3.3 CATAGUASES O sistema público de abastecimento de água da

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3.3 CATAGUASES O sistema público de abastecimento de água da
Projeto Preparatório para o Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Paraíba do Sul
3.3
CATAGUASES
O sistema público de abastecimento de água da cidade de Cataguases é operado e mantido
pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA, empresa de âmbito estadual,
através de um sistema operacional local, subordinado ao Distrito Operacional de
Leopoldina que por sua vez é subordinado a Superintendência do Sudeste da referida
empresa.
Quanto ao sistema de esgotamento sanitário, a responsabilidade pela sua operação e
manutenção cabe a Prefeitura local.
3.3.1
Sistema Existente de Abastecimento de Água
O sistema de abastecimento de água opera 24 horas por dia e seu estado de conservação é
bom. Apresenta as seguintes unidades operacionais:
Captação
O manancial abastecedor de água de Cataguases é o rio Pomba, com captação a montante
da cidade, em local onde a vazão mínima estimada é de 23 m3/s.
A estrutura de captação (Foto 1) é composta de caixa de areia, construída em concreto
armado, ligada ao leito do rio por uma tubulação de ferro fundido, com 600 mm de
diâmetro e 100 m de extensão. Esta linha é dotada em sua extremidade de um crivo de
proteção e dela parte um “by-pass” a caixa de areia, interligando diretamente a captação
aos poços de sucção das bombas.
A caixa de areia é composta de duas câmaras com operação alternada e limpeza manual
que se faz, aproximadamente, de dois em dois meses (Foto 2).
Em virtude da grande variação de nível do rio Pomba, a estrutura da caixa de areia e do
restante da elevatória de água bruta possuem grande profundidade, em torno de 7,00 m
para garantir a segurança dos equipamentos. Mesmo assim, cabe ressaltar a existência de
um “stop log” em chapa de aço carbono nas portas de acesso à elevatória (Foto 2).
Elevatória de Água Bruta
Da caixa de areia a água chega às quatro câmaras onde estão interligadas as tubulações de
sucção das bombas, essas unidades de bombeamento são em número de quatro, cada uma
com capacidade de recalque de aproximadamente 65 l/s a 120 m de altura e acionadas por
motores elétricos de 150 cv de potência, cada um (Foto 3).
Em funcionamento normal, a elevatória opera com três conjuntos em paralelo ficando o
quarto de reserva e/ou rodízio, com esta formação é capaz de recalcar ao todo 190 l/s. No
entanto, em épocas de “peack”, os quatro conjuntos operam simultaneamente recalcando
uma vazão de 220 l/s.
Ainda no prédio da elevatória estão instalados os quadros de comando elétrico, estando os
transformadores situados em construção independente (Foto 1) e situada em cota mais
elevada. Os transformadores possuem 500 kva, são em número de dois, com operação
alternada, de seis em seis meses, aproximadamente.
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Adução de Água Bruta
Caracteriza-se por uma linha em fofo, com 400 mm de diâmetro e 900 m de extensão, que
veicula a vazão recalcada, pela elevatória de água bruta, à caixa de chegada, situada a
montante da calha “Parshall” (foto 4), da unidade de tratamento.
Estação de Tratamento
A estação de tratamento (Foto 5) é do tipo convencional, construída em concreto armado,
com capacidade nominal para tratar 150 l/s de vazão, podendo operar com 220 l/s em
épocas de “peack”. Constitui-se de um floculador hidráulico do tipo “Alabama”
modificado, com fluxo helicoidal e gradiente de velocidades decrescentes (Foto 6), dois
decantadores convencionais retangulares e seis filtros rápidos de areia (Foto 7), sendo que
inicialmente a ETA possuía apenas quatro destas unidades.
A lavagem dos filtros (Foto 8) é feita por inversão de fluxo, com pressão garantida por um
reservatório elevado (Foto 5), em forma de “taça”, construído em concreto armado e com
65 m3 de volume.
A ETA utiliza como produtos químicos o sulfato de alumínio como coagulante, a cal
hidratada para correção do pH, o cloro gasoso na desinfecção e o fluossilicato de sódio
para combate e prevenção à cárie dentária. No entanto, a COPASA prevê a substituição do
sulfato de alumínio por um coagulante líquido ( Floculan ) a ser armazenado em tanque de
fibra de vidro.
Tanque de Contato
Após o tratamento a água é encaminhada a um a tanque de contato que funciona também
como poço de sucção da elevatória de água tratada.
Elevatória de Água Tratada
Esta unidade de recalque tem como finalidade a alimentação do reservatório elevado de
lavagem dos filtros que, por sua vez, abastece pequena área adjacente a ETA.
