medicinais O conhecimento etnofarmacológico da população dos moradores de Vista Alegre é transmitido de geração a geração, considerando que a maior parte da população que utiliza as plantas para cura de seus males, obtém este conhecimento ou prática através da tradição familiar. Foi encontrado resultado semelhante a este no trabalho desenvolvido por Brasileiro et al. (2008), em que a maioria da população atendida no “Programa de Saúde da Família”, em Governador Valadares, MG, têm a utilização das plantas medicinais provenientes de tradição familiar. O trabalho de Miranda et al. (2013), também apresenta resultado análogo ao encontrado neste trabalho. Para os resultados, foram consideradas as cinco plantas que foram mais relatadas pela população, sendo consideradas as mais utilizadas. Dentre estas, a mais citada foi o boldo (Plectranthusbarbatus) relatado por 57,94 % dos entrevistados; seguido da hortelã (Mentha x villosa), com 41,17 %;Macaé (Leonurussibiricus), 27,45 %; Alecrim (Rosmarinusofficinalis), 19,60 %; e Camomila (Chamomillarecutita), com 15,68 %. Na Tabela1 apresentamos a forma de preparo e finalidade de uso das respectivas plantas. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. finalidade de uso. Nome Nome Científico Forma de Preparo Finalidade Popular Boldo Plectranthusbarbatus Maceração Diarreia/desconforto intestinal/ manchas na pele/ dor de cabeça/ dor de barriga/ dor no estômago/ problemas no fígado. Hortelã Mentha x villosa Maceração Gripe/ verminose/ dor no estômago. Hortelã Mentha x villosa Decocção Dor de dente/ dor de garganta/ gripe/ verminose/ calmante/ infecção de urina. Macaé Leonurussibiricus Maceração Diarreia/ náuseas/ desconforto intestinal/ dor de barriga/ fígado/ dor de cabeça/ hipertensão. Alecrim Rosmarinusofficinalis Maceração Calmante/ problemas cardíacos Alecrim Rosmarinusofficinalis Decocção Calmante/ hipertensão Camomila Chamomillarecutita Decocção Anti-inflamatório/ calmante/ diarréia/ problemas estomacais/ febre. O trabalho de Veiga Jr. (2008) apresentou resultado equivalente quanto à ampla utilização do boldo (Plectranthusbarbatus) pela população da região Serrana e CentroNorte do Estado do Rio de Janeiro. Miranda et al. (2013) afirmaram em seu estudo que a população de Teixeiras-MG, também utiliza o boldo na forma macerada para problemas de fígado e estômago. Silva et al. (2008), demonstraram em seu trabalho a utilização do boldo em forma de chá, para dor de barriga, má digestão, ressaca alcoólica e próstata. A hortelã também está entre as plantas medicinais mais utilizadas pela população estudada. Comparada ao estudo realizado por Brasileiro et al. (2008), vemos que, há semelhança na finalidade de uso, como gripe e vermífugo. Miranda et al. (2013), também encontrou resultados paralelos, afirmando também a ação do hortelã para infecção, como neste trabalho que verificou relatos de uso do hortelã Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 384 Tabela 1. Espécies vegetais mais utilizadas pela população de Vista Alegre-MG, forma de preparo e frequente do hortelã para a gripe, pela população de Ariquemes, RO. O macaé é uma planta de utilização muito comum entre os moradores de Vista Alegre, sendo a maceração a forma de preparo utilizada entre os entrevistados. Em seu estudo, Brasileiro et al., (2008) evidencia a utilização do macaé em grande escala pela população de para dores estomacais e no sistema digestivo, confirmando o uso da planta e sua finalidade terapêutica declarados pelos participantes desta pesquisa; porém, a forma de preparo do macaé não foi declarada no seu estudo . O alecrim também é de relevante utilização pelos entrevistados. Sua ação terapêutica para problemas de coração, hipertensão e como calmante foi citada por Brasileiro et al. (2008) como cardio-proteção, porém, em seu estudo só foi verificado a utilização do alecrim na forma de decocção. Argenta et al., (2011), em sua pesquisa, afirmou atividade antimicrobiana do alecrim; e Silva et al., (2008) declarou que habitantes do município Mutuípe, BA, utilizam esta planta para gripe e para mulher parida; até o momento, ambos os dados não foram afirmados por nenhum morador da comunidade de Vista Alegre. Não foi encontrado nenhum estudo que relatasse utilização do alecrim na forma de maceração. Dentre as plantas mais utilizadas pelos moradores de Vista Alegre está a camomila, que foi citada por Rangel e Bragança, (2009), como uma planta de emprego muito comum entre gestantes. Medeiros, Fonseca e Andreata, (2003), confirmam o uso da camomila como calmante pelos sitiantes de Mangaratiba, RJ, sendo essa planta, assim como nesta pesquisa, preparadas em decocto, utilizando-se as folhas. A população de Vista Alegre emprega a camomila na forma de chá para diarreia, como calmante e para febre. Brasileiro et al. (2008), em seu estudo confirma essas finalidades terapêuticas, acrescentando ainda, ação contra dor de cabeça e cólicas, o que não foi descrita pelos entrevistados de Vista Alegre, que afirmou também, ação anti-inflamatória da camomila para problemas estomacais; essas atividades terapêuticas não foram encontradas na literatura. A busca de outras possibilidades terapêuticas, entre elas a fitoterapia, para resolução dos problemas de saúde, ou seja, a cura de doenças demonstra que esta prática, além da ação terapêutica que em sido comprovada em muitas das plantas utilizadas popularmente, representa parte importante da cultura deum povo e precisa ser valorizada (Tomazzoni, 2004). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 385 contra infecção de urina. Santos, Lima e Ferreira (2008), também relatam o uso Este estudo permitiu identificar as principais plantas utilizadas como forma de tratamento e/ou cura para enfermidades pela população de Vista Alegre, bem como a forma de preparo de maior relevância. Pôde-se perceber o quanto a tradição familiar influencia sobre o modo de vida das pessoas, sendo este o principal motivo para o consumo das plantas medicinais. Por ser um estudo em andamento, maiores informações serão coletadas e analisadas a respeito do conhecimento etnofarmacológico e tradições relacionadas ao emprego das plantas medicinais na saúde pela população de Vista Alegre. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, U. P.; HANAZAKI, N. As pesquisas etnodirigidas na descoberta de novos fármacos de interesse médico e farmacêutico: fragilidades e perspectivas. Revista Brasileira de Farmacognosia,678-689 p, dez. 2006. ALMASSY JÚNIOR, A.A.A., LOPES, R.C., ARMOND, C., SILVA, F., CASALI, V.W.D. Folhas de chá: plantas medicinais na terapêutica humana. Viçosa: Ed. UFV; 2005. ARGENTA, S. C. et al.Plantas Medicinais: Cultura Popular versus Ciência. Vivências,v.7, n.12, 51-60 p, Maio. 2011. BRASIL. Conselho Nacional de Saúde (CNS). Resolução 1996/96. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, 1996. BRASILEIRO, B.G. et al. 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Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix. Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da Univértix. Lucio Flavio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O presente estudo verificou a composição corporal de escolares na faixa etária de 7 a 10 anos de ambos os sexos das escolas públicas de Abre Campo – MG. A coleta dos dados aconteceu nos meses de outubro e novembro de 2014, sendo que a avaliação da composição corporal levou em consideração a mensuração do peso, estatura e avaliação de dobras cutâneas do tríceps e subescapular (LEÃO et al., 2010). Após a coleta dos dados, realizou-se tratamento através de estatística descritiva, sendo os resultados apresentados em tabelas abaixo, levando em consideração os valores médios e desvios padrão. Conclui-se que felizmente as predominâncias de alunos com Índice de Massa Corporal e Percentual de Gordura adequado são superiores, levando-se em consideração os outros padrões de classificação preconizados pelos autores. No entanto, cabe aqui ressaltar que foi encontrada uma alta prevalência de sobrepeso e obesidade em ambos os sexos. Expondo os relatos e preocupação de diversos alunos sobre o tema citado na atualidade. PALAVRAS-CHAVE: Composição corporal; Escolares; Avaliação física; IMC; Percentual de gordura. 1 - INTRODUÇÃO O interesse em medir a quantidade dos diferentes componentes do corpo humano iniciou-se no Século XIX e aumentou no final do Século XX devido à associação entre o excesso de gordura corporal e o aumento do risco de desenvolvimento de doenças coronarianas, diabetes mellitos tipo 2, ósteo-artrites e até alguns tipos de câncer (SANT`ANNA et al., 2009). Grandes modificações nos padrões nutricionais surgiram a partir de 1990, junto ao processo de desenvolvimento econômico e social do país, tornando-se motivo de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 388 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ESCOLARES DE 7 A 10 ANOS DA CIDADE DE ABRE CAMPO – MG designado como transição nutricional, em que a desnutrição que era representativa na década de 1980, hoje é superada pela prevalência de sobrepeso e obesidade (MENDES E FREITAS, 2008; LOCATTE et al., 2012). A composição corporal é considerada um componente da aptidão física relacionada à saúde por diversos autores, devido às relações existentes entre a quantidade e a distribuição da gordura corporal com alterações no nível de aptidão física e no estado de saúde das pessoas, ainda que, segundo Sant`anna et al., (2009), crianças quando estão em fase de estirão estão extremamente vulneráveis a desenvolver riscos à saúde. Para melhor entendimento dos dados de composição corporal na infância e adolescência, é importante compreender as mudanças fisiológicas que ocorrem em diferentes componentes durante o crescimento e a maturação sexual (LEÃO et al., 2010). A formação do tecido adiposo começa no feto e se dá principalmente a partir do terceiro trimestre de gestação. Ao nascimento, os bebês humanos já apresentam maior percentual de gordura corporal do que neonatos de outros mamíferos. A gordura corporal relativa continua a aumentar durante os primeiros seis meses de vida. Depois, começa a diminuir e se estabiliza em torno de 13-16% no início da infância (RONQUE et al., 2007). Durante o período da infância e adolescência pode ser observado um aumento gradativo tanto da massa de gordura quanto da massa corporal magra. Assim, o monitoramento dessas variáveis pode favorecer a identificação de problemas de saúde associados aos níveis reduzidos de gordura corporal ou a elevados índices de adiposidade (RONQUE et al., 2007). Lembrando que a obesidade mais comum é a que resulta da ingestão de mais energia do que a necessária. Não há dúvidas que este consumo excessivo pode iniciar-se em fases muito remotas da vida, nas quais as influências culturais e os hábitos familiares possuem papel fundamental (DUTRA JÚNIOR et al., 2008). Nesse sentido, percebe-se que os estudos da composição corporal são importantes para melhor compreender os efeitos que o ambiente, os fatores fisiológicos e maturacionais exercem sobre o organismo, sendo que uma das formas de se observar as variações ocorridas no organismo é através dos estudos com dobras cutâneas, especificamente a partir da relação entre as dobras de tronco e as Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 389 preocupação por parte da saúde pública. Tais mudanças são fruto de um processo grande aliada para ensinar e incentivar os bons hábitos alimentares, despertando o interesse da criança sobre a importância de uma alimentação saudável, o que pode ocorrer por meio da merenda escolar com o apoio de projetos de educação nutricional (LOCATTE et al., 2012). Diante das informações acima descritas, o estudo em questão pretende verificar a composição corporal de escolares na faixa etária de 7 a 10 anos das escolas públicas de Abre Campo – MG. Os resultados obtidos no presente estudo possibilitarão a realização de intervenções futuras no propósito de contribuir positivamente para os cuidados destas crianças em relação ao estado nutricional, atividades físicas correlacionadas, minimizando seus possíveis fatores de risco quanto à concentração e distribuição de gordura corporal 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A faixa etária abordada no estudo é compreendida por diversas transformações no desenvolvimento geral da criança, onde se destaca o início da puberdade e diversas alterações na composição corporal, que ainda é diferenciado em relação ao sexo. Tais mudanças são descritas como períodos críticos para o desenvolvimento de maior acúmulo de gordura corporal, oferecendo maiores riscos para o aparecimento da obesidade: gestação, primeiro ano de vida, idade pré-escolar (entre 5 e 7 anos de idade) e adolescência (JOSUÉ E ROCHA, 2002; BRASIL, 1998). Os maiores determinantes na etiologia da obesidade estão associados aos fatores ambientais e comportamentais e não apenas a fatores genéticos (HILL; PETERS, 1998 citados por PIERINE et al., 2006). Shah et al., (2011) e Gonçalves et al. (2008), citados por Mazzoccante et al., (2013) apontam a escola como sendo o lugar ideal para o desenvolvimento de programas ligados à promoção da saúde, por exercer extrema influência na formação dos padrões comportamentais dos alunos, particularmente em uma fase de ampla aquisição de conhecimentos e possibilitando mudanças nos hábitos de vida, o que pode resultar em um crescimento e um desenvolvimento salutar desses indivíduos. É a partir da idade escolar que os alunos começam a criar autonomia para decidirem o que querem ingerir de alimentos, se essa autonomia não for estimulada Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 390 das extremidades (LEÃO et al., 2010). Sabemos ainda que a escola pode ser uma uma influência negativa a mídia é considerada uma das principais, pois nos comerciais de programas infantis, 65% das propagandas de alimentos são ricos em açúcares e lipídios (OLIVEIRA et al., 2003). Devido a isso, podemos perceber ultimamente, que a população brasileira está deixando de sofrer com a desnutrição infantil, no entanto, sofre com um aumento da incidência de sobrepeso e da obesidade (MAZZOCCANTE et al., 2013). Considerando as desigualdades sociais e as diversidades culturais observadas no Brasil, a análise da composição corporal de populações jovens, de diferentes níveis socioeconômicos, pode proporcionar valiosas informações para o desenvolvimento de políticas públicas de educação para a saúde (RONQUE et al., 2007), onde um quadro de excesso de peso já instalado pode ser alterado mais facilmente na infância, pois os hábitos alimentares e de atividade física ainda não estão completamente consolidados (PARIZZI et al., 2008; LAMOUNIER et al., 2006). Nesse sentido, Guedes (1999) sugere que a escola, em sua totalidade e principalmente através da disciplina de Educação Física, atue diretamente com programas de ações favoráveis para o controle e/ou prevenção do sobrepeso e da obesidade. Para Farias e Salvador et al., (2005), a avaliação da composição corporal fornece dados relativos à quantidade dos principais componentes estruturais do corpo: músculos, ossos, gorduras, tecidos e substâncias residuais, cuja soma é igual ao peso corporal total. Portanto, o estudo da composição corporal, principalmente no que se refere à gordura corporal e à massa corporal magra, tornou-se um fator de pesquisa importante dentre os estudiosos, pois pode especificar essas proporções. Marins e Giannichi (1998) abordam em seu livro que um dos objetivos das medidas e avaliação em Educação Física é permitir que o aluno se conhecesse quanto a suas limitações, potencialidades e condições de saúde (LEUNG et al., 2012; citado por MAZZOCCANTE et al., 2013). Essa conduta poderá contribuir para a redução da incidência de sobrepeso e obesidade em escolares; porém, para essa ação ter sucesso, é de extrema importância a participação da família nesse processo. Nesse sentido, ressalta-se não só a importância da realização das avaliações antropométricas, mas também o retorno dos resultados obtidos aos avaliados, pois Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 391 saudavelmente pode ser um dos fatores responsáveis pela obesidade infantil. Para de saúde da criança. METODOLOGIA O presente estudo possui característica quantitativa, com estratégia experimental, onde as variáveis serão coletadas, analisadas e descritas sem manipulação das mesmas, considerando a média dos resultados obtidos (THOMAS e NELSON, 2002). A população definida para a pesquisa levou em consideração as duas escolas do município de Abre Campo – MG, totalizando um número de 784 crianças devidamente matriculadas. Como critério de inclusão para o presente estudo, considerou-se as crianças que se apresentavam regularmente matriculadas no ensino público e presentes em sala de aula na data da coleta, com idade entre 7 a 10 anos, de ambos os sexos, totalizando uma amostra de 279 alunos. A coleta de dados foi realizada nos meses de junho a agosto de 2015. A avaliação da composição corporal levou em consideração a mensuração do peso, estatura e avaliação de dobras cutâneas do tríceps e subescapular (LEÃO et al., 2010). Como instrumentos, utilizou-se uma balança tipo Filizola para aferição da massa e estatura corporal e adipômetro da marca Lange para aferição das dobras cutâneas. Os procedimentos para coleta dos dados levaram em consideração o protocolo de Guedes (1989) para crianças e adolescentes de 7 a 18 anos citado por Fernandes Filho (2003). Para a classificação do percentual de gordura foi utilizada a tabela de normalidade para o percentual de Gordura de Deurenberg (1990), citado por Fernandes Filho (2003). Após a coleta dos dados, realizou-se uma análise estatística descritiva, sendo que os resultados obtidos serão apresentados em tabelas abaixo, levando em consideração os valores médios e desvios padrão. RESULTADOS E DISCUSSÕES O estudo analisou as características através das avaliações feitas em 279 alunos (145 femininos e 134 masculinos) de 7 a 10 anos em duas escolas estaduais da cidade de Abre Campo – Minas Gerais, regularmente matriculadas e presentes em Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 392 poderá contribuir para a conscientização dos alunos e responsáveis sobre a condição seguintes resultados apresentados abaixo. TABELA I: Resultados (Média e Desvio Padrão) do Índice de Massa Corporal (IMC) e Percentual de Gordura (G%) em crianças na faixa etária de 7 a 10 anos de ambos os sexos. IDADE 7 8 9 10 FEMININO IMC 17,32 ±2,69 17,31 ± 2,93 18,28 ± 3,09 18,55 ± 3,63 %G 20,91 ± 5,99 20,27 ± 6,10 22,43 ± 6,06 21,45 ± 6,80 MASCULINO IMC %G 18,88 ± 2,98 18,32 ± 8,98 16,73 ± 2,79 17,77 ± 8,99 18,95 ± 4,07 22,55 ± 9,77 18,31 ± 2,63 21,26 ± 7,93 TABELA II: Apresentação dos resultados do Índice de Massa Corporal (IMC) em crianças de 7 a 10 anos de ambos os sexos, de acordo com a tabela de classificação preconizada por Brasil (2011). CLASSIFICAÇAO IMC Baixo Adequado Sobrepeso Obesidade FEMININO Frequência Frequência Absoluta Relativa 7 4,82% 76 52,41% 29 20% 33 22,75% MASCULINO Frequência Frequência Absoluta Relativa 5 3,73% 83 61,94% 16 11,94% 30 22,38% Após análise estatística dos resultados apresentados na tabela II acima, 22,75% do sexo feminino e 22,38% do sexo masculino foram classificados como obesidade, respectivamente, levando-se em consideração a tabela de classificação apresentada por (BRASIL, 2011). Os resultados obtidos são inclusive superiores aos apresentados por Miranda et al. (2015). O estudo do autor citado anteriormente teve como objetivo comparar a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças de duas escolas na cidade de São Paulo, onde os resultados apresentados foram de 25,50% de meninas e 19,60% de meninos classificados como sobrepeso. Cabe aqui ressaltar que o estudo citado comparou dados de escolas públicas e privadas. Embora os meninos apresentassem resultados melhores que as meninas, a maior parte dos alunos avaliados, ambos os gêneros se encontram dentro dos padrões esperados. Este estudo também verificou maior prevalência de sobrepeso no sexo feminino, sendo esse de 20% e no sexo masculino de 11,94% de acordo com a classificação apresentada por Brasil (2011). Em estudo feito com os escolares de Santa Cruz do Sul por Tornquist et al., (2011), a prevalência de sobrepeso é de 17,6% masculino e 23,4% feminino, ou seja, maior entre o sexo feminino. Estes percentuais Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 393 sala de aula nos períodos determinados para coleta dos dados. Obtendo-se os feminino foi de 20% e do sexo masculino 11,94%. A prevalência de baixo peso no presente estudo foi relativamente pequena: 4,82% feminino e 3,73% masculino. Bernardo et al., (2010) realizaram estudo no município de Florianópolis, SC e a pesquisa foi feita com crianças em faixa etária semelhante a presente pesquisa e mostrou-se similar, já que 3,3% do sexo masculino e 4,5% do sexo feminino encontram-se abaixo do peso. TABELA III: Valores de classificação e distribuição do percentual de gordura em crianças de 7 a 10 anos de idade de ambos os sexos. CLASSIFICAÇÃO % G Excessivamente baixa FEMININO Frequência Frequência Absoluta Relativa 5 3,44% MASCULINO Frequência Frequência Absoluta Relativa 0 0 Baixa Adequada Moderadamente alta 22 67 31 15,17% 46,20% 21,37% 8 80 15 5,97% 59,70% 11,19% Alta Excessivamente alta 20 0 13,79% 0 8 23 5,97% 17,16% Ao analisar o Índice de Gordura encontrado nas crianças, observou-se os resultados da classificação moderadamente alta de 21,37% para feminino e 11,19% para masculino, sendo assim, uma diferença relativamente alta. Na classificação alta do percentual de gordura, apresentou 13,79% feminino e 5,97% masculino. Segundo Dutra Júnior et al. (2008) os resultados obtidos em sua pesquisa em escola pública 33,3% das meninas de 8 anos apresentaram o % G Moderadamente Alto e 50% das meninas de 9 anos apresentou o %G de Moderadamente Alto a Alto, mesmo percentual apresentado pelos meninos de 10 anos para o %G Moderadamente Alto a Alto. Para Ricardo et. al. (2012) os níveis elevados de gordura corporal associam-se com o desenvolvimento precoce de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como as cardiovasculares, hipertensão, obesidade e diabetes. Desta forma, a quantificação da gordura corporal com o menor erro possível torna-se essencial, principalmente, na idade escolar com a finalidade de desenvolver programas de promoção da saúde para evitar que estas crianças se tornem adultos com excesso de peso. Em nosso estudo, não apresentou nenhum menino abaixo do nível de gordura corporal, porém, 3,44% das meninas apresentaram abaixo do percentual desejável. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 394 foram próximos ao do presente estudo em que a prevalência de sobrepeso do sexo (PR), os resultados indicaram, também, a existência de um número maior de meninas com níveis de gordura corporal abaixo do desejável quando comparados aos meninos. Este fato chama a atenção, uma vez que quantidade extremamente baixa de gordura corporal pode estar associada a algumas desordens nutricionais como a anorexia nervosa, principalmente entre adolescentes do sexo feminino e a desnutrição proteicoenergética afetando o processo de crescimento físico. Outro aspecto muito importante desse estudo do autor foi à quantidade elevada de crianças que apresentaram excesso de gordura corporal 28% para os meninos e 14% para as meninas. Esses resultados são preocupantes, uma vez que valores de gordura corporal relativa superiores a 25% e 30%, em meninos e meninas, respectivamente, estão associados a um alto risco de desenvolvimento de sobrepeso e obesidade na fase adulta. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao final deste estudo conclui-se que felizmente as predominâncias de alunos com Índice de Massa Corporal e Percentual de Gordura adequados são superiores, levando-se em consideração os outros padrões de classificação preconizados pelos autores. No entanto, cabe aqui ressaltar que foi encontrado uma alta prevalência de sobrepeso e obesidade em ambos os sexos. Expondo os relatos e preocupação de diversos alunos sobre o tema citado na atualidade. As distribuições do IMC demonstraram 20 e 22,75% para o sexo feminino e 11,94 e 22,38% para o sexo masculino, considerando-se os quadros de sobrepeso e obesidade respectivamente. Enquanto as distribuições do Percentual de Gordura foram de 21,37 e 13,79% para o sexo feminino e 11,19 e 5, 97% para o sexo masculino respectivamente. As informações do presente estudo, assim como o estudo apresentado por Ronque (2007) apontaram um elevado contingente de crianças, de ambos os sexos, com quantidade excessiva de gordura corporal relativa, o que pode favorecer o aumento do risco de desenvolvimento de sobrepeso/obesidade e, consequentemente, de disfunções metabólicas e comportamentais associadas a esse fenômeno em diversas fases de desenvolvimento da vida destas crianças. Portando, há necessidade Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 395 Uma pesquisa realizada por Ronque et. al. (2007) no município de Londrina exercício físico e educação alimentar. REFERÊNCIAS BERNARDO O. C. Associação entre o índice de massa corporal de pais e de escolares de 7 a 14 anos de Florianópolis, SC, Brasil. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. Recife, 10 (2): 183-190 abr. / jun., 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. I Consenso latino-americana em obesidade. Rio de Janeiro, 1998. Convenção Latino-Americana Para Consenso em Obesidade, 1998. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011. DUTRA JÚNIOR, E. F. et al. Composição corporal de crianças com idade entre 06 e 10 anos de escola pública e particular da cidade de Teresina-PI. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 397 MAZZOCCANTE, P. R. et. al. A avaliação antropométrica em crianças tem sido realizada nas escolas para a prevenção do sobrepeso e obesidade? Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – v. 12, n. 2, 2013, p. 76-88. João Pedro Torres Conceição e Karina Cristina dos Santos – Graduandos do 6º período de Educação Física - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix. Fábio Florindo Soares – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training, Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O comportamento sedentário, os hábitos alimentares inadequados são fatores de risco para alteração dos perfis corporais, podendo levar a um quadro de obesidade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA –SBC, 2005). Para Oliveira et al. (2003), obesidade está mais relacionada com a inatividade física do que a alimentação. Partindo deste princípio, o estudo apresentado teve como objetivo avaliar os índices de sobrepeso, obesidade e os perfis alimentares e de atividades físicas de alunos nos anos iniciais do ensino fundamental de uma escola particular na cidade de Rio Casca-MG. Para as avaliações foram utilizados como instrumento de pesquisa, o Índice de Massa Corporal (IMC) e questionários fechados, aplicados a 50 indivíduos de ambos os sexos, a qual concluímos que a grande maioria dos alunos participantes deste estudo, apresentam em média IMC adequado, um baixo nível de atividade física, apesar de relatarem gostarem de praticar esportes, apresentam ainda maus hábitos alimentares com um grande consumo de produtos industrializados ricos em açucares e gorduras. PALAVRAS-CHAVE: Antropometria, Sedentarismo, Sobrepeso, Obesidade. 