Criando um Lar na Terra de Transição

Transcrição

Criando um Lar na Terra de Transição
A Jornada
introdução a este número
Bem-vindo à Jornada. E eu digo isso não só em referência
à mudança de nome desta publicação, mas em termos da
jornada real da qual todos estamos participando juntos,
como cristãos comprometidos a servir nos movimentos de
tradução da Bíblia em todo o mundo.
Recentemente eu me tornei parte de uma pequena equipe
que provê direcionamento editorial para esta publicação,
conhecida até este número como Update da Aliança
Global Wycliffe. Como o recém-chegado desta equipe,
ocorreu-me que vários artigos publicados nos últimos
anos resumiram as iniciativas-chave da Aliança, e atuaram
como pontos de ancoragem no intento missional da
Aliança. Chegamos agora à próxima etapa de mensagens.
Para ampliar um pouco, pense em como um carro se move
na estrada usando o seu motor e câmbio. Numa posição
parada, o motor é ligado e a primeira marcha é usada para
iniciar o movimento para frente. Mas não se permanece
na primeira marcha para continuar a viagem. Depois de
ganhar algum impulso, o motor vai reclamar se for deixado
em primeira marcha. Esse carro precisa ser colocado
em segunda marcha e, em seguida, ir para marchas
sucessivamente mais altas para prosseguir com qualquer
aparência de harmonia entre todas as partes móveis.
Da mesma forma, usando esta analogia, a Wycliffe
International (o “nome” do carro quando a chave foi
inserida na ignição) começou sua jornada para se tornar
a Aliança lentamente, quando deu partida e saiu tendo
como foco sua fusão na missão de Deus.
Como o artigo principal retrata, a Aliança já percorreu
alguma distância no caminho da transição e, portanto,
é uma ocasião oportuna para atualizar o visual desta
publicação e alinhar seu nome para refletir, assim, A
Jornada que estamos fazendo juntos.
Uma Publicação da Aliança Global Wycliffe
ABRIL 2014
Criando um Lar na Terra de Transição
por Kirk Franklin com Susan Van Wynen e Dave Crough
Introdução
No passado, a Wycliffe Bible Translators International (conhecida como
WBTI ou Wycliffe International) servia como uma instituição com estruturas
estabelecidas e bem definidas nas quais as Organizações Membro da Wycliffe
(em inglês, Wycliffe Member Organizations, chamadas de WOs ou WMOs)
eram preparadas, aceitas e recebiam membresia. Assumia-se que as organizações
membro tinham algum grau de controle sobre a visão, o propósito e a agenda
da WBTI. Mas o tom e a cultura gerais da Wycliffe International refletiam em
grande parte as ideias e atitudes de uma instituição estabelecida e historicamente
ocidental. E, por muitos anos, quase todas as organizações na WBTI foram
ocidentais em sua orientação.
A Jornada é produzida
para ajudar a promover a
comunidade da Aliança Global
Wycliffe conforme ela participa
dos movimentos de tradução da
Bíblia e da missão de Deus.
neste número
De Instituição a Movimento –
Pontos de Debate
5
Recursos e Atualizações
de Toda a Aliança Este artigo fornece uma imagem de uma instituição se tornando uma aliança,
incluindo algumas das distinções fundamentais entre os dois modelos. Isso pode
nos ajudar a ver mais claramente como Deus continua a nos equipar para ajudar
a criar um ambiente acolhedor e construir relacionamentos mais fortes dentro da
Igreja no mundo inteiro.
A Visão 2025 continua a desafiar o status quo
Quando a Visão 2025 foi adotada em 1999, os líderes que foram comissionados
com a determinação de como ela seria implementada não tinham necessariamente
uma visão clara sobre a WBTI. No entanto, por causa do compromisso com a
Visão 2025, tornou-se evidente que, para a WBTI “trabalhar de forma diferente” e
aumentar os seus esforços de parceria, isso significaria construir relacionamentos
mais fortes com a Igreja em todo o mundo. Essa percepção, combinada com a
realidade da Wycliffe International como uma “organização de organizações” ao
Clique no título para ir ao artigo
— Dave Crough, Editor-Chefe
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invés de uma instituição monolítica, encorajaram a liderança a olhar para a WBTI de
novas maneiras. Mudanças estruturais significativas foram inicialmente introduzidas em
janeiro de 2008. Desde então, outras iniciativas estratégicas ocorreram, como a transição
da WBTI para se tornar a Aliança Global Wycliffe (a Aliança). Esta mudança de nome foi
uma expressão genuína da vontade de formar uma presença mobilizadora e globalmente
respeitosa dedicada à inclusão de muitas vozes e contribuições do Corpo de Cristo em
todo o mundo. A Aliança pretende ajudar a criar um ambiente que estimule toda a Igreja
a falar sobre os problemas e participar do que tem sido tradicionalmente chamado de
“tradução da Bíblia e ministério relacionado”.