Reservação
Do tanque de contato e através de uma linha de FoFo, com 350 mm de diâmetro e 1.305 m
de extensão, a água é encaminhada a um reservatório de 1.000 m3 (R-1) (Fotos 9 e 10),
construído em concreto armado, do tipo apoiado que responsável pelo abastecimento da
zona alta da cidade. A aproximadamente 30 m do R-1, situado em terreno de cota inferior,
está localizado o centro de reservação R-2 (Foto 11), constituído por duas unidades
idênticas, do tipo semi-enterradas, cilíndricas, construídas em concreto armado e com
capacidade para 500 m3, cada uma.
A partir desta unidade de reservação (R-1) e através de uma linha em ferro fundido com
300 mm de diâmetro são abastecidos os demais reservatórios da cidade, que em número de
dezoito, armazenam um volume total de 5.050 m3.
Encontram-se em construção, com financiamento da CEF, três reservatórios de 250, 400 e
1.300 m3 (Foto 12), o que elevará o volume de reservação para 7.000 m3.
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Rede de Distribuição
A cidade é servida por uma malha de distribuição de água, composta por tubos em
PVC/PBA, PVC DEFoFo e FoFo, com diâmetros que variam de 50 a 400 mm e extensão
total de 173.220 m, que proporciona o atendimento a 98% da população urbana.
O sistema distribuidor ainda conta com onze boosters que alimentam as partes altas da
cidade.
O contrato de financiamento com a CEF inclui ainda a construção de 14 km de rede de
distribuição com diâmetros que variam de 50 a 250 mm.
Ligações Domiciliares
A cidade possui 15.575 ligações prediais, todas micromedidas, e atendendo a 19.913
economias.
Os volumes medidos no sistema são:
•
Volume aduzido: 412.992 m3/mês;
•
Volume distribuído ( macro medido ): 399.452 m3/mês;
•
Volume medido ( micro medido): 324.211 m3/mês;
•
Volume faturado: 354.431 m3/mês.
Com base nestes dados pode-se avaliar as perdas médias do sistema, que são:
3.3.2
•
Perdas no tratamento: 3,3%;
•
Perdas físicas: 18,8%;
•
Perdas no faturamento: 11,3%;
Sistema Existente de Esgotamento Sanitário
A cidade de Cataguases é servida por uma rede coletora de esgotos sanitários, do tipo
separador absoluto, atendendo a quase totalidade dos logradouros públicos.
É constituída em sua maior parte por tubos de manilhas de barro e menor parte por tubos
de PVC, totalizando aproximadamente 170 km de extensão e com 20.111 ligações
domiciliares.
Atualmente a cobrança pelo serviço se faz através de um valor fixo de R$ 3,72, embutido
no IPTU.
O sistema não dispõe de interceptores, coletores tronco, estações elevatórias e estação de
tratamento, desta forma os esgotos coletados são lançados na forma “in natura” nos cursos
d’água que cortam a cidade.
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Vale ressaltar que municipalidade não dispõe de cadastro da rede existente, e que esta
possui poços de visitas em número insuficiente, dificultando as operações de manutenção e
limpeza.
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FOTO 1: Captação - Estrutura da caixa de areia e elevatória de água bruta. Em primeiro plano
pode-se visualizar o pedestal de manobra relativo ao "by-pass" à caixa de areia e ao
fundo à direita, em terreno de cota superior, a subestação elétrica.
FOTO 2: Captação - Estrutura da caixa de areia e elevatória de água bruta. Ao fundo
observa-se as duas câmaras da caixa de areia, em primeiro plano os dispositivos
de controle à entrada dos poços de sucção e junto a porta de acesso à elevatória o
"stop-log" de proteção contra inundações da unidade.
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FOTO 3: Elevatória de água bruta - observa-se as correntes da talha para manutenção e
remoção dos equipamentos.
FOTO 4: ETA - Medidor tipo calha "Parshall", nota-se as tubulações de adição dos produtos
químicos.
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FOTO 5: ETA - Vista externa. Observa-se à direita o prédio que abriga o depósito, a casa de
química e o laboratório, ao centro as unidades operacionais e a esquerda o
reservatório elevado.
FOTO 6: ETA - Vista geral das câmaras do floculador e parcial do decantador convencional
nº 1.
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FOTO 7: ETA - Vista geral da bateria de filtros.
FOTO 8: ETA - Lavagem do filtro nº 1. Observa-se a lavagem auxiliar do leito filtrante, feita
manualmente.
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FOTO 9: Centro de reservação R-1. Pode-se reparar a existência de um "booster" contíguo ao
mesmo.
FOTO 10: Ao fundo, vista geral da ETA a partir do centro de reservação R-1.
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FOTO 11: Vista superior do centro de reservação R-2, a partir do R-1.
FOTO 12: Vista geral do centro de reservação R-6, onde pode-se visualizar a unidade
existente de 900 m3 e a unidade em construção de 1.300 m3.
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