1 - INTRODUÇÃO A obesidade já é considerada um dos principais problemas de saúde pública do mundo, adquirindo status de epidemia global (WORLD HEALT ORGANIZATION (WHO) 2006). A obesidade infantil, principalmente aquela caracterizada pela presença excessiva de gordura abdominal, é um fator de consequências indesejáveis, incluindo várias doenças e pré-conceitos. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 398 ÍNDICES DE SOBREPESO E OBESIDADE, PERFIL ALIMENTAR E DE ATIVIDADES FÍSICAS EM CRIANÇAS DOS ANOS INICIAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PARTICULAR DA CIDADE DE RIO CASCAMG nos últimos anos, surge o interesse em descobrir quais fatores que levam as crianças ao sobrepeso e a obesidade cada vez mais cedo. Para Souza (2006), “a obesidade é um grupo de condições crônicas caracterizadas pelo excesso de gordura corporal, atribuídas a um desequilíbrio energético, de origem multifatorial”. Entre as origens da obesidade estão o mal habito alimentar, lesão hipotalâmica, fatores genéticos, hipernutrição infantil, inatividade física (sedentarismo) e fatores ambientais. Além disso, a obesidade vem crescendo acentuadamente nas últimas décadas, inclusive nos países em desenvolvimento, o que levou a doença à condição de epidemia global. Estudos epidemiológicos em populações latino-americanas têm relatado dados alarmantes. Na medida em que se consegue erradicar a miséria entre as camadas mais pobres da população, a obesidade desponta como um problema mais frequente e mais grave que a desnutrição. De acordo com Oliveira (2003) fatores que dão origem a obesidade, como os genéticos, os fisiológicos e os metabólicos somados ao estilo de vida e aos hábitos alimentares podem explicar este crescente aumento do número de indivíduos obesos. O aumento no consumo de alimentos ricos em açúcares simples e gordura, com alta densidade energética, e a diminuição da pratica de exercícios físicos, são os principais fatores relacionados ao meio ambiente, verificando ainda que a obesidade infantil foi relacionada de maneira inversa à pratica de atividade física sistemática, com a presença de TV, videogames, computadores, além do baixo consumo de verduras nas residências. Whitaker et al. (1997) e Prince (1987) alertam para a necessidade do diagnóstico precoce do excesso de peso em crianças e adolescentes, para que se possa diminuir os riscos de se tornarem adultos obesos. Segundo Pollock et al. (1986), existem fortes evidências de que 80 a 86% dos adultos obesos tem a origem do problema na infância e da adolescência. Neste contexto muitos dos hábitos adquiridos na juventude podem ser transferidos para a fase adulta (GUEDES, 2002). O referente interesse por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível aumento dos índices de sobrepeso e obesidade em crianças. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo verificar o índice de sobrepeso e obesidade, o Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 399 Como é um problema de saúde pública muito comum e que vem crescendo fundamental na cidade de Rio Casca-MG. Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor analise e compreensão do fenômeno obesidade infantil a fim de melhor direcionar as ações e estratégias na prevenção e combate a obesidade. 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA No Brasil, a prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes e crianças de 6 a 18 anos de idade triplicou nos últimos anos (WANG; MONTEIRO; POPKIN, 2002). A elevada prevalência da obesidade atingiu níveis expressivos nos últimos anos. Esse aumento vem ocorrendo mais dramaticamente nos países economicamente desenvolvidos (JANSSEN et al., 2005; WANG & LOBSTEIN, 2006; KOSTI & PANAGIOTAKOS, 2006). Para Oliveira et al. (2003) a obesidade está mais relacionada com a inatividade física do que a alimentação. Muito embora, filhos de pais obesos correm o maior risco de se tornarem obesas quando crescerem, comparadas aos filhos de pais com peso normal. Assim como a alimentação das crianças e a prática de atividade física são influenciadas pelos hábitos dos pais, reforçando a ideia que os fatores ambientais contribuem para o ganho excessivo de peso, sobrepeso e obesidade. Segundo o Ministério da Saúde citado pelos Cadernos de Atenção Básica (2006), a epidemia da obesidade vem sendo observada não somente nos países desenvolvidos, como os Estados Unidos e países da Europa, mas também nos países em desenvolvimento, como o Brasil, que vem passando por uma transição nutricional, com queda no número de desnutridos e aumento no número de obesos, fato este que vem ocorrendo devido à melhoria no poder de aquisição da família brasileira. Esse fator pode explicar também o aumento significativo da prevalência da obesidade em crianças. Segundo o Manual de Orientação da Obesidade na infância e adolescência (2008), estudos realizados no Brasil apontam prevalências de excesso de peso que variam entre 10,8% e 33,8%, nas mais diferentes regiões do país e que abrangem a faixa etária infantil. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 400 perfil alimentar e de atividades físicas em crianças dos anos inicias no ensino palavra sedere (estar sentado), é o sinônimo de inativo, passividade, ou seja, aquele que faz o mínimo possível de movimento”. Para Araújo (2000) atividade física é definida como qualquer movimento produzido pelo corpo humano que gaste calorias acima dos níveis de repouso. Desta forma atividades domésticas, trabalho, transporte e programas de exercícios físicos são conceituados como atividade física. Rech et al. (2007), obesidade infantil é definida como um distúrbio nutricional e metabólico, caracterizado pelo aumento de gordura no organismo e no tecido adiposo. O comportamento sedentário, os hábitos alimentares inadequados são fatores de risco para alteração dos perfis corporais, podendo levar a um quadro de obesidade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA –SBC, 2005). Para Oliveira et al. (2003), obesidade está mais relacionada com a inatividade física do que a alimentação, muito embora, filhos de pais obesos correm o maior risco de se tornarem obesas quando crescerem comparadas aos filhos de pais com peso normal, assim como a alimentação das crianças e prática de atividade física são influenciadas pelos hábitos dos pais, reforçando a ideia que os fatores ambientais contribuíram para o ganho excessivo de peso (sobrepeso e obesidade). Segundo Nahas (1999), o sedentarismo é um fator que leva a obesidade, como também a ingestão de alimentos calóricos, onde as pessoas comem muito mais do que o suficiente para sobreviver com saúde. Assim as pessoas engordam no que elas ficam sedentárias e não conseguem fazer uma dieta equilibrada. Para Frenne et al. (1997) citado por Guimarães et al. (2006), a inatividade física é uma das causas para a aparição da obesidade. 3 - METODOLOGIA Esta pesquisa descritiva foi realizada com alunos do 3º e 4º anos dos anos inicias do ensino fundamental de uma escola privada da cidade de Rio Casca-MG. Segundo Gil, pesquisas descritivas: Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2002, p.41-42). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 401 Segundo Tadoro (2001) “sedentário, do latim sedentarius, tem origem na de Rio Casca localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira. Foi fundada em 1 de junho de 1912. Localizada numa altitude de 330 metros e a 192 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 15.244 habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura. A amostra deste estudo foi composta por 47 alunos do 3º e 4º anos inicias do ensino fundamental de uma escola privada da cidade de Rio Casca-MG. O universo total de alunos do 3º e 4º anos inicias do ensino fundamental desta instituição é de 48 indivíduos. Para avaliação corporal foi utilizado o Índice de massa corpórea (IMC), expresso pela equação: IMC = [Peso/(Estatura x Estatura)], tendo como instrumento uma balança mecânica antropométrica marca Filizola, para a aferição do peso e a estatura, assim como foram aplicados questionários fechados contendo 11 questões para a obtenção do perfil alimentar e de atividades físicas da amostra, durante o mês de agosto de 2015. Os protocolos das medidas antropométricas que foram utilizados neste trabalho são indicados por (BOHME, 1996, PETROSKI, 2007). Estatura Protocolo: Em posição ortostática (em pé, posição ereta, pés afastados na largura do quadril com o peso corporal dividido entre ambos mantendo os ombros descontraídos, braços soltos lateralmente e a cabeça no plano de Frankfurt), os pés descalços e unidos. Em contato com o instrumento de medidas, estavam as superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e a região occipital. Esta medida é realizada com o auxílio de um estadiômetro (fixo, móvel ou com uma fita métrica colada na parede). Posição do avaliador: Em pé ao lado direito ou à frente do avaliado (dependendo do estadiômetro), se necessário subir num banco para realizar a medida. Procedimento: O cursor em ângulo de 90º graus em relação à escala toca o ponto mais alto da cabeça e paralelo ao peito. Peso Corporal Protocolo: O avaliado na posição ortostática, de costas para o avaliador. Posição do avaliador: Em pé de frente para a escala de medida. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 402 Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015), a cidade plataforma colocando um pé de cada vez no centro da mesma. A classificação do IMC foi obtida através da correlação dos antropométricos com a tabela da OMS 1995. As informações foram coletadas após a autorização através do Termo Consentimento Livre Esclarecido do (TCLE) e tabuladas em arquivo Excel versão 2013. 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados e discussões deste estudo apresentam uma única etapa quantitativa, organizada através de gráficos. Através das coletas de dados do IMC, juntamente com a aplicação de questionário fechado a alunos do 3º e 4º anos inicias do ensino fundamental de uma escola privada da cidade de Rio Casca-MG, obtivemos os seguintes resultados: Em relação ao gênero, 58% dos indivíduos são do sexo feminino e 42% são do sexo masculino, sendo N= 47. Os indivíduos do gênero feminino apresentaram em média idade de 11,75 anos e IMC de 19,6 classificando como percentil entre 5 a 85 diagnosticando como adequado. Os do gênero masculino apresentam média de 11,7 anos e IMC de 19,8, percentil de 50 e são classificados também em um quadro adequado quanto ao diagnóstico nutricional. Um percentil de IMC maior ou igual a 85 é caracterizado como sobrepeso, o que pode variar de acordo com a idade e o gênero, conforme a tabela preconizada pela Organização Mundial da Saúde (1995). Observamos o perfil alimentar nas quatro primeiras figuras: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 403 Procedimento: O avaliado trajando apenas camiseta e calção deverá subir na 404 4 ou mais Unidades 4% 3 Unidades 8% 2 Unidades 10% 1 Unidade 36% Nenhuma 42% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% Figura 1: Ingestão diária de frutas 35% 30% 30% 26% 25% 18% 20% 18% 15% 8% 10% 5% 2% 0% Nenhum Balas. Salgadinhos. Frutas. Refrigerantes Biscoitos Figura 2: Alimentos ingeridos diariamente. Merenda oferecida pela escola 14% Biscoitos. 34% Refrigerantes 18% Frutas. 2% Salgadinhos. 28% Balas. 3% Nada 1% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 405 Figura 3: Ingestão alimentar durante o recreio escolar. 45% 40% 40% 38% 35% 30% 25% 20% 20% 15% 10% 5% 2% 0% 0% Nenhum De 1 a 2 Copos De 3 a 4 Copos De 5 a 7 Copos Mais de 8 Copos Figura 4: Ingestão de Água/Dia. Analisando o perfil alimentar, observamos maus hábitos alimentares apresentados pela amostra, onde 42% dos alunos não ingerem nenhuma fruta/dia, o consumo diário de refrigerantes e biscoitos são relatados por 56% dos mesmos e salgadinhos, biscoitos, refrigerantes e balas representam 83% alimentação dos alunos durante o recreio escolar. Quanto a ingestão de água/dia, 98% dos participantes da pesquisa ficam abaixo dos valores preconizados como saudáveis. Philippi (2008) cita que a ingestão de água é controlada pela sensação de sede. A média diária de ingestão oral de água pelo adulto é de 1.500 a 3.000 ml ou em torno de 30 a 40ml/kg de peso corpóreo. Os maus hábitos alimentares, especialmente aqueles que acarretam a obesidade infantil, produzem problemas de saúde imediatos e também em longo prazo, visto que cerca de 60% de crianças obesas sofrem de hipertensão, hiperlipidemias e/ou hiperinsulinemia (ALMEIDA, NASCIMENTO e QUALOTI, 2002). Segundo Sorbello (2006), os hábitos alimentares decorrentes da nossa sociedade de consumo e automatização têm desencadeado uma série de desequilíbrios, que, como produto final, proporcionam a obesidade. O alto valor calórico dos refrigerantes, proveniente da concentração de açúcares, contribui para a obesidade. E os aditivos neles contidos, tais como Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. males à saúde, como câncer, processos alérgicos, hiperatividade etc. Há associações também do uso de refrigerantes com celulites subcutâneas, estrias, alterações gastrointestinais, porém sem apresentarem comprovação científica (CARVALHO, 2006). Pode-se afirmar que desde o início do século XX a utilização de frutas, verduras e legumes na alimentação diária é primordial para a manutenção da saúde e prevenção às doenças. Essa constatação faz parte de estudos realizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que no início do século XXI, estimava que o consumo inadequado desses alimentos estivesse entre os principais fatores de risco para a carga total global de doenças em todo mundo (JAIME, 2009). Esse estudo mostra que com 400 gramas desses alimentos, diariamente, o que equivale a cinco porções, seria o suficiente para que o organismo obtivesse fontes de micronutrientes, fibras e de outros componentes com propriedades funcionais adequadas a uma dieta saudável e com poucas calorias, favorecendo a manutenção do peso corporal e prevenção à saúde (BRASIL, 2005). O nível de atividade física é analisado nas figuras 5,6,7: 60% 56% 50% 40% 28% 30% 20% 14% 10% 2% 0% Fico sentado Vou brincar no pátio quadra. Fico mexendo no celular Outras atividades Figura 5: Atividades física durante o recreio escolar Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 406 acidulantes conservantes e corantes artificiais são substâncias que podem causar 407 Dormindo 2% Utilizando Vídeo Games, Celulares, Tablets, Computadores ou qualquer tipo de equipamento eletrônico. 50% Estudando. 16% Praticando Esportes 8% Vendo Televisão. 20% Nada 4% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Figura 6: Atividade física no dia a dia, fora do contexto escolar. Outro meio 0% Carro Próprio 4% De bicicletas 0% De ônibus - Van. 40% A pé 56% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Figura 7 – Meio de deslocamento até a escola. O alto quadro de sedentarismo fica evidenciado ao analisar o nível de atividade física nas figuras acimas, onde 56% dos alunos ficam sentados durante o recreio escolar, somente 8% da amostra realiza atividades físicas significantes fora do contexto escolar, apesar de 56% deslocarem até a escolar a pé. Vale salientar que quando indagados 64% dos estudantes relatam que gostam de realizar atividades esportivas, sendo o futebol a prática de maior Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. De acordo com a OMS (2005) atividades mais sedentárias, o recurso do transporte motorizado, tempo excessivo passado em frente da televisão e, por toda parte, aparelhos que poupam esforço estão propiciando cada vez mais para um comportamento sedentário. O sedentarismo é considerado como principal inimigo da saúde pública, atinge cerca de 70 % da população brasileira e sua morbidade é maior que algumas patologias como diabetes, tabagismo, colesterol alto, obesidade e hipertensão. O estilo de vida sedentário é responsável por 54% do risco de morte por infarto e 50% do risco de morte por acidente vascular cerebral, as principais causas de morte cerebral (ALVES, 2007). Para Carvalho (2001) o avançar da idade é acompanhado de uma tendência a um declínio do gasto energético médio diário à custa de uma menor atividade física. Isso decorre basicamente de fatores comportamentais e sociais como o aumento dos compromissos estudantis e/ou profissionais. Alguns fatores contribuem para um estilo de vida menos ativo: a disponibilidade de tecnologia, o aumento da insegurança e a progressiva redução dos espaços livres nos centros urbanos (onde vive a maior parte das crianças brasileiras) reduzem as oportunidades de lazer e de uma vida fisicamente ativa, favorecendo atividades sedentárias, tais como assistir televisão, jogar videogame e utilizar computadores. 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Através do presente instrumento de pesquisa concluímos que a grande maioria dos alunos participantes deste estudo apresenta em média índice de massa corporal adequado, um baixo nível de atividade física, apesar de relatarem gostar de praticar esportes, apresentam ainda maus hábitos alimentares com um grande consumo de produtos industrializados ricos em açucares e gorduras. Recomenda-se a realização de estudos periódicos envolvendo diversas faixas etárias e gêneros, assim como, abrangendo diferentes regiões a níveis regionais e estaduais a fim de traçar um mapa dos perfis corporais e alimentares, assim como do nível de atividade física da população em geral, servindo como alicerce para as políticas públicas a serem adotadas. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 408 preferência. 409 REFERÊNCIAS ALMEIDA, S. S., NASCIMENTO, P. C. B. D., QUAIOTI, T. C. B. Quantidade e qualidade de produtos alimentícios anunciados na televisão brasileira. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v.36, n.3, jun.. 2002 ALVES, U. S. Não ao sedentarismo, sim à saúde: contribuições da Educação Física escolar e dos esportes. O Mundo da Saúde, v. 3, p. 464-469, 2007. ARAÚJO, D, S, M, S; ARAÚJO, C, G, S. Aptidão física, saúde e qualidade de vida relacionada à saúde em adultos. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 411 SOCIEDADE BARSILEIRA DE CARDIOLOGIA.I Diretriz de Prevenção da Arteriosclerose na Infância e na Adolescência. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v.85, n.6, 2005. Jéssica Ramos de Castro e Vanuzia Henrique Neves – Graduandas do 6º período de Educação Física - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix. Fábio Florindo Soares – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training, Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O sedentarismo é considerado como principal inimigo da saúde pública, atinge cerca de 70% da população brasileira (ALVES, 2007). Nahas (1997) coloca que a Educação Física é a profissão que tem uma responsabilidade maior em relação à prestação de serviços relacionados com atividade física e o desenvolvimento humano; incluindo as escolas, a Educação Física tem a responsabilidade de uma contribuição educacional para seus praticantes em relação ao seu desenvolvimento motor e aptidão física, tanto para um bem-estar como para a saúde. Partindo deste princípio, o estudo apresentado teve como objetivo verificar nível de atividade física dos alunos durante as aulas de Educação Física. Foram aplicados questionários a 100 alunos do ensino médio. Os resultados desta pesquisa indicam que a grande maioria dos alunos pouco participa das atividades físicas durante as aulas de Educação Física, e que só participam porque são obrigados. Permanecem a maior parte do tempo da aula inativos e muitas das vezes utilizando aparelhos eletrônicos. Os mesmos apontaram a preguiça e a composição de turmas heterogêneas, quanto ao gênero, como principais fatores que reduzem a sua participação nas aulas. PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física; Sedentarismo; Educação Física. 1 - INTRODUÇÃO O sedentarismo é considerado como principal inimigo da saúde pública, atinge cerca de 70% da população brasileira e sua morbidade é maior que algumas patologias como diabetes, tabagismo, colesterol alto, obesidade e hipertensão. O estilo de vida sedentário é responsável por 54% do risco de morte por infarto e 50% do risco de morte por acidente vascular cerebral, as principais causas de morte cerebral (ALVES, 2007). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 412 ATIVIDADE FÍSICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO todo, atividade e Educação Física estão em declínio nas escolas, principalmente entre as meninas e mulheres (FISBERG, 2005). Atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que resulta em gasto energético, tendo componentes e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos, atividades laborais e deslocamentos. (CASPERSEN et al., 2005). Na clássica epidemiologia da atividade física, a variáveis respostas normalmente são doenças crônico degenerativas, taxas de mortalidade ou longevidade, enquanto que atividade física é variável preditora. Este modelo de estudo evidencia uma clara associação entre atividade física/ exercício físico (GUEDES, 2002). Para Oliveira (2003), a atividade física realizada regularmente é associada com benefícios à saúde tais como: controle de peso, melhora da capacidade cardiorrespiratória e bem-estar psicossocial. Segundo Faria (2008) a atividade física é comportamento que trabalhada em conjunto com a genética, nutrição e o ambiente, contribuem para que o indivíduo atinja seu potencial de crescimento, desenvolvendo plenamente a aptidão física e tenha como resultante um bom nível de saúde. Conforme Toscano (2001), a relação entre exercício físico e saúde se justifica pelas muitas evidências de que níveis apropriados de aptidão física, mantidos durante toda a vida por meio de exercícios regulares, exercem efeitos benéficos nas funções dos órgãos em geral, tendo como consequência o prolongamento da vida e a vida com qualidade. Informações epidemiológicas da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002), relacionadas ao sedentarismo e à obesidade de populações jovens, revelam que ao se perpetuarem estas tendências comportamentais, atualmente observadas, estimase que em 2020, 73% dos adultos poderão apresentar disfunções orgânicas decorrentes da aquisição de hábitos alimentares e de prática de atividade física inadequados. O sedentarismo, portanto, é atualmente um dos grandes problemas da modernidade e também atingem diretamente o adolescente. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 413 A atividade física declina com a idade, a partir da adolescência e, no mundo também a ingestão de alimentos calóricos, onde as pessoas comem muito mais do que o suficiente para sobreviver com saúde. Assim as pessoas engordam no que elas ficam sedentárias e não conseguem fazer uma dieta equilibrada. Frenne et al. (1997) citado por Guimarães et al. (2006), a inatividade física é uma das causas para a aparição da obesidade. Guedes (2002) levantam a hipótese de que uma possível modificação nos programas de Educação Física Escolar poderia auxiliar na prevenção do sedentarismo das próximas gerações de adultos. Neste contexto, o professor de Educação Física possui um papel de grande relevância, pois ele é o responsável por despertar o interesse do adolescente na prática de uma atividade física prazerosa para o seu cotidiano (BETTI, 1991). O referente interesse por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível aumento dos índices de inatividade física, sedentarismo em crianças e adolescentes. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo verificar o nível de atividades física nas aulas de Educação Física de alunos do ensino médio de uma escola pública de uma cidade da Zona da mata Mineira. Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise e compreensão do nível de atividade física em aulas de Educação Física a fim melhor direcionar as ações e estratégias no combate ao sedentarismo de crianças e adolescentes. 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA “O sedentarismo vem crescendo de forma alarmante no mundo inteiro, deixando de ser uma preocupação meramente estética para se transformar num problema grave de saúde pública e numa epidemia global” (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – OMS, 2005). Pollock et al. (1986) um número crescente de evidências está começando a demonstrar sem dúvidas que a inatividade física e o aumento do sedentarismo de hábitos diários de vida, provoca uma séria ameaça ao corpo, causando um distúrbio bem maior do que se pensa em funcionamento corporal. Assim, problemas comuns e sérios como a doença arterial, coronariana, hipertensão, obesidade, ansiedade, depressão e problemas da coluna tem sido relacionados, direta ou indiretamente, com a falta de exercício físico. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 414 Segundo Nahas (2003) o sedentarismo é um fator que leva a obesidade, como junto a ela vem a maturação nessa etapa do desenvolvimento. É nesse período que ocorre aumento acelerado no peso e na estatura do adolescente. Além disso, a atividade física previne futuras doenças e exerce efeitos psicossociais. Mesmo com todos esses benefícios da prática regular de atividade física, os adolescentes nas últimas décadas estão deixando de praticar exercícios físicos, tornando-se potencialmente adultos com altos fatores de riscos para doenças chamadas hipocinéticas, como a obesidade, hipertensão, as cardiopatias e o diabetes. Nesse sentido, o avanço tecnológico tem sido apontado como um dos principais fatores desencadeantes do sedentarismo entre os adolescentes (PINHO & PETROSKI, 1999). De uma forma geral, a atividade física na adolescência pode estimular o crescimento físico, aumentar a autoestima, contribuir para o desenvolvimento social, além de propiciar uma série de benefícios para a saúde e bem-estar (VIEIRA, PRIORE; FISBERG, 2002). Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004) a fim de melhorar a aptidão cardiorrespiratória e muscular, a saúde óssea, cardiovascular e metabólica, crianças e jovens com idades entre 5 a 17 anos devem acumular pelo menos 60 minutos de atividade física diária. A maior parte da atividade física deve ser aeróbica com uma frequência de pelo menos três vezes por semana. A Educação Física Escolar tem como um de seus objetivos principais fazer com que o aluno conheça seu corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva (PCN, Educação Física, 1997) o que indica que a Educação Física tem uma responsabilidade educacional com a saúde de seus alunos. Lobstein (2004) ressalta que a escola vem em terceiro lugar – depois dos motivos da própria pessoa, e ambiente familiar – em importância quando se trata de mudanças de hábitos. Existem adolescentes obesos em escolas, isso se constata pelo fato de que diversos estudos sobre o assunto são realizados com os escolares (ALBANO, 2001; ANJOS, 2003). Consequentemente existem alunos obesos nas aulas de Educação Física Escolar e o professor tem uma responsabilidade educacional em fazer com que este adolescente desenvolva hábitos de vida saudáveis. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 415 A atividade física é muito importante e recomendada na adolescência, pois responsabilidade maior do que as outras profissões em relação à prestação de serviços relacionados com atividade física e o desenvolvimento humano; incluindo as escolas, a Educação Física tem a responsabilidade de uma contribuição educacional para seus praticantes em relação ao seu desenvolvimento motor e aptidão física, tanto para um bem-estar como para a saúde. Vitale (2003) enfatiza que as intervenções a respeito da obesidade do adolescente devem abranger o máximo de fatores associados à obesidade que for possível, para assim conseguir melhores resultados e é exatamente isso que o professor de Educação Física escolar deve perceber, estudar e intervir com seus alunos. A qualidade das aulas de Educação Física escolar tem sido objeto de discussão e questionamento, e, muitas vezes, os programas têm sofrido em razão de seu baixo prestígio, falta de objetivo e falha ao oferecer experiências significativas aos aprendizes (LEE, 2002), talvez por falta de objetividade na organização curricular que pode culminar em um baixo aproveitamento do tempo para a prática engajada e apropriada da atividade física. Nenhum dos trabalhos até então se preocuparam em relatar o nível de Atividade durantes as aulas de Educação Física 3 - METODOLOGIA Esta pesquisa descritiva foi realizada com 100 alunos do 2º e 3º anos Ensino Médio do turno matutino de uma escola pública da cidade de Matipó-MG. Segundo Gil, pesquisas descritivas: Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2002, p.41-2). Para avaliação do nível de atividade física dos alunos durante as aulas de Educação Física foi aplicada questionários fechados contendo quatorze perguntas aos alunos, nos meses de fevereiro a abril de 2015. A amostra foi selecionada de forma randômica, delimitada a 100 indivíduos, devido ao alto índice de infrequência escolar. O universo escolar de alunos dos 2º e 3º anos Ensino Médio do turno matutino Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 416 Nahas (1997) coloca que a Educação Física é a profissão que tem uma instituição. Os questionários foram aplicados durante os períodos de aulas, depois de assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As informações foram agrupadas por questões e tabuladas em arquivo Excel versão 2013, apresentadas em forma de gráficos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), a cidade de Matipó localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira. Foi fundada em 17 de dezembro de 1938. Localizada numa altitude de 615 metros e a 244 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 17.639 habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura. 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados e discussões desse estudo apresentam uma única etapa quantitativa, organizada através de gráficos. Através dos questionários aplicados a alunos do 2º e 3º anos Ensino Médio do turno matutino de uma escola pública da cidade de Matipó-MG, obtivemos os seguintes resultados: A amostra foi composta por n=100 indivíduos, sendo 41% do gênero masculino e 59% do gênero feminino, onde 61% dos mesmos apresentaram em média 16 anos de idade. Em relação a participação dos alunos nas aulas de Educação Física, os alunos responderam: Não participo 5% Participo porque sou obrigado 63% Participo com entusiasmo 32% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 417 da referida escola é de 135 indivíduos, conforme dados informados pela própria O gráfico aponta que 63% dos mesmos responderam que participam porque são obrigados. A Educação Física é um processo de educação integral, visando o ser humano, seu inteiro desenvolvimento físico, emocional, intelectual e social. Embora exercendo uma ação direta sobre a formação corporal através do movimento, afeta a totalidade do indivíduo, contribuindo de maneira eficaz para o aperfeiçoamento de suas capacidades. E, como toda obra educacional, deve ser iniciado na infância, constando no currículo escolar, para que seja realmente proveitosa atingindo amplamente os objetivos, de desenvolvimento dos alunos. (RIBEIRO, 1970). O sedentarismo durante as aulas Educação Física fica evidente nas figuras 2 e 3, os alunos responderam: Permaneço sentado durante toda a aula de Educação Física. 4% 31 a 40 Minutos. 28% 21 a 30 Minutos. 44% 11 a 20 Minutos. 20% 0 a 10 Minutos. 4% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% Figura 2: Tempo de inatividade física durante as aulas de Educação Física Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 418 Figura 1: Participação dos alunos em aulas de Educação Física 419 Permaneço sentado durante toda a aula de Educação Física. 4% 31 a 40 Minutos. 1% 21 a 30 Minutos. 5% 11 a 20 Minutos. 32% 0 a 10 Minutos. 58% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Figura 3: Tempo de Atividade física durante as aulas de Educação Física A figura aponta que 76% da amostra permanecem por mais de 30 minutos sentados durante as aulas e inversamente proporcional somente 6% participam de forma efetiva das atividades físicas. A inatividade física resulta em maior custo econômico para o indivíduo, família e sociedade. O sedentarismo em crianças e adolescentes é considerado um problema de saúde pública devido à sua associação com a obesidade na infância e maior morbidade na idade adulta (GUEDES e GUEDES, 2002). A importância das aulas de Educação Física Escolar no processo do pleno desenvolvimento humano, mediante informações associadas à prática da atividade física direcionada à melhoria e à manutenção das condições de saúde, preparandoos para um futuro responsável de cidadãos atuantes na sociedade (DARIDO, 2003). Darido (2005) aponta que a Educação Física deve exercer seu papel sempre buscando alcançar seus objetivos, que é oferecer experiências de movimentos adequados ao seu nível de crescimento e desenvolvimento, a fim de que a aprendizagem das habilidades motoras seja alcançada, o aluno deve aprender a se movimentar para adaptar de acordo com as exigências do cotidiano em termos motores. Analisando as figuras 4 e 5 fica mais uma vez fica evidenciado o alto quadro de sedentarismo apresentado pelos alunos: Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 100% 420 120% 99% 80% 60% 40% 20% 0% 1% Não Só não utilizo porque é proibido 0% Sim Figura 4: Utilização de equipamentos eletrônicos durante as aulas de Educação Física 120% 99% 100% 80% 60% 40% 20% 1% 0% 0% Aumentou Diminuiu Permaneceu estável Figura 5: Progressão de atividade física durante a vida A figura 4 aponta que 99% já utilizaram equipamentos eletrônicos durante as aulas de Educação Física. Atraves da figura 5 percebe-se que o nível de atividade física diminuiu 99% durante a vida. Mascarenhas et al. (2003) aponta que o decréscimo da atividade física e a elevação conjunta do tempo gasto com eletroeletrônicos favorecem a elevação do peso corporal e, em crianças e adolescentes, esse comportamento é influenciado pelo processo de industrialização e pela disponibilidade de tecnologia, os quais favorecem a elevação do tempo Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. despendido em frente à TV, computador e videogame parece estar relacionado diretamente aos índices de sobrepeso e obesidade em populações pediátricas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2004) atividades mais sedentárias, o recurso do transporte motorizado, tempo excessivo passado em frente da televisão e, por toda parte, aparelhos que poupam esforço estão propiciando cada vez mais para um comportamento sedentário. Conforme Pollock et al. (1986) um número crescente de evidências está começando a demonstrar sem dúvidas que a inatividade física e o aumento do sedentarismo de hábitos diários de vida, provoca uma séria ameaça ao corpo, causando um distúrbio bem maior do que se pensa em funcionamento corporal. Assim, problemas comuns e sérios como a doença arterial coronariana, hipertensão, obesidade, ansiedade, depressão e problemas da coluna tem sido relacionados, direta ou indiretamente, com a falta de exercício físico. Quando indagados sobre os fatores da redução participação durante as aulas de Educação Física,os alunos respoderam: Preguiça 52% Me sinto excluído 1% Falta de infraestrutura física 15% Falta de incentivo 2% Turma heterogênea quanto ao gênero 30% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Figura 6: Fatores da redução da participação nas aulas de Educação Física A figura aponta que 82% dos alunos apontaram a preguiça e a composição de turmas heterogêneas quanto ao gênero como principais fatores que dificultam a sua participação nas mesmas. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 421 despendido com atividades de gasto energético. Dentre os eletroeletrônicos, o tempo componentes da amostra, conforme observamos na figura 7. Atividade Rítmicas e Expressivas 20% Jogos Populares e de Tabuleiro ( Xadrez , Dama) 7% Esportes 71% Conhecimento do Corpo 2% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% Figura 7: Eixo Temático de maior preferência. O esporte é um fenômeno social que tem por finalidade o desenvolvimento integral do homem como ser autônomo, democrático e participante (BRASIL, 1988). De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1999), os esportes são as práticas em que são adotadas regras de caráter oficial e competitivo, organizadas em federações regionais, nacionais e internacionais que regulamentam a atuação amadora e profissional e envolve condições espaciais de equipamentos como, por exemplo, campos, piscinas, bicicletas, pistas, dentre outros. Cabe ao professor de Educação Física, tanto quanto aos demais educadores do ambiente escolar, construir em harmonia com os alunos uma consciência crítica que vai além das práticas corporais, com a tarefa de contribuir para a transformação da realidade da maior parcela da população que se encontra no status de sedentária (NAHAS, 2003). 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Através do presente instrumento de pesquisa, concluímos a que grande maioria dos alunos pouco participa das atividades físicas durante as aulas de Educação Física, e que só participam porque são obrigados. Permanece a maior parte do tempo da aula inativa e muitas das vezes utilizando aparelhos eletrônicos. Os mesmos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 422 O eixo temático esportes é apontando como preferência de 71% dos indivíduos como principais fatores que reduzem a sua participação nas aulas. Durante toda pesquisa fica evidente o alto grau de sedentarismo apresentado pela amostra. Recomenda-se a realização de estudos periódicos envolvendo diversas faixas etárias e gêneros, assim como, abrangendo diferentes regiões a níveis regionais e estaduais a fim de comparar o nível de atividade física durante as aulas de Educação Física, servindo como alicerce para as políticas públicas a serem adotadas no combate ao sedentarismo. REFERÊNCIAS ALVES, U. S. Não ao sedentarismo, sim à saúde: contribuições da Educação Física escolar e dos esportes. O Mundo da Saúde, v. 3, p. 464-469, 2007. ALBANO R. (2001) Estado nutricional de adolescentes: “risco de sobrepeso” e “sobrepeso” em uma escola pública do Município de São Paulo. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 17(4): 941-47. ANJOS LA, Castro IR. (2003) Crescimento e estado nutricional em amostra probabilística de escolares no Município do Rio de Janeiro, 1999. Cad Saúde Pública, Rio de janeiro, 19 (Sup. 1): S171-79, 2003. BETTI, Mauro. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 423 apontaram a preguiça e a composição de turmas heterogêneas quanto ao gênero FISBERG, Mauro. Atualização e Obesidade na Infância e Adolescência. São Paulo: Atheneu, 2005. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2002. GUEDES, D. P.; GRONDIN, L.M. Percepção de hábitos saudáveis por adolescentes: associação com indicadores alimentares, pratica de atividade física e controle de peso corporal. Revista Brasileira de Ciência do Esporte. Campinas, n. 1 v. 24. p.23-45, 2002. GUIMARÃES, L. V.; BARROS, M. B. A.; MARTINS, M. S. A. S.; DUARTE, E. C. Fatores associados ao sobrepeso em escolares. Revista de Nutrição. Campinas. Vol. 19. Num 01. 2006. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICO - IBGE. Cidades Disponíveis em <http://www.Ibge.Gov.br/cidadesat/topwindow.htm>. Acesso em: 17. Out. 2014. LEE, A.M. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 424 FARIA, Carlos Garçon de. Atividade Física na Infância e adolescência. Disponível em: http://www.dsa.ufv.br/noticia.php?escolha=28. Acesso em: 26.ago.2014. OMS. Obesidade: prevenindo e controlando a epidemia global. Tradução Andréa Favano; revisão científica: Sérgio Setsuo Maeda. São Paulo: Roca, 2004. (Série de Relatos técnicos da OMS; 894) OMS. Definição de saúde, 2005. Disponível em: www.oms.org/definition/who. Acesso: 24.maio.2014. PINHO, R. A.; PETRODKI, E. L. Adiposidade corporal e nível de atividade física em adolescentes. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. v. 1, n. 1, p.60-68. 1999. POLLOCK, M. L. et al. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. Rio de Janeiro: Médica Científica, 1986. RIBEIRO, Jorge Ovídio; PALMEIRA, Moacir, BELFORT, Patrícia. Atlas Pedagógico Brasileiro. 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[email protected] RESUMO O presente estudo buscou verificar os níveis de obesidade infantil do Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) da cidade de Raul Soares – Minas Gerais. Foram obtidos dados das avaliações de controle de 86 crianças (53 do sexo masculino e 33 do sexo feminino). Para apresentação das faixas etárias das crianças foram considerados os valores médios e desvio padrão, onde as crianças do sexo masculino apresentaram faixa etária 3,76 ± 2,55 e sexo feminino com faixa etária de 3,31 ± 1,42 respectivamente. Os resultados apresentaram valores preocupantes de sobrepeso e/ou obesidade. Informações estas que vão de encontro a diversos estudos apresentados na atualizada de fases diferenciadas de desenvolvimento da criança. Foi possível verificar também que, felizmente em ambos os sexos a predominância dos valores de classificação se mantiveram dentro dos padrões de normalidade, de acordo as informações do Ministério da Saúde, sendo de 54,71% para o sexo masculino e 75,75% para o sexo feminino. Conclui-se, que o Centro de Educação Infantil pesquisado deverá iniciar algumas condutas preventivas, buscando de forma mais breve possíveis estratégias de redução dos quadros de sobrepeso e obesidade identificados. PALAVRAS-CHAVE: Obesidade infantil; Composição corporal; IMC; Centro de educação infantil. 1 - INTRODUÇÃO O consumo alimentar excessivo ou mal orientado nas fases iniciais da vida das crianças poderá influenciar futuramente todos os hábitos e culturas deste indivíduo, dificultando sua readaptação aos hábitos saudáveis na fase adulta (DUTRA JÚNIOR et al., 2008). A obesidade tem sido um problema que começa a partir da infância, crescendo em muito pouco tempo, por isso necessita de ações básicas fundamentais, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 426 NÍVEIS DE OBESIDADE INFANTIL EM CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL MUNICIPAL (CEIM) DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA de atividades e/ou exercícios físicos (OLIVEIRA et al., 2012). A obesidade pode ser classificada como um acúmulo de tecido gorduroso, localizada em todo corpo, causado por doenças genéticas, endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais (SANTOS et al., 2007). Sabe-se que durante o período da infância e adolescência pode ser observado um aumento gradativo tanto da massa de gordura quanto da massa corporal magra. Assim, o monitoramento dessas variáveis pode favorecer a identificação de problemas de saúde associados aos níveis reduzidos de gordura corporal ou a elevados índices de adiposidade. Lembrando que obesidade mais comum é a que resulta da ingestão de mais energia do que a necessária (DUTRA JÚNIOR et al., 2008). Analisando crianças e adolescentes de famílias de baixa renda, ficou indicado que um menor número de pessoas na residência associou-se positivamente ao excesso de peso. A associação observada entre excesso de peso e um número reduzido de irmãos (indicador de tamanho familiar), no presente estudo, pode indicar também uma influência desse menor número de pessoas vivendo na residência (CARVALHO et al., 2014). Os possíveis mecanismos relacionados a esse fenômeno estariam atrelados a uma maior disponibilidade de alimentos e bens de consumo que se concentrariam sobre um menor número de crianças/adolescentes no núcleo familiar. Além disso, embora não especificada a forma de ação, uma maior quantidade de irmãos parece influenciar de maneira positiva um maior engajamento em atividades físicas. Nesse sentido, em virtude de sua relevância, essa influência deveria ser averiguada com maior atenção em futuros experimentos (MARINS et al., 2009). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência da obesidade infantil tem crescido em torno de 10 a 40 % na maioria dos países europeus nos últimos 10 anos (MELLO et al., 2003). A decorrência de obesidade que se manifesta nos primeiros anos de vida, entre 5 e 6 anos e na adolescência, poderão triplicar o risco de sobrepeso. As mudanças no cotidiano infantil têm gerado maior ingestão de gorduras e açúcares e menor consumo de alimentos ricos em fibras que em consequências elevam os casos de sobrepeso e obesidade sendo necessárias mudanças destes hábitos introduzindo-se dietas menos calóricas (OLIVEIRA et al., 2012). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 427 tais como a alimentação balanceada, além de estímulos gerais relacionados à prática profissionais da área de saúde, por esse motivo estão sendo feitas pesquisas a respeito da prevenção, causas e tratamentos (SANTOS et al., 2007). É fundamental a participação dos pais no processo de prevenção da obesidade na infância. Sabe se que são os pais que representam os primeiros estímulos ambientais que irão moldar os hábitos diários das crianças (OLIVEIRA et al., 2012). Em função dessas ocorrências, a Educação Física tem sido estimulada a romper padrões descompromissados com a formação de alunos, especialmente sob o viés de saúde na escola. Diante das informações descritas, o presente estudo visa verificar os níveis de obesidade infantil em Centros de Educação Infantil Municipal (CEIM) de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Os resultados obtidos no estudo possibilitarão a realização de intervenções futuras a fim de contribuir para a promoção de hábitos de vida saudáveis, levando em consideração a atividade e/ou exercícios físicos direcionados, reeducação alimentar e promoção da saúde em geral, minimizando os possíveis fatores de risco futuros, relacionados à concentração e distribuição de gordura corporal nestas crianças. Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização dessa epidemia que está cada vez mais abrangente no Brasil e buscar recursos para compensar essa necessidade na Educação Infantil. 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A ocorrência de excesso de peso aumentou, tornando-se um importante motivo de preocupação, já que a grande ingestão calórica é responsável pelo aumento da ocorrência da obesidade, mesmo durante a infância e a adolescência, estando associada ao surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, como a hipertensão arterial, resistência à insulina e perfil lipídico desfavorável (DAMIANI et al., 2000). Para Gomes et al., (2002) o objetivo básico de controle desse excesso é manter o peso adequado para a estatura, preservando o crescimento e desenvolvimento normal, principalmente na criança, em suas diversas fases de crescimento e desenvolvimento. Em função do crescimento, não se fazem dietas restritivas para criança, uma vez que os níveis de vitaminas e micronutrientes ficam demasiadamente reduzidos, levando a prejuízos no desenvolvimento físico e mental (VITOLO, 1998). Portanto, a obesidade tem sido um problema que começa a partir da infância, cresce em tão Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 428 As elevadas taxas de prevalência de crianças obesas vêm preocupando os alimentação balanceada, além de estímulos gerais relacionados à prática de atividades e/ou exercícios físicos (OLIVEIRA et al., 2012). Sabe-se que durante o período da infância e adolescência pode ser observado um aumento gradativo tanto da massa de gordura quanto da massa corporal magra. Assim, o monitoramento dessas variáveis pode favorecer a identificação de problemas de saúde associados aos níveis reduzidos de gordura corporal ou a elevados índices de adiposidade. Lembrando que obesidade mais comum é a que resulta da ingestão de mais energia do que a necessária (DUTRA JÚNIOR et al., 2008). Devido a estas ocorrências, o profissional de Educação Física tem um desafio cada vez maior de realizar mudanças nas rotinas gerais das suas aulas, preocupandose assim cada dia mais com a formação de alunos especialmente sob o viés de saúde na escola. Devendo assumir grandes desafios no mundo contemporâneo, ao criar condições diferenciadas a partir de atividades que visam o desenvolvimento humano. A mudança no cotidiano infantil tem gerado maior ingestão de gorduras e açúcares e menor consumo de alimentos ricos em fibras que em consequências elevam os casos de sobrepeso e obesidade sendo necessárias mudanças destes hábitos introduzindose dietas menos calóricas (OLIVEIRA et al., 2012). Estudos indicam que a atividade física em combinação à dieta é mais efetiva que a dieta sozinha para a redução e manutenção do peso. Exercícios auxiliam a preservação da massa magra durante a dieta e podem minimizar a redução da taxa metabólica associada a redução do peso (EPSTEIN et al., 2004). Segundo Maziekas (2008), em um estudo realizado sobre os fatores que alteram a composição corporal de modo positivo (diminuir o percentual de gordura e aumentar a massa livre de gordura) em crianças obesas, são os exercícios de baixa intensidade e longa duração; exercícios aeróbicos combinados com resistência (grande número de repetições) e exercícios programados combinados com a mudança de comportamento. Epstein et al., (2004) enfatiza ainda que é necessária mudança do estilo de vida sedentário e mudança de comportamento. O melhor método é reduzir o acesso ao sedentarismo, ou seja, motivar a criança a fazer outra atividade, que não seja estática. Erlichmanet et al., (2003) afirmam que a prática de atividade física regular diminui o risco de aterosclerose e suas consequências (angina, infarto do miocárdio, doença vascular cerebral), ajuda no controle da obesidade, da hipertensão arterial, do Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 429 pouco tempo, por isso necessita de ações básicas fundamentais, tais como a osteomusculares e de alguns tipos de câncer (colo e de mama), além de auxiliar no controle da ansiedade, da depressão, da doença pulmonar obstrutiva crônica, para o ativo. As preferências alimentares da criança, assim como as atividades físicas, são práticas influenciadas diretamente pelos hábitos dos pais, que normalmente persistem na vida adulta. A participação da criança em atividades físicas é parte importante do processo de crescimento e desenvolvimento. Além da prevenção de diversas doenças, tais como a obesidade, diabetes, hipertensão, o exercício também oferece a criança a oportunidade para o lazer, integração social e o desenvolvimento de aptidões que levam a uma maior autoestima e confiança (OLIVEIRA et al., 2012). Entretanto, segundo Einstein et al. (2009) as diminuições dos níveis de atividade física podem favorecer para o aparecimento de disfunções crônico-degenerativas não somente em adultos, mas também em jovens e crianças. 3 - METODOLOGIA O presente documento refere-se a uma pesquisa de natureza descritiva, que, para Gil (2008), possuem como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de uma experiência e geralmente assumem a forma de levantamentos. Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2008). Neste caso, foi realizado o levantamento das informações referentes ao controle de desenvolvimento das crianças através da estatura e massa corporal. Levou-se em consideração todas as crianças registradas e devidamente assistidas pelo Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) da cidade de Raul Soares, Minas Gerais nos períodos de março a junho de 2015. Foram obtidos dados das avaliações de controle de 86 crianças (53 do sexo masculino e 33 do sexo feminino). Para apresentação das faixas etárias das crianças Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 430 diabetes, da osteoporose, das dislipidemias e diminui o risco de afecções masculino apresentaram faixa etária 3,76 ± 2,55 e sexo feminino com faixa etária de 3,31 ± 1,42 respectivamente. Os dados foram consultados nas fichas cadastrais das crianças, onde houve a preocupação de manter o anonimato em relação as identificações. Além da apresentação dos dados gerais. A partir do levantamento das informações sobre estatura e massa corporal, considerou-se os cálculos do Índice de Massa Corporal (IMC) e as classificações dos resultados obtidos, em proporção ao sexo e idade, como preconizado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). As tabelas referentes às informações são apresentadas abaixo. Tabela I: Valores médios e desvio padrão do Peso, Estatura e IMC em crianças do sexo feminino devidamente assistidas pelo Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) da cidade de Raul Soares – Minas Gerais durante os períodos de acompanhamento. DATAS E 12/03/2015 23/04/2015 18/05/2015 29/06/2015 VARIÁVEIS Peso 12,66 ± 3,56 12,92 ± 3,28 13,18 ± 3,64 13,36 ± 3,52 Estatura 00,88 ± 0,31 00,89 ± 0,17 0,90 ± 0,12 00,92 ± 0,13 IMC 16,38 ± 1,85 16,14 ± 1,97 15, 79 ± 1,79 15,55 ± 2,03 Tabela II: Valores médios e desvio padrão do Peso, Estatura e IMC em crianças do sexo masculino devidamente assistidas pelo Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) da cidade de Raul Soares – Minas Gerais durante os períodos de acompanhamento. DATAS E 12/03/2015 23/04/2015 18/05/2015 29/06/2015 VARIÁVEIS Peso 3,76 ± 2,55 12,47±0,17 0,89±0,13 1,23±2,38 Estatura 12,61 ± 3,59 16,33±2,62 45,05±208,8 15,5±2,82 IMC 12,47 ± 3,46 13,06±3,92 13,4±4,23 13,6±3,96 Em seguida, os dados obtidos foram organizados em função das classificações do IMC, levando-se em consideração o sexo. Sendo os valores apresentados na tabela abaixo, demonstrados através de frequência absoluta e relativa. 