Odontologia CAD/CAM e o técnico de laboratório: Parceria de

TENDÊNCIAS E APLICAÇÕES
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Dental Tribune Brazilian Edition | No. 5/2014
Odontologia CAD/CAM e o técnico de
laboratório: Parceria de sucesso
Lee Culp, EUA
O conceito de odontologia digital começou pequeno e aumentou progressivamente até o presente momento parecendo
ser infinito. As novas tecnologias em odontologia serão bem sucedidas apenas se fo-
rem unidas ao conhecimento básico completo de odontologia. Ao mesmo tempo
que nova tecnologia e informatização podem deixar a prática clínica mais eficiente,
com trabalho menos intenso e mais consis-
tente, elas não substituirão a educação, experiência prática e julgamentos clínicos/
técnicos.
O fator mais entusiasmante sobre estas
tecnologias não está, entretanto, apenas
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dentistry.
nas potenciais aplicações da tecnologia
apresentadas hipoteticamente pelos profissionais da odontologia. O entusiasmo
real está no fato destas aplicações “hipotéticas” estarem sendo desenvolvidas hoje, e
algumas já estão em estágio final.
Num período relativamente curto, a tecnologia distal revolucionará a qualidade
dos cuidados bucais fornecida nos consultórios modernos. Registra-se, atualmente,
que os implantes preenchem os requisitos
funcionais em prótese dentária. Essas novas tecnologias, junto com a evolução cirúrgica e técnicas protéticas, permitem à
equipe odontológica prever resultados
consistentes na reabilitação de implantes.
A MicroDental participa como uma área de
teste beta para muitas tecnologias emergentes.
Como a odontologia evolui para o mundo
digital, a incorporação bem sucedida da informatização e nova tecnologia continuará
a fornecer mais métodos eficientes de comunicação e fabricação e, ao mesmo
tempo, manterá a criatividade individual e
artística dos habilidosos dentistas e técnicos de laboratório. A utilização de nova tecnologia será melhorada com a cooperação e
trabalho conjunto da equipe dentista/técnico.
A evolução do enceramento manual para
o “enceramento digital” usando o enceramento diagnóstico e restaurações provisórias, assim como suas réplicas digitais para
nos guiar nas criações das restaurações de
CAD/CAM, estarão presentes. A utilização
dessas novas tecnologias, em paralelo à
evolução da criação “manual” para à criação
“digital”— com a adição dos últimos desenvolvimentos em escâner intraoral, materiais e tecnologia de fresagem/impressão
computadorizada— melhorarão apenas
com a relação de cooperação e trabalho
conjunto entre a equipe do dentista e laboratório. (Fig.1)
O papel essencial do laboratório na odontologia restauradora é copiar perfeitamente todos os parâmetros funcionais e estéticos definidos pelo dentista para a solução restauradora. Através de todo o processo de restauração, desde a primeira
consulta do paciente, diagnóstico e plano
de tratamento até a colocação da restauração final, as rotas de comunicação entre o
dentista e o técnico do laboratório precisam passar a informação completa.
Requisitos de componentes funcionais,
parâmetros oclusais, fonética e estética são
apenas alguns tipos de informações essenciais que são necessárias para que o técnico
termine a fabricação da restauração com
sucesso, funcional e estético.
Hoje, assim como no passado, as ferramentas de comunicação entre dentista e
técnico são fotografadas, escritas e com as
impressões da dentição existente do paciente. Os modelos clínicos dessas impressões são criados e montados no articulador
que simula os movimentos da mandíbula.
(Fig.2)
O laboratório digital
Como a odontologia restauradora evolui
para a captura de imagem digital, projeto e
TENDÊNCIAS E APLICAÇÕES
Dental Tribune Brazilian Edition | No. 5/2014
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Fotos cortesia de Lee Culp, CDT/CTO.
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criação computadorizada de restaurações
através da robótica, o laboratório odontológico também evolui. Para melhor compreender esse conceito, um laboratório
precisa ser claramente definido.
No primeiro momento, pode parecer que
um laboratório é apenas um local para
onde o dentista envia as impressões (Fig.3)
do seu ou sua paciente para serem processadas na restauração, que são enviadas de
volta ao dentista para ajustes e entrega.
Essa definição é compatível com o conceito
tradicional do fluxo de trabalho entre laboratório e dentista.
Entretanto, assim como a internet mudou para sempre o cenário da comunicação
através da tecnologia de informação, a possibilidade de usar arquivos de restauração
CAD/CAM eletronicamente estimulou
uma mudança significativa no modo que
vemos e estruturamos a relação dentista/
laboratório.
Imagine que o laboratório não é um local
físico, mas existe (Fig.4) apenas no talento
dos que executam o processo da restauração: o dentista e o técnico. O equipamento
utilizado para criar a restauração pode ser
alocado de modo central, remoto ou ambos. O laboratório é essencialmente um
fluxo de trabalho tão flexível quanto as habilidades do dentista, do técnico e do equipamento permitirem.
