Maringá - Sociedade Brasileira de Fitopatologia

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Maringá - Sociedade Brasileira de Fitopatologia
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FITOPATOLOGIA FITOPATOLOGIA BRASILEIRA
Brazilian Phytopathological Society
Fundada em 22 de julho de 1966
Founded in July 22, 1966
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Brazilian Phytopathology
Revista Oficial da Sociedade Brasileira de Fitopatologia
Official Publication of the Brazilian Phytopathological Society
ISSN 0100-4158
Comissão Editorial/Editorial Committee (2006 - 2008)
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Universidade de Brasília, Brasília, DF
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Comissão do Plano da Lavoura Cacaueira, Itabuna, BA
CONSELHO FISCAL/COUNCIL
Luadir Gasparotto
Embrapa Amazônia Ocidental, Manaus, AM
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Embrapa Hortaliças, Brasília, DF
Edson Ampélio Pozza
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
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Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS
Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG
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Editores Associados/Associate Editors
Álvaro M. Rodrigues Almeida, Embrapa Soja, Londrina, PR
David de Souza Jaccoud Filho, Univ. Estadual de Ponta Grossa, PR
Erlei Melo Reis, Univ. de Passo Fundo, RS
Francisco F. Laranjeira, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, BA
Francisco Murilo Zerbini, Univ. Federal de Viçosa, MG
Gary Odvody, Texas A&M University, Corpus Christi, EUA
Gilvan Pio-Ribeiro, Univ. Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE
John C. Sutton, University of Guelph, Canadá
José Luís Bezerra, Comissão do Plano da Lavoura Cacaueira, Itabuna, BA
José Maurício C. Fernandes, Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS
Laércio Zambolim, Univ. Federal de Viçosa, MG
Luadir Gasparotto, Embrapa Amazônia Ocidental, Manaus, AM
Luis Eduardo Aranha Camargo, ESALQ - USP, Piracicaba, SP
Marciel João Stadnik, Univ. Federal de Santa Catarina, SC
Marcos Paz S. Câmara, Univ. Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE
Marisa A.S.V. Ferreira, Univ. de Brasília, DF
Nilceu R.X. Nazareno, Inst. Agronômico do Paraná, Curitiba, PR
Regina Maria D.G. Carneiro, Embrapa Recursos Genéticos, Brasília, DF
Reginaldo da Silva Romeiro, Univ. Federal de Viçosa, MG
Robert W. Barreto, Univ. Federal de Viçosa, MG
Romero M. Moura, Univ. Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE
Valmir Duarte, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS
Wagner Bettiol, Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna, SP
Wolfgang Osswald, Technical University Munich, Alemanha
Fitopatologia Brasileira/Sociedade Brasileira de Fitopatologia - v.1, n.1, (1976) - Brasília: SBF, 1976Bimestral
Trimestral
Quadrimestral
Título anterior: Revista da Sociedade Brasileira de Fitopatologia, v.1-0. 1967-1976. Anual.
ISSN 0100-4158
1. Patologia Vegetal - Periódico. 2. Fitopatologia - Periódico. I. Sociedade Brasileira de Fitopatologia.
CDD 632.05
Editoração e arte/Composition
Peterson Cavalin
Impressão e acabamento/Printing
Gráfica e Editora Clichetec Ltda.
Fone: 44 3224.9828, Maringá PR
Data da Impressão/Printing Date
16 de julho de 2007 / July 16th, 2007
Tiragem/Printed copies
1400 cópias / 1400 copies
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Indexado em / indexed in:
Agrícola (USDA - NAL)
Binagri - Agrobase (MAPA)
Biological Abstracts
Biosis Previews
CAB Abstracts
CAS Databases
DOAJ - Directory Open Access Journals
ISI
Latindex
VOL. 32 SUPLEMENTO
Agosto / August
2007
SUMÁRIO / CONTENT
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
XL Annual Meeting of the Brazilian Phytopathological Society
PALESTRAS - SIMPÓSIOS .................................................................................................................................................................. 007
RESUMOS .............................................................................................................................................................................................. 109
ÍNDICE AUTORES - PALESTRAS E SIMPÓSIOS ........................................................................................................................... 333
ÍNDICE DE AUTORES .......................................................................................................................................................................... 335
ÍNDICE DE HOSPEDEIROS ................................................................................................................................................................ 359
ÍNDICE DE PATÓGENOS .................................................................................................................................................................... 361
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
XL Annual Meeting of the Brazilian Phytopathological Society
Maringá, PR - 13 a 17 de agosto de 2007
Maringá, PR - August 13th - 17th, 2007
COMISSÃO ORGANIZADORA / ORGANIZATION COMMITTEE
Presidente
João Batista Vida
Universidade Estadual de Maringá
Comitê Cultural e Social
Sônia Lúcia Maciel
Universidade Estadual de Maringá
Maristela Dalla Pria
Vice-Presidente
Dauri José Tessmann
Universidade Estadual de Maringá
Tesoureiros
Wilson Story Venâncio
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Dauri José Tessmann
Universidade Estadual de Maringá
Secretários
Eliezer Rodrigues de Souto
Universidade Estadual de Maringá
Sônia Lúcia Maciel
Universidade Estadual de Maringá
Comitê Técnico Científico
Kátia Regina Freitas Schwann Estrada
Universidade Estadual de Maringá
William Mário de Carvalho Nunes
Universidade Estadual de Maringá
Maria Júlia Corazza Nunes
Universidade Estadual de Maringá
David Jaccoud Souza Filho
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Marcelo Giovanetti Canteri
Universidade Estadual de Londrina
Nilceu R.X. de Nazareno
IAPAR
Comitê de Captação de Recursos
Wilson Story Venâncio
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Dauri José Tessmann
Universidade Estadual de Maringá
Marçal Zuppi da Conceição
ANDEF
Comitê de Informática e Logistíco
Claudia Regina Dias Arieira
Universidade Estadual de Maringá
William Mário de Carvalho Nunes
Universidade Estadual de Maringá
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Comitê de Divulgação
Ademir Assis Henning
Embrapa Soja
Álvaro Figueiredo dos Santos
Embrapa Florestas
Áurea Tomoko M. Kamikoka
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Cacilda Márcia Duarte Rios Faria
Universidade Estadual do Centro Oeste
Celso Auer
Embrapa Florestas
Claudia Vieira Godoy
Embrapa Soja
Débora Cristina Santiago
Universidade Estadual de Londrina
Francislene Angeloti
Embrapa Semi-Árido
Louise Larissa May de Mio
Universidade Federal do Paraná
Martin Homechim
Universidade Estadual de Londrina
Odair Mazia
EMATER
Rafael Moreira Soares
Embrapa Soja
Regina Maria Villas Boas de Campos Leite
Embrapa Soja
Rui Pereira Leite Júnior
IAPAR
Solange Maria Bonaldo
Faculdade Integrado de Campo Mourão
Solange M. de T. P.G. Carneiro
IAPAR
Y.R. Metha
IAPAR
COMISSÃO DE APOIO
Alessandra Tenório Costa
Aline Maria Orbolato Gonçalves
Anderson Graciano Feliciano
Antonio Augusto Lazarini Barbosa
Carlos Alexandre Zanutto
Claudia Regina Scapin
Daniela Alves dos Santos Morita
Fernanda Santos Marcuz
Francielli Gasparotto
José Junior Severino
José Petruise Ferreira Junior
Júlio César Tocacelli Colella
Leonardo Bertonha
Luciana Tezin
Marcelo Paes Penharbel
Marcos de Araújo Rodovalho
Marilda Pereira Caixeta
Mauro José Moreira
Patrícia Rosin Carnelossi
Ronilda Lana Aguiar
Rosa Gabriella Vargas
Tatiane Cristina Albuquerque Alves
PALESTRAS E SIMPÓSIOS
§
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
PALESTRA DE ABERTURA
§
13/08/2007
AGRICULTURA, FITOPATOLOGIA E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL. Armando Bergamin Filho. ESALQ, Universidade de
São Paulo, Caixa Postal 9, 13418-900 Piracicaba-SP. E-mail: abergami@
esalq.usp.br. Agriculture, plant pathology and sustainable development.
RESUMO
Sustentabilidade é definida dentro de um contexto sistêmico e
não em relação a apenas alguns componentes do sistema, como doenças,
culturas ou inputs. Sistemas sustentáveis caracterizam-se por apresentar,
dentro de um período de tempo suficientemente longo, comportamento
dentro de faixas normais de operação quando alimentados por inputs
estáveis. Possíveis ameaças à sustentabilidade de um sistema podem ser
classificadas como (i) ameaças internas ou (ii) ameaças externas. Ambas
levam à insustentabilidade mas as ameaças internas são mais sérias que as
ameaças externas. Agricultura sustentável implica na habilidade de sistemas
agrícolas permanecerem produtivos a prazos suficientemente longos,
com custos econômicos e ambientais socialmente aceitáveis. Agricultura
sustentável pode ser definida num sentido estrito e num sentido pragmático.
O primeiro é baseado no conceito de Fator Social Total de Produtividade
(do inglês Total Social Factor Productivity - TSFP), tem sentido absoluto
e definição operacional difícil. O segundo, por outro lado, permite a
conceituação de agroecossistemas com diferentes graus de sustentabilidade
e considera mais sustentáveis aqueles sistemas que, dados inputs e outputs
semelhantes, (i) usam menos inputs não-renováveis e/ou (ii) usam menos
inputs externos renováveis. De acordo com esta abordagem, portanto, é
mais razoável tentar reduzir o número e o impacto das ações insustentáveis
do que pretender atingir um estado absoluto de sustentabilidade que, na
prática, pode não existir. Em vista disso, no contexto do manejo de doenças
de plantas, o caminho para a sustentabilidade passa pela abordagem do
manejo integrado de pragas e doenças (do inglês Integrated Pest and
Disease Management - IPDM).
SISTEMAS SUSTENTÁVEIS
Sistemas estáveis caracterizam-se por apresentar variação de
comportamento dentro de sua faixa normal de operação, mesmo que tal ocorra
com o uso de inputs crescentes. Sistemas sustentáveis, por sua vez, também
implicam em comportamentos dentro de faixas normais de operação, mas,
diferentemente dos sistemas estáveis, pressupõem inputs estáveis.
Sistemas devem ser modelados de forma a permitir a definição clara
tanto das características como das configurações de seus elementos que levam
à sua sustentabilidade ou à sua insustentabilidade. As possíveis ameaças à
sustentabilidade de um sistema podem ser classificadas de duas formas:
(i) ameaças internas e (ii) ameaças externas. Ambas levam igualmente à
insustentabilidade, mas a visão sistêmica do processo, principalmente sob
o ponto de vista do projeto e da operação de sistemas, permite julgar a
importância relativa dos dois tipos de ameaça: as internas são mais sérias que
as externas. Há autores, inclusive, que não consideram eventuais disfunções do
sistema devidas a fatores externos como indicadoras de insustentabilidade.
Além desses, três pontos adicionais merecem ser discutidos: (i)
sistemas não têm delimitação natural; a delimitação depende do problema
que a abordagem sistêmica espera resolver; (ii) tanto o conceito de
sustentabilidade quanto o de estabilidade pressupõem a dimensão tempo; sua
duração depende do sistema estudado e do objetivo do estudo; (iii) sistemas
sustentáveis implicam na possibilidade de ocorrência de disfunções bem
definidas, que podem levar o sistema a comportamentos fora de sua faixa
normal de operação; não se pode, assim, chamar de sustentável um sistema
incapaz de falhar, seja por motivos lógicos, seja por motivos físicos.
AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
Agricultura sustentável pode ser conceituada de diversas maneiras,
assim como há diversos caminhos para chegar até ela. Serão considerados
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
neste trabalho os conceitos de agricultura sustentável no (i) senso estrito, no
(ii) senso amplo e no (iii) senso pragmático. Quanto aos caminhos, serão
abordados o (i) manejo e o (ii) projeto (ou design) de sistemas.
O conceito de agricultura sustentável no senso estrito baseia-se no
conceito de sustentabilidade discutido no item anterior. Sistemas sustentáveis,
como apresentado, são aqueles que exibem comportamentos dentro de sua
faixa normal de operação quando alimentados por inputs estáveis. Assim,
tanto os inputs do sistema (área física, mão-de-obra, máquinas, sementes,
fertilizantes, defensivos, energia, etc.) como seus outputs (produção,
principalmente) são relevantes na conceituação de agricultura sustentável.
Para tal, a relação entre índice de output e índice de input precisa ser calculada.
Essa relação é chamada de Fator Total de Produtividade (na língua inglesa,
Total Factor Productivity - TFP). Mais abrangente que o TFP é o chamado
Fator Social Total de Produtividade (Total Social Factor Productivity TSFP) que, além dos fatores já mencionados, considera também o que os
economistas chamam de externalidades do sistema, ou seja, outros outputs
além da produção, quase sempre indesejáveis, como, por exemplo, a erosão
ou a contaminação de mananciais de água por pesticidas.
Agricultura sustentável no senso estrito, portanto, implica em
tendência não-negativa do TSFP durante o período de tempo considerado.
Tendo em vista que esse período de tempo deve ser suficientemente longo
e levando em conta a dificuldade de obtenção de dados reais de campo com
inputs conhecidos e estáveis, a quantificação do TSFP é mais facilmente
feita nos chamados experimentos de longo prazo, como, por exemplo,
aqueles conduzidos na Rothamsted Experimental Station, no Reino Unido,
desde 1856 até nossos dias.
O conceito de agricultura sustentável no senso amplo, porém, como
o próprio nome indica, deve incluir outros critérios de sustentabilidade.
Assim, além de biologicamente sustentável, o agroecossistema deve ser
também física, econômica e socialmente sustentável, além de não provocar
poluição tanto interna quanto externamente ao sistema. Adicionalmente,
deve ser capaz de, pelo menos, manter a produtividade e a qualidade atuais.
Atingir esses objetivos não é e não será tarefa fácil. Por outro lado, a
sustentabilidade econômica não é nem necessária e nem suficiente para que
um sistema alcance a sustentabilidade biológica. A análise ficará, certamente,
mais complexa quando a sustentabilidade social for também considerada.
Em vista das dificuldades ainda insuperáveis para definir
operacionalmente o agroecossistema sustentável no senso amplo, faz
mais sentido defini-lo no senso pragmático. A tarefa, agora, é mais fácil,
como acontece sempre que determinado problema é simplificado. Um dos
caminhos para tanto é admitir que sustentabilidade não é um atributo absoluto
de sistema. Assim, seguindo essa linha de pensamento, sustentabilidade
pode existir em diferentes graus e, conseqüentemente, os agroecossistemas
podem ser mais ou menos sustentáveis. Quando dois sistemas com inputs e
outputs semelhantes são comparados, será mais sustentável aquele que (i)
fizer menor uso de inputs não-renováveis e/ou (ii) fizer menor uso de inputs
externos renováveis. Essa maneira pragmática de encarar o conceito de
sustentabilidade tem o mérito de facilitar o processo de tomada de decisão,
tanto do ponto de vista estratégico como do ponto de vista tático, fugindo
assim de discussões abstratas e estéreis sobre sustentabilidade no sentido
amplo e absoluto.
A agricultura sustentável no senso pragmático também tem
implicações na sempre presente polêmica entre os defensores do manejo do
agroecossistema atual, de um lado, e os defensores de um novo projeto (ou
design) para o agroecossistema. Os primeiros acreditam que o modelo atual de
agricultura é bom e com alguns ajustes pode vir a ser sustentável. O segundo
grupo acredita que o modelo atual está esgotado e que a hora é chegada
de tudo mudar. Neste segundo grupo têm-se destacado principalmente os
defensores da chamada agricultura de low-input e da agricultura orgânica:
apesar de contar com defensores fervorosos, entusiasmados e muitas vezes
ruidosos, seu número ainda não é relevante, o que indica que a sociedade
como um todo ainda não está disposta a trocar a ainda segura sustentabilidade
econômica por uma não testada sustentabilidade ecológica.
DOENÇAS, MANEJO E AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
O controle de doenças na agricultura, seja ela sustentável ou não, diz
a literatura, deve ser feito segundo a filosofia do manejo integrado de pragas
e doenças, conhecida pela sigla IPDM (do inglês, Integrated Pest and
S9
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
O limiar de dano econômico, também diz a literatura, é a pedra
fundamental do manejo integrado. No entanto, apesar de toda essa
unanimidade, tanto o IPDM quanto seus limiares raramente encontraram
o caminho que os levaria até os campos dos produtores. A despeito disso,
o uso generalizado do manejo integrado no futuro é visto por muitos como
uma verdade inescapável. A seu favor, e contra a drástica abordagem que
prega um novo projeto de agricultura, a pergunta colocada a seguir é de
difícil refutação: por que um projeto novo se o manejo do projeto antigo
ainda não foi explorado?
human kind, through natural intoxication or biological weapons. A better
knowledge of these poisons soon appeared necessary in order to develop
methods for detection or detoxification. On the other hand, some of these
active molecules proved very useful, when properly used, as medicinal
substances (1, 2). Among the first toxins to be discovered, in 1888-1990,
were three bacterial toxins responsible for severe pathologies: diphtheria,
tetanus and botulism respectively (3). Because these toxins, as well as
most bacterial toxins identified so far, were small modified peptides, the
word “toxin” in bacteriology was restricted to the biological poisons of
proteinaceous nature. In other fields of biology, where toxins are mainly
low molecular weight compounds with a wide range of chemical structure,
the word “toxin” refers to any toxic organic molecule of biological origin.
SUSTENTABILIDADE E IPDM
FUNGAL TOXINS
Nos locais do mundo onde tem sido utilizado persistentemente
há vários anos o IPDM tem se mostrado um sistema sustentável,
robusto internamente, capaz de indefinidamente manter as doenças em
níveis suficientemente baixos. Convencer os agricultores a respeito da
superioridade do IPDM em relação a táticas de controle menos holísticas,
como aquela baseada num calendário fixo de aplicação de pesticidas, é,
talvez, o maior desafio a ser enfrentado pelo fitopatologista de hoje. Para
atingir esse objetivo e levar a filosofia do IPDM a ser praticada no campo
em larga escala, determinadas medidas são propostas a seguir, algumas de
fácil implementação, outras dependentes de suporte governamental, outras
ainda a necessitar maior esforço da pesquisa: (i) determinar limiares de dano
econômico mais dinâmicos, mais precisos, mais fáceis de serem atualizados,
específicos para cada situação de produção; (ii) levar em conta o patossistema
múltiplo, aplicando a abordagem da área foliar verde remanescente da
planta; (iii) introduzir o efeito de externalidades no cálculo do limiar de
dano econômico, o que acarretará um menor uso de pesticidas; (iv) por meio
de pesquisas mais holísticas, reduzir a dependência do agroecossistema em
pesticidas; (v) reduzir o volume de aplicação de pesticidas, mesmo que
por meios legais, como já vem sendo feito em alguns países europeus; (vi)
priorizar os serviços de extensão, relegados ao abandono em várias partes
do mundo; (vii) agilizar a avaliação das variedades transgênicas resistentes
a pragas e doenças para que, caso liberadas, possam ser pesquisadas com
maior ênfase e colocadas à disposição dos agricultores.
Researches on secondary metabolites produced by filamentous
fungi were developed with the objective to discover useful bioactive
substances such as antibiotics or herbicides but also to face the problem of
parasitism in plants (4). Some toxin-producing fungi developing on plants
or plant-derived products may represent a serious threat as contaminants
of the food chain, causing intoxication in humans or animals. The word
“mycotoxins” describes secondary metabolites of low molecular weight,
toxic for vertebrates, and produced by filamentous micromycetes (which
excludes toxins from macromycetes). So far, more than 300 mycotoxins
have been listed, from which only a dozen, belonging to 3 main genera
(Aspergillus, Penicillium and Fusarium), are regularly involved in human
or animal intoxications (Table 1). Whether or not the mycotoxins produced
by plant-hosted fungi are also determinants of pathogenicity in the host
plant is not always very clear (5). However, progresses in the cloning of
genes involved in the mycotoxins biosynthesis pathways, together with
techniques of gene disruption, should allow demonstrating the role of each
toxin in phytotoxicity.
Disease Management). Mesmo as multinacionais de pesticidas não ousam
discordar desse paradigma, defendido num sem-número de publicações
antigas e modernas.
13/08/2007 | Tarde
Sessão A1: Fitoxinas Microbianas
Phytotoxins can be divided into two categories, based on selectivity
(= specificity): non-host-selective and host-selective toxins. Non-hostselective toxins are involved in a broad range of plant-fungus interactions,
and will therefore not usually determine the host range of the pathogen
producing them. Although they generally act as virulence factors and
intensify the symptoms severity, they are not absolutely required for
establishing the disease (6). Host-selective toxins (HSTs), are both
determinants of pathogenicity (the purified toxin is able to induce the
disease) and host-range (the purified toxins share the same host range as
the organisms that produce them). Several reviews on HSTs are available
(7-9). In many pathosystems, disease occurs only in the absence of either
the pathogen avirulence gene or the corresponding plant resistance gene,
following the famous gene-for-gene theory. The product of the avirulence
gene is referred to as “agent of incompatibility”. In contrast, in the case of
HST-producing pathogens, the toxin can be referred to as “virulence factor
or “agent of compatibility” in the sense that it triggers pathogenicity by
inducing host cell death, for the physiological benefit of the pathogens (7,
9). Host cell death therefore is a common feature to both interaction types,
but while it occurs as a resistance mechanism in one case (hyper-sensitive
reactions), it is causal of the disease in the other case.
FUNGAL PHYTOTOXINS; STORY-CASE OF CASSIICOLIN,
A NEW PROTEINACEOUS HOST-SELECTIVE TOXIN FROM
Corynespora cassiicola. Valérie Pujade-Renaud1, Frédéric de Lamotte2,
Philippe Barthe3, Christian Roumestand3. 1CIRAD-UMR DAP, TA
80/03, Avenue Agropolis, 34398 Montpellier cedex 5, France. 2INRAUMR DAP, 2 place Viala, 34060 Montpellier Cedex, France. 3Centre de
Biochimie Structurale, UMR 5048 CNRS/UM1 - UMR 554 INSERM/
UM1, 29 rue de Navacelles, 34090 Montpellier Cedex, France.
Most phytopathogenic fungal toxins are low-molecular weight
secondary metabolites of widely diverse chemical structures, including
cyclic peptides, terpenoids, polyketides,…(Tables I and II). They are
assembled by large enzymatic complexes encoded by co-regulated clustered
genes, including non ribosomal synthetase or polyketide synthase. In rare
cases, HSTs can be proteins encoded through classical ribosomal synthesis.
Their mode of action can be as varied as their chemical structure, although
it remains still largely unknown in most cases.
TOXINS: FOR THE WORST AND THE BEST
CASSIICOLIN, A NEW PROTEIN HOST-SELECTIVE TOXIN,
CAUSAL AGENT OF THE CORYNESPORA LEAF FALL DISEASE
IN RUBBER TREE.
Por fim, é imperioso lembrar que sustentabilidade, conceito da moda
e utilizado em tantos contextos diferentes como uma verdade absoluta, não é
a única característica desejável de um agroecossistema. Deve-se ter em mente
que, com muita freqüência, uma solução de compromisso poderá ser necessária,
seja para manter a produtividade indispensável à sobrevivência, seja para
caminhar em direção à eqüidade social tão procurada e cada vez mais distante.
Toxins are poisons produced by natural organisms that disturb the
normal functioning of other organisms, by altering specific target molecules
usually at low concentrations. Bacteria, viruses, fungi, algae, plants
or animals, most genera include species able to produce toxins, which
generally confer a physiological advantage to the organisms that produce
them. The scientists’ interest for natural poisons has largely increased for
the past 4 decades for two reasons: On one hand, toxins can be a threat for
S 10
Corynespora cassiicola is a phytopathogenic ascomycete with
a wide host range (390 records for Corynespora cassiicola in the
SBML Fungus-Host Distributions database), including economically
important crops such as rubber tree, tomato, cucumber, cotton,
soybean, tobacco, cocoa…. It generates necrotic lesions on most
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
organs of target species, affecting growth, yield, and in severe cases
leading to the death of the plant.
In rubber tree, Corynespora Leaf Fall Disease (CLFD) is
characterized by necrotic lesions developing along the leaf veins and
giving a typical “fish-bone” appearance (16). Both young and mature
leaves can be affected, leading to massive defoliation. First reported in
India and Malaysia, CLF disease has sprayed rapidly since and is now a
major problem in most Asian and African rubber producing areas where
it accounts for up to 25% of yield loss. Although many plants can be
affected by C. cassiicola, each isolate has a specific range of host species,
and even a specific range of host genotypes within species. Various strains
of Corynespora display symptoms of various severity depending on the
host genotype, going from HR(“hypersensitive response”)-like responses
in resistant interactions, with a very limited necrotic spot at the infection
site, to the development of water-soaked necrosis through the whole leave.
Tolerant interactions display intermediate symptoms.
It soon appeared that a toxic substance was produced by the
fungus, since crude filtrates from C. cassiicola cultures were able to
induce disease symptoms. We have purified this toxin, named cassiicolin,
from the supernatant of a C. cassiicola culture (strain CCP, isolated
from rubber tree in Philippines). Our optimized protocol involved one
step of reverse phase chromatography on GE Healthcare Source 15 RPC
columns, followed by size exclusion chromatography on a GE Healthcare
Superdex 30 Prep-Grade column (14). The toxicity of the fractions was
monitored on detached rubber tree leaves of the sensitive genotype
PB260. Exogenous application of purified toxin and fungal inoculation
induced identical cellular damages in rubber tree leaves, including
plasmolysis and chloroplast alterations. Cassiicolin behaves like a typical
host-selective toxin, sharing the same host range as the fungus strain it
originates from (15, 17).
The structure of cassiicolin was determined by mass spectrometry,
amino acid sequencing (Edman) and NMR spectroscopy (14, 15).
Cassiicolin is a small peptide of 27 amino acids, with 6 cysteins involved
in 3 disulfide bounds and 2 post-translationally modified residues: an Nterminal pyroglutamatic acid and a threonine with a single methyl-mannose
in the second position. Cassiicolin shares no sequence homology with any
previously described peptide or protein. Its over-all fold consists of three
strands arranged in a right-handed twisted, antiparallel ß-sheet knitted
by the three disulfide bonds. Comparative analysis of the 3D structure,
using the FAT-CAT server (http://fatcat.burnham.org/), revealed a similar
fold within a family of small trypsin-like protease inhibitors isolated from
grasshoppers (18). However, cassiicolin shares no sequence homology with
these protease inhibitors and lacks their characteristic substrate binding
loop. Probably, this simple, compact, and well organized structural motif
represents one of the few highly stabilized “minimal” scaffold – with a high
sequence permissiveness – that nature has selected to evolve over different
phylla and to support different functions. So far, the action mechanism of
cassiicolin remains unknown.
Among the fungal Host-Selective Toxins (HSTs) characterized so
far, very few are proteins (Table 2). The first and best characterized protein
HST is Ptr ToxA, produced by Pyrenophora tritici-repentis, causal agent of
Tan (or yellow) spot in wheat (19-21). It is encoded by a single gene (22).
Ptr toxA is imported into toxA-sensitive but not –insensitive mesophyll
cells, probably following a mechanism similar to the vitronectin-integrin
internalization system in mammalian cells (12, Manning, 2005 #1873).
Once internalized, Ptr ToxA interacts with a chloroplast-localized protein
(23). Virulence of the fungus requires both the production of Ptr ToxA and
the presence in the wheat genome of a dominant susceptibility gene, Tsn1
(24, 25). Sensitivity to the purified toxin collocates to the same genetic locus
as susceptibility to the disease. Recently, a gene sharing 99.7% similarity
with Ptr ToxA was discovered in the genome of Stagonospora nodurum,
another major wheat pathogen. Sn ToxA, like Ptr ToxA, interacts with the
sensitivity locus Tsn1 in wheat. The ToxA gene from S. nodurum may have
been transferred to P.tritici-repentis by horizontal gene transfer (26).
Ptr ToxB, an other HST produced by P. tritici-repentis, is also a
protein, encoded by a multi-copy gene, ToxB (13, 27, 28). Interestingly,
a related gene, toxb, was identified from a non pathogenic isolate. Until
then, HST genes had been found exclusively in pathogenic isolates with
no corresponding allele or locus in non pathogenic isolates. ToxB and toxb
genes differ in their transcriptional regulation
Although Pyrenophora tritici-repentis represents an interesting
model as the first described phytopathogenic fungus producing proteinaceous
HSTs, it does not provide clues about the putative function of cassiicolin,
which is structurally unrelated to Ptr toxins.
Table 1. The main mycotoxins. Review (5). Ph.: phytotoxicity
Toxin
Fungus
Chemical structure
Ph
Trichothecenes (T-2 toxin,
Fusarium spp
Cyclic sesquiterpenes
Yes
Fumonisins (B1, B2, B3, B4)
Fusarium moniliforme
Amino polyalcohols.
Yes
Aflatoxines (B1, G1)
A.s flavus, A. parasiticus
Polyketides (Bisfuranocoumarins)
Yes
Ergot alkaloids
Claviceps purpurea
Alkaloids derived from amino
nivalenol, deoxinivalenol)
acids and isoprenoids precursors
(Clavine, ergotamine)
Zearalenones
Fusarium graminearum.
Poliketides
Ochratoxines
Aspergillus and penicillium spp.
Chlorinated cyclic pentaketides
Eniatins
Fusarium spp
Cyclic depsipeptides
Beauvericins
Fusarium spp
Cyclic depsipeptides
Moniliformin
Fusarium spp
Cyclobutane derivative
Yes
Patuline (clavacine)
Aspergillus and Penicilium spp.
Cyclic tetraketide
Yes
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
Yes
S 11
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Table 2. Fungal host-selective toxins. Reviews (9, 10)
Toxin
Fungus (pathotype)
Chemical structure
Ref.
Victorin
T-Toxins
HC-Toxins
HS-toxins
AAL-toxin
AK-toxin
ACT-toxin
AF-toxin
ACTG-toxin
ACRL-toxin
AM-toxin
Maculosin
AS-toxin
Destruxin B
PM-toxin
Peritoxins (A, B)
SV-toxin
Ptr-Tox A
Ptr-Tox B
Cassiicolin
Cochliobolus victoriae
Cochliobolus heterostrophus
Cochliobolus carbonum
Bipolaris sacchari
Alternaria alternata (tomato)
A. alternata (japanese pear)
A. alternate (tangerine)
A. alternata (strawberry)
A. alternata (tangerine)
A. alternata (rough lemon)
A. alternata (apple)
A. alternate (spotted knapweed)
A. alternata (sunflower)
Alternaria brassicae
Phyllosticta maydis
Periconia circinata
Stemphylium versicarium
Pyrenophora tritici-repentis
Pyrenophora tritici-repentis
Corynespora cassiicola
Cyclic pentapeptide (halogenated)
Linear polyketols
Cyclic tetrapeptides
Glycosylated sesquiterpenes
Aminopentol esters
Epoxy-decatrienoic esters
Epoxy-decatrienoic esters
Epoxy-decatrienoic esters
Terpenoid
Terpenoid
Cyclic tetrapeptide
Diketopiperazine cyclo(-L-Pro-L-Tyr-)
Peptide
Cyclic hexadepsipeptide
Linear polyketols
Cyclized peptide /chlorinated polyketide
Partially characterized
13,2 kDa protein
6.6 kDa protein
2.9 kDa polypeptide
(9)
(9)
(9)
(9)
(10)
(10)
(10)
(10)
(10)
(10)
(10)
(10)
(10)
(10)
(9)
(9)
(11)
(9, 12)
(9, 13)
(14, 15)
CONCLUSION
Cassiicolin is a new host-selective toxic protein, sharing no homology
with any previously described protein, which suggests a new mechanism of
aggression in plants. The structural characterization of cassiicolin opens the
way to cloning of the corresponding gene. The analysis of its diversity and/
or differential regulation among various isolates, together with the search for
the target molecule in the host plant, will help understanding the interaction
mechanisms and host-selectivity of the toxin. Another question to address
will be the importance of the sugar moiety for toxicity. Post-translational
modifications are known to play a key role in the activity of some toxic
molecules. As an example, deglycosylation of a phytotoxin associated
with sheath blight disease in rice, via an extracellular α-glucosidase from
Trichoderma viride, resulted in the inactivation of the toxin (29). The
structural characterization of cassiicolin also provides a new basal motif
that could be used for the design of analogue proteins with novel functions,
including antagonists.
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S 12
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Bactérias Fitopatogênicas e Suas Toxinas. Reginaldo da Silva Romeiro
& Flávio Augusto de Oliveira Garcia. Universidade Federal de Viçosa,
Departamento de Fitopatologia, Campus UFV, Viçosa-MG, e-mail:
[email protected]. Plant pathogenic bactéria and their toxins.
Fitobactérias sintetizam toxinas por uma questão de sobrevivência
(Jennings et al., 1998). O fato é que plantas são reservatórios abundantes
de nutrientes e a produção de fitotoxinas é um das muitas e sofisticadas
ferramentas de que o patógeno dispõe para combater os mecanismos de
defesa da planta e poder utilizar esses nutrientes. Do ponto de vista do
fitopatógeno, se é que ele tem um, a planta é apenas mais um habitat ou um
nicho repleto de nutrientes que ele pode utilizar se conseguir (Abramovitch
& Martin, 2004). A seguir será feita uma abordagem clássica sobre
fitotoxinas produzidas por bactérias que incitam doenças em plantas e o
significado biológico e fitopatológico dessas mesmas fitotoxinas, mas sem
incursões na área de Biologia Molecular nem abordagens detalhadas em
nível de Genômica ou Proteômica.
A PESQUISA COM FITOTOXINAS EM SEUS PRIMÓRDIOS
Talvez o primeiro relato seja de Anton de Bary que, por volta de
1886, teria postulado que doenças de plantas têm a haver com toxinas
produzidas por patógenos. A maioria dos trabalhos que vieram a seguir, no
final do século XIX e início do século XX, concentravam-se em estudos
com filtrados de culturas. Gaümann (1954), marcou época ao afirmar que
microrganismos só são patógenos se toxogênicos. Um avanço importante
foram os trabalhos do pesquisador japonês Tanaka (1933), o qual levantou
o conceito de especificidade de hospedeiro, ao trabalhar com a toxina de
Alternaria kikuchiana e variedades de pêra japonesa resistentes e suscetíveis
ao patógeno. O estudo de fitotoxinas produzidas por fitopatógenos e seu
verdadeiro papel no fenômeno de patogênese continua sendo, nos dias que
correm, um tema continuamente investigado e de grande interesse.
SER OU NÃO SER UMA FITOTOXINA
Compostos sintetizados por patógenos e que são tóxicos ao hospedeiro
podem ser úteis para explicar os sintomas de doenças (Strange, 2007). Se
qualquer composto com essas características pode ou deve ser considerado
uma toxina é uma questão de conceito. Afinal, filtrados e, ou, sobrenadantes de
cultura de quase qualquer microrganismo, se aplicado em plantas, pode exibir
algum grau ou sintoma de fitototxidez. No contexto deste trabalho, não se está
considerando como toxina: proteínas efetoras codificadas pelo agrupamento
hrp, enzimas de qualquer natureza nem exopolissacarídeos capsulares, embora
esses três aspectos sejam brevemente abordados, a seguir:
a) Proteínas efetoras como fatores bacterianos de virulência e
patogenicidade - Bactérias fitopatogênicas usam o Sistema Secretório
Tipo III (SSTT) para injetar proteínas efetoras (PE) em células do
hospedeiro e a existência do SSTT e das PE é essencial para que a
bactéria infecte e se multiplique nos tecidos da planta (Nomura et al.,
2006). Essas PEs são codificadas pelo agrupamento gênico hrp.
CONCEITO DE FITOTOXINAS
Qualquer fitopatógeno cultivado em meio líquido de cultura vai
produzir algum tipo de substância tóxica plantas. A possibilidade de se
obterem mutantes não toxogênicos de patógenos tem se transubstanciado
em uma ferramenta útil para se investigar o real papel de substâncias
aparentemente tóxicas a hospedeiros como toxinas. Por exemplo, no
patossistema cana de açúcar- Xanthomonas albilineans, o patógeno produz
albicidinas, que são tidas como fitotoxinas. Demonstrou-se Zhang &
Birch (1997), que o agente de biocontrole Pantoea dispersa, isolamento
SB1403, é capaz de metabolizar albicidinas e que mutantes de incapazes
de metabolizar albicidinas, não eram eficientes agentes de biocontrole.
Mutantes de Pseudomonas syringae, isolamento B728a, não produtores da
toxina siringomicina, quando inoculados em feijoeiro, não causavam lesões
(Kitten et al., 1998).
Em conclusão, uma boa definição para fitotoxina tem sido a de Durbin
(1981), para o qual fitotoxinas seriam substâncias orgânicas, de origem
microbiana, não enzimáticas e que, atuando em baixas concentrações,
ocasionam alterações mórbidas e deletérias a tecidos de plantas, estando
claramente associadas com patogenicidade e virulência.
FITOTOXINAS E SUA CLASSIFICAÇÃO
Fitotoxinas bacterianas encompassam um grupo heterogêneo de
substâncias que têem em comum o fato de se constituírem em mecanismos
de ataque a plantas. Classificá-las conforme a estrutura química é difícil
face à heterogeneidade e quanto ao modo de ação também, pois uma mesma
fitotoxina pode atuar de várias formas ao mesmo tempo. Contudo, pelo
menos de três formas elas podem ser agrupadas, como discutido a seguir.
a) Fitotoxinas bacterianas e o tamanho de suas moléculas – a
maioria das fitotoxinas como tabtoxina, siringomicina, faseolotoxina
e coronatina são moléculas pequenas (Durbin, 1991), com massa
molecular menor que 1000 Daltons. Contudo, Strobel (1977),
assim como Romeiro & Miura (1989), mencionam fitotoxinas de
natureza glicoproteica produzidas por subespécies de Clavibacter
michiganensis capazes de induzir murcha em tomateiro.
b) Fitotoxinas bacterianas e efeitos deletérios mais comuns em
plantas – as mais diversas alterações mórbidas em plantas podem
ser causadas por fitotoxinas. Por exemplo, existem fitotoxinas
tipicamente causadoras de murcha como glicoproteínas fitotóxicas
sintetizadas por subespécies de C. michiganensis (Romeiro &
Miura, 1989; Strobel, 1977). A tabtoxina é uma típica causadora
de clorose (Kimura et al., 2001), assim como a coronatina (Bender,
1999) ao passo que a siringomicina é uma causadora de necrose
(Strange, 2007).
c) Fitotoxinas bacterianas e especificidade de hospedeiro
– toxinas produzidas por fitopatógenos podem ou não apresentar
especificidade de hospedeiro (Durbin, 1981). Dentro deste espírito,
a toxina com especificidade de hospedeiro só é capaz de causar
danos aos tecidos de hospedeiros compatíveis e mesmo dentro de
uma espécie de hospedeiro, variedades suscetíveis ao patógeno são
muito mais sensíveis aos efeitos da fitotoxina que as resistentes.
A maioria das fitotoxinas produzidas por fitobactérias como
tabtoxina, coronatina, albicidina, etc. não exibem especificidade
de hospedeiro (Bender, 1998).
b) Enzimas - Algumas bactérias fitopatogênicas incitam podridões
moles e a maneira pela qual o fazem é relativamente bem estudada
e conhecida. Quando a fitobactéria pectolítica penetra o órgão
vegetal, como mecanismo de ataque, ela produz pectinases, que
são enzimas que degradam a pectina (Goodman et al., 1986). As
pectinases dissolvem enzimaticamente a lamela média, fazendo
com que o tecido perca sua rigidez, tornando-se mole. Neste
trabalho, enzimas pécticas, embora importantes no processo de
patogênese, não estão sendo consideradas toxinas.
ALTERAÇÕES MÓRBIDAS EM PLANTAS PELA AÇÃO DE
FITOTOXINAS BACTERIANAS
c) Exopolissacarídeos - A cápsula bacteriana é de composição
tipicamente polissacarídica e esse polissacarídeo, por ser o mais
externo à célula, costuma ser denominado exopolissacarídeo ou
EPS (Stanier et al., 1986). Algumas pesquisas em Fitobacteriologia
têm atribuído uma possível função de toxina para o EPS capsular,
embora isso não possa ser considerado verdade para todas as
bactérias fitopatogênicas e só esteja comprovado para o caso de
algumas espécies (Athayde & Romeiro, 1983; Goodman et al.,
1976; Kelman, 1954).
Segundo muitos autores Bender et al.(1999), Strange (2007),
fitotoxinas bacterianas podem, do ponto de vista visual, causar as mais
diferentes alterações em plantas como necroses, cloroses, murchas,
enfezamento, malformação de órgãos, etc. Podem também causar alterações
histológicas, citológicas e mesmo afetar a estrutura e a funcionalidade
de organelas do hospedeiro como cloroplastos, mitocôndrios, vacúolos,
sistema de membranas e assim por diante. Podem também interferir com
processos vitais da planta como fotossíntese, respiração e transporte bem
como provocar o acúmulo de substâncias tóxicas como amônea.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
S 13
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
PRINCIPAIS MODOS DE AÇÃO DE FITOTOXINAS
Dentre os principais modos de ação das fitotoxinas sintetizadas por
bactérias fitopatogênicas, podem-se mencionar os que se seguem.
1. Alterações na permeabilidade de membranas
Bactérias fitopatogênicas são típicos parasitas extracelulares,
multiplicando-se por entre células, no fluido existente nos espaços
intercelulares (Romeiro, 2005). Muitas fitotoxinas ocasionam alterações
na permeabilidade do sistemas de membranas do hospedeiro (Goodman et
al., 1986). Em decorrência, há o que se denomina vazamento eletrolítico,
com saída mais que usual de nutrientes do interior da célula para os espaços
intercelulares e comprometimento de funções vitais do tecido infectado. Já
foi demonstrado (Backman & Devay, 1971), que a siringomicina, tipicamente
causadora de necrose, induz a formação de poros na membrana plasmática
da célula do hospedeiro. A molécula da siringomicina insere-se na camada
dupla de fosfolipídeos da membrana originando poros que permitem o livre
fluxo de K+, H+, Ca++ o que acarreta a morte das células da planta.
2. Interferência com a fotossíntese
Muitas toxinas bacterianas induzem clorose, o que evidencia
interferência com o processo de fotossíntese. A coronatina, por exemplo,
induz uma clorose generalizada em diversas plantas. Se a planta necessita
de ATP para a síntese de moléculas de defesa, o bloqueio do processo
fotossintético afigura-se como um mecanismo de ataque de patógenos
bacterianos. Tecidos de tomateiro expostos a coronatina possuem
cloroplastos menores, que se coram mais intensamente e parecem ter sua
estrutura alterada (Palmer & Bender, 1995). A tabtoxina parece induzir
danos à membrana dos cloroplastos e provocar o desacoplamento da
fotofosforilação (Turner & Debbage, 1982).
3. Danos a organelas
Danos à membrana dos cloroplastos são causados pela tabtoxina
(Turner & Debbage, 1982), assim como a coronatina parece ocasionar
um acúmulo de material protéico em vacúolos de células de tomateiro e o
espessamento da parede celular. Johnson & Strobel (1970), descreveram um
glicopeptídeo fitotóxico produzido extracelularmente por C. michiganensis
subsp. sepedonicus que danifica a estrutura do sistema de membranas de
plantas. Rott et al. (1996), relatam que albicidina bloqueia a diferenciação
de cloroplastos em cana de açúcar.
4. Síndrome de transporte (Murcha)
Algumas fitotoxinas bacterianas podem causar murcha, como a
glicoproteína descrita por Johnson & Strobel (1970). Também Romeiro
& Miura (1989), estudaram glicoproteinas fitotóxicas sintetizadas por C.
michiganensis subsp. michiganensis que causavam murcha em tomateiro.
King et al. (2001), relatam que a taxtomina A, uma fitotoxina sintetizada por
Streptomyces scabies, causa murcha em plântulas de diversas espécies.
5. Inibição de enzimas do hospedeiro
A faseolotoxina, produzida por P. syringae pv. phaseolicola, é um
inibidor competitivo da ornitina-carbamil-transferase (OCTase). OCTase é
uma enzima crítica no ciclo da uréia, responsável pela conversão da ornitina
juntamente com carbamil-fosfato em citrulina e sua inibição ocasiona um
acúmulo anormal de ornitina nos tecidos e deficiência de arginina, o que
resulta em clorose.
6. Gênese e acúmulo de metabólitos tóxicos
Tabtoxina é uma β-lactana monocíclica produzida por patovares de P.
syringae como “tabaci”, “coronafaciens” e “garcae”, dentre outros. Quando
a bactéria a sintetiza e libera no interior dos tecidos, aminopeptidases da
planta a hidrolizam, originando treonina e tabtoxina-β-lactana (TBL) que é
a região biologicamente ativa da molécula da fitotoxina. TBL, por sua vez,
inibe irreversivelmente glutamina-sintetases, com dois efeitos altamente
danosos para os tecidos infectados. Primeiramente, a síntese de glutamina
nos tecidos cessa, bloqueando a síntese exata de certas proteínas e, em
segundo lugar, glutamina-sintetases são o principal mecanismo em plantas
para detoxificar amônea. Acúmulo de amônea resulta em necrose, danos a
cloroplastos, interferência com a fotofosforilação e assim por diante.
S 14
7. Bloqueio de defesas da planta
As rotas de sinalização do ácido salicílico (SA) assim como as de
jasmonatos (JA) e de etileno coordenam respostas de defesa de plantas
a ataques de patógenos (Kunkel & Brooks, 2002). Essas rotas interagem
entre si, modulando-se reciprocamente e às vezes uma inibindo a outra,
via interações bioquímicas extremamente complexas. Por exemplo, a
sinalização de JA inibe respostas dependentes da sinalização de SA tanto
em Arabidopsis como em tomate (Zhao et al., 2003). Wasternack & Parthier
(1997), chamaram a atenção para semelhança estrutural e funcional entre a
fitotoxina coronatina (COR) e metil-jamonato (MeJA). Quando aplicados,
tanto MeJA como COR induzem respostas semelhantes em plântulas de
Arabidopsis e tem-se sugerido que COR funciona como uma imitação
molecular de MeJA (Uppalapati et al., 2005). Feys et al.(1994) obtiveram
um mutante (coi1) de Arabidopsis insensível a COR e que se mostrou
também insensível a MeJA, o que sugere possuírem os dois compostos um
modo semelhante de ação. No entender de Abramovitch & Martin (2004),
COR ativa a rota de sinalização de JÁ a qual, através de mecanismos ainda
pouco conhecidos, inibe a rota de sinalização de SA suprimindo as defesas
por ela governadas.
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE FITOTOXINAS
1. Fitotoxinas bacterianas como herbicidas
King et al. (2001), trabalharam com 11 taxtominas que são fitotoxinas
sintetizadas por S.scabies visando seu uso potencial como herbicidas.
Como plantas-teste a serem controladas empregaram Helianthus annuus
(HELAN), Ipomoea hederacea, Echinochloa crusgalli e Avena fatua.
A Taxtomina-A era a mais ativa biologicamente, comportando-se como
conhecidos inibidores da síntese de celulose como Diclobenil e Isoxaben.
2. Fitotoxinas bacterianas como ferramentas de seleção para
resistência
Goodman et al. (1978), trabalhando com a queima da macieira e da
pereira (E. amylovora), constataram que o EPS capsular, quando isolado
e purificado, possuía a função de toxina, e, mais ainda, uma toxina com
especificidade de hospedeiro. Desenvolveram então um bioensaio em
que utilizavam a amilovorina purificada para a seleção para resistência.
Quando galhos jovens do suscetível eram mergulhados em soluções do
EPS purificado, os galhos de plantas suscetíveis murchavam muito mais
rapidamente que os de plantas resistentes.
3. Fitotoxinas bacterianas como ferramentas auxiliares na
diagnose e na identificação de fitobactérias
No passado, quando as espécies de Pseudomonas sp. ainda eram
divididas em fluorescentes e não fluorescentes, a capacidade de sintetizar
siringomicina e toxinas semelhantes permitia diferenciar P. syringae pv.
syringae e patovares estreitamente relacionados como P. syringae pv.
atrofaciens e P. syringae pv. aptata, com base em um bioensaio de antibiose,
posto que essas toxinas eram capazes de inibir fungos como Geotrichum
candidum e Rhodotorula pilimanae, em baixas concentrações. Assim,
Kairu (1997), utilizou a sensibilidade de G. candidum a siringomicina
para diferenciar P. syringae pv. syringae de P. syringae pv. garcae. Gross
& Devay (1977), utilizaram a mesma técnica para estudar tendências
populacionais de P. syringae pv. syringae em filoplano.
4. Fitotoxinas bacterianas e melhoramento de plantas por
transgenia
Tem-se dado importância à obtenção de plantas transgênicas
expressando resistência a fitotoxinas bacterianas. Existe a possibilidade de
se construírem plantas transgênicas expressando resistência a fitotoxinas
bacterianas e alguns casos já foram estudados.
Faseolotoxina, uma fitotoxina tripeptídica, é produzida por P.
syringae pv. phaseolicola e atua como inibidora da enzima ornitinacarbamil transferase (OCT). Um produto da hidrólise da faseolotoxina pela
ação de aminopeptidases, a octicidina, é um inibidor ainda mais potente e
irreversível da OCT (Templeton et al., 1985). Os genes que codificam para a
síntese de faseolotoxina localizam-se no cromossoma principal da bactéria,
em um agrupamento chamado tox. Contíguo a tox está outro agrupamento
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
gênico chamado argK que codifica para a única OCT conhecida que não
é inibida por faseolotoxina e, ou, octicidina. Ao transformarem plantas de
fumo com argK, dois laboratórios distintos Fuente-Martinez et al. (1992)
e Hatziloukas & Panopoulos (1992), obtiveram plantas transgênicas
resistentes a faseolotoxina e a octidina.
5. Fitotoxinas e biocontrole de enfermidades de plantas
Se um patógeno é produtor de uma fitototoxina que é um determinante
de patogenicidade e, ou, virulência, é possível, pelo menos em princípio,
encontrar um agente de controle biológico que atue detoxificando a
fitotoxina produzida. Segundo Zhang & Birch (1997), o isolamento SB1403
de P. dispersa é um eficiente agente de controle biológico da enfermidade
e promotor da degradação enzimática de albicidinas. Mutantes que não
detoxificam albicidinas mostraram-se menos resistentes a albicidinas e
menos efetivos como agentes de biocontrole que o tipo selvagem.
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13/08/2007 | Tarde
Sessão A2: Fitonematóides
MANEJO DE FITONEMATÓIDES. Vicente P. Campos1.; Juliana R.
C. Silva2.; Hercules D. Campos2. & Luis H, C. Pereira2. 1) UFLA–DFP.
C. P. 3037, 37200-000 Lavras, MG. [email protected]. 2) FESURV. C.P. 104,
75901-970, Rio Verde, GO, [email protected]. Management of plant
parasitic nematodes.
A agricultura evoluiu muito nas últimas décadas na busca da
maior produtividade e respeito ao meio ambiente criando sistemas
sustentáveis. O fitonematologista precisa conhecer um pouco desses
sistemas e adequá-los ao manejo de fitonematóides. Por exemplo, o
plantio direto concorre para o aumento de fitonematóides numa área
de plantio? A integração, lavoura-pecuária, pode constituir-se em tática
relevante no controle de fitonematóides? Por outro lado, as táticas
de controle de fitonematóides também evoluíram muito nas últimas
décadas criando alternativas ao controle químico, o qual imperou após
a década de 40 a 50 e despertou a opinião pública para o problema
da degradação ambiental nos anos 60 com o livro da Rachel Carson
no início dos anos 60 (primeira publicação em 1962) que marcou o
movimento ambientalista. Mas as táticas de controle têm características
importantes para a sua eficácia que precisam ser do conhecimento do
produtor e do fitonematologista. Além disto, sua aplicação no tempo
em relação a cultura a estabelecer é importante para o planejamento
do manejo de fitonematóides. Por exemplo, quais as táticas que podem
ser utilizadas no plantio, antes ou depois dele.
São várias as táticas de controle de fitonematóides:
1 – Manejo de fitonematóides com plantas: várias práticas
culturais antigas e modernas envolvidas nos sistemas de sustentabilidade
agrícola têm sido justificadas pelo seu papel na conservação de solos,
cobertura morta, controle de pragas etc; porém, podem, também,
controlar fitonematóides.
a) Rotação de culturas: a alternância de culturas no plantio
de verão numa mesma área de plantio conduz a reciclagem de
resíduos de fertilizantes no solo, possibilita o controle de pragas,
incorpora nitrogênio ao solo, quando as plantas empregadas
são fixadoras de nitrogênio do ar, além de diversificar a
microbiota do solo. Entretanto, quando o objetivo é o controle
de fitonematóides, na rotação de culturas, as plantas a serem
empregadas necessitam de análise quanto a hospedabilidade
ao nematóide de importância econômica que se encontra na
área de plantio. E quando o elenco de plantas hospedeiras à
determinada espécie de nematóide é grande entre as espécies
vegetais de importância agrícola, como M. incognita e M.
javanica que têm extensa gama de hospedeiros, diminui o
número de plantas candidatas à rotação. O critério empregado
na seleção das plantas candidatas a rotação deve-se basear
no estatos do hospedeiro, isto é, a capacidade do hospedeiro
em propiciar a reprodução do nematóide da área de plantio
S 16
nos seus tecidos. Um bom hospedeiro fornece nutrientes para
elevada população de nematóides nos seus tecidos enquanto
um hospedeiro ruim a população de nematóides declina
após o plantio. Por outro lado as plantas não hospedeiras
impossibilitam o parasitismo.
b) Consórcio de plantas: é um sistema de cultivo que envolve
o plantio de duas ou mais espécies numa mesma área, de
modo que uma das culturas conviva com a outra (ou outras)
durante todo o seu ciclo ou, pelo menos, parte dele. O
consórcio de plantas pode ser direcionado para o controle de
fitonematóides, sendo alguns deles criados estritamente para
o controle desses patógenos. Neste caso a cultura semeada
na entre-linha não pode ser hospedeira do nematóide de
importância econômica na área e o ciclo mais longo do que a
cultura principal, de forma que o sistema radicular da cultura
principal morra antes da cultura na entre-linha. Assim os
fitonematóides migrarão para a cultura da entre-linha, porém,
não estabelecerão locais de alimentação. No consórcio milho
e crotalárias ou mucunas para o controle de Meloidogyne sp,
as mucunas ou crotalárias não são hospedeiras e o milho não
é bom hospedeiro comparado com tomate e quiabo.
Em muitas fazendas têm sido utilizados os consórcios de
Brachiaria sp e milho, e Brachiaria sp e soja, continuando Brachiaria
sp como cultura de cobertura e formação de palhada para o plantio
direto da próxima cultura em setembro/ outubro. A Brachiaria sp tem
sido semeada junto com o adubo de cobertura do milho. Na plantação
de soja a Brachiaria sp é semeada no início do amadurecimento da
soja. As folhas que caem formam cobertura vegetal para propiciar
a germinação da Brachiaria sp. Este consórcio leva a redução
populacional dos mais danosos fitonematóides nas lavouras de
grãos, pois B. decumbens promove boa cobertura da área, além de
ser resistente aos nematóides de galhas (Meloidogyne incognita e M.
javanica), Pratylenchus brachyurus e Heterodera glycines (Dias et al.
2007).
Em culturas perenes invertem-se os papéis, com a cultura da
entre-linha morrendo antes da cultura principal, o que torna ineficaz
o consórcio para a redução populacional de nematóide, pois a cultura
perene continua propiciando locais de alimentação para o nematóide
de importância econômica.
c) Plantas de cobertura e plantio direto: a cobertura vegetal
no período de outono/ inverno, se bem planejada, concorre
para a melhora da textura, fertilidade e retenção de água,
além da reciclagem de nutrientes e melhoria da microbiota
do solo. Várias plantas têm sido selecionadas para plantio
como cobertura vegetal e adubo verde (Hernani et al. 1995),
destacando-se, entre elas, o nabo forrageiro (Raphanus
sativus L. sear. oleiferus Metzg.) e aveia preta (Avena strigosa
Schieb). A seleção das plantas de cobertura resistentes aos
fitonematóides de importância econômica na área de plantio
constituirá em boa tática de controle de fitonematóides.
Dentro do conceito de agricultura sustentável surgiu o plantio
direto, o qual foi introduzido no Brasil no início da década de 70 (Eltz,
1997) e baseou-se em três pilares: não revolvimento do solo, cobertura
vegetal constante e rotação de cultura. Com o plantio direto veio a
necessidade de formação de palhada para a semeadura da cultura em
setembro/ outubro. A planta fornecedora dessa palhada, se selecionada
quanto a resistência ao fitonematóide de importância econômica na
área de plantio, constitui em boa tática de controle de fitonematóides.
Deve-se enfatizar que no Brasil ocorrem, na região sul e no Estado
de Mato grosso do Sul o inverno chuvoso enquanto que em grande
parte do território nacional o inverno é seco. Esse aspecto altera a
sobrevivência no campo do inóculo de fitonematóide resultante da
lavoura de verão.
A partir de 1990 iniciaram-se pesquisas visando à integração
agricultura e pecuária principalmente na região do cerrado visando
à produção de grãos, forragem para a entressafra e palhada para o
sistema de plantio direto. A limitação hídrica, a partir de maio até
setembro, limita o crescimento de muitas plantas forrageiras. Contudo,
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
a braquiária, nessas condições, desponta como forrageira de boa
adaptabilidade e boa palhada para o plantio direto, tendo aceitação
generalizada entre criadores de gado do cerrado (Portes et al., 2003).
Após as colheitas das culturas de verão, a braquiária serve de pasto
para o gado e um mês antes da época de plantio de milho ou de soja a
braquiária é “dessecada”, isto é, pulverizada com herbicida que após
a seca forma a palhada para o plantio direto da cultura subseqüente. A
redução no preço do herbicida na última década viabilizou seu uso neste
sistema. A Brachiaria decumbens, neste sistema, conduz a redução
de população de Meloidogyne incognita, M. javanica e Pratylenchus
brachyurus. Entre os plantios de verão os produtores realizam, a
sucessão de culturas, principalmente no centro-oeste, isto é, o plantio
tardio de outra cultura chamada de “safrinha” que pode ser milho,
sorgo, mileto etc. as quais servirão também, de cultura formadora
de palhada para o novo plantio de setembro/ outubro. Essas culturas,
se selecionadas quanto a resistência ao nematóide de importância
econômica na área, pode contribuir para a redução populacional até o
plantio da nova cultura em setembro/ outubro.
Outras táticas: 2) medidas de exclusão, 3) nematicidas, 4) uso
de cultivar resistente, 5) nematicidas naturalmente encontrados em
plantas e agentes indutores de resistência, 6) controle biológico e uso
de silício, 7) alqueive, 8) arranquio e queima de restos culturais, 9)
impedimento à disseminação de fitonematóides, 10) plantio em local
não infestado, 11) inundação ou ressecamento do solo, 12) alteração
de época de plantio e de colheita.
APLICAÇÃO DAS TÁTICAS DE CONTROLE DE
ACORDO COM O PLANTIO
Três aspectos norteiam a recomendação de táticas no controle
de fitonematóides: a incidência de fitonematóides de importância
econômica, a densidade populacional e o ciclo de cultura a ser
estabelecida na área. Já se foi o tempo em que a fotografia ampliada
de um fitonematóide de corpo e estilete volumosos, como Xiphinema
sp, encontrado na amostra assustava o produtor e assim vendiam-se
nematicidas e o produtor aplicava, muito das vezes, desnecessariamente.
A partir das espécies de fitonematóides listadas pelo laboratório de
análises das amostras de campo o produtor investigará quais deles
têm real importância para a cultura e ser estabelecida consultando
fitonematologistas, Agrônomos e consultores agrícolas. Também é
objeto de análise a densidade populacional de cada espécie encontrada
no laudo emitido pelo laboratório. É prudente que o consultor investigue
por quanto tempo o produtor tem plantado consecutivamente cultura
suscetível na área do novo plantio. Se ocorrem plantios de verão em
dois anos consecutivos e existe nematóide de importância econômica
de alta capacidade reprodutiva (Meloidogyne sp) no terceiro plantio
o produtor necessitará da aplicação de táticas de controle. No
planejamento do plantio de culturas anuais deve o produtor diminuir a
população do fitonematóide sem se preocupar com a sua erradicação.
Já as culturas chamadas de perene ou de ciclo longo merecem outras
considerações. Essas culturas ficam no campo por um período muito
longo permitindo a conclusão de diversos ciclos de vida dos nematóides
de importância econômica.
Aplicação das seguintes táticas de controle de acordo com o
período de plantio: 1) manejo com plantas, 2) nematicidas, 3) alqueive
seco e úmido, 4) destruição das plantas atacadas, 5) alteração de
época de plantio e de colheita, 6) inundação ou ressecamento do
solo, 7) plantio em local isento de nematóide, 8) uso de material
de propagação isento de nematóide, 9) emprego de métodos para
diminuir a disseminação ou evitar a recontaminação de área, 10) uso
de porta-enxerto resistente. Nas culturas anuais a ser estabelecidas em
local infestado as táticas acima listadas serão assim recomendadas:
a) antes do plantio da cultura de interesse econômico, aplicar-se-ão
as táticas: 1, 3, 4, 5, 6, 7 e 8, (referem-se às táticas citadas acima); b)
no plantio, aplicar-se-á a tática 2; c) após o plantio, nenhuma tática
a usar (zero).
Nota: Recomenda-se a tática no 9 apenas para culturas perenes,
pois pensa-se aqui apenas na disseminação dentro de um único talhão,
o que é mais relevante preocupar-se com a disseminação em cultura
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
que permanece no campo por mais tempo como o café. A tática no 10
pouco se aplica em cultura anual.
Observa-se na análise anterior sobre aplicação de táticas
em cultura anual que a grande maioria delas tem sua aplicação ou
decisões tomadas anteriores ao plantio, o que indica a necessidade
de planejamento da propriedade para o manejo de fitonematóides. No
plantio da cultura aplica-se nematicida. Entretanto, após o plantio de
cultura nada pode ser feito com relação ao controle de fitonematóides,
mesmo porque o efeito da população inicial do nematóide será danoso
às plantas no primeiro mês de crescimento e como conseguência
reduzirá a frutificação ocasionando sérios prejuízos na colheita.
Nas culturas perenes a serem estabelecidas em locais infestados
as táticas acima listadas serão assim recomendadas: a) antes do plantio
aplicar-se-ão as táticas 1, 4, 7 e 8 (referem-se às táticas citadas acima);
b) no plantio, aplicar-se-á a tática; 10; c) após o plantio, aplicar-se-ão
as táticas 2 e 9.
Nota: As táticas 3 e 6 levam apenas a redução populacional dos
nematóides tendo aplicação imediata em culturas anuais. Em apenas
certos casos, a aplicação das táticas 3 e 6 podem ser auxiliares para a
implementação de outras táticas em cultura perenes, como o café, cujo
plantio enxertado em área infestada por Meloidogyne sp necessita de
redução prévia do nível de inóculo no solo, pois a resistência do porta
enxerto não é elevada (Campos & Villain, 2005).
Observa-se na análise anterior sobre a aplicação de táticas em
cultura perene que novamente grande número delas têm também sua
aplicação e decisões tomadas anteriormente ao plantio. Porém aqui,
deve-se ressaltar que as táticas aplicadas devem levar à erradicação
do nematóide de importância econômica da área, caso na cultura não
exista porta-enxerto resistente. Entretanto, após o plantio de cultura
perene suscetível, caso ocorra a constatação de fitonematóide durante
o período da cultura no campo, restam ainda a aplicação das táticas
2 e 9.
Por falta, muitas vezes, de opções de áreas não infestadas ou
mesmo por dificuldade na erradicação do patógeno, produtores optam
por plantar culturas perenes suscetíveis em áreas infestadas. Nesta
situação, desde o plantio e durante o ciclo da cultura, táticas serão
usadas para diminuir a pressão de inóculo no sistema radicular e reduzir
prejuízos na colheita sem erradicar o nematóide. A economicidade desta
exploração agrícola dependerá dos custos do manejo do fitonematóide,
produtividade e preço do produto colhido. Opções futuras serão o uso
de cultivares resistentes, porta-enxerto resistente, mudança de área de
plantio ou finalmente mudar de cultura para outra que não manifeste
prejuízo com o ataque do fitonematóide presente na área.
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Nematologia, Goiânia, GO, pg 26 – 30.
S 17
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
BUSCA DE NOVOS GENES APLICADOS NO CONTROLE DE
FITONEMATOIDES. M. Fatima Grossi-de-Sa, Djair S.L.Souza,
Maíra Grossi de Sa, Bruna A.Sousa, Natalia F Pires, Eduardo
Romano, Thales L. Rocha, Gustavo R. Oliveira, Aulus E.A.D.
Barbosa, César, Martins-de Sa, Rodrigo R. Fragoso. Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia PqEB final W/5 norte, CP 02372
Asa Norte – Brasília – DF 70770-900, Brasil, Universidade Católica
de Brasília-Brasília-DF. e-mail: [email protected],
Os fitonematóides são responsáveis por prejuízos que
ultrapassam 125 bilhões de dólares anuais (Bakhetia et al.,
2005) e a maioria dos danos são atribuídos aos endoparasitas
sedentários obrigatórios, representados pelos nematóides dos cistos
(Heterodera spp. e Globodera spp.) e pelos formadores de galhas
nas raízes (Meloidogyne spp.), sendo o M. incognita o fitopatógeno
mais prejudicial para a agricultura mundial. Estes são capazes de
induzir a formação de sítios de alimentação nas raízes das plantas
hospedeiras, onde se estabelecem como forma sedentária, e chegam
a atingir um alto nível de fecundidade (Lilley et al., 1999).
O parasitismo de plantas por nematóides possui longa
história evolutiva, ainda difícil de ser interpretada devido
ao limitado conhecimento sobre a origem e a distribuição
das especializações morfológicas, bioquímicas, genéticas e
comportamentais, que transformaram organismos de vida livre,
em parasitas altamente adaptadas a diversos tecidos e espécies
vegetais (Baldwin et al., 2004). Diversos estudos genômicos têm
mostrado, principalmente para os fitonematóides sedentários, o
importante papel dos produtos das glândulas de secreções destes
parasitas como glucanases, xilanases, pectinases, no processo de
invasão dos tecidos das plantas hospedeiras(Vanholme et al., 2004).
A expressão de outros genes glandulares tem sido relacionada com
o controle dos processos celulares da planta hospedeira, levando a
formação dos sítios de alimentação. Neste caso podemos destacar
a corismato mutase de Meloidogyne javanica (Mj CM-1), que
expressa em raízes de soja, levou a uma diminuição dos níveis de
auxinas e a desdiferenciação celular (Doyle & Lambert., 2003).
Este evento pode estar relacionado com a etapa de iniciação da
célula gigante. A liberação desta proteína pelo nematóide no
citoplasma da planta também pode levar a inibição da resistência da
mesma(Bekal et al., 2003). Posteriormente, outros peptídeos como
o HG-SYV46 expresso em plantas de Arabidopsis, levou a efeitos
fenotípicos como a terminação prematura do meristema apical,
após a regulação negativa da expressão do fator de transcrição
WUSCHEL (Wang et al.,2005). Adicionalmente, a expressão de
um peptídeo de seqüência pioneira (16D10) de M. incognita em
plantas de Arabidopsis, provocou proliferação anormal das raízes,
podendo estar relacionado com o processo de formação do sítio
de alimentação (Huang et al., 2006). A importância deste peptídeo
para o parasitismo foi confirmada pela expressão de 16D10 dsRNA
em Arabidopsis, levando a resistência a M. incognita por RNA
de interferência (Huang et al.,2006). Recentemente esta técnica
tem sido empregada para obter plantas transgênicas resistentes a
meloidoginoses (Bakhetia et al., 2005; Huang et al., 2006). Estas
plantas expressando RNAi são capazes de silenciar a expressão de
genes essenciais ao fitoparasitismo.
Portanto, o objetivo deste trabalho, foi obter plantas de
tabaco resistentes a M. incognita, pela expressão de dsRNA contra
transcritos do gene Mipsg18.
Para a obtenção de cDNA de fêmeas, plantas de tomateiro
com cerca de 40 dias após inóculo foram processadas, segundo
a metodologia prescrita por Hussey e Barker (1973). As fêmeas
foram coletadas em uma peneira de 100 µM e em seguida separadas
em um tubo eppendorf para posterior extração de RNA e síntese de
cDNA.
CLONAGEM DO GENE MIPSG18 EM VETORES PARA
EXPRESSÃO DE DSRNA EM PLANTAS.
A partir de um banco de cDNAs de M. incognita produzido
em nosso laboratório, foram selecionados diversos genes
potencialmente envolvidos no fitoparasitismo e altamente expressos
nas glândulas esofagianas de secreção deste fitonematoide. Uma
destas seqüências, Mipsg18 foi utilizada para a obtenção de plantas
transgênicas resistentes a M.incognita. Para isto, um fragmento
de aproximadamente 450pb do gene Mipsg18 foi clonado a partir
de um produto de PCR em vetores do sistema GATEWAY até o
vetor destino pk7GWIWG2(I), para a expressão de dsRNA em
plantas. Os oligos utilizados contendo os sítios attB1 (Foward) e
attB2 (Reverse) foram: Mi 18 F: 5’–GGG GAC AAG TTT GTA
CAA AAA AGC AGG CTT AGT GAA TAC AGG CAT TCC
GAG C. Mi 18 R: 5´-GGG GAC CAC TTT GTA CAA GAA
AGC TGG GTC TTA GTT CAT CAT ATT TTT GC e a construção
obtida para a transformação das plantas de fumo foi designada
pk7Mipsg18(Figura 1).
pk7Mipsg18
A construção pk7Mipsg18 bem como o vetor pk7GWIWG2(I)
foram introduzidos em Agrobacterium tumenfasciens (EHA 105)
por eletroporação e posteriormente para plantas de fumo pelo
método da co-cultura de discos foliares (Horsch et al., 1985). Os
transformantes foram identificados pela resistência a canamicina e
confirmados por PCR. As plantas transgenicas foram aclimatadas
em casa de vegetação para serem testadas quanto à resistência a M.
incognita. Os inóculos para o desafio das plantas transgênicas de
fumo foram feitos em casa de vegetação, onde os transformantes
primários (T0), plantados em jarros com 3 kg de solo, foram
inoculados com 10000 ovos de M.incognita, enquanto as progênies
(T1) das linhagens T0 resistentes, acondicionadas em jarros com
400 gramas de substrato, foram desafiadas com 3000 ovos dos
nematóides. Passados 45 dias, as raízes foram removidas e coradas
com flocsina, um corante usado para a visualização das massas de
ovos. Os ovos totais de cada raiz foram extraídos com hipoclorito
0,5% e contados em microscópio com o auxílio de uma câmara
de Piters. Para a avaliação da resistência a M. incognita de todas
as plantas, foi determinado o número total de ovos por grama de
raiz, onde foram comparadas as plantas contendo a construção
pk7Mipsg18 com as plantas transformadas com o vetor comercial
pk7GWIWG2(I). O gene Mipsg18 foi selecionado como potencial
alvo para o controle de M. incognita devido a sua alta e específica
expressão na glândula dorsal do parasito, visto por hibridização in
situ (Figura 2A), apesar da não similaridade desta seqüência com
qualquer outro grupo de genes conhecidos. Plantas transgênicas
de fumo mostraram níveis elevados de resistência a M.incognita,
apresentando em média 86% de redução no número de ovos em
relação às linhagens controle transformadas com o vetor (Figura
2B), sendo que algumas plantas pk7Mipsg18 não apresentaram
galhas, massas de ovos ou ovos (Figura 2D), enquanto os controles
apresentaram muitas massas de ovos na superfície das raízes
reveladas com o corante flocsina(Figura 2C). Estes resultados foram
confirmados para os transformantes primários (T0) e para linhagens
das progênies (T1), 45 dias após os inóculos. A introdução de dsRNA
em nematóides parasitas de plantas tem sido feita desde 2002 pelo
método de soaking (Urwin et al., 2002) e atuamente alguns genes
Figura 1. Construção pk7Mipsg18 para expressão de dsRNA em plantas de Nicotiana tabaccum. LB- borda esquerda, NPTII - gene da neomicina fosfotransferase II, T35S
– terminador do promotor CaMV 35S , attB1 – sítio de recombinação, Mipsg18 – gene Mipsg18, attB2 – sitio de recombinação, Intron – seqüência formadora do “loop” do
dsRNA p35S - promotor CaMV 35S, RB borda direita.
S 18
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
de espécies de Meloidogyne, já foram silenciados (Shingles et
al., 2006; Rosso et al., 2005 Fanelli et al.,2004;Bakhetia et al.,
2005). A eficiência do RNAi para o controle de fitonematóides foi
confirmada in vivo, com fumo(Yadav et al., 2006) e Arabidopsis
(Huang et al., 2006). No primeiro trabalho, plantas transgênicas
de fumo expressando dsRNA contra uma integrase e um fator de
splicing de M. incognita, apresentaram controle total do patógeno.
Plantas de Arabidopsis expressando dsRNA contra o gene 16D10
de M. incognita apresentaram resistência de até 90% (Huang et
al.,2006), indicando que a expressão de dsRNA em hospedeiros nos
dá indicativos melhores da eficiência do RNAi para o controle dos
fitonematóides, do que o ensaio in vitro (soaking), que demonstrou
no máximo 70% de controle do parasita. Este fato pode ser
resultado da constante ingestão do dsRNA e siRNA da planta pelo
nematóide, enquanto que no soaking, a ingestão se dá em um único
momento. Considerando, a alta resistência a M. incognita obtida
neste estudo podemos concluir que o gene Mipsg18 é essencial para
o parasitismo de M.incognita. Portanto, a expressão de dsRNA em
plantas surge como uma excelente ferramenta para o controle de
fitonematóides.
É de grande interesse para a economia agrícola, a criação de
cultivares transgênicos com alta e ampla resistência a nematóides.
A introdução de um dsRNA em plantas nos permite silenciar
até grupos gênicos em pragas ou patógenos, desde que sejam
selecionadas regiões conservadas das seqüências. Os resultados
obtidos neste trabalho, indicam que a expressão em plantas do
dsRNA para o gene Mipsg18 pode ser uma boa estratégia a ser
aplicada em cultivares de grande importância agronômica e que
são extremamente afetadas por espécies do gênero Meloidogyne.
A exemplos podemos salientar o café, o algodão e a cana-deaçucar. Além disso, serão realizadas avaliações de risco do dsRNA
em campo e em mamíferos, assim como ensaios de citotoxidade.
Este trabalho, abre caminho para a utilização de outros genes de
parasitismo de fitonematóides, como alvos para a criação de plantas
transgênicas resistentes expressando dsRNA.
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Figura 2. Expressão de dsRNAs em plantas de fumo, contra os transcrito do gene
Mipsg18 expresso em glândula salivar dorsal de fêmeas de M.incognita. (A) Hibridização in situ “whole mount”, mostrando a alta e específica expressão do gene
Mipsg18 na glândula esofagiana dorsal do parasita. (B) Média do número de ovos por
grama de raiz, em plantas de fumo, 45 dias após os inóculos. Cada planta foi desafiada
com 10000 ovos de M. incognita, o gráfico mostra as médias dos números de ovos/
grama de raiz para as plantas Mipsg18 positivas e para os controles transformados com
o vetor. Raízes de Nicotiana tabaccum após 45 dias de inóculo com 10.000 ovos de
M. incognita, onde as raízes da planta controle (C) se encontram repletas de massas
de ovos reveladas pelo corante flocsina e as das plantas transgênicas não apresentam
aparentemente nenhuma massa de ovos(D).
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
ROSSO, M.N.; FAVERY, B.; PIOTTE, C.; ARTHAUD, L.; DE
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S 19
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
13/08/2007 | Tarde
Sessão B: Workshop sobre Colletotrichum
NEW CONCEPTS IN THE SYSTEMATICS OF Colletotrichum
Ludwig H. Pfenning, Mirian Salgado & Cristiano S. Lima.
Departamento de Fitopatologia, Universidade Federal de Lavras, Cx.
Postal 3037, 37200-000 Lavras MG, Brasil, e-mail: [email protected].
Novos conceitos na sistemática de Colletotrichum.
INTRODUCTION
A number of 660 reports in the Index Fungorum illustrates
well the great variability and plasticity of fungi belonging to the genus
Colletotrichum. However, in the evaluation of von Arx (1957), these
names would represent about 16 species. With regard to the sexual stage of
Colletotrichum, known as Glomerella, the situation is not quite different.
The Index reports 97 names, among species, varieties and forms. Since
40 years ago it became evident that the main challenge would be to define
the more appropriate and suitable species concept. The advances in this
area could have been bigger, when considering that Colletotrichum is an
important plant pathogen, mainly in tropical and subtropical areas, causing
the disease known as anthracnose in a large number of crops in the field,
and in the post-harvest stage of fruits its deteriogenic effect is undesired. In
studies about endophytic fungi, Colletotrichum is found in high frequency,
representing in some cases of tropical plants the main inhabitant of the inner
part of the investigated plants (Rayner, 1948; Cannon & Simmons 2002;
Lu et al., 2004). This fungal genus challenges the researchers not only
with regard to the definition of species and characterization of population,
but also with respect to the definition of its “life-style”, since this fungus,
considered a important plant pathogen, occurs in crops and in natural
vegetation without causing any apparent disease symptoms.
DIVERSITY OF FORMS AND THE SPECIES CONCEPT
In mycology three distinct species concepts are applied, i.e.
morphological species, biological species and phylogenetic species,
with the application of scientific names to representatives of all three
concepts. As the name used to define a specific fungal population brings
about all the information linked to the name, the absence of a clear idea
about the concept applied in each particular case can lead to an erroneous
interpretation of the data and could make invalid the information. The best
examples of morphological species in the field of plant pathology, where
the names are still broadly used are Fusarium oxysporum, Fusarium solani,
Colletotrichum acutatum and Colletotrichum gloeosporioides. Behind each
of these names there is a great variety of fungal populations with distinct
biological and agronomic characteristics, which, in some cases, are separated
by reproductive barrier. As in the majority of the cases these populations
can not be characterized and differentiated through morphological markers
alone, so it is needed to use other markers.
Due to the intensification of the international commerce of vegetal
germplasm and agricultural products, and the increasing preoccupation
of countries in protecting its own agriculture, a high demand on rapid
procedures to detect plant pathogens, mainly the ones considered of
quarentenary importance, emerged. With the advent of molecular biology
techniques also a considerable quantity of publications describing specific
PCR primers turned up that supposedly allow for a rapid and secure
detection of the presence of specific plant pathogens. However the
specificity can be assured only when there is a complete knowledge of the
real genetic diversity of the population of the target organism. Thus, for
species or names, where only the morphological species concept is applied,
it is impossible to develop a method for specific detection, unless that such
morphological species also proved to be phylogenetic species.
CHARACTERIZATION OF COLLETOTRICHUM
The morphological characterization, including the evaluation of
structures produced by the fungus in natural substrata, the description
of cultures in culture media and the carefully evaluation of the micromorphology always should be the first step. However the great
plasticity of morphological characteristics in morpho-species, such as C.
gloeosporioides and C. acutatum, showed to be insufficient in delimiting
the populations with distinct agronomic or biologic traits. Among the
biological approaches, the determination of vegetative compatibility groups
(VCG) proved to be a suitable marker for populations with predominantly
asexual reproduction (González et al., 2006). On the other hand,
populations that are heterothallic and can undergo sexual reproduction,
the detection or induction of the teleomorph stage Glomerella enables the
unequivocal and reliable identification of a particular biological species,
i.e., mating population (Table 1). The design of specific PCR primers
for the determination of mating type represents a significant advance to
the induction of teleomorphic stages in vitro (Guerber & Correll, 2001;
Guerber et al., 2003; Armstrong-Cho & Banniza, 2006).
The application of molecular techniques such as the phylogenetic
analysis of specific DNA sequences of the genome or the analyses of
fingerprinting, e.g. AFLP, help to characterize fungal populations, mainly
the ones that are complex and variable like in C. acutatum, a non-specific
pathogen with a large range of plant hosts (Guerber et al., 2003; Du et al.,
2005; Sreenivasaprasad & Talhinhas, 2005; Whitelaw-Weckert et al., 2007).
As several Colletotrichum spp. are important plant pathogens and some
varieties and forms are considered specific, the use of cross inoculation can
bring up relevant information. The confirmation of specificity is crucial
when is desired to use the forma specialis or variety designation, e.g. in the
case of Colletotrichum gloeosporioides var. cephalosporioides, considered
to be the causal agent of ramulosis in cotton.
PATHOGEN VERSUS ENDOPHYTE
Besides causing disease with well-defined symptoms, species of
Colletotrichum can be found in plants of the natural vegetation and in crops
without the apparent manifestation of symptoms. If in a certain way this
fact generate problems in the definition of what should be considered a
plant pathogen, on the other hand made this fungus a model for studies that
tried to elucidate the events and conditions that determine the pathogenicity,
Table 1. Well documented anamorph - teleomorph relationships
Colletotrichum Anamorph
Glomerella Teleomorph
Host
Reference
C. acutatum p.p.
C. destructivum
C. gloeosporioides p.p.
C. falcatum
C. graminicola
C. lindemuthianum
C. orbiculare
C. phormii
C. truncatum
G. acutata
G. glycines
G. cingulata
G. tucumanensis
G. graminicola
G. lindemuthiana
G. lagenaria
G. phormii
G. truncata
Several
Fabaceae etc.
Several
Saccharum
Poaceae
Phaseolus
Curcubitaceae, Asteraceae
Agavaceae
Fabaceae
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S 20
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
and also studies about the biological function and practical importance of
the endophytic fungi (Perfect et al., 1999; Redman et al., 2001). Examples
of the action of Colletotrichum in the post-harvest stage are the rot of
banana, mango and papaya fruits, caused by forms of C. gloeosporioides
and C. acutatum (Peres et al., 2002). As it can be assumed that the fungus
colonizes the plant tissue previously, the challenge consists in delaying the
development and the manifestation of symptoms and damage to the fruits
in the phase of storage, transport and commercialization.
PERSPECTIVES
The delimitation of populations and the definition of species in the
Colletotrichum – Glomerella species complex did not present significant
advances as occurred in Fusarium – Gibberella species. Due to the
outstanding importance of the genus Colletotrichum as plant pathogen
and endophyte in tropical and sub-tropical regions, we point out the
necessity to adopt some crucial procedures when studying Colletotrichum;
i. the morphological characterization based on rigorously standardized
cultivation procedure, since plasticity of morphological structures leads to
the production of variations in the appearance of cultures and in shape of
conidia which are not a reflex of genotypic differences; ii. the application
of names, following well-established criteria, mainly with regard to
infra-specific categories; iii. the sequencing and combined phylogenetic
analyses of other regions of the genome (multi-gene phylogenies) than
the internal transcribed spacer (ITS) of the ribosomal DNA; iv. the use
of monosporic cultures, due to the possibility that multiple colonization
both by plant pathogens and endophytes, or even different pathogenic
forms may occur; v. the study of vegetative compatibility groups; vi. the
analyses of populations employing the AFLP technique that presents both
a high resolution and reproducibility; vii. the elucidation of the connection
between the anamorphic and teleomorphic stages, determining mating types
and identifying and describing mating populations; viii. the evaluation of
the pathogenicity and specificity through pathogenicity tests and crossinoculations; ix. the detailed labeling and public deposit of reference
material; x. the deposit of cultures linked to DNA sequence data in culture
collections, enabling the access to reference material and the comparison of
results for all researches.
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Colletotrichum contains many important pathogens which
cause economically significant diseases of cereals, grasses, legumes,
vegetables, fruits and ornamental plants worldwide. Traditionally,
the identification of species of Colletotrichum has been based on
morphological and cultural criteria. Von Arx initially carried out
a comprehensive survey of Colletotrichum, using a morphological
species concept that was based mainly on conidial shape, size and
host range, with less emphasis given to cultural characteristics.
Von Arx (1970) later reduced 700 species of Colletotrichum to 13,
placing more emphasis on cultural features. The current systematic
arrangement within Colletotrichum is problematic for many reasons
as many morphological criteria often overlap. Furthermore, there
are many species “complexes” in Colletotrichum whereby a group
of very genetically diverse isolates all have a similar morphology
(Cannon, 2000).
Molecular studies have helped to resolve relationships within the
genus Colletotrichum. Much of the initial molecular work to characterize
species diversity was based on the ITS region; although ITS resolved a lot of
questions about the phylogenetic position of some species of Colletotrichum,
phylogenetic analysis based on ITS region was problematic. A more current
and robust approach with fungi involves a phylogenetic species concept,
whereby species boundaries are further delineated based on sequence
analysis of multiple unlinked loci (Taylor et al, 2000). Sequence analysis
of multiple loci can be used to infer the phylogenetic relationships among
Colletotrichum species (Crouch et al, 2006; Du et al, 2005; Guerber et al,
2003; Liu et al, 2007).
The objective of the present study was to evaluate the effectiveness
of two different introns [in the glutamine synthetase (GS) gene and
the glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase (GPDH) gene] for
making phylogenetic inferences in a range of Colletotrichum species
and to evaluate the 1 kb GS intron as a diagnostic species tool in
Colletotrichum.
Genomic DNA was extracted from the mycelium of the individual
isolates. The forward primer GSF1 (5’-ATGGCCGAGTACATCTGG-3’)
and the reverse primer GSR1 (5’-GAACCGTCGAAGTTCCAC-3’) were
used to amplify a 1-kb intron region of the GS gene. The forward primer
GDF1 (5’-GCCGTCAACGACCCCTTCATTGA -3’) and the reverse
primer GDR1 (5’-GGGTGGAGTCGTACTTGAGCATGT-3’) were used
to amplify a 200-bp intron region of the GPDH gene. The methodology of
the amplification, RFLP digestion, gel electrophoresis, and sequencing has
been described (Guerber et al., 2003; Liu et al, 2007).
To evaluate the linkage between the two introns within the two
genes, two representative isolates of Glomerella acutata (anamorph: C.
S 21
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
acutatum), A38 (mtDNA haplotype C1) and 56816 (mtDNA haplotype
J4), were crossed in a mating test, and 23 F1 random ascospore progeny
were recovered from the cross. All F1 ascospore progeny were chosen to
examine segregation using RFLPs and sequence analysis of 1-kb GS and
200-bp GPDH introns. Molecular data showed that the 1-kb GS intron
and the 200-bp GPDH gene were in unlinked genes and they segregated
independently (Table 1).
Parsimony (MP), Maximum Likelihood (ML) and Neighbor Joining
(NJ) using PAUP* 4.0beta 10 (Sinauer Associates, Sunderland,
Massachusetts). The overall tree topologies by the three methods were
similar based on both intron sequences. As the MP tree derived from the
combined sequence dataset of the 1-kb and 200-bp introns possessed
the same topology as the individual trees, only combined data were
shown (Fig. 1). In addition, each phylogenetic species was strongly
supported by high bootstrap values (100%) (Fig. 1).
Table 1. Segregation of parental and recombinant in the F1 progeny
Of the total 1932 characters in the alignment of the
combined sequence dataset of the 1-kb and 200-bp intron, 590 were
phylogenetically informative in the Maximum Parsimony analysis
(Fig. 1). The tree length was 1516 steps, consistency index (CI)
was 0.7744, homoplasy index (HI) was 0.2256, CI excluding
uninformative characters was 0.7062, HI excluding uninformative
characters was 0.2938, retention index (RI) was 0.9333 and rescaled
consistency index (RC) was 0.7227. The high consistence index (CI)
and low homoplasy index (HI) indicated a low level of homoplasy,
which strongly supported that both intron fragments were highly
phylogenetic informative for the Colletotrichum species examined
(Fig.1).
parent
P1/P1
6
P2/P2
4
recombination
Χ
P1/P2
5
0.6837*
P2/P1
8
2
P1= RFLP haplotype as A38. P2 = RFLP haplotype as 56816.
“*”indicate that the observed ratio does not significantly differ from 1:1 at the p =
0.001 level.
Phylogenetic trees were generated based on the 1-kb GS and
200-bp GPDH intron sequence alignment by the method of Maximum
Fig. 1. Maximum Parsimony (MP) tree based on the combined 1-kb GS and 200-bp GDPH intron sequences showing the relationship of Colletotrichum. MP trees scores were as
followings 1932 total characters, tree length = 1516, CI = 0.7744, HI = 0.2256, RI =0.9333, RC = 0.7227. Bootstrap values are labeled on the branch of the tree. Scale bar represents
the number of transformations from one character to another.
S 22
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
The 1-kb intron fragment was also digested by a three-enzyme
combination (HindIII+HinfI+HaeIII) and the RFLP band pattern was
used to draw the cluster dendrogram using UPGMA of the Numerical
Taxonomy and Multivariate Analysis System for personal computer
(NTSYS-pc) version 2.02j (James Rohlf, State Univ. of New York,
Stony Brook, NY 11794-5245, USA). Comparison of RFLP profiles
indicated that the isolates of the same species always clustered
together, which suggested that the RFLP of the 1-kb intron could be
used for quickly differentiating species of Colletotrichum (Fig. 2).
Furthermore, the specific digested fragment sizes can be readily be
used to characterize species as well as subgroups (haplotypes) within a
species complex such as C. acutatum and C. gloeosporiodes and can be
a helpful diagnostic approach, particularly if sequencing capabilities are
not readily available (Table 2).
GPDH gene introns were present in all species of Colletotrichum
examined and the primers used for amplification worked for all species
tested to date. The sequence data from both introns indicated that
they were statistically robust for inferring phylogenetic relationships
within and between species of Colletotrichum. In addition, the data
indicate that RFLP profiles of the 1-kb GS intron can serve as a
diagnostic tool to aid in species and haplotype identification with
Colletotrichum. It is anticipated, that as more species and isolates
of Colletotrichum are examined, the inter- and intra-specific
phylogenetic relationships among the more traditional species will
become more evident and, as a result, improve our understanding of
the biology of these important pathogens.
The current study demonstrated that the 1-kb GS and 200-bp
Fig. 2. Similarity dendrogram of representative isolates in different Colletotrichum species based on the presence or absence of the bands for the 1-kb GS intron digested with the
enzyme combination HindIII + HinfI + HaeIII.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
S 23
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Table 2. The approximate base pair fragment size of the GS intron PCR product digested by the restriction enzyme combination HindIII+HinfI+HaeIII.
Species
Haplotype
(isolate)
Fragment size (bp)
350
C acutatum
A1 (A38)
A2 (56816)
A3 (HO27)
A4 (PJ5)
A5 (PJ9)
A6 (PJ13)
A7 (PJ16)
A8 (PT3)
A9 (A138)
260-240 235-220 210
x
C. gloeosporiodes
B1 (NC329)
B2 (GW12)
B3 (MD36)
B4 (960)
B5 (NC246)
B6 (NC211)
C. .orbiculare
C
C. lindemuthianum
D
C. trifolii
E
C. malvarum
F
C. dematium
G
C. magna
H
C. sublineolum
I
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
190 180 160
150
140
x
x*
x
x
x*
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x*
x*
x*
x
x
x
x
x
x
130
120
x
x
x
x
x
x
x*
x*
x
x
x
x
110-105 95-90 80
x
x
x
x
x
x
x
x
x*
x
x
x
x
x
x
x
x*
x
x
x
x
x
x*
x*
x*
50
45
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x*
55
x
x
x
x
x
x
60
x
x
x
x
x
x*
x
x
70
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x*
x
x
x
x
* Two fragments with equal molecular weights existed in the digested band patterns.
LITERATURE CITED
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S 24
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
COLLETOTRICHUM DISEASES OF STRAWBERRY AND CITRUS.
Natalia A. Peres, University of Florida, Gulf Coast Research and Education
Center, Wimauma, FL, USA. Email: [email protected]
Currently, most disease management programs rely on calendarbased protective applications of fungicides. To make Wilson’s model
applicable for timing funigicide applications for disease control in the field,
daily wetness intervals and average temperature during wetness periods
were calculated from weather data collected over past seasons. The objective
was to establish a baseline infection threshold below which no fungicide
applications would be needed with the goal of reducing fungicide sprays.
A second threshold allowed infections that could be eliminated by curative
fungicide applications. This second threshold would be met on days when
conditions for disease development were particularly favorable. Ultimately,
a low threshold of 15% and a higher threshold of 50% infection incidence
were chosen to time fungicide applications. It has been also observed that
the current levels of anthracnose are the best predictor of future anthracnose
in a field. Thus, we applied fungicide in some treatments only when disease
was present. We compared these treatments to the recommended calendar
treatment to control anthracnose (captan early season and pyraclostrobin late
season), the recommended calendar treatment without pyraclostrobin, and
to an untreated control using the anthracnose susceptible cultivar Camarosa.
Using model thresholds to determine application times after symptoms,
only the captan alone treatment failed to reduce disease incidence below
that of the control (Table 1). Inclusion of pyraclostrobin in spray programs
was effective at reducing disease for model-timed sprays after symptom
appearance. Most of the model-timed spray programs that included
applications prior to symptom development or included pyraclostrobin
after symptom development reduced disease incidences below the levels
observed in the control plots. The best treatment was the one using the
model in which captan was applied at low thresholds and pyraclostrobin at
higher thresholds. This treatment utilized only 10 sprays versus 16 sprays
required for the currently recommended calendar spray program. Another
spray program that was especially effective was one that included captan
sprays at a low threshold and pyraclostrobin sprays after symptoms were
observed. The control achieved by this treatment was close to that of the
recommended calendar spray program, but only required 6 sprays.
Strawberry and citrus are affected by two serious diseases caused
by Colletotrichum acutatum J.H. Simmonds, anthracnose and postbloom
fruit drop, respectively. One focus of my studies has been to investigate the
factors affecting disease severity and develop models to predict disease and
assist in timing of fungicide applications.
STRAWBERRY ANTHRACNOSE
Disease and causal organism
Strawberry anthracnose is one of the most serious diseases in
commercial strawberry production. Losses due to anthracnose fruit rot can
exceed 50% when conditions favor disease development. Although several
species of Colletotrichum cause anthracnose on strawberry, C. acutatum
is the most prevalent pathogen causing fruit rot. The fungus can attack
virtually all parts of the plant including the crown, leaves, petioles, flowers,
and immature and mature berries, and also causes a root necrosis leading to
stunting of the plants.
Disease cycle
The disease is likely introduced into plantings on contaminated
transplants as symptomatic or quiescent infections (Fig.1). Conidia of C.
acutatum are produced in acervuli on petioles and fruit tissues and are
dispersed locally by splashing water. Additional dispersal may occur by
pickers spreading conidia from infected to healthy fruit when brushing their
hands through the canopy searching for ripe fruit. C. acutatum can also
survive and reproduce on the surface of leaves without causing symptoms
through a process called microcyclic or secondary conidiation. This means
of survival may have serious implications for disease management because
infested plants can escape detection prior to planting and the pathogen may
build up to high levels in the field undetected.
POSTBLOOM FRUIT DROP OF CITRUS
Disease and causal organism
Postbloom fruit drop (PFD), produces orange-brown lesions on
petals of citrus flowers and induces the abscission of fruitlets. Persistent
calyces from these flowers, commonly called buttons, remain for the life
of the twig and are diagnostic for the disease. PFD is widely distributed
in the humid tropics of the Americas and has important effects on yields,
especially in areas where trees may flower at any time of the year, such as
Central America, eastern Mexico, and the Caribbean. PFD causes sporadic
yield losses when rains occur during the bloom period. Yield losses can
vary from none to nearly 100% depending on inoculum availability and
weather conditions during the bloom period.
Disease models
Wilson et al. (1990) found that the optimum temperature for
infection on immature and mature fruit was between 25 and 30oC on the
cultivar Midway, with greater than 80% incidence occurring after 13h
of leaf wetness. Predictive curves for estimating the incidence of fruit
infection as a function of the duration of berry wetness and temperature
were developed and these adequately predicted infection in experimental
field plots, with about 75% of the variation in disease incidence explained
by these equations.
Table 1. Effect of different systems for timing fungicide applications for control of anthracnose fruit rot on strawberries
(cultivar Camarosa)
Treatment
No. of sprays
Anthracnose (%)
Yield (g)
Untreated control
0
14.3 a
5874 b
Model 15% infection threshold
Sprays begun only when symptoms visible
5
9.4 ab
6164 b
Model 15% infection threshold
9
5.5 bc
7691 a
Model 15% infection threshold - captan
Model 50% infection threshold - pyraclostrobin
Sprays begun only when symptoms visible
6
4.7 cd
7366 a
Weekly calendar sprays – captan only
16
3.9 cd
7611 a
Weekly calendar sprays – captan early, pyraclostrobin late
16
3.1 cd
7294 a
10
2.1 d
8086 a
Model 15% infection threshold - captan
Model 50% infection threshold - pyraclostrobin
Values followed by the same letter are not significantly different (P > 0.001) based on the Waller-Duncan k-ratio t test.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
S 25
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
of flower infection 3 to 4 days in advance considering the availability of
inoculum and the amount of rainfall for the last 5 days. Temperature and
relative humidity were not major factors but the duration of leaf wetness
had a small, but significant, effect on disease development. Fungicide
applications timed according to the model reduced flower infection and the
number of persistent calyces, and increased yields up to 500% compared to
the non treated control (Timmer & Zitko, 1996). The Florida PFD model
was modified subsequently to include the duration of leaf wetness following
rainfall events.
A new system, the PFD-FAD, postbloom fruit drop-fungicide
application decision, was developed to be more widely applicable in
different citrus-producing regions and included risk factors such as the
previous history of PFD in the grove, the susceptibility of the citrus variety,
and the stage of the bloom, as well as the factors used in the PFD model
(Peres et al, 2002). The PFD-FAD system was implemented in Java servlet,
and it can be accessed at http://infotech.ifas.ufl.edu/disc/pfd/.
Fig. 1. Disease cycle of anthracnose fruit rot of strawberries caused by Colletotrichum
acutatum (illustrations by Lynda E. Chandler). Reprinted from Peres, et al. (2005).
Disease cycle
Conidia are produced in acervuli on infected petals and are dispersed
by rain splash during the bloom period (Fig.2). Conidia deposited on leaves
and other vegetative tissues germinate and form appressoria that serve as
survival structures between flowering periods. When bloom begins the next
season, appressoria of C. acutatum germinate and produce a few conidia on
the leaf surface. These conidia are splashed onto the first flowers of the new
season to continue the cycle.
Disease models
A predictive model was developed in Florida for timing of fungicide
applications (Timmer & Zitko, 1993). The model forecasts the percentage
Fungicide applications according to the Florida PFD model were
compared to sprays applied according to a phenology-based program at
early bloom and peak bloom, and according to the grower’s assessment
of the need for applications. The new PFD-FAD advisory system was
tested and compared to the above programs (Peres et al., 2004). The PFD
model and the PFD-FAD were effective for avoiding sprays that were not
necessary when the conditions are not favorable for disease development.
The use of the PFD model and the PFD-FAD helped to avoid sprays in 3 of
the 4 years compared to the phenology-based spray program that is usually
recommended in Brazil and also saved sprays based on the decisions of a
grower experienced in dealing with the disease.
We have made considerable progress in determining the factors
that affect the severity of these two important diseases and developed
models that effectively predict disease and assist in the timing of fungicide
applications. In future work, we hope to further refine the models and
supply the information to growers in a readily applicable form in order to
reduce the number of fungicide applications and lower production costs.
LITERATURE CITED
Peres, N.A.R., Kim, S., Beck, H.W., Souza, N.L., and Timmer, L.W. 2002.
A fungicide application decision (FAD) support system for postbloom fruit
drop of citrus (PFD). Online. Plant Health Progress doi: 10.1094 PHP2002-0731-01-RV
Table 2. Effect of different systems for timing of fungicide applications for control of postbloom fruit drop of citrus (cultivars
Pera and Valencia)
Year
Treatmentsv
2001
2002
No. of sprays
AUCw
Persistent calycesx
Fruit
Control
0
4204 a
90 a
24 b
Phenology based program
2
707 cd
46 b
30 a
Grower’s choice
3
618 c
46 b
31 a
Florida PFD model
2
1211 c
45 b
33 a
PFD-FAD system
1
2138 b
54 b
29 a
Control
0
150 a
25 c
14
Phenology based program
2
7c
16 d
15
Grower’s choice
2-3
6c
24 c
14
z
Florida PFD model
1
130 b
42 a
13
PFD-FAD system
1-2
115 b
33 b
14
NS
w
Area under the curve for the number of diseased flowers; xAverage number of persistent calyces or fruit on 12 branches per tree; average of 20 trees per location; zValues fol-
lowed by the same letter are not significantly different (P > 0.05) based on the Waller-Duncan k-ratio t test; NS = not significant.
S 26
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
types; 80% prefer carioca beans, 16% black beans and about 4% prefer
other bean colors.
Fig. 2. Disease cycle of postbloom fruit drop on citrus caused by Colletotrichum acutatum (illustrations by Lynda E. Chandler). Reprinted from Peres, et al. (2005).
Peres, N.A.R., Souza, N.L., and Timmer, L.W. 2004. Evaluation of systems
for timing of fungicide sprays for control of postbloom fruit drop of citrus
in Brazil. Plant Disease 88: 731-735.
Peres, N. A., L. W. Timmer, J. E. Adaskaveg, and J. C. Correll. 2005. Life
styles of Colletotrichum acutatum. Plant Disease 89: 784-796.
Timmer, L.W., and Zitko, S.E. 1993. Relationships of environmental factors
and inoculum levels to the incidence of postbloom fruit drop of citrus. Plant
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Timmer, L.W., and Zitko, S.E. 1996. Evaluation of a model for prediction
of postbloom fruit drop of citrus. Plant Dis. 80:38-383.
Wilson, L.L., Madden, L.V., and Ellis, M.A. 1990. Influence of temperature
and wetness duration on infection of immature and mature strawberry fruit
by Colletotrichum acutatum. Phytopathology 80:111-116.
AN INTEGRATED APPROACH FOR THE MANAGEMENT OF
COLLETOTRICHUM DISEASES OF COMMON BEAN WITH
EMPHASIS ON EFFECTIVE FUNGICDE MANAGEMENT. M.A.
Pastor-Corrales. Soybean Genomics and Improvement Laboratory.
USDA-ARS, Beltsville Agricultural Research Center, Beltsville, MD,
20705, USA, e-mail: [email protected]
The common bean (Phaseolus vulgaris L.) is in Brazil an agricultural
product of major socio-economic importance; Brazil is the largest producer
and consumer of dry beans in the world, dry beans are grown in nearly
every Brazilian state and millions of Brazilians work full and part-time on
dry bean production. Dry beans are a most important food component in the
daily diet of the Brazilian population, providing an inexpensive and excellent
source of protein, complex carbohydrates, fiber, folate and minerals in the
diet of millions of Brazilians. Dry bean production is concentrated in about
ten Brazilian states (Parana, Minas Gerais, Bahia, Goias, Sao Paulo, Ceará,
Santa Catarina, Rio Grande de Sul, and Pernambuco) which produce over
80 % of the dry beans. This production occurs in three distinct seasons;
about 40 % of the production occurs in the first or wet season (safra das
aguas), 30 % in the second or dry season (safra da seca), and 30% during the
third or winter season (safra de inverno). About 60% of the first and second
seasons’ production occurs in small farms. Although many dry bean classes
are grown in Brazil, consumers have a strong preference for a few bean
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
Common bean anthracnose. The common bean is notoriously
susceptible to many diseases, particularly in the tropics. Accordingly,
many diseases diminish common bean production in Brazil; disease such
as bean golden mosaic, anthracnose, angular leaf spot, rust, white mold,
common bacterial blight, web blight, charcoal rot, Fusarium wilt, and root
rots. Anthracnose is one the most widespread and economically important
bean diseases in Latin America and Africa, including Brazil. Anthracnose in
Brazil occurs during all three planting seasons (wet, dry and winter) affecting
bean seed yield and pod and seed quality. Anthracnose is often recurrent
in southeastern Brazil and it is particularly important in the southern part
of the State of Minas Gerais, where it can make dry bean production
unfeasible. Anthracnose also tends to be severe in areas where dry beans
are under irrigation which increases the humidity that favors infection of the
anthracnose pathogen and the development and the amount and dispersal
of the inoculum in the field. Anthracnose is caused by the hemi-biotrophic
fungus Colletotrichum lindemuthianum (Sacc. & Magnus) Lambs.-Scrib.
Under favorable environmental conditions for anthracnose development,
such as moderate to cool temperature (between about 14o to 25oC with
an optimum of 17oC), high humidity (greater than 90%) and susceptible
common bean varieties, yield and pod and seed quality losses caused by the
anthracnose disease can be devastating reaching 100 percent.
Factors Affecting Bean Anthracnose Management. There
are many methods to manage plant diseases including common bean
anthracnose. Regardless of the methods or the overall management strategy
used, for an effective management of common bean anthracnose, it is
necessary to have a basic knowledge of the common bean, the anthracnose
pathogen and of the anthracnose disease epidemiology.
The Common Bean Host. The common bean is native to the
Americas. The cultivated common bean as we now it today was domesticated
from wild beans growing as vines. Long before the domestication, wild P.
vulgaris had already diverged into two separate and distinct major gene
pools distributed in two different geographic regions, one in Mesoamerica
and the other in the Andes. The Mesoamerican gene pool includes wild
bean populations distributed in a region that includes what is today
Mexico, Central America, Northern Colombia and Western Venezuela.
The Andean gene pool comprises wild bean populations distributed in the
highlands of the Andes region of Southern Peru, Bolivia and Argentina.
Contrasting morphological, biochemical, and molecular attributes, as well
as incomplete reproductive isolation, differentiate these two wild bean
gene pools. Separate domestications of the wild beans in Mesoamerica
and Andean led to two separate and different cultivated gene pools also
denominated the Mesoamerican and the Andean gene pools. The partition
of the genetic diversity of the cultivated common bean in two gene pools
is a reflection of the diversity of their wild bean ancestors. Most of the
divergent morphological traits, agronomic characteristics, biochemical and
molecular attributes that separate the wild Andean from the Mesoamerican
beans, such as phaseolin seed proteins, isozymes, mitochondrial,
chloroplast, and genomic DNA, also differentiate the cultivated Andean
from the Mesoamerican gene pool. The common bean is not native to
Brazil and most dry bean varieties planted in Brazil are small-seeded bean
cultivars (especially of the carioca and black seeded types) that belong to
the Mesoamerican gene pool. Anthracnose occurs in both gene pools and it
can be as severe in both pools.
The Bean Anthracnose Pathogen. Although C. lindemuthianum
can infect other species closely related to P. vulgaris, this is primarily a
pathogen of common bean. Although the teleomorphic stage of the
anthracnose pathogen has been reported, it appears that only the anamorphic
stage is responsible for the anthracnose disease. Since 1911 it is known
that some common bean cultivars are resistant to anthracnose while others
are susceptible and that the anthracnose pathogen has, and benefits from,
extensive virulence diversity. More recent virulence and genetic diversity
studies using differential cultivars and molecular techniques revealed that
the diversity of some common bean pathogens segregates into two distinct
groups that mirror the diversity of their common bean host. These pathogens
include Colletotrichum lindemuthianum, Phaeoisariopsis griseola, the
causal agent of angular leaf spot, and Uromyces appendiculatus, the bean
rust pathogen. The two groups of isolates of these pathogens have been
S 27
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
also named Andean and Mesoamerican because they have been associated
with the Andean and Mesoamerican gene pools of the common bean. Andean
races (virulence phenotypes) of the anthracnose (as well as of the angular
leaf spot and rust pathogens) are invariable isolated from large-seeded beans
that belong to the Andean gene pool. Conversely, Mesoamerican races of
these pathogens are usually, but not always, isolated from small or mediumseeded beans belonging to the Mesoamerican gene pool. More importantly,
Andean races are compatible only or mostly with Andean beans (Table 1). In
contrast, Mesoamerican races are compatible with Mesoamerican and Andean
beans, but tend to be more virulent on Mesoamerican beans. In addition,
Mesoamerican races of these pathogens exhibit considerable greater virulence
diversity than the Andean races. The genetic diversity of these three pathogens,
revealed using molecular markers, especially of the angular leaf spot and rust
pathogens, also segregates into two different groups, one Andean and one
Mesoamerican. Common beans from the Mesoamerican gene pool also have
greater genetic diversity than bean cultivars from the Andean gene pool. It has
been posited that Andean and Mesoamerican races of these pathogens have
evolved separately with the Andean and Mesoamerican common bean gene
pools, respectively. Since most common bean varieties grown in the most
important bean producing states of Brazil are small-seeded carioca or black
varieties of the Mesoamerican gene pool. Most races of C. lindemuthianum
reported from Brazil also belong to the Mesoamerican pool.
Epidemiology of Bean Anthracnose. The bean anthracnose
pathogen can survive in the seed or infected crop residue. Survival in the
seed and infected pods is influenced considerably by temperature and
humidity (moisture). Infection by C. lindemuthianum is favored by moderate
temperatures between 14 and 25oC with an optimum of 17oC to 23oC. Humidity
of more than 92% free moisture is required for infection and development of
all stages of conidium germination, incubation and subsequent sporulation.
Moderate rainfalls at frequent intervals, especially when accompanied by
wind or splashing rain are essential for local dissemination of conidia and for
the development of severe anthracnose epidemics. Rain dissolves the watersoluble gelatinous matrix in which the conidia reside in the acervulus.
Bean Anthracnose Management. Methods to manage bean
anthracnose comprise those that exclude, reduce or eradicate the pathogen
from the host, methods that use or improve host resistance, and methods
that directly protect the plant from the pathogens.
Methods that exclude, reduce, and eradicate the pathogen from
the host. These methods include clean or pathogen-free seed, crop rotations,
and field sanitations. The anthracnose pathogen is seed borne and it is easily
and effectively disseminated on infected seed from one location to another.
Sowing anthracnose-infected seed will result in poor emergence and seedling
with reduced vigor. In addition, disease seedlings are a source of anthracnose
inoculum for adjacent pants by splashing rains. More importantly, anthracnoseinfected seed can introduce new C. lindemuthianum races into new area or
new fields. Races 7 and 73 were introduced in this manner for the first time to
Michigan, race 73 to North Dakota in the United States and races and races 7 and
93 to Ontario, Canada. The introduction of these new races that overcame the
previously resistant Co-2 anthracnose resistance gene (formerly known as the
ARE gene) resulted in anthracnose epidemics. Utilization of anthracnose-free
seed is a very important component of any strategy to avoid losses caused by
anthracnose and other diseases caused by seed borne pathogens. Anthracnosefree seed was successfully used to control anthracnose in the United States.
Pathogen free-seed of susceptible cultivars was produced in the state of Idaho,
a semiarid region, using furrow or surface irrigation. The low humidity and
high temperatures of this area are unfavorable for infection and survival of
the anthracnose pathogen. Crop rotations of two to three years are suggested
for the management of anthracnose. The pathogen usually can’t survive on
infected debris for more than two years. Heavily anthracnose-infected plant
debris should also be removed from the field soon after harvest.
Methods that use or improve host resistance. Host resistance,
when available, it is probably the easiest method for farmers to use and the
most effective method for the management of bean anthracnose. However,
several released varieties with anthracnose resistance have succumbed to
C. lindemuthianum soon after their release. Released anthracnose resistant
varieties with single resistance genes have had their share of failures,
because, as noted before, the anthracnose pathogen benefits from extensive
virulence diversity and races of C. lindemuthianum often vary in time and
space. This is why bean varieties that are resistant in one location or year
may be susceptible in another. Failed varieties often succumb to anthracnose
because they had not been adequately tested against all the races of C.
lindemuthianum present in the area where they were released. In other
cases, the introduction of a new race of C. lindemuthianum in imported seed
was responsible for the failure of these varieties, as it occurred with several
varieties carrying the Co-2 gene in Brazil, the United States and Canada.
Although there are 11 reported genes for resistance to C. lindemuthianum
(see Table1), none of them are effective against all known races of C.
lindemuthianum. The Co-10 anthracnose resistance gene not shown in
Table 1 was reported occurring in Brazilian cultivar Ouro Negro. Some
Table 1. Differential bean cultivars, their resistance genes, host gene pool and the binary number of each differential bean cultivar used
to name races of Colletotrichum lindemuthianum, the causal agent of anthracnose of common bean. Selected races from Brazil and
Ecuador recently reported in the literature are shown
Selected Races from
Differential Cultivar1
Host Resistance Genes
Gene Pool1
Binary Number2
Brazil4
65 73 81 337
Ecuador5
7 12 13
Michelite
MDRK
P. Marrow
Co-11
Co-1
Co-13
MA
A
A
1
2
4
+
-
+
-
+
-
+
-
+ - +
+ - + + +
C. 49242
Widusa
Kaboon
Mexico 222
PI 207262
TO
TU
AB 136
G 2333
Co-2
Co-15
Co-12
Co-3
Co-43, Co-9
Co-4
Co-5
Co-6, co-8
Co-42, 3Co-52, Co-7
MA
A
A
MA
MA
MA
MA
MA
MA
8
16
32
64
128
256
512
1024
2048
+
-
+
+
-
+
+
-
+
-
-
-
+
+
-
+
- - - -
+
-
1
Bean differential cultivars belong to the Middle American (MA) or the Andean (A) gene pools. Highlighted cultivars are Andean; the others are Middle American. 2Binary
number: 2n, n is equivalent to the place of the cultivar within the series. The sum of cultivars with susceptible reaction will give the binary number of a specific race. 3 Tentative.
4
Damasceno, K.J.,et al.,2007.J. Phytopathology 155:241-247. 5Awale, H., et al., 2007. Ann. Rep. Bean Improv. Coop. 50: 85-86.
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Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
anthracnose resistance genes confer resistance to a broader gamut of races of
C. lindemuthianum than others. The Co-42 gene found originally in G 2333
and Co-12 present in Kaboon, are recognized as the genes with the broadest
range of resistance to races of C. lindemuthianum in the Mesoamerican
and Andean gene pools of the common bean, respectively. This author had
shown since the early 1980’that bean anthracnose resistance genes from
Mesoamerican bean cultivars are very effective against Andean races of C.
lindemuthianum. On the other hand, resistance genes from Andean beans
are very effective against many Mesoamerican races of the anthracnose
pathogen. Therefore, the most effective bean anthracnose resistance method
is to combine (pyramid) Andean and Mesoamerican anthracnose resistance
genes into a single bean variety. The most effective combination of these
genes should be determined by the population structure of the pathogen
that the released bean variety will confront. For example, an effective
combination of bean anthracnose resistance genes throughout the world
would include the Andean gene Co-12 and the Middle American gene Co42. The Co-42 gene is effective against all known Andean races and against
most Middle American races of C. lindemuthianum but it susceptible to
some races from Costa Rica and Mexico. On the other hand, Co-12 is
effective against most Middle American races of C. lindemuthianum
including those that overcome Co-42. However Co-12 is susceptible to some
Andean races to which Co-42 is resistant. Therefore including Co-12 and
Co-42 in a combination of several anthracnose resistance genes will result in
effective resistance to all presently known races of C. lindemuthianum.
Other resistance methods, such as, induced resistance (using
plant activators) and transgenic plants with resistance to pathogens have
been reported as effective in some host plant interactions. For example,
transgenic common beans with resistance to bean golden mosaic in Brazil
were reported in 2007. These methods have not been reported for the
management C. lindemuthianum.
Methods that directly protect the plant from the pathogens. When
none of the other bean anthracnose management methods discussed above
can’t prevent yield, losses, anthracnose-infected seed and losses in pod and
seed quality caused by the anthracnose disease, then plants can be directly
protected with fungicides, foliar sprays and seed treatments. Most fungicides
either inhibit the germination of the spores, growth and multiplication of the
pathogen or simply kill the pathogen. There are many fungicides available in
the market with different modes of action, efficacies, etc, but fungicides must be
first registered for use on common beans. There are two groups of fungicides,
the triazoles and the strobirulins, that currently are probably the most popular
and used in agriculture for the management of many diseases caused by foliar
fungal pathogens. The triazoles’ mode of action is demethylation of C-14 during
ergosterol biosynthesis leading to accumulation of C-14 methyl sterols. The
biosynthesis of these ergosterols is critical to the formation of cell walls of fungi
and lack of normal sterol production slows or stops the growth of the fungus,
effectively preventing further infection and/or invasion of host tissues. These
fungicides are considered to be fungistatic or growth inhibiting rather than
fungicidal. Killing. The triazole fungicides include epoxiconazole, triadimenol,
propiconazole, cyproconazole, tebuconazole and flusilazole. The strobilurin
fungicides were extracted from the fungus Strobilurus tenacellus and they they
inhibit electron transfer in mitochondria, disrupting energy metabolism and
preventing growth of the target fungi. They are part of the larger group of QoI
inhibitors, which act to inhibit the respiratory chain at the level of Complex III.