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Tabela III: Distribuição dos valores de classificação do IMC em função do sexo e idade, considerandose a distribuição da amostra em frequências absoluta e relativa. CLASSIFICAÇÃO Abaixo do peso Peso normal Sobrepeso Obesidade MASCULINO Frequência Frequência absoluta relativa 04 7,54% 29 54,71% 10 18,86% 10 18,86% FEMININO Frequência Frequência absoluta relativa 00 00% 25 75,75% 05 15,15% 03 9,09% Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 431 foram considerados os valores médios e desvio padrão, onde as crianças do sexo 86% das crianças do sexo masculino avaliadas apresentaram sobrepeso e obesidade respectivamente. Em estudo realizado por Soares et al. (2015) na cidade de Estrela no Rio Grande do Sul, verificou-se que as crianças de até 5 anos apresentaram maior parcela da amostra com risco de sobrepeso ou sobrepeso e obesidade. Outro estudo, realizado por Silva, (2014) com 338 escolares, com idade entre 3 e 15 anos, de ambos os sexos no município de Belmiro Braga (MG) obteve os seguintes resultados: 13,3% e 5,6% dos pesquisados classificados em sobrepeso e obesidade. Pode-se notar que os valores referentes tanto ao sobrepeso quanto a obesidade apresentada pelo autor supracitado são inferiores ao do presente estudo. Demonstrando que há necessidade de maiores cuidados a serem tomados em relação ao estado nutricional das crianças aqui apresentadas. É possível verificar pelas informações apresentadas na tabela em relação ao sexo masculino e feminino que poucas crianças foram classificadas como abaixo do peso, sendo um valor de 7,54% para o masculino e nenhuma criança do sexo feminino, portanto, durante o período de acompanhamento das crianças não foi relatado nenhum caso critico referente a desnutrição. Em estudo apresentado por Martino et al., (2012) ficou evidenciado que a maioria das crianças investigadas pelos autores eram consideradas como dentro do peso normal e que a prevalência de sobrepeso/obesidade foi superior à desnutrição. Estes dados demonstram o decréscimo na prevalência dos índices de magreza e desnutrição e o crescimento do excesso de peso na população, evidenciando o processo de transição nutricional que está ocorrendo no país e no mundo (MARTINO et al., 2012). Foi possível verificar também que no sexo masculino e feminino a maioria de resultados foi enquadrada como dentro dos padrões de normalidade, com valores de 54,71% e 75,75% respectivamente. O estudo realizado apresenta que há um acréscimo de normalidade de peso em comparação com os outros requisitos, vindo com a superioridade do sobrepeso e obesidade em segundo lugar e deixando em decréscimo as crianças abaixo do peso. O atual estudo demonstrou que a maioria das crianças que participaram da pesquisa nos anos de 2014 e 2015 encontra-se classificados como eutrófico, porém o sobrepeso e a obesidade estão aumentando com o passar dos anos em crianças, afirmando o momento de transição nutricional Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 432 De acordo com a tabela acima referente a classificação do IMC, 18,86% e 18, da zona rural de ambos os gêneros (CARVALHO et al., 2014). 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao considerar os padrões de classificação do IMC, foi possível verificar que, no presente estudo as crianças de ambos os sexos assistidas pelo Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) da cidade de Raul Soares – Minas Gerais apresentaram valores preocupantes de sobrepeso e/ou obesidade. Informações estas que vão ao encontro de diversos estudos apresentados de fases diferenciadas de desenvolvimento da criança. Foi possível verificar também que, felizmente em ambos os sexos a predominância dos valores de classificação se mantiveram dentro dos padrões de normalidade, de acordo as informações do Ministério da Saúde, sendo de 54,71% para o sexo masculino e 75,75% para o sexo feminino. Conclui-se, portanto, que o Centro de Educação Infantil pesquisado deverá iniciar algumas condutas preventivas, buscando de forma mais breve possíveis estratégias de redução dos quadros de sobrepeso e obesidade identificados. Sendo que os valores obtidos poderão servir como referências de acompanhamento e comparações para pesquisas futuras. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 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Revista Educação Física, v.15, p. 33-44, 2004. ERLICHMANET, M. V. et al. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceito e sugestões para um estilo de vida ativo. Revista Brasileira Saúde Materno Infantil, v. 3, p-6, 2003. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. GOMES, P.C et al. Nutrição e Saúde infantil. Revista Paulista de Educação Física, 12(91), 54-70, 2002. MARINS, V. N. et al. Prevalência e fatores associados para sobrepeso e obesidade em crianças de uma cidade do Sul do Brasil. Revista Brás Saúde. 2009; 7: 405-12. MARTINO, H. S. D. et al. Avaliação antropométrica e análise dietética de préescolares em centros educacionais municipais no Sul de Minas Gerais. Revista Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 551-558, 2012. MAZIEKAS, D. A. et al. Fatores Associados a obesidade em escolas. Revista Saúde Pública. 2008;42(4):607-14. MELLO, E. D.et al. Obesidade. In: Ferreira CT, Carvalho E, Silva LR, editora. 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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 434 EINSTEIN, T. C. et al. Obesidade na infância e na adolescência. Revista Saúde Pública, 34(3),487-496, 2009. 435 RESUMOS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Cíntia de Fátima Ribeiro – Graduanda em Farmácia, Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Bolsita FAPEMIG. Shiara Martins de Souza – Farmacêutica Bioquímica - Analista Clínica, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Rename; Medicamentos essenciais; Matipó/MG. 1. INTRODUÇÃO A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), vista como instrumento mestre para as ações de Assistência Farmacêutica no SUS (Sistema Único de Saúde), consiste numa lista de medicamentos que tem como principal finalidade atender às necessidades de saúde prioritárias da população brasileira (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2008). Essa lista foi oficializada pela Portaria 3.916/98. Baseando-se na RENAME, cada unidade federativa constrói a Relação Estadual de Medicamentos essenciais (RESME) e cada município elabora a Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUNE) que levam em conta as particularidades regionais e locais (AZIZ, CALVO e D’ORSI, 2012). A seleção dos medicamentos essenciais ocorre de acordo com a sua relevância na saúde pública, evidência sobre a eficácia e a segurança e os estudos comparativos de custoefetividade, devendo contemplar as necessidades terapêuticas de determinada população (PEPE et al., 2010). Este estudo teve como objetivo comparar os medicamentos disponíveis na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUNE) de Matipó/MG e que são adquiridos pelo município, com aqueles padronizados na RENAME 2014. 2. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado durante o ano de 2015. A pesquisa foi efetuada com base na análise comparativa entre as listas da REMUNE 2015 da cidade de Matipó/MG e da RENAME 2014, a fim de verificar a adequação da padronização municipal de medicamentos. Os medicamentos da REMUNE 2015 analisados neste estudo incluíram os fármacos, cuja aquisição é efetuada pelo município de Matipó/MG. Os dados obtidos foram tabulados através da estatística Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 436 COMPARAÇÃO ENTRE A RELAÇÃO DE MEDICAMENTOS ADQUIRIDOS PELO MUNICÍPIO DE MATIPÓ/MG E A RENAME 2014 Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES A lista de medicamentos padronizados para serem adquiridos pelo município de Matipó/MG, presentes na REMUNE 2015 disponibilizada, era composta por um rol de 103 medicamentos distintos, resultando num total de 133 produtos, incluindo diferentes concentrações e formas farmacêuticas. Tal lista contempla programas de Medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, incluindo a Farmácia Básica e a Saúde Mental, conforme estabelece a Portaria nº 204, de 29 de janeiro de 2007 (BRASIL, 2007). Dos 103 fármacos que constituíam a lista de medicamentos do Programa de Atenção Básica da relação de medicamentos adquiridos pelo município de Matipó, apenas 35,9% (n= 37) não estava de acordo com a padronização nacional. Dentre os medicamentos que não se encontram presentes na RENAME 2014, a maior parcela, correspondente a 24,4% (n=9), representa fármacos que têm ação no sistema nervoso central; 18,9% (n=7) correspondem aos fármacos que agem nos processos associados à dor e inflamação e 16,2% (n=6) se relacionam à terapêutica de distúrbios gastrointestinais. Assunção, Santos e Blatt (2013) realizaram uma pesquisa que tinha como principal objetivo verificar as diferenças e semelhanças entre as REMUNEs de 17 municípios do estado de Santa Catarina e a RENAME vigente no período do estudo. O percentual de concordância das REMUMEs com a RENAME variou entre 42,2% a 79,9%, evidenciando a heterogeneidade entre os municípios do país. Segundo os resultados encontrados pelos autores, os principais critérios para a seleção de medicamentos foram: presença na RENAME (n=13), custo (n=11) e ser solicitado pelos prescritores (n=11). Magarinos-Torres et al., (2014) salientam que a lista nacional deve ser adotada como documento de referência na construção das listas de medicamentos essenciais nos estados e nos municípios. Os autores destacam ainda que elaboração das listas estaduais e municipais fortalece o processo de descentralização da gestão, e, na medida em que define necessidades, prioriza e direciona a aplicação de recursos financeiros das três esferas de governo. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 437 descritiva no Microsoft Excel 2010. Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de O percentual de concordância dos medicamentos adquiridos pelo município em questão e RENAME 2014 encontra-se dentro do limite apontado em outros estudos. O alto número de medicamentos presentes REMUNE e que não estão na RENAME é um reflexo de um país que abriga municípios com diferentes necessidades, que dificilmente seriam satisfeitas por uma lista única. Por esse motivo, essa lista é passível de modificações. O estabelecimento da mesma traz diversas vantagens como a facilitação da aquisição, do armazenamento e distribuição, o auxílio no ato da prescrição, evitando as alternativas irracionais de tratamento e facilitando o melhor reconhecimento de eventos adversos, além das vantagens em relação ao custo. 5. REFERÊNCIAS ASSUNÇÃO, I. A.; SANTOS, K.e BLATT, C. R. Relação municipal de medicamentos essenciais: semelhanças e diferenças. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, São Paulo, vol. 34, n.3, 431-439, 2013. AZIZ, M. M.; CALVO, M. C. M. e D'ORSI, E. Medicamentos prescritos aos idosos em uma capital do Sul do Brasil e a Relação Municipal de Medicamentos. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol.28, n.1, 52-64, Jan. 2012. BRASIL. Portaria nº 204 de 29 de janeiro de 2007. Regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle. Diário Oficial da União, Brasília/DF, 30 jan. 2007. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/prt0204_29_01_2007.html.Acess o em: 08. dez. 2014. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Rename. Disponível http://www.cff.org.br/pagina.php?id=140. Acesso em: 08. dez. 2014. em: MAGARINOS-TORRES, R.; PEPE, V. L. E.; OLIVEIRA, M. A. e OSORIO-DECASTRO, C. G. S. Medicamentos essenciais e processo de seleção em práticas de gestão da Assistência Farmacêutica em estados e municípios brasileiros. Ciência e saúde coletiva, Rio de Janeiro, vol. 19, n.9, 3859-3868, 2014. PEPE, V. L. E.; VENTURA, M.; SANT’ANA, J. M. B.; FIGUEIREDO, T. A.; SOUZA, V. R.; SIMAS, L. e OSORIO-DE-CASTRO, C. G. S. Caracterização de demandas judiciais de fornecimento de medicamentos “essenciais” no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol. 26, nº 3, 461-471, Mar. 2010. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 438 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 439 Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Johnny Martins Ferreira, Luciana Paula de Paiva, Marlene Laia Souza Silva, Thaís Lorena Firmino, Zulmira de Souza Oliveira – Graduandos em Enfermagem – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Renata Ferreira Pieroti Machado Pessôa – Graduada em Enfermagem. Especialista em MBA – Gestão de Negócios e Pessoas e Saúde Pública. Professora do curso de Enfermagem da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Diabetes, Qualidade de vida, custo de vida, idosos, doenças crônicas. 1 - INTRODUÇÃO Países em desenvolvimento têm encontrado dificuldades para promover a expectativa e a qualidade de vida dos diabéticos, que seguem no ranking de uma das doenças crônicas comuns na população idosa. Os altos índices de morbi-mortalidade faz com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) promova programas e campanhas para o combate do diabetes, com foco para a mudança do estilo de vida (BELON et al.; 2008). O aumento dos fatores de riscos (envelhecimento, hereditariedade, estilo de vida e características socioeconômico-culturais-culturais), pode estar relacionado com a falta ou a disseminação incorreta das informações de saúde, constituindo o diabetes uma das causas específicas de incapacidade funcional nos indivíduos com o passar dos anos (VIEGAS-PEREIRA et al.; 2008). O acesso da população aos serviços de saúde é um dos fatores utilizados para estimar o índice de desigualdade social e melhorias nos atendimentos para a redução deste índice de diabéticos, o custo financeiro tratamento causa impacto na família do portador da doença. (LIMA-COSTA et al.; 2002). A interferência do Diabetes na qualidade de vida compromete a autonomia do paciente, gerando incapacidade para realizar tarefas que antes eram parte de sua rotina (NAGAI et al.;2012). A Diabetes é uma doença altamente limitante, podendo causar cegueira, amputações, nefropatias, complicações cardiovasculares, entre outras (BELON et.al.; 2008). Para ações de prevenção, diminuição dos casos e controle do diabetes é fundamental o empenho da equipe multidisciplinar de saúde, pacientes e familiares, para obter resultados Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 440 A CONTRIBUIÇÃO DOS FATORES SOCIOECONÔMICOS EM RELAÇÃO À SAÚDE DOS IDOSOS DIABÉTICOS identificar o perfil socioeconômico de uma população de diabéticos do município de Matipó- MG e seus hábitos de vida. 2 - METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, realizada com 14 diabéticos entre 60 a 68 anos de idade, registrados da Unidade Básica de Saúde (UBS), Zona rural do município de Matipó- MG. Foi aplicado um questionário semiaberto em suas próprias residências com 22 vinte e três perguntas entre os dias 01 a 12 de junho de 2015. De acordo com Gil (2008), a pesquisa descritiva visa a descrição de características duma determinada população, fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. Englobando o uso de técnicas padronizadas para coletar os dados, como questionário e observação sistemática. Após os devidos esclarecimentos foi solicitado a cada participante a assinatura do TCLE (Termo de Consentimento Livre Esclarecido) autorizando sua participação na referida pesquisa. Este seguiu as especificações da Lei 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusarse ou desistir de fazer parte da amostra do estudo. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES A amostra pesquisada foram 64% homens e 36% mulheres, 51% com idade inferior a 60 ano, 50% casados e 21% viúvos, 79% dos entrevistados analfabetos, aposentados com nenhuma outra ocupação, 36% vive com apenas 01 salário mínimo, 64% com 02, 43% revelaram contribuir financeiramente com as despesas. Todos relataram ter disposição para realizarem suas atividades domésticas. Eliopulos (2011) afirma que apenas o controle do consumo de açúcar não é suficiente para o controle do diabetes, a adoção de hábitos saudáveis, promove a alegria e sensação de bem estar. As atividades de lazer mencionadas foram passeios à casa de amigos 43%, 71% possuem casa própria e 29% moradia partilha com familiares, 43% moram com mais de 05 pessoas e apenas 7% sozinho. O meio transporte de utilização carro próprio 50%, 21% motocicleta, 14% não possuem nenhum tipo de meio de transporte e 7% utilizam transporte público. Figueiredo & Tonini (2012) descrevem que os principais fatores de risco para a doença são: envelhecimento da população, não Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 441 significativos do tratamento (CRUZ et al.; 2011). Este estudo tem como objetivo inadequados. Todos os pesquisados, consomem diariamente legumes, frutas e verduras e o consumo de carne vermelha e bolos é de 93%. Todos alegaram não praticar atividade física, não ter ciência dos seus benefícios e não possuir motivação, declararam não serem tabagistas nem etilistas. 71% Diagnosticaram o diabetes há 10 anos e 29% entre 01 a 05 anos. Os portadores do diabetes por não serem orientados devidamente sobre a gravidade da doença, não procuram as UBS’s, um deficit nos serviços de saúde. 93% fazem uso de medicamentos, 52% tomam mais de 5 medicamentos diariamente e 7% não fazem uso de qualquer medicação. Doenças oportunistas, como hipertiroidismo (14%) e hipertensão (71%), diagnosticadas há cerca de 10 anos. As aquisições dos medicamentos diabéticos são adquiridas através da Farmácia Básica de Minas, sendo 86% dos pesquisados usuários do SUS. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo permitiu conhecer a realidade socioeconômica do diabético, o estilo de vida e os agravos à saúde. A falta de informações por parte do paciente e seus familiares é preocupante. O nível de escolaridade e o apoio da família são fundamentais para o controle do diabetes, como visitas regulares aos serviços de saúde, adoção de hábitos saudáveis de alimentação, redução do sedentarismo. Diante das dificuldades da situação socioeconômica dos diabéticos, cabe aos profissionais enfermeiros orientar quanto às medidas de educação em saúde para controle e prevenção do diabetes para diminuição dos índices e complicações da doença. REFERÊNCIAS BELON, A. P.; FRANCISCO, P. M. S. B.; BARROS, M. B. A. De; CHESTER, L. G. C.; CARANDINA, L.; GOLDBAUN, M.; ALVES, M. C. G. P. Diabetes em idosos: Perfil sócio-demográfico e uso de serviços de saúde. Caxambu-MG, nº2008.p.10,set/out. 2008. CRUZ, A. R. R.; MELO, C. M. A.; BARBOSA, C. O; Conhecimentos dos diabéticos sobre a doença e o tratamento nutricional. RBCEH, Passo Fundo, v. 8, n. 3, p. 343354, set./dez. 2011. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 442 adoção de estilo de vida saudável, obesidade, sedentarismo e hábitos alimentares FIGUEIREDO, N. M. A.; TONINI, T.;. Gerontologia: Atuação da Enfermagem no Processo de Envelhecimento. 2 ed. São Paulo: YENDIS, 2012, 356 p. LIMA-COSTA, M. F.; BARRETO,S.; GIATTI, L. A situação socioeconômica afeta igualmente a saúde de idosos e adultos mais jovens no Brasil? Um estudo utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios –PNAD/98. Ciência & Saúde Coletiva, 7(4), p.813-824, 2002. NAGAI, P. A.; SHUBACI, R. Y. S.; NERI, A. L.; Idosos diabéticos: As motivações para o autocuidado. Revista Temática Kairós Gerontologia,15(6), “Vulnerabilidade/Envelhecimento e Velhice: Aspectos Biopsicossociais”, pp. 407-434. Dezembro, 2012. VIEGAS-PEREIRA, A. P. F.; RODRIGUES, R., N.; MACHADO, C. 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[email protected] PALAVRAS-CHAVE: Fibro Edema Gelóide; Celulite; Intradermoterapia. 1 - INTRODUÇÃO A Fibro edema geloide ou lipodistrofia ginóide, ou ainda, celulite, é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatória, seguida de polimerização da substância fundamental, que infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Cardoso (2002) tentou-se atribuir a fibro edema geloide às modificações no metabolismo e bioquímica do tecido adiposo; entretanto, não há nenhuma evidência de diferenças primárias entre as zonas afetadas e não afetadas na fisiologia do tecido adiposo, fluxo sanguíneo, bioquímica ou metabolismo. Na etapa inicial do fibro edema gelóide existem mínimas alterações na derme e na hipoderme, como: discreto edema e dilatação de capilares linfáticos, presença discreta de muco na derme e hipertrofia de lóbulos adiposos (PARIENTI, 2001). A intradermoterapia é uma das opções de tratamento para a fibro edema gelóide. Nesta técnica é usada uma mescla com vários medicamentos que exercem funções diferentes. Sua maior vantagem é o grande percentual de melhora como técnica isolada no tratamento (PISTOR, 1986). Autores como Garcia (1995) e Pistor (1986) associam a intradermoterapia ao programa de tratamento da fibro edema gelóide, afirmando obter melhor resultado final. A intradermoterapia deve ser indicada por profissional médico habilitado, a fim de evitar os efeitos colaterais e as sequelas. 2 - METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa de campo na Clínica Dermatologia, Medicina Geral e Estética localizada em Santa Margarida. Neste estabelecimento é realizado um total de 40 consultas por mês sobre tratamentos voltados para a fibro edema gelóide. Uma paciente foi acompanhada do início ao fim do tratamento onde conseguimos analisar Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 444 A INTRADERMOTERAPIA PARA TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELOIDE acompanhada é do sexo feminino apresenta celulite grau I, II e III, altura 1.61 e o peso corporal é 70 quilos. Foi realizado a intradermoterapia com uso de mescla adequado para paciente, onde foram aplicados 10 ml glúteo e coxa posterior direita e, 10 ml no glúteo e coxa posterior esquerda. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram realizadas 5 sessões compreendidas entre os meses de junho a julho de 2014, onde os dados foram coletados para elaboração do presente estudo. Na primeira e na segunda sessão, no primeiro momento não se pode notar resultado. Já na terceira e quarta sessão, foi onde conseguimos observar uma melhora significativa, os resultados observados foram: tonificação muscular, melhora da elasticidade da pele, diminuição do aspecto “casca de laranja”, menos irregularidades nas superfícies da epiderme, reorganização do tecido, diminuição dos lóbulos de gordura e melhora da microcirculação que com ajuda da drenagem linfática que foi associada ao tratamento tivemos uma eliminação de toxinas e um aumento do aporte de oxigênio e proteínas as células, o que foi visível pela eliminação do inchaço. E por fim, na quinta sessão foi feita uma submissão para uma celulite de terceiro grau, a mesma obteve efeito satisfatório. Segundo Herreros, Velho e Moraes (2011, p.99), “o estudo criterioso da intradermoterapia ainda é incipiente”, logo não há estudos comparativos com o mesmo método idêntico utilizado neste trabalho. Um grande ponto positivo é a velocidade no tratamento para quem deseja um resultado mais rápido, devendo associar a completa orientação ao indivíduo tratado, pois se o FEG for abrandado e os hábitos continuarem os mesmos (alimentação inadequada, álcool, fumo, sedentarismo etc.), os resultados serão menores e transitórios (MILANI, JOAO e FARAH, 2006). A paciente não apresentou rejeição ao tratamento apresentando apenas um rubor, calor e uma leve hiperemia nos minutos seguintes a aplicação do medicamento, a drenagem pode ser realizada um dia após cada aplicação e o efeito do medicamento no organismo é de sete dias. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo mostrou resultados satisfatórios através da associação da técnica de intradermoterapia e manobras realizadas pela esteticista. É Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 445 o resultado alcançado durante o tratamento da fibroe edema gelóide. A paciente pacientes, e também estudos que combinem outros recursos ou técnicas a fim de conseguir resultados eficazes em um tempo menor, além de poder comparar a eficácia de outros recursos em relação a intradermoterapia. REFERÊNCIAS CARDOSO, E. A síndrome da Celulite. Up to Date. Ano 7, n.45, p. 48-49, jul. 2002. GARCIA, I. O. Fundamentação farmacológica em mesoterapia. Mesoterapia atual, n°. 4, p. 19-21, 1995. GUIRRO, Elaine Caldeira de O; GUIRRO, Rinaldo Roberto de J. Fisioterapia em estética: fundamentos, recursos e patologias. 2.ed. São Paulo: Manole, 1996. GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-Funcional: Fundamentos, recursos e patologias. 3. ed. São Paulo: Manole, 2002. HERREROS, Fernanda Oliveira Camargo; VELHO, Paulo Eduardo Neves Ferreira; MORAES, Aparecida Machado. Mesoterapia: uma revisão bibliográfica. An Bras Dermatol. 2011;86(1):96-101.Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/abd/v86n1/v86n1a13>, acesso em 30 agosto de 2015. MILANI, Barbosa Giovana; JOAO, Silvia Maria Amado; FARAH, Estela Adriana. Fundamentos da Fisioterapia dermato-funcional: revisão de literatura. Revista Fisioterapia e Pesquisa. São Paulo, v.3, n.12, 2006. PARIENTI I.J. A Celulite. In: Medicina Estética. São Paulo: Andrei, 2001. PISTOR, M. O que é Intradermoterapia? Chir Dent Fr, v. 46, n°. 288, p. 59-60, jan. 1986. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 446 necessário um estudo mais profundo sobre o tema, com um número maior de Géssica Loiola Dias, Laís Ferreira – Graduandas em Enfermagem – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Renata Ferreira Pieroti Machado Pessoa – Graduado em enfermagem. Professora do curso de enfermagem da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão Arterial, RCQ, Obesidade, Sedentarismo, Hábitos de Vida. 1 - INTRODUÇÃO Nos últimos anos, ocorreram grandes mudanças nos hábitos de vida e condições de saúde da população, o perfil de alta mortalidade por algumas doenças que se tornam crônico-degenerativa, doenças cardiovasculares, tem aumentado relativamente, e estão diretamente ligados aos hábitos de vida (BARBOSA, 2006). Segundo Ramos (2003), no processo de envelhecimento humano ocorre alterações fisiológicas e funcionais, os idosos podem ficar mais vulneráveis à ocorrência de doenças crônicas que, se não tratadas e acompanhadas devidamente ao longo dos anos, poderão originar complicações e sequelas. A hipertensão arterial é uma doença crônica de natureza multifatorial, caracterizada pelo aumento da pressão arterial, com níveis sistólico igual ou superior 140 mmHg e/ou diastólico maior ou igual a 90 mmHg, atinge grande parte da população e pode desencadear outras patologias ou intensificá-las (JUNIOR et al., 2007). Os fatores de risco como hipertensão arterial, dislipidemias, hipercolesterolemia, tabagismo, diabetes, obesidade, sedentarismo, uso de anticoncepcionais orais, estresse emocional, idade (acima de 45 anos), sexo (predominantemente em homens), hereditariedade e raça (predominantemente na raça branca) (SOUZA, 2004). A prevalência de sobrepeso vem aumentando em todos os seus segmentos. E é amplamente conhecida a relação entre sobrepeso e a deposição de gordura abdominal há diversas doenças crônicas (OMS, 1990). Uma das maneiras de identificar se o individuo tem predisposição a desenvolver doenças cardiovasculares é a avaliação de gordura intra-abdominal através da mensuração da Relação Cintura-Quadril (RCQ). Essa relação pode ser obtida pela divisão da Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 447 AVALIAÇÃO DA RAZÃO CINTURA QUADRIL COMO FATOR DE RISCO À PREDISPOSIÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM UMA POPULAÇÃO HIPERTENSOS para o gênero feminino de 0,8 e para o masculino de 1,0 (PEREIRA, 1999). Sendo assim, sente-se a necessidade de verificar se há correlação entre a relação cinturaquadril com o sedentarismo em hipertensos e se quanto maior a relação cinturaquadril, maior será a correlação com o grau de atividade física, ou seja, sedentarismo (BINI, 2004). A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica o uso da antropométria para a vigilância dos fatores de risco para doenças crônicas e recomenda a analise de associação de parâmetros antropométricos em desenlaces de pressão arterial. Para a OMS, além do peso e altura, devem ser medidos os perímetros da cintura e quadril, pois o aumento da deposição de gordura abdominal na população pode fornecer um indicador sensível dos problemas de saúde pública relacionados com o sobrepeso e suas consequências (WHO, 1995). Sabe- se que homens em particular, tendem a ter maior proporção de gordura abdominal e as mulheres na região glútea e por isso tem maiores perímetros dos quadris. Este padrão pode ser avaliado pela razão abdominal/glútea, que é obtida pela divisão das medidas dos perímetros da cintura e do quadril – relação cintura/quadril (RCQ) (BRAY, 1989). Esses dados sugerem uma alta predisposição desta população a desenvolver doenças crônicas não-transmissíveis, visto que o acúmulo de gordura na região abdominal apresenta estreitas relações com doenças cardiovasculares (BUENO et al.,2008).A utilização dessas medidas na estimação da distribuição de gordura corpórea tem a vantagem da simplicidade de determinação e de basear-se em medidas de fácil obtenção. Por isso, a sua introdução entre os indicadores antropométricos, seja na prática clínica, na vigilância nutricional ou na pesquisa, torna-se um instrumento de grande valia (KEENAN et al., 1997). Este trabalho tem como objetivo identificar fatores de risco para doenças cardiovasculares numa população hipertensa através da avaliação da razão cintura/quadril (RQC). 