A transição de uma Instituição para um Movimento
A mudança da estrutura institucional da Wycliffe International para se tornar a Aliança
ajuda as Organizações Participantes a redescobrirem como participar da missão de
Deus, e como fazê-lo em comunidade. É um desafio significativo fazer esta transição,
deixando décadas de velhas estruturas e mentalidades em grande parte monoculturais
para criar um novo ambiente multicultural e intercultural que seja acolhedor, onde
estudar a missão de Deus traz a consciência de como a tradução da Bíblia é parte
integrante de Sua missão. A transição para se tornar a Aliança muda o foco, o qual
deixa de ser operar como uma instituição para fazer a tradução da Bíblia, e passa a ser
estar em uma jornada como participantes de movimentos de tradução da Bíblia. Isto é
ilustrado no diagrama 1.
Tornando as transições normais
“Quando é que vamos parar de mudar? Quando terminaremos com todas essas
transições?”. Estas perguntas são feitas frequentemente à Equipe de Liderança Global da
Aliança. A resposta é: “Esperamos que nunca!”. Quando a Aliança pára de mudar ela se
torna estática, e pode estar a caminho de se tornar irrelevante em um mundo em rápida
mudança. Se não permanecermos dispostos e capazes de mudar e ser flexíveis, como
podemos continuar a participar da missão de Deus que é tão ativa?
Como observado por Traugott Hopp (Decano da Academia de Missões Mundiais,
Alemanha) falando à Junta Diretiva da Aliança (maio de 2013): “Nós podemos criar um
lar na terra de transição”. Neste momento, a Aliança ainda está na zona entre Instituição e
Movimento. Consequentemente, neste momento, esta zona pode ser o melhor lugar para
a Aliança estar. E uma vez que tivermos feito mais plenamente a transição para ser um
movimento, alguns elementos transitórios adicionais necessariamente irão se manifestar
conforme a Aliança continua a ser flexível e disposta a mudar à medida que Deus dirigir.
A transição para se tornar a Aliança muda o foco, o qual deixa de ser operar
como uma instituição para fazer a tradução da Bíblia, e passa a ser estar em
uma jornada como participantes de movimentos de tradução da Bíblia.
A Aliança está em uma jornada que incentiva movimentos de tradução da Bíblia em todo
o mundo, mas ainda está carregando algumas das estruturas, conceitos e expectativas de 75
anos de conduta institucional.
Com esse entendimento, a Junta Diretiva da Aliança e a Equipe de Liderança Global se
lembram de que as Organizações Participantes, seus líderes e funcionários precisam ser
cuidadosamente alimentados pela Junta Administrativa, pela Equipe de Liderança Global e
pelos funcionários da Área durante o processo de mudança em curso.
As partes que compõem a Aliança
A Aliança é composta de organizações, igrejas e movimentos de uma só mente que
desejam atuar em comunidade, sob a direção de Deus. Como resultado, a Aliança com
Diagrama 1: Instituição (WBTI) contrastada com Movimentos (a Aliança)
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suas Organizações Participantes estão fornecendo liderança significativa em vários
movimentos de tradução da Bíblia em todo o mundo.
A participação na Aliança, e não a estrutura da Aliança, é que se torna importante. A
estrutura existe para apoiar a Aliança ao invés de desempenhar um papel fundamental
na formação dela. Na verdade, a Aliança não se assemelha a estruturas organizacionais
comuns dentro de missões, como ilustrado no diagrama 2.
da Aliança. Há também uma necessidade de encontrar formas atuais para incluir
mais líderes na jornada de reflexão.