Strobilurin fungicides penetrate the leaf, move through tissue into the waxy layer
of the epidermis. This translaminar movement allows for the protection of both
leaf surfaces, providing plant disease protection that may last for weeks. Some
strobilurins are azoxystrobin, kresoxim-methyl, picoxystrobin, fluoxastrobin,
oryzastrobin, dimoxystrobin, pyraclostrobin and trifloxystrobin. Utilization of
foliar fungicides and seed treatments for the effective control of anthracnose
and as component of an integrated strategy, that also includes cultural practices
and host resistance, to manage anthracnose and other common bean diseases
caused by fungi will be discussed during the oral presentation.
Some conclusions about bean anthracnose management. Host
resistance, cultural practices (particularly crop rotation), sanitation and
fungicides applied to bean plants or seed are the most utilized and effective
individual methods to manage common bean anthracnose. However the best
overall strategy to control anthracnose and other bean diseases, is an integrated
approach combining various methods that includes clean or fungicide-treated
seed, an adequate level or resistance (or avoidance of extreme susceptible
varieties) and whenever necessary, a judicious use of fungicides.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
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COLLETOTRICHUM EM SEMENTES DE SOJA E ALGODÃO
– DETECÇÃO E CONTROLE QUÍMICO. Augusto C. P. Goulart.
Embrapa Agropecuária Oeste, C.P. 661, Dourados, MS. CEP: 79.804970. e-mail: [email protected] Colletotrichum Seed Diseases of
Soybean and Cotton Crops – Detection and Chemical Management
INTRODUÇÃO
A semente constitui a base de cultivo, sendo considerada uma das vias
mais eficientes de transporte de fitopatógenos e transmissão de doenças.
Do ponto de vista sanitário, a semente ideal seria aquela livre de
qualquer microorganismo indesejável. Porém, isso nem sempre é possível,
uma vez que a qualidade das sementes é altamente influenciada pelas
condições climáticas sob as quais são produzidas e armazenadas.
A maioria das doenças de importância econômica que ocorrem
nas culturas da soja e do algodoeiro é causada por patógenos que são
S 29
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
transmitidos pelas sementes, merecendo destaque os fungos Colletotrichum
gossypii var. cephalosporioides (causador da ramulose do algodoeiro) e
Colletotrichum truncatum (causador da antracnose da soja).
Dentre as medidas de controle desses patógenos, o tratamento
de sementes com fungicidas é uma das mais eficazes e econômicas,
sendo ainda utilizado para garantir boa emergência, quando a semeadura
coincide com períodos adversos, evitando, na maioria das vezes, a
necessidade do replantio.
DESCRIÇÃO DOS FUNGOS
Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides (C.g.c.) – causador
da ramulose do algodoeiro
Identificador: A.S.Costa [Anamorfo]
Sinonímia: Glomerella gossypii Edgenton [Teleomorfo]
Detecção: substrato papel
O patógeno é transmitido tanto externa quanto internamente pelas
sementes de algodão, que são o mais eficiente veículo de disseminação do
mesmo. O papel das sementes na transmissão do patógeno fica evidente
ao constatar-se a doença em áreas novas. As taxas de transmissão de C.g.c
planta-semente e semente-planta são bastante elevadas e por esta razão, a
utilização de sementes portadoras do patógeno torna-se um sério risco de sua
introdução em áreas novas (taxa de transmissão do patógeno das sementes
para a parte aérea do algodoeiro é de aproximadamente 3:1, o que significa
que 3 sementes com C.g.c. representa 1 planta no campo com ramulose). Em
condições de clima favorável (temperatura de 25 a 30ºC e umidade elevada),
a doença avança na lavoura 1 m a cada cinco dias. Este microorganismo
pode ainda sobreviver de um ano para outro em solo contaminado e em
restos culturais. Este fungo pode provocar também o tombamento de pré
e pós-emergência, reduzindo o estande. Lesões deprimidas, pardo-escuras,
atingindo grande extensão do colo e da raiz das plântulas são os sintomas
característicos provocados por este patógeno. É identificado pela presença
de colônias acinzentadas, pouco densas, acérvulos com setas altas e da
presença quase constante de micélio aéreo. Os conídios, uma vez produzidos,
permanecem aderidos uns aos outros nas extremidades das setas, tornandose brilhantes sob a luz. Os acérvulos apresentam-se com setas escuras, as
vezes com conídios no ápice. Em meio de cultura células conidiogênicas
podem ser formadas diretamente em micélio vegetativo. Conídios
hialinos, unicelulares, retos com extremidades arredondadas e medindo
12-17 x 3-4,5 micra. Até algum tempo, apenas se relatava a presença de
C. gossypii nas sementes analisadas, não se fazendo menção a C. gossypii
var. cephalosporioides, embora ambos pudessem estar ocorrendo. Ocorria
então que, em função da grande semelhança das estruturas desses patógenos
nas sementes, a distinção entre eles tornava-se muito difícil pelos métodos
rotineiros. Atualmente, com o desenvolvimento de novas técnicas de análise
baseadas no hábito de crescimento dos fungos nas sementes, desenvolvidos
por Tanaka et al. (Summa Phytopathologica, v. 22, n°2, p.116-122, 1996
e Bragantia, v. 15, n° 1, p. 95-104, 1996), a identificação precisa desses
dois patógenos já é possível em testes de sanidade de sementes. Conforme
estes autores, a reprodutibilidade do método (fácil execução e baixo custo)
foi demonstrada, o que permite a preconização do mesmo para ser utilizado
como rotina em testes de sanidade de sementes de algodoeiro. Entretanto,
torna-se imprescindível que sejam feitos testes de aferição com diversos
laboratórios e treinamento dos analistas para não haver erro no diagnóstico.
A distinção entre C. gossypii e C. gossypii var. cephalosporioides exige
do analista um treinamento específico. Colônias de C. gossypii são mais
compactas, com setas mais curtas, com abundante esporulação e estruturas
do fungo desenvolvidas rente ao tegumento das sementes com ausência de
micélio aéreo. Freqüentemente as cadeias de conídios cobrem completamente
as setas, dificultando sua visualização. Colônias de C. gossyppi var.
cephalosporioides apresentam-se com abundante micélio aéreo e aspecto
menos compacto.
Colletotrichum truncatum – causador da antracnose da soja
Identificador: (Schwein.) Andrus & W.D. Moore [Anamorfo]
Sinonímia: Colletrotrichum dematium f. truncatum (Schwein.)
Arx Vermicularia truncata Schwein.
Detecção: substrato papel
S 30
Capaz de atacar todas as partes da planta, durante a fase vegetativa,
floração, frutificação e sementes, sendo considerada a principal doença na
fase inicial de formação das vagens. Em condições de elevada precipitação
e altas temperaturas, comuns na região dos cerrados, pode causar perda
total. É comum causar redução acentuada no número de vagens e retenção
foliar e haste verde. Esse fungo pode causar deterioração da semente,
morte de plântulas e infecção sistêmica em plantas adultas; tem nas
sementes o mais eficiente veículo de disseminação. Sementes infectadas
apresentam manchas deprimidas de coloração castanho-escura. É comum
o aparecimento de sintomas nos cotilédones, caracterizado pele necrose
dos mesmos, logo após a emergência da plântula. De maneira geral, a
incidência desse patógeno nas sementes é baixa, sendo que dificilmente
obtém-se um lote de sementes com níveis elevados de C. truncatum.
Entretanto, com a expansão da cultura da soja para outras regiões do
Brasil, tem-se observado, em algumas safras, aumento considerável
da presença desse fungo nas sementes de soja. O patógeno, uma vez
introduzido por sementes infectadas, sobrevive na entresafra em restos de
cultura. Com relação à perda de viabilidade desse patógeno nas sementes
durante o armazenamento, trabalhos recentes demonstraram que esse
fungo é mais persistente que Phomopsis spp. e Fusarium semitectum,
apesar de sua incidência diminuir quando as sementes são armazenadas
em condições ambientes, por um período de seis meses. A principal
característica utilizada para a identificação do patógeno nas sementes,
após o período de incubação, é a presença de acérvulos típicos da espécie
(freqüentemente com abundante exudação), onde são observadas inúmeras
setas escuras, medindo 60-300 x 3-8 micra. Os conídios do fungo são
hialinos, unicelulares, curvos, medindo 17-31 x 3-4,5 micra. Os conídios
geralmente produzem tubos germinativos curtos.
DETECÇÃO EM SEMENTES
Existem vários testes de laboratório que podem ser utilizados para
caracterizar o estado sanitário das sementes de algodão e de soja, sendo
que a seleção de um método em particular dependerá do patógeno a ser
detectado, da espécie de semente e do próprio objetivo do teste. No caso
específico dos fungos Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides
(causador da ramulose do algodoeiro) e Colletotrichum truncatum (causador
da antracnose da soja), o principal método utilizado para sua detecção nas
sementes é o papel de filtro (“blotter”). A experiência tem comprovado que
este método é perfeitamente viável e o mais eficaz para estas culturas. A
seguir, esse método será descrito, detalhadamente.
Método do papel de filtro (“blotter test”)
Segundo Neergaard (1979), este método consiste na utilização de
sementes, sem assepsia superficial, semeadas em placas de Petri ou caixas
Gerbox (20 sementes por recipiente), contendo três folhas de papel de filtro
previamente esterilizadas, embebidas numa solução de 2,4-D (2,4 - diclorofenóxiacetato de sódio), a 0,02% do produto comercial (1.000 ml de água
destilada esterilizada + 2 ml do herbicida 2,4-D) para a cultura do algodoeiro.
No caso da soja, adiciona-se a esta solução de 2,4-D, ágar diluído (10 g de
ágar/1.000 ml de água) para facilitar a fixação das sementes no substrato,
conforme Goulart (1984). Em seguida, os recipientes contendo as sementes
são incubados em ambiente controlado, com temperatura entre 22 e 26°C,
sob regime de 12h de luz (negra “NUV” e/ou branca fluorescente tipo “luz
do dia”)/12 h de escuro. O objetivo da utilização da luz é o de estimular
a esporulação da maioria dos fungos. Após um período de incubação
de sete dias, as sementes são examinadas, uma a uma, sob microscópio
esterescópico e os microorganismos são identificados e anotados. A
identificação é feita com base na esporulação dos fungos. Para cada amostra
recomenda-se a utilização de 200 a 400 sementes, que devem ser tomadas
ao acaso. O resultado do teste é expresso em percentagem de cada fungo
detectado. A utilização do 2,4-D tem por finalidade inibir a germinação das
sementes, a fim de facilitar a leitura do teste. Este tratamento leva à morte
do embrião, sem causar efeito negativo na flora fitopatogênica.
Método do papel de filtro com congelamento
(“deep freezing method”)
Este método consiste em pequena variação do anterior, no qual
elimina-se a germinação, não pelo uso do 2,4-D, mas pela exposição das
sementes à temperatura de -20°C (Neergaard, 1979). As sementes são
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
semeadas em placas de Petri ou caixas Gerbox contendo três folhas de papel
de filtro previamente esterilizadas e embebidas em água destilada esterilizada
(algodão) ou em ágar diluído (10 g de ágar/1.000 ml de água) no caso da
soja. Em seguida, são incubadas, sob as mesmas condições já descritas no
teste anterior, nas primeiras 24 horas. Após esse período, os recipientes são
retirados e colocados em um freezer a -20°C, por 24 horas. Posteriormente,
voltam ao ambiente normal de incubação por cinco dias, perfazendo assim
os sete dias, quando então é realizada a avaliação. O choque de frio, após as
sementes absorverem água nas primeiras 24 horas de incubação, prejudica
a germinação normal. Os microorganismos desenvolvem-se normalmente
durante a incubação e a avaliação fica facilitada, uma vez que não ocorre a
germinação das sementes.
CONTROLE QUÍMICO
O controle químico destes patógenos nas sementes deverá ser realizado
através do tratamento das sementes com fungicidas. A ação combinada
de fungicidas sistêmicos com protetores tem sido uma estratégia das mais
eficazes no controle desses fungos presentes nas sementes, uma vez que o
espectro de ação da mistura é ampliado pela ação de dois ou mais produtos.
O tratamento químico de sementes de soja e algodão com fungicidas
é um dos métodos mais simples, de custo relativamente baixo e resulta em
reflexos altamente positivos para a sustentabilidade da cultura. Quando se
analisa a questão ambiental, apresenta a vantagem ainda de não alterar a
biologia do solo, pois a quantidade por hectare é mínima, sendo rapidamente
diluída e degradada no solo. Além disso, dentre os demais defensivos, os
fungicidas são os que apresentam o menor impacto negativo no ambiente.
A cada ano, um grande número de fungicidas são testados com o
objetivo de verificar sua eficiência no controle dos principais patógenos
presentes nas sementes. Os fungicidas registrados para tratamento de
sementes nestas culturas e atualmente disponíveis no mercado pertencem
a dois grandes grupos – os sistêmicos e os protetores.
Para o controle de Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides
(causador da ramulose do algodoeiro) os fungicidas mais utilizados são
vitavax-thiram, vitavax-thiram + carbendazin, difenoconazole, tolylfluanid
+ pencycuron + triadimenol, fludioxonil + mefenoxan + azoxystrobin
No caso de Colletotrichum truncatum (causador da antracnose da
soja), os fungicidas mais utilizados são carbendazin + thiram, vitavaxthiram, fludioxonil + mefenoxan, thiram, captan e tolylfluanid.
Dados de pesquisa têm demonstrado que a eficiência de um
determinado fungicida está relacionada diretamente com o nível dos fungos
nas sementes, sendo maior em lotes de baixa infecção. Nesse contexto,
o ideal e recomendável do ponto de vista epidemiológico, seria fazer o
tratamento com fungicidas em sementes com baixos níveis de infecção/
contaminação, pois nelas o controle é mais efetivo.
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& Dirceu Klepker. Embrapa Soja, caixa postal 131, CEP 65800-000,
Balsas, Maranhão. E-mail [email protected]. Management
of anthracnose on soybean crop.
A antracnose, causada por Colletotrichum dematium (Pers. ex Fr.)
Grove var. truncata (Schw.) Arx [sin. C. truncatum (Schw.) Andrus & Moore],
é uma das mais importantes e freqüentes doenças da soja nos cerrados. Sob
condições de alta temperatura e umidade, principalmente em anos chuvosos,
causa acentuada redução do número de vagens, podendo induzir a planta à
retenção foliar e haste verde. Os níveis de perdas podem chegar a 100% em
casos excepcionais de ambiente favorável (Almeida et al., 2005).
Seu principal sintoma é a queda e o apodrecimento de vagens. As
vagens em início de formação (R4 - R5.1), quando infectadas, adquirem
coloração castanho-escura a negra, abortam a formação de grãos e ficam
retorcidas. Nas vagens em granação (R5.1 - R6), as lesões se iniciam
por pontos de anasarca e evoluem para manchas negras, geralmente com
expansão circular, constituídas pelo aglomerado de acérvulos. Outras partes
da planta também são infectadas por C. truncatum. Nas hastes, pecíolos
e racemos florais a doença se manifesta através de manchas negras,
ligeiramente deprimidas e brilhantes. Nas folhas geralmente são observadas
lesões necróticas pretas ou castanho-escuras, sobre as nervuras.
É importante atentar para o correto diagnóstico da antracnose,
principalmente observando-se a prevalência da coloração negra das lesões
e a presença de acérvulos com setas negras características, pois ainda têm
sido comuns algumas confusões com os sintomas causados por Cercospora
kikuchii, Corynespora cassiicola e queimaduras de sol.
Sementes infectadas apresentam manchas deprimidas, de
coloração castanho-escura. O percentual de sementes infectadas aumenta
consideravelmente quanto maior for o índice de chuvas na colheita. As
plântulas originadas de sementes infectadas apresentam necrose dos
cotilédones, que pode se estender para o hipocótilo e causar o tombamento.
Esta situação é mais intensa quando o período de emergência é sucedido de
chuvas abundantes e houver elevada fonte de inóculo em restos de cultura.
O fungo também pode causar o apodrecimento da semente no solo, antes da
emergência (Henning et al., 2005).
Ocorre uma acentuada redução da infecção de sementes de soja por
C. truncatum durante o período de armazenamento em condição ambiente.
É também possível que C. truncatum seja um dos principais causadores
da necrose da base do pecíolo cuja etiologia ainda não está esclarecida.
As principais fontes primárias do patógeno são as sementes e restos
de cultura da safra anterior à soja. Os conídios são dispersos principalmente
por respingos de gotas de chuva que incidem nos acérvulos, fragmentando
a massa gloióide de esporos.
S 31
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
O fungo coloniza o interior do tecido cortical e pode permanecer em
forma latente até o final do ciclo da soja sem expressar a doença, dependendo
muito das condições ambientais e do estado nutricional das plantas.
As maiores reduções de produtividade da soja atribuídas à
antracnose têm ocorrido quando a cultura passa por algumas situações de
estresse, provocando debilidades fisiológicas nas plantas e favorecendo a
expressão da doença. Os fatores de estresse mais comuns são excesso ou
falta de chuvas, baixa fertilidade de solo, ocorrência de doenças radiculares
e ataque de pragas, principalmente percevejos sugadores.
Os tecidos dessas plantas debilitadas, principalmente as vagens que
tiveram o processo de formação de grãos interrompido, são rapidamente
colonizados e decompostos por C. truncatum.
O controle da antracnose é mais eficiente através da adoção de
medidas como rotação de culturas, utilização de sementes sadias, tratamento
de sementes com fungicidas adequados, manejo adequado da fertilidade do
solo, principalmente com relação à adubação potássica, manejo físico do solo
para que as plantas tenham o melhor desenvolvimento radicular possível,
espaçamento entre as linhas variando de 45 a 55 cm, população adequada à
cultivar (200 a 250 mil plantas/ha), manejo eficiente de pragas (principalmente
percevejos) e de plantas invasoras. Observações a campo têm mostrado que a
incidência de antracnose é menos severa em sistemas de semeadura direta e em
áreas com cobertura morta originária de plantas não hospedeiras do patógeno.
Estudos de nutrição da soja conduzidos em solos com diferentes texturas
no Piauí (25% de argila) e Maranhão (60% de argila), revelaram o efeito do
potássio na redução da incidência de antracnose causando podridão de vagens
da cultivar de soja BRS Sambaíba. Em experimento com nutriente faltante e
parcelas subdivididas com e sem pulverização de fungicidas (trifloxiztrobin
56 g i.a. ha-1 + ciproconazole 24 g i.a. ha-1 em R2 e R5.1) foi observado que a
supressão do fornecimento de potássio para as plantas causou o aumento da
incidência de antracnose em mais de duas vezes os valores observados para os
demais tratamentos, independentemente do efeito fungicida (Figura 1).
Figura 2. Incidência de antracnose (Colletotrichum truncatum) causando apodrecimento de vagens em soja cv. BRS Sambaíba, em experimento de doses e épocas de
aplicação de potássio, instalado em Bom Jesus, Piauí na safra 2000/01 e avaliado em
2004/05. Médias seguidas das mesmas letras (maiúsculas para as subparcelas tratadas
com fungicidas e minúsculas para as não tratadas) não diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
Experimentalmente, tem sido observada a eficiência de controle com
alguns fungicidas do grupo das estrobilurinas em mistura com triazóis, assim
como de tiofanato metílico isoladamente ou em seqüência de aplicação com
triazóis ou estrobilurinas, e de alguns triazóis isoladamente.
Os fungicidas flutriafol + tiofanato metílico (60 + 300 e 70 + 350 g
i.a. ha-1), tiofanato metílico (300 g i.a. ha-1), azoxystrobin + ciproconazole
(60 + 24 g i.a. ha-1) e pyraclostrobin + epoxiconazole (66,5 + 25 g i.a. ha-1),
pulverizados em duas épocas sobre a cultivar M-SOY 6101 nos estádios R2
e R5.1, respectivamente, foram eficientes no controle da antracnose (Campos
et al., 2005 a). Também foi demonstrado a eficiência de controle de duas
aplicações em R2 e R5.1, respectivamente, dos fungicidas pyraclostrobin +
epoxiconazole (66,5 + 25 g i.a. ha-1), azoxystrobin + ciproconazole (60 + 24
g i.a. ha-1), trifloxistrobin + ciproconazole (56,2 + 24 g i.a. ha-1), as seqüências
de flutriafol / carbendazin (62,5 / 250 g i.a. ha-1), epoxiconazole / tiofanato
metílico (42 / 360 e 35 / 300 g i.a. ha-1) e a aplicação de pyraclostrobin +
epoxiconazole (66,5 + 25 g i.a. ha-1) em R2 e epoxiconazole / tiofanato
metílico (50 / 300 g i.a. ha-1) em R5.1 (Campos et al., 2005 b).
Avaliações realizadas no Maranhão e Tocantins confirmaram o
melhor controle químico da antracnose com duas aplicações de misturas
de estrobilurinas com triazóis e alguns triazóis isoladamente (Figuras 3 e 4)
(Meyer & Rodacki, 2005).
Figura 1. Incidência de antracnose (Colletotrichum truncatum) causando apodrecimento de vagens em soja cv. BRS Sambaíba, em experimento de nutriente limitante
em Bom Jesus, Piauí. Médias seguidas das mesmas letras (maiúsculas para as subparcelas tratadas com fungicidas e minúsculas para as não tratadas) não diferem entre si
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Outro experimento onde se avaliou o efeito de níveis e épocas do
suprimento de potássio para soja BRS Sambaíba, em parcelas subdivididas
com e sem pulverização de fungicidas, foi observado que os tratamentos com
fornecimento constante do nutriente apresentaram as menores porcentagens
de incidência de antracnose, independentemente do efeito fungicida, não
havendo efeito residual da aplicação de potássio nos primeiros anos de
cultivo sobre o controle da doença, neste tipo de solo (Figura 2).
A variabilidade genética de cultivares de soja tem sido estudada e várias
fontes de resistência a antracnose já foram identificadas, mas não há indicação
de nenhuma cultivar resistente atualmente no Brasil. Um estudo realizado com
inoculação de C. truncatum em sementes comparou o índice de infecção em
plântulas, identificando maior nível de resistência nas cultivares M-SOY 8001,
MGBR 46 (Conquista), M-SOY 8400, Emgopa 315, BRSMG 68 (Vencedora),
Emgopa 313, BRSMG Garantia e BRS 133 (Galli, et al., 2006).
S 32
Figura 3. Efeito de duas aplicações de fungicidas em soja cv. BRSMT Uirapuru (estádios R1 e
R5.1) na redução da incidência de antracnose (Colletotrichum truncatum). Riachão, Maranhão,
safra 2006/07. O número após o nome do fungicida refere-se à dose em g i.a. ha-1. Médias
seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade.
Nem todos os fungicidas citados nesta apresentação possuem
registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento
- MAPA para controle de C. truncatum, havendo necessidade de
confirmação antes de receitá-los.
Nas últimas safras, vários experimentos de controle químico
da antracnose em soja não têm alcançado resultados consistentes em
função da dificuldade de distribuição homogênea de inóculo e falhas
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
da metodologia de avaliação de incidência e severidade da doença.
Outro fator que tem contribuído para a escassez de resultados é a
ocorrência de outras doenças mais agressivas, como a ferrugem da
soja (Phakopsora pachyrhizi), dificultando a distinção do efeito de
cada uma.
Figura 4. Efeito de duas aplicações de fungicidas em soja cv. BRS Sambaíba (estádios R3 e R5.2) na redução da incidência de antracnose (Colletotrichum truncatum).
Riachão, Maranhão, safra 2004/05. O número após o nome do fungicida refere-se à
dose em g i.a. ha-1. Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALMEIDA, A.M.R.; FERREIRA, L.P.; YORINORI, J.T.; SILVA, J.F.V.;
HENNING, A.A.; GODOY, C.V.; COSTAMILAN, L.M.; MEYER,
M.C. Doenças da soja (Glycine max). In: Kimati, H.; Amorim, L.;
Rezende, J.A.M.; Bergamin Filho, A.; Camargo, L.E.A. (Ed.). Manual
de Fitopatologia. São Paulo: Agronômica Ceres. 2005. 4 ed. pp. 569588.
CAMPOS, H.D.; SILVA, L.H.C.P.; SILVA, J.R.C. Eficácia do fungicida
flutriafol + tiofanato-metílico no controle de antracnose na soja. In:
Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil, 27, 2005,
Cornélio Procópio. Resumos. Londrina: Embrapa Soja, 2005. pp. 186187. a
CAMPOS, H.D.; SILVA, L.H.C.P.; SILVA, J.R.C. Eficácia dos fungicidas
pyraclostrobin + epoxiconazole e epoxiconazole + tiofanato-metílico
no controle de antracnose na soja. In: Reunião de Pesquisa de Soja
da Região Central do Brasil, 27, 2005, Cornélio Procópio. Resumos.
Londrina: Embrapa Soja, 2005. pp. 188-189. b
GALLI, J.A.; PANIZZI, R.C.; VIEIRA, R.D. Avaliação da resistência
de variedades de soja a Colletotrichum dematium var. truncata. In:
Congresso Brasileiro de Soja, 4, 2006, Londrina. Resumos. Londrina:
Embrapa Soja, 2006. p.101.
HENNING, A.A.; ALMEIDA, A.M.R.; GODOY, C.V.; SEIXAS,
C.D.S.; YORINORI, J.T.; COSTAMILAN, L.M.; FERREIRA, L.P.;
MEYER, M.C.; SOARES, R.M.; DIAS, W.P. Manual de identificação
de doenças de soja. Londrina: Embrapa Soja, 2005. 72p. (Embrapa Soja,
Documentos, 256).
MEYER, M.C.; RODACKI, M.E. Efeito de duas aplicações de fungicidas
no controle da ferrugem da soja, DFC e antracnose no Maranhão e
Tocantins. In: Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil,
27, 2005, Cornélio Procópio. Resumos. Londrina: Embrapa Soja, 2005.
pp. 201-202.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
DISCUSSÃO E PROPOSTAS PARA A REDUÇÃO DE RISCOS NO
MANEJO DE DOENÇAS CAUSADAS POR COLLETOTRICHUM
SPP., W. S. Venancio. Universidade Estadual de Ponta Grossa,
Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, Ponta Grossa, PR, 84035-130,
Brasil, e-mail: [email protected]
Nosso objetivo ao propor este workshop foi o de reunir
profissionais de todo o país que, de uma forma ou outra, trabalhem
com culturas nas quais o gênero Colletotrichum seja importante ou
potencialmente importante. Existe uma preocupação grande por parte
dos profissionais que atuam na agricultura com relação ao manejo deste
patógeno com produtos químicos, visto tratar-se de um fungo cosmopolita,
patogênico a diversas culturas de interesse econômico e que apresenta
grande variabilidade genética. As culturas em que o patógeno é o agente
principal de doença não ocupam grandes áreas de terra contíguas, daí
se encontrar ainda uma relativa facilidade de manejo. Na agricultura
brasileira os problemas aumentam de intensidade conforme aumentam
as áreas plantadas com uma determinada cultura. Haja visto o exemplo
da soja, que atualmente é cultivada em quase todo o território nacional,
criando uma ponte verde que se perpetua ao longo do ano, propiciando
condições de desenvolvimento e multiplicação a todos os patógenos que
dela se alimentam. Teoricamente estamos fornecendo os dois principais
ingredientes para uma epidemia, o patógeno e o hospedeiro, aguardando
que o ambiente complete o triângulo. Desta forma, a soja que até o
início da década de 90, não conhecia fungicida foliar em seu sistema de
produção, atualmente recebe uma carga de até oito pulverizações foliares
por conta das “novas” doenças, com uma média de 2 a 4 pulverizações
por safra, dependendo da região e do clima. Com esta extensão de plantio,
estoma-se que um problema localizado, como a antracnose no cerrado
brasileiro, só necessita de tempo para adaptação, e logo poderá estar
ambientada em todo o território nacional, onerando ainda mais o custo
de produção desta oleaginosa. Outro fator de extrema importância neste
cenário é a utilização de fungicidas específicos, que atuam em um único
sítio de ação para manejo deste gênero de fungo, destacando-se entre
eles as estrobilurinas, já encaixadas em algumas culturas em substituição
aos fungicidas estanhados, cujo grupo recebe forte pressão de órgãos
oficiais do governo e organizações não governamentais para ser retirado
do mercado, já ocorrendo restrições nos registros existentes e dificuldade
de novos registros. Esta situação compromete o arsenal disponível para
manejo das doenças provocadas pelo gênero Colletotrichum, podendo
para algumas espécies ocorrer elevados riscos de resistência do patógeno
a estas novas moléculas, a exemplo da ramulose na cultura do algodão,
causada pelo fungo C. gossypii (South) var. cephalosporioides A. S.
Costa, sobre o qual já existe suspeita de resistência a estrobilurina. É
expectativa deste encontro que se inicie uma discussão sobre manejo de
Colletotrichum nas diferentes culturas, enfatizando a preservação das
ferramentas químicas disponíveis principalmente através da utilização
de estratégias anti-resistência. Quando se enfatiza a utilização destas
estratégias anti-resistência visa-se a redução da pressão de seleção exercida
por determinado fungicida na população do patógeno alvo. Para tanto se
deve, em todas as pulverizações, utilizar a dose correta recomendada do
fungicida, sempre que possível reduzir a freqüência de aplicação, utilizar
misturas de fungicidas e, em programas com mais de uma pulverização,
procurar realizar a alternância de fungicidas com diferentes mecanismos
de ação. A base para que estas ações anti-resistência realmente sejam
efetivas se fundamenta desta forma na redução da pressão de seleção,
que só se viabiliza através do monitoramento, da interação entre os
segmentos produtivos, da recomendação técnica e, principalmente da
adoção de técnicas de manejo integrado, reduzindo a responsabilidade
do fungicida no sistema de produção.
S 33
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
13/08/2007 | Tarde
Sessão C2: Toxinas Microbianas
A ênfase dada a Fusarium verticillioides (= F. moniliforme, teleomorfo
Gibberella moniliformis) em milho justifica-se pela importância no mundo
globalizado.
MICOTOXINAS EM GRÃOSARMAZENADOS: MONITORAMENTO
E CONTROLE NA PERDA DE QUALIDADE PÓS-COLHEITA
HIROOKA, E.Y.*; ONO, E.Y.S.; ITANO, E.; HOMECHIN, M.;
KAWAMURA, O. GARCIA, G.T.; BERND, L.P.; SILVA, M.; SILVA,
R.T.V.; FUJII, S.; HAYASHI, L.; SANTOS, J.S.; SCHIABEL, V.C.;
MORENO, E.C.; SCHOLZ, M.B.S.; KADOZAWA, P.; FIGUEIRA,
E.L.Z.; MARSARO Jr, A.L.; FUNGARO, M H P; ONO, M.A.;
OLIVEIRA, T.C.R.M.; GERAGE, A.C. * - Depto Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Londrina.
Campus Universitário. Cx.Postal 6001. CEP 86051-990, Londrina-Paraná,
Brasil. Email: [email protected] / [email protected]
ASPECTOS RELEVANTES DA MICOTOXICOLOGIA EM MILHO E CAFÉ
A globalização exige qualidade com segurança e competitividade em
toda a cadeia produtiva (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
- HACCP, Avaliação de Risco). O fornecimento de matéria-prima isenta
de agrotóxicos, deterioração e micotoxinas produzidas nos cereais são um
assunto prioritário (FAO/WAO, 2001).
O monitoramento da contaminação fúngica e micotoxinas, associado
à interação de condições climáticas e armazenagem, permitiu o mapeamento
de zonas de milho com baixo risco de contaminação (Hirooka et al., 1996;
Ono et al., 2004), iniciado com o estudo de intoxicação animal desde a
década de 80 (Sydenham et al., 1992). Os dados (Tabela 1) indicaram ampla
ocorrência de fumonisinas produzidas por F. verticillioides, porém baixa
ocorrência de aflatoxinas no Estado do Paraná, dados estes essenciais para
análise da tendência de perigo, decisivo na comercialização de produtos
agrícolas. Por outro lado, a baixa contaminação por aflatoxinas/fungos
micotoxigênicos na armazenagem constituiu perfil importante sob o ponto
de vista comercial, conferindo margem de segurança ao milho brasileiro.
Elevada contagem fúngica (Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium
spp.), com a predominância de F. verticillioides (Figura 1) tem sido
detectados no monitoramento de contaminação natural de milho comercial
(safra 1991, 1995, 1997, 2003, 2004), porém observou-se tendência
decrescente na concentração de fumonisinas no decorrer dos anos.
INTRODUÇÃO
A intensa globalização exige qualidade com segurança e alta
competitividade na cadeia produtiva, principalmente no país cuja base da
economia centra-se na agropecuária. O controle de micotoxinas, aliado
a métodos nanotecnológicos, é um assunto prioritário na defesa contra
metabólitos tóxicos em grãos. O contínuo monitoramento executado com
metodologia analítica confiável garantiria o direcionamento de controle
empregando modelos preditivos, manejo, mecanismos de defesa natural
na planta conferida por cultivares resistentes, com base à caracterização
regional. Abordam-se os aspectos relevantes e perspectivas sobre
micotoxinas em grãos na região produtora, com ênfase ao milho e café.
Tabela 1. Contaminação por fumonisinas e aflatoxinas em milho recém colhido da região Centro-Sul, Centro-Oeste e Norte do Estado de Paraná.
Amostras positivas/total
concentração
Região
média
faixa
FB
AF
FBa
(µg/g)
AFb
(ng/g)
FB
(µg/g)
AF
(ng/g)
Centro-Sul
25/27
0/27
1,14
ND
0,096-2,88
-
Centro-Oeste
85/86
17/86
5,08
191
0,44-22,0
38,0-460,0
Norte
37/37
0/37
9,85
ND
0,74-22,6
-
FB: Fumonisinas
b
Limite de detecção de AF: 5 ng/g
AF: Aflatoxinas
ND: não detectada
Limite de detecção de FBs: 93 ng/g
a
Figura 1. Freqüência absoluta de níveis de fumonisinas em amostras de milho das Regiões Norte (27 amostras, safra 1991; 37 amostras, safra 1995; 37 amostras, safra 1997) e
Centro-Sul (27 amostras, safra 1995) do Paraná.
S 34
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Tabela 2. Ocorrência natural de OTA em amostras de café da região Norte do Paraná (safra 2003) analisado por CLAE e ic-ELISA.
Local
Total de
amostra
Positivob
CLAE
Ic-ELISA
Fazendas locais
16
12
1.20 – 4.70
3.32
10
3.90 – 7.30
5.28
IAPAR
52
3
0.84 – 1.07
0.95
n.d.
n.d.
n.d.
68
15
0.84 – 4.70
2.85
10
3.90 – 7.30
5.28
OTA (ng/g)a
Faixa
Média
Positivob
a
b
Limite de detecção de FBs: 93 ng/g
Limite de detecção de AF: 5 ng/g
CLAE: cromatografia líquida de alta eficiência, ic-ELISA: imunoensaio ELISA competitivo indireto.
OTA (ng/g)a
Faixa
Média
ND: não detectada
Tabela 3. Contaminação fúngica e níveis de fumonisinas em 37 híbridos de milho da região Norte do Paraná (safrinha de 1997).
Contagem fúngica (UFC/g)
Fusarium spp.
Penicillium spp.
FB1 + FB2
Híbrido
Total
BR205
7,5x105
4,0x105
-
Aspergillus spp.
-
Cladosporium spp.
-
Leveduras
3,5x105
(µg/g)
2,67
AS3466
2,4x106
2,4x106
-
-
-
-
1,07
XL345
3,2x105
2,2x105
5,0x104
-
-
5,0x104
0,43
ZEN8501
1,8x105
5,5x104
5,0x103
-
5,0x103
1,0x105
0,39
EXCELLER
4,9x105
4,5x105
4,0x104
-
-
-
0,33
BR3123
1,9x104
1,7x104
5,0x102
-
1,0x103
-
0,32
FT9006
3,5x105
3,3x105
-
-
-
1,0x104
0,21
SG150
1,5x106
1,1x106
-
-
5,0x103
3,6x105
0,10
XL360
5,6x105
-
-
-
-
5,6x105
0,10
P3071
1,2x105
3,5x104
-
-
5,0x103
7,5x104
0,09
AS32
6,5x103
-
2,5x103
5,0x102
-
1,0x103
0,08
P3041
2,2x106
2,1x106
2,5x104
-
-
-
-
AG122
9,5x105
9,0x105
-
-
-
5,0x104
-
DINA1000
9,0x105
8,5x105
-
5,0x104
-
-
-
AG5011
1,5x105
-
-
-
-
1,3x105
-
C333
1,2x105
-
3,0x103
-
5,0x103
-
-
MASTER
1,2x105
1,5x104
-
-
1,0x104
9,0x104
-
DINA556
3,5x104
2,6x104
5,0x102
-
-
8,5x103
-
P3027
3,1x104
-
-
-
3,0x104
6,0x102
-
C435
2,7x104
1,0x103
5,0x103
-
-
8,0x103
-
BR206
1,0x103
1,5x102
1,0x102
-
5,0x102
4,0x102
-
AG3010
2,3x105
2,0x105
5,0x103
-
-
2,2x104
1,54
DINA769
3,7x105
2,1x105
1,5x104
-
1,5x104
1,3 x105
0,80
XL220
7,4x104
5,4x104
-
-
-
2,0x104
0,58
XLEXP9663
1,2x106
7,0x105
4,0x105
-
-
1,0x105
0,49
DINA766
1,6x106
-
5,0x104
-
-
3,5x105
0,33
C901
9,0x104
3,0x104
1,0x104
-
-
3,5x104
0,29
AGX9682
1,0x106
5,0x105
3,5x105
-
-
1,5x105
0,16
ZEN8490
7,6x104
4,5x104
-
-
-
3,1x104
0,15
DENSUS
1,5x106
9,5x105
-
-
5,0x105
5,0x104
0,08
C701
6,7x104
6,7x104
-
-
-
-
0,05
XL221
1,5x106
9,5x105
1,0x105
-
4,0x105
-
-
ZEN8202
3,3x105
9,5x104
2,0x104
-
-
2,1x105
-
FT9043
1,2x105
-
9,0x104
-
-
3,0x104
-
ZEN8392
7,6x104
4,0x103
-
-
-
7,2x104
-
AGX9632
4,9x104
2,4x104
-
-
-
2,5x104
-
C625
4,5x103
8,0x102
3,0x102
-
5,0x10
3,5x103
-
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
S 35
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Assim, o monitoramento seqüencial em três pontos da cadeia
produtiva, campo, recepção e pré-secagem de duas safras consecutivas
(2003 e 2004) da Região Norte do Estado do Paraná detectou fumonisinas
com níveis variando de 0,07 a 15,32 μg/g em amostras de campo, 0,03
a 15,90 μg/g (recepção) e 0,02 a 18,78 μg/g (pré-secagem), com menor
nível na safra-2004. Considerando 4,00 μg/g como máximo recomendado
ao consumo humano, 351 amostras (80,7%) da safra-2003 e 430 (98,8%) da
safra-2004 estariam adequadas ao processamento de massas. Os níveis de
fumonisinas aumentaram gradualmente de μ 5,00 μg/g para 18,78 μg/g com
o aumento do intervalo colheita/pré-secagem de 3,2 para 8,9 horas (p<0,05),
indicando importância de secagem rápida aliada a constante monitoramento
para atender a qualidade fitossanitária às recomendações comerciais.
Em relação ao café, na análise de 68 amostras de Norte do Paraná, a
OTA foi detectada em 15 amostras (22,1%) por CLAE (0,84 a 4,70ng/g) e 10
(14,7%) pelo ic-ELISA (3,90 a 7,30ng/g) (tabela 2). O monitoramento indicou
baixa contaminação de OTA, com negatividade para ambos os métodos em 53
amostras (77,9%). Em estudo paralelo, 70% pertenceram ao gênero Aspergillus,
sendo que conforme análise molecular, a secção Nigri representou 35% do total
de Aspergillus spp., com A. niger (24%), A. tubingensis (10%) e A. carbonarius
(1%). A. ochraceus secção Circundati representou 17%, evidenciando a
importância de monitoramento de OTA, em consideração ao potencial toxigênico
de A. niger, A. ochraceus e A. carbonarius (Fujii, et al., 2006).
As práticas agrícolas do setor produtivo possibilitam o constante
contato e interação no contexto de biodiversidade, considerando contínua
rotação de cultura, i.e. plantio de substratos (culturas) suscetíveis à
contaminação fúngica sob condições climáticas diversas. Salientamse os dados referentes a 37 amostras de milho safrinha-1997 (Tabela 3),
pertencentes a híbridos cultivados na estação experimental do Instituto
Agronômico do Paraná. Estes apresentaram contagem total de bolores na
faixa de 103 a 106 UFC/g e freqüente contagem de F. verticillioides na faixa
de 104 a 105 UFC/g, ou seja, com contaminação fúngica similar aos casos
de intoxicação animal (Sydenham, 1992; Ono et al., 2004). Não obstante,
16 amostras apresentaram-se com níveis não detectáveis de fumonisinas,
enquanto que 21 amostras positivas continham níveis baixos desta toxina
(0,05 a 2,67 µg/g) e apenas duas amostras apresentavam Aspergillus spp.
Por outro lado, monitorando o perfil de contaminação fúngica e fumonisinas
relacionado às condições de plantio em três safras (2001, 2002 e 2003)
perante sistema de cultivo (plantio direto e convencional suplementados
com N2, K+ e/ou Ca++), o milho submetido ao plantio direto apresentou
nível de fumonisina (10,64 µg/g) superior ao convencional (0,04 µg/g),
com aumento progressivo no decorrer de anos consecutivos.
Estes dados demonstram a necessidade de investigar o comportamento
de agentes fúngicos (genética, fisiologia e dinâmica de metabolismo
biossintético), acoplado à modelagem matemática visando determinar
eventos preditivos nos pontos críticos da cadeia produtiva. Modelagem
com ênfase a F. verticillioides e perda de qualidade em milho foi realizada
para descrever o efeito de umidade e temperatura, com análise ajustada
para 15, 20 e 25% (umidade) e 20, 25 e 30ºC (temperatura) por 20 dias. Os
dados in vitro deste planejamento experimental permitiram a elaboração de
modelos matemáticos para a predição do crescimento de Fusarium spp.,
Penicillium spp. e total de bolores e leveduras no 20º dia subseqüente,
assim como avaliação deste efeito na qualidade físico-química e fisiológica
de milho. A maior produção da fumonisina ocorreu em milho mantido a
25% de umidade sob 20ºC, sendo que a temperatura exerceu maior efeito
em comparação à umidade (p<0.05). Os perfis cromatográficos apontaram
uma variabilidade nos picos, sugerindo participação ativa de uma extensa
variedade de compostos oriundos da atividade metabólica, principalmente
de F. verticillioides, sendo estes não observados nas condições ótimas para
produção de fumonisinas. A modelagem matemática poderia auxiliar na
compreensão da dinâmica da produção de micotoxinas durante a colheita
e estocagem de grãos e, conseqüente tomada de decisões para direcionar o
destino da matéria-prima.
A compreensão sobre micologia, associada à metodologia
analítica confiável para metabólitos tóxicos, seriam fundamentais para a
garantia de qualidade. Um sistema permanente de controle requer eficiência
aliada a baixo custo e prioridade ao diagnóstico rápido vinculado à medida
de controle inócua ao ecossistema, capaz de atender desde as comunidades
produtoras, entidades comerciais até o consumidor final. O monitoramento
de micotoxinas em milho paranaense nos últimos 10 anos foi possível
S 36
devido ao suporte técnico oferecido por intercâmbio, que evoluiu para o
fornecimento de hibridomas produtores de anticorpos contra fumonisina,
ocratoxina A, aflatoxina B1 e M1, deoxinivalenol e zearalenona. O fato
resultou em uma economia de tempo espetacular, isto é, anos de avanço no
desenvolvimento de reagentes biotecnológicos.
Salienta-se a necessidade de atender os requisitos cada vez mais
exigentes de países importadores direcionados à análise de resíduos tóxicos
baseado em nanotécnicas. O fato contrasta-se com a realidade nacional,
pela impossibilidade de implantação imediata destes avanços tecnológicos,
assim como preparo de profissionais em nível de competência capaz de
executar análise residual. Com o objetivo de superar a dificuldade, a
tecnologia da produção de anticorpo monoclonal-mAb empregando
hibridoma fornecido pelo intercâmbio está em desenvolvimento. I.e., atender
a comunidade produtiva e setor de saúde, minimizando a dependência
da importação de kits imunoquímicos para análise avançada de resíduos
tóxicos na rotina laboratorial. A coluna de immunoafinidade empregando
mAb IgG acoplado à silica-hidrazida (IAC-Hertz), assim como Affi-Gel 10
destinado a cleaning-up de matrizes alimentares para análise quantitativa
por espectrofluorimetria ou cromatografia líquida de alta eficiência-CLAE
está em fase de desenvolvimento. Ainda restam muita etapa para atingir
eficácia equivalente à CIA comercial, mas os resultados iniciais incentivam
e desafiam adicional set-up a nano-análise como uma prioridade na
agroindústria, para a detecção de contaminantes em nível residual.
Estas ferramentas, aliadas à elucidação das vias biossintéticas de
micotoxinas, efetivamente contribuiriam na segurança e qualidade de alimentos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SYDENHAM, E.W.; MARASAS, W.F.O.; SHEPHARD, G.S.; THIEL,
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Fumonisin concentration in Brazilian feeds associated with field outbreaks
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Chemistry. , v.40, n.6, p.994 - 997, 1992.
AGRADECIMENTO PELO APOIO
Ao Fundo Paraná/SETI, CNPq, Fundação Araucária, FINEP, JICA-JP.
MICOTOXINAS EM PRODUTOS VEGETAIS IN NATURA.
Sergio Paulo Severo de Souza Diniz. Universidade Estadual de
Maringá, Av. Colombo, 5790. CEP. 87020-900, Maringá, Paraná,
Brasil, e-mail: [email protected]. Mycotoxins in vegetal
products in natura.
Os microorganismos são componentes extremamente numerosos e
amplamente distribuídos e ativos em todos os ambientes. A ocorrência deles
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
no ar, solo, água, organismos vivos projetam a importância dos mesmos
sobre nossas vidas. A compreensão desta importância só teve início com
os experimentos de Louis Pasteur, a partir de 1860. Até esta data o homem
sofria os efeitos dos microorganismos sem compreendê-los. A partir de então,
progressivamente iniciou-se os estudos que tem permitido um entendimento
melhor e amplo destes seres vivos. No decorrer da história humana, por
vezes, o homem caçador, agricultor, sofreu com as alterações microbianas
que afetavam diretamente a conservação dos alimentos. Paralelamente, a
este fato, as intoxicações alimentares ceifaram muitas vidas. Progressiva
e empiricamente, o homem observou que determinados procedimentos
permitiam a manutenção das condições de consumo dos alimentos. Destes
podemos ressaltar a auto-estabilização dos produtos, através do salgamento,
defumação e armazenamento em gelo (Diniz, 2002).
Micotoxina é o termo usado para descrever as substâncias tóxicas
formadasdurante o crescimento de fungos, o que está associado às
alterações na natureza física dos alimentos, no sabor, odor e aparência.
O termo micotoxina é derivado da palavra grega mikes, que significa
fungo e da palavra latina toxicum, que significa veneno. A terminologia
micotoxinas reúne uma série diversificada de compostos, originários
de diferentes precursores e vias metabólicas, reunidos segundo o grau e
tipos de toxicidade ao homem e aos animais. O envenenamento causado
por micotoxinas é denominado de micotoxicose. Sendo os órgãos mais
afetados, o fígado, rins, cérebro, músculos e sistema nervoso. Os sintomas
vão desde náuseas e vômitos até a falta de coordenação dos movimentos,
denominada ataxia e a morte (Bottalico, 1999).
Os produtos que geralmente podem veicular micotoxinas para o
homem ou animais são os seguintes, (a) produtos vegetais: cereais, sementes,
oleaginosas, frutos, hortaliças; rações industrializadas; (b) produtos de origem
animal: leite e derivados, carnes, embutidos; queijos curados por fungos;
produtos e alimentos obtidos por fermentação.A contaminação de alimentos
por fungos pode ocasionar, além de problemas de saúde, perdas econômicas
irreparáveis que compreendem, perdas diretas de produtos agrícolas; perda
de animais por morte; doenças humanas e diminuição da produtividade de
animais; custos indiretos dos sistemas de controle de algumas micotoxinas;
custos de desintoxicação, para tornar o produto aceitável; rejeição do produto
pelo mercado importador (Pozzi et al., 1995).
A intoxicação pode proceder-se de forma direta ou indireta.
A forma direta ocorre quando o produto é diretamente utilizado na
alimentação humana ou de animais. Enquanto a forma indireta resulta,
quando subprodutos e derivados contaminados são empregados. Os
cereais e as sementes oleaginosas são freqüentemente afetados por estes
metabólitos secundários de fungos, durante a colheita, armazenamento e
industrilização.
Os fungos que produzem micotoxinas dividem-se, de modo geral, em
dois grupos: aqueles que atacam antes da colheita, comumente chamadas
fungos de campo, e aqueles que ocorrem somente após a colheita, chamadas
fungos de armazenamento. Há três tipos de fungos toxicogênicos de
campo: (a) agentes patogênicos de plantas, como Fusarium graminearum
(deoxinivalenol, nivalenol); (b) fungos que crescem em plantas senescentes
ou estressadas, como as do Fusarium moniliforme (fumonisinas) e às
vezes Aspergillus flavus (aflatoxinas) e (c) Fungos que inicialmente
surgem na planta antes da colheita e predispõe o produto à contaminação
de micotoxina depois da colheita, como a Penicillium verucossum
(ocratoxina) e a Aspergillus flavus (aflatoxina). Em todos esses casos há
uma associação mais ou menos bem definida entre os fungos e a planta
hospedeira. As espécies Aspergillus e Fusarium são provavelmente os mais
significativos fungos de campo, produtores de micotoxinas encontradas em
paises tropicais em desenvolvimento.
A pesquisa sobre micotoxinas só intensificou-se a partir de 1960,
quando aproximadamente 100 mil perus jovens morreram em granjas na
Inglaterra, após a ingestão de ração de semente de algodão contaminada
com aflatoxina. Posteriormente, constatou-se que a aflatoxina é uma das
mais potentes micotoxinas que podem estar presentes em grãos e derivados.
Sendo responsável pelo surgimento de um tipo de câncer hepático,
denominado de hepatoma (Gourama e Bullerman, 1995; Bosque, 1996).
Atualmente uma série de aflatoxinas são conhecidas e bem estudadas,
as cinco mais importantes micotoxinas, no tocante aos alimentos são:
aflatoxina, deoxinivalenol, nivalenol, zearalenona e fumonisinas.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
Paralelamente, outras micotoxinas foram pesquisadas, isoladas e
caracterizadas bioquimicamente. Dentre estas estão a patulina, citrulina,
ácido fusárico, citrinina, ácido penicílico, ocratoxinas, rubratoxinas,
esterigmatocistina e tricotecenos (Tabela 01). Além da produção de toxinas
outros danos causados pela ação dos fungos em grãos são (a) redução
do potencial de germinação; (b) descoloração; (c) geração de focos de
aquecimento e de migração de umidade na massa de grãos; (d) aceleração
das trocas químicas; (e) redução da quantidade de matéria seca.
Tem sido registrada uma série de enfermidades em animais e
humanos resultantes de micotoxicoses. A leucoencefalomalacia, uma
doença fatal e neurotóxica têm dizimado muitos eqüinos, sendo causada
pelas fumonisinas de Fusarium moniliforme.
Tabela 1. Alimentos e produtos afetados por micotoxinas
Alimentos e produtos
Micotoxinas
Trigo, aveia, arroz, pão,
milho, milho pipoca,
banana
Aflatoxina,citrinina,ocratoxina, esterigmacistina, fumonisina, Toxina T-2,
patulina, ácido penicílico, nivalenol,
deoxinivalenol, zearalenona.
Amendoim, nozes
Aflatoxinas,ocratoxina, patulina, esterigmatocistina, Micotoxinas Tremorgênicas
Frutas
Patulina , Ocratoxina
Pimenta do reino
e pimenta vermelha
Aflatoxinas, ocratoxina
Feijão, soja, milho,
sorgo, cevada, café,
algodão e derivados
de soja
Aflatoxinas, ocratoxina, patulina, ácido
penicílico, esterigmatocistina, citrinina,
griseofulvina, alternariol, altenuene, altertoxina
Alimentos mofados,
de supermercado
Ácido penicílico, toxina T-2
As principais micotoxinas encontradas em diferentes regiões do
mundo, são as seguintes: grupo das aflatoxinas (B1, B2, G1, G2, M1 e
M2); ácido fusárico, ácido penicílico, os alcalóides de ergot (ergocristina,
ergocornina, ergotamina, ergosina, ergonovina e ergocriptina); citrinina,
esterigmatocistina, as fumonisinas A e B, a patulina, as rubratoxinas A e B,
zearalenona e o grupo dos tricotecenos que inclui o nivalenol, deoxinivalenol
e a toxina T-2 (Diniz, 2002; Butler, 1974; Jiménez e Mateo, 1997).
A despeito dos esforços que são feitos para evitar a contaminação dos
alimentos por micotoxinas, por vezes isso ocorre. A detoxicação pode ser
realizada através da remoção do material contaminado ou pela destruição
da micotoxina (Scott, 1995).
A remoção física, pode ser executada manualmente, eletronicamente,
por densidade, microscopia, através da luz ultra-violeta ou polimento. No
caso da remoção manual dos grãos contaminados, são separados os grãos ou
sementes de coloração e tamanhos diferentes, e que se apresentam danificados.
No entanto, poderão haver sementes sem alteração visível e que estejam
contaminadas. A remoção eletrônica, é feita através da seleção por equipamento
que avalia e separa cores alteradas de grãos normais. A remoção por densidade,
baseia-se que as sementes contaminadas são menos densas. Uma corrente de ar,
é usada para a remoção destas sementes. A remoção por microscopia, permite
detectar colônias de fungos nos grãos por microscopia. Este método é simples
e efetivo. Sendo uma metodologia usada para a inspeção de lotes agrícolas. A
remoção por luz UV, baseia-se na fluorescência azul esverdeada emitida pela
matéria contaminada, quando na presença de radiação ultra-violeta.
A remoção por polimento, que se faz pela retirada da camada
externa, considerando que as toxinas estão principalmente na superfície
S 37
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
do grão. O polimento reduz a contaminação. Por exemplo, arroz polido
tem menos toxinas que arroz integral; o milho seco tem mais toxina que a
farinha, pois essa é desprovida de pericarpo e gérmen.
A remoção química, baseia-se na extração química das aflatoxinas.
Neste caso, podem ser usados diferentes tipos de sistemas de solventes. Estes
sistemas, podem ser polares, como os constituídos por acetona, benzeno,
clorofórmio, etanol e metanol. A limitação está que eles não conseguem
extrair a toxina completamente. Há a possibilidade do emprego de misturas
de solventes, por exemplo, acetona e água (10%). O uso de misturas
azeotrópicas, apresenta a vantagem de remover quase que totalmente a
toxina com pouca possibilidade de formar produtos de atividade fisiológica
adversa. Muitos outros produtos já foram usados na tentativa de uma eficaz
remoção da toxina, citando-se o emprego do isopropanol com 20% a 60% de
água, cloreto de cálcio 1% e dimetil éter. A elevação da temperatura amplia a
eficiciência da extração por solventes, sendo sugerido 48ºC como ideal.
A remoção por adsorção, é feita por materiais adsorventes com alta
afinidade por micotoxinas. Dentre estes materiais citamos os HSCAS (hidrated
sodium calcium alumino silicates) e argila (bentonita). No caso dos agentes
sequestrantes de aflatoxinas em rações, estes causam redução no seu efeito
intoxicante no animal, pois impossibilitam a toxina de ser absorvida pelo
organismo. Logo, esses adsorventes funcionam como esponjas químicas.
A destruição ou inativação de toxinas pode ser realizada por métodos
físicos, químicos e biológicos (Scussel,1998; Diniz, 2002) . A destruição por
agentes físicos, pode ser realizada pela ação do calor, microondas, raios gama,
raios X e luz UV. A destruição por agentes químicos, requer um sistema hábil
em converter a toxina em derivados não tóxicos, sem mudanças prejudiciais para
a matéria prima. Os compostos que tem sido empregados são agentes oxidantes,
ácidos inorgânicos, bases e ácidos orgânicos e aldeídos. A destruição biológica,
através da detoxicação microbiana, foi estudada em vários produtos utilizandose cerca de 100 microorganismos, entre fungos, leveduras, esporos de fungos,
bactérias, algas e actinomicetos (Scussel, 1998). Foi testada, a capacidade destes
microorganismos em destruir ou transformar aflatoxinas B1 e G1. Somente o
Flavobacterium auranticum MRRL-B184 removeu a toxina, metabolizando-a.
O procedimento de remoção biológica é muito usado em produtos com alto teor
de água, por exemplo, no caso de bebidas, leite, pastas de amendoim e óleo.
Concluindo, podemos afirmar que a condução de estudos sistemáticos
sobre as toxinas em alimentos se faz continuamente necessário objetivando
conhecer a origem, modo de ação e problemas que possam ocasionar ao
homem e a outros animais. Partindo desse conhecimento, poderemos sugerir
novas rotinas e métodos adequados para a boa conservação dos alimentos.
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SCUSSEL, V.M. Micotoxinas em alimentos. Ed. Insular, Florianópolis, 1998.
S 38
14/08/2007 | Manhã
Sessão A: Simpósio sobre Phytopthora
CARACTERIZAÇÃO MORFOFISIOLÓGICA E ESTRUTURAÇÃO
DA COLEÇÃO BRASILEIRA DE PHYTOPHTHORA. Edna.Dora M.
N. Luza; Álvaro F. dos Santosb; Stela Dalva V. M. Silvaa & Jorge T. de
Souzac. aCEPLAC/CEPEC, Seção de Fitopatologia, 45600-970 Ilhéus, BA,
e-mail [email protected]; bEmbrapa Florestas, Cx. P. 319, 83411000 Colombo-PR; cUniversidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB),
Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas, 44380-000 Cruz das
Almas, BA. Morphophysiological Characterization and organization of the
Brazilian Phytophthora Collection.
O gênero Phytophthora, fazendo jus a denominação recebida
de Anton de Bary, engloba patógenos considerados entre os maiores
destruidores de plantas no planeta Terra, cuja importância econômica é,
portanto, sobejamente conhecida. Os estudos relativos à taxonomia dentro do
gênero datam de 1876, ano da descrição de Phytophthora infestans. A partir
de então, a cada nova espécie descoberta eram incluídos novos critérios de
classificação. Wilson (1914) foi, segundo os relatos científicos, o primeiro
cientista a contestar a descrição de novas espécies, antes que fossem
estabelecidos critérios taxonômicos dentro do gênero. Isto, provavelmente,
motivou Rosenbaun (1917) a realizar um estudo comparativo de 11 das
espécies até então descritas visando estabelecer uma chave taxonômica para
estas espécies. Ele constatou a variabilidade apresentada por um mesmo
isolado em meios de cultura e temperaturas de crescimento diferentes,
fixando então os primeiros cinco caracteres morfológicos considerados
como bons para diferenciar espécies. A chave de Tucker (1931) com mais
13 outras espécies então descritas utilizou 13 critérios incluindo além de
características morfológicas, as temperaturas cardinais para crescimento
e patogenicidade a hospedeiros específicos. Leonian (1934) compôs uma
chave para Phytophthora incluindo 22 espécies e chamou atenção para a
variabilidade existente entre isolados dentro das espécies e também para
a possibilidade de posterior invalidação de várias espécies, o que não
aconteceu na escala por ele esperada (das 22 espécies ele achava que seriam
válidas apenas três: P. infestans, P.cactorum e P. palmivora). Sua suposição
baseava-se no fato de algumas espécies estarem definidas com base em
diferenças sutis em alguns dos caracteres morfológicos empregados.
Leonian considerou os critérios de Tucker, adicionando o crescimento
em verde Malaquita e a produção de esporângios em caldo de ervilha e
posterior transferência para água.
Outras chaves taxonômicas e estudos sobre o gênero Phytophthora
envolvendo a classificação de espécies foram publicados na África do
Sul, na Argentina, na Inglaterra e na Alemanha (Waterhouse et al. 1983),
especialmente para as espécies que ocorriam naqueles países. No entanto,
quem realmente contribuiu de forma mais marcante para a sistemática
de Phytophthora foi a micologista inglesa Grace Waterhouse. Sua chave
(Waterhouse, 1963), categorizou as espécies em seis grupos morfológicos
baseados em uma série de parâmetros morfológicos e fisiológicos que
até o momento são aceitos. As chaves posteriores, ambas tabulares,
(Newhook et al, 1978 e Stamps et al, 1990), mantiveram a divisão em
grupos adotada por Waterhouse (1963) incluindo ou eliminando alguns
parâmetros taxonômicos, espécies e grupos. Com o surgimento dos
métodos moleculares como: padrões de proteínas totais, isoenzimas e
posteriormente RAPD, RFLP e AFLP que subsidiaram o esclarecimento de
alguns problemas taxonômicos e validação de espécies dentro do gênero,
houve necessidade de uma chave mais natural, combinando os caracteres
morfológicos e moleculares. Os primeiros a discutir este assunto foram
Brasier & Hansen (1992). Estudos posteriores usando SSR e análises
de seqüências da região ITS do DNA ribossômico e de outros genes
nucleares e mitocondriais permitiram o estudo das relações filogenéticas
dentro do gênero Phytophthora (Cooke et al, 2000, Kroon et al, 2004).
Constatou-se que espécies que faziam parte de alguns grupos adotados
nas chaves baseadas em caracteres morfométricos não estavam próximas
nos clades filogenéticos construídos com base molecular. Isto demonstra a
necessidade de uma revisão geral na sistemática do gênero e construção de
chaves levando em consideração morfologia, fisiologia, patogenicidade e
a filogenia molecular das espécies de Phytophthora.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Na Tabela 1 estão relacionados os critérios morfológicos e
fisiológicos em uso na classificação das espécies de Phytophthora, de
acordo com Erwin & Ribeiro (1996) e a nossa experiência própria. Nas
dimensões consideradas na Tabela 1, devem ser levados em consideração a
média e os limites encontrados.
Tabela 1. Critérios Morfológicos e Fisiológicos em uso na classificação de Phytophthora
CRITÉRIOS MORFOLÓGICOS
Esporângios
Não papilados, semipapilados ou papilados;
Persistência ou caducidade e comprimento do pedicelo;
Forma e dimensões; presença ou ausência de plug basal;
Relação comprimento-largura; largura do poro apical e profundidade da papila para os papilados e
simipapilados.
Esporangióforos
Não ramificado, irregularmente ramificado, em simpódio simples, em simpódio composto ou umbelado;
Formação interna (proliferação) de novos esporângios.
Oogônios
Dimensões e forma; Ornamentação da parede.
Anterídios
Anfígenos, paráginos ou ambos; Unicelular e/ou bicelular; Forma e dimensões.
Oósporos
Diâmetro e espessura das paredes; Ornamentação da parede.
Sexualidade
Homotálica ou heterotálica.
Clamidósporos
Presentes ou ausentes; dimensões; terminais, laterais, intercalares ou sésseis.
CRITÉRIOS FISIOLÓGICOS
Temperaturas cardinais
Mínima, ótima e máxima para crescimento e esporulação em meio de cultura
Produção de pigmento
Meio de caseína hidrolisada e tirosina
Crescimento em meio
com adição de verde
malaquita
Presença ou ausência
Aspecto das colônias em
meio de cultura
Petalóide, estrelar, roseta, irregular, cotonoso, com glúmulos, zonada ou setoriada, com micélio colapsado, radiada ou concêntrica.
Aspecto do micélio
Presença de hifas intumescidas de forma: simples, catenuladas ou em clusters.
PATOGENICIDADE
Hospedeiros
Especificidade ou vários hospedeiros. Em alguns casos a patogenicidade a determinados hospedeiros
foi levada em consideração para divisão de táxons.
ESTRUTURAÇÃO DA COLEÇÃO BRASILEIRA DE PHYTOPHTHORA
Existem várias coleções de isolados de Phytophthora em diversas
instituições de ensino e pesquisa no Brasil. A mais antiga é a do Instituto
Biológico de São Paulo, hoje denominada Coleção Victória Rossetti em
homenagem a notável pesquisadora brasileira, pioneira em estudos com
Phytophthora no Brasil. Esta coleção hoje tem como curador o Dr. Eduardo
Feichtenberger e abriga principalmente, isolados de Phytophthora patógenos
de citros, embora disponha também de outras culturas importantes. A segunda
é a do Centro de Pesquisas do Cacau (CEPLAC/CEPEC) que teve início com
o Dr. Arnaldo G. Medeiros e consta hoje de mais de mil isolados obtidos de
cacaueiro, seringueira, mamoeiro, pupunheira e outras culturas brasileiras.
Existem ainda coleções em várias universidades e em Centros de Pesquisa
da Embrapa, notadamente no de Hortaliças (CNPH), Florestas (CNPF),
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
Cultivos Tropicais (CPATU), Cajueiro (CNPC), Mandioca e Fruticultura
(CNPMF) além de outras pequenas coleções. A grande dificuldade existente
é a preservação destes isolados. Os métodos mais adequados de preservação
são dispendiosos e não existe uma política institucional de apoio às coleções.
Com a aposentadoria dos pesquisadores tende a haver uma descontinuidade
na manutenção destas coleções. Este tem sido o principal motivo de luta para
a estruturação de uma Coleção Brasileira de Phytophthora que poderia vir a
tornar-se uma fonte de recursos genéticos do gênero Phytophthora no país, à
semelhança da Coleção de espécies de Phytophthora (PSC) na Universidade
da Califórnia Riverside (UCR).
O objetivo é criar um banco de dados interativo sobre todos os isolados
existentes nas instituições brasileiras com o máximo de informações disponíveis
sobre cada um deles que permita a realização de buscas sobre espécie, código do
S 39
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
isolado nas outras coleções, localização, origem (fazenda, município, Estado),
coletor, data da coleta, caracterização morfológica, fisiológica e molecular, dados
de patogenicidade e outras propriedades do isolado do acervo, incluindo, quando
possível as referências bibliográficas de estudos com aquele acesso. Estes dados
seriam atualizados continuamente. A coleção pode ser descentralizada, com cada
instituição mantendo o seu acervo ou com um núcleo central como receptor e
mantenedor de todos os isolados destes patógenos. Este será um dos aspectos a
serem discutidos na oportunidade do Simpósio. Ressaltamos a necessidade de
uma organização conjunta de todas as instituições para a captação de recursos.
Manter um patrimônio genético em forma de coleção é bastante dispendioso e
requer uma série de ações constantes. Segundo dados da http://phytophthora.
ucr.edu a manutenção da coleção deles com cerca de 6.500 isolados requer um
custo anual aproximado de US$30,000.00.
Outro aspecto a ser discutido é a forma de preservação dos isolados. Os
métodos mais usados para Phytophthora são o de imersão em óleo mineral estéril
e o de Castelani por serem mais econômicos e permitirem a preservação por mais
de um ano. No entanto, existe a possibilidade de mudanças no comportamento
dos isolados preservados por longo tempo em óleo mineral. Isto implica na
revitalização periódica (um ano e meio a dois) inoculando-os no hospedeiro
para garantir sua patogenicidade e, portanto, em mão-de-obra especializada
para manuseio dos isolados. As coleções micológicas especializadas (ATCC e
PSC-UCR) estão adotando a criopreservação em Nitrogênio líquido a –196oC
usando a imersão das amostras em uma solução crioprotetora que pode ser o
DMSO, glicerol ou leite desnatado mais glicerol. Este método requer o uso de
equipamento especializado e caro, a vigilância constante sobre a aparelhagem,
espaço físico para os refrigeradores e a reposição periódica de N, porém, conserva
o acervo da coleção mantendo sua integridade genética por vários anos.
diplóides e filogeneticamente relacionados às algas e a alguns dos organismos
eucarióticos anteriormente conhecidos como protistas. Estas relações
filogenéticas só foram estabelecidas através do uso de técnicas de análise
de ácidos nucléicos e proteínas. Apesar dos avanços obtidos recentemente,
muitos dados ainda deverão ser obtidos para que a taxonomia do grupo,
principalmente em categorias taxonômicas superiores, seja esclarecida.
O gênero Phytophthora é composto por mais de 70 espécies (Kroon et
al., 2004) e todas são patogênicas a plantas. Espécies do gênero Phytophthora
são responsáveis por doenças que causam prejuízos tanto a culturas de
interesse econômico quanto a vegetação nativa. A classificação de espécies
de Phytophthora através da taxonomia tradicional emprega características
como tamanho e estrutura do esporângio (papilado, não-papilado ou
semi-papilado), a forma do anterídio (anfígeno ou parágino) e o modo de
reprodução (homotálicas ou heterotálicas). Entretanto, devido a variabilidade
das características morfológicas e culturais, a taxonomia tradicional do gênero
Phytophthora encontrou limitações. Essas dificuldades taxonômicas para a
classificação e identificação de espécies de Phytophthora é reconhecida por
vários autores (Waterhouse et al., 1983; Brassier & Hansen, 1992).
Esperamos que as discussões sejam profícuas e que um passo a mais
na concretização da estruturação da Coleção Brasileira de Phytophthora
possa ser dado durante o XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIER, C. M. & HANSEN, E. M. Evolutionary biology of Phytophthora.
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Figura 1. Árvore filogenética construída com caracteres morfológicos e genéticos mostrando
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USO DE FERRAMENTAS MOLECULARES NA TAXONOMIA
DE PHYTOPHTHORA. Jorge T. de Souzaa, Edna Dora M.N. Luzb,
Marcia C. Paimb & Ademilde O. Cerqueirab. aUniversidade Federal do
Recôncavo da Bahia (UFRB), Centro de Ciências Agrárias Ambientais e
Biológicas, 44380-000 Cruz das Almas, BA, e-mail: jorgetdes@yahoo.
com.br; bCEPEC/CEPLAC, Setor de Fitopatologia, 45600-970 Ilhéus, BA.
The use of molecular tools in Phytophthora taxonomy.
Os integrantes do gênero Phytophthora já foram considerados
fungos, mas atualmente, com os avanços da biologia molecular, são
classificados como pertencentes ao clado Straminopile (Figura 1) de
uma categoria taxonômica superior denominada Chromalveolata (Adl
et al., 2005). Os termos Stramenopile, Chromista e Heterokonta foram
usados no passado por muitos autores para designar diferentes grupos de
organismos. A última classificação dos organismos eucarióticos considera
os grupos Chromalveolata e Stramenopile como categorias taxonômicas
hierarquicamente elevadas, mas não as classifica como reino ou filo (Adl et
al., 2005). A denominação Oomicetos, que significa fungos com oogônios
bem desenvolvidos, também é comumente associada a diversos organismos
e dentre estes, ao gênero Phytophthora. Entretanto, com a separação
deste grupo do reino Fungi, o emprego do termo Oomiceto deverá ser
reexaminado. Os organismos pertencentes ao grupo Stramenopile são
S 40
O desenvolvimento dos métodos moleculares permitiram o estudo
das relações filogenéticas tanto dentro do gênero Phytophthora quanto
deste com outros organismos. Várias técnicas moleculares como: padrões
de proteínas totais, isoenzimas, RAPD (Random Amplified Polymorphic
DNA), RFLP (Random Fragment Length Polymorphism), SSCP (Single
Strand Conformation Polymorphism), AFLP (Amplified Fragment Length
Polymorphism), SSR (Simple Sequence Repeats) e análises de seqüências
da região ITS do DNA ribossômico (rDNA) e de outros genes nucleares
e mitocondriais têm sido úteis para determinar diferenças genéticas ou
semelhanças entre as espécies. Estas técnicas, mas principalmente a análise
de seqüências de DNA, combinadas com dados morfológicos, subsidiaram
a solução de diversos problemas na sistemática do gênero.
No Brasil, foram identificadas 19 espécies de Phytophthora
causando danos em 68 culturas (Luz & Matsuoka, 2001). Em estudos
taxonômicos de espécies de Phytophthora patogênicas ao cacaueiro
realizados no Brasil, foram utilizados dados morfológicos combinados com
testes de patogenicidade, testes fisiológicos, RAPD e análises filogenéticas
de seqüências de três genes nucleares: região ITS do rDNA, β-tubulina e
fator de elongação e transcrição 1-α. Estas análises permitiram a solução de
alguns dos problemas taxonômicos das espécies P. capsici, P. palmivora e
P. citrophthora. Phytophthora palmivora foi considerada uma espécie com
um grau relativamente baixo de diversidade genética, pelo menos quando
os isolados são obtidos de uma mesma espécie de planta hospedeira. No
caso de P. capsici, foi constatada uma grande diversidade genética em uma
coleção de aproximadamente 100 isolados desta espécie provenientes de
hospedeiros cultivados em regiões temperadas e tropicais. A espécie P.
capsici mostrou ser bastante diversa, com a formação de subpopulações
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
não correlacionadas com a origem geográfica, hospedeira de origem,
patogenicidade a diversas hospedeiras, morfologia, fisiologia, padrões de
RAPD e seqüências de três genes nucleares. Estes resultados contradizem os
obtidos por Aragaki & Uchida (2001), que utilizaram dados morfológicos,
crescimento a 350C e testes de patogenicidade ao pimentão para descrever
uma nova espécie, P. tropicalis, a partir de isolados de P. capsici com
estas características. Segundo estes autores, P. tropicalis não apresenta
patogenicidade ao pimentão, cresce a 350C, produz clamidósporos, possui
esporângios mais afilados e comprimento do pedicelo do esporângio acima
de 50 μm. Entretanto, no estudo aqui relatado, nenhuma das características
citadas como diferenciadoras entre as espécies mostrou-se consistente,
apesar de vários dos isolados usados por Aragaki & Uchida (2001) terem
sido utilizados em nosso estudo, incluindo a espécie tipo de P. tropicalis
(Figura 2). Portanto, P. tropicalis não deve ser considerada como uma
espécie válida.
Phytophthora citrophthora é um patógeno comumente associado a
plantas cítricas em todo o mundo. No Brasil esta espécie, além de associada
a citros, é também patogênica ao cacaueiro, sendo, nesta hospedeira,
a mais patogênica dentre as espécies que ocorrem no país. Análises de
seqüências de DNA revelaram que os isolados de P. citrophthora de
cacau e de citros são mais distantes filogeneticamente entre si do que de
uma outra espécie, P. capsici (Paim et al., 2006, Figura 2). Estas análises
demonstraram que P. citrophthora de cacaueiro deverá ser classificada
como uma nova espécie. Além disso, inoculações cruzadas demonstraram
que os isolados de cacaueiro não são patogênicos a citros e vice-versa,
os isolados de citros formam poucos clamidósporos, enquanto que os
de cacau sempre produzem estas estruturas em grandes quantidades. O
fato dos isolados do cacaueiro se comportarem como estéreis e de serem
próximos a P. capsici sugere que estes podem ser híbridos interespecíficos
entre P. citrophthora de citros e P. capsici. Da mesma forma, alguns
isolados atípicos de P. capsici também se comportam como híbridos entre
P. capsici e P. palmivora. Entretanto, apesar da hibridação interespecífica
ser bastante comum no gênero Phytophthora (Brasier, 1992), outros
estudos devem ser conduzidos para confirmar estas hipóteses.
Figura 2. Árvore filogenética baseada no alinhamento de seqüências de um fragmento
da região ITS do rDNA de espécies de Phytophthora. Os números nas ramificações
indicam os “bootstraps” com valores superiores a 70%. A escala indica o número de
substituições por sítio.
Problemas taxonômicos semelhantes aos aqui relatados
foram solucionados ao redor do mundo com o subsídio das técnicas
moleculares. Entretanto, para que este processo seja eficiente, é
necessário que haja uma disponibilidade de seqüências das espécies
descritas de Phytophthora nos bancos de dados públicos e de coleções
de culturas organizadas que representem as espécies do gênero. A
primeira parte do problema já está solucionada, pois Phytophthora
conta com diversas seqüências de grande parte das espécies descritas
nos bancos de dados públicos. A disponibilidade de seqüências
publicamente disponíveis torna possível que pesquisadores de todo o
mundo façam a identificação de isolados de interesse. Por outro lado,
a inexistência de uma coleção de culturas completa e organizada de
Phytophthora dificulta o estudo destes patógenos. Felizmente, está
sendo organizada nas dependências do CEPEC/CEPLAC, a coleção
Brasileira de Phytophthora, que certamente contribuirá para o avanço
no estudo deste gênero no Brasil.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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DOENÇAS EMERGENTES CAUSADAS POR PHYTOPHTHORA
NO BRASIL. Álvaro Figueredo dos Santos1 & Edna Dora Martins
Newman Luz2. 1Embrapa Florestas, Cx. P. 319, 83411-000 Colombo-PR.
[email protected] ; 2CEPEC/CEPLAC/SEFIT, Cx. P. 07, 45600-000
Ilhéus-BA. Diseases caused by Phytophthora in Brazil. Bolsistas CNPq.
O gênero Phytophthora está amplamente distribuído em todas
as áreas geográficas do mundo e ataca culturas de grande importância
econômica, assim como muitas plantas nativas. Atualmente mais de 80
diferentes espécies de Phytophthora são relatadas na literatura, sendo
que várias são consideradas inválidas e outras precisam ser validadas. No
Brasil, de acordo com Luz (2006), até 2005 foram relatadas 22 espécies de
Phytophthora. No presente trabalho são discutidas, ainda que sucintamente,
as doenças causadas por Phytophthora em dois hospedeiros arbóreos,
acácia-negra e pupunheira, que, apesar de sua importância florestal no
Brasil, têm recebido pouca atenção fitopatológica. Nos últimos cinco anos,
com a expansão e agravamento das doenças causadas por Phytophthora
spp., diversos trabalhos de pesquisa foram realizados (Santos, 2006).
É mencionada ainda outra enfermidade, com potencial destrutivo para a
floricultura brasileira causada por P. citrophthora em antúrio.
ACÁCIA-NEGRA
A acácia-negra (Acacia mearnsii De Wild.), considerada
a principal fonte de casca para a indústria de taninos vegetais no
mundo, cultivada no Rio Grande do Sul, é a terceira entre as espécies
florestais mais plantadas no país, compondo um dos maciços florestais
daquele estado.
A gomose de Phytophthora é o principal problema fitossanitário
da acácia-negra no Brasil. Avaliações em plantios comerciais em idade de
corte (sete anos) demonstraram que existem até 48% de indivíduos atacados
(Santos, A.F. dos. - dados não publicados). Essa doença acarreta prejuízos
econômicos relevantes à acácia-negra, por danificar a casca, principalmente
na porção basal do tronco, e, em casos mais extremos, pode causar a morte
das árvores. Essa doença é também importante nas regiões produtoras da
África do Sul (Roux & Wingfield, 1997).
S 41
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Mesmo sendo plantada comercialmente há mais de 50 anos, há
poucos registros sobre a gomose nas plantações brasileiras de acácianegra. No entanto, em 1959 (Goulart, 1959) e na década de 1970 alguns
autores (Schuch, 1975; Schuch & Pederzolli, 1975) relataram a presença
desta doença, inclusive com descrição de sintomas, associando-a a
diversas causas. Em 2005 (Santos et al., 2005) identificaram Phytophthora
nicotianae = P. parasitica como o agente causal da gomose da acácia-negra
no Brasil e, subsequentemente, em 2006, uma outra espécie, P. boehmeriae,
também foi associada ao complexo gomose (Santos et al., 2006).
Na África do Sul, três espécies de Phytophthora já foram associadas
à gomose: P. nicotianae, P. meadii e P. boehmeriae (Roux & Wingfield,
1997). Estas espécies estão localizadas no grupo II das chaves taxonômicas
de Waterhouse (1963) e de Newhook et al. (1978), diferenciando-se entre
si pelas seguintes características morfo-fisiológicas: tamanho de pedicelo
(P. boehmeriae: 5 μm ou menos; P. meadii: 10-20 μm); pela caducidade (os
esporângios de P. nicotianae são persistentes, enquanto os de P. boehmeriae
e P. meadii são caducos); pelo homotalismo (P. boehmeriae e P. meadii são
homotálicas enquanto P. nicotianae é heterotálica); e pela temperatura de
crescimento (P. boehmeriae não apresenta crescimento a 32oC, os isolados
de P. meadii crescem até a temperatura de 33oC, enquanto os de P. nicotianae
crescem a 35oC).
privada está incentivando a pesquisa no sentido de se obter métodos de
controle adequados para tratamento nos viveiros e material resistente entre
os genótipos disponíveis.
A podridão do estipe ataca plantas jovens e adultas de pupunheira,
sendo freqüente em viveiros e em plantios com até um ano de idade. As
plantas doentes caracterizam-se pelo amarelecimento da folha bandeira,
seguido do amarelecimento e seca das demais folhas, podendo chegar
a provocar a morte da planta-mãe e, às vezes, dos perfilhos e de toda a
touceira. Ao se realizar cortes longitudinal e transversal no estipe da
pupunheira observa-se o escurecimento dos tecidos internos e uma podridão
generalizada.
As plantas doentes encontram-se distribuídas esparsamente nos
plantios (Santos et al., 2004). Em avaliações feitas por Tomita et al. (2004)
em plantio comercial de pupunheira em Goiás, constatou-se a incidência de
até 50% de indivíduos atacados. Na Bahia, em viveiros, constatou-se acima
de 70% de plantas infectadas e mortas por P. palmivora (Bezerra, J.L.; Luz,
E.D.M.N.; Oliveira, M.L. – dados não publicados).
Em relação à etiologia da podridão do estipe, será preciso investigar
se outra espécie além de P. palmivora está envolvida.
As lesões exsudativas ou não da gomose ocorrem na região basal dos
troncos das árvores. No entanto, tem-se observado lesões não exsudativas
ocorrendo de forma generalizada nas porções superiores do tronco. Santos &
Luz (2006) observaram dois padrões de gomose nas plantações brasileiras:
1) gomose basal, associada a P. nicotianae, e 2) gomose generalizada,
associada a P. boehmeriae. P. nicotianae é o principal agente da gomose da
acácia-negra no Brasil, enquanto P. boehmeriae encontra-se em uma área
limitada. Phytophthora nicotianae é, entre as espécies de Phytophthora
que ocorrem no Brasil, a que apresenta maior número de hospedeiros já
relatados e aprentemente com uma distribuição generalizada em território
brasileiro (Luz, 2006) enquanto que P. boehmeriae, encontrada apenas em
poucas regiões de acácia-negra no Rio Grande do Sul, é considerada praga
de importância quarentenária ao território brasileiro (Mendes et al., 2004).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ainda em relação à etiologia da gomose será preciso investigar se
P. meadii ou outra espécie de Phytophthora, também estão associadas à
gomose nas plantações brasileiras de acácia-negra.
BENCHIMOL, R.L.; ALBUQUERQUE, F.C. & MULLER, C.H. Podridão
da base do estipe da pupunheira causada por Phytophthora palmivora.
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PUPUNHEIRA PARA PALMITO
GOULART, C. T. Informações preliminares sobre adubação da acácianegra. Agronomia Sulriograndense 4: 65-68. 1959.
O palmito é um produto de alto valor nos mercados interno e externo.
Com raras exceções, sua obtenção exemplifica o imediatismo econômico e
traz, como conseqüência, a depredação de nossos recursos naturais. A quase
extinção da juçara ou palmiteiro (Euterpe edulis) em meados do século XX
foi devida à destruição acelerada da Mata Atlântica, que foi acompanhada
pela dizimação das populações do palmiteiro e a eliminação de condições
para sua regeneração natural. O cultivo da pupunheira (Bactris gasipaes
Kunth. gasipaes Henderson) para produção de palmito vem despertando o
interesse de agricultores de todo o Brasil. Nos últimos anos vem aumentando
a área plantada da pupunheira para a produção de palmito na Bahia, no
Espírito Santo, no Rio de Janeiro, em Tocantins, em São Paulo, e, mais
recentemente, no Paraná e em Santa Catarina. Nestes estados a demanda
pelo seu uso deu-se em virtude das vantagens que a espécie apresenta em
relação a outras palmeiras como precocidade de corte, plasticidade genética,
perfilhamento abundante, ausência de oxidação do palmito produzido
(escurecimento) e alta produtividade. Essa espécie apresenta-se como
alternativa de produção sustentável e economicamente viável, à medida que
as populações naturais de palmiteiro vão se esgotando.
ANTÚRIO
O antúrio (Anthurium andraeanum Lindl.) é uma planta ornamental
muito apreciada e atualmente é comercializada em grande escala pelo
valor de suas inflorescências (Paim et al. 2006). A expansão do seu cultivo
no estado da Bahia tem despertado a atenção para os seus problemas
fitossanitários. Em 2004, foi observada em um viveiro na região de ItuberáBA, a ocorrência de queima em folhas e inflorescências. O patógeno foi
identificado como P. citrophthora (Paim et al. 2006), e, em decorrência da
alta virulência desta espécie ao cacaueiro na região teme-se a possibilidade
de uma epidemia nos viveiros de antúrio no sul da Bahia.
LUZ, E. D. M. N. O gênero Phytophthora no Brasil. Fitopatologia Brasileira,
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Phytophthora palmivora, no estado de São Paulo. Summa Phytopathologica,
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Com a expansão do cultivo da pupunheira está ocorrendo o
aparecimento de vários problemas fitossanitários, destacando-se, dentre
eles, a doença conhecida como podridão do estipe.Um dos agentes causais
associados à esta doença é o oomiceto P. palmivora.
ROUX, J. & WINGFIELD, M. J. 1997. Survey and virulence of fungi
occurring on diseased Acacia mearnsii in South-Africa. Forest Ecology and
Management 99: 327-336.
No Brasil, a podridão do estipe da pupunha, associada a P. palmivora,
já foi relatada no Pará (Benchimol et al., 1998), Tocantins (Uesugi et al.,
2003), em Goiás (Tomita et al., 2006), em Pernambuco (Tavares et al.,
1998), na Bahia (Paim et al., 2006), em São Paulo (Pizzinatto et al., 2002),
no Paraná (Santos et al., 2004) e, em 2007, em Santa Catarina (Santos et
al., 2007). Na Bahia, a enfermidade tem causado sérios danos e como a
cultura está em expansão, principalmente no sudeste do Estado, a iniciativa
SANTOS, A. F. dos & LUZ, E. D. M. N. Distribuição de Phytophthora
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A classe dos Oomicetos pertence ao Reino Stramenopila e Filum
Oomycota Alexopoulos et al. (1996). Esta classe contém famílias com alguns
gêneros com espécies fitopatogênicas. Dentro dos Oomicetos destacam-se
como patógenos de plantas dois gêneros, Phytophthora e Pythium que são
intimamente relacionados (Luz et al., 2001; Erwin & Ribeiro, 1996). O
gênero Phytophthora é o que mais se destaca como patógeno de plantas por
apresentar o maior número de espécies fitopatogênicas e o que mais causa
mais prejuízos à agricultura (Erwin & Ribeiro, 1996).
O gênero Phytophthora apresenta mais de 80 espécies, sendo estas
em sua maioria fitopatogênicas e responsáveis por danos severos em culturas
economicamente importantes no Brasil e no mundo. Apresenta algumas
espécies muito importantes como patógenos de hortaliças, tais como P.
infestans, P. capsici e P. nicotianae. Estas espécies são heterotálicas, ou seja,
para que haja reprodução sexuada há a necessidade de haver o cruzamento
entre isolados do grupo de compatibilidade A1 com A2 (Erwin & Ribeiro,
1996; Luz et al., 2001).
PHYTOPHTHORA SPP. EM HORTALIÇAS NO BRASIL
1. Phytophthora infestans
Esta espécie, além de ter dado origem ao gênero Phytophthora,
sendo portanto a espécie tipo, também é a que causa maiores prejuízos à
agricultura. Por esses motivos, P. infestans é a espécie de Phytophthora
mais estudada mundialmente e é um dos patógenos com maior destaque
na literatura mundial. Causa a requeima ou mela, principal doença do
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
tomateiro e da batateira (Erwin & Ribeiro, 1996).
No Brasil, esta espécie está relatada apenas como patógeno de
tomate e batata (Mendes et al., 1998).
Ambos grupos de compatibilidade de P. infestans estão presentes no
Brasil. Isolados do grupo A2 têm sido encontrados apenas atacando batata,
enquanto os do grupo A1 estão associados principalmente ao tomate. Cada
um dos grupos de compatibilidade coincide com uma linhagem clonal do
patógeno. Uma linhagem clonal é composta por isolados que descendem de
um único indivíduo (genótipo), através de reprodução assexual. Assim, no
Brasil temos as linhagens US-1 que pertence ao grupo A1 e a linhagem BR1 que pertence ao grupo A2 (Reis et al., 2003). Os isolados da linhagem
US-1 estão bem adaptados ao tomateiro e os isolados da linhagem BR1 à batateira (Suassuna et al., 2004). Entretanto, mais recentemente no
Estado do Rio Grande do Sul, tem sido encontrados isolados A1 bastante
adaptados à batata, sugerindo a presença de uma terceira linhagem clonal
ou da ocorrência de uma população recombinante do patógeno nesta região
(Santana, 2006).
Quanto à resistência a fungicidas, a maioria dos estudos tem
sido feita em relação ao fungicida metalaxyl, que é o mais utilizado no
controle da requeima em tomate e batata. Existe isolados resistentes tanto
na linhagem US-1 como na BR-1, não existindo uma associação entre
linhagem clonal e resistência ao metalaxyl. Não se encontrou isolados
resistentes aos fungicidas protetores mancozeb, clorotalonil e cymoxanil no
Brasil (Reis et al., 2005).
Phytophthora infestans apresenta várias raças no Brasil, sendo
muitas delas bastante complexas, o que inviabiliza o uso de cultivares de
tomate e batata com resistência do tipo qualitativa (Vertical).
2. Phytophthora capsici
A espécie P. capsici causa a requeima do pimentão, bem como
murchas e podridões de frutos em outras hortaliças solanáceas e em
cucurbitáceas (Silva et al., 2004). Em pimentão, P. capsici causa a doença
denominada de requeima, cujos sintomas caracterizam-se por podridão
de raiz e colo (canela-preta) e murcha da planta. Sob condições de alta
umidade relativa, pode ocorrer também podridão de fruto e queima foliar
(Lopes e Ávila, 2003). Já em cucurbitáceas, este fungo causa podridão de
colo e de hastes, murcha da planta e podridões de frutos.
A espécie P. capsici apresenta várias hospedeiras, estando a maioria
delas nas famílias Solanaceae e Cucurtabitaceae (Luz et al., 2001; Lopes e
Ávila, 2003). No Brasil, esta espécie já foi relatada atacando pelo menos 13
hospedeiras (Tabela 1). Entre as principais hospedeiras solanáceas de P. capsici
estão o pimentão, as pimentas do gênero Capsicum, o tomateiro e a berinjela.
Entre as hospedeiras cucurbitáceas destacam-se as abóboras, o pepino e a
melancia (Mendes et al., 1998). Muitas invasoras também são hospedeiras
de P. capsici e isto tem importância epidemiológica, pois estas mantêm e até
multiplicam o inóculo do patógeno no solo (French-Monar, 2006).
Nesta espécie, os dois grupos de compatibilidade também estão
presentes no Brasil, mas parece não haver especialização por hospedeiro
entre os dois grupos. Isolados de P. capsici de solanáceas parecem ser
tão agressivos em cucurbitáceas quanto nos seus próprios hospedeiros. A
presença de ambos os grupos de compatibilidade em lavouras comerciais
de hortaliças não tem sido observada, evidenciando a falta de ocorrência
de reprodução sexuada nesta espécie no Brasil. A resistência ao fungicida
metalaxyl parece ser rara nas populações de P. capsici no Brasil, o que pode
ser devido a uma falta de pressão de seleção na população do patógeno
devido ao pouco uso do fungicida para controle desta espécie.
3. Phytophthora nicotianae
Phytophthora nicotianae também é considerada uma espécie muito
freqüente em diversas regiões do Brasil, parasitando 22 hospedeiras. Em
hortaliças, a espécie P. nicotianae é conhecida principalmente por causar a
podridão ‘olho-de-veado’ em tomate e podridões de raiz e frutos em outras
solanáceas, como a berinjela e o jiló (Lopes et al., 2005; Mendes et al.,
1998; Silva et al., 2004; Henz et al., 2003).
A espécie P. nicotianae apresentam várias hospedeiras; entretanto, em
hortaliça sua importância é bem menor do que a da espécie P. capsici. As
S 43
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
principais hortaliças hospedeiras de P. nicotianae são o tomateiro, a berinjela,
o jiló e a cebola. Esta espécie também pode causar podridão de colo e de
fruto em pimentão e causar tombamento de mudas e podridões de colo em
salsa (Tabela 1). Em frutos de tomate existe uma doença, a podridão ‘olhode-veado’, provocada por diferentes espécies de Phytophthora, entre elas P.
nicotianae. Ocorre com mais freqüência em tomateiro rasteiro, onde os frutos
ficam mais sujeitos ao contato com o solo. Esse patógeno pode também estar
envolvido no tombamento de mudas e na podridão do colo e da raiz de tomate
e pimentão (Lopes et al. 2005). Em berinjela e jiló, a espécie P. nicotianae
também provoca podridão de frutos, semelhante àquela do tomateiro. Em
anos chuvosos, a incidência da doença pode ser alta e causar muitos prejuízos
em pré e pós-colheita (Henz et al., 2003; Silva et al., 2004).
Poucos estudos têm sido desenvolvidos visando o estudo da
população de P. nicotianae que ataca hortaliças no Brasil. Alguns trabalhos
iniciaram-se recentemente na Embrapa Hortaliças e tem-se observado a
presença de ambos os grupos de compatibilidade. Em tomate e berinjela tem
sido observada a predominância de isolados do grupo A2, enquanto em jiló
do grupo A1. A presença dos dois grupos em um mesmo campo de produção
parece ser rara. Aparentemente, não há especialização por hospedeiros entre
os isolados de P. nicotianae coletados em hortaliças no Brasil. A resistência
ao metalxyl também é muito rara nesta espécie, provavelmente devido ao
não uso do mesmo para seu controle nestas hortaliças.
O gênero Phytophthora continua sendo da mais alta relevância para
a produção de hortaliças no Brasil, como batata e tomate, além de causar
perdas significativas em hortaliças de menor expressão econômica, como
jiló e berinjela. Estudos sobre sua incidência, epidemiologia e a identificação
das espécies e os respectivos grupos de compatibilidade são fundamentais
no estabelecimento de estratégias de manejo da doença e na incorporação
de resistência genética em programas de melhoramento.
REFERÊNCIAS
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Tabela 1. Hortaliças hospedeiras de Phytophthora spp. no Brasil
Espécie de
Hospedeira
Referência
Phytophthora
Nome comum
Nome Científico
P. infestans
P. infestans
P. capsici
P. capsici
P. capsici
P. capsici
P. capsici
P. capsici
P. capsici
P. capsici
P. capsici
P. capsici
P. capsici
P. capsici
P. capsici
P. capsici
P. nicotianae
P. nicotianae
P. nicotianae
P. nicotianae
P. nicotianae
P. nicotianae
P. nicotianae
P. nicotianae
P. nicotianae
P. nicotianae
Batata
Tomate
Pimentão
Pimenta-de-cheiro
Pimenta-malagueta
Abóbora
Moranga
Abobrinha
Pepino
Melancia
Melão
Tomate
Berinjela
Jiló
Cebola
Mandioca
Tomate
Berinjela
Jiló
Pimentão
Cebola
Salsa
Gengibre
Gengibre
Mandioca
Ervilha
Solanum tuberosum
Solanum lycopersicon
Capsicum annuum
Capsicum chinense
Capsicum frutescens
Cucurbita moschata
Cucurbita maxima
Cucurbita pepo
Cucumis stivus
Citrullus lanatus
Cucumis melo
Solanum lycopersicom
Solanum melongena
Solanum jilo
Allium cepa
Manihot sculenta
Solanum lycopersicom
Solanum melongena
Solanum jilo
Capsicum annuum
Allium cepa
Petroselinum crispum
Zingiber aromaticum
Zingiber officinale
Manihot sculenta
Pisum sativum
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Mendes et al., 1998
Mendes et al., 1998
Mendes et al., 1998
Paz Lima, 2006
Paz Lima, 2006
Mendes et al., 1998
Mendes et al., 1998
Paz Lima, 2006
Mendes et al., 1998
Paz Lima, 2006
Mendes et al., 1998
Mendes et al., 1998
Mendes et al., 1998
Mendes et al., 1998
Silva et al., 2004a
Mendes et al., 1998
Silva et al., 2004
Silva et al., 2004
Silva et al., 2004
Paz-Lima, 2006
Silva et al., 2004
A. Reis - Não Publicado
Mendes et al., 1998
Mendes et al., 1998
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DETECTION, DIAGNOSIS AND MAPPING OF NATIVE AREAS
INFESTED BY PHYTOPHTHORA SPECIES IN WESTERN
AUSTRALIA. Giles E.St.J. Hardy1, Kevin Vear2 Emer O’Gara1 Nari
Williams1 and Philip A O’Brien1. 1Centre for Phytophthora Science and
Management, School of Biological Sciences, Murdoch University, Western
Australia 6159. Department of Environment and Conservation, Kensington,
Western Australia. e-mail: [email protected].
Phytophthora cinnamomi Rands is an exotic soilborne plant pathogen
that is thought to have entered Australia with the early European settlers.
It is now widespread across southern Australia, and along the east coast
into the subtropics. It causes the most serious epidemic impacts on plant
communities across a range of ecosystems. These include those areas with a
Mediterranean climate where mean annual rainfall exceeds 600 mm (southwestern Australia, South Australia and southern Victoria); the temperate
uniform, low elevated regions of Victoria and New South Wales; and in
the winter-dominant rainfall areas in maritime climates of coastal and submontane Tasmania. For example, in the south-west botanical province of
Western Australia approximately 2284 of the 5710 described plant species
are susceptible to P. cinnamomi. In those areas where it causes epidemics it
is considered a ‘biological bulldozer’ as it also impacts on many vertebrate
and invertebrate fauna. Due to its threat to biodiversity and general
ecosystem function it is considered by the Commonwealth Government’s
Environmental Protection and Biodiversity Conservation Act 1999 as a
‘Key Threatening Process’ to Australia’s biodiversity.
Although Phytophthora cinnamomi is the predominant species,
there are at least 32 other species of Phytophthora which have been
identified throughout Australia, with 14 recorded in the wild. Of these, only
P. cinnamomi, P. cryptogea and P. megasperma cause significant impact
in natural ecosystems. This paper provides an overview of the detection,
diagnosis and mapping of Phytophthora species in Western Australia.
There are a number of ways that Phytophthora can be managed in
native ecosystems. These include (a) eradication by chemical treatments,
(b) reducing its rate of spread through hygiene and quarantine, (c) reducing
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
its activity either by biological control or by reducing its food base, (d)
altering the physical conditions for the pathogen, and (e) use of chemicals
like phosphite (neutralised phosphorous acid). However, before any of
these can be implemented it is critical to know where the pathogen is
present or absent in the landscape. In some plant communities its presence
can be easily ascertained by the presence of dying and dead susceptible (or
‘indicator’) species. In other areas its presence can be extremely ‘cryptic’
and difficult to determine due to the absence of ‘indicator’ species. This can
be further exacerbated by recent wildfires, drought, salinity and presence of
other plant pathogens such as Armillaria species. Also in the post-epidemic
period few susceptible species may be present. In many infested landscapes
P. cinnamomi has been present for long periods of time and its autonomous
movement or movement by anthropogenic means has resulted in a mosaic
of disease and disease-free landscape across millions of hectares. This
increases the complexities associated with determining where the pathogen
is present and accurately mapping it.
Accurate maps that precisely locate the boundaries between
Phytophthora infested areas and those free of the pathogen are extremely
valuable for land managers and agencies that are required to manage the
pathogen through hygiene and quarantine restrictions. However, across a
large landscape there are difficulties associated with effective sampling
regimes, high costs of mapping and the fact that the presence of P.
cinnamomi may be difficult to detect. Soil sampling for diagnostic purposes
is also expensive.
Accurate mapping of the presence and absence of the pathogen
using Geographical Information System (GIS) platforms overlayed with
vegetation, soil, climate, and fire history maps to name a few also allow
managers to make informed decisions. For example, determining which
areas might be ‘protectable’ from the autonomous and anthropogenic
spread of the pathogen, and the threat posed on communities of rare and
endangered flora and fauna all allow for informed decisions regarding the
management of the pathogen to be made. In turn, this ensures that limited
available funding is spent wisely in key and strategic areas with considerable
emphasis placed on the accurate mapping of the pathogen.
In Western Australia, considerable resources are spent on ‘dieback
interpreters’; those staff who are specifically trained in field based
interpretation of dieback infestations. Dieback interpreters are specifically
trained to have strong skills in the identification of plant species, knowledge
of susceptible species, description and mapping of vegetation, soil
and landform types across a range of ecosystems (forests, woodlands,
heathlands), and the ability to read maps and aerial photographs. They are
also expected to interrogate databases and interface the reporting of field
based data with GIS platforms to generate or contribute to management
plans. The information generated is the basis for the development of longterm management systems of hygienic access to areas of land identified as
‘protectable’ areas. Protectable areas are those that have been mapped free
of disease symptoms and are amenable to management to restrict disease
introduction in the future. High management priority may also be given
to infested areas with special conservation values due to the presence of
communities of rare/endangered flora or fauna that will benefit from
treatment with phosphite, a chemical that induces defence responses in
susceptible plant species (Hardy et al., 2001).
An important tool that is used to enhance the efficiency and accuracy
of disease interpretation is 230mm-format large-scale aerial colour,
shadowless photography (nominally 1:4,500 scale). Skills in the observation
and interpretation of aerial photography and knowledge of disease patterns
in different vegetation types are critical. If the time of photography captures
reasonable disease expression, a trained interpreter can make accurate
decisions about the disease status of an area. The area can then be visited to
verify the observations and decisions made from the photographs.
Interpreters place their emphasis on determining those areas that
are (a) infested with Phytophthora cinnamomi, (b) uninfested or free of
P. cinnamomi, (c) uninterpretable or where the presence or absence of the
pathogen cannot be ascertained, (d) unprotectable or areas that are either
infested or are free of the pathogen but will become infested within a short
time frame, and (e) protectable or free of P. cinnamomi and will remain so
in the distant future. Once an area has been aerially mapped, the interpreter
will visit the area and interpret it in a logical fashion using factors that
S 45
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
indicate whether the pathogen is present or absent, or whether the plant
deaths observed on aerial photographs are due to other factors such as fire,
drought, and other pathogens. Usually, emphasis is placed on identifying
key species known to be susceptible to the pathogen. There are numerous
‘indicator’ species that are used to determine the presence of P. cinnamomi.
The distribution of these will vary with vegetation types. Deaths associated
with these are termed ‘indicator species deaths’ (ISDs), and are species
which are reliably susceptible to P. cinnamomi. Indicator species deaths
can be grouped into classes as follows (a) isolated ISDs, (b) scattered
ISDs, (c) groups or clusters of ISDs, and (d) multiple ISDs. The larger the
number and range of species dead in an area the greater the probability of
P. cinnamomi being the cause of deaths. Where there are many susceptible
plant species dying, there will frequently be a clearly defined ‘disease front’
delimited by a zone of healthy susceptible species alongside dead and dying
susceptible species.
Once on site, the environmental conditions that either favour or
disfavour the growth and spread of the pathogen need to be explored as well
all aspects of the disease triangle to aid the interpretation process (Shearer
and Tippett 1989). The photographs are interpreted and the interpreters
mark the edge of the disease front with coloured tape. A buffer of between
10-20 m into the ‘uninfested’ side is taped. In the forest, if areas are to be
mined, logged or managed in any way that causes disturbance, trees will be
‘blazed’. Blazing involves removing bark at head height on 3 sides of the
tree and painting these yellow. The non-blazed side denotes the uninfested
area. Subsequent on-ground activities which involve earth moving, road
building or mining ensures that machinery and vehicles do not move from
infested areas across the ‘blazed’ line without adequate hygiene protocols
such as vehicle wash down to ensure the pathogen is not spread. All of the
information gathered in the field is transferred to aerial photographs and
maps for eventual databasing on GIS platform. Normally, these ‘dieback’
maps have a three year life, before the area has to be remapped.
Diagnostic analysis of soil and plant material is used to confirm
or clarify the interpretation of symptom expression in the field and is
particularly important in the interpretation of cryptic sites in which there is
little or no clear expression of the disease. Soil, root and stem samples are
collected from under dying and dead plants and returned to the laboratory
for confirmation of Phytophthora species in the laboratory. In the laboratory,
the soil and plant samples are (a) baited (bioassays using susceptible plant
material), (b) direct plating of plant material onto Phytophthora selective
agar media, or (c) processed for molecular analyses. Currently in Australia,
‘baiting’ is the primary diagnostic method for Phytophthora in commercial
laboratories. Baiting relies on the physical isolation of the pathogen
from samples and as a result has many widely acknowledged limitations
including: low sensitivity; labour intensiveness and; high cost. Detection
of Phytophthora species within the soil is complicated by several factors
including the presence of different structures; oospores, chlamydospores,
sporangia and zoospores, and differences in the ability of these to germinate
or be recovered by standard assays.
The emergence of DNA based technology offers methods which
overcome these inconsistencies by targeting the DNA of the pathogen and
are independent of the structural composition of the population. This has
led to the development of numerous PCR based protocols for the detection
of Phytophthora species from soil (Ippolito et al. 2002). To date, the
application of DNA based detection technology has been focussed on
agricultural and horticultural applications in which the soil and plant
species are relatively uniform and the population density of the pathogen
more consistent due to the abundance of host plant species with consistent
susceptibility to the pathogenic species. In contrast, infestations of native
ecosystems by P. cinnamomi are characteristically heterogeneous with
considerable variation in the host species, geological substrate, hydrology
and soil structure. Consequently the pathogen population is likely to
be low and variable, and recoveries by both traditional and DNA based
techniques are often inconsistent and patchy. This is further compounded
by the variability in microhabitat within and between sites and the diversity
of Phytophthora species present. Recent work in Western Australia
comparing detection by baiting and PCR based protocols has shown
good promise for the application of this technology to management of
Phytophthora species in a limited number of native ecosystems. However,
the key to ongoing effective application of DNA based diagnostics relies
S 46
on critical assessment of detection across the range of habitats which are
infested by the pathogen habitats.
Continued developments in DNA diagnostic technology such as the
introduction of quantitative PCR (qPCR) coupled with improvements and
simplification of DNA extraction technology have led to the widespread
adoption of DNA diagnostic technologies in disease management (Wang et
al. 2006). On site DNA detection has become a reality with simplification
of the qPCR process (Tomlinson et al. 2005). Increased application of
this technology to disease management will significantly enhance our
understanding of the movement and viability of pathogens such as P.
cinnamomi in soil.
Remote sensing tools such as hyperspectral and digital multispectral imagery are being explored as possible tools to accurately map the
presence of the pathogen through disease expression as well as mapping
rates of spread. In the future these and other such tools may well facilitate
the processes described above.
In summary, the diagnosis, detection and mapping of Phytophthora
species across complex and heterogeneous plant communities in natural
ecosystems is complex, time consuming, costly and on-going. Expert
knowledge is required about the biology and ecology of the pathogen, plant
species susceptibility and environmental conditions that drive the disease
process. Tools and methodologies including those at strategic (policy)
and operational levels are now in place to effectively map the pathogen.
However, as new technologies become available such as molecular tools,
these can be incorporated into existing management structure to ensure
‘best practice’ is maintained.
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A podridão por fitóftora é uma das doenças mais destrutivas de
soja, podendo causar reduções de rendimento de grãos de até 100% em
cultivares altamente suscetíveis. As perdas são decorrentes de falhas de
estande e da redução de peso e de produção de grãos. (Schmitthenner, 1999).
Esteve situada em segundo lugar entre doenças de soja que representaram
maiores prejuízos de produção nos EUA entre 1996 e 1998, com perda
média anual estimada em mais de 12 milhões de toneladas (Wrather et
al., 2001). Wilcox & St. Martin (1998) registraram redução na produção
de grãos entre 65% e 93%, comparando o rendimento de isolinhas de soja
suscetíveis e resistentes.
Esta doença foi observada em soja pela primeira vez nos Estados
Unidos da América (EUA) em 1948, no estado de Indiana, e prejuízos
severos ocorreram em 1951, em Ohio. Atualmente, já foi descrita em vários
países, como França, Hungria, Itália, antiga União Soviética, Eslovênia,
Suíça, Ucrânia, China, Japão, Paquistão, Argentina, Brasil, Canadá, Chile,
EUA e Austrália (CPC Datasheet, 2007). No Brasil, foi identificada na safra
1994/95 no Rio Grande do Sul (Costamilan et al., 1996; Costamilan, 2001),
em Santa Catarina (Pacheco, 1998), no Paraná (Yorinori, J.T.; Almeida,
A.M.R.; Soares, R.M., informação pessoal), (J.T. Yorinori, A.M.R. Almeida,
R.M. Soares, comunicação pessoal) e em Mato Grosso do Sul (Bertagnolli,
P.F., informação pessoal) (P.F. Bertagnolli, comunicação pessoal). A doença
era constatada em lavouras isoladas, não causando perdas significativas até
a safra 2005/06, quando ocorreu em várias lavouras do Rio Grande do Sul
e do Paraná, causando tombamento de plantas pós-emergência em locais
de solo compactado, levando à falhas de estande, à ressemeadura de áreas
extensas e à morte de muitas plantas adultas.
Os sintomas podem ser observados em plantas de soja em qualquer
fase de desenvolvimento, sendo que as mais jovens são mais suscetíveis
e morrem mais rapidamente. Em plantas adultas, os sintomas dependem
da suscetibilidade relativa ou da tolerância da cultivar. Durante a préemergência, ocorre apodrecimento de sementes ou flacidez na radícula, que
adquire coloração marrom. Sementes infectadas germinam lentamente e,
quase sempre, as plântulas morrem durante a emergência, com hipocótilo
com aspecto de anasarca e coloração escurecida. Na fase de emissão de
folha primária, a extremidade da raiz principal torna-se flácida e marrom.
Essa descoloração estende-se e envolve o hipocótilo até o nó cotiledonar,
ocorrendo o colapso do tecido. Na seqüência, as folhas tornam-se
amareladas, murcham e a planta seca e morre. Plantas mais desenvolvidas
morrem lentamente, apresentando folhas com amarelamento e seca de
tecido entre as nervuras, seguindo a murcha completa e a seca dos tecidos,
permanecendo as folhas presas às plantas. Há destruição quase completa de
raízes secundárias e apodrecimento da raiz principal, que adquire coloração
marrom escura. O sintoma característico é o aparecimento, no exterior
da haste, de tecido de cor marrom escura, que circunda a mesma desde
o solo e, freqüentemente, progride ao longo desta e das hastes laterais em
direção ao topo da planta, por vezes alcançando até o décimo nó. Os tecidos
apodrecidos da raiz e da haste permanecem firmes. Plantas afetadas ocorrem
entre plantas sadias, geralmente em locais de solo mais compactado, como
bordas de lavouras. Freqüentemente, o tecido escurecido na haste fica
recoberto de micélio, principalmente de Fusarium spp., levando à confusão
na identificação do agente causal.
e 28ºC. Os meios de cultura mais comuns são P10VP, PARPH e PBNIC
(Schmitthenner, 1999). Anterídios são díclinos, principalmente paráginos.
Oogônios são grandes, de diâmetro variando entre 29,0 e 58,0 µm, esféricos
ou subesféricos, de paredes finas. O diâmetro de oósporos varia entre 19,2
e 38,8 µm, e são rapidamente formados após fertilização do oogônio,
em meio de cultura ou em tecido infectado. A temperatura ideal para
sua formação e germinação é de 24ºC. Os esporângios são, tipicamente,
obpiriformes, não papilados, prolíferos, de dimensões extremamente
variáveis (42,0-65,0 µm x 32,0-53,0 µm). Podem germinar diretamente,
atuando como conídios, ou indiretamente, pela extrusão de zoósporos. A
temperatura ideal para germinação direta é de 25ºC e, para germinação
indireta, de 14ºC. Zoósporos são ovóides, afinados em uma ou ambas
extremidades e achatados dos lados, com dois flagelos, um anterior e outro
posterior, quatro a cinco vezes maior que o anterior. A temperatura ótima
para sua produção é de 20ºC.
Podridão por fitóftora, em soja, é uma doença monocíclica. Oósporos
remanescentes, no solo, ou recém-formados em tecido vegetal, durante
a safra, podem sobreviver por muitos anos na ausência do hospedeiro.
Formam esporângios em temperaturas próximas a 25ºC, que se acumulam
até que ocorra encharcamento do solo, quando liberam zoósporos, que
nadam em direção a raízes de soja, atraídos por isoflavonóides (genisteína e
daidzeína) produzidos pelas raízes de soja e pelas sementes em germinação.
Quando encontram tecido vegetal, os zoósporos fixam-se, encistam,
germinam e penetram, dando início à doença. Por isso, a podridão de
fitóftora é favorecida por qualquer fator que mantenha água livre disponível
no solo, como textura muito argilosa, compactação e prolongados períodos
de saturação de umidade, que provocam a liberação e a disseminação de
zoósporos. O desenvolvimento da doença é mais rápido em temperatura
igual ou superior a 25ºC. Práticas culturais como preparo reduzido de solo,
plantio direto, monocultura de soja e aplicação de altas doses de fertilizantes
orgânicos ou com potássio, imediatamente antes da semeadura, podem
tornar a doença mais severa (Schmitthenner, 1999; Workneh et al., 1999).
A doença é predominantemente controlada através de resistência
genética. Os tipos resistência raça-específica (completa), resistência parcial
(limitando a colonização do patógeno e o dano à planta) e tolerância (não
há perdas significativas de rendimento, em plantas infectadas), já foram
relatados. A resistência completa é obtida através do uso do gene dominante
Rps. Atualmente, são relatados 14 genes Rps em oito loci, com uma série
alélica em dois destes loci: Rps1 (1a, 1b, 1c, 1d, 1k), Rps2, Rps3 (3a,
3b e 3c), Rps4, Rps5, Rps6, Rps7 (Dorrance et al., 2004), além de Rps8
(Burnham et al., 2003). Todos os genes descritos, exceto Rps2 (ligado
à expressão de resistência apenas em raízes), limitam completamente
o crescimento de P. sojae através de reação de hipersensibilidade no
hipocótilo. Até 2004, havia mais de 55 raças descritas. Patótipos ou
fórmulas de virulência são preferíveis para descrever padrões de virulência
baseados em reações em conjuntos de diferenciais (Dorrance et al., 2004).
No Brasil e na Argentina, os isolados descritos na década de 90 pertenciam
à raça 1, ou seja, mostravam reação compatível ao gene Rps7 (Barreto et
al., 1995; Costamilan & Bonato, 1996). Em avaliação preliminar realizada
em 2007, isolados do Rio Grande do Sul e do Paraná foram compatíveis
aos genes Rps1a e Rps7. Schmitthenner et al. (1999) estimaram entre oito e
quinze anos o período de efetividade da resistência de uma cultivar de soja
à podridão por fitóftora.
O número exato de genes envolvidos na resistência parcial não
é conhecido, embora dois QTLs tenham sido identificados na cultivar
Conrad e quatro na linhagem V71-370. A combinação de uso de gene Rps
e de resistência parcial é recomendada (Mideros et al., 2007). Tolerância,
também referida como resistência de campo ou resistência por taxa reduzida,
é identificada quando não há diferença significativa entre o rendimento de
cultivares com sementes tratadas ou não com fungicida ou entre cultivares
inoculadas e não inoculadas com o patógeno.
