Teatro - A gente vê por aqui
Transcrição
Teatro - A gente vê por aqui
QUALIDADE PARA CRIANÇAS Verifique a classificação indicativa dos espetáculos Prêmios voltados à RECENTE produção teatral infantil estimulam TODOS OS artistas que buscam maior reconhecimento pela arte Era uma vez uma bruxa má que con denou o teatro infantil ao rótulo de “arte menor”. Está aí uma his tória que pode ser esquecida bem lá no fundo do baú de dona Carochi nha. Há tempos que o segmento vem sendo pensado e realizado por gran des artistas nacionais e com qualida de par a par com os espetáculos adul tos. No Rio de Janeiro e São Paulo este esforço é reconhecido. O 3º Prê mio Zilka Sallaberry de Teatro Infan til anuncia os seus vencedores dia 3 de março, em festa que homenageia o Tablado e Maria Clara Machado. Em São Paulo, está previsto para abril a divulgação dos eleitos do 16º Prêmio Femsa de Teatro Infantil e Jovem. Indicado à categoria de melhor ator pela sua atuação em “Cyrano” (com duas indicações), o ator e produtor Maurício Machado reforça a tese. “A maior recompensa de um artista do palco é o próximo trabalho, é estar atuando. E um prêmio credita o pro fissional diante do mercado”, acredi Cumprindo a mesma dupla função (ator/produtor) de “A Ver Estrelas”, que contabiliza três indicações na pre miação carioca, o jovem ator Arlindo Cruz vai além. “O Zilka é o único prê mio voltado às produções infantis no Rio”, lembra Cruz. “E ser reconheci do por uma comissão julgadora séria nos auxilia principalmente na busca de patrocinadores.” A chefe de relação social da Femsa, Andrea Souza Silva, avalia o cenário por outro ângulo, o do patrocinador. “Nessas 16 edições do Femsa em São Paulo, observamos o crescente núme r o de novos textos”, avalia. “Antiga mente, o que dominava eram remon tagens de clássicos, já hoje temos uma gama enorme de artistas escrevendo para teatro.” Andrea anuncia novida des para o Prêmio Femsa deste ano: o público poderá conferir as monta gens indicadas nas categorias de me lhor espetáculo infantil e jovem em mostra especial no Centro Cultural Gil Grossi Para o criador do “Zilka Sallaberry”, Carlos Augusto Nazareth, o teatro pa ra crianças é um segmento maduro que, a cada ano, eleva o nível das pro duções. Pela primeira vez, 115 espe táculos foram pré-indicados – antes de selecionarem as 40 indicações ofi ciais das 10 categorias – contra uma média de 45 pré-indicações dos anos anteriores. “O aumento deste número é um sinal claro que a qualidade me lhorou significativamente e de forma mensurável”, avalia. “Temos tido mais e melhores produções e creditamos pe lo menos uma grande parcela desta me lhoria à criação do prêmio.” ta. “Além disso, é um estímulo a ele var a qualidade do que está em cartaz e fomenta novas produções. São Paulo, com entrada franca. “Além das apresentações, teremos debates sobre a produção teatral — uma forma de reunir os profissionais do ramo pa ra discutir as dificuldades e avanços do mercado.” O diretor Beto Andretta, do grupo Pia Fraus, vai além. “Mais importante do que ser indicado ou ganhar um prêmio é o fato de ele existir”, afirma. “A pre miação tem fator de fortalecimento diante da sociedade”. Sua companhia concorre em quatro categorias com a peça “As Aventuras de Bambolina”. Com 25 anos de estrada, Andretta vê com bons olhos o cenário contemporâ neo do teatro infantil e jovem e só la menta que no Brasil existam tão pou cos prêmios voltados à arte. “O País está em evolução neste segmento, viajamos muito pela América do Sul e observamos o quanto somos supe riores em políticas culturais, em rela ção a outros países” defende Andre tta. “O panorama atual é generoso. A população consome mais cultura”. Um dos “estreantes” do prêmio pau lista, Marcelo Ramagnoli, da Banda Mirim, comemora as 10 indicações da trupe, sete para o espetácu lo “Sapecando” e três para “Menino Teresa”. E ressal va que o retorno da plateia ainda é a melhor recompen sa para o artista. “É sempre bom ser reconhecido, claro, mas o mais importante é fa zer algo que se comuni que com o público, o prêmio é a evidên cia crítica de tudo isso.” Chico Lima “Bambolina” (alto), “Sapecado”, “Cyrano” e “A Ver Estrelas” (foto maior): teatro infantil de alta qualidade em São Paulo e no Rio de Janeiro Divulgação Edu Marin • A ginga, o canto e a interpretação a serviço do teatro com acento baiano em temporada paulista Divulgação Tieta Em temporada em São Pau lo com o musical “Tieta”, Emanu elle Araújo prova ser uma artista que passeia por diversos segmentos cultu rais, mas sempre de olhos atentos ao teatro, a sua morada. Tudo começou no teatro de Salvador, quando tinha dez anos. Aos 15, já atu ava ao lado de grupos profissionais da cidade. Mas caiu nas graças do grande público como cantora de axé: substi tuiu Ivete Sangalo no vocal da banda Eva, em 1999. Em 2007, estreou no ci nema em “Ó Paí, Ó”. No ano passado, se destacou na novela “A Favorita”, da TV Globo. Sem deixar a músi ca de lado, fincou pé na MPB com seu grupo Moinho. E durante to da essa trajetória, ela perdeu as contas de quantas peças trabalhou. Na montagem “Tieta”, Emanuelle en controu palco para seus multitalen tos. Na pele de Elisa, interpreta, can ta e dança. A peça estreou no fim do ano de 2007 e voltou ao cartaz no iní cio do ano. Baseado no romance de Jorge Amado, tem direção e adapta ção de Christina Trevisan. A atriz di vide cena com Tânia Alves e grande elenco. “Elisa é uma delícia, principal mente por ser criação de Amado”, diz Emanuelle. “O escritor tem um jeito delicioso de contar a sua terra, o gin gado de seu povo”. Para ela, a obra de Jorge Amado é um deleite para o ator. “Por mais que vo cê tenha uma conduta de direção e uma concepção de um espetáculo, há uma grande ajuda do autor, porque ele colore seus personagens. Há nuan ces de interpretação escritas nos seus livros.” Considerada umas das péro las da boa safra de artistas nordesti nos que migraram para o Sul do País, Emanuelle prefere acreditar que todo baiano tem seu brilho. “O teatro da Bahia é muito forte”, defende. “É uma terra que tem inquietude no ar e so mos frutos deste cenário.” Assim co mo dizia Jorge Amado. I Tieta I Teatro Brigadeiro • Tel.: (11) 3115-2637 I O espetáculo não é recomendado I para menores de 14 anos Teatro - A gente vê por aqui Esta página é aberta a todas as manifestações teatrais. Para participar: [email protected] • • www.redeglobo.com.br