›› As Sete Correntes de Participação: A reflexão missiológica fornece uma base
teológica, missiológica e prática para dar forma à jornada da Aliança. Ela abre o
caminho para as sete Correntes de Participação da Aliança: Envolvimento com
a Igreja, Oração, Financiamento, Recrutamento e Envio de Pessoas, Serviços
Especializados, Treinamento Técnico e Programas de Tradução da Bíblia. Estas
Correntes de Participação nos ajudam a identificar maneiras através das quais Deus
está chamando a Aliança para participarmos juntos de Sua missão.
Atualmente, existem duas iniciativas estratégicas para apoiar duas das Correntes. São elas:
1.A Filosofia de Tradução da Bíblia: Esta declaração, resultado de muita discussão
colaborativa, foi lançada em novembro de 2013. Ela influencia o caráter e os valores
das organizações participantes que gerenciam programas de tradução da Bíblia, bem
como aqueles que provêem recursos para esses programas. A Declaração de Filosofia
começa a preenche a lacuna entre as práticas atuais nos programas de tradução da
Bíblia e o foco missiológico das declarações centrais da Aliança. Consequentemente,
a Declaração de Filosofia dá orientações para as Organizações Participantes que
estão envolvidas na Corrente de Programas de Tradução da Bíblia.
Diagrama 2: Aspectos da Aliança
Estes são os aspectos importantes ou as “partes” que compõem a Aliança, iniciando na
parte inferior do Diagrama 2:
›› Bases Missiológicas: O processo contínuo de reflexão missiológica fornece
inspiração e ímpeto na definição e formação da Aliança. Ele é fundamental para a
compreensão de como a Aliança deve funcionar. Ele provê orientação sobre para
onde ir no futuro. Conforme os líderes dentro da Aliança se tornam “profissionais
reflexivos”, eles se tornam melhor equipados para influenciar a cultura e as práticas
2.Consultas Globais de Financiamento: Desde 2006, a WBTI, e agora a Aliança,
tem patrocinado consultas missiológicas com foco em determinados temas. Um
foco atual é um processo de consulta para desenvolver uma base missiológica
para a Corrente de Financiamento. Este processo teve início em setembro de
2013, e o tema da consulta inicial foi “Princípios Missiológicos da Participação
Global no Financiamento da Missão de Deus”, a ser seguido por consultas
regionais no primeiro semestre de 2014. O processo visa identificar princípios
missiológicos sobre o financiamento da missão de Deus. Os princípios vão orientar
o desenvolvimento de ações de financiamento práticas e sustentáveis que sejam
contextualmente relevantes. Um resultado desejado é que um número crescente de
Organizações Participantes veja como podem participar efetivamente da Corrente de
Financiamento em seus próprios contextos e culturas.
›› Comunicação: As organizações participantes precisam de tempo e apoio da Equipe
de Liderança Global e do pessoal da Área para processar a mudança. Portanto,
em todos os níveis, mundial, regional e local, a liderança da Aliança precisa se
comunicar e promover o diálogo sobre os princípios missiológicos e práticos que
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informam a jornada de transição pela qual a Aliança
está passando. Estes princípios terão de ser objeto de
comunicação constante, porque vai levar tempo para
entendê-los e aplicá-los.
modelo exemplar nestas “parcerias do reino”. Isso irá
incentivar e influenciar “parcerias do reino” entre as
Organizações Participantes dentro da Aliança, entre o
seu pessoal, e irá além.
›› Desenvolvimento Organizacional: Os movimentos
só avançam em direção às suas metas se as
organizações que o compõem estão saudáveis.
A Aliança está saudável quando todas as suas
Organizações Participantes, bem como a liderança,
estão funcionando bem. O desenvolvimento deles é
uma alta prioridade. A Equipe de Liderança Global
precisa incentivar as Organizações Participantes
saudáveis a caminharem lado a lado com aquelas
que possam estar enfrentando dificuldades. Como
resultado, a vida comunitária da Aliança é fortalecida.
As Organizações Participantes sempre precisam ser
lembradas e relembradas de que elas são a Aliança.