Em cultivares menos suscetíveis ou altamente tolerantes, os danos
podem ficar restritos às raízes, sendo que as plântulas apresentam clorose
e menor desenvolvimento, sintomas esses similares à leve deficiência de
nitrogênio ou devidos a solo encharcado. Em plantas adultas, os sintomas
ficam restritos ao apodrecimento de raízes secundárias e, ocasionalmente,
ocorrem lesões longas, lineares, levemente aprofundadas e de cor marrom,
em apenas um dos lados da haste, muito parecidas com sintoma de cancro
da haste, causado por Diaporthe phaseolorum var. meridionalis. Em
algumas situações, as plantas afetadas desenvolvem raízes secundárias
mais superficiais, tentando compensar a perda da raiz principal, originando
plantas debilitadas, com desenvolvimento mais lento que o normal e mais
suscetíveis a estresses hídricos. Esse conjunto de sintomas, denominado
“dano oculto”, pode reduzir o rendimento em até 40%.
O controle químico é efetivo em cultivares que apresentem elevado
grau de tolerância. Os princípios ativos eficazes são metalaxil e mefenoxam
(Schmitthenner, 1999). Altas doses de metalaxil controlam a doença em cultivares
com baixa tolerância, mas não em condições severas de doença. O tratamento
pode ser realizado via semente ou diretamente na linha de semeadura, no solo.
Há relatos da ocorrência de resistência a metalaxil, nos EUA (Yang, 2002).
P. sojae é homotálico, e o micélio é cenocítico em colônias novas.
A temperatura ótima para crescimento da maioria dos isolados é entre 25
Controle integrado, combinando alta tolerância de cultivares,
melhoria nas condições físicas do solo, especialmente pela drenagem e
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
S 47
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
pela descompactação, é tão efetivo quanto resistência completa ou uso de
fungicida, na maioria dos ambientes. Rotação de culturas pode ser usada
para evitar aumento do nível de inóculo no solo (Schmitthenner, 1999).
Evitar longos períodos de alta umidade livre no solo é essencial, já que
zoósporos são produzidos apenas em solo saturado. Se os solos não ficarem
saturados no início da safra de soja, variedades com resistência parcial
poderão escapar da doença e permanecer sadias durante a estação de cultivo
(Dorrance et al., 2002).
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S 48
14/08/2007 | Manhã
Sessão B: Fitopatologia e a
Expansão da Cana-de-Açúcar
DOENÇAS DACANA-DE-AÇÚCAR: CONQUISTAS NO CONTROLE
E OS NOVOS DESAFIOS. Éder Antônio Giglioti. GENECANA, Rua
Luis Reginato, no. 86, Bairro Jdim Vista Alegre, Barra Bonita, SP, CEP
17340-000. e-mail: [email protected]. Sugarcane Diseases: Conquists
and New Challenges.
INTRODUÇÃO
Mais de uma centena de doenças afeta a cana-de-açúcar em todo
o mundo (Ricaud et al., 1989), mas, em cada região ou país, menos de
uma dezena são as mais prevalentes ou importantes simultaneamente.
A sustentabilidade da agroindústria sucroalcooleira sempre dependeu e
dependerá ainda mais do controle das principais doenças da cana-de-açúcar.
Num momento em que o Brasil assume o papel de principal fonte potencial
para a produção de energia renovável a partir de cana-de-açúcar, havendo
perspectivas de aumento de 50% da área cultivada com esta cultura nos
próximos 10 anos, é bastante oportuna uma reflexão sobre as principais
conquistas do passado e os desafios que ainda estão por vir. Apesar de
as principais cultivares comerciais utilizadas atualmente possuírem boa
resistência às principais doenças, com exceção do Raquitismo-da-soqueira
(Leifsonia xyli subsp. xyli) e das Podridões causadas por Colletotrichum
falcatum e Fusarium subglutinans, que exigem técnicas específicas de
controle, o trabalho deve ser continuado. Porém, muito pouco ou nada está
sendo investido na obtenção de cultivares resistentes, na produção de mudas
garantidamente sadias e no manejo integrado das doenças da cana-deaçúcar. Não podemos viver do passado. Há que se capacitar pesquisadores
e técnicos para atuarem nas usinas para evitar assim as perdas decorrentes
das doenças da cana-de-açúcar e dar sustentabilidade aos anseios do setor
sucroalcooleiro. Mãos à obra.
SUCESSO NA SELEÇÃO E USO DE CULTIVARES RESISTENTES
Ao final do século XIX, cientistas holandeses estabelecidos em Java
se incumbiram de atuarem contra um desconhecido problema biológico
que estava afetando seriamente os canaviais daquela colônia, a cujo mal
se deu o nome de “sereh” (Stevenson, 1965). Uma das estratégias adotadas
por eles foi se tentar conseguir formas resistentes a tal anomalia a partir
de cruzamentos interespecíficos. No decorrer do tempo, os métodos e as
estratégias para a seleção de cultivares resistentes evoluíram sobremaneira
e hoje a grande maioria das cultivares comerciais possuem resistência à
maioria das doenças. Um breve histórico sobre a obtenção de cultivares
resistentes ao Mosaico, Carvão, Ferrugem e Escaldadura das Folhas é
suficiente para ilustrar esse passado de glórias e conquistas.
1. Obtenção de cultivares resistentes ao mosaico da cana-deaçúcar (Sugarcane mosaic virus).
O Mosaico da cana-de-açúcar é de etiologia viral, sendo o seu
principal agente um potyvirus o “Sugarcane mosaic virus” (SCMV). Nas
décadas de 20 e 30 houve a ruína de muitas indústrias açucareiras no Brasil
e no mundo e somente a obtenção de cultivares resistentes é que permitiu
a recuperação do setor. Apesar de ser hoje uma doença que causa danos
restritos a nível mundial (Matsuoka, 1999), continua sendo potencialmente
importante, especialmente nas regiões subtropicais, de forma que a
resistência genética é obrigatória em qualquer nova cultivar.
A seleção para resistência ao mosaico ocorre na fase intermediária
do fluxograma do programa de melhoramento, sob inoculação por
revólver de pressão (Matsuoka, 1979) e na fase final em um teste de
campo, sob condições de inoculação natural (Matsuoka & Dodson,
1975), com avaliação em planta e soca, onde então se leva em conta
a disposição do clone à infecção natural pelo pulgão e também a sua
capacidade ou não de se recuperar, proporcionou enormes ganhos à
canavicultura nacional. A grande maioria dos cultivares apresenta alta
resistência ao mosaico.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
2. Obtenção de cultivares resistentes ao carvão da cana-de-açúcar
(ustilago scitaminea)
O Carvão da Cana-de-açúcar, causado pelo fungo basidiomiceto
(Ustilago scitaminea), chegou nos canaviais brasileiros em 1946 (Arruda &
Tòffano, 1951). Nos anos 80, o carvão atingiu níveis epidêmicos, devido ao
cultivo excessivo e descuidado de uma cultivar com resistência intermediária,
a NA56-79, em função da expansão do Proálcool (Tokeshi, 1982).
Os métodos de inoculação e seleção de genótipos resistentes
ao carvão evoluíram e respeitam os mecanismos de infecção e a
resistência de campo (Giglioti, 1993). Como exemplo, o plantio da
RB72454, cultivar mais utilizada hoje, já foi proibido no Estado de
São Paulo, pois não se tinha considerado o seu alto nível de resistência
de campo. Erros e acertos à parte, através do pré-teste de carvão e
mosaico nas fases intermediárias do programa, com o método artificial
de inoculação por punctura das gemas, os clones suscetíveis são
descartados (Matsuoka et al., 1979). Durante as fases subseqüentes
do programa, os clones são também observados em condições de
campo e, se necessário, clones intermediários, mas com excelente
potencial produtivo e riqueza em açúcar devem ser submetidos a
estudos epidemiológicos específicos para se avaliar o risco potencial
oferecido pelo carvão (Giglioti, 1993). Atualmente, a grande maioria
das cultivares comerciais são resistentes, sendo difícil encontrar
focos das doença a níveis alarmantes, graças ao árduo trabalho dos
fitopatologistas e melhoristas da cana-de-açúcar.
3. Obtenção de cultivares resistentes à ferrugem da cana-deaçúcar (puccinia melanocephala)
Logo após a sua entrada no Estado de São Paulo, em 1986, a ferrugem
(Puccinia melanocephala) causou significativa redução de produtividade da
NA56-79 e SP70-1143, cultivares mais plantados na ocasião. Com a imediata
incorporação de métodos de avaliação da resistência à ferrugem nos programas
de melhoramento, a freqüência de genótipos suscetíveis e intermediários é
inferior a 20% (PMGCA, 1999). Essa conquista foi decorrente de avanços
nos conhecimentos essenciais e práticos que racionalizam os métodos de
inoculação do patógeno e de avaliação da doença (Giglioti & Tokeshi, 1993;
Giglioti et al., 1999), permitindo, assim, chegar-se efetivamente a cultivares
de bom nível de resistência a baixos custos.
4. Obtenção de cultivares resistentes à escaldadura das folhas
cana-de-açúcar (xanthomonas albilineans)
A Escaldadura-das-folhas (LSD), causada pela bactéria
Xanthomonas albilineans (Ashby) Dows., é também uma das doenças
mais danosas dessa cultura, sendo primeiramente observada no Brasil
na década de 40 (Arruda, 1944), quando inviabilizou o cultivo de uma
importante cultivar. A estratégia de sucesso utilizada para a seleção
de cultivares resistentes é a inoculação precoce que consiste em
propiciar o contato entre o patógeno e a planta o mais cedo possível,
para que ambos interajam o maior tempo possível e nos mais variados
ambientes (Hoffmann, 1989; Matsuoka et al., 1999). Com isso se
eliminaria o acaso e a resistência a campo tem chance de se manifestar
plenamente. Após a adoção dessa estratégia, a porcentagem de clones
suscetíveis nas fases finais do programa de melhoramento diminuiu
drasticamente e hoje a grande maioria das cultivares apresentam
resistência ou tolerância à LSD.
III. EVOLUÇÃO DOS MÉTODOS DE DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO
DE PATÓGENOS EM FOLHAS E COLMOS DE CANA-DE-AÇÚCAR
A adaptação e o desenvolvimento de técnicas mais precisas para
detectar os patógenos da cana-de-açúcar têm contribuído e revolucionado
a obtenção e certificação de mudas garantidamente sadias e a obtenção
de cultivares resistentes. O método “Tissue Blot Enzyme Immunoassay”
permite a quantificação do número de vasos colonizados por Leifsonia xyli
subsp. xyli em colmos de cana-de-açúcar e tem sido utilizado em larga
escala para a obtenção de cultivares resistentes ao Raquitismo-da-soqueria
(Giglioti et al., 1999). A densidade populacional de Xanthomonas albilineans
também tem sido utilizada para avaliar a resistências a Escaldadura-dasfolhas, através de contagem de colônias em meio seletivo (Rott & Davis,
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
2000). Apesar da facilidade e baixo custo, essas técnicas não tem sido
utilizadas rotineiramente no Brasil, por falta de investimentos e profissionais
capacitados. Essa afirmativa é também válida para a indexação de mudas.
Uma alternativa interessante de amostragem para diagnose baseada em PCR
(Polymerase Chain Reaction) consiste na coleta e conservação das amostras
em “cotton swabs” comercialmente conhecidos como hastes flexíveis com
pontas de algodão (Diaz et al., 2003). Essa técnica tem sido amplamente
utilizada na medicina humana e veterinária. Recentemente, foi introduzida
no Brasil e em Cuba para detecção simultânea e individual de Xanthomonas
albilineans e Leifsonia xyli subsp. xyli.
IV. OS DESAFIOS PARA O CONTROLE DAS DOENÇAS DA CANADE-AÇÚCAR
1. Exploração dos resultados do genoma da cana-de-açúcar
(SUCEST) e da Lefsonia xyli subsp. xyli.
O Brasil decididamente adquiriu know how em genômica e
engenharia genética. Com o advento do Projeto Genoma da Cana
(SUCEST) financiado pela FAPESP (Vettore et al., 2003). É preciso
investir numa estratégia que efetivamente possa contribuir para o melhor
entendimento da complexa relação entre cana-de-açúcar-patógenos, para
auxiliar os programas de melhoramento. Inicialmente, é necessário uma
força tarefa em estudos de genômica funcional para estudar a expressão
gênica diferencial em cultivares resistentes e suscetíveis desafiadas ou
não pelos patógenos. Os genes de resistência identificados poderão então
ser utilizados como marcadores moleculares para seleção assistida de
cultivares resistentes e também para corrigir a suscetibilidade de cultivares
através de transformação genética. Outro aspecto muito interessante é
que também foi seqüenciado o genoma completo de Leifsonia xyli subsp.
xyli, o agente causal do Raquitismo-da-soqueira (Van Sluys et al., 2003).
Não podemos perder a oportunidade de entender os mecanismos que
levam à resistência pelo lado do hospedeiro e a patogenicidade pelo
lado da bactéria e, assim, ter um modelo para esclarecer as doenças
bacterianas vasculares.
2. Uso de mudas sadias para a nova expansão do setor sucroalcooleiro
Vários trabalhos têm demonstrado que cultivares suscetíveis ao
Raquitismo-da-soqueira chegam a apresentar perdas superiores a 40%, sob
determinadas condições, sendo que as cultivares intermediárias apresentam
perdas também significativas de pelo menos 5% . Dentre 25 cultivares
comerciais brasileiras, avaliadas em um ensaio de resistência ao RSD,
nenhuma restringiu completamente a colonização pela bactéria Leifsonia
xyli subsp. xyli (Ros, 2004), indicando a necessidade de um programa de
controle eficiente do RSD dentro de cada unidade produtora.
Esta situação indica um alto grau de gravidade e componente
de perdas na atual expansão da cultura. Na grande maioria dos casos,
os canaviais estão sendo formados com a multiplicação de colmos
obtidos em canaviais comerciais, sem nenhuma medida para o controle
de doenças, principalmente o RSD. Apesar dos bilhões de dólares que
estão sendo investidos nos novos canaviais e usinas e destilarias, muito
pouco tem sido feito para a produção de mudas sadias. A agroindústria
sucroalcooleira está perdendo uma excelente oportunidade de iniciar
novos plantios com mudas garantidamente sadias. O desafio aqui
é a conscientização dos usineiros de que investimento em projetos
individuais ou em networking para a produção de mudas sadias deve
estar inserido já no seu Plano de Negócio. Por outro lado, projetos
específicos dirigidos para obtenção de cultivares resistentes ao RSD
devem ser adotados pelos programas de melhoramento genético. Estas
estratégias já foram sugeridas há 10 anos atrás (Giglioti, 1997).
3. Manejo integrado de pragas para o controle do complexo
broca podridrões
As perdas decorrentes do ataque pelo Complexo broca-Podridões
(CBP), causado pelo inseto Diatraea saccharalis e pelos fungos
Fusarium subglutinans e Colletotrichum falcatum, estão assustando
novamente os produtores de cana-de-açúcar. Descendo de Andradina,
no noroeste do Estado de São Paulo, até o norte do Estado do Paraná,
a maioria das unidades produtoras apresentam índices de infestação
S 49
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
do CBP em torno de 10%, representando uma perda de mais de R$ 10
milhões por ano em cada unidade de 25 mil hectares plantados com canade-açúcar (Giglioti, 2007). Alguns fatores, tais como o desequilíbrio da
população da praga e de seus inimigos naturais, ineficiência no controle
e negligência quanto à importância do problema são citados como
causas do insucesso do controle e ressurgirmento das perdas. Porém, o
principal problema é que não se está aplicando o verdadeiro exercício
do Manejo Integrado de Doenças e Pragas, faltando assim inteligência
na estratégia de se controlar. Inimigos naturais e produtos químicos são
apenas armas. O difícil é definir onde, quando e como controlar. Esse é
o grande desafio. Técnicas para isso existem, faltando apenas utilizá-las
(Giglioti et al., 1998).
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S 50
SÍNDROME DO AMARELECIMENTO FOLIAR DA CANA-DEAÇÚCAR: HISTÓRICO E CONCEITOS ATUAIS. Marcos C. Gonçalves1
& Jorge Vega2. 1Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento
em Sanidade Vegetal. Av. Cons. Rodrigues Alves, 1252. 04014-002 São
Paulo, SP. 2Universidade Estadual de Campinas, Dep. Fisiologia Vegetal, C.P.
6109, 13083-970 Campinas, SP. E-mail: [email protected]. History
and current concepts on sugarcane yellow leaf syndrome.
A síndrome do amarelecimento foliar da cana-de-açúcar, popularmente
referida como amarelinho, tornou-se um problema para a cultura canavieira
a partir do início da década de 1990, no Brasil e no Havaí, acompanhado por
danos na produção de até 40% (Vega et al., 1997; Comstock et al., 1994).
Posteriormente, a doença foi relatada na maioria dos países produtores de
cana-de-açúcar, causando significativo declínio no rendimento de alguns
cultivares importantes. No Brasil, a variedade SP71-6163, altamente
produtiva e uma das mais plantadas até o aparecimento da doença, foi a
primeira a apresentar os sintomas característicos, atingindo danos de
produção próximos a 50% (Vega et al., 1997). A incidência do amarelinho
assumiu proporções epidêmicas no estado de São Paulo, devido às extensas
áreas plantadas com a SP71-6163, ocasionando a sua rápida substituição por
outras variedades, por vezes menos produtivas. Devido à rápida evolução da
doença e ao impacto econômico causado na indústria canavieira mundial, foi
gerado um grande volume de informações sobre o amarelecimento foliar nos
últimos anos, e a pesquisa continua em andamento, voltada principalmente
para o melhor conhecimento da epidemiologia e progresso da doença,
visando oferecer medidas de controle cada vez mais efetivas.
Os sintomas da síndrome variam no tipo e principalmente na
intensidade, de acordo com a variedade de cana infectada, porém são
similares em todas as regiões onde a doença ocorre. Nas variedades mais
suscetíveis, as plantas afetadas apresentam amarelecimento da nervura
central das folhas na face abaxial, e em seguida no limbo foliar. As
folhas mais velhas, a sexta ou a sétima a partir do ápice, eventualmente
apresentam uma coloração vermelha na face adaxial da nervura central e,
posteriormente, amarelecimento ou perda de pigmentação distribui-se pelo
limbo foliar, progredindo do ápice para a base, seguidos pela necrose do
tecido. As raízes e os colmos apresentam crescimento reduzido, podendo
ocorrer encurtamento dos entrenós terminais, conseqüentemente, a
produção é significativamente prejudicada (Gonçalves et al., 2005). Plantas
jovens normalmente são assintomáticas no campo, porém, ocasionalmente,
podem apresentar sintomas característicos em casa-de-vegetação, quando
sob condições de estresse. As plantas afetadas apresentam redução no
teor de sacarose nos colmos e acúmulo de açúcares e amido nas folhas,
aparentemente devido a alterações no floema dificultando o transporte de
açúcares das folhas (Vega et al., 1997; Gonçalves et al., 2005). Outros
efeitos secundários da infecção consistem em reduções nas concentrações
dos pigmentos fotossintéticos, na razão clorofila a/clorofila b, nas taxas de
troca líquida de CO2 e na eficiência quântica fotoquímica, refletindo no
menor rendimento fotossintético das plantas (Gonçalves et al., 2005).
O termo síndrome do amarelecimento foliar foi adotado no início
da década de 1990, quando a doença começou a atingir grandes proporções
econômicas, porém ainda desconhecia-se o seu agente causal. Várias hipóteses
foram levantadas na tentativa do estabelecimento da etiologia da doença, desde
fatores edafoclimáticos à infestação por patógenos diversos, como fungos,
nematóides, vírus e fitoplasmas. As investigações nos países onde a doença
provocou grandes perdas mostrou a associação com um vírus. Vega et al.
(1997) mostraram a presença de alterações no floema de plantas com sintomas
que sugeriram o envolvimento de um provável luteovirus associado a esse
tecido condutor. Partículas virais foram visualizadas ao microscópio eletrônico
de transmissão em cortes ultrafinos no floema de folhas afetadas e testes de
microscopia eletrônica de imunoadsorção (ISEM) denotaram uma fraca reação
serológica do vírus com o Barley yellow dwarf virus (BYDV), pertencente
à família Luteoviridae. Testes de “Tissue-Printing” e “PTA-ELISA” com
anti-soro para o BYDV também indicaram relação serológica entre os dois
vírus. O vírus foi então denominado Sugarcane yellow leaf virus (ScYLV).
Gonçalves & Vega (1997) obtiveram elevadas concentrações de partículas
virais isométricas de ca. 25 nm de diâmetro, purificadas a partir de plantas
com sintomas. As partículas virais apresentam uma proteína principal de 27
kDa e proteínas secundárias de 17 e 58 kDa (Scagliusi & Lockhart, 2000). A
caracterização molecular parcial de um isolado brasileiro do vírus e as análises
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
das seqüências deduzidas de aminoácidos dos genes da proteína capsidial (CP),
da proteína de movimento (MP) e da polimerase (RdRp – “RNA-dependent
RNA polymerase”) mostraram que o ScYLV possui alta porcentagem de
identidade de nucleotídeos com membros da família Luteoviridae, com
a seqüência da RdRp mais próxima aos membros do gênero Polerovirus
(Maia et al., 2000). Trabalhos conduzidos nos Estados Unidos e na Austrália
possibilitaram o seqüenciamento do genoma completo e a determinação da
organização genômica do ScYLV (Figura 1), confirmando os resultados iniciais
e estabelecendo-o como uma espécie definitiva do gênero Polerovirus, família
Luteoviridae (Moonan et al., 2000; Fauquet et al., 2000). As comparações de
seqüências de nucleotídeos e as análises filogenéticas revelaram que o ScYLV
provavelmente originou-se de um evento de recombinação de RNAs entre
outros vírus da família Luteoviridae.
Figura 1. Organização genômica do Sugarcane yellow leaf vírus (ScYLV), gênero
Polerovirus, família Luteoviridae. As “Open Reading Frames” (ORFs) são representadas por retângulos e a proteína ligada covalentemente à porção 5’ do genoma viral
(VPg) é representada entre linhas pontilhadas, dentro da ORF 1. O RNA genômico viral é representado por uma linha contínua em negrito. PROT: Protease; RdRp: “RNAdependent RNA polymerase”; MP: “Movement protein”; CP: “Capsid protein”; RTD:
“Readthrough protein”. ORF 0: possível fator de replicação ligado à membrana.
Atualmente, há evidências para afirmar que existem dois agentes
causais da síndrome do amarelecimento foliar, embora os sintomas
sejam praticamente idênticos. Apesar de na maior parte do globo o
agente causal ser considerado o ScYLV, na África do Sul (Cronjé et al.,
1998), Ilhas Maurício (Aljanabi et al., 2001) e Cuba (Arocha et al., 2005)
há relatos consistentes da associação da doença com um fitoplasma,
denominado sugarcane yellow leaf phytoplasma (SCYLF), constituindo
um provável novo grupo 16Sr de fitoplasmas (Arocha et al., 2005). No
Brasil, um fitoplasma foi detectado em plantas apresentando sintomas
da doença (Silva et al., 2006), porém, faltam estudos adicionais para
afirmar que este patógeno constitui um agente causal do amarelecimento
foliar em condições brasileiras.
O ScYLV é propagado através de toletes infectados, que constituem
uma das maneiras mais importantes de disseminação da doença. De modo
semelhante aos demais membros da família Luteoviridae, não ocorre
transmissão mecânica com extratos de plantas infectadas. O ScYLV é
transmitido de modo semi-persistente pelas espécies de afídeos Melanaphys
sacchari, conhecido como pulgão da cana e Rhopalosiphum maidis
(Scagliusi & Lockhart 2000). No Brasil, o pulgão amarelo da cana, Sypha
flava, também se mostrou eficiente na transmissão em testes realizados em
laboratório (Lopes et al., 1997). As três espécies de afídeos são de comum
ocorrência no Brasil (Tabela 1), porém M. sacchari é o vetor mais eficiente
do vírus. Recentemente, em Cuba, a cigarrinha Saccharosydne saccharivora
foi descrita como vetora do sugarcane yellow leaf phytoplasma, atribuído
como responsável por uma das formas do amarelecimento foliar (Arocha
et al., 2005). Dentre as espécies do gênero Saccharosydne, apenas S.
saccharivora coloniza a cana-de-açúcar, com incidência na América
Central, Caribe e Índia (CAB International, 2001), não havendo relatos
até o momento desta cigarrinha no Brasil (Sergio Ide, Instituto Biológico,
comunicação pessoal). Este fato pode explicar a ocorrência do fitoplasma
restrita a algumas regiões do globo, apesar da grande possibilidade da sua
disseminação por meio do intercâmbio de material propagativo utilizado no
melhoramento genético de variedades. Este fato pode explicar o relato do
fitoplasma em plantas com sintomas de amarelecimento no Brasil, apesar
da não ocorrência da cigarrinha vetora.
Atualmente, as técnicas serológicas mais comumente empregadas no
diagnóstico do ScYLV são o DAS-ELISA e o “Tissue blot immunoassay”
(TBIA) com anti-soros específicos para o vírus. Apesar do seu uso
rotineiro, os testes de detecção serológica nem sempre oferecem o nível
de sensibilidade e especificidade requerido. Com o conhecimento das
seqüências nucleotídicas do genoma do ScYLV, técnicas para detecção
altamente sensíveis e específicas foram desenvolvidas e otimizadas,
como a RT-PCR , o AmpliDet RNA e a TaqMan (Gonçalves et al., 2002;
Korimbocus et al., 2002). O diagnóstico baseado em ferramentas de biologia
molecular, além de ser altamente sensível, oferece maior versatilidade, pois
permite a análise de um grande número de amostras de uma maneira rápida
e eficiente. No entanto, essas técnicas possuem os inconvenientes do alto
custo inicial de implantação e do preço elevado dos reagentes. É importante
observar que o diagnóstico da doença baseado somente em sintomas não
é confiável, uma vez que muitas variedades assintomáticas apresentam-se
infectadas com o vírus.
Diversas variedades de cana-de-açúcar diferem na expressão
de sintomas, tolerância e resistência à doença, portanto a medida mais
indicada de controle consiste na seleção e emprego de variedades
resistentes. Atualmente, os programas de melhoramento genético de canade-açúcar levam em consideração a incidência do vírus na avaliação de
novos clones promissores. Uma seleção eficiente de variedades resistentes
deve considerar também a existência de possíveis estirpes do ScYLV, com
diferenças na virulência e na capacidade de infecção. Uma alternativa para
o aproveitamento de clones elite, porém susceptíveis ao vírus, é o uso da
engenharia genética para introdução, em um curto espaço de tempo, de
genes que conferem resistência ao ScYLV.
Uma vez que a principal forma de disseminação da doença é o
plantio de toletes infectados, o uso de mudas sadias é essencial. Além
disso, mudas infectadas podem servir como fonte de inóculo, uma vez que
os principais afídeos vetores estão presentes em nossos campos e podem
disseminar o vírus, aumentando gradativamente a porcentagem de infecção
no decorrer de plantios e cortes sucessivos. Por este motivo, o uso da cultura
de tecidos e de viveiros protegidos para propagação de mudas é altamente
recomendado no controle do vírus.
Convém assinalar que, apesar da principal causa das epidemias do
amarelecimento foliar da cana-de-açúcar ocorridas no Brasil durante a
década de 1990 ser o ScYLV, o fitoplasma foi relatado no país, introduzido
provavelmente por meio de intercâmbio de genótipos infectados. Além
desses patógenos, variações edafoclimáticas, portanto sem caráter
patogênico, podem provocar sintomas semelhantes aos da síndrome do
amarelecimento foliar em plantas sob condições de estresse.
Tabela 1. Contaminação por fumonisinas e aflatoxinas em milho recém colhido da região Centro-Sul, Centro-Oeste e Norte do Estado de Paraná.
Patógeno
Ocorrência
Vetores
Ocorrência
Sugarcane yellow
leaf virus
Todos os principais
países produtores
Melanaphys sacchari;
Rhopalosiphum maidis;
Sypha flava; outros2
Todos os principais
países produtores
Sugarcane yellow
leaf phytoplasma
África do Sul; Cuba;
Ilhas Maurício; Brasil1
Saccharosydne
saccharivora
América Central;
Caribe; Índia
1
2
Não há dados de seqüência confirmando se o fitoplasma encontrado em plantas de cana-de-açúcar no Brasil é o ScYLF.
Existem outros afídeos vetores do ScYLV menos eficientes na transmissão e de ocorrência menos comum em cana-de-açúcar.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
S 51
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
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Robert C. Magarey. BSES Limited, P.O. Box 566, Tully, Queensland,
Australia, 4854, email: [email protected].
Orange rust has long been known in Australia as a sugarcane disease.
However, previous to the year 2000, very few people were aware of it due
to its very low incidence. The disease is caused by the fungal pathogen
S 52
Puccinia kuehnii (W. Kruger) E.J. Butler (Magarey, 2000) and is distributed
in Pacific-rim countries such as Papua New Guinea, Indonesia, Philippines
and Australia.
In the 1990s, the high yielding cultivar Q124 became widely planted,
dominating the cultivar scene in several regions of Queensland; 85% of the
central Queensland district was cropped with Q124. In January 2000, Q124
crops began to display rust-like symptoms and farmers reported an orange
coloration on their clothing when they walked through affected crops. The
symptoms did not match brown rust (caused by Puccinia melanocephala)
and BSES pathologists identified P. kuehnii as the pathogen associated with
Q124 rust symptoms. The disease was quickly identified in the far north,
Herbert, Burdekin and Southern regions (Magarey et al., 2001a).
In 2000, central Queensland crops quickly became heavily diseased;
almost all crops of Q124 in that year appeared brown (rather than green).
Production estimates plummeted and the final harvest figures were greatly
reduced compared to the previous 4-5 years. Orange rust contributed to
the worst yields experienced for many years in a number of these districts
(Magarey et al., 2004b).
Table 1 provides details on the relative yields in the central district
of all resistant cultivars compared to Q124 for the 1994-1998 vs 2000
seasons; this suggests Q124 yielded 22% less because of orange rust - sugar
content (CCS) losses in Q124 were up to 2 units. In the Mackay (central
Queensland) area, the 1994-98 yields averaged 99.1 tonnes cane / ha while
in the 2000 season, the figure was 56.1.
Table 1. The relative performance (tonnes cane / ha) in Q124 (rated
as 100) compared with the average performance of resistant cultivars
comprising more than 2% of the area in Mackay district mills (1996
and 1997 average vs. 2000 season data).
Seasons
Relative performance
Q124
Resistant cultivars
1996-97
2000
Difference
100.0
100.0
89.5
111.5
22.0%
Orange rust yield loss estimates were also obtained from breeding
selection trial data. The resistance of clones in these trials was compared to
their yield using regression analysis (Magarey et al., 2003; Magarey et al.,
2004a; Magarey et al., 2004b). Data from breeding trials suggested that: (i).
orange rust caused losses in the 1999 season, even before the disease was
first recognized. Losses were of the order of 10% (Magarey et al., 2004a).
(ii). in the year 2000 where severe disease prevailed, losses averaged 38%
(Magarey et al., 2004a). Losses in other parts of Queensland, affected to a
lesser degree, were around 15% (Magarey et al., 2003). (iii). Losses in years
since then have been lower, but still significant (Magarey et al., 2004a). The
reduction in crop yields experienced in the year 2000 had a very significant
economic effect on the whole industry, and on the communities located in
affected regions. Effects were felt by individual cane farmers, harvesting
contractors, factories and the service industries within local communities.
Individual farmers suffered severe direct financial losses (Magarey et al.,
2001b). The need to plough-out susceptible crops of Q124 necessitated
additional replanting costs – adding extra financial burdens. Direct diseaserelated crop losses were estimated to have cost the central Queensland
industry around $US30-60m in the 2000 season. Crops affected by orange
rust were not only poorly grown, but stalks were ‘rubbery’ and often pencilthin. Lower fibre levels resulted in low fuel supplies for the sugar factories
and manufacturing costs increased due to the need to purchase additional
fuel. Low yields resulted in the temporary closure of one mill in the central
district. Low crop yields meant that harvest contractors had to travel over
much larger areas to harvest the same crop tonnage; harvest ground speeds
and distances increased with consequent higher harvesting costs per unit
product weight. With no increase in contract harvesting payments (per unit
harvested crop) returns were significantly down for contractors.
The orange rust epidemic was the most severe disease outbreak in
the history of the Australian sugar industry. Other serious disease epidemics
have occurred, but because orange rust spread to every major sugar district
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
within 12 months, and the leading Australian cultivar was susceptible,
the direct yield losses were very large. This created a very urgent need
for control options. An orange rust task force was quickly established in
the central Queensland district (where the disease had the greatest effect)
with the aim of rapidly providing control options. With local industry
representatives involved (political, grower groups, research, agribusiness
and service industries), the task force assisted growers to locate planting
material of alternative resistant cultivars, decide which new cultivars were
worth releasing earlier than normal, and assisted in obtaining temporary
registration for commercial fungicide application.
Fungicide control was required because farmers were unable to quickly
replant their whole farms with resistant sugarcane cultivars. A fungicide
screening program was initiated early in the control campaign with initial
trials identifying fungicides with activity against P. kuehnii. Later experiments
identified economic spray schedules. The commercially most promising
fungicides were tebuconazole (‘Folicur®’, a triazole fungicide) and mancozeb
(a dithiocarbamate). Propiconazole (‘Tilt®’, ‘Bumper®’ or ‘Aurora®’) was
also tested along with cyproconazole (‘Alto®’). Cyproconazole was the most
active but was never fully registered. Emergency use permits were obtained
for tebuconazole, and temporarily mancozeb, and this allowed farmers to apply
fungicide to 2001 and 2002 crops. Recommended spray schedules included two
sprays of the systemic tebuconazole spaced at two-weekly intervals (two sprays
only) early in the disease development cycle. Appropriate application strategies
led to good control of the disease. Relatively high world sugar prices in 2001
enabled economic fungicide application, but a price slide in 2002 hindered
subsequent applications. Fungicide was applied to over 30,000 ha of crops in
central Queensland in 2001. Magarey et al., (2002) compared the best fungicide
control treatments with unsprayed control plots and orange rust losses were
estimated at around 40% (tonnes cane / ha). 2002 experiments suggested lesser
responses (Staier et al., 2003), a result of the timing of disease onset.
As with all sugarcane industries around the world, cultivar resistance
is a key disease control strategy. Methods for assessing clones in the breeding
selection program were developed; the resistance of parents and promising
unreleased clones were assessed using diseased leaf area estimation
(Magarey et al., 2003). The results showed excellent resistance was present
in the Australian sugarcane germplasm (Magarey et al., 2001a; Figure 1).
Over 70 international cultivars have been rated for orange rust
susceptibility but only a few have been rated as susceptible. The susceptible
international cultivars include NCo310, RB72-454, SP72-4728 and R84-0472.
RB72-454 has been a major cane in Brazil and orange rust must be considered an
important quarantine risk for countries where orange rust does not yet occur.
Research into disease aetiology focussed on spore germination
experiments so that weather data could be used to predict disease occurrence
(Staier et al., 2004). There appeared to be good agreement between hours
of ‘conducive conditions’ and disease development in the field (Staier et
al., 2004) in the different districts. Disease prediction was important in the
Mackay area for farmers considering fungicide application. Knowledge of
district disease levels, coupled with predictions of disease development,
enabled more targeted and economic fungicide application.
The orange rust epidemic has again highlighted that minor diseases
may rapidly escalate to drastically effect crops yields, especially when a
single cultivar is grown over an extensive area. The orange rust outbreak
occurred in Australia because the pathogen mutated and gained the ability to
infect the previously resistant and widely grown cultivar, Q124 (Magarey et
al., 2002). A further change in strain is considered unlikely for two reasons:
(i). There is no cultivar currently as dominant as was Q124 in the Australian
sugar industry, (ii). the pathogen does not have a history of rapid mutation
– so the chances of a new strain developing appear small.
Data obtained by BSES on foreign cultivars suggest that most are
resistant to the disease. This does not remove the disease threat but it is
highly likely that orange rust will not affect other industries as it has in
Australia - unless one cultivar dominates production. Losses due to orange
rust in recent years have become very minor, simply because susceptible
cultivars are no longer grown in significant quantities. Orange rust has now
assumed minor status from a cane farmer’s perspective. The disease retains
concern from a breeding perspective; each year 5-10% of susceptible clones
in the selection program are discarded, and restrictions are in place on the
use of orange rust susceptible parents.
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Figura 1. The number of parent clones in each disease level category (% leaf area
diseased) in an assessment of parent canes at BSES Meringa in early 2001.
Several resistant cultivars released in other Queensland cane growing
regions were released earlier than planned in central Queensland. These
included Q170A and Q190A. Other resistant canes were sourced from several
districts; for instance large quantities of Q157 were transported around
450km from the Herbert district. Disease-free plant sources of locally-grown
resistant cultivars were also established using normal hot water treatment
procedures (for ratoon stunting disease / chlorotic streak control). The local
sugar manufacturer (Mackay Sugar Limited) developed a loan scheme
enabling farmers to borrow money for replanting operations; this assisted
growers to replant with resistant cultivars. A considerable proportion of
the Mackay district (25%) was replanted in 2001; replanting continued
until susceptible crops of Q124 were replaced. The replanting operation
highlighted the value of previously underutilized cultivars such as Q135 and
Q138; on other occasions resistant cultivars were planted on soils and in
areas that were sub-optimal and lower yields resulted. The rapid replanting
operation led to speedy disease control.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
MAGAREY, R.C., BULL, J.I. & NEILSEN, W.A. Yield losses caused by
several endemic diseases in Queensland. Proceedings of the Australian
Society of Sugarcane Technologists, 25. 2003.
MAGAREY, R.C., BULL, J.I., NEILSEN, W.A., CAMILLERI, J.R. &
MAGNANINI, A.J. Relating cultivar resistance to sugarcane yield using
breeding trial analyses – orange rust and yellow spot. Australian Journal of
Experimental Agriculture (In Press). 2004a.
MAGAREY, R.C., NEILSEN, W.A. & BULL, J.I. The effect of orange rust
on sugarcane yield in breeding selection trials in central Queensland: 19992001. Proceedings of the Australian Society of Sugarcane Technologists.
26. 2004b.
STAIER, T., MAGAREY, R. & WILLCOX, T.G. Control of orange rust
in sugarcane with fungicides. Proceedings of the Australian Society of
Sugarcane Technologists, 25. 2003.
STAIER, T.N., MAGAREY, R.C. & NEILSEN, W.A. Meteorological data
collection, analysis and sugarcane disease forecasting for orange rust.
Proceedings of the Australian Society of Sugarcane Technologists, 26. 2004.
S 53
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
14/08/2007 | Tarde
Sessão A1: Questões Legais
Relacionadas com a Fitopatologia
A LEI DE ACESSO AO PATRIMÔNIO GENÉTICO E SUAS
IMPLICAÇÕES PARA O FITOPATOLOGISTA. Vera Lúcia de Almeida
Marinho (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Laboratório de
Quarentena Vegetal/ Estação Quarentenária Nível 1, CP. 02372, CEP 70770-900,
Brasília – DF, Brasil. e-mail: [email protected]). Laws governing
genetic resources access and their implications for plant pathologists.
O Brasil é o país de maior diversidade biológica do mundo e estima-se
que detemos entre 15 a 20% de toda a biodiversidade do planeta. Em 1992
o Brasil sediou a ECO-92, assinando a Convenção da Diversidade Biológica
que foi ratificada em 1994 pelo Congresso Nacional. Em 1995, baseados
em discussões de cientistas, militantes sócio-ambientalistas, empresários
e lideranças populares sobre o tema, foi apresentado um projeto de lei que
regulamentava especialmente os artigos 8 e 15 desta Convenção que tratava da
Conservação in situ e do Acesso aos Recursos Genéticos, respectivamente.
Na mesma época, também se multiplicava o debate junto às
comunidades tradicionais que detêm o conhecimento sobre a fauna e a flora.
Todo este interesse crescente da sociedade brasileira estava articulado
com o debate e as negociações internacionais que giravam em torno da
Convenção e também de outros acordos, como o Tratado sobre direitos de
Propriedade Intelectual relacionado ao Comércio Internacional (TRIPS). Para
assegurar um regime sui generis para a proteção dos conhecimentos tradicionais
associados a recursos genéticos, o governo propõe emendas ao artigo 27.3b do TRIPS, no âmbito das negociações junto à Organização Mundial do
Comércio (OMC). Propõe um mecanismo legal internacional de controle e
repressão à “biopirataria”, bem como o instrumento do “Consentimento Prévio
Informado” como condição para que se realizasse acesso junto às comunidades
tradicionais, sejam índios, agricultores ou outras comunidades.
Atropelando o debate que vinha sendo feito no Congresso, o
Executivo Federal apresentou, em 29 de junho de 2000, a Medida
Provisória (MP) n0 2.186-16 que foi republicada pela última vez em 23
de agosto de 2001. Esta MP regulamenta o inciso II dos parágrafos 10 e
40 do art. 225 da Constituição, os artigos 10 e 80, alínea “j”, 100, alínea
“c”, 150 e 160, alíneas 3 e 4 da Convenção sobre Diversidade Biológica
que dispõe sobre: o acesso ao Patrimônio Genético (PG), a proteção e o
acesso ao conhecimento tradicional associado, a repartição de benefícios e
o acesso à tecnologia e a transferência de tecnologia para sua conservação
e utilização. Parte desta MP foi regulamentada pelo Decreto nº 3.945,
28/09/2001, criando o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético
(CGEN). Este decreto estabelece que o acesso ao PG existente no país
só poderá ser feito após autorização da União, por intermédio do CGEN,
e terá seu uso, comercialização e aproveitamento para quaisquer fins,
submetidos à fiscalização, restrições e repartição de benefícios nos termos
e nas condições previstos na MP e em seu regulamento. A MP considera
infração administrativa contra o PG ou ao conhecimento tradicional
associado toda ação ou omissão que viole as normas por ela estabelecidas
e demais disposições pertinentes.
Define-se como “Patrimônio Genético” (PG): a informação de
origem genética, contida em amostras do todo ou de parte de espécime
vegetal, fúngico, microbiano ou animal, na forma de moléculas e
substâncias provenientes do metabolismo destes seres vivos e de extratos
obtidos destes organismos vivos ou mortos, encontrados em condições
in situ, inclusive domesticados, ou mantidos em coleções ex situ, desde
que coletados em condições in situ no território nacional, na plataforma
continental ou na zona econômica exclusiva. Define-se como “acesso”: a
obtenção de amostra de componentes do PG para fins de pesquisa científica,
desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção, visando a sua aplicação
industrial ou de outra natureza. Define-se como “coleta”: obtenção de
organismos ou amostra de material biológico. Entende-se como “acessar”:
isolar, identificar ou utilizar informação de origem genética, na forma de
moléculas e substâncias provenientes do metabolismo dos seres vivos e de
extratos obtidos destes organismos.
S 54
O CGEN tem, entre outras, as seguintes atribuições: Estabelecer
normas técnicas pertinentes à gestão do Patrimônio Genético, definir critérios
para concessão de autorização de acesso e remessa do PG, definir diretrizes
para elaboração de contratos de utilização e de repartição de benefícios do
PG, deliberar sobre o credenciamento de instituição pública federal de gestão
para autorizar outra instituição nacional, pública ou privada, que exerça
atividade de pesquisa nas áreas biológicas e afins para acessar e remeter
amostras do PG e deliberar sobre credenciamento de instituições, pública
nacional de pesquisa, como fiel depositário de amostra do PG. Este órgão
foi criado no âmbito do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e é integrado
por representantes dos Ministérios, da Ciência e Tecnologia, das Relações
Exteriores, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Saúde,
da Justiça, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Defesa e da Cultura.
Assim como por órgãos e entidades da administração pública federal, entre
elas o IBAMA, CNPq, INPA, Embrapa e Funai. O CGEN conta ainda com a
colaboração de representantes de diversos setores da sociedade civil, como
a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
O CGEN, através do seu credenciamento, delegou ao IBAMA
competência para autorizar qualquer instituição nacional, pública ou
privada, que exerça atividade de pesquisa e desenvolvimento nas áreas
biológicas e afins (ex; Universidades e Instituições de pesquisa), a acessar
amostra de componente do PG para fins de pesquisa científica, e a remeter ou
transportar essa amostra para outra instituição nacional, pública ou privada,
ou para instituição sediada no exterior, também para fins de pesquisa
científica. Se a finalidade do acesso for bioprospecção, desenvolvimento
tecnológico ou qualquer outra finalidade comercial ou industrial, o acesso
só será autorizado pelo CGEN. O acesso ao conhecimento tradicional
associado, ainda que a finalidade seja de pesquisa científica, também será
atribuição do CGEN.
Muitas discussões têm ocorrido entre pesquisadores, principalmente
os fitopatologistas, sobre o processo burocrático que envolve o intercâmbio
de material de pesquisa. Em 25 de julho de 2006, o CGEN aprovou a proposta
do Ibama para descaracterizar algumas pesquisas científicas como acesso ao
patrimônio genético. A SBPC declarou, durante a reunião, apoio à proposta,
seguida de manifestações favoráveis do Ministério da Agricultura, do Instituto
Evandro Chagas, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e
da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong).
Mesmo não integrando o CGEN, representantes da Sociedade Botânica do
Brasil, da Sociedade Brasileira de Microbiologia, da Associação Memoria
Naturalis, do Museu Nacional e da USP compareceram à reunião para apoiar
a proposta do Ibama. Outras instituições, como a Sociedade Brasileira de
Zoologia, Sociedade Brasileira de Ornitologia e Jardim Botânico do Rio de
Janeiro, também enviaram notas favoráveis.
Em 31 de agosto de 2006, a Resolução n0 21 do Ministério do
Meio Ambiente/CGEN, considerando que a finalidade dessas pesquisas
e atividades, assim como seus resultados e aplicações não interferem no
principal objetivo da MP n0 2.186-16, de 2001, resolveu que elas não se
enquadram sobre o conceito de acesso ao PG.
Assim sendo, estão dispensadas da obtenção de autorização de acesso
a componentes do PG: (i) pesquisas que visem elucidar a história evolutiva
de uma espécie ou de grupo taxonômico a partir da identificação de espécie
ou espécimes, da avaliação de relações de parentesco, da avaliação da
diversidade genética da população ou das relações dos seres vivos entre si
ou com o meio ambiente; (ii) os testes de filiação, técnicas de sexagem e
análises de cariótipos que visem à identificação de uma espécie ou espécime;
(iii) as pesquisas epidemiológicas ou aquelas que visem à identificação de
agentes etiológicos de doenças, assim como a medição de concentração de
substâncias conhecidas cujas quantidades, no organismo, indiquem doença
ou estado fisiológico; (iiii) as pesquisas que visem à formação de coleções
de DNA, tecidos, germoplasma, sangue ou soro. O critério estabelecido
nesta resolução tem a finalidade exclusiva de orientar o enquadramento
destas atividades sob a MP, sem prejuízo do atendimento das exigências
estabelecidas em outros instrumentos legais (ANVISA, MAPA, Receita
Federal e outros), bem como em tratados internacionais onde o Brasil seja
signatário (FAO, OMC e outros).
É importante lembrar que para o intercâmbio de material vegetal,
sadio ou infectado/infestado com pragas (bactérias, fungos, nematóides,
vírus, fitoplasmas, viróides e fitomonas), assim como a praga, ela mesma
(isolado, cepa, estirpe, patovar, etc...), para pesquisa, continua sendo
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
atribuição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), seguindo as normas da Instrução Normativa MAPA n0 01, de
15 de Dezembro de 1998. Essa IN estabelece os critérios e procedimentos
para a importação de vegetais e suas partes, produtos e subprodutos,
organismos biológicos e solo para fins experimentais ou científicos. A
IN n0 01, após reformulações e submissão do texto à consulta pública
(Portaria N° 316, de 27 de novembro de 2006) está em fase de conclusão
e será republicada futuramente.
Destaca-se que as remessas de material biológico para o exterior
necessitam da assinatura do Termo de Transferência de Materiais
(TTM), quando a responsabilidade sobre a amostra for repassada à
instituição destinatária (Resoluções n0 13, 14 e 16 do CGEN) ou Termo
de Responsabilidade para Transporte de Material (TRTM), quando a
responsabilidade sobre a amostra permanecer com a instituição remetente
(Resolução n0 15, do CGEN).
Mais recentemente, em 11 de outubro de 2006, o Ministério do Meio
Ambiente publicou a Instrução Normativa n0 119 instituindo o Sistema de
Autorização e Informação em Biodiversidade (Sisbio) que tem entre suas
atribuições facilitar a coleta, transporte, recebimento e envio de material
biológico para pesquisa.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Azevedo, C. M. A. 2005. A regulamentação do acesso aos recursos
genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados no Brasil. Biota
Neotropica, v5 (n1) - BN00105012005
Cristiane Derani. 2002. Patrimônio Genético e Conhecimento Tradicional
Associado: Considerações Jurídicas sobre seu Acesso. Publicação da
Faculdade de Direito da USP.
Cristiane Derani. 2002. Tutela jurídica da apropriação do meio ambiente
e as três dimensões da propriedade. Publicação da Faculdade de Direito
da USP.
Medida Provisória nº 2.186-16, de 23de agosto de 2001. Publicada no
D.O.U. de 24.08.2001, Seção I-E, pág. 11.
Ministério do Meio Ambiente. 2003. O papel da instituição fiel depositária
e critérios para o seu credenciamento. Conselho de Gestão do Patrimônio
Genético (CGEN)
Ministério do Meio Ambiente, Conselho de Gestão do Patrimônio Genético
(CGEN). 2004. Resolução nº13, de 25 de Março de 2004.
Ministério do Meio Ambiente, Conselho de Gestão do Patrimônio Genético
(CGEN). 2004. Resolução nº14, de 27 de Maio de 2004.
Ministério do Meio Ambiente/IBAMA. 2005. Cartilha sobre acesso ao
Patrimônio Genético e remessa de amostra do Patrimônio Genético.
Ministério do Meio Ambiente/IBAMA. 2006. Instrução Normativa nº 119.
Diário Oficial da União-seção 1, n° 197, 13 de outubro de 2006.
Ministério do Meio Ambiente. 2006. Resolução nº 21, de 31 de agosto de
2006. Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN).
Ministério do Meio Ambiente, 2005. Regras para o acesso legal ao
patrimônio genético e conhecimento tradicional associado. Departamento
do Patrimônio Genético.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 1998. Instrução
Normativa MAPA n0 01, de 15 de Dezembro de 1998.
14/08/2007 | Tarde
Sessão A2: Marcadores Moleculares na
Resistência Genética a Fitomoléstias
PROBLEMAS E PROGRESSOS NO MELHORAMENTO DE
PLANTAS VISANDO RESISTÊNCIA ÀS DOENÇAS ASSISTIDO POR
MARCADORES MOLECULARES João Bosco dos Santos, Departamento de
Biologia, UFLA, C.P. 3037, Lavras, MG, E. mail: [email protected] , Problems
and Progress of Marker Assisted Breeding for Plant Disease Resistance.
INTRODUÇÃO
O controle das doenças de plantas por meio de resistência é a medida
de controle desejada em qualquer espécie cultivada. Por isso o melhoramento
de plantas visando resistência às doenças é sempre um dos objetivos mais
importantes nos programas de melhoramento. Para atingir esse objetivo
vários fatores estão envolvidos, entre eles o tipo de resistência, a facilidade
de manejo do patógeno e a espécie hospedeira.
Inúmeras cultivares resistentes vêm sendo obtidas em diversas
espécies utilizando-se principalmente os procedimentos clássicos de
melhoramento. Eles consistem, no geral, em transferir alelos de resistência
de genitores doadores, por meio de cruzamentos e retrocruzamentos e seleção
dos genótipos resistentes nas populações segregantes, a partir da indução de
doenças com a incidência natural ou por inoculação do patógeno. Deve ser
lembrado que quase sempre o melhorista seleciona não apenas o genótipo
resistente, mas aquele que reúne também os fenótipos favoráveis para os
caracteres agronômicos importantes. Isso implica que mesmo para seleção
de resistência específica à raça ou vertical, que geralmente é monogênica,
a inclusão de outros caracteres torna o melhoramento complexo. Por isso
é que o melhorista sempre procura por procedimentos experimentais que
aumentem a eficiência da seleção.
O advento dos marcadores moleculares, especialmente os de DNA,
nas décadas de 1980 e 1990, constituiu em uma promessa para agilizar
e aumentar significativamente os processos de seleção. Entretanto, os
resultados de ganho com a seleção, não atenderam às enormes expectativas
dos melhoristas, especialmente quando se considera a seleção assistida dos
caracteres quantitativos, entre eles a resistência não específica às raças ou
horizontal (Young 1999).
Vale mencionar que os marcadores ainda são uma tecnologia recente,
uma vez que nesse período inúmeros tipos vêm sendo desenvolvidos,
aumentando a sua eficiência e sua contribuição para o melhoramento.
Se considerarmos o melhoramento em si que se iniciou cientificamente
em meados do século XIX, portanto há mais de um século e meio, um
considerável tempo ocorreu até que ganhos significativos tenham sido
conseguidos. Além disso, os procedimentos de melhoramentos vêm sendo
otimizados até hoje.
Para se ter uma avaliação geral dos sucessos e das dificuldades
da seleção assistida visando à resistência a doenças, será considerada as
contribuições gerais que os marcadores podem oferecer para o melhoramento,
tanto da resistência vertical monogênica, quanto da horizontal.
CONTRIBUIÇÕES DOS MARCADORES MOLECULARES NA
SELEÇÃO ASSISTIDA
http://www.mapa.gov.br
http://www.ibama.gov.br
http://www.mma.gov.br/port/cegen
http://www.lclark.edu/org/ielp/brazilgenetic.html
http://www.biodiv.org
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2186-16.html
http://www.biotaneotropica.org.br
A maioria dos marcadores de DNA utilizados no melhoramento
corresponde ao RFLP, a PCR e principalmente duas variações como o RAPD
e o SCAR, além dos microssatélites também conhecidos com SSR e o AFLP
(Schlotterer 2004). Ampla variação de marcadores surgiu, especialmente
associando a PCR com as enzimas de restrição. Mais recentemente novas classes
vêm sendo desenvolvidas, especialmente os denominados marcadores funcionais,
os quais visam identificar o próprio alelo de interesse (Masi et al. 2003, Bagge et
al. 2007, Iyer-Pascuzzi e Mc Couch 2007). Muitos deles se baseiam nas centenas
de milhares de ESTs obtidos para várias espécies cultivadas importantes, dentro
dos quais vem sendo identificados SSR intragênicos e principalmente os SNPs.
Além dos ESTs, inúmeras seqüências gênicas já estão disponíveis em bancos
públicos de dados e, em quase todos os casos esses marcadores podem ser
acessados por PCR (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/ , Raghavan et al. 2007).
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
S 55
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 2006. Portaria n0
316, de 27 de novembro de 2006 (Consulta Pública).
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
De um modo geral os marcadores são utilizados para identificar
alelos de interesse principalmente no caso dos alelos de resistência vertical,
ou de regiões genômicas como na identificação de QTLs que explicam a
resistência horizontal. Em ambos os casos são imprescindíveis se trabalhar
com população em desequilíbrio de ligação, como a F2, as populações
de retrocruzamento, ou a população de linhagens recombinantes, todas
originadas de um cruzamento biparental. Além dessas, pode-se também
utilizar as gerações derivadas por autofecundação em autógamas, ou por
cruzamento de um testador em alógamas (Michelmore et al. 1991, Moreira
2004, Collard et al. 2005).
No caso dos marcadores que se recombinaram com os alelos de
resistência a uma freqüência de mais de 30%, eles são praticamente inúteis
para auxiliar na seleção. Por exemplo, para o marcador (OPAC15) ligado
ao alelo de resistência ao oídio, se forem selecionadas na F2 todas as plantas
com este marcador, espera-se que 18,3% sejam suscetíveis. Comparando
este resultado com um marcador independente, que na verdade não é um
marcador, entre todas as plantas F2 selecionadas com o mesmo, 25% seriam
suscetíveis. Portanto, como era esperado, quanto mais distante estiver o
marcador do alelo de resistência, menor será a sua eficiência para se praticar
a seleção indireta, sem o uso de inoculação.
Na identificação de um alelo de resistência um dos procedimentos
mais eficientes é o método denominado de bulks segregantes (Michelmore
et al. 1991). No caso de se utilizar a F2, inicialmente extrai-se o DNA de cada
planta. Posteriormente, as famílias F2:3 ou derivadas deverão ser inoculadas
para se identificarem aquelas homozigóticas para o alelo de resistência e
também para o alelo de suscetibilidade, bem como as famílias segregantes.
De posse desses resultados identificam-se as plantas F2 homozigóticas para
os dois tipos de alelos, respectivamente, resistente e suscetível. Utilizandose os DNA de 10 a 20 plantas resistentes, procede-se a mistura eqüitativa
dos mesmos obtendo-se, assim, o bulk das plantas resistentes. Igualmente
obtém-se o bulk de DNA das plantas suscetíveis.
No melhoramento visando resistência às doenças, em geral transferese o alelo de resistência de fontes que são normalmente mal adaptadas,
para cultivares elites, por meio do retrocruzamento. Este procedimento é
particularmente exigente dos marcadores intimamente ligados ou dentro
dos alelos de resistência para que a seleção assistida seja eficiente (Dudley
1993). Isso ocorre porque durante o processo de transferência é quando se
tem as maiores oportunidades de recombinação e separação do marcador em
relação ao alelo de resistência. Isso foi constatado durante a transferência do
alelo Co-5 de resistência do feijão ao C. lindemuthianum, a partir do genitor
doador mexicano G2333 por meio de dois retrocruzamentos (Couto et al.
2005). A autora verificou que entre 32 linhagens selecionadas por meio
de inoculação e portadoras do alelo Co-5, apenas uma reteve o marcador
SCAR SAB03, que segundo alguns autores dista do alelo de 5,8 cM e de
acordo com outros dista de 12,98 cM (Miklas www.css.msu.edu/bic ).
Procede-se a análise dos bulks utilizando-se o marcador de DNA
de interesse. Quando se obtém um resultado semelhante ao apresentado na
Tabela 1, a banda (B) deve estar ligada ao alelo de resistência, porque ela só
ocorre no genitor 1 e no bulk resistente. Isso significa que quando as plantas
F2 foram separadas por meio da reação de resistência para construir este
bulk, o alelo de resistência foi acompanhado da banda B.
Tabela 1. Resultado hipotético dos genitores, F1 e dos dois bulks, analisados
com um marcador dominante.
Marcador Genitor 1 Genitor 2
Resistente Suscetível
A
■
B
■
C
■
F1
Bulk
Bulk
Resistente Suscetível
■
■
■
■
■
■
■
■
Com este marcador analisa-se toda a população e obtêm-se então as
proporções para presença ou ausência da banda B, bem como as proporções
de plantas resistentes e suscetíveis. Estes resultados são analisados
geralmente por meio do método da máxima verossimilhança (Allard 1956,
GQMOL www.ufv.br), obtendo-se a freqüência de recombinação entre o
marcador e o alelo de resistência. Pode-se estimar também a freqüência de
recombinação e a distância genética por meio de vários outros softwares
como, por exemplo, o MAPMAKER (Lander et al. 1987).
Utilizando o método dos bulks segregantes foram identificados
marcadores ligados a diferentes alelos de resistência em feijão (Tabela
2). Nota-se entre todos os marcadores que aquele amplificado pelo primer
OPL04, identificando o alelo Co-42 é o ideal, pois, não se separou do
alelo de resistência. Isto implica em 100% de eficiência na seleção de
plantas resistentes, por meio do marcador. Alguns com freqüências de
recombinação entre 5% e 15% são parcialmente eficientes. Isso é o caso
daquele amplificado pelo primer OPF10, ligado ao alelo Co-5, o qual
conduz a um erro de 7,2% para seleção de plantas em uma geração F2, isto
é, a seleção de todas as plantas com o marcador implica na ocorrência de
7,2% suscetíveis.
Durante a condução do programa de retrocruzamento pode-se
estimar o parentesco das plantas das populações segregantes, também por
meio dos marcadores moleculares, objetivando-se selecionar aquelas mais
semelhantes ao recorrente para se proceder a novo retrocruzamento. Com
esse procedimento consegue-se reduzir o número de retrocruzamentos para se
recuperar os alelos favoráveis do genitor recorrente (Hagiwara et al. 2001).
Há uma enorme quantidade de marcadores de alelos resistência,
como os publicados para feijão (Miklas www.css.msu.edu/bic ), bem como
para outras espécies, embora muitos deles tenham se mostrado inúteis no
melhoramento visando resistência às doenças, especialmente quanto se
utiliza o retrocruzamento. Por essa razão é que grande ênfase vem sendo
dada atualmente aos marcadores localizados dentro de genes comumente
referidos como marcadores funcionais (Masi et al. 2003, Bagge et al.
2007, Iyer-Pascuzzi e Mc Couch 2007). Em arroz, por exemplo, sucesso
vem sendo conseguido com a seleção assistida e piramidação de alelos de
resistência vertical contra a Magnaporthe grisea (Jia et al. 2003), bem como
vários marcadores funcionais de alelos de resistência à Xanthomonas oryzae
(Iyer-Pascuzzi e Mc Couch 2007). Em tomate, primers para PCR foram
desenvolvidos dentro do alelo Mi de resistência ao nematóide causador de
galhas (Hwang e Williamson 2003) e, especialmente para patógeno como
esse, de difícil avaliação fenotípica da resistência, é que os marcadores
funcionais são significativamente úteis. Vale também mencionar que, mesmo
nos casos de avaliação fenotípica mais simples da resistência, a seleção
assistida oferece grande contribuição ao melhoramento, como na piramidação
de alelos de resistência, em que a operação fica muito simplificada.
A resistência horizontal (RH) é teoricamente controlada por mais
de um gene e é sempre parcial. Neste caso, os marcadores moleculares
também podem ser utilizados para identificar regiões genômicas, ou locos,
onde ocorre um ou mais alelos de resistência e são denominados de QTLs
ou QRLs (Brunelli et al. 2002). Deve-se tomar o cuidado neste caso de se
trabalhar com populações segregantes onde não ocorram alelos verticais
contra o mesmo patógeno, ou utilizar uma raça que vença o alelo vertical
por ventura presente. Também é necessário a utilização de uma população
Tabela 2. Alelos de resistência do feijão identificados com marcadores RAPD, freqüência de recombinação e tamanho da banda em
pares de bases (pb).
Doença
Alelo
Primer
Recomb.(%)
Banda (pb)
Literatura
Antracnose
Co-4
Co-42
Co-5
Alelo dom.
OPC08
OPL04
OPF10
OPAC15
13,3
0
11,5
32,8
1059
1000
912
2239
Castanheira et al. 1999
Silva e Santos 2001
Castanheira et al. 1999
Rezende et al. 2001
Oídio
S 56
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
segregante em desequilíbrio de ligação. Como a avaliação da reação
fenotípica para RH nem sempre é eficiente ao nível de planta individual,
deve-se dar preferência por populações estruturadas em famílias ou
progênies, de tal forma que cada uma possa ser avaliada em experimentos
com repetições e, preferencialmente, em diferentes ambientes.
Moreira, J.U.V. Tese Dr. Agornomia/genética e melhoramento de planas,
ESALQ/USP, 2004.
Para identificar QTLs, inicialmente é necessário obter um grande
número de marcadores segregantes na população, os quais devem ser
mapeados e um dos procedimentos geralmente usado é por meio do
software MAPMAKER (Lander et al. 1987). Após a obtenção do mapa
molecular realiza-se a identificação dos QTLs e, para isso, existem vários
procedimentos, sendo os mais usados atualmente o método por intervalo
composto, o estendido para vários ambientes ou o método por intervalo
múltiplo (Jansen 1993, Zeng 1994, Jiang e Zeng 1995, Kao et al. 1999).
Apesar dos procedimentos de detecção de QTL estarem ficando mais
eficientes, ainda há limitações na explicação da variação fenotípica por meio
dos marcadores de QTLs, devido principalmente à precisão de avaliação
fenotípica, o tamanho da população segregante utilizada, a interação QTLs
por ambientes e a insaturação dos mapas moleculares (Bernardo 2002, 2007).
Consequentemente, as magnitudes da variação fenotípica explicada pelos
marcadores é quase sempre menor do que a herdabilidade da RH. Essa é a
razão porque, até o momento, ainda são poucos os casos de uso de seleção
assistida com sucesso maior do que a seleção direta (Moreira 2004). Assim,
os casos mais comuns de seleção assistida por marcadores de QTLs vêm
ocorrendo para aqueles de grande efeito, como constatado para resistência
parcial à Xanthomonas axonopodis em feijão, em que foi identificado um
QTL que explica 70,34% da variação fenotípica (Yu et al. 2004).
Rezende, V.F., Santos, J.B. dos, Ramalho, M.A.P., Ferreira, D.F. Crop
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Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
A vulnerabilidade dos citros a pragas e doenças decorre da adoção
de um sistema de produção monocultural, no qual um número reduzido de
variedades, com estreita base genética, é cultivado em grandes extensões
de área. Apesar de o gênero Citrus apresentar uma grande diversidade de
espécies, um pequeno número de cultivares é utilizado comercialmente. A
laranja Pêra (Citrus sinensis L. Osb.) é a cultivar mais plantada (34,8%),
seguida pela Valência (32,9%), Natal (14,8%), Folha Murcha (4,5%),
Westin (2,1%) e Valência Americana.
O histórico da citricultura brasileira é marcado por uma sucessão
de pragas e doenças causadas por diferentes agentes etiológicos. Uma das
estratégias utilizadas para superar os problemas relacionados a doenças,
em especial nas variedades de porta-enxertos, tem sido a substituição da
variedade suscetível por outra mais tolerante ou resistente. Tal estratégia
tem possibilitado a manutenção da citricultura em diferentes regiões do
mundo, e não é diferente no Brasil.
Quando se considera a resistência ou a suscetibilidade a fatores
bióticos, deve ser lembrado que muitas doenças e pragas são exclusivas da
parte aérea da planta (copa), outras do sistema radicular (porta-enxerto), e
algumas estão associadas à interação entre eles, como resultado do processo
de enxertia. Na busca por fontes de resistência a um determinado patógeno
essas interações devem ser sempre consideradas.
Os citros são plantas perenes, de longo ciclo vegetativo, isto é,
necessitam muitos anos para iniciarem o florescimento e produção, o que
torna o melhoramento genético tradicional um processo longo e trabalhoso.
Além desta, existem outras características botânicas e genéticas do grupo
que dificultam os programas de melhoramento genético via hibridação
e seleção recorrente, tais como: alta heterozigosidade, o que acarreta
em grande segregação genética para a maior parte das características de
interesse; poliembrionia nucelar adventícia, onde há a formação de um
grande número de embriões de origem nucelar simultaneamente com a
formação do embrião sexual, portanto, com a mesma constituição genética
da planta mãe; juvenilidade, com alterações morfológicas de folhas,
frutas e padrão de crescimento. Por outro lado, a grande facilidade com
que indivíduos de diferentes espécies e/ou gêneros se cruzam e a ampla
diversidade genética apresentada pelos citros, ampliam as perspectivas de
melhoramento genético via cruzamentos dirigidos.
Embora os desafios na obtenção de progênies em cruzamentos
dentro do gênero Citrus e entre gêneros próximos sejam consideráveis,
existem várias fontes de resistência a fatores bióticos e abióticos que
S 57
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
podem ser potencializadas na obtenção de indivíduos com características
agronômicas e industriais desejáveis. Essa abordagem é particularmente
importante quando a ela se agregam ferramentas que auxiliam na seleção de
indivíduos zigóticos, na obtenção de marcadores, no mapeamento genético,
culminando com a seleção assistida por marcadores e a clonagem de genes
baseada em mapeamento, etapas essas ainda em processo de incorporação
aos programas de melhoramento de citros.
resistência/tolerância a tristeza dos citros (CTV), clorose variegada dos citros
(CVC), gomose de Phytophthora, leprose e mancha de alternária.
Recentemente, o programa genoma citros (CitEST) permitiu o
estabelecimento de um dos maiores bancos de dados com milhares de
seqüencias EST depositadas. Conseqüentemente, este banco tornou-se
uma fonte praticamente inesgotável de marcadores moleculares, sejam
microssatélites ou TRAPS (Target Region Amplification Polymorphism).
A utilização destes marcadores em todas as progênies tem permitido o
desenvolvimento de mapas mais densos em marcadores assim como estudos
de sintenia e construção de um mapa consenso de citros.
Tendo em vista a importância de se obter variabilidade como forma
de superar problemas, uma das metas do programa de melhoramento
do Centro APTA Citros Sylvio Moreira / IAC tem sido a obtenção de
híbridos de porta-enxertos e copas, que visam ampliar o conhecimento
sobre a herança da resistência ou suscetibilidade assim como o número de
variedades utilizadas na citricultura.
A realização de cruzamentos com variedades contrastantes para
resistência a doenças, obtenção de progênies numerosas, a avaliação
fenotípica nas populações de híbridos, o mapeamento de QTLs associados
à resistência e os estudos de expressão diferencial de genes nos genitores e
híbridos contrastantes estão sendo realizados visando a confirmação de genes
e vias metabólicas associadas com as característica fenotípicas avaliadas.
Estas abordagens genéticas e moleculares permitirão entender os mecanismos
de resistência dos citros a diferentes patógenos. Estes estudos permitirão a
seleção segura de materiais genéticos de qualidade para variedades comerciais
e/ou para dar continuidade aos programas de melhoramento.
Como resultado desse programa, foram obtidas até o momento cerca
de 1318 novas combinações de híbridos (Tab.1). Oito mapas de ligação gênica
foram desenvolvidos a partir dos seguintes cruzamentos: laranja doce cv Pêra
(C. sinensis) vs tangerina Cravo (C. reticulata), tangerina Sunki (C. sunki)
vs Poncirus trifoliata cv Rubidoux, laranja doce cv Pêra vs tangor Murcott
(C. sinensis x C. reticulata) e limão Cravo (C. limonia) vs citrumelo Swingle
(C. paradisi x P. trifoliata). Regiões genômicas associadas às características
quantitativas e qualitativas foram localizadas nestes mapas tais como:
Tabela. Mapas de ligação obtidos através de diferentes cruzamentos no programa de melhoramento do Centro APTA Citros Sylvio
Moreira do IAC.
Poncirus
trifoliata
Tamanho da
população mapa
Tangerina
Sunki
Tangor
Murcott
Laranja
Pêra
Laranja
Pêra
Tangerina
Cravo
Limão
Cravo
citrumelo
Swingle
314
314
150
150
72
72
94
94
Tipos de marcadores
RAPD,
SSR,
AFLP
RAPD,
SSR,
AFLP
RAPD,
SSR,
AFLP
RAPD,
SSR,
AFLP
RAPD,
SSR,
AFLP
RAPD,
SSR,
AFLP
RAPD,
SSR,
AFLP
RAPD,
SSR,
AFLP
Quantidade
de marcadores
221
221
1:1 α168
3:1 α445
1:1α117
3:1α239
1:1α51
3:1α239
1:1* α138
3:1**α
Número de
grupos de ligação
9
10
10
11
11
10
X
X
X
X
X
CTV
CVC
leprose
mancha
marrom de
alternária
mancha
marrom de
alternária
CVC
Mapa integrado
Características
mapeadas
gomose
CTV
14/08/2007 | Tarde
Sessão B: Ferrugem Asiática da Soja
CONSIDERAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS NA AVALIAÇÃO DE
RISCO E MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Emerson
M. Del Ponte & Paul D. Esker. Departamento de Fitossanidade, Faculdade
de Agronomia, Av. Bento Gonçalves, 7712, Porto Alegre, RS, Brasil, email: [email protected]. Epidemiological considerations for risk
assessment and management of Asian soybean rust
Desde que o fungo Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd. foi
detectado na América do Sul no final da safra de 2001/02, a ferrugem asiática
da soja teve uma rápida dispersão para praticamente todas as principais
regiões produtoras de soja do Brasil nas safras subseqüentes (Yorinori et al.,
2005). No entanto, epidemias severas de ferrugem asiática, ou seja, aquelas
em que ocorre uma rápida dispersão da doença no tempo e no espaço não
foram verificadas em todas as regiões e safras no Brasil, na Argentina e
S 58
CTV
nos Estados Unidos onde esta foi detectada. O que tem se observado no
Brasil são situações de maior pressão de inóculo e ambiente mais favorável,
em contraste com situações onde as variações climáticas, de um ano para
outro, como período de estiagem, somado às práticas de manejo, ou mesmo
ausência de inóculo, tem afetado a dispersão e desenvolvimento da doença,
que esteve sob controle em algumas regiões. Em contraste, uma certa
constância no comportamento da doença, até o presente, tem sido mais
evidente na Argentina e nos Estados Unidos, se consideramos o seu impacto
nas principais regiões produtoras em três a quatro anos de convívio com a
doença. Na Argentina, a doença é normalmente detectada, ou se dispersa
mais rapidamente atingindo um maior número de locais, no final da safra,
se comportando como doença de final de ciclo de evolução lenta sem causar
danos significativos, com algumas exceções em lavouras da região mais ao
norte do país (Ivancovich, 2005). Já nos Estados Unidos, a doença tem sido
detectada precocemente na região sul daquele país, de forma localizada,
infectando hospedeiros alternativos, como o kudzu (Pueraria lobata L.),
e alguns cultivos de soja, porém mostrando uma movimentação lenta em
direção ao norte, atingindo um pequeno número de lavouras da região sul do
meio-oeste americano, já no final da safra e em plantios tardios (Christiano
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
& Scherm, 2007). Algumas perguntas surgem a partir de tais evidências. Do
lado dos cientistas, como explicar e prever o comportamento da doença em
todas as regiões com base no conhecimento epidemiológico atual, seja ele
empírico ou fundamental? Do lado do agricultor, a preocupação é distinta
para dois grupos: o primeiro tem que se aperfeiçoar no manejo de uma
doença que aparece todos os anos de maneira mais ou menos agressiva
e quer saber quando e quantas vezes fazer a pulverização; o segundo tem
a incerteza de se e quando terá que lidar com uma doença que ainda não
é importante na sua região. Uma das estratégias é valer-se dos métodos
quantitativos, buscados no terreno da epidemiologia, para se tentar elucidar
os componentes e mecanismos que governam o processo epidêmico nas
condições naturais. Diversos são os fatores que afetam a dinâmica da
dispersão e o desenvolvimento de qualquer doença de planta em níveis locais
a regionais, sendo estes basicamente relacionados ao ambiente, patógeno,
hospedeiro e práticas de manejo, os quais devem ser bem compreendidos.
A seguir, se comentará sobre alguns aspectos relacionados ao ambiente e
ao inóculo nas epidemias de ferrugem asiática, sendo estes os fatores chave
normalmente usados em avaliações e previsões de risco da doença.
Há muito é sabido que as condições ambientais são fator chave
na epidemiologia da ferrugem asiática. Estudos em ambiente controlado
permitiram quantificar o período mínimo requerido de horas de molhamento
contínuo para que a infecção ocorresse sob diferentes faixas de temperatura
(Marchetti et al., 1976; Melching et al., 1979). Já nas condições de campo, a
associação chuva x epidemias tem sido demonstrada por meio da observação
de parâmetros da doença e sua correlação com variáveis com base na
precipitação que afetam o progresso da doença e, conseqüentemente, os
níveis máximos de severidade (Tan et al., 1996; Del Ponte et al., 2006b).
Para tornar ainda mais complicado, do ponto de vista do manejo, chuvas
freqüentes afetam a eficiência das aplicações de fungicidas, seja por
impedirem que estas sejam feitas no momento ideal, ou diminuindo a
eficiência do produto. O papel da precipitação no processo epidêmico ainda
não está totalmente elucidado, mas sugere-se que logicamente prolongue
a duração do molhamento nas folhas, necessário para a infecção; promova
turbulência no dossel, a qual facilitaria a liberação e dispersão dos esporos
das urédias para as camadas superiores e também a depressão de temperatura
no dossel. Tais evidências levaram recentemente a proposição de um modelo
distinto para o patossistema ferrugem asiática (Bergamin Filho, 2006), uma
vez que existem dados que mostram a formação de novas urédias ao redor
do sítio de infecção inicial por longo período, situação análoga à expansão
de lesões. Com base nessa teoria, tal processo aconteceria sem a estrita
dependência de variáveis como molhamento foliar e temperatura, típico
de ferrugens de clima temperado, e tem suporte nas evidências empíricas
de mais alta correlação das epidemias no campo com somente variáveis
de chuva (Del Ponte et al., 2006), as quais teriam papel mais decisivo na
liberação e dispersão do inóculo produzido nas novas urédias (Bergamin
Filho, 2006). Quanto à temperatura, é sabido da sua influência, em interação
com o molhamento, na eficiência de infecção e isoladamente na duração do
período latente, conforme observado em condições controladas (Alves et al.,
2006). No campo, entretanto, a temperatura parece não ser tão limitante uma
vez que na maioria das regiões tropicais e subtropicais no período de cultivo
de safra normal soja, esta se encontra na faixa de conforto para o patógeno,
aparentemente não causando estresse significativo, conforme verificado
em um estudo com 34 epidemias no Brasil que mostrou fraca correlação
entre a severidade máxima da doença e a temperatura média durante o
desenvolvimento da epidemia (Del Ponte et al., 2006). Logicamente que
altas temperaturas em período seco é desfavorável à doença, o que pode não
sê-lo em condições de alta precipitação. A diferença da temperatura do ar
e no interior do dossel pode ajudar a explicar o fato de epidemias serem
extremamente agressivas no cerrado brasileiro onde se tem abundância de
chuvas e temperatura máximas diárias do ar atmosférico freqüentemente bem
acima dos níveis estabelecidos em estudos controlados. Com a alta freqüência
de precipitação e menor número de horas de luminosidade nos trópicos, se
tem um maior período de dias nublados durante a safra e menor exposição
à radiação solar, a qual tem sido verificada como letal aos esporos afetando
significativamente a sobrevivência dos mesmos (Isard et al., 2006).
P. pachyrhizi é um patógeno biotrófico e, como tal, necessita do
hospedeiro vivo para sobreviver e se multiplicar. Relatos na literatura
mostram que o fungo tem várias dezenas de espécies de plantas hospedeiras
(Rytter et al., 1984). A importância e o papel de hospedeiros alternativos,
soja voluntária e plantios de safrinha, embora difícil de ser quantificado na
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
prática, reside no fato destes manterem o inóculo no período da entressafra
servindo de fonte precoce de inóculo para a safra normal. A sua eliminação
ou o uso de medidas que impedem o plantio de soja no período da entressafra
(vazio sanitário) pode contribuir para a redução da pressão do inóculo.
Sendo uma doença policíclica, e tendo o inóculo uma dispersão rápida pelo
vento, níveis muito baixos de inóculo podem, sob condições ideais, levar
a epidemias severas, conforme já verificado em algumas regiões do Brasil.
Atualmente tal comportamento parece ser menos provável devido ao fato
de que cada vez mais os técnicos e produtores, principalmente no Brasil,
conhecem melhor a doença e estão aprendendo a lidar com a mesma de
forma mais efetiva.
Por outro lado, a presença precoce do inóculo na região, em
hospedeiros alternativos, não tem significado sempre um alto risco em
diversas situações, uma vez que existem vários relatos no sul do Brasil,
Argentina e Estados Unidos de ausência de epidemias sérias, embora o
inóculo estando presente localmente por vários meses, desde o período
de inverno. Nessas regiões, especialmente de alta latitude na América
do Norte, o inóculo é totalmente eliminado durante o rigoroso inverno,
e novas infecções serão dependentes de inóculo originado em fontes
distantes, a partir das regiões de sobrevivência. A presença de esporos do
fungo detectados em armadilhas durante o período da safra nem sempre
pode significar alto risco da doença, dependendo da região. A afirmação
é baseada no fato de que esporos de P. pachyrhizi foram capturados em
armadilhas do tipo coletor de chuva (e identificados por PCR em tempo
real) em alguns locais no meio-oeste e norte dos Estados Unidos, e a doença
não foi detectada nesses locais, possivelmente por não estarem viáveis ou
ausência de ambiente favorável para a infecção (Krupa et al., 2006).
Todo este conhecimento epidemiológico gerado através da
observação das epidemias no campo e em experimentos sob condições
controladas, tem dado subsídios para a formulação de diferentes estratégias
de previsão do comportamento da doença. A série de trabalhos, em ambiente
controlado, conduzidos por pesquisadores americanos na década de 70 e
80, citados acima, inspirou o desenvolvimento de modelos de simulação
e sistemas de previsão com base em períodos críticos à infecção para
alertar quanto ao risco em tempo real na safra ou para mapear zonas de
favorabilidade com base em registros históricos de clima (Yang et al., 1991;
Canteri et al., 2004). Por outro lado, os modelos empíricos, como aqueles
com base na chuva, podem ser usados em determinadas situações para
avaliação do risco potencial ou futuro, seja pelo uso de registros históricos
de clima para se estimar a probabilidade de ocorrência de epidemias severas
em determinadas regiões ou previsões climáticas para a safra com base em
modelos numéricos de previsão de chuva (Del Ponte et al., 2005). Em
recente revisão, foram apresentados detalhes de doze modelos matemáticos
na literatura para a simulação e previsão de diferentes componentes da
epidemia usando diferentes métodos modelagem e conjuntos de dados, e
é possível que outros modelos estejam em desenvolvimento (Del Ponte
et al., 2006c). Embora se disponha de modelos de previsão, ainda não se
pode dispensar as atividades de monitoramento da dispersão da doença
e divulgação dos focos, ou mesmo da presença do inóculo no local,
informação ainda crucial para a avaliação do risco em tempo real na safra,
devido ao fato de que os modelos que se dispõe até o momento têm uma
limitada capacidade de corretamente estimar a presença e concentração
do inóculo que irá iniciar as epidemias, embora pesquisas futuras possam
identificar padrões de comportamento para determinadas regiões.
Pode-se dizer que houve considerável avanço no conhecimento
epidemiológico e as tentativas de aplicação deste na previsão graças aos
diversos esforços para se tentar compreender a doença desde que essa
chegou nas principais regiões produtoras do mundo. O uso dos modelos
na prática, se pensarmos em geração de informação de risco para orientar
tomada de decisão no campo, ainda está aquém do desejado e as razões
e dificuldades para tal não diferem muito do que acontece com modelos
para outros patossistemas. Ainda são necessários mais investimentos em
pesquisas epidemiológicas para a análise dos aspectos quantitativos da
dispersão e progresso da doença, que poderão gerar informações úteis para
a identificação dos padrões e os fatores que governam as epidemias sob as
mais diversas situações. As tecnologias computacionais e de informação
devem ser cada vez mais usadas para se integrar os dados em sistemas de
informações geográficas (SIG), bases de dados históricas e de previsões
numéricas de clima de médio prazo, variáveis ambientais estimados a partir
S 59
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
de modelos de mesoclima, imagens de satélites, dentre outras, de forma a
expandir os domínios da previsão no tempo e no espaço.
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Certamente, uma convivência menos dolorosa com uma doença
importante como a ferrugem asiática somente será possível com esforços
coordenados em diferentes frentes visando à integração de medidas que
minimizem ao máximo o risco da doença associado a tomadas de decisões
com base em estimativas científicas do risco da doença. Nesse sentido,
além da busca por variedades resistentes, o conhecimento epidemiológico
e a forma como esse é utilizado para a resolução de questões práticas do
manejo, tanto no curto como no médio no longo prazo, assume fundamental
importância no processo para que se diminuam as incertezas daqueles dois
grupos de produtores: os que convivem com o problema e os que ainda não
sabem se, quando e de que forma se preparar para enfrentá-lo.
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DABUL; 1CARLOS, J. F. GRANADO & 2MÁRIO B. FIGUEIREDO.
1
Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR. Brasil, CEP 84.030-900
Email:[email protected], 2Instituto Biológico, São Paulo, SP. Hospedeiros
Alternativos do Agente da Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi) da
Soja no Brasil.
Diseases are one of the major limiting factors to the soybean crop
in Brazil, and among them, there is the Asian rust (Phakopsora pachyrhizi)
which has caused great losses. The first detection of a pathogen related
to the Phakopsora genus in Brazil occurred in 1899 and was reported by
Ule & Henning as Aecidum crotalariicola in Santa Cataria, on 1904 as
Phakopsora meibomiae in São Paulo state by Arsene Puttemans, both on
Crotalaria (Carvalho & Figueiredo, 2000). In 1936 on Crotalaria striata,
as Phakopsora crotalariae (Müller, 1940) and afterwards Viegas (1961)
reported the species P. pachyrhizi over three different plants species, both of
them quoted by Deslandes (1979), who had detected Phakopsora pachyrhizi
on soybean and other hosts in Minas Gerais. In 1979 the pathogen was also
detected on Lablab purpureus, Phaseolus lunatus and Glycine wightii in
São Paulo as will as in Espírito Santo states. In 1980, Charcar detected
the fungi over several soybean cultivars in Goiás (Zambolim et al., 1983).
Later, in 1981, the disease was observed at soybean commercial crops in
Alto Paranaíba, Minas Gerais by Chaves et al. (1982) and at other regions
(Yorinori & Deslandes, 1984). In the 1987/1988 crop season Phakopsora
pachyrhizi was reporter as the cause of economic losses in São Gotardo,
Minas Gerais (Yorinori, 1989). In Paraná, Jaccoud Filho et al., (2001)
reported soybean rust in commercial crops on the Campos Gerais region
since the 1998/1999 crop season and the disease reached epidemic level at
the 2000/2001 crop season in production regions of Paraná and Paraguay
(Yorinori et al., 2001).
As a biotrophic fungus, P.pachyrhizi, depends on alive host plants
to its surviving and multipling. The presence of alternative hosts is
crucial to the development and surviving of this species in agricultural
areas, working as a “green bridge” between the normal crop seasons and
also it may cause damage to important agricultural crops. The increase of
the disease severity at soybean crops, cultivated after the winter soybean
under irrigation systems in some regions, led to the implementation of
a sanitation measure which prohibited the soybean planting during this
period. Since the previous detection of the genus Phakopsora abroad and
in Brazil, several publications described this fungus occurrence in host
plants, infecting more than 95 host species of plants over more than 42
genera (Sinclair & Dhingra, 1975; Sinclair, 1977; Yang, 1977; Deslandes,
1979; Bromfield, 1984; Carvalho & Figueiredo, 2000; Mendes et al.,
2000; Consórcio Anti-Ferrugem, 2006). On Tables 1 and 2, descriptions
of the Phakopsora genus occurrence over different hosts and regions of
Brazil, and on Table 3, the results of inoculations tests carried out in
potentials host plants.
Field surveys detected the Phakopsora pachyrhizi in commercial
common beans (Preto and Carioca) producting areas in Campos Gerais
region of Paraná on the 2003/2004 crop season (Jaccoud Filho et al.,
2005). On the underside of beans leaflets, pustules (uredia) with intense
urediniospores liberation similar to sugar crystals and with those of
Phakopsora pachyrhizi fungus were observed. Similar symptoms were
also observed in kudzu, lab lab, desmodium and perenial soybean nearby
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Table 1. Natural occurrence of the genus Phakopsora in host plants in Brazil
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
S 61
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
the commercial soybean crops in Paraná and São Paulo states. By using
PCR and specific primers designed by Frederick et al. (2002) to detect
Phakopsora pachyrhizi (Ppa 1/Ppa2) or P. meibomiae (Ppm1/Pme2),
the presence of P. pachyrhizi were confirmed by Jaccoud Filho & Dabul
(2006) in soybean, common bean and kudzu leaves and, P. meibomiae in
lab lab ones (FIG. 1). Urediniospores collected over perennial soybean
did not amplify any DNA bands when both pairs of specific primers were
used. Further research, by using scanning eletronic microscopy, have
being carried out (Jaccoud Filho & Granado, 2007).
The disease detection over an important crop as common
bean has led Brazilian researchers to evaluate the resistance levels of
several common beans (Phaseolus vulgaris) cultivars to the Asian rust
(Phakopsora pachyrhizi). By using the diagrammatic scale developed to
soybean, Nunes Junior et al., (2006) evaluated common bean cultivars in
Goiás, Fernandes-Carrijo et al., in Minas Gerais (2006), while in Paraná
by Passini & Jaccoud Filho, (2006) with the development and validation
of a new diagrammatic specific scale to the disease in common beans
(FIG. 2).
The evaluation of 23 common beans commercial cultivars (Passini
et al. 2006) under natural infection conditions with the use of the new
diagrammatical scale, made possible the identification of cultivars with
good resistance levels to
(Table 4).
Table 2. Potential host plants to Phakopsora pachyrhizi.
ferrugem da soja no Brasil. Summa Phytopathologica, V. 26, 197-200p. 2000.
Due to the fungus Phakopsora pachyrhizi charactheristics and its
great virulence in soybean crops, more studies and information about
potential hosts plants, specially those of the economic importance
as common beans, seems to be necessary for the agricultural
communities.
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Table 3.Inoculation results of Phakopsora pachyrhizi in host plants in Brazil.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
S 63
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Figura 1. PCR reaction of urediniospores coletected over soybean, common beans,
kudzu and lab lab leaves and amplyfied with specific primers to the detection of Phakopsora pachyrhizi or P. meibomiae (Jaccoud Filho & Dabul, 2006).
Figura 2. Diagrammatical scale to evaluate the Phakopsora pachyhrizi severity level
on common beans (Passini & Jaccoud Filho, 2006).
Table 4.Common beans cultivars reaction to the Phakopsora pachyrhizi under natural infection conditions in the Campos Gerais
region of Paraná (Passini et al., 2006)
S 64
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
MONITORAMENTO DAS VARIÁVEIS AMBIENTAIS PARA
CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Marcelo G.
Canteri1, Rodrigo Y. Tsukahara2, Olavo C. Silva2. 1Universidade Estadual
de Londrina, CCA/Dep. Agronomia, Rodovia Celso Garcia Cid, PR 445, km
380, CEP 86051-990, Londrina, Paraná. e-mail: [email protected]. 2Fundação
ABC para Assistência e Divulgação Técnica Agropecuária. Monitoring
environmental variables aiming to control asian soybean rust.
O controle de doenças de plantas utiliza-se do conhecimento sobre o
hospedeiro, patógeno e ambiente para evitar epidemias. Enquanto não são
lançadas variedades com níveis significativos de resistência à ferrugem da
soja (Phakopsora pachyrhizi Sid & P. Sid), torna-se importante o estudo e a
definição de estratégias de manejo que influenciem a população do fungo e
também o conhecimento das condições ambientais favoráveis ao progresso
da doença. O controle químico, ferramenta que tem evitado reduções de
produtividade na presença da doença, pode ser orientado de acordo com estas
informações. Excelente trabalho vem sendo realizado pelo Consórcio Antiferrugem (Godoy, 2005), que reúne Instituições de Pesquisa, Fundações e
Universidades de todo o país afim de dar indicativo da eficiência de produtos
registrados para o controle da doença. Os estudos realizados pelo Consórcio
também permitem refinamentos regionais para otimizar o número e intervalo
de aplicações, onde, dependendo da safra e da região foram relatadas variações
de uma a sete pulverizações, por ciclo vegetativo para se controlar a doença.
EFEITO DO AMBIENTE
O progresso da ferrugem sofre influência do ambiente e o
monitoramento das variáveis ambientais pode orientar a tomada de decisão
sobre medidas de controle. Marchetti et al. (1976) estudaram sob condições
controladas o efeito da temperatura e duração do período de molhamento no
processo de infecção. No Brasil, recentemente Alves et al. (2006) obtiveram
resultados semelhantes utilizando-se isolados coletados no país.
Canteri et al. (2005) utilizaram-se da informação sobre favorabilidade
para infecção para mapear zonas de risco de epidemias para o Estado do
Paraná. A determinação de regiões geográficas com condições mais favoráveis
para ocorrência da ferrugem asiática da soja foi estimada através dos modelos
matemáticos de infecção adaptados de Marchetti et al. (1976). A validação,
feita de forma qualitativa e visual através da comparação dos mapas de
ocorrência da ocorrência de ferrugem nas safras, desde 2002 até 2006, indicou
acerto para a maioria das regiões, exceto para a região centro/sul do Estado do
Paraná. Nesta região o processo infecção, simulado com dados de temperatura
e molhamento não foram suficientes para explicar a epidemia ou a ausência
da mesma. Explicações para o fato podem estar associadas ao maior período
latente associado às temperaturas mais amenas observadas na região. Também
pode-se utilizar outras variáveis ambientais na simulação.
Um trabalho publicado recentemente, com análise de dados de
34 epidemias observadas no Brasil, permitiu concluir ser a chuva uma
importante variável para determinar a severidade final das epidemias de
ferrugem asiática, mais importante que a temperatura, e com potencial para
previsão de níveis de epidemias (Del Ponte et al., 2006).
Figura 1. Severidade de ferrugem asiática prevista pelo modelo descrito por Del Ponte
et al. (2006), baseado em precipitação acumulada em período de 30 dias, para a região
oeste do Estado do Paraná.
indicava que caso o fungo estivesse presente desde 1999/2000 a região teria
tido mais de 50% das safras com epidemias severas da doença.
A vantagem de se utilizar a precipitação está associada à facilidade
de obtenção dos dados quando comparados à necessidade de coletas
horárias para monitorar temperatura e horas de molhamento. Como citado
por Bergamin Filho (2006), a chuva provavelmente permite a perfeita
sincronização para ocorrência da infecção por favorecer a liberação dos
urediniósporos, fornecer água líquida para a germinação e sob condições
tropicais manter a temperatura para infecção próxima ao ideal. Podese acrescentar a estes fatores o vento associado à ocorrência da chuva,
favorecendo a disseminação da doença, além da nebulosidade que protege
os esporos da radiação solar.
CHUVA E RADIAÇÃO SOLAR
Durante a safra 2004/2005 foi observada baixa precipitação
pluviométrica na região de Londrina nos meses de fevereiro e março,
respectivamente 26,5 e 69,5 mm. Ensaios conduzidos na Fazenda Escola da
Universidade Estadual de Londrina receberam irrigação por aspersão para
suprir a necessidade de água para a cultura da soja. O horário escolhido
para a irrigação foi o final da tarde, com uma lâmina de água diária de 50
mm, visando assim prolongar o período de molhamento foliar e favorecer
o progresso da doença. Mesmo sob condições que simulavam o efeito
da chuva, em áreas sob semeadura tardia, com alta pressão de inóculo,
a doença atingiu apenas cerca de 20% ao final do ciclo da cultura. A
explicação para o fato pode estar no trabalho de Isard et al. (2006). Os
autores constataram que a exposição à radiação solar reduz a germinação
de esporos de P. pachyrhizi. Ou seja, a irrigação não substituiu a chuva no
processo infeccioso da ferrugem asiática e o tempo sem nebulosidade pode
ter esterilizado os esporos que estavam sobre as folhas.
MONITORAR O CLIMA OU A POPULAÇÃO DO PATÓGENO?
CHUVA
Até o momento, dados relacionados à precipitação pluviométrica são
os que melhor têm explicado epidemias de ferrugem da soja. Del Ponte et
al. (2006) demonstraram a relação entre a precipitação acumulada durante
30 dias e a severidade máxima de ferrugem. Estes dados foram úteis para
alertar os agricultores sobre a possibilidade de ocorrência de epidemias
mais intensas na safra 2006/2007, na região Oeste do Estado do Paraná, o
que realmente foi constatado após a conclusão da safra.
A Figura 1 apresenta a estimativa de severidade da doença prevista
pela precipitação acumulada. Vale lembrar que a barra correspondente a
safra 2006/2007 não estava presente no início da safra e a experiência dos
agricultores com as últimas três safras de soja havia sido de baixa severidade
da doença. Ou seja, a região, depois de constatada a ferrugem asiática na
safra 2001/2002 não havia presenciado condições climáticas favoráveis à
doença, associada à presença do inóculo. Este estudo permitiu alertar aos
agricultores que a safra 2006/2007 poderia não seguir o mesmo padrão de
baixa quantidade de doença das três safras anteriores, pois a simulação
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
Qual dos dois fatores exerce maior influência sobre epidemias de
ferrugem asiática? Segundo Bergamin Filho & Amorim (1996) as epidemias
das doenças típicas de patossistemas tropicais são mais influenciadas pela
quantidade de inóculo inicial do que pelo clima, ou seja, ao contrário de
patossistemas temperados onde o clima é a principal variável que regula
a velocidade e a quantidade final de doença, nos trópicos esta variável é
o inóculo inicial. Bergamin Filho (2006) relata que P. pachyrhizi em soja
apresenta características que permitem classificá-lo como um patossistema
tropical. Neste caso, a redução da quantidade de inóculo inicial seria uma
estratégia eficiente para manejar adequadamente a doença.
Na última safra, 2006/2007 foram constatadas evidências da
influência da população do patógeno sobre o progresso da ferrugem. Em
Estados que adotaram o vazio sanitário, principalmente em Mato Grosso,
houve atraso no início da epidemia quando comparado aos anos anteriores,
reduzindo consideravelmente o número de pulverizações necessárias para
controlar a doença (Siqueri, 2007, Informações pessoais). Este atraso
pode ser atribuído à redução na quantidade do inóculo inicial no início
S 65
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
da safra. Apesar da não exclusão de outros fatores que também podem ter
contribuído para a menor severidade da doença, como a antecipação do
plantio na região em cerca de 20 dias comparando-se às safras anteriores,
além de um período seco em novembro, que pode ter contribuído para a
redução na quantidade de inóculo.
Outra evidência da influência da população do patógeno sobre o
progresso da ferrugem pode ser obtida analisando-se o efeito de épocas de
semeadura sobre o progresso da doença (Tabela 1).
Tabela 1. Efeito da época de semeadura sobre a incidência de ferrugem asiática
no estágio R3 e sobre a produtividade esperada. Londrina, 2005/2006.
Época de semeadura
Antecipada
Normal
Tardia
Incidência (%) em R3
Redução na produtividade (%)
14%
22%
49%
36%
69%
62%
Quando o clima no transcorrer da safra foi relativamente uniforme,
semeaduras tardias apresentaram maior severidade da doença e maior
redução na produtividade enquanto semeaduras antecipadas, com menor
população de esporos do patógeno, apresentaram menor severidade e
menor redução na produtividade. Estudos conduzidos por Igarashi (2006,
Informações pessoais) demonstraram o incremento na quantidade de
esporos coletados em armadilhas caça-esporos no transcorrer da safra.
EVIDÊNCIAS E COMPROVAÇÕES
Os trabalhos citados acima comprovam a relação do ambiente com
epidemias de ferrugem asiática, porém em alguns casos apontam novas
evidências que necessitam comprovação. Novas frentes estão abertas para
demonstrar cientificamente a relação entre ambiente e epidemias de ferrugem e
assim explicar o comportamento da doença. Torna-se importante delinear ensaios
com boa metodologia para esclarecer pontos como: a) por que o monitoramento
da chuva é mais importante do que o monitoramento da duração do período de
molhamento associado à temperatura? O efeito é na disseminação? Na infecção?
Devido à nebulosidade? Devido ao vento? ; b) a maior duração no período de
incubação em regiões com clima úmido com temperaturas mais amenas pode
explicar atrasos na epidemia? c) qual o real peso da quantidade de inóculo inicial
e da favorabilidade climática (dias de chuva) para o progresso de epidemias? d)
A doença realmente apresenta distribuição em agregado (focos) no início da
safra e quando o clima está favorável há homogeneização de sua distribuição?
e) Como utilizar de forma prática, no campo as informações sobre clima para
controlar eficientemente a doença? Muitas das respostas podem ser dadas
de forma empírica por analogia, porém a ainda há carência de comprovação
científica em muitos itens citados acima.
CONCLUSÕES
Até o momento os trabalhos demonstraram que a chuva exerce
forte influência sobre a epidemia de ferrugem asiática (Del Ponte et al.,
2006). Previsões sobre o comportamento do clima na safra, principalmente
em relação à chuva (”El niño”, “La niña”) auxiliam na definição das
estratégias para o controle da doença. Porém não é apenas o clima ou
o ambiente que regulam as epidemias da doença. A ferrugem asiática
apresenta características de patossistema tropical (Bergamin Filho, 2006),
sendo, portanto seu progresso fortemente influenciado pela quantidade de
inóculo inicial, o que explica a grande variação na quantidade de doença
em semeaduras antecipadas ou tardias e abre perspectivas de sucesso para o
manejo da doença com a implementação do vazio sanitário.
A Fundação ABC vem realizando um trabalho de monitoramento que
envolve fitopatologistas e agrometeorologistas da Universidade Estadual de
Londrina, Embrapa, Iapar, Fundação ABC, Simepar, Universidade Estadual
de Ponta Grossa, além da iniciativa privada e outras instituições, desde a
safra 2001/2002, com o apoio do CNPq, Fundação Araucária e FINEP.
O monitoramento regional da presença do fungo, em conjunto com o
monitoramento climático por uma rede de estações agrometeorológicas tem
apresentado resultados satisfatórios para definir quando se torna necessário
aplicar fungicidas eficientes para controlar a doença.
S 66
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Soybean rust, caused by Phakopsora pachyrhizi (H. Sydow &
Sydow), occurs in all major soybean production areas of the world. Yield
losses associated with this disease range from 40% to 60% with losses up
to 80% in experimental plots (Hartman et al., 2005). In many areas the
management of this disease has had an impact on soybean production,
as current commercial varieties are considered to be susceptible and
applications of fungicide have added an additional cost to production.
Field evaluations in Taiwan and India identified soybean accessions that
were resistant to P. pachyrhizi (Bromfield, 1984). Four single dominant genes
identified as Rpp1 (Hartwig and Bromfield, 1983; McLean and Byth, 1980), Rpp2
(Bromfield and Hartwig, 1980; Hartwig and Bromfield, 1983), Rpp3 (Bromfield and
Hartwig, 1980; Singh and Thapliyal, 1977), and Rpp4 (Hartwig, 1986) have been
reported to confer resistance. However, each of the four genes condition resistance
to a limited set of specific P. pachyrhizi isolates (Bonde et al., 2006; Bromfield et
al., 1980). There are three reactions associated with soybean rust: the two resistant
reactions, immune (I) and reddish-brown (RB) lesions, and the susceptible tan
(TAN) lesions (Bromfield, 1984; Bromfield and Hartwig, 1980). The immune
reaction, where no visible symptoms are observed, has only been reported with
Rpp1 when inoculated with a few isolates, including India 73-1 (Bonde et al., 2006;
Bromfield, 1984). These single gene sources have not been durable when used in
commercial cultivars and have not been effective when challenged with additional
isolates of P. pachyrhizi ( Bonde et al., 2006; Hartman et al., 2005).
The United States Department of Agriculture–Agricultural Research
Service (USDA-ARS) Soybean Germplasm Collection was evaluated for
resistance to soybean rust by inoculating seedlings with a mixture of four P.
pachyrhizi isolates in the USDA-ARS Foreign Disease-Weed Science Research
Unit (FDWSRU) Biosafety Level 3 containment greenhouses (Miles et al.,
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
2006). Severity was evaluated on a 1 to 5 scale, where 1 = an immune reaction,
no visible symptoms, 2 = light infection with few lesions present, 3 = moderate
infection, 4 = severe infection, and 5 = very severe infection. Lesion types were
also recorded as RB, TAN or Mixed (both RB and TAN on the same leaflet).
The evaluation was performed using two stages, an un-replicated preliminary
evaluation followed by a second replicated evaluation. In the preliminary
evaluation over 16,0000 cultivars and accessions were screened as single plant
entries in sets of 800 to 1100 accessions. The plants were inoculated with a
mixture of four isolates of P. pachyrhizi collected in 2001 from Brazil, Paraguay,
Thailand and Zimbabwe. There were 3,512 accessions with severity scores less
than 2 or with RB lesions that were included in the second-tier evaluation. In
the second-tier evaluation, sets consisted of 300 to 340 accessions that were
evaluated using three replications. Mean severity for these accessions ranged
from 1.0 to 5.0 with the majority falling between 3.0 and 3.6. Eight hundred and
five accessions were selected for further evaluation, based on low mean visual
severity assessment or the presence of an RB reaction in the seedling assay (Fig
1). Among these accessions were 486 that produced RB or mixed lesion types,
and 319 accessions that produced the TAN lesion type. Of the accessions with
RB lesions, 321 had a severity of greater than 3.0, while most of the accessions
with the TAN lesion type had severity ratings from 2.0 to 2.9.
Five hundred thirty soybean accessions from maturity groups
(MG) III through IX, selected as potential sources of resistance
to soybean rust in greenhouse seedling screens were evaluated
for rust resistance in a replicated field trial at Centro Regional
de Investigación Agrícola in Capitán Miranda, Itapúa, Paraguay
during the 2005-06 growing season. The accessions were blocked
by maturity and planted in 1 m plots with 1 m alleys with a pair
of inoculated spreader rows of a susceptible cultivar every 10
rows. Maturity groups were evaluated at the beginning of pod
development, then again after pods and seed were fully developed.
The mean soybean rust severities of the accessions ranged from 1.0
(resistant) to 9.0 (susceptible) and tended to be normally distributed,
with higher severity in the second evaluation. There were 18 of 249
accessions with mean severities of 4.0 or less in MG VI, VII, VIII,
and IX. In MG III, IV and V, evaluated later in the growing season,
there were 43 of 277 accessions with a mean severity of 4.0 or less
after the second evaluation. These accessions may be candidates to
identify partial resistance to soybean rust.
The observation of the resistant RB lesions within individual
accessions was inconsistent in the 2005-06 assessment. Ten
accessions with severities of 2.0 or less on the first assessment date
were subsequently evaluated in greenhouse and field trials in the
2006-07 seasons (Table 1). PI 587886 and PI 594754 were rated
as Immune in the 2005-06 field evaluations, since no soybean
rust uredinia were found on any of the trifoliates evaluated.
However, RB lesions with little or no sporulation were observed
on both accessions in the subsequent evaluations. Low soybean
rust severities and RB lesions with reduced sporulation were
observed in the subsequent greenhouse and field evaluations of
PI 567099A, PI 567102B, PI 567145C, PI 587880A, PI 594760B,
PI 594767, and PI 605779E.
Table 1. Soybean rust severity, lesion type and sporulation level of ten accessions selected for low severity in the adult plant field evaluation
at Centro Regional de Investigación Agrícola, Capitán Miranda, Itapúa, Paraguay during the 2005-06 growing season when re-evaluated in
the greenhouse and field screens during the 2006-07 growing season.
a. Greenhouse seedling assessments made on the first and second trifoliates of six plants, 14 days after inoculation.
b. Field evaluation from four replications, with assessments made on 5 trifoliates sampled from mid-canopy after pods and seed were fully developed.
c. Assessments were made using a 1 to 9 scale with 1 indicating no soybean rust present, 2 = 1-30 lesions per leaflet, 3 = 31-75, 4 = 76-150 lesion per leaflet, up to 1% of the leaf surface affected, 5 = 151-300 lesions
per leaflet, up to 2.5% of the surface affected, 6 = 301-750 lesions per leaflet, up to 5 % of the surface affected, 7 = 751-1500 lesions per leaflet, up to 10% of the lesions affected, 8 = 1501-3000 lesions, up to 20% of
the leaf surface affected and 9 = over 3000 lesions per leaflet and over 20% of the leaf surface affected. Individual lesions were not counted, but samples were compared to a prepared figure that had known counts.
d. Lesion type classified as the resistant reddish-brown lesion (RB), the susceptible tan colored lesion (TAN), where both RB and TAN lesions were observed on an individual leaf the reactions was mixed (MIX).
e. Sporulation within lesions was evaluated on a 1 to 5 scale with a rating of 1 = no sporulation, 2 = sporulation equal to 25% of a fully sporulating susceptible TAN lesion, 3 = sporulation equal to 50% of a fully
sporulating susceptible TAN lesion, 4 = sporulation equal to 75% of a fully sporulating susceptible TAN lesion and 5 = sporulation equal to a fully sporulating TAN lesion.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
S 67
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Partial resistance to P. pachyrhizi, also referred to as rate
reducing resistance, has been described in soybean (Wang and
Hartman, 1992). In field evaluations in Asia and India, accessions
were identified as moderately resistant that had fewer lesions when
compared to accessions identified as susceptible (Bromfield, 1984;
Hartman et al., 2005; Wang and Hartman, 1992). In greenhouse
evaluations, the soybean - P. pachyrhizi combinations that resulted
in RB reactions tended to have longer latent periods, lower rates of
increase in pustule number over time, and smaller lesions compared
with combinations that resulted in a TAN reaction (Bromfield, 1984;
Marchetti et al., 1975).
Average number of uredinia per lesion and average uredinia
diameter were used to compare the virulence of P. pachyrhizi
isolates from Asia, Africa and South America on soybean accessions
containing the known Rpp genes (Bonde, et al., 2006). Uredinia
size ranged between 70 and 152 μm while the number of uredinia
per lesion ranged between 0 and 5.3. Combinations of soybean
accessions and P. pachyrhizi isolates that resulted in RB lesions
tended to produce smaller and fewer uredinia per lesion, 14 days after
inoculation, compared to combinations that resulted in TAN lesions
(Table 2). RB lesions, in addition to being reddish brown, were
sometimes dark chocolate brown, or even light brown. Whereas RB
lesions generally had sparse sporulation, there were a few instances in
which RB lesions sporulated prolifically. These lesions were identified
as intermediate and indicate that there is a spectrum of lesion types
between RB and TAN. The Immune reaction was observed with
Komata (PI 200492) when inoculated with the isolates Australia 791 and India 73-1 as previously reported (Bromfield et al., 1980) and
Hawaii 94-1. The immune reaction was also observed on ‘Tainung 4’
with the same isolates. Komata is one parent of ‘Tainung 4’ (Chan et
al., 1971). Uredinia size and number per lesion, combined with areaunder-disease-progress curves for the number of sporulating lesions,
should be useful traits for identifying soybean accessions with partial
resistance to P. pachyrhizi.
BROMFIELD, K. R. 1984. Soybean Rust. Monograph No. 11.
American Phytopathological Society, St. Paul.
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Table 2. Numbers of uredinia per lesion, uredinia diameters, urediniospore production area per lesion, and reaction types for two isolates
of Phakopsora pachyrhizi.
a. Mean of 25 lesions (uredinia/lesion) and 50 uredinia (uredinia diameter), from leaflets excised 14 days after inoculation, fixed, cleared, stained in 0.01 % cotton blue in lactophenol, and examined microscopically (10X) to determine numbers and diameters of uredinia.
b. Reaction evaluated 14 days after inoculation, TAN = susceptible tan reaction, RB = resistant reddish-brown reaction, MIX = TAN and RB on the same leaflet and INTER =
intermediate reaction, between TAN and RB.
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Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
14/08/2007 | Tarde
Sessão C1: Produção Integrada
e o Manejo de Doenças
PRODUÇÃO INTEGRADA NO BRASIL – ESTADO DA ARTE. José
Rozalvo Andrigueto1, Luiz Carlos B. Nasser1, José Marurício A. Teixeira1,
G. Simon1. 1Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Coordenação
Geral de Sistemas Produção Integrada e Rastreabilidade, Departamento de
Sistemas de Produção e Sustentabilidade, Secretaria de Desenvolvimento
Agropecuário e Cooperativismo, Esplanada dos Ministérios, Bloco “D”, Ed.
Anexo B, Sala 130 – Brasília – DF – Brasil, CEP 70.043-900 Telefone: (0xx61)
3218 2390 – 3225 4538, Fax: (0xx61) 3323 5053. e-mail: jrozalvo@agricultura.
gov.br, [email protected],
[email protected],
[email protected]. Integrated production in Brazil – State of Art.
HISTÓRICO DA PRODUÇÃO INTEGRADA
Em 1954 pesquisadores norte americanos publicaram um artigo
sobre “Controle de insetos e balanço da natureza”, incorporando uma nova
visão no controle de pragas, reação contra o uso de agrotóxicos com base
em calendários, onde se utilizava produtos com amplo espectro de ação, e
em doses crescentes devido ao aparecimento de resistências por parte das
pragas e doenças. O conceito do Controle Integrado de Pragas foi definido
em 1959, combinando para isto medidas de controle químico e biológico.
Com a publicação do livro “Primavera Silenciosa” em 1962 a bióloga
e jornalista Rachel Carson descreveu a situação da produção e utilização
de agrotóxicos na agricultura da América do Norte, a qual resultava em
contaminação ambiental, humana e desequilíbrio ecológico mundial.
Estas iniciativas acarretaram uma grande discussão e preocupação
da sociedade e entidades governamentais no sentido de estabelecer critérios
para a correta utilização dos agrotóxicos na agropecuária e a necessidade de
pesquisar, desenvolver e implementar novas tecnologias buscando o manejo
integrado de pragas e doenças.A Proteção Integrada ou Manejo Integrado de
Pragas – MIP popularizou-se na década de 70 nos EUA, Canadá, Austrália e
Europa Ocidental, sendo que no período de 1967 a 1974 a FAO formulou as
bases para entendimento do conceito atual do sistema de manejo integrado
de pragas e doenças como a combinação de técnicas aplicadas de forma
compatível e com a visão global dos problemas fitossanitários em uma
determinada área e espécie de planta cultivada. Desta forma, a partir deste
esforço, o termo “Manejo Integrado de Pragas – MIP” foi consolidado e
difundido no mundo.
No ano de 1977 técnicos europeus, sob influência de ações da FAO,
fundaram a Organização Internacional de Luta Biológica – OILB, na cidade
Suíça de Ovrannaz, e estabeleceram as diretrizes iniciais da Produção
Agrícola Integrada. A partir de 1980, com a difusão do termo Agricultura
Sustentável, surgiu na Europa nos anos 90 o conceito atualmente aceito
de Produção Integrada e as primeiras “Normas Técnicas de Produção
Integrada”. Em Lisboa, a realização de um curso sobre sistemas sustentáveis
de produção agrícola gerou a publicação em 1982 do livro “Introdução
a Proteção Integrada”, o qual serviu como guia para o desenvolvimento
e orientação de atividades em Produção Integrada. Após 20 anos da
declaração de Ovrannaz - Suíça, em 1998, integrantes da OILB publicaram
o artigo “Integrated Production In Europe, 20 years After The Declaration
of Ovrannaz”, analisando a história da Produção Integrada na Europa, os
métodos e dificuldades para a sua efetiva aplicação.
Países da Comunidade Européia como Espanha, França, Itália,
dentre outros, apoiados nos preceitos da OILB, desenvolveram o conceito
de Produção Integrada, visando atender as exigências dos consumidores
e das cadeias de distribuidores e supermercados, em busca de alimentos
sadios e com ausência de resíduos de agrotóxicos, ambientalmente
corretos e socialmente justos, motivados por ações de órgãos de defesa dos
consumidores.
Recentemente, a Lei de Bioterrorismo estabelecida nos EUA
(junho/2002), em resposta à possibilidade de uso de alimentos como via de
contaminação microbiológica/química, estabeleceu uma série de rigorosas
regras para comercialização e importação de alimentos destinados ao uso
humano e animal. A introdução dessas contaminações pode ocorrer em
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
qualquer etapa da cadeia alimentar, tornando-se essencial à existência de
um controle adequado ao longo da mesma.
Em novembro de 2005, a Missão DG Sanco da União Européia
visitou os sistemas produtivos da maçã – SC, RS, PR e do mamão – ES,
BA, com o objetivo de conhecer o programa de controle oficial do governo
brasileiro para garantir a rastreabilidade e a inocuidade destas frutas
exportadas para a Europa. Essa missão ao conhecer áreas sob Sistema de
Produção Integrada de Frutas - PIF verificou os procedimentos adotados
e concluiu que os mesmos eram suficientes para cumprir as exigências
da União Européia, que atualmente é o maior cliente brasileiro de frutas
frescas e derivados.
Em outubro de 2006, o Ministro da Agricultura recebeu a
visita do Comissário Europeu para Assuntos Sanitários e Segurança do
Consumidor, o qual também frisou as exigências quanto á rastreabilidade
e inocuidade dos produtos agropecuários exportados para o mercado
europeu, assegurando que em 2007 serão auditadas as cadeias produtivas de
frutíferas, carnes, mel, pescados, e outros vegetais, sendo que as principais
preocupações são contaminações/resíduos de hormônios, medicamentos de
uso veterinário, agrotóxicos e micotoxinas.
2 – Situação atual da Produção Integrada
No estágio atual, o Sistema PIF já atingiu a consolidação de 14
espécies frutíferas em 16 Estados da Federação, estando em andamento
23 projetos de fruticultura com o envolvimento de aproximadamente 500
instituições públicas e privadas, destacando a participação e parcerias de
instituições, tais como: EMBRAPA, CNPq, INMETRO, Universidades,
Instituições Estaduais de Pesquisa, SEBRAE, SENAR, CEAGESP,
Associações de Produtores, Cooperativas, Certificadoras, entre outros.