A decisão principal dá-se onde a transferência das informações de um para o outro
deve ocorrer. O dentista, que tem a habilidade de escanear dentes para fazer a impressão e escolhe restaurações CAD/CAM
como a melhor opção de tratamento para
seus pacientes, tem mais liberdade de escolher onde a transferência para o técnico de
ocorrer. Como resultado, o laboratório não
está situado num local, ele é, portanto, virtual.
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Comunicação é a chave
A habilidade de facilitar a comunicação
entre dentista e laboratório é de extrema
importância e o que faz o sistema E4D se
destacar. Ferramentas como o E4D Sky network possibilitam a comunicação dos usuários clínicos do E4D e facilita a transferência
de dados para os técnicos a qualquer hora
em que o envolvimento do laboratório seja
necessário. Com somente um clique, o caso
inteiro (seja por escâner ou inteiramente
criado) pode ser enviado da cadeira do dentista para o laboratório para o preenchimento on-line do formulário (Fig.4).
O processo digital
O novo milênio trouxe uma mudança na
odontologia digital, pois até agora mais de
20 sistemas diferentes de CAD/CAM foram
apresentados como soluções para a odontologia restauradora. A apresentação da
tecnologia laboratorial digital de escâner à
laser junto com o programa de computador
permitiu ao laboratório de odontologia
criar um ambiente digital para apresentar
um modelo real em 3-D que considera automaticamente o efeito oclusal da dentição
oposta e adjacente. Assim como a habilidade de criar ao mesmo tempo 16 contornos individuais completos, dentes anatomicamente corretos (Fig. 5).
Ele usa essencialmente um complexo esquema oclusal, seus parâmetros e condensa a informação, a disponibiliza num
formato intuitivo que permite aos profissionais da odontologia com conhecimento
básico de anatomia e oclusão dentária fazer
modificações no desenho (criação), e depois enviar para a unidade automatizada
de fresagem.
Para a profissão de odontologia laboratorial, a introdução da tecnologia digital au-
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tomatizou ou eliminou efetivamente alguns procedimentos mecânicos e de intenso trabalho laboratorial (enceramento,
investimento, queima, distribuição e/ou
fresa) envolvidos na fabricação tradicional
das restaurações dentárias, permitindo ao
dentista e técnico a habilidade de criar restaurações funcionais com um método consistente e preciso.
Fabricação linear versus
vertical
O laboratório de sucesso do futuro precisará focar não apenas na qualidade do produto final, mas também em métodos mais
eficientes de produção para reduzir o
tempo do processo da fabricação. A tecnologia digital permitirá a produção do laboratório tornar-se vertical e não linear.
O atual processo de fabricação do laboratório segue uma progressão muito linear:
modelo da fabricação, dia um; enceramento, dia dois; finalizações, dia três; enceramento, dia quatro, etc. Baseado nesse método de fabricação, o tempo estimado de
produção para todas as restaurações de cerâmica ou porcelana fundida sobre metal é
aproximadamente de cinco a sete dias
úteis.
No laboratório digital, as impressões serão recebidas do cliente. E, ao invés de levar
dias ou semanas para passar por todos os
processos, seremos capazes de concluir o
mesmo processo em dois ou três dias.
Uma vez recebida a impressão pelo laboratório, a mesma pode ser escaneada e os
dados enviados ao mesmo tempo para as
diversas estações de produção digital. Isso
permitirá que o modelo, as restaurações
(ambas, estrutura e enceramento) e a restauração final em cerâmica estejam prontos no mesmo tempo (Fig. 6).
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Diagnóstico digital e
plano de tratamento
A base para o sucesso a longo prazo na
odontologia restauradora é um diagnóstico e plano de tratamento compreensível.
A habilidade de prever um caso do início ao
fim, comunicar e codiagnosticar com outros especialistas e especialidades através
do mundo virtual é o real poder e capacidade da odontologia digital.
SOBRE O AUTOR
Lee Culp, CDT, é o diretor de
tecnologia no DTI Technologies, onde orienta o desenvolvimento das tecnologias digitais do programa
DTI e suas aplicações na
odontologia restauradora.
Lee também é o editor chefe da Teamwork e
editor adjunto da Spectrum. Ele também está
no quadro editorial das revistas Practical Procedures and Aesthetic Dentistry, Compendium
e Inside Dentistry. Culp é membro profissional
da American College of Prosthodontics, American Equilibration Society, American Academy of Cosmetic Dentistry, Academy of
CAD/CAM Dentistry e American Prosthodontic Society. Culp é membro titular da American
Academy of Cosmetic Dentistry. Ele é um líder
em recurso/invenção de muitos materiais,
produtos e técnicas usadas na odontologia
atual e possui várias patentes de suas ideias e
produtos. Culp escreve muitos artigos por ano,
e seus escritos, fotografia e estilo de ensinar o
levaram ao reconhecimento internacional
como um dos conferencistas mais entusiasmantes e artesão inovador nas especialidades
da odontologia digital, cerâmica dentária e
estética funcional.