›› Desenvolvimento de Liderança: A Aliança com suas
Organizações Participantes sempre precisarão de
um crescente grupo de líderes em contextos globais,
regionais e locais. Isso requer um plano intencional
para fortalecer a capacidade dos líderes atuais e
futuros para liderarem com uma perspectiva global,
incluindo a exploração das dimensões multiculturais
e interculturais da liderança. Além disso, há a
necessidade de se construir a confiança nos líderes
para que possam interagir efetivamente em uma
comunidade global. A articulação de uma filosofia
de liderança dentro da Equipe de Liderança Global
fornece um modelo e base para o desenvolvimento de
líderes para os movimentos de tradução da Bíblia.
›› Parcerias: Servir juntos entre as organizações da
Aliança e com parceiros externos é um valor essencial
da Aliança. A participação conjunta é fundamental. A
expectativa é construir relacionamentos e comunidade
em parcerias que tenham como foco o Reino de
Deus. A Equipe de Liderança Global precisa ser um
›› Organizações na Aliança: Os círculos no diagrama
representam a diversidade de tamanho e alcance
das Organizações Participantes. As Organizações
Participantes sempre precisam ser lembradas e
relembradas de que elas são a Aliança. Isto significa
que a liderança da Aliança deve estar sempre atenta
e preocupada com as necessidades e aspirações
das Organizações Participantes. As Organizações
Participantes precisam se tornar mais conscientes
das necessidades umas das outras, e de como elas
podem se ajudar mutuamente. Além disso, a Equipe
de Liderança Global precisa facilitar fóruns onde as
Organizações Participantes e a Equipe de Liderança
Global, o pessoal da Área e outros possam explorar
juntos quem eles são e como eles se encaixam na
Aliança e em parcerias conjuntas.
›› Identidade da Aliança: Muitos dos públicos e
parceiros da Aliança em todo o mundo - tanto no
interior da Aliança quanto fora dela - não entendem
as identidades separadas da Aliança Global Wycliffe
e da SIL International, nem sua relação de parceria
uma com a outra. Dentro da Aliança tem havido
alguma lentidão para esclarecer as distinções,
incluindo a separação da administração e da liderança
de ambas as organizações. Ambas as organizações
devem ser sensíveis à maneira como se referem uma
à outra, a fim de refletir com precisão o paradigma
relativamente novo, inclusive em referências e
políticas verbais e escritas.
O papel da Equipe de Liderança Global
Já que a Aliança tem uma estrutura não-convencional,
o papel de sua equipe de liderança parece diferente
daquele da maioria, se não de todos os seus
contemporâneos. A Equipe de Liderança Global deve
estar sempre analisando e modificando sua estrutura,
a fim de responder às novas concepções e percepções
missiológicas, bem como responder às Organizações
Participantes, à Junta Administrativa e aos parceiros
externos. Isso requer flexibilidade e adaptabilidade por
parte de todos da Equipe de Liderança Global.
A Aliança está em uma jornada que incentiva
movimentos de tradução da Bíblia em todo o
mundo, mas ainda está carregando algumas das
estruturas, conceitos e expectativas de 75 anos
de conduta institucional.
Contando perda como ganho
Uma questão que a Equipe de Liderança Global ouve
ocasionalmente por parte de algumas Organizações
Membro da Wycliffe é: “Como vocês estão trabalhando
para substituir o que nós perdemos?”. Por exemplo:
a perda do familiar, da segurança de estruturas
estabelecidas, a perda de controle, ou a perda de serviços
internacionais centralizados (por exemplo, pessoal). A
suposição é que o que foi perdido deve ser substituído
pela mesma coisa, ou por algo similar. No entanto,
todos os participantes da Aliança precisam considerar
como trabalhar em parcerias conjuntas na Aliança, em
vez de serem dependentes de estruturas operacionais
centralizadas. Ao fazer isso, o que é percebido como
sendo perda, pode na verdade ser o desdobramento de
um ganho muito maior.