2 - METODOLOGIA O presente estudo tratará de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, visando avaliar, através da antropometria a deposição de gordura abdominal, relacionadas ao sobrepeso, como fator de risco para doenças cardiovasculares. De acordo com Gil (2008), a pesquisa descritiva visa a descrição de características duma determinada população, fenômeno ou estabelecimento de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 448 circunferência da cintura pela circunferência do quadril, apresentando valores ideais dados, como questionário e observação sistemática. Serão avaliadas 15 pessoas com idade acima de 45 anos e hipertensas no município de Abre Campo – MG, nos meses de setembro a outubro de 2015, através com aplicação de um questionário semiaberto elaborado pela autora dessa pesquisa e coletados os perímetros abdominais e dos quadris respectivamente com auxílio de uma fita métrica inextensível no ponto da linha umbilical e na altura do quadril, em posição ortostática, mantendo respiração normal, onde os dados foram anotados nos próprios questionários para obtenção da razão cintura/quadril realizada pela divisão das medidas. Os pesquisados serão informados dos objetivos do estudo e a participação será concretizada mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o qual seguirá as especificações da Lei 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo. Os dados serão tabulados em programa Microsoft Excel e organizados em forma de gráficos para apresentação dos resultados. No entanto, neste resumo utilizou-se apenas descrições percentuais, mostrando a predisposição das pessoas avaliadas a doenças cardiovasculares. Tendo como base a Razão Cintura-Quadril do Ministério da Saúde (MS). 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS BARBOSA GR, Atividade física e doença arterial coronariana: revisando a literatura [dissertação]. Escola de enfermagem de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo, 2006 BINI, I.C. Elaboração de programa de prevenção e verificação dos fatores de risco para as coronariopatias [dissertação]. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. BRASIL – Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e normas regulamentadoras sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução 196. 1996. Brasília: CNS; 1996. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 449 relações entre variáveis. Serão englobadas técnicas padronizadas para coletar os JUNIOR, D.M.et al. V diretriz brasileira de hipertensão arterial. Arq. Bras. Cardiol. São Paulo, V.89, n.3, set.2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v89n3/a12v89n3.pdf MINISTÉRIO DA SAÚDE: Orientações para a coleta de analise de dados antropométricos em serviços de saúde disponível em http://www.saude.gov.br/bvs 1ª edição – 2011 PEREIRA RA, SICHIERI R, MARINS VMR. Razão cintura/quadril como preditor de Hipertensão arterial. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro,1999;(2):333-344 RAMOS LR. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em centro urbano: Projeto Epidoso. Cad Saúde Pública. 2003;19:793-8. SOUZA CR. Prevalência de fatores de risco para doença arterial coronariana em pacientes de grupo de hipertensos e diabéticos do centro de saúde do saco grande II. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 450 GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social.6. ed. - São Paulo: Atlas, 2008.Disponível em: https://ayanrafael.files.wordpress.com/2011/08/gil-a-c-mc3a9todos-e-tc3a9cnicas-depesquisa-social.pdf Acesso em 03/07/2015. Erielen Bruna de Oliveira, Débora Luiza Dias Henrique, Sarah Cristina Fialho Rodrigues – Graduandas em Enfermagem – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Renata Ferreira Pieroti Machado Pessôa – Graduada em Enfermagem. Especialista em MBA – Gestão de Negócios e Pessoas e Saúde Pública. Professora do curso de Enfermagem da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: hipertensão arterial; envelhecimento; doenças crônicas; 1 - INTRODUÇÃO A hipertensão arterial é denominada como um dos principais problemas que acomete a saúde de adultos e idosos de maior prevalência nos dias de hoje. É considerado um importante fator de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC) e infarto do miocárdio (IAM) (MOLINA, et al. 2003). Existem indícios médicos de que medidas de pressão arterial podem ajudar a identificar alguns adultos que possuem um risco maior para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, decorrente da Hipertensão (PASSOS et al. 2006). Segundo Cunha, et al. (2003), Na maioria dos casos, desconhece-se a causa da Hipertensão Arterial. Porém, vários atores podem estar associados à sua elevação: sedentarismo, estresse, tabagismo, envelhecimento, hereditariedade, raça, gênero, peso e fatores dietéticos. O tratamento farmacológico é indicado para hipertensos moderados, graves e para aqueles com fatores de risco para doenças cardiovasculares e/ou lesão importante de órgãos-alvo. Entretanto, poucos conseguem o controle da pressão com um único agente terapêutico, na maioria das vezes é necessário a terapia combinada, tal que o tratamento medicamentoso, apesar de eficaz, tem custos financeiros e podem ter efeitos colaterais decorrentes dos fármacos que acabam por vezes a motivar o abandono do mesmo. (ZAITUNE, et al. 2006). O organismo humano deteriora-se com o uso, e esse desgaste provoca anomalias que param ou diminuem seus mecanismos (FIGUEIREDO, et al. 2006). Diante essa deterioração do organismo gerada pelo envelhecimento, este estudo tem como objetivo conhecer o perfil de uma população hipertensa e os impactos decorrentes das limitações físicas de suas doenças crônicas. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 451 AS LIMITAÇÕES FÍSICAS DECORRENTES DE DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS EM HIPERTENSOS Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, realizada com 15 adultos e idosos selecionados aleatoriamente, residentes no Distrito de Ribeirão de São Domingos - Município de Santa Margarida MG pertencentes a micro área demarcada pela UBS V, com faixa etária entre 40 a 83 anos. Foi aplicado um questionário semiaberto em suas próprias residências com 23 vinte e três perguntas, nos dias 18 e 19 de maio de 2015. De acordo com Gil (2008), a pesquisa descritiva visa a descrição de características duma determinada população, fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. Englobando o uso de técnicas padronizadas para coletar os dados, como questionário e observação sistemática. Após os devidos esclarecimentos foi solicitado a cada participante a assinatura do TCLE (Termo de Consentimento Livre Esclarecido) autorizando sua participação na referida pesquisa. Este seguiu as especificações da Lei 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusarse ou desistir de fazer parte da amostra do estudo. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Dentre os 15 entrevistados tivemos 47% homens e 53% mulheres, dos quais 13% descobriram a HAS há mais de 20 anos. São diabéticos 87% e 7% já tiveram aneurisma. Segundo Murray e Atkinson (1985), a hipertensão arterial está relacionada á perda da elasticidade das artérias que ocorre em 18% a 24% dos indivíduos durante a idade adulta, e que a incidência de Diabetes Mellitus aumenta após os quarenta anos, principalmente nos indivíduos obesos com história familiar de diabetes. Obtivemos uma maior prevalência de casados 93%, profissão predominante foi lavrador 47%. Relataram que vão periodicamente ao 60% médico. Todos os entrevistados disseram que não abusam do sal e da gordura nas refeições diárias. O adulto entre 40 e 65 anos muda pouco os seus hábitos alimentares, assim afirma Murray e Atkinson (1985). Na amostra pesquisada 13% relataram ter dificuldades para trocar de roupa e 87% não tem nenhuma dificuldade em realizações de tarefas diárias. Dificuldade ou deficiência em relação aos cinco sentidos, 60% relataram não 7% relatou ter alguma deficiência de audição, 27% na visão. De acordo com Kane et al. (1985) ao tentarmos entender o envelhecimento, apreciamos também as limitações, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 452 2 - METODOLOGIA prática ativa de atividade física é significativa com 53%, 73% não ingere bebidas alcoólicas e somente 7% são tabagistas. O incentivo a exercícios físicos regulares, a manutenção do peso ideal e os exames médicos de rotina são algumas maneiras efetivas na redução dos problemas de saúde dos adultos, dizia também que o alcoolismo é um problema cada vez maior a medida que as pessoas encontram maiores dificuldades em suas vidas (MURRAY e ATKINSON, 1985). 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Em decorrência ao processo de envelhecimento, os idosos, podem se tornar portadores de alguma deficiência, degeneração ou doenças crônicas instaladas. Relacionado aos cinco sentidos e sua degeneração, observamos que as dificuldades predominantes foram visuais e auditivas. Todos os entrevistados possuem a Hipertensão Arterial, e fazem uso contínuo de um ate quatro medicamentos para controlar a pressão, tendo a maioria a prática da atividade física ativa, o não excesso de sal e gorduras nas refeições e o não hábito de beber e fumar, o que talvez possa ter contribuído para que a amostra dos entrevistados tenha sido bastante positiva e favorável a uma vida mais saudável. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Nébia Maria e TONINI, Teresa. Gerontologia: atuação da enfermagem no processo de envelhecimento. 2. Ed. São Paulo: Ed. Yendis 2006. ATKINSON, Leslie D. e MURRAY, Mary Ellen. Fundamentos de enfermagem. Rio de janeiro: Guanabara, 1985. BRASIL – Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e normas regulamentadoras sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução 196. 1996. Brasília: CNS; 1996. BRUE, L. Jane e CARROEL, Mary. Enfermagem para idosos. EDIÇÃO São Paulo: editora 1991. ELIOPOULOS, Charlotte. Enfermagem Gerontológica. 7. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 453 e ao contrário de pacientes mais jovens, os idosos já tiveram diversas doenças. A KANE, Robert L., OUSLANDER, Joseph G., ABRASS, Itamar B. O essencial em clínica geriátrica. São Paulo, organização Andrei editora LTDA, 1985. MOLINA, Maria del Carmen Bisi et al. Hipertensão arterial e consumo de sal em População urbana, São Paulo. Rev Saúde Pública, 37(6): 743-50 jun. 2003. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rsp/article/viewFile/31657/33543 PASSOS, Valéria Maria de Azeredo. ASSIS, Tiago Duarte. Barreto, SANDHI Maria. Hipertensão arterial no Brasil: estimativa de prevalência a partir de estudos de base populacional. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 15(1):35 – 45, Volume 15 - Nº 1 jan/mar 2006. Disponível em: http://www.elsa.org.br/downloads/Artigos%20em%20PDF/hipertensao_arterial_estim ativas_de_prevalencia_Valeria_Azeredo.pdf ZAITUNE, Maria Paula do Amaral et al. Hipertensão arterial em idosos:Prevalência, fatores associados e práticas de controle no Município de Campinas, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, 22(2):285-294, fev, 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v22n2/06.pdf Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 454 GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social.6. ed. - São Paulo: Atlas, 2008.Disponível em: https://ayanrafael.files.wordpress.com/2011/08/gil-a-c-mc3a9todos-e-tc3a9cnicas-depesquisa-social.pdf Acesso em 03/08/2015. Márcia Carolina Alves Klem, Sabrina Paiva de Souza – Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária.– Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Bovinos; condenações; fígado; inspeção de carnes. 1 - INTRODUÇÃO A teleangiectasia é uma alteração circunscrita ao parênquima hepático, em consequência da dilatação de grupos capilares sinusoides, principalmente em bovinos de idade mais avançada (PINTO, 2014). Está colocada como a segunda maior causa de condenação de fígado na linha de inspeção, tendo uma frequência de 32,3%. A condenação total de fígados devido a esta alteração é habitual em MatadourosFrigoríficos sob o Serviço de Inspeção Estadual, devido unicamente ao aspecto repugnante do órgão, uma vez que não apresenta significado clínico e riscos para a saúde pública (MENDES & PILATI, 2007). Durante o exame post mortem, ao ser detectado esta patologia na linha de inspeção E (inspeção do fígado), deve-se seguir os seguintes critérios de julgamento e destinação do órgão: condenação total, quando a lesão atingir metade ou mais do órgão; ou aproveitamento condicional, no caso de lesões discretas, após a condenação das partes atingidas (BRASIL, 1997). Trata-se, portanto, de uma doença de grande importância médico veterinário em decorrência das perdas econômicas, resultante da condenação de grande número de fígados de bovinos durante a rotina de inspeção post mortem em Matadouros-Frigoríficos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi relatar os casos de teleangiectasia em um Matadouro-Frigorífico sob Serviço de Inspeção Federal (SIF) situado na Zona da Mata mineira, a fim de obter informações sobre a prevalência dessa afecção na região, no período entre janeiro de 2011 a dezembro de 2013. 2 - METODOLOGIA Foi realizado um estudo retrospectivo através de um levantamento epidemiológico de dados em um Matadouro-Frigorífico sob SIF situado na Zona da Mata mineira, mediante aprovação do estabelecimento. Para isto, foram utilizadas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 455 PREVALÊNCIA DE TELEANGIECTASIA EM MATADOURO-FRIGORÍFICO SOB SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL NA ZONA DA MATA MINEIRA NO PERÍODO DE 2011 A 2013 carcaças bovinas como fontes de informação, referentes ao período compreendido entre janeiro de 2011 a dezembro de 2013. Os dados foram analisados e depois foram calculadas as taxas de prevalência da teleangiectasia. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Durante o período estudado, foram abatidos um total de 58.654 bovinos, e, de acordo com os achados macroscópicos do SIF, foi observada uma casuística de 1.793 casos de teleangiectasia, o que corresponde a uma prevalência total de 3%. Quando analisada a prevalência de teleangiectasia por ano, observou-se em 2011 uma prevalência de 2,7% (555 casos em 19.846 bovinos abatidos), já em 2012, a prevalência foi 2,6% (594 casos em 22.223 bovinos abatidos), e, em 2013, aumentou para 3,8% (664 casos em 16.585 bovinos abatidos). Em um levantamento realizado por Castro & Moreira (2010), que avaliaram alterações também causadas por teleangiectasia entre 2005 a 2009, a porcentagem de condenações foi de 9,22%, resultado significativamente maior aos encontrados no presente estudo. Outros autores também encontraram valores consideravelmente superiores ao observado neste trabalho, como no caso do estudo de Silva et al. (2011) onde as condenações de fígado em consequência de teleangiectasia foram de 19,18%, e no estudo de Mendes & Pilatti (2007), que foram de 32,3%. Assim, a região da Zona da Mata mineira apresentou melhor sanidade entre os animais abatidos, no que diz respeito a patologia em questão, quando comparada aos demais estudos, podendo ser em razão de uma boa nutrição, manejo ou outros cuidados destinados aos rebanhos. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que no presente trabalho a prevalência da teleangiectasia na Zona da Mata mineira não variou muito tendo como base os valores obtidos, que ficaram próximos dos 3%, sendo que a prevalência do último ano foi a maior entre elas, na margem dos 3,8%. A expectativa é que com o passar do tempo, com o melhoramento no manejo dos animais, da saúde do rebanho, alimentação e com a melhor e mais eficaz prevenção de afecções, a prevalência de doenças como esta caia. A condenação de órgãos, vísceras e carcaças de animais destinados ao abate pelo Serviço de Inspeção veterinária é importante para a saúde pública, tal prática tem o objetivo de tornar seguro o consumo dos alimentos de origem animal. Além disto, a Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 456 fichas relativas à movimentação anual de abate e de causas de apreensão de prejuízo ao produtor, considerando que o peso da víscera agrega valor à carcaça. REFERÊNCIAS BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Aprovado pelo Decreto nº 30.691, de 2903-52, alterado pelos Decretos nos 1.255 de 25-06-62, 1.236 de 02-09-94, no 1.812 de 08-02-96 e no 2.244 de 04-06-97. Brasília, 1997. 174p. CASTRO, R.V; MOREIRA, M.D. Ocorrências Patológicas Encontradas De Rins E Fígados Bovinos Em Matadouro Frigorífico Do Triângulo Mineiro. 2010. MENDES, R.E.; PILATI, C. Estudo morfológico de fígado de bovinos abatidos em frigoríficos industriais sob inspeção estadual no Oeste e no Planalto de Santa Catarina, Brasil, Santa Catarina. Ciência Rural, v.37, n.6, p.1728-1734, 2007. PINTO, P.S.A. Inspeção e Higiene de Carnes. 2.ed. Viçosa, MG: Editora UFV, 2014. 389p. SILVA, M. C. A.; MENDONCA, G. A.; SOARES, D. B.; BUENO, J. P. R. Alterações anatomopatológicas identificadas na inspeção post mortem em bovinos no abatedouro frigorifico no município de Uberlândia – MG. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v.9, n.7; p.82, 2013. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 457 condenação de vísceras, especialmente do fígado de bovinos também pode trazer Bruna Chaves Amorim - Farmacêutica Generalista, Mestre em Ciências Naturais e da Saúde, Especialista em Docência do Ensino Superior. Professora e Coordenadora do Curso de Farmácia da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVES: Atenção Farmacêutica; Medicamentos; Idosos. 1 - INTRODUÇÃO A população idosa brasileira aumentou significativamente nos últimos anos, o que demostra a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) feito no ano de 2007 contabilizando 20 milhões de idosos no país, correspondendo a 10,5% da população total. Segundo estimativas do IBGE, no ano de 2030, os idosos serão aproximadamente 19% deste país. (SILVA et al., 2012). Devido ao aumento, serão necessárias mudanças no modelo de atenção à saúde, principalmente em relação à assistência farmacêutica prestada aos idosos. Os medicamentos representam um dos itens mais importantes da atenção à saúde do idoso; como o número de indivíduos dessa faixa etária vem aumentando, o consumo de medicamento por esta população acompanha esta tendência. Assim, este é o grupo mais medicalizado na sociedade, devido ao aumento da prevalência de doenças crônicas com a idade (FLORES e BENVEGNÚ, 2008). A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que mais de 50% dos medicamentos são prescritos ou dispensados de forma inadequada e que 50% dos pacientes tomam medicamentos de maneira incorreta levando a alto índice de morbimortalidade. Acrescenta que os tipos mais comuns de uso irracional de medicamentos estão relacionados às pessoas que utilizam polifarmácia, ao uso inapropriado de antibiótico e de medicamento injetável, a automedicação e a prescrição em desacordo com as diretrizes clínicas (MARIN et al., 2008). Segundo Pereira et al., (2004) os idosos, de acordo com a farmacocinética clínica, possuem uma série de alterações que interferem diretamente nos processos de absorção, distribuição, metabolização e eliminação dos medicamentos, portanto os efeitos tóxicos nesses pacientes podem ocorrer de maneira mais proeminente. Dessa forma, Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 458 ATENÇÃO FARMACÊUTICA: PERFIL DE UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS Amanda Geralda Reis Cruz, Inácio Dornelas Sampaio Neto, Valéria de Sousa Santana, Wirgínia Leoni Vitor de Oliveira – Graduandos em Bacharelado em Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVERTIX. prescritos e não prescritos, garantindo que estão cumprindo a prescrição de maneira correta (PEREIRA et al., 2004). Diante disso, foi feito uma revisão bibliográfica com o objetivo de mostrar a importância da atenção farmacêutica e os medicamentos mais usados por idosos. 2 - METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), referentes ao tema. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Os medicamentos, embora benéficos em muitas situações, o seu uso requer alguns cuidados especiais quando se considera o processo de envelhecimento (MARIN et al., 2008). As características sócias demográficas da população em estudo refletem em geral o estado da população idosa no Brasil havendo maior proporção de idosas. Essas hipóteses explicam essa diferença, em que sustentam que os homens têm altas taxas de mortalidade precoce relacionadas à violência, acidentes de trânsito e doenças crônicas. As mulheres possuem uma maior preocupação com a sua saúde e procuram mais os serviços do que os homens, principalmente em consequência aos vários programas de saúde (pré-natal, prevenção de câncer de colo uterino e de mama) direcionados especificamente ao gênero feminino, ficando estas mais sujeitas à medicalização (FLORES e BENVEGNÚ, 2008). Segundo Marin e seus colaboradores (2008), em consequência das múltiplas doenças, os idosos utilizam diversos medicamentos; em média, utiliza-se 2,9% de medicamentos por idoso. As classes farmacológicas mais utilizadas pela população idosa são: anti-hipertensivos, diuréticos, medicamentos para circulação periférica, anti-inflamatórios não esteroides, antianginosos, hipnóticos e sedativos. Tais fármacos são considerados responsáveis pelas interações e, consequentemente, de possíveis reações adversas a medicamento. Os princípios ativos, dosagens e subgrupos farmacológicos mais frequentemente utilizados foram: Captopril 25mg (inibidor da enzima conversora de angiotensina); Hidroclorotiazida 25mg (diurético tiazídico); Ácido Acetilsalicílico 100mg (inibidor não seletivo da COX); Omeprazol 20mg (inibidor da bomba de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 459 cabe ao farmacêutico o papel de orientação na utilização dos medicamentos cardíacos) (FLORES e BENVEGNÚ, 2008). A maioria dos idosos toma os medicamentos sozinhos; quase a metade faz acompanhamento com mais de um médico; mais de um terço, compra os medicamentos e outros adquirem alguns em farmácia da rede pública ou na rede privada. Alguns dos idosos, afirmam que não se esquecem de tomar os medicamentos e outros relatam que às vezes sim (MARIN et al., 2008). O acesso fácil a medicações e a falta de conscientização do uso de medidas não farmacológicas, podem estar contribuindo para esse consumo indiscriminado de medicamentos pelos idosos (FLORES e BENVEGNÚ, 2008). 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo realizado demostra que os idosos utilizam um ou mais medicamentos dentre as principais classes farmacológicas citadas, sendo as mesmas utilizadas de forma irracional. Tornar a terapia medicamentosa da população idosa eficiente e eficaz é tarefa de todos os profissionais da saúde, mas cabe ao profissional farmacêutico o processo de acompanhamento do idoso para promover o uso racional de medicamentos, alertar sobre a automedicação, da interrupção e de troca do tratamento, pois podem ser responsáveis pelas interações e, consequentemente, de possíveis reações adversas a medicamento, seu custo e aderência ao tratamento. REFERÊNCIAS FLORES, V.B; BENVEGNÚ, L.A. Perfil de utilização de medicamentos em idosos da zona urbana de Santa Rosa, Rio Grande do Sul, Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 26, n. 6, p. 1439-1446, jun., 2008. MARIN, M.J.S.; CECILIO, L.C.O.; PEREZ, A.E.W.U.F.; SANTELLA, F.; SILVA, C.B.A.; FILHO, J.R.G.; ROCETI, L.C. Caracterização do uso de medicamentos entre idosos de uma unidade do Programa Saúde da Família. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 7, p. 1545-1555, jul., 2008. PEREIRA, L.R.L.; VECCHI, L.U.P.; BAPTISTA, M.E.C.; CARVALHO, D. Avaliação da utilização de medicamentos em pacientes idosos por meio de conceitos de farmacoepidemiologia e farmâcovigilância. Ciência & Saúde Coletiva, v. 9, n. 2, p. 479-481, 2004. SILVA, A.L.; RIBEIRO, A.Q.; KLEIN, C.H.; ACURCIO, F.A. Utilização de medicamentos por idosos brasileiros, de acordo com a faixa etária: um inquérito postal. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 28, n. 6, p.1033-1045, jun., Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 460 prótons); Furosemida 40mg (diurético de alça); Digoxina 0,25 mg (glicosídeos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 461 2012. Cíntia de Fátima Ribeiro, Cristina de Paula Loiola, Dândara Tavares, Rogéria Miranda Braga – Graduandas em Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Bruna Chaves Amorim – Farmacêutica Generalista, Mestre em Ciências Naturais e da Saúde, Especialista em Docência do Ensino Superior, Professora e Coordenadora do Curso de Bacharelado em Farmácia da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Atenção Farmacêutica; Dificuldades; Implantação. 