Os projetos PIF em andamento em vários ecossistemas do Brasil
colaboraram com o Ministério do Meio Ambiente/MMA, para junto a FAO,
aprovar recursos para Brasil desenvolver o projeto “Conservação e Manejo
de Polinizadores para a Agricultura Sustentável através de uma Abordagem
Ecossistêmica”.
A nova Instrução Normativa nº 38, de 17/11/2006, publicada em
20/11/2006 no DOU, da Secretaria de Defesa Agropecuária que regulamenta
o Certificado Fitossanitário de Origem - CFO, base técnica e legal para a
emissão da Permissão de Trânsito Vegetal - PTV, que por sua vez embasa
a emissão do Certificado Fitossanitário para exportação, reconheceu os
documentos de acompanhamento (cadernos de campo e pós colheita) da
Produção Integrada de Frutas - PIF como equivalentes ao Livro de Registro
utilizado pelo do Responsável Técnico pela emissão do CFO, ou seja,
o produtor que estiver sob sistema PIF terá reconhecido seus controles
de caderno de campo e pós colheita como suficientes para a emissão do
CFO pelo Responsável Técnico da produção, não necessitando de outros
controles.
Para a adequação da comercialização e pós-colheita das frutas
dentro dos princípios e normas da PIF estão sendo implementados dois
projetos sobre Logística e Manejo Pós-Colheita (Embrapa/RS) e Logística
de Comercialização (CEAGESP – Companhia de Entrepostos e Armazéns
Gerais de São Paulo).
Em 2006 houve um aumento de 4.889 ha (incremento de 35.000 ha
para 39.889 ha de área total) de área sob regime PIF, com 1.521 produtores
envolvidos diretamente com a produção total de 1.065.527 toneladas de frutas.
Dentre outros benefícios do PI Frutas podemos comprovar o aumento
da produtividade, a alta qualidade da fruta produzida, diminuição do uso de
fertilizantes em até 40%, economia do uso da água na irrigação em até 50%,
aumento de infiltração de água no solo e conseqüente elevação do lençol
freático, diminuição dos processos erosivos, incremento na diversidade e
população de inimigos naturais das pragas e doenças e manutenção das
áreas de reservas naturais.
O Brasil possui seu Marco Legal da Produção Integrada composto
de Diretrizes Gerais e Normas Técnicas Gerais para a Produção Integrada
de Frutas regulamentadas por intermédio da Instrução Normativa Nº 20, de
20/09/2001, publicada no Diário Oficial da União-DOU, no dia 15 de outubro
de 2001, Regulamento de Avaliação da Conformidade-RAC, Definições e
Conceitos-PIF, Regimento Interno da Comissão Técnica-CTPIF, Formulários
de Cadastro-CNPE e outros componentes de igual importância, documentos
S 69
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
estes, resultantes da parceria entre o MAPA e o Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) - Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
As Normas Técnicas Específicas para várias espécies frutíferas
(maçã, uva de mesa, manga, mamão, caju, melão, pêssego, citros, coco,
banana, figo, maracujá, caqui e goiaba) já foram concluídas e publicadas pelo
MAPA no Diário Oficial da União-DOU, tornando-as institucionalizadas
e aplicáveis para implantação. A próxima fruta a ser validada e pólos
consolidados nesse 2007 é o abacaxi.
O efeito econômico da racionalização das intervenções químicas
no sistema PIF pode ser referenciado principalmente no ano de 2002, pela
diminuição da freqüência na aplicação de ditiocarbamatos em 8.660 ha
de cultura de maçã, onde se registrou a redução do montante de aplicação
de 600 toneladas, que ao custo de R$ 15,00/kg representa a significativa
economia de R$ 9 milhões, sem considerarmos os efeitos relacionados com
a preservação de recursos naturais como a água, ar, solo e a biodiversidade.
A produção integrada de frutas garantiu racionalização de agrotóxicos em
diversas frutas (Tabela 1).
Os Selos de Conformidade, contendo códigos numéricos, além de
atestarem o produto originário de PIF ao serem aderidos às embalagens
das frutas, possibilitam a toda cadeia consumidora obter informações
sobre: (i) procedência dos produtos; (ii) procedimentos técnicos
operacionais adotados; e (iii) produtos utilizados no processo produtivo,
dando transparência ao sistema e confiabilidade ao consumidor. As frutas
poderão ser identificadas desde a fonte de produção até o seu destino final,
a comercialização.
O modelo preconizado e consolidado da Produção Integrada
de Frutas – PIF foi utilizado como referência pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, através da Secretaria
de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo /Departamento de Sistema
de Produção e Sustentabilidade/DEPROS, para instituir o Sistema
Agropecuário de Produção Integrada - SAPI. O Sistema Agropecuário
de Produção Integrada-SAPI, coordenado pelo MAPA, tem como meta
o estabelecimento de Normativas Reguladoras de Produção Integrada
no Brasil, baseado na aplicação de Normas de Controle e Certificação
de terceiro porte (ISO 65) e no estabelecimento dos Regulamentos da
Produção Integrada, unificando e padronizando o sistema para todo o
Território Nacional.
A implantação do SAPI será gradual e estruturada com a efetiva
participação dos agentes envolvidos na cadeia produtiva. O principio básico
que rege o SAPI está amparado numa gestão participativa por meio de
parcerias públicas e privadas na implantação de Boas Práticas Agrícolas, de
Fabricação e de Higiene, na construção, elaboração e desenvolvimento de
Normas Técnicas adotadas de comum acordo entre os agentes de pesquisas
e ensino, órgão Federais e Estaduais, extensão rural e assistência técnica,
produtores, empresários rurais, associações de produtores, cooperativas e
agroindústrias.
A Produção Integrada está sendo implementada nos pólos de
produção utilizando uma metodologia de projetos pilotos instalados em
propriedades rurais das diversas cadeias produtivas, sob coordenação
de pesquisadores/professores de instituições governamentais, contando
para isto com a parceria firmada entre o MAPA e o Conselho Nacional
de Desenvolvimento Tecnológico e Científico – CNPq, sendo os recursos
financeiros oriundos do MAPA e disponibilizados ao CNPq, que contrata
os projetos junto aos coordenadores, sob supervisão geral do MAPA/
CNPq. Nestes projetos estão envolvidas equipes multidisciplinares de
suporte tecnológico, constituídas através de um comitê que elabora as
normas técnicas de produção, as quais são testadas, validadas e aplicadas
em propriedades selecionadas. Neste sistema são utilizadas as melhores e
mais adequadas tecnologias agropecuárias, buscando a racionalização de
produtos agroquímicos, o monitoramento da água, do solo, do ambiente, da
cultura ou espécie, da pós-colheita e a necessária implantação de registros
em todas as fases de produção para a obtenção da rastreabilidade.
Além dos projetos de PIF estão implantados e em andamento os
projetos de Produção Integrada de Soja no Paraná; Arroz Irrigado no Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins; Café Arábica em Minas Gerais;
Amendoim em São Paulo, Ceará e Paraíba; Tomate Indústria em Goiás e
Minas Gerais; Tomate Mesa no Espírito Santo; Batata em Minas Gerais;
Bovinos de Leite no Paraná; Bovinos de Corte no Mato Grosso do Sul e São
Paulo; Bovino de Corte (Integração Lavoura/Pecuária) em Goiás, Caprinos/
Ovinos no Ceará e Apicultura em Santa Catarina.
Especificamente no Estado do Paraná estão em andamento os
projetos de Produção Integrada de Pêssegos e Ameixas, Produção Integrada
de Uva, Produção Integrada de Bovinocultura de Leite, Produção Integrada
de Soja e Produção Integrada de Citros.
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Tabela 1. Indicadores de Racionalização do Uso de Agrotóxicos em percentagem de redução dos projetos da PIF.
Fonte: DEPROS/SDC/MAPA-18/12/2006
S 70
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
MANEJO DAS DOENÇAS DA VIDEIRA NO SISTEMA DE PRODUÇÃO
INTEGRADA. Lucas da R. Garrido1; Mirtes Freitas de Lima2 & Paulo
Roberto Coelho Lopes2. 1Embrapa Uva e Vinho. CP 130, Rua Livramento
515, Bento Gonçalves, RS, 95700-000, E-mail: [email protected];
2
Embrapa Semi-Árido. CP 23, Rodovia BR 428, Km 152, Petrolina, PE, 56302970. E-mail: [email protected] . Grapevine Disease Control for the
Integrate Yield System.
A viticultura tropical vem se expandindo em várias regiões do
Brasil apresentando características que a diferem da praticada nas regiões
temperadas. O texto a seguir apresenta e discute as principais características
de duas regiões produtoras de uvas finas de mesa, a do Norte do Paraná e a
de Petrolina, PE / Juazeiro, BA. Embora distantes apresentam similaridades
quanto as cultivares plantadas e a certas práticas de manejo adotadas.
Diferenças também são observadas como, por exemplo, o destino da
produção e a importância de certas doenças em cada região.
A região produtora de uva fina de mesa do Norte do Paraná, apresenta
uma área de aproximadamente de 3000 ha, com aproximadamente 1884
produtores e uma produção de 49.177 t. Encontra-se situada acima do
paralelo 23ºS, caracterizando-se como uma região vitícola tropical, com
possibilidade de duas safras anuais. O clima da região apresenta temperatura
máxima, mínima e média de 27,6ºC, 15,3ºC e 20,7ºC, respectivamente,
umidade relativa média anual de 73% e precipitação anual de 1596 mm,
distribuídas ao longo do ano com concentração maior de chuvas nos
meses de outubro a abril. Os vinhedos são instalados sob Latossolo roxo e
Nitossolos. Os municípios de Marialva e Uraí apresentam área plantada
de 1350 e 175 ha, respectivamente. As principais cultivares plantadas são
do grupo Itália (Itália, Rubi, Benitaka, Brasil), além de novos plantios de
cultivares de uvas sem sementes (BRS Clara e BRS Morena). Os principais
destinos da produção são a Ceagesp, Ceasas e redes de supermercados.
Os vinhedos da região estão sujeitos ao ataque de diversos fungos
fitopatogênicos, os quais reduzem a quantidade e a qualidade da uva
produzida, podendo em muitos casos, inviabilizar a cultura. As principais
doenças fúngicas da videira encontradas são: míldio (Plasmopara viticola);
oídio (Uncinula necator); antracnose (Elsinoe ampelina), escoriose
(Phomopsis viticola); podridão cinzenta da uva (Botrytis cinerea); podridão
da uva madura (Glomerella cingulata); mancha das folhas (Pseudocercospora
vitis), podridão descendente (Botryodiplodia theobromae) e a ferrugem
(Phakopsora euvitis). Dentre estas, o míldio da videira é considerado a
doença mais importante, apresentando os maiores danos e perdas, quando
não controlada adequadamente, principalmente durante a safrinha (janeiro a
maio). O míldio também é responsável pelo maior número de pulverizações
e gastos com o controle, enquanto que durante a safra (agosto a dezembro)
a doença ocorre com menor intensidade.
As principais dificuldades existentes quanto ao manejo das doenças
nos vinhedos do Norte do Paraná, tanto nas áreas de produção integrada
quanto produção convencional, residem nos seguintes aspectos:
• Alta precipitação pluviométrica durante a safrinha,
comprometendo a eficácia dos fungicidas aplicados;
• Provável existência de isolados de Plasmopara viticola
resistentes a determinados fungicidas utilizados;
• Escalonamento da poda proporcionando tecido verde
suscetível durante a safra toda;
• Alto retorno financeiro do produto em relação ao custos com
o controle;
• Existência de tecnologia de aplicação deficitária em algumas
propriedades;
• Pouca organização dos produtores visando superação de
problemas comuns;
• Presença de pequenas propriedades com pouco capital para
investimento;
• Riscos de ocorrência de danos severos da doença;
O manejo integrado das doenças da videira é parte integrante das
Boas Práticas Agrícolas e também da Produção Integrada procurando
lançar mão dos diferentes métodos de controle como os químicos, físicos
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
e biológicos para reduzir populações de patógenos e minimizar seus danos
econômicos. Para um bom manejo o técnico deve conhecer o ciclo de
vida dos patógenos, os isolados que ocorrem na região, o comportamento
do hospedeiro frente aos patógenos e a magnitude do efeito do ambiente
sobre ambos. Com base nestes conhecimentos, ajusta-se os métodos de
controle a fim de otimizar o seu efeito conjunto. Para que se reduzam as
condições favoráveis ao desenvolvimento dos principais fungos que atacam
a videira, algumas medidas tem sido recomendadas como: a escolha do
local (exposição solar, aeração e insolação, proteção de ventos, inclinação
do terreno); a seleção de cultivares (adaptação, resistência a doenças e
estado sanitário); sistemas de condução e espaçamento (teor de umidade do
ambiente, sistemas de sustentação alto, aeração e insolação); distribuição
dos ramos; vigor da cultivar; sistematização do plantio de cultivares;
limpeza do vinhedo, poda verde, poda seca, monitoramento; escolha
do momento da aplicação e a escolha dos produtos para controle. Nem
todas as variáveis são passíveis de escolha, devido a falta de opções mais
adequadas. Entretanto isto deve ser restrito a poucas variáveis, a fim de
que não se perca o controle do sistema. O monitoramento das doenças e
das pragas é uma ferramenta chave para o acompanhamento da evolução
das mesmas, correlacionando com as condições meteorológicas. O que se
propõe é um rígido acompanhamento do vinhedo a fim de determinar o
momento a partir do qual os fungicidas ou produtos alternativos devem ser
aplicados. Uma vez identificada a necessidade da aplicação de determinado
fungicida, recomenda-se a escolha por produtos menos tóxicos e a utilização
correta da tecnologia de aplicação. Esse último é um fator que vem sendo
negligenciado na maioria dos casos.
Um dos objetivos do programa de melhoramento genético da videira
conduzido pela Embrapa Uva e Vinho, é o desenvolvimento de cultivares
de uvas sem sementes com resistência a doenças, em especial o míldio.
Entretanto, enquanto não se encontram disponíveis materiais com alto nível de
resistência, a adoção do cultivo protegido pode representar uma grande avanço
para a região, reduzindo significativamente a necessidade de pulverizações
com fungicidas e conseqüentemente, redução do impacto ambiental causado
pelos mesmos, com melhoria da qualidade da uva produzida.
Avanços no controle das doenças da videira foram obtidos nos
últimos anos graças a iniciativa de técnicos locais que participaram de
treinamentos, desenvolveram ações de pesquisa paralela às atividades de
assistência, incluíram nas recomendações produtos menos tóxicos como os
fosfitos de potássio, a utilização de fungicidas mais eficazes em rotação
visando minimizar o surgimento de resistência de fungos à fungicidas,
estão monitorando doenças e pragas e adotaram práticas como o chapéu
chinês para reduzir o molhamento dos cachos.
Já o Submédio do Vale São Francisco, compreendendo o pólo
Petrolina-PE/Juazeiro-BA, é a principal região produtora e exportadora de
uvas finas de mesa do Brasil. As suas condições edafoclimáticas aliadas à
irrigação e à intensificação das técnicas de cultivo favoreceram a expansão
da viticultura, propiciando a obtenção de 2 safras/ano e colheita em
qualquer época, além de produtividades elevadas e frutos de alta qualidade,
competitivos nos mercados interno e externo. A área plantada com uva nesta
região é de cerca de 10.000 ha, dos quais 90% encontram-se em fase de
produção. As principais variedades são Itália (incluindo as suas mutações:
Benitaka, Brasil e Itália melhorada), Red Globe e as variedades apirênicas
Superior, e Thompson. A produtividade média fica em torno de 22 t/ha/safra
podendo chegar a 50 t/ha/safra. A região participa das exportações brasileiras
de uvas finas de mesa, contribuindo com 95% do total exportado. O clima
da região é semi-árido, com temperaturas médias mensais de 24,2º a 28,1ºC,
que estão compreendidas dentro do intervalo ótimo ao cultivo de uvas de
mesa, que é de 20º-30º C. As médias mensais de temperatura máxima e
de mínima estão entre 29,3-33,8ºC e 18,0-22,1ºC, respectivamente. Julho
é o mês mais frio do ano e outubro o mais quente. As médias mensais de
umidade relativa variam de 52% em outubro a 70%, em abril. A região
possui baixo regime de chuvas com média anual de 400-550 mm e o período
chuvoso está compreendido de novembro a abril. A região recebe alta
luminosidade em 300 dias do ano, totalizando 3.000 h de sol. Os solos são
apresentam baixa fertilidade e baixos teores de matéria orgânica, nitrogênio
e fósforo, e com menor freqüência, de cálcio, magnésio e potássio. O cultivo
da uva é feito em solos com diferentes características fisico-químicas como
latossolo vermelho amarelo, podzólico vermelho amarelo, vertissolo, bruno
não cálcico, areias quartzosas e solos aluviais, nos quais altas produtividades
S 71
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
podem ser obtidas dependendo da tecnologia utilizada.
No período chuvoso, os problemas fitossanitários são verificados
quando a umidade relativa média mensal é maior que 65%. As principais
doenças são a morte descendente - Lasiodiplodia theobromae (Pat.)
Griffon & Maubl.; o míldio - Plasmopara viticola (Berk. & Curtis) Berrl
& de Ton; a antracnose - Elsinoe ampelina (de Bary) Shear; o mofo
cinzento - Botryotinia fuckeliana (de Bary) Whetzel; o oídio - Uncinula
necator (Schw.) Burr.; a ferrugem - Phakopsora euvitis Ono; e o cancro
bacteriano - Xanthomonas campestris pv. viticola (Nayudu) Dye. A morte
descendente ocorre, principalmente, em plantas submetidas a estresse,
condição que as predispõe à infecção. A incidência da doença pode ser
bastante variável, com registro de 6-100% em plantas das variedades
Festival e Itália. O míldio, a antracnose e o mofo cinzento são doenças
mais freqüentes no primeiro semestre, quando temperaturas amenas e
alta umidade relativa são registradas. Para o míldio, os maiores prejuízos
são verificados em plantas infectadas nos estádios de desenvolvimento
vegetativo e de floração. O mofo cinzento ocorre em parreirais com alta
densidade de copa e reduzida aeração. Em variedades suscetíveis e sob
condições favoráveis à infecção, as perdas na produção podem chegar
a 50%. A antracnose afeta todos os órgãos da parte aérea da planta,
principalmente, os tecidos jovens. Quando a infecção é severa, as plantas
podem apresentar redução da produtividade e da qualidade dos frutos, além
de redução de vigor. O oídio é favorecido em condições de baixa umidade
relativa do segundo semestre. A ocorrência da infecção antes ou logo após
a floração pode interferir no pegamento e desenvolvimento dos frutos,
afetando a qualidade e a produtividade. Observam-se também redução
da área fotossintética das folhas e abortamento de flores. A ferrugem é
uma doença de ocorrência recente na região, tendo sido observada em
variedades de mesa e de vinho. Causa redução da área fotossintética e
queda de folhas, afetando a produção e podendo comprometer as safras
seguintes. O cancro bacteriano é mais comum no período chuvoso, que
favorece a disseminação da bactéria e o desenvolvimento da infecção. Em
variedades suscetíveis como a Red Globe, as perdas podem chegar a 100%
quando a poda coincide com o período chuvoso. O manejo adequado da
doença e o escalonamento da produção para o segundo semestre, reduz as
perdas de maneira significativa.
O Programa de Produção Integrada de Uvas (PI uva) foi implantado
na região em 2000 com a participação inicial de 14 empresas. Atualmente,
161 empresas participam da PIF, abrangendo 3.679,40 ha e representando
35% da área total de uvas de mesa. O monitoramento, base do manejo
integrado de doenças, é um dos principais componentes da PI uva. Este
sistema é implantado nas propriedades em delineamento experimental e as
amostragens são realizadas aleatoriamente dentro da área de plantio, para
o registro da ocorrência de doenças em plantas das unidades experimentais
em diferentes estádios fenológicos da cultura. Esta avaliação é realizada
semanalmente, no tronco, ramos, folhas, inflorescências e frutos das
plantas, entre outros, segundo o tipo de doença avaliado. Os resultados
são comparados aos níveis de ação, previamente determinados, baseado
no nível de incidência de cada doença. Estas avaliações são realizadas por
técnicos capacitados pela PIF da Embrapa Semi-Árido. Para auxiliar nas
avaliações, foi elaborado o manual “Monitoramento de Doenças da Videira”
que contém informações sobre a metodologia utilizada nas amostragens e
fotos de sintomas das doenças. Os resultados obtidos com o monitoramento
associados aos dados climáticos registrados em estações meteorológicas
que assessoram as atividades do monitoramento, torna possível à orientação
quanto à tomada de decisão para o emprego de medidas de controle. A
avaliação da PI uva na região indicou um índice de impacto ambiental
positivo e uma eficiência tecnológica significativa, propiciada, entre outros
fatores, pela racionalização de 47,5%, 55,6% e 82,8% no uso de defensivos
agrícolas, respectivamente, em 2002, 2003 e 2004. Entretanto, há algumas
dificuldades no PI uva. O programa ainda não conta com uma grade de
defensivos registrados que propicie a sua certificação, o que pode acarretar
em uma redução no volume de exportações.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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sistema de produção integrada de uva de mesa na região do Submédio São
Francisco. In: SEMINARIO BRASILERIO DE PRODUCAO INTEGRADA
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Paraná, 2Pontificia Universidade Católica do Paraná, e-mail: mottaacv@ufpr.
br. Nitrogen and potassium related to disease management of stone fruit.
Atualmente tanto na agricultura convencional como na Produção
Integrada de Frutos (PIF) os produtores rurais não são meros fornecedores
de alimentos, mas os principais responsáveis pela qualidade destes, assim
como pela qualidade dos recursos naturais, onde estão inseridos o solo,
a água e o ar, do qual toda a sociedade usufrui. A adubação em doses
elevadas, sem critérios técnicos, tem sido apontada como responsável por
vários problemas ambientais (Serrat et al., 2004).
O controle da dose de adubo não só é importante nas questões ambiental
resultados diretamente dos elementos aplicados, mas também quanto a
possibilidade de levar as plantas ao desequilíbrio nutricional e aumentar a sua
suscetibilidade às doenças, o que leva a um aumento no uso de defensivos.
Os nutrientes minerais podem aumentar ou diminuir a resistência das plantas
às doenças devido ao seu efeito no padrão de crescimento, na morfologia, na
anatomia, e particularmente na sua composição química, exercendo funções
específicas no metabolismo vegetal (Marschner, 1995). Ainda, o efeito da nutrição
sobre a resistência às doenças pode variar em função do elemento, sendo o N
e K reconhecidamente como mais importantes promotores e mitigadores nessa
suscetibilidade, respectivamente. Sendo, ainda que esses efeitos dos nutrientes
são mais visíveis quando aplicado em doses elevadas, como N, provocando
desbalanço. Mas, este desbalanço pode ser atenuado com aplicação conjunta
de N e K, isto porque normalmente ocorre interação entre estes elementos nas
plantas. Ainda, o desenvolvimento das doenças pode variar em função do agente
causal e parte da planta afetada. Doenças de fruto têm grande importância visto
que comprometem a comercialização tanto na propriedade quanto no período
de prateleira no comércio varejista e, doenças nas folhas podem interferir no
desenvolvimento das plantas. Assim, a partir de 2002, iniciaram-se trabalhos
com fruteiras de caroço na região de Curitiba, a fim de verificar o efeito da
adubação nitrogenada e potássica sobre a incidência e severidade de doenças,
em pomares comerciais. Na cultura da ameixeira, cultivar ‘Reubennel’ foram
avaliados os efeitos da adubação de N e K sobre a incidência e severidade da
sarna (Cladosporium carpophilum), no furo de bala (Wilsonomyces carpophilus)
e na podridão parda (Monilinia fruticola), durante três safras consecutivas.
Para a podridão as duas maiores doses de nitrogênio utilizadas acarretaram um
aumento na incidência da doença para o segundo ano de avaliação (Figura 1). O
segundo ano foi o de maior incidência da doença, sugerindo que outros fatores
como clima podem afetar a interação do N doenças. Contrariando a expectativa,
o K também elevou a incidência da podridão parda para os dois primeiros anos
avaliados, o aumento da incidência da doença pelo uso da maior dose de potássio
utilizada (110 kg ha-1 ano-1), ocorreu em condições de altos teores de K no solo
(0,59 cmolc/dm3) e na planta (teor foliar de 26,1 g K kg-1). Sendo um alerta
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
para que não se ultrapasse a dose adequada de elementos reconhecidamente
controladores de doenças, devendo-se estar atento ao suprimento para as plantas
com base nos teores foliares e de solo.
Figura 1. Incidência de frutos com podridão parda em ameixeira ‘Reubennel’, safra
2004/05, sob diferentes doses de nitrogênio, no Município de Araucária - PR
Os frutos foram também avaliados em relação à sarna, onde se constatou
uma diminuição na severidade da doença apenas na safra 2004/05, para a dose
mais alta de potássio, e aumento, nos maiores níveis de N. Todavia, a dose de N
não afetou o parâmetro incidência de sarna no fruto, indicando ser a severidade
mais sensível na avaliação desta doença, sendo por isso mais recomendado
na avaliação do efeito da adubação. Folhas de ameixeira foram avaliadas por
dois anos para a incidência e severidade do furo de bala, quando se constatou
um aumento na doença a partir da dose de 120 kg N ha-1 ano-1 (Figura 2)
apenas para o segundo ano de avaliação, quando foi utilizada dose acima da
recomendada pelo PIF. O potássio não interferiu na incidência e severidade da
doença furo de bala, dado provavelmente aos elevados valores desse elemento
no solo e na planta. No experimento de ameixeira das cinco doses de nitrogênio
utilizadas, três estavam acima da dose recomendada pelas normas do PIF,
sendo que em geral as duas maiores doses (160 e 200 kg ha-1ano-1) mostraramse mais preocupante no aumento da incidência ou severidade das três doenças
avaliadas. Logo, o uso da dose recomendada pelo PIF tem um efeito importante
no decréscimo da incidência de doenças, neste caso. Ainda, os teores de N e
K foliar estavam normais a alto respectivamente, o que indica um bom estado
nutricional do pomar avaliado. A coloração verde intensa, maior quantidade de
ramos retirados na poda verde e maior sombreamento da entre linha nas maiores
doses de nitrogênio são indicativos que estas doses proporcionaram condições
predisponentes às doenças. Embora os teores foliares apresentassem diferenças
significativas, mantiveram-se na faixa de interpretação normal independente da
dose de N utilizada (26,6 g kg-1). O efeito do aumento na doença em função da
adubação variou em função do ano e doença, sendo que em anos de condições
climáticas favoráveis, com maior incidência da doença, foi constatado o efeito
da adubação no aumento da doença. Não sendo detectada interação entre o
nitrogênio e o potássio nas doenças testadas.
O efeito da adubação nitrogenada nas doenças do pessegueiro,
cultivar ‘Chimarrita’, conduzido sob PIF em solo com pouco tempo de
uso, elevado teor de matéria orgânica também foi estudado. A análise
foliar das plantas constatou teores de N e K entre 32,8 – 42,7 e 20,9 – 24,0
g kg-1, sendo também considerados médio e altos, respectivamente. As
diferentes doses de nitrogênio utilizadas não afetaram significativamente
a incidência de cancros (Botryospheria dothidea) no período pósfloração por dois anos e de furo de bala. Já, a avaliação de severidade
da ferrugem (Tranzschelia discolor) por dois anos, indicou que para o
segundo ano (safra 2003) a área abaixo da curva de progresso da doença
(AACPD) para severidade de ferrugem foi 20,7 % inferior na maior dose
de N utilizada em relação a menor dose, entretanto sem reflexos sobre a
desfolha (Figura 3). A maior dose utilizada, 160 kg ha-1, que proporcionou
decréscimo na severidade da ferrugem representa o dobro da preconizada
pela PIF, 80 kg ha-1.
Figura 3. Severidade de ferrugem AACPD (Área abaixo da curva de progresso da
doença), em pessegueiro ‘Chimarrita’, safra 2003, sob diferentes doses de nitrogênio,
no Município da Lapa - PR
A porcentagem de frutos com podridão parda na colheita do
pêssego foi independente da dose de N utilizada. Já para avaliação em
pós-colheita, após cinco dias em prateleira, a incidência de frutos com
podridão parda na maior dose de N utilizada foi 36,4% superior quando
comparada a menor dose (Figura 4), sugerindo uma maior contaminação
dos frutos pelo patógeno e/ou suscetibilidade dos frutos que receberam
maior dose de N.
Figura 4. Porcentagem de frutos com Podridão parda em pós colheita (após cinco
dias de prateleira), em pessegueiro ‘Chimarrita’, safra 2003, sob diferentes doses de
nitrogênio, no Município da Lapa - PR
Figura 2.Incidência e severidade de furo de bala em ameixeira ‘Reubennel’, safra
2005/06, sob diferentes doses de nitrogênio, no Município de Araucária – PR.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
Estudo com pessegueiro da mesma cultivar em outra área, com
características semelhantes de clima e apresentando diferentes de solo
(apresentando baixo teor de matéria orgânica), indicou que o aumento
da adubação nitrogenada promoveu redução na severidade da ferrugem,
ao utilizar doses de até 200 kg ha-1 ano-1 (Figura 5). Mas, a adubação
potássica não interferiu na incidência e severidade da ferrugem do
pessegueiro com teores foliares de K em nível considerado alto (21,9 g
kg-1), sem que o experimento apresentasse interação entre as adubações
nitrogenadas e potássicas Neste caso, mesmo na maior dose utilizada,
200 kg ha-1, os teores foliares de N ainda estavam abaixo do considerado
normal (27,8 g kg-1).
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XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Figura 5. Porcentagem de incidência de ferrugem em janeiro (A) e fevereiro (B) de 2006; Porcentagem de desfolha no período de 21/01 a 04/03/06 (C) e área abaixo da curva do
progresso da ferrugem – AACPF (D) em pessegueiros cultivar Chimarrita submetidos a doses de adubação nitrogenada, Lapa-PR, safra 2005/06.
Conclui-se que o aumento da adubação nitrogenada pode
promover redução na severidade da ferrugem do pessegueiro em plantas
que apresentem baixo teor foliar deste elemento. Embora o nitrogênio se
mantivesse em geral na mesma faixa de interpretação, houve relação entre
as quantidades de nitrogênio aplicadas no solo e os teores foliares, bem
como a severidade ou com a intensidade das doenças avaliadas, nos três
pomares, em pelo menos uma das safras.
Para o potássio não foi encontrada a relação (ou correlação ou
interação) entre a quantidade aplicada no solo e os teores foliares, que
sempre se mantiveram em valores altos, isto se deve a alta quantidade
do elemento encontrada no solo (análise 2004 : 3,7; 3,38 e 2,3 na saia,
projeção e rua, respectivamente). Respostas para adubações potássicas
foram observadas sob teores foliares bem abaixo dos observados
nesses trabalhos (10 g kg-1), sob essas condições (Cummings, 1989 e
Magnani et al., 1984). A falta de interação com o nitrogênio também
pode ser explicada pelos valores altos do K foliar, mesmo para a menor
dose utilizada.
Ao utilizar os parâmetros de crescimento, níveis foliares e análise
de solo, é possível manter as doses de adubo em quantidades que permitam
a manutenção da planta em condições normais, evitando seu desequilíbrio
e susceptibilidade às doenças.
REFERENCIAS
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peach yield, tree growth and longevity. Acta Hort. (ISHS). 254:179-184.
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CAROÇO: Uma visão ecológica. 2004. p. 71 - 96.
CONTROLE DE DOENÇAS DO ABACAXIZEIRO EM POMARES
CONDUZIDOS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO INTEGRADA.
Aristoteles P. de Matos1, Nilton F. Sanches1, Fernando A. Teixeira2 &
José Elias Júnior3. 1Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 2Cooperativa
Agropecuária de Pedro Afonso & 3Secretaria da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento do Tocantins. E-mail: [email protected].
Control of pineapple diseases in orchards conducted under integrated
production system.
A Produção Integrada de Frutos é um sistema de produção
baseado na sustentabilidade, preservação de recursos naturais e regulação
de mecanismos para a substituição de insumos poluentes, utilizando
instrumentos adequados de monitoramento dos procedimentos e a
rastreabilidade de todo o processo. Assim sendo, pode ser definida como
um sistema de produção de frutos com qualidades comerciais, priorizando
métodos que sejam os mais seguros ao meio ambiente e à saúde humana.
Por essas características, é considerada o sistema de produção do futuro,
e o sistema convencional não será capaz de competir com ela. É um
programa dinâmico, baseado na melhoria contínua do sistema, tendo como
objetivo maior a produção ecologicamente correta de alimento seguro.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
A abacaixicultura mundial de maneira geral, e brasileira em especial,
é atacada por várias pragas e doenças com conseqüências negativas na
produtividade e qualidade dos frutos. Anomalias de causas abióticas são
também responsáveis por perdas significativas na produção. Para controlar
as doenças que afetam o abacazixeiro deve-se utilizar as técnicas de manejo
integrado, priorizando o uso de métodos naturais e biológicos. Causada
pelo fungo Fusarium subglutinans, a fusariose continua sendo o fator
limitante à exploração dessa cultura. A movimentação de mudas infectadas
é o principal fator de disseminação da fusariose, tanto de uma região
produtora para outra quanto dentro de uma mesma região. Insetos, chuva
e vento também desempenham papel de importância na disseminação da
doença, especialmente dentro de uma mesma região produtora. Além do
envolvimento de agentes bióticos, a incidência de fusariose do abacaxizeiro
sofre a influência de forte efeito sazonal, resultando em perdas variáveis
na produção de frutos, a depender da época de produção. Considerando
essas características da doença, o controle integrado da fusariose do
abacaxizeiro envolve o emprego simultâneo ou seqüencial de diversas
ações que permitem a exploração econômica e sustentável da cultura do
abacaxizeiro. Entre elas, destacam-se as seguintes: 1) eliminar os restos
de cultura do plantio anterior, promovendo sua incorporação ao solo; 2)
utilizar mudas sadias para a instalação dos novos plantios obtidas de áreas
onde a incidência da fusariose nos frutos foi baixa ou nula; 3) durante o
desenvolvimento vegetativo, proceder ao monitoramento da incidência da
doença, mediante inspeções mensais, a fim de identificar e erradicar as
plantas infectadas, que deverão ser queimadas ou enterradas; 4) realizar
a indução floral em períodos que possibilitem o desenvolvimento da
inflorescência sob condições desfavoráveis à incidência da fusariose; 5)
proteger as inflorescências em desenvolvimento mediante pulverização
com fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e
do Abastecimento, sempre que a incidência da doença durante o ciclo
vegetativo for superior a 1%. Em havendo necessidade da implementação
do controle químico, de acordo com o monitoramento, as pulverizações
devem ser iniciadas após a indução floral, quando do aparecimento da
inflorescência no centro da roseta foliar, e encerradas ao final da floração,
obedecendo a intervalos de sete dias. A podridão-do-olho, causada por
Phytophthora nicotianae var. parasitica, é uma das principais doenças
do abacaxizeiro no mundo, principalmente em plantios instalados em
solos sujeitos a encharcamento, em regiões onde ocorrem precipitações
pluviométricas elevadas ou sob condições em que o suprimento da água de
irrigação é feito em excesso. A podridão-do-olho ocorre em dois momentos
do ciclo do abacaxizeiro: i) após o plantio, provocando a morte das plantas;
e ii) após o tratamento de indução floral, causando a morte do “olho”. Devido
a essas características, além do monitoramento de sua incidência durante
o ciclo vegetativo da cultura, a podridão-do-olho do abacaxizeiro requer
a implementação de diversas práticas culturais para o seu controle: 1) dar
preferência a áreas com boa capacidade de drenagem para a implantação
do novo plantio; 2) dar preferência às mudas do tipo filhote ou rebentão;
3) efetuar o plantio em camalhões de maneira a promover uma drenagem
mais rápida, entretanto esta prática deve ser adotada com restrições em
regiões onde ocorre período seco definido, situação em que a irrigação
torna-se imperativa; 4) durante o controle das plantas infestantes, evitar a
colocação das mesmas sobre os abacaxizeiros; 5) em áreas com histórico
de incidência da podridão-do-olho, implementar o controle químico duas
semanas antes da colheita das mudas; 6) de maneira similar, três a quatro
semanas após o plantio, deve-se aplicar um fungicida sistêmico, dirigindose o jato sobre a planta; e 7) se indicado pelo monitoramento, proceder a
pulverização do fungicida uma semana após a indução floral, tendo como
alvo o olho da planta. A podridão-negra, também conhecida por podridãomole, causada por Chalara paradoxa, é uma doença de pós-colheita que
pode causar perdas significativas, tanto em frutos destinados ao mercado
de frutas frescas, quanto à indústria. Para controlar a podridão-negra é
necessária a integração das medidas a seguir: 1) colher o fruto com uma
parte do pedúnculo de cerca de 2 cm de comprimento; 2) manusear os
frutos adequadamente na pós-colheita de maneira a prevenir ferimentos
na superfície dos mesmos; 3) em épocas favoráveis ao desenvolvimento
da doença, tratar os ferimentos com fungicidas registrados para este fim;
4) eliminar os restos culturais nas proximidades dos locais onde os frutos
são processados e/ou armazenados; 5) reduzir ao mínimo o período entre
a colheita e o tratamento dos frutos; e 6 ) armazenar e transportar os frutos
sob condições de refrigeração, temperatura em torno de 9oC. É obrigatória
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
a manutenção dos registros de todas as operações (agrotóxicos utilizados,
substância ativa, dose, método de aplicação, operador), incluindo a data
e o local de aplicação, juntamente com o receituário agronômico. A
manipulação de agrotóxicos deve ser efetuada somente em local adequado
e de acordo com as recomendações técnicas sobre manipulação e operação
de equipamentos, conforme legislação vigente.
14/08/2007 | Tarde
Sessão C2: Plantas e Homeopatia
EFFECTS OF HOMEOPATHIC DILUTIONS ON PLANTS AND
THE POTENCIAL USE OF HOMEOPATHY ON PLANT DISEASES.
Lucietta Betti1, Grazia Trebbi1, Lisa Lazzarato1, Maria Grazia
Fantino1, Daniele Nani2. 1Department of Agroenvironmental Sciences
and Technologies, Bologna University, Italy; 2Società Italiana Medicina
Antroposofica, Milano, Italy. E-mail: [email protected]
Most criticism about homeopathy concerns the lack of a scientific
basis and theoretical model. Plant-based bioassays could provide a suitable
tool for basic experimentation in homeopathy because they overcome
the main disadvantages of clinical trials, such as placebo effects, ethical
difficulties, consumption of time, low number of replications, high costs
[1]. Scientific literature on the effects of homeopathy on plants provides
a limited number of papers. An extensive and critical review on this topic
was written in 1984 by Scofield [2], therefore only subsequent literature
will be here considered and divided into “germination/growth models”,
“phytopathological models” and “field trials” (table 1). Many of the
reported plant-based bioassays have a good methodological structure, are
supported by statistical analyses and generally show significant results, at
least with some of the treatments tested. Unfortunately some papers, cited
in different articles and concerning both germination/growth models [3-5]
and phytopathological ones [6-12], are hard to find and for this reason they
are not included in table 1.
GERMINATION/GROWTH MODELS
Among the numerous plant model systems studied, the classic
test of germination and growth has been quoted as a basic model for
research on homeopathy since the pioneering work of Kolisko on wheat
[13] and many experiments have been performed with this species [1420]. Moreover, wheat germination is the theme jointly investigated by the
Betti and Baumgartner research groups: reproduction trials were performed
resulting in significant but opposite effects [19; 20]. Experiments on other
species have been carried out, evaluating growth parameters [21-34] and
biochemical responses [22-24; 28]. A stable and reliable test system is
represented by in vitro growth of yeast [31-34], which seem to react to
certain potentised substances by changing its growth kinetics [34].
PHYTOPATHOLOGICAL MODELS
Most of available papers focussed on fungal infections [35-41]:
following homeopathic treatments, a decrease of disease symptoms, postharvest losses, fungal germination and respiration rate of germinating
spores were evidenced.
A few studies took into account viral infections [42-44] and in
this case, too, a weaker symptomathology was observed. In particular,
in blind, randomized experiments using tobacco plants, carrying tobacco
mosaic virus (TMV) resistant gene N, inoculated with TMV, a significant
enhancement of plant resistance was obtained following As2O3 dH 5 and
45 potencies [44]. As far as nematode infection is concerned, a few papers
are available as well [45-47]: plants treated with homeopathic preparations
showed improved growth (in terms of shoot and root length) and reduced
nematode infection (in terms of root gall number and nematode population
S 75
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
dH, cH, McH = decimal, centesimal, hundred thousand hannemanian potency; dK = decimal korsakovian potency; PC = potentized control (as additional control); IAA = indole
acetic acid; IBA = indole butric acid
• = Justitia pectoralis; •• = Alternaria alternata, Colletotrichum gloeosporioides, Fusarium roseum, Gloeosporium psidii, Pestalotia mangiferae, Pestalotia psidii;
*= Sulphur, Arnica montana, Chamomilla, Bryonia alba, Euphrasia officinalis, Pulsatilla; ** =Kali iodatum, Arsenicum album, Blatta orientalis, Thuja occidentalis; ***= Arsenicum album, Calcarea, Cuprum, Ferrum metallicum, Lycopodium, Natrum, Phosphorus, Selenium, Silicea, Sulphur; **** = Kali iodatum, Lachesis trigonocephalus, Staphysagria,
Sulphur, Oidium lycopersici
+ = stimulating or increasing effect; - = inhibiting or decreasing effect; +/- = different effects according to the potency used or plant physiological conditions
S 76
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
in root and soil). Root- and leaf-protein content and root-water content are
also affected by homeopathic treatments.
FIELD TRIALS
Scientific literature provides very few and outdated descriptions of
field trials. Aside from two studies on trees affected by virus [48] or fungus
[49], the only paper easily available is that of Kayne [50], who reported the
results of a field trial on rye grass. The application of homeopathic sprays
(cH Sulphur and mixture of cH Sulphur, Silicea and Carbo vegetalis) did
not give significant effects on plant growth, however some methodological
hints for testing homeopathic treatments emerged: the choice of remedy,
potency and frequency of application is crucial and should be made
with great care to ensure the best chance of success. As there are no
guidelines for plants like those of Materia Medica for humans much more
experimentation is needed.
The reduction of copper salts in organic agriculture following
European directives (Commission Regulation EC no. 473/2002) provided
the context for a 3 year project (2003-2006), financed by the Marche
region (Italy), on biological control of Alternaria leaf spot caused by
Alternaria brassicicola in cauliflower. The disease appears on the leaves
and cauliflower heads as dark brown spots. In order to evaluate the effects
of homeopathic treatments on fungus infection, experiments in phytotron
and a field trial were carried out. Plants were artificially inoculated by
spraying a fungal suspension (1x107 conidia ml-1) on the leaves. The effect
of homeopathic treatments was compared with those of copper oxiclorure
at different concentrations (0.3, 1, and 3 g/l), the control being water
treatment. All these treatments were sprayed weekly on the leaves 3 times
before and 4 times after fungal inoculation. In phytotron, treatments with
As2O3 dH 35 and 45, AgNO3 dH 35, 36, 45 and 46, Sulfur dH6, cH5 and
201, Cuprum dH5, isopathic cH4 were tested. Statistical analysis (ANOVA)
did not show any significant result; nevertheless, the more marked reduction
of leaf symptoms vs. control was observed in both measurements (13
and 18%, respectively) in plants treated with As2O3 dH 35 (Figure 1A).
Copper oxiclorure treatments induced a significant reduction (p<0.05 or
p<0.01, ANOVA followed by Dunnett’s post-test) of disease severity at
all concentrations. In field trial [51], each treatment (As2O3 dH 35, copper
oxiclorure 0.3, 1 and 3 g/l and water as a control) was replicated four times
in a randomized complete block design. Disease assessments on cauliflower
heads, performed in 3 successive times (Figure 1B), showed in the last
measurement a significant reduction (46%, p<0.05) of disease symptoms
for both As2O3 dH 35 and copper oxiclorure 3 g/l. Since fungal inoculation
was performed on the leaves before flowering, we can hypothesize that
homeopathic treatment As2O3 dH 35 induced a plant resistance increase to
fungal infection. The similar symptom reduction due to copper oxiclorure
3 g/l could be explained as a inhibiting effect of the treatment on fungal
spore germination. These results need further investigations but they seem
to support the possibility of an agricultural application of homeopathy.
The privileged target of agrohomeopathy could be small farms (and in
particular, those of nutraceutical and herbalist sectors) practicing organic
and sustainable agriculture that strive to be environmentally responsible,
economically viable, and socially just.
CONCLUSIONS AND PERSPECTIVES
The literature on homeopathy and plants is limited in
comparison with medical studies and not as easily available.
Nevertheless, interest in this field appears to be growing in recent
years and several projects are in progress, mainly in Central and
South America. In general, the potential prospects for homeopathic
treatments in agriculture can be considered promising, but
much more work is needed especially at a field level, since the
influence of environmental and agronomical factors (temperature,
drought, humidity, plant cultivars and so on). might significantly
change the quality of yields and thus the results of successive
experimentations.
Finally, we must stress that results of all research and
projects, whether successful or not, should be made widely available
so that others can learn from these, thus avoiding duplication and
inefficiency. Moreover, replication of results and multicentre trials
should be performed, to be published in international journals with
an impact factor or wide circulation, to gain credibility and facilitate
funding.
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XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
HOMEOPATIA NA FISIOLOGIA DO HOSPEDEIRO. Carlos Moacir
Bonato. Departamento de Biologia, Área de Fisiologia e Homeopatia Vegetal.
Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790, Bloco H-78, Sala
20. Maringá – PR, CEP 87020-900, Brasil, e-mail: [email protected].
Homeopathy in the Host Physiology.
A utilização da homeopatia em animais tem sido desenvolvida mais
recentemente com resultados não menos animadores do que aqueles obtidos
em humanos. Em vegetais, não há menção de Hahnemann do emprego desta
ciência. Entretanto, Hahnemann afirmava em seus relatos que: “se as leis da
natureza que proclamo são verdadeiras, então elas podem ser aplicadas
a todos os seres vivos”. Está aí o aval dado pelo próprio idealizador da
homeopatia para que se possa utilizar a ciência homeopática em qualquer
organismo vivo, inclusive em vegetais. Há alguns anos atrás vários
pesquisadores no mundo inteiro, principalmente na Europa e Índia e mais
recentemente no Brasil iniciaram a pesquisa estudando os efeitos de produtos
homeopáticos no crescimento e desenvolvimento vegetal, controle de pragas
e doenças, enfim, em todos os segmentos da agricultura. Um dos primeiros
trabalhos sobre o uso de substâncias ultradiluídas foi apresentado no G.I.R.I.
na Bélgica por Betti e colaboradores (1997 e 2003). Estes estudaram os
efeitos biológicos das diluições homeopáticas e propuseram um modelo de
estudo em plantas. Entre as pesquisas feitas foram estudados a germinação e
o desenvolvimento de cotilédones de sementes de Triticum durum “in vitro”,
estudo da geminação de pólen de monocotiledôneas (pastagens) e crescimento
do tubo polínico, respostas à hipersensibilidade de discos de folha de tabaco
ao vírus do mosaico do fumo (VMP). Dos resultados apresentados, o mais
digno de nota foi a modificação na geminação de sementes de trigo (Triticum
durum) causadas em várias dinamizações de Arsenicum album (As2O3). As
dinamizações 40D, 42D e 45D promoveram incremento na germinação
das sementes de trigo, previamente estressadas com As2O3 (fenômeno de
Hormese). Já na dinamização 35D, a germinação foi inibida.
Outros trabalhos relativos a homeopatia em vegetais bastante
interessantes foram publicados na Índia. Verma et al., (1989) utilizaram
Lachesis e Chimaphila (C200), visando o controle do vírus do mosaico do
tabaco (VMT), o qual reduz progressivamente a produtividade das plantas
infectadas. As soluções homeopáticas aplicadas antes e depois da incubação
do vírus reduziram 50% o conteúdo de vírus nos discos de folhas. Khanna e
Chandra (1976) também obtiveram resultados surpreendentes no controle da
“podridão dos frutos” (Fusarium roseum) em tomate, utilizando-se dos produtos
homeopáticos Kali iodatum (iodeto de potássio) na C149 e Thuya occidentalis
na C87. A aplicação destes produtos teve ação preventiva e curativa.
O controle de microrganismos patogênicos, de produtos armazenados
(Aspergillus parasiticus) responsável por várias contaminações em produtos
armazenados também já foi o escopo de alguns pesquisadores internacionais.
Sinha e Singh (1983) utilizando-se de vários produtos homeopáticos verificaram
que dentre os estudados, o Sulphur (C200) inibiu em 100% o crescimento do
fungo e a produção da toxina aflatoxina (toxina que causa danos hepáticos em
animais e humanos). A Silicea e a Dulcamara também reduziram o crescimento
do fungo em 50% e a produção de toxina em mais de 90%. O Phosphorus
teve pouco efeito na inibição do crescimento do fungo (menos de 10%), mas
surpreendentemente reduziu em quase 30% a produção de aflatoxina (B2).
Na França, Nitien (1969) e colaboradores demonstraram a ação de
preparados homeopáticos de sulfato de cobre na 15CH (ou seja, diluição
na ordem de 1030) sobre a desintoxicação de plantas de ervilha previamente
intoxicadas com este sal em doses ponderais. Esta homeopatia foi capaz de
desintoxicar as plantas de ervilha com excesso de cobre.
No Brasil o uso da homeopatia em vegetais ainda é incipiente,
mas está crescendo ano após ano. Em 1993, Brunini e Arenales relataram
algumas experiências sobre a utilização de Staphysagria em hortaliças e
plantas ornamentais. A aplicação de Staphysagria aumentou a resistência
das plantas aos pulgões e melhorou as condições gerais das plantas. No
Brasil os primeiros resultados do efeito dos medicamentos homeopáticos
foram obtidos em rabanete, beterraba e cenoura (Castro e Casali, 2001).
Paralelamente, iniciou-se também a pesquisa em plantas medicinais, sendo
o chambá (Justicia pectoralis), a primeira espécie a ter seu metabolismo
estudado após a aplicação de preparados homeopáticos. No primeiro
experimento citado, a aplicação de Phosphorus em dinamizações centesimais,
em plantas de rabanete, contendo ou não fertilizante orgânico, incrementou
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
a massa seca das raízes, proporcionalmente ao aumento nas dinamizações
nos dois tratamentos. Nos experimentos com Justicia pectoralis percebeu-se
que os produtos homeopáticos alteram o metabolismo primário, secundário
e o campo eletromagnético da planta medicinal (Andrade e Casali, 2001). O
teor de cumarina aumentou em aproximadamente 77% quando se aplicou,
a própria planta, o Phosphorus, a Arnica montana, o Sulphur e o Ácido
húmico. Esta alteração foi acompanhada pela modificação no padrão
eletromagnético da planta medicinal.
A aplicação das soluções homeopáticas (Planta-matriz, Ácido
húmico e Sulphur) nas dinamizações C3, C12, C30, C200 e C1000, afetaram
a produção de óleo essencial da parte aérea de plantas de capim-limão. A
utilização da planta matriz, na dinamização C12 incrementou a produção
de óleo essencial em 25 % quando comparado ao controle. Paralelamente
aos trabalhos acima citados, foram feitos vários outros na Universidade
Estadual de Maringá, com resultados animadores. Entre os trabalhos
desenvolvidos estão; o efeito de preparados homeopáticos (Sulphur,
Phosphorus, Mercurius solubilis, Natrum muriaticum, Argentum nitricum
e Auxina) no crescimento inicial de plântulas de rabanete e milho; o efeito
do medicamento Sulphur na respiração em ápices radiculares de milho e
outros (Moretti et al., 2002; Rocha et al., 2003 e Bonato, 2004; Bonato
e Silva, 2004). Mais recentemente outros trabalhos foram publicados no
controle de doenças (Bonato et al. 2006a, 2006b), no metabolismo das
plantas (Silva et al., 2006a, 2006b, Rigon, 2007) e também no controle do
mosquito transmissor da Dengue (Aedes aegypti) (Cavalca, 2007).
No Brasil, nos últimos anos está crescendo muito o uso de preparados
homeopáticos no controle de doenças. Rolim et al. (2001a), em ensaio
realizado em casa-de-vegetação, para controle de oídio do tomateiro, revelou
aumento significativo no número de folíolos, promovido pelo bioterápico do
patógeno Oidium lycopersici e redução da incidência da doença por Kali
iodatum 100CH. Em mudas de macieira, duas pulverizações de Staphysagria
100CH em intervalos de 12 dias reduziram a incidência de oídio, causado
por Podosphaera leucotricha (Rolim et al.,2001b). Em ensaio realizado
em tomateiro, os bioterápicos de Xanthomonas campestris foram eficientes
em reduzir a severidade da doença quando aplicados via irrigação nas
dinamizações 24CH e 6CH (Rossi, et al.,2004).
ESTRESSE E O MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO EM VEGETAIS
As plantas freqüentemente apresentam estresse; condições externas
que adversamente afetam o crescimento, o desenvolvimento e/ou a
produtividade. Os estresses podem ser bióticos, impostos por organismos,
ou abióticos, devido ao excesso ou deficiência no ambiente físico ou
químico (Buchanan et al., 2002). Dentre as condições ambientais que
causam danos estão; o alagamento, a seca, a baixa ou alta temperatura,
a salinidade, a deficiência mineral no solo, e também o excesso ou falta
de luz. Compostos fitotóxicos como o O3 (ozônio) podem também causar
danos nos tecidos de plantas. A resistência ou sensitividade ao estresse
depende da espécie, do genótipo e da idade de desenvolvimento das plantas.
Em geral, o estresse dispara uma ampla resposta nas plantas, que vai desde
a alteração da expressão gênica e do metabolismo celular a alteração da taxa
de crescimento e da produtividade das culturas. A resposta das plantas ao
estresse vai depender da duração, da severidade, do número de exposições
e da combinação dos fatores estressantes (Figura 1). As características
das plantas, incluindo tipo de órgão e tecido, idade de desenvolvimento e
Figura 1. Esquema mostrando as características do estresse em plantas.
S 79
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
genótipo, também influenciam na resposta das plantas ao estresse. A resposta
pode ser disparada diretamente por estresse, tal como seca, alagamento, ou
pode ser o resultado da injúria induzida por estresse, tais como a perda da
integridade da membrana celular. Algumas respostas claramente capacitam
as plantas de se aclimatarem ao estresse, enquanto que outras, não são
aparentes.
Em conseqüência do estresse as plantas podem apresentar
resistência ou suscetibilidade, o que pode repercutir em sobrevivência
ou morte, respectivamente. Mas qual seria a relação entre os estresses
descritos até agora e os medicamentos homeopáticos propriamente ditos?
Os medicamentos homeopáticos quando aplicados racionalmente e no
momento oportuno, e principalmente obedecendo à lei dos semelhantes,
aumenta a sobrevivência e reduz a morte das plantas. Para a ciência
homeopática, qualquer distúrbio causado na planta, tanto por fatores
bióticos como abióticos, primeiramente agem na autoregulação (sistêmica)
da mesma. Assim, toda vez que a planta é submetida a um determinado
estresse (biótico ou abiótico), está a rigor com sua autoregulação
desequilibrada e conseqüentemente fora de sua homeostase natural.
Hahnemann descobriu e fundamentou a homeopatia pelo princípio
de que os “semelhantes curam os semelhantes”. Foi traduzindo a
matéria médica de Cullen, em 1790, que iniciou a marcha para o sistema
médico e que viria a ser conhecida mais tarde como Homeopatia. Em
seu livro, Cullen afirmava que o quinino, substância extraída da quina,
presente na casca da cinchona, era um bom tratamento para a malária.
Hahnemann resolveu investigar e verificou que ao ingerir o quinino
começou a manifestar os mesmos sintomas da malária, apesar de não estar
com a doença (Plasmódio). Após exaustivas experimentações verificou
que realmente os semelhantes curavam os semelhantes (Similia similibus
curantur). A Lei dos semelhantes é uma aplicação natural da Lei de
causa e Efeito ou da Ação e Reação. Já era conhecida por Hipócrates
(460 a.C.), e confirmado como verdadeira por grandes figuras da medicina
antiga como Paracelso, Sthal, Van Helmont, Trosseau, etc. Hipócrates
(460 a.C.), médico Grego considerado Pai da medicina, naturalista por
excelência já afirmava: “A doença é produzida pelos semelhantes e pelos
semelhantes que se façam o paciente tomar, ele retorna da doença a
saúde. A febre é suprimida pelo que a produz e a febre é produzida
pelo que a suprime”. Já Galeno, médico Grego do século II (131 a 201
a.C.) era defensor das “Leis dos contrários”. Preconizou que a saúde pode
ser restabelecida pelo que é contrário a doença (contraria contraris
curantur). Os contrários se curam com os contrários. Estes conceitos
Galênicos são conhecidos hoje como Alopatia ou Enantiopatia.
Para os vegetais a Lei dos semelhantes também é verdadeira, uma
vez que os princípios fundamentais em que Hahnemann se orientou para
estabelecer as bases da homeopatia são leis da natureza, como já descrito
anteriormente. Se estas leis são da natureza, são imutáveis e aplicáveis a
todos os seres vivos. Abaixo está ilustrado um diagrama mostrando como
funcionaria o medicamento homeopático pela Lei dos Semelhantes em
plantas (Figura 2).
Observa-se que os fatores bióticos e abióticos acarretam desequilíbrio
na autoregulação, dependendo dos itens já relacionados anteriormente
(Figura 1). Este desequilíbrio na homeostase ao somatizar-se resulta em
planta doente ou no mínimo com distúrbio fisiológico. Este distúrbio pode
levar a planta à morte ou reduzir a produtividade da mesma, dependendo
obviamente da plasticidade biológica da espécie estudada. Entretanto,
quando se aplica um medicamento homeopático capaz de produzir os
mesmos sintomas na planta, a resultante será o restabelecimento ou
minimização dos efeitos maléficos acasionados na homeostase causados
pelos fatores bióticos e abióticos.
Do ponto de vista das alterações da molécula de água causada pela
diluição e sucussão e seu efeito no sistema biológico das plantas, existem
algumas hipóteses. Sukul & Sukul (2004) descrevem que as configurações
específicas, adquiridas durante o método de dinamização (dinamização +
sucussão), mantém a identidade das substâncias originais e a informação
de sua dinamização, além de modificar as propriedades físico-químicas
da molécula da água. As informações passadas para a água, junto com
as alterações de suas propriedades provocam modificações estruturais na
membrana plasmática da célula, inclusive na regulação das aquaporinas,
podendo alterar o padrão informacional na célula. Bastide (1998) conclui
em dezenas de experimentos utilizando imunomoduladores homeopatizados
em animais, que a informação é dependente do estado de equilíbrio
do organismo receptor e que a informação de moléculas endógenas
dinamizadas é reconhecida automaticamente pelo organismo. Segundo a
mesma autora, a substância original dinamizada se comporta de certa forma
como se estivesse presente fisicamente, fenômeno este que denominou de
mimetismo. Este mimetismo pode se ativo ou passivo. No primeiro caso,
o efeito é positivo e similar àquele em que se utiliza a substância de forma
ponderal. No mimetismo passivo acontece o oposto, ou seja, o agravamento
da doença ou patogenesia.
COMPORTAMENTO DAS PLANTAS A DIFERENTES
DINAMIZAÇÕES DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
Kolisko e Kolisko (1978) foram os primeiros a estudarem a
resposta das plantas as dinamizações progressivas e sucessivas de
várias soluções ultradiluídas (entidades infinitesimais). Estes autores
verificaram que ao tratarem as plantas com dinamizações crescentes de
preparados ultradiluídos e sucussionados, obtiveram padrões em curvas,
similares as ondas eletromagnéticas. As respostas em forma de ondas
apresentavam vários picos de máximo e de mínimo. Assim, as respostas
no crescimento inicial de plântulas poderiam ser maiores ou menores
do que o controle, ou seja, incrementar ou retardar o crescimento das
plântulas ou até mesmo não ter efeito. Tais comportamentos cíclicos
no crescimento das plantas podem ser o reflexo da dinâmica interna
da substância do qual se está dinamizando (Kolisco e Kolisco, 1978)
e de sua similitude com o organismo vegetal estudado. A planta, desta
forma, poderia ser um modelo do biorritmo dinâmico da substância a ser
utilizada (Patogenesia).
Já na área animal este comportamento também foi observado
por Davenas e colaboradores (1988), em trabalho sobre degranulação
de basófilos disparado por anti-IgE. Estes autores verificaram que as
respostas às dinamizações também eram rítmicas e na forma de ondas, ora
estimulando a produção de histamina, ora reduzindo. Em praticamente
todos os trabalhos publicados observa-se este comportamento. Algumas
dinamizações incrementam os valores das variáveis mensuradas enquanto
que outras demonstraram efeito supressor.
Figura 2. Fatores que interferem na biologia da planta e atuação do medicamento
homeopático pela “Lei dos semelhantes”.
S 80
Outro fato considerado em nossos experimentos, comprovando
os resultados obtidos por Kolisko e Kolisko (1978) é que dependendo do
medicamento homeopático e da planta estudada as respostas na forma de
onda, podem ser de maneira: horizontal, ascendente ou descendente
como demonstrado na Figura 3 abaixo. Dependendo da dinâmica e da
similitude entre o organismo e o medicamento as respostas poderiam
ser das 3 maneiras sugeridas anteriormente, mas independentemente do
caso, as respostas são sempre na forma de ondas. Entretanto, tudo deve
ser mais estudado e pesquisado, e as respostas de como acontecem estes
movimentos rítmicos ainda é uma incógnita para os pesquisadores. A física
quântica talvez possa em futuro próximo elucidar estes e, outros fenômenos
que acontecem na homeopatia.
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15/08/2007 | Manhã
Sessão A: Genoma Funcional
e Transgenia
GENOMA FUNCIONAL E OS AVANÇOS NO MELHORAMENTO
GENÉTICO DA CANA-DE-AÇÚCAR. Eugênio C. Ulian. Monsanto
do Brasil LTDA, Av. Nações Unidas 12901, São Paulo, SP, CEP 04578000, e-mail: [email protected]. Functional Genomics and the
Advances in Sugarcane Breeding.
A cana-de-açúcar pertence ao gênero Saccharum L, que é parte
da família Poaceae (gramíneas) e da tribo Andropogonae, que abrange
somente espécies poliplóides. A espécie domesticada de referência para
a cana-de-açúcar é Saccharum officinarum (também conhecida como
cana nobre). Ela compreende um grupo de canas grossas e suculentas
que eram cultivadas no Sudeste da Ásia e nas ilhas do Pacífico onde
serviam como alimento, antes de se espalhar pelos trópicos entre
1500 e 1000 AC (Daniels e Roach, 1987). No fim do século 19, a
Saccharum spontaneum, uma espécie selvagem com colmos finos, que
não acumula açúcar, assim como algumas canas originárias do Norte
da Índia foram utilizadas na ilha de Java e na Índia em programas de
introgressão visando superar o aparecimento de doenças que afetavam
as variedades de S. officinarum. A hibridização interespecífica foi a
grande descoberta do melhoramento moderno desta cultura, resolvendo
diversos problemas de doenças, proporcionando aumentos na
produção, uma grande melhora na capacidade de rebrota das soqueiras
e uma melhor adaptabilidade para o crescimento sob várias condições
de estress (Roach, 1972). A origem dos cultivares modernos é bem
conhecida. Entretanto, sua estrutura genomica correta só foi elucidada
recentemente, graças principalmente a citogenética molecular.
Os cultivares modernos são derivados de diversos cruzamentos
interespecíficos artificiais entre S. officinarum, usado como fêmea e
S. spontaneum e, em menor quantidade, S. barberi utilizados como
doadores de pólen. Os híbridos F1 eram então retrocruzados com S.
officinarum para recuperar um tipo de cana com alto teor de açúcar
(Bremer, 1961).
S 82
Nem sempre a importância econômica que a cana-deaçúcar e seus produtos apresentam para muitos países em regiões
tropicais e sub-tropicais do mundo, é reconhecida a través de
investimentos significativos para a pesquisa e o desenvolvimento
de novas tecnologias que apóiem os programas de melhoramento e
o desenvolvimento da genética da cana-de-açúcar. Uma das razões
para esta situação é provavelmente a natureza complexa do genoma
da cana e as dificuldades encontradas para selecionar novos cultivares
mais produtivos nos longos programas de seleção, que podem durar
até 15 anos. Com o aparecimento das técnicas de genomica, as novas
ferramentas tornaram-se disponíveis e surgiu um interesse renovado
na genética de cana (Butterfield et al 2001). O enorme genoma desta
planta, em que, na média, a cópia de cada gene é representada por dez
alelos, representa um desafio para a análise genética.
As coleções de etiquetas de seqüências expressas (ESTs) podem
contribuir significativamente para análises funcionais e de evolução
e identificar genes candidatos, associados com características
agronômicas importantes tais como tolerância a estresses bióticos
e abióticos, nutrição mineral, conteúdo de açúcar. Existem diversas
coleções de ESTs de cana-de-açúcar no mundo, mas a maior é, sem
dúvida, a do projeto SUCEST, desenvolvido no Brasil (Vettore et
al, 2003). A coleção de ESTs do SUCEST foi organizada em 43.141
transcritos denominados SAS (sugacane assembled sequences) por
técnicas de bioinformática (http://sucest.lbi.ic.unicamp.br/public).
Em outro projeto, um índice de genes de cana-de-açúcar (SoGI)
foi criado, onde as seqüências públicas de ESTs de cana-de-açúcar
(inclusive as do SUCEST) foram montadas em transcritos virtuais
(http://compbio.dfci.harvard.edu/tgi/cgi-bin/tgi/gimain.pl?gudb=s_
officinarum).
Como resultado do aparecimento destas coleções, inúmeros
estudos vêm descrevendo as seqüências e discutindo seus papéis. Em
todos os casos, por volta de 30% dos transcritos identificados não tem
correspondência com seqüências de outros organismos encontradas
nos bancos de dados. A identificação das funções destes genes
exclusivos de um organismo tão complexo é uma tarefa muito difícil.
Os estudos em andamento procuram avaliar o perfil de expressão dos
genes em tecidos diferentes, em variedades que apresentam diferenças
no acumulo de açúcar e variedades submetidas a diferentes estresses
bióticos e abióticos.
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SILVEIRA, H.C., MARINI, D.C., LEMOS, E.G., MONTEIROVITORELLO, C.B., TAMBOR, J.H., CARRARO, D.M., ROBERTO,
P.G., MARTINS, V.G., GOLDMAN, G.H., DE OLIVEIRA, R.C.,
TRUFFI, D., COLOMBO, C.A., ROSSI, M., DE ARAUJO, P.G.,
SCULACCIO, S.A., ANGELLA, A., LIMA, M.M., DE ROSA JUNIOR,
V.E., SIVIERO, F., COSCRATO, V.E., MACHADO, M.A., GRIVET,
L., DI MAURO, S.M., NOBREGA, F.G., MENCK, C.F., BRAGA,
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
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15/08/2007 | Manhã
Sessão B: Patologia de Sementes
SITUACION MUNDIAL DE LA SANIDAD DE LA SEMILLA DE
PAPA. Luis F. Salazar. Agdia, Inc. 30380 County Road 6, Elkhart, IN
46514, USA, e-mail: [email protected] . World health situation of
potato seed
La preocupación por las enfermedades que afectan al cultivo
de la papa empezó apenas al poco tiempo de ser este introducido a
nuevos lugares desde su hábitat en los Andes. Entre los hongos y
bacterias no ha habido muchos cambios a través de los últimos
tiempos. Phythopthora infestans, especialmente el nuevo tipo de
apareamiento A2 continua siendo el mas problemático (G. Forbes,
CIP, pers. comm.) y entre las bacterias Ralstonia solanacearum
aparentemente se ha diseminado en muchos países siendo su incidencia
mas grave en África sub -sahariano. Sin embargo, las enfermedades
más importantes y difíciles de controlar están aquellas causadas por
los virus. Al principio solo los síntomas fueron la única indicación
de la “degeneración” de los cultivares. Con el transcurrir de los años,
algunos de los virus fueron identificados y se desarrollaron métodos
para su detección. Este proceso en realidad nunca termina ya que
muchos virus “nuevos” o emergentes son continuamente hallados en
el cultivo. En los últimos 15 a 20 años la situación viral del cultivo,
en una perspectiva mundial ha cambiado en forma importante. Una
nueva variante de PVY (PVY-NTN) fue descubierta antes de 1990
y se diseminó a través de Europa y con la semilla allí producida a
otros como Canadá, USA, Brasil y recientemente a Australia, solo
para nombrar algunos de los países afectados. Este virus y las
variantes asociadas a producción de necrosis en los tubérculos se han
constituido sin lugar a dudas en los más importantes del cultivo al
presente. En surveys recientes en Brasil se ha encontrado que este
virus PVY-NTN y/o PVY N:O fue hallado en mas de 80% de las
muestras probadas (Dr. C.A. Avila, EMBRAPA, pers. comm.). PVYNTN solo se ha hallado presente en cultivares nativos en los Andes
peruanos sugiriendo que este virus se originó del “pool” de PVY/
potyviruses que existen en la papa en su centro de origen. Además de
las variantes de PVY hasta ahora reportadas otras formas patológicas
de este virus existen en la región andina (G. Canessa, pers. comm.).
Alrededor de 1997, se detectó la diseminación del virus del
amarillamiento de las venas (“Potato yellow vein virus”, PYVV)
desdeColombia y Ecuador hacia Venezuela y Peru, respectivamente.
Esta diseminación ocurrió definitivamente con la semilla infectada.
Luego debido a la diseminación y establecimiento de su vector, la
mosca blanca Trialeurodes vaporariorum y la capacidad del virus de
infectar muchas especies de malezas ha dado lugar a que PYVV se
convierta en una amenaza real al cultivo donde pueden desarrollarse
grandes poblaciones del vector, preferentemente a altitudes superiores
a los 1000 metros.
Casi al mismo tiempo un nuevo problema viral llego a ser
evidente en los cultivos de papa al sur del Peru. Esta enfermedad
designada com SB26/29 es aparentemente causada por un virus que
es transmitido por el psilido Russelliana solanicola. Existe una alta
correlacion entre la diseminación de la enfermedad y las poblaciones
del vector. Este virus putativo puede ser transmitido con dificultad
por inoculación mecánica y solamente particulas isométricas han sido
halladas en plantas sintomáticas. La reducción del rendimiento en
plantas infectadas varia entre 40 a 80% dependiendo del cultivar y no
se han hallado accessiones de papa resistentes entre 1,500 accessiones
probadas de la Coleccion Mundial de papa.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
Apariciones repentinas del mop top de la papa (Potato mop-top
virus, PMTV) fueron observadas en los Estados Unidos y Canadá en
el 2002. Evaluaciones recientes en 21 cultivares mas sembrados de
los Estados Unidos han demostrado que los sintomas tipicos llamados
“spraing” u otras reacciones necroticas internas en los tubérculos no
se desarrollan en estos cultivares en condiciones de los Andes donde el
virus es endémico. Mas bien, en estos experimentos una gran cantidad
de tubérculos infectados exhibieron una reticulacion necrótica externa.
La razón del porque no se desarrollan los sintomas tipicos de PMTV en
los Andes parece estar relacionado a la poca variación de temperatura
en el suelo en 24 horas.
Una enfermedad alarmante de la papa cultivada en zonas mas
calurosas del Sudoeste de los Estados Unidos, Mexico y Guatemala
apareció alrededor de 1992 la cual aparentemente ha seguido
diseminándose. Esta enfermedad es conocida con el nombre de “zebra
chip” (chips tipo zebra) y causa grandes perdidas en las papas que se
utilizan para la industria. Los sintomas se observan en el follaje y en
los tubérculos. En el follaje aparece un enrrollamiento generalizado
mientras que en los tubérculos se observan numerosos puntos o estrias
necróticas del tejido interno. La identificación de este agente hasta
ahora elusivo es una de las principales prioridades de varios grupos de
patólogos en los Estados Unidos. Hasta el momento no se ha podido
aislar algun agente que se asocie a la enfermedad. Sin embargo, parece
conclusivo que existe una asociación grande con la presencia del
psilido Bactericera (Paratrioza) cockerelli en los cultivos de papa.
Debido al incremento de poblaciones de moscas blancas
(especialmente Bemisia tabaci biotipos A and B, y mas recientemente
B.afer) en Peru, plantas que muestran mosaicos intensos estan siendo
observados. Estos sintomas que asemejan a los causados potato yellow
mosaic begomovirus son asociados aparentemente a Tomato yellow
leafcurl virus (TYLCV). Otra enfermedad viral y cuyos sintomas
se asemejan a los causados por Beet curly top virus (BCTV, “broto
crespo”en papa) se observa hoy en dia en varios cultivos no solo en
Brazil pero tambien en otros lugares del mundo, sin embargo, esta
enfermedad no parece ser muy diseminada aun ni su etiologia ha sido
confirmada.
Otro virus que aparece frecuentemente en algunos cultivos
de Brazil, Peru, China y las Filipinas es Tomato spotted wilt virus
(TSWV) u otros tospovirus relacionados aunque estos no han
alcanzado aun incidencias alarmantes. Algunos otros agentes virales
como Potato latent virus, Papaya mosaic virus o Pepino mosaic
virus tambien han sido reportados en el cultivo en los ultimos años,
sin embargo estos no se consideran una amenaza inmediata para el
cultivo. En algunas regiones del mundo como el centro-oeste de Iran
y otros paises vecinos Eggplant mottle dwarf virus continua siendo un
problema esporadico.
Todos los virus emergentes aqui reportados podrían tener gran
influencia en el desarrollo del cultivo en el futuro. La diseminación de
aquellos como PYVV o SB26/29 va a depender exclusivamente del
desarrollo, diseminación y establecimiento de sus vectores.
Afortunadamente tambien hay buenas noticias para el cultivo.
Algunos virus que anteriormente eran prevalentes en los cultivos, como
Potato aucuba mosaic virus, la variante C de PVY y Potato yellow
dwarf virus ya no se observan como problemas serios en los cultivos
de papa de muchos países y esperamos que ésta situación continúe.
SANIDADE DE SEMENTES DE HORTALIÇAS. Arildo Mariano
Rego. Seminis do Brasil Produção e Comércio de Sementes Ltda. Rua
Sampainho, 438 – Cambui – CEP 13025-300 - Campinas – SP, e-mail:
[email protected]. Vegetable Seed Health
Hortaliças apresentam grande diversidade de espécies, as quais
são cultivadas o ano inteiro, sob diferentes condições climáticas e
sistemas de plantio. Consequentemente, é grande a quantidade de
S 83
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
fungos, vírus, bactérias e nematóides que incidem sobre elas, sendo
muitos deles transmissíveis por sementes. Associado a isso, o alto
custo por área, para a maioria dos cultivos, destaca a importância
da sanidade de sementes no negócio. Por outro lado, é comum o
cultivo em pequenas áreas ou hortas familiares de subsistência, onde
utiliza-se baixa tecnologia. Também, tratos culturais intensos tais
como produção de mudas, transplante, capina manual, poda, amarrio,
desbrota, colheitas múltiplas, frequência e sistema de irrigação e
plantios sucessivos podem ocasionar perdas significativas com o uso
de sementes contaminadas.
Além do prejuízos diretos por perda da cultura, eles podem
ainda ser maiores quando inviabiliza a área para produções futuras por
vários anos, dependendo do patógeno, como por exemplo Clavibacter
michiganensis pv. michiganensis em tomate ou Acidorovax avenae
pv citrulli em melancia e melão. Por estas razões, os produtores
de sementes tem responsabilidade muito grande na sanidade de
sementes: disponibilizando sementes sadias aos agricultores e
produtores de sementes e, respeitando os requisitos fitossanitários
nacionais e internacionais.
Diante da globalização, a disseminação de patógenos a longa
distância por sementes é a forma mais eficiente. Eles conseguem
sobreviver desde a colheita ao plantio, por períodos mais ou menos
longo, dependendo do patossistema. Por outro lado, em função
do comércio internacional e da maior exigência dos produtores a
sanidade de sementes é essencial para definir o destino do lote: venda
imediata, tratamento ou descarte.
O transporte e sobrevivência de patógenos por sementes é o
meio mais importante pelas seguintes razões: a eficiência independe
da distância e são comercializadas em muitas partes do globo. O
inóculo permanece viável por mais tempo, uma vez que as sementes
protegem os propágulos (micélio e esporos de fungos, células
bacterianas, partículas virais e nematóides) contra as adversidades
climáticas. Por outro lado, as sementes são armazenadas sob
condições adequadas para preservar a viabilidade dos propágulos.
Nestas condições, os patógenos mantém a patogenicidade por mais
tempo por estar constantemente associado ao tecido do hospedeiro,
não passando pela fase saprofítica.
A análise de sanidade é essencial por evitar que as sementes
sirvam como inóculo primário, causando maiores perdas uma vez que
a doença inicia mais cedo nos cultivos; evitar a introdução de novas
doenças em áreas isentas, especialmente com o comércio internacional
e elucidar causa de baixa germinação e/ou vigor em lotes de sementes,
uma vez que o desenvolvimento de patógenos afetam diretamente
esses dois componentes de qualidade (RAS, 1992).
Programas de certificação de sementes ocorre em vários países,
a exemplo de Acidorovax avenae em melancia e melão. Nos Estados
Unidos a agência CCIA – California Crop Improvement Association,
entidade sem fins lucrativos ligado a Universidade de Davis, certifica
as sementes com base num programa de certificação que inicia com
treinamento das pessoas envolvidas na produção em várias partes
do mundo; seguido de inspeções programadas, conforme estágio
fenológico das culturas; coleta de amostras, quando encontrado
sintomas suspeitos; análise de tecidos vegetais e sementes em
laboratórios credenciados e emissão de etiquetas de controle, que
acompanham o produto até sua chegada ao consumidor final. Todo
esse trabalho é feito sob supervisão de órgãos governamentais,
reconhecido pelas leis de sementes daquele estado e está dentro de
um esquema internacional de certificação.
Os métodos para detecção de patógenos em sementes variam
desde a simples observação visual a microscopia eletrônica e
serologia. Em vários patossistemas mais de um método é utilizado
com o objetivo de aumentar a confiabilidade, reduzindo o risco de
resultados falsos. De maneira geral, métodos altamente sensíveis
são adotados dado a importância em se detectar traços de inóculo
nas sementes. Porém, eles devem simples, rápido, reproduzíveis,
confiáveis e associados com a performance da semente no campo.
S 84
A escolha dos patógenos a serem testados dependerá da sua
importância na transmissão por sementes e da capacidade dele
causar danos econômicos nos campos de produção (Agarwal &
Sinclair, 1987).
A análise de sanidade traz valiosa informação ao produtor
de sementes, permitindo a ele tomar importante decisão quanto
a destinação dos lotes comerciais ou de sementes básicas. No
melhoramento, ele pode usar a análise para excluir amostras
contaminadas, enviando para outras partes somente aquelas que
passaram nos testes ou, quando possível, fazer tratamento erradicante
antes de despachar as amostras. Esse procedimento assume maior
importância quando enviam-se amostras de sementes básicas ou
de fundações (pré-básicas) para multiplicação em outras áreas
livres de doenças. Por segurança, mesmo que a análise apresente
resultados negativos é recomendável fazer tratamento preventivo nas
sementes.
Os testes, de maneira geral, são mais fáceis de serem realisados
quanto menor for a quantidade de sementes testadas necessárias para
detectar o patógeno. Ou seja, quanto maior a taxa de transmissão
pelas sementes, mais simples será o teste. Caso, contrário mais
sensível terá que ser o método para detecção. Por esta razão, é
importante conhecer a biologia do patógeno, sua transmissão e taxa
de crescimento da doença no campo (Jafarpour et al., 1979; Dinant
& Lot, 1992). Por exemplo, LMV em alface, com 0,1% de sementes
infestadas pode causar incidência em 100% das plantas. Por esta
razão, a tolerância é zero em 30.000 sementes testadas. O mesmo
acontece com Clavibacter e PepMV em tomate e Acidorovax em
cucurbitáceas.
A análise de sanidade compreende duas etapas: a primeira
no campo onde são realizadas inspeções em determinados pontos
críticos, fazendo coleta de amostras e utilizando Kits de diagnose
rápido e a segunda, no laboratório, com testes em amostras de tecido
vegetal ou nas sementes. Para várias doenças os sintomas podem ser
vistos desde a produção das mudas, como ocorre para Acidorovax
em cucurbitaceas. Tobamoviroses em pimentão e tomate e Didymella
em melancia e melão. Daí, a diagnose precoce é decisiva no
manejo da doença e consequentemente, na prevenção de patógenos
transmissíveis por sementes.
No Brasil, a análise de rotina em sanidade de sementes de
hortaliças ainda é insignificante e não atendem as necessidades do
setor sementeiro. Apenas estão descritos métodos para fungos em
cebola, couve-flor e repolho, cenoura, ervilha e feijão-vagem. Para
todos eles o método é papel de filtro com ou sem congelamento,
incubação por sete dias a 20ºC ± 2, sob regime de 12 h luz/12h
escuro e, são analisadas 400 sementes. Para detecção de Sclerotinia
sclerotiorum em ervilha e feijão sugere-se prolongar a incubação
por 30 dias a temperatura de 5 a 7ºC sob escuro contínuo. E, como
alternativa para os demais patógenos em feijão, como exeção para
Alternaria e Isariopsis, semear em rolo de papel e incubar nas
mesmas condições (RAS, 1992).
Internacionalmente existem, basicamente, duas entidades que
trabalham intensamente na harmonização de métodos: ISHI-Veg (
The International Seed Health Initiative for Vegetable crops) sem
fins lucrativos, com início das atividades em 1993 e sede na Holanda.
E, ISTA (International Seed Testing Association), organização
independente, fundada em 1924 com o objetivo de desenvolver e
padronizar procedimentos de amostragem e análise de sementes
(germinação, umidade, pureza física, tetrazolium, sanidade, vigor e
outras), conta com aproximadamente 160 laboratórios associados em
mais de 70 países.
A análise de sanidade é uma ferramenta para o gerenciamento
do risco de doenças transmissíveis por sementes e é parte de todo
um programa preventivo de controle, que inicia com a escolha
da área livre do patógeno ou plantio em épocas desfavoráveis ao
desenvolvimento de doenças em questão, especialmente para
bactérias (Araújo et al., 2003; Araújo et al., 2004). Antes da instalação
da cultura também são recomendadas rotações de cultivos por três
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
safras com espécies pertencentes a famílias distintas. Quando a
produção é feita sob estufa, o que ocorre para produtos de alto valor,
como tomate e pimentão, a fumigação é a melhor alternativa. Ainda,
antes do plantio deve ser feito treinamento com o pessoal, alertando
sobre a necessidade de serem adotadas medidas preventivas tais
como da proibição do fumo e alimentos que possam transmitir
doenças, uso de roupas apropriadas, desinfestação de equipamentos
com cloro, uso de luvas descartáveis e trabalho por setor, entre
outras. Nesse momento, deve ser apresentados materiais visuais para
familiarização com os sintomas da doenças em questão. Durante o
ciclo da cultura, ao encontrar alguma planta com sintoma suspeito
deve ser usado Kits de diagnose para testes rápidos, se disponível
e se der positivo, são coletadas amostras, enviadas a laboratório
para confirmação. Plantas sintomáticas devem ser ensacadas,
arrancadas, retiradas para fora da área de produção e queimadas.
Se confirmado em laboratório e dependendo da incidência, a área
deve ficar isolada e todas as plantas destruídas. Nessa fase, outras
medidas são adotadas como manter a área livre de ervas daninhas e
plantas voluntárias, evitar movimentação de pessoal entre culturas
velhas e novas, uso de desinfestantes nas mãos durante as operações
de desbrota, poda, polinização e colheita; evitar contato de
equipamentos de pulverização e irrigação com as plantas; restringir
a movimentação de trabalhadores de uma área a outra e desinfestar
todos os equipamentos pelo menos uma vez por semana. Durante a
produção das mudas, quando for o caso, antes da semeadura toda
a estufa deve ser desinfestada com solução a 1% de cloro ativo,
por exemplo, e a mesma solução é usada nos pedilúvios colocados
nas estradas das estufas. A sementeira deve estar isolada da área de
produção e somente bandejas plásticas deverão ser usadas e mesmo
assim, devem ser desinfestadas antes do semeio por imersão a 15
minutos em solução de cloro ativo a 1%. Evitar tocar nas mudas e
para isso semeia-se uma semente por célula, evitando o raleio. Se
alguma muda apresentar sintomas de doenças, eliminá-la colocandoa em saco plástico sem tocar as mudas sadias adjacentes. No
transporte das mudas, desinfestar o veículo que irá transportar com
a referida solução de cloro assim como, as mãos antes do transplante
e aplicar fungicidas e inseticidas após o término dessa operação.
Deve ser levado em consideração que várias viroses transmitidas
por sementes necessita de um inseto vetor para disseminação na
cultura. Então, o controle de pragas constitui medida fundamental
no controle de tais doenças. Na colheita e extração usar somente
contentores plásticos por facilitar a desinfestação entre colheitas.
Todas esses medidas fazem parte do manejo de doenças, que ajudará
na decisão das análises a serem feitas e escolha dos métodos mais
confiáveis a serem adotados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGARWAL, V.K. & SINCLAIR, J.B. Principles of Seed Pathology –
Volume II. 1987. Boca Raton. CRC Press, Inc. 168 p.
ARAUJO,J.S.P.; ROBBS, C.F. & RIBEIRO, R.L.D. 2003. Manejo integrado
de bactérias de importância econômica no Brasil. Parte 1. Revisão Anual de
Patologia de Plantas 11:107-131.
ARAUJO,J.S.P.; ROBBS, C.F. & RIBEIRO, R.L.D. 2004. Manejo integrado
de bactérias de importância econômica no Brasil. Parte 2. Revisão Anual de
Patologia de Plantas 12:145-200.
DINANT, S. & LOT, H. 1992. Lettuce mosaic: Review. Plant Pathology
41:528-542.
JAFARPOUR, B.; SHEPHERD, R.J. & GROGAN, R.G. 1979. Serological
detection of bean common mosaic and lettuce mosaic virus in seed.
Phytopathology 69:1125-1129.
RAS - Regras de Análises de Sementes. 1992. Ministério da Agricultura e
Reforma Agrária-Coordenação de Laboratório Vegetal - CLAV. 365 p.
15/08/2007 | Manhã
Sessão C
SEQUENCES OF MORPHOLOGICAL AND PHYSIOLOGICAL
RESPONSES OF SNAPDRAGON
(Antirrhinum majus L.)
INOCULATED WITH Pythium aphanidermatum. John C. Sutton1, Noe
Ortiz-Uribe2, and Bernard Grodzinski2. 1Department of Environmental
Biology and 2Department of Plant Agriculture, University of Guelph, Guelph,
Ontario, N1G 2W1, Canada, e-mail: [email protected]. Seqüências de
respostas morphológicas e fisiológicas em boca-de-leão (Antirrhinum majus
L.) inoculado com Pythium aphanidermatum.
Detection of disease at early stages of epidemics is important for
timely application of control measures, especially when epidemics develop
rapidly. Early detection facilitates critical timing of microbial treatments,
fungicide applications and other measures while pathogen density is low
and disease easier to manage. A case in point is root rot caused by Pythium
aphanidermatum (Edson) Fitzp. in many hydroponic crops. Successful control
of Pythium root rot by means of microbial agents depends on establishing
adequate populations of agents in the root zone while disease severity is low
(Sutton et al., 2006). However, practical methods for early detection of the
disease in crops have not been developed. Direct examination of roots for
visible symptoms is normally not practical because the roots are difficult
to access and observe without injuring the plants. Foliar symptoms such as
yellowing or wilting are not useful for early detection of root disease because
they develop only after root rot has become severe (Sutton et al., 2006).
Early detection of root rot may be possible based on an understanding
of physiological and growth responses of the host plants to root infection by P.
aphanidermatum (Johnstone et al., 2005). Reduced growth of aerial plant parts
is a common response to root infection by the pathogen (Johnstone et al., 2005;
Sutton et al., 2005), but real-time patterns of growth reduction and associated
physiological changes are not well-understood. The present report summarizes
observations of early responses of snapdragon (Antirrhinum majus L.) following
inoculation of the roots with P. aphanidermatum (Ortiz-Uribe, 2007).
The investigations employed snapdragon ‘Maryland White Ivory’
grown in single-plant hydroponic units, each filled with 1.8 L of aerated nutrient
solution. Each plant was supported in lightweight expanded clay aggregate (Leca)
contained in a small plastic basket mounted in the lid of a hydroponic unit. The
plants were kept in a growth chamber in which irradiance at plant height was
450 μmol.m-2.s-1 during daily 12-h photoperiods. The day/night temperature
regime was 24°/18°C until 3 days before inoculation and subsequently raised
to 30°/24°C to favor infection and root rot. Relative humidity was 45-55%
and ambient CO2 was 365 μL.L-1. The growing conditions provided consistent
growth of the snapdragons over time. To account for possible effects of host
development on responses to root infection, the snapdragons were inoculated
at three sequential stages of development which, taken together, comprised the
principal period of vegetative growth and initial reproductive growth. Plants of
developmental stages I, II, and III, respectively, were inoculated at 42, 46, and
52 days after sowing. For inoculation, the roots were immersed for 30 min in a
suspension of 6.2 x 103 zoospores mL-1 water.
Conventional and new methods were used to compare growth and
physiological responses of inoculated and non-inoculated plants after the
time of inoculation. In destructive analyses, the number of leaves, leaf area,
length of the longest root, and dry mass of leaves, stems, and roots were
quantified per plant at the time of inoculation and subsequently at intervals
of 1 to 2 days. It these analyses, successive measurements required different
sets of plants, but in other methods plant responses were measured nondestructively and continuously using the same sets of plants. Elongation of
the stem tip was measured with rotary motion sensors (RMS; Pasco Scientific,
Roseville, CA, USA). In this method, a string was tied to the developing stem
tip and connected to the sensing pulley of the RMS, which was positioned
above the plant. Resolution of measurements was 20 μm, and the data were
recorded on a data logger. RMS measurements necessitated handling of
plants, which potentially influenced physiological responses. However, noninvasive methods that do not require plant handling were also used.
One non-invasive tool was a laser camera system (LCS; Neptec
Design Group Ltd., Ottawa, Canada) that employs autosynchronous
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
S 85
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
triangulation scanning to capture three-dimensional images of objects.
The LCS was previously applied by NASA to capture images on the
International Space Station and on Space Shuttle vehicles to inspect the
thermally-protective exterior ‘tiles’ while the vehicles were in orbit. In
the present work, the LCS was mounted in front of a growth chamber to
periodically measure dimensions of the leaf canopy of snapdragon plants
inside the chamber while the chamber door was momentarily open. A
continuous wave laser source of the LCS measures the intensity and range
of objects in a 300 x 300 field of view and with precision near 0.5 mm.
A second non-invasive tool was a whole-plant net CO2 exchange system
in which net carbon exchange rates (NCER) of inoculated and control plants
were measured continuously in sealed gas analysis chambers with critically
controlled temperature (30°C day/24°C night), relative humidity (50%), CO2
(375 μL.L air) and photosynthetically active radiation (450 μmol.m-2.s-1) (Dutton
et al.,1988). Within the chambers, plants in hydroponic units were positioned on
analytical balances that recorded weight loss due to transpiration every 4 min.
A FluorImager (Technologia Ltd., Colchester, UK) was used to measure
chlorophyll fluorescence parameters of the most recently matured leaf on
each plant, and thus the efficiency of photosynthesis. Parameters estimated
were maximum quantum efficiency of photosystem II (Fv/Fm), the maximum
photochemistry efficiency when all photosystem II reaction centers were open
and active (Fv1/Fm1), and non-photochemical quenching (NPQ), which indicated
the proportion of energy absorbed by the chlorophyll that was lost as heat.
Figura 1. Change in total dry mass of snapdragon plants of developmental stages
I, II, and III following inoculation with Pythium aphanidermatum (closed symbols)
compared to non-inoculated control plants (open symbols).
The rotary motion sensors detected a reduction in the rate of stem
elongation of stage I plants within 8 h after inoculation, and statistically
reduced stem length by 13 h. Growth of stems during 60 h after the time
of inoculation was about 20% less in inoculated plants compared to control
plants. When measured with a ruler or by the LCS, stem length was
significantly less in inoculated plants only at 44 h. Correlations between
measurements by ruler and the LCS were strong (r = 0.92 – 0.95).
The LCS detected significantly lower leaf area in inoculated
compared to control plants by 25 h after inoculation (Figure 3). However,
based on standard errors, trends in reduced leaf area were evident at 8 h.
Figura 3. Increase in whole plant leaf area of snapdragon after inoculation with Pythium aphanidermatum (closed symbols) compared to non-inoculated control plants
(open symbols) as measured with a laser camera system.
Measurements in the gas analysis chambers indicated that wholeplant NCER in stage I plants was reduced within 4 to 6 h after inoculation
compared to values of the controls (Figure 4). In successive light periods,
photosynthetic uptake of carbon by control plants continued to increase as
the canopy grew, but failed to increase and sometimes declined in inoculated
plants. During 60 h after inoculation, carbon gain by inoculated plants and
control plants, respectively, was 0.072 g and 0.113 g per plant. In stage
II plants, whole-plant NCER was reduced within 24h after inoculation.
Photosynthetic rates of inoculated plants were reduced on a per plant basis but
not when expressed per unit leaf area. Transpiration rates increased in control
plants of stages I and II when expressed on a per plant or leaf area basis, and
were reduced after inoculation only in stage I plants. The measurements of
chlorophyll fluorescence showed that the quantum efficiency of photosystem
II was not changed following inoculation, but that the NPQ increased.
A principal early response of the snapdragon plants after inoculation with
P. aphanidermatum was cessation or near-cessation of growth of the roots and
shoot. This contrasted with continued and rapid growth in the control plants.
Observations in the destructive analyses indicated that, after inoculation, little or no
dry mass accumulated in whole plants of developmental stages I, II, or III (Figure
1). Dry mass accumulation in roots, stems and leaves was reduced in patterns
similar to those of the whole plants. Dry mass of inoculated plants of stages I and
II was lower than the controls by 2 to 3 days after inoculation (DAI), compared
to 4 DAI for stage III plants. The longest roots of stage III plants failed to grow
after inoculation, while those of stages I and II decreased in length on account of
severe necrosis. In contrast, roots of control plants continued to lengthen rapidly.
The leaf area in plants of all stages generally failed to increase after the roots were
inoculated, but continued to grow rapidly in the controls (Figure 2).
Taken together, the observations indicated that growth of roots,
stems, leaves and whole plants of snapdragon at the various developmental
stages declined within a few hours after the roots were inoculated with
P. aphanidermatum. The responses of the shoots to root infection were
possibly mediated by interference with signals such as abscisic acid, ion
fluxes, and cytokinins that are transmitted from the roots to the shoots. We
conclude that growth rates based on size and mass measurements or carbon
uptake have substantial potential as predictive markers of Pythium root rot,
and for quantifying effectiveness of disease control measures. Observations
of photosynthetic rates, however, do not appear to have value for detecting
root rot. New tools such as cost-effective versions of the LCS may facilitate
measurement of canopy growth and root health in commercial crops.
Figura 2. Total leaf area of snapdragon plants of developmental stages I, II, and III
following inoculation with Pythium aphanidermatum (closed symbols) compared to
non-inoculated control plants (open symbols).
Figura 4. Effect of root inoculation with Pythium aphanidermatum on net carbon
exchange rate expressed per plant (A) and per unit area of leaf (C), and corresponding
values for carbon gain (B and D)
S 86
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
REFERENCES
DUTTON, R.G., JIAO, J., TSUJITA, J. & GRODZINSKI, B. Whole plant
carbon dioxide exchange measurements for nondestructive estimation of
growth. Plant Physiology 86:324-328. 1988.
JOHNSTONE, M.B., CHATTERTON, S., SUTTON, J.C. & GRODZINSKI,
B. Net carbon gain and growth of bell peppers, Capsicum annuum ‘Cubico’,
following root infection by Pythium aphanidermatum. Phytopathology
95:354-361. 2005.
ORTIZ-URIBE, N. Morphological and physiological changes of snapdragon
(Antirrhinum majus L.) after inoculation with Pythium aphanidermatum.
Ph.D. thesis, University of Guelph, Ontario, Canada. 2007.
SUTTON, J.C., SOPHER, C.R., OWEN-GOING, T.N., LIU, W.,
GRODZINSKI, B., HALL, J.C. & BENCHIMOL, R. Etiology and
epidemiology of Pythium root rot in hydroponic crops: current knowledge
and perspectives. Summa Phytopathologica 32: 307-321. 2006.
15/08/2007 | Tarde
Sessão A1: Patologia Florestal
THE DYNAMICS AND MANAGEMENT OF PHYTOPHTHORA
IN THE JARRAH (Eucalyptus Marginata) FOREST OF WESTERN
AUSTRALIA. Giles E. St. J. Hardy, Daniel Hüberli, William Dunstan
& Bernard Dell. Centre for Phytophthora Science and Management,
School of Biological Sciences, Murdoch University, Western Australia
6150. e-mail: [email protected].
and Fabaceae, which together make up a large component of the jarrah
forest understorey and shrub layer (Shearer and Tippett, 1989). The death
of understorey species together with jarrah result in an irreversible decline
in the diversity of vegetation on infested sites, and this in turn impacts on
the jarrah forest ecosystem and its overall function. Species that remain on
the impacted sites include the resistant grasses and sedges and tree species
such as Corymbia calophylla and Eucalyptus megacarpa.
The first indication that the pathogen has spread into a new previously
disease-free area is the death of some of the susceptible understorey
species. For example, Banksia grandis (Proteaceae) is a particularly good
‘indicator’ species of disease. This is because it is large and obvious, widely
distributed across the high rainfall zone of the jarrah forest and dies rapidly
once infected. Frequently, an obvious line of dead and dying banksias marks
the ‘infection front’ along the edge of the diseased areas as well as other
susceptible Banksia species, Xanthorrhoea spp. and Macrozamia riedlei.
Jarrah is considered moderately resistant to P. cinnamomi compared
to B. grandis which is highly susceptible. Jarrah exhibits a range of
symptoms on infested sites, depending on soils types and weather. Trees
of all age classes can suddenly collapse and die in groups or individually.
Reshooting from epicormic buds along the trunk and major branches often
occurs, but these frequently do not survive. Often, surviving trees express
varying degrees of health. Usually there is a gradual decline in the crowns
of the trees, beginning with leaf chlorosis and death of primary leaf-bearing
branches. New leaves formed from epicormic buds tend to be reduced in size
and thus the canopy cover of the tree declines. This decline in tree vigour
can occur over a few years to decades prior to death. In addition, the effects
of sublethal infections that reduce root development and decrease jarrah
growth rates are little understood. Estimates of the effect of the pathogen
on tree growth are imprecise because of the difficulty in separating out
confounding effects on tree growth including disease caused by pathogens
other than P. cinnamomi, rainfall, soil, topography, tree vigour, tree age,
dominance class and genetic variation in growth potential, and resistance to
P. cinnamomi (Shearer and Tippett, 1989).
The jarrah (Eucalyptus marginata Donn. ex Smith) forest in Western
Australia is a tall dry sclerophyll forest with a uniform overstorey dominated
by jarrah. The forest extends over most of the south-western corner of
Australia, with a Mediterranean climate, covering approximately 64 000 km2
(Shearer and Tippett, 1989). Jarrah ranges in height from 15-50 m and 3 m in
diameter across most of its range. Jarrah has the ability to dominate a wide
range of sites, especially lateritic catenas. The jarrah forest has a high level of
endemism in plants. There are approximately 1200 species found over its range,
including many species in the Myrtaceae, Fabaceae and Proteaceae (Shearer
and Tippett, 1989). Jarrah has, and will, continue to be an important timber
species because of its durability and suitability for furniture, shipbuilding,
wharves, telegraph poles and structural timber in house building. Jarrah is an
important ‘keystone’ species of the jarrah forest and any threats to its health
and viability will have important economic, environmental and ecological
consequences. The most significant threat to jarrah is the introduced soilborne plant pathogen Phytophthora cinnamomi Rands.
All of the symptoms discussed so far are ‘secondary’ symptoms.
Primary symptoms include fine feeder root loss or a general decrease in
canopy vigour. The pathogen can spread from fine roots into coarse woody
roots and finally into large roots and the collars of trees. Removal of the
bark on the roots and collars of the trees will reveal lesions in the phloem
and cambium. These lesions can girdle the roots and stem collar, and when
the latter occurs the tree will die. Lesions are usually evident as discoloured
and water-soaked areas although asymptomatic infection has been observed
(O’Gara et al., 1997). As the numbers of roots colonised by the pathogen
increase, the tree looses ability to acquire nutrients from the surface soil
layers and water from deeper in the soil profile, which leads to decline and
death of the host. Symptom development depends on a range of factors,
including temperature, moisture, mineral nutrition, soil characteristics
and the physiological status of the host. Mass deaths can occur after some
summer rainfall events.
In Australia, P. cinnamomi is listed by the Commonwealth’s
Environmental Protection and Biodiversity Conservation Act 1999 as
a ‘Key Threatening Process to Australia’s Biodiversity’. It causes major
epiphytotics in the Mediterranean areas of the continent receiving more
than 600 mm of rainfall. In the south-west botanical province of Western
Australia over 2,285 native plant species of the 5,710 described are
susceptible to P. cinnamomi (Shearer et al., 2004). The indirect effects of P.
cinnamomi in terms of botanical impact through the loss of vertebrate and
invertebrate pollinators, and loss of canopy and litter cover have yet to been
determined. However, recent studies indicate that the pathogen is impacting
on native fauna due to loss of litter, understorey and overstorey canopy
cover, food resources and refugia (Garkaklis et al., 2004).
Despite many years of research, there is still much to be understood
about the disease dynamics of P. cinnamomi in the jarrah forest. The
environment plays an important role on sporulation, dispersal, survival,
infection, and disease expression. P. cinnamomi requires warm temperatures
(12-30°C with optimum between 25-30°C) and moist conditions for the
asexual sporangium-zoospore cycle to produce large numbers of infectious
spores. These conditions occur in the jarrah forest in autumn-early winter
(April-June) and spring (September to November). The motile zoospores
which are attracted to roots are considered the main form of reproduction
and dispersal in the jarrah forest. Once roots are colonised and conditions
remain conducive, additional sporangia can be rapidly produced from the
roots to release more zoospores.
The first European settlers probably introduced P. cinnamomi into
Australia. Disease symptoms caused by this pathogen were first recorded
in Western Australia in the jarrah forest in 1921. However, it was not
until 1964 that the cause of jarrah deaths was recognised to be caused by
P. cinnamomi (Podger et al., 1965). Jarrah is the only Eucalyptus species
of the jarrah forest that is killed by P. cinnamomi as well as many substorey and understorey plant species. Many susceptible species belong to
the families Proteaceae, Epacridaceae, Dilleniaceae, Xanthorrhoeaceae
In addition to warm and moist conditions, sporangium production by
P. cinnamomi also requires stimulatory factors, that are influenced by soil
type and associated soil flora, to be present. In the jarrah forest, sandy loam
and sandy gravel soils from specific vegetation types in the upland forest
stimulate sporangial production more than red loam soils from river valleys.
However, for all soil types, the capacity to stimulate sporangia formation
does change with season and tends to be greatest in summer and least in
winter. Sporangia production also tends to be greatest under susceptible
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
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XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
plant species than under resistant plant species. Whether these differences
are due to specific microflora, root exudates or combinations of both is
still to be full ascertained, and still remains one of the least known aspects
affecting sporulation in the jarrah forest. Little is also known of how P.
cinnamomi sporulates from different hosts, although, the highly susceptible
B. grandis is known to contribute to the build up of inoculum in the soil.
Dispersal of zoospores is either active or passive. Zoospores can
swim for short distances in standing water or in water within soil pores, or
can be transported by the mass flow of surface or subsurface water. Passive
dispersal is a significant contributor to the movement of the pathogen.
The movement of soil and infected plant material by human means is
considerable. For example, infected gravel collected for road building
from under dead jarrah between 1921 and 1964, prior to the discovery of
the causal agent of disease, contributed significantly to the spread of the
pathogen to many areas of the jarrah forest. Any activities that disturb and
move soil, such as those associated with forestry, mining, and recreation,
particularly during wet periods, have considerable potential to move the
pathogen long distances.
Little is known about the role of the resting spores, chlamydospores,
in survival of the pathogen over the long dry summers and in the absence
of susceptible hosts; there is still debate about their role in the jarrah forest
(McCarren et al., 2005). P. cinnamomi requires two mating types (A1
and A2) in order to undergo sexual reproduction to produce long-lived
oospores. In the jarrah forest, only the A2 mating type is present. Recent
work has shown that under Acacia pulchella, a resistant species, oospores
are produced by selfing (Jayasekera, et al., 2007). This observation raises
many interesting questions about the possible role of the long-term survival
of the pathogen, especially as it has been shown to be a poor saprophyte in
jarrah forest soils (McCarren et al., 2005).
Management of P. cinnamomi remains a daunting task as we have few
tools available to reduce the extension, spread and impact of the pathogen
and the diseases it causes. Additionally, management is underpinned by our
current understanding of the pathogen’s biology, ecology and epidemiology.
Management strategies must include components of prevention, treatment,
restoration and conservation. Monitoring is a major tool for successful
management. Initial activities involve the use of 230mm-format large scale
aerial photography (nominally 1:4,500 scale) to identify areas of dying
vegetation. Trained dieback ‘interpreters’ validate aerial photography
interpretation by ground survey. If necessary, soil and plant samples are
taken and tested to confirm the presence of the pathogen. The interpreters
map areas that are (a) infested with the pathogen, (b) are free of P. cinnamomi,
(c) cannot be interpreted, as the presence or absence of the pathogen cannot
be ascertained, (d) unprotectable – areas which are infested and those areas
where it is judged that autonomous spread of the pathogen will occur within
50 years, and (e) protectable – free of the pathogen and likely to remain so.
Field data that has been recorded onto photographs or working maps is then
transferred to a base map and subsequently into Geographical Information
Systems (GIS). This information is then the basis for compiling disease
location maps, determining management strategies and deploying risk
mitigation tactics, including hygiene and quarantine management to control
the disease (Dell et al., 2005).
Management of the pathogen in the jarrah forest places huge emphasis
on intensive pre-operation planning of any activities involving earth moving or
the potential to move soil. These include mining, road building or maintenance,
timber harvesting, vehicle movement along gravel roads, and construction of
gas and powerlines. Major activities are planned to be conducted during the dry
summer months to reduce the risk of soil movement. Vehicle wash-down facilities
are put in place where necessary and, if appropriate, roads and in some instances
walk tracks are rerouted or closed. Overlying all of these activities is a monitoring
and auditing process to assist in assessing the effectiveness of the plans.
More recently the low cost and low toxicity chemical phosphite
(neutralised phosphorous acid) has been used very effectively, applied as
a trunk injection or low or high volume foliar spray, to control the rate
of spread and impact of P. cinnamomi (Hardy et al., 2001). It induces a
host defence response in many susceptible plant species. The protective
effect can last between 6 months and 6-8 years. The mechanisms behind
phosphite’s mode of action remain to be determined. However, it does
provide a very strategic tool to manage rare or threatened plant species and
or plant communities as well as preserve iconic trees, until we find more
S 88
effective and persistent methods to control the pathogen.
In summary, P. cinnamomi is a major threat to the jarrah forest and
the different ecosystems it contains. It has considerable direct impacts on
many plant species and its indirect impacts on resistant flora, fauna and
ecosystem function remain largely unexplored or understood. Considerable
work is being undertaken on (a) developing eradication methods, (b)
improving the efficacy of phosphite, (c) understanding at a molecular and
biochemical level the mechanisms of action of phosphite, (d) how host
physiology at time of phosphite application effects its ability to contain the
pathogen, (e) use of Digital Multispectral imagery to map disease caused
by P. cinnamomi, (f) developing effective rehabilitation strategies, and (g)
selection of resistant plant genotypes for rehabilitation purposes. Without
continued integration of targeted research with strategic and operational
management options P. cinnamomi will continue to have a major impact on
ecosystem health and function in Australia.
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PROBLEMAS EMERGENTES EM EUCALIPTOCULTURA NO
BRASIL DE 2006 E 2007 -Francisco Alves Ferreira. Universidade
Federal de Viçosa, Departamento de Fitopatologia, CEP 36571-000 –
Viçosa, MG; E-mail:[email protected]
Em 2006 e 2007, nenhuma doença biótica surgiu, até então, como novidade
para a eucaliptocultura do sudeste brasileiro. Entretanto, problemas sérios,
relativos à área social e, ou, das relações das empresas eucaliptocultoras
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
& comunidades, têm-se intensificado, e muito, exigindo cada vez mais
atuações rápidas e preventivas por parte dos respectivos departamentos
de relação com a(s) comunidade(s) de cada empresa eucaliptocultora.
Por outro lado, com relação às doenças abióticas ou de causas não
parasitárias, emergiram-se novidades. Em 2006, em algumas empresas
eucaliptocultoras que operam em regiões de cerrado do estado de MG,
surgiram sintomas esdrúxulos em plantas clonais de Eucalyptus grandis
nos estágios fenológicos A, B e C ,(ver livro de diagnose.do autor, pág. 19,
2002, para nomes de estágios, fenológicos), causados por déficit de cobre,
que surpreenderam profissionais florestais e até mesmo os nutricionistas de
eucalipto. Ainda em 2006, verificaram-se reboleiras de até cerca de meia
hectare cada, com mortalidade de árvores clonais de Eucalyptus grandis,
no final do estágio fenológico B e no C, causadas por raio. A diagnose
de incidência de raio em árvores adultas é facilitada pela presença de
trincamento de casca, aprofundadamente, que leva ao surgimento de cancro
longitudinal. Para as diagnoses de reboleiras de árvores mortas por raio, nos
estágios fenológicos B e C, exige-se constatar os seguintes sintomas in loci:
Cavacamento do chão rodeante ao colo da(s) árvore(s) afetadas; explosão de
súber e até mesmo de casca. Completa-se a diagnose fazendo-se, corte(s),
inclinadamente, do(s) tronco(s) para se observar dois xilemas formados,
antes e após a incidência do estresse raio nos troncos. A constatação desses
dois xilemas seqüenciais significa que o evento estressante (raio) incidira
há um ou poucos meses.
RESISTÊNCIA GENÉTICA EM PATOSSISTEMAS FLORESTAIS.
Acelino Couto Alfenas1 & Lúcio Mauro da Silva Guimarães.
1
Departamento de Fitopatologia/Bioagro, Universidade Federal de Viçosa,
36570-000 Viçosa, MG. e-mail: [email protected]. Genetic resistance in
forest patossistemas.
MINIMIZAÇÃO DE RISCOS DE DOENÇAS EM PLANTAÇÕES FLORESTAIS
Tendo em vista a ampliação das áreas florestais plantadas e a
introdução freqüente de novos materiais genéticos, tem sido comum a
incidência de doenças em viveiro e campo, sendo algumas de grande
impacto econômico em virtude das perdas provocadas. Até a década de
1970, a área plantada com eucalipto no Brasil era relativamente pequena
e concentrada nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Até então, as
plantações eram consideradas praticamente livres de doenças. Todavia,
a expansão das áreas plantadas, o emprego de materiais mais produtivos
sem prévio conhecimento de sua resistência, a implementação de novas
técnicas de manejo da eucaliptocultura e os ciclos sucessivos numa mesma
área de plantio têm favorecido o surgimento de várias epidemias, cujos
agentes etiológicos encontravam-se endemicamente presentes ou foram
acidentalmente introduzidos nessas regiões (Alfenas et al., 2004; Alfenas
e Zauza, 2007). Dentre essas enfermidades, merecem destaque o cancro
(Crysophorte cubensis), a ferrugem do eucalipto (Puccinia psidii), as
manchas foliares e a desfolha (Cylindrocladium spp., Rhizoctonia spp. e
Xanthomonas axonopodis), a murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum),
a murcha-de-ceratocystis (Ceratocystis fimbriata) e o anelamento da haste
e manchas foliares de Quambalaria (Quambalaria eucalypti).
Em viveiros, o controle de enfermidades é feito por meio de
práticas integradas de manejo, que visam erradicar parcial ou totalmente
as fontes de inóculo, favorecer o desenvolvimento da planta e reduzir as
condições propícias à infecção. No campo, o controle de doenças é feito
através do plantio de genótipos resistentes multiplicados por via seminal
e, principalmente, pela propagação vegetativa a partir do enraizamento de
estacas. A heterogeneidade dos plantios seminais e os prejuízos advindos
da incidência de cancro na década de 1970 motivaram o desenvolvimento
da clonagem por estaquia de eucalipto no Brasil, tida hoje como referência
mundial no controle de doenças de espécies arbóreas (Alfenas et al., 2004).
Dentre os cerca de três milhões de hectares plantados com eucalipto no
Brasil, em torno de um milhão é constituído por 362 clones oriundos de
espécies puras ou principalmente híbridos interespecíficos, estabelecidos
em áreas de 10 a 34.000 hectares/clone/empresa (T. F. Assis, assisteo@terra.
com.br, informação pessoal). Em virtude da homogeneidade da matéria
prima e dos ganhos em produtividade, ultimamente, a maioria dos novos
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
plantios tem sido clonal. A maior parte dos clones comerciais plantados
hoje no Brasil é híbrida de E. grandis x E. urophylla, em geral com base
genética relativamente estreita. Por isso, é fundamental a introgressão de
genes de resistência de outras espécies, a fim de ampliar a base genética, e
concomitantemente a obtenção de materiais com alto grau de resistência e
de amplo espectro para controle de várias doenças (Figura 1).
Para controle eficaz, é necessário efetuar monitoramento sistemático
das doenças em viveiro e campo, incluindo plantios comerciais, testes
clonais e de progênies. Isso permite, a fim de detectar possíveis doenças
endêmicas ou epidêmicas ainda não observadas previamente, implementar
antecipadamente medidas de controle e evitar perdas de grande impacto
econômico na cultura. Além disso, a avaliação da resistência deve ser
feita continuamente nos novos materiais genéticos, antes de estes serem
recomendados para plantio comercial.
Apesar dos riscos inerentes aos plantios homogêneos, a clonagem
é uma ferramenta valiosa para multiplicação comercial de materiais
superiores resistentes a doenças. Nesse contexto, é fundamental a
geração constante de novos clones contendo diferentes combinações
gênicas, obtidas principalmente a partir de cruzamentos entre espécies
contrastantes para diferentes características silviculturais e tecnológicas
de interesse comercial, incluindo resistência a doenças (Alfenas et al.,
2004). Para seleção rápida e precisa de genótipos resistentes, é essencial
o desenvolvimento de métodos de inoculação e avaliação, em condições
controladas. Para isso, urge otimizar os protocolos de inoculação e
conhecer as condições ótimas para o desenvolvimento da doença, como
a biologia do patógeno e os estádios fenológicos do hospedeiro mais
suscetíveis à infecção, no intuito de embasar a escolha dos componentes
de resistência. Além da seleção de genótipos resistentes, é preciso
conhecer a base genética da resistência e a variabilidade na população
do patógeno, visando orientar os programas de melhoramento genético
(transferibilidade da resistência) e predizer a durabilidade/estabilidade
da resistência. O mapeamento de regiões genômicas (QTLs) e, ou, a
identificação de genes que conferem resistência poderão auxiliar a seleção
precoce de materiais promissores e o entendimento dos mecanismos
de resistência. Serão discutidos a seguir resultados de estudos sobre a
resistência em alguns patossistemas.
Figura 1. Fluxograma com as etapas do programa de melhoramento destinado à obtenção de materiais genéticos resistentes a doenças.
S 89
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
EUCALYPTUS - PUCCINIA PSIDII
Puccinia psidii é um patógeno biotrófico que infecta várias
espécies da família Myrtaceae (Alfenas et al., 2004; Coutinho et al.,
1998). A preferência do patógeno em colonizar tecidos jovens está
associada às etapas de pré-penetração; em folhas completamente
expandidas, a germinação de urediniósporos e a formação de apressórios
são muito baixas e não há penetração. A resistência à penetração pode
estar associada ao aumento da espessura e à alteração da composição
da cutícula que ocorre ao longo do desenvolvimento da folha (Xavier
et al., 2001). Além da resistência ontogenética, existe variação no
nível de resistência inter e intra-específica de eucalipto. A existência
de genótipos resistentes, disponíveis em diversas espécies do gênero,
torna a resistência genética a melhor opção de controle dessa doença.