Uma observação pertinente é que algumas organizações
Wycliffe anteriores tanto à Wycliffe International
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quanto à Aliança Global Wycliffe podem considerar ambas como organizações “novas” - se visto de
uma perspectiva institucional. A Aliança, por meio de sua Equipe de Liderança Global e/ou pessoal de
Área, fornece alguns aspectos de serviços formais ou informais destinados a ajudar as Organizações
Participantes em nível operacional ou de programa. Em alguns casos, isto é vital e muito apreciado. No
entanto, o perigo é que a Equipe de Liderança Global ou o pessoal de Área podem ser vistos como sendo
a Aliança, e assim apresentar a noção errônea de que eles formam outra Organização Participante virtual
que presta serviços. É importante notar que a Equipe de Liderança Global e o pessoal de Área não
duplicam ou espelham as funções de uma Organização Participante da Aliança. Eles servem de modo a
facilitar e complementar, mas não “corresponder” às funções das Organizações Participantes.
A Aliança não é estruturada como a SIL International ou outras organizações individuais. Exceto nos
pontos essenciais aceitos de comum acordo, tais como a sua Missão, Visão, Valores, Doutrina e outros
padrões, ela raramente fala como uma voz única para todas as Organizações Participantes. A Aliança
quer ajudar a criar espaço para uma variedade de vozes e uma diversidade de estratégias. Isto significa
que a Equipe de Liderança Global precisa consistentemente incentivar e modelar o pensamento de
liderança, servindo como um laboratório de ideias que cria um ambiente que tenha valor para as
Organizações Participantes e outros parceiros.
A Aliança – um rio convergindo
Mundara Muturi (Diretor da Aliança na Área da África) nos fornece uma visão do futuro da Aliança. A
Aliança é “como um grande rio [com] indivíduos e organizações que convergem ou confluem e partilham
recursos para os propósitos do Reino. Indivíduos e organizações autônomas desaparecem na congruência
da comunidade”. É importante deixar claro aqui que indivíduos e organizações não desaparecem em
uma massa nebulosa chamada de Aliança. A participação de um indivíduo ou de uma organização na
comunidade não significa que eles deixam de ser eles mesmos. Pelo contrário, significa que sua identidade
assume dimensões novas, adicionais, para uma melhor participação na missão de Deus.
Conforme todos nós ouvimos, aprendemos e seguimos, cada passo nos leva além em nosso
entendimento e capacidade de amá-Lo e servi-Lo. Conforme a jornada da Aliança Global Wycliffe
continua, e conforme seguimos os caminhos que Deus estabelece, continuamos a aprender e a participar
mais plenamente da Sua missão. À medida que fizermos a transição de estruturas e mentalidades
institucionais, seremos capazes de ver mais claramente como Deus pode nos equipar para ajudar a criar
um ambiente acolhedor para a Igreja em nível mundial. Ao estudarmos a missão de Deus, vamos crescer
juntos em nossa consciência de como a tradução da Bíblia é uma parte integrante da Sua missão. E
conforme criamos nosso lar na terra de transição, estamos sendo transformados para trazer glória a Ele.
Kirk Franklin é Diretor Executivo
da Aliança Global Wycliffe
De Instituição a Movimento –
Pontos de Debate
por Nydia Garcia-Schmidt
Nota do editor:
A Diretora da Aliança na Área das Américas, Nydia Garcia-Schmidt,
gentilmente compartilhou alguns pontos de debate e exemplos utilizados
por ela em discussões com Organizações Participantes na Área das
Américas. Nós achamos que seria um benefício para todos ter acesso a
estas informações, e cremos que isso vai incentivar ainda mais o diálogo
em nível mundial. Por favor, note que várias organizações são citadas no
artigo através de suas siglas com alguns links para seus próprios sites.
Definição de um movimento social
De acordo com a Encyclopedia Britannica, um movimento social é
uma “... campanha vagamente organizada, mas sustentada, em apoio
a um objetivo social, tipicamente a implementação ou a prevenção
de uma mudança na estrutura ou nos valores da sociedade.
Embora os movimentos sociais difiram em tamanho, todos eles
são essencialmente coletivos. Ou seja, eles resultam da união mais
ou menos espontânea de pessoas cujos relacionamentos não são
definidos por normas e procedimentos, mas que simplesmente
compartilham uma visão comum da sociedade”.
Pessoas e organizações que se envolvem em um movimento social
são movidas pela “... insatisfação com o atual estado das coisas, e
tendo em vista uma ordem melhor”. Um elemento importante num
movimento é uma associação sustentada. “Quando a associação
sustentada toma o lugar de agrupamentos situacionais de pessoas, o
resultado é um movimento social”.