1 - INTRODUÇÃO A Atenção Farmacêutica (AF) consiste num modelo de prática profissional desenvolvida no contexto da assistência farmacêutica, onde o profissional farmacêutico busca atender às necessidades farmacoterapêuticas do paciente, fornecendo-lhe todas as informações necessárias sobre os medicamentos e desenvolvendo ações de prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe multidisciplinar (ANGONESI e SEVALHO, 2010; SILVEIRA et al., 2013). Por meio da interação farmacêutico-paciente é possível promover o aumento da efetividade do tratamento farmacológico, concomitante, à detecção de problemas relacionados aos medicamentos – PRMs (PEREIRA e FREITAS, 2008; YOKOYAMA et al., 2011). O farmacêutico deve prevenir e resolver os PRMs de maneira sistematizada e documentada. Conforme Pereira e Freitas (2008) e Foppa et al., (2008), o acompanhamento do tratamento do paciente, denominado Seguimento Farmacoterapêutico, apresenta dois objetivos principais: a) responsabilizar-se junto com o paciente para que o medicamento prescrito seja seguro e eficaz, na posologia correta e resulte no efeito terapêutico desejado; b) atentar para que, ao longo do tratamento, as reações adversas aos medicamentos sejam as mínimas possíveis e quando surgirem, que possam ser resolvidas imediatamente. Os benefícios proporcionados pela atuação do farmacêutico nesta área são diversos. Porém, ainda hoje, observa-se dificuldade na compreensão desta prática profissional, sendo muitas vezes, confundida com ações da assistência farmacêutica. Além disso, muitos são os obstáculos enfrentados no processo de concretização deste modelo de assistência ao paciente (OLIVEIRA et al., 2005; AMBIEL e MASTROIANNI, 2013). Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 462 DIFICULDADES ENCONTRADAS NA IMPLANTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA principais dificuldades enfrentadas no processo de implantação da AF. 2 - METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Os descritores utilizados foram: Atenção Farmacêutica, Dificuldades, Implantação. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Os estudos que buscaram descrever os obstáculos que envolvem o processo de implantação dos serviços de AF consideram que parte das dificuldades implica nas habilidades e conhecimentos do farmacêutico para atender as novas necessidades sociais. A falta de conhecimento, de preparo e de prática em AF, além da falta de motivação por parte de alguns profissionais são algumas das características relatadas nos estudos de Araújo e Freitas (2006) e Ambiel e Mastroianni (2013). No que refere à implantação de serviços de AF em estabelecimentos de saúde, como farmácias e drogarias, dentre as dificuldades apontadas, citam-se a falta de tempo dos profissionais farmacêuticos, já que estes, como responsáveis técnicos, permanecem muito tempo ocupado com atividades burocráticas. As outras dificuldades envolvem a falta de infraestrutura física no estabelecimento para o atendimento privativo dos pacientes, além da deficiência na formação profissional para o exercício da AF (AMBIEL e MASTROIANNI, 2013). No estudo conduzido por Oliveira et al., (2005), os resultados obtidos indicaram que a implantação da AF enfrenta obstáculos que incluem o vínculo empregatício do profissional farmacêutico e a rejeição do programa por gerentes e proprietários das farmácias, por haver pouco retorno econômico ou talvez por receio da perda de lucros atrelados à venda desorientada de medicamentos. Os autores também destacaram a insegurança e desmotivação por parte dos farmacêuticos, decorrente de elevada carga labutaria e falta de tempo para dedicar-se ao atendimento, além da concorrência dos balconistas, que competem com o farmacêutico pelo atendimento, a fim de adquirir comissões sobre a venda dos medicamentos. Oliveira et al., (2005), salientam que esses vários empecilhos devem ser superados em prol do resgate da profissão farmacêutica perante a sociedade. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 463 Diante disso, foi feita uma revisão bibliográfica com o objetivo de identificar as Diante do estudo realizado, pode-se verificar que embora a prática da AF promova o uso racional dos medicamentos e proporcione muitos benefícios para a saúde do paciente, a implantação de tal programa nas farmácias e drogarias, apresenta muitas dificuldades e desafios a serem enfrentados. É preciso que os acadêmicos e os profissionais farmacêuticos, tanto os que já estão no mercado há mais tempo quanto os recém-formados, mobilizem-se para que os programas de AF façam parte da realidade dos estabelecimentos de saúde, ampliando os cuidados que devem ser tomados em relação ao uso dos medicamentos e possibilitando a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. REFERÊNCIAS AMBIEL, I.S.S.; MASTROIANNI, P.C. Resultados da atenção farmacêutica no Brasil: uma revisão. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, Araraquara, v.34, n.4, p. 469-474, 2013. ANGONESI, D.; SEVALHO, G. Atenção Farmacêutica: fundamentação conceitual e crítica para um modelo brasileiro. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, n.3, p. 3603-3614, 2010. ARAÚJO, A.L.A.; FREITAS, O. Concepções do profissional farmacêutico sobre a assistência farmacêutica na unidade básica de saúde: dificuldades e elementos para a mudança. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v.42, n.1, p.137-146, jan./mar, 2006. FOPPA, A.A.; BEVILACQUA, G.; PINTO, L.H.; BLATT, C.R. Atenção farmacêutica no contexto da estratégia de saúde da família. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v.44, n.4, p.727-737, out./dez, 2008. OLIVEIRA, A.B.; OYAKAWA, C.N.; MIGUEL, M.D.; ZANIN, S. M.W.; MONTRUCCHIO, D.P. Obstáculos da atenção farmacêutica no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v.41, n.4, p. 409-413, out./dez, 2005. PEREIRA, L.R.L.; FREITAS, O. A evolução da Atenção Farmacêutica e a perspectiva para o Brasil. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v. 44, n. 4, p. 601-612, out./dez, 2008. SILVEIRA, M.P.T.; CARDOSO, C.K.; MALHEIROS, R.T.; TORRES, O.M.; Atenção farmacêutica domiciliar: série de casos de usuários do programa práticas integradas em saúde coletiva. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, Araraquara, v. 34, n. 2, p. 263-268, 2013. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 464 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 465 YOKOYAMA, C.S.; MALUCELLI, A.; MORO, C.M.C.; HIRANO, L.R.; NOHAMA, P. Proposta de Sistema de Informação para Atenção Farmacêutica baseado no Método Dáder. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, Araraquara, v. 32, n.1, p. 19-26, 2011. Franciele de Oliveira Scala Dias, Nayenne da Costa Andrade - Graduandas do Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes- Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Shiara Martins de Souza – Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Punica granatum, Staphylococcus aureus, plantas medicinais As plantas medicinais são utilizadas pelo homem a milhares de anos, o seu uso popular é uma técnica baseada no acúmulo de informações que são repassadas oralmente entre as gerações. Elas apresentam um valor não apenas nas comunidades tradicionais, mas, também, são objetos de estudos com grande potencial na busca de novos fármacos (COSTA, MAYWORM, 2011).Dentre a rica biodiversidade brasileira, existem inúmeras plantas que são utilizadas para diversos fins como dor de garganta, bronquites, artrites, asma, e diversos tipos de infecção. Sua ampla utilização para tratamento de infecções é devido ao potencial antimicrobiano apresentado por diversas espécies. Um exemplo é a Punica granatum Linn, conhecida popularmente como Romã e amplamente usada na medicina popular como antimicrobiano natural (TREVISAN et al., 2009). São descritos que esta planta possui efeito antisséptico e atividade antibacteriana contra gram-negativas e gram-positivas, sendo as primeiras as que mais acometem a população (TELES, COSTA, 2014). O S. aureus é um dos mais significantes agentes etiológicos de processos infecciosos. As infecções causadas por eles apresentam altos índices de mortalidade e morbidade, e são responsáveis por 20% das infeções bacterianas. O surgimento de cepas resistentes é um dos problemas mais graves no controle de infecções e na terapêutica antimicrobiana (CATÃO et al., 2006). Diante do exposto o objetivo deste trabalho é destacar a necessidade de estudos relacionados ao efeito medicinal das plantas, para que se possam descobrir novas alternativas terapêuticas. Principalmente para o tratamento de infecções visto que as bactérias se tornam cada dia mais resistentes aos tratamentos disponíveis. O presente estudo apresenta-se como uma pesquisa bibliográfica. Foram pesquisados artigos relacionados à utilização das plantas como Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 466 UTILIZAÇÃO DE Punica granatum Linn FRENTE A BACTÉRIAS DO GÊNERO Staphylococcus sp. P granatum. Os bancos de dados utilizados foram SciELO e Google Acadêmico, A Punica granatum L. conhecida popularmente como romãzeira destaca-se por suas propriedades terapêuticas. É uma planta da família Punicaceae, originária da Ásia, mas amplamente distribuída pelo Brasil. As preparações obtidas da romãzeira (flor, fruto e casca da árvore) são usadas popularmente para o tratamento de disenterias, aftas, úlceras, tosse, inflamação urinária, parasitismo, angina e faringites. Muitos estudos demonstram a eficácia biológica da P. granatum , e seu potencial para inibição do crescimento de bactérias gram-positivas, especialmente dos S. aureus (TELES, COSTA, 2014).Segundo Catão et al., (2006) o S. aureus apresenta uma resistência significante à agentes antimicrobianos como penicilinas e ampicilinas e essa ocorrência é motivo de preocupação. Esse motivo fundamenta o uso de plantas medicinais nos processos infecciosos, podendo constituir uma excelente alternativa de tratamento coadjuvante, baseado em pesquisas etnofarmacobotânicas. E torna relevante o estudo e desenvolvimento de novas substâncias com atividades antiestafilocócicas. Em seus estudos, Catão et al., (2006) ainda concluiu que o extrato etanólico de P. granatum a 10% possui atividade antimicrobiana satisfatória sobre todas as cepas de S. aureus testadas, o que pode ser uma excelente forma de tratamento alternativo. Porém necessita-se de estudos toxicológicos adequados para verificar a possibilidade do seu uso efetivo no combate a esses microrganismos. Menezes et al., (2008) cita que estudos demonstram a efetividade da P. granatum na inibição do crescimento de bactérias gram-positivas, principalmente S.aureus. E que o extrato de P. granatum a 1% (v/v), no teste da inibição do crescimento de linhagens de S. aureus, foi eficaz para eliminar o crescimento bacteriano. Os estudos de Trindade e colaboradores (2009) demonstraram sensibilidade positiva do S. aureus à tintura hidroalcoólica da casca do fruto do romã, nas concentrações de 20% e em casos de diluição 1:2, 1:4, 1:8. Embora vários estudos demonstram a efetividade das plantas medicinais, são necessários estudos de sua toxicidade para que que tenham seus princípios ativos e efeitos terapêuticos comprovados cientificamente e possam ser utilizadas de forma segura (BADKE, 2008).Esse trabalho reforça a importância de se estudar o potencial das plantas medicinais utilizadas pela população. A avaliação de espécies com potencial antimicrobiano torna-se cada vez mais necessária à medida que surgem patologias desencadeadas por microrganismos resistentes aos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 467 alternativa terapêutica, infeções causadas por S. aureus e potencial antimicrobiano da antimicrobiano. Estudos etnofarmacológicos demonstraram sua ampla utilização para tratamento de tonsilites e pesquisas in vitro comprovam atividade antimicrobiana 468 fármacos presentes no mercado. A P. granatum é uma dessas espécies de potencial frente a agentes etiológicos dessa doença. REFERÊNCIAS BADKE, M. R. Conhecimento popular sobre o uso de plantas medicinais e o cuidado de enfermagem. Santa Maria, RS, 2008. f.96. Dissertação, Cuidado Educação e Trabalho em Enfermagem e Saúde– Universidade Federal de Santa Maria , UFSM. CATÃO, R.M.R.; ANTUNES, R.M.P.; ARRUDA, T.A.; PEREIRA, M.S.V.; HIGINO, J.S.; ALVES, J.A.; PASSOS, M.G.V.M.; SANTOS, V.L. Atividade antimicrobiana “in vitro” do extrato etanólico de Punica granatumlinn. (romã) sobre isolados ambulatoriais de Staphylococcus aureus. RBAC, vol. 38(2): 111-114, 2006. COSTA, V.P.; MAYWORM, M.A.S. Plantas medicinais pela comunidade do Bairro dos tenentes- município de Extrema, MG, Brasil.Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.13, n.3, p.282-292, 2011. MENEZES, S.M.S., PINTO D.M., CORDEIRO, L.N. Atividades biológicas in vitroe in vivo de Punica granatumL.(romã).Revista Brasileirade Medicina 2008; 65(11):38891. TELES, D.G.; COSTA, M.M. Estudo da ação antimicrobiana conjunta de extratos aquosos de Tansagem (Plantago major l., Plantaginaceae) e Romã (Punica granatum l., Punicaceae) e interferência dos mesmos na ação da amoxicilina in vitro.Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v.16, n.2, p.323-328, 2014. TREVISAN, L.F.A.; PEREIRA, A.V.; AZÊVEDO, T.K.B.; PEREIRA, M.S.V.; PEREIRA, M.V.; RODRIGUES, O.G.; LIMA, E.Q.; PEREIRA, J.V. Determinação dos padrões de resistência de Staphylococcus aureus aos extratos de plantas medicinais no nordeste brasileiro. Agropecuária técnica. V.30, n.1, p.42-47, 2009. TRINDADE, M.P.; FONSECA, L.; JUIZ, P.J.L. Atividade atimicrobiana da tintura da casca de romã (Punica granatum) sobre cepas de Staphylococcus aureus eStreptococcuspyogenes: estudo in vitro.Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde, v.11, n.4, p.49-54, 2009. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Paola Aparecida de Assis Quintão – Acadêmica do curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Bruna Chaves Amorim – Farmacêutica Generalista – Mestre em Ciências Naturais – Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão, Tratamento medicamentoso, Fatores de riscos e Programa Hiperdia. A HAS ocupa lugar de destaque no contexto da transição epidemiológica e constitui um dos principais fatores de risco para o aparecimento das doenças cardíacas. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a HAS ocorre quando a pressão que o sangue faz na parede das artérias para se movimentar é muito forte, resultando em um valor maior que 120/80mmhg (BRASIL, 2009). O controle da HAS está diretamente relacionado ao grau de adesão do paciente ao regime terapêutico, e atinge jovens, adultos e idosos, pessoas de ambos os sexos, de todas as raças e de qualquer padrão social. Contudo, o objetivo deste trabalho é realizar uma revisão bibliográfica sobre a Fisiopatologia e Tratamento da HAS. Para isso, foi realizada uma busca nas bases de dados Scielo, Periódicos Capes e Biblioteca Virtual de Saúde sobre o tema em questão. A hipertensão é uma doença que não tem cura, mas pode através de tratamento adequado, manter os pressóricos normais (MONTENEGRO; FRANCO, 2003). O tratamento para o controle da hipertensão arterial inclui, além da utilização de medicamentos, a modificação de hábitos de vida. As principais medidas que devem ser instituídas são aquelas que modificam o estilo de vida tais como: Controle do peso, alimentação saudável, redução do consumo de sal, atividade física regularmente, diminuir o consumo de bebida alcoólica, abandono do tabaco e controle do estresse (FIGUEIREDO; ASAKURA, 2010). No Brasil, a HAS é uma doença assintomática que atinge grande parte das pessoas, estima-se que 30-35% da população acima dos 40 anos ou mais cerca de 17 milhões de pessoas sofra dessa doença. Destes 75% recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) para receber atendimento no Programa Nacional de Atenção à Hipertensão Arterial (IBGE, 2014). Em cerca de 90% dos pacientes, as causas são conhecidas e derivam de má alimentação (ingestão em excesso de sódio, gordura), a hereditariedade, idade, gênero, grupo étnico, grau de Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 469 A HIPERTENSÃO ARTERIAL NO BRASIL anticoncepcionais orais (FERREIRA, et al., 2009). O MS, na tentativa de amenizar o problema, utiliza algumas estratégias que visam minimizar a morbimortalidade 470 escolaridade, status sócio econômico, obesidade, alcoolismo, tabagismo, e o uso de associada à Hipertensão Arterial; o Programa de Saúde da Família (PSF) realiza importante papel na organização da assistência primária. Levando em conta o Governo Federal implantou na Estratégia Saúde da Família do Sistema Único de Saúde (SUS) um programa voltado para pacientes acometidos pela HAS doenças chamado HIPERDIA. O Programa Hiperdia consiste no acompanhamento mensal dos pacientes, dispensação da medicação necessária para o controle destas patologias. Para que o tratamento medicamentoso com anti-hipertensivos ocorra de forma adequada é necessário que os pacientes recebam orientação profissional quanto à utilização correta dos medicamentos, forma adequada de utilização e o uso diário dos medicamentos (LIMA, GAIA, FERREIRA, 2012). REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da saúde. Hipertensão arterial, viver com qualidade e prevenir a doença é possível. Informe da atenção básica n°51.2009. FERREIRA, S. R. S., BIANCHINI I. M., GLASENAP, P. R., NADER, E. K. Protocolo de Hipertensão Arterial Sistêmica para a Atenção Primária em Saúde. Hospital Nossa Senhora da Conceição S.A. 2009. FIGUEIREDO, N.N; ASAKURA, L. Adesão ao tratamento anti-hipertensivo: dificuldades relatadas por indivíduos hipertensos. Acta Paulista Enfermagem, v.23, n. 6, p782 -787, 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE cidades. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2014/default.s htm LIMA, A.S, GAIA,E.S.M., FERREIRA, M.A. A importância do Programa Hiperdia em uma Unidade de Saúde da Família do município de Serra Talhada -PE, para adesão dos hipertensos e diabéticos ao tratamento medicamentoso e dietético.Revista de Enfermagem FIS,2012. MONTENEGRO, M. R; FRANCO, M. Patologia – Processos Gerais: 4.ed. São Paulo: Atheneu, 2003.v.23, n. 6, p782 -787, 2010. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. Junimar Maicon Lopes Ferreira, Luiz Felipe de Faria Gardingo – Graduandos em Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Bruna Chaves Amorim – Farmacêutica Generalista, Mestre em Ciências Naturais e da Saúde, Especialista em Docência do Ensino Superior, Professora e Coordenadora do Curso de Bacharelado em Farmácia da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. [email protected] 1- INTRODUÇÃO A sífilis é uma infecção bacteriana, de caráter sistêmico, curável e exclusiva do ser humano. Caracteriza-se por uma doença da antiguidade, conhecida há séculos, cujo agente etiológico foi descoberto em meados de 1905, uma bactéria gram-negativa do grupo das espiroquetas denominada Treponema pallidum, essa doença é transmitida principalmente por via sexual, porém, também pode ser transmitida por via hematogênica ou transmissão vertical, transmissão essa que pode ocorrer durante qualquer período da gravidez (BRASIL, 2015). A alta prevalência de sífilis, apesar dos programas específicos de prevenção e controle padronizados e protocolados pelo ministério da saúde ainda é preocupante. Este resumo visa contribuir para a divulgação e esclarecimentos sobre as formas de transmissão, prevenção, os sintomas, o diagnóstico e o tratamento, visando assim incentivar campanhas de prevenção e disseminação de informações sobre essa doença. 2 - METODOLOGIA O estudo se trata de uma pesquisa bibliográfica com objetivo exploratório, com uma revisão bibliográfica de artigos científicos visando apresentar algumas informações relevantes sobre o assunto abordado. Segundo Rodrigues (2007), a pesquisa bibliográfica recupera o conhecimento cientifico acumulado sobre um determinado assunto, a pesquisa de caráter exploratório pode proporcionar maior familiaridade com o assunto obtido através de um levantamento bibliográfico. 3 - DESENVOLVIMENTO A erradicação da sífilis é um desafio à saúde pública em todo o mundo, por ser uma doença transmitida principalmente por via sexual, a qual se classifica como sífilis adquirida, também pode ser por transmissão vertical, que se classifica como sífilis congênita, por ser transmitida da mãe para o feto, e ainda pode ser indireta, quando Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 471 SÍFILIS, UM PROBLEMA DA ATUALIDADE. transfusão sanguínea (ALESSANDRA et al, 2014). De acordo com dados do SINAN (sistema de informação de notificação e agravo), no Brasil em 2011 os casos de transmissão vertical levando a sífilis congênita apresentaram 3,3 casos a cada 1000 nascidos vivos (BRASIL, 2012). Apesar da sífilis ter um agente etiológico bem definido e conhecido, com fácil diagnóstico, formas conhecidas de transmissão e de prevenção e tratamentos com índice de cura relativamente altos ainda existe elevada incidência da doença, fato esse que remete à carência de informações e da aplicação de protocolos, que, se fossem cumpridos, permitiriam a redução da disseminação da doença (DUARTE 2012). Os profissionais de saúde devem estar aptos a reconhecer as manifestações clínicas da sífilis, as formas de diagnóstico e o tratamento (BRASIL 2015).Segundo dado apresentado pela OMS, a sífilis continua a ser um problema mundial, avaliando-se em 12 milhões o número de pessoas infectadas todos os anos, apesar de existirem medidas de prevenção eficazes como preservativos, que são de fácil acesso a toda população e previnem não só a sífilis mais também outras doenças sexualmente transmissíveis. O diagnóstico da sífilis é realizado por exames laboratoriais, que desempenham papel fundamental no controle da infecção, uma vez que permitem a confirmação do diagnóstico e o monitoramento da resposta ao tratamento. Estes testes podem ser não treponêmicos, como é o caso do Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) que é o teste mais utilizado e apresenta bons índices de confiabilidade, ele proporciona um resultado semi-quantitativo uma vez que quando é positivo é representado pela titulação da reação (1\2, 1\4, 1\8, 1\16, 1\32,...) sendo assim ele facilita o acompanhamento da evolução do tratamento, para sua correta realização deve ser feita diluição do material, afim de se evitar o efeito “pro zona” que pode ocorrer devido ao alto número de anticorpos na amostra levando a um resultado falso negativo em amostras não diluídas. Este teste é recomendado pelo ministério da saúde para toda gestante durante o acompanhamento pré-natal, são ainda realizados testes treponêmicos, os quais são geralmente empregados para fins de confirmação como é o caso do FTA-ABS (Fluorescent treponemal antibody absorption), (ALESSANDRA et al, 2014).O tratamento preconizado para a sífilis de acordo com dados do ministério da saúde é a base de penicilina benzatina IM na dose padronizada de 2.400.000 UI (1.200.000 UI em cada glúteo), com uma aplicação na sífilis primária, duas na sífilis secundária e três na sífilis terciária, com intervalos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 472 é transmitida por outras formas como através de objetos contaminados ou até por sífilis adquirida quanto para prevenção da sífilis congênita, vale ainda lembrar que parceiros sexuais também devem ser tratados. Qualquer outro tratamento é considerado inadequado para tratamento e prevenção da sífilis. O tratamento para o recém-nascido também é a base de penicilina, porém em doses menores. O tratamento com penicilina somente é considerado eficaz na prevenção da sífilis congênita, tanto para a mulher quanto para o feto, se administrado com mais de 30 dias antes do parto. Vale ainda ressaltar a importância do acompanhamento da resposta ao tratamento que pode ser realizado por exames laboratoriais como o VDRL avaliando-se a titulação da reação, que deve cair gradativamente até a cura (ALESSANDRA et al, 2014). 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar de a sífilis apresentar meios de prevenção de fácil acesso e recursos diagnósticos e terapêuticos simples e de baixo custo, seu controle mostra-se não satisfatório. Este fato ocorre devido a situações como a dificuldade de abordagem das doenças sexualmente transmissíveis, falta de prevenção, como o uso de preservativos, parceiros sexuais que não são diagnosticados e/ou tratados e provavelmente pelo desconhecimento da população e até mesmo pelos profissionais de saúde sobre a magnitude desse agravo e dos danos que ele pode causar à saúde. REFERÊNCIAS BARROS, A.M. Neurossífilis: Revisão Clínica e Laboratorial. Arquimed, São Paulo, v. 19, n. 3, p.121-129, maio 2005. BRASIL. Constituição (2011). PORTARIA Nº 3.242, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2011 BRASIL; Ministério Da saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Infecções Sexualmente Transmissíveis. 2015. CLEINMAN, I.B; MAY, S.B. Diretrizes de Atendimento de Sífilis em adultos. 2000. 11 f. TCC (Graduação) - Curso de Arte, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: . Acesso em: 25 nov. 2014. DAMASCENO, A.B.A.; MONTEIRO, D.L.M.; RODRIGUES, L.B.. Sífilis na gravidez. Revista UPE. Rio de Janeiro, v.13, n. 3, jul/set 2014. DUARTE, G. Sífilis e a gravidez… e a história continua! Rev. Bras. Ginecologia e Obstetetria. 2012. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 473 semanais entre as aplicações. Este tratamento é indicado tanto para tratamento da Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 474 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE OMS. Eliminação Mundial da Sífilis Congênita: Fundamento Lógico e Estratégia para Ação. Genebra: Organização Mundial de Saúde, 2008. Adegmar Gonçalves Figueiredo, Bruna Oliveira Martins, Janacláudia Aparecida Gonçalves Ferreira – Graduandas em Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes –Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Diabete gestacional, fisiopatologia, tratamento. 1 - INTRODUÇÃO O Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como qualquer grau de redução da tolerância à glicose, cujo diagnóstico ocorre durante o segundo ou terceiro trimestres da gestação. No Brasil a prevalência é considerada baixa, com valores próximos a 7% (WEINERT et al., 2011). A fisiopatologia do DMG não está completamente elucidada (MAGANHA et al., 2003). Sabe-se que a gestante apresenta hiperinsulinemia com diminuição de sensibilidade a este hormônio (TAKAKU et al., 2006). O diagnóstico é dado através de exames que mostram a resposta do organismo à carga de glicose. Para o tratamento são preconizadas práticas não medicamentosas e a utilização de medicamentos, com destaque para a insulina. Na maioria dos casos o DMG é resolvido no período de pós-parto. Apenas em algumas situações ocorrem complicações para a mãe, como na cesariana, e a pré-eclampsia, e para o feto, prematuridade, microssomia, a distorcia de ombro, a hipoglicemia e a morte perinatal (WEINERT et al., 2011). Contudo, objetiva-se com este trabalho realizar uma breve revisão bibliográfica sobre o diagnóstico e o tratamento utilizados na DMG. 2 - METODOLOGIA O presente trabalho foi elaborado por meio de uma revisão bibliográfica no qual foram abordados tópicos em relação ao Diabetes Gestacional com base em artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo e Periódicos Capes. Foram utilizados como descritores: Diabetes gestacional, fisiopatologia, e tratamento. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 475 FISIOPATOLOGIA E O TRATAMENTO DA DIABETE GESTACIONAL definição se aplica independente de a condição persistir após a gravidez (WEINERT et al., 2011). Os fatores de risco para o diabete gestacional assemelham- se aos descritos para o diabete mellitus tipo 2 (DM2), incluindo, idade superior a 25 anos, ganho excessivo de peso durante a gestação atual, deposição central excessiva de gordura corporal, baixa estatura, crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual, antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal (GROSS et al., 2002). Além disso, a ocorrência da DMG é explicada pela presença de hormônios considerados diabetogênicos, como progesterona, cortisol, prolactina e hormônio placentário (TAKAKU et al., 2006). Para o diagnóstico do diabetes gestacional, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza o uso das glicemias de jejum e de 2 horas após carga de glicose, empregando-se os mesmos pontos de corte sugeridos para fora da gravidez (126 mg/d) (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE). Para o tratamento são preconizadas práticas não medicamentosas, como atividade física e acompanhamento nutricional. Dentre as substâncias utilizadas para o tratamento medicamentoso, quando recomendado, estão a insulina, metformina, e a glibenclamida, sendo a insulinoterapia o padrão DMG. A terapia nutricional ainda é dada como à primeira opção no tratamento da maioria das gestantes. Este evita o ganho excessivo de peso, e com isso gera uma menor taxa de macrossomia fetal, além de outras complicações. Os exercícios físicos também tem grande benefício, principalmente na redução do ganho de peso excessivo, e nas demais complicações. É recomendado que as gestantes realizassem de 15 á 30 minutos de exercícios diários. Além disso, a recomendação para o ganho de peso durante a gestação é de 11,5 – 16 kg (TAKAKU et al., 2006). Em relação à terapia com fármacos existem muitas controvérsias. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) sugere o uso de insulina como tratamento padrão. A insulinoterapia no Brasil é considerada o tratamento padrão da DMG devido ás comprovações de eficácia e segurança. Vários estudos revelam que a metformina possui uso seguro durante a gestação, apresentando eficácia e segurança, em alguns casos este fármaco pode ser associado à insulina. Este fato ocorre principalmente em mulheres obesas e com hiperglicemia em jejum. A glibenclamida também é considerada segura, no entanto, deve ser utilizada a partir do segundo trimestre da gestação. Em todos os casos é de extrema importância e indispensável o acompanhamento préAnais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 476 Embora a maior parte dos casos de DMG se resolva no período pós-parto a (WEINERT et al., 2011). 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Com este trabalho foi possível verificar a importância de hábitos saudáveis durante a gestação para manter a saúde da gestante e do feto. Quando não existe uma preocupação em relação a esses hábitos o DMG pode ocorrer. Tal condição clínica é de fácil controle desde que ocorra tratamento e acompanhamento adequados. REFERÊNCIA MAGANHA, C.A; VANNI, D.G.B.S.; BERNARDINI M.A, ZUGAIB, M. Tratamento do Diabetes Melito Gestacional. Revista da Associação Médica Brasileira. 49: 330-4. 2003. TAKAKU, M. TAKENO, M.A, RUDGE, M.V.C, DAMASCENO, D.C. Tipos de Diabete. Femina vol. 34 nº 11, Novembro, 2006. WEINERT S.L, SILVEIRO P. S, OPPERMANN L. M, SALAZAR C.C, SIMIONATO M.B, SIEBENEICHLER A, REICHELT J.A; Diabetes gestacional: um algoritmo de tratamento multidisciplinar Gestational. SCIELOArquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia. 55/7. 2011 GROSS L. J, SILVEIRO P. S, CAMARGO L. J, REICHELT J. A, AZEVEDO J. M; Diabetes Melito: Diagnóstico, Classificação e Avaliação do Controle Glicêmico. SCIELO- Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia vol 46 nº 1 Fevereiro 2002. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 477 natal para o controle da saúde da gestante e o monitoramento do crescimento fetal Amanda Reis, Ângela Mendes, Célia Sampaio, Mayza Queiroz– Graduandas em Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes –Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected]. PALAVRAS-CHAVE: Diabetes Mellitus, tratamento não farmacológico; Farmacoterapia. 1 - INTRODUÇÃO O Diabetes mellitus (DM) é uma das principais doenças com relevância em saúde pública. Esta consiste em uma disfunção metabólica crônica, grave de evolução lenta e progressiva. É causada pela falta ou pouca produção de insulina, ou a incapacidade da mesma de exercer adequadamente seus efeitos metabólicos, levando a hiperglicemia e glicosúria. A prevalência geral de DM é de 7,6%na faixa etária de 30 a 69 anos, o que representa alto custo social e grande impacto na mortalidade da população (ASSUNÇÃO e URSINE, 2008). Os principais sintomas do DM consistem em sede excessiva, aumento do volume da urina, aumento do número de micções, surgimento do hábito de urinar a noite, fadiga, fraqueza, tontura, visão borrada, aumento de apetite perda de peso (GOMES-VILLAS BOAS et al., 2011 ). O tratamento do DM consiste na utilização de fármacos e também práticas não medicamentosas (ASSUNÇÃO e URSINE, 2008). Diante do citado, objetiva-se com este trabalho realizar uma revisão bibliográfica sobre o tratamento do DM. 2 - METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Os descritores utilizados foram: Diabetes Mellitus, tratamento não farmacológico, farmacoterapia. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES O DM ocorre em pessoas de qualquer faixa etária, podendo apresentar em diferentes formas clínicas que vão desde quadros mais leves até mais graves. Os sintomas são decorrentes do aumento da glicemia e das complicações crônicas que se desenvolvem em longo prazo. Dessa forma, o tratamento adequado é Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 478 TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS (GOMES-VILLAS BOAS et al., 2011). O tratamento pode ser farmacológico e não farmacológico com o objetivo de manter os níveis glicêmicos. É indiscutível a contribuição do tratamento farmacológico associado ao não farmacológico, tendo como objetivo a cura ou melhoramento da qualidade de vida dos pacientes, além de reduzir os gastos com a saúde (OLIVEIRA, SANTOS e COLET, 2010). Atualmente é grande o arsenal de fármacos para manutenção da glicêmica em pacientes de DM. (ARAUJO et al., 2010). O tratamento não farmacológico é extremamente dependente da adaptação do comportamento do paciente, e deve acontecer sempre acompanhado por profissionais de saúde capacitados (ASSUNÇÃO e URSINE, 2008). Dentre as medidas a serem tomadas estão à prática de exercícios físicos regulares e o acompanhamento nutricional. A prática regular de atividade física é considerada primordial no tratamento do DM, sendo eficientes no controle glicêmico. A utilização de medicamentos corretamente com isso junto com a mudança de hábitos, diminui também risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como sedentarismo, controle do peso corporal, prevenindo as complicações, e melhora da capacidade aeróbia, da flexibilidade, equilíbrio e força (GOMES-VILLAS BOAS et al., 2011). Uma alimentação adequada também contribui para um melhor controle da doença. A dieta deve ser rica em fibras alimentares, que diminui o risco de doenças coronarianas, além de contribuir para o controle glicêmico (BOCCA et al., 2006). Essa reeducação alimentar não deve ser proibitiva, mas sim formada por um cardápio variado, balanceado e fácil de ser seguida. No entanto, dependendo dos hábitos alimentares anteriores, a diminuição da quantidade de calorias pode representar uma mudança grande e originar uma barreira ao tratamento (PONTIERI e BACHION, 2010). As mudanças podem ocorrer de forma lenta e gradual, podendo ocorrer retrocessos. Contudo a educação alimentar deve estar presente no cotidiano do paciente, melhorando sua qualidade de vida (BOCCA et al., 2006). 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS O tratamento não farmacológico do DM exige uma rotina de atividade física, seguida por acompanhamento médico minucioso, e dieta balanceada com baixa quantidade de gorduras, ou seja, nível glicêmico que nem sempre é considerada fácil pela maioria das pessoas encontra dificuldade. Sendo indispensável à aceitação do Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 479 imprescindível para controlar esses sintomas e consequentemente a doença grande maioria das vezes exige um rigor na utilização de fármacos, principalmente quanto aos horários. Somente com controle adequado do nível glicêmico, adquirido por tratamento farmacológico e não farmacológico é que os pacientes podem ter qualidade e expectativa de vida. REFERÊNCIAS ASSUNÇÃO e URSINE. Estudo de fatores associados à adesão ao tratamento não farmacológico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo programada Família, Ventosa, Belo Horizonte. TEMAS LIVRES FREE THEMES p. 2190, 2195, 2008. GOMES-VILLAS BOAS et al. Adesão à dieta e ao exercício físico das pessoas com diabetes mellitus. Texto Contexto Enfem, Florianópolis, p. 272-3, Abr-Jun, 2011 OLIVEIRA, K. R; SANTOS, F. S; COLET, C. F., Adesão ao tratamento medicamentoso pelos portadores de Diabetes Mellitus atendidos em uma Unidade Básica de Saúde no município de Ijuí/RG: um estudo exploratório. Vol. 31. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, Novembro, 2010. ARAUJO, M. F. M. et al. Aderência de diabéticos ao tratamento medicamentoso com hipoglicemiantes orais. Esc Anna Nery Rey Enferm, 2010 Abr-Jun; PESQUISA .362364. BOCCA, C. R, et al. Fatores diabéticos na prevenção e tratamento de comorbidades associadas à síndrome metabólica, Revista de Nutrição Mai-Jun, 2006. PONTIERI, F. M., BACHION, M. M. Crenças de pacientes diabéticos acerca de terapia nutricional, e sua influência na adesão ao tratamento. Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Goiás. ARTIGO ARTICLE p. 152, 155, 2010. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 480 diagnostico e apoio familiar para o tratamento adequado do DM. Além disso, na Thyago Romagnoli Rodrigues,Thalles Henrique de Miranda – Graduandos em Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes –Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Arteriosclerose, Lipoproteínas, Tratamento, Prevenção. 1 - INTRODUÇÃO Segundo levantamentos estatísticos, as doenças cardiovasculares (DCV) representam 30% de todas as causas de morte no mundo. No ano de 2005 foi estimado que 17,5 milhões de pessoas morreram por DCV, e que 7,6 milhões de pessoas morreram por doença coronariana (ABEL et al., 2007). Estima-se que 23,6 milhões de pessoas morrerão em 2030 por DCV (WHO, 2012). O acúmulo de LDL nas artérias pode agravar o processo inflamatório da arteriosclerose. O aumento nos níveis de LDL pode ser secundário aos inadequados hábitos alimentares, ao estilo de vida e/ou pode ser resultado de alterações do metabolismo lipídico decorrentes de fatores genéticos (COPPI, 2010). Arteriosclerose se define por um processo inflamatório agudo, tendo o colesterol como o principal fator motivador. Este ocorre nas artérias e compromete o fluxo normal do sangue. Este fato aumenta as chances de ocorrência de doenças cardiovasculares, as quais podem se manifestar como infartos, acidente vascular cerebral (AVC), gangrenas das extremidades e aneurismas. Estas complicações podem levar ao óbito se não tratadas adequadamente (MAHAN e STUMP, 2002). Diante desses fatos, objetivou-se com este trabalho realizar uma breve revisão bibliográfica sobre o tratamento e prevenção da arteriosclerose. 2 - METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Os descritores utilizados foram: arteriosclerose, lipoproteínas, tratamento e prevenção. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 481 TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA ARTERIOSCLEROSE (gorduras) e/ou lipoproteínas no sangue. Os triglicerídeos são as principais gorduras originárias da alimentação, e quando em níveis elevados, representam um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como a arteriosclerose. (CASTRO, 2013). Os níveis séricos de colesterol e triglicérides se elevam em função do consumo alimentar enriquecido de colesterol, de carboidratos, de ácidos graxos saturados, de ácidos graxos trans e de excessiva quantidade de calorias (GOMES, 2013). O tratamento primário consiste na diminuição dos níveis plasmáticos de colesterol, com destaque para o LDL. Para tanto, existem tanto medidas farmacoterapêuticas como práticas não medicamentosas (RÚBIA, 2013). Em relação ao tratamento medicamentoso destaca-se a utilização das Estatinas, que por inibirem uma enzima importante da síntese do colesterol (HMG CoA redutase) promovem a redução dos níveis de LDL. Também podem ser utilizadas resinas sequestradoras dos ácidos biliares. Estas são polímeros que se ligam aos ácidos biliares reduzindo a absorção enteral de colesterol. Outra substância utilizada é a Ezetimiba, inibe a absorção e o transporte de colesterol no intestino delgado (XAVIER et al., 2013). A prática de hábitos saudáveis é essencial tanto para o tratamento quanto para a prevenção das dislipidemias e dessa forma interfere no desenvolvimento e na progressão da arteriosclerose. Dentre os fatores mais importantes destacam-se à realização de atividades físicas e hábitos alimentares saudáveis (CASTRO, 2013). Quanto à atividade física, esta deve ser realizada de forma prazerosa e por, no mínimo, 30 minutos ao dia, de 3 a 4 vezes por semana (CASTRO e OLIVEIRA, 2009). Em relação à terapia nutricional esta envolve adesão à dieta com mudança de hábitos alimentares. Estas alterações implicam em perda de peso que melhora consideravelmente os parâmetros cardiovasculares. Além disso, o tabagismo deve ser cessado (XAVIER et al., 2013). 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos estudos realizados, pode-se verificar a relação dos hábitos alimentares e o uso de fármacos para o controle e prevenção da arteriosclerose. Além disso, foi possível caracterizar os danos que tal patologia comete ao organismo, e também, alternativas não farmacológica e farmacológica para o controle da arteriosclerose. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 482 A dislipidemia trata-se da presença de níveis elevados ou anormais de lipídios CASTRO P, S, G.; OLIVEIRA F, L, C. Prevenção da aterosclerose e tratamento medicamentoso de anormalidades lipídicas de alto risco em crianças e adolescentes. In: J PADIATR (Rio J), 85(1): 6-14, 2009. GOMES, A.; GONÇALVES, R, C, C.; OLIVEIRA, L.; CORREIA, S. Ômega-3 e redução dos triglicerídeos no paciente com doença cardiovascular. In: SABER CIENTÍFICO, v. 4, n. 1, p. 61 - 68, 2015. RÚBIA, M.; MORELO, S.; MAURENTE, C.; WEBER, B. Eficácia dos flavonóides da uva,vinho tinto e suco de uva tinto na prevenção e tratamento secundário da aterosclerose. In: SCIENTIA MEDICA, Porto Alegre, v. 17, n. 3, p. 145-155, jul./set. 2007. XAVIER, H, T.; IZAR, M, C.; FARIA, NETO, J, R.; ASSAD, M, H.; ROCHA, V, Z.; SPOSITO, A, C.; FONSECA, F, A.; SANTOS, J, E.; SANTOS, R, D.; BERTOLAMI, M, C.; FALUDI, A, A.; MARTINEZ, T, L, R.; DIAMENTE, J.; GUIMARÃES, A.; FORTI, N, A.; MORIGUCHI, E.; CHAGAS, A, C, P.; COELHO, O, R.; RAMIRES, J, A, F. V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. In: ARQ BRAS CARDIOL, 101(4Supl.1): 1-22, 2013. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 483 REFERÊNCIAS Daniela Mageste de Abreu, Jamile Daniele Magalhães Lucarelli – Acadêmicas do curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX Viviane Gorete Silveira Mouro – Farmacêutica Generalista – Mestre em Biologia Celular e Estrutural – Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Antimicrobianos, Infecções, Resistência bacteriana. Os antibacterianos estão entre os medicamentos mais prescritos e utilizados, seu uso irracional aliado a falta de conhecimento dos prescritores, estão relacionados ao crescimento da resistência bacteriana, tornando este, problema de saúde pública de preocupação mundial. A prescrição inadequada pode ser causada pelo diagnóstico incerto; pressão do paciente para que sejam prescritos antimicrobianos, erros de diagnóstico e dúvidas quanto à duração ideal do tratamento (MOTA, 2005; FARIAS, 2013). Dessa forma, pode-se relacionar a resistência bacteriana está a quatro fatores básicos: prescrição arbitrária, uso abusivo ou inadequado destes fármacos, globalização, facilitando a transmissão de patógenos resistentes de um país a outro, através de viajantes infectados com estas cepas e falta de um sistema global de vigilância epidemiológica da resistência bacteriana que gere informação para a tomada de decisões e elaboração de políticas terapêuticas e reguladoras (DEL FIOL, 2010). As principais consequências da resistência bacteriana são: aumento do custo e do tempo de tratamento, pela utilização de medicamentos mais caros e até mais tóxicos, aumento do tempo das hospitalizações, isolamento dos pacientes, aumento da frequência e da gravidade das infecções hospitalares, aumento da taxa de mortalidade associada a este tipo de infecção e suas concentrações subterapêuticas (OLIVEIRA, 2006). Com isso, pode levar ao tratamento com fármacos de última geração por tempo prolongado e uso exagerado de associações, outros fatores também estão relacionados ao uso indiscriminado, o desperdício de dinheiro por parte do indivíduo e de instituição com medicamentos inúteis e desnecessários (MOTA, 2005; FARIAS, 2013). A partir de 2010 o uso dos antimicrobianos passou a ser controlado após a publicação da RDC44/2010 que dispõe sobre o Controle de Medicamentos Antimicrobianos. Em maio de 2011 esta resolução foi revogada e Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 484 USO INDISCRIMINADO DE ANTIMICROBIANOS 44/2010. A resolução determina que os antimicrobianos vendidos nas farmácias e drogarias ou distribuídos em Unidades de Saúde da Família do país só poderão ser entregues ao usuário mediante receita prescrita de forma legível, sem rasuras, em 2 vias e contendo os seguintes dados obrigatórios: identificação do paciente: nome completo, idade e sexo; nome do medicamento ou da substância prescrita sob a forma de Denominação Comum Brasileira (DCB), dose ou concentração, forma farmacêutica, posologia e quantidade (em algarismos arábicos); identificação do emitente: nome do profissional com sua inscrição no Conselho Regional ou nome da instituição, endereço completo, telefone, assinatura e marcação gráfica (carimbo); e data da emissão. No ato da dispensação devem ser registrados nas duas vias da receita os seguintes dados: a data da dispensação, a quantidade aviada do antimicrobiano, o número do lote do medicamento dispensado, e a rubrica do farmacêutico no verso da receita, atestando o atendimento. A segunda via da receita ficará retida no estabelecimento farmacêutico e a primeira deverá ser devolvida ao usuário com carimbo para comprovar atendimento (ANVISA, 2011). A implantação da RDC44/10 foi fundamental para reduzir o uso indiscriminado dos antimicrobianos e consequentemente a resistência bacteriana. Isto ocorreu porque a partir do momento em que a RDC 44/10 entrou em vigor, a dispensação de antibióticos em drogarias e farmácias passou a ser proibida sem a retenção de receita. Além disso, observa-se ausência de estudos qualitativos sobre o uso de antimicrobianos, necessários para avaliar os diversos fatores envolvidos no seu uso e, também, compreender o sentido que os indivíduos dão a estes medicamentos, que são importantes na nossa vida, mas que o seu mal uso pode torna-lo prejudicial a saúde humana (CYPRESTE, 2010). REFERENCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC Nº 20/11: Dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. Diretoria Colegiada, Brasília, 2011. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC N° 44/10: Controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos de uso sob prescrição médica. Diretoria Colegiada. Brasília, 2010. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 485 substituída pela RDC 20/2011 que traz algumas atualizações em relação à RDC DEL FIOL F. S., LOPES L. C., TOLEDO M. I., BARBERATO S. Perfil de prescrições e uso de antibióticos em infecções comunitárias. Revista Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 43, n.1, p. 68-72, fevereiro, 2010. FARIAS A. P. F. Avaliação do uso de antimicrobianos a partir de prescrições médicas em unidades de saúde da família. Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013. MOTA R. A., SILVA K. P. C., FREITAS M. F. L., PORTO W. J. N., SILVA L. B. G. Utilização indiscriminada de antimicrobianos e sua contribuição a multirresistência bacteriana. Revista Brasileira de Investigação veterinária e Zootecnia, São Paulo, v. 42, n. 6, p. 465-470, junho, 2005. OLIVEIRA A. L. Resistência bacteriana a antibióticos: Uma análise da conduta hospitalar. Revista Cesumar, Maringá, v. 11, n. 1, p. 59-69, janeiro, 2006. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 486 CYPRESTE P., SOUZA R. R., LUCAS J. P. O uso de antibacterianos em casos de faringites na visão dos atendentes de drogaria: uma pesquisa qualitativa. Perquirere, Pato de Minas, v. 8, n. 2, p. 46-69, dezembro, 2010. Janaína Cunha Matos, Tamara Dalila de Carvalho Torresia Miranda- Acadêmicas do curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVERTIX Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVERTIX Viviane Gorete Silveira Mouro – Farmacêutica Generalista – Mestre em Biologia Celular e Estrutural – Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX A Etnofarmacologia procura identificar e registrar os diversos usos medicinais das plantas a partir do conhecimento de diferentes povos e etnias. Esta ciência trata do estudo das preparações tradicionais de plantas isoladas ou utilizadas em conjunto, e também animais, fungos ou minerais, empregados nos sistemas de saúde e doença, bem como as técnicas utilizadas.(ALBUQUERQUE e HANAZAKI, 2006) .De acordo com Rangel e Bragança (2009), devem-se levar em consideração informações coletadas dentro de um determinado grupo culturalmente definido, ou seja, de contexto semelhante e que utilizam as substâncias a serem estudadas. Segundo Paula et al. (2009), os estudos etnofarmacológicos têm como finalidade principal resgatar o conhecimento popular do uso de plantas medicinais, o que permite elaborar hipóteses relacionadas às substâncias ativas e às atividades farmacológicas responsáveis pelos efeitos terapêuticos destas plantas pelas populações que as utilizam. As pesquisas para descobertas de substâncias naturais benéficas para a sociedade, têm se tornado muito frequente, e, estas descobertas colaboram significativamente para os estudos botânicos, farmacológicos, fitos químicos e agronômicos, os quais são necessários para o desenvolvimento de novos fármacos, para doenças cuja fisiopatologia não é bem conhecida ou que possuem substâncias com mecanismo de ação desconhecidos. (PAULA et al., 2009; MIRANDA et al., 2013). A pesquisa sobre uma determinada planta, em grande parte, é realizada com uma finalidade inicial e, no decorrer dos ensaios farmacológicos e clínicos, outras propriedades mais importantes são descobertas, sendo uma das formas de evolução da ciência. O desenvolvimento da etnofarmacologia, da farmacologia experimental e da química de produtos naturais levou ao isolamento, à determinação de estruturas e identificação do mecanismo de ação de princípios ativos e substâncias como: colchicina (antirreumático), atropina e hioscina (antiespasmódicos), digital (cardiotônico), ópio (modelo de potentes analgésicos), pilocarpina (antiglaucoma), Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 487 IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS ETNOFARMACOLÓGICOS NA DESCOBERTA E DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS (antidiabético), salicilatos(analgésicos e antiinflamatórios) e reserpina(hipotensor e sedativo). Um indício do renascimento de fármacos derivados de fontes vegetais é o progresso de pesquisas clínicas no campo dos agentes anticancerígenos (taxol, podofilotoxina e camptotecinas) e dos antimaláricos (artemisina) (RANGEL e BRAGANÇA, 2009). Habitualmente, etnobotânicos buscam registrar as plantas medicinais, bem como, seus usos pelas populações humanas e suas formas terapêuticas (SANTOS, LIMA e FERREIRA, 2008). Apesar da etnobotânica e etnofarmacologia serem excelente ferramenta na busca por substâncias naturais de ação terapêutica, vários fatores podem limitar esse tipo de pesquisa, como: o fato do uso de plantas em diferentes culturas, estar associado a elementos mágico-religiosos; a dificuldade de se coletar informações autênticas das pessoas; questões éticas (ALBUQUERQUE e HANAZAKI, 2006). Mesmo assim, a contribuição desses estudos é valiosa, já que possibilitam, o resgate e a preservação dos conhecimentos tradicionais das comunidades e valorização da cultura de diferentes populações(SANTOS, LIMA e FERREIRA 2008). A demanda por plantas medicinais cresce a cada ano, algumas estatísticas dão conta que o mercado de produtos naturais cresce cerca de 20-30%/ano em países desenvolvidos. O levantamento etnofarmacológico diminui o custo e o tempo de desenvolvimento de um novo fitoterápico, tendo como maior beneficiado o consumidor de baixa renda, ou seja, a própria população da qual se obteve os dados iniciais (PAULA et al., 2009). Estudos realizados como o de Miranda et al., (2013) na cidade de Teixeiras - Minas Gerais, nos permite verificar como o saber tradicional e a ciência se correlacionam, e como o uso popular de plantas medicinais é cada vez mais apoiado e evidenciado em várias regiões do nosso país. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, U. P.; HANAZAKI, N. As pesquisas etnodirigidas na descoberta de novos fármacos de interesse médico e farmacêutico: fragilidades e perspectivas . Revista Brasileira de Farmacognosia v.16, p. 678-89, 2006. MIRANDA, G. S. et al.Avaliação do conhecimento etnofarmacológico da população de Teixeiras - MG, Brasil. Revista Ciência Farmacêutica Básica Apl. Viçosa, 2013. PAULA, M. C. Z. et al. Levantamento Etnofarmacológico e resgate de germoplasma em remanescentes florestais da floresta estacional semidecidual no Oeste do Paraná, Brasil. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Toledo, 2009. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 488 metformina p.100-109, 2009. SANTOS, M.R. A.; LIMA, M. R.; FERREIRA, M. G. R. Uso de plantas medicinais pela população de Ariquemes, em Rondônia. Porto Velho, 2008. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 489 RANGEL, M.; BRAGANÇA, F. C. R. Representações de gestantes sobre o uso de plantas medicinais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.11, n.1, Fabiana Pires e Lídia de Souza Fernandes – Acadêmicas do 4º período do curso de Educação Física da Faculdade Vértice / UNIVÉRTIX – Matipó. André Salustiano Bispo – Professor e coordenador do curso de Educação Física Faculdade Vértice / UNIVÉRTIX – Matipó. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix; [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Sedentarismo; Adolescentes; Escolas públicas; Escolas privadas. 1 - INTRODUÇÃO Segundo Ribeiro et al., (2012) 70% das pessoas do mundo são sedentárias e estão sujeitas a desenvolver doenças cardíacas e obesidade. O grupo de sedentários é formado por 1,5 bilhões de pessoas, o que representa 31,1% dos adultos. Entre 13 e 15 anos, o número é assustador. 