Uma das formas de resistência à ferrugem é determinada por um
gene dominante denominado Ppr-,1 mapeado em uma progênie de E.
grandis e que se encontra fortemente ligado ao marcador RAPD AT9917
(Figura 2) (Junghans et al., 2003). Entretanto, em razão das limitações
inerentes à técnica de RAPD, o uso da informação de ligação tem
ficado restrito ao pedigree utilizado para o mapeamento, limitando
o compartilhamento inter-experimental de dados e a possibilidade de
validação do gene - aspecto absolutamente fundamental para seleção
assistida por marcadores. Atualmente, encontra-se em andamento na
UFV o mapeamento de grande número de marcadores microssatélites
altamente transferíveis e polimórficos próximo a Ppr1, com a finalidade
de usar um par de microssatélites ligados ao gene. Espera-se que o
uso desses marcadores torne eficiente a seleção de plantas, contendo o
Ppr1, de outras procedências, progênies, espécies de Eucalyptus, o que
permitiria a introgressão e seleção assistida.
Além do mapeamento genético com microssatélites, o
mapeamento físico e a clonagem de Ppr-1 estão em andamento. A
clonagem desse gene permitirá a sua transferência para genótipos
suscetíveis, e o seqüenciamento do gene e das regiões adjacentes
permitirá o desenvolvimento de marcadores robustos para seleção
assistida, assim como para a busca de novas fontes de resistência distintas
de Ppr-1. Aparentemente, a resistência à ferrugem está associada ao
desencadeamento da resposta de hipersensibilidade, uma vez que, em
materiais resistentes, visualiza-se a necrose das células localizadas
no sítio de penetração do patógeno (Xavier et al., 2001). Postula-se
que Ppr-1, a exemplo do que ocorre com outros genes de resistência,
codifique para uma proteína que reconheça direta ou indiretamente o
patógeno, desencadeando o processo de defesa. Além da proteína que
ativa o mecanismo de defesa, proteínas envolvidas na transdução de
sinais e proteínas que atuam diretamente sobre o patógeno (resposta de
defesa propriamente dita) também são fundamentais para a resistência.
A importância do produto de outros genes na resistência é evidente,
pela variação na extensão da colonização do patógeno em plantas que
expressam Ppr-1.
fimbriata, é atualmente uma das principais enfermidades em plantios
comerciais de eucalipto (Alfenas et al., 2004). A resistência genética
como opção para controle de C. fimbriata tem sido utilizada com
sucesso em Mangifera (Rossetto et al., 1997), Coffea (Castilla, 1982) e
Crotalaria (Ribeiro et al., 1977). De modo semelhante, em Eucalyptus
existem genótipos resistentes à doença (Zauza et al., 2004). A seleção
de genótipos superiores tem sido realizada, permitindo a obtenção de
clones comerciais resistentes à doença. No entanto, até o presente não se
conhece o padrão da herança da resistência das interações EucalyptusC. fimbriata. Esse conhecimento é fundamental para direcionar as
estratégias de melhoramento genético visando à obtenção de materiais
resistentes. Embora haja algumas evidências a favor da hipótese de que
poucos genes podem controlar a resistência a C. fimbriata, como a nãosegregação em algumas progênies oriundas dos cruzamentos de genitores
contrastantes e altos valores de herdabilidade, a existência de vários
níveis intermediários de resistência e de segregações transgressivas na
população F1 sugere também a presença de genes de efeitos menores
influenciando a resistência. Esforços estão sendo conduzidos no sentido
de gerar novas opções de avaliação da resistência, de forma a evidenciar
mecanismos de defesa potencialmente envolvidos e minimizar
variações no processo de inoculação e avaliação. Em plátano (Platanus
sp.), genótipos resistentes a C. fimbriata f. sp. platani apresentam
maior acúmulo de fitoalexinas em relação a genótipos suscetíveis
(Modafar et al., 1995), e uma glicoproteína isolada a partir do fungo
atua como elicitor da produção de tais compostos (Alami e Clerivet,
1998). Ceratocystis fimbriata é produtor de toxinas que induzem
necrose da célula vegetal (Pazzagli et al., 1999); essas toxinas podem
ser essenciais à patogênese, e a capacidade da planta em neutralizar
tais toxinas poderia constituir importante mecanismo de resistência.
Outro aspecto importante a ser considerado é a variabilidade genética
na população do patógeno, o que pode tornar vulneráveis os materiais
resistentes selecionados para plantio.
EUCALYPTUS - CYLINDROCLADIUM PTERIDIS
A mancha foliar e a desfolha provocada por C. pteridis têm
se mostrado um fator limitante ao crescimento de povoamentos de
Eucalyptus spp. durante épocas favoráveis ao desenvolvimento do
patógeno (Alfenas et al., 2004). Esta doença tem sido observada,
principalmente, em procedências de E. camaldulensis, E. cloeziana,
E. grandis, E. saligna, E, tereticornis, E. urophylla e híbridos de
E. grandis x E. urophylla, entre outros, sendo o plantio de clones,
progênies, procedências ou espécies resistentes a melhor estratégia
de controle (Alfenas et al., 2004). Graça (2007), estudando a
penetração e as condições favoráveis à infecção de C. pteridis
em eucalipto, verificou que a penetração ocorre tipicamente por
estômatos e que em estudos desse patossistema deve-se empregar
suspensão de inóculo a 1x104 conídios/mL, tempo de câmara de
nevoeiro de 48 h e aferir a desfolha em ramos do terço basal de
plantas com mais de 120 dias de idade. Observações de infecções
naturais de C. pteridis em nível de campo em Eucalyptus spp. e
inoculações do patógeno conduzidas em casa de vegetação indicam
a existência de variabilidade para a resistência entre espécies,
progênies e genótipos de Eucalyptus spp. e que a resistência parece
ser do tipo quantitativa, sendo afetada pela idade dos tecidos e
fertilidade do solo. Essas características dificultam a separação de
materiais genéticos quanto à resistência.
EUCALYTPUS – CRYSOPHORTE CUBENSIS
Figura 2. Mapa de ligação contendo o gene Ppr-1 e quatro marcadores em acoplamento. (Fonte: Junghans et al., 2003.)
EUCALYPTUS - CERATOCYSTIS FIMBRIATA
Devido à sua natureza letal, variada gama de hospedeiros e ampla
distribuição geográfica, a murcha-de-ceratocystis, causada por C.
S 90
O cancro causado por C. cubensis é uma doença que ocorre
praticamente em todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo
onde o eucalipto é plantado (Alfenas et al., 2004). Embora ocorra
em quase todas as regiões eucaliptocultoras de todo o Brasil, é
epidemiologicamente importante em regiões onde a temperatura média
da maioria dos meses do ano é superior a 23ºC e a precipitação anual
é superior a 1.200 mm (Alfenas et al., 2004; Hodges et al., 1976).
Nessas condições, graves perdas pela doença podem ocorrer, caso
não se estabeleçam plantios iniciais ou reformas de povoamentos com
procedências ou clones de eucalipto resistentes à doença. A técnica
de clonagem de genótipos superiores foi motivada pela elevada
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
incidência de cancro causado por C. cubensis em plantio seminais,
sendo responsável por perdas significativas no passado. A existência
de resistência a este patógeno em genótipos de eucalipto tornou
possível o seu controle por meio de seleção e clonagem de plantas
resistentes. O plantio de genótipos resistentes permitiu a recuperação
da eucaliptocultura nas áreas onde a ocorrência de cancro era severa
(Ferreira, 1989). Entretanto, não há estudos sobre o controle genético
da resistência. Inoculações artificiais em diferentes progênies de E.
grandis x E. urophylla resultaram em distribuição contínua quanto
ao tamanho da lesão, apresentando desde indivíduos imunes até
indivíduos com lesões de até 60 cm, sugerindo ser a resistência a C.
cubensis uma característica quantitativa.
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Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
15/08/2007 | Tarde
Sessão A2: Virologia Vegetal
PLUM POX VIRUS AND RISKS OF INTRODUCTION OF SHARKA
DISEASE IN BRAZIL. Mariano Cambra e Edson Bertolini. Centro de
Protección Vegetal y Biotecnología, Instituto Valenciano de Investigaciones
Agrarias (IVIA), Carretera Moncada-Náquera km 5, 46113 Moncada,
Valencia, España, e-mail: [email protected], [email protected]. Plum pox
virus e os riscos da introdução da enfermidade da sharka no brasil.
Plum pox virus (PPV) is a member of the genus Potyvirus in the
family Potyviridae that causes sharka, one of the most serious diseases of
Prunus species (López-Moya et al., 2000). Estimated costs associated with
sharka management worldwide in the last 30 years exceed 10.000 million
euros (Cambra et al., 2006b). Sharka disease has serious agronomic and
sociological consequences because it causes both important direct economic
losses and significant indirect losses due to restrictions in the domestic and
international trade of plant material.
Sharka was first described as a viral disease in Bulgaria in 1932.
Since then, the virus has progressively spread to a large part of the European
continent, around the Mediterranean basin and to the near and Middle East.
It has been found in Asia (Kazakhstan, China and Pakistan) and in South
and North America (Chile, USA, Canada, and Argentina) (Roy and Smith,
1994; García and Cambra, 2007). The presence of sharka disease in America
is a serious threat for the prunus industry located in the South of Brazil.
Illegal traffic and insufficiently controlled exchanges of infected yet
symptomless propagative plant material has been the main pathway of spread
of sharka over long distances, and could be the way of PPV introduction in
Brazil. Then, once sharka has become established in an orchard, PPV is
transmitted in the field by local aphid species in a non-persistent manner.
In addition to fruiting Prunus species, several ornamental and wild Prunus
species have been identified as natural and/or experimental hosts for PPV
that is also able to infect some woody species that do not belong to the
genus Prunus, and a number of herbaceous hosts.
The genome of PPV, consists of one molecule of positive sense
ssRNA, which is encapsidated in flexuous and rod-shaped particles of
~660-750 nm in length and ~12.5-20 nm in width. The PPV genomic RNA,
which is 9786 nt in length in most isolates, has a 5’ terminal protein (VPg)
and a 3’ poly A tail. The molecular biology of PPV and of the interactions
between the virus and its hosts, as well as the function of the PPV gene
products, has advanced notably in recent years (Salvador et al., 2006).
The availability of several full-length genome sequences (García
and Cambra, 2007) and many partial ones has enabled PPV isolates to be
classified into six subgroups or strains: Dideron (D), Marcus (M), Cherry
(C), El Amar (EA), Winona (W) and recombinants between D and M
isolates (Rec) (Candresse and Cambra, 2006). Most PPV isolates belong to
the subgroups M and D. PPV M and D strains differ in their ability to infect
peach cultivars. M isolates appear to cause, in general, faster epidemics and
more severe symptoms in peach flowers, leaves and fruits than D isolates.
Both D and M types causes severe damages in apricot and European and
Japanese plum cultivars. Cherries were considered non-hosts of PPV for
a long time. However, a number of PPV isolates infecting sour and sweet
cherry trees have now been identified in several European countries and
Turkey. All these isolates form a distinct monophyletic group, which has
been defined as PPV-C strain. PPV El Amar and PPV W317 are atypical
PPV isolates that were isolated from apricot in Egypt and plum in Canada,
respectively. Their genome sequences largely diverge from each other
and from isolates of other PPV strains, suggesting that they constitute
independent evolutionary lineages.
Virus virulence depends on the ability of the virus to use specific host
factors for its replication and propagation and to escape from innate and
virus-induced resistance mechanisms raised by the host. Sharka symptoms
may appear on leaves, petals, fruits and stones. They are particularly clear
on leaves in springtime: mild light green discoloration, chlorotic spots,
bands or rings, vein clearing or yellowing, or even leaf deformation. Flower
symptoms can occur on the petals (discoloration) of some peach cultivars
or in other Prunus species. Infected fruits show chlorotic spots or lightly
S 91
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
pigmented yellow rings or line patterns. Fruits may become deformed or
irregular in shape and develop small brown or necrotic areas. Diseased
fruits may show internal browning and gummosis of the flesh and reduced
quality. In some cases the diseased fruits drop prematurely from the tree. In
general, early cultivars are much more sensitive for symptom expression on
fruits than late cultivars. Stones from diseased apricot fruits show typical
pale rings or spots.
The virus can be present in symptomless plants and consequently
laboratory tests must be performed to assess the sanitary status of a given
plant material, especially when this material constitutes the origin of a
large vegetative propagation. Appropriate sample selection is critical for
biological, serological or molecular detection. If typical symptoms are
present, flowers, leaves or fruits showing symptoms must be collected. In
symptomless plants, the standard sampling involves 5 old growth shoots
with mature leaves or 10 fully expanded leaves collected around the canopy
of each individual adult tree from the middle of each scaffold branch, until
the outcome of high temperatures at the beginning of summer. Preferably,
plant material should be selected from the internal structure of the tree.
Samples in springtime can be flowers, young shoots with fully expanded
leaves or small fruits. Mature leaves can be collected for analysis in autumn.
The skin of mature fruits collected from the field or in packinghouses can
also be used for analysis.
A European Protocol for detection and characterization of PPV has
been developed. The recommended methods include: biological indexing,
serological and molecular tests (EPPO, 2004). An update of this protocol
incorporating real-time PCR amplification, sequencing and other novelties
is being prepared by the International Plant Protection Convention governed
by the Interim Commission on Phytosanitary Measures hosted by the FAO.
Detection of all PPV isolates can be achieved using biological tests
based on the graft inoculation of GF305 or Nemaguard peach seedlings,
or Prunus tomentosa. Universal detection of any PPV isolate can be
achieved using either monoclonal antibody 5B-IVIA (Cambra et al., 1994)
or polyclonal antibodies in double-antibody sandwich indirect (DASI) or
in double-antibody sandwich (DAS) ELISA assays (EPPO, 2004; Cambra
et al., 2006a). Molecular techniques based on different PCR assays, have
been developed for the detection of PPV or for the simultaneous detection
and typing of PPV isolates (EPPO, 2004). Different systems of viral target
preparation prior to PCR have been developed based on immunocapture or,
without the need of extract preparation, on print or squash capture (Olmos
et al., 1996). All these serological and molecular systems were validated
in international ring tests (EPPO, 2004). In addition, real-time RT-PCR
assays have been developed to detect and quantify PPV targets in plant
material and individual aphids (Olmos et al., 2005; Varga and James, 2005)
with a sensitivity higher than that obtained by the previously described
methods and, in some cases, without the need of RNA purification. Reverse
transcription loop-mediated isothermal amplification (RT-LAMP) (Varga
and James, 2006) and nucleic acid sequence-based amplification (NASBA)
coupled with fast flow-through hybridisation (Olmos et al., 2007), have
recently demonstrated to be suitable molecular methods for PPV detection.
A number of techniques and reagents are available for PPV
identification or characterisation. Given the variability of PPV, all techniques
other than sequencing or some PCR-based assays may provide erroneous
answers on the typing of a small percentage of isolates (Candresse and
Cambra, 2006). However, discrimination between the main D and M
groups of PPV is possible in routine by using a variety of techniques that
basically include: 1) different serological patterns or reactions with D- or
M-specific monoclonal antibodies (Cambra et al., 2006a), and/or 2) PCRbased methods (Olmos et al., 2006) including real-time PCR using SYBR
green and TaqMan chemistries. Many of the PPV isolates characterized as D
or M type by the serological or molecular techniques based on the detection
of CP or the amplification of the CP coding sequence, could actually belong
to the PPV-Rec type (James and Glasa, 2006).
Control measures against PPV are basically focused on two strategies:
prophylaxis designed to reduce or to eliminate the viral inoculum in the
environment (quarantine measures, eradication programs, use of certified virustested planting material, etc.) and efforts at breeding for resistance. Eradication
schemes are labour intensive and require technical, political (including
economic compensatory measures) and fruit-growers supports. Two different
S 92
programs are being conducted in extensive areas of the USA and Canada,
which started in the year 2000, with the aim of eradicating PPV (Gottwald,
2006; Thompson, 2006). In addition an eradication program has been recently
established in Argentina. A complement to quarantine and eradication measures
is the use of certified, virus-tested or virus-free planting material.
In parallel with these control measures, important efforts are
also focused on the development of PPV-resistant Prunus cultivars in
many countries. These programs have explored both classical breeding
approaches (screening of germplasm to identify resistance sources) and
biotechnological approaches. Extensive screening of germplasm has failed
to identify sources of resistance within the peach species, by contrast in
apricot and plum, resistance sources have been identified (Badenes and
Llácer, 2006; Decroocq et al., 2006).
Genetic transformation to create PPV-resistant transgenic plants
through the use of different RNA silencing-related strategies was
successful in Prunus species (Scorza and Ravelonandro, 2006). Efficient
genetic constructs are therefore available, some of which have been
successfully validated in field tests (Malinowski et al., 2006). In addition,
novel approaches to interfere with the proteolytic processing of the viral
polyprotein (Wen et al., 2004) and to immunomodulate host-PPV pathogen
interactions by expression of antibody genes in plants (Esteban et al.,
2003) have emerged, but these possibilities have still not been transferred
to Prunus cultivars. Improvement on the genetic transformation and
regeneration systems from mature tissues of commercial Prunus cultivars
will be required to develop plants with agronomic interest.
For decades there has been no awareness or reliable PPV detection
methods suitable for large-scale application. Consequently, sharka disease
has easily escaped visual inspections and other inefficient control methods
employed, spreading worldwide through the international trade of plant
material. Today there is not excuse because tremendous progress has been made
on PPV diagnosis and epidemiology, enabling significant improvements in
disease management and control. Surveys and inspections must be performed
in Brazil in order to assess, if possible in early stages, the presence or not of PPV
in plant material introduced in collections or for commercial purposes.
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Os vírus de plantas são transmitidos por vetores, em sua maioria
insetos, que os introduzem diretamente no interior das células do
hospedeiro. Dependendo da gama de hospedeiros do inseto vetor, os
vírus podem ser introduzidos em espécies de plantas com características
genéticas e moleculares diversas, sendo assim obrigados a se adaptar a
diferentes hospedeiros. A capacidade de um determinado vírus em se
adaptar rapidamente a um novo hospedeiros pode levá-lo a prevalecer na
natureza, em comparação a outros vírus menos capazes.
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NA INDUÇÃO DE SINTOMAS POR VÍRUS. Eduardo C. de Andrade1,
Miguel Alves Jr2., Gustavo G. Manhani2, Elizabeth P.B. Fontes2 e Murilo
Zerbini2. 1Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 2Universidade Federal
de Viçosa. Rua Embrapa, s/nº. - Cruz das Almas, BA - Brasil - CEP 44380-000,
e-mail: [email protected] Identification of genetic determinants
involved in induction of symptoms for virus.
Na natureza, os organismos devem se adaptar a diferentes ambientes
e condições que surgem ao longo do tempo. Da mesma maneira, os patógenos
são obrigados a se adaptar a seus hospedeiros, que constantemente evoluem
buscando maior capacidade de resistência a fatores bióticos e abióticos. Essa
co-evolução entre patógeno e hospedeiro leva a um aumento progressivo
da variabilidade genética das populações do hospedeiro e do patógeno, e
aqueles indivíduos mais adaptados tendem a prevalecer na população. No
caso de vírus, a co-evolução e a consequente variabilidade genética que ela
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
Os vírus da família Geminiviridae, gênero Begomovirus incluem as
espécies que possuem um pequeno genoma de DNA fita simples circular,
compreendendo um ou dois componentes, denominados DNA-A e DNA-B, de
aproximadamente 2.600 nucleotídeos, encapsidados em uma partícula icosaédrica
geminada (Stanley et al., 2005). No DNA-A encontram-se os genes que codificam
as proteínas necessárias para a replicação viral e encapsidação. O DNA-B possui
os genes codificadores das proteínas responsáveis pelo movimento do vírus na
planta (Hanley-Bowdoin et al., 1999). Os begomovírus são transmitidos pela
“mosca branca” Bemisia tabaci (Homoptera:Aleyrodidae) e infectam espécies
dicotiledôneas. Possuem grande importância econômica, principalmente em
regiões tropicais e subtropicais, sendo uma das maiores ameaças à agricultura
nestas regiões (Briddon, 2003; Morales & Anderson, 2001; Were et al., 2004).
No Brasil, assim como em outros países das Américas, uma das culturas
mais afetadas pela disseminação de begomovírus é o tomateiro (Morales
& Jones, 2004; Ribeiro et al., 2003). Atualmente no Brasil, o tomateiro é
infectado por um complexo viral composto por pelo menos sete espécies
virais (Ribeiro et al., 2003). No estado de Minas Gerais já foram descritas
três novas espécies: Tomato rugose mosaic virus (ToRMV) (Fernandes et
al., 2006), Tomato chlorotic mottle virus (ToCMoV) (Andrade et al., 2002)
e Tomato yellow spot virus (ToYSV) (Calegario et al., 2006). Dentre estas, o
ToYSV é uma espécie que desperta interesse, pois apesar de ter sido isolado do
tomateiro, possui características moleculares e filogenéticas mais semelhantes
às de begomovírus isolados de Sida sp. Essa relação é especialmente evidente
ao se compararem as sequências de aminoácidos das proteínas responsáveis
pelo movimento viral na planta, NSP (nuclear shuttle protein) e MP (movement
protein), do ToYSV e do Sida micrantha mosaic virus (SimMV) (Calegario
et al., 2006): o nível de identidade é superior a 90%. Além do seu papel
direto no movimento viral, essas proteínas estão envolvidas na adaptação de
begomovírus ao hospedeiro e na indução de sintomas (Petty et al., 2000;).
Além das diferenças moleculares, o ToYSV possui características
biológicas distintas em comparação a outras espécies de begomovírus de
tomateiro, como por exemplo ToRMV. O ToYSV quando inoculado em tomateiro
e em Nicotiana benthamiana induz sintomas precoces e severos em comparação
ao ToRMV (Tabela 1). Ensaios de cinética da infecção mostraram uma maior
rapidez do ToYSV em infectar a planta sistemicamente, em relação ao ToRMV.
Estas diferenças na precocidade e na severidade dos sintomas pode ser devida a
diferenças nas características moleculares relatadas acima, conferindo um maior
grau de adaptação do vírus ao hospedeiro. Um vírus mais adaptado a determinado
hospedeiro pode ser capaz de se replicar em uma taxa maior, e/ou de se movimentar
célula-a-célula e a longa distância de forma mais rápida e eficiente, invadindo
diferentes tecidos além do floema, no qual o vírus é inicialmente introduzido pelo
inseto vetor (uma propriedade conhecida como tropismo de tecido) (Morra &
Petty, 2000; Tyler & Fields, 1996). Para se avançar no entendimento dos fatores
virais envolvidos na indução de sintomas, foram conduzidos estudos para se
avaliar o papel dos componentes da infecção: acúmulo viral, taxa de replicação e
tropismo de tecido durante o processo de infecção do tomateiro e N. benthamiana
pelo ToYSV e ToRMV, objetivando identificar diferenças envolvidos na
precocidade e na indução diferencial de sintomas.
Tabela 1. Infectividade e período latente observado em plantas de tomateiro
e N. benthamiana inoculadas com o ToYSV e ToRMV isoladamente ou em
infeção mista.
a
Número de plantas inoculadas/ número de plantas infectadas.
S 93
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
O acúmulo de DNA viral foi estimado em plantas aos 14 e 28 dias após a
inoculação (dpi) de clones infecciosos via biobalística. Em tomateiro, o acúmulo
do ToYSV é inicialmente superior ao do ToRMV, entretanto o acúmulo de ambos
os vírus se torna semelhante aos 28dpi. Em N. benthamiana o acúmulo do ToYSV é
bem superior ao do ToRMV durante toda a infecção. Para saber se o maior acúmulo
do ToYSV era devido a uma maior taxa de replicação na célula infectada, foram
realizados ensaios de replicação em protoplastos de Nicotiana tabacum. Estes
ensaios mostraram que ambos os vírus replicam na mesma taxa. Como replicam a
taxas semelhantes, outra possibilidade para explicar o maior acúmulo foi analisar o
tropismo de tecido de cada vírus nos hospedeiros estudados. Em tomateiro, apenas
células dos feixes vasculares apresentaram-se infectadas por ambos os vírus. Já
em N. benthamiana o ToYSV foi detectado em células do mesófilo e dos feixes
vasculares, enquanto o ToRMV permaneceu restrito ao floema, indicando que a
maior severidade dos sintomas induzidos e o maior acúmulo de DNA pelo ToYSV
nesse hospedeiro pode estar relacionado com sua capacidade de invadir diferentes
tecidos, alcançando um maior número de células.
Como ambos os begomovírus objeto deste estudo foram isolados de
tomateiros em Minas Gerais e estão presentes no campo, é importante saber
se no caso de infecções mistas entre eles pode ocorrer sinergismo, conforme
já demonstrado para begomovírus que infectam mandioca (Vanitharani et
al., 2004). O sinergismo ocorre quando uma planta infectada por dois vírus
simultaneamente apresenta sintomas mais severos em comparação aos sintomas
induzidos por cada vírus separadamente. O sinergismo pode levar a um maior
acúmulo de pelo menos um dos vírus envolvidos. Para testar esta possibilidade,
plantas de tomateiro e N. benthamiana foram inoculadas com os dois vírus
simultaneamente, analisando-se a severidade dos sintomas e o acúmulo de DNA
viral. Os sintomas em tomateiro ocasionados pela infecção mista se apresentaram
pouco mais severos aos observados na infecção pelos vírus isolados. O acúmulo
de DNA viral do ToYSV foi mais elevado e se manteve inalterado nas duas
avaliações, contratando com a infecção isolada, na qual se observa uma
diminuição no acúmulo viral aos 28dpi, enquanto que não houve diferença no
acúmulo de DNA viral do ToRMV. Em N. benthamiana, os sintomas induzidos
foram semelhantes aos induzidos pelo ToYSV, já extremamente severos. O
acúmulo de DNA de ambos os vírus não se alterou de foram significativa,
podendo-se verificar que para o ToRMV a concentração de DNA aos 28dpi foi
maior que em comparação à infecção isolada. Esta mudança de acúmulo foi
acompanhado de uma mudança no tropismo de tecido do ToRMV, que foi capaz
de invadir o mesófilo em N. benthamiana com infecção mista.
Com o objetivo de mapear os determinantes genéticos virais responsáveis
pela maior adaptação (precocidade e severidade) do ToYSV em relação ao
ToRMV, genomas híbridos entre os dois vírus foram construídos e avaliados
quanto ao ganho ou perda das características analisadas (componentes da
infecção). Foram construídos dois recombinante recíprocos, o primeiro baseado
no ToRMV contendo os genes MP e NSP do ToYSV, e o segundo baseado no
ToYSV porém contendo os genes MP e NSP do ToRMV. Em tomateiro, o ToRMV
recombinante induziu sintomas e acumulou DNA de forma similar ao ToRMV.
Em N. benthamiana o recombinante foi capaz de induzir sintomas mais severos
e acumular mais DNA em relação ao ToRMV, porém os sintomas foram bem
menos severos em relação ao ToYSV. O ToRMV recombinante, mesmo contendo
as proteínas de movimento do ToYSV permaneceu restrito ao floema em N.
benthamiana. O ToYSV recombinante, quando inoculado em tomateiro, induziu
sintomas mais atenuados e acumulou menos DNA em comparação ao ToYSV,
porém os sintomas foram mais severos em relação ao ToRMV. Similarmente,
quando inoculado em N. benthamiana induziu sintomas menos severos do que o
ToYSV, porém mais severos que o ToRMV. Apesar de induzir sintomas menos
severos em relação ao vírus selvagem, o ToYSV recombinante foi capaz de
invadir e infectar células do mesófilo em N. benthamiana. Os resultados sugerem
que os genes MP e NSP estão envolvidos na adaptação do ToYSV ao tomateiro
e N. benthamiana, porém outros genes e/ou regiões reguladoras também devem
estar envolvidos. Além disso a contribuição dos genes MP e NSP na adaptação de
begomovírus é dependente do hospedeiro e do background genético do vírus.
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15/08/2007 | Tarde
Sessão B: Controle Alternativo de Doenças
USO DE EXTRATOS E ÓLEOS ESSENCIAIS NO CONTROLE
DE DOENÇAS DE PLANTAS. José Renato Stangarlin; Universidade
Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE; Centro de Ciências Agrárias;
Rua Pernambuco 1777, Caixa Postal 1008, CEP 85960-000 - Marechal
Cândido Rondon/PR; E-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
Com o incentivo à produtividade agrícola houve, simultaneamente,
um aumento na utilização de defensivos na agricultura visando ao controle
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
de doenças, pragas e plantas daninhas. O uso intensivo e indiscriminado
destas substâncias tem causado diversos problemas no meio ambiente
como a contaminação de águas, solo, animais e alimentos; intoxicação de
agricultores; eliminação de microrganismos responsáveis pela degradação
de matéria orgânica ou de organismos utilizados em programas de controle
biológico; e seleção de fitopatógenos, pragas e plantas daninhas insensíveis
a certos defensivos, entre outros. Visando minimizar os efeitos negativos do
uso de pesticidas e aumentar a produção de alimentos de melhor qualidade,
propiciando assim o desenvolvimento de uma agricultura alternativa e/ou
sustentável, têm-se buscado novas medidas de proteção das plantas contra as
doenças. A agroecologia preconiza o uso do controle alternativo de doenças
de plantas, que inclui o controle biológico, a indução de resistência em
plantas e o uso de produtos naturais com atividade indutora de resistência
e/ou com atividade antimicrobiana direta. Trabalhos exemplificando o uso
de extratos de plantas em ensaios in vitro, os mecanismos estruturais e
bioquímicos de defesa das plantas envolvidos e os resultados no controle
de doenças em nível de campo serão abordados.
CONTROLE DE DOENÇAS COM EXTRATO DE PLANTAS
Nos últimos anos muitos extratos de plantas vêm sendo estudados e
utilizados para o controle ou manejo de doenças de plantas devido à presença
de substâncias presentes no tecido destas que podem apresentar ação
biológica diretamente contra os patógenos ou induzir resistência, nas plantas
em que são aplicados, contra uma ampla gama de patógenos. Neste contexto
Daayf et al. (1995) e Konstantinidou-Doltsinis & Schmidt (1998) trataram
plantas de pepino com extrato de Reynoutria sachalinensis e observaram
drástica redução da severidade de Sphaerotheca fuliginea, agente causal do
míldio, associada a aumentos na produtividade. Na literatura internacional e,
principalmente na indiana, há muitos trabalhos desse tipo.
No Brasil diversas pesquisas têm sido feitas para identificar plantas
cujos extratos apresentem substâncias com ação biológica contra patógenos
de plantas ou que induzam resistência (Balbi-Peña et al., 2006a,b; Carré et
al., 2006; Schwan-Estrada et al., 2003; Motoyama et al., 2003a,b; Fiori et al.,
2000; Stangarlin et al., 1999).
Franzener et al. (2003) controlaram a mancha marrom (Bipolaris
sorokiniana) em trigo usando extrato aquoso de Artemisia camphorata
(cânfora). Carneiro (2003) verificou o controle do oídio (Oidium lycopersici)
do tomateiro pelo óleo emulsionável de Azadirachta indica (nim). Bonaldo et
al. (2004) observaram o controle da antracnose (Colletotrichum lagenarium)
em pepino pelo extrato de Eucalyptus citriodora. Rodrigues et al. (2006)
observaram que sementes de trigo, naturalmente infectadas com Bipolaris
sorokiniana, quando tratadas com pó de folhas secas de Ocimum gratissimum
(alfavaca-cravo), apresentaram velocidade e porcentagem de emergência,
altura, massa fresca e seca de plântulas semelhantes ao tratamento com
fungicida. Rodrigues et al. (2007) estudaram o controle do mofo branco
(Sclerotinia sclerotiorum) em alface por Zingiber officinalis (gengibre).
Franzener et al. (2007) verificaram a atividade indutora de fitoalexinas
em sorgo, antifúngica contra Alternaria brassicae e antibacteriana contra
Xanthomonas campestris pv. campestris pelos hidrolatos das plantas Helietta
apiculata (canela-de-veado), Conyza canadensis (buva) e Cymbopogon
nardus (citronela). Em trabalho de Santos et al. (2007), os extratos aquosos
de casca de café, de folha de café com ferrugem e de lobeira (Solanum
lycocarpum) infectada com Crinipellis perniciosa reduziram o progresso de
doenças foliares em cafeeiro orgânico.
Vigo-Schultz et al. (2006), trabalhando com tintura etanólica de
guaco (Mikania glomerata), verificaram in vitro inibição da multiplicação
de Xanthomonas campestris pv. campestris, e que em plantas de couve-flor
houve redução da severidade apenas em folhas tratadas com 100 e 500 mg/L
de tintura, aplicada concomitantemente à inoculação, comportamento este
semelhante ao da calda bordaleza, indicando o controle desta doença por
atividade antimicrobiana direta.
Kuhn et al. (2006), estudando o efeito de Curcuma longa (cúrcuma ou
açafrão) em Xanthomonas axonopodis pv. manihotis, verificaram que in vitro,
o extrato apresentou ação bactericida para concentrações que variaram de 10
a 20%, dependendo da procedência dos rizomas, mas, no entanto, in vivo, nas
concentrações utilizadas, não houve efeito curativo em manivas de mandioca
infectadas com o patógeno.
Embora se observe resultados que demonstrem proteção contra
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
fitopatógenos, poucos são os trabalhos que são correlacionados com
produtividade ou qualidade da produção. Alguns trabalhos desenvolvidos
pelo grupo de pesquisa ‘Controles Biológico e Alternativo em Fitossanidade
– COBALFI’ (Unioeste – campus de Mal. Cândido Rondon/PR) têm enfocado
a produtividade em patossistemas submetidos ao controle por indução de
resistência, conforme descritos a seguir.
Balbi-Peña et al. (2006b) trabalharam com extrato de C. longa
(cúrcuma) e solução de curcumina para controle de Alternaria solani em
tomateiro em cultivo protegido, utilizando como tratamentos controle
acibenzolar-S-metil (ASM – 125 mg i.a./L), um fungicida protetor (oxicloreto
de cobre – 1100 mg i.a./L) e um fungicida sistêmico (azoxystrobin – 80 mg
i.a./L). Todos os tratamentos apresentaram valor de área abaixo da curva de
progresso da doença (AACPD) estatisticamente menor do que a testemunha.
Dentre os mesmos, o tratamento com ASM foi o menos eficiente, mas não
diferindo estatisticamente de cúrcuma 10% e curcumina 100 mg/L. Cúrcuma
1%, curcumina 50 mg/L e oxicloreto de cobre apresentaram melhor nível
de controle, mas ainda inferior estatisticamente ao obtido pelo fungicida
azoxystrobin. Não houve diferenças estatísticas na produção e no número
de frutos comerciais, nem na massa fresca média de frutos entre tratamentos.
Quanto ao tamanho dos frutos, o tratamento de curcumina 50 mg/L foi o único
que apresentou menor porcentagem de frutos pequenos e maior de frutos
grandes em relação à testemunha. Não houve diferença significativa entre os
tratamentos com relação à porcentagem de frutos de tamanho médio.
Outro trabalho é o de Becker et al. (2004), com extratos de Cymbopogon
citratus (capim-limão), C. longa e Rosmarinus officinalis (alecrim) para
controle de doenças de final de ciclo (Septoria glycines e Cercospora kikuchii)
e oídio (Microsphaera diffusa) em soja em condições de campo. O tratamento
com curcumina a 50 mg/L proporcionou peso total de sementes de soja 29%
maior que o obtido com o tratamento padrão com o fungicida pyraclostrobin
+ epoxiconazole (0,6 L p.c./ha). Extratos de C. citratus e C. longa a 5%
proporcionaram o mesmo nível de controle de DFC que o fungicida utilizado
para comparação. C. citratus e R. officinalis a 5% e C. longa a 5 e 10% foram
tão eficientes quanto o fungicida no controle de oídio. Alguns extratos, como
o de C. longa a 10%, além do eficiente controle de DFC e oídio em soja,
permitiu obter uma produtividade 16% maior (equivalente a 535 kg a mais por
ha) em relação ao tratamento com o fungicida.
Röder (2006) conduziu ensaios em condições de campo (cultivo
orgânico) com dois cultivares de morangueiro, ‘Camarosa’ e ‘Dover’, para
controle de Rhizopus sp. e Colletotrichum fragariae, utilizando extratos
aquosos de alecrim e arruda (Ruta graveolens). Verificou-se para ‘Camarosa’
que os tratamentos com alecrim reduziram em média 51% a quantidade de
doença quando comparados com a testemunha (água). Esse valor foi similar
àquele obtido com o tratamento com calda bordaleza (tratamento padrão
utilizado pelo produtor em sistema orgânico de cultivo), no qual a redução na
incidência de doença foi de 52%. Para os tratamentos com arruda a redução
de doença foi de 39% em média. Isto se refletiu diretamente na produção de
morangos, onde os tratamentos com alecrim permitiram incremento médio de
214% na produção em comparação com a testemunha e de 58% em relação ao
tratamento com calda bordaleza. Para arruda, o incremento médio foi de 223%
em relação à testemunha e de 67% em relação à calda bordaleza. No caso
específico dos extratos de alecrim e arruda a 10% o incremento na produção
foi em torno de 326%. O tratamento com calda bordaleza incrementou em
156% a produção em relação à testemunha. Para ‘Dover’ os tratamentos com
alecrim permitiram incremento médio de 127% na produção em comparação
com a testemunha. Para arruda, o incremento médio foi de 131% em relação
à testemunha. O tratamento com calda bordaleza incrementou em 154% a
produção em relação à testemunha.
Estes trabalhos demonstram o potencial de extratos de plantas para
controle de fitomoléstias.
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Viçosa, MG, CEP 36570-000, E-mail: [email protected]; 2University of Florida,
Department of Plant Pathology-IFAS, 32611-0680, Gainesville, Florida, EUA,
E-mail: [email protected]. Silício no controle de doenças em plantas.
Silicon (Si) is the second most abundant mineral element in soil
and comprises approximately 28% of the earth’s crust (Elawad and Green,
1979). Many plants are able to uptake Si. Depending upon the species, the
content of Si accumulated in the biomass can range from 1 to greater than
10% (Elawad and Green, 1979; Epstein, 1991). Plant species are considered
Si accumulators when the concentration of Si (in dry weight basis) is greater
than 1% (Epstein, 1999). Relative to monocots, dicots such as cucumber,
soybean, and are poor accumulators of Si with values less that 0.1% of Si in
their biomass. Dryland grasses such as wheat, oat, rye, barley, sorghum, corn,
and sugarcane contain about 1% of Si in their biomass, while aquatic grasses
have Si content up to 5% (Jones and Handreck, 1967; Epstein, 1991, 1999).
Silicon is taken up at levels equal to or greater than essential nutrients such as
nitrogen and potassium in plant species belonging to the families Cyperaceae,
Equisetaceae and Poaceae (Savant et al., 1997). Although Si has not been
considered an essential element for crop plants for lack of supportive data,
species such as Equisetum and some diatomaceas cannot survive without an
adequate level of Si in their environment (Epstein, 1999).
The beneficial effects of Si, if direct or indirect, to plants under
biotic and/or abiotic stresses have been reported to occur in a wide variety
of crops such as barley, cucumber, oat rice, sugarcane and wheat (Liang
et al., 1996; Savant et al., 1997; Hodson and Sangster, 2002). The most
significant effect of Si to plants, besides improving their fitness in nature
and increasing agricultural productivity, is the restriction of grazing and
parasitism (Bélanger et al., 1995; Datnoff et al., 1997; Savant et al., 1997;
Rodrigues & Datnoff, 2005). Besides the many agronomic benefits gained
by maintaining adequate levels of Si in the soil, this element has reduced
the intensity of many diseases in important crops such as corn, cucurbits,
grape, rice and wheat.
The majority of research with Si to control plant diseases has been
conducted with rice. Suzuki (1935) reported that Si application to paddy
soils enhanced rice resistance to blast (Magnaporthe grisea (anamorph
Pyricularia grisea)). Volk et al. (1958) observed that the number of blast
lesions on leaves of Caloro rice cultivar decreased linearly as the Si content
in leaf blades increased. Datnoff et al. (1991) noted a significant reduction
of neck blast in rice plants growing in a Si-deficient Histosol in southern
Florida amended with 5, 10, and 15 Ton ha-1 of calcium silicate slag.
Additional studies conducted with calcium silicate slag revealed that finely
ground grades were more effective than more coarsely ground grades at
reducing the intensity of neck blast (Datnoff et al., 1992). Datnoff and Snyder
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
(1994) demonstrated that reductions in the severity of neck blast brought
about by the application of 0.4 Ton Si ha-1 did not differ significantly from
those achieved by applying a labeled rate of the fungicide benomyl. Studies
conducted by Seebold et al. (2004) revealed that Si alone at 0.1 Ton ha-1
was as effective as labeled rates of fungicides edifenphos and tricyclazole
for the control of leaf and neck blast at low levels of intensity. Furthermore,
application of Si plus a 10-25% rate of fungicide provided control equal to
the full rate of fungicide under conducive conditions for leaf and neck blast
development. Indeed, a single application of Si had a significant effect in
controlling leaf and neck blast in the next rice season. At one experimental
area in eastern Colombia, Seebold et al. (2000) found that application of Si
reduced the severity of rice blast in a partially resistant cultivar to levels of
severity observed in a resistant cultivar not amended with Si.
Rodrigues et al. (2001) showed that Si can decrease the severity of
sheath blight in both tropical japonicas and an indica rice types. The authors
noted that Si reduced the intensity of sheath blight of two susceptible
(Lemont and Labelle) and two moderately susceptible (Drew and
Kaybonnet) rice cultivars to levels of intensity observed in two cultivars
(Jasmine and LSBR-5) with high partial resistance to sheath blight but not
amended with Si. The application of Si to a Si-deficient typic acrustox red
yellow latosol significantly reduced the total number of sheath blight lesions
on sheaths, the total area under the relative lesion extension progress curve,
the severity of sheath blight, and the highest relative lesion height on the
main tiller by 37, 40, 52, and 24%, respectively, in six rice cultivars as
the rate of Si increased from 0 to 8 Ton ha-1 (Rodrigues et al., 2003c).
Rodrigues et al. (2003b) studied the effect of Si and rice growth stages on
tissue susceptibility to sheath blight and observed that as the rates of Si
increased in the soil, the intensity of sheath blight was significantly reduced
at all rice growth stages.
Brown spot (Cochliobolus miyabeanus), stem rot (Magnaporthe
salvinii), leaf scald (Monographella albescens), and grain discoloration
(caused by a complex of insects and fungus species) are other diseases
controlled by Si (Datnoff et al., 1991, 1992; Deren et al., 1994; Savant et
al., 1997; Seebold et al., 2000). For bacterial diseases, Chang et al. (2002),
reported reduction in lesion length of bacterial leaf blight (Xanthomonas
oryzae pv. oryzae) from 5 to 22% among four rice cultivars upon Si
application.
Silicon also shows potential to control diseases in other plants
besides rice. The application of Si in the form of potassium or sodium
silicates to recirculating nutrient solutions reduced the severity of powdery
mildew (Sphaerotheca fuliginea) in cucumber (Menzies et al., 1991). Foliar
sprays of potassium silicate at and above 17 mM (1000 ppm) were also
effective to control powdery mildew on muskmelon and zucchini (Menzies
et al., 1992). Chérif and Bélanger (1992) found that 1.7 mM (100 ppm) of
potassium silicate significantly reduced plant death, root decay, and yield
loss caused by Pythium ultimum on cucumber. The incidence of cucumber
plants attacked by P. aphanidermatum also decreased by adding Si to the
nutrient solution (Chérif et al., 1992). Fusarium wilt of cucumber is another
disease controlled by application of Si to the soil (Miyaki and Takahashi,
1983). Bowen et al. (1992) reported that application of potassium silicate to
soil at 1.7 mM did not reduce the number of colonies of powdery mildew
(Uncinula necator) on grape leaves while foliar sprays of potassium silicate
at the same rate reduced the number of powdery mildew colonies on
inoculated leaves by more than 60%. Powdery mildew (Blumeria graminis
f.sp. tritici) on wheat has been efficiently controled by application of Si
(Rodgers-Gray & Shaw, 2000). Wheat plants amended with Si in field and
greenhouse trials showed reduced severity of leaf blotch (Septoria tritici)
and foot rot (Fusarium spp.) (Rodgers-Gray & Shaw, 2000). Silicon also
reduced the incidence of corn stalk rot caused by P. aphanidermatum and
Fusarium moniliforme (Sun et al., 1994).
The epidemic rate of some diseases can be dramatically affected
by Si. In the rice-M. grisea pathosystem, Seebold et al. (2000) found that
application of Si to a Si-deficient soil significantly reduced the epidemic
rate of blast on a highly susceptible rice cultivar than in the same cultivar
not amended with Si. Based upon these results, it was hypothesized that one
or more components of rate-reducing or partial resistance (Parlevliet, 1979)
were affected by Si. In a subsequent study, Seebold et al. (2001) evaluated
the effect of Si on several components of resistance in four rice cultivars
with different levels of resistance to race IB-49 of M. grisea grown in Si-
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
deficient soil amended with 0, 2, 5, and 10 Ton Si ha-1. The authors found
that the number of sporulating lesions was the component of resistance
most affected by Si. When Si was applied as calcium silicate slag at 10 Ton
ha-1 to rice cultivars M201 (susceptible), Rosemont (partially resistant), or
Lemont (partially resistant), the number of sporulating lesions was reduced
by more than 70%. The lower number of sporulating lesions represents a
reduction in the production of conidia by M. grisea, and, consequently, a
decrease in the epidemic rate which will become important when rice is
grown under conducive conditions for blast development.
Many theories have been proposed in the past regarding how Si
confers resistance to plant diseases. In the rice-M. grisea pathosystem,
increased resistance through Si treatment has been associated with the
density of silicified buliform, long, and short cells in the leaf epidermis
that act as a physical barrier to impede penetration by M. grisea (Ito and
Hayashi, 1931). This physical barrier hypothesis is strengthened by the
findings of Yoshida et al. (1962), who reported the existence of a layer of
silica of approximately 2.5 µm thick beneath the cuticle of rice leaves and
sheaths. Rodrigues et al. (2003a) provided the first cytological evidence
that Si-mediated resistance to M. grisea in rice correlated with specific
leaf cell reaction that interfered with the development of the fungus. The
accumulation of an amorphous material that stained densely with toluidine
blue and reacted positively to osmium tetroxide was a typical feature of cell
reaction to infection by M. grisea in samples from plants amended with Si.
Rodrigues et al. (2004) found also that leaf extracts from plants inoculated
with M. grisea and amended with Si showed higher levels of momilactone
phytoalexins than leaf extracts obtained from inoculated plants not amended
with Si or non-inoculated plants amended or not with Si.
In conclusion, that Si plays an important role in the mineral nutrition
of many plant species is not in doubt nor is its ability to efficiently control
several diseases. Effective, practical means of application and affordable
sources of Si are needed for use in row crop agriculture in particular. As
the need for environmentally friendly strategies for management of plant
diseases increases, Si could provide a valuable tool for use in crops capable
of its accumulation. The use of Si for controlling plant diseases would
be well-suited for inclusion in integrated pest management strategies and
would probably permit reductions in fungicide use. As researchers and
growers become aware of Si and its potential in agriculture, it is likely
that this often overlooked element will be recognized as a viable means of
sustainably managing important plant diseases.
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Trichoderma sp. NO CONTROLE DE DOENÇAS DE PLANTAS,
O MODELO SOJA. Alan W.V. Pomella, Laboratório de Biocontrole
Farroupilha, Av. Cica 555, Patos de Minas, Minas Gerais, 38706-420,
[email protected]. Utilization of Trichoderma sp. on the
biological control of plant diseases, the soybean model.
A utilização do controle biológico no mercado mundial é
demasiadamente tímida em relação a expectativa de cientistas,
fabricantes e consumidores, mesmo levando-se em consideração, os
claros beneficios inerentes a esta técnica. Segundo dados apresentados
em um workshop realizado em Nova Jersey em 1998, o mercado de
produtos biológicos no final da década de 90 era de cerca de US$ 380
milhões, ou seja apenas 1,4% dos US$ 28 bilhões gastos com defensivos
no mercado mundial. Deste universo cerca de US$ 308 milhões eram
provenientes somente do mercado de produtos derivados de Bacillus
thuringiensis. Atualmente, no mercado mundial, o controle biológico
vem sendo relegado a nichos específicos com alto valor agregado, e
mesmo assim, vem perdendo espaço para os produtos transgênicos ou
defensivos químicos “ecologicamente corretos”.
Acreditamos que um dos principais objetivos do controle
biológico seja lutar para diminuir a utilização de defensivos químicos
na agricultura, no entanto, esta meta não esta sendo atingida. Em parte,
podemos explicar que esta realidade é ocasionada pelos problemas de
produção e comercialização destes produtos, e que é difícil seguir o
modelo adotado pelas indústrias químicas, voltado principalmente para
utilização em grandes culturas com custos reduzidos de produção e
prolongada vida de prateleira.
No Brasil a situação não é diferente, embora tenhamos no mercado
dezenas de produtos baseados em fungos e bactérias, a sua utilização,
principalmente em grandes culturas como a soja e o algodão, é muito
restrita. C Cabe a nós refletirmos sobre dois pontos de vista, o do
empresário e o do consumidor. O primeiro sofre com toda a burocracia,
tempo e custo elevado do processo de registro dos produtos, além de
uma carência de pesquisa, objetivando colocar no mercado um produto
melhor, seja relacionada a produção, formulação ou tecnologia de
aplicação. Já o consumidor perde a credibilidade em produtos que não são
registrados, normalmente onerosos e que muitas vezes não apresentam
a eficiência prometida, seja por problemas de perda de viabilidade do
antagonista ou falha na sua aplicação. Além do mais o consumidor não
distingue a diferença entre os diversos produtos biológicos, terminando
assim, a denegrir o nome do controle biológico como um todo.
O Laboratório de Biocontrole Farroupilha esta provando que a
utilização do controle biológico para grandes culturas é viável tanto
tecnicamente quanto economicamente rentável. Esta empresa pertence
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
ao grupo Sementes Farroupilha®, localizado em Patos de Minas,
região do Alto Paranaíba de Minas Gerais. Fundado no ano de 2006 o
laboratório tem como objetivo a pesquisa e a produção de organismos
de biocontrole de doenças e pragas. A Sementes Farroupilha® possui
15.000 ha plantados dos quais 8.500 cultivados com soja, 4.500 com o
algodão além de 2.500 ha com feijão e milho. Por ser elevado o volume
de defensivos agrícolas utilizados anualmente onerando o custo de
produção, e devido a todo benefício sócio-ambiental, a empresa decidiu
investir no controle biológico. Convênios foram formados com diversos
centros de pesquisas e ensino, no Brasil e no exterior, os quais muito
auxiliaram na seleção do isolado a ser produzido, na construção e na
logística de funcionamento e manutenção do laboratório. Atualmente
esta sendo produzido majoritariamente o fungo Trichoderma asperellum.
Este isolado demonstra comportamento endofítico, pois foi isolado
do interior de uma árvore na mata atlântica. Atualmente o laboratório
processa 500 kg de substrato por dia, totalizando uma produção média
de 10.000 kg/mês. Toda a produção é consumida pela empresa, porém
o objetivo futuro é comercializar o produto, após obtenção do registro.
A busca pela melhoria na sua qualidade é constante, tanto por meio de
testes com novas formulações como pela avaliação de diferentes métodos
de aplicação. Ensaios também são conduzidos objetivando aprimorar a
recomendação do produto, quanto a melhor dosagem, compatibilidade
com defensivos químicos, intervalo e horário de aplicação. Os resultados
obtidos no campo com a aplicação de T. asperellum são muito animadores,
principalmente para as culturas da soja (Figura 1), algodão e feijão.
INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA EM PLANTAS - CUSTO
ENERGÉTICO PARA O HOSPEDEIRO. Sérgio F. Pascholati*
& Odair J. Kuhn**. *Setor de Fitopatologia, Esalq/USP, C. Postal,
09. CEP 13418-900 Piracicaba, S.P.; **Centro de Ciências Agrárias,
UNIOESTE,CEP 85960-000 Mal.Cândido Rondon, PR. E-mail:
[email protected]. Induced resistance in plants: costs for the host.
A indução de resistência envolve a ativação de mecanismos de
defesa latentes existentes nas plantas em resposta ao tratamento com
agentes bióticos ou abióticos (Bonaldo et al., 2005; Guzzo & Harakava,
2007; Hammerschmidt & Dann, 1997; Pascholati & Toffano, 2007). Do
ponto de vista evolucionário as plantas desenvolveram um sistema de
defesa latente, que pode ser ativado, com a finalidade de economizar
energia, ao contrário da resistência constitutiva que representa um custo
real para a planta, uma vez que independente da presença do patógeno
a planta investe seus recursos na produção destes fatores. Os custos são
definidos por Heil & Baldwin (2002), como “all negative effects on plant
fitness that result from the expression of a defence trait when a plant grows
under evolutionarily relevant conditions”. Dessa maneira, a resistência
induzida em condições naturais representará custo apenas na presença
do patógeno (Heil, 2002). O custo é compensado pelo atraso temporal na
expressão da defesa para que recursos sejam somente alocados para este
propósito quando necessários (Bostock, 2005). De acordo com a hipótese
de alocação de recursos, é previsto que quando os patógenos estão presentes
o investimento em defesa deve valer a pena e as plantas induzidas serem
beneficiadas (Coley et al, 1985). Porém, plantas que investem seus recursos
para se defenderem na ausência de patógenos arcarão com custos que irão se
refletir na produtividade, uma vez que as alterações metabólicas que levam
a resistência possuem um custo adaptativo associado, o qual pode pesar
mais do que o benefício (Iriti & Faoro, 2003; Kuhn & Pascholati, 2007).
Embora a abordagem da presente palestra envolva os custos da indução, os
benefícios do fenômeno não devem ser esquecidos (Castro et al., 2007; van
Hulten et al., 2006; Shama, 2007),
O custo da indução de resistência é difícil de ser mensurado, pois
seria necessário um hospedeiro suscetível no estado inteiramente não
induzido (Purrington, 2000). Porém, quando uma plântula começa a
interagir com o ambiente que a rodeia, genes começam a ser ativados ou
reprimidos em função deste ambiente. O trabalho de Sahashi et al. (1989)
é um claro exemplo onde se demonstrou que plantas de cevada crescidas
em ambiente livre de microrganismos exibiam aumento na suscetibilidade
ao oídio. Dessa maneira, os autores sugeriram que na natureza a resistência
pode ser induzida pela interação da planta com os microrganismos que
a circundam, portanto, plantas no campo sempre estariam em um estado
intermediário de indução (Hatcher & Paul, 2000). Este assunto é abordado
na revisão de Walters & Boyle (2005).
Figura 1. Avaliação da produtividade de sacas de soja em função do tratamento de sementes e/ou sulco com Trichoderma asperellum e tratamento químico. A- Quando aplicado,
T. asperellum somente em tratamento de semente; B- T. asperellum aplicado também no
sulco. Barras seguidas de mesma letra não se diferem pelo teste de Scott-Knott a 5%.
O sucesso do programa é creditado ao aumento do stand de plantas,
devido à redução de tombamento ocasionado por patógenos de solo como
Fusarium sp. e Rhizoctonia solani, ao efeito fitotônico, que promove
um maior vigor as plantas, e também a sensível redução na incidência
e na severidade de Sclerotinia sclerotiorum, reduzindo a utilização de
fungicidas químicos. Portanto, o custo de produção no geral foi reduzido,
tanto pelo aumento da produtividade, quanto pela redução da utilização
de defensivos químicos. O diferencial expresso pelo produto esta no
isolado altamente eficiente e em toda a tecnologia empregada na sua
formulação e aplicação.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
Devido à dificuldade de se mensurar o custo total das defesas
induzidas, pesquisadores geralmente determinam apenas os custos de um
indutor entre plantas induzidas ou não (Purrington, 2000). Isto faz com que
surjam erros quando se comparam os resultados de diferentes pesquisadores,
observando-se assim resultados contraditórios, como os enumerados
por Walters & Boyle (2005). Divergências podem ser geradas quando se
comparam espécies ou variedades diferentes de plantas, bem como variações
ambientais. A influência da variação ambiental foi claramente demonstrada
por Dietrich et al. (2005), os quais aplicaram acibenzolar-S-metil (ASM)
em Arabidopsis cultivado em diferentes condições de fornecimento de
água e nitrogênio e por Heil et al. (2000), que trabalhando com trigo,
observaram que o custo é dependente do fornecimento de nitrogênio, bem
como do estádio fenológico em que as plantas são induzidas. Portanto,
variações sutis no planejamento experimental e no indutor usado, associado
com a variação entre diferentes interações planta/patógeno e o uso de
alta densidade de inóculo, podem influenciar profundamente o resultado
e a interpretação destes (Bostock, 2005). Dessa forma, para se comparar
diferentes sistemas e se extrapolar para as condições naturais, deve-se
considerar a concentração do elicitor, o método de aplicação, a ausência
de outros elicitores que possam estar presentes em fluídos extracelulares
do microrganismo desafiante, a espécie da planta hospedeira e o estádio de
crescimento da mesma (Bostock, 2005).
A diferença de custos pode estar associada à ativação de diferentes
rotas sinalizadoras (Guzzo & Harakava, 2007). Cada rota pode ser ativada
S 99
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
separadamente por elicitores específicos (Pieterse et al., 2005), sendo
que cada uma induzirá a expressão de um conjunto específico de genes,
o que representa um custo adaptativo para a planta (Heil, 2001). Dentre
estes genes, podem ser expressos genes não relacionados à defesa (Heil
& Baldwin, 2002). Por exemplo, Guzzo (2004) observou em cafeeiro
tratado com ASM a expressão adicional de 302 genes, dos quais apenas
16% referiam-se a mecanismos de resistência. Além do custo associado
a uma única rota sinalizadora, podem ocorrer interações entre rotas,
cujo resultado pode ser positivo quando o benefício for maior do que
o custo; negativo quando ocorrer aumento do custo metabólico, sem
que isso resulte em proteção, ou ainda comportar-se de forma neutra
(Bostock, 2005). Neste contexto é preciso considerar ainda que quando
uma planta induzida é desafiada, com a inoculação de um patógeno, a
magnitude da expressão gênica é aumentada, bem como, outros genes
são expressos em comparação com uma planta não induzida e desafiada
(Hammerschmidt, 2005; Walters & Boyle, 2005). Isso pode aumentar a
dificuldade para se planejar um experimento objetivando avaliar o custo
da indução de resistência.
Embora o custo diretamente relacionado à expressão de genes seja
importante, é preciso considerar que a produção de compostos tóxicos
com o intuito de barrar o agente agressor, como as fitoalexinas ou mesmo
explosões oxidativas, podem causar danos com conseqüente redução da
produtividade (Heil, 2001). Compostos antimicrobianos podem também
causar um custo ecológico ao interferir no relacionamento mutualístico
entre plantas e simbiontes como micorrizas ou rizóbios, impedindo que a
planta receba os benefícios dessas interações (Kuhn et al., 2006).
Vieira & Romeiro (2007) abordaram a possibilidade do uso de
microrganismos residentes de filoplano como eliciadores de resistência em
plantas. Nesse sentido, nossos trabalhos com o indutor biótico (Bacillus
cereus) e um abiótico (ASM) em feijoeiro têm mostrado que à medida que
se aumenta o número de aplicações de ASM diminui-se a massa seca da
planta, bem como a produtividade, porém não acontecendo o mesmo com
o indutor biótico, embora, ambos indutores causem aumentos na respiração
das plantas (Kuhn, 2007; Kuhn et al., 2005). Resultados semelhantes
foram observados por Elmer (2006), envolvendo a redução da massa
seca em plantas de ciclame (Cyclamen persicum) tratadas com ASM e
não inoculadas. Di Piero et al. (2005) salientam que o efeito negativo na
produtividade ocorre principalmente onde indutores químicos são utilizados
repetidas vezes ou em doses mais elevadas, principalmente na ausência
do patógeno. Dessa forma, os autores sugerem que para se tirar melhor
proveito dos indutores de resistência, o número de aplicações e as dosagens
precisam ser otimizados, bem como os estádios fenológicos das culturas
que melhor respondem à indução de resistência precisam ser definidos.
Em vista do exposto, considerando os aspectos comentados resta
concordar com Bostock (2005), o qual afirma que em alguns casos podemos
estar caminhando sobre uma estreita linha entre custo e benefício, onde a
cura pode ser tão ruim quanto a própria doença.
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15/08/2007 | Tarde
Sessão C: Doenças dos Citros
CURRENT STATUS OF CITRUS CANKERAND HAUNGLONGBING
EPIDEMICS AND THEIR MANAGEMENT IN FLORIDA. 1James
H. Graham, 2Tim R. Gottwald, 3Michael S. Irey. 1Citrus Research
and Education Center, Univ. Florida, Lake Alfred, FL 33850; 2USDAARS, USHRL, Fort Pierce, FL 34945; 3United States Sugar Corporation,
Clewiston, FL 33440, email: [email protected]
The Florida Citrus Industry is currently dealing with two major
epidemics of destructive exotic diseases. The first epidemic is citrus
canker, a fruit and leaf spotting disease caused by bacterium Xanthomonas
axonopodis pv. citri (Xac). Canker had been under eradication in Florida
since 1986 but tree removal has been suspended since the disease was
spread widely from infected foci after four hurricanes in 2004 and 2005.
Canker is now endemic in citrus areas in south and central Florida. The
second epidemic disease is Huanglongbing (HLB, synonym=citrus
greening), caused by a phloem-limited bacterial disease spread by the
psyllid leafhopper Diaphorina citri. HLB is considered the most destructive
disease of citrus worldwide. HLB can be caused by different strains of
Candidatus Liberibacter species, Candidatus Liberibacter asiaticus (Las),
Ca. L. africanus, and Ca. L. americanus (Lam). The disease is widespread
in Asian countries, the Indian subcontinent, and southern Africa. Prior to
2004, HLB had never been reported from the American continent. Early
in 2004, leaf and fruit symptoms of a HLB-like disease were observed in
citrus from São Paulo, Brazil. Since then, both Las and Lam have been
reported in Brazil. In September 2005, the presence of HLB was confirmed
for the first time in the United States in Dade County in several locations
and since has been reported in several counties in south and central Florida.
To date, only Las has been detected in Florida.
OCCURRENCE AND CURRENT STATUS OF THE EPIDEMICS
The spread of canker in Florida increased greatly after hurricanes
in 2004 and 2005. Exposure of 80,000 acres as a result of the 2004 storms
and the potential exposure of another estimated 180,000 acres after a 2005
hurricane led to the suspension of the removal of exposed tress under the
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
1900-ft. law in January 2006. Many factors have contributed to the spread
of canker; however, the 2004 hurricane season appears to have been the
most important for the widespread infections discovered in early 2005 and
2006. Geospatially referenced infection data from infections discovered
after the 2004 hurricanes were examined in relation to wind and rain
conditions during the hurricanes and used to develop a predictive model
to explain storm-related spread of citrus canker (Irey et al. 2006a). The
model incorporates a “threshold” concept for wind and rains, the most
biologically significant weather parameters. When applied to three distinct
areas of the state, the predictive model accounted for approximately 80%
of the hurricane related and subsequent secondary spread of citrus canker
over the next 14 months. Based on this model, the impact of 2005 Hurricane
Wilma on the dissemination of Xac and subsequent disease development
was examined (Gottwald & Irey, 2007). Predictions for the areas into
which Xac was likely to have further spread from known sources of
infection were developed. An inverse power law function for dissemination
was also used to describe regional dispersal from point source foci of Xacinfection. Alternative eradication distances to the 1900 ft. (579-m) protocol
were examined to evaluate the effect of eradication distance on predicted
‘impacted area’. The results of these analyses were used by Florida
Department of Agriculture and Consumer Services (FDACS), the federal
regulatory agency USDA-APHIS, and commercial citrus producer groups
to evaluate the feasibility of continued canker eradication. The decision in
January 2006 was to suspend enforcement of the 1900ft. law and the law
was repealed in the months following.
In Florida, HLB was first discovered by FDACS on August 24,
2005 during a routine survey in a commercial tropical fruit nursery in Dade
County, FL. Presumptive PCR positive samples were sent to the USDAAPHIS diagnostic lab which confirmed Candidatus Liberibacter asiaticus
as the causal agent in September. The discovery immediately prompted a
survey to delimit the infection. East-west transects were surveyed every 8
km northward on the eastern coast of Florida and HLB distribution was
quickly confirmed to extend 193 km to the Fort Pierce residential area.
Suspect samples from selected commercial plantings nearest to the known
residential distribution along the southeast Florida coast confirmed the
presence of HLB in two commercial groves. This prompted a state-wide
targeted survey of the commercial citrus industry and residential areas.
Based on this assumption the southeastern Florida residential area is the
source and the commercial plantings first discovered are approximately 90145 km distant, the presumption is that HLB arrived in the south Florida
commercial plantings via psyllid vector dissemination and transmission. This
is further suspected because HLB symptomatic trees are most prevalent in
the southeastern portion of this planting proximal to the residential area and
separated from it by a citrus-free area of Everglades and residential areas.
Possible long distance movement of HLB to commercial areas by transport
of infected psyllid vectors is most likely to have occurred by air masses
during hurricane or tropical storms that have affected Florida. USDA-ARS
has developed a Multi-Pest Survey (MPS) for both canker and HLB based
on the known GIS distribution of commercial plantings and citrus cultivar
susceptibility. At present, USDA-APHIS has deployed the MPS twice as an
initial and second sweep across Florida and is initiating a third survey of
the commercial industry that is intended to be completed within a 3-month
period. The survey also may be employed by the other US citrus producing
states to survey for HLB. At this time, the known HLB distribution includes
22 counties in the southern half of the Florida peninsula.
DISEASE MANAGEMENT APPROACHES
As canker has become endemic in commercial citrus areas of
south Florida, the principle management practices have quickly shifted to
bactericidal sprays to limit fresh fruit blemishes and canker-induced fruit
drop. Control of citrus canker in Brazil and Argentina is based on an IPM
approach that foremost relies on planting of resistant varieties. In Florida,
the fresh fruit and processing industries are heavily based on susceptible
grapefruit and Hamlin orange, respectively, which makes it necessary to rely
more on the use of other IPM measures. In South America this includes the
use of windbreaks and bactericidal copper sprays to suppress the bacterium
and prevent spread to non-infested areas. In Brazil trials, copper products,
even at rates as low as 1.0 kg metallic copper per hectare, are consistently
effective for control of canker and substantially reduce fruit disease and
S 101
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
premature drop on moderately susceptible orange varieties (Graham et al.,
2006). Unfortunately, testing of other materials such as topically applied
inducers of systemic resistance in Brazil have failed to provide alternative
activity for bacterial control (Graham & Leite 2004). More recently, the
systemic insecticide imidacloprid applied as a soil drench for control of
citrus leafminer feeding on leaves to reduce wounding and exacerbation
of canker infection, has been discovered to have direct activity against the
canker in the field. The mode of action of soil applied imidacloprid against
canker has been established to be systemically acquired resistance (SAR).
The most recent findings from trials in Florida on 1 and 3 yr-old trees
substantiate that SAR induction by soil applied imidacloprid is sustained
enough to control canker on foliage and fruit in the field. Therefore,
optimization of the disease control benefit of imidacloprid in conjunction
with insect control on young trees is under active investigation.
diseases based on symptomatology alone. This makes it necessary to
confirm tentative field identifications with some type of laboratory testing.
Multiple PCR-based methods have been used to detect and differentiate
Liberibacter species of the HLB pathogens Although PCR methods are
sensitive and specific, consistent detection of HLB pathogens in infected
plants is generally thought to be problematic, presumably because of the
low concentration and the uneven distribution of the pathogen in host plants.
It is generally accepted that the most reliable PCR results are obtained from
samples collected from symptomatic tissue and the feasibility of testing
asymptomatic trees is as yet unproven. In a south Florida grove study,
visual surveys were compared to the testing of trees with a PCR-based assay
(Irey et al., 2006b). Initial results indicate that the incidence of infection
based on PCR testing may be up to two times the incidence of infection
estimated by visible symptoms alone.
An overall strategy for HLB control/management is based on the
experience of citrus producers and phytosanitary agencies in control of
HLB in Asia and Brazil. The major recommendations are:
In October, 2006, Southern Gardens Citrus Corporation, in
cooperation with IFAS, University of Florida, opened up a testing facility
available to all growers to test samples for the presence of Las. In the
first 28 weeks of operation, the facility has tested 16,722 samples with an
average throughput of 597 samples per week. The average turn around
time from receipt of the sample to the reporting of results during this period
was 16 days. Results are reported directly back to the grove owners and
summary reports are turned in to the FDACS and USDA-APHIS to be
incorporated into databases maintained by both agencies. Any findings of
regulatory significance are re-sampled and retested by both agencies before
being released as official findings.
• Isolation of certified sources of budwood from major citrus
producing areas
• Isolation of nursery production from major citrus producing
areas
• Requirement that all citrus nursery production be conducted in
secure insect proof screenhouses
• Control of insect vectors by chemical insecticides and, where
applicable, biocontrol to reduce HLB transmission in commercial
plantings
• Removal of HLB infected trees to reduce HLB inoculum
HLB-free budwood and nursery propagation: FDACS has
augmented the existing budwood nursery certification program with expanded
testing for HLB and movement of certified budwood sources to a greenhouse
location in northern Florida outside of the commercial production area. In the
last 2 years the Florida nursery industry has faced severe challenges.. After
the 2004 hurricanes the canker eradication program removed approximately
60% of the commercial nursery industry in the effort to eradicate the disease
state-wide. FDACS regulations developed in 2006 (Florida Statutes rule 5B62B) require that field-grown nursery production cease and that no citrus
nursery trees produced under the existing practices be sold after January
2008. Additionally, all new nursery trees must be propagated from HLB
tested sources in insect-proof greenhouses or screenhouses with a requisite
1-mile buffer where no HLB-infected commercial or residential citrus has
been detected. At this time citrus nurseries are developing new infrastructure
at existing nursery sites, and in some cases, acquiring new land for nursery
production outside of the commercial citrus area.
Chemical control of the vector: The simplest of the HLB control
strategies to implement is chemical control of HLB psyllid vectors.
Although there is much information on control of psyllids with various
soil- and topically-applied insecticides, the effect of this practice on HLB
increase and spread is largely anecdotal. The challenge in Florida is the
large population of HLB positive residential citrus trees where removal of
trees and chemical control is not an option.
Roguing as a control strategy: The efficacy of rouging (removal
of diseased trees), as a control option is dependent on the latency of HLB
infection. In general, the recommendation is to remove visually symptomatic
trees, but asymptomatic, infected trees probably exist in the near vicinity.
Depending on the timeliness of the disease survey and removal trees after
detection of visual symptoms, these early stage infections may contribute
more or less inoculum to the epidemic. Roguing may be more effective if
the “subclinical” population of infected trees is taken into account and a
threshold is developed beyond which entire blocks of commercial citrus are
removed because of the estimated greater infection than visually detected.
Regional prevalence of HLB: Since the first detection of HLB
in Florida citrus groves, intensive survey efforts by mostly larger citrus
companies in Florida have been undertaken to determine the extent of
infection within a local production area. The survey has been based largely
based on the presence of visual symptoms and confirmatory testing using
molecular approaches. The non-specific nature of foliar symptoms makes
the disease difficult to distinguish from nutrient deficiencies or other plant
S 102
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SITUAÇÃO ATUAL. Helvécio Della Coletta Filho. Centro APTA Citros
Sylvio Moreira, IAC, CP 04, CEP 13490-970, Cordeiropolis,SP. e-mail:
[email protected]. The actual situation of Huanglongbing
– HLB (ex-greening) in the Brazil.
A termo “Huanglongbing” referindo-se a doença que ocorre
no citros foi oficializado em 1995 durante a 13th IOCV (International
Organization of Citros Virologists), porém popularmente no Brasil, dada a
facilidade, tem-se adotado a denominação “greening”. Neste trabalho será
utilizado a denominação HLB. Dentre as inúmeras doenças que ocorre
nos citros, o huanglongbing (HLB) é uma das mais sérias e destrutivas.
Os primeiros relatos científicos sobre o HLB foi registrado em 1919, que
descreveu na China a doença do ramo amarelo (“yellow shoot”) dos citros
(Bové, 2006). A partir deste outros se sucederam ao logo do tempo, em
muitos outros países dos continentes Asiático e Africano, na Oceania e
agora recentemente, no início do século 21, no continente Americano,
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
justamente nos dois principais centros produtores de citros, Brasil (São
Paulo) e Estados Unidos (Flórida), somando-se ao todo próximo a 40
países onde a doença se faz presente (Bové, 2006). Embora não se tenha
estudos publicados quantificando as perdas econômicas ocasionadas pelo
HLB, na literatura pode se encontrar menções de perdas catastróficas no
número de plantas cítricas nos países asiáticos onde a doença é endêmica
(da Graça, 1991). Na África do Sul, em algumas áreas com alta incidência,
as perdas variaram de 30 a 100% (Schwarz, 1967, citado por le Rouxs
et al., 2006). Portanto, pode-se concluir que a viabilidade econômica da
citricultura é inversamente proporcional a incidência do HLB. Muito
embora o postulados de Kock não tenha sido concluído para o HLB devido
a não possibilidade de isolamento do agente associado à doença em meio
de cultura artificial, é consenso que o HLB é causado por uma bactéria,
Candidatus Liberibacter (o termo Candidatus é usado para espécies de
bactérias que não podem ser cultivadas), que habita os vasos do floema das
plantas doentes. Este “consenso” esta muito bem suportado nos trabalhos
de microscopia eletrônica desenvolvidos pela Dra. Monique Garnier
(Garnier et al., 1984) e nos trabalhos envolvendo genômica das regiões
conservadas do 16S do DNA ribossomal (Jagoueix et al., 1994).
A BACTÉRIA CANDIDATUS LIBERIBACTER SP.
Exaustivas inserções através de microscopia eletrônica mostraram
que células de Ca. Liberibacter apresentam-se na forma de bastonetes, com
a presença de membrana e triplice parede celular caracterizando-a como
uma bactéria Gram-negativa (Garnier & Bové, 1996). Posteriormente,
através de comparações de seqüências da região 16S do DNA ribossomal,
concluiu-se que esta bactéria pertence a subdivisão α das Proteobactérias
(Jagoueix et al, 1994). Três espécies de Liberibacter estão associadas ao
HLB dos citros; Ca. Liberibacter asiaticus, Ca. Liberibacter africanus
e Ca. Liberibacter americanus, sendo as duas últimas discutidas mais
detalhadamente durante este trabalho por serem as espécies de ocorrência
no Brasil. Ca. Liberibacter pode ser transmitida através de material vegetal
contaminado tal como demonstrado pelo pesquisador chinês L.K. Hsiang
já em 1956 (ver Bové, 2006) e naturamente, planta-a-planta, através de
insetos vetores conhecidos como psilídeos. Experimentalmente, Ca.
Liberibacter sp. pode ser transmitida para Vinca (Cataranthus roseus)
e para tabaco (Nicotiana tabacum), através de uma planta parasitária
conhecida como cuscuta (Cuscuta campestris) (Garneir & Bové, 1983).
Duas são as espécies de psilídeos associadas à transmissão de Ca.
Liberibacter, Diaphorina citri de ocorrência na Asia e América (no
Brasil existe relatos desde 1960) e Trioza erytreae presente na África.
D. citri esta associada à transmissão das espécies asiatica e americana
de Liberibacter, enquanto T. erytreae à espécie africana. Experimentos
conduzidos em condições controladas assim como as observações de
campo mostraram que o HLB africano ocorre somente em temperaturas
inferiores a 32ºC, com ótimo de expressão de sintomas a 25ºC. Similar
condição é necessária para o desenvolvimento do vetor T. erytreae. Já
os sintomas do HLB asiático podem se expressar tanto em temperaturas
amenas (22-24ºC) quanto altas (30 – 32ºC) (Bové et al., 1974). D. citri
também ocorre nestas temperaturas. Para maiorres detalhes sobre psilideos
ver a revisão de Halbert & Manjunath (2004).
Todos os relatos na literatura apontam para uma não existência de
fontes de resistência ao HLB e Ca. Liberibacter sp. nos citros comerciais,
dentro do gênero Citrus e até mesmo em outros gêneros da família Rutaceae
(Haltert & Manjunath, 2004). O método mais usado para diagnosticar Ca.
Liberibacter sp. é o baseado na PCR (Reação em Cadeia da Polimerase),
tendo-se como DNA alvo principalmente seqüências da região 16S do
rDNA (Jagoueix et al., 1994) ou sequencias do operon rplKAJL-rpoBC
(Hocquellet et al., 1999).
O HLB NO BRASIL
O primeiro relato de HLB no Brasil data de junho de 2004,
onde o Centro APTA Citros “Sylvio Moreira” (IAC) e o Fundecitrus
relataram simultaneamente a ocorrência da doença em plantas
localizadas próxima ao município de Araraquara, São Paulo. Porém,
relatos de produtores levam a crer que esta doença já estava em
nossas condições a pelo menos 10 anos sem ter-se dado atenção a
sua existência. Em 2007, oficialmente, já somam-se 123 municípios
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
paulistas onde plantas com HLB foram relatadas (Figura 1), o que
revela o alto poder de dissiminação desta doença. Somado a estes,
segue um município do Estado de Minas Gerais, localizado da divisa
leste com o Estado de São Paulo.
Figura 1. Municípios paulistas onde plantas com HLB foram encontradas e a Ca.
Liberibacter spp. diagnosticada através da PCR.
Em São Paulo foi constato a ocorrência de duas espécies de
Liberibacter associadas ao HLB, a já conhecida Ca. Liberibacter asiaticus
(Coletta- Filho et al., 2004) e uma nova espécie, Ca. Liberibacter
americanus (Teixeira et al., 2005). Confirmando se tratar de uma nova
espécie, sequencias da região extremamente conservada como o 16S do
rDNA destas duas espécies revelaram, em Ca. Liberibacter americanus,
a ocorrência de duas regiões de deleções, uma com 13 e outra com 3
nucleotídeos assim como outros eventos de mutações ao longo de 1124
nucleotídeos analisados (Coletta-Filho et al., 2005). Primers específicos
para ambas espécies de Liberibacter foram desenhados, tendo-se como
base estas diferenças genômicas, e são utilizados em diagnóstico de rotina.
Também, baseados nestes INDELs, primers e probes para PCR em tempo
real específicos para ambas espécies de Liberibacters foram desenhados e
validados. Quanto a freqüência destas duas espécies de Liberibacters em
plantas com HLB em São Paulo, numa análise de mais de 3500 amostras, em
88% foram diagnosticas Ca. Liberibacter americanus, 5% Ca. Liberibacter
asiaticus e em 7% ambas as espécies (informação pessoal). Ultimamente,
embora não se tenha dados tão extensos quanto ao apresentado acima, tem
se constatado nos diagnósticos um aumento significativo da freqüência de
plantas infectadas pela espécie asiática de Liberibacter.
Os sintomas de HLB, tanto para a forma asiática quanto americana,
embora em algumas situações possam ser confundidos com outros problemas
de ordem biótica ou abiótica, nas laranjas doce [Citrus sinenis (L.) Osb.]
exibem características próprias que podem ser facilmente identificadas a
campo. Iniciam-se com o aparecimento de ramos amarelos setorizados que
se destacam do verde da copa. Ondas de frio também pode levar a emissão
de ramos amarelos, porém, nestes casos, poderá ser observado de forma
generalizada no pomar. No caso de HLB, nos ramos amarelos, nas folhas
maduras destes ramos amarelados, inicia-se um mosqueamento assimétrico
em relação a nervura central da folha onde manchas amareladas, de um
lado do limbo foliar, se contrastam com o verde normal do outro lado.
Posteriormente, estes ramos amarelos podem aparecer por toda a copa e
não mais setorizados. Também, com o tempo, ocorre queda prematura das
folhas destes ramos sintomáticos, onde novas folhas podem surgir, porém
serão menores, os internódios serão curtos e muitas vezes também exibindo
deficiência de zinco. Os frutos dos ramos afetados desenvolvem de forma
assimétrica em relação do eixo central e muitas vezes nem se desenvolvem.
Cortando-os longitudinalmente observa-se feixes amarelados que saem do
pedunculo, assim como a presença de sementes abortadas. Estes sintomas são
facilmente identificados em laranjas doces, nas tangerinas e principalmente
nos limões podem ocorrer de forma não muito caracteristica, necessitando
da confirmação do agente causal.
A transmissão de Ca. Liberibacter americanus tal como descrita
acima para outras Liberibacters também já foi demonstrada de citros para
citros através de borbulhas e psilídeo (D. citri) e de citros para Vinca, através
da cuscuta. Porém, a taxa de infecção via enxertia ou borbulhia desta nova
S 103
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
espécie de Liberibacter é bem menor quando comparada a espécie asiática.
Embora possa admitir que não existe condições climáticas restritivas ao
desenvolvimento do HLB americano em São Paulo devido a sua ampla
distribuição no Estado, estudos detalhados sobre temperaturas ótimas para
expressão de sintomas e multiplicação do patógeno estão em andamento. De
forma semelhante ao que ocorre para Liberibacter asiaticus, todo o gênero
Citrus é também hospedeiro de Liberibacter americanus, inclusive a planta
ornamental conhecida como Murraia, Murraya paniculata, um hospedeiro
preferencial de D. citri (ver Bové, 2006)
Absolutamente não existe um metodo curativo para o HLB.
Tudo que se pode fazer é prevenir. Se instalado, combate-lo através da
eliminação constante de fontes de inóculo (plantas doentes), assim como
diminuir ao máximo possível a população do vetor, D. citri. Atualmente
esta em vigor no Estado de São Paulo a Instrução Normativa no. 32 de
29 de setembro de 2006, onde os citricultores são obrigados a inspecionar
seus próprios pomares para a ocorrência de HLB, assim como eliminar as
plantas doentes, enviando relatórios semestrais à Coordenadoria de Defesa
Agropecuária. Esta, por sua vez, irá inspecionar as propriedades, altuando e
até multando as que não realizarem as inspeções e erradicações, se houver.
Porém, deve se deixar claro que todo esforço de conteção do HLB deve
ser em conjunto de modo que os citricultores vizinhos possam se unir em
“verdadeiros” condomíneos agrícolas. Ações isoladas poderão levar ao
insucesso no controle no HLB uma vez que para o vetor não existe limites
de propriedades. Quanto aos outros Estados produtores de citros no Brasil,
é absolutamente importante um rigoroso conhecimento desta doença por
parte de seus técnicos e extensioanistas de forma inspecionar a ocorrência
desta doença, uma vez que a contenção da mesma esta condicionada a sua
identificação precoce e atitudes rápidas.
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España, e-mail: [email protected]. Variability of the causal agent of citrus
tristeza: advances and prospects.
Citrus tristeza virus (CTV), miembro del género Closterovirus,
familia Closteroviridae, es el agente causal de varias enfermedades de gran
impacto en la citricultura mundial. El virus se ha introducido en la mayoría
de las zonas citrícolas mediante la propagación de yemas infectadas y a
nivel local se dispersa por distintas especies de pulgones, siendo Toxoptera
citricida y Aphis gossypii los vectores más eficientes.
Los viriones de CTV son partículas flexuosas de 2000 x 11 nm,
compuestas por una molécula de RNA genómico (RNAg) de cadena
sencilla y polaridad positiva, con un tamaño de unas 20 kilobases, y dos
proteínas de cápsida de 25 y 27 kDa. La primera de ellas cubre el 95% de
la longitud del virión, mientras que la segunda encapsida los ~630 nt 5’
terminales del RNAg, dando al virión una estructura polar semejante a una
serpiente de cascabel.
Se conoce la secuencia nucleotídica completa del RNAg de al
menos nueve aislados de CTV y en todos los casos se ha comprobado la
presencia de 12 marcos de lectura, que codifican (de 5’ a 3’) las proteínas
de la replicasa, p33, p6, p65, p61, p27, p25, p18, p13, p20 y p23, y zonas no
codificantes (UTR) en los extremos 5’ y 3’. Mientras el gen de la replicasa,
que ocupa la mitad 5’ terminal del genoma, se expresa a partir del RNAg,
la expresión de los 10 genes restantes se efectúa a partir de otros tantos
RNAs subgenómicos (RNAsg) 3’ co-terminales con el RNAg. Los genes
p6, p65, p61, p27 y p25 forman parte de un módulo conservado en todos
los closterovirus que codifica proteínas implicadas en el ensamblaje y
movimiento de los viriones. Éstas incluyen una proteína transmembrana
(p6), otra homóloga de la familia HSP70 de chaperonas de plantas (p65),
dos copias divergentes de la proteína de cápsida (p27 y p25) y otra proteína
que también se considera una copia divergente de la proteína de cápsida
(p61). La proteína p20 se acumula en las inclusiones amorfas de las células
infectadas y p23 es una proteína de unión a RNA que está implicada en la
producción de síntomas y controla además la acumulación asimétrica de las
cadenas positiva y negativa durante la replicación de RNA. Las proteínas
p23, p20 y p25 funcionan como supresores del silenciamiento de RNA en
plantas de Nicotiana tabacum y N. benthamiana. Las funciones de p33, p18
y p13 son aún desconocidas.
Se han caracterizado numerosos aislados de CTV que difieren
en propiedades biológicas como la transmisibilidad por pulgones o los
síntomas que inducen en distintas especies o combinaciones patrón/injerto.
Estas propiedades son responsables en gran medida de los daños causados
por el virus en cada región. Los principales síndromes inducidos por CTV
incluyen i) decaimiento y muerte de las plantas propagadas sobre patrón
naranjo amargo (tristeza), ii) enanismo, acanaladuras en la madera y baja
producción y calidad de la fruta de algunos cultivares con independencia del
patrón, y iii) amarilleo y enanismo en plantas de semilla de pomelo, limonero
o naranjo amargo, un síntoma de invernadero que no suele observarse en
campo. Los determinantes genéticos responsables de cada uno de estos
síntomas son aún desconocidos, lo que supone una limitación importante
para evitar la propagación en vivero de los aislados más agresivos de CTV.
Como ocurre con otros virus de RNA, los aislados de CTV están
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
formados por una población de variantes de secuencia resultante de: i)
mutaciones originadas por la ausencia de mecanismos de corrección de
errores en las RNA polimerasas dependientes de RNA, ii) sucesos de
recombinación, iii) inoculaciones sucesivas en campo, iv) deriva genética
favorecida por los cuellos de botella que ocurren en los procesos de
transmisión, y v) distintas fuerzas selectivas. La manifestación de síntomas
en las plantas infectadas depende probablemente de la composición de estas
poblaciones y en particular de la frecuencia de las variantes de secuencia más
virulentas. En los últimos años se ha avanzado en el estudio de la estructura
de las poblaciones de CTV y de los factores que afectan su evolución.
La acumulación de mutaciones en distintas zonas del gRNA es
variable, probablemente debido a las distintas presiones selectivas que les
afectan. Así, la diversidad genética del gen p25 en aislados de California
y España es 0.038 aproximadamente, mientras que la diversidad de estos
mismos aislados en una región del gen de la replicasa es 0.137 (Rubio
et al., 2001), y la de un grupo de aislados de Argentina, Brasil, Córcega,
España, Florida, Israel y Japón en el gen p33 es 0.132. Cuando se
analizan separadamente la diversidad en posiciones sinónimas (dS) y en
no sinónimas (dNS) se observa que la mayoría de los cambios ocurren en
las primeras y los valores dNS/dS son en todos los casos inferiores a 1, lo
que sugiere presiones selectivas en contra de los cambios de aminoácidos
(Rubio et al., 2001). Una de las zonas más conservadas del genoma es
la región 3’UTR, que presenta más del 96% de identidad nucleotídica en
todos los aislados comparados. Por el contrario, la región 5’UTR presenta
la máxima variabilidad, si bien ésta no se distribuye al azar sino que las
variantes de secuencia se agrupan en tres tipos (I, II y III) con identidades
nucleotídicas superiores al 88% dentro de cada grupo y muy inferiores
(entre 44 y 64%) entre grupos (López et al., 1998). Curiosamente en los
aislados menos agresivos las secuencias tipo III son predominantes, si no
las únicas detectadas, mientras que en los más agresivos predominan las
de tipo II (Ayllón et al., 2001; Ruiz-Ruiz et al., 2006). Análisis recientes
de la acumulación de mutaciones en una población clonal han mostrado
que ésta es muy lenta en algunas especies huésped y relativamente rápida
en otras, lo que sugiere un posible papel de estas últimas en la generación
de variabilidad.
La recombinación homóloga es una vía de generación de variabilidad
más rápida que la acumulación progresiva de mutaciones, y por tanto, un
factor evolutivo importante en algunos virus de RNA. La replicación y
transcripción del gRNA de CTV da lugar a numerosas especies de RNAsg
virales en las células infectadas y facilita los sucesos de recombinación
tanto homóloga como no homóloga. Cuando las secuencias parentales
son suficientemente divergentes la recombinación homóloga puede
detectarse con facilidad (Vives et al., 2005). Recientemente, el análisis de
varias regiones genómicas en aislados de distintos orígenes geográficos
y características patogénicas ha puesto de manifiesto: i) que los sucesos
de recombinación son relativamente frecuentes en CTV, y ii) que CTV
parece haber evolucionado en al menos dos (y posiblemente tres) genotipos
diferentes. Por otra parte, la recombinación no homóloga es muy frecuente
en CTV y da lugar a las presencia de RNAs defectivos, que contienen los
dos extremos del RNAg pero carecen de una porción de tamaño variable
de la región central. La acumulación de algunos RNAs defectivos podría
modular la expresión de síntomas como ocurre en otros virus, si bien esta
posibilidad no está plenamente demostrada en CTV.
El largo período que los cítricos permanecen en el campo
(frecuentemente más de 30 años) hace probable que cada planta reciba
múltiples inoculaciones por pulgones, a veces portadores de variantes de
secuencia muy divergentes, como se ha comprobado en varias ocasiones
(Rubio et al., 2001; Ayllón et al., 2006). Dependiendo de su eficacia biológica
relativa, la población inicial puede quedar esencialmente inalterada, o
alguna de las nuevas variantes puede hacerse predominante, cambiando la
estructura e incluso las propiedades biológicas de dicha población. Distintas
evidencias indican que frecuentemente las variantes más virulentas tienden
a desplazar a las menos agresivas (Sambade et al., 2002, 2007).
Por otra parte, la transmisión de CTV a un nuevo huésped, en
particular la transmisión por pulgones, somete la población viral a un
cuello de botella que reduce su tamaño efectivo. Ello puede dar lugar a
fenómenos de deriva genética que alteran la estructura de la población viral
y a veces las propiedades patogénicas de ésta (Albiach-Martí et al., 2001;
Ayllón et al., 2006). La distribución irregular de las variantes de secuencia
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
en las plantas infectadas y la adquisición y/o transmisión preferencial de
algunas variantes por los pulgones son factores que pueden contribuir a esta
deriva (D’Urso et al., 2000). La transmisión preferente de las variantes más
agresivas cuando los pulgones adquieren el virus de plantas co-infectadas
con variantes agresivas y no agresivas ha sido documentada (Brlansky et
al., 2003; Sambade et al., 2007).
Finalmente, además de las presiones selectivas que distintos
huéspedes pueden ejercer sobre las poblaciones de CTV, cambios en las
condiciones ambientales pueden afectar el sistema de defensa de la planta
y por tanto la estructura de la población de CTV. En el futuro es previsible
que el movimiento internacional de yemas infectadas con distintas variantes
de secuencia y la posterior dispersión local por pulgones cause nuevos
problemas y pérdidas económicas en distintas áreas citrícolas. El control
global de CTV es un importante reto técnico que requerirá herramientas
apropiadas para caracterizar las poblaciones de CTV y sus interacciones
con huéspedes y vectores. Actualmente hay métodos sensibles y fiables
para la detección del virus, pero ninguno de ellos permite la identificación
inequívoca de variantes potencialmente peligrosas para cultivares o
combinaciones específicas, a pesar de la amplia información generada
en la última década sobre la biología, epidemiología y características
moleculares de CTV. Para formular estrategias de control apropiadas será
necesario comprender los mecanismos que inducen la enfermedad y los
determinantes genéticos de la patogenicidad y transmisibilidad por vector
de CTV. En este sentido, el reciente desarrollo de sistemas genéticos basados
en la obtención y manipulación de clones infecciosos de cDNA del genoma
completo de CTV abre perspectivas prometedoras para la localización
dichos determinantes, y por tanto, para el desarrollo de métodos apropiados
para la detección y control de los aislados potencialmente más agresivos.
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A doença clorose variegada dos citros (CVC) foi observada pela vez
no Brasil em 1987, no norte e noroeste do estado de São Paulo e no sul do
Triângulo Mineiro. Essa doença é causada pela bactéria Xylella fastidiosa
que, ao colonizar o xilema, provoca interrupção do fluxo de água e sais
minerais para a copa, induzindo sintomas característicos em folhas e frutos
e graves reflexos na produção das laranjeiras, principalmente nos estágios
mais avançados da doença, onde perdas de até 80% podem ocorrer devido à
redução do peso do fruto (Ayres, 2000). O cinturão citrícola do estado de São
Paulo e Triângulo Mineiro compreende 212 milhões de laranjeiras e 659 mil
hectares, localizados em 367 municípios das regiões sul, sudoeste, central,
norte e noroeste de São Paulo e sul do Triângulo Mineiro. Levantamentos
amostrais feitos pelo Fundecitrus nestas regiões indicam que a incidência
da CVC cresceu de 22% para 43%, no período de 1996 para 2005. Em
algumas regiões a situação é mais preocupante, como o norte, noroeste e
centro do estado de São Paulo, onde em 2005, respectivamente, 69,74%,
56,25% e 51,96% das laranjeiras estavam afetadas pela doença. Por outro
lado, a intensidade de CVC nas regiões sul e sudoeste do estado de São
Paulo são de 4,72% e 9,50%, respectivamente (www.fundecitrus.com.br).
Essa menor gravidade da doença é atribuída às condições climáticas mais
amenas dessas regiões que induzem a menor severidade dos sintomas da
CVC, ao menor inóculo presente nessas áreas e à menor população das
cigarrinhas vetoras.
A CVC é a doença que mais prejuízos têm ocasionado na citricultura
paulista nos últimos anos. Estimativas recentes indicam que pelo menos
cerca de 6 milhões de plantas (3% do total) têm sido eliminadas anualmente
devido aos sintomas severos da CVC, que representa um prejuízo de 120
milhões de dólares. Além disso, perdas significativas de produção têm
ocorrido com o incremento da severidade da doença e o menor tamanho dos
frutos. Em 1996, quando a CVC era relativamente amena, eram necessárias
cerca de 270 laranjas para se encher uma caixa de 40.8 kg, enquanto que
em 2006 foram necessários 300 frutos por caixa de 40.8 Kg. Isso representa
uma quebra de produção de 34,8 milhões de caixas de laranjas sobre os
348 milhões de caixas efetivamente produzidos. Considerando-se o valor
de 3,50 dólares por caixa, a CVC causou aos citricultores um prejuízo de
121,8 milhões de dólares.
A bactéria da CVC é disseminada por cigarrinhas da subfamília
Cicadellinae (Hemiptera: Cicadellidae). São doze espécies sendo quatro
(Acrogonia citrina, Bucephalogonia xanthophis, Dilobopterus costalimai
e Oncometopia facialis) as predominantes em árvores cítricas. As demais
se alimentam preferencialmente em gramíneas (Ferrariana trivittata,
Macugonalia leucomelas, Plesiommata corniculata e Sonesimia grossa),
ou apresentam baixa densidade populacional (Acrogonia virescens,
Homalodisca ignorata e Parathona gratiosa). Dentre as espécies que
preferem citros, B. xanthophis predomina em pomares nos dois primeiros
anos de vida da planta, sendo o principal vetor nessa idade (Yamamoto et
al. 2001), e A. citrina, D. costalimai e O. facialis predominam em pomares
em produção (Yamamoto & Lopes 2004). As cigarrinhas têm ciclo de vida
longo, com períodos de incubação dos ovos de 9,6 a 11,8 dias, dependendo
da espécie. A maioria apresenta 5 estádios ninfais com duração de 44 a
76 dias (Almeida & Lopes, 1999; Paiva et al., 2001). A longevidade
para O. facialis, D. costalimai e A. gracilis foi de 15,5; 36,4 e 72,4 dias,
S 106
respectivamente (Paiva et al. 2001). Embora a primavera e verão sejam as
estações em que ocorrem maiores populações, devido à maior brotação das
laranjeiras e condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento desses
insetos (Roberto 1998, Yamamoto & Lopes 2004), as cigarrinhas podem ser
capturadas o ano todo. Em anos em que ocorre atraso no início das chuvas, o
pico populacional pode ocorrer no outono ou inverno (Roberto & Yamamoto
1998), como verificado em 1995. No estado de São Paulo as cigarrinhas
são mais abundantes e diversas no norte do estado (Bebedouro, Barretos
e Olímpia). Isto pode estar associado mais à prevalência de temperaturas
mais elevadas do que qualquer outro fator, visto que na região sul, onde as
temperaturas médias são mais baixas, existe melhor distribuição de chuvas
e menor déficit hídrico, favorecendo, portanto a brotação das plantas, fontes
de alimentos desses insetos.
As cigarrinhas podem adquirir a bactéria alimentando-se por somente
1,5 h em plantas doentes. Maiores taxas são observadas com os insetos se
alimentando por 48 horas ou mais (P. T. Yamamoto, dados não publicados).
Quanto à transmissão, a eficiência também aumenta com períodos mais
prolongados de alimentação nas plantas sadias. A eficiência de transmissão
é baixa, variando de 0,3% (H. ignorata) a 17,3% (M. leucomelas) (Lopes
1999). Deve se considerar que mesmo pouco eficientes este insetos são
importantes por ocorrerem em grandes populações nos pomares.
O controle da CVC requer a adoção conjunta de três medidas que
envolvem: i) plantio de mudas sadias, ii) poda de ramos com sintomas
iniciais da CVC e erradicação de plantas com sintomas generalizados e
iii) controle dos vetores. Devido à CVC, existe, desde 2003, uma norma
governamental que obriga a produção de mudas em viveiros protegidos
(estufas com telas contra cigarrinhas). Em decorrência da mudança do
sistema de produção de mudas e do controle mais efetivo das cigarrinhas
nos pomares, pode se observar uma redução da incidência da CVC nos
pomares jovens, com idade inferior a 3 anos, de 12 a 19% no período de
1996 a 1998 para 3% no ano de 2005. A disseminação da CVC para outros
estados do Brasil e o surgimento do huanglongbing (greening) em São
Paulo em 2004, torna imperativa à necessidade de produção de mudas em
ambiente protegido em todo o território nacional.
A poda é uma medida eficaz no controle da CVC, desde que adotada
em plantas com idade superior a 3 anos e com sintomas iniciais da doença,
ou seja, quando somente algumas folhas sintomáticas forem observadas na
extremidade de um dos ramos da copa. Neste caso, recomenda-se remover
o ramo sintomático, cortando-o a uma distância de pelo menos 70 cm
abaixo da última folha basal com sintomas. Por outro lado, recomendase a eliminação de plantas contaminadas com idade inferior à 3 anos,
independente da severidade dos sintomas, ou das plantas com idade superior
a esta, mas com sintomas em mais de um ramo principal ou de ocorrência
generalizada na copa. A poda é uma prática com o objetivo de recuperar a
sanidade da planta e reduzir a fonte de inóculo da doença.
O controle químico das cigarrinhas vetoras da CVC é uma medida
eficaz na redução da taxa de disseminação da doença. Existem vários
inseticidas efetivos, sistêmicos e de contato, disponíveis no mercado.
Doses e formas de aplicação são indicadas pelos fabricantes. A efetividade
no sucesso do controle químico vai depender da observância dos aspectos
sobre a biologia e dinâmica populacional dos vetores. De maneira geral, os
inseticidas sistêmicos são aplicados nas mudas no próprio viveiro, antes
do plantio. Essa prática proporciona a proteção das mudas no campo por
período aproximado de 90 dias. Após este período, os inseticidas sistêmicos
devem continuar em uso nos períodos de chuva e até o momento em que as
plantas atinjam 3 anos de idade. A partir daí, e nos períodos de estiagem,
independente da idade, por uma questão técnica e de custo, recomenda-se o
uso de produtos de contato.
Diferentemente da maioria das doenças de plantas, a resistência
genética contra a CVC não tem sido explorada com sucesso na citricultura.
Isto se deve à inexistência de variedades com níveis satisfatórios de
resistência que possam substituir os materiais suscetíveis atualmente
plantados. Logo após a primeira descrição da doença e antes mesmo da
causa ter sido comprovada em condições experimentais, levantamentos de
campo indicavam que todas as variedades de laranjas doces cultivadas (Pêra
Rio, Natal, Hamlim e Valência, etc) eram suscetíveis à doença. As tangerinas
Ponkan e tangor Murcott, os limões e a lima ácida Tahiti, por não manifestarem
os sintomas típicos da CVC, foram caracterizados como resistentes. Estes
resultados foram confirmados em diversos experimentos de campo e mais
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
recentemente em estudos conduzidos em condições controladas de casa de
vegetação, onde as plantas foram inoculadas artificialmente com culturas
puras da bactéria (Garcia, 2007; Lopes et al, 2005).
Existe uma tendência de redução da intensidade e importância da CVC
em médio prazo. Isto está fundamentado em uma série de fatores favoráveis
dentre os quais se destacam: i) a citricultura está migrando para a região
sudoeste do estado de São Paulo onde a pressão de inóculo e a população
de cigarrinhas são menores e ii) têm aumentado o percentual de citricultores
maiores e mais tecnificados que controlam efetivamente a doença. É essencial
para manutenção da supremacia e competitividade da citricultura brasileira
o fortalecimento dos investimentos em pesquisa com objetivo de encontrar
uma solução definitiva para CVC e outras sérias doenças que afligem a
citricultura, tais como o “ huanglongbing” (“greening”) e o cancro citrico.
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Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
S 107
RESUMOS
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
0001
Indução de fitoalexinas em mesocótilos de sorgo e cotilédones de soja
por óleo essencial de Cymbopogon citratus. Itako, A.T.; Schwan-Estrada,
K.R.F.; Tolentino Júnior, J.B.; Mesquini, R.M. Dep. Agronomia,
Universidade Estadual de Maringá. E-mail:[email protected].
Phytoalexin induction in sorghum mesocotyls and soybean cotyledons from
Cymbopogon citratus essential oil.
Plantas medicinais apresentam potencial no controle de fitopatógenos,
tanto por sua ação fungitóxica direta, quanto pela capacidade de induzir
resistência através do acúmulo de fitoalexinas. Este trabalho teve por
objetivo verificar o uso do óleo essencial (OE) de Cymbopogon citratus na
indução de fitoalexinas em sorgo e soja. Em sorgo, mesocótilos excisados
foram colocados em tubos contendo 1 mL de cada tratamento: OE nas
concentrações 0, 100, 250, 500, 750, 1000 e 1500 µL/L. Foram incubados
por 60h a 25oC sob luz constante. Os 2,5 cm superiores do mesocótilos
foram submersos em 1,4 mL de metanol 80% por 96 h. Determinouse a absorbância a 480 nm. Em soja, as mesmas concentrações do óleo
foram aplicadas em um corte em forma de cunha na superfície interior
dos cotilédones e mantidos a 25oC no escuro. Após 20h, os cotilédones
foram colocados em água esterilizada e mantidos sob agitação por 1h.
A absorbância foi determinada a 285 nm. Em sorgo foi verificada maior
produção de fitoalexina na concentração 100 µL/L do óleo, enquanto que
em soja a maior produção foi na concentração de 1000 µL/L.
0002
Escalas diagramáticas para quantificação da severidade da requeima
em tomateiro. Corrêa1*, F.M.; Souza1, I.A.; Carmo1*, M.G.F.; Bueno
Filho2*, J.S.S. 1Departamento de Fitotecnia – Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro. 2Universidade Federal de Lavras *Bolsista-CNPq. Email: [email protected]. Diagramatics scales for quantification of the
severity of late blight in tomato
Escalas diagramáticas são ferramentas importantes para avaliação da
severidade de doenças no campo. Estas devem representar a área lesionada
de folhas ou parte de plantas, nos seus diferentes níveis de severidade.
Como não existe metodologia bem definida para avaliação da requeima,
causada por Phytophthora infestans em tomateiro, o presente trabalho
teve como objetivo estabelecer o uso de uma escala diagramática que
represente o desenvolvimento da requeima em plantas de tomateiro. Foram
avaliadas três escalas, James (1971-modificado) com valores de 1, 5, 10,
16, 32 e 50%, escala proposta-simplificada (3, 12, 22, 40, 60 e 77%) e
escala proposta-detalhada (3, 6, 12, 22, 40, 60, 77 e 90%). A precisão e
acurácia das avaliações com base nas três escalas foi determinada com
o auxílio de 10 avaliadores, em duas sessões com 50 fotos em diferentes
níveis de severidade, seguido de análise de regressão linear simples. Os
avaliadores, quando utilizaram a escala de James (1971-modificado) foram
imprecisos e pouco acurados, independente da avaliação. Contudo, quando
os avaliadores utilizaram as escalas propostas, simplificada ou detalhada,
os mesmos apresentaram respostas mais precisas e acuradas. Conclui-se
que as escalas propostas (simplificada ou detalhada) podem ser utilizadas
em trabalhos de rotina para quantificações da severidade da requeima em
tomateiro no campo.
0003
Metodologia de análise para seleção de genótipos de tomate resistentes
a Phytophthora infestans (Mont) de Bary. Corrêa1*, F.M.; Bueno
Filho2*, J.S.S.; Carvalho, A.O.1; Carmo1*, M.G.F. 1Departamento de
Fitotecnia – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 2Universidade
Federal de Lavras *Bolsista-CNPq. E-mail: [email protected].
Analyze methodology for selection of resistant tomato the Phytophthora
infestans (Mont) de Bary.
A AACPD, calculada por meio da soma de Riemann ou pela integração a
partir das equações ajustadas por modelo linear ou não linear é utilizada
em trabalhos de seleção de genótipos resistentes a doenças ou para avaliar
o efeito de tratamentos no seu controle. O presente trabalho teve como
objetivo comparar três metodologias de análises para avaliar genótipos de
tomate cereja quanto a resistência à requeima, causada por Phytophthora
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
infestans. O experimento foi conduzido na UFRuralRJ, no Depto. de
Fitotecnia, entre maio a setembro de 2006. Utilizaram-se 63 linhagens em
testes na UFRuralRJ, o híbrido ‘Super Sweet’, suscetível, e os genótipos
Perinha-A e Perinha-B, resistentes. O delineamento utilizado foi de blocos
incompletos com 33 plantas por bloco e uma planta por parcela, num
total de 20 blocos, sendo os efeitos de blocos e genótipos considerados
aleatórios. Para quantificar a severidade da doença, efetuaram-se avaliações
semanais, utilizando-se a escala modificada de James (1971), nas folhas
número três, quatro e cinco de cada planta, ao longo de 54 dias. Nas
análises, foram utilizadas três metodologias de cálculo da AACPD: a soma
Riemann, análise da soma de Riemann para cada parcela e integração a
partir de equação do modelo logístico. A correspondência das análises
foi determinada através da correlação de Pearson. A análise da soma
de Riemann para cada parcela e a integral calculada a partir do modelo
logístico, permitiram um ajuste adequado dos dados e melhor discriminação
dos genótipos quanto a resistência à requeima, quando comparado à soma
de Riemann. A correlação dos valores de AACPD calculados pela análise
da soma de Riemann para cada parcela e integração a partir de equação do
modelo logístico foi de r = 0,97.
0004
Avaliação da resistência de cultivares comerciais de tomateiro à
mancha-fuliginosa de cercospora, em condições de cultivo protegido.
Halfeld-Vieira, B.A.; Nechet, K.L.; Souza, G.R.; Embrapa Roraima,
BR 174, km 8, CP 133, 69301-970. E-mail: [email protected].
Evaluation of commercial tomato cultivars to resistance to black leaf mold
in protected cultivation conditions.
A mancha-fuliginosa do tomateiro (Lycopersicon esculentum), causada por
Pseudocercospora fuligena, é uma doença incomum no Brasil e não há muitas
informações dos danos ocasionados pela sua incidência. A identificação de
materiais resistentes, cultivados regularmente por um grande número de
produtores, é uma medida que pode auxiliar no manejo integrado da doença
e auxiliar em programas de melhoramento. O objetivo deste trabalho foi
verificar, dentre as cultivares de tomateiro Débora plus, Duradoro, IPA 6,
Santa Clara e San Vito, quais apresentavam maior grau de resistência à
mancha-fuliginosa em condições de cultivo protegido. Foi estabelecido um
experimento em delineamento de blocos casualizados, com 10 plantas por
parcela e 5 repetições, avaliando-se periodicamente a severidade da doença.
Para as análises estatísticas foram calculadas as Áreas Abaixo da Curva de
Progresso da Doença (AACPD) e realizado contraste de médias por teste
Fisher-LSD a 5%. As cultivares Duradoro e San Vito apresentaram maior
resistência à doença, enquanto Débora Plus maior grau de suscetibilidade.
0005
Reação de cultivares comerciais de tomateiro à mancha fuliginosa de
cercospora. Halfeld-Vieira, B.A.; Nechet, K.L.; Souza, G.R.; Embrapa
Roraima, BR 174, km 8, CP 133, 69301-970. E-mail: halfeld@cpafrr.
embrapa.br. Reaction of commercial tomato cultivars to black leaf mold.
A mancha fuliginosa do tomateiro, causada por Pseudocercospora fuligena
foi constatada causando danos significativos, no ano de 2005 em Boa Vista,
Roraima. O objetivo deste trabalho foi identificar, dentre as cultivares de
tomateiro Débora plus, Duradoro, IPA 6, Santa Clara e San Vito as que
apresentam maior resistência à doença. Utilizaram-se como parâmetros
os seguintes componentes: severidade (Sev), período de incubação (PI) e
período latente (PL). O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação,
com temperatura variando de 25 a 30 oC, em delineamento inteiramente
casualizado, com 10 repetições, sendo cada repetição constituída por
uma planta por vaso. Os PI foram determinados ao serem observados os
primeiros sintomas e os PL ao ser verificada presença de esporos sobre
as manchas, com auxílio de uma lupa de aumento de 10x. A severidade
da doença para cada cultivar foi estimada 20 dias após a inoculação. O
contraste de médias foi obtido por diferença mínima significativa (FisherLSD) a 5%. Para o parâmetro Sev, somente a cultivar Débora plus se
destacou, com maiores valores, possuindo também os menores valores de
PI e PL, configurando-se a mais suscetível dentre as demais. As cultivares
Duradoro e San Vito, apresentaram maior grau de resistência, havendo
significativamente maiores PI e PL.
S 111
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
0006
Eficácia de fungicidas no controle da ferrugem da soja. Neves1, D.L;
Ribeiro1, G.C; Pagnocelli1, A; Campos1, H.D; Silva1, L.H.C.P; Secco1,
M.D. 1Universidade de Rio Verde – FESURV. E-mail: [email protected].
Efficacy of fungicides in the rust soybean control.
Com o objetivo de avaliar o efeito de fungicidas no controle da ferrugem
soja, um experimento foi realizado em Rio Verde, GO. Dentre os tratamentos,
além da testemunha não tratada, utilizaram-se diferentes dosagens do
fungicida trifloxistrobina em mistura com tebuconazol, protioconazol ou
ciproconazol, com ou sem a adição de óleo metilado de soja. O delineamento
experimental foi o de blocos ao acaso em quatro repetições. Avaliaram-se
a severidade da doença, desfolha, rendimento e seletividade. Na última
avaliação todos os tratamentos que receberam aplicação controlaram
significativamente a severidade da doença em relação à testemunha, tanto
na metade inferior quanto superior da planta. A severidade da doença na
testemunha chegou a 100% na metade inferior e a 59% na metade superior.
Nos tratamentos que receberam aplicação de fungicidas, a severidade foi
inferior a 2,92% e 0,60% para as metades inferior e superior das plantas,
respectivamente. Não foi observado efeito de dose ou da adição de óleo
nesta avaliação. Enquanto a desfolha na testemunha foi de 80%, nos
tratamentos com fungicidas, esta foi inferior a 17,62%. Ao se avaliar o
rendimento da cultura, verificou-se que todos os tratamentos apresentaram
maiores pesos de mil grãos e produtividade em relação à testemunha. A
partir do estádio R5.4, foram verificados sintomas leves de fitotoxidez nos
tratamentos contendo trifloxistrobina + protioconazol, na maior dosagem, e
trifloxistrobina + tebuconazol, quando da adição de óleo.
0007
Eficácia dos fungicidas flutriafol + tiofanato metílico e tiofanato metílico
no controle da antracnose na cultura da soja. Neves1, D.L; Marcório2,
G.C; Ribeiro1, G.C; Campos1, H.D; Silva1, L.H.C.P. 1Universidade de
Rio Verde – FESURV. 2Engenheiro Agrônomo. E-mail: [email protected].
Efficacy of flutriafol + thiophanate methyl and thiophanate methyl in the
soybean anthracnose control.
Com o objetivo de avaliar a eficácia dos fungicidas flutriafol + tiofanato
metílico e tiofanato metílico, no controle da antracnose soja, um experimento
foi realizado em Montividiu, GO. O delineamento experimental foi em blocos
ao acaso em 4 repetições. A eficácia dos fungicidas foi realizada com base
na incidência da doença, peso de mil grãos e produtividade. Plantas tratadas
com fungicidas apresentaram menor incidência em trifólios em relação à
testemunha não tratada. Ao se avaliar a incidência da doença nas vagens,
apenas os tratamentos que receberam aplicação dos fungicidas flutriafol +
tiofanato metílico, independente da dosagem utilizada, e tiofanato metílico
na maior dose, diferiram significativamente da testemunha. Em relação ao
rendimento da cultura, ao se avaliar o peso de mil grãos observou-se que
não houve diferenças significativas entre os tratamentos contendo flutriafol
+ tiofanato metílico, nas doses de 60+300 e 70+350 g i.a./ha, tiofanato
metílico, na menor dose, epoxiconazol + pyraclostrobina e ciproconazol +
azoxytrobyna que produziram significativamente mais que a testemunha.
A produtividade na testemunha foi de 2529,88 kg/ha e nos melhores
tratamentos variou de 2797,00 kg/ha (tiofanato metílico na menor dose) a
2892,82 kg/ha (flutriafol + tiofanato metílico na dose de 60+300g i.a./ha).
Não observou sintomas de fitotoxidez.
0008
Contribuição do tratamento de sementes de soja no manejo da
ferrugem asiática. Togni1*, D.A.J.; Menten1, J.O.M.; STASIEVSKI2,
A. 1ESALQ/USP, LEF/Setor de Fitopatologia, Piracicaba/SP. *CNPq. Email: [email protected]; 2Arysta Life Science. Contribution of
soybean seed treatment on asiatic rust management.
O tratamento de sementes de soja com produtos eficazes pode contribuir
no manejo da ferrugem asiática. Assim, objetivou-se comparar diferentes
produtos fitossanitários, aplicados via tratamento de sementes, no manejo
da ferrugem asiática da soja (FAS), por meio do período residual dos
mesmos e da diminuição da severidade da doença. Sementes de soja,
S 112
cultivar Conquista, foram tratadas com carboxim+tiram (50+50g i.a./100kg
sementes) e diferentes produtos (ciproconazol+azoxistrobin (10+25);
epoxiconazol (2,5); difenoconazol (48); fluquinconazol (50); flutriafol
(10); flutriafol TS (5); flutriafol+tiofanato metílico (10+50); tebuconazol
(10); tebuconazol+trifloxistrobin (10+5); tetraconazol (10); triticonazol
(25); acibenzolar-S-methyl (2,5) e pó de rocha (2%). As sementes foram
semeadas em campo (15 sem/m). Verificou-se que cipoconazol+azoxistrobin
e epoxiconazol foram fitotóxicos, diminuindo a germinação das sementes.
Fluquinconazol, flutriafol TS, flutriafol+tiofanato metilico, tebuconazol, te
buconazol+trifloxistrobin, triticonazol, acibenzolar-S-methyl e pó de rocha,
mostraram efeito residual sobre a FAS até os 61 dias após a semeadura,
diminuindo a severidade da doença. Tebuconazol+trifloxistrobin diminuiu
a desfolha da planta. Tebuconazol e tebuconazol+trifloxistrobin reduziram
a área abaixo da curva de progresso da doença.