Esta definição de um movimento social pode nos ajudar a entender
melhor o movimento global de tradução da Bíblia. Ele é, em essência,
a união de pessoas, organizações, ministérios e igrejas que procuram
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fazer o possível para que todos possam ter acesso à
Palavra de Deus na língua que fala ao seu coração.
Brasil
Se notarmos que em um movimento um elemento
importante é a criação de associações e alianças (parcerias),
e se dermos uma olhada no que está acontecendo nas
Américas, vamos encontrar alguns bons exemplos de
diferentes esforços de colaboração que provam que o
movimento de tradução da Bíblia ali está muito vivo.
Seguem-se três exemplos de como as Organizações
Participantes da Aliança nas Américas estão criando
parcerias regionais no Peru, no Cone Sul e no Brasil.
Peru
Em 17 de novembro de 2013, quatro organizações do
Peru – ACIEP, FAIENAP, SIL-Peru e AEL – assinaram
um acordo. A meta estabelecida por elas é participar
de esforços coordenados e partilhar responsabilidades,
recursos e dons para terem um maior impacto para o
Movimento de Tradução da Bíblia no Peru e no mundo.
(Da esquerda para a direita). Fernando Callejas, diretor da LETRA
Chile; Elizabeth Betancor, Diretora da LETRA Uruguai; Victor Gómez,
Diretor da LETRA Paraguai; Rodolfo Senn, Diretor da LETRA Argentina.
Cone Sul
(Da esquerda para a direita). Jaime Ayala, representante da
Aliança Global Wycliffe; Adolfo Betancourt, Diretor Regional da
SIL; Jairo Sangama Saurin, FAIENAP; Carmen Alvarado, AEL; Freddy
Quintanilla Palomino, ACIEP, Presidente.
Em 16 de novembro de 2013, as quatro LETRAs do Cone
Sul (Chile, Uruguai, Paraguai, Argentina) se reuniram
para restabelecer os seus esforços de colaboração nas
áreas de mobilização, capacitação, envio e língua de
sinais. Elas têm mantido uma estreita relação de trabalho
há cerca de cinco anos, no entanto ainda não tinham
visto a necessidade de ter um documento de acordo
formalizado. Várias interpretações podem ser feitas
com relação a isso com base em estilos de cultura e de
liderança, mas este cenário é um bom lembrete de que em
um movimento nem todos “se comportam” da mesma
maneira e nem todos vão considerar necessário ter um
documento para tornar seus compromissos oficiais.
A Aliança Global Wycliffe mantém uma estreita
relação de trabalho com a ALEM. Esta Organização
Participante brasileira recentemente comemorou seu
30º aniversário. A ALEM tem passado por um processo
de desenvolvimento organizacional por cinco anos.
Isso resultou em grandes mudanças e atualizações de
seu regimento e estatutos, que parecem ter revigorado
a ALEM com mais novos membros e jovens famílias.
É claro que a ALEM vê a importância das parcerias.
Em 2011, eles enviaram seu primeiro missionário para
servir com a Organização Participante da Aliança na
Papua Nova Guiné, e em dezembro de 2013, outro casal
também chegou à Papua Nova Guiné para trabalhar.
Além disso, um casal da ALEM será enviado para a
Guiné-Bissau, na África Ocidental, para trabalhar em
colaboração com a AMIDE e a Convenção Batista
do Brasil. No Brasil, um casal trabalha em estreita
colaboração com a Agência de Missões Transculturais
da Igreja Presbiteriana. Outro casal da ALEM trabalha
em estreita colaboração com o escritório regional da
SIL e coordena o Uso das Escrituras com o CONPLEI
(uma rede de pastores e líderes indígenas). O Diretor
da ALEM e o Diretor de Mobilização para a ALEM
fazem parte do Conselho da AMTB, a Associação de
Missões Transculturais do Brasil, uma das organizações
mais fortes do país na promoção de missões. Estas são
algumas das maneiras muito óbvias como a ALEM está
trabalhando com outros ministérios no Brasil.
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José Carlos
Alcântara, Diretor
da ALEM.