80% não atingem a recomendação de uma hora por dia de atividade física. Uma das justificativas do aumento do sedentarismo é postulado por Gonçalves et al. (2007) onde ele expressa que andar de bicicleta, brincar de pega ou de queimada já não são atividades praticadas nos centros urbanos. A segurança pública nos centros urbanos, transportes, moradia entre outros fatores contribuem para a inatividade física nos momentos de lazer das crianças e adolescentes. Para Guedes (1999) infelizmente, a razão da inatividade física nos dias de hoje, onde é necessária a prática de movimentos é compensada pelos avanços tecnológicos. A sociedade atual está cultivando hábitos cada vez mais sedentários. As crianças e adolescentes estão substituindo atividades lúdicas (que envolvem esforço físico), pelas novidades eletrônicas. Segundo Bracco et al. (2003) a prática de atividade física esportiva é de grande importância para o crescimento e desenvolvimento saudáveis, o processo de socialização, como oportunidade de lazer, desenvolvimento de aptidões e melhoria da autoestima, confiança, enquanto a inatividade física leva ao estresse e distúrbios alimentares e psicológicos. Diante do exposto, como tem se dado o processo de sedentarismo entre os adolescentes na escola? Assim, o objetivo do presente estudo é identificar o nível de sedentarismo entre adolescentes de escolas públicas e privadas em um município da Zona da Mata Mineira. Com este estudo pretende-se contribuir para que os alunos Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 490 AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE SEDENTARISMO EM ADOLESCENTES DE ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS EM UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA MINEIRA. vista o desenvolvimento de um corpo saudável, ajudando a prevenir inúmeras doenças que se manifestam apenas anos mais tarde em pessoas sedentárias. 2 - METODOLOGIA A pesquisa possui caráter descritivo e será realizada entre alunos do ensino médio das redes públicas e privadas da cidade de Raul Soares, Minas Gerais. Segundo Gil, (2002) pesquisas descritivas: Tem como objetivo descrever as características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Ex.: pesquisa referente à idade, sexo, procedência, eleição etc. (GIL, 2002). Serão pesquisados adolescentes de escolas públicas e privadas de um município da Zona da Mata mineira. Para identificação do nível de sedentarismo será aplicado um questionário, sendo que a coleta de dados será realizada a partir do 1º semestre 2016. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015), a cidade de Raul Soares localiza-se no estado de Minas Gerais. Foi fundada em 19 de setembro de 1924, estando situada na região Zona da Mata. Ocupa uma área de 763,364 Km² estando distante da capital Belo Horizonte 219 Km. A altitude na área central da cidade é de 302.00 m. Sua população estimada é de 24.408 habitantes e possui como principais setores econômicos o Serviço e a Agropecuária. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. Após a coleta de dados, pretende-se realizar a análise através de estatística descritiva destes, levando em consideração os valores médios e desvio padrão obtidos. REFERÊNCIAS BRACCO, M. M. et al. Atividade física na infância e adolescência: impacto na saúde pública. Revista ciências medica. São Paulo, v. 12, n. 1, p.89-97, 2003. GIL, Antônio. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 491 juntamente com os pais entendam a importância de se praticar exercício físicos tendo em GUEDES D.P. Educação para a saúde mediante programas de Educação Física escolar. São Paulo: Motriz, v.5, n.1, junho. 1999. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICO. Cidades. Censo demográfico, População estimada, 2015. RIBEIRO, A. G; COTTA, R. M. M; RIBEIRO, S. M. R. A Promoção da Saúde e a Prevenção Integrada dos Fatores de Risco para Doenças Cardiovasculares. Ciência & Saúde Coletiva, 17(1):7-17, 2012. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 492 GONÇALVES H, HALLAL P.C, AMORIM T.C, ARAUJO C.L.P, MENESES A.M.B. Fatores socioculturais e nível de atividade física no início da adolescência. Revista Pan americana de SaludPublica. v. 22, n.4,p.246–53, 2007. Daviele Aparecida Amorim da Silva e Gizele Maria Alves – Acadêmicas do curso de Educação Física da Univértix; Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix; Fábio Florindo Soares – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training . Professor do curso de Educação Física da Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Psicologia Esportiva, Estado de Humor, Educação Física. 1 - INTRODUÇÃO A prática regular de atividade física está associada a diversos benefícios proporcionados a saúde, dentre eles encontra-se, a prevenção de doenças crônicodegenerativas, os benefícios proporcionados a saúde mental, pois se verifica a melhora do humor, autoconfiança, redução da ansiedade e uma estabilidade emocional (SOUSA, et al., 2013). A prática regular de atividade física ocasiona diversos benefícios, tanto na esfera física quanto psicológica do ser humano, proporcionando uma melhoria na qualidade de vida, no estado de humor e na motivação. Sabe-se que a atividade física pode provocar um desvio do estado de homeostase orgânica, causando modificações de acordo com o estímulo recebido (HOWLEY; POWERS,2009). Segundo Nahas (2001) a prática de atividade física é fundamental em qualquer idade, e na adolescência ela se faz muito importante porque é neste período que ocorre diversas mudanças com o corpo, mudanças emocionais e até mesmo no comportamento do indivíduo. Além disso, níveis adequados de atividade física podem influenciar de forma positiva no estado de humor e consequentemente na qualidade de vida do indivíduo (GABRIEL et al., 2013). Os professores de Educação Física, necessitam conhecer as capacidades psicológicas especificas para melhor compreender o comportamento humano no âmbito do esporte (SAMULSKI, 2009). Uma das variáveis psicológicas mais estudadas na área do exercício, a partir da década de 1970, foi o estado de humor, após o desenvolvimento e a validação do questionário Perfil dos Estados de Humor – POMS (MCNAIR, LORR Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 493 EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE O ESTADO DE HUMOR DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA estado de humor pode ser entendido como um estado psicológico composto por sentimentos positivos e negativos, mensurados pelo POMS, que variam em intensidade e duração, sendo um indicador do bem-estar psicológico (WERNECK, 2003). Percebemos que na maioria das escolas os estudantes veem a aula de Educação Física como uma simples forma de lazer, fazendo-os acreditar que a atividade física não tem grande influência em nossas vidas. Essa concepção instigounos a necessidade de evidenciar o lado positivo no comportamento e nos estados de humor de alunos nas aulas de Educação Física. O humor negativo é considerado um fator de risco para diversas doenças sendo o humor positivo, dentro do intervalo normal, um importante preditor da saúde e da longevidade (YOUNG, 2007). Diante do exposto, a questão que se coloca é: quais são os efeitos que a atividade física, sobre o estado de humor, traz aos estudantes em aulas de Educação Física? Esta pesquisa tem como objetivo identificar a influência da atividade física no estado de humor de estudantes do Ensino Médio de escolas pública e privadas, do município de Abre Campo, Minas Gerais. Com esse estudo pretendemos contribuir para que as pessoas consigam compreender a importância da atividade física no estado de humor de alunos nas aulas de Educação Física. 2 - METODOLOGIA Esta pesquisa descritiva será realizada com alunos do ensino médio das redes públicas e privadas da cidade de Abre Campo, Minas Gerais. Segundo Gil, pesquisas descritivas: Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2002, p.41-42). Para a mensuração do estado de humor dos estudantes será aplicado o protocolo de BRUMS (Escala de Humor de Brunel) versão curta adaptada do Profile of Mood States – POMS (MCNAIR; LOOR e DROPLEMAN, 1971), durante os meses de fevereiro a maio de 2016. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), a cidade de Abre Campo localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 494 e DROPPLEMAN, 1971). Embora ainda não exista uma definição consensual, o e a 216 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 13.311 habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura. O protocolo de BRUMS será aplicado depois de assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as informações agrupadas por questões e tabuladas em arquivo Excel versão 2013, apresentadas em forma de gráficos. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS GABRIEL, C.B.; SANTOS, L.; SALLES, P.G. Efeitos agudos da atividade física sobre o estado de humor de indivíduos da 3a idade. Revista Saúde Física e Mental. v.2, n.1, p.11 21, 2013. HOWLEY, E.T.; POWERS, S.K. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 6 edição. Manole, 2009. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICO - IBGE. Cidades Disponíveis em <http://www.Ibge.Gov.br/cidadesat/topwindow.htm>. Acesso em:27. Ago. 2015. MCNAIR, D. M.; LORR, M. e DROPPLEMAN, L. F. Manual for the Profile of Mood States. San Diego, CA: Educational and Industrial Testing Services, 1971. NAHAS. Markus V.; Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo; Midiograf; Londrina, 2001. SAMULSKI, D. Psicologia do esporte: conceitos e novas perspectivas. Manole. 2aEdicao, 2009. SOUZA, C.A; GALVAO, C.L.C.; GALVAO, D.M.L.; CARANDINA,L.; BARROS, M.B.A.; GOLDBAUM, M.; FISBERG, R.M. Prevalência de atividade física no lazer e fatores associados: estudo de base populacional em São Paulo, Brasil, 2008-2009. Caderno Saúde Pública, v. 29, n. 2, p. 270-282, 2013. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 495 Mineira. Foi fundada em 14 de maio de 1892. Localizada numa altitude de 548 metros YOUNG, S. N. (2007). How to increase serotonin in the human brain without drugs. Journal of Psychiatry and Neuroscience, 32 (6), 394-9. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 496 Werneck, F. Z. (2003). Efeitos psicofisiológicos agudos do exercício aeróbio e contra-resistência em diferentes intensidades. Dissertação de Mestrado, Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro. Ana Paula Pereira Comini e Lidiane Lazarini Braga– Acadêmicas do curso de Educação Física da Univértix; Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix; Fábio Florindo Soares – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training .Professor do curso de Educação Física da Univértix. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física; Sedentarismo; Adolescentes. 1 - INTRODUÇÃO A inatividade física é fortemente relacionada à incidência e severidade de um vasto número de doenças crônicas. Assim sendo, o exercício físico torna-se uma das ferramentas terapêuticas mais importantes na promoção de saúde e o profissional de Educação Física, o responsável por sua ampla disseminação (NAHAS, 2013). A cada ano pelo menos 1,9 milhões de pessoas morrem como resultado da inatividade física (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) 2013). As mudanças ocorridas nos perfis de morbimortalidade nas últimas décadas geraram crescente interesse científico pelos fatores associados às doenças crônicas. O sedentarismo, fator de risco para essas doenças, apresenta prevalência elevada em vários países (GUEDES, 2002). Estudos epidemiológicos indicam que grande parcela da população não atinge as recomendações atuais quanto a prática de atividades físicas. Conforme Pollock et al. (1986) um número crescente de evidências está começando a demonstrar sem dúvidas que a inatividade física e o aumento do sedentarismo de hábitos diários de vida, provoca uma séria ameaça ao corpo, causando um distúrbio bem maior do que se pensa em funcionamento corporal. Assim, problemas comuns e sérios como a doença arterial coronariana, hipertensão, obesidade, ansiedade, depressão e problemas da coluna tem sido relacionados, direta ou indiretamente, com a falta de exercício físico (CARVALHO, 2001). De acordo com Tammelin et al. (2003) adolescentes encontram-se em uma fase de transição tanto física como Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 497 SEDENTARISMO: NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS DA CIDADE DE RAUL SOARES falta de prática de atividade física adquirida a partir dos avanços tecnológicos. Tal comportamento pode ocasionar uma série de doenças, tais como: hipertensão, diabetes, dislipidemia, câncer e obesidade. Sendo assim, é de grande importância detectar o sedentarismo precocemente para a implementação de programas de atividade física que promovam benefícios relacionados à saúde. O referente interesse por este tipo de pesquisa se resume ao aumento dos quadros de sedentarismo e implicações em populações juvenis. Dentro destas perspectivas surge a questão: qual o nível de atividade física dos alunos do ensino médio das escolas da cidade de Raul Soares-MG. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar o nível de atividade física dos alunos do ensino médio das escolas da cidade de Raul SoaresMG. Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise do nível de atividade física e sedentarismo, a fim da criação de estratégias para a implementação de programas de atividades físicas que promovam benefícios relacionados à saúde. 2 - METODOLOGIA Esta pesquisa descritiva será realizada com alunos do ensino médio das redes públicas e privadas da cidade de Raul Soares, Minas Gerais. Segundo Gil, pesquisas descritivas: Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2002, p.41-42). Para a avaliação do nível de atividade física, serão aplicados questionários do YOUTH. RBS (2005) proposto pelo CELAFISCS, destinados a crianças e adolescentes, estudantes, durante os meses de fevereiro e maio de 2016. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2014), a cidade de Raul Soares localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira. Foi fundada em 17 de dezembro de 1938. Localizada numa altitude de 294 metros e a 230 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 24.408 habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura. Os questionários serão aplicados depois de assinado o Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 498 comportamental. Dentro os aspectos comportamentais, destaca-se na atualidade, a por questões e tabuladas em arquivo Excel versão 2013. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS ARAÚJO, D, S, M, S; ARAÚJO, C, G, S. Aptidão física, saúde e qualidade de vida relacionada à saúde em adultos. Ver. Bras. Med. Esporte, 6 (5), set-out, 2000, 194203. FISBERG, M. Atualização e Obesidade na Infância e Adolescência. São Paulo: Atheneu, 2005. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2002. GUEDES, DP; GUEDES, JERP. Aptidão física relacionada à saúde de crianças e adolescentes: avaliação referenciada por critério. Rev. Bras. Ativ. Fis. Saúde. 1995; 1(2)27-38. GROENNINGA M. Nutrição em prática. 09/06/2009. Disponível:<http://www.nutricaoempratica.com.br. Acesso em 01.set. 2015. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICO - IBGE. Cidades. Disponíveis em: <http://www.Ibge.Gov.br/cidadesat/topwindow.htm>. Acesso em:27.Ago. 2015. NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 6.ed. Londrina: Midiograf, 2013. Organização Mundial de Saúde (OMS). Obesidade: prevenindo e controlando a epidemia global. Tradução Andréa Favano; revisão científica: Sérgio SetsuoMaeda. São Paulo: Roca, 2004. (Série de Relatos técnicos da OMS; 894); PITANGA, F. J. G. Epidemiologia, atividade física e saúde. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 10, n. 3, p.49-54, 2002. TADORO, M.A. Dança: Uma interação entre o corpo e a alma dos idosos. 92f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Campinas. 2001. YOUTH RBS. Questionário de atividade física: crianças e adolescentes. CELAFICS, São Caetano do Sul. 2005. Disponível em: http://www.celafiscs .org.br /downloads/Questionario-AF-Crianca-Adolescente.pdf.Acesso em: 01.set.2015. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 499 Termo Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) e as informações foram agrupadas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 500 WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global strategy on diet, physical activity & health.disponível em <http://www.who.int/dietp hysicalactivity /factsheet_young _people /en/index.html> Acesso em: 01.set.2015. Felipe Oliveira Ribeiro e Uémerson Moraes Lisboa– acadêmicos do 4º período do curso de Educação Física da Faculdade Vértice / UNIVÉRTIX – Matipó. André Salustiano Bispo – Professor e coordenador do curso de Educação Física Faculdade Vértice / UNIVÉRTIX – Matipó. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix; [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Desvio postural; Crianças; Ensino fundamental. 1 - INTRODUÇÃO Os problemas posturais e a ocorrência de dor lombar, além de estarem presentes em larga escala em adultos, manifestam-se também em grandes proporções na infância e na adolescência (RIBEIRO; GÓMEZ, 2008; MIRANDA, 2010). Inúmeras são as circunstâncias que contribuem para o desencadeamento de dor lombar, sendo considerada por alguns autores como uma doença multifatorial (HARREBY et al. 1999; MIRANDA, 2010). A boa postura é o estado de equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas de suporte do corpo contra lesão ou deformidade progressiva independente da atitude (ereta, deitada, agachada, encurvada) nas quais essas estruturas estão trabalhando ou repousando, sob tais condições, os músculos funcionam mais eficientemente e posições ideais são proporcionadas para os órgãos torácicos e abdominais. A má postura é uma relação defeituosa entre várias partes do corpo, que produz uma maior tensão sobre as estruturas de suporte e onde ocorre um equilíbrio menos eficiente do corpo sobre sua base de suporte (KENDALL et al., 1995). Não obstante a isso, os casos de alterações posturais da coluna vertebral na adolescência vêm crescendo consideravelmente, por ser uma faixa etária em que o indivíduo está exposto a sobrecargas crescentes, tais como o suporte de mochilas escolares de maneira assimétrica e inadequada (GRIMMER et al., 2002; MIRANDA, 2010) ou ainda a permanência na posição sentada, adotando posturas indevidas por longos períodos de tempo (POLITANO, 2002). Santos et al., (2009) avaliaram 247 escolares da 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental e observaram que cerca de 20% das crianças apresentavam de três a quatro alterações posturais, sendo que apenas 2% dos escolares não apresentaram Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 501 DESVIO POSTURAL EM CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO PÚBLICO FUNDAMENTAL DA CIDADE DE RAUL SOARES (CORREA, PEREIRA E SILVA, 2005), foi encontrado, nas meninas, um percentual maior de alterações posturais, cerca de 86%, em comparação aos meninos (73%). Entretanto, mesmo havendo esta diferença no percentual entre os sexos, ambos são extremamente elevados. Considerando-se que no ensino fundamental as crianças adquirem grande responsabilidade do ponto de vista da promoção da saúde e pressupondo-se que, durante a fase de desenvolvimento, crianças e adolescentes adquirirem hábitos positivos de postura e tendem a mantê-los ao longo da vida. Assim, o objetivo do presente estudo será verificar as condições posturais das crianças dos primeiros anos do ensino fundamental, a fim de identificar sé é nessa faixa etária que os desvios posturais surgem com maior frequência. Com a implementação desta investigação pretendemos apontar a importância de programas posturais em crianças, a fim de conscientizar as pessoas tanto do meio acadêmico quanto do meio familiar que são responsáveis por essas crianças, destacando sobre a importância e atenção relacionada a saúde postural desses jovens. 2 - METODOLOGIA A metodologia da presente pesquisa possui caráter descritivo, o qual segundo Silva e Menezes (1991, p. 21): visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis, envolvendo o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática, assumindo, em geral, a forma de levantamento. Estas ações buscam definir e preparar o local de investigação para realizar as avaliações, elaborar a planilha de anotações referentes à avaliação, escolha do material adequado para realizar as avaliações com segurança e confiabilidade, entre outras tantas. Ao observar a pesquisa do ponto de vista de sua natureza, a mesma é do tipo aplicada, pois, segundo Silva e Menezes (2001. p.20). objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Ao final da pesquisa se tem uma série de resultados, os quais são utilizados na elaboração de uma ou mais respostas para o problema levantado. Na presente pesquisa será realizada a avaliação da postura corporal, considerando o protocolo de observação e análise das cinturas escapular e pélvica, em que serão verificadas pelve, membros superiores e inferiores e flexibilidade. Serão pesquisadas Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 502 nenhuma alteração postural. Em outro estudo com escolares do Ensino Fundamental da cidade de Raul Soares. A coleta de dados será realizada nos meses de novembro e dezembro de 2015. Após a coleta de dados, pretende- se realizar a análise através de estatística descritiva destes, levando em consideração os valores médios e desvio padrão obtidos. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento, onde os resultados parciais registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. REFERÊNCIAS CORREA, Ana Lúcia; PEREIRA, João dos Santos; SILVA, Marco Antônio. Avaliação dos desvios posturais em escolares: estudo preliminar. Fisioterapia Brasil, Rio de Janeiro, v. 6, n. 3, p. 175-8, 2005. GRIMMER K, DANSIE B, MILANESE S, PIRUNSAN U, TROTT P. Adolescent standing 13. Postural response to backpack loads: a randomised controlled experimental study. BMC Musculos kelet Disord. 2002;3:1-10. HARREBY M, NYGAARD B, JESSEN T, LARSEN E, STORR-PAULSEN A, LINDAHL A, FISKER 3. I, LAEGAARD E. Risk factors for low back pain in a cohort of 1389 Danish school children: an epidemiologic study. Eur Spine J. 1999;8(6):444-50. KENDALL FP, MCCREARY EK, PROVANCE PG. Músculos provas e funções. 4.ed. São Paulo: Manole; 1995. MIRANDA, J. V. B. Proposta de adaptação de protocolo de avaliação postural aplicado ao diagnóstico precoce da escoliose na idade escolar no Município de Volta Redonda. Dissertação (Mestrado Profissional) – Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA. Pós-graduação em Ensino de Ciências da Saúde e do Meio Ambiente. Volta Redonda: UniFOA, 2010.42f. POLITANO RC. Levantamento dos desvios posturais em adolescentes de 11 a 15 14 anos em escola estadual do município de Cacoal-RO [dissertação]. Brasília: Universidade de Brasília, UnB; 2006. RIBEIRO, Cardoso; GÓMEZ, Conesa. Lower back pain: prevalence and reventive programs in childhood and adolescence. Revista Iberoamericana Fisioterapia e Kinesiologia, Espanha, v. 11, n. 1, p. 32-38, 2008. SANTOS, Camila Isabel et al. Ocorrência de desvios posturais em escolares do ensino público fundamental de Jaguariúna, São Paulo. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v.27, n.1, p.74-80, 2009. Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 503 as crianças dos anos iniciais do ensino fundamental de uma escola pública estadual ANÁLISE POSTURAL EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO Cristiane de Oliveira Campos e Fernanda Queiroz Sampaio – Acadêmicas do 4º período do curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. André Salustiano Bispo – Professor e coordenador do curso de Educação Física Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Avaliação postural; Postura; Adolescentes; Ensino médio. 1 - INTRODUÇÃO O período da infância representa diversas alterações na vida do ser humano, onde ocorrem mudanças psicológicas, sociais, afetivas e físicas (XAVIER et al., 2011). Tais mudanças físicas estão relacionadas ao peso corporal e a estatura, podendo ocasionar alterações posturais devido ao crescimento acelerado e por vivências corporais que cada um experimenta em diferentes fases da vida, além da influência da hereditariedade, de culturas, hábitos e traumatismos. Sendo assim, pode-se dizer que a postura não é um fator determinado, pois sofre variações conforme as atividades realizadas durante o dia, sendo que em um determinado exercício, por exemplo, ocorrem variações da postura por diversas vezes (MIRANDA, 2010). É compreendido como postura correta a harmonia dos segmentos corporais entre si em determinada posição, proporcionando conforto, economia e sustentação deste corpo. Portanto, a postura prepara o indivíduo para realização de um movimento, bem como promove a sustentação do mesmo (TANAKA E FARAH, 1997). As modificações posturais no período da adolescência também ocorrem devido as mudanças hormonais que ocorrem no início da puberdade, além do rápido desenvolvimento musculoesquelético, período este marcado por uma intensa fase de crescimento, sendo assim, a postura correta poderá contribuir no esforço das estruturas da coluna para ajudar a suportar as forças distribuídas, a má postura apresenta um efeito oposto aumentando o estresse (XAVIER et al., 2011). Os desvios posturais em 80% dos adultos acontecem devido aos maus hábitos adquiridos durante o período escolar. As dores da região lombar atingem mais os adultos e Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301. 504 SILVA, Edna Lucia; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. Florianópolis: UFSC, 2001. postura pode levar a vários tipos de desvios posturais e até mesmo a doenças graves e crônicas. (XAVIER et al., 2011). Nos dias atuais, problemas posturais têm sido considerados um sério problema de saúde pública, tanto em escolares como em profissionais. Segundo a concepção Darwiniana a posição ereta do homem resultou da evolução da espécie em milhões de anos. A postura adequada envolve a forma correta que o corpo assume no dia a dia, como por exemplo anda, correr, sentar, deitar e levantar objetos (BRITO et al., 2013). O sobrepeso e a obesidade também são fatores que contribuem com muitas alterações que podem ocorrer na organização postural das crianças e adolescentes, tais como alterações no alinhamento e na estrutura dos quadris, joelhos, tornozelos e pês, provocando dor, desconforto, ineficiência da biomecânica corporal e consequente redução da mobilidade. Crianças com sobrepeso e a obesidade apresentam ainda maior dificuldade de controle postural, possivelmente, influenciada pela deficitária propriocepção nos joelhos, comumente observada (MARTINELLI et al., 2011). A educação representa o produto atual da evolução histórica, vista como uma riqueza de métodos pedagógicos que, se de um lado é benéfica, de outro evidencia que ainda não se atingiu uma posição ideal (MIRANDA, 2010). Para se pensar em educação postural os profissionais da educação necessitariam de algumas modificações nos procedimentos durante suas aulas. Para Simon et al., (1998), toda abordagem educativa não deve ser jamais estereotipada,