0009
Ocorrência do nematóide foliar Aphelenchoides em orquídea no Estado
do Rio de Janeiro. Klein, E.H.S.¹, Nascimento, R.S.¹, Brioso, P.S.T²,
Pimentel, J.P.². ¹Mestrando do Programa de Fitossanidade e Biotecnologia
Aplicada, UFRRJ. E-mail: [email protected]; ²Área de
Fitopatologia/DEF/IB/UFRRJ. BR 465, Km 47 Seropédica, RJ, CP 74585,
23.851-970. Occurrence of foliar nematodes Aphelenchoides in orchids in
the State of Rio de Janeiro.
As orquídeas são plantas de alto valor agregado, usadas como flor de corte, ou
como plantas envasadas. Em 2006 foi coletada em Teresópolis (RJ), plantas
de Cattleya híbrida, com lesões locais amareladas, evoluindo para necrose
de toda a lâmina foliar. Observando-se folhas dissecadas sintomáticas em
microscópio ótico, constatou-se, nos tecidos lesionados, grande quantidade
de nematóides. Objetivando identificar e testar a patogenicidade dos mesmos,
procedeu-se a extração mediante a trituração de folhas sintomáticas seguida
de peneiramento e calibração do inóculo para 1200 indivíduos.ml-1 sendo
inoculadas folhas de Cattleya, asplênio, begônia, crisântemo, violeta africana
e azaléia. Parte dos nematóides foram fixados e identificados ao microscópio
ótico. Das plantas inoculadas, foi possível demonstrar a patogenicidade e
multiplicação em orquídea, crisântemo e asplênio com sintoma de necrose
e, que o patógeno era do gênero Aphelenchoides. Tais dados demonstram a
importância deste patógeno, para o mercado de floricultura.
0010
Avaliação de diferentes tipos de cobertura de canteiro no controle de
viroses em alface. Borges1, L.M.; Pavan2, M.A.; Silva3, N.; Sakate2,
R.K.; Albuquerque4, F.A.; Echer3, M.M. 1Engenheira Agrônoma,
Maringá, PR; 2Depto. de Defesa Fitossanitária, UNESP/FCA, BotucatuSP; 3Depto. de Agricultura e Melhoramento de Plantas, UNESP/FCA,
Botucatu-SP; 4Dpto. de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá,
PR. E-mail: [email protected]. Evaluation of different mulch
types in lettuce viruses control.
Com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes coberturas de canteiro
no controle de fitoviroses na cultura da alface (Lactuca sativa L.) tipo
lisa, foi realizado um experimento na Fazenda de Ensino, Pesquisa
e Produção São Manoel, pertencente à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP, Campus Botucatu, no período de primavera/
verão. Foram avaliados quatro tipos de cobertura: palha de arroz, solo
nu, túnel plástico e túnel telado. A operação de colheita foi realizada aos
35 dias após o transplantio. Avaliou-se a incidência de Lettuce mosaic
virus (LMV-II), Lettuce mottle virus (LeMoV) e Tospovirus através da
contagem do número de plantas com sintomas e da coleta de amostras,
que foram submetidas a testes moleculares, testes de inoculação
mecânica em hospedeiras diferenciadas e análise de microscopia
eletrônica. Constatou-se, nos diferentes tratamentos, as seguintes
porcentagens de plantas com virose; 8,48% (palha de arroz), 10,84%
(solo nu), 5,14% (túnel plástico) e 8,89% (túnel tela). Confirmou-se,
nas amostras coletadas, a presença de LeMoV (3,84%), Tospovírus
(16,16%) e LMV-Common (60,82%).
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
0011
Avaliação de progênies F5 de alface para tolerância a fitoviroses. Borges1,
L.M.; Pavan2, M.A.; Silva3, N.; Sakate2, R.K.; Albuquerque4, F.A.;
Echer3, M.M. 1Engenheira Agrônoma, Maringá, PR; 2Depto. de
Defesa Fitossanitária, UNESP/FCA, Botucatu-SP; 3Depto. de
Agricultura e Melhoramento de Plantas, UNESP/FCA, Botucatu-SP;
4
Depto. de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR.
E-mail: [email protected]. Evaluation of F5 progenies for
tolerance to virus in lettuce.
Com o objetivo de avaliar dezoito progênies de alface geração [(Brasil
303 x Tinto) Elisa] F5 RC1, previamente selecionadas para tolerância
a “Lettuce mosaic virus”-(LMV-II), “Lettuce mottle virus (LeMoV) e
Tospovirus, foram realizados dois experimentos na Fazenda de Ensino,
Pesquisa e Produção São Manoel, pertencente à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP, Campus Botucatu, em duas épocas do ano
(outono/inverno e primavera/verão). A operação de colheita foi realizada
aos 41 e 35 dias após o transplantio, respectivamente para o primeiro e
segundo experimento. Constatou-se que duas das dezoito progênies
testadas apresentaram maior tolerância a fitoviroses e características
agronômicas equivalentes à cultivar comercial Elisa, utilizada como
referência. Observou-se ainda que no experimento de outono/inverno
apenas 3,65% das plantas avaliadas apresentaram sintomas de fitoviroses,
enquanto no experimento de primavera/verão o número médio de plantas
com sintomas aumentou para 8,89%.
0012
Avaliação in vitro do efeito de Annona crassiflora Mart e Annona coreacea
Mart sobre a germinaçao de uredosporos do fungo Phakopsora pachyrhizi
causador da ferrugem asiática na soja. Lima, V.S.; Magnani.Zambenedetti,
E.B.; Marques, C.A.G.; Laboratório de Fitopatologia, Universidade Estadual
de Mato Grosso. E-mail: [email protected]. Evaluation in vitro of the
effect of Annona crassiflora Mart and Annona coreacea Mart on urediniospore
germination Phakopsora pachyrhizi of the causal agent of the asiatic rust.
A ferrugem Asiática é atualmente considerada a principal doença na cultura
da soja, seu controle é altamente dependente do uso de produtos químicos. O
uso indiscriminado desses produtos vem acarretando sérios problemas ao meio
ambiente. Com o objetivo de realizar o controle alternativo de Phakopsora
phakirhizi, na soja, os extratos hexânicos de Annona coreacea e Annona
crassiflora foram utilizados em bioensaios para avaliar seu efeito protetor,
através da inibição na germinação de uredósporos do patógeno. O trabalho
foi desenvolvido no laboratório de fitopatologia do Campus da Universidade
do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, em Tangará da Serra. Os extratos
foram obtidos a partir da coleta de frutos de Annonaceae em área de Cerrado.
O experimento foi inteiramente casualizado com cinco tratamentos mais
duas testemunhas, uma de água e uma com hexano, com 4 repetições. As
concentrações do óleo utilizadas foram: 0,1%; 0,2%; 0,4%; 0,8% e 1,6%, que
foi solubilizado em hexano na proporção de 1:1. Essas concentrações foram
adicionadas em meio de cultura Agar-água e colocado em 10 ml da mistura
em cada placa de petri, logo após foi inoculado os uredósporos e incubados em
BDO por um período de 8 hs. As avaliações foram realizadas após o período de
incubação e os esporos foram considerados germinados quando tubo germinativo
apresentava duas vezes o seu tamanho. Nas concentrações de 0,8% e 1,6%
houve inibição da germinação em 91,13% e 93,88% respectivamente para o
extrato de A.crassiflora e de 96,13% e 96,25% para o extrato de A.coriacea.
Estas espécies apresentaram ação fungicida no combate à ferrugem, podendo
ser uma ferramenta para o manejo desta doença no campo.
0013
Avaliação in vitro do extrato hexânico de Annona crassiflora Mart
e Annona coreacea Mart sobre o fungo Alternaria solani (Ell. &
Martin) Jones & Grout, causador da pinta-preta em tomateiro.
Marques, C.A.G.; Zambenedetti, E.B.; Lima, V.S.; Zambenedetti, G.
B.; Soupinski, J. Laboratório de Fitopatologia, Universidade Estadual de
Mato Grosso. E-mail: [email protected]. Evaluation in vitro of
the hexanic extract of Annona crassiflora Mart and Annona coreacea Mart
on Alternaria solani (Ell. & Martin) Jones & Grout, causal agent of the
black spot in tomato.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
O principal fator limitante à cultura do tomate é a ocorrência de doenças, tendo a
pinta preta do tomateiro Alternaria solani como problema fitossanitário limitante
a produção da cultura. O uso de fungicidas em pulverizações semanais tem
aumentado o custo de produção e representa riscos para produtores, consumidores
e meio ambiente. Diante do exposto este trabalho tem como objetivo avaliar o
efeito in vitro do extrato hexânico de Annona crassiflora e Annona coreacea sobre
o crescimento do fungo A. solani. O trabalho foi desenvolvido no laboratório de
fitopatologia do Campus da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT,
em Tangará da Serra. Os extratos foram obtidos a partir da coleta a campo de
frutos destas anonáceas. O experimento foi inteiramente casualizado com quatro
tratamentos mais duas testemunhas, uma de água e uma com hexano, com quatro
repetições. Os extratos de A. crassiflora e A. coreacea foram incorporados em meio
de cultura BDA nas concentrações de 0,5%, 1,0%, 1,5% e 2,0%, e o tween à 2,0%.
A testemunha continha apenas o meio de cultura. Um disco de 8,0mm de diâmetro
contendo o micélio de Alternaria solani foi colocado no centro de cada placa de
petri e avaliou-se o crescimento micelial do fungo. O extrato de A. crassiflora
reduziu o crescimento micelial do fungo entre 15,42% a 26,02%, de acordo com o
aumento das concentrações. O extrato de A. coreacea inibiu o crescimento micelial
entre 12,42% e 17,56%. O agente dispersante tween causou efeito no crescimento
micelial do fungo e deve ser substituído por outro dispersante.
0014
Utilização de extrato de gengibre no controle micelial de Curvularia
eragrostidis in vitro. Brito¹, N.M; Nascimento¹, L.C.; Araújo¹, E.;
Araújo¹, E.R.; Souto¹, F.M. ¹Departamento de Fitotecnia, Laboratório
de Fitopatologia, Universidade Federal da Paraíba. E-mail: britonoelma@
yahoo.com.br. Use of extract of Zingiber officinale on mycelial control of
Curvularia eragrostidis in vitro.
O gengibre (Zingiber officinale) é uma das plantas medicinais utilizadas
no controle de várias doenças bacterianas e fúngicas de plantas. O objetivo
do presente trabalho foi avaliar o efeito fungitóxico do extrato vegetal de
gengibre no controle micelial de Curvularia eragrostidis, isolado de folhas
de inhame, in vitro. Discos de micélio do fungo foram incubados em placas
de Petri, contendo BDA com o extrato de gengibre nas concentrações de
5, 15, 25, 35 e 45%. Avaliou-se o crescimento micelial de C. eragrostidis,
através da medição do fungo em dois sentidos diametralmente opostos com a
utilização de uma régua milimetrada a cada 24 horas. O delineamento utilizado
foi inteiramente casualizado com as médias comparadas pelo teste de Tukey
a 5% de probabilidade. Os melhores resultados no controle do fungo foram
observados nos tratamentos utilizando extrato de gengibre na concentração a
partir de 15%, não mostrando diferenças significativas entre as médias destes
tratamentos. Os resultados obtidos indicam o grande potencial deste extrato
vegetal no controle micelial de C. eragrostidis in vitro.
0015
Incidência de fungos associados a sementes de algodão (Gossypium hirsutum
L. r. latifolium). Brito¹, N.M.; Nascimento¹, L.C.; Araújo¹, E.; Araújo¹,
E.R.; Souto¹, F.M. ¹Departamento de Fitotecnia, Laboratório de Fitopatologia.
Universidade Federal da Paraíba. E-mail:[email protected]. Incidence
of fungus associated with Gossypium hirsutum L. r. latifolium seeds.
O algodão (Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch) é uma das espécies
mais cultivadas mundialmente, devido ao uso de sua fibra e óleo. O trabalho
teve como objetivo detectar e identificar a micoflora fúngica em sementes
de algodão, cultivar BRS200. Dois grupos de sementes, não tratadas e
tratadas com hipoclorito de sódio a 2,5% por 3 minutos, foram distribuídas
em placas de Petri contendo meio BDA, na proporção de 10 sementes/
placa, totalizando 100 unidades por grupo. Após incubação por um período
de sete dias (25 ± 2 °C e fotoperíodo de 12 horas), as sementes foram
avaliadas sob microscópio estereoscópio para verificação da incidência
de fungos, sendo os resultados expressos em percentagem de sementes
infectadas. Nas sementes sem tratamento foram detectados os seguintes
fungos: Aspergillus sp (30%), A. flavus (30%), A. niger (27%), Fusarium
sp (9%), Penicillium sp (3%), enquanto que as sementes submetidas ao
tratamento com hipoclorito de sódio a 2,5%, a micoflora foi constituída por
A. flavus (22%), A. niger (5%), Cladosporium sp (11%). No tratamento com
hipoclorito de sódio a 2,5% observou-se redução da incidência de fungos
nas sementes de algodão, nas condições testadas.
S 113
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
0016
Quantificação de danos causados pelo cancro cítrico sobre a produção de
laranjeira doce. Theodoro1, G.F.; Belasque Jr.2, J.; Maringoni3, A.C.; Herbes4,
D.H.; 1UFMS/CPCS, C.P. 112, 79560-000, Chapadão do Sul, MS; 2Fundecitrus,
14807-040, Araraquara, SP.; 3FCA/UNESP, C.P.237, 18603-970, Botucatu, SP;
4
Unochapecó, C.P. 747, 89809-000, Chapecó, SC; E-mail: [email protected].
Quantification of damages caused by citrus canker on sweet orange yield.
O cancro cítrico, causado por Xanthomonas axonopodis pv. citri, é uma das
principais doenças das plantas cítricas e tem sido uma séria ameaça à citricultura
mundial. Os danos causados pelo cancro cítrico (CC) foram quantificados
sobre a produção de laranjeiras doces, cv. Valência, enxertadas sobre limoeiro
‘Cravo’, com 12 anos de idade, no município de Guatambu, SC, na safra
2004/05. Foram marcadas 50 plantas no pomar e, no período de colheita, houve
a avaliação do número de frutos por planta (NF), produção de frutos por planta
(P), incidência do CC nos frutos (IFR) e a incidência (IFL) e severidade (SV)
do CC em 80 folhas/laranjeira, empregando-se escalas diagramáticas (Belasque
Jr. et al. Fitop. Bras., v. 30, p. 387, 2005). Constataram-se plantas com grande
variação de SV (0,0 a 1,1 %), IFL (0,0 a 56,3 %) e IFR (0,0 a 56,1 %). Notouse significância (P<0,01) e correlação positiva (Pearson) apenas entre SV e
IFL (0,90), SV e IFR (0,65), IFR e IFL (0,76) e P e NF (0,87). Não houve
diferença significativa (P>0,05) entre as médias de IFL estimadas em diferentes
quadrantes da copa das laranjeiras (N, S, L e O).
0017
Detecção de Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens em
sementes de feijoeiro utilizadas em Santa Catarina. Herbes1, D.H.;
Theodoro2, G.F.; Maringoni3, A.C.; Dal Piva4, C.A. & Abreu1, L.;
1
Unochapecó, C.P. 747, 89809-000, Chapecó, SC; 2UFMS/CPCS,
C.P. 112, 79560-000, Chapadão do Sul, MS; 3FCA/UNESP, C.P.237,
18603-970, Botucatu, SP; 4Epagri/Cepaf, C.P. 791, 89801-970, Chapecó, SC.
E-mail: [email protected]. Detection of Curtobacterium flaccumfaciens
pv. flaccumfaciens in common bean seeds used in Santa Catarina.
Foi avaliada a presença de Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens
(Cff) em 37 amostras de sementes de feijoeiro, dos grupos preto e carioca,
coletadas nos municípios catarinenses de Chapecó, Lajeado Grande,
Cunhataí e Palmitos, produzidas nas safras 2004/2005 (2,7 %) e 2005/2006
(97,3 %). Foi empregado o meio de cultura semi-seletivo MSCFF (Maringoni
et al. Seed Science and Technology 34:117, 2006) e, para a comprovação
da identidade dos isolados bacterianos obtidos, avaliaram-se a morfologia,
coloração diferencial de Gram, tolerância a NaCl a 7% e patogenicidade
em cultivares suscetíveis de feijoeiro. Detectou-se a presença de Cff em 23
amostras (62,2%), indicando a elevada disseminação deste patógeno, por
sementes, em Santa Catarina.
0018
Mancha foliar causada por Septoria sp. em Genipa americana. Nechet1,
K.L.; Halfeld-Vieira1, B.A.; Barreto, R.W.2. 1Embrapa Roraima, CP 133,
69301970, Boa Vista; 2Universidade Federal de Viçosa, Departamento de
Fitopatologia, CEP 36571-000, Viçosa-MG. E-mail: [email protected].
br. Leaf spot caused by Septoria sp. on Genipa americana.
Manchas foliares foram observadas em plantas de jenipapeiro (Genipa
americana; Rubiaceae) em área de cerrado no estado de Roraima. O objetivo
deste trabalho foi identificar o agente causal associado ao sintoma e comprovar
sua patogenicidade. Observaram-se lesões anfígenas, concêntricas, de
coloração marrom com margem avermelhada e circundadas por um halo
amarelado, variando de 0.3-1,2 cm. O patógeno apresentou frutificação
anfígena, mas abundante na superfície superior das folhas; micélio interno,
septado, hialino e 2,5 µm; conidioma globoso, imerso, 52-164 x 52-156 µm,
marrom, ostiolado; conidióforo cilíndrico, 13-39 x 2,6 µm hialino, liso, 1-3
septos, ramificado,; célula conidiogênica cilíndrica, reta, hialina, lisa, 5-18
x 2,6 µm; conídio reto, falcado ou curvado, 13-47 x 2-2,5 µm, hialino com
um septo, liso, gutulado. Pelas características observadas o agente causal
foi identificado como Septoria sp.. O fungo em BDA apresentou colônia
vermelha e crescimento lento, atingindo 1,38 cm após 30 dias a 25º C. A
patogenicidade foi comprovada em plantas de jenipapo inoculadas com
suspensão de 7,5 x 105 conídios/ml após nove dias. Este é o primeiro relato
de Septoria sp. causando mancha foliar em jenipapeiro no Brasil.
S 114
0019
Efeito de estádios fenológicos do feijão-caupi na severidade da mela.
Nechet1, K.L.; Halfeld-Vieira1, B.A. 1Embrapa Roraima, CP 133,
69301970, Boa Vista, Roraima. E-mail: [email protected]. Effect of
cowpea phenological states on web blight severity.
A severidade da mela, causada pelo fungo Rhizoctonia solani (teleomorfo
Thanatephorus cucumeris), foi avaliada em quatro estádios fenológicos do
feijão-caupi (Vigna unguiculata) em casa-de-vegetação. O delineamento
experimental utilizado foi inteiramente casualizado em arranjo fatorial de 2
isolados x 4 estádios fenológicos x 5 repetições, sendo cada repetição um vaso
com duas plantas. As plantas foram inoculadas com uma suspensão de 1x105
microescleródios/ml nos estádios 1-folhas primárias, 2-folhas trifoliadas,
3-flores abertas e 4-enchimento de vagem. Avaliou-se, semanalmente, a
porcentagem de área foliar lesionada e a partir dos dados foi calculada a área
abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). Observou-se diferença
significativa entre os estádios avaliados. Os maiores valores de AACPD foram
observados nos estádios 3 e 4 seguidos do estádio 2. As plantas inoculadas
no estádio 1 apresentaram pequenas manchas que não influenciaram no seu
crescimento. Não houve diferença de AACPD entre os isolados testados,
com exceção do estádio 1. Os resultados indicam que plantas de feijão-caupi
a partir do estádio de flores abertas são mais suscetíveis à mela.
0020
Controle biológico de Rhizopus stolonifer em maracujazeiro amarelo
Bomfim1, M.P.; São José2, A.R.; Rebouças2, T.N.H. 1Doutoranda em
Fitopatologia - UFRPE - Recife, [email protected]; 3Doutores em Fitotecnia
- UESB/DFZ, Vitória da Conquista - BA. Cx Postal, 95 CEP. 45 083 900.
Podridão floral ou podridão mole do maracujazeiro trata-se de uma
recente doença causada pelo fungo Rhizopus stolonifer. Até recentemente,
a associação Rhizopus-maracujá era restrita apenas na fase pós-colheita,
causando podridão de frutos. O presente trabalho teve por objetivo estudar a
potencialidade antagônica de espécies de Trichoderma spp. in vitro e in vivo
a Rhizopus stolonifer agente causal da podridão floral do maracujazeiro em
campo. O experimento foi conduzido em pomar comercial de maracujazeiro
amarelo (Passiflora edullis Sims f. flavicarpa Deg), com sete meses de
idade em período de floração. Foram estudados cinco tratamentos, T1 Testemunha; T2 - Trichoderma viride; T3 - T. harzianum; T4 - T. stromaticum
e T5 - T. virens, com cinco repetições sedo 50 flores por repetição em um
delineamento em blocos casualizado. Após a abertura das flores foi
realizada a polinização manual, em seguida as flores foram identificadas
com fita plástica. A pulverização foi realizada com o auxilio de um
pulverizador manual, sendo aplicada em cada flor 1mL da suspensão 2x
108 conídios/mL a testemunha foi pulverizada com água destilada. Após a
pulverização as flores foram protegidas com sacos de papel, sendo retirados
no dia seguinte pela manhã. As avaliações foram realizadas aos 15 e 30
dias, onde foi avaliado o número médio de frutos efetivos em porcentagem,
através do vingamento dos frutos. Todos os isolados de Trichoderma
spp. forma eficientes no controle da podridão floral do maracujazeiro em
condições de campo quando comparados com a testemunha, obtendo-se um
vingamento entre os antagonistas em estudo de 74% para os tratamentos
T3 - Trichoderma harzianum e T5 - T. virens, e os tratamentos T2 - T. viride
e T4 - T. stromaticum obtiveram um porcentual de 75% já a testemunha
controle obteve um percentual de 42%.
0021
Resinose do coqueiro na Bahia. Silva, S. D. V. M.1; Moura, J. I. L.2; Cerqueira,
A. R. R. N. 1CEPLAC/CEPEC 1Seção de Fitopatologia, Caixa Postal 07, CEP.
45.600-970, Itabuna, BA – e-mail: [email protected]; 2 Estação Experimental
Lemos Maia, Una, BA. Stem bleeding of coconut in Bahia.
Na Bahia, no município de Una foram constatados alguns coqueiros com os
seguintes sintomas: aparecimento de um líquido marrom-avermelhado que
escorre através de rachaduras no tronco, que ao secar adquire uma coloração
vermelho-escura a enegrecida; redução na freqüência de emissão de folhas
e no tamanho das mais novas; afinamento do tronco na região próxima
à copa; folhas amarelo-pardacentas frágeis e sujeitas à quebra; cachos e
inflorescências enegrecidos e frutos amarronzados. Objetivando identificar
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
o patógeno, amostras do tecido lesionado foram isoladas em BDA e iscas de
cenoura. Com base nas características das culturas e das estruturas observadas
em microscópio ótico, e também na formação de peritécios no tecido lesionado
submetido a câmara úmida, o fungo foi identificado como Thielaviopsis
paradoxa (anamorfo Ceratocystis paradoxa). Este patógeno causa a “resinose
do coqueiro”, cuja manifestação como doença foi registrada em 2004 no
Brasil e desde então, tem se disseminado gradualmente aumentando o número
de plantas infectadas e de focos da doença que vem dizimando a cultura do
coqueiro. O estado da Bahia como produtor de côco corre sérios riscos com a
disseminação da doença, para a qual ainda não existe um controle eficaz. Os
coqueiros também ficam vulneráveis ao ataque de Rhinostomus barbirostris
(Coleoptera:Curculionida). Todavia, sua ação é secundária, pois a planta
quando debilitada pelo fungo libera substâncias voláteis atraindo-os.
0022
Murcha-de-Ceratocystis em cacaueiros na Bahia. Silva, S. D. V. M1.;
Mandarino, E. P. 2; Damaceno, V. O. 1; Santos Filho, L. P dos. 3CEPLAC/
CEPEC 1Seção de Fitopatologia e 3 Seção de Sócio-Economia, Cx.Postal
07, 45.600-970, Itabuna, BA- e-mail: [email protected]; 2Almirante
Centro de Estudos de Cacau, Cx.Postal 55, 45.630-000, Itajuípe, BA.
Ceratocystis wilt disease on cocoa in Bahia.
Dando continuidade aos trabalhos de seleção de cacaueiros resistentes à
murcha-de-Ceratocystis (Ceratocystis cacaofunesta) foi realizada uma
inoculação artificial nos genótipos: BV 20, FB 76, FG 110, FO 30.09, MAC
01, MO 01, Moeda 01, PS 1.6, PS 10.30, PS 13.19, PS 40.07 e Theobahia.
Plântulas com 6 meses de idade foram inoculadas com uma incisão acima do
primeiro internódio do coleto, inserindo-se um disco de papel filtro embebido
em uma suspensão de 3,0 x 104 UFC/ml do isolado Cf 20, reforçando
com mais 30 µl da mesma suspensão. A área inoculada foi coberta com
algodão umedecido e vedada com fita plástica. O delineamento foi de blocos
completamente casualisados com 12 tratamentos, 4 repetições e 10 plântulas
por parcela. A avaliação foi realizada aos 60 dias, pelo número de plântulas
vivas por parcela e altura da lesão. Os dados foram analisados através da
ANOVA e dos testes de Dunnett e Tukey a 5%. Os genótipos FG 110, BV
20 e FB 76 diferiram significativamente ao nível de 5% da testemunha
suscetível Theobahia somente para a variável altura de lesão. Em relação às
plantas vivas, os genótipos não foram significativos a nível de 5%, embora
MO 01 tenha apresentado 83% de plantas vivas, contrastando com PS 1030
e PS 4007 com 35 e 30%, respectivamente. Nas condições deste ensaio,
nenhum dos genótipos testados pode ser considerado resistente.
0023
Resistência de genótipos de feijão-caupi à Xanthomonas axonopodis
pv. vignicola. Souza, G.R.; Halfeld-Vieira, B.A.; Nechet, K.L.
Embrapa Roraima, BR 174, km 08, CP 133, 69301-970, Boa Vista, RR;
e-mail: [email protected]. Resistance of cowpea genotypes to
Xanthomonas axonopodis pv. vignicola.
O feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] é uma cultura importante
em Roraima, principalmente cultivado por pequenos produtores. Visando
reduzir perdas causadas por Xanthomonas axonopodis pv. vignicola foi
realizado experimento em casa-de-vegetação com os genótipos: Amapá,
Bragança, Guariba, Gurguéia, Mazagão, Milênio, Patativa, Pitiúba,
Tracuateua e Vita-7. Avaliou-se o período de incubação e severidade da
doença. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 4
repetições, sendo cada repetição 1 vaso com 2 plantas. Gurguéia e Vita-7
não apresentaram sintomas 25 dias após a inoculação, tendo maior nível
de resistência. Dos demais, Mazagão e Milênio tiveram significativamente
maior período de incubação (11 dias) e Mazagão, menor severidade. Amapá
e Pitiúba tiveram maior severidade sendo considerados os mais suscetíveis.
0024
Monitoramento de doenças da soja na safra 2006 em Roraima. Mattioni1,
J.A.M.; Souza1, G.R.; Nechet1, K.L.; Halfeld-Vieira1, B.A. 1Embrapa Roraima,
CP 133, 69301970, Boa Vista, Roraima. E-mail: [email protected].
Survey of soybean diseases in Roraima yield 2006.
O levantamento das doenças da soja na safra 2006 foi investigado em seis
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
plantios de soja, distribuídos nos municípios de Boa Vista, Alto Alegre,
Bonfim, Cantá e Mucajaí representando 60% das propriedades de soja do
Estado. A cultura foi inspecionada nos estádios Vc (estádio cotiledonar),
V2-V3 (2º a 3º nó trifólio completamente desenvolvido), R2 (floração
completa), R6-R7 (formação de sementes completas a início da maturação).
No estádio R7, plantas aleatórias foram coletadas para contagem de
número total de vagens/planta, número de grãos/vagem, número de vagens
com incidência de doença e número de grãos manchados. Os principais
problemas verificados foram o apodrecimento de sementes causado pelos
fungos Rhizoctonia solani e Fusarium oxysporum, a mela causada por R.
solani nos estádios V2-V3 até R2, as doenças de final de ciclo, crestamento
foliar (Cercospora kikuchii) e mancha-alvo (Corynespora cassiicola) e a
incidência de antracnose (Colletotrichum truncatum) e mancha causada
por C. kikuchii nas vagens. Observou-se uma incidência de até 62% de
grãos com mancha-púrpura (C. kikuchii). Confirmou-se mais uma safra
sem a ocorrência da ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) nos
plantios de Roraima.
0025
Influência do clima no progresso da ferrugem asiática (Phakopsora
pachyrhizi) sob condições de campo. Tsukahara R. Y1*; Hikishima
M.2; Canteri M. G.2. 1Departamento de Agrometeorologia - Fundação ABC.
2Departamento de Agronomia, Universidade Estadual de Londrina, CEP 86051990, Londrina, PR, Tel. (43)3371-4555. E-mail: [email protected].
Influence of the climate in the progress of the asian soybean rust (Phakopsora
pachyrhizi) under field conditions.
O trabalho objetivou estudar, sob condições de campo, a influência do
clima sobre o progresso da ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizi).
Dois ensaios foram conduzidos na safra 2005/2006 nas regiões de Castro
e Arapoti, Paraná. Dividiu-se a epidemia em três períodos: semeadura até
primeiros sintomas da doença, do início da doença até severidade de 20%
e severidade de 20% até severidade máxima. Os sintomas da ferrugem
apareceram em Castro aos 78 dias e em Arapoti aos 82 dias após a
semeadura. A maior duração do período de molhamento foliar - Dpm (18
horas) foi observada em Castro. No segundo período da epidemia, Arapoti
apresentou taxa aparente de infecção-r (0,18), maior do que observado em
Castro (0,12). Durante mesmo período foram observados maiores valores
de precipitação (10,2mm) e maior número de dias de chuva – Ndc (1,0
dia), quando comparados à Castro. No período final, em Arapoti obtevese severidade final de 99,9% e em Castro 96%. Observou-se relação entre
Dpm com o aparecimento dos primeiros sintomas e também relação entre
dados de precipitação e Ndc com o progresso da epidemia. As condições
ambientais foram mais favoráveis à doença em Arapoti, onde foi observado
maior valor da AACPDp (38,2) e menos favoráveis para Castro (30,4).
0026
Relações entre severidade da ferrugem (Phakopsora pachyrhizi),
medidas de refletância e produtividade na cultura da soja. Hikishima,
M, Canteri, M.G., Silva, A.J. Da. Departamento de Agronomia,
Universidade Estadual de Londrina, CEP 86051-990, Londrina, PR, Tel.
(43)3371-4555. E-mail: [email protected]. Relationships between
soybean rust severity, measures of reflectance and yield of soybean crop.
Avaliações visuais de severidade demandam tempo e nem sempre são
suficientemente acuradas. O uso de medidas de refletância tem demonstrado
bons resultados na avaliação de tratamentos de doenças. Com o objetivo de
comparar medidas de refletância com avaliações de severidade da ferrugem
e produtividade em soja, foi conduzido um experimento na Fazenda da
UEL. O delineamento experimental foi blocos ao acaso, com 8 tratamentos
(diferentes estádios de aplicação do fungicida) e 4 repetições. Utilizou-se o
cultivar BRS 133 e o produto piraclostrobina + epoxiconazol. A partir das
avaliações de severidade, calculou-se a área abaixo da curva de progresso da
doença (AACPD). Leituras de refletância foram feitas com 8 comprimentos
de onda (de 460 a 810, em intervalos de 50 nm). Foi calculado o índice
vegetativo da diferença normalizada (NDVI) e também a área abaixo da
curva de progresso de refletância (AACPR) e produtividade. O coeficiente de
determinação (R2), foi de 83,17% entre as variáveis AACPD x produtividade,
89,80% entre AACPR x produtividade e 87,02% entre AACPD x AACPR.
S 115
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Os coeficientes de variação dos resultados da produtividade, AACPD e
AACPR foram 11,67, 9,69 e 1,14% respectivamente. Os resultados indicam
que medidas de refletância, baseadas no NDVI, podem ser utilizadas para
avaliar o efeito da ferrugem da soja na produtividade, com a vantagem da
rapidez e menor variabilidade.
0027
Meios de cultura para produção de escleródios de Sclerotinia
sclerotiorum. Garcia*, R.A.; Juliatti, F.C.; Alves, T.C. Av. Amazonas,
S/Nº, Bl 2E, Sala 27, LAMIP, Campus Umuarama, 38400-902, UberlândiaMG. *Bolsista CNPq. E-mail: [email protected]. Culture media
for sclerotia production of Sclerotinia sclerotiorum.
Para a realização de estudos envolvendo Sclerotinia sclerotiorum é
necessário a obtenção de inóculo. O objetivo deste trabalho foi avaliar
onze meios de cultura na presença e ausência de fubá na formação de
escleródios. Os tratamentos foram: cenoura, tomate, ábobora, repolho, soja,
feijão, girassol, batata, batata-doce, vagem e couve-flor complementados
ou não de fubá. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados
com dois fatores (meios e adição de fubá) e quatro repetições. Os
frascos de Erlenmeyers contendo os meios foram autoclavados à 120ºC
durante 20 minutos e a seguir receberam três discos de micélio de 6 mm.
Posteriormente os frascos foram incubados à temperatura de 22 a 25ºC com
fotoperíodo de 12 horas luz e 12 horas escuro, por 30 dias consecutivos. A
maior formação de escleródios ocorreu no meio de cultura feijão, seguido
de girassol e soja. Os meios complementados com fubá foram melhores que
os não complementados, com exceção do meio tomate que não diferiu do
complementado com fubá.
0028
Atividade antifúngica de óleo de Azadirachta indica a Sclerotinia
sclerotiorum. Garcia1*, R.A.; Barbosa2, K.A.G.; Juliatti1, F.C.; 1Av.
Amazonas, S/Nº, Bloco 2E, Sala 27, LAMIP, Campus Umuarama, 38400902, Uberlândia-MG. 2ILES/ULBRA, Itumbiara-GO. *Bolsista CNPq.
E-mail: [email protected]. Antifungal activity of oil from
Azadirachta indica to Sclerotinia sclerotiorum.
A podridão branca da cultura da soja causada por Sclerotinia sclerotiorum
vêem tornando-se importante para diferentes sistemas de produção. O
objetivo deste trabalho foi avaliar a interferência do óleo de Azadirachta
indica no crescimento micelial de S. sclerotiorum. O delineamento
utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 7 X 2 com 5
repetições, sendo os tratamentos compreendidos pelas seguintes dosagens:
0 (testemunha), 0,5, 1,0, 2,0, 4,0, 8,0 e 16,0 %. As doses de óleo foram
incorporadas em BDA antes ou após autoclavagem. A avaliação consistiu
em medições do diâmetro diário (cm.dia-1) das colônias incubadas à
temperatura de 22 a 25º Celsius, por três dias. Quando as culturas fúngicas
da testemunha atingiram toda a placa finalizou-se o ensaio. Os resultados
demonstraram que o aumento das doses do óleo de nim resultou em um
decréscimo no crescimento micelial de S. sclerotiorum. A autoclavagem
não interferiu na eficiência do controle de S. sclerotiorum.
0029
Avaliação da Clorose Variegada dos Citros (CVC), no noroeste do Paraná,
por meio de modelos não-lineares. Ueda1,2, C.M.; Yamagata-Yamamoto1,2,
A.; Nunes2, W. M. C.; Scapim3, C. A.; Guedes4, T. A..1Programa de PósGraduação em Agronomia – PGA, 2Núcleo de Pesquisa em Biotecnologia
Aplicada – NBA, 3Departamento de Agronomia, 4Departamento de Estatística,
Universidade Estadual de Maringá, 87020-900, Maringá, Paraná, Brasil. Email: [email protected]. Evaluation of the citrus variegated chlorosis (CVC)
in the northwest of Paraná State, through nonlinear models.
O presente estudo objetivou determinar um modelo único que pudesse
substituir as m+1 equações de regressão não-lineares ajustadas aos m
conjuntos de dados parciais e ao conjunto total de dados de incidência da
Clorose Variegada dos Citros (CVC). A avaliação dos sintomas da CVC foi
feita em um talhão de laranja pêra com oito anos de idade, com 946 plantas,
dispostas em 10 linhas de plantio, em um pomar comercial no noroeste
S 116
do Estado do Paraná. O talhão foi dividido em quadrats de tamanho 2x2
sendo que os dados parciais foram obtidos tomando-se aleatoriamente o
número mínimo de quadrats em cada uma das avaliações. Foi ajustado o
modelo logístico y(t)= a/(1+exp(b-ct)) aos dados de todo o talhão e das dez
amostras. Os parâmetros a, b e c do modelo foram calculados no TableCurve
2D e refinados no proc nlin do SAS. Pelo uso de proc nlin do SAS obtevese as estimativas de soma de quadrados de resíduos da regressão (SQRR)
necessárias para realizar o teste estatístico. Os resultados do teste F dado
por F={(SQRRp – SQRRc)/(2K-2)}/(SQRRc/(N-2K)) para as hipóteses
sobre igualdades de parâmetros leva a conclusão de que as onze equações
não diferem estatisticamente. Assim, a equação comum y(t)=1,0047/
(1+exp(0,6985-0,000529t)), pode ser usada para todas as amostras e para
o modelo completo.
0030
Uma abordagem matemática do cancro cítrico no noroeste do Estado
do Paraná. Yamagata-Yamamoto1,2, A.; Ueda1,2, C.M.; Nunes2,3, W.M.C.;
Scapim3, C.A.; Guedes4, T.A.. 1Programa de Pós-Graduação em Agronomia –
PGA, 2Núcleo de Pesquisa em Biotecnologia Aplicada – NBA, 3Departamento
de Agronomia, 4Departamento de Estatística, Universidade Estadual de
Maringá, 87020-900 Maringá, Paraná, Brasil. E-mail: [email protected].
Mathematical approach of the citrus canker in northwest of Paraná State.
O objetivo deste trabalho foi determinar se o progresso da doença cancro
cítrico em um talhão pode ser descrito por meio de um modelo de regressão
não linear, avaliando-se apenas uma parte aleatória dele. As avaliações
foram realizadas em um pomar comercial de laranja “Natal”, com 460
plantas, localizada na região noroeste do Estado do Paraná, Brasil, com
oito anos de idade. Todas as plantas do talhão foram avaliadas, quanto a
incidência da doença no período de 2000 a 2004, no total de 40 avaliações.
O talhão foi dividido em quadrats e avaliado, calculando-se a proporção de
plantas doentes e ajustando a um modelo de regressão não linear. Em cada
avaliação determinou-se o número mínimo de quadrats a serem avaliados,
para obtenção de uma amostra. Foram feitas 10 amostras, ajustando-se para
cada uma delas e para os dados de todo o talhão o modelo de Gompertz
y(t)=a.exp(-exp(b – ct)). Os parâmetros a, b e c do modelo bem como
as estimativas de soma de quadrados de resíduos da regressão (SQRR)
necessárias para realizar o teste estatístico foram calculados no proc nlin
do SAS. Os resultados do teste F dado por F={(SQRRp – SQRRc)/(2K2)}/(SQRRc/(N-2K)) para as hipóteses sobre igualdades de parâmetros leva
a concluir que as onze equações não diferem estatisticamente, sendo que
pode ser substituído por um modelo comum.
0031
Tratamento de sementes de mamona: efeitos na emergência e
microrganismos associados. Marroni. I. V.1; Ueno. B.2; Moura. A.
B.1. 1Universidade Federal de Pelotas, Depto. de Fitossanidade, C.P. 354,
96010-900, Pelotas, RS; 2Embrapa Clima Temperado, C.P. 403, 96001-970,
Pelotas, RS. E-mail: [email protected]. Castor bean seed treatments:
effect on emergence and associate microorganisms.
O objetivo foi avaliar o efeito dos tratamentos químico e biológico
sobre a emergência, vigor e plântulas de mamona, além do controle de
microrganismos associados em sementes de duas cultivares: Al Guarani-AG
e Lyra-L. Os produtos testados foram: Derosal Plus – DP, Vitavax-Thiram
200 – VT e Ecotrich (base de Trichoderma) - EC, usando, respectivamente,
as seguintes doses: 200 e 400; 250 e 500; 200 e 400 mL/100 kg de sementes.
O ensaio de emergência de plântulas teve três repetições, com delineamento
inteiramente casualizado, totalizando 60 sementes por tratamento,
semeadas em sacos plásticos contendo solo. A avaliação ocorreu 27 dias
após a semeadura. O ensaio de patologia de semente foi realizado pelo
teste de Blotter, aplicando-se os mesmos tratamentos do ensaio anterior.
A incubação foi a 24ºC, fotoperíodo de 12 horas e a avaliação no 7º dia.
No tratamento químico, os melhores resultados foram para DP e VT, na
dose de 400mL e 250 mL/100 kg de sementes, respectivamente, enquanto
o tratamento biológico EC melhorou os valores de emergência na cv. L,
porém inferior ao tratamento químico. O ensaio de patologia mostrou que:
a cv. AG apresentou maior incidência de microrganismos em relação ao L;
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
o tratamento químico foi 100% eficiente no controle de fungos, mas não
para bactérias; o uso de EC não reduziu a incidência de microrganismos nas
sementes. Os resultados mostraram que o uso de fungicidas é importante para
redução de fungos fitopatogênicos associados às sementes de mamona.
0032
Qualidade sanitária de sementes de mamona usadas em programa de
incentivo ao biodiesel no Rio Grande do Sul. Marroni. I. V.1; Ueno. B.2;
Moura. A. B.1 1Universidade Federal de Pelotas, Depto. de Fitossanidade, C.P.
354, 96010-900, Pelotas, RS; 2Embrapa Clima Temperado, C.P. 403, 96001970, Pelotas, RS. E-mail: [email protected]. Sanitary quality of castor
bean seed used in the biodiesel program incentive in Rio Grande do Sul State.
A cultura da mamona tem apresentado alto potencial, devido à possibilidade
de mais uma alternativa para os agricultores de base familiar no estado.
Entretanto, como ela é uma cultura nova na região, a falta de sementes tem
sido limitante para a sua expansão. Com isso, o uso de grãos comerciais,
em vez de sementes certificadas, vem se tornando uma prática comum. Para
verificar a qualidade desse material utilizado, sementes de duas cultivares
(Mirante 10 e IAC 80), usadas por um dos programas de biodiesel, foram
testadas quanto à qualidade sanitária pelo teste de Blotter. Colocou-se 25
sementes em cada caixa gerbox, forrada com dois papéis-filtro umedecidos,
incubados a 25ºC, fotoperíodo de 12 horas. Foram feitas oito repetições
por cultivar e a avaliação realizada no sétimo dia. Na cv. Mirante 10, os
fungos mais freqüentes foram: Cladosporium (100%), Trichotecium
(99%), Rhizopus (88%) e Aspergillus (50%); na cv. IAC 80: Cladosporium
(95%), Trichotecium (92,5%), Rhizopus (1%) e Aspergillus (6%), além da
presença de actinomicetos em 100% das sementes. Os resultados revelaram
um quadro bastante preocupante em relação à qualidade fitossanitária das
sementes de mamona, mostrando necessidade da produção de sementes
certificadas em quantidade suficiente para atender a demanda.
0033
Comparação do progresso da ferrugem asiática entre cultivares de
soja suscetível e resistente. Koga1*, L.J.; Canteri1, M.G.; Calvo2,
E.S.; Harada2, A. Kiihl2, R.A.S. 1Centro de Ciências Agrárias – CCA,
Universidade Estadual de Londrina; 2Tropical Melhoramento & Genética
– TMG. *Cnpq. E-mail: [email protected]. Comparison of the progress of the
asian soybean rust between susceptible and resistant cultivars.
A estratégia mais eficiente e econômica para o controle da ferrugem
asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) é o uso de cultivares resistentes
e/ou tolerantes à doença. Com o objetivo de comparar o progresso da
doença entre a cultivar suscetível BRS 133 e a Linhagem CB06-953/963,
que possui o gene de resistência Rpp 4, foi conduzido um experimento
à campo na safra 2006/07. Foram feitas aplicações do fungicida pyracl
ostrobin+epoxiconazole em diferentes estádios e realizadas avaliações
quinzenais da severidade com auxílio de uma escala diagramática. Os
primeiros sintomas de ferrugem foram observados aos 56 e 63 dias após o
plantio e a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) atingiu
valores de 781,3 e 291,4 no tratamento sem nenhuma aplicação e 476,2
e 142,5 no tratamento Controle com três aplicações (R2, R4, e R5.5) na
cultivar BRS133 e na Linhagem, respectivamente. Os dados demonstraram
atraso no início do desenvolvimento da doença e redução significativa do
seu progresso na Linhagem. A Linhagem manteve a média de AACPD
semelhante ao Controle quando recebeu uma aplicação no estádio R5.1.
Já a cultivar BRS 133, para apresentar AACPD semelhante ao Controle
teve que receber uma aplicação de fungicida em R4. Esse resultado reforça
que a presença de gene de resistência atrasa o início da doença e reduz sua
evolução, possibilitando diminuir o número de aplicações de fungicida com
conseqüente redução nos custos de produção.
0034
Efeito in vitro de dióxido de carbono e etileno nos eventos de prépenetração de Phyllosticta psidii em goiaba. Escanferla1, M.E;
Pezolato2, G.C.; Moraes1, S.R.G.;. Trevisan2, M.J.; Jacomino2, A.P.;
Massola Júnior1, N.S. 1Setor de Fitopatologia, 2Setor de Pós-Colheita,
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São
Paulo. E-mail: [email protected]. In vitro effects of carbon dioxide and
ethylene on the pre-penetration events of Phyllosticta psidii on guava.
O presente trabalho, realizado no Laboratório de Pós-Colheita da ESALQ/
USP, objetivou o estudo in vitro da influência dos gases etileno (C2H4) e
dióxido de carbono (CO2) nos eventos de pré-penetração do fungo P. psidii,
causador da mancha preta em goiaba. Em cada recipiente hermético de 1,7L
foi depositada uma placa de poliestireno. Em cada placa foram depositadas
3 gotas de 40µL de suspensão 105 conídios de P. psidii/mL. Foram utilizados
4 recipientes por tratamento. Para CO2 foram testadas concentrações
0, 3, 6 e 12% e para C2H4 concentrações 0, 1, 3 e 6 ppm, ajustadas com
os aparelhos Dansensor e Cromatógrafo a gás, respectivamente. Os
recipientes permaneceram em temperatura ambiente (25°C ±1ºC) por 12
horas. Transcorrido o tempo, a germinação dos conídios foi interrompida
adicionando-se 15µL de lactoglicerol em cada gota. Em microscópio
óptico foram contados 100 conídios por gota, avaliando-se as porcentagens
de conídios germinados, de apressórios formados e de apressórios
melanizados. Com o aumento das concentrações de CO2 observou-se o
decréscimo das porcentagens das três variáveis avaliadas. Não foi possível
verificar alterações nas porcentagens das mesmas variáveis avaliadas com
o aumento das concentrações de C2H4.
0035
Efeito da temperatura e duração do molhamento na pré-penetração de
Phyllosticta psidii em goiaba. Escanferla1, M.E; Massola Júnior1, N.S. 1Setor de
Fitopatologia, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade
de São Paulo. E-mail: [email protected]. Effects of temperature and wetness
period on the pre-penetration of Phyllosticta psidii on guava.
O presente trabalho objetivou avaliar o efeito da temperatura e duração do
molhamento na pré-penetração do fungo Phyllosticta psidii em frutos de
goiaba em maturação plena. Os frutos foram desinfestados com hipoclorito
de sódio 0,5% por 10 minutos e lavados em água corrente. Em cada fruto foi
depositado, na sua superfície, uma gota de 30µL de suspensão 105 conídios
de P. psidii/mL. Foram utilizados 5 frutos por tratamento que foram
colocados em câmara úmida e acondicionados em BOD nas temperaturas
de 10, 15, 20, 25, 30, 35 e 40ºC e períodos contínuos de molhamento de
6, 12 e 24 horas, em escuro contínuo. Após os períodos de incubação,
as amostras de tecido inoculadas foram retiradas com auxílio de bisturi
e tratadas para análise sob microscópio eletrônico de varredura. Foram
contados 100 conídios por fruto, avaliando-se a porcentagem de conídios
germinados e apressórios formados. Os resultados indicaram um aumento
gradual da porcentagem de germinação e formação de apressório à medida
que se aumentaram temperatura e período de molhamento, atingindo o
máximo a 25ºC e período de molhamento de 24 horas. Nessa combinação
de temperatura e período de molhamento, observaram-se valores de 45,6%
de conídios germinados e 11,2% de apressórios formados. A partir de 25oC,
houve decréscimo nas variáveis avaliadas.
0036
Influência de fungos na qualidade fisiológica de sementes de Cedrela
fissilis(Vell.). Leite¹, M.T.; Muniz¹, M.F.B.; Martens¹, S.G.; Pedroso¹,
V.V.; Blume, E. ¹Departamento de Defesa Fitosanitária, CCR, UFSM.
E-mail: [email protected] Influence of fungi on fisiological
quality of Cedrela fissilis(Vell.) seeds.
Objetivou-se neste trabalho avaliar a influência dos fungos e dos tratamentos
na qualidade fisiológica de sementes de cedro. Utilizou-se o método do papel
filtro, com 7 tratamentos, sendo 2 químicos( Sialex e Rovral) e 5 naturais
extraídos de Zanthoxylum rhoifolium(Lam), testemunha, extrato aquoso,
infusão casca, infusão folha, pó-da-folha. Foram encontrados os seguintes
fungos: Chaetomium spp., Fusarium spp., Phomopsis spp., Plenodomus
spp., Penicilium spp., Rhizotonia spp., Aspergilus spp. e Alternaria spp..
Os fungos não influenciaram na percentagem de sementes mortas e os
diferentes tratamentos não influenciaram no vigor e no comprimento das
plântulas. No peso fresco, apenas a testemunha e o extrato aquoso tiveram
acréscimo, evidenciando uma influência negativa dos demais tratamentos.
S 117
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
0037
Bioensaio para avaliação dos componentes da resistência parcial à
ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizi). Juliatti, F.C.1; Corrêa
da Silva, J.V.2.; Pimenta, C.B.¹, 2LAMIP-Laboratório de Micologia e
Proteção de Plantas, ICIAG, Av. Amazonas Bloco 2E - Uberlândia MG,
e-mail: [email protected]. 1Bolsista CNPq. Bioassay for studies from partial
resistance components on soybean asian rust.
Este estudo foi realizado com o objetivo de propor um novo método de
avaliação dos componentes da resistência parcial (horizontal) para a
ferrugem da soja em linhagens e populações segregantes. O método consiste
na utilização de três folíolos destacados colocados em gerbox contendo três
folhas de papel toalha umedecidas com 20 mL de água destilada esterilizada.
Foram utilizadas folíolos do segundo e terceiro trifólio de linhagens com
diferentes níveis de resistência parcial. A incubação das folhas nos gerbox
ocorreu após a inoculação de urediniosporos de Phakopsora pachyrhizi, na
concentração de 100.000.mL-1, adicionados o espalhante adesivo Tween 20
(0,01%). Após a inoculação incubou-se os gerbox (cinco repetições) com
três folíolos sob temperatura de 22 a 25o Celsius. Avaliaram-se o período
de incubação (PI), período de latência (PL), número de pústulas.cm-2 e
nota para severidade média nos três folíolos (0 a 100%). Com a análise
multivariada agrupou-se os genótipos com o mesmo grau de resistência.
Este procedimento/metodologia poderá ser útil aos programas de
melhoramento no Brasil para seleção de linhagens/populações segregantes
nas fases iniciais de seleção em campo ou casa de vegetação.Ganhos para
resistência à ferrugem da soja poderão ser obtidos inclusive com aplicação
de métodos de seleção recorrente.
0038
Podridão de carvão do caule de soja (Macrophomina phaseolina),
fatores químicos do solo e ocorrência de Pratylenchus, Helicotylenchus
e Rotylenchulus reniformis. Juliatti, F.C.1*. 1LAMIP-Laboratório de
Micologia e Proteção de Plantas, ICIAG, Av. Amazonas Bloco 2E Uberlândia MG. *Bolsista CNPq. E-mail: [email protected]. Charcoal rot
(Macrophomina phaseolina), soil chemical factors and Pratylenchus,
Helicotylenchus and Rotylenchulus reniformis.
A podridão de carvão de soja (Macrophomina phaseolina) foi associada
na safra 2006-7 a possível fitotoxidade do fungicida tebuconazole nos
campos de produção, gerando dúvidas entre produtores e empresas de
agroquímicos. Realizou - se coletas amostras de solo na camada de 0-20
cm e posterior envio aos Laboratórios de Nematologia e Solos da UFU.
Obteve-se análises dos nematóides, pH, macro e micronutrientes, matéria
orgânica e saturação de bases. Foram analisadas 20 amostras de solo dos
municípios de Goiatuba - GO, Bom Jesus-GO e Pedrinópolis - MG. Dez
plantas com e sem sintomas da podridão foram usadas para confirmação
do patógeno via isolamento em BDA, pH 5,5. Foram incubados cinco
fragmentos/planta, dos caules amostrados em campo, a 25o C e após 10
dias de incubação avaliou-se a porcentagem de isolamentos positivos para
o patógeno. No presente estudo não foi encontrada nenhuma relação da
incidência do patógeno em relação aos nematóides encontrados, bem como
com os fatores químicos do solo. Os sintomas de necrose foliar (carijó semelhante à fitotoxidade de tebuconazole) foram associados à presença de
Macrophomina no solo. Ocorreu um longo verânico de mais de 20 dias no
mês de março que pode ter contribuído para a maximização dos sintomas
em cultivares convencionais e RR.
0039
Mecanismos de transmissão de Xanthomonas vesicatoria da planta
para sementes de tomate. Sá¹*, J.M.; Silva², D.A.G; Carvalho, A.O.³;
Carmo³, M.G.F.; 1Departamento de Fitotecnia do Instituto de Agronomia,
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. *PIBIC. E-mail: jerusamai@
hotmail.com. Mechanisms of transmission of Xanthomonas vesicatoria
from plants for seeds in tomato.
A “mancha bacteriana” do tomate, causada por Xanthomonas vesicatoria
(Xv.), pode causar sérios prejuízos à cultura. A fitobactéria pode ser transmitida
por semente que se constitui na principal fonte de inóculo primário. Com
S 118
o objetivo de estudar o mecanismo de transmissão de Xv. da planta para
sementes de tomate e de se desenvolver métodos de inoculação para estudar
este processo compararam-se quatro métodos de inoculação: atomização das
flores, injeção na placenta de frutos verdes e de frutos maduros, injeção no
mesocarpo em três regiões de isolamento. Os resultados indicaram que a
inoculação por injeção de suspensão bacteriana na placenta de frutos verdes
é o mais adequado. A fração do fruto que propiciou melhor recuperação
de bactérias foi a resultante da mistura da água, resultante da lavagem da
semente, contendo o líquido placentário e da água resultante de lavagem
da semente, após remoção da placenta. Não se recuperou a fitobactéria a
partir das estruturas internas das sementes, indicando que, provavelmente a
bactéria, nestas amostras, não se encontravam no interior das sementes.
0040
Efeito de fungicidas na germinação de esporos e de escleródios de Amphobotrys
ricini. Sussel1*, A.A.B.; Castro1, H.A.; Pozza1, E.A.; Amaral2, D.C.; Santoucy1,
S.G. 1UFLA. 2Unilavras. *Fapemig. E-mail: [email protected]. Fungicides effect
on spores and sclerotium germination of Amphobotrys ricini.
Foi observado o efeito de quatro fungicidas na germinação de esporos e
de escleródios de Amphobotrys ricini, agente etiológico do mofo cinzento
da mamoneira. Foram avaliados oxicloreto de cobre (12,5, 1,25 , 0,125
e 0,0125 mg.L-1), procimidone (0,75, 0,075, 0,0075 e 0,00075 mg.L-1),
tiofanato metílico (10, 1 , 0,1 e 0,01 mg.L-1) e azoxistrobin (100, 10, 1 e 0,1
mg.L-1), sendo as três maiores doses testadas para controle da germinação
dos escleródios, e as três menores doses para controle da germinação dos
esporos. Os escleródios, previamente cultivados em meio BDA, foram
retirados das colônias, imersos na solução de fungicida por 5 minutos,
plaqueados em agar-água (2%) e mantidos a 24 ± 1ºC por 5 dias. Para
germinação dos esporos, os fungicidas foram misturados à meio ágar-água
fundente e vertidos em placas de Petri. Sobre o meio foram adicionados 2
mL da suspensão de esporos (105 esporos.ml-1). As placas foram mantidas
em BOD por 6 horas a 24 ± 1ºC. Após este período, foi adicionado 5 mL
de sulfato de cobre (1M) para matar os esporos, procedendo-se em seguida
a contagem dos esporos germinados. Ambos os ensaios foram conduzidos
em delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. Apenas
o azoxistrobin inibiu a germinação de mais de 20% dos escleródios nas
doses utilizadas. Para a germinação dos conídios foram obtidas as seguintes
DL50: oxicloreto de cobre 2,52 mg.L-1, procimidone 0,0039 mg.L-1,
tiofanato metílico 0,147 mg.L-1 e azoxistrobin 0,197 mg.L-1.
0041
Eletromicrografias da parede celular em casca de mangas pós-colhidas
tratadas com indutores de resistência e inoculadas com Lasiodiplodia
theobromae. Lins1, S.R.O.; Oliveira1, S.M.A.; Santos1, A.M.G.;
1
Laboratório de Patologia Pós-colheita. Universidade Federal Rural de
Pernambuco. E-mail: [email protected]. Eletromicrografies of the
cellular wall of peel of postharvest mangos treated with resistance inductors
and inoculated with Lasiodiplodia theobromae.
Mangas após a colheita estão propensas a uma série de doenças causadas
por fitopatógenos, e dentre essas, a podridão peduncular cujo agente
etiológico é Lasiodiplodia theobromae, que tem merecido atenção.
Visando diminuir a utilização de produtos químicos nas frutas, buscamse alternativas para o controle da doença por meio da indução de
resistência. Este trabalho objetivou estudar respostas de defesa em casca
de frutas tratadas com indutores, focando possíveis respostas na parede
celular. Os tratamentos foram: extrato de alecrim, pimenta e CaCl 20%.
Frutas das cv. Tommy Atkins e Haden foram imersas por 5 min. em
cada solução. Em seguida, foram colocadas em bandejas plásticas e
secas à temperatura ambiente. Após 24 horas, fizeram-se ferimentos e
inoculou-se 10 µL da suspensão de conídios de L. theobromae. Seis dias
após, coletou-se amostras e preparou-se para análise em microscopia
eletrônica de transmissão. Nas frutas tratadas, houve concentração
de pontos escuros na parede celular, indicando uma possível defesa
pelo aumento de cálcio. No entanto, não foram realizadas análises
bioquímicas desses compostos, necessitando-se de mais estudos para a
confirmação dos resultados.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
0042
Influência da luz ultravioleta em mangas inoculadas com Lasiodiplodia
theobromae. Lins1, S.R.O.; Oliveira1, S.M.A.; Santos1, A.M.G.;
1
Laboratório de Patologia Pós-colheita. Universidade Federal Rural de
Pernambuco. E-mail: [email protected]. It influences of the light
violet ultra in mangos inoculated with Lasiodiplodia theobromae.
vegetação, após quatro dias, foram inoculadas com o patógeno desafiante X. c.
pv. vesicatoria (A540= 0,4). Como tratamento controle foram atomizadas três
plantas com Fegatex (5 mL i.a. L-1) e, como testemunhas, plantas atomizadas
com água. Quando do aparecimento dos sintomas, a quantificação da severidade
de doença foi feita pelo uso do software Severity Pro.
A podridão peduncular cujo agente etiológico é Lasiodiplodia theobromae,
tem merecido atenção pelas perdas eminentes na comercialização de mangas,
e o controle da doença tem sido feito basicamente por fungicidas. Estudos
recentes têm sido focados na indução de resistência como medida alternativa
para o controle da doença. O objetivo desse estudo foi verificar a ação da
luz ultravioleta sob a germinação de conídios de L. theobromae em manga.
Mangas da cv. Tommy Atkns foram submetidas a 30, 90 e 120 minutos sobre
UV. Após 24 horas inoculou-se suspensão do patógeno, 106 conídios.mL-1,
em ferimentos realizados na casca das frutas. Seis dias após, foram coletadas
amostras do local da inoculação e preparadas para microscopia eletrônica
de varredura. Verificou-se possível resistência das frutas quando submetida
a 30 minutos sobre UV. Períodos mais prolongados promoveram queima na
casca das frutas e favoreceram a colonização do patógeno.
0045
Colonização de meloeiro por Acidovorax avenae susbp. citrulli. Oliveira1,
A.; Oliveira1, J.C.; Silveira1, E.B.; Mariano1, R.L.R.; 1Departamento de
Agronomia; Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: aldeoli@
hotmail.com. Colonization of melon plants by Acidovorax avenae susbp.
citrulli.
0043
Um meio semi-seletivo para Xantomonas campestris pv. vesicatoria
com base em resistência múltipla constitutiva a antibióticos e testes
de sua repressividade. Lanna-Filho1, R.; Ferraz1, H. G. M.; Romeiro1,
R.S.; Freitas1, M. A.; Souza1, A. N.; Garcia1, O. A. F.; 1Laboratório de
Bacteriologia de Plantas e Controle Biológico-LBPCB, Universidade Federal
de Viçosa. CNPq. E-mail: [email protected]. A semiselective
medium for Xantomonas campestris pv. vesicatoria based on multiple
constitutive resistance to antibiotics and tests on its repressiveness.
Visando desenvolver um meio semi-seletivo para um isolado de X. campestris
pv. vesicatoria (Xcv), foram realizados antibiogramas qualitativos com 56
antibióticos, pelo método de discos, havendo-se selecionado 17 aos quais
Xcv era insensível. Antibiogramas quantitativos (orifícios no gel) permitiram
a seleção final de três antibióticos: Estreptomicina (Est), Cefalexina (Cef),
Cefadroxil (Cfx), os quais não inibiram Xvc nem a 2.048 µg.mL-1. Para
confirmar os resultados e detectar possível repressividade por sinergismo,
os três antibióticos foram adicionados ao meio 523, juntos, a 100 µg.mL-1,
estudando-se a curva de crescimento, por turbidimetria e encontrando-se
que o meio era muito repressivo. Os antibióticos foram então combinados,
nas 4 combinações possíveis: Est+Cef, Est+Cfx, Cef+Cfx e Est+Cef+Cfx
e novo estudo da curva de crescimento realizado, concluindo-se que a
combinação Cef/Cfx é inibitória a Xcv e que o meio seletivo há que ser
idealizado evitando-a. Estudos da supressividade do meio assim idealizado
estão sendo realizados posto que ele se destina a monitorar tendências
populacionais de Xcv em filoplano de tomateiro.
0044
Seleção de procariotas residentes de filoplano para o biocontrole da
mancha bacteriana (Xanthomonas campestris pv. vesicatoria) do
tomateiro. Lanna-Filho, R1.; Ferraz, H. G. M.1; Romeiro, R.S.1; Freitas,
M. A1.; Souza, A. N1.; Garcia, O. A. F1.; 1Laboratório de Bacteriologia
de Plantas e Controle Biológico-LBPCB, Universidade Federal de Viçosa.
CNPq. E-mail: [email protected]. Selection of prokaryote
phylloplane residents of for the biocontrol of tomato bacterial spot.
Trezentos isolados bacterianos foram obtidos de folhas sadias de tomateiro, pelo
método de ultra-som. O isolamento das populações procariotas foram obtidos
com a transferência de dois folíolos para Erlenmeyer de 200 mL contendo 50
mL de solução tampão PBS (0,1M; pH=7,0) estéril contendo 0,5% de Tween
80, e submetidos a ultra-som a 60 Hz por 20 min., o extrato sofreu uma
diluição seriada (fator de diluição = 1:10). Cem microlitros de cada diluição
foram semeados em placas de Petri contendo meio 523 (Kado & Heskett, 1970),
sendo as alíquotas espalhadas com alça de Drigalsky seguindo-se incubação
a 28ºC. Com a obtenção das culturas puras, prepararam-se suspensões de
propágulos de cada isolado, sendo dispensados via atomização (A540= 0,4) em
plantas de tomateiro, cultivar Santa Cruz “Kada”, com 45 dias após germinação,
com três repetições para cada isolado. As plantas foram mantidas em casa-de-
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
Acidovorax avenae susbp. citrulli causa a mancha-aquosa, importante
fitobacteriose em meloeiro. A capacidade de colonização dessa bactéria em
folhas e ramos de meloeiro foi estudada utilizando um mutante resistente
a rifampicina (Aac1Rif). Meloeiros com 20 dias, cultivados em casa de
vegetação, tiveram seu primeiro par de folhas verdadeiras pulverizadas
com suspensões do mutante na concentração 3,4 x 107 UFC mL-1, sendo
submetidas a câmara úmida de pré e pós-inoculação por 24 horas. A intervalos
de três dias, amostras e folhas e ramos coletadas de forma ascendente até
o ponto de florescimento, foram fragmentadas, maceradas e processadas
para isolamento pelo método de diluição, sendo as populações de Aac1Rif
determinadas em UFC g-1 de amostra. Aos 30 dias após a inoculação, foi
detectada colonização pelo mutante até a décima folha com população de
1,33 x 103 UFC g-1 de folha. Nesse mesmo período, observou-se colonização
pelo mutante no segmento de ramo compreendido entre a décima e décimaprimeira folha com população de 4 x 102 UFC g-1 de ramo. O mutante
não foi detectado nas flores. Respectivamente pelas técnicas de “imprint”
e desinfestação/centrifugação, comprovou-se a colonização do mutante
epifiticamente nas folhas e endofiticamente nos ramos de meloeiro.
0046
Atividade antifúngica de extratos vegetais e óleos essenciais sobre
Glomerella cingulata em frutos de mamão. Felix1, K.C.S.; Silva2,
J.C.; Carnaúba1, J.P.; Oliveira, A.2; Amorim2, E.P.R. 1Fitossanidade,
Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE,
2
Agronomia, CECA/UFAL. E-mail: [email protected].
Antifungal activity of vegetal extracts and essential oils on Glomerella
cingulata on papaya fruits.
O efeito inibitório “in vitro” sobre o crescimento micelial (CM) e esporulação
(E) de Glomerella cingulata (Colletotrichum gloeosporioides) foi avaliado
usando-se extratos aquosos (EA) de cravo-da-Índia (Syzygium aromaticum),
canela (Cinnamomum zeylanicum), alho (Allium sativum), produto comercial a
base de biomassa cítrica (Ecolife®) e óleos essenciais de eucalipto (Eucalyptus
citriodora) e citronela (Cymbopagon nardus), nas concentrações 5, 10, 15 e
20% para EA; 0,25; 0,5; 0,75 e 1% para Ecolife® e 1,25; 2,5; 3,75 e 5% para
óleos essenciais. O extrato de cravo a 20% inibiu totalmente o CM e, em todas
as concentrações, 100% da esporulação. O Ecolife® a 0,75% inibiu totalmente
o CM e E. O extrato de alho a 20% controlou em 71,6% o CM e a 5% inibiu
em 100% a E. O extrato de canela a 20% inibiu em 31,7% o CM e em todas
as concentrações impediu totalmente a E. Os óleos essenciais de eucalipto
e citronela inibiram totalmente o CM e E do patógeno. A inibição total ou
parcial do CM e E de G. cingulata pelos extratos aquosos e óleos essenciais
obtidos de plantas medicinais, indica a existência de compostos com ação
antifúngica (fungitóxica) possibilitando um novo método alternativo no
tratamento da antracnose de pós-colheita em frutos de mamão.
0047
Levantamento da ocorrência do raquitismo-da-soqueira em cana-de-açúcar
no noroeste do Paraná. Marcuz, F. S.; Vieira, R. A.; Marrafon, M. A.; Roncar,
R.R.; Barboza, A. A. L.; Souto. E. R. Universidade Estadual de Maringá, Av.
Colombo, 5790, CEP 87020-900 - Maringá-Pr. E-mail: fernandamarcuz@yahoo.
com.br. Survey of Leifsonia xyli subsp. xyli, the causal agent of ratoon stunting
disease of sugarcane in the northwest region of Paraná State.
O raquitismo-da-soqueira da cana-de-açúcar é considerado como uma das
S 119
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
mais importantes doenças na cultura, desde sua descrição na Austrália em
1950. No Paraná, a área plantada vem aumentando significativamente nos
últimos anos, e levantamentos sobre a ocorrência de patógenos na cultura
é de extrema importância para a adoção de medidas de controle visando
o incremento da produção. Neste trabalho foi realizado um levantamento
em áreas de produção de duas usinas do noroeste do Paraná, utilizando o
método de detecção sorológica “Dot Blot”, para se verificar a incidência
da bactéria Leifsonia xyli subsp. xyli, causadora do raquitismo-da-soqueira.
As amostras foram obtidas em 50 talhões de 32 propriedades, cultivados
com 8 variedades e 2 clones, de plantas com diferentes épocas de corte,
perfazendo um total de 1395 amostras. A presença da bactéria na região
foi constatada através da sua detecção na variedade SP77-5181 com
uma incidência de 23% na área examinada. Através dos ensaios de PCR,
utilizando oligonucleotídeos específicos, a presença da bactéria nessa
variedade foi confirmada. Os resultados obtidos indicam que Leifsonia xyli
subsp. xyli está presente no noroeste do Paraná, e aparentemente, não está
amplamente disseminada.
0048
Epidemias de pinta preta e requeima em tomateiro e batateira
cultivados em diferentes densidades de plantio. Batista1*, D.C.; Lana2,
D.H.; Maffia2 , L.A.; Mizubuti2 , E.S.G.; 1EMBRAPA Semi-Árido, 2UFV.
*E-mail: [email protected]. Early and late blight epidemics in
tomato and potato cultivated at different planting densities.
Seis experimentos foram realizados entre 2002/06 para avaliar o efeito de
espaçamentos, com ou sem aplicação de clorotalonil, na epidemia de pinta
preta (Alternaria solani) e requeima (Phytophthora infestans) em tomateiro
e batateira. Três espaçamentos foram avaliados para tomateiro (0,8 x 0,4
m; 1,0 x 0,5 m; 1,2 x 0,6 m) e batateira (0,64 x 0,32 m; 0,8 x 0,4 m; 0,96 x
0,48 m). A severidade da requeima ou a taxa de progresso (r) decresceram
quando o espaçamento foi aumentado. A razão da área abaixo da curva de
progresso da doença (AACPD) da requeima da batateira entre as parcelas
densa e espaçada, não pulverizada, foi de 2,49 e de 1,15 nas cvs. Bintje e
Monalisa, respectivamente. Nenhuma diferença foi detectada para AACPD
de pinta preta em tomateiro ou batateira. Nos tratamentos nos quais foram
aplicados clorotalonil houve significativa melhora da produção de batata,
exceto para requeima sob espaçamento denso em 2003 e pinta preta em
espaçamento denso e regular em 2005 e 2006. Clorotalonil não controlou a
pinta preta em batateira e tomateiro sob condições ambientais favoráveis.
Estes estudos demonstraram que a requeima da batateira pode ser manejada
com menor densidade de plantas.
0049
Sobrevivência de Alternaria solani em restos de cultura de tomateiro
e quantificação de conídios do patógeno no ar. Batista1*, D.C.; Silva2,
C.H.O.; Lana2, D.H.; Maffia2, L.A., Mizubuti2, E.S.G.; 1EMBRAPA SemiÁrido, 2UFV. *E-mail: [email protected]. Survival of Alternaria
solani in crop debris and quantification of pathogen conidia in the air.
A sobrevivência de Alternaria solani (AS) em folíolos e hastes de tomateiro
infectado (2003/04 e 2005/06) e a relação entre a concentração de conídios
no ar e as variáveis climáticas (2005/06) foram estudadas sob condições
de campo. Amostras de folíolos e hastes, em saco de malha plástica, foram
mantidas na superfície (Sp) ou a 20 cm de profundidade (Ent) e avaliadas
periodicamente. A sobrevivência de AS declinou rapidamente quando
o material vegetal estava Ent: a esporulação de AS em folíolos após 90
dias foi 10 e 1,14 vezes menor do que os mantidos na Sp, em 2003/04
e 2005/06, respectivamente. Na Sp, o tempo máximo de sobrevivência
foi 242 e 272 dias em folíolos e hastes, respectivamente. A probabilidade
de AS sobreviver em hastes e folíolos foram estudadas por regressão
logística, p=ey/(1+ey), usando o tempo (T) e a decomposição (Pr) como
variáveis independentes. Os modelos y = ln (p/1-p) =1,5243 -0,0217T +
0,0152Pr – 0,00007T2 + 0,000796TPr e y = 0,1326 – 0,0117T – 0,00006T2
– 0,000317Pr2 + 0,000713TPr, foram desenvolvidos para folíolos na Sp e
Ent, respectivamente. Enquanto em hastes na Sp e Ent foram os modelos
y = - 0,1031 + 0,0195T + 0,1766Pr - 0,00013T2 e y = - 0,4682 – 0,0262T
+ 0,0611Pr, respectivamente. Todos os coeficientes de correlação entre
probabilidade observada e predita pelos modelos foram > 90%. Muitos
S 120
dos conídios dispersos pelo ar (>10 conídios/m3 ar) foram coletados
entre a primavera e verão e o maior pico (62 conídios/m3) foi observado
em Outubro. A quantidade de conídios capturados foi negativamente
correlacionada com umidade relativa-UR e números de horas de UR >
90%, mas positivamente correlacionada com números de horas de UR <
70% e temperatura acima de 25º C.
0050
Incidência de Mycosphaerella fragariae em dois cultivares de
morangueiro, na região de Maringá, PR. Albuquerque1, F.A.; Barbosa2,
A.P.; Borges3, L.M.; Moleiro2, J.A.C.; Yagushi3, J.T.; Betioli Junior3, E;
Borges2, A.F. 1Dpto. de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá, PR.
2
Acadêmico de Agronomia, UEM, Maringá, PR. 3Engenheira Agrônoma,
Maringá, PR. E-mail:[email protected]. Incidence of
Mycosphaerella fragariae in two strawberry cultivars in Maringá, PR.
Com o objetivo de avaliar a incidência de mancha de Mycosphaerella
(Mycosphaerella fragariae) em cultivo de morango conduzido em
sistema orgânico na região de Maringá, PR, foram plantadas as cultivares
Camino Real e Camarosa. As mudas de morangueiro, provenientes do
Chile, foram transplantadas em maio de 2006. O ensaio foi conduzido
em blocos casualizados, com dois tratamentos e 15 repetições, sendo
cada parcela constituída por um canteiro com 200 plantas e coberto com
“mulch” prata. Aos 75 dias após o plantio das mudas, avaliaram-se todas
as plantas de cada parcela, contando-se o número de folíolos com sintomas
de mancha de Mychosphaerella. Até esta fase da cultura não foi realizada
nenhuma aplicação de fungicidas. Constatou-se que as plantas da cultivar
Camino Real apresentaram um número médio de folíolos com mancha de
Mycosphaerella 301,35% maior do que as plantas da cultivar Camarosa,
indicando uma maior suscetibilidade daquela cultivar à doença.
0051
Incidência de Mycosphaerella fragariae em morangueiro, com mudas de
diferentes procedências. Albuquerque1, F.A.; Barbosa2, A.P.; Borges3,
L.M.; Moleiro2, J.A.C.; Yagushi3, J.T.; Betioli Junior3, E; Borges2, A.F.
1
Dpto. de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá, PR. 2Acadêmico
de Agronomia, UEM, Maringá, PR. 3Engenheira Agrônoma, Maringá, PR.
E-mail: [email protected]. Incidence of Mycosphaerella
fragariae in strawberry, with transplants of different origins.
Com o objetivo de avaliar a influência da procedência das mudas na
incidência de mancha de Mycosphaerella (Mycosphaerella fragariae) em
morangueiro conduzido em sistema orgânico na região de Maringá, PR, foi
instalada uma área experimental com a cultivar Camarosa, em maio de 2006.
Comparou-se o desempenho de mudas importadas do Chile com mudas
produzidas na propriedade a partir de matrizes de morangueiro obtidas
pelo processo de cultura de meristemas e micropropagação. O ensaio foi
conduzido em blocos casualizados, com dois tratamentos e 15 repetições,
sendo cada parcela constituída por um canteiro com 200 plantas e coberto
com “mulch” prata. Aos 75 dias após o plantio das mudas, avaliaram-se
todas as plantas de cada parcela, contando-se o número de folíolos com
sintomas de mancha de Mychosphaerella. Até esta fase da cultura não foi
realizada nenhuma aplicação de fungicidas. Constatou-se que as plantas
oriundas de mudas importadas do Chile apresentaram um número médio de
folíolos com mancha de Mycosphaerella 343,36% maior do que as plantas
oriundas de mudas produzidas na propriedade, indicando a necessidade de
maiores cuidados fitossanitários com as mudas importadas.
0052
Controle de oídio na cultura de gérbera com o uso de leite de vaca in
natura. Jasper1, M.; Dalla Pria1, M.; Silva1, A.A. 1Universidade Estadual
de Ponta Grossa, PR. E-mail: [email protected]. White powdery
mildew control in gerbera using in natura cow milk.
A gérbera (Gerbera jamesonii) é uma das mais populares plantas ornamentais
do mundo, tanto como flor de corte como de vaso, de importância econômica
considerável. Grande parte da produção de gérberas é feita em cultivo
protegido, o que pode propiciar condições muito favoráveis a determinadas
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
doenças que podem ser muito destrutivas, como é o caso do oídio (Erysiphe
cichoracearum). Existem diversos produtos alternativos viáveis para seu
controle, mas há necessidade de estudos para estabelecer sua eficiência
e freqüência de pulverização, bem como as dosagens adequadas. Sendo
assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do leite in natura sobre
a incidência e severidade de oídio na cultura da gérbera. Foram utilizadas
duas concentrações de leite (8 e 16%), com e sem adição de adjuvante (óleo
vegetal), além de três fungicidas (fenarimol - 6 g i.a./100 L H2O, chlorothalonil
- 150 g i.a./100 L H2O e azoxystrobin - 10 g i.a./100 L H2O) e a testemunha.
Através dos dados de severidade, foi calculada a área abaixo da curva de
progresso da doença (AACPD), de cada tratamento. Os menores valores tanto
de AACPD como de incidência ficaram com os tratamentos de fenarimol,
azoxystrobin e leite + adjuvante, sem diferença estatística entre eles.
0053
Antagonismo de Trichoderma spp. e Trichotecium roseum a fungos de solo.
Hilgemberg1, P.; Dalla Pria1, M.; Duda1, L.; Sandini1, F.; Kamikoga1, A.;
1Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR. E-mail:[email protected].
Antagonism of the Trichoderma spp. and Trichotecium roseum to soil fungi.
O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de antagonistas no crescimento
micelial e produção de metabólitos sobre fitopatógenos. Os antagonistas foram
Trichoderma sp. (Agrotrich), Trichoderma harzianum, Trichotecium roseum
e os fitopatógenos: Sclerotinia sclerotiorum, Sclerotium rolfsii, Rhizoctonia
solani e Fusarium sp. Utilizou-se o método do pareamento de colônias em
placas (meio BDA), colocando-se um disco de micélio do fitopatógeno e no
lado oposto, disco do antagonista. Observou-se a formação de halo de inibição
e de escleródios. Realizou-se também o teste de produção de metabólitos não
voláteis, pelo método do papel celofane em placas (meio BDA). Sobre o
papel foi repicado um disco do micélio do antagonista. Após 72 h, retirou-se
o celofane com os antagonistas, e transferiram-se os patógenos. Avaliou-se o
diâmetro das colônias e comparou-se com o diâmetro do crescimento normal.
O Trichoderma sp. afetou o crescimento de R. solani e S. sclerotiorum,
formando halo de inibição, e produziu metabólitos a S. sclerotiorum, R. solani
e Fusarium sp. O isolado de T. roseum afetou o crescimento micelial de S.
sclerotiorum, R. solani e Fusarium sp. e juntamente T. harzianum produziu
metabólitos a todos os patógenos.
0054
Reação de genótipos de soja (Glycines max) a Pratylenchus brachyurus.
Rodacki1, M.E.P.; Silva1, G.S.; Meyer2, M.C.; Lambert2, E.S.; 1Universidade
Estadual do Maranhão. 2Embrapa Balsas. E-mail: marcelo_rodacki@yahoo.
com.br. Reaction of soybean genotypes to Pratylenchus brachyurus.
Este trabalho teve como objetivo avaliar a reprodução de Pratylenchus
brachyurus em diferentes genótipos de soja, em condições de casa de vegetação.
As sementes foram semeadas em vaso com 1 L de solo previamente autoclavado
e, após a germinação, as plantas foram inoculadas com 200 espécimes de P.
brachyurus obtidos de soja ‘Sambaíba’ e multiplicados no mesmo hospedeiro.
Sessenta dias após a inoculação, o experimento foi avaliado, calculando-se o
fator de reprodução (FR = população final ⁄ população inicial). Os genótipos
BRS Sambaíba e MABR 02-1876 diferiram dos demais, com FR iguais a 13,23
e 11,65, seguidos de MABR 02-2147, MABR 02-1029, MABR 02-1151 com
FR 7,14, 6,58 e 5,80, respectivamente. Quanto aos genótipos MABR 00-437,
MABR 99- 14773, MABR 01-13273, MABR 00-17024, MABR 99-17406,
BRS Barreiras, MABR 02-1954, BRS Carnaúba e BRS Candeia, o FR variou
entre 3,93 a 2,10, formando um grupo intermediário de resistência. Os materiais
MABR 02-1198, MABR 02-2145, MABR 02-1159, MABR 99-15102, BR
02-41196 e BRS Pirarara apresentaram os menores fatores de reprodução,
variando de 1,90 a 1,32 sendo, portanto, os mais resistentes a P. brachyurus.
0055
Supressão de Meloidogyne incognita em tomateiro utilizando vedélia
(Sphagneticola trilobata). Silva1,G.S.; Silva1, K.C.; Pereira1, A.L.; 1Universidade
Estadual do Maranhão. E-mail: [email protected]. Suppression of
Meloidogyne incognita in tomato using wedelia (Sphagneticola trilobata).
Vedélia ou picão da praia [Sphagneticola trilobata (Syn.:Wedelia trilobata)]
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
é uma Asteraceae tropical, com ampla distribuição nas áreas costeiras do
Brasil. É utilizada como planta ornamental e possui atividade contra insetos
e alguns fungos do solo. Neste trabalho, avaliou-se o seu efeito antagônico
sobre Meloidogyne incognita em tomateiro. O experimento foi conduzido
em condições de casa de vegetação, em um delineamento inteiramente
casualizado em esquema fatorial com dois tratamentos, três períodos de
pré-plantio e oito repetições. As mudas de vedélia foram cultivadas, durante
30, 45 e 60 dias, em vasos contendo solo autoclavado e infestado com 5000
ovos de M. incognita. Tomateiros foram utilizados como testemunhas. Após
cada período de pré-plantio, as vedélias foram retiradas dos vasos para os
quais foram transplantadas mudas de tomateiro ‘Santa Cruz’. Trinta dias
após, o experimento foi avaliado, adotando-se como parâmetros os índices
de galhas e de massas de ovos nas raízes dos tomateiros e o número de
juvenis (J2 ) de M. incognita no solo. O pré-plantio de vedélia, independente
do período de cultivo, suprimiu o nematóide, não sendo encontradas galhas
nem massas de ovos nas raízes do tomateiro e nem juvenis no solo, em
contraste com a testemunha cujos índices foram muito elevados, bem como
o número de J2 no solo. Esses resultados sugerem que vedélia pode vir a ser
uma alternativa para o manejo dos nematóides das galhas.
0056
Eficiência de métodos de transmissão de Xylella fastidiosa em plantas
cítricas. Salibe1 A.B., Mourão Filho2 F.A.A., Laranjeira3 F.F., Machado4
M., Braga1 G.C, Gazola1 D., Reolon1 C.A.; 1UNIOESTE, Campus de
M. C. Rondon, PR, 85.960-000, 2Departamento de Produção Vegetal,
ESALQ, Piracicaba-SP, C.P. 9, 13418-900, Brasil, 3Embrapa Mandioca
Fruticultura, Cruz das Almas, Bahia, CP. 007, 44380-000, 4Centro APTA
Citrus, Cordeirópolis, CP. 04, 13.490.970. [email protected]. Efficiency
of Xylella fastidiosa transmission methods to citrus plants.
O uso de variedades resistentes é a alternativa mais eficiente no controle
da doença CVC causada pela Xylella fastidiosa. Estudos de resistência
de variedades são sucessivamente realizados exigindo um método de
transmissão do patógeno eficaz. Neste sentido, objetivou-se estudar dois
diferentes métodos, sendo eles o de encostia de mudas de laranja ‘Valência’
contaminadas e o de injeção no tronco da planta com suspensão bacteriana em
31 variedades da sub-família Aurantioideae. O delineamento experimental
foi o de blocos ao acaso com 10 repetições para cada variedade cítrica.
Na avaliação da incidência da doença, utilizou-se de dados qualitativos,
positivos ou negativos, através de avaliações mensais por PCR. Os métodos
utilizados para infectar as plantas hospedeiras com a bactéria influenciaram
sobre a resposta à presença do patógeno, sendo o mais eficiente o de
injeção no tronco. A variedade Tângelo Orlando foi determinada pelo
teste PCR como hospedeira da bactéria quando o método de transmissão
foi o de injeção no tronco e não-hospedeira para o de encostia. As plantas
experimentais contaminadas por encostia resultaram em falso positivo
devido ao contínuo fluxo da bactéria na planta hospedeira.
0057
Relações entre espectroscopia de fluorescência, fotossíntese e severidade
do cancro cítrico. Gasparoto1, M.C.G.; Amorim1, L.; Belasque
Júnior2, J.; 1Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia
Agrícola, ESALQ/USP; 2FUNDECITRUS. E-mail: [email protected].
br. Relationships between fluorescence spectroscopy, photosynthesis and
severity of citrus canker.
O cancro cítrico (Xanthomonas axonopodis pv. citri) é uma das mais
importantes doenças dos citros e seu controle é feito com medidas de
exclusão e erradicação do patógeno. Os objetivos do presente trabalho foram
verificar as características espectroscópicas de folhas com cancro cítrico e
correlacioná-las às alterações na eficiência fotossintética do tecido foliar
doente e relacionar severidade da doença à eficiência fotossintética. Os perfis
espectroscópicos e a eficiência fotossintética de plantas das espécies Citrus
sinensis (‘Hamlin’), Citrus reticulata (‘Ponkan’) e Citrus limonia (‘Cravo’)
foram avaliados antes e após a inoculação com Xanthomonas axonopodis pv.
citri. O modelo y = (1 – x)ß, onde y representa a assimilação líquida relativa
de CO2 e x, a severidade da doença, foi ajustado aos dados por meio de
regressão não-linear. O modelo monomolecular foi ajustado à relação entre
assimilação líquida relativa de CO2 e razões espectroscópicas da região do
S 121
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
vermelho, também por regressão não-linear. Concluiu-se que a doença afeta a
eficiência fotossintética de ‘Ponkan’ e ‘Hamlin’. Em ‘Hamlin’, a doença não
apenas reduz a área foliar, mas também reduz a fotossíntese do tecido verde
remanescente. Há relação positiva entre as razões espectroscópicas da região
do vermelho e a fotossíntese nas variedades testadas.
0058
Métodos alternativos associados ou não à atmosfera modificada passiva
no controle da podridão de melão Cantaloupe. Sá1, C.R.L.; Terao2, D.;
Silva3, E.O. 1Secretaria de Agricultura do Ceará. 2Embrapa Semi-Árido.
3
Embrapa Agroindústria Tropical. E.mail: [email protected].
Alternative methods associated or not to the passive modified atmosphere,
in the control of Cantaloupe melon rot.
As podridões pós-colheita ocasionam graves perdas ao melão. Várias
estratégias de controle alternativo têm sido avaliadas, visando reduzir, também,
os resíduos de agrotóxicos, dentre elas: 1-MCP, Permanganato de potássio
(KMnO4), Cera de Carnaúba e Funginat, associados ou não à atmosfera
modificada. Melões Cantaloupe var. Torreon, previamente inoculados com
Fusarium pallidoroseum, foram embalados em caixas de papelão de 10 Kg.
Metade dos frutos inoculados foram submetidos a atmosfera modificada,
promovida pela sacola plástica de PEDV X-Tend®, e a outra metade foi
armazenada apenas na caixa de papelão. Os frutos foram, então, armazenados
a 3 ± 2ºC e 85 ± 2% UR, onde permaneceram por 14 dias. Após esse período
retirou-se o X-tend, e os frutos foram armazenados em temperatura ambiente
(23 ± 2ºC e 90 ± 2% UR). Observou-se, aos 15 dias que os tratamentos
com 1-MCP, Cera de Carnaúba e Funginat protegeram os frutos contra a
podridão, diferindo estatísticamente da testemunha, independente do uso da
atmosfera modificada. Com relação à aparência geral do fruto, destacaramse os tratamentos com 1-MCP, Permanganato de Potássio e Cera, sendo
favorecidos pela associação com a atmosfera modificada. Assim, os resultados
sugerem que, os tratamentos em pós-colheita avaliados associados à atmosfera
modificada favorecem a conservação pós-colheita de melão Cantaloupe.
0059
Indução de resistência em plantas e frutos de meloeiro var. Orange
flesh utilizando-se Acibenzolar-S-methyl. Gondim1, D.M.F., Terao2,
D.; Martins-Miranda1, A.S.; Vasconcelos1, I. M.; Oliveira1, J. T. A.
1
Universidade Federal do Ceará. 2Embrapa Semi-Árido. E.mail: daniel.
[email protected]. Induction of resistance in melon plant and fruit
var. Orange flesh with Acibenzolar-S-methyl.
O melão tem grande importância na exportação de frutas frescas brasileiras,
sendo fundamental o controle de suas doenças em pós-colheita. Este trabalho
avaliou o efeito do Acibenzolar-S-methy (BTH) nas respostas bioquímicas da
defesa do melão e do meloeiro. Os melões foram mergulhados em soluções de
BTH (concentrações de 0,5; 1,0; e 2,0 mM de ingrediente ativo) e o Controle
em água destilada estéril (ADE). Após 60 horas foram inoculados com o
Fusarium pallidoroseum. Amostras foram retiradas aos 3, 7 e 10 dias após
inoculação e armazenadas à -84ºC. Plantas do melão de 8 dias foram borrifadas
com 300 µL de BTH nas concentrações de 0,3; 0,5, e 1,0 mM e o Controle
com ADE. As folhas secundárias foram colhidas em 2, 4, 6, 8, 10, 12, e 14
dias após tratamento. Observou-se que o BTH não reduziu significativamente
a incidência e a severidade da podridão e nem modificou as atividades de
enzimas relacionadas à defesa do fruto. Por outro lado, nas plantas, aumentou
a atividade da Peroxidase, β-1-3-glucanase e da Superóxido dismutase, mas
não modificou a Fenilalanina amônia liase e inibiu o Ascorbato peroxidase.
Nas concentrações testadas, o BTH não funcionou como um indutor de
defesas bioquímicas no melão, mas induziu respostas de defesa nas plantas.
Contudo sugere-se que a proteção de frutas contra a podridão causada pelo F.
pallidoroseum poderia ser feita por meio da indução de defesa da planta, que,
provavelmente, seria transferida aos frutos.
0060
Espectro de ação de bactérias biocontroladoras quando usadas na
microbiolização de sementes de diferentes cultivares de feijão. Corrêa1,
B. O.; Moura2, A. B.; Soares3, V. N., Ludwig4, J .; 1Doutoranda/DFs, 2DFs/
FAEM/UFPel, 3Bolsista PIBIC-CNPq, 4Doutoranda CNPq. Universidade
S 122
Federal de Pelotas. E:mail: [email protected]. Action of spectrum
of bacteria biocontrollers when used in the microbiolization of seeds of
different cultivate of bean.
O objetivo do experimento foi avaliar a ação dos tratamentos com DFs093
(Bacillus sp.), DFs513 (Pseudomonas veronii), DFs769 (B. cereus), DFs831
e DFs842 (Pseudomonas sp.), DFs843 e DFs912 (Rhodoccocus fascians) e as
combinações M01 (DFs093 + DFs769 + DFs831), M02 (DFs093 + DFs769
+ DFs842) e M03 (DFs093+DFs769+DFs348) sobre 23 cultivares de feijão.
Sementes foram microbiolizadas (5h/10ºC) em salina, para cada tratamento
bacteriano, com 24h de crescimento, cuja concentração foi ajustada para
OD540=0,5. Cinco sementes foram semeadas em substrato comercial
esterilizado. Após a germinação, as plantas foram desbastadas deixandose 2 plantas por parcela. O isolado Xap28 (OD540=0,2), foi usado para
inoculação, por incisão em folhas cotiledonares ou trifolioladas, Avaliou-se
incidência, severidade e índice da doença (incidência x severidade) após 2,
4, 6, 8 e 10 dias. Observou-se que todos tratamentos apresentaram amplo
espectro de ação. No entanto, a combinação M01 e os isolados DFs831,
DFs912 e Dfs842 foram os que apresentaram maior espectro de ação sobre as
cultivares, para os dois estádios de desenvolvimento das folhas. As cultivares
que proporcionaram as melhores médias de controle, considerando os dois
estádios vegetativos, foram Guateian 6662, carioca, IAPAR 31, Chocolates
com 43,8; 39,6; 38,5 e 33,2%, respectivamente.
0061
Espectro de ação de agentes bioprotetores sobre diferentes estirpes
de Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli. Corrêa1, B. O.; Moura2, A.
B.; Soares3, V. N., Ludwig4, J .1Doutoranda/DFs, 2DFs/FAEM/UFPel,
3
Bolsista PIBIC-CNPq, 4Doutoranda CNPq. Universidade Federal
de Pelotas. E-mail: [email protected]. Action spectrum of agents
bioprotectors on different Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli strains.
O objetivo do ensaio foi avaliar o espectro de ação dos tratamentos DFs093
(Bacillus sp.), DFs513 (Pseudomonas veronii), DFs769 (B. cereus),
DFs831 e DFs842 (Pseudomonas sp.), DFs843 e DFs912 (Rhodoccocus
fascians) e as combinações M01 (DFs093 + DFs769 + DFs831), M02
(DFs093 + DFs769 + DFs842) e M03 (DFs093+DFs769+DFs348) sobre
as 16 estirpes de Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli. Sementes de
feijão (BRS Valente) foram microbiolizadas (5h/10ºC) em salina para
cada tratamentos bacteriano (OD540=0,5). As sementes foram semeadas em
solo esterilizado e as plantas originadas tiveram suas folhas cotiledonares,
destacadas e inoculadas por incisão com suspensão de cada estirpe do
patógeno (OD540=0,2), sendo avaliadas quanto à incidência, severidade
e índice (severidade x incidência). Todos os tratamentos apresentaram
potencial em reduzir a incidência, severidade ou o índice da doença. Alguns
tratamentos não foram capazes de reduzir uma, duas, ou nenhuma das
variáveis usadas para quantificar uma determinada estirpe de Xap. O menor
espectro foi proporcionado pelo isolado Dfs843, que controlou apenas 4 das
16 estirpes. A redução máxima encontrada foi de 80, 78 e 94% de controle
da severidade, incidência e índice da doença, respectivamente. Merece
destaque a combinação M01 que apresentou atividade biocontroladora de
maior espectro, sendo efetiva contra todas as estirpes testadas, bem como
apresentando maior média geral de controle.
0062
Caracterização morfológica de isolados de Monilinia fructicola. Casarin1,
J. V; Coila1, V. H. C; Rosseto1, E. A; 1 Depto de Fitossanidade, Universidade
Federal de Pelotas, Pelotas-RS. E-mail: [email protected].
Morphological characterization of isolates Monilinia fructicola.
O Rio Grande do Sul é o principal produtor de pêssegos (Prunus persica L.
Batch). A podridão parda causada por Monilinia fructicola (Wint) Honey
é o principal agente causador de danos a cultura. Sendo assim, o presente
trabalho teve como objetivo comparar as características morfológicas de sete
isolados de Monilinia fructicola. A caracterização das colônias envolveu a
pigmentação, elevação, forma e margem das colônias. Foram utilizados três
meios de cultura, Batata Dextrose Agar (BDA), pagnocca e meio de suco
de pêssego. Foram retirados discos de 8 mm de diâmetro e colocados no
centro de cada placa e incubadas sob fotoperíodo de 12 horas a 25ºC. Foi
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
utilizado o delineamento experimental com seis repetições. Verificou-se
que as características de coloração de micélio apresentavam-se de verde
oliva a cinza claro para os isolados em meio BDA, rosa esbranquiçado para
o meio de suco de pêssego e branco para o meio pagnocca; para o meio
BDA a margem das colônias apresentou-se ondulada a lobada e ondulada
para os meios de suco de pêssego e pagnocca; nos três meios as colônias
cresceram de forma circular; a elevação variou de elevada a plana em todos
meios. Dessa forma, a variação das características morfológicas pode ser
atribuída à variabilidade existente entre os meios de cultura utilizados.
0063
Influência de meios de cultura no crescimento micelial de Monilinia
fructicola. Casarin1, J. V; Coila1, V.H.C; Garibaldi1, N.L; Rossetto1, E.
A.; 1Depto de Fitossanidade, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas-RS.
E-mail: [email protected] Culture media influence on Monilinia
fructicola growth.
A podridão parda causada por Monilinia fructicola (Wint) Honey é considerada
uma das mais importantes doenças do pessegueiro. Com vistas a produção
micelial do fungo, estudou-se a influência de alguns meios de cultura em
isolados de frutos de pêssego do cultivar El Dourado, proveniente do município
de Pelotas (Cascata). Os meios testados foram: V8, BDA (batata-dextroseágar), Pagnocca e meio de suco de pêssego. Discos de BDA com 8 mm de
diâmetro colonizados pelo patógeno, foram colocados no centro de cada placa,
com 8 ml do meio de cultura e incubadas sob fotoperíodo de 12 horas a 25ºC. O
delineamento foi inteiramente ao acaso com seis repetições. Houve diferenças
de médias entre os tratamentos (Tukey, P<0.05), onde o meio de suco de
pêssego e Pagnocca apresentaram melhores resultados com o isolado testado,
seguidos dos meios V8 e BDA. Estes resultados demostram que existem
diferenças entre os meios e que o meio de suco de pêssego proporcionou
melhores condições para o desenvolvimento do isolado testado.
0064
Inibição do crescimento micelial de Monilinia fructicola (Wint) Honey
pelo uso de extratos de Eucaliptus sp. Coila1, V.H.C; Marques1*,
M.W; Lopes1, R.A.M ; Casarin1, J.V.; Rossetto1, E.A. 1Departamento
de Fitossanidade, Universidade Federal de Pelotas. *Capes E-mail:
[email protected]. Monilinia fructicola (Wint) Honey micelial
growth inibition by use of Eucaliptus sp. Extracts.
A Podridão parda causada por Monilinia fructicola é considerada a mais
importante doença do pessegueiro cuja principal medida de controle envolve
o uso de fungicidas. Este trabalho teve como objetivo estudar a influência
de extratos de folhas de eucalipto na inibição de crescimento micelial de M.
fructicola. Os extratos foram obtidos pela trituração de 100g de folha em
250 mL de: solução alcoólica, solução pura de água, filtrado em papel filtro.
Para o ensaio foram testadas quatro formas de processamento dos extratos:
fervido, fervido e autoclavado, autoclavado e cru. Discos de 8 mm do fungo
foram colocados no centro de cada placa com BDA nas concentrações: 2%,
6%, 10%, 14% e 20% v/v de extratos e incubados à 25ºC com fotoperíodo
alternado de 12h luz-escuro. O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado com três repetições. Para o tratamento extrato de eucalipto
fervido autoclavado não foi constatado efeito significativo sobre a inibição
micelial. No entanto tratamentos com extratos: fervido, autoclavado e
extrato cru foram encontrados diferenças significativas, (Tukey <0.05). Nas
maiores concentrações (14 e 20% v/v) foi constatado inibição até 97.8% em
relação a testemunha com BDA. Dessa forma extratos mais purificados e
concentrados tem perspectiva de serem utilizados como mais uma alternativa
para o manejo desse patógeno.
0065
Avaliação de genótipos de macieira à Colletotrichum gloeosporioides
no Banco Ativo de Germoplasma da Epagri/Estação Experimental
de Caçador, SC. Furlan1*, C.R.C.; Dantas2, A.C. M.; Denardi3, F.;
Becker3, W.F.; Mantovani1, A.; 1Universidade do Estado de Santa
Catarina – UDESC, Departamento de Fitotecnia. 2Universidade Federal
de Santa Catarina-UFSC, Departamento de Bioquímica. 3Estação
Experimental de Caçador - EPAGRI. E-mail: carlinha_furlan@
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
hotmail.com. Evaluation of apple tree genotypic to the Colletotrichum
gloeosporioides in the Active Bank of Germoplasma of Epagri/
Experimental Station of Caçador, SC.
Uma das prioridades atuais do programa de melhoramento genético
de macieira no sul do Brasil é a obtenção de cultivares resistentes a
Mancha-Foliar-da-Gala, doença essa causada principalmente pelo fungo
Colletotrichum gloeosporioides e que tem causado elevadas perdas na
produção. Para tanto, o primeiro passo é a identificação do material
vegetal que fornecerá os genes de resistência. No presente trabalho foram
utilizados 3 isolados de C. gloeosporioides provenientes de diferentes
regiões produtoras de maçã, e 217 acessos pertencentes ao BG de macieira
da E. E. de Caçador, Epagri, SC. Para a inoculação em tecido foliar, a
concentração dos conídios foi ajustada para 103 esporos.ml-1. Após 72
horas de incubação à temperatura de 25ºC foi realizada a avaliação da
incidência com presença e ausência de sintomas e severidade, utilizando-se
de uma escala diagramática. O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado, com três repetições. As diferenças de severidade entre os
acessos foram testadas através da Anova não-paramétrica Kruskal Wallis.
Entre os acessos testados 185 foram resistentes e 32 susceptíveis. Dentre os
susceptíveis houve diferenças significativas quanto à severidade (Hgl=32; n=99
= 56,29; p= 0,005). Os resultados indicam ampla variação presente entre os
acessos quanto à patogenicidade do fungo. Estes dados servirão de subsídio
na elaboração de um programa de cruzamentos que possibilite uma seleção
estabilizadora e direcional.
0066
Controle biológico de doenças da parte aérea do arroz irrigado, pela
microbiolização de sementes: safra 2005/06. Ludwig1,2, J.; Moura1,
A.B.; Correa1,3, B.O., Torchelsen1, G.M. 1Laboratório de Bacteriologia
Vegetal, Universidade Federal de Pelotas. 2Doutoranda CNPq. 3Doutoranda.
E-mail: [email protected]. Biological control of leaf diseases in
irrigated rice by seed microbiolization.
Objetivou-se verificar o potencial de biocontrole dos isolados DFs185
(Pseudomonas synxatha), DFs223 (P. fluorescens), DFs306 (não
identificado), DFs416 e DFs418 (Bacillus sp.) microbiolizados às
sementes de arroz cv. El Passo L144 comparadas às testemunhas, imersa
somente em solução salina (T) ou em salina + fungicida carboxin+thiran
(T+F). Todos os tratamentos foram agitados por 30 minutos a 10ºC. Na fase
do emborrachamento, as plantas foram inoculadas com Bipolaris oryzae
(mancha parda) ou Gerlachia oryzae (escaldadura), separadamente. A
severidade foi avaliada aos 7, 14 e 21 dias após a inoculação, sendo os
dados utilizados para o cálculo da área abaixo da curva de progresso da
doença. Foram determinados o número de panículas e de perfilhos, bem
como o peso de grãos. O isolado mais eficiente em controlar a mancha
parda foi o DFs306 que reduziu a severidade em relação à T em 59%,
no entanto, ao se avaliar a produção, o isolado DFs185 incrementou esta
em 30% em relação à T e em 46% em relação à T+F, sendo eficiente
também, em aumentar o número de perfilhos e panículas. Quanto à
escaldadura, o isolado DFs185 foi o mais eficiente em reduzir a doença,
chegando a 76%, com produção 20% maior que T. Por outro lado, os
isolados DFs416 e DFs306 resultaram em aumento do peso dos grãos,
em relação à T, em 42 e 38%, respectivamente, bem como o número de
perfilhos e panículas.
0067
Atividade de peroxidase em plantas de arroz tratadas com
biocontroladores e inoculadas com Bipolaris oryzae ou Gerlachia oryzae.
Ludwig1,2, J.; Moura1, A.B.; Bacarin1,3, M.A.; Falqueto1,4, A.R,; Corrêa1,5,
B.O. 1Universidade Federal de Pelotas, 2Doutoranda CNPq, 3Pesquisador
CNPq, 4Doutorando CAPES, 5Doutoranda. E-mail: [email protected].
Peroxidase activity in rice plants treated with biocontrollers and inoculated
with Bipolaris oryzae or Gerlachia oryzae
Avaliou-se a atividade da peroxidase em folhas de arroz tratadas com os
antagonistas DFs185 (Pseudomonas synxatha), DFs223 (P. fluorescens),
DFs306 (não identificado), DFs416 e DFs418 (Bacillus sp.). Sementes de
arroz cv. El Passo L144 foram microbiolizadas com estes antagonistas e
S 123
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
como testemunhas, foram utilizadas sementes imersas em solução salina (T)
e em salina mais carboxin+thiran (T+F). No estádio de emborrachamento
as plantas foram inoculadas, separadamente, com esporos de B. oryzae ou
G. oryzae. No momento anterior à inoculação e 7 dias após, foi retirada
a folha imediatamente abaixo da folha bandeira e armazenada a -80ºC
até o momento do processamento. A atividade específica da peroxidase
foi determinada pelo método do guaiacol. Não foi observado efeito da
inoculação com B. oryzae sobre a atividade da peroxidase, no entanto, mesmo
antes da inoculação, folhas tratadas com o isolado DFs306 já exibiam maior
atividade da enzima, sendo este o único tratamento diferente de T, podendo
associar este comportamento à redução da doença . Observou-se aumento
da atividade da enzima após a inoculação com G. oryzae, bem como pelo
isolado DFs223 em relação à T. No entanto, nesse caso, não foi observada
relação entre a atividade da enzima e redução da doença.
0068
Uso de extrato de pimenta vermelha e vinagre como método alternativo
no controle da micoflora de sementes de feijão. Lopes1*, R.A.M; Antunes2,
I.F; Rossetto1, E.A; Ribeiro1, L.S, Marques1, M.W; Coila1, V.H.C.; Casarin1,
J.V.; 1Departamento de Fitossanidade, Universidade Federal de Pelotas. *Capes.
2
Embrapa Clima Temperado. E-mail: [email protected]. Red pepper extract
and vinegan as alternative methods for fungi control in common bean seeds.
Na cultura do feijão ocorrem perdas consideráveis na produção, muitas
vezes por baixa qualidade das sementes. O uso de produtos alternativos no
tratamento das sementes vem sendo estudado, já que estes não apresentam
riscos para o ambiente e saúde humana e apresentam baixo custo para
o produtor. Este trabalho objetivou testar extratos de pimenta vermelha
(Capsicum baccatum) variedade Pendulum, em diferentes concentrações,
e meios extratores (água e vinagre), sendo água a testemunha, no
tratamento de sementes de feijão. Os extratos foram elaborados sete dias
antes da utilização. Foram utilizadas 200 sementes de feijão de grãos
pretos, oriundas de produtor, em 4 repetições de 50 sementes. Estas foram
imersas nos extratos de Pimenta-vinagre, 0,1% e 1%, Pimenta-água, 0,1%
e 1%, Vinagre 0,1% e 1% e incubadas pelo método do papel filtro. Após
sete dias os resultados não demonstraram controle para Aspergillus sp. e
Penicillium sp., sendo este último estimulado na presença dos extratos.
Fusarium sp. foi significativamente controlado em todos os tratamentos,
e tanto Rhizopus sp. como Alternaria sp. apresentaram uma queda na
presença dos extratos, indicando que os extratos testados em diferentes
concentrações podem ser utilizados para o controle de alguns patógenos
presentes na semente de feijão.
0069
Patogenicidade de isolados de Fusarium sp. obtidos de rizosfera de
bananeira Prata-Anã no Norte de Minas Gerais. Silveira1, E. K. C.
P.; Xavier1, A.A.; Ribeiro1, R.C.F.; Mizobutsi1, E.H.; Gomes2, L.I.S;
Nietsche1, S.; Matos, A.P.3 1Universidade Estadual de Montes Claros;
2
Mestrando/UFLA. 3Pesquisador EMBRAPA/Mandioca e Fruticultura
Tropical. E-mail: [email protected]. Pathogenicity of Fusarium sp.
isolates of banana Prata-Anã on North of Minas Gerais.
Fusarium oxysporum é um fungo habitante natural do solo podendo ocorrer
na forma saprofítica e patogênica. A patogenicidade e agressividade destes
isolados são variáveis que devem ser estabelecidas em inoculações no
hospedeiro. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a patogenicidade
de 125 isolados de Fusarium sp. obtidos de rizosfera de bananeira PrataAnã. Os isolados foram multiplicados em meio areia: fubá (3:1 v/v),
previamente esterelizado, e mantidos a 25ºC e escuro contínuo por 15 dias.
Mudas micropropagadas de banana Maçã foram inoculadas adicionando-se
± 10 g do meio + fungo. As mudas foram mantidas em casa de vegetação
e foram irrigadas diariamente e adubadas com 100 mL de Ouro Verde®.
Aos 65 dias foi realizada nova inoculação, e 174 dias após a primeira
inoculação o rizoma das mudas foi seccionado e a severidade da doença
avaliada utilizando-se a escala de avaliação do INIBAP (INIBAP Techinical
Guidelines 7, 2003). Dos 125 isolados, 28% foram patogênicos a banana
Maçã. O teste de Tukey mostrou dois grupos distintos para agressividade,
um grupo com 68,57% dos isolados apresentando descoloração até 1/3 do
rizoma e 31,43% com descoloração entre 1/3 e 2/3 do rizoma.
S 124
0070
Avaliação in vitro do extrato aquoso de folhas de nim no crescimento e
esporulação de Fusarium oxysporum f. sp. cubense. Silva1, L.S.; Aguiar1*,
F.M.; Santos1*, M.G.; Xavier1, A.A.; Ribeiro1, R.C.F.; Mizobutsi1,
E.H. 1Unimontes/Janaúba-MG. *PROBIC/FAPEMIG. E-mail: adelica@
unimontes.br. Evaluation of aqueous extracts of nim leaf in the mycelial
growth of Fusarium oxysporum f. sp. cubense.
O Mal-do-Panamá causado por Fusarium oxysporum f. sp. cubense (FOC) é
um dos problemas fitossanitários mais sérios da bananeira. O nim (Azadiracta
indica A. juss) tem apresentado resultados promissores no controle de
fitopatógenos. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do extrato
aquoso de folhas de nim no crescimento micelial (CM) e esporulação (ES)
de FOC. Para o preparo do extrato as folhas foram secadas à sombra e
moídas. Adicionaram-se 200 g do pó à 1L de água destilada e a mistura foi
mantida em repouso, no escuro sob temperatura ambiente por 24 h, sendo
posteriormente filtrado. Alíquotas do extrato foram adicionadas a 100 mL
do meio BDA de forma que meio atingisse as concentrações de 1,05; 0,6;
0,3 e 0,22% e posteriormente autoclavado e vertido em placas. A testemunha
constou apenas do meio BDA. Um disco de 5 mm de diâmetro da colônia de
FOC foi disposto no centro de placas as quais foram incubadas por sete dias
a 25ºC e escuro contínuo. O delineamento utilizado foi DIC constituído por
cinco tratamentos e cinco repetições. Avaliaram-se o diâmetro das colônias
e a produção de microconídios. Houve uma tendência de redução do CM e
aumento do número de ES com o aumento das concentrações testadas. Na
maior concentração houve inibição de 19% de CM e estímulo da produção
de conídios em 87% em relação à testemunha.
0071
Incidência de fungos em espécies de forrageiras. NIENOW, J.A.1,
DENARDIN, N.D.2, CARDOSO, A. de C. FAMV-Universidade de Passo
Fundo, Passo Fundo, RS. CEP: 99001.970. Apoio Fapergs. [email protected].
Incidence of fungus in species of forage.
A semente é uma das formas mais eficientes de disseminação e transmissão
de patógenos, muitas vezes servindo de fonte de inóculo inicial de uma
epidemia, reduzindo a qualidade fisiológica das sementes e a produtividade
da cultura. O objetivo desse estudo é relatar a freqüência e ocorrência de
fungos em cinco espécies de forrageiras. Para as análises utilizou-se 400
sementes, distribuídas em 16 placas de petry, para cada espécie, usando
meio de cultura BDA. As sementes foram distribuídas no meio de cultura
e incubadas em sala climatizada com Tº de 22ºC e fotoperíodo de 12
horas. Após sete dias fez-se a análise para verificar a fitossanidade dos
materiais. Portanto, podemos concluir de acordo com cada espécie que
houve diferenças na incidência de fungos, sendo elas: Para Estilosantes
(Aspergillus 1,25%; Colletotrichum 0,25%; Sclerotium 0,25%) em
Brachiaria ruziziensis – Padrão Comercial (Aspergillus 31,25%; Fusarium
22,50%; Epicoccum 27,75; Drechslera 3,50%; Phoma 2,25; Penicillium
12,25% e Alternaria 8,25%); em Brachiaria brizantha cv. Toledo
(Epicoccum 58,75%; Fusarium 47,75%; Bipolaris 21,25%; Phoma 1%;
Aspergillus 12%; Penicillium 25% e Alternaria 36,25%), em Brachiaria
brizantha cv. Marandu (Fusarium 41,50%; Epicoccum 58%; Bipolaris
21,75%; Drechslera 8,50%) e em Brachiaria decumbens cv. Basilisk
(Epicoccum 63,50%; Bipolaris 21,50%; Drechslera 8,25%; Alternaria
30%; Penicillium 23,50%; Aspergillus 14,25%).
0072
Variation of resistance among races and isolates of Colletotrichum sublineolum
of sorghum to antagonist Streptomyces spp. strains. Bressan, W.1*; Figueiredo,
J.E.F.1. 1Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG. Email: bressan@cnpms.
embrapa.br. Variação da resistência entre raças e isolados de Colletotrichum
sublineolum do sorgo à isolados antagonistas de Streptomyces spp.
Anthracnose of sorghum (Sorghum bicolor (L.) Moench) caused by the
fungus Colletotrichum sublineolum Ces. Wils. has been reported in most
sorghum growing regions of Brazil. The high genetic variability of the fungus
becomes one of the most important factor for its control by sorghum genetic
resistance. The effectiveness of Streptomyces spp. strains to control sorghum
races and isolates of C. sublineolum from different locations in Brazil was
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
evaluated “in vitro” and in sorghum seeds. The treatments included nine C.
sublineolum physiologic races (31A, 15A, 31B, 30B, 15B, 13B, 31C, 30C,
29E), four C. sublineolum isolates (51, 57, 126, 148) and four Streptomyces
spp. strains (DAUFPE 11470, DAUFPE 14632, CMS 2A, CMS 4A). The
effectiveness of Streptomyces spp. strains to control C. sublineolum races
and isolates, in vitro, was evaluated by the diameter of the inhibition halo
formed by these strains. The early coleorhizal protusion was the germination
criterion. Percentage of C. sublineolum in seeds was evaluated by steriocospic
microscopy. Seed treatments with C. sublineolum races and isolates and/or
Streptomyces spp. strains did not affect seed germination. The resistance of
C. sublineolum to the control by Streptomyces spp. strains varied among the
races and isolates and Streptomyces spp. strains. The Streptomyces spp. strain
DAUFPE 11470 was the most efficient in controlling all C. sublineolum races
and isolates. The reduction in the fungus incidence by this strain ranged from
88.5% to 99.1%, respectively for the most virulent race and less virulent
isolate. No control was detected by isolates CMS 4A e CMS 2A. The results
indicate that Streptomyces spp. strains have potential as biological control
activity against C. sublineolum, however their effectiveness depends on the
strains to be used as biological control agent.
