a modelagem matemática na construção de telhados com
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a modelagem matemática na construção de telhados com
A MODELAGEM MATEMÁTICA NA CONSTRUÇÃO DE TELHADOS COM DIFERENTES TIPOS DE TELHAS Guilherme Liziero Ruggio Silva¹ Vanessa Sales2, Jéssica Fidencio2, Camila Estevão2, Gabriela de Matos2, Aline do Prado2 Diego Hilario2 1- Mestrando em Engenharia de Materiais – REDEMAT/UFOP - Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Ouro Preto. Rua Pandiá Calógeras, 898, Morro do Cruzeiro CEP: 35400-000, Ouro Preto – MG - [email protected] 2- Estudantes Curso Técnico Integrado de Edificações D3EDI1 – IFMG –OP INTRODUÇÃO Em relação à construção de telhados, as tesouras (treliças isostáticas) que servem para a sustentação da cobertura, possuem barras dispostas de maneira a compor uma rede de triângulos, tornando o sistema estrutural indeslocável. O modelo de tesoura que mais se emprega no Brasil, para estruturas de madeira dos telhados residenciais é a tesoura inglesa ou howe1. Esse modelo é indicado para casas de até 18,00 metros de vão, sendo que para casas com largura entre 10 e 18 metros, faz-se necessário confeccionar as tesouras com peças duplas. Além desta dimensão de vão, a estrutura passa a ser onerosa e alta, razão pela qual deve-se optar por outros modelos de estruturas. A superfície de telhado pode ser formada por um ou mais planos (uma água, duas águas, quatro águas ou múltiplas águas) ou por uma ou mais superfície curvas (arco, cúpula ou arcos múltiplos). A cobertura pode ser de telhas cerâmicas, telhas de concreto (planas ou capa e canal) ou de chapas onduladas de cimento-amianto, aço zincado, madeira aluminizada, PVC e fiber-glass. As telhas de ardósia e chapas de cobre, foram praticamente banidas da nossa arquitetura. O ponto do telhado é a relação entre sua altura e a largura ou vão, que varia entre os limites de 1/2 a 1/8, ou seja, de 100% a 25% de declividade. De acordo com o tipo de telhas empregado, faz-se necessário adequar o grau de inclinação do telhado. As coberturas executadas em chapas onduladas de cimento-amianto, apresentam vantagem econômica, pois necessitam de menor inclinação do telhado, além de dispensar o emprego de ripas e caibros, pois apóiam-se diretamente sobre as terças, permitindo ainda maior distanciamento entre as terças2. Os modelos matemáticos deste trabalho foram baseados em um telhado plano em duas águas, para casas de 6 a 10 metros de largura, com a utilização de telhas cerâmicas (francesa e colonial paulista) e chapas onduladas de cimento-amianto, e como já havíamos dito anteriormente, iremos nos ater apenas aos cálculos relativos às tesouras. OBJETIVOS Com os modelos matemáticos que iremos desenvolver a seguir, procuramos saber qual a quantidade de madeira e o respectivo custo para a construção de uma tesoura simples, utilizada em casas residenciais, cuja largura varia de 6 a 10 metros. METODOLOGIA Em primeiro lugar, criamos um modelo de cálculo da altura da tesoura (H) em função da inclinação do telhado (I) e da largura da casa, já acrescida do beiral (L). Lembramos que a inclinação desejada varia de acordo com o tipo de telha a utilizar. Deste modo tem-se: altura largura (base) I 1 H a Aplicando a regra de três: H.1=I.a .: H = I . a onde: a = largura dividida por 2, ou seja: L/2; H = altura da tesoura I = inclinação do telhado (em decimais) 87 Em seguida, criamos um modelo para cálculo do ângulo de inclinação do telhado ( á ), conforme Figura 1. Figura 1 – Cálculo do ângulo de inclinação Aplicando noções de trigonometria, temos: onde H=I.a O próximo passo é a criação de um modelo de cálculo do comprimento do banzo superior (B) da tesoura, vide Figura 2. Figura 2 – cálculo do Banzo superior Isto posto, o comprimento das verticais e diagonais da tesoura, mostradas na Figura 3 são dados por: Figura 3 – Parte da tesoura, com a simbologia utilizada nos cálculos. Enfim, para calcular a metragem total de madeira (M) necessária para a construção de uma tesoura, basta somar a base com a altura, o banzo superior, as verticais e as diagonais encontradas anteriormente: M = H + 2(a + B + v1 + v2 + d1 + d2) Tentaremos, agora, resumir um pouco mais as fórmulas encontradas, em um novo modelo matemático que engloba todos os outros já citados. onde: = inclinação (em decimais); = largura da guia; 88 Multiplicando-se a metragem encontrada pelo preço do metro de guia (R), obteremos o Custo da Madeira de uma tesoura (C). C=M.R Para facilitar na simulação do modelo matemático, a partir de dados numéricos, permitindo comparativos entre alguns tipos de telhas empregados nas construções residenciais, e suas respectivas variações de inclinação, utilizamos o aplicativo MATLAB. RESULTADOS Com o auxílio do programa, MATLAB fizemos, então, algumas simulações. Quanto à inclinação ideal para cada tipo de telha, vimos que existem muitas discrepâncias, especialmente nos dados fornecidos por fabricantes de telhas. Optamos em considerar em nossos cálculos, a inclinação mínima sugerida por Moliterno3, e apresentamos, a seguir, alguns dados obtidos. Tabela 1 – Comparativo dos valores quanto ao tipo de telha Largura da Casa Tipo de Telha Colonial Francesa Cimento Amianto 6m Metragem 21,47 22,87 19,59 Custo 69,36 73,86 63,27 8m Metragem 28,40 30,24 25,91 Custo 91,73 97,67 83,69 10m Metragem Custo 35,32 114,10 37,61 121,49 32,23 C 104,11 CONCLUSÃO Pelos resultados obtidos, podemos observar que a inclinação do telhado implica na quantidade de madeira a ser utilizada para a construção das tesouras, bem como respectivo custo. Cada tipo de telha a ser escolhido, em função de sua característica, tem uma recomendação específica no que diz respeito à declividade da estrutura. BIBLIOGRAFIA BARBOSA, Jonêi Cerqeira. O que pensam os professores sobre a Modelagem Matemática? Zetetiké – CEMPEM – FE/UNICAMP. v.7, n. 11. Jan/Jun, 1999. BIEMBENGUT, Maria Salett. Modelagem Matemática e Implicação no Ensino e Aprendizagem de Matemática. Blumenau: FURB, 1999.134p. MOLITERNO, Antonio. Caderno de projetos de telhados em estruturas de madeira. São Paulo: Edgard Blücher, 2 ed., 1999. 461p. 89