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Os seguintes pontos podem ajudá-lo na discussão em
sua organização e/ou Área:
Pontos de Reflexão / Debate com Organizações
Participantes da Aliança ou Pessoal da Área
›› O que significa para as Organizações Participantes da
Aliança fazer parte de um movimento?
›› Que características as Organizações Participantes irão
exibir?
›› Q
ue relações / parcerias elas vão buscar e manter nesses
três níveis: local, regional e global?
›› C
omo essas organizações serão guiadas e direcionadas
para ter uma visão continuada?
›› C
omo os esforços dos movimentos locais e regionais
serão incentivados, apoiados e mantidos?
›› D
e que maneiras específicas o pessoal de Área da
Aliança Global Wycliffe pode facilitar e incentivar os
esforços de colaboração regional, e proporcionar uma
visão de para onde estamos indo?
Conclusões
Todos nós fomos afetados por cortes no orçamento nos
últimos anos, e eu comecei a pensar se a colaboração
em todos os níveis - nacional, regional e internacional
– seria uma forma de Deus prover para as nossas
necessidades como uma Aliança. Eu escrevi estas notas,
reflexões e questionamentos para destacar a importância
de continuar estas reflexões sobre o que significa viver
em um ambiente de um movimento. Eu acho que uma
parte fundamental do que nós procuramos são esforços
de colaboração entre as Organizações Participantes da
Aliança. Eu vejo o futuro da Aliança sendo conhecida
como a Aliança Colaborativa.
Essas reflexões também vão ajudar o pessoal da Aliança
na Área das Américas a compreender o seu papel vital
conforme ajudam a facilitar essas interações e criar
espaço para o diálogo entre as Organizações Participantes
das Américas. Precisamos incentivar a colaboração e as
parcerias em todos os níveis. Acho que algumas pessoas
são naturalmente dotadas nesta área, e que nós nos
beneficiaríamos se as identificássemos e oferecêssemos a
elas oportunidades de crescimento profissional para que
se desenvolvam como facilitadoras.
Algumas características de movimentos sociais
(retiradas da Encyclopedia Britannica):
›› Adaptação às tendências de comunicação é um
tema comum entre os movimentos de sucesso
›› Criação de associações e alianças (parcerias)
›› Um movimento é uma mistura de organização
e espontaneidade
›› Há geralmente uma ou mais organizações
que dão identidade, liderança e coordenação
ao movimento, mas os limites do movimento
nunca coincidem com os das organizações
›› Quando os impulsos de curta duração dão
lugar para objetivos de longo prazo, e quando
a associação sustentada toma o lugar de
agrupamentos situacionais de pessoas, o
resultado é um movimento social
Nydia Garcia-Schmidt é diretora da Área das
Américas para a Aliança Global Wycliffe
Vou terminar com uma citação de Lessons in Forging
Global Change, por Stanford Social Innovation (Volume
12, 2014): “... sabemos de fato que nenhuma organização
pode alavancar e institucionalizar a mudança em larga
escala por conta própria. Neste mundo cada vez mais
conectado, a criação de uma estratégia que mobiliza
e utiliza um conjunto diversificado de organizações é
essencial”.
Se você tem histórias de colaboração, eu gostaria de ouvilas. Vamos falar sobre isso.
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recursos e atualizações de toda a aliança
Nova Página de Recursos no wycliffe.net
A seção de Recursos do wycliffe.net o leva a ferramentas
e informações para ajudar a melhorar a sua participação
na missão de Deus e no movimento de tradução
da Bíblia. Estes Recursos irão ajudá-lo a ser um
representante como indivíduo, como comitê missionário,
como igreja, ou utilizando qualquer capacidade através
da qual tenha a chance de compartilhar o que Deus está
fazendo e como é possível participar.
Estamos felizes em anunciar o lançamento de uma
nova página chamada Revistas e Coleções – parte de
um conjunto cada vez maior de materiais na seção de
recursos do wycliffe.net. Esta nova página pode ser
encontrada na barra de menu, em recursos> mídia>
revistas e coleções. Ela fornece um local acessível onde
são agrupados artigos e vídeos relacionados.