0073
Relação entre seca da haste e populações de plantas de soja CD 213
RR. Gava, F.; Casa, R.T.; Nerbass Junior, J.M.; Kuhnem Junior, P.R.;
Bolzan, J.M. Universidade do Estado de Santa Catarina, CAV/UDESC,
Lages, SC, e-mail: [email protected]. Relation between stem
blight and CD 213 RR soybean plant population.
A seca da haste causada pelo complexo Phomopsis têm sido frequentemente
relatada em lavouras do sul do Brasil. Este trabalho teve como objetivo
avaliar diferentes populações de plantas na incidência da seca da haste,
uma vez que as indicações da pesquisa recomendam a mesma população
sem considerar aspectos morfofisiológicos das cultivares e condições
edafoclimáticas das regiões. O ensaio foi conduzido em lavoura comercial
no município de Muitos Capões, RS, na safra agrícola 2006/2007, com
a cultivar CD 213 RR. Os tratamentos utilizados foram 12, 18, 24, 30
e 36 plantas/m2, distribuídos em blocos ao acaso, com quatro repetições.
As parcelas constaram de 10 linhas de semeadura, espaçadas 0,45m entre
si, com 10m de comprimento, variando a distância entre plantas na linha.
Houve correlação positiva e significativa entre o aumento na população de
plantas e o incremento na incidência da doença, sendo: y= 2,25 + 1,0833x
R2= 0,97 p= 0,002722; y= 5,25 + 1,7083x R2= 0,97 p= 0,002352; y= 1,75 +
2,3333x R2= 0,97 p= 0,002192; y= 5,25 + 2,5208x R2= 0,98 p= 0,001256 e
y= 5,75 + 1,9375x R2= 0,98 p= 0,001659, respectivamente para os estádios
de 10% da granação (R5.1), maioria das vagens entre 75% e 100% da
granação (R5.5), 100% da granação e com folhas verdes (R6), início do
amarelecimento de folhas (R7) e entre o início e 50% do amarelecimento
de folhas (R7.1). Os resultados mostraram que o manejo adequado da
população de plantas contribui para o controle da seca da haste.
0074
Relação entre podridões radiculares e populações de plantas de soja
CD 213 RR. Gava, F.; Casa, R.T.; Nerbass Junior, J.M.; Kuhnem
Junior, P.R.; Bolzan, J.M. Universidade do Estado de Santa Catarina,
CAV/UDESC, Lages, SC, e-mail: [email protected]. Relation
between root rots and CD 213 RR soybean plant population.
As podridões radiculares da cultura da soja têm exigido maior atenção dos
pesquisadores, uma vez que danos causados têm sido crescente e os métodos
de controle existentes não tem obtido sucesso satisfatório. Pouco estudo é
encontrado sobre variações da população de plantas sobre a intensidade de
podridões radiculares. Como regra as informações técnicas tem indicado de
25 a 33 plantas/m2. Este trabalho teve como objetivo quantificar a incidência
de podridões radiculares em cultivar de soja CD 213 RR e sua relação
com diferentes populações de plantas. O ensaio foi conduzido em lavoura
comercial no município de Muitos Capões, RS, na safra agrícola 2006/2007.
Os tratamentos utilizados foram 12, 18, 24, 30 e 36 plantas/m2, distribuídos
em blocos ao acaso, com quatro repetições. As parcelas constaram de 10
linhas de semeadura, espaçadas 0,45m entre si, com 10m de comprimento,
variando a distância entre plantas na linha. O percentual de incidência
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
das podridões radiculares foi 50,8%, 55,7%, 60,4%, 61,5% e 65,3%
respectivamente para populações de 12, 18, 24, 30 e 36 plantas/m2. Houve
correlação positiva e significativa entre o aumento na população de plantas
e o incremento na incidência de podridões radiculares, sendo: y= 44,88 +
0,575x R2= 0,96 e p= 0,00012. Estes resultados permitem concluir que as
podridões radiculares ocorrem mesmo em baixa população de plantas, sendo
maiores índices nas populações acima do indicado pela pesquisa.
0075
Incidência de patógenos em sementes de salsa e sua transmissão para
plântulas. Moraes1, M.H.D.; Tremocoldi,1 A.R.; Moro1, G.; Salomão1,
K.; Menten1, J.O.M. 1ESALQ/USP, C.P.09, 13418-900, Piracicaba-SP,
[email protected]. Incidence of pathogens in parsley seeds and its
transmission to seedlings.
Sementes de salsa importadas têm trazido associados a elas patógenos
importantes para a cultura, podendo causar danos ao aumentar o inóculo de
doenças já existentes na área ou introduzir novas doenças. O objetivo deste
trabalho foi verificar o transporte e a transmissão de patógenos através das
sementes de salsa do tipo Lisa Grande Portuguesa, variedade Neapolitanum
de origem dinamarquesa, segundo rótulo do fabricante. Essas sementes
foram submetidas aos testes de sanidade, pelo método do papel de filtro com
congelamento, e de transmissão pelo teste do tubo de ensaio. Constatou-se
incidência de 18,5% de Septoria petroselini e 36,0% de Stemphylium radicinum,
patógenos da cultura. Pelo teste do tubo de ensaio verificou-se que houve
transmissão de S. radicinum (52%) para as plântulas que se desenvolveram;
não foi constatada transmissão de S. petroselini. Neste teste também foi
possível observar sementes mortas com crescimento de S. radicinum.
0076
Podridões radiculares do feijoeiro comum em sistema plantio direto.
Kuhnem Júnior, P.R.; Casa R.T.; Bogo, A.; Gois, O.J.B; Gava, F.
Universidade do Estado de Santa Catarina, CAV/UDESC, Lages, SC,
e-mail [email protected]. Root rot at commom bean in no-till system.
O objetivo deste trabalho foi quantificar a incidência de podridões radiculares
e os danos no rendimento de grãos em feijoeiro comum cultivares BRS
Campeiro, BRS Valente e IPR Uirapuru. O trabalho foi realizado em lavoura
comercial no município de Muitos Capões, RS, na safra 2006/07, em área de
plantio direto com feijão semeado em rotação ao milho no verão e em sucessão
ao trigo no inverno. Na colheita de cada cultivar foi retirado todas as plantas de
cinco metros lineares em cinco pontos da lavoura, determinando-se o número
total de plantas e o número de plantas com podridão radicular (doente). Com
base no peso de grãos das plantas sadias e doentes calculou-se o rendimento
real, potencial e os danos para cada cultivar, conforme metodologia de Reis et
al. (2004). As incidências de podridões radiculares foram 13,7, 34,4 e 17,8%
para cultivares BRS Campeiro, IPR Uirapuru e BRS Valente. Para estes
níveis de incidência, os valores percentuais de danos no rendimento de grãos
foram 1,6, 2,2 e 3,4% respectivamente. Os principais patógenos identificados
com base nos sintomas ou sinais e por meio de isolamento de fragmentos
de tecidos radiculares infectados em meio de cultura BDA foram espécies
de Fusarium seguidos de Macrophomina phaseolina nas três cultivares. Os
danos relativamente baixos podem ser atribuídos ao tipo de manejo de solo e
ao sistema de rotação e sucessão de culturas.
0077
Área abaixo da curva de progresso da severidade de doenças foliares
sobre o rendimento de grãos, massa de mil grãos e peso do hectolitro
em aveia branca UPFA 20 Teixeirinha e UPFA 22 Temprana. Nerbass
Junior, J.M; Casa, R.T.; Kuhnem Júnior, P. R.; Gava, F.; Paterno, R.R.
Universidade do Estado de Santa Catarina, CAV/UDESC, Lages, SC, e-mail
[email protected]. Area under severity progress curve of leaf diseases on
the yield, mass of one thousand grains, and weigh of hectoliter in white oat
UPFA 20 Teixeirinha and UPFA 22 Temprana.
Objetivou-se neste trabalho correlacionar a AACPD, calculada pela
severidade foliar em diferentes estádios fenológicos da cultura, com valores
S 125
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
de rendimento de grãos (RG), massa de mil grãos (MMG) e peso do hectolitro
(PH). O ensaio foi conduzido na área experimental do CAV/UDESC, na
safra agrícola 2006/07 com as cultivares UPFA 20 e UPFA 22. Durante o
ensaio gerou-se o gradiente da ferrugem da folha e da helmintosporiose
nos diferentes estádios fenológicos através do uso de doses crescentes e
número de aplicações do fungicida piraclostrobina + epoxiconazole. Os
ensaios constaram de 10 tratamentos distribuídos em blocos ao acaso, com
quatro repetições. Houve correlações negativas entre AACPD (S%) com
RG, MMG, e PH, indicando redução significativa das variáveis produtivas
em virtude da maior severidade de doenças foliares, sendo: UPFA 20 (RG
x AACPD y= 5.705,3 - 4,4771x R²= 0,39 P= 0,0521; MMG x AACPD y=
44,005 - 0,0307x R²= 0,79 P= 0,0005; PH x AACPD y= 48,163 - 0,0112x
R²= 0,82 P= 0,0003) e UPFA 22 (RG x AACPD y= 5.422,7 - 11,688x
R²= 0,55 P= 0,0144; MMG x AACPD y= 38,576 - 0,0442x R²= 0,87 P=
0,000084; PH x AACPD y= 49,247 - 0,0478x R²= 0,78 P= 0,00064).
0078
Grãos ardidos: detecção em amostras de milho destinadas ao preparo de
rações e fungos predominantes. Nerbass, F.R.; Casa, R.T.; Nerbass Junior,
J.M.; Ângelo, H.R.; Agostineto, L. CAV/UDESC, CP 281, 88520-000, Lages,
SC, e-mail: [email protected]. Grains rot: detection of maize samples
destination to rations prepare and fungi predominate.
Este trabalho teve como objetivo quantificar grãos ardidos em amostras de
milho recebidas em agroindústria da região de Florianópolis, SC, em agosto,
setembro e outubro de 2005 e determinar os fungos presentes. A percentagem
de grãos ardidos foi obtida pela separação manual dos grãos sintomáticos
dos grãos regulares. Para o teste de patologia separou-se 400 grãos
ardidos ao acaso, sendo retirados 20 grãos de 20 amostras. Os grãos foram
desinfestados em hipoclorito de sódio a 1%. Posteriormente plaqueados em
meio de cultura de batata-dextrose-ágar + antibiótico. Foram mantidos em
câmara de crescimento com temperatura de 25ºC e fotoperíodo de 12 horas,
durante dez dias. Foram realizadas classificações em 87 amostras de milho
sendo 11 no mês de agosto, 40 em setembro e 27 em outubro. Em agosto
100% das amostras estavam com percentagem de ardidos acima de 6%
sendo superior ao tolerado pela indústria, setembro 50% e outubro 55,5%.
A maior incidência média de grãos ardidos foi verificada em agosto com
14,8%, seguida de outubro com 7,3% e setembro com 6,9%. Os principais
fungos identificados e quantificados nos grãos ardidos foram Stenocarpella
maydis, S. macrospora, Aspergillus flavus, Fusarium verticillioides,
Nigrospora spp. e Rhizopus spp. O fungo com maior incidência foi A. flavus
com 30%, seguido por F. verticillioides com 11%. Os dados demonstraram
que os grãos adquiridos pela agroindústria não apresentaram boa sanidade.
0079
Teores de gordura bruta e proteína bruta em grãos ardidos comparados a
grãos regulares de milho. Nerbass, F.R.; Casa, R.T.; Paterno, R.R., Bolzan,
J.M. CAV/UDESC, CP 281, 88520-000, Lages, SC, e-mail:[email protected].
Contend of total fat and total protein in grain rot compared with regular
maize grain.
Os grãos ardidos oriundos de podridões da espiga no campo causadas
principalmente por fungos do gênero Stenocarpella e Fusarium, além de
afetar o rendimento de grãos, também reduzem a qualidade destes, afetando
o valor econômico do grão e nutricional da ração. Este trabalho teve como
objetivo determinar a perda de proteína bruta e gordura bruta de grãos ardidos
em relação a grãos regulares de milho, destinados ao consumo animal. O
experimento foi conduzido no Laboratório de Análises Físico-Químicas de uma
agroindústria da região de Florianópolis, SC. Para a quantificação das perdas
foram avaliadas amostras de cinco fornecedores com base na metodologia de
Weende. Separaram-se os grãos regulares (sem nenhum sintoma de ataque por
fungos, insetos, mofos, sem perda de coloração característica) dos classificados
como sintomáticos (ardidos). As perdas de gordura bruta variaram de 9,62% a
48,03%. A percentagem média de gordura em grãos regulares foi 7,07% e em
ardidos 5,03%, com perda relativa média de 28,85%. As perdas de proteína
variaram de 1,84% a 5,96%. A média da proteína em grãos regulares foi
7,73% e 7,46% em ardidos, com perda relativa média de 3,5%. Estes valores
demonstram que o teor de gordura dos grãos foi a fração mais afetada nos grãos
ardidos possivelmente pelo fato de ser uma fonte rica em energia.
S 126
0080
Relação entre área abaixo da curva de progresso da incidência de
doenças foliares sobre o rendimento de grãos, massa de mil grãos e
peso do hectolitro em aveia branca UPFA 20 Teixeirinha e UPFA 22
Temprana. Nerbass Junior, J.M.; Casa, R.T.; Gava, F.; Nerbass, F.R.;
Bolzan, J.M.; Sacon, C.A.T. Universidade do Estado de Santa Catarina,
CAV/UDESC, Lages, SC, e-mail [email protected]. Relation betweem
area under incidence progress curve of leaf diseases on the yield, mass
of one thousand grains, and weigh of hectoliter in white oat UPFA 20
Teixeirinha and UPFA 22 Temprana.
A ferrugem da folha e a helmintosporiose comum podem causar danos na
produção de aveia branca. O objetivo deste trabalho foi correlacionar a
AACPD, quantificada pela incidência em diferentes estádios fenológicos da
cultura, com o rendimento de grãos (RG), massa de mil grãos (MMG) e peso
do hectolitro (PH). O ensaio foi conduzido na área experimental do CAV/
UDESC, na safra agrícola 2006/07 com as cultivares UPFA 20 e UPFA 22.
Durante o ensaio gerou-se o gradiente das doenças nos diferentes estádios
fenológicos através do uso de doses crescentes e número de aplicações
do fungicida piraclostrobina + epoxiconazole. Os ensaios constaram de
10 tratamentos distribuídos em blocos ao acaso, com quatro repetições.
Detectaram-se correlações negativas significativas da AACPD (I%) com o
RG, MMG e PH para as duas cultivares, sendo: UPFA 20 (MMG x AACPD y=
47,102 - 0,0018x R²= 0,95 P= 0,0000014; PH x AACPD y= 49,086 - 0,0006x
R²= 0,80 P= 0,0004) e UPFA 22 (RG x AACPD y= 6.001,3 - 0,4329x R²=
0,64 P= 0,0055; MMG x AACPD y= 40,46 - 0,0015x R²= 0,87 P= 0,000072;
PH x AACPD y= 51,622 - 0,0018x R²= 0,92 P= 0,000013), exceto para (RG x
AACPD y= 5.908,9 - 0,1874x R²= 0,24 P= 0,1485), na cultivar UPFA 20.
0081
Modelo de ponto crítico para estimar danos causados por doenças
foliares em aveia branca UPFA 22 Temprana. Nerbass Junior, J.M.;
Casa, R.T.; Gava, F.; Bogo, A.; Gois, O.J.B. Universidade do Estado
de Santa Catarina, CAV/UDESC, Lages, SC, e-mail [email protected].
br. Point critical model for estimate damage caused by leaf diseases in oat
white UPFA 22 Temprana.
A realização deste trabalho teve como objetivo a obtenção das equações
da função de dano para o patossistema múltiplo na aveia branca, através
da relação entre rendimento de grãos e incidência de doenças foliares em
diferentes estádios fenológicos da cultura. O ensaio foi conduzido na área
experimental do CAV/UDESC, na safra agrícola 2006/07, com a cultivar
UPFA 22. As equações foram obtidas gerando-se o gradiente das doenças, a
campo, através da utilização de doses crescentes e número de aplicações do
fungicida piraclostrobina + epoxiconazole. O ensaio constou de 10 tratamentos,
distribuídos em blocos ao acaso, com quatro repetições. As parcelas constaram
de cinco linhas de semeadura, espaçadas em 0,17m, com 5m de comprimento.
Foram realizadas sete avaliações de incidência foliar durante todo o ciclo da
cultura, desde o final do perfilhamento até grão massa dura. As equações de
regressão lineares geradas e ajustadas para tonelada da aveia colhida foram:
R= 1.000 - 16,074 I; R= 1.000 - 3,402 I; R= 1.000 - 3,136 I; R= 1.000 - 3,66 I;
R= 1.000 - 5,855 I; R= 1.000 - 2,653 I e R= 1.000 - 2,175 I, respectivamente
para os estádios final perfilhamento, início alongamento, final alongamento,
emborrachamento, grão aquoso, grão em massa mole e grão em massa dura.
De posse destas equações contendo os coeficientes de dano, pode-se calcular o
limiar de dano econômico para o patossistema múltiplo em aveia branca.
0082
Falso carvão da tamareira no estado de Minas Gerais. Daniel D.C.
Carvalho*; Lahyre I.S. Gomes; Cristiano S. Lima; Francisco A.C.
Rabelo Filho; Ludwig H. Pfenning; Departamento de Fitopatologia,
UFLA, CEP 37200-000, Lavras-MG. *E-mail: [email protected].
False smut of date palm in Minas Gerais State.
O falso carvão é uma importante doença da tamareira (Phoenix dactylifera)
no Brasil. No ano de 2006, plantas de P. dactylifera apresentando manchas
amareladas em ambas as faces das folhas foram observadas em tamareiras
no município de Lavras, Minas Gerais. As manchas amareladas tornavam-se
necróticas, na forma de soros, apresentando longas hifas brancas e filiformes
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
quando observadas em microscópio estereoscópico. Em microscopia de
luz, foram observados corpos de frutificação subepidérmicos, com perídio
externo (1-4 mm de diâmetro), com hifas filiformes ao centro e grande
quantidade de basidiósporos hialinos e verrucosos com 3,0–6,0 (4,7) x
2,5–4,5 (3,4) µm, produzidos em basidiocarpos cilíndricos, dos quais
basídias globosas foram produzidas em cadeias. O fungo foi identificado
como Graphiola phoenicis (Moug.) Poiteau, um basidiomiceto da ordem
Exobasidiales, família Graphiolaceae, relatado em várias regiões tropicais e
sub-tropicais do mundo. Este fungo pode ser de difícil identificação por sua
morfologia peculiar. G. phoenicis foi relatado nos Estados de Pernambuco,
Espírito Santo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Esse é o primeiro relato
em Minas Gerais. Devido a ampla distribuição do fungo no Brasil, medidas
fitossanitárias devem ser tomadas para que a produção comercial de tâmaras
não seja afetada. Financiamento: CAPES, CNPq e FAPEMIG.
0083
Seleção de extratos vegetais com propriedades tóxicas a Alternaria
alternata em placas de ELISA. Carvalho1*, D.D.C.; Camargos1,
R.B.; Alves1, E.; Oliveira2, D.F.; Scolforo3, J.R.S. 1Departamento de
Fitopatologia, 2Departamento de Química, 3Departamento de Ciências
Florestais, Universidade Federal de Lavras, CEP 37200-000, Lavras-MG.
*E-mail: [email protected]. ELISA plates to screening of toxic plant
extracts against Alternaria alternata.
A utilização de placas de ELISA consiste em uma importante metodologia
para a determinação das propriedades tóxicas de extratos vegetais (EV) a
fungos fitopatogênicos. Com vistas a selecionar extratos com tal efeito, este
trabalho objetivou testá-los sobre a germinação e posterior desenvolvimento
de A. alternata do citros em placas ELISA. Para tanto, EV (2 mg) foram
dissolvidos em 0,5 mL de Tween 80 a 1% (g/mL) e em seguida, 100 µL
de suspensão de esporos a 2,6 - 3,0 x 105 esporos/mL foi adicionada. Da
suspensão obtida, retiraram-se 4 alíquotas de 20 µL por tratamento. Em
cada furo da placa foram antes adicionados 130 µL de meio BDA. Após
cada furo parcialmente preenchido com BDA solidificado receber 20 µL do
extrato vegetal dissolvido mais conídios de A. alternata, as placas foram
envolvidas com rolopac e incubadas em BOD a 25oC e fotoperíodo de 12
horas. A avaliação foi realizada após 3 dias e consistiu na observação da
germinação e subseqüente crescimento micelial do fungo em cada furo das
placas. Dos 36 EV avaliados, apenas o obtido de Anadenanthera colubrina
(Vell.) Brenan foi capaz de inibir a germinação e desenvolvimento de A.
alternata de forma análoga ao fungicida Dacobre PM (3,5 g/L). Os outros 35
EV foram semelhantes ao controle negativo (esporos em Tween 80 a 1%).
0084
Estudos da biologia de Alternaria alternata de tangor Murcott. Camargos*,
R.B.; Carvalho, D.D.C.; Alves, E. Departamento de Fitopatologia, UFLA,
CEP 37200-000, Lavras-MG. *E-mail: [email protected].
Biology studies of Aternaria alternata of Murcott tangor.
Muitos estudos da biologia in vitro de Alternaria alternata são realizados
visto a importância desse patógeno na citricultura. Em decorrência, este
trabalho objetivou estudar a produção de conídios de A. alternata baseandose nas características das colônias desse fungo. Para isso, o isolado A-19-01
(2ª repicagem) foi cultivado em BDA durante 7 dias a 25ºC e fotoperíodo
de 12h. Após esse período, observou-se a presença de hifas de coloração
branca em setores mais centrais da colônia nas placas de Petri e as hifas
escuras no restante da placa. Em seguida, foi retirado um disco (9mm Ө)
da porção clara e escura, respectivamente, para novo cultivo. Após 7 dias,
as colônias foram estressadas com a introdução de estilete de platina no
meio de cultura por toda a extensão da placa, sendo que as marcas ficaram
a 7mm de distância. Depois de 24h, adicionaram-se 10mL de Tween 80 a
1% (g/mL) nas placas para raspagem das colônias com alça de Drigalsky
para obtenção dos conídios. Os ensaios foram conduzidos com 4 repetições
e como testemunha empregou-se um isolado com apenas uma repicagem,
denominado A-03-04. Dos isolados estudados, obtiveram-se 0,2 x 105 e 2,6
– 3,2 x 105 conídios/mL para as colônias provenientes do micélio branco e
escuro de A-19-01, respectivamente. O valor encontrado para A-03-04 foi
de 2,6 – 5,0 x 105 conídios/mL. Para a obtenção de conídios, recomenda-se
não trabalhar com as áreas mais claras das colônias de A. alternata.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
0085
Inibição do crescimento micelial de Alternaria alternata pela ação
de extratos vegetais. Camargos1*, R.B.; Carvalho1, D.D.C.; Alves1,
E.; Oliveira2, D.F.; Souza2, L.P. 1Departamento de Fitopatologia,
2
Departamento de Química, Universidade Federal de Lavras, CEP 37200000, Lavras-MG. *E-mail: [email protected]. Inhibition of
Alternaria alternata mycelium growth by plant extracts.
Extratos vegetais consistem em uma interessante alternativa para o
controle de fungos fitopatogênicos. Assim, o objetivo deste trabalho foi
selecionar extratos de plantas da região do Alto Rio Grande, no Sul de
Minas Gerais, que pudessem inibir o crescimento micelial de A. alternata
do citros. Cada extrato (12 mg) foi dissolvido em 3,0 mL de Tween 80
a 1% (g/mL) e em seguida, foi retirada alíquota de 500 µL por placa de
Petri (4 placas/tratamento). Um disco de 9 mm de diâmetro de meio de
cultura BDA, contendo micélio de A. alternata foi colocado no centro de
cada placa de Petri, em posição invertida, e em seguida, as placas foram
incubadas em BOD a 25ºC e fotoperíodo de 12 horas. As avaliações foram
realizadas aos 3, 5 e 7 dias após incubação. Os diâmetros das colônias
foram medidos utilizando a média de duas avaliações medidas em
posições diametralmente opostas na colônia da placa. Dos 11 extratos de
plantas testados, verificou-se que Artemisia annua inibiu o crescimento
micelial do fungo. O índice de crescimento micelial (ICM) do extrato foi
estatisticamente semelhante aos observados para os fungicidas Amistar e
Dacobre PM sendo, respectivamente, de 70 e 72% para os fungicidas e
76% para o extrato.
0086
Efeito dos extratos aquosos de várias espécies vegetais, aplicados via
pulverização foliar, sobre Meloidogyne javanica. Gardiano, C.G.1; Ferraz, S.1;
Lopes, E.A.1; Ferreira, P.A1.; Carvalho, S.L.1; Freitas, L.G.1. 1Universidade
Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]. Effect of the plant
aqueous extracts, applied as foliar spray, on Meloidogyne javanica.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a aplicação foliar dos extratos
aquosos de diversas espécies de plantas para o manejo de Meloidogyne
javanica. O solo foi infestado com 5.000 ovos do nematóide e, em seguida,
os vasos foram protegidos com sacos plásticos e as plântulas de tomate
foram pulverizadas com água destilada ou com os extratos obtidos a partir de
folhas de artemísia (Chrysanthemum parthenium), bardana (Arctium lappa),
calopogônio (Calopogonium muconoides), capim-cidreira (Cymbopogon
citratus), carqueja (Bacharis trimera), cavalinha (Equisetum sp.), cinamomo
(Melia azedarach), hortelã (Mentha sp.), mamona (Ricinus communis),
manjericão (Ocimum basilicum), melão-de-São Caetano (Momordica
charantia), falso-boldo (Plectranthus barbatus), confrei (Symphitum sp.),
feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), funcho (Foeniculum vulgare),
girassol (Helianthus annus), guandu (Cajanus cajan), guiné (Petiveria
alliacea), mentrasto (Ageratum conyzoides), mucuna-cinza (Mucuna
pruriens) e nim (Azadirachta indica). Após 60 dias, foram avaliados o peso
das raízes, o peso e a altura da parte aérea e o número de galhas e de ovos por
sistema radicular. Os extratos de guiné, funcho e girassol reduziram em 61%,
40,4% e 35,6% o número de galhas, respectivamente. Nenhum tratamento
promoveu redução significativa no número de ovos.
0087
Efeito dos extratos aquosos de várias espécies vegetais, aplicados ao
solo, sobre Meloidogyne javanica. Gardiano, C.G.1; Ferraz, S.1; Lopes,
E.A.1; Ferreira, P.A.1; Amora, D.X.1; Freitas, L.G.1. 1Universidade
Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]. Effect of the
plant aqueous extracts, added into the soil, on Meloidogyne javanica.
O uso de extratos vegetais com propriedades nematicidas no controle
de fitonematóides representa mais uma alternativa para os pequenos
produtores. O efeito da adição ao solo dos extratos aquosos de 20
espécies de plantas foi avaliado para controle de Meloidogyne javanica.
O solo foi infestado com 5000 ovos do nematóide e, em seguida, foram
adicionados 20 mL de água ou dos extratos aquosos obtidos de folhas de
artemísia (Chrysanthemum parthenium), bardana (Arctium lappa), capimcidreira (Cymbopogon citratus), carqueja (Bacharis trimera), cavalinha
S 127
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
(Equisetum sp.), cinamomo (Melia azedarach), hortelã (Mentha sp.),
mamona (Ricinus communis), manjericão (Ocimum basilicum), melãode-São Caetano (Momordica charantia), arruda (Ruta graveolens), falsoboldo (Plectranthus barbatus), confrei (Symphitum officinalis), erva-debicho (Polygonum acre), feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), funcho
(Foeniculum vulgare), guiné (Petiveria alliacea), mentrasto (Ageratum
conyzoides), mucuna-cinza (Mucuna pruriens) e nim (Azadirachta
indica). Após 60 dias, foram avaliadas a altura das plantas, o peso da
parte aérea e das raízes e o número de galhas e de ovos por sistema
radicular. Os extratos de hortelã, bardana e mamona reduziram o número
de galhas em 76%, 66% e 54%, e o número de ovos em 82%, 76% e 57%,
respectivamente.
0088
Método de obtenção de ascósporos de Microcyclus ulei, agente causal
do Mal-das-Folhas da seringueira (Hevea brasiliensis), em condições
controladas. Honorato Júnior1, J.; Mattos2, C.R.R.; Cardoso2, S.E.
1
Fazenda Sucupira. E-mail: [email protected]. 2Michelin. Method of
obtaining of ascospores of Microcyclus ulei, causal agent of the South American
Leaf Blight of Rubber (Hevea brasiliensis), in controlled conditions.
A liberação de ascósporos de M. ulei em condições naturais ocorre quando
folíolos maduros com estromas estão caídos no solo ou mesmo aderidos a
copa das árvores, sendo necessária a presença de água de chuva ou orvalho
(Gasparotto et al., 1997). No entanto, em condições controladas isso não
acontece facilmente. Com o objetivo de elaborar uma metodologia que
permitisse a liberação de ascósporos de estromas de M. ulei em condições
controladas, realizou-se o seguinte experimento: Retiraram-se folhas com
estromas do terceiro ao sexto lançamento foliar maduro, a partir do ápice,
de plantas dos clones FX 3864 e RO 38, naturalmente infectadas. Partes
dos folíolos com estromas foram cortadas, lavadas em água corrente e
em hipoclorito de sódio a 5%, e enxaguadas com água destilada. Essas
partes foram fixadas na parte interior de tampas de placas de petri, com
os estromas voltados para baixo, em direção a lâminas de vidro contendo
uma camada de ágar, dentro das placas. As placas foram colocadas em
refrigerador a 5°C durante 1,5 horas, seguido por um choque térmico de
30°C ou 50°C durante 10 minutos, e logo após, contaram-se os ascósporos
liberados. As maiores quantidades de ascósporos foram encontradas nos
estromas de folíolos do sexto lançamento foliar, com idade aproximada
de 270 dias, independente dos clones utilizados.
0089
Resposta diferencial das cultivares de aveia preta, branca e trigo à
Pyricularia grisea da aveia e variabilidade genética entre os isolados.
Nunes, M. P.1; Novaes, T. G.1; Lopes, L. P.1; Guarido, R. L.1; Navarro,
J. R.1; Oliveira, J. C.1 & Mehta, Y. R.1; 1Instituto Agronômico do Paraná
– IAPAR. E-mail: [email protected]. Differential response of black
and white oat and wheat cultivars to Pyricularia grisea of oat and genetic
variability between the isolates.
Em 2005 os autores verificaram pela primeira vez a ocorrência da brusone
(Pyricularia grisea) em áreas comerciais e em campos demonstrativos
de aveia preta de diferentes municípios do Paraná. O patógeno foi
isolado de lesões foliares e sua patogenicidade foi confirmada. Com o
objetivo de identificar fontes de resistência foram avaliados genótipos de
aveia preta, aveia branca e trigo. As inoculações foram realizadas com
uma mistura de seis isolados mais agressivos em casa de vegetação e a
avaliação foi feita através de escala visual sobre a área foliar infectada.
O delineamento experimental foi blocos ao acaso com seis repetições.
Todas as 16 cultivares de aveia branca foram resistentes, enquanto
que nenhuma das 16 cultivares de aveia preta se comportou como
resistente. Das 32 cultivares de trigo analisadas, 18 foram suscetíveis,
11 moderadamente suscetíveis e apenas três cultivares apresentaram
resistência. Os resultados demonstram a existência de genes de
resistência a P. grisea apenas em aveia branca. A análise de agrupamento
baseada em marcadores de RAPD, demonstrou que os isolados de aveia
comparados a isolados de trigo, arroz e moha, podem ser divididos em
três grupos distintos, o primeiro de arroz e moha, o segundo com o
isolado de trigo e o terceiro com isolados de aveia.
S 128
0090
Qualidade sanitária de sementes de mamona em função da colheita e
armazenagem. Fanan1*, S.; Medina1,2, P.F.; Camargo1,3, M.B.P; Ito1,4**,
M.F.; Dudienas1,4, C.; Galbieri1, R; 1Instituto Agronômico de Campinas;
2
Jardim Botânico; 3Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Ecofisiologia
e Biofísica; 4Centro de Fitossanidade. *Bolsista mestrado FAPESP.
E-mail: [email protected]. **Bolsista CNPq. Sanitary quality
of castor seeds in function of harvest and storage.
O florescimento da mamoneira é simpodial, ou seja, o aparecimento da
inflorescência dá-se seqüencialmente, acarretando em colheita parcelada dos
racemos à medida que vão amadurecendo. No caso da colheita única, podem
ocorrer perdas de qualidade das sementes em função de sua permanência no
campo, após a maturidade fisiológica ter sido atingida. Fungos patogênicos
transmitidos por sementes podem comprometer a qualidade das sementes
colhidas e armazenadas. Com base nesse propósito, este trabalho teve
como objetivo avaliar se as épocas de colheita e períodos de armazenagem
interferem na qualidade sanitária das sementes de mamona, cultivar
IAC-2028. Constatou-se a incidência dos seguintes gêneros de fungos:
Acrostalagmus, Alternaria, Arthrobotrys, Aspergillus, Cladosporium,
Epicoccum, Fusarium, Gonatobotrys, Helminthosporium, Nigrospora,
Penicillium, Periconia, Phoma, Rhizopus e Verticillium. Dentre esses, os
fungos Alternaria spp. e Fusarium spp., patogênicos à cultura da mamona,
e o de armazenamento, Penicillium spp., foram detectados em todos os
tratamentos, mas houve variação na porcentagem de sementes infectadas,
em função das diferentes condições ambientais a que as sementes foram
expostas no campo e no armazenamento.
0091
Reação de genótipos de algodoeiro à incidência de mancha de
Ramularia. Cia1, E.; Galbieri2, R.; Luders1, R.R.; Fuzatto1, M.G.;
Oliveira3, A.B.; Michelotto4, M.D. 1Instituto Agronômico-IAC, caixa
postal 28, Campinas-SP. 2Instituto Mato-grossense do Algodão-IMA.
3
gência Rural de Goiás. 4DDD Pindorama APTA. E-mail: ragalbieri@
yahoo.com.br. Reaction of cotton genotypes to Ramularia leaf spot.
A mancha de Ramularia, atualmente, constitui uma das principais doenças
da cultura do algodoeiro. O método mais eficaz para seu controle é a
utilização de cultivares resistentes. Assim, o objetivo do trabalho foi
avaliar, em condições de campo, a resistência a essa doença, de diferentes
genótipos de algodoeiro. Foram instalados, no ano agrícola de 2006/07,
três experimentos (Pindorama-SP, Mococa-SP e Palmeiras-GO) com
18 genótipos de algodoeiro, delineados em blocos ao acaso com cinco
repetições. A parcela experimental foi constituída por uma linha de
cinco metros de comprimento. Para avaliação da doença foram dadas
notas de 1 a 5, crescentes com a intensidade dos sintomas. Essas notas
foram transformadas em √x para efetuar a análise de variância conjunta
dos três experimentos, realizando-se o teste de agrupamento das médias
pelo método de Scott e Knott, a 5 % de significância. Os resultados
demonstraram diversidade genética para a resposta dos genótipos à
incidência do patógeno, com a formação de dois grupos de materiais com
amplitude nas notas de 1,79 a 3,96. No menos atacado enquadraram-se
os genótipos FIBERMAX 966, IAC 03-2281, CNPA CO 02-9278, IAC
24, FMT 702, IAPAR 01-36, LD CV-2, EPAMIG 99-364, FMT 701,
IAPAR 02-307 e FMT 501. No mais afetado ficaram FIBERMAX 993,
DELTAOPAL, CNPA GO 2043, LD FREGO, STONEVILLE 8M, CNPA
BA 2033 e COODETEC02-621.
0092
Comparação entre nematicida e cultivares no controle de nematóides
em algodoeiro. Galbieri1, R.; Machado2, A.C.Z.; Cia3, E.; Lüders3,
R.R.; Carvalho3, L.H.; Motta2, L.C.C. 1Instituto Mato-grossense do
Algodão - IMA, 2Instituto Biológico/ Campinas-SP. 3Instituto Agronômico
de Campinas-SP. E-mail: [email protected]. Comparison between
nematicide and cultivars on the control of phytonematodes on cotton.
No ano agrícola de 2005/06 foram amostradas parcelas experimentais
de algodoeiro no município de Leme-SP, para estudos de densidade
populacional de Rotylenchulus reniformis e Pratylenchus brachyurus,
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
utilizando o nematicida carbofuran e três cultivares (Fibermax 966,
Delta Opal e IAC 24). As coletas foram realizadas aos 30, 63, 135 e 157
(colheita) dias após a semeadura. O delineamento estatístico foi o de
parcelas subdivididas (4 linhas x 5 m), com quatro repetições, sendo 3
cultivares, com e sem carbofuran, totalizando 24 parcelas. As amostras
foram compostas de 4 subamostras de solo coletadas à profundidade de
0,0-0,20 m, na rizosfera do algodoeiro, e raízes, embaladas em sacos
plásticos, armazenadas em caixas de isopor e levadas ao Laboratório de
Nematologia, Esalq/USP, onde foi realizada a extração e quantificação dos
nematóides em cada parcela. Os resultados obtidos mostraram que o uso
de nematicida causou uma redução média das populações dos nematóides
analisados de 27% e que essa redução foi suficiente para aumentar as
produções médias de algodão em cerca de 85%, independentemente da
cultivar utilizada.
0093
Avaliação da eficiência de fungicidas para o controle da ferrugem
asiática da soja, em Pato Branco, PR. Santos, I. dos.; Malagi, G.; Lucini,
M; Rodrigues, M.; Fiorese, J. F.; Cieslik, L.; Forner, C.; Talheimer, R.;
Coordenação de Agronomia. Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
E-mail: [email protected]. Evaluation of the efficiency of fungicides for
the control of asian soybean rust, in Pato Branco, PR.
No Brasil, a partir da safra 2000/2001 a ferrugem da soja vem causando
danos à cultura, resultando em perdas de produtividade. Entre as
alternativas existentes para evitar os danos ocasionados pela ferrugem,
o controle químico é o mais eficiente e o mais utilizado. A eficiência dos
fungicidas para o controle da ferrugem foi testada, na safra 2006/2007,
utilizando-se produtos comerciais. O trabalho foi desenvolvido na área
experimental da UTFPR-PB, em parcelas de 6 metros de comprimento
por 2,25 metros de largura, com quatro repetições. Os fungicidas foram
aplicados utilizando-se pulverizador costal com pressão de CO2, bico
tipo leque e volume de calda de 200 l.ha-1 nos estádios R2 e R5.1.
Foram realizadas avaliações de severidade da doença (estádios R5 e R6),
desfolha, produtividade e peso de 100 grãos. A maioria dos tratamentos foi
eficiente no controle da doença. O tratamento Domark + Priori + Nimbus
destacou-se por apresentar a maior produtividade (3.779,31 kg.ha-1) e
a maior eficiência no controle (6,63% de severidade) da doença. Nessa
safra, as precipitações pluviométricas regulares condicionaram uma
maior intensidade da ferrugem asiática da soja, comparando-se com as
safras anteriores no sul do Brasil, o que resultou em menor eficiência dos
fungicidas no controle da doença.
0094
Reação de genótipos de soja transgênica e convencional à mancha
parda. Guimarães, L.S., Blum, L.E.B., Gilioli, J.L. (UnB, Fitopatologia,
70910-900, Brasília, DF). E-mail: [email protected]. Reaction of
common and transgenic soybean genotypes to Brown spot.
Um dos problemas fitossanitários na cultura da soja é a mancha parda
(Septoria glycines). Em condições de campo pode causar perdas de 8 a 15%
a partir de infecção natural. Este trabalho teve como objetivo avaliar a reação
de genótipos de soja transgênica e convencional sob infecção natural quanto à
severidade à mancha parda. Os experimentos (2) foram realizados na Fazenda
Genética Tropical (GT) em Cristalina, GO, em delineamento em blocos ao
acaso com 16 genótipos e 3 repetições. Como padrão em cada experimento
foram plantados as cultivares Msoy8585 e Msoy 8787 (Moderadamente
resistente a DFC), ambas transgênicas. Foram feitas duas aplicações de
fungicidas (piraclostrobina + epoxiconazol e tetraconazol – 1° e 2° aplicação
respectivamente). A avaliação da severidade foi feita baseado em uma escala
de notas (Chester,1950) variando: 0 (parcela com plantas sem sintomas),
1(infecção fraca /0-3%), 2(infecção leve/ 3,1-12%), 3(infecção moderada/
12,1-25%), 4(infecção pesada/ 25,1-75) e 5(infecção muito pesada/ >75%).
Realizaram-se quatro avaliações e para comparação da quantidade média de
doença aplicou-se o teste de Scott-Knott. Em ambos os experimentos houve
uma separação em dois grupos, porém tanto genótipos transgênicos como
convencionais estavam presentes nestes grupos. Os genótipos GT04-8149,
GT04-8212 (convencionais) e GT04-8091 (transgênica) apresentaram menor
quantidade de doença e maior produtividade.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
0095
Aplicação pré-colheita de fungicidas reduz a incidência da seca das
vagens em soja. Guimarães, L.S., Blum, L.E.B., Gilioli, J.L. (UnB,
Fitopatologia, 70910-900, Brasília, DF). E-mail: [email protected].
br. Application pré - harvest of fungicides reduces the incidence from Pod
and stem blight in soybean.
A seca da vagem e da haste tem como agente causal o fungo Phomopsis sojae
(Diaporthe phaseolorum var. sojae.) É uma das doenças mais tradicionais da
soja e anualmente junto com antracnose é responsável pelo descarte de grande
número de lotes de sementes O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de
fungicidas aplicados na pré-colheita sobre a seca das vagens. O experimento foi
realizado na Fazenda Genética Tropical (GT) em Cristalina, GO. Para a avaliação
da porcentagem de vagem seca coletaram-se 10 plantas/parcela e calculou-se a
porcentagem através da fórmula: %VS= (número total de vagem seca /número
total de vagem na planta)*100. O experimento foi delineado em blocos ao acaso
com 8 blocos e 16 genótipos/bloco. A cada 2 blocos aplicou-se um diferente
tratamento, total de 4 tratamentos {[Tetraconazol (0,35 l/ha) + tiofanato metílico
(0,4 l/ha)]; [(Citocinina + ácido giberélico + ácido indolbutírico) (0,1 l/ha) +
Tetraconazol (0,35 l/ha) + tiofanato metílico (0,4 l/ha)]; [Tetraconazol (0,5 l/
ha)] e [Testemunha sem fungicida]}. A média das avaliações foi comparada pelo
teste de Scott-Knot, a 5% de probabilidade. Após a análise, pode-se observar
que todos os tratamentos com fungicidas reduziram a incidência da doença em
relação à testemunha. Entre os tratamentos, o que mais reduziu a %VS foi o
tratamento com {[Citocinina + ácido giberélico + ácido indolbutírico] (0,1 l/ha)
+ Tetraconazol (0,35 l/ha) + tiofanato metílico (0,4 l/ha)}.
0096
Uredinales do Parque Ecológico Gunma, Município de Sta. Bárbara,
Pará, Brasil. Fecury, M.1* ; Sotão, H. M. P.1; França, I. F.1; Martins, A.1.
*PIBIC, 1Museu Paraense Emílio Goeldi. Email: [email protected].
Uredinales from Gunma Ecological Park, Santa. Bárbara, Pará, Brazil.
Os fungos da ordem Uredinales, conhecidos como Ferrugem, são
parasitas obrigatórios, pleomórficos e altamente específicos quanto a seus
hospedeiros. O objetivo deste trabalho foi realizar coletas e identificar os
espécimes de ferrugem procedentes do Parque Ecológico Gunma. Foram
realizadas 10 coletas no período de 06/05 a 02/06. O material coletado foi
prensado e seco em estufa (ca. 50ºC – 60ºC). A identificação foi baseada
nos hospedeiros, análises morfológicas das microestruturas, literatura
especializada e comparações com espécimes depositados no herbário
MG. Para as observações microscópicas foram preparadas lâminas
semipermanentes de soros e esporos, montadas em solução de lactofenol e
aquecidas. Foram examinados 53 espécimes, identificados em 19 espécies
de Uredinales, classificados em 7 gêneros teleomorfos (Cerotelium,
Chaconia, Coleosporium, Porotenus, Puccinia, Uromyces e Sphenospora)
e 2 gêneros anamorfos (Aecidium e Uredo). Os espécimes estudados
estavam parasitando 20 gêneros, representantes de 16 famílias de plantas
hospedeiras. As espécies Puccinia arechavaletae Spegazzini e Chaconia
sp. foram as melhores representadas com seis espécimes identificados.
Neste trabalho, a espécie Uredo philodendri Pardo-Cardona representa a
primeira ocorrência para o Brasil e P. arechavaletae a primeira citação para
o gênero de hospedeiro Allophylus sp.
0097
Caracterização molecular parcial do gene da proteína capsidial do
Grapevine fanleaf virus. Radaelli1, P.; Fajardo1, T.V.M.; Eiras2, M.;
Kuhn1, G.B.; Pio-Ribeiro3, G.; Nickel1, O. 1Embrapa Uva e Vinho, C.P. 130,
95700-000, Bento Gonçalves, RS. 2CPDSV, Instituto Biológico, São Paulo.
3
UFRPE, Recife, PE. E-mail:[email protected]. Partial molecular
characterization of the GFLV coat protein gene.
A degenerescência da videira é causada pelo Grapevine fanleaf virus
(GFLV), pertencente ao gênero Nepovirus (Comoviridae), e constitui-se
em importante virose da viticultura mundial. O objetivo deste trabalho foi
avançar na caracterização molecular de um isolado de GFLV do Rio Grande
do Sul. Primeiramente, o isolado viral foi transmitido mecanicamente
da cv. Prosecco para Chenopodium quinoa. O RNA total foi extraído de
folhas utilizando-se um kit comercial. Para a síntese do cDNA foi utilizado
S 129
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
o oligonucleotídeo C1 (Rowhani et al. Phytopathol. 83:749. 1993) e, na
PCR, foram empregados os oligonucleotídeos virais 5’-CP (Brandt et al.
Arch. Virol. 140:157. 1995) e EV00N3 (Vigne et al. Transg. Res. 13:165.
2004), resultando na amplificação de fragmentos de DNA com 549 e 504
pb, respectivamente. Os dois fragmentos amplificados foram clonados,
seqüenciados e comparados com outras seqüências do banco de dados. O
alinhamento dos dois fragmentos resultou em uma seqüência de 505 pb (168
aa) correspondente ao terminal 5´ do gene da proteína capsidial do GFLV
(nt 2048-2552, no acesso X16907, CP completa = 1515 bp). As identidades
verificadas entre o isolado local de GFLV e outros isolados deste vírus
variaram de 88-91%, para nucleotídeos, e de 94-97% para aminoácidos
deduzidos. Estão em andamento atividades para a obtenção da seqüência
completa deste gene.
0098
Detecção e caracterização molecular do gene da proteína capsidial do
Rupestris stem pitting-associated virus. Radaelli1, P.; Fajardo1, T.V.M.;
Eiras2, M.; Kuhn1, G.B.; Pio-Ribeiro3, G.; Nickel1, O. 1Embrapa Uva
e Vinho, C.P. 130, 95700-000, Bento Gonçalves, RS. 2CPDSV, Instituto
Biológico, São Paulo. 3UFRPE, Recife, PE. E-mail:[email protected].
br. Detection and molecular characterization of RSPaV coat protein gene.
Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV) pertence ao gênero
Foveavirus (Flexiviridae). O vírus afeta o desenvolvimento de videiras
causando caneluras que são observadas na superfície do lenho, prejudicando
a formação dos vasos condutores de seiva. Os objetivos deste trabalho
foram detectar este vírus em videiras provenientes de termoterapia/
cultura de tecidos, de quarentena e em 4 plantas com reação positiva em
indexação biológica, bem como caracterizar molecularmente o gene da
proteína capsidial (CP). O RNA total foi extraído dos ramos pelo método
de adsorção em sílica. Na RT-PCR foram utilizados os oligonucleotídeos
RSPaV-V1/C1, desenhados neste trabalho, com base no acesso NC_
001948, para permitir a amplificação de todo o gene da CP do RSPaV,
com 780 pb (nt 7771 ao 8550). Os fragmentos de DNA amplificados de
dois isolados do RSPaV foram clonados, seqüenciados e comparados com
outras seqüências do banco de dados. As maiores identidades verificadas
entre os isolados de RSPaV sequenciados (EF636803, EF636804) e
outros isolados deste vírus foram de 97-98%, para nucleotídeos, e de 98%
para aminoácidos deduzidos (259 aa). Das 75 plantas avaliadas, somente
8 estavam infectadas: cv. 420A (termoterapia/cult tecido); cvs. Moscato
de Hamburgo, Pinot Nero e Moscato Giallo (quarentena) e cv. Cabernet
Franc (4 plantas).
0099
Microscopia eletrônica de varredura no estudo de ferrugens causadas
por Puccinia spp. em plantas medicinais. Pereira1, R.B.; Lucas1, G.C.;
Alves1, E.; Medice1, R.; 1Departamento de Fitopatologia – DFP, Universidade
Federal de Lavras - UFLA. E-mail: [email protected]. Scanning
electron microscopy in the study of rusts caused by Puccinia spp. in medicinal plants.
O isopo santo (Artemisia vulgaris L.) e o ginsen-brasileiro (Pfaffia paniculata
(Mart.) Kuntze) são plantas de importância medicinais, tradicionalmente
cultivadas em todo o mundo. Tal importância tem incentivado pesquisas
relacionadas às doenças destas espécies. Uma das doenças que atacam estas
plantas são as ferrugens, causadas pelo gênero Puccinia. O objetivo do
presente estudo foi conhecer as características dos patógenos, por meio do
uso da microscopia eletrônica de varredura (MEV). Amostras sintomáticas
de folhas foram pré-fixadas em Karnovsky, e preparadas seguindo
metodologia do Laboratório de Microscopia e Análise Ultra-estrutural da
UFLA. Através das imagens foi possível observar a fase ecial de P. pfaffiae
em ginsen-brasileiro, e a fase uredinial de P. tanaceti em isopo santo. Em
ginsen-brasileiro, foi observado o rompimento da epiderme, formação dos
écios alongados, acompanhando o sentido das nervuras das folhas, medindo
em torno de 300 x 200µm, com grande número de eciósporos unicelulares,
medindo em torno de 18 x 20µm e, numerosas paráfises. Em isopo santo,
ocorreu o rompimento da epiderme, com formação dos soros urediniais, de
formato alongado a circular, medindo em torno de 30-60 x 30µm, onde são
formados urediniósporos unicelulares, globosos e equinulados, medindo
28 x 15µm.
S 130
0100
Avaliação de cultivares de feijão e feijão-vagem quanto a resistência ao
Meloidogyne incognita Raça 1. Lucas1, G.C.; Pereira1, R.B.; Ferreira2,
S.; Santos2, D.C.; Gomes2, L.A.A.; 1Departamento de Fitopatologia – DFP,
2
Departamento de Agricultura – DAG, Universidade Federal de Lavras UFLA. E-mail: [email protected]. Evaluation of bean and snap
bean cultivars as the resistance to Meloidogyne incognita Race 1.
O feijão-vagem (Phaseolus vulgaris L.) freqüentemente cultivado após
o tomateiro, é hospedeiro do nematóide Meloidogyne incognita Raça 1.
Cultivos sucessivos com ambas proporcionam o rápido aumento da densidade
populacional do nematóide, resultando no declínio prematuro destas. Sendo
assim o objetivo do trabalho foi avaliar cultivares de feijão e feijão-vagem quanto
à resistência ao nematóide das galhas M. incognita Raça 1. Foram utilizados
cultivares de feijão (Aporé, Talismã e Ouro Negro), de feijão-vagem (Macarrão
Atibaia, Conquista Rasteiro, Macarrão Rasteiro, Macarrão Trepador, Macarrão
Amarelo, Macarrão Favorito e Macarrão Preferido) e, para verificar a eficiência
do inóculo foi utilizada uma cultivar de tomate Santa Clara. Aos quinze dias
após a semeadura, foi feita a infestação com M. incognita Raça 1 na proporção
de 10.000 ovos por vaso. Após 45 dias, avaliou-se em cada planta, o número de
galhas (NG) e o número de massa de ovos (NMO) no sistema radicular. Houve
diferença significativa entre as cultivares, no NG e NMO. As cultivares Ouro
Negro, Aporé, M. Favorito, M. Atibaia, não diferiram entre si, apresentando-se
mais resistentes à formação de galhas e massa de ovos nas raízes. No entanto,
a cultivar Ouro Negro destacou-se das demais por apresentar o menor NG, e
juntamente com o M. Favorito por apresentar menor NMO.
0101
Avaliação da eficiência de diferentes formulações e doses do fungicida
tebuconazole no controle de doenças do trigo. Trojan1*, D.G.;
Venancio1, W.S.; Van Santen2, M.L.; 1*Mestranda em Agricultura,
UEPG. E-mail: [email protected]. 1Professor adjunto, UEPG.
2
Cheminova. Evaluation of efficacy of different formulations and dose of
the fungicide tebuconazol in the control of diseases on the wheat.
Visando avaliar a eficiência de diferentes formulações de tebuconazole
no controle de doenças do trigo foi implantado um experimento, safra de
inverno de 2006, localizada na Rodovia PR-140, km 5. O delineamento
utilizado foi em blocos ao acaso, com sete tratamentos e quatro repetições,
cultivar OR-1. Os fungicidas foram aplicados em duas épocas, a primeira
na elongação e outra, 20 dias após. Os tratamentos foram: 1- Testemunha;
2- Tebuconazole 200 EC (0,5 L/ha); 3- Tebuconazole 200 EC (0,6 L/
ha); 4- Tebuconazole 430 SC (0,2 L/ha); 5- Tebuconazole 430 SC
(0,25 L/ha); 6- Tebuconazole 430 SC (0,3 L/ha) e 7- Folicur 200 CE
(0,6 L/ha). De acordo com os resultados obtidos, concluiu-se que foram
observadas diferenças estatísticas entre as diferentes doses e formulações
de tebuconazole, para verificar o controle da ferrugem da folha e da
mancha amarela quando se compararam as severidades das doenças.
As formulações de tebuconazole 200 CE e 200 EC, que se mostraram
mais eficientes quando se comparou a AACPD tanto para ferrugem
quanto para mancha, com 80% de controle. Para os dados de rendimento,
todos os tratamentos com fungicidas diferiram da testemunha, sendo os
tratamentos com Tebuconazole 200 EC e Tebuconazole 430 SC aqueles
que apresentaram os maiores índices de produção. Não foram observados
efeitos fitotóxicos na cultura do trigo.
0102
Efeito in vitro de produtos naturais na germinação de urediniósporos
de Phakopsora pachyrhizi, agente causal da ferrugem asiática da
soja. Mesquini, R.M1*; Schwan-Estrada, K.R.F1; Nascimento, J.F1;
Bonaldo, S.M2; Balbi-Peña, M.I1. 1Universidade Estadual de Maringá,
Dpto de Agronomia; 2Faculdade Integrado de Campo Mourão.*Graduação
em Agronomia. Email: [email protected]. In vitro effect of natural
products on the germination of Phakopsora pachyrhizi urediniospores, causal
agent of asian soybean rust.
A ferrugem asiática da soja tem sido considerada uma das mais importantes
doenças dessa cultura pelo seu alto poder destrutivo. O controle é feito
pelo uso de fungicidas, entretanto torna-se necessário o desenvolvimento
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
de métodos alternativos. Com o objetivo de avaliar o efeito de produtos
naturais sobre a germinação de urediniósporos, foram utilizados: extrato
bruto de Eucalyptus citriodora (1%, 5% e 20 %), biomassa cítrica - Ecolife®
(100, 1000 e 5000 ppm), grãos de kefir (20%), autoclavado 60 minutos
seqüencialmente, e não autoclavado. Água destilada esterilizada foi utilizada
como controle. O teste de germinação in vitro foi feito em placas de Elisa,
sendo depositados 10 μL da suspensão de 1x105 urediniósporos/mL com
50 μL de cada um dos tratamentos. Após 4 horas de incubação no escuro
a 25ºC, procedeu-se à interrupção do processo germinativo utilizando-se
lactofenol. Determinou-se o número médio de urediniósporos germinados
e não germinados ao microscópio ótico. Foram considerados germinados os
urediniósporos que apresentavam tubo germinativo no início da emissão.
Todos os produtos utilizados foram eficientes na inibição da germinação de
urediniósporos em relação ao controle, com 85 a 98 % de inibição.
0103
Indução de fitoalexinas em soja e sorgo por lactobacilos autoclavado
sequencialmente. Mesquini,R.M1; Schwan-Estrada,KR.F1; Curti,M1; Colella,J.
C.T1; Bonaldo,S.M2. 1Depto Agronomia, Universidade Estadual de Maringá.2Faculdade
Integrado de Campo Mourão. Email: [email protected]. Induction of phytoalexins
in soybean and sorghum by sequentially autoclaved lactobacillus.
O interesse por métodos alternativos de controle de doenças englobando os
biológicos, orgânicos ou naturais é crescente. O leite fermentado Yakult®
é um alimento a base de leite desnatado, fermentado por lactobacilos
selecionados. Além de ser utilizado na alimentação humana, atualmente
vem aparecendo na área agronômica como um fungicida preventivo.
Para verificar o potencial deste composto na indução de fitoalexinas,
mesocótilos de sorgo e cotilédones de soja, foram tratados com Yakult®
(20%) autoclavado a 10, 20, 30, 40, 50 e 60 min. sequencialmente.
Yakult® sem autoclavar foi utilizado como padrão e água destilada
esterilizada como controle. Para a produção de deoxiantocianidinas, os
mesocótilos foram submersos em 1mL dos tratamentos e incubados por
60h, a 25ºC e luz constante. Após esse período, os mesocótilos foram
cortados, pesados e mantidos em metanol por 96h para extração dos
pigmentos formados. A absorbância foi medida a 480nm. Para a indução
de gliceolina, cotilédones de soja receberam 75µL de cada amostra dos
tratamentos e foram incubados por 20h no escuro a 25ºC. Após esse
período, foram mantidos em água destilada por 1h para extração da
fitoalexina. A absorbância foi determinada a 285nm. Todos os tempos
testados induziram o acúmulo de fitoalexinas, sendo que Yakult® sem
autoclavar apresentou a maior indução em soja e sorgo.
0104
Resistance induction to Meloidogyne incognita in sugarcane through mineral
organic fertilizers. Chaves1, A.; Pedrosa2, E.M.R.; Pimentel3; R.M.M.;
Coelho4, R.S.B.; Guimarães2, L.M.P. ; Maranhão2, S.R.V.L. 1Universidade
Federal Rural de Pernambuco. E-mail: [email protected]. Indução
de resistência em cana-de-açúcar a Meloidogyne incognita através de fertilizantes
organominerais.
This study was undertaken to investigate under greenhouse the effects of three
mineral organic complexes (Coda Radimax, Coda Humus PK and Coda Vit)
on the induction of resistance to Meloidogyne incognita in three sugarcane
(Saccharum spp.) varieties (RB92579, RB863129, RB867515) through
nematode reproduction, plant development and root anatomy analysis,
emphasizing the differences of the lignin deposition, and cortex and vascular
cylinder proportions. Evaluations took place 90 days after inoculation with
5000 eggs of M. incognita per plant. The three variets were susceptible at M.
incognita. Comparing to the untreated control, Coda Radimax significantly
decreased final number of eggs per root system in all sugarcane varieties. Coda
Humus-PK and Coda Vit were efficient in reducing eggs density in RB867515
but not in RB863129. Coda Radimax significantly increased stalk number
in RB92579 and fresh weight of shoots in RB863129 and RB92579. Coda
Humus-PK significantly increased plant height in RB92579 and fresh weight
of shoots in RB92579 and RB867515 while Based on viewing cross-sections
of the roots for each species under a microscope, no significant anatomical
changes were observed in the M. incognita inoculated tissues examined using
bright field microscopy, compared to corresponding tissues in healthy plants.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
0105
Efeito de extratos vegetais no crescimento e esporulação de Corynespora
cassiicola “in vitro”. Silva1, A.M.; Bentes1, J.L.S.; Bezerra1, E.J.S.; Coelho
Neto2, R.A. 1Faculdade de Ciências Agrárias–UFAM. 2Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia- INPA. [email protected]. Effect of plant extracts
on the growth and spore production of Corynespora cassiicola “in vitro”.
A mancha alvo em pepino (Cucumis sativus) vem causando grandes perdas
na produtividade no município de Iranduba -AM. Assim, este estudo
objetivou avaliar o efeito in vitro de extratos de nim, pimenta-longa e urtiga,
no crescimento micelial e esporulação de C. cassiicola.O delineamento
experimental foi inteiramente ao acaso com 4 tratamento e 10 repetições. O
fungo foi isolado a partir de folhas de pepino com sintomas da doença. Os
extratos foram preparados com 10 g de folhas secas e trituradas de cada espécie
em 500 mL de água destilada deixados em repouso por 48 horas e filtrados em
gaze, em seguida, adicionados em 500 mL de BDA e autoclavados. Em placas
de Petri contendo os diferentes extratos foi depositado um disco de meio de
cultura de 5 mm de diâmetro contendo o micélio do patógeno e incubadas à
27ºC. Foi avaliado o crescimento radial da colônia com uma régua milimetrada
até que um dos tratamentos atingisse a borda da placa. A produção de esporos
foi avaliada pela contagem de esporos em cada tratamento em hemacitômetro.
Os extratos de pimenta longa e nim foram os mais eficientes na redução do
crescimento micelial do patógeno, diferindo dos demais tratamentos (Tukey
5%), indicando que estes podem ser promissores como método de controle
alternativo de C. cassiicola. Quanto à produção de esporos não houve diferença
significativa entre os tratamentos e a testemunha (Tukey 5%).
0106
Efeito in vitro de extratos vegetais no crescimento micelial de Sclerotium
rolfisii. Bezerra1, E.J.S.; Bentes1, J.L.S.; Silva1, A.M.; Coelho Neto2, R.A.
1
Faculdade de Ciências Agrárias – Universidade Federal do Amazonas.
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Email:[email protected].
Effect in vitro of plant extracts on the micelial grouwth of Sclerotium rolfsii.
Na Região Amazônica a murcha de esclerócio em Capsicum annuum, é uma
doença que tem causado grandes danos à cultura em cultivo protegido. Tendo
em vista a propriedade inibitória de extratos vegetais sobre o desenvolvimento
de fungos e a importância do S. rolfsii na região, o presente trabalho objetivou
avaliar o efeito in vitro do extrato bruto aquoso de nim (Azadirachta indica),
pimenta-longa (Piper anduncum) e urtiga (Urtiga dióica) no crescimento micelial
de Sclerotium rolfsii. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado
com 4 tratamentos e 10 repetições. Os extratos foram preparados com 10 g de
folhas secas e trituradas de cada espécie em 500 mL de água destilada e deixados
em repouso. Após 48 horas foram filtrados em gaze e cada extrato misturados em
500 mL de BDA e autoclavados. Os meios com os extratos foram vertidos em Placa
de Petri (9 cm de diâmetro) e após a solidificação, foi transferido um escleródio do
fungo para o centro de cada placa, vedadas e deixadas em temperatura ambiente.
A avaliação foi feita em dias alternados, medindo-se o diâmetro das colônias com
uma régua milimetrada até que um dos tratamentos atingisse a borda da placa.
O extrato de urtiga reduziu significativamente crescimento micelial do fungo
(Tukey 5%) diferenciando-se dos demais tratamentos, sugerindo que este extrato
poderá ser uma alternativa no controle da murcha de escleródio.
0107
Efeito do momento e número de aplicações de fungicidas no controle
da ferrugem asiática da soja no Paraná. Tessmann, D.J.1; Moreira,
E. M.2; Medeiros, C.A.2; Passos, G.P.2; Vida, J.B.1; Tokomoto, G.T.1;
Vieira, R.A.1; Vedana, R.1; Souza, J.F.P.1;1Universidade Estadual de
Maringá, Depto. Agronomia, CEP 87020-900, Maringá, PR; 2BASF S.A.,
Av. Brigadeiro Faria Lima, 3600; 8º. andar, CEP 04538-132, São Paulo, SP.
Effect of timing and number of applications of fungicides for controlling
asian soybean rust in Parana State, Brazil
O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do momento e do número de
aplicações de fungicidas no controle da ferrugem asiática da soja (Phakopsora
pachyrhizi) nas condições de produção da região central do Paraná, na safra
2006-07. O ensaio foi conduzido no município de Luiziana, PR, com a cultivar
Embrapa-48, com plantio em 05/11/2006. O delineamento experimental foi
de blocos ao acaso, com seis tratamentos e quatro repetições. Os seguintes
S 131
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
tratamentos foram avaliados: I-testemunha; II-duas aplicações: R3 (primeiros
sintomas - 2% inc) e R5.3; III-três aplicações: R2 (preventivo), R5.2 e R5.5;
IV-duas aplicações: R2 (preventivo) e R5.2; V-uma aplicação em R3; e VI-duas
aplicações: R3 e R5.2. Na primeira e segunda aplicação foi utilizado o fungicida
pyraclostrobin+epoxyconazole (Opera®), na dose de 66,5+25 g.i.a/ha (0,5 L/ha
p.c.), e na terceira aplicação foi empregado metconazole (Caramba®), na dose
de 54 g.i.a./ha (0,6 L/ha p.c.). O tratamento III proporcionou o melhor nível de
controle da doença, diferindo significativamente dos demais tratamentos em
relação à produtividade. A diferença de produtividade entre o tratamento com
maior rendimento (trat. III – 3736 kg/ha – 62,3 sc/ha) e a testemunha (2157
kg/ha = 36,0 sc/ha) e foi de 73%, correspondendo a 26,3 sc/ha).
0108
Adição de uréia e calcário ao solo reduz a incidência de podridão-do-pé
(Phytophthora palmivora) em mamoeiro (Carica papaya). Dianese, A.
C.; Blum, L. E. B.; Dutra, J. B.; Lopes, L. F.; Sena, M. C.; Freitas, L.
F.; Yamanishi, O. K. Embrapa Cerrados/UnB, 73301-970, Planaltina, DF;
[email protected]. Adding urea and limestone to the soil
reduces foot rot incidence on papaya.
A podridão das raízes e dos frutos do mamoeiro, causada por Phytophthora
palmivora, é considerada uma de suas principais doenças. O controle da doença
é de extrema importância para reduzir perdas e, conseqüentemente, aumentar
a produtividade dos plantios. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito que
diferentes doses de nitrogênio e calcário adicionadas ao solo tiveram sobre a
incidência de P. palmivora em três plantios sucessivos de mudas de mamão. Os
testes foram conduzidos em vasos contendo solo naturalmente infestado por P.
palmivora, em câmara de crescimento na Estação Experimental de Biologia da
Universidade de Brasília. Foram utilizados sete tratamentos: três diferentes doses
de nitrogênio e três de calcário. Os tratamentos com 0,25 e 0,51g de nitrogênio
com 10,10g de calcário/kg de solo reduziram significativamente a incidência da
podridão do pé em relação ao controle (sem adição de nitrogênio ou calcário).
0109
Uso de Trichoderma para o controle da podridão do mamoeiro causada
por Phytophthora palmivora. Dianese, A. C.; Blum, L. E. B.; Dutra, J.
B.; Lopes, L. F.; Sena, M. C.; Freitas, L. F.; Mello, S. C. – Embrapa
Cerrados/UnB, 73301-970, Planaltina, DF; [email protected].
Using Trichoderma for foot rot control on papaya.
Trichoderma é um típico antagonista de fungos fitopatogênicos. Neste estudo
avaliou-se em casa de vegetação, a atuação de isolados de Trichoderma no
antagonismo a Phytophthora palmivora, causador da podridão do pé do
mamoeiro. Os isolados cen144, cen203, cen219, cen162, cen266, cen254,
cen262, cen151, cen234, cen235 e cen219, todos cedidos pela Embrapa
Cenargen, destacaram-se in vitro e foram testados em experimentos em
vasos contendo solo naturalmente infestado com P. palmivora. As avaliações
foram feitas diariamente e se basearam no número de plantas mortas em cada
tratamento (6 plantas/repetição; 4 repetições). No primeiro experimento os
isolados cen162 (1,4 plantas mortas) e cen235 (1,1) foram os mais efetivos
quando comparados ao controle (2,8). No segundo experimento somente
esses dois isolados foram testados. Novamente cen162 (4,3) e cen235 (4,3)
foram efetivos e diferenciaram-se significativamente do controle (6,0).
Cen162, cen235 e cen144 não inibiram o desenvolvimento das mudas de
mamão quando inoculados em solo estéril.
0110
Levantamento de Ditylenchus dipsaci em alho comercializado em
diferentes regiões. Dias-Arieira, C.R.; Santos, L.L.; Obici, L.V.; Molina,
S.C. UEM-Umuarama, Estrada da Paca, s/n, 87508-210, Umuarama, PR.
Email: [email protected]. Survey of Ditylenchus dipsaci in
garlic commercialized in different regions.
Ditylenchus dipsaci é um importante parasita da cultura do alho (Allium
sativum), sendo limitante da produção em diversas regiões. Em geral,
sua disseminação ocorre através do plantio de alho-semente infectado.
Considerando que no Brasil a produção de alho-semente fiscalizado é
limitada, e que o plantio de bulbilhos usados para comercialização é
S 132
comum, o presente trabalho teve como objetivo realizar o levantamento
deste nematóide em alho comercial de diferentes regiões. Foram avaliadas
amostras de alho produzido nos municípios paranaenses de Corbélia,
Guarapuava, Ubiratã, Campo Mourão, Foz do Iguaçu, Assis Chatobriant
e Umuarama, além de amostras de Caieiras/SP, Curitibano/SC e de alho
produzido na Argentina e no Paraguai. Dez gramas de alho foram picados
e colocados em 50 mL de água, sendo incubado a 27ºC. Após 24, 48 e
72 horas extraíram-se os nematóides, passando a solução por peneiras de
20 e 400 mesh. As amostras foram avaliadas usando-se câmara de Peters
e microscópio óptico. Para cada amostra foram utilizadas três repetições.
As três amostras de alho produzido na Argentina e comercializado em
Pranchita/PR, Palotina/PR e na Argentina apresentaram números médios
de nematóides iguais a 8, 18 e 37 espécimes/amostra, respectivamente.
Alho produzido em Campo Mourão e Assis Chatobriant apresentaram
números respectivos iguais a 15 e 8 nematóides. Nas demais amostras não
foi detectada a presença de nematóides.
0111
Software para estimar áreas foliares e lesionadas. Sachs1, P.J.D.; Neves1,
C.S.V.J.; Canteri1, M.J.; Meira2, G.R.N.; Sachs2, L.G. 1Dep. Agronomia
- UEL. 2Dep. Biologia - FALM. E-mail: [email protected]. Software to
estimate the leaf and injury area.
Estimativas de área foliar e lesionada por injúrias são importantes em
pesquisas, controle fitossanitário e aspectos comerciais em culturas
agrícolas. O objetivo deste trabalho foi testar o software SFP, de distribuição
gratuita, em análise de imagens digitais na quantificação de áreas foliares
e lesionadas. Para determinação da área foliar foram utilizadas folhas de
mangueira, morangueiro e jaqueira e para determinação de área lesionada foi
utilizado o terço médio de folhas de milho com mancha de Phaeosphaeria.
O software SFP foi comparado com o método gravimétrico para área foliar
e com o software APS Assess para área foliar e lesionada. Para obtenção
das imagens digitais as folhas foram escaneadas em 24bits com resolução
óptica de 300 dpi em contraste com fundo branco ou preto. Para o método
gravimétrico, as mesmas folhas foram fotocopiadas em papel com gramatura
de 75g/m2, recortadas e “pesadas” em balança analítica. Os valores de r2,
sem intercepto, ficaram compreendidos entre 0,986 a 0,999, indicando boa
precisão. Os intervalos de confiança dos coeficientes angulares (β) foram
de 0,992 a 1,010 (p<0,05), e o maior erro-padrão foi de 0,003. As Raízes
Quadradas dos Erros Quadráticos Médios (RMSE) ficaram entre 0,64% a
1,80%. A distribuição dos erros foram aleatórias, indicando que não houve
tendências e que o modelo linear de regressão foi adequado. Concluiuse que software SFP apresentou boa precisão e exatidão (acurácia) nas
quantificações de áreas foliar e lesionada.
0112
Escala diagramática para mancha de Phaeosphaeria em milho. Sachs1,
P.J.D.; Neves1, C.S.V.J.; Canteri1, M.J.; Meira2, G.R.N.; Sachs2, L.G.
1
Dep. Agronomia - UEL. 2Dep. Biologia - FALM. E-mail: [email protected].
Diagrammatic scale for Phaeosphaeria spot in maize.
Escalas diagramáticas são importantes para padronizar as estimativas da
severidade de doenças em plantas. O objetivo deste trabalho foi desenvolver
e validar uma escala diagramática para avaliar a severidade da mancha foliar
de Phaeosphaeria em milho. Folhas com diferentes níveis severidade foram
coletadas para determinar os níveis mínimos e máximos de severidade. Os
níveis intermediários foram obtidos de acordo com a “Lei do estímulo
visual de Webber-Fechner”. A escala proposta apresentou os níveis de 1; 3;
6; 13; 25; 43; 63 e 79 % de severidade no terço médio de imagens de folhas.
A validação da escala foi realizada com cinco avaliadores inexperientes e
cinco experientes, que estimaram a severidade em 50 folhas, com e sem
auxílio da escala. Análises de regressão foram utilizadas para avaliar a
precisão, acurácia e a reprodutibilidade das estimativas. A avaliação da
acurácia indicou que sem o uso da escala sete avaliadores apresentaram
desvios sistemáticos nas estimativas, já, com escala, apenas dois. A precisão
representada por r2 das regressões, foi de 0,86 a 0,95 para os inexperientes
sem escala e 0,91 a 0,98 com escala. Os experientes apresentaram r2 de 0,91
a 0,95 sem escala e 0,94 e 0,98 com escala. A reprodutibilidade (avaliadores
combinados aos pares) indicou que sem a escala o índice foi satisfatório
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
(r2≥0,90) para 53% dos casos, já com escala foram 87%. A escala melhorou
a precisão, a acurácia e a reprodutibilidade das estimativas, independente
da experiência do avaliador.
0113
Análise da diversidade genética entre heterocariontes de Colletotrichum
spp. e seus isolados de origem. Hamada1, N.A.; Katsurayama2, Y.;
Dantas3, A.C.M. 1Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná;
2
Epagri – Est. Exp. de São Joaquim; 3Universidade Federal de Santa
Catarina. E-mail: [email protected]. Analysis of genetic diversity
among heterocarions of Colletotrichum spp. and their original isolates.
A parasexualidade em fungos conidiais é considerada um dos mecanismos
mais importantes para a geração de varibilidade genética entre estes.
Isolados de Colletotrichum gloeosporioides e Colletotrichum acutatum,
provenientes de folhas e frutos de macieira foram repicados em meio BDA
contendo KClO3 e posteriormente repicados a meio mínimo (MM) para
a obtenção dos heterocariontes. Foram obtidos 15 heterocariontes, que
mantiveram as características culturais e morfológicas de seus isolados
de origem, sendo estas, diâmetro e taxa de crescimento, sensibilidade à
benomyl, coloração e características dos conídios (largura, comprimento,
forma, relação L/C). A realização da análise da diversidade genética foi
baseada em DNA através de 10 iniciadores RAPDs, os quais permitiram
separar os heterocariontes em dois grupos, assim como os isolados que
lhe deram origem. A similaridade dentro de cada grupo variou de 83 a
86,5% (C. acutatum), e 58 a 97% (C. gloeosporioides), e entre estes e seus
isolados de origem variou entre 35 e 50%, respectivamente. Desta forma,
constatou-se que a reprodução parassexual em Colletotrichum favoreceu
o aparecimento de grande variabilidade genética entre indivíduos da
mesma espécie.
0114
Análise da diversidade genética entre isolados de Colletotrichum
gloeosporioides e Colletotrichum acutatum. Hamada1, N.A.;
Katsurayama2, Y.; Dantas3, A.C.M. 1Centro Universitário Católico do
Sudoeste do Paraná; 2Epagri – Est. Exp. de São Joaquim; 3Universidade
Federal de Santa Catarina. E-mail: [email protected]. Analysis
of genetic diversity among isolates of Colletotrichum gloeosporioides and
Colletotrichum acutatum.
Os métodos moleculares de identificação de fungos vêm sendo bastante
utilizados nos últimos tempos, pois possibilitam uma avaliação mais precisa
da variabilidade genética, em relação aos métodos morfológicos. Avaliouse a variabilidade de 39 isolados de Colletotrichum spp. relacionados
com a Mancha da Gala e a Podridão Amarga, obtidos na região Sul do
Brasil uitlizando-se 10 iniciadores RAPDs. Ao todo foram analisados 120
fragmentos polimórficos, de peso molecular variando entre 0,35 – 2,5 kb.
Os iniciadores testados foram capazes de separar geneticamente os isolados,
que previamente haviam sidos diferenciados cultural e morfologicamente.
Isolados de C. gloeosporioides apresentaram divergência genética de 0 a
9% entre si, e de C. acutatum de 0 a 81,5%. As duas espécies apresentaram
similaridade genética de apenas 18,5%. Observou-se uma estreita relação
entre os isolados convergentes pela análise molecular e o local de origem
destes, a exemplo dos isolados 17 a 21, provenientes do municio de Palmeira/
PR, que ficaram em um mesmo grupo, o que sugere a possibilidade da
formação de populações distintas de acordo com cada região.
0115
Ação do óleo de nim, Bion e cobre sobre Pseudomonas syringae pv. tomato,
agente causal da pinta bacteriana do tomateiro. Silva1, I. T. da; Lima1, H.
E de; Oliveira1, J. R.; Fujinawa1, M. F.; Domiciano1, G. P; Pontes1, N. de
C. 1Laboratório de Bacteriologia II - Universidade Federal de Viçosa. E-mail:
[email protected]. Effect of neem oil, Bion and copper on Pseudomonas
syringae pv. tomato, causal agent of bacterial speck on tomato.
Buscando encontrar um produto que possa ser integrado sustentavelmente ao
manejo da pinta bacteriana do tomateiro conduziu-se, em casa-de-vegetação,
um experimento onde os tratamentos constituíram-se por pulverizações
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
dos produtos com óleo de Bioneem® (20 e 10 mL/L), Bion® (0,05g/L),
Oxicloreto de cobre (8g/L), aos 41o e 48o dias após a semeadura. Uma
suspensão bacteriana de Pseudomonas syringae pv. tomato (OD540=0,15),
em salina 0,85%, foi inoculada por atomização sob pressão, com auxílio de
um aerógrafo, 48 h após a segunda pulverização. O delineamento adotado
foi o DIC com cinco tratamentos e quatro repetições. Aos 15 dias após a
inoculação três avaliações independentes foram realizadas, contando-se o
número total de lesões nas três folhas definitivas superiores das plantas de
tomateiro. Os dados foram submetidos à análise de variância e comparação
das médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Todos os tratamentos
diferiram estatisticamente da testemunha, ou seja, reduziram a incidência
da pinta bacteriana do tomateiro. O óleo de Bioneem® porém, apresentouse fitotóxico nas concentrações utilizadas.
0116
Ação in vitro do Bioneem® e do Bion® sobre Clavibacter michiganensis
subsp. michiganensis e Pseudomonas syringae pv. tomato. Lima1, H. E
de; Domiciano1, G. P, Silva, I. T da; Oliveira1, J. R.; Fujinawa1, M.
F; Piermann1, L. 1Laboratório de Bacteriologia II - Universidade Federal
de Viçosa. E-mail: [email protected]. In vitro effect of Bioneem®
and Bion® on Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis and
Pseudomonas syringae pv. tomato.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do Bioneem® e do Bion®,
em diferentes concentrações, sobre o desenvolvimento in vitro de
Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis (Cmm) e Pseudomonas
syringae pv. tomato (Pst). O delineamento experimental foi o DIC, com
10 tratamentos (Bioneem® a 100, 40, 20, 10 e 5 mL/L; Bion® a 10, 4, 2
e 1,33 g/L e água) e cinco repetições. Com o auxílio de uma micropipeta,
100 µL de suspensão bacteriana, após 48h de crescimento em meio
523 líquido, foi adicionado a 100 mL de meio 523 sólido fundente, e
este vertido em placas de Petri. Em seguida, discos de papel de filtro,
estéreis, com 9 mm de diâmetro foram distribuídos eqüidistantes sobre
o meio, recebendo alíquotas de 30 µl dos produtos, nas respectivas
concentrações e água. Após permanecerem a 40C/12 h, as placas foram
transferidas para incubadora a 280C/72 horas. Foram feitas medições
dos halos de inibição do crescimento bacteriano, determinando-se
o diâmetro médio dos mesmos. Este ensaio foi repetido três vezes.
Houve redução significativa do crescimento de Cmm (Gram+) somente
nos tratamentos de Bioneem®, nas concentrações de 100 e 40 mL/L.
Para Pst (Gram-) nenhum efeito foi observado. Novos estudos serão
conduzidos visando avaliar o potencial do Bioneem® no controle do
cancro bacteriano do tomateiro.
0117
Eficiência do fungicida tebuco no controle da pinta preta (Diplocarpon
rosae) em roseira. Souza¹, P.E.; Fernandes¹, L.H.M.; Miranda¹, J.C.;
¹Universidade Federal de Lavras. E-mail: [email protected]. Efficiency of
tebuco fungicide in the control of black paints (Diplocarpon rosae) in rose.
A cultura da Roseira enfrenta grandes problemas com doenças que causam
perdas quantitativas e qualitativas onde a Pinta Preta (Diplocarpon rosae) se
destaca. O trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência do fungicida Tebuco
no controle da Pinta Preta na roseira. O experimento foi conduzido sob
telado na área do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de
Lavras, disposto em 4 blocos com 7 tratamentos cada, totalizando 28 parcelas
experimentais ao todo. Cada parcela foi constituída de 6 vasos de 3 litros, onde
em cada vaso foi plantada uma rosa da cultivar Bianca. O delineamento foi
Blocos ao Acaso. Para análise estatística utilizou-se o teste de Tukey ao nível
de 5% de probabilidade. Os tratamentos utilizados foram: sulfato de cobre
tribásico (300 g/100 l), sulfato de cobre tribásico (400 g/100 l), agrimicina
(400 g/100 l), tebuconazole (Tebuco) (0,75 l/100 l), tebuconazole (0,75 l/100
l), mancozeb (200 g/100 l) e testemunha. Foram realizadas sete avaliações,
determinando-se a porcentagem de área foliar lesionada (PAFL). O fungicida
Tebuco, quando aplicado na concentração de 0,75 l/100 l, apresentou um
comportamento eficiente no controle da doença quando comparado aos
demais fungicidas padrões utilizados, com exceção ao produto tebuconazole,
podendo então ser satisfatoriamente recomendado para o controle da Pinta
Preta (Diplocarpon rosae) em roseiras.
S 133
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
0118
Virulência de isolados de Phytophthora infestans obtidos de tomateiro.
1
Miranda, Bruno E. C. de; 2Leonardo B. Castilho; 3Reis, A. 1UnB,
Depto de Fitopatologia, Campus Universitário, 70790-900, Brasília, DF;
2
Universidade Católica de Brasília – UCB; 3Embrapa Hortaliças, CP
218, 70359-970, Brasília, DF; [email protected]. Virulence of
Phytophthora infestans isolates from tomato.
A virulência de 26 isolados de P. infestans foi determinada utilizando-se folíolos
de plantas do gênero Lycopersicon. Foram utilizadas plantas dos acessos de L.
esculentum CNPH-1538 (cv. ‘New Yorker’) e CNPH-1523 ( cv‘Moboline’)
mais o acesso de L. pinpinellifolium CNPH-1124, que possuem os genes de
resistência a P. infestans, Ph1, Ph2 e Ph3, respectivamente. Como testemunha
foi utilizada a cultivar ‘IPA-5’. Foram feitas inoculações nos folíolos com 30
μl de uma suspensão, contendo 2 x 104 esporângios/mL, na face abaxial. Após
a inoculação, as câmaras úmidas (em gerbox) foram mantidas em incubadora
BOD a 18±2oC e fotoperíodo de 16h por uma semana. Após este período, os
folíolos foram observados sob microscópio estereoscópico para presença ou
ausência de esporulação abundante de P. infestans. Verificou-se que quase
todos os isolados (93%) apresentavam genes de virulência compatível com o
gene Ph1, a maioria deles (79%) com gene Ph2. Somente 23% dos isolados
superaram o gene de resistência Ph3. A maioria das raças do patógeno possuía
pelo menos dois genes de virulência, sendo a combinação dos genes 1 e 2
a mais comum. Apenas uma raça 0 e uma com os 3 genes de virulência foi
encontrada. A presença de raças virulentas aos três genes de resistência do
tomate nos campos de cultivo pode tornar inviável o uso de variedades com
genes maiores de resistência a requeima no Brasil.
0119
Determinação da resistência ao mefenoxan de isolados de Phytophthora
infestans obtidos de tomateiro. 1Miranda, Bruno E. C. de; 2Reis, A. 1UnB,
Depto de Fitopatologia, Campus Universitário, 70790-900 Brasília, DF; 2Embrapa
Hortaliças, CP 218, 70359-970, Brasília, DF; [email protected]. Level of
resistance to mefenoxan in Phytophthora infestans isolates from tomato.
A resistência ao metalaxyl-m (mefenoxan) de 33 isolados de P. infestans
foi determinada em meio V8, contendo diferentes concentrações do
fungicida (0, 5 e 100 ppm). Discos de micélio, com crescimento ativo dos
isolados de P. infestans, foram colocados no centro de placas de Petri com
o meio de cultura. Foi medido o diâmetro do crescimento micelial aos dez
dias. Para determinar a reação dos isolados ao fungicida, o crescimento
fúngico nos tratamentos contendo 5 e 100 ppm do fungicida foi dividido
pelo crescimento do mesmo isolado a 0 ppm e multiplicado por 100.
Isolados que apresentaram crescimento menor que 40% do crescimento
da testemunha, foram considerados sensíveis. Isolados que, a 5 ppm,
apresentaram crescimento superior a 40% da testemunha, mas que, a
100 ppm, apresentaram crescimento inferior a 40%, foram considerados
intermediários. Isolados que apresentaram crescimento superior a 40% do
crescimento da testemunha a 5 e 100 ppm foram considerados resistentes.
A reação dos isolados ao fungicida foi variável. Dos 33 isolados testados,
somente seis (18%) se apresentaram sensíveis, outros oito (24%) se
apresentaram intermediárias e 18 (58%) se apresentaram resistentes. A
alta percentagem de isolados resistentes ao produto é preocupante, pois o
mefenoxan é importante no controle químico da requeima, principalmente
quando as condições estão mais favoráveis às epidemias.
0120
Fungos associados a flores e frutos de Erythrina crista-galli L. em
diferentes épocas de coleta. Lazarotto, M.; Beltrame, R.; Quadros,
K.M.; Garlet, J.; Roman, M.; Muniz, M.F.B.; Blume, E. Depto de Defesa
Fitossanitária, UFSM, 97105-900. E-mail: [email protected].
Fungus incident associate with Erythrina crista-galli L. flowers and fruits
from different times.
A corticeira-do-banhado (Erythrina crista-galli L.) produz, anualmente,
grande quantidade de sementes, porém é muito atacada por insetos e fungos,
dificultando sua regeneração natural. Este trabalho teve como objetivo
avaliar a incidência de fungos em flores e frutos da E. crista-galli. Os testes
foram realizados no Laboratório de Fitopatologia da UFSM. As flores
S 134
foram coletadas semanalmente, a partir da antese, totalizando três coletas
até o surgimento dos frutos, coletados igualmente, no total de três coletas.
Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições
totalizando 40 flores e 40 frutos para cada teste semanal, utilizando-se
caixas do tipo “gerbox” e incubação à 25ºC. A identificação dos fungos foi
realizada aos sete dias. Os fungos encontrados associados às flores foram:
Fusarium sp. com seu pico de ocorrência, de 100%, na terceira semana
após a antese, Aspergillus sp. e Penicillium sp., com máxima ocorrência na
mesma coleta, 40 e 50%, respectivamente. Nos frutos, foram detectados os
patógenos: Fusarium sp., com 65% de ocorrência na quarta semana após
antese, Epicoccum sp. (20%) na mesma semana, e Alternaria sp. (20%),
na sexta semana. Estes patógenos poderão ser transmitidos para a semente,
causando apodrecimento (Aspergillus sp. e Penicillium sp.), ou mesmo,
ocasionando tombamento de mudas (Fusarium sp. e Alternaria sp.).
0121
Qualidade sanitária de sementes de Erythrina crista-galli L. e sua relação
com germinação e teor de água. Lazarotto, M.; Beltrame, R.; Quadros,
K.M.; Garlet, J.; Roman,M.; Muniz, M.F.B.; Blume, E. Depto de Defesa
Fitossanitária, UFSM, 97105-900. E-mail: [email protected].
Sanitary quality of Erythrina crista-galli L. seeds and the relation with
germination and seed water.
A ocorrência de fungos patogênicos em sementes de espécies florestais é
freqüente, principalmente, sob altas temperaturas e umidade relativa do ar.
Este trabalho visou identificar fungos em sementes de Erythrina crista-galli
L. (corticeira-do-banhado) e sua relação com germinação e teor de água das
sementes. Foi realizado no Laboratório de Fitopatologia da UFSM. As coletas
das sementes foram semanais e ocorreram de outubro a dezembro de 2006,
até que as sementes entrassem em processo de dormência, totalizando quatro
coletas. O método utilizado foi o do papel-filtro a 25°C, com quatro repetições
de 25 sementes para germinação e sanidade. O peso seco foi determinado
mantendo as sementes a 70°C por 24 horas. Para a germinação, as contagens
foram realizadas aos 7 e 14 dias computando-se plântulas normais, anormais,
sementes mortas e duras. O fungo de maior ocorrência foi Fusarium sp. (95%),
registrado quando a germinação e o teor de água foram máximos, 50 e 31,6%,
respectivamente. Embora a maior ocorrência do Fusarium sp. tenha coincidido
com o período de maior teor de água das sementes, a germinação não foi
prejudicada. Porém, em períodos em que a ocorrência do fungo foi menor, a
germinação foi afetada. Isto se deve ao fato de que as sementes de E. cristagalli adquirem dormência quando teor de água é reduzido, na maturação.
0122
Infecção natural de várias espécies e híbridos de Coffea e uma outra espécie
de Rubiaceae pelo vírus da mancha anular de cafeeiro (CoRSV). Kitajima1,
E.W.; Chagas1, C.M.; Braghini2, M.T., Fazuoli2, L.C.; Locali-Fabris3, E..
1
ESALQ, CP 9, 13418-900 Piracicaba, SP; 2Centro de Café Alcides Carvalho,
IAC, CP 28, 13102-280 Campinas, SP; 3CAPTA Citros Sylvio Moreira, CP 4,
13490-970 Cordeirópolis, SP. Email: [email protected]. Natural infection
of several species and hybrids of Coffea and another Rubiaceae species by the
Coffee ringspot virus (CoRSV).
O vírus da mancha anular do cafeeiro é um vírus do tipo nuclear, transmitido
por ácaros tenuipalídeo Brevipalpus phoenicis. Embora tida como de
importância marginal, tem causado prejuízos em áreas produtoras como no
Triangulo Mineiro e Sul de Minas. Infecção natural do CoRSV tem sido
relatada apenas em Coffea arabica. Em levantamento feito na coleção
de germoplasma de Coffea e rubiáceas afins, mantida no C. Café foram
encontradas outras espécies e híbridos de Coffea e pelo menos uma outra
espécie de rubiáceas com lesões cloróticas ou anulares em suas folhas e/ou
frutos associadas a infestações por B. phoenicis. Exames ao microscópio
eletrônico de secções das lesões e ensaios de RT-PCR usando “primers”
específicos para CoRSV demonstraram casos positivos de infecção pelo
CoRSV em: C. kapakata (IAC 4511), C. devewrei cv. Excelsa, C. canephora
cv. Robusta, hibrido C. arabica x C. racemosa (H1195-5-6-2), C. arabica x
C. dewevrei (Piatã IAC 387), híbrido Timor CIFC 832/1 (possivelmente um
híbrido natural entre C. arabica e C. canephora) e Psylanthus ebracteolatus
(IAC 3461-7). Assim a gama de hospedeiras naturais do CoRSV se estende
a outras espécies de Coffea, híbridos e a outro gênero de rubiácea.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
0123
Isolado distinto do vírus da mancha anular do cafeeiro (CoRSV).
C.M.Chagas1, E.W.Kitajima1 & E. Locali-Fabris2. 1LEF/ESALQ,
CP 9, 13418-900 Piracicaba,SP; 2Centro Apta Citros, CP 4,13490-970
Cordeiropolis,SP. [email protected]. A distinct isolate of Coffee
ringspot virus (CoRSV)
Conhecida desde os anos 30, a mancha anular do cafeeiro teve sua natureza
viral demonstrada pelos efeitos citopáticos, transmissão mecânica e pelo
ácaro Brevipalpus phoenicis. O CoRSV já foi purificado, com produção
de antissoro, tendo o genoma parcialmente seqüenciado, permitindo
produzir “primers” específicos para sua detecção molecular. Estudos
citopatológico do CoRSV indicam dois padrões distintos: (1) O 1º, aquele
prevalente, vírus característico transmitido por Brevipalpus, do tipo nuclear
- inclusão nuclear eletro transparente, partículas curtas no núcleo ou
citoplasma (CI), quase sempre perpendiculares a membranas do retículo
endoplasmático(RE) ou envólucro nuclear, sugerindo processo incompleto
de brotação para morfogênese de partículas providas de membrana.
Raramente são individualizadas e providas de membrana no lúmen do RE.
(2); O 2°, raro, encontrado na cidade de São Paulo, mostra citopatologia
em que viroplasmas são praticamente ausentes, as partículas são maiores e
providas de membrana, isoladas ou em grupos no lúmen do RE. Às vezes há
evidências da morfogênese por brotação no CI como nos Cytorhabdovirus.
Métodos moleculares e imunológicos gerados para o tipo 1 reconhecem
também o tipo 2. Assim, parecem não diferir muito em seus genomas. É
possível que a principal diferença esteja nos genes para as glicoproteínas
que afetam o bloqueio ou o processo da morfogênese. Tentativamente o tipo
2 está sendo referido como CoRSV-SP.
0124
Detecção do vírus da mancha anular do cafeeiro nos tecidos do ácaro
vetor Brevipalpus phoenicis (Acari: Tenuipalpidae). Kitajima1, E.W.
Boari2, A. J.; Chagas1, C.M. 1LEF/ESALQ, CP 9, 13418-900 Piracicaba,
SP; 2Embrapa/Amazônia Oriental, CP 48, 66095-100 Belém, PA. Email:
[email protected]. Detection of the Coffee ringspot vírus (CoRSV) in
the tissues ofthe vector Brevipalpus phoenicis (Acari; Tenuipalpidae)
Chagas (1978) demonstrou que o vírus da mancha anular do cafeeiro
(Coffee ringspot virus-CoRSV) é transmitido pelo ácaro tenuipalpideo
Brevipalpus phoenicis. CoRSV deve pertencer ao mesmo grupo do “Orchid
fleck vírus” (OFV), protótipo dos vírus transmitidos por Brevipalpus,
do tipo nuclear, e que representaria um novo gênero dentre rhabdovirus
(Dichorhabdovirus). A fim de melhor compreender as relações vírus/vetor
foram feitos exames em secções ultrafinas de ácaros B. phoenicis coletados
de cafeeiros exibindo manchas cloróticas, nas quais o CoRSV foi detectado
em exames histológicos. Efeitos citopáticos essencialmente similares aos
encontrados nas células parenquimatosas das lesões em folhas e frutos de
cafeeiro foram observados em algumas células das glândulas prosomais
de ácaros procedentes de plantas infectadas, mas não de plantas sadias ou
de colônias mantidas experimentalmente sem acesso a tecidos infectados.
Núcleos contendo inclusões (viroplasmas) electron transparentes e partículas
curtas, em forma de bastonetes (30-40 nm x 100-110 nm) ocorriam tanto no
núcleo como no citoplasma, formando ocasionalmente figuras conhecidas
com “roda-de-carroça”. Esta constatação sugere fortemente que CoRSV
replica-se nos tecidos do ácaro, e portanto a relação vírus/vetor seria do
tipo circulativo/propagativo.
0125
Busca preliminar de viroses de ornamentales en la región de La Plata,
Argentina. E. Dal Bo1, E.; Pena2, E.; Fernandéz3, R.; Kubo4, K.; FreitasAstua4, J.; Bedendo5, I.P.; Kitajima5, E.W. 1Fac.Agronomia; 2IBBM, Fac.
Cien.Exactas, Univ.La Plata, La Plata; 3Est.Exp.Agropec. San Pedro, INTA,
El Pato, BsAs, Argentina; CAPTA Citros, CP 4, 13490-970 Cordeirópolis, SP;
5
ESALQ, CP 9, 134518-900 Piracicaba, SP, Brasil. Email: ewkitaji@esalq.
usp.br. Preliminary survey of ornamental viruses in La Plata, Argentina.
La Fac. de Agronomia de la Univ. La Plata (ULP) empezó un programa
de apoyo a floricultura y una de las actividades es identificar los virus
presentes, evaluar su importancia y implementar medidas de su control. Así
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
se desarrolló una busca preliminar de viroses en viveros, áreas de producción
y en el mercado de flores, incluyendo-se parques y jardines de la región
metropolitana de La Plata. El trabajo se desarrolló cooperativamente con
personal de INTA, ESALQ y CAPTA Citros. Para detección de los virus
se recorrió a la sintomatología, microscopia electónica y RT-PCR. Fueron
los seguientes virus o posibles virus detectados: Stephanotis floribundatospovirus; Hibiscus rosa sinensis- virus de la mancha clorótica de
Hibiscus. Hubo co-infección en algunas muestras con un nucleorhabdovirus
y el Hibiscus chlorotic ringspot carmovirus (HCRSV). En una muestra
se encontró un tymovirus; Brunfelsia pauciflora- vírus del tipo nuclear,
transmitido por Brevipalpus; híbrido Oncidium- “Orchid fleck virus”
(OFV), Impatiens waleriana- potyvirus, carlavirus, nuclerhabdovirus,
AMV y tospovirus; Freesia- Potyvirus (possiblemente FreMV). En una
planta de Abelia sp. con enanismo y amarillamiento se constató por PCR
que hubo infección por un fitoplasma del grupo I.
0126
Levantamento de fungos em pirênios de Duranta vestita. 1*Rego, S.S.;
2
**Santos, A. F. dos.; 1**Silva, A.J.C.; 1**Brondani, G.E.; 1Nogueira,
A.C. 1Universidade Federal do Paraná; 2Embrapa-Florestas. *Bolsista
CAPES; **Bolsista do CNPq. E-mail: [email protected].
Survey of fungi in pyrenes of Duranta vestita.
Duranta vestita, conhecida como esporão-de-galo, é uma espécie arbóreaarbustiva que ocorre na Floresta Ombrófila Mista, e geralmente é encontrada
em bordas de capões. Essa espécie possui característica ornamental e para a sua
germinação são usados os pirênios (endocarpos). No entanto, desconhece-se
a sua qualidade sanitária para a produção de mudas. Este trabalho teve como
objetivo identificar os fungos associados aos pirênios de D. vestita. Os frutos
foram coletados em Colombo-PR e após beneficiamento obtiveram-se os
pirênios para o estudo. Foram utilizados dois métodos para a detecção de fungos:
papel de filtro (PF) e batata-dextrose-ágar (BDA). Para o PF foram utilizados
400 pirênios, distribuídos em gerbox contendo duas folhas de papel de filtro
esterilizadas e umedecidas com água destilada esterilizada. Para o BDA foram
utilizados 200 pirênios previamente desinfestados com hipoclorito de sódio 1
% durante 1 minuto. Posteriormente os pirênios foram incubados a 12 h luz
negra/12 h escuro, na temperatura de 20 ± 1ºC durante 7 dias. Foram encontrados
os seguintes fungos: Fusarium sp., Alternaria sp., Phoma sp., Aspergillus sp.,
Cladosporium sp., Penicillium sp., Pestalotia sp. e Trichoderma sp. Os maiores
percentuais de incidência foram de Fusarium sp. (5,5 %) e Cladosporium sp.
(5,5 %). Os dois métodos foram eficientes na recuperação de fungos.
0127
Ocorrência de Phytophthora sp. em frutos e sementes de murta
(Blepharocalyx salicifolius) coletados no solo. 1*Rego, S.S; 2**Santos,
A. F. dos; 1Nogueira, A.C. 1Universidade Federal do Paraná; 2Embrapa
Florestas. *Bolsista CAPES; **Bolsista CNPq. E-mail:alvaro@cnpf.
embrapa.br. Occurrence of Phytophthora in fruits and seeds of murta
(Blepharocalyx salicifolius) collected on soil
A murta é uma espécie arbórea nativa que ocorre nas matas ciliares e nas
submatas dos pinhais. Seus frutos são apreciados pela avifauna, sendo
por isso indicada para plantios em margens dos rios. A demanda e a
inacessibilidade dos frutos em árvores de alto porte, para a produção de
mudas, levam à obtenção das sementes a partir de frutos caídos no solo
como prática rotineira para muitas espécies. Cresce, a cada dia, a procura
por sementes de espécies nativas e o intercâmbio entre regiões; no entanto,
desconhece-se a sua qualidade sanitária. Este trabalho teve o objetivo de
avaliar a incidência de fungos em frutos e sementes de murta coletados de
árvores e caídos no solo. Para a detecção de fungos empregou-se o método de
papel de filtro. Foram avaliados: a) frutos colhidos das árvores; b) sementes
oriundas destes frutos; c) frutos caídos no solo; e d) sementes oriundas
destes frutos. Utilizou-se 200 frutos/tratamento. Os frutos e sementes
foram incubados a 20 ± 1oC, por 7 dias. Nos frutos e sementes coletados
no solo verificou-se a incidência de Phytophthora sp., em valores de 2,5 %
e 3,0 %, respectivamente. Não ocorreu Phytophthora nos frutos/sementes
colhidos das árvores. Os isolados (fruto e semente) de Phytophthora foram
patogênicos aos frutos. Os resultados mostram a necessidade de estratégias
de coleta e controle de patógenos em frutos e sementes.
S 135
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
0128
Epidemiologia da mancha bacteriana (Xanthomonas spp.) do tomateiro.
Marcuzzo1,3, L.L.; Becker2, W.B.; Fernandes3, J.M.C.; 1Universidade
do Contestado – Campus de Caçador; 2EPAGRI/Estação Experimental de
Caçador; 3Universidade de Passo Fundo – UPF. E-mail: [email protected].
Epidemiology of tomato bacterial spot.
Objetivando conhecer a epidemiologia da mancha bacteriana do tomateiro
incitada por Xanthomonas spp. em Caçador/SC, um ensaio a campo foi
conduzido com plantas inoculadas antes do transplantio e a cada sete dias
monitorou-se a população bacteriana epifítica aliada as condições climáticas,
a severidade em folhas e frutos e sua produção total de frutos durante 19
semanas. Constatou-se que o início da epidemia teve concomitância com
início da maturação fisiológica dos frutos do primeiro cacho, sendo que
77 dias antes do início da colheita não se constatou sintomas nas folhas.
Observou-se que, mesmo em condição de estiagem, houve acréscimo da
enfermidade devido ao constante molhamento foliar pelo orvalho, decorrente
da oscilação de amplitude térmica diária e períodos de 13 horas contínuas, em
média, de umidade relativa ≥90%. A população bacteriana epifítica oscilou
nas 10 semanas após o plantio, conforme as condições climáticas, no entanto
após o início dos sintomas, manteve-se estável. Não houve correlação entre
população epifítica e severidade durante o início dos sintomas. A intensidade
da doença em frutos foi além do estimado devido a uma única colheita por
semana e ficou em 30,22% e a produtividade total ficou em 117,88 ton.
ha-1. Este estudo epidemiológico servirá de um indicativo para o início
da epidemia e será usado na validação de um sistema de previsão para a
enfermidade em questão.
0129
Validação de um sistema de previsão para a mancha bacteriana
(Xanthomonas spp.) do tomateiro. Marcuzzo1,2, L.L.; Fernandes2,
J.M.C.; Becker3, W.B.; 1Universidade do Contestado – Campus de Caçador;
2
Universidade de Passo Fundo – UPF; 3EPAGRI/Estação Experimental de
Caçador. E-mail: [email protected]. Validation of a forecast system for
bacterial tomato spot.
Com a finalidade de validar um modelo de previsão com diferentes níveis de
severidade, em comparação à pulverização a cada 5 e 7 dias, para a mancha
bacteriana (Xanthomonas spp.) do tomateiro um ensaio foi conduzido
com os seguintes tratamentos: 1) Sistema Previsão com pulverização
baseado no modelo S= 0,0001538*(((x-8)2,4855647*((32-x)0,7091962))*(0,64289/
(1+21,26122*exp(-0,12435*y))), onde, S= Severidade estimada; x=
temperatura(Cº); y=molhamento foliar(hs) atribuindo severidade estimada
de 0,05; 2) Sistema Previsão com pulverização baseado no modelo com
severidade estimada de 0,15; 3) Sistema Previsão com pulverização baseado
no modelo com severidade estimada de 0,25; 4) Sistema convencional com
pulverização a cada 5 dias; 5) Sistema convencional com pulverização a
cada 7 dias. As avaliações da severidade foram realizadas através de escala
diagramática e integralizados pela AACPD juntamente com os dados de
produção e % de sintomas em frutos. Os resultados mostraram que não
houve diferença estatística para produção e porcentagem de sintomas em
frutos e para AACPD foi observada uma redução de 25,71% no S=0,15
para o mesmo número de pulverizações realizadas semanalmente que
não diferiu estatisticamente do S=0,05. Para S=0,25 foi observada uma
redução de 35,29% e 45,83% no número de pulverizações e na AACPD
de 9,83% a 19,66%, respectivamente quando comparado a cada 5 e 7 dias
respectivamente.
0130
Detecção de Xanthomonas campestris pv. viticola por BIO-PCR em
folhas assintomáticas de videira provenientes de áreas de ocorrência do
cancro bacteriano. Machado1*, P.R.M.S.; Trindade1, L.C.; Lima2, M.F.;
Ferreira1, M.A.S.V.; 1Depto. de Fitopatologia, Universidade de Brasília;
2
Embrapa Semi-Árido, Petrolina, PE. *PIC-UnB. E-mail: [email protected].
Detection of Xanthomonas campestris pv. viticola by BIO-PCR on grapevine
asymptomatic leaves from bacterial canker affected areas.
O cancro bacteriano causado por Xanthomonas campestris pv. viticola
(Xcv) é a principal bacteriose que afeta o cultivo de videira no Submédio
S 136
do Vale São Francisco. O trânsito de material vegetal assintomático pode
constituir um risco de introdução da bactéria em novas áreas. O objetivo
deste estudo foi detectar Xcv por PCR em plantas assintomáticas em áreas
com incidência da doença. Em março de 2007 foram coletadas folhas sem
sintomas da cv. Red Globe em três áreas distintas localizadas em PetrolinaPE e em Juazeiro-BA. Testaram-se cinco plantas de cada área, tendo como
controle positivo folhas inoculadas e exibindo sintomas. Fragmentos de
folhas foram lavados sob agitação em água estéril por 1 h. O lavado foi
centrifugado (10.000 rpm/1 h), o sedimento foi ressuspendido em 100 µl
de água e 50 µl foram depositados em meio 523. Após 48 h, lavou-se
as placas com 1 mL de água e fez-se uma diluição 1:10 de cada lavado.
Alíquotas de 2 µl foram usadas para PCR com os primers Xcv1F/3R.
Das cinco amostras da área 1 de Petrolina, detectou-se Xcv em uma; da
área 2, também em Petrolina, detectou-se Xcv em 4 e na área 3, PCR foi
positiva para uma amostra. O método de lavagem e sedimentação seguido
de BIO-PCR pode, portanto, ser útil para a detecção de Xcv em mudas
assintomáticas.
0131
Detecção de Xanthomonas campestris pv. viticola em videira por PCR-direta
e BIO-PCR. Trindade, L.C.1, Silva, P.R.M.1*, Lima, M.F.2 & Ferreira,
M.A.S.V.1 1Depto. de Fitopatologia, Universidade de Brasília; 2Embrapa
Semi-Árido, Petrolina, PE. *PIC-UnB. E-mail: [email protected]. Detection of
Xanthomonas campestris pv. viticola on grapevine by direct PCR and BIO-PCR.
Xanthomonas campestris pv. viticola (Xcv) causa o cancro bacteriano
da videira, a principal bacteriose dessa cultura no Submédio do Vale
São Francisco. O objetivo deste estudo foi detectar Xcv em videiras
naturalmente infectadas por PCR-direta e BIO-PCR. Amostras de
folhas, pecíolos, bagas e hastes de videiras da cv. Red Globe, com e sem
sintomas, foram coletadas em duas áreas produtoras em Petrolina-PE,
em março/2007. As amostras foram maceradas em 2ml de água estéril.
Para a detecção direta via PCR, 1ml do extrato foi centrifugado (2.000
rpm /2 min.) e 90 µl do sobrenadante foram transferidos para novo tubo e
fervidos a 100°C/6 min. Para a detecção via BIO-PCR, 50 µl do macerado
foram plaqueados em meio 523 sólido e após 48 h de incubação a 28ºC,
lavou-se as placas com 1ml de água estéril e fez-se uma diluição 1:10 de
cada lavado. Para ambos os métodos alíquotas de 2 µl foram usadas para
PCR com os primers RST2/Xcv3R. Os produtos de PCR foram diluídos
(1:50) e realizada uma segunda amplificação com o par Xcv1F/Xcv3R.
Das 123 amostras com sintomas, 90% foram positivas por BIO-PCR. Das
28 amostras sem sintomas, 50% foram positivas. Utilizando a PCR direta
sem enriquecimento em meio de cultura, 80% e 14% das amostras com e
sem sintomas, respectivamente, foram positivas.
0132
Efeito de diferentes óleos essenciais no controle de isolados de Erwinia
psidii. Specian, V.; Diniz, S. P. S. S.; Coelho, J. da S.; Silva, J. S.; Rosa,
G. S.; Núcleo de Estudo em Produtos Naturais – NEPRON, Universidade
Estadual de Maringá. E-mail: [email protected]. Essencias oil effect
diferent in the control of isolated of Erwinia psidii.
A ocorrência de Erwinia psidii, bactéria causadora da seca dos ponteiros
da goiabeira, tem causado prejuízos à cultura na região noroeste do Paraná.
Seu mecanismo de patogenicidade não está totalmente esclarecido, mas
sabe-se que a bactéria pode ocupar os vasos condutores da planta, o que
provavelmente cause a seca das hastes e brotações. E por ser uma doença
de difícil controle, em que os principais fungicidas utilizados são a base
de cobre. Este trabalho teve como objetivo submeter o microrganismo a
diversos óleos essenciais, para verificação do controle do seu crescimento
pelos mesmos. A Erwinia psidii foi isolada em meio seletivo através de
plaqueamento e transferência de cultura até a obtenção de colônias puras,
que tiveram seu crescimento observado na presença de óleos essenciais
de alecrim, azuleno, cravo, estragão, Mentha arvensis, tomilho e bálsamo
de copaíba, para verificação de controle pelos mesmos, na concentração
de 10µL/ml em meios BDA e BD. Os resultados obtidos demonstram que
emprego de óleos essenciais no controle de patógenos é bastante eficaz
visto que dos sete diferentes óleos testados, quatro apresentaram algum
efeito inibitório no crescimento da bactéria.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
0133
Determinação de parâmetros metabólicos na taxa de crescimento de
Erwinia psidii em diferentes fontes de carbono. Specian, V.; Diniz, S.
P. S. S.;Coelho, J. da S.; Silva, J. S.; Rosa, G. S.; Núcleo de Estudo
em Produtos Naturais – NEPRON, Universidade Estadual de Maringá.
E-mail: [email protected]. Determination of metabolic parameters
in the tax of growth of Erwinia psidii in different carbon sources.
A bactéria Erwinia psidii tem sido responsável por grandes perdas na produção
de goiaba na região noroeste do Paraná, devido à disseminação da doença
conhecida como seca dos ponteiros. A Erwinia sp pode ainda causar problemas
em diversas culturas agrícolas, como por exemplo, no abacaxi, batata, cenoura,
fumo, girassol, melão, brássicas e orquídeas. Diante disso, este trabalho teve
como objetivo caracterizar o crescimento deste patógeno em diferentes fontes de
carbono (20 g/litro): glucose; frutose; maltose; manose; xilose; raftose e galactose.
O microrganismo foi isolado a partir de ramos jovens de goiabeiras coletados
na região de Maringá; através de plaqueamento, transferência de cultura, até
obtenção de colônias puras. Estas foram submetidas ao crescimento na presença
das diferentes fontes de carbono em meio BD, sendo a sacarose presente no meio
original, substituída em cada um dos meios, pelas respectivas fontes de carbono.
Os resultados demonstraram que os carboidratos mais facilmente metabolizados
por essa bactéria foram a maltose, a glucose e a galactose, podendo portanto
serem fornecidos ao meio de cultivo ao trabalharmos com Erwinia psidii.
0134
Influência do período de armazenamento, incidência e taxa de
transmissão de fungos em sementes de trigo. Domiciano, G.P1; Lima,
H.E1; Alves, A.A1 e Cargnin, A2. 1DFP /Universidade Federal de Viçosa,
2
Embrapa Cerrados. Email: [email protected]. Influence of
storage, incidence and rate of transmission of fungi on wheat seeds.
O uso de sementes de alta qualidade sanitária e fisiológica é de grande
importância na implantação da lavoura de trigo, sendo responsável pelo
sucesso do empreendimento. Com o objetivo de avaliar a influência do
período de armazenamento e a porcentagem de incidência de fungos sobre
a emergência e desenvolvimento de sementes de trigo, dois ensaios foram
montados. Três lotes da cultivar Pioneiro e dois lotes da cultivar Embrapa
22 foram avaliados por meio do blotter test (400 sementes/lote) quanto
a incidência de fungos. A taxa de transmissão dos fungos e o período de
armazenamento foram avaliados pelo teste de emergência de plântulas. O
delineamento experimental adotado foi o DIC, sendo os resultados submetidos
à análise de variância. O percentual dos principais patógenos e a taxa de
transmissão foi comparado pelo teste de Tukey (p≤5%). Os principais fungos
encontrados foram Bipolaris sorokiniana, Septoria nodorum, Pyricularia
oryzae e Drechslera tritici-repentis. No entanto, a ocorrência desses fungos
não afetou a emergência das plântulas. De acordo com a sintomatologia e
posterior isolamento, apenas B. sorokiniana foi transmitido das sementes para
as plântulas. Assim, medidas de controle devem ser empregadas para garantir
o sucesso do empreendimento, além de sementes de lotes novos uma vez que
houve redução na emergência em lotes armazenados por longo tempo.
0135
Inheritance of rust (Puccinia psidii) resistance in interspecific crosses
of Eucalyptus spp. Alves, A.A1 Alfenas, A.C1; Lau, D2; Guimarães,
L.M.S1; Brommonschenkel, S.H1 e Grattapaglia, D3,4. 1DFP/BIOAGROUFV; 2CNPT; 3CENARGEN; 4UCB. Email: [email protected].
br. Herança da resistência à ferrugem (Puccinia psidii) em cruzamentos
interespecíficos de Eucalyptus spp.
Rust is one of the most-damaging eucalypt diseases in Brazil. Up to date,
only a single dominant gene (Ppr-1) conferring resistance was characterized
in E. grandis. However, due to monogenic resistance vulnerability in other
pathosystems, screening for other resistance genes is necessary. Resistance of
10 interspecific progenies of Eucalyptus spp. (Genolyptus Project) were then
assessed trough artificial inoculation. Twenty plants/progeny were inoculated
with a spore suspension at 2x104 urediniospores/mL and evaluated by a
disease severity scale 20 days after inoculation. Among these families, only
DGxUGL and U1xUGL segregated for resistance, being the other families
completely susceptible. This preliminary analysis also revealed that the parent
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
DG should be susceptible since, in crosses of DGxC1 and DGxU2 it was
only observed susceptible plants. To determine resistance inheritance model,
208 plants of DGxUGL cross were inoculated. The observed segregation
pattern adjusts to a 3R:1S model (p=87.3%), indicating the segregation of
two independent dominant genes. An alternative hypothesis to explain the
segregation pattern is the presence of an epistatic gene that, in recessive
homozygose, inhibits resistance. Genetic mapping with SSRs is underway to
test the hypothesis of two major independent genes and epistatic interaction.
0136
Caracterização de progênies F2 quanto à resistência ao mosaico
severo. Silva, E. K. C.1; Coutinho, A. E.1; Costa, J. C.1; Oliveira, I. D.1;
Nascimento, A. V. S.1*; Resende, L. V.1. 1UFRPE, *CNPQ/FACEPE. email: [email protected]. Characterization of F2 lineages how much
to the resistance to the severe mosaic.
Este estudo teve por objetivo avaliar progênies F2 de feijão caupi, oriundas do
cruzamento entre IPA 206 e BR-14 Mulato e IPA 206 e CNC 0434, quanto à
resistência ao mosaico severo do feijão-caupi, causado pelo Cowpea severe
mosaic vírus (CPSMV). Foram realizadas duas inoculações com intervalo de
48 horas entre ambas para evitar possível escape. A avaliação da resistência da
população F2 foi realizada através da inoculação do vírus utilizando extrato vegetal
tamponado, contendo tampão fosfato, 0,5 M, pH 7,0 e de sulfito de sódio 0,1%
e posterior seleção dos indivíduos resistentes ao CPSMV que não apresentarem
sintomas do mesmo. Foi observada infecção sistêmica em 115 plantas F2 oriundas
dos cruzamentos entre a cultivar IPA 206 e a cultivar BR-14 Mulato, 108 plantas
do cruzamento entre a cultivar IPA 206 e CNC 0434. Os sintomas observados
variaram de mosaico suave a mosaico intenso, bolhosidade e deformação foliar.
Entretanto, não foi observado sintoma de infecção em 29 plantas F2 (IPA 206 e
BR-14 Mulato), 30 plantas F2 (IPA 206 e CNC 0434). Todos os indivíduos F2
obtidos dos dois cruzamentos foram analisadas pelo teste λ2 independentes e se
ajustaram á freqüências esperada de 3 plantas suscetíveis:1 planta resistente.
0137
Mapeamento de genes de resistência à murcha de fusário do tomateiro.
Silva, E. K. C.1; Ferraz, G. M. G.1; Alves, M. Z.1; Silva, R. L. O.1;
Nascimento, A. V. S.1; Amaral, D. J. O.; Silva, M. V.; Resende, L. V.1
1
 UFRPE, *CNPq/CAPES/FACEPE. e-mail: [email protected].
Mapping of genes of resistance to the withering of Fusarium of the tomato.
Este trabalho objetivou identificar marcadores associados à resistência à murcha
do fusário do tomateiro causado por Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici, por
meio da aplicação da técnica RAPD. Foram utilizadas populações segregantes
composta por 25 RIL’s originados a partir do cruzamento entre as cultivares
BRH e Viradoro. Amostras de DNA foram extraídas a partir do tecido foliar
de cada uma das 25 RIL’s, do genitor resistente e do genitor susceptível. Dos
31 primers testados para análise de marcadores RAPD, 6 foram selecionados
para o estudo da identificação de marcadores ligados a genes de resistência
do tomateiro e dentre estes o G10 e o OPAH19, foram identificados como
associados a característica de resistência. Os primers N15, OPAH18, PC11 e
V04, apesar de apresentarem polimorfismo em relação aos pais contrastantes,
não se mostraram ligados à característica estudada.
0138
Avaliação do óleo de eucalipto no controle de Colletotrichum acutatum em
moragueiro. Ferreira, L.R.; Dias-Arieira, C.R.; Miguel, E.G.; Arieira,
J.O. UEM-Umuarama, Estrada da Paca, s/n, 87508-210, Umuarama, PR.
Email: [email protected]. Evaluation of the eucaliptus oil in the
Colletotrichum acutatum control in strawberry crop.
O trabalho teve como objetivo avaliar o potencial do óleo de eucalipto
(Eucaliptus citriodora) no controle do fungo Colletotrichum acutatum. Para
isto, duas mudas de morangueiro foram transplantadas para vasos de 2 L e
após 45 dias iniciou-se a pulverização semanal das plantas com óleo, nas
concentrações 0, 0,5 e 1,0%. No início da fase de florescimento, realizouse a inoculação do pedúnculo, botões florais e frutos jovens com suspensão
de conídios de 106 esporos/mL. Para cada tratamento, foram inoculados três
pedúnculos, botões e frutos jovens. As avaliações se iniciaram sete dias após
S 137
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
a inoculação e foram feitas semanalmente, determinando-se: ocorrência de
sintomas no pedúnculo e tamanho da lesão, abortamento floral, ocorrência
de lesões nos frutos e tamanho das lesões e produtividade. Além disto,
avaliou-se a ocorrência natural da doença. Cada tratamento constou de
quatro repetições. O delineamento experimental foi DIC e as médias foram
comparadas pelo teste Tukey a 5%. As médias de produtividade variaram
entre 158 e 168 gramas para os tratamentos de 0 e 0,5%, respectivamente. O
tamanho das lesões nos frutos foram de 62, 27 e 65 mm para as concentrações
0, 0,5 e 1,0%, respectivamente, enquanto no pedúnculo foram de 74, 29 e 82
mm, no entanto, não houve diferença significativa entre os tratamentos.
0139
Levantamento de doenças em cultivos comerciais de pimenteira-doreino nos municípios de Cametá, Mocajuba, Abaetetuba e Tomé-Açú
no Estado do Pará. Santos, M.F., Thomaz. M.A.A., Pimentel, L., Aviz,
P.R.N, Cavalcanti, J.E.F., Lopes, T.P. Rodrigues, E.A. Agência de
Defesa Agropecuária do Pará - ADEPARÁ, Tv. Piedade, 651, CEP: 66053210, Belém, PA. [email protected]. Diseases on Piper nigrum in
Cametá, Mocajuba and Tomé-Açú, Pará St, Brazil.
A pimenteira-do-reino (Piper nigrum L.) foi introduzida no Estado do Pará
na década de 1930 por imigrantes japoneses, levando o País a se tornar, em
1982, o maior produtor e maior exportador do mundo. Entretanto, nos últimos
anos, a produção não apresentou incremento no Estado. A principal razão é a
ocorrência da fusariose, que provocou redução do ciclo de vida da planta de
12 para 6 a 7 anos, desestimulando os produtores a continuarem na atividade
e aumentarem as suas áreas de cultivo. De janeiro a abril de 2007, técnicos da
Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará realizaram o diagnóstico
fitossanitário dos pimentais nos municípios de Cametá, Mocajuba, Abetetuba
e Tomé-Açú, avaliando 307.788 plantas em 128 propriedades. As principais
doenças encontradas associadas às plantas foram Fusarium solani f. sp. piperis,
Phytophthora spp., Fusarium oxysporum, Colletotrichum gloeosporioides,
Koleroga noxi, Mosaico (CMV-Pn) e Mosqueado-amarelo (PYMV).
Aproximadamente setenta e cinco por cento das plantas das propriedades
visitadas encontravam-se acometidas pelas doenças avaliadas.
0140
Nematóides associados a plantas ornamentais em viveiros do Norte do
Paraná. Molina*, S.C.; Obici*, L.V.; Dias- Arieira, C.R.; Santos, L.L.;
Morita, D.A.S.; Machado, M.H. UEM-Umuarama, Estrada da Paca, s/n,
87508-210, Umuarama, PR. E-mail: [email protected].*PIC.
Nematodes associated to ornamental plants in greenhouse from Parana North.
Nematóides estão associados à redução no valor comercial de algumas plantas
ornamentais, por causarem amarelecimento, murcha e nanismo. Devido à
carência de informações a respeito desta associação, objetivou-se realizar
o levantamento de nematóides em espécies ornamentais. Foram avaliadas
amostras de solo e raízes de 11 espécies obtidas em viveiros de Londrina, PR. Para
extração de nematóides de solo, 100 cm3 foram processados segundo Jenkins
(Pl. Dis., 48:692, 1964). Para as raízes, 10 g foram submetidas à metodologia
de Boneti & Ferraz (Fitop. Bras., 6:553, 1981). A identificação dos gêneros e a
contagem dos nematóides foram realizadas com auxílio de microscópio óptico
e câmara de Peters. Fitonematóides foram encontrados em todas as amostras de
solo, sendo o gênero Helicotylenchus o mais freqüente, presente nas amostras de
Nerium oleander, Catharanthus roseus, Tradescantia pallida, Iris germanica,
Ophiopogon japonicum, Ficus pumila, Strelitzia reginae e Zoysia japonica.
Maiores números de espécimes foram observados nas amostras de Z. japonica,
com números respectivos de Meloidogyne e Rotylenchulus nas amostras de
solo iguais a 977 e 17 e nas raízes 239 e 237. Paratylenchus foi encontrado em
número elevado na rizosfera de Dracaena saderiana (240), I. germanica (117),
O. japonicum (69) e C. roseus (50). Pratylenchus foi encontrado apenas nas
amostras de solo de Ixora coccinea.
0141
Efeito do silício em alguns componentes de resistência a antracnose em
linhagens de sorgo. Resende, R.S.1*; Soares, J.M.1; Rodrigues, F.Á.1; Casela,
C.R.2; Vale, F.X.R.1; Maffia, L.A.1. 1Universidade Federal de Viçosa, Depto
de Fitopatologia, *Bolsista do CNPq. E-mail: [email protected]. 2EMBRAPA-
S 138
Milho e Sorgo. Effect of silicon on some components of resistance in
sorghum lines to anthracnose.
Este trabalho teve como objetivo estudar o efeito do silício (Si) no
comportamento de alguns componentes de resistência à antracnose, causada
pelo fungo Colletotrichum sublineolum, em linhagens de sorgo suscetível
(BR009) e resistente (BR005) a este patógeno. Plantas das duas linhagens de
sorgo foram supridas com cinco doses de Si: 0; 0,06; 0,12; 0,24 e 0,30 g/kg
solo utilizando-se a volastonita como fonte desse elemento. As plantas foram
inoculadas aos 30 dias após a emergência. Foram avaliados os componentes de
resistência: período de incubação (PI), período latente (PL60), freqüência relativa
de infecção (FRI), área abaixo da curva do índice da antracnose (AACIA),
severidade final (SF) e a severidade estimada (SE) para a porcentagem de
área foliar necrótica (AFN) e área foliar pigmentada (AFP) utilizando-se o
programa QUANT. O experimento foi conduzido em condições de casa-devegetação e repetido duas vezes. Após o agrupamento dos dados dos dois
experimentos observou-se, na linhagem suscetível, efeito quadrático positivo
das doses de Si no PI e no PL60 e efeito quadrático negativo das doses de Si
nas variáveis FRI, AACPIA, SF e SE para AFN e AFP. Na linhagem resistente
não foi observado a presença de acérvulo, conseqüentemente, não foi avaliado
o PL60 e a FRI. Além disso, não foi constatado efeito significativo das doses
crescentes de Si nas variáveis PI, AACPIA, SF e SE para AFN e AFP.
0142
Respostas bioquímicas de defesa de linhagens de sorgo a antracnose
potencializadas pelo silício. Resende, R.S.1*; Soares, J.M.1; Rodrigues,
F.Á.1; Casela, C.R2. 1Universidade Federal de Viçosa, Depto de
Fitopatologia. *Bolsista do CNPq. E-mail: fabricio@ufv,br. 2EMBRAPAMilho e Sorgo. Biochemical responses of sorghum lines defense to
anthracnose mediated by silicon.
Objetivando quantificar respostas bioquímicas de defesas envolvidas na resistência
de linhagens de sorgo à antracnose, possivelmente potencializadas pelo Si,
realizou-se análises dos teores de antocianinas, compostos fenólicos solúveis
totais e derivados da lignina-ácido tioglicólico. O experimento foi instalado em
delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial 2x2x2. Os fatores
estudados foram: duas doses de Si (0 e 0,3 g/kg de material de solo), duas linhagens
de sorgo (suscetível - BR009 e resistente - BR005) e inoculação ou não das plantas.
Nas plantas inoculadas e supridas com Si, observou-se um aumento significativo
no conteúdo de antocianinas em relação às plantas inoculadas sem Si. O teor de
compostos fenólicos solúveis totais foi maior nas plantas da linhagem resistente
inoculadas e supridas com Si do que nas plantas inoculadas sem receberem Si.
O teor de derivados da lignina-ácido tioglicólico foi significativamente maior
nas plantas inoculadas da linhagem suscetível que não receberam Si do que nas
plantas da linhagem resistente. Os teores de compostos fenólicos solúveis totais e
de derivados da lignina-ácido tioglicólico não explicaram a resistência das plantas
à antracnose. No entanto, o teor de antocianinas foi maior em plantas supridas com
Si, as quais mostraram ser mais resistentes à doença.t
0143
Ocorrência de armilariose em pínus tropicais na região Sul do Brasil.
Silva1, F.B.; Gomes2, N.S.B; Auer3, C.G.; 1Mestranda do Curso de Pósgraduação em Microbiologia, UFPR, Curitiba, PR; 2Depto. de Ciências
Agrárias, UFAC, Rio Branco, AC; 3Embrapa Florestas, Laboratório
de Fitopatologia, Colombo, PR. E-mail: [email protected].
Occurrence of Armillaria root rot in tropical pine in Southern Brazil.
O avanço da cultura do pínus na região Sul do Brasil tem estimulado o plantio de
espécies tropicais como Pinus caribea var. hondurensis, Pinus oocarpa, Pinus
maximinoi e Pinus tecunumanii, nas regiões de clima mais quente do estado
do Paraná. Dentre os problemas fitossanitários, a armilariose (Armillaria sp.) é
a principal doença em plantios de pínus no Brasil. Na literatura brasileira, são
relatados apenas Pinus elliottii var. elliottii, P. taeda e P. patula como hospedeiros.
Um levantamento da ocorrência da armilariose foi feito em plantios dessas
espécies tropicais, aos 3 anos de idade, em Santa Maria do Oeste/PR. Avaliouse a ocorrência de armilariose pela análise das árvores mortas e da presença
da placa micelial na entre-casca. Todas as espécies avaliadas apresentaram a
ocorrência da doença em baixa incidência (menos que 1 %). Este é o primeiro
relato de espécies tropicais como hospedeiras de Armillaria sp. no Brasil.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
0144
Levantamento de agentes causais envolvidos com a mortalidade de árvores
jovens de pínus na região Sul do Brasil. Silva1, F.B.; Basílio, P.R.R.2;
Auer3, C.G.; Santos3, A. F. dos; 1Mestranda do Curso de Pós-graduação em
Microbiologia, UFPR, Curitiba, PR; 2Mestranda do Curso de Pós-graduação
em Engenharia Florestal, UFPR, Curitiba, PR; 3Embrapa Florestas, Laboratório
de Fitopatologia, Colombo, PR. E-mail: [email protected]. Survey
of causal agents involved with death of young tree pine in Southern Brazil.
A demanda atual de madeira tem estimulado o aumento da área plantada de pínus
(Pinus spp.) na região Sul do Brasil. No entanto, o uso de práticas silviculturais
inadequadas tem favorecido ao estabelecimento de plantios deficitários, com o
surgimento de alta mortalidade de árvores jovens. Essas plantas caracterizamse por apresentarem estrangulamento do colo e podridão de raízes. Por este
motivo, tem-se realizado levantamentos periódicos em plantios de Pinus elliottii
var. elliottii, P. taeda, P. caribaea var. hondurensis, P. oocarpa, P. maximinoi
e P. tecunumanii, com até 3 anos de idade, nos estados da Região Sul, para
se identificar as principais causas bióticas/abióticas envolvidas. No período
entre 2002-2007, foram visitados vários plantios e coletadas amostras de
plantas sintomáticas para análise no Laboratório de Fitopatologia da Embrapa
Florestas. Os fungos Armillaria sp., Sphaeropsis sapinea, Lasiodiplodia
theobromae, Fusarium spp. e Phomopsis sp. foram freqüentemente isolados em
associação com estes materiais. Conclui-se que, na maioria dos casos, o uso de
mudas com má formação do sistema radicular e/ou de métodos inadequados de
plantio foram fatores predisponentes para a infecção por esses fungos.
0145
Características culturais de isolados de Alternaria solani de batateira
e tomateiro. Silva1, C.F.B.; Maffia1, L.A.; Barreto1, R.W.; Mizubuti1*,
E.S.G. 1Departamento de Fitopatologia – DFP, Universidade Federal de
Viçosa. *E-mail: [email protected]. Cultural characteristics of isolates of
Alternaria solani from potato and tomato.
Isolados de A. solani oriundos de batateira e tomateiro foram caracterizados
quanto a atributos morfofisiológicos. Quantificaram-se o número de
septos transversais e longitudinais, comprimento e largura do corpo,
comprimento e número de bicos, formato e coloração dos conídios; textura
e coloração das colônias, crescimento micelial, germinação e esporulação.
Não houve diferenças significativas para as características morfológicas
mensuradas entre os isolados de A. solani. Conídios de A. solani foram
similares, com predominância de coloração marrom escuro e formato
tipo cone longo. A textura das colônias foi cotonosa com micélio aéreo
de coloração amarelo avermelhado (2.5Y e 10YR) a amarelo esverdeado
(7.5Y), com predominância deste último matiz. A ausência de pigmentação
foi freqüente para isolados de tomateiro. Variações foram constatadas
quanto ao crescimento micelial de isolados de A. solani. Os valores da área
abaixo da curva de crescimento (AACC) do grupo de isolados de batateira
foram menores que os valores de AACC de tomateiro. Para a germinação
de conídios, não houve diferenças entre os valores obtidos de isolados de
tomateiro e batateira. Em um dos ensaios, a esporulação in vitro de isolados
de tomateiro foi maior que a de batateira; entretanto, em geral, nenhuma
diferença significativa foi detectada.
0146
Seleção de isolados de Pochonia chlamydosporia para o controle
de Meloidogyne javanica. Dallemole-Giaretta, R.; Zooca, R.J.F.;
Podestá, G.S.; Neves, W.S.; Ferraz, S.; Freitas, L.G. Universidade
Federal de Viçosa, Departamento de Fitopatologia, CEP 36571-000,
Viçosa-MG; e-mail: [email protected]. Selection of Pochonia
chlamydosporia isolates for the control of Meloidogyne javanica.
O fungo Pochonia chlamydosporia é um parasita facultativo de ovos de
nematóides que tem sido amplamente estudado como um agente de biocontrole
para o nematóide das galhas. O trabalho teve por objetivo avaliar em casa de
vegetação a eficácia de 15 isolados (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 14, 15 e 16)
de P. chlamydosporia no controle de Meloidogyne javanica. Os isolados fúngicos
foram cultivados em milho triturado por 21 dias a 260C. Os clamidósporos foram
extraídos através de filtragem em gaze. Misturaram-se 5.000 clamidósporos por
grama de solo que foi acondicionado em recipiente de 300 mL. Uma plântula de
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
tomate Santa Cruz ‘Kada’ foi transplantada por recipiente e, após uma semana,
adicionaram-se 1.000 ovos de M. javanica. O delineamento experimental foi
o inteiramente casualizado com oito repetições/tratamento. Quarenta e cinco
dias após a inoculação avaliaram-se o número de ovos e de galhas por sistema
radicular. Dos 15 isolados testados destacaram-se os isolados 1, 2, 3, 4 e 9 com
reduções de 67, 59, 59, 57 e 51% respectivamente, quanto ao número de ovos e
para galhas, os isolados mais eficientes foram o 1, 9, 5 e 3 com reduções de 34,
30, 29 e 28% respectivamente, em relação à testemunha sem o fungo.
0147
Efeito da concentração de clamidósporos de Pochonia chlamydosporia
para o controle de Meloidogyne javanica. Dallemole-Giaretta, R.;
Freitas, L.G.; Podestá, G.S.; Neves, W.S.; Coutinho, M.M.; Ferraz,
S. Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Fitopatologia, CEP
36571-000, Viçosa-MG; e-mail: [email protected]. Effect of
concentration of clamydospores of Pochonia chlamydosporia for the
control of Meloidogyne javanica.
Pochonia chlamydosporia é um antagonista oportunista de ovos e fêmeas do
nematóide das galhas, promovendo assim, significativa redução na multiplicação
desse fitoparasita. Este trabalho teve por objetivo testar o efeito de diferentes
quantidades de clamidósporos de P. chlamydosporia PC – 10 no manejo de
Meloidogyne javanica. O antagonista foi cultivado em milho triturado por 21 dias
e os clamidósporos foram extraídos através da filtragem em gaze com água de
torneira. Ao solo de cada vaso foram misturados 5.000, 10.000, 15.000, 20.000
ou 25.000 clamidósporos g/solo e em seguida, 3.000 ovos de M. javanica. Após
uma semana foi transplanta uma plântula de tomate/vaso. O delineamento foi
o inteiramente casualizado com oito repetições/tratamento. Aos 45 dias após a
inoculação avaliaram-se o número de ovos e de galhas por sistema radicular.
Todos os tratamentos testados reduziram o número de ovos de M. javanica,
quando comparados com a testemunha, porém maiores reduções ocorreram nas
concentrações de 10.000 e 20.000 clamidósporos g/solo, sendo de 56% e 60%,
respectivamente. Quanto ao número de galhas não houve reduções significativas.
0148
Efeito de extratos vegetais na germinação de urediniósporos de Phakopsora
pachyrrizi. Reis, F. G.1; Souza, P. E.1; Resende, M. L. V1.; Pereira, V. F.1;
Toyota, M.1; 1Departamento de Fitopatologia– DFP, Universidade Federal
de Lavras. E-mail:[email protected]. Effect of plant extracts on the
germination of urediniospores of Phakopsora pachyrrizi.
Avaliou-se o efeito direto dos extratos vegetais EFID (folhas de café infectadas
com ferrugem) e ECFC (cascas de café) sobre a germinação de urediniósporos de
Phakopsora pachyrrizi. Para o teste de germinação, preparou-se uma suspensão
com 2,5x104 urediniósporos/mL em água destilada e tween 20 (0,05%). 50 μL
dessa suspensão foi espalhada sobre placas de Petri contendo ágar-água 2% com os
tratamentos: EFID e ECFC nas doses 0, 25, 50, 75 e 100%, além de um fungicida
padrão (epoxiconazol + piraclostrobina). As placas foram incubadas em BOD sob
temperatura de 23ºC por 4 horas, em regime de luz. Após esse período, avaliou-se o
número de urediniósporos germinados, 200 por placa, com auxílio do microscópio
de luz. Foram considerados germinados os urediniósporos que apresentaram
comprimento do tubo germinativo superior ao seu menor diâmetro. Não foi
observado efeito significativo das doses para nenhum extrato, EFID ou ECFC. A
germinação média foi de 53 e 47% para EFID e ECFC, respectivamente, enquanto
que para o fungicida foi de 4%. Conclui-se que os extratos testados não tiveram
efeito direto sobre a germinação dos urediniósporos de Phakopsora pachyrrizi.
0149
Controle de ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) através da
utilização de tetraconazole e azoxistrobina. Costa1*, M.J.N.; Pasquali1,
R.M.; Bortolini1, C.G.; Goussain2, M.M. 1Fundação Rio Verde, 2Sipcam Isagro
Brasil. *E-mail: [email protected]. Control of asiatic rust (Phakopsora
pachyrhizi) through of the fungicide tetraconazol and azoxystrobin.
Constatada pela primeira vez, em de maio de 2001, a ferrugem asiática da soja
já causou prejuízos na maioria das lavouras do Brasil, mostrando-se agressiva
e de difícil controle. A redução das perdas causadas por esta doença requer um
conjunto de medidas, as quais abrangem várias estratégias, tais como, programa
S 139
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
de fertilidade do solo, perfil de comportamento de variedades em situação
regional, monitoramento de condições climáticas e programa de controle
químico. Esta última estratégia foi avaliada em um experimento estabelecido
no Centro Tecnológico da Fundação Rio Verde (CETEF), no município de
Lucas do Rio Verde / MT, utilizando-se 400 mL de tetraconazole / 200 mL de
azoxistrobina por hectare. O experimento foi estabelecido em blocos ao acaso,
em parcelas de 3,6 m de largura e 6 m comprimento e 4 repetições. Foram
avaliadas incidência e severidade da doença, além de desfolha em plantas e
rendimento de grãos. A utilização de 400 mL de tetraconazole e 200 mL de
azoxistrobina por hectare apresentou uma eficiência de controle (comparação
com a testemunha sem fungicida), de até 82,35%. Quanto ao rendimento de
grãos, não houve diferença significativa entre os tratamentos, contudo, houve
um ganho de 40% se comparado com a testemunha. A associação de 400 mL
de tetraconazole e 200 mL de azoxistrobina mostrou-se eficiente no manejo da
ferrugem, podendo ser utilizado pelos agricultores.
0150
Controle de mancha parda (Septoria glycines) através da utilização de 400 mL
de tetraconazole e 200 mL de azoxistrobina. Costa1*, M.J.N.; Pasquali1, R.M.;
Bortolini1, C.G.; Goussain2, M.M. 1Fundação Rio Verde, 2Sipcam Isagro Brasil.
*E-mail: [email protected]. Control of brown spot (Septoria glycines)
through 400 mL of the fungicide tetraconazol and 200 mL of azoxystrobin.
A mancha parda pode causar perdas na cultura da soja acima de 40%, em
lavouras localizadas no Médio Norte Matogrossense, região onde é cultivada
soja em mais de 1,5 milhões de hectares. O desenvolvimento das plantas
pode ser comprometido desde as fases iniciais de desenvolvimento, contudo,
geralmente se observam maiores ataques em plantas que se apresentam em
estádios a partir do florescimento, que são períodos que coincidem com
maiores volumes de chuva e plantas mais suscetíveis. A redução das perdas
causadas por esta doença requer um conjunto de medidas, as quais abrangem
várias estratégias, tais como, programa de fertilidade do solo, perfil de
comportamento de variedades em situação regional, monitoramento de
condições climáticas e programa de controle químico. Esta última estratégia
foi avaliada em um experimento estabelecido no Centro Tecnológico da
Fundação Rio Verde (CETEF), no município de Lucas do Rio Verde / MT,
utilizando-se 400 mL de tetraconazole e 200 mL de azoxistrobina por hectare.
O experimento foi estabelecido em blocos ao acaso, em parcelas de 3,6 m
de largura e 6 m comprimento e 4 repetições. Foram avaliadas incidência e
severidade da doença, além de desfolha em plantas e rendimento de grãos. A
utilização de 400 mL de tetraconazole e 200 mL de azoxistrobina por hectare
apresentou uma eficiência de controle de até 65,19% em relação à testemunha,
sendo semelhantes aos demais tratamentos. Quanto ao rendimento de grãos,
embora tenha ocorrido também incidência de ferrugem asiática, houve um
ganho de 40% se comparado com a testemunha. A utilização de tetraconazole
e azoxistrobina pode ser uma importante ferramenta no manejo de doenças.
0151
Variabilidade isoenzimática de populações de Meloidogyne spp.
proveniente da região de Araçatuba produtoras de quiabeiro. Souza1,
V.L.; Freitas2, L.G.; Souza3, G.T.A.M.; 1APTA - Extremo Oeste - Unidade de
Pesquisa e Desenvolvimento de Araçatuba. 2UFViçosa. 3FUNEPE Fundação
Educacional de Penápolis E-mail: [email protected]. Isoenzymatic
variability in Araçatuba populations of Meloidogyne spp. from okra .
Os nematóides formadores de galhas Meloidogyne spp. tem causados danos
severos no quiabeiro (Abelmoschus esculentus (L.) Moench), na região
Extremo Oeste do Estado de São Paulo. Os municípios de Araçatuba,
Piacatu, Bilac e Gabriel Monteiro, são responsáveis por cerca de 60%
do quiabo produzido no Estado. Oitenta amostras de solo e raízes foram
coletadas para a identificação de Meloidogyne spp. Extratos protéicos de
fêmeas, macerados foram separados por meio de eletroforese de isoenzimas.
Das 80 populações, 58 exibiram fenótipo típico de M. incognita, 22 de M.
javanica nas principais áreas produtoras de quiabo. No município de Gabriel
Monteiro todas amostras predominaram M. incognita, no município de
Piacatu 12 de M. incognita e 8 de M. javanica, no município de Bilac 12 de
M. incognita e 8 de M. Javanica. e no município de Araçatuba 14 exibiram
fenótipos típicos de M. incognita e 6 de M. Javanica. Neste sentido, conclui
que na maior região produtora de quiabo do Estado de São Paulo, há
S 140
predominância de M. incognita associada à cultura do quiabeiro. Dados
importante para a seleção de isolados de Pasteuria penetrans visando o
controle biológico desses fitonematóides na obtenção de solos supressivos.
0152
Avaliação conjunta da resistência genética em genótipos de feijoeiro a
Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli e Curtobacterium flaccumfaciens
pv. flaccumfaciens. Souza1, V.L.; Souza2, G.T.A.M.; Carbonell3,
S.A.M..; Chiorato3, A. F.; 1APTA - Extremo Oeste - Unidade de Pesquisa e
Desenvolvimento de Araçatuba. 2FUNEPE Fundação Educacional de Penápolis.
3
IAC – Instituto Agronômico de Campinas. E-mail: [email protected].
Evaluation common of resistance in bean genotypes to Xanthomonas axonopodis
pv. phaseoli and Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens.
O agente causador do crestamento bacteriano comum do feijoeiro,
Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli (Xap) e a murcha-de-curtobacterium,
Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens (Cff) são considerados
na atualidade os principais patógenos bacterianos que ocorrem na cultura do
feijoeiro em várias localidades do mundo. Tanto Xap como Cff são patógenos
de difícil controle, sendo a resistência genética tem sido a melhor opção. Neste
sentido, foram avaliados a resistência genética conjunta a Xap e Cff em 200
acessos de feijoeiro do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Agrupados
em classes de resistência genética, dois genótipos foram considerados
resistentes a Xap e Cff, oito genótipos moderadamente resistentes e cento e
noventa genótipos conjuntamente foram suscetíveis a Xap e Cff.
0153
Filogenia de Alternaria solani e estruturação genética de populações
por análise de seqüências multilocos. Lourenço Júnior1*, V.;
Mizubuti1, E.S.G.; Carbone2, I.; González-Candelas3, F.; Reis4, A.;
Moya3, A.; 1Depto. de Fitopatologia, Universidade Federal de Viçosa.
E-mail: [email protected]. 2Center for Integrated Fungal Research,
Dept. of Plant Pathology, North Carolina State University, Raleigh, USA.
3
Institut Cavanilles de Biodiversitat i Biología Evolutiva, Universitat de
València, Valencia, España. 4Embrapa Hortaliças, Brasília, DF. Phylogeny
and multilocus sequence typing of populations of Alternaria solani.
O entendimento dos processos evolutivos e a reconstrução filogenética são
cruciais para a genética de populações de fitopatógenos. Para o estudo de
epidemiologia molecular do patossistema Alternaria solani - (AS)/batateira/
tomateiro obtiveram-se isolados, de ambas as hospedeiras, das regiões Nordeste,
Centro-Oeste, Sudeste, e Sul do Brasil. Análises filogenéticas do tipo “multilocus
sequence typing” foram conduzidas a partir dos genes da proteína alergênica
Alt a1 (Alt a 1), gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase (gpd) e da região ITS,
isoladamente ou concatenados (Alt a 1 + gpd + ITS), pelos métodos neighborjoining e bayesiano. Detectou-se associação de isolados de AS conforme a
hospedeira de origem com base em árvores dos genes Alt a 1, gpd, e sequências
concatenadas. Formaram-se clados distintos entre os isolados oriundos de
batateira ou de tomateiro. Para a seqüência ITS, isolados de AS de tomateiro
não diferiram de A. tomatophila. Pelo teste de Mantel, não houve correlação (r =
-0,17; P=0,91) entre distâncias geográfica e genética para os isolados AS.
0154
Diversidade e evolução molecular de Alternaria solani por análises
de genealogia e coalescência de genes. Lourenço Júnior1*, V.;
Mizubuti1, E.S.G.; Carbone2, I.; González-Candelas3, F.; Reis4, A.;
Moya3, A.; 1Depto. de Fitopatologia, Universidade Federal de Viçosa.
E-mail: [email protected]. 2Center for Integrated Fungal Research,
Dept. of Plant Pathology, North Carolina State University, Raleigh, USA. 3Institut
Cavanilles de Biodiversitat i Biología Evolutiva, Universitat de València, Valencia,
España. 4Embrapa Hortaliças, Brasília, DF. Diversity and molecular evolution of
Alternaria solani by genealogy and genes coalescence analyses.
Para estudar a epidemiologia molecular do patossistema Alternaria solani (AS)/
batateira/tomateiro, foram conduzidas análises de genealogia de genes baseadas
na teoria de coalescência para inferir sobre a história e mecanismos evolutivos
que atuam na população de AS no Brasil. Quantificaram-se a diversidade de
haplótipos e de nucleotídeos a partir dos genes da proteína alergênica Alt a1
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
(Alt a 1), gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase (gpd) e da região ITS. Houve
baixa diferenciação genética entre isolados obtidos de tomateiro e batateira. O
número de mutações foi baixo. Por análises de matriz de compatibilidade e de
neutralidade, não se detectaram recombinação e seleção, respectivamente. No
entanto, detectou-se haver subdivisão e divergência recente das populações de
AS em batateira e tomateiro. Há fluxo gênico entre populações, porém com
baixo número de migrantes. Há evidências de linhagens clonais de AS em
batateira em tomateiro. Fluxo gênico e mutação são os principais mecanismos
evolutivos que atuam na população de AS no Brasil.
0155
Abacaxi selvagem é hospedeiro do agente causal da fusariose do
abacaxizeiro? Gomes1, L.I.S.; Carvalho1, D.D.C.; Lima1, C.S.;
Ventura2, J.A.; Pfenning1*, L.H. 1Departamento de Fitopatologia, UFLA,
Lavras, MG; 2INCAPER, Vitória, ES. *E-mail: [email protected]. Is the wild
pineapple a host for the causal agent of fusariosis on pineapple?
Isolados de Fusarium subglutinans obtidos de plantas assintomáticas de
abacaxi selvagem (Ananas microstachys), e de outros hospedeiros, foram
testados quanto a patogenicidade em abacaxi cultivado. Foram realizadas
inoculações em folhas destacadas de abacaxi ‘Pérola’ (5 por tratamento), as
quais foram previamente desinfestadas com álcool 70%. Ferimentos foram
feitos com agulha esterilizada na parte basal e aclorofilada das folhas, nos
quais foram depositados 100 µL de suspensão com 2 x 106 conídios mL1 de 3 isolados de diferentes hospedeiros, F. subglutinans da mangueira,
Fusarium guttiforme (sin.: F. subglutinans f. sp. ananas) do abacaxi e F.
subglutinans do abacaxi selvagem; e água estéril como controle. Após a
inoculação, as folhas foram mantidas em bandejas a 25 ± 2oC no escuro.
Após 2, 4 e 6 dias da inoculação, F. subglutinans da mangueira e F.
subglutinans do abacaxi selvagem apresentaram crescimento micelial fraco
na base das folhas, porém sem causar lesões. F. guttiforme provocou lesões
extensas em todas as folhas inoculadas. Neste trabalho, o isolado de abacaxi
selvagem não foi patogênico ao abacaxi cultivado. Para elucidar a origem e
a distribuição do agente causal da fusariose do abacaxi cultivado, isolados
de Fusarium obtidos de plantas sintomáticas de abacaxi selvagem devem
ser obtidos e testados quanto a patogenicidade.
0156
Primeiro relato de Phakopsora jatrophicola em Jatropha gossypifolia no
estado do Acre. Batista1*, J.F.; Gomes2, L.I.S.; Lima2, C.S.; Carvalho2,
D.D.C.; Pfenning2, L.H. 1Universidade Federal do Acre, Cruzeiro
do Sul, AC. 2Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG. *E-mail:
[email protected]. First report of Phakopsora jatrophicola on
Jatropha gossypifolia in Acre State.
O pinhão roxo (Jatropha gossypifolia L., Euphorbiaceae) é usado
popularmente como planta medicinal pela sua ação antiinflamatória. Em
2007, no município de Cruzeiro do Sul, estado do Acre foram observadas
plantas de pinhão roxo com folhas apresentando pústulas anfígenas. Folhas
foram coletadas e examinadas sob microscópio estereoscópico. Preparações
microscópicas foram observadas em microscopia de luz. O fungo presente
nas folhas apresentava urédias subepidérmicas, amareladas a marrons, com
140 a 200 µm de diâmetro, com paráfises clavuladas e de cor pardo escura.
As urédias produziam uredósporos ovais a elípticos, amarelados, levemente
equinulados, com poros germinativos equatoriais, medindo 15-20 (18) x
25-30 (27) µm. As fases telial, picnial e ecial não foram observadas. Com
base nas características dos uredósporos e paráfises, além da especificidade
com o hospedeiro, o fungo foi identificado como Phakopsora jatrophicola
(Arthur) Cummins. Esta espécie é relatada no Brasil apenas no estado
do Pará. Outro hospedeiro deste fungo é Jatropha curcas. Epidemias da
ferrugem do pinhão roxo podem ser um fator limitante ao cultivo desta
planta medicinal, devido a depreciação visual das folhas e redução da
produtividade da planta.
0157
Reação de porta-enxertos de Passiflora spp. a Nectria haematococca.
Fischer1, I.H.; Almeida1, A.M.; Garcia1, M.J.M.; Spadotti2, D.M.A.;
Bueno3, C.J. 1APTA Regional Centro Oeste-Bauru; 2Universidade
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
Estadual Paulista-Botucatu; 3APTA Regional Extremo Oeste-Araçatuba.
E-mail: [email protected]. Reaction of Passiflora spp.
rootstocks to Nectria haematococca.
A podridão do colo do maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa),
causada por Nectria haematococca, é um dos principais responsáveis pelo
decréscimo da produtividade e constantes migrações da cultura. O controle
da doença é basicamente preventivo, visando a não introdução do patógeno
na área. O presente trabalho visou avaliar o comportamento, em condições de
campo, de maracujá amarelo ‘Afruvec’, ‘IAC 275’ e ‘Maguary’ do tipo péfranco e maracujá amarelo ‘Afruvec’ enxertado em cinco espécies diferentes
de Passiflora spp. As plantas foram transplantadas com três meses de idade em
uma área com histórico da doença, em Bauru, SP, seguindo um delineamento
em blocos casualizados, com 10 repetições (plantas) para cada tratamento. A
incidência de plantas murchas e mortas foi avaliada mensalmente através da
análise visual e isolamento do patógeno das plantas sintomáticas. Seis meses
após o inicio das avaliações, a incidência (%) de plantas mortas nas variedades
Afruvec, IAC 275 e Maguary foi de 90, 80 e 70%, respectivamente. Já nas
plantas enxertadas em P. morifolia, P. mucronata, P. alata, P. maliformis e P.
suberosa, a incidência foi de 100, 80, 50, 30 e 30%, respectivamente. Novas
avaliações estão sendo realizadas visando determinar a maior resistência dos
porta-enxertos P. maliformis e P. suberosa a N. haematococca.
0158
Ocorrência da mancha foliar de Ophiodothella em pinha (Annona squamosa),
no Estado de São Paulo. Fischer1, I.H.; Almeida1, A.M.; Garcia1, M.J.M.;
Bertani2, R.M.A. 1APTA Regional Centro Oeste-Bauru; 2APTA Regional
Centro Oeste-Marília. E-mail: [email protected]. Ocorrence of
Ophiodothella leaf spot on pinha (Annona squamosa) in São Paulo State.
Uma severa mancha foliar, causada por Ophiodothella annonae, foi detectada
em Pinha (Annona squamosa), em 2004, nos municípios de Cascavel e
Pacajus, CE. Os sintomas iniciam-se com pequenas manchas marrons e
circulares. Sob elevada umidade as lesões coalescem, alcançando 20 mm de
diâmetro e promovendo a queda das folhas. Em fevereiro de 2007, amostras
de folhas de pinha, procedentes de Agudos, SP, foram recebidas para análise
no Laboratório de Fitopatologia da APTA Regional de Bauru, apresentando
lesões marrons, circulares, com pontuações escuras no centro e promovendo
a queda de folhas quando severamente atacadas, sintomas semelhantes
aos descritos no Ceará. Lâminas de microscopia foram preparadas com
porções das lesões cortadas em uma gota de lactoglicerol e observadas
em microscopia óptica. Foram observados conídios asseptados, filiformes,
hialinos, medindo 11,2-15,2 x 0,8-1,2 µm, produzidos em conidiomas
escuros, globosos e ligeiramente salientes. Peritécios pretos, subglobosos e
imersos foram observados no centro das lesões. No interior dos peritécios,
ascos unitunicados continham oito ascósporos fusiformes, hialinos, levemente
curvados, asseptados, medindo 30-40 x 4-5 µm, bigutulados e com uma
concentração de citoplasma na região central. Este relato da ocorrência de O.
annonae em pinha constituiu-se no primeiro do Estado de São Paulo.
0159
Efeito do tratamento químico sobre microflora em sementes de sabiá
(Mimosa caesalpiniaefolia). Araújo¹, E. R.; Silva¹, L. R.; Oliveira¹, M.
D. M.; Manfio¹, M.; Nascimento², L. C. 1Mestrandos em Agronomia,
Universidade Federal da Paraíba-UFPB, ²Prof. Dr. do Departamento de
Fitotecnia. E-mail: [email protected]. Effect of chemical treatment on
fungi in Mimosa caesalpiniaefolia seeds.
O presente trabalho objetivou analisar eficiência do tratamento químico
sobre a incidência de patógenos em sementes de sabiá no estado da Paraíba.
Foram utilizadas três amostras de sementes, sendo realizado o “Blotter
test”, com 200 sementes tratadas com água destilada esterilizada (ADE) e
200 com dois fungicidas comerciais (oxicloreto de cobre e mancozeb). As
análises foram realizadas após o oitavo dia de incubação, realizando-se a
identificação e avaliação da incidência dos fungos desenvolvidos sobre as
sementes em microscópio estereoscópio. Detectaram-se fungos dos gêneros
Aspergillus (40,5%) e Cladosporium (0,5%) nas sementes sem tratamento.
Nas sementes tratadas com os fungicidas, pôde-se observar a presença de
fungos dos gêneros Aspergilus sp., Cladosporium sp., Fusarium sp., Rhizopus
S 141
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
sp. e Penicillium sp.. Em ambos os tratamentos, o fungicida Dithane/
Mancozeb inibiu o crescimento micelial de Aspergillus sp. e Penicillium
sp, dois importantes fungos de armazenamento, e para os demais fungos, os
fungicidas utilizados não apresentaram diferença significativa entre si.
0160
Análise sanitária de sementes de Jatobá (Hymenaea courbaril L.)
coletadas no Estado da Paraíba. Araújo1, E. R.; Oliveira¹, M. D. M.;
Brito2, N. M.; Araújo3, E; Nascimento3, L. C. 1Mestrandas em Agronomia,
Universidade Federal da Paraíba-UFPB;2Doutoranda em Agronomia,
UFPB; 3Prof. Dr. do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, UFPB;
E-mail: [email protected]. Sanitary analysis of Hymenaea courbaril L.
seeds collected in state of Paraiba, Brazil.
A preocupação atual com as questões ambientais, e a busca de estratégias
para melhoria da qualidade de vida através de implantação de projetos de
reflorestamento vem fazendo com que a procura por sementes com qualidade
sanitária seja intensificada, logo, os estudos veiculados à análise sanitária
de sementes de espécies florestais nativas que possam ser propagadas para
o fim de reflorestamento, são de fundamental importância. O presente
trabalho objetivou realizar a análise sanitária de sementes de Hymenaea
courbaril coletadas no estado da Paraíba. A análise sanitária foi realizada
no Laboratório de Fitopatologia da UFPB, através do método do “Blotter
test” com 200 sementes de H. courbari. No oitavo dia após a incubação,
as sementes foram avaliadas, comparando-se a microflora com literatura
especializada e observações em microscópio estereoscópico, bem como a
utilização de câmera digital para registro visual dos fungos. A diversidade
fúngica em cada semente foi um aspecto considerado, já que, em algumas
sementes foram detectados mais de dois fungos. Foi observada a incidência
de Aspergillus sp. (33%), Aspergillus niger (15%), Cladosporium sp. (51%),
Thielaviopsis sp. (22%), Fusarium sp. (2%) e Curvularia sp. (1%).
0161
Morfologia e aspecto cultural de isolados de Colletotrichum acutatum em frutos
de morangueiro. Souza1, C.; Silva1, L.I.; Bonett1, L.P.; Silva1, T.P.; 1Universidade
Paranaense – Unipar. E-mail: [email protected]. Morfological and
cultural aspect from Colletotrichum acutatum isolates in strawberry.
Fungos do gênero Colletotrichum são relatados como o agente causal da
doença antracnose no morangueiro, sendo responsável por importantes
perdas econômicas em regiões de climas temperados, subtropicais e
tropicais. O Colletotrichum acutatum é o principal patógeno que acomete
os frutos de morango, embora o Colletotrichum fragariae tenha sido
isolado de frutos doentes. Nove isolados de C. acutatum foram obtidos
de diferentes frutos do morangueiro, coletados em diversos pontos
de comercialização de frutas incluindo as hortas comerciais, os quais
foram caracterizados quanto ao crescimento da colônia em dois meios
de cultura: BDA (Batata-Dextrose e Ágar) e Aveia (Aveia, Dextrose e
Ágar) à temperatura entre 26 e 28°C. O crescimento micelial, coloração
e topografia da colônia foram realizados por meio de análise visual. A
avaliação do crescimento cultural foi acompanhada diariamente nos
dois meios até que uma delas atingisse as extremidades das placas.
Verificou-se que meio de aveia proporcionou um maior desenvolvimento
micelial. Quanto à coloração das colônias, prevaleceu o tom alaranjado,
embora em aveia a coloração tenha variado de alaranjado a rosado. A
topografia apresentou altura intermediária nos dois meios. O meio de
aveia promoveu um crescimento micelial mais vigoroso. Os apressórios
apresentaram formato irregular e os conídios forma cilíndrica e afilada na
base, confirmando dados citados na literatura.
0162
Raças de Colletotrichum lindemuthianum isoladas de feijões cultivados na
região Oeste do Paraná. Silva1*,L.I.; Shewe1*I.; Bonett1, L.P; Freitas1, M.B.;
Marochio1, C.A.; Curso de Ciências Biológicas, 1Universidade Paranaense,
E-mail: [email protected]. Colletotrichum lindemuthianum races
isolated in common bean plant in the west of Paraná state.
Fungos do gênero Colletotrichum são fitopatógenos que causam
S 142
antracnose em diversas culturas. C. lindemuthianum (Sacc. & Magn.) é
o agente causador da antracnose do feijoeiro, uma das mais importantes
doenças desta cultura no Brasil, responsável por prejuízos expressivos,
proporcionando perdas enormes. A resistência genética é a forma
de controle mais eficaz, entretanto seu emprego é dificultado com o
surgimento constante de novas raças do fungo. Para o estudo foram
realizadas coletas de vagens com sintomas da doença em cultivos de
feijão existentes na região Oeste do Paraná, no ano agrícola de 2004/2005.
Após desinfecção inicial com hipoclorito de sódio a 2%, das vagens com
sintomas, procedeu-se o isolamento do fungo por meio do plaqueamento
das lesões com sintomas característicos em meio BDA. Após a incubação
de cinco dias, à temperatura de 280C, realizou-se a contagem, diluição e
ajuste da concentração do inóculo para 1,2 x 106 conídios mL-1 e aplicados
nas doze cultivares diferenciadoras. Verificou-se que entre os 61 isolados,
22 deles pertencem à raça 52, 11 à raça 65, 11 à raça 321, oito à raça 83,
cinco à raça 81 e quatro à raça 337. A raça de maior agressividade foi a 337,
infectando o maior número de cultivares. As raças 52, 321 e 65 foram as
mais freqüentes, representado 72,10% dos isolados.
0163
Espectro da atividade antifúgica de extratos de Lafoensia pacari.
Pereira, W.V1.; Papa, M.F.S1. 1Departamento de Fitossanidade,
Engenharia Rural e Solos, Universidade Estadual Paulista - UNESP.
E-mail: [email protected]. Spectrum of the antifungal activity
of Lafoensia pacari extracts.
Em estudos anteriores constatou-se a ação fungicida de extratos aquosos e
hidroetanólicos de folhas de pacari (Lafoensia pacari) sobre Corynespora
cassiicola e Colletotrichum spp.. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar
o efeito desses extratos sobre a germinação de esporos dos fungos: Fusarium
oxysporum (Fo), Colletotrichum musae (Cm), Ceratocystis fimbriata (Cf),
Cercospora sp. (C), Asperisporium caricae (Ac), Lasiodiplodia theobromae
(Lt), Cercosporidium personatum (Cp), Cerotelium fici (Cfi), Phakopsora
euvitis (Pe) e Puccinia psidii (Pp). Foram preparadas suspensões de esporos
dos fungos acrescidas do extrato e determinou-se a germinação dos esporos.
Utilizaram-se as concentrações de 0, 10, 30 e 50% dos extratos em relação
ao volume. Foram estimados os percentuais de inibição da germinação de
esporos (PIG), de cada fungo e extrato, em relação à testemunha. Os valores
das médias dos PIG variaram, entre os fitopatógenos avaliados, de 96 a 67%
para o extrato hidroetanólico e de 88 a 58% para os extrato aquoso. Contatouse que Fo, Pe e Ac apresentaram as maiores PIGs; Cf, Lt e Cm apresentaram
valores intermediários; Pp, Cp, Cfi e C apresentaram as menores PIG.
0164
Evolução de incidência de cancro da haste e tombamento de plantas causados
por R. solani AG-4 HGI. Pereira, W.V.1 Ceresini, P.C. 1Universidade Estadual
Paulista – UNESP/FEIS1. E-mail: [email protected]. Evolution of incidence
of stem cancker and damping-off of plants caused for R. solani AG-4 HGI
Objetivou-se avaliar a incidência de cancro na haste e tombamentos de
plantas causados por Rhizoctonia solani (Rhz) AG-4 HGI isolados de batata,
beldroega, caruru, juá-de-capote e maria-pretinha. Para isso foi realizado a
patogenicidade cruzada entre os isolado. O estudo foi conduzido em condições
de casa de vegetação. Vasos contendo solos esterilizados foram infestados
com o inóculo de Rhz isolados de batata, caruru, beldroega, juá-de-capote e
maria pretinha. Após uma semana da infestação, procedeu-se o plantio e/ou
semeadura, sendo que cada espécie de planta invasora foi semeada em 25
vasos, sendo cinco sem inóculo, cinco com Rhz-batata, cinco com Rhz-juáde-capote, cinco com Rhz-beldroega e cinco com Rhz-caruru; os vasos de
batata receberam 4 mini-tubérculos cada. Foram feitas observações diárias
para detectar emergência de plântulas e ocorrência de tombamento ate o 28o
dia após o plantio e/ou semeadura. O delineamento utilizado foi em blocos
casualizados num esquema fatorial do tipo 5 x 5 (isolados do patógeno
+ testemunha x espécies de plantas), com cinco repetições para cada
tratamento. Todos hospedeiros apresentaram suscetibilidade aos isolados
testados, durante o período de avaliação. Verificou-se que o isolado de caruru
é o mais agressivo, por ter apresentado maior percentual de tombamento
de plântulas no decorrer do tempo avaliado. Todos os hospedeiros servem
como fonte de inóculo aos isolados de Rzc avaliados.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
0165
Atividade de camomila (Matricaria chamomilla), isolada ou combinada com
outras plantas medicinais, sobre o crescimento micelial de Alternaria solani.
Santana, S.M.; Dias-Arieira, C.R.; Misse, G.Y.; Sibim, A.C. UEM-Umuarama,
Estrada da Paca, s/n, 87508-210, Umuarama, PR. [email protected].
Activity of the Matricaria chamomilla, isolated or combined with other medicinal
plants, on the micelial growth of Alternaria solani.
Visando buscar formas alternativas para o controle de Alternaria solani,
objetivou-se avaliar a bioatividade de extratos de plantas medicinais
sobre o crescimento micelial do fungo. Para isto, obteve-se macerado da
inflorescência de camomila (Matricaria chamomilla), camomila + folha
de citronela (Cymbopogon nardus), camomila + folha de arruda (Ruta
graveolens) e camomila + citronela + arruda, todos nas concentrações de
1, 2 e 5 %. Os macerados foram adicionados ao meio BDA e autoclavados,
sendo o BDA utilizado como testemunha. Posteriormente, as soluções foram
vertidas em placas de Petri com 9 cm de diâmetro e receberam um disco de
micélio, com 0,8 cm, do fungo isolado em cultura pura. As placas foram
mantidas em BOD a 27ºC e o diâmetro médio das colônias foi medido a cada
três dias, durante nove dias. Cada tratamento constou de quatro repetições e as
médias foram comparadas pelo teste Tukey 5%. Após três dias de incubação,
nenhum dos tratamentos diferiu estatisticamente entre si. No sexto dia, os
tratamentos camomila 5%, camomila+arruda 5% e camomila+arruda+citron
ela 5% exerceram controle significativo sobre o crescimento micelial. Porém,
após nove dias, apenas o tratamento com camomila na concentração de 5%
manteve a eficiência em controlar o crescimento do fungo.
0166
Atividade de plantas medicinais no controle in vitro de Alternaria
solani. Santana, S.M.; Morita, D.A.S.; Dias-Arieira, C.R. UEMUmuarama, Estrada da Paca, s/n, 87508-210, Umuarama, PR.
Email: [email protected]. Activity of medicinal plants in the
control in vitro of Alternaria solani.
A crescente procura por produtos orgânicos tem promovido um aumento nas
pesquisas que visam métodos alternativos para o controle de fitopatógenos.
Neste contexto, o potencial das plantas medicinais vem sendo constantemente
avaliado. Assim, objetivou-se avaliar a atividade de algumas espécies
medicinais no controle do crescimento micelial de Alternaria solani. Extratos
obtidos das plantas medicinais citronela (Cymbopogon nardus), cavalinha
(Equisetum giganteum), leitosa do Amazonas (Synadenium grantii), arruda
(Ruta graveolens), penicilina (Alternanthera brasiliana) e batata do inferno
(Jatropha podagrica) foram preparados através da maceração de folhas frescas.
O macerado foi adicionado ao meio BDA nas concentrações de 0, 1, 2 e 5%. O
material foi autoclavado e, posteriormente, distribuído em placas de 9 cm de
diâmetro. Discos de micélio do fungo previamente isolado foram transferidos
para as placas, as quais foram incubadas em BOD a 27ºC. O diâmetro médio
da colônia foi determinado a cada três dias, durante nove dias. Cada tratamento
constou de quatro repetições e as médias obtidas foram comparadas pelo teste
Tukey 5%. Redução significativa do crescimento micelial foi observada para
os tratamentos citronela 2 e 5% e arruda 5%. Os tratamentos batata do inferno
1% e penicilina 1 e 2% estimularam o crescimento do fungo. Os extratos de
cavalinha e leitosa não apresentaram qualquer efeito sobre o fungo.
0167
Modelagem do efeito de umidade e temperatura no crescimento de
Fusarium verticillioides e perda de qualidade em milho. Bernd1*, L.P.;
Curioni1, A.; Souza1, T.M.; Sobottka1, R.P.; Gerage2, A. C.; Marsaro3,
A.; Ono4, E.Y.S.; Hirooka1, E.Y.; 1Depto Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Universidade Estadual de Londrina; 2Instituto Agronômico do
Paraná – IAPAR, Londrina; 3EMBRAPA/ RR; 4Depto de Bioquímica e
Biotecnologia, Universidade Estadual de Londrina. *E-mail: lucianabernd@
hotmail.com. Modelling of the effect of moisture and temperature on growth
of Fusarium verticillioides and quality loss in corn.
O gênero Fusarium se destaca entre fitopatógenos de interesse mundial na
produção de grãos perante redução na qualidade e valor econômico, além de
micotoxinas produzidas. Fusarium verticillioides destaca-se entre os fungos
envolvidos na pós-colheita de milho, cujo metabólito tóxico principal, as
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
fumonisinas, representam perigo à saúde da população e de animais. O
trabalho objetivou desenvolver modelos matemáticos para descrever o efeito
de umidade e temperatura no crescimento fúngico no milho, com ênfase
ao F. verticillioides, assim como a avaliação do efeito de contaminação na
qualidade físico-química e fisiológica desta matéria-prima. Grãos de milho
submetidos ou não ao tratamento térmico tiveram a umidade ajustada para
15, 20 e 25%, sendo inoculados ou não com F. verticillioides (cepa 103F),
e permaneceram incubados à temperatura de 20, 25 e 30ºC por 20 dias. Os
dados in vitro deste planejamento experimental possibilitaram a elaboração de
modelos matemáticos para simulação de crescimento fúngico, e demonstraram
que o maior crescimento de Fusarium spp. ocorreu em grãos mantidos a 25%
de umidade sob 25ºC, sendo que a umidade foi a variável que exerceu maior
influência. O teor de proteína, atividade de água e umidade elevaram-se com
o aumento de umidade; já o teor de extrato etéreo tendeu a um aumento sob
20% de umidade e 30ºC. Houve reduções no vigor e viabilidade das sementes
mantidas por 20 dias nas condições adotadas, sendo as mais acentuadas em
milho estocado a 25% de umidade a 25 ºC. Os modelos desenvolvidos podem
ser ferramentas úteis na simulação, visando a prevenção do crescimento de
Fusarium spp., Penicillium spp., bolores/ leveduras totais no milho.
0168
Efeito do intervalo de tempo entre a etapa de colheita e pré-secagem na
contaminação natural de fumonisina em milho da Região Norte do Paraná.
da Silva1, M.; Bernd2*, L.P.; Moreno1, E.C.; Garcia,3 G.T.; Fração2,
F.; Hirooka2, E.Y.; Ono1, E.Y.S.; 1Depto de Bioquímica e Biotecnologia,
Universidade Estadual de Londrina; 2Depto Ciência e Tecnologia de Alimentos,
Universidade Estadual de Londrina; 3Integrada Cooperativa Agroindustrial;
*E-mail: [email protected]. Effect of harvesting - pre-drying interval
on natural fumonisin contamination in corn, Northern Paraná State.
O milho é um cereal importante no Brasil por ser componente principal
de rações animais e constituir a base de diversos alimentos destinados ao
consumo humano. Devido à sua qualidade nutricional torna-se excelente
substrato para contaminação por fungos toxigênicos. Com objetivo de
avaliar o efeito do intervalo de tempo entre a colheita e a pré-secagem na
contaminação por fungos e fumonisinas em milho, 490 amostras foram
coletadas em três pontos da cadeia produtiva: campo, recepção de cooperativa
e pré-secagem de duas safras (2003 e 2004) da Região Norte do Paraná.
As duas safras apresentaram perfis similares quanto à freqüência fúngica,
prevalecendo o gênero Fusarium spp. (100%), seguido por Penicillium
spp., que foi detectado em 98, 95 e 97% das amostras de campo, recepção e
etapa de pré-secagem (safra 2003), respectivamente. As fumonisinas foram
detectadas em todas as amostras de ambas as safras, com níveis médios de
2,48 ± 2,89 µg/g em amostras de campo, 2,70 ± 2,65 µg/g em amostras de
recepção e 3,61 ± 4,06 µg/g em amostras de pré-secagem na safra de 2003.
As amostras de 2004 apresentaram menores níveis de contaminação, com
teores médios de 1,02 ± 0,77 µg/g, 1,11 ± 0,99 µg/g e 1,57 ± 2,03 µg/g
em amostras de campo, recepção e pré-secagem, respectivamente. Os níveis
médios de fumonisinas aumentaram gradualmente de ≤5,00 µg/g para 18,78
µg/g quando o intervalo de tempo entre a colheita e a pré-secagem aumentou
de 3,2 para 8,09 horas (safra 2003), apresentando correlação positiva
(p<0,05) e sugerindo que o retardo da secagem contribui para o aumento
da contaminação por fumonisinas em milho. O mesmo comportamento foi
observado na safra de 2004. Portanto, uma conduta adequada pós-colheita é
essencial para assegurar a qualidade de milho.
0169
Avaliação da incidência de Fusarium subglutinans em abacaxizeiro
em plantios comerciais no Estado da Paraíba. Oliveira, M.D.M¹.;
Nascimento, L.C².; Leite, R.P².; F.M Souto, F.M²; Araújo, E. R².
¹Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Agronomia – UFPB; ²
Departamento de Fitotecnia, Laboratório de Fitopatologia, Universidade
Federal da Paraíba. E-mail: [email protected]. Evaluation
of incidence of Fusarium subglutinans f. sp. ananas on pineapple plants in
commercial planting on Paraiba´s state, Brazil
O abacaxizeiro (Ananas comosus) é uma cultura suscetível a um grande
número de patógenos, sendo Fusarium subglutinans f. sp. ananas, agente
causal da fusariose, um dos mais destrutivos, uma vez que, em condições
S 143
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
favoráveis, o patógeno pode causar perdas elevadas na produção de
frutos. O presente trabalho teve como objetivo o monitoramento de áreas
de plantio comerciais de abacaxi em sistema de Produção Integrada de
Frutas (PIF), no município de Santa Rita, Paraíba, no período de agosto
de 2006 à abril de 2007. A amostragem foi realizada pela determinação
de linhas em zig-zag, avaliando-se 50 plantas seguidas na linha em cada
ponto, num total de 450 plantas por cada hectare. O monitoramento da
incidência da doença foi iniciado 90 dias após o plantio, em intervalos
mensais, até o tratamento de indução floral, realizado 270 dias após o
plantio. Durante o período de avaliação, avaliou-se incidência de fusariose
inferior a 1% durante o ciclo vegetativo, não se recomendando a proteção
da inflorescência em desenvolvimento mediante pulverização com
fungicidas químicos. As plantas que apresentaram sintomas típicos da
doença foram eliminadas do local de plantio.
0170
Influência de extratos vegetais no crescimento micelial de
Fusarium subglutinans f. sp. ananas in vitro.Oliveira, M.D.M¹.;
Nascimento, L.C².; Leite, R.P²; Souto, F.M.². ¹Mestranda do
Programa de Pós-Graduação em Agronomia – UFPB; ²Departamento
de Fitotecnia, Laboratório de Fitopatologia, Universidade Federal
da Paraíba. E-mail: [email protected]. Influence of naturals
extracts on mycelial growth of Fusarium subglutinans f. sp. ananas in vitro.
A fusariose do abacaxizeiro, causada pelo fungo Fusarium subglutinans,
destaca-se pela freqüência com que ocorre nos plantios comerciais e pelos
severos danos causados nas principais áreas produtoras do Brasil. O objetivo
do trabalho foi avaliar a influência de extratos vegetais no crescimento
micelial de F. subglutinans in vitro. Os extratos de cebola (Allium cepa)
e nim (Azadirachta indica), foram testados nas concentrações, 0, 20, 30
e 40% transferindo-se 25µL de cada tratamento para um orifício feito no
centro de placas de Petri com BDA. Discos de micélio do fungo foram
adicionados sobre esse orifício. As avaliações foram realizadas durante
um período de sete dias, através de medição do diâmetro das colônias
em dois sentidos opostos, com o auxílio de uma régua milímetrada. Foi
utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com cinco repetições,
sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os
resultados mais satisfatórios no controle micelial do fungo foram observados
nos tratamentos utilizando os extratos a partir da concentração de 30%, não
mostrando diferenças significativas entre as médias destes tratamentos. Os
resultados obtidos indicam o grande potencial destes extratos no controle
micelial de F.subglutinans in vitro.
0171
Fungos associados ao aguapé (Eichhornia crassipes) no Brasil. Inokuti1,
E.M.; Soares1, D.J.; Barreto1, R.W.; 1Departamento de Fitopatologia –
UFV, Universidade Federal de Viçosa. E-mail: [email protected].
Fungi associated to waterhyacinth (Eichhornia crassipes) in Brazil.
Eichhornia crassipes (Pontederiaceae) é considerada, mundialmente, a
pior planta aquática invasora. Atualmente, essa planta ocorre em quase
todas as regiões do mundo. A sua multiplicação é explosiva e os prejuízos
econômicos são incalculáveis. Em virtude de sua importância muitos
programas de controle têm sido desenvolvidos no mundo todo. Dentre
estes o controle biológico é considerado o único método ecologicamente
sustentável. Tanto insetos quanto fungos têm sido investigados e utilizados.
No Brasil, levantamentos pioneiros dos fungos associados a esta planta
foram realizados nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Amazonas,
no entanto poucos foram os fungos encontrados. Entre junho de 2004 a
maio de 2006 um levantamento sistemático dos fungos associados a está
planta foi conduzido nos estados do Sul e Sudeste do Brasil, além de Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rondônia a fim de encontrar potenciais
agentes de biocontrole. Amostras apresentando diferentes sintomatologias foram
conduzidas no laboratório e examinadas sob o microscópio. Foram identificados
preliminarmente os seguintes fungos: Acremonium zonatum, Cercospora sp.,
Dydimella sp., Leptosphaeria sp., Memnoniella subsimplex, Mycosphaerella
sp., Myrothecium verrucaria, Pleospora sp., Ramularia sp. e Uredo echhorniae.
Com base nos sintomas observados no campo, Leptosphaeria sp. e Uredo
eichhorniae parecem ter grande potencial como agentes de controle biológico.
S 144
0172
Patogenicidade de Curvularia sp. a três cultivares de Heliconia
psittacorum. Sardinha1*, D.H.S.; Rodrigues1, A.A.C.; Catarino1*,
A.M.; Silva1*, L.L.S.; Nascimento1, I.O.; Sousa1*, F.A. 1Núcleo de
Biotecnologia Agronômica – Universidade Estadual do Maranhão. *PIBIC.
E-mail: [email protected]. Pathogenicity of Curvularia sp. in
three Heliconia psittacorum cultivars.
O cultivo de Flores Tropicais destaca-se por ser uma atividade rentável,
fixadora de mão-de-obra no campo e indicada para pequenos e grandes
produtores. No Estado do Maranhão esta atividade é relativamente recente
e extremamente carente de estudos que possam viabilizar uma produção
de alta qualidade, exigida pelo mercado. Este trabalho tem como objetivo
comprovar a patogenicidade de Curvularia sp. detectada em áreas produtoras
em São Luis, como agente causal de manchas foliares em três cultivares
Heliconia psittacorum. O trabalho foi conduzido em casa de vegetação com
as cv. Golden Torch, Golden Torch Adrian e Red Opal, o fungo utilizado
para o experimento foi cultivado em meio BDA por cinco dias. A inoculação
foi feita com e sem ferimento, com a deposição de discos de BDA contendo
o fungo sobre a folha previamente limpa com água destilada. Após a
inoculação cada folha foi mantida em câmara úmida por 24h. Decorridos 7
dias da inoculação avaliou-se as folhas com sintomas e o tamanho da lesão.
O delineamento experimental utilizado foi o fatorial 3x2 com 10 repetições.
De acordo com os resultados obtidos 100% das folhas com ferimentos nas
3 cultivares apresentaram os sintomas da doença, já folhas sem ferimentos
não apresentaram sintoma em nenhuma das cultivares, o que indica que o
patógeno penetra por ferimentos na folha ou aberturas naturais.
0173
Levantamento de fitonematóides em áreas de algodão com diferentes históricos
culturais. Alves1, G. C. S; Nery-Silva1, F. A. Universidade Estadual de Goiás,
Unidade Universitária de Ipameri. email: [email protected]. Survey of
parasit of plant nematodo in áreas of cotton with differents descriptions culturals.
Goiás ocupa lugar de destaque na produção nacional e o Sudeste Goiano
se destaca, pois além da produtividade elevada consegue produzir pluma
de alta qualidade tornando-se referência no setor. Todavia, ocorrem
perdas significativas devido à presença de patógenos, e nesse contexto,
os fitonematóides podem causar danos diretos e indiretos ao algodoeiro.
O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de fazer um
levantamento de nematóides em dez diferentes áreas cotonicultoras da
região sudeste de Goiás, nos municípios de Ipameri, Cristalina, Catalão e
Campo Alegre, sendo 9 cultivadas com a variedade DeltaOpal e uma com a
ITA 90. As avaliações foram realizadas no período de abril a junho de 2006.
Observou-se a presença de Meloidogyne incognita em áreas de Catalão
e Ipameri; de Pratylenchus brachyurus em áreas de Ipameri e Cristalina,
e de Rotylenchulus reniforme em Campo Alegre, Ipameri e Catalão.
Apenas em duas áreas dos municípios de Catalão e Ipameri observou-se
a infestação cruzada de M. incognita e R. reniforme. Das áreas amostradas
apenas em três não foi observada a presença de fitonematóides, sendo uma
delas em Cristalina cultivada com a variedade ITA 90, e duas em Ipameri
com a variedade DeltaOpal. O plaqueamento dos solos amostrados para
a contagem de fungos nematófagos, permitiu a observação dos gêneros
Monascroporium sp. e Artrobotrys sp. em quatro das áreas amostradas.
0174
Alterações na atividade da fenilalanina amônia-liase, peroxidase e
da poligalacturonase em frutos de mamão inoculados com agentes
causadores da podridão peduncular. Nery-Silva, F.A.1; Machado,
J.C.2; Resende, M.L.V.2 1Universidade Estadual de Goiás, UnU Ipameri.
email: [email protected]. 2Departamento de Fitopatologia – UFLA.
Changes of phenylalanine ammonia-lyase, peroxidase and polygalacturonase
activities in papaya fruits inoculated with fungi associated to stem-end-rot.
O processo de infecção de frutos agentes por agentes fúngicos pode levar
a uma série de modificações texturais resultantes do processo patogênico e
a alteração na atividade de várias enzimas é observada como resposta aos
mecanismos de defesa do tecido injuriado. Avaliou-se o padrão de atividade
das enzimas peroxidase (POD), poligalacturonase (PG) e fenilalanina
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
amônia-liase (FAL), em frutos de mamão inoculados com fungos
causadores da podridão peduncular (Colletotrichum gloeosporioides,
Ascochyta caricae, Fusarium solani e Botryodiplodia theobromae). Frutos
foram inoculados na região peduncular e em seguida armazenados à 24ºC,
e as amostragens de tecido da região inoculada foram realizadas com 0,
2, 4 e 6 dias. Como testemunha utilizaram-se tecidos de frutos sadios e
de frutos sadios submetidos ao mesmo ferimento necessário ao processo
de inoculação. Para a POD, a atividade enzimática do tecido inoculado
apresentou pico aos 4 dias, tendendo a diminuição para todos os fungos,
sendo F. solani o que apresentou maior alteração na atividade dessa enzima.
Para a PG, observou-se atividade diferenciada em tecidos a partir do segundo
dia de inoculação apenas para C. gloeosporioides. E finalmente para a FAL,
tecidos inoculados com o fungo A. caricae mostraram alta atividade a partir
do sexto dia de inoculação.
0175
Condições favoráveis à germinação de uredósporos em arnica
brasileira (Solidago chilensis). Costa, Z.S.1; Cunha Junior, J.O.1;
Carvalho, E.M. 1; Pereira, R.C. 1; Brioso, P.S.T.1 1Departamento de
Entomologia e Fitopatologia/UFRRJ, CP 74582, 23851-970, Seropédica,
RJ. e-mail: [email protected]. Favorable conditions to germination
of uredospores of the Solidago chilensis.
A temperatura e o fotoperíodo influenciam na germinação de uredósporos,
e consequentemente na ocorrência de doenças. O objetivo deste trabalho
foi avaliar os efeitos de diferentes temperaturas associadas à luz e ao escuro
na germinação de uredósporos do fungo causador da ferrugem em arnica
brasileira (Solidago chilensis). Os uredósporos foram obtidos, raspando-se
as pústulas de diferentes folhas escolhidas ao acaso. Em seguida, foram
homogeneizados em 2 mL de água estéril e acondicionados em diferentes
câmaras de incubação tipo BOD, com as temperaturas ajustadas para
15ºC, 20ºC, 25ºC e 30°C nas condições de luz e escuro. Para determinar
a porcentagem de germinação, realizou-se a leitura de 20 uredósporos em
cada repetição, nos períodos de 2, 4, 6 e 8 h após o preparo das amostras.
Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F (P ≤ 5%) e
as médias foram analisadas pelo teste de Tukey para os dados qualitativos
e análise de regressão para os dados quantitativos. De maneira geral, houve
maior porcentagem de germinação dos uredósporos quando incubados no
escuro, exceto na temperatura de 15ºC, havendo um ganho de até 30% aos
20ºC em relação à incubação na presença de luz. Na ausência de luz, entre
as temperaturas testadas, a maior germinação ocorreu entre 20º e 30ºC.
Enquanto que na presença de luz, observou-se um decréscimo de 13% na
germinação a partir de 25ºC.
0176
Quantificação dos danos causados por Ferrugem polissora na cultura
do milho safrinha em Lucas do Rio Verde – MT. Meneghetti, R.C.1,
Hoffmann, L.L.2, Reis, E.M.3, Nervo, M.A., Gardin, A. 1UFSM, 2Syngenta,
3
UPF. E-mail: laé[email protected]. Damage quantification
caused by Puccinia polysora of corn in Lucas do Rio Verde – MT.
A ferrugem polissora é considerada a mais destrutiva ferrugem que ataca o
milho. Danos na produção de mais de 50% já foram relatados em híbridos
suscetíveis. Com o objetivo de determinar o limiar de dano causado pela
ferrugem polisora (Puccinia polysora) em milho em condição de safrinha
conduziu-se um experimento foi conduzido em Lucas do Rio Verde MT, na safrinha 2006, utilizando o híbrido Speed, suscetível a ferrugem
polissora utilizando-se diferentes doses, épocas e número de aplicações do
fungicida Azoxistrobin + ciproconazole (200+80g/L) como ferramenta para
gerar o gradiente da doença e de dano. Este trabalho foi composto por um
total de 12 tratamentos e 4 repetições, cada unidade experimental teve uma
área de 7,2 m2. Foram realizadas três aplicações, a primeira 35 dias após
a emergência (35DAE), a segunda aplicação foi realizada no estádio de
pré-pendoamento (44DAE) e a terceira foi realizada 20 dias após a segunda
aplicação. Realizou-se um total de cinco avaliações de intensidade de doença
nas folhas -2, -1, e, +1, +2 em 5 plantas marcadas por parcela,, cálculo de
índice de área foliar e o rendimento de grãos. Os resultados de severidade
obtidos foram submetidos a análise de regressão que gerou a função R =
7152,6 - 281,79*S com R2= 0,7563 e p= 0,000237 (R=rendimento kg.ha-1
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
e S=severidade %). Este coeficiente de dano foi obtido quando a cultura se
encontrava aos 90 DAE.
0177
Tratamento de sementes de soja com fungicidas e Acibenzolar-S-methyl
(ASM). Navarini, L.1, Balardin, R.S.1, Moreira, M.T.1; Debona, D.1;
Meneghetti, R.C.1; 1UFSM/CCR/DFS. E-mail: [email protected].
Seed treatment with fungicides and Acibenzolar-S-methyl (ASM).
O efeito residual do tratamento de sementes com fungicidas em associação
com ASM no controle de ferrugem da soja foi avaliado com sementes
da cultivar Msoy 8000 semeadas em bandejas plásticas. Os tratamentos
foram: Flutriafol, Difenoconazole, Difenoconazole+Cyproconazole,
Azoxistrobin, Picoxistrobin e Pyraclostrobin combinados a duas doses de
ASM (0,2 e 0,4 g.100 kg de sementes-1) e um tratamento controle sem
aplicação no delineamento inteiramente casualizado. As inoculações de
esporos de P. pachyrhizi foram realizadas em intervalos de 7 DAE. Foi
avaliada a altura de plantas, fitotoxidade (%) e a severidade de ferrugem
aos 21 DAE (3 inoculações). O tratamento com Azoxistrobin + ASM na
menor dose não apresentou efeito fitotóxico. A menor altura de plantas e
a maior fitotoxidade foi verificada nos tratamentos com Difenoconazole +
Cyproconazole misturados a ambas as doses de ASM. Os tratamentos com
Flutriafol, Difenoconazole + Cyproconazole e Picoxistrobin combinados
com ambas as doses de ASM reduziram significativamente a severidade de
ferrugem em comparação aos demais tratamentos.
0178
Avaliação do fungicida fluquinconazole, aplicado via tratamento
de sementes, na incidência e severidade inicial da ferrugem
asiática da soja. Zaccaron, M.L.; Fengler, G.W.; Martelli, T.;
Oliveira, J.L. de, Reginato, P.; Gavassoni, W.L.; Bacchi, L.M.A.;
Gonçalves, M.C. Faculdade de Ciências Agrárias, UFGD, DouradosMS, E-mail: [email protected]. Evaluation of soybean
seed treatment with fluquinconazole on early incidence and severity
of asian soybean rust.
Phakopsora pachyrhizi é o maior problema fitossanitário da cultura da soja.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar o fungicida fluquinconazole
(Atento®) aplicado via tratamento de sementes na incidência inicial da
ferrugem asiática da soja. O experimento foi instalado em 12/2006, soja
cv. BRS 245 RR, em blocos casualizados com 3 tratamentos (250 e 300
g p.c./100Kg de sementes; testemunha sem tratamento) e 6 repetições.
Todas as sementes independente do tratamento foram tratadas com
fungicida Carbendazim + Tiram (Derosal Plus® – dose 200 ml/100 Kg
de sementes) e inseticida imidacloprido (Gaucho® – dose 200 ml/100 Kg
sementes. A ferrugem foi identificada em todas as parcelas em 30/01/2007,
quando a cultura encontrava-se no estádio V7. A dose mais elevada de
fluquinconazole resultou em menor incidência da doença comparada a
testemunha não tratada. A incidência inicial da doença foi de 3,3%, 2,2%
e 0,6%, nos tratamentos testemunha, 250g e 300g, respectivamente. O
tratamento com fluquinconazole, independente da dose, resultou em menor
número de lesões e de urédias comparado à testemunha não tratada, na fase
inicial de detecção da doença nas parcelas.
0179
Efetividade de genes Pm de trigo a oídio, em 2006. Costamilan1, L.M.;
Felício2, J.C.; Dalla Nora3, T., Scheeren1, P.L.; Feksa4, H.R.; Maciel1, J.L.N.
1
Embrapa Trigo; 2IAC; 3Coodetec; 4Fapa. E-mail [email protected].
Effectiveness of wheat Pm genes to powdery mildew, in 2006.
A variabilidade de Blumeria graminis f. sp. tritici, causador de oídio de
trigo, conduz ao desenvolvimento de patótipos capazes de atacar cultivares
resistentes. Para acompanhar a freqüência de virulência em genes de
resistência do hospedeiro, foram analisados 16 isolados, de Minas Gerais,
Paraná e São Paulo, em 2006, com cultivares da série diferencial, para os
genes Pm1, 2, 3a, 3b, 3c, 3d, 4a, 4a+, 4b, 5, 6, 7, 8, 17, e as combinações
2+6, 1+2+9 e 2+4b+8. Vinte e sete patótipos foram identificados. Em seis
destes, estão contidas mais de 50% da variação patogênica da população.
S 145
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
A fórmula de virulência mais freqüente (21%) foi 2, 3a, 4a, 4a+, 4b, 17,
1+2+9 (genes efetivos, ou seja, sem compatibilidade) / 1, 3b, 3c, 3d, 5,
6, 7, 8, 2+6, 2+4b+8 (genes inefetivos, ou seja, com compatibilidade). As
demais fórmulas mais freqüentes foram 2, 3a, 3d, 4a, 4a+, 4b, 7, 17, 1+2+9
(efetivos) / 1, 3b, 3c, 5, 6, 8, 2+6, 2+4b+8 (inefetivos); 2, 4a, 4b, 4a+, 17
(efetivos) / 1, 3a, 3b, 3c, 3d, 5, 6, 7, 8, 2+6, 1+2+9, 2+4b+8 (inefetivos) e 4a,
4b, 4a+, 7, 17 (efetivos) / 1, 2, 3a, 3b, 3c, 3d, 5, 6, 8, 2+6, 1+2+9, 2+4b+8
(inefetivos), cada uma em 8% das amostras. Pm3b, 3c, 5, 6, 2+6 e 2+4b+8
foram totalmente inefetivos, e Pm4a e 4a+ foram totalmente efetivos a todos
os isolados. Os genes Pm8 e 1 apresentaram alta ineficiência (compatível
em 92% e 83% das amostras, respectivamente), e Pm4b e 17, alta eficiência
(compatível em 4% e em 13%, respectivamente). A compatibilidade, para os
demais genes, variou entre 44% e 67%.
0180
Diaporthe phaseolorum var. caulivora, primeira ocorrência
deste fungo associado ao cancro da haste da soja, no Brasil.
Costamilan1, L.M.; Almeida2, A.M.R.; Yorinori3, J.T.; Seixas2,
C.D.S.; Binneck2, E. 1Embrapa Trigo; 2Embrapa Soja; 3Aposentado
Embrapa Soja. E-mail: [email protected]. D. phaseolorum var.
caulivora, first occurrence of this fungus associated with soybean stem
canker in Brazil.
Plantas de soja, cv. BRS 154, morreram antecipadamente em março
de 2006, em Passo Fundo e Coxilha, RS, com folhas secas presas às
plantas e regiões escurecidas na porção inferior das hastes (cancros).
Foram obtidos 25 isolados com micélio branco-acinzentado típico do
gênero Diaporthe. Três destes (CH 07/06, CH 10/06 e CH 40/06) foram
selecionados para estudos comparativos da região do rDNA, sendo
constatada alta similaridade (100%) com a seqüência depositada para este
fungo (GenBank AF0000567), correspondente à espécie D. phaseolorum
var. caulivora strain 713. CH 07/06 e CH 10/06 apresentaram padrões
de agressividade diferentes de CH 08/89 (isolado padrão da var.
meridionalis), não causando morte de plantas em cultivar suscetível à
D. phaseolorum var. meridionalis. O patógeno foi reisolado de plantas
da cv. BRS 154, causando escurecimento interno na haste no estádio R5,
mas não morte. Em condições in vitro, isolados CH 10/06 e CH 40/06
mostraram compatibilidade vegetativa entre si e incompatibilidade com
CH 08/89. Em medições de estruturas reprodutivas do isolado CH 40/06,
as ascas mediram 32-40 x 5-6 μm e os ascosporos, 8-10 x 2-2,5 μm.
As características observadas levaram à identificação de D. phaseolorum
var. caulivora como agente associado ao cancro da haste da soja na safra
2005/06, sendo essa a primeira detecção em campo, no Brasil.
0181
Resistência de genótipos de trigo à brusone e caracterização fenotípica
de Pyricularia grisea. Maciel1, J.L.N.; Cruz2, M.F.A.; Prestes2, A.M.;
Scheeren1, P.L.; Só e Silva1, M. 1Embrapa Trigo; 2Programa de Pós-graduação
em Agronomia, UPF; E-mail: [email protected]. Resistance of wheat
genotypes to blast and phenotypic characterization of Pyricularia grisea.
São muitos os aspectos relacionados à resistência à brusone do trigo e à
variabilidade de Pyricularia grisea, agente causal da doença, que ainda são
desconhecidos. Uma fonte de resistência à esta doença tem sido atribuída
à espécie Aegilops squarrosa, entretanto esta possibilidade também precisa
ser melhor investigada. Além disso, não são muitas as informações sobre
a potencialidade dos genótipos de trigo desenvolvidos pelo programa de
melhoramento da Embrapa Trigo virem a servir como fontes de resistência
à brusone, ou mesmo, como genótipos diferenciadores de patotipos de P.
grisea. Assim, está sendo desenvolvido na Embrapa Trigo um trabalho que
objetiva verificar a reação à brusone de um conjunto de 20 genótipos de trigo
denominados de sintéticos, oriundos do cruzamento entre A.squarrosa e
Triticum durum, e de 50 genótipos de trigo comum. Quando inoculados no
estádio vegetativo (3-4 folhas) com suspensões de esporos do patógeno (2 x 105
esporos/mL), a maioria dos genótipos foi suscetível aos 12 isolados utilizados
no experimento. Entretanto, destaca-se a reação da cultivar BRS 229, que
foi resistente a 4 isolados do patógeno. Estes resultados são indicativos da
existência de componentes de resistência diferenciados na relação P.grisea
– trigo, os quais precisam ser melhor estudados e compreendidos.
S 146
0182
Efeito de leite e de solução de enxofre sobre a infecção de Pyricularia
grisea em plantas jovens de trigo. Maciel1, J.L.N.; Cruz2, M.F.A.;
Cavagni3, D.; Prestes2, A.M; Scheeren1, P.L. 1Embrapa Trigo; 2Programa
de Pós-graduação em Agronomia, UPF; 3Instituto de Ciências Biológicas,
UPF. E-mail: [email protected]. Milk and sulfur solutions effects
on Pyricularia grisea infection in wheat seedlings.
Plantas jovens de trigo (3-4 folhas), sob condições de casa-de-vegetação,
ao serem submetidas à inoculação com Pyricularia grisea, agente
causal da brusone, têm sido afetadas pelo oídio, causado por Blumeria
graminis f.sp. tritici. A aspersão de leite diluído ou soluções de enxofre
nestas plantas tem sido indicada como alternativa de controle do oídio.
Entretanto, não se sabe se a aplicação desses produtos interfere na infecção
de P. grisea. O objetivo do presente trabalho foi o de verificar o efeito de
leite integral diluído (10 %) e de uma solução de enxofre (0,38 g/L de
água) sobre o desenvolvimento de P. grisea em plantas jovens de trigo.
Sob delineamento inteiramente casualizado, plantas de seis genótipos de
trigo, além de serem inoculadas com uma suspensão de um isolado de
P. grisea (2 x 105 esporos/mL) foram submetidas a 5 tratamentos, sendo
um deles baseado no uso de leite, três no uso de enxofre em diferentes
idades de plantas e a testemunha. O tratamento à base de leite reduziu a
severidade da brusone nas cultivares BRS Buriti, BRS Camboatá, BRS
Louro e OR1, e os tratamentos à base de enxofre em todos os genótipos.
O leite também não impediu que a severidade da brusone fosse alta. A
expectativa de que o enxofre combinasse eficiência para controlar o oídio
com ausência de interferência sobre o desenvolvimento de P. grisea não
foi confirmada.
0183
Caracterização de acessos de feijoeiro-comum quanto à resistência
à ferrugem asiática da soja. Souza1*, T.L.P.O.; Dessaune1, S.N.;
Moreira1,2, M.A.; Barros1,3, E.G. 1BIOAGRO, 2DBB, 3DBG, Universidade
Federal de Viçosa. *E-mail: [email protected]. Characterization of
common bean accesses in relation to soybean rust resistance.
Desde a sua recente constatação no Brasil, o fungo Phakopsora pachyrhizi,
agente etiológico da ferrugem asiática da soja (FAS), tem ocasionado
severos danos à sojicultura nacional. A alta variabilidade e agressividade
deste patógeno, aliadas à ampla gama de espécies hospedeiras que possui,
além de sua grande eficiência de disseminação e infecção, dificultam a
identificação de fontes com resistência efetiva. A FAS também representa um
perigo emergente para outra espécie hospedeira de reconhecida importância
social e econômica para o país, o feijoeiro-comum. O objetivo deste
trabalho foi identificar fontes de resistência à FAS no feijoeiro-comum, pela
caracterização de 45 acessos do banco ativo de germoplasma do feijoeiro
da UFV, por meio de inoculações artificiais com o fungo. Entre tais acessos
encontram-se fontes de resistência a doenças do feijoeiro, como ferrugem,
antracnose e mancha-angular, cultivares comerciais dos grupos carioca,
preto e vermelho, e linhagens elite. Foram avaliadas cerca de dez plantas
de cada acesso. As inoculações foram realizadas aproximadamente aos 15
dias após a semeadura, e a avaliação da doença, aos 15, 20 e 25 dias após as
inoculações. A concentração do inóculo foi de 3,0 x 105 uredosporos/mL.
Dos 45 acessos, três foram considerados resistentes, 13 moderadamente
resistentes, 13 moderadamente suscetíveis e 16 suscetíveis. Nenhum acesso
apresentou imunidade.
0184
Evaluation of aqueous Piper aducum L. extract in the control of
damping-off of abóbora seedlings (Cucurbita moschata). Santos,
P.C.M.1; Lobato, A.K.S. 1; Oliveira, F.C. 1; Alves, G.A.R. 1; Oliveira
Neto, C.F. 1; 1Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal Rural da
Amazônia. E-mail: [email protected]. Avaliação do extrato aquoso de Piper
aducum L. no controle de damping-off em plântulas de abóbora (Cucurbita moschata).
The objective of this experiment was to verify the efficiency of the aqueous
extract of P. aduncum in the R. solani control , evaluating the percentage
of seedlings normal, abnormal and/or damping-off of these for the action
of this fungus. The experiment was accomplished in green house of the
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Universidade Federal Rural da Amazônia. The extract of P. aduncum was
obtained starting from leaves in the proportion of 30% (p/v). The seeds
were treated through total immersion by 5. the inoculation was in the day
previous to the I sow, accomplished with 150 mL of suspension of the
fungus + EDW, in the concentration of 1x105 propagules/mL. The design
experiment was randomized entirely with 6 treatments (0, 10, 20, 30, 40 and
50% of extract of P. aduncum), containing 5 repetitions and each portion
constituted by 100 seeds. Being accomplished daily readings, of the 4th
to the 14th day. The analyzed variables were the percentage of seedlings
normal, abnormal and/or damping-off, being the submitted results the
variance analysis the averages of the treatments to the test of Tukey to
5%. The results present significant difference among the treatments, in
which it happened the damping-off or formation of abnormal seedling in
57, 52.6, 28.6, 44.4, 43.8 and 42.4% of the seedlings emerged of the seeds
treated under the concentrations of 0, 10, 20, 30, 40 and 50% of aqueous
extract, respectively.
0185
Atividade fungicida “in vitro” do óleo de Caryocar brasiliense sobre o
crescimento micelial de Rhizoctonia solani. Santos, P.C.M.1; Lobato,
A.K.S. 1; Oliveira, F.C. 1; Alves, G.A.R. 1; Oliveira Neto, C.F. 1; 1Instituto
de Ciências Agrárias, Universidade Federal Rural da Amazônia. E-mail:
[email protected]. Fungicide activity “in vitro” of Caryocar
brasiliense oil on the micelial growth of Rhizoctonia solani.
O estudo possui o objetivo de verificar a atividade fungicida “in vitro” do
óleo de Caryoca brasiliense sobre o crescimento micelial de Rhizoctonia
solani. O experimento foi realizado no Laboratório de Fitopatologia da
Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA-PA. Foi adicionado SDS
neutro no óleo e a solução SDS + óleo foi adicionada ao meio BDA até
atingir as concentrações utilizadas no experimento. O experimento foi
realizado sob delineamento inteiramente casualizado com 6 tratamentos
(0, 2, 4, 6, 8 e 10 % de óleo de G. ulmifolia) e 8 repetições, no qual foram
postos discos, um em cada placa, com 7 mm de diâmetro no centro das
placas de Petri, que foram incubadas a 25ºC e fotoperíodo de 12 hs,
sendo avaliado o diâmetro da colônia (mm) de R. solani no período de
1, 2, 3, 4 e 5 dias após a implantação. Os resultados foram submetidos a
análise de variância e as médias ao teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
Ocorreu diferença significativa entre os tratamentos, no qual observou-se
nos tratamentos sob as concentrações de 0, 2, 4, 6, 8 e 10 % de óleo de
C. brasiliense os diâmetros de 33.66, 0, 0, 0, 0 0 mm, revelando o não
crescimento em concentrações acima do controle, além de ser efetivo no
controle “in vitro” deste patógeno.
0186
Mancha aureolada causada por Thanatephorus cucumeris, nova
doença da mandioca no Brasil. Duarte, M.L.R1*.; Tremacoldi, C.R1.;
Albuquerque, A.S1.; Poltronieri, L.S1.; Tabaranã, M.G.F2. Embrapa
Amazônia Oriental1, Bolsista CNPq2 . E-mail: [email protected].
Target leaf spot caused by Thanatephorus cucumeris, new disease affecting
cassava in Brazil
O patógeno Thanatephorus cucumeris é comum na região tropical, onde causa a
mancha aureolada em seringueira, citros, mogno e mela em várias culturas. Em
agosto de 2006, plantas de mandioca, cultivar Tapuia, cultivadas para consumo,
na Base Física da Embrapa Amazônia Oriental, no município de Mojú, Estado
do Pará apresentavam lesões difusas nos lóbulos de folhas jovens e lesões
características de mancha aureolada em folhas maduras. Após o isolamento
e exame ao microscópio das estruturas do fungo associado às lesões, este foi
identificado como Thanatephorus cucumeris. Testes de patogenicidade por
meio da deposição de discos de cultura em folhas de mudas sadias de mandioca
foram positivos, observando-se a formação de lesões característica da doença,
três dias após a inoculação. Como a mandioca e a seringueira pertencem à
mesma família botânica, inoculações cruzadas em mudas de mandioca e de
seringueira com isolados do patógeno obtidos desses hospedeiros mostraram
que mudas de mandioca inoculadas com o isolado da seringueira exibiram
sintomas da doença sete dias após a inoculação enquanto que mudas de
seringueira inoculadas com o isolado da mandioca exibiram sintomas aos
três dias (folíolos) e sete dias (folhas maduras). Os resultados mostraram que
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
ambos isolados podem infectar tanto seringueira quanto mandioca. Este é o
primeiro relato de Thanatephorus cucumeris afetando mandioca, no Brasil.
0187
Efeito do óleo essencial de nim no controle de patógenos de sementes de
feijão. Zanin, D. G.¹, Gonçalves, R. A.¹, Albano, E. M. S.², Furlan, M.
R.³. 1- Acadêmicos de Agronomia - UNITAU, 2- Técnica do Laboratório de
Tecnologia de Sementes – UNITAU, 3- Professor de Estatística UNITAU.
Effect of neem´s essential oil in the control of the bean seeds pathogens.
O feijoeiro é hospedeiro de várias doenças, e a maioria é transmitida por
sementes. O uso contínuo de defensivos químicos tem provocado seleção de
fungos resistentes, além de poluir o ambiente. Portanto, busca de novas medidas
de proteção das plantas contra doenças vem se intensificando. O presente
trabalho, realizado nos meses de abril e maio no laboratório de Fitopatologia
do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade de Taubaté, teve
como objetivo avaliar uso do óleo essencial de nim no controle de fungos
fitopatogênicos. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, e os
tratamentos, com 4 repetições de 100 sementes cada, foram: concentrações
do óleo de 2,5%; 5%; 7,5%; 10%; 15% e 20% aplicados em sementes de
feijão cultivar Carioca, e que apresentavam incidências de 47% de Fusarium
sp e 21% Penicillium sp. O teste de sanidade das sementes foi efetuado em
10 placas de petri, com duas folhas de papel filtro umedecidas com água
destilada, com 10 sementes cada e avaliado após 7 dias; e os tratamentos com
o óleo foram feitos pelo método do papel filtro em caixa gerbox, umedecendo
os papéis com 10ml de solução do óleo em suas respectivas concentrações, e a
avaliação da presença de patógenos, com auxílio de lupa, ocorreu 7 dias após
aplicação. Os principais resultados foram: para Fusarium sp, concentrações
de 5,0; 7,5 e 10% não diferiram entre si pelo teste Tukey a 5%; e 2,5, 15 e
20% tiveram maior incidência do que 7,5%, enquanto que para Penicillium
sp, melhores doses foram 10 e 15%, respectivamente, com médias de 3,0 e 1,5
grãos infectados. Conclui-se, portanto, que doses intermediárias proporcionam
maior proteção de grãos de feijão contra os fungos. Outras pesquisas, visando
confirmação dos resultados, serão realizadas em casa de vegetação.
0188
Avaliação da ação do extrato aquoso da borra da própolis no controle
de sanidade de sementes de feijão. Albano, E. M. S.¹, Zaina, T. C.²,
Zanin, D. G.³, Gonçalves, R. A.³. 1- Técnica do Laboratório de Tecnologia
de Semente UNITAU, 2- Técnica do Centro de Estudos Apícolas UNITAU,
3- Acadêmicos de Agronomia UNITAU. Evaluation of propolis dregs
aqueous extract in the sanity of bean seeds.
O uso do extrato alcoólico da própolis tem sido ampliado em especial por suas
características antifúngica e antibactericida provenientes dos seus princípios
ativos. Estes se mantêm ainda na borra gerada neste processo de extração como
um resíduo. Visou-se desta maneira o uso do resíduo para a extração aquosa, a
qual retém parte dos princípios ativos da borra da própolis. Logo, julga-se que o
extrato aquoso possa atuar como agente protetor contra patógenos em sementes.
O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a ação do extrato aquoso da borra da
própolis em diferentes concentrações no controle de sanidade em sementes de
feijão. O ensaio foi conduzido no Laboratório de Sementes do Departamento
de Ciências Agrárias da Universidade de Taubaté. Realizou-se os seguintes
tratamentos: T1- 100% água destilada, T2- 25% de extrato, T3- 50% de extrato,
T4- 75% de extrato e T5- 100% de extrato, ambos com 10 repetições contendo
10 sementes cada, posteriormente acondicionadas em placas de Petri contendo
como substrato o papel de filtro umedecidos com 3 ml do extrato aquoso nas
respectivas concentrações, tendo o T1 como testemunha. As placas foram
mantidas em BOD a ± 27ºC com fotoperíodo de 12 h luz + 12 h escuro por 7
dias. Observou-se que com o aumento das concentrações de extrato ocorreu a
inibição de patógenos comuns ao processo de armazenamento.
0189
Gene expression profiling of Medicago truncatula in response to the
parasitic plant Orobanche crenata. Dita1, M.A.; Die2, J.V.; Román2, B.;
Krajinski3, F.; Küster4, H.; Moreno2, M.T.; Cubero2, J.I.; Rubiales6, D.
1
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 44380-000, Cruz das AlmasBA, Brazil. 2CIFA Alameda del Obispo s/n, 14080 Cordoba, Spain. 3Institute
S 147
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
for Plant Genetics, Hannover University, Germany. 4Institute for Genome
Research, University of Bielefeld, Germany. 5Department of Genetic, University
of Cordoba, Córdoba Spain. 6Institute for Sustainable Agriculture, 14080
Córdoba, Spain. E-mail: [email protected]. Perfil de expressão gênica
de Medicago truncatula em resposta à planta parasita Orobanche crenata.
We have applied a microarray approach in order to get the first insight into
gene expression profiles of M. truncatula roots in response to infection
with the parasite O. crenata. M. truncatula accessions SA27774 (complete
resistance) and SA4087 (incomplete resistance) were inoculated with O.
crenata seeds. Roots were harvested at 15, 21 and 35 days post inoculation.
Array hybridizations revealed several hundred genes up-regulated in
response to O. crenata infection. Comparative analysis revealed qualitative
and quantitative differences in the gene expression profile between the
genotypes in the sampled time-points. In both genotypes up-regulated genes
involved in signal transduction, ethylene pathway, abiotic stress, and disease
resistance were detected. However, highest numbers of up-regulated genes
were found in SA4087. Data analyses also revealed that genes involved in
both salicylic and jasmonic acids pathways were simultaneously induced
in both genotypes.
0190
Incidência e severidade de doenças em espécies silvestres de mandioca
(Manihot esculenta Crantz.). Dita, M.A.; Alves, A.A. Embrapa Mandioca
e Fruticultura Tropical, Cruz das Almas, Caixa Postal 007, 43380-000,
Bahia. E-mail: [email protected]. Incidence and severity of
diseases on wild species of cassava (Manihot esculenta Crantz.).
O controle de pragas e doenças na cultura da mandioca no Brasil é
realizado mediante o uso de cultivares resistentes. É reconhecido que
as espécies silvestres de Manihot possuem reservatório de genes úteis
para ser transferidos para a espécie comercial. Todavia, o número de
características de interesse identificadas, como a resistência a doenças,
é reduzido diante da grande diversidade existente. Neste estudo, 300
acessos das espécies M. anomala, M. dichotoma, M. flabellifolia,
M. peruviana e M. glaziovii foram avaliados quanto à incidência e
severidade de doenças nas localidades de São Miguel das Matas (SMM),
Tancredo Neves (TN) e Cruz das Almas (CA), no estado da Bahia, e em
Petrolina (PT), Pernambuco. Nas localidades da Bahia foi constatada
a incidência de antracnose (Colletotrichum gloesporioides f. sp.
manihotis), ferrugem (Uromyces spp.), mancha parda (Cercosporidium
henningsii), mancha branca (Phaeoramularia manihotis) e queima das
folhas (Cercospora vicosae). Todavia, em PT a incidência de doenças
se limitou à presença de lesões esporádicas de C. henningsii. A mancha
parda foi a doença que teve maior incidência e severidade, sendo
os maiores valores de intensidade registrados em SMM, TN e CA,
respectivamente. Independentemente do local, acessos de M. glaziovii
(‘Maniçoba’) destacaram como as mais suscetíveis à mancha parda e os
M. flabellifolia como mais resistentes.
0191
Levantamento das amostras de mosaico ( PRSV-p) e meleira (PMeV)
do mamoeiro recebidas pelo Laboratório de Fitopatologia do IncaperCRDR/Nordeste em Linhares durante os anos de 2005 e 2006. Martins,
M. V. V.1, Santana, E. N.1 , Costa, H.2, & Ventura, J. A.3. 1Incaper Rod.
Br 101, Km 151, Cep: 29900-970, Linhares-ES. 2Incaper /CRDR/Centro
Serrano. 3Incaper /Vitória. (E-mail: [email protected]) Survey of
Papaya ringspot virus e and Papaya meleira virus samples by Phytopathology
Laboratory of Incaper-CRDR/Nordeste in Linhares during 2005 and 2006.
Em levantamento realizado no laboratório de Fitopatologia do Incaper/
CRDR-Linhares/ES, quantificou-se o número de amostras de mamoeiro
com sintomas de viroses encaminhadas pelo Instituto de Defesa
Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF) no biênio 2005/2006.
Foram realizados 348 diagnósticos, confirmando-se que 215 estavam
infectadas pelo mosaico do mamoeiro (PRSV-p) e 133 com o vírus da
meleira do mamoeiro (PMeV). A análise da distribuição da doença nos
municípios produtores de mamão do Estado do Espírito Santo mostrou
que Linhares, Pinheiros e Sooretama foram aqueles com maior ocorrência
S 148
de ambas as viroses diagnosticadas. Para o mosaico, Linhares e Pinheiros
foram os municípios com o maior número de amostras positivas desta
virose, com 124 ocorrências, confirmando resultados anteriores realizados
pelo MAPA/SFA-ES. Nas amostras dos municípios de Sooretama e
Linhares ocorreram 89 diagnósticos de meleira. Conclui-se que a meleira e
o mosaico do mamoeiro ocorreram com ampla distribuição nos municípios
produtores de mamão no Norte do Espírito Santo, evidenciando a
importância e a necessidade da adoção das medidas legislativas (Instrução
Normativa No. 4, de 1o de março de 2002 (MAPA)) impostas para o
controle dessas viroses.
0192
Levantamento fitopatológico em amostras recebidas pelo laboratório
de fitopatologia do Incaper-CRDR/Nordeste em Linhares, durante os
anos de 2005 e 2006. Martins, M. V. V.1, Santana, E. N.1, Fanton, C.
J.1, Lima, I. M1., Costa, H2. & Ventura, J. A.3. 1Incaper Rod. Br 101,
Km 151, Cep: 29900-970, Linhares-ES. 2Incaper/CRDR/Centro Serrano.
3
Incaper/Vitória. (E-mail: [email protected]) Survey of plant
diseases on samples received by Phytopathology Laboratory of IncaperCRDR/Nordeste in Linhares during 2005 and 2006.
Nos anos de 2005 e 2006 foi realizado o diagnóstico fitopatológico em
493 amostras coletadas na região Norte e Noroeste do Espírito Santo e
encaminhadas para o Laboratório de Fitopatologia do Incaper /CRDRNordeste, em Linhares-ES. Das amostras enviadas, destacaram-se as
culturas do mamoeiro (72%), cafeeiro (7,5%), citrus (7,3%) e maracujazeiro
(5,7%). Constatou-se que a freqüência de mortes ocorridas na região, nas
culturas do cafeeiro conilon e maracujazeiro, relacionaram-se aos agentes
abióticos como os principais responsáveis pelos sintomas manifestados.
Em se tratando dos agentes bióticos, os fungos e os vírus foram os
mais freqüentes e responsáveis pelos danos diretos nos seus respectivos
hospedeiros. Os vírus do mamoeiro (PRSV-p e PMe-V), a pinta preta dos
Citrus (Guignardia citricarpa), a verrugose (Cladosporium herbarum) e
a antracnose (Colletotrichum gloesporioides) do maracujazeiro, foram as
principais doenças diagnosticadas no laboratório de fitopatologia. Concluise que os diagnósticos fitopatológicos são importantes no manejo adequado
das doenças de plantas.
0193
Efeito da mistura comercial de azoxystrobin + cyproconazole no
controle da ferrugem polysora do milho em 3 híbridos. Gonçalves, R.
A.1, Anselmo, J. L.2, Andrade, D. F. A. A.2. 1- Estudante de Agronomia
UNITAU, Taubaté, SP, 2- Fundação Chapadão, Chapadão do Sul, MS.
Effect of comercial mixture of azoxystrobin + cyproconazol against
polysora corn rust on three hybrids.
O presente ensaio teve por objetivo estudar a eficiência de azoxystrobin
+cyproconazole, respectivamente, nas doses 24,0 e 60,0 g ha-1 de i.a. no
controle da ferrugem polysora (Puccinia polysora) nos híbridos NB7443;
A010 e AS1567, semeados em 16/10/2005, no delineamento em blocos
ao acaso, com 4 repetições. As parcelas consistiram de 4 linhas de 7,0 m,
espaçadas em 0,80 m. Foram feitas duas aplicações do fungicida, uma no
início do pendoamento e outra 15 dias após. A avaliação da doença foi
feita no estádio de grão leitoso nas duas fileiras centrais das parcelas, em
5 plantas por repetição. Em cada planta atribuiu-se notas para 5 folhas
(a da espiga, duas acima e duas abaixo da mesma). Além da severidade,
obteve-se, também a produtividade de grãos. A colheita foi feita em
09/03/2006. Os dados obtidos foram comparados pelo esquema fatorial
3 híbridos x 2 níveis de fungicida (com e sem) x 4 blocos. O fungicida
reduziu significativamente a severidade da doença, expressa em % de
área foliar lesionada, de 5 para 1%, em AS1567 e de 25 para 1%, em
A010. Em NB7443, as parcelas com e sem pulverização equivaleramse, com severidades médias inferiores a 0,5%. Quanto às produtividades,
AS1567 produziu 192,07 sc ha-1 nas parcelas com fungicida e 169,0 sc há-1
naquelas sem e A010 168,9 sc ha-1 com e 155,0 sc ha-1, sem. No NB7443
não houve diferenças entre parcelas com e sem fungicida. Conclui-se que
a mistura mostrou-se eficaz no manejo da ferrugem polysora do milho. O
fungicida testado mostrou-se eficaz no manejo da ferrugem polysora do
milho nos híbridos AS 1567 e A010.
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
XL Congresso Brasileiro de Fitopatologia
0194
Susceptibilidade de diferentes variedades de soja à ferrugem asiática
(Phakopsora pachyrhizi), no município de Taubaté, SP. Gonçalves, R. A.¹,
Zanin, D. G.¹, Morateli, R. F.², Furlan, M. R.³. 1- Alunos de Agronomia
UNITAU, Taubaté, SP. 2- Aluno de Agronomia UFMS, Chapadão do Sul
– MS. 3- Professor de Estatística da UNITAU. Susceptibility of soybean´s
varieties at Phakopsora pachyrhizi, in Taubaté, SP.
A soja constitui uma importante cultura mundial e as suas doenças causam
grandes perdas, sendo as foliares causadas por fungos as mais prejudiciais, e
chegam comprometer até 20% do rendimento de grãos da cultura, atingindo
valores superiores a 75% quando na presença da ferrugem asiática. Desta
forma, o presente ensaio teve por objetivo estudar a susceptibilidade à
ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) de diferentes variedades de
soja com diferentes ciclos. A semeadura ocorreu no dia 29 de novembro de
2006 no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade de Taubaté.
O ensaio foi realizado no delineamento blocos ao acaso, com quatro
repetições e os tratamentos foram sete variedades. As parcelas consistiram
de 10 linhas de 10 m, espaçadas de 0,50 m. Não foram feitas aplicações
do fungicida. A avaliação da doença foi feita nos estádios de R 2 e R 5.2,
nas quatro fileiras centrais das parcelas e em 10 trifólios por repetição. Em
cada planta atribuiu-se notas conforme a escala diagramática da EMBRAPA,
utilizando-se trifólios retirados do terço médio. Os resultados obtidos em R 2
mostraram que as variedades Conquista; BRS 262 e Vencedora foram mais
susceptíveis ao patógeno; não diferindo entre si pelo Teste Tukey ao nível de
5% de probabilidade; e as variedades BRS 133 e BRS 184 mostraram-se mais
resistentes que as anteriores e menos resistente que a variedade Embrapa 48.
No estádio R 5.2 as variedades Embrapa 48 e BRS 133 tiveram resultados
positivos, não diferindo entre elas, enquanto que as restantes não diferiram
entre si estatisticamente. Conclui-se que com relação à resistência à ferrugem
asiática, que variedades semiprecoce sofrem menos com o ataque do fungo,
provavelmente por amadurecerem mais rápido no campo.
0195
Comportamento de variedades de abacateiro à Phytophthora cinnamomi
inoculadas nas raízes. SUMIDA, C.H.; HOMECHIN, M.; Universidade
Estadual de Londrina, UEL. Email: [email protected]. Avocado
variety behavior to Phytophthora cinnamomi inoculated in roots.
A podridão de raízes do abacateiro causada pelo fungo Phytophthora
cinnamomi é identificada como sendo a mais prejudicial dentre as doenças
e, diagnosticada em quase todas as partes mundo, inclusive Brasil. Pela
importância da doença para a cultura, o presente trabalho teve como
objetivo avaliar a reação de cultivares de abacateiro fortuna, margarida e
hass ao P. cinnamomi, inoculado nas raízes. A inoculação foi através de
implantação de tecidos vegetais retirados de raízes sintomáticas, lesionadas
por P. cinnamomi, tendo sido inoculados quatro raízes por árvore na região
da entrecasca, em três pontos diferentes; destas uma raiz testemunha, na
qual foi implantado tecido retirado de raízes sadias. A avaliação foi aos
120 dias da inoculação tendo sido observado as raízes externamente,
quanto à alteração da coloração e presença de estruturas de patógenos
na região da superfície da casca nos pontos inoculados; e internamente,
foram removidos as cascas para visualização de possíveis alterações
a partir do ponto inoculado e proximidade, observando-se alterações ou
não da coloração dos tecidos e mensuração da extensão do escurecimento;
e também procedeu-se o isolamento a partir dos tecidos apresentando
alterações para comprovação da identidade do agente causal. Os resultados
obtidos indicaram menor desenvolvimento de Phytophthora cinnamomi
na variedade Hass, indicando maior tolerância desta em comparação as
demais, as quais não apresentaram diferença entre si.
0196
Avaliação da persistência de fungicidas com simulador de chuva.
Katsurayama1, Y.; Boneti2, J.I.S. 2Epagri – Est. Exp. de São Joaquim;
C.P. 81. 88600-000 – São Joaquim, SC. E-mail: [email protected].
Evaluation of fungicide tenacity using rain simulator.
Visando avaliar, em bioensaio, a resistência de fungicidas à lavagem por
chuva, mudas de macieira em vaso foram pulverizadas com fungicidas de
Fitopatol. Bras. 32 (Suplemento), agosto 2007
contato e, após secas, colocadas sob simulador de chuva (18 bicos TLX-3
da Spraying Systems a 1,5 m do chão; 40 lb/pol2). Um dia após, as mudas
foram inoculadas com suspensão de conídios de Venturia inaequalis ou
Colletotrichum gloeosporioides (48 h a 20ºC e 100% de UR). Na avaliação da
severidade da Sarna (V. inaequalis), índices pluviométricos de até 30 mm não
afetaram significativamente a performance do fungicida captan (1 g i.a./L),
sendo que em alguns casos houve melhora na eficácia devido, provavelmente,
à redistribuição do produto. Já com 60 mm de “chuva”, a perda da eficiência
variou de 0 a 15,2%. Mesmo com 100 mm, a perda foi mínima (entre 0 e
12,8%) quando houve completo secamento das plantas. Por outro lado, quando
o secamento foi incompleto, houve perda de 10,1 a 15,2% com, apenas, 30
mm de chuva. Na avaliação da Mancha da Gala (C. gloeosporioides), a perda
da eficácia do mancozeb (1,6 g i.a./L) foi praticamente nula até 60 mm de
“chuva”. Índices de controle da Mancha da Gala inferior a 90% só foram
observados quando mancozeb (2,4 g i.a./L) foi submetido a 120 mm de chuva.
Aparentemente, o ativo remanescente após a lavagem é suficiente para inibir a
germinação dos conídios. Deste modo, a perda da eficácia da pulverização, no
campo, parece estar mais relacionada à degradação do fungicida e à renovação
do tecido vegetal do que à remoção pela chuva.
0197
Sanidade de sementes de Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Standl.
(ipê-amarelo) submetidas a diferentes tratamentos. Roman, M.; Garlet, J.;
Lazarotto, M.; Beltrame, R.; Muniz, M.F.B. Depto. de Defesa Fitossanitária,
UFSM, 97105-900. E-mail: [email protected]. Seeds health of
Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Standl. submited to diferent treatments.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a incidência de fungos em sementes de
ipê-amarelo submetidas a seis tratamentos. O delineamento experimental
utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro repetições, totalizando
600 sementes. As sementes foram colhidas em dezembro de 2006,
quando os frutos iniciaram a abertura espontânea. Os tratamentos foram
constituídos de extrato aquoso do fruto de Melia azedarach L. (cinamono)
em concentrações de 100% (peso/volume) por 30 (T1), 100% por 60 (T2),
50% por 30 (T3), 50% por 60 minutos (T4), fungicida químico Rovral
(300g/100kg de sementes) (T5), e testemunha (T6). A sanidade foi avaliada
através de incubação em papel filtro, à 25°C por sete dias. Foram encontrados
os fungos Alternaria spp. (43%), Rhizopus spp. (4%), Epicoccum spp.
(30%), Fusarium spp. (1%), Curvularia spp. (3%), Colletotrichum spp.
(1%) e Mucor spp. (5,4%). Os fungos com maior incidência, Alternaria e
Epicoccum, tiveram seus picos de ocorrência no tratamento testemunha com
73,5 e 65%, respectivamente, demonstrando que sementes não tratadas são
mais suscetíveis à ocorrência de fungos. O tratamento T5 (químico) foi o
mais eficiente no controle de fungos, porém não diferiu estatisticamente do
T1 (100%/30’), indicando este como uma alternativa ao uso de fungicidas
sintéticos, em termos de eficiência de controle.
0198
Influência de diferentes concentrações de extrato de Cinamomo (Melia
azedarach L.) sobre a incidência de patógenos em sementes de Ipê-amarelo
(Tabebuia crysotricha Mart. Ex DC. Standl). Roman, M.; Garlet, J.;
Lazarotto, M.; Karlec, F.; Beltrame, R.; Muniz, M.F.B. Depto. de Defesa
Fitossanitária, UFSM, 97105-900. E-mail: [email protected].
Influence of different Melia azedarach L. extract concentrations in the
incidence of patogens in Tabebuia crysotricha (Mart. Ex DC.) Standl. seeds.
A utilização de extratos vegetais é uma alternativa no controle de patogénos
associados a sementes, pela redução de gastos e ausência de impactos
ambientais. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do extrato aquoso
dos frutos de Cinamomo sobre a sanidade das sementes de Ipê-amarelo.
Foram testadas duas concentrações de extrato aquoso com frutos de
Cinamomo 50% e 100% (P/V) e dois tempos diferentes de exposição 30 e 60
minutos, tota

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