Aqui estão algumas das revistas e coleções disponíveis
neste momento, muitas das quais estão disponíveis em
versões em várias línguas:
Coleções de vídeos
This is Our Story (Esta é a Nossa História). Vídeos
sobre como as igrejas locais estão aproveitando
criativamente os recursos que Deus tem lhes dado
enquanto obedecem ao Seu chamado para participar de
Sua missão, incluindo o ministério de tradução da Bíblia.
This is My Story (Esta é a Minha História). Vídeos
sobre como crentes individuais, transformados pela
Palavra de Deus, estão respondendo ao Seu
chamado para “fazer discípulos de todas as nações”,
e usando seus dons e recursos para ajudar a
responder a esse chamado.
Coleções de revistas
Rev. 7 – Every Nation People Language (Ap. 7 –
Toda Nação Povo Língua). Artigos selecionados
de edições da revista publicada pelo JAARS. O
JAARS fornece apoio logístico fundamental para
o movimento de tradução da Bíblia. As histórias
da Rev. 7 demonstram como Deus está usando o
transporte, a tecnologia e os computadores para
facilitar o trabalho das equipes de todo o mundo.
Word Alive (Palavra Viva). Artigos selecionados de
edições da revista publicada pela Wycliffe Canadá.
Word Alive. Autores e fotógrafos o levam a lugares
como a Guiné-Bissau, o nordeste do Quebec e a
República Democrática do Congo, revelando em
cada lugar como Deus está usando a Sua Igreja para
levar esperança, cura e redenção através de Sua
Palavra. A tela a seguir (à direita) é um exemplo da
Palavra Viva, como se vê na nova página de Recursos.
Fique atento para os novos materiais que vão aparecer
nesta página em um futuro próximo! Se a sua
organização tiver uma revista ou boletim informativo
com artigos que você gostaria que considerássemos para
compartilhar através desta página de recursos, por favor,
entre em contato escrevendo para [email protected].
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recursos e atualizações de toda a aliança
Extensão do Período de Serviço do Diretor Executivo
Em novembro de 2013, o Conselho Administrativo da Aliança
Global Wycliffe aprovou uma moção expressando “... a intenção
do Conselho de apontar novamente Kirk Franklin como o Diretor
Executivo da Aliança Global Wycliffe para uma extensão de dois
anos do seu presente mandato, de maio de 2016 a maio de 2018. A
nomeação real será formalizada na reunião de maio do Conselho, em
maio de 2015, de acordo com os procedimentos do Conselho”.
Na sua decisão o Conselho considerou a importância da
continuidade, bem como o reconhecimento da importância
do desenvolvimento atual da Aliança. O Conselho também
reconheceu a importância de um plano de sucessão que resultaria
em candidatos apropriados e disponíveis para consideração como
sucessor de Kirk.
Além de prover
direcionamento para
a Equipe de Liderança
Global, da Aliança, com
relação ao Conselho da
Aliança na direção da
Aliança, e de representar
e promover a visão e o
propósito da Aliança interna
e externamente, Kirk é um aluno de doutorado (em Teologia) no
Departamento de Ciência da Religião e Missiologia da Faculdade
de Teologia da Universidade de Pretória, África do Sul. O título de
sua tese é “A paradigm for global missional leadership: the journey
of the Wycliffe Global Alliance” (“Um paradigma para a liderança
missional mundial: a jornada da Aliança Global Wycliffe”).
Prevendo a conclusão em 2016, Kirk observou ao Conselho quando
este aprovou seu programa de estudo que “... um novo paradigma
para a liderança da missão global ainda está emergindo... isso exige
desenvolvimento e experimentação com estruturas organizativas
adequadas para a missão. O novo paradigma precisa criar modelos
que permitam à liderança do sul e do leste global ter uma influência
balanceada sobre a estratégia
de missão para organizações
como a Aliança. O resultado
de um novo paradigma
previsto permitirá à Aliança
(e a outras agências como
ela) capacitar seus líderes
atuais e desenvolver
seus futuros líderes para
liderarem com maior
compreensão missiológica
dos contextos em mudança
da igreja global”.
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ocasional distribuída por e-mail
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Susan Van Wynen
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O Conselho da Aliança e a liderança sênior se reúnem em torno de Christine e Kirk em oração.
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